TFG - Sesc Botucatu: Proposta de um centro de lazer para a cidade de Botucatu - Sp

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BOTUCATU proposta de um centro de lazer para a cidade de botucatu - sp

jefferson de lima



universidade federal de são joão del-rei departamento de arquitetura, urbanismo e artes aplicadas curso de arquitetura e urbanismo

BOTUCATU proposta de um centro de lazer para a cidade de botucatu - sp

jefferson de lima trabalho final de graduação orientação: anna sophia barbosa baracho são joão del-rei, maio de 2021


sumário.

introdução

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01

o lazer.

06

02

o sesc.

18

03

a cidade.

26

04

o terreno.

36

1.1 1.2 1.3 1.4

2.1 2.2 2.3

3.1 3.2 3.3 3.4

4.1 4.2

contextualização e conceituação. direito ao lazer. lazer e qualidade de vida. espaço de lazer.

sesc: a instituição. histórico. diretrizes gerais de ação.

breve histórico de crescimento e consolidação. aspectos socioeconomicos. população: público alvo . lazer em botucatu.

escolha do terreno. levantamento fotográfico

08 11 14 14

20 21 23

30 31 32 33

37 38


4.3 4.4

análises urbanísticas. análises ambientais.

41 46

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o projeto.

50

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as referências.

88

considerações finais referências bibliográficas

96 97

5.1 5.2 5.3 5.4 5.5 5.6 5.7 5.8

6.1 6.2 6.3

diretrizes projetuais. programa de necessidades. tabela de áreas propostas. processo de projeto. plantas. materiais e estrutura. reservatórios e aquecimento. perspectivas.

sesc pompeia. sesc birigui. sesc guarulhos.

51 53 54 56 62 67 71 73

89 92 93



introdução.

Entende-se que a discussão sobre o lazer é consequência da sociedade contemporânea, que surge com a redução das jornadas de trabalho e a gradativa preocupação com o bem-estar da vida nas cidades. Esse assunto tem sido valorizado atualmente e motiva a realização de diversos estudos em áreas, como as ciências sociais e saúde. É importante entender que esse conceito consiste em mais que descanso e diversão, envolvendo também a promoção do desenvolvimento pessoal e social. (SILVA. et al. 2011). Dessa maneira, espaços idealizados de modo a abrigar e estimular a prática do lazer, em seu amplo entendimento, podem ser benéficos para o homem contemporâneo. Nesse debate também é interessante destacar o fato de que atualmente não só os itens básicos para a sustento das famílias podem ser considerados essenciais ao homem, e que as cidades e a sociedades excluem uma parcela muito grande da população do acesso de diversos instrumentos como o lazer (CAMARGO, 1986), muitas vezes por uma segregação espacial, onde raramente regiões periféricas dispõe de espaços próprios para esse uso.

Nesse âmbito, é relevante apontar a contribuição da instituição Sesc (Serviço Social do Comércio) no desenvolvimento da presente discussão no Brasil, e destacar que, desde seu surgimento, a entidade, inclui o lazer dos usuários em suas diretrizes e propostas de trabalho. Assim, oferece, em suas unidades, programas e atividades relacionados, para uma boa parcela da população, uma vez que o Sesc atende a todos de uma maneira geral e aos trabalhadores do terceiro setor de forma mais aproximada. Tendo em vista a importância do lazer e sua relação com a qualidade de vida, sobretudo nos centros urbanos, e entendendo que para uma edificação abrigar uma variedade de programas de lazer, busca-se entender também de que forma a modulação pode contribuir, como ferramenta projetual, para a criação de espaços arquitetônicos propícios para integrar diversas atividades associadas ao lazer

Dessa maneira, esse trabalho tem como produto final a produção teórica acerca do lazer, assim como dos espaços destinados a esse, associando modulação à concepção de espaços, e um projeto arquitetônico completo.

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justificativa. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade de Botucatu – SP é um dos municípios do centro-oeste paulista que ostenta, na última década, um dos maiores percentuais de crescimento populacional da região, cerca de 15%, apresentando, em 2019, uma população estimada de 146 mil habitantes. E, ainda que a cidade conte com equipamentos públicos e privados voltados ao lazer, nem toda a população tem acesso a esses dispositivos, por fatores socio geográficos, entre outros, uma vez que a cidade apresenta uma grande extensão territorial, que dificulta o acesso a tais equipamentos, principalmente das parcelas mais pobres da população.

objetivos. Este trabalho visa realizar pesquisas sobre o tema, legislações e obras análogas, aplicando-as em um projeto arquitetônico a ser desenvolvido como produto final do Trabalho Final de Graduação. Objetivo Geral:

• Elaborar um projeto arquitetônico de um SESC, um edifício que atenda

a um programa destinado a atividades culturais, esportivas e de lazer e ofereça tais recursos a comunidade na cidade de Botucatu – SP, tendo como princípio, aplicar a modulação em sua elaboração. Objetivo Específicos:

• Compreender o conceito de lazer;

• Pesquisar sobre a instituição SESC, assim como algumas de suas unidades;

• Analisar referências projeturas similares ao que está sendo proposto;

• Avaliar como a modulação pode ser aplicada na concepção deste tipo de edificação.

metodologia. Para atingir os objetivos propostos, o trabalho será desenvolvido a partir da seguinte metodologia:

• Pesquisa de referências bibliográficas, em periódicos, livros, artigos, teses e dissertações, a respeito da conceituação de cultura, esportes, lazer e a modulação, como recurso projetual; • Exploração a respeito da instituição do SESC, afim de compreender como se constitui a entidade e como a mesma atua


no território nacional, com a realização de pesquisas a fim de aprofundar-se em conhecimentos sobre o histórico da instituição e sobre suas políticas de funcionamento; • Realização de visita guiada ao SESC Pompéia, na cidade de São Paulo, no intuito de entender melhor o funcionamento do dia-a-dia de uma unidade do SESC e analisar a organização espacial dos ambientes disponíveis no local;

• Concepção do projeto arquitetônico com base nos estudos realizados;

• Produção do material gráfico necessário para apresentação e avaliação do trabalho final de Graduação.

• Estudo de obras análogas pertinentes ao tema, complementando o embasamento da produção do SESC; • Análise da cidade onde o projeto será implantado, afim de compreender sua história e a relevância da implantação do SESC, seguido da definição do local de implantação, e elaboração de diagnósticos, apresentando estudos de gabarito, usos, vias, aspectos naturais e condicionantes climáticos;

• Definição de programa de necessidades da instituição, com a descrição dos espaços do SESC Botucatu, a partir da definição de número de pessoas que a mesma poderá atender diariamente;

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o lazer

O primeiro capitulo abre com o objetivo de compreender melhor o conceito de lazer, contextualizar o surgimento do interesse por ele, e entender seu principal aspecto, a pluralidade. Além disso apresenta-se um amparo legislativo destacando o direito ao lazer. E por fim se expõe uma discussão a respeito dos espaços que o lazer ocupa.

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o lazer 06

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1.1 lazer: contextualização e conceituação. Antes de buscar definir o conceito, é relevante investigar o surgimento histórico da noção do que é lazer. Sobre isso existem duas correntes de pensamento que divergem. A primeira corresponde aos autores que consideram que o lazer existe desde que se tenha a distinção entre trabalho e não trabalho, já a segunda corrente refere-se ao lazer como sendo um fenômeno decorrente das sociedades urbanas e industriais (GOMES, 2003, 2004, apud REIS; CAVICHIOLLI; STAREPRAVO, 2009, p.64). No entanto é possível constatar que as duas correntes estão corretas, de certa forma o lazer sempre existiu e ainda manifestasse como uma necessidade humana, porém não figurava com tanto destaque como hoje, já que não existia uma distinção tão clara do tempo que se dedicava ao trabalho em contra ponto ao tempo destinado a demais atividades, como existe hoje, em decorrência do modo de vida das sociedades.

Nas sociedades pré-industriais o tempo dedicado ao trabalho no campo, ainda que longo, respeitava um ritmo natural e permitia-se ser permeado com atividades que entretinham, portanto o lazer nem sempre demandava um tempo próprio, algo que não condiz com o ritmo

01, 02, 03, 04, 05, 06 e 07 - representam atividades de lazer, baseado nos interesses culturais expostos em seguida. *referências na lista de imagens, pg .

do trabalho imposto pela industrialização, que trouxe jornadas de trabalho longas e exaustivas, com espaço apenas para o descanso, o que rapidamente trouxe a necessidade de revoluções afim de criar mais tempo livre para atividades que iam além do repouso (CAMARGO, 2003, p. 35-39 ). Segundo Gomes e Melo (2003, p. 25), quando surgiu o interesse em estudar o assunto, o lazer era descrito de maneira simplificada como sendo apenas o tempo disponível depois das ocupações, e assim foi descrito no Dicionário da língua francesa, publicado na década de 1860, definição que foi reformulada posteriormente, em 1930 pelo Dicionário de Claude Augé, e o lazer passou a ser compreendido como sendo as atividades realizadas de maneira voluntaria no tempo livre do “Trabalho comum”. (DUMAZEDIER, 1973, apud GOMES; MELO, 2003).

Definições essas que eram pouco precisas e não conseguiam expor a complexidade do tema, mas criavam a necessidade de elaborar estudos mais aprofundados na busca não só de conceituar o lazer, mas também entender os fatores que o tangenciam e como as pessoas o vivenciam.

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O sociólogo Dumazedier (1978, p. 30) cita em seu livro uma pesquisa sistemática, realizada em 1953, com operários e empregados franceses em que buscou-se compreender o significado de lazer para eles. Por meio dessa enquete o autor afirma que foi possível caracterizar melhor a definição anterior. Com o resultado desse trabalho definiuse o lazer como sendo oposição às preocupações do dia-a-dia, das tarefas e responsabilidades. É possível afirmar que um dos autores mais influentes nessa discussão, sobretudo no Brasil, foi o sociólogo francês Joffre Dumazedier, que afirma:

O lazer é um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se, ou ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçarse das obrigações profissionais, familiares e sociais (DUMAZEDIER, 1978, p.34).

Apesar de existirem outras interpretações para o conceito, é possível destacar uma paridade muito grande entre o que é descrito, como exemplo temos Camargo (2003) que define lazer por:

o lazer

[...] um conjunto de atividade gratuitas, prazerosas, voluntarias e liberatórias, centradas em interesses culturais, físicos, manuais, intelectuais, artísticos e associativos, realizadas num tempo livre roubado ou conquistado historicamente sobre a jornada de trabalho profissional e doméstico e que interferem no desenvolvimento pessoal e social dos indivíduos. (CAMARGO, 2003, p.97).

