Estórias da História de Goiandira

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Estórias da História de Goiandira 70 anos

Sonho de um prefeito e realização de todos!


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Copyright @ 2020 Aristeu Nogueira Soares Revisora: Waldevira Bueno Pires de Moura Projeto Gráfico/Diagramação/Capa: James Cruvinel Junior / jameskalel@gmail.com

Impressão: Gráfica Modelo Av. Raulina F. Paschoal, n° 535 - Centro CEP 75.701-480 - Catalão-GO Fone: (64) 3411-2223 2020 Impresso no Brasil Printed in Brazil 4


Sonho de um prefeito e realização de todos!

JUSTIFICATIVA Registrar os fatos históricos de Goiandira, de após 1950, ano em que foi publicado o único livro pelo município no Governo do Dr. Francisco Ferreira de Andrade, sempre foi nosso desejo, porém de difícil realização por diversas razões desnecessárias de comentário. Agora, em 2020, fizemos um convite ao amigo Aristeu Nogueira Soares, patureba e goiandirense por afinidade, para esta missão que ele prontamente aceitou e, em curto espaço de tempo, realizou os levantamentos necessários para a elaboração deste livro, com a revisão editorial da conterrânea, professora Waldevira Bueno Pires de Moura. Ambos trabalharam, muito e voluntariamente, para terminarem esta obra magnífica que deixaremos para os goiandirenses conhecerem fatos e acontecimentos da nossa querida cidade. Temos a certeza de que muito mais poderia ser narrado, mas não foi possível um aprofundamento maior devido ao tempo que foi se esgotando. Afinal, estamos no último mês do mandado não podendo adiar mais o lançamento deste sonho acalentado desde o nosso primeiro ano à frente da administração municipal. Esta obra é o resultado da perseverança, da obstinação e da crença de que não devemos desistir de tornar um sonho em realidade. Mesmo nos momentos do mais completo desânimo devido às dificuldades que, por fim, culminaram num “ano pandêmico”, cheio de restrições, isolamento e perdas, não esmorecemos. Pensávamos que era uma necessidade deixar uma obra perene como é um livro para a posteridade. Para nós, é uma realização entregar aos nossos conterrâneos algo que servirá às gerações futuras em relação ao conhecimento da história da terra que os viu nascer. Nosso agradecimento a Deus e a todos os que colaboraram para o êxito desta missão.

Odemir Moreira de Melo 5



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AGRADECIMENTOS

Agradeço, de uma maneira muito especial, ao Tri-Prefeito ODEMIR MOREIRA DE MELO, por ter-me concedido a elaboração desta coleção de apontamentos, que visa perpetuar parte importante da História de Goiandira. Afinal, “Povo sem memória é povo sem História” Agradeço também a todos os colaboradores, que serão citados ao longo da obra, a partir da minha amada esposa, cidadã goiandirense, Euzenia Cardoso Nogueira Soares. Agradeço, por fim, à professora e literata Waldevira Bueno que se debruçou sobre a tarefa hercúlea de revisar os apontamentos realizados. Dedicação tanto na precisão dos personagens e acontecimentos, por ser também partícipe dessa história grandiosa, mas também nas minúcias da correção, letra a letra, ponto a ponto, onde esculpiu uma pedra preciosa de uma ideia bruta.

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OFERECIMENTO Ofereço a todo povo goiandirense! Que uma ponta de orgulho se faça presente em cada um e que produza mais feitos dignos de nota para a posteridade.

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Parodiando Manuel Bandeira em “Vou-me embora pra Pasárgada” Vou-me Embora pra Goiandira Vou-me embora pra Goiandira Lá sou amigo do prefeito Irei com a mulher que eu quero Na cama que eu já deito Vou-me embora pra Goiandira Vou-me embora pra Goiandira Em Brasília não sou feliz Lá a existência é uma abertura Falam de modo inconsequente: As vizinhas se assanham Manicure abertamente Sogra que se acrescente E cunhados inclusive. E como farei plástica Serei sempre atleta Na hora dum arranca-rabo Na frente sairei mais cedo Tomarei banhos de amar Em Caldas, ali do lado, Quando sentir o frio. Vou encher o olho d’água 11


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Quando comer chicória, Couve, quiabo e pepino Dolorosa comidinha ao jantar Vou-me embora pra Goiandira! Em Goiandira tem mudo Lá é pura gozação Tem possesso bem seguro Erro na concepção Tem gramofone simpático Tem adenoide que arde Tem frutas hermafroditas Pra gente descascar ou chupar E quando eu estiver dando alpiste Aos pássaros de cantar no peito Que eu me açoite se me der Vontade de os matar - Lá sou amigo do prefeito Irei com a mulher que eu quero Na cama que eu já deito Vou-me embora pra Goiandira!

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PREFÁCIO

Quatro anos atrás, assim que tomou posse e assumiu a Prefeitura de Goiandira para mais uma gestão, o prefeito eleito, Odemir Moreira de Melo, revelou-me o sonho de publicar um volume, em formato de livro, que recuperasse a história de nossa Terra Branca a partir de 1951. Esta data específica tem uma explicação louvável: o registro dos fatos que marcaram nossa cidade até o ano de 1950 fora feito pelo ex-prefeito Francisco Ferreira de Andrade, através da publicação do livro Corografia do município de Goiandira. O Projeto de elaboração de uma obra de tão grande vulto e importância demanda pesquisa, elaboração, revisão, edição (publicação), distribuição. Tudo isso leva um tempo considerável e esse tempo foi passando. Várias tentativas foram feitas com o intuito de transformar o sonho em realidade. Frustradas todas elas. Até que um dia, surgiu um vírus maldito, vindo lá da China e alterou todo o modo de viver das pessoas no mundo inteiro. E o mundo inteiro inclui Goiandira. E agora? O que fazer? Como fazer? Eu, particularmente, pensei que o Prefeito havia desistido do sonho, afinal, este é o último ano de seu mandato e um ano atípico, difícil. Qual não foi minha surpresa quando, a poucos dias, recebi dele um telefonema dando-me a notícia de que o livro estava praticamente pronto e que eu deveria fazer a revisão. Como isso foi possível? Quem pesquisou? Quem escreveu? Quem conseguiu realizar tamanha proeza? Foi, então, que conheci o autor: Aristeu Nogueira Soares. Aristeu Nogueira Soares, é um jovem senhor de cinquenta e nove anos, Subtenente aposentado do Exército Brasileiro. Veio para Goiandira, em 1980, por ocasião da construção da Estrada de Ferro, trabalho valoroso realizado pelo Batalhão Mauá. Aqui se casou com Euzenia, cidadã goiandirense, e foi(é e será) feliz para sempre. É mineiro, de Patos de Minas, e teve sua carreira fixada em Brasília até à inatividade. Retornou a Goiandira e aqui está. É contista de portais internéticos e de jornais. Possui um Blog em que publica suas crônicas. Ora, ao conhecer esses detalhes, entendi porque a obra, ora publicada, 13


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traz um título interessante: Estórias da História de Goiandira. Há que se considerar que o relato se fez, não só pelo registro do fato histórico pesquisado, documentado, oficializado, mas entremeado de Crônicas e de Poesia, recursos literários que não só enriquecem a narrativa, como tornam a leitura mais fluente e agradável. Para o registro do fato histórico, o autor buscou as Atas da Câmara dos Vereadores e procurou pincelar, aqui e ali, com o registro do que foi vivenciado naquela Casa das Leis. Evidente que essas pinceladas foram feitas com o objetivo de ilustrar para o leitor como se dão as decisões, os vetos, os deferimentos, a cessão de títulos, as homenagens e tudo o que ali diz respeito à vida do município, em cada gestão, entre 1951 e 2020, ou seja, em 70 anos de história. Ao ler esses relatos, que vêm entremeados ao longo de cada capítulo, retirando da narrativa a linearidade, o leitor poderá ter uma noção do prestígio, da responsabilidade e do desempenho dos nossos vereadores, prefeitos e vice-prefeitos; o que foi bom e o que não foi tão bom assim, o que marcou a cidade e a colocou, para sempre, nos anais da história desse país, pátria amada, Brasil. Um exemplo foi a inauguração do trecho da Estrada de Ferro entre Goiandira e Ipameri, com a presença do Presidente Geisel em nossa cidade, em 28 de julho de 1978. Além de usar as Atas da Câmara como fonte de pesquisa, o autor buscou o testemunho de pessoas idôneas, cujo relato merece a nossa confiança e o nosso reconhecimento. Nesse aspecto, necessário se faz o agradecimento às pessoas que se dispuseram a colaborar com o Projeto, fosse por meio de uma entrevista, do fornecimento de material de pesquisa e, até mesmo, da disposição em emprestar as próprias palavras na elaboração de textos escritos, conforme esclarecido ao longo dos capítulos. Afinal, a história de uma cidade se faz com a união de seus “filhos sempre ufanos”, contemplando “o teu vulto”. A Poesia, uma das sete artes, surge, nessa obra, como uma manifestação lírica, ou seja, como a expressão de um sentimento, de um flash da vida ou de uma emoção vivenciada. No caso em questão, o gênero poético é expresso através de poemas cujos versos saem da alma, sem muita preocupação com a forma, mas que, nos quais, percebe-se uma atenção especial com a rima e não com a métrica. Isso quer dizer que, ora os versos são curtos como aqueles dos poemas “Estação Goiandira” e “Minha religião”, ora são mais longos como os de “Vai e 14


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Vem” e do Acróstico em homenagem a Tereza do Carmo. Em relação à Poesia há, ainda, que se fazer uma referência a dois poemas. O primeiro é aquele que abre o livro, “Vou-me embora pra Goiandira”, composto utilizando-se o recurso da paráfrase, cujo texto original, “Vou-me embora pra Pasárgada”, é de autoria do grande Manuel Bandeira, poeta modernista brasileiro. O autor tomou de empréstimo a ideia dos versos e a temática do poeta moderno e inspirou-se para transformar a Terra Branca numa Pasárgada goiana. O segundo é uma transcrição do “Hino a Goiandira”, de Esaú Marques, com melodia de Geraldo Porto Tristão. O que chama a atenção é o trabalho de colagem feito pelo autor dessa obra, ou seja, a junção dos versos do hino com os do poema “Com eira e beira”, como se estes fossem uma complementação daqueles. Ao ler os versos colados uns aos outros, o leitor terá a impressão de que fora proposital por parte de Esaú Marques quando, na verdade, é uma espécie de bricolagem praticada por Aristeu Nogueira. “Com eira e beira” faz, poeticamente, um levantamento das famílias que compunham o município de Goiandira na época em que foi escrito. No entanto, vale dizer que não é objetivo dessa obra fazer um tratado sobre a arte poética e, sim, usá-la a favor da elaboração da história de nossa terra. O ser humano, geralmente, gosta de um enredo, de uma narrativa, de uma história ou estória, não faz diferença. O que importa é que o texto prenda a atenção de quem lê, é que o sujeito leitor se compraza com a leitura, querendo mesmo que o texto não acabe. Sabendo disso, o autor recheou a obra de crônicas. Textos não muito longos que prendem a atenção do leitor como, por exemplo, aquele em que a neta Luana conta a história da tão querida avó em “Maria David, a mãe dos pobres de Goiandira-GO” ou como o “Fizerdes aos pequeninos” que nos recorda o Bento, personagem também muito querido da nossa história. Por outro lado, há relatos que se parecem com o documentário por expor os fatos de forma clara, contundente, oficial. Exemplificando, citamos: texto do Pastor Levi, contando a história da fundação da Igreja Presbiteriana em Goiandira; do dr. José Ronaldo Quirino falando da EMATER-GO; o relato que teve como suporte a entrevista com prefeito Odemir Moreira em texto intitulado “Quartel General”. Ao proceder à leitura de todo o texto, o leitor poderá comprovar que o 15


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mesmo não foi escrito na sequência clássica de começo, meio e fim. As estórias da história foram montadas como se num zigue zague, num vai e vem em que se entremeiam todos recursos estilísticos utilizados pelo autor. Num mesmo capítulo em que se narram fatos de determinada gestão, portanto num determinado tempo, surgem relatos de eventos ocorridos em outra época, o que faz com que a linearidade se perca e torna a leitura mais dinâmica. Estórias da história de Goiandira é, pois, a realização do sonho de um cidadão goiandiresne no exercício do mais alto posto do município. O prefeito Odemir Moreira ousou sonhar. É ele o mentor desse Projeto que tem a Prefeitura como patrocinadora. O livro está aí como o resultado da tenacidade, da obstinação de uma pessoa que não desistiu, apesar das dificuldades, e dos reveses nem da pandemia que paralisou, temporariamente, o mundo inteiro. É o resultado da perseverança de alguém que não esmoreceu, pelo contrário, acreditou. Acreditou que seria possível, se pudesse contar com os goiandirenses que amam sua Terra, assim como ele ama e que colaboraram com a escritura da obra. Acreditou no empenho e na capacidade de Aristeu Nogueira Soares que não mediu esforços, incluindo longas caminhadas, conversas com muitos conterrâneos, sessão de fotos, horas e horas de pesquisa e muita paciência e muito esforço, para traçar as linhas que dão forma às Estórias da história de Goiandira. Por que paciência e esforço? Porque “escrever é duro como quebrar rochas. Mas voam faíscas e lascas como aços espelhados” como disse, um dia, Clarice Lispector. Obrigada, Prefeito Odemir, por ter insistido, perseverado, acreditado. Sei da sua consciência de que muitas histórias ficaram por contar, pessoas extremamente importantes na construção do destino de Goiandira não foram citadas. Quem sabe num próximo volume serão resgatadas e lhes será feita justiça! Porém, o livro aí está para tornar perene seu nome na História de nossa Amada Terra, Goiandira, “berço de amor e paz”, orgulho nosso! Waldevira Bueno Pires de Moura

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Apresentação Bem-vindo a Goiandira!

Este compêndio é uma tentativa de tornar realidade, ainda que tênue, um sonho do amigo de toda a nossa cidade, o PROFESSOR ODEMIR MOREIRA DE MELO, o Tri-Prefeito de Goiandira, ao almejar registrar mais alguns fatos e fotos, ocorridos no Município, nos últimos setenta anos, que permanecem sem algum registro disponível ao público em geral. Até o ano de 1950, o ex-prefeito FRANCISCO FERREIRA DE ANDRADE, sob o título de “Corografia do Município de Goiandira”, deixou um exemplar bem técnico, retratando nossa Terra Branca em seus aspectos físicos. Nosso relato, porém, embora pesquisado com algum rigor, não se apresenta como elemento acadêmico, mas como umas Estórias... O desejo de terminar, antes da conclusão do terceiro mandato do Prefeito Odemir, pode ter-nos afastado muito do que pretendíamos, exatamente a seis meses do término. A principal fonte de pesquisa repousa nas páginas amareladas das atas da Câmara, vasculhadas nestes setenta últimos anos. Foram pincelados pontos de apoio para a narrativa e muito mais se encontra disponível no arquivo da Câmara. Quem sabe algum interesse de um pesquisador mais experiente possa nos brindar com um outro acervo de importância! Nossa primeira estação de pesquisa está situada no ano de 1951. Embarque nesta aventura que tentaremos proporcionar uma Boa Viagem!

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Onde estamos? Goiandira é uma pequena cidade interiorana de Goiás, localizada no Sudeste Goiano, que dista 15 Km à oeste de Catalão, 100 km à leste de Caldas Novas e 260 Km à sudoeste de Goiânia, com cerca de 6000 habitantes. Antes de 1800, quando o Brasil era dividido em sesmarias, este local era chamado de “Sesmaria de Campo Limpo”, os primórdios da querida e conhecida Terra Branca. Tal nome, “Campo Limpo”, deve-se ao seu terreno argiloso e de textura branca, que não favorece a cultura muito bem. Tal Campo Limpo, como todas as localidades que se avizinham, inclusive Araguari, tem a mesma história de penetração e construção de vilas, a partir das Entradas dos Bandeirantes. Tais localidades contam com a passagem do Velho Bartolomeu Bueno da Silva, o ANHANGUERA, de significado DIABO VELHO, dado pelos indígenas que aqui se encontravam. É o autor da famosa ou lendária façanha ou trapaça de colocar fogo no álcool, para encontrar apoio dos silvícolas, dizendo que incendiaria seus rios. Os índios destas paragens dizem ter sido os Caiapós, os Goyazes e, até mesmo, os índios Araxás, que eram nômades. Na busca por riquezas, encontraram Goiandira!

1951 – PRIMEIRA ESTAÇÃO Nosso compromisso com estes registros tem como marco inicial o ano de 1951. Sabemos da notória importância de anotações anteriores, mas que já foram catalogadas e há muito por relatar. Diante mão, temos convicção de que não teremos obtido um sucesso absoluto e muitos dirão: “Faltou dizer...” Uma boa história faz-se antes que tudo vire saudade! Uma coisa interessante que se nota é que a população de Goiandira, nessa época, é, em números, a mesma dos dias de hoje. Dá-se a impressão, à primeira vista, de que não tenha crescido populacionalmente, mas é que Nova Aurora, Cumari e, até mesmo, Anhanguera eram distritos de Goiandira. Perdeu terras e ganhou gente e da melhor qualidade!

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SUMÁRIO Capítulo I - “Luz na Câmara em Ação” 70 Anos Antes Gestão 1951-1954

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Capítulo II - Sobre “Luz na Câmara em Ação” Segunda Estação Gestão 1955-1958

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Capítulo III - Sobre “Luz na Câmara em ação” As águas vão rolar... Gestão 1959-1962

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Capítulo IV - Sobre “Luz na Câmara em ação” Cuidando da Educação Gestão 1963-1966

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Capítulo V - Sobre “Luz na Câmara em Ação” Novos caminhos Gestão 1967-1970

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Capítulo VI - Sobre “Luz na Câmara em Ação” Frei Beraldo-um vulto empreendedor Gestão 1971-1973 (mais curta) 105 Capítulo VII - Sobre “Luz na Câmara em Ação” CEPROFA- a educação primeira - Gestão 1973-1976

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Capítulo VIII - Sobre “Luz na Câmara em Ação” Mandato Prorrogado Gestão 1977-1982

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Capítulo IX - Sobre “Luz na Câmara em Ação” 70 Anos Depois Gestão 1982-1988

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Capítulo X - Sobre “Luz na Câmara em Ação” Estação Lázaro Gestão 1989-1992

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Capítulo XI - Sobre “Luz na Câmara em Ação” Tereza, luz em ação Gestão 1993-1996

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Capítulo XII - Sobre “Luz na Câmara em Ação” Em nome de Deus foi aberta a sessão. Gestão 1997- 2000

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Capítulo XIII - Sobre “Luz na Câmara em ação” “Esaúrindo” GESTÃO 2001 a 2004

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Capítulo XIV - Sobre “Luz na Câmara em Ação” Religiosidade GESTÃO 2005 - 2008

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Capítulo XV - Sobre “Luz na Câmara em Ação” Goiandira na 3ª idade (ou melhor idade) Gestão de 2009-2012

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Capítulo XVI - Sobre “Luz na Câmara em Ação” Um jovem prefeito GESTÃO 2013/2016

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Capítulo XVII - Sobre “Luz na Câmara em Ação” Obrigado, Odemir! GESTÃO 2017/2020

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DE VOLTA À CÂMARA

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REFERÊNCIAS

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COLABORADORES:

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Capítulo I “Luz na Câmara em Ação” 70 Anos Antes Gestão 1951-1954 Iniciamos nossa caminhada dando um passeio pelas antigas atas do Arquivo da Câmara Municipal de Goiandira, com a devida assistência da Claudenice Aparecida Marques, Secretária daquela Casa. São relatos fidedignos que procuramos iluminar com nossas observações, aqui e acolá, fazendo com que a leitura seja aprazível a qualquer um e a qualquer tempo. Nesta primeira gestão apresentada, 1951 a 1954, era prefeito o Senhor SINFRÔNIO MARTINS TEIXEIRA. Não há relatos que comprovem se havia ou, caso houvesse, quem era o vice-prefeito e se, como nos nossos dias, figura apenas nas folhas de pagamento de salários. Os vereadores, em número de sete, eram os seguintes: SÍLVIO DE CASTRO LIMA JOÃO MOREIRA DE MELLO ADOLFO MARIANO DE JESUS PRUDÊNCIO QUIRINO GARCIA ORESTES BORGES DE FREITAS JOÃO CASSIMIRO DO CARMO JOAQUIM FERREIRA* (ZACARIAS PIMENTA BORGES) 23


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A respeito dos vereadores, falemos, no momento, do Sr. Sílvio de Castro Lima. O prédio da Câmara, por proposta do Vereador Luiz Roberto de Araújo, conhecido por Luiz Porcão, em 21 de maio de 2007, passou a se chamar Sílvio de Castro Lima, vereador com um número expressivo de participação legislativa para ter alcançado tal homenagem. Foram 4 mandatos tendo comandado a Casa das Leis por 8anos. Em 18 de junho de 1997, foi confeccionada pela Câmara uma placa em homenagem ao ilustre ex-vereador e entregue a outro ilustre familiar, DR. LÉLIO DAVID VIEIRA. 24


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Encerrado o mandato primeiro, ele tentou as eleições para prefeito, no mandato seguinte, e não logrou êxito. Afinal, aquele era um tempo em que havia os caciques muito influentes, ditos coronéis, que ganhavam a eleição “dois pontos percentuais para cima ou para baixo”, ou quem fosse por eles indicados. O Sr. Sílvio de Castro possuía um comércio à maneira de Bar e Mercearia. No entanto, por ter ficado descapitalizado pela bendita política, foi contratado para gerenciar os negócios do seu amigo Idelfonso Teles e também atuou como Fiscal do Governo. Idelfonso Teles era proprietário da FÁBRICA DE MANTEIGA WANDA Sílvio era filho da tão conhecida Professora AMÉLIA DE CASTRO LIMA, honrosa senhora que dá seu nome a uma Escola Municipal, aquela mesma que fica em frente à famosa “Praça do Relógio”. Na maior parte dos mandatos de Sílvio, como vereador, não havia salário. O tempo empregado servia apenas para contar tempo de serviço. Mesmo assim, seu ímpeto de alavancar a sociedade local era incessante. Além da participação intensa na política, ainda abraçava causas sociais como o Asilo, o Hospital, o Rotary e a Capela Nossa Senhora de Fátima, ou como sócio fundador, contribuinte ou presidente. Sílvio de Castro Lima viveu por sua terra 82 anos e deixou um legado moral e de progresso inatingível por tantos mortais. “Verás que um filho teu não foge à luta.”

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“Trecho Goiandira-Pires do Rio - Construído pela Batalhão Ferroviário e inaugurado pelo Presidente Ernesto Geisel, Prefeito Rubens Hélio Abdala, Presidente da Câmara Sílvio de Castro Lima em 28-07-1978”. Para a primeira presidência da Câmara, era praxe que se tomasse posse o vereador mais votado no pleito eleitoral. Nada mais justo e, por isto, assumiu a cadeira de presidente o Sr. Vereador SÍLVIO DE CASTRO LIMA. Este mesmo foi reeleito, por dois outros mandatos, na gestão de um ano cada. O interessante é que, após o primeiro mandato, a eleição passou a ser interna e secreta, o Sr. Sílvio obtinha os votos por unanimidade, o que derrubava o sigilo, prova cabal da confiança dos membros. No último ano, a presidência coube ao nobre Edil JOÃO MOREIRA DE MELLO, que conduziu os trabalhos com a mesma capacidade e dinamismo de seu antecessor. 26


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Nesta gestão empreendedora e progressista, foram criadas nove escolas rurais, normalmente em galpões cedidos por fazendeiros que viriam, mais tarde, oferecer à Prefeitura a venda do referido imóvel. É de se salientar que a iniciativa de implantação destas escolas foi de JOÃO MOREIRA DE MELLO. A intelectualidade do Vereador JOÃO MOREIRA DE MELLO é destacada em inúmeros projetos apresentados, como o Projeto de Lei n° 1, instituindo o Código Tributário do Município. Projeto de lei n° 1: Que modifica em parte o Código Tributário da Pre27


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feitura Municipal, em vigor. Art.1° ao Art. 9° do Código Tributário, fica acrescido do seguinte parágrafo único: “ficam sujeitos ao imposto territorial urbano todas as edificações e terrenos não edificados que excederem de 20m de frente” Art. 2°) Fica revogado o Art. 10° do citado Código, Título IV por ser inconstitucional, ficando, porém, em vigor o parágrafo 1. Art. 3º) Ficam modificadas as classificações tributárias constantes da tabela do imposto de licença, da seguinte forma: a) Comprador de Arroz: 1ª Classe - de mais de 5000 sacos... CR$400; 2ª Classe – de mais de 1000 a 5000 sacos... CR$350; 3ª classe – Até 1000 sacos... Cr$250. b) Boiadeiros: (Comprando para revender) 1ª Classe – de mais de 1000 rezes... Cr$450; 2ª Classe – de 500 a 1000 rezes... Cr$350 e 3ª Classe – Até 500 rezes... Cr$200. c) Cerâmica: Fabricando telhas francesas e tijolos... Cr$500; Fabricando telhas comuns e tijolos... Cr$400 e Fabricando só tijolos... Cr$300. d) Hotéis e Pensões: Hotéis com mais de 10 quartos... Cr$400; Hotéis de menos de 10 quartos... Cr$300; Pensões de 1ª Classe... Cr$300; Pensões de 2ª Classe... Cr$200 e Pensões de 3ª Classe... Cr$150.

Parágrafo Único:

São consideradas pensões de 1ª, 2ª e 3ª classe, respectivamente, 28


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as que possuírem de 11 quartos acima, de 6 a 10 quartos e de 5 quartos. Art. 4º) O imposto de abate de bovinos e suínos será o seguinte: bovinos Cr$22 (Vinte e dois cruzeiros) e suínos Cr$15 (Quinze cruzeiros). Art. 5º) Fica criado o imposto para compradores de creme para as fábricas dentro e fora do município.... Cr$100 (Cem cruzeiros). ARTIGO 6º em diante de acordo com a página da ATA em imagem... Fragmento da Ata da Reunião de 22 fevereiro de 1951, onde consta a apreciação do Código Tributário, Página 8, verso. Em 20 de abril de 1951, o vereador JOAQUIM FERREIRA pediu licença e não mais voltou. Assumiu o 2° Suplente, ZACARIAS PIMENTA BORGES, sendo que o 1° Suplente, LEOVEGILDO DE PAULA E SOUZA, alegou não poder assumir o cargo. As reuniões da Câmara eram realizadas numa sala da Biblioteca Municipal, situada na Rua 6 de Maio, normalmente, às 13h. Era um imóvel alugado do Sr. IDELFONSO TELLES. Parecia não haver oposição, uma vez que as votações eram aprovadas por unanimidade. As reuniões extraordinárias sempre contavam com a presença da totalidade dos representantes do povo. No dia 8 de fevereiro de 1951, foi sugerido e executado um minuto de silêncio pelas mortes de dois militantes políticos, ocorridas durante a campanha. Neste turismo pelas atas, nota-se que as atuações de cada um não muito se diferenciam dos políticos atuais e do povo: eram empresas solicitando doações de terrenos para instalação de seus negócios, bem como reivindicando isenção de impostos, eram fazendeiros encampando suas estradas rurais para o município assumir a manutenção. Há quem diga que até se vendiam estradas para o município. 29


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Reivindicação de isenção de impostos citamos, como exemplo, a Igreja Católica e o Senhor VANDERLEI TELES, proprietário do Cine Teatro Marabá.

https://cinemafalda.blogspot.com/2010/04/goiandira-go.html

GOIANDIRA - GO CINE TEATRO MARABÁ - Prop. Wanderley Teles R. 6 de Maio – hoje Wilson Alves Porto - s/n - Fund. 1950 - Cine Teatro - 180 lugs. Ap. 35 m/m Func. 3 vezes por semana - Média anual - 170 sessões - 6.950 espectadores

Um bom público médio para a época com cerca de 40 pessoas por sessão. Dona Zenira de Souza Cardoso, minha sogra, era bilheteira deste cinema. O cinema, nos dias das sessões, tocava uma sirene como alerta e publicidade. Em Goiandira, ainda existiu um cinema maior, o Cine Lúcia, onde hoje está em exibição a MUNDIAL - IGREJA DO PODER DE DEUS, imóvel alugado com anfiteatro. A importância do Cine Lúcia, segundo Waldevira Bueno, nas décadas de 30


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1960/1970, foi enorme. Lúcia, filha do Sr. Alexandre Moreira, emprestou seu nome a este que foi um verdadeiro point na cidade. Filmes, os mais representativos do cinema mundial, foram ali projetados para uma plateia de todas as idades. Os goiandirenses puderam conhecer atores e atrizes de grandeza estelar como Dean Martin, Jerry Lewis, Rock Hudson, Tony Curtis, Elizabeth Taylor, Grace Kelly, Ava Gardner, Marilyn Monroe, Kim Novak e tantos outros. Entre os brasileiros, Grande Otelo, Oscarito e Mazzaropi representaram o melhor da comédia nacional. Filmes como “Os dez mandamentos”, “Guerra e Paz”, “Dr. Jivago”, “Django”, “La violeteira”, “Nadando em dinheiro”, “Jeca Tatu”, “Tristeza do Jeca”, entre tantos outros, foram vistos até mais de um vez por pessoas entusiasmadas e felizes. Esses filmes em rolos de fitas vinham dentro de embalagens de latas e chegavam de trem em malotes. O Sebastião David, que por um bom tempo administrou o cinema, muitas vezes, viajou em busca dos melhores filmes para serem projetados na grande tela do cine Lúcia. Tudo isso sem contar o serviço de alto falante que funcionava antes do início das sessões com músicas para todos os gostos e que animavam o “vai e vem” de moças e rapazes diante do prédio, onde, inúmeras vezes, o flerte ou o namoro começava. Como esquecer o Poly e Seu Conjunto no “Moendo café”? Impossível!

No período, de 1951 a 1954, a Câmara Municipal isentava de impostos até o Banco de Comércio e Indústria de Minas Gerais e dispendia recur31


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sos para a construção do Colégio dos Padres. Consta pagamento de Cr$4000 (quatro mil cruzeiros) como direito autoral da obra intitulada Corografia, certamente referência ao livro Corografia do Município de Goiandira, escrito pelo ex-prefeito FRANCISCO FERREIRA DE ANDRADE.

(Foto da década de 60, do acervo de José Jesus da Silva)

O primeiro estabelecimento bancário a instalar-se em Goiandira foi o BANCO COMÉRCIO E INDÚSTRIA DE MINAS GERAIS, no local onde se estabeleceu o Banco ITAÚ e, atualmente, abriga o SINDICATO RU32


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RAL juntamente com o SICOOB. O Banco do Brasil só chegou em 1964.

Em 19 de abril de 1951, foi autorizada a despesa de Cr$21.000(Vinte e um mil cruzeiros) para aquisição de um relógio público, certamente aquele da Praça Principal que, depois de muito tempo e trabalho para conserto, 33


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está marcando o tempo na terrinha, na gestão 2016-2020 do Prefeito Odemir.

As ações conjuntas da Prefeitura e da Câmara eram muito profícuas. Muita execução com parcos recursos como erguer pontes, abrir e conservar estradas, bem como subvenções diversas, inclusive para o Asilo São Vicente de Paulo e a Maternidade. Esta era uma tônica persistente para se ajustar o desenvolvimento. Está registrado na Casa, no período mencionado, uma solicitação de fixação de subsídios para os vereadores a ser retirada da verba “Excesso de Arrecadação”. Caramba! Com tantos pedidos e compras ainda havia sobras. Nova Aurora, neste tempo, ainda era distrito de Goiandira e, então, o vereador ZACARIAS PIMENTA BORGES, acatando os anseios do povo daquele distrito, em 15 de outubro de 1953, adentrou com o projeto de emancipação da localidade. Facilmente acatado, é de se supor que dava mais despesas 34


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que receitas. Ainda hoje, ano de 2020, existe uma cachaça muito boa, para quem gosta, de nome “Zacarias”, na cidade vizinha, ex-distrito de Goiandira, Nova Aurora. Empreendimento de Zacarias Pimenta Borges, a fábrica da Aguardente leva seu nome. Também, naquele período, foi adquirido pela Prefeitura um terreno do Senhor MANOEL DINIZ para a construção dos Correios. Outro aspecto digno de nota que se acha registrado é o fato do Porteiro da Prefeitura, com mais de 80 anos, ter pedido aumento e a Câmara resolvido dar-lhe aposentadoria, certamente contando que o mesmo poderia ganhar um extra depois de aposentado para cobrir seu orçamento. Porém, depois de dois anos aposentado, o referido porteiro entrou novamente com um pedido de aumento de aposentadoria e lhe foi concedido um reajuste de Cr$200 (Duzentos cruzeiros). O homem era seu próprio sindicato. Vamos à transcrição de seu pedido à Casa Normativa, em 1º de dezembro de 1954: Exmo. Sr. Presidente e demais vereadores da Câmara Municipal de Goiandira: Jesuíno Teixeira de Oliveira, funcionário público Municipal, aposentado em data de 9 de janeiro de 1952, Pela Lei n° 29, com os vencimentos de Cr$600 (seiscentos cruzeiros) vem respeitosamente, por meio do presente, apelar à generosidade dos Exmos. representantes do povo, no sentido de ser aumentado o seu provento, tendo em vista a alta do custo de vida. O vencimento que atualmente percebe é insuficiente para a manutenção de sua família e pela sua elevada idade, já que conta com mais de 85 anos, o que não lhe permite qualquer outro trabalho. Conta e espera com a atenção da Casa para este pedido. Termos em que pede e espera deferimento. Nesta gestão, foi adquirida do Sr. Dr. Joaquim Netto Carneiro Filho, o prédio residencial, esquina das ruas Joaquim Neto e José Balduíno, ao preço de Cr$125.000(Cento e vinte e cinco mil cruzeiros) para abrigar serviços da Prefeitura e do Fórum. Dr. Joaquim Netto foi o grande visionário e um dos fundadores do Hospital Maternidade. 35


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No início da década de 40, algumas pessoas, como o comerciante Abrão Isaac Neto, o farmacêutico José de Carvalho e o Juiz de Direito Francisco Ferreira de Andrade decidiram fazer alguma coisa em benefício da população carente, gestantes e crianças. Organizaram a Associação de Proteção à Maternidade e à Infância de Goiandira, com estatuto social e a mesma foi inaugurada em 1953, conforme depoimento da Professora Maria Alves de Sousa. Também de grande importância foram as tratativas da contratação da execução da Rede de Água e Esgoto ao Engenheiro OTON NASCIMENTO, com recursos do Imposto de Renda que ficariam resgatados pela autora do empréstimo de Cr$2.000.000 (Dois milhões de cruzeiros), a Caixa Econômica Federal. A empresa contratada, em 15 de outubro de 1954, para a execução da obra, foi a Empresa de Engenharia e Comércio Ltda. 36


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É bastante enaltecido que o Prefeito Geraldo Moreira de Melo, pai do Prefeito Odemir Moreira de Melo, tenha sido muito eficiente e que, em menos de ano de mandato, em substituição aos Prefeitos que renunciaram, tenha feito a implantação das águas em toda Goiandira. Trabalho profícuo, dedicação intensiva, sangue e suor por água fresca na torneira de casa. Também olha com quem podia contar! Com Oton Nascimento. Professor Oton Nascimento (ao centro, sentado)

Em 31/03/09 23:34. Atualizada em 21/08/14 11:48.

Em 1º de Setembro de 1953, o Prefeito viajava com autorização da Câmara e, desta feita, o Sr. Sinfrônio foi a São Paulo adquirir material elétrico para a rede de eletricidade do Veríssimo e para Poços Artesianos. Mais tarde, alguns canos para poços artesianos foram oferecidos à venda para cobrir dívidas. Certamente, não foram utilizados conforme previsto. Neste período, também foi autorizado o deslocamento de uma comissão de representação do Município para Goiânia, a fim de participar do 1° Congresso dos Municípios Goianos (24 a 31 de janeiro de 1954). 37


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Em 15 de julho de 1954, dada a construção do Campo de Pouso, com verbas do Município, foi autorizado que, no prazo de dois anos, fosse feita a transferência, mediante Escritura Pública, ao Ministério da Aeronáutica. Zezé Teixeira disse que a Prefeitura adquiriu dez alqueires de terra do Sr. Elias Jorge, agrimensor da região, e fez o Aeroporto com 1500 metros de pista. Era muito movimentado. Antes, havia um campo de aviação para as bandas do Setor Primavera, que se chamava Vila Independente, e que virou um campo de futebol. O Serviço Nacional da Malária, para dedetizar o Município, recebeu a quantia de Cr$12.000 (Doze mil cruzeiros). Nessa época, também recebia auxílio da Prefeitura a Associação Esportiva de Goiandira. Zezé Teixeira lembra-se do trabalho do Serviço contra a malária e outras enfermidades. Na linguagem dele, “eles sopravam as ruas”. Um trabalho maravilhoso que se estendeu como SUCAM, Superintendência de Campanhas de Saúde Pública. Em qualquer rincão a que se chegasse, nessa terra de meu Deus, havia uma plaqueta pendurada na porta dizendo que a SUCAM chegou primeiro. Uma visão de pequenez econômica da cidade fica esquecida quando, até para a gigante Estrada de Ferro Goyas, é feita uma doação de um terreno para construção de um armazém. Encerrando estes resumidos relatos dessa gestão, destacamos o pequeno discurso, mais precisamente do Presidente da Casa, Vereador JOÃO MOREIRA DE MELLO, no final da gestão, registrado na Ata de 11 de janeiro de 1955. “Que os representantes do povo, eleitos em 3 de outubro, por certo, continuem o lema da Casa, não medindo esforços no elevado e patriótico dever, qual seja o de administrar o Município, tendo em mira o bem estar da coletividade.”

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Capítulo II Sobre “Luz na Câmara em Ação” Segunda Estação Gestão 1955-1958 Na gestão apresentada, 1955 a 1958, era prefeito o Senhor FRANCISCO MARQUES GUIMARÃES. Os vereadores, em número de sete, eram os seguintes: AMÉLIO PIRES DUARTE, (Presidente) AUGUSTO ZARDINI FILHO MAGNO DE OLIVEIRA COSTA (*) Renúncia EDUARDO BERNARDO BORGES MANOEL QUIRINO GARCIA REVALINO COELHO DE OLIVEIRA CLEMENTE VIEIRA DE LIMA (*) ANTONIO CAVALCANTE TRISTÃO Nesta gestão, as reuniões passaram a ser noturnas, às 19h, aos sábados, e aconteciam tanto na sala da biblioteca quanto em sala do Fórum. Na posse, acontecida em 1° de fevereiro de 1955, destacamos a fala do Presidente, mantendo aqui a originalidade do texto, conservando, portanto, a pontuação, o vocabulário e a organização textual: 39


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“Nosso formal protesto contra ato de irresponsabilidade do Presidente de Edilidade que antecedeu, pelo motivo de não haver o mesmo, feito a entrega, como era de direito, de todo o arquivo da Câmara Municipal de Goiandira, bem como providências cabíveis ao caso, sejam tomadas imediatamente a fim de que o dito arquivo seja devolvido à Câmara Municipal.” Como em todo início de gestão, logo de imediato, foi pauta para conseguir verbas, a suspensão de multas sobre os impostos e ameaça de execução judicial, medidas que foram prorrogadas novamente. Também autorizaram despesas para a Comissão de Tomada de Conta da Gestão Anterior. A solução para a tal Tomada de Conta não foi relatada. MAGNO DE OLIVEIRA COSTA, eleito como 1° Secretário, renunciou à função em caráter irrevogável. Em 31 de março de 1955, o vereador MAGNO DE OLIVEIRA COSTA, entrou com pedido de aprovação para que fossem colocadas na Casa as fotos de GETÚLIO VARGAS, PEDRO LUDOVICO E ABSAÍ TEIXEIRA. Em 1º de abril, assim discursava o Vereador MAGNO DE OLIVEIRA COSTA, em relação à colocação das fotos dos insignes políticos na Galeria da Câmara:

“Exmo. Sr. Presidente e nobres vereadores, na qualidade de representante do povo, e embalado pelo sonho do progresso e de gratidões, venho pelo presente solicitar do Sr. Presidente, após ouvida a Casa e, caso a mesma dê parecer favorável, que os retratos dos nobres cidadãos GETÚLIO VARGAS, PEDRO LUDOVICO e ABSAÍ TEIXEIRA sejam colocados no recinto da Câmara Municipal de Goiandira. Não quero me alongar em tecer elogios a cada um, mas o dever me obriga: GETÚLIO, nobres vereadores, foi o homem, foi o presidente e foi o amigo de todos os trabalhadores. PEDRO LUDOVICO foi o homem que deu liberdade a Goiandira, arrancando-a do jugo de Catalão. ABSAÍ - torna-se 40


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desnecessário tecer qualquer comentário, pois desde a criança que suga o leite materno, como o velho que descamba para a eternidade, reconhece os grandes feitos diante desse grande goiandirense.” Embora não relatados minuciosamente, existe em registro uma série de apresentação de balancetes difíceis para aprovação, devido à complexidade. Como até os dias atuais, 2020, assim como os orçamentos anuais, sempre se exige urgência em tais aprovações, o que certamente atropela análises mais criteriosas. Mudança de trecho em estrada, devido a acidentes, gera conflito judicial contra a Prefeitura. Em 1º de abril de 1955, o vereador MANOEL QUIRINO GARCIA lançou um projeto que autorizava a cobrança de imposto, per capita de cães no valor de Cr$10 (Dez cruzeiros). Em 9 de abril, o referido vereador solicitou ao Presidente da Casa que oficiasse ao Prefeito o pedido de baixar um Edital proibindo animais dentro do período urbano. “Art. 1º - Fica o Poder Executivo autorizado a arrecadar a importância de Cr$ 20 (Vinte cruzeiros), por capita de cães que perambularem pelas vias públicas. Art. 2º - Fica também o Poder Executivo, pelo seu órgão competente, autorizado a proceder a respectiva vacina antirrábica, na ocasião de pagar o citado imposto, arbitrando para cada vacina a importância de CR$10 (Dez cruzeiros). Art. 3º - O produto destas arrecadações será aplicado nas verbas de Auxílio a indigentes...” Cães abandonados, à míngua, sobrevivendo no vasculhar dos lixos, é um drama antigo. Mais à frente discutiremos o tema. Esse fato ocorreu há mais de 65 anos e pouco foi feito por estes amigos nossos. 41


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Em 11 de junho de 1955, houve a apreciação de Projeto do Gestor para a construção de Usina Hidrelétrica no Povoado do Veríssimo por Cr$90.000 (Noventa mil cruzeiros). O vereador MANOEL QUIRINO GARCIA apresentou Projeto de desapropriação de estrada de rodagem de propriedade do Sr. ARARI CAMPOS NETO, no valor de Cr$14.000 (Quatorze mil cruzeiros) e apresentou, também, pedido de abertura de quiosques na PRAÇA MAJOR ZAMITH. Em 4 de julho do mesmo ano, mais imbróglios judiciais com desvio de estrada, que liga Goiandira a Araguari, com o Sr. JOÃO ISAAC NETO, em local chamado SERRINHA, fazendo com que os vereadores solicitassem, via ofício, apoio às demais comarcas que margeiam a Estrada de Ferro Goyas, com o seguinte teor: “... pedindo-lhes apoios, no sentido de que seja pela mesma endereçada ao Sr. JOÃO ISAAC NETO, um protesto contra a atitude do mesmo, de vez que a dita rodovia é de interesse de todos os municípios marginais à Estrada de Ferro Goiaz; protesto este motivado pelo Sr. ISAAC NETO, que propôs em juízo, uma ação de Manutenção de Posse, contra esta prefeitura, em virtude de ter esta feito um necessário desvio, dentro de sua propriedade rural, neste Município, na Estrada de automóveis que liga esta cidade a de Araguari, no local denominado “SERRINHA”. Em 18 de julho de 1955, as reuniões da Câmara foram transferidas para as quartas-feiras à noite, em sala do Fórum, e tal alteração foi comunicada à população, através de avisos afixados em alguns locais da comarca. 42


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Foi registrado um voto de protesto da comunidade contra o Delegado Policial Municipal. Segundo Zezé Teixeira, este delegado era PRUDÊNCIO QUIRINO GARCIA. A respeito de Prudêncio Quirino Garcia, o entrevistado disse que foi um companheirão, barbeiro que foi vereador. Foi eleito delegado de polícia e teve alguns problemas, principalmente por ações de um policial que amedrontava muito por sua truculência. Em 31 de agosto de 1955, o vereador MAGNO DE OLIVEIRA COSTA pediu auxílio de CR$5.000 (Cinco mil cruzeiros) para a reconstrução da Ponte sobre o Rio Paranaíba, entre as estações de ENGENHEIRO BETHOUT e ANHANGUERA. O portador seria Eduardo Rodrigues da Cunha Filho, representante de ARAGUARI. rável.

A família “Rodrigues da Cunha”, em Araguari, é de um respeito imensu-

“O apito do trem começou a soar no cerrado goiano há exatos 108 anos. No dia 27 de maio de 1912, era concluída a ponte Engenheiro Bethout, no Rio Paranaíba, uma estrutura metálica de 287,5 metros de comprimento que ajudou a tirar Goiás do isolamento, conectando o Estado com Minas Gerais e as demais regiões do país.” “Naqueles primeiros anos do século XX, o transporte era feito no lombo dos bois que puxavam os carros pelas estradas de terra, e ajudavam na pobre economia de subsistência de Goiás. A chegada da ferrovia colaborou para ser um dos primeiros meios de comunicação modernos do Estado.” O pesquisador Edmar César, da cidade de Araguari (MG), está escrevendo o segundo livro dele sobre a Estrada de Ferro Goyaz, “Estrada de Ferro de Goiás – As fitas de aço da integração”. Ao Diário de Goiás, ele contou uma curiosidade, afirmando que trens chegaram aqui no Estado, antes mesmo da conclusão da ponte Engenheiro Bethout. Edmar destaca que em 20 de novembro de 1911, a Locomotiva nº 2, de nome José Jardim, conduzida pelo maquinista Henrique Neves, fez soar pela primeira vez o apito do trem em solo goiano, ao percorrer 3 km de extensão da ferrovia. A estrutura foi transportada de balsa no Rio Paranaíba, na divisa de Minas Gerais e Goiás. “Visando manter e preservar a memória ferroviária da “Goiás”, difundir 43


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as grandes realizações da estrada e enaltecer os pioneiros e ferroviários que fizeram história sobre trilhos, o livro imortaliza os fatos históricos, registros fotográficos, depoimentos e acervos diversos da ferrovia”. (https://diariodegoias.com.br/ chegada-dos-trilhos-a-goias-completam-108-anos-nesta-quarta-27/)

Sobre as redes férreas, disse Zezé Teixeira que a linha da Mogyana de Araguari x Monte Carmelo passou por aqui, fez a estação, mas chegando em Ouvidor, a Rede não progrediu porque houve uma briga muito forte devido à disputa de interesses. Só mais tarde, a Rede Mineira de Viação, vinda dos lados de Ibiá e Três Ranchos, conectou-se com ela e foi feita uma outra Estação para a mesma. MANOEL QUIRINO GARCIA, à mesma data histórica, solicitou que se oficiasse ao CONGRESSO NACIONAL, reivindicando que, caso a CIA MOGYANA fosse executada até a Estação ENGENHEIRO BERTHOLD, que essa se estendesse até a cidade de GOIANDIRA, onde já se encontrava a REDE MINEIRA DE VIAÇÃO, trazendo progresso e novos tempos para a cidade e região. 44


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O que é uma estrada de ferro num cenário em que para se ir de Cumari a Uberaba levava-se três meses? Um caminho para o céu! A viagem era feita em carro de boi e, normalmente, saíam em grupo de dez juntas na busca de gêneros de subsistência e de labor. Cavaleiros iam à frente para preparar a comida. Levavam uma chapa de fogão e furavam um buraco no chão para colocá-la. Dê-lhe fogo à vontade. Havia canoas na composição. Um rio surgia como obstáculo. Para transpô-lo, os viajantes desmontavam as juntas, arrastavam as peças dos carros de boi e a manada caía na água. Do outro lado, esperavam as peças secarem e remontavam para prosseguimento da viagem. No mesmo ano, com parceria da comunidade, foi construída a ESCOLA RURAL na Fazenda do Sr. MANUEL VITORINO MONTEIRO em local denominado CANJICA. Em 19 de setembro de 1955, aconteceu a criação do cargo de ENFERMEIRA MUNICIPAL e a indicada para tal foi a Sra. JOANA DE ABREU. Em 1959, foi cobrada uma pensão para JANETH DE ABREU... Seriam irmãs de mesma profissão ou erro de grafia? Esta parte do livro de Registro de Atas foi muito afetada por infiltrações e muito se apagou ou ficou indecifrável. Em 19 de outubro de 1955, MANOEL QUIRINO GARCIA reclamou que a sirene da Empresa Marabá devesse funcionar somente em horários específicos, pois o barulho causava perturbações aos trabalhos em geral, fossem eles públicos ou privados. Segundo declaração de Zezé Teixeira, a sirene do Cinema Marabá, realmente, era muito acionada para avisar à turma sobre os filmes em cartaz. Manoel se perturbava com tudo, menos com o apito do trem. 45


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O vereador REVALINO COELHO DE OLIVEIRA solicitou que se oficiasse ao Governador do Estado, tomada de providências enérgicas e urgentes para a reforma da Ponte “Dona Teresa” sobre o Rio Veríssimo, onde caíra um caminhão, o que prejudicava sobremaneira a comunicação com a cidade de IPAMERI. MANOEL QUIRINO GARCIA solicitou que se enviasse ao comércio local um fiscal da Prefeitura com a finalidade de aferir balanças, pois era grande o número de reclamações dos consumidores. Em 30 de novembro de 1955, foi eleito o Sr. JOSÉ EUSTÁQUIO DO NASCIMENTO, como juiz distrital, pelo placar de 4x2 na Câmara. O juiz ordinário, conhecido por juiz da terra ou simplesmente juiz, era eleito anualmente pelo povo e a ele se incumbia a aplicação da Justiça na área jurisdicional da sua competência nas comarcas em que obrigatoriamente teria de residir. No início do século XVII, essa figura de juiz viria a ser o presidente das sessões da câmara municipal, eleito pela mesma e pelo período de três anos. No caso acima, esse juiz era eleito pela câmara e não a dirigia. Aqueles que se dispõem a confeccionar atas devem ter em mente que tais registros destinam-se ao presente e ao futuro, ainda que longínquo, tarefa esta que deve ser executada com zelo e capricho.

Em 14 de janeiro de 1956, aconteceu a troca da presidência. Foi eleito

MAGNO DE OLIVEIRA COSTA, pelo placar de 6x0. Faltou o ex-presidente durante a Sessão. Interessante que houve empate para Vice-presidente entre ZARDINI e REVALINO, ficando o cargo com REVALINO COELHO DE OLIVEIRA por ser de idade maior. O Prefeito fazia-se presente em algumas sessões mais importantes, como eleição na Casa, apresentação de projetos ou balancetes. Parece que não existiam líderes, muito menos de governo. 46


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A expressão COLENDA CÂMARA, muito usual à época, nada mais é que RESPEITÁVEL CÂMARA. Em 15 de fevereiro de 1956, o Delegado de Polícia, RAIMUNDO PINHEIRO LIMA, solicitou permissão da Câmara, para fazer comparecer à Delegacia de Polícia, o Sr. vereador MANOEL QUIRINO GARCIA, a fim de prestar esclarecimentos sobre celeumas de Balancete de Exercício Anterior, o que foi negado pela Casa, por achar sem fundamento a queixa. Em 10 de março de 1956, contrato ajustado entre a Prefeitura e o Sr. DIRCEU RODRIGUES VALE, referente às servidões de água para funcionamento da Usina Hidrelétrica do Povoado de Veríssimo, ainda fez rolar algumas isenções de impostos. ANISTIA – Por proposta de AMÉLIO PIRES DUARTE, deu-se a aprovação, por unanimidade, o abaixo assinado, composto de oitenta assinaturas, com pedido de anistia aos processados de 1945. vel!

Rebelar, exilar, asilar e tornar a se rebelar... O coração parece indomá-

No povoado de VERÍSSIMO havia a função de Inspetor de Quarteirão.

POSTO SAPS – Em 11 de agosto de 1956, foi criado um posto da SAPS – SECRETARIA DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE. Projeto do Prefeito Francisco Marques em atendimento ao Diretor Geral do Rio de Janeiro-RJ, para o qual a prefeitura deveria oferecer prédio e instalações, bem como um Departamento de Assistência aos trabalhadores. Em 15 de setembro de 1956, foi autorizada a abertura de crédito especial, no valor de Cr$82.740 (Oitenta e dois mil, setecentos e quarenta cruzeiros), para restante de pagamento da Patrol cuja manutenção era muito cara, devido ao fato de que eram equipamentos e máquinas importados.

Em relação à Ponte sobre o Ribeirão do Pari, unindo Goiandira a Cata47


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lão, foi pedido o orçamento oficial do contratante, pelo presidente da Assembleia Goiana, o Deputado Estadual WILSON DA PAIXÃO. Projeto de autoria do Executivo, em 29 de setembro de 1956, doando um terreno de 400m2 à Igreja Católica Brasileira para que fosse erguida a Capela Nossa Senhora do Rosário, situado à Praça Castro Alves. Essa Capela deveria ser construída num prazo de cinco anos ou o referido terreno voltaria ao Patrimônio Municipal. Também foi estipulado um Auxílio Especial de Cr$10.000 (Dez mil cruzeiros) para ajudar na construção.

Igreja Católica Apostólica Brasileira – Praça Dom Melquíades Rosa Garcia 48


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Segundo relato de Zezé Teixeira, um nonagenário, ícone na gestão goiandirense, um maçom por nome Jorge Ide faleceu. Como a Igreja Romana não celebrava missa para os maçons, excomungados pela religião, seu filho, Mumbada Ide, procurou em Uberlândia um padre professor da Igreja Brasileira que rezava tal missa de sétimo dia. Com isso, e mais o desagravo da Romana com as Congadas, a Igreja Brasileira surgiu nas folhas de bacuri, por dois anos, quando ganhou um terreno na praça Castro Alves (Praça Dom Melquíades Rosa Garcia). Hoje, porém, em melhores condições, está sob a direção do Padre Roberto Bueno, que também é locutor sertanejo e religioso na rádio local. Em 7 de Outubro de 1956, o vereador MANOEL QUIRINO GARCIA entrou com o pedido para que a Diretora do Grupo Escolar Pedro Ludovico, recolhesse ao Grupo certas carteiras escolares que se encontravam em Estabelecimento de Jogos pertencente ao marido dela.

Trechos da Dissertação de Mestrado do Professor Robson Cândido Elias

“A história do Grupo Escolar Dr. Pedro Ludovico se mistura com a história do município de Goiandira, emancipado três anos antes da instalação do mencionado grupo escolar... A escola criada em 1934 está diretamente ligada ao contexto educacional do governo Vargas e ao projeto de nacionalização e interiorização, bem como à proposta de educar dentro da “ordem e do civismo”. Em pesquisa feita em relatórios do governo de Goiás, Nepomuceno (1994) verificou que, entre 1930 e 1937, Goiás expandiu sua rede primária de 16 grupos escolares e 161 escolas isoladas para 38 grupos escolares, dentre os quais estava o Grupo Escolar Pedro Ludovico, implantado em 1934. 49


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Palavras de Pedro Ludovico em contexto da época em que escola não era para todos: [...] Se o educando revela capacidade excepcional de assimilação, possui predicados reais de memória e de inteligência, deve o Estado determinar-lhe o ramo científico em que será mais seguro e profundo o seu superior. Se o aluno é, porém, desatento ou subnormal, apresenta baixo quociente intelectual, deve o Estado restringir-lhe por inúteis, as oportunidades de ingresso ao secundário, tentando encaminhá-los ao tipo de aprendizagem mais adequado aos seus pendores (GOIÁS, 1933, p. 30).

No que diz respeito à dificuldade na criação de grupos escolares, em Goiandira isso não se deu de forma diferente do restante do país. Apesar de 50


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surgir o Grupo Escolar Dr. Pedro Ludovico, no ano de 1934, ele funcionou por um longo período em locais improvisados, em 55 prédios alugados e só passou para sede própria após cinco anos de sua fundação, em 1939. O prédio definitivo foi construído após anos de luta, em parceria entre prefeitura e comunidade local. (INÁCIO, 1993, p. 51). Hoje, após 83 anos de sua criação, o Grupo Escolar Dr. Pedro Ludovico ainda está em funcionamento. No final da década de 1920, Amélia de Castro era proprietária de uma escola particular, mas assumiu o cargo de professora em uma escola no então Distrito de Goiandira, vinculada ao Estado, por meio de um decreto com data de 10 de abril de 1928. Conforme consta em um documento escrito pela Sra. Amélia de Castro, aquele Grupo Escolar não tinha mobiliário e material escolar pertencente ao Estado. A mobília que lá estava sendo utilizada e já estava bem usada pertencia a Professora Amélia de Castro. Esta e outras declarações da professora Amélia mostram que, antes da revolução de 1930, a Educação não era prioridade no governo de Goiás.

