Revista Exxtra 20

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Índice EDIÇÃO 20| MARÇO 2009

www.exxtra.com.br ECONOMIA 25 | Injeção de Dinheiro - Governo anuncia R$ 4,4 bilhões para recuperação da economia catarinense ENTREVISTA 26 | Ideli Salvati fala sobre sua atuação no Senado e futuro do PT em Santa Catarina ACONTECEU 28 | Luto na política catarinense Morre Geovah Amarante. 29 | Força Cooperada

06 | Palavra Deles 07 | Dois Toques 08 | Satélite 10 | Coluna Ivan Lopes da Silva 12 | Via Brasília GERAL 13 | Fogo Amigo no PMDB O efeito Jarbas em SC 14 | Pensões dos ex-governadores 15 | Os novos líderes na Assembleia 16 | Preço da Campanha - É preciso U$ 14,00 por voto para eleger um prefeito Afastado do Cargo - Reeleição está longe de consenso CAPA 17 | GALERIA DA VITÓRIA - Vitórias e derrotam formam novo quadro político em Santa Catarina É DESTAQUE 24 | Queridinho do Eleitor - Com 73,5% dos votos válidos prefeito de Palhoça é reeleito com o maior percentual de SC

GENTE 30 | Coluna dos bastidores 32 | De tudo um pouco, por Meg Gonzaga NACIONAL 33 | Campanha Explícita de Lula provoca oposição DIVERSOS 34 | Policiais multados 35 | Jorginho Mello agora é presidente da Assembleia 36 | Dinheiro - Orçamento do PMDB corresponde a mais do que o dobro do dinheiro público gasto pela Argentina em 2008 TURISMO 37 | Turismo é passaporte catarinense para ser sede da Copa do Mundo ESPECIAL 38 | Música - Aos 21 anos ela já lançou CD e faz sucesso

Editorial

A

pós um ano marcado pela nova conjuntura política municipal, a revista Exxtra volta a circular em 2009, agora mensalmente, levando até os leitores tudo sobre a política catarinense, os bastidores, as tendências, as ações e as propostas das principais autoridades e lideranças que fazem e projetam a história de nosso estado. Com mais variedade, a Exxtra firma um compromisso com os seus leitores, costurando diversidade sem perder o fio político, que sempre influenciou seu perfil editorial. Trata-se de um novo espaço de discussão, pautado pela seriedade e credibilidade das informações, vindas das diversas instituições públicas que norteiam o cenário político estadual e nacional. Nesta edição, especialmente, o destaque vai para os prefeitos eleitos e reeleitos que se destacaram entre os 293 vencedores, conquistando muito mais do que a vaga em questão, mas espaços significativos no mercado político, que certamente influenciarão o resultado do próximo embate, que acontece em 2010. Boa leitura. Ivan Lopes da Silva Diretor Geral

Diretor Geral: IVAN LOPES DA SILVA - Editora: SOLEDAD URRUTIA DE SOUSA - Administração: kARINA RAMOS - Publicidade: VERA SILVA SILVEIRA - Assinatura: LUCIANE JUNQUEIRA - Circulação: PATRÍCIA JUNQUEIRA. Endereço: Crispim Mira 124, Centro - Florianópolis - Santa Catarina - CEP 88020-540 - Fone: 48 - 39520012 - E-mail: redacao@exxtra.com.br Exxtra é uma publicação da Editora Exxtra, com dois xis e multimídia Ltda. A revista não se responsabiliza por conceitos emitidos em artigos assinados. Distribuição dirigida e comercial.

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Palavra deles “ O governador (Luiz

Henrique) nunca mais tocará naquela bandeira (da Aprasc), símbolo da entidade que quis calar.

Sargento Amauri Soares Soares, deputado estadual (PDT).

“ Estarei à disposição

de todos vocês como vice-governador, eventualmente governador interino e como governador do Estado, a partir de 2010. Por um ano, no mínimo.

“O candidato do PMDB ao

Leonel Pavan Pavan, vice-governador (PSDB).

governo sou eu. O prefeito Dário (Berger) terá papel importante no projeto do PMDB para Santa Catarina em 2010.

“ Se não encontrar

aliados, irei à luta sozinho (para governador, em 2010).”

Eduardo Pinho Moreira Moreira, presidente do PMDB.

Raimundo Colombo Colombo, senador presidente do DEM.

o manto da tragédia que “ Sob atingiu a gente catarinense, o governo (do Estado) aproveitou para fazer uma vergonhosa farra com renúncia fiscal e outras benesses para alguns privilegiados.

Joares Ponticelli, deputado estadual, presidente estadual do PP.

“ As regionais não podem ser transformadas em colocação para apadrinhados políticos sem a mínima qualificação.

Valdir Cobalchini, secretário de Estado de SC (PMDB).

“ Eu vou ser governador. Não sei

quanto, mas vou ser. Quando eu disse que seria prefeito de Florianópolis ninguém acreditou. Quando disputei a reeleição diziam para desistir porque eu perderia para o Amin. Eu vou ser governador em 2010 ou 2014 ou 2018 não sei quando, mas garanto que vou ser.

Dário Berger Berger, prefeito da Capital pelo (PMDB).

“ Não consigo imaginar a

história do Brasil e da América Latina sem relacionar com a do PT.

Décio Góes Góes. deputado estadual PT.

06| Março, 2009 | EXXTRA


Dois toques Sem Fundo Os diretórios regionais do PTN e do PHS, além do diretório municipal PCdoB de São Bento do Sul deverão ficar sem o repasse das cotas do Fundo Partidário. Os juízes do Pleno do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina acompanharam o voto do desembargador Newton Trisotto, que ao relatar os três casos rejeitou a prestação de contas do PTN e do PCdoB de São Bento do Sul, e considerou não prestadas as contas do PHS.

Deputado Kennedy Nunes

Veto do governador Após ser surpreendido pelo veto do governador Luiz Henrique (PMDB) ao Projeto de Lei Complementar nº 26/07, que restitui as regiões metropolitanas, o deputado estadual Kennedy Nunes (PP) disse que pretende sensibilizar a Federação Catarinense dos Municípios e os prefeitos para pressionarem os deputados a derrubarem o veto. Kennedy lembra que o Projeto das Regiões Metropolitanas foi aprovado por unanimidade na Assembléia Legislativa e discutido com o próprio governador. “O argumento de Luiz Henrique, agora, é que o projeto é inconstitucional, no entanto não há criação de cargos nem de despesas, por isso não é inconstitucional”, informa Kennedy.

Propaganda subliminar

No fim de 2007 uma vereadora do município de Biguaçu afixou cartazes na cidade contendo sua fotografia em destaque, junto aos dizeres: “Que haja a multiplicação de amor, paz, saúde e felicidade para um 2008 vitorioso – Votos de Salete Cardoso – Vereadora PSDB”. Os juízes do TRE/ SC confirmaram a multa aplicada pelo juízo da 2ª Zona Eleitoral à Salete Ondina Cardoso, no valor de R$ 21.282,00, por propaganda eleitoral realizada de forma subliminar e antes do período legal de campanha. De acordo com foto o juiz Samir Oséas Saad (foto foto), que relatou o processo, o impacto visual causado pela fotografia, que ocupa grande parte da placa, bem como o nome da vereadora, antecedido da palavra ‘votos’, revelam uma conotação eleitoreira implícita.

Desembargador João Souza Varella

Souza V arella toma posse Varella Em solenidade realizada na presidência do Tribunal de Justiça, no dia 3 de feveriro, o desembargador João Eduardo Souza Varella tomou posse no cargo de 1º Vice-Presidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Ele foi eleito na última sessão do Pleno, realizada no dia 28 de janeiro, por unanimidade de votos. O desembargador Nelson Juliano Schaefer Martins, em nome do TJ, fez o discurso em homenagem ao empossado. Registrou inicialmente os predicados do desembargador Alcides Aguiar, recentemente aposentado e antecessor no cargo, para em seguida destacar as principais qualidades do novo 1º Vice, entre as quais a sólida formação acadêmica.

Mau uso de dinheiro público O Projeto de Lei 4518/08, do deputado federal Lincoln Portela (PR-MG), aumenta a pena prevista para o mau uso de verbas públicas, agravando-as ainda mais quando se tratar de dinheiro destinado à educação ou à saúde. A proposta modifica o Código Penal (Decreto-Lei 2848/40), que prevê pena de um a três meses de detenção para o mau uso de dinheiro público. O projeto propõe pena de um a três anos de reclusão e multa, agravada para dois a quatro anos de reclusão e multa nos casos de verbas destinadas à saúde ou à educação.

POSITIVO Multa contra Farra do Boi O Estado de Santa Catarina terá que pagar multa superior a R$ 1 milhão por descumprir reiteradamente, de 1999 a 2006, determinação judicial de proibir a realização da Farra do Boi. A decisão foi tomada pelo juiz Luiz Felipe Siegert Schuch, titular da Vara de Rogatórios, Precatórios, Precatórias e Concordata da Comarca da Capital. Ele julgou improcedentes os embargos à execução opostospeloEstadocontraaAssociaçãodos AmigosdePetrópolis,SociedadeZoológica Educativa e Associação Protetora dos Animais. As três organizações não governamentaisajuizaramaçãocivilpública contra a prática da Farra do Boi em Santa Catarina. O processo, iniciado na justiça estadual, chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que, em decisão histórica em 1999, condenou o Estado a “proibir a denominada festa da Farra do Boi e ou manifestações assemelhadas por atos e medidasformaisepráticas,comoobrigações de fazer”.

NEGATIVO Região metropolitana Se Santa Catarina continuasse adotando o sistema das regiões metropolitanas,pequenosmunicípioscomo Ilhota (que tem 11 mil e 500 habitantes) não sofreriam tanto com calamidades como as cheias de novembro, já que teriam recursos prévios para obras, especialmente as de infraestrutura. A constatação é dos deputados da Bancada Estadual do PP que estiveramnomunicípiodeIlhotaeItajaípara verificar a situação atual de dois dos municípios mais atingidos pela tragédia de novembro, que deixou 135 mortos e milhares de desalojados e desabrigados. Aconstataçãobaseia-senumdado elementar: os pequenos municípios só têm chance de obter recursos para macroprojetos se estiverem conurbados em regiões metropolitanas. Esta é a regra do jogo por parte do Governo Federal. Se estiver fora da região metropolitana, o município precisa ter mais de 50 mil habitantes para obter a aprovação de seus projetos.

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Satélite

Presidente do TC de SC

Deputado Paulo Bornhausen

O conselheiro José Carlos Pacheco foi reempossado presidente do Tribunal de Contas de Santa Catarina para mais um mandato (biênio 2009/2011). Durante a sessão especial realizada no dia 2 de fevereiro, também tomaram posse os conselheiros Wilson Wan-Dall e Luiz Roberto Herbst, reconduzidos aos cargos de vicepresidente e corregedor geral do Órgão, respectivamente. O ato foi prestigiado pelo presidente da José Carlos Pacheco Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul Victor José Faccioni, pelo conselheiro do Tribunal de Contas de Roraima, Reinaldo Fernandes Neves Filho, e pelo secretário de Controle Externo do TCU.

Furto de doações A Câmara analisa o Projeto de Lei que aumenta a pena de pessoas flagradas furtando donativos destinados a vítimas de calamidades. A proposta foi apresentada pelo deputado Paulo Bornhausen (DEM), após os flagrantes com desvios de doações para famílias desabrigadas pelas enchentes no Vale do Itajaí, no fim do ano passado. O projeto acrescenta essa prática no Código Penal como uma nova hipótese de furto qualificado. De acordo com o texto, os acusados podem pegar de três a oito anos de reclusão, se a subtração for de roupas, calçados, mantimentos e outros gêneros de primeira necessidade destinados a vítimas de desastres naturais - o dobro da pena atual.

A idade do PT A sessão ordinária do dia 10 de fevereiro foi de comemoração para a bancada petista na Assembleia Legislativa. Os 29 anos de fundação do Partido dos Trabalhadores foram celebrados com bolo. O novo líder da bancada, deputado Dirceu Dresch, ressaltou que o seu partido contribuiu com as grandes mudanças que vêm acontecendo no país. “Estou cada vez mais feliz por fazer parte dos 29 anos do PT, por sua participação na construção da democracia e por seu projeto de sociedade com justiça social”, destacou.

Crimes de lavagem de dinheiro O Senado pode votar substitutivo a projeto de lei que torna mais eficientes as medidas cautelares de sequestro de bens de proveniência ilícita e estabelece o pagamento de fiança para os crimes de lavagem de dinheiro. foto De autoria do senador (foto foto) Pedro Simon (PMDB-RS), a proposta dá nova redação ao Código de Processo Penal e à Lei que dispõe sobre crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, prevenção da utilização do sistema financeiro para ilícitos e criação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). 08| Março, 2009 | EXXTRA

Deputado Joares Ponticelli

Escola do Legislativo O deputado Joares Ponticelli (PP) foi reconduzido à presidência da Escola do Legislativo, no dia 10 de fevereiro, dia em que completava 44 anos. À frente da Escola desde 2007, Joares pretende ampliar o quadro de cursos, principalmente aqueles que possam ajudar na formação dos novos agentes políticos. De acordo com ele, a felicidade de hoje é dobrada. “Hoje completo 44 anos e continuo como presidente da Escola do Legislativo. Isso tudo se completa porque este ano faço 25 anos de carreira no Magistério. Isso é muito gratificante para mim.”


Satélite Assistência judiciária

Desembargador Francisco Oliveira

Regras para comissionados O Pleno do Tribunal de Justiça de Santa Catarina aprovou resolução - assinada pelo presidente do TJ, desembargador Francisco Oliveira Filho - que institui regras para nomeação, posse, exoneração, afastamento e licenças dos comissionados não efetivos no âmbito do Poder Judiciário catarinense. A posse para um cargo em comissão, por exemplo, deverá ocorrer até o décimo dia de cada mês. Já a exoneração deverá ser comunicada à diretoria de Recursos Humanos com antecedência mínima de 20 dias. A medida possibilitará um repasse preciso de informações relacionadas à contribuição previdenciária ao INSS e evitará, inclusive, eventual multa que o TJ possa receber junto à Previdência Social decorrente da discordância entre esses dados e os valores recolhidos.

