Mensagens da Cruz : as obras de um cordeiro

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Copyright dessa edição ©2016 Editora Cruz


MENSAGENS DA CRUZ Judson Oliveira

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Copyright ©2016 Judson Oliveira Todos os direitos reservados. Qualquer parte da obra pode ser reproduzida, desde que citada a fonte. Revisão Alessandra Trindade Capa e ilustrações Jadiel Medeiros Diagramação Judson Oliveira

Oliveira, Judson. Mensagens da Cruz: as obras de um cordeiro / Judson Oliveira; ilustrações de Jadiel Medeiros; revisão de Alessandra Trindade. - 1. ed. - Natal: Editora Cruz, 2016. 66 p. ; il. 1. Cristianismo. I. Medeiros, Jadiel. II. Trindade, Alessandra. III. Título. CDU 27 CDD 230

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Apresentação

Os textos apresentados neste livro foram originalmente publicados no blog O Primeiro Selo: as obras de um cordeiro, entre os anos de 2012 e 2015. O Primeiro Selo tinha por objetivo publicar textos relativos à evangelização, ou seja, compartilhar ensinamentos bíblicos a respeito da obra do SENHOR Jesus Cristo em nossas vidas. Nesta edição foram reunidos seis textos, que têm como base passagens bíblicas tanto do novo quanto do velho testamento, são eles: Em A mensagem da cruz, onde falamos de explicações sucintas do que seria pecado, salvação e a importância da obra de Jesus Cristo em nossas vidas. Em Promessas de Deus, abordamos a benção que o SENHOR prometeu à descendência de Abraão, através da relação entre Judá e a sua nora, Tamar, tendo como foco explicações acerca da facilidade que nossos pensamentos têm


de nos arrastar para longe de Deus e das desconfianças que injustamente temos para com aqueles ao nosso redor. Jesus: a luz do mundo, comenta o trabalho de Jesus Cristo no cego de nascença, no livro de João, capítulo 9. Em Arrependimento, vida de fé e esforço, discutimos, diante de passagens relacionadas à vida do apóstolo Pedro, o que seria o verdadeiro arrependimento para a construção da vida de fé. Teus

pecados

estão

perdoados

apresenta

os

fundamentos da Salvação da alma, da remissão dos pecados e da obra do Senhor Jesus Cristo em nossas vidas a partir da passagem da cura do homem paralítico a 38 anos, no tanque Betesda. E por fim, em O cristão prudente, tratamos dos fundamentos da vida de fé segundo a parábola do homem que construiu sua casa sobre a rocha. Segundo o SENHOR, devemos construir nossa vida de fé sobre a palavra de Deus, e não sobre os desígnios dos nossos próprios corações.


Sumário

A mensagem da Cruz................................................................................. 6 Promessas de Deus................................................................................... 17 Jesus: a luz do mundo............................................................................. 26 Arrependimento, vida de fé e esforço................................................37 Teus pecados estão perdoados..............................................................48 Teus pecados estão perdoados..............................................................48 O cristão prudente................................................................................... 59


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A mensagem da Cruz “Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus.” (I Coríntios 1:18)

A Bíblia nos fala de homens, mulheres e nações que receberam a misericórdia de Deus, pessoas que mediante a fé puderam

ultrapassar

seus

limites

e

ganhar

bençãos

inestimáveis. Através de seus profetas, Deus levou vitória a inúmeros povos, curou inúmeros enfermos, deu pão a muitos esfomeados e permitiu grandes feitos em muitas vidas. Mas diante de tantas bençãos, as vezes, nós esquecemos do mais importante, daquela que é a grande e maravilhosa obra de Deus em nossas vidas, a salvação de nossa alma. Antes de conhecer verdadeiramente o evangelho, se alguém me perguntasse o que imaginava ser o pecado, certamente

responderia

coisas

como:

roubar,

adulterar,

assassinar, violentar, etc., mas em verdade essas coisas, que aos

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nossos

olhos

são

tão

cruéis

e

maléficas

não

são

verdadeiramente o pecado. Diante de Deus, estas coisas são frutos, ou seja, sintomas do verdadeiro pecado, que é ignorar a palavra e a vontade de Deus e aceitar, e seguir, os pensamentos que o inimigo implanta em nossas mentes. Para aprofundarmos nessa perspectiva, vamos voltar ao princípio, o livro de Gênesis. Deus, criador da terra e dos céus, os povoou com animais selváticos e domésticos. E para governar toda sua criação, formou o homem, Adão, moldado em barro à Sua imagem e semelhança. O SENHOR criou também um belo jardim, com grande variedade de árvores belas e boas para alimentação. No centro do jardim Deus plantou a árvore da vida, aquela que permite a vida eterna, e também a árvore do conhecimento do bem e do mal, aquela que permite a percepção do bem e do mal. Nesse jardim, pôs Deus o homem, dando-lhe a ordem de que de todos os frutos de suas árvores poderia comer, exceto os frutos da árvore do conhecimento do bem e do mal.

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“E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gênesis 2:16 e 17) Posteriormente, Deus criou a mulher, feita de osso e carne do próprio Adão. A mulher chamava-se Eva, e foi a mãe de todos os seres humanos. E Eva, enganada pela serpente, ou seja, por Satanás, se viu convencida à comer do fruto daquela arvore proibia. Satanás, sabendo de suas fraquezas, afirmou que ela, caso comesse do fruto proibido, não morreria mas se tornaria semelhante a Deus em conhecimento e sabedoria. Aceitando a palavra de Satanás, Eva rejeitou a palavra de Deus. Aceitou a palavra de Satanás, ela comeu do fruto, e ainda convenceu Adão também a comê-lo. Nos

cabe

compreender

como

o

inimigo

pôde

convencer a Eva, pessoa que vivenciou diretamente a presença do SENHOR, que ouviu da própria boca de Deus os ensinamentos cotidianos após sua criação, a abandonar a palavra do SENHOR. Para isso, voltemos as escrituras.

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“Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o SENHOR Deus tinha feito, disse à mulher; É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? Respondeu-lhe a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais.” (Gênesis 3:1-4)

Ora, nota-se que a fala de Eva não representa, de forma alguma, a realidade. Eva foge tanto daquilo que o SENHOR tinha falado quanto da realidade do próprio Éden. Quando Eva fala que “do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis” ela mostra que não escutou, ou guardou, a palavra de Deus em sua mente e coração, pois o SENHOR não os avia proibido comer do fruto da árvore que estava “no meio do jardim”, e sim da árvore do conhecimento do bem e do mal. Em verdade, a árvore que estava no meio do jardim se tratava da árvore da vida, como nos mostra as escrituras.

