PATRIMÔNIO CULTURAL NOSSOS BENS TOMBADOS E INVENTARIADOS
2018
INTRODUÇÃO “Patrimônio Cultural é o conjunto de bens materiais e práticas culturais que se destacam no ambiente urbano e nas manifestações populares por representarem heranças técnicas, estéticas e culturais de diferentes épocas e gerações. Para ser considerado patrimônio cultural, um bem não precisa ter valor mundial nem nacional. Às vezes, seu valor é reconhecido apenas por um grupo pequeno. Parte importante de nossa identidade, o patrimônio cultural nos permite compreender passado e presente, bem como a dinâmica da sociedade em que vivemos. Conhecê-lo é, portanto, instrumento fundamental para refletir, criticar e compreender melhor o grupo social a que pertencemos e também para conhecer outras expressões culturais cujas semelhanças complementam e cujos contrastes dão forma à nossa cultura.
Tais considerações nos levam a inferir que a informação é a base para um democrático processo de conhecimento e apropriação do patrimônio. Daí a necessidade de levar às comunidades e, sobretudo, às novas gerações o maior número de dados possível sobre seus bens e os de outras localidades, dotando-as de instrumentos capazes de darlhes proteção efetiva. Às ações educativas que envolvem a sensibilização ao patrimônio cultural damos o nome de educação patrimonial, conceito que deve ser entendido aqui como um processo ativo de conhecimento, apropriação e valorização de nossa cultura. Seu objetivo geral é, nesse sentido, justamente conduzir os jovens a uma nova forma de visão, permitindo-lhes reconhecer valores que, sem sua participação, viriam fatalmente a desaparecer de nossas vidas.” ¹
PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARANÉSIA, MG Prefeito Laércio Cintra Nogueira Vice-Prefeito Diego Eduardo de Castro SECRETARIA DE CULTURA, ESPORTE E TURISMO Secretário Paulo Marcos Teixeira CONSULTORIA CULTURAL Prof. Me. Ivan Soares David
PATRIMÔNIO CULTURAL BENS TOMBADOS Estação Mogiana: 1997 Herma do Cel. Paula Ribeiro: 2001 Herma de D. Sinhá: 2015 Obelisco Comemorativo dos 400 anos do Descobrimento do Brasil: 2001 Coreto Municipal: 2001 Antiga Prefeitura/Grupo Escolar:2001 Centro Cultural: 2003 Projetores Cinematográficos: 2003 Praças Centrais: 2005 Posto de Puericultura: 2012
PATRIMÔNIO CULTURAL BENS TOMBADOS Estação da “Mogiana” - Tombamento - 1997
HISTÓRICO A 23 de Junho de 1912, pelas onze e meia da manhã, foi inaugurada a Estação Férrea desta cidade, entrando na gare a locomotiva ‘Guaranésia’, puxando comboio inaugural do primeiro trecho da Rede Sul Mineira, entre Guaxupé e Guaranésia, construído pela Companhia Mogiana.
esta zona e terminou saudando a sua administração, na pessoa do Sr. Bartholomeu de Oliveira, que respondeu, sendo suas últimas palavras, cobertas de palmas e vivas à companhia Mogiana.
Mais de 3000 pessoas percorreram, em passeata, as ruas da cidade, tomando parte O especial inaugural do primeiro trecho da os batalhões infantis, grupos de escolas de Rede Sul Mineira partiu de Guaxupé às dez Guaxupé, sociedades e bandas de música. e meia da manhã, chegando aqui às onze ho- (...) Compareceram representantes de todos ras, onde mais de quatro mil pessoas aguar- os municípios vizinhos (Guaxupé, Monte davam a chegada, prorrompendo em vivas à Santo, Muzambinho, Jacuí, etc.). administração da Companhia Mogiana, ao Sr. Senador Ribeiro do Valle, Presidente do A estação serviu de progresso durante lonEstado e outras autoridades. gos anos. Hoje, inativa e com as linhas férreas desativadas. As demais dependências são O especial, composto de oito carros, foi ocupadas por famílias carentes, em regime comboiado pela máquina número 148, de- de comodato. nominada ‘Guaranésia’ e construída nas oficinas da Mogiana em 1911. A diretoria da estrada e o inspetor geral foram representados pelo Sr. Dr. Bartholomeu de Oliveira, chefe de construção. O engenheiro fiscal Sr. Dr. Autran Dourado, este presente. Após a chegada do especial, falou o Sr. Dr. José Tavares de Moura salientando os melhoramentos de tração da estrada de ferro nesta zona, terminando por saudar a Companhia Mogiana. O Presidente da câmara Sr. Dr. Lopes Pontes, salientou os serviços que a Mogiana vinha prestando a
PATRIMÔNIO CULTURAL BENS TOMBADOS Herma do Cel. Paula Ribeiro - Tombamento - 2001
HISTÓRICO Francisco de Paula Ribeiro, nasceu em 1857, em Guaxupé, faleceu em 1913. Fazendeiro, casou-se duas vezes, a primeira com a sua prima Esméria Eulália Ribeiro, a sétima filha do Barão de Guaxupé. E a segunda vez com Jacinta Batista Carvalhaes, natural de Jacuí. Em nenhum destes matrimônios deixou descendência. Segundo informações colhidas de populares foi o Coronel Francisco de Paula Ribeiro, quem indicou o local para a construção da Estação Ferroviária da Mogiana. Era conhecido por ser uma figura de grande valentia, quando em decorrência de uma revolução, teve sua fazenda invadida por militares, e com grande bravura expulsou-os de lá. Nos primeiros meses do ano de 1918 foi aventada pelo Sr. Antônio Celestino a idéia de ser erigida na Praça da Matriz uma Herma que perpetuasse a memória do seu saudoso conterrâneo, o Cel. Francisco de Paula Ribeiro. A então criada comissão encarregada de levá-la a efeito, mandou para São Paulo o Sr. Afonso Lima – Agente Executivo Municipal afim de contactar a construção. Meses depois foi erigido o monumento em homenagem ao ilustríssimo Coronel, figura de grande pleito que contribuiu imensamente para o desenvolvimento político-social de Guaranésia.
PATRIMร NIO CULTURAL BENS TOMBADOS Herma D. Sinhรก: - Tombamento - 2015
HISTÓRICO Margarida Augusta Ribeiro “Dª. Sinhá”, nasceu em Guaranésia a 23 de novembro de 1876, na fazenda dos Macedos, filha d Geraldo ribeiro do Valle e Francisca de Paula Ribeiro, fundadores da Fazenda Onça. Dotada de viva inteligência e grande coração, foi pródiga benfeitora da terra que a viu nascer. Casou-se, a primeira vez a 20 de fevereiro de 1892, aos dezesseis anos, com Dr. Arnaldo Pereira da Silva Lima, médico, natural de Salvador, que faleceu em fevereiro de 1922. Tiveram três filhos. Suas segundas núpcias em Guaranésia, a 5 de junho de 1911, com Dr. Alberto José Alves, que nasceu em 1881, natural de Alfenas/MG e faleceu em 1970. Tiveram dois filhos.Dª Sinhá, morreu em 05/07/1949, mas antes de partir trabalhou, arduamente, para o desenvolvimento de Guaranésia, com obras assistenciais.
zar suas memórias nesta terra, construindo para cada um, uma Herma. Em novembro de 1957, foi erigida a Herma de Dª. Sinhá, concebida pelo seu sobrinho Sr. João ribeiro do Valle, antigo projetista da Prefeitura Municipal.
