A máquina Capítulo I - A Família Tadashi O momento em que se situa esta história permeia um universo de grandes descobertas e invenções inovadoras, o qual se iniciara com os alquimistas em busca de uma tal pedra filosofal e um tal elixir da juventude. Essa longa corrida em busca desses grandes feitos não parecia ter fim: muitas vertentes da ciência já haviam evoluído bastante, granjeando grandes resultados em benefício da humanidade. No entanto, a alquimia não havia dado uma salto significante. Nesse exato instante há uma coexistência inevitável entre as pessoas - onde quer que estejam - e a dimensão tecnológica. No entanto, tudo isso se dá por meio da eletricidade: sem o seu fornecimento não teríamos avançado tanto como já o fizemos e sua interrupção instalaria o caos mundial em poucos minutos. A fragilidade do ser humano continua, porém, a mesma, embora os alquimistas procurassem, de início, preservar a humanidade para sempre com seu elixir, desvencilhando-a da sentença mortal que lhe é imposta assim que nasce. Com o passar dos tempos e a falta de comprovações para suas teorias, os alquimistas ponderaram e perceberam que estariam trilhando um caminho utópico, até chegarem ao esmorecimento. Mas ainda havia alguém que acreditava estar em um caminho certo, não para encontrar a solução revigorante, mas sim a ”pedra filosofal” que ainda era alvo de seus estudos. Escondida em um lugar inóspito do Japão, há muito tempo, uma família de alquimistas começou a fazer investigações grandiosas com apenas um intuito: encontrar o tão precioso elemento que poderia causar a transmutação, a fim de que pudessem fabricar o ouro para o seu próprio benefício. Em certos momentos da história vemos claramente o quanto o elemento dourado era valorizado - e ainda é - por todos os povos. Quantos continentes recém-descobertos foram explorados a fim de retê-lo na maior quantidade possível. Criou-se ainda
uma lenda, na época das grandes navegações, que dizia haver no além-mar uma “El dorado” - cidade completamente feita em ouro - a qual motivava, e muito, os navegantes a desbravarem os mares longínquos. Assim, a Família Tadashi buscou por gerações elevar seus conhecimentos até, um dia, compreender completamente esse fenômeno fascinante. Numa dessas gerações houve o surgimento de muita controvérsia entre os membros da família concernentes às recém-descobertas do jovem Tsutomu Tadashi, filho do célebre gênio Sho Tadashi. Suas ideias e teorias pareciam incomodar seus parentes de tal forma que já fora ameaçado várias vezes de morte. Mesmo assim, sua postura continuou a mesma: defendeu suas descobertas obstinadamente e, com a ajuda constante do seu pai que sempre o apoiava em seus estudos, prosseguiu firmemente em direção aos seus objetivos. As ideias polêmicas de Tsutomu causaram grande alvoroço na família e foram um os principais motivos que trouxeram desprezo aos seus membros. Mas outro acontecimento que atraiu vergonha à família foi a morte precoce de Yuzo Tadashi, seu irmão: em um acidente ele foi incinerado ao produzir experiências de transmutação. Utilizando um pequeno artefato feito de ferro, madeira e com algumas outras peças estranhas que emanavam um calor intenso, ele dizia poder modificar a estrutura dos elementos. Mas, numa tarde fatídica, diante de todos os membros que vieram prestigiar a experiência de perto, algo deu fatalmente errado. Desde então seus pais sofreram grandes humilhações e foram, muitas vezes, tratados com desdém, pois diziam serem eles os culpados de todo opróbrio causado por Tsutomu. Os seu amigos de estudos também começaram a se afastar, negando auxílio e até atrapalhando-o, se possível. A partir daí Tsutomu se isolava constantemente do mundo. Passava dias e noites exilado nos fundos de sua casa, dentro de um refúgio subterrâneo. Ele sempre procurava imaginar-se em um mundo que não o culpasse por acidentes, mas ao mesmo tempo sentia o peso da culpa quando lembrava do seu irmão, de quem mais recebia apoio e o apoiara até os últimos momentos de sua vida. Não suportava mais viver. Mas também não suportava a
ideia de desistir. -- O que eu fiz de errado?, dizia ele. -- Essas coisas só acontecem comigo. Esses murmúrios irritados eram ouvidos somente por ele em sua casa habitação escondida. A iluminação do ambiente era feita por cálida e oscilante luz de vela. Um ambiente propício à melancolia. Mesmo com toda tristeza, o nobre alquimista sempre lia alguns livros sobre o tema, os quais seu pai lançava por baixo da porta junto com alimento e água. Alquimia e seus limites, Alquimia humana, Transmutações Animais dentre outros títulos eram bastante lidos e relidos. Portanto Tecnologias novas, já haviam inventado quase tudo que se podia imaginar. Mas um homem, Carlos Mendel, quer inovar, quer ser o primeiro a inventar algo mirabolante, um troço tão diferente que não se possa copiar nem pelos inteligentes mais célebres do mundo. Professor de física e química, para ele não será difícil pensar em algo para inventar. Passou a vida inteira (50 anos precisamente) fazendo protótipos de invenções, cada uma mais mirabolante que a outra. Mas ele quer pensar, desenhar e construir uma invenção que mude a forma de viver da humanidade e não gaste muita energia, pois é esse o único problema da Terra, a falta de energia. O petróleo acabou, é preciso inventar outras meios energéticos . Não só a energia está faltando, mas também alguns minerais estão muito escassos. Carlos Mendel é muito egoísta, quer tudo para si. Nunca chegou a ajudar alguém, nem que para isso precisasse tirar um centavo do bolso. Neste tempo, ficou trancado por muitos dias no porão de sua casa, pensando no que fazer para ser chamado de “Rei do Mundo”. Depois de muito tempo, ele conseguiu construir o que queria. Logo pensou em divulgar essa invenção a todos os habitantes do planeta. Não conseguiu. A invenção ficou escondida em sua casa. Só restou isso para ele ficar louco, mas até aquele momento ele só havia falado que havia construído essa invenção, mas ainda não disse do que se tratava. Na realidade, nem ele sabia mais o que era (tinha ficado louco), mas ele deixou uma pista do que se tratava antes de enlouquecer. Sem a possibilidade de dizer a alguém do que se tratava, a
invenção ficou em sua casa por muitos anos. Até que um dia houve um incêndio extraordinário e sem antecedentes que destruiu toda a casa deixando somente cinzas empilhadas. Não se teve mais notícias de Carlos Mendel, mas houve indícios de que ele tivesse fugido e estivesse vagando pela cidade, escondido em bueiros. Hoje essa invenção está guardada no cofre da área 51. Nunca se soube usar essa máquina, pois ninguém encontrou o manual de uso do aparelho, que pode ter se transformado em cinzas no incêndio. Aquelas pessoas que tomam conta do cofre estão muito curiosas em saber como se usa. CENA 1: INT/Área 51 - TARDE Roberto Minas, está muito curioso, e nessa tarde (aproximadamente 17h) ele quer tentar, pelo menos, mexer nos botões da máquina para ver o que acontece. Ele sai da sala de comando. Decidido, vai à sala dos lasers, pega um deles e volta. Na sala de comando, desliga as câmeras, e os alarmes. Caminha normalmente. O caminho é tão longo, que se assemelha a um corredor infinito de portas seguidas de portas. Após duas horas caminhando, ele chega muito cansado. Com sua mão gelada, procura o bolso rapidamente para pegar o laser. Sua tremedeira, quase não o deixa acertar o botãozinho. O feixe do laser é o mais potente, o azul, e em segundos, corta a porta como um papel. A máquina está logo ali, e vendo-a ele, fica encantado. ROBERTO Que coisa linda! Ele está diante de uma máquina aparentemente sem função, mas bem legal, quero dizer, com uma tecnologia raríssima. Seu formato é cúbico com quatro antenas levemente inclinadas nos vértices superiores e sua cor é cinza. Não há muitos botões, e tem uma ponta no meio, de um material parecido com o aço. Ele suspira profundamente, encosta o braço na máquina e coça a cabeça.
