TCC 2 - CENTRO DE ACOLHIMENTO, TRATAMENTO E REINTEGRAÇÃO DE ANIMAIS

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES JÉSSICA APARECIDA RAMPAZZO – 11151100862

CENTRO DE ACOLHIMENTO, TRATAMENTO E REINTEGRAÇÃO DE ANIMAIS

Trabalho

de

conclusão

de

curso

apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Mogi das Cruzes, como parte dos requisitos para avaliação do TCC II.

Professora/Orientadora: Martha Lucia Cardoso Rosinha

Mogi das Cruzes 2019


JÉSSICA APARECIDA RAMPAZZO

CENTRO DE ACOLHIMENTO, TRATAMENTO E REINTEGRAÇÃO DE ANIMAIS Trabalho

de

conclusão

de

curso

apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Mogi das Cruzes, como parte dos requisitos

para avaliação do TCC lI.

Aprovado em: ______________ BANCA EXAMINADORA

______________________________________ Professora Orientadora Arquiteta Martha Lucia Cardoso Rosinha Universidade de Mogi das Cruzes - UMC

_____________________________________ Professor (a) Convidado (a) Universidade de Mogi das Cruzes - UMC

_____________________________________ Arquiteto (a) Convidado (a)


AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço à Deus por me abençoar e me dar forças para lutar pelos meus sonhos mesmo com todas as dificuldades. À minha professora e orientadora Martha Lucia Cardoso Rosinha por toda orientação que foi essencial para o desenvolvimento deste trabalho. Aos meus pais, Agostinho e Maria por todo apoio e incentivo. Aos meus cães que despertaram um sentimento incondicional por animais, o que contribuiu para que este trabalho fosse desenvolvido com todo o amor. À todos os professores do curso de Arquitetura e Urbanismo no qual pude ser aluna e adquirir conhecimento necessário para a minha formação acadêmica.

Muito obrigada à todos vocês!


“A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo que seus animais são tratados" (Mahatma Gandhi)


RESUMO

O trabalho desenvolvido propõe a criação de um Centro de Acolhimento, Tratamento e Reintegração de Animais como uma solução para os problemas gerados pelo abandono de animais, em vista da saúde pública e do animal. O projeto será voltado para cães e gatos e terá a estrutura necessária para abrigar, oferecer o tratamento veterinário e proporcionar o bem-estar. Para o desenvolvimento deste, serão abordados temas que esclarecem e enfatizam a importância do assunto para a sociedade e a importância da criação de um espaço como o que será proposto.

Palavras-chave: Animais, Abandono, bem-estar, saúde pública.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................................... 08 1 REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................................................................................................... 12 2 ESTUDOS DE CASO .................................................................................................................................................................. 25 3 VISITA TÉCNICA ........................................................................................................................................................................ 33 4 ÁREA DE INTERVENÇÃO ......................................................................................................................................................... 36 5 PREMISSAS ............................................................................................................................................................................... 46 6 PERFIL DO USÚÁRIO ................................................................................................................................................................ 48 7 CONCEITO ................................................................................................................................................................................. 50 8 PARTIDO .................................................................................................................................................................................... 52 9 PROGRAMA ARQUITETÔNICO ................................................................................................................................................ 55 10 PROJETO ................................................................................................................................................................................. 65 11 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................................................................... 93 REFERÊNCIAS .............................................................................................................................................................................. 95



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INTRODUÇÃO

O número de famílias brasileiras que possuem um

esses animais passam por situações de perigo todos os dias,

animal de estimação vem aumentando cada vez mais e a

passam fome e sede, muitos sofrem por estar doentes,

visão que as pessoas têm sobre esses animais também vem

sofrem maus tratos, além do sofrimento por ter sido

modificando, tornando-se uma relação cada vez mais estreita

abandonado e estar longe de seu dono e seu lar. Alguns

e que faz com que sejam considerados parte da família.

acabam sendo resgatados por ONGs ou canis gerenciados

O aumento, principalmente de cães e gatos vem

pela

prefeitura,

enquanto

os

demais

permanecem

superando a quantidade de crianças nas famílias. Segundo

desabrigados podendo oferecer também riscos a segurança e

dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

a saúde pública.

em 2013, de cada 100 famílias brasileiras, 44 criavam

O presente trabalho tem como proposta a criação de

cachorros, enquanto 36 tinham crianças. A pesquisa ainda

um Centro de Acolhimento, Tratamento e Reintegração de

mostrou que havia 52 milhões de cães contra 45 milhões de

Animais Abandonados no município Arujá, que irá atender a

crianças até 14 anos. (RITTO e ALVARENGA, 2015). São

cães e gatos. No Centro de Acolhimento, os animais que

dados que mostram o quanto os cães e gatos se tornaram

forem resgatados, receberão atendimento médico veterinário,

importantes e merecedores de amor e atenção. Apesar do

passarão por exames e tratamentos, dependendo do caso,

novo estilo de vida das famílias que possuem mais animais,

após isso irão ficar abrigados em local seguro, limpo, com

ainda há uma problemática relacionada ao abandono de

espaço adequado e área de lazer.

grande parte desses cães e gatos.

O Centro de Acolhimento contará também com um

O fator abandono pode ser considerado como um

Hospital veterinário público, que irá oferecer atendimento

problema recorrente na maioria das cidades no Brasil, mas

gratuito à demais animais de pequeno porte, sendo ou não

que recebe pouca atenção e medidas de solução. Nas ruas

errantes.


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OBJETIVO GERAL

JUSTIFICATIVA

O objetivo geral será a elaboração de um projeto

O tema surgiu a partir da preocupação com a situação

voltado aos cães e gatos em situação de abandono, sendo

em que os animais se encontram após serem abandonados e

este um centro de acolhimento, tratamento e reintegração,

a ineficiência do poder público para resgata-los, conscientizar

que através da arquitetura e todas as soluções de conforto

a população e resolver tal problema.

possa garantir o bem-estar e atender todas as suas necessidades.

