belo horizonte - 2010
Revista do Curso de Comunicação Social do Instituto Metodista Izabela Hendrix Número 1
Editorial
Uma revista nem tão mitológica assim Eu adoro mitos urbanos. O homem do saco, a loira do banheiro, as músicas da Xuxa e dos Menudos com mensagens bizarras quando tocam ao contrário na vitrola. Tudo isso sempre foi muito divertido. E essa diversão passou de brincadeira e norteou parte da minha vida profissional. Eu estudei jornalismo cultural, literatura fantástica, mitos mineiros, falei Candyman três vezes na frente do espelho, quebrei o boneco do Fofão para ver se havia uma faca dentro, tentei mexer as coisas com poder Jedi da mente. Muitas vezes, procurei essa direção, outras vezes, ela simplesmente me encontrou. Percebam: quem sabe seja mais que coincidência o fato de hoje eu ser professor responsável por esta publicação, talvez, se você lê-la cem vezes começando da última para a primeira reportagem, ela se transforme em outra mídia, ou talvez você apenas se sinta bobo. Será que sou outro mito, ou será que sou apenas Urbano, porque ser Urbano não é, exatamente, acreditar em nada “disso”, mas é compreender, ainda que por osmose, a força que sustenta “isso”. A aproximação que faço entre as mídias e os mitos é menos forçada que se pode imaginar. Não é apenas uma mídia impressa que muda conforme muda a sociedade. Não há espaço para a noiva abandonada na estrada hoje, a não ser que ela tenha fugido de skate, ou, ao contrário de usar seu choro lamuriante para chamar atenção dos motoristas, faça uma batalha de DJ’s. É provável que os mitos atuais sejam menos insólitos, mas não são menos mutantes. O cotidiano Urbano é envolto em mitos, porque é, epistemologicamente, uma maneira de darmos conta da vida. Ser Urbano é muito mais que morar na cidade, é mais que escrever para esta publicação. Mas não se zangue comigo, nem se frustre, eu também não tenho a resposta. Gostamos de pensar que o exercício de confecção desta revista fez mais que treinar nossas habilidades jornalísticas, ela exercitou nossa cidadania. Dedicamos cada linha, cada ilustração, cada grafismo desta nossa primeira edição aos alunos que tanto se esforçaram para que pudéssemos chegar onde estamos. Fazemos votos que a Urbano seja vindoura, frutífera e, por que não, mitológica. Pois, ainda que quiséssemos, não haverá nenhum Chupa Cabra nesta primeira edição. Mas é melhor não nos dar muita ideia. Luiz Lana
Expediente Instituto Universitário Metodista Izabela Hendrix Curso de Comunicação Social Reitor Prof. Dr. DAVI FERREIRA BARROS Pró-Reitora Acadêmica Profa. Msc. MÁRCIA NOGUEIRA AMORIM Pró-Reitor Administrativo Prof. Ms. FABIANO DAL FORNO TEIXEIRA Coordenador do Núcleo de Artes e Tecnologia Prof. Ms. MARCELO REIS MAIA Coordenadora JOSANA MATEDI PRATES DIAS Professores ALEMAR RENA DANIEL RAMOS EDILEIDE BAUSEN FABRÍCIO MARQUES FILIPE FREITAS IVAN SATUF LEONOR CAMPOS LUÍZ LANA PEDRO MARRA SANDER NEVES
Alunos envolvidos nesta edição ALCIONE INÁCIO ARIEL JUNIO OLIVEIRA SOUZA BELCHIOR QUINTINO DA ROCHA BRUNA GABRIELA SANTOS FABIANA BRAZ FARIA FABRICIO SANTOS JORDAO FERNANDA DA SILVA RIBEIRO GOVEIA GABRIELA PÁSCOA DE SOUZA ISLANO SANTOS DE LIMA JAQUELINE KARIS QUINTAL SOUSA JOSÉ ARY STAMBASSI JUNIOR KATHIANE FRANCELINA DIAS KÁTIA REJANE GRACIANO BARROS LEONARDO DANIEL GUERRA MARCOS AURÉLIO MARTINS DOS SANTOS MARILIA SOLDATELLI BRITTO RACHEL DE OLIVEIRA SILVA THIAGO MUNIZ ROCHA
Projeto Gráfico e Diagramação: JUNIOR STAMBASSI, LUIZ LANA, GLAUBER MOISES E EMANUELLE DINIZ Tiragem: 1000 exemplares Impressão: Lastro Editora Gráfica Ltda. Editor: LUIZ LANA Jornalista responsável: Edileide de Souza Bausen MG 10449 JP Agência Experimental Conceito agenciaconceito.metodistademinas.edu.br www.metodistademinas.edu.br
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História, Sociedade e Mudança Página 17
Estrangeiros em BH O
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Página 20
O bo lad de êm o Pá BH io gin a2 2
Um aR el aç ão
de Su ce ss o
Inaugurado no dia 26 de setembro de 1897,
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antes mesmo da capital mineira, o Parque Municipal é
O Parque Municipal foi construído baseado
o patrimônio ambiental e o jardim público mais anti-
nos conceitos da Belle Époque - termo em francês
go da cidade. Abriga histórias interessantes como a do
para definir Bela Época. Tempos esses em que as pes-
lambe-lambe Roberto Marcos da Silva, de 51 anos, que
soas costumavam acreditar no florescimento do belo
trabalha há 35 anos fotografando famílias, casais de na-
e nos avanços da paz.