O presidente da OAB/SC, Paulo Roberto de Borba, recebeu do deputado estadual Marcos Vieira (PSDB) cópia da Lei Complementar nº 439, que amplia os serviços de assistência judiciária gratuita. Agora os advogados que prestam defensoria dativa poderão atuar também nos cartórios. A medida possibilita que pessoas com poucas condições financeiras tenham acesso gratuito a procedimentos mais simples. Assim, inventários, partilhas, separações consensuais e divórcios consensuais

poderão ser realizados pelo defensor dativo também por escritura pública, e não apenas por via judicial.

Títulos irregulares No dia 16 de fevereiro começou a contar o prazo de 60 dias para que o eleitor que deixou de votar nas últimas três eleições regularize a situação perante a Justiça Eleitoral. O eleitor que se encontra nessa condição deve comparecer ao cartório eleitoral até o dia 16 de abril a fim de normalizar a pendência para que seu título não seja cancelado. Só em Santa Catarina, dos 4.354.195 eleitores, 14.270 correm o risco de não terem mais a inscrição do título eleitoral.

Prefeito sob investigação Antônio Carlos de Oliveira, prefeito reeleito de Maracajá, foi inocentado da acusação de abuso de poder na eleição de 5 de outubro último. Porém, o TRESC encaminhará os autos da Ação de Investigação Judicial Eleitoral contra Oliveira ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas para averiguação de provável lesão ao erário municipal. Em 2008 Oliveira foi acusado de desviar valores da administração do Parque Ecológico Municipal para sua campanha à reeleição.

Paulo Roberto e Marcos Vieira

Juiz Odson Cardoso Filho

Juiz Aurélio Giacomelli da Silva

Ex-prefeito condenado O ex-prefeito de Lages, Décio da Fonseca Ribeiro, foi condenado à suspensão dos direitos políticos pelo prazo de cinco anos por dispensar irregularmente uma série de licitações. A sentença do Juiz de Direito Rafael Osorio Cassiano atende a ação de improbidade administrativa ajuizada pelo Promotor de Justiça Aurélio Giacomelli da Silva. A decisão, proferida no dia 29 de janeiro, também exige que o ex-prefeito pague multa no valor correspondente a 24 vezes a remuneração que recebia na época em que ocupava a chefia do Executivo e proíbe Décio da Fonseca Fibeiro de contratar com o Poder Público pelo prazo de cinco anos. EXXTRA | Março, 2009 | 09


IVAN LOPES DA SILVA ivan@exxtra.com.br

Máquina estranha Perdas sentidas O experiente político Carlito Merss (PT) declarou ter problemas para conhecer o funcionamento da máquina administrativa de Joinville, após dois meses na cadeira de prefeito, imagine o que acontece com os novatos administradores que assumem o comando de um município. Carlito é otimista, por isso acredita que até o final do ano sua equipe dominará “70%” dessa estranha máquina chamada “publica”.

A morte de Geovah Amarante comoveu a família peemedebista, em especial a geração de líderes que fundou o partido. Há quatro anos também falecia outro líder partidário de expressão no estado, o sociólogo Jacó Anderle, do PSDB. Essas duas figuras tiveram importância fundamental na ascensão de Luiz Henrique ao Governo do Estado. Em 2002 Jacó foi a peça importante para convencer, ao menos uma parte dos tucanos, a aderir

Governador 14 vezes Até o dia 14 de fevereiro o vice-governador Leonel Pavan (PSDB) assumiu interinamente o Governo do Estado 14 vezes. O governador Luiz Henrique (PMDB), em cumprimento de missão oficial, internacional, proporcionou esse recorde em Santa Catarina. Com a provável renúncia de LHS, no dia 31 de dezembro, para concorrer ao Senado, o Natal de Pavan será digno de acreditar em Papai-Noel. Mais um ano inteiro no comando do Centro

Sem convite O deputado foto estadual (foto foto) Amauri Soares (PDT), sargento da PM, parece mesmo que está, na prática, sem partido. Ao menos é isso que dá a entender quando o governador Luiz Henrique (PMDB) almoça com a cúpula do seu partido, na Casa d’Agronômica, sem a presença do parlamentar. Talvez o convite não chegou porque Amauri tem tratado o governador com adjetivos como “desequilibrado”. Acho que LHS não gostou dessa pecha. 10| |Março, Março 2009 de 2009 | EXXTRA | EXXTRA

Geovah Amarante e Jacó Anderle juntos na campanha em 2002

à candidatura de LHS. Já acertadas as composições, Geovah coordenou a campanha vitoriosa, quando poucos

acreditavam que seria possível derrotar o então franco favorito, Esperidião Amin (PP), em campanha para a reeleição.

Verbas dos senadores

Vice-governadorLeonel Pavan

Administrativo, com direito a aposentadoria de governador.

A título de verba indenizatória, os 81 senadores e outros cinco suplentes gastaram R$ 10,9 milhões em 2008 com despesas extras. Os catarinenses consumiram R$ 495.157,19 dessa bolada. Na ponta do lápis: Ideli Salvatti (PT), que totalizou R$ 166.363,26; Neuto de Conto (PMDB), com R$ 163.853,93; e Raimundo Colombo (DEM) declarou ter gasto R$ 106.748,97. Ele ficou licenciado entre julho e outubro. No período, o suplente Casildo

Otimismo de Luiz Henrique 1 “No começo da década de 1960, apenas 54 em cada 100 brasileiros sabiam ler e escrever. Hoje, mais de 90% (97% dos catarinenses!) leem e escrevem. A taxa de mortalidade infantil caiu de 117 crianças mortas em cada mil nascidas vivas, em 1960, para 19,3, em 2007 (12% em Santa Catarina!). A expectativa de vida subiu de 54,6 anos, em 1960, para 72,3 anos (77 no nosso Estado!).”

Otimismo de Luiz Henrique 2 “Entre todos os Estados e regiões, foi Santa Catarina quem mais evoluiu. Em 2007, crescemos 8,2%, contra 5,4% do Brasil (mais do que a Rússia e a Índia!). Em 2008, o Brasil cresceu 6,4%, já o nosso crescimento chegou a 9,1% (como o da China!). Hoje, temos um produto interno bruto (PIB) maior do que a soma de Uruguai, Paraguai e Bolívia!”

Otimismo de Luiz Henrique 3 “Em 2008, esse crescimento foi de mais de 10%, o que é boa medida do ritmo veloz do nosso desenvolvimento. Nosso índice de desenvolvimento humano (0,840) superou o do Chile, da Argentina e do México. Hoje, apenas 3% do nosso povo vivem abaixo da linha da pobreza (índice igual ao dos Estados Unidos). Tudo isso nos dá certeza de que vamos vencer essa crise!”

Senador Raimundo Colombo

Maldaner (PMDB) usou R$ 58.191,03 em verbas indenizatórias.

Disque-Tucano O novo prefeito de Balneário Camboriú, Edson Dias Piriquito foto (foto foto) não perdeu tempo e decretou a troca do número para atender à população a partir de 10 de fevereiro. O novo número, 3241-7000, substituiu o antigo 3241-4545. Para saber: 45 é número do PSDB, partido do ex-prefeito Rubens Spernau. Já o novo número não tem nada a ver com o partido do atual prefeito, o 15 do PMDB.


No páreo em 2010

Prefeito Djalma Berger

Eleitos Apenas 18,9% dos 95 congressistas que se candidataram nas eleições de outubro saíram vitoriosos das urnas. Entre os 18 deputados que assumiram no dia 1º de janeiro um cargo no Executivo de seus municípios, apenas dois de Santa Catarina. Carlito Merss, em Joinville (PT) e Djalma Berger (PSB), em São José. Assumiram as suas cadeiras, respectivamente, os suplentes Jorge Boeira (PT) e Paulo Roberto Bauer (PSDB). Já Décio Lima – Blumenau, Mauro Mariani – Joinville, e Fernando Coruja – Lages não lograram êxito nas urnas.

Pesou no bolso: R$ 49.798,00 O Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina sentenciou o ex-deputado Paulo Gilberto Gouvêa da Costa a devolver R$ 49.798,00 do Fundo Partidário, porque ele não prestou contas desse dinheiro. Seu partido, o antigo PFL (atual DEM), terá que fazer o pagamento se o candidato não o fizer. O desembargador Cláudio Barreto Dutra, ao relatar o processo, explicou que os descuidos no registro da receita mostra que o candidato não se preocupou em apresentar à Justiça a real movimentação financeira de sua campanha.

O ex-governador Paulo Afonso, agora diretor da Eletrosul, não deixa de contatar as bases do PMDB, por isso mantem em alta o seu prestígio no partido e está sendo lembrado para disputar o Senado, em 2010. Alguns correligionários mais entusiasmados com essa possibilidade chegam a pregar a idéia que, se for necessário, deve bater chapa com o governador Luiz Henrique, pelo direito à legenda no partido. Como

deputado federal, na Legislatura anterior, Paulo Afonso recebeu o “Prêmio Congresso em Foco” por não ter deixado de comparecer a nenhuma das 608 sessões deliberativas realizadas pela Câmara desde fevereiro de 2003 durante o mandato. Também foi homenageado como o mais assíduo na Câmara, recebendo o certificado das mãos do presidente do OAB, Roberto Busato. Em quatro anos de legislatura, ele não faltou a uma única sessão sequer.

É o/a cara do PP Esperidião Amin (PP), 60 anos, governou o estado por duas vezes, foi prefeito da Capital catarinense em dois mandatos (na gestão 1975-1978, nomeado pelo regime militar) e senador entre 1991 e 1999. Também já foi deputado federal. Perdeu quatro eleições. Para a Presidência da República, em 1994, e não conseguiu se reeleger governador nas eleições de 2002, perdendo para Luiz Henrique (PMDB), que o derrotaria novamente no pleito de 2006.

PSDB é prestigiado O prefeito Ronério Heiderscheidt (PMDB), não só declara que o seu candidato a governador é o tucano, vice-governador Leonel Pavan, como também prestigia figuras carimbadas do PSDB. Escolheu para a Procuradoria Geral de Palhoça o advogado Felipe Mello. O jovem, que já serviu ao Governo de Dário Berger (PMDB), em Florianópolis, é filho do presidente da Assembleia Legislativa, Jorginho Melo (PSDB).

Ex-governadorEsperidiãoAmin

No ano passado perdeu para Dário Berger a Prefeitura de Florianópolis.

Ex-governador Paulo Afonso

Surpresas desagradáveis Em quase todas as mudanças no comando de governos, surgem fatos que comprovam o descalabro com o dinheiro público. Não são poucos os novos prefeitos que estão denunciando casos como sucateamento de equipamentos e desvios de materiais pertencentes ao município. Ministério Público e Tribunal de Contas precisam aplicar a mão pesada da lei para incriminar responsáveis por essas barbaridades.

Cassar de prefeito Na sessão do Pleno do TRE de Santa Catarina, no dia 11 de fevereiro, o juiz Odson Cardoso Filho, relator do recurso RE 1411, que trata da cassação do prefeito eleito de Cunha Porã por pretensa compra de votos, votou pela manutenção da sentença de primeiro grau que determinou a cassação do prefeito eleito de Cunha Porã, Euri Ernani Jung (PSDB). No entanto, o julgamento foi suspenso a partir do pedido de vista do juiz Oscar Juvêncio Borges Neto. Uma vez que Euri Jung teve 54,16% dos votos válidos, Cunha Porã poderá ter nova eleição caso a decisão do Pleno seja no sentido do voto do relator.

Juiz Oscar Juvêncio Neto

O juiz eleitoral de primeira instância, ao determinar a cassação do prefeito eleito, explicou em sua decisão que quatro testemunhas foram enfáticas em afirmar que foram procuradas por pessoas ligadas aos investigados, as quais pediam votos para os candidatos entregando em troca, valescompra em um supermercado chamado Girassol. EXXTRA||Março, Março,2009 2009| | 11 EXXTRA


Via Brasília Doação de medula óssea

Deputado João Matos

Bolsa para curso Tramita na Câmara o Projeto de Lei, do deputado João Matos (PMDB-SC), que concede bolsa de incentivo aos tutores de cursos à distância para capacitação de agentes envolvidos no controle de recursos da educação básica. A bolsa, no valor de R$ 300 mensais, deverá ser destinada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) aos servidores públicos selecionados por estados e municípios para atuar como tutores. “É fundamental, portanto, promover a formação dos agentes públicos e cidadãos envolvidos em todas as etapas de execução de despesas, seu controle interno e externo, a organização de prestação de contas, assim como no acompanhamento e controle social dos recursos públicos destinados à educação básica”, afirma o parlamentar.

A Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei, do deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), que institui a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea. A semana será, anualmente, de 14 a 21 de dezembro. Nesse período, deverão ser desenvolvidas atividades de esclarecimento e de incentivo à doação de medula óssea e à captação de doadores.

O líder do PPS, deputado Fernando Coruja (SC), reconduzido pela quarta vez ao cargo, destaca a crise econômica como a principal preocupação de seu partido. Ele acredita que o Congresso não tem dado a atenção necessária ao tema. Para ele, a reforma tributária em análise é tímida e precisa de mais estudos, mesmo que seja apenas para unificar as legislações do ICMS. Quando à reforma política, o PPS é parlamentarista, mas enquanto o sistema político não muda,

Cartão corporativo O relator do projeto que regulamenta o uso de cartões corporativos nos Três Poderes, deputado Edinho Bez (PMDBSC), informou que vai rever o seu substitutivo à proposta. O motivo é um pedido feito pelo autor do

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constantes as denúncias de adulteração de combustíveis, seja por meio da mistura de solventes, da mudança na proporção dos componentes ou até mesmo pela adição de água. “Qualquer que seja a forma do crime praticado, causará danos aos motores e demais partes dos veículos que entrarem em contato com o combustível adulterado”, argu-menta.

Senador Neuto de Conto

Imposto de Renda

Coruja acredita que o Brasil pode se beneficiar do voto distrital e do financiamento público de campanhas.

Já está pronto para ser examinadopelaComissãodeAssuntos Sociais do Senado projeto de lei, de autoria do senador Neuto de Conto, que eleva de 21 para 28 anos a idade dosdependentesparafinsdedeclaração anual do Imposto de Renda da pessoa física.Incluem-secomodependentesa filha, o filho, os enteados e o menor pobrecriadopelocontribuinteedoqual detenhaguardajudicial. Oprojetotambémbeneficia oirmão,onetoouobisneto-semarrimo dos pais - até 28 anos, desde que o contribuinte detenha a respectiva guarda judicial, ou de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmenteparaotrabalho.Também elevade24anospara32anos,parafins de desconto no Imposto de Renda, a idade dos dependentes diretos que cursam o nível superior ou escola técnica de segundo grau.

projeto, deputado Gerson Peres (PP-PA). O substitutivo do relator foi apresentado no ano passado na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara, mas ainda está pendente de votação. Para Edinho, para poder ser usuário do cartão o servidor

deverá apresentar certidão de antecedentes da Justiça, da Polícia e da Fazenda pública, junto com a Declaração Anual do Imposto de Renda. “Essa pessoa tem que ter um passado limpo, tem que ter uma ficha limpa, para poder dar credibilidade ao uso do cartão corporativo”.