A escolha de Arujá para a implantação do projeto ocorreu a partir da convivência direta na cidade, onde foi possível a percepção de alguns problemas sendo um deles a

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

grande quantidade de cães abandonados nas ruas. A cidade não possui um abrigo ou outro equipamento

Abordar temas que enfatizam a necessidade e

animais que foram abandonados. Há apenas um Canil

importância de elaborar o projeto; 

Apresentar dados históricos e atuais referentes

aos animais domésticos para melhor compreensão do tema; 

Apresentar

estudos

de

caso

de

projetos

semelhantes para obter referências; 

adequado para acolher, tratar e promover a adoção de

Municipal, porém só são resgatados os animais que apresentam alguma ameaça a saúde e segurança pública. Sendo assim, a criação de um centro para acolher esses animais se torna importante para apresentar uma nova

Desenvolver um projeto de clínica veterinária

visão de um abrigo de animais e suprir a necessidade de uma

que fará parte do Centro de Acolhimento, para dar assistência

edificação projetada especificamente para essa finalidade,

aos animais abrigados;

evitando assim possíveis problemas de transmissão de

Projetar canis e gatis com estrutura adequada.

zoonoses, acidentes de trânsito, do ponto de vista benéfico à cidade e para os animais oferecer uma oportunidade de


10

estarem

em

um

local seguro,

que

atenda

as suas

necessidades e também contribua para sua adoção.

Dados fornecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2014 mostra que no Brasil havia mais de 30

A inclusão de um Hospital Veterinário ao Centro de

milhões de animais abandonados, destes 20 milhões são

Acolhimento ocorreu pelo fato de que os animais resgatados,

cachorros e os outros 10 milhões são gatos. Nas grandes

em sua maioria, necessitam de tratamento veterinário

cidades a cada cinco moradores, havia um cão e 10% destes

específico,

foram abandonados.

sejam

cirúrgicos

ou

exames,

então

seria

necessário uma estrutura que pudesse realizar tal tratamento, sem que fosse preciso encaminha-los para outras unidades.

Com tantos animais nas ruas torna-se necessário um local para abriga-los. As grandes cidades possuem canis do

Outro ponto levado em consideração é a falta de

setor de zoonoses, o trabalho é voltado ao controle de

Hospital Veterinário público na região, o que leva aos tutores

doenças transmitidas por animais e no resgate de alguns que

dos animais terem que se deslocar para outras cidades, o que

se encontram doentes oferecendo risco a segurança e saúde

dificulta principalmente em casos de emergência. Por fim, tal

púbica, mas a maiorias já está com a capacidade máxima

proposta também contribuirá para oferecer cuidados e

atingida. A maioria não promove campanhas, divulgações ou

atendimento gratuito à animais domésticos de pessoas de

feiras de adoções para incentivar a adoção dos animais, que

baixa renda.

acabam ficando durante anos ou até o fim de sua vida presos em pequenas baias.

PROBLEMATIZAÇÃO

Os canis criados por ONGs de proteção animal também estão sempre lotados e não possuem local adequado

Em relação ao tema escolhido foram identificados alguns problemas como a crescente população de animais abandonados e a situação dos atuais abrigos e canis das cidades.

para um abrigo, pois há apenas uma adaptação em uma construção já existente.



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1

REFERENCIAL TEÓRICO

Supervisionado e domiciliado – quando o animal possui um tutor e é totalmente dependente e controlado por ele.

1.1 ANIMAL DOMÉSTICO 

Errante – Animais que se perderam, fugiram ou foram abandonados por seus tutores e vivem nas ruas.

1.1.1 O que é animal doméstico 

Comunitário – São animais errantes, dependentes parcialmente de várias pessoas que os oferece

Segundo a Portaria IBAMA n°93, de 07 de Julho de 1998 (BRASIL, 1998) órgão responsável pelas políticas de

alimento

proteção do meio ambiente, os animais da fauna doméstica

responsável pelo animal que ainda permanece nas

são aqueles dependentes do ser humano e devido a um

ruas. Geralmente esses animais procuram abrigo em

processo de manejo e melhoramento zootécnico se tornaram

algum local próximo de onde lhe oferecem alimento e

domésticos, podendo apresentar características e aparência

permanece na mesma região por tempo indeterminado.

diferentes da espécie silvestre que o originou. São exemplos

com

frequência,

porém

não

um

De família e semi-domiciliado – Possuem um tutor que

de animais domésticos: gato, cachorro, coelho, cavalo, vaca,

o alimenta e oferece abrigo, porém tem livre acesso as

porco, entre outros.

ruas. 

1.1.2 Definições para cães e gatos no meio urbano

Selvagem – Sem contato direto com humanos e alguns ainda vivem em bandos. São independentes e buscam pelo próprio alimento.

Segundo o Manual Técnico do Instituto Pasteur (SECRETARIA DA SAÚDE, 2000), em uma comunidade os cães e gatos podem ser classificados de acordo com seus hábitos e controle:


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1.1.3 História sobre a domesticação de animais

que não precisasse sair à caça. Os cães passaram a serem pastores, e para esse processo foi necessário fazer uma

A relação entre o ser humano e o animal surgiu na préhistória, no período paleolítico, porém no inicio existia apenas

seleção de cães que teriam a menor probabilidade de comer o rebanho.

a relação entre o homem como o caçador e o animal como

Segundo Magnabosco (2006) a domesticação de gatos

presa. Naquela época os homens já caçavam para se

teria ocorrido há aproximadamente 2.500 anos no Antigo

alimentarem e também se aquecerem com a pele dos animais

Egito, quando descobriram que esses animais caçavam ratos.

e essas práticas eram retratas em pinturas nas cavernas.

Naquele período havia grandes problemas com infestações

A ligação mais próxima entre o homem e o animal,

de ratos que destruíam a colheita de grãos. Diante dessa

começou com os lobos, que se aproximavam em busca de

proteção

que

os

gatos

apresentavam,

os

egípcios

alimentos e então começaram a segui-los e permanecer no

consideravam os gatos como verdadeiras divindades e que os

mesmo território. Com essa aproximação, o homem percebeu

aproximava dos deuses.

que com os lobos por perto, poderiam ser protegidos dos ataques de outros animais. Visto que seria uma vantagem para o grupo, acabaram aceitando o convívio com os lobos. Com

o

passar

do

tempo

os

lobos foram

se

acostumando a esta situação e os filhotes cresciam na nova geração que já não caçava mais, nascia então os cães, que tinha o homem como o líder do grupo e fonte de alimento, o que também os tornou cada vez mais dependentes. Com o passar do tempo o homem também começou a explorar a agricultura e a criar animais, criando uma habitação fixa, para

A deusa Bastet, divindade da fertilidade e felicidade, era representada por uma cabeça de gato em um corpo de mulher (BERGLER 1988). O apogeu dos gatos ocorreu na cultura egípcia: os gatos eram tão importantes para a população egípcia, a ponto de serem encontradas em diversas estatuetas e múmias de gatos, junto às de humanos, nas câmaras mortuárias e sendo guardado luto pelos donos de animais que morriam. (Magnabosco, Cristina. População domiciliada de cães e gatos em São Paulo: perfil obtido através de um inquérito domiciliar multicêntrico. 2006).


