conferencia municipal do direito da crianca e adolescente

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APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................3 A PRÉ-CONFERÊNCIA .......................................................................................................................5 A CONFERÊNCIA: PROTEÇÃO INTEGRAL: DO DISCURSO À AÇÃO COTIDIANA ..................9 TEXTO SÍNTESE DAS RESOLUÇÕES DA CONFERÊNCIA ..........................................................11 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................11 EIXO I – PROTEÇÃO INTEGRAL ................................................................................................12 EIXO II – DIAGNÓSTICO DA PROTEÇÃO INTEGRAL DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE BARUERI ................................................................................................................................15 EIXO III – PLANO MUNICIPAL DE GARANTIA DE DIREITOS - BARUERI LEGAL: CIDADE

NASCER LEGAL ........................................................................................................................19 CRESCER LEGAL ......................................................................................................................20 VIVER LEGAL .............................................................................................................................22 PROTEÇÃO ESPECIAL ............................................................................................................23 EIXO IV – ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTO ......................................................24 PROCESSO DE SEGUIMENTO DO PLANO “BARUERI LEGAL: CIDADE DA PROTEÇÃO INTEGRAL” ....................................................................................................................................24 MONITORAMENTO DAS CONCLUSÕES DA CONFERÊNCIA ..............................................24

3

índice

DA PROTEÇAÕ INTEGRAL ........................................................................................................17


APRESENTANDO O Relatório Final da 5ª Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente com imensa satisfação que o

É

Conselho Municipal dos Direitos da

final como o texto síntese das resoluções da Conferência.

Criança e do Adolescente -CMDCA de

Foi grande a participação dos adolescentes

Barueri apresenta o Relatório Final da

que, aquecidos pela pré-conferência realizada

5ª Conferência Municipal dos Direitos da

em 21 de junho, compareceram em peso (em

Criança e do Adolescente, que foi realizada no

torno de quarenta) e se fizeram presentes de

Teatro Municipal de Barueri em 07 de julho de

maneira marcante, manifestando seus

2005, quando delegados reunidos discutiram e

questionamentos/dúvidas/opiniões. Este fato

deliberaram sobre a proteção integral das

deixa claro a necessidade e importância e

crianças e adolescentes de Barueri.

efetiva possibilidade da participação dos

Na condição de órgão deliberativo e colegiado, que inclui e articula a diversidade dos

adolescentes nos espaços de discussão sobre as políticas voltadas a este público.

segmentos da sociedade, o CMDCA Barueri

Ao propor o tema o CMDCA Barueri buscou

assumiu a organização e a condução da

aprofundar e também discutir os principais

Conferência, que teve como tema principal:

eixos para ações necessárias para que a

“Proteção Integral: do discurso à ação

proteção integral se efetive. Barueri já tem conquistas importantes: a

cotidiana”. Durante todo o dia os delegados reunidos

organização da Rede Criança, a construção de

em plenária ouviram palestras, leram, discutiram

um Sistema Diagnóstico da Proteção Integral,

e deliberaram sobre a proteção integral das

o aumento de investimentos privados via Fundo

crianças e adolescentes de Barueri. Este processo

Municipal dos Direitos da Criança e do

foi realizado através do Texto Subsídio, proposto

Adolescente. Sobre esta base sólida, em

pela Comissão Organizadora, que após os

contínua construção, a Proteção Integral poderá

debates, propostas e alterações foi aprovado ao

se tornar um fato.

4


5


A Conferência Municipal dos Direitos da

e do Adolescente é um instrumento para a

Criança e do Adolescente 2005 em Barueri

busca da aplicação e aprimoramento do

teve como objetivo, nesta conjuntura, marcar

Sistema de Garantia de Direitos: “Barueri

a decisão de aplicar a Proteção Integral em

Legal; Cidade da Proteção Integral”.

toda sua extensão prática, para que a difusão

Ao definir com profundidade a Proteção

das idéias e princípios do ECA se torne a

Integral e suas implicações legais e práticas,

difusão de novas práticas e ações, por parte

apresentar o diagnóstico da Proteção Integral

de entidades, organizações e pessoas, na vida

e formular a proposta do Plano, buscou-se o

cotidiana. A sociedade e o governo de Barueri

consenso possível sobre as medidas que

“O CMDCA decidiu organizar a intervenção nesta área através do Plano Municipal de Garantia de Direitos: “Barueri Legal: Cidade da Proteção Integral” buscarão, por todos os meios, fazer do

precisam ser tomadas. O compromisso de

município a Cidade da Proteção Integral.

todos, a partir de agora, é o de divulgar as

Consciente de seu papel de formulador e

decisões da Conferência e fazer com que se

controlador, atribuído pelo ECA, da política de

tornem ações concretas. Esse Relatório passa

atendimento das crianças e adolescentes do

a ser instrumento que deve fazer parte do

município o CMDCA decidiu organizar a

cotidiano de todos aqueles que buscam a

intervenção nesta área através do Plano

efetivação da proteção integral a todas as

Municipal de Garantia de Direitos: “Barueri

crianças e adolescentes de Barueri.

Legal: Cidade da Proteção Integral” o qual foi discutido e aprovado na Conferência e será o

CMDCA Barueri Gestão 2003-2005

fio condutor da articulação das ações necessárias para a efetivação da proteção

Comissão Organizadora da

integral na cidade.

Conferência

Esse relatório final, como pode ser conferido

Ana Márcia Mendonça

no detalhamento a seguir é a expressão do

Célio Simões dos Santos

direito máximo de cidadania: o exercício pleno

Eduardo Assarito

do controle social. Fica a convicção de que o controle social

foi

Marileusa Marques dos Santos

exercido de forma

Rafael Lira Silva

consciente e por isso o Relatório Final da 5ª

Rosângela Franzese (relatora)

Conferência Municipal dos Direitos da Criança

Sandra Lúcia Costa Ferreira

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“CMDCA Barueri assumiu a organização e a condução da Conferência, que teve como tema principal: “Proteção Integral: do discurso à ação cotidiana”

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a prĂŠ 8


conferĂŞncia 9


A organização de uma pré-conferência específica para os adolescentes veio da preocupação do CMDCA em oferecer uma oportunidade concreta de participação dos adolescentes nos assuntos que lhes dizem respeito. Um reconhecimento de que é importante dar oportunidade ao jovem para lutar, enquanto cidadão, pelos seus direitos e pelo respeito às leis - como o ECA (Estatuto da Criança e Adolescente). Faz parte da aplicação do ECA permitir aos adolescentes discussões sobre a dignidade do ser humano, a igualdade de direitos, a recusa categórica de formas de discriminação e préconceitos e a importância da solidariedade, promovendo a participação dos jovens, desenvolvendo sua auto-estima, liderança e confiança. Enfim estimular o protagonismo juvenil em nossa cidade. O Protagonismo Juvenil é um tipo de ação de intervenção no contexto social para responder a problemas reais onde o jovem é sempre o ator principal.

