TFG I | CASA DO MIGRANTE - Centro de Apoio e Acolhimento ao Refugiado de São Paulo

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CASA DO MIGRANTE MISSÃO PAZ Centro de Apoio e Acolhimento ao Refugiado de São Paulo



Trabalho Final de Graduação apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade São Judas

CASA DO MIGRANTE MISSÃO PAZ Centro de Apoio e Acolhimento ao Refugiado de São Paulo

Orientanda | Isabella Andreghetto Orientador | Prof. Dr. Sérgio Matera

São Paulo 2020


Figura 1: Farida Aba (6), uma das seis crianças de Angelina Monday, chorando depois que a família chegou em um abrigo para refugiados na cidade de Kuluba. Autor: Mads Nissen. Fonte: PANOS PICTURES.


AGRADECIMENTOS Aos meus pais Isabel, Wagner e ao meu padrasto Antônio, não apenas pelo amor incondicional e consolidação desta formação, mas principalmente pelos esforços e incentivos durante a graduação. Ao meu orientador Sérgio Matera, essencial não apenas para a conclusão deste trabalho, mas pelo conhecimento e pela admiração construída ao longo dos anos. As amigas que compartilharam tantas vivências e memórias ao longo destes anos: Amanda, Ana Caroline, Raiara e Stephanie. Em especial agradeço às minhas duplas que tanto contribuíram (pacientemente) para o meu crescimento, compartilhando muito além de conhecimentos, noites em claro e muitos sonhos ao longo destes anos: Ariane e Beatriz. A minha família e amigos que compreenderam com amor minha ausência em momentos importantes, excepcionalmente a Adriana, Giovanna Arruda, Giovanna Pino, Nadyne e Renata pelos apontamentos, de extrema importância, para o aprimoramento deste. Não menos importantes, a todos os professores e pessoas presentes no processo de formação, profissional e pessoal.


SUMÁRIO

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INTRODUÇÃO

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REFÚGIO E IMIGRAÇÃO

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ÁREA DE INTERVENÇÃO

3.1 Evolução histórica do bairro 3.2 Plano Urbanístico Parque Dom Pedro II 3.3 Viaduto Glicério 3.4 Leitura do lugar 3.5 Relatório visita de campo 3.6 Legislação

2.1 Conceitos 2.2 Histórico 2.3 Cenários: Mundo, Brasil e SP 2.4 Aspectos da integração do refugiado 2.5 Entidades de acolhimento em São Paulo 2.6 Estudo de caso | Casa do Migrante


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REFERÊNCIAS

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PROJETO

5.1 Centro de Apoio e Acolhimento 5.2 Pré-dimensionamento do programa de necessidades 5.3 Resumo das diretrizes 5.4 Implantação 5.5 Volumetria 5.6 Distribuição do programa

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4.1 3º Pré-selecionado concurso moradia estudantil UNIFESP Campus Osasco 4.2 Alojamento Masculino 4.3 The Bridge Homeless Assistance Center

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Figura 2: Batalha de Mossul Autor: Ivor Prickett. Fonte: WORLD PHOTOGRAPHY ORGANISATION.


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INTRODUÇÃO


De acordo com nossos conhecimentos, desde o início da civilização, a humanidade busca melhores condições de vida. Entretanto, em nosso cenário contemporâneo os fatores, que levam ao refúgio, decorrem de crises humanitárias, sejam elas perseguições políticas, sociais, religiosas, pobreza, desastres ambientais, entre outros. Segundo publicações de órgãos oficiais, entre eles a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), no ano de 2019 alcançamos o recorde de deslocamento forçado desde a II Guerra Mundial. A escolha do tema Centro de Apoio e Acolhimento aos Refugiados de São Paulo, surge a partir de reflexões à problemática do crescente fluxo de imigração de refugiados, tendo em vista as condições de fragilidade em que se encontram em meio a este processo. Com isso, surge o desejo de projetar um espaço que tem como objetivo: retomar a dignidade do indivíduo; o abrigar em ambiente seguro; proporcionar um primeiro contato com oportunidade de emprego e direcioná-lo a encontrar a sua vocação. Assim sendo, utilizar a Arquitetura e o Urbanismo como agentes capazes de promover um ambiente adequado ao acolhimento e reinserção do imigrante na sociedade. Para atingir os objetivos mencionados, serão realizadas entrevistas com refugiados, para compreender as dificuldades encontradas ao chegar à cidade; visitas a entidades que prestam apoio social, para quantificar a demanda de pessoas e serviços; dinâmica do projeto de apoio e acolhimento e visita de campo, para reconhecimento do local e as relações existentes entre o terreno e o entorno. Por conta do Covid-19 as mesmas foram adiadas e serão realizadas após a melhora do quadro da pandemia. O foco desta pesquisa encontra-se na cidade de São Paulo, a qual possui desde o início de sua história marcas de acolhimento aos imigrantes. Conforme pesquisa realizada entre a ONG Cáritas Arquidiocesana de São Paulo e a ACNUR, publicado pelo Jornal Folha de São Paulo, os refugiados buscam abrigo principalmente nas 10

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regiões da Sé, República, Pari, São Mateus e Itaquera, visto que estas dispõem de casas de acolhimento (geralmente prestados por entidades religiosas), moradia de baixo custo e maior demanda de emprego. A busca pelo local de implantação realiza-se a partir da região central de São Paulo, com foco nas proximidades da Paróquia Nossa Senhora da Paz, localizada na Baixada do Glicério, distrito da Liberdade. A Paróquia possui um programa chamado Missão Paz, o qual disponibiliza aos necessitados assistências jurídica, psicológica e social, além de aulas de português, realiza-se também o encaminhamento dos refugiados para cursos profissionalizantes e palestras em entidades parceiras. A estrutura do local possui alojamento com capacidade para abrigar 110 pessoas, sejam elas imigrantes ou refugiados, onde lhes são oferecidos alimentação, itens de higiene e áreas de lazer. Com o intuito de auxiliar a demanda do projeto Missão Paz, escolhemos um terreno que está localizado a 140 metros da instituição, em frente ao Viaduto Glicério, na Rua Glicério, nº 371. A edificação que lá se encontra é o GuardeAqui Self Storage, por não cumprir uma função social estamos desconsiderando a edificação, considerando que o mesmo pode ser realocado para qualquer outro ponto da cidade. O terreno está localizado próximo ao centro de São Paulo, onde se tem fácil acesso a equipamentos culturais, SESC Carmo, Museu Catavento, entidades com fundos sociais como a Casa de Solidariedade II, além disso, é um local que possui ótima mobilidade urbana (Metrôs, terminais e pontos de ônibus).

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Figura 3: G rupo de refugiados chegando à ilha grega de Lesbos, após atravessar o mar Egeu, na Turquia. Autor: Ivor Prickett. PANOS PICTURE.


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REFÚGIO E IMIGRAÇÃO


2.1 CONCEITOS mi.gran.te. v.t.c e int. 1. Mudar de país ou de região; arribar. (MINI AURÉLIO, 2002) re.fu.gi.a.do. adj2g s.f.m. (MINI AURÉLIO, 2002)

1.Que ou aquele que migra.

Migrante e refugiado. A principal diferença está nas causas que motivaram a partida do seu local de origem. Refugiados são pessoas que deixaram o seu país por conta de conflitos armados ou perseguições e por esse motivo recebem proteção internacional. Já os migrantes partem de forma voluntária em busca de melhores condições de vida, seja por fatores econômicos, educação, entre outros. Segundo definição do Art. 1 da Lei 9.474, de 22 de julho de 1997: Art. 1º Será reconhecido como refugiado todo indivíduo que: I - devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país; II - não tendo nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua residência habitual, não possa ou não queira regressar a ele, em função das circunstâncias descritas no inciso anterior; III - devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outro país.

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De acordo com o Alto Comissionário das Nações Unidas para os Refugiados, há diferentes tipos e definições para os tipos de migrantes. São estes: Apátrida: são pessoas que não possuem nacionalidade definida por nenhum país. Deslocados internos: pessoas que se deslocam dentro do seu próprio país buscando proteção, não atravessam a fronteira, mas deixam suas casas pelos mesmos motivos que os refugiados. Imigrante econômico: imigrantes partem para outros países a procura de sobrevivência econômica e trabalho. Imigrante indocumentado: imigrantes com documentos irregulares, sem autorização para residir em nosso país. Retornados: pessoas que retornam a seus países por livre e espontânea vontade mesmo após receberem status de refugiado ou solicitante de refúgio. Solicitantes de refúgio: imigrantes que solicitam ao governo reconhecimento como refugiado, mas que aguardam concessão de seu pedido.

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2.2 HISTÓRICO O termo e regras do refúgio já eram utilizados desde a Antiguidade. Na época as perseguições eram de ordem religiosa, os refugiados dirigiam-se às igrejas como local de abrigo devido perseguições e violências que sofriam, visto que nesses locais os seus perseguidores não poderiam adentrar. Porém, parte dos que buscavam auxílio eram criminosos, e utilizavam dessa assistência para benefício próprio. Diferentemente do que acontecia nos tempos primórdios, atualmente o refúgio serve como instrumento de proteção internacional aos indivíduos perseguidos por diversos fatores, sendo excluídos os que cometeram qualquer tipo de delito.

ACNUR Alto Comissionário das Nações Unidas para os Refugiados IRO Organização Internacional Para Refugiados ONU Organização das Nações Unidas UNRRA Administração de Socorro e Reabilitação das Nações Unidas

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Devido ao crescente número de deslocamentos em massa ocasionados por conta das Guerras e Revoluções do século XX, foi necessário criar políticas internacionais e definir as situações jurídicas dos refugiados com o intuito de assegurar e defender os indivíduos que encontravam-se em deslocamento e refúgio. Neste contexto são fundadas instituições como a UNRRA, o IRO e a ONU. Em 1950 foi criado o ACNUR, instituição internacional, humanitária de caráter social, a qual trabalha em prol da proteção e assistência às pessoas refugiadas, deslocadas e apátridas em todo mundo até os dias atuais. No ano de 1951 foi aprovada em Genebra a Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados, também conhecida como Convenção de 1951 das Nações Unidas. Neste evento o comissionário presente tinha como intuito: revisar, codificar e estender o cumprimento de proteção para o âmbito mundial. Foram discutidos e estabelecidos os critérios deste instrumento com o propósito de garantir a liberdade, integridade dos direitos humanos aqueles que temem ser perseguidos por qualquer que seja o motivo (raça, nacionalidade, grupo social, religião, etc.) que estão fora do seu país de origem e não possam (ou não queiram) permanecer e ser protegidos pelo mesmo. Além destas medidas, também foi definido o termo non-refoulement, o qual define que os países não podem obrigar o regresso ao seu território em caso de receio devidamente fundamentado. Neste também ficam claros os direitos e deveres a serem cumpridos no novo país.

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A Convenção de 1951 definia o refúgio de forma restrita, podendo apenas ser aplicado às pessoas que saíram de seus locais de origem (Europa) e tempo (período anterior a 1 de janeiro de 1951) devido a temores e perseguições após acontecimentos ocorridos no período da II Guerra Mundial. Justamente por conta dessas restrições a Convenção não conseguia ser aplicada. A correção foi realizada em 1967, através do Protocolo sobre o Estatuto do Refugiado, retirando o limite geográfico e tempo, conseguindo assim ser aplicado em âmbito internacional. Com o intuito de ampliar o campo de aplicação dos direitos aos refugiados definidos pela Convenção de 1951 para as Américas Latina e Central, foi realizada uma reunião com os representantes e juristas na Colômbia, neste mesmo encontro foi assinada a Declaração de Cartagena, a qual recomendava aos países ampliar definições de condição do refúgio, devendo ser empregado para todos aqueles que precisavam preservar suas vidas, escapando de seu país onde tenham sofrido qualquer tipo de ameaça, agressão ou estivessem passando por conflitos internos e tenham tido seus direitos desrespeitados. Desta forma foi definido o tema mais atual do conceito de refúgio em relação à Convenção de 51, pois tornou-se mais ampla e flexível. Porém, atualmente na América Latina o sistema de asilo esta em desuso após o início da atuação do ACNUR.

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2.3 CENÁRIOS: MUNDO, BRASIL E SÃO PAULO

Países acolhedores e países de origem | 2018 Países acolhedores Turquia

3.70

Paquistão

1.40

Uganda

1.17

Sudão

1.07

Alemanha

1.06

Para melhor compreender este cenário atual, retomaremos a memória alguns eventos. Desde sua independência, o Haiti sofre com problemas ocasionados pelo governo ditatorial e golpes de estado. Porém, em 2010 a situação agravou após o terremoto com epicentro na península de Tiburon, atingindo cidades a 25 quilômetros dali, o país foi devastado por um tremor que atingiu 7,0 na escala Richter, seguidos de mais dois com magnitudes de 5,9 e 5,5, o desastre causou milhares de mortos e desabrigados. O país registrou, em 2017, IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 0,498 sendo que mais de 45,8% da população, da época, em estado de desnutrição e com acesso restrito a alimentos e rede sanitária.

Países de origem Síria

6.70

Afeganistão

2.70

Sudão do Sul

2.30

Mianmar

1.10

Somália

0.95

Figura 4: Países acolhedores - 2018. Fonte: UNHCR | Alterado pela autora Figura 5: Países de origem - 2018. Fonte: UNHCR | Alterado pela autora

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No ano seguinte ocorreu, no período entre 2011 e 2013, uma grande revolta conhecida como Primavera Árabe - movimento que luta pela busca de melhores condições de vida, emprego, liberdade política e de expressão marcado por inúmeros protestos e revoluções que ocorreram no Oriente Médio e Norte da África, envolvendo Egito, Líbia, Síria, Tunísia, Iêmen e Bahrein. Esse acontecimento acarretou uma das maiores crises humanitárias dos últimos tempos, onde 11 milhões de sírios deixaram suas casas, sendo 5 milhões em condições de refugiados. Semelhante ao cenário da Síria está à Venezuela. Após o falecimento de Hugo Chavéz e a posse de Nicolás Maduro, o país vêm enfrentando uma crise política, econômica e social. Neste período houve aumento do petróleo, o que fez a inflação ultrapassar os 800%. A instabilidade financeira resultou em um cenário de fome, miséria e doenças, o que fez milhares de venezuelanos saírem do país.

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80% dos refugiados vivem em paises vizinhos PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

Segundo publicações do ACNUR, cerca de 70,8 milhões de pessoas em todo o mundo foram forçadas a abandonar suas casas. Sendo 25,9 milhões de pessoas em condições de refúgio, 3,5 milhões de solicitantes de refúgio, 3,9 milhões apátridas, sem contar os que são indocumentados. De acordo com o ACNUR 80% dos refugiados buscam asilo em países vizinhos, o que justifica o continente Europeu acolher a grande maioria destas pessoas, apenas a Turquia e Alemanha somam aproximadamente 4,8 milhões de pessoas. Cerca de 57% dos refugiados vem de três países, são eles: Síria, Afeganistão e Sudão do Sul. O gráfico a seguir faz um comparativo entre os países que mais receberam solicitações de refúgio nos anos de 2017 e 2018. O Brasil ocupou o sexto lugar da lista em 2018, recebendo 80.000 pedidos. Países com maiores solicitações de refúgio | 2017-2018 Estados Unidos Peru Alemanha França Turquia Brasil 0 50 100 Novos pedidos de asilos (em milhares) 2017

150

200

250

300

2018

Figura 6: Cidades com maiores solicitações de refúgio nos anos de 2017 e 2018. Fonte: UNHCR.

