Caderno de Resumos
1º ELIS I Estudos em Linguagem
Sertão
Discurso, Espaço, Cultura CEZAR ALEXANDRE NERI SANTOS FÁBIA FULNI-Ô MARCOS ALEXANDRE DE MORAIS CUNHA MÁRCIO FERREIRA DA SILVA THAYSA OLIVEIRA THIAGO TRINDADE UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL ISMAR INÁCIO DOS SANTOS FILHO (Campus do Sertão) (Organizadores) DELMIRO GOUVEIA-AL
Caderno de Resumos
1º ELIS I Estudos em Linguagem
Sertão
Discurso, Espaço, Cultura CEZAR ALEXANDRE NERI SANTOS FÁBIA FULNI-Ô MARCOS ALEXANDRE DE MORAIS CUNHA MÁRCIO FERREIRA DA SILVA THAYSA OLIVEIRA THIAGO TRINDADE UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL ISMAR INÁCIO DOS SANTOS FILHO (Campus do Sertão) (Organizadores) DELMIRO GOUVEIA-AL
Comissão Organizadora
Comissão Científica
Prof. Msc. Cezar Alexandre Neri Santos Profa. Msc. Fábia Fulni-ô Prof. Dr. Ismar Inácio dos Santos Filho Prof. Dr. Marcos Alexandre de Morais Cunha Prof. Dr. Márcio Ferreira da Silva Profa. Msc. Thaysa Oliveira Barbosa Prof. Msc. Thiago Trindade
Prof. Msc. Cezar Alexandre Neri Santos Profa. Msc. Fábia Fulni-ô Prof. Dr. Ismar Inácio dos Santos Filho Prof. Dr. Marcos Alexandre de Morais Cunha Prof. Dr. Márcio Ferreira da Silva Profa. Msc. Thaysa Oliveira Barbosa Prof. Msc. Thiago Trindade
Realização Curso de Letras (UFAL-Campus do Sertão)
Apoio Direção Administrativa – UFAL-Campus do Sertão Direção Acadêmica – UFAL-Campus do Sertão
Colaboração NEPED – NELA – GELASAL – GEDD - EPS
Capa e Diagramação Prof. Dr. Ismar Inácio dos Santos Filho
I Estudos em Linguagem do Sertão - discurso, espaço, cultura (1. : 2014: Delmiro Gouveia, AL) Caderno de Resumos [do] I Estudos em Linguagem do Sertão – discurso, espaço, cultura. / Universidade Federal de Alagoas; [organizado por Cezar Alexandre Neri Santos et al]. – Delmiro Gouveia: UFAL – Campus do Sertão, 2014. 65p. ISSN 2319-071X 1. Discurso. 2. Espaço 3. Cultura I. Universidade Federal de Alagoas. II. Santos, Cezar Alexandre Neri et al. III. Título. CDU: 82-5 Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca do Campus Sertão UFAL - Campus do Sertão – Delmiro Gouveia
SUMÁRIO
Temática ________________________________________________________04 Conferências_____________________________________________________05 Palestra_________________________________________________________06 Mesas-redondas__________________________________________________07 Minicursos______________________________________________________12 Linguística – Estudos em Discussão __________________________________19 Educação – Estudos em Discussão ___________________________________42 Literatura – Estudos em Discussão ___________________________________47
TEMÁTICA
O
I ELIS – I ESTUDOS EM LINGUAGEM DO SERTÃO – é um evento científico-
cultural do Curso de Letras, da Universidade Federal de Alagoas-UFAL-Campus Sertão, que objetiva discutir o encontro entre linguagens, isto é, o entrelaçamento entre os diversos recursos semióticos, nas mais diversas esferas comunicativas e mídias, destacando o Sertão como o espaço plural dessa discussão, ao mesmo tempo em que é aqui o referente. Neste momento de reflexão, entendemos língua(gem) como sistemas de atividades interlocutivas que constroem um mundo de significados, os discursos (bem como os espaços discursivos), espraiando efeitos sociais, imbricando-se, dessa maneira, aos diversos modos de compreensão do real, forjando-o, em toda sua diversidade, sempre em dialogo com a tradição, em seus aspectos históricos e de poder. Dessa teia, pensou-se o tema do encontro: Discurso, Espaço, Cultura, como fios da linguagem em interação com os processos das culturais locais e global. Assim, o I ELIS busca discutir cientificamente o panorama linguísticoenunciativo, discursivo, literário e/ou sociocultural da região, com o intuito de conectar-se (e possibilitar essa conexão) com os diferentes estudos acadêmico-científicos relativos à linguagem e a sua diversidade.
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Prof. Dr. Ismar Inácio dos Santos Filho Prof. Dr. Márcio Ferreira da Silva
Estudos em Linguagem do Sertão - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL) - Campus Sertão © Elis2014
Conferência de abertura SENTIDOS PLURAIS DE UM QUADRILÁTERO SERTANEJO Stela Lameiras (UFAL)
Conferência de encerramento DIVERSIDADE LINGUÍSTICA: ENTRE O LOCAL E O GLOBAL Leilane Ramos Raquel Meister Ko Freitag
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PALESTRA PROVINHA BRASIL: FORMAÇÃO DO PROFESSOR ALFABETIZADOR, CONCEPÇÃO E APLICAÇÃO
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Mônica Maria Soares (UFS) Resumo: A Provinha Brasil representa a concepção de que se problemas forem diagnosticados já nos primórdios da alfabetização, com a efetiva ação docente, os sistemas de avaliação do Brasil poderão, num futuro próximo, divulgar melhores resultados no que tange à leitura destes jovens. Observamos que essa avaliação ocorre no período que intermedeia o 1º e o 3º ano. Ou seja, este instrumento é aplicado para alunos que, levando-se somente em consideração a idade escolar, têm sete anos de idade, o que significa que já obtiveram as primeiras noções de alfabetização no 1º ano. No 2° ano, o professor submete o aluno à avaliação diagnóstica, a chamada prova de entrada, para mensurar o que aprendeu na série anterior e, em seguida, organizar o seu planejamento. Se seu nível de alfabetização/letramento for precário, o aluno ainda dispõe de mais um ano, vez que no ano seguinte, no 3º ano, contará com a idade de oito anos. Considerando que, de acordo com Oliveira (2004), decodificar é ler, ler parcialmente, pois a leitura, em sua completude, demanda compreensão e ler e compreender envolvem habilidades e competências diferentes, objetivamos, nesta apresentação, demonstrar as implicações dos processos de leitura e compreensão que envolvem edificação/aplicação/resolução da Provinha Brasil. Para isso, apresentaremos i) as concepções linguísticas que alicerçam a construção deste instrumento, confrontando-as com os processos de alfabetização e letramento propostos pela Ciência Cognitiva da Leitura; ii) o perfil de alfabetização dos cursos de Pedagogia em Sergipe frente à formação dos professores que aplicam o instrumento; iii) um relato e uma análise as aplicações da Provinha Brasil numa escola da rede municipal de Aracaju/SE, contrapondo as observações e a postura do professor com os pressupostos linguísticos de Alfabetização, Letramento, Consciência Fonológica, Gêneros Textuais e Sociolinguística. Para que a Provinha Brasil realmente seja um mecanismo para avaliar o nível de leitura dos alunos, é necessário que o professor entenda que este instrumento não mede o seu desempenho docente, que as teorias psicogenéticas, imperantes há mais de duas décadas, não estão trazendo resultados satisfatórios ao processo de ensino e aprendizagem em leitura e que a análise antecipada do instrumento resulta numa boa aplicação e consequente veracidade dos resultados. Palavras-Chave: Provinha Brasil. Concepções linguísticas. Alfabetizador. Estudos em Linguagem do Sertão - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL) - Campus Sertão © Elis2014
MESA-REDONDA A TEMÁTICA INDÍGENA EM QUESTÃO: LÍNGUA, CULTURA E EDUCAÇÃO Mediadora: Profa. Msc. Fábia Fulni-ô (UFAL-Campus Sertão) LÍNGUA INDÍGENA: CULTURA E IDENTIDADE Profa. Dra. Januacele da Costa (UFAL-Campus AC Simões) A PROPOSTA DA EDUCAÇÃO INTERCULTURAL NA ESCOLA INDÍGENA PANKARÁ Prof. Dr. José Ivamilson Silva Barbalho (UFAL-Campus do Sertão) Resumo: Esta mesa trata de alguns aspectos relacionados ao conhecimento e reconhecimento da diversidade linguística no Brasil, focalizando a questão indígena, em duas perspectivas diferentes e relacionadas. De um lado, do ponto de vista da linguística, com um viés antropológico, busca-se discutir e refletir sobre a existência das línguas indígenas brasileiras, refletindo sobre o seu papel de marcador de identidade étnico-cultural, de acordo com Duranti (2002), que, por sua vez, apresenta pontos de vista de diferentes autores, como Boas (1911), Goodenough (1956), LéviStrauss (1963), Geertz (1973) e outros, ilustrando-se com dados da língua Yaathe (Fulni-ô). Sob outro ponto de vista, ou seja, por um viés histórico, discute-se a Lei 10. 639/2003, modificada pela Lei nº 11.645/2008, que instituiu a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena, através de um relato de experiência com esse ensino no IFAL. Palavras-chave: Diversidade linguística; Línguas Indígenas; Identidade; Ensino; História; Cultura.
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MESA-REDONDA LÍNGUA, TEXTOS E HISTÓRIA Mediador: Prof. Msc. Thiago Trindade (UFAL-Campus Sertão)
A INTEGRAÇÃO DOS ESTUDOS DA HISTÓRIA DOS TEXTOS COM A MUDANÇA LINGÜÍSTICA: O CASO DO MAS EM EDITORIAIS PERNAMBUCANOS DO SÉCULO XIX Prof. Dr. Cleber Ataíde (UFRPE-UAST) Resumo: Este trabalho parte da relevância de considerar os estudos da história dos textos para a descrição e mudança linguística. Para considerar a integração desses estudos, parto da hipótese de que a mudança da língua está atrelada a evolução/mudança dos textos. Sendo assim, é possível considerar que as regras mais gerais que emergem a partir de operações do sistema são ativadas em combinação com eventos específicos de uso e cada uso tem um aspecto individual e único, sugerindo que não podemos decidir sobre como utilizar as estruturas que o sistema nos fornece sem adaptá-las a esse contexto singular. Isso garante, portanto, que as regras sejam concebidas não como absolutas, mas como contextualmente dependentes, refletindo a atuação de um organismo biológico em um ambiente cultural. Essa perspectiva de integração pode-nos oferecer evidências de que “certos usos linguísticos podem estar fortemente correlacionados ao tipo de texto, uma vez que existem fórmulas fixas, estruturas relativamente estáveis ou propriedades convencionalizadas que se repetem em determinado gênero particular” (OESTERREICHER, 1997; LOUREDA LAMAS, 2006). Como exemplo dessa abordagem, apresento a aplicação do modelo de análise das Tradições Discursivas em editoriais pernambucanos pertencentes ao corpus do Projeto “Para a História do Português Brasileiro a um fenômeno linguístico, o item linguístico mas.
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MESA-REDONDA LÍNGUA, TEXTOS E HISTÓRIA Mediador: Prof. Msc. Thiago Trindade (UFAL-Campus Sertão)
Trabalho realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
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AS FORMAS TRATAMENTAIS TU-VOCÊ EM CARTAS PESSOAIS PERNAMBUCANAS DOS SÉCULOS XIX E XX: QUESTÕES DE PESQUISA E ENSINO Prof. Dra. Valéria Severina Gomes (UFRPE/UFRJ/PDJ-CNPq) lelavsg@gmail.com Resumo: A presente comunicação consiste em um estudo sócio-histórico dos casos do sistema tratamental tu-você em cartas pessoais pernambucanas dos séculos XIX e XX. Neste tipo de análise, “os textos não são mais o objeto final da nossa investigação, mas o meio para distinguir as gramáticas dos falantes de português que os escrevem.” (GALVES, 2012, p. 66). O presente estudo segue o mesmo propósito de Lopes (2011, 2012), ao investigar o sistema pronominal de tratamento no português brasileiro, ou seja, verificar se há variação entre as formas relacionadas ao paradigma de você e tu numa mesma carta. Nesse sentido, a análise parte de três eixos: a mudança gramatical; a história social; e as tradições discursivas. As cartas entre outros gêneros estão submetidas aos padrões pragmáticos como: a quantidade de interlocutores, o grau de familiaridade, o conhecimento partilhado, o grau de espontaneidade etc. (Jacob, 2001). As cartas pessoais apresentam alguns elementos constitutivos que se encarregam de evidenciar traços prototípicos do texto, mas que estão sujeitos a variações na estrutura composicional, são eles: data e local; saudação; contato inicial (captação de benevolência); núcleo da carta; seção de despedida; e assinatura. São encontrados nesses documentos temas da intimidade cotidiana das famílias e políticos, o que evidencia o elo entre o tema abordado nesses documentos e a relação que se estabelecia entre os interlocutores: se são amigos, familiares, amantes etc. Essa relação estabelecida entre os interlocutores interfere na escolha tratamental. Essas reflexões na perspectiva sócio-histórica de estudo da língua incitam outras discussões do ponto de vista do ensino: Qual o espaço para a inserção dos estudos sócio-históricos da língua(gem) nos livros didáticos? A formação na graduação ou a formação contínua dos professores tem contribuído para que eles utilizem as informações históricas sobre a língua e sobre os textos/discursos em suas práticas na sala de aula? Como, por que e para que o professor pode inserir, em suas ações didáticas, componentes sócio-históricos que auxiliem o desenvolvimento da competência comunicativa dos alunos? Essas questões culminaram com a produção da cartilha “Identidade e Memória em Manuscritos e Impressos Pernambucanos: língua, história e cultura através dos textos”, visando à pesquisa e ao ensino da historicidade da língua e do texto. Palavras-chave: historicidade; cartas pessoais; tradição discursiva; sistema pronominal. Estudos em Linguagem do Sertão - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL) - Campus Sertão © Elis2014
MESA-REDONDA DISCURSO E COMUNICAÇÃO: PUBLICIDADE
CIRCULAÇÃO
DE
SENTIDOS
NA
Mediador: Prof. Dr. Heder Rangel (UFAL-Campus Sertão) Profa. Dra. Lídia Ramires (UFAL-Campus Sertão/Polo Santana do Ipanema) Profa. Dra. Maria Stela Torres Barros Lameiras (UFAL-PPGLL/FALE) Resumo: A proposta contempla uma análise discursiva sobre a linguagem publicitária cuja ancoragem epistemológica se dá pela teoria da Análise de Discurso (AD) de origem francesa, com interlocuções teóricas no campo da comunicação, da publicidade e do marketing, buscando analisar os sentidos do discurso publicitário, a partir de corpora de anúncios de publicidade. O procedimento de análise está ancorado por intermédio de leituras críticas sobre a circulação de sentidos no discurso publicitário, nas interlocuções sociais e no exercício de um poder que utiliza uma linguagem opaca, focalizada em conflitos e contradições. Nessa perspectiva, a linguagem e seu funcionamento nos interessam porque estão articulados dentro de um construto teórico de movimento, o da linguagem que se dá em (dis)curso ou o (dis)curso que se materializa em linguagem. Dessa forma, entendemos que se ampliam as possibilidades de estudarmos a linguagem publicitária sob aspectos sociais, que se (re)configuram diferentemente do viés informacional. Procuramos, portanto, ir além das aparências, perscrutamos os efeitos de sentidos que advêm das condições objetivas de produção dos discursos e nos colocamos com a intenção de desvelar o que acontece em termos de raciocínio / interpretação / intermediação do discurso publicitário. Até onde as formas de apresentar tais discursos interferem em escolhas e opções? Como esse discurso significa? Qual é seu raio de ação? Como trabalha sua força de persuasão? Assim, trazemos exemplos – os anúncios – que perfazem distintos percursos analíticos, porém com uma complementaridade imbricada pela tessitura de uma linguagem socialmente disponível em diversos tipos de mídia. Palavras-chave: Publicidade, Discurso, Circulação de Sentidos.