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“Do solo fez o SENHOR Deus brotar toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento; e também a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal” (Gêneses 2:9) Podemos ver também que Eva, ao falar que “disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais”, acrescenta, à palavra de Deus, falas que o SENHOR realmente não tinha proferido. Ou seja, Eva não guardou a palavra pura em sua mente e coração, ela misturou a palavra do SENHOR com seus próprios pensamentos, seus próprios valores. Em verdade, Eva caiu em pecado, ou seja, largou a palavra do SENHOR e aceitou a palavra de Satanás por dois motivos bastante específicos: ela não guardou a palavra de Deus, pura, em seu coração; e misturou a palavra do SENHOR com seus próprios valores. Pela desobediência, a terra, de onde sairiam o alimento dos homens, foi amaldiçoada.

“E a Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher e comesteda árvore que ordenara não comesses, maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o teu sustento durante os dias de tua vida.” (Gênesis 3:17)

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A partir deste momento, tudo que se produziria na terra seria maldito perante Deus, a mesma palavra grandiosa e poderosa que executou a criação agora amaldiçoa os seus frutos, pois todos vinham da mesma semente: a semente corruptível do pecado, a semente da fruta do conhecimento do bem e do mal. Como resultado da desobediência, viu Deus que o homem tinha se tornado completamente mal, todas as vontades de seu coração eram malignas.

“Viu o SENHOR que a maldade do homem havia se multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração” (Gêneses 6:5) A partir de Gênesis, capitulo 7, até o fim do Velho Testamento, vimos muitas obras de Deus para tentar salvar sua criação. Deus fez alianças com Noé, Abraão, Isaque, Jacó, e muitos outros. Isso mostra o quanto Deus amava aqueles que criou, mostra que o SENHOR nos ama assim como um pai que ama e protege o seus filhos. A partir do livro Êxodo, e até o livro de Deuteronômio, o SENHOR nos mostra como formou sua primeira aliança com

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aqueles que, como descendentes de Adão e Eva, eram seu povo. Consta nesses livros que Deus, através de Moisés, deu as leis para a ordem e governo da vida do povo de Israel. Nessas leis, estavam as instruções do SENHOR para a realização das ofertas de holocausto, ou seja, de cerimônias de sacrifício diante do SENHOR em busca do perdão do pecado. Nesse momento, para o povo de Israel, pecar era simplesmente transgredir as leis de Deus.

“Se qualquer pessoa do povo da terra pecar por ignorância, por fazer alguma das coisas que o SENHOR ordenou se não fizessem, e se tornar culpada; ou se o pecado em que ela caiu lhe for notificado, trará por sua oferta uma cabra sem defeito, pelo pecado que cometeu. e porá a mão sobre a cabeça da oferta pelo pecado e a imolará no lugar do holocausto. Então, o sacerdote com o dedo, tomará do sangue da oferta e o porá sobre os chifres do altar do holocausto; e todo o restante do sangue derramará à base do altar. Tirará toda a gordura, como se tira a gordura do sacrifício pacífico; o sacerdote a queimará sobre o altar como aroma agradável ao SENHO R; e o sacerdote fará expiação pela pessoa, e e lhe será perdoado.” (Levítico 4:27-31)

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Embora o SENHOR tenha implantado os sacrifícios como forma de perdoar aqueles que transgridem Suas leis, que somavam 613 preceitos e proibições, o povo, até mesmo por desconhecimento, não conseguia se manter limpo diante do SENHOR,

por

estar

continuamente

transgredindo

esses

preceitos. Por isso, o SENHOR preparou sua própria oferta de holocausto para solucionar esse problema. As ofertas do povo de Israel eram cordeiros e ovelhas, a oferta de Deus foi maior e perfeita,

para

resolver

o

problema

do

pecado

permanentemente. O cordeiro de Deus, sacrificado por todos nós, nos tornaria limpos do pecado uma vez que, mediante fé na promessa de Deus, o aceitássemos como nosso salvador. Deus, portanto, enviou seu próprio filho, como cordeiro, para sacrifício. Jesus Cristo, o salvador de nossas almas. Mediante a fé na obra de Jesus podemos receber a grande salvação vinda de Deus. Se aceitarmos, pela fé, que o sacrifício de Deus transferiu para Jesus todos os nossos pecados, poderemos receber a grande misericórdia e sentir o grande amor que o SENHOR, nosso criador, tem por nós.

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Todos os nossos pecados foram lavados pelo sangue que Jesus Cristo derramou sobre a cruz. Mas, para fazer com que a obra de Cristo santifique e justifique nossa vida, temos que, através da oração e adoração, depositar nossa vida nas mãos do SENHOR, temos que aceitar que nós, por causa da semente corruptível, não temos a capacidade de, sozinhos, nos limpar do pecado, e temos, portanto, que pedir ao SENHOR que a obra de Jesus entre em nossos corações.

Pois está escrito: “Vinde a mim, todos que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mateus 11:28) “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deu por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 5:1) “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Romanos 8:1)

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“Nesta vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas” (Hebreus 10:10) “Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei no seu coração as minhas leis e sobre a sua mente as inscreverei, acrescenta: Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniquidades, para sempre.” (Hebreus 10:16 e 17)

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Promessas de Deus “Então, disse Judá a Tamar, sua nora: Permanece viúva em casa de teu pai, até que Selá, meu filho, venha a ser homem. Pois disse: Para que não morra também este, como seus irmãos. Assim, Tamar se foi, passando a residir em casa de seu pai. No correr do tempo morreu a filha de Sua, mulher de Judá; e, consolado Judá, subiu aos tosquiadores de suas ovelhas, em Timna, ele e seu amigo Hira, o adulamita. E o comunicaram a Tamar: Eis que o teu sogro sobe a Timna, para tosquiar as ovelhas. Então, ela despiu as vestes de sua viuvez, e, cobrindo-se com um véu, se disfarçou, e se assentou à entrada de Enaim, no caminho de Timna; pois via que Selá já era homem, e ela não lhe fora dada por mulher. Vendo-a Judá, teve-a por meretriz; pois ela havia coberto o rosto. Então, se dirigiu a ela no caminho e lhe disse: Vem, deixa-me possuir-te; porque não sabia que era a sua nora. Ela respondeu: Que me darás para coabitares comigo? Ele respondeu: Enviar-te-ei um cabrito do rebanho. Perguntou ela: Dar-me-ás penhor até que o mandes? Respondeu ele: Que penhor te darei? Ela disse: O teu selo, o teu cordão e o cajado que seguras. Ele, pois, lhos deu e a possuiu; e ela concebeu dele. […] Passados quase três meses, foi dito a Judá: Tamar, tua nora, adulterou, pois está grávida. Então, disse Judá: Tirai-a fora para que seja queimada. Em tirando-a, mandou ela dizer a seu sogro:

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Do homem de quem são estas coisas eu concebi. E disse mais: Reconhece de quem é este selo, e este cordão, e este cajado. Reconheceu-os Judá e disse: Mais justa é ela do que eu, porquanto não a dei a Selá, meu filho. E nunca mais a possuiu.” (Gênesis, 38:1118, 24-26)

Judá, filho de Jacó, filho de Isaque, filho de Abraão. Seus antepassados foram muito abençoados por Deus e com Judá não foi diferente. A descendência de Abraão foi abençoada por Deus, pois pela promessa do SENHOR, o salvador de nossas almas, o cordeiro de Deus, viria dessa descendência. Neste capitulo da Bíblia, podemos enxergar o trabalho de Deus sobre três coisas: a força que nossos pensamentos têm de nos arrastar; a desconfiança que injustamente temos por não conhecermos o coração do próximo; e por fim, o trabalho de Deus para garantir uma genealogia abençoada até o Senhor Jesus Cristo. Chegando a hora oportuna, Judá procurou uma mulher temente a Deus para seu primogênito, Er, e ele encontrou Tamar. Contudo, Deus desagradou-se de Er.

