Edifício Multifuncional

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CENTRO

UNIVERSITÁRIO LACERDA

MOURA

ARQUITETURA E URBANISMO

JÉSSICA SANCHEZ ROGÉRIO

EDIFÍCIO MULTIFUNCIONAL

Tr a b a l h o f i n a l d e c u r s o apresentado como requisito para aprovação e conclusão no curso de Arquitetura e Urbanismo no Centro Universitário Moura Lacerda, com a orientação ministrada p e l a P r o f. Ro s a S u l a i n e Silva Farias

RIBEIRÃO PRETO 2017


SUMÁRIO


I N T R O D U Ç Ã O

1 . A R Q U I T E T U R A M U L T I F U N C I O N A L 2 . E S P A Ç O P R I V A D O -

0 1

P Ú B L I C O / E S P A Ç O 0 3

3 . S H O P P I N G 4 . R 4.1 4.2 4.3

-

C E N T E R -

0 4

E F E R Ê N C I A P R O J E T U A L - 0 5 Espaço Brooklin-05 Conjunto Nacional-06 Edifício Box 298/ Andrade Morettin- 08

5 . A P R E S E N T A Ç Ã O C O N T E X T U A L I Z A Ç Ã O E A N Á L I S E D A Á R E A D E I N T E R V E N Ç Ã O - 0 9 5.1 RIBEIRÃO PRETO- 09 5.2 QUADRILÁTERO CENTRAL- 11 6 . L E I T U R A

M O R F O L Ó G I C A -

1 3

7 . O P R O J E T O - 2 2 7.1 Programa de necessidades- 22 7.2 Diretrizes de Projeto- 23 7.3 Desenhos Técnicos- 23 7.4 Exemplos de Layout- 24 7.5 Memorial Justificativo- 25 7.6 Memorial Descritivo- 26 8 . C O N S I D E R A Ç Õ E S

F I N A I S - 2 8

9 .

2 8

B I B L I O G R A F I A -


DEDICATÓRIA


Dedico esta, bеm como todas аs minhas demais conquistas, аоs meus amados pais Marcelo Rogério е Maria Luiza Sanchez Rogério, ao meu irmão, João Marcelo Sanchez Rogério, pelo incentivo е pelo apoio constante, е meus dois preciosos amigos, Isabela Bérgamo e Ricardo Rossato pеlаs alegrias, tristezas е dores compartilhas.


RESUMO


Este trabalho final de graduação tem como objetivo principal um projeto de edifício multifuncional para o centro de Ribeirão Preto, a fim de mesclar usos, estabelecer uma sociabilidade entre a população, proporcionar um entorno mais dinâmico, e consequentemente mais seguro, reduzir deslocamentos e privilegiar o pedestre.


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1.ARQUITETURA MULTIFUNCIONAL constitui um edifício, ou conjunto de edifícios que satisfazem funções heterogêneas. Ou seja, nessa categoria enquadram-se as construções que abrigam mais de uma função, seja habitação, trabalho, lazer, circulação, esporte, cultura, educação. Toma-se como ponto de partida para este trabalho a criação de um espaço multiuso, um projeto envolvendo atividades comerciais, de serviços e residenciais, com acessos permeáveis que se difundem com o meio urbano. Com o passar do tempo, o conceito de multifuncional tem evoluído muito, mas suas definições e características ainda são as mesmas. São tipologias mais complexas de serem projetadas e planejadas do que a maioria dos projetos imobiliários, pois os diversos usos e as funcionalidades dos espaços que formam o empreendimento precisam interagir entre si. Segundo Patrick Phillips, Spink Frank e Dean Schwanke; esses empreendimentos são classificados por possuir três ou mais usos significativos e geradores de renda, onde deve atrair um mercado significativo por si mesmo, ter uma integração física de todos os componentes do projeto, a fim de gerar um intenso uso do local, esses os componentes necessitam estar interconectados pela circulação de pedestres. Um “mix” vertical dos componentes é executado no projeto dentro de um único prédio ou torre, geralmente ocupando uma única quadra da cidade. Os empreendimentos multifuncionais são concebidos e executados seguindo uma estratégia coerente de planejamento.

Para compreender o significado do uso coletivo e privado dos espaços urbanos, suas mudanças e evoluções nos espaços comerciais e de uso misto até chegar às edificações multifuncionais e de multiuso, será feita uma apresentação a partir desse conceito, onde Hertzberger descreve, começando pelas galerias:

“Embora os grandes edifícios que trazem como objetivo a acessibilidade para o maior número possível de pessoas não fiquem permanentemente abertos, e ainda, os períodos em que estão abertos sejam de fato impostos de cima, tais edifícios realmente implicam numa expansão fundamental e considerável do mundo público. Os exemplos mais característicos desta mudança de ênfase são sem dúvida as galerias: ruas internas de comércio cobertas de vidro, tais como as construídas no século XIX, e das quais muitos exemplos marcantes ainda sobrevivem em todo o mundo. As galerias serviram em primeiro lugar para explorar os espaços interiores abertos, e eram empreendimentos comerciais afinados com a tendência de abrir áreas de venda para um novo público de compradores. Deste modo, surgiram circuitos de pedestres no núcleo das áreas de lojas. A ausência de trânsito permite que o caminho seja bastante estreito para dar ao comprador potencial uma boa visão das vitrines dos dois lados. As passagens altas e compridas, iluminadas de cima graças ao telhado de vidro, nos dão a sensação de um interior: deste modo, estão do lado de “dentro” e de “fora” ao mesmo tempo. O lado de dentro e o lado de fora achamse tão fortemente relativizados um em relação ao outro que não se pode dizer quando estamos dentro de um edifício ou quando estamos no espaço que liga dois edifícios separados. Na medida em que a oposição entre as massas dos edifícios e o espaço da rua serve para distinguir – grosso modo – o mundo privado do público, o domínio privado circunscrito é transcendido pela inclusão de galerias. O espaço interior se torna mais acessível, enquanto o tecido das ruas se torna mais unido. A cidade é virada pelo avesso, tanto espacialmente quanto no que concerne ao principio do acesso. O conceito de galeria contém o princípio de um novo sistema de acessos no qual a fronteira entre o público e o privado é deslocada e, portanto, parcialmente abolido, em que, pelo menos do ponto de vista espacial, o domínio privado se torna publicamente mais acessível.” (Hertzberger,1999,p. 74)


