EDIT
RIAL
No mês de outubro lançamos um novo tabloide do Jornal da Economia voltado para a Educação. Estas páginas já se tornaram tradicionais do Jornal da Economia, que sempre procura trazer um caderno ligado para o tema com artigos de assuntos diversos, mas sempre voltados para a área educativa. Uma iniciativa que nos enche de orgulho pois a educação é um dos bens mais preciosos da nossa sociedade, algo que regularmente nos esquecemos diante de tantos empecilhos e dificuldades que nosso sistema educacional passa. Porém para que possamos nos lembrar da vastidão que o tema educação traz em todas as suas áreas e da sua importância em todos os estágios da vida, deixamos você, querido leitor, com as páginas a seguir e com as palavras do celebre educador e filósofo brasileiro Paulo Freire sobre o assunto. “Acreditamos que a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda. Se a nossa opção é progressiva, se estamos a favor da vida e não da morte, da equidade e não da injustiça, do direito e não do arbítrio, da convivência com o diferente e não de sua negação, não temos outro caminho se não viver a nossa opção. Encarná-la, diminuindo, assim, a distância entre o que dizemos e o que fazemos.”
Educador e filósofo brasileiro Paulo Freire
O que é ser professora? Sou professora há 16 anos e me considero privilegiada por trabalhar com o que gosto! Ser professora nos dias de hoje é um desafio, pois além de ensinar, também é preciso ter uma postura acolhedora, para poder ganhar a confiança de cada um dos alunos de uma forma diferente. Acima de tudo, acredito que cada ser humano deve ser respeitado e compreendido em suas diferenças. Não há nada mais gratificante em saber que podemos mudar a vida de uma criança através daquilo que ensinamos. Vanessa Moraes, professora na rede pública e privada de Araçariguama e São Roque.
Cuidando dos dentes na infância
Reprodução / Internet
Rafael Barbosa
O
cuidado com a higiene bucal é uma tarefa diária e que muitas vezes não é feita com o empenho necessário, e isso vale tanto para adultos, quanto para as crianças. Segundo o dentista de São Roque, Matheus Medeiros, alguns fatores têm contribuído para uma melhor qualidade na higiene bucal infantil, como o fato da água brasileira ser fluoretada desde a década de 1990 o que contribuiu para uma diminuição nos índices de caries. As escolas infantis têm dado mais atenção a higiene infantil, estabelecendo horários de escovação coletivo após as refeições. Entretanto, Matheus fala que ainda é necessária a atenção dos pais e profissionais dentistas para com as crianças, que hoje contam com rotinas diárias que muitas vezes fazem com que elas negligenciem atos simples como a escovação correta. “As crianças hoje têm muitos afazeres, como escolas em período integral, entre outras atividades como aulas de idiomas e esportes. Então vemos que algumas vezes elas simplesmente acabam
esquecendo de escovar corretamente os dentes”, comenta o dentista. Porém não basta só ficar atento em como os pequenos escovam os dentes e sim se estão realizando isso regularmente. “A escovação tem que se tornar um hábito na vida da criança, assim como o banho, ela tem que estar inserida na sua rotina diária”, diz Matheus. Uma dica para apresentar a escova para os pequenos deste cedo é usar itens coloridas ou de personagens infantis, para que meninos e meninas vejam o ato das es-
Dentista Matheus Medeiros
covação como uma brincadeira e não como algo chato a se fazer. Outro ponto importante também é lembrar que, assim como outros médicos, a visita ao dentista deve ocorrer regularmente, embora no caso de adolescentes e adultos a periodicidade varie de caso a caso, no caso de crianças o ideal é fazer uma visita ao dentista a cada seis meses. “Com visitas regulares, além da avaliação também podemos realizar um acompanhamento da saúde dental da criança e o desenvolvimento dos dentes. algo que é bem constante na primeira e segunda infância, o que acontece até os 11 anos”, comenta Matheus. A visita ao dentista pode ocorrer já nos primeiros meses de vida, onde o profissional pode fornecer dicas importante sobre os cuidados bucais, como não usar enxaguastes bucais e utilizar pasta sem flúor também na primeira infância. E para que a criança perca o medo do dentista, uma profissão que ainda assusta muitas pessoas, Matheus fala que procura
mostrar que o consultório é um lugar divertido e confortável e à vontade, porém os pais também tem um papel importante neste
campo. “Levar a criança para ao dentista para consultas simples é uma tática bacana, pois a criança pode ver eu tratando o pai
e passa a entender que não tem nada de mais em ir ao dentista, o que faz com que perca o medo do consultório”, completa.
