COSTURA URBANA Juliana Cristina Bueno Trabalho Final de Graduação | 2018
Juliana Cristina Bueno Orientador: Professor Dr. Jairo Bastidas Gustin
COSTURA URBANA
Trabalho Final de Graduação Arquitetura e Urbanismo Universidade São Francisco Itatiba/SP 2018
autorização Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho a partir da data de homologação, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.
______________________________________ Juliana Cristina Bueno jc-bueno@outlook.com
AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente à Deus, por abrir essa porta e me permitir essa realização. À minha família, pelos valores transmitidos, pelo exemplo, amor e apoio em cada etapa da minha vida. Aos meus amigos e amigas pela compreensão nos momentos que me ausentei, pela companhia nos momentos difíceis e principalmente pelo incentivo e motivação, sobretudo ao Edson e Mariana, que sempre acreditaram em mim. Ao professor Jairo, por acreditar nesse trabalho, pela paciência, por todas as reflexões e conhecimento compartilhado que auxiliaram no desenvolvimento desse projeto, mostrando um novo olhar sobre Arquitetura e Urbanismo. Gratidão à todas as pessoas que contribuíram para meu crescimento pessoal e profissional, tanto as que participaram durante todo o processo, quanto as que participaram de forma breve!
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03.
04.
objetivos
sítio
gerais e específicos . . . . 29
arco do tamanduateí. . . . . . 32 histórico . . . . . . . . . . . . . . . 33 acessos e transporte . . . . . . . 37 limites . . . . . . . . . . . . . . . . 38 ambiental . . . . . . . . . . . . . . 38 uso e ocupação . . . . . . . . . . . . 40 patrimônio . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Apresentação AGRADECIMENTOS . . . . . . . . . . . .07 SUMÁRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08 introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 tema. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
globalização. . . . . . . . . . . . . 14
planejamento urbano . . . . . . .14
INTERVENÇÕES URBANAS . . . . . 15
renovação urbana . . . . . . 15
revitalização urbana . . . . . . 15
requalificação urbana . . . . . . 15
02. JUSTIFICATIVA a urbanização e suas consequências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 mobilidade: pesquisa de deslocamento diário da população na cidade de são paulo. . . . . . . . . 21
05. referenciais projetuais pq botânico río medellín. . . 44 plano urbanístico pq d. pedro ii . . 49
06. PROJETO projeto . . . . . . . . . . . . . . . . 55 recorte. . . . . . . . . . . . . . . . 59 programa . . . . . . . . . . . . . . . . 58 partido. . . . . . . . . . . . . . . . 60 DESENVOLVIMENTO PROJETO . . . . . 62 cONsiderações finais . . . . . . . . 81
07. bibliografia bibliografia. . . . . . . . . . . . . . . . . 83 créditos iconográficos . . . . . 86
sumário
1 apresentaĂ§ĂƒO
“Todas as pessoas que vivem na cidade são cidadãos? Não é bem assim. Na verdade, todos têm direito à cidade e têm direito de se assumirem como cidadãos. Mas, na prática, da maneira como as modernas cidades crescem e se desenvolvem, o que ocorre é uma urbanização desurbanizada. Direito à cidade quer dizer direito à vida urbana, à habitação, à dignidade. É pensar a cidade como um espaço de usufruto do cotidiano, como um lugar de encontro e não de desencontro”. - Pedro Jacobi
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO O desenvolvimento das cidades é acompanhado por transformações, sejam econômicas, culturais, tecnológicas, políticas ou físicas. Essas mudanças deixam marcas, fragmentos e vestígios. Este trabalho irá abordar as transformações ocorridas durante o processo de expansão da cidade de São Paulo, em especial nos bairros Mooca e Cambuci. Através da compreensão do espaço, pontuando suas potencialidades e problemáticas, bem como suas transformações – como o êxodo industrial e os limites artificiais e naturais – que resultaram no esvaziamento da área e na fragmentação do tecido urbano, o trabalho busca reverter essa situação seguindo a legislação vigente, que propõe a reocupação do espaço, utilizando o adensamento residencial e incluindo atividades diversas como comércio, serviço e lazer. A disputa entre órgãos de preservação do patrimônio, mercado imobiliário e moradores deve ser levada em conta para que seja possível uma solução democrática e funcional. É preciso ter medidas para que essa reocupação não seja
ditada pela especulação imobiliária, sem dispensar a importância dos investimentos, buscando um equilíbrio de interesses. Dessa forma, o projeto se desenvolve partindo do conceito de que as pessoas tenham acesso a cidade como direito social, conectando áreas fragmentadas por meio de melhorias na mobilidade, na escala do pedestre. A ocupação desses edifícios por novos usos, tem como objetivo gerar novos empregos, diminuir o tempo de deslocamento entre trabalho e moradia, e agregar na economia através de parceria público-privada. Através dessas atividades, reaproveitando o equipamento público já existente (patrimônio), sua memória deve ser respeitada, reforçando aos moradores o sentimento de comunidade, identidade e pertencimento.
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TEMA
tema Globalização Atualmente, existe uma grande preocupação de especialistas com o rápido crescimento demográfico das cidades. O fato é que esse crescimento acelerado com a falta de planejamento do espaço urbano acaba trazendo consequências diretas na vida das pessoas. Saskia Sassen (2014) aponta vários fatores da globalização que acaba gerando desurbanização, por exemplo, as grandes incorporações, tanto locais quanto estrangeiras, que consideram o espaço urbano um bem a ser comprado e comercializado: transformam espaços que antes eram pequenos e/ou públicos em grandes e privados, frequentemente com o apoio local de governos que acabam cedendo suas exigências. A redução de edifícios públicos e a escalada na quantidade de propriedades privadas acabam matando a cidade. Sassen aponta também fronteiras que existe na globalização, não só as fronteiras físicas como de condomínios, mas os que não são físicos como a concentração da riqueza que acaba sendo um processo de expulsão, tanto dos mais desfavorecidos, quanto os super-ricos.
Planejamento urbano Além da globalização, existem outros fatores que prejudicam a vitalidade da cidade, como as ideologias de planejamento – em especial o modernismo – que deram baixa prioridade ao espaço público, as áreas de pedestres e ao papel do espaço urbano como local de encontro. A caracterização das metrópoles (século XX), acompanhada com a ascensão do uso de automóveis, avenidas, superquadras e verticalização das moradias (edifícios particulares), completa uma esfera pública insegura, antissocial e desconfortável, resultando em espaços não bem-sucedidos.
“Vias alargadas, calçadas diminuídas, árvores suprimidas, guias rebaixadas para dar acesso a lanchonetes drive-trhu e imensas áreas de estacionamento de quarenta mil metros quadrados reduziram muitas de nossas paisagens urbanas a zonas de automóveis, nas quais a vida dos pedestres é apenas uma possibilidade teórica.” (SPECK, 2017, p. 25) É possível citar alguns exemplos de cidades que
não deram certo, como Brasília: uma cidade dividida por funções, porém na prática tudo acaba ficando longe, distante, de difícil acesso, sendo necessário o uso do automóvel. Isso se deve em parte ao traçado urbano que vem tomando conta das cidades, para Jane Jacobs “Por mais modestos, não intencionais e aleatórios que possam parecer, os contatos feitos nas calçadas são a pequena mudança a partir da qual poderá crescer a riqueza da vitalidade pública de uma cidade.” Nesse sentido, busca-se questionar como utilizar o desenho urbano como reparação do espaço e da vida pública, dando uma chance ao pedestre, acolhendo bicicletas, aumentando o transporte público e transformando a área em um lugar mais atrativo, uma vez que onde as pessoas se reunem a pé, contribui para a vitalidade urbana. (SPECK, 2017) Jan Gehl (2014) aborda a importância da dimensão humana nas cidades e como os quatros objetivos-chave – cidades com vitalidade, segurança, sustentabilidade e saúde – podem ser reforçados quando o planejamento urbano se preocupa com o pedestre, garantindo que os moradores se sintam convidados a caminhar e pedalar ou permanecer nos espaços da cidade.
