Kacau tiamo calor latente #4 indomável #1

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Indomรกvel LIVRO 1

KACAU TIAMO


Copyright © 2015 Kacau Tiamo Capa: Jéssica Gomes Revisão: Ana Aguiar Diagramação Digital: Katia Caumo Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos são produtos da imaginação da autora. Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência. Todos os direitos reservados. É proibido o armazenamento e/ou a reprodução de qualquer parte dessa obra, através de quaisquer meios — tangível ou intangível — sem o consentimento escrito da autora. Criado no Brasil.


AGRADECIMENTOS Agradeço especialmente às minhas Pimentinhas, pois sem vocês nosso Leãozinho demoraria muito para sair, o empenho de vocês nesse presente lindo (que uso muito) foi de um valor inestimável. Nunca me esquecerei do que fizeram por mim. Esse gesto de amor e união ficará para sempre em meu coração e em minha memória. À Sheila Pereira, me incitando a continuar sempre com suas montagens lindas... À Cássia Maria, com suas artes maravilhosas... e à todas que me incentivam diariamente com seus comentários lindos! Meu obrigada mais que especial para minhas miguxas do coração, sempre comigo em todas as horas... F. Bittencourt, Karoline Gomes, Deisi Riewe, Alexsandra Peres, Marina Peres (Cotinha), Dani de Mendonça, Kelly Faria, Erica Pereira, Luciana Ferreira e Gisele Melo, Andreia Calegari, Graziela Lopes, Helena Costa, Lilia Britto, Luana Silva, Luciana Rangel, Mônica Menezes, Diana Camêlo, Ionara Carvalho, obrigada por me aturarem dia e noite, vocês moram no meu coração. Agradeço também a minha capista, The Flash, que nunca me deixa na mão, super paciente e talentosíssima Jessica Gomes e ao cuidado todo especial da minha revisora Ana Aguiar, que aprontou nosso Leãozinho em tempo recorde e tão próximo às festas de final de ano. Meu muito obrigada a todas vocês também que prestigiarão meu trabalho, lendo e apaixonando-se por Bruno, o mais solitário dos quatro lobos... Bem, depois de tantos agradecimentos, vamos começar nossa história! Como sempre, apreciem sem moderação! :D


SUMÁRIO Capítulo 1 Capítulo 2 Capítulo 3 Capítulo 4 Capítulo 5 Capítulo 6 Capítulo 7 Capítulo 8 Capítulo 9 Capítulo 10 Capítulo 11 Capítulo 12 Capítulo 13 Capítulo 14 Capítulo 15 Capítulo 16 Capítulo 17 Capítulo 18 Capítulo 19 Capítulo 20 Capítulo 21 Capítulo 22 Capítulo 23 Capítulo 24 Capítulo 25 Capítulo 26 Capítulo 27 Capítulo 28 Capítulo 29 Capítulo 30 Capítulo 31 Capítulo 32 Capítulo 33 Capítulo 34 A Autora Contato Outras obras na Amazon CALOR LATENTE INEVITÁVEL INCONDICIONAL CAMINHOS DO CORAÇÃO


Capítulo 1 Estar aqui, entre meus amigos e suas famílias, me faz pensar em ter a minha própria. Os gêmeos de Rick e Jess estão fazendo um ano, Theo e Pam estão babando na pequena Giovanna que está com duas semanas. Bem, não só eles, todos estão babando na pequenina. Os gêmeos têm um pouco de ciúmes da bebezinha, pois eles eram os únicos bebês de todos e isso está sendo divertido de se ver. Adoro crianças e esses três são a minha paixão. Vi todos nascerem. O que também é esquisito, pois já vi “as partes” das mulheres dos meus amigos, que são como irmãos para mim, o que me faz tio dos pequenos. Tio... Isso remete à família. A minha está muito longe e não nos falamos há tanto tempo que não faz mais sentido ir atrás. Quem sabe um dia quando eu tiver a minha própria, eu os leve para conhecer meus pais e o resto do pessoal. E lá estou eu, pensando em ter minha família novamente. Exasperado com essa constatação, passei a mão pelo rosto e prendi meus cabelos num coque. Essa coisa de amor não é para mim. Nunca senti nada a mais por ninguém. A não ser por essas pessoas que hoje são minha família, e faria qualquer coisa por eles, nunca senti nada. Acho que a minha menina perfeita não existe. Preciso de um tempo no clube. Dominar é minha outra paixão. Ter uma mulher ao meu dispor e saber que ela fará o que eu mandar, me deixa com muito tesão. Amo as mulheres, seus corpos, seus gemidos, suas bocetas macias e molhadinhas... Mulheres de todos os tipos, desde que tenha uma boceta e um par de seios... não esquecendo da boca... Quando estão ajoelhadas na minha frente, chupando meu pau e me olham com aquele olhar carente e suplicante, como se dissessem: ”Me dê sua porra, quero cada gota.”... Caralho, isso é demais! Sou um safado, sem vergonha e tarado. Amo dominar essas capetinhas. Porra, por que fui pensar nisso? Agora estou com uma ereção do caralho, no meio de uma festa infantil! ! ! Uma coisa era certa, na minha primeira folga, eu iria ao bar. – Ei, Brunão, tudo bem? – Guilherme perguntou, sentando-se ao meu lado. – É, tudo indo. Como está indo com a fertilização? Guilherme e Ella tinham ido ver os detalhes para ter um bebê, com os óvulos congelados dela e eu me preocupava muito com o lado emocional dos dois, pois não era fácil enfrentar essa situação. – Vamos fazer o primeiro implante em alguns dias. Sempre tem aquele nervosismo, sem saber


como vai ser...– ele entrelaçou os dedos, brincando com os polegares. Dei um tapa em seu ombro. – Relaxa, vai ser o que tiver que ser. Vocês merecem ter sucesso nessa empreitada e vão ter. E já sabe que, precisando desabafar, eu estou aqui. – Valeu cara, eu sei que posso contar com você. Queria ter a sua certeza. Mas vamos tentar mesmo com medo do que possa acontecer ou no caso, não acontecer. – Eu estava pensando em ir ao bar na minha próxima folga. O que acha de chamar todos? Faz tempo que não nos reunimos e bem, você sabe, as mulheres de vocês adoram. –Não sei, cara, Pam ainda está no resguardo e, com certeza, não poderá ir. Só se conversarmos com Theo e Rick e marcamos para depois que ela for liberada. O pobre do Theo deve estar subindo pelas paredes! Foi impossível não rir, só em pensar no coitado, esse tempo todo só no cinco contra um. – Fechado. Fala com eles e depois me avisa. Será que falta muito para cortarem esse bolo? Estou louco pra atacar os doces! – Cara, você só tem tamanho! Devia tomar juízo, cortar esses cabelos, arrumar uma boa mulher e se casar. Só falta você. – Há há, até parece. Não tem aquelas mulheres que ficam pra titias? Eu vou ficar pra titio, só curtindo. A minha vida e os filhos de vocês. Isso não é pra mim, cara. Eles sempre implicaram com meus cabelos, mas eram parte de mim e eu adorava. Com meus dois metros de altura e minha cabeleira selvagem, as mulheres enlouqueciam. Ainda mais quando eu andava sem camisa. Eu passava muito tempo trabalhando e o restante eu dividia entre malhar, cuidar do bar e fazer sexo, muito sexo. Minha cabeleira era um chamariz para mulheres. Diziam que eu parecia selvagem e tentavam me domar. Mas como os caras insistiam em dizer, eu era o indomável do grupo. – Vamos lá na cozinha, roubar uns doces? – eu sabia que Guilherme estava louco para atacar também, os doces da Jess eram viciantes! Fomos andando disfarçadamente até a cozinha e encontramos uma bandeja de brigadeiros, separada das demais. Atacamos os doces e pegamos um pouco de suco na geladeira. – Bonito, hein? – Ella falou alto atrás de nós e, no susto, nos engasgamos com o brigadeiro. Ella começou a rir de nós e depois de alguns tapas nas costas, rimos também. Ella sentou-se no colo de Guilherme e nos ajudou a acabar com a bandeja de docinhos. – Caramba, não guardaram pra gente?– Pam chegou na cozinha, escoltada pelo Theo. – A Gigi dormiu. Vim repor as energias com alguns docinhos. A Jess faz doces como ninguém! – Vi todo mundo se esgueirando pra cozinha, o que vieram fazer aqui?– Jess perguntou, da porta.


Rapidamente escondi a bandeja atrás da cadeira. – Viemos roubar uns docinhos, mas quando chegamos aqui esses três já tinham acabado com todos os reservas. – Pam nos dedurou. Jess fez cara feira para nós e veio pisando duro. Abriu um armário próximo e retirou mais uma bandeja de docinhos variados. – Pronto. Depois de tantas festas com vocês, eu sabia que isso acabaria acontecendo, então fizemos a mais – ela abriu um sorriso e todos suspiramos aliviados. – Ouvi falar em roubar docinhos? – Rick chegou, abraçando Jess pela cintura, estendendo o braço e enchendo a mão de brigadeiros. – Ah, vocês são fogo viu! Pega mais uma bandeja ali, amor. Eu também vou querer! Estávamos todos conversando e brincando com o assunto dos doces. Olhei para cada um dos meus irmãos, que estavam agarrados em suas mulheres, elas entraram de mansinho em minha vida e me aceitaram como eu sou. Eu amava essas pessoas!


Capítulo 2 Depois de cantarmos parabéns para os meninos e de mil e uma fotos, chegou a hora de ir embora. Relutei em deixar todos, mas eles tinham suas casas para voltar e suas mulheres para mimar. Então fui para minha casa também. Chegando, tomei um banho, a bagunça e o barulho da festa ainda estavam em meus ouvidos, contrastando com o silêncio do ambiente. Eu precisava de conforto e carinho, alguém que se importasse realmente comigo e que fosse uma boa companhia. Só consegui pensar na Anne. Se os caras imaginassem uma coisa dessas, eu seria zoado pelo resto dos meus dias. Respirando fundo, liguei o note. Eu precisava dela hoje à noite. Entrando na rede social, a luzinha dela estava verde. Suspirei, mandando uma mensagem. – Boa noite, Anne. Logo veio a resposta. – Boa noite, Leãozinho. Como você está? – Indo. Como foi seu dia? – Tudo certo, mas você não me parece bem – ela sempre parecia perceber meu estado de espírito, somente com algumas palavras minhas. – Estou me sentindo sozinho, nesse apartamento enorme… – desabafei. – Bem, eu estou aqui pra você – e colocou uma carinha feliz. Essa carinha feliz, me fez imaginar que ela estava fazendo exatamente essa carinha e isso já me fez sorrir. Conversamos um pouco por ali e era como se ela estivesse ao meu lado, uma coisa meio louca de se entender. Com Anne, eu podia ser eu mesmo, contar meus segredos, minhas conquistas, fossem elas no trabalho ou com as mulheres mesmo, ela ria e se divertia comigo. Me incentivava ou me puxava a orelha e eu adorava tudo isso. Se era possível ter amizade com uma mulher? Bem, há anos eu e Anne éramos amigos virtuais. Eu me preocupava com ela e ela comigo. Uma amizade gostosa. – Pimentinha, que bom ter você em minha vida – mandei mensagem de voz, algumas horas mais tarde. – Vou dormir, amanhã entro cedo no trabalho. Bons sonhos. – Ok, beijos Leãozinho. Ah, não some. Eu me preocupo. – Pode deixar. Beijos e até mais. Amanhã à noite eu entro de novo. Desliguei o note. Acho que se fosse para ter uma mulher comigo todos os dias seria a Anne. Com ela eu conversava por horas, sem ao menos perceber o tempo passar. Coloquei o note no chão e


pensando nela, dormi. Acordei suado, no meio da noite. Que sonho filho da puta! Eu e Anne transando como animais, eu ouvia seus gemidos ainda, meu pau duro estava latejando. Não tive alternativa, a não ser bater uma pensando nela. Caralho, como isso? A punheta mais deliciosa da minha vida, imaginando a Anne, gordinha montada em mim. Deus! Me limpei com a camiseta e joguei no chão. Isso não era certo. Não com Anne. Ela estava acima disso tudo. Ou não? Fiquei tão perturbado com isso que não consegui mais dormir. Liguei o note e reli algumas de nossas conversas. Quente como o inferno! Como eu nunca percebi? Será que ela me queria? Não, eu não posso pensar nela assim. Arranquei a cueca e fui tomar um banho. Gelado! Fui mais cedo para o hospital, faria uma hora por lá e pegaria alguma daquelas enfermeiras que viviam me dando bola, eu precisava de sexo real, depois daquele sonho maldito. Chegando à sala de descanso dos enfermeiros, a Dani estava por ali, sentada num sofá, com uma xícara de café nas mãos. Ignorando todos os sofás disponíveis, me sentei ao lado dela, meu corpo enorme tomando todo o espaço restante, ficando encostado da coxa aos ombros dela. Então abri meu braço, estendendo no encosto do sofá. – Ei, como foi a noite?– perguntei, puxando papo. – Uma correria daquelas, estou estressada! – ela respondeu. – E exausta – suspirou. – Encoste aqui – ofereci meu peito. Ela sorriu e se recostou em mim. Comecei a acariciar seus cabelos e fui descendo, acariciando seu braço, massageando, até que ela soltou um gemido leve. Com a outra mão, elevei seu rosto, pelo queixo, para que me olhasse. Encarei aqueles olhos lindos e cheguei perto. Bingo! Ela entreabriu os lábios, pedindo para ser beijada. Encostei minha boca na dela e a beijei, acariciando seu corpo todo. Ela estava entregue e não se opôs a uma carícia mais ousada, quando minha mão escorregou para dentro de sua calça. A puxei para cima de mim e ela se encaixou em meu corpo, enfiando as mãos em meus cabelos, aprofundando o beijo. Ela era pequenininha e me levantei com ela em meu colo, levando-a para um dos quartos de descanso. Realizei meu sonho, mas com a Dani. Chupei, acariciei e fodi aquela bocetinha com vontade e a fiz gozar diversas vezes até que eu estivesse satisfeito. A limpei e lhe dei um beijo de adeus. Juntei as camisinhas descartadas e fui para o vestiário,


tomei um banho e coloquei meu uniforme. Agora sim, eu estava pronto para mais um dia de trabalho. Mas a sombra de Anne ainda estava em minha mente. Eu adorava meu trabalho na oncologia. Por vezes angustiante, mas a parte da oncologia infantil era realmente gratificante, ainda mais quando fazíamos recreação com as crianças. A faculdade de educação física era muito útil ali. Adorava ver a felicidade naqueles rostinhos tão sofridos. O câncer é uma doença ingrata e, na minha opinião, as crianças não deviam passar por isso, um dos motivos pelo qual escolhi ser enfermeiro pediátrico e também da oncologia. Aquelas pestinhas me adoravam e toda vez que eu ia aplicar a medicação, o sorriso em seus rostos aparecia, pois se lembravam das brincadeiras da hora da recreação. Com meu tamanho e com a minha cabeleira, eu era inconfundível e sempre fazia jus ao apelido que Anne me deu, de leãozinho e deixava a juba solta durante a hora da brincadeira. Anne novamente, rondando minha cabeça. Suspirei e entrei no centro de enfermagem da oncologia, verificando o quadro e as fichas. Tentaria não pensar mais nela e ficaria uns dias sem falar com ela também. Quem sabe com essa distância, ela saísse da minha cabeça. Assim, meti a cara no trabalho e me dediquei aos pacientes. À noite quando cheguei em casa, o silêncio me envolveu e minha mão coçou para pegar o note e falar com ela. Aquilo tinha se tornado um vício e eu nem havia percebido. Passei a mão pela minha barba que estava comprida demais. Prendi meus cabelos num coque, peguei uma cerveja, meu violão e fui para a rede, na sacada. Bem longe do note e de Anne. Comecei a dedilhar as cordas do violão e quando percebi estava tocando a música tema de Game of Trones... eu estava mesmo pra baixo... Terminei a cerveja e toquei mais algumas, observando o céu estrelado. O balanço da rede e a cerveja, me deixaram sonolento. Me levantei bocejando e me larguei na cama, do jeito que estava.


Capítulo 3 Acordei cedo. Hoje só trabalharia à noite, mas não tinha jeito de dormir até mais tarde. Arrumei minha mochila para a academia. Olhei em volta, procurando as luvas que usava para treinar e meus olhos caíram sobre o note. Será que ela tinha entrado ontem? Eu havia prometido falar com ela. Não me aguentando de curiosidade e de vontade de ter algum contato com ela, peguei o notebook e liguei. Entrei na rede social, mas tomei o cuidado de ficar invisível para todos. Abri o chat e tinha uma mensagem dela. Na hora já marquei como não lida, para que ela não percebesse que eu tinha visto. “Oi leãozinho, fiquei te esperando até agora. Vou dormir, estou com saudades. Beijo e espero que você entre amanhã e me explique o porquê de ter me deixado na mão. Adoro você. Até mais.” Que vontade de responder! Mas não, eu precisava de distância disso. Quem sabe eu não respondendo a coisa esfriasse e até mesmo que ela me esquecesse. Se bem que quanto mais eu tentava ficar longe, ficava mais importante saber dela. O que eu mais queria era passar horas conversando com ela. Caralho, ela fazia eu me sentir tão bem... Esperaria mais uns dias. Isso passaria, essa vontade louca de falar com ela passaria. Suspirei, fechando o note. Olhei a hora e já eram quase 10 da manhã. Peguei minha mochila e fui para a academia, sem a luva mesmo, essa merda devia ter saído andando, não era possível. Em minutos cheguei na Swanson Fitness Club, a academia que de certo modo era minha também. Uma pequena parte, mas era. Rick, quando resolveu abrir a academia, me chamou e ofereceu uma porcentagem de tudo, em troca de meu nome como sócio, pois para abrir uma academia, você precisa ser formado em Educação Física e como eu era, entrei nessa. Ele era um irmão para mim e nunca negaria uma coisa dessas a ele, eu não queria parte nenhuma, mas ele fez questão. Além do que, confiava em seus instintos para os negócios e realmente eu não havia me enganado. A academia era um sucesso. Lá estava eu, treinando, quando Jess e Rick chegaram. Jess deu um beijo em Rick, que ficou acariciando o rosto dela, dando pequenos beijinhos enquanto falava alguma coisa que a fez sorrir. Então ele foi para o escritório e Jess foi para a esteira, começar seu aquecimento. Aquela demonstração de carinho, me deixou com o peito doendo, e um vazio dentro de mim. Eu sabia muito bem do que estava sentindo falta. Minha Anne era como Jess, toda cheinha, pele branquinha ... as duas poderiam ser irmãs, de tão parecidas. A diferença estava nos cabelos, os de Anne eram mais compridos e com umas mechas douradas.


Por que essa fixação com Anne agora? Éramos amigos há tanto tempo, por que agora, cacete! Descontei a minha frustração no exercício, me acabando de tanto malhar. Cheguei em casa, comi alguma coisa e, depois de um banho, me atirei na cama. Acordei com o despertador. Já estava na hora de ir para o hospital, eu tinha apagado por horas! Coloquei uma roupa e fui para o trabalho, no pior mau humor do mundo. Assim foi, durante uma semana. Quando não estava no trabalho, estava me acabando na academia. Olhava as mensagens de Anne, que estava ficando cada vez mais irritada com meu sumiço. E preocupada. Nunca fiquei tanto tempo sem falar com ela. O que me pareceu uma boa ideia, estava se mostrando um enorme erro. Como sempre, eu acordei e abri o note, para olhar se tinha alguma mensagem dela. E não gostei do que encontrei. "Eu nunca virei as costas pra você! Quando você precisou eu estive aqui. Todas as vezes. A hora que fosse! Quantas madrugadas passei com você, trocando mensagens ao celular? No computador? Quantos conselhos? Quantas conversas nós tivemos e eu te apoiei, ajudei, estive ali pra você? E você simplesmente some assim? Você dá valor ao que temos? Não, porque você só quer o que você não pode ter! Quanto mais impossível, mais você quer e luta por isso. Acho que eu vou fazer isso também. Ficar inacessível! Quem sabe, né? Estou indo embora... quando você entender que eu gosto de você pelo que você é e não pelo seu físico, dinheiro ou sei lá mais o que, você sabe onde me encontrar! Como dizem, você um dia vai ver que perdeu a lua, enquanto admirava estrelas. Adeus, Bruno. Sua Pimentinha” Eu tinha ido longe demais. Fechei o note com força e larguei ele por ali. Que vontade de quebrar tudo! Coloquei minha roupa, agarrei a mochila e fui para a academia. Me entreguei ao treino. Quase no final, Rick chegou perto de mim e, com uma cara preocupada, me encarou e disse: Cara, vai transar. Você vai acabar se machucando, com tanto exercício. Me deu um tapa no ombro e se foi. Ele tinha razão. Desde que peguei a Dani no hospital, eu não tinha feito nada. Voltei para casa e liguei para o serviço de acompanhante. Eu os usava como delivery. Ligava, fazia meu pedido, especificava como queria e um pouco depois, a comida chegava na minha porta. Hoje eu queria alguém como Anne. E me mandaram a Karol, uma morena de seios fartos e quadris largos. Ela mal chegou, já agarrei, encostando-a na parede. Eu estava louco para foder e aquela gordinha gostosa era tudo o que mais queria. Fui subindo seu vestido, passando as mãos pelas suas coxas roliças, desvendando sua barriguinha e finalmente seus peitões. Caí de boca neles, sem pensar


duas vezes. Karol gemeu e se entregou completamente a mim. A comi ali mesmo, encostada na parede, depois no sofá, apoiada no encosto, virada com a bunda para mim. Depois de satisfeito, a ajudei colocar sua roupa, paguei e ela se foi. Meu corpo estava satisfeito, mas minha mente não. Eu ainda queria o que não podia ter! Frustrado, fui trabalhar. Pelo menos no trabalho eu não pensava nela, pois tinha que me concentrar nos pacientes. Eu não podia cometer nenhum erro, nunca. Vidas dependiam de mim e eu me entregava ao que fazia.


Capítulo 4 Saí do trabalho, ainda frustrado e fui direto para um barzinho, que ficava cheio sempre. Encostei no balcão e pedi uma cerveja. Me sentei em um dos bancos e fiquei olhando o povo chegando, conversando, rindo, indo embora e eu ali, no balcão, enchendo a cara. Depois de não sei quantas cervejas, me levantei para ir ao banheiro e percebi que estava muito bêbado, o bar todo estava girando. Por sorte consegui chegar lá e fazer o que tinha que fazer, com uma mão apoiada na parede, para não cair. Lavei as mãos e joguei água no rosto, para ver se eu melhorava. Voltei para o salão do bar, meio cambaleante e Rick estava ali, apoiado no balcão. –Cara o que você está fazendo? Mandei você ir transar, não encher a cara! –Como você me achou? – as palavras saíram da minha boca de forma estranha. Ri com o som delas. Eu estava falando engraçado. – O Marcos, lá da academia, te reconheceu e me ligou. Ele ficou prestando atenção e quando viu que você pediu a décima cerveja, me ligou. – Eu sou forte, sou grande, aguento mais que isso! Caralho eu estava realmente bêbado. – Vamos lá, eu te levo pra casa. Veio de moto? – Rick estendeu a mão pedindo a chave. Cacei em meus bolsos a porra da chave. – Não, tô de carro – fui colocar a chave na mão dele, mas tudo se borrou e sei lá como, ele pegou a chave de minha mão. – Bora Tigrão, a bebedeira acabou – ele se enfiou embaixo do meu braço e me apoiei nele, deixando que me levasse. – Tigrão não, Leãozinho. Sou um leãozinho! – eu ria sozinho. –Minha Anne me chama assim... Leãozinho. – Cara, você não tá falando coisa com coisa.– Rick abriu a porta do meu carro e me colocou para dentro. – Que leão e que Anne?– Ele perguntou, dando partida no carro. – Deixa pra lá – encostei a cabeça no banco, tudo rodava – Tá tudo girando – falei rindo. – Brunão, você é um bêbado chato. O que aconteceu pra você encher a cara assim? – Sei lá. Eu não sei o que fazer da minha vida. Não sei o que quero. Não, eu sei o que quero, mas não sei se é certo – tagarelei, sem nem saber do que falava. Fiquei olhando os carros que passavam ao nosso lado até que Rick disse: – Chegamos. Vou te levar lá pra cima. Rick me ajudou a sair do carro e entrar em meu apartamento.


– Valeu cara. Volta pra sua casa. Manda um beijo pra Jess e para os pestinhas. Eu estou bem, vou ficar legal – fiz um sinal com a mão, levantando o dedão. Bem coisa de bêbado mesmo, pensei, rindo novamente. –Vou levar seu carro. Amanhã eu mando alguém trazer. Tem certeza de que vai ficar legal? –Estou bem, cara. Pode ir. Rick saiu e me larguei na cama. O note estava ali e eu não resisti. Abri e como eu tinha virado um stalkeador, a página dela estava aberta e o chat também. Tinha uma música para mim, da Cristina Perri, Jar of Hearts. Meu peito doeu ao ouvi-la, com uma emoção que eu não soube nomear. Sem pensar, mandei uma mensagem. – Oi, Pimentinha – não precisei esperar pela resposta. – Até que enfim apareceu. Eu já estava a ponto de ir bater na sua porta, só para ter a certeza de que você não tinha morrido. –Você nem sabe onde eu moro. – Coisa mais fácil de descobrir – ela colocou uma carinha zangada no final da frase. Coisa mais linda! Sorri e meus dedos voaram pelo teclado. –Eu quero você, Pimentinha. Te quero na minha cama, quero arrancar suas roupas e lamber teu corpo inteirinho. –Tá louco? Ou brincando comigo? Porque isso não tem graça. Você está bem? Porque está falando essas coisas? –Porque eu quero, quero muito te pegar de jeito mulher! Você não quer minha cabeça enfiada no meio de suas pernas? Não quer enlouquecer, agarrada em meus cabelos, pedindo para que eu não pare de te chupar? – ao em pensar isso, já fiquei duro. O jeans apertava meu pau e abri o botão e o zíper, aliviando um pouco a pressão. –Leãozinho, você tá de brincadeira... você bebeu, só pode! Quanto você bebeu? –Um pouco. Caralho, eu não tô brincando. Eu quero provar você, sentir sua carne tremendo no meu pau, sentir ele todo enfiado em você, você sentada nele mexendo gostoso, de costas para mim, esse rabão lindo, meus dedos todos dentro dele, enquanto meu pau se delicia nessa boceta molhada, socando o pau e dedos, virar você de frente pra mim, minha puta safada, sua cara de descarada, rindo pra mim, oferecendo essa língua e eu chupando... – não sei como escrevi tudo isso com uma mão só, porque a outra estava acariciando meu pau, que já estava para fora da calça. – Leãozinho, só de ler isso já fiquei molhada e querendo. Se você estiver de brincadeira comigo, não vou te perdoar nunca. – É sério, me dei conta de que te quero pra caralho. – Você deve estar bêbado. Eu quero tudo isso, mas quero você me dizendo isso tudo quando


estiver sóbrio. Continuei com a sacanagem até ela entrar na minha e responder com vontade. Se achei que aquela punheta sozinho, pensando nela foi a melhor da minha vida, eu estava muito enganado. Liguei a câmera e deixei ela ver o efeito que tinha sobre mim. Eu me masturbei, num show particular para minha Pimentinha. Ela me fez gozar só escrevendo putarias deliciosas. Depois, me fez prometer que dormiria. – Até amanhã, meu Leãozinho, agora você é um pouquinho meu. – Até, Pimentinha – falei, ainda meio tonto e desliguei a câmera. Virei para o lado e com um sorriso satisfeito no rosto, caí no sono.

Ah! Que sonho bom eu tive! Me espreguicei e bati o braço no note. Olhei em volta. Eu estava com o pau para fora, todo sujo de porra seca. CARALHO!!! Aquilo não tinha sido um sonho! Peguei o note e olhei a conversa toda. Puta que pariu! Eu tinha falado tudo aquilo! Cacete! E ela me queria também. Isso não estava certo. Como eu pude fazer isso? Mas estava feito. Eu não me lembrava muito bem o que tinha feito, mas pelo que ela tinha escrito eu tinha me mostrado para ela. Eu precisava de um banho e também trocar a roupa de cama. Não sei como o note tinha ficado ileso, sem nenhum resquício de porra nele, porque o resto... O que eu faria agora? Eu estava bem fodido! Quem mandou eu beber? Me levantei, tirei a roupa da cama, a minha roupa e fui colocar para lavar. Não deixaria a Eliane, a moça que cuidava da limpeza do meu apartamento, ver o estado daquilo. Voltei para meu quarto e fui tomar banho. Aquela porra seca deu um trabalho terrível para sair. Não posso mais fazer isso, não bêbado. Ri da minha desgraça. Pelo menos uma coisa boa eu tinha conseguido com tudo aquilo. Bêbado não tem filtro entre o que pensa e o que diz, falando sempre a verdade, assim eu tive a coragem necessária para dizer tudo o que estava preso em minha garganta. Minha cabeça estava latejando. Enrolado na toalha, fui até a cozinha e, pegando a caixa de suco de laranja na geladeira, tomei um pouco. Levei a caixa comigo e me deitei na rede. O que eu faria agora? Entraria para falar com ela na maior cara de pau? Jesus, eu não sei o que fazer. Meu celular tocou e fui atender. – Cara como você está?– Rick foi logo falando. – Estou bem, com um pouco de dor de cabeça, mas só isso. – Estou com seu carro, caso não se lembre. Fiquei intrigado com o lance do leão e da tal da Anne.


Conversei com Jess e ela acha que você está apaixonado. Meu Anjo é um detector de corações apaixonados. – Não me lembro de quase nada de ontem. Não sei o que disse, mas... – Te chamei de tigrão e você disse que era um leãozinho, que sua Anne te chamava assim. Olha, Jess é boa com conselhos... se quiser conversar com a gente, estamos aqui, cara, pra qualquer coisa. – Não sei o que fazer, mas vou pensar nisso. Deixa o carro aí, vou andando pra academia e pego as chaves com você. Uma caminhada vai me fazer bem. – Você quem sabe. Pensa aí no que te disse, tá bem? – Pode deixar. Até mais. Desliguei e terminei de tomar o suco da caixa. Coloquei a roupa lavada no varal e uma limpa na cama. Eu estava acostumado a fazer as coisas em casa. A diarista vinha duas vezes por semana, mas nesse meio tempo eu mantinha as coisas em ordem. Deixando tudo arrumado, peguei a mochila e fui andando devagar. Será que eu deveria conversar com Jess e Rick? Eu sou um tonto, pareço criança, com medo de mim mesmo...


Capítulo 5 Caminhando devagar pelas ruas, fui pensando no que eu havia feito. Acho que já é hora de me encontrar com Anne ou, pelo menos, vê-la. Pode ser que nossa química não combine e que, vendo-a ao vivo e a cores, a coisa toda desmorone como um castelo de cartas. A vida tem dessas coisas, pode ser tudo ilusão de minha parte, causada pela carência que venho sentindo nos últimos dias. Ela nunca escondeu seu endereço e eu devo ter anotado em algum lugar, de quando mandei flores em seu aniversário. Isso mesmo! Eu vou, fico de longe e sinto o clima. Resolvido, apressei o passo e logo cheguei à academia. Fui direto ao escritório do Rick. Bati na porta e esperei. Ele gritou para que eu entrasse. – E aí? – cumprimentei-o com o punho fechado. Sentei na cadeira à sua frente. Ele estava sentado, mexendo no computador. – Melhor? – Aham, tudo certo. – Brunão, eu estou com a pulga atrás da orelha. Por que leãozinho? Para responder essa, soltei meus cabelos e olhei para ele, que riu alto. – Entendi, Jess vai adorar isso! Agora, e a sua Anne? O que mais me intrigou foi o fato de você dizer que ela era sua. Você nunca nem disse o nome dela pra nós. Quer me contar, pelo amor de Deus? A curiosidade do meu Anjo é contagiante. Bem, que mal tinha, né? Eu já havia aberto a minha boca mesmo. – Certo. Eu a conheci numa rede social, a cerca de dois anos atrás. Sabe, conversa online? Pois bem, começamos a conversar e, quando dei por mim, estávamos nos falando todos os dias, por horas. Eu falo de qualquer coisa com ela, rimos das mesmas piadas, gostamos das mesmas coisas, ela me entende como ninguém, sabe de tudo da minha vida. Coisas que eu não conto pra ninguém,ela sabe, e eu sei dela também. Era só amizade, eu nunca tinha visto a coisa toda como nada a mais do que isso. Ela é como a sua Jess, fofinha, cabelos castanhos com algumas mechas douradas, compridos, olhos como os da Pam – Rick me olhava, sério, prestando atenção em tudo o que eu dizia. – E vocês já saíram, já foram para os finalmente? – ele balançou as sobrancelhas, provocadoramente. – Aí que tá! Nós nunca nos vimos. Por fotos claro que já, e ela acabou vendo algumas partes de mim pela câmera do note ontem – parei de falar, passei a mão pelo rosto e prendi meus cabelos num coque. Eu tenho essa mania quando estou nervoso. – Caramba! Nunquinha? Nada? – ele estava surpreso. – E você está assim, com os quatro pneus


arriados por causa dela, sem nunca a ter visto? – Nunca. Eu tive a porra de um sonho com ela, que só de lembrar eu fico duro. É uma merda. Enquanto eu vinha pra cá, fiquei pensando... vou até onde ela mora e vou vê-la. Não sei se vou falar com ela ou só ficar de olho... Você sabe que eu nunca me amarrei em ninguém. Já tive mulheres de todos os tipos, das mais gostosas, se arrastando atrás de mim. Isso tudo está me assustando. Quero saber o que sinto realmente. Rick se levantou e deu a volta na mesa, ficando ao meu lado, recostado contra ela. – Essa é uma boa ideia, mas, e se for real? Se você estiver apaixonado por ela? E o pior, se ela não estiver na mesma? Isso é uma cilada. Rapaz, você está fudido – ele deu um tapa em meu ombro. – Eu sei. Mas tenho a esperança de que não dê em nada. E se for real, ela vai ser minha. Totalmente minha. – Boa sorte, meu irmão. Você vai precisar. Se quiser que a gente vá com você, é só dizer. – Você tá é doido pra ver ela! – ri da cara dele. – Estou mesmo. Curioso pra cacete, para saber quem conseguiu te domar. E sem nem chegar perto! Nosso indomável está sendo adestrado à distância! – ele riu de mim. Mas o que eu podia fazer, se era verdade? Abri minha carteira e mostrei a foto dela para ele. Eu havia imprimido há uns dias atrás. – Aqui, essa é a Anne. – Porra, ela é gostosa. Não diga ao meu Anjo que eu disse isso. – Eu sei. E juro que iria pra cima de você, por esse seu comentário, se não soubesse que você ama a Jess mais do que a si mesmo. – Foi só uma observação. Você sabe disso. Vá lá, observa, chega perto, sente o perfume, se der para esbarrar nela, esbarre. O tato e o olfato são as melhores coisas para você descobrir o que sente. – Eu vou, já me resolvi – me levantei. – Cadê a chave do carro? Perdi tanto tempo caminhando até aqui, que nem adianta eu treinar hoje. Daqui a pouco começa meu turno. Ele pegou a chave e me deu. Me despedi dele e fui embora. Olfato e tato. Eu não podia negar que ele tinha razão. Assim, comecei a bolar um plano de ação em minha mente. Eu tinha que tirar isso da minha cabeça! Uma hora depois, eu estava na oncologia pediátrica, com meu violão, tocando cantigas de roda para as crianças que estavam sentadas à minha frente, cantando e sorrindo. Isso era bom demais, poder levar um pouco de alegria para elas. Fazia com que me sentisse feliz, leve, uma sensação de estar fazendo o que era certo. Pobres criancinhas, passariam pela quimio hoje e não seria nada fácil... Ao menos, eu saberia que fiz com que, por uma hora, elas esquecessem da doença e da dor.


Mais tarde, consegui uma folga de dois dias para o início da próxima semana. Era só esperar. Voltei ao trabalho com as energias renovadas. Agora vai ou racha! Passei no centro de enfermagem e, verificando o quadro, fui dar as medicações dos pacientes. Cheguei em casa e bati a porta, suspirando. Eu estava acabado. Aquela bebedeira tinha cobrado seu preço, além do meu plantão. Eu precisava dormir, meus olhos estavam pesados de tanto sono. Abri o note, mas ela não estava online a essa hora. Procurei na internet uma foto de um casal se beijando e mandei, dormindo quase que na mesma hora.


Capítulo 6 Acordei com o barulho das mensagens do chat. – Leãozinho? Você está aí? – várias mensagens iguais, uma embaixo da outra. Esfreguei os olhos, tentando afastar o sono. – Estava dormindo. Como você está? – Eu estou bem. A pergunta é, como você está? Como ficou, depois da bebedeira de ontem? – Fiquei com um pouco de dor de cabeça. Só isso – eu não tocaria no assunto do meu show de ontem. Queria ver o que ela diria e "se" diria alguma coisa. – Acho que realmente deve ser pouco, perto do que poderia ter sido. Você se lembra do que me disse ontem? – Mais ou menos. Mas saiba que tudo o que eu escrevi é real. Eu reli a conversa toda e não me arrependo de uma só letra. – Caramba. Foi uma delícia. E você me surpreendeu. Tá certo que você sempre disse ser alto e tal, mas eu não tinha ideia que seu pau era proporcional à sua altura. Ele é enorme! – ela colocou uma carinha espantada, com a boca aberta após a mensagem. Aquilo inflou meu ego. Um sorriso enorme apareceu em meu rosto e não tinha jeito de tirar. – Ele é todo seu, Pimentinha. – Meu para fazer o que quiser? Posso pegar na mão e admirar? – só em imaginar ela segurando meu pau, concentrada somente nele, perto… – Posso te olhar e ir chegando pertinho dele, suspirar por pensar que não vai caber em minha boca, mas querer tentar mesmo assim? Minha imaginação estava a milhão. Bem que dizem que o cérebro é a parte mais erótica do corpo de uma pessoa. – Pode… – eu estava respirando pesado e, mesmo sem pensar, minha mão já estava acariciando meu pau por cima do jeans. – Abrir minha boca, pôr a língua para fora e encostar na pontinha, sentindo seu sabor? Caralho, gemi e juro que consegui sentir sua língua em meu pau. Não me aguentei e abri a calça. – Continua, Pimentinha... o que mais você quer fazer com ele? – Rodear a ponta e morder de leve. – Morde, chupa, faz o que quiser... Ela continuou a escrever o que faria comigo e o tesão tomou conta de mim. Eu imaginava aquilo tudo acontecendo. Eu era doido por um boquete. Sentir a boca quente e molhada em meu pau, observar ele entrando e saindo. Caralho! Quando isso tudo se tornasse real, eu a viraria do avesso!


Entraríamos em coma, de tanto sexo. – Eu estou quase gozando, Anne. E tudo culpa sua. Você é gostosa demais – confessei. – Me deixa ver de novo? Se eu deixava? Nem pensei e cliquei no botão da chamada por vídeo. Ajustei para que ela tivesse uma visão privilegiada e continuei. Ela escrevendo e eu falando, gemendo e gozando. – Vou ser o rei das punhetas, desse jeito – ri, feliz. – Se todas elas forem para mim, pode ser. Eu adoro saber que sou a responsável por te excitar dessa maneira. Um dia, eu quero você pra mim. Em mim. – Ah, isso você pode ter certeza. Vou te comer gostoso. Espera aí que vou me limpar. Não foge – desliguei a câmera e corri para o banheiro, retornando o mais rápido que pude. – Pronto. Limpinho – mandei, mas não tive resposta. – Anne? – Voltei. Se estivéssemos juntos, você não precisaria ir se limpar... eu teria te deixado limpinho. Um estremecimento passou pelo meu corpo. Ela estava mesmo dizendo que engoliria tudo? Ah, essa eu gostaria de ver! Continuamos a conversa, contando nosso dia, rindo de bobeiras. Eu amava conversar com ela, mesmo que fosse por mensagens. Parecia que só assim meu dia estaria completo. – Vou dormir, tenho que trabalhar amanhã cedo – ela disse depois de um tempo. – Bruninho, essa semana eu vou estar meio ocupada, não sei se vou conseguir entrar todo dia. – Tudo bem, quando der, me chama. – Certo, boa noite e bons sonhos – e a luzinha dela apagou. Continuei deitado com aquele sorriso besta na cara. Ela me deixava ligado em minutos. Eu queria foder como um animal agora. Dominar, prender as mãozinhas dela e tomar posse daquele corpo fofinho. Já que eu não poderia tê-la ainda, iria ao clube aqui da cidade e mataria minha vontade com outra, pensando nela. Eu não poderia viver de punheta. Não me satisfaço com uma vez só. Meu sono tinha ido pro saco. Sem alternativas, tomei um banho e, dando vazão ao tesão causado pelas mensagens com Anne, fui ao clube. Privado, como quase todos os clubes do gênero, estava cheio. Passei pelo bar e comprei uma cerveja. Escolhi meu alvo e ataquei. Uma morena cheinha como minha Anne. Cheguei perto e puxei conversa. Seu nome era Gisele e tinha um sorriso meigo. Em dez minutos de papo, ela estava na minha. Então ofereci minha mão para ela. Esse era o sinal utilizado no clube, um convite à sacanagem. Quando ela colocou sua mão na minha, um sorriso sacana surgiu em meu rosto e ela olhou para baixo, numa leve reverência. Nunca fui rechaçado e também nunca me enganei quanto a uma sub. Beijei sua mão e a conduzi pela nuca, até a porta que dava acesso à parte onde a ação acontecia. Dois seguranças estavam a postos na frente da porta e me cumprimentaram assim que me viram, um deles a abrindo para que entrássemos.


Casais abraçados e se pegando pelos cantos, encostados nas paredes, envolvidos em seus jogos de sedução. Eu não queria saber de sedução e fui direto para um dos quartos disponíveis. – Porta aberta ou fechada? – Aberta, Senhor. Essa era das minhas. A porta estando aberta, era um convite para que outros se juntassem a nós. – Tire a roupa.– ordenei e fiquei observando. Gisele era uma submissa obediente e rapidamente ficou nua. –Existe alguma coisa que você não queira? – Meu único limite é dor intensa, Senhor. – Ok. De joelhos, menina. Abra a boca.– abri o zíper e deixei meu pau pular para fora. Aquela postura submissa me excitava muito. Cheguei próximo e encostei meu pau em sua boca. – Mãos para trás. Chupe. Faça o seu melhor, menina. Se me fizer gozar, eu saberei agradecer. Aqui era dominação crua. Sexo por sexo, pelo prazer de dominar e ser dominado. Gisele fez um bom trabalho com a boca. Ela chupava, lambia, gemia e engolia. E me olhava. Um olhar de gatinha manhosa pedindo pelo seu leitinho, que me deixava louco. Comecei a foder sua boca com vontade e gozei gostoso. A safada engoliu tudo e continuou chupando. Me afastei, retirando meu pau de sua boca. A coloquei de pé e a levei para uma das camas. Algemei suas mãos, prendi em um dos pilares da cabeceira e a vendei. Comi com gosto, fazendo com que ela gozasse várias vezes, sentindo sua boceta me ordenhando. Pessoas entravam, observavam e saiam. Alguns casais usavam as camas ou os aparelhos espalhados pelo quarto. Era muito excitante estar ali, fodendo e observando os outros casais. Usei várias camisinhas com ela e, quando me dei por satisfeito, a soltei e agradeci pelo presente da sua submissão. Novamente, meu corpo estava satisfeito, mas eu queria minha Anne. Isso tudo era como você estar louco por um bifão suculento e comer um ovo frito. Por hora servia, mas não te satisfazia completamente. Em casa, mandei uma foto de um buquê de rosas lilases para minha Pimentinha. Já era tarde e eu sabia que ela gostaria de abrir seu chat no dia seguinte e se deparar com as rosas. Outro banho para retirar qualquer vestígio da noite que tivesse ficado em mim e fui para a rede, até o sono chegar.


Capítulo 7 Durante essa semana, minhas conversas com a Anne estavam cada vez mais gostosas. Digo gostosas, porque era tão fácil conversar com ela e, mesmo as coisas estando em um outro nível agora, não era só sacanagem que rolava. Existia um carinho e um cuidado que estavam além da minha compreensão. Nunca tinha sido assim comigo antes. Uma coisa me intrigava, o fato de ela não entrar todos os dias ou ter que sair de uma hora para outra. Ela nunca tinha sido assim. Havia chegado o dia da minha viagem para vê-la. E eu ainda tinha dúvidas quanto a me mostrar realmente a ela. Acordei cedo, aparei os pelos do meu corpo e minha barba. Nada pior do que um saco peludo na hora do rala e rola. Não sei se seria para tanto, mas era melhor estar tudo lisinho. Coloquei alguns itens de primeira necessidade e algumas mudas de roupas, para qualquer eventualidade, numa mala, e eu estava pronto. Uma hora de carro nos separava. Munido de coragem e algumas dúvidas, peguei a estrada. Cheguei próximo ao prédio em que ela morava e parei meu carro, ficando de olho. Estava perto da hora de ela sair para o trabalho. Não tive que esperar muito para que o carro dela saísse da garagem. Mas ela não estava sozinha no carro. No banco do passageiro havia um cara todo sorridente que estava conversando com ela. O monstro do ciúmes colocou suas garras em mim. Liguei meu carro e segui os dois à distância. Ela parou na frente de um shopping e o cara se inclinou para se despedir dela. Aquilo me deixou puto de raiva. Ele saiu, bateu a porta e ficou olhando-a se afastar. Guardei bem a cara do filho da puta. Segui seu carro até a loja onde ela trabalhava. Esperei um pouco, prendi meus cabelos em um rabo baixo e coloquei um boné. Saí do carro e entrei na loja. Comecei a olhar as roupas expostas e, disfarçadamente, me aproximei dela e inspirei seu perfume. Meu Deus, ela tinha um cheiro maravilhoso! Meu pau pulsou e agradeci silenciosamente por estar com uma camisa solta por cima do jeans. Ela estava arrumando e colocando algumas roupas no cabideiro. Fui pegar o cabide que ela estava colocando e nossas mãos se esbarraram. Um arrepio me tomou e entendi perfeitamente o que Rick havia dito. Eu era apaixonado pela minha Pimentinha sim, disso eu não tinha dúvida alguma. Aquele arrepio foi fodástico. Fiquei louco para agarrar aquele corpo gostoso, beijar aquela boca deliciosa e tirar todo aquele batom clarinho e brilhante. Me contive e saí da loja. Eu tinha que descobrir qual era a daquele cara. Quem era ele? O que fazia tão cedo na casa da minha Anne? Por que tinha ficado todo cheio de sorrisos para ela? Será que ele era o motivo pelo qual ela não pôde ser minha a semana toda? Fui arrumar um hotel para passar a noite. Agora eu queria saber! Voltaria para acompanhar


quando ela saísse do trabalho. Depois de fazer o check-in no hotel, fui para o shopping. Quem sabe eu esbarrava com o safado por lá? Afinal, cidade do interior em um dia de semana pela manhã não devia ter muita gente lá. Andei um pouco, procurando com cuidado. Em pouco tempo encontrei o cara sentado em uma das mesas em frente a um café. Claro que, pelo meu tamanho, chamei a atenção rapidinho. Parei próximo a ele e olhei em volta, como se procurasse por alguma loja, me fazendo de perdido. – Ei, você sabe onde tem uma loja de operadora telefônica por aqui? Preciso comprar um chip...– perguntei, como quem não quer nada. – É por ali – ele apontou para o corredor, por onde eu tinha vindo. –Eu acabei de passar por ali e não encontrei. Você pode me mostrar? – juntei meus cabelos e prendi num coque. Caramba, eu estava começando a ficar nervoso. Os olhos do cara se prenderam em meus bíceps. Ele engoliu em seco. – Claro, eu já acabei aqui. Ele se levantou. Não chegava nem aos meus ombros, o baixinho. – É sempre vazio assim aqui? Estou a passeio e não conheço nada. – Eu também não sou daqui, estou na casa de uma amiga enquanto faço algumas entrevistas de trabalho. A cidade é muito boa, sabe? Caralho, ele estava na casa da minha Anne mesmo. Passei a mão pelo rosto e contei até dez. Juntando toda a minha força de vontade, sorri para o cara. – Amiga, é? Sei como é ficar na casa de amigas… – deixei a sugestão solta. Nós, homens, gostamos de nos mostrar, principalmente no que diz respeito a conquistas. – Por enquanto é, mas acho que hoje a coisa pode mudar. Vamos jantar para comemorar o emprego que consegui. Puta que pariu! Ele daria o bote hoje? Ah, mas eu não deixaria mesmo, nem por cima do meu cadáver! – Poxa, parabéns pelo emprego e obrigado por me mostrar onde fica a loja. Dei um tapa no ombro dele com um pouco de força demais. Eu estava espumando de raiva. Ele disse alguma que não consegui entender. A ira tomando conta de mim. Eu tenho que sair de perto dele, ou vou quebrar a cara do sujeito. Entrei na loja e comprei o tal do chip, na saída, fui comer alguma coisa. Eu estava bufando como um touro bravo e meu estômago roncando. Eu precisava comer, me acalmar e pensar. Enquanto almoçava, comecei a pensar num plano de ação. Nem ferrando que eu deixaria aquele tampinha tentar alguma coisa hoje com minha Pimentinha. A parte de não me mostrar estava descartada. Completamente. Mas também não chegaria agarrando e levando para meu hotel, por mais


que essa fosse minha vontade. O que eu sentia era real e queria que fosse da parte dela tambĂŠm. Iria com calma e ela seria minha. Ah, seria!