morados e crianças de todas as classes e lugares, que o procuram para registrar momentos junto à natureza. Hoje Roberto faz as fotos digitalmente e as
Cravado na cidade
entrega em apenas três minutos aos clientes, mas nem sempre foi assim. “Antigamente demorava de 15 a 20 minutos para entregar um retrato em preto e branco
Localizado no centro da cidade, o Parque Renné
para os clientes. Quando surgiu a foto colorida, o tem-
Giannetti fica entre pela Avenida Afonso Pena, o Bulevar
po de revelação aumentou para 1 hora”, relembra. Para
Arrudas, a Rua da Bahia, e a Alameda Ezequiel Dias. Muitas
Roberto, a agilidade com a nova tecnologia digital me-
pessoas fazem seus trajetos por dentro do parque ou con-
lhorou muito e facilitou o seu trabalho para os dias de
templam sua beleza através das grades de ferro que o cer-
maior movimento, como sábados, domingos e feriados.
cam. Os turistas que se hospedam no Othon Palace contem-
O Parque Municipal tem atrações de lazer gra-
plam uma vista maravilhosa do parque do alto das janelas.
tuitas como brinquedos, equipamentos de ginástica, pista de caminhada, quadra poliesportiva, pista para skate e quadra de tênis, além dos tradicionais trenzi-
Outro parque
FOTOS: Belchior Quintino da Rocha
nho e burrinhos, também o Teatro Francisco Nunes, o
Por Bruna Santos, Belchior Quintino da Rocha e Jaqueline Karis Quintal Sousa
A
pécies de animais.
Mercado das Flores, o Palácio das Artes e um Orquidá-
Muitos problemas ameaçam a paz e a beleza
rio. Em meio a essa diversidade, as pessoas praticam
do parque. Ao seu redor vendedores ambulantes ocu-
esportes, namoram, descansam, fazem excursões
pam o espaço com mercadorias diversas. As árvores
escolares ou apenas passam para ter contato com a
que o embelezam também tornam as passagens mais
natureza e respirar ar puro.
escuras e facilitam a ação de bandidos. Dentro do Par-
Dentre os frequentadores do parque está Ro-
que Municipal podemos encontrar pessoas fazendo
lando Antônio Elvir, de 56 anos. Há mais de 23 anos,
uso de drogas, jogando lixo no chão e nos pequenos
durante os finais de semana e feriados, ele pratica ati-
lagos. Outro problema é o descuido da administração
vidades físicas enquanto desfruta da beleza do lugar.
com os jardins, que nem sempre estão bem cuidados.
Contador e administrador de empresas, Rolando veio
O parque e a cidade têm uma relação dura-
de Honduras e mora há 28 anos em Belo Horizonte.
doura. Atravessaram o século XX juntos. Participaram
Como foi militar em seu país, diz que encontrou no
de grandes transformações no cenário político, social,
Parque Municipal um meio de continuar mantendo
econômico e cultural, como o período de ditadura, a
o bom condicionamento físico. “Venho com minha
campanha das Diretas Já, o restabelecimento da de-
filha, corro, caminho e alongo. Como trabalho a sema-
mocracia no Brasil, a evolução dos meios de transporte
na inteira, encontro no parque um lugar fresco e are-
do bonde ao metrô, a estabilização da moeda nacional,
jado para praticar meus exercícios”, afirma Rolando.
além de participações especiais como palco das grava-
Hoje, o Parque Municipal tem uma área de
ções do famoso seriado Hilda Furacão. As duas guerras
mais de 182 mil metros quadrados e é um comple-
mundiais e suas consequências foram tempos turbulentos superados por Belo Horizonte e o parque.
cidade de Belo Horizonte, povoada por diversi-
se encontra o Parque Municipal Américo Renné Giannetti,
mento ambiental da cidade, pois contém diversas
dades de canto a canto, de bairro a bairro, com
chamado apenas de Parque Municipal pela população. Um
nascentes que abastecem três lagoas e cerca de 280
A população de Belo Horizonte é acolhida
inúmeras ruas, vilas, becos, largas avenidas,
local para se respirar, em meio a todo agito da capital mi-
espécies de árvores exóticas e nativas como figueiras,
pela cidade e pelo parque todos os dias. Os anfitriões,
como toda grande cidade, nos leva ao refúgio
neira, barulho, trânsito intenso, um fluxo grande de pessoas
jaqueiras, cipreste calvo, flamboyant, eucalipto, sapu-
em tempos de democracia e consciência ecológica,
de um parque. Assim como existe o Ibirapuera em São Pau-
que passam pelo centro da cidade, o parque consegue ser
caia, pau mulato e pau rei. É também um refúgio para
esperam ações do poder público e do cidadão para o
lo, o Jardim Botânico no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte
um lugar fresco e sossegado.
a fauna silvestre, abrigando aproximadamente 50 es-
combate à violência e preservação do meio ambiente.