ROBERTO Há se eu encontrasse o manual... Seu braço faz tanto peso na máquina, que quebra uma parte dela deixando somente um buraco na parte de cima, e, por incrível que pareça, o manual, que está dentro dele. ROBERTO O que é isso? Ele abre o papel e vê do que se trata, mesmo assim não entende, mas fica alegre. ROBERTO Que sorte! Eu encontrei o manual de instruções. Vou guardá-lo muito bem, senão alguém pode roubá-lo de mim. Roberto, rapidamente, pega o manual e vai em direção à saída da sala. No momento em que ele vai sair, aparece ROBSON, um dos agentes, que passava na hora, pois havia ouvido um barulho esquisito, que vinha da sala onde se encontrava a máquina. Roberto Minas fica agoniado. ROBERTO Meu Deus, e agora? Tomara que ele não venha para este lado, senão eu estou perdido. CENA 2:INT/Área 51, Sala da máquina - ANOITECER Roberto sua frio, não sabe o que fazer. Corre para lá e para cá, mas não encontra sequer um buraco para se esconder. Enquanto ele pensa que Robson já havia passado, passa o seu rosto pela entrada que ele fez na porta, e mexe sua cabeça para olhar um lado, e fica aliviado, pois não o encontra. Quando ele vira sua cabeça para o outro lado, vê Robson escorado na parede com os braços cruzados. O medo é tão grande, que ele bate com a cabeça no buraco da porta. Roberto que já estava nervoso, ao ver que seu "amigo" está do outro lado, não sabe o que fazer. Seu pescoço está travado, não vira. As palavras não saem da boca.
Ninguém fala nada, até que Robson toma a iniciativa: ROBSON O que você está fazendo aí? Uma pergunta dessas acaba com qualquer um que esteja com um problema como esse. É uma dificuldade para responder, mas ele se vira nas palavras e diz o que vem na mente. ROBERTO É que minha caneta caiu do meu bolso, bateu no meu pé, saiu rolando e chegou até aqui. Aí eu vim buscá-la. Ele está tão distraído que não se lembra que tinha arrombado a porta que estava trancada e muito bem trancada. Robson, irritado com a resposta, pergunta: ROBSON E como a caneta entrou na sala? E pra quê você arrombou a porta por uma caneta? ROBERTO Quem? Eu? Eu não arrombei a porta não. Quando eu cheguei a porta já estava quebrada. Nem ele mesmo acredita no que diz, a mentira é tão grande que ele já está com vontade de dizer a verdade, mas depois de dizer tudo aquilo, pra ele não dá mais. Outra vez Robson o questiona. ROBSON Você viu quem quebrou? Se você não viu, é porque foi você, com certeza. ROBERTO Não, que é isso. Fui eu não. E também, sei lá quem foi. Tu sabes? Uma resposta que só podia vir de um cara-de-pau como ele.
Robson, irritado com a conversa, não só está perdendo tempo como já está perdendo as estribeiras. ROBSON Você vai agora mesmo ter uma boa conversa com JORGE. Eu sei que você quer encontrar o manual, todos querem, mas somente ele tem o poder para ordenar o uso da máquina e não vai ser um manual roubado que vai me impedir de te dar uma surra. Ele não se importa, está nervoso, mas decidido. (Fala com voz alta e gesticulando com as mãos) ROBERTO Eu vim até aqui, não pra voltar atrás, mas para conseguir o que eu quero. E também não vai ser você que vai me impedir. Ele começa a ameaçar o agente com o laser. ROBERTO Dê mais um passo, que eu aciono o laser. Robson não fica intimidado. ROBSON Aperte o botão se você tiver coragem. Não precisa ser um "expert" em psicologia para ver o quanto você está nervoso. Você está com mais medo de apertar o botão, do que eu de levar um tiro de laser. Robson é muito sangue frio, mas, voltar atrás não está nos planos de Roberto, e ele corre com toda sua força e velocidade em direção à saída. Mas ele está a mais de 800 metros da porta de saída. ROBERTO E agora, para onde eu vou? CENA 3: INT/ Área 51/Compartimento - NOITE Neste compartimento, é de se ver várias entradas de ar e algumas entradas no chão, que ele não sabe do que se trata. Ao
puxar a tampa da entrada que se encontrava no chão, uma fumaça muito espessa sai como um jato, que, depois de um tempo, desaparece. ROBERTO Vou ter que sair por aqui, as entradas de ar, são muito pequenas, é o único jeito. Ele entra, e logo sente um pouco de falta de ar, e náuseas, em conseqüência do cheiro, que é muito forte. Desce umas escadas de ferro que há na parte inicial da descida. Escorrega e cai num lamaçal. Em decorrência do cansaço, está com tonturas e dor de cabeça. Sem contar o calor que é de 45°C. Após andar e escorregar muito pelo que parece ser um bueiro, ele fica muito sujo e molhado pelas águas gosmentas que pingavm do teto, e as que já estavam no chão. Com sede, com fome, ele está com a vista embaçada. ROBERTO O que está acontecendo? Meus olhos estão ardendo, eu não me agüento em pé. Meu coração está parando?! Ele cai de costas exausto e inconsciente. Até que alguém com uma aparência desgastada pelo tempo, e uma barba enorme aparece dentre a névoa do bueiro, levanta Roberto, o segura nos braços, e o leva para um local misterioso. CENA 4: INT/ Área 51/? - NOITE Um local cheio de bugigangas, objetos exóticos e muitas invenções. Uma pequena sala com paredes vermelhas alaranjadas, cheias de enfeites geniais. Ele coloca Roberto deitado em uma espécie de cama, e o deixa descansar. O velho um pouco cansado senta-se em sua cadeira preferida e fica mexendo numa coisa que deve ser mais uma de suas invenções. CARLOS MENDEL De onde esse cara veio? Pela roupa, parece um daqueles caras que apareceram lá em casa, antes de acontecer aquele incêndio absurdo, que eu acho até hoje ter alguma relação com eles.
