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EXXTRA | 03 de dezembro, 2016


Diretor Geral:

EDIÇÃO 84 - 03 de dezembro/2016

IVAN LOPES DA SILVA Editora: ANINHA CAROLINA SILV A Redação: JULIANA GONZAGA , VERA SILVA SILVEIRA e PALOMA MANTELI Administração: LUCIANE JUNQUEIRA Diagramação: PATRÍCIA JUNQUEIRA

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Índice

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NOTÍCIAS DA SEMANA

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04 | CAPA

Exxtra é uma publicação da Editora Exxtra Com Dois Xis e Multimídia Ltda. A revista não se responsabiliza por conceitos emitidos em artigos assinados. Distribuição dirigida e comercial.

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ÚLTIMO ADEUS A CHAPE

Arena Condá lotada em Chapecó recebe corpos das vítimas do acidente e agradece apoio e população se despede das vítimas da tragédia na Colômbia

12 | VOO QUE MATOU 71 PESSOAS Das 77 pessoas a bordo, contando a tripulação, apenas seis sobreviveram: três jogadores, um jornalista, uma comissária e um técnico da aeronave 14 | Os três atletas sobreviventes 15 | COMO ESTÃO OS JOGADORES E O JORNALISTA SOBREVIVENTES DO ACIDENTE ? 18 | MOTIVOS PARA O BRASIL TORCER PELA CHAPECOENSE


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Editorial

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tragédia que aconteceu com a Chapecoense nos leva a muitas reflexões, sobretudo para quem vive na estrada, por consequência da profissão. Não é apenas dos desportistas, em especial os jogadores de futebol. São muitas as profissões e eu mesmo passei quase a metade dos meus quase 60 anos de idade viajando todas as semanas. E o que parece uma vida de glamour, de aventura, tem os seus altos e baixos. Na cabeça de muita gente, incluindo a minha de alguns anos atrás, viajar em tempo integral é viver um sonho. E pode ser que isso tenha lá sua parcela de verdade, mas está longe de ser um sonho perfeito. O que as fotos daquele seu amigo que está há seis meses na estrada não mostram são os momentos nada glamorosos que ele enfrentou entre um clique e outro. Assim como nada na vida é perfeito, viajar também não é. Nem de longe. E é por isso que viajar ensina, nos torna pessoas mais maduras para resolver problemas inesperados, nos dá uma noção mais ampla da vida e nos molda para sermos melhores e mais preparados para a vida. E nada disso vem fácil. Tudo isso vem com muito perrengue e situações que na primeira vez podem parecer horríveis e não solucionáveis. Meu ponto não é fazer você desistir de viajar, mas sim dar uma visão real da coisa toda. Viajar não é um mar de rosas. Viajar cansa, faz bolha no pé, faz doer as costas, irrita e algumas vezes faz a saudade de casa gritar dentro da gente, mas ao mesmo tempo nos molda, nos torna pessoas mais preparadas. Ivan Lopes da Silva Diretor Geral Excepcionalmente nesta não foram publicadas as colunas de Ivan Lopes da Silva, Aninha Carolina da Silva e Luciane Junqueira

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Semana, 03 de dezembro de 2016

Sábado, 3 de dezembro, a torcida da Chapecoense lota a arena Índio Condá para dar o último adeus aqueles que deram muita alegria jogando neste local

ÚLTIMO ADEUS A CHAPE Arena Condá lotada em Chapecó recebe corpos das vítimas do acidente e agradece apoio e população se despede das vítimas da tragédia na Colômbia

E

m uma cerimônia que durou mais de duas horas, os torcedores da Chapecoense se despediram no sábado (3) dos jogadores, membros da comissão técnica, dirigentes e jornalistas que morreram no acidente aéreo ocorrido na Colômbia, na terça-feira (29). A chuva e a emoção não deram trégua a quem acompanhou o velório coletivo na Arena Condá, estádio onde a Chapecoense viveu tantas alegrias.

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As duas aeronaves Hércules que transportaram os 50 corpos até Chapecó chegaram ao aeroporto Serafim Bertaso por volta das 9h40. Ainda no local, foram retirados um a um e, após passarem pela guarda de honra, foram recebidos pelo presidente Michel Temer, pelo governador Raimundo Colombo e pelo prefeito de Chapecó, Luciano Buligon. Temer acompanhou o velório no estádio.


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As duas aeronaves Hércules que transportaram os 50 corpos até Chapecó chegaram ao aeroporto Serafim Bertaso por volta das 9h40 Por volta das 12h20, os primeiros caixões adentraram à Arena Condá, onde torcedores, familiares e amigos aguardavam. Foi difícil segurar as lágrimas diante dos caixões que entraram um a um, recepcionados por lanceiros do Exército. Primeiro, entraram os jogadores, seguidos dos membros da comissão técnica, diretoria e jornalistas. Ao lado do prefeito Buligon, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Gelson Merisio (PSD), recebia os corpos. Não faltaram discursos. Todos os agradecimentos ao povo da Colômbia pela demonstração de solidariedade com os chapecoenses. Luciano Buligon vestiu uma camisa do Atlético Nacional, que seria adversário da Chapecoense na final da Copa Sul-americana. Dirigentes do clube colombiano receberam placas de agradecimento, assim como o embaixador da Colômbia no Brasil, Alejandro Borba.

"A Chapecoense veio para Meddelín com um sonho e voltou como uma lenda. Lendas não morrem, lendas deixam para nós heranças de uma administração transparente, futebol feito de um jeito antigo", disse o prefeito. O papa Francisco encaminhou mensagem, lida pelo bispo de Chapecó, dom Odelir José Magri. O apresentador Cid Moreira leu trechos da Bíblia em homenagem às vítimas. O presidente da Fifa, Gianni Infantino, foi econômico e preciso em seu rápido discurso. Lembrou que aquele era um momento para consolar as famílias. Ele veio ao Brasil acompanhado de craques como o zagueiro espanhol Puyol e o meia holandês Seedorf. O técnico da Seleção Brasileira, Tite, também marcou presença. Foram vários os momentos tocantes durante a cerimônia. O menino Carlos Miguel, vestido de indiozinho, mascote da Chapecoense,

chamou a torcida para cantar "Vamos, Vamos Chape!", quando a cerimônia já se encaminhava para o final, marcado, também pela reunião dos familiares das vítimas no centro do gramado, cada um com a imagem do ente querido, em agradecimento aos torcedores. Colaboradores da Chapecoense também puderam prestar sua homenagem. Vestidos com camisetas estampadas com os nomes das vítimas, eles soltaram balões brancos no céu, à medida que o nome de cada homenageado era citado pelo serviço de som da arena. Após o término das homenagens, que contaram ainda com salva de tiros e toque de silêncio, os caixões foram retirados, novamente um a um. Dos 50 corpos, 16 serão sepultados em Chapecó. Os demais foram levados, longo em seguindda, para suas cidades de origem. EXXTRA | 03 de dezembro, 2016

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Semana, 38 de dezembro de 2016

O governador Raimundo Colombo, o presidente Michel Temer e dezenas de outras autoridades aguardavam a chegada dos caixões na arena Condá

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A cerimônia oficial foi aberta com as execuções do Hino Nacional Brasileiro e depois o da Chapecoense, executado pela Orquestra Sinfônica de Chapecó. O vice-presidente da Chapecoense, Ivan Tozzo abriu os pronunciamentos, seguido do prefeito de Chapecó, Luciano Buligon e o presidente do conselho deliberativo da Chapecoense, Plínio David de Nês Filho. As falas enalteceram a história do clube e o orgulho da torcida por tudo o que o time vinha conquistando. As homenagens seguiram com a entrada de crianças com as bandeiras do Brasil, de Santa Catarina, da Colômbia, de Chapecó, da Chapecoense e do Atlético Nacional de Medellín, com quem a Chape disputaria o título da Copa SulAmericana de futebol. Depois entrou em campo o menino, símbolo do time por marcar presença nos jogos vestido de índio. Também foram ao gramado, pessoas vestidas com camisetas brancas com o nome de todos os jogadores.


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Familiares, colegas e amigos na homenagem a jornalistas da RBS, em Florianópolis Os atletas foram citados um a um pelo protocolo, enquanto um balão, também da cor branca, era solto ao céu. Os familiares receberam flores e a camisa da Chapecoense. Mensagens falando de amor, fé, esperança lidas pelo jornalista e exapresentador, Cid Moreira, caracterizaram a parte ecumênica da cerimônia que encerrou com honras militares, entre elas, a execução da Marcha Fúnebre seguida por uma salva de tiros. Na arquibancada, apesar de toda a tristeza, predominou o sentimento de respeito e gratidão por pessoas e pelo time que fez história no futebol de Santa Catarina e no coração dos brasileiros. Depois do velório coletivo, 17 corpos ficaram em Chapecó. Os outros

seguiram para outros estados, para serem velados.