Em 5 de dezembro de 1956, adentra à Câmara pedido do Prefeito Francisco Marques Guimarães para ausentar-se, por dois dias, com o fim de prestar exames escolares na FACULDADE DE DIREITO DE GOIÁS. Nesta data também, o Sr. vereador AMELIO PIRES DUARTE apresentou requerimento, baseado na LEI para que o Presidente da Casa tomasse enérgicas providências, assumindo a Prefeitura, pois a mesma estava acéfala, por abandono do Sr. Prefeito FRANCISCO MARQUES GUIMARÃES e que a solução deveria ser comunicada à Juíza Eleitoral. O prefeito ganhou a votação por 4x3, ou seja, o Presidente desempatou favoravelmente ao Executivo, recusando a cadeira. Em 19 de janeiro de 1957, foi reeleito à Presidência da Casa o vereador MAGNO DE OLIVEIRA COSTA, sendo que o vereador CLEMENTE VIEIRA LIMA recusou-se a votar, pois achava aquele dia impróprio. A Câmara coirmã de 51


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Catalão, em mesma data, remeteu ofício expondo a sua Mesa Diretora também eleita. Em 31 de janeiro de 1957, em Sessão Especial, foi aprovado o Regimento Interno. Foi concedido ao Sr. Prefeito sessenta dias de afastamento para tratamento de saúde e o presidente da Câmara passou a responder pela Prefeitura e, MANOEL QUIRINO GARCIA, pela Presidência da Câmara. Em 23 de fevereiro de 1957, com a coincidência de afastamento do Prefeito, surgiram alguns pedidos de aumento salarial: OSCAR DE LIMA – Com apenas Cr$2.000 (Dois mil cruzeiros) e 1% sobre a arrecadação, afirmou ser quantia insuficiente para atender suas despesas, além de ser muito pouco para o cargo exercido como Coletor-Tesoureiro, sendo seu salário inferior aos vencimentos do Secretário, Contador e Fiscal. Pretensão de Cr$3.500 (Três mil e quinhentos cruzeiros) conseguida. GERALDO PORTO NASCIMENTO, delegado de Polícia, solicitou aumento de gratificação de Cr$450 (Quatrocentos e cinquenta cruzeiros) para Cr$1.500 (Um mil e quinhentos cruzeiros). Foi atendido com o valor de Cr$850 (Oitocentos e cinquenta cruzeiros), devido ao fato de que há oito meses havia conseguido aumento. SEBASTIÃO DIAS JARDIM, Escrivão de Polícia, solicitou aumento das gratificações de Cr$700 (Setecentos cruzeiros) para Cr$1.000 (Um mil cruzeiros). Conseguiu Cr$1.200 (Um mil e duzentos cruzeiros). Foi feita, nessa época, a doação de um terreno de 1029m², localizado na Rua Joaquim Neto com Rua José Balduíno, para a construção de um Posto de Combustível, aos Senhores VANDERLEY TELLES e MOACYR DE PAULA SOUZA.

Em 25 de fevereiro de 1957, aconteceu a renúncia do vereador AMELIO 52


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PIRES DUARTE que já havia se indisponibilizado com o Prefeito, em tentativa de cassação. Foram convocados os suplentes ANTONIO CAVALCANTE TRISTÃO E JOÃO VIEIRA DA MOTA, para os lugares do renunciante e do Presidente que se encontrava respondendo pela Prefeitura. JOÃO VIEIRA DA MOTA jamais se apresentou, ficando a CÂMARA desfalcada de um membro. Em 20 de março de 1957, foi feita uma doação de terreno de 17.500m² (70mx260m), localizado junto ao ARMAZÉM BUTLER, antigo aeroporto, ao Veríssimo Futebol Clube, bem como um auxílio de Cr$1.000 (Um mil cruzeiros). Conforme lembranças de Waldevira Bueno, o Armazém Butler estava instalado onde hoje se encontra o chamado “CIMENTÃO”. Este armazém era uma enorme construção que guardou por muito tempo toneladas de café que foram queimadas no Governo de Getúlio Vargas. A população assistiu, estarrecida, àquele espetáculo inusitado e o cheiro do café queimando-se tomou conta da cidade por muitos dias. Soldados do Exército Brasileiro foram incumbidos de executar a tarefa da queima. Interessante é que esses soldados faziam vistas grossas e deixavam centenas de pessoas pegarem café em bacias, latas, sacolas, panelas e até em sacos e levarem para casa. Aqueles montes enormes de café queimando, a fumaça espalhando-se pelo ar, aquele “formigueiro de gente” num vai e vem frenético, os soldados armados com fuzis, tudo parecia uma cena de filme, mas era a pura realidade.

Em 15 de junho de 1957, o aposentado JESUÍNO TEIXEIRA DE OLIVEIRA, com quase 90 anos, voltou à cena pedindo aumento de salário. Os Cr$800(Oitocentos cruzeiros) eram insuficientes. O vencimento subiu para Cr$1.000 (Um mil cruzeiros). Também a Bibliotecária HELENA BUENO CAVALCANTE solicitou aumento. Foi aumentada de Cr$600(Seiscentos cruzeiros) para Cr$1.000(Um 53


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mil cruzeiros). Pedido digno de nota: “Considerando o elevado nível de vida do momento, solicito a V. Exa. e aos demais pares dessa Câmara, um aumento em meus vencimentos, sendo que percebo apenas Cr$600 (Seiscentos cruzeiros) mensais, como Bibliotecária. Não tomo a liberdade de exigir e nem pedir a importância aumentada, sendo que isso fica a critério de V Exas., tendo confiança nessa Casa, que tudo fará pela minha melhora, no sentido especificado, confiando também que o Exmo. Prefeito estará de acordo com o meu pedido. Reiterando o meu apreço, desde já me confesso eternamente agradecida, com o que me subscrevo.” Ainda nesta data, foi dada autorização ao Consórcio Brasileiro de Serviços Públicos Telefônicos S/A, para a instalação de um Posto Interurbano na cidade e aprovada a seguinte tabela de preços das ligações:

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Em 18 de agosto de 1957, retornou à Presidência da Casa o vereador MAGNO DE OLIVEIRA COSTA que respondia pela Prefeitura. Em 7 de setembro de 1957, aprovada a aquisição de uma Moto Niveladora ADAMS, financiada pelo BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, com a garantia de sequestro de quota do FUNDO RODOVIÁRIO NACIONAL. Também autorizada a despesa de Cr$21.000 (Vinte e um mil cruzeiros) para aquisição de postes para a Rede Telefônica e Cr$14.000 (Quatorze mil cruzeiros) para a instalação de dois telefones nas dependências da Prefeitura e do Fórum. Conclusão do empréstimo de Cr$5.000.000 (Cinco milhões de cruzeiros), pagáveis em 30 anos, para a instalação da Rede de Água com sequestro da quota federal do Imposto de Renda, com juros máximos de 11% ao ano. Abriu-se crédito de Cr$100.000(Cem mil cruzeiros) para atender despesas com a regularização do processo de Empréstimo para a Rede de Água e viagens necessárias para a conclusão do contrato. Em 28 de dezembro de 1957, aconteceu a abertura de crédito de Cr$287.222,40 (Duzentos e oitenta mil, duzentos e vinte e dois cruzeiros e quarenta centavos) para cobrir Restos a Pagar referentes ao ano de 1957. O inativo JOSÉ PEROBA solicitou aumento de Cr$300 (Trezentos cruzeiros) nos vencimentos. Em 19 de abril de 1958, a Juíza de Direito da Comarca, Meritíssima Dra. VIANNAY, solicitou apoio da Casa junto à ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA, para o Projeto de Aumento Salarial dos Magistrados. Tal moção de apoio foi enviada, via telegrama, ao Presidente Sr. Deputado WILSON DA PAIXÃO. Em 14 de junho de 1958, o Presidente da Casa pediu licença de seis meses para tratar de negócios particulares. Tal licença foi transformada em Renúncia, pois o mesmo tomaria posse em Serviço Público. Convocado o suplente. Em 9 de agosto de 1958, Marques e Cia Ltda, firma Industrial na área de confecção de roupas, sem outra concorrência, solicitou isenção de impostos por cinco anos para se instalar na cidade e conseguiu por três. Confirmado com Maria Alves, historiadora local, que nesse período foi instalada uma camisaria em Goiandira. Osório Diniz era o proprietário. Não se sabe se tinha sociedade com alguém. Antes, Osório era funcionário de Idunalvo Diniz, proprietário da loja Casa Diniz, que depois teve como proprietário Mário Diniz e, posteriormente, 55


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os Marques. Essa camisaria foi transferida para Goiânia. Segundo Waldevira Bueno, essa camisaria transformou-se numa grande empresa por nome de Planalto Confecções que gerou empregos para muitos goiandirenses que residiam na Capital. Foi autorizada a utilização dos poços artesianos e do maquinário para fornecimento de água em loteamento de propriedade do Sr. ELIAS JORGE. RESUMO DO ORÇAMENTO PARA O ANO DE 1.959

Em 24 de janeiro de 1959, no discurso do Presidente MANOEL QUIRINO GARCIA, em atenção à gestão que se findava, foi feita uma breve exposição dos trabalhos, agradecendo a irrestrita e patriótica colaboração dos Senhores Vereadores, em prol do desenvolvimento do Município. O vereador afirmou que várias demandas de grande valia para o município foram iniciativas dos vereadores e pediu votação de louvor ao antecessor MAGNO DE OLIVEIRA COSTA que dirigiu, na maior parte do tempo, os trabalhos da legislatura e também na administração da cidade em substituição ao prefeito.

E nada mais tendo para esta gestão... 56


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Capítulo III Sobre “Luz na Câmara em ação” As águas vão rolar... Gestão 1959-1962 Nesta gestão apresentada, 1959 a 1962, era prefeito o Senhor JOÃO SEBASTIÃO DE MOURA e, figurando como vice-prefeito, o Sr. ONESÍFORO MARIANO DE OLIVEIRA, no que podemos chamar de Gestão das Águas e renúncias. Os vereadores, em número de sete, eram os seguintes: GERALDO MOREIRA DE MELO (Presidente) (*Prefeito) ARNALDO DE FREITAS BORGES CELSO DE ARAÚJO (*RENÚNCIA) ALEXANDRE MARTINS PIÃO GERALDO BATISTA DE OLIVEIRA IZAIAS QUIRINO GARCIA TÉRCIO MARIANO DE REZENDE DUÍLIO SILVA (*) AGENOR VIGÁRIO DA COSTA (*)

Em 31 de janeiro, aconteceram as posses da Mesa Diretora, do Prefeito e Vice-Prefeito. 57


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JURAMENTO DE POSSE DO PRESIDENTE DA CÂMARA, GERALDO MOREIRA DE MELO: “Prometo cumprir dignamente o mandato a mim confiado, observando as leis e trabalhando pelo engrandecimento deste Município. Assim o prometo.” Esse termo de juramento foi repetido pelos demais vereadores empossados. COMPROMISSO DO PREFEITO JOÃO SEBASTIÃO DE MOURA: “Prometo cumprir e fazer cumprir a Constituição da República e a do Estado, a Lei Orgânica do Município, observar e fazer observar as leis, desempenhar com patriotismo e lealdade a função de Prefeito Municipal.” Esse termo de juramento foi repetido pelo Vice-Prefeito. Aos sete dias do mês de fevereiro de 1959, às 19h30mim, no Edifício da Câmara, realizou-se a votação do Regimento Interno. Agora a Câmara tinha edifício próprio. Em 28 de fevereiro de 1959, aprovação do projeto de resolução que fixou a gratificação dos vereadores em Cr$6.000 (Seis mil cruzeiros). Estabeleceram-se as comissões permanentes por indicação dos partidos, tendo em vista a representação proporcional. Em 14 de março de 1959, foi fixado também em Cr$300 (Trezentos cruzeiros) o preço do café fornecido pela prefeitura, mensalmente, e concedida isenção de impostos, por um ano, ao Sr. JOSÉ JOAQUIM DE MACEDO, do comércio de frutas, tendo voto contrário de IZAIAS QUIRINO GARCIA. Também foi criada a Escola Rural na Fazenda Água Fria. 58


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Criado projeto que dispunha sobre aumento salarial do pessoal da Prefeitura, muito mais justo que solicitação individual. Deixado de aprovar o Balancete do mês de fevereiro de 1959 porque o Coletor-Tesoureiro, Sr. Oscar de Lima, viajou a Anápolis, por ocasião do falecimento de um irmão e, somente o mesmo detinha a chave do cofre. Em 28 de março de 1959, criou-se, a Título Precário, a Escola Rural na Fazenda Dourados. O que seria a Título Precário? Sem dinheiro? Sem professor? Poucos alunos, disse Zezé Teixeira. Em 11 de abril de 1959, o vereador CELSO ARAÚJO solicitou que se oficiasse ao Delegado de Polícia sobre a regulação da velocidade, dentro da cidade, sendo de medida urgente. Até hoje não temos fiscalização de trânsito dentro do município... Em 9 de maio de 1959, foi eleito, por unanimidade, o funcionário MOACIR DE PAULA E SOUZA, para ser encarregado de organizar e supervisionar os serviços da Secretaria da Câmara, por um período de 4 anos e também foi aprovado um auxílio de Cr$35.000 (Trinta e Cinco Mil Cruzeiros) para a construção, pelo Governo do Estado, de uma ponte, no Ribeirão do Pari. Foi também liberada pelo Presidente do Brasil a verba de Cr$2.873.500 (Dois milhões e oitocentos e setenta e três mil e quinhentos cruzeiros), destinada à Ponte do Rio Veríssimo, por ação da bancada goiana e líder da maioria, Deputado BENEDITO VAZ.

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Ponte sobre o Rio Veríssimo na divisa dos municípios de Goiandira e Ipameri Pela primeira vez, ocorreu de aparecer apenas um vereador para a reunião da Câmara. Depois, esse fato aconteceu cerca de 3 vezes em seguida, em que só compareceu o Presidente da Casa, GERALDO MOREIRA DE MELO.

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Em 8 de agosto de 1959, foi aprovada ajuda à Irmandade Nossa Senhora do Rosário no valor de Cr$10.000(Dez mil cruzeiros) atendendo ao Vereador IZAIAS QUIRINO GARCIA. A 7 de novembro de 1959, a Câmara autorizou ao Sr. Prefeito, JOÃO SEBASTIÃO DE MOURA, abrir as seguintes concorrências públicas: 1) 2) 3) 4)

Remodelação do Matadouro Municipal; Reforma e iluminação da Praça Dr. Pedro Ludovico; Aumento do Cemitério Municipal; Melhoramentos na Rua Tiradentes e remodelação da Praça Major Zamith; 5) Construção de meios-fios e sarjetas em diversas vias públicas. Em 16 de novembro de 1959, apareceu, pela primeira vez, provisão de crédito para seguros por indenização de acidentes de trabalho e para honorários ou outras despesas judiciais devido à cobrança de dívida ativa. Em 12 de dezembro de 1959, foi apreciado requerimento da parte de ANDRÉ AUGUSTO DE ABREU, solicitando o pagamento de Cr$10.800 (Dez mil e oitocentos cruzeiros) referente a 18 (dezoito) meses de exercício no cargo de Enfermeira Municipal, da falecida Sra. JANETH DE ABREU. Anotações referentes a JOANA DE ABREU. Em 23 de janeiro de 1960, o vereador GERALDO MOREIRA DE MELO foi reeleito para a Presidência da Câmara. Em 12 de março de 1960, o Prefeito vetou o aumento concedido pela Câmara ao inativo JESUÍNO TEIXEIRA DE OLIVEIRA, no valor de Cr$1.000 (Um mil cruzeiros), pelo motivo único: “Chamo a atenção dos nobres vereadores para o veto em referência, o qual não faço com atitude de negar, mas o faço pedindo um estudo, por parte de V. Exas., sobre a situação de todos os aposentados desta prefeitura, que vêm percebendo o insuficiente para sua manutenção.” Tal veto foi rejeitado pela Câmara. 61


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Em 22 de abril e 14 de maio de 1960, compareceu apenas o Vereador Presidente GERALDO MOREIRA DE MELO, fato que impossibilitou a realização das reuniões. A 23 de maio de 1960, o Prefeito Municipal JOÃO SEBASTIÃO DE MOURA e o Vereador CELSO DE ARAÚJO apresentaram renúncia aos mandatos. O Sr. Vice-Prefeito, ONESÍFORO MARIANO DE OLIVEIRA, foi buscado em sua residência para assumir. O mesmo pediu oito dias, antes de assumir, para resolver problemas particulares. A Câmara não aceitou o pedido com alegação de que a Prefeitura ficaria acéfala. Face a esse argumento, o Sr. Onesíforo assumiu prontamente. Para a vaga do Vereador CELSO DE ARAÚJO foi chamado o Suplente AGENOR VIGÁRIO DA COSTA que obteve 93 votos nas Eleições. No dia 24 de maio de 1960, um dia após a posse, veio a renúncia do Prefeito ONESÍFORO MARIANO DE OLIVEIRA, nos seguintes termos: ONESÍFORO MARIANO DE OLIVEIRA, brasileiro, casado, fazendeiro, residente e domiciliado nesta cidade, Vice-Prefeito eleito pela legenda do Partido Trabalhista Brasileiro, vem, respeitosamente, expor a essa Casa Legislativa, o seguinte: 1º) – Que, em consequência do pedido de renúncia formulado a esta Câmara Municipal pelo Prefeito JOÃO SEBASTIÃO DE MOURA, o requerente recebeu uma visita de uma comissão de vereadores composta dos Srs. IZAIAS QUIRINO GARCIA, TÉRCIO MARIANO DE REZENDE e GERALDO BAISTA DE OLIVEIRA, sendo por eles declarado que estando reunida extraordinariamente, a Câmara Municipal de Vereadores e tendo esta aceita a renúncia, vinham, em nome do Poder Legislativo, convidar o requerente para tomar posse do elevado cargo de prefeito. 2º) – Que comparecendo à aludida sessão, o requerente apresentou um pedido verbal à Câmara, requerendo prazo de 8 (oito) dias para que fosse empossado do cargo, por motivos particulares, nos termos da lei. 3º) – Que, entretanto, para surpresa geral, essa Câmara decidiu a não concessão do prazo requerido e que o requerente naquele momento teria duas alternativas: Tomar posse do cargo de Prefeito ou apresentar renúncia; 62


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4º) – Que na iminência de perder o mandato e sofrendo coação, o requerente, resolveu optar pela posse. Assim, o requerente não conformado com a decisão dessa Casa Legislativa, porquanto a lei lhe faculta o direito do prazo pedido e que foi denegado, vem, em caráter irrevogável, para os efeitos legais, renunciar seu mandato de Prefeito. Nestes termos pede deferimento. 23 de maio de 1960.” Zezé Teixeira conta que, esclarecendo o fato acima, o Prefeito JOÃO DE MOURA formou uma turma e foi a Goiânia reclamar de SINFRÔNIO que, com sua influência, não os deixava governarem. Assim que entraram no gabinete, o Governador Pedro Ludovico, “tio” de Sinfrônio, perguntou: - Cadê, Sinfrônio? - É justamente sobre ele que queremos falar. Ele quer mandar na política de Goiandira e tira todo o nosso prestígio. - Pois pra mim, Sinfrônio vale muito mais que vocês todos. Podem sair. Foi a causa da renúncia do Prefeito João de Moura e do Vereador Celso Araújo. Era impossível governar contra Sinfrônio. No meio da turma que foi à Goiânia estavam os Teles, os Borges, os Marianos e Jerônimo Pereira Duarte (vulgo Pirulito). Sinfrônio só governou Goiandira uma vez, de 51 a 54, e perdeu duas eleições. Perdeu em 1946 e, como tinha prometido a emancipação de Cumari, ele cumpriu a promessa com sua influência. A outra Eleição ele perdeu para Idelfonso Teles, 63 a 66, mas mandava e muito. Com a renúncia, houve a necessidade de que se fizesse uma Eleição, com membros da própria Câmara, ao cargo de Prefeito, até que se realizasse nova eleição popular em 3 de outubro do corrente ano. Dois nomes surgiram para o escrutínio secreto e saiu vencedor GERALDO MOREIRA DE MELO com seis votos e IZAIAS QUIRINO GARCIA com um voto. A vaga da Câmara foi preenchida pelo Suplente DUÍLIO SILVA, que havia obtido 77 votos no pleito. 63


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Tornou-se presidente da Câmara o vereador ARNALDO BORGES DE FREITAS que, em 07 de janeiro de 1961, foi reeleito à Presidência da Casa. Geraldo Moreira de Melo era casado com Irene Gonçalves Moreira e constituiu família grande: Odair de Fátima Moreira, Ozires Moreira de Melo, Odemir Moreira de Melo, Osny Moreira de Melo e os gêmeos: Mário Aparecido Moreira, Maria Aparecida Moreira e Lívia Gonçalves Moreira.

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“Seu” Geraldo Moreira e a gestão das águas No ano de 1960, foi inaugurada a SAAG – Serviço de Abastecimento de Água de Goiandira. Aproveitando as próprias letras de tal sigla, dá pra escrever a palavra SAGA, pois colocar água encanada na cidade em menos de oito meses foi, realmente, uma saga, uma aventura, uma epopeia de gigantes, tendo na liderança um nome saudoso que se fala de boca cheia, até os dias de hoje: Geraldo Moreira de Melo. Geraldo Moreira era vereador e estava no seu segundo mandato de Presidente da Câmara. Na prestação do serviço público, ele levou à risca alguns dizeres do seu juramento: “...Observar as leis e trabalhar pelo engrandecimento do Município...”. Enfrentou votações acirradas de interesse da Casa Legislativa e pautou, com maestria, as seguintes matérias: * Votação do Regimento Interno; *Fixação da Gratificação dos Vereadores; *Aumento mais justo para todos os funcionários. Por quatro vezes, em dia normal de reunião, encontrou a Câmara vazia, mas não desanimou. Fez os registros de “Ata Negativa” e seguiu adiante. Foi um período conturbado politicamente. O Município pouco podia fazer sem a interferência do Estado e, como o Estado era de Partido diferente, ficava mais difícil ainda. Era esse o caso. Era este o retrato do momento que levou às renúncias do Prefeito, do Vice-Prefeito e de um vereador. Uma crise que provocou um vazio, principalmente na cadeira de gestor municipal. A Câmara teve que eleger, dentro do seu quadro, um prefeito tampão. Geraldo Moreira venceu por 6x1 a Izaias Quirino Garcia. Estava arrumada a Prefeitura da melhor maneira. 65


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Era maio e, em outubro, ocorreria a Eleição extraordinária, pelo povo, para os cargos de Prefeito e Vice, que assumiriam em janeiro do ano seguinte. Idelfonso Teles e Sebastião Dias Jardim, respectivamente, foram os eleitos. Ao assumir o mandato tampão de pouco mais de oito meses, Geraldo Moreira deu início ao serviço de distribuição de água e, apesar de todas as dificuldades, conseguiu a proeza de levar água encanada para as casas do povo goiandirense. A verba e parte do material já existiam de mandato anterior, pois havia sido feito empréstimo, mas não fora possível operacionar a mão-de-obra. Com seu jeito criativo e rompedor, conseguiu empreitar os trabalhos para a própria população. Homens formaram grupos para abrirem valas e cada um queria produzir mais que o outro, como se fossem disputas entre amigos. Colocaram o ventre da terra para fora, parecia ter havido um terremoto na cidade. Depois de cerca de quarenta centímetros de terra dura, brotava a terra branca que facilitava o trabalho e as valetas surgiam por toda parte. Por onde se passava, lá estavam aqueles homens, jovens senhores e senhores jovens, casados, solteiros, pais de família que levavam seus filhos ainda adolescentes para ajudarem no trabalho. Naquele tempo, não era proibido aos filhos menores trabalharem junto com os pais. A cidade tornou-se um verdadeiro canteiro de obras e ninguém reclamava dos transtornos. Era bonito de se ver a rede de distribuição com tubos de amianto feita, portanto, à mão, com picaretas, pás e enxadas, por empreitada, paga por metro linear com um metro de profundidade, cortando a terra de Goiandira.

Pela inexistência de britador, o prefeito transportou pedras em seus cami-

nhões para produzir a brita necessária para a construção dos dois reservatórios apoiados em um elevado que abastecem a cidade até os dias atuais. As pedras foram talhadas à mão pela população. Quem não tem, faz, em mutirão, quando comungam do mesmo interesse. Aquele tec,tec,tec,tec,tec do quebrar pedras mais parecia uma sinfonia orquestrada por um maestro e o trabalho artesanal 66


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resultante, pensado, calculado ainda está aí para o bem de todos.

O Prefeito Geraldo Moreira esteve cercado não só desses conterrâneos

abnegados que, além de terem tido a oportunidade de melhorar seus rendimentos com o trabalho extra, pois todos eram remunerados, contou ainda com engenheiros de alto calibre como o Sr. Oton Nascimento e o jovem, recém-formado, Ricardo Yano, filho de João Yano que, quando deputado, muito ajudou nossa cidade. Ricardo desenvolveu um trabalho voluntário de orientação técnica para a execução do Projeto. Todos goiandirenses de nascimento e de coração.

Naquela época, havia aqui um senhor muito brincalhão, mas que, pes-

simista, não acreditava no sucesso do projeto da água. Quando viu a ponta da adutora próxima ao reservatório, disse em tom jocoso: “a água que sair daquele cano, a minha égua bebe tudo”. Ainda bem que foi só uma brincadeira, pois a água está, ainda hoje, jorrando em todas as torneiras das casas de Goiandira. A SAAG – SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DE GOIANDIRA - não tinha hidrômetro nas unidades. Devido a esse fato, determinou-se a quantia de R$100 (Cem cruzeiros) para todos como taxa de abastecimento d’água. Geraldo Moreira ainda reconstruiu a Praça Dr. Pedro Ludovico Teixeira, conhecida como Praça do Relógio, fazendo as calçadas com pedras chatas, transportadas em seus caminhões, devido à carência de recursos do município. “Seu” Geraldo Moreira é comparado, por Oscar Evangelista de Lima, testemunha do feito, como um craque de futebol que entra nos instantes finais da partida e marca um golaço garantindo o título. A partir destes acontecimentos, a cada Eleição, o povo, grato eternamente, esperava a sua candidatura. Ele não se apresentou, seria “de lavada”, mas, 67


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certamente, ele não poderia repetir tão grande feito. Um herói não é herói o tempo todo, mas a cada gole refrescante de água devemos levantar um brinde a este homem. Em 22 de janeiro de 1961, foi concedido um auxílio de Cr$75.000 (Setenta e cinco mil cruzeiros) ao OPERÁRIO FUTEBOL CLUBE para a construção de um vestiário na sua Praça de Esportes. Ficou estabelecida a contratação do Sr. JOSÉ FELÍCIO DA SILVA, com a mão de obra de serrador, para a reconstrução da PONTE JOSÉ LUDOVICO DE ALMEIDA, no Rio Veríssimo, no valor de Cr$27.000 (Vinte e sete mil cruzeiros), bem como do Sr. ALBINO FERREIRA PIRES para a reconstrução da Usina, no valor de Cr$50.000 (Cinquenta mil cruzeiros). Estabeleceu-se, ainda, contrato entre a Prefeitura e o Sr. MANOEL BENTO DE SOUZA, no serviço de mão de obra de carpinteiro, para a reconstrução da Ponte JOSÉ LUDOVICO DE ALMEIDA, no valor de Cr$15.000 (Quinze mil cruzeiros). Manoel Bento de Souza, meu consogro, com certeza, era a mão de obra mais qualificada e de preço baixo. Um português admirável em quem a humildade era escancarada. Como carpinteiro, falavam carapina, deu-se a uma nobre missão não apenas nas construções de casas para abrigar, pontes para ligar, mas também do envoltório de madeira que nos sepulta na terra e nos remete ao Alto. Os caixões produzidos causavam muito temor a um de seus filhos: O Bento, Bentinho... que nunca queria morrer, nem ficar velho, nem doente...

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FIZERDES AOS PEQUENINOS... Não sei como contabilizar o chamamento à minha pessoa em todos os tempos. Meu pai me chamava de “Nóis Dois”; meus primeiros amiguinhos, de “Perna de Pau”; meus desafetos, de “Vinte e Nove Trinta”; meus colegas do Exército, de “Dentinho” e vão por aí afora. Existiu, entre tantos, um chamado muito especial: KARIKEU! Muitos já me chamam assim e o devo ao Tio Bento, o qual chamava de MACROXA que, sinceramente, não sei o que quer dizer. Era a sua linguagem. Sei que ele gostava e abria um sorriso banguela 69


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no auge dos seus mais de oitenta anos, mas ele falava que sua idade era KRINCA E SEIS, até fizemos um bolo com este número. O Bento tinha papo, não enxergava direito, escutava pouquíssimo, cambaleava ao andar e não falava nosso idioma. Ainda assim, pretendia casar-se com a cantora e apresentadora Eliane Camargo. Quanta ilusão! Quanto fora explorado por isto! Quanta inocência residia neste solteirão inválido. Para muitos era mais um bobo da cidade, mas para quem o conheceu era a alegria. Ele só tomava banho aos sábados e ficava muito bravo com quem lhe impunha regras de asseio e higiene. Ele aprendeu a ser muquirana e, até pouco tempo, quando varria o pátio de um colégio, por meio salário mínimo, exigia muito dinheiro como pagamento. A solução era pagá-lo com notas de menor valor para dar-lhe um bom pacote. No auge da sua inocência, ainda imitava outros bobos da cidade e também figurões. Ele declamava orações (Áti Maria sem Graça, Senhor Tô morto debaixo do Céu...); Ladainhas (Mãe da Capiraca (Admirável), Rodái por nós); o antigo Repórter Esso e discursos de Getúlio Vargas. Distinguia coisa de rico e coisa de pobre como: xícaras, campainhas, chamadas de telefone, enterros, dentre tantas outras palhaçadas que tanto nos fazia feliz. Meu portão que abre eletronicamente era de rico, outros de empurrar eram de pobre. Ele discriminava e não podia ser discriminado. Às vezes, ele emburrava, ficava bravo, mas como um cão amigo voltava a sorrir de imediato. Passava grande parte do dia comigo, seu amigão. Eu não o contrariava, afinal são décadas de excluído. Desconfiam os mais antigos que um surto de meningite tenha dizimado muitas crianças na sua infância, inclusive um irmão dele faleceu e uma irmã também herdou algumas sequelas. Eu acho que essas informações procedem, pois assim relata a medicina como sequelas de Meningite: Lesões ao nível dos órgãos dos sentidos (déficits na visão ou na audição); lesões cerebrais graves, que podem levar a atrasos mentais com deficiências motoras ou paralisias; dificuldades de aprendizagem...Se viver é difícil, encontrei nele a força pra ir adiante. Com tantas limitações, ele tinha medo de morrer e eu, com minha filosofia espírita, não encontrei meios de fortalecê-lo. Eu morria de rir quan70


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do ele falava que não queria virar COMBRAÇÃO (Assombração). Acabou morrendo nos meus braços... É o anjo mais feio que conheço e que nunca vou esquecer.

Em 31 de janeiro de 1961, aconteceram as posses do Prefeito e do Vice-Prefeito, Senhores IDELFONSO TELES e SEBASTIÃO DIAS JARDIM, respectivamente, eleitos em eleição específica e extraordinária, ocorrida em 3 de outubro de 1960, para atender às renúncias ocorridas. Em 30 de setembro de 1961, houve uma solicitação de Crédito no valor de Cr$32.000(Trinta e dois mil cruzeiros) para aquisição de terreno para a construção do HORTO FLORESTAL GOVERNADOR MAURO BORGES. Segundo Zezé Teixeira, este Horto não chegou a acontecer. Em 27 de janeiro de 1962, ocorreu a Eleição da Mesa Diretora da Câmara que, doravante, passaria a acontecer anualmente durante a primeira reunião do ano. Foi eleito Presidente o Sr. vereador IZAIAS QUIRINO GARCIA. Também houve a eleição do Juiz Distrital e de dois suplentes, sendo os mesmos NEWTON PORTO TRISTÃO, MÁRIO DINIZ e MARTINHO MOREIRA DE MELO, respectivamente. Em 24 de fevereiro de 1962, o vice-prefeito, Sebastião Dias Jardim, entrou com um Requerimento solicitando que se fixasse a gratificação de vice-prefeito juntamente com a gratificação de Delegado de Polícia. A Câmara rejeitou com a justificativa de que não havia dotação orçamentária e pelo fato de a Prefeitura não se dispor a arcar com tal ônus. Vetado, porém, o mesmo poderia fazer a opção entre uma ou outra gratificação. Em 24 de fevereiro de 1962, foi fixado o salário mínimo de Cr$8.736 (Oito mil e setecentos e trinta e seis cruzeiros) mensais, a todos os trabalhadores braçais do município. 71


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A tal ponte sobre o Ribeirão do Pari volta e meia surgia em pauta sempre farta de problemas e muitas despesas de reparação. Em 29 de julho de 1962, foi instaurado Projeto de Lei do Executivo em que se declarava de Utilidade Pública o GTC – GOIANDIRA TÊNIS CLUBE. Assim sendo, foi doado um terreno para construção do mesmo, situado à Praça Castro Alves, hoje Praça Dom Melquíades Rosa Garcia, nesta cidade.

Carnaval tradicional no Goiandira Tênis Clube O GTC, Goiandira Tênis Clube, foi um clube social que se tornou tradicional em Goiandira, como opção de lazer devido às festas e aos eventos ali realizados. No princípio, dir-se-ia ser um clube elitista, mas que acabou abrindo espaço para a sociedade em geral, pois precisava existir financeiramente. Os mais belos e memoráveis bailes, carnavais, formaturas ou casamentos ocupam com deleite a memória de muitos. O GTC foi fundado no início da década de 1950, em 18 de setembro de 1951, e funcionou até 1990. Existem, atualmente, sócios proprietários que 72


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não se importam com a decadência, não revigoram e nem passam adiante um espaço de muita alegria. Como tudo depende do ideal que nos alimenta, quem o tinha já não está no meio de nós. O Clube, no início, ficou sem sede por uma década; agora, ainda com sede naquele terreno que fora doado pela Prefeitura, ou seja, por toda a população, estão todos com sede, dá-se um nó na garganta. Quem trouxe a ideia de se projetar e construir um clube foi um gerente do Bando de Comércio e Indústria de Minas Gerais. Ele já havia levantado clubes em outros dois lugares por onde trabalhou. O nome dele era GERALDO LOYOLA. Falou com as pessoas certas e o clube nasceu, devagar, mas veio à luz. Um clube é um espaço de sonhos e realizações, onde a moeda corrente é a alegria imorredoura através do tempo. Quem nunca Getecêu não sabe o que perdeu. Talvez, também, a proximidade asfáltica com outra cidade de maior porte tenha contribuído para a decadência do GTC e do ideário. Segundo Waldevira Bueno, os carnavais em Goiandira, realizados no GTC, tornaram-se muito famosos. Vinha gente de várias partes, não só do estado de Goiás; jovens de inúmeras cidades, especialmente de Goiânia, chegavam de trem de ferro, de ônibus, de carros e lotavam as ruas. As casas dos parentes e dos amigos eram preparadas para receber a alegria vinda com eles. Quatro noites de euforia pura. As fantasias nem eram necessárias. Pulava-se, cantava-se alegremente as marchinhas famosas e tradicionais de cara limpa mesmo. O salão, sim, esse era enfeitado caprichosamente pelos jovens sob o comando de pessoas como Sebastião David, Lélio David e Clodoaldo Cardoso, entre outros. Trabalho voluntário que fazia surgir enfeites variados dentro de uma temática previamente escolhida. Era lindo de se ver. A folia começava cedo, no máximo, às 21 horas e ia até o sol raiar. Na manhã de domingo, era comum os derradeiros foliões encontrarem-se com pessoas indo para a missa das seis na Matriz. Pena que tudo acabava na noite de terça-feira, ou melhor, na manhã da quarta-feira de cinzas! Era uma sensação de vazio. O clube fi73


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cava às escuras. As ruas e as casas esvaziavam-se. Os visitantes voltavam para seus lugares de origem. Mas grandes amizades nasciam e permaneciam na esperança de que tudo se repetiria no ano seguinte.

Zenira, rainha do Carnaval de 1951 e Dalvo (Sem GTC – Deve ter sido no Ponto CHIK)

Em 20 de janeiro de 1963, adentrou o Projeto de construção da Cadeia Pública, onde também foram fixados o Centro Telefônico, a Câmara Municipal e os sanitários para os funcionários. Orçado em mais de dois milhões de cruzeiros, a cargo do Governo Estadual, em parceria com a Prefeitura, sem despesas, surgiu um melhoramento para o ensino de Goiandira, o GINÁSIO DE ARTES E OFÍCIO.

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Capítulo IV Sobre “Luz na Câmara em ação” Cuidando da Educação Gestão 1963-1966 Nesta gestão apresentada, 1963 a 1966, era prefeito o Senhor IDELFONSO TELES e, como vice-prefeito, o Sr. SEBASTIÃO DIAS JARDIM, no que podemos chamar de Gestão dos Acontecimentos. Os vereadores, em número de sete, eram os seguintes e seus substitutos *: SÍLVIO DE CASTRO LIMA (Presidente em todo mandato) JOSÉ TEIXEIRA DE ARAÚJO, o mais votado (******) JOÃO DOFICO BORGES WALDIVINO JOSÉ CARDOSO (***) JOSÉ ALVES PORTO FILHO (****) IZAIAS QUIRINO GARCIA (Reeleito) (*****) ROTIL RODRIGUES DA PAZ (*) (*) MAGNO DE OLIVEIRA COSTA (**) (**) INÁCIO LEOPOLDINO DE ARAÚJO (***) JADYR BARBOSA DA SILVA (****) LAERTE MARIANO DE REZENDE 75


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(*****) ANTONIO JOSÉ CARNEIRO (******) ANTONIO BARBOSA DE MELO Em 31 de janeiro de 1963, na reunião inaugural, foram eleitos o Juiz Distrital e seus dois suplentes, a seguir: FRANCISCO MARTINS DIAS, ALTIVO MARQUES DA SILVA e LOURIVAL PIRES DO NASCIMENTO. ALTIVO MARQUES DA SILVA era chamado de Nativo. Um dos seus filhos, o Paulo Cezar da Silva, o Paulinho, foi personagem de uma aventura literária minha que não levei a cabo, mas o Capítulo Sexto era dele.

Paulinho, ao centro, eterno brincalhão. 76


Sonho de um prefeito e realização de todos!

ESTAÇÃO MÓVEL PCZ A cidade de Goiandira, centro inicial desta narrativa, foi um entroncamento importante do transporte ferroviário nacional. Era a conexão entre Ribeirão Preto e Belo Horizonte com destino a Goiânia. Para que tudo funcionasse, principalmente para garantir a inexistência de acidentes, fazia-se imprescindível uma malha de comunicação eficiente. O STAFF gerava muita segurança. Tratava-se de um equipamento de destravamento da linha através de outra estação, ou seja, a estação de destino é quem liberava a vinda para a composição. Neste contexto, entrava em cena o telegrafista e também o rádio telegrafista Paulo Cezar da Silva, o PCZ. Todas as mensagens transmitidas ou retransmitidas por Paulinho eram autenticadas com esta sigla. A diferença entre estas duas denominações da atividade do telégrafo, telegrafista e rádio telegrafista, está apenas na emissão do som. Antes de passar no Concurso de Telegrafista da Rede Ferroviária, Paulinho trabalhava com o pai em açougue, mas durante as férias costumava ir para o “Corte 82”, próximo a Cumari, onde residia o Heleno Catuta. Heleno era um parente, era um amigo, um conselheiro, um eterno padrinho, um brincalhão. Paulinho aprendeu o ofício brincando com o mestre Heleno – a ciência do piripipi fora desvendada. Piripipi é o apelido para a telegrafia. O salário da Rede devia ser baixo, pois o Heleno, com seu Fordinho 29, trazia lenha para vender na cidade. O Ford não aguentava subir com a carga e eles, num trabalho braçal divertido, descarregavam a metade da carga, subiam o morro, descarregavam a outra metade lá no alto, desciam o morro e re77


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carregavam a primeira metade abandonada. Subiam o morro e completavam a carga. Repetiam a manobra na próxima subida, seguiam viagem e faziam história. Nesta ajuda constante, Paulinho ganhou o terno apelido de “Peão” que ainda permanece com carinho. Um fato de interessante nota é que Nativo, pai de Paulinho, colocou-o ainda mocinho para ajudar o Chefe de Estação Antônio Silva. Era um serviço gratuito de aprendizagem e consolidação dos conhecimentos, mas seu Nativo, muito sábio, pegava um pacote de dinheiro e dava, às escondidas, ao Chefe da Estação, para que servisse de pagamento ao próprio filho, um ato de incentivo. Quando o trem pagador chegava de Ibiá-MG, o nome de Paulinho, em farsa, era soletrado e o mesmo assinava o recebimento do salário muito satisfeito com a recompensa. Paulinho entrou na Polícia Militar do Estado como telegrafista, mas ficou pouco tempo como terceiro sargento – as injustiças o afastaram. Trabalhou no Segundo Batalhão Ferroviário, em Goiandira, também como telegrafista. Ao Batalhão Mauá abre-se um parêntese de colaboração desmedida e estupenda na renovação do traçado e modernidade da linha férrea. Enfim, em 1969, aos vinte e um anos, Paulinho adentrou à Rede onde aposentou-se no ano de 1995. O bom matemático dirá que faltaram quatro anos para trinta, mas ao telegrafista a insalubridade incorpora tempo adicional. Nem todas as estações possuíam sala do telegrafista e Paulinho acabava executando outras funções. Paulinho, como tantos que não agradam a todos, encontrou um desafeto superior. Havia uma implicância sem razão aparente. Este chefe sempre o transferia para lugares ermos e desprovidos de energia elétrica, o que era um 78


Sonho de um prefeito e realização de todos!

transtorno devido à uma visão deficiente e ao seu populismo. Vez por outra, sem ter o que fazer, abandonava a solidão, mas o padrinho sempre encontrava o Peão e o recolocava no posto. Na Estação do Veríssimo, certa vez, Paulinho promoveu um baile com alguns convivas e também um ilustre sanfoneiro. Ali, o trem nem parava, mas teve um que deu problemas mecânicos bem no meio da festa. Um fiscal a bordo anotou a ocorrência. Na Estação de Ipameri, despachou um telegrama pedindo trinta dias de gancho para o Paulinho, o que certamente ocasionaria até exclusão. O telegrafista Eurípedes Catuta, irmão do seu padrinho Heleno, teve que despachar o pedido, mas imediatamente comentou com o irmão, desta feita, no cargo de supervisor. Com o auxílio de Seu Nativo, Pai de Paulinho e maçom, Heleno chegou ao gabinete do homem mais poderoso na Rede naquela época, o então Dr. Guido Gontijo que, com poucas palavras sentenciou o afilhado. Dr. Guido, para atender aos subordinados participantes, deu vinte e nove dias de gancho e lotou Paulinho fora do alcance do algoz na localidade de Três Ranchos, mas com a promessa de devolvê-lo em, no máximo, um ano, à sua querida Goiandira, o que aconteceu até um pouco antes. PCZ hoje é um avô pescador e, vez por outra, convida o Eurípedes Catuta para montar uma linha telegráfica numa escola da cidade, numa sala de aula qualquer a fim de mostrar aos alunos a pré-história da Internet. Uma boa notícia, boas risadas, mas ninguém se interessa, pois os telegrafistas estão extintos, mas os padrinhos não. (Crônica escrita em 2010 – Paulinho faleceu no ano de 2018 e deixou muitas saudades) Em 5 de fevereiro de 1963, o vereador JOSÉ TEIXEIRA DE ARAÚJO perguntou ao servidor ISAAC TOMAZ DA SILVA se o mandiocal, por ele zelado, era de propriedade da Prefeitura ou propriedade do Sr. Prefeito. Não obtendo 79


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resposta definitiva, buscou informações com o prefeito. Em 12 de fevereiro de 1963, com as reuniões no salão nobre da Câmara, o vereador JOSÉ TEIXEIRA DE ARAÚJO requereu a construção de uma escola rural na Fazenda Cafarnaum com mais de 60 crianças em idade escolar. Nesse período, foi concedido auxílio de Cr$20.000 (Vinte mil cruzeiros) ao Ginásio Dom Emanuel. Foi formulada uma solicitação ao Governador para formar uma comissão de inquérito a fim de apurar o abandono de uma patrola de Goiandira. Descaso da Prefeitura ou do DERGO? Da Prefeitura. Convocado foi o 1º Suplente da Casa, MAGNO DE OLIVEIRA COSTA, para substituir ROTIL RODRIGUES DA PAZ, por 30 (trinta) dias. Em 2 de março de 1963, surgiu um abaixo-assinado solicitando a abertura de uma escola noturna para adultos. Em 21 de março de 1963, a Câmara recebeu ofício do Reverendo Frei ROGÉRIO LECH agradecendo a aprovação de um Projeto do Vereador TEIXEIRA que concedeu auxílio de Cr$240.000 (duzentos e quarenta mil cruzeiros) ao Ginásio DOM EMANUEL.

Por que Dom Emanuel?

Nesse interim, com o acréscimo do curso ginasial, a escola paroquial de Goiandira e o prestígio do apostolado educacional dos frades iam crescendo. 0 ginásio, em homenagem ao ‘Arcebispo da Instrução’, foi batizado com o nome de Dom Emanuel, começando a funcionar, em 1952. Nos primórdios do ano seguinte, o Presidente da República conferiu a Dom Emanuel a Ordem Nacional do Mérito, por sua longa vida de relevantes serviços prestados ao país. Comentando essa honra, um autor goiano lembrou que entre os maiores feitos do Arcebispo, em Goiás, estava o de ter trazido os franciscanos para cá, 80


Sonho de um prefeito e realização de todos!

comprovado pelas crescentes e vigorosas obras de Igreja e de Educação. Três anos após a abertura da paróquia em Goiandira, as irmãs seguiram aos padres (1951), dedicando-se à implantação da Escola Paroquial Santa Maria Goretti. As pioneiras dessa fundação, Madre Celestina e Irmã Genoveva, acharam, no prédio escolar já construído, um canto transformado em conventinho. Especialmente, em Goiandira, as irmãs entregaram-se ao ministério da amizade e da boa vontade, que as condições peculiares do lugar reclamavam. Quando mais tarde, ali se fundou o ginásio Dom Emanuel, mesmo que a direção ficasse nas mãos dos padres, contudo, a presença e a atuação das irmãs contribuíram em grande escala para colocá-lo entre os educandários modelares do Estado. (WYSE, Frei Alexandre. No coração do Brasil, 1989, p.121 e 191).

Em 27 de abril de 1963, foi designada comissão composta por CASTRO LIMA, DOFICO e TEIXEIRA para se entenderem com o prefeito sobre a comemoração do aniversário da cidade. Em 3 de julho de 1963, foi rejeitado o Pedido de Cassação do mandato do vereador ROTIL RODRIGUES DA PAZ, feito verbalmente por TEIXEIRA, por ter se ausentado além do permitido. Em 5 de julho de 1963, foi cassado o mandato de ROTIL e MAGNO assumiu de vez. O vereador Waldivino usou a palavra para reclamar contra o Prefeito que solicitou os bois do Matadouro para cobrir uma novilha, o que foi negado pelo funcionário do Matadouro. Em 4 de setembro de 1963, convite do Prefeito de Paraúna para comparecimento da Câmara de Goiandira naquela cidade, no dia 22 de setembro para homenagear o ilustre Senador JUSCELINO KUBSTCHEK DE OLIVEIRA e também pedido de renúncia irrevogável do vereador MAGNO DE OLIVEI81


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RA COSTA, sendo, então, convocado o suplente INÁCIO LEOPOLDINO DE ARAÚJO. Em 23 de novembro de 1963, o vereador TEIXEIRA, com pesar, externou seus sentimentos pela perda irreparável para a Democracia, referindo-se ao acontecimento trágico com o grande presidente JOHN KENEDY dos Estados Unidos da América. Em 19 de dezembro de 1963, foi votada a isenção de quaisquer tributos municipais ao Banco do Brasil S/A.

Lembra Oscar Evangelista que, devido ao crescimento proporcionado 82


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pela Estrada de Ferro Goyas, em julho de 1964, foi inaugurado o Banco do Brasil. Impacto muito grande, pois até Corumbaíba dependia da Agência. É um banco fênix, pois já foi explodido quatro vezes por bandidos. Em 10 de abril de 1964, renunciaram os suplentes de Juiz Distrital. Teria a ver com a subida dos militares ao poder? Em 15 de abril de 1964, dentre outros, foram aprovados o acréscimo de 20% aos impostos de exploração agroindustrial. Quanto ao abate de animais não houve aumento neste percentual. Também foram fixadas licenças para sepultura em Cr$5.000 (Cinco mil cruzeiros) até 20 anos; Cr$15.000 (Quinze mil cruzeiros) até 50 anos e Cr$30.000(Trinta mil cruzeiros) para sepultura perpétua. Pronunciamento do Vereador TEIXEIRA em que se congratulou com seus pares, a posse do Presidente da República, o SR. MARECHAL HUMBERTO DE ALENCAR CASTELO BRANCO e o vice JOSÉ MARIA ALKIMIN. Em 13 de junho de 1964, foi registrado o título de Cidadão Honorário concedido ao Sr. Eládio Justiniano Ribeiro. Em 17 de junho de 1964, renúncia dupla dos senhores vereadores JOSÉ ALVES PORTO FILHO e WALDIVINO JOSÉ CARDOSO, que imediatamente saíram da Casa. Foi escolhido o Delegado da Comarca, o Sr. FRANCISCO MARTINS DIAS. Foram eleitos, então, os senhores NEWTON PORTO TRISTÃO, ONESÍFORO MARIANO DE OLIVEIRA e ALTAMIRO DE MELO, juiz e suplentes, respectivamente. Como datilógrafo da Câmara, foi reeleito OSCAR EVANGELISTA DE LIMA. 83


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Em 25 de junho de 1964, registrou-se o agradecimento do Presidente da Câmara, vereador Sílvio de Castro Lima, à RÁDIO EDUCADORA DE GOIANDIRA, na pessoa do seu Diretor LEDO CECÍLIO e do locutor GERALDO MARIANO.

Rádio Educadora de Goiandira – quase duas décadas no ar!

O rádio é um veículo de comunicação, além da imaginação, conforme contribuição de Rodrigo Marques Bernardo, com sua monografia... E tem poder de levar ao público informações, músicas, humor e entretenimento. Tem a finalidade de unir milhares de pessoas numa mesma sintonia, ou seja, 1540 Khz, AM. Em 16 de novembro de 1956, abriram-se os microfones da Rádio Educadora e, entre trancos e barrancos, teve o seu silenciar a 24 de junho de 1975. Da Avenida Tiradentes, número 77, Centro de Goiandira, para todos os rincões, embalava sonhos em domicílio. Um estúdio simples e antena modesta conseguia um alcance extraordinário, por isto causou ciúmes na concorrência. Era uma rádio clandestina neste navio então desgovernado chamado Brasil. Abrir uma rádio legalmente foi e é muito difícil, por ser telecomunicações. Precisa ter autorização até do Senado Federal. Isto faz com que apenas políticos detenham o monopólio da rádio comunicação. Mesmo as rádios comunitárias, de alcance limitado, como a Rádio Terra Branca FM, 104,9, tem seus percalços duros a serem rompidos para aprovação. 84


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Tinha, a Educadora, como principais concorrentes, a Rádio Xavante de Ipameri e a Rádio Cultura de Catalão, ambas legalmente constituídas, ao contrário da Educadora. Depois de 5 anos fechada, foi apresentado um valor a ser pago de multas e legalização para reabri-la, mas num montante fora do alcance do fundador Ledo Cecílio que, além de tudo, havia perdido o entusiasmo. Esta rádio causava um alvoroço junto ao público. Tinha programa para toda faixa etária, inclusive esportes. Interagia bastante com a comunidade e, com certeza, provocou até mesmo uniões matrimoniais. Havia um programa para a juventude, que se chamava “Brotos em Hifi”, muito interessante, pois à época, já utilizavam a abreviatura, em inglês, de Alta fidelidade, “HIGH FIDELITY”. A Rádio Educadora de Goiandira exportou para a capital locutor talentoso de nome Geraldo Mariano, também gerou empregos de baixa remuneração, desde que se passasse nos testes. Embora mão de obra barata, qualificou muitos funcionários. Nossa Professora Maria Alves de Sousa é uma que se tornou locutora e sentia prazer no que fazia. Salário não importa para quem faz o que ama. O próprio Professor RODRIGO MARQUES BERNARDO, autor da monografia que nos auxiliou neste relato, também é um excelente locutor que se desenvolveu, não na Educadora, mas na Terra Branca FM, de onde saiu para exercer o Magistério.

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A Rádio Terra Branca, concebida na cidade no ano de 2005, teve uma saga vitoriosa de muita peregrinação. Nasceu de um bate-papo informal entre o vereador Pedro Gilberto e o Sr. Lázaro Antônio, ex-vereador em Catalão, um entusiasta pelas ondas sonoras que viajam por todo o canto, embora se tratando de FM, Frequência Modulada. Pedro foi um resistente, principalmente porque não sabia nada a respeito, mas o Lazinho, como cicerone, animava-o, uma vez que o principal requisito era formar uma Associação de Moradores, galho burocrático fácil para o cicerone. Hoje, depois de tanta labuta, Pedro não quer nem ligar o rádio. Chega. Missão cumprida e comprida. 86


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Foi um tal de papel pra cá, papel pra lá, Brasília, Goiânia, Senado... dê-lhe papel. No Ministério das Comunicações, o processo estava emperrado, até que um Deputado de Jataí, Leandro Vilela, sobrinho do Maguito Vilela, colocou o seu assessor, de nome Rômulo, para ajudar nos trâmites. Um sujeito de boa vontade, diga-se de passagem. Entrou em contato com um amigo, de nome Lemoel, do Ministério, que ajudou bastante. A turma para montar associação foi pega no laço, mas Lazinho punha frente, certamente um Presidente de Honra. A Vânia Borges, principal locutora e administradora, entrou na briga desde o princípio e não se sabe porque a mesma não figurou dentre os associados fundadores. O Prefeito Joaquim Batista, no começo, não aprovava a ideia, era muito pessimista e não ajudava; acreditava que não iria dar em nada. Tanto que, por falta de apoio, as idas para as capitais, no tocante ao processo, eram feitas em carros de Catalão. Quando o Prefeito Joaquim Batista viu os documentos adiantados, com protocolos do Ministério das Comunicações, convenceu-se e adquiriu todos os equipamentos necessários para montagem da Rádio Terra Branca, FM 104.9. A rádio funcionou, mas faltava alguma burocracia, como a homologação pelo Senado Federal. Fechou-se a Rádio até resolver esta conclusão infinda, também de nome Outorga. O Processo de legalização caiu nas mãos do Senador Marconi Perillo e duas pessoas foram a Brasília. Vereador Pedro Gilberto chamou o Marquinho Agapito, por ser do Partido do Marconi e também porque tinha uma banda musical, gostava do tema. Geralmente, não aparece quase ninguém numa luta 87


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dessa natureza, em que quem ganha são todos. Disseram que a Rádio não duraria uma semana e Pedro disse que se durasse apenas um dia ficaria satisfeito. Resolvido o problema, outras cinco cidades goianas, como Itumbiara, também estavam na luta em Brasília. Não fomos felizes para sempre, pois a política quis abocanhar o quinhão da Rádio e gerou atritos, mas que vão sendo superados em prol do povo. Político não pode fazer parte e Pedro deu graças a Deus... Pariu, mas outros é que embalassem!

Em 8 de agosto de 1964, foi apreciada a solicitação de auxílio do Diretor do Ginásio Dom Emanuel para realizar uma excursão a Belo Horizonte com alunos da 4ª Série. Esse auxílio foi fixado em Cr$30.000 (Trinta mil cruzeiros). Interessante que, nas dotações de crédito, existia crédito destinado à “ALIMENTAÇÃO A POBRES PRESOS”. Em 10 de outubro de 1964, os Srs. DELFIM FIRMO FERREIRA e BENEDITO BENVINDO DE SOUZA pediram isenção de impostos para o açougue a ser instalado na cidade por experiência. O Sr. GABINO ROSA PENA, chofer de caminhão, solicitou aumento, pois seu salário era de Cr$17.000 (Dezessete mil cruzeiros) enquanto colegas de mesma profissão recebiam Cr$30.000 (Trinta mil cruzeiros). Em 31 de outubro de 1964, proposta de venda feita à Prefeitura por Cr$1.200.000 (Um milhão e duzentos mil cruzeiros) do caminhão Chevrolet da INDÚSTRIA E COMÉRCIO LATICÍNIO WANDA LTDA. Em 23 de novembro 1964, abertura de crédito especial na importância de Cr$234.629(Duzentos e trinta e quatro mil, seiscentos e vinte e nove cruzeiros) 88


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para atender pagamento ao INSTITUTO DE APOSENTADORIAS E PENSÕES DOS INDUSTRIÁRIOS. Em 28 de novembro de 1964, crédito de Cr$150.000 (Cento e cinquenta mil cruzeiros) para pagamento de um terreno à Rua Rui Barbosa, do SR. PEDRO PATROCÍNIO DA SILVA, onde se construiu o GRUPO ESCOLAR PRESIDENTE KENEDY, proposta do vereador TEIXEIRA.

As primeiras escolas que surgiram em Goiandira foram: Escola São José, em 1922, das Professoras Elvira Costa e Zuleika Costa; Escola Eurípedes Barsanulfo, em 1928, do Professor Raimundo Gomides (seu Mundico) e, em 1931, foi criado o Grupo Escolar Dr. Pedro Ludovico, hoje Amélia de Castro Lima. Em 6 de maio de 1952, foram constituídos o Ginásio Dom Emanuel e a Escola Paroquial Santa Maria Goretti, conforme depoimento da Professora Maria Alves de Souza. Em 17 de fevereiro de 1965, houve a nomeação, pelo Ministério Público, de Promotor para a cidade, na pessoa do Sr. Dr. JOSÉ DE CAMPOS NETO. 89


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O Governador, ou melhor, o Interventor do Estado de Goiás, MARECHAL EMILIO RODRIGUES RIBAS JÚNIOR, denominou como presidente do IDAGO, o Deputado EDINAR BRITO MIRANDA. Decretação do imposto predial com o dobro do valor e o territorial na base de Cr$150.000(cento e cinquenta mil cruzeiros) por alqueire, sem classificação da terra. Quando determinado o valor real do terreno seria cobrada a taxa de 2%. Em 18 de agosto de 1965, foi agraciado com o título de Cidadão Goiandirense o Frei João Antonio Jonson e, na entrega de Diploma ao homenageado, em nome dos alunos do GINÁSIO DOM EMANUEL, falou o jovem LÁZARO QUIRINO GARCIA. A História dos frades americanos em Goiandira é fantástica. Deixaram muita cultura e elegância na fala de quem foi aluno deles. Observe e verá que é fácil constatar. O que a Igreja Católica ainda hoje tem de fieis é herança que eles deixaram na cidade, além dos prédios lindos. Verdadeiros palacetes. Eu sou apaixonada. Foi minha inspiração para o mestrado. Admiro muito os missionários... Muito abnegados. Tem uma senhora que veio para Goiandira aos 17 anos. Deixou os Estados Unidos em plena segunda guerra mundial em uma viagem longa, na qual quase morreu, ficou doente no barco. Trabalhou na escola com salas divididas por lençóis, onde depois foi a loja do senhor João Ferreira, enquanto o prédio era construído entre 1948 e 1952 quando foi inaugurado. Desses lençóis e dividindo salas de aula ela me contou em entrevista. Não está escrito em lugar nenhum a não ser na minha dissertação. (Professora Walkiria Vieira do Prado)

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Pequena Mostra do Natal 2010 –Aonde foi parar o Ipê da Wal!