Em síntese, o lazer encontrasse nas práticas prazerosas, realizadas no tempo livre de obrigações formais, domésticas e/ou trabalhistas, tempo esse, fruto de conquistas sociais, e se manifesta em diversas atividades, realizadas a partir de interesses específicos, relacionadas a determinadas funções.

Dumazedier (1978), destaca também três funções do lazer, que ajudam ainda mais na sua compreensão: Descanso, recuperação dos desgastes do dia-a-dia; Divertimento, entretenimento e recreação, rompimento com o cotidiano, busca por equilibro afim de suportar o rigor da vida; e por último o Desenvolvimento, procura por crescimento e evolução física, social ou pessoal. Expressado de diferentes formas, com interesses e funções distintos, o lazer, mesmo quando praticado em grupo, exibe uma natureza individual.


classificação das . atividades de lazer. Na busca de melhor compreender as atividades de lazer o sociólogo Joffre Dumazedier (1978) propôs uma classificação de acordo o interesse que leva a realização da ação, fundamentada no princípio do “interesse cultural” da atividade, mas essa classificação não é restritiva, uma vez que a prática de alguma atividade de lazer pode ser feita partindo de mais de um interesse. Posteriormente, essa classificação recebeu atualizações de autores como Camargo (2003) e Schwartz (2003).

interesses físicos

São atividades com práticas corporais, associadas a busca pelo bem-estar e a promoção da saúde. Inclui-se nesse interesse atividades ligadas a aventura, atividade leves, intensas, coletivas e individuais. Em resumo todas as atividades ligadas aos esportes e à exercícios físicos, a movimentar o corpo (MELO; ALVES JUNIOR, 2003)

Abarca diversas manifestações artísticas, que trabalham com o imaginário dos indivíduos, com seus sentimentos e emoções. Alguns exemplos são teatro, cinema, artes plásticas, música, dança, etc. Abrange também as manifestações culturais, populares e a contemplação. Destaca-se a estética (MELO; ALVES JUNIOR, 2003).

interesses manuais

interesses artísticos

São ligadas à experiencia de manipular e transformar objetos e produtos, assim como o trabalho com elementos naturais e animais, são exemplos, o artesanato, jardinagem e cuidado com animais. É importante dizer que são atividades realizadas em busca de prazer, não relacionadas ao trabalho formal (MELO; ALVES JUNIOR, 2003).

Inclui atividades que buscam o prazer por meio do estimulo e desenvolvimento do intelecto. Nesse grupo é possível encaixar todos os jogos conhecidos como intelectuais. Também pode-se acomodar nesse grupo, a busca por palestras e cursos, desde que não esteja associada ao trabalho do indivíduo (MELO; ALVES JUNIOR, 2003).

interesses intelectuais

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interesses sociais

Engloba as atividades realizadas estritamente com interesse em desenvolver a sociabilidade e o contato com outras pessoas, embora considere-se que os demais interesses também possibilitem a socialização, enquadram-se festas, bailes, bares, cafés, jogos, passeios em família e amigos (MELO; ALVES JUNIOR, 2003).

São atividade que procuram quebrar o ritmo da vida cotidiana, a busca de novas paisagens, mudanças de rotina e estilo de vida por um período de tempo, entrar em contato com novas situações, culturas, pessoas diferentes e novas paisagens, por meio de passeios e viagens (CAMARGO, 2003).

interesses virtuais

interesses turísticos

São todas as atividades que fazem uso de tecnologias, como internet, videogames, smartphones, etc. Por vezes, é entendido como não sendo algo novo na discussão por permear outros interesses, como o social e o intelectual. Mas trata-se de uma redefinição desse entendimento, a partir de uma nova linguagem (SCHWARTZ, 2003).

1.2 direito ao lazer. Segundo Pereira (2015) o lazer é um direito social, e sendo assim juntamente com outros direitos como os civis, políticos e trabalhistas, enquadra-se dentro dos direitos fundamentais do homem, esses que existem com a finalidade de proteger e promover a dignidade humana, são

o lazer

inerentes ao homem e devem ser respeitados e garantidos sem nenhum tipo de distinção ou restrição.

Esses direitos baseiam-se nos três preceitos defendidos pela revolução francesa, liberdade, igualdade e fraternidade, que se desenvolveram de acordo com necessidades de momentos históricos distintos, e configuram as três dimensões clássicas dos direitos fundamentais. Existem ainda outras duas dimensões mais atual (JÚNIOR, 2012).


DIREITOS

3 dimensões clássicas dos direitos fundamentais (JÚNIOR, 2012).

1° liberdade

2° igualdade

3° fraternidade

São os direitos civis e políticos, dentre eles direito à vida, segurança, liberdade expressão, etc. São direitos de resistência e o Estado não deve interferir nessa esfera.

Trata dos direitos sociais, econômicos e culturais, como os direitos à saúde, educação habitação, trabalho, lazer, etc. Exigem que o Estado os garanta por meio de políticas públicas.

Abarca os direitos difusos e coletivos, a exemplo, os direitos ao desenvolvimento, meio ambiente, à paz, etc. A defesa desses, cabe a representantes da sociedade civil.

Como dito anteriormente, o lazer encontra-se amparado nos direitos sociais, que existem como forma de garantir uma compensação das desigualdades e garantir melhores condições de vida e trabalho para todos, afinal relacionamse ao conceito de igualdade, presente na segunda dimensão dos direitos fundamentais. Cabe ao Estado o dever de garantir a todos o acesso a tais direitos, por meio de leis, projetos e políticas públicas, sendo assim é dever do Estado garantir a todos o acesso ao lazer. É importante destacar que esses direitos fundamentais são equivalentes aos direitos humanos, sendo que sua diferenciação acontece na ordem da normativa, enquanto os direitos fundamentais são previstos nas

constituições dos Estados, os direitos humanos são demarcados em ordem internacional (ALVARENGA, 2019).

Tratando do âmbito internacional, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), declara por meio do artigo 24, que “Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas.” Já na esfera nacional, o lazer é previsto pela Constituição Federal em quatro artigos distintos; artigo 6º; artigo 7º; artigo 217, § 3º; e artigo 227.

O segundo capitulo da Constituição, que trata, Dos Direito Sociais e inserese no título Dos Direitos E Garantias Fundamentais, inicia-se pelo art. 6°, que

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reafirma o lazer como um direito social da mesma forma que a saúde, educação, segurança e outros. O mesmo capitulo trata no art. 7º o lazer como um direito social específico do trabalhador (BRASIL, [2016]).

já descrito anteriormente, o lazer não está estritamente ligado às práticas esportivas e tão pouco a recreação, não está estritamente ligado a determinadas faixas etárias ou classes sociais, e tão pouco limitado ao esporte.

Por último, apresenta-se no sétimo capitulo, Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso, o art. 227 que determina a obrigação da família, da sociedade e do Estado de oferecer as crianças, adolescentes e jovens, dentre outros direitos, o lazer (BRASIL, [2016]).

[...] as Políticas Públicas são prioritárias e fundamentais para a realização deste direito, além do incentivo a práticas esportivas, faz-se necessária o incentivo ao lazer como momento de desenvolvimento mental, através de práticas culturais e educativas (PEREIRA, 2015, p.206).

O terceiro capitulo, que se ocupa Da Educação, Da Cultura e Do Desporto, na seção III, especifica Dos Desportos, apresenta o art. 217, que estabelece o dever do Estado de incentivar práticas esportivas, e discorre no parágrafo 3° que o governo tem a obrigação de incentivar o lazer (BRASIL, [2016]).

Analisando a forma que o lazer é referido na esfera legislativa brasileira observa-se que esse, com exceção do art. 6°, sempre é referido de maneira subordinada a outro aspecto, é classificado como um direito dos trabalhadores no art. 7, atrelado ao esporte no art. 217, e ligado ao amparo de crianças, adolescentes e jovens no art. 227, parágrafo 3. Como

o lazer

Tendo posto isso, é importante destacar que no Brasil apesar de sua relevância perante a constituição, o lazer encontra-se legislado de maneira dispersa, e assim acaba sendo rebaixado. Dessa forma é necessário que o Estado trabalhe de modo mais ativo na busca por cumprir sua obrigação com o direito ao lazer, Pereira (2015) destaca que:

Nesse contexto, é interessante destacar iniciativas de instituições como o SESC, que oferecem diversas atividades e programas que integram o lazer e outros direitos sociais, em busca de promover melhor qualidade de vida para seus usuários, fazendo assim esse papel que deveria ser do Estado.


1.3. lazer e qualidade de vida.

1.4. espaço de lazer.

É importante destacar a relação do lazer com a qualidade de vida, para que se possa entender a importância do mesmo. Mas é necessário, antes, entender o conceito de qualidade de vida. Apesar de sua subjetividade, para caracteriza-lo, Silva (2007) afirma que é:

Camargo (2003, p.61) levanta o seguinte questionamento “Onde os indivíduos, homens, mulheres, crianças, jovens, adultos e idosos, podem exercitar suas necessidades de atividades de lazer?”. Agora com uma melhor compreensão sobre o lazer, a maneira que ele se manifesta e o direito que todos tem sobre esse, é importante entender o lugar do lazer, ou seja, espacializa-lo.

[...] relacionado à autoestima e bem-estar pessoal e social, abrangendo uma série de aspectos, como: a capacidade funcional, o nível socioeconômico, o estado emocional, a interação social, a atividade intelectual, o autocuidado, o suporte familiar, o próprio estado de saúde, os valores culturais, éticos e religiosos [...] (SILVA, 2007,p. 36).

Em suma, qualidade de vida associa-se a uma série de condições materiais e imateriais que garantem ao indivíduo satisfação e bem-estar. Pode-se relaciona-la ao lazer partindo do entendimento que esse configurasse nas atividades realizadas pelo individuo na busca por satisfação e bem-estar, assim o lazer torna-se uma ferramenta que promove condições para que o homem alcance estados físicos, psíquicos e sociais que contribuem para o aumento da qualidade de vida. Dessa maneira afirma-se o valor do lazer como algo indispensável, e assim a necessidade de garanti-lo.

Considerando o caráter diversificado das atividades de lazer, já explorado nesse trabalho, pode-se afirmar que esse reflete também nos espaços em que o lazer ocorre. As atividades podem acontecer em ambientes que variam de espaços públicos como ruas e calçadas, e privados como bares e a própria casa, mas constata-se que sobretudo no século XII, meio urbano é o principal espaço do lazer (PINA, 2017).

Mas embora a cidade seja hoje onde lazer encontra uma ampla possibilidade de ser praticado é importante fazer uma crítica à distribuição espacial dos equipamentos dedicados a esse tais como teatros, cinemas, centros culturais, etc. As áreas centrais das cidades, e as cidades maiores, são quase sempre privilegiadas na implantação desses equipamentos, o que afasta a classes

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sociais com menor poder aquisitivo do acesso e esses espaços, sendo assim na busca por democratizar o lazer é necessário democratizar o espaço em si (MARCELLINO, 2012).