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Com o tempo e a evolução, os animais tornaram-se

1.1.4 Sistema sensorial dos cães e gatos

mais próximos dos seres humanos por todo o mundo, em vista que a relação que antes era de interesses passou a ser

O sistema sensorial é composto pelos órgãos dos

de companheirismo e afetividade. Como resultado dessa

sentidos, olfato, visão, paladar, audição e tato. Entre os

proximidade, o Brasil é o 4° país com maior população de

animais domésticos e os seres humanos há muitas diferenças

animais de estimação e o 2° com maior população de cães,

em relação a capacidade de cada sentido.

gatos e aves canoras e ornamentais, segundo dados do IBGE em 2013. (Abinpet, Mercado Pet Brasil, 2018).

O olfato dos cães e gatos é considerado mais apurado que dos seres humanos. É a principal fonte de informação que os mamíferos têm sobre o que ocorre ao seu redor e o

Gráfico – População de animais no Brasil

cheiro pode durar mesmo com a ausência de sua fonte (BROOM, D.M.p.8, 2010). É também o primeiro sentido usado

2% CÃES 13%

pelos animais para encontrar e selecionar seu alimento, sendo que os cães ainda possuem mais células olfativas que

39%

AVES CANORAS E ORNAMENTAIS GATOS

17%

PEIXES ORNAMENTAIS 29%

COELHOS

os gatos. A audição dos cães e gatos também é considerada mais apurada em relação aos seres humanos. Esses animais domésticos são capazes de ouvir em frequência mais alta e perceber sons que os seres humanos não percebem. Isso justifica situações em que os animais ficam bastante incomodados diante de determinados sons, que para os seres

Fonte: IBGE – Pesquisa quinquenal. Elaboração: Abinpet. Dados 2013. Adaptado pela autora, 2019.

humanos parece normal.


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A visão é considerada inferior em relação a percepção das cores, comparada a dos seres humanos. Eles não são

Figura – Comparação da percepção de cores entre cães e humanos

capazes de enxergar todas as cores, o que não significa que enxergam em preto e branco. A percepção da cor ocorre através das células na retina que são as cones. Os seres humanos são capazes de reconhecer mais cores, pois possuem as células cones mais sensíveis, que captam três cores diferentes, o vermelho, o verde e o azul. Enquanto isso, os cães e gatos possuem células cones sensíveis apenas a duas cores, o azul e amarelo. Apesar disso, eles ainda têm uma melhor capacidade de visão noturna que os humanos.

Fonte: Visão Vet, 2019

O paladar dos cães e gatos não é tão preciso quanto Figura - Comparação da visão humana (à esquerda) e animal (à direita)

dos seres humanos. As papilas gustativas são compostas por células que são responsáveis pela percepção dos sabores. Os humanos possuem mais papilas gustativas que os cães e gatos, por isso são capazes de diferenciar melhor os alimentos. Entre os animais domésticos os cães possuem mais papilas gustativas que os gatos. Apesar de possuírem menos papilas gustativas, cães e gatos são capazes de sentir

Fonte: Visão Vet, 2019

sabor doce, salgado, azedo e amargo.


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Por fim, o tato é o sentido responsável por captar as diferentes sensações na pele. Nos cães e gatos a maior

desenvolvam

valores

como

respeito,

cuidado

e

responsabilidade.

sensibilidade ao toque e movimento encontra-se nas

Outro ponto positivo para essa relação é o aumento da

vibrissas, que são os pelos longos localizados no focinho,

interação social e concentração, em crianças com transtorno

queixo, orelhas e supercilio. O resto dos pelos também é

de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), já que as

capaz de detectar sensações térmicas e táteis.

crianças acabam relaxando ao cuidarem dos animais e ainda criam uma rotina diária.

1.1.5 Relação entre seres humanos e animais domésticos

Para os adultos e idosos não é diferente, a convivência com animais domésticos como cães e gatos também traz

A convivência com animais domésticos garante aos

diversos

benefícios

à

saúde

como

a

redução

da

donos um amor incondicional, companhia, carinho e também

agressividade, transtornos psiquiátricos e também a redução

outros benefícios à saúde tanto para crianças quanto para

do estresse, pois brincar com o animal de estimação eleva-se

adultos e idosos.

os níveis de serotonina e dopamina, que são responsáveis

Diversas pesquisas já apontam que o contato com

por acalmar e relaxar. Os donos de animais de estimação

animais de estimação desde criança favorece para o aumento

também são menos propensos a sofrerem de depressão,

da resistência imunológica, o que dificulta o desenvolvimento

hipertensão e doenças cardiovasculares, já que além da

de

no

companhia e a troca de carinho, eles também estimulam

desenvolvimento intelectual, além de divertir e alegrar o

atividades físicas, por meio de brincadeiras, passeios e

ambiente, isso por que principalmente os cães, tem facilidade

caminhadas junto do animal.

problemas

como

asma

e

alergias,

ajuda

de adaptação com qualquer pessoa. Ainda para as crianças o

Em vista de tantos benefícios e maior expectativa de

contato com os animais é importante para que também

vida das pessoas que convivem com animais, foi criada a Terapia Assistida por Animais, que é um método alternativo


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“Os animais utilizados na pet terapia não tinham lar e foram recolhidos das ruas para ajudar no tratamento de reabilitação dos pacientes. "Nossos cães e gatos terapeutas são animais que se encontravam em situação de abandono e maus-tratos. Eles foram resgatados, cuidados pelos veterinários do centro de reabilitação e adestrados para participar das terapias. No fim do tratamento, os cães e os gatos ficam disponíveis para adoção pelos pacientes e outros são resgatados para substituí-los", diz Juliana”. (MOURA, Thatiane. Animais ajudam em terapias de reabilitação de pacientes em Caratinga, 2018.)

que auxilia no tratamento e reabilitação de pessoas com problemas de saúde físicos e mentais, mas que não substitui os métodos convencionais. Apesar de não ser um método muito conhecido e utilizado, já existem estudos científicos que comprovam sua eficácia. Os procedimentos são realizados por um profissional da área da saúde que promove a interação do animal com o paciente de acordo com suas necessidades de tratamento. Para esse tipo de tratamento os animais passam por

Ações como essa são importantes para incentivar a

análise de comportamento e consultas regulares com

adoção de animais abandonados, pois durante o tratamento o

veterinários para evitar transmissão de doença.

paciente acaba criando um vinculo com o animal e isso acaba

Em uma matéria disponível no jornal online G1, o Município de Caratinga em Minas Gerais, um centro para

motivando a adota-lo, além de também contribuir no resgate desses animais nas ruas.

reabilitação de uma fundação educacional atende pacientes pelo método Terapia assistida por animais e os animais que

1.1.6 Abandono de animais domésticos

participam das sessões foram resgatados das ruas. Segundo Ozório (2013) o conceito de abandono não se limita apenas aos animais que foram despejados por seus tutores, mas a todos os que estão nas ruas, independente de sua origem. O número de animais abandonados no Brasil cresce a cada ano, o que acaba tornando comum encontrar cães e


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gatos pelas ruas e avenidas, passando por várias situações de risco, maus-tratos, a procura de alimento, água ou simplesmente alguém que lhe dê um pouco de atenção.