Ele segura firme sua invenção, e passa sobre a cabeça de Roberto, e, como que por um milagre, ele abre os olhos e senta na cama, lúcido, mas um pouco desequilibrado. ROBERTO O que houve? Quem é você? O que eu estou fazendo aqui?... O velho tapa seus ouvidos, e não gosta do que Roberto está fazendo: perguntando demais. CARLOS MENDEL Calma! Pergunte uma coisa de cada vez ROBERTO Quem é você? CARLOS MENDEL Eu sou Carlos M... ROBERTO CARLOS MENDEL? CARLOS MENDEL Isso mesmo, como você sabia? Roberto ainda está um pouco zonzo, põe sua mão na cabeça e tenta se lembrar de algo. ROBERTO Eu não me lembro, mas eu acho que tem a ver com uma invenção que tinha um manual, sei lá, algo assim. O velho fica paralisado, pois se lembra da sua invenção. CARLOS MENDEL Espere um pouco, não me diga que é uma invenção que foi perdida por um cara após um incêndio em sua casa, e que seu manual nunca foi encontrado. ROBERTO
É, foi isso mesmo. Roberto se lembra de mais algo, e começa a procurar esse tal manual em seus bolsos. ROBERTO E parece que eu estou com o manual, me deixe ver... Está aqui. Quando ele encontra, Carlos Mendel lhe dá um forte abraço. CARLOS MENDEL Você salvou minha vida cara! Há muito tempo que eu procuro isso. Agora eu posso concluir um trabalho de 50 anos de vida. Roberto fica sem entender. ROBERTO Como assim? Eu só encontrei o manual. CARLOS MENDEL Eu estava à procura desse manual há muito tempo. Do nada, é ouvido um pequeno zumbido do lado de fora da sala onde eles se encontram. O velho fica temeroso. CARLOS MENDEL Eu me lembro deste ruído. São eles. A parede de entrada é destruída, a poeira toma de conta do local, deixando uma escuridão imensa. Quando a poeira baixa se vê Robson usando roupas de ferro e segurando duas armas de grande potência. --- Eu também estava procurando este manual. Ele aponta suas armas na direção deles, outro zumbido é ouvido. --- Cuidado cara! O velho dá um pulo, empurrando Roberto e esquivando os dois do laser. O laser destrói quase todas as invenções de Carlos Mendel. Ele fica enraivecido.
--- Você vai pagar caro! Eu sei quem é você seu destruidor, eu nunca me esqueci do que você fez na minha casa. Robson dá um sorriso. --- Essa foi a intenção da destruição daquela casa horrível e cheia de invenções imprestáveis. Carlos Mendel está com a sua invenção nas mãos, e joga com toda força nele. Ele cai desmaiado. --- Vamos cara! Temos que fugir, nós não estamos mais fortes do que ele. --- Espere, eu tenho um nome. --- E qual é? --- Eu sou Roberto Minas, da área 51. Carlos Mendel não acredita, mas fica calado e segue em diante. --- Vamos, não podemos deixar que ele nos pegue. Carlos Mendel, enquanto caminha, começa a conversar um pouco sobre a máquina. --- Como você encontrou meu manual fora da máquina? Que eu me lembre eu tinha deixado num local dentro dela. --- Eu não encontrei fora? Carlos Mendel pára de caminhar. --- Como disse? --- Eu encontrei dentro dela. --- Você sabe onde ela está? --- É claro que eu sei, está no... O velho tapa a boca de Roberto e olha para os lados. --- Fale baixo! Senão um daqueles caras virá. --- Mas esses "caras" sabem onde a máquina está! --- O quê? Me leve até lá. Roberto encaminha o velho ao local onde está a máquina, voltando ao início de tudo. Roberto ainda está com medo, pois Robson ainda iria procurá-los. Após uma caminhada imensa, uma parada para descansar e outra para tirar as baratas de seus corpos, eles encontram o local em que Roberto entrara. --- Este é o lugar, vamos. Carlos Mendel corre e sobe as escadas como se fosse uma criança. Roberto fica indignado --- Eu já percebi que eu estou cansado, mas este velhote está
mais forte que eu. Eles sobem, e agora estão dentro da área 51. São 10h da noite, o caminho até o cofre ainda é longo. No meio do caminho, Carlos pára, olha para frente, e dá uma rasteira em Roberto, que está atrás dele. Ele cai de cara no chão. --- O que foi seu velho! --- Fique mais atento. A qualquer hora Robson e seus companheiros podem vir. Roberto não gosta da repreensão dele e fica um pouco atrás dele, a fim de dar o troco sem que ele o veja. Ele se prepara para dar uma rasteira no velho, rapidamente ele se abaixa e joga sua perna. O velho, mais rápido do que ele, pula e pisa em sua perna. --- Cuidado quando for atacar também. Você não pode atacar sem se defender ao mesmo tempo, e nem defender sem atacar. Agora Roberto vê com quem está lidando e resolve ficar quieto, senão, na próxima rasteira, não daria nem para ele caminhar com tanta dor. Após uma longa caminhada dentro da área 51, eles chegam ao cofre. --- Aqui está a máquina, agora vamos usá-la de acordo com esse manual? Carlos dá uma gargalhada que deu até medo em Roberto. --- Muito obrigado cara, mas agora eu não preciso mais de você. Carlos aperta um botão que estava escondido, e tenta jogar um feixe de laser sobre ele. Roberto se joga para fora do cofre, e a explosão joga o resto da porta longe. --- Você está ficando louco? Solte isso Carlos! Carlos Mendel dá outra gargalhada. --- Eu só estava testando a máquina e você. Aprendeu rápido, não é? Roberto não gosta dessas brincadeiras perigosas de Carlos. --- Você quase me mata, e ainda vem rir para o meu lado. Deixeme sair daqui. Não quero mais usar esta máquina que só me trouxe problemas. O velho dá uma risadinha firme. --- Se eu fosse você não diria isso. Olha a porta do cofre, o que você vê? Roberto olha só por olhar, mas, surpreso com o que vê, fica fascinado: a porta transformou-se em ouro 24 quilates.