Sobre essa discussão, existe a noção de “equipamentos de lazer”, que trata dos lugares onde se praticam as atividades de lazer, sendo esses idealizados primariamente para tal ou não, ou seja, o próprio espaço de lazer no meio urbano (PINA, 2017). Requixa (1980) elaborou ainda uma classificação para esses, assim conceituando os equipamentos não-específicos e os específicos (REQUIXA, 1980, apud PINA, 2017).

equipamentos não-específicos

Os equipamentos nãoespecíficos são os lugares que não são necessariamente idealizados para a prática do lazer, mas que posteriormente tiveram suas funções primárias alteradas parcial ou totalmente, aqui se encaixam as ruas e calçadas, os bares e restaurantes e as escolas e a própria casa (REQUIXA,1980, apud PINA, 2017). As ruas além da função óbvia de conectar lugares, como aponta Camargo

o lazer

(2003, p. 63) proporcionam “uma oportunidade de ver e de ser visto, de ver paisagens naturais e construções humanas, de observar as pessoas em geral ou encontrar-se [...]”. Embora o crescimento da criminalidade e suas serventia aos carros suprimam o uso para o lazer, destacam-se iniciativas como o fechamento de algumas ruas aos finais de semana afim de atribuir essa característica convidativa e de apropriação e esse espaço, como acontece na Av. Paulista, em São Paulo, desde de 2015.

Quanto aos bares e restaurantes, representam muito mais que um espaço para o consumo de comidas e bebidas, são ambientes de encontros e também de contemplação, e sofrem ainda um processo de evolução dando espaço para atividade como exposições, lançamento de livros, apreciação de música, etc. (CAMARGO, 2003). Com relação às escolas, essas ofertam grandes possibilidades para o lazer por meio dos espaços que dispõem (quadras, pátios, auditórios, etc.). Porém para que sejam exploradas, além da função educativa, necessitam de iniciativas como a abertura para comunidade em períodos ociosos, o que


infelizmente não acontece com frequência devido a fatores como o medo de possíveis depredações e falta de organização para o desenvolvimento de atividades nesses espaços (MARCELLINO, 2012).

Por fim a casa, essa que é muitas vezes o principal espaço de lazer de parte da população, Camargo (2003) aponta que é uma realidade de diversos países, concluindo que a sociedade evoluiu de forma que o lar deixou de ser abrigo, mas Marcellino (2012) ressalta que, no caso de país com grande desigualdade social, como o Brasil, nem sempre a casa oferece boas condições, fazendo necessário a oferta de espaços coletivos de lazer, afim de garantir seu acesso.

equipamentos específicos São instalações construídas para o lazer e podem ser de uso especializado, como são os teatros e cinemas, ou ter um caráter mais abrangente e multiuso como o Sesc, e podem ser divididos em micro equipamentos, equipamentos médios e macro equipamentos. Requixa (1980, apud PINA, 2017) os define da seguinte forma: • Micro equipamentos são aqueles

que atendem especificamente a uma atividade, tem esse nome por conta de sua escala, geralmente não demandam de um espaço muito grande para serem implantados e atendem demandas locais, bibliotecas e museus são exemplos de micro equipamentos

• Equipamentos médios são voltados para o atendimento de um público maior, e são construídos para abrigar uma grande variedade de atividades, ligadas a todos os interesses culturais do lazer. Sua implantação demanda mais espaço e projetos arquitetônicos especializados, são exemplos os centros comunitários, culturais e esportivos. São frequentados durante toda a semana.

• Já os macros equipamentos são os grandes parques e campings por exemplo, assim como a escala anterior também podem abrigar uma maior gama de atividades e instalações, demandam espaços ainda maiores e por isso são escassos, são utilizados principalmente aos finais de semana.

Esses equipamentos podem ser fruto de iniciativas públicas ou privadas, e tangenciando isso temos o Sesc, resultado de iniciativa privada mas que atende à população em geral.

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02


o sesc

Sendo o objetivo final desse trabalho um projeto arquitetônico de um espaço de lazer por meio de uma unidade do Sesc, esse capitulo se propõe a investigar melhor a instituição, por meio de uma breve explanação sobre ela, um traçado histórico e a exposição de suas diretrizes de funcionamento, afim de compreender como a instituição atua.

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o sesc 14

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2.1 a instituição. O Sesc é uma instituição privada, sem fins lucrativos, mantida por empresários do comércio de bens, turismo e serviços, voltada ao objetivo de proporcionar o bem-estar e qualidade de vida principalmente aos trabalhadores desses setores e seus familiares, embora também atenda à população em geral. Integra o sistema S, um conjunto de instituições que nasceram nos anos 40 por iniciativa de empresários de diversos setores, com o objetivo em comum de beneficiar os trabalhadores. Hoje são mantidas por recursos dos setores correspondentes.

É formado por centros de atividades localizadas em todo país que desenvolvem programas nas suas cinco áreas de atuação: Cultura; Educação; Saúde; Lazer e Assistência. Com a intenção de decifrar a equação espaço-tempo, o SESC implanta, em São Paulo, centro de lazer sociocultural e educativo, cuja variada oferta de atividades busca ocupar o tempo livre do trabalhador, o tempo avesso ao trabalho e às obrigações, um tempo que se deseja voltado ao ócio e ao descanso, apropriado ao cultivo de si, ao refinamento do corpo, do olhar, das experiencias trocadas entre indivíduos e grupos. (MIRANDA, 2015, p.15)

08, 09, 10, 11, 12, 13, 14 e 15 - atividades sendo realizadas em unidades do Sesc.

A instituição está presente em todos os estados brasileiros, com cerca de 530 unidades, móveis e fixas, com destaque para o estado de São Paulo que conta com 43 de suas instalações operantes. Só na região metropolitana da capital são 23 unidades (SESC, 2018). Aqui pode-se destacar mais uma vez o sociologo Joffre Dumazedier que auxiliou na construção do conceito do Sesc que vemos hoje.

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2.2 histórico. O SESC surge em um contexto histórico de pós-guerra, um momento em que diversos países passavam por crises econômicas e sociais (CARVALHO, 2008).

Sua concepção é resultado da iniciativa público-privada em meio à crise da época, por meio do Decreto – Lei n°. 9.853, “como proposta para conter as tensões entre trabalhadores e empregadores” (SESC, 2012) na procura de um equilíbrio social. Desde a sua criação, as atividades e serviços do SESC têm sofrido intensas modificações [...]. Ao longo de sua história, a Entidade evoluiu de atividades com características assistenciais, com a predominância do atendimento individualizado a pequenos grupos, para programas socioeducativos direcionados a grupos maiores e as comunidades, objetivando um processo de promoção e desenvolvimento social (SILVA. 2007, p. 40)

Ao longo dos seus mais de 70 anos, tornou-se referência ao construir uma grande rede de equipamentos ligada tanto à assistência que oferece ao seu público, quanto às iniciativas que priorizam o desenvolvimento humano e a melhoria da qualidade de vida de seus frequentadores

linha do tempo 1946 Criação do SESC. Um ano após o surgimento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), órgão máximo de representação do empresariado do comércio, o presidente decretou a criação do Sesc e do Senac – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial. Primeira unidade criada com função de assistência.

1946 - 1949

O SESC instala suas primeiras unidades executivas em diversos estados, entre eles: Alagoas, Amazonas, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraná. Em Minas Gerais, um hospital é criado para o tratamento da tuberculose. São inauguradas as primeiras colônias de férias nas unidades de Bertioga, litoral paulista, e Garanhuns, em Pernambuco.

1952 - 1957

Nesta década, foi construída uma rede de Centros de Atividades destinadas a educação, cultura, lazer e assistência. Foram também criados restaurantes, bibliotecas fixas e móveis. Foi o início de um plano de desenvolvimento, com centros de treinamento e cursos. Adaptado de: Sesc (2012).

o sesc


1982 1963 Início do trabalho social com idosos, em São Paulo. Atende anualmente 60 mil pessoas. Além de resgatar o valor social dos idosos, as ações do Sesc privilegiam a cidadania e a educação por meio de projetos adaptados às diferentes culturas das regiões.

1966

Popularização das Unimos, Unidades Móveis de Orientação Social, que atuaram em áreas onde ainda não existiam unidades fixas ou espaços apropriados. As Unimos percorriam cidades e instalavam-se próximo a escolas, clubes e praças, realizando cursos, espetáculos e práticas esportivas.

1974

Nos grandes centros a demanda da população era por lazer. Nesta época, foram criados novos Centros. Tornou-se conhecido pelos seus ginásios, piscinas e quadras esportivas. Surgiram hotéis e estâncias. A política é fundamentada no acesso dos trabalhadores do comércio às opções de lazer e o Turismo Social se estabelece.

Percebendo as mudança políticas e sociais do país, o SESC investe em ações culturais, antes reprimidas pelo Regime Militar. Surgem projetos dedicados ao Teatro, Cinema, Artes Plásticas, Música e Literatura. A abertura cultural também promove a cultura internacional. A Cultura no Sesc assume a responsabilidade de utilizar as diversas linguagens como instrumento de transformação.

1990-1999

Na década de 90, o SESC continua a investir em educação para crianças e na cultura e recreação para idosos. No período, foram realizados o segundo e terceiro Plano de Ação Nacional do Sesc, que tiveram como metas a ampliação da rede de unidades pelo interior do país. Regiões mais carentes do país são escolhidas para a implantação de novas unidades.

1999

Para atender os brasileiros que não tem acesso aos consultórios odontológicos, foi criado o OdontoSesc na cidade de Esperança, na Paraíba, onde foi lançadaa primeira unidade. O projeto já percorreu centenasde municípios e hoje conta com uma frota de 52 unidades moveis. Adaptado de: Sesc (2012).

p.22


2003 A fome entra na pauta do Governo. O SESC, que já possuía bancos de alimentos em São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco, desde os anos 90, cria o Mesa Brasil Sesc. Uma rede nacional de combate à fome e ao desperdício. As unidades do Mesa Brasil são implementadas em todos os estados, estabelecendo parcerias com o comércio e a indústria alimentícia.

2005

Além de instalar bibliotecas em todo o país desde a década de 50, o SESC iniciou, em 2005, o BiblioSesc, que consiste em unidades móveis que carregam 3 mil livros e percorrem todos os cantos do país, na intenção de estimular a cultura e educação por meio da leitura.

