TCC arqurb- Arquitetura de Interiores Sustentável

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IZABELLE ARPINI VIEIRA

ARQUITETURA DE INTERIORES SUSTENTÁVEL: RESTAURANTE INSPIRADO NOS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DA CERTIFICAÇÃO LEED ID+C.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Vila Velha como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo Orientadora: Prof.ª Dra. Erica Coelho Pagel

VILA VELHA 2018



IZABELLE ARPINI VIEIRA ARQUITETURA DE INTERIORES SUSTENTÁVEL: RESTAURANTE INSPIRADO NOS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DA CERTIFICAÇÃO LEED ID+C. Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Vila Velha como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientadora: Prof.ª Dra. Erica Coelho Pagel COMISSÂO EXAMINADORA __________________________________________ Prof.ª Dra. Erica Coelho Pagel Departamento de Arquitetura e Urbanismo/UVV Orientadora __________________________________________ Arquiteto Felipe Carpanedo, Universidade Vila Velha Examinador __________________________________________ Heliomar Venâncio Arquiteto e Urbanista Examinador

Parecer da Comissão Examinadora em 29 de junho de 2018: _______________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________________



AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, autor do meu destino, por ser perfeito e cuidar para que tudo acontecesse como deveria.

A minha mãe Margareth, minha inspiração e exemplo de dedicação. Meu pai, Carlos Alberto por sempre mergulhar fundo comigo nas minhas idéias e abraçá-las como se dele fosse. Meus pais, meus maiores e eternos motivadores, que nunca mediram esforços e amor em tudo que precisei. A minha tia Ana Lúcia, meu primo Victor, meu irmão Thiago, minha avó Maria Anunciada e em memória do meu avô Waldemar, que se aqui presente sentiria-se orgulhoso. As minhas amigas e amigos feitos ao longo do curso, em especial a Isabela Caliman, Jessica Santos, Nayra Segal e Andressa Ludke, por todo apoio nos momentos mais difíceis e por dividir grandes alegrias nesses cinco anos. Agradeço também aos amigos que me acompanham fora da Universidade, em especial ao Kelvin, que mesmo em outra área profissional sempre esteve presente em todas as etapas do curso e na minha vida. Ao meu parceiro Gabriel, por todo apoio, confiança, visão otimista e por sempre me fazer acreditar mais em mim. E por último, mas não menos importante, a todos os professores do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Vila Velha, em especial minha orientadora Érica Pagel, que com todo seu conhecimento motivou-me desde quando este trabalho era apenas uma idéia de um “interior sustentável”.


RESUMO O presente trabalho refere-se à reforma de um restaurante localizado em Guarapari- ES, com objetivo de tornar uma edificação já existente em um local sustentável. Para isso, a metodologia utilizada foi o estudo dos critérios utilizados pelas certificações ambientais mais utilizadas na atualidade, tais como, BREEAM, Selo Procel Edifica, Selo AQUA-HGE e LEED. Dentre estas, escolheu-se a certificação LEED ID+C, por ser mais abrangente e de fácil entendimento no campo da sustentabilidade da arquitetura de interiores. O projeto proposto explorou a utilização de ventilação e iluminação natural através de grandes aberturas que também priorizam a vista natural; captação de água da chuva através de do telhado verde; uso de placas solares para reutilizar energia solar e aquecer os chuveiros; sendo seu ponto forte a inovação do projeto, onde madeiras de barcos abandonados no meio ambiente serão reutilizadas para construção de mobiliários e itens da arquitetura. O propósito de tornar uma edificação existente a ser sustentável foi gerar além dos benefícios ao meio ambiente, favorecer usuários e trabalhadores do restaurante um local mais agradável e saudável. Além disso, a arquitetura proposta influenciará moradores, turistas e comerciantes da cidade onde o edifício está inserido a aderirem medidas sustentáveis, conseqüentemente reduzir o consumo de água e energia, diminuir o uso racional dos recursos naturais e geração de resíduos.

Palavras-Chave: Sustentabilidade. Cerificação Ambiental. LEED ID+C.


ABSTRACT The actually work refers to the remodeling of a restaurant located in Guarapari-ES, aiming to make an existing building in a sustainable place. For this, the methodology used was the study of the criteria used by the most commonly used environmental certifications, such as, BREEAM, Procel Edifica Seal, AQUA-HGE Seal and LEED. Among these, the LEED ID + C certification was chosen because it is more comprehensive and easy to understand in the field of sustainability of interior architecture. The proposed project explored the use of ventilation and natural light through large openings that also prioritize the natural view; catching rainwater through the green roof; use of solar panels to reuse solar energy and heat showers; being its strong point the innovation of the project, where woods of boats abandoned in the environment will be reused for the construction of furniture and items of the architecture. The purpose of making an existing building sustainable was to generate besides the benefits to the environment, to favor restaurant users and workers a more pleasant and healthy place. In addition, the proposed architecture will influence residents, tourists and merchants of the city where the building is inserted to adhere to sustainable measures, consequently reduce the consumption of water and energy, reduce the rational use of natural resources and generation of waste.

Key Word: Sustainability. Enviromental Certification .LEED ID+C.


LISTA DE FIGURAS Figura 1: Tripé da sustentabilidade .....................................................................................21 Figura 2: Moveis em madeira de reflorestamento .............................................................25 Figura 3: Sistema que engloba Eco Design e Design Sustentável....................................25 Figura 4: Ciclo de vida de um produto ..............................................................................27 Figura 5: Projeto com selo BREEAM..................................................................................31 Figura 6: (A) Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE) (B) Selo Procel Edificações ..............................................................................................................................31 Figura 7: Casa com Selo Procel............................................................................................32 Figura 8: Exigência mínima para certificação no Processo AQUA ................................33 Figura 9: Stand “Mundo dos Sonhos” .................................................................................33 Figura 10 Classificação da certificação LEED com os respectivos pontos.....................34 Figura 11: Comparativo de espaços ....................................................................................38 Figura 13: Esquema de captação da água da chuva ..........................................................39 Figura 12: Sistema de reuso das águas cinzas ....................................................................39 Figura 15: Sistema de energia solar fotovoltaico ...............................................................40 Figura 14: Funcionamento do Aquecedor Solar de Água ................................................40 Figura 16: Sistema de energia eólica em residência ..........................................................41 Figura 17: Sistemas de eco eficiência energética ...............................................................41 Figura 18: (a) Etapas do telhado verde (b) Jardim vertical em interiores .....................42 Figura 19: Localização do restaurante. ...............................................................................46 Figura 20: Utilização dos materiais locais. .........................................................................46 Figura 21: Aproveitamento da iluminação e vista. ............................................................47 Figura 22: Estufa local...........................................................................................................47 Figura 23: Aberturas para iluminação natural e fachada. ................................................47 Figura 24 : Sistemas implantados no projeto. ....................................................................48 Figura 25: Sistema que leva água da chuva para jardim vertical. ....................................48 Figura 26: Aproveitamento da água no projeto .................................................................48 Figura 27: Mesas feitas com refugos. ..................................................................................49 Figura 34: Localização do Siribeira Iate Clube ..................................................................58 Figura 35: Vista do clube Siribeira ......................................................................................58 Figura 36: (a) Setorização dos blocos dentro do Siribeira (b) Entorno do Siribeira Iate clube .................................................................................................................................59 Figura 37: Vista fachada do restaurante .............................................................................59 Figura 38: Vista interna do restaurante ..............................................................................59 Figura 39: Planta atual ..........................................................................................................60 Figura 40 (a): Projeto Restaurante .....................................................................................62 Figura 40 (b): Projeto Restaurante ..................................................................................... 63 Figura 41: Meios de acesso ao clube ................................................................................... 65 Figura 42: (a) Quantidade de vagas existentes mantidas ................................................. 65 Figura 42: (b) Instalação de bicicletário próximo a entrada do restaurante .................. 65

Figura 43: (a) Pontos de utilização do sistema de captação da chuva .....................66 Figura 43: (b) Esquema de distribuição do sistema de captação da chuva .............66 Figura 44: (b) Abertura promovendo o efeito chaminé. ...........................................67 Figura 44: (a) Aberturas do salão de refeição. ............................................................67 Figura 45: (b) Esquema de distribuição do sistema de aquecedor solar ................68 Figura 45: (a) Pontos de utilização do sistema de aquecedor solar. .........................68 Figura 46: (b) Esquema de distribuição do sistema fotovoltaico .............................69 Figura 46: (a) Pontos de utilização do sistema fotovoltaico. .....................................69 Figura 47: Planta construir X demolir. ........................................................................70 Figura 48: (a) Elementos da cobertura do restaurante ...............................................70 Figura 48: (b) Vista superior do telhado do restaurante ...........................................70 Figura 49: Barcos abandonados em Guarapari -ES ....................................................71 Figura 50: (a) Deck e parede do bar com madeira reaproveitada .............................71 Figura 50: (b) Hall de entrada com teto de madeira reaproveitada e vidros ...........71 Figura 51: (a) Madeira certificada no balcão, vigas e parede. E as divisória em bambu ...............................................................................................................................72 Figura 51: (b) Bambu como elemento decorativo no hall de entrada. .....................72 Figura 52: Cimento Queimado .....................................................................................72 Figura 53: Piso Vinilico ..................................................................................................72 Figura 54: Porcelanato 20% material reciclado ...........................................................72 Figura 56: (b) Amplas aberturas possibilitando a contemplação da vista natural por todo o local. ..............................................................................................................73 Figura 56: (a) Deck de madeira com vista pra o mar. ................................................73 Figura 57: (a) Madeira reutilizada na construção do deck, e mobiliários. .............74 Figura 57: (b) Mobiliários feitos da madeira dos barcos abandonados. .................74 Figura 59: Showroom integrado com o salão de refeição .........................................74 Figura 58: Artesanatos feitos de Taboa .........................................................................74 Figura 60: (a) Loja na entrada do restaurante.............................................................75 Figura 60: (b) Fácil localização da loja, atraindo turistas e usuários do restaurante ........................................................................................................................75 Figura 61: Interior da loja com produtos nacionais. ...................................................75 Figura 62: Cálculo de quantidade das placas solares ..................................................83 Figura 63: Conta de energia do restaurante no Clube Siribeira. ...............................83


LISTA DE TABELAS Tabela 1: Benefícios da certificação LEED........................................................................32 Tabela 2: Tipologias LEED..................................................................................................32 Tabela 3: Critérios e Subitens LEED selecionados para a aplicação da proposta projetual................................................................................................................................53 Tabela 4: Proposições dos sub critérios baseados no sistema LEED para as proposições do restaurante sustentável..................................................................................................60



SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...............................................................................16 2 O QUE É SUSTENTABILIDADE?..............................................21 3 SUSTENTABILIDADE NA ARQUITETURA DE INTERIORES:................ ...................................................................24 3.1 Design Sustentável ...................................................................24 3.2 Eco Design.................................................................................25 4 CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS ..............................................30 4.1 BREEAM............... .....................................................................30 4.2 Selo Procel Edifica .....................................................................31 4.3 Selo AQUA-HQE: .....................................................................32 4.4 LEED ...........................................................................................33 5 LEED ID+C...................... ...............................................................38 5.1 Localização e transporte...........................................................38 5.2 Eficiência no uso da Água: ........................................................39 5.3 Energia e Atmosfera:..................................................................40 5.4 Materiais e Recursos: .................................................................42 5.5 Qualidade Ambiental Interna:...................................................43 5.6 Design Inovador: .........................................................................43 5.7 Prioridade Regional ....................................................................43 6 REFERÊNCIAS PROJETUAIS: ...................................................46 6.1 Restaurante Azurmendi ................................................................46 6.2 Restaurante Ibérico.......................................................................47 6.3 Restaurante Roc Von.....................................................................49 7 PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS A SEREM ADERIDAS AO PROJETO..............................................................................................55 8 O PROJETO.....................................................................................58 8.1 Local.............................................................................................58 8.2 Partido e Setorização..................................................................61 8.3 Diretrizes projetuais...................................................................64 8.3.1 Localização e transporte............................................................65 8.3.2 Eficiência no uso da água..........................................................66 8.3.3 Energia e Atmosfera...................................................................67

8.3.4 Materiais e Recursos .............................................................70 8.3.5 Qualidade Ambiental Interna .............................................73 8.3.6 Design Inovador....................................................................74 8.3.6 Prioridade Regional.............................................................75 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................79 10 ANEXOS...................................................................................82 11 BIBLIOGRAFIA.................................................................... 86



CAPITULO 1

INTRODUÇÃO


1 - INTRODUÇÃO A construção civil além de ser um forte instrumento de desenvolvimento econômico e social, através da geração de empregos e renda, é um dos setores responsáveis pelos grandes impactos ambientais e danos a natureza, associado ao forte consumo de recursos tais como energia, água e geração de poluição e resíduos (TEXEIRA e CARVALHO,2005). Aproximadamente 35% de todos os materiais extraídos da natureza anualmente são destinados a construção, devido a isso vem crescendo o interesse e preocupação por construções mais sustentáveis através de eficiência energética, materiais ecológicos, aproveitamento de água entre outros (GREEN BUILDING COUNCIL, 2015). Nesse sentido, a arquitetura de interiores desenvolve um importante papel, uma vez que existem várias estratégias que podem ser aplicadas nos espaços internos para gerar resultados mais sustentáveis, como a eficiência na utilização de recursos naturais, implantação de novas tecnologias e sistemas menos agressivos ao meio ambiente e utilização de produtos menos poluentes e mais benéficos a saúde humana, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e auxiliando na redução do consumo de recursos naturais não renováveis. Em função disso já existem certificações ambientais com objetivo de garantir a qualidade ambiental nos ambientes internos considerando todas as etapas da obra desde o transporte a comercialização, conseqüentemente levando conforto aos usuários e diminuindo os danos ao meio ambiente. Pode-se citar como exemplo as certificações BREEAM, Selo Procel Edifica, Selo AQUA, LEED, entre outras. Dentre estas, a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é a mais conhecida e utilizada no Brasil. De acordo com a última atualização, no inicio de 2017 já eram 1.224 projetos cadastrados e aproximadamente 990 registrados no Brasil, desses, 4 são no Espírito Santo (GBC BRASIL, 2014). O LEED possui sete categorias

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chave para promoção da sustentabilidade, sendo elas; localização e transporte, eficiência e uso da água, energia e atmosfera, materiais e recursos, qualidade ambiental interna, design inovador e prioridade regional. Além disso oferece diferentes tipologias para cada tipo de obra, assim podendo melhor aplicar os conceitos. Em relação a projetos de interiores, atualmente existem 82 projetos LEED ID+C certificados no Brasil, mas nenhum no Espírito Santo. Desta forma, o objetivo deste trabalho é elaborar um projeto de arquitetura de interiores, tomando como base um restaurante existente em Guarapari–ES, baseado em diretrizes projetuais inspiradas nos critérios e subcritérios de avaliação da certificação LEED ID+C. Essa certificação foi selecionada por se tratar especificamente de conceitos direcionados a arquitetura de interiores. Devido a extensa possibilidade de aplicação dos subitens de seus critérios, realizou-se um recorte dos sub critérios a serem levados em consideração na proposta projetual. A metodologia utilizada pode ser descrita em três etapas: I) uma revisão de literatura englobando os conceitos de sustentabilidade e certificações ambientais, II) seleção dos subcritérios a serem utilizados na proposta projetual e III) desenvolvimento do projeto. A edificação escolhida para reforma de interiores situa-se no Siribeira Iate Clube, no centro de Guarapari - ES, com localização privilegiada entre duas das praias mais famosas da cidade, a Praia da Areia Preta e a Praia das Castanheiras. O local ainda é pouco explorado como afirma Antônio Ribeiro da Redação Folha Online ES, que também sugere novos usos e melhorias para levar mais movimento ao clube onde está inserido o restaurante (RIBEIRO, 2018). Apesar disso possui grande visibilidade devido ao número de turistas que a cidade recebe o ano inteiro, segundo a secretária de turismo local, passam dos três milhões de visitantes no verão (BEHLE,2018).


A valorização de um espaço existente tornando-o ecologicamente correto, agradável aos usuários e gerando benefícios ao proprietário e ao meio ambiente, ajudando na funcionalidade e harmonização do local, pode mostrar como é possível unir beleza à sustentabilidade e revelar de que forma ações ambientais sustentáveis no interior de uma edificação podem influenciar ao seu ambiente inserido.

Sendo assim a proposta visa além de difundir a aplicação de atitudes mais sustentáveis no âmbito da construção civil, utilizar tais preocupações como um diferencial atrativo ao comércio e ao público, cada vez mais interessado em valorizar essas ações.

Como citado anteriormente, o estado do Espírito Santo não possui nenhum projeto certificado LEED ID+C. Acredita-se que com a implantação de um edifício de grande visibilidade em uma cidade turística onde se recebe visitantes de todos os lugares do país e do mundo possa motivar com que mais empresários e comerciantes adotem medidas similares em seus respectivos projetos. Ademais, a implantação desses conceitos gera um marketing para o restaurante e conseqüentemente atrai mais clientes através de uma publicidade verdadeira, evitando o falso marketing verde, que além de forjar sobre o desempenho ambiental das empresas, põe em risco a confiança da comunicação sustentável; que é essencial para informar o consumidor e incentivar a utilização de práticas e atitudes que levem em conta a conservação do meio ambiente. Cada vez mais comum, a propaganda inspirada nesta temática desvirtuada da comunicação sustentável recebeu o nome de greenwashinge tem sido combatida por organizações e órgãos responsáveis (NAKAMURA, DE ALMEIDA e NABARRETO, 2017). É importante comentar que há muitas críticas coerentes em relação às certificações ambientais principalmente em relação aos sistemas de avaliação, os aspectos locais, a elitização da suas aplicações e resultados dentre outros. Entretanto mesmo sabendo da necessidade de avanços, as certificações representam um importante papel no desenvolvimento sustentável, uma vez que incentivam o uso de práticas menos agressivas e favorecem a disseminação de um pensamento ecológico.

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CAPITULO 2

O QUE É SUSTENTABILIDADE?



2 O QUE É SUSTENTABILIDADE? A degradação ambiental e seus efeitos originaram estudos para diminuir essas conseqüências, no ano de 1972 a Organização das Nações Unidas (ONU) promoveu a Conferência de Estocolmo com a intenção de obter soluções para os problemas ambientais. A partir daí criou-se a Declaração Sobre o Ambiente Humano onde foi determinado que: “Tanto as gerações presentes como as futuras, tenham reconhecido como direito fundamental a vida num ambiente sadio e não degradado”. Após uma avaliação dos 10 anos da Conferência de Estocolmo surgiu a Comissão de Brundland, onde em 1987 origina-se o documento Relatório de Brundland, propondo integração entre desenvolvimento econômico e meio ambiente com objetivo de que medidas deveriam ser tomadas pelos países para gerar o desenvolvimento sustentável como a garantia de recursos básicos, controle da urbanização desordenada, integração entre campo e cidades, proteção dos ecossistemas, dentre outros. A partir disto, a definição de desenvolvimento sustentável passa a ficar conhecida (CAVALCANTI,1994) A sustentabilidade hoje serve como alternativa para garantir a sobrevivência dos recursos naturais do planeta, ao mesmo tempo em que permite a sociedade soluções ecológicas de desenvolvimento. Esse conceito é empregado em diferentes setores da nossa sociedade e envolve muito mais que só o meio ambiente. Hoje em dia, tornou-se necessária uma linha de pensamento que se dedicasse a promover o desenvolvimento de uma maneira que esses danos pudessem ser minimizados ou completamente eliminados, buscando um equilíbrio entre desenvolvimento econômico, social e de preservação ambiental. Isso consiste em reavaliações dos modos de produção nas indústrias e renovação dos padrões de consumo estabelecidos na sociedade, de maneira com que faça essas instituições sociais repensarem o impacto causado na natureza (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, sd).

Como alternativa temos produtos e serviços que prestam a esse propósito, tais como placas de energia solar, carros movidos a energia elétrica, técnicas de renovação energética para prédios e casas etc. A sustentabilidade é formada por um tripé, onde cada conceito esta ligado de forma bem definida. São eles: o ambiental, o social e o econômico (Figura 1). Somente unindo todas essas diferentes dimensões, será possível atingir plenamente o conceito proposto pela sustentabilidade.

Figura 1: Tripé da sustentabilidade

Fonte: Grupo Santa Catarina, 2015.

