SUMÁRIO 08 | Tecnologia e Infância O grande desafio é aprender a focar nos problemas, sem agredir a essência da criança, equilibrando tomada de decisões e firmeza
10 | Comida e Criatividade Saiba como comer bem de forma divertida!
12 | Quando levar seu filho ao pediatra? Conforto aliado às tendências é possível?
16 | Os Pais educam, a Escola ensina
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O grande desafio é aprender a focar nos problemas, sem agredir a essência da criança, equilibrando tomada de decisões e firmeza
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Geração Alpha | 21 Conectados desde o berço, essa geração traz novos desafios aos pais.
Indepêndencia da criança | 24 A independência da criança depende em muito da capacidade dos pais em encontrar um ponto de equilíbrio entre a proteção e a liberdade na educação dos filhos.
Decorar, conhecer e inovar | 28 com as tendências Os tradicionais tons de rosa para menina e azul para menino ganham personalidade e deixa o ambiente sofisticado e aconchegante.
O Frio chegou! | 32 Conforto aliado às tendências é possível?
O que fazer para estimular seu | 36 filho a ler mais Como convencer os pequenos a largar joguinhos e a TV e abrir um livro.
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editorial
Bem Vindo
a primeira edição da revista Vida de Criança!
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essa edição da Revista Vida de Criança abordaremos um tema bastante atual e temos certeza que você está querendo saber mais sobre isso - vamos falar sobre a GERAÇÃO A. Hoje os pequenos estão cada vez mais ligados à tecnologia e nessa edição você vai entender o que é essa nova geração e suas características. Ainda aliado a este tema, o psicólogo Anderson Scalvi escreveu um artigo para nos contar sobre os desafios e como melhor aproveitar essa fase. Na seção Educação vamos falar da importante relação dos pais com a escola, onde um educa e o outro ensina. E já que o assunto do momento é Tecnologia, na seção que leva este nome, traz dicas para as crianças equilibrarem os jogos e o aprendizado. Quando o assunto é Moda, a estilista Rafaela Marques dá valiosas dicas de como vestir bem os pequenos, aliando conforto e tendências. Com essa rotina maluca que temos hoje em dia algumas coisas acabam passando, mas o que não pode passar é a atenção à Saúde. Nessa seção você saberá quais os períodos para levar seu filho ao pediatra. Se inserir frutas e verduras na alimentação está difícil, saiba como mudar isso com dicas para deixar o prato mais atrativo e saboroso. Falando em criatividade, saiba como deixar o quarto das crianças mais aconchegante e alegre utilizando a combinação de cores na seção Decoração. Quer saber algo mais sobre a Geração A? Envie um e-mail para comunicacao@vidadecrianca.com.br que te ajudaremos.
revista
VIDA DE
CRIANÇA Editor Chefe Jean dos Santos Reportagem alexandre ferreira Janaína Bassan Jéssica rodrigues sandro silva Jean dos Santos Revisão alexandre ferreira Diagramação Pamela Souza Jean dos Santos Criação de Anúncios alexandre ferreira sandro silva Jean dos Santos Colaboradores desta edição Anderson J. Scalvi rafaela marques Impressão GRÁFICA ****** Foto de capa ITOCK Tratamento de imagem Jean dos Santos
Boa leitura! Você sabia que as edições da Revista Vida de Criança estão disponíveis na integra no iPad e também na plataforma Android? Basta instalar seu aplicativo e se divertir. Continue conosco curtindo nossas redes sociais: facebook.com/vidadecrianca
A revista Vida de Criança é uma publicação da Editora ONE. www.editoraone.com.br Todos os direitos reservados.