2008

O SESC encerra a década com a construção da Escola Sesc de Ensino Médio, no Rio de Janeiro. Em fevereiro de 2008, a escola abriu suas portas para uma turma de jovens moradores, vindos de diferentes estados do país. Eram adolescentes, com idades entre 13 e 16 anos que fariam parte de uma experiência inovadora no cenário da educação no Brasil: ensino em tempo integral, em escola-residência. Adaptado de: Sesc (2012).

o sesc

2012 Ao comemorar 66 anos, o SESC adota a transformação como tema, respeitando o princípio do acolhimento e ação propositiva, marcas de sua história. O ano de 2012 é grifado na história da instituição pelo início de investimentos no caracter virtual, na busca de levar a mais pessoas educação, cultura e lazer.

2.3 diretrizes gerais de ação. Tendo em vista que o papel das entidades de serviço social, tanto de caráter público quanto privado, é de oferecer ações complementares que atendam às necessidades da população e o fato que espaços e atividade de lazer e cultura, hoje, são parte do interesse das classes de baixo nível de renda e escolaridade. O SESC estabelece suas “Diretrizes Gerais de Ação” que, por meio de programas e serviços socioeducativos, tem como objetivos:


• Fortalecer, por meio da ação educativa, a capacidade de os indivíduos buscarem, eles mesmos, a melhoria de suas condições de vida;

• Contribuir para o aprimoramento, enriquecimento e difusão da produção cultural.

Essas Diretrizes abarcam 4 campos de ação: Campo da Educação, Campo da Saúde, Campo da Cultura, Campo do Lazer, estabelecidos com a finalidade de contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores no comércio e seus dependentes e para o desenvolvimento econômico e social, participando do esforço coletivo para assegurar melhores condições de vida para todos (SESC, 2014)

educação

saúde

Os serviços prestados devem ter caráter educativo, que permitam o enriquecimento espiritual dos indivíduos e, desse modo, contribuam para que se tornem agentes ativos e conscientes do processo de desenvolvimento político, econômico e social brasileiro.

Concentrar suas ações programáticas em um conjunto de práticas em nutrição, saúde bucal, medicina de apoio e difusão de conhecimentos, que contribuem para a aquisição de hábitos voltados para a preservação da saúde.

cultura

lazer

A entidade deve criar condições que possibilitem e estimulem a produção e difusão, artístico-cultural, tornando-se um real instrumento de transformação dos indivíduos e da sociedade, por meio do enriquecimento intelectual.

Deverá proporcionar experiências gratificantes, o que significa proporcionar experiências de reflexão, fantasias, entretenimento e desenvolvimento, por meio de recursos humanos habilitados a explorar as possibilidades de crescimento pessoal.

• Oferecer serviços que contribuam para o bem-estar e melhoria de sua qualidade de vida;

Adaptado de: Sesc (2014).

p.24


03


a cidade

O lugar escolhido para a implantação desse equipamento de lazer, o Sesc, é o município paulista de Botucatu.

Dessa forma esse capitulo busca retratar de uma maneira geral a cidade e sua população. Apresenta-se um breve histórico do município, destacando sua origem e elencando fatores que influenciaram seu crescimento e consolidação, além de exibir aspectos econômicos. Afim de defender a escolha do Sesc, se expõe de maneira geral a população botucatuense, e por fim mapeia-se a oferta de espaços de lazer.

p.26


17

16

18

19

a cidade 20


Botucatu, que tem seu nome derivado do tupi “Ybytukatu”, em tradução livre “Bons Ares”, é um município do interior situado no topo da cuesta, formação do relevo que confere um clima ameno, com ventos constantes, que concede seu título. brasil - são paulo

235

km

são paulo - botucatu

botucatu - perimetro urbano

16 - Catedral Sant’Ana de Botucatu, 17 - Estação Ferroviária de Botucatu, 18 - Fazenda Lageado e 19 - Pinacoteca Fórum das Artes, representam pontos de referência na Cidade - 20 Vista Aérea.

Estabelecida no Centro-Oeste paulista, a cerca de 235 quilómetros da capital. Botucatu faz divisa com 10 outras cidades, as quais, possui maior destaque, por seu tamanho e economia, ainda conta com 2 distritos, Vitoriana e Rubião Júnior, sendo o último o maior e mais próximo da sede do município. Possui população estimada de 146 mil pessoas, sendo a 3° maior cidade da região. O município conta com o elevado IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 0,8 o que o classifica entre os melhores municípios brasileiros (IBGE, 2019). É destaque nos campos da saúde e educação. Conta com dois Campi da Universidade Estadual Paulista (UNESP), que ofertam cursos nas áreas da saúde, ciências biológicas e ágrarias, destacando-se, principalmente, pelo curso de medicina e o Hospital das Clínicas, um dos mais conceituados do país, que atende diversas regiões.

p.28


N

População estimada [2019]: 148.130 pessoas IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) [2010]: 8,0 Densidade demográfica [2010]: 85,88 hab/km² Área territorial: 1.482,642 km² Bioma: Cerrado;Mata Atlântica

(IBGE, 2019)


3.1 breve histórico de crescimento e consolidação. O município teve seus primeiros indícios de povoamento no ano de 1720, porém, nessa época Botucatu era o nome dado a sesmarias do interior de São Paulo e representava quase ¼ da extensão territorial da capitania de São Paulo. Por volta 1766 essas terras exerciam “o papel de ‘boca de sertão’, servindo de parada e pouso para viajantes, assim como de ponto de abastecimento para expedições que penetravam pelo interior” (DONATO, 1954, apud GARCIA, 1993, p. 153). Os primeiros sinais de crescimento datam de 1830, quando foram instauradas as primeiras fazendas no alto da cuesta, região ocupada atualmente pela malha urbana. Considera-se 1843, sua fundação, com a criação do Patrimônio da Freguesia de Sant’Anna de Botucatu. Pouco depois, 1855, foi elevada ao status de Vila conseguindo sua emancipação político-administrativa, o que ocorreu por na época concentrar as atividades urbanas da região, e ser um importante centro de comércio e de abastecimento (GARCIA, 1993). Entrelaçado com a história de seu surgimento tem-se o café, que na época começava a apresentar um aumento significativo na produção, impulsionando a economia, o que atraiu intensos fluxos de

Mapa do perímetro urbano da cidade Fonte: Perfeitura de Botucatu - Modificado pelo autor

imigrantes, e gerou profundas mudanças estruturais e acabou impulsionando o desenvolvimento das atividades urbanas do lugar (GARCIA, 1993).

Posteriormente, em 1889, a cidade presenciou a chegada da Ferrovia, vinda com o intuito de resolver o problema do escoamento da grande produção. Nesse momento a cidade expandiuse novamente criando novos núcleos urbanos como a Vila dos Lavradores, bairro que se originou nas imediações da estação de trem (BOTARO; OLIVEIRA, 2015). Com a crise cafeeira, instaurada em 1929, Botucatu passou novamente por um processo de expansão urbana que aconteceu com o esvaziamento do campo, porém esse momento configurou um período de estagnação que perdurou por quatro décadas, situação que só melhorou em 1970 com o “milagre econômico”. Nesse período a cidade apresentou um maior desenvolvimento baseado na indústria, setor pouco expressivo até então (GARCIA, 1993). Ainda hoje esse setor permanece presente na economia e no desenvolvimento da cidade, ficando atrás apenas dos setores de comércio e serviços que sempre tiveram força na região.

p.30


3.2 aspectos socioeconomicos. Sendo o Sesc uma instituição ligada a determinados setores da economia, é importante compreender como se caracteriza esse aspecto no município, isso na busca de reforçar a justificativa para a implantação de uma de suas unidades como um equipamento de lazer para a cidade.

Considerando uma divisão baseada em três setores (primário: extração e/ou produção de matérias-primas; secundário: construção civil e indústria; terciário: comercio e serviços), o município tem seu desenvolvimento econômico pautado no segundo e terceiro setores, sendo que o último representa cerca de 69% dos valores adicionados ao PIB (Produto Interno Bruto) da cidade (SEADE, 2019). Dos 67% da população em idade ativa, maior de 18 anos, exercem algum trabalho formal ou informal, dentre os quais aproximadamente 65% são empregados dos setores de comércio e serviços (IBGE, 2019) Sendo assim é indiscutível a força dos segmentos de comércio e serviços na cidade de Botucatu, sendo os mais importantes para a economia da região e empregando boa parcela da população do municipio.

a cidade

Taxa de atividade população em idade ativa

Gêneros no mercado de trabalho

67% 56%

44%

Percentual da população ocupada, por setores de atividade 20% 24%

45%

8% Agricultura, Pecuária

Indústria Construção

Divisão economica por setor, Botucatu

69% 1° setor 4% 2° setor 26% 3° setor 69% Elaboração: autoria própria (2021) Dados: SEADE, 2019 e IBGE, 2019

Comércio Serviços

26%


3.3 população: o público alvo. Distribuição espacial

Sendo o Sesc Botucatu destinado a todos os habitantes da cidade, se propõe aqui, caracterizá-los, de maneira geral.

96% Urbana 4% Rural

Distribuição por gênero

A população botucatuense encontrase predominantemente situada na sede do município, com quase nenhuma expressão do meio rural.

51% Mulheres 49% Homens

Destaca-se a presença de crianças, jovens e adultos, em relação ao numero de idosos. Porém essas duas últimas faixas etárias apresentaram uma tendência de crescimento segundo os últimos censos, 5% e 3% respectivamente, enquanto os jovens diminuíram cerca de 6%.

Distribuição por faixas etárias (2010) adultos idosos jovens 29%

58%

13%

Quanto à questão de gênero há uma grande paridade entre homens e mulheres em todas as faixas etárias. 2010

5%

0%

Pirâmide Etária

5%

5%

2000

0%

5%

75 + 70 a 74 65 a 69 60 a 64 55 a 59 50 a 54 45 a 49 40 a 44 35 a 39 30 a 34 25 a 29 20 a 24 15 a 19 10 a 14 5a9 0a4

Elaboração: autoria própria (2021) Dados: SEADE, 2019

p.32


Afim de compreender a oferta de equipamentos de lazer no município buscou-se caracterizar nesse estudo a presença desses equipamentos no tecido urbano da cidade, pontuando equipamentos de dois grupos distintos, os esportivos e os culturais.

norte

leste

centro

3.4 lazer em botucatu.

oeste

sul

O ideal seria observar uma distribuição homogenia de equipamentos em toda a malha urbana afim de atender a população de todas as regiões com uma diversidade de possibilidades, porém não é o que se observa. Verifica-se que equipamentos esportivos são ofertados de forma mais uniforme, principalmente pela presença de campinhos de futebol em muitos bairros. Enquanto os equipamentos culturais concentram-se na região central, com exceção ao museu instalado na fazenda Lajeado. É possível relacionar isso ao caráter de destino turístico do centro e ao fato dessa região concentrar maior renda.

