LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O M E D I A L A B L A PA : R E A B I L I TA Ç Ã O D E PAT R I M Ô N I O I N D U S T R I A L N A O R L A F E R R OV I Á R I A C O M O I N D U T O R E S D E R E Q U A L I F I C A Ç Ã O U R B A N A JACIENE BASTOS DE OLIVEIRA
LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O M E D I A L A B L A PA : R E A B I L I TA Ç Ã O D E PAT R I M Ô N I O I N D U S T R I A L N A O R L A F E R R OV I Á R I A C O M O I N D U TO R E S D E R E Q UA L I F I C A Ç Ã O U R BA N A UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO TFG II NOVEMBRO DE 2016 ALUNA: JACIENE B. DE OLIVEIRA | RA 2012 13050 ORIENTADOR : LEONARDO C. S. SHIEH
Desde já, dedico este trabalho à todos os amigos de longa data e aos novos encontrados nesta jornada da graduação, por dividir a felicidade de cada conquista e a motivação tão necessária nos momentos de superação. Ao meu orientador e aos demais profissionais de dentro e de fora da sala de aula, que pacientemente compartilharam seu conhecimento e experiência, queridos mestres, que espero poder honrar no exercício desta profissão. Por último, mas não menos importantes, dedico este trabalho aos meus pais pelo apoio e compreensão incondicional nos bons e maus momentos, sem os quais nada disso seria possível.
''Onde não há nada, tudo é possível; onde há arquitetura, nada mais é possível.'' ( KOOLHAAS , Rem 1995 )
SUMÁRIO
1.0 INTRODUÇÃO 2. 0 A CONSTRUÇÃO DO TERRITÓRIO
2.1 FERROVIA, INDUSTRIALIZAÇÃO E URBANIZAÇÃO 2.2 TRANSPORTE SOBRE PNEUS E A DESINDUSTRIALIZAÇÃO
3. 0 APROXIMAÇÃO DO LUGAR
3.1 O CASO DE DESENVOLVIMENTO DA LAPA 3.2 O CENÁRIO ATUAL 3.3 PLANOS E PROJETOS PARA A REGIÃO
4 0 MEDIA LAB REFERÊNCIAS
4.1 ARTE, LINGUAGEM E FABRICAÇÃO DIGITAL: CONCEITOS 4.2 REFERÊNCIAS PROGRAMÁTICAS 4.3 REFERÊNCIA DE INTERVENÇÃO
5 0 MEMÓRIA E PATRIMÔNIO INDUSTRIAL : O PROJETO 5.1 A ANTIGA INDÚSTRIA MARTINS FERREIRA 5.2 A INTERVENÇÃO: MEDIALAB LAPA
8 11
11 13
19
19 25 30
37
37 41 48
53
53 61
6. 0 BIBLIOGRAFIA
88
7. 0 LISTA DE FIGURAS
92
APÊNDICES
96
[ FIGURA 01] ANTIGA INDÚSTRIA METALÚRGICA MARTINS FERREIRA (fonte: acervo próprio)
1.0 INTRODUÇÃO O trabalho a ser apresentado tem como tema a reabilitação de patrimônio industrial na orla ferroviária como indutores de requalificação urbana no bairro da Lapa. Como conclusão, pretende-se estudar a possível articulação do patrimônio remanescente com a hipótese de rebaixamento da ferrovia para implantação de um parque linear na superfície, como forma de reunificar o território atualmente fragmentado pela ferrovia; proposta colocada em discussão para a área no Plano Arco Tietê e que aqui foi investigada por meio de desenhos e montagens fotográficas dos possíveis cenários de transformação. Pretende-se com o desenvolvimento da pesquisa entender como se deu o processo de ocupação da orla ferroviária pelas indústrias e a população operária, sua posterior saída dessas áreas e as consequências disto na produção do espaço com urbanização consolidada. A priori, busca-se a relação entre: as transformações no modo de desenvolvimento econômico em São Paulo e os agentes na crescente perda do patrimônio industrial. O método para desenvolvimento da pesquisa é o de levantamento histórico por meio de fontes tais como livros, teses e artigos científicos voltados as questões da industrialização e urbanização; e como forma embasar a questão dos cenários investigados a questão da transposição de barreiras urbanas e do planejamento urbano com conservação integrada também é incluída.
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2. A CONSTRUÇÃO DO T E R R I T Ó R I O
2. 0 A CONSTRUÇÃO DO TERRITÓRIO 2.1 FERROVIA, INDUSTRIALIZAÇÃO E URBANIZAÇÃO Implantado em área de várzea, território identificado segundo FRANCO (2005)1 como estruturante das relações metropolitanas de uso e ocupação do solo, o sistema de transporte sobre trilhos foi estrategicamente localizado nos terrenos desocupados junto aos rios, onde posteriormente também se implantou o sistema viário estrutural do município. Inicialmente área de chácaras com agricultura de subsistência, o modelo de produção se desenvolveu e se tornou agroexportador, exigindo com isto novos serviços de suporte à atividade; principalmente quanto a estocagem, transporte e comercialização, facilitados pela implantação da ferrovia da São Paulo Railway em 1867. Ainda segundo FRANCO; fruto de capital nacional e internacional a ferrovia foi uma importante indutora do desenvolvimento urbano em São Paulo no século XIX, a qual também impulsionou 1 FRANCO, Fernando de Mello. A construção do caminho - A estruturação da metrópole pela conformação técnica das várzeas e planícies fluviais da bacia de São Paulo . Tese de doutorado, FAU-USP, 2005.
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a industrialização e consequentemente a economia. A lógica que orientou a ocupação do território foi simples: num primeiro momento a produção agrícola teve necessidade de escoamento da produção rumo ao porto de Santos pela ferrovia; depois dela a indústria teve igualmente necessidade de escoamento de matéria-prima e produtos, mas acrescentou-se à isto o fato de que além do espaço ocupado pela indústria propriamente dita, havia também necessidade de terreno para construção de moradias para mão-de-obra operária. Com isto, foram sendo ocupadas grandes áreas que por si só já foram configurando vilas e até mesmo bairros inteiros, como foi o caso da Lapa , Barra Funda, Pari e o Brás. Com o passar do tempo e desenvolvimento da atividade industrial surgiram novas demandas, entre elas a de energia elétrica, investimento fundamental e que tal como a ferrovia (investimento inglês), contou com apoio de capital estrangeiro. ‘‘No início do século XX, a empresa de capital canadense São Paulo Tramway Light and Power Company Limited elaborou um projeto de envergadura para a região, o qual determinou a transformação radical do sistema hídrico da
bacia, efetivando inclusive a reversão do curso do Rio Pinheiros, obra de profundo impacto no meio ambiente. Como o próprio nome indica, os propósitos iniciais da Light centravamse na geração e distribuição de energia para a cidade e para o sistema de bondes elétricos, sob sua gestão. O abastecimento da produção industrial, já crescente no período, alavancou os negócios da Light, propiciando o desenvolvimento da produção fabril, extremamente dependente de energia para o seu crescimento. Sem a consolidação da matriz energética baseada no aproveitamento hidrelétrico seria muito difícil sustentar a expansão do parque fabril que até hoje diferencia São Paulo como uma metrópole industrial.[...]''2
[ FIGURA 02] Etapas da urbanização em SP
[ FIGURA 03 ] Fragmento do Mapa de localização das indústrias em 1914
principais agentes da urbanização e da super valorização de cerca de 37% 3 da mancha urbana de São Paulo em 1911, os bairros jardins inspirados nos desenhos do urbanista Ebenezer Howard, com estratégias de sucesso na Europa e que foram importadas para o Brasil. Em suma, houve uma relação de causa e consequência onde um fato esteve diretamente ligado ao outro: a ferrovia atraiu as indústrias e estas por sua vez acabaram por trazer a infraestrutura que consolidou a urbanização do território acompanhando seu traçado, e se aglomerando em torno das estações que foram sendo implantadas.
Nesta mesma época teriam começado também as atividades da Cia. City em São Paulo (fundada por investidores ingleses e franceses em 1911), responsável pelos loteamentos dos sinuosos bairros jardins que se destacaram em meio a malha predominantemente reticulada do município. Pode-se dizer que juntas a Light e a Cia. City foram os 2
FRANCO pg.11
³ GUIA DO ESTUDANTE - A importação do modelo urbano britânico: as cidades-jardins.
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2.2 TRANSPORTE SOBRE PNEUS E A DESINDUSTRIALIZAÇÃO O início da difusão do automóvel,e concomitantemente do sistema rodoviário composto pelo plano de avenidas de Prestes Maia (desenvolvido na década de 30) implantado na década de 60 deu um novo norte para a instalação das indústrias, agora as margens das rodovias. A princípio o sistema de transporte sobre pneus surgiu como um complemento ao sistema ferroviário, mas foi possível ir além dele e alcançar áreas que não foram atendidas pelos trilhos devido as questões de relevo. Acompanhando as rodovias se inaugurou um novo tipo de urbanização, mais descontínua e de baixa densidade 4 . Aliado ao sistema rodoviário foram criadas políticas de industrialização regional na década de 90, que induziram as empresas a se deslocarem para fora das grandes metrópoles, atraídas por menores custos de produção; o que em alguns casos chegou até a separar o lugar da gestão do lugar de produção; o chamado processo de reestruturação produtiva. O termo adotado para designar essas áreas no interior da região metropolitana onde a atividade industrial era predominante e foi substituída por outras atividades é 4
FRANCO pg.151
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[ FIGURA 4 ] Esquema de vias radias em São Paulo
''desindustrialização'' 5. Com a saída das indústrias, seus edifícios ficaram subutilizados (como estacionamentos, depósitos e etc) ou até mesmo completamente ociosos, caindo em deterioração se desvalorizaram e desvalorizaram seu entorno, mesmo sendo estes bem localizados em relação à infraestrutura urbana. Foi neste contexto que antigas áreas de ocupação fabril acabaram por se tornar reservas da especulação imobiliária, que aguarda a valorização do entorno (em geral pela iniciativa pública) para demolir as antigas construções industriais e em seu lugar construir grandes condomínios residenciais isolados do contexto urbano por altos muros. Lapa, Barra Funda, Brás, Mooca, Vila Prudente entre outros, são exemplos de áreas que vem enfrentando este processo.
