FESTAS DE AGOSTO 2019

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RIAL

A chegada das Festas de Agosto é sempre um momento de muito prestígio e alegria para São Roque, que celebra nesta ocasião o aniversário da cidade, não apenas a devoção em seu padroeiro, mas também a fé de sua população e a confraternização entre todos os que participam, contribuem ou são responsáveis pela organização do evento mais importante do município. Uma alegria recheada de tradições e histórias, algumas das quais estão representadas nestas páginas. Embora sempre muito esperados, os eventos deste mês são muito mais do que alguns dias de festa, representando o resultado de um ano inteiro de planejamento e, muito antes disto, de anos de uma tradição que se construiu e ainda se mantém na cidade, em eventos que podem ter nascido por puro acaso e que apesar de mudarem com o tempo, se transformaram e se adaptaram aos tempos modernos. Celebrar as Festas de Agosto é festejar a cidade de São Roque, relembrar a sua história, reviver suas tradições e manter vivo o espírito de fé que fundou o município. Boa leitura!

Vereador Maurinho Góes Presidente da Câmara Municipal de São Roque

Parabéns São Roque O aniversário da querida cidade de São Roque é sempre um momento especial, pois a data nos remete a renovarmos as esperanças e perseverarmos para que o nosso município progrida cada vez mais. Tenho orgulho de pertencer a essa gente do bem e ter nascido numa cidade tão acolhedora e repleta de belezas naturais. Para mim é uma honra estar a frente do Legislativo e poder trabalhar em prol da população. Parabenizo todos os são-roquenses, aos nascidos aqui e aos de coração, que batalham, diariamente, para o desenvolvimento da nossa amada cidade que completa seus 362 anos. Grande abraço e VIVA SÃO ROQUE...

Prefeito Claudio Góes Adentramos agosto, mês do são-roquense, época em que se aflora em todos nós o sentimento de pertencimento à nossa querida Cidade. Chegamos aos 362 anos com o Município em obras, superando as dificuldades e retomando o desenvolvimento. São duas creches em construções; diversas ruas e estradas sendo pavimentadas. Estamos implantando redes de abastecimentos; adquirindo mais ambulâncias, maquinários, escolares e veículos para a frota municipal; contratando médicos e abrindo concursos para diversas áreas; reformando o P.A (Pronto Atendimento) e reestruturando a Santa Casa, revitalizando as escolas e unidades de saúde, entre outros. Outras obras estão prestes a começar como a reforma da rodoviária, a revitalização da Praça da Matriz e Largo dos Mendes, rotatória na região do Manley Lane, pavimentações, recapeamentos e muitas outras coisas boas para a nossa população. São Roque está avançando. Estamos escrevendo uma nova página. Tenho orgulho de ser são-roquense, filho desta Terra de gente honesta e do bem. Parabéns São Roque. Parabéns Festeiros!


Desfile dos Carros de Lenha faz homenagem a momentos bíblicos Ana Laura Gonzalez

Rafael Barbosa

C

om o tema “O Evangelho do Amor - Sinais que provocam, convertem e salvam”, a entrada dos Carros de Lenha prestou uma bonita homenagem pelas ruas da cidade. O evento fez uma representação das pinturas dos apóstolos de Jesus, Mateus, Marcos, Lucas e João, que estão presentes na Igreja da Matriz de São Roque e que retratam passagens marcantes contadas na bíblia, como a transformação de água em vinho e o sermão da Montanha de Jesus.

Com início do trajeto na Avenida Tiradentes, os casais de Festeiros de

São Roque Gino Pizzingrilli e Eunice da Silva Pizzingrilli e Luiz Fernando

Godinho e Ana Carolina Bonini Franchin Godinho lideraram a comitiva que

contou com diversas atrações, como a Comitiva Brasil Poeira, o Grupo de Dança da Escola Barão de Piratininga, a Fanfarra Municipal Schoenacker, o grupo Fandango de Tamanco Guitelo, entre tantas pessoas que integraram esta linda festa. Como não poderia ser diferente, centenas de pessoas lotaram as principais ruas da cidade para acompanhar o desfile. “É muita emoção. Queremos agradecer a presença de todos e que São Roque e Nossa Senhora da Assunção interceda por nós”, comentou Gino Pizzingrilli. Neste ano se comple-

ta 20 anos que os bois são trazidos da cidade de Cambuí, em Minas Gerais, que trouxeram 69 bovinos, além da presença de seis animais da raça Nelore, que foram criados no município, na região de Sorocamirim, e lideraram a fila carregando uma imagem do padroeiro. “É uma festa maravilhosa e que todo mundo gosta, afinal apesar do frio a cidade está cheia para ver a nossa passagem e a destes animais que tanto gostamos carregando a imagem do nosso padroeiro”, disse João Manoel Costa, que participa com o seu irmão das festas.


