Interface do design

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DO DESIGN


Interface do Design Isabella Ananda Leit達o Disciplina: Comunica巽達o e Linguagem l Prof. Eduardo Muneratti

S達o Paulo, novembro de 2014


Súmario Apresentação.....................................................................4 A importância de escrever para o futuro do designer......................................................................................6 A matéria-prima do design é a cultura..................7 Design e tecnologia........................................................9 Design e marketing.......................................................11 Design e arte....................................................................13 Design e meio ambiente............................................15 Design para ler: Emilie Chamie...............................16 Considerações finais....................................................18 Bibliografia.........................................................................19


Apresentação

A concepção este portfólio tem como finalidade promover uma atividade interdisciplinar realizada no 2º semestre do curso de Design. A disciplina Comunicação e Linguagem I orientou a pesquisa sobre as interfaces do Design, bem como a redação dos textos que constituem este portfólio. Antes das abordagens sobre as interfaces do Design, apresentamos algumas considerações sobre a importância do desenvolvimento da linguagem escrita para o designer em seu desempenho profissional, habilidade valorizada em qualquer área de atuação, todo o processo intuitivo que ocorre durante a escrita se aproxima muito com o ato de projetar do designer; transformar uma informação em algo palpável, uma forma de expressão que se utiliza de referencias e possibilidades, explorando sua coerência e ordem. E também, por considerar imprescindível, um breve desdobramento da frase da designer Emilie Chamie: “A matéria-prima do design é a cultura”, mostrando que o trabalho produzido pelo designer nada mais é do que o fruto de algo criado a partir de seu repertório, uma associação de referências, que quanto maior o número, maiores as possibilidades e inspirações.

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Em seguida serão apresentados textos sobre algumas das interfaces do design: Design e Tecnologia, uma breve associação desses conceitos inovadores e de como a tecnologia se mostrou uma ferramenta indispensável para o designer, seja por sua riqueza, simplicidade ou acessibilidade. Design e Marketing, que irá abordar a interação entre essas duas áreas e como os conhecimentos de marketing podem ser aplicados no trabalho do designer, a fim de satisfazer seu cliente. Design e Arte, uma interface que aborda as diferenças de conceitos normalmente vistos como semelhantes, mas que apesar de tudo se usam da mesma ferramenta da criatividade para alcançar sua função de comunicar algo.

forma estratégica de comunicar as ideias sobre cada tema pode ser feita por meio da tipografia , da organização de textos, da diagramação de cada palavra e nas cores escolhidas para capa. Todos esses detalhes foram orientados, pela disciplina Fundamentos da gráfica, que fecha o trio de disciplinas envolvidas neste projeto. Nas considerações finais, foi feito um parecer critico sobre a realização do trabalho e, em particular sobre cada um dos temas abordados nas interfaces.

E Design e Meio Ambiente com o desafio de um design sustentável, oferecendo soluções para melhor qualidade de vida de forma inovadora, bela e harmoniosa, não agredindo o meio ambiente. Anexa a este portfólio esta também a pesquisa sobre a designer brasileira Emilie Chamie, uma das primeiras grandes potências femininas no design gráfico brasileiro, cuja proposta maior é a realização de um folder para avaliação na disciplina História do Design. Além da preocupação com a elaboração dos textos, há outra atividade na construção do portfólio que esta ligada à estética. Encontrar uma 5


A importância de escrever para o futuro do designer Atualmente, é de conhecimento mútuo que escrever bem é importante para qualquer área de trabalho, ter essa habilidade facilita a comunicação com o cliente e pode fazer o indivíduo se destacar entre os demais no mercado de trabalho, porém, no design isso vai além.

A partir daí, notamos, que o design e a escrita são duas formas de expressão, ambas tentam comunicar uma ideia, seja de forma verbal ou visual. E isso vai além das funções conceituais que as duas se assemelham, esta na essência de ambos.

“A escrita obriga a olhar o real de outra maneira, a distanciar-se dele, a teoriza-lo, trabalhar sua coerência, explorar sua ordem.“ Afirma Jean Foucambert, essa maneira de pensar se aproxima muito com o primordial ato de projetar do designer; explorar possibilidades, transformar uma informação em algo palpável. Assim, escrever bem facilitaria o trabalho do designer, afinal, o projeto inclui um processo intuitivo e de referências em que há desde um registro de processo de criação até um memorial descritivo, coisas que certamente valorizam o trabalho de um designer.