Capítulo 8 Às sete e meia da tarde, lá estava eu, de banho tomado, roupa impecável e perfumado. Parei meu carro bem na frente da loja e esperei. Em pouco tempo, ela saiu junto com uma mulher mais velha. Abri a porta e saí. Apoiei-me no teto do carro. – Pimentinha – disse um pouco alto demais. Anne tomou um susto e levou as mãos à boca. Dei a volta no carro e cheguei perto dela. – Oi, Pimentinha – olhei em seus olhos e passei a mão pelo contorno do rosto dela, que sorriu. – Você é doido – ela disse, antes de pular no meu pescoço. A abracei e aspirei seu perfume. Minha. Hummm, que sentimento mais gostoso! A segurei firme e agora estávamos na mesma altura, nossos olhos presos, nossas bocas a centímetros de distância. O sorriso foi morrendo aos poucos e o tesão... caralho, o tesão bateu forte. Encostei minha boca na dela e meu corpo estremeceu. Porra, isso com um beijo santinho? – O que veio fazer aqui? – a voz dela, rouca, fez meu pau pulsar. – Vim te ver. Eu disse que um dia eu apareceria. – Como é bom te ver! – passou a mão em meus cabelos. – Você é tão... grande – os olhos dela brilharam e um sorriso safado surgiu naquela boca linda. Me lembrei do comentário que ela fez no outro dia e sorri também. – Minha pimentinha linda! Estava doido pra te ver – a beijei de novo, rapidamente, e enfiei o rosto em seus cabelos. Cheirosa! E, em breve, totalmente minha. – Está indo pra casa? – eu sabia que não, mas precisava ouvir da boca dela. – Não, vou encontrar meu primo, vamos comemorar hoje. Vem comigo. Você vai gostar de conhecer o Diego. O sorriso dela era sincero e por que não? Queria ver a cara do safado do tal primo. Sem vergonha, safado e ordinário. – Eu tenho certeza de que vou adorar. Está de carro? – Sim, está bem ali. Me segue, o restaurante é aqui perto – ela disse, mas não me soltou. A abaixei e ela ficou ali, me olhando de cabeça erguida. Minha Pimentinha era baixinha. Bem, como dizem, toda baixinha precisa de um grandão, e não seriamos exceção à regra. – Nem acredito que você está aqui e que é real – ela me abraçou de novo e encostou o rosto em meu peito. – Eu ficaria aqui no meio da rua abraçada em você até não poder mais...– se afastou um pouco e depositou um beijo em cima do meu coração. Aquilo me aqueceu por dentro. Me deixou tonto. Com um tesão dos infernos.


– Vamos então. Quero conhecer seu primo – dei outro beijinho santo e ela se foi. Um vazio tomou meu peito. Eu a queria comigo. Suspirei e entrei no carro. Ajeitei meu pau dentro do jeans. Isso seria uma tortura, ficar tão perto e ao mesmo tempo tão distante. Eu queria ver a cara do tampinha quando me visse com ela. Safado! A segui até o restaurante e parei ao lado dela. Ela saiu do carro, veio direto para mim e me abraçou de novo. Ela também não queria ficar longe de mim e isso era bom. Muito bom. Pelo menos, para o meu ego. Entramos no restaurante abraçados. – Quero ficar com seu cheiro em mim – ela falou baixinho, se apertando contra mim. Ah, eu também queria que ela ficasse com meu cheiro... assim o tampinha safado não teria dúvidas quanto a quem ela pertencia. Dei um beijo no topo de sua cabeça, a estreitando contra mim. Quando entramos, o cara estava sentado no bar, tomando uma caipirinha. Ao me ver, ficou branco como cera. – Diego, esse é Bruno. Bruno, esse é o Diego, meu primo – ela nos apresentou sorrindo. – Ah, você é o cara do shopping! Cadê a sua amiga? Eu sei que fui sacana, mas ele merecia. – Você está abraçado nela – ele respondeu, sério. – Vocês não são primos? – sorri para ele, a colocando na minha frente, abraçando e colocando minha cabeça sobre a dela. – Somos. – Ah! Bem, prazer, eu sou o namorado dela – estendi a mão para o cara. Minha Pimentinha virou a cabeça tão rápido para mim que achei que ela tinha virado o exorcista. – Meu namorado? – perguntou sorrindo. – Uhum. Sou seu. – disse, depositando um beijo em seus lábios. O sorriso dela ficou ainda maior. –Isso me faz sua também – seus olhos brilharam ao dizer isso. Me abaixei e sussurrei em seu ouvido. – Mais tarde, quem sabe – seu corpo estremeceu em meus braços e me deixou ainda mais doido. – Vocês já se conheciam? – ela perguntou. –É, fui almoçar no shopping quando cheguei e acabei pedindo uma informação para seu primo, que tava tomando café por lá. Ele foi muito gentil. –É bem do Diego mesmo, sempre muito solícito.

Meu primo estava muito sério, encarando meu Leãozinho... Ah! Meu Leãozinho...


Quase tive um ataque cardíaco quando ele me chamou. Mal acreditei quando ele chegou perto de mim... meu coração parecia que sairia pela boca. Quando ele encostou seus lábios nos meus, Jesus! Me arrepiei toda e o que mais queria era passar minhas pernas pela cintura dele, sentir aquele pau enorme, que eu sabia que estava escondido ali, roçando em mim! Só não o fiz porque estávamos na rua e em frente a loja em que trabalho. E agora ele não me soltava e nem eu queria que ele fizesse isso. O jantar foi legal, mesmo meu primo estando com aquela carranca. Realmente, não me preocupei com isso, porque eu estava com Bruno. Gigante, cheiroso e todo meu. E ainda com aquela promessa... – Bem, acho que vou pular a sobremesa – Bruno disse e me olhou. Peguei minha bolsa e cacei a chave do meu carro. – Diego, você pode levar meu carro? Vou ficar um pouco com Bruno, e acho que vou chegar tarde – sem esperar pela resposta, coloquei a chave na frente dele. – Espere um pouco, já volto – Bruno se levantou e foi em direção a um garçom. – Esse é o cara da internet? Você é doida? Já pensou em como ele te encontrou? – Diego mal esperou que Bruno virasse as costas e começou a esbravejar. – Sim, ele é o cara da internet, eu não sou doida e ele me achou porque dei meu endereço. Nós conversamos há muito tempo e, se quer saber, confio mais nele do que em qualquer pessoa. E outra coisa, cuide da sua vida. Eu não me meto em seus relacionamentos ou na falta deles. Sou adulta, pago minhas contas e não venha me dar lições de com quem eu saio ou deixo de sair. Você acha que é melhor eu sair à noite e ficar com alguém que acabei de conhecer ou alguém com quem converso já há dois anos? – Acho melhor você ficar comigo – ele respondeu na maior cara de pau. – O quê? Você enlouqueceu. É meu primo! Eca. Eu nunca ficaria com você, Diego. E se você tem essas intenções comigo, faça o favor de chegar na minha casa e juntar suas coisas. Deixe as chaves do meu carro e do apartamento na portaria. Eu tinha toda a intenção de te ajudar, mas depois dessa, cuide de você mesmo. Vá para a casa da Tia Débora, que é aqui perto; ela não vai se opor. Diego ficou branco como cera pela segunda vez na noite, e seu olhar se fixou em um ponto atrás de mim. Olhei e vi que Bruno estava voltando. Agarrei minha bolsa e me levantei. – Vou pagar a conta e não se esqueça. Quando eu chegar em casa, não quero encontrar você lá – me levantei e Bruno já estava ali. – Paguei a conta. Vamos? – ele falou e me encarou. – O que foi, Pimentinha? – Nada, vamos sair daqui antes que eu cometa um primocídio – eu estava muito brava. Me virei


para Diego. –E você, não se esqueça. Bruno pegou minha mão e fui com ele. Chegando no carro, ele abriu a porta para mim e eu entrei. – Ei, se acalme. Venha aqui – ele disse assim que entrou no carro e me abraçou, meio torto, mas fez o seu melhor. – Diego é um idiota. – Hum. Calma, Pimentinha. Você sabe que é muito estourada. Respire fundo. Bruno acariciava meus cabelos, meu braço e logo o assunto Diego estava esquecido. Eu tinha plena consciência dos dois metros de homem delicioso que eu tinha ao meu lado. Ele ligou o carro, uma música linda começou a tocar, um piano e um homem cantando. Então me lembrei da música, era Down - Jason Walker. Seus olhos se prenderam aos meus e seus dedos percorreram meu rosto, se embrenhando em meus cabelos. Sua língua contornou meus lábios e ele mordeu o inferior. Estremeci e um gemido baixinho escapou de minha garganta. Sua boca escorregou pelo meu rosto, espalhando fogo pelo meu corpo. Logo senti ele mordendo a pontinha da minha orelha. – Se eu te beijar como eu quero, não vou conseguir parar. Tenho um tesão sem limites por você – e lambeu minha orelha, respirando pesado. MEU DEUS! Senti a umidade crescer entre minhas pernas, tudo pulsando... A voz grossa dele em meu ouvido me arrepiou toda. Eu o queria mais que tudo. Então, eu percebi que estava em minhas mãos. Se eu o beijasse como eu também queria, seria o sinal verde para tudo mais. Tanto tempo esperando, fantasiando, e tudo aquilo poderia ser real com apenas um beijo. Ele escorregou os lábios para meu pescoço e foi a minha vez de embrenhar meus dedos em sua juba. Meu Leãozinho, hoje você será meu! Devagar, fui puxando-o para cima, em direção à minha boca. Então ele parou e nos olhamos novamente. Imitando seu gesto, contornei sua boca com a língua e fui além. Quando nossas línguas se encostaram, gememos juntos e aí o beijo pegou fogo... consumindo toda a minha sanidade. Que beijo, meu Deus... Minhas mãos passearam por seus braços fortes, senti seus músculos se enrijecendo sob meus dedos e não parei por ali. Escorreguei pelo seu peitoral e mais para baixo... As mãos dele estavam paradas, agarradas aos meus cabelos. Eu não esqueceria aquela música e aquele momento nunca. – Pimentinha... Se eu largar seus cabelos, vou rasgar sua roupa e te comer aqui, no estacionamento do restaurante. Quer ir para meu hotel? – me perguntou com a voz rouca e ofegante. Eu apenas concordei com a cabeça, sorrindo. Ele me olhou com uma cara de safado e fez hummm... Me beijou rapidamente e, engatando a ré, colocou o carro em movimento.


Capítulo 9 Chegamos ao hotel e, de mãos dadas, entramos no elevador. Eu não tirava meus olhos dele. Tentei, mas era impossível. Ele olhou para cima e, ao ver a câmera, passou a mão pelos cabelos. A porta se abriu e ele se apressou em sair, me puxando pela mão. Sorri e o acompanhei. Ele abriu a porta e se afastou para que eu entrasse. – Anne, você sabe o quanto esperei por isso? – ele me prendeu contra a parede, assim que fechou a porta. Caramba, me senti pequena e protegida naquele espaço diminuto entre a parede e seus braços. – Estou sem saber o que fazer com você – ele se abaixou e juntou a testa na minha. – Meu pau está a ponto de explodir, louco para se meter em você, no seu calor... Estou louco para te lamber inteira, te beijar, morder ... para ter você pra mim, só para mim. Mas tenho medo de te assustar ou estar indo rápido demais. Você é importante demais para eu te perder por causa da intensidade do que quero fazer com você. Meu corpo estremeceu e fechei os olhos, suspirando. – Seja apenas você mesmo. Eu sei do seu lado dominador e estou pronta para qualquer coisa que você quiser – sussurrei, minha voz rouca demais para ir um tom acima. Com um gemido torturado, Bruno tomou posse da minha boca, senti suas mãos em minha bunda e ele me levantou. Me agarrei aos seus cabelos e passei minhas pernas em torno de sua cintura. Ele se esfregava em mim e eu nele, loucos de tesão. Suas mãos grandes percorriam meu corpo, apertando e apalpando. Interrompemos o beijo apenas tempo suficiente para ele tirar minha blusa, jogando-a no chão. Meu corpo todo tremia em antecipação. Meu sutiã foi ao chão e ele me abraçou forte, meus seios se esmagando contra seu peito. – Segure-se, Pimentinha – foi todo o aviso que tive, antes de ele me carregar pelo quarto, como se eu não pesasse nada. Me colocou na cama e, sem tirar os olhos de mim, começou a tirar a roupa, desabotoando a camisa, seus músculos foram aparecendo e minha boca secando. Ele era tão perfeito! Seu peitoral, os gominhos de sua barriga... seus braços. Começou atirar o cinto e meus olhos se prenderam ali. Eu o veria ao vivo e a cores! Sua calça caiu e fiquei sem fôlego. Uau! Queria tocá-lo, descobrir a textura de sua pele, seu sabor... Seus olhos percorreram meu corpo e a insegurança me pegou. Ele era tão perfeito e eu... Eu não era nada perfeita. Meus peitos grandes demais, minha barriga e minhas coxas, grandes demais... sem


falar na minha bunda... Com esse pensamento, cobri meus seios com as mãos. Como um felino, ele subiu na cama. Meu peito subia e descia, minha respiração ofegante. Seus olhos nos meus falavam silenciosamente, exigindo minha rendição. Eu precisava me acalmar. Fechei os olhos e respirei fundo. – Olhe para mim, Pimentinha. Se você não quiser fazer nada, nós paramos. Você manda aqui – me beijou de leve. Abri os olhos e vi sua expressão preocupada. –Eu quero. Quero muito. Só... Você é tão... e eu não... ‑​ as palavras se confundiam e se misturavam, eu não conseguia me expressar. Pegou minhas mãos, erguendo-as acima da minha cabeça. Seu corpo se ajustou ao meu quando ele deitou por cima de mim. – Você é perfeita pra mim. Não percebe o quanto te quero? Mulher nenhuma me tirou do sério como você faz, Pimentinha. Nunca perdi o controle ou fiquei sem saber o que fazer – para afirmar sua declaração, pressionou sua ereção em mim. Suspirei. Ele começou a me beijar devagar, acariciando meu rosto, meus cabelos. – Te quero, Pimentinha... Tanto...– sua boca escorregou pelo meu rosto e mordeu de leve meu queixo. – Gostosa, fofinha e cheirosa. Sorri e me entreguei às suas carícias e, quando dei por mim, estava nua e ele novamente de pé. Pegou meu cinto. – Me dê suas mãos. Juntei as mãos e estendi, juntas, na direção dele. Um sorriso safado surgiu em seu rosto e não pude me impedir de sorrir também. A brincadeira começaria. Vindo para o meu lado, ele prendeu o cinto em minhas mãos e o enlaçou na cabeceira da cama. – Ainda com vergonha de mim? – Um pouco... Ele acendeu a luz do quarto e aquilo me ofuscou. Eu estava completamente nua e presa. Ele ficou ali, parado me olhando. Engoli em seco e senti minhas bochechas esquentando. Por que ele estava fazendo aquilo? –Deixe-me ver o que tanto você tem vergonha e vamos parar com isso. Entre nós não pode ter nada para atrapalhar. Quero você leve e solta em meus braços, Pimentinha – se aproximou pela lateral da cama e ajoelhou-se ao meu lado. – Tem vergonha de seus seios? – sua mão passou por um, depois pelo outro, apertando meu mamilo, que se enrijeceu. Sua boca percorreu o caminho de suas mãos e gemi ao sentir sua língua rodeando o bico e ele mordeu de leve. – Vergonha da sua barriga? –


ele foi lambendo o caminho até meu umbigo e enfiou a língua nele. Ah, ele vai descer mais... – Vergonha de suas coxas? – ele engatinhou pela cama, me lambendo e beijando. – Vergonha desses pezinhos lindos? Chupou meus dedos do pé e um tesão sem tamanho se apoderou de mim, meu corpo estremecendo novamente. Todo e qualquer resquício de vergonha ou timidez sumiu de mim e eu só queria que ele acabasse com aquele tormento e me comesse. Sua boca percorreu minha pele, chupando e mordiscando minhas coxas, chegando cada vez mais próximo de onde eu o queria. – Vergonha dessa boceta… – senti que a umidade ali aumentou com suas palavras e ele encostou o nariz, inspirando profundamente. – Cheirosa... – e então sua língua percorreu meu sexo. – Deliciosa... eu sabia que você seria assim, docinha. Já sentiu seu gosto, Pimentinha? – voltou a me lamber e então sua boca estava a centímetros da minha. – Prove-se em minha boca – sua língua se enroscou na minha e quase tive um treco ao sentir meu gosto ali e seu pau se esfregando em meu sexo. – Por favor... eu quero você... preciso de você dentro de mim...– me vi implorando. – Já já... Preciso de um pouco mais de você... – escorregou pelo meu corpo e grudou sua boca em mim, sugando meu clitóris e contornando-o com a língua, sua mão agarrou meu seio no mesmo instante que seus dedos me penetraram. Gritei de prazer e meu corpo todo sacudiu com o orgasmo que me atingiu como um raio. Vê-la gozar, sentir suas contrações em meus dedos, ouvir seus gemidos quase me fez perder o controle. Quase. Cerrei os dentes, usei de toda a minha concentração e me mantive firme. Aquilo não acabaria antes mesmo de começar. Nunca em minha vida me senti tão completo e com tão pouco. Juro que estava até com medo de me enterrar naquela bocetinha quente. Queria que fosse perfeito. Queria que fosse inesquecível. Queria que fosse para sempre. Deus, como eu queria que ela sentisse um terço do que eu estava sentindo por ela. Jogando todas as minhas incertezas para o espaço, escalei seu corpo e soltei. Ela não me deu trégua, e aproveitou que eu estava ali, em cima dela, e sugou meu mamilo, me pegando de surpresa. Meu pau pulou e senti seu sorriso em minha pele. – Minha safada, está brincando com fogo…


Ela riu e o som de seu riso mexeu com alguma coisa dentro de mim. A necessidade de dominar se esvaindo de mim. Eu queria e estava pela primeira vez prestes a fazer amor, no sentido mais cru da palavra. Essa constatação não me assustou, apenas confirmou o que eu já desconfiava. Que o que eu sentia era mais do que paixão... Eu amava minha Pimentinha!


Capítulo 10 Massageei seus pulsos e seus ombros, ganhando um gemido diferente dos outros. Eu queria todos os gemidos dela… Meus, só meus. Me deitei ao seu lado. Eu a enlouqueceria antes de enlouquecer também. Olhei em seus olhos, estavam brilhantes e anuviados pelo gozo. Beijei a pontinha de seu nariz e ela suspirou. Tomei sua boca lentamente e a puxei para mim. Meu pau se aninhou entre suas coxas e aprofundei o beijo, começando com investidas rasas, apenas roçando. Minha mão deslizou pelas suas costas, segurando sua bunda, trazendo-a para mais perto. Estávamos grudados, mas eu queria meu pau roçando seu calor, sua boceta molhada. – Minha Pimentinha... Gostosa – sussurrei enquanto beijava seu pescoço, seu ouvido, sugando e mordiscando. Em pouco tempo, eu a tinha gemendo baixinho e investindo contra mim, respondendo na mesma intensidade. Eu a queria em cima de mim. Eu abriria mão do controle só para ter aquele sonho delicioso sendo realizado. Eu queria minha Pimentinha me montando, como um garanhão selvagem. – Bruno, não me atice mais. Sabe o quanto fantasiei com o momento em que teria você em mim, penetrando meu corpo, devagar... Quero sentir você me abrindo, entrando centímetro a centímetro desse pau enorme em mim – ela sussurrou em meu ouvido e lambeu. Estremeci e me arrepiei. Era eu quem falava. Era eu quem excitava. Nunca dei oportunidade para que fizessem isso comigo, mas era bom pra caralho. Me entreguei em suas mãozinhas. Escorregou a boca pelo meu pescoço e chupou a pele. Anne tomou as rédeas nas mãos e me empurrou para a cama, com um sorriso safado naquela boca deliciosa. Desceu a língua pelo meu corpo, sugou e mordeu meus mamilos, um após o outro. Seus olhos presos aos meus demonstravam seu tesão. Subiu novamente e montou meu corpo, roçando os seios em meu peito, me beijando com fome. Sua boceta molhada se alojou no comprimento do meu pau, beijando-o, percorrendo-o, rebolando. Me peguei gemendo e entregue às suas carícias. Caralho! Eu gemendo desse jeito! Minhas mãos percorreram seu corpo fofinho, meus dedos se enterrando em suas carnes, naquela


bunda deliciosa, aumentando o ritmo de suas reboladas. Eu estava prestes a gozar, sem ao menos tê-la penetrado. E então aconteceu e agarrei o lençol. Forte. Tão forte que ouvi o som do tecido se rasgando quando Anne empinou a bunda e empunhou meu pau, colocando a cabeça em sua entrada e foi descendo. O calor e a maciez me deixaram meio doido. Fora de mim. Ela me apertava como nada no mundo e nossos gemidos se misturaram no silêncio do quarto. – Que pau delicioso, Leãozinho... Grosso... ahhh... Me enchendo de um jeito... Ah, BRUNO!– Ela gritou ao descer e me colocar para dentro dela de uma vez. Fui obrigado a segurar sua bunda ali, imóvel. Eu precisava recuperar um mínimo de controle. Minha Pimentinha me levou muito perto do limite, apenas me colocando para dentro dela. Ela tomou posse do meu corpo e eu era dela. Não poderíamos ficar assim, por mais que eu quisesse, e me vi pedindo, mal reconhecendo minha voz. – Mexe, Pimentinha. Me come, me tome para você. Mexe, pelo amor de Deus, mexe! Ela sorriu e, colocando seus seios na altura da minha boca, começou a mexer, subir e descer, rebolar e gemer. Suguei e mordi, não aguentando mais aquela tortura, tomei o controle de suas mãos. Aumentei o ritmo das estocadas, segurando-a agarrada a mim. Coloquei um de meus dedos em sua boca e ela o chupou, molhando com sua saliva, e desci para sua bunda, pressionando seu cuzinho apertado. Seu corpo estremeceu visivelmente e me brindou com um gemido delicioso quando a ponta a penetrou. Minha, minha, minha... Isso ressoava em minha cabeça a cada metida profunda que dava naquela boceta suculenta. Sentia seus sucos descendo pelo meu pau... A tensão de seu corpo aumentando, seus gemidos se intensificando, e eu sabia que ela estava perto. – Olhe para mim, Pimentinha. A empurrei de leve e coloquei a mão em sua barriga, escorregando-a até que meu dedão encostou em seu clitóris e comecei a circulá-lo, pressionando na medida certa. – Fala que você é minha e que só eu te como assim... fala. Ela se agarrou em meus braços e seus olhos se abriram um pouco mais. – Sou sua, meu Leão, só você... – sua respiração falhou e comecei a rebolar devagar. –BRUNO!


Ahhh... – em segundos ela gritou meu nome, seu corpo todo sacudido pelo orgasmo avassalador que a atingiu. Sua boceta me ordenhou duro, contraindo e escorrendo. Não queria que acabasse, mas não me aguentei e gozei com ela, a puxando para um beijo cheio de tesão, intercalado por nossos gemidos. Eu nunca tinha gozado tão forte ou me sentido tão ligado emocionalmente. Nunca. Ela tinha literalmente acabado comigo em uma única foda. Foda não, o que tínhamos feito estava mais para transcendental. Sensacional. Delicioso. E eu queria mais. Muito mais! – Você acabou comigo, Pimentinha. Me tem aqui – peguei sua mão e a beijei. – Amarrado na pontinha do seu dedo mindinho. Ela riu e me beijou, feliz. Ficou ali, deitada em cima de mim e aquilo era tão bom. – Tenho que confessar que, antes de você, homem nenhum tinha conseguido me fazer gozar. Então, quem me tem amarrada no dedo mindinho é você – ela beijou meu pescoço e senti meu pau pulsar, ainda dentro dela. – Quer mais? – me perguntou com aquele sorriso safado. – Quero, vou te comer a noite toda... a noite toda... Ela riu e comecei a me mexer... Eu seria capaz de ficar ali dentro dela eternamente...

Horas mais tarde, despertei, assustado. CAMISINHA! Puta que o pariu! Eu tinha esquecido completamente! Como pude ser tão irresponsável? Nunca tinha transado sem camisinha na vida. Outra primeira vez com minha Pimentinha. Tinha sido delicioso sentir o calor e a umidade de sua bocetinha apertada em meu pau. Jesus! Um detalhe que poderia ter uma consequência. Consequência que seria boa ou ruim, dependendo do que ela estivesse pensando ou sentindo, eu não fazia ideia de nada disso. Se nosso amor hoje tivesse dado a vida a um serzinho, eu seria o homem mais feliz do mundo! Hoje eu tinha encontrado e descoberto que amava minha Pimentinha, tinha aberto mão do controle e me deliciado com isso, feito amor pela primeira vez na vida e, para completar, poderia ter dado início à minha família. Um sorriso gigante tomou conta de meu rosto e acariciei a barriga dela.


Um filho. Eu seria responsável, minha Anne não fugiria de mim e eu cuidaria dela e do bebê. Uma miniatura da minha Pimentinha, seria a coisa mais perfeita do mundo! Se ela não estivesse, eu tentaria até conseguir! Comecei a rir desse pensamento e ela se mexeu em meus braços. Devagar, para não acordá-la, passei a mão delicadamente pelo seu corpo, enfiando minha mão entre suas pernas. Ela murmurou em seu sono e fiquei com a mão ali. Ela estava toda pegajosa por causa da minha porra. Fui juntando e colocando para dentro de novo. Nadem, meninos, vão procurar sua casinha. Para o outro lado! Segurando suas carnes, me aconcheguei e adormeci novamente.

Acordei com Bruno todo possessivo em cima de mim. Me abraçando agarrada a ele e com a mão enfiada no meio das minhas pernas. Em vez de me sentir acuada e presa, me senti perfeitamente segura e feliz. Tão feliz, como eu nunca havia me sentido antes. Pena que ele iria embora à noite. Hoje era meu dia de folga e não haveria nenhum problema em ficar com ele o tempo todo. Teríamos que dar uma passada em casa para ver se o idiota do Diego tinha feito o que eu havia mandado. Onde já se viu! Não estragaria meu dia delicioso ao lado do meu Leãozinho pensando nisso. Virei a cabeça para observá-lo adormecido. Eu me lembrava perfeitamente da intensidade do verde lindo que se escondia atrás de suas pálpebras, seu nariz, sua boca linda e aquela barba baixinha e macia... ainda podia senti-la roçando as partes internas das minhas coxas. Isso me acendeu, tudo por dentro se contraiu e senti o sêmen saindo de mim. Me desvencilhei dele devagar e fui ao banheiro. Usei o banheiro e liguei o chuveiro. Entrei e vi no canto do box o shampoo e condicionador dele. Também, com aquela cabeleira, tinha que cuidar bem mesmo. Me ensaboei e ele entrou no banheiro, bem sossegado, levantou a tampa do vaso e começou a fazer xixi. Ele estava bem à vontade comigo. Tive que rir, pois estávamos juntos mesmo a menos de um dia. Ele deu descarga e foi lavar as mãos. Pegou toalhas, pendurou ao lado do box e entrou. – Bom dia, minha Pimentinha deliciosa – chegou atrás de mim e colou seu corpo no meu. – Bom dia – virei e ofereci minha boca para um beijo. Ah, seus beijos eram consumidores!


Meu corpo se aqueceu, estremeceu e eu estava entregue. Suas mãos escorregaram pela minha pele ensaboada, apertaram meus mamilos e eu não podia fazer nada para conter meus gemidos. – Leãozinho, você me alucina – encostei a cabeça na parede e a dele escorregou pelo meu pescoço, até meus seios. Me levou para debaixo do chuveiro, retirando a espuma de meu corpo e, sem aviso, me levantou, encostou-me na parede e se meteu de uma vez em meu corpo, me fazendo gritar de tesão. Ele ia fundo a cada estocada. – Você é minha, Anne. Diz de novo que ninguém mais te fez sentir como eu...– sua voz em meu ouvido me arrepiava e levava às alturas. Um lance sem explicação. – Só você, Bruno – respirei fundo, me contendo. –Só você, meu Leãozinho faminto, me faz gozar – olhei em seus olhos. – E está quase lá... Ahhh! Quase lá de novo. – Só você, Pimentinha... só você chegou onde nenhuma outra foi capaz – me beijou a boca e aumentou as estocadas de uma maneira que me fez ver estrelas e quase desmaiar de prazer. – No meu coração. Essa declaração, sua voz rouca de paixão e seu olhar sincero cheio de fome por mim, combinados com uma estocada mais forte me levaram ao êxtase e chamei seu nome, como um mantra, estremecendo da cabeça aos pés. Senti seu corpo se enrijecer e foi a vez de ele gemer gostoso, um gemido rouco que me deixou tonta. Tonta por saber que eu era a culpada daquele gemido, daquele tesão todo. Eu e meu corpo gordinho, do qual nem eu mesma gostava muito, mas que ele parecia adorar. Sem querer me largar, me levou novamente para debaixo da água, me limpando onde conseguia, eu ainda agarrada, com as pernas em sua cintura e ele dentro de mim. Quando não tinha mais onde alcançar sem que me abaixasse, ele o fez e continuou a me limpar, lavou meus cabelos e aplicou o condicionador. Depois fez nele mesmo e eu fiquei ali, babando como uma boba, ensaboando seu corpo enquanto, com um sorriso, ele terminava de lavar os cabelos. Tudo isso intercalado com beijos e brincadeirinhas bobas. Eu estava realmente me apaixonando por ele. Achava que era uma paixonite, causada pelas nossas conversas, mas era real. Eu já estava completamente abobalhada por ele. Acabamos o banho e nos enrolamos nas toalhas fofinhas do hotel. Em pouco tempo estávamos descendo para tomar o café da manhã, abraçados, e depois passearíamos. Parecia que, se eu o largasse ou ele me largasse, um dos dois sumiria, pois ficamos o tempo todo nos tocando, segurando as mãos, abraçados ou, como enquanto comíamos, nossos pés ficaram entrelaçados por debaixo da mesa.


O apelido que dei a ele não podia ser melhor! Além da sua juba, ele comia como um leão. Uma grande quantidade de frutas, iogurte, leite, alguns pães e pedaços de bolo. Caramba! E eu ali, com uma xícara de café com leite, uns pedaços de mamão cortadinhos e morangos. Fascinada. Abobalhada. Apaixonada. Tudo isso e mais um pouco, era como eu me sentia nesse momento. Quando ele estava quase acabando de comer tudo aquilo, me olhou com um sorriso bobo. – Você fica linda sorrindo assim. Ele se levantou e, pegando o celular no bolso, se agachou ao meu lado. – Sorria de novo, Pimentinha. Vou eternizar nosso momento. Sorri, sem poder negar. Com a câmera frontal ativada, ele tirou várias fotos nossas; nós dois sorrindo, ele me beijando no rosto, nos beijando. O celular foi para cima da mesa e nosso beijo cresceu. Era encostar a boca dele na minha, que eu ficava insana. Doida para senti-lo dentro de mim novamente. Molhada e com os mamilos durinhos. Meu Deus! – Pimentinha, minha gostosa, acho que nosso passeio vai ter que esperar um pouco. Estou louco pra te comer de novo. Faminto por você. – Ah, ainda bem, pois estou louca para ser comida pelo meu leão faminto – disse baixinho, olhando dentro de seus olhos, para que ele sentisse o quanto eu o queria, enquanto os dele me deixavam perceber sua vontade de mim. – Vamos, então. Agora – se levantou me puxando pela mão e rimos como aqueles casaizinhos apaixonados. Chegando ao quarto, ele me abraçou gentilmente, me levantando do chão. Te quero. Te adoro. Amo seu cheiro. Amo me perder em suas curvas – ele dizia, intercalando com beijos de tirar o fôlego.


Capítulo 11 Horas depois, fomos para nosso passeio. Ele era insaciável e eu ficaria mal acostumada quando ele se fosse. Ainda não pensaria nisso. Estávamos na fila do cinema quando seu celular tocou. Ele atendeu e colocou no viva voz. – E aí, Gui, tudo bem? Espera só um pouco – ele disse, meio rindo. Me pegou pela mão, pediu para que a moça de trás guardasse nosso lugar na fila e ela, mais do que rápido, disse que sim, mas não tirava os olhos do Bruno. Fomos para um canto mais reservado. – Pronto, pode falar. – Onde você se meteu, cara? Está sumido desde ontem! Você não é de ficar sem dar notícias. – Calma, estou com minha Pimentinha. – Não acredito! Você teve a cara de pau de viajar atrás dela e não dizer nada? Nós iríamos junto, estamos loucos para conhecer a mulher que domou o nosso indomável. Eu tive que rir. Até parecia que Bruno seria domado um dia. Eu que era uma tonta apaixonada por um homem que não amava ninguém. Mas eu estava muito boba com tudo para querer estragar meu dia pensando nisso. Eu o amaria por nós dois e pronto. – Um dia vocês a conhecerão. Quando ela quiser, eu a levo. Mas vai depender só dela. – Deixa eu falar logo, antes que me esqueça. Falei com os caras, tá tudo certo para, não nesse final de semana, no próximo, descermos para a praia. – Hum. Tá certo – ele ficou sério e me olhou. Achei que queria um pouco de privacidade. – Vou voltar para a fila, vamos perder nossos lugares – sussurrei para ele. Mas ele não me soltou, em vez disso, me puxou para um abraço. – Vou ver com ela, se ela vai junto. – Caralho, eu nunca achei que esse dia chegaria. Ela está aí do lado? – Claro. E você está no viva voz. – Pimentinha, parabéns! Você conseguiu o inimaginável. O tem amarrado no dedinho mindinho – Gui disse, com um tom de diversão na voz, mas, ainda assim, parecendo sincero. – Que nada. O lance aqui está empatado. Vamos ver, acho que poderei ir sim – respondi – Bem, então vou avisar os caras. As mulheres estão loucas para conhecê-la também. – Falou então, Gui. Temos que ir. Até. Ele desligou e me beijou de leve. – Você me tem, Pimentinha. Amarrado a você – encostou a testa na minha, se abaixando. –Vamos


voltar para aquela bendita fila, ou não respondo por mim. Assistimos o filme e fomos jantar. O dia já estava acabando e logo ele iria embora. – Tenho que ver se Diego fez o que mandei. – E o que foi, Anne? – Eu o mandei sair do meu apartamento e deixar as chaves na portaria. Ele foi muito idiota. – Ele queria você. Chegou a me dizer isso no shopping, que daria o primeiro passo com você naquela noite. Não disse seu nome, disse que era uma amiga, mas, no restaurante, ele confirmou que era você. – Pois é, eu ouvi essa parte. Depois ele disse que eu não deveria ir com você, mas ficar com ele. Pode isso? – eu estava bufando de ódio novamente. – Ei, calma. Caramba, mulher, respire! – acariciou meus cabelos. – Eu subo com você, quando te levar pra casa. Se ele tentar alguma coisa, ou não te obedeceu, eu dou um jeito nele. – Sem violência. – Eu sou um cara pacato. Qualquer coisa, eu dou um susto nele. Não vou sair batendo nele, por mais que o tampinha mereça. – Tampinha, é? – eu disse sorrindo. – É. Tampinha! – Bruno passou a mão pelo rosto e prendeu os cabelos num coque. Ui! Aquilo era sexy demais. Lá estava eu pensando em sacanagem novamente. Meu Deus do céu! – Anne, se continuar a me olhar desse jeito, vamos ter que ir conhecer o banheiro desse lugar – ele elevou as sobrancelhas. Estremeci visivelmente com a ideia dele me comendo dentro do cubículo do banheiro do restaurante. – A ideia te excitou, né?– sua voz rouca não me ajudou em nada a tirar aquela imagem da cabeça. Passei a língua pelos lábios, que ficaram secos de repente. – Em breve, Pimentinha. Me aguarde! – sua ameaça só piorou as coisas. Respirei fundo e tomei um gole do meu suco. Pare com isso, Anne, você não é uma leoa no cio. – Me conte como é trabalhar com as crianças no hospital. Ele sorriu e começou a contar. Ele amava o que fazia e isso era óbvio. Cheguei a ficar com ciúmes daquelas crianças que o tinham todos os dias. Acabamos de comer e fomos para minha casa. Chegando lá, minhas chaves estavam na portaria, conforme eu tinha mandado que ele fizesse. Subimos e entramos. Tudo na mais perfeita ordem e nem sinal de Diego. – Ainda bem que ele obedeceu e sumiu daqui – suspirei, me sentando no sofá. – Em todo o caso, amanhã cedo, antes de ir trabalhar, peça para que troquem o miolo da


fechadura. Ele pode ter feito uma cópia ou coisa assim. Mesmo sendo seu primo, não confie. Ele tinha segundas e terceiras intenções com você. E, se ele fizer alguma coisa, qualquer coisa, me ligue que em uma hora no máximo eu chego aqui. – Certo, vou fazer isso. Que horas você vai embora? – Depois de uma despedida beeemmmm gostosa… – e me beijou daquele jeito consumidor, possessivo, de arrepiar os cabelinhos do corpo todo. Ele me levantou e me carregou em seus braços, sem dificuldades, até meu quarto. Nos amamos de uma maneira totalmente diferente das outras, com calma, carinho, sem querer que acabasse. Perdi as contas de quantos orgasmos tive, antes de ele se soltar e vir comigo, gozando com aquele gemido gostoso que me arrepiava. Depois de ficarmos abraçados, conversando banalidades e, rindo, fomos tomar uma ducha. Ao entrarmos no banheiro, ele congelou e me puxou para ele. Um rosnado subiu de seu peito, seu corpo tremendo de raiva. No espelho em cima da pia, tinha um recado do Diego, escrito com o meu batom. Eu não vou desistir, você vai ser minha . – Você tem o número do chaveiro? Não vamos esperar até amanhã. – Devo ter na sala, na gaveta do móvel, próximo à porta. – Certo, vá tomando um banho, vou resolver isso – me deu um beijo rápido e se foi. Me senti gelada sem seu calor e também por causa daquele recado. Ele esteve ali, em meu quarto, no meu banheiro. Um arrepio nada bom percorreu meu corpo. Tomei uma ducha rapidinha, me enrolei no roupão e fui até ele, que ainda falava ao celular. – Veja se consegue para mim, Gui. Vai me quebrar um galhão, não, vai quebrar uma árvore inteira. Não posso deixá-la aqui assim, com esse doido – e ele escutou e suspirou. – Valeu mesmo, cara. Até mais. Quando conseguir manda uma mensagem – desligou o celular e veio me abraçar. – Guilherme está vendo se consegue o resto da semana de folga para mim no hospital. Eu trabalho muito e, assim como ele tinha horas a mais quando precisou, eu também tenho. Quer que eu fique com você? Se eu queria? Cacete. – Claro que eu quero! – alívio me invadiu duplamente! Ele não iria embora e eu não ficaria sozinha com aquele imbecil do Diego por aí. Suspirei e beijei seu peitoral. Ele estremeceu e me abraçou. – Vai lá, tomar sua ducha, vou preparar alguma coisa para a gente comer. – Já volto.


Suspirando e bem feliz da vida, fui atĂŠ a cozinha e abri a geladeira, pegando alguma coisa para fazer um lanchinho para meu LeĂŁozinho.


Capítulo 12 Depois que o chaveiro foi embora, nos sentamos no sofá e comemos os lanches que Anne havia preparado. Bem, eu comi, porque ela ficou enrolando, dando mordidinhas no dela. – Está preocupada, Pimentinha? – acariciei seus cabelos e a olhei nos olhos. – Um pouco, mas estou mais triste do que preocupada. Poxa, ele é meu primo, não devia pensar essas coisas de mim, crescemos juntos ‑​ ela desabafou, balançando a cabeça negativamente. Puxei-a para meu peito e ela me abraçou. – Às vezes, as pessoas são assim mesmo. Fazem uma coisa e pensam outra, fantasiam com alguém a vida toda. Isso passa. Tudo o que é desencorajado um dia acaba. Logo ele encontra alguém de verdade e para de bobeira. Aquele recado deve ter sido mais uma coisa de momento – a tranquilizei, mas, em minha cabeça, eu já estava esganando o filho da puta. – Tomara. Ele está passando por um momento ruim, pode ser que não esteja pensando com clareza. Amanhã vou ligar para minha tia e contar o que ele fez. Assim fico mais sossegada e eles ficam de olho nele também. – Isso, quanto mais pessoas souberem o que ele fez, menos coragem de tentar alguma coisa ele vai ter – e eu também vou dar um susto naquele tampinha metido a besta! – Vamos dormir? Amanhã você trabalha, né? – ela sorriu e concordou com a cabeça. – Espere aqui. Levei o prato dos lanches e nossos copos para a cozinha e voltei até ela. – Vem, minha Pimentinha, para seu lugar. Em meus braços – a peguei no colo e a levei para a cama. Tirei nossas roupas e nos deitamos, nus e abraçados. – Boa noite. Sonhe comigo e com os anjinhos. E não se preocupe. Você é minha e eu cuido do que é meu. Anne deu um sorriso lindo e ofereceu os lábios para um beijo. A beijei de leve e o fogo acendeu em mim, mas eu não faria nada agora, apenas dormiríamos. Teríamos muito tempo para o amor, já que eu ficaria o resto da semana com ela. O que ela precisava nesse momento era de carinho, dengo e mimo. E ela teria. Grandes doses de cada. A encaixei em meu corpo, sua bunda bem agarrada em minha ereção e suas costas grudadas em meu peito. A noite seria uma tortura, mas uma tortura deliciosa. Acariciei seus cabelos até que ela adormeceu. Fiquei admirando e velando seu sono, até que também adormeci.


Na manhã seguinte, acordei na mesma hora de sempre, com as galinhas, mas não precisaria trabalhar hoje. Me espreguicei e Anne estava dormindo ainda. Tão linda! Não pude me ajudar, meu pau criou vida, pulsando e duro como pedra. Um rabo daqueles na minha frente era uma perdição! Me encostei nela e ela gemeu, rebolando a bunda em mim, se ajeitando contra meu corpo. Testei sua umidade e ela estava pronta. Gemi, derrotado. Encostei a cabeça do meu pau em sua entrada e investi, devagar. Ela se apertou toda em volta de mim e sussurrei em seu ouvido. – Bom dia, minha Anne. Ela gemeu e se agarrou ao travesseiro, puxei sua perna para cima de meu corpo e comecei a comer aquela boceta gostosa. Anne era meu paraíso! A minha primeira em muitas coisas... meu amor. – Ahh, bom dia... Leãozinho. Sua voz rouca pelo sono e pelo tesão me enlouqueceu, senti minha pele se arrepiar. Essa mulher fazia coisas comigo que nem eu mesmo entendia.

– Que maneira deliciosa de me acordar – escondi meu rosto em seus cabelos, beijando seu pescoço. – Posso te acordar assim todos os dias... – me abraçou forte e beijou meus cabelos. – Vamos, vou te dar um banho, vamos tomar café e vou te levar para o trabalho. Olhei para ele sem entender direito. Ele me daria banho? – Anne, não se espante comigo. Eu sou assim. Você é minha e eu cuido do que é meu, já te disse. Vou te mimar o quanto eu puder, enquanto estiver aqui. Quando eu me for, você vai ter muito o que se lembrar de mim. Quero que você me queira, que precise de mim. Assim como EU te quero e como EU preciso de você. Me emocionei com aquelas palavras e segurei as lágrimas. Para disfarçar, me abracei a ele de novo. Minutos depois ele levantou, me pegou no colo e cumpriu sua palavra. Me senti uma princesa em seus braços. Eu sentiria, e muito, a falta dele. Mesmo que ele não fizesse nada, eu já sentiria, me tratando assim, então... Suspirei. Sou uma boba apaixonada...


Depois de um beijo delicioso, deixei-a na porta da loja e fiquei olhando-a entrar. Voltaria na hora do almoço para pegá-la. Liguei o carro e saí procurando um mercado. A surpreenderia à noite com um jantar e também, já que eu ficaria o resto da semana, precisava abastecer a geladeira. Eu tenho noção do quanto como. Encontrei e parei no estacionamento. Perdi uma hora comprando tudo, incluindo uns itens que usaria essa noite, com certeza. Ela ainda não conhecia meu lado dominador; ainda que ela tivesse pedido para que eu me soltasse, não tive a mínima vontade de dominar. Queria apenas amar e ser amado, como nunca fui na vida, e minha Anne deu conta do recado. – Ah, Pimentinha... essa noite você será minha por inteiro – sussurrei para mim mesmo e sorri. Sim, hoje ela seria MINHA! Voltei para a casa dela e guardei tudo em seu devido lugar. Minha Pimentinha era muito organizada. Arrumei o quarto para a noite. Estava tudo certo. Fui buscá-la para o almoço. Cheguei e fiquei esperando, encostado no carro. Logo ela apareceu. A estreitei em meus braços e a beijei. Meu Deus, como eu conseguiria ficar sem ela quando voltasse para casa? Sem seu sorriso, sem seus beijos? – Vamos? Onde você costuma almoçar? Ela sorriu e me deu a direção. Fomos a um restaurante calmo e aconchegante, bem perto da loja em que ela trabalhava. Ficamos conversando enquanto comíamos e o tempo passou voando. Levei-a de volta e fui resolver outro assunto. O tampinha! No shopping, foi fácil encontrá-lo. Ele estava parado na porta da loja, creio que por ser seu primeiro dia, ele estava se sentindo meio perdido. Quando me viu, se empertigou todo e entrou. Ah! Ele achava mesmo que eu me intimidaria por ter plateia? Idiota! O macho possessivo dentro de mim tomou conta. Entrei sem olhar para o lado. Uma moça veio correndo me atender. – Olá, boa tarde. Posso ajudar em alguma coisa? – Sim, eu preciso falar com o Diego. Acho que ele deve ter entrado para algum lugar aí por trás. – Ah, sim. Só um minuto – entrou por uma porta e pouco depois ele apareceu. – O que quer falar comigo? – ele perguntou, todo cheio de marra. –Eu quero provar aquela camisa ali, tamanho 4. Creio que será necessário alguns ajustes. Você me acompanha até o provador? A vendedora, mais do que depressa, entregou a ele uma pulseira com uma almofada cheia de alfinetes. Ele não poderia negar. Recebeu da mão dela e pegou uma camisa do meu tamanho.