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“Er, porém, o primogênito de Judá, era perverso perante o SENHOR, pelo que o SENHOR o fez morrer.” (Gênesis, 38:7) Pela lei de Moisés, morrendo o primogênito sem ter algum filho, seu irmão deveria tomar sua mulher por esposa e dar continuidade a descendência do falecido e por ordem de Judá, desta forma se prosseguiu. Judá deu Tamar como esposa a seu segundo filho, Onã, mas, assim como seu falecido irmão, Onã não agiu de forma correta perante Deus. Em parte, ele aceitou a palavra de seu pai, mas sucumbiu diante do pensamento de que se Tamar concebesse um filho, esse não seria visto como dele.

“Sabia, porém Onã que o filho não seria tido por seu;

e todas as vezes que possuía a mulher de seu irmão deixava o sêmen cair na terra, para não dar descendência a seu irmão.” (Gênesis, 38:9)

Onã pôs de lado a palavra de seu pai, ignorou completamente a lei de Deus e seguindo seus pensamentos vivia apenas para satisfazer seus desejos lascivos. Sendo esse comportamento imundo perante Deus e perante seu pai, o SENHOR se desagradou dele. 19


“Isso, porém, que fazia, era mau perante o SENHOR, pelo que também a este fez morrer.” (Gêneses, 38:10) Não enxergando o coração maligno de seus filhos, Judá foi tomado por desconfiança à sua nora. Pois dois filhos ele a entregou e os dois morreram. Imagino também como que estaria o coração da própria Tamar, cheio de desconforto e pensamentos sobre o motivo desses acontecimentos, uma vida rodeada pela morte. Vale a pena salientar que em nenhuma parte dessa passagem da Bíblia, Deus se refere à Tamar como uma pessoa má, de pensamentos malignos ou impuros perante o SENHOR. Diante disso, e para seguir a lei de Moisés, Judá deveria dar seu ultimo filho como marido a Tamar, ou tomá-la como esposa. Mas tomado pela desconfiança, ele guardou seu filho do casamento mesmo esse já estando crescido, por temer sua morte. A descendência de Judá foi abençoada com uma grande promessa de Deus, dela sairia o Cordeiro de Deus, mas Judá, diante da morte de seus dois filhos mais velhos, ignorou tal promessa. 20


Nesse tempo, Tamar permanecia sob vestes da viuvez, aguardando a decisão de Judá. Contudo, chegou aos seus ouvidos que a esposa do seu sogro faleceu, e crendo na promessa do SENHOR que a descendência de Judá receberia grande graça diante de Deus, ela tirou suas vestes de viúva e se disfarçou com um véu, passando-se por prostituta. Nessa época, as vestes de uma viúva serviam como grande proteção, o povo vivendo sob a lei de Moisés acreditavam fielmente que estando viúva, uma mulher não poderia ser tocada, de forma alguma, uma mulher vestida com as roupas de viuva recebia grande ajuda de todos que eram tementes ao SENHOR. Mesmo assim, Tamar despiu-se dessas roupas, saiu dessa posição protegida e confortável, e se pôs numa posição imunda, de prostituta, cabível de receber maldição, tanto do homem quanto de Deus, e chegando nesta posição o Senhor teve misericórdia dela.

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“Vendo-a Judá, teve-a por meretriz; pois ela havia coberto seu rosto. Então se dirigiu a ela no caminho e lhe disse: Vem, deixa-me possuir-te; porque não sabia que era a sua nora. Ela respondeu: Que me darás se coabitares comigo? ele respondeu: Enviar-te-ei um cabrito do rebanho. Perguntou ela: Dar-me-ás penhor até que o mandes? Respondeu ele: Que penhor te darei? O teu selo, o teu cordão e o teu cajado que seguras. Ele, pois, lhos deu e a possuiu; e ela concebeu dele.” (Gênesis 38:15-18) Neste momento, concebendo de Judá, Tamar deu continuidade a genealogia da qual um dia nasceria Jesus Cristo. Tamar se humilhou perante Deus, e graças a isso ela própria entrou na genealogia de Jesus Cristo. O Cordeiro de Deus que derramou seu sangue por todos nós. Podemos enxergar que houve uma força que conduziu todos os passos de Tamar nessa passagem da Bíblia. Podemos ver que Deus se manifestou fortemente na vida daqueles ao redor de Tamar. Er foi um homem perverso perante Deus, e o Senhor o levou. Onã, da mesma forma, se entregou a um pensamento maligno e viveu de maneira dissoluta. E o Senhor também o levou.

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Tamar era uma mulher temente a Deus, e recebeu grande graça do SENHOR a partir do momento que se humilhou perante Deus e saiu de sua zona de conforto. Com isso, Deus se fez presente em sua vida. Após algum tempo, sabendo Judá que sua nora estava gravida a condenou a morte, segundo a Lei de Moisés, mas ela tinha em mãos o cajado, o selo e o cordão de Judá, pois não os havia devolvido. Com estes objetos ela garantiu sua inocência, pois por opção Judá poderia tomá-la como esposa para si quando seus filhos morreram, desta forma ela se livrou da punição que seria merecida. Do ventre de Tamar saíram Perez e Zera, Perez, o primogênito, deu continuidade a genealogia de Jesus Cristo. O Senhor sempre da um selo aqueles que foram escolhidos por Ele, com este selo nós poderemos erguer a cabeça e afirmar que estamos sob a promessa do Senhor, assim como o selo, cordão e cajado de Judá serviram para salvar Tamar da punição de seu pecado. Da mesa forma, recebendo o selo do sangue de Jesus Cristo, podemos nos livrar da punição de ir para o inferno por nossos pecados.

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Pois está escrito: “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus. Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.” (1 Coríntios 6:9-11)

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Jesus: a luz do mundo “E passando Jesus, viu um homem cego de nascença. Perguntaram-lhe os seus discípulos: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Respondeu Jesus: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi para que nele se manifestem as obras de Deus. Importa que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; vem a noite, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo. Dito isto, cuspiu no chão e com a saliva fez lodo, e untou com lodo os olhos do cego, e disse-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que significa Enviado).E ele foi, lavou-se, e voltou vendo.” (JOÃO 9:1-7) É obvio dizer que um cego de nascença nunca viu como as coisas ao nosso redor realmente são. Cores, por exemplo, é um detalhe que um cego de nascença nunca perceberá. Sendo cega, uma pessoa nunca conseguirá enxergar o mundo como realmente é, em verdade, não poderá perceber todos os detalhes do que está ao seu redor, pode apenas imaginar, ou seja, ele vive num mundo de ilusão, imaginação.

