Homofobia

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Sumário Introdução ........................................................................................................................ 3 Conceito ............................................................................................................................ 4 Lei contra Homofobia........................................................................................................5 Homofobia é crime? ......................................................................................................... 6 O que é LGBT? .................................................................................................................. 6 Homofobia patrocinada pelo Estado ...............................................................................10 Governos passados.......................................................................................................10 Governos atuais ...........................................................................................................10 Homofobia interiorizada ................................................................................................. 11 Homofobia social ............................................................................................................. 12 3 Formas simples de lidar com a homofobia................................................................... 14 1.

Defenda quem é, diga não à homofobia ............................................................... 14

2.

Explicar o mundo LGBT e a homofobia ............................................................... 14

3.

Reconsidere as pessoas que o rodeiam ................................................................ 14

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INTRODUÇÃO

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omofobia (homo, pseudoprefixo de homossexual, fobia do grego φόβος "medo", "aversão irreprimível") é uma série de atitudes e sentimentos negativos em relação à lésbicas, gays, bissexuais e, em alguns casos, contra transgêneros e pessoas intersexuais. As definições referem-se variavelmente a antipatia, desprezo, preconceito, aversão e medo irracional. A homofobia é observada como um comportamento crítico e hostil, assim como a discriminação e a violência com base em uma percepção de orientação não-heterossexual. Em um discurso de 1998, a autora, ativista e líder dos direitos civis, Coretta Scott King, declarou: "A homofobia é como o racismo, o anti-semitismo e outras formas de intolerância na medida em que procura desumanizar um grande grupo de pessoas, negar a sua humanidade, dignidade e personalidade." Em 1991, a Anistia Internacional passou a considerar a discriminação contra homossexuais uma violação aos direitos humanos. Entre as formas mais discutidas estão à homofobia institucionalizada (por exemplo, patrocinada por religiões ou pelo Estado), a lesbofobia, a homofobia como uma intersecção entre homofobia e sexismo contra as lésbicas, e a homofobia internalizada, uma forma de homofobia entre as pessoas que experimentam atração pelo mesmo sexo, independentemente de se identificarem como LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros). Com base em teorias como o darwinismo social, muitas pessoas acreditam que ser heterossexual é uma forma de estar mais desenvolvido do que seu semelhante que é homossexual, dessa forma, acreditando que pode o submeter a humilhações para fazer com que eles aprendam e evoluam de acordo com as regras impostas pela sociedade e pela religião.

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Conceito

Muitas vezes aqueles que guardam estes sentimentos não definiram completamente sua identidade sexual, gerando dúvidas e revolta, que são transferidas para aqueles que já definiram suas preferências sexuais. Etimologicamente, a palavra "homofobia" é composta por dois termos distintos: homo, o prefixo de homossexual; e o grego phobos, que significa "medo", "aversão" ou "fobia". O indivíduo que pratica a homofobia é chamado de homofóbico. A homofobia pode ter causas culturais e religiosas. Por exemplo, alguns católicos, protestantes, judeus, muçulmanos, e fundamentalistas assumem tendências homofóbicas. Apesar disso, mesmo entre estes grupos existem aqueles que defendem e apoiam os direitos dos homossexuais, lésbicas e simpatizantes. No entanto, em pleno século XXI, alguns países aplicam até mesmo pena de morte como condenação para quem é homossexual. Em muitos casos, a homofobia parte do próprio homossexual, porque ele está em um processo de negação de sua sexualidade e chega muitas vezes até a casar e constituir uma família, e pode até jamais assumir sua preferência. Alguns movimentos contra os homossexuais são realizados em código pelo mundo inteiro pelos preconceituosos, como assovios, cantos, e bater de palmas. A homofobia é considerada uma forma de intolerância, assim como o racismo, o antissemitismo e outras formas que negam a humanidade e dignidade a estas pessoas. Desde 1991, a Anistia Internacional, passou a considerar a discriminação contra os homossexuais uma violação aos direitos humanos. A Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece o dia 17 de maio como o Dia Internacional contra a Homofobia (International Day Against Homophobia), comemorando a exclusão da homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS).