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A matéria-prima do design é a cultura É de conhecimento mútuo que novas ideias não surgem simplesmente de uma inspiração súbita. Mais que isso, o que amplia o horizonte de ideias de um designer é seu repertório. A importância da formação cultural para o designer é valorizada desde os tempos da Bauhaus há aproximadamente 100 anos. Lá, seus alunos eram cercados pela arte, filosofia e novas tecnologias, sempre unindo teoria e prática. Toda essa interação entre várias áreas do conhecimento gerava imensa bagagem cultural, podemos ver a qualidade do repertório desses alunos refletidos em seus projetos. O repertório cultural amplia a visão do designer, refletidos em seus projetos. O repertório cultural amplia a visão do designer, oferecendo mais material para ele se basear, inspirar ou trabalhar. O limite para esse repertório é infinito, não deve ser estático e sempre estar agregando mais conhecimentos e experiências, assim, o designer deve ser um profissional curioso, sempre procurando novas possibilidades e se aventurar no desconhecido. Mais do que nunca precisamos resgatar esses valores, em um mundo tão saturado de ideias e profissionais, um diferencial é o que irá destacar um designer do outro. Nesse caso, a bagagem cultural irá influenciar na criação de uma ideia inovadora.

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design e tecnologia Para se manter atual e produtivo, o designer deve utilizar algumas ferramentas para aprimorar seus projetos, consequentemente, a tecnologia acaba se tornando uma de suas aliadas. O mundo está sempre em movimento com descobertas constantes, como uma área criativa e inovadora, o design não deve se manter inerte e sempre acompanhar o ritmo, conciliando a tecnologia com seu trabalho. Precisamos reconhecer também que a tecnologia trouxe muitos benefícios à profissão do designer. A criação de novos softwares que combinam os mais diversos tipos de mídia como; texto, imagem, vídeo, etc. Ferramentas como essa dentre várias outras inovações, tornaram o trabalho nessa área muito mais prático, mas também democratizou a atuação na área além de tornar os resultados muito mais ricos e diversos. É um fato inegável que a tecnologia é uma ferramenta indispensável para o design, e esse laço tende a ficar cada vez mais forte com as constantes inovações do século XXI. Assim, a tecnologia torna o trabalho do designer muito mais simples e acessível, como também abre um leque de possibilidades nunca visto antes.

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+ Satisfação + + Pesquisa +


design e marketing O estudo e a aplicação do marketing sempre foi uma ferramenta eficaz para as empresas, afinal, a análise do mercado e de dados feitas no marketing auxiliam o profissional a saber onde se localizam seus problemas. Isso não seria diferente com o designer. Cada vez mais, está difícil agradar aos consumidores vorazes que procuram produtos que possuam uma identidade e que os complete. O designer notou isso e assim, tomou reconhecimento do marketing porque constatou que não adianta só um projeto estético e preocupações formais, a elaboração deve-se valer do conceito proposto pelo cliente, o pensamento deve estar direcionado ao cliente na hora da criação. E é nesse momento que design e marketing se unem, utilizando-se dos dados obtidos dos estudos de marketing, o designer compreende melhor as necessidades e desejos de seu cliente, moldando seu projeto de acordo com os conhecimentos obtidos e assim direcionando seu trabalho no caminho certo; a satisfação do cliente, objetivo tão almejado tanto pelo marketeiro como pelo designer.

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express達o


design e arte Design e arte, ambas as áreas buscam por meio da criatividade atingir seus objetivos. Em certas ocasiões, as duas acabam até se cruzando, trabalhando juntas. Porém, muitas vezes se distanciam radicalmente.

Entre encontros e desencontros, as duas formas de comunicação estarão eternamente ligadas, afinal, não tem como mencionar uma sem lembrar-se da outra.

Enquanto a arte segue um conceito muito mais associado à habilidade e contemplação, uma manifestação de percepção pessoal, sem tal compromisso de agradar o outro. O design, por outro lado, segue um eixo de pensamento oposto, propondo algo mais objetivo e comercial, o projeto de um designer esta diretamente dependente das necessidades do cliente. E é comparando essas intenções e objetivos finais entre designer e artista que a diferença entre ambos fica clara. Apesar das intenções, a maneira como as ideias, obras, projetos, se confeccionam podem muitas vezes se assimilarem. Ambas áreas se utilizam de conceitos básicos do estudo das artes como; figura e forma, cores, etc., a fim de tornar seu trabalho mais eficaz. As duas áreas podem também usar as mesmas ferramentas e recursos (softwares, ilustração, etc.). Não podemos deixar de mencionar também uma função em comum do trabalho do designer e artista; o ato de comunicar algo, seja de maneira objetiva e prática no design ou plural e subjetiva nas artes.

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Har mo nia


Design e Meio Ambiente Em uma sociedade moderna, populosa e desenvolvida, o ser humano vem encontrando cada vez mais problemas em conviver de forma harmoniosa com o meio ambiente. E é nesse momento de dificuldade que surge a sustentabilidade, uma forma de conciliar necessidades da sociedade com a minimização do impacto ambiental. Várias áreas profissionais agregam este conceito ao seu modo de trabalho, com o designer não seria diferente.

A melhor forma de se trabalhar de maneira sustentável para o designer é se basear no conceito dos 3Rs: Reduzir, reutilizar, reciclar. Enquanto seguir essas regras, o designer não terá complicações ao concluir seu projeto, oferecendo soluções para melhor qualidade de vida de forma inovadora, bela, e claro, sustentável.