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No início da década de 60, o Brasil aderiu a Convenção de 51, anos depois entrou em vigência o Protocolo de 1967 (correção de reserva e tempo) e, além disso, tornou-se membro do ACNUR em 1958, a qual se instalou no Rio de Janeiro em 1977, momento em que o país enfrentava a ditadura militar, acontecimento que causou o deslocamento de parte da população brasileira rumo ao exterior em busca de segurança e liberdade. Desde sua chegada ao país o ACNUR contava com o apoio de instituições católicas, entre elas a Cáritas Arquidiocesana. A princípio, por conta do cenário político, as instituições religiosas acompanhavam e protegiam tanto os brasileiros em seu refúgio para o exterior, como prestava apoio aos refugiados dos países vizinhos (argentinos, chilenos e uruguaios) que também passavam por problemas políticos e não poderiam arcar com as despesas de viagens mais longas. Apesar de se instalar no Brasil no final da década de 70, apenas em 1982 o ACNUR foi aceito no país. Contudo, para que pudesse cumprir efetivamente o seu papel, foi necessário alterar alguns padrões definidos pela Convenção de 51, revendo reserva geográfica, passando a vigência a nível mundial. Com isso, no ano de 1986, recebemos os primeiros refugiados não europeus em solo brasileiro, 50 famílias iranianas que eram perseguidas devido a sua fé religiosa.

CÁRITAS ARQUIDIOCESANA Entidade que promove acolhe, orienta e encaminha solicitantes de refúgio e refugiados ao ACNUR e a sociedade civil, com o propósito de integrá-los a sociedade brasileira.

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Em 1987, o Conselho Nacional de Imigração editou a Resolução nº 17 e dessa forma conseguiu receber como título de emigrantes estrangeiros paraguaios, chilenos e argentinos perseguidos pela ditadura em seus países. Dois anos após, por meio do decreto nº 98.602 foi adotada a Declaração de Cartagena, sendo reconhecido como refugiado qualquer pessoa em busca de asilo, independente de sua origem. Em 1991, o Ministério da Justiça edita a portaria interministerial nº 394, criando um instrumento para a solicitação e autorização de refúgio. No início as entrevistas eram realizadas pelo ACNUR, que solicitava

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o reconhecimento oficial ao governo brasileiro, o qual realizava a emissão de documentos, não sendo prestado nenhum apoio quanto a condição de saúde física ou emocional do refugiado. Após reunião com a presença de representantes das Cáritas Arquidiocesanas do Rio de Janeiro e São Paulo, e dos Ministérios das Relações Exteriores, da Saúde, do Trabalho e da Educação fica clara a necessidade de criar uma lei específica para o país, sendo necessário definir a situação do refugiado e criar políticas para o amparo e suporte à saúde física e mental, incluindo a proteção de seus direitos e deveres. Composta por 49 artigos, a Lei nº 9.474, do ano de 1997, ainda hoje é considerada uma das mais modernas, inclusivas e generosas. Foi elaborada a partir da parceria entre o ACNUR e a sociedade civil. Além disso, consta na lei um novo órgão responsável por controlar as solicitações de refúgio, o CONARE. Ele é formado por uma tríade: governo, sociedade civil e Nações Unidas, podendo assim ser caracterizado visto seu caráter misto, público-privado. Em 2017 entra em vigor a Nova Lei de Migração (nº 13.445), onde definem-se as normas de proteção humanitárias em âmbito nacional e internacional, direitos e deveres dos imigrantes em geral, diretrizes sobre políticas públicas, documentação, entrada e saída do território nacional, opção de nacionalidade, naturalização, direitos sociais (acessos públicos à educação, saúde, direito ao trabalho, moradia e serviço bancário) e a liberdade. Sendo assim, pode ser aplicado aos refugiados. Porém, ainda há um caminho longo a percorrer para que de fato essa igualdade seja alcançada, entre eles podemos mencionar o direito ao voto. É válido lembrar que é de responsabilidade a cada país definir as diretrizes das leis voltadas para a imigração, cabendo a estes estimular ou restringir o fluxo, seja por meio de políticas voltadas para a pesquisa ou até mesmo o acolhimento de imigrantes.

CONARE Comitê Nacional para os Refugiados

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Nos últimos anos o Brasil vem recebendo i nte n s os f l uxos m i g ra tó r i os , a co l h e n d o imigrantes, solicitantes de refúgio e refugiados de diversas origens. Conforme os números divulgados pela Polícia Federal, até o ano de 2010, o país recebia em média cerca de 180 solicitações de refúgio por ano, já no ano seguinte esse número chegou a 3.538, e em 2018 atingiu 80.057 pedidos. Ao longo desses 8 anos foram recebidas 206.737 solicitações, vindas de aproximadamente 91 nacionalidades.

Nos últimos 8 anos, o Brasil recebeu 206.737 solicitações de reconhecimento da condição de 80.057

28.385 17.631 3.538

4.282

2011

2012

2013

33.866

28.670 10.308

2014

2015

2016

2017

2018

Figura 7: Nos últimos 8 anos, o Brasil recebeu 206.737 solicitações de reconhecimento da condição de refugiado. Fonte: GOVERNO FEDERAL | Alterado pela autora.

Solicitações de reconhecimento da condição de refugiado por país de origem em 2018 Venezuela Haiti Cuba China Bangladesh Angola Senegal Síria Índia Outros

7.030

61.681

2.749 1.450 947 675 462 409 370 4.284

Figura 8: Solicitações de reconhecimento da condição de refugiado por país de origem em 2018. Fonte: GOVERNO FEDERAL | Alterado pela autora.

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Eventualmente ocorrem conflitos que acabam ocasionando o deslocamento em massa de uma população, como foi o caso da Venezuela, que acabou por refletir no cenário de refúgios do Brasil. Conforme podemos ver no gráfico, a quantidade de solicitações de refúgio para o Brasil, feita por venezuelanos, subiu de 17.865 pedidos em 2017 e chegou a 61.681 em 2018, em seguida vêm os haitianos, cubanos e chineses. Segundo dados recentes, até o ano de 2018, o Brasil possuía cerca de 11.231 pessoas reconhecidas como refugiadas, porém apenas 6.554 se mantém com a mesma condição. Acredita-se que as demais possam ter: re g re s s a d o a o s e u p a í s d e o r i g e m , s e naturalizado como brasileiros tendo assim a suspensão da condição de refugiado, falecido e entre outras possibilidades. Apesar de o Brasil ser conhecido pela boa receptividade, infelizmente ainda há muito

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preconceito na chegada e integração dessa população a nossa cultura, pois muitos os enxergam como uma ameaça a segurança, a economia e aumento do desemprego. Segundo o economista Hyppolyte dÁlbis em entrevista realizada pelo Jornal BBC em 2018: Perfil das pessoas refugiadas no Brasil

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28%

Um exemplo positivo de acolhimento é o caso da Suécia. Segundo matéria divulgada pelo Jornal BBC no ano de 2018, o país recebeu cerca de 15 mil pessoas, por conta da onda migratória que ocorreu na Europa entre 2000 e 2014. Sua ação foi criar uma política de integração e investir nessa população, já sabido que esse não seria um ato temporário, mas estruturante para o país. Resultando em uma alta do PIB de meio ponto percentual, isso por conta do aumento da população ativa, atuando onde havia carência na mão de obra.

Mulheres

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Nossa perspectiva macroeconômica mostra que a imigração gera um aumento de demanda global que impulsiona a economia e reduz o desemprego (...) Além disso, a maioria dos imigrantes estão em idade de trabalhar e por isso ajudam a diminuir a taxa de dependência na maioria das populações, promovendo um dividendo demográfico que é benéfico às economias dos países receptores. (D´ALBIS,2018.)

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A maioria dos que aqui chegam tem entre 25 e 49 anos, ou seja, uma faixa etária ativa, com potencial de contribuir em um possível aumento na economia, além da rica troca de cultura, experiências e habilidades ocasionadas por esses fluxos da migração. O quão rápido sejam integrados a nossa cultura através da língua, terem o reconhecimento de sua qualificação e forem recebidos por empresa ou encaminhados para cursos profissionalizantes irão favorecer o desenvolvimento do país. Levantamentos mostram que boa parte dos refugiados possuem alto nível de escolaridade, podendo se destacar em diversas áreas ou iniciando o seu próprio negócio e colaborando para o aumento de vagas de emprego.

72% Homens

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F i g u r a 9 : Pe r f i l d a s p e s s o a s refugiadas no Brasil. GOVERNO FEDERAL. | Alterado pela autora

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Acima de tudo o acolhimento é um ato humanitário, mas que podemos encarar como um cenário de oportunidades, onde se pode contribuir com o desenvolvimento social e econômico. Porém a decisão cabe ao país de destino criar ou não políticas públicas para acolher essas pessoas.

Roraima (63%) e Amazonas (13%) servem de entrada para os venezuelanos. Contudo, em muitos casos, os refugiados são remanejados e conduzidos da região Norte para São Paulo. De acordo com o georreferenciamento realizado pela ACNUR por meio dos dados colhidos em 2018, pela Cáritas Arquidiocesana d e S ã o Pa u l o, f o i p o s s í v e l g e r a r u m mapeamento da distribuição dos refugiados pela cidade. Para isso foram coletados: nome, gênero, idade, condição de chegada, vulnerabilidade, situação da família e endereço. Dessa forma será possível analisar não só o progresso, como criar políticas públicas adequadas às necessidades mais recorrentes/específicas do grupo.

Conforme divulgações realizadas pelo CONARE através dos dados coletados pela Polícia Federal, em 2018 o estado de São Paulo foi o terceiro mais procurado para ser o destino desses imigrantes, PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION com 12% das solicitações, isso porque atualmente

19,8% venezuelanos

4,15% 10,7% nigerianos sírios 20% 13,6% angolanos congoleses

Das 84 nacionalidades atendidas pela Caritas em 2018, as 5 maiores representam quase 70% do total de pessoas. PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

Figura 10: Nacionalidades dos refugiados atendidos pela Cáritas de São Paulo em 2018. FONTE: ACNUR | Alterado pela autora

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Nacionalidades dos refugiados atendidos pela Cáritas de São Paulo em 2018

A partir do material coletado através da entrevista realizada com 5.463 pessoas conseguimos notar a predominância de homens (64%) em relação às mulheres (36%). Do total de pessoas entrevistas 3.862 (70%) estão na faixa etária economicamente ativa. Quanto a sua distribuição na cidade os dados mostram que a concentração, quando chegam ao estado, acontece na parte central, principalmente nos distritos da Sé, República e Pari. A escolha por esses locais se dá a partir do acesso á moradia com custo menor, boa infraestrutura, serviços disponíveis para a população e mais oportunidades no mercado de trabalhos seja ele formal e informal, sendo o último, o mais comumente ofertado a essa população.

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Mapa de distribuição geral

Divisão distritual das pessoas atendidas em 2018 Sé 521 República 466 Pari 409 São Mateus 247 Itaquera 237 Brás 233 Belém 176 Mooca 169 Artur Alvim 155 Santana 151 Penha 139 José Bonifácio 134

Distribuição geográfic das pessoas atendidas pela Cáritas em SP em 2018 Zona Sul

Divisão por zonas das pessoas atendidas em 2018

Zona Leste

Zona Leste 2794 (55%) Centro 1328 (26%) Zona Sul 492 (9,5%) Zona Norte 323 (6,5%) Zona Oeste 160 (3%)

Figura 11: Mapa de distribuição dos refugiados atendidos pela Cáritas na cidade de São Paulo. FONTE: ACNUR.

Zona Oeste Zona Centro Zona Norte

5

0

5

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2.4 ASPECTOS DA INTEGRAÇÃO DO REFUGIADO Os parâmetros foram pautados no relatório anual de 2016 pela Instituição Adus, que apresenta três possíveis soluções que são determinantes para a reestruturação do imigrante em novo território definidos pelo ACNUR, sendo elas: repatriação voluntária, integração local e reassentamento em um terceiro país. No presente trabalho desenvolveremos a partir do segundo, a integração local. De acordo com a instituição: A integração local é um processo complexo e gradual com dimensões legais, econômicas, sociais e culturais. Além disso, impõe demandas consideráveis ao indivíduo e à sociedade que o acolhe. Em muitos casos, a aquisição da nacionalidade do país anfitrião é o culminar desse processo. (ACNUR)

Documentação • Solicitação de refúgio: o refugiado pode conseguir o protocolo por meio de instituições como a Cáritas, realizar o preenchimento online e entregar na Polícia Federal, ou retirá-lo diretamente na unidade e aguardar a decisão dos órgãos quanto a sua condição. Cabe a PF reconhecer o contexto que motivou o deslocamento, bem como garantir a sua proteção; • RNE | Registro Nacional de Estrangeiro: após o deferimento da solicitação o refugiado poderá retirar o número de registro no país; • CIE | Cédula de Identidade do Estrangeiro: documento físico com o número do RNE, válido por todo o território brasileiro; • CTPS | Carteira de Trabalho e Previdência Social: pode ser solicitada por qualquer imigrante que esteja com sua documentação regular no país; 26

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Educação: uma das maiores dificuldades encontradas no processo de chegada são as diferenças culturais e principalmente a comunicação, devido falta de compreensão com o idioma local. Por este motivo é de suma importância à disponibilização de cursos de português e técnicos sendo ministrados com horários flexíveis e próximos aos centros, já que há dificuldades com o deslocamento. É valido lembrar que a compreensão da língua favorece o acolhimento da população, bem como a sensação de pertencimento a nova cultura e ajuda na inserção no mercado de trabalho. É direito do imigrante frequentar as unidades públicas de ensino fundamental, médio e cursos profissionalizantes. Trabalho: outra grande dificuldade é o ingresso no mercado de trabalho, pois muitas vezes o imigrante não consegue se encaixar em vagas que equivalem às experiências anteriores, se sujeitando a cargos inferiores, apesar do alto nível de escolaridade. Com isso vemos a necessidade de criar alternativas que facilitem o processo de revalidação de diploma nestes casos específicos. Para muitos a situação é ainda mais complexa, devido ao baixo nível de escolaridade e conhecimento acabam sendo submetidos ao trabalho escravo. Conforme citado anteriormente o refugiado tem o direito de solicitar a CTPS, podendo assim

exercer trabalho formal e ser remunerado pelo serviço prestado, tendo direitos iguais aos demais trabalhadores. Moradia: atualmente a cidade conta com poucos abrigos temporários capazes de acolher os refugiados, solicitantes de refúgio e apátridas. Por conta da crescente onda migratória as entidades não conseguem atender a demanda, cerca de 20 a 25 solicitações semanais, dados da Cáritas Arquidiocesana. Quando as vagas desses abrigos estão preenchidas, os recém-chegados são encaminhados para os centros de acolhimento, que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade social, entre eles moradores de rua, usuário de substâncias psicoativas e intorpecentes. Contudo, o local não conta com atendimentos especializados para o grupo e há determinação para a saída após o café da manhã, com isso o refugiado fica sem se alimentar e na rua, aguardando até o final do dia para dar entrada novamente. Neste momento, o solicitante parte em busca de um local e acaba encontrando moradias informais em áreas periféricas com aluguel mais acessível ou em ocupações. Para facilitar esse acesso à moradia a Prefeitura conta com duas opções: a bolsa aluguel e o Minha Casa, Minha Vida.