São Roque: encanto por natureza Joasil José C. Sobrinho

S

ão Roque de encanto e beleza, em vivo adorno de majestosa natureza, que do exuberante repente do ipê amarelo, no alto do morro se torna ainda mais belo, quando aos olhos do mundo floresce e na simplicidade da flor agradece. É junho em seus meados e nas íngremes encostas dos barrancos geados, como ordem do dia, a flor de São João anuncia, no canto dos pássaros por sinfonia, a proximidade de agosto na mais perfeita harmonia. Da matinada em doce alvorada, a névoa mansa, feita nuvem da mãe d’agua num suspiro da terra santa, abriga na ternura os caminhos de do-

çura em teimosa constância. Cobrindo feito manto os morros de encanto de querida estância. A tarde fria, com ela vem anunciada, a sombra da noite a descer o céu por sua escada; a tecer o véu da madrugada. E ao debruçar-se sobre os galhos, a chorar gotas de orvalho, a florada tem-se ornada por gélida orvalhada. Sob o céu iluminado de infinito estrelado, o Cruzeiro do Sul faz reinado ao santuário sagrado, o qual da cruz do morro observa em socorro a multidão que clama de emoção na Santa Fé da nobre devoção. A colina brilha e na pequena trilha o peregrino atina à sua chaga sina, e nesse honesto e humilde gesto, no silencio fiel, revela-se no

Rafael Barbosa

céu, Doutor em medicina. Lágrimas caem, mas não é tristeza, não, pois essa virtude é da magnitude dos “olhos” do coração. Agosto então, se apre-

senta e fervorosa população aumenta, pois venha de onde for aos braços de São Roque é acolhido com amor. Os cânticos e os fogos com esplendor

comungam ao seu louvor, enquanto os tristes sinos dobram e lembram a sua dor. A emoção da Fé ao Santo Peregrino condiz, quando em passeio ele

faz seu volteio na Praça Matriz. E num grito vivente, feliz e contente: - Viva São Roque! Nosso Padroeiro, minha gente!


Jovens que são fundamentais para a realização das Festas de Agosto T

odos sabemos a rotina das Festas de Agosto. Mas, você já parou para pensar nas pessoas por trás do evento? Já ouviu falar da Pastoral da Juventude? Carinhosamente apelidada de PJ, a Pastoral tem como objetivo principal levar os ensinamentos do evangelho ao jovem que frequenta o grupo. Durante todo o ano, eventos são realizados de uma forma educativa e criativa para que todos possam ter acesso a esse conteúdo. A “PJ” também tem um papel muito importante na Igreja Católica de São Roque, não só durante

as Festas de Agosto, mas também em eventos realizados pela Igreja. No primeiro domingo do mês, logo cedo, faça chuva ou faça sol, os jovens se reúnem para que o Desfile dos Carros de Lenha seja realizado. Cada grupo tem sua função, orientada pelos coordenadores da PJ, como entregar água, segurar faixas e auxílio em carros alegóricos. Após o final do desfile, uma oração é feita em forma de agradecimento pelo dia de trabalho. Os dias 15 e 16, respectivamente, com certeza são os mais esperados,

não só pela “PJ”, mas também por todos que são devotos de Nossa Senhora e São Roque. Os jovens realizam “Cordões Humanos”, entrega de velas, orientação em toda procissão, auxílio às comunidades presentes durante o desfile. Por fim, a “PJ” proporciona ao jovem uma chance de se aproximar da Igreja, de criar novas amizades e também ter a experiência organizacional de um grande evento. Para participar é simples! Compareça no dia 15 de agosto às 15h30 no salão do Colégio São José (ao lado do Anglo), no centro de São Roque.


