Tillich - Teologia Sistematica

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TILLICH

TEOLOGIA SISTEMÁTICA


TEOLOGIA SISTEMÁTICA Paul Tillich1 Parte I, a razão e a revelação I A razão e a pergunta pela revelação 8. Verdade e verificação Natureza da Verdade •Todo ato cognitivo tende para a verdade. •Teologia deve discutir o sentido do termo “verdade”, a natureza da verdade revelada, e sua relação com outras formas de verdade. •Segundo naturalistas e positivistas, o uso do termo “verdade” está restrito às afirmações verificáveis empiricamente: o predicado verdadeiro deveria ser reservado ou para sentenças analíticas ou para proposições confirmadas experimentalmente. •A filosofia moderna normalmente fala de verdadeiro e falso como qualidade juízos que podem compreender ou deixar de compreender a realidade e, de acordo com isso, o verdadeiro e o falso. •Mas a realidade em si mesmo é o que é: não pode ser nem verdadeira, nem falsa. É uma linha de argumentação. O que é que torna verdadeiro um juízo? •Deve haver uma explicação ao fato que a realidade se entrega ao ato cognitivo de tal forma que pode ocorrer um falso juízo e de tal forma que muitos processos de observação e pensamento são necessários para se alcançar juízos verdadeiros. •A razão é que as coisas ocultam seu verdadeiro ser: ele deve ser descoberto sob a superfície das impressões dos sentidos, das aparências cambiantes e de opiniões infundadas. •Essa descoberta é feita através de um processo de afirmações preliminares, conseqüentes negações e afirmações finais, ou seja dialeticamente. •A superfície deve ser penetrada, a aparência dissolvida e a “profundidade” deve ser alcançada, isto é, a ousia, a “essência” das coisas, aquilo que lhes dá o poder de ser. •Esta é sua verdade, ou, o “realmente real”, à diferença do aparentemente real que não é irreal: é enganador se tomado como sendo o realmente real. Verdade e verificação •A verdade é a essência das coisas bem como o ato cognitivo no qual sua essência é compreendida; o termo “verdade” assim como o termo “razão” é subjetivo-objetivo. •“Verificação” significa um método de decidir a verdade ou falsidade de um julgamento. •Toda afirmação cognitiva (hipótese) deve ser testada; o teste mais segura é a experiência repetida. •O reino cognitivo no qual ela pode ser usada tem a vantagem do rigor metodológico e a possibilidade de testar uma afirmação a todo momento.

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TILLICH, Paul, Teologia sistemática, São Leopoldo, Editora Sinodal, 2000, Parte I, I, C, 8, pg. 92-93


•Não é permitido fazer do método experimental de verificação o critério exclusivo de toda verificação. Verificação pode ocorrer dentro do próprio processo da vida. Verificação dentro do processo da vida •Verificação deste tipo (experiencial em contra-distinção com a experimental) tem a vantagem que não necessita deter e destruir a totalidade do processo vital para destilar elementos calculáveis do mesmo, o que a verificação experimental deve fazer. •As experiências de verificação de caráter não experimental são mais verdadeiras para a vida, embora menos exatas e menos definidas. •A maior parte da verificação cognitiva é em alto grau experimental. Em alguns casos a verificação experimental e experiencial caminham juntas. Em outros casos, o elemento experimental está completamente ausente. Duas atitudes cognitivas •O conhecimento controlador é verificado pelo sucesso das ações controladoras. O uso técnico do conhecimento científico é sua verificação maior. •O conhecimento receptivo é verificado pela união criativa de duas naturezas: a daquele que conhece e a daquilo que é conhecido; este teste não é nem repetível nem final em nenhum momento particular. O próprio processo de vida faz o teste. •Os processos de vida são objetos de pesquisa biológica, psicológica e sociológica. Grande quantidade de conhecimento controlador e verificação experimental são possíveis e atuais. Mas há limites a essas tentativas que são impostas não pela impotência mas pela definição. •Os processos de vida têm caráter de totalidade, espontaneidade e individualidade. Experiências pressupõem isolamento, regularidade e generalidade. Portanto só elementos separáveis dos processos da vida estão abertos à verificação experimental enquanto que os próprios processos devem ser recebidos em uma união criativa para serem conhecidos.


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