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2.5 ENTIDADES DE ACOLHIMENTO EM SÃO PAULO O levantamento a seguir foi retirado do Trabalho de Conclusão de Curso Complexo de Acolhida ao Refugiado - Uma proposta de Unificação de Povos realizado pela aluna Nathalia Pugliese. ABRIGOS Arsenal da Esperança | Conveniada a Gestão Municipal R. Dr. Almeida Lima, n. 900 – Moóca Alojamento com 200 vagas, alimentação, higiene, atendimento social, lavanderia, cuidados médicos, alfabetização, cursos profissionalizantes e recreação. Casa de passagem Terra Nova | Governo Estadual R. da Abolição, n. 145 – República Alojamento com 50 vagas, orientação profissional, curso de idiomas e trabalho para a inclusão dos imigrantes no mercado de trabalho. Casa do Migrante | Filantrópica R. Glicério, n. 225 - Liberdade. Alojamento 110 vagas (25 femininas e 85 masculinas), alimentação, assistências jurídica, social e psicológica, atendimento emergencial, curso de idiomas e 28

encaminhamento para profissionalizantes, entre outros. CRAI - Centro de Referencia e Acolhida ao Imigrante R. Maj. Diogo, n. 834 - Bela Vista Alojamento capaz de abrigar 120 pessoas, com período máximo estipulado de 6 meses, salvo alguns casos. Centro Social N. Senhora Aparecida| Conveniada a Gestão Municipal R. Bueno de Andrade, n. 247 Liberdade Abrigo para 80 pessoas. REGULARIZAÇÃO DE DOCUMENTOS | Serviços públicos CAT | Centro de Apoio ao Trabalhador Conta com 26 unidades em toda a cidade. DHIC | Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante R. Bernardo Magalhães, n. 203 Tatuapé.

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CIC do Imigrante | Centro de Inclusão de Cidadania do Imigrante R. Barra Funda, n. 1020-B. Funda Departamento de Policia Federal - Setor Estrangeiro R. Hugo D’Antola, n. 95 - Lapa. INCA | II Patronato della CGIL, Patronato Nacionale Confederale di Assistenza R. Dr. Alfredo Ellis, n. 68 - Bela Vista. DRT | Delegacia Regional do Trabalho R. Martins Fontes, n. 109 - Centro. CULTURA, ASSISTÊNCIA E REINTEGRAÇÃO | Serviços públicos Adus | ONG Av. São João, n. 313, 11. Andar – Centro Aliança Empreendedora R. Dom José de Barros, n. 17 conjunto 131 - República.


Articulação Regional Espaço Sem Fronteiras R. Bernardo Magalhães, n. 203 Tatuapé. Associação Cidade Escola Aprendiz R. Padre João Gonçalves, n. 152 Vila Madalena. Associação Gastronômica Cultural Folclórica Boliviana Padre Bento Praça Kantuta, n. 924 - Canindé. Association des Ressortissan du Burkina Faso R. Visconde de Parnaíba, n. 1191 - Brás.

CESPROM - Centro Scalabrianode Proteção do Migrante R. Teresa Francisca Martin, n. 201 - Canindé. Educar para o Mundo Av. Lúcio Martins Rodrigues, travessas 3 e 4, s/n. Cidade Universitária. Federação de Residentes Bolivianos no Brasil R. São Benedito, n. 76 - Alto da Boa Vista. Mungazi R. Gregório de Souza, n. 128 - Vila Matilde.

Biblioteca e Centro de Pesquisa América do Sul –tPaíses Árabes R. Baronesa de Itu, n. 639 - Santa Cecília.

Museu da Imigração do Estado de São Paulo R. Visconde de Parnaíba, n. 1316, Moóca.

Casa das Áfricas R. Harmonia, n. 1150 Sumarezinho.

PAL - Presença de América Latina Praça da Sé, 371 conjunto 704, Centro.

Centro de Referencia para Refugiados - Cáritas R. Major Diogo, n. 834 - Bela Vista.

Projeto Ponte Atendimento Psicanalítico para Imigrantes e Migrantes R. MinistroGodoy, n. 1484 Perdizes.

SEFRAS - Serviço Franciscano de Solidariedade R. Hanneman, n. 352 - Pari. União Malinesa . Filhos do Mali R. Visconde de Parnaíba, n. 1117 Moóca. 9Polar R. Santa Isabel, n. 323 - Vila Buarque. Essa pesquisa teve como objetivo identificar a quantidade de assitências disponíveis na cidade de São Paulo voltadas para o atender e apoiar os refugiados. Contudo, nota-se que 5 entidades oferecem espaços para abrigálos temporariamente, contando com apenas 550 vagas, número insuficiente para atender a d e m a n d a . Fa t o r e s s e q u e contribui de forma negativa para o aumento da população de rua, criminalidade e índices de exclusão e vulnerabilidade social. E n t r e t a n t o ve m o s o fo r t e incentivo à cultura, assistência e reintegração, ou seja, locais que ajudam a minimizar as dificuldades encontradas neste processo. (PUGLIESE,2018).

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2.6 ESTUDO DE CASO | CASA DO MIGRANTE

Figura 12: Paróquia Nossa Senhora da Paz: sede do projeto Casa do Migrante. Autor: Duda Bairros. Fonte: VEJA SÃO PAULO.

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A Missão Paz faz parte da Congregação dos Missionários de São Carlos, também conhecidos como Scalabrianos, foi fundada em 1887 pelo bispo italiano Giovanni Battista Scalabrini. Por volta de 1930, começou a receber imigrantes italianos que necessitavam de abrigo, assim iniciou o trabalho de acolhimento. Com o passar do tempo atendeu outros necessitados, entre eles: migrantes, imigrantes, solicitantes de refúgio, refugiados e apátridas. Atualmente presta auxílio a mais de 70 nacionalidades por ano e está presente em 33 países. No Brasil existe uma rede dos Scalabrianos, além do estado de São Paulo estão presentes em Manaus, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Florianópolis, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, atendendo imigrantes. Com o tempo, devido às novas demandas e necessidades, a Missão Paz foi ampliando o serviço prestado. Em sua atual estrutura, trabalha em quatro projetos: Casa do Migrante: possui um espaço de acolhimento para alojar 110 imigrantes ou refugiados (25 femininas e 85 masculinas, divididos por alas distintas), também são oferecidos alimentação, itens para higiene pessoal, roupas, aulas de português e encaminhamento para cursos profissionalizantes, acompanhamentos jurídicos, psicológicos e sociais. Sua estrutura é composta por: espaço de convivência, sala de TV, biblioteca, brinquedoteca e lavanderia. Para promover a integração entre os acolhidos, a casa promove atividades de lazer e festas comemorativas.

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Centro Pastoral e de Mediação dos Migrantes: é constituído por cinco eixos: • Documentação e jurídico: direcionam o imigrante no que diz respeito a assuntos referentes à documentação, além de disponibilizar o serviço de advogados; • Trabalho e cursos: disponibiliza dentro das dependências da Missão Paz ou realiza o encaminhamento para cursos de língua portuguesa e realiza o encaminhamento para cursos profissionalizantes e universitários. Há também o setor responsável por promover o intercâmbio entre empresas (previamente selecionadas) e imigrantes ou refugiados. São promovidas palestras para esclarecer sobre a contratação, enquanto os imigrantes são informados quanto às leis trabalhistas e meios de denúncias, caso sejam submetidos ao trabalho escravo; • Saúde e educação: através dos médicos voluntários presta atendimento de saúde e ajudam no acesso aos serviços públicos (saúde e educação); • Família e comunidade: realizam o acompanhamento de imigrantes que encontram-se em situações vulneráveis, entre elas aqueles que estão abrigados em ocupações. CEM | Centro de Estudos Migratórios: conta com uma biblioteca voltada para o tema de imigração, realiza a publicação da Revista Travessia, oferece cursos a distância, seminários e assessorias referentes à formação. Igreja Nossa Senhora da Paz: devido à diversidade das etnias acolhidas, celebra em português, francês, inglês e espanhol. Apesar disso realizada os acolhimentos sem distinção de credo.

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Contribuições econômicas Surge em 2012, com a chegada de haitianos, uma parceria entre o Centro Pastoral e o de Mediação dos Migrantes, que através de seu trabalho conjunto conseguiu empregar 6.593 pessoas até o ano de 2017. Mediante a tal cooperação entre as duas entidades foi possível levantar assuntos importantes como: • Entre os perfis dos imigrantes e refugiados, há elevado nível de conhecimento, dentre eles destacam-se: engenheiros, chefes de cozinha, mecânicos de navio, trabalhadores de plataformas petrolíferas, biomédicos, entre outros; • Por falarem dois ou mais idiomas, os refugiados, podem se destacar em cargos que necessitam dessas habilidade específicas; • Experiências e culturas diferentes, promovendo melhorias e novas perspectivas às empresas; • São mais abertos a novas possibilidades, possuem boa adaptação e vontade de construir uma nova realidade para suas vidas; • A chegada dos refugiados poderá contribuir não apenas para a economia, mas também proporcionará o controle da taxa de natalidade. Com esses projetos a Missão paz opera em prol da segurança e integração cultural aqueles que lá ingressam. Como disse o Padre Paolo Parise em uma entrevista realizada pela Revista Travessia: “Antes de mais nada, é um dever ético e humano acolher o imigrante. Impactos econômicos e interesses nacionais são consequências.”

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Figura 13: Os sírios internamente deslocados em Tal Refaat, Alepo, coletam suprimentos de ajuda das equipes do ACNUR que trabalham com parceiros locais na região. Autor: Antwan Chnkdji. Fonte: NAÇÕES UNIDAS BRASIL.


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ÁREA DE INTERVENÇÃO


3.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO BAIRRO A história da cidade de São Paulo se desenvolveu às margens dos rios, elemento de suma importância para a articulação e crescimento da metrópole paulistana. Foi nesse contexto, ao sul da várzea do Carmo próximo ao rio Tamanduateí, que se inicia a história do Glicério, um bairro atípico da cidade a qual ainda hoje possui cicatrizes deixadas pelo processo de desenvolvimento desenfreado, marginalizado e esquecido pelo poder público. Segundo Barros Ferreira, em seu livro Histórias dos Bairros de São Paulo: o nobre bairro da Sé, no século XVIII, o rio era utilizado não apenas como porta de entrada da cidade, mas também por ser ponto estratégico para atividades comerciais, moradia, lavagem de roupa, banho e lazer, costumes esses presentes em fotos e pinturas da época, onde mostram-se a paisagem, os rios e a vida cotidiana da população, entre eles lavadeiras, tropeiros e pretos veios.

Figura 14: A inundação da Várzea do Carmo - Óleo sobre tela, Benedito Calixto, 1892. Fonte: NOVO MILÊNIO.

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Com o intuito de melhorar as condições sanitárias da região, devido ao seu aumento populacional, em 1841, foi proposta a primeira retificação do Tamanduateí e três anos após o trecho das Sete Voltas também foi alterado, pouco tempo depois, essas intervenções fizeram com que o rio perdesse o seu caráter de navegação. Em 1850 foi necessária nova intervenção para conter as inundações periódicas, ação esta que veio como resposta a valorização das terras, agora tidas como urbanas, para organização da propriedade privada e adensamento das áreas urbanas previstas na Lei de Terras, conforme relatos de Ferreira (1971). Na pintura de Benedito Calixto (figura 14) é possível notar a presença do Mercado Caipira, que foi substituído pelo mercado Municipal em 1890, local onde eram comercializados diversos tipos de produtos vindos de áreas mais afastadas da cidade, e ao fundo a várzea do Carmo inundada. Neste mesmo período surgem os primeiros planos para a canalização do rio, a proposta tinha como objetivo a maior eficiência do escoamento de suas águas. No século XIX, com a expansão do setor cafeeiro, São Paulo ganha força no setor econômico e internacional, impulsionando a chegada da estrada de ferro com a instalação da São Paulo Railway Company inaugurada em 1867, promovendo a ligação entre Jundiaí e Santos facilitando o transporte do café entre o interior até o porto. Em consequência a esse processo,

empresas partem para a capital paulista e se instalam nas proximidades da linha ferroviária, surgindo assim às vilas operárias para acomodar os funcionários destas empresas, o que acabou gerando um alto crescimento da população urbana. Por conta desse processo, nesse mesmo período a cidade acabou recebendo outros investimentos em projetos urbanos e energia elétrica. No final do século XIX São Paulo recebe mais um meio de transporte, os bondes. A primeira linha eletrificada foi inaugurada em 1900 fazendo o percurso entre centro e a Barra Funda. Após o fim das obras de retificação do rio e aterro da várzea surgem as propostas urbanísticas e paisagísticas para a construção de um parque. As primeiras propostas foram realizadas por Joseph Antoine Bouvard, a qual não foi executada. No ano de 1920, um novo projeto foi apresentado pelo arquiteto paisagista francês Francisque Cochet e aprovado, transformando a área da várzea do Carmo em uma extensão dos jardins parisienses, junto a áreas de lazer e esporte para atender a demanda da população operária, porém a devida apropriação não aconteceu, já que esses equipamentos não foram executados. A obra foi iniciada em 1918 e inaugurada em 1922, quando foi então denominado Parque Dom Pedro II em homenagem ao Imperador. Contudo, as propostas para a retificação dos rios não se justificaram apenas como resposta a expansão da cidade e as suas novas demandas de energia, mas também como forma de incentivo

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à construção de vias para automóveis, setor industrial que havia se instalado na cidade desde 1893. Com isso o sistema de bonde foi extinto para dar espaço aos carros e ônibus. De acordo com a tese de Tomás André Rebollo Urbanismo e Mobilidade na metrópole paulistana: estudo de caso Parque Dom Pedro II, Prestes Maia e Ulhôa Cintra elaboram na década de 30 o Plano de Avenidas, um sistema viário radial-concêntrico de vias arteriais que tinha como objetivo tornar a rede de mobilidade urbana mais eficiente, a fim de atender a nova demanda da cidade, articulando o deslocamento entre as áreas administrativas, comerciais, residenciais, industriais até os bairros periféricos de forma eficiente e ágil, propondo a construção de túneis, viadutos e construção de avenidas nos fundos de vales. As obras foram iniciadas em 1940 mudando a relação entre o território da cidade e os rios. Ao longo dos anos seguintes diversas obras foram realizadas com o intuito de interligar a cidade, totalizando em 1945 seis travessias sobre o rio Tamanduateí. Durante esse processo de transformações urbanas, foi proposto pelo engenheiro norte americano Robert Moses a construção de vias expressas sem cruzamentos em níveis, seria essa a via expressa para o bairro da Penha, através da construção da Radial Leste e mais tarde o Viaduto Glicério, o qual foi finalizado em 1971 na gestão de Paulo Maluf. Logo após, em 1974, foi inaugurado o primeiro trecho, da Companhia do Metropolitano de São Paulo, o Metrô. A extensão que compreende a Linha 1 - Azul (norte-sul) interligando o Jabaquara a Vila Mariana. Já no final da década foram finalizadas as obras da Linha 3 – Vermelha (leste-oeste), conectando o bairro da Sé ao Brás. O trecho que compreende a Linha Vermelha gerou diversas desapropriações no Parque Dom Pedro II e Brás para a implantação da estrutura do sistema de transporte nestas áreas que já estavam em processo de deterioração.