Homenagem a jornalistas, em Florianópolis Com muita emoção os jornalistas André Podiacki, Djalma Araújo Neto, Bruno da Silva, Giovane Klein e Laion Espíndula, todos da RBS em Santa Catarina, mortos no trágico voo da LaMia, foram velados pelos familiares, colegas e amigos na manhã de sábado (3), na Catedral Metropolitana, em Florianópolis. Dentro e fora da velha igreja lágrimas, abraços demorados, olhos

e rostos vermelhos, todos procurando entender o que aconteceu, buscando no outro o alívio para a própria dor, tentando transformar tristeza em esperança. "Agostinho ensinou que o coração do homem está sempre inquieto e somente encontra repouso no senhor", lembrou dom Wilson Tandeu Jönck, que celebrou a missa de corpo presente. O arcebispo afirmou que o sentido da vida somente pode ser compreendido depois de descoberto o sentido da morte e destacou as manifestações do povo colombiano. "Há muita coisa na vida que só sai no momento de dor. Na hora do sofrimento o ser humano é capaz de criar as coisas mais belas", afirmou o pregador. EXXTRA | 03 de dezembro, 2016

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Na Colômbia, os prefeitos de Chapecó, Luciano Buligon, e de Medellín, Federico Gutiérrez, se abraçam durante cerimônia às vítimas da queda do avião do Chapecoense

As últimas homenagens Os corpos dos jornalistas Djalma Araújo Neto e André Podiacki foram levados para serem velados em capelas do cemitério do Itacorubi, na Capital. André será sepultado no Itacorubi e Djalma será sepultado no cemitério de Canajurê, norte da Ilha de Santa Catarina; O corpo de Bruno da Silva seguiu para o estádio do Avante, em Palhoça e o sepultamento será no cemitério Bom Jesus de Nazaré, naquele município; O corpo de Geovane Klein seguiu para Pelotas

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(RS), onde será sepultado; e o de Laion Espíndula será sepultado no cemitério São José, em Passo de Areia (RS).

Chegada à Capital Eram exatamente 9 horas deste sábado (3) quando os sinos da Catedral Metropolitana de Florianópolis anunciavam a chegada do cortejo fúnebre com os corpos dos cinco jornalistas vítimas do acidente com o voo da delegação da Chapecoense, na madrugada da última terça-feira, próximo a Medellín, na Colômbia. Os corpos foram trazidos para o Brasil na noite

de sexta-feira (2), em um voo fretado, por volta das 22 horas, horário de Brasília. Depois de uma escala no Rio de Janeiro, chegaram a Florianópolis às 7 horas. O jornalista Alisson Francisco, da RBS TV, falou da tristeza pela perda dos colegas do trabalho. "A história deles está feita. Tive o privilégio de conviver com todos. Tenho certeza de que estavam felizes por participar desse momento tão importante para o futebol de Santa Catarina. Cabe a nós agora seguir todos os exemplos deles." Ao final da cerimônia, o som das palmas de homenagens encheu a Catedral de Florianópolis no adeus


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Torcedores ainda tentam entender a tragédia Já se passaram três dias da tragédia que matou 71 pessoas na Colômbia e interrompeu o sonho da Chapecoense de conquistar a América. Mas para as pessoas que visitam a Arena Condá, estádio onde o time de Chapecó manda seus jogos, ainda é difícil acreditar no ocorrido e entender como será a vida após a perda de tantos amigos e familiares. "A impressão que a gente tem é que nós perdemos o coração da cidade", resume a deputada Luciane Carminatti (PT), moradora de Chapecó e integrante do Conselho Consultivo do clube. "Num momento tão difícil que o país atravessa, a Chapecoense era a alegria. Ela unia os diferentes. Mostrou que os pequenos podem ser grandes." A parlamentar destacou a

atuação da atual diretoria do time, cuja boa parte dos integrantes morreu no desastre aéreo. Segundo ela, o trabalho era diferenciado, feito com muita transparência, lisura e seriedade, mas, ao mesmo tempo, com muito amor pela Chapecoense. "No começo, eles tinham que tirar dinheiro do próprio bolso para pagar até conta de telefone de treinador", lembra. "É algo que fica para a história." Luciane quer mobilizar a Assembleia Legislativa para manter viva a memória dos dirigentes mortos. Ela vai conversar com os deputados da região de Chapecó e com o presidente da Alesc, deputado Gelson Merisio (PSD), que também é da região, para discurtir qual será a melhor maneira de fazer esse reconhecimento. "Temos essa obrigação. Não só uma homenagem momentânea. Temos a obrigação de eternizar. Pensar em algo que dê a visualização e mantenha viva a memória dessa conquista e que

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sirva de referência para as outras gerações, do bom futebol, de se fazer o correto", disse.

Emoção O comandante da PM de Santa Catarina, coronel Paulo Henrique Hemm, também não esconde a emoção ao falar da tragédia. Ele trabalhou vários anos em Chapecó e foi comandante do batalhão local, além de ter participado da diretoria da Chapecoense em 2007. "Perdi 18 amigos nesse acidente", conta o coronel. "É um momento muito triste. Mesmo pra mim, com 35 anos de polícia, que passei por vários momentos tristes, mas nunca algo com tanto impacto." A emoção também vem dos vários torcedores, que prestam suas homenagens de várias formas. Em uma das entradas do estádio, um memorial improvisado reúne cartazes, fotos, flores, velas e outros objetos relacionados com o time. EXXTRA | 03 de dezembro, 2016

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O presidente da Assemblei (terceiro à direita) aguardou a chegada dos caixões na arena Condá Na frente desse memorial, um adolescente com deficiência tocava num violão a música que compôs para o time. Pela manhã, um grupo de torcedores se dedicava a preparar origamis nas cores verde e branca, as cores da Chapecoense, que foram pendurados no alambrado. Treinador da equipe no início do Campeonato Brasileiro, Guto Ferreira, atualmente no Bahia, não conseguiu segurar as lágrimas durante uma entrevista na Arena Condá, também na manhã desta sexta (2), e demonstrou seu incorformismo com o ocorrido. "Era um momento fantástico da equipe, fruto de muito trabalho, de muita luta, feito com planejamento e interrompido de forma tão cruel e sem sentido."

Solidariedade Além dos torcedores, diversas autoridades passaram pela Arena Condá nesta sexta para prestar

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solidariedade aos familiares e amigos das vítimas. "Só quem perdeu um ente querido sabe que a solidariedade e o apoio contribuem para o conforto. É o que podemos fazer agora", comentou o vice-governador de Santa Catarina. Os deputados do PSDB Marcos Vieira e Leonel Pavan também estiveram no estádio. Eles ressaltaram a importância da união das pessoas para prestar solidariedade às vítimas e seus familiares. "Esse momento trágico conseguiu mostrar ao mundo o quanto as pessoas são boas, como a solidariedade ultrapassa fronteiras", resumiu Pavan. O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Gelson Merisio, esteve na arena no período da tarde. Ele comentou da necessidade de dar as condições para que as famílias sofram o menos possível nos próximos dias e também ressaltou a importância da reestruturação da Chapecoense já para o começo de 2017. "Já no

Campeonato Catarinense, temos que ter um time forte e competitivo. Será a melhor homenagem que poderemos fazer para aqueles que partiram", disse. Quem deveria estar recebendo apoio neste momento difícil deu uma lição de força e solidariedade, mesmo diante da perda trágica de um filho. A mãe do goleiro Danilo, Alaíde Padilla, veio de Cianorte (PR) para receber o corpo do filho. Mesmo muito emocionada, ela conversou com vários jornalistas. E consolou aqueles que perderam amigos e colegas de profissão no acidente. A solidariedade também partiu de muitos anônimos, como os voluntários que auxiliaram a população de Santa Maria (RS) na tragédia da Boate Kiss, em janeiro de 2014. Muitos vieram para Chapecó. Além de distribuir água, balas e lanches para quem está trabalhando na Arena Condá, ofereciam apoio psicológico para aqueles que precisassem.


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Nota oficial: agradecimento do Governo do Estado O Governo do Estado de Santa Catarina agradece a todas as pessoas que nas últimas horas dedicaram-se ao trabalho de liberar os corpos das vítimas do desastre aéreo com 71 mortos na Colômbia. Não há palavras para traduzir o sentimento de gratidão dos catarinenses aos irmãos colombianos nesta hora em que a finitude da vida se materializa e joga luz sobre a fragilidade humana. A grandeza dos colombianos não se manifestou apenas na dedicação ao realizar o trabalho de liberação dos corpos. Na noite de quarta-feira, quando a Chapecoense deveria entrar em campo para um justo combate com o Atlético Nacional, na busca do título da Copa Sul-Americana, os moradores de Medellín deram uma lição de humanidade, de igualdade, num momento tão singular em que os sonhos de tantos se fragmentaram em segundos. Ao vestir a camisa da Chapecoense, no Estádio Atanásio Girardot, cada pessoa tomou para si um pouco da implacável dor da perda que comoveu todas as nações. Em Chapecó, torcedores de todas as idades permanecem em vigília na Arena Condá, numa homenagem silenciosa aos heróis da cidade. A emoção das crianças unidas pela dor da perda coletiva sinaliza que a Chapecoense renasce ainda mais forte. Desde a madrugada de terçafeira, Santa Catarina está mobilizada em torno do capítulo de uma história que ficou em aberto. Os relatos feitos pelos representantes do Governo do Estado em Medellín, liderados pelo secretário executivo de Assuntos Internacionais, Carlos Adauto Virmond Vieira, dão conta de que