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Assim como um cego vive num mundo de imaginação, um pecador vive num mundo de ilusão, por não conhecer, e não vivenciar, a palavra e o trabalhar do SENHOR em sua vida. A Bíblia, ou seja, a palavra de Deus, não é apenas um apanhado de escrituras antigas, traduzidas de línguas arcaicas em linguagens robustas. A Bíblia contém muito mais do que palavras, muito mais do que leis que devemos seguir. Contém algo muito mais profundo, o coração de Deus. Quando falamos do coração de Deus, estamos falando da vontade de Deus para a vida de cada uma das pessoas que Ele auxiliou, guiou, com quem falou, e etc. e nós só podemos enxergar o coração de Deus quando recebemos o perdão de nossos pecados, através da palavra, da graça e da fé. Uma vez recebido o perdão dos pecados, uma vez tendo suas transgressões e iniquidades lavadas pelo sangue que o SENHOR derramou na cruz, o Espirito Santo começa a nos mostrar o coração de Deus através da Bíblia.

“E os seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” (João 9:2)

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João 9:2 representa a nossa ignorância sobre a palavra de Deus. Muitas vezes nos vemos em posição de julgamento dos acontecimentos que se passam ao nosso redor. Precisamos entender que enxergamos essas situações através do nosso próprio conceito, nossos próprios valores. Esquecemos, portanto, que cada pequena coisa que acontece em nossas vidas só se realiza mediante a permissão de Deus, esquecemos que tudo que se manifesta, é luz. “Mas todas as coisas, quando reprovadas pela luz, se tornam manifestas; porque tudo que se manifesta é luz.” (Efésios 5:13) “Respondeu Jesus: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus. É necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo. Dito isso, cuspiu na terra e, tendo feito lodo com a saliva, aplicou-o aos olhos do cego, dizendo-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que quer dizer enviado). Ele foi, lavou-se e voltou vendo.” (João 9:3-7)

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Tudo que nos acontece tem um propósito, pois Deus nos guia constantemente. Ele nos mostra as coisas que precisamos enxergar, Ele nos leva aos lugares que precisamos estar, Ele nos repreende em momentos que precisamos nos corrigir. Mas, nós o ignoramos. O cego de nascença, crendo na palavra de Jesus, foi até o tanque de Siloé e lavou-se e assim se manifestou o trabalho de Deus na vida dele. Ele se lavou, e a primeira coisa que viu foi a si próprio, refletido na água do tanque. Quando o trabalho do SENHOR se manifestou na vida do cego de nascença, ele pôde perceber se seu rosto estava limpo ou sujo, pôde perceber que necessitava de cuidados, assim como todos os outros mendigos. Desta maneira, ele percebeu que sem o trabalho de Jesus na vida dele, ele estaria continuamente sujo e imundo, incapaz de perceber sua própria sujeira. “Antes, rejeitastes todo o meu conselho e não quisestes a minha repreensão.” (Provérbios 1:25)

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Muitos rejeitam os concelhos vindos de Deus e não aceitaram a sua repreensão. Enquanto e Jesus estava no mundo Ele era a luz que guiava até a Salvação. Ele é a luz que nos guia para o caminho de Deus, o caminho que Deus preparou, Ele foi a luz que nos mostrou a sujeira que está dentro de cada um de nós. “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos.” (Salmos 119:105) “Os perversos são inimigos da luz, não conhecem os seus caminhos, nem permanecem nas suas veredas.” (Jó 24:13) Jesus curou muitos enfermos, ressuscitou mortos e alimentou multidões. Contudo, os judeus não tinham gratidão alguma por tais fatos, mas pelo contrário, Jesus foi perseguido. Por que isso aconteceu? Jesus curava, falava de Deus, manifestava a vontade de Deus, mas os escribas e fariseus o perseguiam pois estes eram conhecedores e seguidores da lei de Moisés. Eram pessoas que foram preparadas desde criança para fiscalizar e pôr em prática

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tal lei. Os escribas e fariseus tinham grande conhecimento das escrituras, e isso os impediu de reconhecer Jesus como o Salvador enviado por Deus. Jesus curava um enfermo e todos o adoravam, mas após a cura o SENHOR falava “os teus pecados estão lavados”, e isso causava grande indignação aos escribas e fariseus, pois tinham convicção de que o esforço deles os levaria até o reino dos céus, e não o trabalho de Jesus Cristo. Eles acreditavam que lendo as escrituras arduamente, seguindo cada passo da lei de Moisés, eles iriam herdar o reino dos céus. Para os escribas e fariseus, Deus se agradava quando eles apedrejavam, ou proferiam outra punição prescrita na lei, aqueles que não a seguiam. A ignorância sobre o coração de Deus os impediam de perceber uma coisa muito importante na vida de fé: que Jesus é superior a leis. Que Jesus é superior a antiga aliança. No fim, os escribas e fariseus foram contra a obra de Jesus Cristo, eles não aceitaram a Salvação segundo a graça, eles não herdaram o reino dos céus, pois a sua arrogância os condenou, o seu esforço em seguir a antiga aliança os condenou, e a própria lei os condenou.

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“Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra.” (Romanos 7:6 ) A letra, ou seja, a lei qual os escribas tanto pregavam foi revogada, se tornou ineficaz em consequência de Jesus Cristo, o Senhor do Sábado “Porque o Filho do Homem é o Senhor do Sábado”. (Mateus 12:8) Aquele que mesmo quando a lei o mandava descansar no sábado, curava e realizava milagres em nome de Deus, aquele que perdoava os pecados de meretrizes, ladrões e assassinos, pessoas que estavam sujeitos a perecer e cair no reino das trevas, pessoas que foram conduzidos através da misericórdia para o reino dos céus. Assim, não depende de quem se esforça, mas sim da misericórdia de Deus.

“Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia.” (Romanos 9:16)

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Assim, não importa o quanto tentemos seguir as leis, ou o quanto tentemos nos livrar do pecado. A única coisa que nos fará herdar o reino dos céus é aceitar nossa condição de imundície diante de Deus, aceitar que o nosso próprio esforço apenas nos levará para o reino das trevas, aceitar que o único que pode nos levar aos céus é Jesus Cristo.