Foi acionista das Casas Mappim, em São Paulo, benfeitora do Asilo e Posto de Puericultura de Guaranésia, para a Santa Casa de Misericórdia, doou equipamentos para auxiliar no tratamento e diagnóstico de doenças , e por isso recebeu uma sala na dita casa, em seu nome. Seu segundo marido era o proprietário da Casa Bancária Pereira & CIA e também da Fábrica de Tecidos Santa Margarida (que pertencia a família de Dª. Sinhá). Dª. Sinhá, era irmã de Cel. Francisco de Paula Ribeiro, ambos receberam grande homenagem de seu povo, que resolveram eterni-
No decorrer das obras de reforma, as pedras destinadas à fazer o mosaico tipo Copacabana, que iria dar harmonia ao piso, acabou. A filha de Dª. Sinhá, veio em socorro, oferecendo a sua ajuda na compra das pedras portuguesas faltantes para completar a obra, sugerindo que a praça recebesse o nome da mãe. Em novembro de 2007 o bem sofreu um ato de vandalismo e teve seu medalhão de cobre roubado e no final de 2008 foi substituído por uma réplica em alumínio com banho em pátina de bronze.
A pedra, granito, usado para este monumento foi recomendado em São José do Rio Pardo/SP. Segundo o Sr. João Ribeiro do Valle, a praça Dª. Sinhá, anteriormente era chamada de Praça João Pessoa e possuía belas e frondosas mangueiras que saciavam o desejo dos moleques que subiam em seus galhos para saborear essas frutas deliciosas. Então na administração do Dr. João bento Ribeiro do Valle foi decidido que as mangueiras seriam cortadas para que a praça pudesse abrigar um novo traçado.
PATRIMÔNIO CULTURAL BENS TOMBADOS Obelisco comemorativo dos 400 anos do descobrimento do Brasil - Tombamento - 2001 No centro da Praça Coronel Paula Ribeiro, antiga praça da matriz, ergueu-se um belo e majestoso Obelisco Comemorativo ao Quarto Centenário da Descoberta do Brasil. A comissão de festejos, realizados nesta cidade, dirigiu à Câmara Municipal, da então Vila de Guaranésia, o seguinte ofício: “Guaranésia, 3 de Julho de 1902 Ilmo. Srs. Presidente e mais membros da Câmara Municipal. A Sociedade Comemorativa do IV Centenário do Descobrimento do Brasil, por sua comissão executiva, abaixo assignada, vem perante vós, Senhores Presidente e Membros da Câmara Municipal da Vila de Guaranésia, fazer entrega ao município do monumento comemorativo do quarto centenário do descobrimento do Brasil, erigido no largo da matriz desta vila e solenemente inaugurado por ocasião das festas celebradas a três de Maio de 1900. É um simples obelisco sem grandes linhas de arte, onde nenhum artista deixou esculpidos arroubos de inspiração original, animada de fogo sagrado do Gênio. Mas, certo, na sua rusticidade serena, na sua altiva simplicidade, ele revela um tríplice idéia exibindo um documento sociológico. Ele lembrará aos contemporâneos o grande dia em que pela primeira vez a voz do patriotismo,
HISTÓRICO ressoando pelas quebradas destas montanhas mineiras celebrou entre os atos do mais santo entusiasmo, a maior data da Pátria. Atestará aos vindouros o esforço intemerato, o ardor patriótico com que no pequeno arraial de Santa Barbara das Canoas, o povo mineiro consagrou a afirmação positiva do sentimento nacional. E em todos os tempos e a todas as gerações ele assinalará uma fase histórico deste recanto brasileiro tão simples em seus costumes mas tão grande nas suas aspirações de progresso, tão valoroso nas suas manifestações patrióticas.
Silva Lima, Dr. Aramim de Almeida, Padre Braz Mazzaro, e Manoel Libanio.” Esta foi a razão pela qual a elite intelectual da época, fez construir o monumento. Durante esses mais de 100 anos o obelisco sempre despertou interesse na nossa população. Ninguém depois daquela Comissão Executiva soube dizer quem construiu o obelisco. Obra dos italianos? Sabe-se apenas que de acordo com o documento transcrito acima foi uma obra que teve poucos recursos financeiros. Este marco é de imenso valor para a história de Guaranésia.
Os parcos recursos de que dispôs a sociedade a exiguidade do tempo para cumprir o programa das festas comemorativas não permitiram que esse modesto obelisco tivesse o esplendor, a grandiosidade e a pompa que o acontecimento histórico, o sentimento nacional e o entusiasmo popular exigiam. A Sociedade Comemorativa, porém, está certa que entregue a guarda da ilustre Corporação que Vós tão dignamente representaes não lhe faltarão os benefícios, reparos e melhoramentos de que precisa ainda, nem os cuidados e carinhos que não lhe recusarão os vossos sentimentos patrióticos para esse singelo monumento possa atingir a altura da civilização, da prosperidade e da grandeza deste pequeno torrão da Pátria que nos todos amamos. Saúde e Fraternidade. A Comissão Executiva: Dr. Saul de Avillez, Francisco de Paula Ribeiro, Manoel Joaquim Rodrigues, Dr. Arnaldo Pereira da
Dizia a lenda, que dentro do obelisco existiam documentos da época em que foi construído. Durante 100 anos acreditou-se nisso. Mas no mês de setembro de 2000, uma Comissão Municipal, organizou uma cerimônia para comemorar o fim do século XX e o início do terceiro milênio e o Obelisco foi aberto. Nada foi encontrado. O fato deixou a população frustrada, pois todos tinham a certeza, que finalmente os documentos seriam revelados. O Obelisco construído em comemoração ao Quarto Centenário da Descoberta do Brasil, é um marco. Traz em si toda a documentação necessária. Foi deixado para as gerações futuras. Um documento sociológico. Como afirmam seus idealizadores: uma mensagem no tempo.