Debaixo de intensa chuva o povo aguardou a chegada dos caixões na arena Condá médicos, enfermeiros, bombeiros, policiais e profissionais de todas as áreas, colombianos e brasileiros, nunca se deixaram abater pelo cansaço, dando assim a sua maior contribuição para confortar as famílias das vítimas. O Governo do Estado faz também um agradecimento público ao perito do Instituto Geral de Perícias (IGP) Ruy Fernando Garcia, que nas primeiras horas de terça-feira embarcou para Medellín de posse de toda a documentação necessária para identificação dos mortos. As mensagens, os gestos de solidariedade, o trabalho das forças de segurança e defesa civil de Medellín e por técnicos do Governo do Estado, foram fundamentais para que cada família e cada amigo receba seu ente querido o mais rápido possível para a despedida que fecha,

de certa forma, o ciclo de vida de cada pessoa envolvida nesta tragédia. Resta agora rezar para que essas pessoas que tantas alegrias trouxeram em sua passagem pela terra continuem brilhando no infinito. Para pais, mães, esposas, filhos e familiares, expressamos aqui o agradecimento por terem, de alguma forma, contribuído para a construção de pessoas tão especiais. Que fique na memória a imagem do vídeo, feito minutos antes do avião decolar, no qual o grupo de jogadores sonhando em gravar seu nome na história do time e, dos jornalistas, que aguardavam com alegria o momento de registrar um dos mais importantes capítulos do futebol catarinense. Governo do Estado de Santa Catarina EXXTRA | 03 de dezembro, 2016

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VOO QUE MATOU 71 PESSOAS

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Das 77 pessoas a bordo, contando a tripulação, apenas seis sobreviveram: três jogadores, um jornalista, uma comissária e um técnico da aeronave voo que levava a Chapecoense para a final da Copa Sul-Americana caiu antes de chegar ao destino, matando 71 pessoas entre jogadores, comissão técnica, dirigentes e jornalistas. Confira os nomes dos que estavam no voo. Eram 77 pessoas a bordo.

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Eram para ser 81 nomes, mas quatro não embarcaram: Luciano Buligon, prefeito da cidade de Chapecó, Gelson Merisio, presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, o jornalista Ivan Carlos Agnoletto, e Plinio Filho, filho do presidente do Conselho Deliberativo da Chapecoense. "A maior tragédia que Chapecó pode passar. Eu estava me deslocando para lá, mas tive um compromisso com os prefeitos eleitos de São Paulo. Meu nome estava na lista dos que iam para Colômbia. É por essas coisas que só Deus explica que acabamos ficando", disse Buligon. De todos, seis pessoas conseguiram sobreviver: o goleiro Follmann, o lateral Alan Ruschel, o zagueiro Neto, o jornalista Rafael Henzel, o técnico da aeronave chamado Erwin Tumiri e a comissária de bordo identificada como Ximena Suarez. O goleiro titular Danilo, herói do time na semifinal, foi encontrado com vida, mas morreu no hospital.

Jogadores: 1. Danilo (goleiro) 2. Gimenez (lateral) 3. Bruno Rangel (atacante) 4. Marcelo (zagueiro) 5. Lucas Gomes (atacante) 6. Sergio Manoel (meio-campista) 7. Filipe Machado (zagueiro) 8. Matheus Biteco (meio-campista) 9. Cleber Santana (meio-campista) 10. Alan Ruschel (lateral sobrevivente) 11. William Thiego (zagueiro) 12. Tiaguinho (meio-campista) 13. Neto (zagueiro - sobrevivente) 14. Josimar (meio-campista) 15. Dener Assunção (lateral) 16. Gil (meio-campista) 17. Ananias (atacante) 18. Kempes (atacante)

19. Jakson Follmann (goleiro sobrevivente) 20. Arthur Maia (meio-campista) 21. Mateus Caramelo (lateral) 22. Aílton Canela (atacante)

Demais convocados e comissão técnica 23. Caio Júnior (técnico) 24. Eduardo de Castro Filho, o Duca (auxiliar técnico) 25. Luiz Grohs, o Pipe (analista de desempenho) 26. Anderson Paixão (preparador físico) 27. Anderson Martins, o Boião (preparador de goleiros) 28. Dr. Marcio Koury (médico) 29. Rafael Gobbato (fisioterapeuta) 30. Cocada 31. Sergio de Jesus, o Serginho 32. Adriano 33. Cleberson Silva

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34. Mauro Stumpf, o Maurinho (vicepresidente de futebol) 35. Eduardo Preuss, o Cadu Gaúcho (diretor) 36. Chinho di Domenico (supervisor) 37. Sandro Pallaoro 38. Cezinha 39. Gilberto Pace Thomas, o Giba (assessor de imprensa)

Diretoria 40. Nilson Folle Júnior 41. Decio Burtet Filho 42. Edir de Marco (diretor) 43. Ricardo Porto (diretor) 44. Mauro dal Bello (diretor) 45. Jandir Bordignon (diretor) 46. Dávi Barela Dávi (empresário)

Convidado 47. Delfim Peixoto Filho (presidente da Federação Catarinense) EXXTRA | 03 de dezembro, 2016

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Os três atletas sobreviventes

Os atletas da Associação Chapecoense de Futebol, Follmann, Neto e Alan Ruschel já estão internados no mesmo hospital.

Imprensa 48. Victorino Chermont (Fox Sports) 49. Rodrigo Santana Gonçalves (Fox Sports) 50. Deva Pascovich (Fox Sports) 51. Lilacio Júnior (Fox Sports) 52. Paulo Julio Clement (Fox Sports) 53. Mario Sergio Pontes de Paiva (Fox Sports e exjogador) 54. Guilher Marques (Globo)

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55. Ari de Araújo Júnior (Globo) 56. Guilherme Laars (Globo) 57. Giovane Klein (repórter da RBS TV de Chapecó) 58. Bruno Mauro da Silva (técnico da RBS TV de Florianópolis) 59. Djalma Araújo Neto (cinegrafista da RBS TV de Florianópolis) 60. Adré Podiacki (repórter do Diário Catarinense) 61. Laion Espindula (repórter do Globo

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Esporte) 62. Rafael Henzel (rádio Oeste Capital sobrevivente) 63. Renan Agnolin (rádio Oeste Capital) 64. Fernando Schardong (rádio Chapecó) 65. Edson Ebeliny (rádio Super Condá) 66. Gelson Galiotto (rádio Super Condá) 67. Douglas Dorneles (rádio Chapecó) 68. Jacir Biavatti (comentarista RIC TV e Vang FM)

Tripulação 69. Miguel Quiroga (piloto) 70. Ovar Goytia 71. Sisy Arias 72. Romel Vacaflores (assistente de voo) 73. Ximena Suarez (aeromoça - sobrevivente) 74. Alex Quispe 75. Gustavo Encina 76. Erwin Tumiri (técnico da aeronave - sobrevivente) 77. Angel Lugo


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COMO ESTÃO OS JOGADORES E O JORNALISTA SOBREVIVENTES DO ACIDENTE?

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assada a cerimônia do velório e enterro das 71 vítimas fatais da queda do avião que levava jornalistas e elenco da Chapecoense à final da Copa SulAmericana, na Colômbia, a preocupação agora são os sobreviventes. Além dos dois comissários bolivianos, quatro brasileiros sobreviveram ao trágico acidente ocorrido na terça-feira, dia 29: Rafael Henzel, Neto, Follmann e Alan Ruschel. Ainda não há data para a chegada dos sobreviventes a Brasil, mas familiares está na Colômbia acompanhando o tratamento. O zagueiro Neto foi o último sobrevivente a ser resgatado e chegou ao hospital em um estado bastante crítico. Mas no último boletim médico as notícias foram favoráveis. Mesmo respirando com ajuda de aparelhos e sedado, o Neto já está abrindo os olhos e esboçando respostas. Recentemente o pai dele deu uma entrevista dizendo que segundo os médicos ele tem grandes chances de voltar aos gramados após recuperação. Outro sobrevivente, Alan Ruschel - o primeiro brasileiro a ser retirado dos escombros, já está se comunicando com os familiares. O lateral que tinha o risco de ficar paraplégico reagiu muito bem aos ferimentos e não teve nenhum movimento afetado. No entanto, Ruschel não se lembra da queda do avião e perguntou ao pai se alguém tinha se machucado. Follmann, que teve uma perna amputada, está consciente e muito tranquilo em relação ao resultado da cirurgia. "Prefiro a vida do que a perna, nós vamos superar tudo isso". O goleiro está se recuperando bem fisicamente e psicologicamente, o que deixa os médicos mais tranquilo.

O jornalista Rafael Henzel está sedado e em condição crítica, mas estável. Ele está em prova terapêutica para avaliar se conseguirá continuar respirando por ele mesmo.