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artigo | colaborador
Tecnologia e Infância O grande desafio é aprender a focar nos problemas, sem agredir a essência da criança, equilibrando tomada de decisões e firmeza
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o olharmos para nossa infância lembramos as brincadeiras, nossos jogos, tínhamos um universo em nossas mãos. Usávamos apenas nossa imaginação e pronto! Tudo acontecia. Hoje, vemos as interações sociais das crianças, em sua maior parte vivida no âmbito tecnológico, em jogos ou redes sociais. A tão chamada geração A tem hoje um universo de coisas e suas mãos literalmente, porém, estão diminuindo o seu universo interno, relacionamentos, as famosas conversas frente a frente estão ficando cada vez mais no ambiente escolar apenas. Entendemos que, além da facilidade de acesso a esses aparelhos, a necessidade de acompanharmos nossa evolução tecnológica e a segurança, principalmente em grandes cidades contribuiu para esse “isolamento pessoal”. Ficamos cada vez mais fascinados com a capacidade de aprendizado rápido dessa geração com a tecnologia, isso acontece devido terem nascidos nesse mundo atual,
seu desenvolvimento já é com um aparelho em suas mãos, diferentes das gerações anteriores que já estavam desenvolvidos quando se viram obrigados a entender essa tecnologia.
Essa fala de Aranha corrobora com Piaget (1975) em que a criança tem a necessidade de viver cada fase de sua infância para poder ter um bom desenvolvimento, elaborando e vivendo suas brincadeiras.
Se por um lado ganhamos em melhorias de sistemas e comunicação, que nossas vidas ficaram em muitos aspectos mais fáceis graças à tecnologia em um contexto geral: escola, empresa, vida pessoal, comunicação, etc... Diminuímos nossa imaginação. Não criamos mais nossos mundos, nossas lutas, brincadeiras e desafios, está tudo pronto, sem maiores esforços.
Dessa forma, entendemos que a tecnologia é essencial ao desenvolvimento humano, porém o uso da mesma deve ser feito de forma construtiva, permitindo que a criança viva nesse mundo, mas também crie seus mundos.
O pediatra Aranha(2013) disse em uma entrevista:
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É importante que a criança desenvolva primeiramente a criatividade e o raciocínio, para depois utilizar os meios eletrônicos livremente, sem se tornar dependente da tecnologia. Hoje em dia, as crianças são cada vez mais consumidoras e menos criativas em todos os níveis – ação, emoção e pensamento - e isso é um grande perigo.”
Anderson J. Scalvi Psicólogo - CRP: 06/122438 colaborador@vidadecrianca.com.br
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hastes flexĂveis com pontas de algodĂŁo
aimentação alimentação
Comida e Criatividade Saiba como comer bem de forma divertida! Texto: Janaina Bassan | Foto: Shutterstock / Divulgação Internet
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er filhos que comem de tudo, principalmente frutas, legumes e verduras, parece ser o sonho da maioria das mães, não é? Pois bem, e se oferecer ao seu filho uma refeição composta de suposta “mini árvore”, “casinha dos sonhos” ou “vagens do poder”?. Estimular a imaginação do seu filho, mudará a forma e a vontade dele querer comer determinados alimentos. Dar nomes divertidos à comida faz as crianças pensarem que vai ser mais legal comê-las, pois a mudança causa uma expectativa diferente em relação ao alimento, mesmo que a comida seja a mesma. É importante que os tornem prazeroso aos filhos o consumo de verduras, legumes, frutas, folhas, cereais, grãos, carboidratos, proteínas, fibras, gorduras e, principalmente, a ingestão de água.
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Abuse das cores, texturas na montagem dos pratos, e isso torna o prato mais atrativo e divertido, o que é especialmente importante para crianças pequenas, que não conseguem entender a importância de uma alimentação saudável. As cores dos alimentos indicam as propriedades nutricionais, ou seja, uma comida colorida mostra que é um refeição com todos os nutrientes necessários.
As frutas, verduras e legumes podem ser agrupadas por cores. Laranja As cenouras e as abóboras são fonte de vitamina A, essencial para cuidar da pele e dos olhos e contém betacaroteno, uma substância que fortalece a imunidade.
