Impressão by Isadora Porfirio

ÍNDICE Introdução �� 1 Il Giardino �� 2 A bolsa �� 4 Festa Junina �� 6 Vivência no Pátio �� 8 Center 3 - Av. Paulista ��12 Predios Residenciais - Av. Paulista ��14 Apaixonada por lugares ��18 Passeio ��22 Galleria Shopping - Campinas ��24 Praça do shopping cidade são paulo - Av. Paulista ��28 Interior do MASP ��30 Viaduto Santa Efigênia ��34 Edifício que não existe mais –

Av. Paulista ��38

Casa das rosas - Av. Paulista ��40 Mulher ��42 Menina sozinha ��46

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Palmeiras Barra Funda ��48 Interior do mercado ��52 Rua confusa ��56 Garagem ��58 MASP ��62 Prédios Residenciais Projetados ��66 Fim da Linha ��70 Il Giardino ��72

ÍNDICE Introdução .............................................................................. 1 Il Giardino .............................................................................. 2 A bolsa ................................................................................... 4 Festa Junina ............................................................................ 6 Vivência no Pátio .................................................................... 8 Center 3 - Av. Paulista ...........................................................12 Predios Residenciais - Av. Paulista...........................................14 Apaixonada por lugares ..........................................................18 Passeio ...................................................................................22 Galleria Shopping - Campinas ................................................24 Praça do shopping cidade são paulo - Av. Paulista ...................28 Interior do MASP ..................................................................30 Viaduto Santa Efigênia...........................................................34 Edifício que não existe mais –

Av. Paulista .............38

Casa das rosas - Av. Paulista ...................................................40 Mulher ..................................................................................42 Menina sozinha ......................................................................46

IMPRESSÃO

INTRODUÇÃO

Impressão foi realizado para disciplina AP216 do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNICAMP. A proposta é expor os desenhos realizados por Isadora Fernandes Porfirio e textos de interpretação feitos por outras pessoas. O intuito é, de certa forma, reiterar como pessoas e seus pensamentos a respeito de um mesmo tema são diferentes e carregam memórias, histórias de vida e culturas diversas. Foram 23 participantes ao todo e três Editores. Gabriela Colmanetti Bozzola Isadora Fernandes Porfirio Marco Antônio dos Santos Professor: Edson Do Prado Pfutzenreuter Somos muito agradecidos aos nossos queridos participantes: Bruno Geraldi Martins, Marina Maluf, Patrícia Bonadio, Paulo Belarmino, Lívia Oliveira, Rafael Marengoni, Roberta Firmino, Camila Miki, Thiago Keltke, Marina Ortiz, Marília Dantas da Silva, Francisco Orlandini, Thais Oliveira, Marina Violin, Elisa Campos, Luana Espig Regiani, Camila Pereira Caetano, Dínamis Lara, Fernando Abdo Contarim, Nelson de Freitas Porfirio Junior, Juliana Leanza, Guilherme Martínez e Paula Bajer Fernandes.

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IL GIARDINO

Il Giardino

IL GIARDINO Olha, muita coisa de minha visão de mundo veio à cabeça quanto aos jardins das casas. Eu tenho um quintal com vasos também. Em um raio X de como os vasos em quintais funcionam: são plantas, no mínimo de terra suficiente, dentro de um vaso, acima de um cimentado que, por sua vez, está cobrindo um monte de terra. Então fico pensando, porque ter o máximo de plantas, no mínimo de terra, o mínimo de plantas para se sentir bem e o máximo de espaço construído em um terreno. Mínimos e máximos compuseram meus pensamentos durante um tempo. Mas este foi um pensamento avançado, depois te ter pensado que os jardins eram os melhores lugares de solidão da casa. Solidão em bom sentido, o tempo necessário ao ser sozinho. E me vi na beira das piscinas das casas que tive, em momentos de reflexão, junto às plantas. Então percebi que onde tem planta na casa é onde eu me sinto mais confortável para me conectar comigo; Então, sendo o espaço de maior conexão comigo, eu examinei a estrutura dele e me dei conta que ele me é grato e me ajuda, mesmo eu podendo dar toda a terra que existe abaixo do cimento, mas reservando apenas pequenas porções nos vasos. Eu vivo o máximo da natureza e ela vive meu mínimo.