Assim a pré-conferência foi organizada em torno do tema:

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11


A palavra protagonista é formada por duas

foram convidados a responder à pergunta:” o

raízes gregas: proto, que significa o primeiro,

principal problema que eu enfrento como

o principal e agonistes que significa o lutador.

adolescente em Barueri é....”

No “Aurélio”, encontramos a definição:

Para facilitar a discussão foram formados dez

pessoa que desempenha ou ocupa o primeiro

grupos, identificados por cores diferentes e

lugar em um acontecimento. Com isto,

tendo como facilitador um educador adulto.

podemos definir o protagonismo juvenil como

A pergunta foi respondida primeiro

atuação cidadã dos jovens na luta por suas

individualmente, depois discutida em grupo

posições, crenças e valores.

para ver as semelhanças e pensar junto as

É uma forma superior de educação para a

propostas. Escolhido o relator ou relatores cada

cidadania não pelo discurso das palavras, mas

grupo apresentou na plenária suas discussões

pelo curso dos acontecimentos. É passar a

e propostas.

mensagem

criando

Foi emocionante ver cem adolescentes, vindos

acontecimentos, onde o jovem ocupa uma

das ONGs e da rede municipal de ensino;

posição de centralidade.

reunidos no Parque Municipal, numa tarde

O

da

Protagonismo

cidadania

Juvenil

significa,

muito fria, mas que permitiu discussões muito

tecnicamente, o jovem participar como ator

acaloradas. Eles manifestaram importantes

principal em ações que não dizem respeito à

queixas/necessidades em relação a falta de

sua vida privada, familiar e afetiva, mas a

opção cultural, dificuldades para entrar no

problemas relativos ao bem comum, na

mercado de trabalho e de relacionamento com

escola, na comunidade ou na sociedade mais

os professores. Também puderam pensar

ampla. Outro aspecto do protagonismo é a

algumas propostas para encaminhar os

concepção do jovem como fonte de iniciativa,

problemas.

que é ação; como fonte de liberdade, que é

No final cada grupo definiu quatro delegados

opção; e como fonte de compromissos, que é

para a Conferência Municipal e assim a pré-

responsabilidade.

conferência foi encerrada com a confecção de

Assim a pré-conferência foi organizada em

uma bandeira representado os 15 anos do

torno do tema: “Pra valer os meus direitos,

ECA em Barueri.

meus direitos pra valer” e os adolescentes

12


m ra fo o ĂŁ s s u c is d a r ta ili c fa “Para dos a fic ti n e id , s o p ru g z e d s o d forma o

m o c o d n te e s te n re e if d s por core .� o lt u d a r o d a c u d e m u r facilitado

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síntese da

produçãode cada grupo

, Grupo Li las Lilas PRINCIPAIS PROBLEMAS: - Inclusão social, deficiente físico; - Mercado de trabalho; - Educação continuada. IDÉIAS E SOLUÇÕES: - Inclusão social - orientação sociedade e adaptações; - Mercado de trabalho - prefeitura realiza convênio com empresa para - 1º emprego sem experiência – estágio; - Educação- qualificação do profissional.

Grupo Verme lho Vermelho

Grupo Bege

PROBLEMAS: - Violência (todas); - Falta de participação do jovem; - Falta de opção e atendimento especializado; - Pais que não sabem lidar com os adolescentes. Educação: - Fazer uma reforma nas escolas estaduais: - Fiscalizar o trabalho dos funcionários da U.E; - Mais interesse ( de estudos ) da parte de professores e funcionários da U.E; - Mais unidades de escolas técnicas (ITB).

SUGESTÕES: - Delegacia especializada para atender adolescentes; - Participação dos jovens no Conselho Municipal; - Centro de referência para adolescentes; - Centro de referência à família.

CULTURA: - Mais lugares de divulgação para programas culturais; - Oferecer cursos à população menos favorecida, ou seja, os que não moram no centro de Barueri.

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síntese da

produçãode cada grupo

Grupo Verde PROPOSTAS Violência: - Concientização dos seus direitos ( saber onde recorrer); - Mais opções de lazer . Saúde: - Concientização de saúde ( sexualidade etc..); - Centro referência do adolescente. Desemprego: - Maior utilização dos recursos já existentes; - Maiores opções de recursos, estágios e mais iniciativa de cooperativa para família. Problemas Violência: - Doméstica; - Policial contra adolescente. Saúde: - Burocracia / gravidez precoce. Desemprego: - Falta de oportunidade, experiências, recursos. Recomendação do grupo: - Criar espaços para que os adolescentes possam se expressar e validar seus direitos.

Grupo Lar anja Laranja - Combate Ociosidade - Dificuldade do 1º emprego - Drogas - Falta de segurança EDUCAÇÃO Problemas - Falta de segurança; - Falta de cursos profissionalizantes; - Falta de apoio para vestibulinhos / vestibulares; - Falta de cursos pré-vestibular gratuitos; - Falta de participação dos alunos nas decisões dentro da escola. Educação: Possíveis Soluções: - Aumentar – melhorar as rondas escolares; - Aumentar o número de escolas profissionalizantes ( e nº de vagas) em Barueri; - Melhorar a qualidade da educação; - Criar cursos pré-vestibulares gratuitos; - Aumentas / garantir / incentivar a participação dos alunos nas decisões dentro das escolas (ex. Grêmio). Saúde: - Grande tempo de espera para as consultas; - Muitas exigências para o cadastro. Possíveis soluções: - Melhorar a organização no atendimento dos postos de saúde e hospitais; - Antecipar o cadastramento dos munícipes de Barueri; - Aumentar o nº de médicos.

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Grupo Cinza - Entrar no mercado de trabalho, visto exigência de experiência por parte do empregador; - Que seja garantido por lei que os adolescentes tenham o direito de uma porcentagem de vagas para que possam ter experiência.Podemos dar o exemplo: que em um lugar que tenha vaga para dez empregados, que seja 2 vagas para adolescentes. As brigas nas escolas municipais estão mais freqüentes: - Concientizar os jovens a respeitarem seus semelhantes, em palestras e filmes que trabalham questões éticas, orientações com profissionais: psicólogos - psicopedagogos - advogados, entre outros. - Grande concorrência por vagas no ITB, única instituição que oferece formação profissionalizante am Barueri e a grande concorrência com jovens de outros municípios; - Convênios com Ongs que possibilitem admissão em cursos técnicos e profissionalizantes para jovens que não possuam condições de manter sua formação.


síntese da

produçãode cada grupo

Grupo Azu Azull - Falta de segurança; - Aperfeiçoamento dos professores; -Racismo; - Falta de respeito - Falta de empregos - Pouca segurança - Falta emprego,curso,lazer; - Ensino melhor; - Desemprego; - Comprovação de experiência de trabalho. Propostas - Capacitação e eficiência nas guardas e polícias; - Aumentar o número de vagas de empregos nas empresas existentes em Barueri e diminuir comprovação de experiência; - Estimular capacitação dos professores; - Aumentar e melhorar o conteúdo das apostilas.