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MESA-REDONDA PÔSTERES E DIVULGAÇÃO/CIRCULAÇÃO DE SABERES (comentários sobre as apresentações de pôsteres) Prof. Dr. Márcio Ferreira (UFAL-Campus Sertão) Prof. Dr. Ismar Inácio dos Santos Filho (UFAL-Campus Sertão) Prof. Dr. Marcos Paulo Sobral (UFAL-Campus Sertão)
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MINICURSO AQUISIÇÃO DA LÍNGUA MATERNA - VISÕES MÚLTIPLAS
Profa. MsC. Thaysa Oliveira Barbosa (Curso de Letras UFAL Campus do sertão) thaysaoliveira@hotmail.com Prof. MsC. Jomson Teixeira (PPGLL/UFAL) jts_filho@hotmail.com Profa. MsC. Julia Mayra Duarte Alves (Curso de Pedagogia UFAL Campus A. C. SImmões) juliamdalves@gmail.com Resumo: A língua(gem) é algo intrínseco a espécie humana, de forma que é inconcebível homem sem língua, nem tampouco língua sem homem. A partir desse pressuposto, pretendemos nesse trabalho apresentar, por diversos vieses teóricos como o ser humano adquire uma ou mais línguas, tendo em vista que independente da explicação e da corrente teórica que fundamenta tal explicação, tem-se a fala da criança, como objeto de estudo. Logo, esse trabalho visa analisar a relação do sujeito ainda infante com a sua língua materna, para então, tornar-se falante. Diante disso, aqui retomaremos, ainda que de modo sucinto as perspectivas teóricas já consolidadas dentro do campo da aquisição da linguagem, buscando demonstrar, tanto teórico quanto metodologicamente, quais as explicações que cada uma dessas correntes apresentam para o processo de aquisição de linguagem. Essa descrição nos permitirá, além de uma incursão histórica sobre como se tem entendido a aquisição de uma língua, mostrar como cada umas das teorias se relacionam ou se excluem dentro do campo e ainda colocar em pauta os diferentes rótulos e metodologias de análise que se consolidaram nas diferentes abordagens teóricas. As teorias que servirão de base para nosso trabalho serão: a corrente Inatista (Chomsky), Interacionista (De Lemos), Behaviorista (Skinner), Enunciativa (Flores & Teixeira), Cognitivista (Piaget), Social (Vigotsky) dentre outras. Palavras-chave: Aquisição de linguagem. Língua materna. Teorias de aquisição de linguagem.
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MINICURSO INTRODUÇÃO ÀS LÍNGUAS INDÍGENAS BRASILEIRAS Profa. MsC. Fábia Fulni-ô (UFAL- Campus do Sertão) Profa. Dra. Januacele da Costa (UFAL - Campus AC Simões)
Resumo: Há hoje em dia no Brasil cerca de 200 línguas indígenas ainda faladas, a maior parte delas por números bastante reduzidos de pessoas. Sabemos que a perda de línguas indígenas está intrinsecamente ligada à usurpação das terras indígenas, à destruição de habitats indígenas e à incorporação involuntária de povos indígenas na sociedade majoritária – geralmente nas classes marginais mais baixas dessa sociedade – e por isso a morte de uma língua indígena é também parte da luta por direitos humanos (Nettle and Romaine, 2000). Para Hinton (2001, p. 4), “Language choice is part of the right of indigenous people to their land, to autonomy, and to cultural and economic self-determination”. Este minicurso pretende introduzir o conhecimento sobre as línguas indígenas brasileiras, traçando um panorama histórico e conduzindo a discussão para o quadro atualmente existente, de modo a refletir sobre a questão e promover o conhecimento das línguas indígenas brasileiras e o reconhecimento da importância histórica, social, cultural e científica do estudo dessas línguas, trazendo novamente para primeiro plano o chamado de Rodrigues (1966), que estabeleceu como uma das tarefas prioritárias da linguística no Brasil o estudo das línguas indígenas brasileiras. Palavras-chave: Línguas indígenas brasileiras; História; Direitos Humanos; Situação atual; Papel da Linguística.
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MINICURSO ENSINO/APRENDIZAGEM DE LÍNGUA PORTUGUESA: LETRAMENTO EM DIREITOS HUMANOS (uma cena morfológica; questões de gênero e sexualidade) Prof. Dr. Ismar Inácio dos Santos Filho - Curso de Letras / GELASAL / UFAL (Campus Sertão)
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Resumo: Considerando que a atual sociedade se configura pela superdiversidade e, em virtude disso, pelas constantes vertigens daqueles que veem ainda a vida por um viés biologizante e essencialista, desconsiderando o “outro”, e que a ideologia linguística dominante ainda é a de língua como norma a ser seguida, esse minicurso, na intenção de problematizar o antes exposto em sua relação com a disciplina língua portuguesa, visa descortinar algumas questões que “devem” ser consideradas quando focalizamos o ensino e a aprendizagem da nossa língua materna: i) o entendimento de que a língua não pode ser simplesmente pensada como forma ou estrutura, mas, além disso, como enunciação-discurso – aspecto que implica considerar as práticas linguístico-discursivas, o que acarreta na consideração dos sujeitos em interação, a situação de uso, o contexto sócio-histórico e os efeitos de sentidos e sociais forjados (performances?) pelas seleções e combinações linguísticas; nesse sentido, ii) a ideia de que ensinar/aprender a língua portuguesa perpassa pela seleção de enunciações (gêneros discursivos), textos que servem de unidade de uso/ensino, e, sendo assim, iii) a noção de que os textos sempre estão atrelados a determinadas práticas sociais. Seguindo esse raciocínio, objetivamos fazer compreender que a língua não pode ser dissociada do complexo do qual participa, pois seria uma língua morta/abstrata, fazendo-se necessário, então, ver a língua como partícipe da vida social. Essa ideia de língua se sustenta em arcabouços acadêmicos atuais, bem como nos atuais discursos oficiais, que enfatizam o ensino e a aprendizagem de língua fundados no “uso-reflexão-uso”, que se sustenta nos conceitos de análise linguística, temas transversais, competência/habilidade e direito de aprendizagem, podendo ser inserida a compreensão de direitos humanos (no sentido de compreender a conjuntura, a cidadania, defender a democracia e respeitar as pessoas na condição em que estão). Nessa direção, abordamos o ensino e a aprendizagem de língua portuguesa em sua perspectiva de letramento em direitos humanos, no sentido de que letramento é o uso linguístico-enunciativo considerado válido no contexto de uso, e de que essa compreensão certamente possibilita/provoca o aprender a conviver, a respeitar o outro; lidar com a diferença, na atual superdiversidade. As discussões tomam como objeto de reflexão o sintagma nominal “os menines”, situado no título do post “Com vocês: os menines”, de Liliam Pacce, a partir do qual focalizamos esse arranjo linguístico ao nível da palavra, como uma cena morfológica, e evidenciamos as questões de gênero e de sexualidade, vistas pela lente da desessencialização social. A questão que mobiliza a discussão é: “Que saberes/competências são necessários para que o ensino/aprendizagem de língua portuguesa assuma o caráter de letramento em direitos humanos?”. A reflexão se situa na Linguística Aplicada e toma como fundamentos conceitos de Bakhtin (2004), Brait (2005), Brasil (1997), Hoffnagel (2009), Moehleche (2008), Moita Lopes (1996, 2005, 2010, 2013a, 2013b), Porto e Dias (2013), Rojo (2010), Santos Filho (2010, 2012a, 2012b) e Zenaide (2013). Palavras-chave: Língua Portuguesa, Letramento, Direitos humanos.
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MINICURSO LITERATURA E CANÇÃO - UM ESTUDO DA POÉTICA NAS LETRAS DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA MODERNA Prof. Dr. Marcos Alexandre de Morais Cunha Curso de Letras/ Grupo de Estudos Poéticos do Sertão / UFAL (Campus Sertão) marcosrecifeporto@hotmail.com Resumo: A partir da segunda metade da década de 60, a música popular brasileira e o formato canção atraíram uma nova geração de poetas-letristas que encontrou nos recursos visuais, táteis e auditivos do LP o suporte ideal para expressar a sua arte poética. Desta forma, passou a publicar sistematicamente suas letras, algumas com a elaboração e a arte de composição de poemas, nos encartes dos discos, sendo responsável por uma renovação no panorama literário brasileiro.Esta geração percebeu que a canção estava alcançando protagonismo na cultura nacional, através das ondas da rádio, das trilhas sonoras de cinema, das telenovelas, e que, consequentemente, a poesia dos livros de poemas tornava-se cada vez mais uma arte para iniciados. Nomes como Chico Buarque de Hollanda, Caetano Veloso, inegavelmente, impuseram à MPB a supremacia da poesia, do texto e do conceitual sobre a arte do canto. Em torno das canções da MPB, também foi se estabelecendo um importante corpo teórico e crítico, a partir de nomes como Augusto de Campos, consubstanciado em inúmeros ensaios, teses e dissertações, tendo-se alguns tornado referências: Semiótica da canção: melodia e letra (1994), Análise semiótica através das letras (2001), O século da canção (2004), de Luiz Tatit (1951); e O som e o sentido (1989), Sem receita: ensaios e canções (2004), de José Miguel Wisnik. Alguns dos principais estudiosos deste campo semiótico-literário, a exemplo de Luiz Tatit e Miguel Wisnik, são docentes da USP, Universidade que vem formando especialistas na análise das canções.Enfim, qualquer estudo panorâmico da literatura brasileira contemporânea, notadamente na poética, tem que levar em consideração a produção da MPB moderna, sob risco de se tornar obtuso.O mini-curso propõe uma leitura poética de algumas das letras mais emblemáticas da MPB, numa relação dialógica com o cânone da poesia em língua portuguesa. Palavras-chave: poesia brasileira; MPB; capas/encartes dos vinis e cds; teoria geracional
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Palavras-chave: Língua Portuguesa, Letramento, Direitos humanos
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MINICURSO ENSAIANDO EM TORNO DE GUIMARÃES ROSA
Prof. Dr. David Lopes da Silva Curso de Letras / UFAL-Campus Arapiraca)
Resumo: Dentro da área de Literatura Brasileira, o minicurso explorará, basicamente, dois textos de Guimarães Rosa: o último livro que publicou em vida, Tutameia – Terceiras Estórias, apresentando-o a partir de uma lógica desconstrutiva inspirada em Jacques Derrida; e o conto ‘Meu Tio o Iauaretê’, incluído no livro póstumo Estas Estórias. Para tanto, será feito um breve panorama da obra rosiana, utilizando recursos de diversas correntes da crítica literária, como a formalista, a psicanalítica e a sociocrítica, por exemplo, traçando também um pouco da história da diversidade de recepções que Guimarães Rosa mereceu no decorrer das décadas. Algumas análises e interpretações constam do livro Enciclopédia Jagunça (Maceió: EDUFAL, 2011), e deverão ter por propósito também incentivar possibilidades mais inventivas, ensaísticas (Th. Adorno, ‘O Ensaio como Forma’), para a produção de textos acadêmicos e trabalhos de conclusão de curso.
Palavras-chave: Literatura Brasileira. Guimarães Rosa. Desconstrução. Ensaio.
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MINICURSO TRÊS CONTOS DE BRENO ACCIOLY: ESPAÇOS E SERTÕES
Prof. Dr. Márcio Ferreira da Silva (UFAL-Campus do Sertão) maferresil@ig.com.br
Resumo: A proposta deste minicurso é analisar a ficção do escritor alagoano Breno Accioly. O estudo objetiva recortar as estruturas espaciais que tomam os espaços do Sertão como lugar de enfrentamento tanto quanto as adversidades geográficas quanto as questões relacionadas à violência, como a presença do jagunço, do matador. Nesse sentido, a imagem espacial do Sertão em Breno Accioly propõe um diálogo com o lugar e o não-lugar, que se estabelece, por exemplo, na presença de personagens femininas, como no conto Márcia, apresentadas como mulheres deslocadas desses espaços ou instauradas no descentramento (HALL, 2001). Dessa forma, os estudos metodológicos serão tomados a partir da apresentação do autor de João Urso, reconhecendo, a partir dos Estudos Culturais, a linguagem literária acciolyana como forma de diálogo entre a descontinuidade do homem moderno e o mundo em que ele se apresenta; discussão sobre a forma narrativa, evidenciada no processo de narratividade (SILVA, 1998), que toma a escrita como elemento descritivo. Essa escolha se apresenta como intenção do autor em retratar o lugar e dilatá-lo artisticamente. Por fim, espera-se que os alunos discutam as categorias do espaço e do ambiente (DIMAS, 1987; LINS, 1989) em percepção com outras categorias literárias, como o narrador e/ou as personagens, construindo, assim, um recorte da obra de Breno Accioly a partir do olhar que ele manteve para o homem e o espaço árido do Sertão. Palavras-chave: Espaço. Sertão. Ficção. Breno Accioly.
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MINICURSO A LEITURA: O QUE É E COMO SE FAZ Profa. Dra. Camila Leite (UFAL-Campus Arapiraca)
Resumo: A leitura, apesar de ser uma atividade realizada frequentemente após a alfabetização, não se apresenta como uma tarefa simples. O ato de ler é uma atividade intelectual complexa, feita por processamento bottom-up, top-down e interativo. Tal atividade exige a integração de diferentes processos cognitivos, tais como a identificação das letras, o reconhecimento de palavras e seus significados, bem como a integração sintática e semântica. O certo é que a leitura não se limita à decodificação do texto; ler implica compreender o material lido (GOUGH; JUEL; GRIFFITH, 1992). Shreiber (1991), Kuhn (2003) e Breznitz (2006) sugerem que aspectos prosódicos fariam parte do processo de desempenho da leitura, pois são necessários para que haja uma eficiente compreensão do texto lido. O minicurso abordará os conceitos de leitura, do ponto de vista de processamento, levando em consideração seus aspectos prosódicos. O que fazemos quando lemos? Essa será a pergunta norteadora de nossas discussões.
Palavras-chave: Leitura, Processamento, Prosódia.
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LINGUÍSTICA ESTUDOS EM DISCUSSÃO
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ANÁLISE DO DISCURSO: REFLEXÕES PARA UM OLHAR MENOS INGÊNUO COM A LINGUAGEM Ana Lúcia de Andrade Rodrigues* UFAL-Campus Sertão Luciandrade10@gmail.com Maria Cícera dos Santos Correia* UFAL-Campus Sertão ciceradelmiro@hotmail.com
Estudo realizado sob a orientação do professor Doutor Ismar Inácio Santos Filho, na disciplina Análise do Discurso, em 2012.02, no Curso de Letras (UFAL-Campus Sertão)
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Resumo: As palavras “água”, “produção” e “emprego” estabelecem uma associação nova quando pensadas em relação ao sertão alagoano. A este lugar, a palavra “água”, ligada profundamente à ideia de “vida” e de “fertilidade”, é paradoxal, assim como os vocábulos “produção” e “emprego”, comumente empregados em discursos capitalistas ou neoliberais. Assim, podemos nos remeter ao fordismo, época em que essa palavra era empregada em diferentes situações, mas sempre com o sentido que marca o significado em contexto de produtividade, e em discursos econômicos, o que nos leva a questionar se tal discurso está atrelado a uma ideologia neoliberal propagada, nesse caso, por aqueles que pensam o Canal do Sertão como a obra indispensável a essa “produção”. Objetivamos, com essa reflexão, analisar a linguagem visual e escrita sobre o Canal do Sertão, no discurso materializado em dois outdoors postos à margem da BR 423, e o contraste entre tal discurso sobre o sertão/seca e os efeitos de sentido que esses provocam, a partir do arcabouço teórico da Análise do Discurso (AD). Essa área do saber nega a ideia de língua transparente do estruturalismo, e pensa que o signo não traz em si o significado, ou seja, entende que o sentido nunca está claro, e no qual o sujeito é visto como “assujeitado” e atrelado a uma “maquinaria discursiva” e a instituições sociais e ideológicas, com as quais se filia. Nessa compreensão, o discurso contemporâneo, tal como é dito, é o discurso anterior, que, segundo Gregolin (2003), a partir de leitura de Pêcheux, esse é “apenas um efeito do ajustamento ideológico” (GREGOLIN, 2003). Tomamos como fundamentação teórica Gregolin (2003), Orlandi (1999), Discini (2005) e Santos Filho (2012), que discutem a ideia de interdiscurso e o conceito de formação discursiva, oriundo de Foucault, e em Fernandes (2007), assim como o diálogo com a psicanálise, entre Pêcheux e Lacan, presentes em Teixeira (2005). Palavras-Chave: Análise do Discurso. Sertão. Canal do Sertão. Efeitos de sentido. Interdiscurso.