Sobrevivente, o boliviano Erwin Tumiri, técnico aérea da Lamia

Sobrevivente, a boliviana Ximena Suárez, auxiliar de voo EXXTRA | 03 de dezembro, 2016

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O que se sabe até agora sobre o acidente com o avião que levava a Chapecoense

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s autoridades de aviação da Colômbia informaram que o avião que levava o time da Chapecoense não tinha combustível quando caiu, numa região de montanhas, na madrugada de terça-feira, a apenas cinco minutos do aeroporto de Medellín. Setenta e sete pessoas estavam a bordo do voo LM-2933, entre jogadores, jornalistas e tripulantes 71 morreram e seis sobreviveram. Veja o que se sabe até agora sobre a queda do avião da companhia Lamia. O secretário nacional de Segurança Aérea da Colômbia, coronel Freddy Bonilla, informou que o avião bateu numa montanha e perdeu a cauda. Depois, as asas e a cabine bateram do outro lado da montanha. O avião bateu na montanha de Cerro Gordo a uma velocidade de 135 nós (aproximadamente 250 km/h), considerada baixa, o que permitiu que existissem sobreviventes, segundo Bonillla. Cerca de 20 mil pessoas lotaram a Arena Condá na noite de quartafeira, no horário em que a Chapecoense estaria enfrentando o Atlético Nacional de Medellín, na Colômbia.

Último diálogo A gravação do diálogo entre o piloto Miguel Quiroga e a torre de controle do Aeroporto José María Córdoba, de Medellín, foi "encurtada em alguns trechos", mas mostra que

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Equipes de resgate encontram a caixa preta o voo recebeu apoio do controle em terra, disse o secretário colombiano. O coronel Bonilla afirmou que o piloto demorou a usar a palavra "emergência". O piloto Quiroga comunicou uma emergência por "falhas elétricas" por volta das 22h15 locais (1h15 de Brasília). Especialistas ouvidos pela BBC Brasil disseram que, por ter ficado sem combustível, a aeronave teria sofrido pane elétrica. Jornais da Bolívia afirmaram que o piloto havia sido alertado antes de decolar do aeroporto boliviano de Santa Cruz que não teria combustível suficiente para completar a viagem. A gravação da comunicação entre o piloto e a torre colombiana

indica que Quiroga estava perdido e se afastara da direção da pista do aeroporto de Medellín, informou o secretário colombiano.

Caixas pretas As caixas pretas do voo LM2933 foram encontradas em perfeitas condições. Ainda na tarde de terça-feira, o presidente colombiano Juan Manuel Santos disse que havia sido iniciado um esforço coordenado com as autoridades da Bolívia para a investigação das "circunstâncias exatas e possíveis causas desta triste tragédia". O avião da companhia Lamia, de fabricação britânica, tinha 17 anos.


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XXXXXXXXXX Jornal Nacional homenageia os 71 Mortos no Acidente do Avião da Chapecoense

Trajetória de ascensão no futebol catarinense e brasileiro

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Chapecoense foi fundada em maio de 1973 e construiu uma trajetória de evolução e consolidação no futebol catarinense e do Brasil. Ao todo são quatro títulos no Campeonato Catarinense, nos anos de 1977, 1996, 2007 e 2011. Em 2006 a equipe foi Campeã da Copa Santa Catarina. Em 2009, ao disputar a Copa do Brasil, a Chapecoense teve acesso a série D do Campeonato Brasileiro de Futebol. Com a classificação na Série D, ainda em 2009 obteve o acesso à Série C, competição que passou a disputar a partir de 2010. O título de 2011 também credenciou

a Associação Chapecoense de Futebol à disputa da Copa do Brasil, segunda disputa mais importante do futebol brasileiro. O ano de 2012 marcou uma excelente temporada do Verdão. Classificado para a semifinal da Série C, a equipe comandada pelo técnico Gilmar Dal Pozzo conquistou o direito de disputar a Série B em 2013. O fato inédito na história do clube, também surpreendeu muitos e foi neste período que aconteceu o maior feito de todos, com o acesso para a elite do futebol brasileiro, justamente no ano de realização da Copa do Mundo no país. Com uma participação cujo principal objetivo era adquirir experiência e manter o clube na elite, a

Chapecoense chegou ao final de 2014 com seu objetivo alcançado. Em 2015, apesar da Chapecoense ter ficado de fora da decisão do estadual, o terceiro lugar garantiu pelo terceiro ano seguido uma vaga na Copa do Brasil. Em 2016, a Chapecoense conquistou mais um título estadual e fez história ao chegar à final da Copa Sul Americana. O sonho de vencer a competição e conquistar vaga num dos principais campeonatos da América Latina - a Libertadores foi interrompido com o trágico acidente com o voo da delegação do Oeste de Santa Catarina na Colômbia. EXXTRA | 03 de dezembro, 2016

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Carlos Miguel, o indiozinho mascote da Chapecoense

MOTIVOS PARA O BRASIL TORCER PELA CHAPECOENSE Por Leticia Sechini, do Vamo, Verdão

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oje, dois dias depois de ter conquistado seu sexto quinto título estadual, a Chapecoense completa 43 anos de fundação. Mesmo sendo o time mais jovem a disputar a Série A atualmente, o Verdão do Oeste já conquistou boa parte do Brasil por ser carismático e brincar mesmo com a desgraça. Muita gente ainda não conhece a história da Chapecoense e pode até não acreditar quando 18 03 de dezembro, 2016 | EXXTRA

dizemos que todas as conquistas sempre foram resultado de grandes batalhas, dentro e fora de campo. Somos feitos de histórias de coragem, de humildade, de bizarrices e, como não poderia ser diferente, de pisadas na bola também. É uma montanha-russa imensa e infinita. Então, para homenagear essa loucura, reuni 43 dessas coisas que nos movem. Motivos que nos fazem ter muito orgulho da Chapecoense e de sua história, mas principalmente das pessoas que a constroem dia após dia.


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1 - A Chapecoense nasceu debaixo de uma árvore Em 10 de maio de 1973, Altair Zanella e Vicente Delai conversavam em uma barbearia no centro de Chapecó, quando Lotário Immich os chamou para o lado de fora, convidando também à conversa Alvadir Pelisser. Os quatro eram amigos há muito tempo. Na calçada em frente à barbearia, na sombra fresca de uma árvore, Lotário mostrou o escudo que havia desenhado e perguntou: "Vamos fundar um time de futebol?". Delai achou que o amigo estava ficando louco.

2 - Uma das motivações na criação da Chapecoense foi a representatividade Em Chapecó, o futebol sempre teve esse pendor de servir como um ambiente igualitário de representação, tanto que, antes do surgimento da Chapecoense, o Campeonato Citadino era um dos grandes

eventos sociais do município, disputado por times que representavam bairros e distritos. No entanto, no início da década de 70, a empolgação pelo futebol arrefeceu e os dois principais times, Atlético e Independente, fecharam as portas. O município sentia a ausência do esporte nos domingos. Além disso, Chapecó vivia a prosperidade dos sistemas integratórios na agroindústria e já começava a se impor como potência estadual. A Chapecoense veio para dar representatividade ao Oeste do estado diante do Litoral, onde muitos ainda sustentavam estereótipos antigos sobre casos de violência acontecidos em Chapecó nos anos 50. Dentro de campo, Oeste e Litoral disputavam de igual para igual.

3 - A Chapecoense conquistou seu primeiro título quando tinha só quatro anos, em 1977 Mesmo com um dos menores orçamentos entre os times que disputavam o estadual, a Chapecoense conseguiu montar um plantel bastante competitivo. O técnico Edgar Ferreira organizava o time em sistemas abertos, como o 4-3-3. Em jogos em casa,

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o treinador chegava a utilizar cinco jogadores na linha de frente, impedindo que o adversário saísse jogando. Já na casa dos algozes, Ferreira preferia reforçar o meio de campo e colocar apenas dois atacantes. Com o nível alto de treinamentos e a baixa incidência de lesões, o time pouco variava. Luís Carlos; Cosme, Carlos Alberto, Décio, Zé Carlos; Janga, Valdir (Bico Fino), Sérgio Santos; Wilsinho (Jaime), Jorge Ratão e Eluzardo era a composição do time titular. O Campenato Catarinense de 1977 foi uma verdadeira Babilônia. A Chapecoense começou com o pé esquerdo, com uma derrota simples e sem emoções diante do Joaçaba, que já era um adversário e tanto para a Chapecoense - principalmente pela rivalidade entre as cidades, que cresciam larga e competitivamente no Oeste. A recuperação da Chapecoense na primeira fase, por sua vez, não tardou. Em 14 jogos, foram 11 vitórias, dois empates e apenas uma derrota. Depois de ser dividido em umas seis fases diferentes, a Chapecoense disputou o Pentagonal Final, onde teve um desempenho chamativo, e disputou a final contra o Avaí, vencendo por 1 x 0 na decisão no Estádio Regional Índio Condá. Chapecó festejou por três dias seguidos.*

4 - Só em Chapecó você pode comprar um cachorro-quente da Chapecoense tão oficial, mas tão oficial, que quem serve ele é o volante do time campeão de 1977 Janga é conhecido em toda a região pelo cachorro-quente, que vende há anos, na companhia da esposa. Recentemente, a Chapecoense homenageou o mito com um novo trailer, personalizado. Sandro Pallaoro comprou o primeiro dogão EXXTRA | 03 de dezembro, 2016

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Chapecoense em 1978, capeã, mas não levou o título negado pela Federação Catarinense de futebo l

