Jw sv #1

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Joanna Wylde #1 Silver Bastard Série Silver Valley

Silver Bastard Copyright © 2015 Joanna Wylde ~2~


SINOPSE Quatorze meses. Por quatorze meses, Puck Redhouse se sentou em uma cela e manteve a boca fechada, protegendo os Silver Bastards MC de seus inimigos. Então, ele estava livre e era hora da sua recompensa - a volta plena no clube, juntamente com uma festa para comemorar. Foi quando ele viu Becca Jones pela primeira vez e colocou tudo em movimento. Antes que a noite terminasse, ele tinha violado sua liberdade condicional e a levado para longe de tudo o que ela conhecia. Cinco anos. Foi há cinco anos que Puck destruiu Becca e a salvou, tudo em uma noite. Ela está aterrorizada com ele desde então, mas ela está ainda mais aterrorizada com os monstros dos quais ele ainda a protege... Mas Becca se recusa a deixar o medo controlá-la. Ela está vivendo sua vida e seguindo em frente, até que ela recebe um telefonema do passado que não pode ignorar. Ela tem que voltar e só há um homem que ela pode confiar para ir com ela - o ex-presidiário motoqueiro que a resgatou uma vez antes.

Puck vai ajudá-la novamente, mas desta vez será em seus termos. Sem mentiras, sem mais lágrimas, e sem mais atrasar o que ele realmente quer...

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Prólogo CALIFORNIA CINCO ANOS ATRÁS

PUCK Filho da puta, isso queima. A dose era dupla, e o fato de que iria me aconchegar entre dois belos peitos enormes de uma stripper com longas pernas e uma maldita bunda bonita não fazia mal algum. A tequila bateu no meu estômago, o álcool se chocando em meu sistema, e a merda finalmente era real. Liberdade. Quatorze meses desde a última vez que eu tive uma bebida descente - tinha me esquecido da sensação, também. Sabe aquela doçura, dor áspera que vem rasgando a camada de superfície da pele por todo o caminho abaixo da sua garganta? Maravilhosa. Nunca me senti tão bem em toda a minha vida, e isso é um fato. Ajudou o fato da rainha das prostitutas ter me chupado logo que chegamos à festa Passei o último ano tentando decidir o que faria primeiro quando eu finalmente saísse. Continuei indo e voltando entre transar e ficar bêbado, mas Deus aparentemente tem um fraco por idiotas porque tínhamos encontrado um inferno de um bom acordo. Agora, eu estava livre há quase quatro horas. Ainda parecia um sonho. O Departamento de Correções da Califórnia tomou o tempo que precisava com tudo, incluindo até o processo de soltar um homem da cadeia. Eu passei metade da espera me perguntando se os babacas mudariam de ideia ou se o advogado do clube tinha esquecido alguma coisa. Imaginei que iriam encontrar alguma maneira para foder com a minha cabeça.

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O FBI, a polícia estadual, até mesmo a Homeland Security, todos queriam um pedaço do meu clube, o Silver Bastards MC, e não passei uma semana sem que tentassem cortá-lo para fora da minha pele. Suponho que acharam que um prospecto1 faria um alvo fácil. Nem fodendo. Meu velho morreu pelos Bastards. Se eu fracassasse, ele assombraria minha bunda o resto da minha vida, porque essa merda não permaneceria na minha família. Eu nasci para usar um colete dos Bastards. E hoje à noite? Pela primeira vez, eu finalmente tive o direito de mostrar meu colete. Uma mão bateu no meu ombro, em seguida, um homem corpulento me alcançou para um abraço tão apertado que doeu. Minhas malditas costelas rangeram. — Esse patch 2 parece bom nas suas costas, irmão? — disse Boonie. Ele era o presidente dos Silver Bastards em Gallup, Idaho, eu o ouvi me chamar de um inferno de muitas coisas - mas nunca de irmão. Me senti bem. Malditamente bem. Até uma hora atrás, eu tinha sido um prospecto, nunca tinha conseguido qualquer tratamento especial por causa do meu velho. Isso é o que eu queria. — Melhor noite da minha vida. — admiti. Ele se afastou e seu rosto ficou sério. — Estou orgulhoso de você, — disse ele. — Você fez o que tinha que fazer. Protegeu o clube, tomou conta dos negócios. Painter nos disse como as coisas estavam lá dentro, como você tomou tudo em suas costas. Você mereceu isso, o ganhou com a sua vida e seu sangue. Eu sei que você não vai envergonhar o patch, Puck. — Eu não vou. — respondi, quase cuspindo as palavras. Boonie sorriu e de repente agarrou meu braço e me virou em direção ao bar novamente. — Beba, — ele me disse. — E encontre alguma coisinha bonita para brincar, porque amanhã nós montaremos e iremos para casa. Sua moto está em boa forma, cuidei dela para você. 1

Prospecto é tipo um estagiário. Ele não participa das missas (que são as reuniões do clube) e nem das decisões. 2 Patchs são aqueles remendos que eles costuram no colete. ~5~


— Obrigado. — Outra dose, baby? — perguntou a stripper. Ela deslizou para o lado, estendendo a mão para pegar o meu pescoço, me puxando para um beijo. Isso me levou um pouco perto demais para seu rosto. Ela estava suada, e seu rímel tinha começado a escorrer. O cheiro não era tão bom, também. — Mais uma dose. — eu disse, me afastando. Eu tinha apreciado o boquete, sem dúvida. Mas ela não era exatamente a fantasia que me manteve batendo punheta no último ano, e prometi a mim mesmo que não iria me contentar só com isso, assim sendo, saí. Eu queria uma pessoa nova, alguém limpa, suave e doce o suficiente para comer. Eu brincaria com ela por um tempo antes de gozar, metendo através da sua maciez até que ela gritasse e implorasse por misericórdia. Boca, buceta, bunda. Isso foi o que me consumiu durante aquelas noites longas que passei me perguntando por que diabos me deixei ser pego. Ignorando a cadela no bar, estendi a mão para pegar a garrafa de tequila, bebendo quase um terço. Cristo, lá se foi o resto da minha garganta. Então me virei para olhar para o lado de fora. Quatro dos meus novos irmãos do Silver Bastard haviam descido em CallupBoonie, Miner, Deep e Demon. Junto deles estavam quatro Reapers e dois prospectos dos Reapers. Eles estavam aqui para receber Painter, que tinha sido preso comigo acusado por porte ilegal de armas. Foi uma porcaria, mas assim é a vida. Nós estávamos lutando por nossos clubes, por isso não me arrependo. Através de uma combinação de sorte e subornos bem colocados, tínhamos conseguido ficar juntos pelo período da nossa detenção. Os clubes disponibilizavam recursos e os advogados para nos proteger, nós correspondemos ao investimento com o nosso silêncio. Painter do outro lado do salão chamou minha atenção, sorrindo. Depois de tanto tempo juntos, eu quase podia ler seus pensamentos. Eu dei a ele um aceno, um desses acenos com o queixo que fala por si. Parabéns para você, também, imbecil.

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— Você está se divertindo? — perguntou um homem ao meu lado. Olhei para baixo para encontrar um homem terrivelmente magricelo e um pouco nojento, faltando metade de seus dentes. Tweaker o chama de Teeny. Seu rosto estava um pouco ansioso demais e seus olhos com um brilho excessivo. Teeny era nosso anfitrião essa noite, então eu tinha que ser bom para ele. Nós estávamos no meio do nada, escondidos atrás de um vale onde este idiota de algum modo adquiriu uma casa. Os Longnecks MC - um dos nossos ‗aliados‘, embora sua lealdade fosse questionável tinha um armazém onde foi instalado uma loja próximo a casa desse cara. Esse babaca do Teeny nem sequer pertence ao clube... Aparentemente seu irmão Bax estava ligado, então eles usam o local como um pit stop. Havia alguma coisa nessa situação que não fazia sentido, mas foda-se, eu não me importei. Pela manhã eu estaria montando na minha moto e indo para casa. Com sorte minha futura relação com o estado da Califórnia e, em particular, com Teeny, seria extremamente limitada. — Você viu algo que goste? — ele perguntou. — Aquela ali é a minha old lady. Você a quer? Ela é realmente boa e certamente irá te dar boas-vindas. Dei de ombros, olhando em direção a mulher. E decidi, ela provavelmente estava na casa dos trinta anos. Muito bonita, mas tinha um olhar duro e um ar cansado que não me agradou. Não só isso, ela era magra, magra pra caralho. Provavelmente fumava metanfetamina para bloquear o fato de que tinha que viver com este idiota. — Não, ela é boa, mas não é meu tipo. — eu disse, casualmente tomando outro gole de tequila. Não estava queimando tanto agora, o que, em retrospecto, deveria ter sido um sinal para ter diminuído. Talvez as coisas tivessem sido diferentes. A merda com a coisa do tempo - ele passa em um único sentido. — Qual é o seu tipo? — ele perguntou. Eu dei de ombros. O dia que eu precisar de algum drogado para me encontrar uma buceta, vou cortar meu próprio pau e resolver isso de uma vez. Engolindo outra bebida, olhei sem rodeios do outro lado do salão, ignorando-o. Foi quando eu a vi.

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Eu odeio fodidos clichês, e merda como essa só acontece nos filmes... Mas eu juro pra caralho, acho que me apaixonei por ela naquele instante. Ela era pequena, com cabelos longos castanhos e uma daquelas coisas com nó no topo de sua cabeça. Também não se vestia para se exibir. Eu ainda podia ver que ela tinha uma cintura fina, contudo, seus seios eram generosos e o tipo de curvas redondas saudáveis que você só sabe que vai embalar seus quadris perfeitamente quando está batendo nela. Eu tinha que tê-la. Precisava dela, tipo agora. — Boa pedida. — disse Teeny. Eu o ignorei, me concentrando no anjo que eu tinha toda a intenção de possuir tão logo que a convencesse a tirar suas calças. Ela era bonita. Meio deslocada, também. Não flertava com ninguém, e não usava uma tonelada de maquiagem. Apenas andava, pegando as garrafas vazias e evitando conversa. Fascinante. — Eu vou te apresentar. Teeny atravessou o salão em direção ao meu sonho de foda. Segui atrás dele, porque não queria que o babaca falasse em meu nome. Então Boonie pegou meu braço. — Atenção, — disse ele, com voz baixa, difícil de ouvir através do barulho da festa. — Nós achamos que alguma coisa está acontecendo com esse cara. Não tenha medo de falar com ele, ok? Sempre que puder se utilize de uma boa informação. Eu assenti, me perguntando por que diabos Teeny teve que me pegar para ser seu camarada. Esta noite era para relaxar, me divertir. Só de olhar para ele me fez sentir sujo, e considerando algumas das merdas que já fiz na minha vida, isso é uma verdadeira façanha. Outra mão bateu nas minhas costas, então Painter me pegou pelo pescoço, me apertando enquanto ria. — Nunca acaba, — disse ele. — Boonie está empatando sua transa? Eu dei um soco no estômago, sem muita força. Apenas o suficiente para fazê-lo recuar. — Não, agora você tem essa honra. — murmurei, olhando para ele. — Nós apenas passamos um ano juntos em uma cela, porra. Acho que nós já falamos tudo, então me deixe ficar com alguém? Por favor?

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Ele respondeu com um soco e eu cambaleei... Caramba, não tinha percebido quão bêbado eu estava. Ainda assim, não estava prestes a cair assim tão facilmente. Eu oscilei, observando enquanto nossos irmãos começaram a se aglomerar em torno de nós. O brilho selvagem em seus olhos era uma mistura de felicidade quase maníaca e reprimida de energia que correspondia a minha. — Leve-o do lado de fora, — disse Boonie. — Eu aposto cinquenta em Puck. — Cem em Painter. — Picnic Hayes, presidente dos Reapers, respondeu e, depois, foram se agrupando do lado de fora para a luta. Eu mal podia esperar. Nós tínhamos brigado antes, é claro. Não a nada além de tempo de sobra na prisão, então eu conhecia os movimentos de Painter como se fosse os meus próprios e ele também conhecia os meus. Éramos páreo um para o outro, poderia acontecer qualquer coisa. Nenhum de nós tinha muito treinamento, mas apanhamos uma boa quantia ao longo do caminho. Inferno, eu fui preso na minha primeira briga de bar quando tinha catorze anos de idade, visto que o meu pai não era exatamente O Pai do Ano. Mesmo assim amava o velho bastardo. O sol estava se pondo à medida que saíamos, pintando o céu de rosa e laranja salpicado de nuvens borradas. Parei por um momento, impressionado com a beleza incrível a minha volta, e sorri, respirando fundo. Caralho é bom estar livre novamente. Ninguém sabe como é ficar preso em uma cela como um animal. Nenhum dos caras tiveram que ouvir o som dos portões se fechando atrás deles. Felizmente para mim, eu não era exatamente o primeiro Silver Bastard a cumprir pena pelo clube, o que significava que os meus irmãos me receberiam. Eles sabiam como era isso. — Ok, temos um círculo aqui. — Pic estava dizendo. Pisquei, começando a processar o fato de que talvez lutar com Painter enquanto estava bêbado poderia não ser uma ideia tão boa. É claro que ele estava bêbado também, e a bebida iria atenuar a dor... — A luta vai até que um de vocês caia no chão ou desista. Hora de fazer as suas apostas, irmãos. Boonie me pegou pelo braço, me puxou para o lado e olhou no meu rosto. — Você está pronto? — ele perguntou. Assenti bruscamente com a cabeça, porque bêbado ou não, eu não iria parecer um maricas na

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frente do meu presidente. Olhei do outro lado do círculo empoeirado e vi quando Painter me deu um sorriso de escárnio amigável. Rindo, me movi, o jogando para fora, em seguida, ele apertou meus braços estendidos, se soltando. Foi quando a vi novamente. Fora do caminho, de pé ao lado Teeny, falando rapidamente e apontando para mim. Eu franzi o cenho, porque realmente não precisava ou queria aquele idiota do meu lado. Conhecendo minha sorte, o filho da puta iria fazê-la sair correndo. Eu cutuquei meu irmão, Deep, que estava de pé ao meu lado. — Vê aquela garota? — perguntei, apontando o queixo em direção a ela. — Certifique-se de que Teeny não a assuste ok? — Claro, — disse ele. — Eu vou ficar de olho. — Obrigado. Eu e Painter entramos juntos no círculo, senti o prazer da adrenalina cortar através da névoa de álcool. Meu sangue começou a bombear, batendo através de mim até podia saborear tudo isso. Cristo, eu gostava de lutar. Sempre pareceu limpar minha cabeça e eu tinha conseguido o suficiente, mas com o passar dos anos, mais ganhei que perdi. Dentro da prisão, essas habilidades tinham salvado nossas bundas, e eu sabia como lutava o homem que estava enfrentando. Painter se moveu primeiro, chegando com um golpe rápido e experimental em direção ao meu estômago. Isto não era um ataque real, ele apenas estava testando os meus limites. Eu tinha bebido muito, e isso iria diminuir meus reflexos. Então, ele conseguiria me acertar. Isso mudou o início do ataque, algo que ambos precisávamos sentir. — Não posso acreditar que eles te deram créditos no clube. — disse ele, me provocando. Eu sorri. — Se esforce mais, meu velho. Já te conheço muito bem. Painter riu, depois contra atacou novamente, de repente. Ele me deu um soco na boca no estômago e eu me dobrei. Merda. Caí para trás e quase tropecei para fora do círculo, me recuperando no último minuto. Eu ouvi os gritos dos meus irmãos me incitando a continuar. Oh, inferno não.

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De nenhuma maldita maneira eu iria perder uma luta esta noite. Painter podia se foder rapidamente, porque ele teve seu colete durante anos. Esta era a minha noite. Essa vadia me pertencia e ele apenas teria que aguentar e concordar. Ainda cambaleando, balancei para frente em direção a ele como se estivesse fora de controle. Então eu ataquei, e desta vez o peguei. O acertei uma, duas, três vezes. Bem na barriga. Painter arfou e eu me movi para dar o golpe final. De alguma forma ele se recompôs, me surpreendendo com um soco no queixo. Minha cabeça inteira sacudiu enquanto cambaleava para o lado. Senti o sangue na minha boca, em seguida, encontrei um dente frouxo com a minha língua. Idiota. Pensei na menina bonita que tinha acabado de ver, o que me deixou irritado. A raiva era boa. Clareou minha cabeça. Não importa se fosse ganhar ou não, ela não iria querer alguém com uma porcaria de rosto sangrando como um porco. Isso não era uma luta - era uma empata foda. Hora de acabar com isso. Painter esperou por mim, balançando. Eu tinha me habituado a ele muito bem. Ele estava sem dúvida favorecendo sua mão esquerda, isso era uma grande notícia, porque ele era canhoto. Sorte minha. Eu era ambidestro. Me lancei contra ele, convertendo isso ao meu favor. Ele tentou me impedir, mas seu braço estava fraco. Acertei um golpe em seu intestino, seguido por outro que pegou do lado de sua bochecha. A dor penetrou pela minha mão, separando o nevoeiro de álcool. — Imbecil. — ele conseguiu dizer enquanto eu dancei para trás, flexionando os dedos. Esse último golpe foi ruim, se eu tivesse acertado mais fora do centro, teria um punho quebrado. — Você o pegou. — Boonie gritou. Estendi minha mão novamente. Eu queria correr o risco de outro golpe na cabeça? Eu não tinha sequer protegido meus dedos... Foda-se. Peguei o queixo de Painter novamente e aconteceu, ele caiu duro no chão. O sangue escorria de seu nariz e por longos segundos me perguntei se realmente o tinha machucado de verdade. Então ele ~ 11 ~


conseguiu rolar sobre seu estômago, desistindo e me declarando vencedor, tudo em uma só ação. — Parabéns por conseguir seu colete, Puck, — ele gemeu. — Eu vou te dar um presente. Aproveite enquanto pode, porque da próxima vez vou te matar. Eu cambaleei para trás, sorrindo e levantando as mãos uma vez que percebi que ele não estava gravemente ferido. Tinha sido um golpe de sorte e nós dois sabíamos disso - estávamos bem adaptados, poderia ter acabado de outra maneira. Quando ouvi meus irmãos gritando a vitória, eu não me importei. Esta era a minha noite. Eu tinha a liberdade e meu patch. No entanto, ainda precisava da garota. Olhei em volta e a vi de pé ao lado de Deep. Teeny estava do outro lado dele, sentindo pena de si mesmo. Ela estava com os dois braços a sua volta se abraçando, obviamente nervosa e eu senti meu sorriso desvanecer. Merda. Eu não a queria assustada. Eu balancei a cabeça, desejando que as coisas não estivesse evoluído tão rápido. Acenei para os homens que se aglomeram em torno de mim, e fui em direção a ela, meio que esperando que ela fugisse. Ela não fez, no entanto. Quando parei na frente dela, ela me deu um sorriso hesitante, depois falou. — Posso te ajudar a encontrar outra bebida? — Porra, sim. Peguei seu braço e a puxei para meu lado, trocando um olhar satisfeito com Deep. — Me avise se você precisar de alguma coisa! — Teeny gritou atrás nós, e eu senti a garota estremecer. — Cristo, mas esse cara é um fodido desagradável, não é? — perguntei em tom de conversa, ela bufou perplexa e deu uma risada. Eu gostei do som. Doce e meio inocente. Fez meu pau feliz, isso era certo. Ainda assim, não queria foder às coisas e pressionar muito porque as vibrações nervosas eram intensas. — Sim, ele é. — ela concordou em silêncio, e eu me inclinei para beijar o topo de sua cabeça. Ela cheirava bem - fresca e limpa assim como eu tinha fantasiando todos esses meses. Fresca, limpa e perfeita. Eu me perguntava que sabor ela tinha.

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— Eles estão acendendo a fogueira lá trás. — ela me disse com a voz suave. — Pelos barris. Talvez devêssemos ir até lá? Hmmm... Eu poderia trabalhar com isso. — Ok. Ela tentou se afastar de mim então apanhei sua mão brincando, a puxando de volta para mim. — Eu não posso pegar uma cerveja se você não me deixar ir. — ela ressaltou. Porra. Ela estava certa. Ainda assim, eu não estava disposto a deixá-la ir tão facilmente - com minha sorte Painter iria aparecer e levá-la só para foder com a minha cabeça. Se alguém podia tirá-la de mim, esse alguém era ele. O filho da puta sempre se dava bem em sua própria maneira esquisita, mesmo que eu pudesse ver isso. Eu não podia competir, não com uma cicatriz horrível no meu rosto. Eu decidi que eu tinha que ficar de olho nela. Proteger o que era meu.

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Uma hora mais tarde me vi apoiado contra a parede da casa, me perguntando como tive tanta sorte. O nome da minha garota era Becca, e ela estava se transformando rapidamente em minha mulher preferida. Não que nós tínhamos conversado muito - ela era bastante silenciosa. Mas era suave e quente, e agora eu a tinha enfiada entre as minhas pernas, recostada contra meu peito. ‗Nervosa‘ tinha sido a palavra certa para ela, também. Ela tinha estado nervosa como o inferno, tão nervosa que eu tinha ficado com medo no início que ela se afastasse e saísse correndo para longe de mim. A cerveja ajudou com isso, e agora ela estava relaxada em meus braços, de olhos fechados, a cabeça encostada em meu peito de modo que o meu queixo roçava sua testa. Eu teria dito que ela estava dormindo se não fosse os pequenos ruídos que fazia toda vez que meus dedos circularam seus mamilos sob sua camisa, ou deslizava por seu estômago. Nós tínhamos tirado seu sutiã há dez minutos e eu tinha explorado abaixo apenas o suficiente para saber que ela não estava molhada para mim ainda... Mas estava chegando lá. Isso era uma

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coisa boa, porque o meu pau estava mais duro do que uma rocha e pronto para mais. Mexi meus quadris, deslizando minha ereção contra suas costas, e ela gemeu. Apalpá-la a luz da fogueira era ótimo, mas era hora de avançar as coisas. Com a mão eu a puxei, pegando seu queixo e me inclinando para um beijo. Deus, ela era doce. Ela tinha gosto de alegria e cerveja, com uma pitada de tequila misturada em boa medida. Eu posso dizer que ela não tem uma tonelada de experiência, porque quando deslizei minha língua em sua boca, ela não tinha certeza sobre o que fazer. Me excitando de maneira grandiosa, tenho que admitir. — Becca, você deveria levá-lo lá para cima, você não acha? A voz de Teeny cortou o beijo, e Becca endureceu. Ela se afastou de mim, se desligando tão rispidamente que eu podia praticamente sentir o frio ártico. Porra. Por um instante considerei seriamente matar Teeny. Eu tinha levado quase uma hora para deixá-la nesse ponto, e ele não ia estragar tudo para mim. Olhei para ele, estreitando o olhar. — Existe uma razão para você estar falando com ela? Ele sorriu. — Apenas estou me certificando de que está tudo bem aqui. — Vá embora. — Leve ele para o andar de cima, Becca. Como se possível, ela ficou mais tensa e eu suspirei. Claro, eu poderia simplesmente ir encontrar alguém. Mas eu não queria mais ninguém, e este idiota estava arruinando as coisas para mim. Passei meus braços em torno dela, a puxando para mim, apertando firme, deixando claro que ela não precisava se preocupar com Teeny. — Agora seria uma boa hora para desaparecer. — eu disse a ele, minha voz cheia de uma ameaça projetada para transmitir uma mensagem de medo. Becca tremeu o que me irritou. Já tinha sido difícil o suficiente chegar até ela, e agora ela tinha que ver isso. — Caso contrário, eu vou fazer isso acontecer. Entende? Boonie veio para ficar ao nosso lado. — Temos um problema aqui? — ele perguntou. — Não. — Teeny disse, olhando para mim e Becca.

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Então ele se virou e afundou para longe como a porra de uma barata que ele era. Becca estremeceu, e eu esfreguei minhas mãos para cima e para baixo em seus braços. — Não se preocupe, baby. — eu disse, distraído. — Obrigado, Boonie. — Sem problema. — ele murmurou olhando para Teeny. — Fico feliz que estamos indo embora pela manhã. Há algo errado aqui - foi uma viagem muito educativa. Eu assenti com a cabeça, apesar de não saber da história completa. Eles me deixariam a par de tudo mais tarde, até então apenas seguiria a liderança de Boonie. — Vamos entrar. — disse Becca. — E encontrar um lugar para ter um pouco de privacidade. Ela se soltou e se levantou. Isto me surpreendeu, mas eu não estava exatamente descontente com o desenvolvimento. Eu cambaleei sem equilíbrio quando me levantei, e as coisas estavam um pouco nebulosas. Ela me levou para dentro da casa e subimos as escadas para um quarto pequeno na parte de trás. Tinha uma cama king-size que estava com o lençol amarrotado e manchado. Havia uma poça de cerveja derramada no chão ao lado de uma garrafa virada. Vários copos e garrafas espalhadas no espaço, e um cinzeiro estava pela metade na mesa de cabeceira. — Acho que não somos os primeiros a procurar um pouco de privacidade. — comentei, mas realmente não me importava. Não. Eu só fechei a porta e a tranquei. Quando me virei, ela já tinha tirado seu sutiã e estava se ocupando de se desfazer de seu jeans. Puta merda. Becca era maravilhosa. Quer dizer, eu tinha visto o quão bonita ela era do lado de fora, mas os belos peitos que estava tateando na última hora eram ainda mais perfeitos do que tinha imaginado. De alguma forma, o fato de que um sutiã de algodão liso os embalava apenas melhorou a experiência. Em seguida, ela deslizou as calças e eu quase morri, porque nunca tinha visto nada mais sexy. Eu queria amarrá-la e tomar posse de todos os buracos em seu corpo. Duas vezes.

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Becca viu tudo escrito em meu rosto, tão claramente que se assustou. Ela deu um passo para trás, e levantou uma mão. A questão profundamente perturbadora cintilou pelo meu cérebro confuso. — Você é virgem? — perguntei, degustando as palavras estranhas na minha boca. Ela deu uma risada nervosa, então negou com a cabeça. — Não, eu não sou virgem. Ela estendeu a mão atrás para desenganchar o sutiã e eu vi seus mamilos pela primeira vez. Exatamente o tamanho certo, rosa e pontudos, maravilhosos para a minha boca... Dei um passo em direção a ela e ela me surpreendeu, caindo de joelhos e estendendo a mão para a braguilha de minha calça. — Quando foi à última vez? — perguntou ela, com a voz quase profissional. Eu gemi quando ela empurrou para baixo o meu jeans e cueca, tirando meu pau. Eu nunca tinha ficado tão duro e não estava inteiramente certo de que iria sobreviver os próximos dez minutos. Caralho, eu iria mesmo durar dez minutos? Então, a mão dela envolveu ao redor do meu comprimento e eu fechei os olhos, me encostando-se à parede, porque caso contrário teria caído de bunda. Ela começou lenta e constante, envolvendo seus dedos em torno do meu pau e friccionando cima e para baixo. Depois de um minuto, ela fez uma pausa. Eu abri meus olhos para vê-la olhando para mim enquanto lambia a palma da mão, com um olhar mais maduro e mais sedutor do que eu tinha encontrado antes. Porra. Porra. Em seguida, a outra mão estendeu para minhas bolas quando ela começou a trabalhar novamente com os dez dedos. Engoli em seco, caindo na sensação novamente. Definitivamente não seria duradouro, eu percebi. De jeito nenhum. Mas isso era bom, porque para essa noite eu tinha um acúmulo de carga pronta para sair. — Use a sua boca. Ela obedeceu, abrindo a boca e tomando meu pau, sua língua chicoteando rápida e habilmente. Quase muito habilmente... Estranho, e um pouco surpreendente, dada a forma como ela me beijou. Então ela me chupou mais profundo me fazendo parar de pensar em tudo. Tudo estava quente e úmido e fodidamente perfeito. Trinta segundos

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depois explodi em sua boca, sem aviso prévio. Inferno, isso me pegou de surpresa, aconteceu tão rápido que me encolhi. Alcançando o cabelo dela com a minha mão, puxei o elástico que o prendia para que as longas mechas castanhas caíssem em tornos de seu rosto. Ela se levantou, limpando o rosto com as costas da mão, seus olhos castanhos suaves encontraram os meus. Ela parecia um anjinho inocente novamente. — Becca, isso foi... — eu não tinha palavras. Porra. Eu tinha sentido falta do sexo. Sexo real, não apenas punheta com a minha mão. Nada no mundo é tão doce como a sensação molhada de uma mulher quente em volta do meu pau. Ela se virou, estendendo a mão para pegar uma garrafa meio vazia de vodka da mesa de cabeceira, tomando um grande gole e bochechando o líquido ao redor de sua boca. Em seguida, cuspiu no chão antes de tomar outro gole. Ok, não um anjo total. Estendi a mão e Becca entregou a garrafa para mim sem palavras. Depois ela deslizou para fora da calcinha de algodão e deitou de costa na cama. — Você está pronto? — perguntou ela. Tomei um grande gole, minha cabeça girando, porque nunca tinha estado mais pronto para qualquer coisa em toda minha vida. Ela, no entanto, não parecia pronta. Seus olhos estavam distantes e quando chutei minha calça para me colocar entre as pernas dela, pude ver que o corpo dela não estava comigo, também. Felizmente eu sabia como consertar isso. Ao tirar meu colete, procurei colocá-lo em algum lugar seguro. A única superfície plana disponível era a pequena mesa, mas no canto de trás tinha um desses suportes para pendurar com algumas roupas nele. Fui até lá e peguei um gancho, pendurando o colete de couro, e me virei para Becca. Ela estava de olhos fechados, eu teria pensado que estava dormindo se não soubesse. Foda-se, talvez ela tivesse desmaiado. — Você está acordada? Ela assentiu com a cabeça.

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— Sim, mais ou menos bêbada. — ela murmurou. — Não se preocupe com isso. Dando de ombros, tirei minha camisa, depois me ajoelhei ao lado da cama e coloquei suas pernas erguendo sobre meus ombros. Ela gritou quando abri os lábios de sua buceta dando uma longa lambida diretamente até o clitóris. — O que você está fazendo? — perguntou ela, de repente acordada e alerta. Lambi novamente, Becca se contorceu e engasgou enquanto seu pequeno nó começou a endurecer para mim. Bom. — Oh meu Deus! Eu não posso acreditar o quão bem me sinto... Ela caiu de costas na cama, enquanto fui seguindo meu curso. Eu amo uma buceta. É claro que a maioria dos homens ama, mas nem todos adoram fazer um bom sexo oral em uma buceta suculenta tanto quanto eu. Eu lambia, provocando suas cócegas, dando de vez em quando um pouco de estimulo ao mamilo de Becca que veio a vida debaixo de mim. Eu acho que ela estava tentando se manter calma no início, mas de nenhuma maneira eu iria permitir essa merda. Não. Eu a queria molhada e gritando, porque planejava para ela um passeio duro para o resto da noite. Então deslizei dois dedos dentro, procurando apenas o ponto certo enquanto chupava seu clitóris como um doce. Encontrei na primeira tentativa e ela explodiu em torno dos meus dedos, choramingando e suspirando. Me afastei, pegando uma ponta solta do lençol para limpar minha boca, ela gemeu enquanto pequenos tremores corriam através de seu corpo. Eu estava duro como antes, quase constantemente - mesmo logo depois que tinha gozado em sua boca, mas isso não era nada comparado ao meu pau agora. O fluido permeava na ponta, alcancei minha calça do outro lado no piso, tirando um preservativo. A garrafa de vodka chamou minha atenção ao longo do caminho, tomei outro gole seguindo o exemplo dela, fiz um bochecho na boca e cuspi no chão. O local estava realmente nojento, mas eu tinha passado catorze meses na prisão, então um pouco de sujeira era a menor das minhas preocupações. Inclinando a cabeça para trás, suguei o resto da bebida, agitando enquanto bebia. A segurei em meus braços em um movimento rápido e a coloquei na cama antes de escorregar o

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preservativo. Segundos depois, empurrei profundamente dentro dela. Porra, esta foi a escolha certa para hoje à noite, porque sem mentira, nunca me senti tão bem antes em toda minha vida. Ela gemeu e eu capturei sua boca, a beijando com força e a reivindicando. Desta vez não me segurei. Não. Eu só dei o máximo que pude, saboreando seu gosto doce e me perguntando se ela queria conhecer Idaho... Nós estaríamos saindo de manhã, e o pensamento de jogá-la na parte de trás da minha moto e levá-la comigo funcionou de maneira grandiosa em mim. Então, ela me apertou forte e eu parei de pensar completamente.

***

Dormimos por um tempo. Talvez a gente tenha desmaiado. Não sei, dá no mesmo. Quando acordei, Becca estava aconchegada ao meu lado, uma perna jogada por cima da minha. Um rastro de cabelo em meu peito e sua respiração fazia cócegas na minha pele. Isso era o suficiente. Rolei sobre seu estômago, deslizando uma almofada debaixo de seus quadris e abri suas pernas antes de pegar um preservativo. Ela murmurou, não estava realmente falando, mas os sons que saiam de sua boca não eram infelizes quando eu encontrei seu clitóris novamente. Segundos depois empurrei para dentro dela. Tenho certeza de que algum homem - em algum lugar na história- tenha gostado da sensação de uma buceta mais do que eu estava gostando naquele momento. Difícil imaginar como, apesar de tudo. Eu tinha a feito gozar antes e agora que estava bem e excitada, eu estava pronto para fazer essa coisa acontecer. Agarrando seus quadris, a puxei por trás e bati no fundo. Becca gritou e endureceu agora bem e verdadeiramente acordada. Caralho, tão quente e escorregadia... Comecei a bombear dentro e fora duramente, amando como ela se agitava em torno de mim. Seus braços se estenderam agarrando os lençóis e eu me abaixei, encostando em suas costas e usando meus joelhos para abrir as pernas uma pouco mais. Então peguei suas mãos nas minhas, mordiscando a parte de trás de seu pescoço antes de gemer em sua orelha. — Toque seu clitóris.

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— Eu não posso. — ela engasgou. Fiz uma pausa, pegando sua mão e a empurrando para baixo por seu estômago enquanto erguia meu peso. Encontramos seu clitóris juntos, então empurrei de volta bruscamente. — Oh meu Deus... — ela gemeu. — Isso é incrível. É isso aí. — Agora mantenha o dedo aí. — eu pedi. — Você vai gozar para mim, pelo menos duas vezes, entendeu? Ela assentiu com a cabeça nos lençóis, puxei minha mão livre me preparando quando comecei a mover novamente. Não fui gentil, mas estava tudo bem, porque a senti molhada e escorregadia em torno do meu pau. Apertada, também. Ainda melhor do que tinha imaginado quando estava em uma cela, e eu tenho um inferno de uma boa imaginação. Me inclinei em meus cotovelos, agarrando o cabelo dela para me trazer de volta, porque ia ser uma merda se eu gozasse. Cada toque de meus quadris me levou para mais perto, e quando ela começou a se agitar e choramingar em torno do meu pau, quase me perdi. Não foi bem assim, no entanto. Eu não tinha terminado. Boca. Buceta. Bunda. Eu tinha tudo planejado em minha cabeça, sonhei com isso há meses... Agora finalmente tive o poder de resistência para terminar. Quando ela tremeu e estremeceu, me sentei sobre meus calcanhares a puxando também. A bunda de Becca espalhou largamente na minha frente, e sorri porque era fodidamente maravilhosa. Um lindo formato de coração. Não muito grande, mas também não era magra. Cristo, eu queria fode-la lá. Meu pau ainda estava envolto apertado e pingando com seus sucos, mas cuspi na minha mão um par de vezes, espalhando um pouco de lubrificante extra. Em seguida, peguei seus quadris e a puxei para cima e sobre seus joelhos. — Prepare-se. Ela assentiu com a cabeça, esticando os braços a sua frente como uma gata, que era bonitinha, mas totalmente inadequado para

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as circunstâncias. Peguei seu cabelo novamente, puxando sua cabeça para o lado, e Becca suspirou. — Eu disse prepare-se. — repeti. — Vou foder sua bunda agora. Ela gritou, e seu corpo inteiro ficou tenso. — Isso é um problema? — perguntei. Ela negou com a cabeça rapidamente. — Não, faça isso. Merda, ela poderia ter soado menos entusiasmada? Me acalmei, tomando consciência do meu sonho na prisão, essa garota poderia não ser uma completa fantasia pornô ao vivo e a cores. Porra. — Está tudo bem. — eu disse, me retirando dela. Fechei os olhos, passando a mão pelo meu cabelo, tremendo um pouco. Eu tinha acabado de foder sua buceta, buscava algo mais. Sou capaz disso. Em seguida, ela me chocou como o inferno me atingindo com sua bunda para agarrar meu pau. Ela empurrou de volta com seus quadris, desajeitadamente tentando me guiar para sua buceta, isso era engraçado e patético ao mesmo tempo. Porque eu sou um ser humano de merda, a penetrei novamente. Não sou um completo idiota, no entanto. Eu podia ver a tensão que irradiava dela. — Você nunca fez isso antes? — perguntei, ela negou violentamente com a cabeça, sem olhar para mim. — Ok, vamos devagar. Ela assentiu com a cabeça neste momento, mas ainda não olhava para mim. Isso me incomodou, por algum motivo, embora eu não tenha ideia do por que. Cavei meus dedos profundamente em seu cabelo, torcendo sua cabeça ao redor o suficiente para beijá-la. Duramente. Minha língua cavou fundo, forçando-a a me beijar de volta e, não é mentira, me senti como se fogos de artifício estivesse explodindo da minha cabeça. Clichê como todas as fodas, mas existe. Após longos segundos viemos à tona para respirar, olhei em seus olhos vendo quando suas pupilas se arregalaram. Devagar, encontrei sua abertura com a cabeça do meu pau, empurrando firmemente para dentro enquanto ela ofegava. — Você está bem?

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— Eu estou bem. — disse ela, com olhos arregalados e lábios trêmulos. Segurei sua bunda, meu coração batendo tão forte que achei que poderia vir direto para fora do meu peito enquanto penetrava cada vez mais fundo. Ela era apertada, realmente apertada. Com certeza não estava mentindo quando disse que nunca tinha feito isso antes. Eu afundei para dentro pelo o que pareceu uma eternidade antes de bater no fundo, minhas bolas descansando contra sua buceta. Seu coração pulsava em torno do meu pau e percebi que eu ficaria feliz em morrer naquele momento. Isso é o quão bom estava. Becca fechou os olhos e virou o rosto para as cobertas, tendo espasmos em torno do meu pau. Eu não gostava da posição, queria assistir seu rosto, mas ela parecia precisar de um pouco de privacidade. Entendi. Eu nunca fui muito bom bancando o cara tipo baunilha, mas esta intensidade era um tipo diferente do que estava acostumado. Sem gritos nem arranhões, sem brigas um com o outro até que ambos perdêssemos nossas mentes... Não, isso era poderoso em um nível totalmente novo, e olhar em seus olhos seria provavelmente demais para mim, também. Me retirei dela, em seguida, deslizei novamente. Ela ofegou. Ela assentiu com a cabeça, sem falar, enterrando a mão para baixo até que encontrou seu alvo. Comecei os movimentos, indo devagar e com cuidado no início. Mas foi muito bom, nunca fui de levar as coisas devagar e com cuidado. Olhando para trás, não posso dizer quando as coisas realmente caíram na merda, ou se sempre esteve na merda e eu era muito estúpido para ver. Nunca consegui resposta para isso, mas o que aconteceu em seguida não foi o meu melhor momento. Comecei a me mover mais rápido. Me sentindo fodidamente incrível. Ela parecia fodidamente incrível, também. Então eu estava batendo nela, ela estava tremendo e eu achei que estava gozando e isso estava perfeito. Becca soluçou de repente. Alto. Não era um choramingo do tipo ruidoso, nem um daqueles gemidos que as cadelas dão quando estão recebendo tanto que não conseguem se controlar. Não.

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Este era o tipo de ruído que um filhote de cachorro produz quando você o chuta, e eu senti meu intestino sendo rasgado com uma faca. Grande. Erro. Do. Caralho. Eu me retirei e a segurei em meus braços. Ela ficou perturbada, e eu me odiava porque mesmo estando assim, ela era suave e bonita e eu só queria continuar pregando sua bunda. Becca sabia disso também, porque tentou se afastar, pressionando meu pau contra suas costas. Mais os soluços escapavam juntamente com as lágrimas que escorriam pelo seu rosto e eu sabia que de fato iria queimar no inferno por isso. Massageando sua cabeça, tentei pensar em sons calmantes. Em vez disso, estava cheio de perguntas. Por que ela me deixou fazer isso? Porque você é um bastardo insistente e assustador. Porra. — Me desculpe. — eu disse a ela, minha cabeça dando reviravoltas. Não deveria ter bebido tanto. Eu não tinha ideia de que horas eram, nenhuma ideia de quanto tempo nós tínhamos permanecido aqui... Ouvi barulhos do lado de fora, os sons da música, o que significava que a festa ainda rolava. Uma boa festa pode durar toda a noite e adentrar na manhã seguinte. — Está tudo bem. — ela finalmente conseguiu sussurrar. Eu mordi de volta uma risada dura, porque essa era uma grande mentira do caralho e nós dois sabíamos disso. Então ela fez algo que me surpreendeu. Becca virou em meus braços e me empurrou para baixo para me deitar de costas. Segundos depois, ela tinha tirado o preservativo e estava me chupando profundamente de novo, o que não fez nenhuma porra de sentido. Infelizmente, meu pau não era o tipo cuidadoso e sensível porque ele realmente não se importava se ela estava claramente assustada e ter se embebedado de sua bunda o tinha feito perder o contato com a realidade. Eu poderia ter parado ela. Eu deveria ter parado ela.

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Em vez disso, afundei meus dedos em seus cabelos e explodi em sua boca e foi ainda melhor do que a primeira vez. O quarto começou a girar seriamente em torno de mim enquanto ela se aconchegava em meu braço e acariciava meu peito. — Diga a ele que me sai bem, ok? — ela sussurrou. — Diga apenas que eu fiz tudo certo. Por favor? Eu desmaiei me perguntando o que diabos ela estava falando.

***

Minha bexiga estava prestes a explodir. Precisava mijar. Talvez enxaguar minha boca, também, porque parecia que tinha algo podre lá dentro, e isso não era um exagero. Me movi e percebi que Becca ainda estava aconchegada em meus braços, dormindo pesadamente. Consegui piscar, abrindo meus olhos. A luz tênue emanava pela janela, apesar de que ainda podia ouvir a música em um volume lá embaixo. Ótimo. Vai ser uma longa viagem para casa sem nenhum sono. Deslizando cuidadosamente debaixo de Becca, me levantei e puxei as minhas calças. Minha camisa tinha caído na poça pegajosa de cerveja e vodka, então tropecei para fora do quarto seminu. A porta do outro lado do corredor estava trancada, apesar do cheiro, tinha que ser o banheiro ou as pessoas tinham começado a mijar e vomitar nos quartos suponho que isso não era totalmente impossível. Me senti muito bem por estar de volta com os meus irmãos, mas os nossos anfitriões eram uma merda. Cambada de idiotas e chefes de metanfetamina, tanto quanto eu poderia dizer. Não é de se admirar que Boonie não confiava neles. Desci as escadas até a sala, onde, apesar do fato de que a música ainda tocava, as pessoas estavam espalhadas por todo o lugar. Meu irmão, Deep, estava encostado na barra que separava a sala da área de cozinha, de braços cruzados, com uma expressão de repugnância em seu rosto. — Ei. — eu disse, mantendo minha voz baixa. — Você perece a própria morte. Se divertiu lá em cima?

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Dei de ombros, me sentindo como um idiota. — Ela é perfeita, — eu disse. — Mas acho que a machuquei. Seus olhos se estreitaram. — Temos algum problema? Devo ir buscar Boonie? Merda. — Não, não é isso. — eu disse rapidamente. — Quero dizer, eu acho fui longe demais. Tentei foder sua bunda e isso não foi tão bem. Ela está bem, mas eu ainda me sinto como um otário. — Temos uma garota que vai chorar e te acusar de estupro? — ele perguntou rapidamente e eu bufei. — Provavelmente deveria. — respondi. — Ela me disse para fazer, no entanto. Depois ela me chupou. Parecia errado, de alguma forma. — Você quer outra bebida? — eu me virei para ver Teeny ali de pé, com os olhos brilhante e cheios de algo que não conseguia acompanhar. Deus, eu o odiava, ele era como uma barata, dessas que não são inteligentes o suficiente para ficar fora da luz. A raiva substituiu o meu desgosto. Ele precisava me deixar sozinho. — Você está falando sério? — perguntei a ele, me virando e estralando meus dedos. A luta com Painter tinha me acalmado, mas voltou novamente enquanto eu falava sobre Becca para Deep. Bater em alguém, qualquer um, me faria sentir bem, mas bater nesse cara? Seria um prazer matá-lo. — Você nunca vai embora? Maldito pedaço de merda! Comecei a andar na direção dele, mas Deep pegou meu braço, me puxando para trás. — Cuidado, mano. — ele disse calmamente. — Isto não é a respeito dele. Você está chateado com a garota. Escolha suas batalhas, porque não há um monte de Reapers e Bastards em Longnecks misturados. Tudo que ele fez foi te oferecer uma bebida. Porra. Respirei fundo, olhando para o merdinha assustado e desesperadamente desejando que fizesse algo, qualquer coisa para me dar uma desculpa para derrubá-lo. Meus irmãos iriam me apoiar, não

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importa o que acontecesse, mas eu não era estúpido o suficiente para pensar que não pagaria um preço por minhas ações. — Eu vou voltar para a cama. — eu disse depois de um minuto ou menos de tensão, depois puxei meu braço. — Falo com você depois, irmão. Deep assentiu, olhei para Teeny enquanto me virava para caminhar de volta até as escadas. Desta vez, a porta do banheiro estava aberta. Com certeza, alguém tinha errado a mira, e eu senti meu estômago se movimentando. Por um segundo lá dentro pensei que eu fosse morrer. Então me concentrei bastante para mijar sem vomitar. Depois, virei para olhar para mim mesmo no espelho. Como sempre, meu reflexo no espelho era feio pra caralho. Meu cabelo escuro, bagunçado, tinha uma cicatriz no rosto e meu nariz que tinha sido quebrado por pelo menos quatro vezes agora... Merda, não me admira que Becca tenha ficado com medo de mim, eu parecia um maldito serial killer. Eu queria dar um soco no espelho e quebrá-lo em mil pedaços, o que faria ainda menos do que descer uma porrada em Teeny. Em vez disso, eu voltei para o quarto e a encontrei ainda dormindo na cama. Sua pele estava pálida e frágil, sombras escuras tocando seus olhos. Ainda linda, mas mais jovem e de aparência frágil agora. O que eu fiz? Me arrastei de volta para a cama, com certeza não conseguiria dormir. Eu tinha subestimado o quanto meu sistema ainda estava embriagado, porque tudo ficou escuro novamente.

***

Desta vez, o sol estava brilhante e desagradável. Pisquei, tentando lembrar onde estava... Então as lembranças voltaram e olhei ao redor, me perguntando onde minha garota estava. Merda. Becca tinha ido embora. O que diabos realmente aconteceu na noite passada? Me sentei procurando meu colete que estava pendurado em um cabideiro ao lado...de uniformes escolares? Porra, esse quarto deve ser de alguma criança, eu percebi. Isso seria trágico, voltar para casa e encontrar uma confusão como essa. Me virei e baixei os pés no outro lado da cama, pensando em abrir a janela para arejar as coisas, verificando o ~ 26 ~


terreno no processo. Mas pisei em uma pilha de livros, que caiu. Me abaixei para pegar um. Livro didático. Peguei outro. Merda era outro livro didático, e em cima estava um caderno. Foi quando comecei a ter uma sensação muito ruim na boca do estômago, algo que não tinha considerado possível, dada a merda que já sentia sobre como a noite tinha terminado. No caderno aberto em minhas mãos estava escrito o nome Becca Jones no topo da página, junto com o Inglês: Primeiro Período e a data. Abaixo estavam suas notas. Talvez ela estivesse na faculdade, pensei desesperadamente. Por favor, porra... Permita que ela esteja na faculdade. Um pedaço de papel colorido caiu no chão, deixei cair o caderno para pegá-lo. O que eu vi quase me fez vomitar. Era um panfleto para um baile, um baile do colegial. Becca ainda estava na escola. Isca de cadeia. Que porra é essa? Não fazia sentido... Em seguida, suas últimas palavras para mim afundaram e tudo isso somou muito bem. ‘Diga a ele que me sai bem, ok? Diga apenas que eu fiz tudo certo. Por favor?’

***

Desci as escadas sem camisa, minhas botas batendo alto. Minha camisa estava imunda, mas meu colete ainda estava são e salvo depois de ter passado uma noite pendurado ao lado dos uniformes de escola de Becca. Maldito pedaço de merda do caralho, Teeny cafetão. Tinha que ser ele. Esta era sua casa. Quem ela era? Sua filha? Que tipo de idiota vende sua própria filha? Mas esse tipo de merda eu acho que acontece o todo tempo, em todo o mundo. No meio do caminho ouvi o grito dela, que devia ter acordado todos da maldita casa. A maioria deles ainda estavam desmaiados e bêbados, no entanto. Ouvi mais gritos do lado de fora e sabia que meus irmãos estavam provavelmente chegando. ~ 27 ~


Isso se mostrou ser uma coisa boa, porque cheguei malditamente perto de terminar com vida do homem que fodeu de modo desagradável o primeiro dia da minha liberdade condicional... Teeny estava no meio da cozinha, Becca encolhida a seus pés enquanto ele a chutava. Em seguida, ele bateu na cabeça dela com uma panela de sopa de merda, e vendo aquilo, perdi o controle. — Seu idiota desprezível! — gritei, me lançando para ele. — Teeny seu filho da puta! Eu vou matar você! Meus punhos destruíram seu rosto como uma batata. Me senti purificado. Ele caiu como um saco de cimento e alguma parte do meu cérebro notou vagamente que Becca estava toda arranhada longe de nós, partes de seu longo cabelo arrancado e deixado no chão. Tinha sangue, também. Outra mulher gritou e a puxou para si, mas eu não me virei para olhar. Não. Eu tinha trabalho a fazer. Especificamente, porque precisava matar Teeny com minhas próprias mãos. Então eu iria destruí-lo e comer seu coração. Cru. Ele gritou como uma cadela o tempo todo e ouvi Boonie gritando ao fundo. Então eles me arrastaram para fora e eu estava chutando e lutando porque tinha bem e verdadeiramente perdido a merda do controle. — O que diabos está acontecendo aqui? — Picnic Hayes exigiu. Ao lado dele estava um dos Longnecks, um cara que parecia muito com a porra de um verme como Teeny, percebi que este deveria ser o irmão que fazia parte do clube. Bax. Bax não era um cara feliz. Justo. Eu estava fodidamente infeliz comigo mesmo. Teeny gemia no chão, rolando de costas e eu cuspi nele. Então ouvi um barulho de soluço, um que já tinha queimado em meu cérebro. Becca estava chorando, olhei e a encontrei encolhida contra a old lady de Teeny. Merda. Eu não tinha visto isso antes porque a mulher era tão horrível e usada, mas nos termos esqueléticos, a viciada de corpo magro era uma cópia mais antiga de Becca. Tinha que ser sua mãe... Mesmo com a metanfetamina a comendo, ela parecia muito jovem. Se essa era a mãe, ela devia ter tido Becca realmente muito cedo.

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— Ela é sua filha? — perguntei, com uma voz afiada. A mulher balançou a cabeça rapidamente, os lábios trêmulos. — Você a deixou se vender? Ela desviou o olhar. — Maldição. — Picnic disse. — Este é um inferno de um desastre. — Eu não vou deixá-la aqui. Ele vai matá-la. Pic negou com a cabeça lentamente, pensativo, mas eu podia ver em seu rosto, ele sabia que eu estava certo. — Sim, ela pode vir com a gente. — disse ele. — Você está preparado para isso, Boone? Meu presidente acenou com a cabeça, seus olhos fixos na massa amontoada de sangue e sujeira humana chorando no chão. — Nós vamos sair em vinte minutos. — decisivamente. — Alguém tem um problema com isso?

disse

Boonie

Ele olhou ao redor da sala em desafio, e vários dos Longnecks desviaram o olhar, aparentemente eles não iam defender Teeny. Isso disse um inferno de muitas coisas sobre eles em geral e de Teeny em particular. Quer dizer, eu estava feliz que não precisássemos lutar para sair, mas isso é patético. Eles estavam satisfeitos em festejar com ele, mas quando chegou a hora de defender suas costas, não tinha ninguém. — Vamos lá, vamos lá para cima pegar um pouco de suas merdas. — eu disse a Becca, me aproximando. Ela deu um gritinho e se afastou para trás com os pés, deslizando pelo chão para ficar longe de mim. Porra. — Vou ajudá-la a se aprontar. — disse a mãe dela de repente. Sua voz tremeu, mas seus olhos estavam resolutos quando encontraram os meus. — Ela vai com você, basta levá-la para longe daqui. Ele vai machucá-la gravemente por isso. Muito mesmo. Eu assenti com a cabeça, observando enquanto ela ajudava sua filha a ficar em pé, em seguida, a empurrar para a escada. — Jesus, Você sabe escolher armadilhas. — disse Boonie. — Quantos anos você pensa que ela tem?

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— Ela ainda está na escola. — eu disse minha voz sombria. — Estou quase certo que vou pra julgamento se isso der errado. — Droga. — disse Painter, chegando atrás de mim. — Isso é um trabalho rápido. Normalmente demora um pouco mais para violar a liberdade condicional, mano. Encontrei seu olhar, e pela primeira vez seu rosto não possuía sequer um indício de zombaria. Porra. Isso era realmente ruim. — Vamos para fora. — Picnic disse rispidamente. — Horse, Ruger, vocês ficam aqui. Certifiquem que a garota sairá em segurança, ok? Ele pegou meu braço e me puxou em direção à porta. Boonie se colocou ao meu lado, e senti o verdadeiro perigo abaixo de suas expressões calmas. Nós caminhamos para as motos enquanto os outros se esforçavam para agarrar suas merdas e arrumar as malas. — Eu não vou deixá-la. — eu disse a eles novamente. — Eu sei que ela está com medo de mim, mas não dou à mínima. Essa garota vai morrer se fica aqui. — Não vou deixá-la.— disse Pic. — Mas nós precisamos sair rápido, antes que eles tenham tempo para descobrir o que aconteceu e ficarem chateados. Se eles decidirem lutar por ela, as coisas vão ficar feias. Não tenho certeza se podemos acabar com eles. — Obrigado por ficar comigo. Boonie bufou. — Você é nosso irmão, Puck. — ele disse com voz casual. — Isso é o que fazemos. Você foi preso por nós, você acha que não estamos preparados para fazer o mesmo por você? Arrume suas coisas. Podemos colocar a garota no caminhão com os prospectos, ou você pode levá-la em sua moto. Sem tempo para foder.

***

Quinze minutos mais tarde observei quando Horse, Becca, e sua mãe saíram da casa. Tinha pelo menos uns trinta membros dos Longnecks MC nos observando e falando baixinho entre si. Fiquei esperando que um deles sacasse uma arma ou nos desafiasse, mas não o fizeram.

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Também não havia nenhum sinal de Teeny. Becca tinha parado de chorar, mas seu rosto ainda estava coberto de sangue manchado de lágrimas, e contusões feias foram surgindo em toda parte. Sua respiração soou ofegante também, e eu esperava pra caralho que ela não tivesse uma costela quebrada. — Eu não quero ir. — sussurrou ela, pegando o braço de sua mãe. — Eu quero ficar com você. — Você vai embora. — respondeu a mulher, seus olhos duros e calculistas. — O deixe esfriar a cabeça, depois a gente conversa. Vamos pensar em alguma coisa. Becca negou com a cabeça, e quando peguei seu braço gentilmente, ela se afastou. — Você quer ir no caminhão ou na minha moto? Becca olhou para o caminhão, seus olhos se arregalaram com a visão dos dois prospectos. — Eu vou ficar com você. Assenti com a cabeça e ela subiu na minha moto, com olhos em alertas enquanto monitorava o nosso público. Ela subiu atrás de mim, e, em seguida, sua mãe deu um aceno satisfeito. Becca colocou os braços em volta do meu corpo e senti seus seios pressionarem apertados contra minhas costas. Meu pau se agitou para vida. O que diabos havia de errado comigo? — Quantos anos você tem? — perguntei, em tom baixo. —Dezesseis. Merda. — Tipo, você está com quase dezessete anos? — Não, eu fiz dezesseis anos na semana passada. Merda dupla. Boonie chutou a moto para a vida e nós seguimos sua liderança, nos afastando da casa em formação. Então essa é a história de como eu cometi estupro consentido em menos de 24 horas fora da prisão - no meu aniversário, não menos. Em retrospecto, provavelmente deveria ter ficado preso, ~ 31 ~


cumprido minha condenação de cinco anos. Teria sido menos trabalho para todos.

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Capítulo um Callup, Idaho Presente

BECCA — Pedido pronto. Eu me virei para a janela e peguei o bilhete, olhando por cima de tudo para me certificar de que Blake tinha acertado. Ele era um maldito bom cozinheiro, mas às vezes ficava um pouco perdido em sua interpretação de um pedido... Especialmente se estava de ressaca. E hoje ele definitivamente estava de ressaca. Na verdade, acho que ainda poderia estar um pouco bêbado quando ele arrastou a bunda pela porta dos fundos às cinco da manhã. Eu sei que Danielle estava bêbada porque ela estava toda risonha e instável quando começou a preparar o café da manhã comigo. — Eu acho que vou vomitar. — ela sussurrou em meu ouvido, se encostando ao balcão. Sim. Acho que alguém estava finalmente ficando sóbria. — Você pode cobrir minhas mesas por um momento? Não posso deixar Eva me pegar, ela disse que gostaria de dispensar minha bunda se eu foder novamente. — Sei. — eu disse, pegando algumas torradas e organizando em um pequeno prato, juntamente com um par de pacotes de geleia. — Vá cuidar do negócio, ela está falando com Melba e você sabe como elas ficam. Você tem quinze minutos pelo menos para fazer, então vá logo. Ela assentiu com a cabeça e atravessou a cozinha. Ouvi Blake rosnando por ela estar no caminho dele e tive que sorrir. Eu não acho que era uma coincidência que ambos tinham acabado de aparecer do ~ 33 ~


inferno. Havia uma história por trás daquele rosnado, e se eu conhecia Danielle, era uma das boas. Carregando minha bandeja, a levantei para cima e sobre o meu ombro, levando da bancada para o salão de jantar principal. A Breakfast Table era o coração e a alma dos Callup, pelo menos no período da manhã. Todos vinham para ver e ser vistos, porque a comida era boa e barata. Abríamos às cinco e meia da manhã para que os mineiros e madeireiros pudessem fazer um lanche antes do trabalho, e fechávamos novamente por volta das duas horas da tarde, embora eu ficasse apenas até as onze. E nessa hora eu pego meu carro e conduzo por Coeur d'Alene para passar à tarde na escola de estética. Mais seis meses apenas e eu estarei pronta para assumir minhas tesouras. O pensamento coloca um sorriso no meu rosto enquanto puxo minha bandeja ao longo da mesa para Regina e Earl, um casal de idosos que possuí o antigo prédio do centro onde tenho meu apartamento. O sorriso ficou maior quando vi que Regina estava vestindo a blusa que eu tinha feito na última semana... — Aqui está. — eu disse, sentindo todos os tipos de satisfação comigo mesma. — Um waffle belga com morangos e bacon ao lado. Uma costeleta de porco com batatas fritas, torradas, e compota de maçã. O seu café está bom? — Você está sempre a par de tudo, Becca. — disse Earl, olhando sua costeleta com antecipação. Ele pedia uma costeleta todas às manhãs. Não parecia ser uma ideia tão brilhante para mim, considerando que ele já tinha tido um ataque cardíaco, mas cada vez que tentei falar com ele sobre isso, ele me ignorou. — Estes morangos devem ter mel. — disse Regina, estalando sua boca. — Os comprados em lojas não são tão doces. — Sim. — eu disse a ela. — Os aprecie enquanto durarem, pois vão acabar em uma ou duas semanas. — Pedido pronto! — Blake gritou, tocando o sino na janela de passagem. — Sou eu. — eu disse, me inclinando para dar um abraço impulsivo em Regina. Ela foi a única a me dar abrigo quando cheguei em Callup há cinco anos. Eu estava machucada, apavorada, e tão só sem minha mãe que doía. E sim, eu percebo que é loucura sentir falta

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de alguém que te tratou como merda, mas no fundo somos todos bebês chorando pela mãe, sabe? Regina levou tudo na esportiva, me segurando firme em meus pesadelos enquanto eu lentamente me reconstruía em algo humano. Demorou seis meses para Teeny me ‗perdoar‘ depois que eu e Puck seguimos para o norte. Minha mãe tinha ligado toda animada, dizendo que eu deveria voltar para casa. Earl declarou que só por cima de seu cadáver, e por fim desisti. Eu vivi com ele e Regina por um tempo no ensino médio, durante esse período passei um ano trabalhando e economizando meu dinheiro. Depois eles me deram um dos seus apartamentos no antigo edifício da farmácia com um aluguel amigável. Regina e Earl foram a melhor coisa que já aconteceu comigo, eu os amava por isso. — Está bonita, Becca. — disse Jakob McDougal, se acomodando no balcão. Hoje ele tinha quatro de seus amigos no reboque. Ele era alto, rude e uma vez me deixou um centavo abaixo um copo de água como gorjeta porque o bife de seu café da manhã estava bem passado. Longa história, Jakob McDougal era um idiota. Ele também não era realmente brilhante, porque depois de puxar essa merda ele ainda pensava que tinha uma chance de me conseguir nua, não importa quantas vezes eu tive vontade de chutá-lo na bunda. Agora resisti à vontade de mandá-lo à merda, porque ainda tinha seis meses neste trabalho antes de começar a cortar cabelo, e Eva poderia ser uma verdadeira puta se fôssemos rudes com os clientes, mesmo se eles merecessem. Eva poderia ser uma verdadeira cadela sobre um monte de coisas, e isso era parte da razão pela qual eu estava trabalhando tão duro para conseguir minha licença e deixar de ser garçonete. — Eu estarei aí em um minuto. — eu disse com voz firme, porque caras como ele me irritavam. Dando a ele as costas, alcancei o próximo bilhete para preparar minha bandeja. — Estou cansado e preciso de um pouco de café. — disse Jake, ignorando o fato de que tinha acabado de lhe dizer que precisava de um minuto.

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Idiota. Seus amigos Cooper, Matt, Alex, e outro que eu não sabia o nome riam como um coro de burros zurrando. — Eu fiquei até taaaaarde na última noite fazendo a Sherri Fields uma garota muito feliz e preciso de algo para me levantar. Eu tenho necessidades, baby. Os asnos resmungaram e riram uns dos outros. Um deles fez um barulho de tapa e outro gemeu de uma forma que me fez suspeitar que era para soar o quanto Sherri Fields foi infeliz no meio desse êxtase. Parece mais como um alce morto, em minha opinião. Contei até dez e fiquei olhando para a bandeja de comida na janela, com a mandíbula cerrada. Blake pegou meu olhar e seus olhos se estreitaram. Acontece que Blake não é um grande fã de clientes que dão trabalho para as garçonetes na melhor das hipóteses e ele não se controlava quando estava de ressaca. Eu o vi chegar com a sua grande espátula de metal com a ponta afiada e meus olhos se arregalaram. Merda. Eu queria que Jake e seus amigos sofressem? Absolutamente. Mas não se eu for despedida. — Está tudo bem, Blake. — eu disse rapidamente. Ele negou com a cabeça lentamente enquanto Jake e seus amigos deram uma gargalhada. Foi quando me lembrei que eles tinham ido à escola com Blake, em Kellogg. Juntos foram veteranos no time de futebol. Depois, os outros caras conseguiram emprego na mina de Tess Laughing... Blake tinha claustrofobia, então picava carne no período da manhã e ia para a faculdade local à tarde. Ele era um cara inteligente, e pessoalmente pensei que ele tinha um futuro muito brilhante à sua frente mais do que o dos perdedores atrás de mim. Eu senti sua dor, no entanto. Fazer a coisa certa pode desgastar uma pessoa. — Temos um problema aqui? — uma voz profunda perguntou, provocando arrepios de cima para baixo na minha espinha. Fechei os olhos me perguntando se o dia poderia ficar mais fodido. Essa era a voz que assombrava meus sonhos, embora não a tenha ouvido por seis meses. Seis meses e oito dias... Mais ou menos. Não que eu estivesse contando. A voz pertencia a Puck Redhouse. O mesmo Puck Redhouse que em uma noite a cinco anos me fodeu extraordinariamente, me fez gozar tão forte, mais do que eu sabia que era possível, me cutucou em um lugar desconfortável, e

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depois armou uma cilada para eu ter meu traseiro chutado quando ele se queixou sobre o quão ruim eu fui na cama. Eu meio que o odiava por isso. Na manhã seguinte ele me arrastou todo o caminho de volta para Idaho e me despejou na porta de Earl e Regina como um cachorrinho perdido. Depois desapareceu na noite. Eu costumava vêlo às vezes, mas o cara era misterioso. Tipo como Batman. Em uma moto. De uma forma estranha, eu lhe devia tudo... O homem ainda me assustava pra caralho, no entanto. O nome dele me apavora e excita porque se há um cara que ferra a minha busca para uma vida normal, esse é Puck Redhouse e sua estúpida voz sexy. O homem é o meu próprio iceberg do Atlântico Norte, que espreita sob as águas frias, apenas esperando para me destruir totalmente. Fodido motoqueiro. Eu tive motoqueiros suficientes para durar uma vida inteira, não preciso dele na minha vida. Não que ele tivesse dito alguma coisa para indicar que me queria em sua vida. Mas ao longo dos anos que ele me observava... Às vezes eu tinha a sensação de que ele queria fazer muito mais do que observar. Eu tremia, porque nunca irei esquecer como me senti quando ele empurrou profundamente dentro de mim, me alongando, preenchendo e detonando a minha cabeça. Infelizmente, não havia tempo para dar uma aula ao meu corpo estúpido sobre o porquê Puck era completamente mal. Eu tinha a sensação de que estávamos um passo de um banho de sangue direito do balcão de café da manhã. Muita testosterona. Eu precisava fazer alguma coisa, quebrar a tensão e acalmar as coisas. — Nenhum problema... — eu tentei dizer, mas Blake me cortou. — Sim, nós temos a porra de um problema. — ele rosnou, empurrando as portas giratórias da cozinha para a área do balcão. — Estes idiotas acham que podem vir aqui e tratar as garotas como merda. Pra fora, McDougal. Do outro lado do salão as pessoas estavam em silêncio, e então vi Eva se levantar e começar a caminhar em nossa direção, sua carranca ficando mais feia do que o habitual. Porra. Eu estava a cerca de trinta segundos de distância do desemprego, e acredite em mim

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quando digo que não existe muitas oportunidades de trabalho em uma cidade nas montanhas com uma população de oitocentas pessoas. — Blake, por favor, volte para a cozinha. — eu assobiei, decidindo ignorar Puck porque simplesmente não tinha espaço suficiente no meu cérebro para lidar com ele. — Me deixe servir um café para todos com uma fatia de torta. Por minha conta. — Posso comer isso de você? — perguntou Jake. Aparentemente, ele não tinha um senso de autopreservação muito afinado. Seus amigos começaram a rir e foi nesse momento que o mundo desabou. Eu ainda não estava inteiramente certa o que aconteceu em seguida. Sei que Blake bateu a grande espátula para baixo na mão direita de Jake enquanto Puck deu um soco. Os caras que estavam com Jake podiam ser idiotas, mas eles não eram covardes, porque de repente todos começaram a lutar. Foi aí que descobri que Puck não tinha entrado sozinho para o café da manhã, não, ele tinha vindo com outros dois Silver Bastards, Boonie e Deep, a old lady de Boonie, Darcy, e outra garota chamada Carlie Gifford. Carlie tinha a minha idade e estava saindo com o clube já há algum tempo, pelo que sei, porque eu sei tudo sobre Callup. Eu posso não ser uma nativa, mas a conversa das mesas sobre as coisas que acontecem na cidade me deixam a par de tudo. Quando Eva começou gritar para que parássemos, Darcy me agarrou e empurrou para trás do balcão de café. Jake estava gritando e segurando sua mão que pingava sangue por cima de tudo. O recipiente grande de plástico com o funil no topo que eu costumava encher os potes de açúcar das mesas saiu voando, derramando tudo em nós quando Blake atravessou o balcão para ir atrás de seu examigo. Então Coop saltou por trás de Puck e algo dentro de mim explodiu. Este é o lugar onde vale à pena mencionar que, ao longo dos anos, tenho desenvolvido um pouco de temperamento. Ok eu construí um inferno de um temperamento. Puck podia ser um problema, mas também salvou a minha bunda em grande estilo e eu não queria que se machucasse. Sabendo que ele estava por perto, (Batman!) me ajudou a dormir de uma maneira estranha. Nada assusta mais um monstro quanto um monstro pior, e toda vez que acordava gritando no meio da noite

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depois de um pesadelo com meu padrasto, a memória de Puck batendo em sua bunda me ajudava a manter o controle. Enquanto Puck estivesse por perto, eu estaria segura... Pelo menos, estaria a salvo de todos, menos de Puck. Me livrei das mãos de Darcy e estendi a minha mão para pegar uma cafeteira de vidro que estava sobre o balcão. Então eu a quebrei na cabeça de Coop tão forte que explodiu, o café quente encharcou sua camisa e escorreu por suas costas. Ele gritou e caiu no chão, então chutei suas bolas. Puck olhou para mim, obviamente assustado, mas impressionado. — Atrás de você! — gritei, pegando com o canto dos meus olhos a guinada de Alex. Puck se abaixou e girou ao redor, socando o outro homem no estômago. Darcy me pegou por um braço e Carlie agarrou o outro quando uma prateleira inteira de vidro de água potável caiu no chão. Eva estava gritando no fundo e para minha surpresa, vi Earl com um taco de madeira indo em direção à luta com um sorriso maníaco no seu rosto enrugado. Como as coisas ficaram fora de controle tão rápido? E mais importante, onde diabos eu iria conseguir trabalho agora? De jeito nenhum Eva iria me manter empregada depois disso. Garotas normais não começam lutas em restaurantes! Meu cérebro assobiou. Porcaria. Isso era exatamente o tipo de merda que minha mãe estava sempre se metendo. Geralmente eu olhava para qualquer situação tentando descobrir o que ela faria e eu fazia exatamente o oposto. Minha teoria era que isso iria me transformar de inútil a elegante. Algum dia eu seria elegante provavelmente não seria hoje.

se isso

não

me

matasse,

Bela porcaria. A luta se desenvolveu e ficou fora de controle, um corpo foi atirado para cima da mesa, rachando-a em fragmentos e produzindo um ruído. Jake e seus amigos eram durões, sem dúvida. As montanhas criavam homens duros, e as minas os temperava como aço. Mas Puck, Boonie, e Deep eram homens durões também. E Blake? Eu tive o pressentimento de que esse não foi o seu primeiro

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encontro com os rapazes... Eu sempre soube que ele era um grande urso Teddy forte, mas de repente se transformou em um urso pardo. O estalo de um tiro cortou o ar, seguido rapidamente por um segundo e terceiro. As pessoas começaram a cair no chão e ouvi a voz de Regina zumbindo através do salão. — Vocês rapazes acabem com esse inferno! Isso é um restaurante, seus idiotas, não um maldito bar onde vocês podem destruir as coisas e ninguém nem percebe porque é uma espelunca! Tudo parou, e levantei a cabeça cautelosamente. Regina estava em uma mesa vestida com sua calça roxa listrada, bijuterias de plástico chamativas e tênis, o cabelo grisalho alinhados perfeitamente em sua cabeça. Ela parecia como qualquer outra avó doce e velha, mas seus olhos pareciam com dois pedaços de pedras vulcânicas negras, nítidas e brilhantes. Puta merda. — Agora saiam, todos vocês. — disse ela. — Boonie, Eva vai entrar em contato pelos danos. Suponho que o clube vai arcar com isso? — Mas eles não começaram isso! — eu anunciei indignada.— Jake e seus amigos... — Esquece isso. — disse Darcy, me puxando. Olhei para ela assustada ao ver que seus olhos estavam dançando com o riso. Como ela podia rir? Não posso nem imaginar. Eu estava fodidamente chateada. — Não é justo! Boonie apareceu atrás de mim, sua mão caiu no meu ombro com um baque. Dei um solavanco assustada, em seguida, a raiva drenou para fora, substituindo aquele velho medo que sentia quando chegava muito perto de um dos motoqueiros. O que eu estava pensando discutindo com essas pessoas sobre os danos? Eu precisava sair antes que Puck me encurralasse, eu não podia lidar com ele, não hoje. — Nós trataremos disto. — Boonie disse com a voz baixa. — Jake e seus rapazes vão te ressarcir não se preocupe. Isso soou sinistro. Engoli em seco.

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— Vá para fora. — disse ele sobre o meu ombro, falando com Darcy. — Te vejo daqui a pouco. Certifique-se de que Eva não a siga, entendeu? Eu fechei meus olhos enquanto as lembranças da briga vieram a minha memória. Isto é o que acontece quando você deixa seu temperamento assumir. Eu poderia realmente ouvir as palavras da conselheira da escola na minha cabeça, juntamente com o tom presunçoso e zangado de sua voz. Ela estava me ensinando como me comportar sobre a maneira com que eu tinha batido em um cara que tentou me apalpar. Bater nas pessoas raramente resolvia as coisas. Eu tinha problemas, mas pelo menos tinha parado de sentir pena de mim mesma ao longo dos anos... Earl insistia em dizer que isso foi um passo na direção certa. Saudável até. Olhando em volta da destruição no restaurante, me perguntei se talvez ele estava muito chateado comigo. Fiz tanto por meu trabalho e o tinha perdido, com certeza, ou pelo menos teria, uma vez que a poeira baixasse. Maldição era uma porcaria, porque apesar da personalidade desagradável de Eva, eu tinha uma escala perfeita, me permitindo entrar em um turno completo todos os dias e ainda ir para a escola. Meu futuro estava na escola, garotas normais vão à escola e se sustentam. Eu não podia permitir erros como o de hoje, não se eu quisesse fazer algo por mim mesma. — Isso é uma merda. — eu murmurei, seguindo Darcy para o estacionamento onde pelo menos metade dos moradores de Callup estava ao redor, ansiosos para ver o que o era todo aquele barulho. Agora que a briga tinha acabado, eles iam embora. Mas não. Eles estavam de pé em pequenos aglomerados sussurrando e apontando para mim, e mais bisbilhoteiros se juntavam a eles a cada minuto. As notícias correm rápido em Callup e isto foi à coisa mais excitante a acontecer desde que Regina e Melba se confrontaram no salão de beleza sobre quem tinha roubado de quem o (corte de cabelo) penteado desleixado. Porra, eu odiava quando as pessoas falavam sobre mim. — Você está bem? — perguntou Carlie.

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Assenti, tentando não olhar para ela. Carlie era tudo que eu odiava, era alta, magra e bonita. Como uma modelo. Exatamente o tipo de mulher que deveria estar com Puck, porque eles se ajustavam um ao outro. Seus olhos brilhavam e seus dentes eram luminosos, retos e brancos. A única coisa menos perfeita nela era uma pequena abertura entre os dentes da frente. De alguma forma, isso só a fazia parecer mais interessante, no entanto. E ela era bonita. Cadela. — Eu estou bem. — eu respondi, sentindo minha adrenalina desbotar um pouco. — Você acha que alguém está realmente ferido? — Não. — ela disse. — Coop provavelmente tem algumas queimaduras, mas nada sério. Isso não vai o deter por muito tempo. Eu tenho que te dar um crédito. Ele perdeu as bolas. Dei de ombros, porque ela não tinha ideia sobre o meu verdadeiro eu. Eu cresci cercada por homens perigosos. Jake e Coop eram bebês inocentes comparados a eles. Eu poderia ensinar a eles todos os tipos de coisas sobre a luta suja... Mas essa parte da minha vida era passado, e eu queria mantê-la assim. Uma vida chata era melhor...Chata, confortável e segura. Palavras para seguir e viver. Palavras que desejei que minha mãe aprendesse por si mesma. Tanto quanto eu poderia dizer, sua palavra favorita era ‗drama‘. — Não se preocupe, — disse Darcy, envolvendo um braço em volta dos meus ombros e me puxando para perto. Eu acho que era para me fazer sentir melhor, mas isso meio que me assustou. Ela estava ligada a Boonie, e Boonie era presidente do MC. Não que eu odiava os Silver Bastards - eles assustam Teeny, o que significava que ele não era uma ameaça e eu adorei isso. Eu só prefiro apreciar isso de uma distância confortável. — Meu homem irá resolver isso. Ele sempre resolve. Claro, ele iria resolver para os rapazes. No final do dia eu ainda estaria desempregada, no entanto. Provavelmente Blake também. Puck, Boonie, Deep e Blake vieram caminhando para fora do restaurante, rindo e batendo nas costas uns nos outros como se tudo fosse uma grande piada do caralho. Isso me frustrou, porque não era uma piada, era minha vida. Claro que você poderia argumentar que obviamente a minha vida inteira era uma grande piada do caralho. ~ 42 ~


Mas eu tinha lido um livro sobre o poder do pensamento positivo no ano passado e decidi que não me sentiria infeliz nunca mais. Pare de pensar sobre isso, eu disse a meu cérebro, o que naturalmente se tornou pior. Você é uma piada, ele assobiou. Lixo. Quem diabos você pensa que é? Espere. Era a voz de Teeny na minha cabeça. Ele podia ir se foder. E se as coisas tivessem terminado mal aqui? Sobrevivi a coisas bem piores e sobreviveria a isso porque sou uma vencedora. O poder. Do. Pensamento. Positivo. — Tudo bem, baby? — perguntou Darcy, dando um passo em direção a Boonie. Ele passou um braço em volta da cintura, a puxando para um beijo intenso. — Claro. Eva chegou muito perto. Jake e seus rapazes regressarão para a casa em breve, onde sugeri que eles pratiquem bons modos antes de mostrar seus rostos ao redor da cidade novamente. Vamos descer para Kellogg e comer algum café da manhã lá. Parece bom? Senti os olhos de Puck me tocar, embora ele não tenha dito nada. Ele nunca dizia. Há cinco anos senti ele me olhando como se fosse um toque físico. Ele foi o sétimo estranho que Teeny disse que eu tinha que foder. Ele tinha sido diferente dos outros, no entanto. Provavelmente soa bizarro, mas me lembrei da mistura de sentimento de medo e excitação quando Teeny me deu as ordens. Puck era realmente jovem e de boa aparência - em qualquer outro mundo eu até acabaria tentando conversar com ele, ou pelo menos perseguido ele discretamente. Claro, isso foi antes de eu chegar perto e perceber o quão grande ele era. Forte. Assustador. E não apenas porque ele tinha aquela cicatriz desagradável em seu rosto. Não, mesmo em uma sala cheia de homens perigosos e assustadores ainda havia algo diferente nele. Então ele começou a me tocar, e me esqueci que tinha que ter medo. Eu não tinha ideia até aquele momento quão bom o sexo podia ser, ou que poderia haver uma razão para as mulheres ficarem loucas pela atenção de um homem.

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E quando sentamos perto do fogo e ele me segurou. E mais tarde ele me fez gozar pela primeira vez? Por um tempo fingi que era uma garota normal em uma festa, não apenas uma pirralha aprendendo a ganhar seu sustendo como uma prostituta de um motoqueiro. Sim, Puck me machucou. Todos eles me machucaram. Pelo menos ele não sabia e uma vez que percebeu isso, ele me segurou e então dormimos juntos na mesma cama. Eu estava segura por um tempo. Claro que não durou, mas nada de bom dura ao redor dos Longnecks MC. Eles são como uma ferida podre que escorre pus e espalha a infecção em quem chega perto. Exemplo disso? Minha mãe. Depois de cinco anos, ela e Teeny ainda estavam juntos, ainda fodiam, e ainda tentavam me usar. Ela me ligou no mês passado com uma história sobre um aquecedor de água quebrado, pedindo dinheiro. Mais uma vez. Eu não a odeio, porém. Quando as coisas ficaram realmente ruins, ela fez a coisa certa e me enviou com Puck. Ela nunca tinha desafiado Teeny assim antes, eu sabia que ele tinha batido nela depois que saí. Chegou perto de matá-la e a chutou para fora por uma semana... Em seguida, ela rastejou de volta para ele. Inacreditável. — Você vem comigo? — perguntou Puck, dando um passo em minha direção. Eu saltei. Que diabos? Puck me observava, ocasionalmente dizia olá. Uma vez por ano. Ele nunca, nunca me convidou para fazer qualquer coisa com ele porque nós tínhamos um limite estreito. Ele rondava ao redor, eu fingia que ele não estava lá, e vivia a vida sã e salva onde Teeny nunca poderia me atingir. Agora Puck olhava para mim, obviamente esperando por uma resposta. Eu assenti a cabeça, nervosa. Então Puck estendeu a mão para pegar uma mecha do meu cabelo e colocá-la atrás da minha orelha. Que. Porra. É. Essa. Ao meu lado Carlie endureceu e seu sorriso desapareceu. Ótimo. Não só era o Batman mudando seu M.O3 sem aviso, ele estava fazendo isso na frente de sua namorada. Era o que eu precisava.

3

Modus Operanti. ~ 44 ~


Ok, isso não era inteiramente justo. Ela, obviamente, tinha alguma coisa com ele e eu apostaria cem dólares que estavam dormindo juntos, mas, tanto quanto eu conhecia Puck, nunca fingimos ou mentimos para ficar com alguém. Ele não estava em um compromisso. Isso era do conhecimento de cada mulher em Callup estúpidas o suficiente para se apaixonar por ele. Essencialmente todas elas tinham um impulso e alguns casos duvidosos, também. Eu vi Melba verificando a bunda de um deles uma vez, você não pode ignorar algo assim, confie em mim. — Eu realmente não posso aceitar ir tomar café da manhã. — eu disse com a voz trêmula. — Eu preciso falar com Eva. — Não se preocupe. — disse Blake com um sorriso. — Você está demitida. Eu também. — Ela disse isso? — perguntei, sentindo um pouco de náusea. — Oh sim. Ela disse alto e claro. Repetidamente. Eu vou voltar com você para pegar seu cheque no final da semana, assim você não tem que enfrentá-la sozinha. Fechei os olhos me perguntando por que as coisas não poderiam ter permanecido como antes, mesmo que fosse apenas por mais seis meses. Não que eu deveria estar surpresa. Minha realidade nunca foi suave antes, então por que deveria começar agora? Pense positivo, lembrei a mim mesma. Porcaria. Agora eu estava desapontada e queria dar uns tabefes no meu cérebro por estar tão irritada. — O que diabos aconteceu aqui? — perguntou Danielle, seu braço de repente em volta dos meus ombros. Imediatamente me senti melhor. Danielle e eu equilibrávamos uma a outra perfeitamente, ela era um bocado louca, insana e otimista. Digamos que era perigosamente otimista de uma forma irresponsável. Quanto a mim, passei quase todo o meu tempo focada em permanecer sã e progredindo. Isso não deixa muito tempo para coisas como vivera minha vida. Nós nos conhecemos no último ano do ensino médio quando ela me ofereceu carona para voltar para a cidade em seu novo Jeep Wrangler brilhante. Isso me poupou do horror de compartilhar o ônibus escolar destruído com todos os hormônios dos adolescentes que viviam na grande metrópole de Callup. Depois de uma carona para ~ 45 ~


casa particularmente angustiante em seu carro uma noite -resumindo a história, ela demorou seis horas para percorrer 30 quilômetros e no momento que entramos na cidade, nós tínhamos tatuagens de esquilos combinando e usamos echarpes no pescoço -eu decidi que era o meu trabalho impedi-la de se suicidar. Em troca, ela insistia para fazermos coisas divertidas, me lembrando pelo menos uma vez por semana que eu tinha apenas vinte e um anos e que talvez o destino do universo não iria se basear em saber ou não sobre o equilíbrio exagerado do meu talão de cheques até o último centavo. Ao longo do caminho, ela me ensinou como fazer maquiagem de olhos esfumaçados, assim como não surtar quando um cara me pedia para dançar e como ‗emprestar‘ música da Internet. Quando percebi que ‗emprestar‘ música era o mesmo que roubar, ela concordou e começou a usar o iTunes para seus downloads. Para financiar isso, ela ‗emprestava‘ o cartão de crédito de seu pai. — Bem, aparentemente eu e Blake não trabalhamos mais aqui. — eu disse, inclinando a cabeça contra ela. — Eu não sei se você está demitida ou não. — Que se foda. — declarou Danielle. — Eva pode beijar minha bunda. Se você está fora, eu estou fora também. — Você nem sequer fez parte disso. — protestei. — Eu não me importo. Você é uma garçonete muito melhor que eu. Se ela despediu você, de jeito nenhum vou durar lá de qualquer maneira. Vamos ficar bêbadas! Blake riu, passou os braços em volta do meu pescoço, me abraçando pelo outro lado. Puck nos observava em silêncio com o rosto sombrio. Assim como o Batman. O Cavaleiro das Trevas era mais fácil de entender, no entanto. Puck me tratou como se eu tivesse a peste bubônica desde aquela noite, há cinco anos, no entanto, esta manhã de repente ele queria tomar café comigo? Nós não éramos amigos. Eu nem sabia onde ele morava, pelo amor de Deus. Às vezes, ele simplesmente desaparecia por meses e apesar do pleno acesso a sofisticada rede de fofocas de Callup, eu nunca fui capaz de descobrir onde ele estava ou o que estava fazendo. Não que eu me importasse. Não mesmo.