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A BOLSA

A bolsa

A BOLSA Quando olho a imagem me bate uma certa nostalgia, como se me invadisse uma sensação de estar em uma cidade calma, no interior do país. O desenho do acessório me faz lembrar de senhores, crianças indo à escola e até de carteiros cumprindo sua função. Imagino a história desta bolsa, e quantas lembranças, objetos e aventuras a mesma já carregou e/ou presenciou.

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FESTA JUNINA

Festa Junina

FESTA JUNINA Esse desenho me traz duas sensações: de passado e presente. O prédio ao fundo traz a ideia da contemporaneidade, de grandes cidades verticalizadas. As barracas de festa junina e a carroça remetem a uma ideia de cidade pequena interiorana. Por outro lado, os tênis sugerem que o observador está imaginando, ou desenhando, uma camada na outra: imagina o comportamento de cidade pequena, com festa de rua, na cidade grande.

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VIVÊNCIA NO PÁTIO

Vivência no Pátio

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VIVÊNCIA NO PÁTIO Tem uma sensação de calmaria, tranquilidade... talvez aquele momento da manhã onde as coisas tão ainda começando a se agitar, num daqueles cantinhos quase secretos que se escondem da intensidade da vida urbana. A primeira associação que fiz na verdade foi outono. Tem definitivamente um clima meio... manhã de outono! Quando ainda tá um friozinho e o sol vem aquecendo devagar as coisas e acordando a cidade, sabe? Não sei se é meu amor pela estação ou esse amarelo outonal, mas dá pra sentir a tranquilidade que tá nesse lugar, no que poderia muito bem ser uma fria manhã de maio.

10 Vivência no Pátio

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CENTER 3 - AV. PAULISTA

12 Center 3 - Av. Paulista

CENTER 3 – AV. PAULISTA Fachada chamativa para aqueles que gostam de uns números, me transmite competitividade, aqueles que entram só pensam nos números para chegar cada vez mais em cima, até o topo. Por que para eles quanto mais status, quanto mais dinheiro melhor visto pela galera do ramo... Me fez lembrar do filme o Lobo de Wall Street e todas aquelas transações da bolsa de valores

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PREDIOS RESIDENCIAIS - AV. PAULISTA

14 Predios Residenciais - Av. Paulista

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PRÉDIOS RESIDENCIAIS – AV. PAULISTA A impressão que me passa é de um vazio de pessoas. Digo, o texto direciona um pouco, mas vendo a parede de prédios e pensando na quantidade de pessoas, esperaria ver mais pessoas. E as pessoas estão em vultos, o que me passa a definição mais forte do ambiente que dos indivíduos. Apequenados. Poucos. Dispersos. Enquanto o resto da cena atropela eles. Tudo cinza com exceção do prédio, mas que é quase ironia, que apesar de tudo ele é quase irrelevante na cena.

