Discussão sobre o ensino e aprendizagem dos conteúdos aplicados sobre lutas nos cursos de e f licenc

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Área do conhecimento: Ciências Biológicas e da Saúde Jefferson Campos Lopes - jeffted@uol.com.br – Brasil - Faculdade de São Vicente, UNIBR Pedro Henrique Magalhães do Nascimento - pedrohmagalhaes0908@gmail.com – Brasil – Faculdade de São Vicente, UNIBR

DISCUSSÃO SOBRE O ENSINO E APRENDIZAGEM DOS CONTEÚDOS APLICADOS SOBRE LUTAS NOS CURSOS DE EDUCAÇÃO FISICA - LICENCIATURA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Resumo As lutas estão presentes nos currículos dos cursos de licenciatura da educação física para que os futuros profissionais possam ter competências no ensino dos alunos no contexto da educação física escolar. Dentro deste processo vemos um problema que ao termino da graduação os mesmos não estão aptos a lecionar gerando assim uma perda da oportunidade de utilização das lutas como cultura corporal do movimento a ser desenvolvida. Este artigo será fundamentado numa pesquisa bibliográfica descritiva e exploratória visando apresentar quais são estas dificuldades e possibilidades de soluções para melhoria do ensino das lutas no universo universitário. Palavras chaves: Lutas, educação física escolar, metodologias e ensino superior. Abstract The fights are present in the curricula of physical education degree courses for future professionals may have skills in the students' education in the context of physical education. Within this process we see a problem that the end of the graduation they are not able to teach generating a loss of use of opportunity struggles as body

culture movement to be developed. This article is based on a descriptive and exploratory bibliographic research in order to present what are these difficulties and possibilities of solutions to improve the teaching of struggles in the university universe. Keys words: Fights, physical education, methodologies and higher education. Introdução As lutas são consideradas uma das mais antigas amostras de diversificação cultural. Desde a antiguidade há evidências que o home estava em constante disputa com ele mesmo para sua sobrevivência, alimentação e reprodução (CORREIA e FRANCHINI, 2010). Gostaríamos de forma apresentar as diretrizes pelos quais as lutas estão inseridas dentro do contexto da educação física escolar através (PCNS, 1998) nos blocos de Esportes, Jogos, lutas e ginásticas nos quais podemos desenvolver através de categorias dos blocos conceituais, atitudinais e procedimentais. Dessa forma a definição de lutas segundo (BRASIL, 1998) são “As lutas são disputas em que o(s) oponente(s) deve(m) ser


subjugado(s), mediante técnicas e estratégias de desequilíbrio, contusão, imobilização, ou exclusão de um determinado espaço na combinação de ações de ataque e defesa.” Tylor (apud LARAIA, 2006) define Cultura Corporal do Movimento como uma complexa união de conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos que o homem adquire na sociedade em que vive. Desta forma os conteúdos da Educação Física devem abranger conhecimentos produzidos pela Cultura Corporal e também conteúdos que contemplem áreas diversificadas que permitam aos educandos compreender o corpo integrado, sem fragmentá-lo em físico e cognitivo (BRASIL apud FERREIRA, 2005). Sabe-se que a profissão EF foi regulamentada em 1º de setembro de 1998, efetivada pela lei 9696/98. Essa lei ampliou a visibilidade social e acadêmica da profissão, consagrando seus diversos campos de intervenção profissional. A partir desta, todo profissional graduado em Instituições de Ensino Superior (IES) e registrado no Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) e nos Conselhos Regionais (CREF’s) tem direito de ministrar atividades físicas e esportivas (MARTINS et al, 2005). Apesar do profissional de EF ter sua identidade marcada pelo perfil do educador, observa-se que os cursos de licenciatura em EF dão pouca ênfase à escola como terreno fértil de estudo, investigação, produção e implementação coletiva. Percebe-se assim que ocorre um distanciamento entre os cursos de formação e o contexto escolar, decorrente de hierarquia entre a universidade e a escola quanto ao status e tarefas pedagógicas destinadas e esperadas de cada um desses segmentos (KUNZ, 2005).

Neste sentido para (NASCIMENTO e ALMEIDA, 2007) existem alguns problemas para que os profissionais de educação física utilizem as lutas no contexto escolar que são: a primeira é a falta de vivência dos docentes sobre o tema tanto na formação acadêmica e em suas histórias de vida; a segunda é que a violência seria intrínseca às lutas, e sua prática estimularia a agressividade dos alunos e a terceira e a falta de segurança para aplicação das aulas. Porém existem outras justificativas como a falta de estudos sobre o tema, formação docente indesejável, a falta de materiais, mais horas de aulas e apoio da direção são somadas as dificuldades. Dentro do ensino superior (DEL VECCHIO e FRANCINI, 2006) ressaltam que não é possível assumir a prática isolada de uma ou outra modalidade. Os autores propõem que a abordagem do ensino das lutas deveria propiciar aos graduandos a aprendizagem de conceitos, procedimentos e atitudes que os auxiliem a analisar criticamente esta prática corporal, compreendendo tanto os processos didáticos envolvidos quanto a assimilação de conteúdos que os possibilitem a aprender e ensinar. Objetivo O objetivo geral deste trabalho é refletir sobre questões do ensino de lutas nas aulas de Educação Física, com os focos nos saberes profissionais docentes ensinados no ensino superior e apresentar possibilidades para sua melhoria. Materiais e Métodos Este estudo caracteriza-se como descritivo e exploratório sobre o ensino das lutas dentro do contexto escolar pelos profissionais graduados em licenciatura. O levantamento de dados foi realizado através de pesquisa bibliográfica de dados


de autores que contribuíram publicações nos últimos 10 anos.

