INAUGURAÇÃO: LABORATÓRIO DE ANÁLISES DE CAFÉ, CONILON BRASIL CQI www.conilonbrasil.com.br
REVISTA
Edição 9 - Ano II Abril / Maio de 2011
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA VENDA PROIBIDA
CAFEICULTURA
FAMILIAR Cafés Conilon do ES participarão da Feira de Cafés Especiais - SCAA em Houston EUA
Comitiva da República Dominicana conhece o projeto Conilon Especial em Vila Valério
A Conilon Brasil Projetos e Consultoria oferece todas as vantagens que sua propriedade precisa para ser mais rentável Com a evolução do agronegócio brasileiro, a eficiência produtiva passou a ser um dos principais conceitos para o sucesso. Produzir mais, com melhor qualidade, de maneira sustentável e com o menor custo, são critérios essenciais para a continuidade da atividade agropecuária no País. A gestão de negócios tornou-se uma ferramenta indispensável para o agropecuarista brasileiro. A Conilon Brasil Projetos e Consultoria oferece aos produtores um serviço completo de consultoria em gestão de agronegócios, englobando a assistência técnica, administrativa e financeira da propriedade. Atuamos desde a captação de recursos até a comercialização da produção.
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NA INTERNET
conilonbrasil.com.br Brasileiros quebram recorde de consumo de café Os brasileiros consumiram em 2010 uma média de 4,81 quilos (kg) de café por habitante. Quantidade suficiente para fazer 80 litros do tradicional cafezinho, segundo cálculos do Ministério da Agricultura. O número, apresentado nesta quinta-feira (24) pelo ministério, superou o recorde anterior, registrado em 1965, quando o consumo per capita no país foi de 4,72 kg. O aumento levou a uma demanda interna de 19,1 milhões de sacas do produto no ano passado. O consumo em 2010 foi 3,5% maior que o do ano anterior, de 4,65 kg. A nova marca coloca o Brasil à frente de grandes consumidores como a Itália e a França, mas ainda distante de Finlândia, Noruega e Dinamarca, países nórdicos, onde o consumo é de quase 13 kg por pessoa ao ano. O resultado faz parte do estudo Indicadores da Indústria de Café no Brasil/2010 - Desempenho da Produção e Consumo Interno, feito pela Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café). Segundo o secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Manoel Bertone, o resultado é consequência principalmente dos investimentos do setor privado, que contribuem para o setor cafeeiro atravessar uma ´fase única´. ´O Brasil está encostando no maior consumidor mundial da bebida que são os Estados Unidos e ainda consegue bater recordes de exportação com 33 milhões de sacas comercializadas no ano passado´. Fonte: Agência Brasil
Notícias
I Festival Internacional de Café Conilon
Confira as principais notícias e acontecimentos do agronegócio café.
No segundo semestre de 2011 o Espírito Santo receberá o primeiro Festival Internacional de Café Conilon. Na programação estão exposições culturais, concurso do melhor café Conilon do Brasil, desafios de baristas e seminários com profissionais dos EUA e Índia. O objetivo é tornar o Café Conilon produzido no Espírito Santo reconhecido em todo mundo, com a presença de compradores internacionais já confirmadas. Conilon Brasil
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Sumário
ANO II - EDIÇÃO Nº 9
CONILON BRASIL - ABRIL / MAIO 2011
Cafeicultura familiar 12 CAPA
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ESPECIAL Novo Código Florestal Brasileiro
REPORTAGEM
Comitiva da República Dominicana conhece o Projeto Conilon Especial em Vila Valério
MANEJO & TECNOLOGIA SECADORES
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Foto:Valmir Zuffo
E S PA Ç O g o u r m e t
Delta Q Máquinas e cápsulas
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COBERTURA Campeonato Brasileiro de Baristas 2011
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ARTIGO Cafés conilon do ES participarão da feira de cafés especiais (SCAA) em Houston nos Estados Unidos
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ARTIGO Inauguração do laboratório Conilon Brasil CQI
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RECEITAS & CURIOSIDADES Torta de Café Irlandesa
Carta do Editor
V
ocê já imaginou como seria o mundo sem a agricultura familiar? Tente imaginar o Brasil sem 70% dos alimentos hoje presentes nas mesas. Assim seria nosso país sem essa modalidade da agricultura. Rumo à extinção, a agricultura familiar caminha em direção contrária do desenvolvimento agrícola do País. Cada dia mais, menos pessoas tem interesse por esse modelo de exploração, optando por viver em grandes centros e buscar “melhores” condições de vida. O Agricultor familiar encontra-se desmotivado e incentiva as novas gerações a buscar uma nova atividade, que traga uma condição mais digna de vida. Com isso, a população que vive da agricultura familiar vem envelhecendo, chegando ao ponto de ser rotulada como a geração dos “Cabeças Brancas”. Como a base da produção do café brasileiro está na agricultura familiar, vemos um grande desafio para a continuidade desta atividade. Como tornar essa atividade atrativa para os jovens? Como manter a mão de obra no campo? Como motivar a atual geração para que encantem seus filhos com a arte de produzir alimento para o mundo? Essas são as perguntas que propomos para a sua reflexão. É muito comum se falar da importância da agricultura familiar, porém, chegou o momento de trazer à tona debates e reflexões sobre como salvar esse modelo de agricultura da extinção. Degustem um bom café e tenham todos uma ótima leitura. Bruno Sposito
Editor: Bruno Sposito Diretor de Marketing: Arthur Fiorott Diretora Financeira: Neide Baldo Editora de Texto: Tania Thomazini Diretor de Arte: Jaques Brinco Jr Impressão: Gráfica e Editora GSA Colaboradores Nesta Edição: Adelino Junior Thomazini, Delta Q, Dr. Juarez de Sousa e Silva, Eliane Barros (Revista Espresso)
Atendimento Comercial: 27 3224 - 3412 comercial@conilonbrasil.com.br Endereço para correspondência: Rua Clóvis Machado, 176 - Sala 405 Ed. Conilon, Enseada do Suá CEP 29050-900 Vitória - ES Receba a revista em sua
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*Os textos, incluindo opiniões e conceitos emitidos, são de responsabilidade exclusiva de seus autores.