Verde Os alimentos de folhas verdes, espinafre, ervilha, brocolis, contribuem com fibras e vitaminas e são excelentes fontes de minerais, como cálcio, ferro e fósforo.
Roxos Amoras, uvas, potencializam a memória, têm substâncias protetoras a problemas como infecção urinária, além de vitaminas e minerais.
Vermelho Melancia, tomate, morango são antioxidantes e ricas em vitamina C.
Branco Couve-Flor, ovo, alho, cebola, tem vitamina K, que é excelente para o crescimento.
POR FIM Não é preciso incluir todas as cores em uma única refeição, mas é importante que as crianças consumam esses alimentos ao longo do dia. Além de melhorar a saúde, vai estimular a alimentação, pois as crianças costumam usar muito o recurso visual como incentivo na hora de comer.
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saúde
Quando levar seu filho ao pediatra? Mesmo em idade escolar, visitas periódicas ao pediatra são recomendadas. fonte: UNIMED | Foto: Divulgação Internet
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om que frequência você costuma levar seu filho ao pediatra? Geralmente, após o primeiro ano de vida do bebê, as consultas se tornam mais espaçadas e, muitas vezes, ocorrem apenas quando o pequeno apresenta alguma complicação. Porém, consultas de rotina são essenciais até os 18 anos de idade para prevenção de doenças e promoção da saúde integral – o pediatra atua como um educador em saúde. Ele é a pessoa indicada para avaliar e fornecer informações sobre nutrição adequada, imunização, avaliação do crescimento e tantos outros temas ligados ao dia a dia.
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Escolher um pediatra que acompanhe a criança desde o nascimento é uma das formas de estabelecer um vínculo intenso e de confiança, tanto para os pais quanto para o filho. Com o passar do tempo, a relação de proximidade passa a ser um facilitador nas consultas, pois a criança tende a participar de modo cada vez mais espontâneo e ativo, expondo suas queixas e suas necessidades.
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FILHINHOS DA MAMÃE
Em dia com as vacinas do bebê
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educação
Os Pais educam, a Escola ensina O grande desafio é aprender a focar nos problemas, sem agredir a essência da criança, equilibrando tomada de decisões e firmeza Texto: Janaina Bassan | Foto: Shutterstock
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primeira forma de educação que a criança recebe é a dos pais, que será o espelho e a referência, ou seja, o comportamento vai refletir as atitudes da família.
Uma família desestruturada por brigas constantes, pela droga ou o abuso do álcool, sem dúvida, será responsável pelas primeiras manifestações da criança no meio social. Por exemplo, um menino ou menina de comportamento tímido e retraído, com dificuldade na aprendizagem e no relacionamento com os colegas, pode indicar problemas originados em casa. Algumas atitudes erradas dos pais quanto à postura a ser tomada frente à educação dos seus filhos e somadas ao medo de serem vistos como ultrapassados, levam
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muitos a abrirem mãos da sua autoridade e deixarem que seus filhos tracem seus próprios destinos. O grande desafio é aprender a focar nos problemas, sem agredir a essência da criança, equilibrando tomada de decisões e firmeza. Comportamentos indevidos devem ser reprimidos, porém as emoções não podem ser anuladas. Equilibrar afeto e limite parece ser um dos desafios mais difíceis de ser alcançado. O comportamento e postura da família trazem consequências muito importantes na educação e formação do caráter dos filhos. Daí a importância da uma boa educação para o desenvolvimento do conhecimento da criança,
educação
antes mesmo do início da vida escolar. Assim como aprender a manusear os objetos, a comerem sozinhos, escovar os dentes e fazer corretamente as necessidades fisiológicas, a articulação das primeiras palavras e a sua correção, subsequente, da maneira de falar, são modos básicos de se fazer o desenvolvimento da criança. A educação é a que marca e permanece com a criança durante toda a sua caminhada até a vida adulta. A escola é um ambiente no qual a família não está presente, mas nela o aluno apresenta os costumes e hábitos vivenciados e aprendidos dentro da sua casa. Com isso, o acompanhamento e a relação desta família são indispensáveis para que o aluno se insira no ambiente escolar sem problemas de comportamento e aprendizagem. Os pais são os primeiros e mais importantes parceiros da escola. Por isso mesmo convém repetir uma sabia definição da didática voltada para a infância: “A qualidade da Educação Infantil depende, cada vez mais, da parceria entre a escola e a família. Abrir canais de comunicação, respeitar e acolher os saberes dos pais e ajudar-se mutuamente. Eis algumas ações em que as únicas beneficiadas são as nossas crianças pequenas” (Carraro, 2006). Quando a criança começa a frequentar o ambiente escolar, os pais precisam estar atentos ao relacionamento do filho com professores, alunos e funcionários, pois a convivência neste ambiente pode ser bem diferente do que é ensinado em casa.