Coruja atento à crise econômica

Qualidade de combustível A Câmara dos Depu-tados analisa o Projeto de Lei, do foto deputado federal (foto foto) Nelson Goetten (PR-SC), que torna obrigatória a instalação de equi-pamento para verificar a qualidade do com-bustível em todos os veículos automotores, inclusive motocicletas. O objetivo, segundo o autor, é proteger os motoristas do risco de abastecer seus veículos com combustível adulterado. Segundo o depu-tado, são

A deputada foto federal (foto foto) Ângela Amin (PP-SC) relatou a matéria pela Comissão de Seguridade Social e Família e lembrou que, naquela semana, também morreu de leucemia a jogadora de basquete Michelle Splitter. A atleta recebeu transplante de doador compatível em janeiro deste ano, mas apresentou rejeição.

Deputado Fernando Coruja

Terras em litígio O deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), é autor do Projeto de Decreto Legislativo 44/07, que suspende todos os atos praticados pelo Poder Executivo com base no Decreto 4.887/03. Este documento regulamenta a concessão da posse de terra às comunidades de quilombolas, prevista na Constituição. Os deputados argumentam que o Executivo cometeu uma série de abusos ao editar a norma e criticam o uso de um decreto para regulamentar dispo-

Deputado Valdir Colatto sitivo constitucional. Segundo eles, a regulamentação só poderia ser feita por lei.


Ética

FOGO AMIGO NO PMDB Senador reafirma críticas feitas na entrevista a “Veja” e diz que não sai do PMDB.

O

senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) reafirmou no dia 16 de fevereiro as críticas que fez a seu partido na entrevista à revista “Veja” e disse que não sairá do PMDB. Para ele, a entrevista tem como objetivo apenas “abrir o debate.” Na entrevista à revista, o senador disse que “a corrupção está impregnada em todos os partidos” Ele também disse que a eleição de José Sarney (PMDB-AP) para a presidência do Senado é “um completo retrocesso”, e que Renan Calheiros (PMDBAL), que assumiu a liderança do partido, “não tem nenhuma condição moral ou política para ser senador, quanto mais para liderar qualquer partido.” Na entrevista coletiva concedida em Brasília, Jarbas se mostrou tranquilo com a permanência no PMDB, apesar de reconhecer estar “desconfortável” dentro do partido. Além de garantir que não sairá, afirmou ainda que não será expulso do PMDB, mesmo que um processo disciplinar seja aberto. Ele não quis dizer quem integra a “boa parte do PMDB” que só “quer corrupção” porque não é “auditor”. Jarbas também afirmou que o presidente Lula “tem sido altamente conivente com a corrupção.” Segundo o senador, “Lula e o PT não inventaram a corrupção, mas a corrupção tem sido uma marca do governo dele.” Na entrevista à revista “Veja”, ele já tinha dito que o Bolsa Familia “é o maior programa oficial de compra de votos do mundo.” O Palácio do Planalto disse que não vai comentar as afirmações de Jarbas. O senador afirmou que mantém diálogo com o presidente do partido e da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), mas não vai participar de reuniões convocadas pelo líder do partido, Renan Calheiros, ou de encontro com o presidente do Senado, José Sarney. “Com a presidência do partido tenho diálogo. Agora, do gabinete do senador Renan e do senador Sarney vou procurar passar ao largo.”

Senador Jarbas Vasconcelos

Deputado Joares Ponticelli

O EFEITO JARBAS EM SC Presidente do PP alerta para a gravidade das acusações contra governo do PMDB

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residente estadual do PP e vice-líder da bancada, o deputado Joares Ponticelli alertou, em discurso no dia 18 de fevereiro, para a gravidade das denúncias de importantes lideranças do PMDB sobre a existência de corrupção no partido – e, no caso de Santa Catarina, no próprio Governo Estadual. Ponticelli lembrou, na tribuna, das recentes declarações do senador Jarbas Vasconcelos, ex-governador por dois mandatos de Pernambuco e uma das figuras emblemáticas peemedebistas, “que há três dias ocupam a mídia nacional”, e juntou as afirmações do ex-ministro e um ícone do PMDB catarinense, Dejandir Dalpasquale. O ex-ministro da Agricultura e liderança do PMB catarinense já havia feito graves acusações contra o governo de Luís Henrique no ano passado e hoje, em entrevista à Rádio CNB, reafirmou o que dissera. “Aqui em Santa Catarina as coisas não são diferentes. O ex-ministro (Dejandir) acusa o governador e o presidente do PMB no Estado (Eduardo Moreira) de corruptos. Ele é extremamente contundente, diz que o presidente do PMDB não tem autoridade e nem moral, e que usa a Celesc (que preside) para fazer negociata”, disse Ponticelli,

recordando que na primeira entrevista, no ano passado, Dejandir já alertava que muitos “entraram pobres no PMDB e enriqueceram no Governo”. Ponticelli rememorou fatos que vão ao encontro das declarações de Dejandir, como o escândalo do ex-poderoso assessor da Fazenda, Aldo Hey Neto, preso pela Polícia Federal na Operação Dilúvio, flagrado com R$ 2 milhões em seu apartamento em Florianópolis. Até hoje o Governo do Estado mantém silêncio a respeito. Ponticelli lembrou também do tormentoso episódio envolvendo o livro “A Descentralização no Banco dos Réus”, onde são relatadas negociatas para promover autoridades do Governo, inclusive o próprio governador, em onerosas e irregulares publicidades, “livro que o governador e o Eduardo Moreira tentam reter por todos os meios possíveis”. Para Ponticelli, o momento atual é muito grave porque o governador está na fila das possíveis cassações no TSE, “e muita coisa estranha está ocorrendo agora, como o superfaturamento de escolas, licitações superfaturadas, além de renúncia fiscal de até 90% para empresas”. Sugeriu que haveria um estranho clima de “fim de festa”. EXXTRA | Março, 2009 | 13


Geral PENSÕES DOS EX-GOVERNADORES Deputado quer “supersalários” financiando seguro agrícola em SC

Subsídio inconstitucional Os salários vitalícios mensais de R$ 24 mil são pagos a todos os ex-governadores do Estado de Santa Catarina, independente de por quanto tempo ocuparam o cargo. Em agosto o parlamentar conseguiu na Justiça, a partir de uma Ação Popular, que tramita na Vara da Fazenda Pública de Florianópolis, a cassação do benefício do exgovernador Eduardo Pinho Moreira, que assumiu o cargo por apenas oito meses. O ex-governador recorreu da decisão para tentar manter o salário. Antes disso, uma liminar concedida em outra ação popular já havia cancelado os pagamentos por dois meses, em 2006. “A Justiça, em muitos momentos, já destacou a inconstitucionalidade do pagamento. A Constituição Federal proíbe a vinculação de salários, e aqui o privilegiado salário vitalício dos ex-governadores é equiparado aos

14 | Março, 2009 | EXXTRA

vencimentos de um desembargador”, justificou o parlamentar.

De onde sairiam os recursos Unidade Orçamentária: Secretaria de Estado da Administração. Programa N. 0870 Descrição do Programa: Pensões Especiais. Ação N.º: 0144 Descrição da. Ação: Pensão a Exservidores sem vínculo com o o Estado. Sub-Ação N.º: 001059 Descrição da Sub-Ação: Subsídio a Ex-governadores de Estado.

Para onde iriam os recursos Unidade Orçamentária: Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural. Programa N.º: 0300 Descrição do Programa: Qualidade de Vida no Campo e na Cidade. Ação N.º: NOVA Descrição da Ação: Sistema Estadual de Seguro Agrícola (Lei nº 8.676/1992). Sub-Ação N.º: NOVA Descrição da Sub-Ação: Pagamento de Seguro Agrícola. Unidade Medida: Famílias. Quantidade: 8.000. Valor a Deduzir (R$): 10.000.000,00.

Foto: Carlos Kilian

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ma das principais emendas apresentadas pelo deputado estadual Padre Pedro Baldissera (PT) ao Plano Plurianual 2009/2011 (PPA), retira R$ 10 milhões do pagamento dos subsídios vitalícios dos ex-governadores e repassa todo o recurso para o pagamento de Seguro Agrícola a famílias de agricultores atingidos por intempéries. “O STF já proibiu o pagamento em outros estados, considerando inconstitucional. Ou seja, o governo do Estado gasta esse grande volume de recursos em salários que são inconstitucionais. Acho muito mais oportuno direcionar para algo que represente apoio a algum setor, no caso, a agricultura”, disse. Para o deputado, a medida representaria um alívio significativo às milhares de famílias do campo que, todos os anos, enfrentam problemas na produção, em razão de intempéries. “Os recursos que beneficiariam nove pessoas, passam a beneficiar milhares de famílias”, afirmou Padre Pedro.

Deputado Pedro Baldissera

O que é o Plano Plurianual O Plano Plurianual representa a previsão de aporte de recursos do Estado nas mais diversas áreas, num período de quatro anos. O Projeto 285/2008 estipula os investimentos e gastos possíveis do governo do Estado no período de 2009/2011. Segundo o deputado, até hoje, poucos planejamentos foram efetivamente respeitados pelo Executivo, já que o próprio Plano é apenas uma previsão. Contudo, chama atenção o fato de que uma das únicas rubricas que é respeitada pelo Executivo seja a previsão de gasto com publicidade. No último PPA, aprovado em 2008, por exemplo, a intenção era destinar mais de R$ 260 milhões à publicidade do governo do Estado, o que pela média anual está realmente ocorrendo. Já a agricultura familiar, responsável por 90% da produção agrícola catarinense, contava com um orçamento inferior a R$ 60 milhões, diluídos em quatro anos.


Deputado Antônio Aguiar

Deputado Cesar Souza Jr.

Deputado Dirceu Dresch

Deputado Serafim Venzon

OS NOVOS LÍDERES NA ASSEMBLEIA Troca de lideranças dos partidos movimenta as bancadas na Assembleia Legislativa

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principal assunto na sessão ordinária do dia 4 de fevereiro, o primeiro dia de debate efetivo na Assembleia Legislativa, foi à troca de lideranças em algumas das principais bancadas com assento no Parlamento catarinense. PSDB, PMDB, DEM e PT apresentaram seus novos líderes, enquanto o PP e o PDT mantiveram os nomes da sessão legislativa passada. A primeira bancada a apresentar sua nova liderança foi o PSDB. O deputado Giancarlo Tomellin (PSDB) comunicou que, por escolha unânime dos parlamentares que representam a sigla, foi indicado o nome do deputado Serafim Venzon (PSDB) para a posição. Tomellin elogiou os encaminhamentos do deputado Marcos Vieira (PSDB) na liderança no ano de 2008 e avisou que Venzon vai, assim como o antecessor , “liderar com humildade”. Já o deputado Manoel Mota ocupou o espaço destinado ao seu partido, o PMDB para se despedir da liderança da bancada. O parlamentar lembrou que tomou posse como deputado pela primeira

vez em 1990 e, desde então, ocupou o posto de líder por seis vezes. “Liderar líderes é uma grande responsabilidade, mas é um prazer trabalhar para que meu partido tenha uma bancada atuante e unida”, argumentou Mota. Em seguida apresentou o deputado Antônio Aguiar (PMDB), que passa a ocupar a função. Aguiar agradeceu a seus pares por depositarem tamanha confiança para o que classificou como “importante jornada”. Também o deputado Cesar Souza Júnior (DEM) terá um novo e destacado papel em 2009. “Por conta da vontade da bancada assumo a liderança dos Democratas na Casa”, comunicou. O parlamentar espera “contribuir para que o Parlamento funcione de forma harmônica, ajudando o presidente Jorginho Mello (PSDB) a fazer com que o Poder Legislativo possa atingir os objetivos necessários para que Santa Catarina supere os difíceis momentos que estão por vir por conta da crise financeira mundial”. A última bancada a apresentar nova liderança foi o Partido dos Trabalhadores. O deputado Pedro Uczai se despediu

da função, que agora será assumida pelo deputado Dirceu Dresch (PT). Uczai agradeceu a confiança de seus companheiros e disse que foi “um privilégio” ter sido o representante de seu partido diante das responsabilidades que cercam um líder de bancada na Assembleia. O petista ainda fez um balanço de sua atuação e, para tanto, enumerou os três eixos que nortearam suas ações: construção de um processo responsável de oposição, proposição de iniciativas parlamentares e construção de uma defesa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O Partido Progressista vai manter o nome do deputado Silvio Dreveck na liderança, assim como o PDT continua com o Sargento Amauri Soares (PDT) na função. Os demais partidos com representação só têm um deputado na Casa: PPS, deputado Altair Guidi, PTB, deputado Narciso Parizotto, e PRB, deputada Odete de Jesus. Já a liderança do governo permanece, por enquanto, sob a responsabilidade do deputado Herneus de Nadal (PMDB). EXXTRA | Março, 2009 |15


Geral

PREÇO DA CAMPANHA É preciso US$ 14 por voto para eleger um prefeito

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custo médio de uma campanha para prefeito nas últimas eleições foi de US$ 14 por voto e para vereador, US$ 8 por voto. Os valores foram divulgados pela Associação Brasileira de Consultores Políticos (Abcop), que reúne profissionais que trabalham em campanhas eleitorais. O levantamento foi feito com informações de 80 consultores da Abcop. Segundo o presidente da associação,CarlosManhanelli,oestudo considerou uma campanha “partindo do zero”, ou seja, sem nenhum tipo de estrutura partidária. “Era o melhor jeito de calcular. Os gastos vão desde a faxineira e o escritório até o estrategista”. Por isso, segundo ele, há diferença entre os valores calculados e aprevisãodelimitedegastosinformada pelos candidatos aos tribunais regionais eleitorais antes do início da campanha. Os valores também não levam em conta os gastos e a arrecadação informados pelos candidatos. Segundo ele, leva vantagem quem tem estrutura montada para a campanha. “Os prefeitos, por exemplo, já contam com uma máquina para trabalhar e esse custo é reduzido. Também têm a estrutura a partidária, o diretório do partido, os voluntários etc.”, explica Manhanelli, que dá aulas de marketing político na Universidade de Salamanca, na Espanha, e foi responsável por 13 campanhas eleitorais este ano. Só não conta quais. “Quem tem que brilhar é o candidato”, justifica. Ainda sobre as campanhas, o consultor político explica que o Brasil exporta sua experiência na área e realiza campanhas eleitorais em países da América Latina.