[ FIGURA 5 ] Fragmento do Mapa de localização das indústrias em 1914
5 PADUA, Rafael Faleiros de. Desindustrialização e reestruturação do espaço em São Paulo. Tese de doutorado em Geografia Humana. USP
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1
2 LAPA
3
4 ÁGUA BRANCA
5
7 6 BARRA FUNDA
STA. CECÍLIA
LUZ
8 PARI
BRÁS
[ FIGURA 06]
9 10 11
MOOCA
12
EXEMPLOS DE PATRIMÔNIO INDUSTRIAL E FERROVIÁRIO REMANESCENTES AO LONGO DA FERROVIA NO TRECHO LAPA-MOOCA
1.[ FIGURA 7 ] Pátio ferroviário da S.P.R.
5. [ FIGURA 11 ] Casa das Caldeiras
9. [ FIGURA 15 ] Antiga fábrica da antártica (2007)
2.[ FIGURA 8 ] Antiga metalúrgica Martins ferreira em (2016)
6. [ FIGURA 12 ] Moinho Central (entre o trilhos)
10. [ FIGURA 16 ] Galpões ferroviários da REFSA (2007)
3.[ FIGURA 9 ] Estação Ciência (antiga tecelagem)
7.[ FIGURA 13 ] Antiga Fábrica da Ford
11. [ FIGURA 17 ] Moinhos Gamba (2008)
4.[ FIGURA 10 ] Vidraria Santa Marina (2008)
8. [ FIGURA 14 ] Galpões Industriais na região do Pari
12. [ FIGURA 18 ] Galpões antiga Indústria Vanorden (2007)
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3. APROXIMAÇÃO DO L U G A R
3. 0 APROXIMAÇÃO DO LUGAR
3.1 O CASO DE DESENVOLVIMENTO DA LAPA Segundo dados do Departamento do Patrimônio Histórico de São Paulo, a região da Lapa tem sua origem no início do povoamento da então São Paulo de Piratininga em 1561, região onde se estabeleceu uma sesmaria dos jesuítas junto ao rio Emboaçava (posteriormente denominado como Pinheiros), a qual conservou durante muito tempo uma população incipiente e dispersa na região que hoje se conhece como a ''Lapa de baixo'', área mais próxima ao rio, onde se instalaram pequenas olarias e atividades agrícolas locais, como destacado pelo DPH no fragmento do texto:
N
[ FIGURA 19 ]
'' As margens dos rios da cidade de São Paulo sempre foram áreas procuradas para povoamento, não só pela fertilidade das terras, abundância de água, alimento e meio de transporte, como também para a extração do barro, matéria prima utilizada pelas olarias. [...]'' 6
A implantação da ferrovia da S.P.R. (São Paulo Railway) em 1867, meio pelo qual ocorria o escoamento da produção do café entre as lavouras no interior do estado e o porto de Santos, e da ferrovia A.E.F Sorocabana em 1875; foram marcos para o desenvolvimento do território que atravessou, e na Lapa
6
20 | LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
Livro ''Lapa- Evolução histórica'' pg.11.
N
[ FIGURA 20 ]
54ACIMA MAPAS DA EVOLUÇÃO URBANA DA REGIÃO ENTRE 1905 E 1924. Á DIREITA IMAGENS DAS OFICINAS DA S.P.R NA DÉCADA DE 20
[ FIGURA 21 ]
[ FIGURA 22 ]
[ FIGURA 23 ]
isso não foi diferente, pois aumentou significativamente a ocupação urbana na orla dos trilhos. Em 1898, devido ao aumento das atividades da estrada de ferro, e por consequência do alto consumo de água para as caldeiras, foi transferida do bairro da Luz para a Lapa o complexo de oficinas da S.P.R., devido à sua localização próxima ao rio Tietê. Com a chegada do pátio de oficinas, houve um novo incremento populacional, agora dos operários ingleses da ferrovia que passaram a residir no bairro; período em que a ocupação se expandiu para além do núcleo inicial na Lapa de baixo em direção as áreas mais altas ao oeste, loteadas pela Cia. City. No ano seguinte, 1899, é por fim construída a estação de trens da Lapa (a última da linha Santos-Jundiaí à ser construída em São Paulo) e em torno dela se desenvolveu o centro da vida política e social do bairro. Entre o final do século XIX e 1930, a ferrovia se configurou como um grande eixo onde se instalaram indústrias dos mais diversos segmentos, atraídas pelos terrenos planos e preços reduzidos dessas áreas alagáveis
da várzea do rio, mas que ofereciam a vantagem de se poder utilizar a ferrovia como meio de transporte para matéria-prima e produtos. ''[...] Em São Paulo - que concentrou a maioria das indústrias - os estabelecimentos fabris se espalhariam por diversas regiões, acompanhando geralmente, o traçado da ferrovia: Ipiranga, Mooca, Cambuci, Brás, Pari, Barra Funda, Água Branca, Lapa e etc. Na Lapa, a partir dos últimos anos do século passado, começam a instalar-se algumas indústrias, que se multiplicariam nas três décadas seguintes (até 1930). Em 1896, é fundada a Cia. Vidraria Santa Marina; em 1900 começam a funcionar as Oficinas da S.P.R.; depois implantam-se a Cia. Mecânica Importadora (fabricante de tubos e outros produtos de cerâmica), o curtume, a Martins Ferreira (na década de 10, fabricando produtos de metalurgia), a fábrica de Tecidos e bordados da Lapa (1913), a fábrica de louças Santa Catarina (1912), a Fundição Progresso (1916), a Fundição Mecânica F. Bonaldi e Cia. (1918), a Fiat Lux, a Cia. Melhoramentos, o Frigorífico Albion (1922) , a fábrica de enxadas e implementos agrícolas Tupy (1923), as serrarias entre as estações Água Branca e Lapa (como a Lameirão), além de outras.[...]'' 7 7
Idem pg.32 LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
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[ FIGURA 25 ]
[ FIGURA 24 ]
5IMAGENS DA INDÚSTRIA MARTINS FERREIRA EM 1918 E DA PRIMEIRA ESTAÇÃO DA LAPA JÁ EM 1948
22 | LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
[ FIGURA 26 ]
Chácaras e propriedades rurais da região foram sendo transformadas em grandes loteamentos, visando a crescente população operária e de imigrantes atraídos pelas indústrias; num processo onde a lógica produtiva orientou o desenho do espaço, que foi pouco à pouco ganhando feições urbanas. Esse período de grandes transformações e desenvolvimento da industrialização segundo LANGENBUCH (1971)8 foi denominado como primeira fase da industrialização em São Paulo, marcada pelos bens de consumo não duráveis tais como bebidas, produtos alimentícios, têxteis e etc. Essas áreas sofreram o impacto da mudança no modo de produção econômica e o aumento de investimentos no setor rodoviário entre 1970-80, o que fez com que as indústrias se desvinculassem da orla ferroviária para se instalar fora dos grandes núcleos urbanos. Em outras situações, muitas indústrias foram naturalmente com o tempo perdendo espaço para o setor terciário de comércio e serviços, o que fez com que muitas delas entrassem em crise e encerrassem suas atividades, deixando em estado de abandono seus grandes galpões e armazéns; situação enfrentada na Lapa. A orla dos trilhos, antes tão dinâmica pela atividade fabril; foi ficando vazia de função, ociosa e caindo em ruínas, num território que se fortaleceu com a atividade de comércio popular. No final da década de 50, a concorrente da S.P.R. a A.E.F Sorocabana (conexão entre Mairinque-Santos) construiu uma segunda estação Lapa à 500 metros de distância da primeira, fortalecendo a ruptura entre os dois lados dos trilhos. 8
LANGENBUCH, J.R. A estruturação da grande São Paulo: estudo de geografia urbana. Rio Janeiro: IBGE, 1971.
[ FIGURA 27 ] VISTA DA REGIÃO DA LAPA DE BAIXO EM DIREÇÃO AS OFICINAS DA S.P.R . FOTO DE 1974, QUANDO COMEÇA O PROCESSO DE DESINDUSTRIALIZAÇÃO
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ANÁLISE DA EVOLUÇÃO URBANA DA REGIÃO ENTRE 1930 E 2004
1930
1954
[ Fonte do mapa base: SARA Brasil ]
[ Fonte da imagem base: MAPA DIGITAL DA CIDADE ]
Destaca-se neste mapa a presença dos meandros do rio Tietê (na época ainda intocados) e a ocupação urbana concentrada sobretudo junto a ferrovia. O sistema viário ainda se mostra marcado por vias de caráter local e algumas estradas que posteriormente viriam a ser estruturais 24 | LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
Já neste período o rio aparece retificado e a ocupação urbana avança em direção as várzeas alagáveis antes ocupadas pelos meandros, onde ao norte se instalam sobretudo indústrias que utilizavam o rio no seu processo produtivo
Rios e córregos + APP Linha 7- CPTM Linha 8 - CPTM Viário estrutural N
1972 [ Fonte do mapa base: GEGRAN ]
Neste mapa nota-se que a ocupação do território já se mostra muito mais desenvolvida sendo possível também observar a conclusão da retificação do rio Tietê e a ocupação de suas margens com a construção das vias expressas
2004
[ Fonte do mapa base: MAPA DIGITAL DA CIDADE ]
Com urbanização já consolidada a leitura do mapa permite observar a ocupação total das várzeas do rio Tietê e a mudança do seu traçado (com sobreposição do que era em 1930 sobre o atual). Nota-se também a diferença existente na malha urbana nos dois lados da ferrovia; onde ao norte temse grandes lotes de ocupação industrial: o viário é descontínuo e concentrade antigas moradias operárias; enquanto ao sul : têm-se quadras menores com usos diversificados LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
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3.2 O CENÁRIO ATUAL
[ FIGURA 28]
[ FIGURA 01]
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[ FIGURA 29]
5IMAGENS DE LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO REALIZADO EM CAMPO. VISTA À PARTIR DA PASSARELA DE PEDESTRES DA CPTM.