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As definições e interpretações de multifuncional não são novidades do mundo contemporâneo, já que a mistura de diferentes usos tem prevalecido durante toda a história do desenvolvimento urbano, sendo que o conceito de multifuncional em áreas urbanas vem desde antigas aldeias e cidades e resiste até hoje. Segundo Mayer (2008), nas décadas de 30 e 40, a ideia de verticalidade multifuncional era muito forte, São Paulo mesmo inaugurou alguns complexos nos anos 50, como o Conjunto Nacional e o Edifício Copan. Mas o modelo não foi tão aplicado à medida que ganhou força a separação das atividades comerciais e de serviço e com o nascimento dos bairros estritamente residenciais. Para França Neto (2009), a partir dos anos 2000 esse tipo de empreendimento voltou a ganhar força no mercado imobiliário no Brasil. O agrupamento de funções em um mesmo empreendimento é apontado como uma das soluções para os problemas de mobilidade dos grandes centros. Como resposta ao crescimento da cidade, a tendência arquitetônica dos edifícios verticais mistos procura resolver as questões de moradia, trabalho e lazer na mesma edificação ou entorno, aumentando o aproveitamento do espaço e reduzindo a necessidade de deslocamento.

A implantação de um empreendimento multifuncional será de grande importância para a área central, trará benefícios para economia, contribuirá para a integração e requalificação dos espaços urbanos, como cita Rogers (2008): “os edifícios multifuncionais podem ser uma alternativa no processo de reconstituição do tecido urbano. Para ele, são espaços que naturalmente promovem a diversidade de atividades e pessoas e propiciam a convivência de partes distintas da cidade. Há um grande interesse nesta tipologia de edifício, que se deve ao fato de que ele representa um novo paradigma do viver na cidade, trazido inicialmente pela Revolução Industrial e que está sendo retomado em algumas cidades.”

O edifício misto resulta na diversificação do espaço. Quanto mais diversificados forem os espaços, mais a população se relacionará com eles, tornando-os consolidados e atrativos. Na questão urbana, este tipo de edificação também traz repercussões positivas, como melhoria das condições de qualidade de vida e trabalho, infraestrutura urbana e segurança, além do aumento da relação dos usuários com os espaços públicos gerados por estes complexos arquitetônicos (REDIMOB, 2013).

Tenho como objetivo elaborar projeto de edifício multifuncional, a fim de promover relações entre o público e o privado, mesclar usos, estabelecer uma sociabilidade entre a população, proporcionar um entorno mais dinâmico, e consequentemente mais seguro, reduzir deslocamentos e privilegiar o pedestre, além de entender a dinâmica econômica do centro da cidade de Ribeirão Preto, realizar levantamentos do quadrilátero central, entender a mobilidade do centro, buscar boas referências de projetos multiuso e entender como funciona a topografia do local, para isso, serão elaborados estudos preliminares e anteprojetos, procurando adequar o edifício da melhor forma no terreno, serão feitas buscas em bancos de dados (IBGE, SEADE e etc.), pesquisas nos arquivos da prefeitura de Ribeirão Preto, a fim de coletar dados referentes ao quadrilátero central, além do levantamento “in loco” para elaboração de materiais fotográficos e audiovisuais.


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2.ESPAÇO

PÚBLICO/ESPAÇO

Logo após o movimento moderno há uma mudança na visão dos arquitetos em relação a pouca utilidade dos espaços públicos e sua principal característica: a de ser um lugar de encontros, um lugar comum. Com isso, arquitetos e urbanistas passam a buscar soluções para devolver à cidade moderna a coletividade perdida. O continente europeu surge como primeiro local onde essas mudanças começam a ser sentidas, e o interesse pelo espaço público começa a se manifestar novamente. Visavam trazer para cidade o espaço publico como era antes, mas moldando-se de forma a adequar seus usos a nova forma de vida dos grandes centros urbanos, que possui uma nova dinâmica. Essa nova configuração dos espaços, tanto públicos como privados, foi possível também graças ao processo de participação do poder público como articulador dos agentes privados. Políticas de parcerias entre público e privado fez surgir novos meios de crescimento dos espaços coletivos, que passam a se articular melhor com espaços mais privatizados. Espaços que detinham apenas um apelo mais comercial foram alterados e melhorados, passando a ter áreas para o uso público, como espaços de permanência. No Brasil foram criadas as chamadas Parcerias Publico-Privadas que iniciaram alguns projetos em São Paulo, visando articular melhor a relação entre o público e o privado, e com isso melhorar o ambiente da cidade, dando a ela um aspecto mais coletivizado. Temos como exemplo desses projetos o Copan (1951), Edifício Ibaté (1953), Edifício Itália (1954) e Edifício Metrópole (1958) em São Paulo.

PRIVADO

Segundo Joseph Maria Montaner, em entrevista para a Revista AU: “Não há dúvida de que uma cidade mista em usos, com pessoas de diversas classes sociais e culturas nas ruas, e com térreos ativos tem possibilidade de ser, autenticamente, muito mais segura. O arranha-céu é positivo se constrói cidade, se não é um elemento isolado. E se surge a partir de um planejamento integrado, não pela pressão especulativa.”

Segundo Mitarai, o objetivo de empreendimentos multifuncionais é o projeto de locais de convivência que podem de alguma forma, atrair pessoas para dentro deles. Esta tipologia arquitetônica também se caracteriza pela mudança de configuração do espaço público que o cerca, o qual passa a ser mais utilizado pela população para atividades diversificadas, acompanhando o dinamismo da mistura dos usos. “Uma das consequências da multifuncionalidade dos edifícios é uma alteração radical no conceito tradicional de espaço público, outrora um contínuo de praças e ruas, ou um vazio que criava tensão nos palácios ou nos arranha-céus funcionalistas”(SCALISE, 2004. p.14).