16 | Março, 2009 | EXXTRA

AFASTADO DO GARGO Em discussão há mais de dez anos, reeleição está longe de um consenso

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Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou no dia 5 de fevereiro, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 65/07, de autoria do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que prevê o afastamento dos candidatos à reeleição no Executivo seis meses antes do pleito. Na justificação da matéria, o autor argumenta que os chefes do Poder Executivo nos três níveis disputam o pleito ao mesmo tempo em que exercem suas atribuições no governo, “numa distorção perigosa da realidade no processo eleitoral”. A PEC ainda será votada em Plenário e, se aprovada, seguirá ao exame dos deputados. A proposta, relatada pelo senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), repete determinação de outra PEC, apresentada no mesmo ano pelo senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC), que aguarda designação de relator na CCJ desde fevereiro de 2007. Mesquita Júnior justifica sua proposta pelo fato de ela representar uma postura intermediária entre a manutenção e a revogação do instituto da reeleição. O tema da reeleição, no entanto, está longe de um consenso no Senado. Enquanto, na Câmara, a imprensa noticia que líderes partidários se empenham na aprovação de PEC que prevê o fim da reeleição e a ampliação dos mandatos do Executivo de quatro para cinco anos, na Casa revisora, parecer aprovado pela CCJ em 2006, que acaba com o instituto da reeleição, está na Ordem do Dia do Plenário desde novembro daquele ano. Posições divergentes dos partidos impedem a deliberação da matéria. Em 2006, a CCJ aprovou substitutivo às PECs 10, 58, 70 e 97, de 1999; 41, de 2003; e 20, de 2004, relatado pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que determina a supressão do instituto da

Senador Jarbas Vasconcelos reeleição, tornando “inelegíveis para os mesmos cargos, no período subseqüente, o presidente da República, os governadores de estados e do Distrito Federal, os prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído nos seis meses anteriores ao pleito”. A nova norma vigoraria a partir de 2010. O parecer está pronto para ser votado em Plenário desde 22 de novembro de 2006. Os autores das PECs são os exsenadores José Eduardo Dutra (10/99), Roberto Requião (70/99), Carlos Patrocínio (97/99) e Sibá Machado (41/03 e 20/04) e o senador Antônio Carlos Valadares (PSBSE), autor da PEC 58/99. A PEC 10/99 suprime a reeleição para prefeitos e prevê a desincompatibilização nos outros casos. A s PECs 58/99 e 41/03 acabam com a reeleição e fixam em cinco anos a duração dos mandatos do Poder Executivo. A 70/99 apenas suprime o instituto da reeleição. A 97/99 proíbe a reeleição dos prefeitos e pretendia que a eleição para todos os cargos eletivos fosse coincidente a partir de 2006. A 20/04 determinava que os prefeitos, viceprefeitos e vereadores eleitos em 2008 teriam mandato de seis anos, para coincidir todos os pleitos a partir de 2014. No ano passado, o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) apresentou a PEC 98, que repete enunciado do parecer de Jereissati. Para ele, “não se pode mais negar que os instrumentos colocados pela legislação para impedir os abusos daqueles candidatos que buscam renovar o seu mandato Executivo têm se mostrado totalmente insuficientes”.


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VITÓRIAS E DERROTAS FORMAM NOVO QUADRO NA GALERIA POLÍTICA Velhas lideranças sofrem com derrotas e novos prefeitos surgem com força total das eleições de 2008 Por Ivan Lopes da Silva

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s últimas eleições municipais criaram fatos inusitados entre os principais partidos e líderes de expressão política. Começando pelo governador Luiz Henrique (PMDB), que está cumprindo o segundo mandato consecutivo. Os três nomes da tríplice aliança, postulantes, declarados, ao Governo do Estado, tiveram seus candidatos a prefeito desaprovados pelos eleitores dos seus municípios: Eduardo Moreira (PMDB) amargou um terceiro lugar, apostando em seu pupilo, deputado federal Acélio Casagrande (PMDB). Já o vicegovernador Leonel Pavan (PSDB) viu a sua fortaleza política, o município de Balneário Camboriú, ruir após mais de duas décadas de domínio, engolindo um segundo lugar em sua aposta, o deputado estadual Dado Cherem (PSDB). O senador Raimundo Colombo (DEM) também saiu chamuscado da batalha municipal, assistindo o seu ex-vice-prefeito, Renato Nunes de Oliveira “Ratinho”, derrotar o deputado federal Fernando Curuja (PPS), que contou com o apoio de figuras expressivas do Governo do Estado. Os três líderes políticos são os atuais presidentes estaduais dos seus partidos. Já no barco oposicionista, as duas figuras de proa, viram as

suas embarcações fazer água. A senadora Ideli Salvatti (PT), bem que se esforçou, mas o seu candidato, o ex-vereador Nildão (PT), encalhou num vexatório quinto lugar na disputa da Prefeitura de Florianópolis. Também na Capital, outro político detentor de muitos mandatos, o ex-governador Esperidião Amin, lutou bravamente, disputando o segundo turno, mas faltou fôlego e ficou na praia, assistindo o seu oponente, Dário Berger (PMDB), comemorar a reeleição. Nessa galeria de ilustres derrotados, a figura que mais simboliza ter enfrentado essa tsunami eleitoral, é o governador Luiz Henrique. Sua aposta no deputado federal Mauro Mariani (PMDB), em Joinville, gerou muita marola política, dentro do seu próprio partido. Suficiente para naufragar, com comandante e tripulação, num inacreditável quarto lugar. Luiz Henrique é considerado um dos principais estrategistas da política nacional, mencionado até pelos seus adversários. No PMDB suas posições não são contestadas – ao menos em público.

Colombo, Pavan e Luiz Henrique viram seus candidatos perder

Surgem novos líderes

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o rastro dos líderes que saíram enfraquecidos do pleito, surgiram alguns novos nomes e outros já experimentados nas urnas, com cacife para almejar novos voos, também como alternativas para suprir o envelhecido quadro de nomes na galeria política de Santa Catarina. Além de Dário Berger, também reafirmou sua posição de liderança, com perfil estadualizado, o novo prefeito de Joinville, Carlito Merss (PT), detentor de três mandatos de deputado federal e um de deputado estadual, enquanto os novatos Edson Dias Piriquito (PMDB) e Paulo Eccel (PT), ao conquistarem as prefeituras de Balneário Camboriú e Brusque, respectivamente, entraram para a galeria de notáveis, na política catarinense. No caso dos dois últimos, a ascensão se deve menos pelas suas trajetórias políticas, detentores de apenas um mandato de deputado estadual, mas pela visibilidade adquirida ao derrotarem dois fortes esquemas políticos locais, enraizados há mais de vinte anos naqueles municípios. Ao ser anunciada a reeleição de Berger, surgiu, automaticamente a menção para disputar o Governo do Estado, festejado pelo feito de ser o único prefeito do Brasil a governar por quatro mandatos consecutivos, sendo dois em São José, cidade onde o seu irmão, Djalma (PSB) é o novo inquilino da Prefeitura. Mas a notoriedade foi valorizada por ter derrotando um ícone da política catarinense. Esse fato também serviu para Dário conquistar espaço no PMDB, partido em que buscou filiação, seis meses antes da eleição, cumprindo o rito legal da Legislação Eleitoral. >>>Segue EXXTRA | Março, 2009 | 17


AS CONSEQUÊNCIAS

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ntre derrotados e vitoriosos, as consequências políticas variam entre os postulantes. Luiz Henrique, na condição de governador, tem o nome estadualizado e sua aspiração para encerrar a carreira política como senador da República, em tese não contabiliza desgastes. Da mesma forma Ideli também sai ilesa dessa batalha, pois o seu partido avançou eleitoralmente, começando por Joinville, maior colégio eleitoral de Santa

Catarina. No PP, a derrota de Amin pode ficar em segundo plano, caso venha a se confirmar a candidatura ao Governo do Estado do exdeputado federal Hugo Biehl. O exgovernador assegura, inclusive, que pode disputar uma cadeira para Assembléia Legislativa ou para a Câmara dos Deputados, ajudando a ampliar as bancadas do partido. O embaraço maior criou-se entre os três postulantes dos partidos da tríplice aliança. As disputas regionais travadas entre

>> OS VITORIOSOS

DEM, PSDB e PMDB acirraram os ânimos entre Raimundo Colombo, Leonel Pavan e Eduardo Moreira. Cada vez mais se afasta a possibilidade de uma indicação de consenso entre os três partidos, conforme desejo do governador. Com isso, pode ser que os três partidos lancem candidaturas próprias e a disputa em 2010 tenha cinco na disputa (PT, PMDB, PSDB, PP, DEM), mas, até lá tudo, pode voltar a mudar na galeria política catarinense.

<< Por Soledad Urrutia de Sousa

O FIM DE UMA HEGEMONIA DE 20 ANOS

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Edson Piriquito realizou o sonho e governa Balneário Camboriú

senador. Piriquito é apontado com responsável pelo fim da hegemonia de Pavan em Balneário Camboriú. Ex-ambulante da praia Central, recém formado em tecnologia em administração pública, aos 41 anos ele realizou o sonho de ser prefeito na cidade onde iniciou sua carreira política com a eleição de vereador, em 2000, pelo PP, partido que trocou pelo PMDB, antes de assumir o mandato. Disputou a Prefeitura em 2004, sem sucesso, e foi eleito Deputado Estadual em 2006, renunciando em dezembro de 2008, para tomar posse como prefeito no dia 1º de dezembro deste ano. Dentro do PMDB já conquistou espaço de destaque. Foi convidado para assumir a presidência da Associação dos Prefeitos e Vice-prefeitos do partido. Na frente da prefeitura, Piriquito tem enfrentado jornadas longas e de muito trabalho. Cláudio Dalvesco e Edson Piriquito

resultado da eleição para a Prefeitura de Balneário Camboriú deu azas a uma nova liderança, que pela rápida ascensão no cenário político catarinense pode se credenciar para voos mais ousados, já nas eleições de 2014. Edson Dias Piriquito venceu a eleição com 48,2% dos votos, no confronto com o tucano Dado Cheren, mas diretamente derrotou o vice-governador Leonel Pavan (PSDB), líder político no município que lhe conferiu dois mandatos de prefeito, e base para eleição de deputado federal por duas legislatura e uma de

18| Março, 2009 | EXXTRA

Nos primeiros dias as ações foram voltadas à abertura dos postos de saúde, a conferência da merenda das creches e consertos nas redes de água e esgoto, entre outras. Com apenas quatro dos 10 vereadores a seu favor, o prefeito pretende cultivar boas relações. Suas prioridades, conforme anunciou no período de campanha, estarão sempre voltadas ao bem-estar da comunidade.

Nome: Edson Renato Dias Idade: 41 Histórico político: Vereador em 2000 e deputado estadual em 2006. Formação: Técnico em Administração Pública Filiação: PMDB

Frase: “Não vou fazer um governo de compadres, de amigos. Eu vou fazer um governo técnico. A cidade não pode ter um dono. A cidade é das pessoas que moram e vivem nela. O prefeito é apenas o administrador”.


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O PREFEITO QUE DERROTOU OS CANDIDA TOS DO GOVERNADOR CANDIDATOS O projeto político de Carlito Merss é governar Joinville de uma forma mais humana, transparente e participativa

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oram quatro tentativas (1988, 1996, 2000 e 2008), até a vitória do economista Carlito Merss na prefeitura de Joinville. A espera foi compensada por uma conquista histórica pessoal e partidária, pois pela primeira vez o partido dos trabalhadores elegeu um prefeito no maior pólo econômico e industrial de Santa Catarina. Além disso, Carlito derrotou o candidato apoiado pelo governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) e disputou o segundo turno com apoio declarado de um grupo importante de peemedebistas. Com uma campanha estratégica e articulada, que contou com a contratação e avaliação semanal de pesquisas e com um forte grupo de comunicação e marketing, o petista garantiu 62,15% dos votos no segundo turno. Além da campanha, Carlito foi favorecido pelos próprios adversários, pois na cidade do governador não prevaleceu o discurso de união e força da tríplice aliança, que apresentou candidatos individuais (Darci de Matos, pelo DEM, e Mauro Mariani, pelo PMDB). Durante o período de campanha eleitoral a prioridade do então candidato era a saúde pública, sendo que o seu primeiro desafio como prefeito seria o de acabar com as longas filas de esperas para consultas. Mas, após assumir o cargo, Merss enfrentou um desafio ainda maior ao encontrar problemas no fechamento das contas da gestão do ex-prefeito Marco Tebaldi. “Estamos realizando uma força tarefa para o fechamento das contas do exercício anterior. Antes de sabermos efetivamente quais os números reais de receita e despesa de 2008 a indicação da Secretaria da Fazenda é minimizar todos os gastos. Já tomamos todas as providências, inclusive contamos com o apoio do Tribunal de Contas da União”, explica o prefeito. Apesar dos problemas, ações emergenciais, como a recuperação das residências atingidas pelas enchentes de 2008, entre outras, já estão sendo realizadas. “Também, já conseguimos a liberação de recursos para o andamento das obras do Hospital Municipal São José. As obras já começaram”, garante. Entre as metas para a nova gestão destacam-se as propostas de participação popular no Orçamento do Município; e o andamento emergencial aos projetos de infraestrutura, educação e saneamento básico. A prioridade para o primeiro semestre continua sendo a saúde “Vamos resolver a crise da saúde decorrida das gestões anteriores”, afirma. Nos dois primeiros meses de governo a gestão de Carlito

tem chamado a atenção pela transparência e organização, inclusive na formatação do colegiado e equipes de apoio. O novo prefeito venceu adversários poderosos, dois deles respaldados, em momentos diferentes, por Luiz Henrique. Após a batalha eleitoral o projeto político agora é governar Joinville de uma forma mais humana, transparente e participativa. “Pretendo realizar um bom governo e mostrar o diferencial. Joinville é a maior cidade do Estado, uma cidade belíssima e rica. Tudo o que a cidade nos oferece deve ser repartido de forma mais igualitária, com a participação de todos”. Para isso, Carlito conta com uma relação pacífica com governador – o que tem gerado a sensação de aproximação entre PT e PMDB - e, inclusive, com as lideranças que fazem oposição ao seu governo na Câmara de Vereadores. “O ambiente deve ser democrático e participativo, lembrando que todos trabalhamos pelo bem da nossa cidade”. Sobre o significado de sua vitória no contexto político, o prefeito de Joinville enxerga o resultado como o início de uma era democrática, participativa e respeitosa na política da cidade. Se isso é possível, o tempo dirá.