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O ESTUDO DA MORFOLOGIA EM LIVROS DIDÁTICOS Fernanda Alves Sousa UFAL- Campus sertão fernandinhalves.jhs@hotmail.com Maria da Conceição F. Mariano UFAL- Campus sertão marymariano1@hotmail.com
Estudo realizado sob a orientação do professor Doutor Ismar Inácio Santos Filho, na disciplina Morfologia, em 2012301, no Curso de Letras (UFAL-Campus Sertão)
Resumo: Como se sabe, a língua é heterogênea e, por isso, deve ser estudada/vista como tal, não devendo ser restringida à gramática normativa, como, aliás, se tem feito no ensino de língua portuguesa. A língua também pode e deve ser estudada por um viés discursivo. De acordo com Orlandi (2000), o discurso é palavra em movimento, prática de linguagem. Assim, com o estudo do discurso, procura-se compreender a língua fazendo sentido, enquanto trabalho simbólico, constitutivo do homem e da sua história, por esse viés a língua jamais pode ser vista como transparente. A morfologia, como parte dos estudos da língua, também é diversa, também sofre mudanças e variações e provoca nos discursos e contextos sentidos diversos. Assim, buscamos analisar recortes de livros didáticos de língua portuguesa, a partir de obras publicadas entre 1986 e 2011, para entendermos como o estudo da morfologia está firmado nesses livros – se direta ou indiretamente – qual a concepção de língua adotada – língua como expressão do pensamento, que preza as formas da gramática tradicional, tomando-as como certas e únicas, ou se é vista pelo viés discursivo e interacional, que leva em conta os diversos fenômenos linguísticos e os diversos sentidos com que são empregados, abrindo caminho à análise linguística. Para tanto, nos embasamos, dentre outros, em Batista (2011); Kock e Silva (2009) Santos Filho (2012) e Orlandi (2000). Nas análises, não constatamos uma análise mórfica que leve à reflexão e ao senso crítico acerca dos usos da língua. Ao contrário, percebemos que o estudo morfológico (nos recortes estudados) não é mencionado de forma direta e tem a finalidade de ensinar, por meio de regras, a escrita de palavras de maior prestígio. Assim, vimos que os recortes dos livros didáticos têm uma perspectiva de língua ideal, pois não mostram a língua em suas várias formas de uso. Palavras-chave: Discurso. Interação. Morfologia. Didática em língua portuguesa.
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O ESTUDO DA MORFOLOGIA NO LIVRO DIDÁTICO DE PORTUGUÊS: A PALAVRA E SUA RELAÇÃO COM O MUNDO Ana Lúcia de Andrade Rodrigues – UFAL luciandrade10@gmail.com Maria Cícera dos Santos Correia – UFAL ciceradelmiro@hotmail.com
Trabalho realizado sob a orientação do prof. Dr. Ismar Inácio dos Santos Filho, na disciplina Morfologia, 2013.1.
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Resumo: Considerando a linguagem humana como uma atividade interativa e seu caráter heterogêneo, nos estudos morfológicos, perpassa a necessidade de estudar a palavra numa perspectiva dialógica, seguindo também o princípio da comutação, pois, sem compará-las, não é possível fazer análise mórfica. Esta pesquisa se dá no âmbito da Linguística, com ênfase em Morfologia. Nessa perspectiva, nega-se a ideia de língua como “código” e de um sujeito passivo, como receptor de uma mensagem, pois, o sujeito é visto como aquele que também “produz” os sentidos daquilo que fala, ouve, escreve e lê. Nesse sentido, pensamos ser necessário observar não só o contexto linguístico, mas o uso da língua, pois, para segmentar e analisar uma língua, se faz necessário observar também fatores históricos, sociais e ideológicos, que são fatores extralinguísticos essenciais à compreensão das significações propostas no texto (BATISTA, 2011). Aqui assumimos a palavra como um lexema, o que significa pensá-la como base lexical e carregada de sentido. Tomamos como suporte teórico para “palavra” o conceito de vocábulo formal, cunhado por Câmara Jr., a partir de Bloomfield (1933:160), presentes em Silva e Koch (2009), assim como o de texto, em Koch (2011), como “construído na interação texto-sujeito e não algo que preexista a essa interação”. O objetivo desse trabalho é analisar numa perspectiva linguístico-discursiva, de vezo bahktiniano, como o estudo morfológico está situado em alguns recortes de livros didáticos de Língua Portuguesa, publicados entre 1986 e 2011, observando o que postulam os PCNs (BRASIL, 1997) para essa disciplina e a sua transposição à prática em sala de aula, a partir do suporte teórico em Rojo (2000) e em Silva (2007), que pontuam que, no estudo morfológico, a palavra, ao ser dita ou usada, deve ser compreendida em um determinado contexto de uso, pois o sentido “nasce” a partir desse uso, ou seja, sempre estará inoculada pelo gênero textual/discursivo. Como considerações, podemos afirmar que o ensino da morfologia proposto nos recortes dos livros didáticos analisados está imbricado a uma concepção de língua transparente, caracterizando um estudo abstrato, que desconsidera o sujeito. Logo, tais estudos aparecem apenas como estudos de ordem estrutural, portanto, raramente acontecem em um contexto de uso. Podemos ainda dizer que as palavras são estudadas de forma isolada, com exceção de atividades em Buranello (2008) e em Puntel e Oliveira (2001), pois, apesar de não haver menção ao estudo morfológico, mas sim “atividades de leitura” e de “estudo do texto”, seria(é) possível um estudo morfofonêmico, mesmo que os autores não tragam explícitos esse tipo de estudo/conceito. Palavras-Chave: Análise mórfica. Livros didáticos de Língua Portuguesa. PCNs de Língua Portuguesa.
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A LINGUAGEM EM INTERAÇÕES FACE A FACE: CONTROLE E SUBVERSÃO DA IDENTIDADE DA MULHER EM CENAS DE GABRIELA Erinaldo da Silva santos - UNEAL- Campus Arapiraca erinaldo15@yahoo.com Josefa Mendes da Silva - UNEAL- Campus Arapiraca josefa.uneal@hotmail.com Ismar Inácio Santos Filho - UFAL- Campus Sertão ismarinacio@hotmail.com
Reflexão desenvolvida a partir dos estudos na disciplina Análise da Conversação (Curso de Letras) e da monitoria na disciplina Antropologia Jurídica (Curso de Direito), na Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) em 2012.1, sob a orientação do professor Doutor Ismar Inácio dos Santos Filho. 23
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Resumo: Em nossa sociedade, durante muito tempo, as mulheres foram privadas de diversos direitos, tendo que assumir certos comportamentos de modo a atender padrões ditados por ideologias machistas. Em diversos momentos, tiveram negada sua voz, a participação nas decisões, sendo reduzidas a “objeto”. Em meio às tentativas de subversão a certos valores construídos acerca do universo feminino, a linguagem certamente desempenhou papel decisivo, visto que, quando falam, os indivíduos se constroem e constroem o outro. Sendo assim, neste estudo, a língua passa a ser vista como uma forma de ação (AUSTIN, 1990) e controle social imediato (MARCUSCHI, 2003). A partir dessa perspectiva, objetivamos analisar como, em cenas da telenovela “Gabriela”, veiculada na Rede Globo, os recursos linguísticos e paralinguísticos utilizados pela personagem Malvina contribuem para subverter certos padrões de submissão que foram/são impostos às mulheres, bem como observar como esses elementos (verbais e não verbais) influenciam no processo de controle da submissão da mulher. A referida telenovela é uma adaptação do romance “Gabriela cravo e canela”, de Jorge Amado, que “constrói” a vida na cidade de Ilhéus (Bahia), no início da década de 1920, quando a mulher ainda não dispunha de direitos. Para a realização deste trabalho, optou-se pelo método qualitativo, uma vez que este permite interpretar fenômenos sociais inseridos em um dado contexto (BORTONI-RICARDO, 2008). Para fundamentar este estudo, tomamos por base estudos desenvolvidos por Goffman (1964), Marcuschi (2003), Austin (1990), Hoffnagel, (2010) Van Dijk (2010), e outros. As reflexões realizadas possibilitaram-nos verificar que em suas performances comunicativas, Malvina utiliza enunciados, gestos faciais, entoações de voz, pausas e silêncios que contribuem para que sua intenção seja bem sucedida e realize a ação pretendida, a de subversão, atuando, assim, na construção de um novo discurso acerca do papel das mulheres naquela estrutura social.
Palavras-chave: Linguagem. Controle. Subversão. Mulher. Identidades Sociais. Estudos em Linguagem do Sertão - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL) - Campus Sertão © Elis2014
REFLEXÕES ACERCA DA LINGUAGEM COTIDIANA E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DOS ALUNOS Lucréssia Santos Silva – UAB/UFAL lucressyaufal@hotmail.com
Trabalho fruto do TCC elaborado durante a participação no PIBID, no Curso de Pedagogia ( UAB/UFAL) em 2012/2013, o qual teve como campo de atuação a Escola Municipal Elisa Abreu, no Município de Olho d’ Água das Flores (AL), com bolsa da CAPES, sob a orientação da professora Doutora Maria Auxiliadora da Silva Cavalcante (UFAL), Coordenadora de área do PIBIBPedagogia/UAB/UFAL.
Resumo: Este trabalho faz algumas reflexões acerca da linguagem cotidiana usada por alunos na segunda etapa da Educação Básica e na modalidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA), destacando suas contribuições para o desenvolvimento integral dos alunos. É parte de um projeto de pesquisa maior realizado durante participação no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), em turmas da 1ª a 3ª fases da EJA, e com alunos de duas turmas de 5º ano do Ensino Fundamental I, onde, através de observações sistemáticas, atividades orais e escritas realizadas com os discentes em sala de aula, percebeu-se o quanto a linguagem do dia a dia (as variedades linguísticas), pode influenciar o processo de aquisição da leitura e da escrita, e no desenvolvimento social dos alunos. Na maioria dos casos, os preconceitos existentes em torno da linguagem são decorrentes do mito de que existe uma língua única e correta. Abordamos essas reflexões fazendo uma ponte com as represálias impostas pelo nosso sistema no intuito de preservar o uso “adequado” de uma língua tão rica e variável quanto a nossa. Para isso, tivemos como base autores como Bagno (2001), Freire (1996), Morais 1996), Saviane (2007) dentre outros, os quais nos ajudaram a concluir que a linguagem cotidiana influencia no desenvolvimento dos alunos, sobretudo na aquisição da leitura e da escrita. Diante disso, entendemos que o estudo da variação linguistica deveria ser trabalhado de forma sistemática com os professores da Educação Básica, para que as regras que o sistema impõe possam andar em comum acordo com as reais necessidades de nossos alunos. Palavras-chave: Linguagem cotidiana, desenvolvimento, alunos.
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O TRABALHO COM A LINGUAGEM EM SALA DE AULA: LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO NO ENSINO FUNDAMENTAL MAIOR Roseane Leite Machado UFAL rose_ane2010@hotmail.com Resumo: O ensino de língua é um tema bastante discutido por pesquisadores e professores de várias áreas de estudo e a cada ano surgem novas pesquisas sobre a prática dos docentes no ensino de língua materna (doravante LM) e sobre o que pode ser feito para repensar essa prática em sala de aula, como é visto em leituras de Geraldi (2006), Possenti (2006), Bunzen ( 2006), entre outros. Nesse contexto, nosso trabalho apresenta como objeto de reflexão a sala de aula, a partir de registros e gravações das aulas de LM de uma turma do 8º ano de uma instituição localizada em Maceió- AL, com o objetivo geral de refletir sobre a prática docente em relação às concepções de língua e linguagem envolvidas nas leituras e produções textuais desta turma do ensino fundamental maior. A pesquisa está inserida na área da linguística aplicada e aborda a partir de uma pesquisa qualitativa Triviños (2006) e Lüdke (1986) os gêneros textuais lidos e produzidos pela docente de LM. Em termos metodológicos, o trabalho envolveu gravações de 60 horas de aulas, registros em diários de campo e teve como instrumentos de coleta de dados, entrevistas com os alunos e a docente, além de um questionário de sondagem realizado com a turma logo no início da pesquisa. A fundamentação teórica de nosso trabalho teve como base a perspectiva dialógica da linguagem proposta por Bakhtin (2003, 2005), de modo que o dialogismo foi discutido em nosso trabalho a partir dos textos lidos e produzidos em sala de aula. Este trabalho contribuiu não apenas para analisar a prática docente nas aulas de LM, como também repensar minha prática de ensino nas aulas que envolvem leitura e produção textual. Foi importante também no sentido de rever conceitos e teorias associadas ao estudo de gêneros textuais, além de ter contribuído para avaliar melhor a interação entre professor e aluno em sala de aula. Palavras-chave: Leitura. Produção textual. Língua Materna. Ensino.
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LINGUAGEM E GESTÃO: PARA ALÉM DO MODUS OPERANDI DO DISCURSO Zoroastro Pereira de Araújo Neto IFPE-Campus Afogados da Ingazeira zoroastro.neto@afogados.ifpe.edu.br Resumo: Este trabalho – Linguagem e Gestão: para além do modus operandi do Discurso – estuda os efeitos de sentido do discurso da qualidade de vida no trabalho, pelo viés metodológico da Análise Crítica do Discurso, e como corpus tem-se a publicidade da campanha institucional da AmBev, elaborada pela agência MPM Propaganda, em 2010: AmBev. Feita por gente e sonhos, detendo-se não somente na estrutura da construção da peça, mas, também, nos não-ditos dos fios (in)visíveis que fazem parte daquela tessitura. O objetivo é desvelar o(s) efeito(s) de sentido produzido(s) pelos anúncios publicitários motivacionais dos programas de qualidade de vida no trabalho nas organizações contemporâneas. Para essa análise crítico-textual, aporta-se em Bakhtin (1992, 2006), Bronckart (2008), Carvalho (2007), Fairclough (1989, 1995, 2001), Marcuschi (2008), Mészáros (1996, 2002) e Van Dijk (2010), entre outros. A sua relevância está em propiciar uma reflexão acerca dos meandros da intencionalidade do discurso, em destaque no contexto de relações de poder, podendo as suas contribuições extrapolar o ambiente da empresa para outros cenários discursivos na contemporaneidade. Observou-se, assim, que a tessitura dos fios (in)visíveis do discurso dessa qualidade pode desencadear o estresse, sintomatizado pela síndrome de Bournout e silenciado pelas “novas” formas de extração da mais-valia, nas quais as organizações contemporâneas tendem, cada vez mais, a “valorizar” os seus recursos humanos = talentos = colaboradores = parceiros = associados, em busca de maior produtividade. Palavras-chave: Discurso, Publicidade, Qualidade de Vida no Trabalho.
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LINGUAGEM E GESTÃO: PARA ALÉM DO MODUS OPERANDI DO DISCURSO Zoroastro Pereira de Araújo Neto IFPE-Campus Afogados da Ingazeira zoroastro.neto@afogados.ifpe.edu.br Resumo: Este trabalho – Linguagem e Gestão: para além do modus operandi do Discurso – estuda os efeitos de sentido do discurso da qualidade de vida no trabalho, pelo viés metodológico da Análise Crítica do Discurso, e como corpus tem-se a publicidade da campanha institucional da AmBev, elaborada pela agência MPM Propaganda, em 2010: AmBev. Feita por gente e sonhos, detendo-se não somente na estrutura da construção da peça, mas, também, nos não-ditos dos fios (in)visíveis que fazem parte daquela tessitura. O objetivo é desvelar o(s) efeito(s) de sentido produzido(s) pelos anúncios publicitários motivacionais dos programas de qualidade de vida no trabalho nas organizações contemporâneas. Para essa análise crítico-textual, aporta-se em Bakhtin (1992, 2006), Bronckart (2008), Carvalho (2007), Fairclough (1989, 1995, 2001), Marcuschi (2008), Mészáros (1996, 2002) e Van Dijk (2010), entre outros. A sua relevância está em propiciar uma reflexão acerca dos meandros da intencionalidade do discurso, em destaque no contexto de relações de poder, podendo as suas contribuições extrapolar o ambiente da empresa para outros cenários discursivos na contemporaneidade. Observou-se, assim, que a tessitura dos fios (in)visíveis do discurso dessa qualidade pode desencadear o estresse, sintomatizado pela síndrome de Bournout e silenciado pelas “novas” formas de extração da mais-valia, nas quais as organizações contemporâneas tendem, cada vez mais, a “valorizar” os seus recursos humanos = talentos = colaboradores = parceiros = associados, em busca de maior produtividade. Palavras-chave: Discurso, Publicidade, Qualidade de Vida no Trabalho.