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ESPECIAL
Novo Código Florestal Brasileiro Qual seu impacto para a agricultura familiar? Texto: Equipe Conilon Brasil
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ma pergunta que tem sido a tônica nos debates no cenário da agricultura nacional é a aprovação do novo Código Florestal Brasileiro. Com certeza existem grandes discordâncias entre as classes que representam a agricultura e os ambientalistas. Nessa edição que é dedicada à agricultura familiar, avaliamos que seria importante apresentar uma análise dos impactos do novo código para a agricultura familiar. Um estudo feito por pesquisadores da Embrapa mostra que, os principais beneficiados pela proposta de regularização ambiental do novo Código Florestal serão os produtores familiares. Com base em dados do Censo Agropecuário do IBGE, divulgado recentemente, o levantamento aponta
que produtores rurais donos de até 20 hectares detêm os menores remanescentes de áreas de reserva legal (RL) e de proteção permanente (APP) no país. O mapa da Embrapa faz a soma das duas áreas, como previsto no relatório do deputado Aldo Rebelo, relator do novo código. Por exemplo, na região Sul, onde prevalece a agricultura familiar, 65,3% dos produtores possuem propriedades até 20 hectares, eles têm, em média, apenas 5,85% de reserva legal (RL) e áreas de preservação permanente (APP). São 657 mil produtores que detêm 13% da área rural do Sul. Pelas regras do novo código, esses proprietários precisam recuperar 28,3% das áreas de matas para atender ao percentual mí-
nimo da lei. Certamente, se praticado o tratamento igual à todos os agricultores, independente do seu tamanho ou do tipo de atividade, teríamos sérios problemas para a legalização dessas propriedades. Daí, a tentativa do relator em dispensar “tratamento diferenciado” à produção familiar. Isso seria traduzido em benefícios como a dispensa da obrigação de recompor essas áreas e a “anistia” a multas aplicadas por descumprimento da legislação ambiental. Segundo o deputado Aldo Rebelo, “ou se trata de maneira diferente esses pequenos agricultores ou vamos chutá-los para as periferias das grandes cidades”, O levantamento mostra que, mesmo em regiões mais desenvolvidas, Conilon Brasil
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ESPECIAL
Reserva Legal e APP No Sudeste, as áreas rurais têm 4,75% de RL e APP. os produtores familiares estão longe de cumprir a lei. No Sudeste, as áreas rurais têm 4,75% de RL e APP. No Nordeste, essas áreas somam míseros 1,65%. No Norte, são 5,05% de APP e RL. O estudo não contemplou a região Centro-Oeste, onde há mais produtores de grande porte. Os dados mostram que a agricultura familiar concentra a maior parte dos estabelecimentos rurais, mas é mais pobre que os demais. No Sul, são 65% das propriedades, embora signifiquem apenas um terço da riqueza do campo. Assim, teriam menos recursos para recompor as áreas ou deixar de produzir em determinados pedaços de sua terra. Sem dizer que a maior parte dessa produção é direcionada à subsistência ou para a produção de alimentos que vão diretamente para a mesa Outro fato complicador é que os pequenos agricultores têm menos disponibilidade de capital para comprar outras áreas do mesmo bioma para compensar o desmatamento irregular. No Nordeste, a situação é ainda mais desigual, aproximadamente 74% das propriedades são de pequenos agricultores, que concentram não mais do que 40% da renda da região. No Sudeste, o retrato é semelhante. Os produtores até 20 hectares detêm pouco mais de 59% das áreas, mas geram apenas 18% do faturamento da região. Os números explicam a tentativa, ainda que tímida, da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) em ampliar os benefícios aos produtores familiares. A Contag pediu ao relator Aldo Rebelo, 8
Conilon Brasil
por exemplo, a redução de 50% no mínimo dessas APPs exigido pela lei. A proposta seria que em vez da obrigação de manter os atuais 30 metros de mata ciliar em rios de até cinco metros, os familiares manteriam apenas 7,5 metros de mata. Isso porque Rebelo já havia proposto a redução, de 30 para 15 metros, das APPs. A participação e o envolvimento das entidades de classes e os pequenos agricultores são de grande importância nesse momento decisivo, pois é necessário mostrar que sem um tratamento diferenciado, a agricultura familiar pode dar mais um passo rumo à extinção. Reserva Legal
ENTREVISTA
Conilon Brasil
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R E P O RTA G E M
Em visita ao Brasil, comitiva da República Dominicana conhece o projeto Conilon Especial em Vila Valério no ES Texto: Equipe Conilon Brasil
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ma comitiva da República Dominicana veio ao Estado conhecer a tecnologia empregada no cultivo de Café Conilon e observar o poder de suprimento existente no território capixaba para atender as indústrias Dominicanas. Os membros da comitiva ficaram impressionados com o potencial produtivo capixaba e o estilo de agricultura praticado no Estado. Com a diminuição de produção de cafés de alta qualidade nos países da America Central, os dominicanos estão preocupados com o suprimento para as indústrias daquele país, e vêem na cafeicultura de Conilon uma oportunidade para retornar aos padrões normais de produção e introduzir esse tipo de café em seus blends. Um dos aspectos que mais chamaram a atenção da comitiva foi à produtividade que os cafezais capixabas possuem, porém ao mesmo tempo insistiram em saber sobre a qualidade do produto Brasileiro. A qualidade do café capixaba foi mostrada na apresentação do Engenheiro Agrônomo Adelino Thomazini, gestor do projeto Conilon Especial, quando foi apresentado todas as etapas do projeto que esta sendo desenvolvido em Vila Valério e ao final foi degustado um café do 10
Conilon 1 Ano de Brasil Conilon Brasil
projeto. Um dos membros do grupo, Dom Raphael, diretor de uma torrefação foi enfático ao dizer que o mundo está atrás de café de qualidade e que uma das formas de obter qualidade é não utilizar secadores de fogo direto na secagem dos grãos. Vagno Penitente Cafeicultor, proprietário de uma das fazendas do Projeto
REPORTAGEM
Sempre acompanhados pelo representante do Incaper e Coordenador do programa de Cafeicultura do Espírito Santo, Romário Gava Ferrão, a comitiva ficava atenta a toda informação que fosse possível obter com o pesquisador. Segundo Romário, esse intercâmbio de informações é importante pois eleva o nome dos cafés do Espírito Santo e mostra o trabalho de pesquisa realizado no café Conilon. Os dominicanos visitaram os municípios de Mariländia, onde visitaram o jardim clonal do INCAPER, o município de Vila Valério, onde estiveram na fazenda do produtor Vagno Penitente, uma das fazendas do projeto Conilon Especial, e se encantaram com os cafezais que viram. Visitaram também o município de Jaguaré para conhecer algumas propriedades referência no município. Adelino Thomazini falando sobre o projeto Conilon Especial aos dominicanos. Na sequência Dom Raphael comenta e parabeniza a todos pelo projeto. Na sala também estão presentes: Anderson dos Santos (Secretário de Agricultura de Vila Valério), Romário Gava Ferrão (Incaper), e Átila Macêdo (Eng. Agrônomo).