Tradição dos Tapetes nas festas Julia Natarula Cerdeira

mas como a coloração da serragem exige muitos cuidados e a tinta deveria ser temperada corretamente, o que demanda muito tempo e gastos, em 1986 o festeiro do ano, Orlando de Castro, disponibilizou de sua fazenda, ajudantes para ficarem responsáveis pela serragem. Isso ajudou e muito para confecção do tapete

U

m dos pontos mais esperados da Procissão em Louvor a São Roque é a confecção dos famosos tapetes de serragem, montados ao longo das ruas por onde a comitiva de fieis passará e que embelezam ainda mais a cidade no dia 16 de agosto. A tradição durante as festas remete a 1975, quando uma comissão de colaboradores das Festas de Agosto, formada por Zé do Nino, Vasco Barioni, Lucindo Lima e Murilo, decidiu trazer uma inovação. Eles haviam viajado por várias cidades brasileiras atrás dos tapetes de serragem, mas se entusiasma-

durante todo o trajeto da procissão. Atualmente, a prefeitura disponibiliza a condução para esses ajudantes. Cada rua tem uma equipe responsável e há alguns anos professores e escolas se interessaram em ajudar e juntamente com seus alunos passaram a ser responsáveis pela confecção dos tape-

tes no local determinado por uma comissão de organizadores. A cada ano os desenhos para os tapetes se superam, e todos podem ajudar na colaboração dos tapetes nas ruas. As serragens e os moldes estão sempre sendo inovados e todos fazem de tudo para que a cidade fique linda, principalmente nesta data. Julia Natarula Cerdeira

ram em Matão (SP) onde tomaram conhecimento das técnicas e materiais para a confecção dos mesmos. Em agosto do mesmo ano, Vasco Barioni fez um pequeno tapete em frente

à sua casa e com a serragem que sobrou, no mesmo dia, fizeram outro na frente da casa do Zé do Nino, localizado na rua Rui Barbosa. A cada ano a extensão do tapete foi ganhando importância,


Com a palavra, os Festeiros 2019 N

ão é exagero dizer que Gino Pizzingrilli, Eunice da Silva Pizzingrilli (Branca), Luiz Fernando Godinho e Ana Carolina Bonini Franchin Godinho representam as Festas de Agosto. Os casais dedicaram um ano de suas vidas para promover e organizar as festas mais importantes da cidade, e assim, aproveitamos o início das festas, no Desfile dos Carros de Lenha para falarmos sobre este ano de muita emoção e religiosidade. “Sempre procuramos preparar tudo com muito carinho e contando com

uma equipe de apoio extremamente competente. O são-roquense espera e gosta muito das Festas de Agosto e assim é o momento de aproveitarmos esta festa tão bonita e preparada com muita fé e amor para todos”, comenta o Festeiro Luiz Fernando. “Hoje na entrada dos Carros de Lenha, fez muito frio, e mesmo assim vemos as ruas lotadas de pessoas que esperam o ano inteiro para vibrarem e se emocionarem com a tradição do desfile, das procissões e também aproveitarem as festas. Isso nos emociona muito, pois nos mostra que

Ana Laura Gonzalez

agosto é o mês de São Roque”, fala a Festeira Ana Carolina. “Sempre acompanhei

e colaborei com as festas, atuando nas barracas, mas nunca esperei estar atuando como Festeiro.

Ser voluntário é sempre muito gostoso, mas estar à frente desta festa, ao lado do Luiz Fernando e a Ana

Carolina e com a ajuda de tantos voluntários que são imprescindíveis para a realização desta festa nos traz uma emoção que não cabe no peito”, diz o Festeiro Gino. “Coração está a mil. Sempre ficamos nos bastidores e agora estamos à frente da organização e deste bonito desfile que abre esta celebração tão especial para o povo da nossa cidade. Imagine a emoção que estamos sentido. Estamos muito felizes e satisfeitos com todo o trabalho realizado neste ano”, afirma a Festeira Eunice.


Um sacerdote a serviço de São Roque Rafael Barbosa

P

adre Daniel Balzan é uma figura muito querida na cidade de São Roque, pela forma carismática e bem-humorada com que trata a todos, seja nas conversas informais, ou nos cultos e celebrações religiosas que ocorrem semanalmente na cidade, e que ganham força nas Festas de Agosto. Uma pessoa que nasceu para o sacerdócio, uma vocação que descobriu por acaso. “Entrei no seminário para jogar bola”, brinca o padre ao relembrar um tempo onde o ensino religioso estava ligado a educação formal das pessoas.