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PROJETO LEITURA VIVA: INCURSÕES E INTERAÇÕES NA SALA DE LEITURA Goretti Ferreira Lídia Fabiana V. Cavalcante Escola Municipal Dr. José Carneiro/SEMED-Maceió lidiafabianavc@hotmail.com Resumo: Este trabalho publiciza o Projeto Leitura Viva que está sendo desenvolvido na Escola Municipal Dr. José Carneiro, em Maceió, desde 2011, ratificando a sala de leitura como espaço pedagógico e interrelacional. A contribuição está na possibilidade de dialogar com outras unidades educacionais e compartilhar ações pedagógicas que estimulam a leitura, a produção de texto e a interpretação de diversos gêneros textuais. O objetivo é estimular o hábito pela leitura literária no cotidiano do estudante nos diversos ambientes que esses atores estão inseridos. Ou seja, adota-se a concepção de sujeito da perspectiva da Análise Crítica do Discurso, que entende o sujeito a partir de suas práticas discursivas, cujo viés é sempre a mudança social, isto é, a emancipação humana, pois, o sujeito é agente ativo em interação constante, e a mediação é integrante teórico-prático no plano emocional, cognitivo e estético, unindo o mundo sensível e o mundo inteligível em conteúdo-forma-processo. Os autores que fundamentam este estudo são: Koch (2007), Koch & Elias (2010), Foucault (2004) e Solé (2003), entre outros. Contribui, dessa forma, para desenvolver a habilidade de leitores críticos a partir de um espaço/ambiente prazeroso e acolhedor, no qual os estudantes sintam-se à vontade para participar ativamente das atividades propostas e experienciem as perspectivas da emancipação humana. Chega-se à conclusão de que a provocação com a leitura é o ponto de partida para a compreensão desse processo de ir além do texto e entrar nos meandros da discursividade, da intertextualidade e da intencionalidade, entendendo as determinações ideológicas das formações discursivas. Palavras-chave: Leitura crítica, Produção textual, Estratégia pedagógica.
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ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: CONCEPÇÃO DE LÍNGUA ATRAVÉS DOS DISCURSOS QUE CIRCULAM NO AMBIENTE ESCOLAR NO SERTÃO ALAGOANO Cícera Damiana Correia da Silva - UFAL – Campus do sertão ciceradamy@hotmail.com Marta dos Santos - UFAL – Campus do sertão martasantos1000@gmail.com
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Resumo: A partir dos estudos sobre a língua(gem) realizados na disciplina de Linguística Aplicada, ministrada pelo professor doutor Ismar Inácio dos Santos Filho, ofertada ao quinto período de Letras da UFAL – Campus do Sertão, no ano de 2013, sentiu-se a necessidade de compreender como está sendo realizado o ensino de língua portuguesa na atualidade, nas salas de aula de língua portuguesa, em uma escola municipal no sertão alagoano. Para tanto, neste estudo, compreende-se que a língua não deve ser vista somente como um sistema de signos, como defendia Saussure (1997), mas como ação, como enunciado que, nas práticas discursivas socialmente contextualizadas, produz efeitos de sentido. Além disso, compreende-se que o discurso é o uso da linguagem que se constitui numa prática social, produzindo efeitos que constroem as relações sociais, a vida social e as identidades sociais dos sujeitos (MOITA LOPES e FABRICIO, 2002). Aqui o foco de análise foram as aulas de língua portuguesa de uma sala de aula de uma escola situada num município sertanejo alagoano, a partir da seguinte problematização: “Qual a concepção de língua difundida na sala de aula de língua portuguesa? Que efeitos de sentido são produzidos com os usos discursivos que circulam nesta sala?. Dessa forma, este estudo implicou na observação em sala de aula durante dois dias, numa turma do sétimo ano do ensino fundamental-II. Tais observações foram analisadas sob a perspectiva enunciativo-discursiva, tendo como subsídio autores como Santos Filho(2007, 2012), abordando o discurso na perspectiva da enunciação, Moita Lopes (2003), tratando do socioconstrucionismo, Trindade (1999), abordando recomendações de observação na escola e Tadeu da Silva (2000), que discute a produção social da identidade. Além desses autores, tem-se como fundamentação teórica os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) de língua portuguesa, documentos que orientam a prática do(a) professor(a) de língua portuguesa, mas que, como foi possível constatar durante a realização deste estudo, não está sendo consultado. A conclusão que obtivemos foi a de que a concepção de língua difundida é conivente com a concepção de língua como sistema e, no que se refere aos discursos, foi notável perceber que, na sala de aula observada e na escola onde essa se situa, circulam diversos discursos, não acolhidos pelas referidas aulas. Palavras-chave: Língua(gem), Discurso, Língua portuguesa. Estudos em Linguagem do Sertão - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL) - Campus Sertão © Elis2014
PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO: DE UMA CIÊNCIA DISCIPLINAR A UMA NOVA PROPOSTA INTERDISCIPLINAR Taís da Silva Lima - UFAL – Campus Sertão thays-s.lima@hotmail.com Heloísa Silva Ferreira - UFAL – Campus Sertão helo.qisa@hotmail.com
Estudo feito na disciplina Linguística Aplicada, 5º período do Curso de Letras, 2013.2, sob a orientação do professor Doutor Ismar Inácio dos Santos Filho.
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Resumo: Desde tempos remotos até a atualidade, o homem como ser pensante sentiu a necessidade de respostas para seus questionamentos, ora sobre o mundo em que habitava, ora sobre sua espécie. As respostas, na Antiguidade Ocidental, eram dadas por meio de mitos; na Idade Média, pela fé cristã, por meio das divindades. Contudo, em busca de uma prova, uma “verdade concreta”, surgiu, no século XVII, a Ciência, com René Descartes, priorizando a razão como forma de produzir conhecimento, no propósito de dominar a natureza. No século XIX, esse paradigma cartesiano, matemático, foi “aperfeiçoado” por August Comte, com o positivismo. Esse modelo cartesiano-positivista funcionava com as ciências exatas, fragmentando seu objeto de estudo, estudando-o por um viés disciplinar. No entanto, esse estudo não “funcionou” (?) com as ciências humanas, por causa da complexidade de seu objeto de estudo, o ser humano. Para compreendê-lo, é preciso levar em consideração todos os fatores que o compõem, meio social, familiar, individual, cognitivo etc. E, então, na tentativa/necessidade de dar conta dessa complexidade, surge o paradigma interpretativista na Pós-modernidade, rompendo com o estudo das partes, e atentando para um estudo interdisciplinar, que não se propõe a explicar, mas compreender o seu objeto de estudo como um todo, pois “não há como observar o mundo independentemente das práticas sociais e significados vigentes” (BORTONI-RICARDO, 2008, p. 32). Nos estudos em linguagem, não podemos analisar as práticas discursivas sem levar em consideração as práticas sociais. Por isso, surgiu a Linguística Aplicada, um campo do saber, que se configura pelo agenciamento de saberes de diversas áreas do conhecimento fazendo emergir novos. Nesse contexto, tomamos para análise uma propaganda do Instituto TIM (TIM faz ciência), publicada na Revista Nova Escola, periódico destinado a professores do Ensino Fundamental, e questionamos: “Que ideia de conhecimento é emitida no enunciado do Instituto TIM?” Com esse questionamento, objetivamos entender, por meio da Linguística Aplicada (LA), o discurso apresentado sobre a produção do conhecimento exposto nessa revista para professores, tendo como base teórica Bortoni-Ricardo (2008), Moita Lopes (2010) e Morin (2005). A conclusão é que, em tempos atuais, continua sendo priorizado o modelo cartesiano-positivista, com base nas disciplinas e fragmentação do conhecimento, não dando possibilidade ao aluno de integrar seus conhecimentos e ampliar a sua visão diante do mundo que o circunda, como o modo de se fazer ciência. Palavras-Chave: Discurso, Disciplinaridade, Interdisciplinaridade, Conhecimento. Estudos em Linguagem do Sertão - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL) - Campus Sertão © Elis2014
O ITEM LEXICAL “MENINES”: UM MIX DE GÊNERO E DE SEXUALIDADE
Maria Izânjila da Silva – UFAL – Campus do Sertão Izahoney2011@hotmail.com
Estudo realizado a partir de uma atividade nas aulas da disciplina Morfologia, no Curso de Letras (UFALCampus Sertão), sob a orientação do prof. Dr. Ismar Inácio Santos Filho, em 2013.2.
Resumo: O interesse pelos estudos da palavra não data dos dias contemporâneos, mas acontecem desde Platão, na “República”, e desde Aristóteles, na “Retórica” e na “Poética”, perpassando por várias perspectivas norteadoras desses estudos, tais como: a palavra como expressão do pensamento, o estudo nocional da palavra, a palavra como uma composição de unidades significativas menores (MARÇALO, 2008/2009). Atualmente, os estudos em morfologia devem entendê-la como um item lexical, um termo com significados situados. Assim, passa a ser vista como um construto social derivado de conhecimentos linguísticos também construídos socialmente, para construir o mundo, atribuindo-lhe significados dentro de um contexto sócio-histórico e ideológico, com base nas intenções do usuário da língua (SANTOS FILHO, 2012). Dentro dessa perspectiva, apresentamos o sintagma “os menines” (parte do título de um post que se refere a uma turma de garotos que se caracteriza usando roupas e acessórios femininos e masculinos, além de compreender sua sexualidade como uma questão aberta quanto à definição), como nosso objeto de análise, compreendendo-o como uma nova construção linguística, e, por isso, questionamos: “Por que a preferência do ‘-e’, em vez de ‘-a’ ou ‘-o’ ?” A partir desse questionamento, pretendemos compreender quais sentidos foram propostos com essa escolha. Essa análise baseia-se na leitura enunciativo-discursiva, a qual compreende o objeto como uma enunciação, em que um “eu” fala em direção a um “outro”, intencionando provocar determinados sentidos (SANTOS FILHO, 2012). A pesquisa está fundamentada também em Batista (2001) e Silva e Kock (2009). Conclui-se que o “eu” do enunciado prefere a marca “-e” na tentativa de evitar, e, ao mesmo tempo, definir a identidade de sexualidade e de gênero. Sendo assim, constrói a ideia de hibridez, mostrando o quanto os sujeitos agem sobre/pela língua, alterando-a quando necessário em função de uma intenção sóciocomunicativa. Palavras-chave: Morfologia. Menines. Gênero e Sexualidade.
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OS DISCURSOS SOBRE O SERTÃO NO RISO E NA POLÍTICA
Lirane dos Santos Barbosa – UFAL – Campus Sertão lizinhabs@hotmail.com Cristiana Soares de Oliveira – UFAL – Campus Sertão crisoli1986@hotmail.com
Estudo a partir do Plano de estudo em desenvolvimento dentro do Grupo de Estudos em Linguística Aplicada em Questão do sertão Alagoano, orientado pelo Prof. Dr. Ismar Inácio dos Santos Filho.
Resumo: Este trabalho está sendo desenvolvido no Grupo de Estudos em Linguística Aplicada em Questões do Sertão Alagoano (GELASAL), tendo por objetivo entender a concepção de sertão nos gêneros charge e propagandas políticas. A ideia é compreender, por meio dos estudos transversais, através da leitura enunciativo-discursiva, os discursos que aparecem sobre o sertão, o semiárido e o nordeste. Desse modo, busca-se, por meio dos estudos da Linguística Aplicada (LA), entender esses enunciados construídos em torno do sertão, entender qual a privação sofrida, defendida por Rojo (2006), relacionando essa abordagem com a “etnolinguística da fala viva”, estudada por Bakhtin (1929). Assim, os textos políticos e o gênero charge formam o corpus do trabalho. Esses serão analisados de forma que se identifique quem é o “eu” que enuncia e o “outro” para quem se direciona o enunciado, e qual os efeitos de sentidos acerca do sertão construídos ali, procurando entender com quais enunciados anteriores dialogam, pois, como sabemos, toda enunciação concreta, segundo Bakhtin (1929), é resposta a uma anterior, e, desse modo, espera uma resposta, forjando uma cadeia discursiva. Diante disso, espera-se que a questão do riso e dos discursos políticos seja entendida como enunciação, apresentando um panorama do sertão construído discursivamente e relacionado com a questão do poder. Estamos utilizando como base os estudos sobre a pesquisa cientifica, com Ricardo-Bortoni (2008), esta dando ênfase sobre o que é fazer uma pesquisa interpretativista, em comparação com o modo positivista, assim como Moita Lopes (2002), falando sobre a linguística aplicada indisciplinar, entre outros, que aparecerão no decorrer da pesquisa, pois esta ainda se trata de um estudo em andamento. Palavras-chave: Sertão, Enunciação, Riso, Discursos-políticos.
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A MEMÓRIA TOPONÍMICA DE DELMIRO GOUVEIA – AL: UM ESTUDO DE CASO COM OS BAIRROS CAMPO GRANDE, CHÁCARA SÃO VICENTE E PALMEIRÃO Lucas Vagner de Araújo – Letras - UFAL – Campus do Sertão (Delmiro Gouveia) Japa.lukaraujo@gmail.com Roseane Feitosa de Barros – História - UFAL – Campus do Sertão (Delmiro Gouveia) Roseanne.feitosa@hotmail.com
RESUMO: Esta pesquisa, vinculada ao projeto “Memória toponímica de Delmiro Gouveia-AL: estudos interdisciplinares”, vinculada ao PAINTER- Programa de Ações Interdisciplinares, orientada pelo prof. Msc. Cézar Alexandre Neri Santos, tem por objetivo realizar um mapeamento dos nomes geográficos da cidade a fim de que haja uma catalogação e compreensão das motivações de nomeação, por meio de documentos oficiais e de entrevistas com nativos permitindo a classificação e análise das motivações toponímicas delmirenses, relatando tais informações em fichas lexicográfico-toponímicas (DICK, 2004). Os nomes obtidos tanto no corpus de documentos oficiais quanto nas entrevistas, numa perspectiva histórica, permitem a obtenção de grande parte dos topônimos que constituem o município de Delmiro Gouveia, a fim de compreender por meio do material coletado como a nomeação de lugares expõem valores sociais, étnicos e geográficos, construindo uma identidade específica do município. É um estudo interdisciplinar, que se vale de discussões históricas, geográficas e linguísticas. Assim, a catalogação tem como objetivo sanar as lacunas e imprecisões presentes no mapa geopolítico da cidade de Delmiro Gouveia-AL, para as quais nos valemos de trabalhos de grandes pesquisadores na área de estudos toponímicos como Dick (1990, 1992), Couto de Magalhães (1975), Sapir (1968) e Dauzat (1934), que nos auxiliam nas classificações de cada nome de rua, bairro e da cidade de Delmiro Gouveia. As conclusões parciais aqui apresentadas dizem respeito aos signos toponímicos de três bairros delmirenses: Campo Grande, Chácara São Vicente e Palmeirão.
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Palavras chave: Toponímia, Linguística, Memória local, Delmiro Gouveia.
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A MEMÓRIA TOPONÍMICA INTERDISCIPLINARES
DE
DELMIRO
GOUVEIA-AL:
Luiz Henrique dos Santos luiz-henrique-29@hotmail.com Jucileide Sobreira jucysobreira@hotmail.com
Graduandos, respectivamente, dos cursos de Geografia e de Letras da Universidade Federal de AlagoasUFAL - Campus do Sertão. Trabalho orientado pelo prof. MSc. Cezar Alexandre Neri Santos, do curso de Letras.