PATRIMÔNIO CULTURAL BENS TOMBADOS Coreto Municipal - Tombamento - 2001
HISTÓRICO Pouco se sabe da história do Coreto, tal como, quem construiu ou concebeu suas linhas arquitetônicas, o ano de sua construção, a origem dos materiais usados, pois não se encontram documentos ou pessoas que confirmem tais informações, mas se têm fotos antigas datadas da década de 1900 que registram a presença do mesmo. Ali edificada sob a proteção de Santa Bárbara, viu a cidade se desenvolver ao seu redor com construções ecléticas, neocoloniais, neoclássicas e modernas constituindo uma diversidade arquitetônica bem-vinda, demonstrando o quão bem o velho e o novo se harmonizam. Acredita-se, contudo, que o Coreto seja anterior a 1900 e que tenham sido utilizadas para a sua construção, as mãos dos imigrantes que nesta terra vieram constituir família, sustento e crescimento. Os imigrantes, aliás, contribuíram significativamente para a construção da cidade, com sua colaboração em mão-de-obra, disposição e conhecimento de técnicas construtivas de além-mar. Italianos, Espanhóis, portugueses e Sírios, seus hábitos, crenças e conhecimentos ajudaram a construir uma nova cidade. O Coreto era usado como Palco de apresentações musicais como o da Corporação Musical Santa Bárbara.
PATRIMÔNIO CULTURAL BENS TOMBADOS Antiga Prefeitura/Grupo Escolar - Tombamento - 2001
HISTÓRICO Nos idos de 1880 a povoação de Santa Bárbara das Canoas contava com apenas 200 casas espalhadas em grande extensão, uma população de 3.000 almas e uma aula de instrução primária particular para as crianças ricas, 20 alunos aproximadamente. A Freguesia, pertencente á Comarca Eclesiástica e município de Muzambinho, nada recebia dos cofres públicos. Tudo o que conseguia provinha do esforço tenaz do seu povo, aplicado ao cultivo da terra. A cultura do café contava 600.000 pés plantados, dando para exportar mais de 40.000 arrobas. Muito se comercializava em madeira, encontrada com abundância nas suas matas. Tudo se operou pela vontade do povo, mais que pela espontânea ajuda do poder constituído. Foi o esforço do povo, que, em 1901, ganhou a au- tonomia, com a criação do município. Aliás, depois da Proclamação da República começava a acentuar-se o desenvolvimento da localidade e seus habitantes já aspiravam a sua transforma- ção. Então, nessa época, o primeiro Presidente da Câmara e Agente Executivo, Major Urias Be- larmino de Souza, que governou Guaranésia de 1902 á 1905, visando o engrandecimento da terra, lançou mão dos fundamentos que constituem a base sólida da civilização. Mandou construir uma casa de Instrução Pública. Em sete de setembro de 1907, foi instalado o Grupo Escolar “Carvalho de Brito” - o primeiro Grupo Escolar mantido pelo Poder Público. Construído em lugar privilegiado, apresenta arquitetura simples, valo- riza sua volumetria
em detrimento de suas linhas retas. Colunas em elementos de argamassa na fachada principal dão a sensação de sustenta- ção para o telhado. Nossos mestres construtores italianos responsáveis pela edificação do prédio transferiram toda a genialidade da cultura greco-romana na concepção deste edifício. Funcionou ali o Grupo Escolar “Carvalho Brito” como escola primária até o final da década de 1920. Quando não mais comportou o número de matrículas, um novo prédio foi construído para abrigar os alu- nos. Ficou fechado por pouco tempo o prédio do primeiro Grupo Escolar da cidade. Depois sofreu algumas adaptações: como mudança de portas e abertura de janelas e em 1933 passou a abrigar a Prefeitura Municipal. E lá funcionou até a segunda metade da década de 1980, quando também saiu para o Paço Municipal. Ficou o Velho Grupo por algum tempo abandonado depois de quase l século servindo a comunidade. Hoje, o prédio está totalmente restaurado e abriga as dependências da Câmara Municipal.
PATRIMÔNIO CULTURAL BENS TOMBADOS Centro Cultural Professora Fernandina Tavares Paes Tombamento - 2003
Guaranésia, nas décadas de 1920 a 40, tinha duas salas de cinema o cine Rex e o cine Theatro Rio Branco de propriedade de Lauria & Irmãos, e funcionou até 1958, quando surgiu o cinemascope e o cine Rex não possuía condições de adaptar-se a este tipo de cinema. Teve também o Cine Brazil, de vida bem curta. Nos anos 40 e 50 as ideias de um grupo formado pelo Sr. Atílio Perocco, Dr. Alberto Alves, o Sr. José Nardi, as Irmãs Nardi e a empresa cinematográfica Vale Paraíba, posteriormente Empresa Cinematográfica São Paulo Minas juntaram forças para construir o novo cinema em Guaranésia. O antigo Hotel Central, em frente a igreja Matriz, foi demolido em 1957; então iniciou-se a construção do novo cinema, erigido no centro da cidade, em frente à igreja Matriz de Santa Bárbara. O cinema recebeu
o nome de “Cine São José”, e durante muito tempo serviu de atração de lazer e entretenimento ao povo guaranesiano. Sua arquitetura era idêntica ao cine de Ubatuba /SP, cuja construção foi iniciada ao mesmo tempo. O primeiro filme exibido na sua inauguração foi “O Corcunda de Notre Dame”.