Foto: Shutterstock
segundo ambiente mais importante na vida social de um ser humano. É lá que, com a ajuda dos educadores, que um sujeito vai se constituindo como ser pensante, questionador. Para isto é preciso que a família e a escola acreditem umas nas outras e que as mesmas estimulem a criança sempre a avançar no seu caminho escolar. Os pais devem acreditar no seu potencial e assim participar mais ativamente da vida escolar de seus filhos. As crianças vêem inicialmente o mundo através dos olhos de um adulto e, até que possam ter autonomia, precisamos mostrarlhes uma visão de mútuo respeito, valorização, admiração e gratidão ao próximo.
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A escola é um ambiente no qual a família não está presente, mas nela o aluno apresenta os costumes e hábitos vivenciados e aprendidos dentro da sua casa. Com isso, o acompanhamento e a relação desta família são indispensáveis para que o aluno se insira no ambiente escolar sem problemas de comportamento e aprendizagem.
Por fim, a escola não é a única responsável pela educação de uma criança. Tal processo deve ser compartilhado com a família e não se transferindo esta responsabilidade somente para a escola, pois assim não haverá triunfo no processo de aprendizagem do seu filho.
Pode-se afirmar que a escola é o VIDA DE CRIANÇA | JUNHO 2016 | 17
GERAÇÃO ALPHA
Conectados desde o berço, essa geração traz novos desafios aos pais.
Texto: Jean Mendonça | Foto: ITOCK
Já ouvimos falar da geração X, que são os nascidos entre as décadas de 60 e 70; a geração Y, nascidos na década de 80; geração Z, nascidos nos anos 90. Mais recentemente surgiu a Geração Alfa, que se refere às
crianças que nasceram a partir de 2010. Essas divisões se referem a uma série de características que cada categoria traz, influenciadas pela história e a cultura de uma época específica. O principal ponto que define a geração alfa é o amplo acesso à informação e à tecnologia, disponíveis e estimulados desde o nascimento dessa geração.
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Nossa geração se vê encantada com estas habilidades e nos pegamos surpresos com a capacidade e facilidade de nossos filhos em lidar com este universo
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om três anos de idade, seu filho pede um aparelho eletrônico de presente. Pode ser um tablet ou celular. Ou então ele só fica quieto quando está entretido com vídeos e jogos do tablet? Situação complicada, pois essas “babás eletrônicas” chegaram para conquistar as preferências das crianças, mesmo as bem pequenas. E se em sua casa seu bebê de 1 ano e pouco já sabe passar os dedinhos sobre a tela e encontrar o conteúdo que ele procura, acalme-se. Essa geração já tem nome: Geração Alfa, que são os nascidos a partir de 2010, que já vieram ao mundo cercados de tecnologia.
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“O mundo não precisa formar mais gente que pense igual aos outros, precisa de gente que pense diferente.” (Denis Russo).