A Lapa vista do nível do pedestre torna ainda mais nítido o contraste entre os dois lados do bairro, que tem a ferrovia como um ponto de interrupção de atividades e usos. Na imagem acima, a vista da esquerda mostra o lado onde a vida urbana se mostra de forma mais dinâmica; onde há intenso tráfego de veículos e circulação de pessoas diariamente, principalmente por este lado apresentar concentração espacial de importantes equipamentos urbanos (tais como o mercado municipal, o terminal de ônibus, o projeto educativo da USP ''estação ciências'', a Subprefeitura, o espaço cultural Tendal da Lapa , shopping center e uma unidade do Poupatempo) e sobretudo pela presença das ruas de comércio popular; em suma um lugar onde tudo acontece. Já à direita da imagem, estão localizadas as residências e as grandes quadras com galpões remanescentes do período industrial. A não ser no trecho imediato à saída da estação da CPTM onde existe movimentação de pessoas, as ruas silenciosas deste lado dos trilhos servem como estacionamento de veículos e a presença de pedestres se apresenta de forma muito esporádica, tal como o tráfego de veículos que é predominantemente de ônibus que seguem em direção ao terminal de ônibus da estação.
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MARCOS DA PAISAGEM TERMINAL DE ÔNIBUS + ESTAÇÃO LAPA LINHA 8 RIO
Ê
TIET
LAPA DE BAIXO
ESTAÇÃO LAPA LINHA 7
POUPATEMPO
MERCADO MUNICIPAL DA LAPA
TENDAL DA LAPA
ANTIGA INDÚSTRIA MARTINS FERREIRA
SHOPPING CENTER LINHA 7 (CPTM) (ANTIGA FERROVIA SANTOS-JUNDIAÍ) ESTAÇÃO CIÊNCIAS PÁTIO DE OFICINAS DA CPTM
LINHA 8 (CPTM) (ANTIGA FERROVIA SOROCABANA)
LAPA DE CIMA
[ FIGURA 30]
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SÍNTESE DA DINÂMICA URBANA DA LAPA DE BAIXO x A LAPA DE CIMA
PRÉ-ESCOLA INFANTIL
ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL
ÁREA RESIDENCIAL
ENTORNO DA ESTAÇÃO
( USOS DO SOLO POR PREDOMINÂNCIA DE QUADRA)
INDUSTRIAL COMÉRCIO E SERVIÇOS RESIDENCIAL ARMAZÉNS E GALPÕES INDUSTRIAIS EQUIPAMENTO PÚBLICO ÁREAS VERDES PÚBLICAS
35IMAGENS DE LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO E DIAGRAMAS DA AUTORA.
PRINCIPAL RUA DE COMÉRCIO
MERCADO MUNICIPAL
FERROVIA
FLUXO DE PEDESTRES E CARROS
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VERTICALIZAÇÃO E OCUPAÇÕ DAS QUADRAS
GABARITO 1 à 2 PAVIMENTOS 3`a 4 PAVIMENTOS 10 PAVIMENTOS OU MAIS
Bastante horizontalizada em termos de gabarito, a região da Lapa apresenta baixa densidade populacional, mas em contrapartida, possui uma alta concentração de oportunidades de empregos, sobretudo no setor terciário (comércio e serviços) que a caracterizam como polo regional. Apesar de bem servida de infraestrutura de transporte, equipamentos urbanos e proximidade com bons acessos viários (a marginal Tietê, a Anhaguera e a Bandeirantes) fica visível nos mapas a ocupação próxima a 100% dos lotes e a falta de áreas verdes tanto para questões de drenagem quanto para o lazer público de quem mora ou trabalha na região; enquanto observa-se também que existem grandes áreas subutilizadas como galpões (ver diagrama de uso do solo pg.28 ) principalmente na grande gleba que vem sendo utilizada como pátio ferroviário da CPTM desde o final do século XIX.
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3.3 PLANOS E PROJETOS PARA A REGIÃO PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO E PLANO REGIONAL O distrito da Lapa tem toda sua orla ferroviária dentro do perímetro definido no plano diretor como macroárea de estruturação metropolitana, área que segundo texto da lei possui papel estratégico na reestruturação de São Paulo por estarem localizados nela os principais eixos que articulam polos e municípios da região Metropolitana; além disso, as mudanças que sofreu nos padrões de uso e ocupação do solo dão à área grande potencial de transformação. Conforme o PDE, a macroárea de estruturação metropolitana ainda se divide em 3 setores, sendo que a região da Lapa se encontra no setor da orla ferroviária e fluvial, área onde se pretende sobretudo transformações para o melhor aproveitamento da terra urbana por meio de aumento da densidade construtiva e demográfica associadas com a implantação de atividades econômicas de abrangência metropolitana potencializando vocações existentes. O plano diretor ainda acrescenta que essas transformações devem garantir a proteção do patrimônio arquitetônico e cultural, em especial o ferroviário e industrial. Atualmente, após a revisão do plano diretor estratégico (2014) e da lei de uso e ocupação do solo, o zoneamento do município (2016) não há planos regionais definidos para as subprefeituras, pois estes se encontram em processo de revisão para atuarem em conformidade com a nova legislação.
[ FIGURA 31 ] PLANO DE VIABILIDADE ARCO TIÊTE
LAPA
[ FIGURA 32 ] SETORES DA MACROÁREA DE ESTRUTURAÇÃO
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OPERAÇÃO URBANA LAPA-BRÁS E O PLANO ARCO TIETÊ Na gestão do então prefeito Gilberto Kassab em 2010, foi divulgado termo de referência para uma nova operação urbana denominada Lapa-Brás, com perímetro que abrangia também as OUC's Àgua Branca e Mooca Vila Carioca (atual operação urbana Bairros do Tamanduateí). A principal diretriz da proposta era a demolição do elevado Costa e Silva (o minhocão), que seria possibilitada pelo rebaixamento da ferrovia num trecho de 12 km entre a Lapa e o Brás, para construção de vias parques em sua superfície, absorvendo com isto o tráfego de veículos do elevado; sendo que todo o financiamento para as obras viriam da venda dos Certificados de Potencial Construtivo (CEPAC's). Ainda neste período a CPTM chegou a desenvolver e divulgar alguns estudos em seu ''Plano Diretor de Inserção Urbana 20092010'' demonstrando intervenções na área, as quais incluíriam entre outras coisas, a verticalização ao longo do eixo ferroviário para uso misto residencial/comércio e de prestação de serviços, replicados também no atual pátio de oficinas e manobras da Lapa, que aparece loteado nas imagens (figuras 36 e 37). Contudo, segundo informações noticiadas pelo jornal ''O Estado de São Paulo'' a OUC não foi levada à diante por falta de consórcios interessados no desenvolvimento do projeto e seus estudos de 32 | LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
[ FIGURA 33 ] PERÍMETRO DA OPERAÇÃO E SETORES DA OUC LAPA-BRÁS
[ FIGURA 34 ] TRECHO DE INTERVENÇÃO NA FERROVIA E LOCALIZAÇÃO DO MINHOCÃO
viabilidade, cujo o único consórcio interessado (grupo formado pela multinacional CNEC-Worley Parsons e a americana Aecom, também responsável por intervenções no projeto Nova Luz) foi desclassificado em 2012 por não atingir pontuação mínima em uma das etapas do processo de licitação. Com isto, até 2013 a região seguiu sem nenhum projeto de intervenção urbana, quando começou a ser estudado o Plano Arco Tietê (parte do Arco do Futuro), principal programa de campanha do atual prefeito Fernando Haddad em 2012. Com perímetro ligeiramente diferente da OUC Lapa-Brás, o Arco Tietê é uma proposta de planejamento urbano que busca orientar o desenvolvimento na cidade de São Paulo à longo prazo (os próximos 30 anos) de forma equilibrada não só na orla da ferrovia e do parque industrial em torno dela, mas também nas margens do rio
[ FIGURA 35 ] PLANO DE VIABILIDADE ARCO TIETÊ
Pátio da Lapa Empreendimento de Uso misto residencial, comercial e de
Empreendimento de uso misto residencial, comercial e de prestação de serviço
Estação Lapa subterrânea
Mercado da Lapa
Terminal SPTrans
Implantação de dispositivo viário e retirada do viaduto existente Nova avenida ligando desde as marginais até o grande ABC
Túneis Linhas 7e8
[ FIGURA 36 e 37 ] ESTUDOS DIVULGADOS PELA CPTM PARA O TRECHO DA LAPA
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Tietê; território que foi base da economia no século XX e hoje se encontra subutilizado tanto em termos de densidade populacional como de usos compatíveis com as novas dinâmicas urbanas. As ações visam conciliar políticas públicas para estímulo de emprego e atividades econômicas com adensamento populacional nessas áreas que possuem boa oferta de infraestrutura, e também assegurar a preservação e recuperação do patrimônio cultural. O perímetro de intervenção começa na região da Lapa e segue até a Mooca, configurando um eixo onde destacam-se duas propostas de grande intervenções: o rebaixamento da ferrovia (eliminando assim a barreira que fragmenta o tecido urbano, para em seu lugar implantar vias estruturais com espaço destinado à ciclovia e áreas verdes) e também o rebaixamento das vias nas margens do rio Tietê (com projeto para ser despoluído) para implantação de um parque linear na superfície, devolvendo as margens alagáveis do rio e o aproximando da cidade. Diferente da OUC Lapa-Brás a hipótese de rebaixamento da ferrovia no plano Arco Tietê compõe uma série de estratégias que vão além de viabilizar a demolição do elevado Costa e Silva; e entre essas estratégias estão planos de melhoramentos viários em diferentes escalas de intervenção na cidade como um todo, investimentos no sistema de mobilidade pública, de drenagem e etc; e além de disso, o processo de desenvolvimento das propostas está mais aberto à participação popular por meio das audiências públicas. Em 2013, foi realizado chamamento público para apresentação de propostas por consórcios de iniciativa privada interessados em participar do projeto, ao contrário do que ocorreu com a OUC Lapa-Brás, ouve grande interesse de 17 consórcios. Após avaliação das propostas foi elaborada uma síntese do resultado do chamamento público e à partir disto esboçados alguns possíveis cenários de transformação atualmente divididos em dois estudos o '' Apoio urbano Norte'' (área das margens do rio Tietê) e o 34 | LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
[ FIGURA 38 ] CENÁRIO 1 APOIO SUL (Transposições área da ferrovia)
[ FIGURA 39 ] CENÁRIO 2 APOIO SUL (Rebaixamento da ferrovia)
''Apoio urbano Sul'' (área da orla ferroviária), onde cada um conta com dois cenários de transformações possíveis, que envolvem as hipóteses de rebaixamento dos trilhos e das marginais, além de opções alternativas que sejam viáveis tanto economicamente quanto construtivamente.
