Informe ISAGS Agosto/2016

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Rio de Janeiro, Agosto de 2016

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As Olimpíadas do Rio e a Vigilância em Saúde

ISAGS

Os jogos na cidade brasileira apresentaram oportunidades e desafios para a vigilância sanitária, um dos temas mais debatidos no ISAGS desde a sua fundação

Entre os dias 5 e 21 de agosto, a cidade do Rio de Janeiro recebeu quase um milhão de visitantes de todo o mundo, entre turistas, atletas, técnicos e jornalistas, de acordo com estatísticas oficiais. Além dessas pessoas, circularam em meios de transporte, arenas, hotéis e restaurantes um sem-número de micro-organismos, o que gerou não só a necessidade de organizar a oferta de serviços de saúde, mas um robusto trabalho de vigilância porque, de acordo com o relatório “Communicable disease alert and response for mass gatherings” da Organização Mundial da Saúde (OMS), há o “potencial de maior risco de importação de doenças infecciosas”. Esse cenário abriu espaço para a atuação de dois importantes parceiros do ISAGS. Do lado da investigação científica, a inédita diversidade microbiana na cidade converteu o metrô em um laboratório para os pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Parte do Consórcio Internacional MetaSUB, o trabalho incluiu a análise da transformação provocada pelo megaevento no microbioma do Rio de Janeiro a partir de amostras coletadas nas estações e trens cariocas. Embora pesquisas similares estejam sendo realizadas em outras 50 cidades do mundo, é a primeira vez que se dá no contexto de um evento de massa. “Essas informações podem ajudar no processo de vigilância epidemiológica. É possível que no futuro possamos identificar, por exemplo, a entrada de um novo vírus, as cepas

de influenza que estão circulando ou a detecção de uma espécie de bactéria que nunca tenha sido identificada no Brasil”, explicou Milton Ozorio Moraes, chefe do Laboratório de Hanseníase do IOC e coordenador do projeto. “Toda a informação está sendo monitorada de maneira aberta e compartilhada com as outras cidades do consórcio”. Na outra ponta do evento, no entanto, estava a Agência de Vigilância Sanitária do Brasil (ANVISA) para evitar que essa diversidade microbiológica se tornasse um risco para a população local e os visitantes. Com 17 anos de experiência na realização tanto de eventos de massa regulares no Rio de Janeiro de menor escala como a celebração do Ano Novo e o Carnaval, quanto na organização da Copa do Mundo de Futebol em 2014, com eventos em 12 cidades-sede espalhadas pelo país, a ANVISA vem compartilhando seu know-how com outros países sul-americanos em diversos eventos e oficinas no ISAGS, inclusive na publicação do Instituto “Vigilância em Saúde na América do Sul – epidemiológica, sanitária e ambiental”. Na preparação para os Jogos foram lançados dois Guias para a Atuação da Vigilância Sanitária em Eventos de Massa, um sobre o gerenciamento de risco e outro sobre a regulação da prestação de serviços de alimentação e saúde, além de diversas resoluções e um plano integrado para orientar a sua atuação.

Incluindo as ações de três esferas de gestão – a União, o estado e o município do Rio de Janeiro – e também do Comitê Rio 2016, o Plano Operativo Integrado de Vigilância Sanitária definiu as ações a serem executadas durante o período de preparação e durante o evento. “Dentre as ações elencadas no Plano, aquelas consideradas essenciais na garantia da segurança sanitária do evento foram destacadas em uma Matriz de Responsabilidades”, afirmou Daniela Gomes, coordenadora da Comissão ANVISA para as Olimpíadas e Paraolimpíadas Rio 2016. “Em modelo semelhante, após a realização de oficinas presenciais, foram elaborados os Planos Operativos para as outras cinco localidades que sediaram a modalidade futebol olímpico, com destaque para o planejamento dos laboratórios de saúde pública na previsão e realização de análise dos produtos sujeitos à vigilância Sanitária”. A ANVISA participou ainda das atividades desenvolvidas no Centro Integrado de Operações Conjuntas da Saúde (CIOCS). “Trata-se de uma estrutura especializada que tem o objetivo de coordenar institucionalmente a detecção, avaliação, monitoramento e resposta às demandas de saúde relacionadas aos Jogos”, esclareceu Daniela. Dentre as iniciativas do CIOCS que contaram com o apoio da ANVISA, estão o monitoramento de eventos de saúde pública relacionados principalmente a serviços de alimentação e serviços de saúde, ao apoio à vigilância sanitária municipal do Rio de Janeiro na obtenção e consolidação dos dados de inspeção em serviços de saúde, serviços de alimentação, ambulâncias, instalações sanitárias e abastecimento de água.

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