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Embora eu tivesse que admitir que dormia melhor quando ele estava na cidade. Ele me fazia sentir estranhamente segura como uma espécie de cervo apavorado encurralado pelo caminho. Puck era um lobo, mas na maior parte das vezes me deixava sozinha enquanto assustava os outros lobos. Isso era uma coisa boa e funcionava para nós, não se mexe em time que está ganhando. — Eu não posso ficar bêbada. — lembrei a ela. — Eu tenho que ir para casa e tomar um banho, então é hora de ir para a escola. — Ok, então esta noite. — disse Blake. — Nós vamos ficar juntos e compartilhar a nossa desgraça. Eu vou levar o meu amigo, o bom Dr. Jack Daniels, e nós podemos ter um encontro duplo ele e você, eu e Danielle, e nossa garrafa. Entendido? Lancei um rápido olhar para Puck, desejando que ele fosse embora e parasse de nos ouvir. Ignorando meus desejos, o vi com um semblante pensativo estudando a mim e Blake. Não é o pensamento tipo, ‗oh, ela deve sair e se divertir‘. Não, ele definitivamente estava tendo pensamentos sombrio e introspectivos. Foi ai que me ocorreu. A ideia de sair para farrear com Blake e Danielle não agradou a Puck. Isso era exatamente o que eu precisava para inclinar a balança. — Hoje à noite parece ótimo. — eu anunciei. — Podemos muito bem comemorar o fato de que não precisamos acordar às cinco da manhã. Danielle sorriu feliz e eu sorri de volta fingindo que Puck não existia. Naquele momento Eva saiu do restaurante com o rosto todo vermelho de raiva. Merda. Ela me viu e começou a caminhar apressada para a caminhonete em frente ao estacionamento com Regina e Melba atrás dela. Melba parecia a estar incitando, enquanto Regina tentava segura-la pelo braço. Eva ignorava ambas, e seu olhar me convenceu de que agora não era o momento para discutir o pagamento do meu salário. Danielle aparentemente chegou à mesma conclusão. — Ela está em um verdadeiro mal humor. — ela disse, com a voz seca. — Eu acho que nós deveríamos deixá-la sozinha. — Hum, sim... — eu concordei. — Parece que ela vai ter um ataque cardíaco. — Você não vai se safar disso! — Eva gritou de repente. ~ 47 ~


Porcaria. Danielle e eu nos entreolhamos, e seus olhos começaram a dançar. Ela adorava um drama como este garota louca. — Corra! — ela sussurrou. Nós corremos para o outro lado do estacionamento e eu sinceramente esperava que Danielle tivesse as chaves prontas para partir. Ouvi uma risada profunda de um homem atrás de nós. Boonie? Certo como a merda que não era Puck. Não que isso importasse. Nós tínhamos cometido um delito e agora era hora de dar o fora de lá antes que Eva tentasse nos matar. Chegamos ao fundo do estacionamento onde estava o jipe de Danielle. Felizmente ela tinha tirado a capota conversível, o que nos permitiu saltar para dentro. Ela apunhalou a ignição com a chave e de repente os grandes pneus estavam girando e nos levando para fora, para a velha rodovia. Agarrei na barra estabilizadora e virei o corpo me ajoelhando para ver Puck, que estava de pé ao lado de Blake. Ele estava carrancudo e Blake com um grande sorriso no rosto. Eva tinha começado a gritar, agitando seu punho para ele como um personagem de desenho animado, isso não incomodou nosso (antigo) cozinheiro, ele não dava a mínima. Me virei e voltei a me acomodar no assento, olhando para Danielle. Ela riu, e então nós duas estávamos rindo feito loucas, era uma merda estarmos desempregadas, mas tendo em vista que Eva era tão simpática, foi uma doce vingança. Deus, aquela mulher era uma cadela. Bem feito por não proteger suas garçonetes.

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Capítulo dois No momento em que cheguei em casa naquela noite, o riso havia desaparecido, deixando para trás a minha fria realidade desagradável. Na escola tinha ido tudo bem - eu realmente cheguei cedo o suficiente para falar com o meu instrutor a respeito de ter perdido meu emprego, o que foi bom porque não tinha nenhuma ideia sobre o que iria acontecer no meu próximo horário de trabalho. Encontrar algo compatível com aulas pode ser difícil... Meu orientador tinha sugerido que eu saísse de Callup e fosse para Coeur d'Alene, onde teria mais opções de emprego. Levei trinta segundos para descartar a hipótese. Eu não queria ficar longe de Regina, Earl, Danielle e Blake. Não era só isso, havia a questão da segurança. Será que eu ainda tenho medo de tudo? Não. Será que ainda vou acordar algumas noites gritando? Com certeza. Eu não tinha que me preocupar com Teeny novamente, contanto que ficasse em território dos Silver Bastard. Juntando o fato de que mesmo os apartamentos mais degradantes em Coeur d'Alene custam três vezes mais que custam os de Callup, e isso era bem óbvio. Estacionei meu antigo Subaru Impreza no beco atrás do meu apartamento e sai do outro lado pelo banco do passageiro. A porta do lado do motorista estava quebrada, bem antes de eu comprar. A sobrinha de Earl me vendeu por $400 dólares há três anos, e embora possa parecer um inferno, ele corre como se fosse o melhor carro, especialmente por já ter quase 321.868km rodados. Earl me ajudou fazendo a maior parte da manutenção sozinho em sua oficina. Todas as partes importantes funcionam muito bem, então eu posso lidar com uma porta quebrada. A porta abriu, peguei minhas compras e tranquei o carro. Danielle e Blake chegariam em uma hora. Ele iria trazer as bebidas, ela a salada, e eu forneceria o macarrão para completar a refeição.

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Enquanto estava na escola, Danielle tinha enviado uma mensagem dizendo que ela já tinha arranjado um novo trabalho para nós, que Deus a abençoe. Não consigo imaginar o que é, mas desde que seja algo legal, eu aceitaria. Quando chequei meu saldo bancário no caixa eletrônico havia apenas $22,63 na conta. Eu precisava de trabalho e precisava disso rápido. Usando meu ombro, abri a porta na parte de trás do prédio e comecei a subir a escada que estava vazia. Desde que vim para Callup, o primeiro andar era alugado para uma loja de venda varejo, mas não havia nenhum comprador. O primeiro andar da maior parte dos edifícios são assim. Os dias de glória de Callup pertencem ao passado. Minha porta da frente estava no topo da escadaria um pouco fora do patamar. Havia dois apartamentos, mas um deles estava atualmente inabitável porque Earl tinha alugado para um cara de cabelo selvagem há três anos que arrancou todas as instalações e gabinetes. Então ele decidiu transformá-lo em um apartamento de luxo para férias, como isso nunca funcionou, ele comprou um novo rifle e decidiu ir caçar em vez disso, agora o lugar está vazio e juntando poeira como o resto da cidade. Pelo menos o meu apartamento estava em boas condições, ele se localizava em um canto na parte da frente do edifício, então eu tinha como vista várias janelas. Havia uma pequena cozinha na parte de trás e um grande banheiro com uma banheira com pés. Eu amava. Os pisos de madeira tinham uns cem anos de idade, o teto era alto e coberto por painéis. O melhor de tudo? No canto com vista para a rua tinha uma verdadeira torre incorporada com a janela com vidro curvo e tudo. O glorioso sol brilhava quase o dia todo. Esse é o local onde coloquei a minha máquina de costura. Regina me ensinou a costurar logo depois que me mudei, e às vezes acho que foi isso que realmente me salvou. Sempre adorei tecidos e design, mas ela me ensinou como fazer uma pilha disforme de pano se transformar em algo bonito. No primeiro mês senti medo de sair de casa, estava convencida de que cada motoqueiro que ouvia passar estava trazendo Teeny. Passei meus dias dividida entre odiar Puck e desejar desesperadamente que estivesse ao meu lado para me proteger. Claro que quando ele vinha ver o que se passava comigo, eu nem sequer me atrevia a olhar para ele.

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Regina levou minha loucura com calma, me atribuindo projetos de costura e me orientando, oferecendo dicas e ao longo dos anos adquiri conhecimento. Fiz cortinas novas para a casa toda antes de ter coragem o suficiente para visitar o centro da cidade de Callup. Depois de ter feito quatro vestidos de verão (dois para mim, um para Regina, e um para o gato de Regina, nem me pergunte) estava pronta para dirigir para Coeur d'Alene com ela para comprar mantimentos. Fui capaz de costurar uma colcha inteira para chegar ao ponto onde podia ouvir o som de uma Harley sem entrar em pânico. Durante esse tempo todo, Earl e Regina foram tão pacientes quanto às montanhas. Ela me ensinava em casa até que tive ousadia de me matricular no ensino médio, isso quando completei dezessete anos. Pela primeira vez em minha vida senti como se pertencesse há algum lugar. Naquela altura Regina tinha três máquinas de costura e uma overloque, e isso era uma coisa boa porque Earl tinha sido dispensado do trabalho na mina, então ela começou a costurar para ajudar nas despesas. Uma das máquinas tinha um computador inteligente o suficiente para pilotar uma nave espacial, mas eu não me importava com isso. Preferia uma delicada ‗Singer‘ preta que tinha quase cem anos de idade, e que pertenceu à mãe de Regina. A máquina tinha a minha idade, e seu pedal foi finalmente substituído por um pequeno motor elétrico. No dia em que me formei no colegial, Regina a deu para mim. As melhores e mais modernas máquinas de costura podiam ser mais eficientes do que a minha ‗Singer‘, mas ela era forte o suficiente para costurar couro e delicada o bastante para reparar seda. A gravura em folha de ouro dava a ela uma elegância que transcendia a função, me inspirando e enchendo meu coração com a presença suave das várias gerações de mulheres que a usaram para vestir suas famílias. Agora eu tinha minha própria casa e ela estava linda. A mobília podia não combinar, mas as cortinas e almofadas e outros pequenos toques que eu tinha criado combinavam, um pequeno conjunto de algo caseiro, confortável e o melhor de tudo, normal. Pena que eu não conseguia convencer a minha mãe a se juntar a mim. Sempre que conversávamos ela insistia em dizer que Teeny estava melhor do que costumava ser. Não acreditei nisso nem por um minuto. Ele ainda a usava para conseguir drogas, ela ainda consumia drogas, e eles sempre precisavam ‗apenas mais cinquenta dólares, baby‘ para conseguir o que falta. Seja lá o que for ela tinha idade

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suficiente para tomar suas próprias decisões e eu não podia deixá-la me arrastar para baixo, também. O piscar da luz de mensagem em minha secretária eletrônica antiga me chamou a atenção. Apenas uma das muitas peculiaridades estranhas do vale era o fato de que menos de 3 km na estrada perdíamos todo o serviço de celular. Eu ainda tinha um telefone celular, é claro, toda vez que ia para Coeur d'Alene era como se ele saltasse para vida com mensagens aleatórias e textos que tinham sido bloqueados em uma área padrão desde a última vez que o contato voltava a ficar ao alcance. Então depois que eu regressava para a casa retornava para as chamadas de meu telefone fixo, que criava todos os tipos de confusão no identificador de chamadas das pessoas, isso era inconveniente, mas também um tanto engraçado. Bati no play e a mensagem e voz de Danielle prosseguiu, cheia de emoção. — Ei, Becca! Nós estaremos ai lá pelas seis. Eu tenho uma ótima notícia! Olhei para o relógio, 1h55. Bem, que porcaria. Entrei no banheiro e dei uma geral rapidamente. Não foi tão ruim, considerando o quão fodido meu dia tinha sido. Uma das melhores partes da escola de beleza era realmente aprender a cuidar da minha aparência e eu gostava de me manter nos eixos. Polida. Uma corrida rápida da escova pelo cabelo e um toque de brilho labial. Ouvi Danielle e Blake batendo na porta do apartamento e abri para encontrá-los usando expressões triunfantes. Blake trouxe duas garrafas, uma de whisky e outra de vinho tinto barato. — Então, qual é a notícia? — perguntei, com os olhos correndo de um para o outro. — Temos empregos! — disse Danielle. — A partir de amanhã! Eles ainda disseram que vão contornar o seu horário escolar. Eu ergui minha cabeça. — Isso foi fácil. — eu disse lentamente. — Qual é o problema? O sorriso de Danielle desapareceu e Blake deu de ombros. — Não é grande coisa, é lá no Moose Bitter.

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Abri minha boca para protestar, mas Danielle levantou a mão, com o rosto estranhamente sério. — Não se você der um nó na sua calcinha. — disse ela. — Eu sei que você não gosta de bares, mas você se acostuma com isso. Não há outro lugar para trabalhar por aqui e todos nós sabemos disso. A menos que você queira trabalhar do outro lado da cidade? Ouvi dizer que o novo clube de strip em Post Falls está contratando... Neguei com a cabeça ignorando a piada do clube de strip. Por mais que odiasse admitir isso, Danielle provavelmente estava certa. Não há realmente qualquer outro lugar para trabalhar perto de Callup, não para alguém com o meu conjunto de habilidades limitadas. Ótimo. Suspirei e Danielle revirou os olhos ceticamente. — Olhe para o lado positivo. — disse Blake. — Quais são as chances de uma briga começar no Moose Bitter em qualquer noite? — Há briga lá todas as noites. — Exatamente. É perfeito, porque não podem demitir você ou culpá-la quando isso acontecer. — ele disse razoavelmente. — Você pode fazer isso, eu vi você se atirar para a confusão esta manhã. Inferno, se você for dura assim, vai fazer uma fortuna em gorjetas. — Oooh, você acha que devemos nos inscrever para os campeonatos de luta na lama? — Danielle perguntou com voz animada. — Eles têm luta na lama lá? — perguntei minha voz subindo. Danielle riu. — Não, sua palerma. — ela respondeu. — Você vê como é um lugar civilizado? Eles são muito viadinhos para luta na lama... Bem, ou é isso ou eles ainda não pensaram nisso. Agora traga seu traseiro até a cozinha e comece a preparar um pouco de macarrão. Vou abrir o vinho. Blake, eu espero que você me distraia. — Como é que eu vou fazer isso? — Strip. — Danielle disse. Eu bufei uma risada ao ver a expressão de Blake, levantando a mão.

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— Só para constar, eu estou falida. — eu disse a ele. — Se você começar a se despir, Danielle tem que te pagar. — Isso deve funcionar muito bem. — respondeu ele, balançando as sobrancelhas para ela. — Me dê o vinho. — exigi, decidindo que poderia muito bem passar a noite e desfrutar com Danielle que queria festejar, e depois de tudo o que tinha acontecido hoje, estava mais do que pronta para me juntar a ela. Diabos, eu já tinha perdido a elegância. Poderia muito bem ter algum divertimento com eles.

***

Foi um tapa na bunda que me deu a dica de que Blake estava bêbado. Ele tinha me agarrado com uma toalha de mesa por várias vezes, mas dar uma palmada na minha bunda era um novo nível para nós, um que provavelmente teria me incomodado se não estivesse me sentindo muito festiva. Blake me bateu novamente. Que diabos? Me virei, então percebi que estava bloqueando a janela e ele queria ir para fora... Um acidente. Uma das melhores coisas sobre o meu apartamento era o fato de que o prédio ao lado era apenas uma história, isto significava que eu podia usar o pátio do telhado como algo pessoal para coisas importantes como assistir ao pôr do sol sobre as montanhas. Nós estávamos festejando como reis (bem, mais como duas rainhas e um rei, mas você entende a imagem) e agora era a vez de descansar na ‗varanda‘ para aproveitar os drinques após o jantar. Não que eu precisasse beber mais... — Saia daqui, preguiçosa! —Danielle gritou para mim, rindo quando parei para olhar para Blake. — Ele deu uma apalpada! — eu acusei alto. — Eu estou tentando sair enquanto ainda sou jovem. — ele resmungou. — Precisamos ter uma conferência sobre isso aqui, ou você acha que talvez nós possamos avançar antes que anoiteça?

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— Imbecil. — Danielle murmurou, embora sua voz fosse tudo menos aborrecida. Obviamente ela achou engraçado ver Blake me dando uma palmada. Senti uma pontada de ciúme, ela tinha essa tranquila confiança em torno dos homens, completamente confortável em suas próprias atrações e mais do que pronta para seguir em frente se não desse certo. Tanto quanto eu poderia dizer, ela estava apenas o usando para o sexo. Gostaria de poder fazer isso. Eu provavelmente tinha saído com três caras nos últimos dois anos, mas eles nem me deixaram ansiosa ou impressionada. Mesmo se as coisas corressem bem e começávamos a curtir, eu lembrava de Teeny e tudo estava acabado. Danielle estendeu a mão, pegou a minha e me puxou para frente. Eu caí no telhado, aterrissei com a cara no chão. Parece que isso foi extremamente engraçado porque Blake não conseguia parar de rir enquanto eu tentava me endireitar. Danielle se juntou a ele. Traidora. — Riam a vontade, idiotas. — murmurei, segurando minha garrafa de vinho, triunfante. — Você quase me fez derramar a bebida. Isso é uma ofensa grave contra os Deuses. Eles ficaram sóbrios instantaneamente. — Eu esqueci que você estava segurando o vinho. — disse Danielle, sua voz grave. — Eu não teria feito isso se soubesse do risco. Nós ponderamos a gravidade da situação antes dela começar a rir de novo, o que me fez ir. A vida podia ser fodida, mas eu tinha amigos malditamente bons, apesar de tudo. Cinco minutos mais tarde estávamos sentados em uma fileira na inclinação do telhado, com os pés apoiados no segmento falso que alguém pensou que faria com que o edifício parecesse mais impressionante antigamente. Tinha sido o escritório de um médico quando Callup ainda tinha um médico. Sua mobília ainda estava na entrada, ao lado do poste quebrado da barbearia próximo à porta. — Seu apartamento já foi utilizado como parte de um bordel. — disse Danielle casualmente. — Eu sei. Regina me falou sobre isso.

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— Você sabia que as meninas gostavam de vir aqui para comer suas refeições? Eles não as deixavam sair para caminhar pela cidade ou qualquer coisa. — Sério? — eu perguntei intrigada. — Eu pensei que era alguma coisa remota dos dias de mineração. Parece estranho que não fosse permitido que as prostitutas saíssem. Blake bufou. — Não foi interditado até 1988. — disse ele. Meus olhos se arregalaram. — Sério? Ele assentiu, tomando um gole de sua garrafa. — Sim, meu pai costumava vir aqui. — disse ele. — Minha mãe deu o pé na bunda dele por causa disso, não vou mentir. Havia um no edifício do outro lado, também. Olhei para o prédio de três andares se elevando acima de nós através do telhado do meu apartamento. Você seria capaz de rastejar até o telhado de lá, também, embora eu nunca tenha visto alguém fazer isso. Aquele prédio tinha um grande apartamento ocupando todo o segundo andar. Até recentemente lá morava um velho madeireiro. Seis meses atrás ele tinha se aposentado e ido para o sul para morar com sua filha. Mais cedo ou mais tarde alguém iria alugá-lo, mas por agora eu tinha o telhado só para mim. Foi quando eu vi o brilho de uma luz no interior. — O que é aquilo? — perguntei minha voz um sussurro alto. — O que é o quê? — Há uma luz na janela lá. — eu disse. — Ou eu acho que há. Elas estão tão malditamente sujas o que é difícil de afirmar. — Provavelmente um fantasma. — Danielle respondeu, com sua voz sabia. — Você sabe, Wyatt Earp passou por aqui durante a corrida do ouro. Aposto que ele matou alguma prostituta lá, e agora ela está apenas esperando para ter sua vingança contra todos os homens. É melhor tomar cuidado, Blake. Ela vai roubar o seu pau e, depois você não vai servir de nada para mim. — Vá se foder. — disse ele, com a voz feliz.

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As sombras tinham aumentado e o sol já estava abaixo do cume da montanha. A noite cai rapidamente aqui nos vales montanhosos. — Você que sabe. — ela respondeu, rastejando sobre mim para se deitar em cima dele. Revirei os olhos. — Vocês são nojentos. — Com ciúmes? — perguntou Blake. — Você é totalmente bemvinda a participar. Mostrei a ele o dedo, em seguida, olhei de volta em direção ao apartamento vazio em frente ao meu. Eu tinha visto que definitivamente havia uma luz lá dentro. Entre a sujeira e as cortinas escuras era difícil de ver, mas, aparentemente, eu tinha um novo vizinho. — Espero que quem se mudou não seja um idiota. Danielle e Blake não responderam, e eu olhei outra vez para encontrá-los trocando saliva enquanto a mão dele escorregava por cima da camisa dela. Ótimo. — Você sabe que está machucando meus sentimentos. — murmurei. — Parece que foi há pouco tempo que suas mãos estavam em cima de mim. O que uma garota pode pensar? Eles me ignoraram, e eu ri da minha própria piadinha. Então eu vi uma sombra passar do outro lado na janela. O álcool é totalmente culpado pelo que fiz em seguida. A bebida e esse desagradável impulsivo que eu tinha herdado da minha mãe... Coloquei a minha garrafa no chão com cuidado, e rastejei através do telhado usando minhas mãos e joelhos em modo completamente furtivo. Isso não era exatamente um feito impressionante, considerando o quão antigo e suave as telhas estavam, mas eu ainda me sentia muito sorrateira especialmente quando cheguei à janela e tentei espiar lá dentro. A sujeira bloqueava tudo, então eu cuspi no meu dedo e limpei um pouco para espiar. Funcionou surpreendentemente bem, mas quando coloquei meu rosto para olhar através, fui recompensada com uma visão que me chocou. Oh uau. Era uma bunda. Uma bunda nua, com músculos apertados, esculpidos e coxas firmes. Fazia cinco anos, mas eu reconheci aquelas

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coxas muito bem. Mesmo que eu não tivesse, o pequeno arrepio de excitação teria me denunciado. O que, em nome do inferno Puck Redhouse está fazendo no prédio do outro lado do meu? E onde diabos estavam suas roupas? Engoli em seco quando ele se virou lentamente, revelando que não era apenas sua bunda que estava de fora. Não, isso era um pau e estava um bocado grande e duro como eu me lembrava. Eu senti aquela coisa empurrar profundamente dentro e me senti bem. Eufemismo total. Tinha sido fantástico. Bem, fantástico até que a dor, o espancamento, e a interminável viagem através do deserto me perguntando se a minha mãe ainda estava viva. Você acha que a memória do mal vai acabar com o bem, mas isso não aconteceu. Na minha cabeça eles eram quase dois incidentes separados, não relacionados. Regina me disse uma vez que temos que fazer o que precisamos quando se trata de sobrevivência, incluindo permitir as vezes que nossos corpos sintam prazeres estranhos. Ela disse que eu não deveria me preocupar em julgar minhas respostas sexuais, mesmo se elas fossem meio fodidas. Isso era mais fácil na teoria do que prática. Eu realmente, realmente não queria ser atraída para Puck. Deus obviamente tem um senso de humor cruel. Aqui estava eu, uma disfunção sexual falante e acontece que o único cara que realmente me motivava parecia ser o motoqueiro mais assustador que já conheci. O clube do motoqueiro era supostamente imprescindível. Não era pessoal - mais como ‗passei por isso, fiz isso, adquiri minha provisão vitalícia de trauma psicológico‘ nessa coisa. Puck era exatamente o oposto do que eu queria e precisava, mas meu corpo estúpido não estava recebendo a mensagem. Inaceitável. Então ele se inclinou e pegou aquele pau grande na sua mão, acariciando. Parei de pensar e me acomodei para ver o espetáculo, imaginando se Deus ia me trair, criando um corpo que só respondia a Puck, eu poderia muito bem me divertir. Não me ocorreu que talvez eu não devesse espionar. Nem um pouco. Claro, nada de bom acontece quando você espiona alguém. Às vezes você é pego.

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Às vezes você vê coisas horríveis, horríveis... Como Carlie Gifford entrando e caindo de joelhos na frente do cara - que você não quer absolutamente ver nada, em nenhuma circunstância, nem mesmo um pouco - chupando o pau profundamente em sua boca. Eu nunca tive quaisquer ilusões sobre Puck. A noite que o conheci, ele me fodeu mais duro do que a maioria das mulheres experimentam em toda sua vida... Mas eu sabia que eu não era nada de especial em seu mundo. Inferno, ele levava as mulheres para tomar café da manhã no restaurante regularmente sempre que estava na cidade. Acho que ele era um cavalheiro, porque pelo menos as alimentava depois de passar uma noite quente debaixo dos lençóis. Ainda assim, sabendo que ele estava transando por aí e vê-lo ao vivo e a cores bem na frente são duas coisas muito diferentes. Aqui era onde eu deveria ter me afastado. Interrompido e mudado de direção como uma boa menina, voltado para o meu apartamento e ido para a cama. Definitivamente era a coisa mais inteligente a fazer. Mas quando a boca dela envolveu em torno dele e ele cavou os dedos profundamente no cabelo dela? Eu não conseguiria arrastar meus olhos para longe nem que minha vida dependesse disso. Então, assisti as bochechas se esvaziar e o tragar. Tão errado em tantos níveis, e totalmente convincente. A necessidade e o desejo cresceu no meio das minhas pernas enquanto os dedos dele cavaram a bunda dela. Eu ainda me lembrava exatamente como me senti quando ele entrou profundamente em minha garganta há tantos anos atrás. Foi um erro. E quando o corpo dele ficou tenso antes dele se retirar e pulverizar por todo o rosto dela? Foi quando percebi que a minha fascinação por Puck era profundamente fodida. Eu precisava encontrar outro homem. Qualquer outro homem. Talvez antes de aceitar um emprego no Moose Bitter eu deveria ir até lá e verificar eu mesma. Ver quem poderia estar lá. Em algum lugar no mundo tinha que ter um cara tão sexy quanto Puck que não fosse um motoqueiro. Eu só precisava encontrá-lo. Tinha que haver um ponto vital entre a mulher gato solitária e uma completa prostituta de motoqueiro como a minha mãe. Não que eu tivesse um gato ainda. Mas a gata de Regina estava prenha e ela

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tinha falado sobre me dar um gatinho. Quando eu aceitar, já saberei como fazer vestidos de verão... Não. Sem vestidos do gato. Eu só tenho que engolir o sapo e começar a transar com caras aleatórios até que eu encontre um que funcione bem. Fiquei em pé instavelmente, e me afastei da janela quando tropecei derrubei a garrafa de vinho vazia e o maldito som chocalhou com o metal da calha. Blake se assustou, sentando abruptamente, rolando Danielle para o lado com um baque. Ela gritou indignada. Isso seria muito mais preocupante para mim se de repente eu não estivesse oscilando em direção ao final da fachada falsa do telhado, esperando desesperadamente que a barreira de dois metros de altura fosse suficiente para me impedir de passar do limite. — Porra. — Blake murmurou, mergulhando para me pegar. Ele pegou o lado da minha camisa e me puxou de volta. Firme. O tecido despedaçou e nós caímos de volta no telhado com um baque. Quando peguei a minha respiração, descobri que estava montada em cima de Blake com ambas as pernas abertas. Seus braços segurando a parte superior do meu corpo seminu contra ele e o topo dos meus seios pressionando firmemente seu rosto. — Você está bem? — Danielle perguntou coma voz ofegante e curta. Pisquei, tentando entender isso por mim mesma. Em seguida, Blake fez um barulho de ronco e balançou a cabeça. — Merda. — murmurei, recuando. Eu estava sufocando o pobre homem. — Blake, eu sinto muito! Obrigada por me salvar, apesar de tudo. Blake respirou fundo e tossiu, então deu um sorriso lento. — Se você realmente quer me agradecer, empurre os seios de volta para o meu rosto. — Não me faça usar minha arma. — Danielle murmurou sua voz sombria. Corei ferozmente, percebendo que, independentemente do fato em si porque ele estava dando um amasso em Danielle ou porque eu estava no momento com minha virilha cravada na dele, o homem estava duro como uma rocha.

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Em seguida, Blake me rolou para o lado e eu estava deitada de costas, me perguntando o que diabos tinha acontecido. Merda. Não havia nenhuma maneira de Puck ter perdido todo aquele barulho do lado de fora da janela. Isso não foi como eu queria. Eu considerei verificar sua janela para ver se ele estava observando. Será que eu realmente quero saber? Nem pensar. Me retirar era a melhor faceta da coragem, dadas as circunstâncias. Não só isso, apesar do meu acidente no telhado, minhas partes ainda estavam formigando um pouco por assistir Carlie chupá-lo, o que era assustador e estranho. Então me lembrei da minha ideia. — Vamos para o Moose Bitter, — eu disse, me sentando. — Vou me vestir, e vamos dançar ou algo assim. Se vou começar a trabalhar lá, eu deveria ver como é à noite. Talvez encontrar um cara bonito enquanto estamos no assunto. — Você nunca foi para Moose à noite? — perguntou Danielle, obviamente surpresa. — Mas você está sempre falando sobre o quanto odeia bares. Como você sabe que odeia isso, se você nunca esteve lá? — Eu já ouvi histórias. Não é o meu tipo de lugar, mas você sabe o quê? Talvez eu precise sair mais. — Eu vejo o que está acontecendo aqui, — disse Blake, sua voz maliciosa. — Você teve um gosto de Blake, e agora está pronta para voltar a montar, não é? — Você nunca para de tentar? — Danielle perguntou a ele. — Ei, a culpa não é minha, ela que se jogou em cima de mim, — disse ele. — Mas, falando sério, se você quiser sair, vamos chamar meu amigo, Joe Collins. Ele pode nos levar, e ele está sempre me pedindo para combinar alguma coisa com você, Becca. Percebi o brilho de uma luz do outro lado do Puck tinha aberto as cortinas, e agora podia enquanto ele se afastava da janela. Se ele tivesse me Deus espero que não. O mais importante o que ele em primeiro lugar? Aquele apartamento era suposto estar vazio. — Nós vamos sair ou não? — exigiu Danielle.

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telhado. Porcaria. vê-lo claramente visto espionando? estava fazendo lá


— Sim, vamos sair. — Vou ligar para Joe, — disse Blake. — Ele está afim de você, Becca. Dei de ombros, tentando imaginar Joe. Eu tinha certeza que me lembrava dele vir jantar algumas vezes. — Ele não mora em Kellogg? — Costumava, — Blake respondeu. — Mas ele veio ficar comigo agora. Precisava de um lugar para ficar. Ele entrou no Laughing Tess no mês passado e se cansou de dirigir. — Ok, nós temos que encontrar algo para vestir, — disse Danielle, se movendo em direção à janela aberta. — Alguma coisa sexy. Estou tão orgulhosa -a minha menina está finalmente crescendo!

***

Chegamos no bar antes das onze horas. Enquanto nós dirigíamos em direção a Moose Bitter, Danielle e Blake tinham ocupado a cama provisória na parte de trás do grande Ford F-150 de Joe Collins, isso era ilegal como o inferno. Felizmente o xerife não vinha aqui com muita frequência, então eles estavam seguros o suficiente. Bem, tão seguros quanto duas pessoas podem estar ao fazer sexo na parte de trás aberta de um caminhão que estava a 96 quilômetros por hora pela estrada à noite. — Fico feliz que vocês tenham me chamado. — disse Joe, estendendo a mão para desligar a música. Olhei furtivamente para ele pelo canto dos meus olhos, observando que ele era mais bonito do que eu me lembrava. Joe era um cara bem grande, mais que 1,80m e forte como um touro. Ele tinha cabelo curto e escuro, características classicamente bonitas, e um rápido sorriso com alguns dentes tortos apenas o suficiente para dar a ele um charme áspero. Muito atraente. Infelizmente, minhas partes baixas poderiam se importar menos com isso, como seria beijar ele? Talvez fosse hora de parar de esperar

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por arrepios e seguir em frente. Eu tentei namorar apenas algumas vezes desde que vim para Callup e nenhuma tentativa tinha terminado particularmente bem. — Eu estou feliz, também. — eu disse a ele, o que era verdade. Talvez ele não me impressionasse, mas parecia ser um cara legal. Poderíamos nos divertir juntos. — Eu acho que vou trabalhar no Moose em breve, pelo menos, é o que diz Danielle. Vou ter que falar com o gerente hoje à noite enquanto estivermos lá... Minha voz sumiu quando certas questões me atingiram. Será que eu realmente quero conhecer o meu futuro chefe enquanto estou bêbada? Uau, isso foi uma ideia estúpida. Mas o que mais eu poderia fazer? Estávamos quase lá e eu não tinha nenhuma pílula mágica de sobriedade enfiada em algum canto. Porcaria. — Eu não posso acreditar que estou indo para uma entrevista de emprego bêbada. Joe sorriu para mim, em seguida, estendeu a mão para pegar a minha, dando um aperto. — Não se preocupe com isso. — disse ele. — Isso não é uma entrevista, e se eles eliminassem todos os que já entraram em seu bar bêbados, não haveria mais ninguém lá. Teresa Thompson é tão tranquila que quando você entrar e eles a verem, ela vai dar uma chance de você se apresentar antes de tomar quaisquer decisões. — É tão difícil as coisas como todo mundo diz? Ele deu de ombros. — Pode ser eu acho, — disse ele. — mas Teresa não atura qualquer desaforo, e ela não admite as pessoas brincando com a equipe. Não será a mesma coisa que trabalhar servindo café da manhã. Você vai encontrar alguns imbecis, mas pode fazer uma fortuna em gorjetas em uma boa noite. — Como você sabe tanto sobre isso? — perguntei curiosa. — Trabalhei como bartender lá com Blake. — respondeu. — Há dois anos. — Espere, Blake atendia no bar no Moose Bitter? Por que diabos ele estava trabalhando com café da manhã?

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Joe começou a rir, então sacudiu a cabeça. — Você não entendeu isso até agora? É por causa da Danielle. Ele sempre foi louco por ela desde o colégio, mas ela sempre deu um fora nele. Ele costumava sair com sua irmã mais velha e ela encheu Danielle com todos os tipos de porcaria sobre ele. Ele finalmente aceitou esse trabalho para que pudesse realmente passar algum tempo com ela, e começar a usar isso para ganhá-la. — Sério? — perguntei, fascinada. — Mas ele parece tão... Desinteressado por ela. Quero dizer, ele estava flertando comigo esta noite como um louco. Sei que eles estão transando por aí, mas eu nunca tive a impressão de que ele estava à procura de um relacionamento. — Pense nisso, você já viu Danielle ficar com alguém por mais de uma semana? Ela não está afim dessa coisa de relação, nunca foi. Ele vai abaixo do seu radar. É uma armadilha. Uau. Isso realmente fez sentido em uma maneira estranha. — Isso dá muito trabalho. Ele deu de ombros. — Blake está apenas matando tempo até que ele termine a sua graduação, de qualquer maneira. — disse ele. — Ele tem grandes planos. Realmente não importa onde ele trabalha enquanto estiverem juntos, então por que não ter um emprego perto de Danielle? Claro que agora ele a tem onde ele quer. Eu queria perguntar mais, mas chegamos ao bar, que estava movimentado, embora fosse uma noite de quarta-feira. O Moose era um prédio de dois andares de aparência rude a cerca de 32 quilômetros rio abaixo de Callup. Ele tinha uma grande varanda de dois andares na frente e parecia ser construído por volta de 1880, que não era totalmente impreciso. Inicialmente, ele tinha vista para o rio. O North Fork tinha saltado suas margens um tempo atrás, e agora o prédio estava a 800 metros de distância. Joe desligou a caminhonete e se olhou no espelho retrovisor, uma expressão de choque em seu rosto. Então ele ficou indignado, e sufocou um ruído. — Oh meu Deus. Eles estão nus lá atrás? — perguntei com um sussurro horrorizado em minha voz.

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Joe começou a rir e sacudiu a cabeça me dando uma piscadela. — Não, apenas zoando com você. — disse ele. — Está tudo bem. Vamos entrar e nos divertir um pouco. Uma hora mais tarde tive que dar créditos a Joe, porque ele sabia fazer uma garota se divertir. Primeiro, ele me apresentou a Teresa Thompson, declarando: ‘Esta é amiga de Blake. Ela está com medo porque está um pouco bêbada, e não quer que você ache que ela vai ser uma funcionária de merda por causa disso’. Eu comecei a gaguejar me perguntando o que diabos já tinha feito para irritá-lo. Teresa apenas sorriu e me disse para ficar sóbria antes de me apresentar para o trabalho no dia seguinte e tudo estaria bem. Eu me atrapalhei um pouco mais falando sobre a escola e que queria fazer um bom trabalho. Ela disse ao barman para me dar bebidas por conta da casa: ‘Seja bem-vinda a família Moose, Connor’. Agora eu estava dançando com Danielle no centro de uma pequena pista de dança, enquanto uma banda local tocava clássicos, me perguntando por que diabos eu tinha sido tão paranoica em relação aos bares. Havia um bando de grosseiros e valentões aqui? Com certeza. Mas eu tinha Blake e Joe me protegendo, e mesmo que eles não fossem tão assustadores como Puck, eles eram mais do que suficientes para afastar qualquer atenção indesejada. Não que eu tivesse muita. Mesmo vestida com minha melhor roupa, eu não era nada em comparação a Danielle. Não me interpretem mal, sei que eu sou uma garota bonita. Mas ela tem algo a seu favor que eu não posso vencer. Especialmente peitos. Seu grande decote estava definitivamente exposto. Mesmo vestindo minha mini blusa com decote em V, eu não tinha nada, mais parecia picadas de mosquito em relação a ela. Geralmente eu gostava disso, manter um comportamento discreto. Essa noite, no entanto, eu estava me sentindo um pouco carente... Felizmente Joe se aproximou de mim, deslizou as mãos em volta da minha cintura e até meus quadris. Eu me senti malditamente bem comigo mesma depois disso, porque havia muitas mulheres apreciando ele. Ainda assim ele só olhava para mim. A banda começou a tocar uma música lenta, uma canção que Regina amava ‘The House of the Rising Sun’ e com as costas apoiadas em seu peito balancei guiada por ele, fechei meus olhos e inclinei a

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cabeça para trás contra seu ombro. O salão girava ao meu redor, mas eu não me importei, porque seus braços eram fortes e me senti segura. Foi então que me surpreendi. Eu estava no meio de um bar. Bêbada. Com um homem grande e poderoso me segurando perto de seu corpo e, pela primeira vez na minha vida não estava sentindo medo. Só que não era inteiramente verdade, porque quando Puck Redhouse tinha me segurado dessa maneira eu não senti medo, também. Ainda me lembrava que tínhamos sentado de frente para a fogueira, percebendo que, enquanto estivesse com ele, nenhum outro homem poderia me reivindicar para a noite. Eu não me importava quem mais tarde iria ficar nua para ele. Claro, isso foi antes dele quase me destruir dizendo que tinha sido péssima na cama. Depois ele salvou a minha bunda recentemente abusada, então eu acho que estávamos quites? De qualquer forma, nos braços de Joe eu estava me sentindo melhor do que me sentia há muito tempo, por isso a noite estava boa. Talvez perder o meu emprego não fosse uma coisa tão ruim, afinal. Ao abri meus olhos encontrei Puck olhando para mim do outro lado do salão, seus olhos ardendo como brasas. Eu tremi, indo para o estado líquido instantaneamente. Deus, toda vez que o via me sentia assim. O que havia de errado comigo? Puck nem sequer era tão bonito, não como Joe. Ele era muito imperfeito, com uma cicatriz irregular que atravessava seu rosto e um nariz que obviamente tinha sido quebrado mais de uma vez. Tudo nele era áspero, quase brutal, eu já sabia que ele não era bem mais velho que eu, havia pelo menos dez vidas a mais refletidas em seu olhar. Puck era mais alto do que Joe, embora não fosse tão volumoso. Isso não significava que ele era pequeno, só que ele não ganhava a vida transportando minério na mina. A pele de Joe era ligeiramente escurecida pela poeira do solo e sujeira debaixo da terra, enquanto Puck era muito bronzeado pelo sol e vento, e talvez uma pitada de alguma ascendência negra. Senti meus mamilos endurecer quanto ele me olhou, bebendo profundamente de sua garrafa de cerveja. O que ele está pensando ao me ver nos braços de Joe, recostada contra outro homem praticamente sonhando? Eu não conseguia ler a expressão de Puck. Não era amigável. Não, nem um pouco. Por um segundo quase me perguntei se

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ele iria desafiar Joe. Eu balancei a cabeça, me perguntando de onde esse pensamento particular tinha vindo. Quando pisquei, ele tinha desaparecido e me perguntei se eu tinha imaginado a coisa toda. — Ei, cadela. — disse Danielle, quebrando o feitiço. — Você está pronta para ir comigo ao banheiro? Eu tenho que fazer xixi como um cavalo de corrida russo. Venha comigo ou eu ficarei triste e solitária e então vou ter que chorar sozinha no banheiro feminino... E você sabe o que isso faz para o meu rímel. Podemos ir até lá. — Você está mais bêbada que um asno. — eu disse a ela, me perguntando como cavalos de corrida russos fazem xixi. — E? Difícil de argumentar com isso.

***

Quando terminei de lavar as mãos, Danielle tinha desaparecido, vagabunda infiel. Levei alguns minutos para me recompor, então, me empurrei pela porta para o corredor escuro. Puck estava ali, seus olhos sombrios e duros. Merda. Não era um olhar feliz. Nada contente. Eu levei uma fração de segundo para considerar a minha situação, então decidi fugir dele. Puck foi tão rápido, deu um passo adiante, bloqueando o caminho. O que é que ele quer? Agora o melhor a fazer é manter a calma, meu cérebro confuso decidiu. — Oi. — eu disse. Ele não respondeu, mas seus olhos percorreram lentamente cada polegada do meu corpo. Eles demoraram nos meus seios, e eu estremeci, me lembrando da noite em que ele tinha feito mais do que apenas olhar. Por que ele estava aqui? Não havia absolutamente nenhuma razão possível para ele estar aqui que terminasse bem para mim. Nada. Finalmente, ele falou. ~ 67 ~


— Você está se divertindo? Eu assenti com a cabeça rapidamente, me perguntando se poderia evitar falar com ele. Inferno, eu não tinha certeza de que poderia fazer um barulho se minha vida dependesse disso. Não era possível me mover, também, embora meu ancestral interior gritasse que eu deveria começar a correr para as montanhas e nunca parar até que estivesse escondida em segurança no fundo de uma caverna ou algo assim. — Você tem alguma coisa com aquele cara? Eu neguei com a cabeça automaticamente, então me amaldiçoei, porque eu deveria ter dito sim. Deveria ter dito a ele que estávamos juntos e muito felizes e que eu planejava me casar com Joe em um grande vestido espalhafatoso na presença de quinhentos dos nossos amigos mais próximos, sem convidá-lo. Puck lambeu os lábios, uma mistura de frustração e antecipação escrita em seu rosto. — Você dança com muitos homens? Eu neguei com a cabeça rapidamente. Seus olhos se tornaram ardentes, me sufocando, e eu tinha a sensação de que estávamos a um instante de distância de algo que eu não poderia lidar. Puck deu um passo à frente. Andei para trás, batendo na parede. Seu corpo não estava tocando o meu, mas eu o sentia mesmo assim, uma pressão contra mim me prendendo até que eu não conseguia respirar. — Você pode dançar comigo. Eu quase explodi, meus olhos correram de um lado para o outro. Joe e Blake não sentiram minha falta até agora? Por que ninguém vinha me salvar? Puck se inclinou mais perto até que seu nariz quase tocou minha bochecha e inalou meu perfume. Juntei minhas pernas firmemente, depois suspirei, porque até mesmo esse pequeno movimento foi suficiente para tornar a coisa muito pior. Puta merda, eu queria esse homem. — Eu vou começar a trabalhar aqui amanhã. — consegui sussurrar. — Eu fui demitida do Breakfast Table, lembra? — Ah é? — ele sussurrou, aproximando para pegar um pouco do meu cabelo, e enrolando em torno de sua mão. — Vi você no telhado. Pensei que você não fosse esse tipo de garota. Eu tentei respirar.

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— Que tipo de garota? — Meu tipo. Puta merda. Ele estava tão perto do meu rosto que podia sentir o cheiro dele em volta de mim, uma leve mistura de álcool, suor, e o vestígio do escapamento de sua moto. Isso não deveria ter funcionado para mim, mas funcionou. Ele cheirava exatamente como há cinco anos também e meu corpo de puta traidora reconheceu o perfume. Reconheceu e o queria. Fechei os olhos e tentei pensar. — Sou apenas eu. — eu disse a ele, engolindo. Sua mão levantou, acalentando meu pescoço por um segundo, os dedos acariciando meu queixo. Senti as lágrimas brotando nos meus olhos e minha voz quebrou quando continuei. — Eu não sei o que isso significa, mas hoje estou apenas tentando me divertir um pouco com os meus amigos. Por favor, não estrague isso. Ele hesitou e se afastou. — Eu não tive a intenção de te machucar. — Eu sei disso. — Eu não tinha uma maldita ideia de que você era tão jovem, ou que você não queria estar lá. — Eu sei disso também. Puck olhou para longe, a tensão da culpa em seu rosto quase mais do que eu podia suportar. Eu tinha que fazer alguma coisa, mesmo que não me sentisse forte o bastante. Alcançando seu rosto, segurei entre minhas mãos, virando em minha direção para que eu pudesse encontrar seus olhos. Então falei, colocando tudo o que pensava nas palavras, desejando que ele acreditasse em mim. — Te conhecer foi à melhor coisa que já me aconteceu, Puck. As coisas estavam fodidas e erradas, mas você salvou minha vida. Você tem alguma ideia de onde eu estaria agora se você não tivesse chegado naquela festa? — Becca, você está bem? — perguntou Joe, sua voz cortando a tensão.

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Puck deu um passo para trás, embora ainda tenha permanecido entre mim e o outro homem, sua postura estranhamente protetora como sempre. Tão sexy... — Estou bem. Puck é um velho amigo. Nós estávamos apenas conversando. — Danielle e Blake querem ir andar lá no rio. — disse Joe lentamente, estudando nossa linguagem corporal. — Estava pensando se podíamos ir. A menos que você queira ficar? Sim, eu queria ficar. Queria cair de joelhos, chupar Puck na frente de todos, e, depois, ir embora pela noite em sua moto. Eu faria qualquer coisa pervertida, as coisas mais fodidas que ele me pedisse, também, porque eu era a filha da minha mãe. Vagabunda... — Não. Eu quero ir com você, Joe. Puck ficou rígido, mas deu um passo para o lado, me deixando passar quando andei para Joe. Ele me puxou para o seu lado, envolvendo um braço em volta dos meus ombros. Puck não se moveu quando ele e o amigo de Blake encararam um ao outro sem palavras, compartilhando uma conversa inteira que eu não consegui compreender. — Vamos. — eu disse, me virando para Joe e espalhando a mão em seu peito. Ele acenou com a cabeça, e nós caminhamos para fora do bar.

***

Mais tarde naquela noite eu estava deitada em um cobertor velho sob as luz das estrelas. Nós tínhamos concordado em ir até a margem do rio, uma pequena fogueira brilhava não muito longe. Danielle e Blake estavam atrás dos arbustos rindo e brincando um com outro, o que deveria ter sido estranho, mas não era de forma alguma. Joe foi ótimo. Bacana. Exatamente o tipo de homem que eu precisava. ~ 70 ~


Nós tínhamos nos beijado por um tempo, ele não me deixou enjoada, mas também não fez muito por mim. Mas quando pedi para parar, ele concordou com bastante facilidade. Não que ele não tivesse interessado - senti bastante ação lá embaixo para saber que estava definitivamente a fim de mim, mas eu gostei da forma como ele respeitou os meus limites. — É lindo aqui subestimações do século.

fora.

murmurei

uma

das

maiores

As estrelas pareciam um milhão de joias pintadas através do céu e o borbulhar do rio raso sobre as rochas poderia ter acalmado Charles Manson de tão ridiculamente pacífico. — Eu adoro este lugar. — disse Joe. — Venho aqui desde que eu era criança. — Quantos anos você tem? — Vinte e dois. Nasci a poucos quilômetros do vale. Eu conheço um monte de gente que mal pode esperar para sair daqui, mas eu não posso imaginar viver em qualquer outro lugar. E você? Deus, eu odiava essa pergunta. — Eu sou da Califórnia. — eu disse lentamente. — Me mudei para cá a cerca de cinco anos atrás. — Nós não fomos para a escola juntos. — disse ele. — Eu teria lembrado. Você é uma espécie de garota misteriosa, não é? Dei de ombros, não gostando da ideia de ser ‗misteriosa‘. Eu queria ser normal. Chata. Fora do radar... — Na verdade, não. A vida familiar não era tão boa no Sul, então quando tive a chance de sair, aproveitei. Regina e Earl Murray me acolheram e me ajudaram a reerguer. Agora sou garçonete e vou para a escola de beleza. — Tenho a sensação de que essa não é toda a história, mas eu não quero forçar. — disse ele. — Eu me diverti hoje à noite. Você acha que estaria interessada em me ver outra vez? Eu considerei a questão. — Sim, eu poderia estar interessada. — eu disse, finalmente, me perguntando por que não tive com Joe a mesma emoção que tenho com Puck. Minha mãe sempre teve uma queda pelos perigosos ~ 71 ~


também e acho que eu ia pagar o preço? Que se foda isso. Eu precisava tirar minha cabeça dos meus problemas e apreciar o homem com a qual estava. — Eu quero falar de coisas agradáveis e ir devagar. Se isso for um problema, nós provavelmente devemos deixar passar... Ele beijou o topo da minha cabeça. — Não é um problema. — disse ele. — Não é um problema absoluto. Mas eu tenho uma pergunta para você. — Que pergunta? — perguntei meu estômago afundando. Por favor, não deixe que ele perguntar sobre Puck... — Você tem uma história com Puck Redhouse. — afirmou. — Isso é óbvio. Isso é algo que eu deveria me preocupar? Sim! Todos devem se preocupar com Puck, ele é perigoso! — Não. Não há problema. Puck e eu nos conhecemos há algum tempo, uma vez. Isso é tudo. Não há nenhuma história. Nada disso importa agora. Meu estômago revirou quando eu disse isso, porque isso era uma grande mentira do caralho. Puck definitivamente importava. Havia uma Vida Antes de Puck e uma Vida Depois de Puck, e essas duas vidas não tinham nada em comum. Mas a primeira vida estava firmemente no passado e precisava ficar lá. Talvez Joe pudesse fazer parte da segunda. Me aconcheguei mais em seu braço, saboreando seu calor e pela primeira vez em muitos anos considerei como poderia ser ter um homem decente na minha vida. Isto é o que nós queremos, meu cérebro disse com firmeza. Agora, divirta-se.

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Capítulo três PUCK O som do telefone me acordou. E Carlie gemeu. — Faça isso parar. — ela murmurou, embora eu pudesse dizer que ela não estava realmente acordada. — Não quero me levantar. Rolando para o lado da cama, me sentei e peguei o aparelho, me perguntando pela milésima vez quando nós finalmente iremos conseguir ter algumas fodidas torres de celular por aqui no Vale Norte. Deveria ter ficado na casa dela. Não teriam sido capaz de me encontrar lá. — Puck, é Boonie. — disse meu presidente. Esquece isso, ele me encontraria na casa dela também. Carlie era gente boa, e sabia como eram as coisas no clube. Havia acontecido mais que uma reunião em sua sala de estar ao longo dos últimos dois anos. Eu não parava de pensar quando Deep iria reivindicá-la, mas ela não parecia totalmente pronta para assumir um compromisso com um homem. Por enquanto, ela vagava por diferentes camas e isso parecia funcionar para ela. Funcionava para mim, também. Eu estava excitado pra caralho ontem à noite, sem trocadilhos. Fazia seis meses que tinha visto Becca, a mulher estava mais bonita agora do que nunca. Ela completou vinte e um anos a três meses... Três meses que passei me lembrando de todas as razões pela qual deveria ficar longe dela, as mesmas razões que tinha me mantido longe nos últimos cinco anos. Ela foi abusada por motoqueiros. No seu modo de ver eu era, provavelmente, o melhor de todos nós, isso era um maldito pensamento vergonhoso de tolerar. Ela tinha pavor de MC, de

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mim e de praticamente tudo. Sempre que eu tentava falar com ela, ela se encolhia. Ah, e ela era também muito jovem. Isso é o que realmente mexeu com minha cabeça. Se eu a quisesse, poderia ficar com ela. Ninguém iria me parar, nem mesmo Becca. Ela estava excitada para isso, que era dolorosamente óbvio apesar de seus melhores esforços para se manter distante. Eu ficaria lisonjeado se a resposta dela fosse fingir que eu não existo. Então, em vez de abrir minha janela, caminharia até ela e reclamaria um direito afirmado por meu pau (categoricamente) como minha propriedade por direito, mas ao invés disso eu tinha fodido com Carlie. Ela não era o que eu queria, mas a mulher era uma professora de Yoda. Que tipo de idiota rejeita isso? — O que foi? — perguntei a Boonie, esfregando a parte de trás do meu pescoço. — Você soa como uma merda. — disse ele, rindo. — Ressaca? — Não, só fiquei fora tarde demais. Você precisa de algo, ou está simplesmente determinado a fazer da minha vida um inferno de merda e divertimento? — Uau, alguém precisa de seu sono de beleza. Eu tenho um trabalho para você. Preciso que faça uma corrida até a cidade, e entre em contato nossos amigos lá. Traga o seu caminhão. — Entendi. Desliguei o telefone, estendi a mão e dei um tapa na bunda de Carlie. — Chupe seu próprio pau. — ela gemeu. — Quero dormir um pouco mais. — Nesse momento eu estaria dormindo e você chupando meu pau. — respondi, esfregando meu rosto e bocejando. — Mas preciso que se levante e saia. Era Boonie no telefone, ele tem negócio para mim. Ela gemeu de novo, mas se sentou e rolou para fora da cama. Quando ela se inclinou, vi seus peitos balançando. Eles eram muito bonitos, mas os de Becca eram melhores. Lembrei deles vividamente.

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Estavam mais cheios desde então, e eu apostaria minha bola esquerda que isso apenas os fizeram melhor. Oh sim. Isso foi o suficiente para levantar meu pau. De repente, eu não estava tão interessado em voltar a dormir, além do que, quando o presidente diz se mova, palmadas na bunda deixa de ser uma prioridade. Tropecei em direção ao chuveiro, mergulhei debaixo o tempo suficiente para enxaguar o suor e na hora que saí Carlie estava vestida. — Você precisa de uma carona? — Não, vou para a loja de Darcy. — disse ela. — Tenho um compromisso daqui uma hora e meia no cabeleireiro, vou arrumar minhas madeixas. Acho que vou parar e pegar um pouco de café no caminho. Presumo que eles estejam abertos depois da pequena pancadaria de ontem. Eu gemi. — Então, o que realmente foi tudo aquilo? — ela perguntou obviamente preparada para não deixar isso de lado. — Nunca vi você tão furioso em relação a uma garçonete antes. Algo que eu deveria saber? Algo em sua voz soou abafado... Espere. — O que você acha que nós temos aqui? — perguntei, franzindo a testa. Ela encolheu os ombros, mas peguei o olhar ferido em seu rosto. Porra. Não estava preparado para isso. Carlie era uma garota legal, mas porra, eu não tinha de nenhuma maneira planejado me envolver com ela. — É apenas sexo, baby. — eu disse a ela. — Você sabe disso, certo? Ela não olhou para mim. Foda dupla. Ok, provavelmente não deveria continuar com isso, não se ela fosse tornar tudo pegajoso e essas merdas. Não que fosse o meu problema se ela fizesse, mas Deep estava interessado nela e eu não precisava de complicações como essas na minha vida. Espero que ela tenha pegado a dica. Coloquei as merdas em ordem enquanto ela procurava sua bolsa. A mulher não era estúpida, menos de um minuto mais tarde e ela estava pronta para sair.

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— Você quer que eu ligue pra você? — perguntou ela quando abri a porta para ela. Eu dei de ombros. — Não, provavelmente vou estar ocupado. Não espere por mim, ok? — Entendi. — disse ela suavemente, em seguida, começou a descer as escadas, se movendo rapidamente para ficar longe de mim. Fechei a porta atrás de mim e tranquei a fechadura extra, querendo saber como eu pude ter sido tão malditamente idiota. Ela já estava no beco quando cheguei ao fundo e coloquei os pés para fora. No beco ela conversava com alguém. Joe Collins. Filho da puta caipira de merda. Joe Collins estava saindo do prédio de Becca. Algo sombrio e odioso borbulhou através de mim e considerei se tinha tempo suficiente para matá-lo e me livrar do corpo antes de me encontrar com Picnic Hayes. Então tomei consciência da realidade e tive que morder uma risada sem humor. Karma, certo? Carlie aproveitou, aparentemente, Becca fez o mesmo. Eu ainda não.

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Meia hora mais tarde eu estava próximo do desvio I-90 quando vi um carro à beira da estrada com as luzes de emergência piscando. Aquele era o Subaru de Becca. Perfeito pra caralho, porque eu não tinha tempo para isso e realmente não queria falar com ela, não depois de ver aquele idiota deixando sua casa. Quando eu os tinha visto juntos no bar na noite passada, quase perdi o controle. Nada menos do que o ódio imediato para o bastardo a segurando. Há anos que eu estava mantendo um olho em Becca, meus irmãos do clube faziam isso por mim quando eu não estava por perto. Até onde sabia, ela não tinha realmente saído com ninguém a sério. Esse, no entanto... Eu perguntei por ai, e, aparentemente, Collins é um cara decente e capaz de se sustentar. Exatamente o tipo de homem ~ 76 ~


que ela provavelmente deveria estar, o que me fez odiá-lo ainda mais. Filho da mãe. A coisa toda tinha mexido comigo, especialmente depois de vê-la rolando com Blake no telhado. Não que eu fiquei com o apartamento para estar perto dela. Não foi um fator. Claro, havia outros lugares para alugar. Lugares mais baratos. Mais agradáveis. Mas a localização do centro era perfeita, próximo de tudo... Bem, não tinha nada no centro de Callup. Porra. Não sabia o que pretendia conseguir aqui, ela estava fora dos limites. Mas então eu a tinha visto na noite passada e os limites mudaram... Agora aqui estava ela, parada no acostamento da estrada. Eu realmente, realmente não queria vê-la. Não queria ver seus lindos seios, que pareciam excepcionalmente bons esta manhã, tudo empurrado para cima com os braços cruzados sob eles. Não tinha interesse em seu cabelo, ou como ficaria envoltos em torno do meu pau. Falaria de coisas que deveriam envolver ao redor do meu pau, seus lábios estariam agradáveis e inchados. Ou machucados por chupar o pau de Collins, na noite passada? — O que diabos aconteceu aqui? — rosnei, saindo do meu caminhão. Pelo menos ela tinha encontrado um lugar decente pra parar, um desses espaços amplos com vista para o rio, à sombra de uma árvore. — Ele fez um barulho e parou de funcionar. — disse Becca, com os olhos correndo em minha direção. — Earl vai me ajudar a concertálo, como sempre faz... Existe alguma chance de você chamá-lo para mim no posto de gasolina? Sim. Eu ia ficar bem com isso. — Pegue suas coisas e entre no caminhão. — eu disse, me perguntando quando me transformei em uma porra de um masoquista. — Para onde você estava indo? — Coeur d'Alene. — ela respondeu, parecendo nervosa como o inferno. — Eu não quero te incomodar. Eu posso esperar aqui. — Eu não tenho tempo para desperdiçar. Basta entrar no caminhão. — eu disse. Ela se encolheu com o meu tom. Cuidado com a boca, idiota.

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Eu desejava que ela não olhasse para mim como se fosse um maldito psicopata. Claro, isso poderia não estar completamente fora da base dada a minha atual missão e só Deus sabia para o que Hayes precisava de mim... Eu fiz uma careta com o pensamento, e ela fez um pequeno barulho assustada. — Eu já te machuquei? — perguntei, abruptamente. — Além daquela noite, eu fiz alguma maldita coisa para fazer você pensar que eu te machucaria até mesmo em sonho? Becca negou com a cabeça rapidamente. — Não. — Então pare de olhar para mim como se eu fosse um serial killer e entre já na porra do caminhão. Eu realmente não tenho tempo para isso e não posso deixá-la aqui. Mova a sua bunda. Becca entrou em seu carro pela porta do lado do passageiro, me exibindo uma bela vista de sua bunda. Não ajudou exatamente o meu humor. Ela procurou algo e voltou com uma bolsa de lado de couro. Observei enquanto ela trancou o carro e, depois, subiu no meu caminhão, batendo a porta. Becca parecia ainda mais assustada do que o normal, acho que fazia sentido, porque eu estava sendo um idiota, mas era apenas porque ela fodeu com Joe ao invés de mim. Se Joe era tão legal, por que diabos ele não veio resgatá-la? Você é um idiota de merda, imbecil. Você quer dormir com ela? Pare de assustá-la! — Então, o que tem em Coeur d'Alene? — perguntei, puxando de volta para a estrada. — Eu estudo lá. — ela respondeu. — Mas acho que você deveria me deixar no posto de gasolina. Eu vou começar a trabalhar hoje à noite no Moose, então vou entrar e avisá-los que não posso começar hoje. — Isso vai foder as coisas para você? — Não deve haver problemas... — disse ela, a voz sumindo. Olhei para ela, mas ela não me olhava nos olhos. Deus, isso me frustrou. Aposto que ela olhou nos olhos de Collins. Com certeza não estava com medo de Blake.

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— Eu vou te dar uma carona. — decidi. — Tenho algumas coisas para fazer na cidade, então vou te trazer de volta esta noite, e deixá-la no Moose. Você pode pegar uma carona para casa depois com a sua amiga. — Você não precisa fazer isso. — Eu sei que não preciso fazer isso. — retruquei, irritado. Jesus, o que havia de errado comigo? Você está com ciúmes, idiota... — Mas eu vou então apenas aceite e siga em frente. Você chama Earl assim que o sinal do celular se restabelecer, quando chegarmos. Ele vai sair e pegar o seu carro rebocá-lo de volta para a oficina. Você precisa de uma carona amanhã, eu vou levá-la aonde precisa ir. Merda, a esse ritmo, eu estaria oferecendo para levá-la até Joe para uma rapidinha depois que ela terminasse o turno. O silêncio caiu à medida que nos aproximávamos meus dedos batendo no volante enquanto ela olhava silenciosamente para fora da janela. Dez minutos depois chegamos no cruzamento Kingston e eu puxei da interestadual. — Então, como você está? — perguntou ela, quebrando o silêncio. — Eu não tenho visto você por um tempo. Então ontem eu te vi duas vezes. Ouvi sua voz, e a peguei com um sorriso cínico. — Três vezes. — eu a lembrei. — O quê? — Você me viu três vezes. O restaurante, o bar, e através da minha janela no telhado. Ela engasgou e eu mordi uma risada. Ela pensou que tinha se safado, não é? — Ok, eu te vi três vezes. — ela admitiu. — O que você estava fazendo naquele apartamento? — Isso parece um pouco óbvio. Boquete. — eu disse, me sentindo um pouco melhor. Becca ficou nervosa, mas ainda estava interessada. Ontem à noite provou isso. Ela tossiu e eu resolvi mostrar a ela alguma misericórdia. — Estou me mudando para cá. Peguei as chaves ontem, vou estar na cidade por um tempo, precisava de um lugar para ficar. É barato e conveniente. Isso é um problema para você?

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— Não, claro que não. — disse ela rapidamente. Olhei para ela, mas ela ainda não olhava para mim. Bem, fodase... Eu precisava me acalmar dar a ela uma pausa. Ela foi a vítima todos esses anos, não eu. Precisava começar a pensar com a cabeça de cima. — Sério, se isso for um problema, agora é a hora de dizer alguma coisa. Não pensei muito sobre essa ser uma cidade pequena. Não há uma tonelada de lugares para alugar e o preço estava justo. — Não é um problema. — Ótimo. Silêncio. Cinco minutos depois ela ainda estava olhando para fora da janela. Agora eu não poderia dizer o que diabos estava acontecendo. — Eu faço algo para te chatear? Becca negou com a cabeça, em seguida, finalmente ergueu os olhos para mim. — Não. — ela respondeu. — Então por que você não olha para mim ou fala comigo? — Eu estou falando com você agora. — Não me venha com essa, você tem feito o possível para me ignorar a viagem inteira. Se temos um problema, vamos resolver isso. — Você me fez perder meu emprego. — ela respondeu, de repente. — McDougal estava te chateando. Eu não me importo o quão grande Blake é ele não podia enfrentar todo o bando sozinho. Você perdeu o seu emprego porque a sua chefe é uma cadela que acusa outras pessoas por seus próprios erros, o primeiro dos quais foi permitir um idiota como aquele dentro do restaurante em primeiro lugar. — Você acredita mesmo nisso? — Sim, eu seriamente acredito nessa porra. Você está melhor sem ela, e você vai ganhar mais dinheiro no Moose de qualquer maneira.

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— Essa é a outra razão pela qual eu estou com raiva de você. — O quê? — O Moose! Eu não quero trabalhar lá. — Porque você vai ganhar mais dinheiro? Caramba, isso é verdadeiramente um destino pior que a morte. — Não seja assim. — ela respondeu com a voz quase em um suspiro. — Não vamos jogar ok? Nós temos uma história que me deixa desconfortável. Eu não quero que você jogue isso na minha cara. — Você é a única que me espiona no meu apartamento, não o contrário, Becs. Como eu disse, se você tem algum problema comigo morando lá, agora é a hora de falar. Caso contrário, eu estou movendo isso para o passado. — Não me chame de Becs. — Por que não, Becs? Ela olhou para mim, praticamente vibrando em frustração. É justo, porque eu estava muito frustrado. Não apenas com nossa disputa verbal. Ouvir sua voz um pouco irritada deixou meu pau duro, isso não deveria ter me surpreendido porque tudo sobre o que ela fazia deixava o meu pau duro. Agora, em vez de me concentrar no que os Reapers podiam precisar de mim, minha mente estava dividida entre duas imagens. Um era ela nua, de pernas abertas e gritando de prazer enquanto eu metia nela. A segunda era exatamente a mesma imagem, só que desta vez era Collins transando com ela. Apertei o volante mais firme, em seguida, atirei a ela outro olhar. Seus dedos batiam contra sua coxa, cheios de energia reprimida. Adivinha o garoto Joey não foi homem o suficiente para cansá-la. As respirações profundas faziam seus seios subir e descer debaixo de uma camiseta fina o suficiente para mostrar os contornos de seus mamilos. A pequena Becca estava muito incomodada. Maldição, mas eu queria transar com ela. Bem, isso não era uma surpresa que eu tinha desejado transar com ela a cada minuto de cada dia desde aquela noite, há cinco anos. Inferno, ela se envolveu em torno de mim todo o caminho do Sul da ~ 81 ~


Califórnia para Callup, com as mãos apertando o meu estômago. O único momento que não senti minha ereção em toda a viagem foi quando a moto me anestesiou, e mesmo assim ainda estava duro. Só não podia senti-lo mais. — Quero que nós nos demos bem. — disse ela, de olhos correndo em minha direção. — Eu sei que não segredo que estou desconfortável perto de você. Mas nós mesma cidade e é hora de seguir em frente com minha disso é deixar isso passar. Talvez possamos ser amigos.

repente, os é nenhum vivemos na vida. Parte

Amigos? Uma porra improvável. — E o que você quer dizer com ‗amigos‘? — perguntei, mantendo minha voz neutra. — Bem, você está me dando uma carona para a escola. — ela respondeu. — Isso é muito... Amigável... Da sua parte. Nós vamos ser vizinhos agora. Por que não podemos ficar juntos, você sabe? Isso parece menos estranho do que temos agora. — O que temos agora? — Nada. — disse ela, e meu intestino apertou. — Nós não temos nada. Mas talvez possamos ser amigos. Somos vizinhos, então talvez nós possamos agir como vizinhos. Eu posso preparar um jantar ou algo assim, em agradecimento por ter me ajudado com meu carro. Isso me assustou, mas eu não reagi. Pelo menos, não disse nada. Meu pau estava tentando perfurar o seu caminho através da minha calça, que não era particularmente útil, conforme as circunstâncias. — Você está namorando Collins? Ela encolheu os ombros. — Nós saímos na noite passada. Eu provavelmente vou vê-lo novamente. Você está namorando Carlie? Eu bufei. — Não namoro. — Ok... O silêncio caiu novamente, e desta vez eu não tinha vontade de quebrá-lo. Não se ela queria falar sobre Carlie, isso não iria acabar

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bem para mim. Tenho certeza que não queria falar sobre Collins. Estendi a mão e liguei o rádio, pegando o jeito que ela visivelmente relaxou com o canto dos meus olhos. Engraçado, mas apesar da tensão, tê-la no meu caminhão me fez senti bem. Meia hora mais tarde, a deixei na frente de sua escola, prometendo voltar e buscá-la após as cinco. Tomara que eu seja capaz de manter essa promessa, apesar de qualquer trabalho incrivelmente horrível que Picnic Hayes provavelmente está me esperando. Conhecendo minha sorte, será um corpo para enterrar. Acho que vou manter meus dedos cruzados para que o corpo seja de Joe Collins. Pouco provável, mas um homem pode esperar.

BECCA Quando nós atingimos a área de cobertura do celular, meu telefone se iluminou com uma chamada não atendida da minha mãe. Como sempre o nome dela enviou um tremor perverso através de mim. Talvez desta vez ela tivesse ligando para dizer que tinha feito isso, que realmente tinha deixado Teeny. Há anos que eu vinha tentando convencê-la a sair e vir morar comigo. Duas vezes ela disse que ia fazer isso, então desistiu no último minuto. Isso me arrasa, é difícil de explicar, considerando o quão terrível ela era como mãe. Inferno, como pessoa. Mas essa é a questão a respeito dos pais que você os ama apesar de tudo, porque eles são seus. Olhei furtivamente para Batma... Puck e me perguntei se seria estúpido chamá-lo assim na frente dele. Provavelmente seria muito estúpido. Nós nunca conversamos sobre a minha mãe, mas não era um exagero supor que ele não era o seu maior fã. Espero que a chamada não seja urgente, terei que esperar até o meu intervalo na escola para retornar a ligação. Geralmente nossas conversas caiam em três categorias: 1) Vou deixar Teeny, dessa vez é sério, Becca. Eu só preciso de algum dinheiro para uma passagem de ônibus e vamos nos encontrar.

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2) ‗Eu te amo, baby‘ - falava enrolado e bêbada –‗Eu sinto muito pelo que fiz. Você vai ver. Nós podemos resolver isso. Seremos uma família‘. – barulho de vômito. 3) Eu preciso de dinheiro, doçura. Só dessa vez. Nós não podemos pagar a conta de luz e eles vão vir cortar. Eu adoraria dizer que nunca lhe enviei algum dinheiro, mas isso seria uma mentira. Eu a amava. Eu a queria de volta. Eu queria ser uma pessoa mais completa e uma pequena parte de mim insistia que ninguém podia ser uma pessoa completa sem a sua mamãe. Felizmente, eu raramente deixava que essa pequena parte tomasse as decisões, e definitivamente não dava a ela o acesso a minha conta corrente. Não, se enviei a ela alguma coisa, foi apenas gorjetas. Essas não contavam. Então, ao invés de retornar a chamada, usei o tempo para verificar meus e-mails, que não consegui verificar em casa. Não havia muito na minha caixa de entrada. Vários anúncios de produtos ‗promocionais‘. Uma breve nota de Danielle dizendo que tinha encontrado Joe, e que ele tinha deixado sua bolsa de maquiagem pendurada na maçaneta da minha porta porque ela tinha esquecido em seu caminhão na noite passada, e se podia levar para o trabalho comigo? Humm... Isso ia ser complicado. Eu não tinha compreendido minha situação durante a viagem/casa/trabalho. Escrevi uma nota rápida dizendo que eu ia tentar, em seguida, coloquei o telefone na minha bolsa. Quando chegamos à escola, eu tinha conseguido relaxar apesar presença tão ‗amigável‘ de Puck. — Vejo você às cinco. — ele resmungou quando saltei. Eu queria dizer para não se incomodar com isso, mas não poderia fazer Danielle conduzir todo caminho somente me justificando que estava com medo de um motoqueiro. Um grande motoqueiro durão, que passou a ser o único homem que eu realmente queria. — Obrigada pela carona. — eu disse meu sorriso reluzente Que diabos havia de errado comigo?

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***

— Oi mãe. — Becca baby! Estou tão feliz que você ligou. Foi horrível, eu nem sei o que dizer, é tão ruim. — O que está acontecendo? — perguntei, querendo saber se eu realmente queria saber. Isso sempre terminava do mesmo jeito... — Teeny enlouqueceu. — respondeu, e pela primeira vez sua voz estava sóbria e um tanto focada. — Eu acho que ele vai me machucar. — Mãe, ele tem batido em você pra caralho por anos. O que mudou? — Não, aquilo era apenas pequenos argumentos. — disse ela, me ignorando como sempre. — O casamento é difícil. Você vai entender um dia, se conseguir encontrar algum homem. Não, isso é diferente. Ele está muito irritado e chateado, e puxou a arma na noite passada e segurou a minha cabeça por uma hora. Seus olhos estavam horríveis, Becca. Como os olhos de um diabo. Ele diz que estou traindo ele e agora eu vou pagar. Meu peito ficou apertado. — Mãe, você precisa sair daí. — Eu sei. — respondeu ela, com a voz em um sussurro tenso. — Ele acabou de chegar em casa. Vou tentar ligar mais tarde. Preciso de dinheiro, baby. Dinheiro para deixá-lo. Se eu não sair vou morrer. Então ela desligou o telefone. Minha cabeça começou a rodar e me senti tonta. — Você está bem? — perguntou Caitlyn, uma colega de classe. Aparentemente, ela ouviu a parte final do telefonema. Levantei os olhos e encontrei um rosto cheio de preocupação exagerada, um cigarro recém esquecido balançando aceso entre os dedos. — Eu estou bem. — eu disse rapidamente. Ótimo. Agora, todo mundo saberia dos meus problemas, porque Caitlyn era a maior fofoqueira de toda a maldita escola.

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— Você quer conversar? — ela perguntou sua simpatia escorrendo por sua voz. — As pessoas dizem que eu sou boa em ouvir. E repetir. — Está tudo bem, realmente. — eu disse a ela. — Não se preocupe com isso. Eu preciso entrar.

***

Isso não estava bem, apesar de tudo. Meu cérebro estava muito inquieto. Eu decidi sair rapidamente da escola mais cedo, então juntei minhas coisas e fui até a cafeteria. A cafeína pode não resolver os meus problemas, mas provavelmente não iria fazê-los pior. Eu comprei uma bebida e um muffin para o jantar, porque eu sou saudável, então encontrei um lugar para me sentar ao lado do edifício. Tenny. Deus, eu odiava aquele homem. Ele tinha perseguido minha mãe com um bastão uma vez, naquele tempo isso foi o suficiente para eu me esconder atrás do sofá. Outra vez ela tinha acertado o bastão nele, o que foi ótimo, até o ponto em que ele puxou a arma e a fez implorar para não morrer. Eu tinha assistido escondida debaixo da mesa. Agora eu não podia tirar a imagem da minha cabeça. Durante anos fui aterrorizada por ele, mas tinha aprendido com Regina e Earl não deixar o medo levar a melhor. Será que ele realmente ia fazer isso? Impossível saber. Ela precisava sair de lá. Talvez eu devesse ligar novamente... — Tem um cara quente aqui fora procurando por você. — Caitlyn engasgou, correndo ao virar a esquina. — Ele é sombrio, assustador e muito fodão. Tem uma cicatriz incrível no rosto. Parece exatamente como o tipo de cicatriz que se consegue lutando com piratas. Por favor, me diga que você está trepando com esse belo homem, ou vou perder todo o respeito por você, se você não tiver. — Não, ele é apenas minha carona. — eu disse, me levantando.

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Eu golpeei minha bunda para tirar qualquer sujeira. Caitlyn fez uma careta para mim, então de repente sorriu. Pobrezinha, ela realmente não era muito brilhante. Seu pequeno cérebro se movia lentamente, telegrafando cada pensamento direto para seu rosto. — Pode me apresentar? — Eu realmente tenho que ir. — respondi, tentando não revirar meus olhos enquanto caminhava para virar a esquina. Com certeza Puck estava à espera, parecendo mal-humorado como sempre. Por um instante pensei em apenas retornar e fugir. Me esconder atrás da escola, e fazer Danielle vir me pegar. Esquece suas neuras. Ok, então eu ia organizar minha vida e agir como uma adulta, começando com um pedido de desculpas por ter sido rude com ele esta manhã. Ele me fez sentir desconfortável? Sim. Ele tinha sido rude? Definitivamente. Mas ele também me salvou na estrada e, tradicionalmente, isso exige tolerância e um agradável obrigado. Ele não tinha parado em primeiro lugar, certo? Me movi rapidamente, cruzando o estacionamento em direção ao seu caminhão antes que as meninas parassem ao redor e tivessem a chance de começar a fazer perguntas sobre ele. Elas tentariam conseguir a sua informação de mim amanhã - realmente gostamos de fofoca na escola - mas me incomodaria com isso quando acontecesse. — Obrigada pela carona. — eu disse, subindo no caminhão. Meus olhos se prenderam ao dele e senti uma onda de luxúria me atingir. Lindo. É como Caitlyn o chamou, e eu estava tentada a concordar, mas não era realmente verdade. Ele era muito rude e com cicatrizes para ser bonito. Ela acertou em cheio a respeito de ‗fodão‘, no entanto. Ele resmungou, ligando o rádio no sinal universal para calar a boca, então fechei a boca. Nós entramos na autoestrada e começamos a sair da cidade em silêncio. Não era um silêncio agradável e confortável. Este era estranho e desconfortável, com cada linha do corpo dele irradiando tensão que me deixou nervosa. Ele estava prestes a estourar? Eu cresci perto de motoqueiros, então sabia que não devia perguntar sobre seu dia ou porque ele obviamente não estava muito

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contente. Ele não quis me dizer e eu não queria saber de qualquer maneira. Ok, eu queria saber, mas não deveria. Apesar disso, quando viramos e começamos a subir ao longo do rio, eu não podia continuar com o silêncio por mais tempo. Eu tinha que dizer alguma coisa. Se mantenha amigável. Quebre a tensão e o deixe saber que você está pronta para seguir em frente. — Você quer jantar amanhã? Ele não respondeu, e eu mordi meu lábio, olhando para ele disfarçadamente. Deus, ele era tão bonito. Não uma beleza tradicional, não, isso deixou de existir entre a cicatriz e o nariz quebrado. E ele não era engraçado, também. Era muito assustador para tentar ser engraçado. Mas era apenas algo tão convincente sobre o seu rosto, a maneira como ele se portava o poder controlado em cada movimento que ele fazia... Me deixava louca toda vez que eu pensava nisso. Me enlouquecia, aquecia, e me assustava demais, a situação era absolutamente ridícula e completamente inevitável. Eu tive que lembrar que Puck era um motoqueiro, e nada simpático. Havia uma razão para que os Silver Bastards protegessem Callup e todos os seus habitantes. Não era pela bondade em seus corações, isso é impossível de acreditar. Não, a sua proteção era uma questão de território, como uma espécie de cachorro com um osso. O Silver Bastards podiam não cagar onde comiam, mas eles aprontavam merdas em algum lugar. Desde que deixei a Califórnia, vivi a minha vida de acordo com uma regra básica, eu chamei de Princípio Materno. Em caso de dúvida, pense sobre o que a minha mãe faria. Em seguida, fazer exatamente o oposto. Isso nunca falhou. Minha mãe adorava motoqueiros, o que significava que eu precisava ficar bem longe deles. Soou com um tipo simpático. Simpático. Normal. Chato... Joe. Ugh. Quando Joe me beijou, eu simplesmente fiquei pensando. Não havia obsessão, nenhum desejo ardente... Puck me deixava excitada apenas por existir. Com a presença dele ao meu lado, era quase mais

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do que eu poderia suportar. Nesse momento, culpo meus hormônios por minhas ações, porque meu cérebro certamente não estava funcionando. Eu deveria ter deixado isso morrer, fugido. Em vez disso eu tive que abrir minha boca grande e piorar as coisas. — Você não respondeu à minha pergunta anterior. — Que pergunta? — Você quer vir para o jantar amanhã? Puck me ignorou, mas eu juro, suas mãos estavam de repente apertando o volante com tanta força que poderia partir ao meio. O caminhão desacelerou abruptamente e ele entrou no próximo desvio saindo da autoestrada perto do rio, golpeando o freio com força. Por um minuto eu pensei que poderíamos passar por cima da barragem para a água. Eu congelei quando ele abriu a porta e saiu, batendo-a atrás de si. Então Puck se afastou do caminhão, chutou uma pedra enquanto olhava para a água. Longos minutos se passaram. Fiquei inquieta, querendo saber o que estava acontecendo. Finalmente minha curiosidade idiota e autodestrutiva obteve o melhor de mim e desfiz o cinto de segurança, saindo e me movendo em direção a ele. Ele deve ter ouvido o barulho de cascalho debaixo dos meus pés, mas não disse nada. — Por que você saiu do caminhão? Silêncio. Ele tinha me ouvido? Então, Puck virou lentamente, irradiando uma intensidade contida. Seus olhos brilhando enfurecidos quando ele começou a caminhar em minha direção. Não estava andando, estava perseguindo. Como um lento predador, perseguindo o seu jantar. Merda. Puck gostava de brincar com sua comida, também. Me lembrei disso da Califórnia. Que tipo de erro eu tinha acabado de cometer? Eu precisava fugir, mas já era tarde demais, ele já me tinha apoiada contra o caminhão, embora eu não pudesse me lembrar exatamente como tinha chegado lá. — O que exatamente você acha que nós temos aqui? — Puck exigiu sua voz áspera. Meus joelhos ameaçaram vacilar então agarrei no caminhão atrás de mim com as duas mãos.

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— Eu não entendo. — Você me convidou para jantar. — ele zombou, como se isso fosse um palavrão. — Quem você pensa que sou? Uma das suas amigas? Hum, não há perigo nisso. Porcaria. Caramba, mas Puck era grande. Ele pairava sobre mim, me prendendo com a força de sua presença. Meu coração acelerou totalmente convencido de que Batman iria me comer se eu não fizesse algo agora. — Eu acho que você é o cara que parou hoje de manhã e me deu uma carona para que eu não faltasse à escola. — eu disse sem fôlego. Puck torceu a boca em um rosnado. Ele tinha ido de assustador a sensual para assustador absoluto pra cacete, mais rápido do que Danielle podia virar uma dose. E Danielle era rápida. — Você não precisava, mas você fez. Você é meu novo vizinho, também. As coisas têm sido sempre estranhas e desconfortáveis entre nós. Talvez tenha necessidade de ser assim. Ele se inclinou para mim, batendo as mãos para baixo contra o metal em ambos os lados do meu corpo. — As coisas estão desconfortáveis entre nós porque eu transei com você em uma festa depois que seu pai vendeu você. — disse ele sem rodeios. — Isso foi um problema para mim, dado que eu estava em liberdade condicional e os poderosos tendem a reprovar o estupro. Isso foi um problema para você, porque ser estuprada é uma maldita violação vergonhosa, não importa como isso acabe. Mas aqui está a parte realmente de merda, foder você foi muito bom, Becca. Malditamente bom. Acredite em mim, eu me lembro como você se sentiu envolvida em torno do meu pau. Mas nem mesmo você era boa o bastante para que eu me arriscasse a voltar para a prisão, então tenho certeza que você pode entender por que eu estava irritado com toda a situação. Eu ainda fiz a coisa certa, e ajudei você a sair de lá. Eu pisquei rapidamente, tentando não desmaiar. Me lembrei de estar envolvida em torno de seu pau, também. As memórias eram torcidas e confusas como o inferno, mas elas eram boas. Não apenas boas absolutamente incríveis. Até o ponto em que ele me machucou. Por que isso me excita? Merda. Isso tinha que ser culpa da minha mãe de alguma maneira. Ela tinha transmitido de alguma forma seu super poder, a única capacidade de procurar o pior homem possível em qualquer código de área. Única explicação possível. ~ 90 ~


Puck não tinha terminado. — Arrastar sua bunda para fora de lá parece ter dado a você uma impressão errada sobre mim, Becs. Não pense por um minuto que eu sou o tipo de cara que faz a coisa certa. Esse não é o meu estilo. Eu sou o cara que faz o que quer, quando quer, e confie em mim quando digo que não fiz o suficiente para você naquela noite para tirála do meu sistema. Porcaria. Não consegui processar tudo isso. Então, seu corpo pressionou mais o meu e a coisa ficou pior. Eu podia senti-lo contra meu corpo. Não apenas ele todo, mas uma parte específica dele, espetando em meu estômago. Ele abaixou a cabeça. — Me deixe dizer como isso se desenrola. — continuou Puck, sua voz vai profunda e áspera quando seus lábios roçaram minha orelha. Se eu virasse minha cabeça por meio centímetro, estaria beijando sua bochecha. O que há de errado comigo para aturar essas porcarias? Por que eu iria sequer pensar em beijá-lo? Porque você o quer, meu corpo gritou de algum lugar profundo dentro das minhas entranhas. Não, nas entranhas não. Isto foi definitivamente expressado por minha buceta. Ele é forte, vai protegê-la. Ele vai fazer você gritar e se sentir bem, porque ele é o pior filho da puta nessa montanha e é o único tipo de homem que você quer! Seus dentes capturaram minha orelha, arrastando sua boca e chupando. Então, sua língua seguiu o rastro e se eu não tivesse presa contra o caminhão, teria caído direto no chão. Puck se afastou e falou novamente. — Eu não vou transar com você aqui na estrada hoje, Becca, apesar do fato de que isso soa como um inferno de uma boa ideia no momento. E a próxima vez que eu ver você sair com seu precioso brinquedinho, Collins? Eu não vou espancá-lo até a morte porque ele tocou em você. Mas é o seguinte... Você me empurrou quase tão longe quanto estou disposto a ir com essa besteira de amigo. Eu não sou seu amigo, Becca. Eu nunca fui seu amigo e eu nunca vou ser. Eu posso ser o homem que você fode e te domina, ou eu posso ser o homem que mantém um olho em você para se certificar de que seu padrasto não venha e recupere você. Posso até ser o homem que observa enquanto você encontra um namorado educado que você pode controlar e se estabelecer para fazer bebês juntos como pessoas normais. Mas não se

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atreva a fazer quaisquer porra de convite a menos que você esteja pronta para lidar comigo e não finja por um segundo que você não está plenamente consciente do que isso significa. Antes que eu pudesse respirar, pensar, ou começar a processar as suas palavras, Puck pegou meu rosto entre suas mãos e me beijou com força, sua língua revirando a minha, enquanto empurrou uma de suas coxas entre as minhas pernas. A dolorosa necessidade desesperada explodiu através de mim entorpecendo minha mente. Há cinco anos ele tinha sido forte, mas agora? Puck tinha preenchido e aumentado com a idade e eu sabia que não havia absolutamente nada que eu pudesse fazer para detê-lo, mesmo que eu quisesse. Eu nunca quis nada menos que isso. De repente, ele parou. Eu caí no chão com um baque, tremendo atordoada enquanto levei a mão aos meus lábios inchados. Puck deu um passo para trás, os olhos queimando com necessidade suprimida. Então, ele se atrapalhou com seu bolso procurando algo só para encontrá-lo vazio. — Porra! — gritou ele, virando e andando em direção ao rio.— Volte para o maldito caminhão. Sim, eu não ia discutir com isso. Cinco minutos depois ele puxou a porta do motorista, balançando o veículo quando entrou. Nós voltamos para a estrada derrapando no cascalho e, em seguida, começou a dirigir em direção à Callup novamente. Desta vez, quando ele ligou o rádio, eu mantive minha boca fechada.

