Uma homenagem da família Setti Braga
organização maria candelária volponi moraes
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De Poggio Rusco para SĂŁo Bernardo
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FamĂlia Setti Braga
80
Amigos
103
Viagens
170
Colaboradores
178
Uma vida plena
Cidade de Poggio Rusco
De Poggio Rusco para São Bernardo
Mantova
It
ál
ia
Em 1823, quase um ano após a proclamação da independência do Brasil de Portugal, D. Pedro i assinou em 20 de outubro uma lei criando os cargos de Presidente de Província. De 1875 a 1878 foi presidente da província de São Paulo, Sebastião José Pereira, grande incentivador da formação de núcleos coloniais para atrair imigrantes para São Paulo. Em relatório apresentado a Assembleia Legislativa Provincial, em 1877, Sebastião afirma ter sido autorizado a “efetuar a compra das fazendas de S. Caetano e S. Bernardo pertencentes ao mosteiro de São Bento” para serem divididas em lotes destinados aos imigrantes. (Relatório apresentado à Assembleia Legislativa Provincial. Fevereiro de 1877, p. 88). A ideia de formação dos núcleos coloniais tinha por objetivo atrair imigrantes para São Paulo, acenando com a possibilidade de se tornarem proprietários territoriais, facilitando os meios para tal. Um dos navios trazendo imigrantes italianos para São Bernardo foi o vapor Le Sully da companhia francesa Chargeurs. Entre as famílias trazidas pelo Le Sully, estava a família Setti — Giuseppe e Benvenuta Setti e três filhos: Pedro de 14 anos, Ítalo de 10 e Adelelmo de 7 — originária de Poggio Rusco, pequena vila às margens do rio Pó na província de Mantova, Lombardia. 7
Os primeiros 50 lotes de São Bernardo começaram a ser distribuídos já no ano de 1877. Em 20 de abril de 1878 Giuseppe Setti recebe um dos lotes coloniais urbanos de São Bernardo, terreno ocupado, ainda hoje, pela família Setti Braga no centro de São Bernardo. Na década de 1890, o país passava por significativas mudanças políticas, deixava de ser Monarquia para virar uma República Federativa. Os municípios adquirem maior autonomia e surge uma nova figura no cenário político: o prefeito. São Bernardo adquire o status de município antes mesmo da proclamação da República, em 12 de março de 1889, pela lei no 38 sancionada pelo Presidente da Província, Pedro Vicente de Azevedo. No entanto, possivelmente em virtude da turbulência que acompanhou a instalação do novo regime republicano, São Bernardo somente se instalou como município, com toda estrutura legislativa necessária, em 1892.
si
l
Bra
São Bernardo do Campo 8
Distrito de S達o Bernardo
Benvenuta Bollini e Giuseppe Setti, c.1875
A família Setti já fixada em São Bernardo desde 1878 passara a se dedicar aos setores de comércio e serviços. Em 1891, Ítalo, o filho do meio, tinha um armazém que vendia alimentos, louças e ferragens; Pedro, o filho mais velho, trabalhava com armazém e transporte junto com Adelelmo, o mais novo entre os irmãos, que tinha um carro de aluguel puxado por animais (rodrigues, 1999).
Comissão de Medição de Lotes Coloniais 1878. No destaque, o nome da família Setti.
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Maria Pasin e Adelelmo Setti, pais de João Setti, avós de Maria Myrths Setti Braga, c. 1920
Em 1897, Adelelmo, com apenas 19 anos, se casa com Maria Pasin com quem tem nove filhos. O mais velho dentre eles, João Setti, nascido em 8 de fevereiro de 1898, foi trabalhar com o pai na condução de carros de aluguel em 1910, quando tinha apenas 12 anos. Cada vez mais entusiasmado com o negócio de transportes, João obtém, em 1917, sua carteira de motorista, a segunda em São Bernardo. A partir de então, aproveitando a era do rodoviarismo estimulada por Washington Luís, João Setti vai aos poucos modernizando e ampliando sua frota de carros. A década de 1920 foi marcada por dois acontecimentos importantes para João Setti: seu casamento com Maria Luísa Zaparolli e o nascimento de sua filha, Maria Myrths, em 30 de novembro de 1925. 12
Carros de aluguel na Esta巽達o de S達o Bernardo em 1921. A seta indica o Sr. Jo達o
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Ônibus do Sr. João Setti trafegando pela avenida Pereira Barreto durante o percurso Vila de São Bernarado e estação de trem, 1920
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Jo達o Setti com 18 anos. Abaixo, sua carteira de motorista, 1917
Jo達o Setti e Maria Luiza Zaparolli Setti, c. 1927
Certid達o de Nascimento de Maria Myrths Setti, 1925
Casa da Américo Brasiliense nº 385, 1943
O casal João Setti e Maria Luiza foi morar na rua Américo Brasiliense e, segundo depoimento da própria Maria Myrths, “a sala tinha uma mesa com 23 lugares sentados, com 23 cadeiras, para reuniões grandes, bem tipo à italiana”. A mesa farta, com muitos amigos e familiares em volta, é uma tradição que a família Setti Braga mantém até os dias atuais. 18
Myrths e seu irmão João Lazinho Setti, Carnaval de 1932
No Carnaval de 1932 Lamartine Babo e os irmãos Valença consagraram a música “Os cabelos da mulata”. Mas o mais interessante é o trecho da música que diz “Mulata, mulatinha meu amor, fui nomeado o teu Tenente interventor...” numa alusão direta aos tenentes nomeados por Getúlio Vargas para assumir o governo dos estados brasileiros.