[ FIGURA 40 ] CENÁRIO 1 APOIO NORTE
[ FIGURA 41 ] CENÁRIO 2 APOIO NORTE
[ FIGURA 42 ] O PARQUE LINEAR AS MARGENS DO RIO COMO HIPÓTESE
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4. MEDIA LAB: R E F E R Ê N C I A S
4 0 MEDIA LAB REFERÊNCIAS 4.1 ARTE, LINGUAGEM E FABRICAÇÃO DIGITAL: CONCEITOS Fruto da pós-modernidade e da quebra de paradigmas ligados ao academicismo; cultura, arte, tecnologia e linguagem digital são conceitos que estão cada vez mais próximos e que tem se tornado recorrentes no cenário contemporâneo. A arte digital em si está ligada à experimentações envolvendo tecnologia e ciência, onde o meio de criação geralmente envolve os recursos do computador, cujos resultados obtidos não seriam alcançados por outros meios. Os primeiros exemplares significativos de arte digital considerados são da década de 70 9. No Brasil o principal evento voltado ao tema atualmente é o FILE (Festival Internacional de Linguagem eletrônica), realizado anualmente no Rio de Janeiro e em São Paulo no centro cultural FIESP na avenida Paulista. O evento reúne diversos artistas nacionais e internacionais com obras e instalações artísticas que têm em comum entre si a interatividade com espectador, seja por este poder tocar nas obras ou participar das instalações por meio de estímulos 9 RODRIGUES, Marcelo Andrade. Arte digital. Dissertação em História da Arte Contemporânea. Faculdade Nova Lisboa, Portugal, 2012.Pg.37
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4 A INTERATIVIDADE DO FILE COMEÇA NA FACHADA DO EDIFÍCIO DA FIESP QUE PODE SER MODIFICADA PELOS VISITANTES POR CONTROLE EM TABLETS
[ FIGURAS 72,73,74,75 e 76 ]
3 A INTERATIVIDADE SEGUE NAS DIVERSAS INSTALAÇÕES INTERNAS QUE PODEM SER MODIFICADAS POR GESTOS , TOQUE OU MOVIMENTAÇÕES DO CORPO DO VISITANTE
[ FIGURAS 77,78 e 79 ]
visuais, sonoros ou ainda pela obra se modificar de acordo com movimentos do corpo ou por comandos realizados por dispositivos eletrônicos; de forma que se vai além da ideia de arte simplesmente contemplativa. Museus como o da língua portuguesa em São Paulo e o museu do amanhã no Rio de Janeiro são casos em que se tem adotado os recursos digitais como forma de envolvimento entre público e obras expostas. Além das instalações artísticas, o universo dos games e animações completam o cenário lúdico do festival internacional de linguagem digital, que atraí principalmente o público jovem com interesse em tecnologia. Ligada aos demais conceitos citados, a fabricação digital faz parte deste cenário e envolve conceitos de inovação e redes internacionais de conhecimento colaborativo interligadas por meio da internet. A origem deste movimento está ligada ao MIT nos anos 2000, quando o professor e diretor do Centre of Bits and Atoms Neil Gershenfeld, iniciou o curso “How To Make Everything” (em tradução livre: ''Como fazer quase de tudo'') onde o objetivo era reunir pessoas interessadas em resolver problemas do cotidiano e criar coisas novas através do uso da criatividade e tecnologia. O que era apenas uma aula restrita à um pequeno LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
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número de alunos, acabou por atrair grande interesse no tema e se tornar uma rede internacional, os chamado FAB LAB's (Laboratórios de fabricação digital) que desde então vem se difundindo pelo mundo, segundo o site fab.lab.org já são cerca de 450 unidades espalhados em 60 países. Com base em modelagem tridimensional realizada em computador os modelos podem ser impressos por meio de impressoras 3D, fresadoras ou cortadoras à laser. O que faz com que desde que se tenha um modelo em arquivo, qualquer objeto possa ser fabricado em escala local por qualquer pessoa que seja capaz de realizar modelagem digital ou tenha acesso à modelos prontos, o espírito do chamado "Do it Yourself'' (Faça você mesmo). O compartilhamento dos modelos criados para download pela internet de forma aberta (ou seja, não monetarizado e com possibilidade de ser modificado/ melhorado) é o princípio para participar da rede mundial de FAB LAB's. A diminuição no preço das impressoras 3D's (entre R$ 3.000,00 e R$ 5.000,00) e seu tamanho compacto tem popularizado seu uso; o que já faz com que especialistas apontem que num futuro próximo alguns itens de consumo como calçados e vestuário poderão ter modelos comprados e baixados pela internet e impressos com customizações em casa. Neste cenário a fabricação digital surge como uma espécie de ''nova revolução
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[ FIGURAS 80 ] CONCEITO DO FAB LAB
5SEGUINDO EM SENTIDO HORÁRIO, A TRADUÇÃO: “UM LUGAR PARA DISCUTIR E IMPLEMENTAR PROJETOS; UM LUGAR DE FORMAÇÃO E APRENDIZAGEM; UM LUGAR PARA SOLUCIONAR UM PROBLEMA LOCAL; UMA COMUNIDADE DE RECURSOS E HABILIDADES; UMA PLATAFORMA DE INOVAÇÃO SOCIAL, DIGITAL E ECONÔMICA;UM LUGAR PARA FAZER QUALQUER COISA”.
[ FIGURAS 81, 82 e 83]
[ FIGURA 84 ]
35 EXEMPLOS DAS POSSIBILIDADES DA FABRICAÇÃO DIGITAL: EXOESQUELETO EM SUBSTITIÇÃO AO GESSO PARA IMOBILIZAÇÃO, OBEJTOS DE DECORAÇÃO, PEÇAS DE VESTUÁRIO, UTENSÍLIOS DOMÉSTICOS E ATÉ MESMO PEÇAS PARA CONSTRUÇÃO DE PEQUENAS EDIFICAÇÕES
[ FIGURA 85 ]
[ FIGURA 86 ]
industrial'', agora independente da existência de espaço físico para indústrias10. Os dois processos produtivos, a indústria tradicional e a fabricação digital não são excludentes, mas o segundo abre espaço para novos valores: a criatividade e o aprendizado ligado ao processo de produção.
10 EYCHENNE, Fabien e NEVES, Heloisa. Fab Lab: A vanguarda da Nova Revolução Industrial. São Paulo: Editorial Fab Lab Brasil, 2013. Pg.