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Praça da Estação é um cenário de Belo Horizonte realmente muito inusitado. De dia ou à noite, sempre promove encontros entre o público e verdadeiras “feras artísticas”, cada qual com sua especialidade. Diversas tribos disputam espaço. Skatistas, góticos, emos, roqueiros, hippies, enfim, todos encontram nela um lugar para exercitar sua criatividade. Para alguns também serve
como um “quartinho de reflexão”, só que ao ar livre e um pouco mais amplo. A fonte central é uma atração à parte e auxilia nessa tarefa zen. Suas águas explodem do solo como os gêiseres do Atacama. Mas não se enganem, não é uma fonte termal, muitos acabam mesmo é se refrescando por ali. Mesmo sendo contra as regras. A questão é que ultimamente ninguém liga para isso. Mesmo sendo um lugar para clarear as ideias,
a praça nunca foi um espaço tranquilo. As performances artísticas representam a inspiração desses poetas sem rumo. É a respiração do ambiente. Márcio Lacerda, prefeito de BH, parece discordar disso. Ele decidiu que eventos de qualquer natureza estão proibidos por lá desde 1º de janeiro de 2010 alegando evitar danos ao patrimônio. A depredação de monumentos e a transformação do local em banheiro público são os principais motivos salientados pela prefeitura .
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volta das 18 horas. No entanto, eles não são os
tações a praça perde o fôlego. Atualmente,
únicos presentes na praça da capital mineira,
um grupo faz um protesto bem humorado
também recebem o apoio de outros represen-
O circo é um lugar onde se eterniza a es-
contra o fim dos eventos. A Praça da Esta-
tantes circenses. Com claves, bolas, diábolos,
perança, onde as pessoas se esquecem dos pro-
ção dá lugar à Praia da Estação e o número
monociclos, pinos e narizes de palhaço, a trupe
blemas e entram num mundo paralelo em que a
de adeptos à causa é cada vez maior. Mesmo
e seus amigos fazem uma breve demonstração
tristeza não tem voz nem vez. Entretenimento,
com esses percalços, o local continua atrain-
de habilidade, equilíbrio e destreza em suas per-
alegria e satisfação não perdem lugar no pica-
do representantes de várias tribos urbanas.
formances.
deiro. Mas nem sempre o circo se encontra na ci-
Alguns artistas não arredam o pé de lá e
Derick, o caçula, é o mais animado da
dade. E quase nunca conseguimos nos lembrar
continuam se aventurando com sua “magia”.
turma. Além disso, é o mais articulado. A todo
da sua representatividade e significância. Um
São apresentações versáteis e curiosas. Não
instante frisa a importância das artes circenses
excesso de urbanização e trabalho impede as
tão perfeccionistas, mas ainda assim belas.
em sua vida. O jovem manuseia os pinos com
pessoas de fugirem de suas rotinas conturbadas.
E quem diria afinal, que em Minas tem uma
enorme facilidade, ora equilibrando os objetos
O asfalto preenche todos os campos para todos
Praça que é Praia e uma Praia que é circo? Ou
nas mãos, ora na ponta do nariz. Ele confiden-
os lados que a vista alcança. O sentido passa a
um circo que é palco no picadeiro da Praça?
cia que além de malabarista também é palha-
ser unilateral. Como se nada mais importasse, o
Ou seria uma Praça que é palco de picadeiro
ço, mesmo sem nunca ter trabalhado em circo
coração gela e o sol se esconde. As crianças dei-
de circo? Se alguém quiser ver o circo pegar
e conta que em 2007 foi convidado para se
xam de ser crianças e de existir dentro de qual-
fogo, é só ir à Praça pegar uma corzinha, en-
apresentar em um circo profissional.
quer ser humano. Por isso mesmo, o show tem
quanto os verdadeiros artistas se apresen-
Por Thiago Muniz Rocha, Islano Santos e Gabriela Páscoa
tam no palco da vida.
Francisco, o mais velho da tríade, é o mais
que continuar.
tímido. No entanto, tem um estilo único com dreads no cabelo, piercings no rosto e alargadores de
Equilibrando na Praça FOTOS: Islano Santos
P s da Praça A
O circo
Mas o fato é que sem essas manifes-
orelha. Seu instrumento é uma bola de contato, feita de resina sintética que escorre pelo corpo do artista com agilidade. Às vezes a esfera até parece
Quando se ouve a palavra circo alguns
formar espirais no ar.
rostos espontaneamente esboçam largos sorri-
Suany é a moça dos bastões. Ela faz o ma-
sos. É automático gargalhar com a presença de
labares parecer brincadeira de criança. A acrobata
um palhaço canastrão, seja ao vivo ou à distân-
consegue passar segurança e domínio a todo ins-
cia. Algumas pessoas dizem que isso é coisa de
tante. Os integrantes da trupe são de classe mé-
menino arteiro, mas o fato é que sempre existirá
dia e cada um deles mora com suas respectivas
um moleque levado dentro de cada persona-
famílias.
gem do cotidiano. Mesmo de cara limpa. E de preferência de alma lavada. Na praça se apresenta a Trupe-Monocirco. Fundada em 8 de fevereiro de 2008, a trupe desenvolveu um projeto social em Belo Horizonte denominado Projeto A.S.A (Ação Social
Outras trupes também participaram da grande “bagunça”. Alguns fazem malabarismo, outros equilibram objetos esféricos no corpo ou se arriscam no monociclo.
