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Coloridos e estampados

PONTO DE ATRAÇÃO

Elemento indispensável na decoração, o tapete tem todos os artifícios para ser considerado o ponto de destaque dos projetos, trazendo conforto, aconchego e sofisticação. Sua história começou há 2.500 anos no Oriente e hoje conquistou o mundo com cores, padronagens e estampas sintonizadas com as tendências atuais. Nesta seleção, reunimos ambientes de encher os olhos, onde os modelos escolhidos viraram os protagonistas da cena. Inspire-se e confira ainda as dicas de experts no assunto!

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Por Dan Brunini e Luciana Porfírio

MISTURAR É MAIS QUE BEM-VINDO Na reforma do apartamento ao lado, assinado pela arquiteta Helô Marques, as opções coloridas (By Kamy) foram “amor à primeira vista” e deram o tom na decoração do living. “Essa peça deve ser escolhida como algo que vem para complementar e harmonizar com todo o resto da decoração. Não necessariamente precisamos escolher um único modelo”, orienta Helô. “Nesta sala, selecionamos dois tipos grandes, com estampas e cores diferentes, mas que harmonizaram e deram um ar descolado”, continua. Chamam a atenção os grandes sofás, como o modelo azul marinho (Decameron), que, por ser num tom mais escuro, permite que as crianças brinquem tranquilamente. Outro detalhe é a prateleira que contorna a sala e tem tripla função: complementa a iluminação, funciona como cortineiro e abriga os objetos queridinhos de viagens.

ENTRE AS TENDÊNCIAS DE TAPETE ESTÃO O PADRÃO GEOMÉTRICO, O EFEITO OMBRÉ OU DEGRADÊ, ALÉM DAS TONALIDADES FORTES E DO ALTO RELEVO

Barbara Dundes, arquiteta

SOBREPOSIÇÃO DE CORES E FORMAS Na reforma deste apartamento de 209 m², a arquiteta Barbara Dundes inovou na sala de estar ao sobrepor dois tapetes com texturas e formatos diferentes, usando-os para a divisão dos ambientes. Ambos da By Kamy, um retangular em tom cru e o outro redondo e colorido, brincam com o tamanho do espaço, tornando-o mais aconchegante. Em frente à lareira, poltronas assinadas por grandes designers: a famosa Pelicano, de Jorge Elmor (Novo Ambiente), o modelo Cora, de Bruno Faucz (Breton) e a Bombom, do designer Paulo Alves.

TEXTURAS E CORES AQUECEM A SALA Uma das peças mais importantes num projeto de interiores, o tapete pode fazer com que as cores de outros elementos da decoração sejam ressaltadas. Prova disso é o projeto de reforma deste apartamento assinado por Vanessa Larré, onde o living virou o ponto de encontro da família. Minimalista, o ambiente conta com peças assinadas por grandes designers, como a bancada baixa de Jader Almeida, além das poltronas Diz, Mole e o banco Mocho, de Sergio Rodrigues. Um espaço assim precisava de um tapete à altura; dessa forma foi escolhido um modelo desenhado por Evangelina Guerra, que homenageia o pintor neerlandês modernista Mondrian. De fibra de taboa, ele é fabricado pela Trapos&Fiapos (Oriente-se). “Os tapetes naturais são os mais bonitos. Com as novas tecnologias, podemos blindá-los ainda mais nesse momento de pandemia, no qual a higiene é fundamental, explica.

TAPETES NATURAIS SEMPRE ESTARÃO EM ALTA COM AS SUAS TONALIDADES, TEXTURAS E ASPECTOS ÚNICOS

Vanessa Larré

Foto: Julia Ribeiro

PONTO PRINCIPAL DE ACONCHEGO A sala ampla e bem iluminada, com uma lareira contornada pela madeira de demolição e mobiliário de grandes designers brasileiros, ganhou um elemento que jamais passa despercebido. Encarregados pela reforma do apartamento de 580 m², o Studio Ana Veirano e o escritório PA Interiores escolheram um tapete Bamboo Silk indiano, da Botteh Tapetes. Com dimensões generosas, nada menos do que 5 x 3 m, ele foi escolhido após a chegada dos móveis, tornandose a peça-chave da decoração. “Estão em alta os tapetes com cor marcante e ao mesmo tempo os neutros, em função das tramas e ausência de geometria. Esses modelos trazem o toque de alegria sem pesar”, explica Ana Veirano.