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Puck me largou na frente do Moose cerca de uma hora antes do meu turno começar. Naquela tarde, eu tinha decidido pegar uma carona até em casa, assim poderia tomar um banho e me trocar, sem falar na bolsa de maquiagem de Danielle. Provavelmente ainda estava pendurada na minha porta...

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Depois do meu pequeno confronto, porém, eu tinha estado muito ocupada lidando com toda essa adrenalina adicional explodindo através do meu corpo para pedir favores. Quando ele estacionou em frente ao bar eu saltei para fora, desesperada para fugir. Ele parecia compartilhar o sentimento, mal esperando que a porta se fechasse antes de arrancar novamente. Agora eu estava sentada em uma mesa de piquenique em uma área com um bocado de grama do outro lado da estrada, olhando para o rio enquanto tentava organizar meus pensamentos. Uma bisnaga parcialmente vazia que foi deixada para trás por alguém que esteve aqui mais cedo estava boiando. Eu a chutei, me sentindo melancólica. Como sempre, ver a água correr sobre as rochas me acalmava. Não importa o que desse errado, pelo menos eu morava em um lugar bonito. Isso tinha que contar para alguma coisa, certo? — Você trouxe a minha maquiagem? — Danielle perguntou alegremente, se sentando ao meu lado. Eu sacudi minha cabeça. — Não, eu não tive a chance de ir para casa. — eu disse a ela. — Problema com o carro. Eu tive que pegar uma carona com Puck. — Sério... — ela falou lentamente, sua voz cheia de perguntas. — Sério. — respondi. Danielle me estudou cuidadosamente por um minuto, depois deu de ombros. Essa era uma das coisas que eu amava nela - ela sabia quando deixar as merdas pra lá. — Eu vou pegar a sua, então. — ela anunciou, pegando minha bolsa. Ela procurou dentro da bolsa, tirando uma pequena bolsa colorida que continha a minha maquiagem. Eu tinha comprado no mês passado junto com um quimono de seda velho que tinha encontrado no brechó Kingston. — Você sabe você poderia vender isso. Alguma vez você falou com Regina sobre levar pra vender? — Ainda não. —respondi. — Já estou muito ocupada com a escola. Costurar bolsas não vai pagar as contas e preciso manter o foco. — Você pode se surpreender. — Danielle abriu meu espelho compacto e estudou seu rosto. — Porra, eu tenho tantas sardas que

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quero gritar. Raelene Korgee me disse que tem um corretivo novo incrível que disfarça bem. Quero experimentar, mas custa a porra de uma fortuna. Suponho que não vão te dar amostras, visto que você é uma profissional? Eu neguei com a cabeça, me sentindo menos tensa. Danielle sempre teve esse efeito sobre mim, ela era assim, apenas realista. Fundamentada. — Eu gostaria. Estou ficando sem muitas opções de materiais. Dizem que as gorjetas são boas aqui. Talvez eu possa comprar algumas novas cores de outono. — respondi. Sério? Minha consciência assobiou. Você vai comprar maquiagem enquanto sua mãe está presa com Teeny e suas armas? Danielle suavizou o batom vermelho escuro, dando palmadinhas nos lábios atenciosamente. — Isso é demais para mim? Olhando para ela, eu balancei minha cabeça. — Não, você ficou bem. Eu ouvi um grasnar, e olhei para cima para ver uma linha de gansos voando. O verão estava terminando muito rápido... Logo a neve cairia, trazendo preocupações e contas de eletricidade absurdas do inverno. Apesar de seus encantos, viver em um edifício de cem anos tinha algumas desvantagens, e o aquecimento era um deles. De quanto dinheiro minha mãe precisa para partir, de forma realista? Será que eu poderia me dar ao luxo de ajudá-la? — Blake disse que as gorjetas são boas. Aposto que vai ser melhor se nós mostrarmos um pouco de pele. Se não, há sempre uma alternativa. — Qual é a alternativa? — Vamos trabalhar no lugar de Shanda Reed, é claro. Meus olhos se arregalaram, e eu virei para ela, escandalizada. — Isso não é...? Quero dizer, ouvi rumores, mas... — É um bordel, tudo bem. — disse ela, parecendo satisfeita consigo mesma. — Ou assim eles dizem. As meninas podem fazer muito dinheiro dessa forma.

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— Você é tão estúpida e insensata. Você nunca vai trabalhar lá! Danielle começou a rir, balançando a cabeça. — Você deveria ver sua cara! — Deus, você me assustou. — respondi, batendo em seu ombro. Ela me deu um tapa nas costas e de repente estávamos empurrando um à outra com tanta força que cai para fora do banco. Danielle veio atrás de mim, e rolamos de costas, ainda rindo. — É realmente um bordel. — disse ela. — Blake me contou tudo ontem à noite, ele estava super bêbado. Ele disse que nunca aceitam meninas locais, no entanto. No passado era o antigo hotel Quincy, o caminho fica na parte de atrás da floresta em um antigo lago. Utilizado com um pequeno resort ou algo assim, antes de passar pela rodovia estadual. Ele me disse que Shanda Reed fundou o bordel, e que as mulheres que trabalham lá fazem rios de dinheiro. Com os caras das minas, e os que vem de Montana. — Por que o xerife não fecha isso? — Oh, como isso vai acontecer. Quando foi a última vez que o xerife enviou alguém aqui? Quincy está a mais 24 quilômetros de distância de Callup, ele provavelmente se esqueceu que ela existe. Inferno, Shanda iria matá-lo se ele enfiasse o nariz em seus negócios. Ela é uma prostituta, minha mãe foi para a escola com ela. A odeia. Não, eu aposto que Shanda os paga para que fiquem longe. Todos levam vantagem. Então, esse é o meu novo plano de emergência se tudo mais falhar, podemos começar a nos prostituir. Eu fiquei séria de repente. Eu já fui uma prostituta. Talvez não aquela que foi paga, mas eu sabia tudo sobre dar assistência aos homens. Assim como minha mãe. — Ser uma prostituta não é uma coisa boa. — eu disse abruptamente. Me sentei e comecei a recolher a maquiagem caída na grama. Danielle me encarou, com o rosto assustado. — Você está bem? Eu estava apenas brincando, você sabe. Eu nunca faria isso. Se algum dia eu ficar desesperada, vou apenas trabalhar em um clube de strip-tease. Não há necessidade de ser uma prostituta quando você pode simplesmente mexer sua bunda e recolher o dinheiro. Dei de ombros, forçando um sorriso falso.

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— Claro, eu estou ótima. É hora de começarmos a trabalhar. Vamos ao banheiro e, depois começamos, entendido?

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Capítulo quatro Minha primeira noite no Moose começou bem, que era uma coisa muito boa considerando a minha tarde. Foi agitada, também, a qual apreciei. Quanto mais trabalhava, menos tinha que pensar sobre a situação da minha mãe. Isso era bom, porque a situação da minha mãe me fazia pensar na Califórnia, me levando as memórias da minha noite extraordinária com Puck. Puck sexy. Puck assustador. Puck me empurrando contra seu caminhão e empurrando seu pau sobre minha barriga, rosnando no meu ouvido... É particularmente uma ironia ferrada do destino, ter suas melhores lembranças sexuais amarradas junto com um tipo de dor, sofrimento e medo que senti na noite que nos conhecemos. Um daqueles presentes que continua dando, sabe? Talvez seja por isso que Joe não me fez sentir nada, ele nunca me machucou. Então você está ferrada, lembrei. Você não é a primeira e não será a última. Esquece o assunto. Teresa começou dando para cada uma de nós um avental azul marinho, que era a coisa mais próxima de um uniforme. As primeiras horas foram um turbilhão para tentar aprender o novo menu e o sistema informático. Blake começou uma hora mais tarde, e o fato de que ele sabia a maior parte das coisas já ajudou muito. Não só isso, Danielle conseguia transformar qualquer trabalho em algo divertido. Ainda bem, porque nós tínhamos uma casa cheia. O turno não terminava até por volta das dez da noite. Até então, a multidão já tinha ido embora e a cozinha tinha fechado. Agora estávamos acomodando os bebedores graves da noite. Isso quando um grupo de estudantes da Academia Northwoods apareceu. Eu sabia um pouco sobre a escola porque Earl tinha trabalhado lá como um jardineiro no ano passado. E nenhum deles eram bons. A escola foi fundada no final dos anos 90, e o lugar estava cheio de ricos,

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crianças mimadas que deveriam ir para o ensino médio e faculdade. Eles tinham sido enviados ‗de volta à natureza‘ por seus pais ricos como uma alternativa para a cadeia, nada como pagar um juiz para manter sua ficha limpa, alguns só tinham famílias que queriam se livrar deles, porque eles não eram convenientes. Alguns até tinham estrelas de cinema como pais, pelo menos de acordo com Earl. Seja qual for seu motivo para o desembarque em Idaho, eles eram quase todos desagradáveis e intitulados cretinos. Eles tinham ganhado uma má reputação ao redor de Callup por tirar proveito de moradores, também. Earl sempre me disse para ficar bem longe deles. Ouvi histórias de algumas meninas que eram atraídas até lá e estupradas. Se eram verdadeiras? Não faço ideia... De qualquer forma, eu não queria saber. — Eles não podem ser legais. — eu disse a Blake, de olho no grupo. Felizmente estavam acomodados na seção de Danielle, portanto não era o meu trabalho atendê-los. Eles pareciam ser o tipo de pessoas que reclamariam por muito tempo se a garçonete pedisse suas identidades. — Por que não podemos simplesmente jogá-los fora? — Nós não sabemos que eles não são legais. — disse ele, dando de ombros. — Acredito que aceitem estudantes de até vinte e dois anos lá. Aulas on-line e essas merdas, só depende do quão desesperados eles estão para evitar cumprir a pena. Eu prefiro ir para o colégio interno do que ficar em cela de prisão, também. — Você vai pedir a carteira de identidade deles? — De jeito nenhum. Eles têm muito dinheiro para gastar e em nenhum outro lugar para gastá-lo. Se alguém nos perguntar, vamos apenas dizer que nós achamos que verificamos todos eles. Pelo menos alguns deles devem ter carteira falsificada. Isso vai cobrir nossas bundas. Lembre-se, uma enorme quantidade desses merdinhas estão enrolando na instituição. Nós vamos fazer boas gorjetas e fingir que nunca os vimos. Todo mundo ganha. Eu concordei com a cabeça lentamente, observando enquanto eles examinavam cuidadosamente o interior com luzes fracas, apontando as mesas feitas de madeira polida e antiga sinalização de segurança antigos da mina junto à parede. Danielle parecia confortável lidando com eles, então eu decidi dar atenção as minhas mesas e cuidar da minha função. Por volta das dez e meia Joe apareceu.

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Ele se sentou no bar, sorrindo para mim enquanto cumprimentava Blake. Danielle me atirou uma piscadela cúmplice. Ótimo, isso é só o que eu precisava -minha melhor amiga no modo de casamenteira. Claro que se eu queria ser normal, teria que acabar com esta estranha obsessão por Puck de alguma forma. Talvez eu pudesse fingir com Joe, fingir até que isso se tornasse real. Não custava tentar. Quando eu fiz a minha pausa às onze horas, Joe chamou minha atenção. Eu sorri e ele pegou minha mão, me levando para fora. Nós andamos para o outro lado do estacionamento para a mesma parte irregular de grama com vista para o rio que eu tinha visitado antes. Ele subiu na mesa de piquenique, em seguida, deu um tapinha no local ao lado dele. Nós nos sentamos assim por um tempo, olhando para a água escura, rodeados pelo som de grilos e sapos. Eu poderia ter me sentido embaraçada, mas isso não aconteceu. Estar com Joe era relaxante. Confortável. Agradavelmente normal. — Você parece estar indo bem. — disse Joe finalmente. — Como está o novo emprego? — Melhor do que eu tinha imaginado. As gorjetas são boas e as pessoas são agradáveis. Eu imaginei que fosse muito mais louco. — considerei minhas próximas palavras com cuidado, em seguida, decidi que não iria morrer se tentasse me abrir um pouco. — Eu cresci em uma situação difícil, muita briga e tal. Eu pensei que seria mais parecido com isso, mas até agora isso não chega nem perto. — As coisas no Moose podem ficar feia às vezes, mas os garçons ficam de olho e Teresa tem uma espingarda e não tem medo de ameaçar quando necessário. Na maior parte dos casos apenas para contratempos ocasionais com idiotas agindo como estúpido. Eu acho que as coisas ficaram feias há alguns anos atrás, durante as questões contratuais estabelecidas na mineração Evans. Eles pediram aos Silver Bastards para sair e controlar as coisas. Resolver com todas as pessoas daqui. O Moose é o coração da comunidade em alguns aspectos. Foi antes do nosso tempo, mas quando houve o grande incêndio no Laughing Tess, esse era o lugar onde todos se reuniam para esperar por notícias. Famílias inteiras dormiam no bar. Eu estremeci, pensando nos homens que perderam suas vidas no subsolo.

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— Eu nunca poderia fazer isso, trabalhar em uma mina. — eu disse suavemente. — Odeio a ideia de estar presa debaixo de toda aquela poeira e rocha Você não tem medo? — Não é tão ruim quanto você pensa. — respondeu ele. — Paga bem, o suficiente para sustentar uma família. Mas eu quero sair do subterrâneo no futuro, do modo como o negócio tem ido, Deus sabe por quanto tempo a Tess vai ficar aberta. Mais silêncio, então ele estendeu a mão e me puxou para o seu lado. — Você tem planos para amanhã? — A escola na parte da manhã. — respondi. — Blake vai me dar uma carona. — Quer fazer algo para o jantar? Pensei na minha conversa anterior com Puck e estremeci. Joe estava obviamente interessado em mim, ele era sensual e tinha um jeito saudável da montanha. Puck é mais sexy, meus pensamentos traidores sussurraram. Sim, mas Joe é normal, me lembrei com firmeza. — Por que você não vem até a minha casa? — eu disse abruptamente. — Eu vou cozinhar para nós. Talvez eu possa dar uma volta ao supermercado, se meu carro ainda não estiver concertado. — Claro. — disse ele. — O que aconteceu com seu carro? — Quebrou esta manhã no caminho para a escola. Earl está concertando para mim. — Isso é péssimo. — Sim. — Você perdeu a aula? Fiz uma pausa, ouvindo o barulho da água sobre as rochas e considerei como responder. — Não, Puck Redhouse me deu uma carona. Joe não respondeu, olhei para ele disfarçadamente. Ele estava pensativo. — Pensei que você tivesse dito que não tinha nada entre vocês.

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— Não tem. — insisti, desejando que fosse verdade. Por que eu não conseguia tirar Puck da minha cabeça? Tal mãe tal filha. Não. Eu não seria essa mulher. Me recuso. — Uma vez houve algo entre nós. — eu disse lentamente, desejando que pudesse simplesmente mentir. Minha mãe mentia o tempo todo. — Não foi nada de real, no entanto. Não são muitas pessoas que sabem disso, mas antes de vir para cá eu morava na Califórnia. Meu padrasto era um motoqueiro hangaround 4 com um clube lá em baixo. Eles não eram pessoas particularmente agradáveis. É aí que eu conheci Puck. Joe enrijeceu ao meu lado. — Então você o seguiu até aqui? — Eu acho que você poderia dizer que ele me salvou. A minha situação não era tão boa. Ele viu isso e me ajudou a sair. — Não parece o tipo de cavaleiro de armadura brilhante. Um bufo de risada surpresa e assustada que me escapou. — Não, ele realmente não é assim. — eu disse. — Ele ainda me salvou, apesar de tudo. — Então, isso é passado. O que há entre vocês agora? — Nada. — eu disse. —Quero dizer, ele mantém um olho em mim, eu acho. De uma forma estranha, me sinto mais segura, porque ele está por perto. Mas ele me deixa desconfortável, também. Quando nos conhecemos me machuquei e ele participou disso. — Parece complicado. — Definitivamente. — admiti. Complicado. Essa era uma boa palavra. E Joe era um cara bom... Um cara que merecia mais do que falsidade. O que diabos eu estava pensando? Eu não era a minha mãe, não usava os homens. Pelo menos, não de propósito. — Se você tivesse me perguntado há dois dias se havia algo entre nós, eu teria dito de jeito nenhum. Não há realmente nada... Eu gosto muito de você, Joe, então vou ser honesta, ele mexe com minha cabeça e eu não sei onde colocar isso.

4

É um tipo de motoqueiro que fica por perto, faz parte das viagens, mas não é membro do clube. ~ 101 ~


Joe balançou a cabeça lentamente, em seguida, me deu um sorriso triste. — Sabe, eu passei anos me perguntando por que diabos eu não poderia encontrar uma mulher que não fizesse joguinho. Agora aqui estamos e você não está jogando. É uma porcaria. Dei um empurrão em seu ombro, desejando que eu fosse um pouco menos estranha com uma pessoa. Seu braço apertou ao meu redor em um aperto amigável. — Te digo o seguinte. — disse ele. — Vamos fazer um acordo, ver como as coisas vão funcionar e se eu ainda estiver por perto e você estiver interessada, me avise. Mas eu estou procurando algo verdadeiro e não acho que você está em um lugar onde isso pode acontecer ainda. Você precisa analisar, seja lá que problemas que você tenha com Redhouse em primeiro lugar. — Será assim, vamos ser apenas amigos que conversam? — perguntei, ironicamente. — Ouvi dizer que isso é o beijo da morte. Joe riu. — Não, eu gostaria de ser mais do que amigos, mas não sou um idiota. Se você não está pronta para o momento, eu não posso mudar isso. Prefiro agora que você resolva as coisas com Puck. — Não há realmente qualquer coisa para resolver. — respondi, melancolicamente. — Ele e eu não temos um relacionamento e nunca teremos. Eu acho que você está certo, porém, preciso colocar minha cabeça no lugar. Até lá nós ainda podíamos sair e nos divertir, apesar de tudo. — Talvez. O som da redução da velocidade de algumas motos cortou o ar, os faróis individuais brilharam para o nosso lado enquanto eles puxavam para dentro do parque de estacionamento. Crescer na casa de Teeny tinha me ensinado um monte de coisas. Naquela época eu tinha quinze anos, eu podia dar um tapa5, dar um boquete e cozinhar para trinta homens num curto espaço de tempo... Eu também aprendi a reconhecer o som de certas motos, especialmente se elas pertenciam a alguém importante. As coisas que me esperavam quando voltava para casa eram ruins, mas teria sido piores se eu não tivesse aprendido a me esconder quando o pior de todos ia passar a noite. 5

Usar drogas. ~ 102 ~


Puck e seus irmãos Silver Bastards tinham acabado de chegar. Eu sabia com toda certeza, embora não tivesse visto seus rostos sobre o brilho das luzes. Acho que velhos hábitos nunca morrem. — Seu intervalo acabou. — disse Joe calmamente.— Eu vou levá-la de volta. Ele saltou da mesa e se virou para mim, me ergueu e colocou no chão. Voltamos ao longo da estrada esmagando os cascalhos enquanto os Bastards apoiavam suas Harleys alinhadas. Eu me recusei a deixar de olhar para Puck. O que tem de mais eu estar estranhamente obcecada por ele? A vida é cheia de coisas que queremos e que não deveríamos ter. Cheesecake. Brownies de chocolate com sorvete para o café da manhã. Aquela última cerveja que você terá depois de outras cervejas... Você sabe sobre o que estou falando - aquela que transforma uma pequena dor de cabeça em uma ressaca para acabar com todas as ressacas. Talvez isso fosse um problema. Eu tinha uma ressaca gigante de cinco anos de Puck. Puck era perigoso no meio decadente, tipo indecente de bolo de queijo da meia noite. Naquela noite, no meu quarto, ele parou quando percebeu que estava me machucando e acredite em mim, eu apreciei o gesto, mas só tínhamos arranhado a superfície do que um homem como ele esperaria de uma mulher. Ele foi demais para mim, mas isso não significou que não era sua norma. Minha atração por ele era um beco sem saída. Pela primeira vez na minha vida eu tinha coisas para perder se não deixasse de ser tão estúpida, então era hora de começar. Por agora, os Bastards tinham acabado de estacionar suas motos e começavam a caminhar em direção ao bar, nos encontrando no meio do caminho. Eles eram como uma matilha de lobos, empurrando para dentro e nos rodeando e eu me senti tensa. Não gostava de estar rodeada por grandes homens vestindo roupas de couro. Apenas mais um motivo para evitar Puck. Claro, evitá-lo seria difícil, vendo como ele estava bem perto de mim. Joe à minha direita, Puck à minha esquerda. Isso era um novo nível completamente estranho e a horrível tensão entre mim e Puck reacendeu de volta à vida em um instante. Olhei disfarçadamente para

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ele, mas a escuridão escondeu sua expressão. Provavelmente até foi melhor. Joe esticou o braço e pegou minha mão, me surpreendendo. Puck rosnou baixo. Eu tremi. Apesar de tudo, eu sabia o que havia de errado, ele ainda conseguia me excitar sem sequer tentar. Joe apertou meu dedo em um gesto de conforto, e eu tive que morder um riso nervoso. Não é um tipo de riso ‗isso é engraçado‘. É mais um som de ‗eu vou rir agora porque senão posso desmoronar completamente‘. Então. Agora eu tinha Joe à minha direita e Puck à minha esquerda e você poderia achar estranho. Na verdade, foi realmente super, hiper, mega estranho, estava significativamente mais complicado do que imaginei que fosse possível. A tensão cresceu e transpareceu entre os três, tangível e pungente. Apesar de tudo isso, Joe continuou segurando minha mão era provável que ele nunca viesse a ser meu namorado, mas ele seria um inferno de um bom amigo. Aquele que, aparentemente, não estava com medo de motoqueiros, isso era um grande sinal. Eu tentei dar uma olhadinha para Puck, mas ainda não consegui ver nada no escuro. Talvez tenha sido melhor. Sem contar com Puck, havia outros quatro Silver Bastards nos dando uma escolta amigável e eles deixaram um prospecto com as motos. Ele ficava lá fora, na noite observando por muitas horas enquanto eles estavam dentro, tudo para ter a chance de se tornar parte do clube. Trouxe de volta memórias. Me sentia estranha às vezes, sabendo tantas coisas sobre o mundo MC sem fazer parte dele. Eu cresci em vários MCs. Minha mãe estava sempre em movimento, até o dia em que conheceu Teeny. Quando era pequena, eu amava as grandes máquinas barulhentas que corriam rápido. Agora ouvir era como uma roleta russa, às vezes me traziam lembranças ruins, às vezes me faziam sentir protegida. Eu costumava sonhar com Teeny todas as noites, com Teeny e os homens que ele me oferecia. Eu não tive que fazer mais isso, graças a Deus. Pelo menos não com frequência. Tanto quanto eu odiava admitir isso, os Silver Bastards haviam criado minha zona segura. Eles assustaram Teeny, estavam por perto e iriam me proteger.

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Que tal isso tudo ir se lixar? — Você gosta do novo emprego? — Boonie me perguntou, como se nada disso fosse estranho e desconfortável. Inferno, talvez não fosse para ele. — Não entrou em nenhuma briga ainda? Você aguentou bem na manhã de ontem. Fiquei impressionado. — Hum, obrigada. Estou bem por enquanto. — eu disse, chegando perto de Joe. Ele jogou um braço ocasional sobre meus ombros e eu poderia tê-lo beijado. É evidente que ele não tinha medo dos Bastards, o que é um ponto a seu favor. Boonie bufou, obviamente percebendo e achando divertido. Puck parecia menos entretido... Se antes tinha sido ameaçador, agora estava se mudando para completo predador. Meu corpo estúpido achou sexy como o inferno. Depois do que pareceu ser a caminhada mais longa da história, chegamos à metade do grande lance de escadas que conduzem à varanda da frente do bar. Eram dois andares e antigamente tinha um hotel no andar de cima. Bem, um hotel ou um bordel, a resposta dependia a quem você perguntasse. A porta abriu e a luz brilhante nos atingiu. Então eu estava lá dentro. Joe me deu um último aperto, depois me deixou ir. Me virei para o bar e quase atropelei Puck, que estava parado, muito perto. — Cuidado. — disse ele. Danielle -Deus eu amava essa mulher - se aproximou e agarrou meu braço, me empurrando para longe dos homens em direção ao serviço do bar. — Esses filhos da puta da academia são um pé no saco. — ela sussurrou alheia ao meu drama. (Isso é como uma boa amiga deveria ser ela sentiria os meus problemas e os consertava sem esforço consciente). — Blake quer matá-los, mas eu o estou segurando. Você acha que pode atendê-los um pouco antes que eu perca a merda da minha paciência? — Claro. — eu disse, procurando meu avental atrás do balcão do bar. — Você está bem? —perguntou Joe, agarrando uma banqueta. Puck estava a menos de três metros atrás dele, nos observando com os olhos apertados, os braços cruzados sobre o peito musculoso. Eu tive uma súbita vontade de agarrar a camisa de Joe, puxá-lo para ~ 105 ~


baixo e beijá-lo arduamente. Só para chatear Puck. Tenha verdadeira classe, Becca. Me obriguei a dar Joe toda a minha atenção, ignorando o motoqueiro mal-humorado olhando para nós. — Desculpe. — eu disse e ele inclinou a cabeça. — Pelo quê? — Por ter estragado tudo. — respondi, abaixando minha cabeça. Ele estendeu a mão e ergueu meu queixo, sorrindo. — Bem, como seu amigo, eu tenho certeza que vou aprender a conviver com isso. — disse ele. — Você sabe isso é bom de certa forma. — Como é isso? — Agora eu posso arrotar e peidar perto de você. — eu enruguei meu nariz e Joe riu. — Devo voltar para casa. Eu tenho que acordar cedo. — Tome cuidado. — eu disse a ele. — Você também. Joe piscou para mim, então se virou e saiu pela porta. Puck ficou parado ali, observando tudo e suas expressões sombrias me fizeram estremecer. Não era um arrepio de medo.

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PUCK — Você é patético. — Boonie declarou, sorrindo para mim. Nós tínhamos tomado uma das mesas altas na parte de trás da Moose, o que tornou mais fácil manter um olho em todo o lugar. Collins tinha ido embora. Ainda bem. Quando ele colocou o braço em volta Becca, minha pressão arterial explodiu. Me encontrei apalpando a arma no bolso. Boonie parecia pensar que isso era engraçado, que filho da puta. — Você a quer, tome-a. — Sim, porque é tão simples.

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Ele bufou, trocando olhares com Deep e Demon. Deep deu de ombros. — Se você é um homem de verdade, você vai fazer o que precisa ser feito. — ele murmurou, estendendo a mão para sua cerveja. — Mais ou menos como o que você está fazendo com Carlie? — perguntei a ele, levantando uma sobrancelha. — Não pude deixar de notar a cama de quem ela não estava na noite passada. Os olhos de Deep estreitaram e ele se inclinou para frente, mas Demon lhe deu uma cotovelada nas costelas. Firme. Os dois eram irlandeses muito parecidos, nascidos com a diferença de dez meses, eu nunca tinha visto irmãos que gostavam de lutar um com o outro. — Ele está certo. — disse o Demon. — Cala a maldita boca. — Isso é bom. — Boonie anunciou. — Nós deveríamos fazer isso mais vezes, você não acha? Ignorando-o, sentei novamente no meu banco e examinei o salão. Nós nos sentamos na seção de Becca e o que eu vi não estava me fazendo feliz. Eu sabia que ela era uma boa garçonete, mas ela apenas começou aqui e teve algumas falhas. Que não só tinha fodido vários pedidos, como pareceu não acompanhar o ritmo do bar. No entanto, isso não era o meu problema. Meu problema era que, apesar dessas cagadas, ninguém parecia se importar. Eu tinha uma suspeita desagradável que isso foi devido a seus peitos empinados, sorriso simpático e um traseiro durinho que precisava seriamente sair daqui. Ela precisava realmente, realmente conseguir um novo emprego, todos os homens do lugar a queriam. Incluindo eu. Especialmente eu. Eu odiava. Todos eles. Me movi desconfortavelmente, porque tal como a vez que eu dividia o quarto com ela, minhas calças ficaram apertadas. Tortura. Becca estava tão malditamente bem de todas as formas, e não era apenas a sua aparência. Havia algo sobre a maneira como ela se comportava... Só não consigo definir o que era. Como se ela estivesse dançado pela vida com alguma canção que ninguém mais pudesse ouvir. Nunca conheci outra mulher como ela, ela não era apenas atraente, era uma sobrevivente e eu admirava isso. Ela cresceu muito desde a primeira vez que eu a conheci. Peitos maiores, uma bunda plenamente agradável que não estava nem perto ~ 107 ~


da gordura, mas que seria perfeita para segurar firme enquanto eu a fodia. Seus lábios eram carnudos também e ao longo dos anos ela ganhou um brilho nos olhos o que a tornou consideravelmente cem por cento espetacular. Para não mencionar o sabor que ela tinha. Minha calça quase explodiu quando tomei aquela boca. Apenas a lembrança me deixou duro. O que torna isso mais difícil. Maldito caso perdido. Quando eu cheguei, a encontrei sentada do lado de fora com Collins, mil cenários de assassinato passaram pela minha mente. E sim, eu sei que já abordei isso, mas se alguma coisa merecia destaque, era isso. Collins precisava morrer. Eu não me importava o quão bom ele era. Depois disso, eu jogaria Becca na parte traseira da minha moto e faria uma corrida para as colinas... Ok havia alguns problemas com o plano, o primeiro que ela me odiava. Ou ela deveria certamente dada sua causa. Boonie me cutucou. — Eu mencionei que você é patético? Você a quer pegue ela. Caso contrário, a deixe ir porque você é uma vergonha para todos os homens em geral e para os Silver Bastards em particular. — Ela está morrendo de medo de mim. — apontei. — Ela costumava estar.— ele reconheceu. — Mas ontem ela se jogou em uma briga quando pensou que você precisava de ajuda. Quando a merda se tornou séria, ela não fugiu. Ela ficou chateada, eu admiro isso. Pare de ser um maldito covarde. Eu não respondi, porque esta não era uma conversa que eu queria continuar. Bisbilhoteiro filho da puta que ele era, Boonie não podia deixar isso pra lá. Em vez disso, ele chamou sua atenção e ela acenou. — O que posso fazer por você? — perguntou radiante. Não para mim. Claro que não para mim. Se ela me ignorou ainda mais, ela estava tensa com alguma coisa. — Uma rodada para a mesa. — Boonie respondeu. — Então nós vamos querer um pouco de privacidade. — Claro que sim. — respondeu ela, a compreensão cintilando em seus olhos, me lembrando o quão bem Becca conhecia a vida.

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Ou, pelo menos, o quão bem ela conhecia os problemas, doentios e insignificantes do nosso mundo... Ela começou a voltar para o bar, desviando quando o grupo de estudantes começou a gritar com ela para o serviço. Eu fiquei tenso, mas Boonie pegou meu braço. — Você não pode estar por perto para protegê-la o tempo todo. — disse ele. — Eles são apenas pequenos imbecis. Não será a primeira ou a última vez que ela vai ter que lidar com esse tipo. A menos que você planeje reivindicá-la e tirá-la de tudo isso? Eu virei e ele riu. Um dos estudantes se levantou e deu uma guinada em direção ao banheiro, puxando uma menina loura atrás dele. Ele era alto, com aparência de um riquinho mimado e imbecil. Cabelo despenteado e tatuagens tribais convencionais porque claramente ele não conseguiu pensar em nada melhor para colocar em sua pele. Maricas de merda. Sua namoradinha riu e disparou um olhar para trás em direção ao resto das crianças, claramente escandalizadas e cheias de euforia que eles estavam escapando juntos. Ele provavelmente tinha uma nova a cada noite, ou ele faria se pudesse caso não tivesse preso naquela escola para idiotas ricos demais para limpar seus próprios rabos. Os diamantes brilhando nas orelhas da cadela eram reais. Eu apostaria minha moto nisso. Becca ficaria muito bonita usando brincos assim... Apesar de que se ela me pertencesse, nunca descobriria, apenas mais uma razão para ficar bem longe. Ela voltou com nossas bebidas, as entregando ao redor da mesa. Quando ela se virou para sair, Boonie enfiou a perna para fora e ela tropeçou direito em mim. Eu a peguei é claro. Seu corpo era suave e ela cheirava bem, como flores ou algo assim. Flores e hortelã? Isso me fez querer comê-la, no entanto. As memórias me inundaram, o gosto doce e salgado de sua buceta, os barulhos que ela tinha feito quando gozou. O calor percorreu meu pau quando ela se afastou, olhando para nós. — Obrigado, idiota. — murmurei a Boonie, mas não o encarei para dizer isso porque estava ocupado olhando para Becca escorar em direção ao bar. Eu estava tão ocupado olhando pervertidamente a bunda dela que quase perdi o que aconteceu depois. A menina loura tropeçou do

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corredor de volta, cabelo despenteado e batom borrado. Trinta segundos depois o estudante idiota a seguiu, puxou sua camisa solta e um sorriso satisfeito no rosto. Nada disto teria sido digno de nota se ele não tivesse cambaleado direto para a nossa mesa. — Cai fora. — Deep murmurou, mas o garoto endireitou e eu percebi que ele não estava tão bêbado. Ele podia estar andando dessa maneira, mas seus olhos eram perspicazes e especulativos. Interessante. — Trouxe o seu dinheiro. — ele murmurou. — Shane disse que você teria algo para mim. Lá fora em dez minutos. Segundos depois, ele estava saindo novamente, tropeçando e rindo de seus amigos. O rosto de Boonie ficou completamente neutro, mas quando ele pegou sua bebida e tomou um longo gole, senti satisfação presunçosa. — O que foi isso? — perguntou Deep. — Um pequeno projeto que eu tenho trabalhado. — disse Boonie. — Nós vamos discutir tudo na missa. Não estava seguro que ele iria escapar, considere isto algo de um teste. — Quem? Aquele pequeno pirralho? — perguntou Deep. — O pai ‗daquele pirralho‘ era um assassino contratado para a máfia irlandesa. — disse Boonie. Eu levantei uma sobrancelha. — Não me diga? — perguntei. — O que diabos ele está fazendo aqui? — Tentando se manter vivo. — Boonie respondeu. — Ou melhor, ele está se protegendo e tentando permanecer vivo. Shane McDonogh costumava ser um verdadeiro príncipe da máfia. Sua mãe, Christina, era casada com Jamie Callaghan. Mataram ele em Las Vegas. Ninguém sabe ao certo quem era seu pai. Interessante. Até onde eu sabia, os McDonoghs foram donos da Laughing Tess por cinco gerações. Cinco gerações violentas, de mineiros irritados, a união e os McDonoghs lutaram entre si pelo controle do vale. Não muito tempo depois de eu ter saído da prisão, o velho tinha morrido. Não havia deixado a mina para sua filha, no entanto. Foi direto para o neto.

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— Isso não faz dele o garoto mais rico em Idaho? — perguntei. Boonie bufou. — Poderia fazê-lo o garoto mais rico da América do Norte. — ele respondeu. — Não que ele esteja fazendo algo de bom. Eles lutaram contra a vontade por anos. A mãe quer a mina de volta. — O que ele quer com a gente? Drogas? Tem que ser enfadonho como foder naquela escola. — Proteção. — Boonie disse, satisfeito. — Ele sabe que cuidamos do vale. Na teoria ele é rico, mas os fundos são limitados e ele não tem mão de obra. Agora ele está cuidando dos seus compromissos na academia. — Bela família. — eu disse. — Se ele vale tanto, por que apenas não encontram um advogado para tirá-los de lá? Você usa a mina como isca, eles estarão fervilhando para ajudá-lo. — Não sei a história toda. — disse Boonie. — Não realmente. Tudo o que importa é que em dez minutos vamos receber uma bolada de dinheiro por algumas armas para que o jovem príncipe possa dormir um pouco mais tranquilo à noite. Nossa discrição justifica uma pequena margem de lucro, é óbvio... Eu sorri, porque Boonie tinha um dom para encontrar oportunidades de fazer dinheiro. — Se isso avançar, disse a ele que poderíamos falar sobre uma solução a longo prazo. — ele acrescentou. — Ele tem grandes planos. Blackthorne acha que ele poderia ser bom para o vale. Difícil dizer. Deep levantou a garrafa de cerveja, o saudando silenciosamente enquanto meus olhos se voltaram para Becca. Ela estava debruçada sobre uma mesa, a bunda mexendo enquanto limpava a cerveja derramada. Mentalmente, eu já estava empurrando seu rosto para baixo primeiro, antes de fodê-la ali mesmo, caindo no esquecimento do inferno. — Pode fechar a boca. — disse Boonie, me cutucando. — Não vai querer babar em sua cerveja. Agora vamos lá, porque nós temos uma reunião lá fora. Deep, você assume a varanda, talvez fume um cigarro e mantenha um olho lá fora. Puck, você vem comigo, a menos que você prefira fumar? Retirei minha mão de dentro do meu colete, onde tinha automaticamente alcançado os meus cigarros. Boonie deu uma risada, ~ 111 ~


que eu merecia por ser tão fodidamente previsível. Eu tinha parado de fumar a seis meses, mas ainda me pegava procurando meus cigarros, pelo menos, dez vezes por dia.

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O garoto de cabelos escuros nos encontrou atrás do bar, sua namorada desapareceu rindo. Eu o estudei na escuridão, tentando adivinhar a sua idade. Vinte, vinte e um anos? Ele tinha um olhar duro e sua linguagem corporal havia mudado. Dentro do bar imaginei que fosse um maricas, mas agora? Eu podia vê-lo como um pequeno assassino de aluguel. — Você ainda quer todos os seis? — perguntou Boonie, levantando um alforje de couro. — Eles estão limpos. — Sim. — disse ele, sua voz calma. — Shane disse que fecharemos negócio? Boonie assentiu. O menino puxou um envelope e jogou para mim. Eu o abri, folheando um agradável maço de dinheiro. A contagem rápida mental confirmou a quantidade e eu dei ao presidente um aceno de cabeça. Ele abriu o alforje e tirou uma daquelas bolsas de tecido de supermercado, enrolada toda apertada em torno de uma bola dura pelo que eu sabia que eram revólveres. O garoto pegou. — Quer verificar? — perguntou Boonie. O garoto balançou a cabeça, dando sorriso divertido para nós. — Vocês têm uma boa reputação. — disse ele. — Nós respeitamos isso. Caso contrário, não vamos trabalhar com vocês mais. Me envie uma mensagem quando tiver tomado a sua decisão. — E se quisermos falar com seu chefe? Ele deu de ombros. — Isso é mais complicado, ele não se expõe.

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Isso me pareceu arriscado, mas segurei minha língua. Tinha que confiar que Boonie sabia o que estava fazendo e poupar minhas perguntas para a missa. Você não questiona um irmão na frente de estranhos. De maneira nenhuma. O garoto pegou as armas e as colocou no porta-malas de um pequeno BMW conversível esportivo que estava estacionado nas sombras do lado do edifício. O carro tinha a palavra ‗princesa‘ escrita por toda parte e eu sinceramente esperava que ele pertencesse a sua namorada. Então ele se virou novamente para nós. — Esperamos fazer mais negócios. — disse ele, estendendo a mão para mim. Interessante. Seu aperto foi firme e forte. — Sou Rourke Malloy. — Puck. Ele balançou a cabeça, se comprometendo claramente em se lembrar de mim, então se afastou naturalmente confiante. Olhei para Boonie. — Terminamos? — Sim. — respondeu ele. — Vamos levar Deep e regressamos para o clube. Amanhã na missa nós analisamos tudo melhor. Você quer voltar para dentro, talvez dizer boa noite para sua namorada? A pergunta me incomodou, porque eu tinha planejado fazer algo muito parecido com isso. Não ia dizer boa noite, claro que não. Mas pensei em verificar pelo menos mais uma vez, talvez ter a certeza de que ela estava bem. Agora eu não podia e Boonie sabia disso. Eu precisava de um cigarro. Não poderia ter isso também. — Eu te odeio. — Pare de ser uma vadia e resolva seus assuntos. — disse ele, rindo. — Reivindique ela ou esqueça isso. Porra, eu desejava que fosse assim tão fácil.

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BECCA — Espere aí, eu vou acompanhar vocês. — disse Blake. — Só tenho que pegar primeiro uma coisa na parte de trás do salão. Eu puxei uma cadeira e desabei, porque meus pés estavam me matando. Apreciei o fato de que ele não queria as garotas vagando por conta própria na área do estacionamento escuro às três da manhã, mas ficar em pé a sua espera simplesmente não era uma opção. — Então, como você se saiu? — perguntou Danielle, agarrando o assento ao meu lado. — Eu me saí melhor do que esperava, não foi tão ruim para uma primeira noite. Diz algo bom sobre o local. É claro que a mesa dos anormais deixou uma pequena gorjeta, mas não há surpresa. Eu sabia que eles iriam fazer isso a partir do minuto em que entraram. Acho que eles são uma merda, não é? Dei de ombros, porque ela realmente não estava esperando uma resposta. — Garotas, vocês estão prontas? —perguntou Blake. — Sim. — eu disse. Ele riu e estendeu a mão para pegar as nossas, nos arrastando. — Você não se cansa? — murmurei. — Não. — respondeu ele, com a voz repugnantemente fresca e presunçosa. — Energia infinita. Tenha medo. — Eu vivo com medo. Danielle riu e se colocou na ponta dos pés para beijá-lo. Quando ele tentou agarrá-la e beijá-la de volta, ela se abaixou ao redor e pulou em suas costas sem aviso prévio. — Jesus! — Blake murmurou, cambaleando, mas parecia feliz. Joe tinha razão, Blake gostava de Danielle de verdade. Merda. Eu esperava que ela não o destruísse... — Me leve para o meu carro. — ela anunciou, saltando para cima e para baixo. — Se você for um bom rapaz, você vai receber uma recompensa.

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Ele começou a andar em direção a porta e eu o segui, segurando vela. Normalmente, isso não era um problema com esses dois, mas já era tarde e, obviamente, Blake queria ela em sua casa e em sua cama. O fato de que eu precisava de uma carona complicava isso, vendo como ela tomou a direção errada. — Eu sinto muito, meu carro não está aqui. — eu disse a ela. — Não se preocupe com isso. — disse ela quando passamos pela porta de trás, fechando-a atrás de nós. Teresa ainda estava em seu escritório, mas ela tinha apartamento no andar de cima, portanto não precisa esperar por Blake parou seu trote, me arrastando atrás como um cachorrinho. estávamos do outro lado quando vi alguém se movimento escuridão.

um ela. Nós na

— Merda. — eu assobiei. — Há alguém aqui. — Se você é um assassino, você pode se afastar! — Danielle gritou. — Eu tenho uma arma e Blake matou alguém com as mãos uma vez, idiota! Blake travou. — Que diabos? — É tudo sobre como criar uma atmosfera de medo. — disse Danielle confiante. — Nós vamos assustá-lo. É provavelmente apenas algum garoto idiota se divertindo com a gente. Quem quer que ele fosse não estava exatamente irradiando medo. Imaginei isso pela maneira que ele começou a caminhar em nossa direção, cada passo esmagando o cascalho. Senti como se tivesse uma música ameaçadora no fundo. Talvez a indicação de um maluco solitário... Blake abaixou Danielle e assumiu aquela aura ameaçadora que ele teve durante a luta ontem de manhã. Eu estava muito, muito feliz por tê-lo ao meu lado. Então a figura entrou no anel de luz em torno da varanda. Puck. Senti uma emoção inadequada, me lembrando muito bem como ele tinha me beijado antes... As mãos fortes cobrindo meu rosto. A necessidade crua em seus olhos e a frustração escrita em cada movimento. Agora, ele esperava por mim na escuridão.

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Eu não tinha certeza se deveria estar aliviada de que não estávamos prestes a ser assassinados, ou com medo, porque qualquer que fosse às intenções de Puck, elas não seriam puras e inocentes. Enfrentando ele de cabeça erguida, eu decidi. Nunca mostrar fraqueza para um motoqueiro. — O que você está fazendo aqui? — perguntei, o desafiando.— Não foi suficiente Boonie me fazer tropeçar enquanto estava tentando trabalhar? Eu vi a expressão nos olhos dele. — Pensei que você pudesse precisar de uma carona para casa. — ele respondeu sua voz suave e profunda. — E aconteceu de eu estar passando. Achei melhor esperar. — O que você é, algum tipo perseguidor maldito? — Danielle perguntou sem rodeios. — Danielle, eu posso lidar com isso. — eu protestei. — Então lide com isso. — ela murmurou. — Eu estou pronta para ir para casa e ele está no meu caminho. O rosto de Puck endureceu e eu percebi que estávamos seguindo por um caminho sombrio aqui. Danielle era corajosa e leal, mas seu senso de preservação não existia. Jogue no fato de que Blake estava sempre pronto para dar porrada e Puck... Bem, melhor nem apostar. — Danielle, ele me salvou hoje. — eu disse rapidamente, mudando do modo de garota durona. — Está tudo bem. Ele só me pegou desprevenida e eu estou cansada. Puck é realmente agradável de sua parte me oferecer, mas... Parei de falar abruptamente. Danielle e Blake obviamente queriam algum tempo juntos, mas ela era uma amiga tão boa que me levaria para casa primeiro. Isso significava uns 40 minutos extras para ela conduzir na calada da noite, tudo para que eu não passasse um tempo com Puck. Ela faria isso sem pensar duas vezes, também, esse era o tipo de pessoa que ela era. Mas devo realmente perguntar somente porque ele meio que me assustou? — Você sabe o que? Uma carona seria ótimo. — eu disse a ele, me forçando a sorrir. Blake me lançou um olhar rápido quando Danielle começou a protestar novamente. — Você não precisa...

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— Vamos. — Puck respondeu, estendendo a mão e pegando minha. Então segui logo atrás dele através da área do estacionamento. Danielle gritou e Blake a agarrou. Eu os ouvi discutindo em sussurros barulhentos e percebi que ela estava a dez segundos de lançar uma guerra jihad6de uma mulher contra Puck. Felizmente nós tínhamos quase chegado a sua moto. Ele fez uma pausa, olhando para mim, com o rosto pensativo. — Se você quer sair, agora é à hora. — disse ele em voz baixa e me perguntei se ele queria dizer mais do que apenas uma carona. O que eu queria? Eu estava cansada, meus pés doendo e Puck cheirava bem. Voltei a olhar para o minha melhor amiga ainda discutindo com Blake. Eu precisava acabar com isso. — Danielle, está tudo bem. — eu disse, projetando a minha voz em frente ao estacionamento. — Puck pode me dar uma carona e você pode ir para a casa de Blake. Não se preocupe. Ela se acalmou e Blake passou o braço em torno de seu pescoço, puxando seu corpo no dele. Ele não disse nada, apenas esperou que ela tomasse a decisão de recuar. Ela estreitou os olhos e cruzou os braços. — Se você fizer qualquer coisa para ela, eu vou te pegar, Redhouse. — ela ameaçou. Droga. Danielle era muito violenta. — Leve a sua mulher para casa. — Puck disse a Blake. Danielle cuspiu, mas Puck ignorou, me puxando em direção a Harley estacionada ao lado do edifício. Então, ele estava sentado nela, chutando-a para a vida enquanto eu estava lá, congelada, porque cometi um erro grave. Por alguma razão, eu tinha pensado que ele estava com sua caminhonete. Eu não tinha estado em uma moto durante cinco anos. Representava grande parte da minha infância. Inferno, minha mãe tinha uma foto minha de quando eu era um bebê. Pelo que eu 6

Jihad é um termo árabe que significa ―luta‖, ―esforço‖ ou empenho. ~ 117 ~


sabia, o homem me segurando era meu pai e ela nunca tinha me dito qualquer coisa e a única vez que eu perguntei, ela me disse para calar a porra da minha boca. Talvez ele era apenas mais um em minha série de ‗pais‘. Impossível saber. Agora Puck me queria na parte traseira de sua moto. Me lembrei de meus braços apertados em torno de seu estômago naquele dia que tínhamos deixado a Califórnia, o rosto enterrado nas suas costas, tremendo de dor e medo. Eu chorei durante horas, não que isso importasse. Nós montamos e mantivemos andando, parando apenas para pôr combustível e ocasionalmente fumar. Eles queriam dar o fora do território Longnecks antes que alguém decidisse vir atrás de mim. Não que os Silver Bastards estavam correndo de medo. Nunca. Mas eles tinham coisas melhores a fazer do que entrar em uma guerra sobre uma garota aleatória que eles tinham pegado em uma festa. — Sobe. — disse Puck, se virando para olhar para mim. Seu rosto estava sombrio, mas eu jurei que seus olhos ardiam como brasas. O que eu estava pensando, concordando em ir a qualquer lugar com ele? Será que perdi o juízo? Talvez. Mas talvez eu só estava sendo uma grande covarde. Danielle e Blake mereciam algum tempo juntos. — Ok. — eu disse, jogando a perna por cima da moto. Eu respirei fundo e passei meus braços em torno de seu estômago, tentando não pensar sobre o quão apertado e forte ainda era. Nada de barriga de cerveja aqui. Puck puxou do estacionamento e para o asfalto. Então nós estávamos voando pela noite.

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É engraçado como você constrói as coisas que te assustam em sua mente. ~ 118 ~


Por anos eu estremeci cada vez que ouvi uma moto. Elas representavam tudo de ruim sobre a minha infância, a dor, o medo... Às vezes, elas representavam o bem. Os Silver Bastards. Puck olhando por mim. Mas bom ou ruim, eu tinha bloqueado completamente uma realidade crítica voando pela estrada em uma moto absolutamente incrível. O ar da noite ainda estava quente, embora em uma semana ou duas iria mudar. Puck cheirava bem e ele lidou com a grande máquina como um mestre. Fechei os olhos, me concentrando na sensação de suas costas contra o meu peito, sua força volumosa na minha frente. Caramba, ele era sexy. Naturalmente, o fato de que o poderoso motor da Harley rugia entre as minhas pernas, como o maior vibrador do mundo, não machucava exatamente. Seja qual for à razão, no momento em que os primeiros quilômetros desapareceram eu tinha me esquecido tudo sobre ter medo. Há algo completamente libertador sobre montar atrás de um homem, que pode controlar tudo. Você só pode segurar e seguir a sua liderança. Confiar que eles sabem o que estão fazendo. Que eles vão lhe levar para casa em segurança. Isso era insano. Me esqueci que eu não deveria confiar em Puck. Quando nós partimos, eu o tinha segurado o mais impessoalmente possível. Concordo que toda vez que você está em uma moto é muito pessoal, mas isso não é desculpa para o que eu fiz em seguida. Aos poucos, deixei meus dedos se espalhar por todo o seu estômago. Achei os cumes dos seus músculos, relembrando o jogo gentil deles debaixo de sua pele quando ele se inclinou em uma curva. Meu corpo se inclinou com o seu, seguindo perfeitamente sua liderança. Isso me deu a desculpa para apertar meus braços ao redor dele, uma mão deslizou acima apenas um pouco mais alto, a outra caiu até que senti o metal da fivela de seu cinto sob meus dedos. Não significa coisa alguma, eu disse a mim mesma. Qualquer uma iria segurá-lo assim. Faz parte de andar de moto juntos. Mas não era.

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Tudo o que eu conseguia pensar era em deixar minha mão abaixar mais, explorar o comprimento de seu pau por cima de sua calça. Ele estaria duro? Um arrepio me percorreu com o pensamento e os meus mamilos se animaram. Eu sabia que eu estava cada vez mais molhada lá embaixo, mas de alguma forma não parecia real. Não aqui na escuridão, com o rugido do vento ao redor de nós e o rosto dele seguramente longe do meu. Eu poderia simplesmente esconder o meu rosto contra suas costas e fingir que nada disso estava acontecendo, certo? No momento em que chegamos em Callup e ele diminuiu a velocidade, eu estava me contorcendo. Por que diabos não podia me sentir assim perto de Joe? Puck dirigia pela rua principal vazia, diminuindo à medida que alcançamos meu prédio de esquina. Ele virou de lado e puxou para o beco, parando gradualmente. Então desligou o motor, o silêncio súbito me bateu como um tapa na cara. O que eu estava fazendo? Eu estava colada contra suas costas, estava com uma mão no meio de seu peito e outra na fivela do cinto. — Obrigada. — eu disse abruptamente. Suas mãos apertaram a minha antes que pudesse escapar e eu xinguei silenciosamente. — Você ainda gosta de andar de moto. — disse ele lentamente, rosnando baixo. Tentei dar de ombros, que era impossível dada a nossa posição. — Eu acho que pode ser divertido. — eu admiti. Ele não respondeu, pelo menos não com palavras. Em vez disso, lentamente empurrou minha mão mais baixa. — O que você está fazendo? — sussurrei. — Você queria me tocar. — ele respondeu. — Mas você está muito assustada. Minha mão encontrou o cume duro de sua ereção, apertado contra o tecido desgastado de sua calça jeans. A necessidade e desejo me atingiram com um golpe, ondulando ao longo da minha coluna vertebral, se concentrando entre as minhas pernas. Puck me queria. Muito. Meus dedos o agarraram. Não foi planejado, mas era bom... Puck endureceu, com a cabeça inclinada para trás com um suspiro. Minha outra mão explorou os músculos de seu peitoral. Seus dedos

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envolveram em torno dos meus, espremendo a minha mão com mais força do que eu teria tido a coragem de fazer. Meu corpo tinha se transformado em uma massa trêmula de pura luxúria e quando ele começou a levantar minha mão para cima e para baixo em seu comprimento, eu quase morri. Não é como se eu quase devesse ter morrido. Você sabe, proveniente de choque e horror? Não. O vazio entre as minhas pernas gritou por mais, porque apesar do fato de que eu estava bem aberta em torno dele, não havia um toque de fricção para mim para sentir prazer nisso. Puck estremeceu e senti uma onda de poder misturada com minha necessidade dolorida. Ali estava aquele homem grande e forte à minha mercê, tudo porque eu estava esfregando seu pau por cima de uma camada de jeans no escuro. Então ele falou e me lembrei que Puck nunca estava à mercê de ninguém. — Eu penso em você. — disse ele, agonizante. — Me masturbei mil vezes lembrando daquela noite. Eu fodi uma porrada de mulheres, também. Tentei encontrar uma para te substituir. Eu juro Becca, se você fosse outra pessoa eu apenas te tomaria e acabaria com isso. Você está alojada em meu cérebro como uma bala e está me envenenando. Eu congelei, a realidade me lavando por dentro. Minha mão parou de se mover, mas ele apertou seus dedos aos meus, me forçando a começar de novo. Ele estava mais duro agora e maior, me perguntei o quanto deveria estar doendo, mantendo aquele monstro todo preso em sua calça. Ele queria me foder. Muito. Eu queria também, mas suas palavras eram como água fria, me lembrando que isso não era um jogo. — Então. — Puck continuou, seu tom tão intenso que me assustou. — Eu acho que é hora de resolvermos essa porcaria toda. Eu gosto de sua mão no meu pau. Melhor, gostaria de sua boca sobre ele. Eu quero a sua buceta, seu bunda, tudo. Sem mais jogos, Becca. Você sabe quem eu sou e sabe que quando eu te foder, não vai ser o bastante. Eu não sou cuidadoso. Me afastei por causa do que aconteceu e me senti culpado, mas aquela merda está no passado. Acabou. Você tem trinta segundos para dizer não, então eu vou levar você lá em cima e as apostas estão encerradas.

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As palavras me atingiram como um golpe físico. Minhas mãos apertaram reflexivamente e estremeci, porque nunca quis tanto algo mais do que queria ir lá em cima com ele. Eu consegui quebrar através da névoa de luxúria por um instante, fazendo a pergunta do milhão de dólares. — O que quer dizer, todas as apostas estarão encerradas? Puck deu uma risada dura, sem humor. — Quer dizer, eu estou desistindo de andar e correr atrás de você. Você se machucou, eu me senti mal. Mas hoje à noite você me pegou e agora estou sem paciência. Nós não temos uma história, você estaria sob o meu comando, Becca. E eu não vou fingir ser algo que não sou. Quero uma mulher, ficar com ela. Mantê-la até que estejamos acabados e eu dito as regras enquanto estivermos juntos. Sem jogo. Esta é a última saída. Minhas coxas apertaram e eu sabia o que isso queria dizer. Então a voz de minha mãe cortou minha cabeça. Putinha. Ela se sentia assim em relação a Teeny? Quantas vezes ela tinha deixado seu corpo ditar a regras? — Eu sigo suas regras enquanto estivermos juntos. Puck soltou a minha mão e eu acalmei, o segurando - por um instante mais. Então me livrei e puxei para trás. — Obrigada pela carona para casa. — eu consegui dizer, minha voz trêmula. — E obrigada por esclarecer as coisas. Eu tenho que dormir. Foi um longo dia e eu tenho escola amanhã à tarde. Ele congelou, uma estátua fria e frustrada. Eu saltei da moto, obrigando a apoiar uma mão no ombro de Puck para me firmar porque minhas pernas se transformaram em borracha. Então caminhei para minha porta. Fiquei esperando que ele dissesse alguma coisa, ou talvez viesse atrás de mim. Uma parte de mim queria isso. Queria que ele tomasse a decisão e me obrigasse, assim não teria que a admitir o fato de que eu precisava tanto dele que chegava a doer. A vida seria muito mais fácil se eu não fosse responsável... Mas quem estou enganando? Minha vida nunca foi fácil. Puck permaneceu em silêncio até que cheguei à porta da escada, então falou uma última vez.

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— Eu roubei a sua escolha me distanciando por cinco anos. Hoje à noite eu devolvi a você. Pense que estamos quites.

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Capítulo cinco BECCA Minha cama parecia uma pilha de pedras. Não importa quanto me contorcia e virava, não podia ficar confortável. As palavras de Puck correram através do meu cérebro, que girava como louco, fodendo com meus nervos. O telefonema da minha mãe ecoou através de mim também. Ela não tinha retornado a ligação, mas eu sabia que era melhor não tentar ligar para ela. Não se Teeny estivesse bêbado. Uma parte de mim quase desejou que ela não ligasse e eu sei que soo como uma pessoa de merda. Mas ela destruía tudo o que tocava. Eu odiava como ela me fazia sentir, depois me odiava por ter atendido o telefone quando ela ligava novamente. Acima de tudo, eu odiava toda a esperança e emoção que sentia cada vez que pensei que ela poderia realmente deixá-lo, isso sempre levou a decepção. Por cinco anos, eu percebi que a coisa toda era inútil. Talvez seja melhor me levantar. O café não poderia substituir o sono, mas ajudou. Então fiz a minha lista de reprodução favorita. Até o momento que preparei minha máquina de costura Singer, a primeira luz do amanhecer estava cruzando o céu. Eu ainda tinha alguma seda do quimono que tinha usado para fazer a minha bolsa de maquiagem. As palavras de Danielle voltaram para mim, talvez eu realmente pudesse vender algumas delas? Sem dúvidas elas eram exclusivas... Duas horas mais tarde dei os últimos retoques em um design de bolsa totalmente nova. O sol estava alto e meus olhos estavam pesados, mas tropecei de volta para minha cama me sentindo satisfeita e me acomodei. Eu dormiria por uma hora antes da escola, isso deveria me recompor. Talvez eu não pudesse controlar Puck ou meu trabalho ou minha mãe... Mas quando me sentava em frente

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dessa máquina, coisas bonitas saiam. Coisas que ninguém mais poderia fazer as coisas direto do meu coração. Isso tinha que contar para alguma coisa, certo?

***

Eu apenas ouvia minha mãe a cada dois meses. O telefone dela estava desativado a metade do tempo, porque ela sempre estava com as contas em atraso. Ela desaparecia por cinco ou seis semanas, então eu recebia uma chamada do nada de um número novo e estranho. Outras vezes ela me enviava e-mail de um computador público, ou me dava uma chamada rápida usando o telefone de outra pessoa. Como tantas coisas sobre nossas vidas, eu cresci sem perceber que havia outra maneira de existir. A maioria das pessoas acha estranho ou desconfortável, passar sem uma conexão confiável com o mundo exterior. Mas é assim que as coisas aconteciam comigo e minha mãe. Quando as contas eram pagas, a vida era boa. O resto do tempo nós fizemos dividas. Minha mãe sempre foi fanática por MC, então eu não podia me lembrar de uma época em que não estava cercada por homens grandes e motos barulhentas. Parece ruim, mas eu não estava totalmente infeliz enquanto crescia. Antes de Teeny, me lembrei de viajar e fazer coisas divertidas com outras crianças. Depois, tudo mudou. Antes de ela conhecê-lo as coisas eram boas, apesar de que tínhamos vivido em nosso carro por um tempo após o último homem que ela tinha ficado a abandonou. Nós tínhamos dormido nos estacionamentos de carros às vezes durante anos, por isso eu não estava com medo. Ela costumava fazer um jogo que era divertido. Então, um dia minha mãe me largou com um amigo e desapareceu por uma semana. Quando ela voltou, me disse que eu tinha um novo pai, o seu nome era Teeny, e que íamos ser uma família unida. Foi quando nos mudamos para a casa dele. No início gostei, eu tinha o meu próprio quarto e tudo.

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Quando a escola começou naquele ano, comecei a andar em um grande ônibus escolar amarelo com um monte de outras crianças, e fiz alguns amigos. Aos oito anos de idade, as crianças tendem a não perceber o fato de que uma menina em sua classe não tinha tomado um banho em três dias, ou que suas roupas estavam muito pequenas. Os professores desconfiaram de nós, é claro, me lembro de pessoas estranhas em ternos irem a minha casa, verificar nossos armários de alimentos, e fazer um monte de perguntas a minha mãe, mas eu sentia que conseguiria me adaptar. Então, lentamente, percebi que algo não estava certo. Por um lado, não era convidada a brincar com outras crianças depois da escola, ou para suas festas de aniversário. No meu décimo aniversário tive uma festa e apenas uma menina foi. Sua mãe não a deixou. Ela apenas ficou por perto, observando nervosa enquanto minha mãe se preocupava com o meu bolo, e então, elas saíram antes mesmo que nós tivéssemos a chance de brincar. Lentamente eu aprendi que eu era um lixo de motoqueira, e mesmo se as crianças não soubessem disso, seus pais sabiam. No momento em que eu cheguei ao ensino médio, todas as crianças também sabiam disso. Não era normal e depois lá fomos nós Mas quando saí da Califórnia, deixei Becca e o lixo de motoqueira para trás. Regina e Earl olharam por mim e viram quem eu realmente era: uma jovem que precisava de ajuda. Eles abriram sua casa e seus corações para mim, e o resto de Callup seguiu o exemplo. Pela primeira vez na minha vida eu realmente pertencia a algum lugar. Não só isso, eu estava segura, rodeada por camadas de proteção. Primeiro Regina e Earl, em seguida, os meus novos amigos na escola. Suas famílias me adotaram também e vigiando todos nós, estavam os Silver Bastards, que consideravam a cidade e seus habitantes sua responsabilidade. Mesmo agora, apesar da esquisitice com Puck, minha vida era boa. Quase normal. Eu tinha um emprego, tinha escola, e ainda estava no controle. Engraçado como uma chamada de telefone pode estragar completamente tudo.

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Meu celular começou a estragar tudo por volta das duas da tarde, mas estava apenas começando, então o ignorei depois de uma verificação rápida para ver quem estava chamando. Minha mãe. Merda. Eu teria que retornar depois da escola... Então ela me chamou mais quatro vezes em dez minutos e eu comecei a pirar. Outra hora se passou antes que eu pudesse fugir e verificar as minhas mensagens. A primeira foi calma o suficiente, pelo menos na escala de minha mãe. — Baby, você precisa me ligar agora. É importante. Na segunda mensagem que ela parecia chateada. Não que a minha mãe ficar chateada era algo novo, ela sempre estava ou em um ótimo humor ou o perdia em dez segundos, muito descontrolada. — Becca, eu apenas tentei ligar para seu apartamento. Eu não sei por que você não pode viver em algum lugar que tenha um melhor serviço. Você realmente precisa me ligar. Agora. Foi à terceira mensagem que realmente me preocupou, no entanto. Desta vez, ela parecia assustada. Tipo, assustada de verdade. Combine isso com os apelos repetidos e sirenes de alerta começaram a sair na minha cabeça. — É importante, Becca. Por favor, me ligue. Eu preciso ficar longe de Teeny não é mais seguro aqui. Eu sei que tivemos nossas diferenças, mas eu realmente preciso de sua ajuda agora. Minha respiração ficou presa, então forcei a me acalmar. Ela já disse que estava pronta para deixá-lo meia dúzia de vezes. Então ela mudava de ideia... Será que ela realmente faria isso? Quando eu era jovem, sempre me perguntei se Teeny era um bruxo, porque ele parecia ter uma influência quase mágica sobre minha mãe. Retornei a ligação, com os dedos tremendo. Ela não respondeu e eu não queria deixar uma mensagem. Pelo que eu sabia Teeny iria roubar seu telefone e ouvi-la, então, ao invés disso enviei um texto vago. EU: Mãe, eu estarei na escola até cinco e depois em casa durante a noite. Me liga. Eu não servia para mais nada depois disso. Tudo o que conseguia pensar era na minha mãe e Teeny e se ela estava falando

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sério desta vez. Bem, isso foi tudo que conseguia pensar até quatro horas. Foi quando chegou em, forma de distração, um cara gostoso. As notícias espalharam pela escola em um flash, é claro, e todas as meninas estavam cochichando e rindo sobre ele. Nada incomum aqui. Estressada ou não, eu ainda era uma mulher funcionando, então eu decidi caminhar discretamente para o banheiro para verificar. Minha respiração ficou presa. Alto. Construído, com braços fortes e cabelos loiros espetados. Foda. Era Painter, amigo de Puck. Eu o reconheceria em qualquer lugar, mesmo que não estivesse vestindo suas cores de Reaper. Não que eu o conhecesse, não realmente. Mas ele tinha estado na cadeia com Puck. A festa de boas-vindas que mudou toda a minha vida tinha sido metade para Painter, metade para Puck. Nós tínhamos montado todos juntos para Idaho e eu tinha pegado os olhos de Painter me seguindo uma ou duas vezes. Especulativo e avaliando, como se eu fosse algum tipo de criatura estranha que ele não conseguia identificar. Agora ele estava conversando com Anna, que trabalhava na recepção, então voltei pelo corredor e fui para o banheiro. Por quê? Eu não faço ideia. A chegada de Painter não tinha nada a ver comigo. Provavelmente. Não significa que eu queria falar com ele. Mas vê-lo me fez lembrar de Puck e as coisas iam de mal a pior. Ponderei especialmente, todos os motivos pelo qual absolutamente não deveria falar ou mesmo olhar para ele novamente. Motoqueiro? Checado. Perigoso? Checado. Assustador sensual? Checado. Assustador, ponto. Me corrigi mentalmente de "Foda bolas" para "Foda bolas voando com molho de caramelo em cima." Ele não era Tenny, mas ainda fazia parte do mundo de Teeny, eu me censurei, tentando focar no pente que estava limpando. E no seu mundo, às vezes eles vão de adolescentes para homens num piscar de olhos, idiota. Você esqueceu essa parte da história? Puck Redhouse salvou você para cobrir a própria bunda. Isto não é um romance e não vai acabar com um felizes para sempre.

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Não, isso não era justo. Puck estava fazendo mais do que cobrir sua bunda quando me arrastou da Califórnia. Eu nunca estive em perigo real, não era como se a equipe da SWAT7 tinha sido preparada e estava pronta para prendê-lo por transar com uma menor. Ninguém naquela festa se importava com que aconteceu comigo. Não até ele. Ele me salvou porque em algum lugar no fundo ele era um ser humano decente. O romance foi pouco, no entanto... Isso se encaixa nele. Se eu quisesse felizes para sempre, Joe Collins era o meu homem. Eu não compartilhei nada disso com Blake, que me deu uma carona para casa depois da escola. Eu tinha aulas na faculdade North Idaho as segundas, quartas e sextas-feiras, por isso, quando nossos horários coincidiam, ele me levava. O sistema funcionou, embora eu desejasse que ele me deixasse pagar o combustível. Felizmente, Earl tinha deixado uma mensagem dizendo que no início do dia o meu carro estava pronto e ele tinha deixado estacionado no beco atrás do meu apartamento. Eu decidi que no fim de semana eu iria pegar alguns mirtilos para fazer uma torta. Earl amava torta de mirtilos, e estávamos no fim da temporada por isso era agora ou nunca. — Você tem tempo para me dar um corte de cabelo hoje à noite? Blake pediu há um quilômetro fora de Callup. — Claro. — eu disse a ele. Eu cortava seu cabelo já há um tempo. Posso não ter ainda um diploma, mas um corte simples como o dele era muito fácil de fazer. — Isso seria ótimo. Eu vou as sete para o Moose, mas vou esperar para pegar Danielle no horário para nós jantarmos antes de nosso turno começar. — Parece bom para mim. — Você tem planos para esta noite? — Não, só vou relaxar em casa. Talvez beber um pouco de vinho e me sentar no telhado com um livro ou algo assim. — E quanto a Joe? Você poderia convidá-lo.

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Nos Estados Unidos, SWAT é o nome dado a uma unidade de polícia altamente especializada nos departamentos das grandes cidades. ~ 129 ~


— Tem sido uma semana agitada. — eu disse me esquivando da pergunta. — Muitas coisas acontecendo. Eu quero algum tempo sozinha. Normalmente eu passo minhas noites de sexta-feira saindo com os amigos. Hoje à noite eu estava realmente ansiosa para fazer nada. Eventualmente, eu sabia que estaria trabalhando, mas até que Danielle e eu estivéssemos bem instruídas Teresa não nos queria em turnos durante as noites mais movimentadas. Talvez eu usasse o tempo para contar todas as minhas moedas. Eu joguei todas as minhas gorjetas em um grande jarro de vidro que quebrava sempre que atingia o fundo. Se minha mãe finalmente deixou Teeny, eu precisaria dele. Não que isso seria suficiente... O dinheiro ia ser um grande problema. Não fique muito animada, me adverti firmemente. Ela nunca o abandona. Talvez ela nunca faça. Felizmente, Blake deixou a conversa sobre Joe, estacionou atrás do meu apartamento em um silêncio confortável. Nós fomos lá para cima e eu puxei um das minhas cadeiras de madeira para o centro da sala de estar. O chão de madeira estava desbotado, desgastado e eu amava cada polegada dele, fácil de limpar após o corte de cabelo era apenas uma das muitas vantagens. — Ok. — eu disse a ele. — Leva seu traseiro até a pia e vamos começar lavando seu cabelo. — Eu vou pegar uma cerveja, tudo bem? — Claro, traga uma para mim. — eu disse enquanto entrava no banheiro para pegar um pouco de xampu. — Apenas uma. — ele alertou. — Não quero que você cortando minha orelha. Eu ouvi o barulho da tampa de cerveja saindo. Então ele me entregou uma garrafa. Tomando um grande gole, eu joguei a água quente, que levou uma eternidade. Blake tirou a camisa e se inclinou sobre a bacia, fingindo se encolher quando comecei a lavar seu cabelo. — Você parece um bebê. — eu disse a ele. — Pare de choramingar ou eu realmente vou cortar suas orelhas

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— Você sempre foi cadela assim? Eu me lembro de você ser mais agradável. — Eu estou tendo aulas com Danielle. Blake riu, e minutos mais tarde seu cabelo estava lavado e pronto para começar, envolvi uma toalha em volta da cabeça para absorver a água. Ele virou embrulhou habilmente em um estilo menina em torno de sua cabeça, depois contra atacou com uma pose "sensual" para mim. — Como eu estou? — perguntou. — Fabuloso? Eu balancei a cabeça e tomei outro gole de cerveja. — Sente sua bunda fabulosa na cadeira. Caso contrário, você não terá tempo suficiente para o jantar. Enquanto ele se acomodava, liguei meu pequeno aparelho de som. Eu tinha comprado no dia de Ação de Graças do ano passado em Coeur d'Alene com Regina, quando estava com desconto de quarenta dólares. Ele tinha um bom som, no entanto. Muito melhor do que se espera pelo preço. — Ok, nós vamos fazer o de sempre? — perguntei ficando atrás dele, enrolei uma segunda toalha em volta dos ombros. Não cobria tanto como uma capa faria, mas eu não cobro como no salão, também. Ouvi o rugido do escapamento de uma moto. Puck. Ótimo. Por que ele teve que se mudar para perto? — Sim. — disse Blake. — Você sabe, mantenha o corte. Era simples. Eu gostava de seu cabelo curto, tão curto que não tinha que me preocupar, isso facilitava a minha vida. Um corte para moldar o topo, em seguida, a máquina fez a maior parte do trabalho para mim. Dez minutos depois tínhamos terminado as nossas cervejas e o corte e Blake estava em pé, sacudindo os cabelos soltos seu peito. Ele esticou os olhos para mim, sorrindo. — Você sabe, se eu não estivesse louco por Danielle eu estaria em cima de você, Becca. — disse ele. Eu pisquei surpresa. — O quê? — Às vezes eu acho que você não percebe o quanto você é especial. — disse ele, agarrando sua camisa casualmente e puxando-a

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sobre sua cabeça. — Joe é um cara decente, e vai cuidar bem de você. Talvez ele não seja seu primeiro e único, mas isso já resolve, certo? Você é melhor que isso. Eu fiquei boquiaberta quando ele me deu um abraço, abriu a carteira para tirar uma nota de dez dólares. Não era muito, mas ele sempre gostava de me deixar algo. Seria uma grande ajuda também. Minha conta de energia chegaria em breve e eu ainda tinha pouco. — Você não precisa me pagar. —- eu o lembrei. — Você sempre me dá carona. E eu deveria pagar o combustível. Os olhos de Blake rolaram. — Eu não posso deixar você dirigir. — disse ele, sua voz suave com um toque de humor. — Você sabe como me sinto sobre as mulheres motoristas. Não só isso, você cobra barato. Isso me custa duas vezes mais na cidade. — Uau, você quase saiu pela porta sem estragar tudo. — eu disse, mandando-o embora. Ele riu e me jogou uma pequena saudação quando a porta se fechou atrás dele. Bom. Eu era amiga de Blake por quase um ano agora, mas ele ainda conseguia me surpreender.

***

Eu bebi uma cerveja enquanto varria o cabelo do chão, em seguida tomei um banho para lavar a sujeira do dia. Segui para o chuveiro com um par de calças de algodão soltas e uma regata. Eu não estava brincando sobre o desejo de relaxar. Nem mesmo minha maquina Singer me ajudou a este ponto... Com fome, abri minha geladeira para encontrar comida e tive que rir porque estava cheia de cerveja. Sempre estava, apesar da minha pobreza, outro sinal de que eu tinha bons amigos. Meu apartamento era o mais conveniente para todos nós, para ficarmos juntos e eu tinha aprendido há muito tempo que algumas cervejas duplicavam com o passar do tempo. Eu não conseguia me lembrar da ~ 132 ~


última vez que realmente tive que comprar álcool, que era uma coisa boa, porque também não conseguia me lembrar da última vez que podia pagar. Vinte minutos mais tarde, terminei o meu jantar de macarrão e queijo (nada melhor na minha casa!) Me senti agradavelmente descontraída. Eram oito e meia e o sol tinha desaparecido atrás da colina. Ainda haveria luz por um longo tempo, mas quando você mora no fundo de um vale, a exposição solar direta, infelizmente, está limitada... Como a maioria das noites, decidi subir no telhado ao lado. Peguei um cobertor e joguei-o para baixo, me deitando e fechando os olhos para refletir sobre a situação com a minha mãe. Será que ela realmente ia deixá-lo? O pensamento me animava e aterrorizava. Durante anos estive furiosa com tudo o que ela tinha feito para arruinar a minha vida. Eu não poderia contar quantas vezes chorei, nos braços fortes de Regina endurecidos pelo trabalho, envolto apertado ao meu redor. Eu mudei lentamente... Eu não diria que eu tinha perdoado minha mãe, mas controlei a raiva ao ficar mais velha. No ano passado tinha feito uma decisão consciente para deixar isso para trás. Às vezes eu conseguia fazer isso, às vezes não. Mas dessa vez talvez as coisas pudessem ser realmente diferentes. Eu podia me deixar ter esperança? Só um pouco? — Então qual é? Eu me sentei com um grito. Puck Redhouse estava sentado sobre a fachada do edifício diretamente na minha frente, os braços cruzados e olhos duros. — Desculpe? — Qual tipo de cara você fode? — perguntou ele, com as palavras cortadas. — Primeiro eu vejo você jogar grabass8 com Blake Carver. Então você está com Collins. Agora Blake volta ao seu apartamento seminu. Sua menina Danielle sabe que tipo de ‗amigos‘ você são?

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Brincadeiras que é de natureza sexual. (O ato de lutar livre ou perseguir alguém com a intenção de agarrar a bunda dessa pessoa). ~ 133 ~


Meus olhos se estreitaram quando o significado afundou. Eu abri minha boca para voltar a insistir que não havia nada entre mim e Blake, então, a fechei por que diabos eu deveria ter que me defender de Puck Redhouse? — Não consegue pensar em uma desculpa? — perguntou ele, firmemente. — O que exatamente eu devo dizer? Que eu sou uma vagabunda que vai dormir com qualquer coisa que se move? Muito hipócrita? Isso o surpreendeu. Tudo bem, eu me assustei. Este é o problema com o álcool, o meu senso de auto preservação apontou. Não irrite o cara assustador, sua estúpida! — Acho que já esperava isso. — ele confessou relutantemente após uma longa pausa. — Não é da minha conta com quem você dorme. Basta uma palavra minha e ele faz disso um negócio dele. Ele foi claro na noite passada e agora isso fica pairando entre nós tanto que eu mal podia respirar. Um silêncio constrangedor caiu. Lancei um olhar na minha janela aberta, me perguntando se eu poderia correr até ela. Foi quando percebi que Puck deve ter me visto com Blake, todas as minhas cortinas estavam abertas. Eu também tinha me acostumado com o apartamento dele vazio. — Sinta-se livre para ir se esconder se você está com medo de mim. — Puck comentou. — Muito maduro. — eu indiquei, meus olhos se estreitando. — Me desafiando para não o deixar? O que é isso, jardim de infância? Puck deu uma risada e empurrou para fora da fachada, abaixando-se ao meu lado no cobertor. — Parece estar funcionando. — ele respondeu, mas suas palavras iluminando sua voz ainda tensa. — Talvez eu devesse te desafiar novamente. Olhei para o outro lado do telhado, Me recusando a encontrar seus olhos. Então, alguma coisa fria tocou minha mão. Eu aceitei a garrafa de cerveja que Puck ofereceu e tomei um gole.

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— Obrigada. — eu disse a ele, ignorando a voz interna me dizendo muito firmemente para calar a boca. — O que você tem em mente? — Te desafio a ficar aqui comigo por um tempo. — disse ele lentamente. — Eu te desafio a me dizer a verdade. — Por que eu deveria fazer isso? — Você provavelmente não deveria. — ele disse. — Na verdade, você definitivamente não deveria. Eu posso não ser confiável e não tenho boas intenções. Você deve ir para dentro agora, menina. Vá costurar para você uma boneca ou algo assim. — Isso é realmente uma merda. — eu disse, me deitando sobre o cobertor. — Como diabos eu deveria voltar para dentro agora? — Tudo parte do meu plano sustentando a cabeça com um braço.

maligno.

reconheceu,

— Eu não sou uma menina. — eu recordei. — Eu sou adulta. — Sim, não há nada como apontar que você está crescida para provar que você realmente é. — Por que você sempre tem que ser tão desagradável? — É meu jeito. Fechei os olhos, me perguntando se eu tinha perdido o juízo. É quase certo. Eu deveria voltar para dentro agora, mas podia senti-lo ao meu lado. Sentir o cheiro dele. Tudo veio à tona, o jeito que ele tinha segurado a minha mão e me levado para trás da casa naquela noite. Quando me puxou para baixo entre suas pernas, se apoiando em mim determinado... Quando suas mãos corriam pelo meu corpo, me tocando e me segurando à luz do fogo... Eu adorei. E ontem à noite? Melhor não pensar nisso. Tão incrivelmente fodido. Tudo. Eu não tinha o escolhido e me sentia culpada às vezes, foi bom antes de ficar ruim. Eu não deveria ter apreciado o toque de Puck, porque não era certo e apenas uma vagabunda fica fora com um cara que esta abusando dela. Eu não era uma vagabunda. Desejei ser normal.

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Isso não muda o fato que eu definitivamente saí com Puck. Ele não era parecido com os outros. Nem mesmo perto. Quando sonhava com ele e acordava gritando, esses gritos não eram de medo. Mesmo agora, eu senti os meus seios apertando e sabia que se ele olhasse para mim, veria meus mamilos sob a parte superior da minha camisola sem mangas. Merda, eu nem estava usando um sutiã. — Então me diga. — ele disse, com voz suave e atraente. — Te dizer o que? — Com quem você está fodendo? — Isso não é da sua conta. — eu disse, investigando meu compromisso. — Eu não te devo nenhuma resposta. — Você corta o cabelo para qualquer um? — perguntou ele. A mudança de assunto me pegou desprevenida e eu não considerei a minha resposta antes de falar. — Isso é uma espécie de objetivo. — eu respondi. — Mas eu não estou ainda licenciada, então eu só corto para os amigos. Eu não estou autorizada a receber o dinheiro para isso, também. — Mas você faz. Eu o vi pagar. Ou era para outros serviços? Otário. — Me diga você. — eu rebati. — Você estava nos espionando, certo? Você fica observando, Puck? — Não. Eu odeio quando você toca em outros homens. Você não descobriu isso ainda? A admissão me atordoou em silêncio. Ao nosso redor os grilos tinham saído com vigor, cantando sua música suave através do ar. Eu amava noites de verão como essas todas leves, quentes e tranquilas... Minutos se passaram sem quaisquer comentários maldosos e me senti relaxar lentamente. Não deveria ter sempre uma briga. — Posso te perguntar uma coisa? — Claro. — respondeu Puck, sua voz, um estrondo sensual baixo que enviou calafrios através de mim.

