Teorema do Silêncio

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Grupo de Teatro do Centro Cultural Português IC

APRESENTA

Grupo de Teatro do Centro Cultural Português

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TEOREMA DO SILÊNCIO

FICHA ARTÍSTICA

Texto Caplan Neves Encenação, Cenografia e Direcção Artística João Branco Interpretação Fonseca Soares Janaina Alves Desenho de Luz Edson Fortes Fotografias Tchitche Photo Gira Design do Cartaz Neu Lopes

Duração do Espectáculo 65 minutos / sem intervalo Faixa Etária M 12

47ª produção teatral

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SOBRE A PEÇA

O Teorema do Silêncio, um texto escrito para e no processo de ser representado ( e minentemente colectivo, embora apareça assinada em meu nome ) , resulta acima de tudo de um desafio de João ( a quem agradeço um crédito maior do que talvez prometa a minha alma humana ) . O tema: o abuso sexual de menores. Este não é um assunto onde se possa ser neutro. Aliás a neutralidade humana é provavelmente impossível. E porque compromisso em arte não é sinónimo de panfletarismo, o que pretendemos é um objecto genuinamente artístico, que aborde objectivamente o silêncio sobre a violência, que fale de abuso e de morte ( d a alma e do corpo ) como coisas reais e comuns, que promova o direito à recusa a toda a espécie de manipulações corporais e espirituais invasivas, que clame por uma justiça que reconheça a violência enquanto tal, que negue a violência e a força do sofrimento como sucedâneo social, que desenrole o maldito enredo do silêncio. Caplan Neves

Quebrar o

Maldito

enredo do silêncio

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A ENCENAÇÃO

Pode haver várias formas de se tocar nas feridas mais profundas, mas nenhuma delas é

tão poderosa quanto o teatro. Sendo a arte cénica espelho, é-o também na forma como impede que viremos a cara para o lado e deixemos de olhar, de ouvir ou de sentir o que nos está a ser ofertado. A decisão de trabalhar uma temática tão sensível já estava tomada há algum tempo. Restava procurar os companheiros para tão complexa jornada. Foram encontrados, e de que forma, na qualidade e subtileza da escrita dramatúrgica de Caplan Neves, ( p rovavelmente o nosso maior valor contemporâneo na área da dramaturgia ) , e na dupla de actores, Fonseca Soares e Janaina Alves, que aceitaram com enorme generosidade e coragem viver, ensaio após ensaio, tão difícil experiência. Porque, por muito que nos queiram convencer do contrário, no teatro fala-se verdade a mentir. Sabemos que estamos a fazer teatro mas sai-nos da pele, dói como uma queimadura, um corte que revela a carne, uma tremenda dor de cabeça que se recusa a desaparecer. A peça alimenta e revela o cerimonial cénico desde o início. Os actores entram e saem de um espaço cénico definido por um tapete cujo design simboliza o quanto a realidade que nos parece ser é bem diferente se não nos contentarmos em ficar apenas pela rama e pelo óbvio. A opção por assumir o que poderia ser chamado de

a teatralidade do teatro

advém do que já aqui se escreveu: nós sabemos

que não é verdade, mas também sabemos porque estamos ali, como artistas ou como espectadores. No fundo, procuramos através desta peça cumprir uma das mais nobres funções do teatro: ser catarse e caleidoscópio da natureza humana. Porque só conhecendo o mal, poderemos combater o mal. João Branco

O potencial revelador do

cerimonial cénico

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SOBRE O AUTOR

Caplan Neves nasceu na ilha de Santo Antão, em 1984. Psicólogo de formação Nas artes cénicas, foi aluno do 13º Curso de Iniciação Teatral do CCP-IC, onde teve a sua estreia na dramaturgia, com a peça

O Jardim do Dr. Gord-

ner Brickers . É fundador do Grupo de Teatro do Centro Cultural do Mindelo, onde é actor, encenador e dramaturgo, sendo da sua autoria as peças

A ndroginia

e

A Casa dos Bonecos . Como actor já colaborou com o GTCCP-IC na peça ainda assinado a banda sonora da produção

Os Amantes , tendo

N o Inferno , adaptação do

romance de Arménio Vieira.

Um valor maior da nova

dramaturgia cabo-verdiana

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TEOREMA DO SILÊNCIO

A CRÍTICA

Arrepiante!