16 Predios Residenciais - Av. Paulista

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APAIXONADA POR LUGARES

18 Apaixonada por lugares

APAIXONADA POR LUGARES

Vendo esse desenho eu lembrei de uma cena da minha vida: quando eu estava no jardim do palácio de Versailles, no inverno e fiquei muito apaixonada. Eu senti uma paz muita grande lá, queria ficar sozinha lá pensando, mas eu percebi que me senti muito solitária também . Pessoalmente, eu procuro muito auto conhecimento e é um caminho muito solitário por que é muito interno. Eu sempre gostei de ficar sentada pensando sozinha em alguns lugares e passei a não fazer isso pra não me sentir sozinha A imagem me fez sentir do mesmo jeito: muito livre, mas solitária. Era sempre um misto de paixão, de descobrimentos e solidão (por que mesmo que estivesse com muita gente, parecia que só eu estava sentindo aquele turbilhão). E eu lembrei de uma música que eu ouvi na minha cabeça no jardim de Versailles nesse dia por que por mais que eu sentisse falta de muita gente enquanto estava fora, ainda assim, eu não queria voltar. João de Barro O meu desafio é andar sozinho Esperar no tempo os nossos destinos Não olhar pra trás, esperar a paz O que me traz A ausência do seu olhar Traz nas asas um novo dia Me ensina a caminhar Mesmo eu sendo menino, aprendi Oh, meu Deus, me traz de volta essa menina

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Porque tudo que eu tenho é o seu amor João de Barro, eu te entendo agora Por favor, me ensine como guardar meu amor O meu desafio é andar sozinho Esperar no tempo os nossos destinos Não olhar pra trás, esperar a paz O que me traz A ausência do seu olhar Maria Gadú

20 Apaixonada por lugares

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PASSEIO

22 Passeio

PASSEIO

XXVI Às vezes, em dias de luz perfeita e exacta, Em que as coisas têm toda a realidade que podem ter, Pergunto a mim próprio devagar Porque sequer atribuo eu Beleza às coisas. Uma flor acaso tem beleza? Tem beleza acaso um fruto? Não: têm cor e forma E existência apenas. A beleza é o nome de qualquer coisa que não existe Que eu dou às coisas em troca do agrado que me dão. Não significa nada. Então porque digo eu das coisas: são belas? Sim, mesmo a mim, que vivo só de viver, Invisíveis, vêm ter comigo as mentiras dos homens Perante as coisas, Perante as coisas que simplesmente existem. Que difícil ser próprio e não ver senão o visível!

Alberto Caeiro

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GALLERIA SHOPPING - CAMPINAS

24 Galleria Shopping - Campinas

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GALLERIA SHOPPING – CAMPINAS É despedida. É ver partir o que não quer deixar e se ver num verdadeiro invólucro anestesiado de cinza numa saudade precoce. De se ver incompleto e cada vez mais distante de um algo ou alguém que talvez demore a retornar ou nunca volte. Arrependimento maduro de quem deixou de falar e ve o amarelo no distante feixe de luz indo embora sem as palavras ditas, presente num ambiente cru que tem mais do mesmo. As formas se retorcem numa confusão inconsequente de quem muito pensa e pouco tem a mostrar. Um bloqueio de curvas que sai da mente para a realidade fixada na complexidade de sentir e não mostrar.

26 Galleria Shopping - Campinas

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PRAÇA DO SHOPPING CIDADE SÃO PAULO AV. PAULISTA

28 Praça do shopping cidade são paulo - Av. Paulista

PRAÇA DO SHOPPING CIDADE SÃO PAULO – AV. PAULISTA Domingo no Parque Foi no parque Que ele avistou Juliana Foi que ele viu Foi que ele viu Juliana na roda com João Uma rosa e um sorvete na mão Juliana seu sonho, uma ilusão Juliana e o amigo João...” Gilberto Gil

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INTERIOR DO MASP

30 Interior do MASP

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INTERIOR DO MASP Não sei se é por ser o interior de algum lugar com o que parece ser um pé direito bem alto, mas a questão dos tamanhos foi a primeira coisa que eu pensei vendo isso. Mais especificamente, o quão pequenas parecem as pessoas perto do prédio. Acho que a parte vermelha, por ser a única com cor, também me passou essa sensação de distância, de isolamento. Eu estava ouvindo explosions in the sky, mais especificamente o the earth is not a cold dead place, e acho que foi um disco que combinou com o desenho (tanto pela capa ser preta/branca e vermelha) quanto pela sonoridade, sem dúvida influenciou na minha opinião. Os retângulos (do teto e das estruturas nas quais estão os pôsteres(?)) passam uma sensação curiosa, gostosa. Acho que por isso o isolamento não parece ser um isolamento ruim, “só” um isolamento. É, acho que eu diria algo assim.