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M AT É R I A C A PA
CAFEICULTURA FAMILIAR
Texto: Equipe Conilon Brasil
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ara falarmos da cafeicultura familiar, é preciso primeiro abordar alguns conceitos e informações sobre a agricultura familiar de maneira geral. A agricultura brasileira tem sido costumeiramente subdividida, além do tamanho da área de exploração, de acordo com características sócio-econômicas e tecnológicas. Ao longo do tempo tem-se distinguido a agricultura de subsistência, a pequena agricultura, ou agricultura de baixa renda da agricultura comercial ou empresarial. Mais recentemente a divisão passou a caracterizar-se em termos de agricultura familiar e patronal. Para o INCRA, a agricultura familiar atende a duas condições: a) A direção dos trabalhos do estabelecimento é exercida pelo produtor; b) O trabalho familiar é superior ao trabalho contratado. 12
Conilon Brasil
Importância da agricultura familiar O último Censo Agropecuário foi feito em 2006 e publicado em 2009. Esta pesquisa permite fazer um retrato, uma fotografia de como está a vida e a produção no interior, permitindonos fazer algumas comparações importantes sobre as diferenças entres os grandes e pequenos agricultores, entre os grandes empreendimentos do agronegócio e a agricultura familiar ou camponesa. Os pequenos agricultores tinham, de acordo com o censo de 2006, 24% de todas as terras privatizadas do Brasil. Os médios e grandes produtores tem 76% de todas as terras exploradas no Brasil. A agricultura familiar é praticada em mais de 4,36 milhões de estabelecimentos do País. Os médios e grandes são apenas 807 mil estabelecimentos. Os grandes proprietários, acima de mil hectares; são apenas 46.000 e os
latifundiários acima de 2 mil hectares são apenas 15 mil fazendeiros que detêm 98 milhões de hectares. Os pequenos agricultores produzem 40% da produção agropecuária do Brasil (medida pelo Valor Bruto da Produção Agropecuária Total), apesar de terem apenas 24% das terras, e ainda, nas piores condições de topografia e fertilidade. Além disso, sabe-se que grande parte da produção do pequeno agricultor é para auto-sustento, e por tanto não é vendida e conseqüentemente contabilizada, o que ainda omite boa parte da produção feita em regime de produção familiar. Os médios e grandes produzem 60% da produção agropecuária do país, tendo 76% de todas as terras do país. Um hectare da agricultura familiar tem, em média, uma renda de R$ 677,00. Um hectare em regime de grandes explorações tem, em média, uma renda de apenas R$ 368,00. De todo o alimento que vai para a mesa dos brasileiros, 70% é produ-
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Agricultura Familiar
Grandes Empreendimentos
14% do crédito
86% do crédito rural
24% das terras
76% das terras
40% do valor total da produção vendida
60% do valor total da produção vendida
70% da produção total de comida do país
30% da produção total de comida do país
74% da mão de obra da agricultura brasileira
26% da mão de obra na agricultura brasileira
Resumo comparativo entre os dois modelos de agricultura vigentes no Brasil
zido pelos pequenos agricultores. Só 30% do que vai para a mesa dos brasileiros vem das grandes propriedades. As pequenas propriedades dão trabalho para 74% de toda mão de obra no campo brasileiro. As médias e grandes empresas do campo, mesmo com muito mais terra, só empregam 26% das pessoas que trabalham no campo, pois utilizam mecanização intensiva e tecnologia de ponta que minimiza o uso da mão de obra humana. Na agricultura familiar, em cada 100 hectares, trabalham 15 pessoas. Nos grandes empreendimentos, em cada 100 hectares, dão emprego para apenas 2 pessoas (média real de 1,7 pessoas/ha). Os valores do crédito não estão no Censo Agropecuário, mas no Plano Safra 2009/2010 foram destinados R$ 93 bilhões para os grandes empreendimentos e R$15 bilhões para a agricultura familiar. Mesmo assim, sabese que apesar da crescente oferta de recursos para a agricultura familiar, apenas 1,2 milhões de estabelecimentos familiares tem acesso ao crédito, e na última safra utilizaram apenas 80% do que estava disponível. Isto significa que os agricultores familiares utilizam apenas 14% do crédito agrícola total ofertado pelos bancos, através das normas e determinações da política do governo federal. Sem desmerecer a grande importância da exploração empresarial do agronegócio, que gera divisas e que também contribui muito para o desenvolvimento do país, temos que reconhecer que a base da agricultura, da
produção de alimentos e do emprego no campo é sustentada pela agricultura familiar.
A agricultura familiar é praticada em mais de 4,36 milhões de estabelecimentos do País Conilon Brasil
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Em 2009, das 129 milhões de sacas de café produzidas no mundo, 96 milhões foram oriundas da agricultura familiar. Trazendo o tema para dentro do universo da cafeicultura, podemos dizer que a cafeicultura familiar também tem grande representatividade à nível nacional e até mesmo mundial. Em 2009, das 129 milhões de sacas de café produzidas no mundo, 96 milhões foram oriundas da agricultura familiar. Ou seja, nesse ano, aproximadamente 75% da produção mundial de café foi proveniente da cafeicultura familiar. Quando falamos apenas de Brasil os números também surpreendem. Mais de 70% da produção de café nacional é proveniente da atividade familiar. Falando especificamente de Café Conilon, podemos dizer que esse número é ainda mais expressivo. Como exemplo, vamos apresentar os dados dos dois maiores municípios produtores desta variedade do Brasil. Em Vila Valério, Município localizado no Norte do Espírito Santo, a produção de Conilon representa grande parte da economia do município. Segundo o INCAPER (Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural), o município de Vila Valério é essencialmente agrícola. Aproximadamente 95% da renda gerada no Município está diretamente ligada a atividade agropecuária. É forte a influência da agricultura familiar no município, sendo que predomina a existência de pequenas propriedades. Das mais de 2.000 propriedades existentes no município, aproximadamente 93% dão de pequenos agricultores, 6% de médios e apenas 1% de grandes agricultores. Mais de 85% das propriedades tem área inferior a 50 ha. Apenas 4% 14
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tem área superior à 100 ha. Em Jaguaré, município vizinho, a realidade não é diferente. A maioria das mais de 2200 propriedades rurais do município é composta por pequenas propriedades que possuem área inferior a 04 (quatro) módulos fiscais (80,0 ha). Segundo o INCAPER, em 2008 existiam, 1.822 propriedades onde as atividades agrícolas eram conduzidas em sua maioria com a utilização de mão de obra familiar. No município existiam ainda, 153 propriedades com áreas entre de 80,0 e 500,0ha, onde além da mão de obra familiar, também se empregava a contratação de trabalho terceirizado, perfazendo um total de 1.975 propriedades rurais pequenas e médias. Ou seja, 91% das propriedades rurais de Jaguaré, em 2008 eram de pequenos e médios produtores, com área inferior a 500,0 ha. O restante das propriedades, 9% (174 propriedades), são pertencentes a médios e grandes produtores, sendo que no município existe apenas 01 (uma) propriedade com área superior a 1000 ha. A maioria dos produtores de café
conduz parte de suas lavouras utilizando o sistema de parceria: meeiros, parceiros e arrendatários. Estima-se que no município existam hoje aproximadamente 2.800 pessoas que possuem contratos de parceria e/ou comodato, e estão diretamente envolvidas com o cultivo de café. Os dados acima nos mostram a importância da produção de café conilon oriunda da atividade familiar.