HISTÓRICO Em 1974, segundo publicações do “Observador”, o jornal local de grande circulação na época, o povo já reivindicava melhorias em suas instalações, bem como o melhoramento na escolha da exibição de filmes e a contratação de “lanterninhas”. Algum tempo depois foi resolvido parte dos problemas, mas a programação dos filmes deixava a desejar. O Cine São José, funcionou diariamente, desde a sua estréia em 1958 até 1980. A partir daí o cinema passou a funcionar somente aos sábados e domingos, por falta de público, até o mês Julho de 1984. Com o decorrer dos anos, o espaço físico do cinema começava ficar muito degradado e pequeno para os anseios da população e dos artistas locais que exigiam um espaço cultural mais amplo e mais propício aos programas artísticos, bem como de um lazer educativo para a cidade. Então, em 1985 um grupo de jovens e artistas formado pelo Sr. Gilberto Ribeiro Alves, Sr. Ivan Soares David, Sr. Dagoberto Vitor, Sr. Paulo Nardi, os irmãos Carlos e Alberto Emiliano, Sr. Marcos David, Sra. Laura Ferreira Fiorotto, Sra. Loliane Colpa, Sr. Laercio Romanelli, Sra. Ana Lia Perocco, entre outros, movimentaram-se no intuito de conseguir uma casa de cultura para o município. Este espaço abrigaria um local não só para assistirem bons filmes, mas também onde a população poderia preservar sua própria
identidade. Um Centro Cultural abrigaria um espaço polivalente e multidisciplinar. Esse grupo começou a promover a partir de 1985 a 1990, anualmente, os Encontros Culturais reunindo as manifestações artísticas e culturais do municipio, destacando o artesanato e o folclore mineiro com o objetivo de sensibilizar o Poder Público. E foi a partir dos Encontros Culturais que surgiram no cenário cultural de Guaranésia novos jovens voluntários como o Sr. Mauro Cesar da Silva que criou o Grupo de Teatro Máscaras, Sra. Cacilda Ribeiro que trabalhou na Casa da Memória e o Sr. Alberto Emiliano (na época estudante) e que veio a ser Secretário Municipal de Cultura anos depois. Assim, em 1986, o grupo dos Encontros Culturais, representado pelo Sr. Ivan Soares David levou até o Prefeito Sr.João Carlos Minchillo, com apoio do Vereador Dr. Donizete Ribeiro do Valle um relatório dos Encontros Culturais e um recorte do jornal o Estado de São Paulo com uma reportagem sobre o cinema de Campos do Jordão que foi desapropriado para ser Centro de Artes. A administração Municipal se sensibilizou com as propostas e o Cine São José foi desapropriado. O edifício foi reformado e adaptado para a sua nova função – a de abrigar o Centro Cultural. O espaço físico do cinema foi reduzido para formação da biblioteca
PATRIMÔNIO CULTURAL BENS TOMBADOS morações do aniversário de emancipação política de Guaranésia. O Centro Cultural, em 1988, o tão esperado espaço polivalente e multidisciplinar, era composto de sala de administração, sanitários femininos e masculinos, depósito, biblioteca, sala de dança e ginástica, sala de exposição temporária para fotografias, sala de vídeo, artesanato, oficina de música, artes plásticas, camarim, além de cine/teatro para 432 pessoas sentadas. O Cine São José contava ainda com uma sala de projeções que continha dois projetores 35mm. Este maravilhoso equipamento que data de meados do século XX e fabricado municipal e de um ateliê. No pavimento su- pela empresa Cinematográfica Triumpho – perior sobre a biblioteca e ateliê foi constru- Canteruccio e Lamanna, de São Paulo, tamída uma sala de ginástica e dança. O depó- bém fora desapropriado e passou a pertensito inferior do palco foi transformado em cer ao Centro Cultural. camarim e o palco foi ampliado e para isso houve então a necessidade de retirar as pri- Na administração do Sr. Sebastião Pinheiro, meiras fileiras de poltronas. a sala de ginástica foi desativada por conter No dia 10 de setembro de 1988, o sonho de rachaduras na sua estrutura e hoje é usada muitos foi realizado e foi então inaugurado o para depósito de materiais. Na primeira adCentro Cultural que, em homenagem à pro- ministração do Sr. Narciso Lopes foi consfessora Fernandina Tavares Paes, recebeu truída a copa e o almoxarifado cujo acesso seu nome em reconhecimento aos serviços se faz pelo cine/teatro. prestados à comunidade. Na inauguração, a festa de abertura contou com a presença da Em 1998 o Centro Cultural foi arrendado, banda da Polícia Militar que fez sua apresen- até meados de 1999. Por ocasião de um intação no palco do cine/teatro. A Corporação cêndio nas instalações da sala de projeção Musical Santa Bárbara tocou na entrada do que provocou danos no transformador, a Centro Cultural, atraindo espectadores. empresa arrendatária foi abrigada a encerrar A inauguração do Centro Cultural fez parte suas atividades. Os Projetores funcionam de um conjunto de eventos promovidos pela com perfeição, mas por motivos administraPrefeitura Municipal, por ocasião das come-
HISTÓRICO tivos o Centro Cultural encerrou, por ora, as Romanelli, hoje sob a direção de Mauro Céexibições de filmes. sar da Silva. O Centro Cultural realizou vários Encontros Culturais e manifestações artísticas. A partir de 1990 os Encontros Culturais passou a chamar “Encontro Cultural de Teatro”. Durante seis anos – de 1990 a 1995 – foi realizado no Centro Cultural o “Encontro Cultural de Teatro” – o evento cultural que também procurava reunir todas as variações de artes: cinema, teatro, música, ginástica e dança. Durante oito dias, participavam várias cidades do sul de Minas, São Paulo e Rio de Janeiro.
O Centro Cultural propicia à comunidade local, artistas e visitantes a oportunidade de se relacionar mais intimamente com a cultura. A criação de um local onde se possa reunir diversidade cultural fez reviver o sonho, a criatividade, uma nova visão de mundo, a sublimação do pensamento.
A partir de julho de 2005 o edifício do Centro Cultural Professora Fernandina Tavares Paes deixou de ter atividades culturais e outras, parcialmente, por não propiciar condições de segurança ao público, funcionários e Em 1996, o Centro Cultural sediou a “9ª artistas em geral. Mostra Estadual de Teatro”, uma espécie de intercâmbio cultural com a participação de Em janeiro de 2009 foi aprovado pelo FEC 48 cidades da região, durante quatro dias. A – Fundo Estadual de Cultura. O Projeto mostra foi realizada no período de 06 a 09 abrange uma parte mais urgente da Reforde julho de 1996, sob o comando de Fernan- ma e Restauração e nos dois últimos anos o do Romanelli. referido Projeto passou por algumas readequações para melhor atender a população. O Centro Cultural foi palco constante dos ensaios do Grupo TEG – Teatro Experimen- Em 2016, após longo e árduo trabalho realital de Guaranésia sob a direção de Fernando zado por Alberto Emiliano (in-memoriam) Romanelli e acolheu atores infantis, juvenis Secretário Municipal de Cultura na época, o e adultos. Em oito anos de atividades, o TEG Centro Cultural foi reinaugurado após traencenou 28 peças. Teve sua sede no Centro balhos de reforma e restauração estando noCultural. vamente em funcionamento. O Centro Cultural também foi palco do Grupo de Teatro e Dança Máscaras, que também estava sob a direção de Fernando
PATRIMร NIO CULTURAL BENS TOMBADOS Projetores cinematogrรกficos - Tombamento - 2003
HISTÓRICO Os dois projetores de 35 mm, cujos números são respectivamente 199 e 200 da série 2, foram produzidos pela Empresa Cinematográfica Triumpho Canteruccio & Lamanna, da cidade de São Paulo – SP, a Rua do Triunfo, 134, em 1952.
Os Projetores Cinematográficos do Centro Cultural eram considerados os melhores da época em 1958, pois durante a exibição o filme não era interrompido pela troca dos rolos, fato que era comum nas salas de projeção das décadas anteriores.
A referida empresa teve início em agosto de Até hoje, os projetores nunca tiveram de1939 e encerrou suas atividades em 1979. feito nem passaram por intervenções para concertos ou troca de peças. Muitos foram Os projetores foram trazidos para Guarané- os casais que se conheceram assistindo aos sia pela Empresa Cinematográfica São Paulo filmes projetados no glorioso Cine São José. Minas (atualmente extinta) em 1958 e o filme de estréia exibido pelo projetor foi “Cor- Atualmente, o cinema com películas está decunda de Notre Dame” na inauguração do sativado, e a sala de projeções fica somente Cine São José em 1958. para visitas de interessados que querem conhecer estas maravilhosas máquinas com Em 1986, a Prefeitura Municipal de Guara- lente de 35 mm, cujos números são 199 e nésia desapropriou o cinema e os projetores. 200 e série 2 da Empresa Cinematográfica Triunpho Canteruccio & Lamanna, que daEm 1988, o Cine São José foi reformado e tam de meados do século XX. então inaugurado o Centro Cultural Professora Fernandina Tavares Paes e os projetores passaram a pertencer ao Centro Cultural. Em 1989, o cinema foi arrendado, até meados de 1999. O cinema sempre esteve presente na vida dos Guaranesianos desde o início do século passado, primeiramente com o Cine Teatro Rio Branco, de propriedade de Lauria & Irmãos que funcionou até 1957, depois com o Cine Rex e finalmente com o Cine São José, ao qual pertenceram os projetores.