Nome: Carlito Merss Idade: 53 anos Histórico político: Vereador por Joinville, deputado estadual e deputado federal por três mandatos. Formação: Economista Filiação: PT desde 1983 Frase: “Sempre respeitei muito o PMDB. Acho que a composição atual no Estado possibilita uma proximidade ainda maior. Considero cedo para fazer uma avaliação de coligação, mesmo porque isso deverá ocorrer de acordo com as resoluções dos nossos encontros estaduais durante este ano e 2010, no PT”. Sobre uma possível coligação entre PT e PMDB em 2010. EXXTRA | Março, 2009 | 19


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VITORIOSO PELA QUAR A QUARTTA VEZ CONSECUTIV CONSECUTIVA Dário Berger derrotou o maior adversário do PMDB e garantiu mais um mandato na Capital Nome: Dário Elias Berger Idade: 51 anos Histórico político: Vereador, prefeito de São José e de Florianópolis. Formação: Administração de empresas Filiação: PMDB

Dário Berger derrotou o maior adversário do PMDB

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ároo Berger tornou-se um sobrenome conhecido na política catarinense devido a atuação de dois irmãos. Djama, o atual prefeito de São José e Dário, que inicia neste ano, em Florianópolis, o quarto mandato consecutivo, após dois em São José e um na Capital. Alem de um currículo de vitórias invejáveis, Dário Berger acumula uma eleição histórica em Florianópolis, derrotando, em 2008, uma das principais lideranças políticas de Santa Catarina e principal adversário do PMDB, o exgovernador Esperidião Amin. Após uma eleição fantástica, com repercussão nacional, Dário Berger continua lucrando no cenário político catarinense. Desde o dia 26 de outubro, quando venceu com 57,68% dos votos e elegeu-se, pela segunda vez consecutiva, prefeito de Florianópolis, ele tem sido alvo das mais diversas especulações, dividindo, inclusive, o seu atual partido, o PMDB, que tinha como candidato certo ao governo do Estado, o ex-governador Eduardo Pinho Moreira. Desde sua vitória, o novo peemedebista, que filiou-se ao PMDB para garantir sua eleição, pois precisava do respaldo do maior partido político do estado 20| Março, 2009 | EXXTRA

e da Capital, não desgruda do governador Luiz Henrique da Silveira. Dário Beger deu o salto que precisava para consolidar uma carreira política que promete abalar as estruturas dos principais partidos catarinenses. O peemedebista já é considerado por muitos o candidato com maior chance de vitória ao Governo do Estado. Porém, como todo político recém eleito, ele ainda nega essa possibilidade. A vida pública de Dário iniciou-se em São José em 1989, quando exerceu os cargos de diretor de pessoal e de presidente da Comissão Municipal de Esportes. O seu primeiro cargo eletivo foi de vereador pelo PFL, em 1992, quando conquistou a vaga com 994 votos. Desde então, ele tornou-se figura conhecida na cidade, onde foi prefeito por duas vezes, sendo que na segunda eleição, em 2000, foi reeleito com quase 73 mil votos, o que correspondeu a 84% da totalidade dos votos apurados. Apesar de afastado do município desde 2004, quando transferiu seu domicílio eleitoral para Florianópolis, Dário continua tendo o respaldo da população josefense, que em 2008 garantiu a eleição do seu irmão Djalma. Na primeira eleição em Florianó-

polis, Dário Berger foi eleito pelo PSDB, no segundo turno com 118.644 votos. Seu primeiro mandato foi marcado pelas obras de infraestrutura realizadas nos mais diversos bairros, mas também por escândalos, como a Operação Moeda Verde, e pelo aumento da tarifa do transporte público, fato que rendeu diversas manifestações estudantis, com ampla repercussão. Reeleito em 2008, o prefeito quer continuar fazendo obras, e “escrever seu nome na história” de Florianópolis. “Nós temos muitos projetos pela frente. Precisamos resolver o problema do trânsito, do transporte coletivo, saneamento, educação, saúde, tudo explicitado no nosso programa de governo, que agora com o apoio do governador e do governo federal, eu não tenho nenhuma dúvida que vou escrever meu nome na História de Florianópolis, como um dos melhores e maiores prefeitos de toda a História”, disse em entrevista à imprensa no dia da vitória. Mas, se depender do Partido Progressista, do ex-governador Esperidião Amin, Dário não terá tranqüilidade para governar. O PP entrou na Justiça pelo que considera “fraude à lei e à Constituição”, por ele ter mudado de domicílio eleitoral com a finalidade de concorrer em outro município. A Constituição proíbe mais de dois mandatos consecutivos no Executivo. Já para o governador Luiz Henrique, Dário tem tudo para continuar crescendo no campo político. “Dário Berger é nome forte para qualquer coisa e será objeto de pesquisa dentro do partido”, disse o governador em entrevista a uma emissora de rádio.


VITÓRIA DO PT NA CIDADE QUE PPARECIA ARECIA TER DONO Em sua terceira tentativa, Paulo Eccel venceu o candidato de Ciro Roza e tornou-se prefeito

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om apenas 43 anos, o petista Paulo Eccel foi eleito prefeito de Brusque com 55,78% dos votos, na sua terceira tentativa. Ele venceu, com diferença de mais de 11 mil votos, o candidato do PDT, Dagomar Carneiro, que tinha o apoio do ex-prefeito Ciro Roza (DEM), considerado por muitos o “dono” da cidade. A força política do seu adversário pode ser medida pela trajetória de Roza, que foi prefeito por três vezes (1988, 2000, 2004) e que pretendia dar continuidade à gestão municipal, desta vez na cidade vizinha de Balneário Camboriú. A verdade é que Roza não conseguiu ser candidato novamente e direcionou sua influência e experiência para Carneiro, seu ex-vice. Não venceu e fez da derrota um motivo para abandonar sua cidade, quando mais precisou dele: durante as enchentes de novembro. Eccel, que fez uma campanha com base na mudança, assumiu a administração do município em estado de calamidade pública em decorrência dos estragos provocados pelas chuvas. “ Não havia

máquinas e equipamentos para dar uma resposta rápida para a população, nem pessoal suficiente na secretaria de obras para trabalhar, já que os contratos venceram em dezembro de 2008. Colocar a “ máquina para funcionar” foi o principal desafio neste início de governo”, conta. Ainda, segundo o prefeito a administração anterior deixou as vias públicas em péssima condição, a saúde um caos e as comunidades em total desleixo. “A estrutura da prefeitura estava totalmente sucateada e com uma dívida de mais de R$ 92 milhões”, garante. Apesar de não ter dividido o palanque com o governador Luiz Henrique da Silveira, ele acredita numa relação amigável junto ao Governo do Estado, até mesmo pelo potencial estratégico da cidade, considerada um dos maiores pólos têxteis do país. No âmbito municipal, ele perde na contagem de vereadores a seu favor, fato que poderá dificultar o andamento de alguns projetos. “Nosso principal desafio é reconstruir Brusque e planejar a cidade para evitar novos

sofrimentos com desastres ambientais. Planejamento, seriedade e criatividade são as palavras de ordem para vencer estes desafios”, ressalta. Nos dois primeiros meses à frente do executivo municipal o petista promoveu um plano emergencial de recuperação da cidade, denominado de Operação Reconstrução. Paralelo a isso, buscou junto ao Governo Federal a liberação do FGTS para os afetados. Entre os seus principais projetos para os quatro anos de mandato, estão: a humanização do atendimento e a garantia de médico, dentista e medicamentos de maneira efetiva nas Unidades de Saúde do município; a recuperação das vias públicas através do programa “Tapete Preto”; a implantação de escolas de tempo integral e de uma gestão transparente, através de ouvidorias, Balcão Cidadão e Governo Digital; o incentivo a projetos culturais; o estímulo e incentivo para a área industrial, no esporte, turismo e lazer; e o reforço na segurança municipal; entre outros.

Nome: Paulo Roberto Eccel Idade Idade: 43 Histórico político: A paixão pela política começou aos 17 anos, com as Diretas Já. Foi Deputado Estadual pelo Partido dos Trabalhadores de 2003 a 2006 Formação: Formado em Ciência Contábeis e Direito Filiação: PT

Frase: “A nossa proposta é bem clara. Pretendemos dar atenção ao município e aos cidadãos brusquenses. Vamos governar com base na ética e no diálogo, pois acreditamos na construção coletiva. Isso, certamente, demonstrará uma maneira diferente de administrar e marcará de fato, uma nova fase na história política do município”. EXXTRA | Março, 2009 | 21


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É destaque

QUERIDINHO DO ELEITOR Com 73,5% dos votos válidos Ronério Heiderscheidt foi reeleito em Palhoça, com o maior percentual em SC

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da cilio Arru Foto: Mar

le teve uma das vitórias mais arrasadoras das eleições municipais de 2008 e a constatação de que esforço e dedicação têm sim o reconhecimento da população. Ronério Heiderscheidt (PMDB) foi reeleito prefeito de Palhoça, com 73,5% dos votos válidos, ou seja, com a aprovação de 47.546 eleitores. Além de comandar uma das maiores prefeituras do estado o peemedebista foi eleito, no mês de janeiro, presidente da Federação de Municípios de

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Santa Catarina (Fecam). Desde então realiza roteiros de aproximação com outras prefeituras, mas desmente uma possível candidatura em 2010. Segundo ele, sua intenção política é permanecer os quatro anos como prefeito de Palhoça, porém, há quem afirme que o seu próximo passo é rumo a Câmara dos Deputados, já na próxima eleição. Ronério não venceu sozinho, entrou na disputa para ganhar, por isso, uniu as forças de dez siglas políticas, formando a coligação Todos por Palhoça. Partidos importantes, entre eles o DEM e o PSDB o ajudaram a trilhar a conquista, que lhe rendeu evidência no cenário político e, principalmente, dentro do seu próprio partido, no contexto estadual. Apesar de ter provocado mal estar no PMDB, em 2008, devido a declarações de aproximação com o précandidato ao Governo do Estado, Leonel Pavan, Ronério agora parece mais afinado com o discurso do governador Luiz Henrique, defendendo de forma irredutível que aquele que tiver maior possibilidade de vitória deverá ser o candidato da coligação. Dessa forma, não desagrada o seu partido e não nega apoio a outros concorrentes da tríplice aliança, caso a mesma se mantenha. Além de garantir mais quatro anos de prefeitura, a arquitetura política também garantiu a eleição dos onze vereadores do município, que certamente facilitarão as ações, legislando a favor das bandeiras da coligação. Mas o sucesso alcançado por Ronério não tem sustentação apenas em sua estratégia de campanha. O trabalho desenvolvido durante o seu primeiro mandato garantiu um crescimento extraordinário ao município. Em quatro anos, duas mil novas empresas desembarcaram em Palhoça, abrindo novos empregos e movimentando a economia local. De acordo com a

RÁPIDO PERFIL Idade: 53 anos Profissão: empresário Natural: Alfredo Wagner Prioridade: Quero dar continuidade ao projeto de atrair empreendimentos, valorizando ainda mais o cidadão palhocense, com obras voltadas para a modernidade e ampliação da infraestrutura.

“ Considero-me um homem empreendedor, que gosto de realizar, executar, enfim, fazer acontecer e não esperar acontecer. Sou uma pessoa feliz e realizada e que tem muito ainda a colaborar com o desenvolvimento de Palhoça e do Estado.”

Secretaria Estadual da Fazenda, Palhoça cresceu em 2007 mais que Florianópolis e que São José. “Isso tudo nos orgulha e nos dá mais ânimo para trabalharmos 18 horas por dia”, afirma o peemedebista. Ainda, segundo ele, essa política de gestão empreendedora vai continuar. Para o atual mandato as metas estão traçadas visando a preocupação com a mobilidade urbana. E para isso, já estão assegurados pelo Governo Federal R$ 30 milhões para deflagrar cinco obras estruturais, que contemplam as determinações da Agenda 2015, que projetou o município até essa data. O projeto de mobilidade urbana deverá ser executado em três anos, com obras que, em síntese, servirão para ligar Palhoça, atualmente dividida ao meio pela BR101. Além de outras obras de infraestrutura, que somam mais de 300 ruas pavimentadas e em pavimentação. Para o setor de transportes, a gestão prevê a implantação do Sistema de Transporte Coletivo Municipal. Educação, saúde e a área social também devem continuar sendo prioridades.


Economia

INJEÇÃO DE DINHEIRO Governo anuncia R$ 4,4 bilhões para a recuperação e dinamização da economia

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governador Luiz Henrique anunciou, antes do início do Carnaval, uma participação pública de R$ 4,4 bilhões a serem investidos em 2009/2010 na recuperação e dinamização da economia de Santa Catarina. O anúncio foi feito em reunião na Fiesc, ocasião em que apresentou investimentos realizados e resultados obtidos pelo Estado a partir de 2003. À iniciativa privada caberá investir R$ 3,9 bilhões, explicou Luiz Henrique durante reunião da diretoria da entidade. Luiz Henrique afirmou que o menor ritmo da economia deve-se às inundações de novembro de 2008, que atingiram pólos importantes, como o Porto de Itajaí. Outro elemento é o reflexo da crise financeira global e seus impactos em diversas áreas. “Temos aqui a diminuição da arrecadação e crises setoriais, que pretendemos enfrentar com medidas e investimentos, sem aumento da carga tributária”, disse. Em sua exposição, o governador

exibiu números da arrecadação 2003/2008, que passou de R$ 5,6 bilhões para R$ 14,4 bilhões sem criação de novos tributos. “Houve redução no custeio da máquina pública, de 41% de 2004 a 2006 e sobre isso uma redução de 37% entre 2006 e 2008. Santa Catarina é o estado que menos gasta com a máquina pública, com redução do percentual do PIB gasto neste item”, disse o governador, baseado em levantamentos de instituições de boa reputação. Os investimentos realizados a partir de 2003 atingiram áreas básicas como educação, saúde, segurança e infraestrutura (saneamento, energia, rodovias, aeroportos), além da renovação de equipamentos, serviços e produtos nas áreas de Turismo, Tecnologia e modernização administrativa, que asseguraram diversos destaques nacionais pelos resultados obtidos. Entre os investimentos públicos previstos, situam-se a Casan (R$ 848 bilhões); SCgás (R$ 150 milhões); Saúde (R$ 289,5 milhões); Celesc (R$ 500 milhões); Deinfra

Crescimento do emprego teve o pior resultado em dez anos De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o ano de 2009 começou com o pior resultado no nível de crescimento, sendo que em janeiro foram gerados 6.407 postos formais de trabalho, o que representa um crescimento de 0,41% ao mês de dezembro de 2008. Segundo Osni Vieira Filho, do Sistema Nacional de Emprego (SINE/SC), embora o número de contratações tenha superado o número de desligamentos, este foi o pior resultado para o mês de janeiro nos últimos dez anos. “Este resultado corresponde a um saldo líquido de emprego 63,5% inferior ao verificado em igual mês do ano anterior, quando foram criadas 17.552 novas vagas”.