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Isso nos dá é um parâmetro que serve de alerta, pois diante da dificuldade da manutenção da produção familiar que temos observado em vários setores, especialmente no do café, fica clara a vulnerabilidade dessa atividade. Para municípios como os citados acima, onde a atividade cafeeira tem uma importância vital para a economia local, a cafeicultura familiar precisa de ser fortalecida e valorizada. A dificuldade de manter as novas gerações de agricultores familiares no campo se tornou um dos grandes desafios para a cafeicultura. Os grande centros atraem cada vez mais os jovens e a própria família os incentiva a migrar para a cidade em busca de um futuro melhor. O que nos resta saber é até quando a cafeicultura familiar suportará esse abandono.
Hoje já falamos que a atual geração que trabalha na cafeicultura familiar pode ser uma das últimas. Apelidada de a geração dos “cabeças brancas”, essa geração é composta em sua maioria por homens e mulheres acima dos 50 anos de idade, sem ensino ou apenas com formação fundamental. O alto custo e conseqüentemente a escassez de mão de obra se tornam cada dia pior e o mais preocupante é que não existe nenhum sinal que nos aponte uma mudança nesse comportamento. O que tem que ficar claro que existem grandes equívocos ou más interpretações por parte das pessoas que vivem no campo, que podem levar à essa situação. É comum encontrarmos jovens que viviam no meio rural familiar e migraram para as cidades onde não tem a mesma qualidade de
vida que tinham no interior. Muitos deles tem péssimas condições de trabalho, remuneração ruim e até mesmo vivem em condições subumanas. A ilusão de vencer na cidade grande pode acabar se tornando uma grande decepção. É notório que muita coisa precisa melhorar para a atividade agrícola atrair a atenção das novas gerações. O fornecimento de “benefícios” como telefonia, internet, melhores condições de locomoção, possibilidade de formação acadêmica, remuneração justa, saúde e bem estar social, é fator de suma importância para manter a população jovem no campo. Com certeza um jovem que consegue ter acesso à esses, sem dúvida teria menos motivos para abandonar a atividade familiar e migrar para a cidade.
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“ quanto menor a propriedade, maior a facilidade para se produzir um café de qualidade” Evair Vieira de Melo - Presidente do INCAPER
As pessoas mais experientes que construíram sua vida e criaram a sua família através da produção familiar, tem que ter consciência que a falta de estímulo e as críticas feitas à vida que se leva no interior podem levar às novas gerações à ações precipitadas, levando-as para os grandes centros. É normal ouvirmos frases como “-Não quero essa vida para meu filho!”, “- vida de agricultor familiar não é coisa de gente!”. Frases como essas afastam cada vez mais o interesse das novas gerações para a agricultura. A criação de um “ambiente” positivista é fundamental para que as pessoas se motivem e queiram cada vez mais buscar soluções para os problemas do dia a dia, que são normais em qualquer atividade, independente do seu tamanho. A diversificação da produção familiar, a agregação de valor à produção, a instalação de agroindústria, a exploração do artesanato, agroturismo e de atividades culturais são ferramen-
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tas fundamentais para desvincular a comparação e eviatar a concorrência entre os diferentes modelos de produção agrícolas no país e no mundo. Está claro que a produção em escala gera um menor custo e conseqüentemente aumenta a competitividade para as grandes propriedades, porém, é na agricultura familiar que a diferenciação da produção pode gerar grandes resultados com baixos investimentos. Um exemplo clássico disso é a produção de cafés especiais na qual a cafeicultura colombiana se sustenta à tanto tempo. Podemos usar uma citação do Presidente do INCAPER, Evair Vieira de Melo, afirma que “ quanto menor a propriedade, maior a facilidade para se produzir um café de qualidade”. O que não dá para entender é o fato de que no Brasil, os grandes empreendimentos tem fornecido cada vez mais cafés especiais e os cafeicultores familiares insistem em dizer que não é viável a produção desse tipo
de café. Está na hora de avaliarmos se realmente estamos dispostos a deixar à mercê da sorte ou do destino toda uma atividade que sobreviveu por gerações, passando por crises, guerras, alterações climáticas, econômicas e todos os desafios possíveis de se imaginar. O mundo mudou e a globalização chegou ao campo, por isso está na hora de usarmos isso em favor deste. Para o desenvolvimento da agricultura e da cafeicultura familiar, deve-se incentivar a busca por conhecimento, por melhoria de qualidade de vida e pelo desenvolvimento sociocultural, sem a necessidade de abandonar o campo definitivamente. É totalmente possível, através da aplicação de tecnologia e de conhecimentos, tornar a agricultura uma atividade atrativa para a juventude, garantindo assim a continuidade dessa atividade que tanto contribui para a alimentação do mundo.