Dificuldades ou Transtornos de Aprendizagem? A
aprendizagem é um processo de mudança de comportamento obtido através da experiência e envolve fatores emocionais, relacionais, neurológicos, ambientais e socioeconômicos. No entanto, nem sempre a aprendizagem remete apenas a sucessos e aprovações. As dificuldades de aprendizagem ocorrem quando o aluno não é estimulado suficientemente, ou os métodos pedagógicos são inadequados, o ambiente físico é insuficiente, e ou por motivos relacionadas com o professor ou com o próprio aluno e seu con-
texto de vida. Essas dificuldades de aprendizagem são consideradas dificuldades de percurso e por se tratar de questões pedagógicas, as dificuldades de aprendizagem tendem a ser momentâneas e podem resolvidas no próprio ambiente escolar, substituindo o método pedagógico, as metodologias, adotando práticas e/ou instrumentos que visem contornar a dificuldade e que melhor atendam às necessidades educacionais do aluno. Quando essas alterações metodológicas e pedagógicas são identificadas a tempo e as inter-
venções adequadas são realizadas, as dificuldades escolares tendem a ser resolvidas. Os Transtornos Específicos da Aprendizagem DSM-5(2014) são identificados pela presença de uma ou mais características. Alguns dos exemplos são. LEITURA: Leitura de forma imprecisa ou lenta e com esforço (por ex. lê palavras isoladas em voz alta de forma incorreta, lenta ou hesitante, adivinha palavras e tem dificuldade de soletrá-las). ESCRITA: Dificuldades para escrever ortograficamente (por ex. pode adicionar, omitir ou substituir vogais e consoantes);
MATEMÁTICA: Dificuldade para dominar o senso numérico, fatos numéricos ou cálculos (por ex. entende números, sua magnitude e relações de forma insatisfatória; conta com os dedos para adicionar números de um dígito ao invés de lembrar o fato aritmético, como fazem os colegas; perde-se no meio de cálculos aritméticos e pode trocar as operações). Algumas sugestões para trabalhar com alunos com transtorno de aprendizagem, como adequar o que a escola exige e o que o aluno é capaz de oferecer (adaptação curricular e critérios
de avaliação), dar unidades menores da escrita, leitura, matemática, utilizar réguas de leitura Simplificar as instruções e solicitar o exercício passo a passo e Fornecer suporte e assistência individual. Profa. Dra. Edyleine Bellini Peroni Benczik é Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela USP, e proprietária do Núcleo de Neuropsicologia
Aplicada PSIQUÊ, localizado na Av. Tiradentes, 200 no centro de São Roque .