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CAPITULO 3

SUSTENTABILIDADE NA ARQUITETURA DE INTERIORES


3 SUSTENTABILIDADE NA ARQUITETURA DE INTERIORES: Embora se saiba que a sustentabilidade não seja apenas preocupações ambientais, devido as mudanças climáticas que vem ocorrendo em todo o planeta, muito se é falado hoje em dia sobre o pensamento sustentável no âmbito ambiental. Em relação a arquitetura de interiores, esse termo é ligado a dois extremos: produtos recicláveis, muitas vezes antigos e pouco valorizado; ou a novas tecnologias ecológicas de custo elevado, como a instalação de placas fotovoltaicas, por exemplo. O interior de um espaço é responsável pelo bem-estar de seus usuários e tem grande influência no cotidiano dos mesmos. Uma vez associado à sustentabilidade, terá grande importância futura, já que este será reflexo das atitudes tomadas na atualidade. O design de interiores sustentável surge com a união da arquitetura e design de interiores buscando espaços mais completos, funcionais e eficientes. A harmonia entre ambos gera a consciência por projetos mais responsáveis com o meio ambiente e mais viável economicamente. Buscando um interior sustentável, com criatividade e alternativas simples, é possível unir beleza, economia e preservação ambiental. O reaproveitamento de alguns móveis ou a utilização de itens feitos de materiais reciclados, além de economia, é sinônimo de sustentabilidade, pois ao se optar por um projeto de interiores sustentável não só se contribui para a redução do impacto ambiental, mas também melhora-se a qualidade de vida do usuário e das gerações futuras (CABRA,2013). Uma vez que, a sociedade atual passa grande parte do tempo dentro de edificações, esse tempo deve ser gasto em espaços agradáveis, arejados, com iluminação natural, produtivos e saudáveis. Uma nova forma de pensar, socioambiental, vem para mudar o conceito mais conhecido de design.

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Em razão de que não é possível construir sem causar impacto para a natureza, e sim apenas reduzindo, os muitos profissionais estão adotando o design sustentável e o eco design, ajudando a criar um desenvolvimento econômico e social. Diferente do design convencional, que busca agregar valor a um produto apenas para alavancar seu valor econômico, o eco design e o design sustentável buscam projetar soluções para o consumidor sem abrir mão do respeito ao meio ambiente e à sociedade. Para isso, ele se utiliza de técnicas específicas, tecnologias limpas e materiais apropriados, estimulando as atitudes sociais e ecologicamente corretas (NAIME, ASHTON e HUPFFER, 2012)

3.1 Design Sustentável Design sustentável é um conjunto de conceitos e estratégias que visam soluções para a gerar uma sociedade com foco na sustentabilidade. Visa não somente um compromisso com as questões ambientais, mas também com a sustentabilidade social. O profissional que opta pelo design sustentável estuda todo o ciclo de vida do material, desde a matéria prima utilizada, até o seu descarte final, visando como aquele produto irá impactar o ambiente. São utilizados materiais que possuem mais facilidade de montagem, isso sem descuidar da estética (PAZMINO, ANA VERONICA, 2007). Esses produtos, desde sua fase de produção, já devem ser elaborados para possíveis reutilizações, com maior durabilidade, baixa utilização de recursos naturais e usos de materiais que permitam a reciclagem, evitando desperdício e obtendo ganhos econômicos e ambientais. Conclui-se que o design sustentável é uma visão mais ampla, onde abrange ecologia, desenvolvimento sustentável e também o desenvolvimento social. São materiais como o bambu, tintas de origem vegetal (substituindo as químicas), as madeiras de reflorestamento (Figura 2), os plásticos reciclados, reutilização de palets, de pets, de papelão, vidro etc.


Figura 2: Moveis em madeira de reflorestamento

Figura 3: Sistema que engloba Eco Design e Design Sustentável

Fonte: Archdaily, 2018

Fonte: Embalagem Sustentável, 2015.

3.2 Eco Design O Eco design faz parte do design sustentável (Figura 3). É um sistema de projetar, onde respeita o meio ambiente, a saúde, e a segurança em todo ciclo de vida do produto. Sua metodologia e conceitos respondem as necessidades do meio ambiente, porém não inclui os aspectos sociais envolvidos, uma vez que o foco é ambiental (ARADE, RICARDO, 2015). É voltado principalmente ao desenvolvimento de produtos em processos produtivos, com princípios ambientais e ferramentas como a análise do ciclo-de-vida do produto (ACV) (MARTINS, 2005).

Diante das definições existentes, Fiskel (1995, apud ANDRADE, 2014) afirma que eco design é “um conjunto de práticas de projeto usadas na criação de produtos e processos eco eficientes” ou “um sistema de projetar onde o desempenho respeita o meio ambiente, a saúde e segurança em todo o ciclo de vida do produto e do processo”. Conclui-se que é a busca do equilíbrio entre produto e ambiente, em todo seu ciclo de vida. O objetivo principal do eco design é projetar lugares, produtos e serviços levando em consideração a integração dos aspectos ambientais em todas as fases de seu sistema que, de alguma forma, reduzam o uso de recursos não renováveis. Tem como principio a escolha de materiais de baixo impacto ambiental, eficiência energética, qualidade e durabilidade, modularidade, e reaproveitamento (PAZMINO, 2007).



Um produto pode se tornar ecológico, fazendo um re-design de produtos existentes ou design de novos produtos com vantagens ambientais. Para isto o designer deve atuar em cada uma das fases do ciclo de vida do produto, desde a produção dos componentes e matérias-primas necessárias para a sua obtenção, até a sua eliminação (Figura 4). O designer interagindo com outros profissionais, resulta em uma formação da Equipe do Ciclo-de-Vida do Produto (ECVP). Assim, tomando decisões ecologicamente corretas que minimizem o impacto ambiental dos produtos (PAZMINO, 2007). Figura 4: Ciclo de vida de um produto

Fonte: Manual Prático do Eco design, 2013

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CAPITULO 4

CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS


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CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS

Os selos de sustentabilidade garantem que os produtos e serviços levem em conta a preservação e o meio ambiente e fazem com que empresas conciliem seu crescimento socioeconômico com suas responsabilidades ecológicas. Quando as empresas se instalam em empreendimentos com certificação podem tirar muito proveito das soluções já instaladas no prédio, como por exemplo: utilizar a infra-estrutura de armazenamento e coleta de lixo reciclado, contabilizar ganhos já com a instalação elétrica existente que já é de baixo consumo, redução do consumo de água por meio de aproveitamento de água da chuva para jardins e bacias sanitárias (KEELER e BURKE, 2010). Os benefícios obtidos pela certificação ambiental, são percebidos em longo prazo. A redução do consumo de água e energia, por exemplo, atua no custo do usuário, sendo ele então o beneficiado ao longo prazo. Já no curto prazo, há o aumento do custo inicial da edificação. Atualmente, o mercado tem exigido cada vez mais que os empreendimento sejam sustentáveis, inclusive de forma condicional quando se fala de exigências de financiamentos e contratuais publico e privada (KEELER e BURKE, 2010). Os privilégios de empresas certificadas ambientalmente são: empreendimentos diferenciados e mais valorizados, mais potencial de atingir novos mercados, redução de custos de produção, maior visibilidade uma vez que a consciência ambiental vem aumentando, aumento da credibilidade, redução de custos devido a acidentes ambientais, redução na utilização de recursos naturais e redução no custo com mão de obra qualificada (SEBRAE, 2017). A seguir serão apresentadas, de forma a exemplificar a questão, quatro certificações ambientais utilizadas nas edificações e projetos de arquitetura de interiores, que são uma comprovação da sustentabilidade do empreendimento. Esses selos facilitam ao consumidor o entendimento

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e reconhecimento das características da edificação que possuem uma responsabilidade ambiental.

4.1 BREEAM Criado nos anos 90, na Inglaterra, a certificação BREEM – Building Research Establishment Environmental Assessment Method, ou seja, Método de Avaliação Ambiental do Estabelecimento de Pesquisa Predial, foi a primeira certificação ambiental, e serviu de base para as demais que surgiram posteriormente. Hoje existem mais de 430 mil edifícios certificados por todo o mundo. Possui como característica, a fácil adaptação em diversas zonas climáticas e o acúmulo de pontuação devido as certificações locais (BREEAM, 2018). O BREEAM é uma certificação exclusivamente usada em edifícios, mas é uma ótima forma de garantir o conforto e sustentabilidade no interior da edificação, uma vez se inspirando nos quesitos de avaliação, são eles: a gestão da construção, saúde e bem-estar, energia, transporte, materiais, resíduos, água, utilização do solo e ecologia e poluição. Cada um dos itens possui uma pontuação que é somada quando cumprida, o número total de pontos referente a cada categoria é multiplicado por um fator de influência ambiental que leva em consideração a importância relativa de cada uma, classificadas em: aprovado, bom, muito bom, ótimo e excelente. Com o cumprimento dos mesmos, é gerada uma edificação com reconhecimento no mercado por ter baixo impacto ambiental, que reduz custos operacionais e dá melhores condições de trabalho (ISSA,2017). Em Cuiabá (MT) o Centro SEBRAE de Sustentabilidade ganhou prêmio BREEAM Awards 2018 como o melhor edifício sustentável das Américas (Figura 5). O projeto de José Porto, tem como base nas casas indígenas, referências em bioclimática, e se destaca pelo conforto térmico, exploração da iluminação natural, e captação de água da chuva,


filtrada e armazenada para uso na irrigação do jardim e lavagem de pisos (BARATTO, 2018). Figura 5: Projeto com selo BREEAM

Por meio do Selo Procel Edficia, criou-se a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE) (figura 6 a) que classifica a eficiência energética dos edifícios e são concedidas etiquetas que vão de E (pouco eficiente) até A (muito eficiente), assim mostrando a classificação do desempenho da edificação. O selo Procel Edificações (figura 6 b), também faz parte do programa, mas diferente das etiquetas que apenas classificam, o selo identifica as edificações com melhores classificações de eficiência energética em uma categoria especifica. Conseqüentemente, só obtém o selo edificações quem possui os melhores resultados nas avaliações do programa, contrário a ENCE, aonde qualquer construção que venha solicitar, independente do mau desempenho na avaliação, pode recebê-la (RANGEL, 2015). Figura 6: (A) Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE) (B) Selo Procel Edificações

Fonte: Archdaily, 2018.

4.2

Selo Procel Edifica

O Procel Edifica, foi criado em 2003 pela Eletrobrás, com origem no Brasil. Tem como objetivo promover a eficiência energética e consumo consciente dos recursos naturais nas edificações além de incentivar a execução de projetos com esses requisitos. É destinado a edifícios comerciais de serviços públicos e residenciais. Nele é observado o sistema de iluminação, condicionamento de ar, os itens utilizados na envoltória (fachada e cobertura). Nas edificações multifamiliares, também é analisado o uso racional da água, ventilação e elevadores. Já nos multifamiliares, cara área é avaliada individualmente (PROCEL, 2006). Fonte: Procel Info, 2006.