32 Interior do MASP

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VIADUTO SANTA EFIGÊNIA

34 Viaduto Santa Efigênia

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VIADUTO SANTA EFIGÊNIA Acho que o que eu sinto vendo o seu desenho é algo meio pessoal. Mas eu sinto uma certa harmonia. Eu olho pra essa imagem e eu tenho vontade de estar sentada nesse lugar e ficar só observando os detalhes. Esse lugar me lembra muito um dia de sábado, quando você não tem muita coisa pra fazer na cidade e só fica andando e passeando. Eu gostei muito da composição, das árvores, da torre da igreja, os prédios de diversos estilos e pra fechar com “chave de ouro” a ponte. Acho que no final ao tentar chegar a uma conclusão sobre o que eu vejo é a sensação de a cidade grande ser um lugar muito reconfortante. Estão juntas em um mesmo espaço diferentes linguagens arquitetônicas, culturas e expressões, mas parece que tudo combina tão bem, acho que a beleza da cidade grande está nas diferenças. Eu gosto muito de música e eu sempre tento me expressar por ela. Quando eu vi o desenho não pensei em uma música que expressasse em palavras suas sensações. Então eu pensei na trilha sonora de um filme que eu gosto há muito tempo, Adeus Lênin. Acho que a trilha harmoniosa poderia combinar com esse desenho, dentre todas as músicas eu escolho essa: Yann Tiersen – Lara’s Castle.

36 Viaduto Santa Efigênia

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EDIFÍCIO QUE NÃO EXISTE MAIS – AV. PAULISTA

38 Edifício que não existe mais –

Av. Paulista

EDIFÍCIO QUE NÃO EXISTE MAIS – AV. PAULISTA Uns Uns, com os olhos postos no passado, Vêem o que não vêem: outros, fitos Os mesmos olhos no futuro, vêem O que não pode ver-se. Por que tão longe ir pôr o que está perto — A segurança nossa? Este é o dia, Esta é a hora, este o momento, isto É quem somos, e é tudo. Perene flui a interminável hora Que nos confessa nulos. No mesmo hausto Em que vivemos, morreremos. Colhe o dia, porque és ele

Ricardo Reis

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CASA DAS ROSAS - AV. PAULISTA

40 Casa das rosas - Av. Paulista

CASA DAS ROSAS – AV. PAULISTA Recentemente ouvi a música The times they are a-changing, de Bob Dylan, e prestei a devida atenção pela primeira vez no prefixo “a-“ do título. Depois de breve pesquisa, descobri que o mesmo se trata de uma forma comum no inglês arcaico de indicar a continuidade nos verbos, mas que seu uso no ingles moderno permanece usado em apenas alguns vocábulos (como asleep, awake, etc). Daí me veio a genialidade do compositor de indicar uma banalidade caída no desuso, em uma obra que trata exatamente sobre a mudança continua e o eventual esquecimento. Diferentemente de objetos palpáveis, é impossível colocar a linguagem em um museu para preservá-la (apenas meros registros físicos são “guardáveis”), e digo isso pois acredito que o mesmo ocorre com as cidades. Mesmo que haja – e é importantíssimo haver – esforços para manter o patrimônio construído e sua preservação. À medida que a relação do homem com o ambiente construído inevitavelmente muda, sua função muda, sua escala, seu valor e sua influência no cotidiano muda. A cidade sem a mudança e sem a coexistência de tensões entre tempos distintos, não é cidade, é apenas construção. E assim como na linguagem, a memória das cidades poucas vezes estará indicada e acompanhada de explicações, poucas vezes estará separada, emoldurada, em patamar de caráter museológico. E também é melhor que assim o seja: a sutileza está no contraste, em meio ao conturbado dia-a-dia, no prazer em reparar no que está óbvio e escondido ao mesmo tempo. E, diante disso, nos colocar também no nosso humilde papel, lembrando que o tempo faz com que tudo nos fuja ao controle.