--- Como você fez isso? --- A minha máquina reproduz todos os elementos químicos a partir de qualquer outro. Este raio que eu produzi em laboratório após muitos anos de pesquisa, simplesmente transforma todos os elementos da tabela periódica em outros da mesma. Roberto fica pasmado, e não acredita no que vê. --- Quer dizer que nós podemos ficar r...RICOS!!!! --- Isso mesmo, mas não podemos falar sobre isso com ninguém, ouviu bem, ninguém. Robson aparece do nada, novamente com suas armas poderosas apontadas para os dois. --- Eu também quero ficar rico. Se você não deixar, eu só destruo vocês. Tá certo? O velho ainda está com a mente ótima, e pensa rápido. --- Toma isso! Ele aciona o laser transformando sua roupa de ferro em oxigênio e suas armas de carbono, em urânio. Simplesmente o elemento mais pesado e mais radioativo. --- Você vai ver seu velho idiota... Dizendo isso, cai no chão quase morto em conseqüência da radioatividade que está em suas mãos. Depois o velho aciona novamente o laser e transforma suas armas em ouro, para não causar mais danos a ele. --- Vamos embora Roberto, temos mais o que fazer. --- Mas pra onde vamos? Não sei se você se lembra, mas estamos na área 51, esta área é rastreada via satélite. --- Como você é tolo, eu sei disso, por isso eu inventei o tele transportador. --- E onde está isso? O velho passa a mão sobre a cabeça segurando Roberto e a máquina. --- Se segure, pois vamos viajar. Os três desaparecem como num passe de mágica, e são tele transportados para um lugar onde se encontra um tele transportador receptor, em sua casa. No momento, nada foi encontrado pelos agentes, apenas Robson, que foi levado ao hospital em estado grave, e as armas de ouro que são levadas para a perícia, onde serão analisadas.
Carlos Mendel e Roberto, após o tele transporte, chegam com segurança. --- Como você fez isso? Carlos já está farto de perguntas. --- É só isso que você sabe fazer? Perguntar? --- Eu pergunto com razão, você é muito mais estranho do que eu pensei. Ele fica vermelho de raiva. --- Não me chame de louco! --- Eu não estou dizendo que você é louco, só estou dizendo que você é estranho. --- Eu acho que isso dá no mesmo. Mas deixa de conversa mole, e vamos ao assunto. Pra quem você trabalha? Roberto não está prestando atenção nele, mas está olhando firmemente para um monte de fios e uma bola de cristal que estava se destacando em sua sala. Carlos pergunta novamente. --- Pra quem você trabalha? Roberto agora responde, mas continua olhando o objeto. --- Eu trabalho para Jorge Tales, ele é o comandante presidente da área 51. Carlos pensa: --- Eu sabia que era ele, ele sempre me odiou. Mas ele não vai me vencer. Roberto vem andando devagar entre duas mesas metálicas empilhadas de fios e computadores. Olha para o teto, para o chão, e a única coisa que se vê são fios e invenções malucas. Mas ele se volta para a bola de cristal, cuja magnificência despertou curiosidades. --- Carlos, o que significa isso? --- O quê? Essa bola? Isso é um círculo magnético de íons neutralizados de sal, que tem a função de conservar as objetos orgânicos. Roberto coça a cabeça, sem entender nada. --- É muito legal. Carlos Mendel chama Roberto para uma conversa sobre a máquina, e resolve ensinar algumas coisas sobre o tal invento transformador. --- Essa máquina é de simples uso, só um idiota não sabe usar.
Roberto pensa: --- Tomara que eu saiba... Diz ele sabendo não saber. --- Observe estes botões. Ele mostra todos os botões da parte frontal da máquina. --- O que você vê em segundo plano? --- Parece ter o formato da tabela periódica. --- Isso mesmo. Observe que cada botão tem o nome de um elemento, semelhante a uma tabela. Ora, é só apontar o laser no elemento químico que quiser, e apertar no botão que tenha o nome desejado. Por exemplo, se eu quiser transformar um prego de ferro em ouro, é só apontar o laser e apertar no botão onde tiver a sigla "Au", entendeu? --- Claro, é muito fácil mesmo. Carlos Mendel olha para os lados e diz baixinho: --- Quer tentar? --- É claro! Roberto corre até a máquina, coloca seu cinto de ferro sobre a mesa de madeira e, noutro botão é que ele não apertaria, clica na tecla Au (Ouro). Ele vê seu cinto transformado totalmente em ouro. --- Que beleza de máquina você inventou Carlos! --- Não é pra tanto. Enquanto eles conversam, na área 51 a investigação sobre o caso Roberto Minas está em andamento. Os detetives secretos conseguem boas evidências que Roberto tem alguma relação com a morte de Robson. As marcas da porta são das mãos dele, o que indica que Roberto esteve lá após a porta ter sido misteriosamente transformada em ouro. O comandante presidente da área 51 está inconformado com roubo da invenção e com o desaparecimento de Roberto. Ouve-se uma conversa nos rádios da área secreta: --- O que vocês detetives encontraram? --- Nós achamos as impressões digitais de, por incrível que pareça, Carlos Mendel. --- Não pode ser. Como ele ainda está vivo? Aquele super inventor não morre mesmo. Mandem todos os agentes para procurá-lo. Já! --- Agora mesmo presidente.