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Eu tomei uma respiração profunda, me perguntando se estava cometendo um grande erro. Eu sempre quis saber, apesar de entender o que realmente aconteceu naquela manhã, na Califórnia. — Por que você fez isso? — Fiz o que? — Por que você disse a Teeny que eu era uma merda na cama, depois me socorreu? Quer dizer, você não gostou de fazer sexo comigo, por que você se importa? Ninguém nunca me ajudou antes... Você não foi o primeiro a quem ele me deu, você sabe. Nenhum deles deu à mínima. O que fez você fazer isso? Ele suspirou pesadamente, e ouvi o tilintar suave da sua garrafa enquanto tomava um gole, então, a colocou de volta para baixo. — Porra... Primeiramente, eu nunca disse que você não era boa na cama. Você foi malditamente boa na cama, a melhor que já tive. Eu disse a um dos meus irmãos que tinha assustado você, isso foi tudo. Teeny estava ouvindo porque ele é um criminoso de merda, e acho que ele colocou sua própria interpretação nisso. Eu nunca quis que você se machucasse. Me senti culpado pra caralho. Uau. Todos esses anos eu pensei que o tinha decepcionado. Loucura como um comentário ocasional tinha o poder de mudar a minha vida. Destruí-la e salvá-la, tudo de uma vez só. Não parecia certo. — Mas não foi apenas a culpa da situação que me deixa puto. Tudo. Percebi que eu tinha aproveitado... Eu acho que estava preocupado com voltar para a cadeia, também, mas principalmente estava apenas chateado que eu estava fora a menos de um dia, e as coisas já estavam fodidas para o inferno voltar. Não que eu culpei você, quero dizer, você foi à vítima, não eu. Uma vez que percebi isso, não podia simplesmente deixá-la lá. Isso não era toda a verdade, no entanto. Ele poderia totalmente ter apenas me deixado lá. Os outros tinham. — Eu sei tudo sobre MCs. — eu disse lentamente. — Ninguém fala sobre isso, mas os Silver Bastards não são exatamente brilhantes, inteligentes e certos. Essa é a realidade. A casa de Teeny era uma parada regular para todos os tipos de motoqueiros e nenhum deles nunca deu a mínima sobre mim antes disso. Não me diga que você

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nunca tinha visto uma mulher em apuros antes, ou que você já tentou salvar todas elas. Um traço brilhante apareceu no céu, queimando tão repentinamente como apareceu. Estrela cadente. O que devo desejar? Provavelmente, para a minha mãe deixar Teeny. O que eu realmente queria, porém, era me inclinar e beijar Puck. Eu fui a melhor que ele já teve. — Nem todos os clubes são iguais. — Puck disse lentamente. — Alguns são melhores que outros. Não estou dizendo que os Bastards são inocentes e perfeitos, mas seu padrasto é escória e ele nunca faria isso em nosso território. Nós acabaríamos com ele. Os Longnecks não são um grande clube, também. Tecnicamente eles ainda são nossos aliados, mas perdi todo o respeito por eles e eles sabem disso. Não é uma desculpa para o que aconteceu, mas eu posso te dizer, isso não teria acontecido em Callup. Os Silver Bastards não estupram as meninas. — Você está me dizendo que nunca partilha com seus irmãos suas mulheres? — Old ladies e família? — perguntou ele. — Não, não é realmente nossa preferência. Algumas putas no clube querem foder com cinco caras, isso é escolha dela. Ninguém vai obrigá-la, no entanto. E Boonie não iria admitir uma garota sendo vendida como você foi. Nós iríamos acabar com essa merda, permanentemente. — Isso eu posso ver. — eu admiti. — Eu gosto de Darcy. Quer dizer, eu não a conheço muito bem, mas quando eu estava tentando decidir sobre a escola de beleza, ela me levou para tomar um café e conversamos um pouco. Ela disse que se eu fizesse um bom trabalho, mais cedo ou mais tarde ela um dia me daria espaço em seu spa. — Sim, Darcy é assim. Ela é uma boa mulher. Deus, isso é tão fodido, mas você precisa saber o que a sua mãe e Teeny tem? Isso não é normal, não para um verdadeiro clube. Nós gostamos de manter nossas coisas juntas. Temos de ser confiáveis para confiar em nossas mulheres, quando os policiais vierem elas precisam cuidar de nossas costas. Você não pode bater em alguém que é leal. Dessa forma, não funciona. — O Longnecks não tem respeito.

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— Isso vai destruí-los, mais cedo ou mais tarde. O medo é tão grande, quando há estranhos. Dentro do clube, nós consideramos o respeito, não medo. Caso contrário, as coisas desmoronam. Essa merda é como um maldito câncer. Eu considerei suas palavras. O que ele disse foi tão diferente do que eu tinha experimentado, mas eu podia ver a verdade nisso também. Eu estava observando os Bastards por cinco anos agora, e ele estava certo. Totalmente diferente do Longnecks, pelo menos tanto quanto eu poderia dizer. — Algo para pensar. — eu murmurei, me sentindo sonolenta. Um bocejo me bateu, mas consegui sufocá-lo. — Eu preciso de uma corte de cabelo. — Puck disse casualmente. — Eu pensei que não pudéssemos ser amigos. — Às vezes eu fico chateado e digo coisas estúpidas. Eu gostaria de poder culpar a cerveja por minha resposta, mas isso não seria justo. A culpa pelo que aconteceu em seguida foi inequivocamente minha. — Certo, então. Eu acho que poderia dar um corte em seu cabelo.

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Capítulo seis PUCK Entre os muitos movimentos idiotas, que eu tinha feito na minha vida, este foi provavelmente o pior. Eu culpava o meu pau pela decisão, passei a noite dizendo a mim mesmo todos os motivos pelos quais deveria me livrar da bunda dela, porque a vida é fodidamente curta. Então eu me masturbava. Depois fantasiava sobre estar matando Collins até que eu tivesse excitado novamente. Sim, não faz sentido para mim, também. Agora eu estava no centro da cozinha de Becca, estudando o minúsculo apartamento que vi pela última vez logo depois que ela se mudou. Dois anos atrás, eu tinha escolhido a fechadura e conferi. Estranho? Provavelmente, mas eu queria ter certeza de que ela estava em algum lugar seguro e digno. A memória do seu quarto de menina na Califórnia ainda me assombrava, a bebida derramada no chão à imagem do meu colete pendurado ao lado de suas roupas de escola... Tão errado. Não que eu tivesse crescido em qualquer lugar decente. Não conseguia sequer lembrar a minha mãe, mas depois segui com meu pai e seus irmãos Silver Bastard como um filhote de cachorro feliz. Inferno, sempre houve uma mulher com os braços abertos e um coração grande para me alimentar. Passar o tempo nos bares não era uma infância convencional, mas meu pai me amava. Não importa o quanto de asneira ele fazia, não importa onde nós pousávamos, ele sempre tinha um tempo extra para mim quando eu precisava dele. As coisas sempre deram certo, enquanto nós ficamos dois passos à frente da lei.

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Eu pisquei, voltando à realidade. O apartamento de Becca era bem pequeno, com móveis de segunda mão de venda de garagem e tudo. Obviamente ela tinha feito todos esses travesseiros, mantas e coisas. Cortinas. Inferno, eu não sabia como descrevê-la, mas deu resultado. Meu apartamento parecia um lugar onde você passava a noite. O apartamento dela dava uma sensação de lar. No canto da porta da frente estava à pequena área com uma estranha torre curvada, uma máquina de costura antiquada. Eu tinha ouvido falar sobre a costura dela para Darcy. Becca era boa. Realmente boa. Boa o bastante para Darcy a contratar para fazer novas ‗cortinas de janela‘, seja lá o que diabos aquilo era, para o seu negócio no ano passado, que na verdade diz alguma coisa. Você pode comprar esses filhos da puta no Walmart por quase nada. Claro, Darcy tinha uma explicação sobre o porquê que todas as cortinas de Becca eram melhores do que as do Walmart o qual eu não poderia acompanhar, mas acredito totalmente. As da loja pareciam fantásticas. Como uma revista. O apartamento de Becca estava perfeito agora que ela tinha tido a chance de arrumá-lo. Claro, eu estaria mais feliz com a porta lá de baixo trancada, mas até mesmo eu tive que admitir que provavelmente não fosse um grande negócio. Ninguém em Callup trancava as portas, a não ser que tivessem coisas a esconder. O meu apartamento tinha três fechaduras. — O quanto você quer cortar? — perguntou Becca, se movimentando ao redor e reunindo suas tesouras e coisas. O que diabos eu estava pensando? Meu cabelo crescia até que ficava esquisito então eu o cortava. Não estava esquisito agora, então ele não precisa de um corte. Simples. Mas olhando anteriormente para ela agitada em torno de Blake quase me matou, ela precisa começar a fechar suas malditas cortinas, e eu queria que me tocasse assim. Para me dar o que tinha dado a ele. A parte racional do meu cérebro sabia que provavelmente não havia nada entre eles. Isso pouco importava, entretanto, porque cada vez que os vi juntos queria espancá-lo até que ele virasse uma maldita pasta. Meu pau ficou duro só de pensar nisso. É verdade. Não há nada de errado comigo. Hora para diminuir os impulsos homicidas...

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— Tudo bem, venha aqui para que eu possa lavar o cabelo. Peguei minha camisa, puxando-a para cima e sobre a cabeça. A boca de Becca torceu como se ela tivesse comido limão. — O quê? — Por que você tirou sua camisa? — Blake não estava usando a dele. — Ele não queria molhar. — Você realmente quer falar sobre coisas molhadas? Ela corou e meu pau latejou. Agora havia um caminho escuro, se é que alguma vez existiu um... Segurei minha camisa na frente das minhas calças. Se Becca tivesse qualquer porcaria de ideia de como eu estava excitado, ela chutaria minha bunda para fora. Eu podia me controlar, apesar de tudo, se isso significasse ficar perto dela. Maricas. Eu praticamente ouvi a voz do Painter zombando de mim, na minha cabeça. Certo, como ele deveria falar. — Ok, incline sobre a pia, — disse ela calmamente. Seguindo sua orientação, me inclinei. Ela desenganchou a torneira, revelando uma conexão da mangueira surpreendentemente moderna. — Earl colocou isto para mim. Regina tem uma igualzinha em seu apartamento, eu gosto de usar no cabelo dela. Ele instalou como um presente de Natal no ano passado depois que eu comecei a escola. Eu ignorei as suas palavras quando à água quente jorrou em cima de mim, porque não dou a mínima para Earl. Ela se inclinou, um cheiro fresco e doce, com aroma de laranja. Não era perfume ou qualquer coisa assim. Devia ser apenas o sabão que ela usou. Os seios dela escovaram meu lado enquanto ela desligou a água e pegou o shampoo. Seus mamilos estavam duros? Depois, os dedos de Becca enterraram em meu cabelo, era a tortura mais doce da história. Me lembrei desses mesmos dedos esticados apertado em volta do meu pau, pressionando e trabalhando até que eu tinha perdido a capacidade de pensar. Eu estava mais bêbado que um asno naquela noite, mas não tinha apagado, agradeço por isso. A única coisa pior do que acordar e descobrir o que eu tinha feito teria sido perder essas memórias, se você pretende fazer uma

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ocasião, malditamente vergonhosa para esquecer um crime. Ainda me masturbei com o pensamento, pelo menos, uma vez por semana, porque eu sou a porra de um masoquista. — Que tal? — perguntou Becca, sua voz suave e rouca. —É bom. — eu consegui dizer asperamente. Ela se inclinou mais perto e senti seus seios contra mim, ela lavou o cabelo de Blake assim? Não estava interessado nisso. Nem um pouco. A massagem no couro cabeludo durou um longo tempo, mais tempo do que precisava. Será que ela queria me tocar tão gravemente quanto eu queria tocá-la? Ela estava pensando sobre o gosto da minha porra, ou quando agarrou meu cabelo e gritou quando comi sua buceta? Mais e mais os dedos correram em toda a minha pele, alisando e soltando... — Certo, é hora de enxaguar, — ela sussurrou, alterando as pernas inquieta. Eu mordi um gemido. Porra. Esta era uma dor física. A água quente caiu sobre minha cabeça. Se Becca tivesse qualquer senso, ela viraria o spray de água fria na minha virilha. Ela estendeu a mão para o condicionador, seus seios escovaram meu lado de novo, e a senti tremer. Ela sentiu isso também. Meu pau gritou por socorro. Me abaixei o mais silenciosamente possível, empurrando a palma da minha mão para baixo ao longo do meu pau, tentando torná-lo melhor de alguma forma. A mistura de pressão e dor me fez senti bem de uma forma perversa. As mãos de Becca cavaram novamente e comecei a catalogar as peças da moto na minha cabeça. Não tinha certeza de quanto mais eu poderia suportar. Ela estava fazendo isso de propósito? Porra, eu esperava que sim. — Quase terminando,— ela sussurrou e eu juro, ouvi a mesma necessidade agonizante no seu tom e senti isso correr por todo o meu maldito corpo. Pegue-a, minha mente sussurrou. Jogue Becca em cima da mesa e transe com ela até ela gritar. Quando Blake e Collins vierem correndo para o resgate, você pode matá-los e levá-la para as montanhas. Faça.

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Eu precisava me recompor. Rápido. Becca lavou mais uma vez, e então envolveu uma toalha em volta do meu cabelo. Levantei com os joelhos tremendo, e entrei na sala de estar, onde a cadeira que Blake estava sentado, me provocava. — Feche as cortinas, — rangi por entre os dentes cerrados. — As pessoas podem ver cada movimento que você faz ou não aqui. Aquário do caralho. — Eu ficaria muito mais preocupada se alguém sair depois de escurecer em Callup, — respondeu ela calmamente. — As calçadas transformam-se durante a noite, Puck. — Feche essas malditas cortinas. — repeti, as palavras pegando na minha garganta. Becca deu de ombros e obedeceu, e meus olhos seguiram sua forma graciosa enquanto se movia ao redor da área aberta. A mulher era perfeita. Como uma dançarina. O que eu não daria para a ver dançando em um pole. Eu tinha mentido para ela no outro dia quando disse que poderia ser o homem que iria assistir quando ela se casasse, tivesse uma família e vivesse uma vida normal... Eu não era aquele homem. Eu estava jogando comigo mesmo, fingindo ser algo que não era porque era a coisa certa a fazer. Disse a ela a verdade sobre uma coisa, porém, eu definitivamente não era o cara que fazia a coisa certa. Nunca fui. Tudo estava tão malditamente claro agora, porque eu sabia exatamente o que deveria fazer em seguida. Deixar Becca sozinha. Deixá-la viver uma vida boa e normal, com um homem normal que trabalhasse um trabalho regular e chegasse em casa na hora certa assim que saísse. Ontem à noite eu mesmo fiz isso. A deixei se afastar de mim, em vez de arrastá-la até a minha cama, onde ela pertencia. Hoje à noite eu estava precisando de autocontrole. — Tudo bem, — disse ela, indo para ficar atrás de mim. Ela esfregou a toalha, em seguida, soltou-a, correndo os dedos levemente pelo meu cabelo. — Como você quer cortar? — O quê? — Seu cabelo? Como você quer que eu corte? ~ 144 ~


— Hum, eu não me importo, — consegui dizer, com minha mente girando. — Faça o que achar que fica bom. Becca parou. — Você realmente não queria um corte de cabelo, não é? — Oh, eu queria isso. — eu murmurei, as palavras eram cem por cento verdadeiras. — Você não tem a mínima ideia. — Eu acho que isso pode ser uma má ideia. — ela respondeu hesitante. — Você sabe, eu bebi quatro cervejas esta noite. Talvez devêssemos ir para a cama. As palavras caíram pesadas entre nós. — Cama funciona. Ela riu nervosamente. — Não posso acreditar que eu disse isso. — Vem cá. — eu disse, pegando sua a mão e a puxando para minha frente. Becca parou no meio das minhas pernas abertas, estendendo a mão jogou meu cabelo novamente. Seu olhar estava um pouco vidrado e seus mamilos estavam duros como pedra, tudo era muito visível já que sua blusa estava encharcada. Um homem decente teria mostrado isso. Em vez disso envolvi minhas mãos ao redor de sua cintura, puxando-a para mais perto. — Como você acha que eu deveria cortar meu cabelo? — Você não deveria. Está perfeito assim, livre e solto. Combina com você. Segurando seu olhar, corri minhas mãos por seus lados até que meus polegares descansaram na parte inferior de seus peitos. Ela oscilou e peguei o tecido, arrastando para cima. A calça macia que usava permanecia solta nos quadris, deixando a extensão de seu estômago visível. O pequeno buraco no centro chamando para mim. — Esta não é uma boa ideia. — Provavelmente não deve pensar sobre isso, então, — eu respondi.

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Seu estômago cheirava a talco de bebê e tinha o sabor do céu. A necessidade queimou em mim enquanto meu pau pulsava duro. Fiz meu caminho de beijos em direção a seus seios sem pressa, que não parecia eu. Parte da razão de eu ter ficado longe não era apenas por causa de como nos conhecemos, era por causa de quem eu sou. Eu não digo coisas doces e faço amor, tudo isso é besteira. Eu gosto de sexo duro e bruto, sem restrições. Ao longo dos anos tive mulheres assustadas, que nunca dei a mínima importância. Se elas não podiam me dar o que eu queria, elas eram inúteis. Becca precisava ser suave. Agora eu era a pessoa inútil. Eu poderia fingir, no entanto. Pelo menos por um tempo. Me movendo para cima, toquei em seu top com o meu nariz, encontrando a parte inferior de seu peito, o chupei. Uma mão pousou em sua bunda, massageei e agarrei até que ela suspirou e se inclinou para mim. Encontrei seu mamilo e o lambi. Becca engasgou, suas mãos segurando firme meu cabelo. Puxei o mamilo profundamente em minha boca a provando, minha mente jogando com as lembranças da última vez que tínhamos feito isso. Eu a tinha machucado, mas, foi bom. Me senti culpado cada vez que pensava sobre isso, o que era frequente. Diariamente. Meu pau estava duro enquanto provava de sua essência, cada batida do coração pulsando dolorosamente. Becca gemeu o som suave e doce. Isso fez o monstro dentro de mim se libertar, matando a mentira. Foda-se essa merda agradável. Ela gritou, enquanto eu abruptamente envolvi suas pernas em volta da minha cintura instintivamente, me caiu muito bem. Meus dedos cavaram fundo em sua bunda enquanto empurrei meu pau duro sobre sua suavidade. O doloroso, aperto firme da minha calça jeans era uma merda horrível e surpreendente ao mesmo tempo, porque estávamos finalmente fazendo algum progresso em direção ao que eu realmente queria. Continuei sobre ela com meu quadril, estendi uma mão e peguei seu cabelo, empurrando a cabeça para trás com força. Minha boca foi para seu pescoço, mordiscando, chupando e lambendo até que ela começou a debater. Tentando fugir? Tarde demais. ~ 146 ~


Eu finalmente tinha Becca à minha mercê, depois de anos pensando nela, imaginando-a, batendo punheta com seu rosto na minha cabeça enquanto me contorcia e queimava em frustração. Sua inocência e idade que tinha me impedido de fodê-la... Ela estava crescida agora. Dei seis passos para o outro lado da sala, e caímos os dois no sofá, cobrindo e a prendendo com o meu corpo. Então, apanhei suas mãos colocando-as acima de sua cabeça exatamente como ela estava em minhas fantasias pervertidas. — Puck, — ela gemeu. Cortei-a com a minha boca antes que ela tivesse a chance de dizer mais. Minha língua mergulhou profundamente, reclamando-a e marcando-a como eu estaria fazendo com a minha porra tão logo que tirássemos nossas roupas. A logística disso ainda estava no ar... As leis da física diziam que eu teria que recuar para tirar meu jeans, mas cada vez que meu quadril afundava nela, mais determinado eu ficava para fodê-la até que pudesse gozar. Finalmente tirei minha boca, arrastando-a até seus seios, suguei seu mamilo arduamente, desesperado para provar mais dela. — Puck, — disse novamente, com a voz cheia de necessidade de se render. Eu a ignorei, alcançando entre nós a parte superior de sua calça e empurrando-a para baixo. Oh merda, ela estava molhada. Meus dedos deslizaram para dentro, abrindo-a rápido e duramente. Becca gritou, arqueando as costas para cima e para fora do sofá. Meu polegar encontrou seu clitóris e comecei a brincar com ele enquanto suas mãos lutaram pela liberdade. Tão doce. Tão molhada, tão íntima, tão incrível... Eu mal posso esperar para entrar. Primeiro a dama e toda essa merda, então mantive meus dedos em movimento quando Becca suspirou e gritou o meu nome novamente. Nós avançamos muito depressa, mas o pensamento de abrandar estava além da minha capacidade de compreensão. Ela gritou, choramingando. Perto. Tão fodidamente perto.

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Ela gozaria em breve. Depois, iria ser a minha vez e fodê-la, se eu poderia imaginar qualquer coisa na terra que mais queria. Becca explodiu ao redor da minha mão, pulsando e estremecendo, apertando os meus dedos com força suficiente para me lembrar do quão apertada que ela tinha estado em torno do meu pau. — Puta merda, — sussurrou quanto ela voltou. — Puta merda. Puck, o que diabos foi isso? O que foi isso? — Você sabe muito bem o que foi. — eu disse rudemente, descendo para desabotoar minhas calças. Preservativo. Eu precisava de um preservativo. Porra, minha carteira não estava comigo, estava no meu apartamento. Ok, duas opções. Eu poderia ir buscar ou ver se ela tinha um... As duas opções eram péssimas. Escolhas muito ruins. Se eu a deixasse, ela poderia fugir. E de modo algum que eu queria saber se ela tinha a porra de um preservativo. Foi quando o telefone tocou. — Mãe, — Becca disse, com os olhos arregalados. Droga. Eu posso ser fodido, mas mesmo eu sei que as garotas não deveriam dizer "mãe" logo após gozar. É como uma regra. O telefone tocou novamente. Becca pressionado contra o meu peito com urgência. — Eu tenho que atender. — ela murmurou os olhos arregalados. Eu fiquei onde estava me perguntando como diabos nós tínhamos ido dela gritando o meu nome para falar sobre sua mãe. — Ela está tentando falar comigo. Algo está muito errado. O telefone não parava de tocar à medida que afundamos. Becca não tinha a intenção de terminar o que tínhamos começado. Meu pau pulsava, minhas bolas estavam apertadas, e de repente eu não estava satisfeito. — Retorne a chamada. — rosnei. Becca socou meu peito, me encarando furiosa. — Saia de cima de mim. Eu preciso pegar o telefone. Agora.

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***

BECCA Puck olhou para mim, seus olhos escuros e sua respiração saindo forçada. Senti o quanto ele me queria, eu não podia perder aquele pau ele o empurrou entre as minhas pernas e me lembrei exatamente quão profundo ele tinha estado dentro do meu corpo. Lindo. Doloroso. Assustador. O telefone tocou novamente. — Eu tenho que responder, — eu sussurrei. — É importante. Ele rosnou para mim e depois saiu a súbita ausência de seu calor e peso era doloroso. Eu saltei e corri para o telefone atendendo a secretária eletrônica. A voz da minha mãe encheu o ar. — Becca, onde diabos você está? — perguntou ela, com a voz ofegante. — Você disse para chamá-la em casa. Eu realmente preciso falar com você, baby. Peguei o telefone e apertei o botão antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa. Atrás de mim senti Puck irradiando hostilidade e frustração. Nada que eu pudesse fazer a respeito agora, então me concentrei no telefone. — Mãe, eu estou aqui. — Becca! — respondeu ela, com a voz cheia de alívio. — Estou tão feliz por você ter atendido. Querida, eu tenho que fazer isso rápido. Teeny está lá embaixo e está bêbado novamente. Acho que ele vai me machucar se eu ficar aqui. Preciso que você me envie dinheiro para que eu possa fugir. As palavras dela bateram em mim, quebrando minhas emoções de diferentes formas, conflitantes. O medo é claro. E raiva. Avançando sobre Teeny... Em direção a ela, porque alguma coisa sobre isso parecia abafada, apesar de todas as minhas esperanças. Minha mãe, nunca se importou se eu não tinha nenhum dinheiro extra. Por que desta vez seria diferente? — Mãe, eu não tenho nenhum dinheiro extra, — eu disse calmamente.

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Atrás de mim, ainda ouvi Puck, então ele resmungou alguma coisa. Me dando um puxão de orelha, o ignorei me concentrando na minha mãe. — Baby, eu percebo que você não está acreditando nisso. — disse ela. — Mas isso é real. Isso não é uma conta de telefone atrasada ou a eletricidade ou até mesmo um pagamento de carro do caralho. Esse homem é louco e diz que vai me matar. Eu preciso fugir, e preciso fugir logo. Você tem que me mandar dinheiro agora. Suas palavras me arrepiaram. Matá-la? — Quanto? — Dois mil dólares. Eu congelei. — Mãe, eu não tenho muito. — Você tem um carro, certo? — Não um que vale dois mil dólares, — eu disse sem rodeios. — Eu posso vender tudo o que tenho e não tenho muito. — Pense em alguma coisa — respondeu ela, desesperada. — Baby, eu não posso ir embora sem sua ajuda e não posso ficar aqui. Sei que tenho sido uma porcaria de mãe e percebo isso. Mas eu te amo, sempre amei você, e sei que você me ama. — Mãe, isto não é sobre se eu te amo. Eu não tenho o dinheiro e não posso simplesmente fazer aparecer do nada. — Você pode pegar emprestado de alguém? — ela pressionou. — Faça um cara se sentir bem, depois pede a ele um empréstimo? Meu estômago revirou. — Não. — Você é bonita, sempre foi. — ela adulou. — Por que você não vai a um clube de strip? Você poderia ganhar esse dinheiro em uma ou duas noites, enviá-lo para mim. Eu faria isso, mas eles nunca me aceitariam. Não como estou agora. Estou muito velha, baby. Eu fechei meus olhos, tentando me imaginar tirando a roupa na frente de uma multidão de homens que me olharia fixamente. Não. De jeito nenhum. Como ela ousa sequer considerar me pedir isso?

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— Eu posso esvaziar meu pote de gorjeta, — disse eu. — Mas não é muito, talvez quinze ou vinte dólares. Vou enviá-lo amanhã. É o melhor que posso fazer. Sua voz tornou-se dura. — Ele vai me matar. — ela retrucou. — Que tipo de menina deixa sua mãe morrer, porque ela é boa demais para tirar a roupa? Você fez muito mais do que isso aqui, e não ache que esqueci como você chorou quando saiu. Você não queria ir embora com aquele garoto, eu forcei você a ir, para salvar a sua vida. Agora você não vai fazer o mesmo por mim? Meu estômago embrulhou, e me abalei. Por quê? Por que ela tem que fazer isso? — Eu vou lhe enviar minhas gorjetas, — repeti lentamente. — Deve haver alguém que você possa pedir mãe. Você pode roubar algum dinheiro de Teeny enquanto ele está dormindo? — Você é ingrata. — ela sussurrou, desligando o telefone. Corri meus dedos pelo meu cabelo, tentando me equilibrar, colocando o telefone em cima da mesa. Que diabos foi isso? Devo acreditar nela? Não. Não podia ser tão ruim assim. Minha mãe era uma sobrevivente. Se ela realmente queria deixar o marido, poderia simplesmente subir em seu carro e deixar Teeny. Ele ia ficar louco, talvez procurá-la um pouco. Depois, ele iria desmaiar e ela poderia fugir. — Por que você iria enviar alguma coisa a essa mulher? Eu saltei, me virando para Puck. Ele pairava sobre mim, a raiva escrita por todo o seu rosto, e minha respiração ficou presa. — Eu esqueci que você estava aqui. Seu rosto estava sombrio. — Teve o que você queria de mim? — ele perguntou, zombando. Então ele se inclinou e pegou seu pau dentro do seu jeans, apertandoo lascivamente. — Porque você me deixou esperando. Sério? Meus olhos se estreitaram.

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— Minha mãe disse que Teeny vai matá-la, — eu disse, destacando cada palavra com cuidado. — Ela precisa de dois mil dólares para fugir e vir até aqui. Seu pau não é uma prioridade, dadas às circunstâncias. — Besteira. — respondeu ele, bufando. — Ela precisa de dois mil dólares para comprar drogas, ou pagar alguém para que eles não plantem seu padrasto no chão, que é o lugar dele. Dei de ombros sem jeito, porque ele não estava necessariamente errado. Não que eu queria admitir a questão. — Ela parecia diferente desta vez. — eu disse, odiando o indício de fraqueza que penetrou na minha voz. Ele provavelmente pensou que eu era uma tola ingênua. Talvez eu fosse. Ou talvez ela finalmente tivesse o bastante se quisesse sair. Como eu poderia me perdoar se Teeny a machucasse gravemente? — Eu quero salvá-la dele. — Venha aqui. — Por quê? — perguntei. Puck levantou uma sobrancelha. — Nós não acabamos. — Minha mãe acabou de ligar e me disse que seu marido vai matá-la. — eu disse desesperadamente. — E você ainda quer fazer sexo? Que tipo de idiota você é? Ele se adiantou e pegou minha mão, pressionando-a para baixo contra a frente de seu jeans. Seus dedos ao redor dos meus, apertando seu pau. Minhas bochechas mancharam de vermelho escuro, o branco de sua cicatriz saliente. Às vezes eu esquecia o quão assustador Puck poderia ser. — O tipo de idiota que sabe que ela está jogando você. E sim, eu ainda quero fazer sexo, — disse ele. — Fiquei pensando sobre isso por cinco anos, desde que tirei você daquele inferno. Se lembra? Porque era um inferno e ela é a porra do diabo. Essa cadela vendia você e agora você vai lhe enviar dinheiro? Que porra é essa que você está fumando? Eu endureci. Claro, ele não era o único com quem eu estava zangada, mas ele estava aqui. — Ela é minha mãe, — eu disse. — E apesar de tudo, eu a amo. Eu não sei por que, mas a amo e você não tem nenhum direito de me julgar por isso. Eu não estou planejando enviar a ela muito dinheiro.

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Eu não tenho muito dinheiro. Mas se eu fizesse, não seria da sua maldita conta. Puck se inclinou, com o rosto bem no meu, flexionando o músculo em sua mandíbula. — Agora o problema é meu. — Desde quando? — Eu estou pensando, certo sobre o momento que você gozou em cima de mim, gritando meu nome. Engoli em seco, puxando minha mão para longe dele. Ou melhor, tentando puxar minha mão, porque ele não estava exatamente me deixando sair. Então, a outra mão veio ao redor da parte de trás do meu pescoço, me fazendo avançar para frente dele. Seus lábios cobriram os meus e sua língua tentou empurrar para dentro. Mas eu ainda ouvia a voz da minha mãe na minha cabeça. "Ele vai me matar." Mordi o lábio de Puck, e não foi uma mordida de amor. — Puta que pariu. — disse ele, puxando para trás. Sua língua sacudiu para fora, explorando o pequeno corte, que começou a sangrar. — Nós cometemos um erro. — disse eu, tentando não olhar para ele. Isso foi difícil, considerando que ele ainda estava segurando a parte de trás do meu pescoço. Tentei me libertar, mas seus dedos me apertaram me lembrando o quão ele era mais forte do que eu. Foi quando a realidade da situação me bateu. Eu poderia estar nervosa em relação a minha mãe, mas havia um homem grande e forte me segurando, e ele estava preocupado com o fato de que não tinha chegado ao seu final feliz. Um motoqueiro assustador. Lambi meus lábios, de repente preocupada por uma razão diferente. — Eu não quero fazer sexo. — eu disparei. — Você fez há cinco minutos.

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Meus olhos procuraram os dele, um toque de suavidade ou compaixão. Tudo o que vi foi uma necessidade uma resplandecente raiva. As mãos de Puck me apertaram. Levantei meu braço livre e toquei seu peito, desejando que pudesse chegar lá e encontrar a compaixão que ele poderia manter escondido. Certamente não estava visível na superfície. Engoli em seco. — Eu realmente quero ir dormir. Sozinha. Esta noite não está sendo como planejei e tenho muito em que pensar. — Então agora você está me dizendo que não quer? Porque meus dedos ainda estão ensopados de sua buceta. Me chame de louco, mas isso geralmente significa uma cadela disposta. Cadela? Oh, eu não gosto disso. Nem um pouco. Esqueci o meu medo momentâneo, ficando chateada. A raiva funcionava melhor para mim. — Me. Deixe. Ir. — argumentei. Puck olhou para mim, em seguida, me largou tão abruptamente que quase cai. — Você está louca. — disse ele, dando um passo para trás. — Eu não fiz nada além de cuidar de você, mas um telefonema daquela vaca e você se esquece de mim. Não se atreva fingir que não estava envolvida nisso como eu estava, agora que você tem o que queria e está tudo acabado. — Sim, eu acho que sou culpada. — eu assobiei. — Eu me sinto atraída por você, seu idiota, então quando você começou a empurrar eu não disse não, porque me senti bem. Isso é um crime? Talvez você ache que sou uma vagabunda, então vá a merda com isso. Mas mesmo as putas têm o direito de decidir com quem elas dormem. Há algo assustador em você, Puck. Eu sei quem você realmente é, e eu não quero ter nada a ver com isso. Você é forte e você bate nas pessoas e eu quero falar com alguém sobre a minha mãe, mas tudo o que importa é o sexo! — Besteira. — disse ele, balançando a cabeça. — Eu poderia ter fodido você anos atrás se eu só me preocupasse com sexo, Becs. Mas eu realmente me preocupei com você, então deixei você sozinha. Mas não se preocupe, não sou um completo idiota. Posso sentir o cheiro da loucura a quilômetros de distância e está começando a cheirar mal aqui, então vamos colocar isso para fora. A cadela da sua mãe fez você foder com homens estranhos. Eu salvei sua bunda. Por que diabos

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deveria qualquer um de nós desperdiçar mais um segundo de nossas vidas com essa puta? Eu cerrei os dentes, minhas mãos tremendo demais, muitos sentimentos explodindo tudo de uma vez. — Porque você foi um desses homens. — eu disse minha voz fria e dura. — Não se lembra do que aconteceu? Teeny me fez foder com você. Ele dava as ordens e eu tinha que segui-las. Estou feliz que me salvou depois, mas não pense por um minuto que tornou mais fácil quando você me empurrou na cama e enfiou seu pau na minha bunda. Isso doeu, Puck. Muito. Tanto que eu mal podia me sentar na merda de sua moto quando ela me obrigou a ir com você. Você se lembra dessa parte? Minha mãe viu uma chance para me tirar de lá e ela aceitou, e que você não pense por um minuto que foi fácil para ela. Por tudo o que ela sabia, é que ele iria matá-la por isso mas ela fez de qualquer maneira. Então você continua dizendo que você é um grande herói do caralho e o que minha mãe fez de mal para mim, mas eu não sou estúpida ao ponto de acreditar nisso. Não tinha rapazes bons na festa. Você era o pior. Todos vocês. Agora caia fora do meu apartamento. Ele olhou para mim, e pela primeira vez não tinha uma maldita coisa a dizer. Não. Puck Redhouse apenas piscou para mim como um grande idiota mudo. — A porta está ali. — eu o lembrei friamente. — Você é realmente uma maldita puta. Eu dei de ombros. — Melhor uma puta que um estuprador. Saia.

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Capítulo sete Sábado

BECCA O que diabos está errado comigo? Estudei meu reflexo, procurando alguma pista de como ou por que eu era uma maluca. O espelho não mostrou nada de novo, nada de interessante para indicar que eu tive um dos melhores orgasmos da minha vida ontem à noite, seguido de um colapso emocional completo. Ah, e havia despedaçado o homem que provavelmente salvou minha vida. Isso foi bom, também. Uma mulher deveria parecer de verdade um pouco diferente depois de algo assim, mas aqui estava eu. Apenas como de costume cabelo liso castanho, olhos chatos, e boca que provavelmente poderia ter um toque de brilho labial se eu quisesse ir para qualquer lugar. Pelo menos os meus dentes estavam limpos... Eu não conseguia afastar as lembranças, mas eu tinha um maldito hálito fresco. Isso deve valer para alguma coisa, certo? Claro que uma boa noite de sono teria valido mais, mas eu tinha estragado isso, também. Em vez disso passei horas costurando furiosamente, o zumbido de minha Singer enchia o apartamento enquanto eu rasgava os materiais, recuperava tecidos e enchia de panos a lata de lixo. Nada deu certo, não importava o que eu tentava criar. Todos estavam horrorosos e errados, assim como eu. Eu tinha caído no chão às cinco da manhã, exausta. O telefone tocou, e eu o agarrei, esperando ouvir a voz de Danielle. Ela me prometeu ligar hoje de manhã assim que acordasse. Tínhamos um encontro marcado para fazer as unhas as onze, um ritual semanal que eu estimava por uma variedade de razões, sobretudo era a oportunidade de experimentar em uma vítima

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voluntária que nunca reclamou quanto as minhas inovações de desenhos que não conseguia interpretar. — Becca? — Mãe? — perguntei assustada. Ela estava tão irritada ontem à noite. Meu argumento com Puck se manteve repetindo na minha cabeça. Ele estava certo, ela tinha me machucado tantas vezes. Por que eu deveria dar a ela mais sentimento? Porque você a ama, meu coração sussurrou. Isso complicou, porque era verdade. — Eu sinto muito, baby, — ela disse, com voz moderada. — Eu não consegui dormir à noite toda. Eu não deveria ter falado com você daquela maneira. Você tem que se cuidar. Entendo. — Você está bem? Ela não respondeu, então tossiu, sua voz soando áspera. — Eu estou bem. — sussurrou, e eu sabia que ela não estava bem. — O que ele fez? — Nada. Estou bem. Você não se preocupe comigo. Eu tenho certeza que vai ficar tudo bem. — Ele machucou você na noite passada? Ela hesitou novamente. — Você sabe como ele fica. Acho que ele quebrou o meu braço. Está inchado, mas não posso ir ao médico. Vou esperar uma oportunidade, baby. Eu não posso desperdiçá-la. Uma mão gigantesca pegou e apertou cruelmente meu estômago. — Eu vou contar os trocados na minha jarra de gorjeta. — eu sussurrei. — Eu vou enviá-los para você. Talvez eu possa vender alguma coisa. — Não será o bastante. Não se incomode. — Mamãe... — Baby, está tudo acabado. Você tem que viver sua vida. Eu amo você.

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Então ela desligou o telefone. Fiquei olhando para ele, atordoada, em seguida, corri para o banheiro. Consegui chegar ao banheiro a tempo, e então eu estava vomitando até que meu estômago doía e a garganta queimava. Eu tinha que pensar em algo. Eu não podia deixar Teeny matar a minha mãe. Infelizmente, eu não tinha ideia de como pará-lo.

***

Nada parecia real depois disso. Eu não sabia o que fazer, então limpei a bagunça de tecidos desfiados e fios soltos que tinha feito na noite anterior. Em seguida, Danielle ligou, me lembrando de levar minhas roupas sujas para lavar e nosso encontro de manicure. Carreguei tudo isso para o meu carro, perdida em pensamentos. Que semana louca. Primeiro o trabalho, agora minha mãe... Ah, e Puck. O que diabos eu deveria fazer sobre Puck? Talvez eu não tivesse que fazer nada a respeito dele, se ele tivesse metade de um cérebro nunca falaria comigo novamente. Não depois que explodi como uma louca em cima dele como uma espécie de grande tomate inchado, deixado para apodrecer ao sol. Olhei da porta de entrada para o edifício de Puck, me perguntando se ele estava em casa. Eu lhe devia um pedido de desculpas. Ele foi um idiota, sem dúvida. Mas fui longe demais ao chamá-lo de estuprador porque não era totalmente verdade. Ele não tinha ideia do que estava realmente acontecendo naquela noite estranha, que mudou minha vida. Ele pensou que eu era uma garota que ele conheceu em uma festa, uma garota normal, que queria dormir com ele e eu tinha encorajado essa impressão. Quando ele descobriu, fez a coisa certa, embora me deixar teria sido mil vezes mais fácil. Ele me chamou de puta na noite passada, e estava certo.

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Agora eu precisava agir como uma adulta e me responsabilizar por aquilo que tinha feito. Será que o meu temperamento nunca iria parar de me colocar em apuros? Andei pelo beco, me sentia presa entre emoções contraditórias. Eu esperava que ele estivesse lá para que eu pudesse dizer que estava arrependida e acabar logo com isso. Também esperava que ele não atendesse a porta, porque estar de frente a ele não ia prestar e já não queria fazer isso. O que aconteceu depois foi completamente anticlímax. Estendi a mão para a porta da escada para encontrá-la trancada. Sem campainha, sem interfone, nenhuma maneira de sinalizar para alguém lá em cima que eles tinham companhia. Olhei em volta para encontrar sua moto, mas não estava em nenhum lugar. Onde quer que Puck tenha ido, eu não tinha como entrar em contato com ele. Ok, então. Tanto plano para isso. Marchei de volta para o carro, tudo rodando por minha cabeça enquanto eu tentava entender isso. Tantas coisas fodendo na minha vida, mas pelo menos era um problema que eu sabia como consertar. Cada par de jeans que eu tinha estava sujo. Assim como minhas calcinhas, lençóis, sutiãs, e tudo o mais. Eu entrei no meu carro e dirigi até a casa de Danielle para a nossa festa semanal manicure/lavanderia, porque não importa o quão miserável a vida pode ser, você ainda tem que lavar suas roupas.

***

— Eu comprei um novo esmalte ontem à tarde. — Danielle anunciou quando finalmente se sentou a sua mesa, parecendo satisfeita consigo mesma. As minhas roupas zumbiam no fundo, girando na máquina de lavar na lavandeira no corredor. — Pensei que eu podia pintar o meu cabelo para combinar. Sim ou não? — O quê? — perguntei, tentando me concentrar. Todo o meu mundo tinha mudado, e no entanto ali estávamos nós, falando sobre cores de unhas. Tão estranho.

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— Rosa? — ela perguntou. Pisquei, me recolhendo. — Oh, é bonito, — eu disse. — Desculpe, eu tive uma manhã estranha. — Como foi isso? Eu respirei fundo, me perguntando por onde começar. — Então, minha mãe ligou ontem à noite. Ela disse que Teeny se descontrolou. Ela me pediu dinheiro para deixá-lo. Os olhos de Danielle se arregalaram enquanto colocava a unha polonesa. Ela não sabia a história completa sobre a minha vida na Califórnia, mas sabia o suficiente para perceber que era um: Grande Negocio Fodido. — Sério? Depois de todo esse tempo ela está realmente considerando isso de verdade? — ela sussurrou. — O que você disse a ela sobre o dinheiro? Eu dei de ombros. — Eu disse que não. Ela quer dois mil e eu não tenho. Depois, ela disse que eu era uma filha horrível e se ele a matar, a culpa é minha. — O que. Foda-se. — disse Danielle, seu rosto ficando feroz. — Puck disse que ela está apenas tentando tirar dinheiro de mim. Ele provavelmente está certo, ela está sempre tentando tirar dinheiro de mim. — Espere. — ela levantou uma mão. — Rebobina e repete esse pensamento. Por que Puck faz parte desta história? Oh meu Deus, ele estava na sua casa? Puck. As recordações da noite passada voltaram à tona e eu tremi. Eu estava arduamente tentando não pensar a respeito dele ou no pedido de desculpas que ainda lhe devia. Por que tudo tem que acontecer de uma vez? Meu passado foi caindo em torno de mim como uma onda. Eu não conseguia controlar a respiração. — Essa é uma pergunta retórica. É complicado, — eu disse, fechando os olhos. Complicado? Agora que isso foi uma merda de eufemismo. — Eu fiz uma coisa estúpida na noite passada. — O quê? — ela perguntou. Eu não respondi. — Puta merda, você dormiu com Puck?

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— Não! — eu insisti. — Você está mentindo, — ela disse, sem rodeios. — Você é realmente uma péssima mentirosa, Becca você precisa trabalhar isso, porque é uma habilidade importante na vida. Então, como ele é? Eu sempre o quis ver nu... — Danielle! — Não, não. Não vou fazer isso, obviamente, — ela insistiu. — Mas eu sou sua amiga, Becca. Fale comigo. Talvez eu possa ajudar. — É realmente confuso, — eu disse lentamente. — Eu nunca te disse isso, mas Puck e eu tivemos relações sexuais antes na Califórnia. Suas sobrancelhas levantaram e seu queixo caiu. Literalmente. Assim como um personagem de desenho animado. — Uau. Mas não foi quando você tinha doze ou algo assim? — Eu tinha acabado de completar dezesseis anos. Ele tinha vinte e um. — Isso é estranho, Becca. Eu dei de ombros. — De onde eu venho, não é um grande negócio. Quero dizer, é um grande negócio, mas não foi culpa dele. Ele não tinha ideia de como eu era jovem, e se ele esquematizou alguma coisa. Meu padrasto providenciou. Danielle engoliu. — O que você quer dizer? — Teeny me deu para Puck. Ele tinha acabado de sair da prisão. Parece que, saiu da prisão naquele dia. Eles estavam dando uma festa para ele, e eu chamei sua atenção. Foi quando Teeny me disse para fazê-lo feliz ou eu pagaria. Você vem de uma boa família Danielle, a minha foi diferente. Merda como essa acontece o tempo todo, especialmente em clubes de motoqueiros, como os Longnecks. O mundo está cheio de pessoas más. E não é como se eu fosse a única, você sabe muitas meninas acabam seguindo para a casa dos motoqueiros. Algumas são menores de idade. Às vezes elas querem sair e não podem... — Isso é nojento.

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— É assim que são as coisas. — respondi calmamente. — E Puck não foi o primeiro. Os outros eram... Horríveis. Eu realmente gostei com Puck, pelo menos até que as coisas ficaram difíceis. — Ouvi dizer que ele é selvagem. — ela murmurou. — Ele machucou você? — Sim, mas ele parou quando eu pedi. Era doce de uma forma fodida. Então as coisas ficaram feias. Puck disse a um de seus amigos que eu não era boa o bastante e Teeny ouviu falar sobre isso. Na manhã seguinte ele me bateu. Danielle engoliu em seco. — Você não precisa me contar nada. Quero dizer, sei que disse que desabafasse e pode contar comigo, mas eu não estava tentando forçá-la a se abrir, se você não quiser. — Não, é bom falar sobre isso. — eu admiti. — A única pessoa que sabe tudo é Regina. De qualquer forma, Puck descobriu o que aconteceu e ele estava irritado. Muito irritado. Ele estava em liberdade condicional podia ter voltado para a cadeia. Assim, ele deu uma surra em Teeny e me levou para casa com ele. Tipo, eu montei em sua moto e fomos embora. Eu nunca voltei e nem vi minha mãe desde então... Ele me trouxe para Callup e o clube pediu para Regina e Earl me acolher. Eles fizeram e você sabe o resto. Por isso eu e Puck. Isso é uma bagunça. — Droga. — ela respondeu, franzindo a testa. — E agora ele vive do outro lado do seu telhado. Você está bem com isso? — Eu acho que sim. — eu respondi. — Eu tenho sentimentos tão estranhos sobre ele. Ele me assusta tudo me assusta. Às vezes, quando vejo um motoqueiro, o fundo do meu estômago dá voltas e tenho vontade de vomitar. Ao mesmo tempo, eu provavelmente só estou viva porque ele se aproximou e me salvou. Os Silver Bastards foram bons para mim, Danielle. Muito bons. Eles estavam em menor número, você sabe. Me resgatar foi um grande risco. Ao vir para cá, Boonie prometeu que eles me protegeriam enquanto eu precisasse deles, e que eles fizeram. No ano passado, quando disse a Regina que queria começar a escola de beleza, ela conversou com Darcy sobre isso. Fomos para o café e ela me contou tudo sobre o que esperar. Você sabia que ela tem dois certificados de massagem e cosmetologia? Darcy pode até fazer cosméticos permanentes. Ela também me disse que ia me ajudar a encontrar um lugar quando eu terminasse, seja em seu lugar ou através de um de seus contatos. ~ 162 ~


— Eu sempre me perguntei o que havia entre você e o clube. — disse Danielle suavemente. — Quero dizer, eu sabia que a merda era complicada, geralmente as pessoas fofocam quando alguém novo movimenta a cidade. Mas ninguém falou mal de você. O clube parou com tudo. — Sim... — Então o que está acontecendo agora? — As coisas mudaram depois da minha carona para casa com ele na outra noite. Provavelmente não irá surpreendê-la, mas há tensão entre nós. Sempre houve, mas eu sou uma adulta agora. Eu tentei falar com ele sobre sermos amigos e ele deixou claro que quando se trata de nós, é tudo ou nada. Eu lhe disse que não. Então ele me viu com Blake. — Blake? — ela perguntou, sentando-se reta. Eu agitei minha mão para ela. — Acalmem-se, mocinha. Ele queria um corte de cabelo depois da escola. Eu não pensei em fechar as cortinas, de modo que Puck nos observou e Blake tirou a camisa como ele sempre faz, você sabe? Puck me viu com Joe na outra noite, também, você sabe, no Moose, e eu acho que ficou incomodado. Nós conversamos por um tempo no telhado, então ele pediu um corte de cabelo. Eu disse que sim e ele entrou. Para encurtar a história, nos beijamos e ele me deitou no sofá. Então minha mãe ligou antes que pudéssemos fazer mais alguma coisa. Danielle não disse nada por um minuto. Então ela se levantou e caminhou calmamente até sua geladeira e tirou uma garrafa de Fireball do congelador. Abrindo-a, ela me entregou sem dizer uma palavra. Eu bebi direto da garrafa, a canela queimando minha garganta. Eu consegui não deixar cair enquanto tossia. Danielle pegou-a e tomou um pouco antes de colocar sobre a mesa entre nós. — Isso é oficialmente a coisa mais fodida que já ouvi. Como estão às coisas entre você e Puck agora? — Bem, ele me disse que minha mãe estava de brincadeira e fiquei brava com ele. Então eu disse que ele era um estuprador e o chutei para fora do meu apartamento. Silêncio.

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— Ele não me estuprou. — acrescentei. — Ele me salvou. — Você ganhou. — disse ela depois de uma pausa. — Venci o quê? — O prêmio fodido. — ela respondeu. — Eu pensei que eu tivesse esse prêmio, por causa de Blake, mas esquece, não importa de qualquer maneira. Então você o chamou um estuprador e chutou para fora porque ele disse que sua mãe pode estar tentando brincar com você? — Praticamente. Ele também queria que eu tivesse relações sexuais com ele depois, disse que o deixei na mão. Eu tentei me desculpar com ele esta manhã, mas não pude ver quaisquer sinais de vida em seu apartamento. Claro, ele poderia estar me ignorando. Provavelmente não sou a pessoa favorita no momento. Que diabos é que eu vou fazer, Danielle? Ela inclinou a cabeça, pensando. — O que você quer fazer? — Eu quero ser feliz. — Me dê mais algumas hipóteses. Você quer Puck? — Não, — eu disse lentamente. — Quero dizer, sim. Eu quero muito Puck, ter relações sexuais com ele e chutar seu traseiro. Mas é mais do que eu consigo aguentar, ele é tão intenso, sabe? E eu não tenho nenhuma ideia do que fazer com a minha mãe, também. Quando ela ligou esta manhã disse que estava errada, e que precisa encontrar seu próprio caminho, e que eu sou uma boa filha. Até aquele ponto eu estava chateada com ela, mas agora me sinto culpada. Eu quero ajudá-la, mas não tenho dois mil dólares. E se ela não deixálo? Quero dizer, onde é que ela vai viver? Comigo? Eu a amo e quero que ela possa fugir, mas tê-la no meu apartamento seria muito difícil. Eu não tenho certeza de que seu cérebro ainda está certo, ela está bastante abatida e fez uso de drogas por muito tempo. Falando em termo realistas, eu estaria muito ocupada cuidando dela para ter um relacionamento com alguém. Eu apenas estou muito fodida para isso. — Então não faça isso. — Não fazer o quê?

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— Nada disso. — ela disse. — Vamos supor que sua mãe falou sério e realmente vai deixá-lo. Você pode encontrar outro lugar para ela viver. Cuidar de alguém e viver com eles são duas coisas diferentes. Até posso ajudá-la, mulheres deixam os homens o tempo todo, e há abrigos e outras coisas. Você não tem que fazer isso sozinha. — Não, eu a quero comigo. — eu insisti, e não era uma mentira. — Ela é uma mãe fantasticamente ruim, mas ainda é minha mãe e eu a amo. — Ok, então isso significa que você precisa se livrar de Puck, — disse ela. — Parece que depois de ontem à noite não vai ser muito difícil. — Eu ainda preciso me desculpar com ele. — Sim, embora ele estivesse precisando de uma sacanagem, então não se puna demais. Basta dizer a ele que está arrependida e vá embora. — Tudo bem. — Agora, sobre sua mãe. Você diz que ela precisa de dois mil? — Isso é o que ela me disse. — Ela está inventando. Ela pode ir para um abrigo de mulheres, se esconder por uma semana ou duas e depois comprar uma passagem de ônibus até aqui. Isso é razoável. — Ainda assim custa dinheiro, — eu disse a ela. — E eu não tenho certeza se ela vai para um abrigo. Ela é teimosa. Danielle suspirou. — Se ela não for para um abrigo, então ela realmente não quer deixá-lo e dois mil dólares não vai mudar nada. Você precisa de dinheiro o suficiente para trazê-la para cá, mas ela tem que dar o primeiro passo. Você não pode fazer isso por ela. Eu balancei a cabeça lentamente, porque ela estava certa. — Você vai ficar bem, Becca. — disse Danielle, se inclinando para pegar meus ombros. Seus olhos encontraram os meus, cheio de amor e apoio. Deus, eu tenho sorte de ter uma amiga assim. — Nós todos amamos você. Esse lance com Puck vai se resolver, ele vai encontrar alguém e tudo vai ser história. Não se preocupe, ok? Eu balancei a cabeça novamente, recusando a reconhecer a pequena pontada de dor que eu sentia. Só mais um sintoma de quão ~ 165 ~


fodida eu tinha conseguido ficar, porque o pensamento de Puck com outra mulher não me fez exatamente sentir melhor. Não. Se eu sentia alguma coisa, era vontade vomitar. Tenho esperança que isso fosse apenas uma queimação.

***

Meu dia ficou ainda melhor depois da minha visita à Danielle. Eu geralmente não engulo todas as coisas que falam em relação a opiniões, mas desta vez isso funcionou para mim. Minha melhor amiga foi tão realista e cheia de bom senso que depois que tínhamos terminado nossas unhas, me senti quase humana novamente porque ela estava certa. Eu não tenho que fazer isso. Minha mãe fez sua própria cama há muito tempo, ninguém esperava que eu a resgatasse ou a salvasse. Independentemente do que eu decidisse fazer, era uma escolha inteiramente minha. Rejeitar Puck foi a minha escolha, também. Se eu não podia lidar com um relacionamento, eu não conseguiria me relacionar e não era contra a lei permanecer solteira. Eu definitivamente lhe devia um pedido de desculpas, no entanto. Será que falar com ele seria difícil? Sim. Mas eu tinha sobrevivido a coisas piores. Em última análise, a situação da minha mãe era difícil de entender. De certa forma, teria sido muito mais fácil se ela não tivesse retornado a ligação. Nossa conversa naquela manhã me abalou seriamente, minha mãe não se desculpou. Jamais. Isto foi muito diferente de qualquer um dos seus truques normais, e isso me assustou. E se eu não lhe enviar o dinheiro e ele realmente a matar? Mas como eu poderia enviá-lo, mesmo que quisesse? Dois mil não iam cair do céu. O pensamento me perseguiu enquanto eu dirigia para casa com minhas roupas limpas. Eu passei pelo apartamento de Puck

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novamente, esperando que ele estivesse lá para que eu pudesse acabar com isso. Às vezes você apenas tem que rasgar o Band-Aid, você sabe? Naturalmente, ele estava longe de ser encontrado. Em vez de me deixar inflamar e preocupar, decidi seguir o meu plano original para o dia e fui colher mirtilos. Três horas mais tarde eu tinha o bastaste dos pequenos frutos roxos para fazer uma torta para Earl. Com sorte eu iria receber um bônus de muffins dele também. Bastava realizar algo simples para me fazer sentir melhor, e eu até me encontrei cantando a minha música enquanto tomava banho antes do meu turno. Então se eu devia a um motoqueiro assustador um pedido de desculpas, talvez minha mãe poderia ser assassinada a qualquer minuto? Eu teria muffins para o café da manhã. Por volta das nove, nem mesmo o pensamento de muffins ajudava, porque os idiotas (e as idiotas) da Academia Northwoods aterrissaram na minha seção no Moose. Tanto quanto eu poderia dizer, a escola era uma grande fábrica de imbecis. — Pensei que eles tinham sido proibidos de sair do campus, — eu assobiei para Danielle, batendo minha bandeja para baixo no balcão ao lado dela. Ela não estava escalada nesta noite, mas veio para me dar apoio moral. Provavelmente planejava dar para Blake, e mais do que isso, durante seu intervalo, garoto de sorte. — Porque diabos eles estão aqui de novo? Não tenho nem ideia. — ela respondeu, dando de ombros. — Apenas tenha cuidado com a cadela loira com os diamantes. Eu me esfolei para me manter com todas as suas malditas ordens a outra noite. Um dos rapazes deixou uma boa gorjeta cinquenta dólares, maldita. Ela trocou por uma nota de vinte, e embolsou a diferença. Eu levantei minhas sobrancelhas. A "cadela loira" parecia que tinha talvez 18 anos de idade, e as roupas que usava provavelmente custavam mais do que meu carro. Por que diabos eles estão aqui de novo? — Você acha que ela precisa de dinheiro? — perguntei, intrigada. — Não dou à mínima, eu ganhei aquela gorjeta. Se você tivesse uma chance, de cuspir na bebida dela, você faria?

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Rindo, dei de ombros para sua sugestão. Eu não podia dar ao luxo de perder outro emprego. Isso não significa que eu não iria cuspir na bebida da cadela, é claro. Eu faria, na primeira chance que tivesse. Ninguém se mete com os meus amigos. Eu só não queria arriscar que alguém me ouvisse concordando com a sugestão. É bom saber sobre gorjetas e também manter um olho na loirinha. Trinta dólares era metade de um tanque de combustível. Uma hora depois eu tinha decidido que cuspir nas bebidas não foi ruim o bastante. Eu nunca tinha dado desculpas, para seres humanos miseráveis. Todos eles. Bem, quase todos... Dos dez ocupantes das duas mesas ao longo da parede na parte de trás, havia um que parecia distante. Ele era o líder do grupo, o alfa, óbvio. Eles estavam todos tentando chamar sua atenção, mas ele os ignorou. O cara tinha a minha idade, com cabelo escuro, despenteado. Eu não sabia exatamente o que o tornava diferente, além da aura da intocabilidade. Ele riu e falou iguala os outros. Ele usava o mesmo uniforme caríssimo, que se parecia com as roupas de grife de versão que uma estrela de cinema do país sai à noite, e ele obviamente tinha sua fortuna garantida. Eu quase o dispensei com o resto. . . Seus olhos percorreram o salão, apesar de tudo, sempre pesquisando. Eu o peguei olhando para mim mais de uma vez. Como se ele estivesse estudando lá no fundo o que me levou a trabalhar. Eu não poderia dizer se ele era realmente um menino rico ou um predador muito habilmente disfarçado. Algo sobre ele me lembrou de Puck. Exatamente assustadoras.

o

que

precisamos

por

aqui,

pessoas

mais

As coisas ficaram mais movimentadas enquanto a noite avançava. Teresa tinha trazido uma banda ao vivo para a noite, e às onze horas Danielle agarrou o avental e começou a servir. Quando Teresa a viu me perguntar se havia problema, ela apenas disse: — Não se esqueça de escrever as suas horas... Foi nessa altura que Boonie e Darcy apareceram. Dez minutos depois Puck chegou, junto com Deep, Demon, e Carlie. Procurei por ele o dia todo, determinada a pedir desculpas pelo que tinha dito na noite anterior. Agora que ele estava realmente aqui, no entanto, o ~ 168 ~


pensamento de falar com ele me aterrorizava. Ainda assim, eu tinha que fazer isso, e quanto antes melhor. Coloquei minha bandeja e interceptei o grupo quando eles cruzaram o salão. — Puck, você tem um minuto? Puck me ignorou completamente. Era como se eu nem sequer existisse. Eu queria odiá-lo por isso, mas não poderia culpá-lo eu o chamei de estuprador, e isso é um grande problema, não importa como você olha para isso. Deep e Demon seguiram o exemplo de Puck e passou sem dizer uma palavra. O pior, no entanto, foi Carlie. Ela não me ignorou. Não. Ela sorriu para mim, e em seus olhos eu vi piedade. Porra, ela tem pena de mim. Cadela. Porque Deus obviamente me odeia, Boonie e Darcy já tinham tomado uma mesa na minha seção, o que significava que eu tinha que trilhar após Puck e seus irmãos MC como um filhote de cachorro de merda para anotar o seus pedidos. Apenas como eu ia conseguir isso me confundiu, ainda mais com o tratamento do silêncio. Boonie resolveu o problema ao ordenar uma rodada para a mesa inteira, e me retirei de volta para o bar. — Desagradável. — Danielle sussurrou enquanto passava, tendo obviamente assistido o nosso pequeno show, juntamente com todos os outros no bar, porque a situação não era estranha o suficiente já, certo?. — Isso é duro. — O que devo fazer? — Você encontra uma maneira de pedir desculpas e espero que ele encontre um novo lugar para beber. — ela respondeu. — Não há muita coisa que você possa fazer. — Encontrar uma maneira de pedir desculpas. Fácil para ela dizer, ela não era a única a ser ignorada. Eu parei por alguns minutos no bar, mas em seguida, as bebidas estavam prontas e esperando por mim. Hora do show. Eu carreguei as bebidas para a mesa dos motoqueiros, tentando chamar a atenção de Puck. Carlie sentou-se entre ele e Deep, e gostaria de saber com qual dos homens ela chegou. Ela esteve

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claramente com Puck outra manhã no café da manhã... Me obriguei a sorrir para ela brilhantemente, apesar do fato de que queria envenenála. Puck era meu. Espere. De onde veio isso? Puck não era meu. Nem mesmo um pouco. Eu não queria que ele fosse também. Mentirosa. Durante a próxima meia hora me peguei os observando, tentando determinar se eles eram um casal. Puck não estava prestando muita atenção em Carlie, no entanto. Ela parecia ligada a Deep. Ótimo. Eu esperava que eles se casassem e tivessem cinquenta bebês até que ela estivesse gorda. Ainda assim, ela estava sentada ao lado de Puck e tinha estado com ele no outro dia também. Como se para esfregar sal nas minhas feridas, Carlie foi irritantemente amigável e agradável comigo quando voltei para recolher as garrafas vazias. — Você é Becca, certo? — perguntou ela. — Nós não tivemos uma chance de falar no outro dia. — Ela não é ninguém. — Puck disse, cortando-a. Carlie ficou boquiaberta, olhando entre nós. Os outros observavam em silêncio enquanto meu coração se apertou. Eu queria fugir. Esconder. Fingir que nada disso estava acontecendo. Não. Hora de acabar com isso. Eu apoiei a minha bandeja sobre a mesa e me endireitei, olhando diretamente para o rosto de Puck. — Eu tenho algo a dizer para você. — eu disse a ele, lançando minha voz alta o suficiente para ser ouvida sobre a música. — O que eu disse ontem à noite foi errado. Eu sinto muito por isso. Não era verdade. Você não é um estuprador. Carlie engasgou e Darcy piscou. Os homens só assistiram em silêncio. Fechei os olhos por um instante, desejando que eu pudesse abri-los e me encontrar em outro lugar. Em qualquer outro lugar. Não tive essa sorte, quando os abri, Puck estava olhando para mim, seus olhos penetrando através de mim como duas brasas. Bem. Acho que eu tinha chamado sua atenção.

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— Eu acho que preciso esclarecer as coisas. — eu continuei. — Cinco anos atrás, quando conheci você na Califórnia, fiz tudo que podia para fazer você pensar que eu queria estar com você. Teeny definiu tudo e eu joguei junto, e você foi tão vítima quanto eu. Você não me estuprou, e uma vez que você entendeu tudo, você poderia ter ido embora. Em vez disso, você me salvou e eu aprecio isso para o resto da minha vida. Te chamei de estuprador na noite passada porque você estava me dizendo coisas que eu não queria ouvir e fiquei com raiva. Na verdade, eu fico com raiva frequentemente. É uma espécie de um problema para mim, por isso peço desculpas. Mais uma vez obrigada por me trazer para Idaho e salvar a minha vida. Com isso eu peguei a bandeja e me afastei, sentindo minhas mãos tremerem. Danielle me esperou no bar, procurando o meu rosto. — Você fez isso? — Sim. — Sério? Bem ali, na frente de todos eles? — Sim. — Você está bem? Eu considerei a questão. — Não, eu acho que estou prestes a surtar. — Volte para a cozinha e sente-se na câmara fria— disse ela rapidamente. — Eu vou cobrir para você. Fique lá até se acalmar. — Você pode vê-lo? — Puck? — Claro. — eu assobiei. — Ele está olhando para mim? Ele não disse nada. Nenhum deles disse. — Sim, ele está nos observando, — respondeu ela, correndo os olhos — Mas ele não está se levantando ou vindo. Ele só está bebendo sua cerveja e observando. O olhar em seu rosto é meio assustador. Vá sentar-se na entrada. O ar frio vai fazer você se sentir melhor. Não importa o que aconteça, lembre-se que eu estou aqui. Blake, também. Nós vamos te proteger. Eu assenti com a cabeça e escapuli em torno do bar, passando por Blake corri para a cozinha. Gordon, o cozinheiro tinha fechado tudo há horas atrás, embora o leve cheiro de frituras pairasse no ar. ~ 171 ~


Eu abri a grande porta refrigerada, acendendo a luz enquanto entrei. A porta se fechou atrás de mim, cortando o som do bar, e eu agarrei o banquinho ao lado da prateleira da parede sentando. Há algo maravilhoso sobre uma câmara fria. Está frio, é claro. Em uma cozinha comercial, que é uma coisa muito boa, porque é sempre quente quando você está trabalhando sobre uma grelha maciça. No verão é ainda mais quente o que faz a entrada do refrigerador um oásis. Esta noite parecia o meu santuário, embora eu já sentisse o suor claro que tinha construído no bar deixar minha pele arrepiada. Os arrepios fracos me aterravam. Eu inalei profundamente, saboreando o silêncio. Eu poderia fazer isso. Eu poderia ir lá fora olhar para Puck sorrir e servir a ele e seus amigos. Eu manteria minha cabeça erguida enquanto fizesse isso, também, eu não tinha escolha. Callup era uma cidade pequena e, a menos que eu decida sair, ia acabar os encontrado. Claro, eu poderia deixar Callup. Como todas as outras vezes que eu tinha considerado me mudar, minha mente rejeitou imediatamente a ideia. Eu amava Callup e me sentia segura aqui, por isso não havia mudado. A porta do refrigerador abriu. — Você está bem? — perguntou Blake. — Alguém que eu preciso matar? Eu sorri, porque sabia que ele não estava inteiramente brincando. Ele era a razão pela qual eu precisava me recompor e voltar para fora. Ele, Danielle, Regina e Earl e todos os outros que faziam parte do meu mundo. Que interessa se Puck me odiava? Eu tinha sido odiada antes. — Sim, eu estou bem. — eu disse a ele. Ele estendeu a mão e pegou a minha mão, me puxando para ficar em pé. — Teresa perguntou onde você está. — ele me disse. — Eu disse que você estava pegando limões frescos. Olhei em volta, encontrando o recipiente de plástico transparente de limões cortados na prateleira e o peguei. Blake sorriu para mim, o rosto tranquilizador.

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Segurando sua m達o, andei de volta para o bar.

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Capítulo oito PUCK Agarrei meu copo de cerveja com tanta força que foi um milagre a maldita coisa não quebrar. — Obrigada por me trazer para Idaho e salvar a minha vida. As palavras de Becca continuaram ecoando em minha cabeça. Durante algum tempo na noite passada, depois da primeira hora que ela tinha me chamado de estuprador eu queria matá-la. Depois de tudo que eu tinha feito por ela, tudo o que eu tinha dado... Acabei por tê-la onde precisava estar e ela atirou essa merda em mim. Cadela louca. Isso funcionou, também, porque no fundo eu ainda me sentia culpado pra caralho sobre aquela noite. Eu me senti ainda mais culpado, porque passei os últimos cinco anos tentando descobrir maneiras de fazer isso acontecer de novo. Eu a observei em seu apartamento depois de nossa briga pedi a ela para fechar as suas malditas cortinas, Becca trabalhou em sua maldita máquina de costura. Lá estava eu, com minha alma dilacerada separada do resto, e Becca estava fazendo alguma porcaria de projeto de artesanato. Foi então que peguei minhas chaves e levei minha moto ao longo do rio até que atingi a estrada. Eu tinha parado ali, olhei para o leste na direção de Montana, me perguntando se deveria começar a andar nessa direção. Eu poderia deixar tudo isso para trás. O clube, Becca, tudo. Faria minha moto voar com o vento até que a vida fizesse sentido novamente. Eu não o fiz, é claro. Eu ainda não tinha certeza do porquê.

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Becca caminhou carregando uma bandeja pesada, movendo sua bunda de uma maneira que pedia por uma palmada. Mas eu ainda queria transar com ela. Ela estava servindo esses fodidos da academia, todos se aglomeraram ao redor de duas mesas ao longo da parede. As meninas agiram como pequenas idiotas egocêntricas, brincando de ser adultas. Eu vi um merda mexendo com Becca, o que me deixou puto. Isso não fazia sentido, eu ainda estava irritado com ela, então por que me preocupava com alguém a tratando mal eu não poderia imaginar. Eu acho que, lá dentro no fundo, seria sempre uma parte de mim que a considerava minha? Que se foda se eu soubesse. Enquanto as meninas entregavam a ela as coisas e queixavam sobre as bebidas, os meninos estavam verificando-a como se ela fosse uma stripper que trabalha em um pole. Eu meio que esperava um dobrar uma nota de dólar na frente de sua camiseta decotada. Hmm... Se isso acontecesse, eu teria que agarrar o pequeno filho da puta. Não haveria ajuda para ele. — Acho que você deve resolver as coisas com Malloy, — Boonie disse, me assustando. — Ele quer conversar. Não faça isso parecer óbvio demais. Olhei para ele. Deep tinha puxado Carlie para seu colo, e estava fazendo uma demonstração se aproveitando dela. Ela me olhou, talvez se perguntando se ele iria me fazer ciúmes? Eu ignorei o olhar, porque no fundo tinha planos para ela, mesmo que ela não tivesse descoberto ainda. — Vamos ao banheiro. — disse Darcy, pegando o braço de Carlie. Carlie acenou com a cabeça, saindo de trás da mesa. Em seguida, as duas mulheres desapareceram pelo corredor, nos deixando livres para falar de negócios. — Então por que você quer que eu trate disso? — perguntei a Boonie calmamente, me inclinando para frente. — Faz mais sentido, você tem aproximadamente a mesma idade. — disse Boonie. — Assim se o garoto sai para falar com um homem mais velho, as pessoas estarão mais propensas a notar. Queremos que o conheça, e me diga o que você pensa.

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Eu dei de ombros. Não comprei muito a desculpa, mas Boonie, obviamente, tinha suas razões. Inferno, qualquer coisa que me fizesse ficar longe de Becca no momento tinha que ser bom, certo? — Ok. Dez minutos depois, Rourke levantou e fez seu caminho em direção à frente do bar, puxando um maço de cigarros do bolso. Caralho. Agora eu tinha que ir lá e fingir fumar. Deep sorriu para mim, e por um momento me perguntei se eles estavam armando para mim só para foder com a minha cabeça. Então Boonie me cutucou com a bota, e peguei seu olhar novamente. O homem era todo negócios, não, ele não estava brincando comigo. — Vou pegar um cigarro. — anunciei, em seguida, levantei e caminhei em direção à frente do bar. Abri a porta e olhei em volta, encontrando Rourke no canto da varanda, casualmente iluminada. — Você tem um extra? — perguntei a ele. — Claro. — disse, estendendo seu maço. Eu puxei para fora. Era tão bom senti-lo em meus dedos que doíam. Porra, eu queria fumar. Quase tanto quanto queira Becca. — Fogo? — perguntou. Eu considerei isso, então neguei com a cabeça. Se alguém saísse, eu o acenderia, mas nós estávamos sozinhos por enquanto. Eu ia falar com ele, e economizar o cigarro para quando realmente precisasse de cobertura. — Então o que aconteceu? — perguntei. — Boonie disse que você queria uma reunião. — Eu acho que nós temos uma situação que o clube pode nos ajudar — disse ele lentamente. — O Vegas Belles, aquele novo clube de strip que abriu perto da fronteira de Washington Idaho. Ouvi dizer que eles estão tirando negócios do clube de strip dos Reapers. Dei de ombros, querendo saber onde ele estava indo com isso. Eu tinha ouvido falar de Painter há poucos dias, e Malloy estava certo. O lucro da Linha9 vinha sofrendo desde que o novo local foi aberto, no O clube de stripp que é administrado pelo Reapers MC, na série Reapers MC também da Joanna. 9

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final da mesma rua. Até agora, eles não tinham tomado medidas, mas isso não duraria para sempre. Mais cedo ou mais tarde, o Vegas Belles acabariam envolvendo os Reapers ou desmantelando, é assim que as coisas funcionavam no norte de Idaho. — Ainda não ouvi muito sobre isso. — eu disse. — Eles são uma fachada para os Callaghans. — Roarke disse, inclinando-se contra o corrimão. — Jamie Callanghan está se mudando, se preparando para o vigésimo primeiro aniversário de Shane McDonogh. É ai que tudo fica insustentável. Se Jamie vencer, eles vão afastar Shane e o controle da Laughing Tess vai sair do vale para sempre. Você não ia querer Jamie no comando. Confie em mim. — Por que você se importa? — perguntei. — Me esclareça isso, uma demonstração de fidelidade facilita as coisas aqui. — Eles me mandaram para Northwoods para manter Shane no grupo — ele respondeu. — Ele deveria ser um de nós, você sabe. Os Callaghans sempre planejaram conduzi-lo, mas ele nunca foi muito bom em seguir ordens. Eu acho que também não sou. — E o seu pai? — eu perguntei sem rodeios. — Ele não é um homem para contrariar. O que ele vai pensar? — Ele não é um Callaghan, também, — Rourke respondeu, dando de ombros. — Eles podem pensar que ele é, mas meu pai se preocupa consigo e mais ninguém. Nem eu, nem minha mãe. Nada disso. Eu poderia dar dois tostões por aquele idiota. Interessante. Isso não coincide com nossas informações. — Então, qual é o plano? Ele me olhou especulativamente. — O MC está dentro ou fora? — Eu não falo pelo clube. — eu disse. — Tem votação dos irmãos. Você quer que eu leve algo para a mesa, você precisa me dar em primeiro lugar. — Tudo bem. — disse ele, apagando o cigarro. Ele mal tinha tocado nisso e me perguntei se ele era mesmo um fumante. Maldito desperdício. Eu queria acender. Meus dedos literalmente coçavam por causa disso.

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— Shane precisa esperar até que tenha vinte e um anos. Isso é quando sua prisão domiciliar por ordem judicial termina e ele assume o controle da Laughing Tess. Parece bastante simples, mas eles oferecem coisas novas para nós constantemente, tentando mexer no testamento de seu avô. Bobagens como processo jurídico, audiências de imputabilidade, pode escolher. Achamos que eles tentaram envenená-lo na semana passada, embora seja difícil saber com certeza. — Achei que eles precisavam dele vivo? — Defina 'vivo'. — ele murmurou. — Eles encontraram uma maneira de transformá-lo em um vegetal, que iria atender às suas necessidades muito bem. Sua mãe vai pedir a tutela permanente e assumir a Laughing Tess. Isso é uma vitória para os Callaghans quando Christina abrir a boca, a voz de Jamie sai. Estou aqui para te dizer que é hora de tomar partido, e o clube precisa apoiar Shane. Caso contrário, o vale estará na merda. Eu assenti com a cabeça, pensando que ele provavelmente estava certo. Eles retirariam tudo até não sobrar nada. Inferno, eles já haviam conseguido foder os mineiros. O sindicato local tinha gritado sobre equipamentos de segurança durante anos, mas os cidadãos fingiram sem ouvir. Tivemos que agradecer a Callaghans por isso. — Então o que você quer? — Shane quer conhecê-lo. — disse ele. — Nós vamos entrar escondido na escola esta noite. Nós organizamos uma festa com muitos jovens locais. Isso vai ser a sua cobertura se alguém te ver ao redor. Só mais um babaca querendo ficar bêbado na academia, correndo atrás de uma menina ou uma briga ou qualquer outra coisa. Claro, isso explicou porque Boonie me escolheu. Aos vinte e seis anos, eu não era exatamente um garoto, mas era o membro mais novo do clube. — Ok. — eu disse. — Eu vou falar com ele. Mas quero algo para dar a meu presidente por agora. — Somos aliados naturais. Você quer o vale seguro, Shane quer o vale seguro. A curto prazo, o seu clube e os Reapers MC precisam dos Belles Vegas fora do comando. Jamie Callaghan chegará esta semana para olhar as coisas, mas pode ser a melhor oportunidade que teremos de tentar convencê-lo. Nós vamos fornecer a informação sobre sua visita, você fornece os músculos. Todo mundo ganha.

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Eu considerei isso, depois assenti. — Eu vou falar com Boonie. — disse a ele. — Então vou dirigir até a escola. Apenas lembre-se, não estamos jogando aqui. Você entendeu? Rourke riu, soando mais velho e mais cínico do que qualquer garoto de sua idade tinha o direito de ser. — Nós já temos uma longa lista de pessoas que quer nos destruir. — disse ele. — Confie em mim, não queremos acrescentar mais gente. — Tudo bem. Eu rolei o cigarro apagado entre os dedos. Eu devia esmagá-lo, jogá-lo para fora da varanda. Em vez disso o coloquei no bolso. Foda-se fumar e foda-se Becca. Talvez uma boa luta com os Callaghans poderia aliviar a tensão. Não que eu tenha muito a perder, não importa o que acontecesse. Rourke Malloy estava certo sobre uma coisa, no entanto. Nós definitivamente não queríamos Jamie Callaghan assumindo a Laughing Tess

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BECCA Depois de minha pequena pausa no refrigerador, as coisas melhoraram. Puck ainda não falou comigo, mas considerando todas as coisas, isso foi um mal menor. Senti seus olhos me seguindo, mas me forcei a não prestar atenção. Ajudou que o bar estava movimentado e os alunos estavam dando muito trabalho, reclamando sobre as suas bebidas e insistindo que eu estava atrapalhando as coisas. Blake teve que refazer um 'Sex on the Beach'. Apenas não parece muito certo, você sabe? Que tipo de vodka ele usou? Isso é suco de abacaxi? Eu queria suco de abacaxi. Eu estava quase pronta para envenená-los. Bastava me adaptar aos chiliques delas, era um trabalho de tempo integral. Eu tinha que vê-los constantemente. Foi por isso que ~ 179 ~


notei quando Puck seguiu o bonitinho assustador passando para fora do bar para fumar um cigarro. — Você vê isso? — perguntei a Danielle calmamente enquanto nos ajudávamos no serviço de bar. — Puck foi após esse cara. Você acha que há algo acontecendo lá? — Não. — ela disse com firmeza. — E se houvesse você não iria querer saber sobre isso de qualquer maneira, então deixa pra lá. Bom ponto. Infelizmente, o resto dos alunos ainda estava com sede e quando cheguei à mesa deles outra vez, um cara com cabelo castanho tentou me apalpar. Me esquivei dele, com um sorriso forçado. Ele ofereceu um sorriso bêbado, o que irritou a menina ruiva muito embriagada sentada ao lado dele. — Você poderia se mover mais devagar? — ela atacou. — Desculpe. — consegui ranger, mas quando cheguei ao bar novamente me inclinei sobre Danielle, que tinha tomado uma pausa de servir bebidas para lavar copos. — Já estou farta desses filhos da puta, — assobiei. — Um deles tentou passar a mão na bunda. — Deixe-me lidar com isso. O que eles pediram? — Mais duas jarras. Com uma piscadela, ela pegou uma jarra e lavou rapidamente na água com sabão, capturando cerca meio litro do líquido. Então ela começou a enchê-lo com cerveja. — Você vai ser demitida! — eu assobiei, olhando em volta para ver se alguém notou. Ninguém estava prestando atenção, exceto Blake, que levantou uma sobrancelha, mas não disse nada. — Eu nem sequer estou oficialmente no horário de trabalho. — ela respondeu, pegando um segundo jarro e fazendo o mesmo. — Só estou fazendo minha parte para ajudar alguns amigos. Não é minha culpa se Teresa ainda não me ensinou o procedimento adequado para lavar os pratos. Vai levar para esses babacas sua cerveja, é a sua função proporcionar um excelente serviço, independentemente de você gostar deles. — eu sorri para ela. — Eu amo você. ~ 180 ~


— Eu sei. — respondeu ela, usando sua melhor voz de Han Solo. Dois minutos depois, eu estava colocando as jarras no centro da sua mesa, mordendo meu lábio para não rir. Será que isso faz de mim uma pessoa má? Absolutamente, mas quando o idiota pegou a minha perna novamente e apalpou o interior da minha coxa, qualquer culpa persistente desapareceu. Desgraçado asqueroso teve o que merecia e muito mais. Filho da puta. Dez minutos mais tarde Puck e seu novo amigo voltaram para dentro. Ele falou com Boonie, em seguida, chamou minha atenção. Olhamos um para o outro em frente ao bar, e eu daria minha máquina de costura para saber o que ele estava pensando. Ele balançou a cabeça e saiu novamente. Foi quando pesquei algo, porque o protótipo de estudante alfa acenou para mim. Fui até ele, assustada ao perceber o quão grande ele era. Ele não era tão jovem como eu pensava, também. Provavelmente minha idade. — Você pode fechar a conta de todos? — perguntou. — Nós estamos voltando para a escola para uma festa. Como se eu me importasse com o que eles iam fazer. Eu só queria que eles fossem embora. — Claro que sim. — eu corri os cartões de crédito e trouxe seus controles, me forçando a sorrir mesmo que eu quisesse atirar todos eles para fora. Então agarrei suas garrafas em um movimento nada sutil com o objetivo de insinuar que eles deveriam dar o fora. Tomara que eles não me deem gorjeta, mas eu não estava disposta a ficar por perto para ver. Foi quando o Garoto Mão Boba estalou os dedos para mim como um cão. Eu me virei para ele, com a intenção de bater na sua cabeça com minha bandeja, com copos sujos e tudo. — Deixe-me lidar com isso. — disse Danielle, sua voz sombria. — Tome um minuto para se acalmar vá lá para trás, se Teresa tiver um problema, eu vou avisá-la. Agora me dê a bandeja e cai fora daqui.

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Entreguei a bandeja, e trilhei para a parte de trás, passando pelos banheiros e através da porta ‗exclusiva para funcionários‘ da varanda. Assim que a porta se fechou atrás de mim, meu peito relaxou. Deus, eu odiava idiotas como esse. Os sons do bar eram abafados aqui fora. Me sentei nos degraus, passando os braços em volta dos meus joelhos e respirando fundo, tentando me acalmar. O mundo estava cheio de idiotas. Me deixou irritada. Ouvi o motor de uma moto rugir para a vida, soou como a de Puck. Eu não poderia dizer com certeza daqui... Talvez não, ele provavelmente já tinha ido. Por que me sinto tão frágil perto dele, mas se um estranho me apalpa em um bar me deixa furiosa? Provavelmente porque o pequeno babaca interior não poderia ter sido uma ameaça real se tentasse. Ele não era um motoqueiro ou fodão ou mesmo um homem real. Apenas uma criança mimada que pensava que ter pais ricos o fazia melhor do que as outras pessoas. Cinco minutos mais tarde, eu tinha conseguido me acalmar, então estava de pé e tirando o pó de minha bunda antes de voltar para dentro. Passei o escritório de Teresa então empurrei de volta através da porta ‗exclusiva para funcionários‘ para o corredor do banheiro. O príncipe mão boba estava esperando por mim, com um sorriso de comedor de merda dividindo seu rosto. — Que tal um beijo? Ah, de jeito nenhum. Nem. Pensar. Ele se lançou para mim e eu levantei meu joelho, acertando-o nas bolas com a fúria de um anjo vingador. Ele gritou como um bebê. Darcy correu para fora do banheiro das mulheres, com os olhos arregalados. — Você está bem? — ela perguntou, vendo na cena. — Estou ótima. — eu anunciei, desejando que eu o tivesse pego uma hora antes. Cretino. — O que diabos está acontecendo aqui? — Teresa exigiu na entrada do corredor aglomerando. Atrás dela estavam Danielle e Blake

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e um monte de outras pessoas, incluindo a ruiva bêbada. Ela gritou e caiu de joelhos ao lado de seu namorado se contorcendo. — Ela o atacou! Chame polícia, a putinha tem que ser presa! Foi então que o protótipo de estudante alfa de cabelo preto empurrou o seu caminho e agarrou seu braço, empurrando-a para trás. — Vá esperar no carro. — ordenou. Ela começou a protestar, mas um olhar mortal dele silenciou como um interruptor. Droga. — Vamos conversar no meu escritório. — disse Teresa me com firmeza. — Eu vou lidar com isso. — Claro. — eu disse a adrenalina do ataque desaparecendo apenas o suficiente para que eu percebesse que tinha feito. Eu estava prestes a perder o meu segundo emprego em uma semana por brigar. Como isso era possível? Todos os dias durante os últimos cinco anos, eu me fiz a mesma pergunta, o que minha mãe faria? Então eu fazia o oposto... No entanto lá estava eu. Brigando. Mais uma vez. — Todos de volta para o seu lugar — anunciou Darcy, sua voz alta e cheia de autoridade. — Isso não é da conta de vocês, então voltem a beber. — Ele está bêbado e estava olhando para ela a noite toda. — disse o rapaz de cabelos pretos para Teresa. — Ele a assediou pelo menos uma vez. Tenho certeza que ela estava apenas se defendendo. — Eu sei. — disse Teresa, encontrando seus olhos de cabeça erguida. — Eu estou farta de suas merdas. Você pode levar seus amigos e dar o fora. O mão boba gemeu e se sentou. — Chame a polícia. Quero apresentar uma queixa. — Você pode falar com a minha espingarda. — Teresa respondeu sem rodeios. — Não há necessidade. — disse o Cara Alfa. — Ele está arrependido por seu comportamento, e gostaria de deixar uma gorjeta generosa para se desculpar. Ele não vai voltar. Mexa-se anormal.