C O B E RT U R A
Fotos: Daniel Babinski
Campeonato Brasileiro de Baristas 2011
Arthur Santos Fiorott defende as qualidades do Conilon em palestra no CBB 2011. Textto: Eliane Barros, Revista Espresso
ócio e diretor de marketing da Conilon Brasil falou sobre reposicionamento da marca e possibilidades de mercado. Panorama do mercado mundial e as possibilidades do café Conilon. Esse foi o tema abordado pelo sócio e diretor de marketing da Conilon Brasil, Artur Santos Fiorott (foto ao lado), durante o segundo dia do Campeonato Brasileiro de Barista, que aconteceu em São Paulo (SP). Segundo ele, aos poucos, o mercado vem percebendo as qualidades do café Conilon, que representa, hoje, 40% da produção uti-
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Conilon Brasil
lizada na indústria. “Isso vem sendo possível graças ao reposicionamento do Conilon no País, ao processo de melhoramento da qualidade do grão e à agregação de valor implantada no produto”, afirma Fiorott, que é publicitário e filho de produtor rural. A produção mundial do tipo Conilon, segundo Fiorott, vem crescendo gradativamente. Só no Vietnã, houve um salto de 14mil % no número de sacas das Robustas, enquanto no Brasil esse número foi de 405%, com destaque para as regiões do sul da Bahia, Rondônia e Espírito Santo, estado onde o tipo foi implantado pela primeira vez no País, em 1925, na cidade de Cachoeiro de Itapemirim. Nas terras capixabas, são produzidos de 9 a 12 milhões de sacas. Fiorott ressaltou ainda novas áreas que vem produzindo o Conilon, como Mato Grosso, Goiás e Vale do Jequitinhonha. Qualidade desde a fazenda Diante dessa crescente oferta, o sócio e diretor de marketing da Conilon Brasil acredita que reduzir os custos e preços do produto não será um diferencial no mercado, mas sim, a qualidade do grão, algo que o Projeto Conilon Especial vem fazendo junto aos produtores. “Nosso objetivo é ir além, é melhorar também a gestão da fazenda, a vida das pessoas no campo”, afirma Fiorott, complementando que “era necessário mostrar aos produtores que, por meio de ações na fazenda, teríamos resultados na xícara do consumidor”. Com duas frentes de trabalho - “dentro da porteira e fora
COBERTURA
dela” -, a Conilon Brasil fez um diagnóstico da propriedade, incluindo tópicos como conservação do solo e dos recursos hídricos, segurança no trabalho, manejo integrado, relações com a comunidade, gestão da qualidade, rastreabilidade e registro, entre outros. Além disso, trabalhou a inteligencia competitiva da propriedade, com a gestão da marca Conilon. Os resultados do Projeto, assim como da participação da marca em feiras nacionais e internacionais e do incentivo de baristas em campeonatos, já são visíveis, segundo Fiorott. “Hoje temos a aceitação de especialistas quanto aos robustas finos, aumentamos nossa participação nos blends e já temos produtos 100% Conilon”, elenca o publicitário, lembrando que a própria Nestlé já lançou uma cápsula 70% Conilon. “O desafio é ampliar cada vez mais essa aceitação, não só no Brasil, como no exterior”, finaliza o publicitário.
A Conilon Brasil patrocinou o barista Luíz Alberto Galvão
Campeonato A Conilon Brasil patrocinou o barista Luíz Alberto Galvão que demonstrou grande paixão por sua matéria-prima ao explicar detalhadamente a origem de seu blend, composto por 35% de Conilon Especial e 65% de arábica, ambos da região montanhosa de Castelo, no Espírito Santo. “Este Conilon pertence a uma safra limitadíssima de apenas 30 Kg, produzida a 500 m de altitude”, contou. O café encorpado e de acidez acentuada serviu de base para um drink chamado “Ômega”, feito com mel, limão e creme de leite. “O meu objetivo era potencializar a doçura e a acidez do meu café”, explicou. Campeão O barista Felipe Oliveira (Lucca Cafés Especiais, de Curitiba) foi o grande vencedor da 10ª edição do Campeonato Brasileiro de Barista após quatro dias intensos de competição na Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, capital. Ele disputou as finais com Yara Castanho (Autônoma, 2ª colocada), Bruno Ferreira (Octavio Café, 3º colocado), Cecília Sanada (Octavio Café, 4ª colocada), Lorena Sena (Feito a Grão, 5ª colocada) e Luiz Fernando Santos (Casa Café, 6º colocado).
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HOUSTON TEXAS 28 de abril a 1째 de maio
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Conilon Brasil
Cafés Conilon do ES participarão da Feira de Cafés Especiais SCAA - Houston
Texto: Equipe Conilon Brasil
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café Conilon será representado na maior feira de Café de alta qualidade do Mundo. Durante os dias 27 de abril a 01 de maio representantes do setor cafeeiro estarão em Houston, EUA, para abordar temas relevantes para a cadeia de cafés especiais. O café Conilon do Brasil será representado pelo projeto Conilon Especial – projeto de melhoria de qualidade do café conilon, embasado na criação de um processo de produção diferenciado através da adoção de um protocolo de boas práticas agrícolas de produção, culminando em uma bebida fina. O café conilon Brasileiro será apresentado ao mundo de uma forma inédita. O propósito é promover os cafés das regiões produtoras do projeto Conilon Especial de maneira que crie o desejo de compra dos torrefadores que estarão presentes no evento. Para isso, os compradores internacionais terão a sua disposição salas de provas no evento onde poderão degustar os cafés do Conilon Especial e receberão palestras sobre como o projeto é gerenciado no Espírito Santo. Um dos agricultores que terá seus cafés degustados no evento, o senhor José Lopes Cruz (foto), acredita ser uma oportunidade de ter seus cafés vendidos no mercado internacional e agregar mais valor ao café produzido em sua propriedade, em Vila Valério. O Engenheiro agrônomo responsável pelo Conilon Especial, Adelino Thomazini, acredita ser uma oportunidade única para os cafés do Espírito Santo, pois é um momento promissor para os cafés da variedade Conilon tanto no Brasil quanto no mundo. ”Devido a falta de suprimento de cafés de alta qualidade no mundo, é um momento interessante para que cafés Conilon ( Robusta ) Finos se posicionem no mercado nacional e internacional e ganhem seu espaço nesse mercado gourmet”. A feira da SCAA ( Associação Americana de Cafés Especiais ) está na sua 23º. edição e nesse ano o Brasil é tema do evento. Diversas regiões produtoras estarão no evento e dentre
elas o café conilon do Brasil. O gerente de marketing do projeto Conilon Especial, Arthur Fiorott, menciona que participar de uma feira desse porte é colocar o café conilon do Brasil entre os melhores cafés do mundo, é ter a oportunidade de mostrar a todos o potencial do café conilon Brasileiro. Presente no stand do CQI ( Instituto de Qualidade do Café ), o café Conilon do Espírito Santo terá a oportunidade de ser apreciado por profissionais do setor , assim, todos conhecerão mais sobre os cafés conilon do Brasil e conhecerão sobre o Protocolo de degustação de Robustas Finos, que recentemente foi apresentado na OIC. Evento: 23º. SIMPÓSIO E EXIBIÇÃOO DA ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE CAFÉS ESPECIAIS Data: 28 ABRIL A 1 MAIO 2011 Local: Houston, Texas , Estados Unidos