“O Papai Noel não passou, mas as renas encheram o saco”

Numa retrospectiva de final de ano, num balanço fidedigno, diríamos que o ano não foi próspero quanto o ensejado, mas sempre é oportunidade de dar graças à vida, como diria o salmista sobre o tempo de plantar e de colher. Eu diria que muitos colhem sem terem plantado, mas o bom mesmo é semear. Na porta da nossa casa sempre é possível encontrar uma criança abandonada ou um animalzinho, mas no Dia de Natal encontrei uma muda - uma muda de planta! O que será? Quem deixou? Por um período não muito extenso as divagações continuaram - o certo é que iríamos adotar aquela plantinha desconhecida e ver no que daria. 91


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Isto dado até que, como quem procura sempre encontra, chegamos à autora meliante - a Tia Wal! A Tia do reciclar, a Tia da Biologia, a Tia que sonha como criança! Como diz minha esposa: “_ A Walkíria não existe!» Eu concordo, pois é de outro tempo, de outro planeta, de outra humanidade, de outra civilização... mais avançada. É uma professora que acredita no que faz. Os projetos implantados, sejam quais forem, são conclusos. Ela provoca os acontecimentos. Ela, somente ela, tem os alunos com proveito. Ela vê o aluno como um anjo e não um ser traquina e que merece todas as prioridades ou prerrogativas. Deve ser redatora da “Lei da Palmada”. É uma mãe que amamenta até o leite secar. É uma orientadora que sabe onde chegar. É restauradora do que o tempo tombou. É um rosto sempre «assorisado”. É mais falante que ouvinte sem deixar de ser sábia. É ação benfazeja ininterrupta. É de fé e de joelhos. É de pedir, multiplicar e de repartir. Na noite de Natal, saiu sacando do saco mudas para mudar o planeta. Não sei quantas, mas vão vingar como tudo que ela apronta e faz. tempo.

A muda da nossa porta é um ipê que vai florir valquírias por muito

Pequenas ações como esta mudam a mim e mudam você. Mudam o mundo de volta ao Paraíso.

Em 29 de outubro de 1965, foram empossados os dois vereadores eleitos 92


Sonho de um prefeito e realização de todos!

em 3 de outubro de 1965, sendo eles JADYR BARBOSA DA SILVA e LAERTE MARIANO DE REZENDE. Em 6 de novembro de 1965, aconteceu a renúncia do vereador JOSÉ TEIXEIRA DE ARAÚJO, por ter sido eleito prefeito. Em 13 de novembro de 1965, foram empossados os vereadores ANTONIO JOSÉ CARNEIRO e ANTONIO BARBOSA DE MELO. Em 31de janeiro de 1966, deu-se a posse do Prefeito JOSÉ TEIXEIRA DE ARAÚJO, tendo como vice o Sr. FRANCISCO MARTINS TRISTÃO. Nesta data, fez-se presente a banda de música da cidade que, após os discursos, tocou um dobrado.

Zezé Teixeira 93


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Diante de um homem sereno, com 92 anos de existência profícua, qualquer um se sente pequeno. Zezé Teixeira muito viu, muito fez e muito guardou na memória. Nenhuma mágoa aparente na condução do maior posto galgado numa pequena cidade do interior num tempo de luta e de muitas adversidades. Zezé Teixeira é sobrinho de Absay Martins Teixeira e de Sinfrônio Martins Teixeira, o que lhe facilitou, por algum tempo, suas posições políticas. Ainda dizem que havia parentesco com Pedro Ludovico Teixeira, o “Coronel” máximo goiano. Eles eram adeptos do PSD e seus adversários principais eram partidários da UDN e ainda havia os Comunistas que arrebanhavam os jovens. O Regime militar cassou muitos líderes políticos como Juscelino, Pedro Ludovico, Mauro Borges, mas vários voltaram com bastante força. Cassar o político não bastou, também cassaram seus nomes de ruas, praças, escolas... tentando apagar o que fizeram de bom. Zezé Teixeira deve ser um dos poucos prefeitos que ficaram pobres depois do cargo. Como dizem ele próprio e a população da época, tirou dinheiro da algibeira para pagar dívidas da Prefeitura, uma das obras foi o Asilo. Com este ato, edificou aqui, pra morar lá no Alto. Conforme, ainda, afirmou o próprio Zezé Teixeira, quando governou Goiandira, havia apenas duas estradas rurais, a de Dourados e a de São Miguel. Todas as outras, ele abriu com um casal de tratores. Ao todo, foram 14 escolas rurais que ele fez ou reformou e que todas foram desativadas, mais recentemente, com o advento do transporte de alunos para escolas da sede do município, onde o ambiente de aprendizagem é mais favorável. As escolas rurais contavam com uma professora e uma merendeira. Muitas foram inauguradas a Título Precário, que é o pouco número de alunos, mas que não poderiam ficar sem as letras... e números.

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Sonho de um prefeito e realização de todos!

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Estรณrias da Histรณria de Goiandira - 70 anos

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Sonho de um prefeito e realização de todos!

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Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Em 28 de fevereiro de 1966, foi considerado como tempo de serviço público municipal, de 1º de março de 1938 a 1º de junho de 1945, como Magistério Particular em benefício da Sra. POMPÉIA GUIMARÃES JARDIM.

Em 26 de março de 1966, solicitada a concessão de isenção de impostos

aos convocados de guerra que haviam servido no exterior ou na fronteira.

Em 31 de março de 1966, o Sr. Prefeito JOSÉ TEIXEIRA DE ARAUJO

pediu autorização às Centrais Elétricas de Goiás (CELG) para a exploração da energia de Veríssimo.

Foi criada a SAAE – Serviço Autônomo de Água e Esgoto.

Em 26 de maio de 1966, foi feita a solicitação de isenção de pagamento

de taxa de calçamento à Loja Maçônica “ASILO DA VIRTUDE”.

Foi concedido Título de Cidadão Honorário ao Sr. Wilson Souza Lima,

ex-gerente do BANCO DO BRASIL S/A e ao ex-prefeito Idelfonso Teles.

Em 29 de agosto de 1966, aprovado empréstimo de Cr$10.000 (Dez mil

cruzeiros) pelo BEG para diversos projetos.

Em 31 de janeiro de 1967, os novos vereadores não compareceram para

ser empossados e também o Sr. Juiz Distrital. O Secretário foi encarregado de entregar as chaves da Câmara para o Juiz de Direito, assim que o mesmo estivesse na Comarca.

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Sonho de um prefeito e realização de todos!

Capítulo V Sobre “Luz na Câmara em Ação” Novos caminhos Gestão 1967-1970

Em 7 de março de 1967, em audiência no Fórum local, estando presentes o Bacharel FELIX CAVALCANTE, Juiz de Direito; ANTONIO MOURA NUNES, Promotor de Justiça; JOSÉ TEIXEIRA DE ARAÚJO, Prefeito e CARLOS DIAS JARDIM, Escrivão, realizou-se a Sessão Extraordinária para Eleição da mesa da Câmara Municipal, com o seguinte resultado: 99


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Vereadores eleitos:

JERÔNIMO PEREIRA DUARTE - Presidente

DELERMANDO VIEIRA DE SOUZA - Vice-Presidente

ANÍZIO EVANGELISTA DA ROCHA - 1º Secretário

GERSON MARIANO DE RESENDE - 2º Secretário

JOÃO GARCIA

MANOEL QUIRINO GARCIA (*)

JOÃO CASSIMIRO DO CARMO (**)

(*) WILSON COELHO DE OLIVEIRA

(**) JOSÉ DAMASCENO PIRES

Em 11 de março de 1967, foi reeleito como Datilógrafo da Câmara o Sr.

OSCAR EVANGELISTA DE LIMA.

OSCAR EVANGELISTA DE LIMA

Cidadão ativo, cônscio dos seus deveres, é um componente raro da nossa sociedade. Normalmente, os outros cidadãos, que bradam por direitos, estão mais em voga, tanto no grito, como no escárnio aos governantes. O Sr. Oscar Evangelista de Lima pertence ao primeiro grupo dos abnegados que trabalham por um município próspero. 100


Sonho de um prefeito e realização de todos!

Pertence a agremiações ou associações que visam à promoção social

como um todo. É uma bandeira tremulante de paz.

Atua como contador e criador de gado leiteiro, conhece as estradas, o

escopo, as finanças públicas e privadas, podendo delinear o futuro como poucos. As estradas, as pontes, a poeira e as pedras não são mais obstáculos, mas companheiros do dia a dia.

Ele foi funcionário público, ou Serventuário da Justiça, durante qua-

renta anos, num tempo em que o progresso era pouco, mas a honradez era de monte.

O Oscar, esposo da Valni, tanto um quanto o outro, são cidadãos atuan-

tes, principalmente na Igreja Romana. No ano de 1981, foi o casal que nos deu o Curso de Noivos.

Ele se vangloria de ter tido bons professores à época de estudante e

também se orgulha porque, embora com curso técnico de Contabilidade e mais o Científico, tornou-se professor e ainda manteve o escritório de contabilidade aberto durante este tempo todo. Não foi para a capital para continuar os estudos por querer ajudar a família e também porque já exercia o cargo de tabelião, misto entre público e privado. Escritura, procuração, protesto, processos e registros de firmas, tudo isto praticado em sua função. Mesmo sem concurso, foi nomeado pelo Governador. Exercendo um cargo como esse, tomou conhecimento de todo o funcionamento da cidade, ainda mais sendo possuidor de uma memória fenomenal. Mesmo aos 77 anos, permanece ativo na fazenda e no Escritório de Contabilidade, onde gera três empregos. 101


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Seu avô, Oscar de Lima, Contador e Coletor da Prefeitura, morava

com ele. Então, ficava antenado a tudo, garoto esperto. Devido ao fato de ser conhecido pela vereança, foi convidado a se candidatar para o Cargo de Datilógrafo, em 1964, e foi eleito. Mais uma função para o dinâmico jovem que durou três mandatos da Casa Legislativa. Porém, na prática, o cargo sempre foi além de datilógrafo, era um secretário. Ele redigia correspondências e as entregava. Nas reuniões intempestivas da Câmara, ele tinha que enviar convocação para dois vereadores que moravam no Veríssimo e para um que morava em Araguari, via trem de ferro. Este de Araguari era o Izaias Quirino Garcia que acabou se afastando da vereança por morar noutro município.

Um fato que jamais o impediu de trabalhar foi a perda da visão direita

quando criança, provocada por uma espetada de bambu. Quanto à mendicância do povo, sempre na porta da Prefeitura ou em qualquer lugar, Oscar classifica o governo, qualquer que seja, quase todos os mandatários, como uma mãe. Se houvesse um saco sem fundo, ainda assim, não daria conta de atender a população. Por fim, o Ministério Público colocou um freio, o que, por outro lado, inviabilizou os pedidos necessários. O MP até estipulou pagamento pela contribuição que a prefeitura efetiva aos fazendeiros. A ação do MP impede que o Prefeito agrade apenas correligionários.

Na mesma data, 11 de março de 1967, foi também autorizado ao Poder

Executivo a rescisão contratual com o Consórcio Brasileiro de Serviços Telefônicos.

Em 28 de março de 1967, o Prefeito solicitou que o serviço de águas 102


Sonho de um prefeito e realização de todos!

passasse para o Saneamento.

Surgiu o Projeto de Lei que autorizava a Prefeitura a participar da

COHAB-GO.

Foram fixados quatro feriados religiosos.

Em 11 de abril de 1967, foi apresentado o convênio firmado entre a Pre-

feitura e o Departamento Estadual de Saneamento.

Requerimento do Cônego MELQUÍADES ROSA GARCIA que pedia a

doação de um terreno anexo à IGREJA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO.

O Vereador ANÍZIO EVANGELISTA DA ROCHA propôs mudança de

nome da Rua Goiás para OSCAR DE LIMA. Também foi fixado o salário em NCr$15 (Quinze Cruzeiros Novos).

Em 8 de agosto de 1967, o Prefeito solicitou autorização para a constru-

ção de um tanque, na Praça Major Zamith, em lugar mais apropriado, para os proprietários de hipomóvel darem de beber aos animais.

Em 5 de setembro do mesmo ano, aconteceu a renúncia do Mandato de

MANOEL QUIRINO GARCIA, empossando em seu lugar o Suplente WILSON COELHO DE OLIVEIRA.

As senhoras RUTH FERREIRA TELES e TEREZINHA DE OLIVEIRA

solicitaram aprovação da Câmara, como sendo de Utilidade Pública, os serviços que prestavam no Ginásio Dom Emanuel.

Em 4 de novembro de 1967, empréstimo do BEG para aquisição de uma

patrola e um trator de esteira, com contratação também de dois mecânicos qua103


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

lificados para dar garantia de pleno funcionamento.

Em 8 de fevereiro de 1968, ocorreu a renúncia de JOÃO CASSIMIRO

DO CARMO e foi convocado o Suplente JOSÉ DAMASCENO PIRES (popular Juca da Carola) e o Presidente da Casa foi reeleito.

O TCEG – Tribunal de Contas do Estado de Goiás - determinou que os

balancetes fossem remetidos àquele tribunal para apreciação.

Foi fixado em NCr$50 (Cinquenta Cruzeiros Novos) o salário do Datiló-

grafo da Câmara.

Em 2 de março de 1968, o Poder Executivo foi autorizado a contrair em-

préstimo para Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Goiandira, SAAEG, junto à Caixa Econômica do Estado de Goiás, CAIXEGO.

Houve também a concessão de três meses de licença, a contar de 1º de

maio, para o Prefeito JOSÉ TEIXEIRA DE ARAÚJO, assumindo, assim, a Prefeitura o vice, Sr. FRANCISCO MARTINS TRISTÃO. A esse respeito, Zezé Teixeira declarou em entrevista: Meu vice não foi inativo. Francisco Tristão trabalhou, arduamente, nas estradas que cortam toda a Terra Branca.

Em 6 de junho de 1968, o Prefeito em Exercício solicitou remuneração

para o Prefeito Titular em licença, o que foi negado pela totalidade dos vereadores, pois tal licença não era para tratamento de saúde.

Em 10 de setembro de 1968, o vereador DELERMANDO, solicitou

abertura de crédito de NCr$400 (Quatrocentos Cruzeiros Novos) para auxílio 104


Sonho de um prefeito e realização de todos!

aos alunos pobres visando a compra de tecidos para uniformes dos Grupos Escolar Pedro Ludovico, Presidente Kennedy, Externato São João da Escócia e Escola do Povoado do Veríssimo.

Em 4 de novembro de 1968, foi apresentado pedido de Títulos de Ci-

dadão Honorário para Odilon Vaz e Dr. Manoel Dos Reis, sendo negados pela CÂMARA.

Em 12 de fevereiro de 1969, foi reeleito o Presidente da Câmara.

Em 25 de fevereiro de 1969, algumas contas foram rejeitadas por conte-

rem notas de combustível para abastecimento de veículos particulares, quando os dois veículos da Prefeitura eram suficientes para a execução dos trabalhos.

Em 1º de agosto de 1969, foi autorizado auxílio de NCr$4.000 (Quatro

mil cruzeiros novos) à Loja Maçônica Asilo da Virtude.

Em 3 de dezembro de 1969, exigiu-se do Prefeito Municipal o recibo que

comprovava o envio, ao Instituto Nacional de Previdência Social, dos descontos feitos na Folha de Pagamento dos funcionários.

Em 26 de janeiro de 1970, autorizado o Poder Executivo Municipal a

celebrar contrato com a “Organização Telefônica de Goiás.”

Em 27 de janeiro de 1970, celebrado acordo entre a prefeitura e a ACAR-

-GO, ASSOCIAÇÃO DE CRÉDITO E ASSISTÊNCIA RURAL DO ESTADO DE GOIÁS, no valor de NCr$8.000 (Oito mil cruzeiros novos) anuais.

Em 31 de janeiro de 1970, foi reeleito o Presidente da Câmara.

Também prestaram compromisso Prefeito e Vice, eleitos em 30 de no105


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

vembro, ONESÍFORO MARIANO DE OLIVEIRA E ALTIVO MARQUES DA SILVA, respectivamente.

Em 14 de fevereiro de 1970, foi eleito JOÃO FERREIRA como JUIZ

DISTRITAL.

Ficou aprovado o Plano de Aplicação do FUNDO DE PARTICIPAÇÃO

DOS MUNICÍPIOS.

Em 13 de abril de 1970, os Srs. JOÃO MESSIAS DE ASSIS e DÁRIO

AUGUSTO ALLIPRANDINI, gerente e subgerente do Banco do Brasil, indagaram se a Prefeitura estaria em condições de doar àquela Agência, um terreno no Centro Comercial, medindo no mínimo 800m², com testada de 20m, já com o aval do Prefeito.

Foi, então, autorizada à Prefeitura a aquisição de terreno, no valor de

NCr$5.000 (Cinco mil Cruzeiros Novos) para doação ao Banco.

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Sonho de um prefeito e realização de todos!

Capítulo VI Sobre “Luz na Câmara em Ação” Frei Beraldo- um vulto empreendedor Gestão 1971-1973 (mais curta) ONESÍFORO MARIANO DE OLIVEIRA, prefeito ALTIVO MARQUES DA SILVA -Vice-Prefeito Em 31 de janeiro de 1971, na primeira reunião, os vereadores eleitos tomaram posse dos respectivos cargos:

ANTONIO QUIRINO GARCIA – Presidente

DARICO VITORINO BORGES – Vice-Presidente Vereadores eleitos:

AMÉRICO CLAUDINO PACHECO – 1º Secretário
 DES MARQUES DE SOUZA- 2º Secretário

SEBASTIÃO DIAS JARDIM – Mais votado

TÉRCIO MARIANO DE REZENDE

JOÃO JOSÉ CARDOSO.

ARISTI-

Em 2 de fevereiro de 1971, o 1º Projeto encaminhado à Casa solicitava redução da Majoração, sangria de impostos, feito pelo vereador AMÉRICO CLAUDINO PACHECO, em atenção ao requerimento assinado por vários co107


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

merciantes. Decidiu-se também que as reuniões ordinárias aconteceriam quinzenalmente. Foi aprovado o percentual de 10% como taxa de contribuição de melhoria em todos os impostos. Em 15 de fevereiro de 1971, foi aprovado O PROJETO DE LOTEAMENTO DO BAIRRO NOSSA SENHORA DE FÁTIMA, em terreno de propriedade dos frades franciscanos.

Trecho abaixo representa Ingratidão? Em 1971, uma pesquisa feita entre os frades sobre as várias paróquias por eles administradas, procurou saber qual delas menos correspondia aos planos e possibilidades da Custódia, naquela conjuntura. A de Goiandira teve a duvidosamente honrosa distinção de figurar como primeira na lista. A paróquia, através de entendimentos com o Bispo, no fim daquele ano, foi entregue aos cuidados dos padres diocesanos. A linda casa paroquial — joia arquitetônica da alma criadora de Frei Paulo — com o tempo, transformou-se numa casa de retiro para as Irmãs franciscanas (WYSE, Frei Alexandre. No coração do Brasil, 1989, p.122). Para datilógrafo-secretário da Câmara designou-se o Sr. RUBENS HÉLIO ABDALA, com meio salário mínimo da região como remuneração. Em 26 de fevereiro de 1971, Projeto de Lei que aprovou o ESTATUTO DOS SERVIDORES MUNICIPAIS e, como tempo de Serviço Público Municipal, o período compreendido entre 1º de agosto de 1954 a 20 de setembro de 1970. Em 30 de abril de 1971, analisou-se o Projeto que autorizava o Sr. Prefeito Municipal vender, pelo preço cotado na Bolsa de Valores, ações da PETROBRAS, sendo rejeitado por 4 x 1.

Em 15 de junho de 1971, o Sr. Prefeito foi autorizado a trocar o nome da 108


Sonho de um prefeito e realização de todos!

PRAÇA “PEDRO LUDOVICO” para “PRAÇA 31 DE MARÇO”. Em 16 de agosto de 1971, foi autorizada a mudança do nome GRUPO ESCOLAR “PEDRO LUDOVICO” para “PROFESSORA AMÉLIA DE CASTRO LIMA”. Também o GRUPO ESCOLAR DE VERÍSSIMO recebeu o nome de “BERNARDO SAYÃO” (foto abaixo).

Em 20 de outubro de 1971, foi distribuído o valor de Cr$10.000 (Dez mil cruzeiros) para a ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO À MATERNIDADE E À INFÂNCIA DE GOIANDIRA.

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Estórias da História de Goiandira - 70 anos

O HOSPITAL O Hospital, por si só, tornou-se uma história de conquistas, perdas e perseverança de todo um povo necessitado. Um palco com tentativas de ser explorado politicamente ou como promoção pessoal, mas que não se curvou diante de desafios pitorescos. A cabeça pensante em construir o Hospital foi Dr. JOAQUIM NETO CARNEIRO, Dr. Netinho. Com o auxílio de fazendeiros, muito unidos, conseguiram edificar o sonho. O Hospital construído, Dr. Netinho foi ao Rio de Janeiro, quando lá era a capital do país e conseguiu que Goiandira tivesse a primeira maternidade do Estado de Goiás. Politizaram o Hospital, Dr. Neto foi embora para Brasília e o Hospital ficou fechado por um bom tempo. Dr. Ruiter Teixeira Reis foi enviado para Goiandira, um ótimo médico. Conseguiu trazer para a cidade, com ajuda dos franciscanos, as Três Irmãs para trabalharem como enfermeiras. Sobre o Hospital, disse Zezé Teixeira, que era muito amigo do Dr. Neto 110


Sonho de um prefeito e realização de todos!

e do Prefeito Francisco Ferreira, quando fundaram o Hospital em 1946. Levaram quatro anos para edificá-lo. Antes do Hospital Maternidade havia um Hospital Volante no local onde está o Asilo.

Frei Beraldo no alto da foto, ladeado pelas professoras Miralice de Melo e D. Maria Conceição Porto

Frei Beraldo, uma pessoa muito capacitada, conseguiu a doação do terreno na Associação Maternidade e construiu a Casa das Irmãs, enfermeiras que trabalhavam gratuitamente e que, só bem mais adiante, tiveram carteira assinada. Foi ele também um instrumento na humanização do antigo Patrimônio. Em 15 de dezembro de 1971, foi determinado recesso parlamentar a partir desta data até 30 de março de 1972, reunindo-se, caso fosse necessário, de maneira extraordinária.

Aquisição por Cr$2.500 (Dois mil e quinhentos cruzeiros) do Lote n° 2, 111


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Quadra 67, com área de 1.902,40m² da Rua Absaí Martins Teixeira, no bairro NOSSA SENHORA DE FÁTIMA, onde hoje está funcionando o depósito da Prefeitura. Em 26 de dezembro de 1971, foi concedido o título de Cidadão Honorário aos frades da Congregação Franciscana. Em 17 de abril de 1972, foi concedido auxílio especial de Cr$500 (Quinhentos cruzeiros) para a excursão das alunas do último ano do Curso Normal.

Nova tentativa frustrada de se tentar vender as ações da PETROBRAS.

Em 30 de maio de 1972, foi concedido Título de Cidadão Honorário ao Dr. Francisco Pires de Almeida. Em 15 de agosto de 1972, o Sr. Prefeito ONESÍFORO MARIANO DE OLIVEIRA pediu licença por 90 dias para tratamento de saúde e assumiu o Vice-Prefeito ALTIVO MARQUES DA SILVA que prestou o juramento prometendo exercer com patriotismo, honestidade e espírito público, o referido mandato. Em 15 de dezembro de 1972, foram fixados subsídio e representação do Prefeito Municipal em 9(nove) salários mínimos regional. Em 31 de março de 1973, tendo como convidados ocupando lugar na mesa da Câmara, o Deputado Estadual Ênio Pascoal, o Diretor do DERGO; o Sr. HELIO LEVY; o Sr. SÍLVIO PASCOAL e o Sr. FRANCISCO DE ASSIS COSTA, delegado de Polícia da Comarca, realizou-se a chamada dos vereadores eleitos: SÍLVIO DE CASTRO LIMA, JOAQUIM GONÇALVES DE AGUIAR, HELENO QUIRINO NETO, DELERMANDO VIEIRA DE SOUZA, ANTONIO DELFINO DE PAULA, DARICO VITORINO BORGES e o reeleito ANTONIO QUIRINO GARCIA, o mais votado na eleição de 15 de novembro de 1972. A chapa da Prefeitura, Prefeito e Vice-Prefeito, JOSÉ TEIXEIRA DE ARAUJO e CARLOS DIAS JARDIM, foi convidada a apresentar declaração de bens.

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Sonho de um prefeito e realização de todos!

Capítulo VII Sobre “Luz na Câmara em Ação” CEPROFA- a educação primeira Gestão 1973-1976

JOSÉ TEIXEIRA DE ARAÚJO - Prefeito CARLOS DIAS JARDIM - Vice-Prefeito Vereadores eleitos:

DARICO VITORINO BORGES – Presidente

ANTONIO QUIRINO GARCIA – Vice-Presidente

ANTONIO DELFINO DE PAULA – 1º Secretário

JOAQUIM GONÇALVES DE AGUIAR – 2º Secretário

HELENO QUIRINO NETO

SILVIO DE CASTRO LIMA

DELERMANDO VIEIRA DE SOUZA

Em 30 de março de 1973, deu entrada na sessão da Câmara o projeto que criava o cargo de consultor jurídico da Prefeitura e de contratação de um Bacharel em Direito para responder pelo ato, com ordenado mensal que não ultrapassasse Cr$500(Quinhentos cruzeiros). 113


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Deu também entrada de Projeto que dispunha sobre o serviço de taxi.

Em 27 de maio de 1973, Concessão de Título de Cidadão Honorário Goiandirense ao Sr. João Diniz. Em 15 de junho de 1973, foi aprovado o Projeto que autorizava o Executivo a criar a Sede do Município e a Biblioteca Pública.

Biblioteca Municipal Professora Miralice de Melo A Câmara autorizou também o Executivo a vender um carroção e uma junta de bois do Matadouro. Foi aprovado o Projeto que fixava o quadro de pessoal nomeado do Município. Foi firmado convênio com a AGM- Associação Goiana de Municípios para instalação do Sistema Integrado de Supletivo.

Em 31 de julho de 1973, foi aprovada a aquisição de uma área de 2.452m² 114


Sonho de um prefeito e realização de todos!

na Avenida Esaú Marques, esquina com a Rua Getulino Artiaga, para a Caixa d’água e o Parque Infantil. Em 31 de Agosto de 1973, ficou autorizada a exploração agrícola pelos trabalhadores da Prefeitura no terreno municipal próximo ao Campo de Aviação. O Executivo foi autorizado a permutar uma área de terras da Prefeitura com o OPERÁRIO FUTEBOL CLUBE de Goiandira. Em 28 de setembro de 1973, pedido por JOÃO DE OLIVEIRA, através do vereador ANTONIO DELFINO DE PAULA, que o CENTRO ESPÍRITA CAMINHO DA LUZ, fosse considerado de Utilidade Pública.

A respeito do Centro Espírita...

Jerônimo Candinho, a propósito, Jerônimo Cândido Gomide, mineiro de Sacramento, médium kardecista, recebeu a seguinte missão de seu Professor, Eurípedes Barsanulfo, em 1918: “Você tem um trabalho a desempenhar em lugar escolhido e que se acha longe daqui...” Em 1919, graças à linha férrea, o médium chegou à nossa cidade e começou a divulgar a doutrina Espírita. Fundou o Centro Espírita Jardim da Luz bem como o Colégio Eurípedes Barsanulfo, ensinando o alfabeto às pessoas da comunidade no período da noite e trabalhando em uma fazenda de manhã, na enxada. Eram, então, os primeiros, Centro e Colégio espíritas do Estado de Goiás. Candinho tinha, no escopo da sua mediunidade, um fenômeno que se chama desdobramento. Ele ficava, como que em repouso, e seu espírito seguia até algum local onde era necessário. Conta-se que a molecada, em aulas iniciais, quando Candinho adormecia, devido ao fenômeno, colocava um gato 115


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

na entrada da sala, pois assim que o espírito retornasse o gato daria sinal, alertando as crianças. Olho de gato vê mais do que pensamos! A seguir, em 1924, Candinho chegou em Caldas Novas e fundou um Centro. De Caldas, foi a Santa Cruz e, na Fazenda Palmela, destino de sua missão, fundou o Centro Espírita Luz da Verdade, onde floresceu a cidade espírita brasileira com o nome de Palmelo. Principalmente pelo socorro prestado aos desvalidos, foi perseguido pelos homens, que o consideravam charlatão, com prática de medicina ilegal ou curandeirismo.

Jesus também...

HISTÓRICO DO CENTRO ESPÍRITA EURIPEDES BARSANULFO (Contribuição de Fernando Fonseca Guimarães)

No decorrer do início dos anos vinte, chegava em Goiandira, Estado de Goiás, vindo da cidade de Sacramento, Estado de Minas Gerais, Jerônimo Cândido Gomide e sua família. Dona Chiquinha era sua esposa. Jerônimo Candinho iniciou as reuniões espíritas em sua casa, atendendo os doentes do corpo e do espírito, exercendo sua mediunidade curadora, aliviando o sofrimento das pessoas que o procuravam. Com isso, foi-se formando um grupo de médiuns. Em uma reunião espírita, teve a orientação para fundar uma Casa Espírita e dentro de pouco tempo foi erguida, na Rua Anhanguera, o Centro Espírita Jardim de Luz, registrado em Cartório e na Federação Espírita do Rio de Janeiro, no decorrer do ano de 1924. Esses são alguns dos trabalhadores que frequentavam o referido Centro Espírita: Jerônimo Cândido Gomide, Raimundo Cândido Gomide, Antônio Teodoro, 116


Sonho de um prefeito e realização de todos!

Aristides Cardoso, João Alexandre, D. Rita Alexandre, José Mariano da Silva, José Olímpio de Araújo, José Venâncio Tavares, Maria Nazaré Cardoso, Luzia Cordeiro e Maria Luíza de Araújo. Neste mesmo Centro Espírita, foi fundado um Colégio com os professores Jesuíno Teixeira de Oliveira, D. Maria de Macedo e Elias Jorge. Este relato foi obtido através de uma entrevista com o Sr. Eurico Mariano Camilo, conhecido por Eurico Seleiro, com 92 anos, em 2020, cônscio e ativo laboralmente.

FRAGMENTOS DAS ATAS DE INAUGURAÇÃO E INSTALAÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA EURÍPEDES BARSANULFO

Nos 22 dias do mês de abril do ano de 1956, nesta cidade de Goiandira, em sua nova sede no salão de propriedade do Sr. JOÃO CASSIMIRO DO CARMO, presidente do Centro Espírita, às 19h, tendo como trabalhadores, José Olímpio de Araújo, vice-presidente; Terezinha Ávila Silveira, 1ª Secretária; Carmem Martins, 2ª Secretária; Oscar de Lima, 1º Tesoureiro; Manoel Antônio Sebastião, 2º Tesoureiro e o Bibliotecário Delfim Firmo Ferreira.

Aos 22 dias do mês de junho de 1962, nesta cidade de Goiandira, Estado de Goiás, à rua Campo Limpo, em recanto próprio provisório, onde cultivam os trabalhos espíritas, reuniram-se todos da irmandade espírita. Por anuência dos presentes, foi aberta a primeira reunião nesta casa espírita, com o presidente Delfim Firmo Ferreira; Walter Santana (Vice-Presidente); Eurípedes de Albuquerque Filho (1º Secretário); Geraldo Teixeira de Araújo (2º Secretário) e Eurico Mariano Camilo (Tesoureiro).

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Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Aos 12 dias do mês de janeiro do ano de 1966, na sua sede situada à rua 24 de outubro, nesta cidade, reuniram-se os membros da Diretoria do Centro Espírita Eurípedes Barsanulfo, tendo como presidente Delfim Firmo Ferreira, vice-presidente José Olímpio de Araújo, Tesoureiro Eurico Mariano Camilo.

Aos sete dias do mês de janeiro de 1967, nesta cidade de Goiandira, na sede própria do Centro Espírita Eurípedes Barsanulfo, situado à rua 24 de outubro, como presidente José Olímpio de Araújo, vice-presidente João de Oliveira, 1ª Secretária Helena Martins Cardoso Raimundo, 2º Secretário Ilbertino Cândido da Silva, Tesoureiro Jerônimo Tomaz Garcia e como fiscal Adolfo José Pereira.

Aos 10 dias do mês de agosto de 1969, às duas horas do iniciar da tarde, reuniram-se na Rua Leovegildo de Paula e Souza, antiga rua 24 de outubro, no Centro Espírita Eurípedes Barsanulfo, os novos componentes da direção, como Presidente Eurico Mariano Camilo, vice-presidente José Olímpio de Araújo, 1º Secretário Manoel Natário, 2º Secretário Helena Martins Cardozo, Tesoureiros João Batista Leite e Astrogildo Oscar de Santana, Fiscais Waldemar Cassimiro e Aparecida de Macedo.

Aos 10 dias do mês de* do ano de 1987, na cidade de Goiandira, no Centro Espírita Eurípedes Barsanulfo, na Rua Leovegildo de Paula e Souza, reuniram-se os membros para a nova diretoria e como presidente Eurico Mariano Camilo, Vice-Presidente Celestino Francisco de Macedo, 1a Secretária Eurípeda Aparecida Eliacino, Tesoureiro Nelson Antônio das Neves, Fiscais Iraí de Oliveira Garcia, Divina Maria Macedo Barbosa. (*falta o mês) 118


Sonho de um prefeito e realização de todos!

Aos 3 dias do mês de novembro de 1989, no Centro Espírita Eurípedes Barsanulfo, na Rua Leovegildo de Paula e Souza, em Goiandira, foi realizada a nova diretoria como Presidente Nelson Antônio das Neves, Vice-Presidente Célio Cassimiro Tristão, 1ª Secretária Circe Aparecida Silva Tristão.

Ainda no que concerne às atividades dos espíritas em Goiandira, conforme depoimento do ex-prefeito JOSÉ TEIXEIRA DE ARAÚJO, hoje, aos 92 anos, em entrevista,

O Mundico, irmão de Jerônimo Candinho, o espírita, era professor e construiu uma escola com o nome de “EURÍPEDES BARSANULFO”, em frente à Praça Principal, para alfabetizar os mais velhos, mais crescidinhos que perderam a oportunidade. Obs.: A transcrição dos fragmentos das Atas aqui registrados respeitou a originalidade com que foram escritos na época. Portanto, foram mantidos todos os registros na íntegra.

Em 15 de outubro de 1973, a Câmara autorizou o Executivo a dar escritura de doação do terreno à SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO ESTADO DE GOIÁS. Em 15 de novembro de 1973, foi concedida a Isenção de impostos por três anos para as indústrias que se instalassem no Município. Em 30 de novembro de 1973, concedida Isenção de multas, moras e correção monetária de todos os impostos municipais. Em 15 de dezembro de 1973, concedida gratificação às servidoras municipais do CMAE e do MOBRAL, bem como às monitoras do MOBRAL. Em 15 de março de 1974, doada às CENTRAIS ELÉTRICAS DE GOIÁS, CELG, uma linha de transmissão. Também doação de terras à ASSO119


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

CIAÇÃO ATLÉTICA BANCO DO BRASIL. Em 15 de outubro de 1974, a Câmara autorizou a troca de serviços da Patrola de Goiandira por manilhas de Catalão. Em 9 de dezembro de 1974, foi aprovado o Projeto que considerava de Utilidade Pública o CEPROFA – Centro Promocional Nossa Senhora do Rosário de Fátima.

CEPROFA, hoje CMEI Ingrassia Francesca (Irmã Franca) O CEPROFA nasceu dentro do Rotary Club de Goiandira. O Rotary foi criado em Goiandira em fevereiro de 1972. Mais uma vez, a atuação do Frei Beraldo. Os franciscanos perceberam que já não havia mais necessidade da presença deles aqui na região e foram saindo com o objetivo de desbravar para além de Goiânia, quando Tocantins ainda era Goiás. Por onde passaram, deixaram raízes, obras, formação. Em 1973, vieram os padres italianos como 120


Sonho de um prefeito e realização de todos!

Padre Lino, Padre Zé Borsato. Padre Lino trouxe as irmãs italianas, Francesca (Irmã Franca) e Irmã Amália Pasin e Francisco Pires de Almeida, Presidente do Rotary, teve a ideia de construir uma creche. O prefeito José Teixeira também ajudou a colocar essa ideia em prática.

O carro forte foi que começaram fazendo uma Olaria e tinham uma

carroça de boi para os transportes. As irmãs foram morar numa casinha no antigo Patrimônio. Ainda tiveram problemas com a luz vermelha do sacrário, pois, no local, isto sinalizava as três casas de prostituição existentes nas proximidades.

Wilson Barbosa Lima, que coordenava a merenda escolar em Cata-

lão, entrou na batalha e construído foi o CEPROFA, que deve ter funcionado durante uns cinco anos só com recursos de arrecadação própria. Um grande aliado foi o Sr. Antônio Abrão, gerente do Banco do Brasil. Em cada financiamento que ele concedia, pedia uma ajuda para o CEPROFA. Oscar de Lima foi presidente do CEPROFA por quatro ou cinco vezes, a turma só o procurava. As irmãs ficaram cerca de dois anos e foram embora construir noutro lugar. As irmãs dominicanas, em vez de trabalharem no Hospital foram para o CEPROFA. Eram elas: Assunta, Cristina e Maurícia.

O gerente do BB, Sr. Antônio Abrão ou “abramão”, foi embora, as

contribuições diminuíram e o CEPROFA começou a depender da Prefeitura.

Os prefeitos, em vez de mandar dinheiro, começaram a mandar fun-

cionários. Com a Irmã Cristina, o Prefeito Joaquim Batista ajudou um pouco mais. O Prefeito Rubens Abdala foi quem iniciou ações para a Prefeitura ficar com o CEPROFA. Certamente, sabendo que este Centro Promocional iria ruir mais cedo ou mais tarde. Wanda, Esposa de Rubens, foi colocada como Presidente da Entidade, também colocou a Ivone, esposa do José Afonso e os 121


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

antigos associados foram saindo de cena.

No mandato do Prefeito José Stalin, sua esposa Soraya, nova e entu-

siasmada, reabilitou o CEPROFA. A Senadora Lúcia Vânia construiu o NUMEG para abrigar as crianças que saiam do CEPROFA. O NUMEG – Núcleo dos Menores de Goiandira - foi construído onde havia sido a FEBEM.

A área do CEPROFA ficava encostada no Patrimônio. Patrimônio

era uma área muito pobre que foi doada à Igreja Romana, por uma senhora, quando Goiandira ainda pertencia a Catalão. Foi ocupada desordenadamente e sem escrituras. A Igreja não havia recebido nada até então. Aquela ocupação precisava ser humanizada e Frei Beraldo abraçou mais esta causa, com um carinho e atenção desmedidos. Solicitou e foi atendido pela 1ª Companhia de Engenharia de Construção, instalada em Goiandira, do Batalhão Ferroviário, com a equipe topográfica para delimitar os terrenos ocupados, gerando a planta de todo o local. Foram cadastrados 122 novos donos em vez de posseiros. Todas as escrituras foram lavradas por Oscar de Lima sem qualquer remuneração. No pagamento dos lotes, Frei Beraldo facilitou para todos, conforme as possibilidades de cada um.

No antigo Patrimônio, que virou Bairro Nossa Senhora de Fátima,

agiu um cidadão goiandirense, Sr. Dário Jardim que, no Governo de Irapuan Costa Junior, era Secretário de Obras. Puxando a sardinha para o coração, fez o asfalto de Goiandira para Catalão com acostamento, coisa rara em Goiás. Também asfaltou toda a cidade. O Prefeito Rubens Abdala, cobrou o asfalto da Igreja, sendo que a Prefeitura ocupava, gratuitamente, tanto o Colégio quanto o Depósito. Então, Oscar, que fazia parte do Conselho Econômico da Igreja, mediante pedido de Dom Antônio, Bispo de Ipameri e região, negociou as áreas pelo custo do asfalto, elas por elas. 122


Sonho de um prefeito e realização de todos!

Em 5 de fevereiro de 1975, houve a eleição do vereador ANTONIO QUI-

RINO GARCIA como Presidente da Câmara.

Em 28 de fevereiro de 1975, foi aprovada a Bandeira do Município de

Goiandira e o Brasão, mas não há referência aos autores.

Em 29 de agosto de 1975, foi considerada de Utilidade Pública a Confe-

rência Nossa Senhora do Rosário, da SSVP- Sociedade São Vicente de Paulo.

Em 15 de dezembro de 1975, foi alterado o artigo do Regimento Interno

que passava as sessões ordinárias da Câmara para quinzenais e estabeleceu-se que o período de 16 de dezembro a 1° de março seria o recesso.

Em 20 de fevereiro de 1976, foi alterada a delimitação urbana de Goian-

dira.

Em 30 de abril de 1976, fixou-se o dia 6 de maio, dia da emancipação

política de Goiandira, como FERIADO.

Foi concedido o título de Cidadão Honorário de Goiandira ao Vigário

Padre Lino Dala Pozza.

Em 17 de maio de 1976, o Prefeito foi autorizado a construir uma Praça

Municipal, situada na esquina da Avenida Agostinho Martins e Rua Francisco Santana, denominada PRAÇA DA BÍBLIA.

Também foi autorizada a construção de uma Rodoviária.

Em 15 de junho de 1976, firmou-se convênio com o Centro Social Rural

de Orizona para prestação de serviços de vacinação.

Em 30 de setembro de 1976, o Chefe do Executivo foi autorizado a con-

ceder Pensão às viúvas dos servidores públicos do Município. 123


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Em 30 de novembro de 1976, foi autorizado o gestor a conceder ABONO

DE NATAL aos servidores.

Em 7 de janeiro de 1977, foi concedido o Título de Cidadão Honorário

ao Capitão Hélio da Costa Vieira Borges.

Nesta data, foi autorizado o Prefeito a conceder a particulares a explora-

ção do Matadouro.

E, assim, findou-se uma gestão que não teve muito trabalho de análise

das propostas do Governo, certamente porque as mesmas tiveram redação jurídica profissional.

Foi dada a posse aos eleitos do último pleito, tendo como Prefeito e vice

os senhores RUBENS HÉLIO ABDALA e DARICO VITORINO BORGES, respectivamente.

124


Sonho de um prefeito e realização de todos!

Capítulo VIII Sobre “Luz na Câmara em Ação” Mandato Prorrogado Gestão 1977-1982

RUBENS HÉLIO ABDALA - Prefeito DARICO VITORINO BORGES – Vice-Prefeito

Vereadores Eleitos: JOSÉ ALVES DE SOUZA (mais votado)

SÍLVIO DE CASTRO LIMA (reeleito) – Presidente.

JESUS FILHO BORGES (*)

JOAQUIM GONÇALVES DE AGUIAR

ONELE QUIRINO NETO (***)

WALTER VIEIRA DE SOUZA (**)

IRINEU MAMEDE LEÃO

WILSON COELHO DE OLIVEIRA (*)

WILMAR PACHECO DE SANTANA (**)

SANDOVAL VIGARIO DA COSTA (***)

Em 20 de março de 1977, ficou autorizado o Prefeito a doar ao Governo do Estado um terreno no Povoado do Veríssimo. 125


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Praça Santa Teresinha com a Igreja ao fundo

Igreja Santa Teresinha do Menino Jesus no Povoado de Veríssimo 126


Sonho de um prefeito e realização de todos!

Também adentrou a Câmara abaixo-assinado de quase a totalidade dos comerciantes protestando contra o aumento da licença que superou os 50% e, ainda, foi solicitado o adiamento para o vencimento do dito imposto, sem multas. Em 30 de junho de 1977, o Senhor vereador JOAQUIM GONÇALVES AGUIAR pediu que a Câmara enviasse um ofício à Diretoria da Empresa PARAÚNA, para que levasse a sua linha de ônibus até Goiandira, no que foi atendido. Em 16 de agosto de 1977, ficou autorizado que o prefeito pagasse parte do aluguel residencial do Delegado de Polícia. Em 28 de outubro de 1977, foi encaminhado ao Prefeito o pedido do vereador JOSÉ ALVES DE SOUZA, para que fosse feita uma casa de residência para o Zelador do Cemitério e que também se levasse água e luz para dar assistência à Morada Eterna de todos os goiandirenses e seus entes queridos. Em 14 de novembro de 1977, agradecimento da Associação Médica Brasileira pelo apoio dado para que se implantasse no Calendário Nacional o “Dia do Médico”, 18 de outubro, dia de São Lucas. Em 16 de novembro de 1977, foi concedido título de Cidadão Honorário ao Coronel David de Freitas, Comandante do 2º Batalhão Ferroviário.

Que Mauá? Goiandira em boa Companhia...

Recorrendo à obra “Batalhão Mauá – Uma história de grandes feitos”, do amigo Edmar César Alves, pode-se aprimorar este relato, com referência a Goiandira. No meio do caminho de uma composição férrea, jeito manhoso de cha127


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

mar o trem, há muitas pedras e a simpática Goiandira. Goiandira já conhecia a nostalgia e o contágio da transformação do ambiente, devido às Marias Fumaças românticas, desde o princípio do século 20, mais precisamente em 1912, quando a magia do cavalo de aço rompia distâncias, transportando montanhas e gente. Chegada a hora de mudar o caminho, a bitola, deixar as Marias na fumaça e dar mais velocidade às cargas que não podem parar. O gigante designado para romper estes caminhos foi o 2º Batalhão Ferroviário de Araguari, alcunhado de Mauá. Em primeiro instante, se instalaram em Ipameri, mas, posteriormente, houve a necessidade de troca de local para viabilizar os trabalhos e Goiandira foi o alvo, na mosca. Em 12 de junho de 1973, foi criada a residência especial da 1ª Companhia de Engenharia de Construção em Goiandira, vindo a firmar como sede definitivamente no final de 1974. Veio de Ipameri para obter melhores resultados nas obras, relacionados ao tempo e ao movimento. Obras de arte exuberantes como pontes, viadutos e túneis serpenteiam o sudeste goiano no mais puro capricho do Batalhão Mauá. É verdade que a cidade de Goiandira ficou rasgada ao meio e houve a necessidade posterior de se fazer um viaduto para que se lhe aproximasse do cemitério e do trevo para Cumari e Nova Aurora. O trajeto terrestre que leva ao Povoado do Veríssimo também foi prejudicado bem como fazendas repartidas, mas é o preço que se paga pelo progresso. Entre Araguari e Goiandira são seis túneis e cinco pontes, ou viadutos, de incrível beleza, dignos de um turismo intenso, ainda na imaginação. A EFE-050, no trecho de Goiandira a Pires do Rio, foi inaugurada em 28 de julho de 1978, em solenidade na Estação de Goiandira, com presença do Presidente da República Ernesto Geisel. O maior desafio da obra, devido ao tempo escasso, foi a execução do Corte 81, extenso e alto, pois a ferrovia velha seria interrompida, com a inundação que lhe afetaria, da Usina Hidrelétrica de Itumbiara, prevista para 31 128


Sonho de um prefeito e realização de todos!

de março de 1980. Uma semana somente para limpar o corte, fazer as drenagens, lançar os dormentes e emendar a ferrovia. Houve alguns que trabalharam 72 horas seguidas, às vezes dormindo no cabo da pá, sonhando com a contribuição dada à Nação querida. Quinhentos homens em dez dias... No 81, a nota foi 1000, em terras cumarinas. Nos oito anos em que a 1ª Companhia de Construção se estabeleceu em Goiandira, houve muita interação com a população e movimentou o comércio, inclusive de vestidos de noivas. Numa conta por alto, na memória, catorze militares foram seduzidos: Aristeu e Euzenia, Roberto e Joana, Wilson e Vilma, Ricardo e Maria do Rosário, Marcos e Hélida, Marcos Marcelo e Angélica, Bedias e Raquel, Azambuja e Graça, Orlando e Luzia, Paulo e Cleide, Ozoski e Doracy, Jair e Abadia, Anicete e Sebastiana, Dias e Heloísa... A família militar, esparramada pelo solo pátrio, costuma ser muito solidária. São várias idas e vindas em que se deixa plantada uma amizade inesquecível. Quando cheguei na cidade do Rio de Janeiro, encontrei em Realengo, 1982, próximo à escola militar que eu iria frequentar, o casal Marcos Marcelo de Oliveira e Angélica Bueno de Oliveira com seus dois filhos pequenos, um de colo. O casal, Marcelo e Angélica, foi quem me deu muito apoio como: pousada, comida e conselhos. Verdadeiros anfitriões e também cicerones, pois me mostraram tudo que eu necessitava como banco, shopping, pegar trens e também o devido cuidado nas andanças, como trajar e conversar. Eu não os encontrei por acaso, haviam recomendações, pois a Angélica era (é) de Goiandira e conhecida da minha esposa Euzenia. Euzenia, um pouco depois de mim, foi para o Rio também. Ficamos morando em dois cômodos de fundo, alugados bem ao lado da Escola, tudo isto com localização e orientação do Marcelo. Como eu só ia pra casa nos fins de semana, Euzenia se amparou na Angélica durante todo aquele ano. Sei que jogávamos baralho bastante, casal contra casal, só pra ter briga. Risos. Fica patente que, quando se juntava a solidariedade da família militar com a solidariedade da família goiandirense, coisas maravilhosas aconteciam. Somos muito gratos e sempre que ajudamos 129


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

alguém, achamos que podemos fazer mais, pois muito fomos ajudados. Através da Companhia, houve em Goiandira incentivo ao esporte, geraram-se empregos e apoio técnico em geral, principalmente topográfico para o urbanismo do bairro, naquela época, chamado Patrimônio. Goiandira era o meio do caminho e tornou-se destino para muitos.

Em 20 de fevereiro de 1978, doação de um terreno urbano à SUTEG – Superintendência de Transporte e Terminais de Goiás. Certamente para a construção da Rodoviária. Em 22 de março de 1978, pedido de 6 (seis) meses de licença dos vereadores JESUS FILHO BORGES e WALTER VIEIRA DE SOUZA. Convocados os Suplentes WILSON COELHO DE OLIVEIRA e WILMAR PACHECO SANTANA.

1978 – Discurso do Prefeito Rubens Hélio Abdala no 47º Aniversário Goiandira (copiado na íntegra, respeitando a originalidade do mesmo) 130


Sonho de um prefeito e realização de todos!

Existem momentos da nossa existência que, ao nosso desejo de permanecer anônimo, o nosso sentimento se sobrepõe o entusiasmo cívico, levando-nos a fugir das normas que a nós houvéramos traçado. Sou, por índole, contra as manifestações exteriores das emoções; entretanto, não posso conter o impulso do meu entusiasmo, nesse instante, em que se comemora, festivamente, a data aniversária da fundação de nossa cidade, e quando abrimos as portas da cidade e de nossos corações para recepcionar os ilustres visitantes que aportam à nossa terra. Esta comemoração, aliás é tanto mais significativa, quando nesta hora, se multiplica o esforço comum, dobra-se o trabalho de todos, por impulsionar o ritmo de nossa existência regional, de modo a conquistar uma posição de vanguarda, no consenso do Estado, pela grandeza do município. Há anos, um punhado de pioneiros assentavam nestas paragens os alicerces, sobre que deveria estar-se a hora que estamos a viver, a luta que eles empreenderam contra a natureza, para dominá-la, se engrandece hoje à nossa contemplação, na escala do progresso que se pode observar, ininterrupto, até o nosso momento, não os detiveram os obstáculos, as circunstâncias, por vezes, penosas, em que se desenvolveu a colonização e a fundação desse agrupamento, que viria, depois, constituir-se sede importante da riqueza regional e alcançar, pelos seus próprios recursos, a posição destacada que alcançamos. Ao comemorarmos hoje a fundação de nossa querida terra, não podemos deixar de recordar as figuras grandiosas da história local, simbolizadas no esforço, na perseverança e na fé de um povo guerreiro que sempre lutou com denodo para um melhor lugar ao sol. Sobremodo, para as gerações que estão surgindo deve o seu exemplo servir de modelo para o futuro, por que possamos realizar uma ascensão vertical na direção de nossa emancipação política, social e econômica. Às autoridades presentes as nossas últimas palavras de agradecimento e reconhecimento, não só pela honrosa visita, mas, principalmente, pelo muito 131


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

que fizeram em prol da nossa comunidade. Ao bondoso povo de Goiandira o meu muito obrigado pela confiança, pela amizade, pela compreensão e pela inestimável ajuda que tem proporcionado ao meu Governo, a qual procuro retribuir em forma de progresso. Viva o Brasil!!! Viva Goiás!!! Viva Goiandira!!!

Em 16 de agosto de 1978, aprovou-se o Projeto que isentava templos religiosos de taxas e impostos municipais. Em 12 de fevereiro de 1979, foi eleita a chapa do Presidente JESUS FILHO BORGES para a composição da Mesa Diretora. Em 2 de maio de 1979, registrou-se autorização para a Prefeitura dar um Prêmio de Cr$16.000 (Dezesseis mil cruzeiros) aos três primeiros colocados na FESTA DO PEÃO e aumento de 46,57% aos servidores da Prefeitura. Em 6 de setembro de 1979, foi concedida licença de três meses, a contar de 10 de outubro de 1979, por interesse particular, ao vereador ONELE QUIRINO NETO. O Suplente WILMAR PACHECO DE SANTANA não pôde cobrir a licença por estar estudando e foi chamado SANDOVAL VIGÁRIO DA COSTA. Em 5 de dezembro de 1979, foi concedida licença de quatro meses ao vereador JESUS FILHO BORGES. Em 3 de março de 1980, a Câmara de Itumbiara convidou o Presidente da Câmara para as reuniões dos dias 7, 8 e 9, do corrente, para comparecer ao Encontro dos Presidentes de Câmaras.

Foi licenciado o Datilógrafo da Câmara e, nomeado para substituí-lo, o 132


Sonho de um prefeito e realização de todos!

jovem SÍLVIO DE CASTRO LIMA JÚNIOR. Em 1º de abril de 1980, registrou-se a renúncia do Vereador JESUS FILHO BORGES, por não residir mais na cidade. WILSON COELHO DE OLIVEIRA, então, tomou assento definitivo. Em 7 de maio de 1980, houve a eleição da Mesa Diretora devido à renúncia do presidente. Foi eleito o vereador WILSON COELHO DE OLIVEIRA. Da Suplência à Presidência. Em 2 de junho de 1980, celebrado o Termo Aditivo com a EMATER, destinado a contribuir com o custo operacional do escritório local, no valor de CR$50.000 (Cinquenta mil cruzeiros) para o ano de 1980. Em 1º de agosto de 1980, adentrou ofício da Câmara de Araguari, comunicando ter sido dado o nome de uma rua daquela cidade com o nome de Goiandira e, sendo assim, solicitou que se desse o nome de ARAGUARI a uma das ruas de Goiandira. Resolução que atualizava os vencimentos dos vereadores em 3% dos vencimentos dos deputados estaduais. Passou-se, então, a remuneração dos vereadores para o valor de Cr$4.939,14 (Quatro mil, novecentos e trinta e nove cruzeiros e quatorze centavos). Em 28 de agosto de 1980, Projeto de lei que ratificava convênio firmado entre a Prefeitura e a FUNDAÇÃO ESTADUAL DO BEM ESTAR DO MENOR – FEBEM – FUNABEM. Foi firmado convênio com a CAMPANHA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR, criando o SETOR MUNICIPAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR – SEMAE

Doação de terras à COHAB.

Encaminhado ofício ao Chefe de Estação sobre o acesso ao Cemitério, 133


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

pois as composições interrompiam o trânsito por mais de hora. Em 3 de novembro de 1980, foi recebido Ofício da Comissão Nacional Pró-Indicação de Chico Xavier ao PRÊMIO NOBEL DA PAZ, solicitando apoio. Em 1º de fevereiro de 1981, aprovou-se a Prorrogação dos mandatos até 31 de janeiro de 1983. Presidente da Câmara eleito JOAQUIM GONÇALVES DE AGUIAR. Em 20 de março de 1981, foi concedida a autorização para explorar o Terminal Rodoviário.

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Sonho de um prefeito e realização de todos!

Em 23 de outubro de 1981, foi firmado Convênio com a FUNDAÇÃO ESTADUAL DE ESPORTES DO ESTADO DE GOIÁS, para conclusão e ampliação da Praça de Esportes de Goiandira. Em 23 de novembro de 1981, foi concedida autorização ao Chefe do Executivo para adquirir 30 sacos de adubo, para plantio da lavoura para os servidores municipais, sendo que 60% ficariam com os servidores e o restante com a Prefeitura para serem distribuídos às entidades filantrópicas. Em 1º de dezembro de 1981, autorização concedida para se doar um terreno para a construção de um prédio para instalação do IPASGO.

Prédio do IPASGO construído durante a presidência do Dr. José Ferreira Pires Filho 135


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Em 04 de maio de 1981, foi vetada a autorização para que se adquirisse uma área de 48.400m², situada próxima ao Cemitério, onde se achava em fase final, o Estádio Municipal, o que seria feito através de desapropriação ou venda amigável. Em 6 de outubro de 1982, Projeto que abriu crédito especial para construção do prédio para a instalação da CEF, Caixa Econômica Federal. Em 1º de fevereiro de 1983, aconteceu a posse dos eleitos, como Prefeito o Sr. JOAQUIM BATISTA TRISTÃO e Vice-Prefeito o Sr. ANTONIO QUIRINO GARCIA.

