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O apartamento do arquiteto

MIX & Com mescla de estilos e muita personalidade, o novo apartamento do arquiteto MATCH Francisco Palmeiro ousa ao apresentar combinações inusitadas, mas com muita harmonia

Por Carolina Pavaro | Fotos: Juliano Colodeti/MCA Estúdio

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Ao demolir paredes, o arquiteto deixa a luz natural invadir o apê, que ganhou um clima de loft

Localizado no Posto 5, em Copacabana, no Rio de Janeiro, este apartamento de 70 m² é a nova morada do arquiteto carioca Francisco Palmeiro. Ele acaba de finalizar uma grande reforma que transformou a planta originalmente com dois quartos, sala, cozinha e dependências num espaço com ambientes totalmente integrados. “Logo na primeira visita que fiz ao imóvel vi potencial para uma transformação radical”, lembra ele.

O arquiteto Francisco Palmeiro, na rede, ao lado de seu companheiro, o coreógrafo e paisagista João Saldanha, que concebeu o jardim de inverno do apê. Ao lado, delimitada pelo piso frio, a urban jungle invade a casa e se estende por toda a parede da fachada

Com uma bem orquestrada mescla de estilos, o décor reúne peças produzidas a partir de garimpos, como o nicho aéreo de fundo espelhado, acima da cama, que expõe a coleção de esculturas de galinha d’Angola

Ao demolir as paredes, Francisco criou um jardim de inverno, delimitado por um piso frio de cor clara, que se estende por toda a parede da fachada abraçado por três janelas com vista para o mar. A integração dos espaços também favoreceu a entrada de luz natural em áreas antes escuras, de onde hoje se tem, inclusive, a vista do céu, já que o apartamento fica no penúltimo andar do edifício.

Sem rótulos, o décor transita por diferentes estilos, com muita autenticidade

Como todos os itens que compõem a decoração já eram do acervo do morador, Francisco concentrou seus investimentos em novos estofados, marcenaria, serralheria, instalação de luminárias, espelhos e finalização do paisagismo. “O fato de eu ser o proprietário me deu total liberdade no processo de criação. Anteriormente, o imóvel era um espaço convencional, compartimentado. Atualmente, é uma residência diferenciada, com circulação e muita personalidade”, festeja.

Com um colorido incrível e repleto de peças de valor afetivo, o décor “sem rótulos”, como Francisco define, flerta com o boho chic e transita pelo vintage e o industrial, criando combinações inusitadas com muita harmonia.

Os tons de verde predominam em todo o apartamento, misturados a outras cores marcantes

“A mesa de canto em Pinho de Riga que ganhei de meu pai, a escrivaninha de estilo neoclássica da vovó e a mesa de centro do designer italiano Willy Rizzo que ganhei de minha tia, a arquiteta Heloísa Prado Lopes, são os meus principais xodós. A cristaleira art deco da cozinha foi o primeiro móvel que adquiri, quando eu tinha 28 anos. Também tenho um afeto muito especial por ela”, enumera ele.

No apartamento também é possível encontrar vários objetos produzidos a partir de garimpos em caçamba

de lixo e restos de obras, como o nicho aéreo de fundo espelhado, acima da cama, que expõe uma coleção de esculturas de galinha d’Angola.

Francisco destaca ainda as paredes que foram descascadas e hoje são de concreto aparente e as chapas de aço (também aparentes) usadas no reforço estrutural do vão, em contraste com o papel de parede do lavabo, com estampa criada pela arquiteta iraquiana Zaha Hadid. “Toda essa mistura de referências produz um ambiente acolhedor e ainda possibilita escolhas diversas, conforme o olhar de quem observa”, avalia.

Ao lado, a decoração afetiva permeia todo o apê. Essa cristaleira art deco, da cozinha, foi o primeiro móvel comprado por Francisco, quando tinha 28 anos. No lavabo (acima) as paredes descascadas de concreto aparente contrastam com o papel de parede com estampa criada pela arquiteta iraquiana Zaha Hadid

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