Grupo Am are lo Amare arelo - Primeiro emprego; - Falta de responsabilidade do professor com os alunos; - Segurança na escola; - Área de lazer (pista de skate) em lugares estratégicos; - O adolescente tem que ser ele mesmo, e não o que a sociedade pede; - Segurança nas pistas.

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Grupo Br anc o Branc anco Propostas: - Núcleo da adolescência – onde tivesse informações para adolescentes e profissionais qualificados; - Empregos para adolescentes; - Atividades para adolescentes para que eles possam se interar com o município (participação); - Shows com enquete para escolher o artista (antecipado). Problemas: - Falta de comunicação; - Barueri tem condições de criar um mercado de trabalho para adolescente? - Mais lugares para se divertir.


A CONFERÊNCIA PROTEÇÃO INTEGRAL:

DO DISCURSO À AÇÃO COTIDIANA

17


O dia 7 de julho de 2005, foi um dia muito importante para as crianças e adolescentes de Barueri. Nas dependências do Teatro Municipal de Barueri realizou-se da 5ª Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, sob a presidência da Comissão Eleitoral incumbida dessa tarefa pela plenária do CMDCA. A conferência foi convocada através da publicação da Resolução CMDCA 003/2005 e teve como tema central:

“Proteção Integral: do discurso à ação cotidiana”. Para organizar os trabalhos, manter a transparência e facilitar a participação, logo no início foi apresentado e aprovado pelos presentes o Regimento Interno da Conferência (veja Box).

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REGIMENTO INTERNO DA CONFERENCIA CAPÍTULO 1 – Dos objetivos Art. 1º - A 5ª Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Barueri tem como principais objetivos: discutir e deliberar através do Texto Subsídio o tema: “Proteção Integral: do discurso à ação cotidiana”. Eleger os delegados à Conferência Regional.

e substitutivas, feitas diretamente pelo delegado em plenária. Art. 4 – O Texto Subsídio, bem como as emendas, serão votados e aprovados em cada bloco de discussão, por maioria simples. Parágrafo Único: nas votações equilibradas, poder-se-á conceder um novo tempo para discussão e nova votação à critério da Comissão Organizadora.

CAPÍTULO II – Da Organização Art. 2º - A Conferência será coordenada pelo CMDCA, cabendo à Comissão Organizadora a responsabilidade pela condução dos trabalhos bem como a solução de dúvidas e divergências não expressas neste Regimento. CAPÍTULO III – Das Votações Art. 3 – Os Delegados poderão propor alterações ao Texto Subsídio através de emendas aditivas, supressivas

CAPÍTULO IV – Da Escolha de Delegados à Conferência Estadual Art. 5 – Os Delegados presentes à Conferência deverão indicar os delegados à Conferência Estadual através de votação em plenária, sendo concedido tempo de 2 minutos para apresentação do candidato. Art. 6 – Os casos omissos serão decididos pela Comissão Organizadora.

A Conferência foi organizada entremeando

pré-natal para que as crianças nasçam com

atividades

culturais

e

palestras

de

saúde e tenham boas condições de

aprofundametno dos temas. Iniciou-se com

desenvolvimento.

uma apresentação de dança das alunas da

Dando seqüência ao tema o Dr. Fernando Tadeu Valente, médico pediatra do Pronto-

Brinquedoteca de Barueri. Em seguida, a Conselheira Rosângela

Socorro Infantil do SAMEB, proferiu a palestra

Franzese fez uma breve explanação sobre o

“Crescer Legal” onde enfatizou os cuidados

tema central, ressaltando a importância da

necessários para o desenvolvimento integral

conferência como fórum democrático e

e sadio das crianças e adolescentes.

ampliado para discussão da situação da criança

Após o almoço foi a vez do jornalista Jorge

e do adolescente e também sobre a

Arthur que discorreu sobre o tema “Viver

importância de todos os atores sociais se

Legal”, dirigido mais especificamente aos

comprometerem a praticar a Proteção Integral

adolescentes enfatizando a importância de

em suas relações e atividades cotidianas.

buscar uma boa qualidade de vida através da

Logo após o Dr. Marco Antonio Nadal,

participação em sociedade.

médico ginecologista do SAMEB – Serviço de

Após cada palestra foi aberta a palavra aos

Assistência Médica de Barueri, coordenador do

delegados em plenária para questões e

Programa de Saúde da Mulher, proferiu

debates relacionados aos temas.

palestra intitulada “Nascer Legal”, onde

A participação dos delegados adolescentes,

ressaltou os cuidados necessários no período

que foram escolhidos na Pré-Conferencia

19


“Os temas propostos estavam também dissertados no Texto Subsídio, o qual também foi lido em plenária, discutido, alterado e aprovado.”

realizada em 21 de junho de 2005, foi

candidatos. O resultado da votação foi o

bastante intensa com vários questionamentos

seguinte: Rafael, trinta e seis votos; Sérgio,

e pedidos de esclarecimentos sobre o tema.

treze votos; Edson, dez votos; Rosângela, sete

Os temas propostos estavam também

votos; Flávia, cinco votos; Leni, três votos. Pelo

dissertados no Texto Subsídio, o qual também

resultado da votação foram aclamados como

foi lido em plenária, discutido, alterado e

delegados adultos para representar Barueri

aprovado.

nas Conferências Regional e Estadual, Rafael

Após as palestras e discussões foi realizado o processo de escolha dos delegados.

e Sergio como Titulares e Edson e Rosângela como suplentes.

Inicialmente procedeu-se a escolha dos

Procedeu-se então a eleição dos delegados

delegados adultos os quais se apresentaram

adolescentes. Surgiram por iniciativa própria

voluntariamente ou foram indicados por

dezenove candidatos, e todos puderam se

alguns delegados. Dessa maneira surgiram seis

apresentar brevemente após o que foram

candidatos. Foi concedido um tempo de dois

votados individualmente, sendo os mais

minutos para cada candidato fazer sua

votados Fábio com treze votos e a Caroline

apresentação e defender sua indicação, após

com onze, que foram então aclamados como

o que se realizou a votação realizada com o

delegados adolescentes titular e suplente

levantamento e contagem dos crachás dos

respectivamente.

20


ABERTURA

apresentação de dança das alunas da Brinquedoteca de Barueri

21


SÍNTESE DAS RESOLUÇÕES DA CONFERÊNCIA 3.

“O Conselho Municipal dos

Direitos

da

Adolescente

Criança –

e

do

CMDCA

de

Barueri reconhece que as Conferências são uma das mais ricas tradições de participação social em nosso país”.