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Uma atualização feita em 2014 permite que o Selo Procel Edificações, sirva de comprovante para se obter a certificação LEED, no pré-requisito de desempenho "energia e atmosfera", evidenciando a eficiência energética de projetos que buscam o selo internacional e estimulando a construção de edificações sustentáveis bem como poupando tempo e dinheiro dos profissionais (GBC BRASIL,2014). No Brasil, a primeira casa a receber etiqueta Procel de eficiência energética nível A, é um projeto capixaba da arquiteta Liliam Araujo, localizado no condomínio Boulevard lagoa na Serra (Figura 7) (NATURALMENTE, 2011). Dentre as medidas que tornaram o projeto sustentável está à utilização de sensores no aparelho de ar- condicionado para desligar automaticamente na ausência de pessoas no ambiente, chuveiros que reduzem o volume de água, vidros auto limpantes, aberturas para ventilação natural (ES BRASIL, 2012). Segundo Liliam (2012), o proprietário terá economia de água e energia aproximadamente de 45%. Figura 7: Casa com Selo Procel

4.3 Selo AQUA-HQE: O selo AQUA - Alta Qualidade Ambiental é uma certificação brasileira que surgiu em 2008 e desenvolveu sua quarta versão em 2016. Foi criada pela fundação Vanzolini e gerida por professores do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Ganhou forte destaque no meio da arquitetura residencial por ter suas normas, legislações e regulamentações locais totalmente adaptada ao Brasil. Por isso é considerada a primeira norma brasileira para certificação de construções sustentáveis. As vantagens da Certificação Processo AQUA para o Brasil é que ele contém critérios adaptados ao país que exigem resultados de desempenho, não prescrevendo soluções de projeto pré-concebidas (FUNDAÇÃO VAZOLINI,2015). Com a utilização desse selo se espera a redução do consumo de água, energia, CO2 e matérias primas, aumentando a qualidade de vida dos usuários e o desenvolvimento social, econômico e ambiental da região, além de estimular a competitividade entre os empresários brasileiros, uma vez que internacionalmente os selos são exigidos para obras que tenham grande reconhecimento. O empreendedor que comprova a alta qualidade ambiental das suas construções associando a imagem da impressa a essa ideologia, pode diferenciar seu portfólio no mercado, tendo reconhecimento internacional e melhorando o relacionamento com órgãos ambientais e comunidades. Aumenta também a velocidade de vendas ou locação, já que os usuários tentem a ter preferência a essas construções, uma vez que também são beneficiados em longo prazo com a economia direta no consumo de água e energia elétrica, melhores condições de conforto e saúde e maior valor patrimonial ao longo do tempo. Ademais, estarão fazendo sua contribuição para o desenvolvimento sustentável, com reflexos diretos e positivos na sociedade e meio ambiente (LEITE, 2011).

Fonte: Naturalmente, 2012.


Segundo Manuel Carlos Reis Martins, coordenador executivo do Processo AQUA- HQE da Fundação Vanzolini, trata-se do primeiro modelo de avaliação e certificação da alta qualidade ambiental para projetos de arquitetura de interiores, referente a análise feita desde a obra até o funcionamento. São avaliadas 14 categorias de qualidade ambiental do empreendimento, posteriormente cada uma dessas podem ser classificas em três categorias, sendo elas: base onde deve atender 7 categorias, boas praticas atendendo 11 categorias, ou melhores práticas com 14 categorias (Figura 8) (FUNDAÇÃO VAZOLINI, 2015).

Em 2016 começou a ser desenvolvido o modelo de avaliação da alta qualidade ambiental dos espaços internos de edificações, o AQUAHQE Projetos de Interiores. No Brasil o projeto pioneiro a receber essa certificação foi da arquiteta Mariana Crego, no espaço “Mundo dos Sonhos”, um estande na Casa Cor 2016 em São Paulo, referente a uma franquia da loja Mundo do Enxoval, especialista em produtos de cama, mesa e banho (Figura 9). Dentre as medidas adotadas estão a utilização de lâmpadas LED, placas fotovoltaicas para energia solar, revestimento interno modular e encaixável, que não gerará resíduos na desconstrução, entre outros (FUNDAÇÃO VAZOLINI, 2016).

Figura 8: Exigência mínima para certificação no Processo AQUA

Figura 9: Stand “Mundo dos Sonhos”

Fonte: Fundação Vazolini, 2015.

Fonte: Mariana Crego, 2016

4.4 LEED Para um empreendimento ser certificado AQUA-HQE o empreendedor deve alcançar no mínimo um perfil de desempenho com três categorias no nível melhores praticas, quatro categorias no nível boas praticas e sete categorias no nível base, como está ilustrado na figura 7. Uma vez aprovado no processo AQUA-HQE o empreendedor irá receber dois certificados: um da Fundação Vanzolini Processo AQUA e outro do Cerway HQE com todos os elementos padronizados internacionalmente, fundamentado na certificação Processo AQUA da Fundação Vanzolini (FUNDAÇÃO VAZOLINI,2015).

A certificação ambiental, de origem americana, LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), que em português significa Liderança em Energia e Design Ambiental, foi criada pela ONG americana United States Green Building Council (USGBC). É um sistema com intuito de promover construções sustentáveis, certificando e orientando edificações dentro dos quesitos ambientais. O LEED é a ferramenta mais reconhecida mundialmente no que se refere à classificação do grau de sustentabilidade e eficiência do edifício, casa ou comunidade. Baseado em parâmetros que levam em consideração cinco áreas-chaves da saúde humana e ambiental: o desenvolvimento local sustentável, economia de água, eficiência energética, seleção de materiais e a qualidade do interior


dos ambientes (GBC BRASIL, 2014). A certificação é utilizada em 143 países, o Brasil está em 4º lugar nesse ranking possuindo atualmente mais de 1.224 edifícios cadastrados e aproximadamente 990 certificados. A mesma foi desenvolvida com o objetivo de incentivar a transformação nos projetos, sensibilizar os consumidores para os benefícios da construção verde, expandir a visão sobre o desempenho de um edifício ao longo do seu ciclo de vida e transformar o mercado da construção. Com um foco na sustentabilidade e gerando benefícios econômicos, sociais e ambientais (Tabela 3) (UGREEN, 2018).

Tabela 1: Benefícios da certificação LEED

Um projeto sustentável não é apenas aquele que promove o aproveitamento de recursos naturais, é necessário ser economicamente viável na sua execução, socialmente justo e culturalmente aceito, contribuindo para o crescimento das pessoas envolvidas de algum modo. O atendimento a estas exigências deve ser demonstrado à entidade certificadora. Figura 10 Classificação da certificação LEED com os respectivos pontos

Fonte: GBC Brasil, 2014 Para que uma edificação obtenha a certificação LEED, ela deve primeiramente ter seu projeto registrado junto ao USGBC. Após esse registro, a auditoria ira averiguar o cumprimento dos pré requisitos estabelecidos, feitos isso corretamente, o selo será validado (GBC BRASIL, 2014). Em relação a tipologia construtiva, o LEED possui 4 tipologias que consideram as diferentes necessidades para cada tipo de empreendimento (Tabela 2). Tabela 2: Tipologias LEED

Fonte: GBC Brasil adaptada, 2014

Fonte: GBC Brasil adaptada, 2014

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Após sua criação em 1998, foram feitas várias versões do LEED. Ao longo desses anos tiveram mais de 93.000 projetos registrados e certificados. Após o sucesso do LEED 2009, foi criado o LEED v4, uma classificação verde ainda mais rigorosa, onde busca-se elevar o nível do mercado e sendo mais flexível é melhorar as experiências gerais do projeto, além de oferecer um processo de documentação simplificado e um melhor alinhamento entre sistemas de classificação para uma melhor experiência do cliente (USGBC,2018). Dentre essa variação de opções de certificações presume-se que o mais proveniente para a temática deste trabalho é o LEED ID+C, voltado para interiores comerciais e lojas de varejo. Devido a forma como é elaborado, pelos critérios que possui e pelos benefícios que pode levar para um restaurante com a arquitetura de interiores sustentável, se bem utilizado.

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CAPITULO 5

LEED ID+C


5

LEED ID+C

Nos dias atuais a maior parte da sociedade passa muito tempo trabalhando ou estudando dentro de edificações. Pensando que esse período deve ser aproveitado da melhor maneira e com qualidade, a certificação LEED ID+C, que é voltada para interiores comerciais e lojas de varejo, estabeleceu critérios voltados para o aproveitamento dos recursos naturais e técnicas construtivas sustentáveis, nos interiores das edificações. Assim, profissionais que não possuem gestão sobre todo o edifício, podem criar espaços internos que são melhores para o meio ambiente e pessoas. Conseqüentemente irão gerar ambientes mais agradáveis e produtivos. Depois da concessão da certificação LEED ID+C, a mesma pode ser concedida a parte do interior de uma edificação, como um andar de um edifício ou uma construção por completo. Para isso, os critérios são (GBC BRASIL, 2014): 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

Localização e transporte Eficiência no uso da Água Energia e Atmosfera Materiais e Recursos Qualidade Ambiental Interna Design Inovador Prioridade Regional

as emissões de gases de efeito estufa, a poluição do ar e outros danos ambientais prejudiciais a saúde da população (GBC BRASIL, 2014). Para garantir o bom acesso a edificação é necessário um estudo onde entenda-se as exigências do ambiente e usuários, visando necessidades futuras e evitando mudanças que gerem resíduos ou consumam mais energia e materiais. A aproximação ao transporte público e presença de ciclovias no local da implantação são de extrema importância, assim irá incentivar o uso de outras formas de locomoção além de carros, como também a disponibilidade de bicicletário e vagas exclusivas para veículos de baixa emissão no local (GBC BRASIL, 2014). Ou seja, para uma localização sustentável deve-se desenvolver estratégias que minimizam o impacto no ecossistema e que reduzam os veículos no local melhorando a habitualidade e saúde, incentivando a atividade física diária e meios de locomoção como a bicicleta, gerando um ambiente menos caótico e com mais espaços livres como demonstrado na figura 11. Figura 11: Comparativo de espaços

5.1 Localização e transporte Grande parte da sociedade utilizada carros e motos como meios de locomoção, até mesmo para curtas distancias, esse "costume" é prejudicial tão quanto para as pessoas como para o meio ambiente. Pensando nisso a classificação de localização e transporte analisa os impactos da construção sobre o terreno e entorno e tem como objetivo reduzir os efeitos de poluição e estimular o uso de transporte multimodal, assim reduzindo o uso de veículos motorizados e consequentemente

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Fonte: Instituto de políticas e transporte e desenvolvimento Adaptada, 2018.


5.2

Eficiência no uso da Água:

A crise hídrica é uma preocupação recorrente na sociedade, uma vez que a água, apesar de renovável, está cada ano que passa mais escassa e cara. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), nos últimos 100 anos o consumo se multiplicou por seis, e atualmente 1/3 da humanidade não tem acesso a esse recurso que para muitos é considerado básico. Na certificação LEED ID+C são valorizadas soluções que aprimoram o uso da água dentro e fora da edificação, alternativas para reuso, tratamento e incentivos para inovações do uso racional, obtendo a redução do consumo em pelo menos 20%. Além da utilização de equipamentos e acessórios que favoreçam a economias de água (GBC BRASIL, 2014). Para que o cenário de desperdício de água mude, além de conscientizar as pessoas é necessário a implantação de métodos, estratégias e equipamentos no cotidiano da população fazendo com que se torne um hábito cada vez mais comum. Alternativas como o reuso das águas cinzas (que são as águas provenientes de chuveiro, lavanderia e lavatórios), podendo ser conjugado com aproveitamento de água da chuva. Esse sistema é feito a partir da separação da águas cinzas e negras (que são as águas dos sanitários), destinando cada uma para uma caixa especifica (Figura 12).