Primeira Comunh達o de Maria Myrths Setti em dezembro de 1935 na Igreja de S達o Bernardo
E tomou um pão, deu graças, partiu e deu-o a eles, dizendo. Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória”. E, depois de comer, fez o mesmo com a taça, dizendo: Essa taça é a Nova Aliança em meu sangue, que é derramado por vós. LUCAS 22,19
Diploma da Primeira Comunhão de Maria Myrths
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Diploma de formatura do ginásio de Maria Myrths, 1942
Quando chegou à idade escolar, Maria Myrths foi estudar no Grupo Escolar de São Bernardo que ficava na praça Lauro Gomes. Concluído o curso primário foi para o Ginásio Santo André, o primeiro ginásio do ABC onde conheceu seu futuro marido, José Fernando Medina Braga. Myrths conta que era colega de classe de Therezinha, irmã de Fernando, mas que naquela época os namoricos aconteciam de longe; nessa idade, rapazes e moças quase não se aproximavam, apenas trocavam tímidos olhares. 22
Maria Myrthes em sua formatura de ginรกsio, 1942
Amigas inseparĂĄveis Norma Miele, Maria Myrths Setti e Yeda Miele. Carnaval da dĂŠcada de 1940
CARNAVAL E MOÇAS “meu Deus, de cada rua um bloco irrompe, e é tudo animação. Bailarinas do Xeque, sem o Xeque, Nem eu queria vê-lo: ela sozinhas Cercam de Oriente minha sertanice” CARLOS DRUMMMOND DE ANDRADE
Ilustração de J. Carlos para a revista Fon Fon, muito popular nas décadas de 1910 a 1940
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Myrths recepciona seu afilhado Giovani Angeli que retorna de Pistoia na Itália depois de terminada a guerra, 1945
1942 — O mundo está em guerra. O Brasil envia soldados da Força Expedicionária Brasileira para lutar na Itália ao lado dos países aliados — França, Inglaterra, Rússia, Estados Unidos. Terminada a guerra em 1945, retornam os soldados brasileiros que sobreviveram e são recepcionados com festa e emoção. 26
1942 — Ítalo Setti e outros empresários de São Bernardo compram um avião paulistinha, batizado em São Paulo com o nome de “João Ramalho”. Na solenidade de batismo estiveram presentes “Assis Chateaubriand, diretor dos Diários Associados, o Ministro da Aeronáutica, Salgado Filho, e o engenheiro agrônomo Cristóvão Dantas, da Escola Superior de Agricultura de Lavras”. Depois de batizado pela jovem Maria Myrths Setti, o avião foi doado à cidade de Lavras, formalizando a participação de São Bernardo na Campanha Nacional da Aviação ‘Deem Asas ao Brasil’” (Gazeta de Lavras, 2 de dezembro de 2010). 27
Terminado o Ginásio, Fernando e Myrths se separaram para estudar em escolas diferentes; ele foi para o Anglo-Latino, pois tinha intenção de fazer Medicina, e Myrths foi cursar o Clássico no Colégio Santa Inês, uma escola católica tradicional para meninas, fundada em 1907 na rua Três Rios, no bairro do Bom Retiro, para atender às famílias abastadas que viviam nas chácaras da região. Em 1946, Maria Myrths, com ótimas notas, ingressou no curso de Línguas Neolatinas da Faculdade de Filosofia Sedes Sapientiae, fundada em 1933, e que teve o seu curso de filosofia como o primeiro reconhecido no Brasil. Segundo depoimento da própria Maria Myrths, ali, “ela estudou português, francês, espanhol, italiano, e como era uma faculdade que foi criada para dar uma ampla formação cultural, além das matérias obrigatórias, que eram as línguas e as literaturas correspondentes, se estudava História da Arte, História da Antiguidade, Filosofia e História da Filosofia.”