Agora Carlos Mendel está em perigo, um perigo silencioso, os agentes secretos dos Estados Unidos estão em todos os locais ao mesmo tempo. Voltando para a casa de Carlos, eles estão se despedindo temporariamente. --- Até mais, Roberto. --- Até mais. Ao pisar fora da casa (que não pode ser chamada de casa, pois é um barraco abandonado no meio de uma área deserta onde só há uma pista) ele não sabe pra onde ir. A estrada em sua frente é muito extensa, por isso ele teria muita sorte se passar algum carro por ali. Sua sorte estava grande mesmo, é avistado uma luz vinda lá do fim da estrada, um carro Sport, de cor branca. Ele não perde tempo e pára o carro. --- O que você quer? --- Eu quero ir para minha cidade, Goodyear. --- Pode entrar, eu moro lá também. Roberto entra no carro, a escuridão toma conta do local, mas as luzes do carro são mais fortes. O dono do carro começa a fazer perguntas: --- Como você veio parar aí cara? Eu não conheço ninguém que more aqui. --- Eu vinha pela estrada quando veio um ladrão e me roubou, e, por favor, não me pergunte mais nada, pois ainda estou em estado de choque. --- Tá, mais eu só quero saber como você se chama. Roberto sabe que precisa deixar seu nome guardado. --- Meu nome é John Vick. E qual é o seu? --- Meu nome é Jorge Tales. A escuridão é tão grande que ele só o conhece após de ele ter dito o nome. --- O que você está fazendo aqui. Ele responde escondendo o rosto. --- Nada só estava indo pra casa. Após muitas ruas e estradas de barro e pouca conversa, Roberto chega ao seu destino. --- Muito obrigado, Jorge, valeu pela carona. --- Que é isso, não foi nada. O que Roberto não sabe é que Jorge o reconheceu, e contata
seus agentes secretos: --- Ele está aqui. Tome as coordenadas do meu GPS. Agora Roberto será vigiado dia e noite até fazer algo que possa revelar o local onde Carlos, o pior inimigo de Jorge, está escondido. Robson, na manhã do dia seguinte, só dentro de casa, está feliz, pois conheceu Carlos Mendel e sua máquina. --- Aquela foi uma experiência muito boa. Ele olha para seu cinto que está sobre a mesa. --- Mas eu ainda fico indignado com isso. Eu ainda não estou acreditando que transformei algo de ferro em ouro. Ele está sem fazer nada e procura seu controle debaixo da almofada do sofá para ligar a televisão. Ele começa a passar os canais para ver o que passa de bom. --- Não há nada de interessante aqui! Quando ele está passando os canais, ele vê algo de familiar num canal e resolve dá uma parada no controle. Na tela está o rosto de Carlos Mendel, com a seguinte frase: --- Procurado por assassinar agentes da área 51. --- Como é a história? Ele é procurado por assassinar agentes, o que ele quer dizer com agentes? Foi só um, e ainda por cima se defendendo. A frase continua: --- Há outros suspeitos, um deles é Roberto Minas, pois foram encontradas suas impressões digitais... --- Eu também estou nessa história. Droga! Ele olha para suas mãos: --- Pra quê eu fui tocar na porta do cofre, agora eles sabem que era eu. Ele ouve um barulho estranho perto da cozinha. --- Quem está aí? Ele está inseguro, mas vai até a cozinha com uma frigideira na mão com vontade de dar uma cacetada daquelas em quem ver na frente. Ele vê alguém pegando seus talheres de ferro, e logo pensa que é um dos agentes de Jorge Tales. Ele anda devagar e pára por trás. Prepara as mãos e... --- O que você está fazendo? Era somente Carlos Mendel. --- Você? Aqui na minha casa. O que você quer? Nós estamos
sendo procurados poor todo mundo, e você fica andando por aí... Carlos Mendel responde com firmeza. --- Meu amigo, eu não serei pego nunca, eu tenho um aparelho tele transportador sobre minha cabeça, e aparelhos receptores em qualquer lugar do mundo. Eu não estou com nenhum pouco de medo deles. --- Você começou com essa história de invenção, e agora eu posso até ser morto! --- Não se preocupe você não vai morrer. --- Como você sabe? O que ele não sabe é que está revelando tudo para a NASA, que já tinha colocado gravadores em toda a casa. Carlos Mendel se vê no perigo que os dois correm. --- Roberto, cala a boca! --- Você não manda em mim, seu velho idiota! Carlos Mendel faz um sinal apontando com o nariz para um dos gravadores que estava à vista. --- E então? Poderia calar a boca! Roberto entende, e fica calado. --- Me empreste esta frigideira. Carlos destrói todos os gravadores. --- Vamos para minha casa, pois lá estaremos mais seguros. Roberto Minas está com a vida muito corrida, agora ele terá sempre que fugir de todos os agentes secretos, o que será difícil. --- Carlos, eu não quero ir. Eu vou me meter em mais complicações, eu acho melhor eu me entregar... --- Deixa de falar asneiras e vamos logo. Carlos faz o mesmo que fez para se tele transportar para sua casa, levando Roberto à força. --- Por que você quer me ajudar? Eu nem te conheço? E agora que eu quero me entregar, você não quer deixar. Carlos parece ter algo de importante para dizer. --- Quem é seu pai? Roberto fica sem entender o porquê da pergunta. --- Eu não conheço meus pais. Mas pelo que me disseram na área 51, eu fui encontrado numa casa quando era bem pequeno, e fui salvo de um grande incêndio. Carlos Mendel mostra um pedaço de um jornal com um aspecto