Profa. Dra. Edyleine Bellini
A AVÓ COMO EDUCADORA PROF. GEMA M. ALONSO
AS AVÓS AS VEZES SÃO EDUCADORAS QUANDO TRAZEM CONSIGO A HISTÓRIA DE VIDA E DE FAMÍLIA, JUNTAMENTE COM VALORES E AS REGRAS QUE FORMAM O CARÁTER DAS PESSOAS, MAS SEM NUNCA ESQUECER QUE A “EDUCAÇÃO DOS FILHOS CABE AOS PAIS”. ENTRETANTO, É FATO QUE A RELAÇÃO ENTRE NETOS E AVÓS É BENÉFICA PARA AMBOS OS LADOS, A CONVIVÊNCIA AJUDA AS CRIANÇAS A TEREM UMA VISÃO MAIS AMPLIADA DA FAMÍLIA, E A SABEDORIA QUE A IDADE DAS AVÓS TRAZEM, AJUDA A FOCAR EM PONTOS QUE SÃO IMPORTANTES A EDUCAÇÃO,
POR OUTRO LADO, HOJE AS AVÓS APREENDEM MUITO COM OS NETOS, PRINCIPALMENTE NAS QUESTÕES DIGITAIS, NOS HÁBITOS E COSTUMES MODERNOS, NO USO COM CELULARES, E O IMPORTANTE É QUE COM ESSES ENSINAMENTOS AS CRIANÇAS SE SENTEM VALORIZADAS, PORQUE PERCEBEM QUE PODEM SER ÚTEIS A NÓS AVÓS E OUTRAS PESSOAS DE MAIS IDADE. AS AVÓS COSTUMAM DESENVOLVER UMA CUMPLICIDADE MUITO GRANDE COM OS NETOS SEM CARREGAR A FUNÇÃO PRIMORDIAL DE EDUCAR E ASSIM, ACABAM INCENTIVANDO OS BONS COSTUMES ATRAVÉS DE EXEMPLOS QUE A MATURIDADE LHES
CONFERE. OS AVÔS E AS AVÓS SÃO PERSONAGENS DE UMA CASA EM QUE OS NETOS SEMPRE QUEREM ESTAR, ELES SÃO ÚNICOS, AGRADÁVEIS E INESQUECÍVEIS, ESTEJAM OU JÁ NÃO ESTEJAM NESTE MUNDO. OS AVÓS SIMBOLIZAM ESTE LUGAR A QUE SEMPRE PODEMOS VOLTAR PARA O INSTANTE SUBLIME DO ACONCHEGO, MESMO QUE SEJA APENAS NA MEMÓRIA. O RELACIONAMENTO ENTRE AVÓS É DE GRANDE IMPORTÂNCIA EDUCATIVA NA VIDA DAS CRIANÇAS, ELAS REPRESENTAM UMA REFERÊNCIA FAMILIAR, FONTE DE ESTÓRIAS, RELATOS, QUE INCREMENTAM O DESENVOLVIMENTO SOCIAL E INTELECTUAL DAS
CRIANÇAS, ALÉM DISSO, AS AVÓS TÊM UMA FORMA ESPECIAL DE AMOR, DIFERENTE DOS PAIS E É IMPORTANTE QUE DEIXEMOS A EDUCAÇÃO POR CONTA DOS PAIS. HOJE COM MAIS DE 80 ANOS, TENHO QUATRO NETOS: LUCAS COM 29 ANOS, FERNANDA COM 25 ANOS E ME SINTO PRIVILEGIADA POIS TENHO UM NETO, ENZO COM 12 ANOS, E UMA NETA SOPHIA COM OITO ANOS. AS VEZES ELES VÊM PASSAR O FIM DE SEMANA COMIGO, BRINCAMOS, FAZEMOS ARTES, CONVERSAMOS, ELES ME ENSINAM A USAR O CELULAR, E O MAIS IMPORTANTE, SOMOS CONFIDENTES, NA HORA DE DORMIR CONVERSAMOS MUITO SOBRE VÁ-
RIOS ASSUNTOS, ESCOLA, AMIGOS, VIAGENS QUE EU FIZ, QUE PRETENDO FAZER, ESTÓRIAS DA MINHA INFÂNCIA, DA MINHA MOCIDADE E A CONVERSA VAI LONGE. É UMA CUMPLICIDADE MAR AV I L H O S A , AGRADEÇO A DEUS SEMPRE POR ME TER DADO OPORTUNIDADE DE CONVIVER E VER MEUS NETOS CRESCEREM. ACREDITO QUE ESSA CUMPLICIDADE ENTRE AVÓS E NETOS É O PAPEL MAIS IMPORTANTE
Profa. Gema M. Alonso DA VÓ EDUCADORA. BEIJOS A TODOS OS NETOS E NETAS. Observação: a pedido da autora o texto foi transcrito em caixa alta para facilitar a leitura.