No provador, retirei a camiseta que estava usando e flexionei meus músculos de propósito, ao colocar a camisa. Ele tinha que ter uma noção de onde estava se metendo. Vi o tampinha engolir em seco e pareceu querer sumir. Sorri. Isso era bom. Assim ele pensaria duas vezes antes de se meter com Anne. Quando ele veio medir o colarinho, peguei-o por debaixo dos braços e o levantei, sem esforço, para que eu o olhasse nos olhos. A ira me atingiu de um jeito que tive que contar até dez antes do começar a falar. – Eu vi aquele recado descabido no banheiro dela. Pense no que poderá acontecer a você, se algo acontecer com ela. Fique longe. Se você for esperto, vai ficar. Se você se meter a besta, o pessoal da ambulância vai precisar de uma pá de lixo para recolher seus pedaços. Estamos conversados? Ele ficou pálido e senti um cheiro de amônia. Olhei para baixo e havia uma pequena poça embaixo dele, pingando de seus sapatos. O tampinha safado havia se mijado! Covarde! – É, percebo que você entendeu – cerrei os dentes e ouvi o ranger deles. Afastei-o e dei um passo atrás. Não queria me sujar com aquilo. Nojento e patético. Coloquei-o no chão, peguei minha camiseta e fui para o provador ao lado, para tirar a camisa. Entreguei à vendedora e fui embora. Pronto, ele não causaria problemas e, se acaso causasse, eu cumpriria minha promessa. Passei no hotel, peguei minhas coisas e paguei a conta. Agora era pôr mãos à obra com o jantar da minha Pimentinha!


Capítulo 13 E lá estava eu, pilotando o fogão. Fucei nas gavetas e encontrei um avental estampado com uma mulher toda malhada e siliconada. Coloquei e fui olhar no espelho da sala. Que coisa mais bizarra! Eu parecia uma rata de academia que abusou nos esteroides e ganhou uma bela barba e voz grossa. Tirei uma foto com o celular, fazendo uma pose mais bizarra ainda, e mandei para Anne. Olha o que achei na gaveta da cozinha! Fiquei lindão ou não? Você achou meu avental de cozinheira gostosona! – ela mandou, em resposta. Você é gostosona sem ele. É a minha gostosa. Às sete e meia eu passo aí pra te pegar. Tá... Eu estou com saudade... muita. <3 Até mais. Voltei para a cozinha. Cebola picada, temperos, azeite... Tudo na panela... Agora abaixar o fogo, farinha, colocar o leite... mexer... engrossar... E aqui tá pronto. Cortar o frango em tiras, jogar na panela com azeite... temperos... O que mais... Ah, o arroz! Outra panela... caramba! Mais azeite, tempero, arroz... mexer... água... Pronto. Deixei o arroz lá e fui tomar meu banho. Teria que comprar algumas roupas. Hoje eu não usaria cueca. Será que minha pimentinha estranharia? Saí enrolado na toalha e fui olhar o arroz. Tampei e desliguei o fogo. Fiquei fazendo hora, escutando música, pensando no que faria com minha Anne mais tarde... E, graças a Deus, o tempo passou. Enfiei o jeans, uma camiseta, os sapatos e fui buscar minha Pimentinha. Eu estava ansioso! Creio que passei alguns faróis vermelhos, mas eu não estava nem aí. Eu queria minha Pimentinha! Parei o carro e ela veio. Lasquei um beijo daqueles nela. Que saudade do sabor daquela boca, da maciez de seus lábios... Duro era pouco para o estado em que me encontrava. Caralho! Eu jantaria primeiro minha Anne e depois aquela comida toda que eu havia feito.


Quando chegamos na porta do apartamento dela, a peguei no colo. – Minha Pimentinha, feche os olhos. Só abra quando eu mandar – ela sorriu e fechou seus lindos olhos esmeralda. A carreguei para o quarto. – Vai ser minha essa noite? Totalmente minha? – minha voz tinha aquele tom imperativo e eu sentia o poder tomando conta de mim ao vê-la ali, obedientemente de olhos fechados. – Sim, Senhor – ela respondeu, abaixando o rosto. Puta que o pariu! Minha pimentinha era perfeita. Olhei para suas mãos que instintivamente ela tinha colocado para trás. Estremeci. Tesão puro. – Tire a roupa. Não abra os olhos. Ela estremeceu visivelmente e obedeceu. Quando ela começou a tirar a calcinha, avisei. – Deixe a calcinha – sou tarado por mulher com calcinha. Ainda mais a que ela estava usando, de renda branca. Na hora, ela parou e recolocou as mãos para trás. Respirei fundo e o perfume de sua excitação me deixou louco de tesão. Porra, que mulher deliciosa! Cheirosa... e MINHA!

Por que eu não parava de tremer? Me sentia vulnerável assim, de olhos fechados e só de calcinha, mas a excitação estava me matando. O que ele faria? Eu nunca estive assim, tão nas mãos de alguém. Ainda mais esse alguém sendo um Dom assumido. Estava perdida em meus pensamentos quando senti seu hálito quente em meus mamilos. A língua úmida passou sobre eles, que ficaram durinhos. Ele soprou, resfriando um deles, e logo após abocanhou, chupando forte. Não pude segurar um gemido. Meu estômago se encheu de borboletas e ele abocanhou o outro, deixando o primeiro formigando. Queria que ele me tocasse. Que me pegasse forte, me agarrasse, queria seu corpo no meu! Mas o que veio a seguir foi seu nariz em meu pescoço. Ele estava me cheirando... logo após sua língua, sorrateira, me lambeu a pele sensível. Meu Leão! Encostou a testa na minha e me beijou. Senhor! Que beijo... – Olhos fechados, senão vou te vendar – sorri e continuei de olhos fechados.


Ele foi se abaixando pelo meu corpo, lambendo seu caminho... Sua respiração acompanhava o traçado úmido de sua língua e me arrepiava toda. Agora eu sentia sua respiração em minha barriga, quase lá... E então sua língua pressionou a renda da minha calcinha, forte, encostando em meu clitóris. – Seu gosto e seu cheiro... são meus. Só meus – ele sussurrou antes de afastar o tecido. –Abra as pernas para seu Dono. Caraca. Meu dono… O tesão que senti me deixou de pernas trêmulas, mas obedeci. Era incontestável. Eu era dele. Abri um pouco as pernas. E esperei. Esperei por um contato que não veio. – Você é tão linda aqui – sua língua me percorreu. – Tão doce, tão cheirosa – seu dedo me penetrou e dançou dentro de mim, me fazendo contrair tudo por dentro, agarrando-o. – Tão quente e tão apertada – gemeu de encontro a minha carne molhada e quase desabei. Nunca tinha sentido uma coisa assim, um tesão tão louco que me tirava a sanidade. Então, me tomando de surpresa, ele me pegou nos braços. Foi difícil ficar calada e não abrir os olhos, mas fiz. Ele tinha que perceber que eu confiava nele. Porra! Nem um grito! Ela estava tão entregue... isso me fez ficar mais louco por ela. – Braços para cima – ordenei quando a deitei na cama e fui obedecido. Quantas vezes eu me surpreenderia com ela essa noite? Tinha deixado uma meia calça passada pelas grades da cabeceira da cama e amarrei seus punhos. Eu queria minha Pimentinha se contorcendo de prazer, gemendo, implorando por mim. Beijei de leve sua boca, uma, duas vezes, até que ela, às cegas, procurou minha. Raspei de leve minha barba em seu pescoço, desci e passei o queixo pelos seus mamilos, mordi e soprei, lambi e suguei. Ela suspirava e arqueava o corpo em minha direção, gemia, mas eu queria mais. Desci mais e enfiei a língua em seu umbigo. Ela sorriu e eu mordi sua barriga, arrancando um gemido de puro prazer dela. Hum, ela gostava disso. Desci mais e raspei a barba no interior de suas coxas e ela estremeceu. Lambi sua boceta de cima a baixo e ela arqueou o quadril pedindo mais. Mordi aquela boceta fofinha e ela gemeu alto. Voltei para seu clitóris e me esbaldei naquela boceta suculenta. Minha Pimentinha estava prestes a


gozar. Eu podia afirmar pelos seus gemidos e pelos espasmos de seu corpo. Meti dois dedos nela e mordi mais forte o gordinho daquela boceta gostosa, fazendo ela gozar em meus dedos, com um grito delicioso. Ela gostava de um pouco de dor e mordidas! Caralho! Olhei para a marca dos meus dentes em sua boceta lisinha. Minha! Tão linda! Fiquei olhando admirado para minha obra de arte. – Pimentinha. Me olhe. Diz o que você quer. Ela arfava, seus seios subiam e desciam rápido. Fiquei hipnotizado pelo movimento. –Eu quero seu caralho gostoso em mim. Que desbocada! Levantei sua perna, virando um pouco e bati em sua bunda. Seu sorriso cresceu. Não resisti e a beijei com toda a fome que eu tinha. Me afastei e abri a calça, deixando meu pau pular para fora, duro como aço. – Pimentinha, boca suja – escorreguei o corpo pelo dela e a boca pelo seu rosto, sussurrando em seu ouvido. – Fala mais do meu caralho. – Ah, esse caralho enorme, grosso, gostoso, que quando entra em mim me deixa de pernas bambas e meu corpo tremendo... – disse olhando em meus olhos. Sem pudor. Safada! Ahh.. se isso não mexeu comigo, nada mais mexeria! Meu corpo estremeceu. ESTREMECEU! Jesus! – Seu desejo é uma ordem. Me encaixei e meti sem dó naquela boceta que era minha! Seus olhos se arregalaram com a investida e, enquanto eu a comia, ela continuava a falar. – Meu tesão, meu dono, sou sua... assim… Hummm... você me come tão gostoso... E, entre gemidos, eu me perdi no corpo delicioso da minha Pimentinha desbocada, que mexia comigo como ninguém.

Deixei minha Pimentinha descansando, mas ainda amarrada à cama. A meia era flexível, ela poderia se mexer, mas não sair de lá. Minha e completamente minha! Completamente nu, fui esquentar o jantar. Coloquei uma porção generosa no prato, servi um copo de suco, peguei a caixinha e levei tudo para o quarto. Coloquei sobre a cômoda e a olhei. Ela estava tão linda, adormecida e atada à cama. Se meu estômago não estivesse roncando de fome, eu a acordaria como pela manhã... Humm, só o pensamento já me deixou em ponto de bala. Mas primeiro


eu cuidaria dela. – Pimentinha, acorde – sussurrei em seu ouvido. – Vamos, dorminhoca... eu trouxe comida...– disse, distribuindo beijos em seu pescoço e colo. Ela se espreguiçou e me olhou com aqueles olhinhos verdes e sonolentos. – O cheiro está tão bom. – Sente-se – peguei o prato e me sentei ao seu lado. Ela fez menção de pegar, mas não deixei. – Você é minha, Pimentinha. Vou te alimentar. Mãos para trás. Com muito cuidado, coloquei um pouco de tudo no garfo e levei-o à sua boca. Ela, obedientemente, abriu e aceitou que eu a alimentasse. Aquilo mexeu com uma parte dentro de mim, intocada. Um calor tomou meu peito e uma sensação de plenitude me invadiu. Minha Pimentinha... Dei mais algumas garfadas para ela e então levei o copo à sua boca. Ela sorriu e tomou um gole. – Muito bem. Quer mais? – Quero. Mas você não vai comer? – Vou sim, logo depois que eu acabar de te alimentar. Aqui, mais um – levei o garfo novamente à sua boca e repeti até que ela estivesse satisfeita. Dei o restante do suco para ela, ganhando outro sorriso lindo. – Satisfeita? – ela respondeu, afirmando com a cabeça. – Então, agora eu vou comer. Recoste-se aqui – arrumei os travesseiros sob suas costas, fui me servir e voltei. Me sentei aos pés da cama para jantar. – Você fica tão linda assim, nua, atada à cama e me olhando desse jeito... Abra as pernas, Anne. Deixe-me ver o que é meu – seu rosto enrubesceu, mas, mesmo assim, ela obedeceu. Perfeita.

Ah... Meu Leãozinho quer me olhar enquanto come? Vou fazer ele ficar com vontade de comer outra coisa! Olhando para ele, levei um dedo à boca. Foi impossível não sorrir diante do que eu estava planejando fazer. Nunca fiz isso na minha vida, mas com ele é diferente. Com ele eu sou capaz de qualquer coisa. Dando início ao meu plano, continuei com a mão levantada, passando os dedos pelos lábios, para que a outra pudesse ter mais movimento, já que eu estava amarrada com a meia calça. Passei a mão pelo meu seio, segurando e apalpando, acariciando meu mamilo com os dedos. Suas pupilas se dilataram e ele inalou profundamente. Ele parecia não querer dar o braço a torcer, mas seu pau cresceu visivelmente, tampando seu umbigo. Meu sorriso cresceu ainda mais. Coitado do meu Leãozinho...


Desci a mão pela minha barriga e continuei... Cheguei pertinho do meu sexo, mas desviei, acariciando minha coxa até o que a meia limitou meu movimento. Os olhos dele seguiam minha mão e então voltei, passando os dedos de leve em cima da marca de sua mordida. Ele se mexeu, engolindo em seco. Deu mais uma garfada e deixei que ele comesse um pouco. Elevei meus joelhos, plantando os pés no colchão, separando um pouco mais as coxas. Eu sabia perfeitamente o que fazer para tirá-lo do sério. Afastei os lábios do meu sexo e acariciei meu clitóris com o dedo indicador. Escorreguei o dedo e me penetrei, lentamente, gemendo baixinho, recostando a cabeça na cabeceira. A sensação de estar me mostrando para ele, me masturbando para seus olhos, era tão erótica... Eu estava molhada, sentia meu dedo sendo apertado pelas paredes de minha vagina. Escutei o gemido dele e o olhei. Seu pau estava tendo pequenos espasmos e uma gota brilhante surgiu na ponta. Lambi os lábios diante daquela visão e minha umidade aumentou. Meu Deus, como eu queria sentir o gosto dele! Continuei a me masturbar para ele. O prato foi esquecido e ele chegou mais perto, mas sem me tocar, apreciando meu show. – Isso é tortura, Pimentinha. Meu pau está chorando de vontade de se meter em você – sua voz rouca me fez estremecer. Eu estava à beira do orgasmo quando ele chegou perto, com o nariz quase tocando meus dedos. Não consegui me segurar quando a língua dele se juntou aos meus dedos e gemi, minhas pernas tremiam tanto... A única coisa que me impedia de fechá-las eram os ombros dele entre elas. Agarrei seus cabelos e cruzei minhas pernas sobre seus ombros. Eu gemia de prazer e ele respondia a eles com seus próprios, abafados em minha carne. Meu Leãozinho me levou a um orgasmo incrível, meu corpo convulsionando embaixo do dele. Seus lábios beijaram minha barriga, meus seios, pescoço e chegaram em minha boca. Eu nunca me cansaria dele... mas sentiria sua falta... Será que eu estava destinada a ele e por isso nunca ninguém conseguiu me levar ao orgasmo? Um monte de “serás” se passaram pela cabeça... – Ei, Pimentinha. Onde está essa cabecinha? – Bruno perguntou, passando as mãos pelos meus cabelos e olhando em meus olhos, ele parecia preocupado. – Eu só estou pensando que vou ficar com saudade de você quando voltar para casa. Passei o dia todo querendo que o tempo voasse para poder te ver. Como vai ser? Vou sentir falta de seus beijos, de suas mãos em mim, do calor do seu corpo no meu durante a noite, de sua voz sussurrando em meu ouvido... – uma lágrima besta escorreu pelo meu rosto. – Não chore. Eu volto pra casa, mas você vai continuar sendo minha. No final de semana você vai


ficar comigo e assim vamos levando. Ele soltou minhas mãos e me puxou para um abraço. Me senti protegida e um pouco reconfortada com o que ele disse. Tempos depois, ele se levantou, colocou o jeans, pegou um pijama na gaveta do armário e me vestiu. – Venha, vamos assistir um pouco de TV e namorar no sofá? – estendeu a mão para mim e fui com ele. Não havia lugar melhor para ficar do que em seus braços e guardaria seu cheiro em minha memória. Conhecendo Bruno como eu conhecia, isso tudo poderia ser apenas mais um passatempo para ele e eu poderia perder tudo de uma hora para outra, como todas as outras mulheres que passaram por sua vida nesse tempo todo. Mas entrei nessa, sabendo o que poderia acontecer. Por que comigo seria diferente? Respirei fundo e me abracei mais a ele... não prestei atenção nenhuma no que se passava na TV, me concentrando apenas nele e no que estávamos vivendo, durasse o quanto durasse...


Capítulo 14 Acabei de deixar Anne no trabalho e minha meta hoje seria achar uma boa academia. Meu corpo estava acostumado com um treino diário, pesado, e eu precisava me exercitar. Ficar o dia todo de pernas para o ar não era para mim. Depois de passar em frente de muitas e dar uma olhada pela fachada, encontrei uma que parecia ser o que eu precisava. Nada dessas academias de modinha. Queria treinar sem ser interrompido. Estacionei e fui direto ao balcão de informações. A recepcionista só faltou arrancar a blusinha que usava, de tanto que puxava para baixo o tempo todo, a fim de me mostrar seu decote. Acho que teria que fazer como Guilherme e andar com uma aliança no dedo. Quantos caras não deveriam dar em cima da minha Anne enquanto ela os atendia? Passei a mão pelo rosto e prendi meus cabelos. Porra! Eu teria que tomar uma atitude e logo, nem que fosse apenas para aliviar minha cabeça. Fiz a matrícula e paguei o mês. Ali mesmo tinha uma lojinha e comprei uma bermuda e camiseta para o treino, me troquei e comecei a treinar. Um homem chegou perto e ficou me olhando. Aquilo foi enchendo o saco e me irritando a tal ponto que parei o que estava fazendo e me virei para ele. – Posso ajudar em alguma coisa? – perguntei, cruzando os braços sobre o peito. – Err... Eu estava aqui te olhando, cara, mas não me leve a mal. Você é muito parecido com um cara da faculdade. Você não seria o Bruno, né? – Sou eu mesmo – fiquei intrigado. Eu não me lembrava dele, mas se ele sabia meu nome... – Sou Andréas, eu era bem magrinho – ele disse sorrindo e me lembrei dele. – Caramba, como você mudou! Claro que me lembro. O que você anda fazendo? – Depois que acabei a faculdade, voltei pra cá e abri essa academia. Como você pode ver, é bem rústica. O galpão que era da minha família estava abandonado e, bem, espaço é tudo o que precisamos e temos de sobra aqui. E você? – Eu? Sou enfermeiro – prestei atenção no que ele diria. – Poxa, é uma profissão gratificante. Mas vejo que você não parou de treinar. Eu também, sempre que posso... – ele se olhou no espelho, flexionado os músculos, antes de continuar. – treino um pouco. Você está aqui a passeio? – Estou na minha namorada. Mas no final de semana eu volto para casa. – Ah, vamos sair um dia desses. Tem um barzinho bem legal aqui perto, o que acha? – Vou ver com ela e amanhã te falo.


– Certo. Desculpa atrapalhar seu treino. Nos despedimos com tapas no ombro e continuei treinando pesado. Depois de voltar para casa e tomar um banho, busquei Anne e a levei para almoçar. Depois de deixá-la no trabalho novamente, fui comprar umas roupas e dar uma olhada em Diego. Ele continuava na mesma loja; pelo visto, o incidente não o havia prejudicado. Menos mal. Eu não gostava dele, mas também não queria que perdesse o emprego. Passei o resto do dia na casa dela, esperando a hora passar, me entretendo. À noite, busquei Anne no trabalho e a levei para jantar. – Não estou arrumada para ir ao um restaurante, Bruno. – Você está linda, mas fique sossegada, vamos apenas numa pizzaria que eu vi aqui perto e parece bem aconchegante, um lugar onde a gente pode ficar bem juntinho. Fiquei com tanta saudade de você – peguei a mão dela, beijei seu pulso e dei uma leve mordida. Ela deu um risinho nervoso e meus olhos foram atraídos como um ímã para seus mamilos, que ficaram durinhos. – Assim você vai me fazer mudar de ideia quanto a pizza, Pimentinha – beijei de novo e suguei a pele, lambendo devagar. Ela gemeu baixinho e me deixou louco de vontade de comer ela, em vez da pizza. Agora. Aqui no carro. Ela parecia cansada, então me segurei. Hoje eu cuidaria bem dela. Sorri e quando paramos no semáforo, puxei-a para um beijo delicioso. Será que ela estava muito cansada mesmo? Enquanto eu achava que sim, meu pau achava que não. Sossega garoto. Na pizzaria, pedimos uma pizza grande, de quatro sabores diferentes. Eu estava com fome! Só não sabia qual fome era maior, por comida ou minha fome por ela. Meu Deus, como eu queria essa mulher! Comigo, onde quer que fosse, para ficarmos assim, aproveitando a noite em uma pizzaria, como ontem, deitados no sofá e assistindo a um filme ou fazendo amor deliciosamente até ficarmos cansados demais para nos mexermos. Eu a amava demais! Tanto que só em pensar que eu teria que deixá-la no domingo, me dava uma coisa estranha, um aperto no peito. – Hoje me matriculei numa academia e encontrei um colega de faculdade. Ele quer sair um dia desses, ir num barzinho. O que você acha? – Ah, tudo bem. Vamos sim, quando você quiser – respondeu com um lindo sorriso. – Vou ver pro final de semana então. Amanhã falo com ele.


Nossa pizza chegou e estava muito boa. Ou eu estava com muita fome... Conversamos sobre o dia dela e ela quis saber mais sobre as mulheres do Theo e Rick. Sobre Ella, Anne já sabia, pois contei para ela tudo o que aconteceu durante o transplante e que ela era nossa chaveirinho desde sempre. – Pam é esposa do Theo, tem uma empresa de vigilância e eles têm uma bebezinha, a pequena Giovanna, que está com um mês. Ela é prima do Rick, marido da Jess. Eles têm dois meninos, gêmeos, que fizeram um ano. Você vai gostar delas e sei que elas vão amar você – Por que eu amo você. Queria falar para ela o quanto eu a amava, mas meu medo de espantá-la com a intensidade do meu sentimento me impedia. – Vem sentar aqui do meu lado, para eu poder te abraçar. Estou com saudade do teu calor, do teu cheiro... preciso de você bem pertinho de mim. Vem? Com um sorriso safado no rosto, ela veio para junto de mim, me abraçou e encostou a cabeça em meu ombro. Todo o resto do mundo foi esquecido. O cheiro dela me embriagou e eu precisava sentir sua boca na minha, a maciez dos seios em meu peito... o calor da sua boceta em meu pau. Meu Deus... – Vamos pedir a conta e vamos para casa. Eu quero você. De sobremesa – eu juro que tinha a intenção de deixá-la descansar, mas aquilo era maior do que eu, me consumia. Pouco tempo depois, estávamos entrando na casa dela. – Uau! Você contratou uma diarista para limpar minha casa? – ela olhou admirada para tudo. – Claro que não, eu só não queria deixar nada bagunçado pra você. Só dei uma ajeitada, não tinha nada para fazer a tarde toda… – passei as mãos por seus cabelos e a beijei de leve. Meu tesão era tanto, que minha vontade era rasgar as roupas que ela estava vestindo e fazer amor com ela ali, contra a porta da sala. – Venha, está cansada? Trabalhou muito? – a puxei para o quarto. – Um pouco... – respondeu, incerta. Ela me olhou, erguendo a cabeça, não resisti àquela boca e a beijei. Minhas mãos começaram a tirar as roupas dela e logo eu a tinha nua, na minha frente. – Deite-se de bruços. Vou fazer uma massagem em você, para relaxar. – Humm, casa arrumada, beijos, massagem... assim você me acostuma mal – se deitou, como mandei. – Feche os olhos. Arranquei minhas roupas, peguei o óleo de massagem que eu havia encontrado no banheiro e coloquei um pouco nas palmas das mãos. – Tire os cabelos das costas. Outra vez, me obedeceu. Respirei fundo e comecei a espalhar o óleo pelo corpo dela. Nas costas, em sua bunda, nas coxas, panturrilhas e pés. Quando ela estava bem escorregadia, eu comecei a


massagem. Esfreguei e massageei seus ombros, desfazendo nódulos e ganhando gemidos... fui descendo até que cheguei em sua bunda. Pulei direto para as coxas dando atenção especial para as panturrilhas e pés. Quando ela estava bem relaxada, espalhei óleo em meu peito, abdômen e coxas. Passei as mãos em sua bunda e meu corpo se arrepiou. Ajoelhei-me entre suas pernas, afastando-as, e comecei a massagear, escorregando meus dedos até seu cuzinho, que se contraiu com meu toque. Aquele aperto rápido fez meu pau pulsar. Acariciei, espalhando o óleo em sua bocetinha gostosa, que já estava molhada. Escorreguei um dedo para dentro dela e gemi de tesão. Coloquei outro e ela empinou a bunda para mim, num pedido mudo. – Esse óleo corporal é beijável. Tem gostinho de morango – a voz dela estava rouca de tesão. Como eu não tinha percebido isso? Mais do que rápido, dei vazão ao meu desejo e meti o rosto em sua bunda, sentindo aquela contração em minha língua. Minha Pimentinha gemia e se esfregava em meu rosto. Passei a língua em toda sua bunda, mordiscando de leve, lambendo sua boceta suculenta e seu buraquinho apertado, circulando seu clitóris com os dedos. Quando ela estava trêmula sob minhas mãos, fui subindo pelo seu corpo, esfregando meu peitoral em sua bunda e costas. – Seu Leãozinho vai te comer, Pimentinha – sussurrei em seu ouvido, meu corpo se moldando ao dela, a cabeça do meu pau encontrando a entrada úmida de sua boceta. Devagar fui invadindo seu calor, meio que enlouquecendo com a sensação, com o aperto e a maciez de sua boceta. A agarrei pelo pescoço, sufocando-a por alguns segundos enquanto me metia todo dentro dela. Fiquei imóvel, sua boceta ordenhando meu pau. A soltei e virei seu rosto para um beijo consumidor, assim como meu desejo por ela. Lambendo, beijando, mordiscando e metendo forte. Seus gemidos de prazer eram como a bebida mais forte, me embriagando, me deixando tonto de tanto tesão. – Me olhe, Anne – virei sua cabeça e segurei seus cabelos, puxando-a para mim. Com a outra segurei seu pescoço. A apertei de leve. Um pouco mais, até que ela começou a ficar vermelha. Mordi seu ombro, olhando-a. O prazer estampado em seu rosto me levou à beira do precipício. Eu não aguentaria muito. Larguei seu pescoço e, passando a mão por baixo de sua barriga, cheguei ao seu clitóris e a masturbei enquanto fodia sua boceta, sem dó. Anne gritou, chamando meu nome e, puta que pariu, vi estrelas quando sua boceta começou a contrair em meu pau. Gemi como um animal e escorreguei pelo seu corpo. Eu queria seu gozo em minha boca, sentir o gosto doce do mel de sua boceta.


Eu era um depravado, mas ela era minha, toda minha. Lambi e suguei até que ela estava novamente gemendo e rebolando. Essa mulher foi feita pra mim! Aquela bunda ali, na minha cara, estava me deixando doido. Eu precisava fazê-la minha, totalmente. Me posicionei entre suas pernas e encostei meu pau em seu buraquinho apertado. Ele contraiu com o contato e estremeci. Fui avançando, o óleo ajudando. O gemido rouco de Anne quase me fez gozar ali mesmo, logo na entrada. Centímetro a centímetro, vi meu pau ser engolido por aquele rabo gostoso. Era lindo demais. Tirei um pouco e voltei a me meter nela, que começou a acompanhar meus movimentos. Nossos gemidos se confundiam e se misturavam no quarto, insanos e perdidos no prazer absoluto. Anne gozou de novo e, dessa vez, me deixei levar, gozando junto, nossos corpos estremecendo de prazer, nossos nomes sendo ditos por vozes roucas de tesão, exaustas pelo prazer. – Você é minha, Pimentinha. Diz pra mim – olhei em seus olhos. – Sou sua, Bruno. Sua e só sua, enquanto me quiser. – Te quero pra sempre, minha Anne – beijei sua boca com paixão, demonstrando minha posse total. – Minha... Escorreguei para fora de seu corpo e me deitei ao seu lado, puxando-a para mim. – Descanse, minha Anne. Durma nos braços do seu Dono. Senti seu sorriso em meu peito e meu coração de pedra se amoleceu. Abraçada em mim estava a mulher da minha vida. A única que chegou em meu coração... Senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto e tive a certeza absoluta de que tinha encontrado alguém para o resto da minha vida...


Capítulo 15 Os dias passavam lentos demais e o tempo que eu ficava com ela passava voando. Hoje já era sábado e amanhã à noite eu iria embora. Tristeza e um vazio sem explicação começaram a tomar conta de mim. Verificando o relógio, vi que estava quase na hora de passar no shopping para pegar o presente dela. Será que ela gostaria? Teria que dar uma última olhada em Diego também. Tampinha safado. Deixei tudo arrumado e fui ao shopping antes de buscá-la. Já conhecia aquele shopping como a palma da minha mão. Fui direto na loja e o presente havia ficado perfeito! Passei em frente a loja na qual o tampinha trabalhava, mas como não tinha nem sinal dele, entrei e perguntei por ele. – Ah, sim. O Diego não passou na experiência, foi dispensado pela manhã – me informou a moça do caixa. – Obrigado. Saí de lá pensando onde o tampinha poderia estar e o que estaria fazendo. Coisa boa é que não devia ser. Agora eu iria embora preocupado com minha Pimentinha. Já no carro, coloquei a caixa do presente dela no porta-luvas, joguei fora a sacola para que ela não desconfiasse e fui buscá-la. Parei em frente ao trabalho dela e a impaciência me tomou. Me sentia como um leão enjaulado, louco de fome, sabendo que um bifão apetitoso estava do outro lado da grade. Eu queria sair correndo do carro, entrar onde ela trabalhava, a jogar no ombro e levar embora, amarrá-la na cama e não deixá-la sair de lá, até que minha fome tivesse passado. Saí do carro e fiquei esperando, andando de um lado para o outro. Minutos depois ela apareceu, e quando me viu abriu aquele sorriso lindo. Agarrei e a levantei do chão, dando um beijaço nela, mas nem assim aquela coisa em mim diminuiu. Pelo contrário, agora eu a queria ainda mais. Seu cheiro, sua pele, seus cabelos... – Vamos para casa, Leãozinho. Passei o dia querendo ser sua leoa...– falou baixinho, sussurrado, com uma voz sensual que me deixou ainda mais louco para me perder nela. Em menos de dez minutos, eu estava fechando a porta da casa dela atrás de mim, nossas bocas coladas, mãos ansiosas percorriam pele, arrancando roupas, apalpando, apertando, arranhando... humm, quando ela arranhava minhas costas eu enlouquecia. Ah, minha Pimentinha insaciável... A recostei no braço do sofá e matei um pouco da sede e da minha fome por ela.


Uma hora e meia depois estávamos entrando no bar, próximo à academia. O lugar era bem legal, parecido com o meu bar da praia. Até o palco e a pequena pista eram parecidos. Andréas e sua namorada nos esperavam. O cara era gente boa. – E aí? Anne, esse é Andréas e sua namorada. Anne estendeu a mão para ele e deu três beijinhos na garota. – Essa é Alexsandra. Prazer em conhecer você, Anne – Andréas disse, olhando para minha Pimentinha de cima a baixo. Não gostei disso e Anne, pelo jeito, também não, pois se abraçou a mim, como para se proteger. Nos sentamos e Anne começou a conversar com Alexsandra. Em pouco tempo, aquele clima desconfortável passou e pedimos bebidas e uns petiscos. – Qual é a do palco ali? Qualquer um pode cantar? Ou só bandas? – Eles têm um karaokê aqui e bandas também se apresentam. Vamos perguntar ao garçom. Você ainda toca? Lembro que fazia parte de uma banda na faculdade. – Às vezes matamos a saudade dos velhos tempos e nos juntamos. Ainda sai alguma coisa legal. Continuamos o papo e, depois de algumas cervejas, achei que era a hora. Me levantei, dando a desculpa de ir ao banheiro. – Anne, tudo bem você ficar aqui? Eu já volto – ela assentiu com a cabeça. – Ok, não saia daqui. Entendeu? – dei um beijo nela e fui até o carro. Antes de sair, perguntei ao barman se tinham algum violão, pois eu estava querendo tocar.

Bruno já tinha saído há uns 10 minutos. Eu olhava impaciente para o lado dos banheiros, na esperança de vê-lo voltando. Andréas me olhava de um jeito que estava me deixando desconfortável. Alexsandra foi ao banheiro também, deixando nós dois sozinhos na mesa. Ele se levantou e sentou-se ao meu lado. Perto. Muito perto para o meu gosto. Colocou a mão sobre minha perna e chegou perto do meu ouvido. – Sabe, quero te comer. Você deve ter uma boceta de ouro, para que Bruno esteja assim, de quatro por você. Me senti ultrajada por suas palavras, mas completamente sem reação. Ele se aproveitou disso e escorregou a mão pela minha coxa, muito perto da minha virilha. Aquilo me deixou enojada e me afastei tão rápido, que quase caí da cadeira.


– Calma gata, eu não mordo. A menos que me peçam. – Você é repugnante. Fique longe de mim… – eu ia dizer mais umas verdades para ele, mas Alexsandra retornou, dizendo que a fila do banheiro estava muito grande. Nisso, a estática do microfone sendo ligado chamou nossa atenção e olhamos para o palco. E lá estava meu Leãozinho, sentando em uma banqueta alta, com um violão no colo. Ele deu três tapinhas no microfone. – Essa é para minha Pimentinha – seus olhos se grudaram aos meus e o assunto Andréas foi esquecido completamente. Minha atenção presa a ele. Os acordes do violão encheram o bar e todos ficaram quietos, prestando atenção no som que ele produzia no violão, e então ele começou a cantar. “Acredita em anjo, pois é, sou o seu... Soube que anda triste, que sente falta de alguém, que não quer amar ninguém... Por isso estou aqui, vim cuidar de você, te proteger, te fazer sorrir, te entender, te ouvir e quando tiver cansada... cantar pra você dormir. Te colocar sobre as minhas asas, te apresentar as estrelas do meu céu, passar em Saturno e roubar o seu mais lindo anel. Vou secar qualquer lágrima que ousar cair, vou desviar todo mal do seu pensamento, vou estar contigo a todo momento sem que você me veja... Vou fazer tudo que você deseja. Mas, de repente você me beija, o coração dispara e a consciência sente dor... E eu descubro que além de anjo, eu posso ser seu amor.” Lágrimas quentes rolavam pelo meu rosto, borrando minha visão e novamente fiquei sem reação, olhando para ele, que se levantou colocando o violão ao lado da banqueta, vindo em minha direção. O bar todo aplaudiu e o barulho dos clientes aumentou novamente. – Pimentinha, eu te amo. Muito – ele disse, tirando uma caixinha de dentro do bolso, estendendo em minha direção. Incrédula, me levantei e fiquei olhando para ele, que sorriu e abriu a caixa. Dentro tinha uma gargantilha, com um pingente. Comecei a rir, nervosa e completamente abobalhada. O pingente era um leãozinho com uma pimentinha na boca. Me atirei em seu pescoço, beijando-o. – Eu vou embora amanhã, mas vou ficar sempre com você – ele colocou a caixinha na mesa e pegou a gargantilha. Levantei meus cabelos e ele prendeu a gargantilha em meu pescoço. –Minha, definitivamente minha. – Repete que me ama – pedi olhando em seus olhos. Ele secou minhas lágrimas e me beijou de leve. – Amo você, minha Pimentinha, minha Anne. – Eu também amo você, Bruno – e, tocando o pingente, continuei. – Meu Leãozinho.


– Vamos para casa... – ele sussurrou em meu ouvido, me abraçando e rodando comigo nos braços. Nos despedimos de Andréas e Alexsandra. Bruno me puxava pela mão em direção à saída, impaciente. Novamente chegamos em casa em tempo recorde, deixando as roupas espalhadas pelo caminho até o quarto. Com a língua, a boca, as mãos e com seu corpo todo, ele me provou o quanto me amava e, em seus braços, me senti a mais amada e a mais linda das mulheres...


Capítulo 16 Acordei na mesma hora de sempre, com minha Pimentinha em meus braços. Me embrenhei em seus cabelos e aspirei seu perfume. Como eu ficaria sem ela? Suspirei, resignado. Eu precisava ir e ela precisava ficar... Hoje eu queria que o dia fosse especial e inesquecível, já que à noite, eu teria que ir embora. Devagar, saí da cama e fui para a cozinha fazer o café da manhã. Um pouco depois, com tudo em uma bandeja, levei para o quarto. Ela estava dormindo de bruços, abraçada ao travesseiro, o lençol mal cobrindo sua bunda, fazendo com que eu pensasse mil e uma safadezas. Coloquei a bandeja em cima da mesa de cabeceira e, subindo na cama, comecei a beijar suas pernas. – Vamos acordar, Pimentinha... Ela se espreguiçou e virou para mim, abrindo os braços, me chamando. Mais do que rápido, me deitei em cima dela, que me abraçou. Forte. O café da manhã ficou esquecido e ficamos nos beijando, nossos corpos colados... *** – Vamos comer, Pimentinha, fiz café para nós – me sentei e puxei a bandeja para meu colo. Peguei um pedaço de pão. – Abra a boca. Ela obedeceu na hora, já acostumada a ser alimentada por mim. Como eu amava isso, poder cuidar da minha Anne. Desse modo, acabamos com tudo com o que eu havia preparado e recoloquei a bandeja em seu lugar. – O que você quer fazer hoje? – perguntei, puxando-a para meus braços. – Eu poderia ficar assim, abraçada em você o dia todo... – ela colocou a cabeça para trás, olhando em meus olhos. – Eu já estou com saudade. – Eu também, Pimentinha. Mas tenho que voltar, o hospital me espera. Sexta à noite eu venho te buscar e então vamos para a praia. Eu não vejo a hora de te levar ao bar e ver a tua carinha quando olhar para tudo aquilo. – Querer também consola – ela respondeu triste, apertando a cabeça em meu peito. – Não vamos pensar nisso, tá? A semana vai passar tão rápido que, quando percebermos, já será sexta... e também, não é tão longe, quem sabe eu não apareça por aqui durante a semana? Sei que não vou conseguir ficar sem teu calor, sem seu cheiro, sem seus beijos... – puxei-a para cima de mim. Eu


precisava senti-la em mim, meu corpo precisava da memória de suas curvas, meu pau necessitava memorizar o calor de sua boceta. – Eu preciso estar dentro de você. Só ficar, quieto e metido em seu calor… – tomei posse de sua boca, enquanto ela, num movimento de quadril, me levou para dentro. Fiquei quieto, só sentindo aquela boceta molhada me apertando. Segurei sua bunda firmemente contra mim, impedindo que ela se movesse também. Mas minha Anne era uma capetinha e começou com uma série de contrações, pressionado e soltando seus músculos internos. Fui incapaz de conter o gemido animal que saiu de mim. Ataquei sua boca com mais vontade, o beijo consumindo o resto da minha sanidade. Onde ela havia aprendido aquilo? Eu estava perdendo o controle sobre meu corpo, sendo sugado e ordenhado sem dó por aquela boceta deliciosa. Tentei sair, mas estava preso a ela. Eu estava ofegante e louco de tesão, tive que interromper o beijo para poder respirar. Anne desceu os lábios pelo meu pescoço e ficou lambendo e sugando, sua língua subiu, contornando o lóbulo da minha orelha. – Meu Leãozinho gostoso... seu pau é tão grande... vai tão fundo... ahhh... – ela gemeu quando meu pau pulsou dentro dela. – Meu Deus, Leãozinho... faz de novo... Eu estava em êxtase, meu pau tinha vida própria e eu estava quase gozando, ali, parado! Que coisa louca! Com o pedido dela, ele obedeceu sozinho, pulsando uma vez após a outra. Anne levantou a cabeça e nossos olhos se prenderam, arregalados, surpresos pela intensidade do que estava acontecendo. Gemidos escapavam de nós, nossos corpos conectados e trêmulos, à beira do orgasmo. – Bruno, eu não aguento mais… Seus seios, com os mamilos durinhos, pressionavam meu peito, e então tudo aconteceu. Anne estremeceu, gemendo meu nome, e aquelas contrações aumentaram de velocidade com o orgasmo dela, puxando o meu. Vi estrelas, minha visão escureceu e apertei a cabeça contra o travesseiro, chamando minha Anne, sem fôlego. Caralho! Nunca imaginei uma coisa assim. Passei meus braços pelas costas dela, sem forças, abraçando-a. Senhor, obrigado por ter posto essa mulher em meu caminho. Ficamos algum tempo assim, abraçados e quietos, para não estragar a magia do momento. Depois, a peguei nos braços e levei para o chuveiro, lavando todo seu corpo, seus cabelos, cuidando e mimando minha mulher. Mais tarde, fomos almoçar em um restaurante, passeamos no zoológico e ela fez questão de tirar fotos de mim em frente à jaula do leão. Rimos e nos divertimos a valer, além de tirar muitas fotos de nós dois. À noitinha, quando voltamos, passamos no drive-thru de uma lanchonete, compramos lanches e fomos para casa. Jantamos em frente à TV, assistindo a um filme.


A hora de ir embora se aproximou rápido demais. Não levaria nada do que trouxe, deixaria tudo aqui para a próxima vez. Peguei minha carteira, o celular e a chave do carro. – Anne, pegue a caixa do colar que te dei. Ela foi até o quarto e retornou com a caixa nas mãos. – Tire a calcinha – ordenei. Seus olhos correram para os meus e ela retirou, estendendo-a para mim. Peguei e cheirei. O tesão estampado em meu rosto e no sorriso safado que não consegui impedir. Dobrei a calcinha e, retirando a parte acolchoada da caixinha, a guardei. – Meu tesouro. Vou levar comigo – ela me abraçou e seu corpo tremeu. – Não chore, Pimentinha. Prometo que na primeira oportunidade, eu volto. – Está bem, leve a cópia da chave com você. Assim, se você puder vir e eu ainda estiver trabalhando, pode entrar. Ela buscou e estendeu-a para mim. Guardei a cópia da chave dentro da caixa, junto com a calcinha. – Está bem. Eu tenho que ir. Você vai ficar bem? – segurei seu rosto, olhando em seus olhinhos verdes cheios de lágrimas. – Tome cuidado, não confie em ninguém e não abra a porta para nenhum desconhecido. E nem pro tampinha safado do seu primo. Eu não confio nele. – Está bem, pode deixar que vou me cuidar. Quando você chegar na sua casa, você me avisa? – Sim, Pimentinha. Vai ser a primeira coisa que vou fazer, assim que parar o carro na garagem, eu te ligo. Nos beijamos e descemos pelo elevador, abraçados. Chegando na garagem, abri a porta, me enfiei dentro do carro e guardei a caixinha no porta-luvas. Saí, a abracei forte e beijei de novo, acariciando seus cabelos. Foi a despedida mais sofrida de toda minha vida. Entrei e dei a partida. Anne ficou ali, parada, acenando enquanto o carro se distanciava. Coloquei Spoke in the whell para tocar, a música bem alta, e me afundei em autopiedade, meu coração havia ficado lá, com ela. Mal estava prestando atenção na estrada, dirigindo meio que no piloto automático, quando um carro bateu de leve atrás de mim. Olhei pelo retrovisor e vi um furgão preto, que se distanciou e acelerou para cima do meu carro. Sem pensar, meti o pé no acelerador, desviando dos carros à minha frente, um olho na estrada e outro no furgão que continuava em meu encalço. Mas que caralho! Um motorista distraído mudou de faixa sem dar seta, se enfiando em minha frente. Para não bater nele, virei o volante com tudo e perdi o controle do carro. Tudo virou uma bagunça, o carro derrapou


e capotou não sei quantas vezes. Tudo voava, minha cabeça sacudia para todo lado. Meti os dois pés fortemente na embreagem e no freio e segurei no volante firmemente, para minimizar o sacolejo do meu corpo, mas em vão. Quando ele finalmente parou, senti tudo rodando à minha volta. Minha visão falhava e minha cabeça latejava. Passei a mão pelo meu pescoço, procurando por alguma lesão e pela minha têmpora. Senti o sangue quente, escorrendo pelo meu rosto. À minha frente, fumaça estava saindo do capô do carro. Eu precisava sair dali! Uma dor lancinante tomou conta de mim, quando tentei mexer as pernas e a escuridão me engolfou.


Capítulo 17 Acordei banhada de suor. Que sonho idiota! Levantei e fui até a cozinha beber um copo de água com açúcar, para ver se acalmava meu coração, que parecia querer sair pela boca. Peguei meu celular na mesinha da sala e verifiquei se tinha alguma mensagem de Bruno. Nada. Cadê você, quando eu mais preciso? Nenhuma mensagem, nenhuma ligação, nadinha de nada. Meu coração se apertou. Já era para ele ter ligado... – Será que você não vai dar sinal de vida? Cadê você? – resmunguei sozinha. Ele pareceu tão verdadeiro em sua declaração, em seus gestos... O que que eu devo fazer? Fiquei andando pela sala e pensando no que fazer. Ligar para ele? Mandar uma mensagem pelo note? Esperar ele ligar? – Será que aconteceu alguma coisa? Ou esse sumiço é apenas o que eu devo esperar de você? – agora eu estava ficando doida, falando sozinha. Completamente perdida e desanimada, me sentei no sofá e liguei a televisão. Fiquei passeando pelos canais, comecei a ver um filme, mas as cenas românticas me fizeram mudar novamente os canais. De repente, meu coração acelerou outra vez ao ver um carro capotado no noticiário. Ai, meu Deus! Ai MEU DEUS!!! Era o carro dele ou um muito igualzinho. Agarrei o celular e liguei para ele. Caiu direto na caixa postal. E agora? Eu precisava avisar alguém, mas eu não tinha o telefone de nenhum dos amigos dele... Recomecei a andar pela sala, minha cabeça pegando fogo, meu coração acelerado. Claro! O Guilherme, que era médico no mesmo hospital! Se eu desse sorte, ele estaria de plantão ou alguém me daria o contato dele. Corri para meu quarto à procura do papel em que Bruno havia escrito seus números. Eu tremia tanto que mal conseguia apertar as teclas do maldito celular. Respirei fundo tentando me acalmar. Logo uma mulher atendeu. – Eu gostaria de falar com o Dr. Guilherme, da oncologia. É urgente. – Qual seu nome, Senhora? – a atendente respondeu numa lerdeza que só por Deus. – É Anne. Diga que é da parte do Bruno. E é urgente – se não dissesse isso seria capaz da moça me colocar na espera infinita. – Ok, só um segundo.