Resumo: Este trabalho é um recorte do projeto “Memória Toponímica de Delmiro Gouveia-AL: estudos interdisciplinares”, vinculado ao PAINTER- Programa de Ações Interdisciplinares, orientado pelo prof. Msc. Cézar Alexandre Neri Santos, que tem por objetivo realizar um mapeamento dos nomes geográficos desta cidade, a fim de que haja uma compreensão sobre o que motivou a nomeação destes locais. A pesquisa se vale de documentos oficiais e de entrevistas com moradores, e classifica e analisa elementos morfolexicais, sociohistóricos e geográficos, relatando tais informações em fichas lexicográfico-toponímicas. Este estudo tem o suporte teórico de Dick (1990), sendo esta, a maior pesquisadora do país em estudos toponímicos, assim como Seabra (2006). Os nomes obtidos tanto no corpus de documentos oficiais quanto nas entrevistas, numa perspectiva histórica, permitem a obtenção de grande parte dos topônimos que constituem o município de Delmiro Gouveia, a fim de compreender por meio do material coletado, como a nomeação de lugares expõem valores sociais, étnicos e geográficos, construindo uma identidade específica do município. É um estudo interdisciplinar, que se vale de discussões históricas, geográficas e linguísticas, visando à catalogação e preenchimento de lacunas e imprecisões presentes no mapa geopolítico da cidade de Delmiro Gouveia-AL. Como é um estudo coletivo, neste trabalho, apresentam-se os resultados obtidos nos bairros Pedra Velha, Ponto Chique 1 e 2, Desvio, Eldorado, Cohab nova, Cohab Velha e Área Verde. Pretendese, assim, contribuir para a compreensão da memória que, muitas vezes, é deixada de lado, fazendo com que cada nome pesquisado represente uma pequena parte de um feixe que compõe a história do município. Palavras-chave: Toponímia, Delmiro Gouveia, Motivação, Memória local.
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SAUDAÇÕES! O GÊNERO CARTA PESSOAL NA SALA DE AULA: POR UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Maria da Conceição de Aquino Batista – UFAL – Campus do Sertão maria.aquino26@hotmail.com Marta Maria Norberto Pereira – UFAL – Campus do Sertão martanorberto_ufal@hotmail.com Resumo: O presente trabalho descreve, como relato de experiência, parte de atividades do Projeto Oficinas de lingua(gem): produção artística e textual, promovidas pelo subprojeto do PIBID Letras UFAL – Campus do Sertão, na Escola Estadual Watson Clementino de Gusmão e Silva – Delmiro Gouveia (AL). Tais atividades, baseadas na proposta dos letramentos múltiplos (ROJO, 2009), tiveram como objetivo proporcionar a entrada e a permanência na escola de um trabalho voltado aos gêneros discursivos das mais diversas esferas de atividade humana: escolar, científica, artística, política, jornalística, cotidiana, publicitária a fim de tornar o ensino de língua materna mais situado e significativo, levando os alunos a um melhor desempenho nas práticas de leitura e escrita. Dentre as atividades desenvolvidas, na Oficina de n. 7 - “Notícia da terra de cá!”, foi produzido o gênero carta pessoal, com o intuito de levar os discentes da escola a refletirem sobre a produção escrita desse gênero discursivo. Dentre os objetivos da atividade, estava o reconhecimento da função social do gênero e de seus elementos composicionais, apesar de concebermos que um gênero é mais função do que forma, pois, como afirmar Marcuschi (2008, p. 150), os gêneros “têm uma forma e uma função, bem como um estilo e um conteúdo, mas sua determinação se dá basicamente pela função e não pela forma”. Diante dessa atividade, foi possível perceber que, embora a carta pessoal esteja em “desuso”, devido à emergência de outros gêneros, por exemplo, os de suporte digital, percebemos que os alunos atenderam, satisfatoriamente, aos critérios de produção. Assimilaram as características funcionais e composicionais, usando-as na produção do gênero. Identificamos, ainda, na escrita das cartas dos alunos, o uso de alguns recursos linguístico-textuais típicos da escrita no suporte digital, como, por exemplo, o uso de palavras abreviadas. Apesar da utilização de tais elementos linguísticos, os participantes da oficina conseguiram atender ao que foi proposto. Com a atividade, pudemos resgatar e recuperar uma tradição de escrita do gênero carta pessoal e compreender a funcionalidade que o gênero ainda desempenha em nossa sociedade contemporânea.
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Palavras-chave: Gênero Discursivo, Carta pessoal, Letramento(s). Ensino. Estudos em Linguagem do Sertão - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL) - Campus Sertão © Elis2014
“NÃO BASTA SER QUALIFICADO, É PRECISO SER COMPETENTE”: OS VELHOS E NOVOS SENTIDOS PARA O TERMO COMPETÊNCIA NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA. Denson André Pereira da Silva Sobral (Pedagogia e Letras/UFAL/Campus Sertão) densonp@bol.com.br
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RESUMO: Este trabalho tem como objetivo, a partir do levantamento das condições sócio-históricas e ideológicas da década de 1990, investigar os ‘velhos’/’novos’ sentidos atribuídos ao termo competência no ideário educacional brasileiro. Análises preliminares do termo competência na educação têm nos apontado para uma mudança de paradigma para os processos educacionais, sobretudo no que concerne à passagem do discurso tradicional sobre educação para o discurso ‘moderno’ das competências. O debate sobre a noção de competência está diretamente relacionado às transformações do mundo do trabalho após o surgimento de novos modelos produtivos do capital em decorrência do esgotamento do Fordismo. Esses novos modelos vêm gerando uma série de discussões sobre as categorias tradicionais. Uma dessas categorias é justamente o conceito de qualificação e sua pretensa substituta, as competências (COSTA, 2007). Ainda segundo esse autor, é nesse contexto de mudanças e de elevados índices de desemprego que as discussões sobre a noção de competência ganham visibilidade, asseguradas pelo mercado, o qual defende a ideia de que “não basta ser qualificado, é preciso ser competente”. Para esclarecer os velhos e novos sentidos atribuídos ao termo competência no espaço educacional brasileiro, selecionamos sequências discursivas de alguns documentos que fundamentam a legislação educacional brasileira, entre eles: a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), de 1996, os Parâmetro Curriculares Nacionais (PCN), de 1997, o Plano Nacional de Educação (PNE), de 2001, o Documento Básico do ENEM, de 2000, e as Diretrizes Curriculares do Ensino Médio (DCNEM), de 1998, de modo que o conjunto dessas sequências constitui nosso corpus de análise. Tomados pela noção de discurso, entendido como práxis, uma vez que é produzido socialmente em determinado momento histórico, para responder às necessidades postas nas relações entre os homens para a produção e reprodução de sua existência e que carrega em seu bojo o histórico, o social e o ideológico dessas relações, elegemos, para a análise de nosso corpus, a Análise do Discurso (AD) de linha francesa, na figura de seu fundador Michel Pêcheux, tendo como referência sua obra máxima Semântica e Discurso: uma crítica à afirmação do óbvio, escrita em 1975, pois entendemos que essa perspectiva teórica nos possibilita desvelar o funcionamento discursivo das materialidades linguísticas que tomamos para análise, utilizando-nos das categorias clássicas da AD: condições de produção do discurso, interdiscurso, intradiscurso, ideologia, formação social, formação discursiva e formação ideológica. Esse arcabouço teórico nos possibilitou desvelar o funcionamento discursivo presente nos documentos supracitados, demonstrando que o discurso da competência se filia à formação social neoliberal, representada pela formação ideológica do capitalismo, que dá sustentação ao dizer da formação discursiva do trabalho produtivo, produzindo sentidos que discursivamente procuram camuflar os reais sentidos da “necessidade” de uma reforma educacional baseada no ensino por competências. Palavras-chave: Competência; Discurso; Educação. Estudos em Linguagem do Sertão - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL) - Campus Sertão © Elis2014
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COMO A EDUCAÇÃO NÃO FORMAL INCORPORA O AUTO-REGISTRO AUDIOVISUAL NO ENSINO E POPULARIZAÇÃO DA CIÊNCIA? Raquel da Silva Santos – Instituto Nacional do Semiárido (Insa) quelbaster@gmail.com
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Resumo: Atualmente, novos sujeitos do discurso surgem e utilizam o vídeo para se autodocumentar, produzir reflexões e experiências singulares (BENTES, 2008). A partir desse contexto, o projeto Semiárido em Tela, idealizado pelo Instituto Nacional do Semiárido, incorporou o auto-registro audiovisual em oficinas de formação com objetivo de popularizar a ciência. Através de fundamentos da linguagem cinematográfica e das etapas de produção de um filme, crianças, jovens e educadores, moradores da região semiárida brasileira, aprendem a filmar e paralelamente são incentivados a perceberem melhor o lugar onde vivem e quais os saberes populares produzidos ali podem estar em diálogo com o conhecimento científico. Durante a realização da fase piloto no município de Nova Palmeira, o Projeto Semiárido em Tela desenvolveu uma metodologia própria para ensinar jovens, educadores e representantes quilombolas técnicas da linguagem cinematográfica. Além de aprenderem a fotografar e a filmar, os participantes puderam conhecer mais sobre suas comunidades a partir da pesquisa e investigação sobre os temas que se tornaram vídeos. Os registros feitos por eles estimularam olhares sobre o local onde vivem e ainda a discussão sobre a imagem que se tem do semiárido, o que veio a se tornar a identidade do Semiárido em Tela. A metodologia utilizada é baseada na pesquisaação, onde os próprios alunos produzem vídeos de curtas-metragens sobre as suas vivências e experiências das comunidades onde moram. Na pesquisa-ação desenvolve-se o conhecimento e a compreensão como parte da prática. O Projeto Semiárido em Tela ainda tem como linha referencial a educomunicação. A questão da educomunicação busca ressignificar os movimentos comunicativos inspirados na linguagem do mercado de produção de bens culturais, mas que vão se resolver no âmbito da educação como uma das formas de reprodução de organização de poder da comunidade, como um lugar de cidadania, aquele índice do qual emergem novas esteticidades e eticidades (modos de perceber e estar no mundo) (SHAUN, 2002). A partir deste contexto, a pesquisa investiga como ocorre essa incorporação no ensino e popularização da ciência e como o auto-registro contribui (ou não) para projetos que almejam transformação social. O estudo tem como base o artigo “O filme: uma contra-análise da sociedade” do historiador Marc Ferro, que sugere uma análise da produção cinematográfica enquanto fonte e objeto para a história. E a pesquisa ainda se fundamenta em Thiollent (1996), Soares (2000), Bohnsack (2005), Dionne (2007) e Freire (2011). A conclusão é a de que o Projeto promove uma interação entre a ciência, a cultura e a arte, com maior aproximação da Ciência e Tecnologia ao cotidiano das pessoas, valorizando os aspectos culturais e humanísticos da ciência. Palavras-chave: Educação não forma; Auto-registro; Audiovisual; Identidade; Semiárido. Estudos em Linguagem do Sertão - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL) - Campus Sertão © Elis2014
PROJETO MEMÓRIA TOPONÍMICA DE DELMIRO GOUVEIA-AL: ESTUDOS INTERDISCIPLINARES Ana Maria Moreno dos Santos anamariamorena02@hotmail.com Maria Renata Nicáscio de Oliveira renataams10@hotmail.com Rafaela Simias Aragão raf_simias@hotmail.com
As proponentes são, respectivamente, alunas dos cursos de História, Geografia e Letras da UFALCampus do Sertão, e bolsistas do Projeto Painter.
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Resumo: O presente trabalho expõe os resultados parciais do projeto Painter: Memória Toponímica De Delmiro GouveiaAl: Estudos Interdisciplinares, desenvolvido na UFAL- Campus do Sertão, que tem como coordenador o professor Msc. Cezar Alexandre Neri. Nesse são desenvolvidos estudos na área da Toponímia, uma área interdisciplinar, que conta com estudos linguísticos, históricos e geográficos para assim compreender a motivação de nomeação de determinado lugar. Diante da inexistência de estudos toponímicos na região e, especificamente, nesta cidade, surge a necessidade de investigar a história dos bairros e ruas de Delmiro Gouveia, compreender quais aspectos históricos, geográficos e/ou antropoculturais influenciaram para determinada denominação do local, pois segundo Dick (1990), a “toponímia reflete de perto a vivência do homem, enquanto entidade individual e enquanto membro de um grupo que o acolhe.” Utilizamos como bases teóricas nas nossas pesquisas toponimistas como Dick (1990), Seabra (2006), Carvalhinhos (2007), entre outros. Dessa forma, apresentamos aqui os estudos realizados nos bairros Bom Sossego e Novo, suas respectivas ruas, e assim pretendemos investigar e discutir acerca da motivação de nomeação do lugar, assim como buscar dados históricos que vêm se perdendo com o passar das gerações, buscando também conservar a tradição, a história e os costumes de um povo, pois essa é a função da toponímia, segundo Dick (1990). Para tanto, contamos em um primeiro momento com o mapeamento das regiões, seguido da pesquisa tanto em fontes oficiais como IBGE, prefeitura e outros, quanto nas fontes orais a partir da pesquisa in loco, com entrevistas aos moradores. A taxionomia proposta por Dick (1990) também é fundamental em nossa pesquisa, pois permite classificar os topônimos catalogados nos bairros Bom Sossego e Novo e suas respectivas ruas. A confecção de fichas lexicográficotoponímicas é um passo crucial para a pesquisa toponímica, pois a partir dessas fichas é que realizamos a análise e a descrição dos barros citados. Nas conclusões parciais percebemos que a nomeação dos lugares pesquisados não é feita de modo arbitrário, mas todos têm uma motivação, seja de cunho social, como em Bom Sossego, que recebeu esse nome por ser um lugar tranquilo, sem violência, no início de sua povoação, ou histórico, como os antropotopônimos, quando o lugar recebe o nome de uma personalidade histórica, ou mesmo de um morador antigo. Palavras-Chave: Signo toponímico; Memória toponímica; Motivação. Estudos em Linguagem do Sertão - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL) - Campus Sertão © Elis2014
CARACTERÍSTICAS PROSÓDICAS DA LEITURA EM VOZ ALTA DE FALANTES DA REGIÃO DE ARAPIRACA – AL Lisandra Paola Santos de Oliveira – UFAL – Campus Arapiraca lisandra.3000@gmail.com Tamara Xavier de Lima – UFAL – Campus Arapiraca tamiixavier@hotmail.com
Resumo: A leitura em voz alta é uma atividade complexa, pois durante a sua realização ocorrem diferentes processos (PERFETTI, 1985), os quais envolvem, por exemplo, atividades neuromusculares relacionadas à própria produção oral e atividades cognitivas relacionadas à compreensão do material lido (MASSINI; CAGLIARI, 2008). A fluência na leitura em voz alta, além de considerar os processos mencionados acima, considera a prosódia como um processo importante para a caracterização da leitura como realmente fluente (ALVES, 2007; LEITE, 2012). O presente trabalho tem como objetivo analisar a leitura em voz alta de falantes da cidade de Arapiraca – AL, pretendendo contribuir para o ensino e a aprendizagem da leitura em voz alta de indivíduos em diferentes fases de escolarização e colaborar para a caracterização prosódica dos dialetos falados no Brasil, principalmente os da região Nordeste. Este estudo apresenta parte de nossa pesquisa de PIBIC. Foram selecionados 30 sujeitos, divididos em três grupos de 10 indivíduos, sendo o primeiro grupo de 11 anos, o segundo de 15 anos e o terceiro de 20. Os dados coletados até o momento dizem respeito aos sujeitos de 20 anos, do primeiro ano de graduação. Os sujeitos realizaram duas leituras de cada um dos dois textos escolhidos para análise. Nossa análise considera apenas a segunda leitura, já que na primeira, o leitor não está familiarizado com o texto. Os dados foram gravados em formato .wav e analisados através do programa de análise acústica Praat, considerando as características prosódicas da leitura em voz alta, tais como pausa e tempo de leitura. São poucos os trabalhos referentes a esta questão. Por isso, esperamos que as informações que serão apresentadas possam contribuir para as discussões a respeito do processo de leitura em voz alta. Palavras-Chave: Leitura em voz alta, Prosódia, Fluência.