Qual é a idade certa para a criança começar a estudar? Reprodução / Internet
E
ssa é uma das maiores dúvidas dos pais. O ideal é buscar uma metodologia de ensino que ajuda as crianças a se desenvolverem desde cedo. Não existe idade certa para começar a estudar. É na infância que o cérebro se torna mais ativo e por isso as crianças têm mais facilidade em reter e memorizar informações. Ensinar a criança desde cedo a ajudará nos estudos futuros, isto é, ela terá mais facilidade em aprender uma matéria nova, por exemplo. Na primeira infância, período que corresponde aos seis anos iniciais, as características cognitivas e emocionais começam a ser estruturadas. Nessa etapa, ocorre o desenvolvimento da linguagem, principal ferramenta de comunicação e acesso ao conhecimento. A criança começa a falar e a perceber um universo de palavras no dia a dia. Logo, para ajudar a criança a aprender a falar e a se interessar pelo universo das letras, é essencial colocá-la em contato com os livros desde tenra idade. Cartazes, placas e papéis, além de aparelhos eletrônicos, como televisão e celular, tornam-se notórios aos pequenos. Assim, para ajudá-los a compreender o código linguístico, é fundamental introduzi-los em um ambiente de aprendizagem, onde possam ter experiências diversas que fortaleçam suas funções cerebrais e os preparem para a etapa da alfabetização. O ideal é antes de trabalhar efetivamente o letramento e a escrita, é
trabalhar com as crianças por meio do processo chamado de pré-alfabetização. Através de diversos materiais lúdicos que os ajudam a obter vocabulário, ritmo, articulação dos sons das letras e gosto pelos livros. Ao começar a ler, seu filho adquire vocabulário, assimila o som das palavras, desperta a imaginação e aproxima-se de outras culturas. Desenvolver o gosto pela leitura pode potencializar o processo de alfabetização. Quanto antes o aluno começar, melhor! No entanto é fundamental que a criança seja inserida em um rico ambiente de aprendizagem. Para instigar o hábito de leitura é fundamental os pais oferecerem livros de acordo com estágios de aprendizado. Dessa maneira, os pequenos são apresentados a diferentes gêneros literários, descobrem suas preferências e alcançam gradativamente obras mais complexas. A leitura é uma técnica que precisa ser dominada. Os pais devem estimular e ler com os filhos em casa. Praticando,
a criança adquire gosto pelos livros, amplia o vocabulário e passa a compreender melhor os textos. Confira algumas sugestões de literatura infantil que o Método Kumon separou para você ler com o seu filho. Potencialize as competências de seu filho desde cedo! Fonte: Método Kumon 5 dicas de livros para ler com os pequenos em casa 1. O grande rabanete (Tatiana Belinky) Os personagens estão na horta tentando arrancar um rabanete, que teima em não sair. A história é narrada como um conto cumulativo, no qual os trechos anteriores se repetem e se somam aos parágrafos seguintes. Esse recurso tem como objetivo treinar a memória. As frases são simples, portanto, adequadas para o início da aprendizagem. Aborda noções de solidariedade, cooperação e trabalho em equipe. 2. O espaço (Blandina Franco e José Carlos Lollo) No dicionário, existem 20 definições da palavra “espaço”. Na internet, é possível encontrar mais de 64 milhões de signi-
ficados. Afinal, o que é espaço? Ideal para pré-escolares, o livro explica de forma simples quão grandioso e, ao mesmo tempo, vazio é o universo.
Divertido, leve e gostoso de ler. 3. Hoje me sinto - um abecedário de emoções e grafismo (Madalena Moniz) A obra apresenta os sentimentos de A a Z. Poética, traz ilustrações a aquarela e a tinta-da-china para narrar as emoções de um personagem. Cada palavra é acompanhada por uma imagem. Assim, de forma lúdica, o leitor conhece o alfabeto. 4. Vai embora, Grande Monstro Verde! (Ed Emberley) Quem tem um nariz grande azul-esverdeado, dentes brancos afiados e enormes olhos amarelos?
O Grande Monstro Verde! O autor Ed Emberley criou essa história para ajudar as crianças a espantarem os monstros noturnos de sua imaginação. Será que o Grande Monstro Verde vai embora até o fim do livro? 5. O que tem dentro da sua fralda? (Guido Van Genechten) Divertido e interativo, fala sobre a curiosidade do Ratinho. Ele não sossega enquanto não descobre o que há dentro da fralda do Porquinho, da Cabrita, do Coelho e do Bezerro. E o que será que há dentro da fralda do Ratinho? Uma grande surpresa aguarda o leitor.