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4.2 REFERÊNCIAS PROGRAMÁTICAS MEDIALAB MIT
[ FIGURA 51 ]
LOCAL: BOSTON, ESTADOS UNIDOS ANO DA CONCLUSÃO: 2010 ÁREA CONSTRUÍDA: 16.300 M² AUTORES DO PROJETO: MAKI AND ASSOCIATES
5 IMAGENS ONDE SE DESTACA A SEMITRANSPARÊNCIA DA FACHADA E OS VAZIOS ORGANIZADORES DO ESPAÇO INTERNO
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[ FIGURA 52 ]
[ FIGURA 53 ]
Não é possível falar das redes de fabricação digital, e por consequência, de Media Lab's sem citar o MIT (Massachusetts Institute of Technology), a maior referência no tema e origem da chamada ''revolução digital'' da década de 90. O edifício foi construído como uma expansão do edifício Wiesner projetado por I.M. Pei, sendo que este novo projeto foi realizado pelo escritório do arquiteto japonês Fumihiko Maki, para abrigar parte do programa de tecnologia da Faculdade de Arquitetura e Planejamento do MIT. Com 6 pavimentos e 1 subsolo, o edifício foi projetado para abrigar laboratórios de pesquisas e desenvolvimento de projetos de alta tecnologia (tais como carros elétricos com interfaces inteligentes controlados remotamente sem a necessidade de motorista, cérebros artificiais para estudos científicos
sobre células-tronco e etc). O programa é organizado espacialmente de forma que permite constante relação entre os alunos e visitantes por meio de grandes vazios e pé direitos duplos, onde estão localizados os espaços de trabalho coletivos, os laboratórios de pesquisa e salões de exposições que são envolvidos por passarelas de circulação e espaços de trabalho menores (escritórios privativos), estratégia que permite o constante encontro e convívio. Um outro aspecto interessante no projeto é a inversão da posição do que se pode chamar de ''espaços públicos'' do programa; as salas de reuniões, café e auditório são colocados nos últimos andares do edifício, numa relação em que o edifício se isola do contato direto com a rua e abre sua cobertura como um mirante para a paisagem. Por ser restrito aos alunos da Universidade e por possuir foco principalmente na pesquisa, o MIT Media Lab se difere do que se propõe no bairro da Lapa, mas sua organização e programa são referências para a proposta. CROQUIS DE ESTUDO DA ORGANIZAÇÃO DO PROGRAMA (elaborados pela autora) (edifício Wiesner)
(edifício Wiesner) COZINHA CAFÉ JARDIM DE INVERNO TERRAÇO MIRANTE QUITINETES SALA DE CONFERÊNCIAS ADMINISTRAÇÃO ESPAÇO MULTIUSO ESPAÇOS DE TRABALHO
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(edifício Wiesner)
(edifício Wiesner)
34TANTO EM PLANTA COMO EM CORTE DESTACA-SE A PRESENÇA DOS VAZIOS COM PASSARELAS DE CIRCULAÇÃO EM VOLTA, E OS DIFERENTES PÉS-DIREITOS QUE DÃO DINÂMICA AO ESPAÇO, TORNANDO POSSÍVEL ''VER E SER VISTO'' EM DIFERENTES PAVIMENTOS
(edifício Wiesner)
(edifício Wiesner) COZINHA CAFÉ JARDIM DE INVERNO TERRAÇO MIRANTE QUITINETES SALA DE CONFERÊNCIAS ADMINISTRAÇÃO ESPAÇO MULTIUSO ESPAÇOS DE TRABALHO
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ILUMINAÇÃO ZENITAL E RELAÇÕES VISUIAS NO EDIFÍCIO (croquis elaborados pela autora)
(edifício Wiesner)
[ FIGURAS 54 ] ESPAÇO EXPOSITIVO
[ FIGURAS 55 ] LABORATÓRIO DE PESQUISA
[ FIGURAS 56 ] ESPAÇO DE TRABALHO
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MEDIA LAB PRADO
[ FIGURA 57 ]
[ FIGURA 58 ]
LOCAL: MADRID,ESPANHA. ÉPOCA DO EDIFÍCIO: 1920 ANO DA INTERVENÇÃO: 2008 ÁREA CONSTRUÍDA: 4000 M² 5 RESPECTIVAMENTE DESTACA-SE NAS IMAGENS ACIMA A FACHADA COM A GRANDE TELA DE LED INTERATIVA [ IMAGEM XX] E A HOMOGENEIDADE NO TRATAMENTO DOS ESPAÇOS INTERNOS, ONDE BUSCOU-SE A MULTIPLICIDADE DE POSSÍVEIS USOS
[ FIGURA 59 ]
[ FIGURA 60 ]
Construído como uma adaptação de uso em uma antiga serralheria do início do século XX numa iniciativa do Departamento de Cultura e Esportes da câmara municipal de Madrid, o MediaLab Prado é um espaço cultural voltado a pesquisa e produção de projetos baseados na aprendizagem colaborativa e experimentação das redes digitais. Aberto à um público de diferentes perfis (artístico, científico, técnicos ou amadores) são oferecidos workshops, seminários, debates, exposições e outros eventos como concertos e performances artísticas. Com ambientes informais onde quase não existe compartimentação do espaço, é um lugar de convívio e aprendizagem, se constituindo como referência programática para o projeto proposto na Lapa. Entre as atividades que acontecem no MediaLab Prado estão: Interactivos : Usos criativos de eletrônica e programação Inclusiva.net : Pesquisas e reflexões sobre a cultura de rede Visualizar : Dados e ferramentas para estratégias de visualização digital Commons Lab : Discussão transdisciplinar sobre as ''Comunidades digitais internacionais'' AVLAB : criação de som e produções áudio-visuais
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CROQUIS DE ESTUDO DO PROGRAMA (elaborados pela autora)
QUITINETE PARA ARTISTAS ESPAÇO DE CONVÍVIO ADMINISTRAÇÃO CIRCULAÇÃO VERTICAL COZINHA RECEPÇÃO PRAÇA / FRUIÇÃO PÚBLICA CIRCULAÇÃO EXPOSIÇÕES E EVENTOS AUDITÓRIO OFICINAS FAB LAB
LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
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QUITINETE ESPAÇO DE CONVÍVIO ADMINISTRAÇÃO CIRCULAÇÃO VERTICAL COZINHA RECEPÇÃO PRAÇA / FRUIÇÃO PÚBLICA CIRCULAÇÃO EXPOSIÇÕES E EVENTOS AUDITÓRIO OFICINAS FAB LAB
[ FIGURA 61 ]
[ FIGURA 62 ]
5
[ FIGURA 63 ]
IMAGENS ACIMA MOSTRAM A DINÂMICA DOS ESPAÇOS DA PRAÇA EXTERNA, DO ESPAÇO DE CONVÍVIO, O AUDITÓRIO, O FAB LAB E A ÁREA DE EVENTOS E EXPOSIÇÕES
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[ FIGURA 64 ]
[ FIGURA 65 ]
4.3 REFERÊNCIA DE INTERVENÇÃO SESC POMPÉIA
[ FIGURA 66 ] LOCAL: BARRA FUNDA,SÃO PAULO. ÉPOCA DO EDIFÍCIO: 1938 ANO DA INTERVENÇÃO: 1977/1982 ÁREA CONSTRUÍDA: 12.211 M² (SOMENTE GALPÕES) AUTORA DO PROJETO: LINA BO BARDI
5VISTA DA RUA INTERNA QUE CONECTA OS EDIFÍCIOS UNS AOS OUTROS E TRAZ O ESPAÇO PÚBLICO PARA DENTRO DO LOTE, E VISTAS DO ESPAÇO INTERNO DE ESTUDO E EXPOSIÇÕES
[ FIGURA 67 ]
[ FIGURA 68 ]
Implantado numa antiga fábrica de tambores abandonada, o SESC Pompéia é uma forte referência de intervenção em preexistência industrial para a proposta do Media Lab na Lapa; é uma proposta marcada pela interação das pessoas no espaço livre e no construído, onde o programa é organizado com fluidez e poucas barreiras físicas entre os ambientes, de modo que a diferenciação dos espaços se dá por meio de mobiliário, meias paredes e a presença de espelhos d’água; recursos esses que são pretendidos no projeto do Media Lab à ser desenvolvido. Além disso as intervenções realizadas por Lina Bo Bardi na antiga fábrica foram capazes de adaptar o edifício ao uso cultural e recreativo ao mesmo tempo em que se preservou a identidade da construção.