DIFERENTE DE OUTROS PERÍODOS, ONDE TIVEMOS O PREDOMÍNIO DOS MODELOS ORIENTAIS, HOJE, DEPENDENDO DO AMBIENTE E DA PROPOSTA DESEJADA, TODOS OS TIPOS DE TAPETES SÃO PERMITIDOS

Diego Revollo, arquiteto GALERIA DE ARTE DENTRO DE CASA A combinação de tapetes para demarcação de ambientes funciona muito bem; prova disso é este projeto assinado por Diego Revollo. Na reforma do apartamento de 200 m², a sala de estar com TV passou a ficar integrada à sala de jantar. Sobre o piso de cumaru, o arquiteto elegeu um modelo de lã cinza (5,2 x 3,5 m), e, para dar um toque de cor, sobrepôs um tapete de lã e seda azul (3,05 x 2,45 m), dobradinha que parece uma obra de arte no chão (ambos são da Botteh). Também marcam presença no ambiente o painel de marcenaria com relevo em laca cinza acetinada, spots embutidos no forro de gesso com foco orientável e pendente com hastes horizontais deslocadas.

VALORIZAÇÃO DO ARTESANAL E SUSTENTÁVEL O apartamento era novo e havia sido entregue pela construtora sem grandes atrativos. Assim, Luiza Amaral e Fernanda Nasser, da Concretize Interiores, foram convocadas para comandar a reforma e preencher os espaços com estilo e alegria. No living, investiram na mistura de tons fortes em peças pontuais, como o grande tapete (4,5 x 3,5 m), produzido pela Koord, uma empresa que valoriza a mão-de-obra de pessoas em vulnerabilidade social. A peça leva algodão reciclado, em tear manual, usando a técnica do kilim. “Ela faz sentido para o cliente que se importa tanto com a sustentabilidade como com as questões sociais, o que está em alta atualmente”, explica Fernanda. Trazendo um tom neutro, os azulejos da linha Athos Bulcão (Portobello) criam um painel que esconde a porta que leva à área íntima. Na coluna, revestimento cimentício da Castelatto.

Foto: Júlia Ribeiro

IDENTIDADE PRÓPRIA E MUITA ELEGÂNCIA O tapete é uma ótima forma de trazer personalidade ao ambiente, como prova este projeto de reforma assinado pela arquiteta Cristiane Schiavoni, em São Paulo. Atendendo ao pedido da moradora, a sala de estar recebeu materiais neutros, como o porcelanato Roca (Mais Revestimentos), a cortina de linho sintético (Caran), o sofá da Breton e a mesa de centro da Saccaro. Segundo a profissional, o tapete, com um tom vibrante de azul, funcionou como ponto de cor na finalização do espaço. Feito em nylon, a peça (3,80 x 3,20 m) é da Santa Mônica. “Ele serve para delimitar a área, além de trazer conforto térmico, pois é muito gostoso para relaxar”, comenta Cristiane.

ESTAMPA NO MOOD DA DECORAÇÃO Um generoso tapete deu o toque especial nesta sala de estar, assinada pelos arquitetos Alice Martins e Flávio Butti. “Como se trata de um ambiente com piso frio, escolhemos um modelo grande e colorido. Aliado ao revestimento de madeira na parede, ele abraçou o ambiente, proporcionando aconchego”, explica Alice. A moradora tem três filhos pequenos, por isso, os profissionais optaram por uma versão da Punto e Filo, feita de Nylon Antron, material de fácil manutenção. De formato retangular, ele traz tons em bordô, que combinam com as poltronas, mesa de centro e mesas laterais. Os sofás demarcam o ambiente e aparecem como uma base neutra, que ajuda na harmonia do conjunto.

ESTÃO EM ALTA OS MODELOS COM MENOS BRILHO E MAIS BAIXOS, POIS FACILITAM A LIMPEZA

Alice Martins e Flávio Butti, arquitetos da AMFB

ALTO CONTRASTE EM CADA DETALHE O apartamento de 250 m² era recém-entregue pela construtora e as arquitetas Monike Lafuente e Claudia Yamada, do Studio Tan-Gram, foram contratadas para comandar o projeto de reforma. Na varanda, partindo de uma base neutra, com porcelanato, marcenaria em carvalho natural e persianas brancas, a dupla optou por um tapete com cores contrastantes. No formato retangular (Punto e Filo), a peça é feita de nylon e chegou na etapa de finalização da obra. “Sempre recomendamos que os moradores escolham o tapete depois do mobiliário principal. Uma boa dica é que ele precisa ter, pelo menos, 20 cm de sobra embaixo do sofá, caso contrário fica parecendo uma calça curta”, brinca Monike.