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MULHER

42 Mulher

MULHER De manhã, eu tinha o olhar tão perdido e a postura tão morta, que aqueles que encontrei talvez não me vissem. Arthur Rimbaud

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44 ï»¿

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MENINA SOZINHA A música, olhando com atenção para o desenho, talvez não seja exatamente o que ele passa (que pra mim parece algo mais intimista), mas talvez os cabelos acabaram sugerindo a música e como ela veio muito direto, logo depois do primeiro olhar... Logo em seguida me veio a imagem do quarto do Klint, que lembra em vários aspectos o desenho e que também parece ligado com a música... Na verdade acredito que numa ordem de sentimentos mais logicamente conectados viria primeiro o seu desenho, depois o quadro e só então a música...

46 Menina sozinha

MENINA SOZINHA Rapte-me camaleoa Adapte-me a uma cama boa Capte-me uma mensagem à-toa De um quasar pulsando lower Interestelar canoa Leitos perfeitos Seus peitos direitos me olham assim Fino menino me inclino pro lado do sim Rapte-me, adapte-me, capte-me It’s up to me Coração Ser, querer ser, merecer ser um camaleão Rapte-me camaleoa Adapte-me ao seu Ne me quitte pas

Caetano Veloso

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PALMEIRAS BARRA FUNDA

48 Palmeiras Barra Funda

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PALMEIRAS BARRA FUNDA Canção do dia de sempre Tão bom viver dia a dia... A vida assim, jamais cansa... Viver tão só de momentos Como estas nuvens no céu... E só ganhar, toda a vida, Inexperiência... esperança... E a rosa louca dos ventos Presa à copa do chapéu. Nunca dês um nome a um rio: Sempre é outro rio a passar. Nada jamais continua, Tudo vai recomeçar! E sem nenhuma lembrança Das outras vezes perdidas, Atiro a rosa do sonho Nas tuas mãos distraídas…

Mário Quintana

50 Palmeiras Barra Funda

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INTERIOR DO MERCADO

52 Interior do mercado

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INTERIOR DO MERCADO A primeira coisa que me veio a mente foi a FAU-USP, muito ativa e povoada (com barulho e etc); Talvez pelo cinza do concreto, talvez pela vista, meio que lembrando o salão caramelo (a cor amarela também? talvez). Mas olhando agora me veio um calor com essa cor amarela e um respiro com o cinza. Chegamos a alguma conclusão com isso? Sim, mas que talvez só nos leve ao óbvio: que esta imagem me fez lembrar de coisas e lugares que eu gosto - FAUUSP - ou de sensações que estou sentindo neste momento, como muito calor e um pequeno conforto com Alguma rara brisa. Descubra.

54 Interior do mercado

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RUA CONFUSA

56 Rua confusa

RUA CONFUSA “As cidades e o desejo” – a motivação inconsciente e a ação sobre a memória Nelas há uma alusão insistente à contradição, à dualidade do espírito humano. Intuitivamente somos destinados à ordem e ao caos simultaneamente, e as “cidades e o desejo” refletem o paradoxo em paisagens regulares como Dorotéia e Anastácia ou dúbias como Despina. Ou ainda múltiplas como Fedora, em que quase nos perdermos nos infinitos caminhos que geramos para cada uma de nossas escolhas.” Evandro Ziggiatti Monteiro

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GARAGEM

58 Garagem

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GARAGEM Quem já viveu em vários lugares sabe que lar não é só a casa dos seus pais, ou onde você nasceu ou cresceu. Lar são os lugares pelos quais você passou e se sentiu confortável, por ter sido querido, convidado, por ter tido aconchego e sentido carinho. A maior qualidade dos nômades é, na verdade, não terem presos essas referências a uma só casa, mas conseguirem se achar, tendo esses bons sentimentos, onde é que estejam. Pois casa não é só um abrigo, mas uma coleção de memórias que nos formam e representação destes nossos pedaços. Assim, podemos chamar de lar qualquer lugar que nos moldaram e nos deixaram seu rastro. Cada lugar que possua importância na sua história e que conte um trecho dela. Não só as casas em que vivemos, mas os espaços em que pertencemos e nos sentimos acolhidos. Seja a casa da sua mãe ou o abraço do seu amigo.