"Ele foi envenenado" "Ele foi roubado" Fonte: Ibope Inteligência e Instituto Waltham: Época, 2016.

5 2

Adaptado pela autora, 2019.

A falta de planejamento e responsabilidade por parte dos donos resulta no abandono desses animais domésticos, e

Ou seja, as principais justificativas dos donos para

os principais motivos alegados são em sua maioria banais,

abandonarem seus animais de estimação são na maioria dos

como mostra na pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência e

casos, mudança de residência, falta de tempo, nascimento de

o

uma

Instituto

Waltham,

que

cita

em

porcentagens

as

criança,

comportamento

do

animal,

problemas

circunstâncias e razões da perda ou abandono de um animal

financeiros, quando o animal adoece, envelhece ou ninhada

de estimação (CORONATO, 2016).

inesperada. Isso ocorre com mais frequência quando a pessoa resolve adotar ou comprar o animal por impulso, sem pensar e analisar as necessidades e responsabilidades de ter

Quadro –Em quais circunstâncias perdeu o bicho de

um animal de estimação ou em outros casos de pessoas que

estimação.

compram animais pela aparência ou por estar na “moda” e CAUSA

%

"Mudei de residência e não pude leva-lo comigo" "Não tinha tempo para cuidar dele como gostaria" "Ele se perdeu" "Tive de deixá-lo, porque o comportamento dele era inadequado" "Tive de deixá-lo porque meu filho nasceu" "Tive de deixá-lo porque meu filho nasceu" "Tive de deixá-lo, porque era muito caro" "Ele morreu"

14 3 3 2 2 2 1 67

acabam se arrependendo depois. Esses animais que são abandonados, na maioria dos casos não são castrados, acabam se reproduzindo, e com isso o número de cães e gatos nas ruas aumenta ainda mais. Contudo essa superpopulação além de afetar a saúde e bemestar desses animais, é também um risco à saúde pública, pois os animais quando abandonados ficam expostos a vários


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tipos de zoonoses, que são doenças típicas de animais que

como reservatórios do parasita, ou seja, acabam sendo fontes

podem ser transmitidas ao ser humano.

da doença para o vetor. Toxoplasmose – é uma doença infecciosa causada pelo “Toxoplasma Gondii” que pode estar presente nas fezes

1.1.7 Zoonoses

dos gatos quando estão com baixa resistência, mas que não Zoonoses é o nome dado a alguns tipos de doenças ou

é contagiosa, a transmissão ocorre na maioria dos casos,

infecções que podem ser transmitidas entre animais e

pela ingestão de alimentos ou água contaminados pelo

humanos. A forma de contaminação pode variar dependendo

protozoário, tanto para os animais quanto humanos. Tanto os

do tipo de doença, mas é mais comum a transmissão pelo

humanos quanto animais podem se contaminar com a

contato com secreções do animal contaminado (saliva,

doença.

sangue, pelo, urina, fezes) ou também arranhões e mordidas.

Sarna – é uma doença de pele contagiosa causada

A contaminação presente pode ser por bactérias, vírus,

pelo ácaro “Sarcoptes scabiei”, e que pode ser transmitida

fungos ou vermes. Existem muitos tipos diferentes de

pelo contato de animais ou pessoas contaminadas ou por

zoonoses e dentre as mais comuns estão:

compartilhar roupas de pessoas com a sarna.

Raiva – é uma zoonose adquirida através do vírus rábico e transmitida pela saliva do animal.

No geral as zoonoses podem se manifestar em

Todos os

qualquer cidade e afetar a saúde pública e animal, é um

mamíferos estão sujeitos a serem contaminados, mas na área

problema que pode e deve ser evitado com medidas tomadas

urbana é mais comum a transmissão por cães e gatos.

pelo poder público, com cuidados e atenção básica aos

Leishmaniose Visceral – é uma zoonose que se

animais (principalmente os abandonados) em campanhas de

propaga através da picada do inseto vetor infectado pelo

vacinação e vermifugação, redução de animais de rua, e

“Lutzomyia

limpeza dos ambientes públicos.

longipalpis”,

popularmente

conhecido

como

mosquito “palha”. As pessoas ou animais infectados são


20

1.1.8 Organizações não governamentais Abrigo é definido como um local que se destina abrigar, As Organizações Não Governamentais Sem Fins

proteger e amparar algo ou alguém. Os abrigos de cães e

Lucrativos (ONGs) voltadas aos animais são instituições

gatos são locais destinados a abrigarem animais, que em sua

criadas por pessoas que se voluntariam e trabalham em prol

maioria são resgatados das ruas.

da defesa e do bem-estar dos animais, sendo mantidas por doações de pessoas que se sensibilizam e apoiam a causa.

Segundo o Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, um abrigo de animais deve ser criado a fim de

As ONGs de animais são criadas pela falta de ações

atender três tarefas principais. A primeira é de ser um refúgio

do poder público para solucionar os problemas de abandono

seguro para os animais que necessitam desse tipo de serviço,

e maus-tratos de animais domésticos ou não. São diversas

a segunda, é funcionar como um local de passagem, de forma

instituições espalhadas pelo país que buscam resgatar, tratar

que promova a adoção dos animais para lares definitivos e a

e promover eventos de adoção e conscientização, mas que

terceira tarefa, é tornar esse abrigo uma referência em

não possuem necessariamente um local de abrigo.

relação aos cuidados, controle e bem-estar animal.

Por serem entidades criadas e mantidas por doações, em sua maioria não possui um local adequado e projetado

1.2.2 História dos abrigos de animais

para esse tipo de uso, em alguns casos são realizadas apenas algumas adaptações em uma edificação já existente.

Em um estudo realizado por Aprobato Filho (2007), entre o final do século XIX e inicio do XX, na cidade de São Paulo, foram elaboradas várias leis para solucionar o

1.2 ABRIGO DE ANIMAL

problema em relação aos cães abandonados nas ruas. Dentre as leis, em 1892, foi estabelecido que os animais retirados

1.2.1 O que é abrigo de animal

das ruas devessem ser levados a um depósito da prefeitura.