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Capítulo IX Sobre “Luz na Câmara em Ação” 70 Anos Depois Gestão 1982-1988

JOAQUIM BATISTA TRISTÃO - Prefeito ANTONIO QUIRINO GARCIA- Vice-Prefeito Vereadores Eleitos:

JOÃO BATISTA DO ESPÍRITO SANTO MARIANO-Presidente

JAIME EVANGELISTA DE MELO

VIVALDO GONÇALVES TRISTÃO

SEBASTIÃO VITORINO DA SILVA

WILSON COELHO DE OLIVEIRA (reeleito)

HUGO MARIANO DE OLIVIERA

JOAQUIM GONÇALVES DE AGUIAR (reeleito)

Em 8 de março de 1983, o Prefeito foi autorizado a atender o pedido feito pelo vereador JOAQUIM GONÇALVES DE AGUIAR no sentido de conceder um auxílio de Cr$15.000 (Quinze mil cruzeiros) ao Delegado de Polícia, para ajudar no aluguel da casa residencial. Em 22 de março de 1983, registrou-se a entrada do convite para a posse 137


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do Governador IRIS REZENDE MACHADO e o Vice-Governador ONOFRE QUINAN. Em 12 de abril de 1983, foi considerada de Utilidade Pública a Loja Maçônica Asilo da Virtude.

FUNDADA EM 09-12-1935

O estandarte da Loja Asilo da Virtude traz sua condição de Loja Capitular do REAA e sua integração ao Grande Oriente do Brasil, GOB, através da jurisdição do Grande Oriente do Brasil, Estado de Goiás, GOB-GO. O Delta luminoso no centro nos lembra que o G.’.A.’.D.’.U.’. deve estar no centro de nossas vidas. A cor azul da franja e no interior do desenho nos lembra a Maçonaria Azul ou Simbólica. O Grau de Aprendiz é lembrado nos três pontos e na posição do esquadro/compasso sobre o altar dos juramentos. 138


Sonho de um prefeito e realização de todos!

O Grau de Companheiro está presente no pentagrama e na letra G. O Grau de Mestre é simbolizado na acácia, que recobre e envolve todo o resto, demonstrando a importância e a responsabilidade do Mestre para a Loja, principalmente na condução dos aprendizes e companheiros. Os degraus simbolizam o crescimento do maçom rumo ao resplendor divino, à perfeição do nosso Sol, relembrando os graus 4, 14 e 18 do REAA. Iris Antonio Ferreira de Souza-CIM 210686 Ven Mestre

LOJA MAÇÔNICA ASILO DA VIRTUDE, 1132 GOB-GO, ESTRELA DA DISTIÇÃO MAÇÔNICA GOIANDIRA-GO

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Estórias da História de Goiandira - 70 anos

RESUMO HISTÓRICO

Em relação à loja Asilo da Virtude, pode-se resumir seu histórico da seguinte forma: Aos nove dias do mês de dezembro de 1935, em prédio alugado, foi fundada a Augusta e Respeitável Loja Simbólica Asilo da Virtude, federada ao Grande Oriente do Brasil e, posteriormente, jurisdicionada ao Grande Oriente do Estado de Goiás, do qual foi uma das dez lojas fundadoras em 26/10/1957. Para seus trabalhos, a loja escolheu o Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA), o mais utilizado no país, sendo que hoje vários irmãos da loja atingiram o grau 33, último da escalada maçônica neste rito. Participaram da sessão magna de fundação da Asilo da Virtude os maçons Henrique Balzani, da Loja Paz e Amor IV, de Ipameri-GO que foi o presidente da sessão; José Theotonio Dias, da Loja Asilo da Razão, de Goiás, capital do Estado naquela época; Virgilio Victorino, da Loja Paz Amor IIIª, de Catalão; Homero Rosa, Sebastião Martins Pacheco, Itamar Santana, Antonio de Lima, Gabriel Elias Thomé, Abrahão Isaac Netto, João Scalia, da Loja Triângulo Mineiro, de Araguari MG. Foram nomeados provisoriamente os seguintes maçons para os cargos de direção da loja: Venerável Mestre (presidente da loja): José Teotônio Dias; 1º Vigilante (1ºVice-presidente): 140


Sonho de um prefeito e realização de todos!

Sebastião Martins Pacheco; 2ªVigilante (2º vice-presidente): Virgilio Vitorino; Orador (Ministério Público Maçônico): João Scalia; Secretário: Itamar Santana; Tesoureiro: Gabriel Elias Thomé; Mestre de Cerimônias: Abrahão Isaac Netto; Cobridor (Guarda do Templo): Antonio de Lima. A sessão magna de eleição da primeira diretoria provisória ocorreu em 13/01/1936, sendo eleitos os irmãos: Henrique Balzani como venerável de honra; José Teotônio Dias, venerável; Sebastião Martins Pacheco, primeiro vigilante; Virgilio Vitorino, segundo vigilante; João Scalia como orador; Itamar Santana, secretário; Sebastião Elias Thomé como tesoureiro; Homero Rosa, chanceler; Sebastião José Martins, hospitaleiro e Antonio de Lima, cobridor. A primeira Sessão Magna Iniciação em nossa loja ocorreu em 15/02/1936, na qual foi iniciado o Sr. Bernardino Rosa. Em 19/02/1936 foi iniciado Flaminio Poli e em 22/02/1936 foi iniciado Manoel Rosa. Estes foram elevados a companheiros em 03/03/1936. Foram exaltados a mestres em 23/04/1936. Em 11/05/1936 ocorreu nova eleição, sendo escolhido para venerável mestre o irmão Sebastião Martins Pacheco. A Loja, obedecendo aos princípios maçônicos de se investir na formação do homem, desde cedo preocupou-se com o aspecto cultural e educacional das crianças de Goiandira. A preocupação transformou-se em interesse e este em ação concreta. Depois de um enorme sacrifício dos irmãos daquela época, foi construída a escola que passou a se chamar Externato São João da Escócia, com data de fundação em 15/03/1955, sendo venerável na época Wilson Alves Porto. O Externato teve como primeiro diretor o irmão José Alves Porto Filho e a primeira professora contratada foi Eni Silva. Em 30/11/1956 , sob o comando da professora Waldeci Veronese Paixão, houve a primeira formatura dos alunos Eurípedes Macedo, Dorcas Alves de Rezende, Célia Fer141


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reira Santana, Jesus Alves Toledo, Neli Alves Toledo, Nerildo Ferreira Santana, Eusmálio Lobato Santana, Jesus Borges. Em 25/11/1975, através de acordo entre a Loja Asilo da Virtude e o Estado de Goiás, firmou-se um convênio entre o Externato e a Secretaria de Educação do Estado de Goiás que perdurou até meados de 2001. Em 15/06/2001, foi firmado novo convênio, desta vez com o município, que passou a administrar a escola, sem qualquer ônus aos cofres públicos, mas com a obrigação da manutenção em boas condições do prédio conveniado. Atualmente, a escola funciona em horário integral e tem matriculados alunos no Ensino Fundamental até a 4ª Série, sendo destaque na educação no Estado de Goiás. A Relação de Veneráveis da Asilo da Virtude, desde sua fundação, é a seguinte: 1º - José Teotônio Dias....................................... 1935/1936 2º - Sebastião Martins Pacheco........................... 1936/1937 e 1941/1942 3º - Virgilio Vitorino.......................................... 1936/1937/1938/1939/1940 4º - Gustavo de Lima Filho................................. 1940/1941 e 1945/1946 5º - Abraão Isaac Neto........................................ 1942/1943 e 1943/44/45 6º - Abraão Kalil Mansur.................................... 1946/1947/1948 e 1950/1951 7º - Joaquim Martins Araújo............................... 1948/1949 8º - Aurélio Aires Martins................................... 1949/1950 9º - Antonio de Lima ........................................... 1950/1951 10º-Wilson Alves Porto........ 1952/53/54/55/56, 1958/59/60/61/62, 1977/1979 e 1983/1985 11º - Honestino Pereira....................................... 1953/1954 142


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12º - Ascendino Celestino da Silva.................... 1956/1957 13º - Newton Porto Tristão................................ 1962/1963 14º - José Eustáquio Nascimento...................... 1963/1965 e 1967/1969 15º - Delfim Firmo Ferreira.............................. 1965/1967 16º - João Ferreira............................................. 1979/1981 17º - Artur Valdomiro de Santana..................... 1971/1973/75, 1981/1983 e 1985/1987 18º - Samuel de Aguiar..................................... 1985/1985 19º - Odemir Moreira de Melo.......................... 1987/1989 20º - Duílio Silva Sobrinho............................... 1989/1991 e 2003/2005 21º - João Antonio de Faria.............................. 1991/1993 e 2007/2009 22º - Marcos Fernando Silva Oliveira.............. 1993/1995 e 1995/1997 23º - Marcos Moreira Teixeira......................... 1997/1999 24º - Djalma José de Oliveira.......................... 1999/2001 25º - João Luiz de Freitas................................ 2001/2003 26º - Luiz Fernando de Morais......................... 2005/2007 27º- Sílvio de Castro Lima Junior.....................2009-2011 28º - Iris Antônio Ferreira de Souza...................2011/2013 29º - João Luiz de Freitas.....................................2013/2014 30º - Rubens Cândido da Silva............................2015/2017 31º - João Antônio de Faria...................................2017/2018 32º - Sílvio César de Melo.....................................2018/2019 33º - Sílvio César de Melo......................................2019/2020

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Em 26 de abril de 1983, foi considerado de Utilidade Pública o Centro Espírita EURÍPEDES BARSANULFO. Uma segunda Casa Espírita foi inaugurada na cidade...

Centro Espírita Casa de Ismael A data correspondente à fundação do Centro Espírita Casa de Ismael é dia 26 de setembro de 2017 e, provisoriamente, está localizado na Avenida Joaquim Neto, 33 – Centro. Sua formação deu-se através da necessidade de atendimento espiritual às famílias que iniciaram o tratamento na Cidade de Palmelo – GO e que precisavam dar sequência, a longo prazo, sem interrupções. A edificação da Casa de Ismael aconteceu de forma muito simples e objetiva: a Senhora Luciene Adriano Almeida reuniu sua família e mudou para Palmelo por 30 dias, no mês de julho de 2017, com a finalidade de receber tratamento espiritual. À medida que os dias passavam e alguns pacientes iam se fortalecendo, outros demonstravam necessidade de permanecer em tratamento por mais tempo. O período no qual ela e os familiares ficaram em Palmelo recebendo ajuda espiritual, foi suficiente para que os médiuns Lázaro, da Casa de Lázaro e João, da Casa de Apoio, repassassem as orientações para se formar um grupo de oração com aquele pessoal que ali estava em tratamento. 144


Sonho de um prefeito e realização de todos!

Os médiuns palmelinos, acima citados, foram os responsáveis pela estruturação espiritual da Casa de Ismael durante os dois meses que se seguiram até a fundação do Centro. Foram várias viagens até Palmelo para que o grupo se inteirasse do trabalho que deveria ser realizado pela Instituição. Ao final do período preparatório, as orientações apontavam que os trabalhos deveriam ser voltados para o socorro dos irmãos sofredores tanto encarnados como desencarnados, principalmente os últimos, mas sem negligenciar os primeiros. A forma de ajuda aos sofredores é a prece, o passe magnético, a água fluidificada e o esclarecimento através do estudo das Obras Básicas da Doutrina Espírita. Findada esta etapa, tendo sempre a nossa irmã Luciene à frente da proposta abraçada, iniciou-se a procura de um local onde seria erguido o Centro. Não se pode esquecer de relatar que os amigos espirituais afirmavam que, caso não houvesse um local adequado, era para o grupo se reunir debaixo de uma árvore até construir o imóvel que seria a sede da Casa. Como a Doutrina Espírita preza pela simplicidade, a construção seria composta de um salão amplo, uma sala de passe, dois banheiros (feminino e masculino) e uma pequena cozinha num terreno doado pelo Sr. Célio Fernandes da Silva, localizado à margem da GO 305. Mas dada a urgência de sequenciar os tratamentos iniciados em Palmelo, o Sr. Célio emprestou, temporariamente e com o consentimento de seus irmãos Aurea Regina da Silva, Cé145


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sar Fernandes da Silva e Fábio Fernandes da Silva, a casa de sua falecida mãe, Helena Fernandes da Silva, para o funcionamento do Centro. A presidente Luciene fez as devidas adequações na casa para iniciar as atividades espirituais. Na reunião que marcou a fundação da Casa estavam presentes os seguintes médiuns: Luciene Almeida, Wilma de Castro, Reni Ferreira, Elson Agapito, Silvana Silva e Neves e Wanderley. Foram definidos os dias e horários de funcionamento da Casa: na terça-feira, reunião com leitura do Evangelho Segundo o Espiritismo, passe fluídico e tratamento espiritual. Na quinta-feira, estudo das Obras Básicas, desenvolvimento mediúnico e, na sexta-feira, a corrente de oração. Neste período de funcionamento, várias pessoas chegaram. Algumas ficaram e outras seguiram. A presidente Luciene sempre buscando o melhor para o grupo de trabalhadores e de assistidos. Com a chegada da pandemia provocada pela COVID 19, a Casa de Ismael, seguindo as orientações das autoridades competentes, fechou temporariamente suas portas, pelo período de três meses. No momento, voltou a funcionar, parcialmente, com um número reduzido de médiuns e aplicação do passe com agendamento de horário nos dias dedicados às atividades, isto é, na terça e na sexta-feira.

Em 4 de outubro de 1983, foi concedido Título de Cidadão Honorário 146


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para o Sr. Hermes Mendonça, funcionário da EMBRATEL. Em 13 de março de 1984, foi aprovada a mudança dos nomes das ruas Benjamin Constant e Anhanguera para JOÃO MOREIRA DE MELO e FLORENTINO ALVES, respectivamente. Em 27 de março de 1984, o Juiz de Direito CARLOS HIPÓLITO ERCHER comunicou que assumira o cargo de Juiz de Direito da Comarca de Goiandira. Foi feita a doação de terras destinadas à construção da Vila Mutirão. Em 19 de junho de 1984, foi registrado o recebimento do requerimento dos vereadores de Catalão, JOÃO BATISTA DE DEUS, JOÃO ALVES DA SILVA e VANDERVAL FLORISBELO DE AQUINO, pedindo à Câmara de Goiandira que oficiasse os Senadores e Deputados Federais por Goiás, para votarem a subemenda do Comitê Pró-Diretas Já, nas Eleições para Presidente da República do Brasil. Em 27 de junho de 1984, foram denominadas as ruas GETULINO ARTIAGA, ANTONIO VERONEZ, CARLOS DA PAIXÃO E JOÃO DAVID. Em 14 de agosto de 1984, foi autorizada a doação de um prédio residencial à Sra. MARGARIDA ALVES. Em 20 de agosto de 1984, o Chefe do Executivo Municipal foi autorizado a requerer usucapião de uma área de terra de 2.014, 12m², por Utilidade Pública e interesse social. Em 10 de outubro de 1984, Ofício do Sr. Deputado Federal IRAPUÃ COSTA JÚNIOR comunicando à Casa que encaminhara ao Sr. Prefeito alguns medicamentos e outros naturais, a fim de serem distribuídos para as pessoas carentes.

Em 28 de novembro de 1984, aprovado o Projeto do vereador JOÃO BA147


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TISTA DO ESPÍRITO SANTO MARIANO autorizando o Executivo a vender ações da PETROBRAS. O resultado obtido foi destinado para a construção da ponte sobre o Córrego Dourados. Em 1º de fevereiro de 1985, foi eleita a chapa de VIVALDO GONÇALVES TRISTÃO para a Mesa Diretora. Em 13 de fevereiro de 1985, aconteceu a troca do nome da rua 6 DE MAIO para WILSON ALVES PORTO. Em 10 de abril de 1985, foi autorizado o Executivo a adquirir aparelhos telefônicos usados. Em 8 de maio de 1985, nomeado foi o datilógrafo da Câmara, Sr. ARMANDO PEREIRA MACHADO NETO, em substituição ao Sr. DIVINO LOPES CARDOSO. Foi concedido o Título de Cidadão Honorário de Goiandira ao Sr. Governador Iris Rezende Machado. No dia 17 de maio, ocorreu a solenidade de entrega, com a presença das seguintes autoridades: JOAQUIM BATISTA TRISTÃO – Prefeito de Goiandira HENRIQUE SANTILO – Senador IRAN SARAIVA – Deputado Federal IRAPUAN COSTA JUNIOR – Deputado Federal representante desta cidade MAURO NETO– Deputado Estadual Representante da Região na Assembleia Legislativa JOSÉ ALVES DE SOUZA – Presidente do PMDB local e Vereadores da Casa. Em 28 de junho de 1985, convite do CEPROFA para participação da Festa Junina no dia 27 de junho de 1985.

Recebido requerimento de autoria da vereadora JUSSARA CONY, de 148


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Porto Alegre-RS, solicitando moção de repúdio pela agressão seguida de morte do vereador de Araguaína, Sr. Edmundo Galdino, alvejado com três tiros, no dia 4 do corrente mês. Em 28 de junho de 1985, o Sr. Deputado MAURO CAMPOS NETO solicitou ao Sr. Governador a autorização para que fosse implantado o Sistema de Transmissão da TELEVISÃO BRASIL CENTRAL. Em 7 de agosto de 1985, a Câmara foi visitada pelo Dr. JOSÉ FAGUNDES, Promotor da cidade. Em 14 de agosto de 1985, registrou-se pedido do vereador JOAQUIM GONÇALVES DE AGUIAR, solicitando a interferência do Prefeito, para implementação de uma COOPERATIVA MUNICIPAL, para funcionários e membros da Prefeitura. Em 4 de setembro de 1985, autorizado o Prefeito a adquirir terreno para construção do prédio da CADEIA PÚBLICA. Foram concedidos Títulos de Cidadão Honorário ao Deputado Federal Irapuan Costa Junior e à sua esposa, Sra. Lúcia Vânia Abrão Costa. Em 22 de setembro de 1985, entrega das honrarias de Cidadão Honorário de Goiandira ao casal Deputado Federal Irapuan Costa Júnior e Lucia Vânia Abrão Costa. Esse evento contou com a presença do Prefeito JOAQUIM BATISTA TRISTÃO, Vice-Prefeito ANTONIO QUIRINO GARCIA, todos os vereadores e mais: Presidente do PMDB local: JAMIR MARQUES DE SOUZA Promotor de Justiça: Dr. JOSÉ FAGUNDES Presidente do Sindicato Rural: GILBERTO BORGES Delegado de Polícia: HELENO GALDINO PEREIRA Delegado do Diretório PMDB: ODILON GOMIDES DA SILVA 149


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Prefeito de Ouvidor: HELENO PEREIRA NETO Vereadora de Anhanguera: MARIA MARLENE VIEIRA Vereador de Catalão: BATUÍRA BORGES Assessor de Obras da CEAE-GO: WILSON BARBOSA DE LIMA e Chefe do Setor Regional de Alimentação Escolar de Catalão: TERESINHA BARBOSA CARRIJO. Na ocasião, o Prefeito JOAQUIM BATISTA TRISTÃO, em discurso, agradeceu a grande participação pró município de Goiandira ao Deputado IRAPUAN COSTA JÚNIOR, inclusive quando no mandato de Governador. À sua esposa LÚCIA VANIA ABRÃO COSTA, o agradecimento especial por ações direcionadas ao CEPROFA. Em 13 de novembro de 1985 o Projeto de Lei 666 autorizou o Chefe do Executivo a cobrar contribuição de melhoria no município. Em 20 de novembro de 1985, convênio com o Município de Catalão com a finalidade de aquisição de equipamentos de transmissão de som e imagem da TV ANHANGUERA. Em 27 de novembro de 1985, Ofício do Sr. Deputado Estadual, Dr. MOISES ABRÃO NETO, informando a inclusão de Goiandira no Mutirão da Moradia a ser executado no ano seguinte. Em 21 de maio de 1986, o Executivo foi autorizado a alugar um cômodo comercial para funcionamento do DETRAN, situado à Rua Joaquim Neto. Em 11 de junho de 1986, aprovou-se a permuta de nome da Rua Nova Aurora por Rua João Tristão Cavalcante e vice-versa. Em 18 de junho de 1986, o Presidente da Sociedade São Vicente de Paulo, Sr. JOÃO VIGÁRIO, solicitou intervenção da Casa junto ao Prefeito para ceder uma funcionária para a Sociedade, no caso, o Asilo. 150


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Zezé Teixeira foi um dos fundadores do Asilo, no ano de 1946, no local onde existia o HOSPITAL VOLANTE. No seu governo, ampliou o Asilo. Fez 12 casas ao fundo e murou toda a área. Em 18 de julho de 1986, foi considerada de Utilidade Pública a ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO À MATERNIDADE E À INFÂNCIA DE GOIANDIRA. Em 3 de setembro de 1986, houve a desapropriação das Vilas Mutirão e Vitoriana para doação aos seus moradores. Em 24 de dezembro de 1986, foi criado o Estatuto do Magistério Público Municipal de Goiandira. Em 2 de fevereiro de 1987, foi eleita a chapa do Presidente JAIME EVANGELISTA DE MELO para a Mesa Diretora da Câmara. Em 4 de junho de 1987, implantação do PROGRAMA DA AÇÃO MUNICIPALISTA – PAM. Em 9 de junho de 1987, autorizado o pagamento de aluguel de um cômodo comercial para funcionamento do Conselho de Contas e outro para a Coletoria Estadual.

Concessão de Título de Cidadão Honorário a trinta e um agraciados: 151


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Dr. Mauro Miranda Soares, Dr. Arédio Teixeira Duarte, Dr. Antônio Faleiros Filho, Wilson Barbosa Lima, Uglax Rocha Braga, Walter Rocha, Manoel Albano Alves, Dr. Marcos Fernando da Silva e Oliveira, José Luiz Gomes, Haley Margon Vaz, João Rodrigues Borges, Dr. Lauro Wilson Henriques, Mário Santos, Armando Spíndola Carneiro, Hermes Mendonça, Ósio Garcia, Dr Miron Alvarenga Leite, Dr. Paulo Fayad Sebba, Heleno Galdino Pereira, Gilberto Borges, Maria Elza da Silva Cardoso, Paulo Borges, Luiz Eduardo de Oliveira, Geraldino Renato da Silva, Wilson Telles da Silva, Dr. Adélio Campos, Dr. José Fagundes, João Sebastião de Moura, Adalberto Duarte da Silva, Antônio Afonso e José Eustáquio Espíndola Pires.

Em dezembro de 1987, governo de Joaquim Batista Tristão, foi feita uma homenagem a um braço forte da construção do Hospital de Goiandira, Dr. Netinho. Notem, no seu discurso, que um grande homem nunca assume sozinho o heroísmo de um feito.

Ao Povo de Goiandira

Senhoras e Senhores, autoridades presentes,

Goiandira recebe seu ilustre filho, Doutor Joaquim Neto Carneiro Filho, por todos conhecidos como “Doutor Netinho”. Doutor Netinho estudou no Rio de Janeiro e formou-se em Medicina com apenas 23 anos de idade. Clinicou em Goiandira por mais de 18 anos, desenvolvendo notável obra, fazendo jus ao que seu pai, um dos fundadores, iniciara em nossa cidade. O fundador, Joaquim Neto Carneiro, nome hoje de uma das principais ruas da cidade, mostrou sua confiança e sua fé nos destinos de nossa cidade, construindo no ano de 1919 sua residência, hoje sede do executivo municipal. Tendo o fundador Joaquim Neto Carneiro falecido com apenas 43 anos de idade, teve sua esposa, Dona Alexandrina Costa Neto como continuadora de 152


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seu trabalho. Ambos estão repousando o sono eterno no Cemitério de Goiandira. Numa demonstração de amor aos desejos de Joaquim Neto e Dona Alexandrina, o filho, Doutor Netinho, para cá veio com o fim único e exclusivo de fazer o bem e servir com carinho aos seus conterrâneos. Doutor Netinho é merecedor de todas as homenagens que uma pessoa, que veio ao mundo para praticar o bem e a caridade, possa merecer. Goiandira, através das gerações presentes e futuras, recebe com emoção este grande filho da Terra que aqui hoje vem, não só para receber nossas mensagens, como também para receber nossos agradecimentos por tudo o que fez por nossa gente. É com profunda emoção que leio a mensagem de coragem, otimismo e fé que o Doutor Netinho nos lega.

Prédio original do Hospital 153


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Mensagem do Dr. Netinho ao povo de Goiandira

Certo dia, no início da década de 1940, em plena 2ª Guerra Mundial, algumas pessoas de nossa cidade, entre elas Abraão Isaac Neto, comerciante; José de Carvalho, farmacêutico; Orlando Barbosa, Funcionário Público, liderados pelo Dr. Francisco Ferreira de Andrade, Juiz de Direito, decidiram fazer alguma coisa em benefício da população mais carente, principalmente, gestantes e crianças. Organizaram a Associação de Proteção à Maternidade e à Infância de Goiandira, registrando em seguida os Estatutos Sociais. Sendo eu o único médico, aqui residente, me prontifiquei para dar toda assistência médica. Instalamos um modesto consultório de garagem que nos foi oferecida pelo falecido Idelfonso Telles e ali começamos orientando gestantes e tratando crianças. O Doutor Francisco, com seu entusiasmo pela causa, procurava obter recursos para desenvolver nossas atividades. Naquela época, os governos de Goiás, estadual e municipal, não possuíam recursos para aplicar na saúde da população, não havia INPS e a assistência Médica era feita gratuitamente às pessoas menos favorecidas, pelos médicos, farmacêuticos, parteiras e curandeiras. Tudo era válido porque os médicos eram poucos para atender a todos os doentes. Eu era o único médico para atender Goiandira, Cumari, Anhanguera, Nova Aurora, Veríssimo e toda a zona rural. Os meios de locomoção eram estradas de ferro, trole, às vezes, automóvel e, quase sempre, o cavalo. O Dr. Francisco, numa de suas viagens ao Rio de Janeiro para conseguir recursos, obteve do Departamento Nacional da Criança, toda aparelha154


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gem para um Posto de Puericultura. Alugamos então uma casa e instalamos o lactário, o consultório para gestantes e outro para crianças e todo o maquinário para esterilização das mamadeiras; contratamos uma enfermeira formada, senhora Maria Benvinda e passamos a fornecer às crianças mais carentes, 6 (seis) mamadeiras numa cesta todos os dias. Hoje, o Governo Sarney fornece apenas um litro de leite. Começamos também a aplicar vacinas contra varíola e difteria, doenças que matavam muitas crianças por ano. Mas Doutor Francisco queria também verba para construir um Posto de Puericultura e a Maternidade, que seria a primeira Maternidade pública de Goiás. Foi em 1944 que o Departamento Nacional da Criança do Rio de Janeiro concedeu a primeira verba para a construção do Posto de Puericultura, mas o Doutor Francisco queria também verba para a Maternidade. Quando o Diretor do Departamento Nacional da Criança lhe negou a verba para a Maternidade, Doutor Francisco disse ao diretor: “É isto mesmo, só as mulheres cariocas, paulistas, mineiras, baianas e gaúchas têm o privilégio de dar à luz numa cama e no Hospital.” Contou-me o Doutor Francisco, certa vez, que o Diretor todo irritado com suas palavras, levantou-se da cadeira e dava a impressão que iria pedir para retirar-se da sala, mas, pelo contrário, deu um murro na mesa e disse: “Vou construir um posto e uma maternidade em Goiandira, Goiás.” Cumprindo a promessa, o Departamento Nacional da criança passou a dar uma verba todo o ano e assim fomos construindo o Posto e a Maternidade. Quero citar aqui também a colaboração dos deputados federais por Goiás, naquela época: Benedito Vaz, Galeno Paranhos e Alfredo Nasser, que nos concederam diversas verbas do Congresso Nacional. Em 1950, o Doutor Francisco Ferreira de Andrade, por diversas circunstâncias, deixou Goiandira sem terminar sua obra e voltou para seu estado 155


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natal, a Paraíba. Pediu-me o Doutor Francisco, para assumir a direção da Associação, no que aceitei, ficando então eu, seu presidente e médico, prometendo a ele que algum dia a Maternidade funcionaria, apesar das dificuldades que, por certo, iríamos encontrar. Com a ajuda de vários amigos, como o Senhor Sebastião Martins Teixeira, tesoureiro; Olímpio Gonçalves de Araújo, secretário e Juvenal Vieira Nunes, nosso construtor, terminamos a construção, mobiliamos e adquirimos todo o equipamento moderno como Raio-X, mesa e material cirúrgico, esterilização completa, aparelho de anestesia, camas etc. Em 1953, estava tudo pronto para funcionar, mas necessitávamos de uma verba e solicitamos pela primeira vez ao Estado. O Governador, Doutor Pedro Ludovico, nos atendeu mandando consignar no orçamento estadual a importância de Cr$200.000 (duzentos mil cruzeiros). Quando fui à Goiânia receber a verba, Doutor Pedro Ludovico tinha passado o Governo ao Vice-Governador Jonas Duarte, para candidatar-se ao Senado. Qual foi a minha decepção quando o então govenador me negou a verba por questões políticas. Regressei sem o dinheiro e o povo de Goiandira, ao saber do ocorrido, numa atitude de solidariedade inesquecível, teve a oportunidade de colaborar cotizando e me entregando os duzentos mil cruzeiros, dizendo: “Doutor Neto, aqui está o dinheiro que o Estado negou.” Na noite de 21 de agosto de 1953, a senhora Ruth Ferreira Teles, esposa do Senhor Eurípedes Teles, entrou em trabalho de parto, sendo eu seu médico, convidei-a para inaugurar a Maternidade. Ela concordou e foi a primeira parturiente a dar à luz a uma linda menina que tomou o nome de Sônia.

No outro dia, convidei o Sr. Sebastião Martins Teixeira, tesoureiro, 156


Sonho de um prefeito e realização de todos!

Sr. Olímpio de Araújo, secretário; Sr. Wilson Alves Porto, José Cassimiro de Araújo, Altamiro de Melo e lavramos uma ata de inauguração da Maternidade no Livro próprio de atas da Associação que continha todas as atas de sua História. Estava assim inaugurada a nossa Maternidade que, devido à falta de hospitais, passou a atender todos os casos de cirurgia. Convidei o Doutor Joaquim Netto Martins para ser o nosso cirurgião, o Sr. João Martins, de Catalão, Técnico em Laboratório para ser o nosso técnico em Raio-X e anestesista; abri as portas da maternidade aos médicos de Goiandira, Doutor Edvar Santana, já falecido e ao Dr. Winner Bernard; aos médicos de Catalão, Dr. Jamil Sebba e Dr. Lamartine Avelar, também já falecido; ao Dr. Hugo Frota, de Ipameri; Dr. Cannabrava, de Araguari, também já falecido. Convém salientar que o transporte dos médicos de Araguari e Ipameri era feito em aviões pequenos. Foi um sucesso, operávamos quase todos os dias com êxito total, Catalão não tinha hospitais que tem hoje, seus doentes procuravam o nosso. Em 1955, passei a direção do Hospital ao Dr. Ruiter Teixeira e me transferi para Goiânia, após perder minha genitora. Posteriormente, vim a saber que todo o arquivo da Associação fora destruído e os novos dirigentes não sabiam como e por quem originou este hospital. Ao deixar sua direção, levei comigo cópias do último balancete que reportava a origem de todas as verbas e suas aplicações. Hoje venho trazer algumas cópias, que tenho o prazer de oferecer ao Dr. Lélio David, atual diretor da Associação e ao nosso dinâmico Prefeito Sr. Joaquim Batista Tristão, que hoje nos oferece esta bela festa. Quanto às homenagens que estamos recebendo na data em que, como primeiro médico, filho desta cidade, completo 50 anos de Formatura, quero 157


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agradecer com toda emoção, em meu nome e também em nome do Doutor Francisco Ferreira de Andrade, o Fundador, Senhor Sebastião Martins Teixeira, Tesoureiro; Senhor Olímpio Gonçalves Araújo, secretário, na pessoa de seu filho Dr. Vivaldo de Araújo e Sr. Juvenal Vieira Nunes, o construtor. A todos os conterrâneos o nosso muito obrigado pela homenagem que permitem à minha pessoa, à qual transfiro aos meus familiares, esposa, filhos, genro, nora e netos, partes da minha vida, que muito representam em termos de estímulo e apoio em todos os atos e momentos de minha existência. Muito obrigado...

OUTRO GOIANDIRENSE DE RENOME

Outro goiandirense de extrema importância para a história de Goiandira e do Hospital foi o Dr. José Ferreira Pires Filho, nascido em 20/05/1935 158


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e falecido em 22/08/2009. Médico Otorrinolaringologista, Dr. José tem uma trajetória de inúmeros e excelentes serviços prestados à saúde pública e particular em Goiandira e no estado de Goiás. Foi, por longo período de tempo, Presidente do IPASGO – Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás – tendo, inclusive, seu nome aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado de Goiás para denominar o edifício sede daquele Instituto como justa homenagem. Dr. José dedicou parte de sua vida à Associação de Proteção à Maternidade e à Infância de Goiandira, atuando como médico diretor de 1964 a 1975. Especializado em Otorrinolaringologia, atuava em outras áreas do conhecimento científico de modo a não deixar que um paciente voltasse para casa sem atendimento. Auxiliado por enfermeiras como Angélica Pires Faleiro e Maria David, entre outras, ao longo dos anos, Dr. José trouxe à luz dezenas de filhos de Goiandira num trabalho memorável de obstetrícia. Dr. José Ferreira atuou como médico da Santa Casa de Misericórdia da cidade vizinha de Catalão, da Secretaria da Saúde do Estado de Goiás, do Consórcio Rodoviário Intermunicipal do Estado de Goiás (CRISA), do Centro Médico de Goiânia, da Santa Casa de Goiânia e do Hospital São Lucas de Goiânia. Por outro lado, atuou frente a instituições renomadas do ramo agropecuário a que se dedicou com a mesma determinação do médico. Foi Presidente do Sindicato Rural de Goiandira, Diretor e 1º Secretário da Federação da Agricultura do Estado de Goiás e Distrito Federal (FAEG/DF) e Conselheiro Consultivo da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA). Por meio de seu esforço, zelo e prestígio, Dr. José foi o responsável direto pela recuperação da malha viária regional: Catalão/Goiandira, Goiandira/Corumbaíba, Goiandira/Anhanguera e também a pavimentação da GO305, que ficou conhecida como Rodovia das Promessas, bem como a Rodovia que liga Goiandira a BR-050 que recebeu o nome de Dr. José Ferreira Pires 159


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Filho, merecida homenagem ao goiandirense que muito lutou junto aos governos de Marconi Perillo e Alcides Rodrigues até conseguir essas duas obras importantes para o desenvolvimento regional. No campo da Política, Dr. José foi Presidente da Aliança Renovadora Nacional (ARENA) do Município de Goiandira de 1969 a 1983. Grande líder, ajudou a muita gente, correligionários ou não, não só na consecução de empregos para dezenas de conterrâneos ou para pessoas da região como na prestação de serviços para o bem comum. Dr. José Ferreira distinguiu-se como cidadão digno do mais alto respeito, bem como homem público exemplar e cônscio do papel que representava na sociedade goiana e, especialmente, goiandirense. A ele todo reconhecimento e toda gratidão de seus conterrâneos sempre.

DE VOLTA À CÂMARA: Em 23 de maio de 1988, autorizado o Executivo a pagar aluguel de um cômodo comercial para atender a Câmara. Em 21 de junho de 1988, autorizado o Transporte de Coletivo Urbano dentro do perímetro urbano. Certamente fazendo jus ao nome. Em 13 de setembro de 1988, autorizada doação de um terreno para a Secretaria de Segurança Pública. Em 29 de novembro de 1988, mudança de nome da Rua RUI BARBOSA para Rua BENEDITO TOMÁZ GARCIA. Em 14 de dezembro de 1988 – Pensão para o Vereador JOAQUIM GONÇALVES DE AGUIAR, no valor de um piso nacional de salário, a título de serviço prestado. 160


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Capítulo X Sobre “Luz na Câmara em Ação” Estação Lázaro Gestão 1989-1992 Em 1º de janeiro de 1989, Nomeação e Posse dos eleitos, agora com nove vereadores.

Prefeito: JOSÉ STALIN DE ARAÚJO

Vice-Prefeito: JOSÉ MÁRCIO TEIXEIRA

Vereadores eleitos: WALTER VIEIRA DE SOUZA (Presidente)

DUÍLIO SILVA SOBRINHO

HUGO MARIANO DE OLIVEIRA

AILTON VITORINO MONTEIRO

MIGUEL FERREIRA PORFÍRIO

SEBASTIÃO DAVID VIEIRA

CARLOS ROBERTO DE JESUS

MANOEL TOMAZ GARCIA

JOEL DE ÁVILA VALE.

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Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Em 8 de fevereiro de 1989, o destacamento da PM de Goiandira registrou a solicitação de construção de uma casa de moradia para o Comandante do Destacamento e pagamento de aluguel para os soldados sem casa própria. Em 15 de fevereiro, projeto do Vereador CARLOS ROBERTO DE JESUS, solicitando autorização para a criação do vale-transporte, doação de uniforme para os funcionários e também uma cantina. Vale transporte? Para uma cidade tão pequena... Projeto de MANOEL TOMAZ GARCIA referente à mudança de nome de rua. Em 22 de fevereiro de 1989, solicitação de liberação de área na Vila Mutirão, onde seria construído um campo de futebol oficial. Em 11 de maio de 1989, autorização para aquisição de equipamentos e veículos pelo sistema de Consórcio. Em 1º de junho de 1989, Título de Cidadão Honorário para o Dr. Willian Safatle. Em 30 de novembro de 1989, criação de cargos com funções gratificadas na Prefeitura. Em 1º de março de 1990, projeto que autorizava a realização de despesas com o SINDICATO RURAL DE GOIANDIRA.

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SINDICATO E PREFEITURA

(Portal Catalão) Quando foi fundado o Sindicato, o atual presidente, Gilberto Borges, não sabe ao certo. O certo é que se iniciou a partir de uma associação rural e, com o tempo, transformou-se em um Sindicato dos Produtores Rurais. A finalidade principal era dar assistência aos produtores, fosse através de comercialização ou promoção social, bem como apoio a toda cadeia produtiva. Foi presidente dos anos 80 a 90 e, antes dele, era o Sr. Oscar Evangelista de Lima. Como Presidente do Sindicato Rural, Oscar promoveu cobertura com médico, dentista, remédio, comprava sal, vacina, adubo... tudo sem remuneração. Destruiu um carro particular de tanto ir a Goiânia e vir lotado de material para o Sindicato. 163


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A eleição do Sindicato abrange Anhanguera, Cumari e Nova Aurora. É uma eleição difícil em que se fica devendo aos eleitores que apoiaram a candidatura, diga-se grandes fazendeiros. Saudosamente, Gilberto lembra-se do tempo em que havia dois médicos, dois dentistas e uma farmácia com bastante diversidade de medicamentos que eram distribuídos aos associados e dependentes. Naquela época, havia uma verba do Governo Federal, através do SUS, com a qual eram mantidas essas supostas regalias. Essa verba foi extinta e o Sindicato passou a sobreviver somente com a anuidade dos associados. Adeus médicos, dentistas e fármacos... Os produtores pagam uma anuidade de R$320 (Trezentos e vinte reais), o que é muito pouco para ter retorno em melhorias. O contador do Sindicato é quem faz o cálculo do ITR para o associado que recupera boa parte da mensalidade, pois o ITR particular a ser feito é em torno de R$150 (Cento e cinquenta reais). Faz parte do Sindicato a área conhecida por “TATERSAL” onde ocorre, sempre que possível, a Festa do Peão, mas também uma mini Exposição em que são realizados leilões de 15 em 15 dias. Até estes leilões foram terceirizados tendo em vista a situação precária do Sindicato, sem condições para realizá-los. Gilberto diz ter sido o construtor de tudo que existe no Tatersal, no período 80-90, mas que tem que refazer quase tudo. Na época, comprou o terreno, construiu currais e, com isto, aumentou a renda. Foi possível até fazer uma fábrica de sal mineral. Na sua ausência, por outras dificuldades, tudo acabou. Qualquer empreendimento está fadado ao sucesso tendo um líder na frente, sem líder, impera o fracasso.

Naquele tempo, o Sindicato possuía caminhão e trator de esteira...

Gilberto reassumiu a condição de presidente, há quatro anos, devido ao remorso de ver tudo aquilo se acabar, uma mão na roda ao agricultor, que 164


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é o carro-chefe que sustenta o País. O mandato no Sindicato é de três anos. Gilberto foi eleito em 2016 e reeleito em 2018, seu atual mandato ainda vai por mais um tempo. O Sindicato abrange mais três cidades, além de Goiandira, logo não é uma agremiação local.

Portal Catalão Prefeito Odemir Moreira entregando o prêmio ao campeão do Rodeio

Na última festa do peão, a empresa contratada abandonou a festa pela

metade e não pagou ninguém. O Sindicato teve que arcar, sem ter, foi quando o próprio Gilberto colocou dinheiro do bolso e precisou vender um galpão e um terreno do Sindicato, onde era o Cine Marabá, para ser reembolsado. 165


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Quanto às reformas de estradas, a Prefeitura, num embate diuturno,

sente dificuldade, pois os fazendeiros não ficam mais fixos nas fazendas e, os patroleiros só encontram as porteiras trancadas com cadeados. Talvez uma devolução do ITR favoreça ambas as partes, produtor e prefeitura. “O trabalho de direção é voluntário e no Brasil espera-se que cada um faça a sua parte”. (Gilberto Borges) Em 22 de março de 1990, foi concedido auxílio financeiro ao NUMEG no valor de NCr$10.000 (Dez mil cruzados novos). Em 27 de abril de 1990, foi concedido outro auxílio financeiro ao NUMEG no valor de Cr$22.000 (Vinte e dois mil cruzeiros) Em 31 de maio de 1990, o vereador MANOEL TOMÁZ GARCIA solicitou quatro luminárias para serem colocadas dentro do cemitério. Foi concedida ajuda à Irmandade Nossa Senhora do Rosário no valor de Cr$100.000 (Cem mil cruzeiros) para a construção da barraca de festas.

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IRMANDADE Irmandade é uma Associação com o objetivo de organizar as congadas para os festejos religiosos que ocorrem, normalmente, uma vez ao ano: Festa de Nossa Senhora do Rosário, de São Benedito e Santa Efigênia. A Irmandade é uma associação religiosa sem fins lucrativos e considerada de Utilidade Pública para que possa receber incentivos financeiros dos órgãos públicos, constituída de natureza jurídica com registro de CNPJ e referida prestação contábil de suas movimentações. A Presidência tem mandato com duração bianual e a exigência é que o candidato seja filiado a algum terno e que dance Congo, além de elevado espírito de liderança e dedicação à causa. Cecília Maria Ribeiro é a atual presidente, ainda jovem, mas com o espírito ancestral de motivação. Uma pessoa com bastante entusiasmo, mas que, neste ano de 2020, teve sua atuação bastante prejudicada pelo CORONA VÍRUS e suas consequências. A congada é um espetáculo a céu aberto que foi parar dentro da virtualidade, onde todo suor e empolgação passam despercebidos. 167


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Em Goiandira, temos duas Irmandades, uma da Igreja Romana e outra da Igreja Brasileira. A Igreja Romana, na década de 50, rompeu com a Irmandade e, como a festa não podia parar, essa Irmandade aliou-se à Igreja Brasileira para manter a tradição. Posteriormente, na década de 70, com o alto grau de compreensão, dinamismo e capacidade de diálogo, demonstrado pelo Frei Beraldo, em prol da comunidade e do Evangelho, houve a reaproximação da Congada com a Santa Madre Igreja para felicidade geral. A Associação das Congadas funcionou durante um ano na Estação Cultural que foi fechada pelo Prefeito Erick. Por este motivo, hoje, as reuniões acontecem, semanalmente, em uma das salas da Escola Paroquial. Toda semana, realiza-se a Reza do Terço nas casas de famílias que solicitam, mas suspensa também, a fim de se evitar aglomerações. A Pandemia está mudando, transformando tudo, menos a fé de quem realmente a tem. 168


Sonho de um prefeito e realização de todos!

A Irmandade vive de doações para o café e almoço que ocorrem nos festejos. Os uniformes dos Ternos, também, muitas vezes, são ofertados. O Conselho da Comunidade é um dos beneméritos que colaboram com verbas à Associação. O barracão, ao lado da Capela, é cedido à Irmandade, principalmente porque a Igreja cedeu o terreno e a Irmandade construiu o mesmo. Atualmente, esse espaço precisa de uma reforma, com valor estimado em torno de R$50.000 (Cinquenta mil reais), para sediar eventos sociais de monta nos próximos vinte anos. A transmissão da tradição desta cultura africana é feita de pai para filho, mas ainda se sonha em ser uma matéria curricular, como no tempo de Educação Artística. As congadas e a capoeira eram uma diversão da Senzala e a congada tornou-se religiosa quando encontraram a imagem de Nossa Senhora do Rosário em um rio e a saudaram, desde sempre, com a dança. Ainda se estuda a origem. A Presidente Cecília alega ter havido um trabalho de pesquisa mais aprofundado em registro, enquanto sediados na Estação Cultural, mas que tudo foi perdido com a interdição do local. É uma parte da cultura popular negra, aberta a todos os humanos, com pouco apoio e muito preconceito para com alguns praticantes, usuários do álcool que não são barrados. A tradição é um componente social e todos devem cooperar para a manutenção dos costumes que são características de um povo. Igreja e Congadas são inseparáveis e a política deve ficar de fora. Goiandira possui oito Ternos de Congo, cada um com cerca de trinta membros, aproximadamente. O único que foge à regra é o VILÃO que tem mais de setenta participantes. Os ternos são: MOÇAMBIQUE, CATUPÉ, CARREIRO, MARINHEIRO, ROMANO, GREGORIANO, VILÃO e MIRIM. 169


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Esses ternos também dançam em Catalão, tradição mais famosa, e os de lá também dançam aqui, pois Nossa Senhora é uma só. A Congada Goiandirense é irmã da Catalana, inclusive, na década de Quarenta, um capitão de Catalão copiou da Congada Goiandirense a formação de mulheres indo à frente com o estandarte de Nossa Senhora.

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Festa realizada em setembro de 1987. Na foto, Maria Nilce de Almeida e Silva e a senhora Nair Gomides de Santana que foram festeiras com Francisco Antônio de Almeida e Silva, Waldir Rosa Pires, João Inácio Carvalho e Floraci E. de Jesus Carvalho. A Congada em Goiandira completou, neste ano de 2020, cento e onze anos, ou seja, chegou antes da Igreja. 171


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Quem tem fé pula feliz, alegre, de bem com a vida por todo tempo! No caso, em relação às congadas, o verbo certo não é “pular”, o verbo correto é “dançar”.

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DE VOLTA À CÂMARA: Ainda em 31 de maio de 1990, foi autorizada a aquisição de equipamentos e montagem de uma antena repetidora de canais. Registrou-se também a solicitação do vereador HUGO MARIANO para que a Prefeitura ajudasse em 30% nas passagens dos alunos das faculdades. Em 24 de agosto de 1990, autorização para doação de um terreno de propriedade da Prefeitura para implantação de uma cerâmica. Em 30 de agosto de 1990, autorização para o estabelecimento de convênio com a Secretaria de Educação para funcionamento do Colégio Municipal Geraldo Ferreira Pires. O resgate histórico de uma instituição educacional vem de encontro com uma proposta pedagógica inovadora em que o indivíduo, fruto de um todo e de todos os determinantes que condicionaram a sua existência, constitui a bagagem de conceitos básicos que possui. Para que possamos compreender o hoje e traçar planos com o intuito de melhorar cada vez mais, é necessário conhecer bem o ontem, analisá-lo, pois constitui-se fonte de informações necessárias onde encontraremos as peças que compõem a totalidade da própria história, considerando que somos nós mesmos os agentes destes acontecimentos históricos. CRONOGRAMA 1973=> Lei de n. 458 de 23/08/73. Criação da Escola Técnica de Comércio “Geraldo Ferreira Pires”. Goiandira, neste ano, contava como Prefeito o Sr. José Teixeira de Araújo; Superintendente de Educação, o Sr. João Ferreira Pires, e Deputado Estadual, o Sr. Ênio Pascoal.

1974=> Resolução n. 1222 de 06/10/74 autoriza o Colégio Estadual “Ge173


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raldo Ferreira Pires” a ministrar o ensino de habilitação do Técnico em Contabilidade, em nível de 2º Grau sendo o primeiro ano de funcionamento 1977=> Lei n. 628 de 16/07/77: altera a Lei de N. 458 de 23/08/73, cuja denominação da Escola passa a Colégio Municipal “Geraldo Ferreira Pires”. 1978=> Lei n. 8408 de 19/01/78: dispõe sobre criação do Colégio Estadual Geraldo Ferreira Pires. 1983=> Resolução n. 062 de14/04/83 autoriza a implantação do Curso 2º Grau Não Profissionalizante. Administração do senhor Joaquim Batista Tristão e Direção de Odemir Moreira de Melo. 1989=> Registro da Biblioteca “Juscelino Kubitschek” sob n. 25980, do Colégio Estadual “Geraldo Ferreira Pires”.

Em 18 de outubro de 1990, autorização para o Poder Executivo cobrar hora de serviço no uso de máquinas da Prefeitura. Em 29 de novembro de 1990, autorizada a efetuação de pagamento ao ASILO SÃO VICENTE DE PAULO para o fornecimento de marmitas para presos. Foi concedida ajuda de Cr$59.866 (Cinquenta e nove mil, oitocentos e sessenta e seis cruzeiros) para a Paróquia Sagrado Coração de Jesus. Em 13 de dezembro de 1990, eleição da chapa única para a Mesa Diretora da Câmara, tendo HUGO MARIANO DE OLIVEIRA como Presidente. Em 13 de março de 1991, o ARMAZÉM COMUNITÁRIO passou para a coordenação da EMATER. Tomemos o depoimento do Dr. José Ronaldo Quirino, filho de Goiandira, sobre o tempo em que serviu a EMATER-GO. A importância é desmedida e a transcrição aqui respeita fielmente a originalidade do relato. 174


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EMATER – GO Em torno de 1990, passei no concurso da Emater GO. Este concurso aberto foi para a região nordeste do estado de Goiás, e eu estava designado para ir para a cidade de Mambaí- GO, durante o que chamávamos de Pré-Serviço, que era realizado no Centro de Treinamento da Emater GO, em Goiânia. Durante o pré-serviço, no qual aprendíamos a fazer extensão rural, estava havendo um empenho do então prefeito de Goiandira, Sr José Stalin, pra que eu fosse direcionado pra trabalhar na unidade da Emater de Goiandira-GO. Terminado o treinamento, fui, então, lotado no escritório da Emater em Goiandira-GO, cargo de Engenheiro Agrônomo o qual assumi em 1990. Neste escritório, juntei-me aos colegas Silene (Fiinha), Handal, Vânia 175


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Carneiro, Veterinário Zé Vigário e, depois, veio se juntar a nós o colega Hudson Vaz, também agrônomo, colega este de uma sabedoria muito grande e que nos ajudou muito na formação profissional e como pessoa. O nosso escritório da Emater-GO abrangia a assistência nos municípios de Goiandira, Cumari e Nova Aurora. O trabalho estava ligado à assistência na pecuária de corte e leite, alimentação animal e assistência técnica em culturas de milho, arroz e, depois, soja, cujo primeiro cultivo no município foi realizado pelo Sr. Célio Paulista. Também, à época em que atuamos, continuamos com os incentivos para as culturas de Maracujá já que havia plantios comerciais em Goiandira e Nova Aurora e, ainda, foi realizado no município de Goiandira o primeiro Projeto de plantio comercial de banana, projeto este implantado pelos colegas Aguinaldo e Hudson Espíndola. O escritório buscava fortalecer pequenos agricultores através de associações, para se tornarem mais fortes com a união de pequenos agricultores e pecuaristas. Foram fundadas duas associações fortes: a de Pari Pirineus, cujo presidente era o Sr. José Urias, e a Associação de Água Limpa, que era, então, representada pelo Sr. Marinon. Nestas associações, estimulávamos o cultivo de milho para silagem, cuja confecção era realizada em regime de mutirões, para melhorar a produtividade de leite na bacia, criação de abelhas, produção de frutas e ramas de mandioca com melhor produtividade. Chegamos a buscar, na estação experimental da EMGOPA, em Anápolis-GO, e introduzir no município de Goiandira mudas melhores de Citros e banana, como Pacovan e Prata anã, que eram resistentes a doenças como Mal do Panamá e outras. Também, nas associações, com ajuda incondicional dos colegas e funcionários do Banco do Brasil, Maurício Marques e Durval Barbosa, realizamos projetos para aquisição de equipamentos. Foram disponibilizados re176


Sonho de um prefeito e realização de todos!

cursos do Banco do Brasil, acredito que se chamava Fundec, para a compra de equipamentos agrícolas como Trator com carreta, grade aradora, ensiladeira. Também, especialmente para a Associação Pari Pireneus, foram tomados recursos para construção da sede da Associação Pari Pireneus, com projeto da Emater – GO e as festas, que eram tradicionais na Região, realizadas a cada ano numa fazenda, passaram a ser realizadas na sede da Associação.

Na época, também foram colocados à disposição pelo Sr. Prefeito Zé Stalin um trator com implementos para agricultura com grade aradora, grade niveladora, que eram utilizadas por reserva e com custo apenas do Óleo Diesel gasto no serviço. O controle operacional e dos recursos eram controlados pelo escritório da Emater de Goiandira, na qual o tratorista era o nosso amigo Divino Tristão. Esta ação do então Prefeito auxiliou muitos produtores e melhorou bastante a qualidade de vida dos mesmos que passaram a ter um trabalho mais qualificado, já que o colega Divino fazia com muito zelo e também tinha um cuidado muito especial com a máquina. Com isto, não parava e realizava vários trabalhos em diversas propriedades de mini e pequenos agricultores e pecuaristas. Também a Emater local realizou, junto com a Prefeitura, a construção de diversas residências rurais, de mini e pequenos produtores. A Emater entrava com projetos de residência simples e com o acompanhamento; o produtor, com material, e a prefeitura com a mão de obra e o frete para buscar materiais de construção, areia, terra. Entregava a casa pronta aos mini e pequenos produtores. Junto com a Prefeitura, através do Prefeito Zé Stalin, a Emater, escritório 177


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local de Goiandira, realizava levantamento de curvas de nível, e a prefeitura entrava com a moto niveladora para confecção dos terraços, através do maquinista Moacir. Foram marcadas e realizadas muitas “curvas de níveis” como assim eram chamadas. Também, o escritório da Emater trazia muito conhecimento para Região de abrangência. Através de dias de campo, palestras, eram trazidos pesquisadores e técnicos das mais diversas áreas da pecuária, associativismo, agricultura como: programa de calagem e conservação de solos. Fazíamos toda esta região dos municípios de Goiandira, Cumari e Nova Aurora, todos nós do Escritório Local da Emater, através de dois Fiat 147, um, ano de 1979 e outro do ano de 1983. cidade.

O escritório da EMATER funciona na antiga Estação Ferroviária no centro da E, por falar em Estação Ferroviária:

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São três as estações ferroviárias em Goiandira: a da Rede Mineira de Viação, a mais antiga do estado, ferrovia de Belo Horizonte a Goiandira. Foi restaurada pelo IPHAN (conforme foto) e entregue ao município, onde está a Estação Cultural e o acervo da Memória das Congadas de nossa cidade.

A estação da RFFSA, na linha mais recente, também cedida ao município, que instalou no prédio a SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE e o DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA. 179


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A estação da Estrada de Ferro Goiás, situada no Centro, também desativada e adquirida pela Prefeitura, abriga os Órgãos Públicos Estaduais: AGRODEFESA, SEFAZ, CIRETRAN e EMATER. Conforme depoimento de Waldevira Bueno, na época em que havia o transporte de passageiros, a estação que se situa no centro da cidade era um ponto de encontro e de lazer dos moradores de Goiandira que a ela se dirigiam para acompanhar a chegada e a saída dos trens que vinham lotados de gente conhecida e desconhecida. No domingo, à noite, na hora da chegada do Noturno, composição que partia de Goiânia logo pela manhã, as pessoas que saíam do Cine Lúcia, as que estavam no vai e vem em frente ao cinema, os senhores que proseavam no viaduto, todos corriam para o pátio da estação a fim de assistir ao que parecia um verdadeiro espetáculo de boas-vindas ou de des180


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pedidas calorosas ou, simplesmente, de um aceno aos viajantes que seguiam viagem. Eram poucos minutos, o tempo necessário para a descida e a subida dos passageiros, mas era um alvoroço alegre. O apito do trem anunciava a partida e, após a composição desaparecer do outro lado do viaduto, todos voltavam para os lugares de onde vieram. Nessa estação, vários foram os chefes que ali trabalharam, fizeram história e ainda permanecem na memória dos goiandirenses.