22

22


INTRODUÇÃO 1. A Conferência Municipal é parte do

além de funcionarem como um dos

processo ascendente de preparação da

mecanismos de efetivação do controle social;

Conferência Nacional dos Direitos da Criança

espaço

e do Adolescente que se realizará em Brasília

oportunidade de mobilização social.

de

participação

e

debate;

- DF - de 12 a 15 de dezembro de 2005. 5. Mobilização social é fazer com que a 2. O Conselho Nacional dos Direitos da

sociedade se mova, se incline, penda em

Criança e do Adolescente – CONANDA,

determinada direção: a promoção e defesa

elegeu como tema da Conferência Nacional

dos direitos das crianças e adolescentes de

“Participação, Controle Social e Garantia de

Barueri;

Direitos – Por uma Política para a Criança e o

mudando a maneira de ver, entender e agir

Adolescente” e

diante das crianças e adolescentes da cidade.

propõe uma reflexão

nacional com a sociedade e com o governo com o objetivo de reconhecer, valorizar e,

6. Assim, o CMDCA-Barueri, consciente

sobretudo, promover a ampliação da

de seu papel de exercer a função convocatória

participação e do controle social e do apoio

para mobilizar a sociedade barueriense para

institucional, para a consolidação do

a proteção integral de suas crianças e

princípio

Absoluta,

adolescente; achou por bem definir como

preconizado pela Constituição Federal e pelo

tema da Conferência Municipal; “Proteção

Estatuto da Criança e do Adolescente.

Integral: do Discurso à Ação Cotidiana”.

da

Prioridade

4. O CMDCA reconhece as Conferências como um importante mecanismo de participação popular nas políticas públicas,

23


7. Ao propor a Proteção Integral como prática cotidiana o CMDCA pretende reafirmar os princípios do Estatuto da Criança e do Adolescente- ECA: Doutrina da Proteção Integral e Prioridade Absoluta. 8. Uma Conferência é o momento oportuno para que a sociedade ali representada possa: a) articular as mudanças necessárias a partir de propostas advindas da sociedade; b) formular estratégias e diretrizes, discutidas e aprovadas pela maioria dos delegados; c) formular propostas na busca de soluções para efetivar um sistema de garantia de direitos das crianças e adolescentes; d) realizar um balanço da situação da criança e do adolescente, evidenciando erros e acertos; e) buscar o consenso possível sobre as medidas que precisam ser tomadas construindo respostas ao mote principal da Conferência. 9. O Relatório é composto de quatro partes. A primeira parte apresentará uma definição aprofundada da Proteção Integral e suas maneiras de materialização, concluída com a identificação dos desafios centrais para sua efetivação em Barueri. Na segunda parte será apresentado o diagnóstico da situação da criança e do adolescente de Barueri, através do Diagnóstico da Proteção Integral. Na terceira parte será apresentada uma proposta para o Plano Municipal de Garantia dos Direitos das Crianças e Adolescentes de Barueri denominado “Barueri Legal: Cidade da Proteção Integral. A quarta parte desenhará uma proposta de estratégia para o seguimento da aplicação do Plano e uma proposta para o monitoramento das conclusões da Conferência”.

24


EIXO I – PROTEÇÃO INTEGRAL E C A: “Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.”

10. O reconhecimento dos direitos da

maiores que a Sociedade e o Estado devem

cidadania à criança e ao adolescente são a

conferir a essa população alvo, para

conquista mais recente na evolução histórica

operacionalizar a garantia dos seus direitos,

da consciência dos Direitos Humanos. No

que são: PROTEÇÃO INTEGRAL E

Brasil, é representada pela promulgação do

PARTICIPAÇÃO REAL.

ECA em 13 de julho de 1990/ Lei n° 8069.

12. A Doutrina da Proteção Integral,

11. A Convenção das Nações Unidas

estrutura básica do ECA já é conhecida e

sobre os direitos da criança e do adolescente,

difundida entre organizações e entidades que

nos convida a assegurar as duas prerrogativas

atuam na área social.

25


13 . Para o conjunto da população, no

16. A palavra direito significa que

entanto, ainda é algo obscuro e distante da

criança e adolescentes deixam de ser vistos

realidade. Além disso, mesmo as entidades e

como portadores de necessidades e carências,

organizações “sabem” muito, mas “praticam”

para serem reconhecidos como sujeitos de

bem menos do que o necessário para fazer

direitos exigíveis com base nas leis.

da proteção integral uma realidade.

17 . Ser sujeito de direitos significa que

14.. Compreender a Doutrina da Proteção

as crianças e adolescentes, passam a ser

Integral e fazer dela uma forma de ação

considerados em sua dignidade de pessoa

cotidiana e transformadora é o desafio que se

humana

apresenta hoje.

reconhecidos e assegurados os direitos

na

medida

que

lhes

são

fundamentais: à vida , à educação, à saúde,

15 . O ECA surge para dar materialidade

ao lazer, à convivência familiar, à dignidade

à Teoria da Proteção Integral e assim todas as

etc., cabendo a todos – família, Estado e

crianças e adolescentes passaram a ser

Sociedade – o dever de garantir estes direitos,

considerados como sujeitos de direitos, o que

com absoluta prioridade (conforme o Artigo

significa não serem mais tratados como objetos

227 da Constituição Federal).

passivos da intervenção da família, da sociedade e do Estado.

18 . Estes conceitos significaram e significam até hoje, uma verdadeira revolução nas práticas relacionadas às crianças e adolescentes: abandonar a idéia de crianças e adolescentes como possíveis menores infratores para considerá-los como merecedores de direitos próprios e especiais que, em razão de sua condição específica de pessoas em desenvolvimento, precisam de uma proteção especializada, diferenciada e integral; sair de uma visão parcial sobre a infância problemática para a visão universal dos direitos de todas as crianças e adolescentes, sair de uma prática punitiva para a prática da proteção. 19 . Com a criação do ECA, a cidadania passa a ser o princípio norteador; a legislação deixou de responder às “situações irregulares” e passou a considerar que as crianças e adolescentes devem contar com a proteção integral, para que seu desenvolvimento e amadurecimento sejam plenos e a família tem papel muito importante neste processo. 20. A Doutrina da Proteção Integral significa um grande avanço na formulação de políticas públicas na área de crianças e adolescentes, pois exige de cada um dos cidadãos, do poder público e da sociedade que coloquem crianças e adolescentes como prioridades de suas ações e preocupações.