Colégio de Santa Inês, Rua Três Rios, 362. Na página ao lado, foto de formatura de Maria Myrths. 3º Clássico. Colégio Santa Inês, 1945
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Carteira de matricula de Maria Myrths na Faculdade de Filosofia Sedes Sapientiae, 1946
Embora já se conhecessem desde o ginásio, Maria Myrths e José Fernando começaram a namorar durante o período da faculdade. Segundo depoimento de Maria Myrths, em 1998: A família do Fernando era de São Paulo, seu avô materno, Ricardo Alfredo Medina era engenheiro e trabalhou na construção da Mogiana; e em Campanha, Minas Gerais, acabou conhecendo e casando com Matilde Brandão, de família tradicional de Ouro Preto. Entre os filhos de José Ricardo Medina e Matilde Brandão estava Olga Medina que, a convite de um irmão agrônomo, diretor da estação agronômica de Nova Odessa, foi lecionar na escola da estação, onde conheceu Antônio Braga, contador e farmacêutico com quem se casaria. Depois de casados, meus sogros, Antônio e Olga, vieram para Mauá onde ele, além de farmacêutico, acabou assumindo o papel de médico, visto que não existia médico na cidade. Olga, como professora pública, passou a lecionar em Paranapiacaba. Junto com a farmácia, o Sr. Antônio tinha um laboratório chamado Laboratório Cléo. Fernando, quando deixou de se interessar por medicina, viajou durante uma temporada fazendo propaganda dos remédios do laboratório do pai, pela Noroeste. Quando nasceu o terceiro filho do casal, Antônio e Olga vieram morar em Santo André. Olga lecionou durante mais de trinta anos, no Azevedo Antunes. Foi uma grande mestra de Santo André. Antônio montou um laboratório maior e criou a fórmula do Sal Cálcio, que era o sal que ele mandava vir do Chile, em navios, e depois adicionava cálcio para ser utilizado nas refeições, tornando-o um sal com mais propriedades para a saúde. Foi uma fórmula muito conceituada mas, depois de algum tempo, ele teve alguns problemas para descarregar o sal por razões políticas, e acabou tendo imensos prejuízos, acabando por ter que vender o laboratório. José Fernando Braga, década de 1940
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Durante todo o ano de 1946, enquanto Fernando viajava pelo interior, percorrendo cidades como Assis, Ourinhos, Marília, Bauru, Votuporanga, como representante do laboratório de seu pai, Myrths estudava e, para amenizar a saudade, trocavam cartas e cartões contando as novidades do dia a dia, às vezes com um leve tom de tristeza devido à distância, outras vezes preocupados com a saúde e outras com muito humor, além claro, do amor declarado em todas elas.
Frente e verso de postal de Águas de Lindoia enviado por Myrths para Fernando, que estava em Ourinhos.
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Acima, postal de Ă guas de Lindoia enviado por Myrths para Fernando, que estava em Ourinhos, 1946. Ao lado, Fernando em Votuporanga envia foto a Myrths, 1946
Saudade Carta de Myrths para Fernando, 1946
Tenho sentido muito a sua falta e apesar dos dias que ainda faltam para nos vermos, me conformo pensando nos alegres que juntos depois passaremos.
Beijo roubado Carta de Fernando para Myrths, 1946
Meu bem, você não acha que fiz mal de beijá-la hontem? Foi uma coisa toda de momento, eu ia somente abraçar-te, mas no momento perdi o controle, peço você pedir desculpas a D. Luiza e diga que mando lembranças
Saudade Carta de Fernando para Myrths, 1946
As saudades já estão tornando-se insuportáveis, só em pensar que estou aqui neste fim de mundo (Presidente Prudente), distante de minha noivinha tantas horas, as torna ainda maior e não vejo a hora de chegar sábado para poder abraçar minha filhota.
Um pouco de ciúme Carta de Fernando para Myrths, 1946
Então a baratinha logo estará pronta? Será muito bom para você não? Mas não se esqueça de guiá-la com cuidado. Lembre-se sempre do meu pedido e toda vez que você convidar algumas pequenas para passearem nela, lembre-se que você deixou sua garota aqui (não creio que você as leve passear...devia?)
Em 2 de dezembro de 1947, JosĂŠ Fernando Medina Braga e Maria Myrths Setti se casam na Igreja Matriz de SĂŁo Bernardo.