TEMA
“As cidades devem pressionar os urbanistas e os arquitetos a reforçarem as áreas de pedestres como uma política urbana integrada para desenvolver cidades vivas, seguras, sustentáveis e saudáveis. Igualmente urgente é reforçar a função social do espaço da cidade como local de encontro que contribui para os objetivos da sustentabilidade social e para uma sociedade democrática e aberta” (GEHL, 2014, p.6) O presente trabalho busca refletir sobre o papel dos arquitetos e urbanistas, que deve ser de representar pessoas de toda cidade, democraticamente, contendo e regulamentando incorporações que querem investir no espaço urbano e que o governo acaba cedendo suas exigências; alertar e ouvir os moradores da cidade, para que possam ter voz e participação na vida pública. A cidade deve ser o espaço para a vida coletiva, por isso é preciso que as pessoas tenham acesso, incentivando o sentimento de cidadania e vida pública. Para isso, se deve a importância do desenho urbano, que pode ser aplicado em espaços pré-existentes, através de intervenções urbanas.
Intervenções Urbanas As intervenções urbanas são divididas por algumas definições específicas, que contém uma teoria e uma proposta de ação sobre a cidade, de acordo com cada contexto. É o caso dos conceitos de renovação urbana, requalificação e revitalização.
Renovação Urbana (1950-1970) A Renovação Urbana surge com o propósito de demolir e construir para renovar, assumindo a preferência pelo novo, geralmente com características diferentes, adaptadas às mudanças de atividades e de morfologias dos espaços (MOURA, et. al., 2006).
consideráveis do tecido urbano e a reconstrução, ampliando o traçado viário, implantando estacionamentos, instituições culturais e espaços verdes, que acabava gerando uma mudança significativa no uso do solo (Vargas & Castilho, 2015). Diante dos resultados, surgiram muitas críticas a Renovação urbana, como a falta de dinamismo urbano por parte dos projetos realizados, a expulsão da população para a relocação da sociedade de maior renda familiar – provocando uma grande segregação social nas cidades – e a grande quantidade de vazios urbanos resultantes de áreas demolidas para propostas idealizadas que nunca encontraram investidores.
Revitalização Urbana (1970-1990) Na Europa a ideologia do urbanismo do Movimento Moderno une-se a pratica de reconstrução do pós-guerra: as intervenções voltaram-se para a resolução de problemas de mobilidade e recuperação de espaços públicos, porém evitando demolições maiores que a guerra já havia causado (Vargas & Castilho, 2015). Já na América do Norte a renovação aparece no contra fluxo do processo de suburbanização: as intervenções tratavam-se de demolir áreas
A preservação urbana surge como negação ao movimento anterior: o Modernismo. Esse método foi criado com base do socialismo europeu e refletia a visão de igualdade, visando a restauração e preservação de edifícios históricos. Antigas estruturas industriais, estações de trem, armazéns, teatros e outros eram utilizados para promover atividades de comércios, serviços, lazer e cultura (Vargas & Castilho, 2015).
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TEMA
O objetivo dessa época esteve centrado na valorização da memória, onde através da preservação do patrimônio, seria preservada também a identidade e orgulho cívico.
bano, com os projetos de renovação urbana, do outro lado havia a necessidade de preservar os patrimônios históricos, ambientais e sociais das cidades.
Revitalizar é dar uma nova função em uma área pré-existente (BEZERRA; CHAVES, 2014), esse processo possui três vertentes: projetos arquitetônicos para novos empreendimentos dando, assim, usos reformulados para prédios antigos e a criação de espaços para a recreação popular; o envolvimento da população para as questões de políticas públicas, concedendo uma voz ativa para todos que utilizam das zonas urbanas; e a integração do programa de gestão compartilhada (Vargas & Castilho, 2015), promovendo a parceria do setor privado e público para o crescimento sustentável da cidade.
A requalificação tem o objetivo de reordenar, proteger e recuperar os centros urbanos, sempre integrando as questões econômicas, ambientais e socioculturais para uma melhor qualidade de vida (Vargas & Castilho, 2015). Busca-se impulsionar a introdução ou reintrodução de atividades urbanas, gerando uma nova centralidade para a região.
Essas três vertentes demonstram que revitalizar aplica um processo de reconstrução e transformação do convívio da população em relação à cidade.
Requalificação Urbana (1990) O termo requalificação urbana, surge em uma época de contradições de ideologias, pois enquanto se tinha as transformações do tecido ur-
A requalificação tem foco no espaço público e intervenções de larga escala para a reestruturação do espaço urbano, porém não desconsidera o patrimônio edificado, dando importância para a composição da zona urbana. De forma geral, o conceito de urbanismo e planejamento das cidades foi construído ao longo da história de acordo com as características e necessidades de cada época. Contudo, levando em consideração os problemas que as cidades atuais vêm sofrendo, a revitalização urbana vem sido cada vez mais exigida por trazer inúmeros benefícios para as cidades e para as pessoas.
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JUSTIFICATIVA
A urbanização e suas consequências A crescente urbanização coloca desafios ao planejamento urbano. Segundo o IBGE, no ano de 1960, 45% da população brasileira vivia em zona urbana, enquanto 55% vivia em zona rural. Já no ano de 2010, 84,3% da população já vivia em zona urbana, enquanto apenas 15,7% vivia em zona rural. Conforme tabelas ao lado, é possível verificar o crescimento populacional rural e urbano do Brasil e, posteriormente do Estado de São Paulo.
Imagem 03 - Censo demográfico 1960, 1970, 1980, 1990, 2000 e 2010 - Brasil
O índice de crescimento urbano tende a continuar aumentando e as consequências que as cidades atuais já enfrentam são que enquanto algumas já alcançaram toda a sua área, não disponibilizando mais de espaços para serem construídos, outras cresceram sem se atentar ao planejamento urbano e apresentam problemas de uso, desvalorização, mau uso, abandono e marginalização de algumas áreas (BEZERRA; CHAVES, 2014). O recorte escolhido para a intervenção, entre os bairros Mooca e Cambuci da cidade de São Paulo, faz parte de uma região bem consolidada, que se formou primeiramente as margens
Imagem 04 - Censo demográfico 1960, 1970, 1980, 1990, 2000 e 2010 - São Paulo
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do Rio Tamanduateí e posteriormente atraiu indústrias com a implantação da Linha férrea. Na década de 60 houve um deslocamento industrial, motivo pelo qual existem muitos quarteirões de escala industrial que se encontram subutilizados, formando vazios urbanos.
demonstra que áreas degradadas afetam de maneiras adversas não apenas o meio ambiente, mas também a saúde econômica e social de uma cidade” (OCDE, 1998, citada em GRIMSKI, 2004)
vista a importância do pedestre para a vitalidade urbana.
Os vazios urbanos podem ser áreas edificadas ou não, em desuso, o que acarreta muitas vezes em insegurança para a população e principalmente, desperdício de infraestrutura:
Cidades que sofrem essa degradação - geralmente de médio e grande porte – acabam tendo suas áreas substituídas por outras, que ofereçam opções atrativas para consumo e investimento. Em alguns casos a prefeitura abandona algumas regiões, principalmente os centros e dirigem sua atenção a outras. Para esses casos a revitalização pode ser a solução (BEZERRA; CHAVES, 2014).
De acordo com a pesquisa realizada pela ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos, no ano de 2017, com o objetivo de identificar, medir e analisar os modos utilizados pela população do município de São Paulo nos seus deslocamentos diários, conclui-se que o deslocamento a pé e de ônibus ainda são os mais utilizados.
“[...] o abandono é ambientalmente perigoso, socialmente injusto e, economicamente, pode representar um desperdício de recursos” (SÁNCHEZ, 2001) “Vazios urbanos sugerem aspectos de insegurança para seus habitantes, além de serem resquícios do mal desenvolvimento de expansão urbana, em que estas áreas desagregadas se tornam verdadeiros depósitos de resíduos urbanos, como por exemplo: lixo, entulho, pragas, doenças e pessoas má intencionadas que fogem de olhares para suas práticas ilegais. Isso é o que também afirma e complementa a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, que
A revitalização urbana é imprescindível para manter os edifícios históricos - como é o caso do recorte escolhido - bem como a memória da cidade, aproveitando a infraestrutura já existente para requalificar espaços subutilizados, degradados pelo mau uso ou pela má administração pública. (BEZERRA; CHAVES, 2014)
Mobilidade: pesquisa de deslocamento diário da população na cidade de São Paulo O projeto a ser apresentado propõe como principal intervenção a mobilidade, tendo em
Nesse sentido foi necessário levantar dados concretos sobre como os paulistanos se deslocam para que a proposta faça sentido.