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Durante a década de 90 outras duas transformações ocorreram, entre elas os projetos de Paulo Mendes da Rocha, onde foi proposta uma intervenção no Terminal de Ônibus Parque Dom Pedro II e foram iniciadas as obras do Expresso Tiradentes, projeto do arquiteto Ruy Ohtake. Neste mesmo período, diversas foram as propostas de intervenção da área, porém apenas três saíram do papel: o restauro do Palácio da Indústria, a transferência da Prefeitura Municipal para o Parque Dom Pedro II e a construção da praça cívica, os quais foram realizados pelo arquiteto José Paulo do Bem. Anos após a prefeitura foi transferida para o seu endereço atual, próximo ao Viaduto do Chá (REBOLLO, 2012). No ano 2000 foi inaugurada a interligação elevada projetada por Ohtake, que liga o bairro do Sacomã ao Centro. O projeto sofreu algumas modificações desde a sua proposta e resultou em uma linha elevada em formato “Y”, partindo do Sacomã e possibilitando o acesso a duas regiões da cidade: Centro e São Mateus. No Parque Dom Pedro II possui dois terminais desse sistema, um que interliga a Linha Vermelha do Metrô e o ponto final que fica no terminal de ônibus municipais. Atualmente, após 50 anos da proposta apresentada por Couchet, encontramos um cenário totalmente diferente do inicial, podemos notar os efeitos negativos da infraestrutura, já que a malha viária acabou desarticulando as áreas lindeiras ao parque, além de dificultar a transposição para os acessos dos pedestres ainda acabou segregando o bairro do Glicério auxiliando para a deterioração da área. Podemos notar que nos últimos anos o bairro vem passando por diversas mudanças quanto às características, uso e ocupação do solo. As vilas operárias em processo de degradação vêm dando espaço para torres residenciais, em sua maioria situadas nas ruas dos Estudantes e Glicério, aumentando ainda mais a densidade do local.

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3.1.1 EVOLUÇÃO URBANA A partir da leitura dos mapas a seguir, é possível acompanhar o desenvolvimento da cidade de São Paulo entre 1842 e 2017. Podemos observar as gradativas, porém aceleradas, mudanças na paisagem como perda do caráter de navegação e atividades cotidianas realizadas no rio em resultado da modificação das curvas do Tamanduateí através da sua canalização; a instalação da ferrovia, após a retificação do rio; adensamento das áreas próximas às indústrias com a chegada da vila operária; o início das propostas urbanas para melhoria da região, trazendo espaços arborizados para a cidade e a intensificação das obras viárias, com o intuito de atender a demanda da metrópole.

Figura 15 : Planta da cidade de São Paulo - 18 42. Fonte: ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL | Alterado pela autora.

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Figura 16: Planta da cidade de São Paulo - 1916. Fonte: ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL | Alterado pela autora.

Figura 17: Planta da cidade de São Paulo - 1924. Fonte: ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL | Alterado pela autora.


Figura 18: Planta da cidade de São Paulo - 1943. Fonte: ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL | Alterado pela autora.

Figura 19: Planta da cidade de São Paulo - 1951. Fonte: ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL | Alterado pela autora.

Figura 20: Planta da cidade de São Paulo - 2001. Fonte: GEOSAMPA | Alterado pela autora.

Figura 21: Planta da cidade de São Paulo - 2017. Fonte: GOOGLE EARTH | Alterado pela autora.

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3.2 PLANO URBANÍSTICO PARQUE DOM PEDRO II

Figura 22: Perspectiva Plano Urbanístico Parque Dom Pedro II. Fonte: ARCHDAILY.

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O plano proposto pelos escritórios Una Arquitetos, H+F arquitetos, Metrópole Arquitetos e Lume buscam a retomada dos projetos já propostos para área, buscando compreender as condicionantes geográficas, históricas, e intervenções já realizadas buscando a requalificação urbana da região e seu entorno, reavivando as qualidades do local. Após estes estudos a equipe estruturou as intervenções em três eixos: sistema viário, transportes públicos e lagoas de retenção. Sistema viário Conforme já mencionado anteriormente, o sistema viário foi uma das principais condicionantes para o processo de degradação da área. Contudo, com o intuito de restabelecer as relações entre território, parque e pedestre, visando o melhoramento na questão da mobilidade, foi proposta a demolição de quatro viadutos que cruzam o rio, além do rebaixamento das avenidas que o margeiam até as proximidades da estação do metrô.

Figura 23: Sistema viário Plano Urbanístico Parque Dom Pedro II. Fonte: ARCHDAILY.

Transportes públicos A intenção do projeto é promover a integração dos sistemas de transportes públicos já existentes (terminal de ônibus, expresso e estação de metrô), para isso a equipe propõe a construção de uma estação intermodal na praça arborizada próxima à estação do Metrô, promovendo assim uma conexão eficiente para o deslocamento de seus usuários.

Figura 24: Transporte público Plano Urbanístico Parque Dom Pedro II. Fonte: ARCHDAILY.

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Lagoas de retenção A fim de melhorar os problemas das enchentes que a tempos assolam a região, estão sendo propostas wetlands , lagoas com drenagens natural das águas. Além de ser elemento destaque da paisagem urbana proposta. Figura 25: Lagoa de retenção Plano Urbanístico P a r q u e D o m P e d r o I I . F o n t e : A R C H DA I LY.

Outras duas propostas envolvem as atividades que serão distribuídas ao longo do parque: Arco Norte: neste trecho a proposta é promover a articulação entre os edifícios que marcaram a história do Parque e a cidade. Ao lado do Mercado Municipal foi proposta uma praça e dois equipamentos de educação e lazer, são eles o SESC e o SENAC.

Figura 26: Inserção Arco Norte Mercado Municipal Plano Urbanístico Parque Dom Pedro II. Fonte: ARCHDAILY. Figura 27: SESC e SENAC Plano Urbanístico Parque Dom Pedro II. Fonte: ARCHDAILY. Figura 28: Arco Oeste Plano Urbanístico Parque Dom Pedro II. Fonte: ARCHDAILY. Figura 29: Arco Oeste Plano Urbanístico Parque Dom Pedro II. Fonte: ARCHDAILY.

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Arco Oeste: no trecho que compreende a Rua 25 de Março, Ladeira Porto Geral e a Av. Rangel Pestana serão sugeridos equipamentos para as áreas subutilizadas, complementando as propostas lançadas pelo poder público, que serão voltadas para: moradores de rua, atividades comerciais, entre outros. Hoje já podemos ver algumas dessas propostas realizadas, porém por se tratar de um projeto de larga escala, o mesmo será implementado em etapas, para não afetar a região de forma negativa. (ARCHDAILY, 2012)

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3.3 VIADUTO GLICÉRIO Construído em 1968 e inaugurado em 1971, o viaduto de 900m é responsável pela interligação Leste-Oeste da cidade. Assim como os demais da região, o Viaduto Glicério representa uma ruptura da cidade, destruindo o tecido urbano e separando os bairros Glicério e Cambuci. Segundo matéria divulgada pelo G1 (Portal de notícias da Globo), em abril de 2019: “(...) no viaduto Bresser e do Glicério serão contratadas empresas em caráter emergencial para elaborarem laudos estruturais para verificar as reais condições das estruturas e planejar a obra”.

O viaduto encontra-se em estado crítico, necessitando e vistorias para compreensão a condição de sua estrutura e os riscos que pode vir a causar a população. Ano Figura 30: Usos baixios viaduto Glicério. Fonte: AGUIAR, V. M. Baixios de viadutos como desafio urbanístico: uma leitura das “terras de ninguém” nos viadutos Alcântara Machado e do Glicério. 2017, p. 118. Dissertação (Mestrado - Área de Concentração: História e Fundamentos da Arquitetura e d o U r b a n i s m o) – Fa c u l d a d e de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017 | Alterado pela autora

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Usos

1973

Terminal rodoviário

1980

Moradia da população em situação de rua

1994

Associação Minha Rua Minha Casa

2000

Recifran e Camari

2006 2015

Cooper Glicério Academia Boxe do Garrido Direitos humanos no viaduto

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Ao longo dos anos o baixio do viaduto Glicério teve diversos usos, conforme apresentado na figura 30, onde apenas dois continuam em funcionamento: o Cooper Glicério e a Academia de Boxe do Garrido. É válido salientar que o objetivo do presente trabalho não é desenvolver um projeto urbanístico, visto a complexidade envolvida quanto a essa temática na região estudada, mas seria negar a memória do local não tratar essas questões tão marcantes como o viaduto, a cooperativa e a academia de boxe. Com isso surgem reflexões a este respeito buscando diretrizes para uma possível melhora no cenário atual. Acreditamos que ações culturais, esportivas e de lazer deveriam ser amplamente incentivadas pelo poder público, promovendo a readequação do espaço já existente para a prática de novas atividades, usando a estrutura dos baixios do viaduto, que muitas vezes é mal visto pelos moradores.

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Esta seria uma iniciativa que, além de melhorar a qualidade de vida dos moradores, os sensibilizaria sobre a apropriação dos espaços públicos para o desenvolvimento da cidade visto que, ao apreciarem momentos de lazer, que seriam voltados a todas as faixas etárias, permitiria aos cidadãos compreender a sua importância como agentes participativos e transformadores desses espaços, inserindo-os como autores da história da cidade, além de promover um novo olhar sobre o espaço público e proporcionar mais segurança ao local.

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3.4 LEITURA DO LOCAL O local escolhido para a implementação do projeto está situado em frente ao Viaduto Glicério, o qual é responsável pela interligação leste-oeste da cidade, na Rua Glicério, nº 371, onde hoje encontra-se em uso o GuardeAqui Self Storage. Foram realizados estudos gráficos temáticos, para melhor compreensão do local a ser estudado, possibilitando assim o mapeamento das potencialidades do local e deficiências encontradas no mesmo.

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Avenida Liberdade

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Figura 31: Foto aérea da cidade de São

Paulo - Glicério, Parque Dom Pedro II e Liberdade. Fonte: GOOGLE EARTH | Alterado pela autora.

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Palácio da Justiça

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Avenida do Estado

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Igreja Deus é Amor

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Viaduto Glicério

Paróquia N. Sra. da Paz

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m João ndes Jr.

Metrô Parque Dom Pedro II

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Catedral da Sé

Secretaria da Fazenda

Terminal Parque Dom Pedro II

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3.4.1 USO DO SOLO

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Resid. hor. baixo padrão Resid. hor. médio/alto padrão Resid. vert. baixo padrão Resid. vert. médio/alto padrão Comércios e serviços Indústria e armazéns Residencial e comércio/serviços Residencial e indústria/armazéns Comércio/serviços e ind./armazéns Garagens Equipamentos públicos Escolas Terrenos vagos Outros Sem predominâncias Sem informação Terreno 0 50 100

250

500

Figura 32: Uso do solo. Fonte: GEOSAMPA | Alterado pela autora

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Partindo da análise do entorno podemos notar a predominância de áreas comerciais, edifícios mistos, residências horizontais de baixo padrão.

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3.4.2 DENSIDADE DEMOGRÁFICA

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Densidade (hab/ha) 0 - 92 92 - 146 146 - 207 207 a 351 351 - 30.346 Corpo d’água a céu aberto Terreno 0 50 100

250

500

Figura 33: Densidade demográfica. Fonte: GEOSAMPA | Autoral.

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Através da leitura do mapa podemos notar a predominância na alta densidade das habitações. Boa parte desse cenário é reflexo dos edifícios quitinetes e cortiços que são alugados por famílias de baixa renda.

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3.4.3 MOBILIDADE URBANA

0 50 100

250

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Estação de Metrô Terminal de ônibus Linha 1 do Metrô Linha 3 do Metrô Faixa exclusiva de ônibus Corredor de ônibus Ponto de ônibus Corpo d’água a céu aberto Quadra viária Terreno

500

Figura 34: Mobilidade urbana. Fonte: GEOSAMPA | Alterado pela autora.

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O terreno está localizado nas proximidades do Terminal de Ônibus Parque Dom Pedro II, Metrô Pedro II (linha 3 – Vermelha) e ao Metrô Sé (interligação entre as linhas: 1 azul e 3- vermelha), também conta com várias linhas de ônibus com fácil acesso a região.

PRODUCED BY AN AUTO


PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION Conforme mencionado no capítulo 3, a região do Glicério sofre com alagamentos desde o início de sua história, pois a mesma esta localizada em uma região de várzea. Como é possível analisar no mapa a região é carente em áreas verdes, o que também acaba contribuindo para a drenagem ineficiente do local.

Drenagem Corpo d’água a céu aberto Quadra viária Terreno 0 50 100

250

500

Figura 35: Hidrografia e vegetação. Fonte: GEOSAMPA | Autoral.

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3.4.4 HIDROGRAFIA E VEGETAÇÃO

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ELA

SAR

PAS

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SERVIÇO Proteção á mulher Assistência social Consulado SAÚDE UBS - Posto de saúde Ambulatórios especializados Hospital Emergência EDUCAÇÃO SENAI-SESI-SENAC Rede pública - Educação infantil Rede pública - Ensino Fundamental Médio CULTURA Espaços culturais Teatro/Cinema/Show Museus Bibliotecas

Corpo d’água a céu aberto Quadra viária Terreno 0

100

250

500

Figura 36: Equipamentos. Fonte: GEOSAMPA | Alterado pela autora.

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ELA

DO RIO PONTE TAMANDUATEÍ

PASSAR

TÚNEL

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TÚNEL

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3.4.5 EQUIPAMENTOS


S NTE EST

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3.4.6 ANÁLISE AMBIENTAL

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Pôr do sol

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Vento predominante Drenagem Corpo d’água a céu aberto Quadra viária Terreno

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Figura 37: Análise ambiental. Fonte: GEOSAMPA | Alterado pela autora.

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ITE

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3.5 RELATÓRIO VISITA DE CAMPO Ao realizar visita nas redondezas do terreno escolhido para implementação do projeto no dia 14 de março de 2020 (sábado por volta das 16h00min), a qual foi de suma importância para melhor compreensão do local, foi possível notar o mau cheiro presente na região, bem como a percepção da quantidade de lixo existente nas ruas lindeiras, além da população flutuante que ali se concentra. As duas principais concentrações ocorrem nas proximidades da Paróquia Nossa Senhora da Paz e embaixo do viaduto Glicério, responsável pela interligação leste-oeste. Na primeira, aparentemente, refugiados venezuelanos e congoleses que são atendidos pelo projeto Casa do Migrante, permanecem no estacionamento aberto da igreja por conta do fechamento da mesma durante o dia. Os atendidos ficam à deriva no entorno da instituição, eles se reúnem em rodas de conversas entre pessoas da mesma descendência ao som de músicas típicas de seus países, enquanto outros praticam venda de frutas e roupas de marcas falsificadas. Outra concentração com quantidade considerável de pessoas se dava em frente ao novo SIAT II (Serviço Integrado de Acolhida Terapêutica), na época ainda em construção. Ali o perfil de pessoas já era diferente, a maioria é usuária de substâncias psicoativas e, uma parcela menor, usuária de drogas ilícitas, há prática de venda de equipamentos usados diversos (relógios, eletrônicos, capas de celular e roupas), denominada pelos moradores como “feira do rolo”. Outros dois pontos importantes a serem destacados, são as existências no baixio do viaduto: a academia de boxe do Garrido e a cooperativa de reciclagem, Cooper Glicério. No dia da visita foi possível conversar com o Sr. Geraldo, “zelador” da academia, que nos contou que os poucos equipamentos ali existentes, foram levados há não muito tempo para o espaço, devido ao falecimento do antigo zelador, o local ficou abandonado e com isso os equipamentos foram roubados. A partir desse ocorrido foi solicitada a presença da

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Guarda Municipal para sanar essa questão, o que de fato ocorreu, pois no momento da visita havia uma base móvel em frente ao local. Ao lado da academia de boxe, também nos baixios do viaduto está a cooperativa, instituição que realiza o trabalho de reciclagem e venda de materiais que chegam ao local. Não foi possível a visitação devido à ausência de funcionários, mas pela fresta do portão observamos um lugar desordenado. De acordo com pesquisas realizadas o mesmo está em funcionamento no local desde 2000, mas devido a mudança de gestão, passou em 2006 a ter o nome atual. Por conta do horário de fechamento não houve chance de realizar visitas nas dependências da igreja e na Cooper Glicério. Logo após essa data houve a divulgação sobre o Covid-19, e devido esse motivo foi necessário o adiamento das visitas que serão realizadas após a melhora do quadro da pandemia.