Além da utilização de equipamentos minimizadores, como arejador de vazão, que é instalado em torneira de pia, e reduz até 70% do consumo, ou torneiras com temporizador ou com sensor de presença, que reduzem em até 50% o consumo (REZENDE, OSVALDO MOURA, 2015). O aproveitamento da água da chuva (Figura 13) é uma técnica parcialmente nova no Brasil, mas que já é utilizada com êxito em outros países, na Austrália por exemplo, onde moradores que adotam essa medida, são beneficiados pelo governo, com a isenção do pagamento de impostos. Essa é a maneira mais sustentável de economizar água para fins não potáveis, como a limpeza do quintal e do chão, vasos sanitários, maquina de lavar, irrigação de jardins, dentre outros. E segundo o consultor Jack Sickermann, a solução vai além desses benefícios. Ela também contribui para reduzir as enchentes, já que a água vai para os reservatórios das edificações e somente seu excesso é eliminado.“Com o aproveitamento, evitamos que toda a chuva que cai sobre um lote ou construção saia de lá" (REVISTA AEC, 2018). Figura 13: Esquema de captação da água da chuva

Figura 12: Sistema de reuso das águas cinzas

Fonte: ANA, Instituto de Educação e Pesquisa Ambiental, 2015.

Fonte: ANA,Sabersp e Instituto de Educação e pesquisa ambiental, 2015

Existem também equipamentos com finalidade de economizar água, como, vasos de caixa acoplada, torneiras com temporizadores e com sensor de presença, aerador, que é colocado na saída da torneira diminuindo a intensidade da água (VENÂNCIO, 2011).

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As vantagens vão além disto, o reaproveitamento pode reduzir em até 50% do consumo e como uma atitude de preservação ambiental, é gerado uma imagem positiva para a população, valorizando comercialmente o imóvel. Fazendo a união das tecnologias citadas, é possível desenvolver um interior revertido ao uso racional da água (VENÂNCIO, 2011).

Figura 14: Funcionamento do Aquecedor Solar de Água

5.3 Energia e Atmosfera: A eco eficiência energética é o um dos pilares para sustentabilidade em uma edificação. Através dela é possível diminuir de forma rápida os impactos no ambiente e tornar a manutenção do imóvel mais acessível (MINISTÉRIO DO MEIO AMBEINTE). Na certificação LEED, essa possui intuito de encorajar o uso de energia limpa e de fontes renováveis nas edificações, a utilização de equipamentos eficientes, sistemas de iluminação inteligentes, entre outros (GBC BRASIL, 2014). Dentre as formas para implantação da eco eficiência energética no edifico estão; aproveitamento dos recursos naturais, aquecimento solar da água, energia fotovoltaica, energia eólica e sistemas de equipamentos que levam a uma significativa economia de energia. O aquecedor solar é a energia do sol captada pelos painéis solares, sendo convertida em energia elétrica ou mecânica (Figura 14). Utilizada também para o aquecimento de água, esse sistema funciona bem até mesmo em dias nublados, uma vez que o sistema auxiliar de aquecimento elétrico e acionado automaticamente, fazendo com que a água aqueça. A consequência da aplicação do mesmo é nítida em um projeto. Entre as características positivas, destaca-se o fato de ser uma forma de energia renovável, inesgotável e limpa, não agredindo o meio ambiente. Já como negativa, o custo alto, principalmente nas placas fotovoltaicas, que contam com um nível mais avançado de complexidade (SPRENGER, 2007).

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Fonte: Soletrol, s.d.

Já a energia fotovoltaica, é a energia obtida através da conversão direta da luz em eletricidade. Essa conversão é feita através dos painéis solares. Além desse item, é formado por outros 3 aparelhos (Figura 15). Gera economia significante a edificação e embora o custo inicial de implantação seja relativamente alto, já se verifica uma tendência contínua de queda dos preços. Essa fonte de energia tem grandes chances de ser a energia do futuro (VENÂNCIO, 2011). Figura 15: Sistema de energia solar fotovoltaico

Fonte: Neo Solar, 2015


Outra forma é a energia eólica, que é a transformação da energia do vento em energia útil. Em locais pequenos, como casas e comércios, são utilizados os micro ou mini geradores (Figura 16). Para a instalação deve ser feito um breve estudo do terreno, e posteriormente é definido o melhor local, e melhor tipo de gerador a ser utilizado. Segundo (KONZE, 2016) pode haver até 95% na diminuição da conta em durante, pelo menos, os 20 anos de duração do aero gerador. Funciona através de um pequeno aero gerador instalado junto à edificação, em geral a energia eólica é para residências. Essa prática beneficia o proprietário da edificação com a redução de gastos energéticos bem como a população e meio ambiente, gerando energia limpa. Os ganhos estão, principalmente, no perfil eco eficiente, por evitar a emissão de quilos de CO2 durante toda a vida útil dos equipamentos (SCHEIDT, PAULA, 2016?).

Assim como as lâmpadas, hoje existem diversos tipos no mercado mas a escolha correta é crucial para a redução ou aumento do consumo de energia. A lâmpada incandescente é a predominante no Brasil, ela pode ser facilmente reciclada por não possuir materiais perigosos, porém, não é eficiente uma vez que usa apenas 10% da energia para gerar luz, o restante é desperdício de calor. As lâmpadas fluorescentes duram até oito vezes mais que a incandescente, mas levam pelo menos três minutos de aquecimento para alcançar sua qualidade total. E por fim, as lâmpadas de LED que vem ganhando cada vez mais espaço no mercado, casas e comércios. Ela utiliza 87% menos de energia para gerar a mesma luz de uma lâmpada incandescente, possui vida útil de mais de 100 mil horas e redução de cerca de 90% no consumo. As lâmpadas de LED têm a vantagem de iluminar mais por menos e sem esquentar, sendo assim, a melhor opção do mercado (Figura 17) (VENÂNCIO, 2011).

Figura 16: Sistema de energia eólica em residência

Figura 17: Sistemas de eco eficiência energética (a)Sensores de presença

Fonte: Instituto Ideal, 2016

Fonte: Archdaily, 2018

(b) Timer

Fonte: Archdaily, 2018

(c) Lâmpada Led

Fonte: Empalux, 2018

Os equipamentos minimizadores são outra maneira de economia, que visam redução significativa para o local. Alguns exemplos são, o sensores de presença, que podem ser bem utilizados em locais de pouca circulação e permanência. O timer, que é programado pelo usuário, para ascender ou apagar as luzes em determinados horários.

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5.4 Materiais e Recursos: Em um interior sustentável deve-se utilizar materiais sustentáveis que sejam produzidos, colhidos e transportados com baixo impacto ambiental. A reutilização, reciclagem e valorização de materiais disponíveis no local, pouco processados, não tóxicos, promovem a redução de resíduos, além de promover o descarte consciente dos mesmos (LOPES, 2014). Alguns exemplos podem ser citados como o reuso do edifício, onde se mantém as paredes, forro e coberturas, diminuindo assim o numero de entulhos e desperdício dos materiais. Na gestão dos resíduos da construção, pode-se destinar 50% destes para reuso (FRAGA, 2006). Como exemplo o concreto reciclado, feito a partir dos entulhos das obras e diminuindo o número de resíduos das mesmas. E independente da quantidade produzida, é essencial dar o correto destino aos resíduos. A utilização de materiais eco eficientes e produtos ambientalmente responsáveis, também é uma maneira de projetar um ambiente de interior sustentável. Existe um mercado relativamente amplo, onde encontrase variedade desses produtos. Como a areia reciclada, pavimentação permeável, tijolo de solo-cimento, cerâmicas de baixo impacto, pastilha de bambu e pastilha de coco (VENÂNCIO, 2011). Para as paredes, a utilização do Dry Wall e Steel Frame, que geram poucos entulhos e grande velocidade na obra. Além de que todo material em madeira ou seus derivados devem ser certificados ou de origem legal, provenientes de empresas que comprovem a procedência da mesma, com plano de manejo aprovado pelo IBAMA, apresentação de nota fiscal e documento de origem florestal. Quando possível, optar por resinas e adesivos de compensados e aglomerados com baixa emissão de formaldeídos e COVs- compostos orgânicos voláteis, evitando o uso de gesso e produtos que tenham aminto (KEELER e BURKE, 2010).

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O recurso do telhado verde ou eco telhado vem ganhando cada vez mais espaço nas novas construções. A estrutura (Figura 18 A), referese a uma cobertura vegetal no lugar das telhas. Isso faz com que o ambiente tenha melhor conforto térmico e acústico, consequentemente diminuindo o consumo energético da refrigeração. Esse sistema também ajuda no controle do fluxo da água pluvial. Outro recurso semelhante é a fachada verde, também conhecida como eco parede ou jardim vertical (Figura 18 B), tem sido muito utilizada nos interiores e sistema modular de fácil montagem e desmontagem, se adapta a qualquer ambiente, é ecologicamente correto e possui as mesmas vantagens do telhado verde (VENÂNCIO, 2011)

Figura 18: (a) Etapas do telhado verde (b) Jardim vertical em interiores

Fonte (a): Cinexpan, s.d.

Fonte(b): Vertical garden, 2012


5.5 Qualidade Ambiental Interna:

5.6 Design Inovador:

A qualidade ambiental interna visa promover uma maior qualidade do ar e da acústica em ambientes internos, focando na escolha de materiais de baixa emissão de compostos orgânicos voláteis. O conforto térmico, iluminação e ventilação naturais, são tópicos importantes que também garantem a qualidade interna e podem ser explorados com a utilização do pé direito duplo, grandes esquadrias e aberturas zenitais unidas com o aproveitamento da vista natural. Assim, geram o bem estar aos usuários.

De acordo com a certificação LEED, pode ser considerado como design inovador, projetos que utilizam tecnologias inovadoras e estratégias para melhorar o desempenho de um edifício, incentivando conhecimentos sobre os edifícios verdes e a utilização de outras técnicas (GBC BRASIL, 2014). Para uma arquitetura de interiores sustentável, foram descritas várias técnicas, processos e estratégias ao longo dos tópicos anteriores. Além dos mesmos, é viável na criação do projeto, utilizar como referencia a sustentabilidade em todo o ciclo de vida. Com o conceito de eco design, que reduza o uso de recursos naturais e minimizem o seu impacto ambiental, dando preferência a materiais naturais, reutilizáveis, reciclados, biodegradáveis e que reduzam a necessidade de manutenção.