A musiquinha da espera começou a tocar na linha e quase enfartei. Qual a parte de urgente que aquela mulher não entendeu?!? – Oncologia, boa noite. – Boa noite, preciso falar com o Dr. Guilherme, é urgente. – Dr. Guilherme está em cirurgia. Quer que peça para ele entrar em contato? – Por favor, peça para que ele me ligue assim que sair da cirurgia. É superurgente. Você pode anotar um recado? Para ele entrar em contato com Anne, é sobre o Bruno. Realmente é urgente. – Sobre o Bruno? O Bruno, amigo dele e enfermeiro aqui do hospital? O que tem ele? A mulher ficou aflita e o monstro do ciúme me pegou. Essa devia ser uma das que já tinham provado do meu Leãozinho. Mas não era hora de pensar em mim, com a vida dele podendo estar em risco. Engoli em seco e respondi. – Ele pode ter sofrido um acidente. Preciso realmente falar com o Guilherme. – Pode deixar, Anne. Me passa seu número que, assim que a cirurgia acabar, eu entrego pessoalmente pra ele. Passei o número para ela, agradeci e já ia desligar quando me lembrei de um detalhe. – Ah, qual é seu nome? – É Dani. Fique sossegada, Anne, eu prometo dar o recado. – Ok. Obrigada então, Dani. Desliguei o celular. Caramba, eu estava tão nervosa que dormir era impossível, inimaginável. Troquei de roupa, peguei minha bolsa, celular e as chaves e saí. Eu iria para onde tinha sido o acidente, a alguns quilômetros daqui. Lá, com certeza, eu teria alguma notícia. Entrei no carro e saí cantando o pneu. *** Graças a Deus tudo saiu bem na cirurgia, mas, caramba como demorou! Estou louco de saudade da minha Pequena, quero chegar em casa e me aconchegar em seu corpo, que deve estar quentinho em nossa cama... Senti meu amigo se empolgando em minhas calças... eu não estava tão cansado assim, afinal. Saí da sala de cirurgia e estava indo para minha sala tomar um banho, quando escutei alguém me chamar. – Dr. Santos. Espere! Tenho um recado urgente para o senhor. E lá vinha a enfermeira baixinha correndo desabalada em minha direção. – Uma mulher chamada Anne ligou. Ela disse que pode ter acontecido alguma coisa com o Bruno,


um acidente, e estava muito nervosa. Esse é o número dela, seria bom entrar em contato o mais rápido possível – ela falou tão rápido que não entendi metade do que disse. Esse Bruno não tinha jeito mesmo. Pelo nervosismo da enfermeira, ele já devia ter pego ela também... será que tinha uma mulher aqui no hospital que ele não tinha levado para algum canto? – Calma, fale devagar. O que tem a Anne e o Bruno? Respire, mulher! A coitadinha respirou fundo e repetiu um pouco mais devagar. Aí foi a minha vez de ficar nervoso. Caralho de asa! Para a Anne ligar para mim aqui no hospital deveria ser algo muito importante. – Obrigado. Vou ligar agora mesmo – ela virou nos pés e já estava indo embora, quando se virou e me chamou novamente. – Dr. Santos, sei que é muita petulância minha, mas aqui está o meu número. Se puder me dar notícias quando as tiver, eu ficaria muito agradecida – me estendeu um papel com o seu nome e telefone. – Pode deixar, Dani. Eu aviso sim. – Obrigada, Doutor. Ela colocou o cabelo atrás da orelha e me deu um sorriso tímido. Não esperei ser chamado novamente e corri para minha sala. Lá chegando, peguei meu celular e liguei para Anne, que logo atendeu. – Anne, é o Guilherme. Recebi seu recado, o que aconteceu? – Graças a Deus que você me ligou. Estou meio desesperada. Bruno saiu daqui era umas dez horas. Fiquei esperando ele ligar, como disse que faria, e acabei adormecendo no sofá. Tive um sonho lazarento, onde ele estava machucado e sozinho. Acordei com o coração pulando pela boca. Daí fiquei assistindo televisão e trocando os canais. No noticiário local estavam mostrando um acidente, um carro capotou e, juro por Deus, é muito parecido com o carro do Bruno. Estou quase chegando no local, quando eu ver o carro, vou ter certeza e, quem sabe, alguma notícia. – Onde foi o acidente?– ela me passou e anotei. – Acho que consigo chegar em quarenta minutos mais ou menos. Se for mesmo, me ligue confirmando. Vou passar na casa dele e dar uma olhada se ele está por lá. Mas, se ele prometeu que te ligaria, com certeza ele faria isso. Guarde o meu número aí e se acalme. Qualquer coisa que tenha acontecido, eu, como médico, consigo os detalhes. Logo eu chego. Desculpe, Anne, mas como eu vou saber quem é você? – Eu vou ser a mulher desesperada e chorando, não tenha dúvidas – ela deixou escapar um riso de puro nervosismo. – Já estou vendo o porquê do encantamento do Bruno. Você tem um humor invejável. Se acalme, estou indo. Desliguei e liguei para o Theo.


– Theo, parece que o Bruno sofreu um acidente. Vou direto para o local do acidente, a Anne me passou. Não vou ligar agora para casa, porque Ella deve estar dormindo. Fica de olho nela pra mim? – Tá certo, pode deixar, pela manhã eu passo lá e dou a notícia para ela, com jeito. Vá lá e me ligue quando chegar, para dizer como ele está. – Avise o Rick também. Vou tomar uma ducha e ir, acabei de sair do centro cirúrgico. Acho que em mais ou menos uma hora eu chego e te ligo logo em seguida. Até. Desliguei sem esperar resposta e fui arrancando a roupa. Uma ducha rápida e em cinco minutos eu estava saindo do hospital.

– COMO ASSIM O CARRO ESTAVA VAZIO? – gritei com o policial. – Acalme-se, senhora. Quando chegamos ao local, o carro estava com a porta aberta e não tinha ninguém dentro. Encontramos sangue no banco e no chão do veículo, mas só isso. Estamos esperando a chegada dos cães farejadores, para ver se encontram o rastro do motorista, para saber se ele se embrenhou na mata ou se retornou à estrada. Sentei num pedaço de árvore, só o toco, e agarrei meus cabelos, desesperada. Como assim? Será que ele estava perdido no mato? Tomara que ele tenha retornado para a estrada e alguém o tenha socorrido... Não consegui conter as lágrimas e deixei que saíssem descontroladas. Bem que o Guilherme poderia chegar logo e descobrir alguma coisa a mais... Meu Leãozinho, cadê você? Peguei meu celular para ligar, avisando ao Guilherme que era mesmo o carro do Bruno, mas a porcaria estava sem bateria. Droga, droga droga! E agora? O certo é que eu não sairia daqui enquanto não tivessem alguma notícia, pelo menos a direção que ele tinha tomado, pois, se ele tivesse se embrenhado no mato não estaria longe e os cachorros seguiriam seu rastro, encontrando-o. Estava ali, sentada naquele toco de árvore, sei lá por quanto tempo, quando uma mão em meu ombro me tirou dos pensamentos. – Você é a Anne. Acertei? Olhei para o dono da voz e soube na hora que era o Guilherme. Quase tão alto quanto o Bruno, dono de olhos incomuns, cinzentos. – Sou eu. Você deve ser o Guilherme. Tentei te ligar, mas fiquei sem bateria – continuei falando, deixando-o a par da situação. As lágrimas reapareceram quando eu disse que eles não tinham ideia


de onde ele poderia estar. – Calma. Não vamos nos desesperar. Isso não aconteceu há muito tempo. Vamos deixar meu número com os policiais e, qualquer novidade, eles ligam para nós. Enquanto isso, vamos trabalhar com a possibilidade de ele ter ido para a estrada e conseguido uma carona. Ele já foi paramédico, saberia o que fazer numa situação dessas e sair para procurar ajuda, se não estivesse ferido demais – ele me abraçou e continuei chorando em seu peito. Que patético! Mas no momento aquilo era tudo o que eu precisava. – Só um minuto, Anne. Sente-se aqui, já volto – ele disse quando o celular começou a tocar. Se afastou e atendeu.

Tive que deixara pobrezinha ali, para a tender ao celular. Ela estava realmente abalada. Atendi sem olhar quem era. –Dr. Santos. – Ei, Gui, é o Rick. Saia daí agora, leve Anne para a casa dela e me mande uma mensagem com o endereço. Estou mandando alguns seguranças. – Como assim, seguranças? – Acabei de receber um e-mail do maldito do ex-marido da Jess. Ele está com o Bruno. Já mandei todos para um lugar seguro; Jess, as crianças, Theo, Pam e Ella. Meus homens levarão vocês para lá. – Porra, aquele cara não desiste? – exasperei e passei a mão pelos cabelos. – O filho da puta mandou uma foto de Bruno anexada ao e-mail. Ethan, o investigador que ajudou no caso da Jess, já está atrás de rastrear o IP. Logo teremos o maldito. – E como ele está? – Na foto, ele está desacordado, um machucado na testa, com um pedaço de metal enfiado na perna. Fora isso, ele parece normal. Não dá para saber. Mas o fato é que o maldito está fora de si. Disse que roubei a família dele e que agora ele vai pegar a minha e todos os que amo. – Cara, eu não sei o que dizer... – Não diga nada, saia daí e vá para a casa da Anne. Fique lá até que Cris chegue com os outros. Ele veio com os filhos da Jess, mandei buscá-los de helicóptero. Com esse louco por aí, não dá pra deixar ninguém de fora, e como Cris era policial, ele saberá perfeitamente como agir. Eles já saíram daqui. – Minha Pequena está bem? – eu precisava ter paz, para continuar. – Está sim, todos já estão em segurança, incluindo meus pais e Layla. – E você? Vai ficar bem?


– Só vou ficar bem quando colocar minhas mãos naquele maldito, filho da puta... – Tá certo, estou indo. Até. Cuide bem da minha Pequena. – Vou esperar sua mensagem com o endereço dela. E, cara, explique a situação para Anne. Ela, estando com o Bruno, é mais uma na mira do maldito. Convença-a a vir junto com você. Bruno não nos perdoaria se a deixássemos desprotegida. Boa sorte e até mais – desligou e eu alonguei os músculos do pescoço, fechando os olhos enquanto a ira me consumia. Ah, se eu pegasse esse cara... imagino o que Rick deve estar sentindo. Eu precisava tirar Anne daqui. Rick tinha razão, nenhum de nós estava a salvo com esse maluco solto por aí. Mas ele estava preso… Caralho, tudo só se complica... – Anne, precisamos ir. Vamos para sua casa – me abaixei e sussurrei em seu ouvido. –Sabemos onde e quem está com o Bruno. Alguns seguranças estão vindo nos pegar. Não reaja, por favor. Precisamos ir. Aparentando uma calma que eu não tinha, me despedi dos policiais, deixando meu número, como havia dito que faria. – Deixe seu carro aqui, depois alguém vem buscar. O mais importante é que cheguemos em sua casa o mais rápido possível – abri a porta do meu carro para ela, que entrou meio atônita. Entrei e, dando a partida, coloquei o carro em movimento. – Pegue aqui. Mande seu endereço por SMS para o Rick. A coitadinha tremia visivelmente, mas obedeceu e logo me devolveu o celular, encostando a cabeça no banco, fechando os olhos. – Calma, Anne, ninguém vai fazer nada com o Bruno. Vamos chegar até ele antes que qualquer coisa aconteça. Já temos uma equipe procurando por ele. Ela permaneceu calada e só começou a falar quando chegamos próximo à entrada da cidade. Foi me dando a direção e logo chegamos em sua casa. Estacionei e subimos. – Faça uma mala para alguns dias. – Eu não posso sair assim, eu trabalho! – ela retrucou meio exaltada. – Anne, entenda. Estamos lidando com um homem desequilibrado que foi capaz de sequestrar a ex-esposa por duas vezes, há um tempo atrás. Ele está totalmente fora de si, a ponto de cometer o mesmo ato agora, só para mostrar que pode. Você, sendo mulher do Bruno, é mais uma para a lista desse louco. Todos estão protegidos, Rick já providenciou isso. Você seria uma presa fácil se ficasse sozinha. Pense, Anne. Pense no Bruno. Ele nos conhece, sabe que cuidamos uns dos outros, somos assim. Ela ficou quieta, me olhando, medindo minhas palavras. Então soltou um longo suspiro e baixou o


olhar, vencida. – Está bem, você tem razão. Já volto, fique à vontade. Ela juntou os cabelos, prendendo em um coque, exatamente como Bruno fazia... Como será que estavam tratando o meu amigo? Ele precisava ser tratado, se estava com um pedaço do carro enfiado em sua perna... se tentassem tirar, ele poderia sangrar até a morte... Um monte de “e se” passaram pela minha cabeça. Que Rick o encontrasse logo, antes que fosse tarde demais...


Capítulo 18 Abri os olhos e olhei em volta. Mas que porra de lugar é esse? Eu não estou ficando louco, sei que acabei de capotar com o carro. O que diabos eu estou fazendo deitado numa cama? Isso aqui não tem nem cara, nem cheiro de hospital! Minha perna! Olhei para baixo e um pedaço de metal estava fincado, transpassando minha panturrilha, mas não parecia ter atingido nenhum osso. A tontura e aquela sensação de náusea tinham sumido. Meu corpo estava dolorido, mas nada que eu já não tivesse sentido pior, com os treinos. Tirei meu cinto e prendi firmemente um pouco acima de onde o metal estava. Aquilo sim doeria terrivelmente. Tirei a camiseta também, dobrei e enfiei na boca, para que meu grito não fosse ouvido e, respirando fundo, puxei o metal. Ahhhhhh, que dor filha da puta! Pontos negros surgiram em frente aos meus olhos, tamanha foi a dor que senti. Sem fôlego, me obriguei a rasgar minha camiseta e amarrar sobre o ferimento, pressionando para que parasse de sangrar. Agora, eu tinha que descobrir onde eu estava! Me levantei devagar. Sons abafados chegavam até mim e fui até a porta, colando o ouvido na madeira. – Fique de olho nessa porta. Ele está todo ferrado, apagado há dias, não conseguirá fazer mal a você. E pare de tremer, rapaz. Você foi de grande valia, nos entregando o momento em que esse marombado aí saiu da casa da sua gordinha. Eu tenho a minha também, e ela foi roubada de mim pelo outro marombado idiota, amigo desse aí. Aqui, fique com esse celular. Qualquer coisa, você me liga e eu mando mais homens para te ajudar. – Certo, senhor Anthony. Aquela voz! Tampinha dos infernos! Apagado há dias? O que tinha acontecido comigo? Olhei para meu braço e havia sinais de ter estado com um acesso para soro ou outra coisa do tipo. Se eu fui atendido por um médico, por que não tiraram o ferro da minha perna? Ouvi o barulho de passos se afastando e o sangue me subiu à cabeça! Eu acabaria com a raça daquele tampinha desgraçado. Querendo me tirar do caminho, ele havia colocado Anne em perigo, na mira daquele escroto que me chamou de marombado. Esperei mais um tempo para ter certeza de que não haveria ninguém por perto. Levantei a cama e coloquei perto da porta, me sentei nela, para não


colocar meu peso na perna ferida, e meti o pé na porta, com toda a força que consegui. A porta caiu por cima do tampinha, que se estabacou de cara no chão. Sem cerimônias, pisei em cima da porta e me agachei próximo do rosto dele. Na queda, um pouco mais da metade de seu corpo havia ficado embaixo da porta. – O tal Anthony estava enganado. Eu não estou tão ferrado assim – fechei meu punho e desci na cara do tampinha, que ficou ali desacordado, com sangue saindo pelo canto de sua boca. Devo ter quebrado alguns de seus dentes, mas ele mereceu. Caído, um pouco mais à frente estava o celular que Anthony havia dado para ele. Peguei e liguei para o Guilherme. – Dr. Santos. – E aí, Gui – sussurrei ao celular. – Bruno, onde você está? – Não faço ideia, mas tinha um cara aqui, Anthony, que ficou falando de marombados e gordinhas. Sabe alguma coisa sobre isso? – É o louco do ex-marido da Jess. Deixe eu falar. Anne está com a gente. Esse cara aí foi o que sequestrou a Jess das outras vezes. Falou que pegaria a todos. Então, estamos todos juntos e protegidos. Como está a perna? – Porra, até isso você sabe? Eu improvisei um torniquete e amarrei. Estou bem. Conseguem rastrear esse número? – O Ethan está vendo isso agora mesmo. Ele estava pronto para tentar isso se o Tony ligasse. Mais um pouco e ele consegue. – Minha Pimentinha está por perto? – Está aqui do lado. Cara, se cuida. Não vai dar uma de louco e querer quebrar tudo sozinho. Aguenta aí, que logo nós chegamos com a polícia. – Uhum. Minha Pimentinha. Agora. – Certo. Até. Não respondi nada. Ele me conhecia muito bem para saber que aquele aviso serviu apenas para me irritar. – Leãozinho? Como você está? – a voz de Anne chegou até mim, preocupada. – Ah, que bom ouvir sua voz... estou bem, não se preocupe. Faça o que eles disserem, fique com as outras mulheres e não se preocupe comigo. Eu sei me virar. Amo você. – Também amo você... muito. Quase morri de preocupação quando vi seu carro na TV e já faz quase uma semana.... – ela fungou do outro lado da linha. – Não fique assim. Não chore. Logo estarei com você – vinda do outro lado da linha, escutei a voz do Rick, dizendo que tinham conseguido, que em dez minutos estariam ali e a polícia já estava a


caminho. – Diga que eu escutei. Preciso ir. Se comporte, minha Pimentinha. Ah, quebrei a cara do seu primo, desculpe por isso. – Diego? Ele está aí? – Sim, ele me entregou para o cara aqui. – Não me importo, ele fez por merecer. Por causa dele você foi machucado e está aí, preso. Não faça loucuras. Te quero bem e perto de mim. – Certo, você pedindo assim… – eu estava ficando duro ouvindo a voz dela assim ao meu ouvido. Porra! – Pimentinha, quando eu te pegar, vou te foder gostoso... essa sua voz assim preocupada e toda chorosa... tá me deixando louco aqui.. – Uhum. É tudo o que mais quero. Não faça loucuras e venha pra mim. Vivo. – Tenho que ir. Até mais – coloquei o celular no bolso, sem desligá-lo. Alguém estava vindo! Esgueirei-me por uma outra porta e aguardei. Um cara dobrou o corredor e, vendo a porta caída e o tampinha também, com sangue escorrendo de seu rosto, correu e se abaixou ao lado dele, colocando dois dedos em seu pescoço. – Desacordado – o cara sussurrou e colocou a mão para trás, ainda agachado, tentando alcançar o celular no bolso traseiro da calça. Nesse momento saí e agarrei seu braço, torcendo-o para trás, coloquei o joelho em suas costas e o forcei em direção ao chão. – Nem um pio ou quebro seu braço. Como eu saio daqui? – Daqui você só sai morto – ele disse, presunçoso. – Uhum, e morto eu iria em qual direção? – Direto para o inferno. – Estou vendo que não vai cooperar... – puxei mais para cima o braço dele. Um pouco mais e deslocaria o ombro do trouxa. – Última chance. – Por ali – apontou com a cabeça para o lado oposto ao qual ele apareceu, gemendo de dor. – Obrigado por nada, idiota – imitando o que fiz com o tampinha, desci o punho na têmpora do sujeito, que desmaiou, e larguei ele ali, em cima do outro. Se ele me mandou para a direita, eu iria para a esquerda. Devagar, fui andando com minha perna latejando e o sangue escorrendo lentamente pela minha panturrilha. Cheguei próximo a grade de ferro e escutei vozes bem próximas, vindas do andar de baixo. Uma das vozes, reconheci como sendo a do Anthony. Observei por entre as grades de proteção e vi dois homens sentados despreocupadamente no sofá, conversando. Fiquei esperando por uma chance de chegar até eles, pois teria que descer as escadas e seria impossível fazer isso sem que me vissem. – Foi uma sacada de mestre dos meus pais terem mandado meu irmão me visitar. Ele é meio louco


das ideias, nunca bateu muito bem da cabeça. Achou o máximo brincar de polícia e ladrão. É meu gêmeo, mas eu fiquei com toda a esperteza na divisão dos genes – e riu alto. Esse homem era mesmo um crápula nojento, sem falar nos seus pais; submeter um filho deficiente a uma coisa dessas. Nesse momento, vários carros chegaram, parando na frente da casa. Aproveitando o barulho, desci as escadas. Os dois foram para a janela, olhar lá fora, cheguei por trás deles e, rapidamente, bati uma cabeça na outra. Lembrando do celular em meu bolso, peguei. – Ei, alguém aí? – Tô aqui –respondeu Guilherme. – Já dei um jeito nos caras aqui. Avise que temos quatro desmaiados, sendo dois feridos. Vou abrir a porta. Desliguei o celular e abri a porta, me afastando do caminho. Policiais entraram correndo, com Rick, Theo e Guilherme atrás deles, que vieram direto em minha direção. – Cara, olhe pra você! Está todo estropiado! – Theo não perdeu a oportunidade de zoar comigo. – Ah, engraçadinho. Capota com o carro para você ver se não fica pior. – A ambulância está lá fora pra você. Tem que ver essa perna, Brunão – Guilherme disse, preocupado, olhando o curativo improvisado que estava encharcado de sangue. – Anne está realmente bem? – Chorando um pouco e muito preocupada, mas está bem. Quando saímos, ela estava ao telefone com a dona da loja e, sinceramente, eu entendi o porquê de você chamá-la de Pimentinha. Vamos, vamos para o hospital. Do caminho ligamos para um dos seguranças levar a Anne para lá. Rick, que estava de olho nos movimentos dos policiais, passou a mão pelos cabelos e pude vê-lo contraindo o maxilar. Ethan entrou e veio falar com ele. Anthony e seu comparsa estavam recobrando a consciência. Em um movimento ágil, Tony pegou a arma do policial que estava abaixado e apontou para Rick. – Rick, Cuidado! Mal acabei de falar, ouvi o disparo de uma arma e senti o braço de Guilherme me puxando para baixo. Quando levantei a cabeça para ver o que tinha acontecido, vi Ethan de arma em punho e Anthony largado no chão, em meio a uma poça de sangue que ia aumentando de tamanho. – Rick! – corremos até ele, a dor da minha perna esquecida completamente pela adrenalina da


situação. – Eu estou bem. Devo minha vida a você, Ethan – Rick estava de olhos arregalados, olhando para Ethan e para o Tony. – Que é isso, é apenas meu trabalho. Às vezes, isso acontece. É matar ou morrer. Podem ir – Ethan nos disse, enquanto paramédicos entravam na casa, mas nada puderam fazer por Tony. Ele estava morto.


Capítulo 19 Chegando ao hospital, Guilherme cismou em fazer exames, tomografia e outras coisas, ficando incrédulo por eu não ter quebrado nada. Graças a Deus e aos exercícios constantes, meus ossos são fortes e meus músculos uma capa forte em torno deles. Hematomas eu tenho aos montes e, tirando alguns poucos pontos na panturrilha, eu estou forte como um cavalo. E louco para ver minha Anne. Me deram alguns dias a mais de folga no hospital, por conta do acidente e da minha perna. Agora eu teria que convencer Anne a ficar cuidando de mim. Por mim, ela sairia do trabalho e viria morar comigo, eternamente minha. Mas, conhecendo seu humor ferino, eu arrumaria uma encrenca dos diabos se insinuasse que ela deveria sair de seu emprego. Minha Anne é uma espoleta, brava que só ela. Eu iria com jeitinho. As mulheres não deixaram que ela viesse para o hospital e ela já estava bem brava, se sentindo presa. E eu aqui, preso a essa cama de hospital também. – Guilherme, eu quero minha Anne e quero agora. Com o Tony morto, ninguém precisa ficar em lugar seguro nenhum. Quero ela comigo e mais ninguém. Pode dar um jeito de tirá-la das garras da mulherada. Onde já se viu, elas não deixarem ela vir me ver aqui? – desabafei, exasperado. Prendi meus cabelos num coque e passei a mão pelo rosto. Que merda! – Vou te levar pra lá. Todas estão preocupadas com você, os pais do Theo e do Rick também, e estão uma pilha de nervos. Estão todos juntos. Você não vai querer todo mundo na sua casa, vai? – Sinceramente, eu não quero ver ninguém, só minha Anne – cruzei os braços e o encarei. – Cara, isso não é comigo. Você conhece muito bem os pais do Theo, estão loucos de preocupação. Os do Rick já são um pouco menos preocupados, acostumados a cada filho em um canto. E todos te consideram como um filho. Não tem jeito. A gente passa lá, eles te veem, você pega a Anne e vão pra casa. É o melhor a fazer, se você quiser ficar sozinho por algum tempo. – Caramba, Gui. Depois de tudo o que passei, eu só quero me perder na minha Pimentinha – bufei como um touro bravo, apertando a cabeça no travesseiro. – Bem, você vai ter alta. Seus exames não deram nada, só confirmaram o que a gente já sabia. Que você é um cabeça dura! – ele riu de mim. – Vou ver os papéis da alta e já volto para te pegar. – Ok, mas vamos logo com isso, tá? Sem rodeios lá, não quero ficar muito tempo no meio de todo mundo, eu só quero... – Gui me cortou. – Sim, eu sei. Você só quer sua Pimentinha – riu de mim outra vez. – Já volto. – Lá no meu armário têm algumas roupas limpas, que guardo para alguma emergência. Você pega


pra mim? – Ok. E a senha? – 26/10. – Hum, deixe-me tentar descobrir o motivo desses números... Dia que conheceu sua Anne. Eu só confirmei com a cabeça. Essa senha eu já tinha há tanto tempo... como eu tinha sido tão idiota em não perceber o que eu sentia por ela? – Descanse um pouco mais. Já volto – e saiu, fechando a porta atrás de si. Quase uma hora depois, eu estava entrando no carro dele e meia hora depois chegamos ao sítio do Rick. Aquilo parecia mais uma fortaleza do que um sítio. Completamente rodeado de muros altos e câmeras de segurança, além dos dois portões internos com seguranças armados. – Cara, o Rick viajou quando construiu isso aqui. Parece coisa de filme. – Você não sabe, mas o Tony estava ameaçando pegar alguém há muito tempo. Por isso os pais dele tinham segurança 24h, a Jess, os meninos dela... por isso os carros dele são blindados. Não era paranoia ou mania de grandeza. Eu olhei para ele, realmente admirado. – E por que ele não falou pra gente? – Você ficaria quieto se ele dissesse que tinha um louco atrás dele? Ou da família dele? Ameaçando da cadeia? Ele fez o que achava certo. Nenhum de nós deixaria isso quieto e viraria uma caça às bruxas, sem falar que todos nos encrencaríamos por pegar o maldito. Até eu estou chamando o finado assim, agora. – Você está certo. Ainda bem que acabou tudo bem, pelo menos para nós. Os filhos da Jess devem estar arrasados, né? Caramba, não pensei neles. – É, estão sim. Ainda estamos quebrando a cabeça para saber como Tony saiu da cadeia sem ninguém perceber. – Se forem ver, ele ainda está lá. Os pais mandaram o irmão para trocar de lugar com ele, uma coisa assim. Ele tinha um irmão gêmeo, que sofre de algum distúrbio mental. Foi o que eu escutei ele dizendo. – Cacete! Se for assim, os meninos perderam mais do que o pai, perderam os avós e o tio também. Você tem certeza disso? – Absoluta. Eu escutei, Gui. Escutei ele se gabando por ser o mais inteligente e ter ficado com os genes bons. – Vamos falar com Rick, ver o que devemos fazer. Logo vão perceber que o cara continua na cadeia, mesmo depois de ter sido morto, e descobrirão tudo. O assunto morreu, pois chegamos em frente ao casarão do sítio. Mal paramos o carro, a porta


principal se escancarou e minha Pimentinha saiu correndo. Abri a porta e saí para pegá-la. Eu precisava sentir seu corpo no meu, ainda que algumas roupas estivessem entre a gente. Abri os braços e ela pulou no meu pescoço. A abracei forte enquanto ela rodeava as pernas na minha cintura. O calor de sua boceta, se espremendo contra a cabeça do meu pau me deixou louco. Meu Deus, como eu queria estar sozinho com ela! Rasgaria suas roupas e a comeria ali mesmo, contra o carro. – Meu filho, que susto você nos deu! – ouvi a voz da Dona Sirley e deixei que minha Pimentinha voltasse ao chão, mas bem perto de mim. A mãe do Theo veio e me abraçou, chorando, seguida por Dona Rosa, mãe do Rick. Pam estava com a pequena Giovanna no colo, Jess e Ella com Fred e Felipe no colo. Rick, seu pai e o pai do Theo, estavam ao lado delas, quietos. – Estou bem, graças a Deus. Forte como um cavalo! – brinquei com elas. – Venha, meu filho, você deve estar morto de fome. Eles te deram de comer lá onde você estava? – a mãe do Theo era assim, sempre querendo que a gente comesse. E realmente eu estava faminto. E não só de comida! – Me deram um chá com biscoitos no hospital. Estou indo – respondi, retribuindo o sorriso. – Ah, Meu Deus! Só um chazinho com biscoitos? Isso não é nada para um homem do seu tamanh... Ela continuou a falar, mas eu não escutava mais nada, pois o perfume da minha Pimentinha e o calor de seu corpo junto ao meu, ligou todos os meus alarmes e meu mundo se resumiu àquelas curvas suntuosas em meus braços. Me abaixei e sussurrei em seu ouvido. – Lembra o que te disse naquele dia no restaurante? Quem sabe, daqui a pouco... na primeira oportunidade… – aproveitei e dei uma mordida de leve em seu lóbulo. Minha Pimentinha se arrepiou e se encolheu toda. – Vou esperar por essa oportunidade... ansiosamente – me olhou com aquela cara... Humm, eu mal podia esperar! Entramos e um gemido frustrado escapou de mim. Teria que esperar um tempo para tê-la só para mim. Todos juntos na sala! Aquilo estava parecendo um pandemônio! Mas um pandemônio divertidíssimo. Anne não saia do meu lado, estava bem entrosada com todos, parecia que todos se conheciam há anos. Eu estava deitado no sofá, com várias almofadas embaixo da minha perna ferida. A mãe do Theo não me deixava mexer um músculo. Anne ria ao meu lado e isso já era o suficiente para que qualquer zanga da minha parte, por estar sendo tratado como um bebê, se esvaísse. Dona Rosa, mãe do Rick, me trouxe uma bandeja de delícias feitas por ela e pela mãe do Theo. Duas matriarcas, com seus filhos, noras e netos. Acho que nunca havia me sentido assim, tão bem no


meio de todos. Agora eu tinha minha Anne e não a perderia por nada no mundo. – Anne, você não está preocupada com o Diego? – perguntei quando comecei a comer. – Digamos que eu estou mais brava do que preocupada. Ele escolheu o caminho a seguir. O que ele encontrou foi somente as consequências para seus atos. Ele poderia ter sido responsável pela sua morte! Não, na realidade, se eu o encontrasse agora, acho que ainda daria uma surra nele. – E comigo? – perguntei fazendo cara de cachorro abandonado. – Ah... com você eu estou – respondeu, rindo. – Diz onde está doendo que eu dou um beijinho para sarar – ela completou, num tom mais baixo. – Onde eu quero a sua boca, é um dos únicos lugares em mim que não está doendo... Mas se eu demorar muito para ter você, vai doer pra caramba. Os olhos dela brilharam e percorreram meu corpo, olhando descaradamente para o meu pau. Safada, gostosa e toda minha! Segurei sua mão e olhei para os lados. Uma vez que ninguém estava olhando, levei sua mão à minha boca, beijando de leve a ponta de seu dedo e depois sugando de leve. Minha Anne entreabriu os lábios e vi seu rosto corando. Quase pirei quando ela lambeu os lábios, devagar. – Acho que você precisa ir ao banheiro, Pimentinha – sussurrei, deixando claro a minha intenção. – Vá e espere com a porta destrancada. Eu estou louco de saudade dessa boceta suculenta, dessa boca gostosa… – eu mal podia conter o tesão que me consumia, minha voz rouca de vontade, minha boca salivando. Anne apenas assentiu com a cabeça e engoliu em seco. Olhar ela se afastando, com aquela bunda rebolando discretamente enquanto andava, fez misérias com meu controle. Como eu chegaria ao banheiro ostentando uma ereção monstruosa, é o que eu queria saber. Passar por dez pessoas assim, sem chamar a atenção de nenhuma, seria um milagre. Anne saiu disfarçadamente e sumiu pelo corredor lateral, que levava aos quartos, onde tinha também dois lavabos, um próximo à sala e outro mais distante. Todos conversavam animadamente, prestando atenção nas gracinhas dos gêmeos e me aproveitei disso para escapulir dali. Quando eu estava chegando ao corredor, olhei para trás, dando aquela conferida no pessoal, e Guilherme estava me olhando. Pela cara dele, ele sabia muito bem o que aconteceria e só moveu a cabeça devagar, como que mandando eu ir logo. Nada como ter amigos! Apressei o passo o máximo que minha perna permitiu e, segundos depois, eu fechava a porta do lavabo atrás de mim. Anne me olhou, ofegante, corada e se atirou em meus braços. O beijo que se seguiu foi insano, ela agarrando meus cabelos e eu os dela, corpos se roçando... Minhas mãos percorreram aquele corpo gostoso e apertei sua bunda, apertando seu corpo contra minha ereção.


Delícia! Gostosa! – Estou louco para sentir o calor da sua boceta, apertando meu pau… – sussurrei em seu ouvido. Nossas bocas se encontraram novamente e mãos entraram em ação, desabotoando botões, descendo zíperes, numa fome louca. Meu pau pulou para fora, espasmos faziam com que ele parecesse ter vida própria. Quando a mãozinha dela se fechou em torno da minha grossura, não pude deixar de gemer. Enlouqueci de tesão quando ela começou a punheta dos deuses. Encostei a cabeça na porta e ela foi se abaixando, sua boca escorregando pelo meu peitoral, abdômen. até que senti a umidade quente de sua língua percorrer a ponta do meu pau. O calor irradiou dali para meu corpo todo, quando ela me tomou em sua boca, sugando, lambendo. Meu corpo estremeceu e perdi a noção de tudo, meu mundo resumido a ela. Agarrei meus próprios cabelos tentando controlar o tesão que me consumia. Olhei para ela e nossos olhos se prenderam. O olhar em seu rosto, ela ali de joelhos, meu pau sumindo em sua boca... O restante do meu controle foi por água abaixo, no momento em que seus dedinhos de fada acariciaram minhas bolas, leves como penas em contraste com a chupada deliciosa. Sua língua contornava a cabeça, se apertando contra o buraquinho... Deus do céu! – Anne – segurei sua cabeça com as duas mãos. – Se não parar, vou gozar em sua boca – involuntariamente, minhas mãos a incentivaram a continuar mesmo com o meu aviso, e meu corpo se moveu num pedido mudo. Ela sorriu e continuou. Aquela cara de safada me matou e ela sugou forte. Me peguei chamando o nome dela baixinho, resfolegando e gozando em sua garganta. Ela então me deixou escapar de sua boca, lambendo todo o comprimento e depois os lábios. – Você é como aquele iogurte... gostoso... cremoso... e quando acaba, a gente quer de novo. A olhei espantado e admirado pela comparação. Para dar mais enfoque em suas palavras, ela lambeu e chupou a ponta novamente. – Safada... Vou me lembrar disso toda vez que passar o comercial e vou querer sua boca...– contornei seus lábios com os dedos e a puxei para cima. – Agora vou te comer. – Que saudade de você, meu Leãozinho. Eu estou tão feliz em você estar vivo... e com esse fogo todo – ela completou quando a levantei em meus braços, colocando-a em cima da pia. Abri suas pernas e olhei para aquela boceta suculenta e toda minha, que brilhava, molhada de excitação. A beijei, esfregando nossos sexos. Mesmo após ter gozado, eu continuava duro e doido por ela. Precisava do calor dela, só dela, o mais perto possível. Escorreguei para dentro dela, fundo e de uma vez. Anne mordia o lábio inferior, tentando abafar seus gemidos enquanto observava nossos corpos se chocando, o barulho molhado daquela foda escondida no banheiro e a adrenalina por estarmos fazendo aquilo escondidos, nos levava ao limite do prazer, e quando pressionei seu clitóris,


acariciando, ela mordeu meu ombro, seu corpo tremendo incontrolavelmente. O orgasmo da minha Pimentinha, ordenhando duro, me levou ao êxtase novamente e me derramei dentro de seu corpo. Ficamos ali, ofegantes e satisfeitos por alguns minutos, apenas curtindo a proximidade deliciosa. Saí de dentro dela e a limpei. Fechei minha calça e tudo o que eu mais queria era colocar a roupa nela, mas não podia abusar da minha perna mais do que já tinha, só pude observá-la esconder seu corpo suntuoso com aquela calça. Era loucura ter ciúmes de suas roupas? Pois eu tinha. Beijei-a mais uma vez e deixei que ela saísse primeiro. – Vá para seu quarto, eu já vou também. Dei uns minutos e fui para o quarto, tomando o cuidado de deixar a porta aberta. Eu conhecia muito bem as matriarcas que estavam na sala e logo elas nos procurariam. Deitei e Anne colocou almofadas embaixo da minha perna ferida, vindo se aconchegar em meu peito. Nada mais relaxante para mim do que tê-la em meus braços. Minha Pimentinha... Minha e só minha!


Capítulo 20 – Ei, meu filho, acorde. Venha comer alguma coisa, fizemos seu prato preferido. Costelinhas! Venha logo, você precisa comer, depois de tudo o que te aconteceu – dona Rosa, mãe do Theo, estava cochichando ao lado da cama. – Deixe Anne dormir um pouco mais, ela só fez chorar esse tempo todo. Vai esfriar – apertou meu ombro e foi embora. Minha Pimentinha dormia como um bebê. Ah, um bebê... Será que eu tinha conseguido? Ela se mexeu e virou para o outro lado, ainda adormecida. Beijei de leve seus cabelos e fui jantar. Traria comida para ela depois, deixaria que ela descansasse, por hora. – Bruno... Onde você vai? – minha Pimentinha perguntou, esfregando os olhos. – Estou indo jantar, ia trazer alguma coisa para você quando voltasse. Dona Rosa disse que você não dormiu direito. – E nem quero, se não tiver você comigo – disse, levantando-se. Passou a mão pelos cabelos. – Estou com a cara amassada? – Você está linda, como sempre – abraçado a ela, fomos comer. Na sala de jantar, todos estavam à mesa. Fred e Felipe estavam em suas cadeirinhas, Jess e dona Rosa tentavam dar comida para eles, mas os pequenos estavam a fim de brincar em vez de comer. A pequena Giovanna dormia no carrinho ao lado de Pam e Theo, alheia a todo o barulho, a mesa repleta de comida... – Até que enfim vocês acordaram! Já íamos atacar! – Guilherme brincou. O jantar estava delicioso e me admirei mais uma vez com a desenvoltura da Anne, conversando e brincando com todos, principalmente com os gêmeos. – Você gosta de crianças, é? – falei, chegando mais perto. – Adoro essas pestinhas – nesse momento, Fred esticou os bracinhos para ela, pedindo colo. – Pode pegar, Anne, ele não vai comer mais do que já comeu – Jess disse, derrotada. Anne, com um sorriso enorme, pegou o pequeno do cadeirão. Ele então passou os bracinhos pelo pescoço dela e deitou a cabeça em seu ombro. – Ah, como ele é fofinho. Tão gostoso de segurar... – Você quer ter filhos, Pimentinha? – perguntei, incerto. – Claro que quero. Quero dois, um casal. Primeiro o menino e depois a menina, assim ele cuidaria da irmã e a protegeria no colégio e dos meninos, quando crescesse – ri desse comentário. Ela me olhou, acariciando os cabelinhos do bebê em seu colo. – E você? – Quero tantos quanto você quiser.


Suas bochechas ficaram vermelhas e ela sorriu abertamente. – Hum, bom saber. – Vamos para minha casa? – Anne, você tem o dom! Olha só, ele está quase dormindo! – Jess falou baixinho, chegando perto de nós. –Isso é quase um milagre! E você, Bruno, nem pense que elas deixarão você ir embora hoje, sem terem a certeza de que você está bem. – Caramba, Jess. Não estou acostumado com isso. Quero o sossego do meu apartamento. – Se você for, amanha cedo elas estarão lá, para preparar seu café – ela disse, rindo da minha miséria. – O que vocês estão cochichando? – Rick abraçou Jess, se metendo na conversa. – Ele quer ir embora – Jess disse, se recostando a ele. – Boa, quero ver você tentar. Minha mãe estava enlouquecida por você estar sumido, e ela é bem calma, sempre. Você sabe que aquelas duas ali têm você como um filho. Melhor aceitar e tentar isso amanhã. Rick me olhou, sério, e meu olhar seguiu para as duas velhas senhoras que estavam servindo a sobremesa. Suspirei, resignado. Eles tinham razão, seria muita falta de consideração da minha parte partir assim. – Deixe que elas cuidem de você, pelo menos, hoje – Jess completou e fiquei sem ação. – Ok, mas amanhã eu vou. – Certo. Vamos comer o pudim delicioso da dona Rosa... – Aqui, meu filho, um pedaço generoso para você. – Obrigado, Dona Rosa. – Esse aqui é para você, Anne. – Dona Rosa, vou passar a sobremesa. Acho que abusei das costelinhas. – Você, negando doce, Pimentinha? Está se sentindo bem? – Estou sim, só meio enjoada. Deve ser do nervoso que passei com você lá, preso com aqueles loucos – seus olhos ficaram marejados. – Desculpe, estou meio sentimental esses dias. Normalmente choro fácil, mas nem tanto. YES! Meu subconsciente me cumprimentou com um soco no ar. Será? Bem, era muito cedo para saber. Mais algumas semanas... – Vamos colocar esse dorminhoquinho no berço, Anne. Venha – fiquei olhando as duas se afastarem. A imagem da minha Pimentinha, grávida de um filho meu, encheu meus pensamentos... O restante da noite foi tranquilo, ficamos na sala, Rick e Theo revezando-se no violão e conversando, apenas curtindo o momento. Um friozinho começou a bater e me arrepiei. Estranho isso,


sempre fui calorento, e para eu começar a sentir frio todos já estariam de casaco... E eu também estava com sono, bocejando já há alguns minutos. – Pimentinha, vamos dormir? Estou cansado – ela assentiu e demos boa noite para todos. No quarto, abri o guarda-roupa, tirei um edredom e coloquei sobre a cama. Tomamos uma ducha e, como sempre, eu sequei minha Anne e me deitei abraçado a ela, nos cobrindo até o pescoço. Que saudade daquele corpo fofinho junto ao meu. Enfiei meu rosto em seus cabelos e o sono me consumiu. No meio da noite acordei morrendo de calor. A sensação era de estar dentro de uma sauna a vapor. Me mexi e me dei conta de que eu estava abraçada a um corpo ardente. Meu Leãozinho ardia em febre! Me desvencilhei de seu abraço. Já era madrugada. O que eu devia fazer? Fui ao banheiro e molhei uma toalha de rosto na água fria e voltei, colocando-a dobrada em sua testa. Ele estremeceu , mas não acordou. Caramba! Peguei o celular e liguei para o Guilherme. Não bateria na porta do quarto dele essa hora... – Dr. Santos. – Guilherme, sou eu, a Anne. Não sei o que fazer, Bruno está com um febrão daqueles. Você pode vir aqui dar uma olhada nele? – Estou indo – desligou o celular. Corri para vestir alguma roupa e estava quase terminando de colocar a boxer nele, quando bateram na porta. Com muito esforço consegui terminar minha tarefa e fui abrir a porta. – Demorei um pouco porque fui pegar um termômetro com a Jess. – Tudo bem, Guilherme. Ele não acorda, e isso é o que mais me preocupa. Coloquei pano úmido em sua testa, a boxer, e ele só resmungou – expliquei enquanto Guilherme media a temperatura do Bruno. Fiquei ali de braços cruzados, roendo as pelezinhas em volta das unhas. Febre, depois de tudo o que ele tinha passado, não era um bom sinal. – Muito alta. Vamos ter que levá-lo ao hospital. Preciso de exames. Pode ser alguma infecção causada pelo metal em sua perna – Guilherme levantou o edredom e conferiu o ferimento. – É, temos que levá-lo. Vou chamar os rapazes e o colocaremos no carro. Já volto, esteja pronta. É bom que você vá com a gente, ele vai te chamar assim que acordar. Cobriu novamente a perna ferida dele e se foi. Subi na cama e acariciei seus cabelos. Meu Leãozinho parecia tão frágil assim, tremendo de febre... Logo Rick , Theo e Guilherme voltaram. Colocaram uma camiseta em Bruno.


– Anne, pegue o edredom e traga junto. Aqui, pegue a chave e abra o carro quando chegarmos – Guilherme disse. Rick e Theo pegaram Bruno pelos ombros e Guilherme pelas pernas. Logo chegamos na sala, onde todas as mulheres estavam esperando. – Assim que soubermos alguma coisa, eu ligo – disse para Jess e saí atrás deles. Abri o carro e a porta traseira. Entrei e Rick colocou Bruno para dentro, com a cabeça em meu colo. Juntando forças, Deus sabe de onde, consegui puxar o corpo dele, abraçando-o como um bebê, apoiando sua cabeça em meu peito. Rick entrou também, ajeitando as pernas de Bruno como deu, em seu colo. Meu Leãozinho era muito grande, dois metros de homem gostoso. Pare Anne, não é hora de pensar nessas coisas! Rick jogou o edredom por cima do Bruno e eu ajeitei em seus ombros. Tirei alguns fios de cabelo que se prenderam ao seu rosto e observei seus traços. Como eu o amava! Bruno tremia incontrolavelmente e eu fazia de tudo para esquentá-lo. Ele suspirou e aconchegou-se ao meu peito e isso me deixou um pouquinho mais sossegada. Em meia hora chegamos ao hospital e uma maca já nos aguardava na entrada de emergência. Não gostei nem um pouco da cara da enfermeira baixinha que aguardava junto a outro enfermeiro. Ela nem tomou consciência da minha existência. Uma tontura me tomou e meu estômago embrulhou quando entrei no hospital e o cheiro dali me atingiu. Voltei para fora e respirei fundo, o ar frio da noite me acalmando um pouco. Theo voltou e me abraçou. – Anne, fique sossegada. Aqui vão cuidar dele como um rei. Ele é muito querido por todos – confirmei com a cabeça. –Venha, enquanto fazem os primeiros atendimentos, vamos até a cafeteria. Quer um chocolate quente? Logo Guilherme ou Rick nos darão notícias. Assim, fomos para a cafeteria que, graças a Deus, tinha entrada separada do hospital. Depois do chocolate quente, meu estômago se acalmou. Uma hora e meia depois de termos chegado, Rick apareceu dizendo que já estavam levando Bruno para um quarto. Ele estava com uma séria infecção e teria que ficar internado, tomando antibiótico intravenoso e de olho no ferimento de sua perna. Jesus, dias nesse hospital? O importante era que ele ficasse bom. Então, junto com eles, subimos para o quarto em que Bruno estaria. – Vamos dar um tempo aqui fora, pode entrar e conversar com ele – Rick disse e eu agradeci. Abri a porta devagar e entrei. PUTA QUE PARIU! Aquela enfermeira baixinha estava deitada agarrada a ele, que dormia. AH! Que vontade de arrancar ela dali pelos cabelos!