À direita, Convite de casamento de Maria Myrths e Fernando Medina Braga, 1947 À esquerda, Cerimônia de casamento de José Fernando e Maria Myrths oficializada pelo Pe. Fiorente Elena na Igreja Matriz de São Bernardo, 02 de dezembro de 1947
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Cardápio da festa de casamento de Maria Myrths e Fernando Medina Braga, 1947
uma das bebidas era o exclusivo “Myrths ponch”
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Meus irmãos, Fernando e Myrths. Ele, irmão biológico. Ela, eleita irmã pelo coração. Quando nasci já tinha três irmãos adolescentes. Por ocasião de meu aniversário de três anos, foi feita uma festinha. Isso em 1941. Meus irmãos Terezinha e Fernando já cursavam o curso ginasial e havia uma colega que eles gostavam muito, a Myrths. Ela foi convidada por eles para participar dessa reunião e desde então ela passou a ser incluída em nossa família como namorada do Fernando. Daí em diante noivado e casamento. Fui “dama de honra” na cerimônia religiosa… e com muita honra. maria beatriz braga del rey,
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novembro de 2015
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ALÉM DA TERRA, ALÉM DO CÉU Além da Terra, além do Céu, no trampolim do sem-fim das estrelas, no rastro dos astros, na magnólia das nebulosas. Além, muito além do sistema solar, até onde alcançam o pensamento e o coração, vamos! vamos conjugar o verbo fundamental essencial, o verbo transcendente, acima das gramáticas e do medo e da moeda e da política, o verbo sempreamar, o verbo pluriamar, razão de ser e de viver. CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
Família Setti Braga
Uma nova vida se inicia para o casal José Fernando e Maria Myrths. Uma vida construída com muito trabalho, amor, dignidade, alegria e rodeada de amigos. Ao longo do caminho, a família Setti Braga, capitaneada por Fernando e Myrths, soube tecer uma rede de solidariedade e generosidade, agregando familiares, amigos, colaboradores e quem mais tivesse o privilégio de conhecê-los.
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Carnaval de 1948 no Salão José Pelosini. Da esquerda para direita, João Setti, Luiza Zaparolli Setti, Maria Myrths e José Fernando Medina Braga recém-casados Abaixo, ilustrações de J. Carlos, década de 1930
ENLOUQUECI Germano Matias,
carnaval de 1948 Sinto uma dor no meu peito {bis} Só você poderia dar jeito. Enlouqueci Desde que te vi Enlouqueci Desde que te vi. No amor Não tem como consolar {bis} Minha vida é tão vazia Não posso mais amar.
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Elegância e bom gosto eram algumas das muitas facetas de Maria Myrths. Sempre arrumada, sempre vaidosa.
Maria Myrths no Tênis Clube de São Bernardo, década de 1950
No início da década de 1950, Fernando Medina Braga, recém-casado, convidado pelo pai de sua noiva, João Setti passa a ser sócio da empresa de transporte, junto com seu cunhado João Lazinho Setti.
Acima, João Lazinho Setti; ao lado, José Fernando Medina
A “magia” do calçadão de Copacabana é ser a celebração do encontro (…) É o resumo do encontro de tudo e de todos, é onde todo o mundo se encontra, e onde se encontra todo o mundo; é uma calçada estampada de história e de arte, repleta de significados, plena de harmonia e beleza! 50
DARCIO AUGUSTO
Fernando Medina Braga e João Lazinho Setti na calçada de Copcabana, c. 1950
Myrths estava à frente de sua época. Desafiou os mitos e preconceitos estabelecidos pela sociedade, entre eles, o mito de que uma mulher não poderia ser protagonista de sua própria vida. Década de 1950, muitas mulheres se sentiram motivadas e encorajadas a aventurar-se sobre quatro rodas e lá estava Maria Myrths tirando sua primeira carteira de motorista.
Carteira Nacional de Habilitação de Maria Myrths, 1958.
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Um ano após se casar, Maria Myrths deu à luz a seu primôgenito, João Antônio. Quatro anos depois, em 1952, nasce sua filha, Maria Beatriz. Ao longo da vida, ambos, João Antônio e Maria Beatriz, foram muito mais que filhos a seus pais; e seus pais, muito mais que apenas pais a seus filhos: foram amigos, companheiros e confidentes; verdadeiros parceiros, seja na esfera da vida privada, seja na esfera pública. Esse espírito de união e companherismo se mantém vivo até os dias de hoje e se estendeu ao filhos, netos e bisnetos, um dos legados que mais inspiram todos aqueles que conhecem a família Setti Braga.
Maria Myrths com seus filhos, Maria Beatriz, com seis meses, e Jõao Antônio, com quatro anos, maio de 1953
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Famíla Setti Braga. Da esquerda para a direita: Maria Beatriz, José Fernando, Maria Myrths e João Antonio. Década de 1960.
Famíla Setti Braga. Da esquerda para a direita, João Antonio, Maria Beatriz, Maria Myrths e José Fernando. Década de 1960.