Governador Luiz Henrique (R$ 593 milhões); Fazenda (R$ 75,5 milhões); Educação (R$ 1,12 bilhão); Segurança (R$ 131 milhões) e programas do Grupo Reação (R$ 844 milhões). O governador ainda apresentou tópicos da recente missão aos Emirados Árabes, quando foram feitos contatos importantes nas áreas de Infraestrutura, Transportes e Turismo, com boas possibilidades de concretização. “Diversas autoridades com quem mantivemos contato, mostraram-se desejosas de participar do WTTC, em Florianópolis. É Santa Catarina expandido-se e fortalecendo sua presença como um dos mais brilhantes das novas bases turísticas no mundo”, afirmou Luiz Henrique, que também incentivou o empresariado e todos os cidadãos a enfrentarem a crise com criatividades e determinação. O material apresentado está disponível no endereço web http:// webimprensa.sc.gov.br/ivestimentos.ppt.

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Foto: Rosane Lima

Exxtra – O PT catarinense venceu em São Miguel do Oeste, Joinville e Brusque, cidades onde inicia uma sólida gestão, que chama a atenção pela organização e coletividade. Manteve Concórdia e Laguna e, na soma total de prefeituras, cresceu cerca de 50%. Porém, em comparação a outros partidos ainda detem um número pequeno de prefeituras. Sendo assim, possuí número significativo de votos, porém pouca representatividade. Como reverter esse quadro? Ideli Salvatti – A relação do PT com a sociedade acontece de várias formas. Uma delas é através das administrações municipais onde está. E aí destaco não apenas aquelas onde temos o prefeito, mas também as que temos o vice e secretários. Essa relação é muito importante para as pessoas conhecerem de perto a forma de governarmos, ouvindo a sociedade e trabalhando muito pela melhoria da qualidade de vida do povo. Mas é preciso que se some a isso a atuação de nossos vereadores, das nossas lideranças sociais, de nossos deputados estaduais e federais, a minha atuação como senadora e, de forma muito especial, do sucesso do governo Lula, aprovado por 84% dos brasileiros. Temos força política, representatividade, propostas para os municípios, para o Estado e para o Brasil, e temos muita coisa boa para mostrar nossa capacidade de governar. Portanto, argumentos e exemplos fortes não faltam para nosso diálogo com o eleitor, seja ele de um município governado pelo PT ou não.

LIDERANÇA PETISTA A senadora Ideli Salvatti, após dois mandatos de deputada estadual e seis anos no Senado, tornou-se, não apenas a maior estrela do PT catarinense, como a maior expressão da política de Santa Catarina, com trânsito no Governo Federal. Nessa condição privilegiada tem sido o elo entre Estado/União, na liberação de recursos para importantes obras. Uma delas foi a linha de transmissão de energia Desterro-Palhoça, inaugurada pelo presidente Lula no dia 27 de fevereiro. E foi nesse dia, entre a correria para cumprir compromissos oficiais agendados, que Ideli concedeu essa entrevista exclusiva para a Exxtra.

Por Ivan Lopes da Silva e Soledad Urrutia 26||Março, Março de 2009 2009 | EXXTRA | EXXTRA

Exxtra – Nas eleições municipais a imagem do presidente Lula não agregou na transferência de votos para os candidatos. Apesar dos esforços ainda há quem afirme que o mesmo acontecerá com a candidata à presidência de Dilma Rousseff. Diante desse fato, o PT estadual continuará colando o seu discurso às propostas e avanços do Governo Federal ou buscara estratégias mais regionalizadas? deli Salvatti – As realizações do governo Lula agregaram, agregam e continuarão agregando. Mas não podem ser vistas como caminho único para uma campanha vitoriosa. O governo Lula é um excelente exemplo de como governamos. Sua avaliação positiva reflete a melhoria na qualidade de vida do povo. Hoje a classe média é a maioria do povo brasileiro. E diante da crise internacional, o Brasil está tão sólido economicamente que será um dos menos afetados, segundo avaliação do próprio Banco Mundial. Isso não é pouco. Mas


não basta. No caso das eleições municipais, é preciso fazer a ligação desse exemplo nacional com um bom projeto local, que atenda as aspirações das pessoas. Nas eleições de 2010, a ministra Dilma, se for a candidata, mostrará não apenas que representa a continuidade de tudo de bom que o Brasil conquistou com Lula, mas também seu estilo próprio, de mulher firme, decidida, de ação, além de novas propostas para seguirmos avançando. Em Santa Catarina, o PT deve mostrar que aqui também podemos crescer econômica e socialmente muito mais. Para isso, vamos somar ao exemplo nacional e municipal um projeto consistente para o Estado, levando em conta as especificidades regionais. Exxtra – Os dirigentes do PMDB nacional já deram sinal que o partido apoiará a candidatura petista para presidência da República. Já o governador Luiz Henrique (PMDB) procura manter a tríplice aliança (PMDB, PSDB e DEM) para disputar o Governo do Estado. Como será operacionalizada essa questão aos olhos da legislação eleitoral? Ideli Salvatti – O PMDB faz parte do governo Lula e creio na continuidade dessa aliança. Agora, as decisões nacionais e estaduais do PMDB cabem ao partido. Acho difícil, por exemplo, o PMDB não ter um candidato ao governo. Seria a primeira vez na sua história. Mas a aliança vai aceitar o PMDB com o candidato a governador e Luiz Henrique como candidato ao Senado? Mas é uma questão para eles resolverem. O PT terá candidatura, isso é certo. Exxtra – Durante a viagem que a senhora fez para Dubai, nos Emirados Árabes, houve conversas com o governador Luiz Henrique ou são apenas especulações da imprensa? Ideli Salvatti – Eu conversei com o governador antes da viagem, durante e continuo depois dela. Como senadora de Santa Catarina coloco os interesses de nosso Estado acima de quaisquer diferenças políticas. Exxtra – O PT catarinense está mais próximo do PP ou do PMDB? Ideli Salvatti – O PT está e deve estar cada vez mais próximo das pessoas, de seus anseios, necessidades e sonhos. Isso é o mais importante. No campo partidário, governamos juntos com o PP e o PMDB, de forma distinta, em diversos municípios. Já em Joinville, maior cidade do Estado, nosso

Lula, a ministra Dilma e a senadora Ideli. Ao fundo, os deputados federais Cláudio Vignatti, Décio Lima e Jorge Boeir, durante a inauguração da linha de tansmissão eletroenergética entre a Ilha e o Continente governo Carlito reúne na mesma administração o PP e o PMDB, além de outros partidos, de forma harmônica. Na política é preciso haver sempre o diálogo. E o diálogo deve ser balizado pelo interesse maior da sociedade. É assim que trabalhamos. Exxtra – O que a senhora imagina no cenário eleitoral de 2010. Alianças fortes e comprometidas ou cinco candidaturas separadas? Quem serão os candidatos? Ideli é candidata? Ideli Salvatti – Meu mandato como senadora acaba em 2010 e, portanto, serei candidata de qualquer forma. Meu nome está sendo discutido no PT de uma forma muito unitária, assim como o nome do deputado Cláudio Vignatti está sendo lembrado para o Senado. Só esse fato já é um orgulho para mim, ainda mais com o partido unido. Com certeza vamos buscar alianças que fortaleçam a candidatura e construam um projeto novo para Santa Catarina. Essas alianças serão partidárias e com setores sociais, com empresários e trabalhadores. Mas posso falar por nós, pelas outras candidaturas é difícil.

“Eu começo com um desafio: que a oposição ou a imprensa faça um levantamento sério de qual representante de Santa Catarina no Senado ou em governos federais passados trouxe mais benefícios para o Estado do que meu mandato. E olha que já tivemos peso-pesados no Senado e até como ministros”

Exxtra – Diante de uma eventual cassação do governador Luiz Henrique, qual será o posicionamento do PT em Santa Catarina? Ideli Salvatti – Não posso fazer especulação sobre algo que não ocorreu, muito menos em nome do PT, que fará a discussão no momento certo. Exxtra – A famosa militância aguerrida do PT, tantas vezes liderada pela senhora, adormeceu? Por que a juventude está tão ausente da política? Ideli Salvatti – É preciso ver a diferença dos momentos históricos. Uma coisa era a luta pela democracia, contra a ditadura. Ou, já no período democrático, em que o PT começava sua construção essencialmente como partido de oposição. Não acho que a militância adormeceu. A situação é outra e exige outras formas de atuar. Somos governo em cidades, estados e no país! Precisamos elaborar propostas, executá-las, gerir bens públicos, legislar, buscar recursos. Boa parte de nossa militância agregou essas tarefas, com outro nível de responsabilidade. Mas não quer dizer que não vamos continuar atuando nos movimentos sociais, nos sindicatos, nas escolas e universidades. E aí nossa militância continua e deve ser fortalecida, pois é fundamental para que a visão crítica esteja sempre presente, o que é essencial para aperfeiçoarmos nossa forma de atuar e a própria democracia. É preciso ver até que ponto a juventude está ausente ou simplesmente tem outras maneiras de ver e atuar politicamente. São outras gerações, são outras situações no país e no mundo. E não podemos esquecer que estamos no século 21, com tudo o que isso implica em mudanças tecnológicas e comportamentais

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Aconteceu

LUTO NA POLÍTICA DE SC

O ex-deputado Geovah Amarante tornou-se uma das figuras mais importantes na eleição do governador Luiz Henrique

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eservado, clássico e extremamente habilidoso na articulação política. Assim é lembrado Geovah Amarante, por quem o conheceu. O peemedebista, que morreu no início do primeiro domingo de fevereiro, já deixa saudade na política catarinense. Sua paixão partidária foi marcada, principalmente, pela lealdade, compromisso que lhe implicou o distanciamento do governador Luiz Henrique da Silveira, mesmo após ter coordenado sua campanha vitoriosa de 2002 e ter integrado o executivo estadual, nas diretorias da Casan, do Besc e do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremosul (BRDE). Geovah não concordou com algumas decisões do chefe do executivo estadual, pois entendia que a ideologia política não poderia abrir oportunidades para uma mistura entre partidos de outras frentes. Ex-deputado, que não exercia mandato eletivo há mais de 20 anos, o peemedebista destacava-se no PMDB, na condição de articulador político de extrema habilidade. Sua fidelidade partidária vinha de uma relação antiga e literalmente paterna, pois Gevoh foi um dos fundadores do PMDB em Santa Catarina e presidente de honra do partido em Joinville, cidade em que desenvolveu sua carreira política. Natural de São Francisco do Sul, onde nasceu em 14 de março de 1936, iniciou-se na política no movimento estudantil, no Rio de Janeiro. Foi um dos deputados estaduais mais aguerridos da bancada do PMDB catarinense, por duas legislaturas, a partir 1979. Em 1983 foi líder

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O ex-deputado Geovah Amarante faleceu no sábado 7 de fevereiro da Bancada e três anos depois elegeu-se deputado federal. Apesar da sua ligação política com Luiz Henrique, Geovah participava do grupo político liderado pelo ex-governador Pedro Ivo Campos. Ele tinha 72 anos e estava fazendo tratamento contra um câncer de próstata. Morreu na noite do dia 7 de fevereiro. Após sua morte, o governador em exercício Leonel Pavan assinou decreto declarando Luto Oficial de três dias no Estado. No ato de sepultamento, realizado em Joinville, recebeu honras militares.

O diretório estadual do PMDB emitiu Nota Oficial destacando a trajetória do peemedebista. “Militante aguerrido, pautado, no entanto, pela capacidade de diálogo e compreensão, fez jus ao afeto e respeito de todos quantos comungaram de seu convívio. Geovah se constitui na comprovação eloquente de que é viável ativismo democrático na vida pública tanto nas conjunturas adversas como em momentos de plenitude da liberdade. Sua memória haverá de inspirar as novas gerações”, diz um trecho do documento.

QUEM FOI GEOVAH AMARANTE Natural de São Francisco do Sul, nascido em 14 de março de 1936, Geovah José de Freitas Amarante, foi comerciante e um dos fundadores do MDB em Santa Catarina. Mudou-se para o Rio de Janeiro aos 18 anos para estudar administração. Lá, conheceu Dirce, com quem se casou e teve três filhos. Aos 34 anos, disputou uma vaga na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, mas não conseguiu eleger-se. No mesmo ano, em 1970, voltou ao Estado com a família. Em 1979 conquistou seu primeiro mandato de deputado estadual. Permaneceu no parlamento catarinense por duas legislaturas, onde também foi líder da Bancada em 1983. Ligado a Pedro Ivo Campos, articulou sua campanha vitoriosa ao Estado em 1986, mas perdeu a disputa pela Câmara Federal. Suplente, assumiu o cargo dois anos depois e participou da Constituinte de 1988. No governo de Pedro Ivo Campos (1987-1990), foi secretário de Comunicação. Depois ocupou uma das diretorias da antiga

companhia de telefonia de Santa Catarina, a Telesc. Em 1990, sem conseguir voltar ao poder legislativo, Geovah passou a se dedicar à articulação política. Em 1992 assumiu o PMDB de Joinville, cargo que entregou em 2006, após 12 anos de participação ativa. Participou das eleições de Luiz Henrique à Prefeitura de Joinville em 1996 e 2000. Voltando ao governo estadual, na gestão de LHS, integrou a diretoria do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo-sul (BRDE). Seu último cargo público foi a presidência do Ippuj (Instituto de Planejamento Urbano), em 2008, após atender a convite do então prefeito Marco Tebaldi (PSDB). Aos 72 anos, depois de quase uma semana de internação no Hospital Unimed, Geovah Amarante não resistiu ao câncer de próstata que enfrentava desde 2002. Amarante deixa a esposa, Dirce Amarante, e os filhos Fábio, Fabiane e Fabíola.