« Um drama recont ado de forma não linear e bem explícit a nas ent relinhas, est a que revelou-se uma característica soberba no trabalho final do autor que muito agradou na estreia este sábado (26) no Centro Cultural do Mindelo. Sent iu-se que Caplan Neves, est e menino de 28 anos de Sant o Ant ão, conseguiu dest apar a violência física e psicológica que acompanha o abuso sexual sem necessidade de um t ext o violent o e conseguiu t ambém chocar o público pelo int encionalment e não dit o, pelo afast ament o do óbvio e pelo incit ament o ao questionamento. Quem acompanha o t eat ro em São Vicent e sabe que Fonseca Soares é da velha guarda de qualidade e que t em seus crédit os firmados nos palcos crioulos. Verdade, cada peça é um moment o único mas est e act or j á nos t em acost umado com int erpret ações de elevada qualidade e est a foi mais uma delas. Quem t ambém soube bem expressar a grande carga emocional de represent ar uma vít ima de abusos sexuais é a brasileira Janaina Alves. Uma act riz que t rouxe t ambém um sot aque diferent e aos palcos nacionais e que no final não conseguiu cont er as lágrimas ao se despir da pele daquela a quem mat aram a inocência, o corpo e a alma. A encenação de João Branco é também ela soberba por se afastar do visível e do linear. Não se trata de algo como: vou cont ar a hist ória de uma menina que sofreu abusos sexuais que começa no início, vai por est e caminho e chega ao fim. Trat a-se ant es de t udo de uma envolvência dos personagens no cenário e depois do público na narrativa, sem pressas, repetitivo o suficiente para encravar na memória. Teorema do Silêncio é marcado pela cena de violação do Professor de Mat emát ica à sua j ovem aluna. Uma acção impressionant e, a começar no t ext o, passando pela int erpret ação at é chegar à escolha cénica. Quando se esperava uma cena de lut a de dois corpos e subj ugação do mais fraco, a direcção art íst ica seguiu algo complet ament e opost o; a cena decorre com os act ores a uma dist ância de vários met ros e t oda a violação é (sub)entendida pelas falas, expressões do corpo e silêncios. Arrepiante.»

Odair Lima

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Jornalista

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LOGÍSTICA

Nº de pessoas a deslocar: 4 pessoas Janaina Alves - actriz Fonseca Soares - actor João Branco director artístico e operação de luz Caplan Neves cenografista e operação de som N º de quartos: 2 quartos duplos Cachet base: 1.000 EU / 2.500 R$ por espectáculo (transporte, estadia e alimentação por conta da organização) Valor negociável, dependendo das condições, evento e número de espectáculos a realizar.

«Teorema do Silêncio» - 2012

Dados de produção Grupo de Teatro do Centro Cultural Português

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RAIDER TÉCNICO

ILUMINAÇÃO E DESENHO DE PERNAS Espaço Cénico: 8 x 8 mts. Mínimo Cortinas: Caixa Preta Linóleo: não é necessário Outras necessidades: um sofá de 2 ou 3 lugares; um cabide de pé de madeira ou metal, 4 cubos de madeira pretos (40 cm x 40 cm) e um banco alto preto. Material de Iluminação: 25 projectores de lente plano-convexa (PC) 1000W 10 projectores PAR op 62 05 projectores de recorte 1000W Mesa programável 24 canais/2000W Material de Som: Leitor CD Amplificação e colunas suficientes para a sala Material de Vídeo: não é necessário Tempo de montagem: 16 horas Tempo de desmontagem: 1 hora Duração do Espectáculo: 1 hora e 05 minutos (sem intervalo)

«Teorema do Silêncio» - 2012

Raider Técnico Grupo de Teatro do Centro Cultural Português

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IMAGENS

@ Fotografias de GTCCP IC Todos os direitos reservados Grupo de Teatro do Centro Cultural Português

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IMAGENS

@ Fotografias de GTCCP IC Todos os direitos reservados Grupo de Teatro do Centro Cultural Português

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A m em ória das pedras é et erna, Urso Pan. Elas se lem brarão para sem pre, m as em silêncio. Sem pre que lhes pisar o pai que cruzou os lim it es. Sem pre que o condut or se dist rair da est rada para adivinhar os seios que despont am da m enina a j anela. Elas se lem brarão em silêncio. O m esm o silêncio que part ilham os os dois e t odos aqueles que pisam a calçada abaixo do rochedo. O m esm o silêncio que afoga out ras iguais a m im , nadando como podem no sangue de suas feridas abert as e no pus das suas vergonhas, dos seus desam paros, das suas solidões, das suas culpas e das suas silenciosas revolt as. Teorema do Silêncio

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O GRUPO DE TEATRO DO CCP "Ao promover, em Fevereiro de 1993, o 1º curso de Iniciação Teatral, o Centro Cultural Português do Mindelo, plantou a raiz do mais importante grupo de teatro de Cabo Verde. Teresa Sofia Fortes Jornalista cabo-verdiana

Assim o que me vem encantando nesse grupo é essa humildade no fazer, como se estivesse apostado em dar cabo da nossa basofaria tão nacional, proporcionando ao público espectáculos cada vez de maior qualidade. Germano Almeida escritor e romancista cabo-verdiano

Um dos mais importantes grupos de teatro dos países africanos de expressão portuguesa. Manuel João Gomes Jornalista português

O Grupo de Teatro do CCP nasceu em 1993, e desde então tem imprimido uma dinâmica teatral em S. Vicente sem precedentes. Começou por ser um Curso de Iniciação Teatral, nasceu como grupo, sem nunca ter esquecido a vertente da formação, que continua a ser ministrada no CCP em paralelo com as actividades do grupo teatral. Assim, o grupo vai substituindo os elementos que saem, captando os alunos mais versáteis, tendo dado origem a um elevado número de novos actores, já considerados unanimemente como a nova geração de actores do teatro cabo-verdiano .