Na época durante encontros vocacionais, o jovem Daniel ouvia relatos de pessoas que visitavam outros países para fazer o bem ao próximo, histórias que atiçavam a mente do jovem que vivia na pequena ilha de Malta, no sul da Itália. Influenciado pela oportunidade de conhecer o mundo, ele entrou nos estudos eucarísticos que o trouxeram para o Brasil. No início o jovem Daniel queria ser um professor universitário, porém a vida o levou para outro caminho, ajudando-o a descobrir sua vocação ao ser enviado, já padre, para uma comunidade muito carente em Osasco. “Foi lá que aprendi a

ser um padre. A melhor faculdade é a periferia, pois ela nos ensina a lidar com a realidade e sentir o chão em que pisamos. Nunca andei ‘de salto alto’ em minha vida, mas muitas vezes um par de sapatos nos impede de sentir o chão onde pisamos e o chão das pessoas é sagrado, pois apesar da necessidade e importância da autoridade, é essencial sentirmos também a realidade das outras pessoas”, comenta Daniel. Há 22 anos em São Roque, Padre Daniel hoje exerce a função de pároco do município, que é a pessoa que tem a função de cuidar da paroquia, desempenhando não apenas suas funções

como padre, mas também de ser o responsável pela administração da paróquia. Com 43 anos na vida como sacerdócio, Padre Daniel diz que foi a opção de servir que o levou a este caminho. Ele sente-se plenamente feliz e diz que, hoje mais sábio, tem uma visão mais humilde e feliz da vida que lhe permite confraternizar com todos aqueles que o buscam. “Antes eu queria salvar o mundo, porém hoje vejo que sou apenas uma pessoa. Mas este pensamento me dá uma alegria gigantesca, pois permite que eu tire meus sapatos e sinta o chão onde eu e as outras pessoas pisam”, completa.


São Roque e o Morro do Cruzeiro Arquivo JE

A

Novena do Morro do Cruzeiro é um evento que abre o calendário religioso das Festas de Agosto. Organizado este ano pelos nossos Festeiros , casais Gino Pizzingrilli e Eunice da Silva Pizzingrilli e Luis Fernando

Godinho e Ana Carolina Bonini Franchin Godinho, sempre atrai muitos fiéis que buscam se preparar espiritualmente para as festividades da cidade. A história da novena começou quando a comunidade tentava decidir o que fazer com a imagem

de São Roque, que antes ficava na fachada da Antiga Igreja da Matriz, que foi demolida para a construção da estrutura que atualmente conhecemos. Imagem grande e de concreto, ela não poderia ser facilmente transportada ou colocada em

qualquer ponto. O dilema somente chegou ao fim quando foi sugerido que a figura do santo fosse levada até o alto de um morro que ficava em uma fazenda perto da estação de trem municipal. Ponto importante e onde se

tinha uma boa visão da cidade, a ideia foi logo apoiada pelos fiéis e pelo dono da propriedade. Colocaram, então, um pedestal e uma cruz gigante de concreto no alto da colina onde a imagem ficaria dividi-

da em três partes, que foi levada pelos fiéis em carrinhos de mão e então montada no local. Assim iniciou-se uma das novenas mais importantes da história da cidade e uma tradição que perdura até hoje em São Roque.


Um museu com o gosto de São Roque Portal arquivo Digital de São Roque

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uando se pensa em São Roque, se pensa em vinho. A cidade hoje conta com a reputação de ser uma das maiores produtoras da bebida em todo o país, sendo hoje um dos principais pontos turísticos quando se fala em enoturismo. Mas este prestígio não veio do nada e para celebrar a conquista da cidade para construir esta marca e homenagear aqueles que ajudaram a construir essa história, o Sindicato da Indústria do Vinho de São Roque (Sindusvinho) lançou a ideia de inaugurar um museu em homenagem a história do vinho em nossa cidade.

Segundo o presidente do Sindusvinho, Fernando Pereira Leite, a intenção é valorizar a história da cidade e das pessoas que, através da produção desta bebida ajudaram no desenvolvimento do município, hoje uma referência no campo do Enoturismo. “Nossa ideia é montar um memorial, então estamos selecionando fotos, documentos ou até peças antigas para que possamos dar continuidade a este trabalho, que tem o objetivo de resgatar e disseminar a história do vinho, que também é a história de São Roque”, diz Fernando. A intenção é que o museu seja instalado na região central de São

Roque, fortalecendo o turismo no centro do município, porém a ação também pode se estender para outros pontos da cidade, já que existe um projeto de cultivar mudas para que as pessoas possam plantar as parreiras pela cidade, restaurando o aspecto vitífero que a região tinha no passado. A ideia foi lançada durante um almoço para antigos e atuais vinhateiros e que serviu também para arrecadar materiais antigos ligados ao tema, relembrando tempos saudosos, que em breve poderá retomar um pouco de sua história e tradição com o projeto do Museu do Vinho.