Pigarreei e ela levantou a cabeça. – Boa noite. Posso saber por que você está agarrada ao meu homem?– perguntei de braços cruzados, para me impedir de dar vazão à minha vontade de partir para cima dela. O sangue subiu e que Deus me ajudasse! – Desculpa, você é quem? – ela perguntou, com um sorriso no rosto. – Sou a mulher dele. Você pode sair daí antes que eu mesma a tire pelos cabelos? – a raiva cresceu ainda mais em mim e meu tom de voz se elevou. – Agora mesmo! Nisso, a porta se abriu e Rick, Theo e Guilherme entraram. – Anne, o que acontec... – Guilherme parou de falar e arregalou os olhos para a cena à sua frente. A enfermeira pulou da cama assim que viu o Guilherme. – Dani, aguarde do lado de fora, por favor, e se desculpe com a mulher do Bruno. Isso foi totalmente antiético – o tom de Guilherme foi tão duro e seco que quase fiquei com dó dela. Quase. Ela saiu, cabisbaixa, sem dizer uma palavra. – Desculpe por isso. Muitas enfermeiras aqui são apaixonadas por ele – ele se desculpou pelo comportamento dela. – Certo. Como ele está?” – Vai dormir agora, ficar sonolento por algum tempo, demos alguns medicamentos fortes para combater a infecção. Ontem ele não tinha nada, eu mesmo verifiquei os exames...– Guilherme esfregou a testa. Theo e Rick estavam atônitos, olhando para mim, para Bruno e para a porta. – Vou ficar com ele. Já avisaram as garotas? – Vamos ligar. Você está bem? – Guilherme perguntou, preocupado. Eu deveria estar com minha carranca de raiva. Respirei fundo e me recompus. Eu tinha que me acostumar com essas mulheres se atirando e dando em cima dele. Afinal, até pouco tempo atrás, ele era o garanhão do hospital e um homem sozinho. – Já já eu me acalmo – sorri para ele. – Eu não pensei que ela faria uma coisa dessas... – Tudo bem, a culpa não é sua. Eu sei como ele era. Antes de qualquer coisa, nós éramos amigos e ele me contava tudo. Fique sossegado, Guilherme. – Ele contava tudo? – Theo perguntou, curioso e alarmado. – Uhum – confirmei com a cabeça também. – Tudo, TUDO? – Rick perguntou, se aprumando e ficando ereto. Ri da cara daqueles três. Como se fosse segredo de estado o que eles eram. Qualquer uma que ficasse uma hora perto deles com suas mulheres, saberia perfeitamente...


– Sim, senhores – brinquei com eles. Uma série de palavrões se seguiram e eu não pude me impedir de rir. Eu estava com as emoções à flor da pele. – Outro linguarudo – Rick resmungou. – Fique sossegado, Rick. Tenho vocês todos como meus amigos. O fato de eu saber de tudo não muda em nada o meu respeito por vocês ou por suas mulheres. Afinal, meu Bruno também é assim, e eu o amo com todo meu coração. Os três respiraram aliviados. Bobos...


Capítulo 21 Estava adormecida no sofá-cama quando bateram na porta e um vulto entrou. Ah, se fosse aquela enfermeira novamente, juro que eu... – Anne? – a voz de Guilherme chegou até mim. – Oi, estou acordada. Ele acendeu a luz lateral do quarto. – Eu trouxe algumas roupas para você. As meninas tinham feito uma malinha, quando voltei com notícias – ele colocou a mala ao lado da cadeira de descanso próxima à cama do Bruno. –Ele não acordou ainda? – Nada ainda... eu já fui verificar se ele estava respirando umas 10 vezes. Nem se mexeu – passei a mão pelos cabelos, prendendo-os em um coque, como Bruno fazia. – Não se preocupe... a febre cedeu, foi feita uma assepsia profunda no ferimento da perna e os remédios ministrados são fortes o suficiente para combater a infecção. Adormecido assim, a recuperação vai ser mais rápida. Na hora certa, ele acordará – o olhei tentando entender. – E, conhecendo-o como eu conheço, vai acordar faminto – brincou. Se ele não estava preocupado, era um bom sinal. Sentou-se ao meu lado e falou baixinho. – Jess está preocupada com você. Não sei como dizer isso, mas eu contei para elas que você passou mal quando entrou no hospital. Na realidade, Theo contou. Tem alguma possibilidade de você estar grávida? – Grávida? Não, nem pensar. Você é médico, acho que posso contar pra você e vai entender o porquê. Eu tenho três miomas no útero, um deles do tamanho de uma bola de tênis. Minha ginecologista me disse que eles são um dos fatores de infertilidade feminina e que eu não engravidaria. Devo estar assim por conta de tudo isso que aconteceu com ele, a costelinha de ontem estava muito temperada, eu não sou acostumada com temperos fortes. Bem que eu gostaria de ter filhos, mas já me acostumei com a ideia de que será meio impossível... só com tratamento forte, segundo minha médica – meneei a cabeça, derrotada. – E outra, faz muito pouco tempo que estamos juntos... – Isso que sua ginecologista te disse... sinto muito, mas a informação que ela lhe deu não está correta. Você pode engravidar como qualquer outra mulher. – Como assim? – perguntei alarmada. Óbvio que eu adoraria ter um bebê, mas não assim, de supetão! Caramba! Pensando bem, eu deveria ter menstruado ontem ou hoje. Caramba!


– Vamos esperar, Guilherme. Não diga nada para o Bruno, por favor. – Fique sossegada. Não direi nada. Daqui a pouco, as meninas o visitarão e seria bom que você conversasse com Jess sobre isso. Se quiser, podemos fazer um exame de sangue para tirar as dúvidas, se elas existirem. Se você estiver, e com os miomas, terá que ser acompanhada de perto, desde cedo. Ter alguns cuidados a mais que o normal, talvez até mesmo um repouso. Mas, lembre-se, não é impossível. Vocês tomaram precauções quanto a uma gravidez? – Não, Guilherme, te disse que nem imaginava que podia engravidar, ela tinha sido tão enfática... – um mal-estar me obrigou a parar de falar e respirar fundo. – Pois pense. Posso conseguir um exame de sangue em dois minutos. Está bem? – Certo. Se nada acontecer... – fiz movimentos com a mão, apontando para minha pélvis. –... até de tarde, eu quero sim. – Ok, vou deixar tudo certo para que seja colhido o material hoje à tarde. Me avise se esse “algo” acontecer e eu desmarco. – Obrigada, Guilherme – eu não sabia o que pensar. Eu queria um filho? Sim, mais que tudo na vida, afinal, eu já estava com vinte e nove anos. Não queria ter meu bebê muito tarde, queria ser uma mãe presente e ativa. Não que alguns anos mudassem esse fato! Ah, meu Deus, que confusão! Guilherme se levantou e foi verificar Bruno. Ajustou o soro, que passou a gotejar mais devagar, auscultou seu peito e mediu sua temperatura. – Volte a dormir, Anne. Não são nem seis horas ainda. Mais tarde eu volto. Ah, e não se preocupe com a Dani. Ela foi substituída, quem vai atender esse setor será a Sheila. Você vai gostar dela. Até mais. Ele apagou a luz e saiu. Dormir?? Quem conseguiria dormir com essa coisa de gravidez? Comecei a fazer contas, a tentar lembrar do lance todo de dias férteis... Caramba, caramba, CARAMBA! O que meu Leãozinho pensaria disso tudo? Será que aceitaria numa boa ou acharia que eu estaria dando o golpe da barriga? Ah, meu Deus! Ele era tão independente, tão... tão sozinho sempre e me lembro bem que ele dizia adorar ser assim, sem ninguém pegando no seu pé, indo e vindo quando bem entendesse... Uma criança, um filho mudaria tudo. Não sei quanto tempo fiquei perdida em pensamentos... até que um movimento fraco na cama, me chamou a atenção. Levantei correndo e rapidinho eu estava lá, ao lado dele. – Pimentinha... – ele sussurrou.


– Oi, amor, eu estou aqui. Está se sentindo bem? – passei a mão em seus cabelos e olhei em seus olhos, preocupada. – O que aconteceu? Porque estou no hospital... outra vez? E por que tudo isso? – ele disse, olhando em volta e levantando o braço onde estava o soro. – Você teve uma febre superalta e chamei o Guilherme. Eles te trouxeram pra cá, fizeram alguma coisa no seu ferimento da perna e te colocaram no soro. Deram antibiótico também, ou está no soro, eu não entendi direito, mas foi isso – saí tagarelando como uma doida. – E você, está bem? Eu te conheço, Pimentinha... quando você começa a falar sem controle, é porque alguma coisa está te preocupando. – Claro que estou preocupada com você. No meio da noite, você estava queimando em febre... – as malditas lágrimas apareceram de novo. Ai meu Deus! – Calma, minha Anne. Eu sou forte como um cavalo. Logo estarei bem e fora dessa cama – ele me puxou para um abraço. – Venha cá, se deite comigo. Subi na cama e ele me ajeitou contra seu corpo. – Falando em se deite comigo, quando eu cheguei aqui no quarto, uma enfermeira baixinha, lazarenta, safada... – respirei fundo. – Então, a tal da enfermeira estava deitada aqui, agarrada em você. Eu teria arrancado ela pelos cabelos e arrastado para fora do quarto, se os três não estivessem do lado de fora. O que eles pensariam de mim, né? – ele riu e me abraçou mais forte. – Por sorte, Guilherme abriu a porta e os três entraram, a fulaninha saiu com o rabinho no meio das pernas. Você pegou meio hospital, né? – Não... eu devo ter pego uns ¾ das funcionárias desse hospital. Você sabe como eu era –disse rindo. – Ainda bem que você disse era – Brinquei com ele. – Sim, porque agora eu sou seu e só seu, minha Anne, minha Pimentinha malagueta. Me aconcheguei em seu peito e a imagem de um bebezinho, um mini Leãozinho tomou meus pensamentos. Acordei e saí devagar do abraço dele... precisava dar um passadinha no banheiro. Devagar, fechei a porta atrás de mim. Abaixei minha calça e a calcinha, de olhos fechados. Ai, caramba! Nunca fui covarde, mas nesse momento era tudo o que eu estava sendo. Abri um olho só e olhei para minha calcinha. Nada! Fiz xixi e me sequei. Olhei o papel e nada! Caramba, caramba, CARAMBA! Meu Deus, eu estava ficando meio lesada da cabeça, pois caramba era a única palavra que eu repetia.


Era certo que eu estava grávida. Tínhamos feito amor por incontáveis vezes.... E não usado proteção em nenhuma. Também, a médica tinha sido tão enfática dizendo que eu não engravidaria sem um belo tratamento e que, mesmo assim, seria difícil. E, antes de Bruno, bem... antes dele, meu único parceiro sexual, nos últimos tempos, havia sido meu vibrador. Não esperaria até a tarde. Terminei meus negócios e, resolvida, saí do banheiro, peguei meu celular e mandei mensagem para o Guilherme. Eu: Guilherme, será que dá para fazer o exame agora? Bruno ainda está dormindo e acho que não vai ter hora melhor para fazer sem que ele perceba. Mandei e logo veio a resposta. Guilherme: Tudo bem, venha até minha sala. Pegue o elevador, suba para o quarto andar, setor de oncologia. Vou chamar uma enfermeira de confiança para colher seu exame. Respirei fundo. Era isso aí. Nada a temer, o que estava feito, não tinha jeito. Se eu estivesse realmente grávida, teria que me cuidar, como Guilherme disse, seria uma gravidez meio arriscada, com muitos cuidados. Mas ninguém melhor para cuidar de mim do que meu enfermeiro gostosão! Pelo que ele havia dito na noite anterior, ele queria tantos filhos quantos eu quisesse... isso podia significar que ele queria também... Peguei minha bolsa e, com o mínimo de barulho possível, saí do quarto e segui as orientações de Guilherme. Logo eu estava batendo na porta de seu consultório. – Entre – abri a porta e entrei. – Sente-se, Anne. Andreia logo estará aqui. Eu cruzei os dedos das mãos, para que elas parassem de tremer. Confirmei com a cabeça e olhei para elas. – Anne, acalme-se. Não é uma coisa do outro mundo, se você estiver grávida. Bruno ama crianças e vai ficar enlouquecido se souber que vai ser pai. Vai por mim. Primeiro, ele, mais do que ninguém que eu conheça, se preocupava com o uso de preservativos. Você sabe como ele era. Se ele não usou com você é porque ele também não estava preocupado com o fato. – Guilherme, a gente conversava e muito, sobre tudo. Ele sabe dos meus miomas, sabe que não posso ter filhos. Vai ser um baque para ele, ainda mais sendo independente como ele é... – as palavras morreram em minha boca. Eu não podia mais pensar nisso. Não me preocuparia com o fato antes mesmo de ele acontecer.


Uma batida na porta fez com que eu estremecesse por inteira. A enfermeira entrou e sorriu para mim. Uma expressão tão cálida que me acalmou na hora. – Olá, sou Andreia Filipa. Vou colher o material para seu exame e a pedido do Dr. Santos, vou trazer o resultado direto para ele, o mais breve possível. – Ok. Sou toda sua – brinquei e estendi o braço, arregaçando a manga da minha blusa. Com mãos de fada, Andreia tirou meu sangue e eu mal percebi. – Prontinho. Pressione o algodão no local por alguns minutos. Assim que eu tiver o resultado, eu trago – ela apertou meu ombro de leve e se foi. – Bem, está feito. Vou voltar para o quarto, antes que ele acorde e perceba que eu saí. Obrigada, Guilherme. – Imagina, Anne. E se eu estiver certo, uma consulta com o ginecologista precisará ser agendada. Vou cuidar disso também. Um de confiança e que saiba bem o que faz – ele piscou e sorriu para mim. Não tive outra alternativa a não ser retribuir o sorriso, saindo de seu consultório. Dei uma volta enorme... eu precisava pensar. Fui até a cafeteria e pedi um chocolate quente para viagem. Logo me lembrei que Bruno não tinha comido nada e pedi um para ele também. Paguei e peguei os dois copos de isopor, saindo de lá. Bem à minha frente, a loja de presentes chamou a atenção. Um lindo par de sapatinhos, um mini leãozinho... entrei e comprei, guardando na minha bolsa. Então, mais conformada com a situação, voltei para o Bruno. No quarto, ele ainda dormia. Cheguei ao seu lado, coloquei os copos sobre a mesinha e passei a mão por seus cabelos. – Amor, acorda, trouxe um chocolate quente para você. Ele abriu os olhos e senti o ar escapando de meus pulmões. Como ele era lindo... tomara que nosso mini leãozinho puxasse a ele. – Humm, bom dia, Pimentinha. Estou louco de fome. Foi ele dizer isso, seu estômago roncou. – Não comprei nada a mais, por não saber o que você poderia comer, mas leite sempre pode, né? Sorriu e sentou-se na cama. Ele parecia bem melhor. Entreguei o copo para ele, que tomou com vontade, estendendo o copo vazio para mim. Beberiquei o meu; o que parecia tão gostoso, agora me enjoava. – Aqui, tome o meu também. Meu estômago não está me ajudando hoje. Novamente ele sorriu como se tivesse ganho na loteria. Tudo isso por um copo de chocolate quente! – Guilherme passou aqui mais cedo e disse que logo mais as mulheres . Estão todas muito


preocupadas – puxei as mangas da minha camiseta para baixo. Se ele visse meu braço, quereria saber o que eu fiz... e ainda não era a hora. Fiquei na cama com ele um pouco e Sheila entrou, para conferir os sinais dele e aplicar a medicação. Fiquei observando a perícia dela, fechando o acesso para o soro e conectando a seringa com o antibiótico pelo outro lado. – Pode arder um pouco. Sei que você sabe disso tudo, mas hoje você é o paciente – sheila brincou com ele. Terminou e voltou a mexer no trequinho, fazendo com que o soro voltasse a pingar. Deu um adeus para nós e se foi. Assim que ela saiu eu pulei novamente na cama com ele. – Anne, preciso falar uma coisa com você que está me preocupando. Seu emprego. Será que você consegue uns dias para ficar comigo? – Eu já falei com eles enquanto você estava preso com aqueles homens horríveis. Adiantei minhas férias e tenho o mês para ficar com você. Ele me abraçou e cheirou meus cabelos. – Que notícia maravilhosa! Nós iríamos esse final de semana para o clube, mas Guilherme mudou tudo para o próximo. Vai dar tudo certo, minha Anne. Você vai conhecer minha casa, pois não adianta eles quererem me levar de volta para o meio do mato, eu quero minha casa. Quero você só pra mim – pegou minha mão e beijou. E a colocou sobre seu pau. – Humm, ficou todo animado com isso... Ele cheirou meu pescoço, beijando a pele sensível. – Eu lembrei do que você disse, sobre o iogurte... aquela musiquinha não sai da minha cabeça... – E eu louca para provar o SEU iogurte novamente... A boca dele pousou sobre a minha e sua mão se perdeu pelo meu corpo... – Bruno, estamos no hospital... comporte-se – sussurrei entre beijos. Ele começou a rir. – E eu não sei? Passo mais tempo nesse hospital do que em qualquer outro lugar – me deu um último beijinho. – Acho que preciso usar o banheiro. Não saia daqui. Bruno então pulou da cama, como se fosse a coisa mais normal do mundo estar com o soro grudado em seu braço e usar aquela camisolinha de hospital. Sem falar que parecia forte como um touro, não lembrando em nada o homem desmaiado e ardendo em febre da noite anterior. Alguns minutos se passaram e então escutei o barulho da descarga, da água correndo, ele devia estar lavando as mãos. Foi então que eu ouvi ele me chamando. – Pimentinha, pode me dar uma ajudinha, por favor? Pulei da cama e fui ver o que ele queria. Quase enfartei ao vê-lo nu e de pau duro, alisando-o de cima a baixo. Ele tinha tirado o soro!


Quase me preocupei com isso, mas ele, sendo enfermeiro... o movimento de sua mão me hipnotizou e me esqueci disso. Minha boca se encheu de água ao ver seus músculos esculpidos... e tudo aquilo era meu! Entendi direitinho o que ele queria... Entrei no banheiro e tranquei a porta atrás de mim. Ele veio andando com aquele jeitão, me olhando com fome... o fogo cresceu em mim, meu corpo respondendo ao chamado de seu dono. Sem palavras, ele chegou bem perto de minha boca, mas não tocou. Cheirou meu pescoço, tirou minha camiseta e meu sutiã de uma só vez e passou o nariz pelos meus mamilos, que se enrijeceram em expectativa, desceu pelo meu corpo e levou minha calça e calcinha junto. – Ah, o cheiro da minha mulher. Não tem cheiro melhor no mundo – passou e me cheirar toda, sem me tocar. Eu ardia de tesão, mas não me mexia, esperando seu próximo movimento. Sentia minha vagina latejando, escorrendo de vontade, pronta para ele. Ele se agigantou à minha frente, dois metros de homem gostoso. Pegou meu queixo e elevou meu rosto para ele. – Segure-se, Pimentinha. Ele disse segundos antes de se abaixar e me agarrar pela bunda, prendendo-me a ele. Passei as pernas pela sua cintura e agarrei seu pescoço. Seu pau abriu caminho em meu corpo, escorregando para dentro de mim, arrancando de nós dois um gemido de puro tesão. Com as mãos em minha bunda, ele controlava as metidas, eu subia e descia, agarrada a ele. Estava tão louca por ele, o fogo me consumia de uma maneira... – Minha Pimentinha gostosa, que saudade dessa boceta suculenta, sempre pronta pra ser fodida pelo seu Leão... Aquilo sussurrado em meu ouvido causou uma contração involuntária dos meus músculos internos, fazendo-o gemer. – Essa sua boceta apertada, Pimentinha, me enlouquece. Acaba comigo... Uma de suas mãos subiu para meus cabelos e com a outra ele continuou me elevando... eu já estava no ritmo e agarrada a ele, eu mesma impulsionava... percebendo isso, ele relaxou seu aperto em minha bunda e seu dedo brincou por ali. Espalhando a umidade, ele enfiou o dedo em mim. Meu corpo estremeceu todo com a dupla penetração. Outro dedo se juntou e ele começou a me puxar para ele com mais força, aumentando o ritmo. O orgasmo abrindo caminho através de gemidos e metidas deliciosamente rudes daquele pau grosso e de seus dedos. – Goza, Pimentinha, geme pra mim, em minha boca... quero beber seus gemidos... Tomou posse da minha boca num beijo avassalador, que derrubou meus últimos esforços para me


manter sã e gozei, ordenhando e sugando toda a porra quente que me preencheu, segundos depois. Sua boca na minha não parou, mesmo com nossos gemidos de êxtase. – Minha, só minha... essa boceta gostosa, essa boca deliciosa... esses peitos, essa bunda... Você é toda minha – ele se agarrava a mim e sussurrava, abraçado fortemente ao meu corpo. – Vamos tomar um banho e voltar para a cama antes que meu médico irado chegue. Ainda comigo no colo, ele ligou o chuveiro e nos levou para debaixo do fluxo da água. Me lavou e só então me colocou no chão. Ensaboei suas costas e então me lembrei do meu braço. Voltei para debaixo da água e, dando um beijo nele, saí do chuveiro, me sequei e enfiei minha roupa. Abri a porta devagar e olhei para o quarto, que continuava vazio. Peguei roupas limpas na mala que Guilherme me trouxe e voltei para o banheiro. Primeiro troquei minha blusa, graças a Deus estava friozinho e todas as roupas que estavam ali eram de manga comprida. Mal tinha acabado de colocá-la, ele saiu do banho. – O que foi, Pimentinha? – Nada, só achei que tínhamos que ser rapidinhos para que ninguém nos pegasse – o que também não deixava de ser verdade. – Tá certo. Tem razão. Já já o batalhão todo chega e adeus sossego – ele me abraçou e beijou meu pescoço. O remorso por esconder o exame me corroeu, mas de que adiantava eu preocupá-lo com uma coisa que não era certa? Logo mais isso acabaria, quando Guilherme me dissesse o resultado. Ele recolocou a camisola do hospital, pegou o suporte do soro e voltou a se deitar. Acabei de me trocar, peguei a escova na minha bolsa e fui cuidar da juba do meu Leão. – Sente-se, me deixe pentear essa juba – ele riu e sentou-se. Enquanto eu penteava seus cabelos ele dava pequenos gemidinhos, adorando aquilo. – Está gostando? – Uhum. Está tão gostoso... – ele me olhou com uma carinha dengosa. Ele era tudo o que uma mulher podia querer... carinhoso, possessivo e acessível. Totalmente meu e eu totalmente dele. Nisso a porta se abriu e todos entraram, conversando, as crianças da Jess querendo vir no meu colo, jogando os bracinhos para mim. – Vem com a tia Anne, pequeninho – peguei um deles e o outro foi para o colo do Bruno, que tomou o cuidado de se cobrir direitinho. O bebê se deitou em meu ombro, me abraçando. – Você tem jeito com crianças. Eu já disse isso, né? – Jess falou, dando uma piscadinha. Apenas sorri e embalei o bebê em meus braços, acariciando suas costas. – Bruno, você é terrível! Por que tirou o soro? Vou chamar a Sheila agora mesmo para recolocar.


Isso não se faz! – Guilherme ralhou com Bruno, que riu e olhou para mim com cara de quem aprontou e amou ter aprontado. Guilherme saiu e o burburinho começou, com todos conversando, as crianças resmungando na linguagem toda delas, a bebê da Pam querendo mamar... Aquilo era tão gostoso! Um pouco depois, meu celular tocou, avisando que havia chegado uma mensagem. Entreguei o pequeno para a Jess e fui pegá-lo. Desbloqueei e tive que me apoiar na parede, diante do conteúdo da mensagem. Parabéns, mamãe! Procurei Guilherme com o olhar e ele sorriu. Olhei para os outros e todos estavam com aquele sorriso no rosto. Caramba, será que todos já sabiam? Parecendo poder ler meus pensamentos, Guilherme negou com a cabeça. Eu teria um pouquinho de tempo para poder contar ao Bruno. De repente, a realidade daquilo tudo me invadiu! Eu iria ser mãe! Um sorriso enorme quase rasgou meu rosto ao meio e levei a mão à minha barriga. Um bebê... um mini leãozinho estava a caminho...


Capítulo 22 Com todos ali, foi fácil escapar para o banheiro. Eu precisava me recompor antes de encarar qualquer um e poder ter uma conversa razoavelmente decente com alguém. Fechei a porta atrás de mim e recostei a cabeça nela. Como eu contaria isso para o Bruno? Verifiquei se tinha realmente trancado a porta e me sentei no vaso sanitário, coloquei os cotovelos nos joelhos, segurando a cabeça com as duas mãos. Que situação! Me recostei na parece, passando a mão pela minha barriga. Um bebê. O meu bebê. Deveria ser tão pequenininho agora, lutando pela vida no meio dos meus miomas. Força, meu filhotinho. Fique ai, cresça e lute pela vida. Mamãe fará o mesmo por você, aqui de fora. Sussurrei para minha barriga. Pelo jeito, eu conversaria muito com ela pelos próximos 8 meses e pouco. Pensando nisso... era tão pouco tempo! Guilherme pediu para que eu conversasse com Jess, mas ela só teve gêmeos! Caramba, será que eu estava passando mal assim, no início, por serem dois? Me levantei e olhei no espelho. Eu devo estar ficando louca. Preciso colocar a cabeça no lugar. Joguei água no rosto e lavei as mãos. Sequei-me e respirei fundo. Daquele momento em diante, eu teria que pensar e me preocupar por dois, nunca mais seria sozinha. Acariciei novamente minha barriga e voltei para o quarto, que continuava cheio com os sons dos bebês e das conversas paralelas. Olhei para o Bruno, que estava de olho em mim, com uma cara preocupada. Fui para perto dele. – Aconteceu alguma coisa, Pimentinha? – Nada, por quê? – Você mexeu no telefone, depois se enfiou no banheiro... – ele deixou no ar, esperando que eu dissesse alguma coisa. – Não foi nada. Não se preocupe – beijei de leve seus lábios. Eu queria gritar que ele seria pai, me atirar em cima dele e amá-lo deliciosamente. Mas não poderia fazer nada agora, com o quarto lotado. Logo a enfermeira abriu a porta e entrou. Todos se acalmaram e abriram espaço para que ela atendesse o Bruno. – Não acredito que você retirou o acesso! E molhou todo o curativo da perna... ai ai ai! – Sheila


ralhou com Bruno. – Me dê o outro braço. Você ainda tem medicação para fazer, não pode ficar sem o soro ainda. Comporte-se – ela disse, pegando o outro braço dele e colocando o acesso, ajustando o gotejamento do soro. Logo após, ela trocou o curativo da perna. Mesmo tendo estado úmido, estava bem. Os pontos me causaram calafrios e dei graças a Deus por não ter passado mal com aquilo. Do jeito que chegou, ela se foi. – Bem, já vimos que você está bem, Brunão. Amanhã, volto para buscá-lo –Rick disse. – Rick, agradeço por tudo o que fizeram, mas eu vou para minha casa. Anne tomará conta de mim. Rick o encarou por algum tempo. Jess ficou olhando também, mas não disse nada. – Está bem. Nada como a casa da gente, né? Mas vou mandar dois seguranças para ficar na sua porta. Mesmo com Tony morto, ainda acho prudente termos cuidado por um tempo. – Tudo bem. Eu entendo sua preocupação. – Então, eu mando as suas coisas, Anne. Mas, Bruno, saiba que minha mãe e a mãe do Theo irão na sua casa – disse rindo. – E todo o batalhão vai também. – Adoro vocês todos. Sabem que minha casa está aberta a qualquer um de vocês – fez sinal para que Rick se aproximasse. – Mas, pelo amor de Deus, avise, assim, umas duas horas antes. Rick caiu na gargalhada. – Bruno! – dei um tapa em seu ombro. – Claro, né? Eu e você sozinhos em casa... – ele balançou as sobrancelhas para mim, fazendo com que Rick risse mais ainda. – Pode deixar. Vou levar todos embora agora. Você precisa descansar. Até mais. Deu um apertão no ombro de Bruno, veio para perto de mim e me deu um beijo de adeus. Todos fizeram o mesmo e se foram. – Enfim, sós – Bruno disse, me puxando para a cama. – Espera, preciso da minha bolsa – peguei e me deitei ao lado dele. – Você está toda preocupada hoje. Me diga o que está acontecendo, Anne – ele pediu, sério. Respirei fundo e levantei a manga da blusa que eu vestia. – Hoje pela manhã, fiz um exame de sangue. Não queria que ficasse preocupado. – O que você tem? – ele acariciou meus cabelos e meu rosto. – Me diga, Pimentinha – beijou de leve meus lábios, preocupado. – Um mini leãozinho – disse de uma vez. Peguei a mão dele e levei à minha barriga. – Aqui. Bruno arregalou ao olhos e olhou incrédulo para onde sua mão estava. – Eu consegui... – ele sussurrou, num fiapo de voz. – Você... eu... vamos ter um bebê! – lágrimas escorreram dos olhos dele, que se fixaram nos meus. – Uhum – eu estava sem palavras diante da emoção estampada no rosto dele. – Um filhote de leão


– sorri, chorando também. – Ah, Pimentinha... eu te amo tanto – sua mão subiu para meus cabelos e segurou meu rosto, enquanto sua boca se apossava da minha. – Um filho... – voltou a me beijar. – Sou o homem mais feliz na face da terra! – ele gritou e me puxou para cima dele, rindo. – Também te amo, meu Leãozinho. E também amo essa coisinha minúscula que já está me dando algum trabalho. – Um médico. Você precisa de um médico, Anne! Seus miomas... eu tinha me esquecido disso – ele ficou sério de repente. – Não se preocupe. Guilherme ficou de marcar um ginecologista para mim ainda hoje; segundo ele, um bom que saiba o que faz. – Claro, o Guilherme. Se ele não fosse um irmão pra mim, e se eu não soubesse o quanto ele ama Ella, eu ficaria muito possesso com essa intimidade toda de vocês. – Bruno! Não é assim... – contei a história toda, o que Guilherme havia me dito pela manhã e tudo o que havia acontecido. – Entendi. Bem, então, se é assim, menos mal. Tenho que agradecer à Jess e ao Guilherme. Mas venha aqui, Pimentinha – voltou a me deitar na cama e levantou minha blusa, expondo minha barriga. – Você aí dentro. Não judie de sua mãezinha, viu. Cresça forte e não se preocupe com nada. Papai está aqui para proteger você – beijou minha barriga, fazendo com que eu chorasse ainda mais, emocionada. – E você também. Vou proteger você de tudo. Vou te cuidar, te amar e proteger, todos os dias. Vocês dois – deitou a cabeça em minha barriga e acariciei seus cabelos. Puxei minha bolsa que estava quase caindo da cama e peguei o pacote. – Aqui. Comprei isso mais cedo – ele abriu o pacote e riu. O sapatinho de bebê tinha a carinha de um leãozinho na ponta, em couro. – Não pude deixar de comprar. – É lindo. Já te vejo andando pela nossa casa, grávida, nosso filho se mexendo aqui dentro – voltou a se deitar em minha barriga e ficou acariciando. – Vou ser o pai mais babão do mundo! – E eu a mulher mais sortuda do mundo, tendo o homem mais carinhoso do universo.

Uma batida na porta e um cheiro delicioso me despertaram. Abri os olhos e vi Guilherme com uma bandeja enorme de comida ao meu lado. – Trouxe o almoço de vocês. – Já não era sem tempo. Eu estou doido de fome! Anne acordou também, ao ouvir a conversa. Nos sentamos e Guilherme puxou a mesinha para perto de nós.


– Anne, pelo que eu acompanhei de Jess e Pam, uma salada temperada com limão pode melhorar seu enjoo. Limão em tudo. Era o que elas diziam. Chegavam a chupar limão. Limão sozinho, limão com sal, limão, limão... – disse Guilherme. Percebi que Anne olhou para Guilherme e desviou o olhar, com aquela carinha que ela fazia ao ver um doce gostoso. Ela ficou com vontade disso tudo que ele havia falado. Eu teria que ficar atento às suas mudanças, pois ela não era de pedir as coisas e eu não deixaria minha Anne passar vontade durante sua gravidez. Caralho, eu sou demais! Foi pá e pum! – Por que está com esse sorriso? – Cara, eu vou ser pai! Isso é motivo para eu nunca mais parar de sorrir! Guilherme sorriu também, estendeu a mão para mim e fizemos nosso comprimento. – Parabéns, Brunão! Você vai ser o melhor pai do mundo. – Minha Pimentinha não poderia ter me dado presente melhor na vida! – a abracei com cuidado. Afinal, ela tinha um bebezinho dentro dela, lutando por um espaço e pela vida. Eu teria uma conversa séria com o médico sobre tudo! Minha Anne deu um sorriso tímido. – E vocês? Como estão indo? – Aguardando. Essa espera é de matar. – Vai dar tudo certo. – Guilherme, sobre o médico. Você chegou a marcar? – Ah, sim. Te encaixaram hoje a tarde, às 16h. – Eu vou junto! Não quero saber se estou internado ou não – fechei a cara e cruzei os braços, me recostando na cama. – Fica frio. Eu venho buscar vocês. Até porque já vão fazer uma ecografia lá mesmo, para ver como estão os miomas e o bebê – apontou para Anne. – Fique com a bexiga cheia. Uma das vantagens de trabalharmos no hospital é que sempre tem alguém que te deve um favor e, no nosso caso, que sempre demos a vida nesse hospital então, nem se fala – Guilherme riu. – Sério que já vamos poder ver o bebê hoje? – perguntei, já me alegrando novamente. – Brunão você está parecendo uma criança no dia do aniversário! – Guilherme riu de mim. – Aniversário nada, pra mim é como o Natal! – abracei Anne novamente e beijei seus cabelos. –Bem, vamos comer. Obrigado, Gui. Pela comida, pela consulta, por tudo. – Até mais tarde então. Aqui é o resultado do seu exame impresso – ele entregou para Anne em um envelope. – Não esqueça de levar junto, na consulta. Deu um adeus com a mão e saiu do quarto, nos deixando com a comida. Coloquei um pouco de tudo no garfo. – Abra a boca, Pimentinha. Vamos alimentar vocês dois primeiro.


Ela obedeceu, mas não comeu muito. – Desculpa, Bruno. Acho que vou ficar só na salada mesmo– fez uma carinha que, juro por Deus, eu queria colocá-la em meu colo e niná-la. Acariciei seu rosto. – Hoje conversaremos com o médico sobre esse seu mal estar. Você não vai poder ficar sem se alimentar direito. – Não se preocupe, amor. Tudo vai dar certo. Você vai ver. Assenti com a cabeça e observei ela comer toda a salada. Acho que Guilherme tinha razão sobre o limão. Comi tudo o que tinha na bandeja e me senti muito bem. Um tanto sonolento, mas bem. Anne bocejou ao meu lado. Afastei a mesinha da cama, apaguei as luzes do quarto, pelo painel ao lado da cama e a puxei para meus braços. Coloquei o despertador do celular para às 15h e deixei o sono me levar.

Um pigarrear me tirou do mundo dos sonhos. Sheila estava ao lado da cama. – Sei que ele é mandão, mas você não pode ficar na cama com ele – ela disse baixinho, mas séria. – Ok – fui me levantar, mas os braços de Bruno me apertaram a ele. Abriu os olhos e olhou em volta. – Onde você vai? – perguntou sonolento. – A Sheila vai cuidar de você. Fazer tudo aquilo, estou só abrindo espaço – disse, colocando as pernas para fora da cama. Ele olhou para Sheila e sorriu. Aquele sorriso que desarmava qualquer mulher. E realmente não foi diferente com ela. – Ah, Sheila, vem aqui pelo outro lado. Minha Pimentinha está meio ruim do estômago, deixe ela aqui, deitadinha comigo. – Está doente? – Sheila perguntou, colocando a mão em minha testa. – Desde quando gravidez é doença? – Bruno contou, feliz da vida, me puxando de volta para ele. – Uau! Parabéns! Se é assim, está bem, pode continuar deitada. Sheila pareceu realmente feliz com a notícia. Ou com o sorriso matador que ele deu para ela. Mas, seja lá qual fosse o motivo, o bom foi que ela esqueceu sobre me tirar da cama. – Bruno, você não teve mais febre, mas, mesmo assim, terá que fazer o tratamento completo, você sabe. Não tire o acesso. Vou dar outra dose do antibiótico agora e por mais duas vezes, fechando as 24h. Sua prescrição é para começar com o antibiótico oral por mais 6 dias. Novamente, eu sei que você já sabe de tudo isso, mas se você não tomar direito, na hora certa, a infecção volta e você não vai sair daqui até ficar curado. Nós temos mania de achar que nada pode acontecer conosco, pois


sabemos como cuidar... – ela meneou com a cabeça, deixando a frase incompleta, injetando o remédio no acesso do soro. Com certeza, pela cara dela, ela já tinha cometido esse erro. Percebendo que eu a observava, ela sorriu para mim, mas um sorriso triste, o que só confirmou minha suspeita. – Pode deixar, Sheila. Prometo fazer ele tomar direitinho. Seu sorriso ficou melhor, mais alegrinho e então ela se foi. Mas não tivemos muito sossego, meu celular despertou e Bruno o desligou. Logo em seguida Guilherme bateu na porta e entrou. – E aí? Como estamos? Rimos e ele entregou algumas roupas para Bruno. Desconectou o soro do acesso, fechando-o. – Vá lá, trocar de roupa. Quando você voltar, recolocamos o soro. – Todo mundo preocupado com essa coisa. Ele acabou de tomar uma bronca da Sheila, por ter tirado antes. – Tirei por um bom motivo – ele se agigantou por cima de mim e me beijou com vontade. – Ei ei! Parou com a saliência. Vá se trocar – Guilherme o apressou, batendo palmas. – Certo, tô indo... Bruno fez que ia sair e voltou, dando um beijo rápido em minha barriga. Saiu pulando da cama e foi andando com a bunda à mostra até o banheiro. –Ele é assim mesmo. Parece que não sente dor. Se fosse, qualquer outra pessoa estaria mancando. Incrível! – Guilherme comentou. Esse era meu homem, o pai do meu filho. Um leão em todos os sentidos.


Capítulo 23 Fomos caminhando pelo corredor; eu, ladeada por Bruno e Guilherme, me sentia uma formiguinha. Eles eram altos pra caramba! Bruno não me largou, o tempo todo com o braço sobre meu ombro. As enfermeiras me olhavam de um jeito estranho... com certeza eram as que ele já havia pego. Ah, queridinhas... a mamata acabou. Ele tem dona! Ri do meu pensamento possessivo. – Tá feliz, Pimentinha? – Demais– me abracei a ele. – Logo logo vamos ver nosso filhotinho. – Ele não deve passar de uma bolinha na tela. É muito pouco tempo. – Mas, mesmo assim, será nossa bolinha. Ele era todo sorriso e isso era muito bom. Meu medo todo, completamente infundado, graças a Deus. Pegamos o elevador e chegamos ao andar do consultório do Guilherme e chegamos ao setor de ginecologia e obstetrícia. – Esperem aqui, vou dizer que chegamos. –Guilherme foi até a recepção. –Podem entrar. Dr. César os atenderá – A recepcionista me entregou uma ficha e um cartão da gestante. – Fique tranquila, Pimentinha. Dr. César é o cara. Já instrumentei muitos partos com ele – Bruno sussurrou para mim e apertou minha mão. Eu estava suando e nem tinha percebido. – Meu medo são os miomas. – Não se preocupe. Daremos um jeito em tudo – beijou meus cabelos e se levantou, me levando com ele. – Vou esperar vocês aqui – Guilherme sentou-se e pegou uma revista. – Já voltamos. Bruno então bateu na porta e a abriu. – Olha só! De instrumentador e parte da equipe a papai! – Dr. César brincou com Bruno. – Existe uma primeira vez para tudo! Bruno puxou a cadeira para mim e sentou-se ao meu lado. – Sou César, ginecologista e obstetra há mais de 20 anos. Me conte, qual foi o dia da sua última menstruação? – ele foi me enchendo de perguntas e anotando tudo na ficha. – E Guilherme havia dito que você tem alguns miomas – contei tudo o que a outra médica havia me dito. – Vamos até a outra sala e teremos a dimensão real do problema. Por aqui – ele se levantou e abriu a porta lateral. – Tire


tudo da cintura para baixo, deite-se na maca e cubra-se com esse lençol. Eu já venho. Fiquem à vontade. Me entregou o lençol e fiz o que ele ordenou. – Hum, você assim me dá ideias. Ri da cara de tarado que ele fez. – Contenha-se – entreguei o lençol para ele me cobrir. Ele estendeu por cima de mim e o médico entrou. Me posicionou, colocando minhas pernas sobre os suportes de ferro nas laterais da maca. – Vamos fazer uma ecografia transvaginal. Respire fundo e relaxe – com cuidado, ele introduziu a ponta do instrumento em mim. Logo qualquer desconforto foi esquecido, pois a tela à nossa frente ganhou vida. Três bolas grandes e uma bolinha pequena, diferente das maiores. – Aqui estão seus miomas – ele marcou e mediu as bolas maiores. Deu um zoom na bolinha menor. – E aqui, o bebê. Olhei para Bruno, que olhava a tela com atenção e com um sorriso enorme. Ele estava imensamente feliz. – Doutor, e os miomas com o bebê? – Por enquanto, não teremos problemas. O saco gestacional está bem implantado – ele circulou com o mouse para que eu pudesse entender e ver o que ele estava falando. – Mais para o meio da gravidez o cuidado deverá ser maior e as ecografias mais frequentes. Por enquanto, vida normal, mas sem exageros. Ele fez mais algumas medições e retirou a coisa de dentro de mim. Suspirei aliviada. Aquilo era uma tortura! Ele ficava virando e enfiando aquela coisa em mim e, ainda por cima, eu estava louca para fazer xixi. Mas tudo pelo meu filhotinho! – Limpe-se e pode se vestir. Quando estiver pronta, venha para minha sala. – Pimentinha, importa-se se eu ir antes para perguntar uma coisa pra ele? – Não, pode ir. Eu termino aqui – sorri e ele saiu. Corri para o banheiro. – Dr. César, em todos esses anos como enfermeiro, eu já vi muitas ecografias. Tem alguma coisa diferente no saco gestacional. Não está normal. Parece ser... – Pois é – ele me interrompeu. – Eu vi isso, mas não podemos dar uma notícia dessas para uma mãe sem poder confirmar, ainda mais uma mãe com miomas. Vamos confirmar isso na próxima ecografia, daqui a quatro semanas.


– Pelo amor de Deus, me diga que vi coisas. – Não, você não viu coisas. Mas, como eu disse, só poderemos confirmar na próxima ecografia. Se dermos uma notícia dessas, ela pode ter problemas de pressão, que acarretaria em muitos problemas. Vamos com calma. Mas se prepare, pois o que você pensou, pode realmente ser verdade. Por hora, se realmente for o que pensamos, não mudará em nada o quadro clínico dela. – Certo – passei as mãos pelos cabelos. – E o sexo? Alguma restrição? – Ah, quanto a isso nenhuma. Está liberado. Quando e se houverem restrições, eu te digo. Ela entrou na sala sorrindo. – Então, mamãe, vou te passar uma receita de vitaminas e ácido fólico, essenciais para o primeiro trimestre e alguns exames de rotina. Entregou as receitas a ela e se levantou. – Bem, é isso. Aqui a foto do bebê. Assim que tiverem os resultados dos exames, retornem. Boa sorte a vocês e parabéns! Nos levantamos e nos despedimos, pegando a foto. Ao sairmos, Guilherme levantou e veio até nós. – E aí? – Tudo certo. Olha a foto do seu afilhado! – falei e coloquei Anne na minha frente, abraçando-a. Quando ele pegou a foto, arregalou os olhos e fiz sinal para que ele não dissesse nada. – Parabéns! As mulheres tinham razão mesmo! – ele nos abraçou, deu um beijo em Anne. –Cara, superparabéns! E obrigado por me fazer padrinho do seu filho! Nem sei o que dizer! – Você é meu melhor amigo, sabe disso. Ninguém melhor do que você pra isso. – Sei que te conheço há pouco tempo, mas o apoio que tem nos dado está sendo demais. Fico muito feliz que você aceite – Anne confirmou. – Ah, Pimentinha, desculpa, nem falei com você e já fui chamando... – Não se desculpe. Não tem ninguém melhor do que Guilherme para ser o padrinho do nosso filhotinho. O sorriso dela me contagiou. A preocupação, pelo que a ecografia poderia estar mostrando, foi esquecida. Mas não por muito tempo.