Outubro de 2009

Hoje nossa composição fez parada na Estação Lázaro David, em Goiandira. Quase duas décadas de aposentado e é, ainda, um devoto de tal meio de transporte. Não acredita que a Rede Ferroviária retorne aos áureos tempos, mas refiz o brilho nos seus olhos com minhas boas expectativas! Nossa produção se escoa através de biminhões e até treminhões, apesar de que nossas estradas rodoviárias mal suportam carros de passeio. Tapar buracos é uma tarefa promissora na infinita contagem de votos ao passo que uma obra perene renderá lucros políticos em apenas um sufrágio eleitoral. O sonho ferroviário é valido, pois além do transporte de produção, há de se salientar o transporte de passageiros fluente e, principalmente, passeios turísticos. Eco-turismo equivale a um passeio no Paraíso. A realização de trens-balas é uma resposta de “liberdade ainda que tardia” com inaugurações até mesmo antes da nossa Copa de Futebol ou mesmo da Olimpíada. Infelizmente, porém, a mão de obra da operacionalidade será a mínima 181


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possível. A tecnologia de automação substituiu, por demais, as velhas turmas de trabalho. Nos tempos da Rede Ferroviária Federal S/A, uma estação precisava de vinte e dois funcionários para por toda a máquina em movimento. Hoje, a concessionária faz o mesmo trabalho com a metade da metade do pessoal. O lucro veio, mas o homem teve que multiplicar os braços e diminuir o bolso. Não se deve deixar de enfatizar a importância das estações que deram origem a inúmeras localidades exatamente como os bandeirantes ao longo dos rios. As estradas de ferro, como os rios, proporcionam riquezas sem fim. “Seu” Lázaro aposentou-se em 1991 com o equivalente a dez salários mínimos e, hoje, bi-safenado, com medicamentos de uso continuado no seu cardápio de cesta básica, malogra menos de três salários mínimos. Os ferroviários de seu tempo achavam que, com a privatização, fossem ganhar mais. Grande ilusão! Os que estão na Ativa, além de trabalhar muito mais, também foram desvalorizados ao máximo em seus salários. No princípio de suas atividades laboriais, como sapateiro, não havia outra perspectiva de emprego na região. Ainda assim, de maneira modesta, montou um armazém. Certa vez, atendendo ao Ferroviário Tõe Silva, invejou-lhe o salário e disse-lhe: - Tõe, que maravilha este seu salário, pela metade dele eu abandonaria meu mercado. No comércio, esgoto-me por demais e ainda tenho que aturar cachaceiros de toda espécie. - Pois, então, te prepara porque vou te colocar num concurso e vai ganhar tanto quanto eu. Lázaro aceitou participar do Concurso com a promessa de que nunca se afastaria de Goiandira. Assim foi, pois Lázaro jamais se afastou das funções de Agente e Chefe de Estação no município. Foram trinta e dois anos de 182


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funcionário exemplar. O armazém ele passou a um irmão... Que atura bêbados até os dias de hoje! O Tião Davi. Lázaro nunca quis morar nas casas de vila da RFFSA e sempre cedeu aquela a que teria direito. Segundo ele, morar no trabalho é certeza de noites mal dormidas sem qualquer acréscimo nos vencimentos. A União ainda pode contar com estas casas como patrimônio, mas nelas residem pessoas que, muitas vezes, nem sabem o que é ser ferroviário. Para os usuários destes imóveis, a falta de direitos reais sobre tais moradias tornam o patrimônio cada vez mais dilapidado, pois ninguém reforma o que não lhe pertence, mas, com certeza destrói - o que é típico do espírito brasileiro. Quando chefe de Estação, o Lázaro não virava uma chave de trilho e isso, hoje, é obrigação da função – eliminou-se consideravelmente o número de manobristas. Até maquinista sofre de solidão, pois trafega sozinho com a composição. Sua companhia, o ajudante, extinguiu-se como a máquina a vapor. Uma serpente barulhenta, domada por um só humano, rompe no leito de sua bitola, dia e noite, com quase cem vagões de comprimento com carga superior a de duzentos biminhões, sem danificar a quase eterna estrada. Noutros tempos, os maquinistas apitavam cumprimentando a população. Havia uma interatividade e até apitos personalizados. Hoje não são cumprimentos, mas um feroz aviso mandando sair da frente! O octogenário Lázaro Davi, segundo ele mesmo, não sabe fazer outra coisa a não ser o ofício ferroviário, mas levantei-lhe a hipótese de reatar velhas amizades do tempo de produção em busca de gargalhar e ter a certeza da missão comprida e bem cumprida. Novas amizades também são possíveis, pois a mim ele demonstrou mui183


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ta descontração, sinceridade, além de paz e bem. Isto colocado sem denotar qualquer interesse meu naquele café torrado, moído, coado e depositado numa xícara que foi duas vezes por mim preenchida. (Crônica escrita em 8-10-2009). Lázaro faleceu em 29-12-2010. E, hoje, 2020, o Tião David não mais tem que tolerar bêbado algum).

DE VOLTA À CÂMARA:

Em 17 de abril de 1991, foi registrada a presença em plenário do Sr. ODEMIR MOREIRA, funcionários e estudantes do COLÉGIO MUNICIPAL GERALDO FERREIRA PIRES. Em 24 de abril de 1991, o Poder Executivo foi autorizado a doar para o NUMEG – Núcleo de Menores Goiandirenses, a importância correspondente a seis salários mínimos. Projeto do vereador CARLOS ROBERTO DE JESUS. Em 8 de maio de 1991, a professora da Escola Evaristo Martins Tristão, da Fazenda Lageado, solicitou um cabo de aço para a travessia de curso d’água. Em 29 de maio de 1991, recebeu-se o convite para a 1ª FESTA DA RAINHA ESTUDANTIL GOIANDIRENSE. Em 28 de agosto de 1991, convite solicitando a presença do Sr. Prefeito JOSÉ STÁLIN DE ARAÚJO, para a abertura da 1ª FESTA DO PEÃO DE GOIANDIRA. Em 9 de outubro de 1991, abaixo-assinado constando 128 assinaturas de moradores, reivindicando a abertura de canais de televisão que foram fechados. Em 20 de novembro de 1991, eleita a Mesa Diretora para 1992, tendo como Presidente DUÍLIO SILVA SOBRINHO. Em 27 de novembro de 1991, abaixo-assinado de moradores da Vila Goiandirense, reivindicando, para aquele local, um transformador, asfalto, um 184


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orelhão, rede de esgoto e escritura das casas. Em 11 de dezembro de 1991, autorizada a doação de lotes urbanos aos candidatos classificados para o Programa Mutirão Permanente de Moradia do Governo Estadual. Em 19 de fevereiro de 1992, em referência aos balancetes de maio e junho de 1988, não aprovados da gestão anterior, o advogado do ex-prefeito JOAQUIM BATISTA TRISTÃO, Dr. JOSÉ ALCINO, solicitou o número da votação contra e a favor dos balancetes. Em resposta, foram nominados os cinco votos contra e os três a favor. Em 29 de abril de 1992, concedidos Títulos de Cidadão Honorário aos seguintes agraciados: Célio Alves Dias, Hélio Alves Dias, Amorino Carpina, João Vaz de Araújo, José Antônio, Fernando Carlos Vicentim, Silvano José da Silva, David Soares Silva, Lázaro Alves Gouveia e Celio Ignácio pelos relevantes serviços prestados à Municipalidade. Em 20 de maio de 1992, indicação ao Prefeito, pelo VEREADOR MANOEL TOMAZ GARCIA, da necessidade de manter o horário dos funcionários da Prefeitura, não permitindo a ninguém sair em horário de trabalho, a fim de fazer campanha política para qualquer candidato. Em 10 de junho de 1992, o vereador CARLOS ROBERTO DE JESUS requereu ao Executivo que adquirisse dois botijões de sêmen bovino, destinados aos produtores das associações. Em 17de junho de 1992, doação de dois lotes ao ROTARY CLUB para a construção de sua sede local.

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Rotary Extra oficialmente, a reabertura do Rotary Club de Goiandira aconteceu desde 3 de setembro de 1986, quando, com sede no GTC – Goiandira Tênis Clube, aconteciam as primeiras reuniões semanais, sob a presidência do Dr. 186


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Lázaro Quirino Garcia, eleito por aclamação, sempre tendo como manto o Pavilhão Nacional e também ao som do Hino Nacional. Somente foi oficializada a fundação a 15 de dezembro de 1986, quando o Rotary local foi admitido pelo Rotary Internacional. É uma grande entidade em que se incorporam cidadãos proeminentes da sociedade e que, através do companheirismo, buscam ser partícipes, não só da agremiação, mas junto ao cunho social em que estão inseridos. Averbam ações de empreendedorismo e beneméritas participativas, promovendo classes. O Rotary é um dos maiores distribuidores de cadeiras de rodas e acessórios médico-hospitalares a custo zero, bem como emprestando para recuperação de pacientes traumatizados. O Rotary Internacional é uma associação de clubes de serviços cujo objetivo declarado é unir voluntários a fim de prestar serviços humanitários e promover valores éticos e a paz em nível internacional.

É a mais antiga e mais prestimosa associação do mundo

Rotary é sinônimo de fazer o bem organizado.

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PRIMEIRO ROTARY

Numa primeira oportunidade, o Rotary Clube de Goiandira foi fundado em 23 de janeiro de 1970 e durou até 25 de outubro de 1977. Neste período de sete anos, participou ativamente de suas atividades fins. Foi levantado sob a égide de grandes filhos de Goiandira como, por exemplo: Francisco Pires de Almeida, Idelfonso Telles, José Afonso, Ledo Cecílio, Altamiro de Melo, Sílvio de Castro Lima, Rubens Abdala e tantos outros que o tempo foi afastando, a idade avançando e o clube ficou desfalcado sem uma considerada admissão de sócios novos. Ainda assim, nesta curta primeira existência, quase oito anos, o mesmo foi muito profícuo nas reuniões que aconteciam na Churrascaria 188


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Xoça e no salão da Escola Paroquial, cumprindo sua exortação: a) O Rotary é um clube de trabalho, formado por representantes de cada categoria social. b) O Rotary é um clube filantrópico, onde procura-se atender os necessitados. c) O Rotary é um clube social, onde há o entrelaçamento familiar de seus sócios. d) O Rotary é um clube independente de religiões, contudo recomenda-as. e) O Rotary é um clube de amizade e companheirismos altruísticos. Internamente, é designado de Família Rotária sendo composto pelo Rotary Club de Goiandira, pela Casa da Amizade do RC Goiandira, composta por esposas de rotarianos e outras senhoras e jovens da sociedade, e pelo Rotaract Club de Goiandira, composto por jovens de diversas idades até 30 anos...

Ainda em 2 de julho de 1992, foi feita a doação de um terreno para a firma: “LATÍCINIOS TERRA BRANCA”. Em 5 de agosto de 1992, doação de bens imóveis à TELEGOIÁS – Telecomunicações de Goiás S/A. Em 16 de dezembro de 1992, o Delegado de Polícia, Dr. CELSO CASSIMIRO TRISTÃO, no uso da palavra, propôs que os alunos das escolas municipais hasteassem as bandeiras de frente da Prefeitura nas segundas-feiras e arriassem as mesmas nas sextas-feiras. Em 7 de outubro de 1992, o vereador CARLOS ROBERTO DE JESUS anunciou que não poderia frequentar a Câmara nos próximos meses, no que foi abonado, pois já garantira 2/3 das presenças no ano. Em 28 de outubro de 1992, convite do Juiz Eleitoral para a solenidade de diplomação dos eleitos em 3 de outubro. 189


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Em 5 de novembro de 1992, Projeto que dispunha sobre a política municipal de atendimento dos direitos da criança e adolescente. Títulos de Cidadão Honorário: Soraya André de Araujo, Dr. Aguinaldo de Mesquita, Dr. Transvaldo Gerônimo da Silva, Dr. Rubens Edreida Cosac, Dr. Elmo de Lima, Dr. Antenor Eustáquio Borges de Assunção, Heleno do Nascimento, Dorivaldo Miranda Duarte, Hermantina de Assunção Valle. Em 1º de janeiro de 1993, Posse do Prefeito NEUSMAR VAZ DE SANTANA, Vice-Prefeito VALTER VIERA DE SOUZA e dos vereadores.

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Capítulo XI Sobre “Luz na Câmara em Ação” Tereza, luz em ação Gestão 1993-1996

NEUSMAR VAZ DE SANTANA- Prefeito VALTER VIERA DE SOUZA-Vice-Prefeito Vereadores eleitos: MANOEL TOMAZ GARCIA (Presidente) TEREZA DO CARMO DE FARIA RIBEIRO AILTON VITORINO MONTEIRO DARICO VITORINO BORGES (*) JOSÉ RAIMUNDO MARTOS ASTROGILDO SANTANA ONILDO BATISTA TRISTÃO SÍLVIO LARA CARDOSO VANDERVINO GREGÓRIO DA MOTA (*) GINALDO FERREIRA NEVES.

Em 17 de fevereiro de 1993, foi autorizado o Poder Executivo a doar ao Grupo Moreira Melo uma área de 6.655m², localizada à Avenida 20 de Julho, 191


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para construção imediata de um secador de grãos. Foi instituído o IPASG – Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Município de Goiandira. Em 03 de março de 1993, Projeto do vereador AILTON VITORINO MONTEIRO que autorizava o Executivo a criar e montar o LABORATÓRIO PARA ESTÁGIO DE CONTABILIDADE, NO COLÉGIO ESTADUAL GERALDO FERREIRA PIRES. Ficou autorizado o Executivo a pagar aluguel de um cômodo comercial, para instalação do CARTÓRIO do 1º Ofício de Goiandira.

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Contou-nos CÍNTHIA CINIRA ABDALA, o seguinte: Os serviços que o Cartório presta são de registros de Imóveis, Registro de Títulos e Documentos, Civil de Pessoas Jurídicas, Civil de Pessoas Naturais, De Interdições e Tutelas. A história do Cartório com Rubens Hélio Abdala começou no final da década de 1960, mais precisamente em 1968, quando assumiu oficialmente como titular e iniciou sua atividade como Tabelião e Oficial do Cartório do 1º Ofício e Registro de Imóveis. No Ano de 2000, recebeu outras atribuições em seu Cartório, ficando tudo acumulado, conforme acima. Desempenhou a sua profissão com muita honestidade e responsabilidade, sempre com muitos conselhos aos que ali o procuravam. No ano de 2010, com seu falecimento, eu continuei na respondência das funções, às quais fui designada, no que procuro seguir todos os ensinamentos do meu pai. Foi autorizada a aquisição de 120 doses de sêmen, a serem doadas a diversos pecuaristas. Ficou denominada de Vila Américo Rosa, o Conjunto de casas próximo à Rua Rui Barbosa. Em 27 de maio de 1993, dispôs-se sobre a doação de lotes urbanos de propriedade da Prefeitura à EMCIDEG, Empresa Estadual de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico Social. Em 5 de agosto de 1993, foram declarados Cidadãos Goiandirenses: Terezinha Vieira dos Santos, Vanildo Pinto Ciríaco, Maria Aparecida Abrão. 193


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Em 9 de dezembro de 1993, eleição da chapa para a Mesa Diretora do ano de 1994, sendo vencedor a chapa do Vereador Presidente MARTOS ASTROGILDO SANTANA. Na ocasião, o Dr. ARNALDO MOISÉS FERNANDES, advogado da Câmara, fez uso da palavra. Em 3 de março de 1994, ficou autorizado o Executivo a doar uma casa de propriedade da Prefeitura, à Sra. MARGARIDA ROSA PIRES. Em 10 de março de 1994, adentra ofício do TCM – Tribunal de Contas do Município - que deu autonomia financeira à Câmara. Em 28 de abril de 1994, o Executivo foi autorizado a celebrar contrato junto à ORGANIZAÇÃO JAIME CÂMARA. Em 12 de maio de 1994, autorizado o Gestor Executivo a doar um lote na Avenida Ferroviária ao Sr. Roberto Antônio de Macedo. Em 16 de junho de 1994, foi dado o prazo de 90 (noventa) dias para que a CEREALISTA PICA PAU iniciasse a construção no terreno doado, o que poderia ser feito também com a PARMALAT. Ficou designada como Tesoureira da Câmara a Sra. CLAUDENICE APARECIDA MARQUES. Em 23 de junho de 1994, autorizado o Executivo a alienar ações da municipalidade com as empresas CELG S/A, TELEGOIÁS S/A, SANEAGO, PETROBRAS S/A e TELEBRAS S/A.

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Em 3 de novembro de 1994, Projeto do vereador VANDERVINO GREGÓRIO DA MOTA que isentava do IPTU quem ganhava até um salário mínimo. Em 1º de dezembro de 1994, Projeto que autorizou a doação de uma área de terras ao NUMEG – NÚCLEO DE MENORES DE GOIANDIRA. Em 15 de dezembro de 1994, votação e eleição da chapa do presidente ONILDO BATISTA TRISTÃO, para o ano seguinte. Em 31 de janeiro de 1995, doação de prédio Escolar ao Estado de Goiás. Em 23 de fevereiro de 1995, o jovem JOSÉ RENATO DE FARIA fez uma explanação sobre a Cultura em Goiandira e pediu providências para a mesma. 195


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Em 15 de maio de 1995, instituído o FUNDO DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL. Em 18 de maio de 1995, vereador VANDERVINO solicitou ao Prefeito a regularização de um lote urbano ocupado por MANOEL GOMES DA SILVA.

Interessante este pedido. Só depois de 22 anos, o cidadão foi atendido, ou seja, em 2017. Ainda bem que, hoje, com mais de 90 anos, pôde sentir-se vitorioso nesta batalha. Quando tinha um pouco mais de 80 anos, mereceu este poema:

MANOEL GOMES DA SILVA – O REGADOR São tantos nomes e apelidos Que bem colocam neste ser! Tanto carinho, sempre acolhido, Seu Manoel é bem querer! O linguajar simples e singelo Abre as portas da amizade. O sorriso não é o mais belo, Mas expressa sinceridade. Tipo atlético não avantajado, Servidor braçal sem os feitores. Ativo, idoso, aposentado, Manoel da Erva cultiva flores! 196


Sonho de um prefeito e realização de todos!

Ferroviário de longo prazo de validade, Máquina férrea que se locomove Em todo canto da sua cidade, Olha pra o céu e sabe se chove! Manenico e o carrinho de mão, Todo coberto de belas folhagens, Segue seu trilho, eita trem bão, E no caminho faz molecagem. Uma criança pra lá de oitenta Com uma postura pouco curvada, Um esquelético que tudo enfrenta E passa coragem pra garotada.

Pouco estudo e muita sabedoria, Está a plantar mesmo que não colha, Sempre grato e todo dia Com a vassoura recolhe as folhas.

De um jeito suave e lento Vai devagar com toda obra. Chapéu e óculos em todo momento, Um irmão crente com muita sobra. 197


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Não anda mais de braços dados, Mas sua Divina segue-o de perto. Para nas esquinas um bom bocado E com o transeunte é papo certo. A rotina com a botina é sua sorte. O trem que passa na sua porta Reporta aterros, curvas e cortes. Mané Rico assim escreve por pernas tortas. Pai, esposo e amigo de atitude, Um vizinho bom de escutar, Fonte de mil e uma virtudes Há tanto tempo a nos regar!

Em 29 de junho de 1995, o Prefeito convidou a Câmara para a entrega de cesta básica e também solicitou a nomeação de um membro da Casa para compor o CONSELHO DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL. Foi escolhido o vereador MARTOS ASTROGILDO SANTANA. Em 14 de setembro de 1995, o vereador AILTON VITORINO MONTEIRO solicitou ampliação da casa do Sr. Antônio José da Costa. Em 23 de novembro de 1995, mais uma vez, o incansável pedido da vereadora TEREZA DO CARMO FARIA RIBEIRO, solicitando a construção do Prédio para abrigar a CASA DA CULTURA.

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Sonho de um prefeito e realização de todos!

Um à parte a Tereza... Qual Tereza? A do Carmo.

Esta mulher meiga e valente, incansável no socorro alheio, daria uma enciclopédia e me resta pouco espaço para decifrá-la o quanto pudesse. Sempre gozou de livre-trânsito e, em qualquer meio, sempre foi reconhecida. Morando em frente ao Asilo, nunca ficou à toa na sua eterna voluntariedade. 199


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Uma dose de café na xícara é o combustível para se destilar maravilhas

de lábios que despejam gratidão.

Uma pessoa que sempre cuidou das outras, teve como direito que Deus

dela cuidasse quando teve o maior golpe da vida. Numa época, ainda quando o domínio da técnica curadora do câncer de mama era tênue, ela sobreviveu varonil, dentre tantas que sucumbiram. Ela tinha muito por fazer irmanada com o Onipotente.

Quando a pequena cidade nem tinha funerária, ela se dispunha para

aprontar o cadáver. Era o ser embalado para presentear o Criador. Sente saudades de duas grandes amigas, a PETY e a MARIA DAVID, sua mestra.

A vereadora Tereza do Carmo aposentou, mas continua adentrando

gabinetes de autoridades e exigindo providências com o olhar terno de amor. Quem não obedece?

A enfermeira Tereza do Carmo continua na ativa diagnosticando triste-

zas e receitando alegria, força e fé, seu kit permanente de primeiros socorros.

Seu maior passatempo é uma casinha dos fundos, sem internet, mas

ligada a todo o universo, cuidando de rosas e de viventes mais rudimentares.

Deve estar bordando pontos de cruz. Sempre teve cruz... e ponto. (Crôni-

ca escrita em julho de 2020)

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Sonho de um prefeito e realização de todos!

Acróstico Tereza do Carmo? do Karma? Faria ou Faz? Eis uma mulher, mãe, avó, irmã e esposa capaz! Risonha cidadã, mão amiga na dor e na carestia... Estudante da vida e professora sem anistia. Zanzando entre as necessidades, mais dos outros. Acompanhada da capacidade e do verbo solto! Dialogou e sempre convenceu ouvintes, O carinho e a sedução, dela são constituintes. Contratada, pelo Estado, para os serviços gerais, A danada fez isso e, com certeza, muito mais! 201


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Representou na Saúde, do Interior e Capital, Miscelânea de amor e trabalho contra o mal. Ostentou a nobreza sempre com humildade. Distingue-se lhe ao longe o sorriso aberto E uma direção, um conforto do caminho certo! Foi a primeira vereadora eleita nesta cidade! Aconteceu por duas vezes, lá na urna exigente, Registrou atas e discutiu, fluentemente! Irradiando, em meio aos homens, objetivamente. Ainda atua no palco da vida, candidamente! Repousa suas mãos caridosas entre os vivos, Iluminou, porém, vestiu e perfumou muitos falecidos! Bem sem limite, ao próximo e ao distante, Entra como lema, desde pequena, a todo instante. Isto é vida que pega atalho para o céu! Responderá a qualquer um que isto é seu papel. Orgulho deste ser humano a quem todos tiram o chapéu!

Em 14 de dezembro de 1995, foi criado o FUNDO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL e o CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL.

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Sonho de um prefeito e realização de todos!

Foi eleita a chapa para a Mesa Diretora para o ano de 1996, tendo DARICO VITORINO BORGES como presidente. Em 16 de maio de 1996, discussões calorosas a respeito de três meses de salários atrasados aos funcionários. Em 13 de junho de 1996, tornou-se considerada de Utilidade Pública a ESCOLA SANTA MARIA GORETTI. Em 5 de julho de 1996, o vereador DARICO VITORINO BORGES pediu renúncia do seu cargo e fez-se presidente da Casa o vereador ONILDO BATISTA TRISTÃO. Foi convocado o suplente GINALDO FERREIRA NEVES. Em 9 de agosto de 1996, o vereador MARTOS ASTROGILDO pediu reserva no Orçamento/97 para a criação do Conselho Tutelar com cinco membros. Em 12 de dezembro de 1996, outorgados Títulos de Cidadão Goiandirense aos seguintes agraciados: Nafthali Alves de Souza, Dr. Pedro Chaves, Deputado Ricardo Yano, Anorino Rodrigues Carpina, Ragnar José Prado, Paulo Antônio Gomes. Em 1º de janeiro de 1997, posse dos eleitos com cerimonial.

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Sonho de um prefeito e realização de todos!

Capítulo XII Sobre “Luz na Câmara em Ação” Em nome de Deus foi aberta a sessão. Gestão 1997- 2000 Prefeito Dr. JOSÉ STALIN DE ARAUJO, Vice-prefeito JOAQUIM BATISTA TRISTÃO. Vereadores Eleitos:

AMÉRICO CLAUDINO PACHECO

EDUARDO BERNARDO BORGES NETO

JOÃO BERNARDES DOS REIS

MANOEL TOMAZ GARCIA

PEDRO GILBERTO DOS SANTOS

VANILDO APARECIDO BORGES

VANDERVINO GREGÓRIO DA MOTA

JOÃO ANTONIO DE FARIA

ALUIZIO MARTINS DA SILVA

Em janeiro de 1997, houve a eleição da chapa para a Mesa Diretora tendo sido vencedora a chapa do Presidente vereador PEDRO GILBERTO DOS SANTOS. 205


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Em 6 de fevereiro de 1997, aprovada a desvinculação do reajuste do salário local com o do Governo Federal. Em 20 de fevereiro de 1997, solicitação de verba para manutenção do NUMEG, do CEPROFA, do ASILO e de convênio com a EMATER.

Em 5 de março de 1997, Reforma do CEPROFA.

Vereador JOÃO BERNARDES DOS REIS pediu a anulação da votação da chapa que elegeu a Mesa Diretora, por contrariar o Regimento Interno e, após três sessões, ele próprio pediu o arquivamento do pedido. Em 12 de março de 1997, o vereador JOÃO BERNARDES DOS REIS foi designado líder do Prefeito e o vereador MANOEL TOMÁZ GARCIA, Secretário de Esportes. Em 20 de março de 1997, indicação do vereador MANOEL TOMAZ GARCIA para que as farmácias ficassem de plantão. Em 26 de março de 1997, vereador JOÃO ANTONIO DE FARIA solicitou que o SINDICATO RURAL e a PREFEITURA adquirissem uma balança para comercialização de bovinos, a ser instalada no TATTERSAL. Também dele o Projeto solicitando que se isentasse aposentados e pensionistas de pagarem IPTU. Os Balancetes de fevereiro e novembro de 1993 foram reprovados. Em 16 de abril de 1997, o vereador EDUARDO BERNARDO BORGES NETO solicitou a retirada da rede elétrica da Av. Idelfonso Teles, bem como a retirada da rede pluvial da Av. Agostinho Martins e da Av. Idelfonso Teles. Em 14 de maio de 1997, foi realizada uma homenagem à Irmã Cristina que prestou relevantes serviços à comunidade. Em 21 de maio de 1997, deu-se a criação do Conselho Municipal de Agricultura e Abastecimento – COMAB e convidado o Sr. JOEL BITENCOURT, ge206


Sonho de um prefeito e realização de todos!

rente do Banco do Brasil S/A, para prestar informações a respeito do Conselho. Em 11 de junho de 1997, requerimento do vereador EDUARDO BERNARDO BORGES NETO solicitando a colocação de um Posto Policial na Vila Mutirão. Em 18 de junho de 1997, homenagem ao ex-vereador SÍLVIO DE CASTRO LIMA, com uma placa que foi entregue ao Sr. Dr. LÉLIO DAVID VIEIRA. Em 24 de setembro de 1997, Projeto do vereador EDUARDO BERNARDO BORGES NETO que autorizava a substituição de árvores. Em 12 de novembro de 1997, o vereador JOÃO BERNARDES DOS REIS reivindicou a construção de dois banheiros no Fórum Municipal. Em 2 de março de 1998, foi eleita a chapa com o vereador JOÃO ANTONIO DE FARIA como presidente. Em 1º de abril de 1998, em relação à entrega de Título de Cidadão Honorário Goiandirense, ficou decidido que cada vereador indicaria, no máximo, três títulos para pessoas ilustres. Em 27 de abril de 1998, instituído o Conselho Municipal de Saúde. Em 20 de maio de 1998, criada a Patrulha Mecanizada Agrícola do Município. Em 17 de junho de 1998, recebimento de convite de Formatura de LUANA JARDIM DE FARIA. Em 30 de julho de 1998, doação de terreno para o Estado para execução do Projeto “Meu Lote, Minha Casa”, com 8.000 m², suficiente para 32 casas. Em 12 de agosto de 1998, autorizada a doação de combustível ao MINISTÉRIO PÚBLICO. Em 14 de outubro de 1998, foi tombada, como Patrimônio Histórico de Goiandira, a antiga estação ferroviária, outrora pertencente à REDE MINEIRA DE VIAÇÃO.

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Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Estação Cultural Goiandira

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Sonho de um prefeito e realização de todos!

Estação Goiandira No raiar do Século Vinte, Goiás ouviu um apito de trem. Tempos novos com requinte Nos trilhos com destino a Belém! Sesmaria de Campo Limpo A Estação Goyandira rebatizou Como pedra de garimpo Em joia a transformou. Foi elevada então a distrito E sem demora se emancipou. Uma independência sem grito E a Terra Branca brotou! Lombo de burro não mais, Fim desta condução, Para ir mais longe Goiás Nasceu a Primeira Estação! O comércio e residências, Hotéis, pousadas e pensões, O progresso sem resistência Expandiu pelos rincões. 209


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

O fio com a eletricidade Chegou e teve nome de Prada. Muito mais cedo que tarde O estrangeiro fez morada. Pessoas ilustres em carros especiais, Composições de luxo em Maria Fumaça, A noite não se calou mais E nem ficou vazia a praça. Cresceram as flores engrinaldadas, Mas tudo foi passageiro. Só se vê cargas pesadas, Falou mais alto o dinheiro. O ideal foi submergido E asas de aço viraram pneus. No rumo de subdesenvolvido Projeto de longo prazo morreu. Pra preservar a nossa memória O IPHAN sempre se inspira E pra não cessar nossa trajetória, De cinzas a Estação Cultural Goiandira.

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Sonho de um prefeito e realização de todos!

O Trem Assassino Quando se trabalha coletivamente, principalmente com o gênero masculino, apelidos substituem o nome registrado em Cartório. No interior, então, o apelido é que dá aval de correspondência à pessoa, sendo possível, inclusive, que alguém jamais seja conhecido pelo nome verdadeiro. Nosso personagem irrequieto do momento, Aristides Patrício de Oliveira, é conhecido por Nova Aurora, sua terra natal. Este homem de ferro trabalhou inicialmente na “Via Permanente”, uma empresa terceirizada que tinha contrato indeterminado como conservadora de linha junto à Rede Ferroviária Federal SA (RFFSA) – recordo um amigo meu que traduzia esta sigla assim: Roberto Foi “Faqueado” Sábado Atrasado. No ano de 1970, porém, efetivou-se à Rede por meio de concurso para o cargo de Auxiliar de Manobra, tanto em Goiandira, quanto em outras estações circunvizinhas. No ano de 1975, foram elevadas suas responsabilidades como Manobreiro Especial. O Manobreiro tem como função formar as composições no pátio ferroviário e adjacências – engata, desengata e muda de linha. No fim de 1980, por graça, camaradagem e benevolência, o Chefe de Estação, Lázaro Davi, já mencionado em capítulo anterior, permitiu que ocupasse, como moradia, uma parte da Estação de Goiandira. Por um período de quase doze anos, trabalhava e acordava com o cantar do trem em movimento e frenagem. Suas filhas relembram as dificuldades da infância. Os corações nostálgicos umedecem os olhos ao recordarem dos passageiros do Trem Misto que, 211


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

pela janela, atiravam-lhes biscoitos, bolachas e outras iguarias. Naquela hora, iam brincar de “cozinhadinho”, mas desta vez o “tomatinho de tapera” não seria o ingrediente principal. De 1992 a 1993 mudou-se para outra casa, desta vez na Estação de Ferro Goyas. Pôde, então, adquirir moradia para onde se mudou e reside até os dias atuais perturbando a vizinhança. É um incansável inventor de atividades barulhentas na sua oficina de quintal nos dias úteis, feriados e dias santos – Fez-me, com total aprovação, uma raladeira de milho com motor de tanquinho de lavar roupa. Aposentou-se com quase vinte e nove anos de serviço, em 1995, à época da privatização, quando, na realidade, bastavam apenas vinte e cinco anos de serviço. Ainda havia de se lhe somar o tempo de “penosidade”, acréscimo similar à insalubridade. Existem aqueles que o chamam de bobo por ter trabalhado tempo a mais e, com disposição septuagenária verdadeira, afirma que saiu obrigado, pois trabalharia até morrer na ferrovia, caso deixassem e não tivesse ocorrido o fim da mesma. Antes da Rede, foi trabalhador rural e servente de pedreiro. Como tantos, ele também aprisiona alguns passarinhos cantadores e desabafa-se com um papagaio falador, principalmente, em dias de muito calor. Lastima-se devido a Rede não ter tido órgão atuante na segurança e prevenção de acidentes, única falha administrativa talvez. Muitos colegas foram mutilados por falta de material. Numa escala apertada, quase sempre 24x24, dia sim-dia não, em estações com pouca visibilidade, principalmente nas atividades noturnas, teve a seu turno quatro acidentes, sendo três fatais. Normalmente, as vítimas eram 212


Sonho de um prefeito e realização de todos!

pessoas bêbadas que ficavam caídas nos trilhos. Doía-lhe recolher corpos aos pedaços de pessoas conhecidas e de bem. Além da dor de uma culpa inexistente, ainda era convocado a comparecer em juízo sem acompanhamento de advogados e com a obrigação de inocentar a Rede de tais óbitos. Fim da entrevista e, ainda sem mesmo ter alcançado o outro lado da rua, escutei o motor de esmerilhar sendo ligado e o papagaio pedindo sorvete. (Crônica escrita em 06-02-2010).

Em 9 de dezembro de 1998, chapa vencedora do Presidente JOÃO BERNARDES DOS REIS, para o ano de 1999, passando o vereador JOÃO ANTONIO DE FARIA a atuar como líder do Prefeito. Em 28 de abril de 1999, foi autorizado convênio de parceria com o Consórcio Rodoviário Intermunicipal S/A, CRISA e adesão ao Plano Estadual de Assistência Farmacêutica. Em 19 de maio de 1999, presença do Sr. Prefeito e seu Mestre de Obras, Walter Rocha, dando explicações sobre a Secretaria de Obras. Em 2 de junho de 1999, o vereador MANOEL TOMAZ GARCIA apresentou requerimento ao Presidente da Câmara solicitando que não contratasse seu secretário para trabalhar na Câmara. Em 1º de setembro de 1999, doação de escrituras aos moradores das vilas, Projeto de VANILDO. Em 22 de setembro de 1999, doação de um terreno à Associação de Apicultores.

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Estรณrias da Histรณria de Goiandira - 70 anos

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Sonho de um prefeito e realização de todos!

Jornal diário da Manhã de 2002

Também em 22 setembro de 1999, foi feita a doação de uma casa residencial à EMATER- Empresa Técnica de Extensão Rural. Em 1º de dezembro de 1999, requerimento do Vereador AMÉRICO CLAUDINO para que a Prefeitura intercedesse junto à CELG e à TELEGOIÁS, a fim de fazer melhorias nas redes aéreas para se permitir o tráfego de caminhões e máquinas agrícolas. Em 15 de dezembro de 1999, eleita a chapa do Presidente EDUARDO BERNARDO BORGES NETO para a Mesa Diretora do ano 2000. 1º de março de 2000, Projeto que autorizava o Chefe do Executivo a alienar e vender bens móveis do Patrimônio Público. Projeto que autorizava o Chefe do Executivo a fazer desapropriação, permuta, ou compra amigável, de um terreno com área de cerca de três alqueires, para implantação de um Mini Parque Industrial e um alqueire para construção de casas populares. Em 29 de março de 2000, criação do Conselho Municipal e Controle Social do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério. Em 5 de abril de 2000, foi considerada de Utilidade Pública a Associação da Terceira Idade Viva a Vida. Projeto do Vereador PEDRO GILBERTO DOS SANTOS. Em 19 de abril de 2000, Ofício do Festeiro da Igreja Católica Apostólica Brasileira, solicitando doação de uma noite na Festa de Nossa Senhora do Rosário.

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Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Apesar das inegáveis consolações, em Goiandira havia problemas peculiares ao local. Exemplo disso foi a série de desavenças com a Igreja Católica Brasileira. Todos os anos, em outubro, a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário composta, como em toda parte, principalmente por pretos, costumava realizar sua festa, em verdade, mais profana do que religiosa. Frei João Antônio consentiu que, trajando, conforme seu costume, roupas de cores berrantes, pudessem executar suas congadas na Praça da igreja, mas insistiu que, uma vez na igreja, deixassem as folias lá fora. Os capitães, de fato, concordaram, mas vindo incorporar-se à comissão organizadora elementos de fora, não pertencentes à paróquia, esses chamaram de Uberlândia um padre da Igreja Brasileira. Armaram, então, uma “capela” de pau-a-pique, em outra parte da cidade, levando para lá as imagens dos santos de sua devoção. Ali fizeram a festa a sua moda, com bebidas e brigas, junto a uma orgia de profanação. 0 resultado foi um certo espírito quase cismático da parte dos paroquianos rebeldes, que só desapareceu depois de vários anos. Em outra ocasião, a Igreja Brasileira construiu um templo na cidade. Para administrá-lo, ordenou um rapaz de Goiandira, um jovem que mal tinha terminado o curso ginasial. Lá, ele celebrava suas missas, fazia batizados, solenizava casamentos para aqueles que não aceitavam a autoridade ou o ensinamento do vigário do Sagrado Coração de Jesus (WYSE, Frei Alexandre. No coração do Brasil, 1989, p.120). Presente na Mesa Diretora o Dr. ARNALDO MOISÉS FERNANDES, advogado da Prefeitura.Em 3 de maio de 2000, o vereador JOÃO ANTONIO DE FARIA pediu que se fizesse mudança no nome da Vila Mutirão. Em 24 de maio de 2000, Projeto que criou o SETOR PRIMAVERA. Projeto do vereador ANÍSIO para considerar como Utilidade Pública a ASSOCIAÇÃO DE MORADORES JOAQUIM CARREIRO. Em 28 de junho de 2000, convidado para receber a homenagem e uma placa, juntamente com sua esposa, o Sr. JACYR DA PAIXÃO. Em 16 de agosto de 2000, autorizado o Sr. Prefeito a implantar um viveiro de mudas. Em 20 de setembro de 2000, o vereador MANOEL TOMAZ GARCIA solicitou ao Prefeito a colocação de placas com o nome de ruas no Setor Primavera. 216


Sonho de um prefeito e realização de todos!

Em 4 de outubro de 2000, o vereador PEDRO GILBERTO, solicitou que fossem construídas rampas de acesso aos deficientes no GINÁSIO TERRA BRANCA. Projeto que autorizou o Prefeito a doar medicamentos e materiais de limpeza para a população. Em 8 de novembro de 2000, foi criado o FUNDO MUNICIPAL PARA GESTÃO DA MOVIMENTAÇÃO DOS RECURSOS DO FUNDEF. Em 22 de novembro de 2000, projeto do vereador MANOEL GARCIA que proibia a nomeação de parentes para cargos em comissão. Passou por 5x3. Em 29 de novembro de 2000, foi autorizado o Prefeito a isentar por cinco anos do IPTU a quem construísse uma casa nova.

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Estรณrias da Histรณria de Goiandira - 70 anos

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Sonho de um prefeito e realização de todos!

Capítulo XIII Sobre “Luz na Câmara em ação” “Esaúrindo” GESTÃO 2001 a 2004

Posse dos Eleitos para a nova gestão: Prefeito: JOAQUIM BATISTA TRISTÃO

Vice-Prefeito: TÁCITO MARIANO DE OLIVEIRA

Vereadores: HUGO MARIANO DE OLIVEIRA

JOÃO FERREIRA PIRES JUNIOR JOSÉ BOARON FILHO

VANDERVINO GREGÓRIO DA MOTA

VANILDO APARECIDO BORGES

NELCIDES SANTANA (Presidente)

FRANCISCO DE ASSIS ARAÚJO

TEREZA DO CARMO DE FARIA RIBEIRO

AMÉRICO CLAUDINO PACHECO

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Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Em 29 de janeiro de 2001, eleição para Mesa Diretora, tendo o vereador NELCIDES SANTANA como Presidente. Em 21 de fevereiro de 2001, PADRE PAIM abençoou a Câmara. O vereador JOÃO FERREIRA indicou a necessidade de ser criada a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Em 1º de março de 2001, após um mandato fora, a vereadora TEREZA DO CARMO retornou aguerrida à sua pauta de se ter uma CASA DA CULTURA em Goiandira. O vereador JOSÉ BOARON solicitou uma Kombi da Prefeitura para transportar os alunos com algum tipo de excepcionalidade que estudavam em Catalão. O vereador VANILDO sugeriu a criação de uma Casa de Velórios e de uma Panificadora Comunitária. Em 21 de março de 2001, o vereador NELCIDES solicitou a conclusão do calçamento em torno do barracão da ASSOCIAÇÃO JOAQUIM CARREIRO. O vereador VANDERVINO entrou com pedido para que se reconstruísse a ponte na Fazenda do Dr. ARNALDO MOISÉS. Em 4 de abril de 2001, foi criado o CENTRO CULTURAL DE GOIANDIRA. O vereador JOSÉ BOARON solicitou ao Prefeito JOAQUIM BATISTA que cumprisse a Lei que versava sobre NEPOTISMO e que a Presidência da Câmara cumprisse o Regimento no que dizia respeito aos vereadores faltosos sem justificativa. O vereador VANDERVINO sugeriu a doação do lote 12 x 38m, ao lado da delegacia, para o Policial NATAL VICTOR MARTINS. 220


Sonho de um prefeito e realização de todos!

O vereador VANILDO requereu edificação de torres para celular.

Em resposta ao suposto NEPOTISMO, o Sr. Prefeito afirmou que tem

apenas colaboradores da família ajudando na administração, ou seja, não são funcionários, apenas voluntários.

Em 18 de abril de 2001, Criação do Conselho Municipal de Preservação

do Patrimônio Histórico Artístico e Cultural de Goiandira.

Em 2 de maio de 2001, receberam Título de Cidadão Goiandirense:

Deusdete Martins dos Santos, Mario Emídio de Andrade, Deputado Federal Luiz Bittencourt e Silvio Pinto Ribeiro.

Vereadora TEREZA DO CARMO, Líder do Governo.

Vereador JOSÉ BOARON solicitou a lista de voluntários que trabalha-

vam na Prefeitura e das Entidades que recebiam recursos da Prefeitura.

Em 17 de maio de 2001, o Dr. LÉLIO DAVI, em substituição ao Secre-

tário de Saúde, o vice-prefeito TÁCITO, proferiu uma palestra muito esclarecedora sobre o hospital.

Em 20 de junho de 2001, o vereador VANILDO pediu ao Executivo que

concedesse aos pequenos produtores, pelo menos, dez horas de trator.

Em 22 de agosto de 2001, foi criado o CONSELHO DE ALIMENTA-

ÇÃO ESCOLAR DO MUNICÍPIO DE GOIANDIRA.

Em 29 de agosto de 2001, presença de Manoel Ferreira da Silva Neto,

Presidente da COACAL, que foi sabatinado por todos.

O vereador JOÃO FERREIRA propôs que os vereadores solicitassem

ao Sr. Prefeito o envio de um caminhão da Prefeitura, duas vezes por mês, em 221


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Catalão, para buscar ração e trazer até o Posto de Goiandira, a fim de diminuir o custo para o produtor.

Em 12 de setembro de 2001, reiteração de pedidos para resolver proble-

ma de inclinação de postes de energia.

O trator de esteira era uma fonte de prejuízos ao ajudar a comunidade ru-

ral e pedidos de baixar os preços da hora para os agricultores se intensificavam. Também havia a necessidade de priorizar as represas nesse trabalho.

Em 26 de setembro de 2001, o vereador JOÃO FERREIRA solicitou ao

Executivo que um técnico em agricultura visitasse as propriedades do município.

O vereador FRANCISCO solicitou a edificação de banheiros no Cemité-

rio.

Aprovação do Convênio com a FUNDAÇÃO FRANCO-BRASILEIRA.

Projeto de arrecadação de móveis usados para suprir o NUMEG, pela

Vereadora TEREZA DO CARMO, estendido a todos.

Em 3 de outubro de 2001, sugestão da vereadora TEREZA DO CARMO

para que se adquirisse vestuário adequado para os trabalhadores do LIXÃO.

Aprovação apertada, 5x4, para prover o cargo de Professor de Educação

Física e responder pela Secretária de Esportes, a Professora WALKIRIA VIEIRA DO PRADO.

O vereador JOÃO FERREIRA solicitou o fornecimento de capa de chu-

va para os funcionários que ficam expostos.

Em 10 de outubro de 2001, indicação verbal do vereador JOÃO FER222


Sonho de um prefeito e realização de todos!

REIRA, para que o Executivo viabilizasse ajuda ao pequeno e mini produtor rural, em reformas de casa, currais, serviços com trator, construção de represas, compra de adubos, calcários, sementes.

Em 7 de novembro de 2001, indicação da vereadora TEREZA DO CAR-

MO para que o Executivo viabilizasse recursos junto às fontes, para melhorar a Banda Marcial da Cidade de Goiandira, com instrumentos e uniformes, por exemplo. Em 14 de novembro de 2001, criação do perímetro urbano do Povoado de Veríssimo.

Início da nova pavimentação asfáltica no Povoado de Veríssimo 223


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Nova pavimentação asfáltica no Povoado de Veríssimo

Em 21 de novembro de 2001, locação de imóvel para funcionamento do

Banco do Povo. Perguntado ao Secretário de Administração, PEDRO GILBERTO, por que o prefeito não cumpria a Lei da Patrulha Agrícola, foi respondido que o Prefeito trabalhava com prerrogativas. Em 28 de novembro de 2001, concessão do Título de Cidadão Honorário de Goiandira ao Deputado Dr. RONALDO CAIADO. Em 2 de janeiro de 2002, eleição do vereador VANDERVINO para a 224


Sonho de um prefeito e realização de todos!

presidência da Casa. Em 21 de janeiro de 2002, solicitação do vereador JOSÉ BOARON para que a Prefeitura limpasse o campo de futebol do SETOR PRIMAVERA. Em 13 de março de 2002, o vereador JOSÉ BOARON solicitou as receitas e despesas do PSF e de como estaria sendo utilizada a verba do PSF, pois a locomoção dos agentes comunitários estava muito difícil e afirmou que os médicos dividiam o dinheiro entre eles e não separavam nada para ajudar os agentes. Em 20 de março de 2002, Título de Cidadão Goiandirense ao Padre Mario Rodrigues Paim e ao Coronel Divino Efigênio de Almeida. O vereador JOÃO FERREIRA sugeriu a construção de um Posto Fiscal na saída para Catalão. Em 17 de abril de 2002, o vereador VANILDO requereu que a prefeitura assumisse os trabalhos da SERRARIA MUNICIPAL. O Balancete do mês de janeiro de 2001 foi reprovado pelos vereadores JOÃO FERREIRA e JOSÉ BOARON, pois havia denúncia de desvio de dinheiro em relação à Patrulha Agrícola e contratação irregular de parentes. Em 24 de abril de 2002, o vereador JOSÉ BOARON cumprimenta a todos e enaltece a sua humildade. Em 29 de maio de 2002, criação da COMISSÃO DE CONTROLE INTERNO PARA ANÁLISE DAS CONTAS DO PODER LEGISLATIVO. Requerimento solicitando a Prestação de Contas que o Executivo não fornecera à Câmara referente ao trator de esteiras. Em 5 de junho de 2002, intimada a SECRETÁRIA DE AÇÃO SOCIAL 225


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

para prestar contas da Lavoura Comunitária. Em 5 de julho de 2002, contrato de comodato na cessão de um terreno com a AMERICEL S/A. Em 7 de agosto de 2002, o vereador JOSÉ BOARON solicitou que o Executivo fizesse a doação de exame de DNA ao jovem JOÃO CARLOS DAMA, o que foi rejeitado, principalmente porque existiam vários casos no Município e a arrecadação era insuficiente. Em 21 de agosto de 2002, contato urgente com a AMERICEL devido ao barulho e interferência nos canais de televisão ocasionados pela torre, o que provocava bastantes reclamações da comunidade. O vereador NELCIDES informou que a cidade fora escolhida para representar o Grito dos Excluídos e que o objetivo era o de anunciar as desvantagens da ALCA – ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS, e afirmou que representantes de todas as cidades da região estariam em Goiandira. Em 28 de agosto de 2002, considerada de Utilidade Pública a “Obras Unidas São Vicente de Paulo”, Asilo. O vereador JOSÉ BOARON, a respeito do calçamento da cidade, propôs que os moradores dessem o cimento e a Prefeitura desse o cascalho e mão de obra. Em 11 de setembro de 2002, o vereador JOÃO FERREIRA pediu que se construísse, com a devida urgência, uma casa para o Sr. JOÃO ETERNO, na Rua Gerônimo Teixeira, 33, pois o mesmo morava em barraco de lona. O vereador JOÃO FERREIRA também afirmou que a Câmara, caso quisesse, poderia tomar conta do Município, pois o Prefeito não respeitava a Câma226


Sonho de um prefeito e realização de todos!

ra. Quando seis ou cinco tomam a posição é a maioria que decide. A Câmara é soberana. Em 11 de dezembro de 2002, eleita a chapa para a Mesa Diretora tendo como Presidente o vereador JOÃO FERREIRA. Em 12 de fevereiro de 2003, declarada de Utilidade Pública a ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DE GOIANDIRA. Em 19 de fevereiro de 2003, antes da sessão, foi respeitado um minuto de silêncio pela morte do Padre NETO. Solicitação ao Prefeito, pelo vereador NELCIDES, para que o Executivo retornasse a transportar crianças com alguma excepcionalidade à Escola Santa Clara de Catalão.

O mesmo vereador solicitou também a construção de uma fossa comuni-

tária na Vila Goiandirense.

Em 14 de maio de 2003, a vereadora TEREZA DO CARMO reclamou

por terem sido alugados dois carros para conduzir cinco vereadores, pois bastaria um só. O vereador VANDERVINO falou da multa de trânsito que teve de pagar, do seu bolso, com a locadora. O Presidente não quis pagar, pois ficou com medo dos vereadores acharem ilegal.

Em 11 de junho de 2003, Projeto da vereadora TEREZA DO CARMO,

sugerindo nome de uma rua para homenagear o Professor RAIMUNDO GOMIDE.

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Estórias da História de Goiandira - 70 anos

SOBRE O HINO A GOIANDIRA Goiandira, terra amada, De flores engrinaldada; És orgulho de Goiás, Berço de amor e paz. Nós teus filhos, sempre ufanos, Contemplamos o teu vulto. Cidade de nosso culto, És orgulho dos goianos. Salve! Salve! A beleza que se encerra No teu seio, amada terra Oh! Cidade do Sorriso! Verdadeiro Paraíso. Tuas matas verdejantes Os teus campos multicores Tua fauna e tua flora, Expressando teus valores. Tua terra é um alvo manto A mirar um céu de anil. Goiandira, eterno encanto, De Goiás e do Brasil. 228


Sonho de um prefeito e realização de todos!

Salve! Salve! A beleza que se encerra No teu seio, amada terra Oh! Cidade do Sorriso! Verdadeiro Paraíso. Segundo depoimento da Professora Maria Alves de Souza, o Hino a Goiandira foi cantado pela primeira vez em 7 de setembro de 1939, na data pátria, sendo que Esaú Marques entregara a letra, em 10 de julho de 1935, ao maestro Geraldo Porto Tristão. Seis dias de posse da letra, em 16 de julho de 1935, estava pronta também a música.

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Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Portanto, a música do “Hino a Goiandira foi composta pelo maestro e

poeta Geraldo Porto Tristão. Conhecido e chamado carinhosamente por Geraldinho, era filho de Antônio Tristão Cavalcante e Ordália Porto. O pai, ferreiro famoso, exercia sua profissão em uma oficina em frente à “Praça do Relógio”. Geraldo foi um seresteiro nato, que mexia com o coração das donzelas de seu tempo. Casado, viveu por vários anos em Bauru-SP, depois em Goiânia, mas retornou à terra natal em 2005, onde faleceu em 1º de dezembro de 2007. Está sepultado no cemitério local. Além da música, Geraldo compôs uma estrofe para completar nosso hino: Tuas matas verdejantes Os teus campos multicores Tua fauna e tua flora Expressando teus valores. ESAÚ MARQUES Um verdadeiro drama, por todos os tempos, o poeta ter suicidado. Era de um requinte sem igual na arte de poetizar. Seu fascínio pelo desconhecido e a dúvida da eternidade fizeram dele um refém de suas próprias ideias. No primeiro contato que tive com as letras deste poeta, fiquei abismado ao constatar sua capacidade sonora e o vasto conhecimento da língua. Imaginei que o poema dele, “Com eira e Beira”, fosse meio-versos e os completei, linha a linha. Meus pêsames sempre. A Academia de Letras de Brasília possui quarenta cadeiras e, a de número 1, é em homenagem a Esaú Marques Guimarães.

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Sonho de um prefeito e realização de todos!

Hino a Goiandira

Com eira e beira

Goiandira, terra amada, Por Tristãos e por Moreiras. De flores engrinaldada; Nos Jardins e Oliveiras. És orgulho de Goiás, Com educação primeira. Berço de amor e paz. E de valentes Pereiras. Nós teus filhos, sempre ufanos, Bem-vinda, gente estrangeira. Contemplamos o teu vulto. Herdeiros de Absay Teixeira. Cidade de nosso culto, De libertação, fé e benzedeira. És orgulho dos goianos. E de toda gente brasileira. Salve! Salve! Marques, Marianos e Nogueiras. A beleza que se encerra Em Cardosos, Abdalas e Vieiras. No teu seio, amada terra Jazem heróis Garcias Ferreiras! Oh! Cidade do Sorriso! Dos Rosas e gente brejeira. Verdadeiro Paraíso. Mesmo em face à barulheira. Tuas matas verdejantes Dos Santanas, Araújos e Bandeiras. Os teus campos multicores Feitos por arados e esteiras. Tua fauna e tua flora, Não se oferecem em feiras. Expressando teus valores. Em palavras derradeiras. Tua terra é um alvo manto Que cabe as famílias inteiras. A mirar um céu de anil. Viva a gente pioneira! Goiandira, eterno encanto, De tanta gente guerreira. De Goiás e do Brasil. Está escancarada a porteira. Salve! Salve! A Terra Branca sempre nada corriqueira.

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Estรณrias da Histรณria de Goiandira - 70 anos

(Diรกrio da Manhรฃ de 2002) 232


Sonho de um prefeito e realização de todos!

Dados Bibliográficos retirados do livro PÁGINAS, de Esaú Marques.

ESAÚ MARQUES GUIMARÃES nasceu em Goiandira, Estado de Goiás, no dia 18 de junho de 1915 e faleceu em 9 de janeiro de 1942, às 10 horas, quando contava 27 anos incompletos. Suicidando-se, Esaú libertava-se da vida que o atormentava tanto, buscando o desconhecido que tanto o atraía. Esaú Marques Guimarães era filho de Cândido Marques Guimarães e Maria Delfino Guimarães. Fez o curso primário na Escola Barsanulfo, com o dedicado Prof. Raimundo Gomide, “Mundico”. No dia 7 de março de 1930, com 15 anos de idade, Esaú matriculava-se no Colégio Regina Pacis, de Araguari, em Minas Gerais, depois de aprovado em exame de admissão, concluindo o curso ginasial em novembro de 1934, com destacado brilho. Em 1935, por força de dificuldades financeiras de seus pais, não pode prosseguir em seus estudos, sendo obrigado a empregar-se como professor de uma escola rural na Fazenda Floresta, de propriedade do Sr. Virgílio Mariano de Oliveiros, seu padrinho e primo, percebendo apenas Cr$200(Duzentos cruzeiros) mensais. Sacrificando-se ao máximo, com essa remuneração conseguiu fazer alguma economia, do que lhe valeu a possibilidade de matricular-se na Faculdade de Farmácia da Universidade de Minas Gerais, em março de 1936. Em Belo Horizonte, para manter-se nos estudos, exerceu a profissão de corretor, no comércio ambulante. Entretanto, em vista do alto custo de vida na Capital Mineira, Esaú providenciou sua transferência para Ouro Preto, matriculando-se, em 1937, na Escola de Farmácia da histórica cidade montanhosa. Em 1938, brilhantemente, o infortunado poeta goiano concluía seu curso classificando-se em primeiro lugar. Em 1939, 1940 e 1941, exerceu a profissão de farmacêutico em Goiandira e Santa Cruz de Goiás. Em 9 de janeiro de 1942, às 10 horas da manhã, praticava o gesto extremo, pondo termo à vida, ao ingerir forte dose de cianureto de potássio. Antes de morrer, confessara ao seu venerando pai, com 74 anos de idade, que “amava a morte e detestava a vida, por não ver nela finalidade alguma. Que o perdoasse daquela deserção à vida, pois o que aspirava era deixar este mundo de misérias”. 233


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Desde os 9 anos de idade, Esaú demonstrou tendências para a poesia,

porém versificando com desenvoltura somente aos 18 anos, quando já deixava transparecer sua luta interior, nos versos rigorosamente pessimistas que então compunha. Tão arraigada era, no espírito conturbado de Esaú, a ideia do suicídio que, em certa vez pedira a seu único irmão, Francisco Marques Guimarães, que quando se suicidasse, em seu túmulo deveria inscrever o seguinte epitáfio: “Aqui jaz o poeta e farmacêutico Esaú Marques Guimarães, que amou e sonhou na vida”. E, assim foi feito, no Cemitério de Goiandira, onde o mesmo fora sepultado. O Epitáfio por ele escolhido lembra aquele do poeta do Romantismo brasileiro, Álvares de Azevedo, no poema “Lembrança de morrer”. Aí estão, em rápidos traços, os fatos principais da vida de Esaú Marques Guimarães, cuja curta existência foi uma legenda de sofrimento, porém de profícua produção poética.

Em 18 de junho de 2002, o vereador FRANCISCO falou sobre o reque-

rimento que o vereador JOSÉ BOARON enviou ao TCM, com data de 1999 e com o nome do Dr. JOÃO BERNARDES DOS REIS, ex-vereador. Solicitou a convocação do Dr. João Bernardes, a fim de prestar esclarecimentos e afirmou que o Prefeito não iria atender indicações de Vereadores que pretendiam cassá-lo.

Em 13 de agosto de 2003, o vereador NELCIDES pediu a viabilização da

implantação de um Cursinho Pré-Vestibular na cidade.

Em 27 de agosto de 2003, visita da Deputada Magda Mofatto, prometen-

do um Parquinho Infantil para a cidade.

Em 3 de setembro de 2003, o vereador NELCIDES entrou com requeri-

mento para que o Executivo providenciasse, com urgência, a construção de ban234


Sonho de um prefeito e realização de todos!

cos para os jogadores reservas e Comissão Técnica no Estádio ELIAS JORGE.

Em 8 de outubro de 2003, o vereador NELCIDES solicitou uma sala do

antigo POSTO DE SAÚDE como empréstimo, para instalação do CONSELHO COMUNITÁRIO DE SEGURANÇA PÚBLICA.

Em 5 de novembro de 2003, o vereador JOSÉ BOARON fez indicação

para que o Executivo providenciasse a reforma da casa do Sr. ALAOR, no Setor Primavera.