com

Resultados Abaixo apresentamos o quadro sugerido como pesquisa da Tese de qualificação do Doutorado em Ciências do desporto (Lopes, 2015)

sobre

a

formação

inicial

nas

universidades em artes marciais ou lutas. Nome UNAERP Unisanta Unimes Unip Usp Unicamp Unifesp Unesp Unibr Scelisul Unoeste Anhembi PUC Unifev São Judas Tadeu Uninove Anhanguera Umesp Esefj Fefisa Fib Dom Bosco Unicastelo Ung Uniabc Fam Unisa

Licenciatura/ Ciclo Bacharelado Sim 5 Sim 5 Sim 3 Sim 3 Sim 5 Sim 3 Não Sim 8 Sim 6 Sim 5 Sim 4 Não Sim 6 Sim 4 Sim 4

Tipo Karatê Lutas Lutas Lutas O.L* Lutas Judô A.M* A.M* Lutas Lutas Lutas Lutas

Sim Sim

6 6

E.C.* Lutas

Sim Sim Não Sim Não

3 6

A.M* Lutas

4

Lutas

Sim Sim Sim Sim Sim

5 4 6 5 4

Uniban

Sim

5

A.M* Lutas A.M.* Lutas Capoeira Lutas/ A.M.*

Unisuz Unimesp Firp

Não Sim Sim

7 6

Lutas Lutas

Ufsj

Sim

6

Esporte De Lutas

Ufop Feevale

Não Sim

1

Combates

Fit Não Univali Sim 7 Lutas Unicsul Sim 5 A.M.* Famesc Não Unimar Sim 4 Lutas Mc* Não Unicid Sim 4 A.M.* Us.* Sim 4 Lutas Unib Sim 5 Lutas Unifae Sim 5 A.M.* São Judas Sim 4 E.L* Legendas: O.L.= Optativa Livre, A.M.= Artes Marciais, E.C.= Esportes de Combate, E.L.= Esportes de Lutas. Mc= Metrocamp, Us= Unisantana

FONTE ADAPTADA DA RELAÇÃO DE UNIVERSIDADE EM SP http://ruf.folha.uol.com.br/2014/ rankingdecursos/educacaofisica. Como podemos verificar atualmente os cursos de Educação Física que contemplam em sua grade curricular alguma disciplina obrigatória ou optativa - relacionada às lutas contemplam apenas em um semestre apenas dentro de seus cursos resultando em certo distanciamento do professor de Educação Física do universo cultural das lutas em geral. Para a aplicação das atividades de lutas no contexto escolar não são necessárias condições materiais extravagantes ou inviáveis, tão pouco requerem o que o autor chamou de professor especialista. Vemos que ao falarmos do currículo do estado de São Paulo estaremos tendo como base à PPC-EF paulista (SÃO PAULO, 2008), que são explicitados principalmente dois conceitos que subsidiam toda a


proposta: Cultura de Movimento e Se movimentar onde as lutas são atividades curriculares onde estão em todas as escolas estaduais do ensino fundamental II e Ensino Médio, onde desta forma todo profissional habilitado terá em suas aulas de educação física a obrigatoriedade do ensino das lutas conforme segue o quadro 2 de autoria adaptada destes autores.

Vemos que a grande maioria da formação inicial não está direcionada ao professor

de

educação

física

no

contexto escolar, neste sentido a uma grande falha no emprego de propostas pedagógicas relacionadas as luta onde vou verificado que a parte conceitual precisando ser atualizada como filmes,

Quadro 2 – Lutas na educação física escolar – SP. Turma 6°Ciclo

Termo/Tipo De Luta Luta

7°Ciclo

Judô, Karatê, Taewkondo, Boxe 8°Ciclo Capoeira 3°Ano Judô, Karatê, do Taewkondo, Ensino Boxe, Médio Capoeira Fonte: São Paulo, 2008.

Forma De Ensinar Conceitual/ Atitudinal Procedimental

regras e conceitos, na parte atitudinal fica relacionada a unicamente a parte disciplinar e a parte procedimental precisa de constantes capacitações para que o professor possa realizar o desenvolvimento da cultura corporal através das lutas.