Interferência artística
Artística), que durou dois anos sustentado com a renda extraída da reciclagem de materiais. Po-
Em um determinado momento, um
rém, pela falta de recursos e patrocínio, não so-
dos estudantes de Jornalismo do Centro Uni-
breviveu, apesar de ter cumprido o seu papel no
versitário Metodista Izabela Hendrix, Islano
período em que esteve vigente.
Santos, participa da brincadeira. Ele só não
Derick Carvalho Martins, de 19 anos,
sabia que seria uma espécie de cobaia. Mes-
Francisco Tabolaro, de 25, e Suany Gomes Calix-
mo assim, se arriscou, ficando entre Suany e
to, de 21, são os três integrantes da Monocirco.
Derick, que resolveram jogar os pinos de um
O trio se apresenta às terças-feiras na Praça da
lado para o outro. Felizmente, o aspirante a
Estação quando o sol ainda está se pondo, por
artista saiu ileso.
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FOTOS: Júnior Stambassi e Luiz Lana
“Mas é inevitável que de cada procedimento técnico, exercido com amor e rigor, se desprenda uma poesia específica. Mais ainda no caso da fotografia, cujo vocabulário já participa da magia poética - a gelatina, a imagem latente, o pancromático - e cujas operações se assimilam naturalmente às da criação poética - a sensibilização pela luz, o banho revelador, o mistério da claridade implícita no opaco, da sombra representada pelo translúcido. “ Carlos Drummond de Andrade
Um retrato da fotografia
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Por Rachel Oliveira, Marília Soldatelli e Junior Stambassi
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O
que se mostra na janela por inteiro é preto, branco e acinzentado. É carta que diz e imagem que vem, são cores de sorriso. Pode ter cheiro de mar e de perfume, pode ser ilusória como a Alice no País da Maravilhas ou surpreendente como o Super-Homem. É um close de memória e de signos, é mais que a reunião de pixels ou do ponto a ponto de uma “Pinhole”. É figura, imagem, mas, também é pensamento. É agora aproximação entre o real e o surreal, do palpável e do imaginável, do vivido e do fotografado. Mais do que espelho da realidade, as vistas urbanas se consti-
tuíram em veículos propagadores de um imaginário de modernidade, de acordo com o olhar dos produtores visuais da cidade. Concebida como espelho do real, a fotografia foi revestida de um caráter documental, sendo chamada a dar conta das profundas e rápidas transformações pelas quais passavam as grandes cidades. Era comum a administração municipal contratar fotógrafos a fim de registrar bairros inteiros que sofreriam reformas urbanas. Desde a invenção da fotografia, a cidade continua sendo um dos objetos preferidos pelos fotógrafos. Por ser considerada capaz de registrar a realidade, à fotografia foi
é o Manel
dada a tarefa de documentar as transformações urbanas ocorridas ao longo do tempo.
Manoel Assad Espíndola, 26 anos. É publicitário, jornalista e prefere ser chamado de Manel.
O encontro com esse fotógrafo não poderia ser em outro lugar senão na mesa de bar. Ele incorpora tanto a “mineirice” de BH que não abre mão de um happy hour. “O crepúsculo é o mais bonito horário do dia, tem uma iluminação única”, comenta Manel se referindo ao horário que prefere fotografar.
Desde o surgimento da fotografia, em meados do século XIX, as cidades vêm sendo tratadas como objetos privilegiados pelos fotógrafos. A partir do Renascimento, a câmara obscura, cujos experimentos são considerados como os primórdios da fotografia, foi utilizada pelo artista como forma de possibilitar vistas panorâmicas dos espaços urbanos. Quando foi oficialmente comunicada a invenção da fotografia em 1839, esta surgiu como advento e como quadro das metrópoles europeias. A cidade, assim, foi um tema de predileção já nos primeiros anos.
Como surgiu o seu interesse por fotografia? É hobby ou trabalho? A fotografia está presente direta e diariamente em minha profissão, mas apesar disso fotografo por hobby. Tenho interesse especial em direção de fotografia em audiovisual e trabalhei profissionalmente em algumas produtoras de vídeo dirigindo a produção de comerciais. Há quanto tempo fotografa? Não existe uma data certa. Sempre fotografei, mas me especializei em fotografia durante o curso de Comunicação Social, na disciplina de fotojornalismo.
Qual é o tipo de fotografia que mais o atrai? Gosto muito do céu, principalmente do crepúsculo. Gosto muito da natureza.
Qual tipo de câmera/ equipamentos você usa? Tenho uma máquina Pentax Mz-M (analógica) com lente objetiva Pentax 35-80, uma tele objetiva Tamron 80-210 que uso para fotografias em preto e branco e uma Sony Cyber-Shot H20 (digital) para uso cotidiano.
Qual o sentimento que você tem ao tirar uma foto? Gosto de pensar que estou pegando aquele momento para mim. Estou guardando aquilo para além da memória. Que dica você dá pra quem quer começar a fotografar? Compre uma câmera e comece imediatamente.
FOTOS: JManoel Assad
Todos os dias passamos pelos mesmos lugares e na maioria das vezes não reparamos as mudanças que acontecem à nossa volta. Existem pessoas que têm um olhar diferente sobre a vida, sobre o mundo, e de uma forma menos generalizada, sobre a cidade onde vivem, ou por onde passam. Essas pessoas são fotógrafos, sejam eles amadores ou profissionais, que procuram por aquilo que ninguém vê e fazem o que podemos chamar de obra de arte.