PATRIMÔNIO CULTURAL BENS TOMBADOS Conjunto Paisagístico das Praças Cel. Paula Ribeiro e Dona Sinhá - Tombamento - 2005
HISTÓRICO A história das praças Coronel Paula Ribeiro e Dona Sinhá se mesclam à história do município de Guaranésia, já que neste local foi instalada a capela de Santa Bárbara, marco de início da povoação da cidade. No Relatório Diocesano de Pouso Alegre nº 1.913 consta que em princípios de 1800, um senhor de nome José Maria Ulhoa, transferiu sua residência das margens do rio Canoas para o local onde hoje se encontra o município de Guaranésia. José Maria Ulhoa adquiriu uma propriedade entre a Estrada Real e o Rio Canoas, e construiu ali um rancho que por muitos anos serviu de abrigo aos tropeiros e viajantes que transitavam de São Carlos do Jacuhí para São Paulo e Santos. Havia um rancho à beira da estrada que era a hospedaria sempre aberta aos viajantes cansados: uma coberta sobre quatro esteios, quatro largas portas, sempre abertas por serem quatro paredes ausentes. José Maria Ulhoa era católico e devoto de Santa Bárbara, e como residia distante de Jacuí, a paróquia mais próxima de sua residência, resolveu edificar uma capela nas proximidades de sua moradia, a dois quilômetros de distância da atual Matriz do município. À véspera da inauguração da citada capela, um fato ocorrido influiu decisivamente na criação da localidade de Santa Bárbara das Canoas. Vários homens, empenhados na derrubada da mata, que então cobria todo o terreno, onde hoje se localiza o períme-
tro urbano da cidade, presenciaram o que foi divulgado como obra divina. Ao fugir de um tronco que em sua queda o atingiria, um dos homens caiu ao solo, e, aterrorizado, gritou por Santa Bárbara. Eis que uma árvore, arrastada na queda, teve suas raízes projetadas para fora violentamente, atirando para longe o pobre homem, salvando-o de morte certa. Seus companheiros então se postaram e murmuraram: “Milagre! Milagre! Milagre de Santa Bárbara!” Na primeira missa celebrada na capela pelo pároco de Jacuí, Revmo. Padre José de Freitas e Silva, ainda impressionados com o acontecimento, os senhores Joaquim Martins e Manoel Fernandes Varanda acordaram em doar um terreno à capela de Santa Bárbara para nele edificar povoação. Terminada a missa levaram ao conhecimento do Vigário da Comarca de Jacuí o que haviam resolvido e, a conselho do vigário, resolveram construir uma igreja no local do suposto milagre, onde hoje está edificada a atual Matriz. As obras desta capela foram concluídas em 1820. Supõe-se que logo após a conclusão das obras da capela foi construído o cemitério em frente a ela. Em 1875, o padre José Ignácio mandou lacrar o velho cemitério da paróquia, cercado de madeira, que foi construído onde se encontra hoje a Praça Coronel Paula Ribeiro, em frente à igreja e inaugurou o novo, construído com muralhas de pedras, no local onde hoje se encontra a Praça de Es-
PATRIMÔNIO CULTURAL BENS TOMBADOS portes Dr. João Bento R. do Valle, antiga Praça Getúlio Vargas. Seguindo os rituais da Igreja Romana, o Revmo. Padre José Ignácio, benzeu o novo cemitério e, lacrado o velho cemitério, as autoridades locais julgaram o mesmo inviolável pelo espaço de sete anos. No mesmo ano o alferes Manoel Gonçalves dos Santos formou uma avenida de coqueiros que partia da porta principal da Matriz até o portão da nova necrópole. Destes coqueiros restaram apenas dois onde era o portão de entrada do cemitério. (Do manuscrito Bispado de Guaxupé) Não há registros da época em que foi inaugurada a Praça Coronel Paula Ribeiro. Segundo alguns moradores do centro, é provável que tenha sido logo após o término do período em que o antigo cemitério ficou lacrado, isto é, por volta de 1882. Nos anos que se seguiram a praça foi um grande espaço livre ou, quem sabe, o adro da igreja, no traçado urbano, não possuindo qualquer elemento de delimitação. Provavelmente fo-
ram os moradores do entorno e freqüentadores da igreja que tiveram a iniciativa de construir uma praça no local do cemitério, para possuírem um local onde pudessem realizar suas manifestações religiosas, que permanecem até estes dias. Os recursos para construção da praça foram provenientes do governo municipal e talvez dos moradores do entorno da praça, através de doações, que eram os fazendeiros mais abastados da época. Em 1900 foi colocado o obelisco que ainda se encontra no mesmo local, como marco dos quatrocentos anos de descobrimento do Brasil, em homenagem a Pedro Álvares Cabral. Hoje o obelisco é um bem tombado individualmente pelo município. Em 1925 iniciou-se a obra de reforma da Igreja de Santa Bárbara, sendo sua conclusão em 1926. Não se sabe o motivo, mas as duas torres frontais foram retiradas e deram lugar a uma única torre no centro e a nave principal foi ampliada. Este é o único
HISTÓRICO registro encontrado de modificações significativas na igreja. A igreja Matriz permanece com o mesmo traçado arquitetônico até os dias de hoje. Em algum momento entre 1906 e 1925 foram instalados jardins na Praça Coronel Paula Ribeiro, mas não há registro desta informação. Pode-se chegar a esta conclusão analisando fotos que estão em exposição na Casa da Memória de Guaranésia: a primeira, de 1906, demonstra um grande largo em frente à igreja tendo apenas o obelisco ao centro; e a segunda, de 1925, demonstra pessoas passeando por jardins e sentadas em bancos, além de algumas árvores e jardins em frente à igreja e ao obelisco. O nome da praça Coronel Francisco de Paula Ribeiro foi dado em homenagem ao importante político da época. O coronel nasceu em agosto de 1857, em Guaxupé e faleceu em janeiro de 1913, em Guaranésia. Não há registro de quando a praça recebeu este nome, mas nenhum morador do município sabe de outro anterior. Um dado importante é que o Coronel Francisco de Paula Ribeiro era irmão da Sra. Margarida Augusta Ribeiro, a Dona Sinhá, homenageada com seu nome na praça ao lado. De acordo com o relatório de entrega de governo de 1955, relativo à administração de José Cristóvão Ramos, entre 1951 e 1954, a Praça Coronel Paula Ribeiro necessitava de melhoramentos. Foram construídos novos canteiros, dentre eles nas laterais da igreja,
e reformados os já existentes, gramando-os e dando-lhes melhor aspecto. Os canteiros foram arborizados com árvores que, na época, foram julgadas como mais apropriadas, e retiraram outras consideradas inadequadas. Na Praça Dona Sinhá foi iniciado o processo de construção para transformação do espaço existente numa praça, propriamente dita. O passeio externo foi realizado em calçada portuguesa nas cores preto e branco, formando desenho ondulado. Segundo diversos moradores este desenho foi inspirado nas calçadas da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. As guias dos canteiros foram executadas em concreto. Todas as árvores existentes foram derrubadas e os tocos retirados. A área interior da Praça Dona Sinhá antes desta construção era uma espécie de pomar, onde havia diversas mangueiras plantadas. A decisão de arrancá-las ocorreu em consequência dos transtornos causados por estas árvores. No período do ano em que estas davam frutos eram freqüentes os problemas causados pelos próprios moradores. Muitos jovens e crianças gostavam de atirar as mangas pelas redondezas da praça e, com isso, acabavam danificando as edificações do entorno e sujando as ruas ao redor. Também existia o custo de limpeza para o município, que precisava deixar algum funcionário à disposição apenas a cargo deste trabalho. A solução encontrada inicialmente foi a de colher as mangas enquanto ainda estavam
PATRIMÔNIO CULTURAL BENS TOMBADOS verdes para evitar os problemas acima mencionados. Porém, depois o governo decidiu transformar o pomar numa praça, dando continuidade ao ambiente gerado pela Praça Coronel Paula Ribeiro. As obras da praça foram continuadas pelo novo governo, que executou o calçamento da área interior da praça, plantou espécies vegetais nos jardins
tes da construção da praça havia um passeio com calçamento ao redor da área das mangueiras.