Finanças de Crianças Divulgação
A
educação é uma das coisas mais importantes que os pais podem dar aos filhos. O ideal é se prepararem para ter boas condições de sustentá-los, com planejamento familiar – quantos filhos e quando – disponibilidade emocional, paciência e tempo livre. Conceitos da educação financeira que, se passados de forma natural desde cedo, vão se consolidando na criança: Caro e barato em relação ao preço justo. Querer é diferente de precisar. Os preços podem aumentar e abaixar. Hoje podemos o que ontem não era possível. Há passeios divertidos longe do shopping center. As tarefas domésti-
cas são parte normal da vida e responsabilidade de todos. Consistência e honestidade contam muito. Há diferentes classes sociais que vivem realidades distintas. Os adultos trabalham e trocam o seu talento / tempo / esforço por dinheiro. Depois trocam esse dinheiro por comida no
supermercado. Cuidar bem do material escolar, dar valor ao que tem e não desperdiçar. A semanada e a mesada são excelentes instrumentos de educação financeira. Estimule a criança a tomar decisões e deixe que ela cometa pequenos erros e se arrependa. Reserve uma parte para coisas mais
caras e outra para doações. Mostre noções de vendas, investimentos, negociação e empreendedorismo. Você tem passado pouco tempo com seus filhos e sente-se culpado. Sabe que presente algum substitui presença e que uma convivência afetuosa e divertida é mais leve para você e
para o seu bolso. Mas tenta compensar com coisas materiais quando na verdade os pequenos preferem os seus abraços, brincadeiras e refeições juntos. Quanto mais você terceirizar a criança com “especialistas” contratados, menos ela se desenvolve e amadurece. Ela será superprotegida e depois estará despreparada para a vida real. A convivência com amigos e familiares é mais benéfica, ainda que imperfeitos (exceto em caso de problema grave). Pais e cuidadores consumistas ou avarentos sempre influenciam. A criança pode tornar-se escrava do luxo ou mesquinha. Nossa própria relação com o dinheiro e seus desequilíbrios ficarão evidentes. Precisamos
lidar com isso e construir o padrão de consumo da família a cada fase dos filhos e dos pais. Andréa Voûte ajuda pessoas a lidarem melhor com o seu dinheiro individualmente, em família ou nas micro e pequenas empresas. Foi bancária e hoje autora, Consultora financeira e palestrante na Voute Contar..
Andréa Voûte
“Matemática não é um bicho de sete cabeças” Divulgação
Rafael Barbosa
A
Matemática é uma disciplina que causa terror em muitos alunos. Tida como uma das matérias mais “difíceis” da grade curricular, tanto no ensino fundamental, quanto no 2° grau, o receio em aprender esta disciplina leva muitos estudantes a passarem boa parte de suas vidas acadêmicas tendo medo ou rejeitando a matéria. Um estigma que causa um duplo desafio aos professores de matemática, que precisam não apenas encontrar formas de ensinar seus alunos, como também de fazê-los entender como o mundo dos números pode ser divertido e apaixonante. Desafio enfrentado diariamente por profissionais como a professora Izilda Aparecida Ghissardi, que há 34 anos leciona matemática, porém que também já foi uma criança que tinha receio quanto a disciplina, foi exatamente uma educadora a responsável por fazê-la perder o receio em aprender e dedicar sua vida a ensinar esta ciência.