O que você entende por fotografia? Como disse o fotografo francês Henri Cartier-Bresson: “Fotografar é colocar na mesma linha de mira, a cabeça, o olho e o coração”. Ou seja, pra mim, a fotografia é a expressão de um sentimento, é captar a alma de um momento que mistura visual, ideal e sentimental.
História da Fotografia 1880
1826
O físico francês Joseph Nicéphore Niépce conseguiu fixar a primeira imagem fotográfica conhecida, uma paisagem campestre vista da janela de sua casa. Ele colocou uma placa sensibilizada quimicamente dentro de uma câmara escura com orifício para exposição à luz, processo que demorava, na época, oito horas.
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1835
O pintor francês Louis Daguerre descobriu que placas de cobre cobertas com sais de prata expostas ao vapor de mercúrio, conseguiam captar imagens. Isso o levou a desenvolver, posteriormente em 1939, o daguerreótipo, um aparelho capaz de fixar a imagem com um tempo menor de exposição. Daguerre – Boulevard du Temple, Paris, 1838
1839-1840
O físico britânico William Henry Fox Talbot cria uma base de papel com sais de prata que registra uma matriz em negativo a partir da qual é possível fazer cópias positivas. Esse processo, chamado de calótipo e patenteado em 1841, era mais barato do que o de Daguerre, tornando a fotografia mais acessível e mais presente na vida das pessoas.
Foi publicada a primeira fotografia pela imprensa, na capa do jornal Daily Herald, de Nova York (EUA). Mas somente no início do século XX o uso de fotografias nos jornais e revistas tornou-se comum.
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Thiago Martins
FOTOS: Thiago Martins
Fotografia é tomar por empréstimo um pedaço do tempo.
Como surgiu o seu interesse por fotografia? Sempre fui fascinado por fotografia, não importa o gênero. Quando novo adorava passar horas apreciando os álbuns de família, mas não só: qualquer imagem me interessava, seja fotográfica ou pictórica, desde que materializada em algum tipo de suporte. Já o interesse em investir e trabalhar com fotografia surgiu na faculdade, ainda no segundo período, quando fui monitor do laboratório de fotografia. Fiz estágio com a Márcia Charnizon, importante fotógrafa social de BH, e a partir daí passei a conseguir trabalhos próprio, nas áreas de fotojornalismo social e fotografia editorial. Atualmente mais estudo a fotografia e desvio toda minha prática para propostas autorais relativamente despretensiosas, já que acabei desviando o meu foco profissional da fotografia após o mestrado.
Belorizontino da gema, percorreu o país atrás de uma formação carregada de culturas variadas. Sua ocupação principal é como webdesigner, e mantém uma banda de rock e, há 8 anos, um apreço imenso pela fotografia. Faz o que ama.
De que modo a sua bagagem cultural e a forma como enxerga o mundo influenciam na hora de captar as imagens? O tempo todo acessamos nosso arquivo mental, nosso repertório imagético visto e mentalmente apropriado, composto de imagens anônimas ou famosas. Qualquer imagem possui um tipo de tópica fotográfica, e, com o passar do tempo, mesmo que instintivamente, nós passamos a reconhecê-las nos diversos tipos de situações – mesmo sem portar uma câmera nas mãos.
Thiago Nogueira Martins, 29 anos. É graduado em Produção Editorial, e mestre em Comunicação pela Universidade Federal da Bahia.
Qual é o tipo de fotografia que mais o atrai? Retratos de desconhecidos e landscapes.
Fotografia é arte? Claro! Mas é uma discussão que dá pano pra manga. Não podemos descartar o valor de registro, o valor documental que possui a fotografia – ela já nasceu com isso. Mas, ora, não consideramos como arte retratos encomendados por grandes nomes da história a pintores famosos? E a capacidade de favorecer a abstração que é inerente ao dispositivo fotográfico? Qual foto que você ainda não fez e gostaria de tirar? De várias pessoas que não conheço e que nem sei que existem. Mas tem mais uma também. Duas, para ser mais específico: desertos de sal e geleiras.
1925 1906
Os irmão August e Louis Lumière já consagrados como os inventores do cinema apresentaram os primeiros filmes para revelação a cores.
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Chega ao mercado a primeira câmera fotográfica 35 mm, a Leica, inventada pelo engenheiro Oscar Barnack. Foi um grande impulso ao fotojornalismo por ser uma máquina silenciosa e rápida.
1990 1946
O professor da Universidade de Missouri, nos EUA, Cliff Edom, organiza o primeiro workshop de fotojornalismo.
1948
O físico norte-americano Edwin Land inventa a Polaroid, primeira câmera instantânea.
A Kodak lança a DCS 100, primeira câmera digital a ser comercializada.
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Arquivo do Jornal Nossa História
FOTOS: Júnior Stambassi e Luiz Lana
Por: Fabiana Braz, Kathiane Dias e Fabrício Jordão
Uma grande preocupação minha é como vai ficar a vida das pessoas que moram aqui?