Capítulo 24 Sheila não se importou mais com o fato de dormirmos na mesma cama. Agora ela até cuidava de mim também, preocupada se eu estava enjoada ou qualquer outra coisa. Depois da consulta com o médico, Bruno se mostrou o homem mais cuidadoso do mundo comigo e não cansava de acariciar minha barriga. Dizia que me amava a cada dez minutos! Os remédios que eram ministrados no soro davam muito sono e ele agora estava adormecido, abraçado a mim, com a mão sobre a minha barriga. E eu com medo da reação dele... Pelo jeito, ele seria um ótimo pai para meu bebê. Nosso bebê. Tudo estava acontecendo rápido demais... Tivemos dias maravilhosos juntos, mas agora, pensando bem, eu fui muito imprudente. Ele poderia ter me usado, descartado como todas as outras que vieram antes de mim e hoje eu estaria em casa, grávida e sozinha. Se isso tivesse acontecido, eu estaria em maus lençóis. Por sorte, ele me amava e me queria com ele, assim como ao nosso filho que, mesmo sendo uma bolinha meio disforme e que mais parecia um monte de bolinhas juntas, já era muito amado. Se há um mês atrás alguém me dissesse que eu estaria namorando e grávida em tão pouco tempo, eu provavelmente riria na cara da pessoa. Mas agora, aqui deitada nos braços do meu homem, eu me sentia a mulher mais feliz e realizada do mundo. Como a vida da gente é imprevisível! Fiquei acariciando seus cabelos e logo já era hora da Sheila aplicar a última dose do antibiótico. Quando ela saiu, me deixei adormecer também. – Pimentinha, acorda. Está na hora de irmos – Bruno sussurrou e abri os olhos. No sofá-cama, Rick e Guilherme estavam sentados, esperando pacientemente. Sorri para eles, que me deram bom dia. Levantei, usei o banheiro, lavei as mãos, o rosto e escovei os dentes. O gosto do creme dental me embrulhou o estômago e tive que correr para o vaso sanitário. Enquanto eu deixava um pouco de mim ali, a porta do banheiro foi arrombada e Bruno entrou correndo, vindo direto para mim, segurando meus cabelos e colocando a mão em minha testa. – Calma, meu amor, já vai passar. Respire – ele sussurrou para mim. Fiz o que ele disse e respirei fundo. Aos poucos, aquela sensação passou e me levantei. – Você está melhor? – Uhum – fui até a pia, lavei a boca com antisséptico. – Porcaria de creme dental. –Isso é normal, Pimentinha. Muitas mulheres passam mal até o terceiro mês de gravidez, ainda mais ao escovar os dentes. Vamos ter que ir testando os cremes dentais para ver qual não te causa


enjoos – acariciou minhas costas. – Quer tomar uma ducha? Ajuda a melhorar também. – Bruno, você arrebentou a porta! Como vou tomar banho? – sorri para ele. – Mando eles esperarem do lado de fora e cuido para que ninguém mais entre enquanto isso – olhou em meus olhos, colocando meus cabelos atrás da orelha. – Ok – peguei uma mexa do meu cabelo. – Eca, preciso mesmo de um banho. Dessa vez, foi ele quem riu de mim. – Espere um pouco então, vou me livrar daqueles dois ali e já volto. Vou te dar um banho bem gostoso. Ah! Aquela cara... Meu corpo se acendeu e fiquei ali parada, esperando, a ansiedade e antecipação me corroendo. Os banhos do meu leãozinho nunca eram simples banhos... Ouvi a porta do quarto fechando e ele apareceu na porta, seu corpo enorme tomando o espaço. Ficou ali parado, me olhando com fome. Engoli em seco e senti meu corpo umedecendo e se preparando para ele. Ele sorriu e relaxou. Tirou a camiseta que vestia e colocou sobre a pia. – Vamos ao seu banho… – andou em minha direção e começou a tirar minha roupa. Fiquei parada deixando que ele me despisse, como ele gostava. Quando me deixou nua, abriu o chuveiro, retirou o restante de sua roupa e entrou comigo. Lavou meus cabelos e ensaboou meu corpo com cuidado. – Olha o que você faz comigo. Me deixa louco com esse corpo gostoso – me encostou na parede e me beijou, esfregando seu pau duro em mim. Gemi de tesão em sua boca, quando ele se abaixou um pouco, se aninhando entre minhas pernas e ficou roçando em minha umidade. – Ah, minha Anne... eu queria tanto te comer aqui e agora. Mas vou ficar na vontade, temos que ir. – Só um pouquinho, Leãozinho. Me deixe te sentir dentro de mim só um pouquinho... – eu estava tremendo de tanta vontade. – Se eu me meter no seu calor, não vou conseguir parar. Ele sussurrava entre beijos, mas não parava de se roçar entre minhas pernas. – Por favor, só um pouquinho... Eu quero você dentro de mim... – sussurrei em seu ouvido, lambi e mordi. Ele estremeceu e, com um gemido, me levantou e me agarrei em seu pescoço, seu pau escorregando para dentro de mim. Ele me preencheu de uma maneira e foi tão fundo que tive que morder seu ombro, para conter o grito que escapou de mim. Senti o orgasmo me tomando e meu corpo todo estremeceu, enquanto eu o ordenhava. – Ah, Pimentinha... Anne... eu... ahh! – sussurrou e senti seu gozo quente me preenchendo e escorrendo pela minha bunda. – Só você para me fazer perder o controle tão rápido. Você me tira do


sério... Sorri, satisfeita, beijando-o onde eu alcançava. – Você é meu afrodisíaco, basta um olhar e já me tem pronta – dei um beijo em sua boca. –Vamos logo, antes que eles decidam entrar e ver porque estamos demorando tanto. – Não são nem loucos de entrar aqui. Arranco os olhos dos dois se fizerem uma coisa dessas. Entrou comigo novamente embaixo da água, me colocando no chão e em pouco tempo estávamos prontos para ir embora. Dei uma última verificada no quarto, para ver se não estávamos esquecendo nada e saímos. – Está melhor, Anne? – Rick perguntou , assim que me viu. –Estou sim, obrigada – senti minhas bochechas esquentando. – Ei, não fique envergonhada por passar mal. Você está grávida, e isso é supernormal – Guilherme disse, sorrindo. Ah, se eles soubessem que o meu vermelhão era por ter dado uma rapidinha no banheiro enquanto os dois esperavam aqui fora...


Capítulo 25 Rick parou o carro em frente a um prédio lindo e acionou o controle para entrar na garagem. Fiquei olhando admirada para a fachada. Uau! Logo entrou e estacionou. Descemos do carro e Bruno pegou minha mão. – Seja bem-vinda ao seu novo lar. Agora sim, pela primeira vez, eu posso chamar minha casa de lar, um lugar onde vou ter e cuidar da minha família, minha mulher linda e meu filhotinho –me abraçou e beijou meus cabelos. Fiquei com os olhos cheios de lágrimas, mas não choraria assim, com o Rick ali. De fiasco, bastava eu ter vomitado as tripas com os dois no quarto. Me abracei a ele e dei um beijo em seu peito. Senti ele estremecer e, quando o olhei, ele estava com os olhos marejados também. – Te amo. Muito – ele se abaixou e beijou meus lábios de leve. – O elevador chegou. Vamos? – Rick falou e sua voz estava meio embargada. Ele deveria ter ouvido o que Bruno disse e estava emocionado também. Entramos no elevador e Bruno me puxou para ele, me colocando à sua frente e me abraçando. Senti seu pau duro em minhas costas, pressionando de leve, e estremeci. Caramba, tínhamos transado no banho há menos de meia hora atrás e eu já estava com esse fogo novamente? Olhei para Rick, que estava à nossa frente, alheio a tudo, olhando para a porta do elevador. Logo a porta se abriu e Rick se adiantou, caminhando à nossa frente e, abrindo a porta do apartamento, entrou. – A casa é toda sua. Entre – Bruno disse e estendeu a mão, teatralmente. – É casa de macho, mas você pode mudar o que quiser – ele riu, entrando atrás de mim e fechando a porta. Eu olhava para tudo, impressionada. Era lindo e realmente era um apartamento de macho. Sala enorme com uma televisão maior ainda, mas muito bem decorado. – Brunão, abastecemos a geladeira e os armários, seus remédios estão aqui, junto com a receita. Vou deixar meu carro com você até sair o lance do seguro. Seus itens pessoais, que estavam no carro, estão todos no seu quarto. Cida vai dar uma geral aqui pra você. Dia sim, dia não, ela passa por aqui e sem reclamações – Rick foi falando e Bruno sorriu. – Obrigado por tudo, cara. Assim que estivermos prontos, vamos dar a notícia da gravidez pessoalmente para todos. – Sossega e se cuida. Não vamos falar nada – Rick deu um tapinha nas costas de Bruno, um beijinho na minha bochecha e, se despedindo, foi embora. – Bruno, como ele vai embora, se deixou o carro aqui? – perguntei.


– Ele pega um táxi. Fazemos isso sempre que um precisa do outro. Quer conhecer o restante? Bruno me pegou pela mão e foi me mostrando a cozinha, apontou a área de serviço, mas disse que eu não chegaria nem perto de lá, portanto, não precisava conhecer. Me levou para a sala novamente e me mostrou a sacada, e assim foi indo pelos vários cômodos do apartamento até chegarmos próximo a uma porta fechada. – E aqui é onde vou te levar às estrelas, qualquer hora do dia ou da noite. Abriu a porta e perdi o fôlego. Seu quarto era enorme, uma cama king size dominava o quarto, a decoração sóbria, mas como tudo no apartamento de muito bom gosto. Sobre a recamier, tinha uma bandeja com morangos, duas taças e um balde onde só a ponta da garrafa com a rolha estava aparente, coberta por um guardanapo de pano. Um bilhete estava ao lado. " Para um bom início, nada melhor do que champanhe e morangos. Mas, como sabemos que a mamãe não pode tomar nada alcoólico, fizemos um ajuste. Desejamos tudo de melhor para vocês. Bom retorno, parabéns pela família e pelo novo membro que logo chegará. De todos nós." Retiramos o guardanapo e ali no balde estava uma champanhe sem álcool, dessas para crianças. Rimos e Bruno pegou a garrafa, abrindo teatralmente. Coloquei a taça embaixo para que não pingasse no chão e ele encheu as duas. Brindamos e ele me olhou, supersério. – Anne. Vem aqui – fez com que colocasse minha taça junto com a dele na bandeja e que me sentasse na cama, sentando-se ao meu lado. –Nossa vida agora tomou outro rumo, com nosso filhotinho a caminho. Eu quero vocês comigo, para sempre. Não quero que você vá embora quando acabarem suas férias – ele se levantou e foi até onde estava a sacola com as coisas que estavam no seu carro. Mexeu lá dentro, pegou alguma coisa e voltou a se sentar ao meu lado. –Casa comigo? – abriu a caixinha e estendeu em minha direção. Olhei abobalhada e emocionada para o anel mais lindo que já tinha visto em minha vida. Um lindo coração brilhava, solitário, no anel de ouro. Estiquei a mão para tocá-lo, Bruno segurou-a e colocou o anel em meu dedo. Levou até a boca e beijou o anel. – Sim, sim, siiiiim! – pulei em seu colo e o enchi de beijos. Ele riu e retribuiu meus beijos com um de tirar o fôlego. – Vamos buscar todas as suas coisas. Pode mudar o que quiser aqui. Quero que se sinta em casa. Olhei para a cama em que estávamos deitados agora. – Quantas mulheres você já trouxe pra essa cama? Ele riu e seus olhos dançaram nos meus. Não achei graça nenhuma naquilo e fechei a cara, já


tentando me desvencilhar de seus braços e me levantar. – Calma, Pimentinha. Uma ou duas só. – Só? – respondi muito brava com sua cara de pau, rindo de mim. – Sim. Só. Se nosso filhotinho for uma filhotinha, então serão duas, se for um filhotinho, então é só uma. Minha braveza se esvaiu na hora em que entendi sua brincadeira e o riso todo. Ele me puxou para cima dele e bati onde deu, distribuindo tapas e rindo junto. – Isso não se faz, não pode brincar assim comigo. Até parece que não me conhece. – Desculpa, amor, eu não resisti. Nunca trouxe uma mulher pra minha cama. – Então teremos que trocar o sofá, a mesa, as bancadas da cozinha, redecorar os banheiros... – brinquei com ele. – O sofá sim, agora o resto não. Ninguém nunca passou do sofá. – Eu estava brincando, mas gostei de saber que você era assim. Que preservava sua privacidade, mesmo não precisando. – Você sabe, Pimentinha, que quando eu queria alguma coisa ia atrás, em clubes, essas coisas. Nunca escondi isso de você. – Eu sei – beijei sua boca, calando-o. Eu não precisava lembrar das centenas de mulheres que ele já havia tido. E ele, com todo o carinho, me fez esquecer de tudo aquilo. Com beijos, carícias e palavras sacanas sussurradas em meu ouvido, sua barba por fazer roçando minha pele... Os dias passaram e a rotina com meu Leãozinho era uma delícia. Passeávamos, saíamos para jantar ou simplesmente ficávamos assistindo a um filme, deitados no sofá. Quando eu estava distraída, ele chegava e me beijava a barriga. Todos os dias pela manhã, ele me dava bom dia e também para nosso filhotinho. O final de semana chegou e com ele a nossa viagem para a praia. Às onze da manhã, o celular de Bruno tocou. – Já estamos aqui embaixo – Rick falou, mesmo antes do Bruno dizer qualquer coisa. – Ok, já estamos indo. Bruno desligou, me abraçou por trás e eu estremeci. A expectativa de ir ao bar e conhecer o outro lado dele, me deixava arrepiada, e eu já me sentia superexcitada. Me arrepiei realmente quando senti tudo dentro de mim se apertando e a umidade me tomando. – O que aconteceu, Pimentinha? Está com medo? – ele sussurrou em meu ouvido. Seu corpo pressionado às minhas costas me tirava o juízo.


– Não... – Está com frio? – perguntou, mordendo a pontinha da minha orelha. – Não – sussurrei de volta e estremeci novamente. – Então, o que acontece? Por que estremece desse jeito e está toda arrepiada... – sua voz em meu ouvido e sua boca em minha pele estava me enlouquecendo. – Tesão. Puro Tesão... – virei a cabeça e sua boca caiu sobre a minha. – Eu também estou assim. Louco para que a noite chegue para te levar ao nosso quarto –para dar maior veracidade às suas palavras, ele se esfregou em minha bunda e não contive um gemido. – Guarde esse fogo todo para mim, mais tarde. Peguei sua mão e a coloquei entre minhas pernas. – Só em pensar, eu já estou assim. – Vai ser uma tortura viajar por horas pensando nessa boceta gostosa toda molhadinha pra mim. Ele abriu o botão da minha calça, enfiou a mão por dentro e afundou os dedos em mim. Amoleci e me recostei em seu peito, o fogo me consumindo. Gemi baixinho e me apertei sobre seus dedos. – Tão pronta... tão gostosa... tão cheirosa... – sua boca escorregava pelo meu pescoço e seus dedos não davam trégua em minha carne molhada. – Leãozinho... Eles estão esperando... – sussurrei sem forças, rebolando em seus dedos. – Depois eu dou uma desculpa, agora vou te comer, Pimentinha. Gemi alto quando ele puxou minha calça para baixo e me debruçou sobre o encosto do sofá. Em segundos, senti a cabeça acetinada de seu pau explorando minhas dobras e gritei de prazer quando ele se meteu todo de uma vez, bem fundo em mim. O ritmo, a força de suas estocadas e as carícias em meus seios estavam me deixando louca, mas perdi o controle quando ele agarrou meus cabelos e me puxou para ele, sua boca na minha e um tapa gostoso que estalou na minha bunda me fizeram gozar alucinadamente. As contrações do meu orgasmo puxaram o dele, que gemeu meu nome, mordendo meu ombro de leve. – Eu amo você, minha Pimentinha. – E eu amo você também, meu Senhor – não resisti, depois daquela pequena demonstração do que seria a noite. Outro tapa estalou na minha bunda e ele riu. Depois de uma passada no banheiro para nos limparmos, Bruno pegou nossa mala e descemos. Quando saímos com o carro, eles estavam parados do lado de fora dos deles, esperando. – Caralho, que demora! Achei que teríamos que subir para pegar vocês dois – Theo reclamou quando nos viu. – Sabe como é mulher grávida – escutei Bruno dizendo e senti minhas bochechas queimarem. Ele


saiu do carro e saí também, indo até eles. – Ah, eu sei bem. Não tem hora para passar mal. Um cheiro diferente já embrulha o estômago da gente, né? – Pam, que estava ao lado de Theo, falou e me deu um beijo no rosto. – Pois é. Uma hora eu me acostumo com isso – ah, se eles soubessem... Demos oi para todos e voltamos para o carro, seguindo viagem.

– Mãe, chegamos! – Theo gritou e abriu a porta para que nós entrássemos. – Aqui na cozinha – escutamos a mãe do Theo dizer. Entramos todos na cozinha ampla e a senhora estava ao fogão, mexendo um doce. O cheiro me tomou e, em vez de me embrulhar o estômago, me fez salivar. Humm. – Que cheiro bom, mãe! – Ella disse e foi abraçar a mãe. – Desculpem por eu não os receber na porta, mas brigadeiro tem que mexer o tempo todo, senão desanda – dona Sirley se desculpou com um sorriso. – Meus netinhos lindos. Dormindo como anjinhos. Filho, coloque-os lá na cama; você também, Theo, coloque a pequeninha na sua cama, já deixei arrumado com cobertores, para ela não cair. Todos passamos por ela, dando um beijinho, e eles foram colocar as crianças na cama. Meu Deus, que cheiro delicioso! Minha vontade era de pegar uma colher e encher de brigadeiro ainda quente, ir soprando e comendo pelas bordinhas... ou então... Olhei para Bruno e ele entendeu na hora o que eu queria. Sorriu para mim e me pegou pela mão, me puxando novamente para o lado dela. – Você sabe que te tenho como minha mãe, né? – Bruno disse a ela, me abraçando por trás e colocando o queixo sobre minha cabeça, como sempre fazia, segurando minhas mãos e acariciando. – Claro, meu filho! – ela olhou para Bruno. – Ai, essa carinha, me diga logo o que você está aprontando. Rick, Jess e Theo voltaram e se sentaram à mesa. Ele então levantou minha mão e mostrou para ela. – Em breve, teremos mais um casamento – ele disse sorrindo. A senhora desligou o fogo na hora e largou a colher de pau com que mexia o brigadeiro. – Meu Deus, vai chover canivete aberto! Nunca imaginei que esse dia chegaria! – ela disse já com as lágrimas rolando. Nos abraçou e chorou como criança, encostada ao ombro do Bruno. – E tem mais... – eu disse e ela se afastou um pouco, olhando para mim. – Vamos ter um filhotinho. Bruno abraçou a senhora com um braço e colocou a mão sobre minha barriga, depositando um


beijo em meus cabelos. – Vai ser vovó de novo. Achei que a pobrezinha teria um treco de tanto que chorava. Ouvi umas fungadas e olhei para a mesa. Todas as mulheres estavam chorando e os homens olhavam para seus sapatos, disfarçando a emoção. – Pois é, e tem alguém salivando pelo seu brigadeiro – Bruno riu de mim. – Ah, minha filha, então tome aqui. Grávida não pode passar vontades. Vocês sabiam que na gravidez do Theo eu fiquei com vontade de comer torta de morango e ele nasceu com uma manchinha vermelha na nuca? Um moranguinho perfeito – ela enxugou as lágrimas em guardanapo de papel e pegou a colher da panela, estendendo-a para mim. – Trate de satisfazer todas as vontades dela, por mais estranhas que sejam – ela disse para Bruno, com o dedo em riste. – Pode deixar, vou cuidar bem da minha Pimentinha. – Cadê o papai? – Ella perguntou; levantando-se, ela foi até a geladeira e se serviu de água gelada. – Alguém quer água? Percebi o nervosismo de Ella. O que será que estava acontecendo? Olhei para Bruno. Eu amava essa coisa que nós tínhamos, essa comunicação muda, só por olhares. “Eles estão tentando.” Ele sussurrou em meu ouvido. Ah, tava explicado! Fui me sentar enquanto todos conversavam e Bruno foi guardar nossas coisas. Fiquei ali saboreando meu brigadeiro e tive um outro desejo devastador! Nossa, eu estava virando uma ninfomaníaca! Ri de mim mesma. Eu hein! À tarde, fomos todos passear na praia, uma calmaria gostosa sentindo a areia nos pés, ouvindo as ondas quebrando na praia. Um contraste absurdo com a agitação que eu sentia por dentro, sabendo que logo mais eu experimentaria o lado dominador dele, o bar e tudo mais. Olhava para as mulheres e sentia nelas essa mesma energia, essa coisa que parecia que explodiria a qualquer momento. Quando retornamos, Bruno foi logo dizendo que eu precisava descansar por causa da gravidez e dos miomas. Aproveitei e fiz um pedido. – Rouba um pouco daquele brigadeiro e traz para o quarto. Quero comer brigadeiro com banana. – Banana? Vou ver se tem – ele disse, enrugando a testa. – Não, Leãozinho, não é uma banana qualquer... é a sua – sorri descaradamente. O observei passar a mão pelo rosto e prender os cabelos em um coque. – Não me pressione, Anne. Já estou a ponto de te roubar daqui e te levar para nosso quarto no clube antes da hora – voltei a sorrir descaradamente e baixei o olhar. Escutei quando ele puxou o ar entre os dentes. – Vá se deitar. Eu já vou e com o seu brigadeiro. Ele estava no limite. Até sua maneira de falar estava diferente. Mais sério, mas duro. Sua postura


também estava diferente. Meu Deus! Só de olhar para ele, eu tinha a sensação de que logo entraria em combustão espontânea. Fiz o que ele mandou e fui me deitar. Eu realmente estava cansada e acabei adormecendo sem perceber. – Pimentinha... acorde... – escutei a voz dele me chamando e abri os olhos. Ele estava deitado ao meu lado, passando os lábios pelo meu rosto e pescoço. – Deixei você dormir um pouco, mas estou louco aqui te olhando, adormecida... seus seios subindo e descendo conforme você respirava... – seus dedos passearam de leve por sobre meus mamilos, fazendo-os virar dois pontinhos duros. Sua língua explorou a pele sensível do meu pescoço e gemi baixinho. – Trouxe o que me pediu. Gemi mais alto quando seus dedos apertaram de leve meu mamilo. Meu fogo se alastrando por todo meu corpo. – Eu estava sonhando com isso – me ajoelhei na cama e peguei o potinho onde estava o brigadeiro e a colher que estava ao lado. Bruno estava só de boxer, seu pau duro louco para escapar dali, pulsava visivelmente. Libertei-o e peguei um pouco do doce na colher e coloquei sobre a cabeça rosada. – Brigaralho... ah... como eu quero esse seu caralho gostoso na minha boca...– Bruno gemeu e segurou meus cabelos. – Essa boca suja me deixa doido. Fala mais do meu caralho, fala. Comecei a elogiar aquele pau grosso e gostoso. Bruno apertou a cabeça contra o travesseiro e gemeu, quando eu dei uma lambida contornando toda a ponta. Lambuzei todo de brigadeiro e chupei com vontade, levando-o fundo em minha garganta. Eu estava gulosa e queria mais dele. Acariciei, pressionando de leve um ponto um pouco abaixo de suas bolas. Ele ficou tenso embaixo de mim e gemeu novamente. – Vou gozar, Pimentinha.– sussurrou com aquela voz rouca e tudo o que eu queria agora era provar o sabor dele novamente. Deixei ele sair da minha boca e ele me olhou. Nossos olhos se prenderam e lambi, contornando a cabeça, pressionando logo abaixo da glande com a língua e aumentei a pressão de meus dedos. Ele abriu um pouco mais os olhos e prendeu a respiração por um momento, e eu soube que ele não aguentaria muito mais. Num movimento ágil, o engoli todinho, sugando. Seus dedos apertaram meus cabelos e meu nome saiu de sua boca, enquanto a minha era inundada. Meu homem gostoso e saboroso! Um sorriso satisfeito surgiu em meu rosto. Fui incapaz de contê-lo. – Bom saber que eu consigo te deixar tão satisfeita assim. Mas, você sabe... uma hora é da caça, outra do caçador. Me aguarde! Ah... eu não via a hora...


Mais tarde, Bruno me entregou um vestido e uma sacola com sapato e roupa íntima. – Pimentinha, agora você só vai me ver na hora em que sairmos. Vá se arrumar com as outras mulheres. – ele me abraçou e começou a arrastar o nariz pela minha pele, seus lábios roçando de leve. – Eu estou com fome de você, uma vontade de te ter sob minhas mãos que mal posso me conter – pressionou seu corpo no meu e mordeu meu lábio inferior. Respirou fundo. – Vai lá. Não demore muito. Me deu um tapinha na bunda e fui, muito contrariada, pois queria ficar com ele, para junto das meninas. Quando entrei no quarto, elas estavam superanimadas, rindo e se arrumando em frente ao espelho. – Anne, bem-vinda à nossa loucura – Jess me cumprimentou assim que entrei. – Você já foi em algum lugar parecido? – Ella me perguntou. Neguei com a cabeça, meio intimidada pela intimidade toda que elas compartilhavam. Estavam de calcinha e sutiã. Pam arrumando o cabelo de Jess e Ella se maquiando ao lado, e eu me sentia um peixinho fora d’água. – Fique à vontade. Cacete, eu estou louca para voltar ao bar – Pam falou. – Está preparada? – Ella me perguntou, sorrindo. – Mais ou menos. Eu sei como é e o que acontece lá, Bruno já me falou muito do lugar, durante esse tempo todo em que conversávamos. – Então, acho que você não se surpreenderá como eu, da primeira vez em que Guilherme me levou lá – Ella continuou e vi em seu rosto a excitação, suas bochechas coraram e as outras compartilharam do sorriso safado dela. – Você vai ver, quando descermos, o que estará nos esperando. É apenas um aperitivo. Me lembro quando descemos da primeira vez em que fomos todos juntos. Quase enfartamos ao vê-los daquele jeito. – Pam, não conte – Ella riu e eu me senti mais à vontade, rindo também. – Tá bem, vamos ao que interessa. Bruno me entregou essa roupa, não sei quando ele comprou isso, mas... – Menina, que coisa mais linda! – Pam passou a mão pelo vestido que eu tinha nas mãos. Realmente, o vestido era lindo, nude com um tecido rendado bem trabalhado, num intrincado mais fechado de desenhos que se sobrepunham. Tirei a sacolinha da lingerie e senti minhas bochechas queimando. Um sutiã preto rendado, calcinha fio dental, e uma parte rendada com ligas, meias e um sapato maravilhoso. – Uau! Bruno vai enlouquecer quando te ver nessa roupa! – Jess comentou.


– Que nada, vai enlouquecer quando tirar! – Pam caiu na gargalhada e a acompanhamos no riso. – Vá colocar a roupa e volte aqui, vou arrumar seu cabelo e Ella fará sua maquiagem. Entrei no banheiro e respirei fundo. Olhei novamente para as peças de renda em minhas mãos. Um arrepio de antecipação me percorreu... – Ei, Brunão – Rick me chamou. – Se acalma, cara. – Fácil falar. Você sabe que eu nunca amei ninguém. Não consegui dominá-la ainda, ela demonstra tanto amor que eu só quero tê-la em meus braços, acariciar e cuidar. Quando estamos na cama, ela me tira do sério. Me tira a concentração – passei as mãos no rosto e prendi os cabelos em um coque. – Estou nervoso. Hoje vai ser a nossa primeira vez. – Brunão tá com medinho. Relaxa, homem de Deus. Você faz isso basicamente a vida toda. Quando estiver no seu ambiente, com tudo a favor, a coisa acontece. Com a Pam foi assim também. Eu estava uma pilha de nervos, mas quando chegamos na frente da porta, o instinto foi maior e foi a melhor noite de todas. Respirei fundo. Elas estavam demorando para descer. Parei em frente à janela e fiquei olhando o mar, mas nem isso me acalmava. Eu queria minha Pimentinha! Escutei risos e olhei para trás e lá estava ela, maravilhosa como eu imaginei quando vi aquele vestido. Meu pau ganhou vida e chegou a doer, preso dentro da calça de couro. Que Deus me ajudasse! Cada um pegou sua mulher e eu não consegui mexer minhas pernas, apenas a olhando. Ela sorriu e baixou o olhar. Puta que pariu, ela era perfeita para mim. Só fui capaz de estender a mão para ela, que veio com aquele jeito inocente e com as bochechas em brasa. – Pronta para ser minha, realmente minha? – sussurrei. – Sim, Senhor. Pronta para o que meu Senhor quiser. Engoli em seco. – Vamos logo, estou criando raízes aqui – falei alto o suficiente para que todos ouvissem. Saímos todos e, como sempre, cada um foi em seu carro. Minutos depois estávamos entrando no bar. Os garçons me cumprimentavam, assim como alguns frequentadores mais assíduos. Fomos para a pista. Theo tinha razão. Eu já não me aguentava de vontade de tê-la submetendo-se a mim em nosso quarto. Lean on – Major Lazer começou a tocar e deixei que o ritmo me embalasse, junto ao corpo dela. Outras músicas se seguiram e, quando mudou para o ritmo hipnótico de The hills - The weeknd, eu só conseguia pensar em minha Pimentinha rebolando no meu pau, seguindo as batidas da música. Olhei para Rick, Guilherme e Theo que entenderam meu sinal mudo.


– Chegou a hora, minha Anne – sussurrei em seu ouvido e mordi o lóbulo. Ela estremeceu e seus olhos se prenderam aos meus. Seguimos para o caixa; pela primeira vez, eu liderava a coisa toda. – Henrique, as chaves. – Sim, senhor Riewe. Estendi a mão e Henrique me entregou as quatro chaves. Peguei a Lilás e entreguei as outras para Guilherme. A mão de Anne tremia e ela se agarrava à minha. – Pimentinha, hoje eu vou te foder. Em resposta, vi seus lábios entreabrirem e dali saiu um gemido rouco. Sorri satisfeito. Passei os dedos por suas costas e a segurei pela nuca. Com um leve impulso, ela começou a andar na minha frente, eu a conduzindo para a porta que dava acesso ao clube. Os seguranças abriram para que nós entrássemos e a levei direto à porta de nosso quarto. No caminho, ela olhava para tudo, mas não hesitou em nenhum momento. Quando chegamos em frente à porta, a virei para mim. Senti meu lado Dominador aflorar. Com um toque em seu queixo, ela elevou a cabeça e tomei sua boca. Meu corpo pressionou o dela contra a porta e ela se rendeu a mim. O beijo foi selvagem, possessivo. Minhas mãos percorreram suas curvas e, naquele momento, ela era minha para o que eu bem entendesse.


Capítulo 26 Eu sentia uma necessidade urgente de possuí-la, de tê-la se entregando de corpo e alma. Paramos e eu a virei para mim. – Anne, quando cruzarmos essa porta, você será minha no sentido mais cru da palavra. Vou foder você com força e de todas as maneiras que eu quiser – seus olhos brilharam e vi sua garganta mexer, como que engolindo em seco. – A qualquer momento, podemos parar com tudo e ir embora, se você não quiser basta dizer e tudo acaba. Mas, se você quiser e aceitar cruzar essa porta, eu não serei seu Leãozinho, serei seu Senhor, Dono de suas vontades – eu mal me aguentava dentro das calças, meu pau pulsava, louco de tesão, querendo se enterrar no calor gostoso daquele corpo suntuoso. Com um último aviso, continuei. – Vou submetê-la a mim e às minhas vontades. Vou foder sua bocetinha suculenta e comer seu cuzinho gostoso e eu não serei gentil com você. Mal acabei de dizer as palavras e pude sentir o cheiro de sua excitação. Seus seios subiam e desciam com sua respiração rápida. Anne fechou os olhos e respirou fundo, passando a língua pelos lábios, umedecendo-os. Quando retornou a abri-los, pude ver estampado neles todo o seu tesão. – Tudo o que mais quero é ser sua menina, meu Senhor. Conhecer o peso de suas mãos em minha pele, e ser sua como nunca fui de ninguém. Confio em meu Senhor, cegamente. Quero satisfazer suas vontades, seu prazer será o meu prazer. Sou sua, faça de mim o que quiser. Um sorriso satisfeito e convencido surgiu em meu rosto. Enfiei a chave na fechadura e abri a porta. – Entre. Virei de costas para ele e olhei para dentro do quarto. Prendi a respiração. O quarto estava na penumbra e apenas a cama estava iluminada, indiretamente. Senti uma pressão de leve em minhas costas e andei para dentro do quarto. – Não se vire. Tire seu vestido e a calcinha. Ajoelhe-se sobre a almofada e mantenha a cabeça baixa – sua voz dura e me dando ordens mexeu com meu interior. Senti uma excitação tão grande que arfei, puxando o ar que parecia me faltar. Obedeci e coloquei a mão para trás, descendo o zíper do meu vestido lentamente, dando um showzinho particular para ele. Deixei o vestido cair ao chão e passei os dedos pelo elástico da calcinha, puxando-a para baixo, me abaixando, empinando a bunda para ele, que puxou o ar por entre os dentes. Deixei a calcinha cair dentro do vestido que formava uma poça de tecido aos meus pés e fiz o que ele ordenou e, de cabeça baixa, me ajoelhei sobre a almofada roxa que estava próxima aos


pés da cama. De onde eu estava, só conseguia ver os pés dele, descalços. – Olhe para mim – ele disse depois de alguns minutos. Fui subindo lentamente o olhar por suas pernas musculosas, que estavam cobertas pela calça de couro negra. Tudo dentro de mim se apertou ao ver a protuberância de seu pau dentro da calça, aquele volume todo parecia que tinha vida própria e pulsava visivelmente. Levantei o olhar para ele. Seu rosto estava duro, sério, compenetrado. Um pouco cruel até, o que o deixava ainda mais gostoso. Eu queria me beliscar para ter certeza de que aquilo tudo estava acontecendo realmente. Ele abriu a calça e libertou seu pau, que apareceu empinado à minha frente. Ele acariciou-se de cima a baixo e senti minha boca se encher d'água. – Mãos nas costas. Não toque, senão eu a amarrarei. Obedeci e, nessa nova postura, meus seios se empinaram ainda mais. Senti o olhar dele queimando minha pele. – Abra a boca – ele ainda se acariciava, indo da base à cabeça e voltando. Então se aproximou e, empunhando seu pau grosso, encostou a ponta em meus lábios. – Abra mais. Abri mais e senti uma de suas mãos segurando meus cabelos, enquanto com a outra ele pressionava seu pau contra meus lábios e meus dentes. O olhei, indefesa e ajoelhada aos seus pés, com seu pau em minha boca e, numa atitude atrevida, lambi a ponta acetinada. Sem aviso, ele pressionou minha cabeça para a frente, me fazendo abocanhar boa parte de seu comprimento. Me segurou ali e puxou minha cabeça para trás. – Sugue. Chupei seu pau com o maior prazer, já esperando pelo momento em que ele me seguraria novamente. Ansiosamente. Eu estava tão excitada por aquela atitude dele, que sentia a umidade escorrendo pelas pernas. Ele ia e vinha, cada vez mais rápido e mais fundo, até estar todo metido em minha boca, e ai veio a pressão de sua mão em minha cabeça. A privação levou minha excitação às alturas e sentia meu íntimo pulsando. Seus olhos demonstravam sua satisfação. – Sua boca é tão macia, tão quente! – a voz dele estava rouca e então ele saiu completamente de minha boca, me deixando respirar. Puxando meus cabelos, ele me fez olhá-lo. – Vou gozar em sua boca. Jesus amado, como eu queria sentir o gosto dele. Apenas abri a boca e coloquei a língua para fora, num pedido mudo. Com um gemido torturado, ele enfiou o pau em minha boca, continuando a comandar meus movimentos. E então, novamente ele segurou minha cabeça, todo dentro, e senti seu


gozo em minha garganta, ao mesmo tempo em que ele gemia alto. Segurou-me de encontro a seu corpo enquanto gozava, meu nariz encostado em sua pele. Quando me liberou, lutei pelo ar, senti meus olhos marejados e engoli repetidamente. Dentro de mim, alguma coisa se quebrou e eu não percebia mais nada à minha volta, a não ser ele. Meu mundo, minha realidade se resumia a ele e senti lágrimas escorrendo por meu rosto. Ele me levantou e secou minhas lágrimas com beijos. Foi descendo os lábios pelo meu rosto e me beijou a boca num beijo feroz, selvagem, exigindo minha entrega. Suas mãos desceram pelos meus braços e ele prendeu minhas mãos novamente às minhas costas, passando alguma coisa em volta dos meus pulsos, que era fofinho como plumas, mas me impedia de mexer as mãos. Voltou a acariciar meus braços e sua boca deixou a minha. Seus olhos brilhavam, na semiescuridão do quarto. Escorregou os dedos pelo meu colo ate o meio dos meus seios e, me pegando de surpresa, puxou a renda, que se partiu, liberando meus seios, roubando de minha garganta um grito de espanto. Seus dedos apertaram meus mamilos, causando uma leve dor. Arfei e sua boca cobriu a minha novamente, com força. Sua língua invadindo a minha enquanto seus dedos castigavam meus mamilos de uma forma deliciosa. Eu tremia, mal conseguindo me manter em cima dos saltos, o fogo consumidor de seus beijos e seus dedos me levaram à beira do êxtase. O cheiro da minha excitação era perceptível até para mim. – Goza, minha Anne – apertou com mais força meus mamilos e o orgasmo me tomou. Gemi seu nome e senti meu corpo amolecer em seus braços. – Perfeita. Mas mal comecei. Venha, vou cuidar de você. Pegou-me nos braços, me levando para a cama, me deitando em cima de seu peito. Por um momento, ele me abraçou e me senti a mais realizada das mulheres, suas mãos me acariciando os cabelos, meu rosto. – Agora vou foder essa boceta gostosa – como uma boneca, ele me levantou. – De joelhos. Seus dedos percorreram minhas costas e roçaram meu pulso, para então segurá-los. Me deitou devagar e encostei a cabeça no lençol escorregadio e frio abaixo de mim. Escorregou os dedos para baixo, percorrendo o caminho até minha vagina, brincando e espalhando a umidade pela minha bunda. – Não posso me conter, minha Anne. A minha vontade de você é maior do que tudo. Me deixe saber se for demais para você. Senti suas mãos apertando a lateral de meus quadris e, no momento seguinte, seu pau se aconchegou na carne inchada de minha vagina, que ainda pulsava com os resquícios do orgasmo. Em um movimento rápido, me puxou para si, entrando todo, minha bunda batendo em sua pélvis. Nossos gemidos se fundiram e ele aumentou as estocadas, agora me puxando pelas minhas mãos


atadas. Novamente, o mundo à minha volta se resumia a ele, ao seu poder e controle sobre mim. Me senti caindo em um poço sem fim, o prazer, a euforia me consumindo e tomando minhas veias como uma droga. Muito longe eu ouvia gemidos, as sensações táteis exacerbadas e gritei de prazer ao sentir sua mão pesar em um tapa na minha bunda. Nada se comparava ao formigamento que tomou conta de minha pele, sentia minha vagina pulsando em torno daquele pau duro e quente que se metia cada vez mais rápido e mais fundo… Senti que ele me puxava pelos cabelos e sua voz chegou até mim. – Vou comer esse seu cuzinho, com força. Como que consumido por um choque elétrico, meu corpo estremeceu sob o dele, com a expectativa de tê-lo em minha bunda. A cabeça acetinada passou por meu ânus e pressionou. Sem poder esperar mais, pressionei meu corpo para trás, o tomando completamente. O gemido que escapou dele me deixou quente e pulsando. Satisfeita além do possível. Os tapas continuavam, esparsos e, de uma maneira que não sei explicar, me deixavam mais aberta e empinada para ele. Seus dedos encontraram meu clitóris e o estremecimento aumentou, a tensão característica do orgasmo me tomou, a tontura pela intensidade dos sentimentos me fez voar às estrelas... – Anne, goza pra mim, em meu pau. Me ordenhe com essa boceta divina.– Ele disse entre gemidos – Agora! Meu corpo obediente ao seu comando se liberou e me senti flutuando, as sensações fortes demais… A voz dele me chamando ao longe e a quentura gostosa em minha bunda me levaram ao limite, as contrações dos meus músculos sobre aquele pau duro… Ahhhhh – Bruno... – ouvi minha voz, distante e tudo ficou escuro. Seu corpo mole e inerte em meus braços me fez o homem mais feliz e realizado do mundo. Satisfeito além do imaginável. Nunca, em toda a minha vida, me senti tão completo. Eu havia soltado seus pulsos e aguardava que ela recobrasse a consciência enquanto acariciava seus cabelos e nuca. Um leve estremecimento em suas mãos, me deixou alerta e olhei para seu rosto. – Bem–vinda, minha Pimentinha – sussurrei, beijando a pontinha de seu nariz. Ela piscou, meio perdida, o que era normal, visto que ela havia se entregado de corpo e alma e estava naquele estado entorpecido, pós-dominação. Ela ficaria assim, desprotegida, por um tempo e cabia a mim sua segurança e a de nosso filhotinho. – Está com sede, amor? Precisa de alguma coisa? – perguntei, solícito. Ela apenas negou com a cabeça e deitou em meu peito. Senti as lágrimas quentes molhando meu peito. – Anne, não fique assim. É normal se sentir crua após uma sessão intensa como a nossa, ainda mais sendo sua primeira


vez. Eu estou aqui para te acolher, proteger e amar. Sou seu, assim como você é minha. Amo você e preciso de você mais do que tudo nessa vida. Esse sou eu, Pimentinha – acariciei seus cabelos e suas costas até que toda aquela sensação fosse embora e ela parasse de chorar. – Você se sente assim porque houve uma descarga muito grande de adrenalina e seu corpo está exausto. Suas emoções à flor da pele. Mas estou aqui pra você. Sempre. Ela me abraçou apertado e seu corpo se aquietou. Sua respiração tornou-se cadenciada e percebi que ela havia adormecido. Agora, tudo estava como devia ser. Minha Pimentinha nunca mais me deixaria e nem eu a ela. Estávamos ligados por um elo indestrutível, além do amor, uma ligação de almas. Deixei que ela descansasse um pouco. Mas não muito. – Anne, acorde. Quero mais de você, não consigo me conter e nem quero. Com essas palavras, Anne despertou totalmente e seus olhos se prenderam aos meus. Sem dizer uma palavra, ela estendeu as duas mãos para mim. Pulsos voltados para cima, lado a lado. Esse gesto me deixou louco e, a pegando no colo, a coloquei de pé ao lado da cama. Minha fome por ela não tinha comparação com nada que senti até hoje. Nossas bocas se colaram e nossos corpos se roçaram com uma urgência sem limites. Com uma leve sugestão, um impulso mínimo do meu corpo, ela começou a andar lentamente para trás, sem quebrar o beijo. Ergui seus braços e prendi seus pulsos no alto. Anne gemeu quando desci as mãos por seus braços. Interrompi o beijo e mordi seu lábio forte o suficiente para causar uma leve dor, lambendo em seguida, fazendo-a suspirar. Ela gostava disso e eu sabia. A playlist de Weeknd tocava, enchendo o quarto com seu ritmo erótico, e mostrei para minha Anne a quem ela pertencia.

Já era dia quando chegamos à casa dos pais do Theo, esgotados e satisfeitos. A casa estava em total silêncio e fomos andando devagarinho para não acordar ninguém, mas dona Sirley já estava acordada. Anne quase gritou de susto quando ela colocou a cabeça pela porta da cozinha e nos deu bom dia. – A noite foi boa, né? Para estarem chegando essa hora! – ela sorriu para nós. – Todos chegaram há muito tempo e estão dormindo ainda. Venham tomar café, depois vocês vão dormir um pouco. Menina, você tem que comer bem, não se esqueça do seu bebê. – Nem por um minuto – Anne respondeu, retribuindo o sorriso. Nos sentamos à mesa, que estava repleta das delícias da dona Sirley. Alimentei meus amores, sob


os olhos atentos da mãe do Theo, que suspirou em aprovação. – Bruno, nunca pensei em ver esse dia chegando, você se acalmando, com mulher e filhos. Deus existe, meu filho! E ouviu minhas preces, por esses anos todos. Minha querida, esse rapaz era indomável, e eu o conheço desde que era adolescente. A mulherada se jogando aos pés dele e ele nem aí. A cada temporada que ele passava aqui, deixava um bando de mulher chorando quando ia embora. – É que meu coração sabia que tinha uma pessoa especial em algum lugar. Eu estava quase perdendo as esperanças, quando me dei conta de que a dona do meu coração estava na minha frente e fui atrás. – Dona Sirley, isso tudo que a senhora disse, eu sei e faz tempo. Antes de ficarmos juntos, éramos amigos e ele me contava cada coisa cabeluda, que só por Deus – ela riu e ri com ela. Saber que ela confiava em mim, a ponto de não sentir ciúmes do meu passado, nem das mulheres que passaram por ele, me deixava muito satisfeito. Satisfeito e realizado! – Vocês não sabem como me fizeram feliz com essas notícias. Que Deus abençoe e proteja vocês – ela pegou nossas mãos enquanto falava e uma lágrima escorreu por seu rosto. Afaguei aquela mão que sempre cuidou de mim com tanto carinho. – Agora que já comeram, vão dormir um pouco, vão... aproveitem enquanto está tudo silencioso. Daqui a pouco a bagunça começa, todo mundo falando, as crianças brincando e vocês não conseguirão descansar – ela disse, disfarçando e secando as lágrimas. – Obrigada por sempre cuidar do meu Leãozinho, dona Sirley. Pelo que ele me contou, só é o homem que é hoje, porque a senhora e seu marido o mantinham na rédea curta. – Imagina, eu o considero como meu filho. Eu meio que o adotei, já que a mãe dele... – nesse momento olhei para ela, que entendeu que eu não tinha chegado nessa parte com minha Anne ainda. – Bem, deixa pra lá. Vão descansar – ela deu um abraço em cada um de nós e fomos para nosso quarto. Me admirei por Dona Sirley ter deixado que dormíssemos juntos. Afinal, Theo e Guilherme nunca puderam dormir com as namoradas quando vinham para cá com elas. Poderia ser por causa do bebê, mas quem sabe, né? No quarto, fechei a porta atrás de mim e puxei Anne para meus braços, beijando-a. Comecei a abaixar o zíper de seu vestido e ela estremeceu. – Nem tenha ideias, Pimentinha. Só estou tirando seu vestido para colocar sua camisola. Abusamos muito e agora você vai descansar. Te quero agarrada em mim, dormindo em meu peito. Qualquer coisa que precisar estarei ali, ao seu lado. Amo você e nosso filhotinho – dei um beijo de leve em seus lábios e, descendo seu vestido, me abaixei, beijando sua barriga. – Não posso me conter. Meu corpo se acende quando você está perto de mim. Ainda mais depois


dessa noite e com você estando com a boca aí, tão perto... Ri dela e depositei um beijo rápido por cima de sua calcinha. Tive que usar de todo meu controle para levantar e terminar de colocar a roupa nela. Essa mulher me deixava louco! Com cuidado a deitei na cama e a cobri, tirei minha roupa e me deitei ao seu lado, puxando-a para meu peito. Ela suspirou e aconchegou-se a mim. Em minutos, sua respiração se acalmou e adormeceu. Observei seu sono por alguns momentos e deixei que ele me levasse também.


Capítulo 27 As duas semanas de afastamento do hospital acabaram, eu estava como novo, somente com uma pequena cicatriz na perna. Ter que deixar minha Pimentinha sozinha na cama foi a coisa mais difícil que já fiz em toda a minha vida. Aqui estava eu, entrando no hospital, o que sempre me acalmou, mas que hoje era como uma tortura. Queria sair correndo e voltar para ela. Passando a mão pelo rosto e prendendo meus cabelos, me preparei para enfrentar um turno longo demais para mim. Fui direto me trocar, mal dando bom dia para quem passava, num mal humor do caralho. Estava em frente ao meu armário, guardando meus objetos pessoais, quando alguém se abraçou a mim. – Que saudade de você, achei que não voltaria nunca – uma voz feminina, abafada, chegou até mim. Porra, no humor que eu estava, isso não deveria acontecer. Respirei fundo e segurei aquelas mãos que se esgueiravam para meu peito, com uma intimidade absurda. Afastei-as do meu corpo e me virei. Dani… essa daria problema. – Dani, eu sou um homem comprometido agora, por favor, não fique com essa intimidade toda. Achei que você tinha entendido naquele dia em que o Guilherme falou com você. O que aconteceu entre nós ficou lá atrás, no passado, e é onde vai continuar. Ela ficou muda, me olhando de boca aberta. Dei as costas para ela novamente e terminei o que estava fazendo. – O que você viu naquela gordinha? Com tanta mulher gostosa por aí, que faz qualquer coisa por você? Você é burro ou o quê? – ela esbravejou. Aquilo quase me tirou do sério. Quase. – Dani, aqui é nosso local de trabalho, vamos nos cruzar por um número incontável de vezes... O que faço ou deixo de fazer, ou quem, ou porque escolho alguém, creio que não lhe diz respeito. Nós dois tivemos um lance. UM lance. Como tive com mais da metade das funcionárias desse hospital nesses anos todos – segurei seu queixo e olhei em seus olhos. – E eu amo aquela gordinha, como você disse. Sim, ela é gordinha, gostosa e fofinha. Aquela gordinha chegou onde nenhuma mulher, por mais gostosa que fosse, conseguiu. Chegou ao meu coração. Por favor, ponha-se em seu lugar. – Quem diria, o indomável foi amansado – ela comentou, sarcasticamente. Ri e mostrei minha mão com a aliança para ela. – Amansado, domado e algemado!


Essa foi boa. Eu não imaginava que a maneira como Guilherme se referia a mim, de brincadeira, tinha se espalhado pelo hospital. Ah, eu tinha sido domado e estava amando isso tudo! Minha mão estava coçando para ligar pra casa e saber como ela estava. Mas ela deveria estar dormindo ainda… Respirando fundo mais uma vez, me atirei no trabalho.