ALAOR DOS MACACOS

Existem certas pessoas das quais não há a necessidade de conhecer pormenores de sua existência para simpatizar-se com elas. O Alaor era meu freguês na padaria. Toda tarde ele fazia um lanche composto de um Guaranazinho Mineiro, acompanhado de um pedaço de bolo ou outra quitanda. A propósito, eu sempre dava um desconto considerável. Alguém como ele, já de idade, sempre a pedalar, há de ter a minha admiração, mas Alaor ia além – Ele tinha uma carretinha na bicicleta. Com esta carreta, eu o vi fazer até mudança de pobres como ele, mas o trabalho principal da carretinha era recolher lixo reciclável, um complemento financeiro de grande monta. Ele me contou que recolheu, por encomenda, uma boa porção de mini Coca-Cola para alguém que estava a vender pinga nesse vasilhame, mas, depois de tanto trabalho, na hora da entrega, o freguês “roeu o caroço” e não mais quis. Ele teve que ir até o lixão descartar tal carga, bem fora da cidade, em difícil trajeto. Tempos atrás poderia jogar num local próximo específico que a Prefeitura levava, mas o caminhão de lixo não faz mais este ponto. Alaor era chamado por este apelido, “Alaor dos macacos”, porque, num tempo mais remoto, ele tinha dois macaquinhos domésticos que faziam a 235


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

felicidade dos garotos. Atualmente, sua paixão estava voltada para os cachorros abandonados e, quase sempre, ia até o Lixão apenas para brincar com os cães que moram por lá. Outro dia, estava muito triste, pois o caminhão do lixo esmagou uma destas criaturas. Algum desalmado deixou uma ninhada de filhotes na porta de sua casa e encontrei-me com ele quando buscava leite para alimentá-los. Grande Alaor! No princípio da semana, eu havia conversado com o Dr. João Bernardes dos Reis, dono do Supermercado Goiandira, para dar a tarefa de entregar as compras feitas no seu comércio para o Alaor. Afinal, ele conhecia todos os endereços e todas as pessoas de nossa cidade. Ainda havia a vantagem de nem sequer registrá-lo, pois era aposentado com benefício. João gostou e aprovou a ideia. Na quarta-feira, encontrei com o Alaor e comentei sobre esta possibilidade de trabalho e ele ficou radiante, pois não estava compensando e nem mais dando conta de se melhorar pelo lixo. Na Sexta-feira, à tarde, veio a fatalidade ao homem bom que ajuntou tesouros nos céus. Necessariamente, deve ter feito uma força descomunal para produzir-lhe um infarto fulminante que o transportou para uma morada do Pai, onde tudo novo e cheirando a tinta, nada de lixo. Aquele simpático senhor que trazia gratuitamente cascas de barbatimão pra banhar a ferida da minha cadela tornou-se ausente para tantos que dele necessitavam. A arca do Noé, toda repleta, deve ser a sua vizinhança mais próxima nas alturas. Quando cheguei ao velório, movimentado como se de rico fosse, já haviam fechado a tampa, mas ainda ouvi a história de que, há bem pouco tempo, aquele homem só, havia encontrado num garoto a possibilidade de ser seu filho. Pediu exames e comprovou. Pouca herança fica, mas uma riqueza sem fim de bons exemplos e humildade. 236


Sonho de um prefeito e realização de todos!

Até a eternidade, Alaor dos Humanos! (Crônica escrita em 27-102013).

Em 31 de março de 2004, eleita a chapa da Mesa Diretora para 2004

tendo como Presidente o vereador AMÉRICO CLAUDINO PACHECO.

Em 24 de março de 2004, Títulos de Cidadão Honorário propostos pelo

vereador FRANCISCO, para José Paulo Loureiro, Padre Ancelmo Silva, Dr. Wagner Canhedo Azevedo, Luis Fernando Franz, Jorge de Moraes Jardim Filho e José Eduardo Dutra.

O vereador JOÃO FERREIRA votou contra a concessão dos Títulos por-

que havia nomes de pessoas que nunca estiveram na cidade e porque não tinha conhecimento do que trouxeram para benefício do município. Sugeriu que se fizesse outro Projeto com os nomes aprovados do Padre Ancelmo Silva e de Luis Fernando Franz. O vereador FRANCISCO indagou: Como não ter conhecimento do que a CELG, a EMBRATEL, a SANEAGO e a PETROBRAS trouxeram para o Município?

Em 28 de abril de 2004, o vereador NELCIDES parabenizou o Prefeito JOA-

QUIM BATISTA, pela RÁDIO TERRA BRANCA. Em 6 de outubro de 2004, o vereador NELCIDES parabenizou MANOEL TOMAZ GARCIA, pela vitória nas urnas e incitou o Presidente AMÉRICO a enviar ofício ao Sr. ODEMIR MOREIRA MELO, Prefeito e Sr. Dr. MARCOS MOREIRA TEIXEIRA, Vice-Prefeito, pela vitória alcançada. Disse que concorreu, mas não venceu, vida que seguia. Em 23 de dezembro de 2004, a taxa de contribuição para custeio de iluminação pública foi rejeitada. (quem dará à luz?) 237



Sonho de um prefeito e realização de todos!

Capítulo XIV Sobre “Luz na Câmara em Ação” Religiosidade GESTÃO 2005 - 2008

Em 1º de janeiro de 2005, posse: ODEMIR MOREIRA DE MELO – Prefeito MARCOS MOREIRA TEIXEIRA – Vice-Prefeito “da Saúde” Vereadores eleitos: MANOEL TOMAZ GARCIA – Presidente da Câmara CLODOALDO DA SILVA CARDOSO DEUSDETE MARTINS DOS SANTOS MARCOS SERAFIM AGAPITO FRANCISCO DE ASSIS ARAÚJO FRANCELINO VITORINO BORGES JOSÉ BOARON FILHO – o mais votado JOÃO FERREIRA PIRES JUNIOR LUIZ ROBERTO DE ARAÚJO Em 21 de fevereiro de 2005, o vereador LUIZ ROBERTO ARAÚJO so239


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

licitou que se oficializasse o ROTARY CLUB quanto ao lote doado àquela entidade há vários anos. O vereador MARCOS SERAFIM AGAPITO solicitou que se concedesse Título de Cidadão Goiandirense ao Dr. Fernando Cupertino, Secretário Estadual de Saúde.

Apresentação da nova assessora jurídica da Câmara, a Dra. Kelly.

Em 28 de fevereiro de 2005, o vereador DEUSDETE MARTINS DOS SANTOS pediu que o Executivo providenciasse a CARROCINHA, a fim de retirar os cachorros das ruas. Em 7 de março de 2005, o vereador MARCOS SERAFIM pediu para que o Executivo elaborasse projeto de incentivo para os proprietários de carros emplacarem os mesmos em Goiandira. Em 21 de março de 2005, o vereador DEUSDETE solicitou a doação de terreno para o ASILO. Em 18 de abril de 2005, o vereador DEUSDETE solicitou ao Executivo que colocasse números nas casas e os nomes nas ruas. Em 25 de abril de 2005, o vereador LUIZ ROBERTO ARAÚJO propôs Título de Cidadão Goiandirense a Evando Magal e Abadia Correia da Silva, Presidente da METROBUS. Em 16 de maio de 2005, Requerimento dos Vereadores CLODOALDO e FRANCELINO para que se doasse lote para a IGREJA CATEDRAL DE ADORAÇÕES E MILAGRES. Os vereadores CLODOALDO e MARCOS SERAFIM solicitaram que o Executivo fizesse doação de terreno para a IGREJA DO EVANGELHO QUADRANGULAR (Capela da Benção).

Em 6 de junho de 2005, o vereador JOÃO FERREIRA pediu ao Executi240


Sonho de um prefeito e realização de todos!

vo que fizesse uma horta comunitária no Povoado do Veríssimo. Pediu, também, um Posto de Saúde e que, enquanto não ficasse pronto, que se disponibilizasse um enfermeiro para o local, inclusive, nos finais de semana. Em 13 de junho de 2005, o vereador DEUSDETE requereu uma ambulância para o Povoado de Veríssimo.

Criada a Unidade de Ensino Pré-Vestibular na Secretaria de Educação.

Em 20 de junho de 2005, Convite do Centro Cultural de Goiandira.

Em 1º de agosto de 2005, o vereador DEUSDETE falou sobre um poste que foi colocado quase no meio da rua e pediu que a CELG corrigisse.

Juíza requereu ajuda da CEMAM para reformar casas do Asilo.

Em 22 de agosto de 2005, o vereador JOÃO FERREIRA solicitou que o Executivo viabilizasse, com urgência, roupas para a Congada de Goiandira.

FIGURA UM E FIGURA DOIS

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Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Reza a lenda que uma imagem vale por mil palavras e, certa vez, em homenagem ao Dia do Fotógrafo, baseado, então, em uma só imagem, escrevi um texto com mais de mil palavras. Comprovei que pode valer por mais de mil palavras, mas seriam todas verdadeiras? Nem sempre a imagem reflete o que se imagina à primeira vista. A primeira imagem, típica do interior, pode revelar a famosa fofoqueira ou bisbilhoteira que está sempre à janela tomando conta do que se passa, mas, no caso presente, é uma distinta dama da sociedade vinculada a entidades caritativas e da prática intensa da religiosidade. Alguém que, como vizinha, ultrapassa todas as perspectivas do bom relacionamento e do bem servir, sendo mãos que ajudam e afagam, lábios que orientam e suplicam. O que levou nossa personagem, atabalhoada de afazeres, para a janela, foi uma manifestação da Congada na casa da vizinha protegida. A Congada é uma dança teatral religiosa em homenagem à Nossa Senhora do Rosário. Aparentemente sem ritmo, parecendo mais uma batucada desconexa, arrasta uma multidão e é a estrela maior da Quermesse. Gente simples trajada como nobres 242


Sonho de um prefeito e realização de todos!

fidalgos e com galões de generais. A falta de dentes em alguns deles não impede os dançarinos de entoar, a plenos pulmões, cânticos de louvor verdadeiro oriundos de uma devoção do fundo do coração. As roupas, confeccionadas com exclusividade para a ocasião, reluzem e a bandeira tremula o amor materno celestial. Há ainda cavalgadas e outras homenagens que se ajuntam aos festejos de uma semana, encerrando-se com uma procissão gigantesca, sendo até decretado feriado municipal. Além de Nossa Senhora, os santos negros, Efigênia e Benedito, são aclamados. Ao que parece uma turba de pobres ufanos, a figura dois nos mostra um jovem de cútis clara em quem reside a mesma fé. Trata-se de um adorador desde criancinha, professor universitário e doutor em ciências médicas. Ele é o segundo capitão deste Terno de Congada e, esteja onde estiver, nesta época, é como o judeu que sobe a Jerusalém para a festa. Imagem não é tudo, mas ornadas com algumas palavras ao rodapé, não precisam ser milhares, ratifica toda beleza e veracidade. (Crônica escrita em 25-09-2013)

CEEB – Centro Espírita Eurípedes Barsanulfo agradece o vereador CLO-

DOALDO por seu empenho na reconstrução da calçada do Centro.

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Estórias da História de Goiandira - 70 anos

A MINHA RELIGIÃO... A minha religião... Pouco passa na tevê, Sempre tem explicação A quem quer aprender! A minha religião... Não tem dízimo nem oferta, Mas multiplica o pão Sempre que a fome aperta. A minha religião... Cobra todos os pecados, Não é falta de perdão, Mas justiça aos encarnados! A minha religião... Bem de forma natural, Fluidifica o irmão Para livrá-lo do mal. A minha religião... Não tem nenhum sacerdote. Quem precisa de uma mão Tê-la-há de toda sorte! A minha religião... Crê nos vivos e nos mortos. Em milagre não crê não, É viagem em outros portos. 244


Sonho de um prefeito e realização de todos!

A minha religião... Abraça firme a ciência, Abre os olhos da razão E aponta a Onipotência. A minha religião... Causa então um atrito, Mostra nossa destinação No uso do livre-arbítrio. A minha religião... É aquela de um só Pastor, Céus e Terras passarão E só não passa o amor. A minha religião... Diz que construo meu futuro, Tenho pouca evolução Quando me cerco de muros. A minha religião... Apoio da espiritualidade, Não há mesmo salvação Fora da caridade! A minha religião... Não é minha nem do Chico. É luz na escuridão Para todo o aprisco. 245


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

A minha religião... Socorre até no além, Quando impõe a sua mão Jorram luzes do bem! A minha religião... É anterior ao tempo, Abriga-se na amplidão, O universo é seu templo. A minha religião... O caminho é um só, Sempre se cumpre a missão E nossa história não é pó. A minha religião... Satanás é a ignorância, É o caminho da servidão, Mas reinando a esperança. A minha religião... Não tem fim nem tem começo, Mas tem tudo em anotação E tudo tem o seu preço. A minha religião... É Espírita de Verdade, Terceira revelação Para toda a Humanidade! 246


Sonho de um prefeito e realização de todos!

Em 29 de agosto de 2005, o vereador MARCOS SERAFIM pediu para que se fizesse uma doação de terreno para a Associação dos Apicultores de Goiandira. Em 05 de setembro de 2005, indicação verbal do vereador JOÃO FERREIRA para que o Executivo tomasse as providências necessárias para que fosse retirada a colheitadeira que estava no meio da Rua Gustavo de Lima. “Aos vinte e seis dias do mês de setembro de dois mil e cinco, às 19h, nas dependências da Câmara Municipal de Goiandira, Estado de Goiás, reuniram-se os vereadores, exceto o Vereador FRANCELINO JÚNIOR que estava trabalhando...” Em 3 de outubro de 2005, o vereador CLODOALDO solicitou ao Executivo o envio de ofício à OVG (Organização das Voluntárias de Goiás), com a finalidade de conseguir cadeiras de rodas para os postos de saúde e hospital. Em 21 de novembro, o vereador MARCOS SERAFIM buscou conceder Título de Cidadão Goiandirense ao Governador Marcorni Perillo Júnior e também ao Vice-Governador Alcides Rodrigues. Em 12 de dezembro de 2005, votação para Presidente da Mesa e equipe para o ano de 2006. Foi eleito como Presidente o vereador MARCOS SERAFIM que, de imediato, nomeou o Vereador MANOEL TOMAZ como Tesoureiro da Câmara. Em 28 de dezembro de 2005, Projeto que autorizava o Executivo a instalar um Polo da Universidade Estadual de Goiás – UEG, no prédio da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, ou de quem de direito, na sede do Município.

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Estรณrias da Histรณria de Goiandira - 70 anos

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Sonho de um prefeito e realização de todos!

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS E O POLO DE GOIANDIRA Entre os anos de 2006 e 2010, Goiandira sediou um Polo da UEG que beneficiou, além de cidadãos goiandirenses, várias pessoas das cidades vizinhas de Catalão, Ouvidor, Três Ranchos, Campo Alegre, Nova Aurora, Cumari, Anhanguera e, até, de Uberlândia. Em julho de 2006, o grande idealizador e incentivador dessa conquista, prefeito Odemir Moreira de Melo e sua equipe da Secretaria Municipal de Educação reuniram-se no salão de festas da Paróquia Sagrado Coração de Jesus com autoridades do Governo Estadual, representantes da UEG, autoridades regionais e municipais, além dos alunos e familiares para o lançamento do Polo da Universidade Estadual de Goiás- UEG. O Polo ocupou e deu vida ao antigo prédio do Colégio Dom Emanuel da Paróquia Sagrado Coração de Jesus. 249


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

O Polo oferecia dois cursos presenciais sendo Licenciatura em Letras com Habilitação em Língua Portuguesa e Inglês e Pós-Graduação em Psicopedagogia. Dirigido pela professora Clara Silva Moreira, o Polo recebeu um excelente número de alunos de toda a região. A professora Ione Maria de Sousa Silva assumiu a Secretaria do Polo; o professor José Aparecido Rosa, a Coordenação do Curso de Letras e a professora Dra. Cristiane Ribeiro, a Coordenação da Pós-Graduação em Psicopedagogia. A instalação do Polo da UEG em Goiandira foi um dos principais feitos do então prefeito Odemir na área da Educação. O Polo trouxe notoriedade e benefícios educacionais, culturais e sociais ao município. Ao final de 2009, os 33 alunos concluíram o Curso de Letras. A formatura realizou-se no dia 19 de fevereiro de 2010 na AABB. Foi homenageado o então vereador Clodoaldo da Silva Cardoso com o nome da turma. As comemorações encerraram-se numa grande festa no Espaço Flor do Ipê com a presença dos familiares, autoridades e dos padrinhos da turma, professor Odemir Moreira de Melo e Jerônimo Carneiro Sobrinho, na época, prefeito de Nova Aurora. Em quatro anos de funcionamento no município de Goiandira, o Polo da UEG foi um sucesso de aproveitamento e de participação dos alunos e só não teve continuidade devido à política de extinção dos Polos à distância naquele momento. Felizmente, o Polo de Goiandira deixou resultados e benefícios que abriram caminho para outras Instituições instalarem no município cursos de Formação Superior na modalidade Semi Presencial como a que atua no prédio da Escola Municipal Santa Maria Goretti.

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(Jornal Diário da Manhã de 2002) Carnaval Cheio de Alegria (Diário da Manhã, 1º de agosto de 2002)

Todo mundo sabe que Carnaval em Goiás é no interior. Uma das cidades que fazem esta frase ser verdade é Goiandira. A festa vem se destacando pela organização e participação em massa da comunidade local, mas os forasteiros também já estão acostumados com toda essa alegria, já que todos os anos vêm pessoas de Araguari, Brasília, Uberlândia, Goiânia e dezenas de cidades vizinhas. A história de todo este sucesso remonta ao Goiandira Tênis Clube, lugar onde começou o carnaval. Chegou um momento em que o espaço não comportou mais gente, tamanho era o número de pessoas que já sabiam da fama do carnaval de lá. O jeito foi fazer o carnaval de rua. O resto da história todo mundo já conhece: milhares de foliões brincando noite e dia. Segundo Walkíria Vieira do Prado, Secretária de Esporte e Lazer, este ano o fluxo de turistas foi mais ou menos 6.000 pessoas. Muitos moradores 252


Sonho de um prefeito e realização de todos!

tiveram até que sair de suas casas para faturar um dinheirinho a mais com o aluguel. Uma promessa da Secretária é que ano que vem a estrutura vai ser melhor ainda. “Pretendemos instalar banheiros e trazer mais gente. Goiandira merece todo nosso esforço”, disse. A realização do Carnaval mexe com a população de Goiandira desde os áureos tempos do GTC. A respeito da população de Goiandira, é dever salientar que já foi maior que a da atualidade, pois tinha sob seus domínios os, então distritos, de Anhanguera, Cumari e Nova Aurora. Queremos explicitar o êxodo ocorrido da zona rural para a cidade, com o censo do IBGE de 1970 e 1980. Hoje, a zona rural ou é uma indústria agro ou moradia de alguns poucos homens.

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Estórias da História de Goiandira - 70 anos

O vereador JOÃO FERREIRA disse que o vereador MANOEL ficou na

História, como único vereador que colocou o povo para fora da Câmara.

Em 22 de maio de 2006, o vereador CLODOALDO pediu para que o

Executivo disponibilizasse um horário na AABB, para que a “3ª idade” praticasse atividades físicas e de lazer, acompanhadas de um profissional.

Indicação aprovada, também do vereador CLODOALDO, para que o

Executivo autorizasse a Srta. FRANCELLI a colocar um carrinho móvel para lanches, em frente à relojoaria do Donizeth, do outro lado da rua.

Em 19 de junho de 2006, o vereador LUIZ ROBERTO questionou sobre

o problema de um terreno doado para o Sr. RAGMAR e pediu que o Executivo fizesse gestões para que o mesmo voltasse ao município.

Em 26 de junho de 2006, o vereador FRANCELINO afirmou que a lâm-

pada que colocaram em canteiro próximo ao viaduto estava atrapalhando os comerciantes em frente.

O vereador CLODOALDO afirmou que a Prefeitura em sua última via-

gem trouxe para Goiandira 15 cadeiras de rodas, jogos de mesas e cadeiras para a Creche. Fez ainda parceria com o Estado para a implantação do Projeto Escola de Tempo Integral, inclusive a única municipal a fazer parte do projeto.

Em 11 de dezembro de 2006, foi eleita a chapa do Presidente, vereador

FRANCISCO, para a direção da mesa em 2007.

Em 2 de abril de 2007, Decreto Legislativo (Moção de Congratulações)

do vereador JOÃO FERREIRA ao Sr. Tércio Mariano de Rezende.

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Sonho de um prefeito e realização de todos!

Tércio Mariano de Rezende nasceu em 31/12/1921 em Goiandira e sempre foi motivo de orgulho para seus conterrâneos pela honradez, lealdade, honestidade, alegria, companheirismo que marcaram seu caráter ao longo de sua vida também longa. O sorriso, marca registrada de Terção, não saía do rosto. “Seu” Tércio Mariano desenvolveu várias atividades, entre elas, foi agricultor e agropecuarista como criador de gado Gir, na Fazenda Matinha a 10km de Goiandira. Na política local, foi vereador nas gestões de 19591962 e 1971-1973. Como jogador de futebol, levou os nomes de Goiandira, de Goiás e do Brasil aos quatro cantos do planeta quando foi reconhecido pelo Guinness Book, em 2007, como o jogador mais velho do mundo. “Velho, não! Nonagenário!” A façanha de entrar para o Livro dos recordes deu-se quando o Sr. Tércio contava 85 anos, mas o amor pelo futebol levou-o a jogar até os 91, porém se dependesse de sua vontade, jogaria até os 100 e afirmava sempre que “um dia, entraria para o Ginness Book”. Entrou por mérito próprio e pelo empenho da família que não esmoreceu diante de tanta burocracia. Deu os primeiros chutes na bola, como jogador, aos 9 anos, ainda na zona rural do município. Já na cidade, defendeu o Goiandira Esporte Clube 255


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

e o Cerâmica Esporte Clube, time da família, que desenvolve a indústria e a comercialização de materiais de construção cerâmicos. Jogava na posição de lateral direito, gostava de cruzar a bola para os companheiros fazerem os gols, não gostava de ser substituído em campo, mas respeitava a decisão de quem estava no comando da partida. Mas o bom mesmo era ficar dentro das quatro linhas até o apito final do juiz.

Devido às fraturas sofridas e aos procedimentos cirúrgicos pelos quais passou, Tércio Mariano jogava com o tronco enfaixado, mas a camisa escondia o feitio de múmia. No entanto, o jogador não tinha medo, quem tinha medo eram três dos quatro filhos que queriam que o pai parasse de jogar. Precaução, cuidado, zelo de filhos. No entanto, um deles, o Ênio, dava a maior força ao atleta afirmando que a pessoa tem que fazer o que gosta e o pai gostava de jogar. Tércio Mariano, o Terção, faleceu aos 93 anos, em 15 de março de 2015, e deixou a cidade desfalcada.

DE VOLTA À CÂMARA: Vereador LUIZ ROBERTO com Projetos de designação de Cidadão Goiandirense para Carlos César da Costa, Maria Conceição Branco Hanna, Mariana B. de Carneiro e Roberto Alves De Souza. 256


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Do vereador JOÃO FERREIRA: Daniel Batista de Deus, Cristiane Batista de Deus, Delfim Firmo Ferreira, Enia de Souza Ferreira e Raquel Rodrigues. Em 9 de abril de 2007, agraciados do vereador FRANCELINO: Witter Naves e Walter Pereira. Vereador DEUSDETE: Pedro Chaves, Ivair Araújo Monteiro, Agnaldo de Espíndola Carneiro, Ciderleu Pereira e Marley Cândido Martins. Vereador CLODOALDO: Sebastião Antônio Fiorini, Pastor Levi Santos Junior, Francisco Canindé de Medeiros, Cláudio Rodrigues da Cunha, Flávia Teixeira de Paula e Gilmar Luiz Jomar. Vereador MARCOS SERAFIM: Maurício Marques de Sousa, Vinícius Cosa Oliveira, Adolfo Estrela Júnior, Ednaldo Soares Silva e Dra. Ana Maria de Oliveira. Vereador MANOEL: Marilda Espíndola Carneiro, Heloisa Maria Alcântara Garcia, Idelbrando do Amaral e Cláudia Cristina Garcia. Em 21 de maio de 2007, vereador LUIZ ROBERTO propôs que o Prédio da Câmara recebesse o nome de SÍLVIO DE CASTRO LIMA. Em 11 de junho de 2007, o vereador JOÃO FERREIRA pediu que o Executivo colocasse um guarda noturno no cemitério e o vereador FRANCELINO complementou sugerindo que fosse construída a CASA DE VELÓRIOS. Em 25 de junho de 2007, o vereador MARCOS SERAFIM convidou a todos para que no dia 26, às 20h, os companheiros estivessem presentes no ROTARY CLUB para sua posse como Presidente daquela entidade. Em 10 de setembro de 2007, o vereador JOÃO FERREIRA perguntou ao líder do Prefeito se os caminhões que buscavam barro no município ajudavam na conservação das estradas e, se não, que cobrassem das cerâmicas a recuperação das mesmas. 257


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Em 8 de outubro de 2007, o Sr. Presidente, vereador FRANCISCO, falou da grande dor do Município, com a morte da 1ª Dama, MARIA ANGÉLICA COELHO MOREIRA, a PETY. Maria Angélica Coelho Moreira, conhecida por Pety, goiandirense, nasceu e morou no povoado de Veríssimo. Amava seu trabalho no Banco do Brasil, onde trabalhou até aposentar-se em 2007. Por esse motivo, não assumiu a Secretaria de Ação Social, mas realizou um grande trabalho voluntário, de apoio aos mais vulneráveis economicamente, com assistência efetiva nas carências, bem como na realização de cursos profissionalizantes proporcionando melhoras de renda e dignidade aos participantes dos Programas Sociais. Faleceu em 3 de outubro de 2017, causando grande comoção na cidade. Foi homenageada pelo Deputado Jardel Sebba com a denominação da GO-210, trecho Goiandira/Catalão e também pelo vereador Clodoaldo Cardoso que deu seu nome ao Residencial de 84 casas no Setor Primavera. Sempre foi lembrada pela discrição que tinha ao realizar o trabalho de assistência social, mesmo antes de ser Primeira Dama, função que exerceu muito discretamente. É lembrada também pela sua fé e devoção à Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Em 5 de novembro de 2007, o vereador JOSÉ BOARON também parabenizou o Sr. Prefeito pela doação de escrituras dos lotes do Setor Primavera e Avenida Ferroviária, pois sabia da dificuldade de ter uma casa e não possuir escritura da mesma. Em 12 de novembro de 2007, autorização para a Prefeitura alienar 80 lotes urbanos, de 42.516m², contidos numa área de propriedade do município de Goiandira. A mesma área seria dividida em 6 quadras remanescentes de 96 lotes, cujos imóveis, seriam destinados à construção de casas populares, em parceria com a AMMA GOIÁS – ASSOCIAÇÃO PARA MORADIA E MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE GOIÁS. 258


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Sede da Prefeitura Municipal de Goiandira Em 26 de novembro de 2007, Projeto “NATAL ILUMINADO” aprovado com a entrega de prêmios às residências bem enfeitadas. Em 10 de dezembro de 2007, a Chapa do vereador CLODOALDO saiu vencedora para gestão da Mesa Diretora em 2008. Em 18 de fevereiro de 2008, o vereador DEUSDETE solicitou que o Executivo entrasse em contato com o Expresso Araguari e com a Transduarte para que providenciassem cobertura nos pontos de coletivos. Em 03 de março de 2008, autorizado convênio com a Empresa GOIAS SUL – Geração de Energia S/A. 259


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Instituição do Fundo Municipal do Meio Ambiente. O vereador MANOEL solicitou que a prefeitura comprasse duas carretas de trator e uma forrageira para ajudar o pequeno produtor e que colocasse uma pessoa boa para cuidar dos maquinários. Em 11 de março de 2008, criou-se o FUNDO MUNICIPAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL. Em 31 de março de 2008, o vereador FRANCELINO pediu que o Executivo adquirisse uma moto para o Sr. ORLANDO MARTINS, funcionário Municipal, para que pudesse transportar seus equipamentos de trabalho. Em 7 de abril de 2008, o vereador MARCOS SERAFIM propôs Título de Cidadão Goiandirense ao Sr. Mário Antônio de Melo. Em 14 de abril de 2008, o vereador LUIZ ROBERTO propôs Título de Cidadão Goiandirense para: Isabel de Fátima Guerra Garcia, Eunice Cândida da Costa Marques, Faustelino da Silva, Célio Ferreira e Ricardo Savallagio. Vereador CLODOALDO: Alessandra Espíndola Carneiro, Luciana Espíndola da Silva Ribeiro, Pastor Léo Batista Pereira, Pastor Cleiton Luiz da Silva, Marcos Serafim Agapito e Gheorthon Saomar Vinhal Silva Vaz. Vereador MARCOS SERAFIM: Euripa Geralda Mendes, João Batista Vieira, Clodoaldo da Silva Cardoso, Elson Agapito, João Batista Mendes, Eleuza de Fátima e Sargento Washington Francisco Fernandes. Vereador DEUSDETE: Erotildes de Souza Borges, José Orlando Alves de Avelar, Danny Roberto Cardoso, Evaristo Ferreira da Silva, Edmar Izaias Gonçalves e Maria Romilda Gonçalves da Costa. Vereador MANOEL: Antônio Amarante de Carvalho, Sebastião Pereira, Massilon Dias da Silva e Josiley Cristina Santana Neves Espíndola.

Vereador JOÃO FERREIRA: Gilson de Souza Rabelo, José Rabelo Fi260


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lho, Renata Lu do Amaral, Amilton Batista Rocha, Miracy Ester Rosa de Pádua, Maria de Fátima Felizarda Da Costa e Deputado Leonardo Mauro Vilela. Em 2 de junho de 2008, Projeto que autorizava firmar convênio para reforma do “GOIANDIRA TÊNIS CLUBE”.

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Estórias da História de Goiandira - 70 anos

A Prefeitura providenciou os funcionários para a mão de obra e foi realizado um baile que arrecadou uma quantia suficiente para a compra dos materiais necessários para a recuperação do telhado que estava praticamente destruído e também foi feita a remoção do piso de taco e sua substituição por porcelanato, bem como a pintura de todo o prédio que é administrado pelo presidente Trajano Evangelista da Rocha. Autorização para que se colocasse cerâmica na sede da Associação de Bairros JOAQUIM CARREIRO. O vereador JOSÉ BOARON manifestou alegria, pois o Executivo mostrou transparência em realizar as coisas. Disse haver harmonia e que estavam sendo produtivos. O vereador MARCOS SERAFIM propôs Título de Cidadão Goiandirense ao Sargento Wilton Ferreira e ao Soldado Wilton da Silva Diniz. Em 11 de agosto de 2008, manifestação de alegria do Vereador BOARON por ter a presença do Promotor, Dr. FERNANDO ROSA, na Câmara. O vereador MARCOS SERAFIM solicitou junto ao Executivo para fazer doação de um terreno para a Construção do Fórum.

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A Prefeitura adquiriu um terreno de 6.000m2 da AABB na Avenida Agostinho Martins, saída para Nova Aurora. Porém não foi possível executar o Projeto Padrão do Tribunal de Justiça no local. Foi necessário buscar parceria com o Governador do Estado, Alcides Rodrigues, que prontamente viabilizou a cessão de um terreno na GO-210, saída para Catalão, onde foi edificado o magnífico prédio do Fórum, inaugurado em 2012. Era Presidente do TJ, o Desembargador Vitor Barbosa Lenza e Diretor do Fórum, o Juiz de Direito Dr. Hugo Gutemberg Patino de Oliveira.

Em 1 de setembro de 2009, como sendo aniversário do Prefeito ODEMIR, a parabenização se deu junto com a reunião realizada em Goiânia, no Tribunal de Justiça, para tomada de medidas visando à construção do Fórum por intermédio e atenção do Deputado PEDRO CHAVES. 263


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

O vereador Presidente CLODOALDO agradeceu a todos pelo respeito entre os colegas naquele semestre e que, na próxima sessão, independente do resultado das Eleições, gostaria de continuar contando com o respeito mútuo. Em 20 de outubro de 2008, o vereador DEUSDETE pediu que a Praça, a ser construída no Veríssimo, recebesse o nome de MARIA ANGÉLICA COELHO MOREIRA, “PETY”. Em 10 de novembro de 2008, foi aprovado o FUNDO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DA POLÍTICA MUNICIPAL DE ATENDIMENTO DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. O vereador MANOEL fez pedido de mão única para estacionamento na Avenida Agostinho Martins. Em 15 de dezembro de 2008, o vereador FRANCISCO pediu, novamente, depois de 13 anos, a regularização da Escritura do Sr. MANOEL NICO.

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Sonho de um prefeito e realização de todos!

Capítulo XV Sobre “Luz na Câmara em Ação” Goiandira na 3ª idade (ou melhor idade) Gestão de 2009-2012

Em 01 de janeiro de 2009, posse dos eleitos:

ODEMIR MOREIRA DE MELO – Prefeito

JOÃO FERREIRA PIRES JUNIOR – Vice-Prefeito

Vereadores eleitos:

VANDERVINO GREGÓRIO DA MOTA – Presidente da Câmara

ERICK MARCUS DOS REIS E CRUZ (mais votado)

PEDRO GILBERTO DOS SANTOS

JOSÉ BOARON FILHO

CLODOALDO DA SILVA CARDOSO

GILBERTO VITORINO CAVALCANTE

ANTONIO RAIMUNDO SOBRINHO

HUGO MARIANO DE OLIVEIRA

FRANCELINO VITORINO BORGES JUNIOR.

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Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Em 16 de fevereiro de 2009, Projetos do vereador ERICK: “Que estabelece o tempo máximo de 15 minutos de espera em filas de banco; Que torna obrigatório o motorista de ambulância a ter curso de Primeiros Socorros; Que cria o Plantão nas farmácias e drogarias. Que cria o Conselho Municipal de Combate às drogas e entorpecentes.” LO.

Autorização ao Executivo para ceder funcionário municipal para o ASI-

Em 9 de março de 2009, o vereador ANTONIO RAIMUNDO solicitou que fosse doado lote para a Empresa NACIONAL GEOTÉCNICA. O vereador CLODOALDO, Líder do Governo, registrou pedido para que se verificasse a possibilidade de criação de um espaço para o Grupo da Terceira Idade.

O vereador ERICK afirmou que a Instituição “VIVA A VIDA” não existia, pois, estava há onze anos sem eleições para Presidente, que ninguém reconhecia a legalidade da Presidente. Quis ver o Estatuto, a Prestação de Contas, tudo em livros. 266


Sonho de um prefeito e realização de todos!

Em 16 de março de 2009, o vereador ANTONIO RAIMUNDO solicitou doação de um lote para a empresa GUARDIÃ SEGURANÇA LTDA. O vereador FRANCISCO pediu que se interditasse a Avenida Tiradentes nos finais de semana para o lazer da comunidade. Em 30 de março de 2009, o vereador ERICK propôs que se contratasse uma Psicóloga para a Creche. O mesmo vereador indicou o Deputado Rubens Otoni para receber título de Cidadão Goiandirense. Disse ser ele o homem de confiança do Presidente Lula no Estado de Goiás e que era o autor do PROUNI. Em 6 de abril de 2009, o vereador ERICK disse que, depois das denúncias, o Banco do Brasil melhorou muito. Porém, afirmou que, nos finais de semana, os caixas eletrônicos sempre estavam com problemas e que foi reclamar com o gerente, mas o mesmo pediu que os seguranças o retirassem do Banco. A ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES JOAQUIM CARREIRO, onde o Vereador ANTONIO RAIMUNDO era o Presidente, foi declarada Entidade de Utilidade Pública. Em 14 de abril de 2009, o Vereador HUGO MARIANO pediu para que o Município cedesse um quinto de um terreno do Município para a Senhora SIMONE, da rua Eduardo Bernardo Borges. Projeto Legislativo do Vereador ERICK, concedendo Título de Cidadão Goiandirense ao Presidente Lula e à Ministra Dilma. Em 4 de maio de 2009, o vereador ANTONIO RAIMUNDO deixou registrado sua indignação em relação ao Governador ALCIDES, pois seus assessores entregaram a carteirinha de passe-livre, aos idosos, vencidas. O vereador ERICK disse que estaria pleiteando uma vaga na Assembleia do Estado nas próximas eleições. 267


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Em 18 de maio de 2009, instituída a campanha “IPTU PREMIADO”.

O vereador ERICK falou da sua felicidade com o amigo FABIO MACEDO, pois o mesmo fora aprovado na USP, para fazer doutorado. O vereador GILBERTO agradeceu ao deputado SANDRO MABEL, pela conquista de mais um trator para o Município e deixou o convite ao Deputado JARDEL para a “CAMINHADA CONTRA O FUMO”. Em 3 de agosto de 2009, requerimento do vereador ERICK para que a Casa realizasse sessão solene para homenagear os CORREIOS e a MITSUBISHI, bem como os 150 anos da IGREJA PRESBITERIANA.

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Sonho de um prefeito e realização de todos!

Contribuição do Pastor Levi RESUMO HISTÓRICO DA IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL EM LAGEADO E GOIANDIRA/GO

Este relato é baseado em entrevistas com irmãos mais velhos que presenciaram os fatos ou são próximos de pessoas que viveram nesse período. Também é baseado nos registros de Atas da Igreja Presbiteriana, em Goiandira, e Igreja Presbiteriana Central, de Araguari/MG. O Pastor John Boyle foi o pioneiro na evangelização do Triângulo Mineiro e em nossa região, aqui em Goiás. Nasceu em 01/03/1845 nos E.U.A e faleceu em 04/10/1892 no Brasil. A história do presbiterianismo em nossa região começou no Lageado. Aproximadamente, no ano de 1924, algumas famílias cristãs morando no Lageado foram importantes para o Evangelho: família do Sr. Barbosa, família Crichá, família do Sr. Mamede, família do Sr. João Anastácio, família de Jerônimo Delfino (residentes em Cafarnaum, próximo ao Lageado), família Pires. Já eram realizados cultos nos lares. Com o passar dos anos, os irmãos Virgílio Lara Cardoso e Joana Moreira Lara, que vieram de Estrela do Sul, sentindo a importância e a necessidade de se construir um Templo e, tocados pelo Espírito Santo de Deus, fizeram a doação de um terreno para a construção do Templo no Lageado. A construção do mesmo se deu numa 269


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

data entre 1929-1933. Nessa época, nossos irmãos pregadores americanos da “West Brazil Mission” (Uberlândia, Monte Carmelo, Estrela do Sul, Cascalho Rico, Goiandira, Lageado e outras regiões próximas), com sede em Uberlândia-MG já estavam presentes e dirigiam os cultos na igreja. Destacamos que, em 1936, a presidente dessa Missão foi a nossa ilustre irmã Frances E. Hesser, também fundadora do Instituto Bíblico Eduardo Lane (IBEL) na cidade de Patrocínio/MG. Os pastores e os missionários americanos que dirigiam os trabalhos da igreja não residiam no Lageado nem em Goiandira. Normalmente, quase todos tinham residência em Araguari-MG e pastoreavam na Igreja Central de Araguari. Visitavam o Lageado pregando e fazendo visitas nas casas dos irmãos a cavalo, andando pelos caminhos das fazendas. Na ausência destes, os irmãos da igreja e obreiros ficavam responsáveis pelos cultos e demais trabalhos, os quais citamos: no Lageado e, depois, em Goiandira – João Lara Cardoso, Daniel Bernades Coelho, Vespaziano, Geraldo Pires, Mamede Fonseca Silva e outros. Temos registros de várias Profissões de Fé e batismos no Lageado e também em Goiandira. Através de alguns relatos, chegamos à conclusão de que somente a partir de 1955 é que começaram os cultos e demais trabalhos em Goiandira. Entretanto, esta cidade já era visitada pelos pregadores. Infelizmente, não temos a data da construção ou aquisição do templo em Goiandira. Provavelmente, foi após o ano de 1956. Algum tempo depois, fomos para Catalão – Congregação Presbiterial de Catalão, a qual foi organizada em Igreja recentemente. Alistamos alguns pastores e missionários que trabalharam PREGANDO, PASTOREANDO, EVANGELIZANDO nossa região, os quais são: PASTORES E EVANGELISTAS: 1. Alberto Zanon (1921-25); 2. George H. Hurst (1926-31); 3. Jaime R. Woodson (1928-30); 270


Sonho de um prefeito e realização de todos!

4. David Lee Willawson e Noé Wey (...1932-68); 5. João Barbosa, Isoldino (resposáveis pelo campo no período dos pastores Noé e David); 6. Eliel Martins (1935); 7. Paschoal Luiz Pitta (1941); 8. Armando Bonilha (1961-63); 9. Anésio Alves Martins (1964-68); 10. Nelson Armando Bonilha (1967); 11. João Darcy Guedes (1967,71,72); 12. Paulo Coblentz (1968); 13. Olson Pemberton Júnior (1969-75); 14. Vicente de Almeida (1969-74 – Obs: O último evangelista da Missão Americana - período da transição); 15. Abimael E. Rodrigues (1970;) 16. Carlos Cobb (1971); 17. Zanelle Da Costa Santos (1972); 18. Saulo Afonso de Miranda (1973); 19. João De Oliveira Souza (1974); 20. José Agnel da Silva (1975-77); 21. Francisco Antônio Maia (1975-78...); 22. José Nunes Vanderley (1976, 81, 85, 86, 87, 88 ); 23. Francino A. Pereira (1978); 271


Estórias da História de Goiandira - 70 anos

24. Evandro Honorato Alves de Oliveira (1978); 25. Daniel Custódio da Silva (1979); 26. Samuel Marcelino de Oliveira (1981,85,86); 27. José Gonçalves da Silva (1980-83); 28. José Honorato Alves (1984-87); 29. João Batista dos Santos Neto (1988-1990); 30. Alvehy Martins B. Leite (1991); 31. Joscelino dos Santos (1991-93); 32. Levi Santos Junior (1994-95); 33. Filemon Marcelino de Oliveira (1994-95); 34. Jaime Afonso Ferreira (1996); 35. Diorir Martins Ferreira (1997); 36. Frederico Teixeira (1997); 37. José Junior Bessa (1998); 38. Valtecir Godinho Helena (1998); 39. Paulo Serafim de Souza (1999-2000); 40. Elcy Rodrigues de Souto (2000); E, novamente, Levi Santos Junior – a partir de 2001 com a organização da Congregação Presbiterial de Goiandira para IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL DE GOIANDIRA. Da nossa cidade e igreja, Deus chamou alguns para o sagrado ministério: Pr. Iron Vieira de Souza; Pr. José Reinaldo Tristão; Pr. José Neto; Ev. 272


Sonho de um prefeito e realização de todos!

Daniel Vieira. A IPB de Goiandira tem cumprido com sua missão de proclamar a salvação ensinando o estudo sério da Palavra de Deus e sendo parceira em projetos sociais ao longo dos anos. Alguns não permaneceram conosco por vários motivos, mas são frutos deste trabalho e estão servindo a Deus em outros lugares. Este é um pequeno resumo da história desta igreja. Obviamente, não temos a relação de todos os nomes de obreiros e membros que ajudaram de uma forma direta ou indireta na obra de Deus nesta região. Entretanto, deixamos registrado aqui nossa gratidão a DEUS e a todos os irmãos que passaram por aqui. Muitos já estão participando da Igreja Triunfante, enquanto nós estamos aqui na Igreja militante. SOLI DEO GLORIA!

“Porque quem sou eu, e quem é o meu povo para que pudéssemos dar voluntariamente estas cousas? Porque tudo vem de ti, e das tuas mãos to damos”. ( I Crônicas. 29.14 ).

A expansão das Igrejas Evangélicas é um fenômeno que ocorre no país inteiro. Pesquisas afirmam ter sido o Brasil o país em que mais se deu o crescimento da população evangélica. Em Goiandira não foi diferente. Além das já mencionadas, a cidade conta, ainda, com a Igreja Catedral de Adoração e Milagres, Assembleia de Deus Missão Cadesgo e a Congregação Cristã no Brasil.

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Estรณrias da Histรณria de Goiandira - 70 anos

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Sonho de um prefeito e realização de todos!

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Estórias da História de Goiandira - 70 anos

O vereador ANTONIO RAIMUNDO propôs Título de Cidadã Goiandirense à Deputada Adriete Elias. O mesmo vereador deixou registrados seus sentimentos póstumos à família do Dr. JOSÉ FERREIRA, por ter sido ele uma pessoa ilustre que ajudou muito a cidade de Goiandira. Em 1º de setembro de 2009, o Presidente Vereador VANDERVINO falou que sua ausência na reunião passada se deveu ao fato de ter ido à Goiânia, com o Sr. Prefeito ODEMIR, para fazer a doação do terreno ao Tribunal de Justiça para a construção do Fórum. Em 8 de setembro de 2009, Projeto que dispunha sobre a criação do Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Utilização dos Profissionais de Educação – CONSELHO DO FUNDEB. Em 14 de setembro de 2009, Concessão de Título de Cidadão Goiandirense a Benedita Paiva Teixeira, Deputado Pedro Wilson e Deputado Estadual Mauro Rubem. Aprovado Requerimento do vereador ERICK para que se enviasse ofício à Superintendência do Banco do Brasil para solicitar cadeiras almofadadas, senha com sistema de tele agendamento, televisão, um funcionário, um bebedouro, revisão nos maquinários e mais uma máquina de saque. Em 19 de outubro de 2009, o vereador ANTONIO RAIMUNDO pediu que se considerasse de Entidade de Utilidade Pública a “Loja Maçônica Asilo da Virtude e Fraternidade Feminina Cruzeiro do Sul Acácia”.

Criação do CONSELHO DO IDOSO.

Indicação Verbal do vereador CLODOALDO para que o Executivo intensificasse o plantio de árvores, aproveitando o período chuvoso.

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Embelezamento Em atenção à arborização frutífera, ajardinamentos e paisagismo da cidade, existe um projeto voluntário, com patrocínio de Euzenia Cardoso Nogueira Soares e parceria com gestores, com a denominação de “Todo canto pode virar um encanto” que tem contribuído, paulatinamente, com a harmonização do visual da nossa cidade, trabalho realizado com muito carinho.

É um movimento cidadão apolítico estimulado pelo amor à Terra Branca, tão somente. É verdade que alguns incautos retiram mudas para proveito próprio ou mesmo por vandalismo, mas não é fator impeditivo de se continuar com esta tarefa que alegra corações. Faz parte.

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Estórias da História de Goiandira - 70 anos

Também é projeto, desta mesma Euzenia, com o nome de “Doarte”, a decoração com quadros de pintura, dos ambientes internos dos logradouros como o Hospital, o Asilo, o Laboratório de Análise Clínicas, a Casa de Velório etc. A maioria das obras é de autoria de Euzenia, mas alguns cidadãos beneméritos têm colaborado. São eles: Luciene Almeida, Shirley Quirino, Maria Nascimento, Cleonice Travaglini, Luciene Alves, Letícia Aparecida, Regivane Nogueira e irmão, Luciene Vale Rufino, Odemir Moreira, Euzenia Cardoso, Luis Mamede, Lucia Quirino Moreira e Mário, esposo de Donária, cidadã goiandirense. Ele é o responsável pela colocação das molduras, trabalho realizado em seu estabelecimento na vizinha Catalão.

Ainda que pra alguém tanto faz, haverá outro que faz tanto.

O vereador ANTONIO RAIMUNDO solicitou que se considerasse Entidade de Utilidade Pública a ASSOCIAÇÃO JOAQUIM CARREIRO. O vereador ERICK pediu para que se enviasse Ofício ao Ministério da Cultura, solicitando uniforme para a Banda Marcial; Ofício ao Ministério dos Esportes, solicitando materiais esportivos para o município; Ofício à Agência Nacional do Cinema, solicitando uma Sala de Projeção para o Município. Em 26 de outubro de 2009, o vereador ANTONIO RAIMUNDO questionou ao Executivo a possibilidade de ele mesmo, caso conseguisse patrocinador, construir duas mesas e bancos na Praça da Biblioteca. Sessão ANULADA – Era pra ser apenas SOLENE Em 9 de novembro de 2009, o vereador CLODOALDO apresentou como Cidadãos Goiandirenses: o Desembargador Doutor Paulo Telles, Presidente do Tribunal de Justiça de Goiás e o .Padre Bráulio, da Igreja Católica Apostólica Romana.

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Sonho de um prefeito e realização de todos!

IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA EM GOIANDIRA

Conforme Zezé Teixeira, em 1946, chegaram os padres franciscanos em Goiandira. Antes disso, eram os padres espanhóis de Catalão que vinham dar assistência. A Igreja foi construída em 1923, mas desde 1918, existia uma Capela. Em 1938 a Igreja tornou-se Paróquia. Consultando o atual pároco, Padre Orcalino, que, por três vezes, teve idas e vindas a Goiandira, informou que o patrimônio físico da Igreja continua o mesmo de outrora, apenas a reforma da nave interna da Igreja, mas que o Evangelho continua sendo servido diuturnamente na sua plenitude. A Diocese, sediada na Cidade de Ipameri, nunca deixou de prover com o pessoal necessário. A capela edificada por Frei Beraldo e Padre Lino continua sólida e fértil.

1º batismo acontecido em 1940. Os livros anteriores foram recolhidos para Catalão que era sede. O Livro de Registro de Casamentos também existe a partir de 1940. O padre forneceu-nos um arquivo do ano de 1981 para mera ilustração. 279


Estรณrias da Histรณria de Goiandira - 70 anos

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Sequência dos Padres que estiveram à frente da Paróquia a partir da saída dos Franciscanos:

Um dos braços da Igreja Romana é a Liga Católica Jesus, Maria e José 281


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que em Goiandira/Go foi fundada em 23 de setembro de 1956 quando, naquele ano, passaram por aqui os Padres Redentoristas de Aparecida/SP. Eles vieram em missão. Na época, pediram ao Frei Celso, vigário de nossa Paróquia, que fosse fundada a Liga Católica em nossa cidade. Sugeriram que, a exemplo dos apóstolos de Jesus Cristo, se iniciasse com doze (12) homens. Assim, em 23/09/1956, nascia um dos maiores movimentos religiosos na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, que acolhendo a Sagrada Família, Jesus, Maria e José, como exemplo de vida, fé, compromisso e responsabilidade, tornou-se forte e muito bem estruturado.

A primeira diretoria foi fundada por Frei Celso (diretor espiritual), Dr. Edvar Santana (1º Presidente) e liguistas: José Teixeira de Araújo, João Teodoro, José Matias, José Vaz, Emídio Bernardes dos Reis, Manuel Bueno Cavalcante, Idelmar de Almeida e Silva, José Marques, Martim Moreira, Pedro Martins Teixeira de Araújo (Zico do Dário), José Fernandes, Lamartine Moreira e Agenor Vigário da Costa. 282


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A Liga Católica de Goiandira-GO ajudou na fundação de outras ligas na região: Pedra Branca no município de Catalão-GO, presidente Dr. Manuel Januário; Catalão-GO, presidente Sr. Napoleão; Nova Aurora-GO, presidente Sr. Aristides e em Veríssimo- município de Goiandira-GO, presidentes Wilson, Jerônimo Coelho e Sr. Inácio. Em 07 de outubro de 1984 foi realizado, em Goiandira, o Encontro Estadual das Ligas Católicas do estado de Goiás. Neste dia, foi feito um pedido ao Sr. Prefeito Municipal Joaquim Batista Tristão para colocar o nome de um liguista já falecido em uma obra de destaque. O prefeito, prontamente, informou que colocaria o nome no viaduto que estava pronto, o qual dá acesso às cidades de Cumari e Nova Aurora-GO. Assim, esse viaduto recebeu o nome “José Marques de Paula”.

O General Antônio Neto, das Congadas, também faz parte da Liga há mais de quarenta anos. O cristão verdadeiro é sempre participativo. Já foi presidente local e vice-presidente estadual. Conta que a Liga Goiandirense já teve mais de oitenta liguistas. Num encontro em Itaberaí, foi necessário ocupar dois ônibus, enquanto as outras localidades chegavam em Micro-ônibus, 283


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kombis e carros particulares. Intentaram, inclusive, que a sede estadual viesse para Goiandira, mas, neste caso, ficaria muito longe dos outros centros. A posição geográfica foi impeditiva. Em 1º de Maio acontece o Encontro Anual em Trindade-GO, dia de São José Operário. Liguista com um cordão azul é aspirante, verde já é liguista consagrado, vermelho é da diretoria e amarelo pertence ao Conselho, conforme as cores da bandeira da Liga.

A Liga Católica em Goiandira tem um histórico de participação na comunidade muito importante. Os liguistas, entre outras atividades por eles praticadas, tinham por tradição a reza do terço uma vez por mês numa tarde de domingo. Esse encontro realizava-se na casa de um deles e, ao final, era indicado o próximo membro a ser contemplado com a visita dos demais. Essa era uma oportunidade para que pudessem planejar ações que norteavam a Liga Católica no município e que pudessem fomentar cada vez mais a fé religiosa e o bem estar das famílias, inspirados por Jesus, Maria e José. Esses eventos eram regados com muito café, chás, quitandas de várias espécies, muita fartura e alegria. O hino da Liga, do qual transcrevemos as duas primeiras estrofes, abria a reza do terço e era cantado pelas vozes fortes daqueles homens fervorosos acompanhados pela família que se dava toda em prece:

Viva Jesus, a nossa Liga o brada Viva Jesus, a nossa Liga o quer Em vão o mundo, satanás te fazem guerra. Banir não podem o teu nome dessa terra.

Viva Jesus, Viva Jesus! Viva Jesus, do Pai o verbo eterno! Viva Jesus da Virgem Mãe a flor! Quatro mil anos sempre foste o desejado. Por tua Cruz foi neste mundo libertado! Viva Jesus, Viva Jesus! 284


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Segundo depoimento de Maria Nilce de Almeida e Silva, cujo pai, Idelmar de Almeida e Silva, foi um dos fundadores e Secretário por muitos anos, hoje a Liga Católica em Goiandira ainda desenvolve os trabalhos habituais, as ações sociais e mantém a tradição do terço aos domingos que, às vezes, é rezado na casa de um liguista já falecido, bem como a tradição da Missa, celebrada na Capela Nossa Senhora de Fátima, no primeiro domingo de cada mês. Os liguistas preparam a entrada do lado de fora da igreja e entram em fila carregando a bandeira da Liga e, ao entoarem o hino, emocionam todos os fiéis que tiveram ou têm um pai, um irmão, um avô ou um filho liguista.

Na década de 1950, os padres franciscanos construíram o prédio e criaram o Ginásio Dom Emanuel e a Escola Paroquial Santa Maria Goretti que, juntamente com o Externato São João da Escócia, da Loja Maçônica Asilo da Virtude e o Grupo Escolar Pedro Ludovico Teixeira, depois Amélia de Castro lima, proporcionaram aos jovens goiandirenses uma educação de qualidade para que pudessem buscar em outras cidades a continuidade dos estudos e formação sempre com sucesso. Muitas mudanças ocorreram. O Ginásio Dom Emanuel passou a ser estadual; a Escola Paroquial Santa Maria Goretti foi municipalizada bem como o Externato São João da Escócia, constituindo a Escola Municipal Santa Maria 285


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Goretti que funciona no prédio pertencente à Maçonaria, cedido em Comodata ao município por 50 anos. Em 2018, em parceria com o Governo de Goiás, a Educação em Goiandira passou por uma reestruturação geral que a levou a atingir um modelo de excelência para o processo de ensino e aprendizagem. Os alunos do Amélia de Castro Lima passaram para a Escola Municipal; os alunos do Ensino Médio, para o Amélia de Castro e o Dom Emanuel transformou-se em CEPI- Centro de Ensino em Tempo Integral. Assim sendo, os alunos foram distribuídos por faixa etária em unidades distintas: *1ª fase do Ensino Fundamental - 1º ao 5º ano - na Escola Municipal Santa Maria Goretti, em Tempo Integral, implantado em 2006, com Escola Modelo Militar e Projeto Polícia Militar Mirim em 2017; * 2ª fase do Ensino Fundamental- 6º ao 9º ano - no CEPI Dom Emanuel; * Ensino Médio na Escola Estadual Amélia de Castro Lima. Todas as Unidades, desde o CMEI até o 9º ano funcionam em Tempo Integral, o que proporciona ensino de maior qualidade, alimentação adequada aos alunos e tranquilidade aos pais no trabalho. Este modelo educacional tem apresentado ótimos resultados na avaliação da Prova Brasil – IDEB. ESCOLA MUNICIPAL SANTA MARIA GORETTI- uma das primeiras do Estado de Goiás a implantar o Projeto Escola em Tempo Integral

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Em agosto de 2006, o prefeito Odemir, equipe pedagógica, pais e alunos reuniram-se na quadra da Escola para lançar o Projeto Escola em Tempo Integral, um dos Projetos sonhados pelo professor e prefeito Odemir e sua equipe. A partir daquele mês, sob a coordenação do professor Clodoaldo da Silva Cardoso, a escola começou a receber os alunos às 7 horas, permanecendo até às 16. Os educandos permaneciam, portanto, por 9 horas no recinto escolar, participando de aulas referentes ao Currículo Básico Nacional, de reforço escolar, atividades culturais, esportivas, de informática e outras. Nesse período, as crianças recebiam 4 alimentações: café da manhã, lanche, almoço e lanche da tarde. No segundo mandato do prefeito Odemir, a Unidade recebeu grandes investimentos na estrutura física como ampliações e a construção do Parque Aquático Dona Delfina Evangelista e a iniciação do Refeitório e do Laboratório de Informática com 360m2 concluído em 2017, dando mais conforto aos alunos, merendeiras e profissionais da Educação. 287


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ESCOLA MUNICIPAL SANTA MARIA GORETTI- e os grandes resultados no IDEB Os investimentos, atenção e dedicação à Educação Municipal nos anos 2005 a 2012 (Gestão Odemir Moreira de Melo) resultaram em grandes conquistas como Menção Honrosa do MEC, destaques no índice de Desenvolvimento da Educação Básica- IDEB – e no índice de avaliação da Educação Nacional realizado pela FIRJAN. A Escola alcançou, em 2012, 7.2 no IDEB e tornou-se referência em Educação Pública no interior do Estado. De 2013 a 2016, a Unidade Escolar perdeu 13 pontos no IDEB. Em 2019, após a realização de novos investimentos e projetos como o Projeto Polícia Mirim, a Escola Municipal Santa Maria Goretti recuperou 10 pontos no IDEB e alcançou 6.9 com a participação de 100% dos alunos na avaliação que colocou, novamente, a Unidade Escolar em destaque no cenário Estadual. 288


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PROCESSO DE MUNICIPALIZAÇÃO Em 5-3-2018, os membros do Conselho Municipal de Educação reuniram-se com os gestores da Escola Municipal Santa Maria Goretti. O objetivo da reunião era verificar a documentação necessária para que, estabelecida a parceria entre estado e município, fosse possível a cessão de professores da rede estadual para a rede municipal de ensino para que pudessem atender os alunos de 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, transferidos da Escola Estadual Amélia de Castro Lima para a Escola Municipal Santa Maria Goretti. Era o processo de municipalização que se estabelecia. Nessa reunião, a Equipe Técnica da Secretaria Municipal de Educação apresentou a todos os presentes parte do Projeto que seria encaminhado à Secretaria de Estado de Educação- SEDUCE. O Coordenador Geral das Unidades de Ensino do Município, professor Clodoaldo, expôs todos os Projetos e Oficinas oferecidos pela Escola Municipal Santa Maria Goretti, ressaltou o Convênio como o SEBRAE e esclareceu que, a partir de então, todos os alunos deveriam participar das atividades em Tempo Integral e afirmou ser de suma importância a cessão de professores do estado para o município. A Presidente do Conselho, professora Clara Silva Moreira, reiterou as palavras do Coordenador em relação à permanência de todos os alunos em Tempo Integral e da cessão dos professores da Rede Estadual na Unidade Escolar, visando à qualidade do ensino. Decorridos os trâmites legais, foi firmada, por tempo indeterminado, a parceria entre a SEDUCE e a Secretaria Municipal da Educação. Assim sendo, o estado comprometeu-se em ceder professores, servidores administrativos, Bens permanentes e utensílios para a cozinha, manutenção dos Projetos já existentes e consecução de Projetos novos para atender os 134 alunos transferidos da Escola Estadual Amélia de Castro Lima para a Escola Municipal Santa Maria Goretti. Em contrapartida, o município garantiria a estrutura física, mantendo-a em boas condições. 289


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Firmada a parceria, coube ao município a responsabilidade de oferecer à comunidade escolar uma Proposta Pedagógica consistente, pois a Escola Municipal Santa Maria Goretti tem como filosofia de trabalho desenvolver suas atividades pedagógicas com o intuito de contribuir para o desenvolvimento da aprendizagem de sua clientela.