Procedimental Procedimental

Outro

aspecto

incorporado

à

complexidade docente é a de que a inserção eficaz das Lutas na escola está condicionada à experiência prévia dos professores

Conclusões

e

professoras

com

as

práticas desse universo. Argumentos Os resultados desta pesquisa tiveram como foco direcionador as Lutas no contexto da escola junto aos professores de educação física escolar dentro de um currículo empregado no estado de São Paulo. Quanto ao estudo das lutas fica claro que precisa ser muito mais pesquisado dentro da escola, pois ainda existem

poucas

contribuições

pedagógicas aos professores que não são especialistas e tende a aplicar em suas aulas de educação física escolar.

como "eu nunca fiz luta" e "não sou lutador" são recorrentes como negação dessas atividades no tocante ao ofício docente.

Ainda

sob

esse

aspecto,

também agrega-se o argumento de que "não faço" porque "não sou especialista na

determinada

luta".

Ainda

que

consideremos que os conhecimentos prévios

possam

referências

para

de

fato

oferecer

constituição

dos

saberes docentes, a iniciativa e a disposição em buscar subsídios estão


sempre

dadas.

professoras

Os

professores

e

Assim propomos o aprendizado das

têm

historicamente

lutas através dos conteúdos da seguinte

empreendido esforços na construção de

maneira:

conhecimentos para si mesmos junto

aos outros componentes da cultura corporal

(Danças,

Esportes,

processual,

Jogos,

gradativa

conceitual:

História,

conceitos e definições evolução, regras e curiosidades que podem

Ginásticas, Exercícios Físicos etc.) de maneira

Parte

ser

e

trabalhadas

internet,

permanente.

de

através

da

filmes,

de

documentários ou apresentações.

Propomos que as lutas devam ser

Parte

atitudinal:

valores,

ensinadas nos cursos de educação física

comportamento e crenças que

– licenciatura através das dimensões

podem ser trabalhadas através de

conceituais, atitudinais e procedimentais

debates, reflexões, palestras e

para que questões: “o que se deve

atividades

saber?” (dimensão conceitual); “o que

interior.

se

deve

saber

fazer?”

(dimensão

de

conhecimento

Parte procedimental: habilidades

procedimental); e “como se deve ser?”

motoras,

jogos

(dimensão atitudinal), possam ter mais

esportiva

que

eficiência no ensino e aprendizagem no

trabalhadas pela competência do

contexto escolar.

professor,

Esses

conteúdos

não

devem

ser

ensinados e aprendidos pelos alunos

e

iniciação

podem

de

ser

adaptação

situacional dos jogos e de apresentações de especialistas.

apenas na dimensão do saber fazer

Assim esperamos que este artigo possa

(dimensão

dos

ter contribuído para que as lutas possam

conteúdos), mas devem incluir um saber

ser melhor transmitidas e utilizadas

sobre

(dimensão

dentro das aulas de educação física

conceitual dos conteúdos) e um saber

escolar pelos profissionais habilitados e

ser (dimensão atitudinal dos conteúdos),

sabemos

de tal modo que possa efetivamente

pesquisar e apresentar mais artigos para

garantir a formação do cidadão a partir

o desenvolvimento do tema.

esses

procedimental

conteúdos

de suas aulas de Educação Física escolar.

que

precisam

explorar,


pedagógico da educação física escolar –

Referências Brasil.

Parâmetros

Curriculares

Nacionais (PCN´S).Introdução. Ensino

conteúdos conceituais, atitudinais e procedimentais. (Tese de qualificação). Portugal: UTAD. 2015.

Fundamental. Brasília: Mec/Sef,1998. CORREIA, W. R.; FRANCHINI, E. Produção acadêmica em lutas, artes marciais e esportes de combate. Motriz, Rio Claro, v. 16, n. 1, p. 1-9, jan./mar.

MARTINS, I. M de L. et al. Formação Superior

em

Educação

Física:

Considerações à luz das Diretrizes Curriculares Nacionais e do Documento de Intervenção do CONFEF. Revista da

2010.

Educação Física. Ano 5, n. 15; março DEL VECCHIO, F. B.; FRANCHINI,

2005.

E. Lutas, artes marciais e esportes de combate: possibilidades, experiências e abordagens no currículo da educação física.

In:

HUNGER,

SOUZA D.

NETO,

S.;

(Org.).Formação

profissional em educação física: estudos e pesquisas. Rio Claro: Biblioética, 2006. p. 99-108.

NASCIMENTO,

novo ritmo para a educação física. Rio

na Educação Física escolar: restrições e possibilidades.

Revista

Movimento.

Porto Alegre, v. 13, n.3, p. 91-110, set/dez 2007. PAULO

(Estado).

Proposta

curricular do Estado de São Paulo: Educação Física – Ensino Fundamental

Paulo: SEE, 2008. KUNZ, E. (Org.). Didática da Educação Física 2. 3. Ed.Ijuí: Ed. Unijuí, 2005. 160 p. LARAIA, R. de B. Cultura: Um Antropológico.

do;

(5ª a 8ª série) e Ensino Médio. São

de Janeiro: Sprint, 2005. 80 p.

Conceito

R.B.

ALMEIDA, L. A tematização das lutas

SÃO

FERREIRA, V. Dança Escolar: um

P.

Rio

de

Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2006. 117 p LOPES, J.C. Proposta Metodológica para o Ensino de Lutas no processo


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