21

A princípio não era utilizado o termo abrigo para designar os

Popular. Com isso despertou uma atenção por parte de

locais para alojar animais, sendo inicialmente nomeados

jornalistas em escrever e publicar matérias sobre animais e a

como depósito.

necessidade da sociedade defende-los e reconhecer seus

No depósito os cães que não fossem retirados por seu

direitos (NASCIMENTO, 2015).

dono em até quatro dias seriam sacrificados com exceção dos

Apesar da repercussão só após dois anos depois, em

cães de raça que poderiam ser leiloados caso não fossem

1895, um grupo de homens e mulheres da elite paulista, se

retirados pelo dono. Para retirar o animal era necessário o

uniram para criar a primeira entidade de defesa aos animais

pagamento das despesas e multa. No ano seguinte, em 1893,

no Brasil, nomeada União Internacional de Proteção aos

foram realizadas algumas alterações na lei determinando que

Animais (UIPA). Entre os fundadores estava Ignácio Wallace

todos os cães sem raça que estivessem nas ruas deveriam

da Gama Cochrane, Antônio Prado, Affonso Vidal, Alcântara

ser sacrificados pelos fiscais e apenas os cães de raça seriam

Machado e René Thiollier. A instituição UIPA conseguiu em

levados ao depósito (APROBATO FILHO, 2007).

1899 junto à prefeitura de São Paulo, criar novos depósitos

A prática de sacrifícios aos animais e maus tratos

para os animais que seriam retirados das ruas, independente

continuou durante anos sem que houvesse compaixão e

de ser de raça ou não. Nesses depósitos os animais não

respeito. As leis voltadas aos animais visavam apenas

seriam sacrificados. Nos anos seguintes surgiram outras

medidas para garantir a saúde pública, e os sacrifícios eram

entidades de proteção nas demais cidades do país que foram

vistos como uma solução para eliminar cães de ruas que

criando abrigos para manter os animais resgatados em local

eram

seguro (NASCIMENTO, 2015).

considerados

um

problema

para

a

cidade

e

transmissores de doenças, enquanto os gatos não eram mencionados em nenhuma lei (OZÓRIO, 2013).

Com o passar dos anos os depósitos da prefeitura que não eram gerenciados por entidades de proteção e sim pelo

Foi diante de uma situação de maus tratos a um cavalo

poder público, foram mantidos e o nome atualizado para canil

que o suíço Henri Ruegger denunciou o ocorrido ao Diário

municipal. O foco permaneceu o mesmo, a saúde pública, e


22

as práticas de sacrifício em animais só foram proibidas a

mantidas pelo poder público, privado, ou organizações não

partir de 2008 com a lei estadual n° 12.916 para o estado de

governamentais.

São Paulo, que dispõe sobre o controle da reprodução de

O lar temporário é a forma de oferecer um abrigo

cães e gatos e proíbe a eutanásia em animais saudáveis,

temporário a determinado animal, podendo ser gato ou

sendo permitida apenas em casos doenças graves ou infecto-

cachorro.

contagiosa incurável.

disponibilizam um pouco de seu tempo e sua casa para

O

abrigo

é

oferecido

por

voluntários

que

Os depósitos gerenciados por entidades de proteção

abrigar e cuidar temporariamente algum animal que foi

animal passaram a ser chamados de abrigos, e os princípios

resgatado até que seja adotado em um lar definitivo. O lar

e as atividades exercidas permaneceram as mesmas, que

temporário contribui para diminuir o número de animais

envolvem o acolhimento e apoio a animais abandonados ou

desabrigados e a superlotação dos abrigos mantidos por

maltratados, denunciando também casos de maus tratos. A

Ongs. A iniciativa pode surgir de qualquer pessoa que se

mudança ocorreu em relação a parceria com o poder público

sensibilize com o caso.

e ao auxilio financeiro que era cedido naquele período, atualmente a maioria não recebe mais.

O abrigo portas-abertas é criado especialmente para alojar animais resgatados, normalmente cães ou gatos. Para esse tipo não há restrição quanto a raça, tamanho, idade ou

1.2.3 Tipos de abrigos de animais

condição de saúde. O local pode ser construído para tal finalidade ou adaptar alguma edificação já construída para.

Existem diferentes tipos de abrigos, e a diferença está na função a que a entidade exerce, a qual espécie de animal

São mantidos por organizações não governamentais que trabalham em defesa dos animais ou instituições privadas.

está direcionada e o órgão de administração. Os mais

Os Santuários são locais destinados a abrigar animais

comuns são, lar temporário, abrigo, santuário, canil municipal,

que foram resgatados de indústrias de testes, circos,

Centro de Controle de Zoonoses. As entidades podem ser

zoológicos ou fazendas de abate, onde são vitimas de maus-


23

tratos e exploração. Os animais resgatados podem ser de

1.3 HOSPITAL VETERINÁRIO

diferentes espécies e o objetivo é salvar a vida, e proporcionar um ambiente mais próximo do que seria em seu

1.3.1 O que é hospital veterinário

habitat natural, a fim de proporcionar o bem-estar e também preservar as espécies. Geralmente os santuários abrigam e

A Resolução n° 1015/2012, do Conselho Federal de

cuidam desses animais por toda sua vida. Geralmente são

Medicina

Veterinária

entidades mantidas por organizações não governamentais ou

estabelecer

instituições privadas, sendo também os mesmos a realizarem

veterinário define Hospital veterinário como estabelecimentos

os resgates.

capazes de assegurar assistência médico-veterinária curativa

critérios

desenvolvida voltados

ao

para

conceituar

atendimento

e

médico

O Canil Municipal é criado em cidades com até quinze

e preventiva aos animais, com atendimento ao público em

mil habitantes e mantido pela prefeitura local. A função do

período integral (24 horas), com a presença permanente e

canil municipal não é abrigar todo e qualquer animal,

sob a responsabilidade técnica de médico veterinário. (CFMV,

normalmente os cães e gatos são resgatados por motivo de

2012)

segurança e saúde pública quando apresentam algum risco por estarem doentes ou debilitados. O

Centro

de

Controle

de

Zoonoses

não

é

necessariamente um abrigo, apesar de manter alguns animais abrigados, sua função principal é o controle e prevenção de doenças transmitidas por animais, que são chamadas de zoonoses.



25

2 ESTUDOS DE CASO

afim de reduzir os latidos que muitas vezes ocorre por meio do contato visual entre os cães, e evitar o incomodo aos

2.1 SOUTH LOS ANGELES ANIMAL CARE CENTER & COMMUNITY CENTER / RA-DA

moradores ao redor. O projeto possui o certificado LEED Silver, que é adquirido quando o edifício apresenta condições sustentáveis.

