Revista Pequenos Grupos 2016

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MENSAGEM

Focados no Cuidado Mútuo

Pr. OSMAR BORGES LÍDER DE MINIS TÉRIO PE SSOAL - ULB

“Não sei. Acaso sou eu o guardador de meu irmão?” (Gn.4:9). A resposta de Caim à pergunta de Deus pode retratar de forma bem apropriada a realidade de nossas comunidades. Apesar de nos reunirmos em grupos cada vez maiores em nossas congregações parece não haver conexões entre nós. Se investirmos um tempo para conversar com algumas pessoas veremos que, apesar de serem assíduas às reuniões, elas apresentarão necessidades básicas de: amizade, atenção, valorização, ou seja pastoreio e compaixão. Nosso problema talvez esteja no pensamento que incorporamos de que o pastoreio é atribuição da classe assalariada de nosso ministério. “Pensai nisso, e então considerai quão pouco estamos dispostos a sacrificar pela salvação das preciosas almas que nos rodeiam. Não somos obrigados a ir para longe de casa, numa viagem longa e tediosa, para salvar a vida de um mortal a perecer. Às nossas próprias portas, em todo o nosso redor, por todos os lados, há almas a serem salvas, almas que perecem – homens e mulheres a morrerem sem esperança, sem Deus – e no entanto não nos sentimos preocupados, dizendo virtualmente por nossas ações, se não por palavras: "Sou eu guardador de meu irmão?" Gên. 4:9. Aqueles homens que perderam a vida na tentativa de salvar outros, são elogiados pelo mundo, como

heróis e mártires.” Serviço Cristão, 93. Uma igreja que viva em comunidade focada no cuidado mútuo é o sonho da União Leste Brasileira. Hoje somos cerca de 10.000 pastores, coordenadores e líderes de Pequenos Grupos e nosso maior desafio é entendermos que não fomos chamados para a manutenção de uma reunião semanal, mas, para pastorear a igreja de Deus no cuidado com as ovelhas e atente-las em suas necessidades, não esquecendo porém, que nossas ações não podem se restringir aos que já aceitaram a Cristo como Salvador, mas também a comunidade em que estamos inseridos. Neste caso é a compaixão que nos fará relevantes para a sociedade.

U N I ÃO L E S TE B RA S I L E I RA

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Nossa Missão

Nossa Rede de Comunidade

Fazer Discípulos através da Comunhão do Relacionamento e da Missão.

1 – NA UNIÃO LESTE BRASILEIRA:

Nossas Metas COMUNHÃO 51% dos membros assinando e estudando a lição da Escola Sabatina. RELACIONAMENTO Cada pastor distrital 01 (um) Pequeno Grupo Protótipo por ano.

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Administradores e Departamentais reunidos uma vez por semana em Pequeno Grupo. 2 – NAS ASSOCIAÇÕES E MISSÕES: Administradores e Departamentais reunidos às Terças-feiras em Pequenos Grupos. 3 – NAS REGIÕES DOS CAMPOS: Pastores Distritais reunidos às quintasfeiras em Pequenos Grupos Pastorais. 4 – NOS DISTRITOS PASTORAIS: Cada Pastor com uma reunião semanal de Pequeno Grupo Protótipo.

MISSÃO

5 – NA IGREJA LOCAL:

Aumentar de 9.2 para 8.4 membros testemunhando para ganhar uma pessoa.

Líderes Treinados reunidos semanalmente com seu Pequeno Grupo.

U N IÃO LEST E BRASILEIRA

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SEMINÁRIO

Discipulado – A Grande Jornada!

EVERON DONATO MIPES -DSA

Recentemente conheci a história de um atleta brasileiro que me deixou encantando pelo seu exemplo de dedicação e perseverança. Ele participou de uma corrida desafiadora no deserto do Atacama, no Chile, a 2,4 mil metros de altitude. Um cenário tão bonito quanto hostil, usado pela Nasa, a Agência Espacial Americana, para pesquisas sobre a vida em Marte. O local é seco, muito seco. Faz frio à noite, de 5ºC, e calor de 40ºC de dia. Agora imagine disputar, no Atacama, uma prova de 250 quilômetros de extensão. Correndo, quando é possível correr. Caminhando, na maior parte dos sete dias de competição. Uma prova para superatletas. E, entre os mais de 200, de 40 países, estava Vladmi, um colecionador de vitórias. Ele já venceu, na categoria dele, algumas das maratonas mais importantes do mundo. Vladmi não correu sozinho, pois é cego. A americana Erin Leigth o acompanhou o tempo todo. Os dois ligados por uma corda. Ela estava ali para guiá-lo. Juntos completaram os 250 quilômetros no deserto.1 A história desse atleta ilustra muita bem o que significa o discipulado. Ele precisou de um guia para cruzar a linha de chegada. Sem a condução de uma outra pessoa que tivesse a visão do todo, Vladmi não iria muito longe na competição. De acordo com o autor de Hebreus (12:1), a vida cristã está mais para uma maratona do que para uma corrida de 100 metros rasos. É uma jornada e não um acontecimento. Por isso, precisamos de guias e precisamos ser guias (discipuladores) para outros.