Negócios

A FORÇA COOPERADA BRDE e Coopercentral assinam maior operação de PRONAF do país

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Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – BRDE e a Coopercentral – Cooperativa Central Oeste Catarinense assinaram contrato de financiamento no valor de R$ 95 milhões. O investimento será empregado na unidade industrial de processamento de laticínios que a Coopercentral, terceira maior cooperativa do Brasil, mantém em Pinhalzinho, no oeste do Estado. Trata-se da maior operação já realizada no país com recursos destinados à linha do PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) desde sua criação. A solenidade ocorrerá durante a abertura do Itaipu Rural Show, na mesma cidade em que se localiza a fábrica. Estarão presentes o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, o Diretor de Operações do BRDE, Casildo Maldaner, e o presidente da Coopercentral, Mário Lanznaster. Esta é a segunda etapa do projeto – na primeira, o BRDE já financiou R$ 44 milhões. O financiamento atual foi realizado na modalidade de cotas-parte, onde cinco cooperativas filiadas são responsáveis por diferentes financiamentos, e todo o recurso é destinado ao investimento na unidade da Coopercentral. São elas: Cooperativa Regional Auriverde; Cooperativa Regional Itaipu; Cooperativa Tritícola Sarandi; Cooperativa A1 e Cooperativa dos Suinocultores de Lacerdópolis. O investimento permitirá que a cooperativa aumente a produtividade e a diversidade dos produtos fabricados na unidade de Pinhalzinho, através de inovações tecnológicas. A fábrica deixará de

Casildo Maldaner, Diretor de Operações do BRDE terceirizar processos de industrialização de produtores rurais associados e empregam leite em pó, realizando-os no próprio 19 mil colaboradores diretos. Atua nos mercados nacional e internacional de estabelecimento. Com a instalação de uma torre de laticínios, rações, carnes suínas e de aves. Seus secagem de soro de leite, derivado do produtos são comercializados com as processo de produção de queijo, a marcas AURORA, PEPERI, NOBRE e Coopercentral passará a acompanhar de AUROLAT. perto esse processo. Com isso, ganhará mais A parceria entre o BRDE e a Coopercentral agilidade para atender aos pedidos dos tem mais de 20 anos, período em que foram clientes e aumentará a qualidade e segurança financiados diversos projetos que levaram a dos produtos comercializados. A cooperativa a atingir a relevância que tem capacidade de produção de leite em pó hoje nos mercados em que está inserida. atingirá a marca de 4,2 mil kg por hora. O projeto vai gerar 80 empregos diretos, que somados aos 270 já criados, perfazem o total de 350 vagas de emprego direto. O Brasil está entre os países que apresentaram crescimento acima da média na produção de leite nos últimos anos. Santa s empresas atingidas pelas Catarina é atualmente um dos principais enchentes em Santa Catarina já produtores nacionais, devido à adoção de podem procurar o BRDE para sistemas de melhoria de processos de buscar recursos que serão utilizados produção, como esse empreendido pela na recuperação da atividade Coopercentral. A produção catarinense está disseminada por todas as regiões, com econômica. expressiva participação da região oeste. “Já O BNDES divulgou notabilizada mundialmente como medidas de apoio emergencial ao produtora de carnes e grãos, a região oeste Governo de SC e às empresas da catarinense registra extraordinário região localizadas nos municípios que crescimento na produção de leite e caminha declararam estado de calamidade para se tornar pólo nacional desse pública ou situação de emergência. segmento”, ressalta o diretor do banco, O Banco Regional de Casildo Maldaner. Desenvolvimento do Extremo Sul, Coopercentral – Fundada em primeiro agente credenciado a operar 1969, a Coopercentral é hoje um dos maiores conglomerados industriais do país linhas de financiamento do BNDES, e referência mundial na tecnologia de calcula que as medidas movimentem processamento de carnes. Reúne 17 cerca de um bilhão de reais. O BRDE cooperativas, que somam mais de 77 mil tem agências em SC, RS e PR.

SOCORRO PPARA ARA RECUPERAÇÃO ECONÔMICA DE SC

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Gente

Foto Flávio Neves

Portas abertas Os prefeitos Dário Berger e Djalma, respectivamente prefeitos de Florianópolis e São José, nunca tiveram aproximação com o PT. Dário é do PMDB e Djalma está no PSB, mas estão com as portas do Palácio do Planalto escancaradas para os dois. Ao menos é o que se imagina, já que a filha do presidente Lula, a jornalista Lurian da Silva, é secretária municipal de São José.

Dário Berger, Lurian da Silva e Djalma Berger

HOMENAGEM

Câmara

A deputada Angela Amin ocupou a tribuna do plenário da Câmara, no mês de fevereiro, para homenagear Michelle Splitter. Atleta da seleção brasileira de basquete, que faleceu recentemente vítima de leucemia.

RONALDO O secretário da Justiça e Cidadania, Justiniano Pedroso, e a sua filha Sofia recepcionaram o jogador Ronaldo Nazário, durante sua passagem por Florianópolis, no final do ano passado. Na oportunidade Ronaldo entregou 30 toneladas de mantimentos com o objetivo de auxiliar os catarinenses castigados pelas chuvas.

Pedroso, Ronaldo e Sofia

Angela Amin

EVENTO PARTIDÁRIO DEFESA CIVIL O diretor estadual da Defesa Civil, major Márcio Luiz Alves, não para. Envolvido 24 horas por dia nas ações de reconstrução do desastre que provocou a morte de 135 pessoas, em novembro do ano passado, ele ainda organiza a Semana Estadual de Defesa Civil, que acontecerá de 18 a 25 de maio deste ano.

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Deputado estadual Renato Hinnig, secretário Geral do PMDB/SC, foi o idealizador do 1º Encontro Estadual de Secretários e Presidentes do PMDB, promovido no dia 2 de março, em Florianópolis, pelo Diretório Estadual do partido. Mas de 500 peemedebistas marcaram presença.


Do BBB ao evangelho Ela ficou em terceiro lugar no programa Big Brother Brasil, em 2007, e ganhou o prêmio de R$ 30 mil, virando celebridade nacional. Bruna Tavares, de Taió chegou a iniciar uma carreira de modelo, posou para revistas e sites em poses sensuais, mas mudou radicalmente sua vida. Agora diz estar “servindo a Deus para preencher um vazio no coração”, dedicando-se a ao trabalho de evangelização em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. Bruna: ensaio Paparazzo

Dupla comemoração Já faz parte do calendário social de Santa Catarina, sempre no início da segunda quinzena, a senadora Ideli Salvatti e a presidente estadual do PT, Luci Choinacki, comemoram juntas seus aniversários. Luci faz aniversário dia 17, e Ideli, no dia 18. Em 2007 foi no Clube 12, no ano passado a festa foi no Hotel Canto da Ilha - Escola Sul da CUT, na Praia de Pontas das Canas, em Florianópolis. Este ano a festa continua, mas ainda sem local definido.

Emanuel Tiago Milchevski

Fora O sonho do estudante de administração Emanuel Tiago Milchevski, de 24 anos, de São Bento do Sul, de se tornar famoso e faturar 1 milhão de reais, acabou cedo. Ele foi eliminado da atual edição do “Big Brother Brasil” com 43% dos votos.

Teste eleitoral Governador na folia O governador Luiz Henrique participou do desfile das campeãs do carnaval de Florianópolis, mais uma vez. Desde que assumiu o Governo, em 2003, tem se desdobrado para atender a convites para as festas de Momo espalhadas pelo estado. Mas tem dado mais atenção ao Carnaval da Capital e o de Joaçaba.

Valter Galina

O secretário regional da Grande Florianópolis, Valter Galina, após trabalhar muitos anos nos bastidores políticos, na condição de assessor, agora se prepara para um vôo solo. Testou a sua popularidade na comemoração do aniversário, no Clube 1º de Junho, de São José. A festança reuniu cerca de 1,5 mil pessoas, a maioria detentoras de mandatos eletivos, como prefeitos da região, vereadores e suplentes.

Foto: Neiva Daltrozo

Guga estudante Engana-se quem acredita que a vida de aposentado de Guga é molezinha. Recém-aprovado no curso de teatro em uma faculdade de Santa Catarina, o tricampeão de Roland Garros se divide entre as aulas, projetos sociais e ao próprio tênis. Usando um chapéu de vaqueiro, Guga acompanhou em seu camarote os desfiles das escolas de samba de Florianópolis, na madrugada de domingo, em companhia de familiares e amigos.

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CAMPANHA EXPLÍCITA Oposição entra com representação contra presidente e ministra Dilma Rousseff

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PSDB deu entrada com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, por propaganda extemporânea. O processo será relatado pelo ministro Arnaldo Versiani. O DEM, que também assina a ação, apresentou ainda uma consulta questionando se atos de inauguração de obras e programas governamentais podem ser considerados propaganda eleitoral antecipada.

MULTA As duas legendas pedem a aplicação de multa ao presidente Lula, como artífice da conduta, e à ministra Dilma, como beneficiária. Segundo a lei eleitoral, o valor da multa chega a R$ 53,2 mil. DEM e PSDB pedem que os autos sejam encaminhados para o Ministério Público Eleitoral, para as providências previstas em lei. Após o pronunciamento do MP, o processo retorna ao TSE para ser votado. O tempo de tramitação do processo, até a votação, leva em torno de quatro meses. Semana passada, a oposição criticou o caráter eleitoral do Encontro Nacional de Prefeitos realizado em Brasília na última semana, que reuniu chefes de executivo municipais. “Mesmo que não haja referência expressa à candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, não se pode olvidar que eventos como o ocorrido em Brasília nos dias 10 e 11 de fevereiro conseguem levar ao conhecimento de todos o nome de um agente público que, se depender da vontade do presidente da República, será oficialmente anunciada como candidata à

Divulgação José Cruz/ABr

Nacional

Lula na abertura do Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas

“O que temos visto é uma sangria de recursos públicos em eventos eleitoreiros e inaugurações de pedras fundamentais que não passam de obras virtuais. O objetivo do governo tem sido claramente o de lançar uma candidatura e o faz desrespeitando as leis”. Senador Sérgio Guerra

(PE)

sucessão presidencial”, argumenta a representação. Para o deputado Ricardo Tripoli (SP), no governo Lula “tudo se pode em termos de eleições”. “A ministra Dilma está em campanha eleitoral e, provavelmente, não toma mais conta do PAC e nem do ministério. No lugar disso, visita o país em campanha. A ação no TSE tem como objetivo fazer com que o Governo Federal pare com essa campanha eleitoral e se concentre em governar o país”, afirmou o tucano.

LULA RECEBE PREFEITOS

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ampliação do parcelamento da dívida dos municípios com o INSS para 240 meses, o aumento de recursos para o programa Provias, que permite às prefeituras a aquisição de ônibus para área rural, e o projeto de Lei que regulamentará a transição de mandato dando mais tranqüilidade aos novos gestores para assumirem as prefeituras foram as principais medidas anunciadas pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a abertura do Encontro Nacional de Novos Prefeitos e Prefeitas, realizado no mês passado, em Brasília. O auditório do Centro de Convenções Ulysses Guimarães permaneceu lotado durante o encontro, com a participação de mais de 3,5 mil prefeitos de todo o Brasil, sendo 150 catarinenses. Em relação a crise mundial o presidente Lula afirmou: “Não haverá corte de obras do PAC por causa da crise”. Lula ainda convocou os prefeitos para combater o analfabetismo, a mortalidade infantil e a falta de registro civil em crianças de até 1 ano.

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Aprasc reunida com o governador em agosto de 2005

Outdoor em Florianópolis patrocinado pela Aprasc

POLICIAIS DE SC MULTADOS Associação que criticou PMDB recebe multas por propaganda eleitoral negativa “Na minha opinião é nítido que indicar para que não se vote em determinado partido em ano eleitoral caracteriza propaganda negativa”, afirmou o juiz Márcio Vicari ao relatar recurso interposto pela Associação de Praças do Estado de Santa Catarina (Aprasc). Liderada pelo deputado estadual Sargento Amauri (PDT), a recorrente foi multada pelo juízo de 1ª instância por veicular em outdoor e Internet manifestações de insatisfação de uma classe profissional com o descumprimento de uma promessa assumida em 2003 pelo governador Luiz Henrique da Silveira, ano de promulgação da Lei Complementar 254, editada com o fito de reorganizar a estrutura e a remuneração dos profissionais da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa do Cidadão (policiais militares e bombeiros). O parlamentar, da bancada do bloco de partidos que dão sustentação ao Governo de Luiz Henrique (PMDB), tem se mostrado um dos mais ferrenhos críticos a atual administração, em defesa da classe que o elegeu, e que não estaria sendo atendida em seus pleitos. A posição do relator foi firmada, sobretudo, nas últimas frases presentes no manifesto, ao mencionar que os praças tem “254 motivos para não votarem no PMDB e seus aliados”. No entendimento de Vicari, 34| Março, 2009 | EXXTRA

há inegável conotação eleitoral negativa expressa, pois “os dizeres em questão certamente conclamam uma espécie de repulsa às candidaturas do partido recorrido, mormente quando em curso o ano eleitoral, de modo que restou caracterizada a realização de propaganda eleitoral negativa”. As manifestações ocorreram em plenos meses que antecediam as eleições municipais do ano passado. A Associação interpôs dois recursos ao Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina, contra as sentenças do juízo da 101ª Zona Eleitoral nas representações interpostas pelo PMDB. Na primeira sentença, a pena imposta foi multa no valor de R$ 21.280,00 pelas mensagens de manifesto veiculadas no sítio eletrônico institucional da Associação e em outdoor na rodovia SC 401. Neste caso, a pena foi mantida pela Corte por maioria dos votos. Posteriormente, a representação detalhou outros locais em que foram afixados outdoors com os mesmos dizeres, processo que resultou em multa R$ 26.602,50, mas que o Pleno reduziu ao mínimo legal, ou seja, R$ 21.280,00. Governador recebe Aprasc Esse imbróglio vem se arrastando desde o início do primeiro mandato do

Governo Luiz Henrique. No dia 2 de agosto de 2005 o governador recebeu em seu gabinete uma comissão de líderes da Aprasc. Eles pedem a aprovação do Plano de Carreira e o cumprimento da Lei 254, já aprovada na Assembleia Legislativa, relativa ao aumento salarial e à incorporação do abono. Na ocasião Luiz Henrique lembrou ser parceiro dos militares ressaltando: “todos somos funcionários públicos”. Com relação ao Plano de Carreira, Luiz Henrique disse que estará encaminhando a proposta à AL no próximo dia 25, dia em que haverá novas promoções. Já em relação ao cumprimento da Lei 254, o governador propôs que uma comissão, formada por um representante de cada entidade, se reunisse naquela semana com membros das Secretarias da Fazenda e Administração para analisar as possibilidades do avanço salarial. “A Lei 254 foi aprovada e a proposta é que seja executada quando o Estado estiver com disponibilidade financeira e se não ultrapassar os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal”. Luiz Henrique ainda salientou que antes de assumir o Governo, havia soldado que há mais de 30 anos não recebia promoção. “No atual Governo, os policiais não vão passar mais de sete anos sem serem promovidos”, disse o governador.


