Doc para trabalho de e portefólios

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INTRODUÇÃO: Em sequência do tema do ano anterior, surge O voluntariado que é uma actividade inerente ao exercício de cidadania, numa relação solidária para com o próximo, participando, de forma livre, voluntária e organizada, na solução dos problemas que afectam a sociedade em geral. O porquê deste projecto? A Lei-Quadro da Educação Pré-Escolar (lei nº5/97, 10 de Fevereiro) consagra o ordenamento jurídico da educação pré-escolar e estabelece o seguinte: “A educação pré-escolar é a primeira etapa da educação ao longo da vida, sendo complementar da acção educativa da família, com a qual deve estabelecer estreita cooperação, favorecendo a formação e o desenvolvimento equilibrado da criança, tendo em vista a sua plena inserção na sociedade como ser autónomo, livre e solidário (capitulo II, artigo 2º). Este princípio fundamenta todo o articulado da lei e dele decorrem os objectivos gerais pedagógicos definidos para a educação pré-escolar no capítulo IV, artigo 10º. Objectivos da educação pré-escolar São objectivos da educação pré-escolar: Promover o desenvolvimento pessoal e social da criança com base em experiências de vida democrática numa perspectiva de educação para a cidadania. Este objectivo é logo o primeiro numa lista de nove, o qual devemos objectivar como sendo dos mais importantes, pois se este for alcançado, todos os outros serão como que obrigatórios, necessários para que esta educação em cidadania se consolide, nomeadamente este dando mais ênfase a Intervir e a dar o Exemplo. Nos objectivos do Projecto Educativo do Agrupamento de Escolas Nicolau Nasoni, também no décimo quarto poderemos ler. “Desenvolvimento nos alunos, de auto-estima, respeito mútuo e regras de convivência que contribuam para a sua educação como cidadãos tolerantes, justos, autónomos, organizados e civicamente responsáveis” e no décimo quinto “Promover a educação para a saúde e para a defesa do ambiente e a construção de uma cidadania consciente”, pois no meu entender de Voluntariado, é necessário saber, saber ser, saber estar e saber fazer. Surgem-me assim algumas questões: 1-O que define um Voluntário? É um indivíduo que de forma livre, desinteressada e responsável se compromete, de acordo com as suas aptidões e no seu tempo livre, a desenvolver acções de voluntariado em prol dos indivíduos, famílias e comunidade. Actuar como voluntário é ter um ideal por bem fazer, que assenta numa relação de solidariedade traduzida em gratuitidade no exercício da actividade, prestando serviços não remunerados em benefício da comunidade.


Ser-se voluntário é, também, ter convergência e harmonização com os interesses dos destinatários da acção e com a cultura e valores das organizações promotoras. 2- Quais são os princípios enquadradores do voluntariado? O voluntariado obedece aos princípios da solidariedade, da participação, da cooperação, da complementaridade, da gratuitidade, da responsabilidade e da convergência. Solidariedade – Responsabilidade de todos os cidadãos na realização dos fins do voluntariado. Participação – Intervenção de voluntários e de entidades promotoras em áreas de interesse social. Cooperação – Combinação de esforços e de projectos de entidades promotoras de voluntariado. Complementaridade – O Voluntário não deve substituir os recursos humanos das entidades promotoras. Gratuitidade – O Voluntário não é remunerada pelo exercício do seu voluntariado. Responsabilidade – O Voluntário é responsável pelo exercício da actividade que se comprometeu realizar, dadas as expectativas criadas aos destinatários desse trabalho voluntário. Convergência – Harmonização da actuação do voluntário com a cultura e objectivos da entidade promotora. 3- Quais os Direitos do voluntário? -Desenvolver um trabalho de acordo com os seus conhecimentos, experiências e motivações; -Ter acesso a programas de formação inicial e contínua, de modo a aperfeiçoar o seu trabalho voluntário; -Receber apoio no desempenho do seu trabalho com acompanhamento e avaliação técnica; -Ter ambiente de trabalho favorável e em condições de higiene e segurança; -Participação das decisões que dizem respeito ao seu trabalho; -Ser reconhecido pelo trabalho que desenvolve com acreditação e certificação.

4- Quais são os Deveres do Voluntário? Em todas as situações, para que tudo funcione correctamente, para além de existirem direitos é necessário que haja deveres a cumprir. Para isso, podemos considerar como deveres de um voluntário as seguintes acções: *Observar e respeitar as normas e princípios éticos. *Efectuar algum tipo de formação para um melhor desenvolvimento das actividades realizadas. Nessas actividades deve mostrar-se activo, voluntário e solidário, utilizando correctamente os bens, equipamentos e recursos materiais colocados ao seu dispor; Utilizar, durante as actividades, a sua identificação como voluntário.


5-como transmitir/trabalhar estes conceitos com o grupo? UMA DAS FORMAS DE TRANSMITIR ESTA EXPRESSÃO, PARA ESTAS IDADES SERÁ ESTA AFIRMAÇÃO DE JORGE SAMPAIO: “A CIDADANIA É A RESPONSABILIDADE PERANTE NÓS E PERANTE OS OUTROS, CONSCIÊNCIA DE DEVERES E DE DIREITOS, IMPULSO PARA A SOLIDARIEDADE E PARA A PARTICIPAÇÃO, É SENTIDO DE COMUNIDADE DE PARTILHA, É A INSATISFAÇÃO PERANTE O QUE É INJUSTO OU O QUE ESTÁ MAL, É A VONTADE DE APERFEIÇOAR, DE

SENTIR,

É ESPIRITO DE INOVAÇÃO, DE AUDÁCIA, DE RISCOS, É

PENSAMENTO QUE AGE E ACÇÃO QUE SE PENSA”.