Para ter uma boa qualidade do ar de interiores deve-se saber que a preocupação vai além do ar externo. É importante observar as substancias químicas existentes nos acabamentos, moveis revestimentos e considerar que muitos materiais de construção possuem aditivos que afetam a qualidade do ar interno. Os elementos de marcenaria, por exemplo, usam um tipo de madeira composta como base, que incluem madeira aglomerada e o MDF. Os rodapés, folhas de porta, pisos, tampos de mesa entre outros itens que possuem fibras de madeira composta que são feitos de restos de madeira. Os adesivos existentes nesses materiais, e outros produtos a base da celulose, costumam derivar do formaldeído, uma substancia que segundo a organização mundial da saúde, é apontado como um poluente tóxico. Outras formas de poluição interna do ar são; fumaça de tabaco, tecidos e cortinados, produtos de limpeza e para tratamento de tecidos, aquecedores a querosene e eletrodomésticos que queimam combustíveis. A alternativa para isso é a utilização de materiais de baixo impacto ambiental, que serão descritos no tópico anterior (KEELER e BURKE, 2010).

5.7 Prioridade Regional O principal objetivo desse critério é incentivar a utilização de culturas referente a uma prioridade da região que for destinado o projeto, de acordo com as diferenças ambientais, sociais e econômicas priorizando a cultura local, esse critério irá variar dependendo da região que estiver inserido (GBC BRASIL, 2014).

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CAPITULO 6

REFERÊNCIAS PROJETUAIS


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REFERÊNCIAS PROJETUAIS:

A seguir serão analisados projetos de restaurantes que de alguma forma se preocuparam em buscar uma construção sustentável, seja através de medidas arquitetônicas com propósitos ecológicos e/ou aderindo as certificações ambientais.

6.1 Restaurante Azurmendi Localizado em Larrabetzun no país Basco, na Espanha, o Azurmendi, é um restaurante modelo para a sustentabilidade e arquitetura moderna atual. O projeto do arquiteto Naia Eguino, que recebeu a certificação LEED, é integrado na colina inclinada de um vinhedo local (Figura 19), e da origem a um espaço onde a natureza cerca edifício, combinando sustentabilidade, produto e diversidade (AZURMENDI, 2018).

O restaurante levou o premio de mais sustentável do mundo em 2014 pelo tratamento de seu próprio lixo e água, energia solar, uso de material reciclado e um trabalho de recuperação dos produtores locais. Além do plantio de 700 árvores ao redor do restaurante no momento de sua criação, onde é colhido frutas para o cardápio e melhoria da qualidade do ar das redondezas. Os materiais de destaque são o ferro, madeira e pedra, todos da região (Figura 20), com intuito de criar sensações de calor e serenidade. Todos têm procedência sustentável; as madeiras são da floresta biscainhas e de cultura cal. Os ferros são reciclados; e as pedras são um símbolo tradicional de força na cultura local, tradição e raízes (AZURMENDI, 2018). Figura 20: Utilização dos materiais locais.

Figura 19: Localização do restaurante.

Fonte: Restaurante Azurmendi, 2018

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Fonte: Restaurante Azurmendi, 2018

Com capacidade para 45 pessoas, o restaurante conta internamente com salão de eventos e um bar, e adere diversas outras medidas sustentáveis para fazer com que todos os espaços tentam medidas sustentáveis. O estabelecimento pratica a reutilização da água da chuva no jardim, estufas, banheiros, etc. Utilizam de vidros e grandes janelas que além de levarem iluminação natural, aproveitam e destacam as vistas do vale, geram controle da temperatura e ventilação para reduzir a necessidade do ar-condicionado (Figura 21) (AZURMENDI, 2018).


Figura 21: Aproveitamento da iluminação e vista.

6.2 Restaurante Ibérico O primeiro restaurante sustentável do Brasil, com selo Qualiverde, está localizado no Rio de Janeiro e foi inaugurado em 2014. O escritório responsável pelo projeto do restaurante Ibérico foi o Beti Font Arquitetura Sustentável & Lighting Design. O projeto foi reforma de uma edificação já existente.

Fonte: Restaurante Azurmendi, 2018

Uma estufa no local oferece os vegetais e especiarias utilizados na cozinha (Figura 22). E nos estacionamentos, possuem tomadas elétricas para carregar veículos elétricos. É produzido a energia renovável para cobrir parte das necessidades do restaurante (AZURMENDI, 2018). Figura 22: Estufa local

Para melhorar o aproveitamento da iluminação natural foram feitas grandes aberturas permitindo a entrada de luz (Figura 23). Além disso, um terceiro pavimento foi adicionado e feito de steelframe préfabricado. Também teve a instalação do telhado verde, levando maior conforto térmico e minimizando o impacto do novo pavimento perante ao entorno. Outras soluções como aquecimento solar de água, jardim vertical, iluminação artificial de lâmpadas LEDS, e sensores de presenças acumulam fatores de alta eficiência energética (Figura 24) (SUSTENTARQUI, 2015). Figura 23: Aberturas para iluminação natural e fachada.

Fonte: Restaurante Azurmendi, 2018

Com todas essas alternativas sustentáveis citadas, desde a arquitetura até o cardápio, o restaurante ganhou a certificação LEED Silver, atingindo 55 pontos. Se destacando com pontuação máxima nos quesitos de aproveitamento da água, inovação e prioridade regional (AZURMENDI, 2018).

Fonte: Homify, s.d.

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Figura 24 : Sistemas implantados no projeto.

Essa mesma água é tratada e reutilizada para lavagem de pisos e áreas externas. Nas torneiras foram colocados dispositivos minimizadores de água, e nos vasos sanitários implantado o sistema eco flush, ambos com função de gerar economia. O piso drenante também foi instalado para oferecer melhor qualidade á terra e alívio ao sistema de esgotamento da área. A água pluvial foi aproveitada em várias parte do projeto (Figura 26) (SUSTENTARQUI, 2015). Figura 26: Aproveitamento da água no projeto

Fonte: SustentArqui Adaptado, 2015

O reaproveitamento da água foi uma das medidas mais utilizadas no projeto. Nas áreas externas ela aparece na criação de um sistema que capta a água da chuva e rega o telhado verde e o jardim vertical (Figura 25). Figura 25: Sistema que leva água da chuva para jardim vertical.

Fonte: SustentArqui, 2015

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Fonte: Homify, s.d.


Para decoração do restaurante foram utilizados materiais de acabamento natural e ecológico e tintas a base de terra. Todas as madeiras são de demolição ou certificadas. Dormetes complementam o carpete da entrada, refugos de uma metalúrgica na cidade foram reutilizados nas mesas do terraço com tampa de vidro (Figura 27). Além desses, vergalhões de obras reutilizados foram empregados na fabricação das adegas e do corrimão (Figura 28). Garrafas PET recicladas e fibras de madeira também fazem parte dos materiais escolhidos (SUSTENTARQUI, 2015). Figura 27: Mesas feitas com refugos.

6.3 Restaurante Roc Von O restaurante Roc Von localizado ao norte do Vietnã, é um destaque no aproveitamento de materiais naturais, uma vez que utiliza bambu em sua construção, um material natural resistente e de fácil regeneração. O projeto de 1100.0 m2 foi feito pelo escritório vietnamita Vo Trong Nghia Architects, cuja especialidade está na utilização de materiais naturais locais. O estabelecimento exalta a arquitetura asiática e mantém a natureza em contato com os clientes (Figura 29) (ARCHDAILY, 2016). Figura 29 : Restaurante implantado na natureza.

Fonte: Homefiy, s.d. Figura 28: Vergalhões de obras reutilizados

Fonte: Archdaily, 2016

Está localizado as margens de uma rodovia, e pensando nisso desde o início o edifício foi projetado para ficar abaixo do nível da pista de forma acolhedora aos clientes, onde fica protegido do barulho por suas doze colunas de bambu projetadas de forma crescente que apoiam a estrutura do teto do restaurante semi aberto permitindo que os visitantes apreciem a natureza. A planta é de forma curvilínea com um palco central destinado a eventos e também abraçando o ambiente ao redor com destaque para o lago que o circunda.(figura 30) (ARCHDAILY, 2016). Fonte: Homefiy, s.d.

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Figura 30: (a) Implantação do edifício em planta baixa (b) Implantação do edifício em foto

Fonte: Archdaily, 2016

Fonte: : La vong, 2017.

Atualmente, o bambu vem ganhando cada vez mais espaço na arquitetura como uma alternativa sustentável, isso acontece devido a sua resistência flexibilidade, durabilidade e economia. No restaurante, foram utilizados dois tipos do material para a cobertura do edifício (Figura 31), tam vong e luong, cada uma com suas diferentes qualidades. Além disso, com o objetivo de maior qualidade e durabilidade ao longo dos anos, o material foi tratado com métodos natural da região. O bambu também é destaque nos moveis e na decoração do interior (Figura 32) (ARCHDAILY, 2016).

A partir dessas colunas, foi criado um ambiente aconchegante e com uma bela visual, onde estão dispostas as mesas do restaurante. Devido à forma com que foi implantado, esse espaço conta com ventilação natural levando mais conforto ao usuários. Isso também acontece devido à proximidade com o lago (figura 33) (ARCHDAILY, 2016).

Fonte: Archdaily, 2016

Fonte: Archdaily, 2016

Figura 33: (a) Corte (b) Proximidade das mesas com o lago

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CAPITULO 7

PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS A SEREM ADERIDAS AO PROJETO



7 PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS ADERIDAS AO PROJETO

A

SEREM

Tabela 3: Critérios e Subitens LEED selecionados para a aplicação da proposta projetual.

Visando o desenvolvimento de uma proposta projetual de arquitetura de interiores de um restaurante inspirado em conceitos do LEED ID+C, procurou-se atender todos os sete critérios da certificação, (localização e transporte, eficiência no uso da água, energia e atmosfera, materiais e reusos, qualidade ambiental interna, design inovador e prioridade regional) dentre esses foram selecionados os sub itens mais eficazes para a proposta, estes foram escolhidos visando as necessidades de um restaurante e de acordo com a realidade do local, onde pode-se aproveitar recursos existentes e implantar novos. Os critérios e subitens selecionados para o projeto estão descritos na tabela 3 a seguir.