Em 7 de dezembro de 2009, o vereador ERICK cumprimentou a Nação Rubro-Negra, campeã brasileira de Futebol. Em 15 de dezembro de 2009, o vereador ERICK solicitou que o Executivo e a Secretária de Saúde visitassem o Povoado do Veríssimo e ao Assentamento do MST MADRE TEREZA, levando médicos, dentistas e agentes de saúde a cada quinze dias. Saiu vencedora, para a Mesa Diretora 2010, a Chapa do Presidente Vereador FRANCELINO dizendo que respeitaria a opinião de cada um. Em 22 de fevereiro de 2010, Concessão de Título de Cidadão Goiandirense, pelo Vereador ANTONIO RAIMUNDO, ao Sr. Iris Rezende Machado. O vereador ERICK pediu sessão solene em 6 de março de 2010, em comemoração ao Dia da Mulher. O vereador CLODOALDO disse que ficou feliz com a fala do vereador PEDRO, pois falou em “nós” e que a política não acontece sozinha, é em parceria. Em 20 de maio de 2010, doação de terreno à LOJA MAÇÔNICA “Asilo da Virtude”. Em 31 de maio de 2010, o vereador ERICK pediu para que se enviasse Ofício ao Ministério dos Esportes, solicitando uniformes de futsal para o “Campeonato de Julho”. O vereador PEDRO pediu que se enviasse ofício à OVG, Organização das Voluntárias de Goiás, solicitando doação de ambulância. O vereador ANTONIO convidou os demais para entregarem carro ao ASILO. 290


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O vereador ANTONIO solicitou doação de lote ao NATA, NÚCLEO DE APOIO AOS TOXICÔMANOS e ALCOÓLATRAS DE GOIANDIRA. Em 21 de junho de 2010, o vereador FRANCELINO solicitou que se marcasse reunião com o Sr. OSMAR RODOVALHO, da CERÂMICA CATALÃO, a fim de que o mesmo assinasse um termo de compromisso em firmar convênio com a Prefeitura para fazer manutenção em estradas da Zona Rural, em que o mesmo fazia carretos de barro para sua Cerâmica em Catalão. Em 2 de agosto de 2010, o vereador CLODOALDO solicitou Sessão Solene para homenagear as Escolas Dom Emanuel, Amélia de Castro Lima e Escola Municipal Santa Maria Goretti, pela conquista de prêmios no IDEB e ENEM. As escolas de Goiandira proporcionaram um ensino de tão reconhecida qualidade que possibilitou que alguns chegassem ao teto da Educação. São personagens goiandirenses dotados de DOUTORADO, em vários ramos do Conhecimento. Apresentamos aqui, em números ínfimos, que não correspondem à realidade, alguns desses valorosos doutores: Dr. Rafael Quirino Moreira, Dr. José Ronaldo Quirino, Dra. Rafaela Araújo, Dra. Núbia Mariano, Dra. Ana Flávia Vigário, Dra. Juliana Evangelista, Dr. Vitor Gonçalves, Dra. Maria Cristina Melo, Dr. Agnes Dan Barbosa e Silva, Dr. Franco Nero Tristão, Dr. Vilmar Borges, Dr. Paulo Inácio da Silva, Dra. Fátima Pacheco de Santana Inácio, Dr. Edgar Henrique Vaz, Dra. Maria Luíza Tristão Araújo, Dr. Gustavo Cardoso Gomides, Dr. Guilherme Cardoso Gomides, Dr. Gilmar Avelar, Dr. Hudson Espíndola, Dra. Maria do Carmo, Dr. Marcos Santana, Dr. Warlei de Souza Borges e Dr. Eduardo Santos. Há, ainda, que se destacar a atuação do Dr. José Márcio Teixeira que, formado no Rio de Janeiro, retornou a Goiandira e aqui dedicou sua vida de médico em função do Hospital e do povo goiandirense. Sério, competente, responsável, Dr. Márcio é digno de toda gratidão da população inteira da cidade de Goiandira. Da mesma forma, o Dr. Lázaro Quirino Garcia, Clínico Geral, Ginecologista e obstetra, que com a alegria costumeira e a seriedade necessária, 291


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esmerou-se no tratamento de seus pacientes com competência e dedicação. Dr. Lazinho, como por muitos é conhecido e chamado, muitas vezes foi o ouvinte sereno, compassivo que fazia as vezes de um psicólogo sagaz e talentoso. A ele todas as reverências de um povo que será agradecido para sempre. Dr. Marcos Fernando da Silva e Oliveira, mais conhecido como Dr. Marcão, veio do 2º Batalhão Ferroviário e exerceu a medicina em seu consultório particular e no Hospital, onde não mediu esforços para tratar, cuidar e zelar de todos que ali se socorreram. Sério, competente, dedicado ao seu ofício é um profissional de excelência.

Dr. José Stalin de Araújo, natural de Goiandira, formou-se na Faculdade Medicina de Petrópolis/RJ, em 1981. Retornando a Goiandira, dedicou parte de sua vida no atendimento aos que dele necessitavam, sempre com carinho e desvelo no cuidado com o coração de seus pacientes, cardiologista e clínico geral competente que é. Atualmente, é Diretor Clínico do Hospital. No campo político, Dr. José Stalin exerceu o cargo de Prefeito de Goiandira por 292


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dois mandatos: 1989/1982 e 1997/2000. Sempre muito sereno, soube conduzir os destinos da cidade com honestidade e respeito. Nota: Na sexta-feira, 04 de dezembro de 2020, o Dr. José Stalin sofreu uma parada cardiovascular, passou por uma cirurgia, mas não resistiu, vindo a falecer na madrugada de 06-12-2020. Goiandira e seu povo perderam um grande médico, um ex-prefeito exemplar, um cidadão honrado, um líder, um amigo de todas as horas. A ele o reconhecimento do povo de Goiandira, o agradecimento de cada um de seus conterrâneos na certeza de que fará muita falta e de que deixa um enorme vazio que jamais será preenchido.

Dr. Marcos Moreira Teixeira, o Dr. Marquinho, também natural de Goiandira, formou-se pela UFG, Campus Goiânia, atuou como médico, Diretor Clínico e Presidente do Hospital. Sempre dedicado, competente cirurgião. Na vida pública, foi vice-prefeito por dois mandatos: 2005/2008 e 2017/2020. Mais adiante, uma crônica em sua homenagem. Dr. Marquinho faleceu em 30/10/2020. Assim também o Dr. Victor Peixoto de Almeida, natural de Goiandira, formou-se em Uberaba e foi médico da família por vários anos na ESF-Estratégia de Saúde da Família da Unidade de Saúde Onofre Machado, no Setor Primavera, com muita dedicação e profissionalismo. Atualmente, trabalha no Hospital local e é digno de todo reconhecimento.

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Atualmente, contamos com os cuidados do mais recentemente formado Dr. Bruno Teles que atua no PSF, no Setor Primavera, ao lado da enfermeira Joana Maria de Jesus. Ele, com o entusiasmo dos que estão iniciando, já se tornou merecedor do respeito e do apreço das pessoas, devido à forma carinhosa e gentil como as trata; ela, zelosa e competente, não se dá por satisfeita em atuar somente no PSF. Por isso, atende a todos que lhe chamam para a aplicação de injeções ou para os curativos tão necessários à recuperação de tanta gente. Nossas escusas aos não mencionados. Aqui fizemos apenas uma ilustração. É de se salientar que há filhos de Goiandira espalhados não só pelo Brasil, mas por vários cantos do mundo que tanto orgulho causam à Terra Branca. São incontáveis os mestres, doutores, pós-graduados, médicos, engenheiros, odontólogos, psicólogos, advogados, juízes, promotores, agrônomos, enfermeiros, biólogos, empresários, funcionários do alto escalão do governo, técnicos, administradores, professores, entre tantas profissões que dignificam e engrandecem a terra que os viu nascer. Em 23 de agosto de 2010, o vereador PEDRO solicitou que a denominação da CASA DE VELÓRIOS fosse o nome de ABSAY BERNARDES DOS REIS. 294


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A morte tem mais dignidade no interior. A Igreja anuncia com o sino badalando, o vizinho confidencia, a rádio convida e o velório fica lotado. A atual administração municipal inaugurou uma Casa de Velórios em lugar central, o que facilitou demais o culto aos finados. Lembro que, quando no velório do meu pai, o caixão ficou estendido por mais de doze horas, ornamentando a sala da nossa casa. Por uma quantidade infinita de tempo, ainda sentia a presença daquela tétrica imagem. Meu pai foi lenhador e a madeira se vingava agasalhando-o no túmulo. Enquanto isso em Goiandira... No entorno da cena principal, de boca em boca, as façanhas do ex-vivente vão tornando-o um mito. Os casos extraconjugais também comparecem frente à cova, o que faz a pessoa viúva diminuir o pranto e encher mais a pá de cal. Alguns frequentadores contumazes da coisa fúnebre ainda sorriem, contam piadas e arriscam palpites sobre o paradeiro dos bens deixados. 295


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Tem gente que saiu do interior há tempos, mas deixa testamentado o retorno quando o último suspiro for dado. Nestas ocasiões, o amor mede-se também no desespero perante o corpo presente. Crianças ficam alheias e os políticos lamentam, de verdade, o voto que se foi. Os cadáveres interioranos pertencem, em sua maioria, à terceira idade, provando que o sossego favorece a longevidade. No interior, não existe enterro de indigente, nem de atropelados e nem de erro médico local, pois os casos, quando há tempo, são levados às cidades grandes vizinhas. O que posso lastimar, após minha morte, ocorrendo no interior, é que meus órgãos não sejam reaproveitados, mas não faz mal, afinal a minha língua não cabe dentro de qualquer boca; minha cabeça é sem juízo; meus olhos têm vazamentos; meu nariz se mete onde não é chamado; minhas mãos são bobas; minha perna manca; meu fígado foi torturado; rins empedrados e o coração muito rodado... O vereador ERICK pediu que se fizesse Ofício à Maçonaria, solicitando da mesma a doação definitiva e total do prédio da Escola do Município. Foi reprovada a pretensão. Em 4 de outubro de 2010, foi autorizado o Executivo a contribuir mensalmente com a AMUS, ASSOCIAÇÃO MUNICIPALISTA DO SUDESTE GOIANO. Cessão de sala para instalação provisória da FUNDAÇÃO ADOLFO MARIANO, no Museu Histórico Ferroviário e Cultural de Goiandira. Na década de 1950, o escritor e folclorista José A. Teixeira, a pedido do Dr. Pedro Ludovico, interventor do Estado de Goiás, teve como missão estudar “in loco”, o folclore goiano. É sabido que “Goiás é um estado muito rico em tradições verdadeiramente nacionais.” 296


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Dentre os locais visitados, ele esteve em Goiandira. Os ramos cancioneiro, contos, lendas e superstições foram abordados. O autor ficou encantado com a figura do cantador de desafios que é a figura central das festas e pagodes do sertão; normalmente, pouco letrado, mas possuidor de “poesia esplêndida, com grande expressividade das imagens, além de prodigiosa memória e grande agilidade mental.” Adolfo Mariano de Jesus, de Goiandira, fez-se presente na obra folclórica, em Ipameri, quando desafiou um soldado do 6º Batalhão do Exército, Batalhão de Caçadores, para um embate de viola. A contenda só terminou de madrugada, ainda assim com a interferência do Prefeito local. Foi este homem, ADOLFO MARIANO, de meia estatura, moreno, magro, pais mineiros, que lia e escrevia, sempre com sua viola enfeitada de fitas e cuja fama corria longe, quem escreveu versos sonoros para a memória popular, particularmente à Coluna Prestes e à Revolução de 1930. Em novecentos e doze Que começou Goiandira Com cafuas de zinco Todas amarradas na embira Em quinze era Distrito Com tendências para vila. A vida, caros leitores, É um cenário de amargura No começo tudo é flores Toda cheia de doçura Depois vêm os dissabores Mostrando a verdade pura.

Segundo depoimento de Waldevira Bueno, Adolfo Mariano foi, 297


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além de poeta inspirado, um grande incentivador da cultura popular no município de Goiandira. Liderava um grupo de dançadores de catira, exímios tocadores de viola que levantavam a poeira do chão no bater cadenciado das botinas: Geraldo de Araújo, fazendeiro arrojado; Gastino (Nhô) Bueno, marceneiro dos bons; José Rita, compositor de belas canções; Vicente, mestre no passar de um terno; Antônio Tristão, ferreiro famoso; Miguel Tristão, fazendeiro da Região de São Miguel; João Nazu e Clemente, ferroviários de respeito, entre outros, esmeravam-se na arte do cateretê, cantando, muitas vezes, as modas de autoria própria. Violas (geralmente duas) em punho, pares formados, mãos espalmadas no ritmo do bate-pé e bate-mão que caracterizam essa dança folclórica do interior do Brasil. O grupo, até então, formado apenas por homens como era de costume, representou Goiandira em várias cidades da região com galhardia e muito sucesso.

Em 22 de novembro de 2010, Criação do Conselho Municipal de Cultura

de Goiandira.

Em 13 de dezembro de 2010, aconteceu a Eleição do Presidente JOSÉ

BOARON e sua chapa, para a Mesa Diretora de 2011.

Vereador ANTONIO falou sobre a morte do Dr. LÉLIO, pessoa ilustre

da cidade, médico talentoso, dedicado ao povo e ao Hospital. Professor muito estimado pelos alunos, seresteiro nato, tocador de violão, amigo de todos. Uma eterna alegria, sorriso no rosto sempre.

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Dr. Lélio e sua dindinha Lourdes David

DR LÉLIO DAVID VIEIRA

Vão dar-lhe nome de Alameda... Meu Deus! Isto é tão pouco Pra quem com mãos de seda Trabalhava como um louco. Orfãozinho que se criou Em mão de parentada E médico se formou Para ser pessoa amada. 299


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Poderia ser arquiteto, O seu sonho primeiro, Mas Deus o pôs no caminho certo Onde se dedicou por inteiro. Tinha muita alegria Confortava ao medicar A si mesmo foi agonia E não deu pra se salvar! Uma dor no peito sobreveio Porque tinha grande coração. Tombou o velho amigo cheio De esperança e compaixão! Quem dele nunca se aproveitou Que atire a pedra primeira Duro caminho desbravou Numa terra zombeteira. Na vida assumiu tudo Entre partido e candidato Fazendeiro bem sortudo E diretor de sindicato

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CRM 813 carimbado Demonstrava ao patrão E o respeito ao empregado Era a primeira lição! O Hospital de Goiandira Manteve-o em seu ventre Ouço agora tocando lira Nosso Lélio Para Sempre!

Todos que conheceram o Dr. Lélio atestam sua popularidade. Um profissional desmedido e também um boêmio amante da cidade e do povo. Como festeiro, tinha na alameda, que leva seu nome, um local extra residencial e, hoje, com a cobertura da mesma, as festas serão mais intensas e duradouras.

Alameda Lélio David 301


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Em 28 de fevereiro de 2011, Cessão de uso de um lote de terras para a empresa SOLO BONO INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.

O vereador ANTONIO pediu para que o Executivo construísse um cais

no Povoado do Veríssimo para que o povo pudesse descer suas canoas.

Em 28 de março 2011, Vereador ERICK registrou os 140 anos da CO-

MUNA DE PARIS.

Em 18 de abril de 2011, Requerimento do vereador ANTONIO, para que

o Executivo doasse lote no Povoado do Veríssimo para a Associação dos Funcionários da ABIN de Brasília, porém sem efeito, pois ganharam em Anhanguera.

Título de Cidadão Goiandirense, por iniciativa do vereador ERICK,

ao Senhores: Homero Saturnino Tafmer, Carlos Humberto Pereira e Manoel Franklin de Barcellos Vieira. Em 25 de abril de 2011, Requerimento do vereador ERICK solicitando que o Executivo enviasse funcionários homens para auxiliarem nos trabalhos do Asilo.

Em 9 de maio de 2011, a pedido de Gilberto Vitorino foi feita a doação

do Grupo do Lageado para a Associação dos Produtores Rurais do Lageado.

O vereador BOARON mostrou-se contra a construção de um posto poli-

cial no Setor Primavera sob a alegação de que o local estava reservado para uma praça.

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Em 20 de junho de 2011, o vereador ERICK fez indicação de Sessão Solene em homenagem às Congadas e Irmandades do Rosário.

A imagem acima é uma comprovação de que a tradição é passada de geração a geração. A garotinha é Antonella Ribeiro, nos braços do pai, Onofre Ribeiro Júnior, conhecido como Bolô, por ser filho do Sr. Bolô. Ela é do terno Carreiro, como indica sua vestimenta, e ele é do terno Vilão. 303


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Memórias do General Antônio Pereira Neto

General Tonhão nasceu em Ipameri, no ano de 1953 e, aos sete anos, como tradicionalmente em família de Congada, o mesmo já estava dançando para Nossa Senhora do Rosário, seguindo o pai que também seguira seu avô. De geração em geração, vai-se perpetuando este louvor, recheado de bênçãos e realizações.

A Igreja Católica Romana de Goiandira já havia banido a Congada das festividades de Nossa Senhora, mas o Frei Beraldo Francisco fez uma reaproximação, no ano de 1968, tendo, inclusive, levantado a Capela de Nossa Senhora de Fátima para atender o povo daquele lado da cidade. A Igreja Matriz ficava distante e também elitizada. Quem doou o terreno foram os Moreiras, quando procurados para venderem para a Igreja. Começaram bem. A Congada voltou depois de quase vinte anos e agora tinha duas igrejas para festejar São Benedito, Santa Efigênia e Nossa Senhora do Rosário. Quase ao final da construção da Capela, chegou o Padre Lino com suas mãos artísticas para enfeitar a capela com painéis de cerâmica, com as imagens em madei304


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ra colhida nas fazendas, aproveitada também para a confecção dos bancos, cujos parafusos foram feitos gratuitamente pelo ferreiro Sr. Antônio Tristão que também cedera uma de suas bancadas para ser o altar do Senhor. A Irmandade, para dar suporte às Congadas, foi formada em 5 de junho de 1971, com o apoio das lideranças de Idelmar de Almeida e Silva, Chico Preto, Laerte Pereira, Aristides Marques, Zé Marques e outros. A Irmandade faz um trabalho social junto aos dançadores e à sociedade em geral. As reuniões são mensais, geralmente no segundo domingo do mês. Também foi formado o Reinado. Reinado são os responsáveis por conduzir a Coroa. É uma família, Pai e Mãe são rei e rainha, e os filhos, Príncipes e Princesas. Todos se vestem de branco para acompanhar a Coroa. Quem carrega a Coroa é a Rainha da Congada, e não a Rainha do Reinado, ladeada por dois guardas da Coroa com suas espadas.

A Congada é algo muito bem articulado e disciplinado, tanto que a hierarquia militar se faz presente, desde o General até o soldado, o que demonstra 305


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ordem e treinamento. Antes do General Tonhão, Chico Preto era o General. Foi ele quem escolheu seu sucessor, alvo de muita observação. O Posto de General pode ser eleito, mas tem sido vitalício e por indicação daquele que vai ser substituído. Tonhão, neste ano, completou 40 anos de Generalato e o pequeno capitão, da foto, está na mira para ser seu substituto.

O Capitão Mirim, Lucas Ferreira Pires, nascido em 9 de setembro de 2009, é capitão mirim do Terno Carreiro. Dança Congo desde que tinha um ano de idade, carregado nos braços. Ama as Congadas. É devoto dos três santos, acompanha os terços o ano todo e, em 20l8, teve a formação de Coroinha. Faz parte da nova geração a qual se deve incentivar para que as tradições não morram. Sua família é da Congada desde os bisavôs. Em Goiandira, dança como capitão mirim no terno Carreiros e, em Catalão, no Terno Sagrada Família. 306


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Chico Preto, ainda na ativa, num sete de setembro não muito longe, para atender ao desfile pátrio, formou o Terno Mirim, que dura até hoje, conserva o nome, mas os meninos envelheceram. O Rei também pode ser votado. Atualmente, Rubens Nei Gomes é o Rei, mas tem suplente. A realização do Terço semanal é o sustentáculo da Congada. A Congada é religiosa e deve ser respeitada como tal. Existe todo um ritual, muitos ensaios, vestimentas impecáveis, para dois dias de consagração. O comportamento de todos é primordial. Segundo o General Tonhão, ele nunca viu um dançador de Congo virar bandido.

Os ensaios acontecem na residência do Capitão, via de regra, mas pode atender a pedidos. Ali, um apito, dois apitos, três apitos, tudo tem simbologia e obediência. Além do apito, o capitão tem o bastão que normalmente vêm de 307


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antepassados. As letras de canto existem muitas e ainda os capitães improvisam. Repertório vastíssimo. Os instrumentos que fazem parte são: sanfona, violão, cavaquinho, pandeiro, reco-reco e as caixas. O Terno Moçambique talvez seja aquele que mais chama atenção. Os dançadores levam na perna dois instrumentos, espécie de chocalho, que se chamam Patagoma e Gunga. Patagomas são instrumentos que parecem bateias fechadas por cima e que têm um som de chocalho. A Gunga é amarrada nas pernas, de metalon, afivelado por meio de arreatas na altura dos tornozelos. Como se sabe, elas têm chumbo ou pedrinhas por dentro e fazem as vezes do barulho do chocalho. Na época dos festejos, uma bandeira é hasteada e sinaliza que a novena acontece com Congada. O salão anexo à Capela foi adquirido pela Igreja, mas o barracão, que precisa ser reformado, foi erguido pela Congada e sociedade. O General diz que a Congada produz bons frutos. Um desses frutos é o Rafael, filho do Dr. Marquinho, que os acompanha desde pequeno. Queria dançar todo dia, até faltar à aula na Segunda-Feira. A Lúcia, sua mãe, brigava com ele e, radiante de fé, dizia que esse era o dia mais importante. A mãe do General, com uma filha doente, fez voto de dar café da manhã para a Congada, no dia de Segunda-Feira da Festa. Quatro irmãos se cotizam para pagar este café há quarenta anos. Quem pegou uma carona para também pagar este café foi o Dr. Vivaldo Jorge de Araújo, amigo da família do General, Autor do Livro “História da Terra Branca e outras coisas mais”. Todo ano desce de Goiânia, se ilumina de fé e volta feliz para a capital. DE VOLTA À CÂMARA: Em 27 de junho de 2011, o vereador CLODOALDO falou da satisfação de um goiandirense, o Sr. Paulo Evangelista por trazer tantos benefícios para 308


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Goiandira. Paulinho, filho do “seu” Anísio e da dona Delfina, promoveu campanha de arrecadação, através de doações para desconto no Imposto de Renda, com seus amigos do BB e BRB, com ajuda do seu irmão Trajano Evangelista da Rocha, arrecadando para o Fundo Municipal da Criança e do Adolescente, quantia suficiente para compra do material para a piscina semi-olímpica – 12,5m x 25,00m, do refeitório e do laboratório de informática da Escola Municipal Santa Maria Goretti. Em 15 de agosto de 2011, indicação do vereador ERICK para enviar ofício aos Correios, solicitando a confecção de selos com a imagem do Sr. Tércio Mariano. Em 5 de setembro de 2011, apresentação do Projeto “PARQUE AQUÁTICO” na Escola Santa Maria Goretti. Iniciativa do vereador CLODOALDO e aprovado por unanimidade. Em 26 de setembro de 2011, insistência em relação à construção de banheiros na praça. Em 17 de outubro de 2011, o vereador ANTÔNIO pediu concessão de Título de Cidadão Goiandirense ao Sr. Paulo Roberto Evangelista de Lima. Vereador Presidente BOARON, afirmou que a saúde em Goiandira ia bem, sim, e que há muito não nascia um cidadão goiandirense, mas que, agora, já estava nascendo no Hospital que, inclusive, passou a realizar cirurgias. Disse que não havia desonestidade por parte do Executivo. Em 7 de novembro de 2011, o vereador ANTONIO requereu um vigia para o cemitério ou que instalassem câmeras de segurança no local. Em 21 de novembro de 2011, o vereador ANTONIO requereu que se fizesse ofício à OI S/A para que trocasse os orelhões do Povoado do Veríssimo que estavam com defeito e que o fizesse com urgência.

Em 28 de novembro de 2011, cumprimentos efusivos ao Dr. Gilmar Ave309


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lar. (Certamente pela conclusão do Doutorado). Em 12 de dezembro de 2011, reeleição da Chapa diretora tendo o vereador BOARON como Presidente. O vereador HUGO foi nomeado Tesoureiro da Câmara. O vereador Presidente BOARON disse estar feliz por ser o primeiro Presidente reeleito da Casa. No entanto, há aí um equívoco, pois tivemos outros como SÍLVIO DE CASTRO LIMA que comandou a Câmara por 8 anos. Em 9 de abril de 2012, o vereador ANTONIO sugeriu que o trator doado pela ABIN- Agência Brasileira de Inteligência - ficasse em Veríssimo. Em 14 de abril de 2012, o vereador ANTONIO solicitou concessão de Título de Cidadão Goiandirense aos senhores: Wilton Ferreira, José Rubens de Mesquita Rosa, Cristiano da Silva Gomes Simão, Irineu de Souza Neto e Anísio Pereira. Em 21 de maio de 2012, os vereadores ERICK e FRANCELINO solicitaram a criação de um Centro de Zoonose, promoção de campanha de vacinação de cães, campanha de conscientização da população quanto aos cachorros de rua e, ainda, que se criasse um programa de adoção de cães. Em 4 de junho de 2012, todos cumprimentaram as ações e doações realizadas pelo Sr. Zé Juriti, pessoa que representa muito para o Município. Enalteceram seu amor pela música e sua atuação como advogado, fazendeiro, produtor de carne e frutas. Sobre o Ginásio da GO-210, o Sr. Prefeito informou-se em Goiânia onde soube que iriam reformá-lo para o esporte. Em 6 de julho de 2012, cessão de uso de imóvel urbano para a Empresa Central Engenharia Ltda.

Em 27 de agosto de 2012, o vereador FRANCELINO agradeceu a todos 310


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pela oportunidade de velar o ex-vereador JOAQUIM GONÇALVES AGUIAR na Casa de Leis. Em 3 de setembro de 2012, foi autorizada a Cessão de um lote de terras para a empresa ANTONIO BERNARDES DOS REIS. Em 22 de outubro de 2012, o vereador VANDERVINO parabenizou a eleição do Prefeito ERICK e disse que o momento era de união. Afirmou, ainda, que a disputa política havia acabado no dia 7 de outubro. Em 10 de dezembro 2012, o vereador, Presidente BOARON, disse que o vereador ERICK, com humildade, havia vencido as eleições para prefeito.

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Capítulo XVI Sobre “Luz na Câmara em Ação” Um jovem prefeito GESTÃO 2013/2016

Em 01 de janeiro de 2013, deu-se a posse dos eleitos. ERICK MARCUS DOS REIS E CRUZ - Prefeito TÁCITO MARIANO DE OLIVEIRA - Vice-prefeito Vereadores eleitos: PEDRO GILBERTO DOS SANTOS (mais votado) JOÃO FERREIRA PIRES JUNIOR (1º Presidente) ANTONIO RAIMUNDO SOBRINHO FRANCELINO VITORINO BORGES JUNIOR JOAQUIM BATISTA TRISTÃO (JOÃO FERNANDES DOMINGOS por 35 dias) LUIZ ROBERTO ARAÚJO MOACIR PIRES DA SILVA RITA LILIAN SILVA NASCIMENTO VANDERVINO GREGÓRIO DA MOTA Em 18 de fevereiro de 2013, o vereador ANTONIO pediu parceria da Prefeitura com a Igreja Católica a fim de colocar guarda na Praça da Matriz. 313


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Área de terras de 500m² para BENDITA CONFECÇÕES, fábrica de roupas, das proprietárias Maria Tereza Borges e Simone de Paula. Em 11 de março de 2013, o vereador MOACIR pediu que se declarasse de Utilidade Pública a Associação da Congada de Goiandira.

Conforme depoimento de Maria Aparecida Gonçalves, “Em 13 de maio de 1950, houve um desentendimento entre a Congada e Frei João, porque a Congada chegou atrasada e já havia começado a missa. O atraso foi devido a congada ter feito as visitas antes da missa. Frei João cercou a Congada, no átrio da Igreja, não permitindo a entrada com a missa em andamento. Deu-se uma confusão e foi encerrada a congada naquele ano, ali na Matriz, indo para a Igreja Brasileira”. Em 13 de maio de 2013, o vereador ANTONIO requereu que a Prefeitura cedesse uma sala para os artesãos de Goiandira. Em 20 de maio de 2013, o vereador Presidente, JOÃO FERREIRA, disse que o fechamento do Hospital, por todo esse tempo, ficaria marcado na História de Goiandira. 314


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Em 3 de junho de 2013, o vereador JOAQUIM BATISTA solicitou que o Executivo construísse poço artesiano no Lixão e apoiasse o reciclador que fica no local, com uniforme, equipamentos e salário.

Autorização de convênio do Executivo com o Hospital São Cotolengo.

O vereador JOAQUIM BATISTA pediu licença de 35 dias e assumiu o suplente JOÃO FERNANDES DOMINGOS. Em 24 de junho de 2013, o vereador JOÃO FERNANDES pediu ao Executivo que, junto à Central Engenharia, visse a possibilidade de aumentar o asfalto na Rua Rui Barbosa, próximo à casa do Sr. José e D. Dair Lara. Em 19 de agosto de 2013, o vereador Presidente, JOÃO FERREIRA, na Palavra Livre, questionou as ações do Executivo no sentido de trazer agência da Caixa Econômica para a cidade, mesmo com a presença do Banco do Brasil por mais de 50 anos. Em 26 de agosto de 2013, o vereador LUIZ disse que os transtornos com a construção da rede de esgoto eram grandes, mas os benefícios seriam maiores ainda, e parabenizou o encarregado, Sr. EBER, da Central Engenharia. Em 16 de setembro de 2013, os vereadores JOÃO FERREIRA, RITA LILIAN, LUIZ ROBERTO, MOACIR PIRES E VANDERVINO solicitaram ao governador, MARCONI PERILLO, a intervenção no município em razão da falta de prestação de contas na forma da Lei, por falta de transparência e devido às invasões de terras públicas. Em 04 de novembro de 2013, o vereador JOAQUIM BATISTA pediu que se fizesse agradecimento ao Prefeito e ao Sr. Nivaldo Rodrigues pela preparação do Cemitério para o Dia de Finados. O vereador FRANCELINO apresentou requerimento solicitando providências para que aqueles que faziam transporte de areia e barro, no município, fizessem a conservação das estradas, das pontes e dos mata-burros. 315


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Em 25 de abril de 2013, foi feita indicação verbal do vereador PEDRO para que o Executivo autorizasse o Sr. ERLI PIPOQUEIRO a ampliar seu carrinho ao lado do Viaduto Central. Em 2 de dezembro de 2013, o vereador JOAQUIM BATISTA requereu que o Executivo firmasse convênio com a Secretaria da Fazenda, no sentido de colocar um funcionário para prestar serviço na AGENFA de Goiandira. Foi solicitado que se designasse uma comissão para ir à Goiânia a fim de conversar sobre o fechamento da casa das irmãs em Goiandira. Em 9 de dezembro de 2013, a chapa do vereador LUIZ PORCÃO foi eleita para a Mesa Diretora e o vereador VANDERVINO foi nomeado Tesoureiro da Câmara. Em 17 de fevereiro de 2014, o Executivo foi autorizado a conceder Subvenção Social ao Hospital de Goiandira. O vereador PEDRO requereu que o Executivo estudasse a possibilidade de realizar convênio com uma Clínica especializada em dependência química. Também falou sobre o Carnaval que seria animado por Trio Elétrico durante as cinco noites e afirmou que, assim sendo, deveriam ter planejado melhor. Solicitou que se revertesse a situação. Em 10 de março de 2014, o vereador PEDRO pediu para que o Centro Terapêutico Caminho da Luz, em Goiandira, fosse considerado de Utilidade Pública. O vereador LUIZ PORCÃO pediu que se concedesse Título de Cidadão Goiandirense a Jefferson Aragão, Flavio Canedo e Deputada Magda Mofatto. O vereador ANTONIO pediu concessão de Título de Cidadão Goiandirense para Gilson Dourado da Silva (Diretor do IFG de Urutaí) e Manuel Rodrigues Chaves, Vice-Reitor da UFG.

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A vereadora RITA solicitou informações sobre o porquê de o Executivo não ter entregue os materiais escolares. O vereador PEDRO afirmou ter conhecimento de que era devido às cores das capas dos cadernos. Em 17 de março de 2014, o vereador ANTONIO solicitou à Casa concessão de Placas de Honra ao Mérito aos Drs. José Luiz Ferreira Pires, Renato Ferreira Pires e Dr. José Márcio Teixeira. O vereador JOAQUIM solicitou Título de Cidadã Goiandirense à Sra. Valda Aparecida da Silva (Dona Santinha). O vereador ANTONIO solicitou que se considerasse de Utilidade Pública a Associação de Moradores do Veríssimo. Em 24 de março de 2014, a vereadora RITA pediu concessão de Título de Cidadã Goiandirense às Sras. Cleusa Márcia Rosa Carneiro e Márcia Maria Ferreira Mamede. Foi solicitado que se considerasse de Utilidade Pública o “Centro Terapêutico”. Vereador FRANCELINO solicitou Título de Cidadão Goiandirense para Rodrigo Alves Carvelo, Demetrius Gonçalves de Lima, a Deputada Federal Flavia Carneiro Albuquerque Morais, Em 2 de junho de 2014, o vereador JOAQUIM BATISTA solicitou ao Executivo que, durante os dias do jogo do Brasil, na Copa, permitisse que os funcionários trabalhassem meio período. O vereador Luiz Porcão requereu que o Executivo visse a possiblidade de isentar entidades de Utilidade Pública de pagar impostos. Em 18 de agosto de 2014, o vereador LUIZ PORCÃO requereu do Executivo que cedesse um lote de 750m² ao Sr. Mateus de Jesus Muniz, para que instalasse a fábrica de pré-moldados, próximo à AABB, e para Joice Lama da 317


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Silva Rosa, outro terreno de 5.586m², por comodato, também próximo à AABB, para instalação de Baias. Em 8 de setembro de 2014, requerimento do vereador JOAQUIM BATISTA para que o Executivo decretasse como Patrimônio Histórico o Pé de Jatobá na Estrada da Água Fria. Em 6 de outubro de 2014, o vereador JOAQUIM BATISTA requereu junto ao Executivo a possibilidade de nomear a estrada dos Dourados de “Estrada João Batista Tristão”. O mesmo vereador requereu também Placa de Honra ao Mérito ao Sr. Romeu Borges de Freitas. Em 13 de outubro de 2014, o vereador PEDRO entrou com Projeto que dava nome a Prédio Público de VASCO ARAÚJO GUIMARÃES. Em 3 de novembro de 2014, Projeto que instituía o Programa “CENTRAL CIDADÔ que criava centrais de recebimento e distribuição de alimentos, remédios, roupas, móveis e materiais de construção. Apresentado Projeto que dispunha sobre a criação de Escolinha de Futebol no município. Instituiu-se feriado em comemoração ao dia da Reforma Protestante. Sr. DUÍLIO SILVA explicou a situação do hospital, onde a questão maior era a falta de dinheiro. O vereador ANTONIO RAIMUNDO falou sobre a Secretária de Saúde que se encontrava com o nome no SERASA devido a aluguel de carro no mandato anterior do qual não foi paga uma parcela. Afirmou que tal situação atrapalhava novos créditos. O mesmo vereador afirmou que a Escolinha de Futebol do Sr. WILNER deveria ser ajudada pela Estrada de Ferro FCA porque a Prefeitura não tinha como.

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Vai e vem (Aristeu e Maria Alves)

No vai-e-vem da memória, tem história e tem estória, Cada uma, articulada, une o ontem e o agora: Duas estações separadas, da Goiás e da Mineira, Meio quilômetro de caminhada, sempre por duas ladeiras, A rua do vai e vem, com o nome José Balduíno, Pra quem trocava de trem, assim era, indo ou vindo! Os passos acelerados dos mais diversos passageiros, Com suas grandes bagagens, tinham um quê de desespero. Estrada de ferro, em Goiandira, trouxe progresso demais, Levando à cidade grande o caipira, num tempo que longe vai. Eram anos de Cinquenta a Setenta, tal reboliço viajante, Quando se perdia a condução, havia hotel e pensão, Quando não se tinha dinheiro, restava então o chão Ou uma caridade ao estrangeiro, de quem tinha coração. Comiam de suas capangas, bolacha, farofa e pão! Ao relento a lua é bela, quando se fala em paixão, Ao atropelo da cidadela, é pura sofreguidão! Estão na memória, mas não doem e não saem, cenas tais, Desde Marialves pequena ao poeta que abstrai! 319


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Em 1º de dezembro de 2014, Projeto Lei que dispunha sobre a criação de Política Ambiental Municipal de Tratamento e Reciclagem de óleos e gorduras de origem vegetal ou animal e de uso culinário. Projeto que criava o Bolsa Universitária ao aluno de Baixa Renda. Em 15 de dezembro de 2014, Projeto que criava o Conselho Municipal de Saneamento Básico e Política Municipal de Atendimento dos Direitos da Criança e do Adolescente. A chapa do vereador LUIZ PORCÃO foi vencedora para compor a Mesa Diretora em 2015. Em 9 de março de 2015, o vereador ANTONIO relatou que participou de uma reunião com o Conselho de Veterinária e MP e que suspenderam a construção do Canil para melhoramento do Projeto. Em 13 de abril de 2015, o vereador ANTONIO disse que, sobre a creche, o Sr. Juiz deu a posse provisória ao Município. O mesmo vereador agradeceu ao Sr. Prefeito e ao Waltinho, afirmando que o Cemitério estava todo arrumado assim como a Casa de Velório. O vereador PEDRO, refletindo sobre o desfile de aniversário da cidade, disse que houve várias coisas que deram errado, mas que, assim mesmo, ficou satisfeito, pois seu filho, como Secretário de Educação, foi um dos organizadores. Em 25 de maio de 2015, o vereador JOÃO FERREIRA solicitou que se estudasse a possibilidade da criação da Guarda Municipal, masculina e feminina. Em 3 de agosto de 2015, o vereador JOAQUIM Batista falou do desprezo para com o Hospital e sobre a Sra. Rosana que faleceu na Porta do Hospital sem atendimento. Em 10 de agosto de 2015, o vereador FRANCELINO pediu para que o 320


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Executivo providenciasse a conservação da Praça da Igreja Brasileira. O vereador ANTONIO falou sobre decisão do juiz quanto ao corte de árvores. Em 31 de agosto de 2015, a vereadora RITA pediu que se reativasse a cisterna do Lixão para dar água para os cachorros. Em 28 de setembro de 2015, o vereador VANDERVINO perguntou ao vereador ANTONIO como se sentia por não ter abraçado o hospital. O vereador ANTONIO respondeu que estava abraçando a causa. Em 5 de outubro de 2015, o vereador MOACIR afirmou que o Executivo deveria avisar que haveria cortes nos salários. Em 19 de outubro de 2015, a vereadora RITA entrou com o Projeto CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA MULHER. Adentrou à Câmara o Projeto Convênio com o CLUBE ATLÉTICO PARANAENSE. Em 9 de novembro de 2015, a respeito da água em Goiandira, o vereador JOAQUIM BATISTA disse que o agradecimento se devia ao GERALDO MOREIRA, prefeito das águas. Deputada FLÁVIA MORAIS, sendo alvo dos elogios da Casa, pela dedicação a Goiandira, sempre com a intervenção direta do vereador FRANCELINO. Em 30 de novembro de 2015, o vereador ANTONIO pediu que olhassem com carinho os pedágios que estavam sendo feitos na porta da Delegacia. Não era contra e não estava reclamando, mas afirmou que deveriam arrumar outro meio de ajudar esse pessoal que faz pedágio. Em 14 de dezembro de 2015, a eleição da chapa do Vereador JOAQUIM BATISTA para a gestão da Mesa Diretora em 2016. O vereador LUIZ PORCÃO 321


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foi nomeado Tesoureiro. Em 22 de fevereiro de 2016, convite do Prefeito para a Campanha Contra a Dengue, com o decreto do “DIA DO JEJUM MUNICIPAL”, para o dia 23 de fevereiro. Em 29 de fevereiro de 2016, o vereador VANDERVINO pediu que o Executivo providenciasse uma pessoa para prestar serviço na AGENFA. O vereador LUIZ PORCÃO disse que havia cinco funcionários da Prefeitura que recebiam do IPASG e que nunca contribuíram para o Instituto. Em 7 de março de 2016, o vereador LUIZ PORCÃO falou sobre o fato ocorrido com a filha do vice-prefeito, Sr. TÁCITO, a quem foi negado pelo Executivo e sua equipe, o estágio não remunerado no CRAS. Em 14 de março de 2016, foi recebido Ofício da Banda Marcial FRANCISCO JOSÉ DE JESUS. O vereador FRANCELINO reclamou do fato de terem retirado todo o material do Museu e jogado no Depósito, logo o Prefeito que é formado em História. O vereador JOAQUIM BATISTA disse ter tomado conhecimento de que o Executivo ofereceu o prédio do Museu ao Sr. JOÃO ARAÚJO, para o mesmo colocar o que quisesse lá dentro, menos bebida alcoólica. Em 22 de março de 2016, o vereador LUIZ PORCÃO afirmou ser vergonhoso, pois cortaram a energia elétrica do POSTO DE SAÚDE. Solicitou, também, que o Executivo tomasse providência, pois terceirizou o transporte escolar e não pagava os motoristas. Em 18 de abril de 2016, o vereador ANTONIO pediu que o Executivo tomasse providência quanto aos ciclistas que ficam transitando nas calçadas. A vereadora RITA disse que o motivo que levou a Tocha Olímpica a 322


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passar em Goiandira, foram as boas notas dos alunos do COLÉGIO DOM EMANUEL.

A passagem da Tocha Olímpica por Goiandira, em 2016, não só marcou a história da cidade com também a colocou em destaque em todo o país. Goiandira entrou no mapa da rota percorrida por esse símbolo máximo das Olimpíadas em todo o mundo. A Chama Olímpica evoca a lenda de Prometeu que teria roubado o fogo de Zeus, o deus maior da Mitologia Grega, para entregá-la aos mortais. 323


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Na Antiguidade, a chama era acesa no Santuário de Olímpia, na Grécia, e permanecia brilhando enquanto durassem os jogos. O revezamento foi realizado pela primeira vez nos Jogos de Berlim em 1936 e tornou-se uma tradição dos Jogos.

Em Goiandira, o revezamento, executado por oito pessoas, iniciou-se na entrada da cidade, sempre acompanhado por uma multidão que lotava as calçadas e que seguia o fogo olímpico pelas ruas e avenidas, teve seu ápice diante da Praça “do Relógio”, onde uma banda, formada por jovens goiandirenses, animou o público e recebeu a tocha com muito entusiasmo. As centenas de pessoas que ali estavam e as que chegaram com a Tocha não contiveram a emoção e, aos 324


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gritos e lágrimas de contentamento e comoção ovacionaram o símbolo olímpico e seus revezadores. Dali, encerradas as homenagens, a Chama foi levada até a saída da cidade, ao trevo que dá acesso à fronteira entre Goiás e Minas Gerais, mas jamais será esquecida por quantos participaram desse acontecimento máximo, cujo mérito muito se deve ao excelente desempenho dos alunos do Dom Emanuel e da administração municipal.

Uma atividade que existia no Dom Emanuel, que toda a cidade abraçava, eram as gincanas estudantis. Pedimos um relato sobre esta atividade à ex-diretora do estabelecimento, IONE SILVA que, assim, se pronunciou:

A GINCANA ESTUDANTIL DO DOM EMANUEL

O Colégio Estadual Dom Emanuel promovia, anualmente, uma Gincana Estudantil, tendo como objetivos promover a integração entre escola e comunidade; desenvolver o espírito participativo e colaborativo; e a solidariedade. O evento era planejado pela Coordenação Pedagógica da Escola, envolvendo todo Grupo Gestor. As equipes eram divididas por turno, sendo o turno matutino versus o turno noturno (que compreendia o vespertino também). Os professores eram divididos entre as duas equipes, prevalecendo o horário em que cada um ministrasse mais aulas, como critério de qual turno iria apoiar. Cada equipe escolhia seu líder e contava com um Professor Coordenador e, juntos, tinham a responsabilidade de mobilizar as equipes na realização das tarefas propostas. As provas da Gincana aconteciam em vários dias, envolvendo prova de arrecadação de alimentos e material de limpeza, prova de conhecimentos 325


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gerais e as provas que envolviam atividades esportivas, desafios, apresentações culturais, entre outros, que eram realizadas no último dia da Gincana, na Quadra de Esportes da Prefeitura Municipal. Houve ocasiões em que era promovido, também, o fechamento da Gincana com a realização de um baile, evento que acontecia no Goiandira Tênis Clube. Era um momento de integrar toda a comunidade escolar. Para as provas que envolviam apresentações artísticas, compunha-se um corpo de jurado com a presença de representantes da Subsecretaria Estadual de Educação e autoridades locais. Com a realização destas gincanas, a escola conseguia arrecadar material de limpeza e gêneros alimentícios que iriam contribuir com a merenda escolar. O dinheiro arrecadado com a venda dos ingressos, que fazia parte, também, de uma das provas, destinava-se à aquisição de bens materiais que beneficiassem o corpo discente da escola. A Gincana Estudantil era um evento que movimentava e envolvia toda comunidade escolar. Os alunos aguardavam ansiosos pelo evento!

Em 30 de maio de 2016, Projeto de Denominação de GABINO MOREIRA DA SILVA ao CENTRO PÚBLICO DE CONVIVÊNCIA DO IDOSO EM GOIANDIRA. Convite do CONSELHO DE SEGURANÇA para a posse em 8 de junho de 2016. Denominação de “TÉRCIO MARIANO DE REZENDE” à ACADEMIA DE SAÚDE DE GOIANDIRA. Denominação de “SÉRGIO SOARES” (CEBOLINHA) ao COMPLEXO POLIESPORTIVO EM GOIANDIRA.

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Denominação de “INGRASSIA FRANCESCA (FRANCA) ao CMEI – CENTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL em GOIANDIRA. O vereador LUIZ PORCÃO afirmou que o menor subsídio do Estado de Goiás, para os vereadores, é o de GOIANDIRA. Disse que o valor aprovado é bruto e que incidem muitos descontos. Há dois anos, o subsídio do Prefeito era R$12.000. Os vereadores estão aí para servir o povo e devem ter condições para isto. Em 27 de junho de 2016, o vereador LUIZ PORCÃO sugeriu que quando fossem propor o subsídio dos agentes públicos para 2017/2020, que fosse zerado, ou seja, que ninguém tivesse subsídio e que fosse repassado esse valor a alguma entidade como o ASILO, o CEPROFA, o HOSPITAL e que se fixasse apenas subsídios aos secretários municipais.

Professora ANDREIA CRISTINA BORGES

Andreia Cristina Borges é mais uma de dentro da História de Goiandira. Seus feitos maiores estão justamente sobre aquela população dengosa, cheirosa, frágil, sincera, altamente dependente, fonte de amor...CRIANÇAS DE CRECHE. Ali, naquela idade em que se molda a sociedade e também os sentimentos #somostodosandreia. Nem sempre esteve no amparo dos pequerruchos, mas foi onde se encaixou como uma luva, com unhas e dentes, alma e sonhos, coração! Ela já ensinou marmanjos como professora exigente, mas expansiva sempre. Esta coordenadora parece esguia, porque caminha, com determinação, 327


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orientando-se a cada passo, com a sintonia que vem do Alto. Bonita, pode até dispensar as vaidades. O respeito e o carinho para com ela são gerais. Qualquer gestor a deseja como excelente funcionária que é. Pululam adjetivos que enaltecem esta tia sem igual, boníssima irmã, filha irretocável, amiga despachada, influente e decisiva. Também carrega uma carga genética forte. Sua família, grande e atuante no cenário Municipal, está na galeria palaciana de GENTE QUE FAZ... e bem feito, para todos. Foi com ela que extraímos um pouco do histórico de nossa educação primeira. Andreia já conta com vinte e seis anos de trabalho na educação infantil. Ora como professora, ora como Coordenadora, depende da ideologia dos prefeitos. Entrou neste mundo encantado na Gestão do Prefeito Neusmar, 1993-1996. A Escola Infantil era chamada de CEPROFA e era mantida pela comunidade, um grupo de cidadãos voluntários. Com o tempo, este grupo foi diminuindo, era uma associação e tinha, como membros, por exemplo, o pai do Oscar, o pai do Jamir, o Rubens Abdala, só Velha Guarda e alguns iam falecendo. A Prefeitura começou a atuar lá dentro, colocando funcionários, inclusive, Andreia. A verba desapareceu e a Prefeitura começou a arcar com todas as despesas. Um dos membros que sobrou foi o Seu Vavá. Ele foi à Justiça para cobrar os seus direitos trabalhistas e teve como indenização uma parte do terreno. Andreia, por ser a Coordenadora, foi quem respondeu perante o Tribunal, nada a ver, pois não fazia parte da Associação. Uma Associação, enquanto munida de idealistas, não perece. Continuou como CEPROFA até o 2º mandato do Prefeito Odemir, 2009-2012. Seguindo orientação da Irmã Cristina, o CEPROFA passou a ser cha328


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mado de NUMEGUINHO, uma Creche Municipal. Existem psicólogos do CRAS que dão assistência, mas os problemas estão sempre voltados para o núcleo familiar, pelo menos, nessa tenra idade. O Conselho Tutelar é muito presente. O MP só fiscaliza e orienta bastante, pois existem muitas denúncias. No transcorrer desta atuação na educação, numa cidade pequena, Andreia viu frutos do seu trabalho formarem- se até em medicina. Ela foi a mentora do “Natal Solidário”, durante cinco anos. Cidadãos eram convidados a adotarem uma criança para presentear. Depois, ela foi para o NUMEG, onde atende crianças de mais de quatro anos.

Em 29 de agosto de 2016, o vereador LUIZ PORCÃO requereu que a Secretaria de Educação tomasse providências quanto ao traje que funcionário da Biblioteca Municipal deveria usar no período em que estava prestando serviço.

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Capítulo XVII Sobre “Luz na Câmara em Ação” Obrigado, Odemir! GESTÃO 2017/2020 Em 01 de janeiro de 2017, deu-se a posse dos eleitos. ODEMIR MOREIRA DE MELO - Prefeito MARCOS MOREIRA TEIXEIRA – Vice-prefeito Vereadores Eleitos: PEDRO GILBERTO DOS SANTOS JOÃO FERREIRA PIRES JUNIOR ANTONIO RAIMUNDO SOBRINHO - Presidente ROMES ANTONIO DA SILVA ANDRÉ LUIZ CANDIDO MARIANO (DEUSDETE MARTINS DOS SANTOS) OSVALDO GARCIA ISAIAS VIEIRA DE SOUZA ANDRÉ LUIZ ALVES GARCIA VANDERVINO GREGÓRIO DA MOTA

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Ao General da Banda – Todo crédito desta obra

Quartel General

A residência não é glamourosa, mas aconchegante. Ao lado da Capela, recebe todas as bênçãos do Céu em primeiro lugar. O patriotismo suspenso, ao dispor do vento, tremula de leste a oeste, torcendo o progresso, mas está tudo em ordem. É um lar com a rainha supostamente ausente, navegando entre as estrelas, o que o deixa melancólico por demais. Uma dor infinda, mas que a fé remove o excesso de dor, uma montanha! Pety, vem a nós! Quase todo o tempo só, circula pelas acomodações o Senhor Triprefeito Odemir Moreira de Melo. Alguém tão popular se alimentando de solidão, 332


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mas o pensamento desassossegado vagueia em busca de soluções para os milhares de cidadãos que contam com seu desprendimento e sabedoria. Ainda mais com esta pandemia que nocauteou todo o planeta, fez reviravoltas das riquezas, dizimou vidas e desmascarou farsantes. No ambiente, também faltam animais de estimação. As constantes ausências não permitem tal luxo. Que falta da Primeira Dama! Odemir, além de empresário bem sucedido, foi mesmo um grande professor e diretor de estabelecimentos de ensino. Foi no que se aposentou. E tem orgulho, também, por ter tido o destino da cidade por três mandatos. Essa está acima de qualquer outra missão. A música e a matemática nunca estiveram tão presentes numa só pessoa que as distribuía com toda a didática do amor pelo ensino. A música, sopro e percussão, possibilitou-lhe criar várias bandas, tanto na capital quanto no interior. Deu ritmo aos carnavais dos tempos das marchinhas. Fundou a Banda Marcial José Eustáquio Nascimento, hoje Banda Marcial Francisco José de Jesus, justas homenagens a dois cidadãos honrados. A música foi seu vestibular para ser contratado como professor. Isto aconteceu em Iporá. Segundo ele, a aposentadoria, muitos dizem de pequena monta, é um grato sinal da atuação na educação e cultura do País. A digníssima Senhora Esposa sempre atuou na iniciativa privada, no Banco do Brasil, apesar de voluntariamente ter contribuído, com toda sua força, no governo local. Era contra a vida pública, mas não desapontou o marido. Ainda hoje, aqui e ali, alguém aparece com uma história de interferência de Maria Angélica de ação benemérita que ficou oculta a tantos, somente sabedora ela, quem recebeu e Deus. Segundo depoimento do Prefeito Odemir em entrevista concedida:

O Hospital tem Convênio com a Prefeitura e, atualmente, é repassa333


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da a quantia de cento e trinta mil reais ao mês para cobertura de assistência 24horas, internação e atendimento em geral. É a única renda do Hospital que não tem mais convênio com planos de saúde.

O Polo Industrial, iniciado agora, era pra estar pronto há cerca de 20 anos, quando a área foi desapropriada pelo Governo do José Stalin. Goiandira seria outra, com certeza. Com recursos próprios, a Prefeitura adquiriu uma gleba na GO-210, Goiandira/Catalão, com área de 300.000m2 , aproximadamente seis alqueires, por R$678.000(Seiscentos e setenta e oito mil reais) para fomentar o desenvolvimento do município com a instalação de empresas para a geração de empregos e renda. A nova área, ao lado do Frigorífico, irá prosperar. A Escola Municipal Santa Maria Goretti está em comodato com a Loja Maçônica por 50 anos. Havia só a parte frontal. O Joaquim Batista fez a late334


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ral direita e Odemir fez o lado com a quadra, o refeitório e a piscina. A quadra foi feita pelo Estado através de convênio com a Maçonaria. O importante agora é que conseguimos Escola em Tempo Integral até o 9º Ano e as escolas estão bem divididas por faixa etária e ano em estudo. Sem esquecer que no NUMEG está havendo a Alfabetização, para aliviar um pouco a Escola Municipal Santa Maria Goretti. Havia 12 escolas rurais e foram extintas. O transporte melhorou, as estradas melhoraram e isso trouxe oportunidade para que os meninos provindos da zona rural tivessem a mesma chance que os da cidade, mesmo assim ainda são um pouco deficitários, certamente pelo modo de vida. Ao se falar em pandemia, ou decretos, a fisionomia muda e a palavra “prejuízo”, acompanhada de “sem precedentes”, dá um tom amargo na conversa, uma dor irreparável, não só pelas vidas, mas como pelas falências, desemprego e todo tipo de mazela detonada. O campo de futebol com grama sintética, uma boa obra pública, era para ser no Setor Primavera, mas o Projeto foi alterado. Trouxemos para o centro e aquele buracão vazio que havia, desapareceu, todo iluminado com os pais acompanhando seus atletas de perto. O Conselho Tutelar, que tem funcionado muito bem, principalmente sob orientação do Ministério Público, já está arranjado, virá para próximo da Câmara, no centro, para servir melhor. Temos que centralizar mesmo. A respeito do Numeguinho, atualmente CMEI, ou antigo CEPROFA, Odemir exalta a atitude do ex-prefeito Erick por ter agido de forma a municipalizar aquele estabelecimento, pois a Prefeitura sustentava o local e não tinha poder algum de gerir ou interferir nas metodologias de atendimento, principalmente. Hoje nem fraldas é necessário que as mães forneçam e o leite é enriquecido para as crianças, um atendimento público de primeiro mundo. A OVG, dita voluntária, é um programa do Governo Estadual de as335


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sistência às prefeituras. Nesta pandemia, por exemplo, recebemos 310 cestas básicas da instituição. Também, na época de Natal, somos brindados com uma festa de doação de brinquedos pela OVG, além de equipamentos médico-hospitalares como cadeira de rodas. O Carnaval Goiandirense de Rua é muito famoso, talvez porque nossos filhos, que moram fora, aproveitam o grande feriado e voltam à terrinha trazendo mais convidados. A gente capricha. Temos verdadeiros artistas, como o Zé Renato, que conseguem ornar toda a passarela, de maneira bem criativa, econômica e ecologicamente correta. É um primor. Quanto à sede campestre da AABB, a Prefeitura fez uma Proposta de setecentos mil reais e pode ser que vire um patrimônio do povo Goiandirense. Vamos aguardar. Em referência aos alcoólatras e toxicômanos, um leva ao outro, a Prefeitura tem feito parceria com as famílias de pagar a metade do tratamento completo. “A respeito de algumas personalidades da cidade, temos muitas, mas há de se ressaltar realmente a Tereza do Carmo, a Maria David, o Zé Juriti e também bradam o querido nome da PETY, eterna amada. No trajeto para Catalão, o nome dela está nas placas, mas não aplaca a saudade que a gente sente! Ela é um caminho, mas já foi uma parada predileta. Não sei de tudo que ela era, mas sei de tudo que ela fez. Muito discreta.”