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Ele deu o seu amigo um pontapé para enfatizar o ponto, e todos nós observamos enquanto o idiota se levantava lentamente. Para meu espanto, ele enfiou a mão no bolso e tirou sua carteira, selecionou as notas dentro antes de tirou cinquenta dólares e estendeu-o para mim. — Tente novamente, — estalou Cabelo Escuro. O imbecil abriu a carteira novamente, encontrando uma segunda nota de cinquenta. — Agora diz que está arrependido. — Peço desculpas. — ele assobiou. — Vá esperar na porra do carro. Com isso, ele me deu um olhar desagradável e começou a ir embora dolorosamente. — Sinto muito por isso. — disse o cabelo escuro. Estranhamente, ele parecia estar dirigindo as palavras para Darcy, que não fazia qualquer sentido, mas, novamente, nada disso fazia. — Eu vou falar com Boonie, — ela respondeu. — Ele entrará em contato. — Obrigado. Encontrei o olhar de Danielle, com olhos arregalados. — Que diabos foi isso? — ela murmurou para mim. Dei de ombros, porque eu não tinha ideia. — Em meu escritório, — Teresa repetiu. A sensação de aperto bateu no meu estômago novamente. Pelo menos eu tinha feito o suficiente para manter o meu telefone antes de ser demitida... — Todo vocês, voltem a beber. Acabou. — Certo, me diga sem rodeios. — disse ela quando estávamos lá dentro, e a porta se fechou atrás de nós. — O que aconteceu lá fora? — Ele me agarrou a noite toda. — eu disse lentamente, tentando não soar defensiva. — A última vez que isso aconteceu, ele enfiou a mão entre minhas pernas. Danielle me mandou sair para me acalmar, e quando voltei, ele estava esperando e me agarrou outra vez. Eu tive que me defender. Teresa me olhou, pensativa. Merda. Era agora, ela tinha planejado tudo e agora isso ia acontecer...

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— Tudo bem, — disse ela finalmente. — Então, você pode terminar o seu turno? Podemos cobrir, se você precisar ir para casa. O quê? — Eu ataquei um dos clientes. — lembrei a ela, confusa. — Não, um cliente atacou você. — ela respondeu, com o olhar duro. — Eu sei que nós temos uma reputação como um bar difícil, mas ninguém se mete com o meu pessoal. Aquele garoto teve sorte que você chegou antes de mim. — Oh... — uau. Não tinha visto isso chegando. — Bem, uh... Acha que posso voltar ao trabalho? Quero dizer, eu estou bem. Ele não me machucou. — Ótimo. — disse ela. — Vê se suaviza a agitação, em seguida, volte ao trabalho. E não se preocupe com esse estúpido, ele não vai incomodar você novamente. Darcy vai cuidar dele. — Por que...? — fechei minha boca, cortando a pergunta, percebendo que eu não precisava ou queria saber a resposta. Não. Melhor esquecer o assunto, então deixei seu escritório e tive a minha pausa. Depois me dediquei a esperar minhas mesas novamente. Darcy e Boonie ainda estavam lá, Darcy me ofereceu um olhar preocupado. Eu decidi fingir que nada tinha acontecido. Danielle se aproximou de mim, envolvendo um braço em volta dos meus ombros. — Você está bem? — Tudo bem. — eu respondi. — Nada demais. Acho que gosto deste lugar, apesar de tudo. Danielle sorriu, me cutucando com o ombro. — Eu também. Felizmente, estávamos a apenas alguns minutos da última hora, e o resto da noite tinha deslizado sem mais drama. Eu arrastei para o meu apartamento às três da manhã, exausta, mas satisfeita. Liguei uma música, peguei um copo de água e me sentei à mesa para contar minhas gorjetas. Não era uma fortuna, mas eu seria capaz de pagar a conta de energia e comer por mais uma semana se eu tivesse cuidado. Trabalhar no Moose podia ser bom depois de tudo. ~ 185 ~


Olhei para a minha Singer, me sentindo esperançosa pela primeira vez naquele dia. A elegante máquina preta com detalhes em fios de ouro e gravura me chamou, e eu ri. Talvez amanhã eu começasse aquela colcha que tinha pensando em fazer. Eu também sabia exatamente o modelo. O que interessa se Puck me odiava? Eu estava confusa, mas eu tinha feito o meu melhor para resolver o problema. Eu não tinha ideia do que poderia acontecer com a minha mãe, mas se ela se recompôs e deixou Teeny, eu estaria pronta para recebê-la. Se ela não fizesse, pelo menos eu tinha provado que poderia me cuidar.

***

Domingo

PUCK — Porra, você deveria ter me chamado. — eu disse a Boonie, desejando que eu pudesse bater nele. Estávamos reunidos na sede do clube para a reunião semanal. Darcy estava fazendo panquecas, ovos e bacon para nós quando acabamos de chegar, então eu tinha lhe oferecido uma mão, porque eu sou uma alma caridosa. Também queria saber se Becca tinha falado de mim depois que saí ontem à noite. Não que eu fosse admitir. De jeito nenhum... Ainda assim, me encontrei na cozinha, ajudando a preparar o café da manhã na tentativa de que Darcy pudesse ter pena de mim, me jogando alguma informação. Foi quando ela me contou sobre Becca e o idiota no corredor, e a resposta do Roarke Malloy. Trinta segundos depois, eu estava cara a cara com Boonie, exigindo algumas respostas. — Por que eu iria chamá-lo? — ele perguntou, me provocando. — Você já disse mais de uma vez que não a quer. Ela lidou com a situação muito bem, pequena coisinha difícil. — Nós sempre a protegemos. — eu protestei. — Precisamos enviar uma porra de mensagem.

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Os olhos de Boonie endureceram. — Temos mantido um olho nela, com certeza. — disse ele. — Mas ela não é propriedade do clube. Você quer que a tratemos como uma old lady, a reivindique. Ou caga ou sai da moita. Eu queria protestar. Socá-lo, ou argumentar, ou mesmo apenas dizer-lhe para se foder. Meu presidente olhou para mim suavemente, porque ele estava certo e nós dois sabíamos disso. Ela não era minha. Será que o clube ainda ia proteger Becca? Absolutamente. Teremos que proteger qualquer um em Callup se fosse necessário... Mas ela se protegeu ontem à noite e não houve nenhum insulto direto aos Bastards. — Fique com ela ou a deixe ir. — Boonie acrescentou, com a voz muito séria. — Esta merda no meio do caminho não serve para nada. Todos nós a ouvimos no Moose. Ou o que ela disse não funciona para você. Esta é a sua chance. Eu olhei para ele, porque estava certo. Eu ainda estava frustrado com ela, no entanto. Ela fodeu com a minha cabeça, eu tinha tido bastante tempo para considerar alguma coisa, enquanto saboreava o meu cigarro que arranjei na última noite antes de sair do estacionamento. Sim. Isso é a maneira como as coisas ficaram patéticas. Eu realmente estava sentado sozinho na escuridão cobiçando uma garota como um maldito aspirante a Robert Pattinson. Pelo menos eu fumava em vez de brilhar. Boonie deu de ombros. — Chegou a hora de ir para a sala de reuniões. Vamos lá. Eu tomei meu lugar ao redor da velha mesa que tínhamos no fundo da sala. Doze dos irmãos se juntaram a nós, enquanto mais cinco não tiveram a possibilidade de vir. Dois estavam aposentados, embora ainda mantivessem seus coletes. Os outros tiveram de trabalhar, e os dois últimos foram em Montana visitar outras divisões. Eu nunca tinha realmente planejado ficar em Callup. Eu era um garoto nascido e criado em Montana... Mas de alguma forma eu nunca cheguei a sair depois que voltei da prisão. Becca era parte disso. Os Reapers eram um elemento, também, Painter e eu éramos muito chegados, normalmente nos reuníamos pelo menos uma vez por

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semana. Menos ultimamente, desde que as coisas ficaram difíceis com ele e Melanie, mas é assim que o mundo funciona. — Então, nós estamos aqui para discutir a situação Shane

McDonogh, — Boonie anunciou. — Há novos fatos. Puck, você quer compartilhar? — Então, eu falei com Rourke Malloy ontem à noite, fora do Moose, — eu disse, forçando-me a concentrar. — Foi uma conversa reveladora. Sabemos que McDonogh está em algum tipo de briga pelo poder com o seu padrasto, Jamie Callaghan. Nós não temos os detalhes, mas eu soube muito na noite passada. Com sérios problemas, Malloy me disse que eles estão determinados a impedir McDonogh de reivindicar sua herança, ele deveria assumir o controle da Laughing Tess no próximo ano, quando ele completar vinte e um anos. Malloy diz que o sindicato local o apoia. — É verdade. — Deep disse calmamente. — Embora isso vá contra o bom senso de McDonogh. Temos aguentado, esperando que ele vá assumir depois de seu pai, não seu avô. Kade Blackthorne insiste que o sangue vai correr de verdade. Até lá, a maioria de nós estará armado como nosso próprio equipamento. Eu não confio naqueles merdas do subsolo. Precisa ser substituído. Eu fiz uma careta. — Sangue? — Do Blackthorne. — disse Deep. — Os rumores dizem que o pai de Shane estava em Bull Blackthorne. Ele era presidente local quando Christine McDonogh voltou e decidiu que queria chatear o pai dela, ela andou por ai com ele por um tempo. Então Bull foi encontrado morto e Christine ficou grávida. De repente, ela se casou com Jamie Callaghan e se mudou para Las Vegas. Não voltou desde então, a menos que ela precise de dinheiro. — É apenas um boato. — disse Boonie, franzindo a testa. — Inferno, não importa quem era o pai do garoto. Tudo o que importa é, se ele vai ser melhor para o vale do que sua mãe e seu marido. — Ele vai ser melhor. — Disse Deep. — Não pode ser pior. — Nós estamos esperando o equipamento de segurança que vai ser substituído quando Shane assumir. — Demon acrescentou calmamente. — Pelo menos, a versão oficial do sindicato. Os caras nacionalistas poderiam oferecer dois tostões. Eu comprei o meu

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próprio equipamento de resgate. Se houver outro incêndio eu não quero morrer lá em baixo porque a corporação McDonogh não vai pagar por modernização — Os sujeitos nacionalistas são controlados pelos Callaghans. — disse Boonie. — Bem, Malloy diz que Callaghan e a puta de sua esposa estão tentando sumir com Shane a longo prazo e o declarando louco. — eu continuei. — Eu acho que há uma brecha, se isso acontecer, sua mãe vai assumir. — Eles têm o dinheiro e advogados para fazer isso. — disse Boonie. — Ele quer uma aliança. — eu continuei. — Depois que eu falei com Malloy, fui até a academia. Os alunos prepararam uma festa. Malloy usou como uma desculpa para me levar as escondidas e me encontrei com McDonogh. Deep se animou. — Ele é parecido com Bull como eles dizem? Eu dei de ombros. — Não tenho nem ideia, não sou daqui, lembra? — Droga — Deep murmurou. — Completamente inútil. — Ele apoiou o que Malloy tinha a dizer. — eu continuei. — De acordo com eles, o clube de strip Vegas Belles é uma fachada dos Callaghan. Não é uma enorme surpresa, Painter me disse que os Reapers sempre suspeitaram disso, então isso é um ponto a favor de McDonogh. Ele disse que eles estão usando o clube para lavagem de dinheiro retirado da mina, e que quando eles tiverem o controle total vão sugar o vale. —Eu acredito nisso. — disse Demon. — Eles estão contando mentiras lá. Dizem que os administradores das empresas estão na folha de pagamento de Callaghan. — Então, o que eles querem de nós? — McDonogh disse que seu padrasto vai visitar na próxima semana. Ele não teve tempo ainda, mas vai ficar no clube de strip, o que significa que podemos chegar até ele. McDonogh e seu pessoal irão fornecer as informações, os Bastards e os Reapers são a força. Com ~ 189 ~


um ataque, podemos acabar com Callaghans e tirar o clube de strip. Todos saem ganhando Fiquei em silêncio. — O que você acha? — perguntou Boonie. — É uma armadilha? — Eu não vejo qual seria a motivação de McDonogh. — eu respondi, correndo os cenários na minha cabeça. — O garoto tem um monitor de tornozelo e não pode sair da zona da universidade. Uma espécie de sistema informatizado caro, nunca vi nada parecido. Não há dúvida de que ele está zangado, provavelmente assustado, também. Se o que ele diz está certo, há cerca de mil maneiras diferentes, dele poder perder neste jogo. — Devemos fazer isso. — disse Demon, sua voz definida. — Esse novo clube de strip está causando problemas para os Reapers. Razão suficiente para estar aqui. Se há uma maneira de salvar McDonogh e retomar o controle da Tess, os mineiros vão nos apoiar. — Uma coisa me incomoda. — disse Boonie pensativo.— Porque Rourke Malloy quer trair sua família? Eu entendi as armas, isto é apenas autopreservação, e tenho certeza que eles têm bastante inimigos. Se Malloy aprontar isto e se eles descobrirem, eles vão matálo, não importa quem é seu pai. Na verdade, isso pode tornar pior. O pai está com os Callaghans por décadas. Está é uma traição grave. — Malloy diz que seu pai não é bom. — eu respondi. — Coisas de Família. — Ele parece ser um garoto esperto. — disse Boonie. — Você realmente acha que qualquer um com metade de um cérebro se volta contra a máfia irlandesa só porque ele tem problemas com o pai? Soa como suicídio. — Só se ele perder. — eu apontei. — Às vezes você tem que escolher um lado e lutar. Malloy obviamente escolheu o dele. As palavras pairaram sobre a sala. — Nós sabemos de que lado devemos estar também. — disse Deep. — Nem todos nesta sala trabalham no subsolo, mas esta é a nossa comunidade. A Laughing Tess é o que nos mantém vivos. Se nós temos uma chance de protegê-la, precisamos assumir. Caso contrário, não somos os homens que eu pensei que nós éramos.

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— Acho que isso resume tudo. — disse Boonie lentamente. — Alguém mais quer falar? Ninguém falou. — Tudo bem então. Todos a favor? Me manifestei. — Sim. Assim como os outros, então nos mudamos para novos negócios. Algo sobre o desaparecimento de um barril de pólvora. Fiquei distraído, me perguntando por que diabos eu tinha que gostar de uma garota que me odiava. Penitência, talvez. Tocando a cicatriz no meu rosto, eu considerei como minha vida poderia ter sido diferente se eu tivesse sido uma menina. Eu e Becca nascemos para levar a vida... Eu cresci cercado por homens duros e instáveis, assim como ela. Agora eu era um deles. Meu pai sempre cuidou de mim, mas eu tinha que tomar conta da situação e tinha pagado o preço com sangue. Sangue e tempo. Becca nunca teve essa oportunidade. Quando eu tiver filhos, melhor que os condenados sejam meninos. Sim, eu diria que estaria com sorte. Imaginei uma menina com os olhos grandes de Becca, sorrindo para mim. Então a imaginei com a mesma idade que Becca tinha quando nos conhecemos. Jovem. Porra muito nova, mas eu tinha cobiçado Becca como uma espécie de idiota doente. Se um cara mexesse com a minha filha desse jeito, eu o mataria. Foi então que percebi. Algum dia eu queria ter filhos, e na minha cabeça pareciam com Becca. Por que diabos eu estava ainda irritado com ela, de qualquer maneira? Nós dois fizemos asneiras ao longo destes anos, mas eu estava sozinho sentado no escuro na noite passada como uma trepadeira fumante em vez de aceitar a realidade. O que diabos eu estava esperando? Foda-se essa merda. — Mais alguma coisa? — perguntou Boonie. — Eu acho que nós estamos prestes a terminar aqui. — Ei, eu tenho alguma coisa. — eu disse as palavras me surpreendendo. ~ 191 ~


— Que história é essa? — Eu estou reivindicando Becca Jones. Boonie bufou. — Acho que você a reclamou, há cinco anos, idiota. — disse o Demon. — Isso não é novidade. — Não, eu quero dizer que eu estou reclamando-a de verdade. Agora. Acabou a brincadeira. Vou fazer dela a minha old lady. — Já era tempo. — disse Boonie, mas todos reviraram os olhos. — Mais se ficar se lastimando por aí eu mesmo vou atirar em você. Alguém tem um problema com Puck assumir Becca? Olhei ao redor da mesa, encontrando os olhos de cada um dos meus irmãos. Bem melhor que não tenha nenhum problema para esses condenados. — Ela sabe como manter a boca fechada. — disse Miner. — Pode se cuidar quando merda sai errada. Ela vai se sair bem. Os outros concordaram, e de repente eu tinha uma old lady. Acho que eu deveria ir contar a ela. Será que ela iria lutar comigo? Talvez um pouco, mas não tem problema. Eu sempre gostei das difíceis.

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Capítulo nove BECCA As coisas são sempre melhores depois de uma boa noite de sono, e na noite passada eu finalmente tive uma. Eu não tinha de sair da cama até o início da tarde e ainda não tinha tomado banho. Felizmente o único trabalho que eu tinha para o dia era assar a torta de Earl. Teresa ficou feliz com o trabalho que eu tinha feito na noite anterior, feliz o bastante para que ela me colocar em serões, de terça a sábado. Não era o melhor horário para a minha vida social, mas exatamente o que eu precisava para ganhar dinheiro. Entre isso e a escola, o domingo era o meu único dia de folga e eu planejei apreciá-lo. Eu tinha acabado de beber o meu café quando ouvi o som da moto de Puck no beco. A noite passada continuou correndo por minha mente. Ele não chegou a responder ao meu pedido de desculpas. Ele ainda estava zangado? Será que isso importa? Eu já tinha decidido que não queria ter nada a ver com ele, então por que eu deveria me importar? Eu me importo absolutamente. A moto desligou, e então ouvi o som de passos na escada. Porcaria. Não podia ser ele. E se fosse? O que ele queria? O que eu deveria dizer? Então ele bateu na porta e eu não consegui mais pensar. Levantei devagar, desejando que eu tivesse me preocupado em pentear meu cabelo, ou pelo menos que tivesse trocado minha calça de pijama. Não importa a sua aparência, me lembrei com firmeza. Você não vai se envolver com ele. Se controle. Mais fácil falar do que fazer.

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Fui até a porta, abrindo-a lentamente. Puck do lado de fora, estava com o rosto impossível de ler. Ele parecia bom. Muito bom. Ele usava um uniforme padrão de jeans desbotados, botas de couro e camiseta com mangas que expunhas parcialmente de suas tatuagens. Ele estava com o colete do clube, também, o couro escuro e a evidencia do ‗patches‘ me lembrou mais uma vez o quão perigoso ele era. — Puck. — eu disse. Ele deu um passo para dentro, seus olhos traçando meu rosto. Não era exatamente confortável, a maneira que ele me prendia com seu olhar. Definitivamente um predador avaliando sua presa. Puck era bonito, mas a cicatriz atravessando seu rosto era brutal. Toda a sua vida foi brutal. Eu sabia que não devia confiar nele, mas agora que ele estava diante de mim, fiz tudo que podia para não tocá-lo. Segurá-lo. Correr meus dedos por seu cabelo para ver se ainda estava tão suave quanto me lembrava. Ele queria a mesma coisa de mim, também. Seu olhar me devastou. Puck enrolou uma mão ao redor da parte de trás do meu pescoço, em seguida, falou o meu nome em um rosnado faminto. — Becca. De repente sua boca cobriu a minha. Sua língua separou meus lábios à medida que o mundo se tornou insignificante. Senti sua mão deslizar para baixo na parte de trás do meu pijama, rastejando para enterrar na minha bunda. Meus braços estavam ao redor de seu pescoço e quaisquer dúvidas tolas que eu tinha desapareceram. Eu estava exatamente onde precisava estar. Meu coração podia não estar pronto para um relacionamento sério com Puck, mas meu corpo estava me aconselhando100 por cento a foder com ele. De preferência, agora, contra a parede. Isso seria bom, porque eu não poderia ter mudado a minha cabeça se tivesse tentado, seus dedos seguravam meu cabelo bem firme. Sua dureza pressionando em mim e quando ele começou a andar para trás em direção ao meu quarto, nem me ocorreu protestar. Na verdade, nada me ocorreu. Meu cérebro estava inteiramente desligado. Tudo o que eu sentia era ele, tudo que eu queria era ele. Dentro de mim, em cima de mim, me envolvendo. A parte de trás dos meus joelhos bateu na cama e ele me empurrou para baixo. Sem gentileza. ~ 194 ~


Não. Puck me cobriu com seu corpo, puxando para trás apenas o suficiente para estudar meu rosto. Seus olhos queimaram minha alma como brasa. — Você quer desistir, diga alguma coisa agora. argumentou, tirando o colete de couro.

ele

Eu neguei com a cabeça rapidamente. Ele pegou as bordas das minhas calças, deslizando seus dedos dentro e empurrando-a por minhas pernas. Em seguida, suas mãos foram para seu cinto e soltando-o, o arrancou. Ele abriu a braguilha e lá estava ele, totalmente ereto e maior do que eu me lembrava. Olhei para ele, hipnotizada, lambendo meus lábios. Puck gemeu. — Não olhe para mim assim. — ele rosnou. — Eu não quero te machucar, mas se continuar com isto, eu vou. Então ele envolveu um preservativo em seu pau, empurrando na entrada para o meu corpo. Aconteceu tão rápido. Eu estava pronta para ele? Será que ele me rasgaria me machucaria? Meu corpo enrijeceu. Puck nem sequer parou. Seu pau bateu no fundo em um instante, me alongando e enchendo enquanto eu ofegava, uma mistura de dor e prazer tão intenso que era o seu próprio tipo de dor. Então seu corpo cobriu o meu, seus quadris me triturando duro, como se precisasse de fricção as não quis arriscar tirando nem mesmo um pouco. Dada à forma como empurrava seu osso pélvico em meu clitóris, eu não estava exatamente reclamando. —Mais. — eu suspirei, apertando seus bíceps com os dedos. Puck bateu dentro de mim, me empurrando para baixo em meu colchão elástico desgastado, grunhindo com cada golpe como se sua vida estivesse por um fio. Parecia ficar suspensa, desesperada pela liberação que só ele poderia me dar. O espiral de desejo, necessidade e tensão passando por mim como um relâmpago selvagem, me levando em direção à linha de chegada mais rápido do que deveria ter sido possível. Puck pegou meus tornozelos, empurrando-os sobre seus ombros. O novo ângulo mudou tudo, criando um efeito de alavanca enviando-o incrivelmente mais profundo em meu corpo.

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— Se toque. — ele ordenou rigorosamente. — Se toque enquanto estou fodendo você. Agora que possuo você me mostre o que pode fazer. Obedeci, sem fôlego, esfregando meu clitóris freneticamente. Nunca me senti tão bem na minha vida. Puck me prendeu com o olhar, me segurando enquanto seu pau me torturava. Meu corpo convulsionou quando o orgasmo me atingiu com uma adrenalina e eu gritei. Ele sorriu selvagemente, em seguida, começou a bater tão forte que eu sabia que seria um problema andar mais tarde. Eu não me importava. Cada golpe bateu no fundo, meu corpo excitado e sensibilizado até que senti o dobro de seu tamanho. Deus do céu... Ele disse que me possuía, e aconteceu. Meu corpo reconhecia seu mestre, mesmo que eu não reconhecesse. Ele queria agradá-lo, obedecer e satisfazer. De repente Puck gozou, seu corpo estremecendo quando eu senti o pulsar do seu pau profundamente dentro. Sua mão agarrou meu cabelo novamente, inclinando minha cabeça para outro beijo selvagem como o último enquanto me enchia com seu sêmem. Por fim, ele se retirou, puxando o preservativo enquanto se deitava ao meu lado. Eu suspirei. Nunca tinha sentido nada assim, nem perto disso. Nem mesmo quando ele foi para cama comigo, na Califórnia, me fazendo gozar pela primeira vez. — Bom. — ele finalmente conseguiu dizer. — Já era hora, também. Eu não respondi, porque o que diabos uma garota diz depois de algo assim? "Um monte de obrigada" não chega a abranger este tipo de situação. Em vez de falar, passei meus braços em torno dele e o puxei para os meus abraços. Seu peso me cobriu e permanecemos deitados, recuperando o fôlego. — Isso foi inesperado. — eu finalmente disse. Puck não respondeu, apenas rolou para o lado para se deitar ao meu lado. Estudei-o, hipnotizada pelas linhas de seu rosto. — Eu aceito suas desculpas. — disse ele finalmente. — Se por acaso você não tenha percebido isso. Eu ri.

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— Sim, eu meio que percebi. — Nós conseguimos enrolar por muito tempo. — ele continuou. — Não é um segredo que eu quero que você, parece recíproco. Já é tempo. — Tempo? Fiquei imaginando que aquilo significava. Oh Deus, eu esperava que significasse tempo para mais sexo... — Me lembro de você se recuperar rapidamente. — eu disse, estendendo a mão entre nós. Seu pau nunca amolecia totalmente. Sua pele era sedosa e suave entre os meus dedos, e senti os cumes mais duros apertar. — Vamos esclarecer as coisas. — ele disse seu tom me pegando desprevenida. — Isso não se trata de um caso. Eu estou reivindicando você, Becca. Já falei com o clube sobre isso, eles sabem que você é minha. Eu acalmei. — Eu não me lembro de concordar com isso. — eu disse lentamente. — Na verdade, eu estive pensando sobre as coisas e decidi que estou longe de estar pronta para um relacionamento. A coisa toda com minha mãe, e a escola. — Nós tivemos um relacionamento há cinco anos. — Puck disse, duramente. — Não era normal, não era exclusivo... Inferno, eu não sei o que diabos era, mas nós dois sabemos que é a verdade. O que há entre nós, isso existiu desde a primeira noite que nos conhecemos. Eu estudei seu rosto, tentando decidir se comprava sua teoria. Ele foi uma constante em minha vida, isso era uma maldita certeza. Mas essa coisa de relacionamento parecia um pouco esmagadora. — Ontem à noite você não estava falando comigo. — eu respondi, tentando não entrar em pânico. — Então você aparece aqui, me fode, e diz que estamos em um relacionamento? Parece que perdi uma parte da história. — Você não é uma garota normal. — ele disse, suavizando sua expressão. Ele estendeu a mão, pegando um bocado de cabelo esfregando-o entre os dedos. — Você teve uma vida difícil e muitas merdas aconteceram. Eu sou uma parte disso. Eu tive uma vida difícil,

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também, apesar de ter acontecido menos merda comigo. Aqui está a coisa, pessoas como eu não seguem as mesmas regras que todo mundo segue. Eu faço minhas próprias regras, e vivo a vida difícil e rápida o bastante para que eu não tenha tempo para brincadeiras uma vez que encontrar uma boa relação. É o que está acontecendo aqui, você é uma coisa boa. — Eu quero ser normal. — eu sussurrei. — Eu não sou como você. — É uma droga, mas essa é a realidade. — respondeu ele, se inclinando para me beijar suavemente. A sensação de seus lábios escovando os meus era perturbadora, e pude o sentir começar a me envolver novamente. Seu pau cresceu mais duro na minha mão. Meus dedos traçaram o seu comprimento com saudade. Em seguida, ele se afastou. — Becs, você é minha mulher agora. Essa é a maneira que é. Hmm. . . De repente Puck estava menos sensual. — Não tenho uma escolha? — Você já fez sua escolha. Você me deixou entrar aqui, você me levou em seu corpo. Nós estivemos dançando em torno disso por muito tempo. — Escolher foder com alguém não é o mesmo que concordar em ter um relacionamento. — informei a ele, com firmeza em minha voz. — E não me chame de Becs. Meu nome é Becca. — Ok, estamos comprometidos. — ele respondeu. — Ou vamos apenas foder por um tempo, como é isso? Apenas me diga que você não vai foder com outra pessoa nesse processo e vamos deixar as coisas acontecer naturalmente. Apertei os olhos. — Eu não sou uma idiota. — eu disse. — E eu não sou uma dessas garotas estúpidas que você pode manipular com um sorriso. Eu sei exatamente o que significa quando um homem como você vai a uma festa ou em uma viagem. Você vai foder tudo que se move enquanto eu me sento em casa, à espera. Puck deu uma risada. ~ 198 ~


— Você gosta da palavra como 'foder' muito, não gosta? — É uma boa palavra. Bem, deixe-me colocar assim. — ele disse. — Eu comi um monte de mulheres e acabou, toda buceta é praticamente igual. Você não é a mesma, no entanto. Você é especial e eu não sou um garoto que não pode ficar dez minutos sem meu pau molhado. Eu estou pronto para mais do que sexo. — Desde quando? Um olhar estranho tomou conta do seu rosto. — Esta manhã. — ele respondeu. — Algumas horas atrás. — Isso não faz qualquer sentido. — eu insisti. Puck riu novamente, em seguida, caiu de costas, me pegando e me levando com ele. — A vida não faz sentido, Becs. Você tem apenas que prosseguir. — Eu disse para não me chamar assim. — Eu vou fazer um acordo. Admita que somos um casal e eu vou começar a chamar você de Becca. Encurralada, fiz uma careta. — Foi isso que pensei. Becs. Agora pegue suas roupas e vamos fazer um piquenique. Eu quero levá-la para um passeio.

***

PUCK Uma hora depois, Becca estava na ponta de uma rocha, olhando para água. Eu a tinha levado ao longo do North Fork do Coeur d'Alene River, desfrutando da sensação de seus braços apertado em torno de meu estômago e seus os peitos pressionados em minhas costas o tempo todo. Estávamos na Grande Rocha, que era exatamente o que parecia, uma formação gigante de rocha de granito cravada sobre a água. — Eu não posso acreditar o quão claro está. — disse ela, sua voz pouco mais que um sussurro.

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Eu segui o olhar dela. Abaixo de nós estava uma profunda, ampla piscina de água totalmente clara. Eu podia ver cada pedra colorida que arrastava no fundo. Um peixe nadava preguiçosamente, completamente inconsciente do perigo que pairava acima. Ainda não podia acreditar que estava realmente aqui, que nós finalmente conseguimos cortar o papo furado e ficar juntos. Ok, então ela não estava totalmente integrada ainda, mas estaria. Ela não era o tipo de garota para umas fodas, apesar de sua história. Talvez por causa disso. Só de estar com ela me fez sentir bem. — Espere até você saltar. — eu disse a ela. — Faz frio, mas, te liberta espetacularmente, também. Faz o seu coração bater. Doses total de adrenalina. Não posso acreditar que você nunca esteve aqui antes. Becca olhou para mim, o prazer escrito por todo o rosto. — Eu não posso acreditar nisso, também. — disse ela. — Se eu descobrir que Danielle escondeu isso de mim vou estrangulá-la. — Ela tem de saber sobre isso. — eu disse a ela. — Toda criança que cresceu por perto vem aqui e às festas neste lugar. É uma coisa. Apontei para trás em direção a pichação cobrindo uma das rochas, declarando que a classe de 2002 iria governar o mundo. Me pergunto como isso funcionou para eles? Eu nunca saberia, não completei o ensino médio. Tenho o meu GED no reformatório, no entanto. Até agora não me prejudicou. Claro, os Bastards tendiam a não se preocupar muito com diplomas. Eles estavam mais interessados no fato de que eu tinha recusado três transações penais diferentes. — Eu só estou surpreso por não haver mais pessoas aqui. — eu continuei. — Numa tarde de domingo este lugar está lotado. — Eu acho que você os assustou com sua moto. — disse Becca, sua voz seca. — Ou pode ter sido a maneira que você rosnou para eles. Eu ri, porque ela fez um argumento convincente. Havia um grupo de adolescentes aqui quando chegamos, mas eles desapareceram rápido o suficiente quando viram meu colete. Isso

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funcionou bem para mim, porque eu tinha sonhando com Becca nua e nadando na água durante um tempo. Por falar nisso... — Ok, tire a roupa. — eu disse a ela, estendendo a mão para minha camisa. Ergui-a passando por minha cabeça, então a peguei olhando para mim. Não era um olhar fixo de "você é incrivelmente sexy", mas um olhar de "o que diabos você está pensando?". — O quê? — Você quer nadar sem roupa? — perguntou ela, com um grito assustado. — A água está fria, Becca. Se você pular vestida, vai congelar sua bunda na volta para casa. Tire a roupa. — E se alguém vier? Eu dei de ombros. — Você está linda, querida, mas você não tem nada de novo para este mundo. Você tem as mesmas partes como todas as outras, então eu também duvido que eles vão ficar chocados. Ela corou, era bonito. Engraçado, também, considerando que tinha crescido em volta de motoqueiros. Nós não somos exatamente um povo tímido. Peguei minhas botas, puxando-as para fora e, depois, empurrei minhas calças para baixo. Meu pau estava duro novamente, que era impressionante, considerando que já tinha fodido ela duas vezes naquela tarde, uma vez em sua cama e uma vez contra a parede da cozinha no meio do processo do almoço. Por alguma razão eu esperava ser mais lento na segunda, menos urgente, mas só vê-la nua me excitava facilmente. Não podia fazer nada contra isso. — Tudo bem. — disse Becca, rindo e olhando ao redor. Ela não precisava se preocupar. Nós estávamos na estrada velha do rio, bem atrás da rota principal para Callup. Os únicos sinais da civilização estavam a algumas vigas da ponte velha que espreitavam na parte de cima das árvores a uma certa distância. Então Becca puxou a camisa e eu esqueci tudo sobre nadar. Porra, mas ela tinha seios lindos. Redondos e bonitos, com mamilos cor de rosa firmes que queria muito, realmente precisava ser

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sugado por um tempo. Estendi a mão para ela, mas ela saiu correndo e de repente estávamos em uma corrida para tirar a roupa toda. Nós não estávamos na parte mais alta da rocha, mas alto o bastante quando Becca virou e pulou sem um pingo de hesitação, me surpreendendo. Eu observei enquanto ela deu um violento pontapé na água, então, chutou seu caminho para cima, ofegante e rindo. — Oh meu Deus, está tão frio! — gritou. — Você não me avisou. O rio está mais frio do que o normal. — Está profundo e na sombra. — eu gritei de volta, sorrindo. Então mergulhei me inundado de alegria. Atravessei a água gelada. Emergi uns bons dez pés dela e dei um impulso para frente. Eu queria sentir os mamilos duros escorregadios e molhados. Becca riu e salpicou água em mim, então a agarrei e a puxei apertando-a em meu corpo, nossos corpos deslizando e esfregando um contra os outros. — Está realmente, um frio de rachar. — ela sussurrou. — Mas fica melhor depois de começar a ficar dormente. Ela tinha razão eu não podia nem sentir o meu pau e tinha a sensação de que minhas bolas se arrastaram para dentro do meu corpo. — Você sabe, eu adoraria transar com você na água, mas não tenho certeza de que isso vai acontecer. — eu admiti. Ela riu então se inclinou e me beijou. Saboreei a sensação. Mesmo com meu pau fora de ação, este era o melhor encontro que eu já tive. E sim, era um encontro. Eu nem sequer me importo. Eu fui um completo idiota por esperar tanto tempo. Ela precisava desse tempo, idiota. Dei um pontapé muito forte na água, voltando com ela em cima de mim, chupando seus lábios enquanto minhas mãos percorriam livre por seu corpo. Encontrei a fenda de sua bunda, então deslizei meu dedo no inferior. Agora havia uma boa maneira de aquecer os dedos... Becca estremeceu, e eu gostei de pensar que não era apenas por causa do frio. Seus braços vieram ao redor dos meus ombros, me segurando firme. Adorei segurá-la assim.

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Então ela se ergueu e me empurrou para debaixo da água. Eu avancei com um rugido para alcançá-la, nadando o mais rápido que podia ela rindo histericamente o tempo todo. — Você vai pagar por essa merda! — gritei, nadando atrás dela. — O que você vai fazer? Me bater? — Essa é uma ótima ideia, querida. Eu sinto todo corpo. Trinta segundos mais tarde, a tinha novamente, e nós lutamos espirrando água um no outro até que seus lábios começaram a ficar azuis. Felizmente eu tinha um plano para aquecê-la. Claro, eu teria que descongelar meu pau primeiro.

***

Uma hora mais tarde estávamos deitados na grama ao lado do rio, secos e felizes. Eu a tinha comido, ela me chupou, e então fodemos novamente apenas por puro prazer. A vida era boa. Infelizmente, o sol estava começando a se pôr. O vale do rio era estreito o suficiente para que a luz tendesse a desaparecer rapidamente. Becca subiu em cima de mim, montando meu colo enquanto inclinava suas mãos contra o meu peito. A peguei pela cintura e considerando minha mulher. Ela estava sem sutiã debaixo da blusa, de alguma forma eu consegui perdê-lo quando peguei nossas roupas na rocha. Coisas que acontecem, e tudo isso. Agora, ela usava a blusa e seu jeans, e eu juro por Deus, ela era o sonho de um motoqueiro tornando-se realidade. Seu cabelo que a água - beijou caía em mechas e ela estava apenas uma pitada de rosa queimado em seu nariz. — Você entende que vou manter você, certo? — perguntei. — Podemos chamar do que quiser, mas é real. Admita. Becca inclinou a cabeça e deu um leve sorriso.

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— Sim, eu acho que é real. — ela sussurrou então se inclinou e me beijou. O céu do motoqueiro, bem aqui. Pena que eu não podia levantar meu pau se minha vida dependesse disso, fodemos muito que é uma pura vergonha. Ainda assim, foi um grande problema manter, considerando todas as coisas.

***

BECCA Puck roncava. Não muito, apenas o suficiente para estar realmente bonito. ‗Bonito‘ não era realmente uma palavra que eu já tinha associado a ele, mas quando ele caiu no sono havia algo suave e quase gentil em seu rosto. A cicatriz ainda estava lá, é claro, mas agora ele estava totalmente relaxado e demonstrou estar feliz. Eu ainda não tinha certeza sobre toda a coisa ‗Estou mantendo você‘, mas percebi que isso iria se resolver porque ele estava certo. O que quer que fosse era real e isso me fez feliz, também. Que horas são? O relógio marcava cinco da manhã... Eu queria um pouco de água. Escorreguei para fora da cama suavemente, solitária na minha cozinha peguei um copo de água. Nós tínhamos decidido ficar na minha casa porque era mais agradável, acolhedor e confortável. Depois que comecei a tomar minha bebida à luz piscando na secretária eletrônica me chamou a atenção. Alguém tinha chamado talvez enquanto estávamos tomando um banho juntos? Peguei o telefone e apertei o botão. — Becca baby, é a mamãe. Eu lhe disse que estava tudo bem e eu estaria bem. Eu não estou bem, querida. Eu fui espancada e estou muito ferida. Meu braço está definitivamente quebrado e eu tenho certeza que tenho uma concussão. Algumas das meninas tentaram me levar para o hospital, mas estou com medo de ir. Se os policiais vierem atrás de Teeny, só irão prendê-lo por algumas horas e quando ele

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pagar a fiança à coisa será pior. Eu realmente preciso de você para me enviar dinheiro. Muito dinheiro. Caso contrário, eu nunca vou sair viva. Eu odeio fazer isso com você, baby, mas isso é real. Eu não quero morrer. Meu estômago se arrastou até a minha garganta, ela nunca soou assim antes. Como se ela tivesse sendo estrangulada. Eu sabia como ela se sentia. Ele me estrangulou uma vez, também. Eu decidi que tinha que fazer alguma coisa. Puck tinha razão: a mulher era uma golpista, não havia dúvida. Mas ela era minha mãe, e realmente acreditava que ia morrer. Parecia que tinha ouvido a voz dela. Você não pode fingir algo assim. Fui até minha Singer e me sentei em frente a ela, correndo os dedos sobre o esmalte preto e folha de ouro. Tratava-se de mais de cem anos de idade... A coisa mais valiosa que eu tinha. Quanto valia? Devo tentar vendê-la? Pensei na gentileza de Regina, seu rosto as rugas ao redor dos olhos amorosos... A maneira com que ela me segurava enquanto eu chorava. Não tem preço. A Singer era muito valiosa e eu não tinha o direito de vendê-la não era realmente minha. Eu estava apenas usando-a até que fosse para o seu próximo proprietário, porque uma coisa que não pode ser comprada ou vendida. Em vez disso, fui para o meu pote de gorjeta contando as pilhas de moedas de dez centavos e níqueis. Vinte minutos mais tarde, eu tinha determinado que eu tinha $122,16, contando os cem dólares que consegui do Príncipe Mão Boba. Combinado com minha conta corrente que tinha 144,79 dólares, todo meu valor atualizado em dinheiro como um ser humano, e isso foi antes de eu pagar a minha conta de energia ou encher o tanque de combustível. Teria que ser suficiente. Eu iria retornar a ligação de manhã. — Você está bem? — Puck perguntou quando escorreguei na cama.

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— Sim, está tudo bem. — sussurrei, esperando que estivesse. Ele resmungou e me puxou em seus braços de forma protetora. Nem mesmo a lembrança da voz de mamãe poderia me manter depois disso.

***

Há algo maravilhoso sobre acordar na cama com um homem sexy. Bem, muitas coisas maravilhosas, não menos importante foi à forma com que ele me virou no meu estômago e me fodeu por trás. Sim, essa parte foi boa. Ainda melhor, porém, foi o café da manhã que ele me ajudou a cozinhar. Eu não tinha todos os ingredientes, o problema foi resolvido por ele que atravessou pelo telhado e invadiu sua própria cozinha. Juntos fizemos ovos, bacon, e café, então nos sentamos juntos como um casal de verdade. — Então, qual é o seu horário de trabalho? — perguntou. — Eu sei que você tem escola durante o dia... — Eu vou para a escola cerca de vinte a 30 horas por semana. — eu disse a ele. — Geralmente é um programa de tempo integral, mas abriram uma exceção para mim. No momento, estou com Teresa nas noites, de terça a sábado. Ele franziu a testa. — Não deixa um monte de tempo extra. — Eu sou uma garota ocupada. — eu disse, percebendo que isso poderia ser um problema. — Não há ninguém além de mim, Puck. Se eu não pagar as mensalidade, ninguém mais o fará. Eu não tenho medo de trabalhar duro. — Quanto tempo até você se formar? — Provavelmente seis meses, se as coisas forem bem. Eu sabia que era um cronograma difícil quando comecei, mas eu não quero servir mesas para sempre. Tampouco, não quero me afastar de Callup. As opções são limitadas. Ele balançou a cabeça, ainda me olhando um pouco excitado. — Então você tem escola hoje? ~ 206 ~


— Sim, eu vou ter de começar a me preparar em breve. — eu disse. — Eu quero chegar lá por volta das dez. Dessa forma eu posso sair por volta das três, o que me dá tempo para assar um bolo para Earl antes de sair para o seu apartamento para o jantar. Ele recostou-se na cadeira, cruzando os braços. — Então você está me dizendo que eu perdi para escola e uma torta? Eu sorri me desculpando. — Em minha defesa, é uma torta de mirtilos a última da temporada. — disse eu. — Eu convidaria você a vir comigo, mas acho que vou precisar de algum tempo para explicar isso a eles. Esta é uma grande reviravolta para mim... Estar com você, quero dizer. — Eu acho que eles vão ficar menos surpresos do que você pensa. Mas estou supondo que eles vão para a cama muito cedo. Eu virei depois disso. — Isso é uma grande suposição. — murmurei, tomando meu café. Ele ergueu as sobrancelhas e eu tive que rir. — Ok, não é uma suposição tão grande. — Eu tenho merdas para fazer hoje. — disse ele. — Portanto, parece que talvez eu devesse começar. Se eu tiver sorte, vou fazer isso e voltar a tempo para roubar uma fatia de sua torta. — Isso soa realmente sujo. — É por isso que eu disse isso. — respondeu ele, então se inclinou sobre a mesa, me pegando pela parte de trás do pescoço para um beijo com sabor de café. Havia algo tão controlador e possessivo sobre a maneira como ele sempre fez isso. Isso deveria me incomodar. Em vez disso, me transformava. Confusão. Bem na hora que estava chegando na estrada principal, meu telefone tocou para a vida. Normalmente eu iria esperar para verificar as minhas mensagens. Hoje eu queria ligar para minha mãe e deixá-la saber que tinha dinheiro. — Becca? — ela perguntou sua voz um sussurro rouco e quebrado. — Becca, é você?

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— Sim, mãe. — eu disse, todo a brilho que tinha sobrado da minha boa manhã com Puck se foi de vez. — Eu recebi sua mensagem. Como você está? — Não estou tão bem. — ela sussurrou. — Você tem que me tirar daqui. — Eu tenho cento e quarenta e quatro dólares. — eu disse a ela. — Posso enviá-lo hoje. Não é o suficiente para uma passagem de ônibus, mas deve levá-la a um abrigo. Silêncio. — Baby, eu disse que precisava de dois mil dólares. — disse ela. — Quero dizer, quero com certeza que você me envie o que tem, mas não será suficiente. Nem chega perto. Fechei os olhos e esfreguei a ponta do meu nariz. — Mãe, isso não faz nenhum sentido. Você pode ir para um abrigo para mulheres. Eles vão escondê-la até que você esteja curada e possa viajar. Nós juntamos dinheiro para comprar uma passagem para Spokane e eu vou buscá-la, levá-la para casa comigo. Mais silêncio, então ela suspirou profundamente. — Há algo que eu não disse a você. — disse ela. — Não é apenas sobre os bilhetes de ônibus. Preciso do dinheiro para pagar algumas das meninas do clube. — Mãe, se sua vida está em perigo, eu não me importo com o que diabos você deve a essas mulheres. Elas foram idiotas de te emprestar dinheiro em primeiro lugar. Esta é a realidade, eu tenho cento e quarenta e quatro dólares. Isso é tudo que tenho. Se eu enviálo, não vou mesmo ser capaz de pagar minha conta de energia ou comprar gás. Ela deu uma dura risada sem humor. Que se transformou em uma terrível, tosse torturante que não parou por uns bons trinta segundos como se isso estivesse tomado um pulmão. — Eu queria que fosse assim tão fácil. — disse ela. — Elas estão me vigiando. Teeny está convencido de que eu vou fugir então ele tem me observando o tempo todo. Eu preciso pagá-las. Se eu fizer isso, elas vão me deixar sair e eu posso ir até você. As coisas aqui estão diferentes do que costumavam ser, Becca. Eu preciso do dinheiro ou

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eu vou morrer nesta casa. Por favor, eu estou te implorando... Merda, ele está vindo. Eu tenho que ir. A chamada terminou. Fiquei no meu carro, com as mãos tremendo, tentando pensar no que fazer. Eu tinha que salvá-la, é claro. Eu não podia simplesmente deixá-la morrer porque eu era muito suscetível sobre como eu ia ganhar dinheiro. Talvez devesse ir verificar o clube de strip depois de tudo? Eu sabia que as meninas poderiam ganhar muito rápido com strip-tease minha mãe sempre ganhou. A imagem de Puck piscou através dos meus pensamentos e eu empurrei para longe. Eu não podia me preocupar com ele e minha mãe, e estaria ferrada se lhe pedisse dinheiro. Ele podia ter falado sobre me "manter" disse que era tudo que queria, mas eu era dona do meu nariz. Eu tinha lutado muito duramente por independência para me entregar facilmente. Minha mãe era uma mulher conservada e olha como isso acabou. Então. Dinheiro. Eu precisava de dinheiro, e precisava para obtê-lo rapidamente. As primeiras coisas que fiz, liguei para a escola e disse que não iria. Então procurei o endereço do clube de strip, que não foi difícil de encontrar. Era terrível havia apenas dois clubes na delimitação da área de zoneamento, sempre presumi que era fortemente influenciado pelos Reapers MC. Como um segundo clube tinha conseguido abrir bem abaixo deles era um mistério, mas eu não duvido por um minuto que alguém foi muito bem pago para esse privilégio particular. Lá estava ele. Vegas Belles. Eles abriram as onze, o que me deu tempo suficiente para parar e me arrumar até um pouco antes de entrar. Esperava que eles estivessem contratando.

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Eu gostaria de dizer que eu nunca estive em um clube de strip. Isso seria apena maravilhoso. Melhor ainda, eu adoraria dizer que

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nunca tinha trabalhado em um pole stripper, mas eu realmente tinha um verdadeiro talento para isso. Como foi que fiquei assim tão bem? Bem, isso vai voltar para o tempo que eu gastei em clubes de strip anos atrás. Quando eu era criança, precisava me despir era uma das fontes de renda alternativa da mamãe, ficar categoricamente acima da prostituição (plano C) e encontrar um homem estúpido os suficientes para apoiá-la (plano A). Eu cresci em torno deles, com eles. Inferno, eu passei mais de uma noite dormindo sob uma penteadeira ou em uma pilha de roupas velhas. A maioria das strippers tinha um coração grande, pelo menos quando se tratava de meninas. Elas me davam doces celebrando e inalando as linhas de cocaína, e uma delas até me ensinou como fazer a minha maquiagem. Até os dez anos, eu tinha rejeitado a merda desse assunto. Eu nunca trabalhei realmente em um clube, mas não tenho dúvida de que teria se eu tivesse ficado na Califórnia. Uma ou duas noites não iria me matar. Eu tinha parado no Walmart para comprar em um fio-dental barato, mas sexy e sutiã mais fino da prateleira de liquidação, que eu tinha vestido no banheiro da loja. Então conduzido para Post Falls e estacionei em frente ao prédio Vegas Belles, esperando por eles para abrir. Infelizmente, eles estavam localizados na mesma Rua da Linha, que era comandado pelo Reapers MC, então senti que tinha que abaixar cada vez que um carro ou moto passava. Eu não conhecia muito bem qualquer membro, mas nós viajamos juntos há cinco anos. Painter e Puck ainda andavam juntos às vezes eu os vi juntos andado de moto. Eu não podia arriscar que um deles me visse e passasse o relatório para Puck. Sim, eu sei que disse que não era da sua conta, mas eu não era estúpida. Puck iria cagar um tijolo se soubesse o que eu estava fazendo. As portas se abriram às onze. Arrumei meu cabelo, passei um pouco de batom fresco, e entrei no prédio, tentando irradiar confiança. Um segurança me encontrou na porta, me olhando por cima com as sobrancelhas levantadas. — Vocês contratam? — perguntei brilhantemente.

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— Às vezes. — disse ele. — Depende do que o chefe precisa e o quanto você é boa. Ele não está aqui ainda. Você pode esperar no bar. Bem, porcaria. — Está bem, obrigada. — eu disse, sorrindo brilhantemente. Nunca irrite os seguranças, minha mãe me ensinou desde o início. Um segurança com raiva pode causar a uma garota todos os tipos de problemas. Fui até o bar e me sentei. Uma mulher vestindo um corpete estava preparada para o dia, parecia que ela tinha cerca de trinta. Cabelo loiro provocante e maquiagem pesada. — Dançarina ou serve mesas? — perguntou amigável o suficiente. — Eu já tenho um emprego servindo mesas. — eu disse, encolhendo os ombros. — Realmente não preciso de mais um desse. Ela assentiu com a cabeça. — Você já dançou por aqui antes? — perguntou casualmente. Achei sua expressão interessante... Ela não disse diretamente se eu já tinha trabalhado na Linha, mas não havia quaisquer outras opções. — Não, mas tive alguma experiência. — eu disse, tomando a decisão de manter as coisas ambíguas. Ela assentiu com a cabeça, pensativa, inclinando-se sobre o bar. — Você parece uma boa garota, então vou ser direta com você. Você entra lá, eles provavelmente vão esperar um boquete. Você está pronta para isso? Meus olhos se arregalaram, embora não deveria ter me surpreendido. Eu tinha ouvido falar de isso acontecia, é claro, e tinha certeza que minha mãe tinha feito isso uma vez ou duas. Mas a Linha tinha uma reputação de não forçar as meninas a fazer qualquer coisa... Presumi que este lugar seria o mesmo, dada a concorrência direta entre eles para dançarinas. Estúpido da minha parte. — Sério? Ela assentiu com a cabeça, com expressão amarga. — Sim. — disse ela. — Isso é besteira. Quer dizer, eu não tenho nenhum problema com os que preferem fazê-lo, mas se você está à

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procura de dinheiro rápido, você provavelmente vai fazer o melhor oferecendo sexo. Me sentei, me estômago revirando. — Ou você poderia ir para a Linha e começar um trabalho de verdade. — acrescentou. — Eles vão tratá-la melhor. Eu fiz uma careta. — Por que você está trabalhando aqui se a Linha é melhor? — É complicado. — Sim, minha vida é complicada também. A Linha não é uma opção. A curiosidade acendeu em seus olhos, e ela mordeu o lábio. Alguma coisa parecia segura-la aqui. Qual era a perspectiva dela? — Você quer um pouco de água ou algo assim? — perguntou ela. — Vai demorar um pouco até que o Sr. McGraine chegue aqui. Ele é o gerente. — Claro, obrigada. — eu disse distraidamente, em seguida, puxei um dólar da minha bolsa e dei uma gorjeta a ela. Ela acenou, colocando um copo em minha frente. Me sentei e bebi, olhando em volta do clube. Eles haviam acolhido completamente o tema Vegas. Havia placas de néon cobrindo as paredes, juntamente com grandes murais de vários cassinos e atrações. Ao longo de uma parede havia uma fileira de máquinas caça-níqueis e vídeo de pôquer, embora tivesse claramente rotulados sendo "Apenas Para Efeito Meramente Informativo." Certo. Tubos de pequenas luzes brancas cobriam o palco, e os poles estavam, cada um iluminado com cores diferentes. O lugar todo era brega como o inferno, mas de alguma forma ainda sedutor e brilhante. Astuto. Como Vegas. Tudo estava obviamente preparado para o dia, mas ninguém estava dançando ainda. Provavelmente porque o lugar estava vazio. Aparentemente, a maioria dos homens mais excitantes da área não estava à disposição e somente uma questão ao mesmo tempo.

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— Eles fizeram um bom trabalho com a decoração. — eu disse, acenando com a cabeça em direção ao palco. O barman deu de ombros, depois, virou sem rodeios para outra mulher caminhando até o bar. Ela era jovem e bonita, mas eu podia ver um sinal fraco de um hematoma no rosto, coberto por maquiagem. Ela estava vestida como uma dançarina. — Olá. — ela disse, com voz baixa. — Oi. — respondi, me perguntando se eu ia ganhar outra advertência. — Está à procura de dança? — perguntou. Eu assenti com a cabeça. — Você deve sair. Saia agora. Este não é um bom lugar. — Lisa, não tem um lugar que você deveria estar nesse momento? — perguntou um homem, com a voz firme. Lisa ficou rígida, então, assentiu com a cabeça rapidamente e saiu correndo. Eu me virei para olhar para o homem, que usava um terno e tinha um sorriso largo e simpático no rosto. — Oi, eu sou Lachlan McGraine. Eu sou o gerente aqui. Eu ouvi que você está interessada em se tornar uma das nossas dançarinas? Ele parecia tão agradável, tão normal. Totalmente inofensivo em todos os sentidos a um ponto que me assustou. Algo sobre ele fez os pequenos pelos se levantar na parte de trás da minha cabeça... Seu sorriso era um pouco sem graça também, com os olhos um pouco nivelados. Ou talvez eu só estivesse perdendo a cabeça. Já sei. O barman que me deixou paranoica. E só Deus sabia o que Lisa tinha falando. — Vamos conversar no meu escritório. — disse ele. Me levantei e comecei andar na direção que ele apontou. Sua mão se aproximou e tocou a minhas costas um pouco firme demais. Não era apenas um toque projetado para me orientar, me senti controlada. Passamos por uma porta por um corredor longo, preto que terminou em uma porta de saída de emergência. Um homem grande estava em frente a ela, e enquanto eu caminhava em direção a ele, seus olhos lentamente e deliberadamente se arrastaram de cima a baixo em minha aparência.

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Eu não gostei deste lugar. Eu realmente, não tinha vontade de fazer isso. — Aqui está meu escritório. — disse McGraine, abrindo uma porta em um lado do corredor. A sala tinha um bom tamanho, com uma mesa ampla, um sofá, mesa de café e duas cadeiras de couro confortáveis. Na extremidade um pole foi instalado em uma parte elevava da pista de dança. McGraine fechou a porta e se encostou em frente a sua mesa. Ele não me convidou a sentar. — Então, você já dançou antes? — Minha mãe me ensinou. — eu disse. — Eu cresci na Califórnia. Ela trabalhou em um monte de clubes de lá. — Por que você quer trabalhar aqui? Eu sorri, pensando que a resposta deveria ser óbvia. — Eu quero ganhar mais dinheiro do que ganho servindo mesas. Eu estou na escola e não tenho muitas opções de emprego no momento. — E por que você escolheu Vegas Belles? Para evitar os Reapers. — Porque vocês são novos, e ouvi que as meninas aqui fazem um bom dinheiro. — Você tentou a Linha? — Não. Ele levantou uma sobrancelha. — Você tem um problema com os Reapers MC? Eu neguei com a cabeça rapidamente. Muito rápido e percebi, porque ele sorriu. Bolas. — Ok, tire a roupa e dance para mim. — disse ele. — Vamos ver o que você pode fazer. Engoli em seco, porque era agora. Peguei as bordas da minha camisa, então, olhei para baixo, pensando. A última vez que eu tinha

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feito isso foi na casa de meu padrasto. Ele estava assistindo. Com seus amigos. Prometi a mim mesma que nunca faria isso novamente, não gosto disso. — Que tipo de turnos você tem aberto? — perguntei, de repente, me sentindo desesperada. — Quero dizer, se você gostar do que eu posso fazer. — Agora nós temos dias de semana. — Não há noite? — Não para pessoas nova. — disse ele. — Temos meninas novas de Vegas o tempo todo. Os moradores fazem turnos diurnos, a menos que trabalhe a sua maneira. Algo como alívio me inundou. Eu não poderia trabalhar em turnos diurnos, eu perderia a minha vaga na escola. Eles já tinham sido fantástico a respeito de trabalhar em torno dos meus horários, mas a realidade era que eu tinha que estar lá na parte da tarde. Caso contrário, eu nunca teria graduação. Eu não poderia fazer isso. Eu não poderia ter o futuro que tinha trabalhado tão duro para conseguir para ganhar dinheiro para minha mãe, eu nem sabia ao certo se ela estava me dizendo à verdade... Ela sempre mentiu para conseguir dinheiro. Era assim que ela vivia. — Eu sinto muito, eu cometi um erro. — eu disse rapidamente. — Eu não posso trabalhar durante a semana. Eu tenho que ir. Ele acenou com a cabeça lentamente, ficando em pé. — Claro. — respondeu ele. — Se você mudar de ideia volte. Eu não vi seus movimentos ainda, mas você é meu tipo. Provavelmente, podemos encontrar algo para você. Seus olhos brilharam em meus peitos quando ele disse ‗o meu tipo‘, e pensei que poderia vomitar. Felizmente, ele abriu a porta e fui capaz de sair rapidamente. O barman piscou para mim enquanto caminhava, me sentindo esquisita e enojada comigo. Do lado de fora o ar estava fresco e o sol brilhava, no clube de strip me senti como se tivesse presa num manicômio, um abismo o mundo-alternativo. Claro, que foi em grande parte na minha cabeça. O edifício em si era bom.

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Estar dentro me deu a impressão que seria errado. Acho que não foi tão difícil como costumava ser. Claro que, em minha nova vida, minha vida sã, eu não tinha necessidade de ser. Agora eu tinha que descobrir alguma outra maneira de salvar a minha mãe. Entrei no meu carro e fui para a biblioteca, imaginando que era um lugar muito bom para começar, pelo menos, eu poderia usar seus computadores. Eu posso não ser capaz de lhe enviar tanto dinheiro, mas tinha que haver recursos para as mulheres em sua situação... Duas horas mais tarde, eu tinha tudo que precisava. Havia um centro de mulheres bem na minha cidade natal, e eu até falei com o gerente no telefone. Ela me prometeu que quando minha mãe estivesse pronta para sair, eles poderiam enviar uma viatura com um conselheiro treinado para buscá-la. Eles só precisavam de um horário e um local. Agarrei os números de telefone na minha mão e fiquei do lado de fora na grama verde. Havia um local agradável debaixo de uma árvore em frente ao estacionamento. Fui até lá e me sentei no chão, determinada a acabar com isso. Então disquei o número de minha mãe. — Você está conseguindo o dinheiro? — ela perguntou. Eu me preparei, meu rosto corando de emoção. — Não. Eu não sou capaz de conseguir mais dinheiro. Mas eu tenho algo melhor, encontrei algumas pessoas que podem ajudá-la. Resgatá-la. Tudo que você tem a fazer é chamá-los e eles vão com a polícia para buscá-la. Eles fazem esse tipo de coisa o tempo todo. Uma chamada de telefone que é tudo o que precisa. Eles ainda vão nos ajudar a comprar uma passagem de ônibus para que você possa vir ficar comigo em Callup. Ela não falou por um minuto. Então, ela gritou tão alto que quase perfurou meu tímpano. — Você é uma merdinha ingrata! Se eu achasse que alguma polícia vadia pudesse me ajudar, eu já a teria chamado. Eu tenho um maldito telefone. Você é tão inteligente e poderosa que se esqueceu o que significa cuidar de sua família. Eu não me importo como você vai conseguir esse dinheiro roubar, foder alguém, faça o que for preciso. Caso contrário...

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Eu desliguei o telefone e cai na grama. Puta Merda. Senti as lágrimas nos meus olhos, e então as enxuguei, porque foda-se ela. Puck estava certo. Minha mãe estava brincando comigo. Mais uma vez. Eu tinha lhe oferecido um caminho para sair e ela nem sequer o considerou, o que significava que ela nunca falou sério sobre vir para cá. Por que diabos eu atendo suas chamadas telefônicas, de qualquer maneira? Terminou. Acabou. Chega. Ela podia se ferrar e eu não ia lhe enviar o que restava do meu dinheiro, também. Ia usá-lo para pagar minhas malditas contas como uma pessoa responsável. Peguei meu telefone e fiquei de pé, caminhando em direção ao meu carro. Eu pagaria minha conta de energia antes de dirigir para casa e assar a torta de Earl. Então eu ia jantar com ele e Regina, minha verdadeira família e esquecer tudo sobre essa cadela odiosa na Califórnia. Só porque ela tinha me dado à luz não significava que eu tinha que ouvir seus desaforos. Durante o trajeto para casa tocou alto todas as minhas músicas favoritas, cantei e curti ao longo do caminho, porque pela primeira vez na minha vida me senti verdadeiramente livre. Eu tinha minha própria vida agora e isso era bom. Talvez Puck fosse passar a noite novamente. O pensamento colocou um sorriso no meu rosto. Ela não estragaria isso, eu não iria permitir.

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Capítulo dez Duas horas mais tarde a fumaça encheu a cozinha e o alarme de incêndio estava gritando. Havia muito barulho, também. Não acredito Earl nunca estava perto quando a merda do alarme disparava. Eu tinha sentido o cheiro de torta queimando apenas alguns segundos atrás, mas agora era como se uma bomba tivesse explodido na minha cozinha. Porcaria. Eu abri o forno e descobri que eu tinha colocado muito recheio. Ele tinha borbulhado para as bordas e pela grade, que gotejava para baixo para o fundo do forno. Agarrando um par de toalhas, puxei a torta para fora, colocando na base da mesa, depois fechei a tampa do forno e corri para abrir as janelas. Foi quando alguém bateu na porta. Meu coração disparou... Puck? Ele tinha mencionado que viria para uma fatia de torta, mas não tinha visto sua moto quando cheguei em casa. Tentei ligar para o seu apartamento. Sem resposta. Pensei que ele tivesse um telefone celular, mas mesmo se eu tivesse o número teria sido inútil aqui no vale. — Olá. — eu disse, abrindo a porta. Puck fez aquela coisa sua, me pegando pela parte de trás do pescoço e me puxando para um longo beijo quente, que me deixou sem fôlego. Por fim, ele parou, descansando sua testa contra a minha. — Existe uma razão especial para que sua cozinha esteja pegando fogo? Eu neguei com a cabeça lentamente, amando a maneira como sua cabeça se movia com a minha. Era lindo, o tipo de coisa que as meninas faziam com seus namorados na TV.

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— A torta transbordou. — eu disse. Ele recuou, franzindo a testa. — Isso significa que eu não vou pegar um pedaço? — E se eu lhe dissesse que teremos sexo realmente bom em vez disso? Ainda franzindo a testa, ele levantou uma sobrancelha. — Você não respondeu à pergunta. Eu bati em seu ombro e ele sorriu, me puxando para o seu lado antes de dar um beijo na minha cabeça. — Vou aceitar o sexo, — disse ele. — Mas eu tenho que admitir, estou desapontado sobre a torta. — Está bem. Queimou um pouco no fundo do forno. Não está mais tão bonita, mas ainda deve ter com um gosto bom. Vou levar para Earl e Regina, apesar de tudo. — Eles são velhos, de modo que não serão capazes de comer tudo isso. Me traga as sobras e eu vou sobreviver. Agora vamos passar para a opção do sexo. Olhei para o relógio. — Temos cerca de meia hora antes de eu sair, — eu disse. — Mas eu preciso me lavar primeiro. — Não é um problema. Dez minutos mais tarde, ele me tinha contra a parede do meu pequeno chuveiro, uma perna engatilhada para cima em seu quadril, a boca ligada ao meu pescoço enquanto seus dedos mergulhavam profundamente dentro de mim. Estava apertado, estranho e bonito ao mesmo tempo. — Caramba, — eu gemi. — Eu não posso acreditar o quão bem me sinto. — Está preste a ficar melhor — disse Puck. De repente, suas mãos pegaram minhas coxas, me levantando o suficiente para deslizar seu pau dentro. Ele me encheu, os quadris esmagando os meus enquanto eu batia de volta na parede do chuveiro. Isso deveria ter me machucado, mas não aconteceu. De modo nenhum. ~ 219 ~


De alguma forma, o momento foi perfeito em todos os sentidos. Então ele começou a se mover e compreendi que "perfeito" era mais um estado de ser que uma posição particular, porque eu juro que me sentia melhor a cada segundo. — Porra, isso é bom. — ele murmurou, começando a se mover mais rapidamente. Senti construir a tensão, mais rápido do que o habitual. Me senti diferente, melhor do que antes. Mais escorregadia, mais quente... Mais duro. Meus dedos cavaram em seus músculos. Então, ele bateu naquele lugar especial lá no fundo e arquei minhas costas, arrastando minhas unhas em sua pele. Se ele notou, não demonstrou. Agora meu corpo inteiro estava muito tenso e senti o doce alívio pairando. — Com mais força. — eu gemi. — Foda-me mais forte. — Continue falando. — ele resmungou. — Está quente como o inferno. — Me sinto melhor com seu pau do que... — Não diga o nome de outro cara. A risada me escapou. — Não. — eu engasguei. — Eu não estava pensando nisso. — O que você estava pensando? — ele perguntou, dando um giro duro de seus quadris. — O meu vibrador, — eu consegui suspirar. — Às vezes, à noite, imagino que é o seu pau. — Jesus Cristo. Incrivelmente, ele encontrou seu caminho mais profundo dentro e percebi que poderia ter um pouco de problema para andar depois. Não que eu me importasse. Eu estava a dez segundos de gozar. Cinco... Quatro... Três... Bem... Meu mundo explodiu. O apertei com tanta força que deveria ter ferido, mas ele só endureceu e o senti jorrar dentro de mim. A água

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caia sobre nós enquanto nós agarramos um ao outro, tentando não entrar em colapso sob o peso de nosso prazer. Então Puck se retirou, me abaixando suavemente no chão. — Eu acho que você arrancou um pedaço das minhas costas, — disse ele. O virei ao redor no pequeno espaço. — Merda. — com certeza, minhas unhas tinham deixado trilhas vermelhas brilhantes de sangue escorrendo por sua pele. — Isso é um pouco horripilante. Eu realmente sinto muito. — Eu não. — disse ele. — Eu gosto de jogar duro, Becca. Você pode empurrar tão duro quanto desejar. Eu não tinha certeza sobre o que pensar, então decidi ignorá-lo e peguei um pouco de água com minhas mãos para lavar entre as minhas pernas... Oh. Porra. — Nós não usamos um preservativo, — eu horrorizada. — Nós não usamos um maldito preservativo!

sussurrei,

Puck parou. — Nem sequer pensei nisso, — admitiu. — Eu só queria estar dentro de você. Você não está tomando alguma coisa? — Não. — eu disse. Olhamos um para o outro, atordoados. — Então. — disse ele finalmente. — Você tem alguma ideia de como está o seu ciclo? — Você sabe sobre essas coisas? — Eu sou um homem adulto, Becca, — disse ele. — Não um garoto de doze anos de idade. Claro que eu sei sobre essas coisas. Quais são as chances de você engravidar? Eu neguei com a cabeça e dei de ombros. — Não tenho ideia, — admiti. — Eu nunca fui muito regulada. — Então, provavelmente estamos bem. — disse ele. — Eu estou limpo, caso você esteja preocupada. Pisquei, tentando processar o que ele disse. ~ 221 ~


— Ok. — Ok. — Hum, acho que preciso lavar o cabelo antes de sair. — eu disse finalmente. — Essa é a dica de que você me quer fora do chuveiro? — ele perguntou, com um toque de humor em sua voz. — Sim, acho que sim. Puck me apanhou, uma mão em cada lado da minha cabeça enquanto procurava meus olhos. — Você vai ficar bem, ok? Você fica pronta, em seguida, saia e desfrute do seu jantar. Não se preocupe com isso. Sim, certo. Não me preocupo.

***

A torta de mirtilos de Earl ainda estava fumegando quando deixei o apartamento às cinco e meia da tarde, Regina serviria o jantar as seis, em ponto, e ela não tinha muita paciência para as pessoas atrasadas. A corrida valeu à pena, no entanto, porque eu amava a comida de Regina quase tanto quanto amava sexo com Puck. Não era nada sofisticado, mas era sempre bom, porque Regina não gostava de fazer as coisas pela metade. Não. Quando servia purê de batatas, ela mesma que cozinhava, então usava manteiga de verdade, creme de verdade, e uma pitada de sal para criar algo que não tinha semelhança alguma com aquela merda que você compra na loja. Depois do ataque cardíaco de Earl, conversei com ela sobre a mudança de seu jeito. Ela olhou para mim como se eu tivesse perdido o juízo, declarando que ela pararia de usar manteiga, tão logo que ele parasse de beber e fumar. Se ele não se importava o suficiente com sua própria saúde para mudar, não havia razão de ela ter que comer comida que tinha gosto de cola de Elmer.

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Desnecessário dizer que, a manteiga ainda se encontrava em sua mesa. O jantar de hoje à noite foi tão bom como sempre, carne de cervo assada (cumprimentos de Earl), legumes, batatas e molho, seguido pela torta servida quente com sorvete. Regina e Earl nunca me forçaram a confiar neles, e eu não tinha sequer a intenção de falar sobre a minha mãe. Sempre falamos sobre algo sentados à mesa juntos, essa noite, apesar de tudo, não foi exceção. Enquanto observava Earl cortar o assado, me encontrei compartilhando os telefonemas e minha visita da tarde ao Clube do Vegas Belles Gentlemen. — Eu não posso acreditar que caí novamente nas mentiras dela. — eu disse, cutucando minhas batatas com um garfo. — Acho que eu vou ficar mais esperta agora. — Nós somos programados para amar nossos pais. — disse Regina. — Faz parte do ser humano. Algo deu errado na com sua mãe, caso contrário, ela a trataria melhor. Isso não significa que você deve se lamentar por ter um coração. — O que você achou naquele clube de strip? — perguntou Earl, com os olhos brilhantes. Eu engasguei. — Boa tentativa, — disse Regina, batendo nele com uma colher de servir. — Nossa menina quase tirou a roupa para homens estranhos. Você realmente quer uma descrição do clube? Regina continuou a murmurar enquanto Earl chamou minha atenção e piscou. Eu mordi de volta um riso, o homem sempre foi um palhaço, e adorava mexer com a cabeça de sua esposa. Ela nunca percebia nada, não importava quantas vezes ele fazia isso. — Devo ir buscar o bolo? — Claro que sim. — disse Earl. — Sorvete, também? — Será que eu o deixaria comer torta de mirtilos sem sorvete? — perguntou Regina severamente. — Você pode ser um velho tolo e esquecido, mas eu ainda tenho uma ótima cabeça. Becca, venha para a cozinha comigo. Lancei um olhar para Earl, depois, segui para fora da sala de jantar. A casa deles não tinha nada de especial, apenas dois andares pequenos que tinha quase cem anos de idade e mostrava cada minuto

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de sua idade. No entanto, nada me fazia sentir tão segura e acolhida como este lugar. Eu nunca tive uma casa com a minha mãe, mas definitivamente tinha uma aqui. — Você faz as honras da casa. — disse ela gesticulando grandiosamente, em direção à torta. Trata-se de um grande negócio, geralmente ela servia à torta, dando o sorvete para mim Estou orgulhosa de você. Você traçou uma linha e parou aquela mulher de tirar vantagem de você. Eu sei que não foi fácil. — Não foi. — eu admiti, tirando a torta e uma faca afiada. — Estou feliz por ter feito isso também. Ela já causou danos suficientes. — Tenho certeza. Regina me deixou liderar o caminho para fora da cozinha, carregando minha torta com orgulho. Eu a coloquei no centro da mesa, desejando que não tivesse um anel de suco de roxo brilhando e escorrendo do lado. — Parece ótimo. — disse Earl. — Parece que uma criança de dois anos de idade fez isso. — respondi, o meu tom pesaroso. — Não importa o que parece. — disse Regina. — O gosto é o que importa. Não fique aí parada sirva a sobremesa antes que todos nós morramos de fome. Earl e eu começamos a rir, porque ninguém jamais poderia morrer de fome na casa de Regina. O perigo real seria acordar um dia pesando 200 quilos. Cortei a massa folheada, com o recheio ainda quente. Regina me entregou um prato e tirei um pedaço, voltando uma segunda vez para pegar o recheio que derramou para fora. — Então. — eu disse casualmente. — Eu tenho mais algumas novidades. Estou saindo com alguém. Pelo menos, comecei a sair com uma pessoa. — Sério? — perguntou Regina, esparramando habilmente sorvete no prato e o entregando para Earl, que como eu, pegou um segundo pedaço. — Será o menino Collins? Ele é um bom tipo. — Os meninos dizem que ele tem potencial, — acrescentou Earl. — Você poderia arrumar alguém pior. Engoli em seco. — Estou saindo com Puck Redhouse.

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Silêncio. Ao olhar para cima, encontrei os dois olhando para mim. — Eu sei que as coisas estavam estranhas entre mim e ele... — Isso é um eufemismo, — disse Regina. — Agora só porque você deixou cair uma bomba sobre nós não significa que você pode parar de servir a torta. Talvez você não esteja pronta ainda. — Para ficar com, Puck? — Não, de estar no comando da torta de mirtilos. — ela respondeu, reprimindo um sorriso. — Não posso dizer que estou surpresa sobre Redhouse. Eu o vi olhando para você à mesa do café no outro dia. Ele sempre teve algo por você. Eu só não sabia que você se sentia da mesma maneira. — Eu não tenho certeza se é uma boa ideia. — admiti. — É um pouco assustador, mas ele me faz feliz também. — Você está pisando fora da sua zona de conforto. — ela respondeu. — Isso é sempre assustador. Não significa que você nunca deva fazer. Tenha certeza que ele vai te tratar bem e isso vai funcionar. Dez minutos mais tarde, sentei na minha cadeira, cheia quase ao ponto de estourar. — Você quer outro pedaço? — perguntou Regina. Neguei com a cabeça, eu seria capaz de ficar sem comer por uma semana após essa refeição. Graças a Deus que não tinha que trabalhar depois, também, porque só de limpar a mesa quase me matou. — Você pode lavar os pratos? — Earl perguntou a Regina, me assustando. — Eu tenho uma coisa para a nossa menina na garagem. Provavelmente ainda mais importante agora, considerando todas as coisas. Regina olhou para ele, toda conversa ocorrendo silenciosamente entre eles. — Claro, os dois cuidem de seus assuntos. Ele piscou para ela, depois se levantou e espreguiçou, parecendo satisfeito consigo mesmo.

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— Então, o que está acontecendo? — perguntei uma vez que estávamos fora. — Este negócio com a sua mãe é uma má notícia. — disse ele. — E você ainda não sabe como isso vai acabar. Digamos que ela realmente decida deixá-lo, e venha até aqui. Você estaria segura? — Ela não vem. — eu disse sem rodeios. — Você não a ouviu. Ela só me enganou por dinheiro. Mais uma vez. — Se for esse o caso, ela está obviamente desesperada, — ele respondeu. — E pessoas desesperadas são perigosas. Eu tenho um mau pressentimento sobre tudo isso. Estou orgulhoso de você por tê-la enfrentado, mas não acho que acabou. Tem algo que quero que você comece a carregar. Meus olhos se arregalaram enquanto ele caminhava até o enorme armário de chapa metálica feito por encomenda, em que guardava suas ferramentas e armas. Parece que teve experiência na Laughing Tess nos velhos tempos, onde passou 30 anos no subterrâneo antes do McDonogh Corp. Ele foi dispensado há dois anos. Trabalhar na escola foi um retrocesso considerável, mas ele lidou com isso com graça. Earl destrancou o cadeado, algo que sempre pareceu fora do lugar para mim, porque ele nem sequer trancava sua porta da frente. Então ele abriu e tirou uma caixa de charuto velho de uma das prateleiras, levando-a de volta para sua bancada de trabalho. Ele levantou a tampa, revelando um pequeno revólver embutido com madrepérola sobre a coronha. — Este pertencia a minha mãe. — disse ele, sua voz forte e clara. — Meu pai deu a ela quando partiu para a Segunda Guerra Mundial. Ela se casou com ele no dia anterior. Gostaria que ficasse com ele. Meus olhos se arregalaram. — Eu não posso ficar com isso. — eu sussurrei. — Sim, você pode. — disse ele. — Esta é uma arma excelente, e ainda em belas condições. É pequena e leve, projetada para a mão de uma mulher. Não só isso, é completamente indetectável. Eu espero que você nunca tenha que usá-la, mas se Teeny Patchel mostrar seu rosto aqui, eu quero que você tome isso e coloque uma bala em seu cérebro. Então você me liga e nós vamos descobrir o que fazer com o corpo. Você mantém Puck Redhouse a par disso também. ~ 226 ~


Fiquei boquiaberta. — Você não pode estar falando sério. — Você me conhece bem, menina. Eu nunca brinco com armas. Isto era verdade. Earl tinha caçado toda a sua vida. Ele atirou no cervo que tínhamos comido no jantar, e ele me ensinou como me vestir e abater uma caça no primeiro ano que vivi com eles, porque "qualquer um que possui uma arma deve saber exatamente o que uma bala pode fazer para uma criatura viva”. — Eu não acho que vou ter de atirar em alguém. — Bom. — respondeu ele, sorrindo. — Vamos esperar que isso nunca aconteça. Mas saiba disso, estamos aqui para te ajudar. Não importa o quê. Você é como a nossa filha, e não há nada que você possa fazer que vá fazer com que paremos de te amar. As lágrimas rolaram desconfortavelmente.

de

meus

olhos

e

ele

tossiu

— Vamos sair e dar alguns tiros. — disse ele com a voz rouca. Eu sorri e o segui para fora da garagem. Eles moravam há 16 quilômetros de distância da cidade, em frente a uma montanha, então Earl tinha estabelecido seu próprio limite de alvo traçado no campo. Passamos a próxima hora dando tiros, ele contanto piadas antiquadas e eu rindo enquanto a luz desaparecia lentamente. Nós tínhamos passado tantas noites como essa ao longo dos anos. Eu nunca seria uma caçadora e poderia não me importar com armas, mas eu gostava de disparar com Earl. A certa altura ficou muito escuro que não podíamos ver os alvos, então desistimos. Fizemos um passeio de volta para casa, onde vi a moto de Puck estacionada junto ao meu pequeno Subaru. Desacelerei um pouco. O que ele estava fazendo aqui? Ele estava comendo torta. Eu descobri isso quando entrei na cozinha, com uma caixa de café na mão. — Ei, Becca. — ele disse, apontando para mim. Regina sentou ao lado dele bebendo café como se fossem melhores amigos por anos. — Desculpe estragar o seu jantar, mas eu não tinha ideia de que horas você voltaria e eu estava na área. ~ 227 ~


Eu abri minha boca para chamá-lo de mentiroso, então percebi que poderia realmente ser verdade. Boonie e Darcy vivem um par de quilômetros abaixo da montanha perto daqui. — Ele não queria entrar. — Regina entrou na conversa. — Ele passou e viu o seu carro, e eu o encontrei enfiando uma nota sob o limpador de pára-brisa. Claro que eu o convidei. Puck sorriu para mim, então finalizou sua torta e se levantou. — Você está pronta para sair? — Sim. — disse Earl. — Estou pronto para a cama. Becca, lembre-se o que eu disse a você. Eu posso ser um homem velho, mas fui sincero. Puck levantou uma sobrancelha para mim e eu dei de ombros, porque de jeito nenhuma que eu ia dizer-lhe que Earl tinha oferecido para se livrar do corpo dele se ele fosse mal comigo. Em vez disso eu juntei minhas coisas, e depois Regina estava me entregando um prato cheio de sobras, juntamente com as instruções severas para voltar o mais rápido que pudesse. — Então Earl não saiu com a espingarda. Isso é um bom sinal. — disse Puck enquanto caminhamos para fora. Oh, Puck, se você soubesse... — Eu vou segui-la até a cidade com a moto. Vamos dormir em sua casa novamente. — Você parece mesmo muito convencido. — Sim, — respondeu ele, e eu tive que rir. Tinha sido uma semana louca, uma montanha-russa emocional fodida, eu pensei quando sai da garagem, mas pelo menos eu ainda tinha Regina e Earl. A moto rugiu para a vida atrás de mim, e olhei para o meu espelho e vi o farol de Puck. Então agora eu tinha Regina, Earl e Puck. Bem, eu tinha Puck, desde que não tivesse que atirar nele. Se eu fizesse, não tinha dúvida de que Earl viria para me ajudar. Ele sempre esteve.

***

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A mão de Puck deslizou entre as minhas pernas, empurrandoas. Eu não sabia que horas era, tinha a sensação de cinco horas da manhã. Abri os olhos e olhei para o relógio. Oito horas da manhã impossível, não poderia ser mais do que seis... Eu gemia, porque estava cansada e queria dormir mais. Então, sua boca cobriu meu clitóris e eu comecei a gemer por uma razão melhor. Uma hora depois, rolei de cima de Puck e me deixei cair a seu lado, prazerosamente acordada e alerta para o dia. — Você é um bom despertador. — Eu gosto de ser útil. — disse ele. — A que horas você precisa estar na escola? — Não até onze hoje. — eu olhei para o relógio. Nove horas da manhã, eu ainda tinha uma hora para ficar pronta antes que tivesse de sair. Um momento para o café da manhã e um banho, e provavelmente deveria embalar o almoço, também. Meu turno não começava até as sete, mas Teresa tinha deixado uma mensagem perguntando se eu poderia ir mais cedo. Eu poderia certamente usar o dinheiro. Entre a minha viagem de compras para Walmart e pagar a eletricidade, eu estaria com menos quatorze dólares. Apenas o suficiente para sobreviver, contanto que pegasse a carona com Blake e não comesse demais. Consegui me sentar, mas Puck pegou meu braço e me puxou de volta para baixo. — Só um minuto. — disse ele. — Queria falar com você sobre algo. — O que? — Você trabalha amanhã à noite? — É quarta-feira, então sim. — eu respondi curiosa. — Por quê? — Nós vamos ter uma coisa na sede do clube. — disse ele. Envolvi meu braço em torno dele, me aconchegando ao seu lado. Tive um pressentimento e percebi a direção que isso estava indo. Eu não gostei disso. — Eu tenho que trabalhar. — eu disse de novo, com firmeza. — Se eu falar com Teresa e tivesse a noite de folga, estaria tudo bem? Ela me deve um favor ou dois. Não será uma coisa frequente,

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mas temos convidados que vêm de fora da cidade. Eu gostaria que eles te vissem. Suas palavras me pareceram estranhas. "Eu gostaria que eles te vissem." E não. "Eu gostaria que eles te conhecessem. "Puck queria que eles olhassem para mim, como se eu fosse uma coisa a ser possuída e usada... Isso trouxe à tona lembranças, e elas não eram todas agradáveis. — Eu não gosto de festas de motoqueiros — eu disse. — Acho que provavelmente devo trabalhar, não estou lá tempo suficiente para pedir favores. De qualquer modo não posso me dar ao luxo. Ele ficou em silêncio, traçando um pequeno círculo no meu ombro. — Você está ciente que estou em um clube de motoqueiros, certo? — ele perguntou finalmente, com um toque de humor em sua voz. — As festas de motoqueiros fazem parte da minha vida, e elas vão fazer parte de você, também, se você é minha old lady. Me afastei e olhei fixamente para ele. — Eu não sou sua old lady. Estamos juntos de forma indefinida. É isso. — Unicamente transando. — ressaltou. — Você anda na traseira da minha moto e está sob minha proteção. Isso é malditamente perto de ser uma old lady. — Não. — eu disse, negando com força com a cabeça. — Estou falando sério, Puck. Eu não quero ir lá. Podemos namorar ter relações sexuais, o que for. Eu nunca vou ser a old lady de ninguém. Já passei por isso. Seus olhos estalaram em meus seios. — Que porra é essa? Você acabou de dizer que você foi old lady de alguém? Eu suspirei, me jogando ao lado dele. — Desculpe, eu estava falando sobre minha mãe. Eu vi o que é ser uma old lady e não só ela, mas com outras mulheres. É tudo diversão e jogos até que alguém bata em seu rosto por não ir buscar uma cerveja depressa. Chega. — Você está sendo uma cadela de novo. — Vai a merda. — eu disse, rolando para fora da cama.