Acordei e passei a mão na cama, onde ele deveria estar. Levantei a cabeça do travesseiro, esfregando os olhos, olhando em volta à procura dele, mas só encontrei o silêncio. Me deixei cair novamente no travesseiro ao me lembrar de que hoje ele voltou a trabalhar. Afastei o lençol com os pés e levantei. Depois de um banho e de escovar os dentes com creme dental infantil, pois era o único que não me enjoava, resolvi ligar para minha mãe. Eu ainda não havia contado da gravidez para ela, esperaria mais um pouco, pelo menos, até a próxima ecografia e depois disso contaríamos pessoalmente para ela e meu pai. Eu estava falando cada vez menos com ela, para não cair em tentação, pois minha vontade era contar tudo! Ela ficaria louca com a notícia! Peguei o telefone e após alguns instantes ela atendeu. – Oi, mãe. – Anne! Como você está, minha filha? Não me liga mais, fico numa apreensão sem notícias suas. Por que faz isso comigo, hein? Quando vou conhecer esse seu namorado? – ela foi perguntando, sem ao menos respirar direito. – Calma, mãe. Tá tudo bem, se acalma. Semana que vem ou na próxima nós vamos até aí e você vai conhecer o Bruno. Ele é enfermeiro, sabe como é, trabalha bastante. – É, você me disse. Está certo, então, mas me conta, filha, como você está? Vai ficar todos os dias de suas férias aí com ele? – perguntou, insatisfeita. – Vou sim, mãe. Quando a gente for te ver, eu te explico direitinho. Aqui está tudo bem, ele me trata como uma rainha. – Menos mal… Ela continuou querendo saber como eu estava e, para amenizar um pouco, falei que a chamaria pelo note e mostraria o apartamento para ela. Desliguei e esperei um pouco, para que ela ligasse o computador. Logo a chamei e seu rosto preocupado apareceu na tela. – Oi, mãe. Mais calma agora que tá me vendo? – perguntei sorrindo. – Muito. Ver sua carinha assim, feliz, é muito melhor e acalma meu coração. Sabe como sou preocupada, e você aí, longe, na casa de um homem que conheceu pela internet... – Ei, mãe, pode ir parando. Nos conhecemos pela internet sim, mas somos amigos há muito tempo.


E desde que nos encontramos não nos largamos mais. Ele é meu, estava escrito assim. Para de pensar besteira. – É que a gente escuta cada coisa! Mas estou vendo sua felicidade e vou ficar bem agora. Vai me mostrar a casa? – Vou sim – ri e virei o note para que ela pudesse ver tudo. – Minha filha, que casa enorme – ela comentou quando voltei para a sala. – Como ele consegue tudo isso sendo enfermeiro? – Ele é sócio de uma academia também, mãe, uma superacademia, com um amigo dele. É assim que ele ganha o suficiente para poder ter o que tem. – Eu tenho que confessar, filha, que quando disse que ele era enfermeiro, eu achei que ele era um aproveitador que estava atrás do seu dinheiro. – Mãe, pelo amor de Deus! Eu nunca disse nada disso pra ele, apenas comentei por cima. Depois que herdei o dinheiro da vovó, eu continuei com minha vida do jeito que sempre foi, continuei no meu apartamento, no meu emprego, você sabe. Nunca mexi naquele dinheiro! Vai ficar lá onde está; se um dia eu precisar, ele está lá, e até esse momento chegar, ele continuará lá. Que criatividade, mãe! – Anne, não é criatividade, é preocupação. Eu falei pra você que o Diego estava com segundas intenções quando pediu pra ficar na sua casa, mas achei que ele te roubaria, não que tentaria te conquistar. Mas acertei, de qualquer maneira, que ele não estava indo de coração aberto e a procura de emprego, como ele disse. – Diego foi um caso sério. Tem notícias dele? – Nenhuma novidade, está preso, esperando julgamento. Aquele lá é fruta podre. Já tinha alguma coisa na ficha dele; estelionato, se não me engano. Ele não vai sair fácil, não se preocupe. –Está bem. Qualquer novidade, você me avisa – sorri para ela. – Vou sair agora, mãe, fazer umas comprinhas para um jantar especial para meu Leãozinho. – Que apelido mais ridículo, minha filha. Chamar um homem de leãozinho? No diminutivo? Ele não se ofende, não? Caí na risada quando percebi onde ela queria chegar. – Ah, mãe, ele não liga não, porque nele não existe nada de pequeno – meu riso virou uma gargalhada ao ver minha mãe corar. – Ok, ok, eu entendi – ela riu também. – Então vá lá, minha filha, vá preparar tudo para seu jantar. Agora estou sossegada. Você está num lugar bom e está feliz. Tirou um peso dos meus ombros. – Está bem, mãe. Até mais então, assim que eu souber quando vamos até aí, eu aviso. Beijos. Terminei a chamada, comecei a fuçar no meu perfil da rede social e acabei passando algumas


horas por ali, conversando com algumas amigas. Estava compenetrada atualizando minhas postagens, quando o interfone tocou. – Senhora, algumas mulheres estão na portaria querendo subir. Posso deixar? São Jessica, Pamela e Ella. – Pode sim, sem problemas. Abri a porta e fiquei esperando por elas. – Viemos te roubar para almoçar! – Pamela disse, abrindo os braços, pedindo um abraço. – Ah, está bem. Entrem, eu só tenho que me trocar e avisar o Bruno. – Não se preocupe, eles vão atrás de nós rapidinho – Ella riu e me abraçou. Jess entrou por último, e, quando fui fechar a porta, vi os seguranças postados do lado de fora. – Eles não entram? – perguntei fechando a porta e apontando para ela. – Não. Depois do que aconteceu comigo e com o Bruno, eles ficam em alerta o tempo todo. Rick não relaxa e eu entendo ele. Mesmo Tony estando morto, tem a coisa toda dos pais que trocaram ele com o irmão na cadeia e todo o processo que está rolando. Rick acha que eles podem estar pensando que tudo é culpa minha e tentar alguma coisa, já que a ideia da troca, pelo jeito, foi deles – Jess disse, meio desanimada. – Vou me trocar, então. Fiquem à vontade. Fui para o quarto, a ideia do jantar teria que ficar para outro dia. Me troquei rapidinho, passei uma maquiagem leve e voltei para a sala. Encontrei as três conversando animadamente e rindo. – Vocês não estão saindo escondidas, né? – Se você se refere a não contar para nossos maridos que estamos indo almoçar fora, sim estamos. Eles são muito protetores, você já deve ter percebido – Pam disse. – Somos crescidinhas, né? Deixamos as crianças com as avós e seguras, estamos com os seguranças também, não tem nada demais sairmos juntas para almoçar – Jess respondeu e Ella concordou com a cabeça. – Precisamos de um momento só das meninas – Ella riu, sapeca. – Ok, vamos lá – isso seria interessante. – Vamos ver quanto tempo demora para eles chegarem no restaurante – Pam riu também. – Ai ai, não vejo a hora de chegar a noite! – Jess falou e ficou corada. – Ah, agora tô entendendo tudo! – caí na gargalhada. – Alguém vai ficar com a bunda vermelha essa noite. – Alguém não, todas nós!– Pam se levantou, ainda rindo e abriu a porta. – Vamos indo, se quisermos conversar um pouco e sossegadas. Ao me lembrar da noite em que ganhei uns tapas na bunda, lá no clube, estremeci. Agora eu


também não via a hora da noite chegar... Entramos no elevador, nós quatro e os dois seguranças, ficando espremidas atrás deles. Quando o elevador chegou ao térreo, eles saíram primeiro e se postaram, cada um de um lado da porta. Do lado de fora, dois carros já nos esperavam, com os seguranças mantendo as portas abertas. Jess me pegou pelo braço e pediu para que eu fosse com ela, enquanto Pam e Ella entravam no outro carro. Os homens que estavam junto conosco no elevador se dividiram entre os carros, tendo assim, um segurança para cada uma de nós. Caramba! Rick não estava para brincadeiras! Eles não ficariam bravos com nenhuma de nós, afinal, estávamos protegidas. – Para onde, senhora? – o segurança que estava na direção perguntou. – Quer comer o que, Anne? Massa ou carne? – Humm, acho que carne – só em pensar numa picanha com alho no espeto, fiquei com água na boca. – Churrasco? Jess sorriu para mim. – Vamos para o Grill – ela disse ao motorista, que confirmou com a cabeça, colocando o carro em movimento. – É uma churrascaria ótima que tem aqui perto, costumo ir lá com o Rick e as crianças, quando eles vêm me visitar. Em minutos chegamos ao restaurante e entramos, escoltadas pelos seguranças. Três deles sentaram-se na mesa ao lado da nossa enquanto um deles permaneceu de pé um pouco distante, próximo à parede. O maitre nos levou a uma mesa para oito pessoas, certamente ele já estava acostumado com elas chegando sozinhas e eles deveriam chegar sempre depois. Pedimos as bebidas e começamos a conversar amenidades, e eu estava me sentindo muito à vontade com elas. – E então, Anne. Nos diga o que você achou do bar – Pam perguntou. Senti meu rosto esquentar e elas começaram a rir. – Não fique constrangida. Todas nós passamos por isso – Ella ficou vermelha também. –Esses nossos maridos são assim. Possessivos, ciumentos, e deliciosamente depravados. – Foi muito bom. Mais do que bom. Nunca tinha sentido aquilo tudo, tão crua, tão exposta… tão dele. Todas concordaram com a cabeça. – Falou tudo! Olha aí, chegaram nossos drinks – Jess disse sorridente. – Pode tomar sossegada, são apenas coquetéis de frutas, sem álcool. Provei e realmente era muito gostoso. Passamos pelo buffet de saladas e logo começaram a passar as carnes. Ao sentir o cheiro da picanha com alho, quase chorei de vontade. Bem passadinha e


deliciosa! Estava tão concentrada na minha carne apetitosa que não percebi a mudança nas meninas, que ficaram quietas de repente. – Estou vendo que vou ter que comer uma dessas também. Assim ficamos os dois com bafinho de alho. Quase pulei da cadeira ao ouvir a voz do Bruno em meu ouvido. – Caramba, Leãozinho, quer me matar do coração? – disse, deixando o garfo em cima da mesa e colocando a mão no peito. – Eu sabia que na primeira oportunidade vocês a trariam junto para seus almoços escondidos! – Bruno riu, sentando-se ao meu lado. Pegou minha mão e beijou, vindo me dar um selinho. – É, definitivamente, eu tenho que comer um pedaço disso aí. Ele abriu a boca e peguei um pedaço da minha carne, colocando em sua boca. – Humm… está muito boa mesmo – disse ele, fazendo sinal para que o passador trouxesse mais. Olhei para as meninas e todas estavam voltadas para seus maridos. – Bruno, você não está bravo por eu ter vindo com elas, né? – perguntei incerta. – Ah, não. Eu até achei que demorou para elas fazerem isso – ele disse, colocando meus cabelos para atrás da minha orelha. – Mas não pense que isso ficará sem punição. Seu tom de voz e seu olhar penetrante, me deixaram tonta de desejo, a lembrança do clube e do meu Leãozinho dominador chegou com força total. Fechei os olhos e suspirei. – Não faça essa cara, Pimentinha, ou então teremos que fazer uma visitinha ao banheiro feminino – ele sussurrou em meu ouvido. Não pude deixar de gemer baixinho. Ai meu Deus, esse almoço seria uma tortura. A picanha foi esquecida e eu não queria mais comer, queria era ser comida! Bruno riu e atacou seu prato, mas antes pegou minha mão e colocou sobre sua coxa, tão perto de seu pau que eu podia sentir seu calor. Percebendo que eu não comeria mais nada, ele começou a me alimentar de seu próprio prato, até que eu recusei, dizendo não aguentar mais. Todos começamos a conversar animadamente, até que Rick se levantou e disse que tinha que ir embora, para não nos preocuparmos com a conta, que estava tudo certo. Esse era o jeito dele e todos já o conheciam bem. – Você vai voltar para o hospital? – Não, meu turno já acabou. Conversei com o pessoal do hospital e diminuíram minhas horas. Vou para casa com você. Nos despedimos e todos saímos juntos. Bruno abriu a porta do carro e entrei, estava tentando colocar o cinto, quando ele entrou. Do nada, suas mãos seguraram meu rosto, seus dedos se embrenhando em meus cabelos, me puxando


para ele. Sua boca caiu sobre a minha, num beijo selvagem. Senti meus seios pesados e meus mamilos enrijeceram, meu corpo todo preparado para ele em segundos. – O que acha de darmos uma volta antes de ir para casa? – ele me olhou, divertido. – Não, eu quero você. Vamos para casa agora mesmo – eu estava num estado de excitação tão grande, que queria montar nele, ali mesmo no estacionamento. – Humm, a espera faz parte da sua punição. Vamos passear no shopping – mal acabou de falar, ligou o carro e colocou-o em movimento. Durante o resto da tarde, seus beijos quase acabaram com meu controle. Quando voltamos para casa, já era noite, e eu estava literalmente subindo pelas paredes. Ele me pegou pela mão e me levou para a sacada. Tirou meu vestido e a brisa morna lambeu minha pele. Fiquei só de calcinha na frente dele, mas ele tinha ideias e se abaixou, retirando a peça de mim. – Me dê suas mãos – ele ordenou. Estendi os braços, juntando os pulsos, e ele os atou com minha calcinha, elevando meus braços, me empurrando levemente para trás, até me encostar na parede, e enroscou a calcinha no gancho da rede. Ela estava tão linda assim, nua e ao meu dispor. Beijei sua boca e deslizei, lambendo sua pele até seu queixo. Desci mordiscando a pele sensível de seu pescoço, mordendo a curva de seu ombro e sua respiração se agitou. Continuei até seus seios deliciosos e mordi o bico duro. A olhei e ela estava mordendo o lábio, contendo um gemido. – Quero te ouvir. Minha Anne – mordi o outro e ela gemeu alto. – Seus gemidos me enlouquecem – mordi abaixo de seu seio, na curva da cintura, e ela se contorceu. Me afastei para olhá-la. Linda. Perfeita. Suas coxas roliças, sua boceta suculenta e o rachinho lindo a mostra. Contornei seus lábios com o dedo, escorregando-o até seus seios e continuei até o rachinho, afundando o dedo. Incapaz de conter um gemido, me afastei, provando seu mel em meu dedo. – Saborosa. Me afastei e tirei a camiseta e a calça. Afastei suas pernas e seu sexo estava brilhante de excitação. Cheguei a centímetros de sua boca e a cheirei. Arrastei meu nariz por sua pele, fazendo-a estremecer. Rocei de leve meus lábios nos dela e lambi. Minhas mãos passeavam por sua pele,


apalpando cada vez mais bruscamente, pegando-a, puxando-a para meu corpo. Elevei uma de suas pernas para acariciar seu cuzinho, espalhando a umidade de sua boceta para aquele buraquinho gostoso, que se contraiu com o contato. Brinquei por ali até tê-la gemendo e se contorcendo, querendo mais. Sem aviso, me afastei. – Espere, minha Anne. Fui até o quarto e peguei uma joia anal que havia comprado para ela, um vibrador, e retornei. Seus seios subiam e desciam, denunciando sua excitação. Mostrei a joia para ela, colocando o vibrador na rede e seus olhos se prenderam aos meus, seus lábios se abriram e ela passou a língua por eles. Encostei a ponta, que logo estaria enterrada em seu rabo lindo, por seus lábios. “Me mostre sua língua.” Ela colocou a língua para fora e encostei a minha, passando a ponta da joia entre elas, umedecendo. Arrastei meus dedos por seu corpo e brinquei com a joia em sua boceta, Arrastei até seu cuzinho, pressionando até que ele escorregou para dentro, prendendo. Minha Anne gemeu e sua cabeça pendeu para trás. Ataquei seu pescoço, lambendo e sugando, me abaixando para que meu pau se enterrasse fundo em sua boceta, fazendo-a gritar. – Segure-se. Agarrei suas pernas e a levantei do chão, empalando-a mais fundo, rebolando e metendo fundo. Logo eu a tinha trêmula em meus braços, sua boceta me apertando tão forte que tive que usar toda a minha força de vontade para não explodir dentro dela. Seu gemido rouco era um afrodisíaco para meu ego. Quando senti que ela gozaria, saí de seu corpo e me afastei. Ela ficou ali, parada, me olhando e ofegante. Esperei que se acalmasse e com um sorriso safado comecei a me masturbar para ela. – Gosta do que vê? Anne lambeu os lábios. Estremeci, me lembrando do que aquela boca era capaz. Voltei para perto dela e rocei meus lábios novamente nos dela. Meti a mão entre suas pernas, que ela abriu de bom grado. Rodeei seu clitóris com o dedo, pressionando acima dele, jamais tocando-o diretamente. Incitando. Excitando. Torturando lentamente até que seu corpo estivesse novamente entregue às minhas carícias. Escorreguei os dedos até a joia e a girei, puxando um pouco, para que a pressão a deixasse louca. Novamente me afastei quando ela estava à beira do clímax.


Apenas percorri seus lábios com a língua. Perto e distante. Dando e tomando. Alcancei o vibrador e o liguei. Mostrei a ela e encostei na ponta do meu pau, a vibração me deixando louco de vontade, mas, primeiro, ela enlouqueceria. Passei por seus mamilos, barriga e, quando cheguei em sua boceta e encostei em seu clitóris, ela chamou meu nome, gemendo. – Bruno... Senhor, acaba com isso, não aguento mais, eu quero... eu preciso... Dei um tapa em sua bunda. – Sei do que você precisa. E vou te dar tudo. Passei o vibrador em sua boceta, entrando um pouco, encostando-o à joia. Anne arfava, gemendo, suas pernas tremiam. Soltei suas mãos, mantendo-a presa com a calcinha e a abracei. Levei-a para a cama, depositando-a de bruços. Ajeitei a calcinha, prendendo seus braços atrás das costas, a colocando sobre os joelhos, cabeça encostada no colchão. Sua bunda arrebitada, ornamentada pela joia que se movia a cada contração daquele cu gostoso, me chamava. Sem pensar, agarrei suas mãos e meti meu pau sem dó. Anne gemia sem pudor. – Me aperte, Anne. Aperte meu pau daquele jeito. Fui prontamente atendido com contrações ritmadas, me puxando, engolindo. Dei um tapa estalado em sua bunda e ela gritou. Puxei a joia de seu rabo lindo e tirei meu pau de sua boceta gostosa, mirando em seu cuzinho, agora dilatado pela joia. Pincelei, espalhando seu suco e pressionei, entrando devagar. Enlouquecida, Anne rebolava e se apertava contra mim. Eu a sentia tensa, segurando o orgasmo. Ainda metido em sua bunda a levantei, puxando-a para meu peito. – Quem você ama. – Amo você, meu Senhor – sua voz saiu rouca, respirando com dificuldade. – A quem você pertence? – Ao meu Senhor. – Quer gozar? Seu corpo estremeceu todo. – Sim, Senhor. – Boa menina. Escorreguei minha mão por sua barriga, chegando ao rachinho de sua boceta e o abri, acariciando seu clitóris. Aumentei a velocidade das estocadas enquanto a masturbava no mesmo ritmo.


– Goza, minha Anne. Seu corpo me obedeceu e com um grito de prazer, convulsionou colado ao meu e enterrei os dentes em seu ombro, marcando-a. As contrações de seu orgasmo puxaram o meu e tirei meu pau; deitando-a novamente, gozei sobre seu cuzinho e sua bunda... e suas costas. Ver minha porra escorrendo sobre sua pele, marcando-a como minha, acendeu uma parte desconhecida de mim. Um prazer total, aquela satisfação que senti no clube se apossou de mim. Soltei suas mãos, massageei seus pulsos, subi pelos braços, até seus ombros. – Amo você, minha Anne. – Também amo você... – ela disse num sussurro. – E nosso filhotinho – me aconcheguei às suas costas, fazendo uma lambança, e a virei de lado, acariciando sua barriga. O amor era tão grande em mim que senti meus olhos ardendo. Como eu amava aquele corpo, que eram vários ao mesmo tempo, a coisa mais perfeita do mundo. Minha mulher, minha e só minha.


Capítulo 28 – Achei que ganharia umas palmadas no traseiro – peguei sua mão e beijei. – Existem outras formas de punição, Pimentinha. A espera, a ansiedade e expectativa, depois a privação do orgasmo também são uma forma de punição. – Ah, isso eu percebi. Sofri querendo você. Minha vontade era de forçar meus pulsos contra a calcinha e te agarrar, derrubar você no chão e montar em cima, só saindo quando estivesse satisfeita – ri e ganhei uma palmada na bunda. – Eu sei, estava em seu olhar, em seu rosto essa vontade toda – me beijou na curva do pescoço. – Sabe, falei com minha mãe hoje pela manhã e fiquei com uma coisa na cabeça. Eu te contei sobre o dinheiro que minha avó me deu, como parte da herança? – Você disse alguma coisa sobre uma doação em vida. Já faz algum tempo, não faz? – Sim, faz. O fato é que ela fez essa doação em valor igual para todos os netos, que acabaram torrando tudo, como o Diego fez. Eu guardei e investi, não vou tocar em nada, a menos que realmente necessite. Sempre fui contra isso e, se um dia ela precisar, o dinheiro estará lá, muito bem guardado. O negócio é que minha mãe achou que o Diego só veio com essa história de ficar lá em casa para me roubar. Sabe como é família, o fato de eu ter guardado o dinheiro correu pelos ouvidos de todos e ficam especulando quanto eu posso ter guardado. – Eu não sei bem como é isso, basicamente fui criado sozinho e depois pela mãe do Theo, e lá eles são muito sossegados. Mas eu faço uma ideia – ele me abraçou mais forte e se aconchegou ao meu pescoço. – O tampinha pode mesmo ter pensado isso e assim quis me tirar do caminho. – Pois é, ela disse também que ele tem passagem pela polícia por estelionato. A gente nunca conhece bem uma pessoa, né? Nunca pensei isso dele, crescemos juntos... – Cada um tem um caráter diferente. Às vezes entre irmãos, criados da mesma maneira, com o mesmo amor e atenção, um acaba indo pelo caminho do crime ou fazendo alguma coisa errada. Acontece, Pimentinha. Mas não se preocupe com isso, ele está onde merece, atrás das grades. – Verdade. Tomara que fique lá por um bom tempo. Falei para ela também que nós faríamos uma visita um dia desses. Temos que contar para ela sobre o bebê. Ele acariciou minha barriga. – Acha que ela vai gostar? De ser vovó? – Ela vai ficar louca com a notícia! – Quando formos na casa dela, passamos na sua e já trazemos suas coisas pra cá. – Você já tem tudo aqui. Vou apenas pegar minhas roupas, fotos antigas, coisas assim. Vou deixar o


apartamento fechado por enquanto. Depois, se for preciso, eu alugo, sei lá. Desse jeito não precisaremos dormir na minha mãe quando formos pra lá. – Você é quem sabe, Pimentinha. O que decidir está bem para mim. O que me importa é que você esteja aqui, comigo. Todos os dias, todas as noites, sempre. – Vou estar, Leãozinho, vou estar – virei e ofereci meus lábios para um beijo. – Vamos tomar um banho, comer alguma coisa... – seu estômago roncou e nós dois rimos. – Ok, vamos lá – tentei me desvencilhar de seu abraço, para me levantar. – Mas antes eu quero um beijo – ele disse já muito próximo à minha boca e me perdi em seus carinhos. Horas depois estávamos na cozinha, eu fazendo um arroz com brócolis e ele temperando filés de frango. Funcionávamos tão bem juntos! Havíamos deixado a TV ligada em um canal de músicas e nesse momento começou a música da Ana Carolina, Encostar na Tua. Ele largou o frango e lavou as mãos, me abraçou por trás e cantarolou em meu ouvido… – Eu quero te roubar pra mim, eu que não sei pedir nada, meu caminho é meio perdido, mas que perder seja o melhor destino… Agora não vou mais mudar, minha procura por si só, já era o que eu queria achar … Você, minha Pimentinha é tudo o que eu queria para mim e nem sabia. Eu amo você – me beijou o pescoço daquele jeito que me deixava tonta e retornou para seus filés de frango, cantarolando o restante da música. Meu Leãozinho era todo possessivo, dominador, mas muito, muito romântico e carinhoso. Suspirei, tampando a panela do arroz, indo ajudá-lo com seu trabalho. Em pouco tempo estávamos sentados à mesa, saboreando uma comida gostosa e saudável. Segundo ele, ali tinha quase tudo o que eu precisava, carboidrato, proteína e o brócolis, de que eu nunca fui fã, mas que preparado daquela maneira não era tão ruim assim, e eu tinha que admitir que até estava bem gostoso. Acabamos de comer, tiramos a mesa e fiquei observando-o lavar a louça. O que eu poderia querer mais nessa vida? Foi pensar nisso, ele enxugou as mãos e veio até mim, me abraçou e levantou-me em seus braços. – Agora, a sobremesa… – sussurrou contra meus lábios e me levou para o quarto.

Na manhã seguinte, Bruno me deu um beijo antes de sair para trabalhar. Como ainda estava escuro, voltei a dormir. Despertei horas depois, bem-humorada e me sentindo muito bem. Coloquei uma roupa confortável, tênis e fui andar um pouco pela vizinhança. Encontrei uma loja de materiais


para artesanato e pintura. Sem pensar, separei alguns materiais para pintura, tintas especiais sem componentes tóxicos por causa do bebê, pinceis, telas e um cavalete. Corri até em casa, peguei meu cartão do banco e retornei até a loja, paguei tudo e passei o endereço para entregarem. Pintaria para passar o tempo e também, assim, já faria alguns quadrinhos para o quartinho do bebê. Feliz, continuei com minha caminhada até encontrar uma padaria com sonhos de creme na vitrine, rodeado de carolinas, pudins e brigadeiros! Agindo no impulso, entrei e pedi um daqueles sonhos enormes que pareciam ser tão deliciosos e um suco. Me sentei e logo a moça que me atendeu trouxe meu pedido. Minha boca se encheu d'água e dei uma mordida generosa no sonho… MEU DEUS! Era a coisa mais deliciosa, gostosa e tentadora do mundo. – Você vai gostar dessas gordices, né, meu filhotinho? – conversei com minha barriga, acariciando de leve. Nunca tive tanta vontade de comer alguma coisa a ponto de salivar dessa maneira. Com certeza, era coisa de grávida, elevada à décima potência. Devorei o doce e terminei o suco. No dia seguinte, eu voltaria e provaria uma outra gordice daquele lugar! Retomei minha caminhada, agora com uma sensação estranha de ser observada. Olhei para todos os lados enquanto voltava para casa, mas não vi nada fora do normal. Pouco depois de entrar em casa, vieram entregar o material de pintura. Tirei a rede da sacada e montei ali meu cavalete, apoiando as tintas e pinceis na mesinha que havia ali e puxei uma cadeira para perto. Comecei a pintar e me entreguei ao prazer de dar vida à minha imaginação, na tela em branco. Depois de não sei quanto tempo ali, fui até a cozinha pegar um copo de suco e ouvi meu celular tocando. Corri a casa toda atrás dele, sem me lembrar onde o tinha deixado. O encontrei no chão, ao lado da cama, e o peguei. Caramba, trinta ligações do Bruno! Liguei para ele, que atendeu rapidamente. – Caramba, por que não atendeu o telefone? – Bruno vociferou assim que atendeu. – Ei! Oi pra você também. Eu estava pintando e não me lembrei de levar o celular junto, ficou no quarto, carregando. – Nunca mais faça isso, leve-o sempre com você, onde quer que vá. Mas, espera, pintando como? – Fui caminhar um pouco e encontrei uma loja, então comprei algumas coisas para passar o tempo. – Saiu sozinha, Pimentinha? É perigoso, não faça isso. Estou vendo que vou ter que contratar alguém para ficar com você também, se você quer dar umas voltas sozinha. – Não seja tão pessimista – retruquei. – Não é questão de ser pessimista, e sim de ser realista. Você já viu o que fizeram com a Jess e até mesmo comigo. Esse povo não está pra brincadeira. Vou falar com a Pam e conseguir alguém para te


proteger enquanto eu não estiver por perto. Me diga que aceita, para minha paz de espírito – ele pediu, bem mais calmo. – Eu acho que é exagero, mas se você quer assim, tudo bem. Continuamos a conversar por alguns minutos e contei para ele dos doces deliciosos que eu havia descoberto. – Promete que só volta lá se eu estiver juntou ou se já tiver o segurança? – Ok. Eu prometo. – Então está bem, já já estarei em casa. – Vai vir cedo para casa hoje? – Não, vou na mesma hora. Você perdeu a noção do tempo enquanto pintava, minha Anne. Afastei o celular e verifiquei a hora. Eita! – Caramba, perdi mesmo. Não demore – nos despedimos e desliguei. Já eram quase seis da tarde! E eu passei o dia todo só com aquele sonho… mas também ele era tão grande! Voltei para a varanda, guardei as tintas e deixei a tela no cavalete para secar. Olhei admirada para meu trabalho. Estava ficando realmente bom! Sempre desenhei muito bem na escola e não tinha perdido a mão! Estava na cozinha, lavando os pinceis na pia, quando ele chegou. – Olha o que eu trouxe! – olhei para a porta e ele entrou na cozinha lotado de caixas e sacolas. – O que tem aí? – larguei tudo dentro da pia e sequei as mãos. Cheguei perto e ele abriu uma das caixas e foi abrindo tudo. Ali estavam diversas variedades de doces e o pudim da padaria. – Tudo o que minha Pimentinha ficou babando. Vamos guardar na geladeira, algumas coisas podem ser congeladas, a atendente marcou com um C as embalagens que podem. – Amor, não precisava. – Não quero você saindo atrás dessas coisas enquanto eu não estiver em casa – puxou um dos doces e mostrou para mim. Um canudo de chantilly. – Esse aqui eu não resisti. Tive visões do seu corpo coberto com o chantilly em alumas partes... – ele deixou o doce ali e veio como um gato para cima de mim, me beijando a boca com vontade. Gemi deliciada ao sentir sua ereção em minha barriga. Comida, pinceis, pintura e qualquer coisa perdeu a significância diante do tesão que me consumiu. Me puxando para cima, agarrei seu pescoço e enlacei as pernas em sua cintura. Ele foi andando e me levando com ele, mas antes pegou o doce. – Não posso esquecer disso aqui – ele riu e me levou para a cama.


– Me deixou toda melada, Leãozinho – eu disse rindo, depois de um tempo, passando a mão pelos meus seios e entre minhas pernas. – Foi o doce mais gostoso que eu já provei. Estava louco para fazer uma coisa dessas, desde o brigaralho – ele chupou o bico do meu seio e gemeu. – Hummm, docinha – riu e continuou. –Vamos tomar uma ducha, ou então vou te dar outro banho de gato. Garanto que dessa vez eu tiro todo esse doce de você. Levantou-se e eu estendi os braços para ele. Eu estava com as pernas trêmulas ainda, resquícios dos orgasmos deliciosos que ele me proporcionou com aquela boca deliciosa e depois com seu corpo... – Venha, Pimentinha – me pegou nos braços e me levou com ele. Todos os outros dias foram assim, ele me beijava antes de sair e eu dormia até mais tarde. Banho, arrumar a cama, pintar e comer. A moça da limpeza vinha dia sim, dia não e eu não precisava me preocupar com a casa ou com comida. Nunca fui de ficar parada e isso já estava me incomodando. Agora eu tinha um guarda-costas, Allan, que ficava postado do lado de fora da porta. Toda vez que ia andar, ou até a loja de materiais de pintura, ele ia atrás, como uma sombra. Com a cara sempre fechada e muito sério, ele era intimidador até para mim. Um dia eu me acostumaria com isso. Já havia conversado com Jess sobre o assunto e ela me afirmou que somente no início seria tão estranho, que não havia nada nesse mundo que não nos acostumássemos. Quando Bruno chegava era uma festa, eu estava sempre com saudades e louca por ele. Os hormônios da gravidez estavam me transformando em uma ninfomaníaca, mas ele não reclamava, muito pelo contrário, atacava fogo com fogo. No sábado, estávamos no sofá, curtindo um filme com pipoca, quando ele veio com a notícia. – Pimentinha, vamos ver sua mãe nesse sábado? Eu estava com muita saudade dela e aceitei na hora. Em três dias eu veria minha querida mãezinha! – Vou avisar então, amanhã cedo eu ligo pra ela. Ela vai amar. – O importante é te fazer feliz, minha Anne. O resto é consequência. Me aconcheguei em seus braços e ficamos ali, de bobeira… não cheguei a ver o final do filme e adormeci…


Capítulo 29 A sexta feira chegou e eram quase cinco horas da tarde, quando Bruno me ligou. – Anne, você pode vir até aqui? Peça para Allan vir com você, pegue um táxi, eu aguardo vocês na entrada do hospital. – Aconteceu alguma coisa? – Sim, aconteceu! Eu consegui antecipar a consulta da semana que vem e vamos ver nosso filhotinho e quem sabe conseguir uma foto melhor para mostrar à sua mãe amanhã. – Vou tomar um banho rápido e logo estarei aí, ligo quando estiver saindo. – Certo, não demore. A consulta é em meia hora. Nos despedimos e desliguei, pulando de alegria. Eu estava doida para rever meu bebê, saber se havia crescido, como ele estava! Tomei uma ducha relâmpago e coloquei o primeiro vestido que achei, pois era mais prático, tanto para eu pôr agora quanto para eu tirar depois no consultório. A ansiedade me consumia. Quando abri a porta de casa, Allan estava ao telefone, confirmando o táxi. – Já estão nos aguardando lá embaixo, senhora – ele tinha um vozeirão que me assustava. – Que bom, Allan, obrigada – ele era muito prestativo e segurou a porta do elevador para eu entrar, e depois a porta traseira do táxi também, entrando no banco da frente, ao lado do motorista. Liguei para Bruno, que já nos aguardava no local combinado. Quando ele avistou o táxi chegando, já se adiantou para abrir a porta para mim e me abraçou forte, assim que meus pés tocaram o chão. – Vamos, minha Anne. Ansiosa? – Demais! – Então vamos, já me biparam e estão nos esperando. Allan veio atrás de nos, ficando a uma certa distância, só de olho. Chegamos no setor de ginecologia e obstetrícia e logo chamavam pelo meu nome. Bruno abriu a porta e entramos. – Sejam bem-vindos. Como está se sentindo, Anne? Falei para ele que os enjoos haviam diminuído um pouco, ele me perguntou sobre as vitaminas, me pesou e nos levou para a sala de exames, onde a ecografia seria feita. – Já sabe, né? Tire tudo da cintura para baixo, deite-se e coloque esse lençol sobre as pernas. Já volto. Fiz o que me pediu e Bruno se prostrou atrás de mim, segurando meus ombros. Ele parecia muito mais ansioso do que eu, seus dedos estavam inquietos sobre minha pele. – Ei, está tudo bem? Se acalma, logo veremos nosso bebê.


– Vamos poder escutar o coraçãozinho dele, ver muito mais do que da outra vez. Estou louco para ver e ouvir nosso filhotinho. – Nosso baby, Leãozinho, vai estar forte, você vai ver. É um pedaço de você. E olhe só pra você, grande, forte… só pode gerar bebês como você. Quero que ele tenha seus olhos, lindos. Abaixou-se e beijou minha boca de leve. Ele estava suando de tão nervoso. Coloquei minhas mãos sobre as suas e apertei de leve. – Ok, vamos lá? – disse o médico sentando-se em frente ao aparelho, pegando a sonda e colocando um preservativo sobre ela e uma boa quantidade de gel sobre a ponta. – Relaxe… isso mesmo, pronto. Vocês querem ouvir os batimentos cardíacos? – respondemos em uníssono, um sim bem articulado. Ele mexeu em alguma coisa la no aparelho e o som encheu a sala, alto e rápido. – Esse é o coração do bebê… vamos olhar como ele está – virou a sonda dentro de mim e meu coração pulou uma batida ao ver a imagem na tela. – Uau! Estão vendo aquilo? Parabéns!!! Pingos quentes caíram sobre meu colo e arrisquei uma olhada furtiva para Bruno. Ele chorava silenciosamente, tentando impedir que as lágrimas caíssem sobre mim, mas elas eram mais rápidas do que ele conseguia secar. Eu estava em estado de choque e meus olhos retornaram para a tela à minha frente. Puta que o pariu! Meu coração estava acelerado e eu estava meio tonta com a percepção de que seria mãe de três bebês. Não era possível, eu devia estar vendo coisas. – Bruno, me belisca. São três? Doutor, é isso mesmo? – Sim, são três bebês. Lembra-se que na primeira vez haviam várias bolinhas? Não pude afirmar quantos eram no início como estava, pois existem as vesículas vitelinas e elas se desenvolvem precocemente, mas se tornam vestigiais algumas semanas depois. Agora, com os trigêmeos um pouco mais desenvolvidos, é fácil distingui-los. Vamos chamá-los de bebê 1, bebê 2 e bebê 3 – Enquanto falava, ele ia marcando em cima dos bebês. – Trigêmeos idênticos! Isso é bem raro de acontecer – o médico olhou para mim e puxou um aparelhinho que colocou em meu braço. Eu devia estar pálida como cera. – Acalme-se, Anne. Respire fundo e relaxe. Não entre em pânico – Bruno sussurrou em meu ouvido. Seus cabelos tamparam minha visão dos bebês e eu fechei meus olhos. Era óbvio que eu estava exultante de felicidade, mas a preocupação com meus miomas e tudo o que poderia acarretar era grande demais. Dando voz aos meus pensamentos, perguntei para o médico. – Doutor, minha preocupação maior não está em ter três bebês, mas sim no que os miomas podem fazer de ruim na minha gestação – passei a mão sobre minha barriga, acarinhando meus filhotinhos, como se isso os protegesse dos miomas intrusos. – Na realidade, Anne, os miomas só atrapalharão se migrarem para a boca do útero. Nesse caso,


teremos que intervir, mas não é coisa para você se preocupar no momento. Faremos ecografias mais seguidas e acompanharemos de perto o desenvolvimento dos bebês. Deixe que eu me preocupe com seus miomas. Curta sua gravidez, tenha seus momentos de lazer, leve a vida normalmente. Mais tarde teremos que entrar com um pouco de repouso, mas nada que tenha que se preocupar por hora. Vou aumentar sua ingestão de vitaminas e ácido fólico, faremos um cardápio equilibrado para que não falte nada nem para você, nem para eles. Suspirei aliviada e deixei que a felicidade tomasse conta de mim enquanto o médico ia medindo e ouvindo o coração de cada um deles. Meu riso virou choro de alegria e Bruno me dava vários beijinho a cada número que o médico nos passava… – Eles estão se desenvolvendo bem, em tamanho normal para a idade gestacional – ele imprimiu algumas imagens para nós e terminou o exame. – Pode se secar, Anne, espero vocês no consultório assim que estiver pronta. Ele saiu e me sentei na maca. Olhei para Bruno, que estava com um sorriso de orelha a orelha. – Como você conseguiu guardar esse segredo por tanto tempo? – perguntei, dividida entre ficar brava com ele e a felicidade arrebatadora que me tomava. – Se lembra que saí da sala de exame logo depois da ecografia? Fui perguntar exatamente isso para o médico, o que significava o que eu havia visto. Ele explicou que não tinha certeza e que, se déssemos a notícia a você naquele momento, sua pressão poderia subir e fazer algum mal aos bebês, até porque não tínhamos a certeza de quantos eram. – Eu te amo tanto. Vem cá, meu leãozão fodão. Três numa tacada só, hein? Ele se empertigou todo, orgulhoso, jogando os cabelos para trás. Um leão se exibindo. Eu não podia ter colocado um apelido melhor nele. Leão o definia.


Capítulo 30 Fomos para casa com a recomendação de me alimentar bem, mais vitaminas… – Eu estava pensando, teremos que reformar esse apartamento. Acho que transformar os dois quartos extras em um só, ou então vendemos esse e compramos um maior, com mais espaço para eles crescerem e brincarem – Bruno falou, quando entramos em casa e nos largamos no sofá. – Se você tiver algum apego a esse apartamento, a reforma é uma boa ideia. Vai dar um trabalhão danado. Agora, se não, procuramos outro – me estiquei e beijei de leve sua boca. – Acho melhor procurarmos outro, então. Assim que voltarmos da casa da sua mãe, vamos procurar um que se encaixe na nossa nova vida – ele se abaixou e encheu minha barriga de beijos. Ficamos fazendo planos, pensando no que gostaríamos de ter no apartamento novo. – Acho que deveríamos ter um quarto, com isolamento acústico, e fazer uma réplica do nosso quarto no bar, para eu poder te fazer gritar de prazer sem incomodar as crianças. Cheguei mais perto dele, esse papo de me fazer gritar de prazer me deixou com vontade. – É, com três de uma vez só… essa é uma boa ideia. Mas quando eles crescerem um pouco irão querer saber o que tem por trás da porta, criança é curiosa pra caramba. Acho então que deveríamos ficar com esse apartamento aqui, assim teríamos como escapar de tudo. – Mulher, você é genial! E falando em te fazer gritar, estou louco de vontade de ver se sou capaz... Ele avançou em minha direção, mas escapei dele, rindo. Ele veio à caça e correu atrás de mim pelo apartamento. Óbvio que eu queria que ele me pegasse e pegasse com gosto, então fugi para o quarto e deixei que ele me alcançasse quando entrei. Ele me agarrou e atacou minha boca, com fome. Gemidos escapavam de nossas bocas, à medida que nossas roupas caiam espalhadas pelo chão. Sua mão deslizou pelo meu corpo, apalpando, apertando meus seios, rolando os bicos duros entre os dedos, me enlouquecendo. Depois foi descendo e segurou meu sexo, um dedo se aventurou por minhas dobras e ele gemeu quando encontrou minha umidade. Eu estava louca por ele e meu corpo demonstrava isso, se preparando para abrigar todo seu tamanho dentro dele. – Eu fico louco de tesão quando meus dedos escorregam nessa bocetinha deliciosa. – Impossível não ficar molhada perto de você. É só te olhar e já fico doida – nesse momento ele enfiou alguns dedos em mim e meu corpo estremeceu. – Quer meu pau todo em você... – ele sussurrou em meu ouvido, lambendo e descendo a boca pelo meu pescoço. Seus dedos não davam trégua em meu sexo e minhas pernas já estavam trêmulas, pelo orgasmo que se aproximava.


– Uhum... – consegui murmurar. Sua boca em minha pele, seu corpo junto ao meu, seu cheiro, seus dedos me penetrando e contorcendo-se dentro de mim, tomavam toda minha sanidade, me fazendo esquecer de tudo ao meu redor. – Quer minha boca em você? – ele lambeu minha pele, descendo e abocanhando meu mamilo, sugando com força, arrancando um gemido rouco de mim. Desceu ainda mais… – Quer minha língua atormentando essa bocetinha doce? Afastei minhas pernas e senti a maciez e a quentura de sua língua em minha pele molhada. Ele soprou meu clitóris, provocando um arrepio em meu corpo todo e chupou, enquanto seus dedos faziam sua mágica dentro de mim. O orgasmo chegou forte, sacudindo meu corpo. Minhas pernas cederam e ele me segurou, me levantando em seus braços e me deitando em nossa cama. – Tenho que dar o que você quer, Pimentinha, você não pode passar vontade. Me diga o que você deseja? – sussurrou com a voz rouca de tesão. – Quero que me prenda e me foda. Com força – minha voz estava rouca por causa da avalanche de sensações provocadas por ele… – Você me mata, Pimentinha. Espere, comprei uma coisa pra você – correu até o outro quarto e voltou com um par de algemas, um vibrador roxo e uma venda nas mãos. – Seu desejo é uma ordem. Um sorriso cresceu em meu rosto, juntei os pulsos, oferecendo-os a ele que puxou o ar entre os dentes, antes de prendê-los. Me vendou e recomeçou com a tortura, elevando meus braços. – Segure-se, minha Anne. Não abaixe os braços. Senti o cheiro de sua pele, seu calor tão próximo e estremeci. A primeira coisa que senti foi sua barba, arranhando de leve minha pele, acompanhada do calor da sua respiração. Quando sua língua entrou em ação, deixando um rastro úmido pelo meu corpo, me arrepiei toda. Minha respiração estava pesada, como se eu tivesse corrido uma maratona, gemidos escapavam de mim, impossíveis de conter quando ele encostou o vibrador na minha pele molhada e me penetrou. Sua boca cobriu a minha, consumindo, exigindo tudo de mim. Eu me contorcia, o prazer que ele me proporcionava era tamanho que eu não conseguia controlar meu corpo. – Quero você… por favor… – sussurrei em sua boca. Ele estremeceu e jogou longe o vibrador, vindo para cima de mim. A cabeça larga do seu pau se acomodou entre minhas pernas e suas mãos seguraram as minhas, seu corpo pressionando e aprisionando o meu. – Eu te amo, Pimentinha. E me penetrou, todo de uma vez, me fazendo gritar de prazer. Seus movimentos fortes e bruscos me levaram à loucura.


– Gostosa, tão apertadinha! – ele gemia em meu ouvido. – Toda minha, minha! Gritei seu nome quando o prazer tomou conta de mim e me agarrei a ele, com minhas pernas, fazendo com que ele entrasse ainda mais fundo. Escutei seus dentes rangendo e a venda foi arrancada de mim. – Essa boceta gostosa ordenhando meu pau assim… – me agarrou, seus dedos apertando meu ombro, me mantendo presa a ele. – Me olhe, Pimentinha. Olhe o que só você faz comigo. Ele levantou minha bunda com uma das mãos, ajeitando o ângulo da penetração e aumentou o ritmo, metendo forte, cravando os dedos em minha bunda. Seus olhos estavam escuros, pupilas dilatadas, seus lábios entreabertos, ofegante. Seu corpo todo se contraiu e seus olhos perderam o foco quando ele gemeu alto e gozou forte dentro de mim. – Você é meu mundo, Pimentinha. Não sei viver sem você – seu olhar me dizia a mesma coisa. – E você não vai, amor. Sou sua. Ele retirou as algemas, acariciando meus braços e o abracei. E você é todo meu. Meu leãozinho gostoso – ele abriu aquele sorriso satisfeito. – Amo você.