5 - Por causa do título de 77, Chapecó ganhou várias coisas O título de Campeã Estadual não mudou somente a história da Chapecoense. Uma nova atmosfera de respeito envolvia o time dentro do cenário estadual. Dentro do clube, teve início um processo de renovação. Edgar Ferreira havia se despedido do time ainda no fim de 77, quando ocorrera também a troca no comando do clube, e Edney Moraes de Carvalho assumia a presidência da Chapecoense, tendo Gentil Galli como vice. Áureo Malinverni fora designado como novo técnico da equipe. O Avaí, enquanto isso, insistia na justiça desportiva que o título era ilegítimo. A conquista deu ao Furacão do Oeste a oportunidade de disputar o campeonato nacional de futebol, então denominado de IV Copa Brasil. Chapecó passou a viver um novo momento. No dia 7 de

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janeiro de 1978, o jornal Folha D'Oeste já noticiava os investimentos do prefeito Milton Sander e do Secretário de Negócios do Oeste, Dr. João Valvite Paganella. Dentro de 180 dias, Chapecó ganhou cara nova. O palco do primeiro título da Chapecoense já contava com novos vestiários, túnel de acesso, dispositivos de segurança, sanitários, um pavilhão coberto com 1.560 cadeiras, duas cabines de imprensa para TV, nove para rádios e dois bares. A obra era realizada através da CODEC, Companhia de Desenvolvimento de Chapecó, presidida por Ivan Bertaso, que mantinha um regime de rodízio permanente de 300 funcionários e sete construtoras. O novo Regional Índio Condá seria capaz de abrigar cerca de 8.500 pessoas na "arquibancada geral", além de 9.500 na "arquibancada popular". Veio o asfaltamento da porção central do município, o comércio foi aquecido com o surgimento de novas empresas e mesmo a região Oeste se uniu para provar que haviam cerca de 110 mil

oestinos empurrando a Chapecoense. Além disso, já estava em curso a construção de um novo aeroporto, exigência tanto da CBD quanto da crescente vivida por Chapecó. As novas instalações contariam com uma pista de pouso de 1.500 metros. "A Varig está instalando um moderno sistema de proteção ao voo, com rádio-farol e controle, inclusive para pousos e decolagens noturnos", informava a edição de 7 de janeiro de 1978 do jornal Folha D'Oeste. O novo momento do futebol chapecoense foi celebrado com um amistoso diante do Vasco da Gama.*

6 - A Chapecoense foi Campeã Catarinense também em 1978. Mas a Federação Catarinense de Futebol resolveu não reconhecer esse título


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7 - Demorou quase vinte anos para a Chapecoense voltar a levantar a taça do estadual. O clube chegou a disputar outras finais, em 1991 e 1995. Antes até, em 1987, chegou a ter o artilheiro da competição, mas só foi bater de verdade em 1996. Nesse meio tempo, as dificuldades financeiras do clube foram imensas, e a saúde financeira do clube dependia muito da boa vontade do povo oestino "Em 1981, com o Silvio Soprana, a Chapecoense começou a fazer alguns bingos. Se fazia no Ginásio de Esportes e se sorteava motos, até automóveis. Aquilo se vendia na região toda. As cartelas eram mais caras, mas os prêmios eram melhores e os números, reduzidos. Se vendia, por exemplo, 2.500 cartelas, que era a capacidade do Ivo Silveira. Como eu era coordenador regional do BESC, e tinha 45 agências na época sob a minha responsabilidade, eu viajava muito na região. O Silvio veio falar comigo para pedir ajuda na distribuição das cartelas de bingos e até de rifas que se fazia na época. Se fazia umas rifas maiores, pela Loteria, e aí eu mandava para todas as

agências do estado. Os bingos eram mais locais. E aí a Associação dos Funcionários do BESC ajudava nisso, nós pagávamos uma pequena comissão para quem ficasse responsável. Aquilo foi uma febre. Lotava sempre, vendia tudo. Muito da renda vinha dali."

8 - Topamos até com algumas insensibilidades que não precisavam acontecer "Era fora da temporada de verão, e a Chapecoense, até pelas dificuldades financeiras, conseguiu um hotel na Praia da Joaquina, em Florianópolis. Ela jogou no meio da semana, quinta-feira, contra o Marcílio Dias, e jogava novamente contra o Avaí na terça-feira. E aí, para não ter que voltar, acabaram conseguindo um preço baratíssimo na Joaquina, com hotel e refeição, para ficar lá até o jogo. A Chapecoense era muito limitada, mas a dificuldade une, e o time era guerreiro. Depois de um trabalho físico pesado na praia, vários

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jogadores se jogaram no mar. Mas um deles foi bem à esquerda da praia, onde há uma pedra muito grande, e deu um bico. O Rogério. Ele ainda voltou para a superfície uma vez, e não voltou mais. O Crespo, que era preparador físico, se jogou na água para tentar buscar ele, o Joarez também, foi uma loucura. O Crespo até ficou em uma situação complicada, teve que passar por respiração boca-a-boca, mas ninguém conseguiu salvar nem encontrar o jogador. Aí o seu Moacir Fredo, que era responsável pela delegação, foi até o Avaí para pedir o adiamento do jogo. O presidente do Avaí disse que não. A Chapecoense entrou em campo e perdeu o jogo por 2 x 0 com o Rogério ainda no mar, foi encontrado só na quinta-feira, depois que a Chapecoense já havia voltado. Com muita dificuldade a Chapecoense conseguiu até pagar as despesas do funeral do Rogério. Isso aconteceu em 1988. Era um jogador rápido, meia-atacante, trabalhava de perna esquerda. Foi muito triste. Um dos acontecimentos da história que eu jamais vou conseguir esquecer. Faltou sensibilidade do Avaí. Por isso, jogue com quem for, para mim o grande adversário da Chapecoense será sempre o Avaí." EXXTRA | 03 de dezembro, 2016

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A Chapecoense foi campeão catarinense em 1996

11 - Depois da segunda estrela, a Chapecoense embarcou em mais um período de vacas magras. O caminho ladeira abaixo era tão sinuoso que o clube chegou pertinho de fechar as portas, entre os anos de 2001 e 2004 A virada do milênio não trouxe bons presságios para a Chapecoense. No início dos anos 2000, os cofres começaram a rarear e o time prospectado tinha limitações sérias. O mau desempenho no Campeonato Catarinense de 2001 levou o Verdão

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ao rebaixamento, e foi preciso disputar uma seletiva em 2002 para voltar à primeira divisão. A Chapecoense fez por onde e encarar a segunda divisão foi fichinha. A final que deu o acesso ao Furacão do Oeste foi contra o Kindermann, de Caçador. O primeiro jogo aconteceu na casa do algoz. Quem abriu o placar foi Benson, para a Chapecoense, no primeiro tempo. O time de Caçador conseguiu igualar o placar no segundo tempo, com gol de Mário Sérgio. Rapidamente, a Chapecoense sacou mais um tento dos pés de André. Em uma falha da zaga, o Kindermann empatou com gol de Nikimba. O empate por 2 x 2 concedeu à Chapecoense a vantagem. Já o jogo de volta foi carregado de emoção. A torcida do Verdão via em seu time a face da recuperação e da resistência, um perdão mais do que justo pelos anos de poucas alegrias. Com o Índio Condá lotado, o placar

seguiu igual. No primeiro tempo, gol do Kindermann com Liminha e gol da Chapecoense de pênalti com Viton. Na prorrogação, a confirmação do acesso, gol do time de Caçador com Roni e do Verdão novamente com Viton. O final da partida foi coroado com cinco torcedores pagando uma promessa divina: de joelhos, juntos cruzando o gramado de ponta a ponta. Que atire a primeira pedra quem não nega fogo ao seu time. O fundo do poço nas finanças veio em 2003. Com dívidas até o pescoço, a Chapecoense mudou a personalidade jurídica ao associar-se com o próprio Kindermann, adotando como nome "Associação Chapecoense Kindermann/ Mastervet". O treinador Cacau, conhecido do Verdão de 1989 e 1993, assumiu novamente o comando do time, que tinha o Kindermann como base. A parceria se desfez em 2004.


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13 - Mas não muito, não. Por isso, em 2007, o técnico Agenor Piccinin precisou colocar em prática a Lei do Envelope "Nós estávamos com dificuldades de resultados. Quando nós ganhamos a Copa Santa Catarina, nós iniciamos o campeonato, ganhamos do Figueirense na estreia, empatamos duas, perdemos de 4 x 1 para o Avaí e voltando em casa empatamos, aí virou crise. E a gente começou a pesquisar por que o grupo não estava correspondendo. Havia alguns jogadores que estavam na conquista da Copa, eles se sentiam meio donos e começaram a fazer uns grupinhos e sair na noite, principalmente em uma roda de pagode nas quintas-feiras que é famosa até hoje. E aí vou falar para quem? Para o meu diretor é que não. Aí tomei a atitude de ir até esse pagode e falar com dois dos garçons. Aí eu pedi: "quanto você ganha?", e ele respondeu "R$ 50". Eu disse "então tá, te pago R$ 100, mas tu fotografa pra mim todos os jogadores que estiverem aqui bebendo". No dia seguinte eles chegaram para pegar o dinheirinho deles e me trouxeram umas doze fotos do pessoal que estava na festa. Aí eu peguei as fotos, coloquei em um envelope e pedi para o preparador físico segurar. Juntamos o grupo no vestiário, eram 28 atletas, reunião para falar do comportamento. Aí eu mandei o preparador colocar a mão no envelope e tirar algo de lá, mas ninguém sabia o que tinha lá dentro. A primeira foto que ele tirou foi logo o nosso centroavante com um copo em uma mão e uma cerveja na outra. Aí eu falei: "Tá vendo aqui? Vai pro DM direto". Na segunda, outro cara,

A Chapecoense foi campeão catarinense em 2007 - “"Eu chamo 2007 de título da humildade. Foi o campeonato mais barato que a gente fez” e eu falei: "Tá vendo? Não deu um chute, não tem nem salário no clube, e já está na noite". Quando o preparador foi tirar a terceira foto, dois jogadores levantaram e falaram: "não, espera aí professor, vamos negociar". Fizemos um acordo e decidimos que ia ter um churrasco nas segundas ou terças-feiras, junto com as famílias, e era só aí que eles podiam beber. E aí ficamos 23 jogos sem perder em casa e formamos uma família. Até o fim da temporada ficou o medo do envelope."