História, Sociedade e Mudança
Ronaro de Andrade Ferreira
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erra, poeira, mato. Esse é sempre o começo da
ção do prefeito Otacílio Negrão de Lima e mais
capital, uma vez que estava fora do perímetro da
história de uma localidade. O homem trans-
adiante se tornou bairro de proletariados.
avenida do Contorno, via urbana que significava
forma terra em chão, poeira em asfalto, mata
Trabalhadores que passaram a cons-
espessa em bairros, cidades. Mudanças
tituir famílias e à medida que elas iam se multi-
constantes que se tornam impossíveis de se-
plicando, proliferavam-se diversos barracões,
Desbravando terra e sonhos, ocupan-
rem reconhecidas por aqueles que alguma vez
em sua maioria moradias de fundo. O desenvol-
do espaços, criando vínculos, plantando raízes,
estiveram ali. Terra que era a grande fazenda de
vimento inevitável causou a criação de ruas tais
construindo ou reformando, assim se faz histó-
Altamiro Corrêa. Terreno que esconde história
como João Gualberto Filho, Stela de Souza e Vi-
ria, seja ela de uma pessoa, de um bairro, de um
em cada pedaço do bairro Sagrada Família, um
centina de Souza, que receberam esses nomes
clube de futebol, de uma rua. Foi assim que sur-
dos mais famosos de Belo Horizonte. Lugar de
em homenagem aos primeiros moradores do
giu no seio do bairro Sagrada Família o estádio
grande acomodação animal e vegetal, que em
bairro.
Sete de Setembro, o popular estádio Indepen-
1930 recebeu grande impulso de imigrantes e
O crescimento desordenado do Sa-
se transformou em lotes durante a administra-
grada Família deu origem às primeiras vilas da
no projeto da cidade, o ponto onde deveriam parar as construções.
dência.
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FOTOS: Fabiana Braz e Kathiane Dias
O estádio e a história
da série A e B, teremos três ou quatro noites por
convive com problemas antigos que não foram
semana em que não dá pra fazer uma festa, ficar
solucionados.
Construído em 1950 para abrigar os jo-
na rua, chegar nem sair de casa. Algumas datas
O antropólogo esclarece a quem a obra
gos da Copa do Mundo de futebol realizados
deixarão de ser comemoradas...” Após uma pau-
interessa e deixa uma pergunta no ar: “Tenho bem
pela FIFA, o Independência foi palco de gran-
sa, Ferreira complementa: “isso é quebrar a socia-
claro que esta é uma obra do Governo do Estado,
des jogos durante longos quinze anos, desde
bilidade”.
que interessa ao Governo do Estado e principal-
a primeira partida realizada em 25 de junho de
Segundo a presidente da Associação de
mente ao ex-governador, por isso a obra conse-
1950. Sua primeira administração pertencia ao
Moradores e Empresários do Bairro Sagrada Fa-
guiu todas as aprovações muito rápido dentro da
Clube Sete de Setembro, que, sem condições
mília, Luciene Conceição Pedrosa, algumas medi-
Prefeitura, sem ter os projetos complementares
de administrá-lo, deixou o estádio por muito
das cabíveis já estão sendo tomadas por meio de
definidos... minha preocupação é depois que o
tempo sem sediar nenhum tipo de atividade.
reuniões com a Prefeitura de Belo Horizonte para
estádio estiver funcionando como que vai ficar a
Foi então que o Governo do Estado,em 1985
discutir os problemas causados pela obra, o futuro
convivência aqui no bairro?
realizou uma grande reforma no estádio dando
após a inauguração e a segurança das famílias. A
nova vida a ele. O Sete encerrou suas atividades
mobilização já obteve vitórias, como a retirada dos
em 1986 e foi extinto no ano de 1989, deixan-
mega-shows do projeto. Porém, suspira Ferreira,
do para o Governo de Minas a administração
“eu me pergunto até quando vai vigorar, porque é
Independência, que no mesmo ano arrendou-o
muito estranho você construir [o estádio] para ser reira, morador da comunidade há 13 anos, um dos
uma arena multiuso e não usá-la como uma arena
Palco de grandes histórias, o Indepen-
agentes mobilizadores para discutir os impactos da
multiuso”.
dência completa 60 anos, e neste mesmo ano
obra na vida das famílias ali residentes, conta como
São muitos os pontos fracos que Ferreira
passou por uma segunda reforma perdendo toda
iniciou o processo de participação da comunidade
afirma surgir com a obra, mas que não aparecem
a sua estrutura original. Atualmente, o estádio é
na construção. “Sempre havia o boato que iam fa-
no discurso da presidente da Associação quando
um imenso canteiro de obras. Sua demolição faz
zer outro estádio, mas quem realmente veio fazer a
é questionada sobre esses possíveis problemas.
parte do projeto de construção de um novo está-
obra não nos consultou. Falaram que foi feita uma
“Estamos tentando construir um projeto juntos,
dio, que irá receber os jogos que atualmente são
reunião em janeiro com os moradores, porém, antes
que atenda a demanda do futebol e da comuni-
realizados no estádio Mineirão- até o término da
da obra começar organizei uma reunião com 37 pes-
dade, apesar dos grandes impactos no trânsito
reforma pela qual o Mineirão está passando para
soas, das quais só três sabiam”.
e na segurança. É uma questão que está sendo
para o América Futebol Clube.
sediar os jogos da Copa de 2014.