Hoje em dia, o papel do jardim-de-infância na comunidade é cada vez mais importante. As suas competências foram alargadas e a sua responsabilidade acrescida. Na actualidade ele tem características inovadoras e é solicitado pelos diversos sectores para responder aos problemas da sociedade. O que se espera do jardim-de-infância, é que ele desenvolva no aluno todas as capacidades e potencialidades, é que ele atenda ao contexto social e cultural do aluno, ás suas heterogeneidades, possibilitando-lhe uma integração na sociedade de forma activa, criativa e participativa, e que cumpra a função social. Nesta perspectiva, a criança deve crescer no sentido mais amplo da palavra, deve ser despertada para os problemas que afectam o mundo, aprendendo a intervir, modificar, ganhando assim uma posição interventora e cooperante na construção de uma sociedade melhor. Assim tentamos, ao elaborar um projecto, ir ao encontro dos conhecimentos intrínsecos da criança, aprofundálos e dotá-las de novas aprendizagens. “Aprender é dar sentido e significado à realidade, ou seja, compreender, relacionar e construir para poder aplicar” (Alonso 1996). O nosso projecto curricular tem que necessariamente basear-se no tema “Cidadania, Voluntariado – Ajudar é bom, que depois de uma conversa com o meu grupo de crianças, chegamos à conclusão que ser voluntário é ajudar com o coração, formando um outro titulo: “Ajudar é bom, vamos abraçar com o coração” dando-lhe intencionalidade, incidirá na valorização de todas as áreas de conteúdo, Área da Formação Pessoal e Social, Área das Expressões e Comunicação e Área do Conhecimento do Mundo. Será contudo necessário não esquecer que Projecto Curricular de Turma deve ser fruto da cooperação de todos (educadores, alunos auxiliares, pais comunidade…), que deve ser planeado reflectido e avaliado e, caso se justifique, reestruturado, de modo a que os ganhos se tornem significativos e contemplem todas as crianças na sua diversidade. Só assim poderemos obter aprendizagens significativas e, como consequência no futuro, cidadãos autónomos, conscientes, responsáveis, activos e críticos. Precisamos de uma educação que gere prazer em servir, que gere deleite na solidariedade. Tal aprendizagem deve ser iniciada nos primeiros anos de vida...estimulando a formação de matrizes no seu inconsciente que produzirão o espectáculo social”.. Augusto Cury. Necessitamos de educar para os valores, não só transmitir ideias, mas sim Formar, Construir e Aprender: SABER, a


FAZER e a SER. Valores estes que estão incluídos nos quatro Pilares da Educação: “Aprender a fazer, a conhecer, a viver juntos e a ser” (Relatório Delors, elaborado pela Unesco, sobre a Educação no século XXI). Em suma potenciar BONS CIDADÂOS, SOLIDÁRIOS. 6-Como poderemos fazer voluntariado? Em diálogo com o grupo, sobre o que significa voluntário, que é vontade própria sem obrigação de alguém, como disse o Diogo de cinco anos “que a vontade que faz vir de dentro é o coração”, a Mariana de quatro anos disse “que são as mãos que nos ajudam e que tem que ser com carinho, encontramos assim a imagem que vai elucidar o nosso trabalho. – “Abraçar com o coração” Fizemos algumas perguntas e chegamos a várias respostas em que todos participaram: 1- O que é ser Voluntário? -É ajudar com vontade, querer fazer uma coisa para os outros. 2- Ajudar é bom e porquê? - Porque queremos ver os outros felizes! 3- Como o poderemos fazer? RESPOSTAS: -Defender os outros – Luana cinco anos -Limpar as folhas do chão; não gastar muita água – Edgar -Ajudar os mais pequenos, quando querem alguma coisa e não chegam – Maria Miguel -Dar comida aos pobres – Diogo -Ajudar é partilhar – Iara -Ajudar a mãe a fazer bolos para comer – Francisca -Ajudar a lavar as mãos e ajudar o pai a arranjar os brinquedos – João -Ajudar a fazer a cama – Fabiana -Ajudar a mãe e o pai a tomar conta da Alexandra, a mana bebé -Apagar o fogo e tambem ajudar é não fumar porque faz mal ao corpo e os pulmões ficam pretos, devemos dizer para beber muita agua para limpar – Francisco, quatro anos -Ajudar é emprestar os brinquedos – Ana Rita, quatro anos -Dar brinquedos e comida, e ajudar é salvar da agua com uma corda – Bernardo, quatro anos -Ajudar os meninos que são namorados das meninas a ir para casa e ajudar os irmãos a brincar – Fiorella – quatro anos -Ajudar a lutar contra os maus com o dragão vermelho – Tomás – quatro anos -Dar rebuçados – Carolina – quatro anos -Ajudar a construir castelos de brincar e ensinar – Catarina Silva, quatro anos -Ajudar a brincar – Leonardo, quatro anos -Contar uma história – Beatriz Oliveira -Ajudar quem precisa - Mariana -Ajudar o pai a fazer a comida - Nino -Ajudar a cortar cebolas - Beatriz Simães, três anos


-Ajudar o pai quando está doente a brincar com ele – Martim -Ajudar a mana a arrumar os brinquedos, foi preciso insistir e ir tirando a “saca rolhas”, pois ainda se apresenta uma criança muito tímida – Gabriel -Ajudar é brincar com o Afonso (o irmão de sete anos) - Sofia -O Misael, foi uma criança que desistiu, porque o irmão não se adaptou ao 1º ano. Estas respostas deram-me já muitas ideias.


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