14 - Com a união estabelecida novamente, foi necessário adotar técnicas além da tática

"Eu chamo 2007 de título da humildade. Foi o campeonato mais barato que a gente fez. E todo mundo participou, a cidade, a imprensa, todo mundo com fé, com religião, com oração, todo mundo indo ao campo nos ajudar a empurrar os caras, indo ao campo para ajudar com os furos de caixa. Na época a gente implantou aquele momento de oração no meio de campo. Em todos os treinos, da manhã e da tarde, a gente rezava uma Ave Maria e um Pai Nosso. E aí os meninos da imprensa tiravam foto daquele círculo no meio de campo abraçado e orando. Naquele período eu morava no Hotel Bertaso, e aí todos os dias antes de ir para o treino eu parava na capela ao lado da Igreja Matriz para fazer uma oração e acender uma vela. Eu cheguei até a arrumar alguns seguidores, alguns torcedores que também tinham isso e iam comigo ali rezar." EXXTRA | 03 de dezembro, 2016

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16 - Foi nessa época também que a Chapecoense contratou um dos goleiros mais épicos do universo 15 - E, é claro, tirar proveito de tudo que estivesse ao nosso favor "O segredo de 23 jogos sem perder em casa foi o seguinte: para jogar em Chapecó, os times viajavam 14, 15 horas seguidas. E aí a gente deixava o gramado mais alto, com quatro ou cinco dedos de altura. Era decidido em conjunto. Nós treinávamos em cima, e no jogo já não pesava para nós. Eles chegavam de viagem e encontravam aquele gramado alto, no segundo tempo a gente acabava com eles. Mesmo que eles chegassem um dia antes, não recuperava da viagem. E aí, sim, o segundo tempo era sempre nosso."

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17 - Depois do título de tricampeão do estado, em 2007, as coisas começaram a andar em um ritmo melhor. Mas, é claro, o ano de 2007 precisava ser fechado com chave de ouro "Todos sabem que nem sempre a Chapecoense viveu bons momentos como vive hoje. Nosso ano era menor, 3 meses, quiçá uns 6 meses com uma série C (última série na época). Conto aqui como foi o último jogo daquele grupo campeão de 2007. Na falta de um adversário de maior prestígio, a diretoria fez um esforço

para trazer o Internacional de Porto Alegre para entrega de faixas no Índio Condá. Detalhe: era a equipe sub-20 deles. E cobraram pra isso (creio eu). Uma noite fria, tempo quase chuvoso, pelo que lembro numa quarta-feira. O público não foi, estávamos em uns 300 torcedores. Da banda lembro do Madruga (atual mascote), não muito sóbrio, entoando cantos desconhecidos de todos nós. Em campo, um jogo ruim. Nada naquele dia foi digno de um time campeão com tantas dificuldades. E isso nem era o pior… um a um, os melhores jogadores do time eram substituídos. Peter, Adriano, Basílio, Bilica, Jean Carlos... Destino? O aeroporto, a rodoviária, o carro com as malas. Cada um com um destino novo, um time novo. Por fim, ainda perdemos o jogo, 1 x 0, gol marcado não sei por quem, mas nem importava."


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A Chapecoense foi campeão catarinense em 2011

19 - Mas o legal é que a nossa história sempre se repete "A história da Chapecoense apresenta um dado curioso: os gols que decretaram os cinco títulos estaduais do clube tiveram a assinatura de jogadores que começaram a final como reservas. Esta peculiaridade verde-branca começou em 1977, quando Jaime saiu do banco para fazer o gol da vitória sobre o Avaí. Bem mais tarde, em 1996, Marquito entrou no segundo tempo e fez 1 a 0 em cima do Joinville, provocando a prorrogação. O empate servia no tempo extra, mas Gilmar Fontana, outro suplente, venceu o goleiro Silvio para ampliar a vantagem. Estas duas decisões foram em Chapecó. O Verdão levantou o seu terceiro troféu de Catarinense no ano de 2007, em Criciúma. O time do Oeste empatou

a 10 minutos do fim (2 a 2), por meio do seu talismã, Fabio Wesley, que iniciou na casamata. Em 2011, o "herói" foi Carlinhos Santos, do Tigre. Foi dele o gol contra que garantiu o triunfo da Chape (1 a 0), na Arena Condá. Porém, o volante cabeceou para a rede após cobrança de falta de Nenén, que começou na reserva. E agora, em 2016, diante do JEC, Ananias, no Norte do Estado, e Bruno Rangel, em casa, foram acionados na segunda etapa para selar a quinta conquista."

20 - Desde então, teve jogador virando diretor "Eu cheguei aqui em 2008 como atleta ainda, vim com o Leandro Machado, foi o Jandir Bordignon quem me convidou para vir. Mas as coisas eram muito diferentes. Ônibus, centro de treinamento. Em

2009, eu joguei o estadual e a Série D, que foi quando a gente foi vicecampeão catarinense e conseguiu também a vaga para disputar a Série C. Em 2010, eu cheguei a jogar cinco partidas e tive uma lesão em fevereiro, no jogo contra o Figueirense. A partir desse momento, alguns membros da diretoria me fizeram o convite para ser o diretor de futebol. Até então o Jandir era diretor, mas ele tinha suas empresas, seus compromissos para cuidar. Me convidaram para ser gerente de futebol e viver o dia a dia do clube. No momento até fiquei assim, porque achava que poderia voltar a jogar. Mas os médicos pediram para que não jogasse mais, para não piorar muito a lesão no quadril. Fiquei muito feliz com o convite, por ficar dentro do futebol. Foi muito novo para mim, fiz vários cursos, estudei bastante, e junto do Maurinho e do Maringá os resultados foram muito bons. Tivemos os acessos no Brasileiro e agora, de vez, coroamos com o título estadual." EXXTRA | 03 de dezembro, 2016

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21 - Teve jogador que mudou a vida de torcedor "A Chapecoense foi um dos melhores grupos que já trabalhei profissionalmente, se não o melhor. Do pessoal que trabalhava limpando e trabalhando no estádio até o presidente, todos foram demais. Todos foram acolhedores e foi uma coisa que me impressionou muito. A torcida gritava o nome de todos os jogadores no começo do jogo e quase sempre meu nome era chamado perto do hino. Mas a melhor de todas aí na Chapecoense foi a do Juliano. Era um menino que ficava ali pelo estádio e tinha medo das pessoas, ninguém dava muita atenção para ele. Um dia vi ele ali perto do refeitório e chamei ele com um pedaço de pão na mão. Ele, obviamente, não veio com medo A Chapecoense vence o Criciúma em 2011 e é campeã Defensoria Pública de SC projeta presença nas 111 comarcas em 2019 de que eu fosse machucar ou bater nele, igual muitas pessoas faziam. disse "tá bom". Aí fui para casa, clube que você torce e viver a alegria Então, aos poucos fui chamando ele morava na Getúlio, e uns 15 minutos de um título. Dia que vai ficar até que um dia ele nos aceitou e foi depois que eu já estava em casa, marcado na minha vida. Campeão onde começamos a trazer aquela escuto um "Aoísio, Aoísiooo" do lado Catarinense 2016! :D criança pro nosso lado. Aos poucos, de fora. Pensei comigo que não podia "São 21 anos que acompanho o foi sendo nosso parceiro, até que um ser ele, 15 minutos atrás tinha deixado clube, destes sete como profissional dia olhei para o lado e ele estava ele em casa. Olhei pela janela e quem de comunicação. Vivi todas as dentro do avião viajando com nosso era? O próprio, com um jornal da alegrias e tristezas neste periodo. time. Posso jogar em todos os times mão, mostrando a foto minha e dele. Retornei para trabalhar no clube em do mundo e ganhar o dinheiro que Dei muita risada em como já estava julho de 2015 (tive uma passagem em for, nunca vou esquecer dele e do que escuro, levei ele de novo para casa." 2011), e no último domingo vivi uma foi feito em Chapecó. Antes de ele Juliano acabou sendo "adotado" pela expêriencia magnifica. Sempre viajar conosco, fui até a casa dele equipe da Chapecoense naquele ano, procurei ser o mais profissional procurar uma certidão de nascimento, 2011, e se tornou o mascote do possivel, trabalho no clube que torço porque tínhamos que tirar a tetracampeonato estadual. e quero bem, mas acima de tudo identidade del. O Juliano sempre me sempre procurei no trabalho prezar falava que tinha 12 ou 14 anos, não pela imagem do clube. Ser campeão 22 - Teve torcedor lembro bem. Mas quando fui achar o no que eu gosto, no clube virando funcionário trabalhando documento, ele tinha ums 7 ou 8 anos que eu torço, é algo espetacular, é um a mais. Queríamos matar ele, demos dia que vai ficar marcado no meu Hoje quando terminou o jogo, coração. Sou apenas uma peça de toda muita risada. Alguns dias depois, saímos do treino e levei ele até em passou um filme de quando fui pela engrenagem da Chape, que conta com casa, era perto do estádio. Aí ele me primeira vez em 1995 ver um jogo mais de 130 colaboradores. Mas falou que tinha saído algo nosso no da Chape. A Chapecoense me saber que de alguma forma vocês jornal, e eu falei: "poxa, que legal, um proporcionou grandes alegrias. Só contribuiu é algo que me deixa feliz dia desses você me mostra", e ele só que hoje foi inexplicável, trabalhar no e realizado!"