26


21 Prioridade e preocupações integrais, o foco das ações atenções de cada pessoa ou instituição que entra em contato com uma criança ou adolescente, tem

a

obrigação

de

protegê-la

integralmente. 22. A proteção integral, exige a atenção integral, ou seja, é o conjunto dos direitos que deve ser garantido. Todas as crianças e adolescentes tem direitos a todos os direitos

e

a

Sociedade

(família,

comunidade e Estado) lhes deve um cuidado integral que lhes facilite/estimule o desenvolvimento integral. 23. O cuidado integral significa a responsabilidade de disponibilizar a atenção integral a todas as crianças e adolescentes em todas as fases e aspectos de seu desenvolvimento, mantendo uma visão global das dimensões da vida das crianças e adolescentes. 24. A proteção integral deve reconhecer

e

atender

todas

as

necessidades e direitos das crianças e adolescentes

consideradas

como

indivíduos. 25. Para atingir a proteção integral das crianças e adolescentes o ECA prevê os direitos fundamentais em cinco grandes áreas: vida e a saúde; liberdade, respeito e dignidade; convivência familiar e comunitária, educação, cultura, esporte e ao lazer e direito à profissionalização e proteção ao trabalho.

27


26. É na política de atendimento que o ECA revela sua capacidade de inovação com superação

descentraliza as decisões e permite a participação ativa da comunidade nos planos e gastos locais.

da visão e da ação assistencialista e paternalista: crianças e adolescentes têm direitos exigíveis com base na lei e podem levar aos tribunais os responsáveis pelo seu não atendimento ou atendimento irregular. 27. Este atendimento passará então a organizar-

30. Sendo assim, o ECA adotou integralmente o princípio da municipalização ou seja, a idéia é que cabe aos municípios a coordenação local e a execução direta das políticas e programas destinados à infância e adolescência, em parceria com as entidades não-governamentais.

se segundo os princípios da municipalização, da descentralização político-administrativa e da participação popular. 28

31. Municipalizar é permitir, por força da descentralização político-administrativa, que determinadas decisões políticas e determinados

. A Constituição Federal ampliou

serviços públicos sejam encaminhados e resolvidos

bastante a competência e as responsabilidades das

no âmbito do município, sem excluir a participação

cidades e da comunidade, reduzindo o papel da

e cooperação de outros membros da Federação

União. A municipalização da política atendimento

(União e estados) e da sociedade civil organizada.

à criança e ao adolescente é prevista na Constituição Federal. 29. Os municípios passaram a ser responsáveis

32. A política de atendimento à criança e ao adolescente é estruturada de acordo com os princípios: da hierarquia entre os poderes da União,

pela organização e manutenção dos serviços básicos

do

nas áreas de saúde, educação, assistência social. A

complementabilidade, com a articulação entre as

municipalização é uma forma de ampliar a

ações governamentais e não-governamentais em

democratização da sociedade brasileira porque

todos os níveis..

28

Estado

e

do

Município

e

da


33. O município é o espaço para a construção

37. Portanto, são as pessoas, cidadãos,

de uma rede de participação social de grande

moradores de Barueri que podem conceder às suas

capilaridade, entrelaçando as diferentes instâncias

crianças e adolescentes o cuidado total de que

de gestão, articulada ao conjunto das outras esferas

necessitam para seu desenvolvimento pleno.

da sociedade. 35. Pelo preceito constitucional

da

34.

municipalização

adolescentes têm rosto, nome e endereço.

regulamentado pelo ECA é no município que deve funcionar

o

Sistema

Municipal de Atendimento às crianças e adolescentes organizado para garantir a efetivação da proteção integral

de

maneira

É no município que as crianças e

É no município que as crianças e adolescentes

nascem,

crescem

e

desenvolvem-se. É no município que os problemas das crianças e adolescentes se apresentam no dia-a-dia. É do município a responsabilidade de responder às suas demandas, de praticar a proteção integral.

universal: a todas as crianças e adolescentes moradoras do município.

38. Todos podem/devem tornar-se agentes da proteção integral; formando um sistema de proteção

36. O município não é apenas uma delimitação

social que permite a efetivação, a vivência, de todos

nomeada de um território, mas o conjunto integrado

os direitos garantidos pelo ECA.

de pessoas que se relacionam, vivem, trabalham; onde ocorre a ação concreta de suas existências.

29


EIXO II – DIAGNÓSTICO DA PROTEÇÃO INTEGRAL DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE BARUERI

43.

O sistema Diagnóstico da Proteção Integral é parte do projeto Rede Criança Barueri desenvolvido com recursos da Fundação Telefônica e consultaria técnica da Kairós Desenvolvimento Social.

30


39. O Sistema Diagnóstico da Proteção

atuam na área de crianças e adolescentes na

Integral avalia a situação das crianças e

cidade possa desenvolver um processo de

adolescentes em cada bairro de Barueri. É uma

planejamento conjunto para aplicar a

metodologia inédita. Ela foi baseada na

proteção integral.

Doutrina de Proteção Integral preconizada

45. O Sistema Diagnóstico possui três

pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

características fundamentais: é um

Com este sistema podemos saber, em cada

sistema e não um produto, é abeto e dinâmico

bairro, quais são as principais questões a

e requer mecanismos permanentes de

serem enfrentadas na formulação das políticas

informação.

nesta área e avaliar depois os resultados alcançados.

46. O diagnóstico é um sistema porque não se esgota no seu primeiro resultado.

40. O sistema Diagnóstico nasceu de uma

Montado com base em indicadores locais

preocupação fundamental: como medir e

renováveis, este diagnóstico produzirá

acompanhar a Proteção Integral de todas as

informações periódicas na medida em que os

crianças e adolescentes da cidade? Como

dados forem atualizados. Vale aqui a

acompanhar e monitorar diferentes realidades

comparação entre uma fotografia e um filme:

nas diferentes regiões da cidade?

o Diagnóstico é um sistema de monitoramento

41. Assim, foram padronizados 41 Bairros

contínuo.

na cidade à partir dos setores censitários

47. Os resultados do diagnóstico são

definidos pelo censo do IBGE e as informações

apresentados em mapas. Há seis mapas

foram ligadas a o CEP de moradia das crianças

principais. O primeiro é o da Proteção Integral,

e adolescentes o que permitiu mapear a

que sintetiza todas as informações disponíveis

situação da proteção integral das crianças e

para avaliar cada bairro. Há também um mapa

adolescentes nas diferentes regiões da cidade.

para cada dimensão da Proteção Integral: vida

42. O Sistema é permanente e renovável.

e saúde; educação, cultura, esporte e lazer;

Periodicamente, novos dados serão inseridos

liberdade, respeito e dignidade; convivência

para manter sempre atualizadas as

familiar e comunitária; profissionalização

informações do diagnóstico e permitir

proteção no trabalho.

comparações ao longo do tempo. 44. Seu objetivo é criar condições para que o conjunto da rede de entidades governamentais e não governamentais que

31

e


48. Além disso, há mapas sobre temas

50. Pelos dados obtidos na primeira

específicos (como, por exemplo, gravidez

consolidação, percebe-se que 43 % do total

precoce, liberdade assistida, defasagem idade/

da população de crianças entre 0 e 18 anos

série, entre outros) e uma ficha detalhada para

vivem em áreas onde o Índice da Proteção

cada um dos bairros da cidade.