Essa percepção colabora com a escolha de regiões menos centralizadas para a implantação do projeto, na busca de expandir a oferta de atividades culturais na malha urbana aproximandoos a população periférica.

a cidade

Mapa do perímetro urbano da cidade destaque para os equipamento de lazer disponíveis Fonte: Perfeitura de Botucatu Modificado pelo autor


N

Área de implantação da proposta Equipamentos Esportivos Equipamentos Culturais

p.34


04

o terreno


leste

centro

norte

sul

oeste

mancha urbana - destaque para as zonas da cidade e marcação da região de analise.

21

Este capítulo apresenta uma aproximação da área de implantação do projeto, tratando do terreno e seu entorno imediato.

Aqui se expõem analises urbanísticas e ambientais, por meio de mapas de diagnostico, além de apresentar os fatores que influenciaram na escolha do terreno utilizado. p.36


4.1 escolha do terreno. R. B

R La ibe va ir pé ão s

,69

m

ene

dita

22

Z. V iêir a 4m

22,8

Das 43 linhas de ônibus de Botucatu, 10 passam em frente ao terreno. Assim tornando o terreno um local de acesso facilitado para todas as regiões da cidade, aproximando o Sesc da população que vive mais distante.

SEN

10956 m²

150,05 m

Av. Mário Bar b

eris

O local escolhido é um ponto estratégico na cidade, por se localizar próximo a um dos eixos de acesso do município e encontrar-se em uma das principais entradas para a zona sul, região que se originou da criação de diversos conjuntos habitacionais.

AI

26

,27

m

16

,7

1

m

40

102 m

O terreno escolhido está situado no número 190 da Av. Mario Barberis, esquina com a R. Benedita Zaponi Viêira e a Av. Dr. Jaime de Almeida Pinto, no Jardim Reflorenda. Endereço localizado na zona sul da cidade, próximo da divisa com a zona central.

75,45 m

Av. Dr. Jaime

de Almeida P

into

22 Ponto de Ônibus

trajeto de pedestres

N

O terreno situa-se ao lado do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e a pouco mais de 1 quilômetro do Sesi (Serviço Social da Indústria) outras instituições que pertencem ao sistema S, que dependem da iniciativa da indústria, uma voltada para a oferta de cursos profissionalizantes e a outra para a educação basica, com uma escola.

2

1 4 3

50

0

50

SEN

AI

100

Lote Ribeirão Lavapés

o terreno

Mapa - Área de análise - 700mx500m - 350 Km² Elaboração: autoria própria (2021)


4.2 levantamento fotografico.

23

1

p.38


2 4

o terreno

24


3

25

26

p.40 p.37


4.3 análises urbanísticas.

cheios e vazios.

Verifica-se um padrão predominante de ocupação dos lotes, com alinhamento com a rua e presença de afastamentos frontais, porém nota-se também um maior ocupação dos lotes, fatores que tornam fácil a identificação do formato das quadras.

Essa lógica é interrompida pela presença de lotes vagos e nos espaços das instituições de grande porte onde crescem os espaços vazios em relação ao edificado, na várzea do ribeirão também é marcante os espaços livres, ocupados por vegetação. N

50

0

50

100

Lote Ribeirão Lavapés

Edificado / cheio Não edificadio / vazio

o terreno

Mapa - Cheios e Vazios Elaboração: autoria própria (2021)


zoneamento urbano. Conforme a Lei de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo de Botucatu (Lei nº 4.953, 2008) o terreno está inserido na Z-3 (Zona Mista). As definições de Uso da Lei enquadram o Sesc como: C4-S4, Comércio e Serviço específico; e para tal o Anexo II da lei define:

• • • • •

Recuos Frontal e Posterior - 5m Permeabilidade Mínima - 10% Taxa de Ocupação - 0,7 Coeficiente de Aproveitamento - 4 Vagas de estacionamento - 1 p/ cada 80m² de área construída N

50

0

50

100

Lote Ribeirão Lavapés

Z-2 zona mista Z-3 zona mista

o terreno

Mapa - Zoneamento Elaboração: autoria própria (2021)

p.42


uso e ocupação. Percebe-se a predominância do uso residencial, característico em toda a região, mas destaca-se também a significativa presença de equipamentos institucionais: como escolas, centros de assistência e aparatos militares. O uso de

serviços e comércios é menos expressivo nas imediações, mas se faz presente.

Por essa característica mista a região apresenta natureza dinâmica, excluído o espaço do terreno que por seu tamanho e aridez afugenta usuarios. N

ESCOLA

SENAI

PRAÇA DA JUVENTUDE

CRAS

50

0

50

ESCOLA

ESCOLA

100

Lote Ribeirão Lavapés

Residencial Comercio / Serviços

o terreno

Misto Institucional

Mapa - Uso e Ocupação Elaboração: autoria própria (2021)


gabarito. Observa-se na região, a predominância de edificações baixas, 1 e 2 pavimentos, característico das residências e comércios de pequeno porte, com pouca variação e quase nenhuma verticalização, exceto por alguns dos edifícios institucionais que se

destacam na paisagem.

Porém, por conta da topografia, que será explorada mais a frente, esse fator se torna menos marcante, sobretudo no terreno, que encontra-se em uma baixada, permitindo uma pequena verticalização sem alterar a paisagem local. N

50

0

50

100

Lote Ribeirão Lavapés

1 pav. 2 pav.

3 pav. 4 pav. +

Mapa - Gabarito Elaboração: autoria própria (2021)

p.44


fluxos e mobilidade. Analisando a conformação do sistema viário local, observa-se a presença de vias arteriais, com fluxos intensos advindos de outras regiões da cidade, o terreno localiza-se na extensão de uma dessas vias, a Av. Mário Barberis. Além disso, no entorno existem vias coletoras,

de fluxos moderados, que facilitam o acesso de bairros mais próximos ao terreno. Pontua-se também a presença de pontos de ônibus no entorno imediato, que conectam a área a todas as outras zonas da cidade, por meio de 10 linhas de ônibus. N

50

0

50

100

Lote Ribeirão Lavapés

Vias locais Vias Coletoras

o terreno

Vias Arteriais

Parada de Ônibus

Mapa - Fluxos e Mobilidade Urbana Elaboração: autoria própria (2021)


4.4 análises ambientais.

microclima.

Verifica-se presença considerável de forração vegetal rasteira, tanto em lotes vagos quanto nas grandes extensões de terra que margeiam o ribeirão nessas áreas destaca-se também a presença de vegetação de maior porte. Quanto ao relevo, o terreno localiza-se em uma

região de várzea, uma grande área plana que se modifica acompanhando a retomada de altitude do entornoe, apesar dessa proximidade a região não apresenta risco de alagamento. O entorno confere ao terreno pouca obstrução solar, considerando a tragetoria do sol. N

Solstício de verão

Nascer do Sol

Equinócios

Solstício de inverno

820

820

800 50

0

50

100

Lote Ribeirão Lavapés Curvas de Nível

800

Edificações Forração Vento dominate

820

Massa arbórea

840 Mapa - Microclima Elaboração: autoria própria (2021)

p.46


fachada oeste (95°)

22 jun (inverno): 6h30 - 17h30 23 set e 21 mar (equinócios): 6h00 - 17h00 22 dez (verão):

22 jun (inverno): 11h45 - 17h15 23 set e 21 mar (equinócios): 11h45 - 18h00 22 dez (verão): 12h00 - 18h30 Cartas solares geradas com o software SOL-AR

o terreno

fachada sul (185°) 22 jun (inverno): 23 set e 21 mar (equinócios): 17h00 - 18h00 22 dez (verão): 5h30 - 18h30

fachada leste (275°)

fachada norte (5°)

cartas solares.

22 jun (inverno): 6h45 - 11h45 23 set e 21 mar (equinócios): 6h00 - 11h45 22 dez (verão): 5h30 - 12h00 Cartas solares geradas com o software SOL-AR


clima. A análise das cartas solares apontam aspectos interessantes sobre o terreno. A fachada norte recebe insolação por mais tempo, não recebendo insolação apenas no verão, em contrapartida, a fachada sul apresenta menor incidência de raios solares durante o ano, exceto no verão quando fica exposta durante todo o dia, tornando assim a fachada norte a melhor e a sul a pior para o posicionamento das aberturas. As demais fachadas, leste e oeste, ficam expostas à insolação de maneira equivalente durante o ano, uma na primeira metade do dia e a outra na segunda metade, respectivamente.

O clima de Botucatu é classificado como tropical de altitude, característico de regiões serranas, com temperaturas médias de 23° graus, invernos amenos e os verões quentes (BOTUCATU, 2013).

relevo. O relevo do município caracterizase pela Cuesta, dividindo duas zonas de altitude: uma baixa entre 400 e 500 metros e outra alta entre 700 a 900 metros, essa última onde a zona urbana localiza-se (BOTUCATU, 2013). Na zona urbana, as altitudes variam devido a presença do Ribeirão Lavapés e sua várzea configura regiões mais baixas.

27

Lote Mapa - Topográfico entorno do terreno Fonte: topographic-map.com

p.48


05


o projeto

O capitulo a seguir trata de apresentar o projeto proposto neste trabalho, o Sesc Botucatu, um complexo criado afim de fornecer ao município um equipamento que ofereça de forma abrangente diversas atividades que tangenciam o lazer.

O projeto é apresentado a partir das diretrizes projetuais utilizadas, exibindo seu programa de necessidade, o desenvolvimento de sua implantação e volumetria, as plantas finais, e aspectos como a sua concepção estrutural e outros aspectos técnicos.

p.50


5.1 diretrizes projetuais.

ade pluraliid alidade mater

fluxos

o projeto

ra

estrutu

ria çã o

r e z la

o e privad o c li b ú p e abilidad sustent ncia convivê

cultura

de vida e d a d li qua gia técnolo pa obra lim

o

çã a l u d o m

mo dinmamis ap ate ro ria p s

fle x

ib

din ilid am ad ism e o fluxos pacto menor im

esporte

Visando isso, foram escolhidas algumas diretrizes para auxiliar a concepção do projeto. A ideia fora criar espaços plurais e versáteis que supram as demandas, e para isso a primeira diretriz é a utilização da

modulação como estratégia de projeto, em seguida, pensar em uma obra mais limpa através da escolha de materiais e técnicas construtivas de menor impacto, ainda pensando em redur impactos da implantação outra diretriz adotada é a de menor interferência na topografia do terreno, incorporando essa ao projeto, continuando nessa linha buscou-se minimizar os efeitos da implantação do projeto na vida dos pedestres da região, preservando e incorporando os fluxos naturais observados no local, e por fim uma importante diretriz trabalhada fora encarregar-se da relação entre o público e o privado dentro da instituição.

tar bem es

A intenção do projeto de um Sesc como equipamento de lazer para o município de Botucatu tem a finalidade de reunir em um complexo diversos serviços que combinem atividades que proporcionem lazer aos seus usuários, através de espaços que abriguem práticas culturais, esportivas, educacionais, entre outras, incentivando assim o desenvolvimento dos utilizadores.