Expo São Roque 2019 está chegando A Expo São Roque acontece neste ano entre os dias 04 de outubro a 10 de novembro, de sexta a domingo, das 9h às 19h. O evento trará muitas atrações para seus participantes e este ano apresenta como seu tema um tributo a Adoniran Barbosa, compositor, cantor e poeta popular brasileiro, que compôs grandes obras como Trem das Onze, Saudosa Maloca, Samba do Arnesto, Iracema, entre tantas.

Além das atrações especificas sobre o tema, os visitantes terão a oportunidade de participar da Pisa da Uva, assistir a diversas atrações, acompanhar apresentações de introdução à enologia e conhecer e degustar os vinhos nos stands das vinícolas

que, por gerações, fazem São Roque ser conhecida como Terra do Vinho.

Também será possível apreciar diferentes pratos à base de alcachofra

em restaurantes, e aprender a prepará-los no Espaço Gourmet. A Expo São Roque é um evento que é especialmente preparado para receber o público de São Roque e região, trazendo um clima festivo e que busca unir diversão, gastrono-

mia, compras, shows e diversas manifestações artísticas. O foco da atração é divulgar o potencial turístico e cultural da cidade, bem como os Vinhos e a Gastronomia à base de alcachofra. Como nos anos anteriores, o evento será realizado no Recanto da Cascata, que oferece uma grande área verde de mata preservada e toda a infraestrutura para receber seus visitantes.


Vinhos Sabbatini: uma indústria familiar que atravessa gerações Ana Laura Gonzalez

sava ter continuidade. “A nossa indústria é familiar, hoje em dia cada um dos meus filhos exerce uma função. Tanto que um trabalha na entrega, outro na produção... Eu tenho uma filha que trabalha no escritório e também tenho netos que estão por aqui”, disse Sabbatini, orgulhoso pela tradição estar sen-

A

produção dos Vinhos Sabbatini começou na década de 50 e, desde então, faz parte da tradição são-roquense, principalmente porque o negócio vem atravessando gerações. O proprietário da marca, Alvi Sabbatini, é filho de um italiano que tomava conta de uma fazenda em São Roque, inclusive próxima ao local onde atualmente fica o depósito dos vinhos. De acordo com ele, seu pai foi a primeira pessoa da família que se interessou por plantações e, além de outros frutos, também

começou a cultivar uvas, principal matéria-prima da bebida. O senhor Alvi lembra que foi conduzido ao

ramo pela influência do pai, que antes mesmo de chegar ao Brasil já havia aprendido a fazer vinhos em seu local de origem.

O italiano ensinava Alvi e seus seis outros filhos sobre todo o processo de produção, e ali os irmãos sentiram que aquilo preci-

do mantida dentro e fora do círculo familiar. Atualmente, os vinhos da marca são produzidos no Rio Grande do Sul e trazidos para São Roque em um caminhão-tanque. A bebida é manipulada e engarrafada pela equipe de funcionários para então ser levada à comercialização.


A participação dos Festeirinhos e seus pais nas Festas de Agosto Ana Laura Gonzalez

O ciclo de voluntários das Festas de Agosto se renova a cada ano, e não é diferente com relação aos Festeirinhos, um grupo de crianças escolhidas pelos casais de Festeiros. Geralmente os pequenos são nomeados pela afinidade que os casais possuem com os seus pais, já que durante as preparações do evento eles ficam tão envolvidos quanto os filhos, pois ajudam a organizar as festividades nos mínimos detalhes. Helena Azenha, mãe do pequeno Rafael, de apenas dois anos, falou

sobre a experiência que ela e o marido, Rodrigo Azenha, adquiriram nesses últimos meses com os outros colaboradores. “É uma segunda família, porque agora nesta reta final, a gente passa muito mais tempo com todos eles, do que na nossa própria casa. Estamos diariamente trabalhando e cuidando de coisas que eu não tinha noção, apesar de já ter vivência nessa parte religiosa”, afirmou. Como mãe, Helena disse estar orgulhosa e

declarou toda a importância que o convite ao filho representa para a família. “Eu vejo o Rafael só se divertindo e brincando, ele não tem esse entendimento do que é ser Festeirinho e, na verdade eu acho que quem curte muito mais isso são os próprios pais. Lá na frente ele vai poder ver que a marquinha dele ficou registrada na história, e isso é muito legal. Essa participação é algo tradicional e uma coisa muito forte para a gente”, diz.