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CROQUIS DE ESTUDO DA ORGANIZAÇÃO DO PROGRAMA E ESTRATÉGIA DE ILUMINAÇÃO NATURAL (elaborados pela autora)
RESTAURANTE ÁREAS MOLHADAS E APOIOS ADMISTRAÇÃO ESTAR E CONVÍVIO QUADRAS ESPORTIVAS ÁREA DE BIBLIOTECA E ESTUDO ÁREA EXPOSITIVA RUA INTERNA AUDITÓRIO E FOYER OFICINAS
3 TELHAS DE VIDRO E SHED COM CAIXILHARIA ORIENTADA PARA A FACE SUL PERMITEM LUZ NATURAL DIFUSA NO INTERIOR DOS GALPÕES
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[ FIGURA 69 ]
[ FIGURA 70 ]
[ FIGURA 71 ]
5 A PRESENÇA DE ILUMINAÇÃO ZENITAL, ÁGUA, A AUSÊNCIA DE BARREIRAS ENTRE OS AMBIENTES E OS MÚLTIPLOS USOS DOS GALPÕES DO SESC POMPÉIA
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5. MEMÓRIA E PATRIMÔNIO INDUSTRIAL: A I N T E R V E N Ç Ã O
5 0 MEMÓRIA E PATRIMÔNIO INDUSTRIAL : O PROJETO 5.1 A ANTIGA INDÚSTRIA MARTINS FERREIRA Entendendo as construções remanescentes do período industrial como elementos importantes para a preservação da memória do lugar e de um processo construtivo característico de uma ocupação, que moveu a economia de São Paulo por muio tempo e que hoje se apresenta com potencial de serem incorporados na dinâmica urbana contemporânea; estuda-se como um caso possível de intervenção a antiga indústria metalúrgica Martins Ferreira, que tal como as demais indústrias na orla ferroviária, teve a relação direta com os trilhos como determinante para sua implantação. Tombado com nível NP.2 (''preservação das características arquitetônicas externas, incluindo fachadas, volumetria e cobertura do imóvel; preservação das características internas dos elementos estruturais do edifício e de sua cobertura'', seu tombamento foi realizado (sem área envoltória) segundo a resolução n°5 de 2009 do CONPRESP. O processo teria sido realizado após forte pressão por parte da população local, mas apesar de ter tido seu valor arquitetônico e de registro histórico reconhecido, desde então nada foi feito para recuperar o conjunto e 54 | LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
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ACERVO DA AUTORA
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ACERVO DA AUTORA
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refrear sua degradação. Aparentemente, os galpões apresentam sinais de terem sido construídos em duas etapas: os primeiros três em 1918 [imagens 1 e 2] e os demais num período indeterminado entre 1930 e 1954; visto que nos mapas deste período aparece a ampliação do conjunto. Outros fatores que apontam para a construção em dois momentos são as diferenças visíveis no desenho dos caixilhos e acabamentos, que no conjunto mais recente incluem revestimento parcial dos tijolos e suportes para aparelhos de ar condicionado embutidos na fachada do edifício [imagens 3 e 4]. O conjunto todo apresenta bastante sinais de deterioração causadas tanto pelo desgaste do tempo como pelo descaso de manutenção por parte de seus proprietários. Externamente, boa parte dos vidros estão quebrados, a caixilharia consumida pela ferrugem e a fachada de tijolos aparentes marcada por atos de vandalismo. Atualmente usado como estacionamento de veículos particular da editora Istoé, que tem sua sede num outro antigo edifício que compunha a indústria Martins Ferreira na quadra vizinha, internamente o térreo foi descaracterizado por LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
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revestimento e pintura dos antigos tijolos, tendo sido mantida a planta livre da antiga ocupação fabril. A estrutura de parte do conjunto de galpões apresenta a laje do primeiro pavimento executada em concreto [imagens 7 à 10 ], substituindo o que talvez tenha sido originalmente um assoalho de madeira, ainda remanescente num trecho da laje [imagens 12 à 14]. No pavimento superior, utilizado como depósito de arquivos da editora, o espaço apresenta compartimentação com paredes que chegam somente até o fundo das tesouras, deixando à mostra toda estrutura do telhado de madeira original do edifício, aparentemente bastante fragilizada pelo tempo [imagens 15 à 17]. Embora a localização da antiga indústria seja privilegiada por estar próxima ao transporte público e importantes acessos viários, o abandono da atividade fabril que tanto caracterizou esse lado dos trilhos tornou o lugar majoritariamente composto por antigas habitações operárias, hoje ocupadas por pessoas que em sua maioria trabalham fora do bairro ou no comércio concentrado no outro lado dos trilhos; e por conta disto e da falta de atividades que dêem vida ao lugar, o fluxo de pessoas é bastante reduzido e o aspecto geral da área é de monotonia [imagens 19 à 24].
3ACERVO DA AUTORA
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5
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ACERVO DA AUTORA
LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
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RUA FÉLIX GUILHEN
PAVIMENTO TÉRREO esc 1:500
NM. 0.00
+NM. 0.00
RUA WILLIAN SPEERS
1° PAVIMENTO esc 1:500
NM.+ 5.00
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PRODUCED BY AN AUTODESK ED
SITUAÇÃO ATUAL
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODU
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
ELEVAÇÃO 2 esc 1:500
Ferrovia ( Linha 7 )
Rua willian Speers
R. Félix Guilhen
esc 1:500
Y AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
ELEVAÇÃO 1
D BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
D BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
Rua willian Speers
Ferrovia (linha 7 )
PRODUCED BY AN AUTODESK ED PRODUCED BY AN AUTODESK ED
SITUAÇÃO ATUAL
ELEVAÇÃO 3 esc 1:500
ELEVAÇÃO 4 esc 1:500
CT
5.2 A INTERVENÇÃO: MEDIALAB LAPA
O QUE É O MEDIALAB? Um espaço cultural concebido como um laboratório de experimentação, produção, aprendizagem colaborativa e difusão da cultura digital aberto à população, estudantes e profissionais da área, que são aproximados através de seminários, workshops e sessões de trabalho em grupo. Espaço pensado para aproximar artistas do meio digital (design, artes plásticas, fotografia, vídeo, áudio, tecnologia e ciência) e pessoas comuns que buscam soluções para problemas do cotidiano, inventores que precisam desenvolver protótipos e uma rede de profissionais dispostos a compartilhar conhecimento. POR QUE ? Com a reabilitação do edifício tombado da antiga indústria Martins Ferreira, o Media Lab é proposto como um dos possíveis indutores da requalificação do lugar e como instrumento de inclusão digital, que começa com as crianças e adolescentes que estudam nas escolas próximas e se estende ao público em geral com interesse no tema. Além disso, a proposta busca integrar-se no cenário de transformação da área previsto no Plano Arco Tiête. COMO É? O subsídio para proposta é a iniciativa pública, que vem investindo na inclusão digital com implantação de pequenas oficinas Fab Labs em centros Culturais e CEUs (segundo o site da prefeitura de São Paulo até o final do primeiro semestre foram implantados ao todo 12 Fab Lab’s espalhados no município), sendo que a proposta de um Media Lab na Lapa amplia esta iniciativa fomentando a indústria criativa voltada para a arquitetura, arte, e o design; apontado por especialistas como um dos motores da economia contemporânea. Nos galpões no terreno paralelo a ferrovia se propõe o Media Lab (voltado à exposições e eventos) e no terreno aos fundos a construção de um edifício destinado ao ensino e capacitação profissional relacionadas a linguagem digital.
62 | LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
DADOS DOS TERRENOS ÁREA DOS GALPÕES À SOFRER INTERVENÇÃO: 3964 m²
O LUGAR
TITULARIDADE DA PROPRIEDADE: Particular (editora Istoé) USO ATUAL: Estacionamento de veículos e depósito.
01 02
[ FIGURA 87 ] 01 - Lote residencial; 02- Antiga Indústria Martins Ferreira
ÁREA DO TERRENO AOS FUNDOS: 2833 m² C.A. – 2.0 T.O. – 0.7 A.P. - 15% TITULARIDADE DA PROPRIEDADE: Particular (proprietário não identificado ) USO ATUAL: Residencial ZONEAMENTO: Zona mista de densidade média GABARITO MÁXIMO PERMITIDO: 28 m POTENCIAL CONSTRUTIVO: 5666m²
LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
| 63
ÁREA m² 15 54 39
EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA ACERVO PERMANENTE ( térreo ) ACERVO PERMANENTE ( 1° andar) RESERVA TÉCNICA DA
1 1 1 1
315 180 227 90
FOYER / ESTAR AUDITÓRIO ( 238 lugares) CAMARIM coletivo CABINE DE SOM SANITÁRIOS WC P.N.E.
1 1 1 1 2 1
753 350 75 24 14 3
ESPAÇO MULTIUSO 1 ESPAÇO MULTIUSO 2
1 3
106 90
FAB LAB
1
350
OFICINA DE MARCENARIA DEPÓSITO DE APOIO ADMINISTRAÇÃO SECRETARIA COPA PARA FUNCIONÁRIOS
1 1 1 1 1
155 30 43 60 27
VESTIÁRIOS
2
18
ARMÁRIOS SALA DE REUNIÃO SALA DE CONFERÊNCIAS APOIO AUDIOVISUAL
2 2 1 1
22 35 100 28
ÁREA TOTAL
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3486
CONVENÇÕE PRAÇA E CONVÍVIO S E EVENTOS PÚB.
QNTD. 1 1 1
ADMINISTRAÇÃO
AMBIENTE RECEPÇÃO LOJA CAFÉ
PROGRAMA - Esscola de artes digitais AMBIENTE CAFÉ /FOYER BIBLIOTECA Recepção e controle de acesso Sanitários Adm. Acervo Pátio
47 m² 15 m² 18 m² 245 m²
QNTD. 1 1
ÁREA 135 325
1
740
AUDITÓRIO (184 lugares) CAMARIM CABINE DE SOM SALA DE REUNIÃO 1 SALA DE REUNIÃO 2
1 1 1 2 1
207
HALL DE RECEPÇÃO SECRETARIA
1 1
148 40
ADMINISTRAÇÃO COPA VESTIÁRIO SECO SALA DE PROFESSORES
1 1 2 1
50 30 23 50
2 1 1 5 1 1 1 1 1 5 1 1 1
11 4 86 60 106 123 53 56 9 60 124 105 117 3266
SANITÁRIO WC P.N.E. LOUNGE DE ESTAR E EXPOSIÇÕES EVENTUAIS LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA LABORATÓRIO DE ELETRÔNICA 1 LABORATÓRIO DE ELETRÔNICA 2 MATERIAIS E APOIO AUDIOVISUAL LABORATÓRIO DE IMPRESSÃO 3D DEPÓSITO SALA DE AULA TEÓRICA SALA / ESTÚDIO DE FOTOGRAFIA E VÍDEO 1 SALA / ESTÚDIO DE FOTOGRAFIA E VÍDEO 2 SALA / ESTÚDIO DE FOTOGRAFIA E VÍDEO 3 ÁREA TOTAL ENSINO
ADMINISTRAÇÃO
FABRICAÇÃ O
EXPOSIÇÃO E EVENTOS
RECEPÇÃO
PROGRAMA - MEDIA LAB (antiga Indústria)
25 20 25
| DIAGRAMAS DA DISTRIBUIÇÃO DO PROGRAMA |
MEDIA LAB
ESCOLA LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
| 65
PARTIDO E INTENÇÕES DE PROJETO
1
1
2
2
3
3
4
4
PARQUE FUTURO
1° SEMESTRE 1- ESCOLA DE ENSINO MÉDIO 2- ESCOLA DE ARTES DIGITAIS 3- EDIFÍCIO PROPOSTO 4- GALPÕES EXISTENTES
PARQUE FUTURO
REVISÃO 2° SEMESTRE Fluxos de pedestres abrindo a quadra para fruição pública e a conectando com seu entorno, através do miolo de quadra utilizado como espaço de encontro
66 | LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
Manteve-se a intenção de continuidade dos fluxos que abrem a quadra, mas é eliminada a condição de ''olhar para o muro', pois ao encostar o edifício na divisa dos fundos do lote, o pátio central ganha mais vida com 3 faces constantemente ativas. Já na antiga indústria a disposição interna dos ambiente foi revisada para permitir acesso mais franco pela lateral do edifício
COBERTURA
+10.65
Rua Antônio Fidélis
+ 900
TERRAÇO
1° PAVIMENTO
LAJE TERRAÇO
AUDITÓRIO
TÉRREO
+10.65 +9.00
+6.40
+3.76
0.00
Rua Antônio Fidélis
COBERTURA
+11.90
+3.00
0.00 TÉRREO
CX. D'ÁGUA
+6.00
COB.