“Já os edifícios monofuncionais, aqueles que comportam apenas um uso, transformam as zonas urbanas onde se instalam dinâmicas apenas nos dias da semana, enquanto que no tempo remanescente não são utilizadas, tornam-se vazias e inseguras “(LIMA, 2008).


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3.SHOPPING CENTER No Brasil, o primeiro Shopping Center se instalou em 1966 em São Paulo e permaneceu único até o período seguinte, quando surgiram mais dois, um no Distrito Federal e outro no Paraná. Entre 1975 e 1979 foram inaugurados mais quatro (dois em São Paulo, um em Minas Gerais e um na Bahia) e foi só a partir de 1980 que o fenômeno se difundiu por outros Estados brasileiros. (Pintaudi, 1992, p.17)

Atualmente, se analisarmos a distribuição geográfica dos shoppings centers pelo território brasileiro, veremos uma grande concentração dessa forma comercial nas Regiões Sudeste e Sul, que, juntas, totalizam 75% dos shoppings centers em funcionamento no Brasil. Muitos autores, das mais diversas áreas do conhecimento, se dedicaram a estudar os shoppings centers, contemplando os mais diferentes enfoques e perspectivas metodológicas. “A transformação que esse espaço comercial representa, o significado de sua inserção no urbano, vem indicar que há um processo novo que aponta para uma organização do espaço cada vez mais gerenciada e monopolizada. Os diversos elementos que se transformam e se desenvolvem revolucionam relações de interesse da geografia, como: o ponto comercial, as externalidades, a relação próximo/distante, a relação continuidade/descontinuidade, a obsolescência do produto especializado, a ideologização do espaço, a relação espaço público/privado, o espaço sistematicamente administrado pelo político, a política miúda do espaço, a transformação de todo espaço em espaço de poder e de controle.” (Gaeta, 1992, p.55-6)

De uma maneira geral, podemos dizer que a forma shopping center, desde o início de sua implantação no Brasil, apresenta-se como símbolo de poder, traz um novo tempo social amplamente dirigido ao consumo; cria, enfim, um universo de fantasia e se traduz num lugar do consumo, tendo sido arranjado e aperfeiçoado para tanto. Além de toda sua atração e vínculo com as relações de consumo, o shopping center apresenta um forte uso, como local de encontro e de lazer. Desse modo, o uso e a apropriação dessa forma comercial vão se alterando e passa a ocorrer uma mudança em sua clientela tradicional. Outro autor que se dedica ao estudo dos shoppings centers, lançando sobre eles um olhar antropológico, é Frúgoli Jr. (1992, p.78), que interpreta essa mudança que vai ocorrendo em seu uso da seguinte maneira: “Essa heterogeneidade de frequentadores vem se ampliando e é nítida numa cidade como São Paulo, uma vez que os SC, outrora destinados somente a grupos com alto poder aquisitivo, vêm abarcando, em sua expansão por outras regiões, grupos que antes não faziam parte da clientela usual. A ideia de um espaço elitizado vai sendo substituída pela de um espaço “interclasses”. Além disso, uma “centralidade lúdica” sobrepõe-se à “centralidade do consumo”, sobretudo na esfera do lazer: especialmente aos fins de semana, os SC transformam-se em cenários, onde ocorrem encontro, paqueras, espécie de “praça interbairros” que organiza a convivência nem sempre amena, de grupos e redes sociais, sobretudo jovens, de diversos locais da cidade.”


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4.REFERÊNCIAS O Espaço Brookiln e o Conjunto Nacional foram designados para nortear o projeto do edifício multifuncional. Nota-se que ambas as referências buscam pela permeabilidade de circulação constante do pedestre, bem como a utilização de seus equipamentos privados e públicos, levando a ampliação de duração das atividades comportadas, de modo que o entorno destes tipos de edifício adquira uma maior segurança pela sua dinâmica de funcionamento em qualquer fase do dia, diferente das áreas urbanas zoneadas funcionalmente, cujas residências se intensificam à noite enquanto as lojas e escritórios se desativam. Outro fator importante que é levado em conta nos projetos é a integração dos usos, fazendo com que a vida privada provinda da característica do uso residencial, contrapõe-se com a pública associada a lojas, escritórios e espaços públicos, possibilitando a mescla de atividades e atrativos. O projeto contou também com os visuais livres encontrados no projeto comercial de Andrade Morettin, onde os átrios auxiliam na ventilação e iluminação do edifício, gerando uma agradável paisagem do meio urbano externo, juntamente com o uso da topografia em função da forma.

PROJETUAIS 4.1 ESPAÇO BROOKLIN

O escritório de arquitetura Konigsberger & Vannucchi preparou o primeiro projeto e o apresentou em 2004, o conceito buscava estimular a permeabilidade de circulações de pedestres do conjunto através de um centro comercial e de serviço. Desenvolvido em três níveis sequenciais seguindo a topografia, que atuaria como eixo central, acessível por todos os edifícios previstos para o local, abrigaria um grande centro de eventos e um complexo de cinemas. O empreendimento tinha um caráter contemporâneo em relação ao caráter multiuso, onde os usos se integravam espacial e fisicamente. O projeto do espaço Brooklin trazia uma visão de resgate do espaço urbano associado ao conforto, pela instalação de galerias e passarelas cobertas. Acreditava-se que o as diversas atividades e usos, ajudaria no fluxo permanente e necessário de pessoas ao longo do dia e consequentemente da noite.

Localização do primeiro anteprojeto no lote.