“Ouvindo Jesus que o tinham expulsado, encontrando-o, lhe perguntou: Crês tu no Filho do Homem? Ele respondeu e disse: Quem é, Senhor, para que eu nele creia? E Jesus lhe disse: Já o tens visto, e é o que fala contigo. Então, afirmou ele: Creio, Senhor; e o adorou. Prosseguiu Jesus: Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não veem vejam, e os que veem se tornem cegos. Alguns dentre os fariseus que estavam perto dele perguntaram-lhe: Acaso, também nós somos cegos? Respondeu-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado algum; mas, porque agora dizeis: Nós vemos, subsiste o vosso pecado.” (João 9:35-41) Um mendigo cego nunca se enxergou em um espelho, portanto nunca saberá como ele próprio é ou está, da mesma forma somos nós, incapazes de enxergar a graça de Deus, incapazes de crer que a obra de Jesus é superior a lei de

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Moisés, incapazes de acreditar que independente de qualquer coisa todas as leis de Moisés foram revogadas, incapazes de crer que o que acontece ao nosso redor é por permissão de Deus, incapazes de perceber que nosso esforço nos leva até o reino das trevas.

“visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.” (Romanos 3:20) Deus nos permitiu as leis por um simples motivo: perceber o quando somos defeituosos, perceber que nós somos incapazes de agir segundo a vontade Dele. O SENHOR nos permitiu a lei para ficarmos na posição do cego de nascença, mendigo imundo sedento de ajuda. Mas a arrogância do nosso coração é sem tamanho, e cremos que somos capazes de seguir cada uma das mas de 600 ditames da lei de Moisés. Essa arrogância condena muitos que creem em Deus ao inferno, muitos imaginam que têm uma boa vida de fé, quando na verdade estão sendo enganados por si mesmos.

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Pois está escrito: “Nesta vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas” (Romanos 10:10) “acrescenta: Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniquidades, para sempre. Ora, onde há remissão destes, já não há oferta pelo pecado” (Romanos 10:17, 18)

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Arrependimento, vida de fé e esforço

“Ora, estava Pedro assentado fora do pátio e, aproximando-se uma criada, lhe disse: Também tu estavas com Jesus, o galileu. Ele, porém, o negou diante de todos, dizendo: Não sei o que dizem. E, saindo para o alpendre, foi ele visto por outra criada, a qual disse aos que ali estavam: Esse também estava com Jesus, o Nazareno. E ele negou outra vez, com juramento: Não conheço tal homem. Logo depois, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: verdadeiramente, és também um deles, porque o teu modo de falar o denuncia. Então, começou ele a praguejar e a jurar: Não conheço esse homem! E imediatamente cantou o galo. Então, Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe dissera: Antes que o galo cante, tu me negarás três vezes. E, saindo dali, chorou amargamente.” (Mateus 26:69-75)

Existe uma enorme diferença entre a obra de Deus e as obras dos homens. Em nossas vidas, podemos seguir nossos próprios pensamentos ou podemos seguir a guia do SENHOR. Portanto, podemos viver nos esforçando para realizar nossas

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próprias obras ou podemos depositar nossas vidas nas mãos Dele para que Ele faça suas obras em nós. Enquanto houver em nossas mentes a ilusão de que ainda podemos fazer, sozinhos, alguma coisa para resolver nossos problemas espirituais, Deus não irá trabalhar em nossas situações, não ira trabalhar em nossos problemas. Até que nossa arrogância diante dele seja eliminada, ou seja, até chegarmos a em um ponto o qual possamos contar unicamente com a graça de Deus, o SENHOR não interfere em nossas situações. Deus opera milagres nas vidas daqueles que não têm outra saída, naqueles que percebem que seus problemas só se resolverão apenas através da graça divina. Referências disso estão por toda a Bíblia. Em Gênesis 27 Isaque deu uma tarefa ao seu primogênito Esaú com o intuito de o abençoar, deixando de lado seu segundo filho, o fraco Jacó. Esaú era um homem forte e inteiramente capaz de cumprir sua missão sem a ajuda de ninguém, contudo, Jacó não estava sozinho, a sua frente estava a sua mãe, Rebeca. Seguindo as palavras da mãe, Jacó recebeu a benção que estava reservada a seu irmão, recebendo graça diante do SENHOR. 38


Já no novo testamento, em João 8, uma mulher surpreendida em adultério é levada até Jesus, pela lei de Moisés ela estava condenada, seu destino, se dependesse inteiramente dela, seria a morte por apedrejamento. Não havia nada que ela pudesse fazer para reverter essa situação, mas ela não estava sozinha, o SENHOR estava com ela e diante do SENHOR ninguém foi capaz de condená-la. Diante disso, vemos que a vida de fé é a vida depositada nas mãos do SENHOR, a vida de fé não é deve ser arrastada pelos nossos pensamentos. As pessoas pensam que ter uma boa vida de fé significa orar incessantemente, possui notório saber dos acontecimentos bíblicos, jejuar, etc. Mas uma boa vida de fé é aquela que é depositada nas mãos do SENHOR, aquela vida que é arrastada pela vontade de Deus e não pelos próprios pensamentos, pois todo desejo humano é mal diante de Deus.

“Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mal todo desígnio do seu coração.” (Gênesis 6:5)

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Em Lucas 5:1-11 Pedro, que era pescador, acabara de retirar seu barco da água, tinha trabalhado a noite inteira sem pescar um peixe sequer. Contudo, quando Jesus apareceu e o mandou lançar mais uma vez suas redes, após ter pregado a palavra, Pedro as lançou e sua rede ficou lotada de peixes. Após esses acontecimentos Pedro e seus companheiros largaram seus barcos e suas redes e seguiram o SENHOR. “Então, eles, no mesmo instante, deixando o barco e seu pai, o seguiram.” (Mateus 4:22) Nesse momento Pedro deixou todas as coisas que por muito tempo, como pescador, necessitou. Seu barco e sua rede, fontes do seu sustento, e seu precioso pai que o criara. Contudo, Pedro foi incapaz de largar a coisa mais importante para ter uma vida de fé: os seus próprios pensamentos. Isso se torna evidente quando Jesus, após a Ceia, avisa aos discípulos das dificuldades que enfrentariam naquela noite. (Mateus 26:31-35; Marcos 14:27-31; Lucas 22:31-34; João 13:3638) Quando Jesus falou que os acontecimentos que seguiam à ceia seriam chocantes aos olhos dos seus discípulos, Pedro, que ainda carregava toda a sua arrogância consigo. 40


“Então, Jesus lhes disse: Esta noite, todos vós vos escandalizareis comigo; porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho ficarão dispersas. Mas, depois da minha ressurreição, irei adiante de vós para a Galiléia. Disse-lhe Pedro: Ainda que venhas a ser um tropeço para todos, nunca o serás para mim” (Mateus 26:31-33) Tentando se mostrar superior aos demais, tentando se mostrar detentor de todas as suas capacidades. Pedro, pensando ter extremo conhecimento de si mesmo, afirmou algo que nunca tinha posto à prova. Mesmo quando Jesus tentou quebrar esses pensamentos afirmando: “Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, tu me negarás três vezes”, Pedro não foi capaz de acreditar naquilo que saia da boca do SENHOR, ele, mais uma vez, ignorou as palavras de Jesus e acreditou em si mesmo, acreditou em suas próprias obras, acreditou em sua própria capacidade, e ainda afirmou: “Ainda que seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei”. Uma vida de fé verdadeira é feita depositando cada segundo de seus dias nas mãos do SENHOR, depositando sua