Figura 38: Foto aérea da cidade de São Paulo - Glicério, Parque Dom Pedro II e Liberdade. Fonte: GOOGLE EARTH.

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PREFEITO

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Figura 39: Fluxo de pedestre e incidência de mau cheiro. Fonte: Produzido pela autora.

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Ao percorrer o entorno imediato foi possível compreender a dinâmica do local, percebendo o perfil e também os pontos com maior concentração de pessoas que circulam pelas proximidades, sendo os dois principais o estacionamento da Paróquia Nossa Senhora da Paz e o terreno onde hoje está situado o novo SIAT II. Foi possível notar a dimensão da sujeira que se encontra na região, bem como o mau cheiro causado por esse acúmulo.

AVENIDA

E MAU CHEIRO

VIA DUT O

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3.5.1 FLUXO PEDESTRES


Figura 40: Paróquia Nossa Senhora da Paz. Fonte: Autora Figura 41: Guarde Aqui Self Storage. Fonte: Autora Figura 42: Lateral do viaduto do Glicério. Fonte: Autora Figura 43: Cooper Glicério. Fonte: Autora

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3.6 LEGISLAÇÃO O Plano Diretor Estratégico (Lei Municipal criada pelo poder executivo, legislativo e participação popular), propõe diretrizes para o funcionamento da cidade, orientando os caminhos para que o crescimento ocorra de forma ordenada, garantindo acesso às funções sociais, como: lazer, esporte, cultura, saúde, transporte e moradia, apresentando diretrizes para uma cidade equilibrada, inclusiva, sustentável e promovendo qualidade de vida a todos os seus moradores, distribuindo de forma justa instrumentos disponíveis. Além disso, tem o intuito de impulsionar o desenvolvimento econômico, social e expansão urbana da mesma. De acordo com o PDE o Glicério está localizado na subprefeitura da Sé, próximo ao Centro Histórico, a Avenida do Estado e ao Viaduto do Glicério, região caracterizada pela presença de áreas comerciais, cortiços e população de baixa renda, o que acaba por intensificar o fluxo de pessoas na região, entre eles imigrantes. De acordo com o Plano de Ação da Subprefeitura da Sé publicado em dezembro de 2016, dentre os objetivos nele presente estão: Atender a população em situação de vulnerabilidade social a população em situação de rua, a população de migrantes, a população usuária de drogas e a população em área de risco; Promover ações indutoras do desenvolvimento econômico local pela geração de empregos, pela implantação de cursos profissionalizantes e pelo estímulo ao comércio e serviços locais;

Além disso, encontra-se em área denominada Macroárea de Estruturação Metropolitana (MEM), território estratégico que concentra importante sistema de infraestrutura, conecta diversos municípios e permite o deslocamento de pessoas e mercadorias. O mesmo está inserido no Setor Central, com a Operação Urbana Centro criada no ano de 1997, a qual busca viabilizar a melhoria da região ocupada pelo Centro Velho e Centro Novo, a fim de

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incentivar a requalificação urbanística e impulsionar investimentos imobiliários (principalmente as habitações populares) para adensamento da área, preservação do centro histórico e estimular o turismo na cidade. De acordo com o zoneamento, o terreno encontra-se em ZEIS-3: Áreas com ocorrência de imóveis ociosos, subutilizados, não utilizados, encortiçados ou deteriorados em regiões dotadas de serviços, equipamentos e infraestrutura. O mesmo possui uma área total de 3.545 metros quadrados, com CA 4 (equivalente a 14.180 metros quadrados) e TO de 0,70 (com aproximadamente 2.481,5 metros quadrados). Coeficiente de Aproveitamento

QUALIFICAÇÃO

TIPO DE ZONA

ZEIS

ZONA (a)

C.A. mínimo

C.A. básico

C.A. máximo

ZEIS-1

0,5

1

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Taxa de Ocupação Máxima

Recuos mínimos (metros)

Gabarito T.O. para lotes T.O. para lotes de altura até 500 metros igual ou superior máxima ² a 500 metros ² (metros)

0,85

0,7

NA

Frente (i)

Altura da edificação menor ou igual a 10 metros

Altura da edificação superior a 10 metros

Cota parte máxima de terreno por unidade (metros²)

5

NA

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ZEIS-2

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3 (j)

NA

Figura 44: Parâmetros de ocupação, exceto de Quota Ambiental Zona de Interesse Social. Fonte: GESTÃO URBANA SP.

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Figura 45: Iraquianos sรฃo obrigados a deixar suas casas apรณs anos de conflitos. Fonte: ACNUR.


4

REFERÊNCIAS


4.1 DISTRIBUIÇÃO PROGRAMÁTICA 3º PRÉ-SELECIONADO CONCURSO MORADIA ESTUDANTIL UNIFESP - CAMPUS OSASCO

Figura 46: Perspectiva externa Moradia Estudantil UNIFESP. Fonte: IAB SP.

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Ficha técnica Arquitetos autores Marina Milan AcayabaRosenberg e Juan Pablo Rosenberg. Coautores Andrea Helou, Eduardo Borges Barcellos e Stefano Marongiu. Localização São Paulo | Brasil Área São Paulo | Brasil

A habitação estudantil da UNIFESP tem como objetivo principal atender os alunos da universidade, sem deixar de contribuir com a comunidade a qual pertencente. O projeto está situado na Rua Augusto Teixeira com a Avenida General Newton Leal, em frente à Alameda Parque em Osasco. Seguindo o conceito modernista, que possui um dos cinco pontos principais, o uso de pilotis, estrategicamente utilizados para vencer o desnível do terreno, além da possibilidade de utilização do vão livre no térreo para distribuir os programas de uso coletivo. Volumetria

Ano do projeto 2015

A volumetria é composta por dois volumes: residência unifamiliar (edifício em lâmina) e estudantil, contendo habitações individuais e coletivas, as quais são interligadas por uma passarela central com espaços de estar de uso coletivo disposto sobre estrutura metálica.

(IAB SP, 2015)

“(...) Caminhante são tuas pegadas o caminho e nada mais; caminhante, não há caminho, se faz ao andar(...)” (MACHADO, Antonio)

Figura 47: Volumetria Moradia Estudantil UNIFESP. Fonte: IAB SP.

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Figura 48: Planta nível 772 . Fonte: IAB SP Alterado pela autora

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Figura 49: Planta nível 775. Fonte: IAB SP | Alterado pela autora

Legenda 01 – Hall de acesso 02 - Espaço multiuso 03 – Cozinha central e copa 04 – Sala de jogos 05 – Miniteatro 06 – Depósito teatro 07 – Cabine primária 08 – Depósito lixo reciclável 09 – Cabine de medição 10 – Banheiros 66

5

8

Figura 50: Planta nível 778. Fonte: IAB SP | Alterado pela autora

Praças e acessos 11 – Espaço coletivo intermediários 12 – Informações 13 – Lavanderia 14 – Sala de administração 15 – Sala de segurança 16 – Descanso terceirizados 17 – Copa terceirizados 18 – Vestiário terceirizados 19 – Manutenção

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20 – Depósito central 21 – Reservatório de água 22 – Cisterna 23 – Bicicletário 24 – Atelier 25 – Biblioteca 26 – Sala de ginástica

A implantação do projeto proporciona maior integração com a cidade devido ao térreo livre, possibilitando um caminhar público e a utilização de duas grandes praças, uma pública e outra semi-pública, sendo a última um espaço gramado em declive (curvas naturais do terreno) com duas áreas de concreto de uso livre para a apropriação dos moradores.

Os acessos restritos as edificações são possíveis em três cotas diferentes: 772, 776 e 778. Projeto ambiental No edifício ainda foram previstos dois projetos adicionais, o uso de placas solares e sistema de captação das águas da chuva e armazenamento em cisternas.


11

04

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24 11

Figura 52: Unidades Quartos família e família acessível. Fonte: IAB SP

Figura 51: Planta nível 781. Fonte: IAB SP.

Unidades habitacionais

Pavimento tipo

A disposição das moradias tem como objetivo gerar integração entre os residentes, seja entre as unidades habitacionais ou com os vizinhos, deste princípio parte a ideia de dispor as unidades voltadas para um corredor aberto, que permite o uso como sala de estar, além das vantagens de utilizar os recursos naturais como iluminação em todas as fachadas e ventilação cruzadas, garantindo assim maior eficiência energética do edifício.

A volumetria de moradias estudantis comporta no total 64 moradores por pavimento, além disso, possui duas salas de estudo e de estar para atender os alunos, as quais estão dispostas em cada uma das extremidades da volumetria, para proporcionar maior conforto e concentração nas áreas de estudos. As circulações verticais ocorrem pelo acesso a uma escada protegidas e dois elevadores.

Figura 53: Unidades quartos: família e família acessível. Fonte: IAB SP Figura 54: Integração entre unidades. Fonte: IAB SP

Figura 55: Unidades quartos: individuais, duplos e acessíveis. Fonte: IAB SP. C E N T R O DE AP O I O E ACO LH I ME N TO AO R E F U G I ADO DE SÃO PAU LO

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Sistema construtivo A estrutura é composta por módulos de 10,60 x 5,90m, lajes nervuradas, paredes em alvenaria estrutural de 14 cm e os pilotis redondos repousam sobre o chão. A passarela em estrutura metálica está apoiada de três formas distintas: por platôs, engastada em pilotis e atirantada nas lajes de concreto. Por fim as coberturas dos edifícios acabam em um único nível. O sistema estrutural modular ainda permite a reconfiguração dos quartos com maior flexibilidade, podendo ser facilmente alterada de acordo com as necessidades específicas a serem atendidas por conta do sistema drywall.

Figura 56: Ampliação sistema estrutural. Fonte: IAB SP.

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Habitação 4º, 5º, 6º pav. 1.600m2

3º pav. 1.083m2

2º pav. 600m2

1º pav. 259m2

48 quartos individuais 8 quartos compartilhado 7 quartos família 2 espaços de estudo 1 espaço de estar Circulação

Uso coletivo 3º pav. 1.600m2 2º pav. 1.600m2

36 quartos individuais 1º pav. 8 quartos compartilhado 3 quartos família 1.600m2 2 espaços de estudo 1 espaço de estar Térreo Circulação 20 quartos individuais 8 quartos compartilhado 1 espaço de estudo 1 espaço de estar Circulação

Biblioteca Sala de jogos Hall de entrada Cineclube e miniteatro Academia de ginástica Área técnica Sala multiuso Cineclube e miniteatro Área técnica

Cozinha central e copa Cineclube e miniteatro 240m2 Área técnica 1.920 m2 - TOTAL ÁREA COLETIVA 8.722 m2 – ÁREA TOTAL

8 quartos compartilhado 1 espaço de estar Circulação

5º 4º 3º

6.802 m2 – TOTAL ÁREA HABITAÇÃO

Figura 57: Distribuição do programa. Fonte: IAB SP

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4.2 MATERIALIDADE ALOJAMENTO MASCULINO

Figura 58: Fachada Alojamento Masculino. Autor: Andre J. Fanthome. Fonte: ARCHDAILY.

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Ficha técnica

O alojamento estudantil abriga 360 alunos, dispõe em sua estrutura quadra esportiva, espaços de convivência e refeitório para o uso dos moradores. O programa foi disposto em um edifício em lâmina, buscando soluções sustentáveis em sua construção.

Arquitetos Zero Energy Design Lab Localização Gurugram | Índia

O acesso principal é feito por uma rampa coberta projetada para proteger os alunos, a fim de ir ambientando a chegada ao edifício, evitando choques térmicos devido a diferença de temperatura, esse espaço além de ser a transposição entre o interno e externo c r i a u m a m b i e nte d e e sta r a j a rd i n a d o combinado com o café que está em frente ao acesso principal, sendo esse o ambiente propício para interação entre os estudantes.

Área 60.000 pés quadrados (aproximadamente 5.600 metros quadrados) Ano do projeto 2017 (ARCHDAILY, 2018) Legenda 01 – Rampa de paisagem 02 - Foyer 03 – Recepção 04 – Cafeteria 05 – Cozinha 06 – Academia 07 – Quartos 08 – Sala médica 09 – Lavanderia 10 – Banheiros 11 – Terraço 12 – Dormitórios compartilhados 13 – Lavanderia 14 – Banheiros 15 – Terraço

14 7

6

7 1

9 1

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5 4

Figura 59: Planta pavimento térreo alojamento masculino. Fonte: ARCHDAILY Alterado pela autora.

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A proposta consiste em fugir dos alojamentos tradicionais, próximo aos dormitórios foram propostos um terraço verde e varandas com pé direito triplo, criando uma atmosfera de interação com o espaço externo e convívio com os demais alunos. O terraço que fica no nível superior permite aos moradores desfrutarem do clima durante as tardes de inverno e as noites de verão, com vistas para a paisagem e estabelecendo um dialogo visual com o contexto do campus. (ZERO ENERGY DESIGN LAB, 2018)

11 7

13

15

7

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7

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12 12

Legenda 01 – Rampa de paisagem 02 - Foyer 03 – Recepção 04 – Cafeteria 05 – Cozinha 06 – Academia 07 – Quartos 08 – Sala médica 09 – Lavanderia 10 – Banheiros 11 – Terraço 12 – Dormitórios compartilhados 13 – Lavanderia 14 – Banheiros 15 – Terraço

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Figura 60: Planta primeiro pavimento. Fonte: ARCHDAILY.

A partir do átrio central é possível não apenas direcionar a iluminação natural para dentro do alojamento, como também eliminar o ar quente de dentro do edifício.

7 12

7

12

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5

Figura 61: Corte longitudinal com sistema de ventilação. Fonte: ARCHDAILY | Alterado pela autora

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Estratégia de projeto

Tela com jali de tijolo Massa térmica Terraço de inverno (vista área lazer)

Solstíc io de v erão (81 So graus) lstí (60 cio gra de i us) nve rno

Um ponto de extrema importância, levado em consideração no projeto, foi o clima do local. Com o intuito de amenizar a incidência solar, sem deixar que ela permeie o edifício, e atingir boa ventilação foram realizados estudos em softwares para atingir a eficiência desejada, possibilitando encontrar uma solução viável a partir de materiais disponíveis próximos à região, os jalis de tijolos (tijolos artesanais produzidos artesanalmente na região). Através do programa foi possível simular os posicionamentos adequados para diminuir a radiação solar e proporcionar proveito de calor nas fachadas, resultando em um ambiente com temperatura equilibrada, além do ganho de luzes e sombras.

Cortina de calor Espaço de transição

Figura 62: Estudo de insolação. Fonte: ARCHDAILY | Alterado pela autora.

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Metodologia de construção Os materiais utilizados para compor o edifício foram apenas: barras metálicas, vigas de concreto e tijolos artesanais, os quais foram produzidos com um furo, dispensando o uso de massa e possibilitando o encaixe em barra de ferro, a fim de reproduzir os ângulos encontrados no software.

Padrão de empilhamento

Ligação regular

Composição para trazer luz do dia

Composição para melhorar a luz do dia

Rotação para gerar melhor sombreamento

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Figura 63: Entrada alojamento estudantil. Autor: Andre J. Fanthome. Fonte: ARCHDAILY.

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Estratégia de fachada Através do estudo realizado, para analisar as radiações diretas e difusas, foi possível reduzir a irradiação conseguindo atingir a marca de 70% na fachada principal, e a redução do calor nos espaços internos. A iluminação foi outro ponto a ser estudado, buscando atingir a marca mínima de 250 lux nos ambientes. (ZERO ENERGY DESIGN LAB, 2018)

Abertura para o céu

Massa térmica Luz do dia nos quartos

Figura 64: Estratégias arquitetônicas para minimizar a temperatura. Fonte: ARCHDAILY | Alterado pela autora.