É comum que o deslocamento das pessoas para a atividade principal que desempenham (trabalho, estudo, saúde, etc) seja feito por etapas, sendo: 1ª quando a pessoa sai de casa e vai até a sua primeira condução 2º quando a pessoa sai de uma condução e pega outra 3º (ou mais/4º) quando a pessoa desembarca da última condução e vai até seu destino final. Nesse sentido, a pesquisa coletou os seguintes resultados:
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Imagem 05 - Etapas de deslocamento mais frequentes Imagem 07 - Predominância de transporte em cada etapa
A média é de 2.1 etapas. Além desses resultados, foi possível coletar os meios utilizados em cada etapa, dos quais predominam:
Disposição para mudar de meio 61% mudaria o meio de transporte se houvesse uma boa alternativa. Os meios que atraem maior interesse são o transporte individual (carro) e o metrô. Bicicleta tem resultado expressivo na terceira posição, com 11%
Imagem 06 - Predominância de transporte em cada etapa
Conforme imagem 7, os meios predominantes de deslocamento são a pé e de ônibus:
Imagem 08 - Disposição para mudar o meio de deslocamento
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• Disposição para a adoção de bicicletas 36% se declara disposto a utilizar a bicicleta em seus trajetos usuais, mas isso depende de mais segurança, sinalização e leis que assegurem sua proteção. Outros empecilhos são a topografia irregular da cidade, além de não haver bicicletários e ciclovias suficientes.
Imagem 09 - Disposição para mudar a adoção de bicicletas
• Disposição para andar a pé 56% se declara disposto para andar a pé, desde que sejam realizadas melhorias na segurança, calçadas e iluminação, além de respeito ao pedestre e maior limpeza das ruas.
Imagem 10 - Disposição para andar a pé
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Índice atual de mobilidade ativa
15,3% praticam mobilidade ativa relacionada a trabalho, estudo ou saúde. Sendo 14, 57% a pé e 0,76% de bicicleta
De modo geral, conclui-se que melhorar a mobilidade urbana é melhorar a qualidade de vida. De acordo com os dados coletados na pesquisa, a qualidade de vida e a mobilidade na cidade de São Paulo é apenas regular, sendo que esses dois fatores estão associados por quase metade da população (49%)
Qualidade de vida: 5,6 (1-10)
Mobilidade: 2,9 (1-5)
Além disso, a população está disposta a mudar de meio de deslocamento, o que mais chama atenção são os números significativos que mudariam seu meio de transporte particular ou transporte público para andar a pé ou de bicicleta:
Imagem 11 - Disposição para mudar o meio de deslocamento
JUSTIFICATIVA
No entanto para que o índice de mobilidade ativa aumente, é necessário melhorias como condição, como a aplicação de legislações específicas e infraestrutura adequada como a implantação de ciclovias, bicicletários, vestiários, segurança nas ruas, melhorias nas calçadas, iluminação e manutenção.
36% usariam bicicletas em condições adequadas 56% se locomoveriam a pé em condições adequadas
Por fim, o incentivo da prática de atividades físicas nas políticas urbanas além de garantir a qualidade de vida dos meios de transporte, tem relação com o controle da obesidade, uma vez que 49,7% dos moradores de São Paulo se encontram acima do peso (de acordo com pesquisa feita pela Faculdade de Saúde Pública da USP, no ano de 2015). As principais causas são a má alimentação e falta de atividade física.
Imagem 12 - Possibilidade de praticar atividade física
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3 objetivo
“As cidades têm a capacidade de fornecer algo para todos, só porque, e somente quando, são criados para o mundo inteiro”. Jane Jacobs Socióloga estadunidense 1906-2006
OBJETIVO
OBJETIVO O principal objetivo desse trabalho é desenvolver um projeto que conecte áreas fragmentadas da cidade, visando melhorar a qualidade da vida urbana e promovendo o direito à cidade, através de um conjunto de diretrizes urbanísticas. Como objetivos específicos, pretende-se:
1. Compreender as transformações que estão ocorrendo na região da Mooca 2. Refletir sobre a importância da preservação dos edifícios históricos e identidade do local 3. Aplicação de parâmetros urbanísticos para a Revitalização de uma área degradada 4. Promover o acesso a cidade como direto social 5. Estimular a convivência e o encontro das pessoas, através da ocupação do espaço público
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Imagem 14 – Pichação no tapume do lote da antiga fábrica Matarazzo, que atualmente está em ruínas. Isso simboliza a insatisfação dos moradores quanto a imposição da técnica do adensamento e consequente destruição de elementos importantes da história e memória do bairro da Mooca
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ARCO DO TAMANDUATEÍ A definição do recorte para a proposta de intervenção aparece após uma análise de escala Macro para Micro na cidade de São Paulo. O Arco Tamanduateí é considerado como área
estratégica para o desenvolvimento da cidade. Definido como Macroárea de Estruturação Metropolitana pelo Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo, oferece sistemas de infraestruturas que permitem o deslocamento de
Imagem 15 - Mapa do Macrozoneamento de São Paulo
pessoas e produtos – ferrovias, avenidas e rios -, além de conter Zona Industrial histórica. Esses fatores identifica a região como um excelente potencial econômico, construtivo e logístico.
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histórico Expansão e Industrialização A expansão da cidade de São Paulo se inicia em direção as várzeas dos rios Tietê, Pinheiros e Tamanduateí. Os cursos d’agua tinham a função de acessibilidade da região, pelo fornecimento de alimentos e mercadorias, além das águas que eram limpas terem sido utilizadas para pesca e afazeres domésticos. O foco de estudo se dá pelo bairro da Mooca, que até as décadas finais do século XIX, abrigava chácaras de veraneio e de produção de frutas e
hortaliças nas várzeas do rio Tamanduateí. O histórico de ocupação e desenvolvimento do local é associado à implantação da Ferrovia em 1867, que transportava café do interior para o litoral do Estado. Tanto o rio como a linha férrea são determinantes na configuração do traçado e acabam acentuando uma divisão no espaço, atuando como barreiras (o que acarretou na dificuldade de acesso ao centro). A implantação da ferrovia é a principal responsável pelas instalações industriais, pois fornece transporte de mão-de-obra, matéria prima e produtos acabados. Porém outros fatores contribuíram como o baixo custo da terra, facilidade
Imagem 16 - Diagrama da formação do território dos bairros do Tamanduateí
em transformar as chácaras existentes em lotes industriais e o rio que além de fornecer água para produção, era usado para lançamento de efluentes industriais. Todos esses fatores em conjunto com a migração permitiram a ocupação e o desenvolvimento urbano dessas áreas. A demanda provocada pela implantação das industrias gerou melhorias urbanísticas que justifica a expansão para leste do Tamanduateí. O padrão de ocupação do solo se dá a partir das chácaras e sítios que se transformam em pequenas casas geminadas e moradias coletivas com o intuito de abrigar os operários das fábricas, porém o traçado urbano se desenvolveu com pouca articulação, carente de áreas verdes e conexões viárias, e pouco permeável ao deslocamento do pedestre devido aos lotes de escala industrial. Em 1898 ocorre a inauguração da estação da Mooca, devido a demanda sob o sistema de transporte intra-urbano. A estação de trem adquire importância na dinâmica da região, pela sua relação com o centro. . “No começo do século 20, já eram inúmeras indústrias instaladas na região, produzindo principalmente
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gêneros alimentícios e tecidos. As casas e vilas operárias também cresceram, fervilhando com milhares de trabalhadores. Na região localizava-se a Hospedaria do Imigrante, que recebia os estrangeiros recém-chegados ao país. Eles vinham de trem e eram imediatamente arregimentados para as fazendas de café do interior ou as fábricas da capital. O bairro se tornou, assim, casa de italianos, espanhóis, lituanos, portugueses, ucranianos. Hoje, a Hospedaria se transformou no Museu da Imigração, e a identidade imigrante é uma das características mais marcantes do bairro (ROSA, 2004).”
Imagem 17 - Imigrantes no pátio central da Hospedaria dos Imigrantes de São Paulo, 1890.