«Máscaras» - 2008

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O MAIS INTERNACIONAL DOS GRUPOS

19 an o s

e mais de 30 participações em eventos internacionais de artes cénicas, elevando o nosso teatro a outros patamares. Um grupo que já se apresentou nalguns dos maiores centros culturais do mundo em países como Brasil, Espanha, França, Holanda, Itália e Portugal, mostrando que o teatro em Cabo Verde é hoje uma arte em plena ascensão.

...Portugal França Brasil Holanda Itália Espanha Angola

«Bodas de Sangue» - 2011

Festivais Internacionais: Festival Internacional de Teatro do Mindelo / Mindelact (Cabo Verde), 1995/2007 Festival Internacional de Marionetas do Porto (Portugal), 1994 Festival Acaso de Leiria (Portugal), 1998 I Bienal de Jovens Criadores da CPLP (Cabo Verde), 1998 Festival "Morrer D'Amor" (Portugal), 1999 Festival Internacional de Estarreja ESTA 99 (Portugal), 1999 Festival Internacional de Teatro do Porto (Portugal), 1999 4ª Estação do Programa Cena Lusófona (Portugal), 1999 Porto N atal Teatro Internacional 99 (Portugal), 1999 Festival Internacional Cómico da Maia (Portugal), 2000 Festival Internacional de Teatro de Língua Portuguesa (França), 2000

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Roterdam 2001, Capital Europeia da Cultura (Holanda), 2001 Festival Internacional de Cultura da África Sub-Sahariana (Itália), 2003 A Arte da África / Centro Cultural do Banco do Brasil (Brasil), 2003 Mostra Internacional de Teatro de Valongo (Portugal), 2004 Festival Internacional de Teatro de Tondela FINTA 2004 (Portugal), 2004 Semana de Cultura do Mindelo (Coimbra), 2005 Semana de Cultura do Mindelo (Porto), 2005 Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica FITEI (Porto), 2006 Festival Del Sur dos Três Continentes (Espanha), 2006 IV Bienal de Arte, Ciência e Cultura da UN E do Rio de Janeiro (Brasil), 2007 Festival Teatro Agosto do Fundão (Portugal), 2007 Festival Internacional de Teatro de Máscaras (Portugal), 2007 Feira de Artes Escénicas da Galiza (Espanha), 2007 Festival Internacional de Teatro e Artes (Luanda), 2008 MITO Mostra Internacional de Teatro de Oeiras (Portugal), 2008 FESTLIP Festival Internacional de Teatro de Língua Portuguesa (Brasil), 2008 e 2009 Festluso Festival Lusófono de Teatro (Brasil), 2008, 2009 e 2010 Periferias Festival Internacional de Teatro de Sintra (Portugal), 2012

De salientar ainda o Prémio Teatral de Mérito Lusófono, atribuído pela Fundação Luso-Brasileira para o Desenvolvimento do Mundo de Língua Portuguesa, no final de 1996, "em reconhecimento do seu trabalho de formação e do seu esforço de cooperação com o teatro português". Prémio entregue numa cerimónia realizada na cidade brasileira do Recife. É um dos três grupos fundadores do Festival Internacional de Teatro do Mindelo - Mindelact

Premio de Mérito Teatral 2008 .

Cabo Verde

«Auto da Compadecida» - 2005

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PRODUÇÕES TEATRAIS

19 anos de actividade ininterrupta, fazem deste grupo o m ais produtivo da história do teatro cabo-verdiano, com 43 Produções Teatrais concretizadas.

«Mar Alto» - 2005

Samuel Beckett

Germ ano Almeida

Mário Lúcio

Eça de Queirós

Garcia Lorca

Molière

Eugénio Tavares Óscar Wilde

Arian o Su as s u n a Arm énio Vieira Grupo de Teatro do Centro Cultural Português

N h ô Ro qu e

Cam u s

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O REPERTÓRIO

19 an o s

de politica de repertório que revolucionou por completo o teatro nacional. As peças vão desde originais de elementos do próprio grupo, até à encenação de autores nacionais consagrados como Arménio Vieira, Germano Almeida, Aurélio Gonçalves, Eugénio Tavares e Mário Lúcio Sousa, passando pela adaptação de autores da dramaturgia universal, tendo sido o primeiro grupo a encenar em crioulo autores como Shakespeare, Lorca, Molière, Wilde ou Beckett.

«Rei Lear» - 2003

19 anos

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IC

CONTACTOS Endereço: Grupo de Teatro do CCP IC Centro Cultural Português Pólo do Mindelo AC/ João Branco Caixa Postal 76 S. Vicente Cabo Verde E-mail: jgbprivate@gmail.com Webpage: www.gtccpm.blogspot.com Telefone: 00 238 9951076

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