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24 - É uma dádiva internacional "Chegando em Buenos Aires para o jogo contra o River Plate na Sulamericana, é claro, tivemos que passar pela Polícia Federal argentina no aeroporto, para entrar no país. Apresentei meus documentos para o policial, que era um senhor de idade e ele, sério, me perguntou de onde eu era. Falei que era de Chapecó, e ele na hora retrucou: "Chapecoense???". Confirmei. A alegria do senhor foi enorme: "soy de Boca, tienen que ganar de River" e tudo mais. Me perguntou da cidade, do clube, se fiz boa viagem, falou que muita gente estava torendo por nós. Ele me segurou por uns 20 minutos, e eu preocupado por que era o último, todos da delegação já estavam no ônibus. Foi muito bacana ver este reconhecimento da Chapecoense na capital Argentina."

25 - A gente passa por uns perrengues doidos "Jogamos contra o Naviraí na Série D, em 2010. Fomos pra lá de microonibus [são uns 700km]. Chegando lá, fomos recebidos por um vereador que era irmão do presidente na época, e ele tinha reservado 20 almoços para nós em um restaurante. Após isso, fomos em uma bodega em frente ao estádio para confraternizar com a torcida local, com direito a violeiro e tudo. No estádio, ficamos em uma arquibancada de estrutura metálica, nos dias de hoje iriam dizer que era um absurdo alguém assistir o jogo naquela arquibancada. Bem, ganhamos o jogo e estávamos nos organizando pra voltar pra Chapecó. De repente, o tal vereador conversou

Chapecoense joga contra o River Plate na Sulamericana conosco e pediu pra dormirmos lá, para não pegar estrada à noite. Explicamos que na segunda-feira todos tinham que trabalhar e tudo. Mas como fazia um calor absurdo lá, ele ofereceu o vestiário do time local para tomarmos pelo menos um banho. Aceitamos e, para nossa surpresa, enquanto atravessamos o gramado, vimos ele entrando no vestiário e mandando os jogadores se apresssarem e saírem logo para que nós pudéssemos tomar banho. Para as gurias, ele acabou pedindo para uma vizinha liberar um banheiro na casa."

26 - Na verdade, a Chapecoense nunca se escapa de passar aperto "Dia 26/07/09. Série D. Chapecoense líder do grupo 9, precisando apenas de uma vitória diante da equipe do Mato Grosso do Sul. A Chape defendia uma invencibilidade de mais de 460 dias, ou 17 jogos sem perder em casa. Com

10 minutos o Naviraiense mostra para o que veio e já tem um expulso. A partir dai a Chapecoense começou a perder gol a rodo, tanto que só abriu o placar no segundo tempo, menino Cadu Mineiro. Logo na sequencia, Cadu fez mais um, 2x0 e ali o boi já tava indo pro palanquinho. Logo na sequencia, o inacreditável começou a acontecer. Segundo jogador do Naviraiense foi expulso, com uma falta violenta, o time laranja começou a perder a cabeça. O terceiro gol veio, e com ele mais duas expulsões. Depois de estar com 4 jogadores a menos, e as três substituições feitas, o goleiro e mais um zagueiro da equipe do Naviraiense caíram, e reclamaram de supostas lesões, assim sendo, o arbitro da partida teve que terminar o jogo aos 37 minutos do segundo tempo por falta de jogador. Técnico e jogadores lesionados, juram de pé junto que não teve simulação, e que realmente os atletas não tinham condições de terminar o jogo. Ah, com a vitória veio a classificação adiantada, e depois disso, vocês sabem o que aconteceu." EXXTRA | 03 de dezembro, 2016

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27 - Aliás, "doido" é pouco. Tem uns perrengues que são medonhos mesmo "Jogo em Criciúma. Para começar bem a viagem, estávamos eu e outro torcedor esperando o ônibus de Chapecó em um posto de gasolina em outra cidade. Lá pelas tantas, um carro pára para abastecer no posto e vem duas moças conversar com a gente, pedir bebida e nos convidar para conhecer o "bar" onde elas trabalhavam. Embarcamos no ônibus e a viagem até foi tranquila, conseguimos dormir. Quando chegamos no topo da Serra Catarinense, um pessoa desceu para tirar fotos e ver os animais. Ficamos parados questão de meia hora e voltamos para o busão. O motorista pede ajuda para um dos que estavam na frente e nisso ele entra para conversar com a gente, pedindo para ninguém usar o banheiro, porque o ônibus estava sem freio e ele precisou isolar o ar do banheiro. Era isso ou fazer mais um trecho até Floripa. Descemos a serra. Na primeira curva, o ônibus quase não para, e o povo começa a rezar. Cada curva era umas três manobras. Quando chegamos para o jogo, a Polícia Rodoviária nos obrigou a ficar até as 14h esperando para entrar na cidade. Nossa salvação foi, adivinhem, um posto de gasolina. O jogo terminou em 1 x 0 para o Criciúma. Na volta, subimos a bendita Serra novamente, neblina tapando a estrada, todo mundo morrendo de fome e de sede (o único líquido do busão era uma garrafa de vodka). Quando chegamos em Lages, o restaurante que o motorista havia prometido parar já estava fechado. E aí lá fomos nós, atrás de mais um posto de gasolina para comprar um monte de salgadinho e seguir viagem".

Chapecoense perde de 1 x 0 para o Criciúme Ainda aconteceu do motorista parar o ônibus e perguntar se alguma das meninas tinha uma borrachinha ou rabicó de cabelo. A mangueira do freio estava solta para... descer a Serra!

terminada, e na ala Leste ainda existia as arquibancadas de concreto do velho Condá. Eu estava na geral (hoje ala Leste) e quando começou a chover não tinha pra onde correr. Lembro que todo mundo se "agrupou", mas era tanta pedra que o negócio foi aguentar firme e esperar passar. Coloquei um balão que havia inflado em cima cabeça, mas logo estourou, então o jeito foi tomar pedra nos pés, braços, costas mesmo. Lembro que quando passou, todo mundo se olhou assustado, sequer acreditando com o que tinha acontecido, tinha, inclusive, aqueles que acabaram se "machucando", mas nada grave, uma unha sangrando aqui, um hematoma no pescoço ali, e segue o baile. O gramado ficou branco de pedra e lembro que quando os jogadores voltaram a campo pegavam as pedras do chão e comentavam entre eles. Ah! O resultado do jogo, acabou 1 a 0 para o Araguaia, mas graças à vitória no jogo de ida e ao gol qualificado a Chapecoense conquistou o acesso à Série C. Sem dúvidas foi um jogo cheio de emoções e com bastante histórias pra contar. Ainda conto essa história para o meu filho Augusto quando coloco ele pra dormir."

TEMER VISTO NO PARLAMENTO

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28 - A gente se ferra na chuva "Tem vários jogos na minha memória que considero marcantes à Chapecoense. Lembro das finais, semifinais, acessos, e geralmente os lembro pelos resultados e conquistas alcançados, mas teve um jogo que certamente marcou tanto pelo acesso, quanto pelo que aconteceu durante a partida. Lembro que a Chape tinha vencido o Araguaia no jogo de ida no Mato Grosso por 2 x 1, então o que se esperava desse jogo da volta era uma boa partida da Chapecoense e consagrar o acesso à Série C. Mas ninguém esperava que seria um jogo tão ímpar! Primeiro porque teve uma expulsão de um jogador da Chape (Fabrício) bem no começo do jogo, e outra, em razão da chuva de granizo que fez a partida ficar marcada como "o Jogo da Chuva de Pedras". Na época, a Ala Sul estava sendo


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Foto e papel higiênico no jogo da Chapecoense em 2010

29 - A gente se ferra com fogo A campanha de 2010 foi algo pra ser de certa forma varrido de nossas mentes, a começar pelo rebaixamento técnico no Catarinense, do qual nos salvamos graças a desistência do Atlético de Ibirama. Como desgraça pouca é bobagem, tomamos aquele vareio de 6 a 0 do Atlético Mineiro, mesmo que tivéssemos vencido por com gol de Sagaz aqui em Chapecó. A Série C foi aos trancos e barrancos, com Gustavo Papa e Sandro Sotilli no elenco levamos até a última rodada para avançar de fase, graças a um empate em 0 a 0 entre Caxias e Brasil de Pelotas. Na fase seguinte enfrentamos o desconhecido Ituiutaba e em empatamos em 1 x 1, numa verdadeira pelada que foi aquela

partida. Como de costume a torcida arremessou inúmeros rolos de papel higiênico em direção ao gramado, proporcionado um belo efeito cascata nas arquibancadas. Tudo ia muito bem até que alguns abençoados resolveram acender sinalizadores ou isqueiros (sei lá que diabo que era) em meio aquele monte de papel. Resultado: fogo subindo as escadarias e o povo correndo desesperado pra fugir. Eu estava no meio daquela confusão tentando apagar o fogo com os pés, sufocando na fumaça e queimando as canelas.