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Inauguração laboratório Conilon Brasil CQI LABORATÓRIO CONILON BRASIL - CQI
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erá inaugurado no dia 1º de maio de 2011, dia oficial do início da Colheita do Café Conilon no Espírito Santo, o laboratório de classificação e degustação Conilon Brasil CQI. O laboratório é uma parceria entre a empresa Conilon Brasil e o instituto de Cafés de Qualidade ( CQI ).Esse espaço é uma ferramenta para todos os pertencentes da cadeia do café Conilon que buscam melhorar a qualidade do café Conilon produzido no Brasil. A base do laboratório será a transparência e a idoneidade. Para isso, diversas ferramentas serão implementadas no laboratório para que o café recebido seja analisado de uma forma que não haja duvidas em relação a sua classificação e degustação. O produtor terá a sua disponibilidade, via INTERNET ou de forma presencial, um sistema onde, ele se cadastra, identifica a amostra e em seguida a entrega em local previamente determinado. A partir desse cadastro, o café será identificado apenas por um código de barras, ou seja, os profissionais que fazem a análise não sabem de onde é o café, como foi produzido ou quem é o proprietário. Jaques Brinco Jr., sócio da parceria Conilon Brasil CQI, relata que é como se fosse um exame de sangue, pois uma vez a 22
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amostra no laboratório, não há nome de pessoas, o que gera uma maior confiança na análise e diminui a possibilidade de haver erros na determinação do tipo de bebida do café. Ainda, destaca Jaques, fizemos pesquisas onde constatamos que os produtores reclamavam que sempre seus cafés eram depreciados no momento da venda e com essa informação eles poderão ter um melhor preço pelo seu café. Uma vez terminada a análise, o produtor poderá obter via INTERNET o resultado de seu café, tudo de uma forma dinâmica e ágil. Em junho, representantes da SCAA ( Associação Americana de Cafés Especiais )virão ao Brasil certificar o Laboratório nos padrões internacionais, assim, esse laboratório será o primeiro do Brasil com esse tipo de certificação, especifico para cafés Conilon. A metodologia de análises de cafés adotada no laboratório será a classificação Brasileira por tipo de café, sendo essa a avaliação física do produto e o Protocolo de Robusta Fino, que fará
a análise sensorial dos cafés produzidos no Brasil. O laboratório, além de fazer análises de cafés, terá cursos de classificação e degustação, R grader, barista e de preparo de cafés para entusiastas e amantes de café. O curso de R grader é um curso novo no mercado de cafés Conilon. Baseado no Protocolo de classificação e degustação de Robustas Finos, o curso tem por objetivo formar degustadores com um único padrão de degustação mundial, para que se padronize a classificação de Robustas e incremente as trocas comerciais dessa variedade de café no mundo. Visando o fomento dos negócios de café Conilon Brasileiro no mundo, O laboratório Conilon Brasil CQI está em busca de parcerias com empresas do setor, prefeituras e cafeeiras que estejam interessadas em melhorar a qualidade do café produzido no Espírito Santo e conquistar mercados ainda inexplorados ou com pouca penetração do Conilon Brasileiro. Jaques destaca que o laboratório visa criar um novo momento na cafeicultura do Brasil, pois terá mais transparência, ao utilizar uma linguagem mundial única, e com isso poderemos introduzir o café Conilon nos mercados poucos explorados.
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O futuro com um novo sabor Se você acredita que pode, QUER produzir um café de qualidade com valores sustentáveis, e QUER evoluir na gestão de sua propriedade conhecendo as ferramentas mais avançadas para isso, você está pronto para o FUTURO do café conilon. www.conilonespecial.com.br - Para saber mais sobre o projeto, ligue 27 3224 341223 Conilon Brasil
E S PA Ç O g o u r m e t
História Delta Os cafés Delta nasceram em Campo Maior, vila histórica do Alto Alentejo, em 1961, pela mão de Manuel Rui Azinhais Nabeiro, apenas com três colaboradores. A DELTA Comércio e Indústria de Cafés, Lda. iniciou a sua atividade em instalações bem reduzidas, apenas 50m2 de um velho armazém, mas com uma enorme vontade de vencer. Essa vontade marcou desde sempre o percurso da empresa e o seu sucesso.
Máquinas (Qool) Beber o melhor espresso em sua casa é agora ainda mais Qool! • Consumíveis: cápsulas Delta Q com +/- 7g de café • Ejecção: ejecção automática da cápsula utilizada • Dimensões: A 265mm x P 307mm x L 205mm
O Conceito Delta Q
• Pressão: 15 bars • Capacidade do depósito de água: 1,1L
Beber um café é muito mais que consumir uma bebida forte e estimulante. É acima de tudo, pedir um momento intenso e inspirador onde a natureza se mistura com a arte de saborear o café dos cafés.
• Capacidade do depósito de cápsulas utilizadas: 12 cáp.
A Delta Q acrescenta a poesia do café perfeito aos momentos únicos da sua casa, levando-lhe o requinte, a paixão e o prazer do melhor café espresso. De sabor acentuado e aveludado, o mais genuíno café espresso permite-lhe que cada momento ideal se torne ainda mais marcante.
• Peso: 3,4Kg
Porque para cada momento de prazer, há um sabor certo e uma satisfação única, descubra na Delta Q, o café dos cafés.
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• Capacidade do depósito para gotas/pingo: 0,30L • Potência: 1200w • Voltagem: 220v/240v
Possui 4 cores: Black, vermelho, azul e laranja
Blends Delta Q Os lotes Delta Q cobrem um espectro alargado de intensidades e sabores, podendo sempre escolher o mais adequado para o seu gosto e para o seu estilo de vida. Feitos a pensar sobretudo na sua satisfação, encontrará para cada momento do seu dia-a-dia, o lote perfeito para combinar. Abaixo seguem alguns de nossos blends:
CÁPSULAS
Rico, original, verdadeiro.
Forte, ambicioso, ultra-intenso.
Tão bom como qualquer expresso, mas sem cafeína. Para os entusiastas do café, este descafeinado mantém todo o sabor e a paixão do momento. Com uma harmoniosa combinação de Robustas asiáticas e Arábicas sul-americanas, de Qafeinatus revela-se uma verdadeira alternativa ao café normal.
Nos dias mais exigentes este poderoso expresso estará a seu lado. Fruto de uma rica combinação de Robustas dos Camarões e Angola (Africanos) com Arábicas (Lavados) das Honduras, Qalidus assume-se como uma extraordinária fonte de energia e concentração.
Dinâmico, jovem, aventureiro.
Intenso, encorpado, sofisticado.
Nascido nas terras generosas de Laos, Vietname, (Guatemala) e El Salvador, aQtivus é uma verdadeira expedição de sabores, capaz de proporcionar sensações surpreendentes. Profundamente estimulante, este expresso é um autêntico extra de energia no seu dia.
Como o próprio nome indica, destaca-se pela sua forte personalidade. Resultado de uma fina mistura de sabores oriundos de países como Costa do Marfim, Colômbia ou Brasil, este expresso irá transformar qualquer altura do dia num momento único de prazer.