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Geração Alpha
De acordo com o psicólogo Sérgio Félix, essas crianças não podem ser chamadas de superdotadas. “Os termos que descrevem e classificam uma criança como superdotada são outros. Os superdotados ou crianças de altas habilidades apresentam uma inteligência significativamente superior à média. Alguns tendem a considerar a geração alpha como superior às demais, no entanto, falar em superioridade desta geração de forma genérica é arriscar tomar a parte pelo todo”, explica. E é aí que mora o perigo. Não se deve confundir essa criança com um ‘pequeno e sábio adulto’. É claro que esta geração tem aptidões e habilidades que nascem pela exposição precoce aos meios tecnológicos e, para essas crianças,isso se dá sem grande esforço. A tecnologia está em praticamente todo o seu cotidiano! Essa é a grande diferença dessa nova geração: enquanto para as outras gerações a tecnologia era algo novo a ser aprendido e incorporado, a geração alfa tem isso desde o início da vida. “O que se nota é que são crianças que, em sua maioria, dominam determinadas tecnologias com maior competência em relação às gerações anteriores, mas não, necessariamente, por serem dotadas de habilidades extraordinárias. Isso acontece por terem à sua disposição as ferramentas que as auxiliam
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neste sentido desde sempre”, explica Patrícia. Além disso, há um incentivo dos adultos em relação à exploração destes dispositivos e a e imitação da criança em relação ao uso ou até abuso que, seus próprios pais, fazem destas tecnologias.
Educação e Ensino Nas escolas, a tendência é que o foco deixe de ser o conteúdo para se tornar o aluno. Ele é quem estará no centro. Os especialistas acreditam que o professor será um mentor, as aulas serão baseadas em projetos, as classes vão misturar crianças de idades e perfis diferentes. Tudo isso, dito no futuro, porque essas ideias estão apenas começando a brotar nas escolas brasileiras. Em casa, a educação já está mais horizontal, menos hierárquica e estabeleceu-se uma relação de troca entre pais e filhos. A geração Alpha vive um momento em que se preza a diversidade e a espontaneidade. Não é necessário ter um papel definido, cada um tem suas “subidentidades”. A tendência é que, em um futuro não muito distante, o aprendizado seja customizado, com materiais apropriados de acordo com o perfil da criança e focado no que ela gosta, precisa e sabe fazer.
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A gente ainda é a figura de autoridade, mas isso não quer dizer autoritarismo. Temos que passar valores, ética.
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Crianças superdotadas?
Geração Alpha
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Essa geração vai aproveitar o que chamamos de ‘slash’ ou ‘barra’: você pode ser jornalista / escritora / blogueira / mãe.
Controlar os horários que os filhos usamessas tecnologias não é algo muito fácil, porém é fundamental! O excesso pode levar a algum tipo de alienação e é importante que toda criança experimente muitas formas de ver e de se relacionar com o mundo ao seu redor. É necessário que o seu pequeno esteja diante de alguém, olhando, tocando, falando, sentindo o cheiro e o sabor do momento. Isso ainda é uma experiência naturalmente insubstituível! Portanto, é importante determinar horários porque isso faz parte do papel dos pais como educadores. As regras e rotina são essenciais e tranquilizantes para a criança, e cada família deve ponderar o que é adequado para a sua realidade. É preciso estar sempre atento aos exageros, para mais ou para menos, e estar sempre próximo. Os pais precisam entender que as crianças não têm senso de limite, e por isso, é importante que se não for determinado e aplicado desde cedo, elas podem crescer sem limites, ansiosas e até mimadas. Outras medidas podem ser oferecidas como passeios em parques, brincadeiras com os amiguinhos e visitas a museus, entre outras atividades que podem até melhorar a convivência em família. “Mais do que temer as tecnologias, que são inerentes e importantes em nossa rotina atualmente, me
preocupo em mostrar formas de entretenimento saudáveis, como livros, jogos e contato com a natureza. Se isso for apresentado desde cedo, é bem provável que a criança descubra prazer em se divertir sem precisar de videogame, smartphones e tablets da vida...”, conta a jornalista Gabriela Besson.
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Para as crianças, tudo isso que elas estão vivendo é natural, nós é que estamos assustados e nem sempre sabemos lidar com tantas mudanças.