Deslocamento Industrial No fim dos anos 40, a Mooca, que era o bairro mais populoso da cidade, passa a perder popu-lação. Em 1946 a ferrovia passa a fazer parte da Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), sob o nome de Estrada de Ferro Santos-Jundiaí (E.F.S.J.). Ocorre também a expansão da rede rodoviária, aberturas de rodovias modernas paralelas a Linha férrea que faz com que tenha uma competição entre transporte ferroviário e rodoviário. Nos anos 50, verifica-se a entrada massiva de migrantes nacionais, principalmente nordestinos. Nos anos 60, além do deslocamento industrial, as novas indústrias veem melhor oportunidade de implantação em áreas distantes do centro. Ocorre um lento abandono dos complexos produtivos mais antigos devido o valor alto dos terrenos dentro da cidade e a vantagem de se implantar uma indústria fora da área urbana (incentivo fiscais, mão-de-obra mais barata e distância dos sindicatos). Porém parte considerável dos armazéns e industrias ainda permanecem. A partir dos anos 70, ocorre um processo de heterogeneização social, no qual a população de baixa renda deixa de ver na periferia uma opção
de moradia, devido à sua valorização imobiliária e ao encarecimento, e procura as áreas centrais, cujos casarões abandonados transformam-se em cortiços, alternativa barata de habitação e próxima ao trabalho; e, por fim, como resultado, o aumento da densidade populacional. Em 1997 a linha férrea foi entregue sob o regime de concessão à MRSLogística para operação de cargas, atualmente está sob domínio da companhia paulista de trens metropolitanos (opera linha 10).
Boom Imobiliário Entre 1993 e 2009, o bairro recebeu cerca de 91 lançamentos residenciais verticais, revelando-se 2004 o ano da grande “virada”, segundo ranking de lançamento imobiliários, quando o bairro subiu de um incipiente 29º lugar em 2003, para o 4º lugar em 2004, apresentando maior crescimento absoluto no número deste tipo de lançamento na cidade. Essa virada teve, entre inúmeras razões, a implantação do novo Plano Diretor, aprovado na Câmara Municipal em 2002. Por meio da outorga onerosa, permitiu-se, por exemplo, a construção em até quatro vezes o tamanho
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do lote. Enormes torres com uma média de 30 andares passaram a despontar no céu em condomínios residenciais fechados de médio e alto padrão, alguns dos quais atingindo a marca de cerca “50 itens de lazer”, desde a tradicional piscina, até “parques privativos” e “praça de aromas”. Comparando os mapas seguintes, nota-se que há uma pressão maior do mercado imobiliário em áreas com menor vulnerabilidade social. A ocorrência de cortiços, por sua vez, dá-se em áreas de predomínio de classes de renda mais baixa, e a ação do mercado imobiliário sob essas áreas resulta na valorização das áreas dais quais aumentam o aluguel e consequentemente inicia um processo de gentrificação.
Imagem 18 - Mapa de lançamentos imobiliários - tipo de uso (1998 à 2012
O principal alvo por parte das incorporadoras são os imóveis subutilizados. Ao mesmo tempo, esses imóveis carregam um caráter histórico e fazem parte da memória do bairro.
Descaracterização do Patrimônio Na ‘imagem 20’, o La Dolce Vita Nuova Mooca. Empreendimento feito após o boom imobiliário dos anos 2000. Contém seis torres de 27 andares e uma imensa área arborizada de lazer – toda
Imagem 19 - Mapa digital demonstrando o IPVS e presença de cortiços
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cercada e fechada, impedindo o convívio com o resto do bairro. Para construir o condomínio foi necessário demolir o imenso galpão Alpargatas.
Imagem 20 - Condomínio La Dolce Vita Nuova Mooca
Imagem 21 - Fachada do Cotonifício Rodolfo Crespi, que hoje tem a função de hipermercado
Durante a construção do empreendimento, a incorporadora buscou valorizar a história do bairro. Anúncios nos jornais defendiam a identidade e a memória mooquense. Nos tapumes da obra, charges contavam a história da Mooca. Hoje, nada no condomínio remete ao bairro. Ao valorizar a cultura local, eles estavam, na verdade, valorizando o terreno e o empreendimento. Esse é um dos modos de se apropriar da cultura local. Há restaurações que priorizam um novo uso em detrimento do seu valor histórico, como o caso do Cotonifício Crespi (imagem 21) que sofreu modificações para receber a nova função de hipermercado.
de São Paulo. Por outro, a memória da classe trabalhadora, que fez do bairro uma das origens do movimento sindical brasileiro. E por fim, movimentos por moradia lutam por habitação mais acessível. Em cada uma das trincheiras abertas na Mooca, onde mercado imobiliário, movimentos por moradia e patrimônio histórico se enfrentarem, a própria história é usada como justificativa para alcançar cada interesse (ROSA, 2014). As transformações ocorridas no bairro, principalmente ligadas a verticalização e condomínios fechados, compromete a vida urbana ao nível da rua, enquanto as áreas abandonadas se têm como desperdício de infraestrutura.
Isso ilustra um dos problemas mais recorrentes na preservação do patrimônio industrial: a sua descaracterização ou demolição.
Imagem 22 - A fábrica União sendo golpeada até a morte.
Segundo pesquisa realizada por Verônica Sales, que tem financiamento da Fapesp, o destino da Mooca, é discutido sob o pretexto da memória. De um lado existe a imagem de bairro industrial, ligada a ideia de progresso e pujança econômica
Imagem 23 - Paisagens em contraste: baixos gabaritos em primeiro plano e altos gabaritos ao fundo.
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acessos e transporte Além do Rio Tamanduateí, importante do desenvolvimento do bairro, a Avenida do Estado faz a conexão com a Marginal Tietê, e tem o transporte de carga predominante em sua circulação. O Expresso Tiradentes, conhecido como fura-fila (paralelo com a Avenida do Estado e o Río Tamanduateí) tem importancia por abrigar faixas exclusivas de ônibus, com o objetivo de ligar o bairro do Sacomã ao Parque D. Pedro II. Apesar da estimativa do deslocamento de 90mil passageiros/dia (IDTP), o Expresso tiradentes impacta na paisagem urbana.
RUA DA MOOCA
AV E
NID AD Rio OE Ta ST ma AD nd ua teí
MOOCA
O ESTAÇÃO CPTM MOOCA
CAMBUCI
A
RE
ESTAÇÃO ALBERTO LION
R FÉ HA
LIN
Outro ponto de deslocamento é a Estação CPTM Mooca (linha 10), que é pouco utilizada, devido a insegurança da área e falta de conexão com o entorno.
Imagem 24 - Mapa do recorte de estudo na região dos bairros Mooca e Cambuci
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limites Ausencia de transposição, principalmente na linha férrea. Elementos que impactam visualmente na paisagem urbana. Velocidades que prejudicam o livre acesso de pedestres de forma segura. Imagem 25 - Foto do Viaduto para a linha férrea
Imagem 27 - Diagrama das transposições existentes
ambiental
Imagem 26 - Estação Alberto Lion e território fragmentado pela Avenida do Estado, Fura Fila e Rio Tamanduateí
As áreas ambientais têm importância nas cidades, pois além de influenciar na paisagem urbana, melhora a qualidade de vida. Os benefícios são muitos, entre eles: melhora o conforto humano, reduz a poluição atmosférica, diminui a poluição sonora, ajuda na mitigação das ilhas de calor e equilibra as condições de drenagem.
SÍTIO
Nota-se a ausência de áreas permeáveis e arborizadas na região do Arco do Tamanduateí, além de transformações como a canalização do rio Tamanduateí que perdeu seu percurso natural e agravou nos problemas de alagamento, uma vez que a correnteza aumenta e a faixa de preservação de 30 metros que deveria existir, deu lugar a Avenida do Estado. Além da impermeabilidade, a área plana e baixa favorece na absorção de radiação solar, o que aumenta as ilhas de calor, juntamente com a falta de respiros e cobertura vegetal.
Imagem 28 - Diagrama das áreas verdes existentes
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SÍTIO Mapa Digital da Cidade
uso e ocupação O uso de ocupação do solo é misto, porém predomina o uso industrial, residencial vertical de médio e alto padrão, comércios, serviços e armazéns. Mapa Digital da Cidade
Além disso, o eixo massivo de indústrias instaladas ao longo da ferrovia marca o território. Nota-se os lotes de escala industrial dos quais dificultam a permeabilidade doDigital pedestre. Mapa da Cidade
transporte. Dentro do recorte escolhido, existem lotes demarcados como ZEIS 3, das quais são definidas Mapa Digital da Cidade como: terrenos ou imóveis subutilizados em áreas com infra-estrutura urbana, serviços e oferta de emprego (geralmente na região central), nos quais se propõe a produção e reforma de moradias para a habitação de interesse social, assim como de mecanismos de alavancagem de atividades de geração de emprego e renda.