Capítulo 31 Olhando Bruno carregar nossa mala para o final de semana, eu imaginava a reação da minha mãe quando o visse. Comecei a rir sozinha. Bruno, à primeira vista, era intimidador. Com sua barba por fazer, sua cabeleira rebelde e seus dois metros de altura, tudo isso aliado aos seus músculos muito bem esculpidos, ele chamava a atenção de quem quer que fosse. Primeiro assustava, mas, olhando bem, não tinha quem não babasse por ele, fosse homem ou mulher, os olhares se prendiam a ele. – O que foi, Pimentinha? – ele me olhou com aquela cara de safado. – Você tá com aquela cara de tesão. – Nada não, Bruno. Vamos? – Vamos, minha Anne – ele largou a mala perto da porta e veio me beijar. Me abraçou pela cintura e me puxou para fora de casa. Pegamos o elevador, a mão dele acariciando minhas costas. Chegamos na garagem, ele abriu a porta para que eu entrasse, colocou nossa mala no porta-malas e entrou. Ele ocupava muito bem o espaço destinado ao motorista com seu corpo delicioso. Eu não me cansava de admirá-lo. Me olhou e abriu um sorrisão, engatou a ré e saiu da garagem, logo estávamos na estrada, ele cantava e tamborilava os dedos na direção, fazendo às vezes de bateria, imitando a música. Eu não podia me esquecer que ele tinha uma banda com os outros caras e também da sua voz potente. Eu estava me segurando no banco para não atacá-lo enquanto dirigia, pois de pouco em pouco ele pousava a mão em minha perna, acariciando, fazendo círculos com os dedos em minha coxa, me atentando. – Sei que você tá louca de tesão, Pimentinha… estou vendo em seu rosto – a voz dele estava rouca e me arrepiou. – Estou. Você fica tão sexy dirigindo assim, cantando e brincando com o volante… – me remexi no assento, tentando acalmar o fogo que me consumia. – O pior é que meus pais estão nos esperando… – Não tem nada que me impeça de te fazer gozar aqui e agora. Seus olhos estavam azuis, como labaredas… Engoli em seco. Entreabri os lábios, minha boca ficando seca de repente. Ele colocou a mão entre minhas pernas e puxou uma para seu colo. Fiquei meio torta no banco, quase recostada na porta. Seus dedos se aventuraram por baixo da saia do meu vestido e puxaram minha calcinha de lado… continuaram sua exploração… lentamente, eles me exploraram, brincaram com meu clitóris e aprofundaram-se em meu corpo. Gemi baixinho, segurando meus seios, que


estavam sensíveis, meus mamilos estavam durinhos, queria a boca deles ali… Bruno dividia sua atenção na estrada e em minhas reações. Ele segurou o volante com a perna e tirou minha sapatilha, apertando meu pé contra seu pau duro, e senti a pulsação dele contra minha sola. Fiquei acariciando seu comprimento enquanto ele me masturbava lentamente. Sua respiração ofegante me deixava ainda mais acesa… Foi quando ele parou o carro no acostamento e caiu de boca em mim. Me agarrei em seus cabelos e quando eu estava quase gozando, ele me puxou para seu colo, fechou os vidros e abriu o zíper. Em segundos, ele estava dentro de mim. Fundo e forte. Meu corpo ondulava contra o dele e nossas bocas se encontraram. Minha sanidade se esvaiu quando ele gemeu meu nome, gozando forte dentro de mim, me apertando contra ele, numa penetração superprofunda, me fazendo gozar como louca. Nem me passou pela cabeça que alguém pudesse nos ver. Eu queria seu pau em mim desde que tinha acordado. Foi a coisa mais exibicionista da minha vida. – Só você para me fazer perder a cabeça no meio da estrada, minha Anne – ele riu. – Vamos ter que dar uma passadinha no seu apartamento para tomar um banho, estamos com cheiro de sexo. O que seu pai diria se eu o fosse cumprimentar e sentisse seu cheiro em minha mão? – Tem razão. Mas está tão bom aqui – rebolei em seu colo e ele pulsou dentro de mim. – Não brinque, Pimentinha. Ou passamos o final de semana no seu apartamento – ri e desmontei de seu colo. – Trouxe algumas coisas aqui – ele se abaixou e retirou do porta-luvas um pacote de lenços umedecidos, ainda fechado. – Eu tinha a intenção de te comer no carro há dias – ri de seu planejamento e meu riso virou um gemido quando senti sua porra saindo de mim. Seus olhos se grudaram em meu sexo e foi a vez de ele engolir em seco. – Anne, estou mudando de ideia. Vamos ficar no seu apartamento. Essa visão me deixou de pau duro de novo. – Nada disso. Vamos passar por lá, tomar uma ducha e ir ver minha mãe, antes que ela coloque a polícia atrás da gente. – Eu não posso encontrar seus pais assim – ele apontou para o pau que estava duro para fora da calça ainda. – Prometo que vamos dormir em meu apartamento e então serei toda, toda sua – eu nunca me cansaria dele. Era olhar para seus olhos e o fogo me consumia. Ele me limpou e, suspirando, acomodou seu pau com dificuldade de volta dentro da calça, fechando o zíper. Uma hora depois, de banho tomado e com a maior cara lavada, chegamos na casa da minha mãe, que nos aguardava na porta de casa. Saí do carro, mal esperando parar completamente, e me joguei nos braços da minha mãe. Girei com ela, para que não visse Bruno saindo do carro. Queria ver a reação dela. – Que saudades, minha filha! – ela me abraçou forte. – Cadê seu namorado? Quero ver quem foi


capaz de agarrar seu coração dessa maneira. Sorrindo para ela, eu vi Bruno se aproximando e a virei de frente para ele, que veio andando com aquele jeito felino, jogando os cabelos para trás. Minha mãe resfolegou e soltou um palavrão. – Prazer em conhecer a senhora – Bruno disse para ela. – Jesus, Maria e José! – minha mãe levou a mão à boca e me olhou. – Tá explicado o porquê de você não querer sair da casa dele para vir me ver. Meu Deus! – minha mãe pareceu cair em si quando Bruno gargalhou. – Desculpa, meu filho, mas, caramba! Você é lindo! – Eu disse que ela ficaria muito feliz em nos ver – ri junto com ele. Soltando minha mãe, fui até o lado dele, que me abraçou e beijou meus cabelos. – Agora já percebi de onde veio a beleza da minha Anne. Minha mãe ficou vermelha como um pimentão, o que fez com que eu risse ainda mais. – Ah, para. Seja bem-vindo, Bruno – minha mãe respirou fundo e se mexeu. – Vamos entrando, venham. Virei para ele com um sorriso enorme no rosto. – Ela gostou de você. – Eu causo esse efeito nas mulheres… – ele se empertigou todo, orgulhoso. – Aham. Espere até conhecer meu pai e ele descobrir que você se aproveitou da filhinha dele e a engravidou. A expressão dele foi impagável! O sorriso sumiu e ele ficou sério. – Vamos lá então, vamos enfrentar a fera. Me tomou pela mão e me puxou, indo atrás da minha mãe. Eu ri muito e entrei na casa em que cresci. Foi assim que meu pai me viu. Feliz, rindo e brincando com Bruno, que sorria novamente para mim, com os olhos cheios de amor. Foi tudo o que ele precisou para aceitar meu Leãozinho. Saber que ele me fazia feliz. Muito feliz. Meu pai recebeu Bruno como a um filho e, durante o almoço, eu percebia o olhar dele em Bruno, estudando-o. Num acordo mudo, não tocamos no assunto bebês, por hora. O baque de conhecerem Bruno já havia sido grande o suficiente. Acostumado, Bruno me dava garfadas de seu próprio prato e ficava muito satisfeito quando eu abria a boca de bom grado ao vê-lo fazer isso. Meu pai elevou uma sobrancelha para mim, mas eu apenas sorri. Bruno nem percebeu, pois quando ele se focava em me alimentar, não tinha o que mexesse com ele. Continuei comendo de meu próprio prato, mas ele complementava, me dando mais. Apenas quando eu neguei com a cabeça, ele parou e começou a comer. – Me diga, Bruno, o que você faz? Trabalha com o quê? – meu pai perguntou, puxando conversa


com ele. Bruno então começou seu discurso acalorado sobre o hospital, as crianças da oncologia, sobre a recreação e seu amor pela profissão. – Você parece gostar muito de crianças. – Sim, Senhor – Bruno respondeu pegando minha mão e beijando. – Sei que é muito cedo para isso, mas vocês pretendem casar? Sou muito observador e vi uma aliança na mão de vocês – meu pai meio que fechou a cara. – Com certeza, senhor. Eu planejava pedir a mão dela mais tarde – Bruno deu um de seus sorrisos para meu pai e desarmou o pobre coitado. – Está bem então, não vou estragar os planos de vocês. Mas estou intrigado. Como você consegue, com seu salário de enfermeiro, ter um carro daqueles lá fora? – Pai! – o repreendi, um pouco alto demais. – Pimentinha, se acalme – ele me olhou, lembrando-me dos bebês. – É simples. Eu, além de trabalhar no hospital, sou sócio de uma academia de ginástica de última geração e também de um estabelecimento na praia. Ambos super rentáveis. O trabalho como enfermeiro é mais como uma ajuda a quem precisa. Faço tudo pelos pacientes por que gosto, me sinto útil ajudando, levando um pouco de alegria a quem está debilitado por uma doença e aos seus familiares. Não faço pelo dinheiro. Novamente, a paixão com que ele falava do seu emprego como enfermeiro, deixou meu pai sem reação. Olhei para meu pai, como que perguntando satisfeito? Meu pai continuou a comer, minha mãe, muda, ainda sob efeito da magia do Bruno. Ela olhava para ele, para mim e sorria… quando eu percebia, ela estava novamente olhando para ele. – Bom. Muito bom. A humanidade está perdida, um querendo acabar com o outro, essa competição absurda, um querendo passar por cima do outro, custe o que custar. É muito bom saber que existem pessoas como você, que doam seu tempo e disposição para ajudar a quem precisa. É louvável. – Minha filha tirou a sorte grande. Lindo, alto, cuida dela como uma princesa e ainda pensa nos outros, em ajudar quem precisa. – Mãe! – a repreendi novamente. – Querida! – meu pai a repreendeu ao mesmo tempo. – Ah, qual é! Não falei nenhuma mentira. Olhe para o rapaz, Mauro! Alguém que cuida tão bem de si mesmo, é mais do que capaz de cuidar de nossa filha. – Bruno, pelo amor de Deus, releve – olhei para ele, preocupada com o que pudesse estar


pensando dos meus pais, mas em seus olhos vi apenas diversão. – Claro, a senhora está coberta de razão. Cuido da Anne como a uma princesa, pois ela é a coisa mais preciosa para mim. Satisfazer os desejos dela é minha prioridade número um. Meus pais se olharam e eu senti minhas bochechas queimarem. Bruno me deu um beijo na testa e continuou a comer. O resto do almoço correu muito bem, meus pais não fizeram mais perguntas constrangedoras e mudaram para um assunto mais ameno, corriqueiro. Estava com minha mãe, lavando os pratos e Bruno estava na sala com meu pai. Quando eu estava enxugando o último prato, eles entraram na cozinha. – Filha, vou roubar seu namorado um pouco. Vou levá-lo até o lago, quem sabe pegar alguns peixes para o jantar... Bruno veio até mim, me abraçou pela cintura e me deu um beijinho na boca. – Não se preocupe, Pimentinha. Voltaremos logo. Retribui o beijinho casto e eles se foram. Quando estavam cruzando a porta da cozinha, escutei meu pai perguntar. – Por que você chama ela de Pimentinha? Fechei os olhos e balancei a cabeça. Esse meu pai e sua curiosidade! – O senhor já viu o gênio dessa mulher? – Bruno respondeu e meu pai riu. Bem, eles estavam se entendendo… Escutamos o carro se afastando. – Filha. Agora entendi o que você quis dizer com não tem nada de pequeno nele – rimos e então ela me olhou, séria. – Anne, seja sincera. O que você não está me contando? Por que ele te olha daquela maneira? Tem coisa aí. Eu o vi acariciando sua barriga e, com certeza, não é por ele gostar de sua fofurice. – Nada escapa de você, né, mãe? – fui até ela e a abracei. – A senhora está certa. Tem coisa sim. Lembra quando me dizia que eu só entenderia certas coisas quando eu fosse mãe? Bem, eu acho que vou começar a entender agora. Ela me olhou com os olhos rasos d'água. – Vou ser vovó? – uma lágrima solitária escorreu pelo seu rosto. – Uhum – eu disse, confirmando com a cabeça. –Mas tem um problema. – Ah, minha filha, não se preocupe com seu pai, ele vai aceitar. – Não, mãe, o problema não é o papai. É que eu e o Bruno somos dois. Vai faltar braços para nossos bebês. Estou grávida de trigêmeos. Minha mãe me olhou estarrecida. Depois levantou três dedos. – Trê... três bebês? – ela balbuciou.


– Sim. Três e iguaizinhos. Ela começou a chorar copiosamente e eu a abracei. Deixei que chorasse o quanto quisesse. Eu mesma havia chorado quando descobri meus filhotinhos. – Anne, temos que comemorar! – ela disse, exultante, ainda fungando. – Vamos comprar um champanhe! Pegamos o carro do seu pai e voltamos antes de eles voltarem dessa pescaria. Sabe como demora quando seu pai resolve ir ao lago. – Será que papai deixou a chave? – fui até a sala, onde ele deixava a chave pendurada. – Está aqui. Vamos? Estendi a mão para ela, que pegou a bolsa e veio ao meu encontro. Peguei a minha e o celular, colocando-o entre os seios para não perdê-lo dentro da bolsa. Sabia que logo Bruno ligaria. Pegamos o carro e partimos, rumo ao mercado. Lá chegando, deixei minha mãe na porta e fui estacionar o carro.

Estava no lago, com o pai da Anne, naquela tranquilidade total, sentados na beirada da água, segurando nossas varas, quando meu celular tocou. – Alô – do outro lado eu só ouvia a respiração de alguém. Verifiquei o número, mas era desconhecido para mim. – Alô? Quem fala? – E aí, cara, quanto tempo! Aquela voz! Eu não havia me esquecido da voz do tampinha safado. – Diego. O que você quer comigo? Não estava na cadeia? – o pai de Anne me olhou e começou a prestar atenção na minha conversa. – Isso não vem ao caso. Eu vou pegar sua boneca. Vou fazer o que devia ter feito desde o início. – Você está mentindo. Como conseguiu meu número? – Seu idiota! Eu não estou mentindo. Não acredita em mim? Estou te mandando um vídeo. Vou pegar essa gorda idiota de jeito. Vocês vão me pagar por terem me colocado na cadeia! – Ninguém, além de você mesmo, é responsável por isso, seu merda. A ligação ficou muda e apareceu uma notificação do meu aplicativo, que eu havia recebido um vídeo. Cliquei no atalho e senti o sangue se esvaindo do meu rosto. No vídeo, Anne estava dirigindo e deixando a mãe em frente ao mercado, e estava procurando por uma vaga, cada vez mais próxima da câmera. Tentei ligar para Anne, mas só chamava e caia na caixa postal. O pai de Anne ligou para a mãe dela e pediu que ela fosse para o carro, ele ficou ao telefone com ela, não prestando mais atenção em


mim. Alguns minutos se passaram e meu celular tocou novamente. – Viu? Eu não estava brincando. Diga adeus a ela. O barulho de uma explosão fez com que quase deixássemos nossos celulares caírem. Adeus, babaca! – escutei Diego dizer e então o telefone ficou mudo.


Capítulo 32 O barulho da explosão e a consciência do que aquilo significava fez meu estômago se contorcer e me abaixei, deixando todo o conteúdo dele aos meus pés. Olhei para meu futuro sogro e ele estava desolado, olhando para o chão, as lágrimas escorrendo pelo seu rosto e pingando no chão de terra. Fui até a beirada do lago e lavei minha boca, o gosto amargo da bílis agarrado em minha língua. Cheguei perto dele e passei o braço por seus ombros. Ele se encostou em meu peito e um soluço fez seu corpo sacudir. – Vamos até lá. Talvez possamos fazer alguma coisa. A ambulância não vai demorar para chegar – todo meu treinamento como enfermeiro estava valendo a pena e consegui conter minha ira e meu desespero, em vista do sofrimento do homem. Amparei o pobre coitado até o carro. O ódio que me tomava estava pau a pau com o desamparo, um vazio que me deixava sem palavras, sem vontade de viver, querendo estar junto com ela naquele carro, minutos atrás. Entrei e dei a partida, cascalhos voaram para todos os cantos quando acelerei e saí em alta velocidade. Como ela estaria? Minha pimentinha e meus filhotes … Uma explosão daquelas… eu nem queria pensar… Lágrimas turvaram minha visão quando entrei na estrada de volta à cidade. Consegui entender as coordenadas do Mauro e logo vimos a fumaça ao longe. Pisei fundo e chegamos. Aquilo estava virado no caos total. Ambulância, polícia e bombeiros, além da multidão que se aglomerava em volta, impediam que chegássemos perto do carro. Aproveitei do meu tamanho e me embrenhei no meio do povo, abrindo caminho para nós. Tentei chegar até o carro e um policial me segurou. – Não pode chegar mais perto, senhor. – Mas é minha mulher que está ali! Eu preciso vê-la. – É minha filha! – Mauro gritou para o policial. – O estado dela é crítico, ninguém pode chegar mais perto. – Não posso o caralho! Quero ver quem vai me segurar, minha mulher está agonizando naquele carro e vocês querem me impedir de vê-la? O policial, ao ver meu estado, deixou que passássemos. – Seria melhor se vocês não vissem isso. Mas, realmente, eu não posso impedir a família – o policial disse, com a voz triste.


Meu Deus, me dê forças. Cheguei próximo ao carro e alguns bombeiros estavam apagando o fogo enquanto outros tentavam abrir a porta para retirá-la de dentro. Mauro foi amparar a esposa que chorava. Realmente, não tínhamos o que fazer a não ser esperar que eles fizessem seu trabalho. Fiquei atento ao trabalho deles e, assim que conseguiram arrancar a porta, eu me adiantei, mas o cheiro de carne queimada era tão grande que quase desmaiei. Cambaleei e caí sentado no chão, minhas esperanças de tê-la viva e bem em meus braços se esvaindo ao observar seu corpo inerte sendo retirado do carro, um cobertor molhado foi colocado sobre seu corpo e a levaram para a ambulância. – Senhor, quer acompanhar na ambulância? – o paramédico me perguntou e levantei do chão, me forçando para colocar um pé após o outro até as portas traseiras que aguardavam abertas. Estendi a chave do carro para o policial e pedi que entregasse para o Mauro, que estava abraçado com a esposa, olhando para mim. Com um sinal positivo, ele disse para que fossemos. Me sentei ao lado da maca e o paramédico entrou atrás de mim. Seu corpo estava coberto de fuligem, as roupas viradas em farrapos queimados. Seus cabelos, seu rosto tão lindo, completamente queimados, a pele cheia de bolhas que deviam estar doendo demais... Com todo o meu conhecimento, eu sabia que só um milagre faria minha pimentinha voltar para mim… O caminho até o hospital foi torturante. Saí da ambulância e deixei que a levassem. Fui com eles, correndo atrás e me barraram na entrada para a sala onde a atenderiam. – O senhor tem que aguardar aqui. Logo o médico virá com notícias. Essa era a pior parte. A espera. Passei a mão pelo rosto, secando as lágrimas e prendendo meus cabelos em um coque. Estava disperso em pensamentos quando uma mão pousou em meu ombro. Era a mãe da Anne. – Meu filho, ela me contou dos bebês. Eu imagino o que você está passando – e, sentando-se ao meu lado, me abraçou. Encostei em seu ombro e deixei as lágrimas saírem, todo o desespero que sentia ali, naquelas lágrimas. Perdi a noção do tempo e de quanto eu andei de um lado para o outro naquela sala de espera diminuta. De repente, a porta pela qual ela tinha entrado se abriu e o médico saiu. – Familiares de Anne Brunetti. Corri até ele, que trazia alguma coisa nas mãos. – Sou o namorado – ele me olhou com pesar. – Somente os familiares, senhor. – Somos os pais – a mãe dela chegou ao meu lado, acariciando meu braço.


– Bem, ela está em estado gravíssimo. Está sendo levada para a UTI, sofreu queimadura nas vias aéreas e inalou muita fumaça, além de estar basicamente com 40% do corpo queimado. As chances dela são mínimas. Aqui está o que sobrou dos pertences que estavam com ela. Daqui a pouco, um de vocês poderá vê-la. A mãe dela pegou o embrulho e abraçou, chorando e enterrando o rosto no peito do marido. –Devemos contar para a polícia sobre o telefonema do Diego. Eles precisam ir atrás dele – Mauro disse e ele estava certo. – Esse marginal deveria estar na cadeia! Como ele foi capaz de uma coisa dessas? Tem merda na cabeça, o lazarento! – Calma Mauro, estamos no hospital. – Calma o cacete! Minha filha está morrendo lá dentro por causa desse lunático e você quer que eu tenha calma? Você ouviu o médico! Por Deus, não me peça para ter calma! Ele se afastou e a pobre mulher me olhou. Abri os braços para ela, que me abraçou. – Ele tem razão. Fique aqui, meu filho. Nós vamos até a delegacia. Como ele ligou para você, é capaz de você ter que ir também, mas deixe isso pra depois. Você precisa acalmar seu coração. Fique, vá ficar com ela e com seus filhos. O médico não disse nada sobre os bebês, então não deve ter acontecido nada com eles. As palavras dela me deram o consolo que eu necessitava no momento. Deu um aperto no meu braço e se foi para junto do marido e saíram, porta afora. Suspirei e me sentei, esperando que me chamassem para que eu pudesse vê-la. Mais uma eternidade se passou até que me permitiram subir. Meu coração ficou apertado ao vê-la deitada naquela cama. Mas alguma coisa estava errada. Eu sentia uma apreensão dentro de mim, uma coisa que me dizia que aquela mulher ali, naquela cama, não era minha Anne. Bem, deve ser algum tipo de recusa em aceitar uma tragédia como essa… Ela estava com a cabeça enfaixada, apenas seus olhos, a pontinha do nariz e a boca eram visíveis, ainda assim, bastante machucados. Nem sua mão eu podia pegar, pois estava queimada também. – Estou aqui com você, minha Anne. Lute, lute, minha Pimentinha e volte para mim. Fiquei velando seu sono. A sensação de que alguma coisa estava errada não saia de mim.


Capítulo 33 Quanto mais eu olhava para a mulher adormecida naquela cama, mais aquela sensação se apossava de mim. O tamanho, o tom dos cabelos eram iguais… o restante não dava para avaliar, já que ela estava com queimaduras pelo corpo todo. Passado os minutos que eu poderia ficar com ela, saí e fui até o centro de enfermagem. – Quero ver a ficha médica da minha mulher – exigi à enfermeira-chefe. – Não posso deixar que mexa senhor. Além do mais, não entenderia o que está escrito. Aguarde até o médico chegar e converse com ele. É o melhor a fazer. – Sou enfermeiro e sei ler muito bem uma ficha médica. Quero saber sobre meus filhos! Alguma coisa está muito errada! Eu sinto isso. Só quero a confirmação. Quero saber sobre os bebês! A enfermeira me olhou como se eu fosse um lunático. Pegou o telefone e ligou para o médico, pedindo a presença dele o mais rápido possível. – Não posso te passar a ficha dela, nem dizer nada no momento, mas o médico está a caminho. Passei a mão pelo rosto, exasperado. Minutos depois, o médico chegou , apressado, dirigindo-se a ela. – O que aconteceu? Por que estava tão aflita ao telefone? Não esperei que ela explicasse, minha cabeça entrando no lugar e ligando fatos e palavras! – Aquela mulher não é a minha Anne. Eu sinto. Quero saber sobre os bebês. Minha mulher está grávida de trigêmeos. Quero saber sobre eles. O médico alcançou a ficha dela e leu, levantou a folha, leu embaixo, virou, releu. – Sinto muito, mas não tem nenhum bebê. Ela não está grávida, nem nunca esteve. Foi feita uma ressonância e não tem traços de gravidez. – Filho da puta! – me virei e fechei o punho contra a parede. Ah, tampinha dos infernos! Quando eu colocar as minhas mãos naquele safado! – Vocês, continuem a cuidar dessa moça com a certeza de que ela não é minha Anne. Qualquer sinal de melhora, me avisem. Esse é meu número. Obrigado. O safado já tinha muitas horas de vantagem! Devia estar rindo da minha cara. Liguei para a mãe da Anne e pedi para que me encontrassem na casa deles. Desliguei e liguei para o Rick. – E aí, Brunão. – Cara, eu preciso da sua ajuda. Aquele tampinha filho da puta está com minha Anne. Tenho o número dele. Preciso daquele seu amigo da polícia e urgentemente. – Calma, comece do começo. O que aconteceu e como ele está com ela? – expliquei tudo a ele e


quando acabei, ele estava estarrecido. – Pode deixar, Brunão. Vou ligar pra ele e vamos para aí. Me dá o endereço da casa dos pais dela. – Vai vendo com ele, Rick. Eu não faço a mínima ideia da porra do endereço. Sei chegar lá. Me dá 10 minutos que estou indo pra lá e já te mando. Tenho que ir. Cada minuto é um tempo a mais que ele tem para fugir com ela. – Mande o número dele por mensagem assim que puder, assim o Ethan vai tentando rastrear. – Valeu. Até. Desliguei e abri a porta do carro, entrei e saí cantando pneu. Eu estava louco de vontade de ligar para ele e encher aquele tampinha de merda, falar tudo o que eu estava pensando e o que eu queria fazer com ele. Dei um soco no volante, frustrado. Eu não o alertaria, não daria a arma na mão do bandido. Enquanto ele pensasse que eu não sabia de nada, não se precaveria de nada, achando que tinha todo o tempo do mundo! Passei faróis vermelhos e não estava nem aí para a velocidade, eu queria era chegar logo até a casa dos pais dela para passar o endereço para o Rick e então esperar que eles chegassem e começar a montar um plano de ação. Mandei o endereço e estava esperando já ha uns 15 minutos quando os pais dela chegaram. – O que aconteceu, meu filho, por que estava tão nervoso? Aconteceu alguma coisa com a Anne? – a mãe dela perguntou, impaciente. – Preciso ter uma conversa séria com vocês. Tem uma coisa muito errada e preciso começar a contar do início. Podemos entrar? Eles me olharam sérios e dona Isabel destrancou a porta, mantendo-a aberta para nós. – Sentem-se. Será melhor assim – sentaram-se e ficaram me olhando. Caramba, isso é difícil! Juntei meus cabelos e os prendi num coque. – Vai rapaz, diga logo! Respirei fundo. – Mauro, nós viemos até aqui hoje para dar uma noticia a vocês. Como eu disse, eu pediria a mão da Anne em casamento – ele confirmou com a cabeça e prossegui. – Também iriamos contar que vocês seriam avós. Minha Anne está grávida – Mauro arregalou os olhos e Isabel começou a chorar. – Grávida? – Mauro perguntou, espantado. – E de trigêmeos, querido – Isabel colocou a mão na perna do marido, confortando-o. – Por isso fomos ao mercado, eu queria comprar uma garrafa de champanhe para comemorarmos quando vocês retornassem. A culpa é toda minha... – ela caiu num choro copioso. O marido a abraçou. – Aí é que a coisa aperta. A mulher que está no hospital não está grávida e nem nunca esteve. O


corpo da mulher muda quando dá a luz, ainda que seja um aborto espontâneo. Aquela mulher não é a nossa Anne. Diego ainda está com ela, em algum lugar... Mauro se levantou tão depressa que quase derrubou sua mulher, que estava amparada em seu ombro. –Como assim? Essa coisa toda foi mentira? – Mauro passou a mão pela careca. – Meu Deus, aquele seu sobrinho é uma aberração! Olha o que ele fez a uma pessoa inocente! Quem será aquela pobre coitada queimada no hospital? – Não tenho ideia. Parece que o pessoal do hospital está tentando descobrir. Ela está com as digitais queimadas, vai ser difícil, mas eles conseguem. Pedi que me avisassem qualquer coisa que acontecesse com ela – respondi. – Precisamos avisar a polícia! – Calma, Mauro, acabamos de sair da delegacia! – Isabel tentou acalmar o marido. – Tenho amigos que são como irmãos para mim. Eles estão vindo e um investigador da polícia vem junto com eles. Ele ajudou o Rick quando sequestraram a mulher dele e também quando o exmarido dela me sequestrou ha algumas semanas atrás. Liguei para eles depois que liguei para vocês. Eu confio neles. Cuidaram muito bem da minha Anne quando eu estava no cativeiro. – Vou ligar para minha irmã ver se ela sabe alguma coisa sobre o Diego – Isabel disse, preocupada, se adiantando até o telefone. – Não, dona Isabel. Precisamos do elemento surpresa. Ele não pode saber que já descobrimos sobre a troca. Enquanto ele está pensando que é muito esperto, nós estaremos agindo. – Ah, meu filho! Não sei se sou muito egoísta de estar aliviada por não ser minha filha naquela cama de hospital… mas estou. Diego quer o dinheiro que ela tem guardado. Não a matará. – Espero que a senhora tenha razão. Minha mulher e meus filhos estão nas mãos daquele tampinha lunático – segurei minha boca para não xingar aquele mequetrefe de todos os nomes possíveis e imagináveis. – No que depender de mim, ele só vai conseguir uma cela, numa cadeia de segurança máxima. Aquele safado só conseguiu aumentar a pena dele. Vamos pegá-lo, tenho confiança nisso. Vamos pegá-lo... – abracei a velha senhora que soluçava em meus braços enquanto olhava para meu futuro sogro, que carregava uma carranca no rosto, mas, mesmo assim, balançou a cabeça afirmativamente, concordando comigo. Momentos mais tarde, estávamos todos ansiosos, esperando pela chegada de Rick e os outros, quando Isabel resolveu fazer um café para nós. Fiquei sozinho com Mauro, na sala. – Três então, é? – ele falou, sua expressão menos carregada agora. – Vocês vão me fazer avô de um bando de crianças de uma só vez! Poxa, rapaz, estou muito revoltado com essa situação toda, mas


muito feliz por vocês. Devo estar ficando louco. – Mauro, eu te entendo perfeitamente… Não paro de agradecer a Deus por não ter sido ela na cama daquele hospital. Minha Pimentinha é guerreira, vai dar conta daquele tampinha safado. E também por tudo isso estar acontecendo agora, no início da gravidez… ela está sendo bem cuidada. Mais para a frente teria sido uma coisa trágica. Ela vai ter que ficar de repouso depois, segundo o médico. Agora ela está liberada para qualquer coisa. Pensar nisso me dá um certo alívio. – Realmente, minha filha tem um gênio terrível, ele vai pastar nas mãos dela – ele riu, nervoso. Isabel colocou a cabeça para fora da porta e nos chamou, dizendo que o café estava pronto. – Venham. Logo eles chegarão… um café sempre vai bem. Fui para a cozinha, seguido pelo meu futuro sogro. Em minha cabeça, eu só pensava que a Anne estava presa em algum lugar e eu indo tomar café. Isso não era justo! Mas, no momento, era tudo o que eu poderia fazer… esperar por ajuda.


Capítulo 34 Abri os olhos, meio tonta, sem saber onde estava. Olhei em volta e fiquei ainda mais perdida. Eu estava no estacionamento do mercado esperando minha mãe e agora estava em uma sala, que me lembrava muito a sala da chácara da minha avó. Olhei em volta e me dei conta de que eu realmente estava na chácara. Mas como? – Acordou, finalmente. Achei que tinha exagerado e te matado, mas ainda estava respirando... – Diego! Como? O que estou fazendo aqui? Cadê minha mãe? – Eu te roubei deles. –Você está louco! Bruno vai derrubar a cidade atrás de mim! Rapaz, você estará em maus lençóis quando ele te pegar.. – Eles não virão atrás de você. EU mexi meus pauzinhos. Nesse momento, eles estão velando seu corpo em um hospital. – Olha, eu achava que você não batia bem, agora tenho certeza de que é completamente louco, um caso para internação! – Ah, priminha, você fica tão linda contrariada! – ele riu de mim. – Contrariada? Eu não estou contrariada, estou muito puta com você. Vá se tratar, Diego. Você está precisando. – Anne, Anne, Anne, eu te sequestrei, peguei uma mulher bem parecida com você por sinal, coloquei no seu lugar e explodi o carro do seu pai. Algum motivo eu tenho com tudo isso, não está curiosa pra saber o que é? Safado, filho de um jumento! E burro! Logo descobririam que a mulher do hospital não era eu. Respirei fundo, podando a vontade de pular em cima dele e quebrar todos os dentes daquela boca sorridente. – Sinceramente, Diego? Não tô nem aí para seus motivos, pode pegar todos eles e enfiar onde você bem entender – sentei novamente, pensando nos meus bebês. Eu não posso me estressar, tenho que me acalmar. Queria acariciar minha barriga, para confortálos lá dentro, mas Diego parecia não saber da existência deles e assim continuaria. Pegar uma mulher parecida comigo, não enganaria Bruno por muito tempo. Ainda mais se realmente fosse verdade o que ele disse sobre ter havido uma explosão! A segunda coisa que Bruno faria era pedir para que vissem como os bebês estavam. As palavras de Rick, quando Bruno estava no cativeiro com o doido do Tony, rodavam em minha cabeça. “Que ele tenha paciência e não faça nenhuma besteira. Logo o acharemos, não vai


demorar.” Jess me dizia a mesma coisa, e que a pior coisa que ela fez foi ter fugido do Tony. Mas ela estava sozinha num lugar desconhecido. Eu conseguiria escapar desse tonto facinho e sabia muito bem onde estava, tendo passado muito tempo da minha vida aqui na chácara da minha avó. Eu precisava ganhar tempo. Com certeza, logo Bruno e os outros estariam colocando a porta abaixo para me buscar. Diego estava tagarelando alguma coisa que eu nem prestei atenção. Me levantei e ele me olhou com os olhos arregalados. – Onde pensa que vai? – Penso não, eu vou. Preciso fazer xixi. Quer que eu faça aqui? No sofá? – virei as costas para ele e fui ao banheiro. Estava sentadinha no vaso, quando meus seios vibraram, quase me matando de susto. Meu celular! Eu havia enfiado ele entre meus peitos, para o caso do Bruno ligar me procurando! Bati os pés numa dancinha alegre, pegando o bendito de dentro do meu sutiã. Obrigada, meu Deus, pelos meus seios enormes! Liguei para o Bruno. – Pimentinha? – ele atendeu no primeiro toque. – Oi, amor. Estou na chácara da minha avó. Esse doente me trouxe pra cá – sussurrei. –Como você está? Ele fez alguma coisa com você? Os restos da sua bolsa foram encontrados no carro, como está com seu celular? – Calma, Leãozinho, eu estou bem. Eu coloquei o celular entre meus seios, para não ter que fuçar na bolsa, caso você ligasse. Diga para minha mãe que estou na chácara da minha avó, ela sabe onde é. Venha logo… ficar longe de você... – suspirei. – É uma tortura. – Logo estaremos aí. Vou com a polícia para darem um jeito nesse tampinha dos infernos. Aguente firme, já estou chegando. Amo você. Dê um carinho nos nossos filhotes. Você está bem mesmo? – perguntou preocupado. – Estou sim. Também te amo. Vou desligar e voltar pra sala. – Ok. Até daqui a pouco, Pimentinha. – Até, amor. Desliguei o celular e apaguei a ligação do registro de chamadas. Se, por acaso, ele achasse, não saberia de nada. Tirei o alerta de vibração, deixando no silencioso. Diego se achava muito esperto, mas eu era mais! Terminei, lavei as mãos e voltei para a sala, um cheiro de comida fez meu estômago roncar. – Será que não tem nada pra comer aqui? Estou louca de fome! – Vamos para a cozinha. Enquanto você não acordava, eu fiz o jantar.


O segui, pela janela eu vi que já estava escuro lá fora, e eu realmente estava faminta. Diego retirou duas embalagens de lasanha do forno. – Que belo jantar você fez! – ri dele. –Eu me lembrei que você gostava dessas lasanhas, comprei várias – ele disse como se fosse um feito grandioso. – Anne, eu estava tentando te dizer la na sala, mas você pareceu não ouvir uma palavra. Eu deixei aquele recado no seu banheiro quando fui embora, e eu não estava mentindo – ele esticou a mão, colocando-a em cima da minha. – Diego, eu não tenho nenhuma intenção romântica com você, você é meu primo, isso é meio nojento. – Eu sempre fui apaixonado por você. – Mentira. Você é apaixonado por dinheiro. Você não quer a mim, você quer o meu dinheiro – ele me olhou, estreitando os olhos. – Quando você foi preso, sua fichinha criminal foi descoberta. Você é um trambiqueiro, que vive de enganar as pessoas. Tome vergonha, homem de Deus, e vá trabalhar como qualquer pessoa honesta! – Você não entende. Eu não paro em lugar nenhum, não consigo emprego. O que me resta é conseguir dinheiro do jeito que dá. – Se você consegue planejar esses seus jeitos de ganhar dinheiro, consegue empregar essa esperteza toda em alguma coisa lícita. Deve dar um trabalho danado armar situações, mentiras e tudo mais para conseguir dinheiro dessa maneira. – A primeira vez foi sim, mas depois acabou virando hábito – ele começou a comer. – Pode comer, deixei fechada para que não tivesse nenhuma desconfiança da sua parte – colocou mais uma garfada na boca e continuou a falar e comer, contando o que já havia feito. Isso, come, pois vai ser sua última refeição decente, seu crápula. Retirei o plástico da embalagem e o cheiro me deu água na boca. Coloquei uma garfada na boca e estava realmente deliciosa. Será que Bruno demoraria muito ainda? Aguentar Diego como se tudo estivesse bem, estava custando meus nervos. Continuei a conversar com ele, como se estivesse prestando atenção em tudo. Levantei e fui olhar na geladeira se tinha alguma coisa para beber. Peguei uma caixinha de suco e voltei a me sentar. Diego seguia cada movimento meu, como se eu fosse fugir a qualquer momento. Enfiei o canudinho e tomei um gole. Diego continuou a tagarelar. Ah, Leãozinho, não demore!

– Isabel, Mauro, esses são meus amigos, meus irmãos Rick, Guilherme e Theo. Este é Ethan, o


policial que ajudou a me achar. Se tiver alguém capaz de achar minha Anne, é ele. Apresentei todos, assim que chegaram. Ethan os cumprimentou com um gesto de cabeça. – Prazer em conhecê-los, gostaria que tivesse sido sob outras circunstancias, mas, às vezes, as coisas saem do nosso controle – disse Guilherme, estendendo a mão para meus futuros sogros. Rick e Theo repetiram o gesto de Guilherme e Ethan sentou-se à mesa, abrindo o note. – Fiquem à vontade, meninos, tem café na cozinha. A casa é de vocês. Não sei quanto tempo isso vai durar, então, se quiserem descansar, já arrumei camas para todos, entrando pelo corredor, são os dois primeiros quartos – Isabel disse e foi para o lado do Ethan. – Por favor, encontre minha filha. – Sim, senhora, essa é minha prioridade. Ethan sorriu para ela, que apertou de leve o ombro dele, em agradecimento. Meu celular tocou e minha respiração falhou, meu coração pulou uma batida, quando vi o nome na tela. – Pimentinha? – atendi, todos ficaram em silêncio e me olharam. Anne me disse onde estava, tudo muito rápido, mas tentei passar para ela todas as instruções que me lembrei, para que ela não corresse perigo quando chegássemos. – Era ela, meu filho? O que foi que ela disse? Está tudo bem? –Isabel quis saber. Mauro ficou me olhando, sem dizer uma palavra, apreensivo. – Isabel, ela disse que está na chácara da avó dela, que a senhora sabe como chegar lá. Está bem sim, ela tinha guardado o celular no sutiã. Muito esperta a minha Anne! – disse eufórico. – Não é muito longe daqui, uns 20 a 25 minutos. – Esse seu sobrinho, além de tudo, é burro! Está na chácara? Verdade? Tão perto! – Sim, Mauro, está. Bem, vamos lá. Ethan, consegue reforços? Não quero deixar brechas para que ele escape. Desculpe, dona Isabel, mas eu quero que aquele tampinha mofe na cadeia. – Pois eu quero a mesma coisa, não precisa se desculpar – ela disse rindo. Toda a tensão dos acontecimentos anteriores e da espera foi substituída pela euforia. Queríamos ir para lá o mais rápido possível e resgatá-la. Era um sentimento coletivo, todos estavam sorrindo, eu e Rick ficávamos estalando os dedos das mãos, ansiosos, só aguardando que os policiais que iriam junto conosco, chegassem. Um mandado de prisão já havia sido expedido e eu não via a hora de pôr minhas mãos naquele tampinha. O pior é que eu não poderia quebrar cada dente daquela boca e cada osso daquele corpo como eu queria, mas já sabia muito bem como punir o filho da puta. Assim que avistei as luzes das viaturas se aproximando, abri a porta e todos saíram, já entrando nos carros, com Isabel ao meu lado, para me dar a direção da chácara. No meio do caminho, Isabel colocou a mão em meu braço, chamando minha atenção. – Meu filho, não vá fazer nada que possa se arrepender depois. Você é grande, forte, por isso eu


peço, por favor, contenha-se. Não quero que seja preso por conta desse meu sobrinho louco. – Não se preocupe, Isabel. Eu sei bem o que vou fazer e não vou quebrar ele todo, apesar dessa ser minha maior vontade. Mas antes de querer ver aquele tampinha safado virar pó, quero minha Anne e meus filhos em segurança e, melhor que isso, sob a minha proteção. Fique sossegada. Ela me deu um sorriso cansado. Acho que não acreditou muito no que eu disse, minha carranca devia estar denunciando meu desgosto e minha raiva. Juro que a ira me consumia nesse momento, mas também a necessidade de proteger o que era meu contrabalanceava o resto. Quase chegando, as viaturas desligaram suas luzes e todos apagaram os faróis, sendo guiados apenas pela luz da lua, que, graças a Deus, brilhava forte no céu. Ethan estava no mesmo carro que nós, então me virei para ele. – Posso ter um minuto ou dois com ele, antes de você o levar? Prometo que não vou fazer nada demais. – Ok. Por tudo o que você já passou por causa dele, terá isso. Satisfeito com a resposta dele, abrimos as portas com cuidado, deixando-as abertas, para não chamar a atenção de Diego lá dentro. Os policiais fizeram uma fila dupla atrás de Ethan e, então, ele deu um pontapé na porta, que se escancarou. – Parado, é a polícia! – Ethan gritou. Eu sempre quis dizer isso minha vida toda, mas ouvir assim matou um pouco esse meu desejo. Entrei atrás dele, percorrendo o lugar com os olhos, à procura da minha Anne. Anne estava sentada, comendo de uma embalagem de papel, enquanto Diego estava de pé perto da pia. Quando Anne me viu, veio correndo para mim. Diego tentou alcançá-la, mas, pela surpresa, seu tempo de reação foi demorado demais e ele apenas caiu por cima da cadeira em que ela estava. – Eu sabia que você viria! Eu sabia! – Anne disse, me abraçando e beijando todo meu rosto enquanto falava. – Sempre, minha Anne. Tampinha nenhum no mundo vai me separar de você! Vou atrás de você onde estiver! – beijei aquela boca deliciosa, nem ligando para quem estivesse por perto. Os policiais caíram em cima dele, Ethan o algemou e o colocou de pé. Mauro chegou próximo a ele e meteu um soco no meio do nariz do tampinha. – Isso é pelo que nos fez sofrer. Os policiais fizeram um meio círculo em volta dele. Rick, Guilherme e Theo estavam ao meu lado. Dei um beijo nos cabelos da minha Anne e Ethan se afastou de Diego. – Todo seu, Bruno. Encarei o tampinha dos infernos com todo meu ódio, meus três irmãos vieram atrás de mim


enquanto eu me aproximava dele. Parei bem à sua frente, olhando-o fixamente nos olhos, com a certeza de que o inferno estava estampado nos meus. Cerrei o maxilar, contendo minha ira e o peguei pelo colarinho da camisa que ele usava e o levantei, deixando-o cara a cara comigo. Novamente o cheiro de amônia subiu e eu o afastei de mim. Tampinha frouxo, se mijou de medo novamente. Ele olhou para meus irmãos que, com certeza, o encaravam com tanto ódio quanto eu, e escutei o barulho característico de dedos estalando. Então, o fedor aumentou. O recoloquei no chão. Às vezes, o medo é o pior pesadelo de uma pessoa, no caso do tampinha, o medo foi maior que tudo, fazendo que ele perdesse o controle sobre suas funções biológicas. – Todo seu, Ethan. – Caramba, Bruno. Agora vamos ter que levá-lo assim, todo borrado na viatura até a delegacia – Ethan fez uma cara de nojo e levantou a camiseta que usava, tampando o nariz. Sorri e voltei para minha Pimentinha, abraçando-a fortemente e girando com ela nos braços, grudando nossas bocas num beijo delicioso e cheio de saudade. Meus futuros sogros, que antes choravam abraçados a ela, sorriram ao ver nossa felicidade. Nem tínhamos ficado tanto tempo assim distantes um do outro, mas, por tudo o que passei achando que ela estava à beira da morte e a apreensão por não saber onde ela estava, eu precisava dela bem junto a mim. – Vamos direto para o hospital ver como você e os bebês estão. Vai saber como aquele tampinha fez para te carregar. – Estamos bem, meu Leãozinho. Ele não nos machucou – Anne agarrou meu pescoço e a ergui, pegando-a. Suas pernas se entrelaçaram em minha cintura e eu a levei para fora. – Só vou ter sossego quando o médico me disser isso – beijei-a novamente, o tesão tomando conta de mim, quase fazendo com que eu aceitasse a vontade dela e em vez do hospital, eu a levasse para outro lugar… – Minha filha, depois de tudo o que passamos, precisamos saber se vocês estão bem – Mauro disse, com um sorriso no rosto. Anne me encarou com os olhos verdes arregalados. – Você contou? – ela olhava para mim e para o pai, apreensiva. – Contei, Pimentinha, foi preciso. Vou te contar tudo o que aconteceu no caminho. Agora vamos direto e reto para o hospital. – Que cara frouxo! Ele se mijou e se borrou de medo! Guilherme, Rick e Theo vinham atrás de nós e riam da miséria de Diego. Ri também, mas de felicidade, por ter meus tesouros em meus braços. Fim do livro 1


A Autora KACAU TIAMO

Kacau Tiamo nasceu em 76, na cidade de São Paulo e atualmente mora no interior. Morou 15 anos em Porto Alegre, onde se formou em Educação Física. Acredita que o amor ultrapassa barreiras, distâncias ou pré-conceitos. É uma mulher que corre atrás do que acredita e não para até conseguir o que quer. Então, em outubro de 2013, ela resolveu dar vida à uma antiga vontade, escrever. Assim nasceu Calor Latente, seu primeiro romance adulto.


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CALOR LATENTE

Jessica, uma mulher de 37 anos, resolve tomar as rédeas de sua vida e algumas atitudes. Mudar seu corpo e deixar seu marido. Na academia conhece Patrick, lindo e carinhoso, que sonhava com ela desde sua adolescência. Em suas aulas (e entre elas) eles se veem presos a uma atração selvagem, que os impedem de manter as mãos longe do outro. Traição, amor, romance e sexo apimentam essa história deliciosa!


INEVITÁVEL

Uma amizade... Um olhar... Um desejo insano... Uma atração irresistível... Pamela, uma mulher bem sucedida, encontra-se com o inevitável. Theo, com seus cabelos revoltos e olhos verdes, tira seu sono e agora também sua concentração no trabalho... Além de um grande amor, a oportunidade de salvar uma vida, faz com que Pam tome uma atitude inesperada... O que será que o destino reserva a esses dois?


Muitas surpresas o aguardam em InevitĂĄvel! Sedutor, erĂłtico, emocionante e delicioso, esse romance vai prender vocĂŞ!



INCONDICIONAL

Ella tem a saúde frágil, só conheceu a dor e o desespero causados pela terrível doença que a consome, dia após dia, drenando suas forças... mas não sua vontade de viver! Durante seu tratamento, Dr. Guilherme é companhia constante e seu anjo salvador. Guilherme, cirurgião e chefe da oncologia do Hospital Geral, é o melhor amigo do irmão de Ella, desde a infância. Ele sempre ajudou Theo a espantar os tubarões que chegavam perto de sua irmã caçula... Agora é a vez dele realmente cuidar dela. Encantado pela doçura e ingenuidade de Ella... ele quebra todas as regras e resolve mostrar as delícias que a vida oferece à sua paciente terminal. “Emocionante e sensual, Incondicional vai amarrar você, do início ao fim.”



CAMINHOS DO CORAÇÃO

Um único encontro, pode transformar duas vidas? Luana é uma mulher solitária, que vive para seu trabalho. Um dia, Roberto entra em sua vida, de maneira nada convencional. Através de uma rede social, eles se tornam amigos e se falam diariamente. A amizade cresce e um dia, Roberto aparece. Após um dia maravilhoso e uma noite melhor ainda, eles se descobrem apaixonados. Mas o destino tem outros planos para esse amor... Descubra em caminhos do coração! Um conto romântico, hot e emocionante.



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