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Limites e horários
Proibir é o melhor caminho? Impedir que o filho tenha contato com essas tecnologias não é uma boa opção.Isso pode atrasar o desenvolvimento de uma criança, gerando consequências negativas, como retardo no aprendizado, a exclusão de grupos sociais ou problemas em realizar e desenvolver trabalhos escolares.E, se por um lado os pais tentam impedir que os filhos utilizem essas tecnologias, cada vez mais escolas de todo o país estão trazendo o uso de aplicativos em suas aulas como um complemento do ensino.
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PSICOLOGIA
Indepêndencia da criança: A autonomia que carece de suporte A independência da criança depende em muito da capacidade dos pais em encontrar um ponto de equilíbrio entre a proteção e a liberdade na educação dos filhos. Texto: Jean Mendonça | FotoS: Pinterest
O que é independência? O significado de independência está ligado a um estado em que a pessoa não se encontra sob o domínio de força superior ou influência. Além disso, podemos entender independência num sentido próximo das palavras autonomia, autossuficiência e liberdade. Quando falamos da independência infantil, estamos tratando do âmbito da conquista de habilidades e características, como organização e administração do tempo de estudos e diversão, sociabilidade desenvolvida entre outras.
Winnicott usou a expressão mãe suficientemente boa. Essa expressão indica um ambiente em que a atitude parental está no ponto médio entre a superproteção e a negligência, que são os extremos.
Como uma criança pode se tornar independente? Muitos pais acreditam que a independência da criança dependa exclusivamente do “deixar fazer”, ou seja, dar liberdade para que a criança tenha suas próprias experiências. O que não se pode deixar de ter em mente é que, para a criança, muitas formas e conteúdos do mundo adulto ainda não são facilmente compreensíveis. Nesse sentido, a criança precisa de referências. Para Winnicott, conhecido autor da psicanálise inglesa, toda criança nasce com uma independência em potencial que pode, ou não, se concretizar a partir da ação de um ambiente que facilite esse processo. Para descrever esse ambiente, 24 | VIDA DE CRIANÇA | JUNHO 2016
Assim, a criança recebe as doses ideais de proteção e liberdade, isso porque está configurado um ambiente atento às necessidades adaptativas de cada criança. Esse ponto de equilíbrio corresponde ainda a um afastamento gradativo da atuação parental. Um bom exemplo para entender essa diminuição é o ato de ensinar uma criança a andar de bicicleta. Inicialmente os pais criam o aparato: instalam rodinhas, compram capacete, joelheira e cotoveleira e, além disso, seguram a bicicleta. Gradativamente a ação dos pais vai
diminuindo. A criança já não precisa ser segurada e logo vai dispensar as rodinhas da bicicleta.
Como os pais podem ajudar? A palavra de ordem com relação à independência infantil é atenção. Os pais podem ajudar seus filhos se estiverem atentos às suas necessidades, sejam elas de carinho ou de espaço. Estar atento significa perceber os momentos em que a estimulação da independência é oportuna. Isso porque muitas crianças podem entender essa estimulação como abandono. Conhecer os gostos e anseios dos filhos é a principal forma de auxiliá-los a construírem os próprios caminhos e isso demanda passar tempo com as crianças. Outra importante ação dos pais é compartilhar as próprias experiências, incluindo deficiências e limitações. Pais que assumem uma postura de que sempre se comportaram de forma irrepreensível, na intenção de servir de modelo para os filhos, podem se tornar modelos distantes e inalcançáveis. Mostrar erros e incapacidades é mostrar-se humano e essa é uma atitude que em muito favorece o desenvolvimento da independência infantil.