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Andei em direção ao banheiro, pegando minhas roupas enquanto caminhava. Eu não preciso desta merda, especialmente de Puck. Nem de ninguém. — Você está basicamente dizendo que vou começar a te bater, mas quando eu falo com você sobre o assunto, eu sou um idiota? — ele perguntou duramente. — Becca. Mantenha sua cabeça acima do pescoço. Eu não fiz porra nenhuma para você e estou ficando cansado de apontar isso. Me virei, abrindo minha boca para acabar com ele quando me lembrei. Puck estava certo. Eu tinha o insultado ao máximo. Mais uma vez. Fechei minha boca e pisquei. — Você tem um bom argumento. — eu finalmente disse lentamente. — Eu não estou pronta para ter um compromisso, mas tampouco, não foi uma coisa muito agradável para dizer. — Eu apenas digo o que vejo. Analisamos um ou outro, então eu balancei minha cabeça. — Eu acho que isso não vai funcionar. Minha vida está ocupada. Louca. Eu não tenho a energia mental para um relacionamento. Puck levantou e caminhou na minha direção, todo solto e predatório. Então ele se inclinou para perto, pegando minha cabeça e sussurrando em meu ouvido. — Você está tornando isso mais difícil do que precisa ser. Eu lhe pedi para ir a uma festa. Eu quero te mostrar porque você é linda, e eu estou orgulhoso de que alguém como você ature com alguém como eu. É que uma coisa tão terrível para um homem sentir em relação a sua mulher? Eu tremi, porque ele ainda cheirava a sexo. E eu queria mais. — Tudo bem. — eu respondi baixinho. — Mas apenas se Teresa estiver de acordo. E nada de coisas estranhas. — Você não precisa fazer nada. — disse ele. — Você me mostra respeito, eu lhe mostrarei respeito e nós vamos nos divertir. Me abaixei e peguei seu pau duro na minha mão, o apertando levemente. ~ 231 ~


— Nós vamos divertir. — eu concordei, esperando que fosse verdade. Vale à pena tentar, e eu tinha certeza que ele poderia ajudar a sair do trabalho. O clube estava tão profundamente enraizado na vida do vale como a mina ou o sindicato, quando eles pediam um favor, as pessoas diziam que sim. Não por medo. Por respeito. Essa era a diferença, percebi de repente. A diferença entre o clube que eu tinha crescido e esse aqui. Respeito. Talvez pudéssemos resolver isso no fim das contas... — Ei Puck? — Sim, Becs? — Me desculpe, por explodir com você. Não é uma desculpa, mas às vezes meu temperamento me faz perder a noção. — eu admiti. — Eu estou começando a descobrir isso. — respondeu ele. Então ele me beijou e esqueci por que eu tinha ficado chateada.

***

QUARTA DE MANHÃ

PUCK Painter me deu um meio abraço, batendo nas minhas costas em cumprimento. Eu dei um passo para trás, olhando para ele. Os anos tinham tratado nós dois bem, embora eu não pudesse dizer o mesmo sobre a prisão. Lá nos tornamos mais duros. Também me fez apreciar mais a vida. Painter seguiu em outra direção, eu não conseguia me lembrar da última vez que o vi sorrir, muito menos dar uma risada. Acho que foi uma vez quando levou seu filho Izzy, no parque? Depois que ele caiu na prisão, às coisas pioraram. Pelo menos ele foi para Idaho, assim eu era capaz de ir vê-lo regularmente. Ele serviu o clube na prisão e fez o que tinha que fazer. No entanto, isso o mudou, de um modo que o nosso tempo na Califórnia não o fez.

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No entanto, uma coisa não mudou. O vínculo que tínhamos forjado juntos na cela. Mais forte do que o sangue e absolutamente inquebrável. Ele era meu irmão, agora e sempre. — É bom ver você. — eu disse ligeiramente, como se não houvesse nada mais que seis anos de história difíceis penduradas entre nós. — O mesmo. — respondeu ele. O resto dos Reapers estavam dentro do clube já, mas nós sempre tirávamos alguns minutos para conversarmos. Você nunca sabe o que vai encontrar, se voltar para a prisão, então você precisa estar pronto em todos os momentos. — Qualquer coisa que eu deveria saber? — perguntei. Ele deu de ombros, com a cara fechada. Tudo bem. — Então você esteve no novo clube de strip? — perguntou. — Ouvi dizer que é sobre isso que nós vamos falar hoje. — Sim, — eu disse. — Fomos a semana passada para verificá-lo. Certamente os Callaghans não têm medo de gastar dinheiro, o clube é bom. — Tivemos algumas meninas abandonando o navio. — ele respondeu. — Eu não estou muito envolvido, mas eu acho que elas estão voltando agora. Aparentemente não são todo amor e alegria com os Belles Vegas. Colocamos algumas pessoas no lugar, também. Seus relatórios confirmam suas informações. — Não é uma grande surpresa. — eu respondi, pegando meus cigarros. — Porra. Esqueci que parei. Painter bufou. — Então, eu ouvi um boato. Eu mordi de volta um sorriso idiota, porque eu sabia onde ele ia chegar e me senti como um daqueles idiotas que sempre zombavam quando eles se amontoavam na sala de visitas para ver suas namoradas. Mas diabos, só de pensar em Becs me fez feliz. — Oh? — Você tem uma old lady agora? — disse. — Aquela coisinha linda que nós trouxemos de Cali? Como isso aconteceu?

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— Eu acho que eu só estou cansado de esperar. — Não sabia que você estava esperando. — Eu não tinha certeza. — eu respondi. — Agora eu sei. Desde aquela noite, quando estava lá. — Se você começar a escrever poesia sobre ela, eu vou cortar sua garganta. — Você sempre foi um babaca? — Sim. — Engraçado, não me lembro dessa parte. Acho que estava muito ocupado salvando seu traseiro. — Me diga o que você precisa. Vamos entrar. Quero terminar essa merda e tomar uma cerveja. Você tem alguma boa buceta por aqui? — Você nunca muda, não é? — Não tenho nenhuma razão para isso. — ele respondeu. — Provavelmente não deveria dar a mínima com isso, diante das circunstâncias. — Não se preocupe, eu vou ter você de volta. Mal posso esperar para ver a sua menina novamente. Todos os tipos de coisas que eu deveria contar a ela sobre você. Nada como honestidade em um relacionamento. — Faça, eu vou atirar em você, — eu avisei, e ele sorriu. — Entre na fila. Mel tem prioridade.

***

— Obrigado pela hospitalidade, — Picnic Hayes disse, olhando ao redor da sala. O presidente dos Reapers chamou minha atenção, dando um breve aceno. Hayes era um pai e quando as coisas ficaram difíceis com Becca, ele tinha me apoiado de maneira grandiosa. Desde então, me

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tratava como um verdadeiro irmão. As pessoas notaram também. Eu devia a ele por isso. — Fico feliz em tê-lo aqui. — respondeu Boonie. — Você sabe que nós sempre cuidamos da sua retaguarda. Você quer que eu comece? Picnic grunhiu concordando, embora nós todos soubéssemos que Boonie seria o primeiro a falar. Como tantas coisas em nosso mundo, isso era uma demonstração de respeito. Nós respeitamos nosso presidente e nos mantemos unidos e Deus ajude o homem estúpido o suficiente para interpretar mal as coisas. Felizmente, Shane McDonogh parecia perceber muito bem, algo que ficou forte e claro em suas negociações com a gente. — Eu já compartilhei isso com Pic, — disse Boonie. — Mas nós já conversamos sobre McDonogh e Malloy novamente esta manhã. De acordo com suas fontes, Jamie Callaghan visitará o Vegas Belles Club Gentlemen‘s, — ele disse o nome com uma ponta de escárnio. — amanhã à tarde. É por isso que nós adiantamos isso para o meio da semana. Eles não sabem quanto tempo ele vai estar lá, mas ele está voando às dez da manhã e planeja ir direto para o clube depois de um almoço de negócios. — Vocês todos sabem que os lucros caíram na Linha, — disse outro dos Reapers, um grande homem chamado Gage. — Nós perdemos algumas meninas também. Não que seja um grande negócio, mas a perda de clientes complica as coisas. Policiais gostam de observar quantos carros vêm e vão. Quanto mais tráfego nós tivermos, mais dinheiro podemos fazer sem disparar alarmes. Obviamente, os Callaghans estão procurando fazer a mesma coisa. Isso é um problema para todos nós. Deep levantou a mão, e Boonie acenou para ele. — A administração derrubou outro pedido da união para atualizações de segurança na Tess. Não tenho certeza se todos sabem sobre a situação no país, mas isso é pior do que falam. A Tess fornece mais de dois terços da renda do vale em rendimento... — vários caras riram. Deep continuou, — Os Callaghans dirigem o sindicato nacional e é bastante óbvio agora que eles estão prontos para assumir o resto. Nós temos que fechá-la. Caso contrário, mais cedo ou mais tarde, teremos outro grande acidente. O último quase levou Callup com ele. Nós temos uma coisa boa aqui. Não quero perdê-lo.

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A sala ficou séria, porque era verdade. Foi há quase vinte anos, mas o horror do fogo ainda pairava sobre o vale. Não importava se eu era ainda uma criança em Montana. Você não podia respirar o ar aqui sem sentir as memórias pressionando suas lembranças. — O quanto você confia nas informações desse garoto? — perguntou Hayes. — Eu concordo que algo precisa ser feito, tanto para o vale quanto para proteger a Linha. Mas nós só vamos ter uma oportunidade. Entramos e se perdermos, Jamie Callaghan vai apertar as coisas e não teremos outra chance. — Puck falou pessoalmente com McDonogh. — disse Boonie.— Nos conte suas ideias. Considerei minhas palavras cuidadosamente antes de falar. Vidas dependiam do que eu dissesse, e a responsabilidade pesava sobre mim. — Ele é jovem. — eu disse finalmente. — Mas não é estúpido. Ele está lutando por sua vida e sabe disso. Eles podem não ser capazes de matá-lo completamente, mas vão transformá-lo em um vegetal e trancá-lo para sempre, se puderem. Ele sabe que sua melhor chance é conseguir ajuda local... Nós e o sindicato, mas os laços estão tão perto neste ponto que você não consegue um sem o outro. Eu não consigo ver qualquer razão para ele mentir para nós sobre isso. Ele tem mais a perder do que nós. Hayes e Boonie trocaram um olhar, e senti a tensão aumentar na sala. Claro, nós falamos sobre isso um pouco mais e votamos no final, mas a questão foi resolvida naquele instante. — Então amanhã vamos lutar? — perguntou Gage. — Se for esse o caso, eu deveria ter meu pessoal pronto. Não os quero presos no meio do fogo cruzado se podemos ajudá-lo. — Quantos que você tem dentro? — perguntou Boonie. — O barman — disse ele. — Maryse. Lisa, uma garçonete. Milasy e Renée estão dançando, programadas para amanhã à tarde. Eu sei que nós vamos precisar de informações amanhã, mas os quero fora da linha de fogo. Eles se colocaram em risco pelo clube de maneira grandiosa. — Vamos enviar homens lá cedo. — disse Deep. — Fingir ser clientes. Descobrir quem é leal a Callaghan, e quais são apenas

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espectadores. Vamos ter cinco ou seis dentro antes de fazer nosso movimento, o que vai equilibrar um pouco as chances. — Tudo bem. — disse Hayes. — Quem não foi lá ainda? Vários homens levantaram suas mãos, incluindo Painter. Isso me surpreendeu. Eu lhe atirei um olhar e ele levantou uma sobrancelha, me desafiando. O Príncipe das Bucetas não estava se saindo tão bem nos dias de hoje... Interessante. Hayes por sua vez apontou para oito homens, incluindo o meu melhor amigo. — Vamos começar a enviá-los por volta do meio-dia, um de cada vez. Bebam devagar. Não sentem juntos, conversem, nada mais. Se eles suspeitarem de um vocês, ignore a menos que vocês obtenham um sinal, entendido? Vamos coordenar do lado de fora utilizaremos como comunicação, enviaremos um texto direito antes de entrarmos. Isso funciona? A sala se encheu com grunhidos de acordo. — Nós vamos selecionar alguns para ficar, garantir que estamos entendidos. — disse Boonie. — O resto de vocês pode voltar e desfrutar de algumas das nossas hospitalidades. Algumas das senhoras locais têm trabalhado arduamente para lhes fornecer comida e entretenimento, por isso não tenham medo de tirar vantagens. Qualquer um que precisar de um lugar para ficar esta noite, me deixe saber. Nós já vamos começar a tratar disso. Assim que acabou. Saí da sala, no fim do corredor, e fui para a sala principal. Nós tínhamos assumido o controle do velho bar há alguns anos depois que faliu. Os imóveis eram baratos no vale e o lugar era uma grande sede do clube. Nós tínhamos cercado a parte de trás com seis pés de arame misturado com arame farpado. Acrescente uma fogueira, música e Darcy com uma tendência impressionante para drama? O lugar era quase perfeito. A única coisa que faltava era Becca. Passei pela porta e acenei para o prospecto vigiando as motos, lancei uma perna sobre a minha Harley. Era hora de ir pegar minha a mulher.

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Capítulo onze BECCA Eram quase nove horas quando Puck bateu à porta. Ele me disse poderia vir um pouco mais tarde, mas, por algum motivo por volta das oito horas me convenci de que ele tinha mudado de ideia, e essa coisa toda foi uma espécie de sonho louco. Dada à forma como eu estava insegura das coisas entre nós, você acharia que teria me feito sentir melhor. Em vez disso, senti como um câncer corroendo meu intestino. Eu o queria. De forma errada. Não apenas na cama, também. Eu gostava simplesmente de pensar em sua grande imagem na minha porta, todo o sólido, sensual e meu. Eu já havia terminado de me aprontar ha muito tempo e estava sentada em frente a minha Singer quando ele finalmente apareceu. Eu tinha tomado um par de bebidas até essa altura, porque, apesar de "desejar muito" as coisas, eu ainda estava um pouco nervosa a respeito da minha primeira festa de motoqueiro em cinco anos. Decidi que a incerteza era uma boa desculpa para me jogar para ele através da porta aberta. Puck não piscou só me pegou e começou a me beijar, me deixando saber e dizendo sem palavras que ele estava feliz em me ver, também. No momento em que respiramos, eu tinha esquecido tudo a respeito da festa. Eu só queria arrastar Puck de volta para o quarto e fazer sexo como um casal selvagem. — Se acalme. — ele murmurou, pegando meu rosto com as palmas das mãos. — Você sabe que sou totalmente a favor de um bom sexo com você, mas hoje quero te exibir. Você é especial, querida. Quero que eles a vejam. Suas palavras me aqueceram durante todo o tempo, então não protestei muito. Em vez disso peguei um casaco leve e o segui para ~ 238 ~


fora da porta, esperando que ele estivesse certo sobre mim. Eu estava perturbada sobre o que vestir, e sabia que estaria andando de moto, de forma que minhas opções eram limitadas. Ainda queria ter uma boa aparência para seus amigos, no entanto. Graças a Deus e por Danielle. Eu tinha chegado da escola as cinco e a encontrei esperando por mim lá dentro, ela tinha uma chave, é claro. Espalhadas por todo sofá estavam às sete opções diferentes, que vão desde ―fantasia de motoqueira prostituta" a "professora de escola dominical visitando o clube." Eu tinha escolhido uma média opção "vestido de motoqueira vagabunda para religiosa." Ou talvez tenha sido "senhora religiosa que quer ficar com alguém"? É uma linha tênue. Assim, eu me encontrei vestindo um jeans skinny bem ajustado, baixo em meus quadris, com botas pretas elegantes, mas funcional. Ela tinha um salto agradável e laço preto em volta. Combinando com o jeans, deixaram minhas pernas alongadas e esbeltas, mas também me protegeria do escapamento da Harley. Elas tinham ainda o benefício adicional de cobrir um monte de pele enquanto gritava por sexo. Qualquer um que tentasse me apalpar iria perceber um punhado de jeans. A parte de cima teve uma abordagem diferente. Danielle me deu um top preto com um decote fundo que mostrava meus seios. Ela queria puxar para baixo para mostrar o topo do meu sutiã, eu decidi que era demais. Nós conseguimos um belo sutiã vermelho com laço preto, apenas no caso de a camisa molhar. Estava sexy como o inferno, mas ainda decente. Meus ombros estavam nus e ela trançou meu cabelo para trás. Então passei um pouco de maquiagem, olho esfumaçado e batom ameixa preta. Caramba. Eu me senti sensual e confortável sem estar seminua. Puck, obviamente, concordou, porque quando saímos para o beco, ele virou e me empurrou contra a parede, me beijando novamente. Passei meus braços ao redor de seu pescoço e senti seu pau duro através de nossas roupas. Quando me libertou, ofeguei por ar, acho que me encontrei suplicando a ele. — Vamos relaxar com esse negócio de festa e voltar lá para cima. Apenas você e eu.

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Puck acalmou, então, me puxou de volta e franziu a testa para mim. — Você não precisa ter medo, Becca. — disse ele. — Inferno, você já conhece muitos no clube. Darcy vai estar lá, e provavelmente Carlie. Temos alguns dos Reapers, também, e Painter. Estes não são estranhos assustadores, querida. Infelizmente, a primeira coisa que saiu da minha boca foi muito reveladora. — Carlie não é uma das minhas amigas. — Ciúmes? — Puck sussurrou, beijando o lado do meu pescoço. Inferno sim, eu estava com ciúmes. — Como se me importasse que você esteve com ela. Puck escureceu seu rosto. — Eu me importo com quem você esteve. Eu costumava deitar na cama a pensar nisso. Se você estava transando com alguém, como ele fazia você se sentir. Se ele te machucava. Eu não queria que você se apaixonasse e odiava a ideia de que alguém te incomodando. Não conseguia me decidir qual ideia eu odiava mais, você sozinha e infeliz ou desfrutando a vida com algum imbecil. — Talvez eu tenha sentido um pouco de ciúmes de Carlie, — eu admiti. — Vamos deixar essa merda pra lá, nós vamos perder a festa. — Não é tão tarde, — eu protestei surpresa. — Sim, mas é noite de quarta-feira e eu tenho que lidar com algumas merdas amanhã, — disse ele. — Negócios do Clube. Nós geralmente nos reunimos às quartas-feiras, mas muitos dos caras precisam trabalhar na quinta-feira. Acaba por volta da meia-noite. Conforme ele me puxava em direção a sua moto, algo que ele disse ficou na minha cabeça. Algo que eu queria saber. — Puck, o que você faz para viver? Ele parou, depois, virou-se para mim. — Por que você pergunta isso? — sua voz era suave, mas seu tom de voz era duro.

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De repente Puck assustador estava de volta, tão diferente do homem que eu tinha visto ao longo dos últimos dois dias. Como é que ele desliga de modo tão rápido, e qual era o homem real? — Todo mundo tem que pagar as contas. — eu continuei, falando baixinho. — Eu sirvo mesas. Blake é barman. Joe trabalha na mina. Onde você está se metendo? — Você sabe que eu não posso responder isso. — disse ele, seu tom ainda duro, mas com um toque de compaixão em seus olhos. — Você cresceu em volta de um clube. Eu nunca vou fingi ser algo que não sou. — Você disse que os Silver Bastards eram diferentes. Seus lábios se contraíram em um suposto sorriso. — Não é tão diferente. Então. Vamos lá.

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O clube estava a dez minutos de distância, apenas um velho bar fora da cidade. Eu tinha passado de carro umas mil vezes, é claro, mas nunca tinha entrado. Era conhecido por suas festas selvagens. Uma ou duas vezes antes de cada eleição, o xerife ia até lá, sempre me perguntei por que ninguém era preso. Então, um dia Blake me contou. O xerife fez o máximo que podia para agradar os comissários do condado, e não havia nada. De acordo com Blake, os comissários não ligavam nem um pouco para o clube. No departamento do xerife eles eram um pouco mais pragmáticos. Com o clube no comando, os "elementos criminosos" estavam de certa maneira contidos e autofiscalizados. Que mantinha em baixa a criminalidade, que era o que realmente importava. Eu suspeitava que havia retornos estratégicos em prática, também. Parecia que havida grandes doações anônimas para o fundo de benefícios a aplicação da lei a cada ano que ninguém queria falar. O sistema funcionava. Eu saí da moto de Puck e o ajudei enquadrar na fila das Harleys. As coisas eram tão familiares e tão estranhas ao mesmo tempo. Três prospectos estavam do lado de fora, dois dos Silver Bastards e um dos ~ 241 ~


Reaper. Eles evitavam olhar para mim. Eu tinha estudado com um deles. Sempre houve prospectos rondando os Longnecks, também. De repente eu desejei que tivesse bebido um pouco mais, porque eu estava assustadoramente sóbria. A música alta soava do bar, e no momento que Puck passou um braço em volta do meu pescoço e começou andar em direção ao prédio meus pés não queriam mover. — Está tudo bem. — ele sussurrou, me dando um aperto. — Lembre-se, estes são os meus irmãos. São as mesmas pessoas que salvaram você. Eles vão protegê-la assim como eu. Isso vai ser fácil você já sabe todas as regras. Eu vi o quão difícil é para as meninas que entram nessa vida. Você está muito à frente delas. Eu balancei a cabeça, esperando que fosse verdade. Fechando os olhos, levei uma fungada com uma resposta previsível. Meus mamilos endureceram, senti minhas coxas inquietas, e quando ele deslizou a mão até a minha bunda para um aperto rápido, o meu mundo de repente estava cheio de cor. — Eu estou pronta. — eu sussurrei.

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A festa não foi o que eu esperava, para começar, nem sequer esteve perto o bastante da loucura. Quando pensei nas festas de MC, pensei em strippers penduradas no teto, rios de bebida alcoólica, e as pessoas se drogando em todos os lugares. Os Longnecks eram imprestáveis, barulhentos, e sempre arruinavam alguma coisa. Faziam essas merdas com tudo. No fundo eu sabia que os Reapers e os Silver Bastards eram um pouco diferentes. Os Bastards festejavam, é claro, foi assim que tudo começou, mas eles também eram mais funcionais e menos brutais. Menos gangue e mais unidade. Eu não pude deixar de notar a diferença essa noite. Eram pessoas que bebiam? Sim, sem dúvida. E havia meninas vagando mostrando muita pele. Entretanto, não era uma bagunça. Havia uma atmosfera de objetivo, e os homens não estavam se

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embebedando. Eles formaram pequenos grupos, Reapers e Silver Bastards falando baixinho. Que tipo de festa era essa? Merda. Algo grande estava acontecendo. Eu passei meus braços em torno de Puck, e o apertei perto para sussurrar em seu ouvido. — Tem certeza que está ocupado amanhã? Eu estou pensando em ir para a escola no final... — Desculpe querida, — respondeu distraidamente. — Eu tenho coisas para fazer. Porcaria, maldição. Eles estavam planejando alguma coisa, provavelmente algo ruim. Eu senti este tipo de tensão em um clube muitas vezes quando operações estavam prestes a acontecer. Puck estaria em perigo amanhã e eu não sabia qualquer detalhe. Ele poderia morrer. Esse era o caminho deste mundo e jurei que nunca me deixaria regressar ao passado, mas eu estava aqui. E eu estava aqui, sem dúvida. Se eu tinha dúvida antes, não podia negar a verdade por mais tempo. Se algo de ruim acontecesse a Puck amanhã, eu morreria. Eu tinha caído como idiota, tal mãe tal filha. — Painter, você conhece Becca, — Puck disse, me tirando dos meus pensamentos sombrios. Olhei para cima para ver o motoqueiro alto, magro com o rosto esbelto e cabelos loiros espetados que conheci na casa de Teeny. Eu sabia que ele tinha passado mais de um ano de prisão com Puck. Agora eles eram melhores amigos. O homem descrevia uma atmosfera assustadora que não podia ser negada, então me forcei a ignorá-lo. Todos os homens no mundo de Puck eram assustadores. Era hora de tentar me recompor e lidar com ele. — É bom ver você de novamente. — eu disse, decidindo encarar minha história de frente. — Acho que eu nunca te agradeci o favor na Califórnia. Espero que não tenha ficado chateado comigo. Ele acenou com a cabeça, me avaliando. Eu não fui capaz de ler suas expressões naquela época, e eu não podia ler agora. Ele não parecia hostil. Isso tinha que ser um bom sinal. ~ 243 ~


— Então você é propriedade de Puck agora? — perguntou. — Interessante. Você vai cuidar bem dele. Sorri nervosa, porque suas palavras não eram exatamente reconfortantes. Primeiro, eu nunca concordei em ser propriedade de Puck, mas, obviamente, ele disse ao clube de outra forma. Segundo, o "você vai cuidar bem dele" não foi uma pergunta ou um incentivo. Mais uma ameaça. Ou eu cuidaria de Puck ou Painter cuidaria de mim. Obviamente ele não ia se meter quando se tratava de seus amigos. Resolvi que isso era uma coisa boa. Amanhã eles estariam em perigo, e eu queria alguém forte na retaguarda de Puck. — Você vai cuidar bem dele, também. — eu disse, sorrindo para Painter. — Isso é o que fazem os irmãos, certo? Seus olhos se arregalaram, e tive a impressão que o tinha o surpreendido. Bom. Eu não era a mesma menina que ele conheceu há cinco anos, e ele precisava saber. Puck deu uma risada, batendo novamente na minha bunda. — Você quer beber alguma coisa? — perguntou. Eu balancei a cabeça, desejando que Painter parasse de olhar para mim ―aqui‖. O hotel foi transformado em bar, que era gerenciado por prospectos. Quantos desses caras eles tinham? Realmente eu nunca tinha conhecimento quantos Silver Bastards havia em Callup. Eles pareciam transitar em rotatividade dentro e fora, onde mantinha a paz controlada por eles duramente. Provavelmente não um acidente. Um minuto depois, eu segurei uma cerveja enquanto seguia Puck para o outro lado do salão em direção Boonie e o homem que eu reconhecia como presidente dos Reapers. Ele era velho o suficiente para ser meu pai, mas ainda forte e sensual de um jeito estranho. Ele tinha um nome engraçado... — Pic, esta é Becca, — disse Puck. — Ela está comigo agora. Picnic Hayes. Era isso. Eu sorri para ele, desejando que eu tivesse chapada de cerveja já. Ao vê-lo me lembrei dos Longnecks e nossa viagem louca para o norte. — É bom ver você novamente. — disse ele. — Eu ouvi dizer que Puck finalmente assumiu você. Espero que dê tudo certo para você.

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— Ela é durona. — comentou Boonie. — Deveria a ter visto na mesa do café na semana passada. Um idiota atacou Puck e ela foi atrás dele com uma cafeteira. Perdeu seu emprego por causa disso. Picnic levantou uma sobrancelha, claramente surpreendido, e eu senti um pequeno sorriso curvando meus lábios. Eu tinha saltado diretamente e me senti bem. Antes eu era uma pequena vítima, fraca quando ele me conheceu. Agora eu era forte. Me sustentava. — Bom para você, — disse Picnic. — Puck, você tem um minuto? Eu queria revisar algumas coisas com você. — Claro, — disse Puck. — Deixe-me levar Becs para sentar. A minha nova confiança desapareceu. Nós não conversamos nada a respeito dele me deixar sozinha. Examinei a festa novamente, tudo parecendo mais sinistro e assustador neste momento. As meninas deslizavam em volta deles parecendo que eles podiam dar uma bofetada se não fossem cuidadosas. Os homens pareciam maiores. Mais irritados. Engoli em seco minha cerveja, me forçando a acalmar. A verdadeira ameaça estava na minha cabeça. — Ei, eu não ia deixá-la? — Puck perguntou baixinho enquanto nos afastávamos. — Eu acho que você leu a minha mente. — eu disse, nervosa. — Eu não quero ficar sozinha. — Nós vamos encontrar Darcy. Você pode ficar com ela até que eu termine, então vou voltar para você. Lembre-se, quando você está comigo, está junto com o clube. Estamos todos aqui para você, Becs. Isso pode não parecer um lugar seguro, mas realmente é. Ninguém pode feri-la, desde que estamos juntos. Todos os homens aqui são meus irmãos e um dia as mulheres serão suas irmãs. Darcy está provavelmente na cozinha. Puck começou a caminhar para a parte de trás, se enfiando através da aglomeração de homens e mulheres que lotava o salão. Percebi que poucas eram as old ladies. Alguns usavam coletes e outros apenas exalavam uma aura de confiança. Eu vi alguns dos homens que conheci em Cali, também. Um grande Reaper cujo nome eu ainda me lembrava. Horse. Ele tinha uma mulher morena baixa, um pouco sorridente colada ao seu braço. Ela riu de alguma coisa, o som era amigável e feliz.

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Havia outro eu me lembrava, também. Rooper? Booger? Merda, não me lembro o nome. Ele estava sozinho, mas quando uma menina se aproximou com uma bebida e tentou se enfiar no meio dele, ele a ignorou. Na parte de trás do bar tinha um corredor, à direita. A música ficou mais alta à medida que seguimos através do edifício. Ao longo da parede esquerda tinha uma série de portas, duas das quais estavam rotuladas como banheiros. Então nós passamos uma porta aberta. Lancei um olhar para dentro para encontrar uma grande sala com uma mesa de madeira pesada. Em uma das paredes pendiam vários conjuntos, obviamente antigos emblemas dos Silver Bastards. Puck franziu a testa e fechou a porta. Ok, isso deveria ser a sala de reuniões. O corredor abria-se para uma área de cozinha. Ao longo da parede de trás estava uma churrascaria, e várias mulheres girando em torno de um grande balcão de centro, preparando os pratos de comida. Darcy estava as orientando. Ela me viu e um sorriso enorme tomou conta de seu rosto. — Becca!— chamou, passando com um balanço sensual de seus quadris. Ela tinha que ser quase quinze anos mais velha que eu, talvez mais, mas a mulher ainda sabia como usar isso. — Eu preciso falar com Boonie e Picnic, — disse Puck. — Você pode tomar conta de Becca, para que ela se sinta em casa? Eu não quero deixá-la sozinha ainda. Não até que ela estar mais confortável. Darcy acenou com a cabeça, um lampejo de compreensão passando em seu rosto. Ao longo dos anos me perguntei quanto ela sabia sobre mim. Em Longnecks, as mulheres nunca conheciam nenhum dos segredos. Eu suspeitava que Darcy soubesse mais do que o ocorrido com os Bastards, incluindo onde e como eles me acharam. Agora eu tinha a confirmação. — Você pode me dar uma mão? — ela perguntou. — Temos que alimentar o estabelecimento lá atrás e o primeiro grupo comeu. Agora estamos reabastecendo e nos preparando para a sobremesa. Para essa noite apenas rosbife, nada extravagante. Senhoras, esta é Becca. As mulheres sorriram para mim, murmurando seus olá enquanto eu lavava as mãos na pia. Eu tinha acabado de acomodar, separar e tirar as fatias de queijo quando Carlie entrou pela porta dos fundos.

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— Precisa mudar aquele barril rapidamente. — ela anunciou. Então ela me viu. Minha respiração ficou obviamente presa, não era algo entre ela e Puck. Como é evidente, tudo estava acabado. O que agora? — Ei, Becca, — ela disse radiante. Radiante também? — Deep disse que você poderia estar aqui esta noite. Ouvi dizer que você e Puck estão juntos agora. Bom para você. Sim, bem inteligente. Ela ainda tinha um fraco por ele. Isso não a impediu de caminhar e me oferecer um abraço muito verdadeiro em minha opinião. Para minha surpresa, ela aproveitou a oportunidade para sussurrar algo no meu ouvido. — Nós duas somos adultas. — disse ela. — Estou feliz por você e Puck e não tenho nenhum problema com você. Mas essas putas estão esperando que eu comece a chorar ou algo assim, e serei amaldiçoada se fizer isso. Significaria muito para mim se você me tratar como se fossemos amigas por um tempo. Me deixe manter a postura? Então ela recuou, encontrando o meu olhar, e vi uma pitada de desespero nos olhos dela. — Eu também não sabia que vocês se conheciam. — alguém comentou, sua voz maliciosa e desagradável. Olhei para Darcy e a encontrei olhando para uma menina vestindo shorts curtos e biquíni. Eu a conhecia é claro. Bridget Marks foi uma cadela na escola e, obviamente, nada tinha mudado desde então. Senti compaixão súbita por Carlie. — Nós conhecemos há muito tempo. — eu disse em voz alta.— Carlie e eu não temos conseguido sair muito recentemente. Entre trabalho e escola, eu tenho estado tão ocupada ultimamente, você sabe? Eu não visto você, tão pouco, Bridget. Como você está? Você já terminou a escola? Num piscar de olhos, o poder na cozinha mudou de Bridget para mim, porque ela tinha reprovado e todas sabiam disso. Ela não tinha feito muita coisa, também, além de engravidar duas vezes de dois caras diferentes. Não que ela estivesse criando as crianças, ela os deixou na casa de sua mãe e continuou indo para festas. Carlie envolveu um braço em volta do meu ombro e riu.

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— Eu também senti sua falta, Becca. A declaração foi tão ridícula que comecei a rir, também. Manobra inteligente, Bridget saiu pisando duro pelo corredor. Eu resolvi que realmente gostava Carlie. Que surpresa. Terminei minha cerveja com um gole, pensando que talvez as coisas pudessem acabar por se resolver. — Becca, você tem um minuto? — perguntou Darcy. — Claro, — eu disse, me perguntando se ela iria nos chamar atenção. Uh Oh. A segui para fora da porta, eu me encontrei em uma grande área cercada. Havia uma fogueira dentro de um anel de pedra e um maldito som musical. — Por aqui. — disse ela, agarrando um lado de uma lata de lixo ao lado de uma mesa cheia de comida. Havia uma multidão aqui fora, embora não muito grande. Talvez trinta pessoas? — Você pode me ajudar a levar isso? Peguei uma alça e levamos para uma porta em um lado da cerca. Um homem vestindo um colete Silver Bastards abriu para nós, franzindo a testa. — Você quer ajudar com isso, Darcy? — Nós cuidamos disso. — ela disse alegremente. Então nós estávamos fora da cerca e andando pelo lado do edifício, diminuindo o barulho consideravelmente. — Agradeço a ajuda. Eu queria falar com você, e pensei em aproveitar para cuidar disso ao mesmo tempo. Essa é a única maneira de conseguir qualquer privacidade neste lugar, você sabe? — Sim, eu posso ver isso. — respondi, esperando que não estivesse prestes a ficar em apuros. — O que está acontecendo? — Só queria confirmar com você. — disse ela. — Você e Puck se conhecem há muito tempo, mas isso ainda aconteceu muito rápido. Esses caras não brincam quando eles decidem que querem uma menina. Você está aceitando a situação? Eu tropecei em uma pedra na escuridão e quase deixei cair o meu lado da grande caixa de plástico. Paramos por um minuto, pegando a nossa respiração.

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— Eu acho que estou bem. — eu disse finalmente. — Você sabe como eu acabei em Callup? — Eu sei tudo que Boonie sabe, pelo menos quando se trata de você. — ela admitiu. — E ouvi o que você disse a outra noite no bar, é claro. Ops. Eu tinha esquecido sobre a minha confissão pública. — Aposto que Carlie ficou muito curiosa com o que aconteceu. — Carlie é uma boa menina, — Darcy respondeu. — Ela tinha uma queda por Puck, você sabe como as coisa funcionam no clube. Ele não estava interessado nela e quando percebeu que havia um laço emocional, ele a largou. Melhor que ele conseguiu. Você a salvou ali. Algumas dessas cadelas mal podem esperar para se livrar de uma garota se ela cai. — As mulheres vão fazer isso. — eu disse lentamente. Darcy fez uma careta. — Nem todas as mulheres. — ela respondeu, severamente. — Essas meninas arrastam até aqui, fodem um dos caras, e acham que elas são uma de nós. Eu não me importo com quantos irmãos você dorme, se for ferrar com as irmãs, não vai terminar bem. Temos que ficar unidas. Carlie não é uma ―old lady‖, mas ela ainda é uma irmã no meu livro. — Posso te perguntar uma coisa? — Certo. Não posso prometer que vou responder, mas se eu puder. — Os Longnecks, são MC do meu padrasto, eles mantêm um monte de prostitutas em torno do clube. Será que os Silver Bastards fazem isso também? — Sim, — ela respondeu. — É um país livre e os irmãos trazem convidadas aqui o tempo todo. Algumas ficam por aqui, algumas não. Algumas acham que não são tão bem-vindas como elas pensavam. — Não te incomoda? — O pau de Boonie é a única que importa para mim. — ela respondeu, como matéria de fato. — Quanto às mulheres, estou me lixando com quem estão dormindo. Como eu disse, fode com as irmãs

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e você não vai durar. Bridget não voltará se ela continuar com essa merda. — As old ladies nunca chegaram a tomar essas decisões nos Longnecks. Darcy sorriu docemente. — Nós não temos de tomar essas decisões nos Silver Bastards, também. No entanto, as decisões corretas continuam acontecendo magicamente. Ninguém sabe como, realmente. Acho que é apenas todo o nosso bom carma voltando para nós. Fiquei boquiaberta. Darcy piscou. — Você acha que esses homens não precisam de nós? — perguntou ela. — Boonie gosta de dormir ao meu lado. Fica com frio só quando todas as old ladies aproveitam um fim de semana de meninas em Seattle. Ficaria ainda mais frio e mais solitário se não voltasse, e uma vez nós esquecemos de voltar por quase uma semana. Felizmente as coisas deram certo e encontramos o nosso caminho de casa novamente. Agora as coisas tendem a funcionar mais rápido. Meus olhos se arregalaram. — Está falando sério? — Eu pareço uma mulher que vai engolir merda? Assunto encerrado. — Vamos jogar esse lixo fora. Tenho certeza que Puck irá procurar por você logo, e eu quero garantir que todas as meninas conheçam você primeiro. Esse rapaz é louco por você, que é bonito. Como um pit bull esmagando um gatinho. Rindo, peguei meu lado da lata e a transportamos para frente. Um dos prospectos veio correndo, pegou o saco e o amarrou. Então ele jogou na parte de trás de uma velha caçamba de lixo no final do estacionamento. Nós começamos voltar. — Então, como está indo a escola? — perguntou Darcy. — Morgan está grávida, e disse que quer se afastar quando o bebê nascer. Eu com certeza poderia ter uma ajuda na loja. — Eu não terei minha licença durante os próximos seis meses. — eu admiti. — Eu não posso ir em tempo integral e ainda trabalho até três da manhã.

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Darcy acenou com a cabeça, pensativa. Então nós estávamos no portão novamente. Eu passei para dentro e vi Puck e Painter enchendo os pratos de papel na mesa de comida. — Vai se divertir com seu garoto. — Darcy me disse. — Desfrute da sua noite de folga juntos. Assenti com a cabeça, caminhei ansiosa em direção a ele, observando que a festa estava começando a pegar no lado de fora. Várias meninas estavam dançando e tinham retirado suas camisas. Puck me viu e sorriu, entregando um copo de cerveja. — Você está tentando me embebedar? — Só assim o pobre coitado dorme com alguém. — Painter apontou. — Você deve dar a ele uma foda de misericórdia. Caso contrário, ele vai choramingar como uma vadia a noite toda. Vai ficar chato. — Vai se foder. — Puck disse a ele, me puxando para um beijo. Ele tinha um gosto bom, como o uísque. Nunca vou entender o que aconteceu com a cerveja que estava segurando, porque cinco segundos depois minhas pernas estavam em volta de sua cintura e ele estava caminhando pela grama em direção a parte de trás do terreno. Seu pau apertado entre as minhas pernas e os meus dedos cavados em seu cabelo desesperadamente. Ouvi alguns gritos e assovios, e por um segundo acendeu a memória de uma festa de anos atrás. Uma onde outro motoqueiro tinha me arrastado para a escuridão. Ele me arrastou pra fora e me machucou. Então chegamos e Puck me pôs em uma mesa de madeira. — Porra, eu sou louco por você. — ele murmurou, e a memória desapareceu. Ele avançou para cima de mim, não deixando dúvidas quanto suas palavras significavam. — Eu sei que você estava nervosa com esta noite, mas você está indo muito bem. Me mande parar. Caso contrário, eu vou transar com você aqui, Becca. Não pense que eu posso esperar mais. A música ainda enchia o ar, mas aqui atrás escuridão nos embalava. Senti uma privacidade estranha, apesar da multidão, e uma cerca de arbustos baixos nos dava cobertura. Senti como se devesse protestar... Eu simplesmente não conseguia me lembrar por que. Puck puxou meu top para baixo e tirou meu peito do sutiã. Então sua boca ~ 251 ~


o cobriu e a luxúria assumiu. Eu caí para trás sobre a mesa com ele me seguindo para baixo, as mãos explorando. Foi quando eu percebi que tinha cometido um erro tático muito grave. — Estes jeans são apertados, — ele grunhiu quando ele tomou o ar. Senti seus dedos na minha cintura, tentando deslizar para dentro e falhando. — Parece um maldito cinto de castidade. Eu segurei a risada, então empurrei seu tórax. — Me deixe resolver isso. — ele resmungou, mas se afastou para me dar espaço. Eu deslizei para baixo e pulei para fora da mesa, pegando minha braguilha. Infelizmente, isso me fez pensar em sua braguilha e me distraí. Segundos depois, seu pau estava para fora, masturbei duramente com a minha mão enquanto ele gemia. O som me fez lembrar de nossa primeira noite juntos, Foi bom em primeiro lugar. Muito bom. Cai de joelhos, e decidi que iria tornar isso bom novamente. — Becca... Eu ri enquanto puxava ele fundo, deixando as vibrações do som o rodear. Provei uma pitada de seu pré-semem salgado enquanto meus dedos encontraram suas bolas. Puck balançou, então sua mão pegou minha cabeça e ele começou a me guiar. — Eu podia vê-la assim por horas. — disse ele. — De joelhos na minha frente. Seus lábios todo molhado e brilhante de chupar meu pau. Só precisa de mais uma coisa. De repente, seus dedos estavam puxando meu cabelo, desfazendo a trança até que meu cabelo caiu sobre meus ombros. Abri a boca e o levei de volta para dentro, saboreando o gosto. Não importava o que ia acontecer amanhã, naquele momento Puck Redhouse me pertencia, e era só meu.

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PUCK Boca ou buceta? Foda-se, eu não poderia decidir qual amava mais. Eu aprendi alguma coisa, apesar de tudo, não importava onde eu me encontrava dentro do corpo de Becca, eu queria ficar lá para sempre. Sem dúvida amanhã ia jogar fora a maldita calça jeans dela. Não importa quão fodível uma mulher parece em um par de jeans, se você não pode tirar quando é hora de meter a mão na bunda. A língua de Becca seguiu até o fim do meu pau enquanto os dedos trabalhavam em minhas bolas. Ela continuou assim, eu gozaria em breve. De repente, tomei a minha decisão. Buceta. Puxando seu cabelo me retirei, em seguida, a puxei para ficar na minha frente. Um sorriso satisfeito curvou sua boca doce. Minhas mãos caíram para sua cintura, me atrapalhando com seu jeans. — Tire essas coisas. — rosnei, cheio de necessidade frustrada. Seus olhos se arregalaram. — Eu pensei...? — Puxe para baixo a porra da calça. — eu repeti, agarrando meu pau. — Eu quero. Agora. Desejo escureceu sua expressão. Ao longe, eu ouvia gritos, mas não dei a mínima sobre o que poderia estar acontecendo na festa. Becca pegou suas calças, abrindo e remexendo para seus quadris com um movimento de sua bunda. — Merda, eu tenho essas botas... Eu peguei seus ombros e a virei, empurrando-a para baixo sobre a mesa. As mãos dela saíram apoiando seu peso. Então, meu pau estava cutucando sua bunda. As memórias que me atingiram o quão quente ela era, quão apertada. Eu realmente, realmente queria regressar a elas. Seu corpo ficou tenso, e esfreguei seu quadril, depois nós encontramos atingindo a sua buceta, lisa e doce. Sim, ela estava pronta. De alguma forma consegui adiar tempo suficiente para deslizar um preservativo. Precisava encontrar para ela uma pílula anticoncepcional o mais rápido possível, ela foi incrível na noite passada. A queria desse jeito o tempo todo. O preservativo encaixou no

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lugar e então deslizei para dentro, enchendo-a com um impulso duro dos meus quadris. Becca gritou e peguei os ombros, controlando cada movimento de seu corpo. Ela me pertencia agora. Comecei com golpes firmes fortes, embora não pudesse ir tão fundo como de costume. Suas calças prenderam as pernas juntas desajeitadamente. De alguma forma isso ainda funcionou, ela realmente me apertou mais forte desta maneira. Cada movimento me levou mais perto, reunindo em minhas bolas. Eu fiquei tenso, parando por um segundo porque não estava pronto para explodir ainda. — Puck... — Becca sussurrou enquanto seu corpo se apertou exigindo de mim. Acho que o meu coração parou até que ela me soltou, então ela fez isso de novo, balançando os quadris de volta para mim. — Foda-me, querido. Estou muito perto. Enrolei um punhado de cabelo em torno de um pulso e puxei sua cabeça para trás, batendo dentro. Minha outra mão agarrou sua cintura, a segurando com força suficiente Eu provavelmente deixaria marcas. Becca se contorcia, ofegante cada vez que a enchia e choramingava quando puxei para fora outra vez. Foi quando eu realmente deixei ir. A música tocava ao longe. Pessoas gritavam e riam e eu tenho certeza que alguns deles estavam nos observando. Eu não me importava. Todo o meu mundo tinha estreitado para baixo com a visão de sua bunda contra o meu pau, os braços apoiados sobre a mesa enquanto eu a atingia cada vez mais duro. Então, ela gritou e explodiu em torno de mim, apertando sua buceta tão duro que doía. Empurrei através dela, incrivelmente perto da minha própria libertação. Aconteceu. Lava derretida explodiu de minhas bolas enquanto minha visão escureceu e desapareceu. Eu estava flutuando no espaço por um instante, esperando que a realidade voltasse em foco. Maldição. Maldição. Me inclinando para tirar o preservativo, e puxei lentamente, desejando que pudesse apenas ficar plantado lá para sempre. Becca tinha caído sobre a mesa, arfando enquanto ofegava. Sua bunda zombou de mim, e apesar do fato de que tinha acabado de gozar duro eu queria novamente, ali mesmo.

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Eu a feri na primeira vez. Agora tinha que ensinar a ela o quanto isso não doeria. Não esta noite, infelizmente... Eu também queria gozar por todo seu rosto. Em seu cabelo também. Esfregar isso e marcá-la para sempre. Eu precisava de uma lista ou algo assim. Becca levantou-se lentamente, se virou para olhar para mim. Garota linda. Bochechas brilhantes, olhos semiabertos. Cabelos voando por toda parte... Eu queria tatuar meu nome em sua testa. Eu mataria qualquer homem que tentasse tocá-la. Sem brincadeira. — Nada mal. — ela conseguiu dizer. Então ela riu e eu sabia que estava bem e verdadeiramente fodida. Pensei que nunca me recuperaria disso. Inferno, eu nem sequer quero. Becca Jones poderia ser minha propriedade aos olhos do clube, mas a realidade era que ela me pertence e não havia uma maldita coisa que eu pudesse fazer.

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Capítulo doze BECCA Muitos pensamentos passaram por minha cabeça enquanto voltávamos para a festa. Fiquei esperando com medo de falhar novamente. Eu deveria me preocupar com Puck me compartilhar. Quem seria o próximo. O quanto eles me fariam beber, ou se teria que usar algum tipo de droga... Em vez disso, me senti um pouco inquieta, e eu tinha um par de arranhões no meu estômago. Possivelmente visível. Fora isso em estava bem. Ótima. Feliz. Eu continuava rindo cada vez que pensava sobre o que tinha acabado de fazer. Puck devia ter pensado que eu estava super bêbada, mas eu não estava muito bêbada. Nem sequer zonza. Não, tudo que eu conseguia pensar era o fato de que eu tinha ganhado. Becca Jones tinha crescido encontrado alguém e podia se divertir com um lindo namorado, certo, provavelmente lindo namorado não era a palavra certa para Puck, mas você pode imaginar, em uma festa. Não só isso, ninguém se preocupou em olhar para mim, apesar de estar amassada e, obviamente, bem disposta. Eles estavam muito ocupados assistindo a um casal de meninas seminuas se beijando. Isso mesmo, nenhuma pessoa se importava com o que eu estava fazendo no escuro. Me senti bem como nunca. Então eu vi as mesas de comida e a fome bateu. Eu estava morrendo de fome. É evidente que tinha trabalhado bastante para abrir o apetite. ~ 256 ~


— Vamos pegar algo para comer. — eu disse. — Eu acho que interrompi o seu jantar mais cedo. — Só pra registrar, sinta-se livre para fazer isso a qualquer momento que quiser. — Puck me disse. — Eu vou morrer um homem feliz. — Muito, melodramático? Ele golpeou minha bunda carinhosamente (eu estava me sentindo uma modelo) e nós agarramos um par de pratos de papel, enchendo-os. Então nós encontramos um lugar para sentar em outra mesa, mais perto do fogo. — Puck. — disse um homem. — Nos conte sobre a sua menina. Os irmãos que pareciam quase gêmeos, Demon e Deep, vieram sentar-se de frente para nós do outro lado da mesa. Eu os tinha visto ao redor da cidade e servindo antes, mas nós nunca realmente nos falamos. — Você conhece Becca. — disse Puck. — Trabalha no Moose, lembra? — Oi. — eu disse, esperando que não tivesse nada repugnante em meus dentes. — Ouvi dizer que você teve um desentendimento na outra noite, — disse o Demon. — Você se sente bem? Desentendimento? Ah, sim, o aluno mão boda. Pensei. — Não foi um grande negócio. — eu respondi. — Um dos idiotas da academia tentou me apalpar. Eu cuidei dele. A memória dele gritando e rolando no chão trouxe um sorriso ao meu rosto. Puck deu um grunhido frustrado, e Deep desatou a rir. — Darcy disse que ela quase arrancou as bolas dele. — disse ele. — É melhor você segurar bem a sua Puck. Odiaria que você tivesse um acidente infeliz. — Pode crer. Sério, se esse cara mostrar sua cara lá novamente, você me chama. Eu vou matá-lo. Puck não estava brincando. — Teresa o chutou para fora permanentemente. — eu disse. — Mesmo que ela não tivesse, eu não acho que teria que me preocupar. ~ 257 ~


Havia outro garoto lá, ele tinha o cabelo escuro. Acho que você já o conhece. — Puck endureceu. — Ele pareceu muito chateado com isso. Ele até pediu desculpas pelo comportamento de seu amigo. Para Darcy. Isso não é interessante? — Fascinante. — Puck rosnou. — Ainda bem que a sua mulher tinha alguém lá para protegê-la, — Deep disse amigavelmente. — Mas não se preocupe, ela vai ficar bem. Provavelmente. O Moose pode ser complicado, e os caras que vão lá gostam de brigar, mas... Não, é assim mesmo. Você tem uma arma, Becca? — Vai se foder. — Puck disse, de pé abruptamente. — Becca, você quer outra bebida? — Sim. — eu disse, me perguntando se eu ia ficar em apuros se chutasse Deep debaixo da mesa. Podia valer à pena. — Eu já volto. — disse Puck. — Deep e Demon vão garantir que você esteja bem aqui, não vão? Demon assentiu com a cabeça, sorrindo enquanto Puck se afastava. — Você o assustou. — eu acusei. — Sim. — disse Deep. — Queria perguntar-lhe sobre Carlie. Eu balancei minha cabeça. — Eu não tenho nada para lhe dizer. — Você sabe que ela costumava a transar com ele, certo? — Esta não é uma conversa que eu preciso ter. — Eu acho que sim. — respondeu ele, — Porque eu ouvi que vocês são melhores amigas agora, e isso é estranho. As meninas não fazem isso. Que diabos está acontecendo? Isso estava realmente acontecendo? Eu tinha esquecido como a fofoca se espalha rapidamente em clubes... E desde quando motoqueiros chamam pessoas melhores amigas? O senso comum disse que era as mulheres que gostavam de conversar, mas pela minha experiência, os caras eram ainda piores. Caso relevante. — É tão estranho duas mulheres trocarem um abraço amigável?

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— Sim, especialmente quando um delas está transando com o cara que a outra costumava foder. — Por que você se importa? — Carlie é minha. Eu quero descobrir o que está em sua cabeça. Talvez você possa me dizer. Isso me fez parar, e fazer uma careta. — O quê? — perguntei. — Ela é minha. — Mas ela estava dormindo com Puck. — Eu comi metade das mulheres aqui hoje à noite, até mesmo algumas das ―old ladies‖. Não muda o fato de que Carlie é minha. Eu quero saber se ela acabou com Puck. O que ela disse para você? Esta foi provavelmente a conversa mais estranha que já tive. Eu sabia uma coisa era certa, porém. Compartilhar o que Carlie tinha me dito violava o Código. — Ela só queria dizer Olá. Deep olhou para mim e olhei para trás, nenhum de nós piscamos. Foi quando Demon começou a rir. — Você está fodido, mano. Supere. O momento rompeu e decidi me concentrar muito cuidadosamente no meu sanduíche. Esta discussão precisava acabar. Felizmente, um outro homem veio e sentou-se à mesa, juntando-se aos irmãos. Ele não se incomodou em falar comigo, o que foi bom. Essas batatas fritas iam esfriar. Eu precisava me concentrar. — Você ouviu a notícia?— perguntou o cara novo. — O que? — Presidente Bozeman, chutou a old lady para fora de casa. Pegou ela transando com outro. — Ela é uma cadela. — disse o Demon. — Sempre foi. Ele está melhor sem ela. Não sei por que eles ainda estavam juntos de qualquer maneira.

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— O dinheiro. — Deep entrou na conversa. — Você sabe a família dela é um fardo, certo? Ele deveria ter deixado há muito tempo, ela vem tentando chutar suas bolas durante anos. O homem não pode viver dessa maneira. Ótimo. Puck não só me deixou sozinha, ele me deixou em um ninho de machistas. Naturalmente, a maioria dos caras aqui provavelmente caíam nessa categoria... — As mulheres devem ficar em casa. — declarou o estranho. — O dinheiro dá a elas ideias. A cadela que tem seu próprio dinheiro, fala demais. Pensa que ela é o chefe. — Desculpe-me. — eu disse abruptamente, me colocando de pé. — Eu preciso ir ao banheiro. — Puck disse para esperar. — Deep me disse, estendendo a mão e pegando meu braço. Sua voz era grave, e embora ele não estivesse apertando meu braço, percebi que não estava brincando. — Então você espera. O medo que pensei que tinha ido me bateu de volta. Eu estava cercada por grandes homens. Homens assustadores. Eles poderiam fazer o que quisessem, e eu não podia detê-los. Puck não estava aqui. — Ok. — eu sussurrei, engolindo — Não seja um idiota em relação a isso. — disse o Demon para seu irmão. Ele olhou para mim, sério. — Nem todo mundo sabe quem você é, no entanto, Becca. Puck só quer você segura. É por isso que ele lhe pediu para ficar com a gente. Deep está apenas irritado porque você não vai lhe dizer o que Carlie disse. Engoli em seco, tentando me convencer de que o Deep podia ser grande e duro, mas em algum nível, ele ainda era um menino chorão que queria um brinquedo. Não que isso mudasse alguma coisa. Meninos quebram brinquedos o tempo todo. — Aqui está sua cerveja. — Puck disse, estabelecendo-se ao meu lado. — Tudo certo? Presa ao olhar de Deep, eu assenti. — Ótimo.

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Eu não tinha bebido mais cedo, mas agora? Sim, o ambiente estava definitivamente balançando. Eu estava em um banheiro ridiculamente pequeno, lavando furiosamente as mãos. Eu fui estúpida o suficiente para tocar o assento do vaso sanitário, e enquanto eu não tivesse certeza que estava totalmente limpa, eu enxaguaria bem a mãos, (Darcy não me parece uma mulher que tolerava sujeira), eu gostaria apenas de ter feito xixi. Alguns desses caras não eram tão bons com sua pontaria... Puck esperou por mim no corredor. Eu tinha acabado de limpar as minhas mãos no meu jeans, as toalhas de papel tinham acabado, devo dizer a alguém? Quando ouvi os gritos. Abri a porta, Espiando cautelosamente. Puck tinha ido embora. Mais gritos, vindo do salão principal, em seguida, um barulho alto de algo caindo. Merda. Me arrastei para fora, tentando me fazer pequena. Eu não queria ficar no meio de uma luta, mas se Puck tinha me deixado era para algo sério. Esconder no banheiro simplesmente não era uma opção. Um grupo de meninas estava no final do corredor, observando e conversando agitadas. — O que está acontecendo? — perguntei antes de perceber que uma das meninas era Bridget. Ela estava muito entusiasmada, cadela. — Um dos Reapers está lutando com o Clay Allen, — disse ela. — Ele é um hangaround. Ele apareceu com uma garota e o cara ficou louco. — Puck está lá fora? — Oh sim... — ela respondeu seu tom de certa maneira sujo. Ótimo. — Desculpe-me. — eu disse, empurrando completamente. Uma parede de costas largas, musculosas cobertas em couro bloqueava minha visão, então corri para o bar e subi para ver se o meu homem estava lutando. Eu realmente não esperava. Vasculhei ao redor não tinha qualquer máquina de café aqui para atirar em alguém caso precisasse.

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Eu vi Puck imediatamente. Ele não estava lutando. Estava apenas no centro da roda de motoqueiros, assistindo Painter bater pra caralho no infeliz, Clay Allen cujo nome era novo para mim. Não é um homem de Callup. Uma mulher gritou, e percebi que o presidente Reapers MC estava segurando presa em seus grandes braços. Ela chutou e gritou, obviamente enfurecida. — Seu imbecil! — ela gritou. Eu não poderia dizer se ela estava gritando com Painter ou Picnic ou o cara no chão. O grande homem apenas a abraçou mais apertado, com o rosto sombrio. Painter continuou socando Allen violentamente, enviando os golpes dolorosos, ruídos de pancadas ecoavam pelo salão. Depois do que pareceu uma eternidade, Puck interveio, agarrando Painter e puxando-o para trás. Ele deu de ombros, pronto para ir para lá novamente, mas quando Puck disse algo e o grande homem loiro parou, ofegante. — Tirem-no daqui. — ordenou Painter. Ninguém se mexeu. — Tirem ele daqui antes que eu o mate. — Porra. — Horse disse, avançando para pegar Allen sob os braços. Um caminho se abriu para ele arrastar o homem para fora do clube. Painter se virou para a menina, seguindo em sua direção propositadamente com um ar de ameaça. Picnic abruptamente a girou para trás de seu corpo. Então ele se virou e enfrentou Painter, com braços cruzados. — Não vai acontecer, filho. — Isso não é da sua conta, — rosnou Painter. — Ela que veio aqui. — Eu nem sabia onde estávamos indo! — ela gritou por trás pra outro Reaper. — Foi apenas um encontro, seu imbecil. — Ele é uma porra de um motoqueiro. Você quebrou as regras, Mel. Traga seu traseiro aqui.

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— Não vai acontecer. — Picnic repetiu, firme. — Eu não vou lidar com essa merda hoje à noite. Painter, leve a sua bunda para casa. Melanie, você vem comigo. Painter rosnou e, então, a menina empurrou Picnic fora do caminho, me impressionando. Como diabos ela tinha feito isso? Em um instante ela estava encarando Painter, gritando com ele tão alto que feriu os meus ouvidos. — Você precisa dar o fora da minha vida! O que eu faço não é da sua maldita conta. — Foda-se. — Picnic anunciou. — Eu estou farto de vocês dois. Com isso, ele virou e foi embora. Levou um instante para avaliar, em seguida, vi na menina um olhar de decepção. Painter começou a sorrir, não era um sorriso agradável. — Eu vou te dar uma carona para casa, Mel. — disse ele, sua voz cheia de ameaça. — Podemos conversar quando chegarmos lá. Privacidade, você entende? Infeliz Melanie olhou ao redor, então percebi que ela estava cercada por homens que tomou a liderança do presidente do Reapers. — Foda-se... — Talvez nós vamos fazer isso também. — disse Painter. Em seguida, ele pegou seus braços e começou a a porta. Ela gritou de novo, desta vez com medo. Eu vi com expressão determinada. Boonie segurou. Melanie em Painter e ele riu. Então, ele a pegou e saiu emergência.

arrastá-la para Darcy avançar, começou bater pela porta de

O silêncio encheu a sala. Depois de uma eternidade, Darcy girou e olhou para Boonie até que ele a soltou, então ela olhou para o resto de nós, também. — A maldita cozinha está fechada, — ela anunciou. — Eu estou indo para casa. Então ela saiu pela porta da frente sem olhar para trás. Boonie balançou a cabeça e eu ouvi vários dos caras rirem. O que tinha acontecido?

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— Becca? — Puck ficou abaixo de mim, sua expressão séria. — Você precisa de uma mão para descer? — Não. — eu disse rapidamente. O que eu precisava era conseguir sair do inferno deste clube. Eu não tinha ideia de quem era aquela mulher ou porque Painter estava lutando, mas eu sabia quando as coisas estavam erradas quando via. Acabei de descer e deslizamos para fora do bar. — Podemos ir para casa? — Sim. — disse Puck. — A noite não chegou a ser da maneira que eu esperava. Não me diga. Ele pegou minha mão, paramos para dizer adeus a Boonie, Picnic, e alguns outros. Eu não olhei para ninguém, estava muito ocupada tentando não me assustar com essa droga. Então nós estávamos na moto de Puck e ele a chutou para a vida, rugindo pela estrada. O segurei com força, enterrando a cabeça em suas costas, me perguntando o que deveria dizer a ele quando chegássemos em casa.

***

PUCK — Eu acho que você deveria voltar para o seu apartamento hoje à noite, — Becca me disse. Do lado de fora de seu apartamento, que ela tinha tomado cuidado para não trancar. Mensagem recebida. — Eu preciso pensar sobre o que aconteceu. — Vamos falar sobre isso. — respondi, sabendo que estava fodido aqui. Becca estava com todo tipo de besteira em sua cabeça. Esse pequeno show de Painter com Melanie deixou obviamente, suas emoções girando. — Eu acho que vi tudo muito bem. — seu rosto tinha fechado e ela não olhava para mim. — Não, eu acho que você viu algo tão malditamente fora de contexto que você não poderia entender isso. — argumentei. — Apenas me diga, antes da luta, você estava se divertindo? Ela desviou o olhar, depois assentiu.

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— Você sabe que estava. — Não julgue o que você não entende. Isso é entre eles, e acredite, é complicado e não é da conta de ninguém, só deles. Não é da sua, minha, e nem do clube. — Não te incomoda que ele apenas a puxou para fora de lá? Isso é sequestro! Becca virou para mim, os olhos cheios de fogo novamente. Excelente, eu poderia lidar com sua raiva. Isso era assustador, indiferença silenciosa era mil vezes pior. — Picnic Hayes é praticamente o padrasto da garota. Ela congelou. Porra. Padrasto não eram os mocinhos em seu mundo. — Tornou seu pai adotivo, — expliquei. — Mais como você e Earl. Merda. Ele é casado com a mulher que ajudou a criá-la. London. Olha, isso não está dando certo. Apenas acredite em mim quando digo que ele não iria deixá-la se machucar. Ele está apenas cansado de ser intermediário, porque eles estão determinados a lutar um com o outro. Eles têm problemas que precisam resolver, um monte de merda. Talvez agora eles vão fazê-lo. Isso é o que realmente estava acontecendo na noite passada. Painter morreria antes de machucá-la. — Ele com certeza machucou o cara que estava com ela. Sobre o que era tudo isso? — Como eu disse, complicado. — eu disse, esfregando a mão pelo meu cabelo. — Vamos entrar. — Não. — disse Becca, mas ela parecia não estar mais com raiva. Apenas cansada. — Eu preciso de algum tempo para pensar. Isto tudo aconteceu muito rápido. Besteira. Qual o problema se tivéssemos ficados juntos rápido, tínhamos cinco anos de história entre nós, o tipo de história que acelerou as coisas. — Você está me despachando? — Não. — ela balançou a cabeça. — Quero dizer, mais ou menos. Só por essa noite. Eu preciso descansar, Puck. Pense o quanto minha vida mudou na semana que se passou. Eu quero algum tempo sozinha.

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Mais besteira. Eu queria agarrá-la como Painter tinha agarrado Mel, jogá-la por cima do meu ombro e ensiná-la a quem ela pertencia. A mim. Agora e para sempre. Mas Becca não era Mel, e ela precisava de espaço. Eu poderia fazer isso por uma noite. Uma noite. Então eu a colocaria na linha. — Eu provavelmente não vou vê-la novamente até que você saia do turno amanhã à noite, — eu disse, pensando em nossa batida contra os Belles Vegas. — Terei alguns problemas acontecendo durante todo o dia. Seu rosto ficou estranho, e por um instante pensei que ela ia chorar. Então, ela balançou a cabeça de novo, mesmo quando se inclinou para mim, envolvendo os braços em volta do meu corpo. — Estou muito cansada. — disse ela. — Eu quero dormir sozinha. Por que não nos encontramos para jantar na sexta-feira, então, falamos sobre as coisas. Ou talvez, se você não estiver ocupado amanhã à noite, você poderia parar no Moose? Eu a abracei, beijando o topo de sua cabeça. — Vá para a cama. — eu disse, odiando as palavras. — Se eu não puder parar no Moose, nós vamos conversar na sexta-feira. Havia outro problema. Em algum ponto nós precisamos descobrir uma programação melhor. Entre trabalho e escola, ela mal tinha tempo para mim. Quem sabe ela me deixa ajudá-la um pouco? Becca balançou a cabeça, em seguida, virou-se e pegou uma chave do bolso. Eu teria que ir atrás de uma fechadura melhor, eu decidi. Essas coisas eram fáceis de escolher. — Noite. — disse ela calmamente. Em seguida, ela entrou e fechou a porta. Puta que pariu. Painter precisava levar um chute na bunda. Talvez eu tivesse tempo amanhã depois do ataque, porque isso era uma coisa fodida.

***

BECCA

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Estranhamente, eu realmente dormi muito bem naquela noite. Eu não podia justificar isso tranquilamente ou sentir como se tivesse imaginado coisas. De modo algum. Mas a combinação de álcool, sexo, e um estrondo de adrenalina foram suficientes para me nocautear, o que foi uma coisa muito boa. Na manhã seguinte, acordei cedo o suficiente para tomar um banho e costurar por um tempo antes de sair para a escola. Costura sempre foi a minha terapia, agora me acalmava. Infelizmente, era muito cedo para falar com Danielle sobre a situação com Puck. Ela ainda estaria dormindo. Tal como Puck, ele provavelmente já tinha desaparecido. Será que ele voltaria a salvo de tudo o que o clube estava fazendo hoje? Era uma pergunta válida, que afirma algo assustador sobre o nosso relacionamento. Suponhamos que nós ficássemos juntos, nos transformássemos em um casal como Boonie e Darcy. Será que eu realmente quero saber os detalhes de sua vida? Como eu poderia estar com alguém se não podia enfrentar a realidade de quem ele era? Lutei com todos esses pensamentos enquanto guiava cuidadosamente uma faixa de seda vermelha brilhante através da Singer. A tensão tinha acabado, e eu não conseguia encontrar o ponto ideal. A máquina continuava amassando e torcendo o tecido delicado. Porra de metáfora para a minha vida. Dez minutos mais tarde, acertei em cheio, quando o telefone tocou. Eu parei a máquina e estiquei meu pescoço enquanto me dirigia para responder. Essa era a única coisa que não gostava a respeito da costura, às vezes ficava tão concentrada no que estava fazendo que esquecia de me mover. Eu atendi ao telefone e meu mundo desmoronou. — Becca? Teeny. Eu não tinha ouvido a sua voz em anos, mas só essa palavra, meu nome, me arrastou de volta. Curvei minhas costas e derreti por dentro. Deus, eu odiava este homem. Espere. Não. Eu me recusava a deixá-lo fazer isso comigo. Nunca mais.

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— O que diabos você quer? — Ótimo. Eu nunca tive a coragem de falar com ele assim antes. Eu me dei um tapinha no ombro mentalmente. — Eu tenho uma notícia ruim, querida. — ele respondeu, seu tom comovido com o que eu suspeitava ser tristeza. Parecia presunçoso, no entanto. Presunçoso e auto satisfeito. Eu quase podia ver a expressão coincidindo com a voz assustadora. — É sobre a sua mãe. — O que tem ela? — perguntei, enrijecendo. — Ela me deixou. — disse ele, duramente. — E então ela teve um acidente. Duas noites atrás. Dirigimos diretamente para um penhasco. Ela tinha bebido é claro, e agora ela se foi. É muito triste. Suas palavras me atingiram como golpes físicos. Não, facas. Facas cortando meu estômago, enviando meus intestinos ao chão da cozinha, tremendo em um amontoado sangrento. — Você está mentindo. — Não, querida, eu não estou mentindo. Ela estava ficando mais selvagem, mais irracional. Contando histórias malucas, você pode imaginar? Eu tentei impedi-la, mas ela não quis me ouvir. Você sabe como ela ficava quando estava bêbada. Quando os policiais apareceram na casa eu não acreditei neles no início, também. Eu tive que ir identificar o corpo dela na manhã de ontem. É definitivamente ela. — Vai se foder. — eu rosnei. — Ela disse que você estava batendo nela. O que você fez com ela? — Nada, Becca. Ela fez isso para si mesma. Eu desliguei o telefone, olhando em volta do meu apartamento. As lágrimas encheram meus olhos. Eu não queria acreditar nele, ele poderia estar mentindo? Oh, Deus. Por Favor. O telefone tocou novamente. Teeny. — Não desliga. — ele disse rapidamente. — Você está mentindo. — eu disse, minha voz fraca. — Você está mentindo como você sempre faz. Qual é o seu jogo, Teeny? — Você se recusa a aceitar, Becca. Mas não se preocupe, tirei uma foto dela no necrotério, para que você possa ver por si mesma.

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Talvez você não deva olhar, tais imagens perturbadoras... Mas você faz o que achar que é certo. Então ele riu e eu sabia que era verdade. Ela estava realmente morta. Teeny estava muito orgulhoso e eu soube naquele instante que ele a tinha matado. A assassinado, assim como ela havia dito que faria. E eu deixei isso acontecer. Uma súbita visão dela veio até mim. Eu tinha cinco anos de idade, talvez seis. Era Dia das Bruxas, e ela me vestiu como uma pequena princesa. Ela estava vestida como uma rainha, e pedimos, doces ou travessuras por horas, seguido de uma festa do pijama na sala de estar. Eu não conseguia lembrar a cidade ou onde tínhamos vivido ou qualquer coisa assim... Mas me lembrei das coroas que tínhamos feito juntas. Ela usou fio para montar a estrutura, então nós cobrimos com papel alumínio e colamos glitter brilhante. Ela era a coisa mais linda que eu já vi. — Ela está realmente morta, não está? — sussurrei baixinho. — Sim. — respondeu ele. — Ela está realmente morta. Esta é realidade, querida, ela era uma má esposa e teve o que merecia. Eu joguei o telefone do outro lado da sala. Esse. Diabo. Desgraçado. O telefone começou a tocar novamente. Não é o celular que eu tinha jogado, mas o do meu quarto. Ele estava lá, esperando por mim como uma espécie de mostro hediondo determinado a destruir tudo o que eu amava. Eu não deveria responder. Eu sabia que não deveria responder. — Olá. — eu disse, aborrecida. — Estou realmente triste por causa da sua mãe, — disse Teeny. — Estou devastado, naturalmente. Perder a esposa é uma coisa terrível. Felizmente já conheci alguém e agora que ela morreu, simplifica a minha vida. É por isso que pensei que seria melhor colocar esta decisão final em suas mãos. — Decisão?

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— Ela já foi cremada, é claro, — disse ele. — Não é possível guardar um corpo para sempre. Cabe a você mostrar o que acontece depois, Becca. Há despesas finais destas coisas não são baratas. A dormência tinha tomado conta do meu corpo. Olhei em meu quarto, tentando assimilar a realidade que minha mãe estava realmente morta. Então suas palavras afundaram em mim. "Essas coisas não são baratas." De repente eu entendi. Eu entendi tudo. — O que você quer? — perguntei, a emoção escoando de minha voz, porque eu já sabia a resposta. Teeny queria dinheiro. Teeny sempre quis dinheiro. Senti seu triunfo através do telefone, sapo odioso. — Três mil dólares. — disse ele. — Você me envia isso e vou enviar as cinzas de sua mãe. Eu vou mandar a foto de seu corpo e uma imagem da certidão de óbito, assim que desligar. Você tem três dias para enviar o dinheiro. Caso contrário, eu vou acabar com ela. A chamada telefônica terminou. Deus, nem mesmo Teeny poderia ser tão maligno. Mas ele podia. Ele era capaz de tudo, e nós dois sabíamos disso. Saí para a minha cozinha e me deixei cair numa cadeira, batendo na mesa. O vaso de flores silvestres que eu tinha escolhido na semana passada derrubou, derramando água por tudo. Droga. Estendi a mão e o agarrei, jogandoo na parede com todas as minhas forças. O som do estilhaço, ainda foi doce em meus ouvidos. Ligeiramente sonoro. Limpo. Libertador. Olhei ao redor do apartamento para jogar algo mais. O que eu vi me enojou, era tão patético. Milhares de pequenos retoques ao longo dos anos tinha transformado meu apartamento em uma casa. Alguns deles eram minhas criações, travesseiros e cortinas. Arremessar. Eu tinha comprado arte barata, pôster e pendurei-os nas paredes, como se isso já pudesse me dar uma sugestão de classe. Quem diabos eu achei que estava enganando? Não importava o que fizesse ou onde eu morava, porque uma coisa nunca mudaria. Becca Jones era lixo. Minha mãe foi lixo. Agora ~ 270 ~


que ela estava morta e o mesmo bastardo maligno ainda estava dando ordens, como uma aranha venenosa que eu nunca seria capaz de escapar. Tudo o que eu tinha feito era uma mentira. Chegou o momento de destruir. Tudo isso. Levantei e sai da cadeira com tanta força que ela caiu para trás. Então caminhei até a cozinha e peguei a faca de chef que Regina tinha me dado quando me mudei. Estava afiada. Talvez muito afiada, porque me cortei mais de uma vez. Também, ficava afiada porque Earl tinha me dado uma pedra de amolar para acompanhar, e o homem não era louco para controlar o local para se certificar de que eu cuidava dos meus utensílios de cozinha. Levantando a faca, testei a borda com o meu dedo, uma linha de fogo vermelha apareceu. Me senti bem com a dor. Simples e fácil de entender, ao contrário da dor que ainda me rasgava cada vez que imaginava o rosto de minha mãe. Se ele tivesse batido nela até a morte? Atirado nela? Talvez ele só conseguiu embebedá-la e empurrou o carro ao longo da ribanceira, que seria bastante simples. Por que diabos eu não encontrei uma maneira de conseguir o dinheiro? Eu agarrei a almofada do sofá que tinha feito de camisas velhas de Earl e afundei a faca no fundo, fingindo que era o rosto de Teeny. Então a arranquei e tirei o enchimento, jogando-o no chão. Em seguida foi uma decoração de parede que tinha feito de tiras de pano reunidas por costura modelo de raio de sol. Não demorou muito. Depois que fui atrás dos pôsteres. Eles rasgaram quase com muita facilidade, fazendo um belo ruído de dilaceração que não conseguiu satisfazer. Girando, olhei para algo mais para destruir. As cortinas. Rasgando seria melhor... Indicavam mais trabalho, que era bom. O tecido vermelho era mais pesado e tive que arrastar uma cadeira para chegar, pois quando tentei arrancá-las eram fortes demais para mim. Earl tinha pendurado os varões, ele não fazia nada pela metade.

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Primeiro cortei em tiras, saboreando o som da faca rasgando as fibras. Então puxei as hastes para baixo, jogando cada uma delas em uma direção diferente da sala. Na minha mente elas eram lanças, perfurando buracos no peito de Teeny. Tiras de tecido amassadas como o sangue pelo chão. Olhei para o meu sofá. Eu queria matá-lo. Queria matar tudo. Me dirigi a ele, resolvendo que ia começar com as almofadas antes de atacar a estrutura. Eu poderia usar meu martelo sobre essa parte. Vai se foder, Teeny! O reflexo de um brilho chamou minha atenção. Minha Singer. Ela posava na janela da torre, banhada em luz, me chamando. A máquina era uma obra de arte. Lisas, linhas pretas. Perfeitamente lubrificada, pronta e esperando para criar algo bonito. Havia uma folha pintada com ouro de verdade, e nem mesmo o motor elétrico pode manchar a sua glória. A Singer era uma coisa bela. Pena que a beleza era a porra de uma mentira. Regina tinha me dado, e eu estava tão orgulhosa porque ela confiava em mim. Idiota. Ela me disse para usá-la para criar, projetar uma nova vida para mim. Este era o tipo de máquina que uma mãe dava à sua filha como um sinal de seu amor, mas apenas em uma família real. Uma família normal. Permanecia lá na luz do sol, apontando para o teto, como um dedo médio. Me colocando no meu lugar. Foda-se isso. Foda-se tudo isso. Minha decisão estava tomada, ignorei o sofá com uma finalidade desagradável. Claro, eu estraguei o grande gesto por tropeçar no cesto segurando os tecidos, caído no meu rosto. A faca saiu voando. Em algum lugar na parte de trás da minha cabeça me dei conta de que meu nariz estava doendo. Eu limpei-o com a palma da minha mão, então olhei para a minha pele, hipnotizadas pela visão de sangue brilhante.

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O sangue entre minhas pernas escorria vermelho. Depois da primeira vez que Teeny me teve como mulher, minha mãe me levou para o banheiro e me lavou embaixo do chuveiro. Me lembrei de ver o redemoinho da água corada ao redor antes de desaparecer pelo ralo. Eu não sei o que eu esperava depois disso. Não, isso é uma mentira. Eu esperava que ela me salvasse. Eu esperava que ela me colocasse no carro e dirigisse para muito longe. Em vez disso, ela chorou e eu chorei, mas quando tudo acabou, nada mudou, exceto as visitas de Teeny no meu quarto à noite. Depois, ele começou a me compartilhar com seus amigos e não houve mais sangue. Coloquei as mãos, pegando a borda do gabinete de madeira da Singer. As pernas eram de ferro fundido, belíssimo por seus próprios méritos. Toda a máquina do caralho era arte e era perfeita e criativa e não tinha lugar na porra da minha vida. Nada. Eu cambaleei, em seguida, estendi a mão para levantar toda a coisa. Era pesada, mas não muito pesado para mim. Eu não era uma garota inútil e delicada, que tinha sido estragada por excesso de cuidado. Não. Eu era forte. Eu tinha sobrevivido a Teeny, eu tinha sobrevivido ao estupro, e sobreviveria muito bem a perda a minha mãe. Levou duas tentativas para levantar a Singer alta o suficiente, mas eu consegui. Então me virei para a janela. O sol estava brilhando através das montanhas, me banhando em luz apenas como ele tinha iluminado a Singer mais cedo. Minha mãe nunca iria ver o sol novamente. Levantei a máquina, a jogando através do vidro curvo com um grito. O som dos estilhaços invadiu o ar e era mais bonita do que eu poderia ter imaginado. Vagamente percebi que havia cacos de vidro no meu cabelo e minhas roupas, mas eu não dava a mínima. Não.

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Meu trabalho não tinha terminado ainda. Estendi a mão para o cesto de tecido, içando-o em seguida. No topo estavam os quadrantes que eu tinha começado o cortar para a colcha. Estúpido, estúpido, babacas estúpidos... Coloquei a cuba de plástico para fora da janela, em seguida, joguei através para se juntar a máquina quebrada na rua. — O que diabos está acontecendo? — alguém gritou. Eu olhei para baixo para encontrar três pessoas muito assustados olhando para mim. Uma delas era minha ex-chefe, Eva. Seus olhos estavam arregalados e sua boca estava aberta. Combinado com sua maquiagem pesada e cabelo vermelho falso, ela parecia apenas um palhaça. A palhaça odiosa e desagradável. Ignorei a cadela me virando, em seguida, estendi a mão para a caixa de plástico que prendia todos os meus artigos diversos de artesanato e bobinas. A tampa voou livre enquanto eu lançava fios e fitas enviando para voar no ar como uma explosão de fogos de artifício têxteis coloridos. De repente, meu estômago se rebelou. Muita dor, muita raiva, muita adrenalina. O café da manhã estava voltando, e foi chegando rápido. Corri para o banheiro e falhei, batendo na mesa da cozinha no processo. É foi onde joguei pela primeira vez, uma mistura repugnante do alimento digerido, e metade de sangue fresco do meu nariz. A segunda vez, fiz isso na pia. Fiquei ali, ofegante e chorando. As pessoas ainda estavam gritando do lado de fora, então ouvi alguém batendo na porta do meu apartamento. A atrocidade que eu cometi me bateu. Eu tinha destruído máquina de costura de Regina. A mesma máquina que eu não estava disposta a vender para salvar a vida da minha mãe. Que diabos havia de errado comigo? Como eu pude ignorar o sofrimento da minha mãe para proteger a porra de uma máquina? Meu Deus, como eu ia explicar isso para Regina? Levantei devagar, ignorando as batidas na minha porta enquanto a realidade caia em torno de mim. Teeny tinha assassinado

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minha mãe e ele ia conseguir se safar. Eu nunca conseguiria sequer pegar suas cinzas a menos que o pagasse. Não. Basta... Não A batida na minha porta continuou, mas eu não prestei atenção, porque de repente as coisas estavam tão incrivelmente claras. Como é que eu não tinha percebido isso antes? Senti uma risada histérica tentando forçar seu caminho para fora enquanto corria para o meu quarto e peguei uma mochila. Eu tive que trabalhar rápido a qualquer minuto alguém chamaria Regina e Earl, lhes dizendo que eu tinha perdido o juízo. Que eu tinha jogado sua preciosa herança de família na rua. Talvez eles me perdoassem por isso. Provavelmente. É esse o tipo de pessoas que eram. Agora não era o momento para descobrir, no entanto. Eu tinha muito que fazer e não podia arriscar que me impedissem, a última coisa que eu precisava era arrastá-los comigo como cúmplices. Comecei a pegar roupas e as meti dentro da bolsa. Me debrucei sobre a minha cama, pegando a caixa de cigarros na minha mesa de cabeceira e empurrei, também. Banheiro. Escovei os dentes com uma das mãos, pegando meus produtos de higiene pessoal. Shampoo, condicionador, lâmina de barbear. Maquiagem. Tudo isso foi para a mochila, que joguei por cima do meu ombro. Minha bolsa estava ainda pendurada no pequeno gancho na parede ao lado da minha porta. Tinha o meu dinheiro dentro, catorze dólares. Patético. Que nem sequer enchia meu tanque de combustível. Mas eu sabia onde poderia conseguir mais. Arremessei a porta aberta, Eva quase me atropelou quando passou por ela. Ela gritou alguma coisa para mim, que ignorei. Eva não importava mais. Nada disso importava. O meu pequeno carro azul estava esperando por mim no beco. Ele tinha sido bom para mim, e agora eu precisava que fosse melhor, teríamos uma longa viagem pela frente. Todo o caminho até a Califórnia. E quando eu chegasse lá? Bem, então eu usaria minha outra relíquia de família de Regina e Earl mataria Teeny Patchel. Acabaria com essa merda de uma vez por todas. ~ 275 ~


Eu n達o podia esperar.