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4.3 PRAÇA URBANA THE BRIDGE HOMELESS ASSISTANCE CENTER

Figura 65: Fachada projeto The Bridge. Fonte: ARCHDAILY. The Bridge Homeless Assistence Center / Overland Partners. Disponível em: <https://www.archdaily.com/115040/the-bridge-homeless-assistance-center-overland-partners/5013816228b a0d1507000529-the-bridge-homeless-assistance-center-overland-partners-image>.Acesso em: 20/05/2020.

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Ficha técnica

Metodologia de construção

Arquitetos Overland Partners Localização Dalas | Estados Unidos Área Aproximadamente 7.000 metros quadrados) Ano do projeto 2010 Localizado na região central de Dallas, o projeto “The Bridge” oferece abrigo, atendimento emergencial (tanto a saúde física quanto mental) e jurídico 24 horas por dia responsável por atender 6000 pessoas que encontram-se em situação de rua. Sua estrutura conta com: dormitório (dentre eles uma área externa destinada a pessoas que não se sentem confortáveis ao dormir dentro das dependências do edifício), aconselhamento, treinamento, locais de armazenamento, abrigo para animais, áreas de lazer, bibliotecas, restaurante e uma praça pública ao ar livre com o intuito de integrar a comunidade local, os quais estão distribuídos em cinco prédios no entorno de um parque central, espaço de interligação entre eles. Podemos notar que o programas proposto tem como objetivo prestar apoio e auxiliá-los em capacitação e consequentemente na reinserção na sociedade.

Os materiais utilizados para a sua construção foram blocos de concretos e alvenaria, as cores utilizadas são neutras e vidros translúcidos compõem a fachada, preservando a intimidade sem criar uma barreira física que dificulte a iluminação, pelo contrário, permite boa radiação solar durante o dia e ao entardecer as luzes artificiais iluminam o edifício tornando-o um ponto focal para fácil localização de seus moradores. Devido às estratégias construtivas empregadas (tratamento e reuso das águas cinzas, implantação de telhado verde e a utilização de amplas aberturas em sua fachada para a captação da luz natural) , no projeto “The Bridge” tornou-o primeiro centro aos desabrigados a receber a certificação LEED (tradução: Liderança em Energia e Design Ambiental) dos EUA Green Buildings Council, também ganhou diversos prêmios internacionais, entre eles o de Melhor Entrada Arquitetônica, que o tornou o projeto modelo para a construção dos abrigos do país. Contribuição urbana Desde sua implantação houve uma redução de 57% na taxa dos moradores de rua, além de tratar as questões de acolhimento, o projeto foi de extrema importância para a região ao qual foi implantado, após a sua construção as taxas de criminalidade da região diminuíram de forma significativa, cerca de 20%. (ARCHDAILY, 2011)

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Park Ave.

ACESSO MORADORES

ACESSO PÚBLICO

Legenda PRINCIPAL

SERVIÇOS

DORMITÓRIOS

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ALIMENTAÇÃO

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30

ACESSO PARA VEÍCULOS

S St. Paul Street

6 10 13

11

9

8

4 5

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3 2

12 1

Figura 66: Implantação. Fonte: ARCHDAILY Alterada pela autora.

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Figura 67: Planta térreo. Fonte: ARCHDAILY | Alterada pela autora.

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PÁTIO

Corscicana St.

01 - Dormitórios 02 – Armazenamento 03 – Canil 04 – Segurança 05 – Área comum / recepção 06 – Cuidado pessoal 07 – Escritório 08 – Livraria 09 – Cuidados pessoais – feminino 10 – Treinamento 11 – Hall de entrada 12 – Saúde física 13 – Saúde mental 14 – Refeitório 15 – Cozinha 16 – Armazenamento 17 – Mecânico 18 – Banheiros / chuveiros 19 – Restaurante aberto ao público 20 – Área de trabalho das mulheres 21 – Área de trabalho dos homens 22 – Serviços 23 – Dormitório das mulheres 24 – Administração 25 – Alojamento para pessoas com necessidades especiais

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Figura 68: Planta primeiro pavimento. Fonte: ARCHDAILY | Alterada pela autora.

Figura 70: Composição da fachada vidro translúciso e transparente. Fonte: ARCHDAILY.

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Figura 69: Planta segundo pavimento. Fonte: ARCHDAILY | Alterada pela autora.

Figura 71 - Alojamento masculino. Fonte: ARCHDAILY.

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Figura 72: Crianรงas brincando em acampamento da UNHCR. Autor: Ivor Prickett. Fonte: ACNUR.


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PROJETO


5.1 CENTRO DE APOIO E ACOLHIMENTO Através dos levantamentos realizados observamos que a integração social não acontece de forma espontânea, pelo contrário, isso dependerá de diversos fatores. Por este motivo o presente trabalho tem como objetivo criar um local capaz de retomar a dignidade do imigrante, muitas vezes perdida no processo de refúgio. Neste contexto a arquitetura e o urbanismo serão os agentes capazes de propor um ambiente que possa mitigar as dificuldades encontradas na integração social, criando um ambiente adequado para a recepção, acolhimento e inserção. O Centro de Apoio e Acolhimento prestará apoio em conjunto aos serviços prestados pelo projeto da Igreja Nossa Senhora da Paz. O local disponibilizará um espaço seguro e preparado para atender as necessidades básicas inerentes ao ser humano, que oferecerá: alojamento, cursos preparatórios para o mercado de trabalho e palestras ministradas por entidades parcerias, com o intuito de orientálos e direcioná-los. Tendo em vista o déficit de abrigos disponíveis na cidade voltados para esse segmento, propomos um alojamento temporário, com estadia prevista entre 3 á 6 meses, para acomodar em alas distintas homens, mulheres e famílias. O projeto também contará com hortas, ateliê de costura e centro gastronômico que servirão como oportunidade ofertada ao refugiado, sendo essas oportunidades de inserção e capacitação, além de ajudar no custeio dos gastos provenientes a estadia dos mesmos, pois os produtos que ali forem confeccionados serão vendidos nas lojas disponíveis no térreo ou comercializados pelas empresas parceiras. Haverá um espaço em homenagem as diversas culturas. O espaço multiuso poderá ser utilizado para eventos, palestras e apoio ao abrigo em casos emergenciais, quando houver grande fluxo migratório. Todas as atividades propostas servirão como forma de inserção através do trabalho e interação com a comunidade local com o propósito de inseri-los como colaboradores e pertencentes à nova cidade.

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5.2 PRÉ DIMENSIONAMENTO DO PROGRAMA DE NECESSIDADES Área total do terreno C.A. máximo da zona (x 4) C.A. do projeto

3.545m2 14.180m2 5.386,50m2

Setor de serviços m2 Sanitários e vestiários para funcionários 30 Copa e refeitório para funcionários 30 DML 15 Área técnica | Elét., hidráulica e iluminação 30 Área técnica |Suporte TI 15 Depósitos 30 Carga e descarga 30 Descarte de resíduos 60 Circulação 72 Total 312 Setor de convivência Restaurante 175 Cozinha industrial 100 Café 50 Livraria 50 Total 375 Setor de administrativo Recepção 15 Direção 15 Reunião 15 Apoio administrativo 15 Almoxarifado 15 Sanitários 15 Circulação 27 Total 117 Figura 73: Programa de necessidade. Fonte: Autoral.

Setor de pedagógico Recepção cursos 30 Sala de aulas 100 Ateliês 150 Espaço infantil 50 Biblioteca 150 Acesso a internet 50 Área de estudo 50 Almoxarifado 15 Espaço multiuso 100 Sanitários 50 Circulação 223,50 Total 968,50 Setor de docente Recepção 30 Sala dos palestrantes/professores 50 Recursos audiovisuais 15 Reunião 15 Copa 30 Escaninho/armários 30 Almoxarifado 15 Sanitários 25 Circulação 63 Total 273 Alojamento Dormitórios masculinos Dormitórios femininos Dormitórios familiares Espaço de lazer Guarda volumes Lavanderia comunitária Circulação Total

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690 460 900 460 30 30 771 3341 83


5.3 RESUMO DAS DIRETRIZES As diretrizes partem da compreensão das potencialidades e deficiências encontradas, a partir dos estudos e visita realizada, no entorno imediato do terreno que será implantado o Centro de Apoio e Acolhimento. A partir destes, foi possível detectar a falta de espaços públicos adequados para utilização, dessa forma busca-se implementar praças, utilizando a vegetação para conectar os espaços, despertando assim o interesse dos moradores de apropriar a cidade. Além disso, reafirmar essa necessidade específica e trabalhar o entorno do edifício através de espaços livres, permeáveis e dinâmicos, buscando criar conexões com o espaço urbano, entre eles o viaduto que encontra-se logo a frente, visto que o vazio de seu baixio contém uma oportunidade de reestruturação da malha urbana. O objetivo principal do projeto é criar um espaço acolhedor para os novos moradores, os refugiados, para isso buscamos trazer atividades de âmbito público para que o edifício cumpra outras funções, além de abrigar e dar suporte para o ingresso ao mercado de trabalho, incentivando a comunicação e acolhimento local. Partindo deste princípio, buscamos trabalhar a escala do usuário para compor a proporção do edifício com o intuito de transmitir a sensação de aconchego e amparo. A materialidade empregada busca conexão com o entorno, clareza dos programas públicos e privacidade onde haja necessidade. Com isso, estabelece-se uma unidade entre os edifícios e programas propostos, criando uma relação harmônica entre os mesmos, sem deixar de lado as questões que envolvem o entorno, como por exemplo, mitigar a reverberação da poluição acústica e urbana para a melhoria na qualidade de vida daqueles que ali transitam, frequentam e residem.

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LEITE

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IGREJA NSRA. DA PAZ

5.4 IMPLANTAÇÃO

V

Par tindo das diretrizes, mencionadas anteriormente, representamos de forma gráfica a proposta de implantação para o lote.

V

V

MARGARIDO

E.M.E.I DUQUE DE CAXIAS

VASCO

RUA

Buscamos alocar o edifício de alojamento (lâmina) paralelo ao residencial existente, porém mantendo certa distância, garantindo assim a captação de iluminação natural, visto à sombra causada pela préexistência devido a altura da mesma. Já os programas de âmbito público dão sequência à fachada urbana.

PEREIRA

MARGARIDO

ÉRIO

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ÉRIO

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O DR. MÁRIO MARGARID

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Arborização incentivando o estar público, conectando o lote com a cidade MEL LO

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Figura 74: Proposta de implantação. Fonte: Produzido pela autora. PRAÇA JOSÉ LUIZ

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DE MELLO MALHEIRO

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5.5 VOLUMETRIA É entendida a necessidade do diálogo entre a cidade e o edifício, com isso, a disposição da volumetria parte de dois blocos, um vertical e outro em formato “U”, tendo a primeira relação com a proporção e altura do edifício residencial, enquanto o segundo faz referência com a altura dos comércios situados a sua frente. Partindo desse princípio, os blocos começam a ser movimentados e subtraídos para a composição de sua forma e adequação ao programa de necessidades. A volumetria não se fecha para o edifício, pelo contrário, permite uma visão geral do local ao elevar o térreo, ampliando o campo de visão e as relações entre as préexistências (edificações e viaduto) e a nova proposta. Além disso, traz o espaço público para dentro do projeto, promovendo a rearticulação do espaço urbano, o lote e a cidade. A escolha de um dos materiais utilizados no bloco de alojamento (edifício vertical) fortalece o vínculo entre o Centro de Acolhimento ao Refugiado e a assistência social prestada pela Igreja Nossa Senhora da Paz. Sendo assim, optamos pelo uso do tijolinho para compor a fachada da edificação, criando uma linguagem visual entre os dois projetos. Os tijolos serão dispostos como na referência de projeto do escritório Zero Energy Design Lab, alojamento masculino apresentado anteriormente, permitindo a entrada de iluminação e promovendo o controle de luz no edifício nos períodos com maior incidência solar, compondo “um jogo” com luz e sombra que adentram no mesmo. A fachada, do edifício em “U”, será composta por vedações de vidro transparente, proporcionando uma conexão visual entre as áreas de utilização pública e privada.

Figura 75: Diagrama - volumetria. Fonte: Produzido pela autora.

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5.6 DISTRIBUIÇÃO DO PROGRAMA A proposta consiste em trazer a praça - elemento articulador e escasso na região - para o centro e entorno do edifício, buscando criar novas relações entre o espaço público, centro de acolhimento, habitantes locais e os refugiados, conseguindo assim, proporcionar maior integração entre esses elementos. Os alojamentos (femininos, masculinos e familiares) e espaços de lazer estão distribuídos no edifício vertical. Assim como na moradia estudantil da UNIFESP, propomos elevar o edifício para liberação do térreo, através da utilização dos pilotis, tornando o vazio em um espaço capaz de integrar à cidade, permitindo novas visões, fruições públicas, passeios e espaços de estar. No edifício em formato “U” estão os programas de convivência e educação. Foram dispostas no térreo as atividades de âmbito público, com o intuito de incentivar o aproveitamento desses espaços por habitantes locais. Para isso propomos a utilização da fachada ativa, que permitirá não apenas uma continuidade visual, bem como física, indo além da sua função de extensão da rua (espaço público), e também como elemento de transposição ao interior do edifício, capaz de incentivar a aproximação da população através dos comércios presentes, onde estarão o restaurante, o café, livraria, lojas e espaços técnicos (próximo a Rua Teixeira Leite para carga e descarga), além dos programas necessários a serem complementados, caso seja necessário, durante a construção do projeto preliminar. No primeiro e segundo pavimentos estão as salas de aulas e o setor pedagógico, no terceiro e último pavimento, por ter maior privacidade se encontrará a administração.

Legenda Alojamento masculino Alojamento feminino Alojamento familiar Lazer Restaurante Café Setor administrativo Setor educacional Setor de serviço

Figura 76: Diagrama - distribuição do programa. Fonte: Produzido pela autora.

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Figura 77: Perspectiva 3D - vista do viaduto Glicério. Fonte: Produzido pela autora.

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Figura 78: Perspectiva 3D - vista do viaduto Glicério. Fonte: Produzido pela autora.

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Figura 79: Perspectiva 3D - vista do rua Glicério. Fonte: Produzido pela autora.