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NÓS ESTAMOS DE VOLTA
E COM MUITO MAIS SABOR
decoração
Decorar, conhecer e inovar com as tendências Os tradicionais tons de rosa para menina e azul para menino ganham personalidade e deixa o ambiente sofisticado e aconchegante. Texto: Jéssica Rodrigues | Foto: Pinterest
O
ano de 2016 é de cores suaves na decoração, Rosa Quartz e Azul Serenity, são as escolhidas como cor do ano. Elas traduzem alegria, inocência e sensação de ordem e paz no ambiente. Na decoração infantil a escolha das cores pode refletir na personalidade que começa desapontar nas crianças. Pode – se dizer que na hora de pensar em decorar é importante conhecer as tendências de cores, não para segui –las como regras, mas para ter referencia e inspiração.
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Os tons podem surgir de formas diferentes, mas de forma geral, as paredes ganham as paletas mais suaves. As tendências de cores não vale apenas para as paredes, devemos lem brar-nos dos quadros, molduras e móveis. Além da beleza e da praticidade, a segurança é um aspecto que deve estar na cabeça de quem for planejar um ambiente infantil.
Rosa delicado, que combina perfeitamente com a tranquilidade de um quarto infantil. Harmoniza com outras cores, tanto suaves quanto fortes, que podem determinar a personalidade do ambiente.
O azul serenity também inspira tranquilidade e suavidade, como o próximo nome diz, serenidade. Assim como o rosa quartzo, ele tem abrange várias combinações de cores, tanto com cores suaves quanto mais fortes, dando ao ambiente um contexto único.
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moda
O Frio chegou! Conforto aliado às tendências é possível? Texto: Rafaela Marques | Foto: Pintrest
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ssim como o segmento de moda adulto, o infantil passa por mudanças a cada estação do ano. Mas o que marca e diferencia o adulto do infantil? Sem dúvidas, é o tipo de modelagem que permite o conforto e a liberdade para as crianças brincarem e se divertirem. O Outono-Inverno 2016 Kids vem com uma variedade de referências e tendências que não só aquecem os pequenos como garantem estilo. Nesta estação, tanto para as meninas como para os meninos, está em alta o Denim (jeans bem mais confortável e mole) e o “Mine Me”, onde Pais e Filhos se vestem iguais desde bebês a crianças, essa moda chegou para ficar para alegria dos papais. Para as meninas, a calça boot cut (ou flare) estará constante nas lojas, veio com a boca da calça levemente
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mais aberta, não muito para não prejudicar o caminhar. A calça estilo pijama também conquistou a meninada! Tecidos florais, pele fake e conjuntinhos encantam o universo feminino. Já para os meninos, jaqueta jeans com moletom, trazem estilo e um toque urbano. Sobreposições, calças de sarja, t-shirts com estampas a seco e camurça, trazem versatilidade e remetem ao “estilo lenhador”. Para as mamães que adoram caprichar na produção dos seus pequenos, o que não vai faltar nesta estação são peças bacanas e descoladas para usar a criatividade e brincar com as sobreposições divertidas! Aquecendo não só de roupas, mas de carinho e cuidado com seus filhos.
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Calça estilo pijama também conquistou a meninada! Tecidos florais, pele fake e conjuntinhos encantam o universo feminino.
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Sobreposições, calças de sarja, t-shirts com estampas a seco e camurça, trazem versatilidade e remetem ao “estilo lenhador”.
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Mine Me”, onde Pais e Filhos se vestem iguais desde bebês a crianças, essa moda chegou para ficar para alegria dos papais.
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Denim (jeans bem mais confortável) .
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tecnologia
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Dicas
O que fazer para estimular seu filho a ler mais Como convencer os pequenos a largar joguinhos e a TV e abrir um livro. texto: Sandro Silva | Foto: Shutterstock / Divulgação Internet
Estudos comprovam que a leitura ajuda a desenvolver o cérebro, ter melhor desempenho acadêmico e até mesmo a criar uma sociedade mais igualitária. Estimular crianças a tomar gosto pelos livros é uma
missão importante de pais e educadores. Como convencer os pequenos a largar joguinhos e a TV para abrir um livro? Pensando nisso, reunimos
algumas dicas de como estimular os pequenos (ou nem tanto) a ler mais. As férias escolares podem ser uma boa oportunidade para colocá-las em prática!