Integral é considerado crítico. Esta população

49. Para manutenção e alimentação

é moradora de oito bairros da cidade. 51. Mudar esta realidade é o nosso

contínua de dados, será criado o Comitê da Proteção Integral, com representantes de todas

grande desafio.

as entidades que fornecem dados para o sistema.

EIXO III

PLANO MUNICI BARUERI LEGAL: CI

52. O Conselho Municipal dos Direitos da

54. A formulação deste Plano Municipal

Criança e do Adolescente de Barueri tem

deve ser compreendida como um processo que

como principal função fazer com que o

vem se desenvolvendo nos últimos anos em

Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA

Barueri desde o momento em que a

seja cumprido. Isto significa aplicar a proteção

mobilização social foi suficiente para a criação

integral a todas as crianças e adolescentes de

do Conselho Municipal dos Direitos da

Barueri.

Criança

53.Tarefa complexa mas não exclusiva já que a Constituição Federal em seu artigo 227, sinaliza claramente que os direitos da criança

a

aprimoramento

preocupação da

com

atuação

o

para

operacionalização da proteção integral a todas as crianças e adolescentes de Barueri.

e do adolescente têm de ser considerados

55. Processo consistente e contínuo: a

deveres das gerações adultas. A família, a

cada nova gestão foram sendo acrescentados

sociedade e o Estado são explicitamente

elementos

reconhecidos como as três instâncias reais e

aprofundamento da compreensão do papel e

formais de garantia dos direitos elencados na

da atuação do CMDCA-Barueri.

Constituição e nas leis. Todos juntos devem assegurar os direitos; assegurar significa garantir; ou seja, reconhecer que podem ser

aprimoramento

e

56. Este processo foi de certa forma “animado” pelo desafio da municipalização. 57. O ECA adotou integralmente o

exigidos pelos detentores do direito: crianças e adolescentes.

de

princípio da municipalização ou seja, a idéia

32


CIPAL DE GARANTIA DE DIREITOS CIDADE DA PROTEÇÃO INTEGRAL é que cabe aos municípios a coordenação local

60. A tarefa é então descobrir meios e

e a execução direta das políticas e programas

maneiras de operacionalizar a proteção

destinados à infância e adolescência, em

integral de maneira contextualizada à

parceria com as entidades não-governamentais.

realidade de Barueri, envolvendo e chamando

É um processo amplo de empoderamento dos

à responsabilidade todos os envolvidos:

municípios , ou seja, poder local, da sociedade

família, sociedade e poder público constituído.

local. 58.

61. O principal desafio é pensar o melhor Então

cabe

ao

município

a

para as crianças e adolescentes de Barueri e

responsabilidade pela criação e manutenção

articular amplamente com a sociedade

de um Sistema Municipal de Atendimento, ou

barueriense

seja, definir e executar uma política municipal

operacionalizar o cuidado permanente e

de proteção integral para suas crianças e

integral e o estímulo adequado para o

adolescentes.

crescimento e desenvolvimento sadio e pleno.

a

melhor

maneira

de

59. A proteção integral significa reconhecer

62. O Projeto Rede Criança Barueri

as crianças e adolescentes como sujeitos de

permitiu o desenvolvimento do Sistema

direitos, reconhecendo e respeitando sua

Diagnóstico da Proteção Integral, com o qual

condição especial de pessoa humana em

foi possível mapear a cidade e conhecer as

desenvolvimento.

desigualdades na proteção integral nas diferentes áreas da cidade.

33


63.O presente Plano Municipal de

integrais, foram definidas três áreas de

Garantia de Direitos tem então um sentido de

atenção: Nascer Legal – ênfase na situação de

provocação, não no sentido do insulto, mas

concepção, gestação e desenvolvimento

de provocar/convocar nos diferentes atores

saudável dos bebês; Crescer Legal – ênfase no

sociais ações de alteração da realidade injusta

crescimento e desenvolvimento integral e

e desigual. Para isto é necessária a afirmação

saudável das crianças e adolescentes; Viver

do compromisso municipal para construção e

Legal – qualidade de vida e participação na

manutenção de uma sociedade adequada às

sociedade.

necessidades de suas crianças e adolescentes. Uma sociedade que fomenta e prioriza o desenvolvimento humano de seus cidadãos.

67.Dentro de cada uma destas áreas serão apresentadas as ações prioritárias com foco na

64. “BARUERI LEGAL – CIDADE DA PROTEÇÃO INTEGRAL”. tem um objetivo ambicioso: refletir e operacionalizar um grande esforço de mobilização (= mobilizar ações), ser uma idéia-força convocante, unificadora e impulsionadora de pensamentos, sentimentos e ações cotidianas e institucionais de proteção integral à criança e ao adolescente de Barueri. 65. Este Plano não pretende ser uma obra completa, fechada ou pronta, mas ser um

promoção, controle e defesa dos direitos definidos pelo ECA .

impulsionador de um processo contínuo de construção de um futuro melhor para nossas crianças e adolescentes. “BARUERI LEGAL – CIDADE DA PROTEÇÃO INTEGRAL”: explicita e articula uma série de compromissos a serem assumidos e defendidos agora, no

68. Serão também explicitadas as diretrizes de proteção geral e especial, os mecanismos de participação, formas de gestão/atuação e as atitudes compatíveis com a proteção integral desejada.

presente, por toda sociedade em busca de

69. O objetivo é facilitar a compreensão

mudanças reais na qualidade de vida das

comum, compartilhada, sobre o que é preciso

crianças e adolescentes de Barueri.

mudar para se alcançar e manter a proteção

66. Em busca da efetivação da Proteção Integral e reconhecendo que o processo de desenvolvimento das crianças e adolescentes assume peculiaridades que devem ser respeitadas e respondidas de maneira ajustada e integral, requerendo políticas específicas e

integral a todas as crianças e adolescentes em todas as fases de seu crescimento/ desenvolvimento de maneira integral, ou seja, considerando-se os aspectos físicos, mentais, sociais, morais e espirituais em condições de liberdade e dignidade

34


NASCER LEGAL 70. O cuidado e a proteção devem estar

interpartal aumentando assim as chances do

na base de todas as ações pela promoção da

bebê ser planejado e desejado.

vida.

74. Desde o início da gravidez deve

71. A melhor maneira de garantir um bom

existir o acompanhamento médico, com as

futuro para uma criança é com um bom

consultas de pré-natal e realização de todos

nascimento; isto começa com a garantia de

os exames obrigatórios.

que a criança foi desejada e tem “espaço”

76. O parto deve ser hospitalar e

dentro do projeto de vida dos pais, para isto é

assistido de acordo com seu grau de

necessário: Programas de Saúde Sexual e

complexidade.