Izilda Aparecida Ghissardi “Compreendo esta reação negativa dos alunos com a matemática porque também passei por essa experiência. Mas, quando estudante, tive uma professora no Ensino Médio que me fez acreditar que eu era capaz de aprender e, pela primeira vez, compreendi o funcionamento desta matéria. A partir daí me encantei e quis encarar os desafios dessa disciplina”, relembra. Uma inspiração que segue a profissional até hoje no seu desafio de incentivar as jovens mentes sobre as maravilhas do universo das ciências exatas, já que segundo ela, o
papel do professor é amenizar essa preocupação, e proporcionar oportunidades de aprendizagem a todos os alunos. Uma tarefa que depende em grande parte da habilidade do professor em criar um vínculo com o estudante, para que ele se expresse e confie no profissional que está lhe ensinando. “É importante estar ciente do potencial de cada aluno e que todos podem alcançar os seus objetivos de aprendizagem”, comenta a educadora. Segundo a professora, um dos segredos é mostrar aos alunos que a Matemática não é um
“bicho de sete cabeças”, mas que apesar de não ser difícil, exige esforço e dedicação acompanhados de rotina de estudo, como qualquer outra disciplina. Entretanto, ensinar os jovens não é uma tarefa que cabe apenas a pessoa que está em frente a classe, principalmente porque o ato de ensinar é uma empreitada que conta com grandes desafios, já que hoje os jovens tem diversos elementos que podem lhes tirar a atenção sobre a matéria que está sendo ensinada, como as redes sociais. Por isso, segundo Izilda, é importante que o professor consiga usar
a tecnologia a seu favor, já que ela pode ser uma ferramenta de aprendizagem importante, mas também é fundamental o incentivo dos pais alunos. “Ajudar os estudantes a
lidarem melhor com uma disciplina é uma tarefa que também cabe a família, e não só em relação a Matemática e sim a toda vida escolar dos filhos”, completa Izilda. Reprodução / Internet
Ao mestre com carinho: Homenagem a Claudete Bonini Belmonte Divulgção
Ana Laura Gonzalez
T
odos nós sabemos que ser professor vai muito além do que simplesmente passar trabalhos e provas para estudantes. A profissão requer muito amor, atenção e receptividade aos mais variados tipos de alunos que compõem uma sala de aula. Quem quer que deseje atuar na área da educação, precisa saber que mesmo após o expediente, em grande parte das vezes, terá que continuar trabalhando em preparação de aulas, correção de avaliações ou até mesmo em estudos sobre o conteúdo que será repassado para os estudantes. Aos 83 anos, Claudete Bonini Belmonte, que lecionou durante muito tempo em escolas como a antiga EMEF Dr. Bernardino de Campos, acredita verdadeiramente nisso. Claudete iniciou o seu trabalho aos 18 anos sem ainda ter feito faculdade e, substituindo a falta ou licença de outros professores, dava aulas em qualquer disciplina. “Naquele tempo você era professor de tudo, as aulas eram para alunos do primário, que ia até os 11 anos. Depois passou para mais quatro anos de ginásio, que era disciplina específica, aí eu fui fazer faculdade e estudei História, Geografia e Estudos Sociais para poder atuar nessas disciplinas na década de 70”, disse a professora, que lecionou até a década de 80. Em entrevista ao JE, Claudete lembra com alegria de momentos com
Professora Claudete Bonini Belmonte seus alunos e afirma que até hoje recebe o carinho de alguns deles pelas ruas
da cidade. Ela diz que fica muito comovida quando percebe o quanto gostam
dela e que com o tempo foi achando maravilhoso o fato de a reconhecerem por onde passa. “É engraçado porque têm alguns que param e perguntam se eu dei aula para eles, aí eu olho e reconheço, porque a gente sempre lembra. Aliás, sabe o que acontece comigo? Eu olho para as caras deles e os vejo nitidamente na carteira escrevendo quando pequenos, é muito interessante”. Ainda com relação ao reconhecimento, a professora aposentada ressalta a importância do respeito que todos devem ter com os profissionais da área, já que os mesmos exercem um
papel fundamental na vida de crianças e adolescentes. “Acredito que toda a violência e maldade seria evitada se, de um modo geral ,houvesse amizade na relação entre professores e alunos. Através do carinho, todos nós conseguimos muito mais do que pensamos conseguir”. Por meio de histórias
contadas por Claudete Bonini Belmonte sobre a profissão que a acompanhou durante boa parte de sua vida, o Jornal da Economia presta uma singela homenagem a esta grande mulher, que exerceu por anos uma função admirável com muito amor e participação direta na formação de outros profissionais.