de queimado que está dentro daquela bola de cristal surpreendente. --- Você conhece essa história? No jornal diz o seguinte: --- Criança é encontrada dormindo dentro da casa de um suposto inventor maluco, onde ouve um incêndio absurdo e sem precedentes (...). Carlos Mendel não pôde ser salvo, e infelizmente, morreu carbonizado. Roberto, paralisado, não sabe o que falar, arrependido de ter dito aquelas coisas com ele. --- Como? É você? --- Sim, sou eu mesmo. --- Mas, eu não entendo. Porque essa história ficou escondida por todo esse tempo? Carlos Mendel pede para ele se sentar, pois a história, segundo ele, demoraria. --- Tudo começou assim: quando eu era pequeno (tinha uns 15 anos) já sabia de muita coisa mesmo. Eu sempre via na televisão pessoas que inventaram muitas coisas e ficaram ricos, que era o meu sonho. Um dia vi Jorge Tales, um grande inventor, falando sobre a dificuldade de se fazer invenções diferentes, e também ouvi dizer que seria impossível criar uma invenção diferente. E afirmando que duvidava muito alguém conseguir fazer algo diferente em que muitas nações admirassem seu inventor. Mas Eu não quis saber, logo pensei em desenhar algo como base para a invenção. Indo e vindo da escola, ouvia pessoas falando sobre a escassez de muitos minérios brutos, e alguns deles era o ferro, o urânio, o cobre, o ouro, e, principalmente, o oxigênio. Ao ver o quanto esses minérios eram essenciais para o planeta, pensei em algo. Para mim tudo se encaixava nesta invenção inovadora, e tudo isso deu nesse trabalho de mestre, não querendo me achar, mas essa invenção é a melhor que eu já vi, mas só perde pra uma. --- Qual? --- Deixe pra lá, não gosto de comentar. Enquanto isso, na sala de controle da área 51, o trabalho de rastreamento não pára. As máquinas tão tecnológicas quanto a invenção de Carlos, não conseguem encontrá-lo até que Jorge Tales conversa:
--- Eu os encontrei. --- Mas, como. --- Instalei um rastreador via GPS na camisa de Roberto quando o encontrei, temendo que ele desaparecesse novamente. --- Muito bom presidente, mas diga-nos, onde ele está? --- Ele está escondido num deserto perto de Goodyear. Pegue minhas coordenadas, e não perca tempo, mande os agentes arrasá-los, eu quero que vocês os tirem do mapa. Ok? --- Entendido senhor. Agora eles estão em perigo, os agentes sabem onde eles estão. Na casa de Carlos, eles conversam e tiram suas dúvidas sobre as coisas que aconteceram antes do incêndio. Após um tempo eles preferem comer alguma coisa. --- O que você tem de comida? O velho tinha bom gosto, era cozinheiro de um restaurante ali perto. --- Deixe-me abrir minha Ice Cube 3000. Estão aqui as comidas portáteis que eu mesmo faço. Ele mesmo põe suas comidas à mesa para comerem. --- Pronto pai? --- Tá, tudo certo. Eles se aprontam, mas... Um ruído muito pequeno é ouvido no quintal, no telhado e nas paredes da casa. --- De novo! Vamos sair daqui! Ele tenta se tele transportar, mas algo dá errado, pois ele não sai do lugar. Os dois tentam correr para fora de casa e são impedidos por uma tropa de agentes do FBI, altamente armados e defesos. Foi um momento de muita tensão, nenhum deles escapou de ser preso. O agente faz uma cara de "ganhei a guerra" e conversa com Jorge: --- Pegamos eles. --- Bom trabalho, qualquer dia desses eu dou-lhes aumento. Tragam-nos aqui, logo! --- Entendido. Estando presos, agora eles estão em perigo realmente: não podem se teletransportar; não podem se mover, pois estão na mira das armas deles. Esta emboscada foi realmente perfeita.
Eles jogam eles no camburão. Debochando deles, os agentes seguem na grande estrada até o deserto de Nevada. --- Viram aí, eles não eram os melhores? Que nada, não passam de insetos insignificantes. Eles decidem ficar quietos, para não deixá-los nervosos. --- E ainda por cima são mudos, esses tais inventores não estão com nada mesmo. Roberto, com o rosto molhado de suor e sangue, das pancadas que levou neste caminho, não consegue ficar com a boca fechada. --- Vocês não são nada, são apenas dois idiotas escravos de Jorge, que não sabe o que é sonhar. --- Você vai ver! Ele pensa em matá-lo, mas o seu amigo impede. --- Calma, cara, Jorge disse que era para a gente levá-los vivos, não se lembra? --- Não sei se vou lembrar daqui à cinco minutos. Roberto conversa baixo com Carlos: --- Eu não te disse? Nós íamos acabar mortos, e aí, onde estão seus "receptores" que tanto você falava que ia nos assegurar? --- Eu tenho tudo sob controle. --- Você o quê? Tem tudo sob controle? E porque ainda estamos aqui? --- Eu só preciso de tempo. Tempo necessário para que eu recarregue meu teletransportador. --- De quanto tempo você necessita? --- No mínimo, quatro horas. --- Quatro horas! Tá ficando louco, daqui para lá nós já sumimos do mapa. --- Fique calmo, nós vamos sair dessa. --- Na última vez que você disse isso nós viemos parar aqui. --- Fique frio, dessa vez eu só preciso desse tempo, quatro horas. --- Vou confiar em você. --- Sossegue. Quinze minutos depois o camburão pára, eles ouvem vozes do lado de fora, parece qua já chegaram. --- Já chegamos? --- Pelo jeito sim, pai.
Um dos agentes abrem a porta e os levam ao corredor das salas secretas, cheias de invenções por trás de paredes de vidro.O caminho longo foi muito penoso, ninguém sequer abria a boca, até chegar a sala de invenções após três horas. Carlos Mendel, ao ver as invenções, fica encantado, e pensa: --- Era meu sonho, era meu objetivo. Fazer uma exposição de invenções raras e úteis ao ser humano. Algo de familiar é visto por ele: --- Não acredito! Minha invenção! Ele percebe uma frase estranha logo abaixo dela: --- "De única autoria: Jorge Tales, que ganhou o prêmio máximo com essa invenção, a presidência deste lugar excelentíssimo e secreto dos EUA". --- Pai, essa não é sua invenção!? Jorge Tales aparece ao fundo do corredor, escorado à porta, balançando o joelho,com os braços cruzados e fumando seu charuto favorito. --- Era sua invenção. O que queria? Que eu perdesse o prêmio? Carlos, com muito ódio, diz: --- O meu sonho era ser reconhecido por inventar algo inovador. --- Eu também tinha um sonho, o de ser presidente da área 51. --- Ao menos fosse justo, a melhor invenção venceria. E porque não mostrou a sua? Não estava confiante em si mesmo? --- A minha invenção está bem aí do seu lado. Carlos vira seus olhos para ver do que se trata. --- Não pode ser! --- O que foi pai?, diz roberto. --- Essa invenção! --- O que tem ela? --- É o tipo de invenção que não pode ser mostrada à humanidade. --- Isso mesmo Carlos, é um grande laser de feixe azul, que vai fazer chover em locais secos. --- Como assim? --- Eu vou apontá-lo para o mar, isso causará uma enorme evaporação, que acarretará em chuvas incessantes, acabando com desertos como esse da área 51. --- O que você quer dizer com chuvas incessantes?