Por consequência, os eixos da ferrovia e da Avenida do Estado acabam tendo uma menor densidade habitacional, como mostra o mapa. Importante ressaltar que a Operação Urbana Consorciada do Arco do Tamanduateí, propõe adensamento estratégico próximo as áreas de Mapa Digital da Cidade
Mapa Digital da Cidade
200 m 1000 ft
Link: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx?id=77410
Escala:
15000
Data e Hora: 20/05/2018 20:27:22
200 m 1000 ft
Legendas
Escala: Link: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx?id=77410 Político-Administrativo Uso Predominante do Solo Municípios da RMSP 15000 Data e Hora: 20/05/2018 20:27:22 Fiscal
200 m 1000 ft
200 m 1000 ft
Legendas Político-Administrativo
Uso Predominante do Solo Fiscal
Municípios da RMSP
Link: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx?id=11043 Link: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx?id=16078 Escala:
Escala:
15000
Data e Hora: 14/05/2018 20:58:23
15000
Data e Hora: 20/05/2018 20:32:54
Legendas
200 m 1000 ft
15000
Legendas
200 m 1000 ft
Político-Administrativo Dens. Demográfica (hab/ha) Municípios da RMSP Link: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx?id=11043 Escala: Político-Administrativo Data e Hora: 14/05/2018 20:58:23
ZEIS 2-3-4-5 (4A) Áreas Verdes (5) Perímetros de Incentivo (11) Link: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx?id=16078
Escala:
15000
Data e Hora: 20/05/2018 20:32:54
Legendas Político-Administrativo
Dens. Demográfica (hab/ha)
Legendas
Municípios da RMSP
Político-Administrativo
Municípios da RMSP
Imagem 31 - Mapa do uso predominante do solo
Imagem 32 - Mapa densidade demográfica
ZEIS 1 (4)
Municípios da RMSP
ZEIS 2-3-4-5 (4A)
ZEIS 1 (4)
Áreas Verdes (5)
Imagem 33 - Mapa ZEIS
Perímetros de Incentivo (11)
SÍTIO
patrimônio MAPA PATRIMONIO - MOOCA Legenda
A presença marcante de edifícios tombados na área, predominantemente industrial, representa o histórico operário que caracteriza a Mooca, principalmente no entorno da ferrovia.
Apesar das leis que deveriam proteger esses edíficios, muitos se encontram degradados, abandonados ou até mesmo em ruínas.
Antigo Orfanato Fábrica de Tecidos Labor Paróquia São Januário Antigos Armazéns Gerais Companhia Antártica Antiga SP Railway S. Anônima Casa Vanorden Grandes Moinhos Minetti Conjunto de Fábricas Conjunto de Galpões Conj de depósitos para café Soc. Técnica Bremensis Chaminé (União) Antiga Creche Marina Crespi Estádio Conde R. Crespi Pizzaria São Pedro Antigo Cotonifício Crespi Grupo Escolar Oswaldo Cruz Estação CPTM Mooca Casas operárias
Imagem 34 - Relação de bens protegidos por legislação municipal, estadual e federal. Conjunto Paisagístico Em ordem de leitura: Edifício da Companhia Antarctica Relação de bens protegidos por legislação municipal, estadual e federal LEGENDA: 1. Antigo orfanato | 2. Fábrica de tecidos Labor | 3. Paróquia São Januário | 4. Antigos armazéns | 5. CampaPaulista; Galpões da Rua Borges de Figueiredo; Armazém da Posto Atendimento nhia Antártica | 6. Antiga São Paulo Railway | 7. S. Anônima Casa Vanorden | 8. Grandes Moinhos Minetti | 9. Conjunto de estrada de ferro em frete de à estação de tremINPS Mooca; Edifício do fábricas | 10. Conjunto de galpões | 11. Conjunt de depósitos para café | 12. Sociedade Técnica Bremensis | 13. Chaminé Várzea do Carmo Moinho Matarazzo, no Brás; Remanescentes de antiga fábrida antiga fábrica Uniao | 14. Antiga creche Marina Crespi | 15. Estádio Conde Rodolfo Crespi | 16. Pizzaria São Pedro | 17. ca de estopas e edifícios residencias ao fundo. Disponível em: Antigo Cotonofício Crespi | 18. Grupo escolar Oswaldo Cruz | 19. Estação CPTM Mooca | 20. Casas operárias | 21. Conhttp://www.unifesp.br/reitoria/dci/publicacoes/entreteses/ junto paisagístico | 22. Posto de atendimento INPS item/1993-antigas-industrias-novas-perspectivas
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Imagem 35 - High Line Park, em Nova Iorque
5 referĂŞncias projetuais
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REFERÊNCIAS PROJETUAIS
REFERÊNCIAS PROJETUAIS Os termos revitalização, intervenção e transformação urbana são abrangentes, por isso alguns critérios específicos foram adotados para a escolha dos estudos de caso: revitalização em áreas centrais, rio como eixo projetual, recuperação de áreas verdes, permeabilidade dos espaços públicos, conexão das áreas fragmentadas e valorização de estruturas já existentes (patrimônio ou estruturas subutilizadas). Os projetos selecionados para estudo de caso foram: 1. Parque Botânico Rio Medellín Localização: Medellín, Colômbia Projeto: Escritório Latitud Taller de Arquitectura y Ciudad Status: Não construído 2. Parque Dom Pedro II Localização: São Paulo, Brasil Projeto: Una Arquitetos, H+F Metrópole Arquitetos e Lume Status: Não construído
arquitetos,
REFERÊNCIAIS PROJETUAIS
Parque botânico rio medellín No ano de 2013, o município de Medellín lançou um concurso público internacional para revitalizar o Rio Medellín do qual o escritório Latitud Taller de Arquitectura y Ciudad ficou em primeiro lugar. O projeto tem como objetivo integrar a cidade com o rio, através da regeneração das áreas necessárias e de novos espaços públicos, baseando-se em quatro estratégias (ArchDaily, 2014):
1. Rio Medellín como o eixo estrutural ambiental Aproveitar a hierarquia natural do rio que atravessa a cidade formando um eixo estrutural e propor um corredor biótico metropolitano que tem como objetivo articular os cursos d’agua, os vazios verdes e as infraestruturas subutilizadas do local. Ao recuperar o rio no sentido ambiental e vinculá-lo aos sistemas propostos, obtém-se um circuito natural que recupera a qualidade do ar e Imagem 36 - Representação do Parque em Medellín
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REFERÊNCIAS PROJETUAIS
da água na cidade, conscientizando e educando os usuários sobre a biodiversidade. O programa é de um parque ambiental, cultural e desportivo que busca desenvolver a consciência ambiental, preservar espécies nativas da região, conectar a rede biótica do vale e a proteger do rápido crescimento urbano, atrair contextos culturais ao longo do eixo do rio para melhorar a qualidade do espaço público e infraestruturas para a cidadania, proporcionar espaços para a aprendizagem através de percursos com pai- sagens e vegetação variadas e oferecer espaços desportivos para compor um parque amplo.
2. Integração dos vazios verdes à rede ecológica da cidade
Imagem 37 - Esquema de setorização do corredor biótico
Classificar, reutilizar e reconectar vazios verdes urbanos do entorno a um sistema geral ao rio, buscando a permeabilidade dessas zonas.
3. Recuperação e integração de corpos de água Os fluxos de água são partes ativas e influentes sobre a qualidade geral do rio e do Vale do
Imagem 38 - Corte esquemático
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Aburrá, nesse sentido é proposto a promoção da recuperação e proteção destes, através da integração com o corredor biótico metropolitano. Dessa forma que é incorporado os espaços públicos, de modo que eduque os cidadãos e garanta sua proteção e manutenção.
Imagem 39 - Corpos d’água
4. Recuperação e integração de corpos de água
do Parque Botânico de Medellín.