Fé e devoção ao padroeiro Ana Laura Gonzalez

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iante de todas as celebrações que foram realizadas em São Roque nos últimos dias, é correto afirmar que grande parte da população são-roquense participa fervorosamente do calendário religioso das Festas de Agosto, principalmente no último dia do evento, reservado para louvar o padroeiro que dá nome ao município. Na ocasião, devotos percorrem as ruas que cercam a Praça da Matriz, e seguem atrás de fiéis que carregam o andor com a imagem do santo. As atitudes são demonstrações de fé a São Roque, mas a última se destaca por todo o esforço dedicado, já que

exige força física e muita energia. Carregar o andor sob os ombros é uma tarefa geralmente atribuída àqueles que de alguma forma sentem necessidade de agradecer ao santo por todas as graças que lhes foram cedidas. Lurdes Caramez ajuda a carregar o andor de São Roque há aproximadamente 16 anos, e contou à nossa redação que não começou a fazer isso por uma promessa específica, mas sim com o propósito de honrar e testemunhar o padroeiro que, segundo ela, foi um grande seguidor dos ensinamentos de Jesus e abriu mão dos próprios bens em favor do outro, como um bom samaritano. A devota ainda disse

que enquanto está caminhando com o andor sob os ombros, pensamentos carregados de otimismo passam pela sua mente. “Eu penso que durante o trajeto ele [São Roque]

vá abençoando, que vá fazendo com que as pessoas se voltem mais para Deus. Também sempre agradeço pelo ano que passou, por tudo o que vivi e peço para que a

gente continue nessa vontade de estar ali rezando nas próximas ocasiões”. O Jornal da Economia segue realizando a cobertura das Festas

de Agosto 2019. Continue acompanhando as nossas redes sociais ou o nosso portal online de notícias, e confira imagens desta emocionante e tradicional procissão.


O peregrino que virou santo A

s Festas de Agosto são, acima de tudo, uma grande homenagem ao padroeiro que dá nome à cidade. Assim como a vida de muitos santos, sabe-se muito pouco sobre Roque, que teria nascido na cidade de Montpellier, na França, entre os anos de 1295 a 1350. Até mesmo seu nome é um grande mistério, já que Roch (que foi aportuguesado posteriormente para Roque) é o nome de sua família. Filho de família nobre, teve uma infância e adolescência abastada, até a trágica morte de seus pais, aos 20 anos. Após doar parte da fortuna da família a caridade e também para seu tio (seu tutor), ele parte em uma peregri-

nação à cidade de Roma e foi durante esta viagem que passou a tratar de acometidos pela Peste Negra e onde surgem os primeiros relatos de seus milagres em vida. Dizem que ele realizava seus tratamentos apenas com um bisturi e suas orações. Por conta dos tratamentos a doentes, o jovem também foi acometido pela peste, que o impossibilitou de continuar sua peregrinação. Ele refugiou-se em uma floresta, onde teria morrido de

fome caso um cão, pertencente a um fidalgo local chamado Gottardo, não lhe trouxesse alimento. Esta relação está tão arraigada à

figura do santo que a grande maioria de suas imagens o retrata ao lado do animal. Roque foi também amparado pelo fidalgo

até que se curou milagrosamente da doença e voltou a Montpellier, onde foi preso, acusado de ser espião. Alguns relatos dizem que ele

deixou a cadeia após um longo período de encarceramento, porém é mais provável que tenha morrido na prisão por volta de 1379. Seu primeiro milagre pós morte é atribuído ao seu próprio carcereiro, que seria manco e teria sido curado ao tocar a perna do santo para verificar seu óbito. O peregrino passou a ser adorado como protetor contra a peste e padroeiro dos inválidos e cirurgiões. Sua canonização foi oficializada em 16 de Agosto, dia da sua festa, pelo Papa Urbano VIII.



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