Para mais informações acesse o site: http://www.mydeltaq.com/ Conilon Brasil
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R E C E I TA S & C U R I O S I D A D E S
TORTA DE CAFÉ IRLANDESA Irish Coffee Pie
Ingredientes Massa Biskuit de Nozes 5 ovos 150 g de açúcar 150 g de farinha de trigo 100 g de avelãs/nozes moídas 1 colher (sobremesa) de Fermento em pó Whisky (suficiente para umedecer)
Ingredientes do Recheio 1 1/2 colher (sopa) de café solúvel em pó 1 colher (sopa) ou 5 folhas de gelatina sem sabor 5 colheres (sopa) de whisky 75 g de açúcar 5 gotas de essência de baunilha 400 g de creme de leite fresco
Ingredientes da Cobertura 200 g de creme de leite fresco 2 colheres (sopa) de açúcar Essência de baunilha a gosto 100 g de chocolate raspado Avelãs ou Nozes cortadas ao meio Cacau em pó
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Modo de fazer Pré-aqueça o forno, 170 graus. Bata em batedeira as claras com o açúcar, em ponto de neve. Misture as gemas, uma a uma, continue batendo. Peneire a farinha e o fermento juntos. Junte as nozes moídas. Misture tudo delicadamente, envolvendo a massa. Coloque em forma de fundo removível e asse em forno pré-aquecido, mais ou menos por 35 minutos. Depois de frio corte o bolo em duas partes e, com auxílio de um pincel, umedeça com whisky e leite cada parte. Hidrate a gelatina conforme descrito na embalagem. Dissolva o café em 50 ml de água quente e misture mais 50 ml de água fria, junte a gelatina dissolvida e deixe esfriar. Bata em batedeira o creme de leite com o açúcar (ponto de chantilly) e a essência de baunilha e adicione aos poucos o whisky e a mistura de café e gelatina. Cuide para não endurecer demais e passar do ponto. Coloque um aro e recheie a torta e cubra fino. Deixe gelar. Bata o creme de leite com o açúcar (ponto chantilly) e a baunilha. Retire o aro da torta e cubra a lateral com o Chantilly. No centro da torta coloque o chocolate raspado e as nozes. Faça rosetas com o bico de confeitar (pitanga grande). Polvilhe com o cacau. Deixe gelar por 4 horas e sirva gelada.
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SECAGEM No Brasil utilizam-se na maioria das propriedades dois métodos para secagem de grãos: secagem natural em terreiro, e secagem artificial, utilizando secadores mecânicos. Texto: Equipe Conilon Brasil
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a secagem em terreiros, esparrama-se o produto em pisos, que podem ser construídos em concreto, tijolo, chão batido ou em asfalto. De modo geral, os terreiros são utilizados, pelo menos, na fase inicial do processo de secagem. Entretanto, a baixa taxa de secagem e a exposição do produto à agentes biológicos, juntamente com a possibilidade de ocorrência de condições climáticas desfavoráveis, geralmente ocasionam a redução da qualidade do produto. Sabendo que o objetivo é produzir café com qualidade e a baixo custo, o cafeicultor deve reduzir, ao máximo, a probabilidade de produção de lotes com classificação inferior (em tipo e bebida). Para atingir esse objetivo, deve-se, além de trabalhar corretamente todas as operações de se-
cagem, descartar qualquer técnica de secagem que dependa das condições do tempo. Se for comparada com a de grãos tradicionais (milho, arroz, soja etc.), a secagem de café é mais difícil de ser executada. Além do elevado teor de açúcar presente na mucilagem, o teor de umidade inicial, geralmente acima de 60%, facilita o aumento da taxa de deterioração se cuidados especiais não forem adotados, logo após a colheita. Quaisquer que sejam os métodos de secagem utilizados, o produtor deve ficar atento aos seguintes aspectos para obtenção de café de qualidade: a) Evitar fermentações indesejáveis antes e durante a secagem. b) Evitar temperatura excessivamente elevada (o café tolera 40ºC por um ou dois dias, 50ºC por poucas ho-
ras e 60ºC por menos de uma hora, sem se danificar). c) Secar os grãos, evitando os efeitos danosos de temperatura, no menor tempo possível até o teor de umidade de 18%. (abaixo deste teor de umidade o café é menos suscetível à deterioração rápida). d) Procurar obter um produto que apresente coloração, tamanho e densidade uniformes. Nos terreiros, mesmo nos locais onde a insolação é favorável, quando a higiene ou o uso correto da técnica não são aplicados, o desenvolvimento de microrganismos na superfície dos frutos e o aumento da respiração e da temperatura do produto são fatores que aceleram o processo de deterioração da qualidade. Também, mesmo utilizando corretamente a técnica de secagem em terreiros, a probabilidaConilon Brasil
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de de condições atmosféricas desfavoráveis pode inviabilizar, economicamente, a produção de café para competir no mercado atual, que tanto exige qualidade. Inicialmente, o café deve ser esparramado em camadas finas, aumentando-se a espessura gradativamente, à medida que vai secando. Durante a secagem, os frutos devem ser protegidos da chuva e do sereno. Os frutos devem ser revolvidos à cada hora de insolação para acelerar a secagem e evitar o aparecimento de grãos mofados e fermentados. O café colhido não deve, de modo algum, secar diretamente sobre o solo. Esporos de fungos oriundos de outros lotes podem permanecer no solo e contaminar posteriormente todos os demais lotes. O terreiro para a secagem do café deve ter a superfície lisa e deve ser mantido em boas condições de higiene. A camada de grãos durante a secagem não deve ser maior que 4 cm. Após o segundo dia de secagem, os frutos devem ser arrumados em pequenas leiras, de 15 a 20 cm de altura,
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ao final da tarde, esparramando-se o café no outro dia pela manhã. Em caso de ocorrência de chuvas, deve-se fazer leiras maiores no sentido do declive do terreiro. A troca de lugar das leiras deve ser efetuada o maior número de vezes possível, para arejar a massa de frutos e evitar fermentações. Após o término das chuvas, as leiras devem ser revolvidas, até secagem completa do piso do terreiro. O café cereja só deve ser amontoado depois da meia-seca. A fase final da secagem no terreiro acontece quando o café atinge 18 a 20% de umidade, devendo ser amontoado à tarde e coberto com lonas. Recomenda-se que a operação seja iniciada por volta das 15 horas, quando é menor a umidade do ar e os grãos estão quentes. Na manhã seguinte deverá ser novamente esparramado, em horário próximo das 10 horas, para evitar o resfriamento excessivo e a reabsorção de umidade. No final da secagem o café deverá apresentar entre 11-12% de umidade, sendo que o tempo total de per-