Seja exemplo
escolhem um título e compartilham as impressões depois. Não tenha medo de dizer que não gostou de um livro e as razões para isso. Assim, a criança pode compreender que existem diferentes tipos de obras e que é possível deixar uma obra de lado e começar outra.
relacionada a leitura, como encontros com autores, debates e cotações de histórias. Nas bibliotecas, também é possível começar a compreender obrigações e responsabilidades.
Ainda que seja um consenso dizer que é importante ler, 70% dos brasileiros adultos não leram nenhum livro em 2014, segundo uma pesquisa da Fecomercio-RJ. Como a leitura é um ato cultural, é importante que os adultos desenvolvam esse hábito para que a criança também aprenda a desenvolver. “A partir do momento que você está em casa engatinhando, você vê o seu pais lendo um jornal, um livro, uma revista, aquilo automaticamente passa a fazer parte da sua vida”, diz o Michelato.
Crie um momento de leitura Use momentos em família para atualizar a leitura. Você com seus livros, as crianças com os delas e conversem sobre o tema. “Além de ser importante ser um exemplo, é bacana mostrar para a criança o que está lendo. Não que ela deva ler aquele livro, mas é interessante mostrar as opções que existem de leitura”, afirma a professora Samantha Ishikawa, do Colégio Santa Maria de São Paulo. Dá até para pensar em uma espécie de clube do livro, em que vocês 36 | VIDA DE CRIANÇA | JUNHO 2016
Vá com calma Não tem necessidade de cobrar que a criança termine um livro por dia. Assim como os adultos, as crianças podem ler aos poucos. Outra preocupação é não forçar para que a criança leia tudo sozinha. É possível alternar a leitura para que seja um processo mais prazeroso, mas tome cuidado para evitar um tom professoral e não ficar bombardeando a criança de perguntas como “entendeu?”. Por vezes, a leitura é apenas um momento de deixar a criatividade rolar solta.
Frequente livrarias e bibliotecas Procure frequentar a programação de livrarias, bibliotecas, bienais efeiras do livro da região. Em geral, é possível aproveitar a programação
Monte um cantinho da leitura Crie um ambiente confortável que estimule a leitura, no qual a criança tenha acesso aos livros sempre que quiser, com iluminação adequada. Podem ser títulos emprestados em bibliotecas ou um pequeno acervo próprio. O importante é estarem à mão para estimular a leitura.
Novo Omo Multi-ação
Dicas
Alie com outras diversões Associe a leitura a passeios. Se o livro fala de animais, que tal ir ao zoológico? Se ele fala do Universo, que tal ir ao planetário ou observar as estrelas do quintal? Filmes e peças de teatro também são bons métodos para gerar interesse nos livros em que foram baseados e vice-versa. Textos teatrais também são opções bacanas. De leitura mais direta, agradam e podem ensinar muito.
Tablet não é só para joguinhos Criar uma biblioteca virtual (seja no tablet ou no computador) também pode ser outra forma de estimular a leitura. Para algumas crianças, a leitura pode ser até mais rápida por conta das cores e luminosidade. “Mas o interessante é também não ficar só no digital. É bacana não ficar em uma única ferramenta”, diz Samantha. 38 | VIDA DE CRIANÇA | JUNHO 2016
Use a tecnologia a favor dos livros Muitos sites de editoras (ou e-books mais incrementados) disponibilizam atividades lúdicas sobre os títulos. O que pode ampliar as atividades e o interesse pela leitura. O professor Julio Michelato também indica procurar canais do Youtube sobre literatura. “A linguagem jovem pode estimular outros a se interessar e ler mais”, afirma.
Não deixe se tornar uma obrigação Se tudo isso for feito, não tem risco. Mas é importante tomar cuidado para não fazer que a leitura seja mais uma incumbência. Ler livros deve ser divertido para as crianças para que se torne um hábito para a vida toda.