1m

1m

1m

1m

1m

1m

1m

modulação de projetar convencional, que consiste muitas vezes na adaptação de materiais e estruturas, o que ocasiona desprecio de recursos financeiros e materiais.

Diagrama: exemplo modulação Elaboração: autoria própria (2021)

Como referido anteriormente, conceitos chaves para a concepção do projeto estão contidos em termos como flexibilidade, dinamismo, versatilidade e outro, e uma metodologia que consegue contemplar essa discussão é a modulação. (...) pode ser definida como um método ou sistema de projetar, em que os elementos construtivos estão dimensionados mediante uma unidade de medida comum, que estabelece uma relação de dependência entre estes elementos e o produto final, ou seja, o edifício. Esta unidade de medida, chamada de módulo, define as dimensões e proporções dos elementos (BREGATTO, 2008).

Esse sistema oferece um contraponto ao modo de construir e

Parte da busca por eficiência e tende a economizar recursos, uma vez que por meio da padronização, compatibilizar as dimensões, e facilita a produção industrializada de matérias e elementos construtivos, proporcionando a racionalização dos mesmos, uma vez que evita ocasionais recortes em peças excluindo assim essa adaptação de elementos.

A adoção dessa logica de projeto na concepção dos componentes da obra, nos ambientes, nas estruturas, e demais elementos, tente a facilita também a compatibilização de projetos, o sistema todo tente gerar uma complementação dos diferentes componentes. O processo apresenta uma serie vantagens como: racionalização do processo de projeto; flexibilidade; redução de desperdícios; rapidez na execução; reduzindo prazos; e melhora o relacionamento entre a obra, o projeto e os fabricantes; além de proporcionar uma facilidade maior na coordenação de projeto e execução (CARVALHO; TAVARES, 2002).

p.52


5.2 programa de necessidades. O programa de necessidades foi formado para abrigar atividades relacionadas ao lazer, estudadas nos capítulos anteriores, e outras atividades de apoio a instituição.

de saúde e nutrição e setor de apoio e administração.

Seu desenvolvimento foi baseado em uma setorização estabelecida em 4 grandes setores, setor educativocultural, setor físico-esportivo, setor

É importante destacar que o programa foi elaborado para atender aproximadamente 700 usuários diários, número obtivo partir de uma relação feita entre o porte de Botucatu e dados obtidos a partir de concursos para projetos de novas instalações do Sesc.

setor físico - desportivo

setor educativo - cultural

Ginásio poliesportivo; Depósito de materiais esportivos; Depósito de materiais de limpeza; Mezanino ginásio; Piscina semiolímpica aquecida; Conjunto de piscinas recreativas; Lanchonete; Academia; Salas de ginastica multifuncional; Copa / Sala de descanso para equipe; Escritório personal trainer e Vestiários

Foyer; Teatro; Bilheteria; Cabine técnica; Depósito do teatro; Camarins coletivos individuais; Sala de ensaios; Espaço de exposições temporárias; Área de convivência e exposições permanentes; Salas de oficinas culturais; Salas de uso educacional flexível; Sala de música; Sala de dança; Sala de técnologia e internet; Espaço infantil; Biblioteca; Sala de manutenção; Espaço projeto curumim e banheiros.

4.821,77m²

setor de apoio e administrativo Central de atendimento; Administração; Sala de Reuniões; Escritório gerencia; Tesouraria; Copa; Área de descanso; Depósito de materiais de limpeza; Área técnica piscina aquecida; Central de manutenção predial; Depósito de lixo; Geradores; Cabine de força e banheiros.

540,32m²

o projeto

3.446,65m²

setor de saúde e nutrição Cozinha industrial; Câmaras frigorificas; armazéns; Escritório Nutricionista; Vestiário p/ funcionários; Comedoria; Sala de primeiros socorros; Clínica de avaliação; Clínica odontológica e banheiros.

1.595,04m²


5.3 tabela de áreas propostas.

Total

Total setores

SETOR FÍSICO-ESPORTIVO

Ambiente

Ginásio Poliesportivo Mezanino Ginásio Academia

Sala de Pessoal

Ginastica Multifuncional Depósito Vestiario D.M.L

Piscina Coberta

Área Técnica Piscina Piscina Externa

Lanchonete Piscina Total:

Quant. 1

Área Total

1039m²

1

203,01m²

1

42,60m²

1

461,53m²

2

356,10m²

8

319,92m²

1

671,16m²

2

1.071,62m²

3 3 1 1

85,04m² 17,64m²

503,74m²

50,41m²

4.821,77m²

SETOR DE APOIO E ADMINISTRAÇÃO Ambiente

Quant.

Área Total

Área Administrativa

1

234,38m²

Apoio Segurança

1

45,73m²

Central de Manutenção

1

51,03m²

Sala de Monitoramento Geredores

Cabine de Força

Deposito de Lixo

Central de Atendimento Total:

1 1 1 1 1

10.403,78m²

SETOR EDUCATIVO-CULTURAL Ambiente

Foyer / Exposições Teatro

Camarins

Sala de Ensaios Espaço Infantil Biblioteca

Oficinas Culturais

Sala de Técnologias

Sala de Uso Educacional Sala de Dança

Sala de Musica

Espaço Curumim

Convivencia e Exposição

Quant. 1 1 5 1 1

826,65m² 179,97m² 130,30m²

81,21m²

1

65,80m²

2

75,98m²

3

232,32m²

1

154,88m²

2 1

154,88m² 64,24m²

1

472,65m²

3

17,22m²

Almoxarifado

1

Total:

584,39m²

227,74m²

15

D.M.L

Área Total

1

Banheiros

166,38m²

12,04m²

3.446,65m²

SETOR DE SAÚDE E NUTRIÇÃO

16,28m²

Ambiente

24,94m²

Cozinha

24,94m²

Cafeteria

540,32m²

Vestiários

65,14m²

Comedoria

77,88m²

Clínica Odontologica

Circulações internas (8,52% do total) 968,43m²

11.372,20m²

Clínica Avaliação Total:

Quant. 1 1 1

Área Total

799,98m² 397,98m²

13,50m²

1

215,16m²

1

115,56m²

3

52,86m²

1.595,04m²

p.54


5.4 processo de projeto.

setorização e implantação inicial

N Praça arborizada, locada junto ao ginásio

Fluxo original, de pedestres, preservado internamente Setor Físico-Esportivo locado às margens da avenida mais movimentada, e edificações de uso comercial, para minimizar impacto sonoro gerado pelo uso Fluxo original, de pedestres, preservado internamente

Via de acesso interno (serviços)

Setor Educativo-Cultural locado próximo a edificações de uso residencial, por conta de seu caráter menos ruidoso

0

25 Setor Educativo-Cultural Setor Saúde e Nutri Setor Físico-Esportivo

Setor de Apoio e Adm Praça Diagrama de implantação e setorização inicial Elaboração: autoria própria (2021)

o projeto


setorização e implantaçãofinal N

Piscinas Coberta

Ginásio, Academia

Piscinas recreativas

Praça arborizada, locada junto ao ginásio

Piscinas descobertas locadas na fachada norte para maior aproveitamento do sol Estacionamento compartilhado Acesso restrito Acesso Secundário

de exposições , oficinas e bibl ioteca

Espaço de convivência Fluxo original, de pedestres, preservado

Teatro, centro

Bloco de uso misto, restaurante, salas de uso educacional, adm e clínica odontológica Via de acesso interno (serviços) Praça/Escadaria adaptada ao terreno

0

25 Setor Educativo-Cultural Setor Saúde e Nutrição Setor Físico-Esportivo Setor de Apoio e Adm

Praça Externa Praça Interna Estacionamento

Diagrama de implantação e setorização final Elaboração: autoria própria (2021)

p.56


volumetria e implantação Bloco de uso misto

Extrusão da caixa cênica

Área da piscina coberta Deck piscinas

Extrusão realizada para aproveitar os afastamentos

Teatro, centro de exposições, oficinas e biblioteca

Ginásio e academia Recorte realizado para se adequar aos afastamentos Aclive do terreno Pátio interior do Senai

Av. Mário Barberis Terreno de intervenção

o projeto


Bloco de uso misto

Extrusão da caixa cênica

Piscinas elevadas para maior privacidade dos usuarios Teatro, centro de exposições, oficinas e biblioteca Ginásio e academia Via de acesso interno

Estacionamento compartilhado com o Senai

Escada - arquibancada para vencer o aclive

Estacionamento preferencial Acesso restrito Base dos edifícios

Fluxo original, de pedestres, preservado

Diagrama de evolução de volumetria e implantação Elaboração: autoria própria (2021)

p.58


volumetria e implantação Bloco de uso misto

Sheds sobre o salão da piscina aquecida Estacionamento compartilhado com o Senai

Piscinas elevadas para maior privacidade dos usuarios Praça arborizada, locada junto ao ginásio

o projeto


Reservatório d’água

Escada - arquibancada para vencer o aclive do terreno Cobertura em policarbonato transparente Caixa cênica

Teatro, centro de exposições, oficinas e biblioteca Entra principal do complexo Estacionamento preferencial Ginásio e academia

*Obs: Perspectiva apresentada sem os brises que compoem as fachadas Perspectiva da volumetria e implantação Elaboração: autoria própria (2021)

p.60


N ZAP ONI VIÊIR A

12

DITA

11

ENE

07

R. B

13 10

14

09

+800

15

Pavimento Térreo 01. Foyer e exposições 02. Depósito Teatro 03. Camarins 04. Comedoria 05. Cozinha 06. Área de Convivência 07. Espaço Curumim 08. Atendimento

09. Primeiro socorros 10. Segurança 11. Área Técnica Piscina 12. Manutenção 13. Área aterrada 14. Praça externa 15. Ginásio 16. Praça interna

o projeto

Av. MÁRIO


5.5 plantas.