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A linda festa dos quinze anos da Maria Beatriz. A piscina se transformava em pista de dança e os janelões que davam para os jardins se abriam num ambiente único de sonho GLORITA CALDAS, 2015
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Festa de 15 anos de Maria Beatriz Setti Braga. Da esquerda para direita, José Fernando, Maria Beatriz, Maria Myrths e João Antônio, 11 de dezembro de 1967
Gostava de dançar com o Fernando nas festas de família... Eles formavam um casal maravilhoso ANA MARTINI, 2015
Maria Myrths e José Fernando dançando na festa de 15 anos de sua filha Maria Beatriz
João Antônio, Maria Myrths, Maria Beatriz e José Fernando, década de 1970
Presenciamos as mais lindas festas e jantares incríveis que o casal Myrths e Fernando propiciaram aos amigos e parentes queridos GLORITA CALDAS, 2015
Maria Beatriz comemora seu aniversário de 18 anos, cercada pelos familiares: o avô João Setti, a mãe Maria Myrths, o irmão João Antônio, o pai José Fernando e a avó Olga Medina Braga, 1970
AMAR É MUDAR A ALMA DE CASA Amar é mudar a alma de casa, é ter no outro, nosso pensamento. Amar é ter coração que abrasa, amar, é ter na vida um acalento. Amar é ter alegria que extravasa, amar é sentir-se no firmamento. "Amar é mudar a alma de casa", é ter no outro, nosso pensamento. Amar, é aquilo que embasa, é ter comprometimento. Amar é, voar sem asa, e porque amar é acolhimento, "amar é mudar a alma de casa MÁRIO QUINTANA
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Bodas de Prata do casal Maria Myrths e JosĂŠ Fernando, 2 de dezembro 1972
Nas festas de Tito Lima (pessoa que realizava festas grandiosas, com bailes e orquestras) passavam a noite inteira dançando, tanto ele como a Myrths ELVIRA ROMANO, 2015
José Fernando e Maria Myrths sempre no compasso da dança e da vida.
Esse baile era muito comentado, tocava Ray Conniff, mas ela adorava música italiana, mas não lembro o local que era realizado esse baile. Ia também ao baile no Moinho São Jorge onde dançavam a noite inteira VANIA FOGLI, 2015 62
Moça aquinhoada com traços de personalidade forte, de notável beleza, vida estudantil atualizada e virtudes de moça casadoira, foi um colírio aos olhos do jovem José Fernando Medina Braga, também muito bonito, de expressivas qualidades juvenis, profissional qualificado, recém retornado de escola da aeronáutica carioca, que a desposou por sentimento de amor natural, o qual prevaleceu diariamente vida adentro, como notavam seus filhos e todos os seus amigos próximos. YARA LEWANDOWSKY, 2015
José Fernando e Maria Myrths e a aleågria de viver.
JosĂŠ Fernando e Maria Myrths no dia do casamento de Maria Beatriz, 6 de abril de 1973
Veio então o casamento da Beatrizinha e os pais prepararam uma casa bem pertinho para a nova família que nascia. Lá nasceram sob os cuidados de vovó Myrths e vovô Fernando, Fernando, José Romano Netto (Zeca) e Milena GLORITA CALDAS, 2015
Maria Beatriz ladeada pelos seus pais José Fernando e Maria Myrths no dia de seu casamento, 6 de abril de 1973
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Aniversário de oitenta anos de João Setti, 1978 | 1. Um abraço carinhoso entre pai e “filho” José Fernando | 2. Maria Myrths dança com seu pai João na festa de aniversário | 3. João Setti e seus irmãos: Dante, Mario, Adelelmo e Josefina
A relação de pai e filha era muito calma, o seu João Setti a chamava de Filhota VALDA FRANÇA, 2015
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A Myrths é uma grande filha, uma grande esposa, uma grande mãe e grande avó VALDA FRANÇA, 2015
Aniversário de 80 anos de João Setti, 1978. Da direita para esquerda, a filha, Maria Myrths, João Setti, a bisneta Milena, o bisneto José, Luciana Setti e a neta Maria Beatriz.
O Jardim era o lugar predileto de Maria Myrths. Cuidava dele com carinho e dedicação.
José Fernando e sua esposa, Maria Myrths, nos jardins da residência da família, 11 de agosto de 1978.