e colocou iluminação pública pelos caminhos. No relatório do ex-prefeito José Cristóvão Ramos é citado que existiu um projeto para a construção da praça. Porém, não há dados relativos ao autor e muito menos ao projeto, propriamente dito. A inauguração da Praça Dona Sinhá ocorreu em 1957, com uma grande festa popular. Segundo o Sr. Antônio Parisi Queiroz, an-
O traçado e o calçamento da Praça Dona Sinhá ainda são os mesmos de sua inauguração, as modificações no ambiente acontecem com o plantio de diversas plantas pelos jardins. A última notícia que se tem de alterações significativas na Praça Coronel Paula Ribeiro também se refere ao governo que terminou em 1954.
Já na época das mangueiras havia o “footing” onde rapazes e moças iam passear na praça para paquerarem. Eles ficavam caminhando no passeio externo, os rapazes em sentido horário e as moças em sentido anti-horário; caso houvesse algum interesse de ambas as partes, o então casal ia para o centro da praça para conversar e se conhecer. Afirma-se que muitos dos casamentos do município saíram destes passeios. Dona Sinhá foi a Sra. Margarida Augusta Ribeiro. Nasceu em 1873, na cidade de Guaranésia e faleceu em 1949, em São Paulo. Foi responsável por mobilizações da população mais abastada do município para realização de projetos de caridade. A escolha de seu nome para uma das principais praças da cidade se deve ao fato de ter sido ela uma benemérita e grande mulher na história de Guaranésia.
HISTÓRICO A ornamentação dos jardins das duas praças é modificada de tempos em tempos no que diz respeito a espécies vegetais de pequeno porte. No entanto, não existe nenhum projeto paisagístico específico para este fim. Desde sua inauguração, a Praça Coronel Paula Ribeiro teve vocação para concentração de festas religiosas e a Praça Dona Sinhá para festas populares. As duas praças encontram-se no local de início da povoação do município e, durante toda a sua existência são o ponto de encontro da população local e de visitantes, inclusive nos dias atuais. Todos os domingos no final da tarde a Corporação Musical Santa Bárbara toca músicas tradicionais e contemporâneas no coreto da Praça Dona Sinhá. O banco do “S”, localizado na Praça Coronel Paula Ribeiro, no encontro das ruas Prudente de Moraes e Santa Bárbara, é um tradicional ponto de encontro dos aposentados do município. Com o crescimento urbano, as praças se tornaram deslocadas do ponto central da malha urbana. Porém, devido à tradição de ser ali o local de encontro das pessoas, o local ainda é o centro da cidade, em diversos sentidos: como bairro Centro, como principal ponto de encontro e aglomeração popular, As praças centrais realmente são as princicomo local de importância histórica para a pais referências para os cidadãos guaranecidade, não apenas pelas praças, mas tam- sianos. bém pelo entorno.
PATRIMÔNIO CULTURAL BENS TOMBADOS Posto de Puericultura - Tombamento - 2012 “...a instalação do Posto de Puericultura em Guaranésia remete ao ano de 1942, quando fundou-se por intermédio de Maria José Tavares Gonçalves, a LBA, entidade filantrópica, buscava prestar auxílio material e moral às famílias dos convocados e expedicionários no período da 2a Guerra Mundial, Da Maria José fundou a cantina da Criança Pobre de Guaranésia, responsável pela distribuição de alimentos aos pequenos...”
HISTÓRICO
PATRIMÔNIO CULTURAL BENS INVENTARIADOS Bens Inventariados no Município de Guaranésia
Centro – distrito sede – 01.
Bens inventariados em 2001
8- Edificação residencial (Aloysio Antônio Lisboa) – Praça Coronel Paula Ribeiro nº 76, Centro – distrito sede – 01.