O grande desafio da sustentabilidade é encontrar formas de atender as necessidades da sociedade atual, sem comprometer o futuro das próximas gerações. Ou seja, além das preocupações formais e funcionais de seu projeto, o designer também deve dar atenção às características sustentáveis que seu projeto pode ter. Essas preocupações se incluem principalmente no modo de produção e aplicação, como por exemplo, a redução do uso de recursos não renováveis e a sua aplicação em lugares que não causem impacto ambiental. Mas o grande dever do designer aqui, ao tentar unir esse conceito nos seus projetos, é que não haja perda de qualidade. Seu trabalho deve agregar esses valores ambientais, tão relevantes hoje em dia, de forma que não haja perda funcional, estética, etc.

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Design para ler Emilie Chamie Emilie Chamie é uma artista gráfica nascida em 1927, no Líbano, sua origem árabe deve ser levada em conta para compreender seu trabalho, mas sua iniciação no mundo das artes começa aqui no Brasil. De 1951 a 1953, Emilie estuda comunicação visual no IAC, tendo como mestres renomados nomes como; Lina Bo Bardi, Pietro bardi, Leopold Haar, entre outros, uma época onde o design ainda estava florescendo no Brasil. Na década sequinte, em 1963, Emilie integra o escritório Forminform, trabalhando diretamente como grandes nomes do cenário gráfico da época, como; Alexandre Wolner, Geraldo Barros e Robert Bastide. Na mesma década, Chamie passa a expor vários de seu trabalhos, tendo, em 1973, sua primeira exposição individual no MASP, que acaba ganhando o prêmio de melhor exposição da APCA, e pela mesma associação, em 1978, é reconhecida como melhor artista gráfica do ano. Sua carreira é marcada pelo desenvolvimento de identidades visuais, obras gráficas e design de livros e cartazes. Pouco antes de falecer, em 2000, Chamie publica o livro Rigor e Paixão, uma coletânea de suas obras e projetos. Emilie Chamie distingui-se na gráfica por sua independência, foi a primeira mulher a construir uma carreira de comunicação visual no Brasil. Não acredita no purismo suíço, esse seu distanciamento do purismo geométrico pode ser influenciado por sua origem árabe. Chamie procura uma comunicação correta, atual e inventiva. Gráfica limpa, sem rabiscos, facilitando a leitura rápida.

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Trabalhos Importantes Centro cultural (1982) Baseando-se na arquitetura moderna do edifício, com estruturas vergadas aparentes, Chamie , na época esposa do secretario da cultura, Mario Chamie, cria um logotipo que acentua as características arquitetônicas da construção, uma junção de curvas a partir das estruturas do prédio. Result Uma marca criada para uma consultoria de recursos humanos, neste trabalho podemos ver uma arte fluida com a repetição da palavra em “ritmos diferentes”, essa fluidez pode remeter ao caráter humano da empresa. A fala e forma Aqui o trabalho de Emily se mostra através da capa de um livro, a arte dá uma certa sensação de ilusão, a forma como as palavras são distribuídas dentro de um circulo captam o olhar do leitor, deixando certa curiosidade e atraindo o leitor.

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Considerações finais É extremamente necessário que, no curso de Design, possamos perceber o grau de integração entre as disciplinas, antes de iniciarmos a prática profissional. Nessa orientação, surgiu a proposta de elaboração de um portifólio com algumas interfaces do design. A observação entre os pontos comuns que há entre Design e Tecnologia revelou que os avanços tecnológicos democratizaram a profissão, além de revelar novas ferramentas de trabalho até então nunca vistas antes, abrindo um leque infinito de possibilidades.

O portfólio contém ainda a pesquisa feita na disciplina História do Design, com a designer Emilie Chamie, que foi um grande expoente do design gráfico feminino brasileiro durante sua carreira. A elaboração do portifólio de textos sobre as interfaces do design, além de compor a nota final da disciplina de Língua Portuguesa II, motivou a procura por outras relações questionadoras em que o Design aparece como fator relevante, pois o mundo visual está sempre presente, tornando-nos cúmplices em sua leitura cotidiana.

A pesquisa feita para a elaboração do texto design e Marketing deixou registrado o quanto conhecer o cliente é importante para o projeto atingir um nível de satisfação máximo. A interface do Design e Meio-Ambiente propiciou a oportunidade de conhecer como o designer pode interagir e aproveitar o meio ambiente de maneira harmoniosa, afinal sustentabilidade é um fator de destaque atualmente. Ao relacionar Design e Arte fizemos referência a área de comunicação que os dois se encontram, como formas de expressão. Além de claro, muitos dos conceitos básicos da arte são aplicados no design.

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Bibliografia Rigor e paixão | Poética visual de uma arte gráfica – Emilie Chamie www.enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa26671/emilie-chamie www.chocoladesign.com

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