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Figura 80: Campo de deslocados internos de Khanke, Iraque. Autor: Ivor Prickett. Fonte: PANOS PICTURES.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Finalizamos o Caderno I do Trabalho de Conclusão de Curso, compreendendo o histórico do refúgio, as questões contemporâneas que envolvem a temática, além de obter clareza sobre as dificuldades encaradas em diversos campos (entre eles aspectos culturais, sociais e políticos) e os serviços necessários para atender os refugiados que chegam à cidade São Paulo para uma nova oportunidade de vida. Através dessa pesquisa também foi possível detectar o local da cidade onde se faz necessário o programa proposto devido à demanda de pessoas em condição de refúgio. A partir deste ponto, inicia-se o trabalho de proposta arquitetônica, compreendendo as questões urbanas que virão a ser enfrentadas para que haja uma proposta adequada que cotribuirá, de forma positiva para a cidade e pessoas que nela habitam, aplicando os conceitos adquiridos durante o percurso do curso de Arquitetura e Urbanismo. No presente trabalho foi apresentada, de forma prévia, uma primeira aproximação com o estudo preliminar a ser desenvolvido no Caderno II. A proposta consiste em uma intervenção urbana, através de uma possível conexão com o baixio do viaduto do Glicério (programa a ser desenvolvido) e criar integração entre a cidade, o edifício e os moradores. A partir das diretrizes expostas, para atingir o objetivo principal, construir um ambiente capaz de acolher o refugiado de forma segura, com o intuito de retomar a sua dignidade, muitas vezes perdida no processo de refúgio, e prestar o apoio para integrá-lo à nova cidade, proporcionando a estes uma atmosfera que amenize as dificuldades encontradas até então. O Caderno II será composto pelo projeto preliminar onde serão aplicadas estratégias, urbanas apresentadas e arquitetônicas que serão complementadas, como o desejo de alocar uma horta, contribuindo de forma positiva para a saúde dos moradores e integração dos mesmos na comunidade local, sem deixar de


analisar as condicionantes urbanas do entorno, além de: propor telhado verde, para apreciação dos espaços de convivência; utilizar materiais que ajudarão a amenizar a poluição sonora e atmosférica, devido a proximidade com o viaduto; aproveitamento da iluminação solar, para diminuir o uso de luz artificial evitando altos custos e a captação e tratamento das águas pluviais para reutilização nas futuras necessidade dos edifícios.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AC N U R . D a d o s s o b r e r e f ú g i o . D i s p o n í v e l e m : < h t t p s : //w w w. a c n u r. o r g /p o r t u g u e s /d a d o s - s o b r e - r e f u g i o / > . A c e s s o e m : 2 8 d e j a n e i r o d e 2 0 2 0 . ACNUR. Georreferenciamento de pessoas em situação de refúgio atendidas pela Cáritas Arquidiocesana de São Paulo em 2018. Disponível em: <https://www.acnur.org/portugues/wp-content/uploads/2019/10/ Relat%C3%B3rio-mapeamento-Caritas-Final-Agosto19.pdf>. Acesso em: 05 de março de 2020. ANELLI, R. Redes de mobilidade e urbanismo em São Paulo: Das radiais/perimetrais do Plano de Avenidas à malha direcional PUB. Disponível em: <https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.082/259> Acesso em: 03 de maio de 2020. BARRETO, L.T.F. Refúgio no Brasil: A proteção brasileira aos refugiados e seu impacto nas Américas. 1ª edição. Athalaia Gráfica e Editora. 2010. Disponível em: <https://www.acnur.org/portugues/ wp-content/uploads/2018/02/Ref%C3%BAgio-no-Brasil_A-prote%C3%A7%C3%A3o-brasileira-aosrefugiados-e-seu-impacto-nas-Am%C3%A9ricas-2010.pdf>. Acesso em: 02 de fevereiro de 2020. BRASIL . Lei nº 9.474 – Estatuto do Refugiado. 1997. Disponível em: < http://www. p l a n a l t o. g o v. b r/c c i v i l _ 0 3 /l e i s /l 94 74 . h t m > . A c e s s o e m : 0 8 d e m a r ç o d e 2 0 2 0. BRASIL. Lei nº 13.445 – Lei de Migração. 2017.Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2015-2018/2017/lei/l13445.htm>. Acesso em: 02 de abril de 2020. FERREIA, B. História dos bairros de São Paulo: o nobre e o antigo bairro da Sé. Disponível em: <https://issuu.com/ahsp/docs/1971-hb-10-se>. Acesso em: 03 de maio de 2020. H AY D U, M . Re l a t ó r i o Ad u s - 2 0 1 6 . D i s p o n í v e l e m : < h t t p : //w w w. a d u s . o r g . b r/ w p - c o n t e n t /u p l o a d s /2 01 6/0 6/0 01 - C a p 1 - I n t e g ra % C 3% A 7 % C 3% A 3 o - d o - re f u g i a d o aspectos-culturais-sociais-religiosos-e-pol%C3%ADticos.pdf>. Acesso em: 03 de abril de 2020. MOREIRA, J. B. Refugiados no Brasil: reflexões acerca do processo de integração local. REMHU, Rev. Interdiscip. Mobil. Hum. [online]. 2014, vol.22, nº43, pp.85-98. ISSN 1980-8585. Disponível em: <http:// www.scielo.br/pdf/remhu/v22n43/v22n43a06.pdf>. Acesso em: 7 de março de 2020.

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ONU BRASIL. Guerra na Síria aumentou número de solicitações de refúgio no Brasil, diz estudo do IPEA. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/guerra-na-siria-aumentou-numero-de-solicitacoes-derefugio-no-brasil-diz-estudo-do-ipea/>. Acesso em 30 de março de 2020. PAGOTTO, F. Venezuelanos refugiados chegam a SP após transferência de Roraima. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/04/venezuelanos-refugiados-chegam-a-sp-apos-transferencia-de-roraima.shtml>. Acesso em 05 de abril de 2020. P R E F E I T U RA D E SÃO PAU LO. Caderno de Propost as dos Planos Regionais das Subprefeituras Perímetros de Ação: Sé. Disponível em: <https://gestaourbana.prefeitura. sp.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/PA-SE.pdf>.Acesso em: 22 de maio de 2020. RAMOS, A. C.; RODRIGUES, G.; ALMEIDA, G. A. 60 anos de ACNUR: Perspectivas de futuro. Disponível em: <https://www.acnur.org/portugues/wp-content/uploads/2018/02/60a n o s - d e -AC N U R _ Pe r s p e c t i va s - d e - f u t u r o _ AC N U R- U S P- U N I S A N TO S -2 01 1 . p d f > . ACNUR, USP e UniSantos. São Paulo. 1ª Edição. Editora: CLA Cultural Ltda. 2011. S A N T O S , C . J . F . Vá r z e a d o C a r m o l a v a d e i r a s , c a i p i r a s e “pretos véios”. Disponível em: <http://www.energiaesaneamento.org.br/media/28677/santos_carlos_ jose_ferreira_varzea_do_carmo_lavadeiras_caipiras_e_pretos_veios.pdf> Acesso em: 01 de maio de 2020. S AY U R I . J. O perfil dos refugiados no Brasil, segundo este estudo. Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/06/02/Operfil-dos-refugiados-no-Brasil-segundo-este-estudo>. Acesso em: 30 de março de 2020. _____________________.Diálogo estratégicos: migração e seus impactos na sociedade do seculo XXI. Disponível em: <https://www.gov.br/secretariageral/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-e-analise/revista-dialogos-estrategicos/dialogos-estrategicos-nr-4.pdf>. Acesso em: 04 de março de 2020. _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ . Lei de mig ração n o B ra s il à lu z d a cris e h u m a n it á ria n o m undo. D i s p o n í v e l e m : < h t t p s : //a m b i t o j u r i d i c o . c o m . b r /c a d e r n o s /d i r e i t o s - h u m a n o s / lei-de-migracao-no-brasil-a-luz-da-crise-humanitaria-no-mundo/>. Acesso em: 02 de março de 2020.

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___________________. Te m o s que compreender fluxo de refugiados como uma oportunidade. Disponível em: < https://www.dw.com/pt-br/temos-que-compreender-fluxo-de-refugiados-como-uma-oportunidade/a-19203315>. Acesso em: 04 de março de 2020. TESES AGUIAR, V. M. Baixios de viadutos como desafio urbanístico: uma leitura das “terras de ninguém” nos viadutos Alcântara Machado e do Glicério. 2017. 168 f. Dissertação (Mestrado) - História e Fundamentos da Arquitetura e Urbanismo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017. ARAÚJO, V. F. [RE]SIGNIFICAR: hospedaria e centro de integração e empodera m e n t o d a c u l t u r a d o r e f u g i a d o e i m i g r a n t e . 2 0 1 7. 1 4 1 f. TC C ( G r a d u a ç ã o) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2017. CANTON, A L. Preservação contraditória no centro de São Paulo: degradação das vilas preservadas na baixada do Glicério no contexto da renovação urbana (Operação Urbana Centro). 2007. 89 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Geografia Humana, Geografia, FFLCH/USP, São Paulo, 2007. LUCCIA, O. P. B. Projeto de arquitetura de infraestrutura urbana fluviais do rio Tamanduateí. 2018. 392 f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018. LU I , T. G l i cé r i o : á s m a rge n s – Re s i n i f i c a n d o re l a ç õ e s e n t re c i d a d e, m e m ó r i a e á g u a . 2 0 1 7. 1 2 0 p. T F G ( G r a d u a ç ã o A r q u i t e t u r a e U r b a n i s m o) – I n s t i t u t o d e A r q u i t e t u r a e U r b a n i s m o , U n i v e r s i d a d e d e S ã o Pa u l o , S ã o Pa u l o , 2 0 1 7. PUGLIESE, N. Complexo de Acolhida ao Refugiado: uma proposta de unificação de povos. 2018. 106 f. TFG (Graduação) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2018. REBOLLO, T.A. Urbanismo e mobilidade na metrópole paulista: Estudo de caso o Parque Dom Pedro II. 2012. 280 f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.

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LISTA DE FIGURAS Figura 1: Farida Aba (6), uma das seis crianças de Angelina Monday, chorando depois que a família chegou em um abrigo para refugiados na cidade de Kuluba. Autor: Mads Nissen. Fonte: PANOS PICTURES. Disponível em: <https://library.panos.co.uk/stock-photo/farida-aba-(6)-one-of-angelina-mondays-six-children-crying-after-the-family/search/detail-0_00277975.html>. Acesso em: 29/05/2020. Figura 2: Batalha de Mossul. Autor: Ivor Prickett. WORLD PHOTOGRAPHY ORGANISATION. 3º Lugar, Ivor Prickett, Irlanda. Disponível em: <https://www.worldphoto.org/sony-world-photographyawards/winners-galleries/2017/professional/shortlisted/current-affairs/3rd#&gid=1&pid=3>. Acesso em: 25/03/2020. Figura 3: Grupo de refugiados chegando à ilha grega de Lesbos, após atravessar o mar Egeu, na Turquia. Autor: Ivor Prickett. PANOS PICTURE. Mithymna, Grécia. Disponível em: <https://library. panos.co.uk/stock-photo/as-the-sun-goes-down-a-group-of-mainly-syrian-refugees-arrive-on-the-greek/ search/detailmodal-0_00264708.html?dvx=1519>. Acesso em: 25/03/2020. Figura 4: Países acolhedores - 2018. UNHCR. 2018 in Review: Trends at a glance. Disponível em: <https://www.unhcr.org/globaltrends2018/>. Acesso em: 29/03/2020 | Alterado pela autora Figura 5: Países de origem - 2018. UNHCR. 2018 in Review: Trends at a glance. Disponível em:<https:// www.unhcr.org/globaltrends2018/>. Acesso em: 29/03/2020 | Alterado pela autora Figura 6: Cidades com maiores solicitações de refúgio nos anos de 2017 e 2018. UNHCR. 2018 in Review: Trends at a glance. Disponível em:<https://www.unhcr.org/globaltrends2018/>. Acesso em: 29/03/2020 | Alterado pela autora Figura 7: Nos últimos 8 anos, o Brasil recebeu 206.737 solicitações de reconhecimento da condição de refugiado. GOVERNO FEDERAL. Refúgio em números 4º edição. 46p. Disponível em: <https://www.justica.gov.br/seus-direitos/refugio/refugio-em-numeros>. Acesso em: 22/03/2020 | Alterado pela autora

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Figura 8: Solicitações de reconhecimento da condição de refugiado por país de origem em 2018. GOVERNO FEDERAL. Refúgio em números 4º edição. 46p. Disponível em: <https://www.justica.gov.br/ seus-direitos/refugio/refugio-em-numeros>. Acesso em: 22/03/2020 | Alterado pela autora Figura 9: Perfil das pessoas refugiadas no Brasil. GOVERNO FEDERAL. Refúgio em números 4º edição. 46f. Disponível em: <https://www.justica.gov.br/seus-direitos/refugio/refugio-em-numeros>. Acesso em: 22/03/2020 | Alterado pela autora Figura 10: Nacionalidades dos refugiados atendidos pela Cáritas de São Paulo em 2018. FONTE: ACNUR. Georreferenciamento de pessoas em situação de refúgio atendidas pela Cáritas Arquidiocesana de São Paulo em 2018. 2018. 14f.Disponível em: <https://www.acnur.org/portugues/ wp-content/uploads/2019/10/Relat%C3%B3rio-mapeamento-Caritas-Final-Agosto19.pdf>. Acesso em: 05/04/2020| Alterado pela autora Figura 11: Mapa de distribuição dos refugiados atendidos pela Cáritas na cidade de São Paulo. FONTE: ACNUR. Georreferenciamento de pessoas em situação de refúgio atendidas pela Cáritas Arquidiocesana de São Paulo em 2018. Disponível em: <https://www.acnur.org/portugues/wp-content/uploads/2019/10/Relat%C3%B3rio-mapeamento-Caritas-Final-Agosto19.pdf>. Acesso em: 05/04/2020 | Alterado pela autora Figura 12: Paróquia Nossa Senhora da Paz: sede do projeto Casa do Migrante. Autor: Duda Bairros. Fonte: VEJA SÃO PAULO. Igreja no Glicério tem biblioteca temática sobre imigração. Disponível em: <https://vejasp.abril.com.br/cidades/paroquia-glicerio-biblioteca-imigracao/>. Acesso em: 07/04/2020. Figura 13: Os sírios internamente deslocados em Tal Refaat, Alepo, coletam suprimentos de ajuda das equipes do ACNUR que trabalham com parceiros locais na região. Autor: Antwan Chnkdji. Fonte: NAÇÕES UNIDAS BRASIL. ACNUR: 8 fatos sobre a guerra na Síria Buscando abrigo Parte II Oeste. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/acnur-8-fatos-sobre-a-guerra-na-siria/>. Acesso em: 25/03/2020. Figura 14: A inundação da Várzea do Carmo - Óleo sobre tela, Benedito Calixto, 1892. Fonte: NOVO MILÊNIO. Inundação na Várzea do Carmo (SP) em 1892. Disponível em: <https://www.novomilenio.inf. 100

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br/santos/calixt28.htm>. Acesso em: 14/04/2020. Figura 15: Planta da cidade de São Paulo - 1842. Fonte: ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL. Carta da Capital de São Paulo. Disponível em: <http://www.arquiamigos.org.br/info/info20/i-1842.htm>. Acesso em: 13/05/2020 | Alterado pela autora Figura 16: Planta da cidade de São Paulo - 1916. Fonte: ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL. Censo 1900. Disponível: <http://smul.prefeitura.sp.gov.br/historico_demografico/1900.php>. Acesso em 13/05/2020 | Alterado pela autora Figura 17: Planta da cidade de São Paulo - 1924. Fonte: ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL. Censo de 1920. Disponível em: <http://smul.prefeitura.sp.gov.br/historico_demografico/img/mapas/1924.jpg>. Acesso em: 13/05/2020 | Alterado pela autora Figura 18: Planta da cidade de São Paulo - 1943. Fonte: ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL. Censo 1940. Disponível: <http://smul.prefeitura.sp.gov.br/historico_demografico/img/mapas/1943.jpg>. Acesso em 14/05/2020 | Alterado pela autora Figura 19: Planta da cidade de São Paulo - 1951. Fonte: ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL. Censo de 1950. Disponível em: <http://smul.prefeitura.sp.gov.br/historico_demografico/1950.php>. Acesso em: 13/05/2020 | Alterado pela autora Figura 20: Planta da cidade de São Paulo - 2001. Fonte: GEOSAMPA. Acesso em: 14/05/2020 | Alterado pela autora. Figura 21: Planta da cidade de São Paulo - 2017. Fonte: GOOGLE EARTH. Acesso em: 14/05/2020 | Alterado pela autora. Figura 22: Perspectiva Plano Urbanístico Parque Dom Pedro II. Fonte: ARCHDAILY. Plano Urbanístico Parque Dom Pedro II. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-12113/plano-urbanisticoparque-dom-pedro-ii-una-arquitetos-h-mais-f-arquitetos-metropole-arquitetos-e-lume/12113_12146>.