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A PRÁTICA DA LEITURA NO ENSINO MÉDIO João Oliveira de Lima Lopes – UFAL joaocanapi@hotmail.com
Resumo: A leitura, com o passar dos anos, vem se tornando um valioso bem social, mas também percebemos que a habilidade de ler tem sido uma das principais dificuldades de aprendizagem apresentada por alunos, tornando, assim, dificultosa a compreensão daquilo que se lê. Com isso surgem questionamentos por parte de pesquisadores e o interesse de como repensar a forma do ensino da língua portuguesa e da prática da leitura em sala de aula. Segundo Bamberger (1988), servindo de fundamento para esta pesquisa, a leitura favorece a remoção das barreiras educacionais, concedendo oportunidades mais justas de educação, principalmente através da promoção do desenvolvimento da linguagem e do exercício intelectual, e aumenta a possibilidade de normalização da situação pessoal de um indivíduo. Este trabalho está inserido na área da linguística aplicada e consistiu na conscientização e investimento da melhoria das dificuldades com relação ao nível de leitura e interpretação apresentado por alunos do ensino médio de uma instituição localizada em Canapi-AL. Nesta pesquisa, analisamos algumas considerações relacionadas ao papel da escola, a prática da leitura em na sala de aula, o papel dos educandos e as metodologias de ensino que são utilizadas para o desenvolvimento deste hábito nos discentes. Nesse contexto, o objetivo principal foi o de promover, a partir desta pesquisa, a formação do leitor cidadão, despertar e incentivar um novo olhar nos jovens sobre a leitura no âmbito escolar, despertando o gosto pela leitura e, além disso, apresentar aos mesmos, diversos textos e obras literárias, estimulando e contribuindo para que alunos venham a desenvolver sua capacidade de leitura de modo a superar suas dificuldades, tendo como meta final que todos consigam compreender o que leem. Palavras-chave: Aluno, Ensino, Leitura.
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MARIA BONITA BAKHTINIANO
NA
LITERATURA:
UM
OLHAR
Luana Rafaela dos Santos de Souza – UFAL Campus Sertão luana.1994.rafa@hotmail.com
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Resumo: Maria Gomes de Oliveira, vulgo Maria bonita, é uma das primeiras mulheres a integrar um grupo formado por homens – o cangaço. Ela inaugurou, assim, um novo ciclo na trajetória de vida das mulheres, pois foi por meio dela que outras mulheres passaram a integrar o cangaço. Foi uma mulher dona do seu destino que rompeu parâmetros sociais presentes na época (1929). Nessa discussão, não podemos esquecer que a questão de gênero permeia as relações sociais e, consequentemente, a relação de poder marcada pela dominação masculina (SCOTT, 1996). Assim, pensar Maria bonita como uma mulher que quebrou esta construção é quase um ato revolucionário para a história das mulheres (LIMA, 2011). Como proposta de estudo busca-se analisar, através de uma leitura enunciativo-discursiva, como o sujeito, neste caso o cordelista, por meio dos recursos linguísticos constrói/retrata a imagem dessa mulher chamada de Maria Bonita. Fundamentado na teoria de Mikhail Bakhtin, que traz uma nova visão de língua, a enunciação, ou seja, o discurso escrito ou oral do “eu” está sempre vinculada a sentidos e ideologias (SANTOS FILHO, 2011). A literatura também merece destaque no tocante aos gêneros, uma vez que uma gama de gêneros são internalizados pelo “eu” para compreender/retratar sua visão de mundo (MEDVIÉDEV, 2012). Nessa perspectiva, torna-se importante compreender o gênero, neste caso o cordel, como sendo uma categoria discursiva, enunciativa, que procede de um “eu” em direção ao “outro”, mantendo sempre uma relação de diálogo/interação. Sobre esse gênero, devemosconsdierar que o gênero se modifica no tempo e no espaço, dependendo da função social que ele desempenha no meio. Quanto ao cordel, este perdeu sua função social, pois ocupava, principalmente no Nordeste, um lugar de destaque como principal veículo de informação. Esse gênero apresenta-se na atualidade como livro didático, utilizado na escola para alfabetização. Analisar a construção do cordel enquanto uma categoria enunciativo-discursiva também é uma proposta de estudo pensada como uma possível temática a ser desenvolvida no trabalho de conclusão de curso, por isso, ainda não há conclusões. Palavras-chave: Literatura de cordel. Feminino. Enunciação. Gênero.
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EDUCAÇÃO ESTUDOS EM DISCUSSÃO
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CORPOS MOLDADOS E VIGIADOS: TRANSVERSALIZANDO GÊNERO SEXUALIDADES E QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA Camila Faustina Santos Pereira Ramos (UFAL-Campus do Sertão) Resumo: Nos últimos anos, devido ao aumento da violência, tem havido uma tendência crescente da chamada cultura de paz (modelo de intervenção pautado no não confronto diante de situações onde ocorram adversidades; não incentivo à cultura de guerra, onde se busca a invalidação dos poderes defensivos daquele indivíduo considerado adversário, o outro) e uma tentativa de educação dos indivíduos pautada no “politicamente correto”, que traz à tona diferentes discursos relativos à reprovação dos vários tipos de violência, porém tratados ainda de forma fragmentada, não contextualizada e/ou problematizada. Assim, é observando esse cenário social que este trabalho objetiva analisar discursos que possam influenciar direta e/ou indiretamente na educação de indivíduos, e simultaneamente criar uma atmosfera (constante) de discussão relativa às identidade sexual e de gênero, intercruzando-a com questões étnico-raciais, no meio escolar, tratando como essas questões/discussões vem sendo construídas historicamente – do senso comum à concepção do tema abordado – , para compreender como essas ideias influenciam na formação e policiamento dos indivíduos, com foco na educação básica, explicando-se assim os seus conceitos contemporâneos, e incluindo o de identidades LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais). Visamos identificar e repensar acerca das práticas discursivas da constituição identitária hegemônica, as quais validam pensamentos e ações que atingem ofensivamente esses indivíduos outros – que são por consequência postos às margens. O trabalho é baseado em estudos teóricos e relatos de experiência, sendo a perspectiva científica fundamentada nos estudos das ideias bakhtinianas, que regem a constituição do sujeito situado, aquele que é influenciado por um processo interacional, alem dos estudos de Simone de Beauvoir (1970 e 1967); Guacira Lopes Louro (2000); Robenilton dos Santos Luz (2013), Ismar Inácio dos Santos Filho (2010), Suely Aldir Messeder (2009), Stuart Hall (1992) e a Lei de nº 9394/96, que estabelece as diretrizes e bases da educação em âmbito nacional, junto com a orientação política do MEC relativa ao trabalho com as diversidades no âmbito escolar.
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Palavras-chave: Educação; Discriminação; Heteronormatividade; Sexualidade; Gênero e Etnicidade.
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TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO DOS SURDOS: A LÍNGUA GESTO-VISUAL – DA ANTIGUIDADE AO PROCESSO DE INCLUSÃO NAS ESCOLAS BRASILEIRAS Laíse Soares Lima – UFAL – Campus do Sertão laisesoareslima@hotmail.com Cristiano Neves Vilela – UFAL – Campus do Sertão nevesvilela@hotmail.com Resumo: Para almejar o reconhecimento e a afirmação de sua identidade, os surdos passaram ao longo da história por grandes dificuldades, que podem ser percebidas desde a Antiguidade até nossos tempos atuais. Foi negado a esses sujeitos o direito de conviver coletivamente, de receber educação adequada, de manifestar seus pensamentos e de produzir cultura e por ela serem construídos. Do mesmo modo, no processo educacional, de modo equivocado, procurou-se negar as manifestações culturais surdas através de sua língua natural, a Língua de Sinais, e procurou-se impor a oralidade. Nessa perspectiva, o presente trabalho tem por objetivo expor e analisar a trajetória histórica da educação dos surdos na busca de um modelo educacional que respeite a língua na modalidade gesto-visual, resgatando as lutas para a efetivação do uso da língua de sinais na escola e no universo acadêmico, destacando os desafios vivenciados por esses sujeitos, com vistas que esta análise permita uma maior compreensão das questões, dúvidas e equívocos que ainda permeiam as relações entre surdos e ouvintes, principalmente no processo educacional. Com base em uma revisão bibliográfica, utilizamos autores que tratam sobre a percepção e concepção tomada pela sociedade sobre os surdos desde a Antiguidade até os dias atuais, bem como aqueles que têm se debruçado sobre o estudo do processo de inclusão nos sistemas educacionais brasileiros. Assim, buscamos estabelecer um diálogo com Cavalin (2010), Silva (2003), Skliar (1997), Lacerda (1998), Meserlian (2009), Reily (2007), dentre outros, que contribuíram para a construção das análises realizadas. Por fim, as análises nos permitem compreender a importância de uma educação inclusiva que considere os alunos com surdez como sujeitos singulares, sócio-históricos e culturais, que possuem uma língua natural, com sistemas linguísticos independentes e específicos.
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Palavras-Chave: Língua de Sinais. História. Educação. Surdos. Inclusão.
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A CRIANÇA COMO NARRADORA EM UMA CIDADE PERNAMBUCANO: SIGNIFICAÇÕES DA VIDA URBANA.
DO
SERTÃO
Elton André Silva de Castro – IFPE – campus Afogados da Ingazeira elton.castro@afogados.ifpe.edu.br Resumo: Com este trabalho, pretende-se refletir sobre a experiência de viver a infância no contexto de uma cidade do sertão pernambucano, considerando os sentidos atribuídos por crianças aos seus diferentes espaços, funcionalidades e suas dinâmicas de sociabilidade. Compreende-se a criança como narradora (BENJAMIN, 1996) que nos fala como pode ser possível viver a infância nessa cidade de lugares; sujeito capaz de produzir uma perspectiva estética do cotidiano, capaz de representar suas imagens do sertão, porque prenhe de valores sobre sua condição de sujeito. Realizou-se um recorte dos dados de uma pesquisa empírica desenvolvida em uma escola pública de ensino fundamental da rede municipal de Afogados da Ingazeira (PE). Foram propostas atividades com os sujeitos circunscritas em oficinas temáticas, totalizando 25 crianças, de ambos os sexos e com idades entre 08 e 11 anos. Foram adotadas algumas técnicas nas oficinas, concebidas como lugar e momento para o encontro dialógico (BAHKTIN, 1995), que objetivaram a produção de sentidos para a relação sujeito-cidade através de desenho, pintura, fotografia, vídeo e representação topográfica/topológica, onde os sujeitos elaboraram discursos sobre os materiais produzidos. A análise desenvolvida refere-se a uma das oficinas onde um pequeno grupo de crianças e o pesquisador dialogaram sobre a representação topográfica/topológica da cidade. Para a compreensão das informações, inicialmente, elegeu-se a análise temática de Bardin (2010), estabelecendo ênfase para a compreensão do subtexto das palavras, conforme propõe Vygotsky (1994), bem como para reconhecer e catalogar elementos/temas emergentes nos discursos produzidos. Nas representações, a cidade foi sendo configurada em múltiplas imagens, lugares e dinâmicas, onde os elementos de significação EU-OUTRO constituíram sujeitos e alteridades, definiram lugares de ocupação e denunciaram estereotipias; fizeram surgir no relevo do cotidiano tanto os lugares para o encontro público e a convivência comunitária quanto para a suspeição social. Outros elementos como PRAÇA e QUADRA foram significados em sua potencialidade para o lazer, os encontros com os amigos e a convivência comunitária. A RUA surgiu tanto em sua finalidade de circulação quanto em sua natureza de risco. Um bairro desvalorizado foi nomeado como FAVELA e suas CASAS foram evocadas como a dos morros cariocas. Assim, defende-se que a criança produz discursos sobre sua condição cotidiana que, uma vez problematizados, podem conduzir “o mundo dos adultos” ao reconhecimento de seu protagonismo na leitura de mundo, sua capacidade de significar a cidade e configurar demandas, oferecendo elementos que subsidiem a formulação de políticas públicas para as cidades, particularmente voltadas à infância.
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Palavras-chave: Cidade; Significação; Criança.
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A ESCOLA DO CAMPO SOB A ÓTICA DO EDUCANDO: UMA EXPERIÊNCIA SOCIOESPACIAL NA ESCOLA MUNICIPAL DR. RICARDO VITÓRIO, GIRAU DO PONCIANO /AL
1 Tempo comunidade Conhecida como pedagogia da alternância (metodologia que considera relevante o tempo e o espaço no âmbito do aprendizado). 18 integrantes (entre professores, técnico e alunos) do PROCAMPO foram responsáveis pelas atividades aqui referidas e planejadas.
Manoel Valquer Oliveira Melo (UFAL-Campus Sertão; UNEAL-Campus Arapiraca) valquermelo@hotmail.com Resumo: Descrevemos neste trabalho uma experiência do Tempo Comunidade¹ no âmbito do PROCAMPO/UNEAL. Relato vivenciado no Assentamento Paraná, município de Girau do Ponciano/AL; na Escola Municipal Dr. Ricardo Vitório. As diretrizes norteadoras da abordagem apontam o olhar ontológico do aluno como instrumento mediador e discursivo para a busca ou percepção do real. O objetivo geral é analisar a escola sob a ótica do educando, a partir de uma experiência socioespacial e midiática na Escola Municipal Dr. Ricardo Vitório. Os objetivos específicos são: a) identificar o agente socioespacial na experiência didática e participativa; b) caracterizar aspectos discursivos encontrados nas representações sociais; detectadas através das imagens captadas do local; e c) identificar a linguagem usual do senso comum, como proposta de entendimento da escola do campo. A investigação metodológica partiu da Pesquisa-Participante, utilizando bases teóricas relacionadas com as representações sociais, nas observações da psicologia social do pensamento de Serge Moscovici e Sandra Jovchelovitch, contextualizada nos processos de construção estética da existência. Entre os resultados desta pesquisa, destacamos os avanços na compreensão da liberdade política e democrática das escolas do campo no Brasil, mas há muito a ser feito especificamente no Agreste e Semiárido do Estado das Alagoas. Palavras-chaves: Escola do Campo. Educando. Representações Sociais.
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LITERATURA ESTUDOS EM DISCUSSÃO
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A POESIA E A MÚSICA ARMORIAL NORDESTINA
Suzi Mariana Bezerra Gomes (suzimariana-s@hotmail.com) Marcos Alexandre Morais Cunha (marcosrecifeporto@hotmail.com)
Graduanda do curso de Letras da Universidade Federal de Alagoas – UFAL Campus do Sertão Professor da Universidade Federal de Alagoas – UFAL Campus do Sertão
RESUMO: A estética Armorial tem se manifestado como um dos movimentos mais profusos da cena intelectual brasileira contemporânea. Tendo como teórico o poeta, romancista e teatrólogo paraíbano Ariano Suassuna, o Movimento Armorial deseja a realização de uma arte erudita a partir da cultura popular nordestina. Possuindo a sua matriz na literatura de cordel, com suas xilogravuras e cantares que acompanham o romanceiro popular, o Movimento Armorial fez-se representar em vários gêneros estéticos: literatura, artes visuais, arquitetura, escultura, teatro, cinema e dança, mas é possivelmente com a música que o movimento alcançou a sua maior repercussão em artistas que vão de Cussy Almeida da Orquestra Armorial, passando por Zoca Madureira e Antônio Carlos da Nóbrega, chegando à Orquestra Armorial de Piranhas. Assim, esse trabalho direciona-se à música armorial, estilo que se caracterizou pela investigação e recuperação de melodias barrocas preservadas pelo romanceiro popular, dos aboios e das rebecas dos cantadores e dos sons de viola, em sua relação com a poética do cancioneiro popular. Desse modo, sabemos da relevância que o movimento armorial possui para a formação da cultura brasileira, uma vez que busca refletir uma cultura autêntica com base na cultura popular nordestina. Portanto, utilizamos como base teórica autores que possuem intimidade com o Movimento Armorial, designadamente Ariano Suassuna (1974) e Maria Thereza Didier (2000). Palavras-Chave: Arte, música armorial, cordel, cultura, nordeste.