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esperança unicamente no trabalho do SENHOR, guardando em seu coração a palavra de Deus, não foi isso que Pedro fez nesse momento. Pedro acreditou na sua própria obra, não acreditou nas palavras de Jesus e a conclusão dessa história não poderia ter sido diferente daquilo que o SENHOR falou, tudo que saiu da boca de Jesus se cumpriu e Pedro chorou amargamente. Muitas pessoas acreditam em Deus mas acabam seguindo seus próprios pensamentos, não guardam as palavras da Bíblia em seus corações e chegam a seus limites sem conseguir vencê-los. Assim como Pedro chegou ao ponto de negar três vezes ao SENHOR mesmo sendo alertado, todos nós podemos chegar aos nossos limites sem ter forças para os superar, e acabarmos vacilando na vida de fé. Pedro não teve força para superar o seu limite: por em risco a sua vida ao afirmar que seguia a Jesus. Nossos limites podem ser dos mais variados, mas se não largarmos nossos pensamentos, e depositarmos, em oração, todas as nossas esperanças no SENHOR certamente nos encontraremos na mesma situação que Pedro se colocou nessa passagem bíblica. Se ele, ao ouvir as palavras de Jesus, tivesse perguntado por exemplo o que deveria fazer para não o negar, como 42


deveria agir quando a tribulação tivesse chegado, ou se tivesse pedido para o SENHOR segurar seu coração no momento em que se encontrasse de face com a dificuldade, com certeza Jesus o teria guiado, com certeza Jesus teria trabalhado naquele momento, para que ele não tivesse caído de medo. Dessa forma é que temos que agir, pedir que o SENHOR nos dê sua graça, para que Ele nos tire das situações problemáticas da nossa vida. Naquela noite Pedro percebeu que não conhecia a si mesmo, percebeu que tentar fazer sozinho qualquer obra agradável diante do SENHOR é impossível. Naquela noite Pedro viu que estava crendo sem si mesmo e não em Jesus Cristo, percebeu que viveu seguindo seus próprios pensamentos, percebeu o quão tolo ele era, e perceber essas realidades foi o ponto de partida para o seu arrependimento. Sem chegar a essa posição, sem perceber que nem a tarefa de simplesmente seguir ao SENHOR era capaz de realizar sem a graça lhe guiando, Pedro foi capaz de mudar a direção da sua vida, e ter uma verdadeira vida de fé. O arrependimento diante de Deus não é o simples confessar de pecados: “Deus, eu roubei. Deus, eu cometi adultério. Deus, eu menti. Perdoe-me”. Isso é apenas falar alguns frutos, ou sintomas, do pecado que existe dentro de 43


você. O verdadeiro arrependimento é dizer: “Deus, eu sou um descendente de Adão, gerado através da semente do pecado, por isso eu sou mau e em meu coração constantemente minto, roubo, sem cessar cometo adultério e assassinato, por causa disso, de mim só pode sair coisas más. Amado Senhor, agora o Senhor se encarregue da minha vida. Senhor, me governe!”. Conhecendo a si mesmo através do que relatamos, Pedro pôde entregar sua vida nas mãos do SENHOR, e a partir desse momento, Deus trabalhou na vida dele de forma grandiosa. Tempos após esses acontecimentos, Pedro, reunido com os outros onze discípulos, se ergueu diante de multidão que ouvia deles sobre as coisas de Deus, e pregou as obras o SENHOR. Ouvindo sua pregação quase três mil pessoas recebem a salvação mediante a graça do Espirito Santo. “Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais discípulos: Que faremos, irmãos? Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. [...] Então, os que lhe aceitaram a palavra

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foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas” (Atos 2: 37-41) Meditando sobre essas passagens, vemos que para alcançar a graça diante do SENHOR temos que primeiro passar por

um

processo

de

arrependimento,

mas

não

um

arrependimento superficial, em que apenas reconhecemos nossos defeitos espirituais. Mas um arrependimento completo, em que além de reconhecer nossos erros, mudamos a direção de nossas vidas, largamos nossos pensamentos e guardamos a palavra de Jesus em nossos corações, deixando assim nossas vidas serem guiadas pela palavra do SENHOR, e não pela nossa própria sabedoria.

Pois está escrito: “Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao SENHOR, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR.” (Isaías 55:7-8)

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“Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: na sua mente imprimirei as minhas leis, também sobre o seu coração as inscreverei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.” (Hebreus 8:10)

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Teus pecados estão perdoados

“Passadas estas coisas, havia uma festa dos judeus, e Jesus subiu para Jerusalém. Ora, existe ali, junta à Porta das Ovelhas, um tanque, chamado em hebraico Betesda, o qual tem cinco pavilhões. Nestes, jazia uma multidão de enfermos, cegos, coxos, paralíticos [esperando que se movesse a água. Porquanto um anjo descia em certo tempo, agitando-a; e o primeiro que entrava no tanque, uma vez agitada a água, sarava de qualquer doença que tivesse]. Estava ali um homem enfermo havia 38 anos. Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim há muito tempo, perguntou-lhe: Queres ser curado? Respondeu-lhe o enfermo: Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada; pois, enquanto vou, desce outro antes de mim. Então, lhe disse Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda. Imediatamente, o homem se viu curado e, tomando o leito, pôs-se a andar. E aquele dia era sábado.” (João 5:1-9)

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No tanque Betesda havia uma multidão de pessoas que possuíam a esperança de serem curados. Nesse local havia cegos, que embora não vissem o anjo nem a água ser agita podiam ouvir muito bem e assim andar em direção ao barulho da agitação da água. Haviam coxos, que mesmo mancando, tinham a esperança de se jogar na água antes dos outros. Havia também o homem paralítico a 38 anos. Estando nessa situação a tanto tempo, ele deve ter visto muitas pessoas serem curadas, deve ter visto também muitas brigas de pessoas tentando ser os primeiros a entrar no tanque. Mas, olhando para si mesmo, olhando para os seus problemas, ele perdia todas as esperanças de se curar pois não podia caminhar até a água e também não tinha alguém que o jogasse no tanque, não tinha alguém a quem por suas esperanças. Contudo, esse homem que não tinha esperanças de, sozinho, se jogar no tanque foi curado. Pois o SENHOR foi ao seu encontro. A graça do SENHOR é para todos e todos naquele tanque careciam da graça de Jesus, mas apenas esse único paralítico recebeu o trabalho de Jesus naquele momento, mesmo estando ele rodeado de pessoas que careciam do trabalho de Jesus, assim como ele.