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LEI CONTRA HOMOFOBIA

No Brasil, a união estável entre duas pessoas do mesmo sexo foi reconhecida legalmente pelo Supremo Tribunal Federal desde maio de 2011. Em certo sentido, essa decisão poderá ter aumentado as demonstrações de homofobia. Em 2013, o Conselho Nacional de Justiça - CNJ aprovou e regulamentou o casamento civil gay no Brasil. Atualmente, casais homossexuais possuem os mesmos direitos e deveres que um casal heterossexual no país, podendo se casar em qualquer cartório brasileiro, mudar o sobrenome e participação na herança do cônjuge. O cartório que se negar a realizar um casamento entre pessoas do mesmo sexo deverá ser punido. Os casais que já possuíam a união estável também podem alterar o status para casamento civil. O Projeto de Lei da Câmara nº 122/06 (também conhecido como PLC 122) visa alterar a lei 7.716, criminalizando a discriminação motivada unicamente na orientação sexual ou na identidade de gênero da pessoa discriminada. Se essa alteração for aprovada, a Lei do Racismo sofrerá uma alteração, passando a incluir esse tipo de discriminação no parâmetro legal de racismo, que nos dias de hoje contempla discriminação pela etnia, cor da pele, religião ou origem nacional.

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HOMOFOBIA É CRIME? Apesar de a Constituição Brasileira não citar especificamente a homofobia como um crime, o artigo 3º item IV indica que um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil é "promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação." Assim sendo, a homofobia pode ser contemplada como uma outra forma de discriminação, podendo ser classificada com um crime de ódio, podendo e devendo ser punida.

O QUE É LGBT?

LGBT é a sigla de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros, que são orientações sexuais, onde as pessoas tem uma escolha diferente do sexo designado no nascimento. LGBT é um movimento que luta pelos direitos dos seus membros, e principalmente contra a homofobia. 6


Inicialmente, o movimento era conhecido apenas por GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes), porém houve um grande crescimento e as pessoas começaram a se conhecer cada vez mais e assumir suas próprias escolhas, fazendo com que o movimento adquirisse outros tipos de orientações sexuais. Inclusive, o termo foi alterado de GLS para LGBT em uma Conferência Nacional, realizada em Brasília, no ano de 2008 O movimento LGBT carrega muito preconceito, e conotações pejorativas, principalmente pelas participações do grupo em paradas gays e etc., porém, o objetivo mesmo é conscientizar as pessoas das diferenças, e da importância do respeito entre elas. Além do mais, existem diversas ONGs (Organizações Não-Governamentais) que trabalham em prol do movimento LGBT, para conscientizar a população e também os próprios membros, em especial, em relação a doenças sexualmente transmissíveis, que é um grande problema.

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HOMOFOBIA PATROCINADA PELO ESTADO A homofobia estatal inclui a criminalização e a penalização da homossexualidade, discurso de ódio vindo de membros do governo e outras formas de discriminação, perseguição e violência contra pessoas LGBT. Em alguns momentos e locais chegou-se a condenar os homossexuais à pena de morte

Governos passados; Na China, o comportamento homossexual foi proibido em 1949. Quando Mao Tsé-Tung chegou ao poder, o governo chinês considerava a homossexualidade como uma "desgraça social ou uma forma de doença mental" e "durante a Revolução Cultural Chinesa (1966-1976), as pessoas que eram homossexuais enfrentaram seu pior período de perseguição na história da China." Apesar de não haver nenhuma lei na República Popular comunista contra a homossexualidade, "a polícia regularmente persegue gays e lésbicas." Outras leis foram usadas para julgar as pessoas homossexuais, em que elas eram "acusadas de vandalismo ou de perturbar a ordem pública. A União Soviética, sob o governo de Vladimir Lenin, descriminalizou a homossexualidade em 1922, muito antes de muitos outros países europeus. O Partido Comunista Russo efetivamente legalizou o aborto, o divórcio e a homossexualidade quando aboliu todas as velhas leis czaristas e o código soviético criminal inicial manteve essas políticas sexuais liberais no lugar. No entanto, algumas figuras de esquerda têm considerado a homossexualidade uma "doença burguesa", um movimento de direita ou uma "doença do Ocidente. A emancipação de Lenin foi revertida uma década mais tarde por Joseph Stalin e a homossexualidade permaneceu ilegal nos termos do artigo 121 até a era Yeltsin.