Estruturas arquitetônicas e urbanísticas – Área 01
Bens inventariados em 2002
1- Edificação residencial (Maria José Bar- Estruturas arquitetônicas e urbanísticas – Área 01 ros) – Praça Coronel Paula /ribeiro nº 102, Centro – distrito sede - 01. 9 – Edificação residencial (Wagner Cardoso 2- Edificação residencial (Célia Ribeiro de Paula) – Rua Floriano Peixoto nº 315, Dias) – Praça Coronel Paula Ribeiro nº 126, Centro – distrito sede – 01. Centro – distrito sede – 01. 10- Edificação residencial (Antônio Santo3- Edificação residencial (Rui O. Franco) – lin) – Rua Santa Bárbara nº 393, Centro – distrito sede – 01. Rua Prudente de Moraes nº 322 e 326, Centro – distrito sede – 01. 11- Edificação comercial. Praça Dona Sinhá 4- Fórum Municipal “Desembargador Car- nº253 e Rua Júlio Tavares nº 763, Centro – distrito sede – 01. los Ferreira Tiroco” (OAB Ordem dos Advogados do Brasil) – Praça Dona Sinhá 12- Edificação residencial (Wether Pereira nº 295, Centro – distrito sede – 01. Dias) – Praça Coronel Paula Ribeiro nº 6, 5- Edificação residencial (Décio Barbim) – Centro – distrito sede – 01. Praça Dona Sinhá nº 309, Centro – distrito 13 – Edificação residencial (Ana Cândida Sede – 01. Dias) – Praça Dona Sinhá nº 183/193/199, 6- Edificação comercial (Escola Infantil Se- Cetro – distrito sede – 01. relepe) – Praça Dona Sinhá nº 325, Centro 14- Edificação residencial (João Gomes Da– distrito sede – 01. vid) – Rua Santa Bárbara nº 259, Centro – 7- Edificação comercial (Escola Estadual distrito sede – 01. Carvalho Brito) – Rua Júlio Tavares nº 21,
HISTÓRICO 15- Edificação residencial (Valquíria T. Pei- Fiorotto) – Rua Rio Branco nº 101, Centro xoto) – Rua Júlio Tavares nº 1053, Centro – – distrito sede – 01. distrito sede – 01. Bens inventariados em 2007 16- Edificação residencial (João Lopes) – Praça Coronel Paula Ribeiro nº 150, Centro Estruturas arquitetônicas e urbanísticas – Área 02 – distrito sede – 01. Bens inventariados em 2003 Estruturas arquitetônicas e urbanísticas – Área 01
23- Edificação comercial – Venda de 1908 (Adalberto Minchillo) – Estrada GUA 060zona rural – distrito sede – 02.
24- Casa da Força Dr. Pedro Nicola (1934) 17- Edificação residencial (João Bento Ri- – Estrada de GUA 060 – zona rural – beiro) – Praça Coronel Paula Ribeiro nº distrito sede – 02. 139,Centro – distrito sede – 01. 25- Fazenda São José do Bebedouro (aproxi18- Edificação comercial (Pizzaria Cristal) – madamente 1790) – Estrada GUA 060 – zona rural – distrito sede – 02. Praça Coronel Paula Ribeiro nº 162, Centro – distrito sede – 01. 26- Fazenda Ipiranga – Estrada GUA 331 – 19- Edificação residencial (Regis Alberto zona rural – distrito sede – 02. Santos Lima) – Praça Rui Barbosa nº 21, 27- Fazenda da Onça – Estrada GUA 331 – Centro – distrito sede – 01. zona rural – distrito sede – 02. 20- Edificação residencial (Alberto Evandro 28- Fazenda São Geraldo (Célia Ribeiro Fávero) – Rua Júlio Tavares nº 848, Centro Dias) – Estrada GUA 160 – zona rural – – distrito sede – 01. distrito sede – 02. 21- Edificação Residencial (Marcelo Poli do 29- Edificação comercial antiga Fábrica de Vale) – Praça Coronel Paula Ribeiro nº 01, Esquina com Capitão Gomes da Costa nº Farinha – Estrada GUA 010 – zona rural – distrito sede – 02. 139, Centro – distrito sede – 01. 22- Edificação residencial (Marcelo Luiz 30- Capela – Estrada GUA 010 – zona rural
PATRIMÔNIO CULTURAL BENS INVENTARIADOS – distrito sede – 02. 31- Escola rural – Estrada GUA 010 – zona rural – distrito sede – 02. 32- Igreja rural – Estrada GUA 010 – zona rural – distrito sede – 02. 33- Capela da Fazenda São Sebastião – zona rural – distrito sede – 02. 34- Edificação residencial – Estrada GUA 010 – zona rural – distrito sede – 02. 35- Armazém do Café – Estrada GUA 010 – zona rural – distrito sede – 02. 36- Fazenda Correnteza – Estrada GUA 060 – zona rural – distrito sede – 02. Bens inventariados em 2008 Estruturas arquitetônicas e urbanísticas – Área 02 37- Fazenda São José do Bebedouro – zona rural. 38- Capela São Sebastião – Estrada Municipal GUA 010 – zona rural. 39- Fazenda Chave – zona rural. 40- Fazenda Gordura – próxima à BR 491 – zona rural.
41- Igreja Nossa Senhora Aparecida e São Sebastião – Praça Coronel José Gabriel Pinheiro. 42- Praça Coronel José Gabriel Pinheiro – distrito de Santa Cruz da Prata. 43- Casa Paroquial – Rua Antonio de Souza Pinto, nº 44, bairro centro. 44- Almoxarifado da Prefeitura – Rua Antônio de Souza Pinto, nº 45, bairro centro. 45- Antiga Casa de Força – Rua Antônio Batista da Silva Pinto, nº 125, bairro centro. 46- Edificação residencial – Rua Fausto Augusto Pereira Lima, nº 137 (com anexo nº 129). 47- Edificação residencial – Rua Marciano Gerodo, nº18. 48- Capela Santa Cruz – Rua Fausto Augusto Pereira Lima, s/nº, bairro centro. 49- Edifício do PSF – Rua Manoel Rodrigues Sanches, nº 122. 50- Edifício residencial e Cartório – Praça coronel José Gabriel Pinheiro, nº257 e 267. 51- Edificação residencial – Rua Josino Beto Ribeiro, nº 295.
HISTÓRICO Bens inventariados em 2009 Bens móveis – Área 02
Patrimônio Imaterial – Formas de Expressão – Área 02
59- Cenas do Filme “Corações em Suplício”. 52- Imagem sacra – Igreja Matriz, Praça José Gabriel Pinheiro, distrito de Santa Cruz da Patrimônio Imaterial – Celebrações – Área Prata. 02 53- Imagem sacra – Igreja Matriz, Praça José 60- Folia de Reis – distrito sede e distrito de Gabriel Pinheiro, distrito de Santa Cruz da Santa Cruz da Prata. Prata. 61- Procissão de Corpus Christi – ornamen54- Imagem sacra – Igreja Matriz, Praça José tação de tapetes – ocorre nas principais ruas Gabriel Pinheiro, distrito de Santa Cruz da da cidade. Prata. Sítios naturais – Área 02 55- Imagem sacra – Igreja Matriz, Praça José Gabriel Pinheiro, distrito de Santa Cruz da 62- Ribeirão do Onça – Ponte Sobre o RibeiPrata. rão do Onça – Estrada GUA 345 56- Imagem sacra – Igreja Matriz, Praça José 63- Rio Matão – zona rural. Gabriel Pinheiro, distrito de Santa Cruz da Prata. 64- Morro 3 Coqueiros – zona rural. Arquivos –Área 02
65- Cachoeira do Bebedouro – zona rural.
57- Acervo fotográfico da Fazenda Bebe- 66- Jequitibá do Gordura (árvore centenádouro – Estrada GUA 060. ria) – Bairro Gordura – zona rural. Patrimônio Imaterial – Ofícios e Modos de Fazer – Área 02
Bens inventariados em 2010
Estruturas arquitetônicas e urbanísticas – 58- Plantação de Café – toda extensão do Área 01 município. 67- Residência – Rua Domingo Perocco nº
PATRIMÔNIO CULTURAL BENS INVENTARIADOS 107 – centro. 68- Residência – Praça coronel Paula ribeiro nº 80 – centro.