ENFIM, PRESIDENTE

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om as galerias do Parlamento catarinense lotadas e na presença de diversas autoridades do Estado, o deputado Jorginho Mello (PSDB) foi eleito presidente da Assembléia Legislativa no dia 1º de fevereiro, pela unanimidade dos 40 parlamentares com assento na Casa. É o terceiro nome na linha sucessória do Estado, em caso de afastamento do governador e do vicegovernador. Em seu discurso, Jorginho Mello lembrou a infância humilde, “quando era morador do interior e da periferia, que enfrentava dificuldades e lutava para ajudar a família”. Destacou que ao longo de quatro mandatos tem convivido com homens e mulheres de grande valor, “que no dia-a-dia do Parlamento ajudam a renovar os sonhos e as

esperanças do povo catarinense”. Também rendeu sua homenagem aos “trabalhadores que movimentam esta máquina que é o mais democrático dos Poderes”. O novo presidente classificou os setores da Casa como “órgãos e membros de um mesmo corpo, cada um deles fazendo a sua parte para que o trabalho atinja seu objetivo”. Ainda lembrou que nos últimos anos o Legislativo se fortaleceu, tornando-se mais transparente, e creditou isso às ações capitaneadas pelo ex-presidente Julio Garcia (DEM). Jorginho Mello aproveitou o momento para enfatizar que esta vitória foi resultado de repetidos esforços, uma demonstração de persistência e a prova de que querer é poder.

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Jorginho Mello foi eleito presidente da Assembléia, após 12 anos de espera

Trajetória

orginho, aos 20 anos de idade, iniciou na carreira política como Vereador de Herval D’Oeste, no ano de 1976. Conquistou quatro mandatos consecutivos de deputado estadual: 1995/1998 (19. 104 votos); 1999/ 2002 (26.825 votos); 2003/200 (34.486 votos); e 2007/ 2010 (54.002 votos). Terminada a sessão que elegeu o chefe do Legislativo, o presidente assumiu a cadeira, tendo ao seu lado o vice-governador Leonel Pavan (PSDB), para comandar a sessão seguinte, que definiu a nova Mesa da Casa. Com apresentação de chapa única, a eleição não teve surpresas e recebeu a unanimidade dos 39 parlamentares presentes, já que o deputado Genésio Goulart (PMDB) se ausentou na hora desta votação. Em seguida, foi eleita, também por unanimidade, os demais integrantes da Mesa do Poder Legislativo, que terá como primeiro vice-presidente o deputado Gelson Merísio (DEM), segundo vicepresidente o deputado Jailson Lima (PT), 1º secretário o deputado Moacir Sopelsa (PMDB), 2º secretário o deputado Dagomar Carneiro (PDT), 3º secretário o deputado Valmir Comin (PP) e 4º secretária a deputada Ada de Luca (PMDB). A nova Mesa tem mandato de dois anos, de fevereiro de 2009 a janeiro de 2011. EXXTRA | Março, 2009 | 35


Poder

PMDB EQUIVALE A DUAS ARGENTINAS Orçamento nas mãos do partido corresponde a mais do que o dobro do dinheiro público gasto pela Argentina em 2008

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dinheiro público administrado pelo PMDB em 2009 ultrapassa em mais de duas vezes o orçamento federal da Argentina. Sem contar as prefeituras, o partido controla cerca de R$ 258,9 bilhões, divididos em seis ministérios, sete governos estaduais, a Câmara e o Senado. Com muito dinheiro na mão, os peemedebistas se fortalecem para a disputa de 2010. As eleições de José Sarney e Michel Temer para o comando do Legislativo têm o objetivo de assegurar também o domínio político. A Argentina tem um orçamento federal correspondente a R$ 106 bilhões. O caixa bilionário administrado pelo PMDB equivale a 16,1% de todo o dinheiro previsto para ser gasto este ano pelo governo federal, R$ 1,6 trilhão, sem contar o corte de R$ 37 bilhões anunciado pelo Ministério do Planejamento. Apesar do tesouro nas mãos, o partido quer mais. A voracidade do PMDB por cargos e verbas aparece nos sinais emitidos por senadores e deputados ligados aos grupos de Sarney, no Senado, e Temer, na Câmara. As duas alas travam, também, uma disputa interna por postos já ocupados por peemedebistas. Na Infraero, por exemplo, o PMDB concorre com o PTB, partido do senador Gim Argello (DF), um dos articuladores da vitória de Sarney. Os petebistas estão de olho na diretoria comercial da estatal, mas os peemedebistas querem a presidência e demais diretorias da empresa, subordinada ao Ministério da Defesa, pasta sob o comando de Nelson Jobim, 36| Março, 2009 | EXXTRA

O tamanho do partido Governadores ........................8 Vice-Governadores .............. 5 Ministros ................................. 6 Senadores ........................... 20 Deputados federais.............. 94 Deputados estaduais ........ 170 Prefeitos/Capitais .................. 5 Prefeitos ......................... 1.308 Vice-Prefeitos .................... 882 Vereadores Eleitos ......... 8.308 do PMDB. Internamente, o nome mais cotado para o lugar do brigadeiro Cleonilson Nicácio é Rogério Abdala, atualmente na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), também na cota do PMDB. O nome de Abdala já teria aval duplo de Sarney de Temer, além da aprovação de Jobim.

Cargos O PMDB ainda mantém importantes cargos no segundo escalão do governo. Na cota do partido estão nomes indicados para estatais e agência reguladoras. Um deles é Francisco de Oliveira Filho, integrante da diretoria colegiada da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O publicitário, conhecido no Congresso como Chiquinho, foi indicado pelo PMDB de Minas e é ligado ao ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB).

Deputado federal Michel Temer, presidente nacional do PMDB.

Também nas agências reguladores, a então assessora especial da Previdência do Senado, Emília Ribeiro, foi indicada por Sarney para assumir uma vaga no Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Emília assumiu o cargo com a missão já cumprida de aprovar a reformulação do Plano Geral de Outorgas (PGO), que permitiu a fusão entre a Brasil Telecom e a Oi. Já o ex-deputado estadual Elias Fernandes (RN) comanda o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). O potiguar foi indicado pelo deputado e líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). Na Transpetro, subsidiária da Petrobras, o partido ainda mantém o controle com o ex-senador Sérgio Machado (CE) na presidência. Machado é da cota Renan Calheiros, que convenceu Lula a mantê-lo no cargo. Na Eletrosul, o partido emplacou, depois de uma longa disputa com a senadora Ideli Salvatti (PTSC), como diretor de Gestão Administrativa e Financeira, Paulo Afonso Vieira, ex-deputado do PMDB e exgovernador de Santa Catarina.


Turismo

O passaporte para a Copa do Mundo de 2014

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lém de ser eleito, pela segunda vez consecutiva como o melhor destino turístico do País, o Estado de Santa Catarina chamou atenção em 2008 graças a uma reportagem publicada no “New York Times”, que coloca Florianópolis como o melhor destino mundial para festas. O potencial turístico, que chegou a ser ameaçado devido aos trágicos prejuízos das enchentes, ocorridas não só em 2008, mas também no início deste ano, é ponto estratégico não apenas para atrair visitantes, mas para colocar a Capital como uma das cidades sedes de alguns jogos da Copa do Mundo de 2014. No final do ano passado e começo de 2009, diante de um quadro preocupante, o turismo, que durante o verão chega a movimentar de 6 a 7 % do Produto Interno Bruto, as autoridades políticas e a iniciativa privada souberam agir rápido e evitar um desastre no setor, através de investimentos em publicidade e reparos da infraestrutura de turismo. Talvez o resultado não tenha sido o esperado, diante dos sinais positivos, evidenciados pelos títulos acumulados de melhor destino, mas perante um cenário de comoção mundial pela tragédia climática, foi possível retomar a tendência favorável. Além disso, a realização do encontro anual do Conselho Mundial de Turismo e Viagem (WTTC – sigla em inglês), no mês de maio, em Florianópolis, também tem colocado o Estado em evidência. O evento, que é organizado e apoiado pelo Governo do Estado em parceria com a Empresa Brasileira de Turismo (Embratur) e o Convention Bureau de Florianópolis, acontecerá pela primeira vez na América Latina e é tido com uma grande oportunidade de geração de negócios, pois contará com a presença dos principais dirigentes da cadeia produtiva do setor turístico mundial, representantes de empresas como as companhias aéreas Emirates Airlines, Continental Airlines e TAP Portugal, as redes de

hotéis Marriott Internacional, Hilton, Four Seasons e Accor, as operadores de cartões American Express e Visa e a cadeia de parques temáticos Walt Disney Parks e Resorts, entre outras. “O Estado considerado como o melhor destino turístico e que vai realizar o maior evento de turismo do mundo não tem como ficar de fora da Copa do Mundo”, tem dito o governador Luiz Henrique da Silveira. Mas, sediar uma Copa do Mundo requer planos de investimentos altos e melhorias indispensáveis, exigências básicas que serão consideradas pelo Comitê Organizador do evento, que visitou a Capital catarinense no dia 31 de janeiro. Durante a visita, representantes da Confederação Brasileira de Futebol e técnicos da Fifa fizeram uma vistoria da infraestrutura da cidade para receber jogos do campeonato mundial. O grupo conheceu o projeto de reforma do aeroporto Hercílio Luz, sobrevoou a cidade para avaliar o sistema viário, de Saúde, hospedagem e ainda o local onde será construído novo estádio. “Para realizar obras de infraestrutura, seja estádio, aeroporto ou a ponte Hercílio Luz, há plena integração dos governos federal, estadual e municipal”, garantiu Luiz Henrique aos visitantes. A avaliação dos técnicos da Fifa sobre Florianópolis integrará um relatório do Comitê que dará um parecer final com relação às cidades-sede dos jogos da Copa. O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, explicou que a Fifa realiza uma fotografia das cidades candidatas com o objetivo de analisar os setores essenciais de infraestrutura para receber jogos da Copa do Mundo de 2014. Após, o Comitê define as sedes. A decisão será anunciada no dia 20 deste mês.

EXXTRA| |Março, Março,2009 2009| | 37 EXXTRA


TALENTO DA ILHA A soprano Julie Philippe já é festejada como a grande revelação de Santa Catarina

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manezinha da Ilha, Julie Philippe, que acaba de completar 21 anos, possui um currículo notável para uma jovem em início de carreira. A cantora catarinense ganhou visibilidade nacional, em 2007, ficando entre os 32 semifinalistas do programa Ídolos, da rede SBT, que contava com 15.000 concorrentes. Julie possui formação musical influenciada por música erudita, choro, samba e jazz, e reinventa a bossa nova, em apresentação exclusiva. Fenômeno de acesso no Youtube, os internautas estão procurando conhecer melhor o talento de Julie, principalmente interpretando os clássicos da Bossa Nova compostas por Tom Jobim, Carlos Lyra, Ronado Bôscoli, Vincius de Moraes, Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli. Entre as pérolas procuradas estão Chega de Saudade, Samba de Verão, Insensatez, Desafinado e Garota de Ipanema. E foi nesse compasso, no ano passado, no embalo das comemorações sobre os “50 Anos da Bossa Nova”, que Julie foi presenteada, para a alegria dos seus fãs, com um programa especial da TVCom, do grupo RBS, apresentado para Santa Catarina e Rio Grande do Sul, na noite de Natal. O programa foi gravado ao vivo, no dia 12 de dezembro, no teatro Álvaro de Carvalho (TAC), em Florianópolis, durante a apresentação do show “50 anos de Bossa Nova”, ao lado do pianista catarinense Luiz Zago. Também contou com as participações especiais de Mirian Moritz e do músico e produtor musical Luiz Meira. Mês do Papai-Noel, dezembro reservou outro presente para Julie e os amantes da boa música. Apostando no talento da cantora, a diretoria da agência de propaganda Toledo presenteou os seus amigos, clientes e fornecedores, com um CD exclusivo, com interpretações de seis clássicos que marcaram época.

Julie interpreta, com requinte de artista já consagrada, os magistrais versos compostos por Vinícius de Moraes, nas músicas, Carta ao Ton, Tem Dó, Você e Eu, Insensatez, Samba da Bênção, e de René Bitencourt, o grande sucesso, que recebeu muitas interpretações, Vizinho do 57.

Trajetória

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lém da sua passagem por palcos cobertos pela mídia nacional e também ter emplacado o 4 º lugar pelo júri popular no Concurso Edith Piaf, e o 11º na escolha do júri da Embaixada da França no Brasil, Julie é assídua animadora de pequenos palcos em Florianópolis. No ano passado, no show 50 Anos de Bossa Nova, ao lado do pianista Luiz Zago, levou mais de 450 pessoas ao Teatro da Ubro, na Capital, lotando o espaço durante as quatro noites de apresentação. Em todas elas sobrou público para ser acomodado no pequeno teatro.

38| Março, 2009 | EXXTRA

“Música na UBRO” é um projeto que tem como objetivo oferecer à população de Florianópolis, a preços acessíveis, recitais e concertos de músicas que vão do erudito ao popular. Desde a ópera Rigoletto, de Giuseppe Verdi (Poliphonya Khoros), até a montagem do musical Hair (Vozes da Primavera), sua carreira musical possui uma lista extensa de apresentações, que vão do erudito ao popular, denotando sua versatilidade. Durante o segundo semestre de 2005, foi apresentadora e co-produtora do projeto Da Boca pra Fora, do Teatro da UBRO, que trazia um diferente gênero musical a cada edição, visando integrar os cantores da cidade.


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40| Marรงo, 2009 | EXXTRA


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