O discipulado é a jornada e a corda é o relacionamento que nos mantém unidos ao próximo na maratona para o céu. Como posso ser guiado e guiar outros na jornada do discipulado? É preciso ter em mente que o discipulado acontece em 5 contextos: 1. Público 2. Social 3. Pessoal 4. Transparente 5. Divino PARA ENTENDER MELHOR O QUE ISSO SIGNIFICA, VAMOS DEFINIR OS 5 CONTEXTOS:

1. CONTEXTO PÚBLICO é onde as pessoas se reúnem em um grupo maior de expressão pública. 2. CONTEXTO SOCIAL ou ESTRATÉGICO é quando de 20 a 70 pessoas se reúnem, compartilhando quem elas são, desta forma construindo afinidade. 3. CONTEXTO PESSOAL é um grupo de 3 a 12

¹ Citado de http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/11/maratonista-brasileiro-cego-conclui-prova-de-250-quilometros-no-atacama.html U N I ÃO L E S TE B RA S I L E I RA

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SEMINÁRIO 1

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Discipula do – A Gran d e Jo rn ad a!

pessoas, revelando informações privadas, pessoais. 4. CONTEXTO TRANSPARENTE é a abertura completa nas relações mais próximas. 5. CONTEXTO DIVINO é estar sozinho com Deus. Intencionalmente sentar e apreciar Sua presença.2 ESTES CONTEXTOS ESTÃO EXPRESSOS NO NOVO TESTAMENTO, VEJAMOS:

1. Contexto Público Mateus 5:1-2 – Sermão da Montanha Atos 1:15 – os cento e vinte e a igreja primitiva 2. Contexto social ou estratégico Lucas 10:1 – Jesus e o envio dos 70 3. Contexto Pessoal Marcos 3:13 e 14 – Jesus e os 12 João 13 – Lavando os pés dos discípulos 4. Contexto transparente Lucas 9:28-36 – Jesus e os 3 na Transfiguração Marcos 10:35-45 – O pedido de Tiago e João Mateus 26:36-38 – Jesus pede apoio de oração no Getsêmani 5. Contexto Divino Marcos 1:35 – Jesus em comunhão com o Pai por meio da oração Lucas 6:12 – Antes de chamar os doze OS CINCO CONTEXTOS DO DISCIPULADO PODEM SER APLICADOS NA IGREJA DA SEGUINTE MANEIRA:

a) Sábados A reunião dos 120. Momento em que a igreja se expressa publicamente. A igreja deve ser um ambiente para que o discipulado flua. Contudo, não podemos esperar que este contexto cumpra o discipulado isoladamente. b) Comunidade Missional O elo que falta na maioria das igrejas! Aqui está uma alusão clara ao grupo dos 70, organizados em unidades menores de 2 em 2. O grupo tático de Jesus para estrategicamente expandir o Reino de Deus. c) Pequeno Grupo De 3 a 12 pessoas. Ambiente de pastoreio e desenvolvimento da vida em comunidade. Permite

que muitos cresçam na fé para alcançar a maturidade espiritual. d) Mentoria De 1 a 3 pessoas. Nesse contexto há uma referência ao discipulado personalizado, um a um. As relações são transparentes e o discipulador e discípulo se encontram não apenas para ministrar a Palavra, mas para estabelecer prestação de contas na vida espiritual em um processo de transferência de vida. e) Caminhada Pessoal Este contexto impacta diretamente cada um dos outros quatro contextos. É a relação pessoal com Deus que faz arder o coração do discípulo. Perceba que em cada contexto encontramos números que representam diferentes estágios. Isso indica pelo menos três coisas: A. Cristo tinha uma estratégia relacional por trás desses números (1, 3, 12, 70, 120) que são necessários para a expansão do Reino. “A ênfase não está nos números, mas no discipulado, na comunidade e no foco missional desses agrupamentos”. B. Devemos parar de esperar discipulado COMPLETO DE APENAS UM OU DOIS CONTEXTOS! Devemos começar com um ritmo sustentável da igreja que lhe dá todos os cinco contextos e capacita os crentes a desempenhar a sua parte em discipular outros! C. A igreja não deveria ser estática. Cada um desses contextos discipulador dava dinamismo a igreja. A igreja do Novo Testamento não era a igreja de um único dia, porque cada discípulo se movia nesses diferentes estágios. Talvez seja essa uma das razões pela qual os seguidores de Jesus eram chamados de “os que pertenciam ao Caminho”, pois a igreja era uma comunidade de discípulos que exercia seu ministério em constante movimento. Possivelmente você não está atravessando o deserto do Atacama, mas todos estamos atravessando o deserto desse mundo em direção a Nova Jerusalém. Precisamos de Cristo como nosso principal Guia, contudo ele se manifesta na vida de Seus discípulos que se propõem a cumprir a Comissão. Busque a Deus para viver um discipulado dinâmico em cada um dos 5 contextos e amarre uma corda espiritual conduzindo alguém na maratona para o céu.

² Alex Absalom. Exponential Conference – Abril de 2015. Mais informações em www.discipleship.org ³ Beckham, William A. – A segunda reforma estágio 2, p. 44. 12

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