Aproveitar as estruturas subutilizadas ou de usos insustentáveis do entorno para reciclagem e promoção de usos que complementem a vocação
Além dessas estratégias principais, outros pontos foram considerados:
Imagem 40 - Aproveitamento de estruturas
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REFERÊNCIAS PROJETUAIS
MOBILIDADE 01. Conservação de vias (3 em via de transição e via arterial) onde já existia esta infraestrutura. 02. Melhoria da gestão de toda a regional (N-S e S-N) e evitar o contra fluxo. 03. Inserção de pontes (conexões transversais). 04. Conscientização urbana diante da necessidade de transporte em massa. Equilíbrio entre sistema de transporte em massa e sistema de transporte privado. Novas estações de metrô são propostas (devido à localização estratégica e capacidade de conectividade transversal): Estação Volador e Estação Zoológico. 05. Sistemas articulados aos sistemas atuais de transporte em massa: visão de uma nova cidade limpa com acesso a bicicletas, pedestres e pessoas com mobilidade reduzida. ESPAÇO PÚBLICO O espaço de estudo é marcado por uma rede viária paralela ao rio em uma cidade que durante anos priorizou o crescimento industrial e esqueceu da importância do espaço público. Esse eixo de mobilidade significou um limite entre os dois lados do vale, a cidade acaba sendo
dividida fisicamente e socialmente. Para solucionar essa ruptura é necessário a implantação de espaços públicos que integram toda a cidade, como de fato é o objetivo do projeto com as seguintes estratégias: Relação com a Natureza Reconstituir o tecido biótico do vale e proporcionar conscientização diária acerca da natureza, construindo um sistema de caminhos pelo parque que permita um contato permanente com a natureza.
Considerações: Os arquitetos procuram alcançar seus objetivos projetuais utilizando e transformando as potencialidades já existentes do local. O projeto está em processo de construção desde 2015, considerando que se trata de uma complexidade de renovação urbana e que poderá ter viabilidade a longo prazo, não é possível realizar no momento uma análise de pós-ocupação, mas a partir da explanação de todos os aspectos projetuais demonstrados e cruzando com os conceitos contemporâneos, é possível realizar uma análise crítica.
Materialidade Utilização de materiais que se integram com a natureza, diminuindo a percepção da diferença entre construído e natural. Coesão social Conexão entre os bairros e os setores do parque, gerando apropriação pública. Continuidade a uma rua destinada a pedestres, que se estende pelas margens do rio, incentivando atividades cívicas e recreativas, podendo abrigar eventos da cidade. Inserção de estruturas que incentive o encontro cidadão e permanência no espaço público.
Conclui-se que a implantação do Parque Botânico do Rio Medellín é uma necessidade ambiental e social: no sentido ambiental por ter como objetivo recuperar a rede biótica do local, buscando conscientizar a população e melhorando a qua- lidade do ar e da água, e no sentido social por conectar lugares antes fragmentados, buscando a interação e encontro das pessoas, dando prioridade para pedestres através de conexões, em um local que outrora fora desenvolvido em prol do crescimento industrial.
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
PLANO URBANÍSTICO PARQUE D. PEDRO II A área do parque tem sido degradada conforme o tempo, através da canalização do Rio Tamanduateí e intervenções no sistema viário, tendo como consequência a perda da função inicial do parque, transformando-o em um nó viário. Além dessas problemáticas, podem ser identificadas algumas potencialidades na área do parque: • Ligação importante do centro com a zona leste • Localização entre bairro da Sé e Centro Antigo
Imagem 41 - Representação do projeto
O plano trata-se da revitalização do Parque D. Pedro II que se localiza na várzea do Rio Tamanduateí, na cidade de São Paulo. Estimase que o parque tenha perdido metade da sua
vegetação desde a sua inauguração e tem sido citado como exemplo de devastação que áreas verdes sofrem em São Paulo.
• Contém importantes edifícios históricos
• Av. do Estado (ligação viária de escala metropolitana) • Uma estação de metrô e proximidade de outras estações
• Duas estações de ônibus expresso
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REFERÊNCIAS PROJETUAIS
• O maior terminal de ônibus do Brasil A partir da análise das problemáticas e potencia- lidades do local, o novo plano urbanístico incentiva o uso misto, o adensamento habitacional e a mobilidade, pretendendo melhorar a qualidade urbana para a região e seu entorno. O projeto prevê além de mudanças internas e diretas, intervenções que causem impacto
positivo em todo seu entorno, divididos em 3 eixos de intervenção:
1.
busca a permeabilidade do parque, inserindo novos caminhos para pedestres e melhoria na acessibilidade.
Sistema Viário 2.
O projeto prevê o rebaixamento da Avenida do Estado até o final do Parque e a demolição de quatro viadutos que o cruzam. Com isso se
Transporte Público
Inserção de uma estação intermodal junto a estação de metrô Parque Dom Pedro, articulando as demandas de trocas de linhas e sistemas e acesso ao centro para o usuário que tem a região como destino. A implantação se desenvolve ao redor de uma praça arborizada e sua organização oferece uma situação de mais conforto a todos os usuários.
3.
Lagoa de retenção
Proposta de uma lagoa que possui um sistema de filtragem natural, e tem como principal função reter o excedente de água, nas épocas de altos índices pluviométricos, evitando alagamentos na região. Também desempenha um papel importante no desenho do espaço público.
Imagem 42 - Representação do parque
O Plano prevê ainda duas intervenções específicas no setor norte e oeste do Parque:
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Arco Norte Esse setor do parque é marcado pela implantação de edifícios históricos, como o Mercado Municipal (1933), o Palácio das Indústrias (1920) e a Casa das Retortas (1898). Esses edifícios, apesar de localizados na mesma região, não tem conexão entre si. A partir disso buscou-se uma reintegração desse setor com o parque e com a cidade. Foram propostos uma praça ao lado do Mercado Municipal e dois novos edifícios, SESC e SENAC. Imagem 43 - Representação da lagoa de retenção
Arco Oeste O estudo desenvolvido para o Setor Oeste do parque compreende um conjunto de nove quadras localizadas ao longo da Rua 25 de Março, entre a Ladeira General Carneiro e a Avenida Rangel Pestana.
Imagem 44 - Edifícios históricos
A partir da constatação da subutilização de uma área extremamente importante da cidade a considerando o impacto das ações previstas no plano, desenvolveu-se uma estratégia de transformação urbana estruturada em ações públicas de aplicação imediata e ações complementares de curto e médio prazo associadas a iniciativas privadas.
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REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Imagem 45 - Planta do projeto Parque Dom Pedro II
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Considerações: O projeto ainda não foi concluído devido a administração pública, porém é possível uma análise crítica considerando a situação atual de São Paulo e as propostas apresentadas. O maior conflito que ocorre na área é o fato de o parque ter perdido sua função devida as degradações em prol do transporte viário. Partindo disso o projeto busca resolver essa problemática considerando todas as potencialidades da área. Busca-se a qualidade urbana através de propostas de uso do solo para o entorno, e soluções que priorizem o pedestre através de conexões. Também prevê o conforto do usuário de transporte público. Além disso tem diretriz de extrema importância, como a implantação da lagoa de retenção resolvendo o problema de alagamento e atuando como espaço público. Por fim, não menos importante, a proposta requer a valorização dos edifícios históricos e novos programas.
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6 projeto
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PROJETO
recorte A partir do cruzamento de informações da área de estudo, é notável a segregação que acontece devido os limites artificiais e naturais no Arco do Tamanduateí. O rio, a Avenida do Estado e a linha férrea dividem o espaço, atuando como barreiras para a permeabilidade principalmente do pedestre. estação
alberto lion
1
limite (rio e avenida)
A ausência de transposição na linha férrea reforça a divisão no espaço, onde travessias só podem ser realizadas pelas estações de trem existentes ou pelos viadutos, que são projetados na escala do automóvel (tendo em vista que muitas vezes as calçadas são estreitas e apresentam péssimas condições de conservação). A área abrange uma herança de patrimônio industrial dos quais muitos imóveis se encontram
lote de escala industrial
2
subutilizados e sofrendo degradações, devido principalmente a pressão do mercado imobiliário. Além do patrimônio, nota-se a presença de lotes de escala industrial, sem valor arquitetônico, que não cumprem seu papel social devido a situação ociosa, e prejudicam a vitalidade da cidade, produzindo um espaço inseguro e sem dinamismo.
estação
cptm mooca
terreno vazio
limite (linha férrea)
3
Imagem 47 - Vista aérea da área de intervenção
PROJETO
O recorte escolhido para o projeto é estratégico, pois abrange os elementos que atuam como limites no espaço (rio, avenida e linha férrea), conjuntos de edifícios históricos industriais, quadras com maior dificuldade de permeabilidade do pedestre e por fim, dois pontos de extrema importância de mobilidade: a Estação CPTM Mooca e a Estação Alberto Lion.
A
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RUA DA MOOCA
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O ESTAÇÃO CPTM MOOCA
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ESTAÇÃO ALBERTO LION
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1
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2
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No mapas representados pela “imagem 47” e “imagem 48”, observa-se a área fragmentada em 3 partes: a primeira, o bairro Cambuci que está desintegrado do bairro da Mooca; a segunda os lotes de escala industrial, instalados em prol da instalação da ferrovia; e a terceira um macico de edifícios de importância histórica, juntamente com uma área predominantemente residencial.