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pedestres é intenso, ele dinamiza e alimenta o comércio e serviços disponibilizados. Mas, por ser um espaço privado, sua característica da circulação de uso coletivo interna é limitado, o grande movimento das lojas, restaurantes e cinemas garantem a frequência de um público habitual. A inserção do anteprojeto definitivo no lote. Os visitantes são 4.2 CONJUNTO NACIONAL atraídos pelos eventos realizados na galeria central, seu entorno é rico de atividades comerciais, residenciais e de entretenimento. Localizado no principal centro de empresarial de São Paulo, caracteriza-se por uma grande diversidade de usos do solo e pela concentração de diversas oportunidades. Projeto característico da arquitetura brasileira da O Conjunto nacional está localizado época, seguindo premissas na Avenida Paulista, em São Paulo, internacionais como Le Corbusier, está inserido numa área com o uso do terraço jardim e a extremamente verticalizada, com elevação sob pilotis, proposta a tráfego intenso de automóveis e continuidade do passeio público com edifícios altos no seu entorno, e coberto por todo o conjunto, o seu interior é um oásis nessa gerando espaços de uso coletivo. As ambiente. O trajeto do pedestre é quatro galerias internas se rigorosamente ortogonal, linear e encontram em um espaço central sem barreiras, nessa situação o onde estão as prumadas de objetivo da grande maioria dos circulação vertical, compostas por pedestres é aproveitar o conforto e rampas, elevadores e escadas atravessar o lugar para cortar rolantes. As rampas foram cobertas, caminho, utilizando seu espaço no nível do terraço-jardim, por uma coberto para evitar o calor, o frio ou cúpula geodésica que permite a a chuva, e como o fluxo de passagem de luz natural.


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Residencial Comercial Serviços Lazer Estacionamentos

O programa está distribuído em dois grandes volumes: um horizontal e outro vertical. O volume horizontal corresponde ao conjunto comercial, com galerias de lojas, restaurantes, livraria, bancos e cinemas. Na grande lâmina vertical, três torres contíguas com acessos independentes permitem a convivência de usos distintos como escritórios, consultórios e residências.

Piso térreo - espaço servido e espaço servente

Os espaços serventes (cor vermelha) são usados de forma funcional, são os espaços necessários para que a edificação funcione adequadamente. Nos espaços servidos (cor amarela) incluem as salas, escritório e áreas comerciais - os espaços servidos pelas áreas serventes (corredores, passagens, rampas, escadas). O que você encontra no Conjunto Nacional? - Cine Livraria Cultura – 2 Salas - Eva Hertz – Livraria Cultura 66 estabelecimentos (lojas, farmácias, agências bancárias, restaurantes, empresas de contact center e uma megalivraria) - Edifício Comercial – Horsa I 413 estabelecimentos de pequeno e médio porte (consultórios, imobiliárias, empresas de informática, etc.) - Edifício Comercial – Horsa II 72 estabelecimentos de maior porte ( multinacionais, nacionais, consulados, escritórios de advocacia, etc.) - 47 apartamentos.


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4.3 EDIFÍCIO BOX 298/ ANDRADE MORETTIN De escala e volumetria amigável, o edifício de escritórios projetado pelo Andrade Morettin arquitetos se relaciona com o bairro da Vila Madalena através do térreo livre e das vistas que abre para o entorno arborizado São quatro pavimentos, além do térreo e da cobertura de lazer, com três andares de escritórios dúplex e o último simples, transpassados por vazios nas lajes retangulares. Sua localização é em topo de morro, na Vila Madalena, em terreno que mede 30 x 50 metros e é qualificado pela existência, na parte posterior, de área arborizada em nível rebaixado. O térreo do empreendimento, assim, se alinha com as copas das árvores, situação paisagística valorizada pelo projeto. Já o partido arquitetônico faz referência às três casas unifamiliares que ocupavam o terreno, cujas volumetrias estão representadas pelo escalonamento dos pés direitos do térreo.

Planta do 3º Pavimento.

Vazio

Planta do 5º Pavimento.

Vazio


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5.APRESENTAÇÃO, CONTEXTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO 5.1 RIBEIRÃO PRETO O local de implantação do edifício é Ribeirão Preto, fundada por fazendeiros, onde em 1883, o bom clima e solo contribuíram para a plantação de café, que foi responsável pela transformação da cidade, que se tornou a maior produtora de café do mundo inteiro até a quebra da bolsa de Nova Yorque de 1929. "Califórnia brasileira" era o apelido de Ribeirão Preto, devido à combinação de uma economia baseada no agronegócio e produtividade nesse setor. Durante a crise do petróleo na década de 1970 o Brasil teve que procurar alternativas para meios de abastecimento e a solução foi o programa de uso alta tecnologia, riqueza e tempo ensolarado durante todo o ano. Hoje a cidade é conhecida como a "Capital do Agronegócio" pela sua ótima de etanol como combustível, "PróÁlcool". A alta produtividade em torno de Ribeirão Preto rapidamente colocou a região como o maior produtora de açúcar e álcool do mundo, sendo responsável por 30 por cento de etanol de cana do Brasil.

Ribeirão Preto é uma cidade localizada no nordeste do estado de São Paulo, é o nono maior município no estado com uma área total de 652,2 quilômetros quadrados. A altitude média é de 546,8 m. A cidade está 330 km distante da capital de São Paulo e 708 km de Brasília, a capital federal. Há 650,339 habitantes que vivem em Ribeirão Preto (IBGE/2013) e o PIB é de US $ 7,5 bilhões, o 28° do país e representa 0,46% da nação (IBGE/2010). O clima é definido como tropical úmido.

Praça XV de Novembro – Ribeirão Preto, 1957

Vista Panorâmica de Ribeirão Preto


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O projeto se trata de um empreendimento multifuncional, localizado em um espaço estratégico e próximo as principais e mais movimentadas ruas do centro da cidade, um local onde há um estacionamento, na quadra das ruas Mariana Junqueira, Tibiriçá, Álvares Cabral e Visconde do Rio Branco. O Centro é uma região que carrega, além da história do bairro, também parte fundamental do nascimento de Ribeirão Preto, quase 150 anos atrás. A região guarda a história da cidade, mostrada pelos prédios históricos ao redor, principalmente, da praça 15 de Novembro. A maioria dos edifícios construídos a partir do fim da década de 60, dão uma espécie de identidade própria à região. “Apesar da formação de novas centralidades, principalmente nos eixos das vias de entrada e saída da cidade, o centro antigo ou o Centro Principal não perdeu sua importância no contexto sócio-econômico intra-urbano e no cotidiano das pessoas, pois a área central concentra as principais atividades comerciais, de serviços, da gestão pública e privada.” (Aranha-Silva, 2007).