Governos atuais; O governo da Coreia do Norte condena o que chama de "cultura gay ocidental" como um vício causado pela decadência da sociedade capitalista e denuncia-a como a promoção do consumismo, classismo e da promiscuidade. Na Coreia do Norte, a "violação das regras da vida coletiva socialista" pode ser punida com até dois anos de prisão. No entanto, segundo o governo norte-coreano, "como um país que adotou a ciência e o racionalismo, a Coreia do Norte reconhece que muitas pessoas nascem com a homossexualidade como um traço genético e os trata com o devido respeito. Os homossexuais na Coreia do Norte nunca foram objeto de repressão, como em muitos regimes capitalistas ao redor do mundo." Robert Mugabe, o líder do Zimbábue, tem travado uma campanha violenta contra pessoas homossexuais, argumentando que antes da colonização, os zimbabuanos não se envolviam em atos homossexuais. Sua primeira grande condenação pública da homossexualidade aconteceu em agosto de 1995, durante a Feira Internacional do Livro do Zimbábue. Ele disse em uma audiência: "Se você vir pessoas desfilando como lésbicas e gays, deve-se prendê-los e entregá-los à polícia! “Em setembro de 1995, o parlamento do Zimbábue introduziu uma legislação proibindo atos homossexuais. Em 1997, um tribunal considerou Canaan Banana, predecessor de Mugabe e o primeiro presidente do Zimbábue, culpado de 11 acusações, de sodomia a indecência.

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HOMOFOBIA INTERIORIZADA Homofobia interiorizada (ou homofobia egodistônica) refere-se ao sentimento negativo em relação a si mesmo por causa da homossexualidade. Este termo tem sido criticado porque manter atitudes negativas não envolve, necessariamente, uma fobia e p "estigma internalizado" é às vezes usado como alternativa. A orientação sexual egodistônica causa um grave desconforto com a desaprovação de sua própria orientação sexual. Tal situação pode causar extrema repressão dos desejos homossexuais. Em outros casos, uma luta consciente interna pode ocorrer por algum tempo, muitas vezes usando crenças religiosas ou sociais profundamente arraigadas contra um forte desejo sexual e emocional. Essa discordância muitas vezes provoca a depressão clínica, sendo a taxa de suicídio muito elevada entre os adolescentes gays (até 30% das tentativas de suicídios de jovens nãoheterossexuais) tem sido atribuída a esse fenômeno. A psicoterapia, como a psicoterapia afirmativa gay, e a participação em grupos de minorias sexuais, podem ajudar a resolver o conflito interno entre as identidades religiosa e sexual de uma pessoa. O rótulo da homofobia internalizada é às vezes aplicado a comportamentos conscientes ou inconscientes, quando um observador sente a necessidade de promover ou estar de acordo com as expectativas da heteronormatividade ou do heterossexismo. Isso pode incluir extrema repressão e negação juntamente com comportamento forçado heteronormativo, com o propósito de aparecer ou tentar se sentir "normal" ou "aceito". Isso também pode incluir um comportamento menos evidente, como fazer suposições sobre o sexo do parceiro romântico de uma pessoa ou dos papéis sobre gênero. Alguns também aplicam este rótulo à pessoas LGBT que apoiam políticas de "compromisso", como as que acreditam que a união civil é uma alternativa aceitável para o casamento homossexual. Alguns argumentam que a maioria das pessoas que são homofóbicas têm algum sentimento reprimido quanto a sua própria homossexualidade. Em 1996, um estudo controlado com 64 homens heterossexuais (cujo metade alegou ser homofóbico), realizado pela Universidade da Geórgia, descobriu que homens que eram classificados como homofóbicos (medido pelo Índice de Homofobia) eram consideravelmente mais propensos a ter respostas mais eréteis quando expostos à imagens homoeróticas que os homens nãohomofóbicos.