--- Quando eu era pequeno e morava na África, havia muita falta d'água. Todos os dias eu tinha que ir à uma fonte longínqua para buscá-la. Um dia essa fonte foi retirada das redondezas, pois era muito limpa, e desviada para lugares mais ricos do país. Eu fiquei indignado com a situação, agora vou fazer isso para ajudar o povo que precisa, e matar aqueles que a desperdiçam. Roberto percebe que ambos estão sérios. Carlos vê que, por um lado ele tem razão: --- Eu sei da sua indignação, mas não vai ser assim que você vai resolver tal problema. --- Será assim e ninguém me impedirá. O tempo necessário para carregar o teletransportador já acabara e Carlos percebe isso. --- Me desculpe mas tenho que ir. Num instante, eles desaparecem diante dos olhos dos guardas que os estavam segurando. Jorge fica enraivecido com os guardas. --- Por que não os seguraram? --- Não sabemos como eles fizeram isso! diz um dos dos guardas se referindo à façanha de terem sumido diante dos olhos de todos. --- Você não me serve mais, incompetente! Jorge aponta seu raio laser e os mata friamente. Seus amigos ficam perplexos. --- Vamos, tirem-o daqui!...Imprestáveis... --- Você não deveria ter feito isso Jorge. --- Quem você acha que é para me dizer o que fazer, TRENIM! Faça logo o que eu mando, se não quiseres morrer também. Ele teme, porém deseja avidamente fazer algo para acabar com isso. --- Cadê o aumento que você disse que ia dar? Ele não era o melhor agente? Você mesmo disse. --- Eu não lembro. Tenho mais o que fazer, tchau. Ele vira-se e bate a porta com toda a força. O agente pensa melhor antes de tentar golpeá-lo e vê seus amigos mortos no chão. --- Droga! Nunca o perdoarei. Ele percebe algo se movendo dentro do compartimento da
suposta invenção de Carlos Mendel. --- Quem está aí. Saia logo antes que eu os oblitere. Ele aponta o laser mas logo desvia a direção, pois percebe quem são: --- Como vocês apareceram aí dentro? Roberto abre os olhos e destapa os ouvidos. --- Dentro de onde! --- Aí dentro? --- Pergunte a Carlos Mendel aí, ele sabe tudo. --- Ei cara, o que você fez? --- Se você ficar calado e não abrir a boca eu explico. --- Tá certo, eu vou ficar calado. --- Só me teletransportei para meu aparelho receptor que tenho dentro dessa máquina. --- E como você colocou ele aí. --- Do mesmo modo que coloquei um aparelho de teletransporte na cabeça. Agora não posso mais sair, pois Jorge destruiu todos meus receptores. --- Posso ajudá-los, vou tirar vocês daí, com uma condição destrua aquela arma inventada por Jorge. --- Eu não posso! Quer dizer, vou tentar, mas possivelmente não vou conseguir. --- Tá certo. Trenim corta o vidro que os separava com seu laser, Roberto agradece. --- Valeu cara. Carlos se vê preso no local mais distante de qualquer lugar. --- Não fique tão alegre assim, sair daqui é praticamente impossível. A não ser que... Carlos olha diretamente pa Trenim. --- O que você quer? --- Preciso que nos tire seguramente daqui. --- Eu não posso... --- Pelo menos tente. Trenim fica nervoso. --- Vai ser difícil cara, teremos que desviar de várias câmeras. E além do mais, cada um precisa passar pelas portas, mas com cartões diferentes que cada um tem cadastrado aqui na área,
como este aqui. Ele tira do bolso seu cartão e o mostra. Roberto caminha por detrás dos dois, e tem uma idéia. --- Esses caras também tinham cartões como esse? Trenim se lembra. --- Perfeito, ainda temos chance de escapar. Só é preciso mais uma coisa, vistam essas roupas. Eles vestem as roupas. --- Ainda bem que esses caras não precisam mais, essa roupa é muito bonita pra eles estarem usando. Trenim não gosta da observação de Roberto, ele avança nele levantando-o pelo pescoço e o jogando na parede. Ele escuta um som de "Creck" no seu bolso. --- Nunca fale isso com meus amigos. Ele arma uma de suas mão para dar-lhe um soco, mas Carlos Mendel impede. --- Parem precisamos um do outro para sair, e não podemos perder tempo com brigas. Trenim vira as costas e cruza os braços. --- Ele quebrou meu cartão, droga e agora eu não vou sair mais daqui! --- Você que começou. --- Eu? --- Parem com isso! Se vocês querem sair daqui, então vamos em frente. --- Não vai ser tão fácil assim, diz Trenim, a segurança aqui é infinitamente melhor do que a da casa branca, precisamos de estratégia. Carlos Mendel pensa um pouco e tem um grande plano. --- Faremos o seguinte, Trenin você disse que aqui tem várias câmeras monitorando a casa. --- Sim. --- E o único local onde não há câmeras é este, a sala das invenções. --- Isso mesmo. --- Faremos assim: Você chamará um dos agentes e dirá que ocorreu um acidente, e diz ainda que Jorge mandou que colocassem minha invenção do lado de fora, assim poderemos
fugir. --- Você só pode está ficando louco. Eu não vou fazer isso, vocês fugirão, como sempre, mas e eu vou ficar aqui, e quando souberem que eu menti, me matarão. --- Você não vai ficar, quando levarem para fora venha novamente até aqui e verá o que vai acontecer. --- Tá certo, mas se eu morrer, mato vocês. Trenim caminha até a porta, observa um pouco e faz um sinal de positivo. Caminha pelo corredor, indo ao encontro de uns quatro agentes. --- Homens temos uma missão. --- Sim, senhor! --- Vão até a sala das invenções e coloquem a tal invenção enigmática para fora, pois ocorreu um acidente que quebrou o grande vidro blindado. --- Sim, senhor. Quando eles chegam na sala observam que realmente acontecera o que Trenim disse. --- Minha nossa o que houve aqui? Trenim tenta agilizar o processo. --- Vamos homens, não temos tempo para perguntas, coloquem isso fora! Eles saem da sala à caminho da saída. Antes disso, para que Jorge não descubra, ele teve acesso aos computadores internos e desligou simplesmente todas as câmeras, sensores de calor e umidade, sensores de cheiro, sensores de movimento e alguns lasers que eram acionados ao som do alarme. --- Pronto Carlos, e agora? --- É só esperar. Trenim observa um pouco e vê que eles já o colocaram fora. --- Já foi. Carlos ordena que faça um círculo de mãos dadas e teletransporta todos para fora, onde o receptor da máquina os levou. --- Agora vamos sair daqui. Trenim fica um pouco triste. --- Eu não sei se você sabe mas a segurança aqui fora é maior que lá dentro.