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Após 38 anos sem andar seus músculos se atrofiaram, por muitas vezes ele deve ter tentando andar, sem sucesso. Por muitas vezes as pessoas ao seu redor devem ter o dito que ele jamais andaria, e em algum momento da sua vida ele aceitou essas palavras, em algum momento ele aceitou que não conseguiria andar e que sem a ajuda de outras pessoas ele estaria perdido e impotente. Contudo, ele aparece na passagem bíblica sozinho, todos que porventura estavam perto dele no início o abandonaram. Quando Jesus encontrou esse homem ele não tinha esperança alguma de, sozinho, se curar. No coração desse homem não havia um trabalho que ele poderia fazer para resolver a sua situação, e devido a tantos problemas não havia arrogância em seu coração para rejeitar as palavras de Jesus, pois ele não tinha o que fazer, e, por causa dessas coisas o SENHOR foi foi até ele. Já havia no coração de Jesus, antes mesmo Dele se aproximar do homem, a vontade de curá-lo. Em Seu coração o SENHOR já havia preparado todas as coisas necessárias para a cura desse homem, e quando Jesus o disse “Levanta, toma o teu leito e anda” o homem paralítico a 38 anos se viu curado, se viu aceitando tudo que o SENHOR tinha preparado para ele. 50


Nessa passagem a Bíblia nos mostra como Jesus pôde trabalhar na vida desse homem, a verdade é que o processo de cura desse enfermo não se iniciou quando Jesus apareceu, mas tempos antes, quando ele largou todos os métodos humanos para se curar, antes ele podia ter pensado “o que EU preciso fazer é ir a um médico”, ou “o que EU preciso fazer e ir para o tanque Betesda”, ou “o que EU preciso fazer é encontrar alguém que me jogue no tanque antes dos outros”. Enquanto houvesse esses tipos de pensamentos segurando o coração desse homem ele nunca conseguiria sair dessa situação, quando todos esses pensamentos se foram, quando nenhuma solução humana existia em seu coração, Jesus foi ao seu encontro, sem que ele o procurasse, sem que ele o chamasse. Dessa mesma forma nós devemos enfrentar nossos problemas espirituais, enquanto houver um pensamento em nossos corações como “EU posso seguir a lei”, ou “EU consigo não pecar”, ou “EU sou plenamente capaz de parar de pecar”, o SENHOR não pode trabalhar em nossas vidas, porque a nossa arrogância nos impede de perceber a verdade.

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“Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça.” (Isaías 59:1-2) Nossa arrogância nos impede de guardar a palavra de Deus em nosso coração, nossos pecados nos impedem de conectarmos com o SENHOR, a tentativa de fazer nossas próprias obras nos impede de receber as obras que o SENHOR tem preparado para as nossas vidas. Dessa mesma forma, temos que encarar o pecado e a lei. Enquanto alguém acreditar que é inteiramente capaz de cumprir as 613 leis que existem na Bíblia, e que apenas cumprindo esses mandamentos estará no reino dos céus, nunca receberá a salvação, nunca se livrará do pecado. Por mais que o indivíduo acorde bem pela manhã e diga a si mesmo “hoje não irei mentir”, ou “hoje não irei ter lascívia”, ou ainda “hoje não vou pecar”, nunca será capaz de garantir que terminará o dia sem tropeçar em nenhum desses mandamentos. Além disso, é impossível a um ser humano 52


comum, conhecer e lembrar de toda a lei, 613 mandamentos com proibições e obrigações. A lei mostra nossas iniquidades, mostra os requisitos para nós nos purificarmos e dita o nosso julgamento. A purificação, pela lei, se da através da morte.

“Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Romanos 6:23) O derramamento de sangue é preço que se deve pagar pela purificação do homem, pelo perdão dos pecados. Contudo, Jesus veio a esse mundo para nos trazer a graça, para nos trazer justificação,

santificação

e

salvação

diante

de

Deus

independentemente de nós mesmos, não importa se tenhamos seguido ou não a lei, não importa se tenhamos ou não tropeçado em qualquer um dos 613 mandamentos.

“Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda a boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus, visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado”. (Romano 3:19-20) 53


A lei nos condena, não por nos impor mandamentos, mas por mostrar aquilo que realmente somos, não devemos enxergar a lei como um manual do que fazer ou deixar de fazer, mas como um espelho, que nos mostra tudo de mal, diante de Deus, que existe no nosso coração, e para fazer com que todo o mundo seja culpável perante Deus, para que através disso, possamos receber a obra de Jesus Cristo.

“Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra.” (Mateus 5:17-18) “Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem derramamento de sangue, não há remissão.” (Hebreus 9:22) “Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vivem em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.

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Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão.” (Gálatas 2:19-21) Quando Deus viu Jesus na cruz não foi Jesus que Ele enxergou. Ele enxergou a todos nós, justificados e santificados de todas as iniquidades mediante o sangue de Jesus Cristo. A morte, ou seja, o derramamento do sangue de Jesus foi a sentença do julgamento de todos os nossos pecados, do passado, do presente e do futuro. Através do sangue do SENHOR nós nos tornamos santos e justos perante Deus, pois Jesus Cristo cumpriu todos os requisitos da lei e carregou para si o julgamento de todos os nossos pecados. Agora, se mediante as obras DELE foram cumpridos os requisitos e julgamentos de todos nós, o que nos condena? Apenas os nossos próprios pensamentos. As pessoas olham para si mesmas diante da lei e enxergam apenas o pecado, enxergam as iniquidades. Achando que podem cumprir a lei, achando que se seguirem a lei receberão a salvação, orando pedindo constantemente o perdão dos pecados, mas, ao fazer tudo isso ignoram a obra do SENHOR, ao fazer isso não percebem que ao pedir o perdão

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dos pecados estão pedindo que Jesus Cristo volte a terra e morra mais uma vez por seus pecados.

“porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Romanos 6:23) O salário do pecado é a morte, aquele que planta o pecado só recebe a morte. E foi exatamente esse o salário que Jesus recebeu, não porque cometia pecados, mas porque tomou para si os pecados de todos nós, os os tomando para si pagou o preço de todos eles através do seu sacrifício, tirando o pecado do mundo.

“…viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1:29) Através da obra de Jesus Cristo nos foi imputada justiça, mas não a nossa justiça, sim a justiça de Deus. A partir desse momento já não tínhamos pecado, pois o senhor Jesus Cristo os tomou para si, nos santificando e nos justificando. Portanto, todos aqueles que estão em Cristo forma purificados

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de seus pecados, santificados e justificados mediante a obra do SENHOR.

Pois está escrito: “Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida. Porque como pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também por meioda obediência de um só, muitos se tornarão justos.” (Romanos 5: 18-19) “Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra.” (Romanos 7:6) “Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las. E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá por fé.” (Gálatas 3:10-11)

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O cristão prudente

“Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha. E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína.” (Mateus 7:24-27)

Hoje em dia podemos facilmente encontrar pessoas que acreditam em Deus. A crença em Deus é algo simples e comum de se ver ao nosso redor. Muitos acreditam em Deus, mas quantos acreditam UNICAMENTE no SENHOR?