O bairro e o estádio O estádio no bairro
Mesmo antes desses grandes jogos passa-
trabalhada e só vamos ver o resultado após os
rem a serem realizados no Independência, a comu-
eventos começarem a ser realizados novamente
nidade sofria com as consequências que os gran-
no Independência”.
des eventos realizados no estádio traziam. Desde
Ainda segundo Ferreira, foram agenda-
o forte barulho das caixas de som, até a sujeira
das diversas reuniões com a Prefeitura, BHTrans e
deixada pelos participantes, tudo era ignorado
Polícia Militar, a fim de construir alternativas para
Os habitantes dos bairros Sagrada Família
pelos organizadores. “Uma grande preocupação
solucionar possíveis problemas e garantir mais
e Horto, os mais próximos do estádio se questio-
minha é: como vai ficar a vida das pessoas que mo-
segurança e conforto aos moradores. Embora isso
nam como e quando, a reforma e a rotina de jogos
ram aqui?”, se interroga Ronaro. “Se a gente for ter
não garanta que o projeto atenderá as necessida-
toda semana dois jogos do Campeonato Brasileiro
des reais da população, mesmo porque ela ainda
vai afetar suas vidas. O antropólogo Ronaro de Andrade Fer-
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ESTAMOS TENTANDO
CONSTRUIR UM PROJETO JUNTOS, QUE ATENDA A DEMANDA DO FUTEBOL E DA COMUNIDADE, APESAR DOS GRANDES IMPACTOS NO TRÂNSITO E NA SEGURANÇA.
Luciene Conceição Pedrosa, Presidente da Associação de Moradores e Empresários do bairro Sagrada Família
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m e s o r i e g n a Estr
I
isem um país d magine você sua família, sem tante, longe de do ioma e, além conhecer o id is pectos cultura mais, com as diferentes. completamente você se senti o m o C ? u o Imagin é diferença? Isso a h an m ta e d ria diante essoa m qualquer p co ce te n o ac o que país e coa visitar outro a h n o p is d se que vezes, não va cultura. Às o n a m u r ce e bernh ge para perce n lo o it u m ir ental é preciso um país contin m E . o ir e g n ra -se est pele. ntimos isso na se l, si ra B o o e com nhou o fato d ra st e ca n u n Quem renm nomes dife te a is co a sm e que a m dir em es. Se você pe ar g lu s o tr u o tes em um “cacelo-horizontina e b ia ar ad p á a um endente olhar at a za e rt ce tinho”, com as em de espanto. M ra ca m co cê para vo cacetium pedir um m co é re g le A Porto com leite iga e um café te an m m co o o nh nho é o mesm ti e ac C . m ju e sj para o de francês. que o nosso pão
primeira vez um o peguei pela nd ua “Q e. fiquei rdad que não é ve Belo Horizonte a is em co ui , aq to en us ol ib ôn ilei- te vi ssoas denntinua senmos todos bras r ter tantas pe nho era - e co po so a, eu ad m nt , Se nós, que so sa pa os es N ntor, conhes ônibus aqui is, imagine renças cultura mo coletivo. O er o Cristo Rede es ec m nh do co o tr do ros temos dife a luouentre e sempre sobr ”, diz a jovem nte, criado em qu ra iro ig os ne ei im ja ch de o um o tã de Ri o susto premifren- cer o nsação ficam s portas, fico es tros valores e so têm a mesma se na s ou im bo m m m co A , ra s. ra pa iro ltu r susp tra cu ânsito os ga ia deles não te, o caos do tr o, a experiênc on ências. st iz vi flu or H in lo lo as Pe tr . Be ou da do e em oria dos belopersonagens qu ferente da mai a. di on to si ui É caso dos dois es m pr e im em. Um i em Belo Horinesta reportag assustador! Aqu “É -horizontinos. vamos retratar tidianas rvia, mas a, ao firmar Sé ur uc da lo a a tr as correrias co ou um é a te e to an si ti ur ai ân H D tr o do e o vind am para zont gana se cruário sair de ifica: ambos vier Jonathan e Dra isso, é necess a un om ei os m pr a e m is co lta co a vo um um faculdade. Ela, antecedência r. s corredores da muitas horas de lo m pe co m sa za ca o Brasil estuda mirar a livier marca o Jonathan O se cansa de ad ue no horário o eg nã ch a, se id e ec rr O primeiro é qu ta os. Ele para ansporte es e. Diferena da Liberdad temos como tr itiano de 20 an aç ti ha Pr ai H um da no s, za lu le Lá . vé be Dor utrição. A do o táxi. Nem rvia é apaixor o curso de N Jonathan, a sé ibus, a perua e ze de ôn fa o te o ra en ic pa m bl te io pú ve s e pelos explica rvia de 22 fica tão cheia”, as, pelos parque gana Denic, sé r isso a cidade nada pelas praç po segunda é Dra ios de Marketing. nicos dos préd ar tô rs ite cu qu io . ar ve an e os th estil anos qu tes, Jona o São Gabriel, íses tão distan ador do bairr or M Horizonte. Embora de pa sueira, o Belo do in a m são dois jotr l ta ou pi a ca e l than e Dragana a Centra na comover na Jo lo se ra pa um da Améric ea mesmo za é o metrô, e vivem a dor , eles sofrem do que mais utili iversitários qu te un or sp ns an ve tr