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MENTINDO EM SILÊNCIO: MIMESE E REPRESENTAÇÃO NA POESIA DE JORGE COOPER Elton Jônathas Gomes de Araújo – UFAL – Campus Sertão eltonjonathas10@hotmail.com
Resumo: Este artigo pretende abordar os poemas: Poema Terceiro; Poema Décimo Oitavo e Poema Trigésimo, de Jorge Cooper, analisando as relações de mimese e representação poética assim também como a rediscussão do fazer poético, a metapoesia, trazendo para discussão outro poeta, João Cabral de Melo Neto, e o poema Poema da Desintoxicação. Ambos têm fortes traços líricos que questionam o próprio fazer, assim o que podemos dizer é que essa é uma relação moderna da poesia e dos grandes poetas da modernidade. Diante disso, a metodologia abordada para falar do assunto terá uma luz com Aristóteles em A Poética Clássica, pois compreendemos a mimese aristotélica como um cerne norteador que é onde ganha uma tentava de definição dessa problemática. Teóricos como: Octávio Paes (1987), Alfredo Bosi (2001), Fernando Fiuza (2011), entre outros, comporão o rol dos estudos que se fazem necessários para elucidar os questionamentos apresentados sobre a poesia de Cooper. A conclusão parcial é a da beleza estética da poesia presente nesse grande poeta alagoano e sua representação para literatura, a importância que a obra traz à sociedade e os questionamentos que ela mesma faz sobre si e como isso possivelmente reflete de forma impactante e única, os efeitos que esse eu-lírico é capaz de provocar à partir de suas provocações inquietantes. Palavras-Chave: Poesia; Mimese; Literatura.
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JORGE COOPER: UM POETA E UM METAPOEMA Barbara Caroline dos Santos - UFAL- Campus sertão Maria da Conceição Feitosa Mariano - UFAL- Campus sertão
Resumo: Desde quando começou a ser produzido ao som da lira na antiguidade clássica, o poema não deixou mais de existir, sempre houve poetas necessitados de criá-lo e leitores necessitados ouvi-lo. Seguindo regras convencionadas ou individuais, exaltando um povo, um lugar, um eu ou falando de si, o fato é que por essas escolhas as obras não perdem a sua essência. Essa pesquisa busca discutir o poema e falar de sua própria linguagem, constituindo, assim, a metalinguagem, esta se trata basicamente de uma linguagem que diz sobre si própria, recurso muito utilizado nos textos literários, estes que sempre transcendem ao dizer sobre si, criando e recriando ,assim, os mais envolventes e diversos efeitos de sentidos. Por enxergamos o poema “poesia-poema”, do alagoano Jorge Cooper, como sendo um metapoema buscaremos analisá-lo levando em conta a linguagem poética contemporânea, a forma constituinte do poema e seus sentidos. Por ser ainda um poeta não muito estudado e/ou reconhecido faremos também uma breve abordagem sobre a vida de Cooper. Para tanto nos embasaremos em autores como Adorno, Goldstein, Fiuza (2011) e Oiticica (2011) Paz (1982). Ao tratarmos de algo tão complexo como a poesia e ao mesmo tempo fascinante, entendemos que ela representa o signo do mundo dinâmico/literário, que se mostra claramente como parte de um processo de análise a partir da linguagem e sobre a linguagem.
Palavras-chave: metalinguagem, Jorge Cooper, metapoema.
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O NINHO DE METÁFORAS NEGATIVAS: UMA LEITURA DO ROMANCE NINHO DE COBRAS DE LÊDO IVO Meirielle Gomes dos Santos - UFAL - Campus Do Sertão meiry-l@hotmail.com
Resumo: Não há dúvidas que a literatura alagoana é formada por escritores geniais, alguns deles já consagrados pela crítica brasileira por meio de suas notáveis obras. Entre eles encontra-se o escritor Lêdo Ivo, autor da do romance Ninho de cobras, considerada obra prima não apenas de Ivo, mas da própria literatura alagoana. Em meio a espaços e personagens descritos com tanta degradação, desfigurados ao ponto de causar o efeito terror e perturbador no leitor, atentamos a seguinte questão: é possível afirmar que a apropriação de metáforas negativas seria elemento singular para o objetivo do autor em seu romance Ninho de cobras? Com este questionamento, objetivamos analisar a construção metafórica carregada de negatividades, seja na descrição do espaço ou das personagens, que aparecem no enredo do romance Ninho de cobras. Para isso desenvolvemos uma análise do uso de metáforas e os efeitos estéticos-literários construídos por meio destas. Fundamentamos nosso trabalho com base na perspectiva dos espaços em Silva (2002), assim como na teoria de Dimas (1987), a qual discuti um novo olhar para o elemento narrativo espaço no romance. O trabalho nos permite concluir, até aqui, que a narrativa lediana possui originalidade literária pelas significativas presenças de tropos, ornatos bem situados; pelo jogo de imagens carregadas de negatividades, as quais criam a ideia de terror, do inesperado, do dramático no romance. Descrição precisa de personagens e dos espaços, que num primeiro momento ilude o leitor que se precipita em julgá-la local, quando na verdade o romance atinge o universal, como nos esclarece Silva (2002) quando nos diz, por exemplo, que Ivo “representa o espaço local (cidade de Maceió) com intenção de relacioná-lo ao contexto mundial”. Palavras-chave: Metáforas negativas, Espaço, Ninho de cobras.
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O ESTILO NA OBRA FANTASIA E AVESSO Nathália Pereira Silva - UFAL -Campus Sertão nathliapereira@outlook.com
Resumo: O texto visa analisar a forma como o estilo é expresso na obra “Fantasia e Avesso” da autora Arriete Vilela, a partir do que a autora do livro deixa transparecer da sua individualidade na construção da obra. A palavra poética embasando a essência da escrita faz com que a leitura torne-se enigmática e desperte no leitor uma curiosidade de entender o real motivo da utilização de determinados termos e busca analisar a sua poeticidade, pois em sua construção contém elementos poéticos marcantes que são essenciais para a magia da obra. Inovações linguísticas e epifanias estão presentes, além de neologismos literários. Considerando a importância do estilo em sua obra, essencialmente há a necessidade de entender o objetivo do autor em escolher determinados termos em sua obra, e que qual o tipo de escrita foi publicado, o público atingido e qual o conhecimento que se faz necessário para que seja efetiva e compreendida a leitura. A análise busca comparar a obra da Arriete com uma obra bastante conceituada no meio literário, cuja escritora possui bastante prestígio, a Clarice Lispector e sua obra em comparação “A hora da Estrela”. Ambas possuem uma estilística semelhante e dispõem de grande riqueza poética e a intromissão do autor bastante explícita, causando essa auto identificação do escritor.
Palavras-chave: Estilo, narrador, poética.
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A RELIGIOSIDADE NORDESTINA NO CORDEL “O FIM DO MUNDO” DE VIRGÍLIO GONÇALVES DE FREITAS Maria José da Silva Santos - UFAL - Campus do Sertão (mariiasilva@outlook.com)
Graduanda do curso de Letras – Licenciatura em Língua Portuguesa pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL Campus do Sertão; Bolsista de Iniciação Científica – CNPq UFAL.
Resumo: Com um espaço-tempo propício à produção e valorização da cultura popular, o nordeste, em especial o sertão, contempla o papel de guardião de exuberantes manifestações, permitindo preservar um profuso patrimônio estético de um modelo de desenvolvimento simbolizado pela globalização e pela cultura de massa. Dessa forma, o nordeste interiorano tem inspirado escritores, músicos, intelectuais, enfim, inúmeros criadores que perceberam a profunda originalidade e diversidade do imaginário sertanejo. Com origens que remontam ao romanceiro luso-medievo, a Literatura de Cordel aborda temas que enfocam aspectos sociais diversos, a religiosidade, aventuras, casos de amor, entre outros. Há ainda as narrativas de animais, que representam a maneira como a população de determinada região considera o animal. (DIÉGUES JÚNIOR, 2012) A religiosidade como um dos motivos mais antigos das manifestações culturais apropria-se dos enredos das histórias bíblicas ou que se referem a santos. Nesse contexto, tomamos como proposta de análise o cordel “O Fim do Mundo”, de Virgílio Gonçalves de Freitas, buscando mostrar como os versos, materializados no folhetim, evidenciam a proposta, tanto da literatura de cordel quanto da literatura oral, de preservar e transmitir narrativas através dos tempos. Para tal, partimos dos apontamentos de Farias (2006) a respeito de questões messianistas, destacando que os textos religiosos funcionam, ao lado do universo ficcional cavalheiresco, como modelos dramatizadores que compõem a matéria prima para a construção dos folhetins. A pesquisa centra-se também nas leituras de Diégues Júnior (2012), Morais (2000), da Academia Brasileira de Cordel, e de Suassuna (1974). Contudo, as reflexões apontam para uma conservação e divulgação das tradições religiosas – identificando também a veracidade da função do folhetim - com o intuito de propagar a profecia descrita nos textos bíblicos. Palavras-chave: Cancioneiro popular; Religiosidade; Messianismo; Sertão.
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A METÁFORA E A FLOR: UMA ANÁLISE DO POEMA “A FLOR E A NÁUSEA”, DO LIVRO “A ROSA DO POVO” DE CARLOS D RUMMOND DE ANDRADE Maria Ailma Ferreira Lopes - UFAL - Campus Sertão mariaailma@hotmail.com
Resumo: No poema “A flor e a náusea”, do livro “A Rosa do Povo”, o eu-lírico vive o momento da ditadura e da repressão. E que a flor simboliza a libertação e a resistência do sofrimento da época em que não se podia expressar com opiniões opostas a dos opressores. A flor nasce desbotada, mas representa ainda assim o momento da época. A náusea é o que incomoda como o sofrimento e as guerras. Há marcas no poema que são dos poetas modernistas, como Carlos Drummond de Andrade, caracterizado por versos livres ou brancos. Observa-se a angústia que o eu-lírico vive, pois está numa condição em que é impedido de se expressar, mas resiste a todo o momento da época vivenciada por ele. Marca-se a individualidade da forma de ver o tempo e os acontecimentos no período sombrio e de tristezas. Assim sendo a partir da análise o leitor poderá ter um subsídio para melhor compreender o poema da mesma forma em que pode instigá-lo a procurar sua leitura e ter prazer em refletir sobre a mensagem do poema entendendo, também, o sentido metafórico que se utiliza a palavra flor. Ao longo da leitura das estrofes pode o leitor ter o seu olhar ampliado para querer tirar informações que passam sem serem percebidas durante uma primeira leitura.
Palavras-chave: Flor, Náusea, Resistência, Metafórico
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A QUEBRA DO COCO NO SINCOPADO DE JACINTO SILVA Luciano José - Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL-Campus III), Palmeira dos Índios. lucianojbr@ig.com.br
Resumo: A obra artístico-musical de Jacinto Silva continua sendo uma referência importante quando o assunto é repensar as raízes da música produzida no Nordeste, tão massificada atualmente pelo forró estilizado, o qual procura vulgarizar o gênero para atender a fins meramente comerciais. Vários compositores da música popular brasileira já tiveram suas canções reunidas em livro, mas percebemos uma lacuna em se tratando dos grandes ícones do baião, do xote, do xaxado, do arrasta-pé e do coco. Nossa reflexão revisita a qualidade da criação desse cantor e compositor palmeirense que, após viver seu período áureo nos anos 60-70, somente nos últimos anos de vida teve sua produção acolhida por artistas interessados em manter vivas as raízes da música popular do Nordeste. Sua obra musical nos reporta as mais autênticas tradições pertencentes à cultura nordestina: os festejos juninos, a sanfona de oito baixos, a vaquejada, o pandeiro, o forró de raiz, as rodas de coco e a alegria dos brincantes. Portanto, nossa intenção é tentar contribuir para que as novas gerações percebam a perenidade da obra do mestre do coco sincopado e ao mesmo tempo revitalizar e criar as condições necessárias para que a obra de Jacinto Silva seja a pedra de toque para ajudar a construir a identidade cultural brasileira.
Palavras-chave: Forró, coco, síncope, tradição musical nordestina.
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ELEMENTOS INTERTEXTUAIS NOS POEMAS CANÇÃO DO EXILIO DE MURILO MENDES E GONÇALVES DIAS Bárbara Caroline dos santos- UFAL- Campus Sertão Jessica Aparecida Barreto-UFAL- Campus Sertão Jessica-suzana@hotmail.com Babinha_ksantos@hotmail.com
RESUMO: É comum encontrarmos elementos relacionados à intertextualidade aplicada a obras literárias, esta vem acompanhada de diversos valores que são incorporados e contribuem para a Literatura e outras obras de arte, provando, assim, que muitos autores buscam em suas leituras, sejam de mundo ou de escrituras de outrem uma desconstrução, seguida de recriação e estruturação da obra de arte, tornando-a una e transfigurada do “real”. Diversas são as concepções relacionadas ao processo intertextual, pode-se afirmar que a intertextualidade é equivalente a uma alvorada sem fim. Seja através do plágio, paráfrase, paródia, citação, epígrafe, alusão e referência. Entre outras definições a intertextualidade é a relação estabelecida entre textos na atividade de leitura e produção de sentido, mas especificamente constitui-se como uma “resposta” ao que foi dito ou, em termos de potencialidade, ao que ainda será dito, considerando que a intertextualidade encontra-se na base de constituição de todo e qualquer dizer como coloca a autora Ingedore Koch (2012). Portanto tudo que escrevemos vem de algo que ouvimos ou lemos para construir nossas opiniões. Sendo assim, todo texto faz remissões a outros textos já produzidos e que fazem parte da memória social dos leitores, ou seja, um texto fonte (KOCH 2012).A partir do supracitado, o objetivo do estudo é analisar sob a ótica da intertextualidade, os poemas “Canção do Exilio” de Gonçalves Dias e “Canção do Exilio” de Murilo Mendes, com base nos textos de Ingedore Koch (2012), Claudimécia Brito Trancoso (2012) e Willian Roberto Cereja (1998), o que se conflui, como determinante, nesse contexto, são os diálogos propostos entre os textos. Uma produção que retoma outra, com sua finalidade peculiar. Por fim considerando que a manipulação que o produtor do texto opera sobre o texto alheio é um recurso muito usado, ele revela na composição do intertexto um viés argumentativo que se situa na mesma direção ou em direção contraria ao texto fonte, que é o caso dos poemas analisados.
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Palavras-chave: Intertextualidade, recriação, Gonçalves Dias. Estudos em Linguagem do Sertão - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL) - Campus Sertão © Elis2014
“TUDO É SEGREDO”: UMA ANÁLISE DE FORMA E CONTEÚDO DO “SONETO ANTIGO”, DE CECÍLIA MEIRELES Ana Cristina dos Santos- Universidade Federal de Alagoas – Campus Sertão¹ aninha_ab91@hotmail.com Raquel Alves Queiroz - Universidade Federal de Alagoas - Campus Sertão² Raquel.queiroz26@hotmail.com 1 Aluna do curso de LetrasPortuguês, da Universidade Federal de Alagoas-UFALCampus do Sertão; participante do Núcleo de Estudos em Literatura Alagoana-NELA, sob a orientação do prof. Dr. Márcio Ferreira da Silva. 2 Aluna do curso de LetrasPortuguês, da Universidade Federal de Alagoas-UFALCampus do Sertão; participante do Grupo de Estudos em Análise de Discurso-GEDI, sob a orientação do prof. Heder Rangel.
Resumo: Essa pesquisa objetiva fazer uma análise da forma e do conteúdo do poema “Soneto Antigo”, de Cecília Meireles. Diante disso, observa-se que o eu lírico do soneto de Cecília Meireles instaura a linguagem poética entre o revelar e o revelar-se. Para tanto, nota-se que a forma dialoga com o estilo clássico, impondo um retorno às discussões sobre a beleza artística. Tomando o modernismo como escola literária, a autora toma a liberdade de criação como elemento construtivo da poesia. Nesse sentido, acredita-se que os aspectos da forma poética em Cecília Meireles instaura no poema o diálogo com a tradição, como forma de estabelecer um vínculo com a ruptura implementada pelos primeiros modernistas. Acredita-se, por isso, que o poema aqui estudado trilha a singularidade poética e traduz a forma moderna de discutir o fazer poético. Seguindo essa trilha, o soneto abarca os aspectos universais da lírica moderna como quando se propõe o poema ao segredo mantido entre o antigo e o moderno. Para relacionar as formas teóricas, essa pesquisa baseou-se nos estudos de Adorno (1975), Paz (1982) e Rocha (2013). Palavras-chave: Poesia. Forma. Soneto. Conteúdo. Cecília Meireles.