Reprodutiva que permitam o conhecimento, a

escolha

e

o

acesso

a

métodos

77. Será estimulado o nascimento através

anticoncepcionais a todo o cidadão

de parto normal.

independente da sua situação marital.

78. A amamentação exclusiva até o sexto

72. As orientações ao processo de gestão

mês será estimulada e mantida durante o

da fertilidade devem ser desvinculadas do

primeiro ano de vida.

planejamento familiar, já que o exercício da

79. Como direito fundamental à vida,

sexualidade muitas vezes não está vinculado

deve ser mantido em constante queda o

à formação da família.

Coeficiente de Mortalidade Infantil de Barueri.

73. Esta estratégia busca prevenir a gravidez indesejada e controlar o intervalo

75.

Devem ser obser vadas as condições de segurança alimentar de todas as gestantes para proteger o desenvolvimento do feto.

35


CRESCER LEGAL

80.

Construir uma história de amor à criança e ao adolescente em todas as suas fases de desenvolvimento, com atendimento humanizado, aprimoramento técnico científico de todos os profissionais que lidam com crianças e adolescentes buscando a excelência; democratização da informação, multiplicação do conhecimento.

36


conhecimento existente em realidade mudando

81. Trata-se de pensar elencar as

a vida das crianças e adolescentes de Barueri.

oportunidades que as crianças e adolescentes terão nos primeiros anos de sua vida no que

86. Em busca desse ideal serão elencadas

diz respeito ao acesso à saúde, à educação,

algumas propostas de ações que podem impactar

ao saneamento básico e protegê-los

positivamente o desenvolvimento das crianças e

integralmente, principalmente da violência

adolescentes de Barueri.

doméstica, abuso sexual ou pelo trabalho

87. Puericultura Legal: toda criança deve ter seu

infantil.

crescimento e desenvolvimento acompanhado e

82. Desenvolver esforços coletivos de

avaliado

proteção integral para o

crescimento

maneira

contínua com registro das

e

desenvolvimento,

de

informações no Cartão da Criança.

principalmente com o

83. É preciso fortalecer a

desenvolvimento das

garantia do primeiro direito

competências

essencial: o direito à vida

pezinho” deve ser ampliado

familiares para cuidar

através da saúde, com

para permitir a prevenção

igualdade de atendimento e de

precoce de um maior

das

crianças

e

direitos a todas as crianças e

adolescentes. 84.

88. O “ teste do

Devemos,

portanto dar enfoques

número

doenças

adolescentes de qualquer

(atualmente previne duas,

condição.

mas pode chegar a doze).

89.

inovadores e integrais e

de

Imunização

adequada seguindo o

integradores,

valorizando todos os envolvidos na assistência

Programa Nacional de Imunização – PNI e

e educação das crianças e adolescentes,

também com as vacinas especiais.

rompendo fronteiras e focando ações junto às

90. Divulgação sobre a importância da

famílias e comunidades fortalecendo a atuação

estimulação

em rede. 85.

precoce

para

adequado

desenvolvimento neuro-psicomotor. Em sintonia com a Organização

91. Garantia de segurança alimentar com

Mundial da Saúde, as orientações da Unicef e

prevenção e tratamento das anemias carênciais.

de acordo com as metas do Milênio, temos

92. Protocolos médicos para assistência bem

como responsabilidade conjugar nossos

definidos.

melhores esforços para transformar o

37


93 Desenvolvimento de sistema de

97. Prevenção e tratamento das Doenças

proteção focado na prevenção, detecção e

Respiratórias da Infância – que é a primeira causa

tratamento de casos de maus-tratos e violência

de internação entre as crianças.

doméstica interdisciplinar.

98. Criação de ambulatórios especializados

94. Desenvolvimento de projeto de saúde

descentralizados (localizados nos bairros críticos

escolar de maneira interdisciplinar e

do diagnóstico)

interinstitucional para atividades de prevenção.

adolescentes,

95.

Criação

de

um

centro

para atendimento de com

capacitação

trabalhadores de saúde para este fim.

de

especialidades pediátricas, com ampliação das especialidades.

96. Atenção diferenciada/ humanizada para as crianças portadoras de HIV/Aids do município. 99. Criar fluxo de notificação obrigatória e tratamento das carências nutricionais de crianças até 10 anos de idade e obesidade em crianças até 5 anos, assim como obesidade mórbida nos adolescentes. 100. Promover ações, educativas e preventivas para diminuição dos acidentes e violências em todas as faixas etárias. 101.

Criação de cartilha e capacitação continuada para

capacitar os cuidadores: famílias, atendentes de creche, professoras e outros profissionais envolvidos. 102.

Criar mecanismos de supervisão para qualificar as

unidades de atendimento de crianças e adolescentes na aplicação da proteção.

38

dos


VIVER LEGAL 103. Nesta última década do

106. Enfrentar o desafio de desenvolver nossa

milênio, tem sido observado um

juventude, sem paternalismo, mas com a proteção

crescente interesse pelos assuntos da

necessária para garantir seu caminho rumo ao exercício

adolescência, especialmente pelos

pleno da cidadania, requer a elaboração de políticas

problemas que afligem ou são gerados

públicas, cuja implementação depende da existência de

por este grupo populacional. Para

profissionais qualificados, das mais diversas áreas,

implementar a proteção integral a este

entusiasmados e dedicados a esta tarefa.

grupo é importante considerá-los como pessoas em desenvolvimento, cidadãos em busca de reconhecimento e participação social.

adolescentes na faixa etária de 12 a 18 anos, Barueri não pode ignorar a energia, o espírito criativo, inovador e dessa juventude e,

tampouco, seu potencial de contribuição para o desenvolvimento da cidade.

relevância no futuro de nossa sociedade é necessário que o jovem tenha acesso a bens e serviços que promovam sua saúde, educação e bem-estar. É fundamental que a família e a sociedade os

indispensáveis para o desenvolvimento de um sentimento

processos

adolescência e juventude.

papel de agente de transformação social. 108 Todo adolescente precisa ser protegido e cuidado para desenvolver um sentimento de ser parte de uma família, de uma comunidade e de uma sociedade. 110. Os adolescentes discutiram seus problemas e consolidaram algumas propostas que de foram resumida

105. Para assumir papel de

compreendam

protegidos de participação e contribuição social, de responsabilidade e auto-estima, enfim, de resgate do

104. Contando com mais de 37 mil

construtivo

107. O adolescente tem direito, ao acesso a espaços

da

foram: criação de delegacia especializada para Adolescentes; criação de /centro de Referência para Adolescentes e Famílias; aumentar as opções de lazer com a participação dos adolescentes; maior divulgação sobre o ECA e os direitos dos Adolescentes; aumentar o número de escolas profissionalizantes; criar atendimento especializado para adolescentes na rede de saúde. 111. Pela relevância e pertinência tosas as propostas advindas dos adolescentes devem ser acatadas, sendo definidas as maneiras de sua implementação.