N
Os acessos de transposição da linha férrea se dá pelo viaduto da Rua da Mooca (representado pelo ponto A no mapa ao lado), e pelo Viaduto São Carlos (representado pelo ponto B no mapa ao lado), ambas na escala do automóvel. A distância é de aproximadamente 1,5km (20min a pé).
B
Imagem 48 - Vista aérea da área de intervenção
MOOCA
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PROJETO
programa O objetivo principal do projeto é melhorar a qualidade de vida na cidade, para que as pessoas tenham acesso a cidade como direito social, despertando o sentimento de vida pública a população. Partindo desse conceito e por se tratar de um bairro com importância histórica, a Revitalização Urbana é imprescindível para manter os edifícios de interesse arquitetônico, bem como a memória e identidade da Mooca, aproveitando a infraestrutura já existente para requalificar espaços subutilizados, degradados pelo mau uso ou pela má administração pública. A Revitalização além de dar uma nova função a uma área pré-existente, aborda outros pontos como a participação popular e parceria público-privada. O programa foi definido de forma que o espaço seja ocupado em diferentes períodos do dia, gerando maior dinamismo e vitalidade urbana. A habitação, é fundamental para qualquer parte da cidade, para além da ocupação do espaço, promova um equilibro entre moradia e oferta de emprego, diminuindo o tempo de
deslocamento entre trabalho e habitação. Além disso, a Habitação de Interesse Social (HIS) tem como objetivo assegurar a permanência da população atualmente residente nos bairros e moradia adequadas aqueles de baixa renda. Importante ressaltar a importância do adensamento próximo a dois modais de transporte público, promovendo um crescimento sustentável na cidade. Os comércios e serviços estimula a economia local e abastece a população, aproveitando o potencial econômico, a localização privilegiada de conexões ferroviárias e rodoviárias e a proximidade com a região do ABCD. Dessa forma será incentivado o uso misto para que aumente o dinamismo e diversidade no espaço. Áreas espotivas e culturais cumprem seu papel de lazer e espaço público, promovendo o encontro através de atividades coletivas. As áreas verdes além do impacto na paisagem urbana, cumprem seu papel ambiental, pois aumenta as áreas de drenagem da água da chuva, produz sombra no espaço urbano e diminui as ilhas de calor que geram desconforto principalmente ao pedestre. Por fim, o programa busca a conexões desses
espaços, através do desenho urbano, diretrizes de mobilidade e de elementos de transposição.
parceria público-privada As melhorias propostas nesse projeto poderão ser feitas a partir de recursos gerados através de parcerias público e privado: venda do potencial construtivo adicional de construção, por meio dos Certificados de Potencial Adicional de Construção (CEPAC).
$
potencial construtivo adicional coeficiente básico =1 (1x a área do terreno)
área do terreno
PROJETO
+ mobilidade
+
habitação
+ comércios e serviços
ambiental
+ +
cultura e esporte
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PROJETO
partido A disputa de interesses entre mercado imobiliário, moradores e órgãos de preservação do patrimônio, juntamente com as barreiras físicas e áreas ociosas, reforçam a segregação da área.
Situação atual
DISPUTA DE INTERESSES
+
Partindo disso, o projeto busca recuperar o sentido urbano através da integração do tecido urbano, conectando trechos isolados da cidade, reocupando as áreas ociosas, gerando maior coesão espacial e social, através de intervenções públicas e parâmetros urbanísticos. É necessária uma proposta que pense o meio urbano como um todo, dando a população o acesso a cidade como direito social, incentivando a interação entre as pessoas através dos espaços qualificados. Além disso, é preciso equilibrar os interesses, como a importância dos investimentos que possam gerar melhorias no espaço e a preservação da identidade do local. O partido se concretiza no desenho urbano, a partir de um eixo de conexão entre as três áreas segregadas, através de um elemento de transposição. De forma secundaria é proposto um eixo visual e permeável conectando os dois pontos de transporte: Estação Alberto Lion e Estação CPTM Mooca
ESPAÇOS OCIOSOS
+
BARREIRAS FÍSICAS
+
diversidade
CIDADE SEGREGADA Situação proposta
proposta que pense o meio urbano como um todo
=
INTEGRAÇÃO DO TECIDO URBANO
acesso a cidade
PROJETO
AV E
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O
FÉ EA
RR
CAMBUCI
HA
1
LIN
2
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Imagem 49 - Plano de massas de intervenção
MOOCA
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PROJETO
classificar E REUTILIZAR Para a concretização do partido, que pretende promover a integração do tecido urbano, será necessária a desapropriação de alguns edifícios, para abertura da quadra, porém de forma seletiva, partindo da justificativa do cumprimento da função social do edifício. A função social dentro da política urbana é de extrema importância, isso significa que terreno ou edificação ociosos localizados em região da cidade onde está disponível a infraestrutura urbana necessária, não cumpre seu papel social. Partindo desse conceito foram selecionados edifícios para serem desapropriados, e os edifícios de interesse arquitetônico para serem reutilizados/reocupados.
cenário atual 1. Potencialidades de um setor privilegiado são desperdiçadas 2. Edifícios/lotes subutilizados que não cumprem seu papel social, resultando na ausência de dinamismo 3. Edifícios de interesse arquitetônico esquecidos e desconectados com a sociedade e o entorno
cenário proposto 1. Desapropriação necessária para nova proposta 2. Restauração e preservação do patrimônio industrial, propondo novos usos, reinserindo na vida pública em memória da história e identidade da Mooca
LEGENDA
Demarcação do lote Edifícios desapropriados Edifícios de interesse arquitetônico Edifícios mantidos
PROJETO
Implantação - edifícios desapropriados Esc 1:5000
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PROJETO
conectar Através da desapropriação e reutilização de edifícios selecionados, é possível propor uma nova articulação no espaço urbano. A abertura das quadras transforma o desenho urbano, permitindo a permeabilidade, maiores conexões e possibilidades de trajetos. Para a integração do tecido urbano, conectando as três áreas segragadas, a proposta define dois eixos importantes, o principal que conecta as três áreas fragmentadas como elemento de transposição, e o secundário que direciona a conexão de forma diagonal os dois pontos de transporte, a CPTM Mooca e a Estação Alberto Lion.
cenário atual 1. fragmentação do tecido urbano devido a falta de conexão entre as barreiras físicas (rio e linha férrea) 2. Quarteirões de escala industrial que dificultando a permeabilidade e resultam em um espaço inseguro e sem dinamismo
cenário proposto 1. INTEGRAÇÃO DO TECIDO URBANO, CONECTANDO OS TRÊS TRECHOS FRAGMENTADOS, ATRAVÉS DE ELEMENTO DE TRANSPOSIÇÃO 2. Abertura dos terrenos para a possibilidades diversas, estimulando o dinamismo, a permeabilidade, a urbanidade e diversidade 3. Definição de eixos dando importância a elementos de transporte 4. quadras menores, mais permeáveis (jane jacobs) LEGENDA
Novas aberturas na quadra Novas conexões (transposição) Edifícios de interesse arquitetônico Possibilidade de acesso a um eixo de importancia histórica
PROJETO
Implantação - novas quadras Esc 1:5000
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PROJETO
adensar A partir do conceito de cidade compacta que esse projeto é desenvolvido, promovendo o adensamento e incentivando o uso misto. Na implantação de novos edifícios, sua composição se dá através dos módulos dispostos de forma diversa, quebrando a monotonia do espaço e produzindo uma paisagem mais interessante. A implantação dilui os limites privados, integrando com o meio urbano, juntamente com a conexão entre as 3 áreas fragmentadas através de elementos de transposição. Para maior dinamismo nas áreas de conexão (passarela), e que a conexão em si não se transforme em mais uma barreira, é proposto um eixo comercial paralelo a passarela, que promove maior movimentação durante varios períodos do dia
cenário atual 1. Investimento em grandes empreendimentos e/ou condomínios (privados), implantados de forma antissocial, impedindo a integração com o todo (público)
cenário proposto 1. Adensamento 2. Diversidade de atividades (USO MISTO) 3. Multifuncionalidade 4. possibilidades diversas, estimulando o dinamismo, a permeabilidade, a urbanidade e diversidade
LEGENDA
Novos edifícios Eixo Comercial (fachada ativa)
PROJETO
Implantação - novas edifícios Esc 1:5000
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PROJETO
qualificar A ausência de áreas verdes e permeáveis contribuem para a problemática de alagamento na região, além de potencializar as ilhas de calor. A partir do desenho urbano as áreas verdes aparecem, qualificando o espaço, tanto em relação da paisagem urbana, quanto na questão ambiental. A implantação da lagoa de retenção, tem como objetivo resolver a problemática de alagamento, e ter relação com a população, tendo em vista que a região se desenvolveu pelo Rio Tamanduateí e que essa conexão foi perdida devido sua canalização.
cenário atual 1. 2. 3.