Fonte: GBC Brasil Adaptado,2018

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CAPITULO 8

O PROJETO


8. O PROJETO 8.1Local O local da intervenção é um restaurante situado no centro de GuarapariES, considerada a principal cidade turística do Espírito Santo. De clima litorâneo possui temperatura média de 31°C no verão e 28°C nas estações mais frescas. Conhecida por ter montanhas e praias a poucos quilômetros de distância, o seu real destaque é devido ao litoral com mais de 30 praias que atraem desde os jovens aos idosos. A cidade possui uma população residente de 100.528 habitantes de acordo com o IBGE, porém o fluxo de turistas é grande durante todo o ano, mas é no verão onde recebe mais visitantes, chegando a triplicar o número dos habitantes. Segundo o secretário de turismo de Guarapari, mais de três milhões de turistas passaram pela localidade no período do final de dezembro ao carnaval (BEHLE, 2018). Essa também é a melhor época para a economia regional, movimentando todo o comércio, desde os grandes restaurantes, rede hoteleira até produtores locais com a venda de frutos do mar e artesanato.

O clube Siribeira foi fundado em 1947, o local recebia os melhores carnavais dos anos 60 e 70, além de visitas renomadas como a do presidente Getulio Vargas, relata a guia de turismo Roberta Shariff (SHARIFF, ROBERTA, 2017). De localização privilegiada (Figura 35), entre a Praia da Areia Preta, famosa pelas areias monazíticas medicinais onde originou-se a fama de cidade saúde, e Praia das Castanheiras conhecida pelo mar calmo e calçadão arborizado, atraindo muitas famílias. O acesso ao local é fácil tanto para ciclista, como para quem está a pé ou com veículos motorizados, e atrativos, uma vez que localizado em cima de uma pedra com vista para o mar. Devido a essa beleza natural a população costuma ir nas áreas comuns do clube, que são de entrada liberada, para contemplar a natureza. Figura 35: Vista do clube Siribeira

Figura 34: Localização do Siribeira Iate Clube Fonte: Portal 27 Adaptado, 2018

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Fonte: Google Maps Adaptado, 2018

O local é composto de uma ampla área verde e quatro blocos (Figura 36 a), sendo eles: salão fechado que recebe festas públicas e privadas, um antigo aquário, um antigo estaleiro para barcos e um restaurante que já teve proprietário e nome modificado por diversas vezes, assim como as demais áreas do clube, que já sediaram, além dos usos citados anteriormente, um bar noturno e piscina para sócios. Foi proposto até mesmo um investimento milionário de um príncipe de Dubai com intenção de transformar o local em um resort de luxo. O mega empreendimento foi divulgado em 2014, porém não teve avanço (REDAÇÃO PORTAL 27, 2014).


Ao redor do Siribeira Iate Clube existem fortes elementos que influenciam diretamente nos usuários do restaurante como hotéis, o monumento histórico Radium Hotel que também comporta feira de artesanato e exposições, imóveis bem valorizados, além de estar entre duas praias famosas e de grande movimento influenciado pelo comércio local no calçadão e arredores (Figura 36 b). Figura 36: (a) Setorização dos blocos dentro do Siribeira

O interior do restaurante, com 512 m² possui vista direta para o mar (Figura 37), interior amplo (Figura 38), e fortes características para se tornar um empreendimento de sucesso. No projeto atual possui 1 banheiro feminino, 1 banheiro masculino, 1 banheiro PNE que está desativado, 1salão para refeição de aproximadamente 280 m², 1 área de atendimento, 1 cozinha, 1 deposito e 2 banheiros de funcionários (Figura 39). Figura 37: Vista fachada do restaurante

Fonte:(a) Google Maps Adaptado, 2018 b) Entorno do Siribeira Iate clube

Fonte: Acervo pessoal, 2018 Figura 38: Vista interna do restaurante

Fonte: Acervo pessoal, 2018 Fonte: (b) Google Maps,2018

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Figura 39: Planta atual

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Fonte: Arquivo pessoal, 2018


8.2 Partido e Setorização O projeto (Anexo 1) foi pensado a partir da seleção dos critérios de avaliação LEED (Localização e transporte, eficiência no uso da água, energia e atmosfera, materiais e recursos, qualidade ambiental interna, design inovador e prioridade regional), e com isso ressaltando os pontos fortes do projeto existente e privilegiando áreas que precisavam ser exploradas. Visando a sustentabilidade da edificação serão reutilizados materiais locais, implantando o telhado verde, a reutilização de água da chuva e energia fotovoltaica. Para maior conforto dos clientes será adicionando um deck de madeira com vista para o mar e um hall de entrada. Além disso, os espaços do restaurante do Siribeira terão seus usos atuais mantidos, porém melhor dimensionados, isso acontecerá na cozinha, depósito, banheiros dos clientes, área de atendimento e área de refeição, para os funcionários será feito um vestiário feminino e masculino onde anteriormente só possuía um banheiro, a área dos funcionários também contará com uma sala para os mesmos e uma sala administrativa. Poucas paredes serão demolidas, a intenção é manter o máximo possível do edifício gerando menos resíduos (Figura 40).

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Figura 40 (a): Projeto Restaurante

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Fonte: Arquivo pessoal, 2018


Figura 40 (b): Projeto Restaurante

Fonte: Arquivo pessoal, 2018

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8.3 Diretrizes projetuais Explorando a natureza e o clima local da cidade de Guarapari, será proposto um restaurante especializado em frutos do mar, atraindo um público variado, dentre eles freqüentadores das praias do entorno e moradores, turistas e também apreciadores da arquitetura sustentável. Restaurantes devem ser projetados para sustentar os usuários dentro da edificação consumindo e para tal, devem ser exploradas as melhores sensações do cliente. Visando isso, os cinco sentidos serão explorados da melhor forma, tornando o ambiente mais confortável e acolhedor ao usuário, O paladar esta totalmente ligado a sensação de prazer e bem estar dos humanos, e o alimento é um dos principais marcos de um restaurante, devido a isso serão servidos alimentos frescos e da região, se beneficiando da pesca local. Audição: Em restaurantes existem sons típicos provenientes da cozinha, do bater de pratos e talheres, mesas, conversas e etc. Para controlar esses sons e tornar o ambiente agradável serão utilizados materiais absorvedores de ruídos, como madeiras e plantas, fazendo com que o som predominante seja do barulho do mar e praia. Olfato: Pensando que o odor forte do alimento pode ser desagradável ao usuário, o salão terá circulação de ar natural devido às grandes aberturas, aumentando a circulação do ar interno. Tato: Foi dada atenção a maciez dos tecidos dos assentos, textura dos objetos e plantas, e para sensação criada por pedras e madeiras nos revestimentos. Visão: O ambiente deve ser primeiramente visualmente agradável, por isso, além de toda a decoração do restaurante, a cozinha será visível aos clientes que poderão ver onde esta sendo preparado seu alimento, além de apreciarem a visual para a praia e calçadão do entorno (Gambardella e Lopes,2018). A seguir na tabela 4 serão apresentadas as proposições para os itens a serem desenvolvidos no projeto de arquitetura sustentável, inspirado na certificação LEED, e detalhado na seção seguinte.

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Tabela 4: Proposições dos sub critérios baseados no sistema LEED para as proposições do restaurante sustentável.


8.3.1 Localização e transporte O Clube Siribeira esta localizado no centro de Guarapari, em uma área de grande movimento, principalmente nos feriados e verão. Por estar situado entre duas das principais praias da cidade, muitos usuários serão freqüentadores do entorno, acessando o local facilmente caminhando pelo calçadão ou com veículos alternativos, contando ainda com fácil acesso ao transporte público ao bairro (Figura 41)

Figura 42: (a) Quantidade de vagas existentes mantidas

Figura 41: Meios de acesso ao clube

Figura 42: (b) Instalação de bicicletário próximo a entrada do restaurante

Fonte: Google Maps, Adaptado 2018

O terreno já possui grande área verde e poucas vagas, que serão mantidas, dentre elas destinado vagas especiais para os ecológicos, veículos de baixa emissão de gases, ou seja, para os carros usuários de álcool e gás, além das vagas preferenciais determinadas por lei, e instalação de bicicletário. (figura 42). Fonte: Arquivo pessoal, 2018

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8.3.2 Eficiência no uso da água

Figura 43: (a) Pontos de utilização do sistema de captação da chuva

Buscando o máximo de economia possível, foi implantada a captação de água da chuva que coleta certa de 30.790 litros/ano (anexo 2), essa água será utilizada nas descargas e torneira jardim, destinada a lavagem do chão e para regar as plantas (Figura 43). Essa atitude pode suprir a demanda de água não potável em até 100%. Além da instalação de equipamentos minimizadores como o vaso de caixa acoplada com dois botões, um de três litros para líquido e outros de seis litros para sólidos. Uso de torneiras com sensor de presença nos banheiros, interrompendo imediatamente o fluxo da água com a retirada das mãos do usuário. O uso desses equipamentos resulta em uma previsão de 38% do consumo de água. Além de atitudes sustentáveis como utilizar a lavadora de roupas somente quando estiver cheia e abrir a torneira somente para enxaguar a louça.

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Figura 43: (b) Esquema de distribuição do sistema de captação da chuva

Fonte: Arquivo pessoal, 2018


Figura 44: (a) Aberturas do salão de refeição.

8.3.3 Energia e Atmosfera Visando a economia de energia, todo o salão do restaurante será predominado por grandes aberturas que possibilitem a entrada de luz natural, fazendo com que seja desnecessária a utilização de lâmpadas durante o dia, também serão usadas cores claras em revestimento de piso e parede. Nos ambientes de menor permanência (banheiros e setor administrativo), serão instalados sensores de presença, evitando desperdício de energia quando não houver ninguém no ambiente. Todas as lâmpadas serão de led de alta eficiência energética, e para facilitar a difusão de luz, os ambientes terão o mínimo de divisórias possíveis, facilitando a ventilação natural que também é favorecida pelas aberturas laterais no telhado, promovendo o efeito chaminé (Figura 44)

Figura 44: (b) Abertura promovendo o efeito chaminé.

Fonte: Arquivo pessoal, 2018

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Figura 45: (a) Pontos de utilização do sistema de aquecedor solar.

Além dessas atitudes serão utilizadas; o sistema de aquecedor solar, que é basicamente a absorção da radiação solar, captando o calor do sol através das placas, armazenando no boiler e transferindo-o para a água que circula no interior de suas tubulações de cobre. A água aquecida será direcionada aos chuveiros dos vestiários de funcionários (figura 45).

Figura 45: (b) Esquema de distribuição do sistema de aquecedor solar

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Fonte: Arquivo pessoal, 2018


Figura 46: (a) Pontos de utilização do sistema fotovoltaico.

E o sistema fotovoltaico, onde será possível ter uma redução de 50% do consumo da energia/mês. Serão instaladas 42 placas solares, (anexo 3) o sistema funciona com a instalação das placas no telhado, onde a energia captada será transferida a um controlador de carga, seguindo para as baterias e posteriormente ao inversor, onde a energia é transformada de energia corrente continua, em energia corrente alternada, e finalmente chega aos aparelhos elétricos (figura 46).