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Capítulo treze Uma hora depois estacionei no Clube de Vegas Belles Gentlemen. A adrenalina e a explosão inicial de raiva tinham desaparecido, me deixando cansada, mas determinada. Meu telefone explodiu de ligações. Regina. Earl. Danielle. Blake. Até Darcy tentou entrar em contato. Aparentemente minha birra foi à melhor coisa que aconteceu em Callup desde então... Bem, desde a minha luta na mesa do café na semana passada. Bem. Não que isso importasse, eu tinha um trabalho a fazer, e me preocuparia com Callup depois. As probabilidades eram boas, eu nunca voltaria aqui de qualquer maneira. Eu não podia arriscar fazendo Puck cúmplice mais do que eu arriscaria Regina e Earl, ele já passou tempo suficiente na prisão. A ideia de deixá-lo doía, mas o pensamento de Teeny continuar a viver doía ainda mais. Eu tinha que acabar com isso. Acabar com ele. Talvez eu tenha sorte e encontre as cinzas da minha mãe em sua casa, mas não era a parte que importava. O que importava era matá-lo. Para fazer isso eu precisava de dinheiro, dinheiro suficiente para chegar até a Califórnia e então esperava fugir uma vez terminasse. Eu poderia tentar tomar emprestado, é claro. Mas qualquer um que me ajudasse se tornaria cúmplice de assassinato. Isso não podia acontecer. Não. Isto era sobre mim, ninguém mais. Eu posso não ser muito melhor do que a minha mãe, mas pelo menos não levaria qualquer outra pessoa para baixo comigo. Eu trabalharia com os Belles Vegas por um dia, conseguiria tanto dinheiro quanto eu pudesse, e em seguida começaria a dirigir. Se

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eu ficasse sem dinheiro no caminho, ia parar em outro clube e fazê-lo novamente. Pena que eu não tinha superado minha preciosa dignidade a tempo de salvar a minha mãe. O segurança na porta me reconheceu. Eu tinha parado para me limpar, é claro, e me transformar em algo mais adequado. Me lembrei das palavras da garçonete e me perguntei se ela estava falando sério sobre o boquete. Provavelmente. Oh bem. Eu posso fazer pior. — Bem-vinda de volta. — disse ele, abrindo a porta para mim. — Decidiu se você quer trabalhar, afinal? — Sim. — eu disse, me colocando mais amigável, menos cara louca. — Eu tinha ficado receosa na última vez, agora estou pronta para entrar. — É seu dia de sorte. — disse ele, piscando. Deus, os homens eram estúpidos. — Temos o grande chefe chegando de fora da cidade, e três das meninas ficaram doentes. Não caia na sua frente e você vai ser contratada sem problemas. Isso era sorte. Hora de fazer algo e seguir meu caminho. A mesma garçonete estava dentro novamente. Ela franziu a testa quando me viu e me perguntei qual era o seu problema. Então percebi que realmente não importa, porque eu não estava aqui para impressioná-la. Eu só precisava convencê-los a me deixar trabalhar o tempo suficiente para recolher algumas centenas de dólares. Então eu nunca os veria novamente de qualquer maneira. Ela se aproximou de mim. — Você deve sair. — disse ela em voz baixa. — Não é um bom dia para começar aqui. — Eu preciso do dinheiro. O gerente está por ai? — ela balançou a cabeça com força, em seguida, apontou para a porta que dava para o corredor. — Vá até seu escritório. — disse ela. — Temos VIPs vindo em breve. Ele está ocupado, por isso, seja rápida.

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— Obrigada. — Não me agradeça. — ela murmurou. — É estúpida por voltar aqui. Estúpida? Ela não sabia da missa a metade. Atravessei a sala, notando que apenas uma garçonete estava trabalhando no primeiro piso. Havia dois homens sentados perto do palco, onde uma menina dançava lentamente. Seu coração realmente não estava naquilo, e eu não poderia culpá-la. Dois clientes não eram suficientes para fazer qualquer dinheiro. Merda. O que eu faria se não pudesse ganhar o suficiente? Cruzando meus dedos, caminhei até a porta que dava para o escritório. Três grandes homens de pé no corredor vestindo camisas ‗Segurança‘. Mais segurança. — Eu tenho que falar com o Sr. McGraine sobre um trabalho. — eu disse, olhando entre eles. — O barman me enviou. Eu já falei com ele uma vez esta semana, ele disse que eu poderia voltar se mudasse de ideia. Um dos rapazes acenou com a cabeça. — Ele está ao telefone. Dê-lhe um minuto, e então eu vou perguntar a ele. — Ok. Ficamos ali por longos segundos, tentei dar a impressão de que sabia o que estava fazendo. Um dos homens me encarava descaradamente o tempo todo. Um segundo estava verificando seu telefone enquanto o terceiro, o que tinha falado comigo, ficou parado e branco como uma estátua. Um pouco assustador. Senti o indicio de uma risadinha nervosa no meu estômago, e a engoli impiedosamente. Eu não podia me dar ao luxo de estragar isso fazendo algo estúpido. Finalmente o grandalhão branco bateu na porta, como em resposta a algum sinal secreto que só ele podia ouvir. — Sim? — Tem uma garota aqui para ver você, chefe. — disse ele. — Diz que falou com você no início desta semana. Procurando por trabalho. ~ 279 ~


— Mande-a entrar. Ele acenou para mim quando abriu a porta. Era agora. Respirando fundo, eu entrei. Dentro encontrei três homens, McGraine e dois que eu não reconheci. Todos usavam ternos e um ar de tensão nervosa encheu a sala. — Oi. — eu disse, tentando irradiar confiança. — Eu não sei se você se lembra, mas... McGraine me cortou. — Você ainda está procurando trabalho para dançar? — Hum, sim, eu estou. — Ótimo, você pode começar agora. — ele me disse. — Metade da equipe ficou doente. Você pode fazer dança de colo. Não quero você no palco até que eu tenha a chance de ver sua performance. Daqui a pouco teremos alguns convidados chegando e você faça o que diabos eles mandarem. Nós acertaremos isso com você depois, me entendeu? Não se preocupe em pegar o dinheiro adiantado. Você vai ter a quantia devida e um bônus em dinheiro. Isso soou muito duvidoso. Meus olhos se estreitaram. — Você tem alguma papelada...? — Mais tarde, — ele retrucou. — Leve sua bunda para o camarim e se prepare. Eles estarão aqui em vinte minutos. — McGraine caminhou até a porta e abriu. — Crouse, vai levá-la. Terá uma das outras meninas explicando as regras da casa. Então ele me empurrou para fora da porta e era um empurrão real, com suas mãos em minhas costas, me impulsionando a atravessar e quando dei por mim estava em cima do segurança que estava me secando. Claro Crouse seria um bastardo. Apenas para minha sorte. Ele sorriu para mim. — Siga-me.

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O ‗camarim‘ era mais como um armário do quarto, obviamente, o orçamento para arrumar o interior não havia se estendido para dar as meninas mais do que o essencial. Havia uma fileira de armários de metal ao longo de uma parede, dois espelhos grandes, e um balcão com uma pia. Três meninas estavam se preparando e um delas era, obviamente, uma garçonete. Ela usava um espartilho preto, uma saia preta curta e meias arrastão pretas. Seus sapatos eram umas boas cinco polegadas de altura, e fizeram os meus pés doer só de olhar para eles. — Nova dançarina. — Crouse anunciou, olhando para as mulheres. Uma delas usava um sutiã e fio dental, e a segunda estava vestida como uma cowgirl sacana, com um laço completando. Todas elas pularam quando Crouse falou e eu tenho a sensação de que a moral dos funcionários não era muito alta nos Belles Vegas. Não importa para mim. Isso tudo era a respeito do dinheiro. — Oi, eu sou Venus. — disse a cowgirl. — Quando você começou? — Agora. — eu respondi, sentindo um pouco nervosa. — O Sr. McGraine apenas me contratou. Elas trocaram olhares. — Sorte sua. — disse a garçonete. — Nem sempre é assim tão fácil. Eles estão fodidos hoje, um monte de gente não apareceu. — Eles disseram que eu não posso dançar no palco até que eles tenham a chance de fazer um teste. — expliquei, me sentindo minimamente arrependida. Se o barman tinha dito a verdade, estas mulheres haviam feito mais do que apenas se mostrar para ganhar seus lugares. — Eu tenho que ficar com danças eróticas. — Tente levá-los na sala VIP. — disse a menina seminua. Ela se inclinou para frente para o espelho, passando camadas cuidadosamente de rímel nos cílios. — Consiga o cara certo lá ele não vai se importar se você não está em cima do palco. Só não se esqueça de apontar as garçonetes.

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— Obrigada, Claire. — disse uma morena. Ela amarrou um avental pequeno em torno de sua cintura, em seguida, sorriu para mim. — Vai se sair bem. Então ela se virou e saiu da sala. — O que você vai vestir? — perguntou Venus a cowgirl. — Hum, eu tenho alguma lingerie, — eu disse, olhando em volta, sem jeito. — Pegue um armário, — disse Claire. — Não importa qual. Coloque suas coisas lá e retire a chave. Os empregados do bar irão segurar para você, enquanto você dança. Isso não parecia ser o melhor dos esquemas, mas percebi que isso realmente não importava se alguém me roubasse. Eu só estaria aqui um dia de qualquer maneira. Eu tinha deixado minha bolsa e um conjunto extra de chaves escondidas no carro. Earl tinha construído um compartimento secreto no porta-malas, por isso devia ser seguro, mesmo que alguém invadisse, e o carro inteiro fosse roubado. Supostamente estaria fodida se isso acontecesse de qualquer maneira. — Vamos ver do que você é capaz. — disse a cowgirl. Eu tirei minha camisa, mostrando-lhes o sutiã preto e vermelho que tinha comprado no outro dia no Walmart. Não era perfeito, mas o suficiente. Então desabotoei minha calça e puxei para baixo. Debaixo eu usava uma calcinha combinando. Elas trocaram olhares, aparentemente, não se impressionaram, o Vegas Belles era mais sofisticado do que em um clube MC. Observei. — Vou levá-la às compras após o término do turno. — disse Claire. — Você vai fazer mais com outra coisa. Terá que servir para hoje. — Obrigada. — eu respondi. — Até onde tenho que me despir para as danças eróticas? — No piso principal, mantenha o seu sutiã, — disse Claire. — Nós fazemos contato completo aqui, mas se eles querem seus peitos eles podem comprar um quarto. Você leva uma garçonete com você... Oh merda. — O quê? — eu perguntei ansiosamente. ~ 282 ~


— Não temos garçonete suficiente. — ela franziu a testa para mim. — Ok, aqui está à situação. Você não deveria entrar em um quarto sem uma garçonete. Elas trazem as bebidas, mas elas também estão lá para ficar de olho em você, certifique-se de permanecer segura. Às vezes, os caras não ouvem as regras, você sabe? A garçonete pode conseguir um segurança para você... Exceto hoje temos apenas duas, o que significa que você estará por sua própria conta. — Eu acho que nós vamos ter que avisar os seguranças que eles devem ficar perto. — disse Venus. — E precisamos deles, sempre podemos gritar. — Eu quero voltar para a Linha. — Claire anunciou. — Isso está muito ridículo. Eu não devia ter vindo aqui. Eles dão turnos bons para as dançarinas do Vegas de qualquer maneira. Um homem enfiou a cabeça. — Você entra em dois minutos, — ele disse a ela, e depois desapareceu novamente. — Esse é Trey. Ele toca a música e anúncios, — explicou Claire. — Ok, vamos lá para fora. Se você tiver alguma dúvida, não tenha medo de perguntar. Não há quase ninguém no clube agora, mas devemos ter mais ao meio-dia. Muitos caras vêm do parque de tecnologia em seus intervalos de almoço para uma rapidinha. — Rapidinha? — perguntei. — Aconteça o que acontecer na sala VIP é com você, — disse Claire, piscando. — Basta lembrar, a casa recebe uma parte. Lisa, é outra dançarina, escondeu o dinheiro e alguém a espancou no estacionamento. — Merda. — Sim. Ok. Vamos lá.

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É uma coisa corajosa a se fazer, você vai ganhar dinheiro suficiente para financiar uma viagem, traçando uma caçada mortal com a venda de danças eróticas. É uma outra coisa realmente fazê-lo. O clube tinha agora perto de quinze homens. Eu sabia que eles tinham ~ 283 ~


dinheiro e que queria pegar o dinheiro deles. Eu nem sabia o que fazer com eles para que isso acontecesse. Eu só não tinha certeza de como começar. — Caminhe até lá e pergunte se ele quer uma dança. — disse a garçonete amigável, chegando a ficar ao meu lado. — Olhe para esse cara no canto. Ele está sentado lá por meia hora. Tenho certeza que ele ia comprar uma dança de você, ele nem sequer observa o palco, o que significa que ele está aqui para algo mais. Ele costuma dar boas gorjetas, também. Temos que gostar disso em um homem. Ela assentiu com a cabeça em direção a uma figura sentada nas sombras. — Ok, eu posso fazer isso. — disse eu, em seguida, comecei a caminhar em direção a ele. Eles realmente precisavam de uma melhor iluminação aqui, eu decidi. A luz fraca pode ser amiga de uma stripper, mas este canto especial parecia um buraco negro. Olhei para o teto e percebi a lâmpada queimada, é por isso que eu realmente não podia vê-lo até que fosse tarde demais. — Oi, você gostaria de comprar uma dança? — perguntei. Uma mão disparou, pegando meu pulso. — Ei, você não pode fazer isso... Minhas palavras sumiram quando ele se inclinou para frente. Oh merda. Então ele se levantou e eu sabia que devia ter feito alguma coisa realmente horrível em uma vida passada. Era Painter. O mesmo Painter que tinha arrastado uma mulher relutante para fora da sede do clube na noite passada. Pior. Sorte. Sempre. — Vamos para a sala VIP. — disse ele em um rosnado ameaçador baixo. — Hum, eu não acho que é uma boa ideia. — eu respondi, tentando me afastar. Ele não deu uma folga, havia algo escuro e predatório em seu olhar. Eu já tinha visto aquele olhar antes. Em Puck. Painter estava caçando. Eu precisava dar o fora daqui. Imediatamente. — Eu cometi um erro. — balbuciei. — Eu vou sair agora. Você pode dizer a Puck que estou indo para casa. Ele pode falar comigo lá.

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— Tarde demais. — disse ele. — Sala VIP. Agora. Leve sua bunda lá dentro. Meu peito contraiu. — O que você vai fazer comigo? — eu perguntei, minha voz um sussurro. — Temos um problema? — perguntou um homem. Olhei para cima para ver Crouse pairando sobre nós. A mão de Painter apertou, e considerei dizer sim. Então ele ia lutar com Crouse e eu teria uma chance de fugir. Deve haver milhares de clubes de strip entre aqui e a Califórnia, eu iria para em um desses. Sim. Solução perfeita. Eu tinha acabado de abri minha boca quando alguém chamou minha atenção. Atrás do segurança. Demon. Oh dupla fodida, Eu pensei. Tudo se encaixou dentro da minha cabeça. O encontro ontem à noite. Puck ter "merdas para fazer" o dia todo. Os clubes estavam tramando algo e se os dois dos irmãos estavam aqui, as probabilidades eram boas que eu me encontrei bem no meio dela. O Belles Vegas tinham aberto na mesma rua abaixo da Linha... Isso era ruim. Muito ruim. — Tudo está bem. — gritei. — Ele é um velho amigo, estou apenas assustada ao vê-lo aqui. Nós estamos indo para a sala VIP agora. Com isso agarrei a mão dele e comecei a arrastar Painter para o outro lado da sala, para o corredor que abrigava os quartos VIP. Ao longo do caminho, vi um, dois... outros três homens do clube. Nenhum deles vestindo suas cores. Definitivamente, uma grande operação. Painter me seguiu, com o rosto sombrio, enquanto Crouse abriu a última porta à direita para nós. — Você precisa de uma garçonete. — o grande homem me disse.

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— As outras meninas me disseram que estaria trabalhando sem elas hoje, — eu respondi. — Porque muitas não apareceram para trabalhar. Eles devem ter tido uma ideia do que está acontecendo... Mais peças caíram juntas. A garçonete dizendo que era um mau dia para começar. Metade da equipe não estava. — Vou estar lá fora. — disse Crouse, olhando para Painter. — Ela é nova e eu gosto dela. Não faça asneira ou você vai pagar. Dando um alto riso nervoso fechei a porta e me virei para Painter. — Onde diabos eu entrei? — perguntei. Ele deu um passo em minha direção, escuridão escrita em toda parte. — Se você precisasse saber disso, já teríamos te dito. Vê como isso funciona? Por que diabos você está aqui, Becca? Puck pensa que está segura na escola. Eu não gosto de cadelas que mentem aos meus irmãos. Engoli em seco, notando como ele ficou entre mim e a porta. Pela primeira vez, percebi que talvez trazê-lo aqui não foi uma ideia tão grande. Sem testemunhas. Crouse podia estar fora, mas havia muita música no clube, também. Ele seria capaz de me ouvir se eu chamasse para pedir ajuda? — Eles disseram que algumas pessoas importantes estavam vindo para a cidade hoje. É por isso que você está aqui? — eu disse, tentando distraí-lo. O quarto tinha apenas cerca de 10 metros quadrados. Eu senti minhas costas bater na parede. Painter entrou na minha frente, seu corpo duro e implacável. Em seguida, se inclinou e falou diretamente em meu ouvido. — Você percebe o que eu poderia fazer para você aqui? — ele perguntou. — Como isso é perigoso? Eu poderia te estuprar, Becca. Matar você. Chantageá-la. Inferno, eu poderia até mesmo forçá-la a espionar os Silver Bastards agora, eu não poderia? Ou isso já está acontecendo? Você está trabalhando para os Callaghans? Puck vai querer saber os detalhes.

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Ele estendeu a mão e pegou uma mecha do meu cabelo, penteando-o com o dedo, em seguida, acariciando meu ombro. — Eu só precisava de algum dinheiro. — disse eu, apavorada. — Esta parecia ser a melhor maneira de conseguir algum rápido. Um turno aqui, então eu estaria deixando a cidade. Puck não precisa saber. — Puck e eu não mentimos para o outro, — retrucou Painter, dando um passo para trás. Ele passou a mão pelo cabelo, me encarando. — Passamos um tempo juntos, você sabe o que isso significa? Minha vida estava em suas mãos todos os dias, não podia mentir para ele, se eu tentasse. — Nem mesmo para sua proteção? — eu sussurrei. Painter sacudiu a cabeça. — Você não decide, então cale a boca, — ele respondeu. — Vai acontecer merda em breve. Eu amo meu irmão e por alguma razão ele se preocupa com você, o que faz com que você seja o meu problema. Estou assumindo que eles tenham monitoramento de vídeo aqui, então vamos ter que fingir por um tempo. Eu vou sentar naquela cadeira grande, confortável por um tempo e você vai sentar no meu colo e rebolar ao redor. Não me chateie e não me irrite mais do que já estou. Eu vou te dizer o que fazer quando chegar a hora. Com isso, ele se virou e se sentou em uma cadeira suavemente coberta de couro no centro da sala. Eu estava tão concentrada nele que não tinha percebido isso. — Colo. Então ele pegou o telefone e começou a enviar mensagens de texto sem olhar para mim. Fui até lá e deixei cair minha bunda com fio dental no colo dele, rezando arduamente para não sentir um pau duro. Oh, graças a Deus. Nada. Eu dei um suspiro de alívio, eu enganei homens para sobreviver antes, mas não tinha certeza de que poderia lidar com isso novamente. Não com o amigo de Puck. Fechei os olhos e comecei a mexer a minha bunda, me certificando de ficar o mais longe possível. Será que já teve algo mais estranho na minha história? Não. Não, não tinha. Eu queria desaparecer, apenas deixam completamente de existir.

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— Em poucos minutos, as coisas vão começar a acontecer. — Painter disse calmamente. — Você conseguiu a resposta para muitas coisas. Aqui está algo a considerar, se foder a coisa para nós, não será a sua cabeça que vai rolar. — O que você quer dizer? — Você é old lady de Puck. Isso significa que ele é responsável por tudo que você faz. Se você estragar as coisas hoje, ele é quem paga. Escolha cuidadosamente suas ações. Agora isso ainda é uma questão privada entre ele e você. Não que alguém vai ficar terrivelmente impressionado com a sua merda, mas puni-la será o seu problema, não o nosso. Uma vez que suas ações impactam o clube, castigos passam a um novo nível. Meu estômago se agitou e pensei que poderia vomitar. — Eu não tinha ideia de que você estaria aqui hoje. — eu sussurrei, me perguntando se ele acreditava em mim. Será que isso importa mesmo? — Se eu soubesse, nunca teria vindo. Tudo que eu queria era dinheiro suficiente para sair da cidade... Sinto muito. Deus, eu estraguei tudo. — Guarde isso para Puck. Eu não me importo com sua besteira. Um silêncio horrível e constrangedor caiu enquanto eu continuei esfregando contra ele. Comecei a contar na minha cabeça, me concentrando em cada número para me impedir pirar, tornando as coisas piores. Em seguida, um grito cortou a música do clube, seguido por alguns ruídos estrondosos. — Pronto. — disse Painter, me empurrando para fora da cadeira. Eu caí de joelhos e me vi lutando para sair do seu caminho. — Você fica aqui, mantenha a cabeça baixa, e não estrague nada. Vou mandar Puck para você depois que ele terminar. Não fale com ninguém sobre isso ou eu vou pessoalmente caçá-la e matá-la. Entendeu? Eu balancei a cabeça rapidamente, arregalando os olhos. — Entendi. Painter assentiu, caminhando para o outro lado do quarto para abrir a porta. Ele me deu uma olhada final. — Meu irmão merece alguém melhor do que você.

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Assenti com a cabeça, concordando com ele. Ele realmente merecia.

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PUCK Boonie e eu estacionamos o furgão na parte de trás do clube. O prospecto sentou no assento do motorista, ele ficaria lá no período de duração, pronto para sair assim que voltássemos. Em menos de um minuto nós tínhamos que caminhar até a parte de trás do edifício Vegas Belles, onde a nossa informante, Maryse, nos deixaria entrar pela saída de emergência para os quartos de VIP. Nós tínhamos discutido bastante tempo sobre qual caminho tomar, o resto do clube tinha ido pela frente. A outra saída nos levaria mais perto do escritório, mas seria mais difícil para Maryse chegar também. Não só isso, qualquer poder de fogo no prédio seria concentrado lá. Outro furgão parou perto da saída. Esperando. Até onde sabíamos, os homens no interior não tinham pistas sobre o ataque. Jamie Callaghan e sua comitiva tinham entrado cinco minutos antes. Se as coisas corressem bem, ele iria passar menos de dez minutos no total no edifício. Meu telefone tocou. PAINTER: Problema. Becca está aqui. Eu a coloquei em uma sala privada. Ela está segura, mas precisamos tirá-la ante de sair. Que. Porra. Por um minuto pensei que minha cabeça fosse explodir. Becca deveria estar na escola. Comecei a digitar um texto de volta, então percebi que era inútil. Nós não temos tempo para falar, muito menos mudar o plano. Painter tinha salvado minha vida mais de uma vez, um favor que eu tinha retornado. Eu teria que confiar nele. — Becca está lá dentro. — eu disse Boonie. Ele balançou a cabeça bruscamente, embora eu soubesse que estava curioso. Mil cenários possíveis passaram pela minha cabeça, cada um pior que o anterior. Não importa como eu olhasse para ele,

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não havia desculpa para ela estar aqui. Nada. Ela estava trabalhando para os Callaghans o tempo todo? Impossível. — Tempo. — disse Boonie. Fomos em direção à porta, que abriu na hora. Maryse a segurou para entrarmos, em seguida, saiu correndo em direção ao furgão. O prospecto iria protegê-la até que fosse a hora de ir. Eu passei pelos quartos VIP, imaginando em qual Becca estava detida. Não importava, a melhor maneira de protegê-la neste momento era terminar a operação o mais rápido e eficientemente possível. Então eu teria tempo para estrangulá-la confortavelmente. Passamos pelo corredor e para o piso principal do clube. Painter e Gage seguraram dois grupos de pessoas como reféns, já antes do previsto. Seis deles eram, obviamente, clientes, homens aterrorizados que foram arrebanhados em um canto com várias strippers e garçonetes. No centro da pista de pé mais quatro homens, com as mãos sobre suas cabeças. Dois usavam camisas "Segurança", enquanto os outros estavam em ternos. No grupo de Jamie Callaghan. Havia três deles total. Se a nossa contagem estivesse certa, isso significava que mais seis homens estavam no prédio. A maior parte dos irmãos estavam fora de vista. De acordo com o plano eles tinham ido para o escritório, espero que para agarrem Callaghan e McGraine e os puxar para a parte traseira do furgão. — Tudo bem aqui? — perguntou Boonie. — Sob controle. — respondeu Painter. — Outra equipe já está descendo pelo outro corredor. — Ok, vou me juntar a eles. — disse Boonie. — Puck vai me dar cobertura enquanto eu volto. Em seguida, ele vai fazer uma varredura e ficar o comando. — Parece bom. — Gage retumbou. Um dos clientes falou hesitante. — Nós não queremos nenhum problema. — disse ele. — Isso é entre vocês, nós não vimos nada. Nos deixe ir, e nós nunca vamos falar sobre o que vimos aqui. Eu prometo.

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— Sente-se quieto e você vai ficar bem, — disse Boonie. — Você está certo, não é sobre você. Vocês mantenham suas bocas fechadas e em uma hora vai ser como se isso nunca tivesse acontecido. Claro, você fala, você morre. Nós vamos caçá-lo, não importa aonde você vá. Há centenas de nós, em todo o país, por isso o silêncio é realmente a melhor opção. Uma das garçonetes começou a chorar baixinho. — Não deveria ter começado a trabalhar para a concorrência. — Boonie estalou implacável. — Cale a boca. Ela empurrou seu braço para sua boca, abafando o barulho. Seguimos Boonie para outro lado da sala, a arma na mão. A porta para o segundo corredor estava encostada, com Ruger e Horse montando guarda contra a parede oposta. Mais dois seguranças estavam deitados no chão em frente a eles, as mãos cruzadas atrás da cabeça. — É obvio. — disse Ruger, acenando para Boonie. — Eles estão no escritório. Boonie começou a descer o corredor quando me virei de volta para o piso principal. — Evidente que somos nós? — perguntei, me movendo para a próxima fase. — Verifique o bar, em seguida, de uma batida nos quartos VIP, — disse Gage. — Nós verificamos e ninguém está lá, a não ser Becca, a menos que alguém tenha se escondido antes do clube abrir. Esvazie os quartos, depois, volte para ajudar com os reféns. Tudo de acordo com o plano. Corri de volta para o corredor e comecei a abrir portas. Havia seis deles, e os quatro primeiros estavam vazios. Então eu abri a quinta. Eu quase não consegui ver Becca de início, ela tinha escondido no canto atrás da porta. Quando ela me viu seu rosto ficou branco. — Eu posso explicar. — ela sussurrou. Vê-la seminua me excitava facilmente. Em vez disso, fui totalmente frio. Cinco anos. Cinco malditos anos esperei por essa mulher, tratando-a como se ela fosse de vidro. Bloqueada. Agora ela estava agitando seus peitos em um clube de strip, porra. Há quanto tempo ela tem vindo aqui? Será que ela já esteve na escola?

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Não, ela não poderia trabalhar aqui há muito tempo, alguém a teria visto. Nada disso fazia sentido, não que isso importasse agora. Eu tinha que tirá-la daqui e terminar de verificar os quartos. Eu descobriria o que diabos estava acontecendo depois que terminasse. Cadela fodida. — Saia daqui. — eu disse, agarrando seu braço e empurrando-a para o corredor. — Vá para porta de trás. Você verá uma furgão lá, entre e espere por mim. Ela assentiu com a cabeça rapidamente, tropeçando enquanto corria em direção à saída de emergência. Virei-me para a porta final. Foi quando a merda se tornou séria.

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Capítulo catorze BECCA Eu nunca vou esquecer o olhar no rosto de Puck, quando me encontrou escondia no quarto VIP. Não era desgosto, ou raiva... Nem mesmo traição. Muito pior. Ele olhou para de mim, com os olhos tão mortos como o de Painter. Até aquele momento eu tinha conseguido não pensar a respeito disso, para não considerar as consequências de minhas ações sobre nosso relacionamento. Não era que eu esperava sair para a Califórnia e depois voltasse para continuarmos a partir de onde estávamos. Eu realmente não tinha pensado em nada. Agora, enquanto estendi a mão para a barra na porta da saída de emergência, a realidade me golpeou. Eu tinha nos destruído. Seja o que for que nós tivemos, eu tinha matado, porque eu pirei. Mais provas de que tudo o que eu tinha lutado em Callup era uma mentira. As meninas como eu não vivem finais felizes para sempre. Temos clubes de strip sombrios e homens com armas, até o ponto em que tudo acaba em uma orgia de violência. Se tivermos muita sorte, conseguimos ser as assassinas e não as vítimas. A partir do olhar nos olhos de desembarcado no lado errado da equação.

Puck,

eu

poderia

ter

Eu me virei para olhar para ele uma última vez, de modo algum eu planejava me sentar calmamente em que furgão e esperar por ele. O MC tinha um trabalho a fazer aqui, e não incluía me perseguir. Se eu pudesse chegar ao meu carro, ainda teria uma chance de lutar.

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Puck estava alcançando a última porta quando bateu aberta entre nós. Crouse saiu movendo, capturou Puck debaixo do queixo e o derrubou do outro lado do corredor. A arma voou e, então, ele estava na mão de Crouse. Ele apontou para Puck, segurando-o preso ao chão. Puta. Merda O que diabos eu devia fazer agora? — Saia da casa, garota. — disse Crouse por cima do ombro, suas palavras um grunhido. — Isso não tem nada a ver com você. Saia e fuja antes que a merda fique pior. Meus olhos dispararam entre ele e Puck. Era isso. Crouse tinha me dado uma oportunidade e eu deveria aproveitar. Eu não podia fazer nada por Puck de qualquer maneira. Empurre a porta e corra para o carro. Você não tem escolha. Um grito veio da sala principal, depois, Painter apareceu no final do corredor. Ele tinha a arma, apontada para Crouse. O grande homem manteve suas mãos firmes na própria arma em Puck. Impasse. — A menina pode ir. — disse Crouse, sacudindo a cabeça para mim. — Ela não está envolvida nisso. Os olhos de Painter pegaram os meus, e ele acenou com a cabeça bruscamente. A voz de Britney Spears explodiu através do sistema de som, alegre e feliz e tão fora de lugar que eu queria esmagar a cabeça contra a parede. Esmagar minha cabeça... Á direita, próximo à porta havia um grande agradável, brilhante extintor de incêndio vermelho. De repente eu sabia exatamente o que fazer. Estendi a mão para ele, o estourei livre enquanto sustentava o olhar de Painter. Seus olhos ficaram em branco, não revelando nada. Eu deslizei para fora dos meus saltos em silêncio, levantei o metal sobre a minha cabeça e não hesitei. O barulho que fez quando eu o rachei na cabeça de Crouse foi alto o suficiente para que nem mesmo a música abafasse. Puck explodiu em movimento, rolando para o lado e levantando-se. Maldita coisa boa, também, porque a arma de Crouse disparou, perfurando um buraco à direita, onde ele estava apenas segundos antes.

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Isso nunca acontece nos filmes. É claro que, nos filmes Crouse teria sido nocauteado e estaria inconsciente instantaneamente, o que também não aconteceu. Apesar de que ele estava bem malditamente instável, por isso, quando Puck o abordou e pegou sua arma, não era exatamente uma luta justa. Então, tudo acabou. Crouse estava cambaleando no centro do corredor, com as mãos levantadas. — Fora com os outros. — Puck rosnou para ele. O grande segurança olhou para mim uma última vez, e em seguida, para minha surpresa ele piscou. Que diabos foi isso? Aparentemente Puck se perguntou a mesma coisa, porque eu o vi nos estudando de perto. Ótimo. Apenas o que eu precisava. — Saia enquanto pode, garota. — Crouse disse de novo, então ele começou a descer desajeitado no corredor. — Homens como nós não são bons para você. — Leve-a para o furgão. — Painter virou-se para Puck. — Algo está errado aqui. Talvez ela esteja envolvida. Puck assentiu, pegando meu braço com os dedos firmes, implacáveis. Sol brilhante bateu quando abrimos a porta, saindo do submundo escuro do clube para o ar limpo e fresco. — Você tem muito a explicar. — disse, me empurrando para o furgão. Eu caí duramente, e então ele estava me algemando a um trilho montado no lado da plataforma. Bem. Tudo isso por ficar nua.

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PUCK Nós dirigimos em silêncio, seguindo o furgão que detinha Jamie Callaghan e seus amigos. Boonie sentou-se de frente com o prospecto, enquanto Painter e eu cobríamos a parte de trás. Becca amontoou-se ~ 295 ~


contra uma parte, tremendo. Eu continuei esperando que ela chorasse, implorasse ou mostrasse algum tipo de emoção. Ela nem sequer olhava para mim, totalmente perdida em seu próprio mundo. Por que diabos ela estava naquele clube? Nada disso fazia sentido. O pior cenário é que ela estava trabalhando para os Callaghans, mas não faz sentido por uma série de razões, não menos do que foi o fato de que ela tentou matar um homem para me salvar. Eu tinha que admitir, a imagem de Becca lutando de sutiã e calcinha revelou fortemente em minha vida uma fantasia futura. Sentia meu pau agitar duro toda vez que eu pensava sobre isso. Sensualidade não era uma defesa, no entanto. Eu precisava enfrentar a realidade. Se houvesse a mínima chance de que ela estava nos espionando para os Callaghans, correria sangue. Seria possível? Não. Becca era uma garota local, ligação nula com eles. Não só isso, se ela estava trabalhando no Vegas Belles regularmente em vez de ir para a escola, eu teria sabido disso. Nós não tivemos o lugar sob vigilância 24/7, mas tínhamos nossos espiões dentro. Eles tinham nos dado uma lista de funcionários. Ela não estava nele. De acordo com Maryse, ela só tinha estado lá uma vez antes. Ela me disse antes de sairmos, e a mulher não tinha nenhum motivo para mentir. O furgão balançou quando saímos da estrada e entramos na estrada de cascalho para o Armory. A antiga fortaleza da Guarda Nacional pertencia aos Reapers, servindo como sede do clube, pensão, e prisão temporária. Eles possuíam terras por quilômetros ao redor, também. Jamie Callaghan ia ter uma noite muito desagradável. Felizmente este não era o meu problema, minha parte no ataque terminou. Assim que nós descarregássemos, eu planejava colocar Becca em minha moto e levá-la para casa para conseguir algumas respostas. Olhei para ela de novo e revisei meus planos. Conseguir algumas roupas em primeiro lugar. Em seguida, jogá-la na minha moto. Talvez eu devesse transar com ela, também. Sim. Isso era um plano. Depois disso, porém, eu definitivamente receberia algumas

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respostas. O furgão parou e nós deslizamos as portas abertas. Painter e eu pulamos para fora, batendo as portas atrás de nós. Boonie se aproximou de mim, franzindo a testa. — Você vai deixá-la lá dentro? — ele perguntou levemente. — Não, mas percebi que eu deveria comunicar antes de ir embora. — disse eu. — Você acha que este é um assunto para o clube? Caso contrário, pretendo tratá-la como uma questão pessoal. — O segurança tinha uma queda por ela. — Painter entrou na conversa. — Mas eu acho que ele nem sabia o seu nome. Só pensou que ela era bonita e Maryse comprova isso. Becca estava lá apenas para fazer um dinheirinho rápido, sem razão para envolver o clube. Boonie assentiu. — Eu vou falar com Pic a respeito disso, mas concordo. — disse ele. — Este é o seu problema, Puck. Alguma ideia de por que ela gostaria de conseguir um emprego de strip? Não consigo entender isso. — Puck, eu posso falar com você? — uma mulher chamou. Olhei para cima para ver London, old lady de Picnic Hayes, andando na minha direção. Os outros foram "escoltar" Callaghan e os seus homens para fora do outro furgão bem na frente dela, mas ela não prestou atenção. Em vez disso, ela franziu a testa para mim. Caralho. Picnic estava se preparando para torturar um cara, mas London queria me chatear. — O quê? — perguntei, sabendo que meu tom cercado de grosseria porque nunca gostei dela. Admirei a bunda dela, e ela traiu Pic. Eu nunca a perdoei totalmente por isso. — Eu recebi um telefonema de Darcy mais cedo. — disse ela. — O que está acontecendo? — perguntou Boonie. — Está tudo bem? — É sobre a old lady de Puck, — disse London. — Darcy não chamou você, porque ela sabia que estava ocupado, mas aconteceu algo ruim. Esperei. — O quê? — Ela disse que Becca ficou louca hoje cedo. Ela jogou uma máquina de costura para fora de seu apartamento na rua, diretamente ~ 297 ~


através de uma janela. Um monte de outras coisas também. Então ela saiu em seu carro e não respondeu seu celular. Eles não têm nenhuma ideia se ela ainda está no vale ou o que aconteceu, mas seu apartamento inteiro está destruído. Não há sinais de que alguém estava lá com ela, ou que ela foi atacada, Darcy disse que ela fez isso. Esta merda só fica mais estranha. — Porra. — Boonie murmurou. Eu esfreguei minha testa. O que quer que tenha acontecido para enviar Becca ao clube de strip foi extremo. — Uma última coisa. — disse London, cavando ao redor em seu bolso. — Eles checaram o histórico em seu telefone residencial. Antes de partir, ela recebeu várias chamadas deste número. Ela tirou um pedaço de papel e me entregou. Código de área de Southern Califórnia. Todas as peças se encaixaram e raiva súbita me encheu. Eu queria dar um soco em alguém. Tão óbvio. — Esses malditos nunca param. Era sua mãe, a cadela é uma doente. — O que está acontecendo? — perguntou Boonie. — A puta está atrás dela querendo ao dinheiro — eu rosnei. — Apenas um jogo de mentiras, mas Becca cai nessa armadilha o tempo todo. Se aconteceu alguma coisa, ela provavelmente não iria falar comigo, também. Nós discutimos por causa disso. — Darcy está preocupada. — disse London. — Se você tem alguma ideia de onde Becca está você deve ligar e dizer a ela. Eu acho que existem outras pessoas que querem respostas, também. Excelente, era o que eu precisava. Um comitê. — Ela está no furgão. — eu disse, me forçando a manter minha voz firme. Eu queria gritar ou chutar alguma coisa. Deus, eu odiava aquela vadia. — Você vai chamar Darcy e deixá-la saber que está tudo bem? London me olhou. — Quando você tem que transportar uma mulher para Armory na parte traseira do furgão, nem tudo está bem. Isso me pegou repentinamente. Porra.

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— A situação era completamente diferente da sua, London, — disse Boonie. — Acredite em mim. Mantenha-nos informados, Puck. — Claro. — eu disse, me voltando para o furgão. Eu peguei a porta e deslizei aberta, subindo para soltar Becca. Sentindo que tínhamos tido mais plateia do que precisávamos, deslizei a porta atrás de mim novamente. — O que acontece agora? — ela perguntou, sua voz monótona. Por que ela continua deixando sua mãe fazer isso? Eu tinha arrastado seu traseiro de lá há cinco anos, mas ela ainda se abalava sempre que a mulher chamava. Besteira. — Você vai começar por me dizer por que destruiu o seu apartamento e jogou sua máquina de costura para fora da janela. — eu disse, abrindo as algemas. Becca se sentou, esfregando seu pulso. — Então avançaremos a coisa toda para o strip. — Eu não estava tentando causar problemas para o clube. — disse ela, evitando a primeira pergunta. — Tudo o que estava acontecendo lá embaixo, eu não fazia parte. Eu não sei nada sobre os Belles Vegas. — Eu sei. Basta levar sua bunda para fora. Eu abri a porta e ela deslizou para fora, ainda com os pés descalços. London olhou entre nós, então balançou a cabeça. — Você quer algumas roupas para ela? — Sim, isso seria ótimo. — Pegue o quarto no segundo andar. — disse ela, sem rodeios. — Vou mandar Mellie, em pouco tempo com algo para ela vestir. — Mellie está aqui?— perguntou Painter. — Sim, eu estou tomando conta de Izzy para ela esta noite. — respondeu London. — Por quê? — Não é da sua conta. Painter estreitou os olhos. Foda-se isso. Eu já tive minha dose de drama.

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— Vamos sair daqui. — eu agarrei Becca. Ela me seguiu em silêncio, ignorando os olhares curiosos dos Reapers e Silver Bastards ainda andando por ai no pátio.

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BECCA — Aqui. — disse Puck. Eu entrei no quarto e me virei para ele, ainda me sentindo entorpecida. Eu tive uma explosão de energia quando ele esteve em perigo, quando tudo ficou nítido e claro. Então, desapareceu rapidamente, a dor , tristeza e culpa incomodam. Puck fechou a porta, cruzando os braços sobre o peito enquanto se encostou na parede. — Certo, me diga o que diabos está acontecendo. — Minha mãe está morta. — eu disse, decidindo dizer tudo. — Eu precisava de dinheiro o suficiente para ir para a Califórnia. Pensei que ao trabalhar uma tarde no clube, poderia fazer algum dinheiro rápido. Ele suspirou, esfregando uma mão sobre o queixo. — Sinto muito por sua mãe. — disse ele finalmente. — Eu estou supondo que é por isso que você perdeu a cabeça e jogou sua máquina de costura para fora da janela? — Em minha defesa, Eva estava andando lá fora. Eu estava esperando caísse nela. — Isto não é uma piada, Becca. — Oh, eu acho que tudo é uma piada. — eu respondi amargamente. — Você sabe o que eu tentei fazer nos últimos cinco anos? — O quê? — Não me transformar em minha mãe, — eu respondi. — No entanto, aqui estou em um clube MC, vestindo nada mais que minha lingerie. Para que serve aquela cama? ~ 300 ~


Ele olhou para ela, intrigado, a coisa era velha e surrada, os cobertores tão fino difícil de qualificar. — Este é um daqueles quartos onde as old ladies vão limpar, não é? — eu perguntei, levantando uma sobrancelha. — Eu sei pra que serve este lugar. Vocês circulam em comboios aqui, não é? Vocês e todos os seus amigos e qualquer que seja a pobre prostituta que é estúpida o suficiente para se deixar ser atraída para dentro. Eu jurei que nunca iria ver um desses quartos novamente, Puck. Então Teeny me ligou e eu estou de volta onde comecei. Eu tenho que consertar isso. O rosto de Puck endureceu. — Você não está pensando direito, — disse friamente. — Eu sinto muito por sua mãe estar morta, mas você precisa calar sua boca. — Foda-se, Puck. Ele começou a caminhar na minha direção, com um propósito sombrio estampado em seu rosto. — Se você precisava de dinheiro, você deveria ter me pedido. — disse ele. — Eu sou seu old man. Quando merdas assim acontecem, você deve me chamar. Serio mesmo? — Há um problemas com essa hipótese. — eu bati. — Primeiro, você não é meu old man, mas você continua dizendo às pessoas que eu sou sua old lady. Eu não concordei Puck. Precisa de duas pessoas, você sabia disso? — Becca... — Não seja condescendente comigo. — continuei. A raiva estava empurrando através da dormência. Me senti bem. Muito bem. — Eu sou adulta e estou cuidando de mim há anos. — E é um excelente trabalho que você está fazendo, também. Onde estão suas roupas, Becca? Oh espere. Você as perdeu durante um ataque a um clube de strip. Isso foi antes ou depois de você jogar tudo o que possuía pela janela? — Teeny assassinou minha mãe! Puck congelou.

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— O quê? — Ele a matou, — eu disse, minha garganta apertada. Merda. Eu ia chorar novamente, e não queria chorar. Eu queria ser forte e estar com raiva. Concentrada. — Ela me avisou. Ela disse que ele ia matá-la, a menos que eu mandasse dinheiro para ela fugir, mas eu não tinha o dinheiro. Eu fui mesmo ao clube de strip no início desta semana, pensei em tentar ganhá-lo para ela. Mas eu não consegui levar isso até o fim porque eu tinha a minha preciosa dignidade a escola e você, imbecil. Sim, está certo. Eu não queria perder você, por isso e deixei o lugar antes. Agora ela está morta. Ele a matou. Puck deu um passo em minha direção, mas eu levantei a mão. Ele ignorou e eu caí em seus braços, com as lágrimas se libertando. Em seguida, ele esfregou as minhas costas suavemente. Deus, por que ele estava sendo tão bom? Ele faz tudo mais difícil. Eu queria lutar, não chorar. — Ok, vamos pensar em alguma coisa. — disse ele finalmente. — Em primeiro lugar, e eu tenho que perguntar isso, você tem alguma prova real de que ela está morta? Ele pode estar mentindo para você. — Meu telefone celular. — eu sussurrei. — Ele está no meu carro, mas ele me enviou fotos. Do necrotério. Também um atestado de óbito. É verdade. — Tudo bem. — respondeu ele. — E como você sabe que ele a matou? — Porque ela disse que faria. Ela me implorou para salvá-la e eu não fiz. É minha culpa. — Não. — ele disse. De repente, estava me olhando diretamente nos olhos, segurando meus ombros com as duas mãos. — Você não causou nada disso. Não é sua culpa, ela fez suas próprias escolhas e elas incluíram sofrimento e usaram você. Se você disse que não, era porque você é inteligente o suficiente para se salvar. Em relação ao assedio, também. — Você só tinha de adicionar a última parte, não é? Ele não respondeu, embora eu visse sua boca se contrair. Bom. Eu o tinha atingido. O silêncio caiu no quarto.

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— Então, por que você precisa de dinheiro para ir à Califórnia? — perguntou ele finalmente. — Ela vai ter um funeral? Eu balancei a cabeça amargamente. — Não, mas ele disse que se eu quisesse suas cinzas, teria que pagar por ela. Muito dinheiro. — Você está brincando comigo. — Três mil. Se eu não enviar, ele vai jogar suas cinzas fora. O rosto de Puck escureceu, e vi os pequenos músculos de sua mandíbula apertar. — Então ele ligou para falar da morte de sua mãe e, em seguida, a chantageou. Você não vai ganhar três mil naquele clube, Becca. Não em um dia e você tinha que saber que eu viria à sua procura quando ouvisse o que aconteceu. O que realmente está acontecendo? Eu considerei a questão. Se eu o enrolasse, mais cedo ou mais tarde eu iria conseguir o meu carro de volta. Eu ainda poderia ir atrás de Teeny. — Responda o caralho da pergunta, Becca. — Eu queria ter suas cinzas. — Você sabe que eu vou ajudar. — Sua ajuda vem com condições. — Eu entendo. — disse ele de repente. — Você acha que se você me atacar o suficiente eu vou desistir. Responda. Agora. Por que você estava indo para a Califórnia? — Eu estava indo para matá-lo. — eu admiti. — Eu sinto que nunca voltarei a ser livre a menos que ele esteja morto. Talvez pareça loucura, mas ele é um homem mau e ele não merece viver. É por isso que eu não falei com ninguém, eu não queria transformá-los em meus cúmplices. Puck rosnou, depois, se afastou de mim caminhando em direção à janela. Ele se inclinou sobre ela, as pontas dos dedos ficando brancas enquanto apertava com força. Eu acho que deveria estar feliz por ele não estar apertando minha garganta. — Será que lhe ocorreu que eu poderia cuidar disso? — ele disse, os dentes cerrados. Eu olhei para ele fixamente. — O que você quer dizer? ~ 303 ~


— Você perguntou uma vez o que eu faço para o clube. Eu corrijo problemas. Teeny é um problema. Engoli em seco. — Você não pode fazer isso. — Sim, eu posso. — respondeu ele, voltando-se para olhar para mim. Seus olhos escureceram, e eu tremi. Eu só o tinha visto assim uma vez antes, na manhã que ele me levou embora. Toda ira flamejante queimando debaixo de uma superfície fria. Tão perigoso. — Se você quer vê-lo morto, eu vou fazer isso acontecer. Mas você tem que falar sobre as merdas comigo. — Você soa como um psicopata. — eu soltei. Merda. — Eu não posso acreditar que eu disse isso. Puck veio e pegou a parte de trás do meu pescoço, meu corpo bateu contra o seu. O ar tinha mudado entre nós, havia raiva antes. Agora havia mais. — Você me pertence. — ele rosnou, pegando o lado do meu rosto com a outra mão. Senti seus dedos envolveram em torno de minha mandíbula, oh, tão perto de minha garganta. — Isso significa que vou cuidar de você. Pensei que estava a salvo de seu padrasto. Ele ainda está machucando você, no entanto, então você não está segura. Agora eu vou resolver esse problema para que ele nunca a machuque novamente. Isso não faz de mim um psicopata, faz de mim o seu old man. Então sua boca tomou a minha, a língua empurrando dentro brutalmente. O horror do dia, toda a adrenalina, tudo me atingindo ao mesmo tempo. Eu estava interiormente morrendo lentamente nessa tarde, mas agora me sentia viva novamente. Estendi a mão e peguei seu cabelo, puxando-o para mim com uma força que nunca tinha usado antes. Puck resmungou, em seguida, me empurrou para baixo e para a cama. O colchão era esponjoso e macio. Os cobertores eram antigos e desbotados. Só Deus sabia a última vez que tinham trocado os lençóis. Eu não me importei. Tudo o que importava era a sensação dele quando empurrou minhas pernas. Então sua mão caiu entre nós, cavando sob a minha calcinha. Seus dedos encontraram o meu centro como um alvo, empurrando profundamente dentro. ~ 304 ~


Minhas costas arquearam e eu convulsionei contra ele. Não era um orgasmo instantâneo, mas era algo malditamente perto. Com toda a tensão que estava carregando desse dia estava desesperada para liberação, mas não podia conseguiria retirá-lo sem a ajuda dele. Puck soltou minha boca, então, baixou a cabeça e agarrou meu sutiã com seus dentes. Meu peito apareceu livre e ele chupou quase dolorosamente. A necessidade explodiu entre as minhas pernas, uma tensão que corria do meu peito para o meu clitóris, onde seu polegar começou a trabalhar. — Puck, — eu gemi. Ele se afastou e deu uma risada áspera. — Nada como uma foda irritada, hein? Suas palavras me atingiram. Foda irritada. Isso resumiu perfeitamente o que e precisavam... Algo obscuro, bruto e livre de qualquer tipo de preocupação com as suas necessidades. Levantei, pegando o seu peito com a minha mão e o empurrei. O movimento pegou desprevenido e ele caiu. Então eu estava em cima dele, montando seu corpo enquanto rasgava sua camisa. Puck era um homem inteligente, não demorou muito antes de o tecido ir para cima e sobre a cabeça. Alcancei às minhas costas, tentando encontrar o gancho do meu sutiã, mas meus dedos ficaram embaraçados. Finalmente eu só puxei a coisa toda para cima e sobre a cabeça. Então me abaixei em seu tórax, esfregando os mamilos enquanto enterrava meu clitóris contra seu pau. — Você não é meu old man. — eu rosnei, olhando em seus olhos. Puck arreganhou os dentes para mim enquanto suas mãos pegaram minha bunda, os dedos cavando profundamente na carne. Seus quadris empurraram para cima. — Você é minha. Finja o quanto quiser, mas esta é a minha buceta, minha bunda, e eu não compartilho você com ninguém. Eu vou protegê-la e você vai cuidar de mim e não há uma maldita coisa que você possa fazer sobre isso.

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Minhas costas arquearam quando seus dedos me apunhalaram novamente. Então eu estava voando por cima e virando de costas, pernas para cima e ao redor de seu corpo, enquanto seus quadris me afundaram para baixo no colchão. — Isto. — disse ele, empurrando seus dedos novamente. — Isto pertence a mim. A outra mão de Puck começou a enterrar em mim e estremeci. Ele tinha encontrado minha bunda, mexendo contra isso com prazer selvagem. — Isto é meu também. — acrescentou. — E se eu quero a sua boca, vou fode-la. Você quer mais. Admita. — Foda-se. — Não. — ele disse, puxando suas mãos, de repente livre. Então ele afastou-as uma de cada lado da minha cabeça e empurrou para cima. Pressionando seu pau com força em minha buceta. Bom. Mas por que ele não estava se movendo? Eu precisava dele se movendo, pressionando contra o meu clitóris e me fazendo gritar. A tensão dentro de mim precisava sair. Eu estava enlouquecendo, passei o dia andando feito louca. Esta era à primeira coisa que fazia sentido, a primeira coisa que não feriu minha alma. — Maldição, Puck! — eu preciso de você. Eu não poderia dizer isso, porém. Não poderia lhe dar a satisfação. — Admita que você é minha old lady. — ele rosnou novamente. — Basta dizer as palavras e eu vou foder seus miolos. — Não. Puck tomou uma respiração profunda, estremecendo e começou a levantar seu corpo da cama. — Sim, — eu engasguei, pegando sua bunda, o puxando para dentro de mim desesperadamente. — Eu serei sua old lady. Tanto Faz. Apenas me foda! Os olhos de Puck explodiram, e então ele estava alcançando entre nós, rasgando suas calças. Segundos depois, ele empurrou para dentro. Meu corpo inteiro tremeu e eu gritei, o alívio foi tão intenso.

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Eu não estava lá ainda, é claro. Eu precisava de mais movimento, mais penetração, mais de tudo. Maldito bom começo, no entanto. Puck guiou os quadris profundamente, uma e outra vez. Tentei combinar com o seu ritmo no começo, mas não tinha jeito. Ele era muito pesado, muito duro. Muito rápido. Tudo que eu poderia fazer era agarrar enquanto ele batia em mim. Estávamos tão perto agora. O suor estourou por todo o meu corpo, uma leve névoa alisando nossa carne e fazendo cada toque ainda mais extraordinário. Puck fez uma pausa. Eu gemia, cavando meus dedos em sua carne, e ele riu. Então, ele baixou a cabeça e me deu um beijo longo e lento. — Eu gosto de foder minha old lady, — disse ele, os olhos me provocando. Apertei seu pau profundamente no interior, recuperando o retorno daquela pequena crueldade, e ele riu. — Continue me punindo assim, boneca. Posso passar pelo sofrimento, de alguma forma. Dei um tapa na bunda e ele resistiu, mas obtive resultado. Ele começou a se mover novamente, muito tempo, com golpes lentos agora. O ângulo estava exatamente certo e seu osso pélvico fortemente pressionado contra o meu clitóris cada vez, até o ponto da dor. Em seguida, ele puxou para trás, iniciando o ciclo novamente. Cada vez eu chegava mais perto, mas não perto o suficiente. Passou uma eternidade enquanto eu retorcia debaixo dele, tentando recuperar o fôlego. — Por favor... — eu gemia, embora não tivesse certeza de que estava gemendo. Será que isso importa? Então, ele mudou de ritmo, empurrando para dentro antes de parar. Pela segunda vez tudo estava acabado. Eu explodi com um suspiro de alívio, minha mente clareou, pela primeira vez desde que tinha recebido o telefonema sobre a minha mãe. Puck gozou comigo, gemendo e tremendo enquanto seu sêmem pulsava em minhas profundidades. Depois, ele caiu sobre o meu corpo.

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— Devemos brigar com mais frequência. — ele conseguiu dizer após uma longa pausa. Eu assenti com a cabeça. — Sim, definitivamente. — Você ainda é minha old lady. — Se eu disser que sim, você vai me ouvir? — Certo. — Eu não quero que você mate Teeny. Puck parou. — O que você quer dizer? — ele perguntou, seu tom cauteloso. — Eu quero matá-lo. — eu sussurrei. — Você não tem ideia de quanto ele me fez sofrer. Eu preciso fazer isso, Puck. Eu quero olhar diretamente em seus olhos antes dele morrer. Eu quero que ele sinta tanto medo quanto eu senti. Dar a ele um gosto do que ele fez a minha mãe. Então eu quero que ele implore por misericórdia até o instante em que eu atirar em sua cabeça. Puck rolou para o lado, colocando um braço em seu rosto. — E você me chamou de psicopata. — ele murmurou. — Você não tem ideia do que você está falando, Becca. Não importa o quanto alguém mereça morrer, quando você tira uma vida, você perde um pouco de si mesmo, também. — Eu vou fazer isso. — eu disse a ele. — Você realmente acha que poderia me parar? Mais cedo ou mais tarde eu vou encontrar uma maneira, se você não ajudar. Ele suspirou. — Deixe-me pensar sobre isso. Era isso. Naquele instante sabia que eu tinha ganhado. Eu não podia esperar para ver o olhar de Teeny quando eu empurrasse a arma em sua boca. Três mil dólares. Ele tinha mesmo que ficar ganancioso.

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PUCK — Boonie, você tem um minuto? Eu tinha encontrado meu presidente no andar de baixo, os braços cruzados, inclinado contra um pilar de cimento. Eu tinha estado aqui em baixo o suficiente para saber que não era uma espécie de lugar agradável. Este era o lugar onde os Reapers levavam seus prisioneiros. Alguns saíram daqui. Alguns não. Eu não tinha ideia em qual categoria Jamie Callaghan se encaixava e não me importava. A porta de metal que leva a um dos quartos se abriu e Picnic deu alguns passos para fora. — Temos um problema. — disse ele para Boonie. — Ou, pelo menos, uma complicação. — O que é? — Callaghan diz que tem algo em Shane McDonogh. Algo grande. Ele tomou precauções, se desaparecer, a situação explode na cara. — Matar McGraine, — disse Boonie. — Isso deve sossegar Jamie. Pic balançou a cabeça. — Eu acho que há uma oportunidade aqui. — disse ele. — Nós intermediaremos a paz entre Callaghan e McDonogh, ele poderia pagar todos nós o tempo para encontrar uma solução a longo prazo. — O vale não pode dar ao luxo de deixar Callaghan vivo. — Ele é apenas um deles. — disse Picnic. — Se você matá-lo, outro irá aparecer em seu lugar. Não muda nada. Se o deixarmos ir agora, ele está disposto a fechar o Vegas Belles. Não só tirar a nossa concorrência, mas retroceder em termos de capacidade para drenar dinheiro fechando a mina. — Nós devemos falar com McDonogh, — Boonie disse, pensativo. — Eu posso ver o valor, mas precisamos de sua adesão. — Por quê?

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Boonie suspirou, parecendo cansado. — Porque é uma questão maior do que a porra do seu clube de strip, Reese. Estamos jogando um jogo longo aqui e todo o vale está em jogo. Eu quero falar com ele antes de tomar uma decisão. — E-mail de Malloy, — sugeri. — É difícil encontrar McDonogh, mas talvez eles consigam te levar as escondidas como fizeram comigo. — Eu acho que não vou me misturar tão bem. — disse Boonie, secamente. Eu balancei minha cabeça. — Não importa. Você o encontra na floresta atrás de seu prédio, ninguém vai vê-lo de qualquer maneira. É lá que eu fui antes. Qualquer um poderia ter feito isso. — Eu vou tentar. — Boonie pegou seu telefone e ligou. — Ei, eu ainda preciso de um minuto, — eu disse, desejando que não tivesse que interrompê-lo. — A situação com Becca. É séria. — O que foi?— perguntou Pinic. — A mãe dela está morta. É por isso que ela perdeu a cabeça mais cedo hoje. Becca está convencida que seu padrasto a matou, e ela decidiu caçá-lo e colocar uma bala em sua cabeça. De repente, tive toda a sua atenção. — Que porra é essa? — Ela foi até a Vegas Belles para tentar fazer algum dinheiro rápido. Estava planejando dirigir até a Califórnia e matá-lo. Obviamente ela não estava pensando direito... Não sei como diabos ela imaginou que fosse capaz de fazer isso. — Não subestime uma mulher desesperada, — disse Pic, sua voz sombria. — Eu disse a ela que ia fazer isso. — eu disse. — Não quero que ela carregue esse fardo pelo resto de sua vida. Não tenho certeza que ela poderia lidar com isso. — Ela é mais forte do que você pensa. — disse Boonie. — Mas estou te ouvindo. Qual é o plano? — Pensei em começar por ter certeza que não vou tocar uma guerra se colocar esse cara no chão. Ele é um hangaround dos Longnecks e seu irmão é um portador do patch.

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— Eles não são nada. — Picnic disse com desdém. — Eu vou deixar Shade saber a nível nacional, mas ele não vai se importar. Eles são fracos e covardes, nós não temos respeito por eles. Senti parte da minha tensão se esvair. Uma coisa a menos para me preocupar. — Nesse caso, gostaria de dirigir até lá e cuidar das coisas eu mesmo, — eu disse. — Becca quer vir comigo e disse que ela podia. Boonie, posso reunir um dos nômades para ajudar a manter um olho nela enquanto eu termino o trabalho. — Parece bom. — disse Boonie. — Mantenha-nos informados. — Tudo bem. Ele se inclinou e me deu um abraço áspero, batendo nas minhas costas. Picnic seguiu seu exemplo, e depois voltei para cima. Encontrei Becca na cozinha, conversando com London. Ela usava um jeans e uma camisa dos Reapers desbotadas. Tinha que ser a roupa menos sexy que eu já a vi usar, apesar disso ela conseguiu que funcionasse. Engraçado, isso. Eu fui para ficar atrás dela, deslizando minhas mãos em torno para sentir seu estômago. London nos observava, bebendo uma xícara de café. — Você precisa de alguma coisa para a estrada? — ela perguntou. — Sanduíches? Salgadinhos? — Como você sabe que estou indo em uma viagem? — perguntou Becca. — Eu sinto o cheiro de drama, — disse London, sua voz seca. — Dirija com cuidado. Puxei Becca perto, esperando que London estivesse errada. Derrubar Teeny não deveria ser mais dramático do que despedaçar um inseto. Ele não vale a energia emocional, com sorte Becca veria isso sozinha.

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Capítulo quinze BECCA Puck se recusou a sair até a manhã seguinte, apesar de eu ter pedido e implorado. Ele disse que já era muito tarde e estava certo. Mesmo assim me irritava. No começo, ele tinha tentado me levar de volta para Callup para passar a noite, o que me recusei a fazer. Eu não estava pronta para enfrentar Regina e Earl, não depois do que tinha feito. Ele não confiava em mim para ficar sozinha, no entanto, então acabei por ficar pendurada na cozinha por algumas horas no Armory com London Hayes, a esposa de Hayes Reese. Darcy tinha chamado, aparentemente queria vir ver como eu estava. Depois que London viu o olhar de horror no meu rosto, a convenceu a ficar em casa. Eu não fui corajosa o suficiente para dizer a Danielle onde eu estava, embora eu tivesse mandado uma mensagem dizendo que eu estava segura e com Puck. Ela era uma menina forte e, com Blake a sua volta, não tinha dúvidas de que ela iria tentar invadir o Armory. As probabilidades eram boas ela faria isso também. Danielle era muitas coisas, mas covarde não era um deles. Regina e Earl também queriam falar. Eu não consegui fazer isso. Eles tinham de saber o que eu tinha feito até agora, Callup não era uma espécie de cidade calma. Eu pedi a Puck para chamá-los e deixá-los saber que eu estava bem. Ele franziu a testa, mas fez isso. Em seguida, ele dirigiu para Callup para fazer as malas, parando no Moose para que soubessem que minha mãe tinha morrido. Teresa foi maravilhosa a respeito disso, fazendo-me sentir ainda mais culpada por não a ter chamado mais cedo. ~ 312 ~


Na verdade, quanto mais tempo passava sentada na cama, e não, não naquele segundo andar desagradável, onde Puck decidiu me deixar, ele arranjou um quarto real, mais minha culpa cresceu. Havia pessoas que se importavam comigo. Pessoas que me deram tudo, mas quando as coisas desmoronaram eu não consegui pedir ajuda. Depois que tudo isso terminar, eu iria para eles. Eu tinha certeza que eles sabiam o quanto eu os amava e apreciava. Bem, a menos que eu esteja na prisão. É obvio, isso seria menos provável agora que eu tinha Puck comigo. Certo, ele foi capturado antes, mas apenas uma vez. Ele tinha que ter aprendido algo sobre cobrir seus rastros ao longo do caminho, certo? Deus, eu esperava que sim. Eu não queria que ele fosse para a prisão em meu nome. Ele não parecia particularmente preocupado se isso acontecesse, apesar de tudo, eu sabia disso porque quando ele finalmente arrastou para a cama depois de voltar para a casa com as armas, ele me disse. — Eu sou seu old man — disse ele. — Você precisa confiar em mim. Eu vou lidar com isso. — Como você vai lidar com isso? — perguntei, minha cabeça enfiada em seu peito. — Eu sou parte disso, preciso saber qual é o plano. — Seu trabalho é seguir minha liderança. — ele respondeu. Eu abri minha boca para protestar, mas ele me rolou na cama. Em seguida, seus dedos estavam dentro de mim e eu esqueci completamente sobre a questão.

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A viagem deveria demorar cerca de 20 horas, o que nós faríamos em dois dias. Eu tinha sugerido que se não fossemos embora imediatamente, deveríamos considerar dirigir direto até sexta-feira. Puck apontou que se chegássemos exaustos não iria ajudar a nossa causa, mas ele estava a bordo e saímos às seis da manhã e o dia seria comprido.

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Nós tínhamos nos afastado de uma parada de caminhões após o jantar quando Teeny ligou na sexta à noite. Olhei paralisada para o meu telefone. — O que devo fazer? — Responda. — disse Puck. — Diga a ele que você está conseguindo o dinheiro dele, você pode dizer que está me enganando para isso. Em seguida, pergunte sobre as cinzas de sua mãe ou alguma coisa. Qualquer coisa para levá-lo a falar. Talvez ele vá nos dar algo que podemos usar. Assentindo com a cabeça, eu respondi. — Olá? — Becca, eu esperava ouvir de você agora. — respondeu meu padrasto, sua voz suave e todo presunçoso. — Você tomou alguma decisão? — Estou trabalhando para conseguir o dinheiro. — eu disse, repetindo o que Puck disse. — Hum, há esse cara... Nós não estivemos juntos por muito tempo. Ele não está seguro se vai me ajudar. Eu preciso de um pouco mais de tempo para convencê-lo. Teeny deu uma risada percebendo. — Putinha. Eu queria jogar o telefone pela janela do caminhão. Em vez disso olhei para Puck, todo forte e silencioso próximo de mim. Ele estendeu a mão e deu um aperto na minha perna. Bastou um toque para me amparar. — Eu vou fazer o que for preciso. — eu disse a Teeny. — Como você está lidando com as coisas? Imagino que isso é meio louco... — Chame quando você tiver o dinheiro, — disse ele, terminando a chamada. Tanta coisa para extrair suas informações. Larguei o telefone, olhando para as listras amarelas a frente dividindo a estrada. — Presumo que ele não estava com vontade de conversar? — Não. Ele só quer negociar. Quer o seu dinheiro. — Não é tarde demais. — disse Puck. — Muito tarde para quê?

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— Para acabar com isso, — ele respondeu. — Apenas vá embora. Eu ainda posso cuidar dele para você. Eu considerei suas palavras, a merda estava se tornando real agora. Será que eu realmente quero matar um homem? Será que realmente resolver alguma coisa? Quanto mais pensava mais certa era de minha resposta. — Eu quero olhar em seus olhos e dizer-lhe que está morrendo por minha causa. Eu quero que ele implore por misericórdia e diga que está arrependido... Eu o quero chorando. Então eu vou matá-lo de qualquer maneira e vai ser uma coisa muito boa. — Me lembre de não te chatear. — disse Puck levemente. Eu me virei para olhar para ele. Seus olhos estavam fixos na estrada, uma mão casualmente envolta do volante. Seu cabelo despenteado, ele usava uma camisa e jeans desbotado, e cada polegada dele era dura, musculosa e forte. Um broto inadequado de luxúria disparou através de mim. — Você sabe, estou realmente assustada com a morte da minha mãe e ainda quero fazer sexo com você. Puck olhou para mim. — Não é verdade. — disse ele. — Quando a merda desmorona isso chama-se distração. A adrenalina faz isso também. Depois de uma boa luta não tem algo que eu queira fazer mais que foder. — Eu me lembro. — eu murmurei, tremendo. Ele foi tão intenso quando o conheci, a fome em seu olhar era tangível, a primeira vez quando pegou minha mão. — Não se preocupe. — ele continuou. — Não importa o quão cansados estamos, quando chegarmos no hotel vou encontrar a energia para te foder. Você dormirá melhor dessa maneira. — Isso tem que ser uma das coisas mais arrogantes que já ouvi você dizer. — eu cuspi. — Deus, o que eu sou? Uma obrigação? Puck riu. — Amo foder com a sua cabeça. Eu bati nele. Irritada, ele nem sequer pestanejou. Poderia ter sido um mosquito batendo nele.

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— Você vai pagar por isso. Talvez eu vá exigir um quarto com duas camas e fazê-lo dormir sozinho. — Você não pode escolher o quarto. — disse ele. — Eu vou pagar por isso e quero uma cama king-size. Mas mesmo se você estivesse pagando, você ainda estaria na minha cama. É assim que funciona, boneca. Você me pertence agora. Ele não estava brincando. — Quando você fala assim me deixa nervosa. — Por quê? — Porque eu tenho trabalhado muito duro para construir a minha própria vida. Eu não quero entregar o controle a ninguém, e eu sou uma pessoa, não uma coisa. Você não pode me possuir. Puck acenou com a cabeça, mas não respondeu. O observei por longos minutos, esperando por algo. Finalmente, na curva ele virou em um sinal. Nós saímos da estrada e ele colocou o caminhão no estacionamento, voltando-se para olhar para mim. Seus olhos estavam sérios, não havia uma dica de sorriso em sua boca. O silêncio encheu o caminhão. — Você precisa entender isso direito, Becca. — Puck disse lentamente. — Você é minha. Você parece pensar que isso ainda está aberto a discussão, não está. Eu assumi você e o clube concordou. Isso é como as coisas funcionam no meu mundo. Fim da história. As palavras cortaram através de mim e senti a minha pressão arterial aumentar. — Isso não significa que você pode me dizer o que fazer. — Eu estou dirigindo para a Califórnia para matar um homem por você. Será que estamos realmente discutindo sobre qual cama você vai dormir? — perguntou ele, inclinando-se para mim. Eu me afastei, mas Puck era muito rápido para mim. Com um piscar de olhos, o cinto de segurança se soltou. Então, ele pegou o meu pescoço, me puxando do assento até nossos narizes quase se tocarem. — Você é minha. Eu lutei por você há cinco anos, em seguida, deixei você ir. Esse foi o seu passe livre. Agora que você me convidou a voltar e estou aqui para ficar. Eu vou matar por você. Morrer por você,

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também. Mas eu não vou deixar você ir, Becca, e não vou deixar você se distanciar, também. Que isso fique bem claro. Eu tremia, porque podia ver o quão sério ele estava. Era assustador... e sexy. Isso parecia tão errado, que tipo de mulher fica excitada com uma ameaça como essa? Eu, aparentemente. Os lábios de Puck encontraram os meus, sua língua varrendo ao longo da costura. — Abra. Quando ele empurrou para dentro eu derreti, uma mão subiu para torcer em seu cabelo. A outra deslizou mais baixo, pegando em sua coxa e apertando-o. Puck gemeu e guiou a minha mão para sua grande protuberância. Eu o peguei e apertei. Puck deslocou, baixando a bunda para que eu pudesse chegar mais facilmente. Deslizando os dedos para cima e para baixo, comecei tocar através do seu jeans. Uma parte de mim estava vagamente consciente de que ele estava usando o sexo para me distrair, mas eu não me importei. Eu simplesmente amei a forma como ele estremeceu sob o meu toque. Finalmente Puck se afastou da minha boca, inclinando a cabeça para trás contra o encosto de cabeça. Eu olhei para ele, ainda trabalhando seu pau, e ele encontrou meu olhar. Então eu lambi meus lábios. E ele gemeu. — Me chupe. Assenti com a cabeça, segurando seu olhar enquanto minhas mãos se atrapalharam com a braguilha. Impaciente, ele os empurrou para fora do caminho, levantando seus quadris o bastante para se livrar de seu jeans. Em seguida, a mão ainda na parte de trás do meu pescoço me empurrando em direção seu pau. Isso era onde eu deveria ter parado para pensar, sobre se uma mulher poderia ou deveria ser detida. Infelizmente eu estava muito ligada. Meus mamilos tinham endurecido e o espaço entre as minhas pernas se apertou. Eu tirei seu pau devagar, depois me inclinei e lambi a parte inferior da cabeça. Puck resmungou, levantando a outra mão para enredar os dedos no meu cabelo. — Lá dentro.

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Minha boca se abriu e eu obedeci, pressionando a parte inferior da minha língua contra o seu comprimento. Minha mão encontrou seu eixo, trabalhando com minha cabeça que começou a subir e descer, as mãos de Puck me orientaram e definiram o ritmo. Alguns homens tinham me segurado dessa forma antes, homens maus. Eu sabia como era fácil perder o controle da situação. Normalmente só de pensar nisso era o suficiente para me assustar. Agora isso me excitava grandiosamente, de modo doentio eu decidi que realmente não deveria pensar. Nada de bom podia vir para enfrentar minha própria vergonha. Puck estava certo sobre uma coisa, nós dois cruzamos uma ponte em algum lugar ao longo do caminho e as coisas eram diferentes agora. Sua respiração veio mais rápida e senti suas mãos apertando, aumentando a dureza. Ele não estava me machucando, mas não estava me deixando controlar, também. Estranhamente, havia algo de libertador não ter que debater se o que eu estava fazendo era ou não errado. Nós já ultrapassamos esse ponto. Tudo o que importava agora era o gosto de Puck na minha boca, o comprimento de seu pau escorregando entre meus dedos. Ele estava perto. Eu poderia dizer pela maneira de seus sulcos em seu pau endurecido, e a captura em sua respiração cada vez que eu retirava minha boca. Minha língua estava ficando dolorida, mas eu continuei, executando minha vontade de levar isso até o fim. Talvez então ele me pegou desprevenida. Eu certamente queria. Minhas pernas trocavam sem descanso sob a saia de algodão rodada que London tinha me dado naquela manhã. Nós tínhamos saído e pegado o meu carro, então eu tive a minha própria roupa na parte de trás, mas não havia qualquer razão para mudar. Infelizmente nós estávamos desconfortavelmente tortos no assento, porque eu queria estender a mão debaixo da minha saia, e me tocar enquanto tocava nele. Não era exatamente prático, dadas às circunstâncias. — Becca, você é tão gostosa. — Puck gemeu. — Quando eu penso em todas as merdas que eu vou fazer com você...

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Isso deveria ter me assustado. Em vez disso, quando sua mão empurrou minha cabeça para baixo apenas um pouco mais duro, eu me encontrei chupando ainda mais profundo. A ponta do seu pau atingiu a parte de trás da minha garganta. Comecei a engasgar e ele afrouxou o aperto imediatamente. Isso me pegou desprevenida. Não é o fato de que eu tinha sufocado, mas que ele tinha me dado um pouco demais, percebeu isso e me soltou. Ele não tinha me machucado de verdade. Eu não entrei em pânico e não estava mesmo com medo que ele iria empurrar isso longe demais. Inferno, eu ainda estava excitada. Puta merda. Eu comecei a rir, que era uma coisa malditamente estranha para fazer enquanto você está dando um boquete. Eu parei e me reorientei, mas um tipo estranho de alegria vertiginosa manteve ameaçando me ultrapassar. O homem empurrou seu pau em minha boca até que eu sufoquei e não foi assustador! Mais risos saíram em poucas bufadas estranhas. Finalmente Puck puxou meu cabelo, deixando minha boca livre. — É assustador pra caralho quando você ri de meu pau assim. Você quer compartilhar a piada? Me acomodei no assento, olhando para seu rosto. Pobre Puck. Eu sorri para ele. — Você não me assusta. — Hum? — Só agora que você empurrou seu pau muito duro na minha garganta, você tinha as mãos sobre minha cabeça e tudo. Então eu sufoquei e você me soltou. — Não é exatamente meu objetivo matar você. — respondeu ele, obviamente confuso. — Mas aqui está a coisa, eu não estava com medo quando você fez isso. Eu sabia que você não iria me machucar. É a primeira vez para mim.

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O choque cobriu o rosto. — Você está me dizendo que esteve com medo cada vez que já fodeu? Eu balancei a cabeça rapidamente. — Não, mas é a primeira vez que um homem enfia seu pau na minha garganta e segura minha cabeça e eu não tenho medo de morrer. De repente o meu sorriso desapareceu. — Uau, isso soa tão fodido quando digo em voz alta. Puck assentiu com a cabeça lentamente, seus olhos ainda cautelosos. O caminhão balançou com o vento quando um reboque passou. — Merda. — eu disse, me erguendo. — Eu acho que esse cara nos viu. — Então? — Ele vai pensar que eu estava dando-lhe um boquete! — Você estava me dando um boquete. O homem era impossível. Eu olhei para ele e ele suspirou. — Ok, o fato de te ter fodendo não é assustador é ótimo. Dito isto, o meu pau ainda duro e eu estou começando a me perguntar se eu deveria guardar isso Ele disse como um valentão e mal-humorado, mas a pergunta em seus olhos era real. Pobre rapaz, eu provavelmente deixei suas bolas doloridas. Felizmente eu sabia como consertar isso... Sorrindo para ele, lambi meus lábios e voltei a descer. Depois de alguns minutos suas mãos encontraram minha cabeça novamente. Então, sua respiração cresceu apertada e seu quadril subiu tenso. A vitória me encheu porque nesse momento nós pertencíamos definitivamente um ao outro, Puck era meu puro e simplesmente.

***

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Uma hora mais tarde, eu ainda me sentia triunfante. Eu não conseguia parar de sorrir, e me encontrei tagarelando sobre tudo e qualquer coisa, até Puck querer me estrangular. Eu sabia disso porque ele me disse. Não que eu me importasse, nada poderia matar esse estado de espírito. — Eu ainda não consigo acreditar. — eu disse a ele. — Eu nem sequer estava pensando em Teeny! Puck fez uma careta. — Você costuma pensar em o seu padrasto enquanto eu estou fodendo você? — perguntou. — Não, não é isso. — eu expliquei, revirando os olhos. — É só que ele... bem, ele começou com isso. Me sufocou. O rosto de Puck ficou escuro e vi seus dedos apertarem no volante. — Por que diabos você não me disse isso antes? — Hum... Não é realmente algo com que eu queira conversar, Puck. Oi, eu sou Becca. Minha cor favorita é vermelho e eu odeio ser sufocada com o pau. Hum, não. As coisas não são feitas dessa forma. Seu aperto no volante aumentou. — Você começou a rir no meio do sexo, porque eu não estava prejudicando você. — ele retrucou. — Se você tem merda que vai foder com sua cabeça, eu deveria saber a respeito. E se eu realmente tivesse te assustado? — Você não vai. — eu disse, sorrindo porque era verdade. — Eu finalmente descobri. É por isso que eu estava rindo, não era uma coisa ruim. É maravilhoso. Puck olhou para mim com algo parecido com dor em seus olhos. Estendi a mão para pegar seus bíceps, apertando-os. — Eu confio em você, Puck. Isto pode soar estranho, mas eu só percebi isso e estou muito empolgada. Ele não respondeu por um tempo, então soltou o volante e pegou minha mão. — Não sei o que dizer. — ele admitiu finalmente. — Eu posso te dizer isso, porém. Você é a minha mulher e eu não vou te machucar. Podemos jogar todos os jogos que você gostar e eu não vou mentir,

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sexo duro me deixa excitado. Mas eu nunca irei feri-la de propósito, Becca. — Eu sei. Eu nunca pensei que iria encontrar alguém como você... Significa que Teeny não venceu. Ele batia na minha mãe, mas ele não me venceu. Eu ainda o odeio e ainda quero vê-lo morto, mas ele não ganhou. Isso significa muito.

***

PUCK Becca estava roncando. Não era roncos, alto e irritantes. Mais um fungando suave, ronronando, irregular. Nós estávamos a algumas horas longe de Las Vegas em uma pequena espelunca que tínhamos encontrado após 16 horas dirigindo. O local era um depósito, mas nós não nos importávamos. Nós estávamos esgotados. Becca tinha desmaiado, mas eu fiquei bem acordado, olhando para o teto. Ela começou a rir porque eu não a tinha sufocado com meu pau. Segurei sua mão e disse todas as coisas certas, mas cada vez que pensava sobre isso, raiva mortal começava a derramar através de mim novamente. Aquele padrasto de Becca era lixo, não era uma novidade. Eu o vi batendo nela, sabia que ele a tinha estuprado. Sabia que ele a vendia para outros homens... Eu até sabia que ele ainda a assombrava. Eu simplesmente não tinha percebido que ela pensava sobre ele durante o sexo. Eu não tinha certeza de como deveria me sentir sobre isso, mas tinha certeza que meus sentimentos reais estavam errados, porque eu senti ciúmes. A mente de Becca devia estar em mim quando eu estava com as bolas enterradas nela. Apenas eu. Sempre eu. Eu não gostei do filho da puta quando o conheci, uma antipatia que se transformou em ódio quando o encontrei batendo nela. Quando me ofereci para matá-lo para ela, fui sincero. Teeny Patchel estava usando o valioso ar, alguém provavelmente deveria resolver.

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Agora, no entanto. Agora eu tinha uma motivação totalmente nova. Eu não podia esperar para ver a vida escorrer dos olhos do filho da puta. O celular que peguei antes de sair de Coeur d'Alene zumbia ao lado da cama. Estendi a mão para ele, encontrando uma mensagem de Diesel, um dos nômades que eu tinha contato. DIESEL: Você está acordado? Digitando desajeitadamente, eu respondi. Eu: Sim DIESEL: Me liga? Eu: Dê-me cinco minutos. Deslizei debaixo de Becca, me levantei e puxei minha calça jeans. Então peguei o telefone e sai para a passarela coberta no exterior. Os dias de glória do lugar foram por volta dos anos 60, e nada foi atualizado ou reparado desde então tanto quanto eu poderia dizer. Apenas dois outros carros no estacionamento e a recepção tinha fechado a noite. — Olá. — disse Diesel quando respondeu. — Obrigado por retornar a ligação, tenho uma situação que eu poderia precisar de sua ajuda. Ouvi dizer que você está na área de San Diego? — Sim, tenho alguns negócios aqui. — respondeu Diesel. Ele era um Reaper e nós tínhamos nos encontrado duas ou três vezes em eventos diferentes. Não era um cara simpático, mas um irmão confiável. — Picnic disse que você pode ser o homem que eu preciso. — eu disse. — A mãe da minha old lady morreu. Agora, seu padrasto quer dinheiro ou ele não vai dar a minha garota as cinzas. Eu acho que nós precisamos tomar medidas. Diesel resmungou. — Que tipo de ação que você está pensando? — Poderia ser uma tragédia.

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— Estou sabendo. — respondeu ele. — Eu posso estar por perto. Quando você vai chegar à cidade? — Amanhã. — eu respondi. — O indivíduo mora em San Valery. Nós vamos chegar à cidade em torno das duas ou três. Fica esperto, vou acomodar Becca e então podemos ir caçar. — Soa bem. — Mais uma coisa. — Sim? — Ela acha que está indo conosco. — Diesel deu um suspiro surpreso. — Talvez, não. — Sem brincadeira. — eu respondi. — Mas ela não vai vê-lo dessa forma. Se tivermos qualquer aliado ao redor, eu gostaria de ter alguém mantendo um olho nela. — Vou ver quem eu posso reunir. — ele respondeu. — Talvez chamar Shade, Eu sei que Jacks e Devil estão na cidade. Ele poderia pedir ajuda. — Obrigado. Analisamos onde podíamos nos encontrar e então desliguei o telefone, me sentindo melhor. Eu não tinha dúvida de que poderia lidar com Teeny, mas o reforço sempre foi nosso amigo. Becca precisava de uma babá também. Se aprendi alguma coisa, era que ela nunca fazia o que eu esperava. Ela ainda estava dormindo quando escorreguei de volta para o quarto. Eu tranquei a porta atrás de mim e me enrosquei na alça de uma cadeira. Subi na cama e a puxei sobre o meu corpo como um cobertor, seu cabelo macio suavizaram em volta do meu peito e debaixo do meu queixo. Sim, matar Tenny faria um bem danado. Só precisava ter certeza de que Becca estaria protegida, tanto dele quanto de si. Se alguém fosse se ferir, não seria a minha garota. Não. Eu garantiria isso.

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BECCA Chegamos de San Valery por volta das três da tarde. Puck estava tranquilo na maior parte do dia, seu humor quase sombrio. Fazia sentido para mim, eu nunca tinha planejado um assassinato antes, mas isso provavelmente não era algo para acabar com o ânimo, considerando todas as coisas. Isso parecia tão simples em Idaho. Nós dirigirmos de carro até aqui, encontramos Teeny, e o matamos. No entanto, e agora que estávamos aqui? Todos os tipos de questões logísticas mantinha borbulhando através do meu cérebro. — Como vamos fazer isso? — eu perguntei para Puck quando estacionamos um posto de gasolina. A construção não estava aqui há cinco anos, que muito me lembrei. Só uma mudança foi o suficiente para me despistar, e percebi o quanto eu não conhecia a minha cidade natal, minha mãe, ou Teeny nesses dias. — Ainda não sei. — respondeu ele, pegando sua carteira. Eu ainda tinha meus patéticos catorze dólares e minha bolsa de moedas. Eu tentei dar a Puck para as despesas, mas ele não aceitou. — Eu vou dar uma olhada ao redor, esta tarde, depois que eu te estabelecer em um hotel. Nós vamos fazer planos para depois disso. Ele deu um passo para fora do caminhão, caminhando em direção ao caixa para o pagamento, desde que começou a utilizar dinheiro para tudo. Na verdade, Puck foi incrivelmente cuidadoso sobre deixar vestígios ao longo do caminho, a ponto de confiscar o meu celular e me dar um celular-descartável com apenas um número de telefone que era o do celular-descartável que ele agora carregava. Na manhã em que deixamos Armory, ele até me entregou uma carteira de motorista falsa. Eu presumi que ele tinha uma, também. Ele também iria colocar placas novas em seu veículo e quando perguntei a ele sobre isso, ele me olhou em silêncio. Decidir ir ao banheiro, abri minha porta e sai. Olhando em frente para o segundo conjunto de bombas, minha respiração ficou presa. Não. Não. ~ 325 ~


Puta. Merda. Do Caralho. Eu devo estar perdendo o juízo porque era a minha mãe ali de pé, abastecendo de combustível um Camaro amassado. Não. De jeito nenhum. Isso não poderia estar acontecendo, não é? Eu caminhei até ela, perguntando se isso era outro sonho. Eu tive um par deles, sonhos, onde Regina me dizia que nada daquilo era verdade. Minha mãe estava bem e que tinha deixado Teeny e nós todos viveríamos felizes para sempre juntos. Então eu acordava e doía como se tivesse perdido tudo novamente. — Mãe? — eu perguntei, minha voz hesitante. A mulher congelou, em seguida, virou-se lentamente em minha direção. Seus olhos se arregalaram em choque e... horror? — Mãe, é realmente você? Ela balançou a cabeça, com os olhos arregalados. Estendi a mão para ela e ela começou a tremer. — Becca... — ela sussurrou. — Sou eu sim, quero dizer, eu não pensei... Eu sinto muito, baby. Eu não tive a intenção de te machucar. As palavras dela afundaram em mim e a consciência me inundou. Isto não era uma espécie de milagre. Ela sabia que eu tinha acreditado que estava morta, seu corpo inteiro irradiava culpa. Puta. Merda. — Isso é sobre dinheiro? — perguntei, sentindo algo quebrar profundamente dentro da minha alma. — Isso é realmente apenas outro dos seus golpes? É, não é? Você pensou que eu iria te enviar três mil e depois? Você me enviaria uma caixa de cinzas de uma fogueira? O que diabos está errado com você!? Minha voz subiu no final para um grito. As lágrimas começaram a rolar pelo seu rosto e ela estendeu a mão para mim. Eu vacilei para trás, percebendo que estava à beira de perder o controle. — Sinto muito, — disse a minha mãe, seus olhos flamejando. Estávamos criando uma cena. Muito ruim. — Eu tenho que ir. Atordoada, assisti enquanto ela tirou a bico da bomba de gasolina. Em seguida, subiu em seu carro e saiu com um barulho de pneus, o tampão do combustível voou. Ele rolou pela calçada, parando cerca de seis centímetros do meu pé.