+800

08

05

06 04

+801,20

+800

Av. Dr. JAIME DE ALMEIDA PINTO

+800,60

16

01

02

+800

03

BARBERIS

p.62


N ZAP ONI VIÊIR A ENE

DITA

07

R. B

+803,60

+803,60

08

09

10 +803,60

Primeiro Pavimento 01. Sala de oficinas 02. Espaço infantil 03. Palco - Teatro 04. Camarins 05. Administração

06. Técnologia e Internet 07. Piscina coberta 08. Piscinas recreativas 09. Lanchonete piscinas 10. Mezanino ginásio

o projeto

Av. MÁRIO


804m 803m 802m 801m

06

+803

05

+802,40

+803,60

+801,80

+801,20

+800,60

Av. Dr. JAIME DE ALMEIDA PINTO

+800

02 +803,60

03

04

01

BARBERIS

p.64


N ZAP ONI VIÊIR A DITA ENE R. B

+803,60

08

+207,20

09

10 Segundo Pavimento 01. Biblioteca 02. Teatro 03. Sala de ensaios 04. Sala de uso educacional flexivel 05. Clínica odontologica

06. Sala de Dança 07. Sala de Música 08. Piscinas recreativas 09. Sala de ginastica multifuncional 10. Academia

o projeto

Av. MÁRIO


804m 803m 802m 801m

06

+803

05

+802,40

+207,20 +801,80

04

07

+801,20

+800,60

Av. Dr. JAIME DE ALMEIDA PINTO

+800

+207,20

01

BARBERIS

02

03

+207,20

p.66


5.6 materiais e estrutura. Para a concepção do complexo optou-se por adotar técnicas construtivas pré-fabricadas, com a utilização de estruturas metálicas, lajes em Steel Deck e vedações realizadas com Light Steel Frame, associadas a utiização de placas cimentícias. Escolha essa que partiu da facilidade de adotar a modulação como estratégia projetual para esses elementos, e levando em conta também o menor impacto que esses geram, uma vez que a quantidade de resíduos criados na utilização desses sistemas é baixa. A estrutura metálica também foi escolhida por permitir estruturas

independentes dos ambientes projetados, permitindo assim uma maior flexibilidade em possíveis intervenções futuras. Além disso essas estruturas oferecem a possibilidade de vencer grandes vãos, viabilizando ambientes visualmente amplos e com abertura amplas, possibilitando grande permeabilidade visual ao projeto.

Optou-se ainda por tomar partido dos materiais escolhidos, utilizando as estruturas, lajes e vedações como protagonistas nos edifícios, assim tendo todos esses elementos expostos de maneira em que compõem a estética do projeto.

Pilares

25 x 25cm seção caixão

Vigas

h = 50cm seção H

Lajes

steel deck - espessura de 15cm

Vedações

externas 20cm e internas 10cm de espessura

Pé Direito

3,60m e 4,95m

5,5% do vão 9m

/ h = 120cm viga vagão / 5% do vão de 24m

(REBELLO, 2018)

o projeto


concepção estrutural Tendo em vista que a modulação escolhida para o projeto fora a medida de 1,5m, a concepção estrutural de todos os edifícios partiu primeiramente do traçado de um grid de 1,50 x 1,50m afim de criar vãos que respeitassem tais dimensões. O

bloco

1

apresenta

uma

peculiaridade em sua estrutura, a sustentação da plateia do teatro, essa fora projetada com vigas inclinadas que apoiam a estrutura auxiliar do piso em formado de escada, além disso a escada e elevador panorâmico demandam de estruturas próprias visíveis no conjunto.

7,50 6,00 7,50

6,00 6,00 9,00 9,00

9,00

9,00

7,50 *Apenas vigas primarias representadas Diagrama da estrutura bloco 1 Elaboração: autoria própria (2021)

p.68


O bloco 2 por abrigar um ginásio poliesportivo no nível térreo demanda de um grande vão, para vence-lo e sustentar o pavimento superior, fora projetado de forma que é sustentado por grandes treliças planas. Essas envolvem todo o edifício, incluindo o chanfro

da fachada, e compõem o primeiro e segundo pavimentos, respeitam a razão de 1,50m da modulação, seus montantes encontram-se a 4,5m de distancia um do outro, um entre cada pilar que nasce no nível térreo.

4,50

9,00 9,00 9,00

9,00

9,00 9,00

9,00

9,00

o projeto

*Apenas vigas primarias representadas Diagrama da estrutura bloco 2 Elaboração: autoria própria (2021)


Conjunto de vigas vagão 9,00 6,00 9,00

O bloco 3, assim como os demais também se sujeita ao grid de 1,50 x 1,50m, apresenta uma estrutura mais concisa, longitudinalmente respeita o espaçamento de 9,00m entre pilares e na transversal apresenta vãos de 9,00m e 6,00m, exceções foram feitas apenas na região da piscina coberta, esse trecho conta com a estrutura periférica de sustentação do piso associada a uma estrutura de concreto que sustenta o piso da piscina.

9,00 9,00 9,00 9,00

9,00

9,00

9,00 9,00

9,00

9,00

As vigas, apenas deixam de existir em trechos que contam com o pé direito duplo, a comedoria, a área de convivência no nível térreo, e o primeiro pavimento da piscina. Para sustentar a cobertura da piscina, composta por sheds, fora utilizadas grandes vigas vagões responsáveis por vencer o vão de 24,00m, para tal as vigas contam com a altura de 1,20m, cerca de 5% do vão. *Apenas vigas primarias representadas Diagrama da estrutura bloco 3 Elaboração: autoria própria (2021)

p.70


5.7 reservatórios e aquecimento. Considerando o porte do complexo e a escolha por adotar uma torre d’água como parte do partido arquitetônico do projeto fizera-se necessário calcular o volume do reservatório, cálculo realizado de acordo com o livro Instalações Hidráulicas e o projeto de Arquitetura, de Roberto de Carvalho Júnior. Utilizou-se:

Cd = P x q

onde: Cd = Consumo diário (litros/dia) P = população que ocupará a edificação q = consumo per capita (litros/dia)

Cr = nd x Cd

onde: Cr = Capacidade do Reservatório (litros) nd = número de dias de armazenamento Cd = Consumo diário (litros/dia)

Adotou-se: P = 700 (número aproximado de usuários, lotação máxima do edifício) q = 50 litros/dia (tabela 1.3: Edifícios públicos ou comerciais - 50 per capita) nd = 3 dias de armazenamento (1 a mais que o recomendado) Assim:

Cd = 700 x 50 Cd = 35.000 Litros

Cr = 3 x 35.000 Litros Cr = 105.000 Litros

Além da capacidade do reservatório, fora necessário adicionar um volume de para emergências, a RTI, reserva técnica de incêndio. Para isso adota-se 20% da capacidade do reservatório, que equivale a 21.000 Litros.

Total = 105.000 + 21.000 Litros = 126.000 Litros

o projeto


Uma vez que é intenção do projeto que a piscina coberta seja aquecida, para tornar sua utilização mais agradável, propusera-se que esse aquecimento seja realizado com auxilio do sol, e para isso fizera-se um pré-dimensionamento do sistema necessário utilizando mais uma vez o livro Instalações Hidráulicas e o projeto de Arquitetura, de Roberto de Carvalho Júnior. Primeiramente calcula-se o volume de água que demanda aquecimento, e posteriormente o número de coletores necessários para o funcionamento do sistema.

V = Vpiscina / 2 V = 500m³ / 2 V = 250m³ = 250.000 Litros Seguindo o livro referido adota-se coletores de área 2,0m², uma relação de 2,0m² de área coberta para cada 100 litros de água.

vb / vd VNc == Vpiscina /2 500m³ / 2 = 250.000 Litros

onde: V= Nc = Número de coletores V = 250m³ Vb = volume do boiler Vd = volume diário por coletor

Nc = 250.000 / 100 Nc = 2.500 Esses coletores estão locados nas coberturas dos blocos 2 e 3.

p.72


o projeto


5.8 perspectivas.

Fachada frontal | Bloco 1

p.74


o projeto


Fachada frontal e lateral esquerda | Bloco 2

p.76


o projeto


Fachada frontal | Entrada principal

p.78


o projeto


Fachada lateral direita | Arquibancada,tela retrátil para projeção

p.80


o projeto

Fachada lateral esqueda | Piscinas recreativas


Fachada posterior | Estacionamento compartilhado

Fachada lateral esqueda | Praça externa

p.82


Fachada Frontal | Bloco 3 | Praça interna

o projeto

Praça interna | Em vista blocos 1, 2 e 3


Entrada para as piscinas | Divisão público e privado

p.84


o projeto

Ginásio poliesportivo, vista do mezanino | Bloco 2


Área de convivência e centro de exposições permanentes | Bloco 3

Foyer do teatro e centro de exposições temporárias | Bloco 1

p.86


06


as referências

Este capítulo apresenta referências projetuais que ajudam no direcionamento do projeto proposto.

A visita realizada ao Sesc Pompeia serviu como um norteador para o entender do funcionamento desse equipamento, a maneira que os ambientes e atividades se relacionam e como a instituição trabalha as questões relacionadas ao público e o privado dentro de suas unidades. Os demais projetos apresentados apoiam a concepção do projeto em aspecto mais pontuais.

p.88


29

28

as referências

30

31


6.1 sesc pompeia. pompéia | são paulo | sp visita técnica O Sesc Pompéia é uma das mais icônicas unidades da instituição, projetado pela arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi foi estabelecido onde antes havia uma antiga fábrica de tambores.

Os galpões existentes, da fábrica, foram mantidos e requalificados para abrigar os espaços culturais, administrativos, de apoio e espaços públicos. Para os espaços esportivos, restritos aos associados, foram projetadas

32

• Projeto: • Uso: • Área Construída: • Ano:

Lina Bo Bardi Centro de Lazer 23.571 m² 1986

instalações novas, duas torres que abrigam quadras e piscinas e uma torre de caixa d’água. O complexo ocupa quase toda a quadra onde está inserido. O espaço é estruturado de tal maneira que permite a integração de ambiências e estimula a aproximação dos usos. O que acontece principalmente pela disposição dos espaços ao redor da rua interna e o solário, que conectam os usos.

p.90


setorização. A setorização chama a atenção pela forma que os diferentes usos se conectam e se relacionam, tanto por sua implantação quanto pelo fluxo que a via interna carrega.

Os setores de apoio encontram-se dispersos pelo complexo, enquanto áreas de estar e exposição mesclam-se em determinados espaços, o setor esportivo é o único que pode se observar um distanciamento dos demais ambientes, já que esse tem acesso restrito. Estar Adm / Apoio

Restaurante Teatro

Exposições Oficinas

Esportes Circulação

• São referências projetuais a implantação com a presença de uma via interna que carrega fluxos dentro do complexo e a integração de ambientes com usos relacionados.

33

as referências


6.2 sesc birigui.

• Projeto: • Uso: • Área Construída: • Ano:

birigui | sp O Sesc Birigui é uma das mais novas unidades da instituição instalada no interior paulista, e é uma das poucas situadas numa cidade com menos de 200 mil habitantes, o que ocorre com mais frequência em unidades no litoral com foco em turismo.

Teuba Centro de Lazer 7418 m² 2017

desmontagem, reutilização e reciclagem, as vedações envidraçadas permitem mais transparência e fluidez aos espaços.

• São referências projetuais, a escala arquitetônica, o sistema construtivo em estrutura metálica, que permite um possível reuso ou adaptações futuras sem gerar entulho, vedações preferencialmente com esquadrias e divisórias atribuindo maior flexibilidade aos espaços, e o programa de necessidades mais compacto e compatível com o porte da cidade.