FICHA TÉCNICA

Para isso foram aplicadas medidas para iluminação, controle de temperatura, circulação de ar e qualidade ambiental, tais

Arquiteta: Rania Alomar

como a criação de painéis solares fotovoltaicos nos telhados

Localização: Los Angeles, Estados Unidos

para gerar energia elétrica e claraboias para permitir a

Área construída: não informada

entrada de luz em todos os ambientes, o paisagismo

Ano do projeto: 2013

projetado para baixo consumo de água e manutenção e os ambientes bem dispostos de forma a reduzir o uso de ar

O Animal Care Center é um abrigo de animais

condicionado e proporcionar mais conforto térmico. Para a

domésticos de pequeno porte, composto não somente pelo

construção do edifício também foi utilizado material de origem

canil, mas também por um edifício para o tratamento e

reciclável.

cuidados veterinários dos animais, pet shop e um centro comunitário para realizar palestras de conscientização e demais atividades voltadas a comunidade e animais, além de promover ações de adoção. As baias dos canis foram dispostas de um modo que evitasse que os animais tivessem contato visual com os demais, para isso foram criados jardins em frente as baias,


26

Figura – Fachada principal Animal Services Center

Figura – Canis

Fonte: Archdaily - South Los Angeles Animal Care Center (2019)

Figura – Painéis que compõe a parte externa do edifício

Fonte: Archdaily - South Los Angeles Animal Care Center (2019)

Fonte: Archdaily - South Los Angeles Animal Care Center (2019)


27

2.2 PALM SPRINGS ANIMAL CARE FACILITY

Figura - Fachada Animal Care Facility

FICHA TÉCNICA Arquitetos: Swatt | Miers Architects Localização: Califórnia, Estados Unidos Ano de construção: 2012 Área: 21.000 m²

Palm Springs Animal Care Facility é um abrigo de animais construído a partir da parceria entre o poder público e

Fonte: Archdaily – Palm Springs Animal Care Facility, 2019

a ONG “Friends of The Shelder”. Localizado no deserto de Demuth Park, o abrigo está situado entre área de ocupação comercial e residencial. Além de abrigo o centro é composto por uma clínica veterinária, centro de vendas de produtos, sala de convívio, área de socialização para cães e gatos, sala de treinamento, sala para aulas e palestras, além de um espaço livre para que seja possível a expansão e ampliação do abrigo.

O projeto possui o certificado LEED Prateado que foi concebido pelas condições sustentáveis criadas no projeto que incluem o sistema de reciclagem de água que após ser tratada possibilita a reutilização para limpeza do abrigo e a implantação de painéis solares na cobertura do edifício que possibilita uma economia de 30% da energia elétrica. O vidro também foi escolhido para compor partes do edifício, contribuindo para a iluminação natural.


28

Figura – Canil

2.3 ANIMAL REFUGE CENTRE

FICHA TÉCNICA Arquitetos: Arons em Gelauff Arch Localização: Amsterdã, Holanda Área: 5.800 m² Ano do projeto: 2007

O Animal Refuge Centre é o maior abrigo de animais na Holanda, com o objetivo de acolher cães e gatos em Fonte: Archdaily – Palm Springs Animal Care Facility, 2019

situação de abandono. O projeto surgiu a partir da união de dois abrigos já existentes. O edifício está localizado em

Figura – Área compartilhada para gatos

Amsterdã, em uma área próxima a comércios, residências, áreas sem ocupação e ao lado de um rio. O edifício possui dois pavimentos onde são distribuídas as baias para cães e gatos nas extremidades e na parte central encontra-se a recepção, área administrativa, área de serviço, área comercial e clínica veterinária. O edifício tem capacidade para 180 cães e 480 gatos, onde os gatos são alojados no pavimento superior e os cães no térreo. A circulação de pessoas ocorre através de um

Fonte: Archdaily – Palm Springs Animal Care Facility, 2019


29

corredor que percorre toda a edificação, dando acesso às

Figura – Vista para a área interna e recepção

áreas de todos os animais. As baias dos canis são voltadas para o centro do edifício para que os latidos dos cães não incomode a vizinhança. No centro do edifício ainda foi criado uma área para lazer com algumas grades divisórias que possibilitam a separação dos animais.

Figura - Vista para o edifício e o entrono Fonte: Archdaily – Animal Refuge Centre, 2019

Figura – Área de lazer para os animais

Fonte: Archdaily – Animal Refuge Centre, 2019

Fonte: Archdaily – Animal Refuge Centre, 2019


30

2.4 HOSPITAL VETERINÁRIO SANTA CATARINA

administração.

Para

casos

de

animais

com

doenças

infecciosas foi criado um corredor restrito de acesso a UTI, FICHA TÉCNICA

com estrutura de alumínio e policarbonato.

Arquitetos: Alexandre Fantin e Eduardo Siqueira Projeto

arquitetura

e

interiores:

Fantin

Siqueira

Arquitetura

A ideia dos arquitetos para a fachada principal do Hospital era que apresentasse uma imagem futurista, com isso foi escolhido placas de alucobond nas cores branco e

Construtora: Prosil Construções Ltda.

verde para o revestimento externo do edifício e que

Localização: Blumenau, Santa Catarina

funcionam também como isolante térmico.

Área do terreno: 2.500m²

Para as áreas internas foram escolhidos materiais de

Área construída: 1.200m²

fácil manutenção, limpeza do local e as cores predominantes

Ano do projeto: 2011

são o branco nas paredes que transmitem uma sensação de amplitude, e o verde no piso que remete a natureza. Dentre

O Hospital Veterinário Santa Catarina se tornou referência na região pela qualidade, tecnologia e todos os

os materiais predominantes estão o aço, drywall, madeira, vidro, cerâmica e aço.

por dois

Para a economia de água e energia, os arquitetos

pavimentos e a disposição dos ambientes foi pensada para a

criaram cisternas no subsolo para a captação de águas

melhor organização do fluxo de pessoas, separando as áreas

pluviais e painel solar fotovoltaico para gerar energia elétrica.

que tem maior circulação do público que são as áreas de

O vidro também foi utilizado para possibilitar a entrada de

atendimento como a recepção e os consultórios, das áreas

iluminação natural nos ambientes, o que também contribui

que devem ser mais restritas aos médicos veterinários e

para a economia de energia.

serviços

oferecidos. O

edifício

é

composto

demais funcionários, como as salas de cirurgia, exames e


31

Figura – Recepção

Figura – Perspectiva da fachada do Hospital

Fonte: Fantin Siqueira Arquitetos – Hospital Veterinário Santa Catarina, 2019.