33 - Volta e meia estamos vivendo umas coisas épicas "Chapecoense e Criciúma

jogaram no dia 31/01/2013 no estádio Josué Annoni, em Xanxerê. Devido à ascenção para a série B, aconteceu a troca do gramado da Arena Condá. A Chape estava vencendo o Tigre pelo placar de 1 a 0, gol marcado por Rodrigo Gral. Aos 30 minutos da segunda etapa, após rebote do goleiro, Gral desviou a bola de cabeça, mas o zagueiro Fabio Ferreira evitou o gol tirando a bola em cima da linha e perdeu o equilíbrio, vindo a se enroscar na rede. Quando ele jogou o peso, a trave foi pendendo, pendendo, e caiu inteirinha. O jogo ficou paralisado aproximadamente 40 minutos para que fosse instalada uma trave provisória - que era 4cm menor que o padrão oficial, sendo necessário colocar um "calço" de tijolo para seguir o jogo. Chape venceu a partida e assumiu a liderança do campeonato." EXXTRA | 03 de dezembro, 2016

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34 - Mas a verdade é que a gente sempre foi muito louco "Feliz do torcedor que, assim como eu, viveu a época em que se vendia conhaque na copa do Índio Condá, das vergamotas vendidas na entrada do estádio. Uma cena hilária que não me sai nunca da cabeça foi de ver um grande presidente da Chapecoense, Sérgio Trentin, chutando a bunda do árbitro Dalmo Bozano no final de uma partida. Ele, assim como todos os outros naquela temporada, não passou sem levar uma vergamotada. Época de ouro na colheita de vergamota aqui na terra dos colonos. Lembro em que ainda criança tive esses exemplos. Ia para o Condá com a família, cada um carregando sua pipoca feita em casa e um punhado de vergamotas destinadas ao arremesso."

36 - E por ser uma cidade relativamente pequena, aqui na Chapecoense tudo acontece em família "Meu pai, Cezar Dal Piva, sempre foi um apaixonado por futebol. Gostava tanto de jogar como de assistir. Eu sou a filha mais velha e somos três filhos em casa. Desde pequena, sempre fui a companheira do futebol. Tanto de ir quando ele jogava nos campeonatos amadores quanto nos jogos da Chape. E ele foi me iniciando, vamos dizer assim. A minha mãe também gostava muito e sempre que podia ir tbm ia junto, mas minha irmã era muito pequena, temos 4 anos de diferença, e nos jogos muito lotados íamos só eu e meu pai.

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Dalmo Bozano levou chute na bundo do presidente de Cahpecoense

Ele era muito envolvido, tanto que a gente ia nos jogos e nos bingos dos anos 90. Nunca ganhamos nada, mas nos divertíamos muito. Rs. A gente morava uns 30min andando do estágio e íamos a pé. Eu tinha entre 8 ou 10 anos. Não reclamava. Era minha aventura com meu pai. Sentávamos na antiga curva, no alto. Era o melhor lugar. Ontem realizei um sonho antigo de ser campeã no estádio. Como as finais eram jogos muito lotados, minha mãe não deixava ele me levar. Fiquei sabendo em casa daquele W.O do Joinvile, por exemplo. Nos nossos títulos mais recentes eu já não morava mais em Chapecó. Vi e comemorei pela TV. Mas domingo, 8/5/2016, estávamos todos e juntos pra comemorar. Além disso, meu irmão Luiz Felipe é o caçula e cresceu com a responsa de ser filho do meu pai, um apaixonado pelo futebol. O guri

entrou no futsal com uns 6 anos e era tudo brincadeira no início. Até os jogos da Chape. Eu levava muito mais a sério. Sofria. Mas ele foi crescendo nesse meio de gente doente pelo futebol e pela chape (Rs) e foi ganhando um amor imenso que se transformou em uma dedicação sem igual. Desde os 13, 14 anos ele decidiu que queria ser atleta e agora pula da cama cedo seja inverno ou verão pra estar no horário do treino. Fazes preparo específico de goleiro particular, além do treino normal durante anos. E nos orgulhou muito pegando um pênalti na estreia dele como titular da Chape na Copa SP em janeiro desse ano. Ele está se esforçando muito e sabe o peso da camisa da Chapecoense, mas aprendeu desde a pequeno a sonhar com os pés no chão. E vai lutar pelo lugar dele nessa história bonita do Verdão!"


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Gabriela e Daniel, casal formado pelo amor da Chapecoense

37 - Às vezes até nos sentimos em casa demais O ano de 2015 reservou grandes acontecimentos para nós, torcedores do RIVER. Depois de 19 anos Vencemos a Libertadores,onde terminamos a primeira fase com SETE pontos e eliminamos os bosteros. Acabamos parando no Barça, no Japão, mas houve uma história fantástica quando defendíamos o título da Copa SulAmericana. Depois de eliminarmos a LDU a duras penas, enfrentamos a maravilhosa Chapecoense. Lá fui eu para Chapecó e como se não bastasse a recepção fantástica e a atmosfera incrível da cidade para o jogo, ainda fomos a sede do clube e conhecemos o presidente da entidade. Vestido com roupa social, o mandatário verde não se fez de rogado quando lhe foi solicitada uma foto conosco. Pediu

uma camisa da Chape, a nova que estrearia naquele dia, TIROU A CAMISA que usava e colocou a peça. Acabaríamos perdendo o jogo, mas garantindo a classificação, mas poucas vezes vi uma cidade tão mobilizada para uma partida de futebol, um clima tão amistoso e claro, um presidente de clube tirando A CAMISA e mostrando seu torso nu sem cerimônia.

38 - Formamos famílias de casais unidos pelas semelhanças "Nos conhecemos em uma balada em 2010 onde o Daniel usava uma camiseta da Chapecoense e foi incentivado por uma amiga em comum a conhecer a tal Gabriela, que também era louca pela chape. Após uma noite inteira de conversa, algumas trocas de mensagens de

celular durante alguns dias, nos encontramos em um jogo decisivo e triste no dia 4 de abril de 2010 onde Chape X Figueira ficavam no 0x0 e fomos rebaixados. Pois bem, o que nos uniu sem dúvida foi a Chapecoense e o nosso amor em comum por esse time. Tanto para um como para outro existe somente uma prioridade: a Chape. O que mais nos fascina nos 6 anos da nossa história, foi poder acompanhar a evolução da Chapecoense de perto, indo a todos os jogos, vibrando, chorando, sofrendo, perdendo o sono nas semanas de decisão, comemorando os acessos, o título de 2011, os "crimes" que a chape cometeu sobre os ~grandes~ inter, fluminense e palmeiras, o jogo da Chapecoense contra o River Plate - momento único - etc. Costumamos dizer que a chape é nosso amor maior! Algo que nos une e nos faz perceber o quanto nosso amor cresceu junto com a chapecoense! Hoje, noivos, sonhamos com um casamento verde branco!" EXXTRA | 03 de dezembro, 2016

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Fernanda Arno e Adson Medeiros, torcedores da Chapecoense e do Criciúma

39 - E até unidos pelas diferenças "Adson e eu nos conhecemos através do futebol, ele afirma ter me visto na final de 2011, enquanto as torcidas da Chapecoense e do Criciúma confraternizavam antes do jogo, ele diz que aparecemos em uma foto juntos, tirada pela rádio Eldorado de Criciúma, mas eu nunca vi tal foto. Após nossa vitória, meses depois,

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começamos a conversar, mas já frequentávamos os "mesmos espaços", as comunidades do Orkut, principalmente a do Campeonato Catarinense. Apesar da distância o amor foi crescendo e já estamos juntos há cinco anos! A rivalidade fica só no futebol e já rendeu muitas piadas e nenhuma discussão, inclusive, na final de 2013 Adson e eu fomos na mesma excursão para Chapecó, pois

morávamos em Florianópolis, mas tem um detalhe, eu fui num microônibus dos torcedores do Criciúma, sendo a única chapecoense nessa turma, foi uma longa viagem de volta... Hoje percebo que a paixão pelo futebol une mais do que separa, fiz muitos amigos, tanto torcedores da Chapecoense como de outros clubes e encontrei um grande companheiro dentro e fora das arquibancadas."


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