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HOMOFOBIA SOCIAL O medo de ser identificado como gay pode ser considerado como uma forma de homofobia social. Teóricos, incluindo Calvin Thomas e Judith Butler, têm sugerido que a homofobia pode ser enraizada no medo que um indivíduo tem de ser identificado como gay. A homofobia nos homens está relacionada com a insegurança sobre a sua própria masculinidade. Por este motivo, a homofobia é muito presente em esportes e na subcultura de seus partidários, que são considerados estereótipicamente "machos", como o futebol ou o rugby. Estes teóricos têm argumentado que uma pessoa que expressa pensamentos e sentimentos homofóbicos não tão o faz somente para comunicar suas crenças sobre a classe de pessoas homossexuais, mas também para distanciar-se desta classe e de seu status social. Assim, distanciando-se de gays, eles estão reafirmando o seu papel como um heterossexual em uma cultura heteronormativa, assim, tentando impedir que o rotulem e o tratem como uma pessoa gay. Esta interpretação faz alusão à ideia de que uma pessoa pode postular oposição violenta ao "outro" como um meio de estabelecer sua própria identidade como parte da maioria e assim ganhando a validação social. Nancy J. Chodorow afirma que a homofobia pode ser vista como um método de proteção da masculinidade do sexo masculino. Várias teorias psicanalíticas explicam a homofobia como uma ameaça para um indivíduo com impulsos em relação a pessoas do mesmo sexo, se esses impulsos são iminentes ou meramente hipotéticos. Esta ameaça inicia a formação da repressão, negação ou reação

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LOVE IS LOVE

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3 FORMAS SIMPLES DE LIDAR COM A HOMOFOBIA

O mundo LGBT é ainda frequentemente vítima de homofobia, olhares desconfiados, olhares de repulsa ou até mesmo violência. A homofobia pode estar em qualquer lado e em qualquer pessoa, está na professora, no colega de trabalho, no estranho do café e infelizmente, até pode estar na família. Não podemos eliminar a homofobia, pois esta terá que desaparecer por si, quando a sociedade crescer e perceber que não podem existir estas convenções antigas, mas podemos e devemos aprender a lidar com a homofobia. Podem não existir formas perfeitas mas existem maneiras de tornar a vida mais fácil. Conheça 3 formas simples de lidar com a homofobia alheia e não prejudique a sua felicidade enquanto LGBT.

1. Defenda quem é, diga não à homofobia

Temos que admitir que no mundo LGBT, por vezes é mais fácil fugir do que lutar, é mais simples fingir que se é heterossexual em vez de admitir a homossexualidade, no entanto, esta atitude não o vai ajudar. Mais cedo ou mais tarde alguém vai descobrir, portanto a melhor solução é assumir de imediato a sua homossexualidade e lutar pelos seus direitos. A homofobia existe apenas porque a comunidade LGBT tem sido recriminada ao longo da história, aumento assim o culto de que somos “diferentes”. Ao defender com orgulho o mundo LGBT, está a contribuir para que, cada vez mais, este seja visto como “normal”, deixando assim de existir justificação para a homofobia. 2. Explicar o mundo LGBT e a homofobia

Não tenha dúvidas que muitas pessoas são homofóbicas porque não compreendem o mundo LGBT, não percebem que amamos da mesma forma que um heterossexual. Ao explicar ao mundo como se sente um homossexual num mundo tão critico, vai ajudar a combater a homofobia, pois cada vez mais as pessoas vão interiorizar a ideia, aceitando-a depois, ainda que a longo prazo. Apesar de ser um processo demorado, este tem que ser feito de uma forma contínua, pois só assim poderá acabar com a homofobia que tanto incomoda o mundo LGBT. 3. Reconsidere as pessoas que o rodeiam Pode não ter perfil para lutar contra a homofobia enfrentando a de frente, e não tem mal nenhum nisso! Nem sempre é fácil lidar com a discriminação e nem todos nós reagimos da mesma forma quando somos alvo de críticas injustas. Se não quer lutar, então afaste-se das pessoas que o magoam. A homofobia está a diminuir cada vez mais e não é obrigado a sujeitarse a insultos ou discriminações. Se em determinado local sabe que é alvo de homofobia, então deixe de o frequentar. Ignore as pessoas que o magoam e volte-se para aqueles que são verdadeiramente seus amigos e o compreendem, mesmo que não sejam LGBT. O mais importante é saber lidar com a homofobia, ou seja, não se deixar abater por aquilo que sabe estar incorreto! A homofobia não é nada mais do que um sinal de ignorância e você não se deve deixar afetar.

“Tenha orgulho de si, pois tem motivos para isso… encontre alguém que o mereça e seja feliz!’ 14


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