DE VOLTA À CÂMARA: Em 13 de março de 2017, ANDRÉ GARCIA solicitou Título de Cidadã Goiandirense para Mariana Resende Mesquita. Em 27 de março de 2017, Projeto que dispunha sobre SCFV – SERVIÇO DE CONVENIÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULO.

Reabertura da SEFAZ.

Parabenização à Banda Marcial e regentes JOSÉ RENATO e ADAL336


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CINDO JÚNIOR. Em 3 de abril de 2017, o vereador ISAIAS solicitou Título de Cidadão Goiandirense para Gilberto Quirino de Lima. O vereador VANDERVINO propôs emenda (desconto do IPTU) para que se isentasse do IPTU proprietários de imóveis que ganhavam até um salário mínimo e que tivessem apenas um imóvel. (Em 1995, o próprio vereador Vandervino já havia apresentado essa proposta). Em 10 de abril de 2017, o vereador ANTONIO requereu Título de Cidadão Goiandirense para Marlon Henrique Prado. Em 17 de abril de 2017, foi apresentado o Projeto do vereador ROMES sobre Programa de Vacinação Domiciliar a Idosos. O vereador ISAIAS solicitou Título de Cidadão Goiandirense para Nivaldo Ramos do Carmo e Rosana Martins Siqueira. Em 8 de maio de 2017, o vereador ROMES requereu Título de Cidadão Goiandirense para João Francisco de Oliveira, Wanda Carneiro Mariano, Joselma Justino de Almeida e Souza. O vereador PEDRO solicitou Título de Cidadão Goiandirense para Jorge Veloso Reis Filho. Em 29 de maio de 2017, Projeto do Vereador ROMES sobre esterilização gratuita de caninos e felinos. O vereador ANDRÉ GARCIA achou o projeto dispendioso e disse que, primeiro, devia-se cuidar da população. Em 5 de junho de 2017, o vereador JOÃO FERREIRA solicitou Título de Cidadão Goiandirense para Rafael Ignácio. Também falou sobre o TAC- Termo de Ajuste de Condutas- firmado em 2013, com o MP, sobre os cachorros de rua. Em 12 de junho de 2017, o vereador ANDRÉ GARCIA disse ao Sr. ARISTEU que o mesmo estava enganado a seu respeito. Afirmou que este TAC dos cachorros deveria ter sido executado no mandato anterior e que a Prefeitura e o MP deveriam entrar em consenso em relação à multa. Alguém assinou o TAC e não cumpriu. 337


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Em 28 de agosto de 2017, Projeto que considerava de Utilidade Pública a Associação Esportiva Goiandirense. Em 11 de setembro de 2017, o vereador ROMES, solicitou Sessão Solene para os alunos da Academia Ubirajara, pois os mesmos conseguiram várias medalhas em Campeonato Internacional de Jiu-jitsu, em Uberlândia. Em 25 de setembro de 2017, instituído o Fundo Municipal de Proteção ao Consumidor FMPC/Goiandira. Projeto do vereador ANDRÉ MARIANO que dispunha sobre o plantio de árvores frutíferas no perímetro urbano. Em 9 de outubro de 2017, Projeto que dispunha sobre a autorização de desconto no IPTU, no exercício de 2018, para quem adotasse cães e gatos em situação de abandono.

Não se dispensa nenhuma ajuda governamental para a solução do problema de cães abandonados. Aliás, só através do poder público para se resolver esta tragédia. Durante dois anos, fui o primeiro e último presidente da APAMAGO, Associação de Proteção aos Animais e Meio Ambiente de 338


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Goiandira. Não prossegui por não ter quem quisesse assumir a direção. Foi um trabalho árduo, mas compensador. Só não dava pra continuar, praticamente sozinho, carregando uma carga tão grande. Um pouco de dinheiro a gente costumava arrecadar, contribuintes doavam R$10 (Dez reais) por mês, mas não havia quem fosse mão de obra nem lares temporários para abrigar os animais. Neste tempo, conseguimos doações de mais de 250 (Duzentos e cinquenta) filhotes caninos, somente seis adultos e felinos nem os dedos de uma mão. Baseado na dificuldade de alojar, depois foi construído o canil, só na minha residência ficaram 10 cães e nove ainda estão comigo, detalhe: com apenas cinco metros de quintal de fundos. Infelizmente, já com Conta em banco, CNPJ e declaração de Utilidade Pública morreu um sonho! Não era prevista reeleição, mas também não gostaria de continuar. É muita pressão de gente desaforada que acha que se ganha e muito para exercer essa tão doce tarefa, mas que machuca demais. Fizemos almoço benemérito, barraca junina e pedágio para incrementar ganhos e, nessas ações, encontramos apoio. A secretária da nossa Associação, Mayara Cristina Tristão, é especialista em eventos arrecadatórios e a comida fica espetacular. Também na elaboração de projetos, atendendo a toda aquela burocracia, pode-se contar com ela. É uma bióloga ativa e tem empresa no ramo, como o nome de SEMEAR. Antes da Associação, nos aventuramos em fazer um programa de rádio para conscientizar os moradores sobre a conduta com animais e a devida responsabilidade. Foram uns oito programas de meia hora, mas que teve efeito contrário. O povo, ao saber do meu interesse em resolver as mazelas caninas, passaram a me procurar para que eu pegasse ninhadas, para que eu arrumasse remédios e até vinham a mim “dar parte” de maus tratos, como se eu fosse da polícia. Não posso deixar de expor uma outra pessoa que ajuda muito na causa canina: Roberta de Jesus Araújo, um gênio difícil para com os humanos, mas eternamente dócil com os animais. Ela teve a iniciativa de ter denunciado a situação ao Ministério Público e de também acionar a televisão. Tocou um 339


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alvoroço. Com Roberta, fizemos Pedágio e até compramos máquina de estampar camisetas para a causa. Montamos um bloco de Carnaval com o nome de BLOKÃO e vendemos camisetas. Tanto com a Mayara ou com a Roberta fizemos incursões nas escolas. Palestras às crianças com concurso de desenhos. Mas os animais continuam aí... O canil é insuficiente. As pessoas não aprendem. Talvez a solução sejam as crianças. Deveríamos ter canis nas escolas para interatividade. Quem ama cuida. Quem convive ama. Em 9 de outubro de 2017, deu-se a renúncia do vereador ANDRÉ MARIANO para abraçar a carreira militar. O vereador OSVALDO disse que a juventude do ANDRÉ MARIANO era contagiante. Afirmou que a casa perdia um grande vereador e a polícia ganhava um grande homem. Em 16 de outubro de 2017, posse do vereador DEUSDETE, assumindo a vaga deixada por ANDRÉ MARIANO. Em 23 de outubro de 2017, o vereador ROMES solicitou ao Poder Legislativo que concedesse Medalha de Mérito Educacional João Gomes do Nascimento aos Professores que prestassem relevantes serviços na área educacional em Goiandira. Em 30 de outubro de 2017, o vereador ISAIAS entrou com o Projeto que instituía o Dia Municipal da Reforma Protestante. Vereador ANTONIO solicitou Título de Cidadão Goiandirense ao Dr. Hugo Gutemberg P. de Oliveira, Dr. Lucas Arantes Braga, Adorino Divino da Silva, José Humberto Nunes, Dulio Gomide e Jefferson de Freitas Gonçalves.

Em 6 de novembro de 2017, Vereador DEUSDETE solicitou Título de 340


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Cidadão Goiandirense para Silvio Antônio Pimenta, Elício José Vitorino, Valdir Oliveira da Silva, Agnaldo dos Reis, Maria Marta Castro da Silva e Nivaldo Ramos. Vereador ANTONIO solicitou Título de Cidadão Goiandirense para Clayton Nunes.

Doação de imóvel a MANOEL GOMES DA SILVA, com escritura.

Em 13 de novembro de 2017, os vereadores JOÃO FERREIRA e ANTONIO solicitaram Placa de Menção Honrosa aos Srs. Delfim Ferreira Firmo e José Candido Rezende, funcionários da Cia. Prada de Eletricidade. Vereador OSVALDO solicitou Título de Cidadão Goiandirense a Cristina Santana Pires Fernandes, Nilce Daiane Silva Gondim, Rodrigo de Rezende Borges Rosa, Luciana Pereira dos Santos e Dayane Almeida Rodrigues Barco. Vereador ROMES solicitou Título de Cidadão Goiandirense para Higor Fabrício Martins Raimundo e Rafael Ubirajara. gra”.

Feriado Municipal no Dia 20 de novembro – “Dia da Consciência Ne-

Em 20 de novembro de 2017, vereador DEUSDETE solicitou Título de Cidadão Goiandirense ao Deputado Federal Marcos Abrão Roriz Soares Carvalho. Vereador ROMES requereu Título de Cidadão Goiandirense para Terezinha Melo de Aguiar, Ronald Siqueira Franco Junior, Idelma Maria de Paiva e Dalila Rodrigues Moreira. O feriado no dia da Consciência Negra teve parecer jurídico de inconstitucionalidade, mas houve apresentação na Câmara de CONGADA e CAPOEIRA, organizada pelo Vereador ROMES.

Em 27 de novembro de 2017, o vereador ROMES pediu para que se ad341


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quirisse um gerador de energia para a Casa de Velório. Em 11 de dezembro de 2017, Convite da OVG para Entrega de Brinquedos no Natal no dia 14, às 11h30 na Escola Municipal. Eleita a Mesa Diretora para 2018 tendo sido vencedora a chapa do Vereador Presidente PEDRO. Vereador OSVALDO nomeado Tesoureiro da Câmara. Em 22 de janeiro de 2018, Autorização para execução de serviços no CEPI DOM EMANUEL. Em 19 de fevereiro de 2018, o vereador ANTONIO requereu ao Executivo Homenagem ao Sr. Jacyr da Paixão, colocando busto do mesmo no Povoado do Veríssimo.

Diário da Manhã de 1º de agosto de 2002 O Amante da Natureza

Clube Amigos da Natureza – Vigilante Mirim Povoado do Veríssimo – Caixa Postal 37 Goiandira - Go CEP: 75740-00

Como um grande lutador pelas causas ambientais, o aposentado Jacyr Jerônimo da Paixão é uma personagem de destaque em Goiandira. O amor à natureza também tem chamado atenção de seguidores importantes na luta pela preservação ambiental. Crianças de todo o País estão unidas pelo Clube Amigos da Natureza Vigilante Mirim, fundado em 1998 pelo ambientalista Jacyr da Paixão. O defensor conta com o apoio de 443 vigilantes mirins na luta pela preservação da fauna e da flora brasileira. Pelas viagens que faz, Jacyr divulga 342


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seu trabalho e desperta as crianças para a consciência de que a natureza deve ser preservada. Sua missão continua sem interrupções, mesmo diante de várias ameaças que recebe dos pescadores predatórios. Destemido, Jacyr diz que as intimidações são um motivo a mais para fazê-lo seguir em frente. “Esse é o meu dever como cidadão e pretendo cumprir com o meu papel até o fim”, afirma. Com a sua aposentadoria, Jacyr investe em propaganda para atingir o seu propósito. Distribui cartazes, panfletos e realiza eventos para conscientizar a população de Goiandira. “Quando mudei para o povoado do Veríssimo, vi que aqui existia depósito de lixo irregular e a depredação do Rio Veríssimo era assustadora. Hoje, vejo que meu trabalho contribuiu para despertar a população de Goiandira. Fico satisfeito por estar cumprindo o meu papel”, diz. A perseverança de Jacyr rendeu a ele alguns títulos honrosos. No ano de 2000, ganhou o Troféu Aroeira do prêmio goiano Altamiro de Moura Pacheco, por abraçar as causas ambientais. O Clube Amigos da Natureza recebeu o diploma do Mérito Cidadão pelo Ministério Público. A ansiedade por dias melhores faz com que o herói da natureza insista na questão. “Defendo uma causa global. Me irrita saber que os homens de hoje têm uma visão tão egoísta e agem como se a única geração que viverá na Terra fosse a nossa. Só temos esse planeta e é dele que devemos cuidar”, conclui. Em 12 de março de 2018, o vereador DEUSDETE solicitou que se providenciasse aparelho de ar condicionado para o Centro de Convivência do Idoso GABINO MOREIRA. Em 26 de março de 2018, o SINDIGOIANDIRA – Sindicato dos Servidores de Goiandira-teve como eleitos para sua direção os servidores JOÃO LOBATO e o vereador OSVALDO. Em 12 de maio de 2018, recebimento de Convite para a inauguração do Salão de Festas do ROTARY CLUB. 343


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Em 6 de agosto de 2018, o vereador ROMES adentrou com a declaração de Utilidade Pública para APAMAGO e requereu para que o Executivo revisse as condições sanitárias e estruturais da Casa de Apoio em Goiânia. Em 5 de novembro de 2018, Projeto das Nascentes – Recuperação das Nascentes é algo inédito e muito importante para o Município, segundo o vereador ANTONIO. Em 20 de novembro de 2018, o vereador ROMES cobrou o término da Feira Coberta. Em 26 de novembro de 2018, Convite do Secretário de Administração para a entrega dos brinquedos de Natal. Eleição da Mesa Diretora sendo vencedora a chapa do Presidente Vereador ISAIAS. Vereador OSVALDO é renomeado Tesoureiro. Em 20 de dezembro de 2018 é realizada Sessão Solene em Homenagem ao DUTA, JOÃO ANTONIO DE FARIA. DOIS IRMÃOS No ano de 2018, Goiandira perdeu um grande filho, o DUTA, João Antônio de Faria. Foi em consequência de um acidente de trânsito, quando o mesmo deixava a rodovia, de motocicleta, e adentrava a vicinal, onde iria cuidar do seu pequeno sítio. O Duta, irmão de Tereza do Carmo, assim, de cara, denotamos a sua linhagem familiar de pessoas de caráter e que se preocupam com o próximo. Era o caçula e as duas irmãs, Tereza do Carmo e Lili, cantavam pra ele dormir. Não sabiam pronunciar DURMA e falavam “DUTA, DUTA, DUTA” e, assim, ficou marcado até o fim. Quando Duta tinha nove anos, ficaram órfãos, mas cresceram abraçados ao caráter e dignidade de uma mãe exemplar. Sempre foi amado por todos. 344


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Não tive oportunidade de ser amigo íntimo do Duta, mas sempre o admirei. Ele era um conciliador, pessoa de voz mansa, clara e útil. Em qualquer evento social ou político, lá estava ele sempre como Porta-voz do acontecimento, o primeiro a falar e obter a atenção necessária. Era um cidadão Maçom que chegou ao Grau de Venerável, daí se conclui, realmente, a sua característica de líder da persuasão. Como vereador, na gestão 1997-2000, foi Presidente da Câmara e Líder do Prefeito. Suas proposituras parlamentares sempre foram voltadas para os mais necessitados e para o progresso. Interessante que sua irmã, Tereza do Carmo, que foi vereadora de 93-96 e de2001-2004, mudou- se para Goiânia. Parece que emprestou seus eleitores para eleger o irmão. Em 2001, ela voltou a legislar e ele saiu. Na verdade, acredito que os dois, na mesma legislatura, seriam tudo de bom.

Em 18 de fevereiro de 2019, o vereador ROMES requereu Título de Cidadão Goiandirense para Flaney Rodrigo Gomes Ribeiro, Joana Darc Gomes Ribeiro e Amarildo Rodrigues do Valle. Desapropriação e Declaração de Utilidade Pública da área do PODEGO (POLO DE DESENVOLVIMENTO DE GOIANDIRA). Em 25 de fevereiro de 2019, o vereador ANTONIO requereu Título de Cidadão Goiandirense a Joel Gomes Martins de Sousa e Ana Cristina Pires Cassiano Marques. O vereador ISAÍAS requereu Título de Cidadão Goiandirense para Antonio Pereira Neto e Nélio Alves de Carvalho.

Em 8 de abril de 2019 – Retirado o Projeto de Meio Ambiente.

Em 15 de abril de 2019, o vereador ROMES requereu Título de Cidadão 345


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Goiandirense para José Ricardo Gomes e Fábio Horta Junior. Vereador ANTONIO falou sobre a massa asfáltica que ganharam de Catalão e afirmou que estavam providenciando a licitação. Em 29 de abril de 2019, o vereador DEUSDETE propôs Título de Cidadão Goiandirense para: Geso Borges da Silva, Gilson de Souza Rabelo, Ludmila Martins e Raimundo Barbosa. O vereador JOÃO FERREIRA propôs Título de Cidadão Goiandirense para Raulino Rufino de Melo. O Vereador ROMES votou contra o Projeto do Meio Ambiente, mas afirmou não ser contra o Projeto. Um assunto tão importante deve ser mais discutido em tempo mais demorado. Em 13 de maio de 2019, o vereador DEUSDETE propôs Título de Cidadão Goiandirense para Silvio Cesar Melo e Delermano Roberto Gomes Menezes. O vereador ISAÍAS propôs Título de Cidadão Goiandirense para Bruno Cardoso.

Em 27 de maio de 2019, elogios vários sobre a boa gestão do Hospital.

Em 3 de junho de 2019, o vereador OSVALDO propôs Título de Cidadão Goiandirense para Renato Silva. Em 10 de junho de 2019, a Professora ABILENE foi agraciada com a medalha João Gomes, da Educação. O vereador Presidente ISAIAS pediu observância à Portaria 2005, sobre trajes das pessoas que frequentam a Casa de Leis. Em 17 de junho de 2019, o vereador ANTONIO propôs Título de Cidadão Goiandirense para Major PM André Luiz de Carvalho, Capitão PM Wanderley Martins da Paixão, Rodrigo Gonçalves. 346


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O vereador DEUSDETE propôs Título de Cidadão ao Tenente Coronel PM Elton José Pinheiro O vereador Presidente ISAIAS propôs Título de Cidadão Goiandirense para Luiz Mamede, Presidente do Hospital. Em 5 de agosto de 2019, requerimento do vereador JOÃO FERREIRA para que o Executivo fizesse parceria com o pequeno e médio produtor rural para aquisição e transporte de calcário e adubo, uso de máquinas para gradear e a distribuição do calcário e adubo no solo e, ainda, assistência técnica da EMATER. Em 12 de agosto de 2019, o vereador JOÃO FERREIRA pediu que o Executivo providenciasse um estudo estrutural no viaduto que dá acesso a Nova Aurora. Em 19 de agosto de 2019, o vereador ROMES solicitou homenagem a ser realizada na Casa para os 160 anos da Igreja Presbiteriana do Brasil e aos 133 anos da Igreja de Deus no Brasil.

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História da Assembleia de Deus Madureira de Goiandira-GO Por volta do ano de 1936, o Pastor Paulo Leivas Macalão, então Presidente Geral da Assembleia de Deus Madureira no Brasil, autorizou a missionária norte americana Matilde Paulsen, que esteve no município de Goiandira-GO, a dar início aos primeiros pontos de pregações da Igreja Assembleia de Deus Madureira.

Assim, mais tarde, em meados de 1940, se manteve o ponto de pregação do evangelho nas residências dos primeiros Membros. Em 1959, veio o primeiro Pastor que então era responsável pela Igreja, Pr. Anel Constantino. Assim, a igreja local passou a fazer parte do campo de Catalão-GO, que tinha como Pastor Presidente Geraldo Mariano, posteriormente transferido, deixando como presidente do campo o Pr. Eurípedes P. Sousa e, atualmente, Pr. Dr. Cornélio Dias Barbosa Neto. Após o primeiro pastor local do município, Pr. Agnel, veio, então, o Pr. Odilon Vaz, que durante seu pastoreado, por volta do ano de 1970, com o auxílio do Pastor Presidente do campo, Eurípedes, e com o membro e voluntário Sr. Sebastião Lemes, juntamente com os membros locais construíram o Templo da Igreja Assembleia de Deus Madureira. Logo após, pastoreou a igreja 348


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o Pr. João dos Santos, em seguida o Pr. Guilherme Pereira, seguido pelo Pr. Odinir Constantino, Pr. Pedro Lourenço, Pr. Cleiton, Pr. Gilberto Quirino. Atualmente, Pr. Mauro Ferreira da Cunha e a Pra. Joana dos Santos Moura Cunha.

Em 7 de outubro de 2019, todos reclamaram da votação para o Conselho Tutelar acontecida no dia 6. Argumentaram que o local não era adequado e que as pessoas perderam muito tempo na fila. Em 4 de novembro de 2019, o vereador Presidente ISAIAS disse que o MP arquivou o processo contra a Câmara, sobre reforma do prédio, que fora impetrada pelo cidadão GILMAR ALVES DE AVELAR. Em 11 de novembro de 2019, alteração da denominação do Lago do Parque dos Ipês para Lago Vereador Lamartine Moreira.

Lago Vereador Lamartine Moreira 349


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O vereador ANTONIO propôs Título de Cidadão Goiandirense para o Professor Heleno Dias Ferreira.

Em 9 de dezembro de 2019, foi eleita a chapa 2020, tendo como Presi-

dente o vereador ROMES que designou como Tesoureiro da Câmara o vereador OSVALDO, pelo terceiro ano consecutivo.

Em 3 de agosto de 2020, o vereador DEUSDETE apresentou Requeri-

mento solicitando quantia, entre R$300 e R$500 (Trezentos e quinhentos reais) de doação à Rádio Terra Branca.

O vereador ANTONIO RAIMUNDO reprovou a doação, pois na Presi-

dência da Casa, houve problemas com isto, inclusive na Justiça.

Para dissertar um pouco sobre uma ilustre personagem goiandirense,

convidei e fui atendido por Luana Dias da Silva, uma amiga, neta de Maria David. Eu sabia que ela tinha algum conhecimento da vida da avó, pois estava ali no leito final, o tempo todo, dedicada aos cuidados de sua queridíssima avó. Foi Luana que assim reverenciou a avó:

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Maria David, a Mãe dos Pobres de Goiandira - Goiás

No dia 4 de janeiro de 1932, nascia Maria David da Silva, a segunda filha do casal Pedro Rodrigues Vieira e Odília Batista da Trindade. Esse nascimento se deu em uma pequena propriedade rural, aqui nos Campos Limpos, no Estado de Goiás. Desde sua infância, destacou-se pela sua valentia, coragem e altivez. Com ela, não tinha aquela história, de “vou chamar meu irmão” quando a menina era ameaçada pelos colegas na escola! Pois é, seus irmãos, David Rodrigues Vieira e José Rodrigues Vieira eram os que diziam: “vou chamar a Maria minha irmã!” E, segundo a turma da época, a meninada saía em disparada quando a pequena Maria aparecia com tudo que tinha direito em suas mãos pequeninas, 351


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pedras, pedaço de pau, enfim, tudo o que podia servir de defesa pessoal. Já na sua adolescência, Maria e sua irmã Florismar David dos Reis (a Flor) receberam a alcunha, de “Os homens do Pedro David”. Isso porque elas se destacavam com enxadas nas mãos, carpindo as lavouras de arroz, milho e feijão que o pai tocava para o sustento anual da família que, aliás, era numerosa, sete filhas e três filhos e mais alguns agregados. Sempre dizia que nunca foi muito dada a namorados, mas teve uma grande paixão em sua vida! Era um moço sanfoneiro e muito bonito! Mas, foi por um cavalheiro lá das bandas da Fazenda do Lambari, chamado Valdivino Cassimiro da Silva, por quem se apaixonou de verdade e acabou casando. Uma união que durou 50 anos, ficando viúva em 2005. Ao casar, mais uma vez mostrou valentia e coragem, pois, sequer, tinham uma casa para morar. Conta-se que seu marido preparou um lindo rancho coberto com folhas de bacuri, o piso era de terra batida e o fogão de lenha todo coberto de barro branco. Uma cama de casal com colchão de palhas, travesseiros de paina, e alguns tamboretes. Essa era toda sua mobília nupcial. Não tardou muito para venderem sua pequena propriedade rural e se mudarem para Goiandira, onde fizeram uma pequena casa, que até pouco tempo estava de pé. E, nessa casa, nasceram seus dois filhos de sangue, Luiz Carlos da Silva e Heloisa Helena da Silva. Essas duas crianças lhe trouxeram grandes alegrias, mas, também, muitas preocupações. É que o Luiz Carlos, aos dois meses de nascido, contraiu uma doença chamada Difteria, também conhecida popularmente por Crupe. Difteria (ou crupe) é uma doença respiratória infectocontagiosa que tem como sintoma, gânglios linfáticos inflamados. As manchas avermelhadas na pele são outros sintomas possíveis da doença. Ela dizia que, na época, um farmacêutico chamado Calicanto Querido, aplicou uma injeção na criança e falou para ela: “Maria, se ele vomitar dentro de dez minutos ele estará salvo”. E, para alegria da Maria David, o garoto vomitou horrores uma secreção grudenta que o impedia de respirar. Já a Heloisa teve Poliomielite (paralisia infantil). Uma 352


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doença contagiosa aguda causada por vírus que pode infectar crianças e adultos. Em casos graves, provoca a paralisia dos membros superiores, inferiores e pode, inclusive, levar à morte. Essa foi uma época de vida dura para a incansável Maria David. Desloucou-se para Uberlândia-MG, em busca de maiores recursos e graças a sua luta diária, de levar nas costas uma criança de quase três anos, por uma distância de aproximadamente três quilômetros, o que se tornava seis, ida e volta, à clínica de uma Fisioterapeuta Alemã chamada Tereza, a menina voltou a andar. Ela afirmava com todas as letras que a cura se deu também através de uma promessa que ela fez para Nossa Senhora do Rosário de Goiandira (Igreja Católica Brasileira), que resultou na cura da Heloisa. Ela, toda alegre, correu para Goiandira, levou a garota até a Igreja, chamou o fotógrafo Guito, que tirou uma foto da menina só de calcinha, em frente ao altar de Nossa Senhora. Por que eu digo filhos de sangue, ao mencionar, Luiz e Heloisa? Porque, além desses filhos, ela criou mais quatro meninas. A primeira, Maria Madalena da Silva, era filha de Sebastião Generoso e Zulmira. Sebastião era filho adotivo de seus avós paternos, David Rodrigues Vieira e Generosa Maria de Jesus. A segunda foi Líria Andreia da Silva, essa era filha de ciganos tropeiros. Maria David, que era uma Auxiliar de Enfermagem, com atitudes de médica, fez o parto de uma cigana chamada Hilda, e a cigana lhe fez um pedido: “Dona Maria, tome conta dessa menina por três dias, se eu não vier buscar, pode doá-la para alguma pessoa”. Os dias se passaram, ninguém veio buscar a garota. Maria David então a registrou. A terceira foi Luciene, essa já grandinha vivia aqui e acolá, nas mãos de patrões inescrupulosos e também caiu nas graças de Dona Maria David e só saiu de lá depois de casada. A quarta, Dayanne Cristina da Silva, chegou à casa dela com o corpo todo tomado por uma escabiose fantástica, porque sua mãe não conseguia tratá-la. Para quem não sabe, escabiose (ou sarna) é uma parasitose humana que é causada pelo Sarcoptes Scabiei, um ácaro variante hominis. Nisso, ela tinha três meses e nunca mais saiu de lá, também foi registrada e criada como filha. Sabe aquele ditado de que “Deus escreve certo por linhas tortas”? Ela acabou dando vida a essas meninas e teve, como recompensa, os cuidados delas em 353


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sua terrível doença “Demência Senil”, até o seu falecimento. Coisas de Deus! Com apenas vinte e quatro anos, Maria David sofreu uma infecção grave nos ovários, e teve que fazer uma cirurgia. Ela foi obrigada a mostrar sua bravura, inclusive, contra a morte, uma vez, que entrou em coma após a cirurgia. Ela dizia que recobrou a consciência três dias depois, com um padre lhe dando a extrema-unção ou unção dos enfermos. É um sacramento que a Igreja Católica utiliza para pessoas com risco iminente de morrer. Maria David viveu intensamente em um mundo político. Ela adorava essas coisas. A chácara na qual ela nasceu e viveu sua juventude, foi um dos primeiros redutos do Partido Comunista Brasileiro (PCB), quando esse caiu na clandestinidade. Era normal chegar lá e encontrar até dez camaradas escondidos da polícia. Na época, o Coronel Sinfrônio Martins Teixeira era o líder político de Goiandira. Ele dava proteção às famílias, às quais eram seus correligionários políticos do PSD. Naquele período, dois partidos destacavam-se no Brasil: o PSD (Partido Social Democrático) e a UDN (União Democrática Nacional). Maria David contava que, certa vez, um amigo seu foi preso. Ele era conhecido como João do Galdino. Ele deveria ser deportado, juntamente com outros comunistas, e sabe-se lá o que poderia acontecer ao jovem amigo. Ela não teve dúvidas, recorreu ao amigo Coronel Sinfrônio, que lhe deu uma autorização, por escrito, autorizando a libertar o João. Ela, então, dirigiu-se até a Cadeia, que ficava, na época, perto da Estação da Rede Mineira, entregou o bilhete à sentinela que, imediatamente, atendeu a solicitação do Coronel Sinfrônio. Em seguida, ela e o rapaz desceram pela estrada de ferro, até a Chácara de seu pai, Pedro David, onde o João do Galdino ficou escondido até ser resgatado por camaradas de outros Estados. Seu filho mais velho contou que, uma vez, acompanhou uma visita que ela recebeu do João do Galdino, depois de mais ou menos de 25 anos desse ocorrido. Isso foi no ano de 1976, não se lembra do mês. Nessa época, ele e sua mãe eram vizinhos, e ele trabalhava no 2º Batalhão Ferroviário. Ao chegar 354


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em casa para o almoço, deparou-se com um Opala Diplomata preto com chapa oficial da Justiça do Trabalho. Desse carro, desceu um homem alto, branco, de olhos claros que perguntou se conhecia a Maria David. Ele disse que sim, que era filho dela. Nesse mesmo instante, ela já estava saindo pela porta da sala e com seu ímpeto costumeiro gritou: “Não é possível! Quem eu estou vendo na minha porta?” Daí, trocaram um grande abraço e ele percebeu que ambos ficaram com os olhos marejados de lágrimas. O João do Galdino foi ali agradecer a ela aquele feito de 25 anos atrás. Ele, agora, era um alto funcionário da Vara do Trabalho de Anápolis, Goiás. E uma das propostas dele era arrumar um emprego para seu filho mais velho. Ela e seu filho agradeceram a proposta, mas disse que seu filho não precisava, pois havia passado em um concurso do Banco do Brasil S.A e iria tomar posse em junho naquela agremiação. Outra conquista de Maria David com o Coronel Sinfrônio foi seu emprego como Auxiliar de Enfermagem na OSEGO. Ela contava que, na época, ele escreveu um bilhete de punho, entregou-lhe e disse: “Vai para Goiânia assinar seu contrato”. Na OSEGO, ela permaneceu por mais de 30 anos, auxiliando a todos que necessitavam de cuidados e atenção, com seu jeito amoroso e caridoso. Maria David teve outro grande parceiro, o Dr. José Ferreira Pires. Trabalharam muitos anos juntos na área da saúde, atendendo a população. Ajudou-o a tratar da saúde das pessoas, a trazer crianças ao mundo, pois fizeram muitos partos. Ela se tornou madrinha de muita gente. Maria David amava seu trabalho. Tanto que, após 30 anos de serviços, muitos anos depois, as pessoas ainda a procuravam para tomar injeções e fazer curativos. Ela recebia a todos em sua casa, que estava sempre de portas abertas a quem quer que necessitasse de ajuda, fosse de alimentos, roupas, pouso, remédios. Nunca media esforços para socorrer a quem precisasse. Dr. José Ferreira Pires também se tornou um importante Chefe Político da Região e Maria David era sua pedra 90 (palavras de seu filho mais velho). Ela participou de muitas conquistas, principalmente no campo dos empregos, 355


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da saúde, da educação, do DERGO (Departamento de Estradas de Rodagem de Goiás). Sem ter uma consciência real de sua importância, ela foi, sem dúvida, uma das maiores lideranças políticas municipais de Goiandira, Goiás. Com todo esse trabalho prestado, não conseguiu eleger-se vereadora. Contava que em uma eleição da qual participou, conseguiu uma Suplência, mas segundo um Presidente de Sessão, que não está mais entre nós, por isso, não vamos citar o nome, ela foi literalmente garfada, nesse processo eleitoral. A contagem era manual e eles direcionavam os votos para quem quisessem. Se foi verdade, ou não, a bem da verdade, só os afilhados de Dona Maria David a elegeriam com sobras. Sem contar familiares, amigos, simpatizantes etc. Engraçado que isso não a abalou nem um pouco e ela continuou a praticar bondade e caridade. Nasceu para isso. Dedicava-se muito mais aos serviços dos outros do que os de sua própria família. A palavra lazer nunca entrou no seu dicionário. Sua única diversão era dançar. Como ela gostava! Não podia ouvir um toque de sanfona que já estava pronta para o combate. Ela dançava até Congo. Mas, não era na fila, era abraçada com o Capitão. Lembro-me de uma visita que o terno capitaneado pelo Joãozinho (Pretinho) fez uma visita para ela, já bastante decadente, não teve dúvida, agarrou-o pelo braço, dançou e cantou: “A folha do coqueiro não balança mais!” Parece que era uma profecia, realmente para ela, as folhas do coqueiro, do pinheiro, da castanheira, não balançaram mais. Foi longo o período que passou acamada. Muitas outras histórias poderiam ser contadas nesse pequeno resumo. A vida dela daria, com certeza, um livro de, no mínimo, trezentas páginas. Agora, algumas histórias seriam para maiores uma vez que quem a conheceu sabe, ela não tinha reservas no uso das palavras.

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As pessoas a quem ela beneficiou durante sua trajetória se encarregarão de imortalizá-la. Dizem que somos um povo sem memórias. Isso, em parte, é verdade. Mas, no caso dela, sempre haverá alguém contando para outra pessoa uma aventura vivida com Maria David. Até quem levou um belo tapa na orelha após desrespeitá-la dentro de um Fórum. Quem foi avacalhado por ela após chutarem seus cachorros e/ ou machucarem os seus gatos. Quem se deparou com ela, pelas duas da manhã ou mais, socorrendo uma prostituta, em plena zona de meretrício e, ainda, levando seu marido para acompanhá-la. Quem a viu entrando no campo de futebol com pedaço de bambu, na antiga vila, hoje Setor Primavera, para bater em quem estava ameaçando seu sobrinho que estava jogando. Quem a viu brigando com Delegado de Polícia para defender sua prole. Enfim, tem Maria David para todos os gostos. Para nós da família, ficou uma lacuna impreenchível, isso porque não teremos duas Maria David no mesmo século, tampouco na mesma família. (Crônica escrita em 16-09-2020 pela neta Luana). 357


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Tudo são flores... ou Jardim

Na composição destes relatos, tive contato com a monografia HISTÓRIA DA CIDADE DE GOIANDIRA – CONTAR, SENTIR E EXPLICAR, de MARIZA REGINA DUARTE, do ano de 1997. Um trabalho genial em que ela narra um passeio diário que era feito por um morador nonagenário, protagonista de muitas ações benfazejas no município. Como se diz no interior – “mais conhecido que nota de dez” - o Sr. SEBASTIÃO DIAS JARDIM. Neste passeio, acontece o lúdico entre o passado na memória e as edificações nostálgicas do presente. Para quem esteve no apogeu de um tempo mais remoto, faz reviver áureos tempos em que todos os antigos sempre dizem ser melhor. O melhor tempo é o nosso e o melhor lugar é onde estivermos excetuando Goiandira, que é melhor sempre. 358


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Seu Sebastião Jardim, comumente assim chamado, faleceu recentemente, mas deixou muitas flores no nosso jardim. Ele foi Escrivão de Polícia, Vereador mais votado e vice-prefeito. Por onde passava, sempre oferecia um cumprimento, um rapé, um palpite sobre o tempo e o jogo do bicho. Sempre alinhado de terno, relógio de bolso e um sorriso aberto. Ele sabia tudo sobre a terra. O mundo moderno não o entusiasmava. Outro dia, um vizinho comentou que a escritura do seu lote foi conseguida graças ao Sebastião Jardim. “O bem que se faz sempre será seu juiz quando necessário e na maior instância”.

2020- Um ano que ficará na história mundial Dois mil e vinte surgiu com uma praga de 2019, uma doença batizada de COVID-19, uma infecção respiratória causada por um dos Corona-Vírus, verdadeira bomba atômica que assola toda a humanidade. Goiandira também está no meio deste contágio. Uma pandemia causada pelos humanos ou pelo poder divino? Seja como for, temos que superar mais uma vez, como tantas que quase dizimaram a humanidade. Ninguém dava crédito para uma praga desta proporção devido ao nosso adiantamento sanitário-científico, mas a ciência está atordoada. O vírus é um mutante que se disfarça no nosso DNA e seguimos de cara amarrada, com máscara, evitando que o vírus altere o nosso humor e elimine o nosso sorriso. A medida preventiva obrigatória de máscaras cega-nos, a maioria não gosta, inclusive o Presidente da República. A ordem de medidas ásperas não foi emanada por ele, mas de acordo com os estados e os municípios. Ao Governo Federal coube a providência de reforçar com ajuda financeira os vulneráveis, as empresas e os 359


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estados que diminuíram a arrecadação de impostos. O caixa, porém, tem limite, e tememos por nosso amanhã. As medidas de isolamento social e fechamento do comércio e da indústria, para evitar aglomeração e consequente contágio, fecharam empresas e fizeram eclodir o desemprego sobremaneira. Alguns remédios atenuaram o avanço da infecção, mas não detiveram o contágio e aguardamos uma segunda onda desproporcional que pode sucumbir mais vidas que as milhões já levadas. Um contágio tão sem precedentes que somos impedidos de velar parentes e amigos vitimados pela COVID. O panorama de isolamento indicado, no chamamento “FIQUE EM CASA”, tem causado estresses, separações, suicídios, pânicos, depressão, o que acelera mais ainda o potencial destrutivo do Corona-Vírus, pois ficamos com baixa imunidade, campo de guerra dele. Sem dizermos que os idosos portadores de doenças crônicas são os mais afetados. Prisões por espancamento, roubos, furtos e assassinatos; violência doméstica, especialmente contra a mulher, divórcios em série; escolas, creches, bares, restaurantes, shoppings, indústrias, comércio fechados; ruas vazias, o povo sumido, mortes, mortes e mortes são realidades ora vivenciadas no mundo todo. Passamos a conviver e a usar palavras que, normalmente, não faziam parte do nosso vocabulário cotidiano e outras que nem conhecíamos: máscara, isolamento social, pandemia, quarentena, respirador, looking down, corona, Covid. Não se pode prever todas as consequências que teremos no futuro. No entanto, entre nós sempre prevalece a vontade de Deus. Ele sabe de todas as coisas, mas temos que ficar em casa, não aglomerar, não produzir... Nossos destinos estão atrelados ao medo, à insegurança, ao desconsolo que atualmente imperam nos quatro cantos do mundo, mas tudo isso vai passar e 2020 também. A pandemia, porém, por incrível que pareça, trouxe pontos positivos. As pessoas foram levadas a repensarem suas atitudes, a mudarem comportamentos, a resgatarem valores que estavam se perdendo face à correria da vida 360


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ultramoderna e dos avanços tecnológicos. O ser humano passou a sentir falta de pequenos gestos e atitudes que haviam se tornado insignificantes como o sorriso, o aperto de mão e o abraço; na convivência forçada pelo “fique em casa”, viu-se obrigado a exercer a tolerância e a aceitação. As pessoas aprenderam a sorrir com os olhos, a ser mais solidários, a calar e a ouvir mais. Enfim, houve a necessidade premente de tornar-se melhor e de respeitar as normas de um novo modo de viver e de ser.

DE QUE ADIANTA GANHAR O MUNDO INTEIRO E PERDER A

ETERNIDADE?

A última carreata Outubro de 2020, dia 30, sexta-feira, em Goiandira, sob fina chuva dos céus, na carreata, contei 77 carros. Uma carreata silenciosa, sentimento de perda irreparável. Comércio fechando as portas e chapéus fora das cabeças. Todos os semblantes entristecidos. No carro funerário, jazia o corpo do Dr. Marquinho, 361


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nosso eterno “Prefeito da Saúde”. Logo atrás, um caminhão de flores e coroas em quantidade difícil de ver. Era querido. Dói. Mal fizera 66 anos, dia 11, e o chamado celestial convocou-o para um outro plano maior. Interessante que curou a tantos e enganou-se no seu diagnóstico. Pensara estar com tuberculose, tratava disto, mas era um câncer silencioso que se espalhou por cérebro, pulmões e fígado. Fatal. Duas semanas de luta e pereceu. Uma infinidade de pacientes, amigos, parentes e, até adversários políticos, desconsolados. Todos órfãos da serenidade e da competência do Dr. Marcos Moreira Teixeira, o Marquinho de todos nós. Seu império em obras, diante da saúde local, é incalculável. As suas mãos, quantas vezes com maestria divina, tornearam o homem de barro que se quebrou ou quis furtar a própria existência terrena. As suas palavras, mesmo que poucas, sempre confortaram com a verdade, irradiando confiança, fé e esperança ao mais irresoluto mortal. Ele não era o médico dos médicos, mas o mais paciente dos pacientes. Marquinho era araguarino porque era de um tempo em que não se nasciam crianças em Goiandira. Pelas suas mãos uma infinidade se fez goiandirense, inclusive um filho meu. O seu olhar, com ligação direta no coração, era torrencial de lágrimas fáceis, mas com o sorriso franco e fraterno que permanecem firmes numa alegria imorredoura que só podem ser de outro mundo. O rosto pálido, mas sereno ainda carregava na urna um brando sorriso. Pai Marquinho, sua geração bendita, assim seja até à milésima herdeira de suas ações benfazejas, sempre trilhará pela vereda do amor, porque o Senhor encontrou graças. Esposo Marquinho, a sua missão sempre o deixou ausente do lar por muito tempo, mas a certeza do retorno triunfal sempre preencheu todos os incômodos 362


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da matriarca e convivas. Agora não volta mais, um vazio desolador. Caminheiro Marquinho, na evolução dos seres não existe retrocesso ou marcha à ré – o progresso é contínuo e não pode parar. A sua morada num plano superior é um trono de poucos e foi preparado pelo mais dileto dos nossos amigos que também sempre se fez último. Político Marquinho, teu reino não é deste mundo, onde o mais perfeito dos candidatos, Jesus Cristo, também não havia escolhido bem os aliados e perdeu o confronto direto com Barrabás. Eu queria, como Pedro, desembainhar a minha espada e cortar línguas, mas só devo ter encontrado forças para também negálo por três vezes como nosso salvador, quando, inexplicavelmente, perdeste a Eleição para Prefeito, mas por duas vezes foi nosso vice-prefeito mais querido. Sabemos que todo seu esforço estava voltado para a saúde do seu povo interiorano e que supria o hospital com seus próprios equipamentos para realizar cirurgias exitosas. Deus está lhe pagando todo o bem que fez em proporção grandiosa. A sua morada celestial deve estar próxima do centro. Perdoa-nos e interceda no que puder. Este ano não está sendo fácil e, certamente, fora abduzido para a falange que nos medicará deste mal pandêmico que nos assola. Nem o maior dos adversários, caso exista, consegue desabonar sua existência. Obrigado por ter estado no meio de nós por tanto tempo. “Olhe por nós”. Deus esteja consigo, Primo, colocando-lhe a coroa da Glória!

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DE VOLTA À CÂMARA O ano 2020 foi diferente em todos os aspectos. A Pandemia da COVID-19 forçou mudanças até mesmo nas datas da realização das eleições municipais em todo o país. Em tempos normais, o pleito eleitoral ocorreria em 4 e 25 de outubro em primeiro e segundo turnos respectivamente. Porém, com a promulgação da Emenda Constitucional (EC) nº 107/2020, essas datas foram alteradas para os dias 15 e 29 de novembro de 2020. O plenário do TSE aprovou a atualização das normas em 31 de agosto do mesmo ano. Goiandira, por ser um município com um número menor que 200 mil eleitores, as eleições ocorreram apenas em primeiro turno com o seguinte resultado: Prefeito: ALISSON HENRIQUE BARBOSA PEIXOTO Vice-Prefeito: NEUSMAR VAZ DE SANTANA VEREADORES: PEDRO AUGUSTO SILVA DA SILVEIRA JOANA DARC DE FÁTIMA SILVA FERREIRA ROMES ANTÔNIO DA SILVA(Reeleito) PEDRO GILBERTO DOS SANTOS (Reeleito) RENATO LOPES DA SILVA JOÃO FERNANDES DOMINGOS CLARICE INÁCIO PEREIRA OSVALDO GARCIA (Reeleito) VANILDO APARECIDO BORGES A posse dos eleitos ocorrerá em 1º de janeiro de 2021, uma vez que essa data foi mantida sem alteração pelo TSE. 364


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CONSIDERAÇÕES FINAIS Aqui, vamos colocar um ponto nessas nossas Estórias da História de Goiandira. Um ponto não. Melhor, reticências, pois elas permitem a continuidade. Sabemos que poderiam se estender por mais tantas outras páginas, mas não temos tempo para dar prosseguimento. Alguns fatores nos impedem. Primeiro, essa Pandemia que se alastrou pelo mundo e nos impediu o contato, a proximidade com as pessoas, o trocar ideias que tanto enriqueceriam esses relatos. Segundo, é que o sentimento de dor pela perda de pessoas tão queridas, como é o caso último aqui narrado, a morte do Dr. Marquinho e, posteriormente, o falecimento do Dr. José Stalin, deixa-nos com um nó na garganta e com dificuldade para prosseguir no trabalho com as palavras. Terceiro, é a proximidade do fim do mandato do mentor desta obra, prefeito Odemir Moreira e, consequentemente, a necessidade premente de enviar o texto para ser impresso em formato de livro. Temos a consciência de que, como aconteceu com Cristo, não agradaremos a todos que lerem essas páginas que foram escritas com cuidado e carinho, mas insuficientes para narrar todos os fatos que marcaram a história de nossa terra. Também não foi possível citar todos os nomes que a compuseram. Quantas pessoas ilustres, queridas e respeitadas não estão inseridas nessas linhas, o que não significa que foram esquecidas ou desvalorizadas. Uma história contada nunca abrange todos os seus pormenores, infelizmente. O livro foi composto por fatos históricos pesquisados ou narrados pelos goiandirenses que se propuseram a ajudar na execução desse projeto. São memórias buscadas, muitas vezes, bem lá no fundo da alma, para não dizer no subconsciente, e que permitiram montar um painel composto por setenta anos de histórias e estórias. É bom salientar que mesmo as estórias, ou seja, as crônicas e os poemas têm um fundo histórico uma vez fazerem parte da memória particular ou coletiva dos goiandirenses que amam nossa Terra Branca. A todos os colaboradores, coautores dessa obra, o reconhecimento e a gratidão, sempre!

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CIDADÃOS GOIANDIRENSES AGRACIADOS COM TÍTULOS A PARTIR DE 1964 POR ORDEM ALFABÉTICA

Abadia Correia da Silva Adalberto Duarte da Silva Amorino Carpina Agnaldo de Espíndola Carneiro Agnaldo dos Reis Aldolfo Estrela Júnior Alessandra Espíndola Carneiro Amarildo Rodrigues do Valle Amilton Batista Rocha Ana Cristina Pires Cassiano Marques Anísio Pereira Antônio Afonso Antonio Amarante de Carvalho Armando Spíndola Carneiro Benedita Paiva Teixeira Bruno Cardoso Capitão PM Wanderley Martins da Paixão Capitão Hélio da Costa Vieira Borges Carlos César da Costa Carlos Humberto Pereira 366


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Célio Alves Dias Célio Ferreira Célio Ignácio Ciderleu Pereira Cláudia Cristina Garcia Cláudio Rodrigues da Cunha Clayton Nunes Cleusa Márcia Rosa Carneiro Clodoaldo da Silva Cardoso Coronel David de Freitas Coronel Divino Efigênio de Almeida Cristiane Batista De Deus Cristiano da Silva Gomes Simão Cristina Santana Pires Fernandes Dalila Rodrigues Moreira Daniel Batista de Deus Danny Roberto Cardoso David Soares Silva Dayane Almeida Rodrigues Barco Delermano Roberto Gomes Menezes Delfim Firmo Ferreira Demetrius Gonçalves de Lima Dep. Fed. Flávia Carneiro Albuquerque Morais 367


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Deputada Magda Mofatto Deputado Dr. Ronaldo Caiado Deputado Estadual Mauro Rubem Deputado Federal Irapuan Costa Junior Deputado Federal Luiz Bittencourt Deputado Federal Marcos Abrão Roriz Soares Carvalho Deputado Leonardo Mauro Vilela Deputado Pedro Wilson Deputado Ricardo Yano Desembargador Doutor Paulo Telles Deusdete Martins dos Santos Dorivaldo Miranda Duarte Dr. Miron Alvarenga Leite Dr. Adélio Campos Dr. Aguinaldo de Mesquita Dr. Antenor Eustáquio Borges de Assunção Dr. Antânio Faleiros Filho Dr. Arédio Teixeira Duarte Dr. Elmo de Lima Dr. Fernando Cupertino Dr. Francisco Pires de Almeida Dr. Hugo Gutemberg P. de Oliveira Dr. José Fagundes 368


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Dr. Lauro Wilson Henriques Dr. Lucas Arantes Braga Dr. Marcos Fernando da Silva e Oliveira Dr. Mauro Miranda Soares Dr. Paulo Fayad Sebba Dr. Pedro Chaves Dr. Rubens Edreida Cosac Dr. Transvaldo Gerônimo da Silva Dr. Wagner Canhedo Azevedo Dr. Willian Safatle Dra. Ana Maria de Oliveira Dulio Gomide Edmar Izaias Gonçalves Ednaldo Soares Silva Eladio Justiniano Ribeiro Eleuza de Fátima Elício José Vitorino ELSON AGAPITO Enia de Souza Ferreira Erotildes de Souza Borges Eunice Cândida da Costa Marques Euripa Geralda Mendes Evando Magal 369


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Evaristo Ferreira da Silva Fábio Horta Junior Faustelino da Silva Fernando Carlos Vicentim Flaney Rodrigo Gomes Ribeiro Flávia Teixeira de Paula Flávio Canedo Frades da Congregação Franciscana Francisco Canindé de Medeiros Frei João Antônio Jonson Geraldino Renato da Silva Geso Borges da Silva Gheorthon Saomar Vinhal Silva Vaz Gilberto Borges Gilberto Quirino de Lima Gilmar Luiz Jomar Gilson de Souza Rabelo Gilson Dourado da Silva Governador Iris Rezende Machado Governador Marcorni Perillo Júnior Haley Margon Vaz Heleno Dias Ferreira Heleno do Nascimento 370


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Heleno Galdino Pereira Hélio Alves Dias Heloisa Maria Alcântara Garcia Hermantina de Assunção Valle Hermes Mendonça Higor Fabrício Martins Raimundo Homero Saturnino Tafmer Honorino Rodrigues Carpina Idelbrando do Amaral Idelfonso Teles Idelma Maria de Paiva Irineu de Souza Neto Isabel De Fátima Guerra Garcia Ivair Araújo Monteiro Jefferson Aragão Jefferson de Freitas Gonçalves Joana Darc Gomes Ribeiro João Batista Mendes João Batista Vieira João Diniz João Francisco de Oliveira João Rodrigues Borges João Sebastião de Moura 371


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João Vaz de Araújo Joel Gomes Martins de Sousa Jorge de Moraes Jardim Filho Jorge Veloso Reis Filho José Antônio José Eduardo Dutra José Eustáquio Espíndola Pires José Humberto Nunes José Luiz Gomes José Orlando Alves de Avelar José Paulo Loureiro José Rabelo Filho José Ricardo Gomes José Rubens de Mesquita Rosa Joselma Justino de Almeida e Souza Josiley Cristina Santana Neves Espíndola Lázaro Alves Gouveia Luciana Espíndola da Silva Ribeiro Luciana Pereira dos Santos Ludmila Martins Luis Fernando Franz Luiz Eduardo de Oliveira Luiz Mamede 372


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MAJ. PM André Luiz de Carvalho Manoel Albano Alves Manoel Franklin de Barcellos Vieira Manuel Rodrigues Chaves Márcia Maria Ferreira Mamede Marcos Serafim Agapito Maria Aparecida Abrão Maria Conceição Branco Hanna Maria de Fátima Felizarda da Costa Maria Elza da Silva Cardoso Maria Marta Castro da Silva Maria Romilda Gonçalves Da Costa Mariana B. de Carneiro Marilda Espíndola Carneiro Mario Emidio de Andrade Mário Santos Marley Cândido Martins Massilon Dias da Silva Maurício Marques de Sousa Ministra Dilma Roussef Miracy Ester Rosa de Pádua Nafthali Alves de Souza Narlon Henrique Prado 373


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Nilce Daiane Silva Gondim Nivaldo Ramos Nivaldo Ramos do Carmo Ósio Garcia Padre Ancelmo Silva Padre Bráulio Padre Lino Dala Pozza Padre Mário Rodrigues Paim Pastor Cleiton Luiz da Silva Pastor Léo Batista Pereira Pastor Levi Santos Junior Paulo Antonio Gomes Paulo Borges Paulo Roberto Evangelista de Lima Pedro Chaves Presidente Lula Rafael Ignácio Rafael Ubirajara Ragmar José Prado Raimundo Barosa Raquel Rodrigues Raulino Rufino de Melo Renata Lu do Amaral 374


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Renato Silva Ricardo Savallagio Roberto Alves de Souza Rodrigo Alves Caruelo Rodrigo de Rezende Borges Rosa Rodrigo Gonçalves Ronald Siqueira Franco Junior Rosana Martins Siqueira Sargento Washington Francisco Fernandes Sd. Wilton da Silva Diniz Sebastião Antonio Fiorini Sebastião Pereira Sgt. Wilton Ferreira Silvano José da Silva Sílvio Antônio Pimenta Sílvio Cesar Melo Sílvio Pinto Ribeiro Soraya André de Araujo Sr. Iris Rezende Machado Sr. Mário Antônio de Melo Sra. Lúcia Vânia Abrão Costa T.C. Pm Elton José Pinheiro Terezinha Melo de Aguiar 375


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Terezinha Vieira dos Santos Uglax Rocha Braga Valda Aparecida da Silva (Dona Santinha) Valdir Oliveira da Silva Vanildo Pinto Ciríaco Vice-Governador Alcides Rodrigues Vinícius Cosa Oliveira Walter Pereira Walter Rocha Wanda Carneiro Mariano Wilson Barbosa Lima Wilson Souza Lima Wilson Telles da Silva Wilton Ferreira Witter Naves

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REFERÊNCIAS Atas da Câmara Municipal de Goiandira. Atas de Inauguração e Instalação do Centro Espírita Eurípedes Barsanulfo. ALVES, Edmar César. Batalhão Mauá- Uma história de grandes feitos. Goiânia: Kelps, 2018. ELIAS, Robson Cândido. A educação e o surgimento dos grupos escolares em Goiás: o caso Grupo Escolar Dr. Pedro Ludovico Teixeira (1934) e a educação formal em Goiandira. Dissertação para obtenção do título de Mestre. UFG 1007-2018. DUARTE, MARIZA REGINA. História da Cidade de Goiandira – Contar, Sentir e Explicar. Monografia Apresentada na UFG-Catalão para Obtenção do Título de Bacharel e Licenciatura em História (1997). Jornal Diário da Manhã. 1º de agosto de 2002. MARQUES, Esaú. Páginas. Goiânia: Gráfica de Goiás-CERNE. 1978. PRADO, Walkiria Vieira do. A docência em uma escola de ordem franciscana-Goiandira-GO(1960/1970:Narrativas de professores. Dissertação apresentada para obtenção de Título de Mestre em Educação pela UFG- Catalão-GO. 2017. WYSE, Frei Alexandre. No coração do Brasil-Ensaio da História dos quarenta anos(1943-1984) da Custódia do Santíssimo Nome de Jesus em Goiás. Disponível em: www.estantevirtual.com.br>autor. https://diariodegoias.com.br/chegada-dos-trilhos-a-goias-completam-108-anos-nesta-quarta-27/ Portal Catalão. Disponível em: www.portalcatalao.com.br

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Sonho de um prefeito e realização de todos!

COLABORADORES: Andreia Cristina Borges Antônio Neto (General) Aristides Patrício de Oliveira Cecília Maria Ribeiro Cínthia Cinira Abdala Dr. José Ronaldo Quirino Fernando Fonseca Guimarães Ione Maria de Souza Silva José Teixeira de Araújo Luana Dias da Silva Maria Alves de Sousa Maria Aparecida Gonçalves Maria das Graças Silva Tristão Maria Nilce de Almeida e Silva Padre Orcalino Lopes da Silva Pastor Levi Santos Júnior Oscar Evangelista de Lima Rodrigo Marques Bernardo Waldevira Bueno Pires de Moura Walkiria Vieira do Prado

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Estórias da História de Goiandira - 70 anos

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Estórias da História de Goiandira - 70 anos

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Estórias da História de Goiandira - 70 anos

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Estรณrias da Histรณria de Goiandira - 70 anos

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