Um novo olhar sobre a juventude Fotos: Vivian Helen
Vivian Helen
J
ovens enfrentam mudanças físicas e emocionais, assim acontece a transição para a vida adulta e muitas vezes essas mudanças geram conflitos, por essa razão algumas questões são levantadas. Para esclarecer como ajudar os jovens a lidar com perdas e frustrações, a psicóloga Andressa Melina Becker, doutora pela PUC de Campinas e professora do curso de psicologia da Universidade de Sorocaba — UNISO, traz um olhar sobre os jovens, “A juventude atual possui características específicas, considerando que o desenvolvimento do ser humano também é influenciado pela sociedade. Os jovens vivem mais intensamente a era tecnológica, e com ela aparece uma necessidade de respostas imediatas, o que pode ser bom, como uma forma de otimização do trabalho, por exemplo, mas também pode ser ruim, como uma potencial fonte de ansiedade ou frustração quando a resposta não vem de forma imediata”, diz ela. Embora essa etapa da vida seja repleta de conflitos, não é certo dizer que todos os jovens apresentam transtornos emocionais ou mentais, pois cada pessoa é única e precisa ser analisada com cautela, tarefa que cabe a um profissional. Todo o processo de desenvolvimento do jovem necessita da base familiar e também social, sendo assim as redes de ensino são consideradas um meio de ajuda. Laura Helena de Souza, 19 anos, estudante de Jornalismo, enfrentou a depressão aos 16 anos e conta como em uma situação
de perda o auxílio familiar e da escola foram importantes, “ Depois que o meu avô faleceu desenvolvi a depressão, eu não sentia nada apenas um vazio, dormia muito e me cobrava demais. A primeira a perceber meus sintomas foi a minha mãe, ela quem incentivou o meu tratamento psicológico e esclareceu a minha situação para a escola, pois, frequentar as aulas estava sendo muito difícil. Contudo, a escola me ofereceu apoio, recordo do meu coordenador, ele foi um anjo em minha vida e
explicou a situação que eu enfrentava para todos os professores, quando tinha crises de ansiedade podia ficar em sua sala até passar, tudo isso foi muito importante para mim e em quatro meses tive uma mudança efetiva conseguindo voltar a estudar e a terminar o ensino médio”. Conta Laura. A psicóloga Andressa Melina confirma a importância do apoio das redes de ensino em relação aos problemas de crianças e jovens, “As redes de ensino possuem um importante papel no desenvolvimento
de crianças e adolescentes. Entretanto, é necessária uma orientação dos profissionais que atuam nas escolas para que possam oferecer o suporte necessário. Além disso, é válido lembrar que a escola não deveria exercer a função de pai ou mãe, muitas coisas deveriam ser aprendidas em casa como respeito, afetividade, entre outros. Diz ela. Os maus sentimentos também são necessários para o amadurecimento da vida de todos, até mesmo dos jovens, “As frustrações são importantes na vida de todas as pessoas. Falar não para uma criança é importante, para que ela vá tendo pequenas frustrações. Entretanto, reprimir sentimentos de tristeza, com frases como
'engula o choro” ou 'você já está bem grandinho para isso', não ajudam a criança a lidar com a frustração e com os próprios sentimentos. Todos os sentimentos são importantes e precisam ser
expressos, o que os pais precisam é orientar formas de expressão dessas emoções em que a criança ou adolescente não se machuque, ou machuque outras pessoas”. Finaliza a Andressa Melina.
A importância do aprendizado de línguas estrangeiras Reprodução / Internet
V
ivemos em um mundo globalizado e marcado pelo desenvolvimento tecnológico e pela intensidade das relações culturais, comerciais, econômicas, políticas e sociais. Nesse contexto, o aprendizado de línguas estrangeiras destaca-se como um diferencial de grande relevância para todos que desejam estar preparados para enfrentar desafios e encontrar maneiras de promover seu crescimento pessoal e profissional em meio à globalização. Estudantes, profissionais e a sociedade em geral estão cada vez mais conscientes de que o conhecimento básico ou o domínio de línguas estrangeiras como inglês, espanhol, entre outras, é fundamental para os relacionamentos interpessoais e, principalmente, para o acesso a cargos e remunerações melhores no atual mercado de trabalho cada vez mais competitivo e exigente. Em algumas áreas, essencialmente nas empresas multinacionais, o segundo idioma não é mais uma opção, mas um pré-requisito na seleção dos candidatos para cargos específicos. Dominar um segundo idioma torna-se então um