Falta de espaços verdes e arborização Áreas de risco de alagamento Ilhas de calor
cenário proposto 1. 2. 3.
Aumentar a permeabilidade do espaço Lagoa de retenção para evitar alagamento Arborização urbana
PROJETO
Perspectiva - Relação com a lagoa
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PROJETO
eixo comercial Para o dinamismo e vitalidade do espaço foram feitas algumas melhorias viárias e de implantação - Fachadas recuadas 2,30 mt em relação ao alinhamento predoal, criando uma espécie de galeria para o conforto dos pedestres - A rua passa a ser um local de encontro através de melhorias na escala do pedestre
PROJETO
CORTE - Esquema de configução das vias Esc 1:100
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PROJETO
verticalização Conforme previsto no Plano Diretor Estratégico (PDE) e na Operação Urbana Consorciada Arco do Tamanduateí, a região tem potencial para adensamento construtivo e uso misto, dessa forma foram elencados alguns critérios para a definição das tipologias.
calculado a altura máxima permitida na área, do qual o resultado foi 20 pavimentos. Entretanto, para evitar o sufocamento causado pela verticalização, foi definido alturas menores a serem dispostas de forma escalonada, utilizando alguns critérios para essa aplicação.
O PDE define o Coeficiente de Aproveitamento Máximo como 4 (Coeficiente de Aproveitamento Máximo é igual o valor da área construída, dividida pela área total do lote). A partir disso foi
No eixo próximo a Avenida do Estado foram implantados os edifícios de gabarito maior devido a oferta de transporte e o grande fluxo. Já no eixo da linha férrea foi implantado os edifícios de menor gabarito, para que respeite os edifícios de interesse arquitetônico (patrimônio) e estes não sejam prejudicados quanto sua visibilidade.
Setorização As habitações são dispostas por toda a implantação, ressaltando que o PDE (subseção II, artigo 142) estipula no mínimo 25% dos recursos arrecadados para Habitação de Interesse Social (HIS), promovendo assim diversidade da população com poderes aquisitivos diferentes e democratizando o espaço. O PDE prevê que 10% de cada edifício sejam de uso não residencial, e para isso são aplicadas as fachadas ativas – comércio a nível do térreo – que estão presentes no eixo em que se encontra a passarela, para maior dinamismo.
PROJETO
proposta Habitação
públicos e socias de educação, esporte, lazer e cultura Adensamento
- Assegurar a permanência da população atualmente residente nos bairros e moradia adequadas aqueles de baixa renda por meio de Habitação de Interesse Social (HIS) - Os edifícios habitacionais são distribuídos por toda a implantação, já que se faz necessária em qualquer parte da cidade em prol da vitalidade urbana, promovendo movimentação de dia e de noite
Desenvolvimento econômico - Incentivar os usos mistos comerciais aproximando emprego e moradia nos eixos importantes - As fachadas ativas são aplicadas nos eixos de conexão (nos edifícios conectados com a passarela), para maior dinamismo
- Devido a carência de espaços públicos na região foi proposto um edifício cultural e um esportivo entre a linha férrea, interligados entre si. O objetivo é promover um uso mais denso na área de conexão, e abrir acesso para um eixo de patrimônio industrial arquitetônico Patrimônio
Mobilidade
- Restaurar, preservar e converter usos de edifícios históricos, em especial para atividades ligadas a economia criativa, como forma de reinseri-los na vida urbana e cotidiano das pessoas, que através desses espaços reforça a identidade e espirito de comunidade da população
- Implantação de estratégias no sistema viário e cicloviário que reestabelece conexões entre os bairros, por meio de novas vias, passarelas e elementos de conexão
Ambiental - Ampliar as áreas verdes, aumentando a permeabilidade e ajudando a minimizar as ilhas de calor
Equipamento público - Destinar 15% dos recursos para equipamento
- Incentivar adensamento próximo a Avenida do Estado (devido a proximidade com transporte público)
- Implantar uma lagoa de retenção para reter a agua da chuva e evitar alagamentos
- A passarela como elemento estruturante do projeto, integra o tecido urbano. Sua implantação é feita de forma que não atue como mais uma barreira no espaço, mas que transmita a sensação de fazer parte do todo, se integrando com os edifícios e atuando como espaço público
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implantação final Para que a área exerça seu papel de cidade, sendo acessível a todos como um direito, a implantação final propõe a integração do tecido urbano, conectando eixos isolados da cidade. A intervenção adota o conceito de cidade compacta, promovendo o adensamento populacional e construtivo, além do uso misto.
LEGENDA PROPOSTA: 1 - PASSARELA (elemento de transpo-
O objetivo é aproveitar a infraestrutura já existente, preservar a memória e identidade da área, estimular a diversidade – através da possibilidade de moradia, emprego e lazer -, promovendo maior integração social e incentivando a interação das pessoas através dos espaços qualificados.
sição) 2 - MERCADO PÚBLICO 3 - LAGOA DE RETENÇÃO 4 - EDIFÍCIOS DE HABITAÇÃO E USO MISTO 5 - CENTRO ESPORTIVO 6 - CENTRO CULTURAL JÁ EXISTENTE: 7- ESTAÇÃO ALBERTO LION (ÔNIBUS) 8 - ESTAÇÃO CPTM MOOCA 9 - GALPÃO ANTARTICA A SER APROPRIADO PELA POPULAÇÃO PARA EVENTOS E ATIVIDADES PÚBLICAS 10 - RESTAURAÇÃO E REOCUPAÇÃO DOS EDIFÍCIOS HISTÓRICOS
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uso da quadra Para que o espaço tenha vitalidade, é preciso que seja convidativo, seguro e confortável para o pedestre, por isso a configuração da quadra representa além da implantação de edifícios, um caráter público, atuando como uma espécie de praça para reforçar o sentido de coletividade. A implantação dilui os limites privados, integrando com o meio urbano.
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APROPRIAÇÃO DOS ESPAÇOS LIVRES Na escala do pedestre, busca-se a diluição dos limites privados, incentivando o uso dos espaços públicos, promovendo o encontro e a formação da identidade local.
fruição pública
RELAÇÃO COM A ÁGUA
Configuração de quadra com caráter de praça, que podem ser apropriados pela população, diluindo o espaço privado
Devolver para a população a relação com a água que foi perdida devido a canalização do Rio, além de resolver a problemática de alagamento da região
ARBORIZAÇÃO URBANA Para melhor conforto do pedestre, as árvores ajudam a diminuir as ilhas de calor, aumentando a permeabilidade, reduzindo os ruídos e melhorando a paisagem urbana
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elemento de transposição Passarela que conecta e integra as 3 áreas fragmentadas por limites físicos
verticalização
fachada ativa
Abertura nos edifícios como outra forma de espaço público e para minimizar o impacto da verticalização
Para maior dinamismo e segurança, promovendo atividades durante varios períodos do dia
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
considerações finais A fim de levantar possibilidades de vencer as fronteiras das cidades, tanto as físicas - condomínios, rios, avenidas e linha férrea -, quanto as que não são físicas – disputa de interesses, gentrificação, mercado imobiliário - que esse trabalho se desenvolve. As mudanças ocorridas devido a globalização, que anda junto com a fase de expansão do capitalismo, apontam o espaço urbano como um bem a ser comprado e comercializado. A lógica de uma cidade para carros, de condomínios fechados e antissociais matam a cidade, gerando um processo de “desurbanização”, esquecendo do mais importante para a vitalidade urbana: o pedestre. A fim de romper as fronteiras do espaço urbano, o papel do arquiteto e urbanista tende a ser representar as pessoas de toda cidade, democraticamente, contendo e regulamentando incorporações que querem investir no espaço urbano e que o governo acaba cedendo suas exigências. Para isso é preciso respeitar o encontro na rua, a função do espaço na cidade como
local de encontro e fórum social para os moradores... É preciso um novo jeito de pensar as cidades.
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