109. Para efetivar a participação dos adolescentes na formulação das políticas publicas foi realizada no dia 21 de junho de 2005 a pré-conferência municipal “MEUS DIREITOS PRA VALER, PRA VALER OS MEUS DIREITOS”.

39


PROTEÇÃO ESPECIAL

121.

Difundir por meio

de campanhas de comunicação e educação continuada para a população as práticas cotidianas de proteção integral.

40


112. Atenção intensa e especializada ao grupo de adolescentes. 113. Orientação sobre Saúde Sexual e Reprodutiva específica para adolescentes; 114. Criar Sistema de Notificação Obrigatória de violação ou ameaça de violação de direitos das crianças e adolescentes, com especial atenção ao reconhecimento, notificação e cuidado dos casos de violência. 115. Estimular o compromisso de todos os profissionais de educação e saúde com a proteção integral em sua totalidade. 116. Aperfeiçoar o funcionamento do Conselho Tutelar, do ponto de vista das formas de atuação e estrutura de funcionamento. 117. Consolidar a organização e funcionamento em rede de todo o atendimento a crianças e adolescentes. 118. Assumir responsabilidade individual e institucional sobre a garantia da proteção integral a cada criança e adolescente. 119. Garantir a inclusão em programas de complementação de renda e apoio social a todas as famílias com crianças até seis anos. 120. Tornar permanente o sistema de informações de crianças e adolescentes (Sistema Diagnóstico da Proteção Integral). 122. Criar mecanismos de diagnóstico e cuidado especializado precoces de forma a reduzir os danos ao desenvolvimento de crianças portadoras de necessidades especiais. 123. Capacitar os profissionais da saúde e educação para detecção dos casos e acompanhamento das crianças com necessidades especiais. 124. Criação de centro de diagnóstico, tratamento e recuperação para crianças portadoras de necessidades especiais com equipe multiprofissional.

41


125.

Atenção especial aos grupos

discriminados por questões étnicas, com políticas

127. Divulgação e capacitação para o uso da Linguagem Brasileira de Sinais – LIBRAS.

específicas. 126.

Garantia de todos os direitos

especiais e protetivos às crianças e adolescentes portadoras de necessidades especiais.

EIXO IV – ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTO PROCESSO DE SEGUIMENTO DO PLANO “BARUERI LEGAL: CIDADE DA PROTEÇÃO INTEGRAL” 128. O CMDCA Barueri terá papel coordenador e articulador no processo de aplicação do Plano. 129. No exercício desse papel terá prioridade a atuação em rede que já vêm sendo aplicada e desenvolvida através do projeto Rede Criança. 131. Periodicamente serão realizados

seminários

abertos, amplamente divulgados

para

d i s s e m i n a r informações sobre o andamento do plano.

130. Será criada uma área dentro do site: www.redecrianca.barueri.sp.gov.br para divulgação das informações sobre o andamento da aplicação do Plano.

42


submetidos à avaliação todas as ações e

132. As conclusões da 5ª Conferência

encaminhamentos feitos.

Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Barueri serão consolidadas

137. Finalmente, é fundamental

em Relatório. Este relatório será publicizado

compreender que a tarefa de transformar

e enviado ao Executivo, Legislativo,

Barueri na cidade da Proteção Integral é um

autoridades, parceiros, lideranças da

processo contínuo que não começa e nem se

sociedade civil a fim de que possa subsidiar o

esgota nesta Conferência. Daí que, articular,

processo de monitoramento e aplicação das

sensibilizar, mobilizar, definir atribuições dos

conclusões.

diversos pontos de integração do Plano

133. O monitoramento das conclusões

“Barueri Legal: cidade da Proteção Integral” é

é de responsabilidade de toda a sociedade

atribuição de todos indistintamente, cabendo

barueriense, através de suas organizações

definir metas, mecanismos de monitoramentos,

MONITORAMENTO DAS CONCLUSÕES DA CONFERÊNCIA públicas ou da sociedade civil. Cabe ao

acordos e compromissos institucionais,

CMDCA produzir informações e subsidiar

interinstitucionais e pessoais.

permanentemente este processo.

138. A cada momento podemos estar

134. Será construída uma rede de

compondo e integrando o Plano “Barueri

informações com o conjunto dos delegados,

Legal: cidade da proteção integral”,

lideranças sociais e gestores públicos a fim de

compreendendo e enfrentando as dinâmicas,

consolidar um processo de comunicação

ritmos e as limitações de cada etapa e processo

permanente que propicie a troca de

de sua aplicação.

informações.

139. Levar a Proteção Integral a todas as

135 O CMDCA produzirá relatórios

crianças e adolescentes de Barueri é dever de

periódicos das suas atividades a fim de

todos e pode começar já.

subsidiar o processo de monitoramento. 136. O principal momento de avaliação

Barueri, 07 de julho de 2005.

do processo empreendido a partir da 5ª Conferência será realizado através do processo da 6ª Conferência na qual serão

43


Esta publicação foi desenvolvida com recursos do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente - FUMCAD de Barueri

Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA Barueri Gestão 2003/2005 Presidente – CMDCA Barueri: Eduardo Assarito Vice Presidente – CMDCA Barueri: Marcondes Alves de Lima Secretária – CMDCA Barueri: Sandra Lúcia Costa Ferreira Secretário do Fumcad - Barueri: Pedro Rodrigues Conselheiros CMDCA Barueri (ordem alfabética): • Aldemirte Rezende Campos • Célio Simões dos Santos • Dario Steller de Moura • Edilene Martins Gomes • Eduardo Assarito • Fernando Tadeu Valente • Giovanna Ap. de Carvalho Sales • Helio de Jesus Caldana • Hélio Edson de Almeida • Ivanete Ataíde Antunes Souza • Ivani Ataíde Antunes Valadares • Joelma Aparecida de Freitas • Julio Cesar Nardini • Marcondes Alves de Lima • Maria Lúcia Moura Juliani • Marileusa Marques dos Santos • Pedro Rodrigues • Ricardo Neves de Souza • Rosângela Franzese • Sandra Lucia Costa Ferreira • Sergio Tadeu Eleutério do Nascimento • Tânia Zicardi Nardini • Vera Lúcia de Oliveira • Verailda Coelho Cerqueira Boton. Apoio: Prefeitura Municipal de Barueri EXPEDIENTE: Redatora: Rosângela Franzese PROJETO GRÁFICO: Mìdia Transgênica DIAGRAMAÇÃO: Anna Carolina Lauriano DIREÇÃO DE ARTE: Marcelo Carvalho FOTOS : Pré-conferência André Nicoleti • Conferência : Marcelo Carvalho REVISÃO: Rosângela Franzese



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