Na área central das cidades, é onde se concentra o enorme capital econômico, social, cultural e simbólico. O centro da cidade tem sido identificado como o lugar mais dinâmico da vida urbana, animado pelo fluxo de pessoas, veículos e mercadorias decorrentes da marcante presença das atividades terciárias, possui diversas instituições publicas e religiosas, e se fortalece em decorrência dessas diversas atividades. “A definição de centro, portanto, implica a presença de uma cidade de diversidade étnica, portadora de processo histórico conflitante, com milhares de anos de existência em permanentes contradições.” (Carrion, 1998)

Catedral Metropolitana de São Sebastião

Teatro Pedro II

Vista Parcia da cidade de Ribeirão Preto, 1957


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5.2 QUADRILÁTERO CENTRAL

Área de Intervenção Avenida Francisco Junqueira

Campos Elíseos

Avenida Independência

Vila Seixas

Avenida Jerônimo Gonçalves

Vila Tibério

Avenida 9 de Julho

Jardim Sumaré Av.Francisco Junqueira, Ribeirão Preto


12

Avenida Francisco Junqueira

Avenida Independência

Avenida Gerônimo Gonçalves

Avenida Nove de Julho


6.LEITURA

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MORFOLÓGICA

MAPA DE USO

Uso residencial Uso comercial Uso institucional Uso de Serviços Sem Uso

Eles destacam a amplitude dos apartamentos e a completa infraestrutura, com quase tudo que se precisa à mão, como os pontos fortes da região. Existe uma grande quantidade de edifícios antigos térreos que passaram a ser usados para comércio e serviço, e sobrados que cederam seu térreo para tais usos.

Vazio Área de Intervenção

A partir do levantamento de uso, é possível notar que o entorno da área é composta na sua maior parte por residências e comércios. Esse uso varia conforme a localização. O perfil do morador do centro é variado: idosos, casais que ficaram sozinhos depois que os filhos saíram de casa, solteiros e muitos estudantes encontraram nessa região um bom lugar para viver.

Antiga residência que hoje deu lugar a uma Xerox – Rua Mariana Junqueira.


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O Calçadão, que abrange o Quarteirão Paulista e imediações, vem contemplar o comércio central, resgatar a tradição dos prédios históricos , além de funcionar como referência local para milhares de ribeirãopretanos e visitantes.

Antiga residência que hoje deu lugar a uma Advocacia

Composta por comércio de todos os tipos possui uma área conhecida por “baixada”, que atualmente é a área mais comprometida do quadrilátero central, nesta área encontra-se um grande número de casa de prostituição, elevado ‘consumo de drogas e é tida como uma área deteriorada e marginalizada da cidade.

Calçada “baixada”

Isso se dá por principalmente por seu uso se dar somente durante o dia, já que no período noturno o local é ocupado por atividades indevidas, trazendo uma insegurança a população, sua incidência é a partir da rua Amador Bueno até a avenida Gerônimo Gonçalves.

Calçadão Ribeirão Preto

Algumas ruas do Centro são capazes de contar um pouco a história da cidade, com edifícios construídos em diversos períodos e estilos arquitetônicos. Os detalhes mostram diversos usos, formas de viver e comportamento de determinadas épocas. Existem diversos programas estaduais e federais além de inciativas privadas que incentivam, dando apoio organizacional e fiscal a projetos culturais e proposta de restauração de edifícios históricos. Muitos incentivos, como a isenção e IPTU para imóveis tombados, não são conhecidas por muitos proprietários. Alguns edifícios com valor histórico e arquitetônico no entorno da área de intervenção tem potencial para sediar projetos sociais e culturais e que poderiam trazer mais vida e mais história.


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MAPA DE OCUPAÇÃO DO SOLO

Área de Intervenção A maioria dos lotes são totalmente ocupados, bastante densos com poucos espaços livres. Nota-se que as quadras voltadas pras habitações são os edifícios mais altos e os que ocupam menos, estes se localizam na parte mais alta do bairro, e as quadras mais ocupadas e de edificações mais baixas encontra-se na parte mais baixa do mesmo. A ocupação se deu devido ao fator de seu crescimento histórico.

Construções próximas a Avenida Francisco Junqueira – Local mais baixo do Bairro.


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MAPA DE GABARITO

Área de Intervenção Edificação de 1 e 2 pavimentos Edificação de 3 pavimentos Edificação com mais de 3 pavimentos

Nota-se no mapa de gabarito levantado, que toda área próxima à quadra de intervenção é composta por edificações de 00 a 4 pavimentos por se tratar de uma área mais comercial, com exceção de um prédio residencial na esquina da Rua Alvares Cabral que contem mais pavimentos. Hoje há uma grande procura de pessoas por edificações de gabarito mais alto, onde garantam uma maior segurança e comodidade. Passando uma linha imaginária pelo centro, pode-se observar que há uma divisão de perfis dos usuários,

a parte mais alta é dotada de edifícios de gabarito mais alto, em sua maioria, usos residenciais mais próximos a Avenida Nove de Julho e a parte mais baixa próxima a Avenida Francisco Junqueira é dotada de edifício de gabarito mais baixo e são na maior parte dos casos edifícios comercias e de serviços.

Edifício com maior gabarito do entorno da área de intervenção.


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MAPA DE HIERARQUIA FUNCIONAL

Vias Locais Vias Coletoras Vias Arteriais

A maioria das ruas do quadrilátero são classificadas por vias de alto fluxo de veículos, principalmente as que ligam uma avenida a outra (coletoras). Os restaurantes e bares do entorno interferem diretamente no espaço público, cadeiras e mesas são inseridas nas calçadas, trazem uma bagagem cultural grande ao bairro, no entorno da área de intervenção, existem equipamentos que atraem mais pessoas, como por exemplo, a lanchonete na esquina da Rua Alvares Cabral, um bar instalado na Rua Tibiriçá e um cartório na Rua Mariana Junqueira, tais equipamentos são responsáveis por trazer mais pedestres e veículos.