deste da Europa u se . “Se viser e ra ele, pois em te da forma de r longe de casa ve pa an vi di de se to da en de vi m ia no ha líc uma estran tágio e dá ansporte. de esse tipo de tr dem. Ela faz es iros. po te ile is o as ex m br o co s ” nã do m r ís ra vive de- pa bela Hendrix”, ns bocados to ou ao Brasil inglês no “Iza e passa por bo de qu na z Jonathan cheg ci di e ofi El pario que Liberdade. Ele de Janeiro. Ve ndo de metrô da o da a Ri an aç oi no Pr “F . da do as s di an pu s os sembarc na faculquando cam us e foi do ojeto, também sardinha sente a onte de ônib pr iz e or qu um H o de ri lo a ob Be ip tic desc para o. sta de jogar o ao iniciar ras de folga go brinca o haitian ”, por um tirotei ho s da do ta na di la e en en de re tá da rp su novidade es ragana não é sar de não ser rcepção de D pe A squete. sua viagem. Ape bairro Ci- ba a melhor i do fo a o or nã , ad os or m M ha e. muito diferent para ele, conven na, conrridente Draga so a s. a, õe ov pç N ce de das re uma da r na capital sua vez, tem desafio transita um Dragana, por ra de si sa lá fora sporte público. rente, “A impren ilizando o tran ut ra ei in m impressão dife extremancomo um país mostra o Brasil
l: Nome oficia aiti H o d a Repúblic Data naciona 1º de janeiro
l:
Capital: e Porto Príncip o: Localizaçã ibe al, mar do Car tr en C América da Goveia e M
ácio, Fernan Por: Alcione In
20
l: Nome oficia rvia Sé a d a Repúblic NACIONALID Sérvio
ADE:
: POPULAÇÃO e habitantes d es õ 7,5 milh o: Localizaçã ropa, Eu a d Sudeste os Bálcãs d la su na Penín
arcos Martins
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O lado boêmio
BH
ss e r g
o
e va e r o d n s en ha t n i m um me e a i qu qu ço a e s p a, go e i i me t m m ; e e, s a ria nte t Bo o g a n le ta ora lic o. er a s v p i . e e u ã d d ag ão ei r l E s criç pra r i a o d a i r insltei ho eu v e an te v c n u a m a q Vo l i o a e o ou dia deix nha bend nte f t l ue o a q e v u a p E om or , s sa g io P a c m i s a em e oê te. e b n o u B i q te r: u! O n a o e c S iz lto . n o o o ã te i t ar?” ir e v n “El vamedaqu volt no rtiu uer Pa ão q eira raz Mor no
22
oêm
li Ade io -
A vo
ob lta d
Quem é boêmio ou um dia já foi, entende os versos de Adelino Moreira, compositor luso-brasileiro, que em “A volta do boêmio”
moradores buscam o resgate do que estava esquecido: a curtição, a alegria de poder dançar, curtir, cantar, músicas da época.
sente saudades dos velhos tempos e dos amigos velhos.
Moradora do bairro há muitos anos, Faride Serafim, se diz uma
Boemia em Belo Horizonte já foi Colônia Américo Werneck,
eterna apaixonada pela boemia, revela suas mágoas e saudades dos
Bairro da Imigração, Alto do Matadouro, Bairro do Quartel e Fundos
velhos tempos. Com um profundo e longo suspiro, a antiga morado-
da Floresta. Todos esses nomes podem parecer estranhos. Mais estra-
ra, conta como eram seus dias de sua juventude, “O bairro era repleto
nho ainda é dizer que todos esses nomes, simbolizam um só lugar em
de belos rapazes e moças elegantes, homens de terno de linho e mu-
Belo Horizonte. O sexto e atual nome do lugar que tem Bolão, Salão
lheres com seus vestidos godê” conta.
Grena e Sobradão da Seresta é o bairro Santa Tereza, localizado na região leste da capital.
como Alessandro Marques, 23 anos, discorda da forma como a velha guarda boemia vê os dias de hoje. Ele vê a semelhança na forma de
dos os tipos para todos os gostos e é considerado o melhor fim de
expressão de ambas as gerações. Hoje o local ainda possui pontos de
noite de Belo Horizonte.
dança, mas com estilos de música diferenciados comparados aos da
A vida boemia que através dos anos sofreu várias mudanças e é algo positivo.
=Ariel Junio, Kátia Graciano e Leonardo Guerra
Essa discussão não é apenas entre os mais velhos. Jovens
O bairro transpira cultura. Lá tem história, praças, bares de to-
ganhou novos adeptos sucumbiu à nova geração, o que nem sempre
FOTO: Ariel Junio
de
época. Quem passa pelo bairro ainda pode encontrar belos lugares que preservam a integridade e a boa fama da região. Botecos tradi-
A região que outrora era marcada pelas belas e aconchegan-
cionais e casas de eventos que tentam preservar a ideologia boemia,
tes noites, mesmo que recheada a bebedeiras, considerada respeitosa
resistem bravamente à invasão deste público que não entende o ver-
e de ambiente familiar, se transformou num lugar em que os antigos
dadeiro sentido da palavra boemia.
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E S S A P E T N A ADI
lo Sou um veícaução ic n de comu r. e devo circula e Não me guard m e n e ta e v na ga o. x li me jogue no para Me entreguequeira ler. e alguém qu
O!
AD G I R OB