José Fernando com a filha, Maria Beatriz, e sua esposa, Maria Myrths, nos jardins da residência da família, 11 de agosto de 1978
Gostava de plantas e de jardinagem ELVIRA ROMANO, 2015
Flores, gostava de todas as flores, por isso que ela tem um jardim imenso ÂNGELA, 2015
Maria Myrths e sua neta Milena. 11 de agosto de 1978
José Fernando e sua esposa Maria Myrths e os netos Fernando (Nando), José (Zeca) e Milena nos jardins da residência da família. 11 de agosto de 1978
Bodas de Diamante do casal Antônio Braga e Olga Medina Braga, 1983 | 1. Sentado em primeiro plano ladeando o violinista, os casais Antônio e Olga; José Fernando e Maria Myrths | 2. Casal Antônio Braga e Olga Medina Braga | 3. Casal Antônio Braga e Olga Medina Braga ladeado pelo filho José Fernando e sua esposa Maria Myrths
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Fam铆lia Medina Braga no dia das Bodas de Diamante de Ant么nio e Olga, 1983
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Família Setti no sítio São Jorge em Ribeirão Pires
Organizou toda a família Setti, fazia e organizava os almoços com muito prazer, sempre patrocinou os almoços que eram maravilhosos e com muita gente presente… Ela gostava de fazer vatapá no Dia das Mães. Esse vatapá da tia Myrths ficou famoso. O tio Fernando a chamava de Mirtoca e ela dizia a ele, “tenha modos Fernando”, ele agitava, ele era sensacional, mas ela sempre na liderança com classe, um nasceu para o outro. VANIA FOGLI, 2015
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Da esquera para a direita, Dirce e Murilo Caldas, José e Lili Balieiro, Lili, bisa Eulália (Lalá), Djalma e Regina Caldas.
Sempre ativos e comandantes de uma 3ª geração, a família Setti Braga segue nos orientando com o lema “Conviver, Ajudar, Compartilhar a Amar,” lutando sempre por seus ideais.
Vó Lala casou-se com Vô Aníbal e enviuvou aos 39 anos, mas Vó Olga teve a seu lado, ao longo da sua vida, nosso querido Vô Tonico, que somou sempre com sua serenidade e sabedoria. Por um lado, Fernando e por outro Dirce, primos que continuaram esta ligação. A vida seguiu unindo com seus pares, Myrths e Murilo, reais companheiros de vida. Me lembro bem que tinham um ritmo tão diferente, que pasmem, até dava muito certo. Era a calma versus a pressa, a ansiedade x a serenidade, a ponderação x a impulsividade… e assim encontravam o meio termo para conviver em família e profissionalmente, até na Empresa Auto Viação ABC, onde construíram outra história. E assim seguiram juntos… na vida, no trabalho, na alegria, na tristeza, nas lutas e conquistas… pessoas ímpares. Eu, Regina Maria, e meu irmão, Luiz Antônio, crescemos juntos com João Antônio e Maria Beatriz, temos muita história para contar dos nossos momentos nas casas dos avós, ora Santo André, ora São Bernardo, desfrutando ainda por uns anos a presença de Sr. João e Dona Luiza, pais de Myrths, presenças também preciosas nas nossas vidas. Corríamos e brincávamos juntos nos quintais e chácara dos avós, Américo Brasiliense, em São Bernardo, e Av. Industrial, em Santo André, desfrutando também dos maravilhosos quitutes preparados em cada uma das casas pela Vó Olga, Lala e Luiza!
REGINA CALDAS, 2015 73
Primeira Comunhão dos netos Fernando, José e Milena em 15 de dezembro de 1985. Em primeiro plano: Fernando, Isabella, José, Fabrizio e Milena. Ao fundo Maria Myrths, José Fernando e Maria Beatriz. Sítio em Ribeirão Pires
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José Fernando e Maria Myrths dançando na festa das Bodas de Rubi do casal, 4 de dezembro de 1987
Bodas de Rubi de José Fernando e Maria Myrths. Na foto, o casal acompanhado de Jorge Marcos de Oliveira, Bispo da Diocese de Santo André, 4 de dezembro de 1987
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Família Setti Braga no dia das Bodas de Rubi. Da esquerda para a direita: José Fernando, Milena, Maria Myrths, Isabella, Giuse Menta, João Antônio, Maria Beatriz, Zeca, Miguel Romano, 4 de dezembro de 1987
Murilo, Maria Myrths, Dirce, José Fernando e Léa Albuquerque Carneiro no dia do aniversário de 60 anos de Fernando, 1986
Fernando, como empresário: extremamente ético. Comandante de inúmeros empregados, participava do bem-estar de todos seus subalternos, a quem considerava seus amigos, atendendo as necessidades em qualquer esfera, até dentro do núcleo familiar dos mesmos. Foi sempre considerado por eles um segundo pai. Foi irretocável. MARIA BEATRIZ BRAGA DEL REY 78
“A verdadeira felicidade está na própria casa, entre as alegrias puras da família” LIEV TOSTOI
Aniversário de 60 anos de Fernando. Em primeiro plano os netos: Milena, Fernando, Fabrizio, Isabella e José, 1986
Fernando como marido, pai e avô: amantíssimo de sua prole. Dedicação total à mulher, filhos e netos. Proveu seus descendentes de atenção, amor, carinho, exemplos, valores morais, intelectuais e materiais para que nada lhes faltasse em segmento algum. Regou com exemplos magníficos todos o que nasceram dele e da Myrths MARIA BEATRIZ BRAGA DEL REY 80
Vania Fogli, João Antônio, Inah Braga, Sergio Cirino, 1973
Uma coisa marcante da tia Myrths é o seu jeito que é uma marca: sinceridade, honestidade, carinho, a maneira como fala com as pessoas sempre de forma natural e calma, nunca levantou a voz até hoje no mesmo ritmo, fina, educada, a mesma maneira de falar, como foi à vida inteira. No início ajudava o tio Fernando, depois o trabalho era mais em casa, mas ajudou muito o tio Fernando, foi uma big mulher. Era muito estudiosa, inteligente e disciplinada. Gosta de jóias, arte, antiguidades.