Durante a elaboração de seu projeto foram considerados vários critérios que visavam minimizar a geração de resíduos. A estrutura possibilita

34 35

36

37

p.92


6.3 sesc guarulhos. guarulhos | sp

• Projeto: • Uso: • Área Construída: • Conclusão:

Dal Pian Arquitetos Centro de Lazer 34200 m² 2019

Seu projeto foi escolhido por meio de concurso público de arquitetura realizado em 2009, e a obra foi finalizada em maio de 2019, sendo assim a mais nova unidade do SESC no estado de São Paulo, demorando 10 anos desde sua concepção até sua inauguração.

O acesso principal é generoso e convidativo ao visitante, se estabelece em uma grande praça coberta, que exerce tanto o papel recepcionar os visitantes, quanto distribuir as atividades.

38

39

• São referências projetuais, a ideia de centralidade que a praça coberta traz ao conjunto, como um canalizador e distribuidor de fluxos no projeto.

40

as referências

41


p.94



considerações finais. A proposta desse trabalho final de graduação partiu da percepção de que o lazer uma pauta de extrema importância de ser discutida nos dias atuais, e que a oferta de espaços dedicados a esse nicho é escassa, sobre tudo espaços que propiciem diversas possibilidades de lazer.

Ao longo do processo de pesquisa foi possível me aprofundar sobre o tema sobre o tema e compreende-lo de forma ampla, também entendendo mais sobre o Sesc e seu papel como instituição, e a relevância que o mesmo tem sobre a temática do lazer no Brasil, tendo atuado não só na sua oferta, mas também na construção dessa discussão através dos anos. O resultado, além da pesquisa teórica, fora um espaço amplo, aberto a diversas possibilidade de apropriação voltado ao lazer do usuário final, que surge aliado a alguns serviços que a instituição abarca em seu escopo de atuação. Somado a isso, outro objetivo deste trabalho foi o emprego da técnica de modulação como estratégia projetual para a concepção do espaço. Está facilitou em inúmeras ocasiões a compatibilização de ambientes e elementos planejados, tornando o processo de projeto mais eficiente, especialmente no caso de um complexo com tamanha proporção.

p.96


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referências bibliográficas


Angelo. O Contexto Histórico das Políticas Públicas de Lazer no Brasil. Licere - Revista do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Estudos do Lazer, Belo Horizonte, v. 13, n. 4, p. 1-16, 20 dez. 2010. Universidade Federal de Minas Gerais - Pro-Reitoria de Pesquisa. http://dx.doi.org/10.35699/1981-3171.2010.793. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index. php/licere/article/view/793. Acesso em: 29 out. 2019. CLEBER JUNIOR, CONTEÚDOS OU INTERESSES CULTURAIS DO LAZER. 2019. Disponível em: https://www.cleberjunior.com. br/post/conte%C3%BAdos-ou-interessesculturais-do-lazer#:~:text=O%20termo%20 conte%C3%BAdos%20culturais%20do,est %C3%A1%20enraizado%20na%20cultura%20 vivida. Acesso em: 26 out 2019. JUNIOR, Roberto de Carvalho. Instalações Hidráulicas e o Projeto de Arquitetura. 11.ed. Blucher, 2017. REBELLO, Yopanan Conrado Pereira. A concepção estrutural e a arquitetura. 13. ed. São Paulo: Zigurate, 2018. 272 p. REBELLO, Yopanan Conrado Pereira. Bases para projeto estrutural na arquitetura. 7. ed. São Paulo: Zigurate, 2018. 288 p. LEMOS, Fábio Ricardo Mizuno; SILVA, Robson

Amaral da. Interesse virtual do lazer. Ii Congresso Internacional de Educação Física Esporte e Lazer. São Carlos, out. 2012. p. 0-16. Disponível em: <http://www.ufscar.br/~defmh/ spqmh/pdf/2012/lemossilva2012.pdf>. Acesso em: 26 out. 2019.

LISTA DE IMAGENS [01] Interesse social - Wagner Linares - Disponível em https://www.sescsp.org.br/files/artigo/ e829bbf6/c7d2/4247/b51d/b15f3147abec.jpg [02] Interesse físico - Nelson Kon - Disponível em https://www.nelsonkon.com.br/wp-content/ uploads/2019/09/dalpian_arquitetos_sesc_ guarulhos_9MG_17. [03] Interesse virtual - Autoria desconhecida - Disponível em https://www.sescsp.org.br/ files/artigo_galeria/ 13633279/67b8/44f1/ adc6/048b6fa5de97.jpg [04] Interesse artísticos - Alex Ribeiro - Disponível em https://www.sescsp.org.br/files/artigo/b13 8196b/6805/4024/a39f/aa50a5309634.jpeg [05] Interesse intelectual - André Venancio Disponível em https://www.sescsp.org.br/files/ artigo/6401a799-29ab-4d82-8163-c18ee8a1af46. jpg [06]

Interesse

turístico

-

Rubens

Chiri

-

p.100


Disponível em https://www.sescsp.org.br/files/ artigo/3a4460f2-293c-4d7e-9d67-dd9d207e84bc. jpg [07] Interesse manual - Nelson Kon - Disponível em https://www.nelsonkon.com.br/wp-content/ uploads/ 2019/02/lina_bo_bardi_sesc_pompeia_ lbose_24_1500x2014_acf_cropped.jpg [08] Piscina / Sesc 24 de maio - Nelson Kon Disponível em https://www.nelsonkon.com.br/ wp-content/uploads/2019/02/paulo_mendes_da_ rocha_sesc_24_de_maio_4MG_0517.jpg [09] Aula de Dança / Sesc 24 de maio - Nelson Kon - Disponível em https://www.nelsonkon.com. br/wp-content/uploads/2019/02/paulo_mendes_ da_rocha_sesc_24_de_maio_4MG_0517.jpg [10] Atividades com crianças / Sesc Birigui - Nelson Kon - Disponível em https://www. nelsonkon.com.br/wp-content/uploads/2019/07/ teuba_arquitetos_sesc_birigui_x5MG_2357. [11] Apresentação Artisítica / Sesc Guarulhos - Nelson Kon - Disponível em https://www. nelsonkon.com.br/wp-content/uploads/2019/09/ dalpian_arquitetos_sesc_guarulhos_7MG_9463. jpg [12] Atividade físico / Sesc 24 de maio - Nelson Kon - Disponível em https://www.nelsonkon.com. br/wp-content/uploads/2019/02/paulo_mendes_ da_rocha_sesc_24_de_maio_3MG_9791.jpg

[13] Festa do boi bumba / Sesc Pompeia - Nelson Kon - Disponível em https://www.nelsonkon.com. br/wp-content/uploads/2019/02/lina_bo_bardi_ sesc_pompeia_lbose_05.jpg [14] Biblioteca / Sesc Pompeia - Nelson Kon Disponível em https://www.nelsonkon.com.br/wpcontent/uploads/2019/02/lina_bo_bardi_sesc_ pompeia_lbose_22.jpg [15] Piscina / Sesc Guarulhos - Nelson Kon Disponível em https://www.nelsonkon.com.br/ wp-content/uploads/2019/09/dalpian_arquitetos_ sesc_guarulhos_9MG_1617.jpg [16]Catedral Metropolitana de Sant’Ana Botucatu - Autoria desconhecida - Disponível em https://i.pinimg.com/originals/f4/99/7e/ f4997ec5196198c485040697dfd16116.jpg [17] Estação Ferroviaria de Botucatu - Thiago Consorti - Disponível em https://euamobotucatu. com.br/wp-content/uploads/2020/07/ Esta%C3%A7%C3%A3o-Ferrovi%C3%A1riaBotucatu-Por-do-Sol-por-Thiago-Consorti.jpg [18] Fazenda Lageado Botucatu - Autoria desconhecida - Disponível em https://polocuesta. com.br/wp-content/uploads/2017/12/fazendaLageado.jpg [19] Pinacoteca Botucatu - Autoria desconhecida - Disponível em https://upload.wikimedia.org/ wikipedia/commons/7/74/Vista_lateral_da_

referências bibliográficas


Pinacoteca_de_Botucatu.jpg [20] Vista aérea da cidade de Botucatu - José Conte Jr - Disponível em https://www.behance. net/gallery/46748193/Aerials-Areas?tracking_ source=search [21] - Imagem de satelite do entorno do terreno - Disponível em https://earth.google.com/web/@22.90936782,-48.44271576,811.46789778a,1278 .11851855d,35y,0.06312265h,0t,0r [22] - Imagem de satelite do terreno - Disponível em https://earth.google.com/web/@-22.90933618,48.44202001,814.88366355a,453.7294133d,35y, 0.06312265h,0t,0r [23] - [24] - [25] - [26] - Levantamento fotográfico do terreno, alvo do projeto - Autoria própria, acervo pessoa. [27] - Mapa Topográfico, entorno do terreno Disponível em topographic-map.com [28] - Solarium Sesc Pompeia - Nelson Kon Disponível em http://www.nelsonkon.com.br/wpcontent/uploads/2019/05/lina_bo_bardi_sesc_ pompeia__MG_1156a_815x1500_acf_cropped. jpg

[30] Via interna Sesc Pompeia - Markus Lanz Disponível em https://www.flickr.com/photos/ sescsp/15146664053/in/photostream/ [31] - Área de convivência Sesc Pompeia Autoria desconhecida - Disponível em http://4. bp.blogspot.com/-Y5vX4YoRGSA/VMaCKjRrx2I/ AAAAAAAAEng/ukt3_t-3Cmo/s1600/IMG_1233. jpg [32] - Ilustração Sesc Pompeia - Danilo Zamboni Disponível em https://daniloz.com/portfolios/sescpompeia/ [33] - Planta Baixa Sesc Pompeia - Disponível em https://images.adsttc.com/media/images/5626/ eb86/e58e/cee6/f000/01d5/large_jpg/Pompeia_ planta_gral_1er_nivel.jpg?1445391233 [34] - [35] - [36] - [37] - Sesc Birigui - Nelson Kon e Felipe Inácio - Disponível em https://www. archdaily.com.br/br/925058/sesc-birigui-teubaarquitetura-e-urbanismo [38] - [39] - [40] - [41] - Sesc Guarulhos - Nelson Kon e Pedro Mascaro / SESC-SP - Disponível em https://www.archdaily.com.br/br/924666/sescguarulhos-dal-pian-arquitetos

[29] Portaria Sesc Pompeia - Autoria desconhecida - Disponível em http://1.bp.blogspot.com/-5O6 f AV x j O u E / V M a B 6 d k L x q I / A A A A A A A A E j Y / aGWOlTn4pM/s1600/IMG_1132.jpg

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