Figura – Sala de fisioterapia

Fonte: Fantin Siqueira Arquitetos – Hospital Veterinário Santa Catarina, 2019.

Fonte: Galeria da arquitetura – Hospital Veterinário Santa Catarina, 2019.



33

3 VISITA TÉCNICA

meio a uma grande área verde. O local também é de difícil acesso tanto por ser mais distante quanto pela falta de

3.1 CENTRO DE BEM ESTAR ANIMAL

calçadas e algumas vias ainda não são pavimentadas. O transporte público de acesso ao local é circular e possui

FICHA TÉCNICA

poucos horários.

Localização: Estrada Santa Catarina, 2570 - Cezar de Souza, Mogi das Cruzes Área: 345,00 m²

Figura – Fachada Centro de Bem Estar Animal

Data da visita ao local: 20 de Março de 2019 Visita monitorada pela funcionária Marina

O Centro de Bem Estar Animal é uma unidade de atendimento veterinário mantido pela prefeitura de Mogi das Cruzes e voltado para animais de proprietários residentes na cidade e que são de baixa renda. Além da clinica veterinária a unidade tem um canil e gatil para os animais que foram resgatados e que é de responsabilidade do Centro de

Fonte: Foto da autora. Datada em 20/03/2019

Controle de Zoonoses de Mogi das Cruzes, este que se localiza próximo à unidade. O Centro de Bem Estar Animal está situado em um local bem isolado, na região tem apenas algumas casas em

Na clinica veterinária são realizadas as consultas, exames de raio-x, cirurgias simples, e para exames de


34

sangue e outros, no local são apenas coletados e enviados a um laboratório.

Figura – Área de canil e gatil

Na área de abrigo as baias são dispostas uma de frente para a outra em um corredor. A capacidade é de 20 cães sendo um por baia. Cada baia do canil tem uma área coberta e uma área aberta ao ar livre. Para os gatos são destinadas duas baias com capacidade máxima para 3 gatos em cada. O gatil também conta com uma área coberta e uma área aberta ao ar livre.

Fonte: Foto da autora. Datada em 20/03/2019



36

4 ÁREA DE INTERVENÇÃO

durante todo o ano, com média anual de 1336 mm. O clima é classificado em Cfb e a temperatura média é 17.9 °C segundo

4.1 MUNICÍPIO ARUJÁ

O município Arujá, escolhido para a implantação do

dados do Climate-Data.org. Figura – Localização de Arujá no Estado de São Paulo

projeto, está localizado ao nordeste da região metropolitana de São Paulo, entre as serras da Cantareira e do Mar e às margens do rio Baquirivu-Guaçu, e com passagem da Rodovia Presidente Dutra que faz ligação entre São Paulo e Rio de Janeiro. O município apresenta uma área territorial de 96, 167 km², onde 51 km² de seu território são considerados área de proteção de mananciais. Arujá está localizado a uma altitude de 755 metros, a

Fonte: IBGE – Arujá. Adaptado pela autora, 2019.

37 km do marco zero da Capital, e os limites do município são Santa Isabel a norte e nordeste, Mogi das Cruzes ao sudeste,

4.1.1 História de Arujá

Itaquaquecetuba ao sul e Guarulhos a oeste e noroeste. A população estimada é de 88. 455 pessoas o que

Arujá surgiu a partir do traçado de uma estrada que

resulta a densidade demográfica de 779,33 hab/km², e o PIB

saia da Praça da Sé até o Rio de Janeiro, passando pelo

Per Capita de R$ 55.521,78, Segundo IBGE em 2018.

Brás, Penha, Guarulhos e Bonsucesso.

Em relação ao clima no município, é considerado quente e temperado com uma pluviosidade significativa

A estrada era

utilizada por tropeiros que exploravam novas áreas pela


37

floresta e buscavam ouro para ser levado de à Bonsucesso e

onde eram produzidos café, açúcar entre outras produções

Guarulhos.

agrícolas. Com isso surgiram as primeiras áreas urbanas e

Até 1700, em Arujá não havia nenhuma intervenção urbana e estava sendo descoberta para a extração de produtos vegetais e ouro.

desenvolvendo a economia através da produção agrícola. Em 1959, Arujá atingiu a categoria de município e emancipou-se de Santa Isabel pela Lei Estadual número

Em 1781 iniciou-se a construção da capela do Senhor

5285, de 18 de fevereiro de 1959. Ainda na década de 50

Bom Jesus, por José de Carvalho Pinto, como a primeira

surgiram os primeiros condomínios na região central do

intervenção urbana e que originou a cidade. A construção foi

município, voltados para a população de classe alta. A

concluída pelo irmão de José de Carvalho Pinto, o capitão

expansão continuou nos anos seguintes e os demais lotes da

João de Carvalho Pinto.

região central foram sendo ocupados pela população de

Em 1852, Arujá tornou-se distrito de Mogi das Cruzes e

classe mais baixa. A partir dos anos 90, o município já era

anos depois em 1944, foi transferido para o município de

composto pelo centro industrial, clubes de esporte e lazer e

Santa Isabel.

inicia a construção de novos condomínios horizontais.

Com o passar do tempo a extração descontrolada de

Como resultado de grandes áreas arborizadas e

produtos vegetais na região acabou devastando algumas

poucas edificações verticais, o município recebeu o nome de

áreas, o processo de extração consistia na queima da

“cidade natureza”. Já o nome da cidade Arujá é de origem

madeira em grandes quantidades, que era coberta com capim

Tupi e significa “plena de barrigudinhos (peixes)” segundo

e terra, para transforma-la em carvão vegetal, e o

Theodoro Sampaio na obra O Tupi na Geografia Nacional.

procedimento acontecia durante três dias ou até mais, com isso a flora e fauna da cidade acabou sendo comprometida. Nesse período também começou a construção de grandes fazendas e pequenas moradias nas áreas já devastadas,


38

4.2 ANÁLISE DO TERRENO

estar um pouco mais distante, é um fator que deve ser levado em consideração para a elaboração de um projeto com

Para a implantação do projeto proposto neste trabalho,

medidas preventivas e que contribuem para melhorar a

o terreno foi escolhido a partir da análise de sua localização,

qualidade do ar, como arborização e vegetação de forma a

vias de acesso, tamanho, vegetação existente, áreas

criar uma barreira verde.

ocupadas no entorno, ruídos, legislação do município e o impacto social e urbano do projeto na cidade.