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As pessoas acreditam em Deus mas também acreditam em suas experiências, as pessoas acreditam na palavra de Deus mas também acreditam nos seus próprios pensamentos. Em Mateus 7:24 o SENHOR nos mostrou que quem segue a palavra de Deus é comparado a um homem prudente, sábio, como aquele que edifica a sua casa em um alicerce sólido. Da mesma forma, um cristão será considerado prudente quando edificar a sua vida de fé num alicerce sólido: a palavra de Deus. Muitos creem na palavra de Deus, mas constroem sua vida

de

sob

seus

próprias

desejos,

seus

próprios

pensamentos. Um cristão que construiu sua vida de fé baseada em suas próprias vontades é como uma casa que foi construída sobre a areia, quando o vento sopra e quando a chuva cai, ou seja, quando aparecem dificuldades na vida de fé, o cristão cai, o cristão desaba. Para edificar nossa vida de fé num alicerce sólido temos que acreditar UNICAMENTE na palavra de Deus, por mais que aos nossos olhos sejamos falhos, por mais que sejamos inúteis, por mais que aos nossos olhos não conseguimos nos livrar dos nossos pecados, a palavra de Deus pode trabalhar em nosso coração se acreditarmos UNICAMENTE nela. Quando deixamos 60


a palavra de Deus e seguimos nossos próprios desejos, ou seja, seguimos aquilo que parece ser agradável aos nossos olhos e desejável ao nosso coração, transformamos nossas vidas como em uma peregrinação pelo deserto, sem água ou comida. Tendo a morte como o único destino.

“Porque dois males cometeu o meu povo: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm água.” (Jeremias 2:13) Quando deixamos a palavra de Deus e seguimos as coisas que parecem agradáveis e desejáveis segundo nossa visão, deixamos também o manancial de águas vivas, ou seja, deixamos a fonte de vida que o SENHOR nos deu. Ignoramos o desejo do SENHOR de dependermos Dele, dependermos da palavra Dele, de depositarmos nossas esperanças Nele, e nos iludidos com desejos que nascem em nosso coração. Um Cristão sem palavra de Deus no coração é como um animal perdido, vagando por caminhos da morte. Um homem que constrói sua casa sobre a rocha, ou seja, um cristão prudente, é aquele que constrói sua vida sobre a palavra, é 61


aquele que está constantemente meditando na palavra do SENHOR, é aquele que rumina a palavra de Deus.

“Falou o SENHOR a Moisés e a Arão, dizendo-lhes: Dizei aos filhos de Israel: São estes os animais que comerei de todos os quadrúpedes que há sobre a terra: todo o que tem unhas fendidas, e o casco se divide em dois, e rumina, entre os animais, esse comereis.” (Levítico 11:1-3) O boi é considerado um animal limpo diante do SENHOR por ter casco dividido em duas partes e por ruminar. O boi é um animal que mesmo comendo apenas um alimento fraco, como o capim, possui grande força, isso se dá pelo fato de que o boi possui quatro estômagos, ele mastiga e engole o capim 4 vezes, cada vez que ele mastiga o alimento, ou seja, cada vez que ele rumina, prepara o capim para quando o engolir novamente poder retirar dele a maior quantidade possível de nutrientes. Um cristão pode ser considerado prudente quando após ouvir a palavra num culto a rumina várias vezes, absorvendo assim, cada vez mais, a força que a palavra tem para nos oferecer. 62


A divisão no casco do boi, que a Bíblia se refere, é uma analogia a separação deve existir em nosso coração, uma separação do que vem de Deus e o que sai de nós. Ou seja, um cristão prudente deve ruminar a palavra que escuta e em seu coração deve existir uma separação entre as coisas da carne e as coisas do espírito. O Cristão que não está diariamente meditando na palavra do SENHOR e que não separa no seu coração as coisas que vêm da carne das coisas que vêm do espírito encontrarão apenas perdição nesse mundo.

“Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito. Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz.” (Romanos 8:5-6) Aqueles que fundamentam a vida de fé nos desígnios do seu próprio coração, ou seja, não acreditam UNICAMENTE na palavra de Deus, acabam ignorando a vontade do SENHOR. A vontade de Deus foi de que em Jesus Cristo fossem depositados todos os nossos pecados e iniquidades e que 63


através do derramamento de sangue Dele todos os nossos pecados fossem lavados, ou seja, que todos nós fossemos santificados diante do SENHOR através do sacrifício de Jesus. Mas

aqueles

que

acreditam

em

seus

próprios

pensamentos, que não creem UNICAMENTE na palavra de Deus, acreditam que ainda devem fazer alguma coisa, acreditam que devem se esforçar para deixar de pecar, acreditam que devem jejuar, falar em línguas, realizar profecias, expulsar demônios para que sua vida seja santificada perante o SENHOR. A palavra de Deus afirma que a ressurreição de Jesus Cristo nos tornou justos, atribuiu a todos nós a justiça de Deus, mas aqueles que não creem UNICAMENTE na palavra de Deus acreditam que devem se esforçar para seguir a lei de Moisés, acreditam que devem deixar de assistir televisão ou deixar de usar joias, que devem ofertar o dízimo, para poderem ser justificados.

“Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.

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Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão.” (Gálatas 2:19-21)

A palavra de Deus nos diz claramente que a justiça de Deus é atribuída aquele que vive pela FÉ no Filho de Deus, ou seja, é atribuída a aquele que crê no trabalho de Jesus Cristo, aquele que crê na vontade de Deus. A palavra nos diz também que uma vez que cremos, estamos mortos para a lei e que quem vive em nós é o próprio Jesus Cristo. Ora, se a Palavra nos fala que quem crê na vontade de Deus, ou seja, crê no sacrifício de Jesus Cristo pelos nossos pecados, está morto para com a lei, não seremos mais santificados ou justificados pelas obras da lei, mas sim pela fé na vontade de Deus. Aquele, pois, que não acredita que sob as costas de Jesus estavam os pecados e as iniquidades de todos nós duvidam da própria palavra de Deus, sentem remorsos por que acreditam que sendo o pecado deles, eles devem trabalhar para poder se santificar diante do SENHOR, ignorando a vontade de Deus:

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“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviando pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.” (Isaías 53:6) Temos que ruminar a palavra do SENHOR e firmá-las em nossos corações, para assim construirmos uma vida de fé sobre algo sólido, construir nossa vida de fé UNICAMENTE na palavra de Deus e nunca nos desígnios da carne, nunca nos desígnios dos nossos corações.

Pois está escrito: “Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos. De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão. Todos quantos, pois são das obras da lei estão debaixo de maldição, porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las. E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá por fé.” (Gálatas 3:8-11)

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