+10.65
Rua willian Speers
Rua Félix Guilhen
+9.65
COB
2° PAV
1° PAV.
TÉRREO
+13.19
+10.65
+6.00
+3.00
0.00
1° PAV.
+6.45
+3.00
0.00
Ampliação 1
Rua willian Speers
GALPÃO
TERRAÇO
+13.19
+9.00
+5.10
+0.00 -1.18
+13.19
+9.00
+5.00
0.00
Rua Willian Speers
0.00
Rua Willian Speers
+5.10
+5.10
-1,18
0.00
Rua Félix Guilhen
Rua Félix Guilhen
4
4
+13.19
+13.19
LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
| 76
| CONJUNTO DA INTERVENÇÃO - MEDIA LAB + ESCOLA DE ARTES
77 | LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
| MEDIA LAB - VISTA DA ESCOLA AO FUNDO |
LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
| 78
| MEDIA LAB - ESPAÇO DE EXPOSIÇÕES TEMPORÁRIAS |
79 | LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
| MEDIA LAB - VISTA DO FAB LAB
LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
| 80
| MEDIA LAB - LOUNGE + FOYER |
81 | LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
| MEDIA LAB - VISTA DA RUA DE PEDESTRES
LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
| 82
| ESCOLA - VISTA DA PRAÇA |
83 | LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
| ESCOLA - VISTA DA PRAÇA À PARTIR DO 1° PAVIMENTO
LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
| 84
| ESCOLA - VISTA DA ESQUINA R. FÉLIX GUILHEN x R. ANTÔNIO FIDÉLIS |
85 | LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
| AMPLIAÇÃO DE DETALHE 1 - COBERTURA METÁLICA + BRISE |
i = 2%
01
03
02
06 18
05
04
13 07 08
09
10
11 12
16
1. Cantoneira metálica 2. Viga Metálica para fechamento de borda Perfil 'H' h= 10 cm 3. Cobertura em poliueretano com manta de pvc termodida i = 2% 4. Viga intermediária Metálica Perfil 'I' h= 15 cm 5. Viga principal Metálica Perfil 'I' h= 60 cm 6. Tubos metálicos com prefil quadrado 3x3 cm 7. Pilar tubular redondo Ø 30 cm com pintura eletroestática na cor preta 8. Camada de Impermeabilização 9. Furo para passagem de instalações aparentes 10. Esquadria de alumínio com pintura eletroestática na cor preta + folhas basculantes de vidro incolor + folha de vidro fixo 11. Brise Soleil em chapa de aço corten perfurada 12. Passarela de manutenção com piso em chapa metálica perfurada 13. Suporte para articulação do paineis 14. Contrapiso para regularização do piso 15. Piso em concreto polímerico 16. Perfil tubular quadrado para apoio da chapa 17. Viga Metálica perfil 'I' h= 35 cm 18. Laje painel pré-fabricado em concreto h= 12 cm
13 09
09 10
Esc 1:50
18 14 15 17
LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
| 86
6. BIBLIOGRAFIA
6. 0 BIBLIOGRAFIA ''Lapa- Evolução histórica''. São Paulo: DPH, 1988. FRANCO, Fernando de Mello. A construção do caminho - A estruturação da metrópole pela conformação técnica das várzeas e planícies fluviais da bacia de São Paulo . Tese de doutorado, FAU-USP, 2005. LANGENBUCH, J.R. A estruturação da grande São Paulo: estudo de geografia urbana. Rio Janeiro: IBGE, 1971. SOUZA, Carlos Leite de. Fraturas urbanas e a possibilidade de construção de novas territorialidades metropolitanas : a orla ferroviária paulistana. Tese de doutorado, são paulo, 2002. RUFINONI, Manoela Rossinetti. Preservação são paulo : o bairro da Mooca. Tese
do de
patrimônio industrial na cidade de mestrado, FAU-USP. São Paulo, 2004.
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7. 0 LISTA DE FIGURAS *IMAGEM DA CAPA _Fonte : Google Maps (modificada pela autora).
minhacidade/09.107/1847>Acesso em: 15/03/2016.
[ FIGURA 1 ]
Fonte: Acervo da autora.
[ FIGURA 8 ] Fonte: Acervo da autora.
[ FIGURA 2 ]
Fonte: FRANCO, Fernando de Mello. A construção do caminho - A estruturação
[ FIGURA 9 ]
da metrópole pela conformação técnica das várzeas e planícies fluviais da bacia de São Paulo .
Disponível em: <https://www.fea.usp.br/cultura-e-extensao/programas-e-
projetos-usp/estacao-ciencia>Acesso em: 15/03/2016.
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em: 15/03/2016.
da metrópole pela conformação técnica das várzeas e planícies fluviais da bacia de São Paulo . Tese de doutorado, FAU-USP, 2005. P. 121.
[ FIGURA 11 ] Disponível em: <http://casadascaldeiras.com.br/>Acesso em: 20/03/2016.
[ FIGURA 4 ] Fonte: FRANCO, Fernando de Mello. A construção do caminho - A estruturação
[ FIGURA 12 ]
da metrópole pela conformação técnica das várzeas e planícies fluviais da bacia de São Paulo .
page/18/>Acesso em: 20/03/2016.
Disponível em: <https://quandoacidade.wordpress.com/category/centro/
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Fonte: FRANCO, Fernando de Mello. A construção do caminho - A estruturação
Disponível em: <http://bomretirosp.blogspot.com.br/2014/03/locais-
historicos.html>Acesso em: 20/03/2016.
da metrópole pela conformação técnica das várzeas e planícies fluviais da bacia de São Paulo . Tese de doutorado, FAU-USP, 2005. P. 121.
[ FIGURA 14 ] Disponível em: <http://www.estacoesferroviarias.com.br/p/pari.htm>Acesso em: 25/03/2016.
[ FIGURA 6 ] Fonte: Google Earth 2015 (modificada pela autora) [ FIGURA 15 ] [ FIGURA 7 ]
Fonte: Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/
93 | LUGAR EM T R A N S I -
Disponível em: <http://www.portaldamooca.com.br/index.php/fatos-e-
locais-2/>Acesso em: 25/03/2016.
[ FIGURAS 24 ]
Fonte: Lapa- Evolução histórica. São Paulo: DPH, 1988. P. 33.
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[ FIGURAS 25 ]
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[ FIGURA 17 ] Disponível em: <http://www.portaldamooca.com.br/moinho.htm>Acesso em:
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[ FIGURAS 27 ]
Fonte: Lapa- Evolução histórica. São Paulo: DPH, 1988. P. 61.
minhacidade/08.086/1918>Acesso em: 20/03/2016.
[ FIGURAS 28 ]
Fonte: Google Maps (modificada pela autora).
[ FIGURAS 19 ]
[ FIGURAS 29 ]
Fonte: Acervo da autora.
[ FIGURAS 30 ]
Fonte: Google Maps (modificada pela autora).
[
FIGURA
16
]
Disponível
em:
<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/
25/03/2016. [
FIGURA
18
]
Disponível
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(modificada pela autora). Acesso em: 01/04/2016.
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[ FIGURAS 33 ]
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Fonte: Lapa- Evolução histórica. São Paulo: DPH, 1988. P. 29.
LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
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FIGURA
67
]
Disponível
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puerto-madero-estrategias-de-gentrificacao-em-buenos-aires/514f38fdb3fc4b455b000047operacao-puerto-madero-estrategias-de-gentrificacao-em-buenos-aires-imagem>
95 | LUGAR EM T R A N S I -
Acesso
em:
[ FIGURA 68 ] Disponível em: <https://en.wikiarquitectura.com/index.php?title=SESC_
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APÃ&#x160;NDICES
CENÁRIOS DE TRANSFORMAÇÃO: A ORLA FERROVIÁRIA DA LAPA COMO OBJETO DE ESTUDO Durante o desenvolvimento deste trabalho, mostrou-se pertinente entender a dinâmica urbana além dos limites dos lotes da intervenção e seus vizinhos, mas também visualizar como um todo o que já existe e o que é pretendido por parte do poder público; com isto buscando identificar quais as carências do lugar e sua vocação para o projeto à ser desenvolvida. Neste processo de investigação o plano Arco Tiête com sua proposta de implantação de um parque linear sobre os trilhos rebaixados da ferrovia, é definida como uma hipótese para requalificação urbana da orla degradada e do território fragmentado; e com base nisto foi desenvolvida uma reflexão sobre os principais problemas e potencialidades do sítio. De início, neste apêndice apresenta-se algumas referências consideradas bem sucedidas de superação de barreiras urbanas e conservação de patrimônio integrada ao planejamento urbano; as quais serviram como referência para desenhos especulativos de como pode se dar essa transformação da paisagem urbana na região da Lapa. Por fim, buscando contextualizar o objeto de detalhamento deste trabalho, a indústria Martins Ferreira e a escola proposta, a implantação é atualizada imaginando as novas possibilidades que surgem com implantação do grande eixo verde configurado pelo futuro parque linear.