Área de Intervenção

A área localizada próxima a Avenida Independência, vê-se uma maior quantidade de pessoas nos horário de pico e uma lentidão nas vias. Traçado em grelha, por se tratar do centro da cidade recebe uma grande quantidade de carros, porém não tem estrutura necessária para recebê-los. Os ônibus ocupam a maior porcentagem das vias do entorno, dificultando o fluxo de veículos, os pedestres que transitam por essa área são majoritariamente pessoas que moram nos prédios mais próximos.


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MAPA DE EQUIPAMENTOS

Área de Intervenção Estacionamento Edifícios com mais de 4 pavimentos Equipamento Institucional Agências Bancárias

O centro é composto por diversos equipamentos, desde agencias bancárias, igrejas, bares, até escolas, bibliotecas e clínicas médicas.

Uso de espaço coletivo que resulta em maior fluxo – Bar esquina Mariana Junqueira

Biblioteca Altino Arantes


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DELIMITAÇÃO DO OBJETO DE INTERVENÇÃO

A quadra de intervenção foi situada no mapa com a cor vermelha – Próxima a Praça XV de Novembro e Avenida Francisco Junqueira.

Foto da área de intervenção Estacionamento Rua Mariana Junqueira.

Esquema insolação e ventilação - Quadrilátero Central.

Os ventos predominantes no centro de Ribeirão Preto sopram de Sudeste para Noroeste. O esquema mostra os ventos e a orientação solar.


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A quadra de intervenção foi analisada, e as calçadas estão em péssimo estado, algumas com ausência de pavimentação, como placas de transito e postes de luz, impedindo a passagem dos pedestres, pois ultrapassa o limite permitido para elas. Existem rampas de acesso em toda área, porém em alguns pontos, as rampas estão depredadas, o que dificulta a mobilidade de pedestres, em uma área que contém um grande fluxo de pessoas, e principalmente de veículos.

Ao caminhar no entorno da quadra, nota-se a grande concentração de edificações e uma enorme correria de pessoas e de veículos em todos os horários do dia, o sentido das vias facilita quem percorre o traçado em grelha, constata-se que as vagas ao lado das calçadas destinadas a estacionamentos ficam diariamente preenchidas.

Carros estacionados na Rua Mariana Junqueira. Situação da rampa no cruzamento.

Situação da rampa no cruzamento das ruas Mariana Junqueira, Alvares Cabral e Tibiriçá.

Os carros estacionam em ambos os lados na Rua Mariana Junqueira.


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0,00

Rua Tibiriçá

Rua Álvares Cabral

TOPOGRAFIA ÁREA DE PROJETO

1,00

2,00

Área Total: 4310.7m² Rua Mariana Junqueira FOTOS DO TERRENO

Fotos da área de intervenção.

3,00


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7.O

PROJETO

7.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES Térreo 3° Pavimento Uni.

Ambiente

11

Espaço Gourmet Tipo 01

1

Uni.

Ambiente

47m²

10

Espaço Habitação Tipo 01

85m²

Espaço Gourmet Tipo 02

147²

1

Espaço Habitação Tipo 02

100m²

1

Academia

147m²

2

Espaço Serviço Tipo 01

147m²

1

Sala ADM

20m²

6

Espaço Serviço Tipo 02

60m²

1

Sala de Segurança

17m²

1

Espaço Serviço Tipo 03

75m²

2

Sanitário

40m²

1

Depósito

147m²

1° Pavimento Uni.

Ambiente

4

Espaço Comércio Tipo 01

147m²

12

Espaço Comércio Tipo 02

60m²

2

Espaço Comércio Tipo 03

75m²

HABITAÇÃO COMÉRCIO SERVIÇO ADMINISTRAÇÃO

ESQUEMA DE CORES DISPOSIÇÃO DE USOS NA QUADRA Térreo

2° Pavimento Uni.

Ambiente

2

Espaço Habitação Tipo 01

147m²

6

Espaço Habitação Tipo 02

60m²

1

Espaço Habitação Tipo 03

75m²

2

Espaço Serviço Tipo 01

147m²

6

Espaço Serviço Tipo 02

60m²

1

Espaço Serviço Tipo 03

75m²

1º Pavimento

2º e 3º Pavimento


23

7.2 DIRETRIZES DE PROJETO DIRETRIZES GERAIS

DIRETRIZES PROJETUAIS

Diversidade na habitação

Terão apartamentos com metragens diferenciadas para famílias com maior ou menor número de membros, tendo planta livre.

Prestação de Serviços

Convívio

Sustentabilida de

Mobilidade Acessibilidade

O comércio será acessado pelo pavimento térreo e se instalará no primeiro pavimento, dessa forma ficando mais próximo e facilitando o acesso direto da população.

7.3 DESENHOS TÉCNICOS LEGENDA PLANTA BAIXA AMBIENTES

01

47m²

02

147m²

03

40m²

04

20m²

05

17m²

06

60m²

07

75m²

08

85m²

09

100m²

10

25m²

As áreas de convívio serão térreas, com espaços verdes, bancos ao redor que proporcionarão local para descanso e permanência.

ZUP – Zona de Urbanização Preferencial AQC – Área Especial do Quadrilátero Central Coeficiente de aproveitamento – 3x Taxa de Ocupação – 80% Área Permeável: 15%

Uso de terraços verdes, ventilação cruzada não necessitando de ventilação artificial e grande quantidade de área permeável. Cobertura verde.

Área Total: 4310.7m² Área Permeável: 650m² Porcentagem Área Permeável: 15.07%

Todo edifício atenderá a norma de acessibilidade NBR 9050, a proposta de atender diversas atividades em um só local, diminui o deslocamento das pessoas e traz uma melhora significativa para mobilidade.