--- Eu sei disso. Ele parece procurar algo debaixo da máquina. --- Achei! --- Achou o que? Questionou Roberto. --- A melhor configuração de uma máquina já vista em toda humanidade. Este simples botão fará uma milagre. Ao apertar o botão a máquina que parecia sem muita utilidade e que tinha um design horroroso, se transforma em um tipo de jato com turbinas duplas atrás e design simplesmente maravilhoso. --- Uhhu! diz Roberto, é disso que eu gosto. --- Eu não sei se você sabe, mas aqui também tem controle de tráfego aéreo, e quando ele perceberem no radar (que é o mais potente do mundo) automaticamente será atirado um míssil nas coordenadas exatas do "OVNI". --- Você está mesmo do nosso lado?, diz Roberto, você só fala negatividades. --- Só estou dizendo a verdade. Carlos Mendel abre o super jato e chama-os. --- Vamos, eles não vão ver nenhum ponto verde no radar. Trenim não acredita muito que eles conseguirão, mas é sua última esperança. Carlos grita: --- Apertem os cintos, nós vamos viajar numa velocidade imensa!, eu já calculei onde o jato deve frear e entrar delicadamente na minha sala ultra secreta! Vamos lá. Eles praticamente desaparecem diante dos radares que não percebem nem seu rastro na tela. Os dois ficam pasmados e perguntam simultaneamente: --- Como você fez isso?? Ele, suavemente, diz: --- Existem muito mais coisas entre o céu e a Terra do que vocês imaginam. --- Que tipo de coisas? --- Vejam vocês mesmos... Quando eles olham pelo vidro retrátil do tal jato, vêem que estão num tipo de portal extra-galáctico, onde pode-se observar, como numa porta sem parede, várias estrelas e um planeta meio avermelhado. Roberto não perde sua curiosidade pelas coisas, e pergunta:
--- Que lugar é esse? Onde estou? O que é aquilo? Que planeta é aquele? O que... --- Pare com isso, você não está vendo? Ora essa! Agora sou eu que tenho de responder todas suas perguntas? Só posso responder uma, acabamos de passar por um portal. Trenim, com receio, pergunta: --- Quer dizer que não sabe onde estamos? Carlos Mendel fica calado, como quem diz: "--- Só Deus sabe." Infelizmente o silêncio falou demais, Roberto fica abalado ao ver que estavam sobrevoando o espaço sem nenhuma direção.
--- Quer dizer, pai, que vamos morrer aqui? --- Não, necessariamente... --- Ah, bom. E o que vai fazer? --- Existe um modo de escapar daqui... --- E como é? --- Aí você quer demais, esse tempo todo pensando em máquinas super inovadoras desgastaram minha mente. Trenim só ouvindo a conversa, lembra-se de algo e resolve entrar no diálogo. --- Eu sei um modo, é difícil mas acho que conseguiremos. Carlos muito alegre pergunta: --- E como é, homem de boa fé, diga logo. --- É o seguinte, eu estou há muitos anos na área 51, e sei de praticamente tudo sobre este local. Uma vez eu tive de escoltar, junto com muitos outros agentes, um caminhão, que carregava um Ovni. Eu vi, com meus próprios olhos. Carlos Mendel fica mais agoniado, e não aguenta ficar calado. --- Agora pronto. Já tá endoidando. Ah!! Não vamos apenas "morrer aqui". Vamos "morrer doidos aqui", Nãaaao!!! --- Calma pai, deixe de todo esse desespero. Ele não está mentindo. Um desses agentes era eu. E realmente, era algo extraordinariamente extraordinário. --- Sim, e daí o que vocês querem dizer com isso, "ET's existem", deixa de papo furado não estamos de brincadeira, estamos num momento muito crítico. Nesta hora, a nave estremece com algo que parecia estar esmagando-a, tão forte que percebe-se o alto relevo nas paredes de aço.
--- E agora, um metoro vai acabar conosco! Exclama Carlos mendel já tonto com a mexedeira da nave. --- Não é meteoro... --- E é o quê "astrônomo profissional"? --- São eles... Trenim aponta para fora, mostrando o espaço tomado de naves super potentes de alta tecnologia. É inacreditável o modo que eles se movem, uma velocidade muito mais absurda que a do jato na hora da fuga. Neste momento, um feixe de raio laser é lançado dessas naves paralisando-a e também a todos quantos estavam lá, deixando-os inconscientes. A escuridão da mente nunca poderá ser comparada a nenhuma outra que seja a mais obscura possível, como a do espaço sideral. --- E aí agora acredita que ET's existem... Carlos dá uma melhor olhada nessas naves. E vê algo estranho: --- Olhem, não são ET's, são humanos. Trenim, muito mais surpreso, percebe que a afirmação de Carlos era verdadeira. --- E não é que é mesmo. Mas como? Não acredito, aquelas naves eram apenas protótipos... Roberto não entende essa afirmação. --- O que você quer dizer com isso? Treni fica um pouco nervoso. --- Diga logo! Estamos aqui entre a vida e a morte e você continua com seus "segredinhos"? --- Tá certo, vou dizer. Há uns 10 anos, a área 51 estava tentando criar naves super-potentes, que pudesse viagar dentre o espaço afora e pudesse resistir a anos-luz de viagem. Mas isto estava somente no papel. Ainda é impossível de ser criado. --- Pelo visto não, diz Roberto coçando a sobrancelha. --- Mas mesmo assim eu não entendo, como eles conseguiram esconder isso até de nós, agentes mais secretos? Uma voz desconhecida é ouvida pelo rádio da nave. --- Identifiquem-se, percebo que são humanos, mas o que estão fazendo aqui? Carlos mendel dá sinal.