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CASOS SEMELHANTES: PLANEJAMENTO E PRESERVAÇÃO DE PATRIMÔNIO PLANO DE BOLOGNA (1960-1970, Itália) Realizado entre as décadas de 60 e 70 em uma cidade histórica, o plano de Bologna é considerado referência em planejamento urbano com conservação de patrimônio integrada. Precursor na reabilitação de edificações antigas em estado de degradação e atribuição de novos usos como estratégia de conservação do patrimônio, o caso do plano de Bologna é tido como a referência de maior sucesso, por ter incluído participação da população e programas de habitação social.
[ FIGURA 43 ]
[ FIGURA 44]
99 | LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
[ FIGURA 45]
PORTO MADERO (1992. Buenos Aires - Argentina) Projeto de revitalização realizado na então degrada e obsoleta região portuária de Buenos Aires, a área foi valorizada pela intervenção nos antigos armazéns que receberam novas funções (comerciais, restaurantes e etc) e modificações viárias que reaproximaram a cidade do rio La Plata, atraindo com isto importantes investimentos imobiliários residenciais e de escritórios que transformaram Porto Madero num importante ponto turístico nacional, e por consequência fortaleceu a economia da região. Uma referência para o que se propõe na Lapa, mas observa-se neste projeto a necessidade de se prever programas para habitação social e manutenção da população atual, garantindo com isto a diversidade de classes sociais.
CASOS SEMELHANTES: TRANSPOSIÇÃO DE BARREIRAS URBANAS BIG DIG (1991-2007.Boston-Eua) A não ser pelo fato de não intervir em uma ferrovia, este projeto é bastante semelhante ao que está em estudo para o trecho Lapa-Brás no plano Arco Tietê. O projeto realizado em Boston rebaixou seu principal conjunto de vias (da interestadual 93) transformadas em túneis, como estratégia de requalificação urbana da área que era fragmentada por ela em um trecho de 5,6 km, onde foi construído o parque Rose Kennedy Greenway com novos espaços de lazer público que valorizarm todo seu entorno.
[ FIGURA 46 ]
[ FIGURA 47 ]
PARQUE LINEAR EM MADRÍ (2005. Espanha) Já neste projeto na Espanha, buscando aproximar a cidade do rio Manzanares em Madri, foram enterradas num trecho de 6 km as vias marginais que fragmentavam a região, e em seu lugar na superfície foi implantado um parque linear com passarelas de conexão para a outra extremidade. A cidade ganhou um importante espaço público e de lazer e o rio recuperou seu significado na paisagem urbana.
[ FIGURAS 48,49 e 50 ]
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O CASO DA LAPA PRINCIPAIS PROBLEMAS IDENTIFICADOS - Descontinuidade do viário, interrompido pela ferrovia; - Descontinuidade da malha, com grandes glebas remanescentes da ocupação industrial; - Baixa densidade devido a subutilização de antigas indústrias; - Grande gleba ocupada pelo pátio de Oficinas da CPTM; - Poucas áreas verdes e espaços livres destinados ao lazer público; POTENCIALIDADES IDENTIFICADAS - Bons acessos viários (sobretudo pelas marginais expressas); - Facilidade de acesso por meio do transporte público (corredores de ônibus e as linhas 07 e 08 da CPTM); - Eixo com os principais equipamentos urbanos próximos da ferrovia; - Parte dos galpões usados como oficinas da CPTM estão em processo de tombamento, podendo ser reabilitados para receber novos usos, mais compatíveis com as atuais demandas do lugar.
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01 02
4 03 05 07 04
4
08
10
09
12 11
10 13
06
SITUAÇÃO ATUAL ( TRILHOS EM SUPERFÍCIE )
01- Rio Tiête 02- Marginal expressa 03- Ferrovia (linha 07 CPTM) 04- Pátio de oficinas CPTM (linhas 07 e 08 integradas) 05- Antiga indústria Martin Ferreira 06- Ferrovia (linha 08 CPTM) ESCALA 1:5000
07- Estação Lapa (linha 07 CPTM) 08- Mercado municipal 09- Terminal de ônibus SPtrans 10- Estação ciências 11- Tendal da Lapa 12- Poupatempo N 13- Shopping Center
11 12
4
02 10
01
4
09 03
04 06
05
07
08
06 SITUAÇÃO FUTURA COM IMPLANTAÇÃO DO PARQUE (TRILHOS REBAIXADOS)
13
01- Reabilitação dos galpões para um novo uso 02- Media Lab Lapa 03- Mercado Municipal 04- Nova estação Lapa CPTM (linhas 07 e 08 integradas) 05- Terminal de ônibus SPtrans 06- Estação ciências ESCALA 1:5000
07- Espaço Cultural Tendal da Lapa 08- Poupatempo 09- Ciclovia 10- Parque linear Lapa-Brás 11- Rio Tiête 12- Parque Linear sobre rebaixamento das marginais N 13- Shopping Center
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SITUAÇÃO ATUAL A FERROVIA COMO BARREIRA
Lapa de baixo
Lapa de cima
ESCALA 1:1000
Na seção típica da ferrovia (imagem acima) o gabarito atual predominante é de 2 pavimentos e toda área é carente de espaços livres destinados ao lazer. Já no cenário imaginado com base no Plano Arco Tiête (imagens à direita) com os trilhos rebaixados a cidade ganha um grande eixo verde destinado ao espaço público e atividades de lazer, dando mais vida ao lado norte dos trilhos (a Lapa de baixo). Como parte da transformação imaginada, uma das principais é a verticalização para adensamento populacional nos eixos de transportes, no caso a faixa próxima aos trilhos, visto que ela é determinada pelo plano diretor estratégico do município. A chegada de novos moradores deve equilibrar a relação entre emprego (que se concentra na Lapa de cima) e moradias próximos, evitando a necessidade de grandes deslocamentos na cidade.
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CENÁRIO IMAGINADO PARQUE SOBRE OS TRILHOS REBAIXADOS REUNIFICANDO O TERRITÓRIO
ESCALA 1:1000
CENÁRIO IMAGINADO TRECHO DA ESTAÇÃO SUBTERRÂNEA
ESCALA 1:1000
5
CORTES DESENVOLVIDOS PELA AUTORA
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SITUAÇÃO ATUAL X CENÁRIO IMAGINADO
Com o rebaixamento da ferrovia surgem possibilidades de novas conexões do viário em nível e consequentemente, a demolição dos viadutos que atualmente transpõem os trilhos.
107 | LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
As modificações no viário trazem a oportunidade de requalificar pontos importantes no bairro, tal como o mercado municipal que funciona atualmente em meio a uma ''ilha'' resultante das alças de acesso ao viaduto, e a unificação das duas linhas de trem da cptm em uma única estação.
SITUAÇÃO ATUAL X CENÁRIOS IMAGINADOS
O eixo dos trilhos e a descontinuidade de usos, gabaritos e densidades; território que em meio a malha totalmente ocupada oferece a oportunidade de ser repensado para atender as novas demandas de moradia e trabalho.
A implantação do eixo longitudinal verde com ínicio na Lapa conectaria importantes equipamentos públicos e remanescentes industriais que se concentram nessa faixa dos trilhos, reforçando seu potencial de serem incorporados na dinâmica urbana por meio de novos usos compatíveis com sua conservação.
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SITUAÇÃO ATUAL X CENÁRIO IMAGINADO
A horizontalidade predominante no bairro denuncia sua baixa densidade; e caracteriza a subutilização do território que é bem servido de equipamentos públicos e infraestrutura de transporte .
109 | LUGAR EM T R A N S I Ç Ã O
Com a valorização trazida pelo parque e os incentivos do PDE para verticalização ao longo dos eixos de transporte o adensamento populacional é o grande cenário imaginado para a área.
SITUAÇÃO ATUAL X CENÁRIOS IMAGINADOS
A barreira física e visual representada pela ferrovia que interrompe o fluxo de pedestres e automóveis, a dinâmica urbana, que dá vida ao lado sul e ruas desertas no lado norte (foto acima).
Com a implantação do parque as edificações ganham uma frente valorizada pelo grande eixo verde, o espaço público que atualmente falta na região.
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IMPLANTAÇÃO DO PARQUE E NOVAS POSSIBILIDADES
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Retomando a escala do lote e seu contexto, dentro dessas transformações estudadas pelo plano Arco Tiête e que neste trabalho foram ensaiadas por meio de desenhos e montagens especulativas, a intervenção na antiga indústria metalúrgica Martins Ferreira incorpora na proposta a questão do patrimônio industrial na orla ferroviária. Os remanescentes industriais podem ser os primeiros pontos transformados, e com isto induziriam a transformação de seu entorno tanto por parte do poder público (com a implantação do parque linear) quanto do adensamento trazido pela iniciativa privada. É notória a vocação da reabilitação das antigas construções fabris no lugar, visto que o projeto da Usp ''estação ciência'' (antiga tecelegem), espaço teatral Tendal da Lapa (antigo entreposto de carnes) e a unidade do Poupatempo (antiga fábrica de móveis) já se constituem como exemplares bem sucedidos no bairro. Na implantação do edifício da escola proposta e no lote da indústria , buscase dar continuidade aos espaços livres e áreas verdes em menor escala, respiros atualmente escassos na malha urbana do bairro, os quais permitem o uso recreativo e de lazer da população e do público que frequenta a região; enquanto que a associação desses espaços com os dois equipamentos (o media Lab e a escola de artes digitais) assegurariam sua manutenção e vitalidade permanente.