Área Total: 4310.7m² Porcentagem Área de Ocupação: 61,2% Área ocupada: 2639m² Área Total: 4310.7m² Coeficiente de Aproveitamento: 12930m² Soma das áreas construídas: 10556m²


A

Sobe P/

N

B

B

sentido

-6,00

entrada sentido

A


A

Acesso Carro ao estacionamento

01

01

compr. 4,35m rampa sobe i= 20%

LIXO

Sobe P/

Acesso Carga/Descarga

compr. 1 metro rampa sobe i= 20%

B

B

-3,00

A


A

-2,00

Acesso Carga/Descarga

Rampa Acesso Estacionamento

02

03

Desce P/

03

01

01

01

01

01

01

compr. 4,35m rampa sobe i= 20%

04

05

SOBE

10

SOBE

Acesso Pedestre

02 10

B

B

01

01

01

0,00

Acesso Pedestre Piso

Acesso Pedestre

Acesso Pedestre A

01

01

02


A

N

06

06

06

06

06

06

02 SOBE

02

07 07 SOBE

3,00 B

B

02

06

06

06

A

06

06

06

02


A

N

06

06

06

06

06

06

02 SOBE

02

07 07 SOBE

6,00 B

B

02

06

06

06

A

06

06

06

02


A

N

08

08

08

08

08

08

08

08

08

SOBE

08

09 07 SOBE

9,00 B

B

02

06

06

06

A

06

06

06

02


SOBE

SOBE

N

B

MEZANINO A


18.0

15.0

12.0

9.0

6.0

3.0

0.0

-3.0

-6.0

Corte AA

18.0

15.0

12.0

9.0

6.0

3.0

0.0

-3.0

-6.0

Corte BB


Escala: 1:175


Escala: 1:175


PERSPECTIVAS



25

7.5 MEMORIAL JUSTIFICATIVO Localizado no quadrilátero central, cuja setorização é predominantemente vertical, o edifício é composto por lojas, escritórios, academia, lanchonetes, restaurantes e residências, foi implantado com sua fachada voltada para Rua Mariana Junqueira, essa, composta pelo maior fluxo de carros. A ideia principal surgiu com a necessidade de um lugar que agregasse diversos usos em um só local, assim facilitando a acessibilidade e diminuindo a incidência de veículos. Seguindo o conceito de permeabilidade de circulação, o térreo do edifício é de fácil ingresso, linear e sem barreiras. O Térreo é composto por quatro blocos de elevadores, que acessam os demais pavimentos, sendo dois deles destinados aos pavimentos superiores, comércio, serviço e habitação enquanto os outros dois são designados somente ao estacionamento. O que controla o acesso do público e do privado são as recepções próximas aos elevadores, que dividem os usuários de acordo com suas necessidades. Este pavimento é composto por lojas gourmet de variadas dimensões, onde se encontra desde restaurantes, até bares, sorveterias e uma academia. No interior do edifício existe um vazio onde proporcionará ventilação e iluminação natural ao edifício. Todos os equipamentos foram destinados às laterais para que recebam luminosidade e ventilação uniformemente, os corredores onde há a circulação de pessoas no térreo possui dimensão ampla, dessa forma qualificando o ambiente.

O espaço designado às habitações nos pavimentos superiores foi propositalmente projetado para o leste, recebendo uma melhor luminosidade, enquanto os equipamentos de lado oeste serão protegidos por brise verticais suspensas em madeira sintética. O deposito foi situado em local estratégico, no nível do estacionamento, para que seja possível o recebimento de cargas de maneira eficiente, com um pequeno elevador responsável por transportala para o pavimento superior (térreo). O estacionamento foi implantado no subsolo, um metro a baixo do menor nível do terreno, para que dessa forma possa alcançar 3 metros de pé direito levando em consideração o maior nível. O terreno possui duas curvas de nível, dessa forma tendo 2 metros de desnível, o que se configurou em uma grande questão para o projeto, problema que inicialmente foi resolvido elevando o térreo para que pudéssemos garantir o pé direito acessível de 3 metros com o desnível da rua inferior, porém constatou-se uma melhor solução impedindo as barreiras físicas e permitindo uma maior permeabilidade. Dois estacionamentos foram necessários para suprir todas as vagas que deveriam haver no edifício, usa-se, portanto, uma rampa de acesso, que foi necessária para os carros atingirem um metro de altura. O recuo foi usado para a implantação de áreas permeáveis no terreno, foram implantados pisos permeáveis para que mesmo assim aconteça a circulação de pessoas no local. Propõe-se diversas dimensões de apartamentos, porém nota-se que o principal público é composto por casais e adolescentes.


26

Os escritórios são voltados para profissionais liberais, dentre eles; arquitetos, dentistas, advogados, psicólogos, entre outros. A porção destinada as lojas são compostas pela venda de mercadorias como roupas, sapatos, livros, óculos, bolsas, bijuterias, papelarias, entre outros. Cada pavimento é composto por quatro aberturas laterais, essas compostas por vazios e passarelas, onde é possível apreciar a paisagem a partir das fachadas, como o Bosque, por exemplo. O segundo pavimento foi voltado para o comércio, por ser mais próximo do térreo e por fácil acesso, os corredores são livres e é possível circular por ele totalmente, apenas um bloco de elevador está ativo nesse pavimento. O terceiro pavimento foi dividido para que fosse possível separar o público do privado, de forma simétrica, o pavimento se fecha de acordo com as diferentes funções, de um lado habitação e de outro serviços, cada bloco de elevador e escadas voltam ao seu antigo papel. O terceiro pavimento se diferencia em relação as habitações, que variam de tamanho, tendo um maior espaço em virtude do mezanino. Foram utilizadas duas caixas d’água, uma de 20.000 litros para as residências e outra de 5.000 litros para os escritório e área comercial.