79- Departamento Municipal de Saúde – Rua Afonso Pena nº 372 – centro. 80-Edificação Comercial – Rua Júlio Tavares nº 813 – centro.
69- Residência – Praça Coronel Paula RibeiBens inventariados em 2011 ro nº 56 – centro.
70- Edificação mista – Praça coronel Paula Estruturas arquitetônicas e urbanísticas – Área 01 Ribeiro nº 26 – centro. 71- Residência – Praça Coronel Paula Ribei- 81- Residência de Miriam Souza Vasconcelos – Rua Cardeal Carmelo nº 154. ro nº 29 – centro. 72- Edificação mista – Praça Dona Sinhá nº 209/211 – centro.
82- Residência Moacir Longo e Espólio – Rua Júlio Tavares nº 374.
73- Casa Paroquial – Praça Coronel Paula 83- Residência de Francisco Pinheiro /filho – Rua Capitão Gomes Costa nº 333. Ribeiro nº 51 – centro. 74- Residência – Rua Floriano Peixoto nº 314 – centro.
84- Residência de Maria Alice ribeiro do Vale Teixeira – Rua Cardeal Carmelo nº 98.
75- Edificação mista – Rua Santa Bárbara nº 85- Residência de Alzira Ferreira – Rua Marechal Deodoro nº 358. 419 – centro. 76- Residência – Praça Dona Sinhá nº 388 86- Residência de Januário Gabriel – Rua Quintino bocaiúva nº 49. – centro. 77- Residência – Praça Coronel Paula Ribei- 87- Residência de Pedro José Casagrande – Rua Capitão Gabriel nº 692. ro nº 114 – centro. 78- Residência – Rua Júlio Tavares nº 763 – 88- Residência de Zara Cardoso Perocco – Rua Júlio Tavares nº 746. centro.
HISTÓRICO 89- Comércio de Maurício Lopes – Rua Jú- 99- Edificação residencial – Rua José Nardi lio Tavares nº 310. nº 394. 90- Espólio de Thedo Ivan Fragoso Nardi – 100- Edificação comercial – Rua Cardeal Rua Santa Bárbara nº 207. Carmelo nº 948. 91- Residência de Laura de Souza Gomes – Rua Júlio Tavares nº 269.
101- Edificação institucional (Posto de Puericultura) – Rua Major Urias nº 505.
92- Residência de Hercília Minchillo Lopes 102- Edificação comercial – Rua Major – Rua Júlio Tavares nº 265. Urias nº 474. 93- Espólio de Alfredo de Carvalho – Rua Quintino Bocaiúva nº 288.
103- Edificação residencial – Rua Major Urias nº 260.
94- Residência de Áurea Lopes Carreteiro – Rua Quintino Bocaiúva nº 264.
104- Edificação residencial – Praça Rui Barbosa nº 62.
95- Residência de Mauro Camillo – Avenida 105- Edificação institucional – Praça Rui Rebouças nº 91. Barbosa. 96- Secretaria de Segurança do Estado de 106- Edificação residencial – Rua Cardeal Minas Gerais – Rua Cardeal Carmelo nº 488. Carmelo nº 210. 97- Residência de João Delorenzo Neto – 107- Edificação residencial – Rua Cardeal Rua Capitão Gabriel nº 645. Carmelo nº 176. Bens inventariados no Exercício 2013
108- Edificação comercial – Rua Capitão Gabriel nº 667.
Estruturas arquitetônicas e urbanísticas – Área 01
109- Edificação residencial – Rua Quintino Bocaiúva nº 445.
98- Edificação residencial – Rua Cardeal Carmelo nº 1080.
110- Edificação comercial – Rua Capitão Gabriel nº 640.
PATRIMÔNIO CULTURAL BENS INVENTARIADOS 111- Edificação residencial (Jairo Garante) – 122 - Edificação residencial localizada à rua Rua Capitão Gabriel nº 614. Capitão Gabriel, nº 467 (travessa: Rua: Floriano Peixoto, nº 20) 112- Edificação residencial (Josefina Minchillo) – Rua Capitão Gabriel nº 578. 123 - Santa Casa de Caridade de Guaranésia. Rua Dona Maria José, nº 379. 113- Edificação residencial – Rua Capitão Gabriel nº 568. Bens inventariados no Exercício 2017 – Área 01 Bens inventariados no Exercício 2014 – Área 01 124 – Sino da Escola Estadual Carvalho Brito - Praça Dr. Getúlio Vargas nº 21 114- Cemitério Municipal. Praça da Saudade, s/nº. 125 – Pintura parietal – Praça Cel. Paula Ribeiro nº 06. 115- Ponte sobre o Rio Canoas. Praça da Saudade, s/nº. 126 - Placa da Praça Dona Sinhá – Praça Dona Sinhá nº 269 116- Vila Operária. Ruas: Tiradentes, Júlio Tavares, Major Francisco Dias, Major Urias. 127 – Altar da Igreja Matriz – Praça Cel. Paula Ribeiro 117- Praça de Esportes Dr. João Bento Ribeiro do Valle (Piscina), Rua Júlio Tavares. 128 - Sinos da Igreja Matriz – Praça Cel. 118- Fábrica de tecidos Santa Margarida. Paula Ribeiro Rua Cardeal Carmelo nº 1021. Bens inventariados no presente Exercício – Bens inventariados no Exercício 2016 – Área 01 Área 01 129 - Luminárias 119- Fábrica Macarrão Perocco. Rua Capitão Gabriel nº 534. 130 – Acervo da Casa da Memória 120- Asilo São Vicente de Paulo. Rua João Minchillo, nº 187. 121- Edificação residencial (antiga casa dos Nardi) à Praça Coronel Paula Ribeiro nº 97.
Bens inventariados no presente Exercício – Área 02 131 – Queima do Alho e Festa do Carreiro – Distrito de Santa Cruz da Prata
HISTÓRICO
Equipe Técnica:
NOSSOS BENS TOMBADOS E INVENTARIADOS - 2018
DIVISÃO DE CULTURA E TURISMO: Diretora Fabiana Pereira Dias COMPLEXO DA ESTAÇÃO CULTURAL - CASA DA MEMÕRIA: Graciele A. da Silva Costa PESQUISA E EDITORAÇÃO: Prof. Me. Ivan Soares David PUBLICAÇÃO: Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo - Divisão de Cultura PREFEITURA DE GUARANÉSIA,MG 1. Introdução: Patrimônio cultural: entenda e preserve: Guia de atividades de educação patrimonial / Alessandra Vanessa Rossi. Campinas, 2009
PREFEITURA DE GUARANÉSIA ADMINISTRAÇÃO 2017/2020
SECRETARIA DE CULTURA, ESPORTE E TURISMO