manência no terreiro varia entre 10 e 20 dias, dependendo da região e das condições climáticas. A determinação prática deste ponto final pode ser feita com base na observação da dureza e coloração dos grãos, ou pela relação volume/peso em que 1 litro de café coco pesa aproximadamente 420450g. Uma maneira mais exata de determinação de umidade é através de medidores apropriados. É importante destacar que os níveis finais de umidade do café são críticos quanto aos aspectos de segurança e qualidade do produto: abaixo de 11%, o café permanece mais tempo ocupando mãode-obra e espaço de terreiro, além de sofrer perda de peso e quebra de grãos no beneficiamento; com valores acima de 12% os grãos branqueiam mais rápido no armazenamento, além de ocorrer o risco de deterioração. Deve-se evitar a construção de terreiros em lugares úmidos, como baixadas e próximo de represas ou locais sombreados e com construções adjacentes. Na secagem artificial, várias são as formas de aquecimento do ar nos
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secadores mecânicos, sendo a utilização de fornalhas a lenha um método comum na maioria das propriedades produtoras de cafés. Fornalhas são dispositivos projetados para assegurar a queima contínua e completa do combustível em condições que permitam o aproveitamento da energia térmica liberada da combustão com o maior rendimento térmico possível. Podem ser classificadas em: fornalhas de fogo direto e indireto. Nas fornalhas com aquecimento direto do ar de secagem os gases resultantes da combustão são misturados com o ar ambiente e insuflados por um ventilador, diretamente na massa de grãos. Nas fornalhas com sistema de aquecimento indireto, os gases provenientes da combustão são introduzidos num trocador de calor, que em contato com o ar de secagem o aquecerá. A secagem de café em caldeiras a vapor para aquecimento do ar de secagem também tem sido utilizada e, segundo pesquisas, em algumas fazendas o consumo de lenha neste caso é de 50% inferior aos verificados nos secadores que utilizam fornalhas convencionais, com aquecimento. Os
sistemas que operam com caldeira apresentam menor custo com mãode-obra e não há riscos de incêndio na massa de grãos. Embora seja uma tecnologia disponível e que resulta em produto de boa qualidade o uso de caldeira só é economicamente recomendável para os casos em que vários secadores devem ser usados. O cheiro de fumaça, normalmente, aparece na secagem dos grãos por meio de secador que utiliza como forma de aquecimento determinados tipos de fornalhas de fogo direto. Um dos grandes problemas decorrentes do cheiro de fumaça no café é que a sua presença pode mascarar os odores próprios dos cafés mal preparados e ou impedir a detecção do cheiro característico de um bom café. Cafés com cheiro de fumaça ou outros cheiros estranhos, serão cada vez mais depreciados pelo mercado, chegando ao ponto de nem existir mercado para esses. A temperatura de secagem é extremamente importante. A fim de se obter bebida fina, a temperatura não deve nunca ultrapassar 39o C para o café em casca, medida na massa de café. Quando houver um percentual
elevado de frutos verdes, a temperatura da massa deverá ser mantida abaixo de 30º C, para evitar a ocorrência de café verde-escuro e preto-verde. O processo de secagem não deve ser muito rápido, de forma a garantir uniformidade, segurança e economia da operação. Em geral, a secagem estará completada entre 24 e 36 horas. Para evitar os problemas com o uso de fornalhas deve-se utilizar eficientemente os combustíveis, alimentar constante das fornalhas para equilíbrio da temperatura do ar de secagem, padronizar o tamanho do combustível sólido e limpar e fazer a manutenção de todos os componentes da fornalha e do secador. Além disso, deve ser observado o tipo de combustível a ser empregado na secagem dos grãos de café que apresentam importância significativa na qualidade do produto final e no custo da secagem. Na escolha de um combustível, devem ser consideradas as vantagens e desvantagens de cada um e analisadas as questões como quantidade de calor produzido, custo, segurança, condições de armazenamento e transporte, emissão de poluentes, disponibilidade de entrega, mão-de-obra para maniConilon Brasil
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pulação, influência sobre a qualidade do produto, equipamento necessário (queimador, tipo de fornalha, etc). No meio rural, a lenha, os resíduos agrícolas e o carvão vegetal são as principais biomassas utilizadas na secagem de café, juntamente com a energia solar. Experimentalmente, é conhecida a viabilidade do emprego do carvão vegetal como fonte de energia limpa. Em geral, o carvão vegetal, proveniente da carbonização de eucalipto, é livre de alcatrão, óleos e água presentes na madeira natural que são responsáveis pela formação da fumaça densa e contaminante. Por este motivo, existem estudos sobre o comportamento desse combustível, para viabilizar sua utilização na obtenção de cafés finos e qualidade superior. Além dos métodos acima citados, como objetivo de se produzir um café de alta qualidade, hoje, também se trabalha com terreiros suspensos, estufas de secagem e silos secadores. Segundo o Professor e pesquisador da Universidade Federal de Viçosa, Dr.Juarez de Sousa e Silva, é possível produzir um café de qualidade, com custo adequado, utilizando se30
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cadores de fogo indireto. Para tal, deve-se usar fornalhas apropriadas. Tanto para Arábica quanto Conilon, não existem dúvidas que se pode fazer um bom café através de secadores de fogo indireto. Segundo o Dr. Juarez, o problema é que muitas vezes os produtores querem secar café em oito horas e com isso se destrói a qualidade. Um bom café dever ser secado em no máximo, quarenta e oito horas. Segundo o pesquisador, os estados devem criar projetos para financiamento de infraestrutura para o pequeno e médio cafeicultor de modo a ficar livre da secagem terceirizada que normalmente é conduzida incorretamente. Quanto aos terreiros suspensos, Juarez de Souza acha que o cafeicultor deve avaliar o investimento alto desse sistema e sua vulnerabilidade quanto às condições atmosféricas. Na opinião dele, alguém que pensa como empresário deve esquecer as tecnologias que dependem das condições atmosféricas (como terreiros, estufas e suas variações). Se o cafeicultor produziu e colheu um bom café não deve correr o risco de estragá-lo devido ao uso de sistemas que não ofereçam
garantia de sucesso. Um sistema de secagem composto de secadores com ar aquecido é garantia de sucesso. “O cafeicultor deve ter sempre em mente que, Cafés de qualidade valem o dobro ou mais que cafés inferiores” diz o especialista. Juarez complementa dizendo que as tecnologias criadas via Consórcio Pesquisa de Café podem apresentarse como a infraestrutura mínima para produção de café de qualidade. Todas essas tecnologias foram desenvolvidas de tal forma que pudessem ser produzidas por microempresários da própria região onde serão usadas. O interessado nessas tecnologias pode encontrar mais informações no site: www.poscolheita.com.br. A escolha adequada do método de secagem, dos secadores, do tipo de equipamento empregado para o aquecimento do ar de secagem, do combustível utilizado, bem como as práticas durante a operação de secagem dos grãos de café, é essencial para a obtenção de um produto de qualidade superior, que possa ser comercializado a preços mais elevados.