TAPETES COM PADRÃO GEOMÉTRICO, NUANCES FORTES E EM ALTO RELEVO NUNCA CAEM EM DESUSO E ESTÃO SEMPRE ENTRE AS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS DE DECORAÇÃO

Julia Guadix, arquiteta do Liv’n Arq

Foto: Guilherme Pucci

CHEIO DE VIDA E ALEGRIA A reforma do apartamento de 72 m² estava a todo vapor, mas ainda faltava um detalhe. A sala de estar parecia muito clean, com tons de cinza na laje de concreto e amadeirado clarinho no mobiliário. Foi então que a arquiteta Julia Guadix, da Liv’n Arq, que assinou a obra, deu o toque final: escolheu um tapete azul, trazendo vida ao espaço. Feito 100% em chenille, com toque aveludado (Zarif Tapetes), tem pelo curto e é fácil de limpar.

REFÚGIO CONVIDA AO ACONCHEGO Perfeitas para passar as férias ou o final de semana longe da agitação da cidade, as casas de campo são sinônimos de conforto. E nada como um tapete – ou neste caso, dois! – para cumprir esse papel. Na reforma desta casa, assinada pelo arquiteto Rogerio Shinagawa, a sala de estar e TV vira uma grande varanda, quando os proprietários abrem todo o caixilho. Com 38 m², o espaço ganhou uma composição com dois tapetes retangulares (Phenicia). Um deles, de tom azul, marca o cantinho para as poltronas Bossa. “O maior é mais neutro e tem textura, enquanto o menor tem sua cor como ponto focal. Escolhemos fazendo uma sobreposição, pois a sala era comprida e estreita, então quebramos uma pouco essa sensação”, explica o profissional.

TUDO PARA CURTIR O SKYLINE EXUBERANTE Na reforma deste apartamento na Vila Madalena, em São Paulo, a vista era tão bela que a arquiteta Marcela Wandenkolk fez questão de integrar o terraço à sala de estar com cuidado e delicadeza. Para isso, revestiu o espaço com piso de madeira e usou móveis com linhas leves e em alturas mais baixas, para que todos pudessem vislumbrar o horizonte. Para arrematar, escolheu um tapete (2,5 x 2 m, da Buzinari) com desenho geométrico em nuances de azul, compondo com a paleta nada convencional. “Temos usado, cada vez mais, alternativas com cores e desenhos marcantes, mantendo o mobiliário neutro”, fala. “Se o morador, em algum momento, quiser mudar os tons do espaço, pode trocar apenas o tapete”, completa Marcela.

UM MODELO COLORIDO PODE SER UMA ÓTIMA FORMA DE DAR VIDA A UM AMBIENTE MAIS NEUTRO

Marcela Wandenkolk, arquiteta

Foto: Renato Navarro

BASE NEUTRA, MAS NADA CONVENCIONAL Um grande modelo gráfico (Mies Casa) chama a atenção neste projeto assinado pela arquiteta Beatriz Quinelato. Na reforma da sala de estar, o proprietário fez questão de incluir objetos de grande valor afetivo, como sua guitarra e a pintura do avô, Orlando Marcucci, aluno de Alfredo Volpi, que se acomodou atrás do sofá. A profissional explica que o tapete deve ser escolhido de acordo com o tamanho do cômodo. “Nesta sala, por exemplo, ele conecta o sofá aos móveis, trazendo sensação de aconchego e amplitude. É possível também, em caso de tapetes menores, fazer sobreposições com peças de diferentes tamanhos e texturas”, conclui Beatriz.

DE CARA NOVA E ARES MODERNOS Uma interessante paleta cromática norteou o retrofit desta casa, capitaneado por Newton Lima. Com 150 m², o imóvel ganhou em sua sala de estar peças de design assinado, como a mesa de centro de Giácomo Tomazzi (Allez), o móvel de Luis Pons (Vermeil), a luminária de Noemi Saga e fotografias de Tian Hsein. O tapete colorido (Tapetah) foi escolhido para contrastar com os elementos neutros do ambiente, como o sofá de linhas retas. Outro ponto levado em consideração foi a praticidade, tanto que ele é indicado para áreas externas.

PENSAR EM TAPETES DE MANUTENÇÃO DESCOMPLICADA PODE SER UMA DECISÃO ESTRATÉGICA, PRINCIPALMENTE QUANDO TEMOS CRIANÇAS E PETS EM CENA

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