diferencial que amplia possibilidades e oportunidades de ingresso em novos patamares profissionais e acadêmicos, já que que as habilidades e competências relacionadas ao domínio de idiomas são amplamente reconhecidas e valorizadas. Isso sem contar que saber uma segunda língua é essencial para o desenvolvimento pessoal, para a comunicação em viagens, no contato com turistas, na interação com novas culturas e nas
práticas de lazer, entretenimento, negócios e estudos. Mariana Souza, coordenadora pedagógica na Planet Talk São Roque, afirma: “Muitas portas se abrem depois que aprendemos um segundo idioma. Temos aqui alunos que relataram como aprender inglês está fazendo diferença tanto na vida profissional, quanto pessoal, quer seja no Brasil ou no exterior.” Desta forma, o incentivo e o estímulo para o
aprendizado de idiomas devem ocorrer sempre e desde cedo, para que crianças e adolescentes tenham interesse e consciência da importância do estudo de línguas estrangeiras. Porém, deve-se ressaltar que nunca é tarde para se aprender idiomas, pois pessoas de todas as idades podem começar a estudar a língua de sua preferência. O tempo de aprendizado varia de acordo com a dedicação aos estudos, à prática e as características pessoais dos estudantes, mas, para que os resultados sejam positivos, é fundamental que ocorra a imersão na língua estrangeira por meio
de materiais específicos, metodologia adequada e orientação de profissionais qualificados. Além disso, o aprendizado pode ser complementado por meio do contato com jogos, músicas, filmes, materiais da Internet, em viagens e intercâmbios. Para aprender uma segunda língua, é necessário esforço, dedicação, concentração e perseverança, por isso, a dica que a coordenadora Mariana Souza dá é “não desistir diante das dificuldades e manter o foco em seus objetivos, pois falar um segundo idioma abre novas oportunidades para o seu sucesso profissional e crescimento pessoal.”
A educação alimentar infantil Julia Natarula Cerdeira
A
alimentação infantil é um assunto muito discutido entre os pais, porém ela vai muito além de restringir certos alimentos e está relacionada com a releitura de produtos industrializados usando frutas, legumes e vegetais. Segundo a nutricionista Cristiane Verotti, a ingestão precoce de doces é um ponto que requer atenção pois ela pode desencadear um paladar voltado para alimentos doces, o que pode trazer complicações para outros alimentos. “Quando a criança ingerir algo amargo ou natural, ela vai perder o interesse” complementa Cristiane.
Por isso, não deixar de introduzir alimentos naturais, sem sal ou açúcar, é essencial para construção de preferências gustativas, já que o sal e açúcar presentes nos alimentos já são suficientes para atender as necessidades das crianças. Porém a alimentação correta não deve ficar restrita aos pequenos, sendo de extrema importância que a família também mude seus hábitos alimentares e que as escolas também exerçam boas influencias na alimentação das crianças. Oferecer alimentos diversos para todas os alunos é encorajador, pois ver outras pessoas comendo um alimento pode despertar o interesse nos alunos. “Se os pais/res-
Divulgação
Nutricionista Cristiane Verotti ponsáveis não comem. Não tem como incentivar” explica a nutricionista, que propõe que escolas usem suas influências
para trabalhar a alimentação saudável com os alunos, em atividades semanais, rodas de frutas ou receitas simples.
Para os lanches da tarde, por exemplo, os pais podem fornecer alimentos como saladas de fruta com granola ou aveia, banana amassada com aveia, palitos de frutas, bolos caseiros e simples, pão com queijo, sucos naturais, tapioca ou crepioca com geleia de frutas para que os filhos levem as escolas. Outra ideia seria realizar festas de aniversários com lanchinhos assados alternativos, petiscos de frutas, bolos simples como de laranja ou de cenoura. Um exemplo real de todas as dicas que a nutricionista falou, se concretizam com a mamãe Alyne Massad Siano, mãe do Elias, 5 anos, e do Sebastian, de 6 meses. Com a introdução
alimentar do filho mais velho, Alyne procurou dar de todas as frutas, e para aceitação de algumas ela misturava uma fruta com menor aceitação com uma fruta de maior aceitação, até que houvesse aceitação das duas separadas. Para as papinhas ela sortia legumes, algum tipo de grão, uma folha e um tipo de carne. Sempre frisando a diversidade. A mamãe conta que para substituir os danoninhos, ela fazia danones caseiros de inhame, com banana e morango. E para passeios familiares Alyne conta que sempre levava na bolsa marmitas de frutas. Ela finaliza dizendo que tentará fazer o mesmo com o neném Sebastian.