Lembrou-se que era muito amiga e confidente do primo Fernando que lhe falou sobre a namorada Myrths pedindo que os acompanhasse num passeio programado, pois a namorada não tinha uma irmã que pudesse convidar e, naquele tempo, os namorados não podiam sair sozinhos...ela não só aceitou como tornou-se grande e dedicada amiga da Myrths acompanhando-a sempre que necessário. Inah casou-se alguns anos antes do primo com Sergio Cyrino da Silva.
VANIA FOGLI
INAH BRAGA, 2015 81
Avenida José Fernando Setti Braga
Maria Beatriz, Maria Myrths e João Antônio na inauguração da avenida cujo nome homenageia José Fernando Medina Braga. Santo André, 28 de setembro de 1996
“Não existe grandeza onde não há simplicidade, bondade e verdade” LIEV TOSTOI
Da esquerda para direita: Milena, Fernando, Miguel, Maria Beatriz, João Antônio, Isabella, Fabrizio, Maria Myrths e José Romano (Zeca).
Maria Myrths rodeada pelos netos adolescentes. Da esquerda para direita, Isabella, Milena, Fernando, JosĂŠ, Fabrizio.
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Aniversário do Fernando (Nando), 22 de setembro de1995. Acima, da esquerda para direita, Maria Myrths, Nando, Milena e José Romano (Zeca).
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Vó Myrths, quando íamos ao cinema, ao teatro, ela pegava a bolsa e a carteira e entregava o dinheiro para mim, eu gostava muito. Lembro: de cavalo, dos passeios aos domingos, de sair de carro; eu deitava no colinho dela, ela fazia cafuné. Ela sempre me chamou de Nando, ia no meu quarto, conversava comigo, bastante coisa… gostava quando ela fazia pudim para mim… Um beijo e um abraço bem apertado, Vó Myrths, eu te amo e te adoro muito. NANDÃO
Aniversário do Fernando (Nando), 22 de setembro de1995. Da esquerda para direita: Milena, Fabrizio, Maria Myrths, Isabella, Maria Beatriz (Balá) e Maria Myrths.
Extremamente receptiva aos inúmeros amigos. Distribui carinho a todos que a procuram, além de proporcionar a todos uma hospitalidade ímpar; todos recebidos no mais alto estilo da elegância, que sempre foi sua constante. Elegante em tudo. Muito culta, conhecedora de arte, adquiriu para a decoração esmerada de sua casa inúmeras obras de arte, quadros, esculturas, tapeçarias, mobiliários, entre tantos outros itens que foram selecionados por seu faro clínico do bom gosto nas incontáveis viagens pelo mundo. Sua casa é, sem sombra de dúvida, uma residência com um acervo de arte tão rico que, acredito, é raro de ser encontrado em outra propriedade particular (…). Dos Medina Braga sou a última, todos os outros já se foram. Como sou a última que está viva, meus sobrinhos dizem brincando que sou a tia que eles mais gostam… paciência, eles estão sem escolha… só lhes resta esta tia. São maravilhosos. Brincadeiras saudáveis entre pessoas que se querem bem. Titia orgulhosa. Myrths, você continua sendo a matriarca, merecedora desse título que, nós da família, lhe conferimos. Desempenha o título com perfeição, como sempre o fez. Obrigada por existir entre nós. Obrigada por ser minha irmã também.
