JOSÉ CARLOS GUALBERTO DA SILVA
ESTUDO DIRIGIDO CÂNONES DE DORT
Estudo dirigido apresentado atendendo às exigências da matéria Credos e Confissões. Prof. Rev. Dr. Herber Carlos de Campos Jr.
SEMINÁRIO TEOLÓGICO PRESBITERIANO REV. JOSÉ MANOEL DA CONCEIÇÃO São Paulo - 2010
Estudo Dirigido Cânones de DORT
Estrutura do conteúdo:
1º Capitulo da Doutrina: A Divina Eleição e Reprovação: 1. Fé Salvífica– Artigo 1 a 6 2. Eleição – Artigo 7 a 18
2º Capitulo da Doutrina: A Morte de Cristo e a Redenção do Homem por meio dela. 1. Justificação – Artigo 1 a 4 2. Providencia de Deus – Artigo 5 a 9 3º e 4º Capítulos – A corrupção do Homem, a sua conversão a Deus e como ela ocorre. 1. Efeitos da Queda – Artigo 1 a 4 2. Propósito de Deus – Artigo 5 a 11 3. Regeneração – Artigo 12 a 14 4. Graça – Artigo 15 a 17 5º - Capitulo – A perseverança dos Santos. 1. Perseverança diante do pecado – Artigo 1 a 2 2. Deus é quem nos preserva – Artigo 3 a 8 3. Certeza da Preservação – Artigo 9 – 13 4. Meios de preservação – Artigo 14 5. Doutrina odiada pelo inimigo amada pela igreja – Artigo 15
Principais Doutrinas:
Fé para a Salvação Esta doutrina apresenta a fé como um dom concedido por Deus, para que o homem seja conduzido à salvação através da crença no amor de Deus e nos atos de Jesus Cristo como seu salvador. Deus conduz o homem a esta fé através do evangelho pregado, levando-os ao arrependimento dos seus pecados, e fazendo com que mudem sua forma de vida, passando a andar segundo os ensinos das escrituras e a crer no Cristo crucificado, sendo que aqueles que não crêem têm a ira de Deus sobre eles. A Fé é um dom dado por Deus, sendo assim ele concede a uns e a outros não.
Decreto da Eleição A Doutrina da eleição apresenta o propósito de Deus em salvar um numero de pessoas para a salvação sendo que esta eleição é graça de Deus, e motivada não por méritos daqueles que são eleitos, mas somente pela soberana vontade de Deus, não sendo os eleitos melhores Dio que os outros. A eleição de Deus é única tanto para aqueles que viveram no período do Antigo Testamento como para os do Novo Testamento. A eleição não é baseada em uma previsão de Deus sobre a fé, santidade ou obediência que os eleitos terão, mas para que os eleitos tenham fé, obediência e santidade de vida. Esta eleição não é motivada pelos méritos do homem, mas pela graça e propósito de Deus em adotar certo numero de pessoas em meio aos pecadores para serem seus. Esta eleição também é imutável, não podendo ser revogada. A certeza da eleição ocorre com o tempo através dos frutos que se manifestam na vida do eleito, o que motiva os filhos de Deus a se humilharem e o adorarem por sua misericórdia e amor. Nem todos os homens são eleitos, sendo segundo o propósito de Deus preteri-los deixando-os na sua própria miséria e culpa não lhes dando a fé necessária para a salvação, estes por sua vez não devem contar a si mesmos entre os reprovados, mas, devem continuar a orar e desejar fervorosamente a eleição, esperando-a com humildade e reverencia. Esta doutrina também inclui entre os eleitos os seus filhos, não por sua natureza, mas pela aliança da graça na qual estão incluídos os seus pais.
Justificação através de Cristo Não possível ao homem livrar-se a si mesmo da irá de Deus. Mas Deus enviou seu filho para que morra na cruz como único fiador, sendo sua morte o único e perfeito sacrifício pelos pecados do homem. Cristo se submete a esta cruz não só sendo verdadeiramente homem e perfeitamente santo, mas também, filho único de Deus, sendo que todo aquele que pela graça de Deus crer nele recebe a vida eterna que sem qualquer discriminação entre os homens para que por meio do sangue na Cruz, redimisse efetivamente, todos aqueles e somente aqueles que foram escolhidos desde a eternidade para serem salvos e lhe foram dados pelo Pai. E isto provém do amor do amor eterno de Deus aos eleitos.
A perseverança dos Santos. A perseverança dos santos é o ato em que os santos através da ação de Deus, perseveram nas doutrinas, refugiando-se em Cristo, a suportar as suas tentações e fraquezas. Os santos não poderiam perseverar se fossem deixados as suas próprias forças, mas Deus confirma a graça sobre eles e poderosamente os preserva até o fim, não permitindo que eles se percam ao não retirar de sobre eles completamente seu Espírito, quando este caem, mas através do seu Espírito e da sua Palavra ele os renova efetivamente para o arrependimento, não pelos seus méritos ou força, mas pela graça de Deus. Os santos também podem ter a certeza desta preservação através dos frutos da salvação evidenciados em sua vida, o que os motiva a cada vez mais adorar e se humilhar diante de Deus.
Aplicação da Doutrina. A aplicação destas doutrinas a minha igreja leva a ensinar-lhes que: A nossa fé é um dom de Deus que recebemos para salvação do cristão, para que possa crer no sacrifício de Jesus e sua ressurreição. Isto não é mérito nosso, mas é graça de Deus sobre nós. Sendo assim somos eleitos por Deus não por mérito do que fazemos ou do que iremos fazer, mas, porque Deus nos amou, e nos elegeu
entre a multidão de pecadores para sermos seus, e isso não nos torna melhores do que os que foram preteridos, porque esta eleição é um ato soberano da vontade de Deus. Não é possível ao homem salvar a si mesmo. O único caminho para a salvação é apenas através de Jesus, que ao morrer na cruz, realizou um sacrifício único e eficaz, não necessitando de nenhum outro ato para a salvação do pecador, a não ser a sua fé que é dada por Deus, sendo nós justificados pelo sangue de Cristo.
O santo deve perseverar na doutrina, buscando sempre andar nos caminhos de Deus, mas, tendo a consciência de que por suas próprias forças não conseguiria perseverar, e reconhecer que é Deus que nos preserva, não permitindo que sejam completamente afastados da sua presença pelo nosso pecado. E a certeza desta preservação e perseverança, pode ser vista nos frutos da salvação manifestados na vida de cada um.