7.6 MEMORIAL DESCRITIVO O edifício é composto por lojas, escritórios, academia, lanchonetes, restaurantes e residências, onde se encontram com 3 metros de pé direito em todos os pavimentos, a materialidade utilizada será o concreto, vidro e a madeira. O Térreo é composto por quatro elevadores panorâmicos que

acessam os demais pavimentos, dando total visibilidade para os demais, é composto por lojas gourmet de diversas dimensões, majoritariamente todos esses equipamentos são compostos por fechamento piso/teto de vidro, deixando o local mais agradável e iluminado, os banheiros serão envolvidos por vidro fosco quando instalados na parte externa dos equipamentos. Vidro será o material utilizado para compor o guarda corpo na parte interna do edifico, a dimensão deles será de 1,20m cada, já na parte externa, será utilizado o metal. Todos os equipamentos foram destinados às laterais para que recebam luminosidade e ventilação uniformemente, para a área de habitação as janelas são contínuas, dessa forma iluminando de maneira integral o ambiente, não necessitando da presença das brises. A estrutura é composta por pilares de concreto de 0,3m x 0,5m alcançando vãos de 6 metros paralelos, todas as vigas foram embutidas na laje, para um melhor aproveitamento do pé direito. De concreto pré moldado o edifício mantem uma simetria e foi projetado de forma regular. Todas as Lajes são impermeabilizadas. Para o acabamento interno de todo o edifício foi escolhido piso de concreto polido, sendo o mais indicado por ser um piso sem rejuntamento de fácil limpeza e impermeável. A laje do primeiro pavimento foi escolhido para que fossem implantadas pequenas áreas de paisagismo em todos os lados, seguindo as premissas de uma cobertura verde.


27

A princípio, a implantação de uma cobertura verde, independente do tipo que for, requer procedimentos simples: em uma laje que suporte bem a sobrecarga, basta fazer sua impermeabilização; se for coberta com telhas cerâmicas, estas são retiradas, faz-se uma forração com placas de compensados que sirvam de base e confinamento para a colocação do substrato e vegetação. Serão colocadas mantas onduladas para impedir que o substrato escorra de acordo com a inclinação, mantas de impermeabilização para evitar infiltrações e dutos de irrigação e drenagem. A manutenção pode ser feita uma ou duas vezes ao ano (SILVA, 2011).

As coberturas verdes são classificadas de acordo com a sua função, a escolhida para projeto foram as coberturas extensivas, são as que utilizam uma vegetação que não requer muitos cuidados constantes após a consolidação da vegetação nem cuidados especiais, com pouca manutenção, além de pouca irrigação. A camada de substrato gira em torno de 10 cm ou menos e a vegetação é normalmente rasteira como aponta Heneine (2008). Mas fornecem ótimas vantagens, como baixo peso estrutural, e custo relativamente baixo, completa Minke (2004). Por outro lado, Johnton & Newton citado por Ohnuma Junior (2008) ressaltam que possuem escolha limitada das espécies a serem utilizadas e acesso restrito para opções de recreação e pode-se, então, utilizar uma camada de substrato geralmente menor que 20 cm, mais ainda se caracterizam por possuírem solos rasos. Segundo a Green Roof Internacional Association (IGRA, 2012), as coberturas extensivas têm a camada de substrato em torno de 10 cm ou menos, já que normalmente utilizam plantas rasteiras como gramíneas e são apropriadas para coberturas com pouca capacidade

de suporte de carga e locais que serão utilizados como jardins de coberturas e tráfego somente para manutenção.

São estéticas e podem promover uma solução paisagística inusitada, agradável, de custo financeiro baixo. Suavizam as paisagens dos grandes centros urbanos e se constitui numa importante ferramenta para o aumento das áreas verdes, criando jardins, onde anteriormente não havia mais espaço, o que faz com que tenha abrangência nas áreas de lazer e sociais.

Sua aplicação em superfícies construídas adapta os ambientes construídos ao meio, favorecendo e revitalizando as áreas degradadas, incrementando a capacidade de regeneração do ecossistema urbano de forma adaptativa sustentável diante dos impactos sofridos, revertendo em benefícios tanto estéticos quanto ambientais (ROLA, 2008).

As coberturas verdes filtram as partículas de poeira e sujeira e absorvem as partículas nocivas que se apresentam em forma de gás, aerossóis e metais pesados como: chumbo, através de seu efeito filtro. Promovem a remoção do nitrogênio contido na água precipitada e neutralizam o efeito da chuva ácida e ainda reduz o impacto do dióxido de carbono (ROLA, 2008). Podem reduzir a emissão de NOx e SO² por redução na demanda de energia (LICHTENBERG, 2005) favorecendo a manutenção do ciclo oxigênio-gás carbônico que é essencial à renovação do ar atmosférico (SILVA, 2011).


28

8.CONSIDERAÇÕES FINAIS O projeto do edifício multifuncional para o centro de Ribeirão Preto, trará benefícios como a intensificação do transporte público, a mesclagem de usos, a qualificação de espaços de grande potencial construtivo, melhoria na acessibilidade, proporcionará novas opções de moradia e facilitará a vida de quem trabalha e habita o bairro, intensificando assim as atividades econômicas do local.

9.BIBLIOGRAFIA ROSSI, Orionde José, O Projeto de arquitetura do espaço Brooklin: da concepção à implantação. http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/1 6/16138/tde-06042010-115716/pt-br.php SILVA, Marcela Celani. Edifício vertical de uso misto. https://monografias.ufrn.br/jspui/bitstream/ 123456789/806/1/TFG_MARCELA%20CELAN I_MIX123.pdf Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/site/ Andrade Morettin Arquitetos. http://www.andrademorettin.com.br/ IBGE Ribeirão Preto. https://www.ibge.gov.br/ Clássicos da Arquitetura: Conjunto Nacional / David Libeskind. https://www.archdaily.com.br/br/777375/cla ssicos-da-arquitetura-conjunto-nacionaldavid-libeskind Gatto, Christina Merhy. Coberturas Verdes. http://www.ufjf.br/ambienteconstruido/files/ 2012/03/Vers%C3%A3o-FinalDisserta%C3%A7%C3%A3o2012-11.pdf



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