MARIA BEATRIZ BRAGA DEL REY
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Maria Myrths em seu aniversário ladeada pelos netos Isabella e Fabrizio, 1996
Maria Myrths em seu aniversário ladeada pelos filhos Maria Beatriz e João Antônio, 1996 Maria Myrths e seus primos, Danilo e Rosali Setti, 1999
Acima, Família Setti: Maria Myrths, João Antônio, Raul Setti, Ana Rosa Setti Ozores, Mario Setti Netto, Viviane Setti, Marcos Setti Ozores, Gustavo Setti. Ao lado, Maria Myrths e Terezinha Setti Ozores (Didi)
Minha melhor história com a D. Myrths foi logo no começo do relacionamento, (há 18 anos) quando da 1ª visita a casa dela, para buscar a Bia para sair. A D. Myrths veio falar comigo muito séria e disse: – Olha André, se meu marido fosse vivo ele é que estaria tendo esta conversa com você, mas como ele já não está mais entre nós, eu quero saber quais suas intenções com a minha filha… – As melhores, D. Myrths! Fizemos mais de 49 viagens nos 18 anos seguintes… ANDRE NEUMANN, 2015
1. Maria Myrths no casamento de Maria B Neumann | 2. Maria Myrths e André Neu
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Ao llado, aniversário de Maria Myrths, 1998. Da esquerda para direita, André Neumann, Maria Beatriz, Maria Myrths, Silvia, João Antônio. Abaixo, Maria Myrths comemora seu aniversário, rodeada por toda sua família, 1998.
Beatriz e André umann
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Nós temos uma intimidade muito grande, desde o casamento eu convivo com a Myrths. (…). Viajamos muito, sempre com muitas pessoas. Ela pensava em tudo. Sempre teve bom gosto em fazer tudo. (…) Sempre foi vaidosa, gosta de coisas bonitas, o que queria ela comprava, era muito caridosa NEIDE SETTI, 2015 Aniversário de Maria Myrths, 1998 | 1. Myrths rodeada por toda sua família | 2. Maria Beatriz, Mary Setti e Maria Myrths | 3. Neide e Evaristo Setti com Maria Myrths | 4. Da esquerda para direita: Dirce Caldas, Myrths, Silvio, Claudia e Regina Caldas
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Comandante de uma Nau que, guiada pelos grandes valores morais e cristãos, exemplificou e construiu uma história de vida ímpar, repleta de amor, compreensão, fortaleza. Maestrina de uma Orquestra das mais afinadas, com tons, acordes e melodias preciosas e doces a qualquer plateia. Símbolo da bondade, elegância e fineza sem comparações! ” REGINA CALDAS, 2015
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Glorita Caldas, Maria Myrths, Regina Caldas e Claudia Caldas comemoram aniversário de Myrths, 2001
Estudiosa, interessada em tudo ao seu redor, desenvolveu uma mente brilhante. Seu interesse genuíno pela família e amigos, fizeram dela uma pessoa que nunca conheceu a solidão. Presenciamos as mais lindas festas e jantares incríveis que o casal Myrths e Fernando propiciaram aos amigos e parentes queridos. Ela dividia comigo seus planos para o museu da família, nos fundos de sua casa, para o qual, Constância, minha irmã, e eu, colaboramos com alegria”. Receba Myrths, nosso carinho maior, nossa admiração e saiba que seus exemplos no seu proceder em sua vida, valem e valerão para as gerações futuras e valem para nós todos, querida prima amiga de nossos corações. Com amor. GLORITA E LUIZ ANTÔNIO, 2015 92
Tinha um jornalista em São Bernardo, o Tito Lima que todo ano no dia 20 de agosto fazia uma festa, onde elegia as 10 mulheres mais elegantes do abc e a tia Myrths ganhou durante 10 vezes seguidas junto com minha mãe. Era uma festa linda com entrega de troféu, todos os anos ela ganhava troféu. Tia Myrths sempre elegante, impecável VANIA FOGLI, 2015
Acima, João Antônio dançando com Maria Myrths na festa de aniversário de 76 anos de Myrths, 2001 Ao lado, Beatriz, João Antônio e Maria Myrths no aniversário de Myrths, 2001
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Com o tino comercial no sangue de ambos, Myrths e Fernando, fizeram uma parceria movida às metas, superações, adaptações de atualidade ao transporte público. Sanearam e consolidaram seu patrimônio e, ao mesmo tempo, eram atentos ao amadurecimento dos filhos, mantendo-os próximos à seara familiar dos negócios. YARA LEWANDOWSKI, 2015
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Aniversário de oitenta anos Maria Myrths, 2005. Aniversário de 80 anos de Maria Myrths | 1. Maria Myrths | 2. Em primeiro plan, Elvira Romano, Atrás, Maria Beatriz, Regina Caldas, Maria Myrths e Valda França | 3. Maria Myrths ladeada pelos filhos, Maria Beatriz e João Antônio Na página anterior, Myrths, João Antônio e Maria Beatriz no lançamento do livro “Tradição e Qualidade a História da Auto Viação ABC”, 9 de setembro de 2000
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Casamento de Nilson Strazzi Filho e Milena Braga Romano, 2009. Da esquerda para direita, JosĂŠ Romano, Maria Myrths, os noivos, Maria Beatriz, AndrĂŠ Neumann, Nando e Daniela Romano Pelosini
Maria Myrths, Maria Beatriz, Fernando, Milena, JosĂŠ Romano. Casamento de Nilson e Milena, 2009
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