Figura 46: (b) Esquema de distribuição do sistema fotovoltaico

Fonte: Arquivo pessoal, 2018

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8.3.4 Materiais e Recursos

Figura 48: (a) Elementos da cobertura do restaurante

Foi mantido mais de 50% das paredes existentes, demolindo apenas o necessário para melhor setorização do setor administrativo, e interior da futura loja, onde anteriormente era um banheiro inutilizado. Na construção das novas paredes, a maioria será de drywall, onde é usado um litro de água por m², reduzindo também o desperdício e resíduos da obra (figura 47). Figura 47: Planta construir X demolir.

Figura 48: (b) Vista superior do telhado do restaurante

Fonte: Arquivo pessoal, 2018

Além das paredes, a maior parte do telhado colonial também foi mantida, retirando uma área total de 110m², sendo que 59m² terá a substituição das telhas por um conjunto de vidro e madeira reaproveitada possibilitando a entrada de luz natural, e os 52m² restantes, dera lugar a uma parte do telhado verde, melhorando a conforto térmico e aumentando a área de captação de água da chuva. A parte posterior do telhado, onde inicialmente, de eternit, deu lugar a um amplo telhado verde onde serão instaladas as placas solares, totalizando uma área de 160m² (figura 48).

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Fonte: Arquivo pessoal, 2018


Priorizando os materiais locais, as madeiras utilizadas serão reaproveitas de barcos antigos, uma vez que os mesmos são jogados no mangue da cidade, ou até mesmo abandonados no estaleiro próximo ao mar (figura 49).

Figura 50: (a) Deck e parede do bar com madeira reaproveitada

Com essa madeira, será feito o deck externo, o teto do hall de entrada, e mobiliários como mesas, cadeiras e objetos para decoração (figura 50). Figura 49: Barcos abandonados em Guarapari -ES

Figura 50: (b) Hall de entrada com teto de madeira reaproveitada e vidros

Fonte: Arquivo pessoal, 2018

Fonte: Arquivo pessoal, 2018

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Além da madeira reaproveitada dos barcos, terão madeiras certificadas para a construção da parede do bar e balcão, e utilização do Bambu, material de alta resistência, proveniente da região do Caparaó, sudoeste do estado do Espírito santo, onde possui colheita sem agredir o ambiente. Estará presente na área do bar e no hall de entrada (figura 51). Figura 51: (a) Madeira certificada no balcão, vigas e parede. Divisória em bambu.

Foram utilizadas tintas ecológicas, que são sem materiais tóxicos ou derivados de petróleo e são feitas com matérias-primas naturais, além de não poluírem a natureza, não oferecem risco a saúde e controla a umidade da parede evitando fungos. Eco produtos também foram usados nos revestimentos. No salão de refeição o piso será de cimento queimado, que possui alto rendimento e durabilidade, além do custo reduzido (figura 52). Nas áreas úmidas, será utilizado o piso vinilico com mantas soldadas a quente, assim impermeabilizando-o (figura 53). Nos demais locais de menor fluxo, serão usados o porcelanato de 20% material reciclado (figura 54), e no hall da recepção, piso de bambu prensado (figura 55).

Figura 52: Cimento Queimado

Figura 53: Piso Vinilico

Figura 54: Porcelanato 20% material reciclado

Figura 51: (b) Bambu como elemento decorativo no hall de entrada.

Fonte: Terra Cor, 2018

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Fonte: Arquivo pessoal, 2018

Fonte: ACE, 2018

Fonte: Sustentarqui, 2018


Figura 56: (a) Deck de madeira com vista pra o mar.

8.3.5 Qualidade Ambiental Interna Para proporcionar um ambiente interno agradável aos usuários, foram exploradas aberturas para iluminação e ventilação naturais, além de conexão com o exterior em todo o salão de refeição, privilegiando a vista para a praia. Assim, aumentando a circulação de ar dentro da edificação (figura 56). Outras medidas adotadas foram à proibição de fumo internamente, uso de materiais de baixa emissão (como tinta ecológica) e uso da madeira, que é um material absorvente, melhorando os ruídos internos.

Figura 56: (b) Amplas aberturas possibilitando a contemplação da vista natural por todo o local.

Fonte: Arquivo pessoal, 2018

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8.3.6 Design Inovador Uma pesquisa foi feita através de visitas aos estaleiros e entrevistas com pescadores locais de Guarapari-ES , onde foi notado a carência para o descarte adequado dos barcos inutilizáveis. Através do resultado desse trabalho, chegou-se a inovação do projeto do restaurante, que visa melhorar o desempenho da edificação e priorização da natureza, para isso foi proposto à reutilização das madeiras utilizadas nos barcos abandonados, os mesmos se encontram no estaleiro e mangues da cidade. A madeira utilizada é a Garapa e com ela será feito o deck externo, hall de entrada, além da criação de mobiliários como mesas e objetos de decoração (figura 57). Figura 57: (a) Madeira reutilizada na construção do deck, e mobiliários.

Também será material de destaque, a utilização da Taboa, planta aquática, que da origem a materiais artesanais como puff, bolsas, luminárias entre outros (figua 58) feitos pelas artesãs na associação dos artesãos “Naboa” cidade de Anchieta-ES. O Núcleo de Artesanato em Taboa, ganhou prêmio da Unesco, pelo trabalho de “preservação ambiental, sustentabilidade e geração de renda.” Figura 58: Artesanatos feitos de Taboa

Fonte: Artesol,2018.

Fonte: SETUR-ES, 2018.

Fonte: Artesol,2018.

Os objetos, tanto em madeira como de taboa estarão disponíveis para venda no showroom integrado com a decoração dentro do restaurante (figura 59), e na loja localizada na entrada da edificação, onde turistas e usuários do local poderão encontrar os produtos (figura 60), valorizando artesãos locais e ajudando a natureza com a reutilização das matérias primas. Figura 59: Showroom integrado com o salão de refeição

Figura 57: (b) Mobiliários feitos da madeira dos barcos abandonados.

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Fonte: Arquivo pessoal, 2018

Fonte: Arquivo pessoal, 2018


Figura 60: (a) Loja na entrada do restaurante.

8.3.6 Prioridade Regional Juntamente com a utilização de materiais locais citados anteriormente, foi priorizada a grande diversidade cultural, mistura de costumes e tradições que o Espírito Santo possui. Dentre essas, esta a produção da panela de barro que é a maior representação do artesanato e da cultura capixaba, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), as mesmas serão utilizadas como decoração e para servir os alimentos. Destaca-se também o artesanato com conchas e escama de peixes devido a ampla costa do estado, os artesãos locais desenvolvem objetos decorativos como cortinas, molduras, entre outros. Todos esses itens serão utilizados e também vendidos no showroom e loja do restaurante, fornecendo renda e valorização do trabalho para os artesãos locais (figura 61).

Figura 60: (b) Fácil localização da loja, atraindo turistas e usuários do restaurante

Fonte: Arquivo pessoal, 2018

Figura 61: Interior da loja com produtos nacionais.

Fonte: Arquivo pessoal, 2018

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CAPITULO 9

CONSIDERAÇÕES FINAIS



9. CONSIDERAÇÕES FINAIS A sustentabilidade gera benefícios para os três pilares da sociedade; social, econômico e ambiental. Na arquitetura, a pratica sustentável favorece tanto a obra, tornando-a rentável, mais produtiva e econômica em longo prazo, como para a natureza, diminuindo resíduos e impactos ambientais. Dentro da arquitetura de interiores, a importância refere-se a garantir o bem estar do usuário, fazendo com que o ambiente de curta ou longa permanência se torne agradável, influenciando no rendimento do trabalho e do conforto do cliente.

As principais propostas giram em torno de garantir o bem estar dos usuários do restaurante, fazendo com que permaneçam por mais tempo, e dessa forma consumindo. Destacando, a reutilização das madeiras dos barcos nos mobiliários e revestimentos do local, e do artesanato feito em Taboa. Com isso, cria-se o diferencial da edificação com objetivo de atrair novos olhares, tanto dos turistas, moradores locais e de outros estabelecimentos, conseqüentemente influenciando os mesmos a utilizarem as práticas sustentáveis no dia a dia.

Através da pesquisa feita, foram analisados os certificados ambientais; BREEAM, Procel, AQUA e LEED com ênfase em espaços internos. Comparando-os, conclui-se que a certificação LEED é a mais completa, uma vez que abrange todos os itens de sustentabilidade necessários para uma edificação se tornar ecologicamente correta. Porém, a mesma é voltada para projetos do exterior, e necessita de ajustes para ser mais bem aplicada no Brasil, considerando clima e variáveis arquitetônicas da cultura local. Desta forma o objetivo desse trabalho foi elaborar um projeto de interiores sustentável, utilizando-se de um conjunto de critérios da metodologia LEED ID+C (Localização e transporte, Eficiência no uso da Água, Energia e Atmosfera, Materiais e Recursos, Qualidade Ambiental Interna, Design Inovador e Prioridade Regional), que é destinada a reforma de interiores comerciais. Visando atender a maior parte dos subitens exigidos, e tornar um restaurante já existente em um novo conceito na cidade de Guarapari- ES, as medidas adotadas foram: garantir o acesso com meios de transporte alternativos, aproveitamento da estrutura existente, utilização de materiais locais e madeiras reutilizadas, conforto ambiental através de da implantação do telhado verde e de grandes aberturas garantindo ventilação e iluminação natural, reutilização de água da chuva e energia solar, uso de materiais de baixa emissão, e priorização de produtores locais.

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CAPITULO 10

ANEXOS


10 ANEXOS

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Anexo 2: Armazenamento de água da chuva (ano)

Figura 63: Conta de energia do restaurante no Clube Siribeira.

A x I x P x D= A= área de captação I= índice pluviométrico anual P= potencial do telhado D= água descartada 360 x 1,08 x 0,88 x 0,90 = 30.792 litros/ano Anexo 3: Aquecimento solar – Quantidades de placas solares A simulação foi feita através do site “Neosolar” (figura 62). Figura 62: Cálculo de quantidade das placas solares

Fonte: Neosolar, 2018

Concluindo-se que com 83 módulos seria possível economia de praticamente 100% da energia, uma vez que essa quantidade supriria a demanda de 22.93 kWh, e atualmente é gasto 24.00 kWh, como se pode observar na conta de luz abaixo (figura 63). Foram implantados 42 módulos de placa solar, conseguindo atingir 50% de economia de energia. Fonte: EDP Escelsa, 2018

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CAPITULO 11

BIBLIOGRAFIA


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