60 Garagem

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MASP

62 MASP

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MASP Faz Tempo Faz tempo eu quero descansar E ver as coisas por aí Viver conforme o que vier Só precisar do que eu tiver Faz tempo eu quero passear E estar por conta de viver Fazer o que quiser de mim Me libertar da vida As vezes saio pra encontrar Um canto pra gente ficar Na cidade ou pelo litoral Um jeito a gente tem que dar Juntando um no outro Vai chegar, meu bem Pro nosso carnaval E lá vou eu, onda do mar Doce é viver nos olhos dela Do tempo eu sei, o tempo é rei E eu naveguei nos olhos dela As vezes saio pra encontrar Um canto pra gente ficar Na cidade ou pelo litoral Um jeito a gente tem que dar Juntando um no outro Vai chegar, meu bem Pro nosso carnaval Olha, menininha, eu tenho que dizer Tudo o que eu faço é só por você

64 MASP

Aonde você for O que você quiser, eu dou Mas olha, menininha, eu peço por favor Tudo o que eu faço é pelo seu amor Cê sabe como é, por baixo desse véu O que você quiser As vezes saio pra encontrar Um canto pra gente ficar Na cidade ou pelo litoral Um jeito a gente tem que dar Juntando um no outro Vai chegar, meu bem Pro nosso carnaval Banda do Mar

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PRÉDIOS RESIDENCIAIS PROJETADOS

66 Prédios Residenciais Projetados

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PRÉDIOS RESIDENCIAIS PROJETADOS As Árvores

As árvores estão voltando a ter folhas Como algo quase sendo dito; Os brotos recentes relaxam e se espalham, Seu verdor é uma espécie de pesar. É que eles nasceram de novo E nós envelhecemos? Não, eles também morrem, Seu truque anual de parecerem novos Está escrito nos anéis da madeira. No entanto, essas torres inquietas agitam Suas frondosas coberturas todo maio. O ano passado está morto, elas parecem dizer. Comece de novo, de novo, de novo. Philip Larkin

68 Prédios Residenciais Projetados

PRÉDIOS RESIDENCIAIS PROJETADOS As Árvores

68 Prédios Residenciais Projetados

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FIM DA LINHA

70 Fim da Linha

FIM DA LINHA O desenho me passa a ideia do caminho que fazemos durante a vida, que seguimos automaticamente. Porém, em alguns momentos percebemos que não tem como seguir em frente dessa maneira e é hora de optar por novos caminhos para podermos evoluir. É o momento em que realizamos que devemos tomar o controle e parar de seguir o fluxo, fechar um ciclo e começar um novo.

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IL GIARDINO

72 Il Giardino

IL GIARDINO Parece o jardim da minha irmã. Como Mary Poppins, entro no desenho. Tomo um ar na beira da piscina, olho de perto as flores e as plantas dispostas sobre o banco, sobre a mesinha, na parede. Passo horas dentro desse desenho tão delicado, um desenho que me faz lembrar do jardim de minha irmã. Minha irmã tem o dom de organizar as plantas de um jeito casual. Aí um dia ela muda tudo de lugar e de novo as plantas se adaptam; o jardim de minha irmã é mutante. Minha irmã sabe cuidar de plantas, de bichos, de pessoas. Ela cuida de um jeito leve, um jeito de fada. Sempre admirei esse modo despretensioso de cuidar sem pedir de volta. Il giardino é leve e colorido como o jardim de minha irmã. É um jardim em italiano como seria o jardim de nossa avó, se ela tivesse um jardim. Tem o mundo inteiro nesse canto infinito de jardim.

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74 Il Giardino