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Que porra é essa que acabou de acontecer? — Becca, você está bem? Olhei para encontrar Puck olhando para mim, confuso. Não. Eu não estava bem. As lágrimas começaram a se formar em meus olhos, então eu estava em seus braços, chorando. — Baby, você tem que me dizer o que está errado. — disse ele depois de alguns segundos. Seu corpo inteiro estava tenso, pronto para uma luta. Merda. Eu precisava me recompor. — Era a minha mãe. — eu disse, me forçando a parar de fungar. — Ela está viva. Puck parou. — O quê? — Eu sai do caminhão para ir ao banheiro. Então olhei para lá e vi minha mãe. Algo atravessou seu rosto, uma pitada de choque temperada com... pena? — Querida, não é incomum alguém pensar que viu alguém que já morreu. — Não, era ela, Puck. — eu disse, determinada. — Eu falei com ela. Ela me chamou pelo nome, disse que estava arrependida. Em seguida, ela entrou no carro e foi embora. Essa é a porcaria de sua tampa de combustível. — Que diabos? — É um golpe. — eu disse, me sentindo como a pessoa mais estúpida do mundo. — Ela estava ligando, pedindo dinheiro. Eu lhe dizia que não, então eu acho que ela elevou as apostas. — Que idiota maldita. — ele rosnou. Ele me soltou, girando em direção a seu caminhão, impotente, frustrado e com raiva. Por um minuto pensei que ele poderia dar um soco. Então, simplesmente, ele se recompôs. — Entre. — Puck...

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— Entre. Dentro. Do. Caminhão. — a raiva cobriu seu rosto, junto com aquela terrível escuridão que eu tinha visto algumas vezes. Oh merda. Isso era ruim. Muito ruim. Espere. Minha mãe estava viva. Isso era bom. Eu não queria vêla morta, não é? Combinações, emocionais confusas caíram através de mim enquanto subia para o meu assento. Eu estava vagamente consciente de Puck, do lado de fora abastecendo o caminhão. Meus pensamentos voaram muito rápido para pegar enquanto eu tentava entender o que tinha acontecido. Minha mãe estava viva. Ela fingiu estar morta. Disse à filha que estava morta. Por três mil dólares malditos. A dor me cortou quando isso se encaixou. Dor. Alivio. Choque. Doeu. Como ela podia se importar tão pouco comigo, me fazer passar esse tipo de inferno por dinheiro? Porque ela é uma viciada e uma trapaceira. Ela não se importa com ninguém além de si mesma. Cadela fodida. O caminhão balançou quando Puck subiu, olhando para frente. A raiva irradiando cada centímetro quadrada de seu corpo. — Isso acaba agora. — O quê? — perguntei. — Esta merda com sua mãe. — ele respondeu. — Ela está cortada. Hoje. Você nunca falará com ela outra vez. Aquela mulher é uma viciada fodida e está fora de sua vida. — Como? — perguntei, me virando para ele. Havia na minha cabeça um redemoinho de mil emoções, Minha mãe estava morta e de repente ela não está. Ela me enganou, me usou e me tratou como se eu nem sequer fosse um ser humano real cujos sentimentos importavam. Agora Puck estava me dizendo como deveria me sentir, também? Eu não precisava desta merda e eu não me importava se ele estava certo, a decisão não era dele.

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— É hora de acabar com isso. Vi essa cadela idiota perto de você há cinco anos e estou cansado disso. Acabou. Eu vou levar você no hotel e, em seguida, vou acertar um pontapé em seu traseiro. Vamos deixar Idaho na parte da manhã. Os turbilhões de sentimentos confusos em minha cabeça se juntaram, transformando-se em raiva. Eu não poderia voltar a perder a minha mãe porque ela tinha fugido, mas Puck? Ele tinha acabado de pintar um alvo na testa dela e eu não dou a mínima se atacá-la era justo ou não. Eu era adulta e ia fazer minhas malditas escolhas. — Quem diabos é você para me dizer o que fazer? O músculo em sua mandíbula flexionou enquanto Puck girou a chave, o grande caminhão rugiu para a vida. — Eu sou seu old man e é o meu trabalho protegê-la. Estou falando sério sobre isso, Becs. Estamos saindo amanhã, e você nunca vai se comunicar com aquela vadia outra vez. Ah não. De jeito nenhum. Ele não vai falar assim comigo. — Foda-se. — eu rosnei. — Você não tem o maldito direito de me dizer o que posso ou não fazer. Você não me possui e você não consegue me controlar. Ele se virou para olhar para mim, e a raiva crua em seu rosto me surpreendeu. Puta merda. Uma pequena parte de mim queria se encolher, para implorar que não me machucasse. Não. Eu não era uma menininha e Puck Redhouse não ia me intimidar. — Você vai fazer o que eu digo, Becca. Ela mentiu para você. Te fez passar um inferno. Que tipo de cadela psicótica diz à filha que ela está morta apenas para fazer um dinheirinho rápido? Se você ainda quer ter alguma coisa a ver com ela, você perdeu o juízo. Será a primeira coisa que faremos amanhã. Uma fúria vermelha encheu minha visão, não era brincadeira. Tal como, a minha visão ficou literalmente vermelha. Isso era como eu estava furiosa. Eu queria matá-lo, destruí-lo. Ali estava ele, eu compreendi. Aqui era motoqueiro imbecil saindo, o que eu tinha conhecido estava lá o tempo todo. — É por isso que eu nunca vou ser a sua old lady. — eu assobiei. — No final, vocês são tudo a mesma coisa. As palavras caíram entre nós com um baque.

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— Eu estou muito irritado para ter essa conversa com você agora. — disse ele, engatando a marcha. Ele puxou para o tráfego com um chiar dos pneus, assim como minha mãe tinha feito. A dor esmagadora bateu novamente, e eu senti minha raiva diminuir. Por que ela faria isso? Como ela pôde fazer isso? O que diabos eu tinha feito para merecer essa mulher como mãe? Foda-se ela. E foda-se Puck, também. E foda-se por estar certo sobre ela, e por dizer todas as coisas que eu não queria falar em voz alta. Foda-se todos eles. Eu comecei a chorar.

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Capítulo dezesseis PUCK Meus dedos coçavam para matar a mãe de Becca, ela e o pedaço de merda de seu marido. Eles estavam vivos por muito tempo, poluindo e destruindo tudo o que tocavam. Os dois eram uma maldita doença sobre a terra. E agora Becca estava chorando. Como se eu fosse o cara mau aqui? Porra. Eu sabia que estava sendo um idiota. Sabia no instante em que as palavras saíram da minha boca. Não que o que eu disse fosse errado, isso foi absolutamente o fim para a cadela e seu marido. Eu mataria os dois se tentassem entrar em contato com ela novamente. Podia ainda matar Teeny de qualquer maneira. Mas a rasgaria por dentro dessa maneira? Acho que teria sido um erro tático, para não mencionar um movimento idiota. Becca necessitava de compaixão, bondade e palavras certas. Eu nunca soube como fazer qualquer uma dessas merdas. Darcy. Eu chamaria Darcy e ela me diria o que fazer. O alívio me atingiu quando entramos em outra porcaria de estacionamento pequeno, anexo a outro do motel de merda. Diesel já estava aqui, esperando na pequena parte de grama claramente designada para fumantes. Cigarros. Porra, eu queria um. Eu poderia provar um já. Se eu tivesse um cigarro, seria capaz de lidar com Becca. Isso o faria. Estacionei o

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caminhão, olhei para ela e fiz uma careta. Ela ainda estava chorando. E não olhava para mim, também. Não, ela apenas olhava para fora da janela do lado do passageiro, fungando, porque sua mãe tinha arrancado seu coração e então eu tinha agido como se fosse tudo culpa dela. Maldito dia do infernal. Eu precisava dizer alguma coisa, mesmo que fosse inteligente o bastante para saber disso. Pena que eu não tinha ideia do que dizer. — Eu já volto. — eu disse a ela, abrindo minha porta. Dez minutos depois voltei com duas chaves para um quarto no fundo do prédio. Becca enxugou os olhos enquanto eu pegava a nossas coisas, mas ela me seguiu em direção ao quarto. Em seguida, ela avistou Diesel, e fez uma parada. — Esse motoqueiro está nos observando. — ela sussurrou. — Sim, eu sei. — eu respondi, com minha voz firme. Leve o traseiro dela para dentro do hotel, então você pode ter um cigarro. — Pedi para nos encontrar aqui. — Por quê? — Para reforço. — eu disse. — Eu não gosto de me enfiar em merdas sem alguém atrás de mim. Ele é um aliado, é tudo que você precisa saber. Equilibrei as malas na mão, abri a porta do quarto e entrei. Parecia com qualquer outra porcaria de quarto que existe. Colcha de poliéster surrada, TV tão velha que provavelmente tinha tubos ainda. — Nós precisamos conversar. — disse Becca calmamente, fechando a porta. Dei uma olhada de relance encontrando-a olhando fixamente para mim, seus olhos como feridas abertas. Uau, este dia estava ficando melhor e melhor. — O quê? — Você vai responder a uma pergunta minha? — Certo. — Você tinha a intenção de me deixar matar Teeny?

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Eu a estudei, percebendo que era uma armadilha. Ainda pior, era uma armadilha que eu estabeleci para mim. — Por que você pergunta isso? — Você não ia fazer um plano comigo. — disse ela lentamente. — E agora descubro que você arranjou outro cara para vir. Ele não iria querer uma mulher que ele nunca viu como testemunha. Por que você está me sacaneando? Eu não sou uma criança, Puck. — Eu não estou jogando com você e eu tenho certeza como diabos que você não é uma criança. — eu disse, passando a mão pelo meu cabelo. Jesus, eu queria fumar um cigarro. — Mas você está certa, eu não estava planejando deixar você matar ninguém. Você tem porcarias e trevas o suficiente em sua vida já, Becs. Confie em mim, se você tirar a vida de um homem, você fica presa e carrega esse peso para sempre. Eu entendo por que você queria Teeny morto, mas de nenhuma maneira que eu iria colocar isso em você. Eu me importo muito com você. — Você parece pensar que eu sou algum tipo de estatueta de vidro. Eu não vou quebrar, Puck. Eu sou uma adulta que já passou por problemas. Eu sobrevivi e agora estou seguindo em frente. Você deveria ter confiado em mim. — Mas é o meu trabalho protegê-la. — eu disse, me perguntando como diabos eu poderia fazer tudo isso desaparecer. — Você não pode me proteger. — Becca sussurrou. — Não é assim que a vida funciona. Olha, me desculpe eu me descontrolei com você. Eu não sou estúpida, sei que minha mãe me ferrou e sei que eu preciso me desligar dela. Mas isso é algo que eu tinha que descobrir sozinha. Quando você me dá ordens isso me irrita e então eu paro de ouvir. Eu suspirei. — Sim, eu entendo. Me desculpe, eu sou um idiota, também. Olha, eu preciso ir lá fora para conversar com Diesel. Talvez encontrar um bar ou algo assim. Não será mais do que uma ou duas horas, isso parece bem? Eu acho que um pouco de espaço pode ser bom para nós dois agora. Ela assentiu com a cabeça, olhando para longe. — Sim, espaço é bom.

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Ela concordou rapidamente e isso não me fez feliz, ela não deveria ter se incomodado que eu queria sair? Foda-se, o que eu quero? O cigarro. Sim. Primeiro Fumar. Me acalmaria um pouco... então poderíamos conversar, e resolver todo problema. Porra, mas as relações eram complicadas. Não é de admirar que Painter não conseguia manter sua união.

***

BECCA Puck nunca tinha me levado a sério. Não importa como olhava para ele, eu não deveria estar tão surpresa. É exatamente como as coisas eram no mundo MC. Uma old lady supostamente não fazia perguntas. Ela certamente não mete seu nariz nos negócios do clube, nem mesmo quando não é negócio do clube. Puck tinha me dito que os Silver Bastards eram diferentes do Longnecks, mas eles não eram tão diferentes. E agora? Precisávamos arranjar um compromisso ou essa coisa toda morreria na praia. Isso me aterrorizava, porque apesar da nossa briga eu não poderia lidar com o pensamento de perdê-lo acima de tudo. Me deixei cair de costas na cama do quarto de motel, me perguntando o que diabos havia de errado comigo. Tinha que haver alguma coisa, certo? Puck me tratou como uma criança e minha mãe me tratou como se eu nem sequer fosse uma pessoa de verdade. Será que realmente importava que Puck não tivesse planejado me deixar matar Teeny? Essa era uma questão secundária. Em última análise, foi a minha mãe que me ferrou. Mais uma vez. Ela poderia muito bem estar morta para mim. Rolei para fora da cama, e entrei no banheiro, lavando o rosto com água fria. O que me fez senti melhor... Quando Puck voltasse, nós teríamos uma conversa séria. Ele precisava saber que eu não seria uma old lady como ele pensou. Eu queria estar com ele, sem dúvida. Mas eu nunca seria feliz como uma dessas bonecas que acenava e sorria quando seu homem dizia. ~ 334 ~


Meu estômago roncou e segurei um riso. E daí se o meu mundo desabasse perto de meus ouvidos, aparentemente, eu ainda tinha para comer. Fui até a janela e olhei para fora para ver Denny do outro lado do estacionamento. Talvez eu tivesse que me alimentar, ver o quanto quatorze dólares poderia comprar em um lugar como aquele. Agarrando meu celular descartável, e disquei o número de Puck. — Oi. — ele disse, respondendo ao primeiro toque. — Oi. — eu disse de volta, me sentindo estranha. — Hum, me desculpe incomodá-lo, mas estou com fome. Você se importa se eu caminhar até o Denny? É apenas do outro lado. — Sim, eu posso vê-la. — ele respondeu. — Ok. Vai pegar alguma coisa e depois volte imediatamente. Ligue e me deixe saber quando você estará de volta no quarto. Posso demorar um pouco. — Certo. Peguei minha bolsa, verificando se a pequena arma que Earl tinha me dado ainda estava dentro. Não que eu esperasse precisar dela, mas depois de tudo o que tinha acontecido tudo parecia possível. Afinal, catorze dólares eram suficientes para comprar alguma coisa no Denny. A comida melhorou meu humor. O suficiente para que eu começasse a sentir alguma culpa grave a respeito da maneira que eu tinha descarregado a minha raiva em Puck. Não que eu concordasse com ele em tudo. Eu não. Mas era hora de encarar a realidade, eu tinha um problema de controle de raiva e se eu não descobrisse a melhor maneira de me comunicar com ele, mais cedo ou mais tarde isso iria nos separar. A garçonete trouxe minha conta e eu contei o que devia mais uma gorjeta de trinta por cento. Isso me deixou com exatamente um dólar. Eu balancei a cabeça e o deixei cair sobre a mesa, diabos porque não? Então fui ao banheiro. Outra mulher entrou e tomou a cabine ao meu lado. Terminei o meu negócio e coloquei minha bolsa sobre o balcão para lavar as mãos. Eu apenas pegava uma toalha de papel quando a vi de relance saindo da cabine. Era a minha mãe.

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No posto de gasolina eu não tinha realmente olhado para ela. Estava muito assustada. Analisei cada ruga ao redor de seus olhos, o cinza nas têmporas, o tremor em sua mão... Minha mãe ainda vestida como uma motoqueira, mas ela tinha assumido aquele olhar resistente, seco, estúpido proveniente de uma vida muito difícil. — Sinto muito. — ela sussurrou, segurando meu olhar. A agonia em sua voz soou tão real Eu quase acreditei. Então me lembrei, minha mãe não era humana. Ela não tinha emoções reais, não como o resto de nós. Ninguém que sentia emoções reais faria o que ela tinha feito. — Quero pedir desculpas. — disse ela. — Por favor, baby. Eu estraguei tudo. Eu vejo isso agora. — Desapareça. — Eu percebi no posto de gasolina, eu não te vejo há cinco anos. Você está diferente, baby. Toda crescida. Eu não posso acreditar, não posso acreditar que eu quase confundi você novamente. Por favor, me deixe falar com você. — Não há nada que você possa dizer que eu queira ouvir. Ela franziu a testa, alcançando seu bolso. Naquele instante eu sabia que algo estava terrivelmente errado e alcancei a minha bolsa quando ela sacou uma arma. — Solte-a e se afaste do balcão. — ela disse, friamente. Deixei cair, encarando-a. — Eu gostaria que ele tivesse matado você. — eu sussurrei. Ela se encolheu, mas sua mão não vacilou. — Você vai caminhar pelo restaurante na minha frente como se tudo estivesse bem. — ela me disse. — Nós vamos sair pela porta do outro lado, longe do hotel. Uma vez que estivermos fora você vai entrar no carro e vamos embora. Eu neguei com a minha cabeça. — Vá em frente e atire em mim. Eu prefiro morrer do que entrar em um em um carro com você. — Você não é a única que vai estar morta. Teeny está lá fora, e ele tem o seu namorado em sua mira. Se você não fizer o que eu digo, eu vou chamá-lo e ele vai atirar. Comece a caminhar.

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O banco traseiro do carro estava cheio de lixo e velhas embalagens de fast food. Me sentei em frente à minha mãe, a encarando enquanto segurava a arma apontada para mim com uma mão. Ela segurou o telefone contra sua orelha com a outra. Ela tinha jogado minha bolsa no banco da frente. — Eu a tenho. — disse ela. Segundos depois Teeny abriu a porta do lado do motorista e se sentou. Eu gritei e me lancei para minha porta, porque não estava brincando quando disse que preferia morrer do que ir com eles. Teeny bateu o carro em marcha, rasgando do estacionamento enquanto minha mãe me bateu, batendo minha cabeça contra a janela. Alguém tinha nos visto. Eles tinham que ter nos visto. Se eu pudesse sair, eles teriam que me deixar para trás. — Calma, porra! — Teeny gritou por cima do ombro. Encarei isso como um sinal de que eu deveria lutar mais. Então, ele pisou no freio, atirando eu e minha mãe para frente no assento dianteiro com um baque. Teeny se virou para mim, erguendo a arma e apontando-a para minha cabeça. — Eu nunca gostei de você. — ele sussurrou. — Acredite em mim, eu quero puxar o gatilho. — Não seja louco. — minha mãe implorou. Isso era uma pitada de sentimento real em seus olhos? — Becca, não quero te machucar. Isso tudo vai dar certo, você só precisa fazer exatamente o que eu lhe digo. Primeiro, vou amarrar suas mãos e os pés com esta fita adesiva. Você tem que se acalmar, querida. Caso contrário, você vai se machucar. Olhei para a arma, hipnotizada. Isso era verdade, tive que fazer uma escolha porque Teeny iria fazer isso. Eu vi em seu rosto. De repente, eu não estava tão pronta para morrer. Meu padrasto me encarou, segurando a arma enquanto minha mãe se atrapalhava com um rolo de fita adesiva. Flexionei meus músculos, tentei adquirir um pouco de espaço de manobra extra enquanto ela me amarrava. Menos de um minuto depois, ela enfaixou

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minhas mãos, pés, e até mesmo colocou uma tira de fita adesiva sobre a minha boca. Teeny grunhiu a sua aprovação e puxou de volta para o tráfego. — Não se preocupe, querida. — Minha mãe disse, envolvendo um braço em volta dos meus ombros e me puxando para perto como se eu fosse uma menininha... Como se ela não estivesse efetivamente me sequestrando. — Mamãe está aqui. Eu vou cuidar bem de você.

***

Nós rodamos por uns bons 45 minutos para o deserto, além da nossa velha casa e para baixo ao longo de um leito de rio seco. Finalmente Teeny parou o carro em frente a um trailer. Estilo aqueles, Walter White usado para preparar metanfetamina em Breaking Bad. Conhecendo minha mãe, ela tinha visto o filme e foi inspirada por isso. Obviamente, estava estacionado lá por muito tempo, e eu me perguntava se a coisa ainda podia ser dirigida. Provavelmente não. Eles me puxaram para fora do carro e eu pulei desajeitadamente dentro, minha mãe de um lado e do outro Teeny. Com certeza, o trailer cheirava a xixi de gato, eles definitivamente haviam cozinhado aqui. Ótimo. Conhecendo minha sorte, todo o lugar iria explodir. Minha mãe ajudou a me sentar em um pequeno sofá de um lado do trailer. Acho que esperava um interrogatório, mas em vez disso ela e Teeny agarraram os assentos na pequena mesa de frente para mim. Teeny jogou minha bolsa para baixo pensativo, e então ele pegou minha carteira. — Nada. — Teeny disse depois de um minuto. — Onde está o seu dinheiro? Levei um minuto para perceber que ele estava falando comigo. Dei de ombros, incapaz de responder. Ele grunhiu e se inclinou para frente, rasgando a fita da minha boca. Levou a camada superior de minha pele. Deus, isso dói.

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— Eu disse a você o tempo todo, eu não tenho nenhum dinheiro. Sou uma garçonete e estou indo para a escola. Gastei o último do que tinha no café da manhã. — E o seu garoto? — perguntou minha mãe, com a voz quase lúdica. Eu decidi que ela estava tentando se mostrar uma "mãe interessada" para obter informações. Eu lhe daria muita. — Você se lembra daquele cara que me levou para Idaho? O único que chutou sua bunda? Teeny fez uma careta e minha mãe teve a graça de corar. — Foi um tempo tão confuso. — disse ela rapidamente. — Eu acho que vamos todos olhar para trás e perguntar... — O que tem ele? — Teeny exigiu. Puta merda, percebi que ele não iria apontar uma arma para Puck. Não havia nenhuma maneira de que Teeny teria esquecido seu rosto. — Ele é meu old man agora, e trouxe alguns de seus amigos com ele... — eu disse com um sorriso. — Eles provavelmente estão a caminho para me encontrar já. Você realmente tem certeza que quer irritá-lo assim? Os dois olharam para mim sem expressão. — Ele? — perguntou a mãe finalmente. — Esse mesmo rapaz? — Ele não é um menino, e não ficará feliz quando descobrir o que você fez. Me deixe ir agora e eu vou fazê-lo desistir. Caso contrário, você está ferrado. Teeny ficou boquiaberto e eu ri. Eu não podia aguentar. Podia realmente ver a pequena dúvida dentro da cabeça de Teeny começando a correr mais rápido e mais rápido. Ele engoliu em seco. — Não queria fazer nenhum mal. — disse ele rapidamente. — Você sabe como eu sou impulsivo. Mas eu nunca tive má intenção. — Vai à merda, Teeny. — zombei. Ele se mostrou indignado. Porcaria. Não irrite um idiota com a arma! — Nós temos de matá-la. — Teeny anunciou.

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Meu coração gelou e minha mãe olhou entre nós, atordoada. — O que você quer dizer? — perguntou ela. — Não podemos matá-la. Ela é minha filha. — Como se você se importasse. — ele murmurou. — Eu vendi sua bunda para metade o clube, você nunca disse nada. — Ela é uma mulher, pode lidar com isso. — minha mãe sibilou, estreitando o olhar. Eu poderia ter encontrado preocupação comovente em qualquer outro momento. Mas agora? Agora na verdade eu só não queria morrer. Olhando em volta freneticamente, tentei detectar algo que pudesse usar como uma arma. Qualquer coisa. Infelizmente, a fita adesiva limitava minhas opções seriamente. Foi quando minha mãe e Teeny começaram a discutir. Ele gritou insultos enquanto ela se mudou para um ataque completamente histérico, gritando e gritando Minha bolsa ainda estava na mesa. A arma estava fechada em um bolso lateral, tanto quanto eu poderia dizer, Teeny não tinha notado isso ainda. Ele estava muito focado em minha carteira. Se eu pudesse chegar até a arma, talvez eu pudesse... O Quê? Agarrá-la com as mãos amarradas? Porra. De repente, a arma de Teeny estava no meu rosto novamente. Ele ficou em cima de mim, com as mãos tremendo, e eu vi minha morte escrita em seus olhos. Isso estava acontecendo. Sério. Dizem que a vida passa diante de seus olhos quando você está prestes a morrer, isso não aconteceu comigo. Tudo o que eu conseguia pensar era em Puck e quanto o amava. De repente, ficou terrivelmente óbvio que eu estava deixando uma coisa boa escapar por entre os dedos. Por que diabos eu tinha feito isso? Eu deveria ter apenas gostado dele. — Teeny, você não pode matá-la. — minha mãe estava dizendo, sua voz mais histérica. — Essa é a minha menina. Eu estava de acordo em pegar seu dinheiro, mas isso é diferente. Você não pode matá-la. Eu não vou deixar você fazer isso! — Cale a boca. — Teeny rosnou para ela. Então, sua atenção concentrou-se novamente em mim. — Pare de me olhar. Feche os olhos. Feche!

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Fechei os olhos, minha mente rodando. A arma clicou enquanto ele armou o gatilho. Do nada, ouvi minha mãe uivar de raiva. Teeny gritou em surpresa, então houve um estalar, um ruído de esmagamento e acredite em mim quando digo que esses dois sons não deveriam estar junto. Algo quente e úmido bateu no meu rosto quando algo pesado caiu no chão. Meus olhos se abriram para encontrar minha mãe batendo em Teeny com um bastão. Um bastão de alumínio do caralho. Caralho. Ela bateu na cabeça dele repetidas vezes, respingando sangue em todos os lugares. A realidade voltou a funcionar e comecei a captar suas palavras. — Não! Não! Você não pode ferir meu bebê, seu imbecil criminoso de merda! Eu deslizei em todo o sofá, tanto quanto podia, tentando evitar os respingos de sangue e fragmento de cabelo grisalho que eu realmente, realmente não queria que me tocasse. — Mãe. — eu chamei, tentando manter minha voz firme. Ela parecia alheia. — Mamãe! Você pode parar mãe. Ele está morto agora. Ela diminuiu, ofegante. O bastão caiu de suas mãos e bateu contra o linóleo desbotado. — Ele está morto. — Minha mãe sussurrou. Parecia algo saído de um filme de terror. Esfarrapado, cabelo fibroso pendendo para baixo com fragmentos sangrentos. Totalmente ensanguentado seu rosto e peito. Então ela sorriu para mim, um de seus dentes da frente podre e com uma falha enorme. — Eu sinto muito por isso. — disse ela depois de uma longa pausa, apontando para Teeny. Engoli em seco, me perguntando o que diabos deveria dizer ou fazer. Eu não estava morta, isso era uma coisa boa. Mas, apesar do fato de que ela tinha me salvado, minha mãe era muito assustadora e, obviamente, extremamente louca.

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— Eu preciso ir. — ela anunciou, e eu não poderia dizer se ela estava falando comigo. — É preciso sair daqui. Não podemos deixá-los me encontrar assim. — Espere! Você tem que me ajudar. Apenas me ajude a tirar a fita. Você pode me deixar na cidade. Tudo estará terminado. Ela olhou para mim, seu rosto desconfiado. Suspeito e quase selvagem... Como um animal encurralado. Eu não poderia sequer dizer se ela me reconhecia. Merda. Presa em um trailer no deserto com um morto e uma mulher louca. — Tenho que ir. — disse ela novamente, agarrando minha bolsa. Ela empurrou minha carteira de volta para dentro, em seguida, caminhou em direção à parte de trás do trailer. Levantei minhas mãos e comecei a rasgar a fita com os dentes. Eu precisava me livrar e dar o fora daqui. Não acho que a minha mãe iria me machucar, mas quem sabe? Ela, obviamente, perdeu o contato com a realidade. Eu tinha trabalhado soltando uma tira de fita quando ela voltou carregando uma mala de viagem vermelha brilhante. — Ok, então. — disse ela, passando por cima do corpo de Teeny para me dar um beijo rápido na minha bochecha. — Você simplesmente sente-se e espere eu vou cuidar de tudo. Não se preocupe querida. Ela sorriu para mim, depois, virou e saiu do trailer. Segundos depois, ouvi o som de uma porta de carro se fechando antes dela partir. Eu olhei para o corpo de Teeny e fechei os olhos. Isso realmente é uma merda.

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Capítulo dezessete Levei cerca de 10 minutos para soltar minhas mãos. Os pés foram fáceis depois disso. Então eu estava de pé e me movendo em direção à parte de trás do trailer. Não sabia o que eu esperava encontrar ali, desde que não fosse um cadáver ensanguentado, isso seria um bom começo. Entrando no banheiro minúsculo, olhei no espelho. Havia sangue no meu rosto. Sangue e ... Miolos? Oh merda. Merda. Tentando não entrar em pânico, liguei a água e me esfreguei freneticamente. Depois de alguns minutos, a pia chiou e saiu um pouco de água da torneira. Agarrei as bordas do balcão, tentando recuperar o fôlego. Pelo menos o meu rosto estava limpo. Agora o que diabos eu devo fazer? Você consegue fazer isso. Meu telefone estava na bolsa, junto com minha arma. Graças a Deus por e Puck e a identidade falsa que tinha me fornecido, a minha mãe a abandonou em algum lugar, eles não viriam atrás de mim se descobrissem tudo. Merda, como se isso fosse o maior dos meus problemas. Esse título era para o cara morto me esperando do lado de fora da porta do banheiro. Eu não sabia onde estava, não tinha telefone, e o único veículo potencial de fuga era um trailer de metanfetamina. Claro, as probabilidades eram boas o trailer não podia ser dirigido de qualquer maneira, o que tornou as coisas ainda melhores, certo? Eu precisava olhar ao redor, ver o que podia encontrar para me ajudar. Ah, e não perder o controle no processo. Contei até dez, e abri a porta do banheiro e voltei para o corredor. Havia um pequeno quarto à minha direita. Comecei a pesquisar o que não foi fácil, porque minha mãe tinha, obviamente,

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saqueado o lugar. Muitas roupas em todos os lugares. Tabletes de ervas. Abri uma gaveta e encontrei um vibrador roxo, que coisa desagradável. Nojoooo... Eu quase não abri a segunda gaveta, com medo do que iria encontrar lá dentro. Siga em frente, você pode morrer aqui. Deslizandoa aberta, bati a sujeira sob uma arma semiautomática 38 sorrindo. Eu agarrei a pistola e verifiquei a munição. Totalmente carregada. Agora isso era uma visão deslumbrante. Me sentindo melhor, fiquei olhando, esperando encontrar um telefone ou algumas chaves. Trinta minutos mais tarde e ainda nenhuma alegria. Bela porcaria. Havia apenas um lugar para olhar. O lugar mais obvio. Eu precisava investigar o corpo de Teeny. Mordendo meu lábio, me aproximei e cutuquei com o pé cautelosamente. Eu sabia que ele estava morto, mas de alguma forma continuei esperando ele saltar para cima e começar a gritar comigo ou algo assim. Ele não fez. Meu padrasto parecia menor agora. Ele nunca foi fisicamente imponente, se eu tivesse lutado mais, poderia ter me protegido? Eu nunca lutei muito com ele, não depois da primeira vez. Eu tinha muito medo de tentar. Agora, ele parecia patético. Quase falso. Quando ele me estuprou, cheirava a suor azedo e cerveja. Agora, ele cheirava a hambúrguer cru. Era tão pateticamente mundano, um humano morto não deveria cheirar mais do que a carne? Se ele tivesse conseguido atirar em mim, eu cheiraria como isso também. Apenas mais um saco de hambúrguer. Me esforçando para não vomitar, inclinei para a frente e peguei seu quadril, rolando o corpo para o lado para que pudesse chegar a seus bolsos. Dentro encontrei um conjunto de chaves e um telefone celular, meus dedos deixaram listas de sangue no vidro enquanto discava. Sem serviço. Merda. Talvez as chaves fossem funcionar. Fui para frente do trailer, querendo saber se realmente seria capaz de conduzir a coisa, supondo que eu pudesse fazê-lo funcionar. ~ 344 ~


Ponto de controvérsia, nenhuma das chaves sequer cabia na ignição. O que fazer agora? Eu não tinha certeza do tempo que eu estava no trailer, mas parecia que tinha passado horas. O sol estava forte, aquecendo tudo. Uma mosca zumbia, aterrissando no corpo de Teeny. Quando ouvi uma moto a certa distância, minha primeira reação foi uma onda de excitação. Puck estava vindo para me salvar! Exceto que Puck não poderia estar vindo me salvar, porque sua moto ainda estava em Idaho. O rugido do motor da moto ficou mais alto. Corri e tranquei a porta do trailer, em seguida, corri para o quarto minúsculo. Espiando atrás de uma cortina desbotada, observei um motoqueiro parar próximo do trailer. Um homem vestindo o colete dos Longnecks desceu. Ele puxou seu capacete livre e eu engasguei. Era Bax irmão de Teeny. Porcaria, porcaria, porcaria! Agarrei freneticamente a 38 me sentando com as costas contra a parede do quarto. O que devo fazer? Esconder? O veículo inteiro tremeu quando Bax bateu na porta. Ouvi-o xingando Teeny, então tudo balançou novamente como se ele tivesse tomado o seu ombro para abrir porta. Segundos depois, ele entrou. — Oh, Jesus. — o homem murmurou, e imaginei a cena diante dele. Seu irmão no chão, pedaços de cérebro e cabelo respingado ao redor da sala. A arma do crime ainda caída ali mesmo, ensopada de sangue. — Teeny, seu idiota. O trailer balançou como se o homem grande cambaleasse ao redor. Um ruído, um chiado ofegante. Ele estava chorando? Minha tensão cresceu por longos segundos que se passaram, ele estava procurando o quarto? Se ele me encontrasse, eu estaria ferrada. Eu teria que matá-lo. Atirar nele para matar, de preferência antes mesmo que ele percebesse que eu estava aqui. Olhando para a arma, eu engoli. Eu poderia fazer isso? Outro som rompeu os meus pensamentos, um segundo veículo estava vindo. Ouvi-o vir em direção ao trailer, cada vez mais

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barulhento até que parou. Bax deve ter ouvido isso, também, porque ele ficou de pé, inclinando sua arma. Uma porta bateu. Agarrei minha própria arma, deslizando em direção à janela para espreitar. Puck estava saindo de seu caminhão, a pistola semiautomática na frente dele. Seu amigo Reaper estava saindo do outro lado. Eu vi quando eles começaram a andar em volta do trailer em um grande círculo, obviamente delimitando o lugar. De maneira nenhuma. Como ele me encontrou que eu não podia imaginar, mas uma coisa era certa, se eu não fizesse alguma coisa, ele iria andar direto para um Longneck com raiva à procura de vingança. Uma calma estranha e terrível tomou conta de mim e de repente entendi por que Puck tinha gritado comigo antes. Eu tinha que protegê-lo. Nada mais importava. Me afastei da janela, alcancei a porta, abrindo-a em silêncio. Bax ficou esperando, com a arma ao seu lado. Ele esticou o pescoço e sorriu. Me concentrei em meu alvo, focando em nós dois. Eu já tinha visto aquele olhar em seu rosto antes. Presunçoso. Seguro de si. Exatamente do jeito que tinha me olhado antes de me estuprar. Levantando minha arma, me preparando cuidadosamente enquanto mirava nele. Então eu puxei o gatilho. A arma sacudiu em minhas mãos, mas segurei firme, observando enquanto Bax bateu para o lado e caiu pesadamente no chão. Sua arma caiu e eu passei à frente, pronta para disparar novamente quando os homens do lado de fora começaram a gritar. Puck não soava como um cara muito feliz, eu pensei, me perguntando por que parecia tão engraçado. Não era normal, querer rir depois de colocar uma bala direto em um homem... Talvez, perturbada? Oh bem. Quanto a Puck, eu teria que me preocupar com ele mais tarde. Agora precisava ter certeza que Bax estava realmente morto. Alcançando a arma, cutuquei com meu pé, então estava sobre ele, com a arma apontada para sua cabeça. — Puck, você está aí? — gritei. — Becs? É você?

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— Sim. — gritei de volta. — Estou aqui dentro. Há dois caras aqui comigo, mas eu acho que os dois estão mortos. A porta deve estar aberta, venha para dentro. Ouvi o barulho da dobradiça da porta atrás de mim, então o sibilar da respiração de Puck. — Sua garota não está de brincadeira. — disse o Reaper. — Becs, solte sua arma e de um passo para trás. — Puck me disse. — Já estou coberto, para sair da linha de fogo. Não precisava me pedir duas vezes. Voltei para o quarto, colocando a minha arma com cuidado sobre a bancada suja. Puck entrou no trailer, cutucando os corpos com o pé. Nem se mexeram. Ele me deu um olhar rápido, seus olhos fazendo um inventário do meu corpo. — Eu estou bem. — garanti a ele. — Quer dizer, eu acho que acabei de matar um cara, mas fora isso está tudo bem. Puck levantou uma sobrancelha. — Certeza que você está bem? — ele perguntou. Eu considerei a questão a sério, tudo parecia de certa forma separado. Eu podia sentir meu coração batendo, mas não parecia ser uma parte real de mim. — Eu acho que estou em estado de choque. — eu admiti, balançando. — Que se foda. — ele murmurou, se abaixando para me pegar. Eu passei meus braços em volta do seu pescoço, sentindo o cheiro de seu corpo. Isso era real, Puck estava mesmo de pé me segurando. Tudo estaria resolvido. — Como você me achou? — Sua mãe me ligou do seu celular. — ele murmurou. — Me deu as instruções. Ela disse que você iria precisar da minha ajuda para deixar tudo limpo. — Ela matou Teeny. — eu consegui dizer, minha mente girando. E ela chamou Puck para me salvar.— Ele decidiu atirar em mim depois que soube que você é meu old man, pensou que você iria caçá-lo se eu lhe disse que ele tinha feito.

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— Então você ia desaparecer? Ele achava que eu não ia notar? Eu dei uma risada sombria. — Pensar nunca foi realmente o negócio dele. — Vamos levá-la para fora daqui. — disse o grande Reaper. — Você pode falar sobre as coisas mais tarde. Nós vamos ter que queimar o lugar, devemos ter o cuidado para não deixar qualquer prova que leve em nossa direção. — Será que alguém não vai ver o fogo? — perguntei, franzindo a testa em confusão. Ele olhou para mim e encolheu os ombros. — Talvez. — ele admitiu. — É por isso que precisamos sair. Com alguma sorte, não vão notar nada. Seria só mais um negócio de drogas que foi mal. Vamos cuidar disso, então vocês dois começam a dirigir imediatamente para Idaho. Eu vou para outra direção. — Vai ficar no caminhão. — Puck me disse, e pela primeira vez decidi que seguir suas ordens não era uma ideia tão ruim. Aparentemente, ele tinha mais experiência com esse tipo de coisa.

***

Duas horas mais tarde, estávamos em direção ao norte. O Trailer pegou fogo rápido, então, enquanto nos afastávamos, ele explodiu. Acho que é o que acontece quando você coloca fogo em um laboratório de metanfetamina. Voltamos a San Valery, na qual eu fiquei escondida na parte de trás do caminhão, enquanto Puck agarrava as nossas coisas no quarto do motel. Eu não tinha ideia se alguém tinha visto o meu sequestro do lado de fora do Denny e não queria descobrir. — Então, vamos falar sobre isso. — disse Puck, uma vez que tínhamos deixado os limites da cidade. — Como diabos você acabou em um trailer? Olhei para meus pulsos, correndo um dedo sobre os hematomas que formaram com a fita. Minha mãe foi muito suave, mas eu tinha me debatido e tentado me libertar. — Minha mãe me surpreendeu no Denny. Apontou uma arma para mim. Eu disse a ela para se foder, mas ela disse que Teeny estava ~ 348 ~


pronto para atirar em você se eu não obedecesse a suas ordens. Nós caminhamos para o carro e eles me sequestraram, me arrastaram para o deserto. Eles pareciam pensar que eu trouxe dinheiro para pagar Teeny. A mandíbula de Puck apertou, e ele começou a abrir a boca. — Não. — eu disse a ele, pegando o seu braço. — Eu sei que você está irritado. Estou chateada também, mas desta vez não vamos descontar um no outro. A situação foi péssima, mas pelo menos nós dois estamos vivos. Que é mais do que aconteceu com Teeny. Eu só quero dar o fora daqui e ir para casa. Puck franziu a testa. — Você deveria pelo menos me agradecer por salvar sua bunda. — disse ele por fim, frustrado. — Obrigada por salvar minha bunda. — eu disse me sentindo orgulhosa do fato de que não tínhamos começado a brigar. — Mas eu já tinha me salvado, você sabe. — Além de estar presa no deserto com dois corpos? É, acho que você está certa. Você estava praticamente livre no momento em que chegamos lá. — A moto de Bax estava lá, eu poderia ter saído com ela. — Você sabe como montar uma moto? — perguntou, obviamente assustado. Revirei os olhos. — Eu cresci em uma moto. Claro que eu sei como montar. — Será que não percebem isso. — ele respondeu, olhando para mim com um novo respeito. — Mas o que você estava planejando fazer, andar até a cidade coberta de sangue? E o que dizer das evidências legais? Você não pode simplesmente deixar um rastro de corpos atrás de você, Becs. — Ok, você me salvou. — eu admiti. — Mas me salvei também. E te salvei. Bax estava pronto para você, ele teria atirado em você diretamente através da porta. — Isso provavelmente é verdade. — disse Puck. — Reconheço, por sinal. Nós dirigimos em silêncio por alguns minutos. ~ 349 ~


— Eu não posso acreditar que ela me pegou de novo. — eu finalmente disse. — E só para o caso de não estar claro, eu rompi com ela. Você estava certo o tempo todo. Eu deveria ter parado de receber suas ligações há muito tempo. Eles devem ter pensado que eu era uma completa idiota, caindo em suas mentiras todas as vezes. Para seu crédito, Puck não esfregou isso na minha cara. Ele apenas estendeu a mão e pegou meu joelho, dando um aperto. —Você ficou surpresa quando ela atacou Teeny? Dei de ombros, cobrindo sua mão com a minha. — Eu não sei o que pensar, eu ainda não sei por que ela mentiu para mim, ou por que decidiu detê-lo. Parece que me matar ultrapassou algum tipo de limite em sua cabeça? Provavelmente eu nunca saberei. — Provavelmente não. — ele concordou. Me inclinei para ligar um pouco de música. A conversa me fez pensar muito.

***

— Becca, você deve vir para a cama. Eu estava ao lado da janela, olhando o estacionamento escuro. Aliás, a qualidade de nossos hotéis havia despencado. Puck disse que quanto pior o hotel, menos as chances de que alguém iria se lembrar de nós. Por essa lógica, nós estávamos agora perfeitamente seguros. Eu já tinha visto duas transações de drogas acontecendo do lado de fora, e estaria disposta a apostar que essas duas meninas com muita maquiagem e saltos muito altos não estavam apenas tendo uma festa em seu quarto. — Estou pensando sobre Teeny. — eu admiti. — Minha mãe continuou batendo nele, mais e mais. O sangue pulverizando em todos os lugares. Como em um filme de terror. Não só isso, eu matei um homem hoje. Parece que eu deveria sentir alguma culpa, ou talvez excitação ou triunfo ou algo assim. Estou cansada, apesar de tudo. — Venha para a cama. — ele repetiu, puxando as cobertas ao lado dele. Fui até lá e subi, me colocando a seu lado. ~ 350 ~


— Você está chateado comigo? — Por quê? — perguntou. — Você vai ter que ser mais específica para que eu possa responder a isso. — Por tudo isso. Atender as ligações. Ouvir Teeny... Nos arrastar até aqui. Os dedos de Puck pegaram meu cabelo, passando por ele levemente. Depois ele suspirou. — Talvez um pouco. — admitiu. — Mas o principal é que estou muito feliz que você está viva. Quando sua mãe ligou, foi como se tudo ao meu redor tivesse simplesmente parado. Tudo o que eu conseguia pensar era em você morta em algum lugar no deserto. Podia ter acontecido isso também. — Sinto muito que você teve que passar por isso. — eu disse. — Mas eu não consigo me sentir mal sobre Teeny ou seu irmão. E eu sei que isso é estranho como o inferno, mas estou feliz que minha mãe me salvou. Talvez em sua própria maneira, ela ainda me ame, mesmo que ela seja uma maluca. Provavelmente parece loucura para você, mas me faz sentir muito melhor. Não que eu queira ver ou falar com ela de novo, não é isso. Ele beijou o topo da minha cabeça, me aconchegando mais no seu lado. — E agora? — perguntei. — Nós devemos dormir. — declarou ele. — Se nós levantarmos cedo e continuarmos dirigindo vamos chegar em Idaho amanhã à noite. — Não, quero dizer quanto a nós? — E quanto a nós? — perguntou, seu tom tocado com humor. — Eu só dirigi por todo o país para cometer um assassinato para você. Hoje cedo ajudei a queimar dois corpos para cobrir seus rastros. Isso implica um certo nível de compromisso de minha parte, não acha? — Bem, eu acho que quando você coloca dessa forma... Puck me beijou. Intenso. — Vá dormir. Amanhã teremos uma longa viagem. Me aconcheguei, sentindo que estava começando a relaxar. Então me lembrei de algo importante. ~ 351 ~


— Puck! — eu disse, me empurrando para cima. Ele se lançou para sua arma, pronto para a ação. Eu congelei. — O que é isso? — ele sussurrou urgentemente. — Você ouviu alguma coisa? Eu neguei com a cabeça, olhando para a arma. — Você acha que poderia colocar isso para baixo? Ele assentiu a cabeça, então, abaixou lentamente. — O que é isso? — ele perguntou novamente. Eu ri nervosa, me sentindo estúpida. — Hum, bem mais cedo hoje eu pensei que ia morrer. — Estou tentando não pensar nisso. — Então... — eu disse, em seguida, eu neguei com a cabeça. Este não era o momento certo. — Vamos apenas voltar a dormir. Nós podemos conversar amanhã. — Becs, que merda é esta que te preocupa, cospe isso. — Eu amo você. Sabe quando Teeny estava prestes a atirar em mim? Tudo que eu conseguia pensar, era que eu te amava e gostaria de ter passado menos tempo brigando com você. Temos muitas coisas para acertar entre nós e isso me assusta, mas aconteça o que acontecer, você deve saber como me sinto. Você não tem que dizer que me ama. Deus, isso era estranho. Puck virou e largou a arma. Em seguida, ele estendeu a mão e pegou a parte de trás do meu pescoço, me puxando para descansar sua testa contra a minha. — Eu também te amo, — disse ele. — Não sei quando isso aconteceu, mas em algum ponto isso aconteceu. Dizem que o amor à primeira vista é besteira e eles provavelmente estão certos. Mas tudo o que eu sentia por você na primeira noite? Se transformou em algo real. Eu nunca vou deixar você ir. — Então, o que isso quer dizer? — perguntei. — Quero dizer, eu ainda me sinto da mesma maneira sobre como controlar minha própria vida. Puck suspirou, em seguida, deu uma risada baixa.

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— Nós vamos que descobrir isso mais tarde, porque eu estou realmente muito cansado, — admitiu ele, caindo de costas na cama. Eu aconcheguei em seu lado novamente, descansando minha mão em seu peito quando eu fechei os olhos.

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Capítulo dezoito Dois meses depois

PUCK Saí para o telhado, fechando a minha janela do apartamento atrás de mim. O ar estava frio, e no momento não estava congelando ainda, mas eu sentia cheiro de queda de temperatura no ar. Em breve seria hora de colocar os pneus de neve no caminhão. Eu teria que estacionar minha moto para o inverno também. Eu ainda tinha o snowmobile 10 é claro, e seria um inferno de um monte de diversão. Apenas não tão bom como andar de moto. — Você se lembrou do pão? — Becca chamou de sua janela aberta. Eu estendi o pão francês e ela sorriu. Parecia como levar um soco no estômago todas às vezes. Quanto muito, os socos no estômago foram piorando. Louco por essa garota. — Obrigada. — ela disse enquanto cheguei perto. Me inclinei e a beijei, me perguntando em qual cama que iríamos acabar nesta noite. Eu costumo ficar em seu apartamento, mas às vezes ela gostava de misturar isso. Ela pegou minha mão quando entrei, me puxou em direção à mesa. — Venha sentar. — disse ela. — Tome uma bebida. — Uau, costurou bem. Ela tinha costurado. A mesa estava coberta com um tecido marrom escuro que reconheci, ela tinha embainhado com máquina de costura da marca Singer que Regina tinha entregado na semana 10

Moto para neve. ~ 354 ~


passada. Não era nova, mas parecia funcionar bem. Ela chorou como um bebê quando viu. Esse não foi o único motivo que a fez chorar. Becs estava aterrorizada que seus pais adotivos nunca fossem perdoá-la pelo que ela tinha feito, evitou Earl e sua esposa por dois dias depois que chegamos em casa. For fim eu já estava cheio, então a coloquei na minha moto e dirigi para casa deles sem qualquer aviso. Houve um silêncio constrangedor, seguido por abraços, lágrimas e sobremesa que foi ótimo. Danielle foi menos indulgente, ela gritou com Becca por quase uma hora antes de decidir não guardar rancor. Blake estava atrás dela, de braços cruzados enquanto olhava para mim o tempo todo. Eu acho que ele estava de alguma forma convencido de que era tudo culpa minha. Talvez ele só quisesse entrar em ação. De qualquer maneira, eu estava grato que não tive que lutar com ele. Depois, as garotas irromperam em lágrimas e abraços, a essa altura Blake e eu decidimos juntar forças e dar o fora de lá. — Então eu tenho sua cerveja favorita aqui. — Becca anunciou, abrindo a geladeira. — E eu te fiz uma torta. O espaguete estará pronto em apenas um minuto. Eu tomei a cerveja e peguei uma cadeira, desfrutando da visão de seu lindo traseirinho enquanto se movimentava ao redor. Becca olhou para mim, com o rosto cheio de incertezas. Então ela piscou e eu me perguntava se eu tinha imaginado. — Você teve um bom dia na escola? — Sim, foi bom. — ela respondeu. — Hum, falando da escola... Eu posso ter que mudar minha agenda um pouco. Eu decidi que realmente não posso esperar mais de quatro meses antes da formatura. Eles disseram que eu posso começar a ir em tempo integral, acelerar as coisas. Eu fiz uma careta. — Você já está loucamente ocupada, entre a escola e o Moose. Como é que você acha que vai fazer isso? Becca franziu a testa para mim, mas antes que pudesse responder o cronômetro disparou. — A massa está pronta. Cinco minutos depois, ela me entregou um prato cheio o suficiente para alimentar todo o maldito clube. ~ 355 ~


— Isso é muita comida. — eu disse, olhando para ela. Becca sorriu incerta, pousando seu prato. Esperei que ela dissesse alguma coisa mas ela não disse, apenas tomou um gole de água, parecendo nervosa. Que diabos estava acontecendo aqui? — Você quer uma cerveja? Becca balançou a cabeça e suspirou. — Nós precisamos conversar. — Palavras que todo homem quer ouvir. — eu murmurei. Recostando na cadeira, cruzei meus braços sobre o peito, esperando. Ela torceu os dedos em silêncio. — Boneca você pode apenas me dizer o que está acontecendo. — eu finalmente disse, sentindo algo sombrio desenrolando profundamente. Sua mãe tinha entrado em contato? Eu sabia que Becca tinha sentimentos mistos por aquela vadia, mas não dizia. Claro, ela tinha matado Teeny por Becca no final. Claro, a única razão que ela precisava para proteger sua mãe era porque ela tinha a colocado em primeiro lugar. Eu esperava que ela estivesse morta. Isso seria melhor para todos. — Então, nós realmente nunca falamos sobre o futuro. — disse Becca lentamente. — Às vezes me pergunto... Para onde você nos vê indo, Puck? Eu fiz uma careta para ela. — O que você quer dizer? — Bem, você nos vê juntos a longo prazo? — Você é minha old lady. — eu respondi, tomando um gole da minha cerveja. — O que mais sobra? — Nós temos algo de bom começando aqui. — disse ela, cuidadosamente. — E você sabe que eu te amo. Mas eu não quero prendê-lo. — Você não me prende, Becca. Ela olhou para mim, seu olhar firme, mãos postas sobre a mesa.

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— Estou grávida. Eu pisquei. — Desculpe? — Estou grávida. — ela repetiu e percebi que seus dedos estavam apertando uns aos outros com tanta força que eles estavam brancos. Justo. Algo bastante importante apertou meu peito também. — Como é que isso aconteceu? Becca endureceu. — Esquecemos o preservativo algumas vezes, lembra? — seu tom era hostil. Merda. — Então você está realmente grávida? — Sim, estou grávida. — ela respondeu, estreitando os olhos. — Se você vai fugir me diga agora. Eu não vou me transformar em minha mãe. Eu vou criar está criança, e não vou contar com algum homem para nos salvar. Eu fiz uma careta. — Eu não sou algum homem, eu sou o pai do garoto. E por que diabos você acha que eu ia fugir? — Porque uma família dá muito trabalho. As palavras suspensas pesaram entre nós e de repente percebi que isso estava realmente acontecendo. Eu ia ser pai! Mil pensamentos explodiram pela minha cabeça, se movendo muito rápido para que eu os entendesse. Nós precisaríamos de uma casa maior, não de imediato, mas eu não ia criar uma criança em um apartamento com vista para a Main Street. Ele pode cair para fora da janela. Cristo. As crianças caiam o tempo todo. Fugiam. Eram sequestradas e assassinada e... Porra. Melhor não ser uma menina. Eu não poderia lidar com uma menina. — É por isso que você vai terminar a escola mais rápido do que o planejado? — perguntei a Becca. Ela assentiu com a cabeça, mordendo o lábio. — Eu não poderia fazer isso novamente se eu não terminar agora.

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— Faz sentido... Merda. Como ela poderia trabalhar e terminar a escola? Foi quando isso me bateu, o bebê significava que Becca finalmente teria que me deixar ajudá-la. Hora da ―Briga Fodida‖. Geralmente ela era temperamental. "Eu sou uma mulher independente que ganha à vida por conta" as coisas eram assim até esse momento, mas não mais. Havia três de nós agora. Três de nós. Uau. — Ok, então temos de escolher um apartamento. — eu disse a ela, minha mente trabalhando. — Eu não me importo qual, mas não vejo qualquer razão para pagar mais do que um aluguel. Isso vai economizar dinheiro, para que você possa sair do Moose, terminar a escola... — Isso significa que vamos ficar juntos? As palavras me confundiram. Eu estudei seu rosto, cheio de tensão nervosa. Ótimo. Depois de tudo o que tinha passado, minha garota ainda pensava que eu iria largá-la por ficar grávida. — Becca. — rosnei. — Quem diabos você acha que eu sou? — Eu te amo. — disse ela, com os olhos cheios de lágrimas repentinas. Merda. Mais choro... Puta merda, talvez fossem os hormônios da gravidez. Isso explicava um inferno. Becca estava como uma torneira desde que tínhamos voltado. — Mas eu ainda estou começando a conhecê-lo. Nós nunca sequer falamos sobre crianças. Você ao menos gosta crianças? — Eu sou seu old man Becs. Isso significa que nós estamos nisso juntos. E sim, eu gosto de crianças. — Nós não conseguimos nem mesmo comprar mantimentos juntos sem uma briga. — ela sussurrou. — Quero dizer, sei que nós estamos ficando cada vez melhor no que fazemos, mas eu só tenho vinte e um anos de idade, Puck. Estamos namorando há dois meses. Como diabos é que vamos ser pais juntos? Eu considerei a pergunta, então balancei a cabeça. — Nós apenas seremos querida. — Mas... — Não. — eu disse, levantando e puxando-a para longe da mesa. ~ 358 ~


Ela veio para os meus braços e eu a segurei firme. Sua barriga estava maior já? Me abaixei entre nós, massageando suavemente. O meu filho estava lá dentro. Me perguntando com quem ele parecia. Ou era ela? Porra. É melhor você ser um menino, seu merdinha. — Becca, eu prometo... — eu engoli. — Eu prometo que vou cuidar de você e do bebê. Nós vamos passar por isso. ___ Tudo bem. Eu coloquei meu rosto em seu cabelo. Será que ela cheirava diferente? Mais... Grávida de alguma forma? Eu não conseguia decidir. — Puck? — Sim, Becs? — Sinto muito. Eu acho que eu estou um pouco assustada. Eu amo você. Eu segurei um riso nervoso, porque eu estava um pouco assustado também. Então, pensei na imagem de um pequeno bebê parecido com Becca, a imaginei o alimentando... Minha mulher alimentando o meu filho. Droga. Como isso me faz sentir? Amor parecia uma palavra tão patética para descrever algo tão intenso. — Está tudo bem. — eu disse, esperando que estivesse certo. — Eu também te amo, Becs. E não apenas porque seus peitos vão ficar maiores... Embora eu esteja ansioso para mais, eu acho. — Vai à merda. — disse ela, batendo em minha mão e rindo. Eu a deixei se afastar apenas o suficiente para que ela pensasse que poderia fugir, então puxei-a em meus braços. — Amo você. — eu sussurrei de novo, beijando o topo de sua cabeça. — Porra, eu não posso acreditar que você tem um bebê dentro de você. — É assustador. — ela sussurrou. — Nós vamos mesmo fazer isso? — Sim. Acho que sim. — Eu não quero perder isso tudo. — Ok. — eu disse.

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— Ok o quê? — Nós não vamos perder. Eu prometo. — Tem certeza? —ele perguntou. Desta vez eu não consegui segurar aquele riso nervoso, porque eu não tinha ideia. Coloquei minha mão em sua barriga novamente e balancei a cabeça. Puta merda.

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Epílogo Seis anos mais tarde

BECCA — Você vai definitivamente acabar com isso. — eu disse a Danielle, sorrindo para ela. Ela se sentou a mesa da cozinha, segurando uma xícara de chá pressionando entre os dedos brancos. — Todo mundo faz asneira. A boa notícia é que as crianças são fortes. Você vai ficar bem. — Mas eu quero ser uma mãe perfeita. — disse ela, com a voz tensa. — Eu sempre pensei que iria me organizar primeiro. Quero dizer, as coisas são boas, mas trabalhamos em um bar, pelo amor de Deus. Como posso trabalhar em um bar e cuidar de um bebê? — Como eu pude terminar a escola, começar um relacionamento com Puck, e ter um bebê? — perguntei, dando de ombros. — Você só faz isso porque você precisa. Eu prometo, assim que o bebê nascer, você estará muito ocupada e cansada, para se preocupar com isso agora. Se a criança ainda estiver viva no final do dia, você ganha. Danielle revirou os olhos me ignorando. Ela pensou que eu estava brincando, por tentar fazê-la se sentir melhor. Hah... Ela aprenderá. — Então, Regina quer saber que tipo de bolo fazer para o chá de bebê. — Chocolate alemão. — ela respondeu, pegando uma unha. — Eu ainda não vejo por que não podemos convidar os caras. — Porque Blake me pagou cinquenta dólares para se certificar de que ele não fosse convidado. — eu disse a ela.

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Antes que ela pudesse responder, meu garoto, Gunnar, veio rasgando através da cozinha. — Katy está tentando me matar! — ele gritou sua pequena voz de três anos de idade, enrolando em torno das palavras. — Ela vai me matar! Eu peguei o garoto e o balancei no meu quadril. — Eu já volto. — disse a Danielle. Ela assentiu com a cabeça, franzindo o cenho. Provavelmente eu não deveria ter dedurado Blake. Atravessei a porta, olhando para fora do outro lado do nosso pequeno gramado em direção a minha filha. Nossa casa não era grande coisa, dois quartos pequenos, mas estávamos cercados por bosques e as crianças adoraram correr por entre as árvores. — Katy Redhouse! — eu chamei. — Venha aqui! Ela veio correndo, e percebi que estava brincando na lama novamente. O garoto estava revestido disso dos joelhos para baixo. Suas mãos estavam cobertas também. — Por que você está tentando atirar em seu irmão? — perguntei. Ela sorriu para mim, uma grande falha no centro do seu sorriso. — Porque ele irritou os Silver Bastards. — disse ela com orgulho. — Nós não podemos ter essa merda, entendeu? Oh, eu entendi muito bem. Ouvi a voz de seu pai que vinha direto de sua boca. — Eu tenho certeza que os Silver Bastards podem se cuidar. — eu respondi, o meu tom seco. — Peça desculpas a seu irmão, e então vocês podem brincar com a mangueira por alguns minutos. Veja o quanto de lama que você pode tirar sem a minha ajuda. Quando estiverem totalmente limpos, vocês ganham um picolé. Katy e Gunnar entreolharam e começaram a gritar com emoção. Em seguida, eles correram em torno da casa para encontrar a mangueira. Perfeito. Caminhando em direção a garagem, ouvi o rugido do motor da Harley, sendo ligada, depois de algumas manutenções feitas por Puck.

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A primeira vez que ele arrastou uma moto para casa, pensei que estava louco. Então ele a consertou e vendeu por três mil dólares. De repente, ele não estava soando tão louco, afinal. Bati na porta e abri. Puck se agachou ao lado da moto, cutucando o motor até que ele morreu com uma descarga elétrica. — Como está indo? — Bom. — ele resmungou. — Devo terminar isso, na outra semana. — Você sabia que sua filha está planejando atirar em seu filho? Puck parou e olhou para mim, levantando uma sobrancelha. — Não me diga? — Sim, aparentemente ele irritou os Silver Bastards, então ela vai atirar nele. Puck se levantou, sacudindo as mãos. Porcaria. Seis anos juntos e o idiota ficava mais sexy. Parecia de certa forma injusto, uma vez que tinha passado por duas gestações. Puck sorriu e caminhou em minha direção. — Você está com um olhar muito sexy hoje, Sra. Redhouse. — É Sr. Redhouse, e não tente mudar de assunto. — eu disse a ele, reprimindo um sorriso. — Você tem muito a responder. Sua filha parece pensar que ela é uma motoqueira durona. Ele me pegou pela parte de trás do pescoço, me puxando para o seu corpo da mesma forma que tinha feito umas mil vezes ao longo dos anos. Nunca deixou de me excitar. — Soa como maus pais para mim. — ele murmurou, beijando ao longo do meu queixo. — Ela não sabe que as meninas não podem estar no clube? — Ela não parece aceitar a lógica. — eu disse. — Sério, você não deve deixar que as crianças ouvirem merdas como essa. — É o que somos. — ele respondeu. Tentei argumentar, mas ele não me deu a chance, tinha minha boca em um beijo tão aquecido que esqueci de pensar. Então suas mãos pousaram na minha bunda, me levantando e transportando para cima da sua bancada. ~ 363 ~


— As crianças estão lá fora. — eu sussurrei. — Eles podem entrar... — Eles estão brincando com a mangueira. — ele respondeu. — Eu posso ouvi-los em torno da casa. Nós temos pelo menos dez minutos. Eu considerei a situação. Danielle ainda esperava a mesa, mas ela era uma mulher. E ele estava certo sobre as crianças. — Certo. — eu sussurrei. Puck deslizou seus dedos em minha calça jeans, empurrando-as para baixo em torno de meus joelhos. Equilibrado sem jeito, desci para tirar os sapatos. Ele me pegou e me virei, me empurrando para baixo da bancada enquanto ria. — Você deve estar levando isso a sério, Sra. Redhouse. Seus dedos alcançaram entre as minhas pernas, alisando cima e para baixo ao longo da minha abertura. Em seguida, ele substituiu por seu pau. — Porra... Eu suspirei enquanto ele empurrou profundamente dentro. — É essa a ideia. Essa Kegels deveria ser obrigatória para todas as mulheres na terra. — ele murmurou. — A sua buceta está mais apertada do que era antes das crianças, merda você não tem ideia. Eu apertei para baixo nele mais duro, porque não há nada como um bom elogio para inspirar uma garota. — Danielle está com medo que vá arruinar a vida de seu bebê. Puck riu. — Você disse a ela que já navegou o navio? Eu abri minha boca para responder, mas ele empurrou para dentro de mim particularmente duro e meu cérebro parou de funcionar. Oh Uau. Eu ouvi as crianças gritando do lado de fora. Katy estava tentando atirar em seu irmão novamente? Eu decidi que não me importava. — Você é tão quente. — Puck sussurrou os dedos cavando em meus quadris. Ele fez uma pausa e me empurrei de volta para ele, não querendo que parasse. Ele estendeu a mão em volta do meu corpo para encontrar o meu clitóris.

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— Oh merda! — eu gemi, arqueando minhas costas. — Isso é muito bom, amor. Beijando a parte de trás do meu pescoço, Puck começou a se mover mais rápido. Cada curso me encheu e eu mexi, querendo mais. Eu não estava com disposição para brincar ou provocá-lo, eu só queria que ele me fodesse. Duro. Não era um problema. Então, novamente, nunca foi. Puck sabia exatamente o que eu gostava, e muito rápido ele me tinha no limite. — Diga o que você quer. — Quero isso. — O quê? — Seu pau. — É isso aí, querida. Me deixando ir, Puck bateu no fundo enquanto eu choraminguei, explodindo em torno dele. Segundos mais tarde, ele se juntou a mim, tremendo muito. Finalmente, ele se soltou, e consegui ficar de pé sem firmeza, as pernas como espaguete. O fato de que meu jeans ainda estavam agrupados em torno de minhas coxas não ajudava. — Você está bem? — Ótima. — eu respondi, puxando a calça para cima. — Você acha que me distraiu, mas não o fez. Deveríamos falar sobre o amor de sua filha pela violência. — Mãe! — Katy gritou. Lutando para prender as minhas calças, tropecei em direção à porta. — Sim? — O correio está aqui! Eu posso ir dar uma olhada? — Sim, baby.

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Puck tinha acabado de chegar atrás de mim, envolvendo os braços em volta da minha cintura enquanto Katy avançava na garagem, acenando com um envelope roxo. — Olhe! — ela disse. — Aposto que é um convite da festa de aniversário. Estendendo a mão, tomei o cartão e estudei. Nenhum endereço de retorno, mas tinha um carimbo de Chicago. Franzindo a testa, deslizei um dedo dentro e o rasguei. Era um cartão de Dia das Mães, o que parecia estranho, considerando que era já junho. Querida Becca, eu fiquei sabendo recentemente que você teve outro bebê. Ok, então já faz três anos, mas eu não sabia até agora. Eu só quero que você saiba que estou feliz por você e orgulhosa de tudo que você realizou. Eu gostaria que pudesse ter sido uma mãe melhor. Tome cuidado e de um beijo nesses pequeninos por mim em algum momento. Com Amor, Mãe. Escondido no cartão uma nota de vinte dólares. — Droga. — Puck disse, lendo por cima do meu ombro. — Droga. — Katy ecoou gravemente. Dobrei o cartão e enfiei de volta no envelope, junto com o dinheiro. Isto marcou a quarta vez que ela havia escrito para mim ao longo dos anos, apesar de ter passado tanto tempo desde a última mensagem eu queria saber se algo havia acontecendo com ela. A última vez que ela tinha enviado dez dólares, juntamente com uma margarida pressionada. — Posso ter um picolé? — perguntou Gunnar, que espreitou a cabeça pela porta. — Claro que sim, garoto. — disse Puck. Ele se afastou de mim para caminhar até uma geladeira velha que tinha colocado aqui. Eu ouvi o deslizar da gaveta do congelador aberta, e então ele estava distribuindo o sorvete para os dois pequenos. — Você quer um, Becs? Enfiando o envelope no bolso de trás, neguei com a cabeça. — Não, eu estou bem. — eu disse a ele. — Eu deveria ir ajudar Danielle. Ele segurou o meu olhar por um segundo, depois deu de ombros.

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— Te amo. — Também te amo. Os deixei, e voltei para a casa, considerando a observação da minha mãe. Seis anos, quatro cartões... Talvez um total de algumas centenas de palavras. Muito para essa relação. Quando estava grávida de Katy, passei meses me preocupando com todas as coisas que eu poderia fazer de errado. No final, isso acabou por ser bastante simples, alimentá-los, beijar seus dodóis. Me certificar de que suas roupas estavam limpas, ou pelo menos mantêlas limpas. Oh, e ficar por perto. Não importa o que aconteceu, eu tinha garantido essa parte. Acho que eu não era filha da minha mãe afinal das contas.

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NOTA DO AUTOR: Esta cena bônus ocorre na Academia Northwoods na mesma noite do ataque ao clube Vegas Belles Gentleman‘s Clube Silver Bastards.

***

SHANE Eu flutuei de costas, olhando para o teto de vidro abobadado sobre a mais bela casa com piscina no estado de Idaho. Como o resto da minha prisão, isso foi construído em 1920 por meu bisavô Keiran McDonogh, um monumento à sua esposa. Ela nunca gostou do lugar, Keiran ou de si mesma, para que conste. Apenas uma das muitas noivas dos McDonogh que odiavam seus maridos ao longo dos últimos cem anos, dando como exemplo que minha suposta esposa iria seguir um dia. Isto é, supondo que eu viva o suficiente para me casar. Grande suposição. Tenho esperança que depois de hoje à noite as minhas chances seriam melhorar. Meu melhor amigo e guarda-costas pessoal, Rourke Malloy, estava agora reunido com representantes do clube dos motoqueiros Silver Bastardo. Com alguma sorte, meu padrasto, Jamie Callaghan já estava morto. O cinismo tinha crescido muito ao longo dos últimos quatro anos para que sentisse alguma esperança real, mas eu acho que isso foi à melhor alternativa. Sua morte não resolveria todos os meus problemas, é claro. Minha mãe tentou me envenenar uma vez esta semana já. A única coisa que salvou minha bunda foi o fato de ela não podia se arriscar realmente a me matar, o que complicou todo o processo. Um estado vegetativo permanente iria servir perfeitamente seus propósitos, no entanto. Tudo porque eu tive "sorte" o suficiente para herdar a mina Laughing Tess. Agora havia uma maldita piada. Tess deve estar particularmente rindo de mim, porque eu estava aqui, preso em uma prisão de luxo apenas como minha bisavó. Claro, ela nunca teve um monitor judicial amarrado a seu tornozelo. Puta sorte.

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Questões de dignidade pessoal à parte, aquele filho da puta se irritou como o inferno. O som de uma porta batendo ecoou pela vasta área coberta da piscina, e eu me corrigi. Roarke estava de volta. Ele estava no deck olhando para mim e eu poderia dizer que já que ele não tinha boas notícias. Porra. Comecei a nadar em direção a ele, apreciando o alongamento e força dos meus músculos na água. A piscina era a única coisa que gostava nesse buraco. Se eu de alguma forma sobrevivesse intacto e assumisse a McDonogh Corporation, em seis meses, a primeira coisa que planejava fazer era expulsar os inquilinos e explodir o lugar. Atingindo a borda, me impulsionei para cima do deck. A água corria pelas minhas costas enquanto me dirigia para Rourke, que me entregou uma toalha. Limpei meu rosto, em seguida, olhei para ele. — Jamie não está morto, não é? Rourke deu de ombros. — Não é como nós realmente esperávamos que isso funcionasse. De acordo com Boonie, ele tem uma porra de influência. E é verdade. Eu fiz uma careta. — Que tipo de influência? Meu melhor amigo me estreitou com os olhos, me estudando quase como se ele nunca tivesse me visto antes. Então, ele balançou a cabeça. — Não é boa coisa, Shane. — Não sabemos o que é? — Sim. —E? — Você não está realmente relacionado com Seamus McDonogh. Callaghan fez um teste de DNA em sua mãe, eu não tenho ideia de quem ela era filha, mas ela não era dele. Se isso for divulgado, você vai perder tudo.

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— Puta merda. — eu sussurrei. O sangue rugiu na minha cabeça, porque isso era algo que não tinha sequer imaginado. — Vovó estava transando por aí? — Aparentemente. — disse Rourke. — No minuto que você matar Jamie, isso explode pelos ares. Ele só está sentado quieto, porque ainda está esperando para usar Christine para assumir. Eu desviei o olhar, tentando processar o que ele me disse. — Podemos saber se ele está dizendo a verdade? — Só há uma maneira de descobrir. — ele respondeu. — Você realmente quer arriscar provando que você não é um verdadeiro McDonogh? Inferno, se eu fosse você, pensaria em exumar toda a maldita árvore genealógica e os cremaria. Porra. Ele estava certo. Eu tinha acabado de abrir minha boca para responder quando um som de trotar ecoou através da área coberta inteira. Girando, deixei cair em uma posição defensiva. Perto de mim Rourke tinha feito o mesmo, já passou um longo tempo desde que literalmente lutamos por nossas vidas, mas mantivemos nossas habilidades afiadas. Olhei em volta, à procura de quem estava aqui. Um espião? Este era o tipo de homem secreto que iria matar para proteger. O homem gostava de mim. — Venha. — eu disse, mantendo meu tom de conversação. Quase amigável. — Nós podemos falar sobre o que você acabou de ouvir, mas não vamos sair até que possamos encontrar você. Poderá ser uma longa noite, e quanto mais eu esperar menos paciência vou ter. Sem resposta, mas acho que ouvi alguma respiração ofegante. Bom, eles eram espertos o suficiente para ter medo. Eu poderia usar o medo. Rourke e eu compartilhamos um olhar, comunicando sem palavras. Ele apoiou a porta, bloqueando a entrada enquanto comecei a circular ao redor da piscina. O som tinha vindo deste lado. Havia apenas uma saída a não ser que o nosso espião fosse forte o suficiente para deslocar as pesadas portas de segurança na extremidade da área. Não deve, dado o fato de que pesavam algumas centenas de quilos cada e estavam provavelmente enferrujados. Eu segui a linha brilhantes de azulejos azuis em direção às caixas aquáticas de equipamentos de espuma e pesos e outra merda ~ 370 ~


que eles utilizam para as aulas de hidroginástica. Era o espaço mais provável para esconder. Eu tinha quase chegado até ele quando ouvi o estrondo da abertura da porta principal. Me virei para ver uma menina caminhando vestindo um maiô de duas peças que minha avó teria achado muito modesta. Ela olhou para mim, absolutamente aterrorizada. Eu a reconheci. Lola. Lola Sanders. Ela era um das poucas alunas aqui sem uma ordem judicial, provavelmente porque seus pais não podiam ser incomodados para fazer qualquer outra coisa com ela. Rourke deslizou no lugar atrás dela, fechando a porta com um clique alto. Ela suspirou e se virou, mas totalmente tremendo de terror. Eu nunca a tinha visto de outra maneira, na verdade. Lola era uma daquelas garotas fantasmagóricas que viviam nas margens de nossa realidade. Ela se escondia em seu quarto, fazia todas as suas aulas on-line e eu não tinha ideia do caralho como ela conseguia comer, porque eu nunca vi na sala de jantar. — Hum, eu estou apenas procurando Piper. — disse ela. — Ela estava aqui há um minuto... Uma onda selvagem de satisfação rasgou através de mim. Piper Givens eu podia controlar, ela não tinha nenhum dinheiro e eu já tinha muita influência sobre ela. Eu a tinha evitado até agora, por uma série de razões. Não menos importante era o fato de que passei tempo demais imaginando como ela ficaria chupando o meu pau. Infelizmente, isso não ajudaria exatamente a minha causa. — Você e Piper são próximas? —perguntou Rourke, vindo por trás dela tão silenciosamente que ela saltou quando ele falou. Ele invadiu o espaço dela, levantando um braço para envolvê-la em torno de seus ombros e pescoço. Quase como um abraço, mas isso não era um abraço. Se ele pressionasse sua artéria carótida ela estaria inconsciente em menos de trinta segundos. — Nós somos amigas. — respondeu ela, com os olhos crescendo frenéticos.

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Rourke se inclinou, sussurrando algo em seu ouvido. Ela deu um grito aterrorizada, depois sacudiu a cabeça. Ele envolveu seu outro braço ao redor dela, espalhando sua mão sobre a barriga nua e pressionando-a de volta em seu corpo. Ele me atirou um sorriso feroz. Acho que meu amigo tinha encontrado um novo brinquedo. Interessante, mas talvez não tão surpreendente. Eu nunca tinha visto Lola em nada mais do que camisas gigantes sem formas. Pela primeira vez pude realmente ver sua figura, não era ruim. Definitivamente não era. Rourke gostava de variedades em sua cama, algo que não era fácil de passar por aqui na academia. Lola estava surpresa. — Piper, você precisa sair agora. — eu chamei, provocando. — Eu odiaria se alguma coisa lamentável acontecesse com Lola. Se você nos ouviu conversar, você sabe que não estou de brincadeira. Não é como se você pudesse ir muito longe, mas você ainda tem a chance de protegê-la. Caso contrário, eu vou dar a ela para Rourke. Meu amigo sorriu, porque nós dois sabíamos que eu ia dar ela a ele de qualquer maneira. Me virei para ver quando Piper levantou lentamente por trás do equipamento de exercício. Ela usava um biquíni vermelho brilhante, ao mesmo tempo em que ele não era o mais revelador que eu tinha visto, não fazia nada para esconder suas curvas, também. Porra. Eu acho que foi melhor do que ter um dos alunos mais ligados à escuta, mas ela me tentar tanto assim, que era perigoso. — Saia daí. Ela deu um passo em torno das caixas, andando na minha direção lentamente. Ela era uma das alunas mais velhas aqui, vinte anos, assim como eu, e podia ver que ela entendeu totalmente as implicações do que ela tinha ouvido. O pavor rolou de cima dela, porque ela tinha ouvido as histórias sobre mim e Rourke. — Eu não estava tentando espionar você. — ela sussurrou, chegando a ficar em minha frente. Era a verdade. Isso era óbvio. Ela não era uma jogadora, não como tantos de nós. — Eu nunca vou contar a ninguém, eu prometo. Apenas deixe eu e Lola irmos. Ela nem mesmo estava aqui.

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Eu sorri para ela, em seguida, olhei para Rourke. Ele ainda segurava sua prisioneira, sussurrando baixinho em seu ouvido enquanto seus dedos suavizavam através de seu estômago. Eu não tinha ideia do que ele estava dizendo, mas os olhos de Lola estavam arregalados e quase entrando em pânico. Perfeito. Me voltando para Piper, e dei de ombros. — Eu não quero te machucar. Você não é parte disso e não há nenhuma razão para que você tenha que sofrer. Ao mesmo tempo, eu não posso simplesmente deixar você ir embora... Atrás de mim Lola deu um grito súbito e meu amigo riu. O olhar de Piper se lançou entre nós, e senti o instante exato em que ela entrou em pânico. Em total silêncio, ela começou a correr para a porta. Rourke largou Lola, chegando a Piper facilmente. Eu me dirigi a eles, me recusando a mover mais rápido, como uma lenta perseguição no ritmo para assustá-la ainda mais. Talvez isso soasse sádico, mas realmente era para seu próprio benefício. Se eu não pudesse controlar a boca de Piper, eu teria que matá-la. Foi quando Lola me assustou pra caralho, em vez de se desintegrar em uma bola de choramingo, ela atacou Rourke. Não era nenhum movimento patético, ataques de tapas de menina. Ela foi direto para suas bolas e ele poderia ter problemas se seu pai não fosse um dos assassinos contratados mais mortais da história Callaghan. Rourke parecia totalmente encantado quando a pegou pelo pé, facilmente lançando-a para o chão. Se ela tivesse atingido, poderia ter sido fatal. Garota de sorte, ele decidiu jogar com ela em seu lugar. Segundos antes de ela bater no chão, ele pegou a cabeça, amortecendo. Ela ainda estaria machucada pra caralho, mas nenhuma concussão. Piscando, Rourke virou para Piper, que tinha chegado a um impasse total. — Volte aqui. — eu disse a ela, permitindo uma pitada de impaciência na minha voz. — Você não pode ficar longe de mim. Eu ainda estou disposto a falar com você, mas você está correndo contra o tempo.

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— Vá! — Lola assobiou. Rourke fechou a mão sobre sua boca. Ela me surpreendeu novamente, mordendo-o. Desta vez, ele riu, o som era puro deleite. — Lola, você está cometendo um grande erro. — eu disse levemente. — Se você fingir de morta, ele vai deixá-la sozinha. — Vocês dois são psicopatas porra! — Piper sussurrou, olhando entre nós. Eu segurei seu olhar por três longos segundos. Em seguida, ela saiu correndo, e desta vez eu não pude resistir. Piper foi rápida, mas eu era um pé mais alto e em muito melhor forma. Ainda assim, ela conseguiu ficar à frente de mim por perto de um minuto, rasgando em torno do deck da piscina como uma secretária correndo de seu chefe em torno de uma mesa. Meu pau estava duro como uma rocha por agora. Rourke riu o tempo todo, me provocando enquanto Lola se esforçava em seus braços. Então eu peguei Piper no canto e ela girou o rosto para mim, ofegante. Um brilho fino de suor cobriu seu rosto, cada respiração levava seus seios a saltar. Sua cintura era estreita e seus quadris eram largos. Não de gordura, mas perfeitamente desenhado para embalar um homem. Eu. — Desista. — eu sussurrei, segurando seus olhos. Ela balançou a cabeça. Hora de acabar com ela. Em um instante eu estava em cima dela, uma mão cobrindo a boca enquanto lutava a levando para baixo no deck. Mesmo agora, Piper lutou muito, batendo seu corpo contra o meu até que pensei que ia perder o juízo. Então, eu a tinha para baixo em sua barriga, cobrindo-a com meu pau duro enterrado em sua bunda com apenas o fino tecido de nossas roupas para protegê-la. Eu chutei as pernas dela por instinto, em seguida, pressionei sobre ela. — Você não deveria ter feito isso. — eu sussurrei em seu ouvido, fechando os olhos por um segundo enquanto eu lutava pelo controle. Isso tinha começado como um jogo, mas aqui estava o perigo, eu

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queria Piper. Eu a queria por um longo tempo e agora eu a tinha. — Eu vou tirar a mão de sua boca. Se você gritar, você vai pagar. Mudei a minha mão. — Por favor, não me estupre. — ela choramingou. Minha bunda flexionou, a ponta do meu pau pressionando diretamente contra sua abertura. Porra. Gemendo, eu me afastei. À distância, eu ouvi Lola gritando, mas eu não podia me incomodar olhando o novo brinquedo de Rourke. Piper segurava todo o meu foco. Me inclinei, os meus lábios roçando sua orelha enquanto falava com ameaça calculada. — Se você fosse qualquer outra pessoa, eu teria que matá-la pelo o que você ouviu esta noite. — eu sussurrei. — Mas você é uma garota de sorte, porque você não tem uma participação em nada disso. Vou dar-lhe uma chance. Uma. Você mantenha a boca fechada e não precisa se preocupar. Mas se eu sequer imaginar que você falou, eu não vou simplesmente ir atrás de você. Eu vou e depois Charlie também. Você entende. Ela ficou petrificada. — Como você sabe sobre Charlie? A vitória passou através de mim, eu tinha dela. — Eu sei tudo. — eu sussurrei. — Eu sei sobre o julgamento. Eu sei sobre a batalha pela custódia. Eu sei até sobre o que você estava fazendo na noite em que aconteceu. Eu não quero te machucar, Piper. Você é uma garota inocente e você não merece nada disso. Mantenha a porra da sua boca fechada e ninguém tem de saber nada disso. — Eu manterei. — Eu vou deixar você ir agora. Você vai voltar para o seu apartamento e nunca mais vai falar sobre isso a ninguém. Fique longe de Lola e não conte nada para sua mãe. Você vai viver feliz para sempre. Piper concordou com a cabeça desesperadamente. Eu inalei, absorvendo seu perfume, então me forcei a empurrar para longe. Ela recusou a oferta de minha mão para cima, batendo longe de mim em suas mãos e joelhos. Então ela estava andando.

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Segundos depois, Piper e Lola foram embora. Olhei para Rourke e sorri. — Ela está certa. — disse ele. — Você realmente é uma porra de um psicopata. — Não, eu não sou. Se eu fosse, eu a teria matado. Isso seria mais seguro, e nós dois sabemos disso. Ele riu. — Isso seria um desperdício, eu aposto que você nunca vai vê-la novamente. Ela vai ficar com muito medo de sair de seu quarto. Eu dei de ombros. — É melhor do que morta. Eu preciso que você leve uma mensagem de volta para o MC. Só porque não podemos matar Jamie não significa que não devemos enviar a ele uma mensagem. A longo prazo, isso pode servir em nosso benefício.

FIM

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