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DESPERDIÇADA PAISAGEM: A INDELÉVEL RELAÇÃO LINGUAGEM LÍRICA E O FAZER POÉTICO ROMARIANO
ENTRE
A
Maria Cícera dos Santos Correia Universidade Federal de Alagoas – UFAL – Campus do Sertão ciceradelmiro@hotmail.com
Resumo: Partindo do princípio de que nenhuma análise literária prescinde de uma conceituação do estatuto essencialmente lírico da linguagem poética, a presente pesquisa tem como objetivo analisar a relação entre o lirismo e o fazer poético presente no poema Desperdiçada Paisagem, presente em Película (2008), livro da poeta Vera Romariz. A pesquisa segue a linha de estudos em poesia alagoana, no âmbito dos Estudos Culturais, com ênfase em destacar a forma e o conteúdo poéticos. Acreditando que essa relação traz marcas líricas e subjetivas, tão necessárias ao poema, evidenciando que a linguagem não apenas reproduz a realidade, mas a recria a partir dela e dos sentidos que emergem da palavra nascente, como se os acontecimentos e os fatos exteriores fossem necessários à expressão da poeta. Dessa forma a linguagem lírica se sobressai quando uma imagem exterior faz vir à tona o sujeito lírico, revelando-se através da palavra. Nessa pesquisa, a perspectiva de olharmos a linguagem poética da autora de Quase pássaro se dá pela necessidade de observar as palavras, e como estas se apresentam de forma imprecisa, individual e subjetiva, difícil de ser aprisionada a um determinado significado. Para isso tomamos o pensamento de Octávio Paz (1982) sobre a linguagem e em C. Segre (1989) sobre a necessária subjetividade na tessitura do poema, assim como o conceito de lirismo em Hegel, presente no ensaio de Silva (2007) e a construção formal do verso moderno em Chamie (1997) e em Bandeira (1997). Palavras-Chave: Linguagem.Lirismo. Poesia alagoana. Vera Romariz.
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ENSINO DE LITERATURA NA ESCOLA: UMA ANÁLISE DAS METODOLOGIAS APLICADAS NUMA ESCOLA DO ALTO SERTÃO ALAGOANO Maria da Conceição de Aquino Batista – UFAL – Campus do Sertão maria.aquino26@hotmail.com Resumo: Sabe-se que ao longo da trajetória escolar, da educação infantil ao ensino médio, a prática da leitura e escrita literária deveria ser mais valorizada como meio do educando desenvolver as competências que o PCNEM (Parâmetro Curricular Nacional do Ensino Médio, 2000) prega: a capacidade de “analisar, interpretar e aplicar os recursos expressivos da linguagem, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função, organização das manifestações [...]”. Mas o que se pode observar, é que, o ensino de literatura, acaba se tornando um ensino fragmentado, da qual as primeiras aulas voltam-se “para a construção de alguns conceitos básicos relativos à teoria literária e à teoria da comunicação, considerados ferramentas indispensáveis para lidar com o texto literário” (CEREJA 2005, p. 55), em que o texto literário serve-se muitas vezes de objeto para ensinar o aluno a maneira certa de escrever e falar. Deste modo, as competências que o PCNEM salienta serão difíceis de ser concretizadas, se a escola ainda continuar com uma visão de literatura considerada como um conjunto de textos a ser admirado, caracterizada por um ‘bom estilo’ (ROUXEL apud MARTINS, 2006, p. 85). Levando em conta tal problemática é interessante se questionar: Por que o ensino de literatura é visto como um pretexto para se trabalhar outros assuntos? Será que na Escola Estadual Monsenhor Sebastião Alves Bezerra o ensino de literatura é trabalhado dessa forma? Para responder tal problemática, este trabalho se baseará em uma pesquisa de campo, especificamente, em uma aplicação de questionários com uma turma do ensino médio, um professor de Língua Portuguesa e a gestão pedagógica da escola, para verificar se o ensino de literatura está servindo de pretexto ou estratégia para o estudo de outros objetos. Palavras-chaves: ensino, literatura, ensino médio.
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O POEMA, O HIBRIDISMO E A QUESTÃO SOCIAL: UMA ANALISE DO POEMA "MORTE DO LEITEIRO" DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE Fernanda Alves-UFAL-Campus Sertão fernandinhalves.jhs@hotmail.com Mércia Delgado-UFAL-Campus Sertão mercynhadelgado@hotmail.com . Resumo: Com a frequente discussão referente ao hibridismo de gêneros contrapondo-se a “pureza” das obras, e com isso, a sua valorização e superioridade em relação as que não obedecem às leis fixas do gênero ao produzir poesia, é possível perceber que tratando-se de um estudo antigo surgido desde a Antiguidade Greco-romana, ainda hoje continua um assunto gerador de polêmicas pois muitos acreditam e defendem a imutabilidade dos gêneros como via única de produção artística literária . Além disso, cabe também ressaltar que é a partir da ruptura das normas que o poeta se encontra mais livre, ele passa a ser tomado unicamente pela sensibilidade da arte como via única de sua manifestação artística enquanto símbolo e comunicação, pois este não preso a regras desvinculará uma “relação entre artista, obra e público” (CANDIDO, 2000). Sendo assim, objetivamos no presente artigo expor as diferentes vertentes de análise possíveis ao poema “Morte do leiteiro” de Carlos Drummond de Andrade, desde o hibridismo dos gêneros à possível denúncia as injustiças sociais articuladas ao conteúdo do poema em análise. O estudo tem leituras relevantes como o estilo literário da época em que o poema e o seu autor fez parte, o Modernismo, escola que rompeu com a “pureza” e produziu uma “poesia impura” anunciou a liberdade artística. O estudo tem como base autores como Angélica Soares (2007), Alfredo Bosi (2002) Adorno (2003), Antonio Candido (2000), entre outros. A conclusão é que através das análises realizadas, podemos abordar a partir do poema o hibridismo dos gêneros literários, acreditando que o autor Drummond usou o hibridismo (Lírico, Drama e Narrativa) para quebrar com as regras inflexíveis, provando que o poeta pode muito mais quando o mesmo encontra-se liberto de regras e normas e a partir dessa liberdade de produzir arte, passar também a denunciar por meio da arte as injustiças sociais presente em nossa sociedade.
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Palavras-chave: Gêneros literários; poesia, hibridismo; Carlos Drummond
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O INVERNO E A LINGUAGEM MODERNISTA DE JORGE DE LIMA
Ana Lúcia de Andrade Rodrigues – UFAL – Campus do Sertão luciandrade10@gmail.com
Aluna do curso de LetrasPortuguês da Universidade Federal de Alagoas- UFALCampus do Sertão. Trabalho apresentado à disciplina Projetos Integradores 5 – Estudo do poema – sob a orientação do prof. Dr. Márcio Ferreira da Silva.
Resumo: A poesia é uma das formas de expressão há muito usada pelos poetas. A partir delas é possível externar sentimentos, tais como: admiração, declarar amor, engrandecer algo, declarar sua religiosidade ou ainda tecer críticas. E pensando nas cargas semânticas que um poema possui, a pesquisa busca analisar aqui o poema Inverno, do modernista Jorge de Lima, considerando a forma e a linguagem presentes na construção poética. Essa última que transborda a partir de elementos diversos que o poema contempla, tais como o social, a religiosidade e a natureza, traços característicos do período moderno. Estes que vêm tratar de uma temática muito discutida nos dias atuais, como a chuva/inverno em algumas regiões, ou ausência desses em outras, sobretudo nas regiões áridas do Nordeste brasileiro. Assim, objetivamos compreender como esses elementos marcam e como denunciam as relações de traços verossímeis do eu lírico com o externo, possíveis quando nos referimos ao fazer poético. Assim faz o poeta através da poesia. Para tanto nos apoiaremos no pensamento teórico de Goldstein (2002), de Paz (1982), de Williams (2006), de Moisés (2013) e de Bosi (2006). Palavras-chave. Poesia; verossimilhança; sociocultural; Jorge de Lima.
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DA LITERATURA AO CINEMA: UMA ANÁLISE DA ADAPTAÇÃO DOS ASPECTOS LITERÁRIOS EM “FARPA” Mayara Adriely Lima de Souza – UFAL – Campus Sertão mayaraadriely@gmail.com Aline de Souza Amaral – UFAL – Campus Sertão alyneamaral91@hotmail.com
Resumo: Com o advento do cinema muitas obras literárias passam a ser adaptadas de forma que acabam perdendo, muitas vezes, características que se distanciam ou não das ideias originais. O conceito de adaptação é, na maioria das vezes, associado a ideia de fidelidade e equivalência ao texto literário. Nesse sentido, entende-se que não há adaptação literal, mas adaptações que buscam, ao menos, trazer uma nova forma de enxergar a obra literária. Com isso, nas diversas adaptações de obras literárias muitos aspectos se perdem e outros são acrescentados: personagens, tempo, espaço são adaptados fazendo com que a adaptação cinematográfica fique coerente, entendendo que se trata de signos diferentes. Neste sentido, este estudo pretende analisar o filme Farpa, de Henrique Oliveira, em relação à obra Maria Flor etc., de Arriete Vilela. Diante disso, surge a seguinte problemática: como ocorreu a adaptação dos aspectos literários de Maria Flor etc. no filme Farpa? Para responder a tal indagação, pretende-se utilizar a teoria da adaptação de Linda Hutheon (2013), baseando-se no que ela define de transcodificação ou transposição intersemiótica, que ganha sentidos específicos, diferentemente da anunciada e extensiva. O estudo se baseará, também, em Stam (2006), Pellegrini (2003) e Silva (2013). A conclusão é de que quando acontece a adaptação através da transposição intersemiótica os aspectos literários ganham novos moldes, e por se tratar de um livro de contos, muitos personagens se perderam e outros sobressaíram, de acordo com o objetivo pretendido pelo adaptador. Palavras-chave: Adaptação, Fidelidade, Farpa.
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RECITA SERTÃO UMA INICIAÇÃO À TRADIÇÃO POÉTICA NORDESTINA Deuzânia Alves dos Santos Silva Heloísa Cecilia de Araújo Silva Marcos Alexandre de Morais
Este estudo foi também desenvolvido por Fernanda Alves de Souza, Heloísa Maria José da Silva Santos e Suzi Mariana Bezerra Gomes
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No Nordeste, a cantoria e a Literatura de Cordel, com matrizes que remontam ao romanceiro luso-espanhol medievo, permanecem profundas manifestações estéticas do imaginário popular. Povoada por factos do quotidiano, bem como por acontecimentos históricos, a narrativa popular em versos do cordel possui uma rica série temática. Heróis ou anti-heróis do Sertão, os mitos do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, e do líder António Conselheiro já serviram como tema a várias gerações de cordelistas. A cantoria e a Literatura de Cordel, com matrizes que remontam ao romanceiro luso-espanhol medievo, permanecem profundas manifestações estéticas do imaginário popular. Povoada por factos do quotidiano, bem como por acontecimentos históricos, a narrativa popular em versos do cordel possui uma rica série temática. Heróis ou anti-heróis do Sertão, os mitos do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, e do líder António Conselheiro já serviram como tema a várias gerações de cordelistas. Também as lendas locais e a complexa religiosidade nordestina são motivos recorrentes para os impressos artesanais. Pertencente a uma plêiade de poetas e músicos, o crítico Ezra Pound indica-nos que, para uma verdadeira compreensão da natureza poética, é mister uma sensibilização musical e, consequentemente, o culto da oralidade poética. A poesia, como no passado, remontando à arte de Orpheu, precisa ser cantada, recitada. Pound enfatiza a necessidade do exercício da audição para uma melhor compreensão filológica. Como o poeta norte americano Ezra Pound, pensamos que o cultivo da oralidade estética é fundamental para formarmos apreciadores da linguagem poética. Parece-nos, por isso, que um CAMPUS implantado no Sertão, espaço simbólico de grandes artistas e do imaginário popular, deve fomentar este gosto pela oralidade poética. Assim, o projeto possui um grupo de recital, composto por alunos declamadores, cujo repertório integra composições da literatura brasileira com temáticas ou cenários reportando, fundamentalmente, ao imaginário nordestino. O grupo, além das atuações no próprio CAMPUS da UFAL, faz digressões pelas escolas públicas da região. Palavras-chave: Literatura. Identidade. Oralidade. Sertão.
Estudos em Linguagem do Sertão - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL) - Campus Sertão © Elis2014
INSÍGNIAS DO SERTÃO: LITERATURA, CULTURA E IDENTIDADE NO CANCIONEIRO POPULAR Maria José da Silva Santos¹ (mariiasilva@outlook.com) Suzi Mariana Bezerra Gomes suzimariana-s@hotmail.com Prof. Dr. Marcos Alexandre de Morais Cunha² (marcosrecifeporto@hotmail.com)
Resumo: O Nordeste brasileiro, fundamentalmente o seu interior, o Sertão, mantém-se, apesar do embate face à globalização e à cultura de massa, como um pólo indiscutível de movimentos de cultura popular. Um espaço simbólico de uma tradição que tem sido guardiã de valores, inspirando intelectuais e artistas das mais diversas expressões na busca de uma mítica identidade nacional. Assim, na sua senda primitiva, o Nordeste interiorano contemplaria um espaço-tempo preservado do grande desenvolvimento, uma reserva das autênticas manifestações populares artesanais, antagônicas à implacabilidade de uma indústria cultural multifacetada. Não é por acaso que, pela sua aura originária, pela sua beleza austera, pela riqueza da sua cultura popular povoada por mitos, bem como pelo seu realismo épico, o Sertão nordestino tem sido o motivo de algumas das principais obras artísticas realizadas no Brasil. Ariano Suassuna, há muito defensor dos valores nordestinos, registaria assim, em expressão poética, a vocação épica da região: “O sertão, ao mesmo tempo desértico, grandioso e épico na seca, belo gracioso e fértil quando fecundado pelas chuvas de Inverno”3. Tendo o Sertão como imaginário, Ariano, a 18 de Outubro de 1970, na Concatedral de São Pedro dos Clérigos ─ arquitetada e elevada no século XVIII, com direito a acordes barrocos ─ lança no Recife o Manifesto Armorial. A proposta armorial ─ a fusão do erudito e do popular a partir do imaginário nordestino vertido na literatura de cordel ─ apresenta-se particularmente pertinente para o Grupo de Estudos Poéticos do Sertão que, trabalhando em linhas de pesquisa como poética, cultura e identidade, busca preservar a memória, ao mesmo tempo em que visa resgatar a produção cultural poética nordestina, sobretudo do entorno do Campus da UFAL do Sertão, tendo como base o cancioneiro popular, sem esquecer o patrimônio poético de poetas mais canônicos que também têm parte de sua obra visitada pelo imaginário sertanejo.
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Palavras-chave: Literatura; Sertão; Cordel; Cultura Popular; Identidade.
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Comissão Organizadora Prof. Msc. Cezar Alexandre Neri Santos Profa. Msc. Fábia Fulni-ô Prof. Dr. Ismar Inácio dos Santos Filho Prof. Dr. Marcos Alexandre de Morais Cunha Prof. Dr. Márcio Ferreira da Silva Profa. Msc. Thaysa Oliveira Barbosa Prof. Msc. Thiago Trindade
Comissão Científica Prof. Msc. Cezar Alexandre Neri Santos Profa. Msc. Fábia Fulni-ô Prof. Dr. Ismar Inácio dos Santos Filho Prof. Dr. Marcos Alexandre de Morais Cunha Prof. Dr. Márcio Ferreira da Silva Profa. Msc. Thaysa Oliveira Barbosa Prof. Msc. Thiago Trindade