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Figura 24: Transporte público Plano Urbanístico Parque Dom Pedro II. Fonte: ARCHDAILY. Plano Urbanístico Parque Dom Pedro II. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-12113/ plano-urbanistico-parque-dom-pedro-ii-una-arquitetos-hf-arquitetos-metropole-arquitetos-e-lume/06_ insercao/12113_12149?next_project=no >. Acesso em: 09/05/2020. Figura 25: Lagoa de retenção Plano Urbanístico Parque Dom Pedro II. Fonte: ARCHDAILY. Plano Urbanístico Parque Dom Pedro II. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-12113/plano-urbanistico-parque-dom-pedro-ii-una-arquitetos-hf-arquitetos-metropole-arquitetos-e-lume/08_insercao/>. Acesso em: 09/05/2020. Figura 26: Inserção Arco Norte Mercado Municipal Plano Urbanístico Parque Dom Pedro II. Fonte: ARCHDAILY. Plano Urbanístico Parque Dom Pedro II. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/ br/01-12113/plano-urbanistico-parque-dom-pedro-ii-una-arquitetos-hf-arquitetos-metropole-arquitetose-lume/08_insercao/12113_12151?next_project=no>. Acesso em: 09/05/2020. Figura 27: SESC e SENAC Plano Urbanístico Parque Dom Pedro II. Fonte: ARCHDAILY. Plano Urbanístico Parque Dom Pedro II. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-12113/ plano-urbanistico-parque-dom-pedro-ii-una-arquitetos-hf-arquitetos-metropole-arquitetos-e-lume/08_ insercao/12113_12153?next_project=no>. Acesso em: 09/05/2020. Figura 28: Arco Oeste Plano Urbanístico Parque Dom Pedro II. Fonte: ARCHDAILY. Plano Urbanístico Parque Dom Pedro II. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-12113/ plano-urbanistico-parque-dom-pedro-ii-una-arquitetos-hf-arquitetos-metropole-arquitetos-e-lume/08_ insercao/12113_12156?next_project=no>. Acesso em: 09/05/2020. Figura 29: Arco Oeste Plano Urbanístico Parque Dom Pedro II. Fonte: ARCHDAILY. Plano Urbanístico Parque Dom Pedro II. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-12113/ plano-urbanistico-parque-dom-pedro-ii-una-arquitetos-hf-arquitetos-metropole-arquitetos-e-lume/08_ insercao/12113_12159?next_project=no>. Acesso em: 09/05/2020. Figura 30: Usos baixios viaduto Glicério. Fonte: AGUIAR, V. M. Baixios de viadutos como desafio urbanístico: uma leitura das “terras de ninguém” nos viadutos Alcântara Machado e do Glicério. 2017, 102

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p. 118. Dissertação (Mestrado - Área de Concentração: História e Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017 | Alterado pela autora Figura 31: Foto aérea da cidade de São Paulo - Glicério, Parque Dom Pedro II e Liberdade. Fonte: GOOGLE EARTH | Alterado pela autora. Figura 32: Uso do solo. Fonte: GEOSAMPA | Alterado pela autora. Figura 33: Densidade demográfica. Fonte: GEOSAMPA | Alterado pela autora. Figura 34: Mobilidade urbana. Fonte: GEOSAMPA | Alterado pela autora. Figura 35: Hidrografia e vegetação. Fonte: GEOSAMPA | Editado pela autora. Figura 36: Equipamentos. Fonte: GEOSAMPA | Alterado pela autora. Figura 37: Análise ambiental. Fonte: GEOSAMPA | Alterado pela autora. Figura 38: Foto aérea da cidade de São Paulo - Glicério, Parque Dom Pedro II e Liberdade. Fonte: GOOGLE EARTH. Figura 39: Fluxo de pedestre e incidência de mau cheiro. Fonte: Produzido pela autora. Figura 40: Paróquia Nossa Senhora da Paz. Fonte: Autora Figura 41: Guarde Aqui Self Storage. Fonte: Autora Figura 42: Lateral do viaduto do Glicério. Fonte: Autora

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Figura 43: Cooper Glicério. Fonte: autoral. Figura 44: Parâmetros de ocupação, exceto de Quota Ambiental Zona de Interesse Social. Fonte: GESTÃO URBANA SP. Quadro 3 - Parâmetros de ocupação, exceto de Quota Ambiental. Disponível em: <https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/uploads/2016/12/GEST%C3%83O-smduzoneamento_ilustrado.pdf>. Acesso em: 26/04/2020 | Alterado pela autora. Figura 45: Iraquianos são obrigados a deixar suas casas após anos de conflitos. Fonte: ACNUR. Iraque. Disponível em: <https://www.acnur.org/portugues/iraque/>. Acesso em: 21/05/2020. Figura 46: Perspectiva externa Moradia Estudantil UNIFESP. Fonte: IAB SP. Concurso público nacional de arquitetura – Moradia estudantil – UNIFESP Disponívelem: <https://www.iabsp.org. br/?concursos=concurso-publico-nacional-de-arquitetura-moraria-estudantil>.Acesso em: 19/04/2020. Figura 47: Volumetria Moradia Estudantil UNIFESP. Fonte: IAB SP. Concurso público nacional de arquitetura – Moradia estudantil – UNIFESP Disponívelem: <https://www.iabsp.org. br/?concursos=concurso-publico-nacional-de-arquitetura-moraria-estudantil>.Acesso em: 19/04/2020 | Alterado pela autora. Figura 48: Planta nível 772. Fonte: IAB SP. Concurso público nacional de arquitetura – Moradia estudantil – UNIFESP Disponível em: <https://www.iabsp.org.br/?concursos=concurso-publico-nacionalde-arquitetura-moraria-estudantil>.Acesso em: 19/04/2020 | Alterado pela autora. Figura 49: Planta nível 775. Fonte: IAB SP. Concurso público nacional de arquitetura – Moradia estudantil – UNIFESP Disponível em: <https://www.iabsp.org.br/?concursos=concurso-publico-nacionalde-arquitetura-moraria-estudantil>.Acesso em: 19/04/2020 | Alterado pela autora. Figura 50: Planta nível 778. Fonte: IAB SP. Concurso público nacional de arquitetura – Moradia estudantil – UNIFESP Disponível em: <https://www.iabsp.org.br/?concursos=concurso-publico-nacionalde-arquitetura-moraria-estudantil>.Acesso em: 19/04/2020 | Alterado pela autora.

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Figura 51: Planta nível 781. Fonte: IAB SP. Concurso público nacional de arquitetura – Moradia estudantil – UNIFESP Disponível em: <https://www.iabsp.org.br/?concursos=concurso-publico-nacionalde-arquitetura-moraria-estudantil>.Acesso em: 19/04/2020 | Alterado pela autora. Figura 52: Unidades Quartos família e família acessível. Fonte: IAB SP. Concurso público nacional de arquitetura – Moradia estudantil – UNIFESP Disponível em: <https://www.iabsp.org. br/?concursos=concurso-publico-nacional-de-arquitetura-moraria-estudantil>.Acesso em: 19/04/2020 | Alterado pela autora. Figura 53: Unidades quartos: família e família acessível. Fonte: IAB SP. Concurso público nacional de arquitetura – Moradia estudantil – UNIFESP Disponível em: <https://www.iabsp.org. br/?concursos=concurso-publico-nacional-de-arquitetura-moraria-estudantil>.Acesso em: 19/04/2020 | Alterado pela autora. Figura 54: Integração entre unidades. Fonte: IAB SP. Concurso público nacional de arquitetura – Moradia estudantil – UNIFESP Disponível em: <https://www.iabsp.org.br/?concursos=concurso-publiconacional-de-arquitetura-moraria-estudantil>.Acesso em: 19/04/2020 | Alterado pela autora. Figura 55: Unidades quartos: individuais, duplos e acessíveis. Fonte: IAB SP. Concurso público nacional de arquitetura – Moradia estudantil – UNIFESP Disponível em: <https://www.iabsp.org. br/?concursos=concurso-publico-nacional-de-arquitetura-moraria-estudantil>.Acesso em: 19/04/2020 | Alterado pela autora. Figura 56: Ampliação sistema estrutural. Fonte: IAB SP. Concurso público nacional de arquitetura – Moradia estudantil – UNIFESP Disponível em: <https://www.iabsp.org.br/?concursos=concurso-publiconacional-de-arquitetura-moraria-estudantil>.Acesso em: 19/04/2020 | Alterado pela autora. Figura 57: Distribuição do programa. Fonte: IAB SP. Concurso público nacional de arquitetura – Moradia estudantil – UNIFESP Disponível em: <https://www.iabsp.org.br/?concursos=concurso-publico-nacionalde-arquitetura-moraria-estudantil>.Acesso em: 19/04/2020 | Alterado pela autora.

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Figura 58: Fachada Alojamento Masculino. Autor: Andre J. Fanthome. Fonte: ARCHDAILY. Alojamento Masculino / Zero Energy Design Lab. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/902731/ alojamento-masculino-zero-energy-design-lab/5b74cd00f197ccf5270003b9-boys-hostel-block-zeroenergy-design-lab-photo>.Acesso em: 19/05/2020. Figura 59: Planta pavimento térreo alojamento masculino. Fonte: ARCHDAILY. Alojamento Masculino / Zero Energy Design Lab. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/902731/ alojamento-masculino-zero-energy-design-lab/5b74c9d4f197ccf5270003b3-boys-hostel-block-zeroenergy-design-lab-plans>.Acesso em: 19/05/2020 | Alterado pela autora. Figura 60: Planta primeiro pavimento. Fonte: ARCHDAILY. Alojamento Masculino / Zero Energy Design Lab. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/902731/alojamento-masculino-zero-energydesign-lab/5b74c9d4f197ccf5270003b3-boys-hostel-block-zero-energy-design-lab-plans>.Acesso em: 19/05/2020 | Alterado pela autora. Figura 61: Corte longitudinal com sistema de ventilação. Fonte: ARCHDAILY. Alojamento Masculino / Zero Energy Design Lab. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/902731/ alojamento-masculino-zero-energy-design-lab/5b74c9d4f197ccf5270003b3-boys-hostel-block-zeroenergy-design-lab-plans>.Acesso em: 19/05/2020 | Alterado pela autora. Figura 62: Estudo de insolação. Fonte: ARCHDAILY. Alojamento Masculino / Zero Energy Design Lab. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/902731/alojamento-masculino-zero-energy-designlab/5b74ca87f197cc47f60000e9-boys-hostel-block-zero-energy-design-lab-section?next_project=no>. Acesso em: 19/05/2020 | Alterado pela autora. Figura 63: Entrada alojamento estudantil. Autor: Andre J. Fanthome. Fonte: ARCHDAILY. Alojamento Masculino / Zero Energy Design Lab. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/902731/ alojamento-masculino-zero-energy-design-lab/5b74cdb5f197ccf5270003bd-boys-hostel-block-zeroenergy-design-lab-photo>.Acesso em: 19/05/2020. Figura 64: Estratégias arquitetônicas para minimizar a temperatura. Fonte: ARCHDAILY. Alojamento Masculino / Zero Energy Design Lab. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/902731/ 106

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alojamento-masculino-zero-energy-design-lab/5b74c9b1f197cc47f60000e4-boys-hostel-block-zeroenergy-design-lab-analysis>.Acesso em: 19/05/2020| Alterado pela autora. Figura 65: Fachada projeto The Bridge. Fonte: ARCHDAILY. The Bridge Homeless Assistence Center / Overland Partners. Disponível em: <https://www.archdaily.com/115040/ the-bridge-homeless-assistance-center-overland-partners/5013816228ba0d1507000529-the-bridgehomeless-assistance-center-overland-partners-image>.Acesso em: 20/05/2020. Fi g u r a 6 6 : I m p l a n t a ç ã o. Fo n t e : A R C H DA I LY. T h e B r i d g e H o m e l e s s As s i s t a n c e C e n t e r/O ve r l a n d Pa r t n e r s . D i s p o n í ve l e m : < h t t p s : //w w w.a r c h d a i l y.c o m / 1 1 5 0 4 0/ the-bridge-homeless-assistance-center-overland-partners/5013819628ba0d1507000532-thebridge-homeless-assistance-center-overland-partners-plan?next_project=no>.Acesso em: 22/05/2020 | Alterada pela autora. Fi g u ra 67: P l a n t a t é r re o. Fo n t e : A R C H DA I LY. T h e B r i d g e Ho m e l e s s As s i st a n c e C e n t e r/O ve r l a n d Pa r t n e r s . D i s p o n í ve l e m : < h t t p s : //w w w.a r c h d a i l y.c o m / 1 1 5 0 4 0/ the-bridge-homeless-assistance-center-overland-partners/5013819128ba0d1507000530-thebridge-homeless-assistance-center-overland-partners-plan?next_project=no>.Acesso em: 22/05/2020 | Alterada pela autora. Figura 68: Planta primeiro pavimento. Fonte: ARCHDAILY. The Bridge Homeless Assistance Center/Overland Partners. Disponível em: <https://www.archdaily.com/115040/ the-bridge-homeless-assistance-center-overland-partners/5013819428ba0d1507000531-the-bridgehomeless-assistance-center-overland-partners-plan?next_project=no>.Acesso em: 22/05/2020 | Alterada pela autora. Figura 69: Planta segundo pavimento. Fonte: ARCHDAILY. The Bridge Homeless Assistance Center/Overland Partners. Disponível em: <https://www.archdaily.com/115040/ the-bridge-homeless-assistance-center-overland-partners/5013819a28ba0d1507000533-thebridge-homeless-assistance-center-overland-partners-plan?next_project=no>.Acesso em: 22/05/2020 | Alterada pela autora.

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Figura 70: Composição da fachada - vidro translúciso e transparente. Fonte: ARCHDAILY. The Bridge Homeless Assistance Center/Overland Partners. Disponível em: <https://www.archdaily.com/115040/ the-bridge-homeless-assistance-center-overland-partners/5013818c28ba0d150700052e-the-bridgehomeless-assistance-center-overland-partners-image>.Acesso em: 22/05/2020. Figura 71: Alojamento masculino. Fonte: ARCHDAILY. The Bridge Homeless Assistance C e n t e r/O ve r l a n d Pa r t n e r s . D i s p o n í ve l e m : < h t t p s : //w w w.a r c h d a i l y.c o m / 1 1 5 0 4 0/ the-bridge-homeless-assistance-center-overland-partners/5013818e28ba0d150700052f-the-bridgehomeless-assistance-center-overland-partners-image?next_project=no>. Acesso em: 22/05/2020. Figura 72: Crianças brincando em acampamento da UNHCR. Autor: Ivor Prickett. Fonte: ACNUR. Histórico. Disponível em: <https://www.acnur.org/portugues/historico/>. Acesso em: 15/05/2020. Figura 73: Programa de necessidade. Fonte: autoral. Figura 74: Proposta de implantação. Fonte: Produzido pela autora. Figura 75: Diagrama - volumetria. Fonte: Produzido pela autora. Figura 76: Diagrama - distribuição do programa. Fonte: Produzido pela autora. Figura 77: Perspectiva 3D - vista viaduto Glicério. Fonte: Produzido pela autora. Figura 78: Perspectiva 3D - vista rua Teixeira Leite. Fonte: Produzido pela autora. Figura 79: Perspectiva 3D - vista rua Glicério. Fonte: Produzido pela autora. Figura 80: Campo de deslocados internos de Khanke, Iraque. Autor: Ivor Prickett. Fonte: PANOS PICTURES. Disponível em: <https://library.panos.co.uk/stock-photo/a-view-of-khanke-internallydisplaced-persons-(idp)-camp-near-dohuk-more/search/detail-0_00192434.html>. Acesso em: 30/05/2020. 108

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