Os terrenos disponíveis mais próximos do centro da cidade e de regiões de maior adensamento populacional

O local para construir uma edificação de dessa

foram descartados, pois eram áreas que poderiam ocorrer

tipologia, que acaba gerando ruído para seu entorno, deve

expansão residencial, e um projeto de abrigo de animais

estar mais distante de áreas de habitação e adensamento

poderia gerar incomodo por causa dos ruídos e assim

populacional.

desvalorizar as habitações ao seu redor. Os terrenos também

O terreno escolhido está inserido no Bairro do Portão, zona Industrial do município Arujá.

eram muito próximos de escolas, comércios equipamentos de

Apresenta condições

saúde, podendo atrapalhar as atividades realizadas no local.

favoráveis para o projeto, pois é um local sem grandes ruídos

Outro ponto analisado e motivo para a não escolha desses

no entorno o que favorece para a tranquilidade dos animais

terrenos é também em relação aos ruídos, mas os que são

abrigados e também para os funcionários e visitantes do

gerados no entorno e poderiam comprometer o bem estar dos

abrigo. O local também tem boa visibilidade e fácil acesso por

animais e também dos demais usuários do abrigo.

transporte público ou particular, pontos que contribuem para atrair as pessoas a conhecerem o abrigo. A região apresenta muitas indústrias, porém a prefeitura e a CETESB não realiza nenhuma avaliação da qualidade do ar no município, sendo assim, apesar do terreno


39

Figura – Condicionantes do terreno

4.2.1 Terreno

O terreno escolhido para a implantação do projeto abrange uma área de 9.046,13m² e está situado à Avenida Governador Mário Covas Junior, no Bairro do Portão e aproximadamente 850 m de distância do Canil Municipal de Arujá. Figura – Dimensões do terreno

Fonte: Elaborado pela autora, 2019

A partir do mapa topográfico que foi disponibilizado pela prefeitura de Arujá, é possível notar que o terreno tem apenas um desnível. O mapa fornecido não apresentava as identificações de todos os níveis, sendo assim através do Google Earth foi possível identificar que o declive referente ao Fonte: Elaborado pela autora, 2019

terreno equivale a um metro.


40

Figura – Topografia do terreno

4.2.2 Levantamento fotográfico

Figura – Vista para o terreno

Fonte: Prefeitura municipal de Arujá. Adaptado pela autora, 2019 Fonte: Foto da autora. Datada em: 02/04/2019.


41

Figura – Vista para a Av. Gov. Mário Covas Junior e acessos

4.2.3 Levantamentos do entorno

4.2.3.1 Uso e ocupação do solo

Para a análise do uso e ocupação do solo foi realizado um mapeamento de identificação da tipologia das edificações no entorno do terreno de estudo, aproximadamente um quilômetro a partir do terreno. A partir da análise identificou-se que no entorno do Fonte: Foto da autora. Datada em: 02/04/2019.

terreno é predominante o uso industrial, alguns lotes de produção agrícola, grandes áreas verdes, comércio e as

Figura – Vista para a Av. Governador Mario Covas Junior

Fonte: Foto da autora. Datada em: 02/04/2019.

habitações mais distante.


42

Figura – Mapa de uso e ocupação do solo

ligação da cidade de Arujá com Guarulhos. Está classificada como via arterial, pois possui acessibilidade as demais vias da cidade, interseções em nível e velocidade máxima de 60 km. Em relação ao fluxo de veículos, é considerado médio. As demais vias no entorno são classificadas como local (marcadas em laranja no mapa), pois apresentam interseções em nível, sem semáforos e no caso do local de estudo é mais comum a circulação de moradores da região e funcionários das indústrias. Figura – Classificação das vias

Fonte: Google Maps – Av.Gov.Mário Covas Junior, Arujá. Adaptado pela autora, 2019.

4.2.3.2 Sistema viário e fluxos

O mapeamento de vias e fluxos apresenta uma análise da característica das vias próximas ao terreno de estudo em aproximadamente um quilômetro. A via de acesso ao terreno, a Avenida Governador Mario Covas Junior, marcada em amarelo no mapa, faz

Fonte: Google Maps – Av.Gov.Mário Covas Junior, Arujá. Adaptado pela autora, 2019.


43

No entorno do terreno não há equipamentos urbanos sendo o

Para esta região é permitido o gabarito máximo de

mais próximo uma unidade básica de saúde e uma escola a

28,00 metros, não podendo ultrapassar 8 andares além do

1km de distância aproximadamente. Já o transporte público

pavimento térreo.

circula pela rua posterior ao lote do terreno com uma distância de aproximadamente 500m do ponto até o local de estudo.

De acordo com a Lei Complementar n° 042, de 08 de Janeiro de 2019, no capítulo II sobre conceitos e definições, o abrigo se encaixa nos quesitos descritos no item S3:

4.2.4 Legislação

De acordo com a Lei de uso e ocupação do solo de Arujá a área do terreno faz parte da zona de uso industrial ZUPI 1.

“XVI S3 Serviços Especiais: Estabelecimentos destinados á prestação de serviços á população que possam adequarse aos mesmos padrões de usos residenciais, no que diz respeito as características de ocupação dos lotes, de acesso, de tráfego, de serviços urbanos e aos níveis de ruídos, de vibrações e de poluição ambiental”. (LEI COMPLEMENTAR N° 042, 2019)

Figura – Mapa de zoneamento urbano do município Arujá Estabelecimentos com tais características e que fazem parte da ZUPI 1, devem respeitar o recuo mínimo frontal de 6,00m, lateral de 1,50 m (único lado), fundo de 3,00, área mínima do terreno de 500,00 m² sendo 20,00m a dimensão mínima para a frente do terreno. A Taxa de Ocupação é de 0,7 e o Coeficiente de Aproveitamento de 1,5, sendo assim, considerando o terreno de 9.046,13m², a taxa de ocupação será 6.332,29m² e o Fonte: Prefeitura Municipal de Arujá, 2019. (Adaptado pela autora).

coeficiente de aproveitamento 13.569,19m².


44

Figura – Características de zonas de uso

Sendo assim a área permeável do terreno será de 904,61m². O

Plano

Diretor

de

Arujá

estabelece

que

as

construções em áreas próximas ao percurso de rio deverão respeitar a distancia para a faixa “Non Aedificandi”.

Art. 92 É obrigatória a reserva de "faixas NonAedificandi" ao longo de qualquer curso ou corpo d'água, das faixas de domínio público, das rodovias, ferrovia, dutos e linhas de drenagem.

(...)

Fonte: Prefeitura Municipal de Arujá, 2019. (Adaptado pela autora).

Já no capítulo VII da Lei Complementar n° 042, de 08 de Janeiro de 2019, sobre exigências e restrições ambientais, define: “Art. 48 – Todo imóvel, objeto de aprovação de projeto de construção, reforma ou ampliação, situado no perímetro urbano do Município de Arujá, deverá destinar 10% para área permeável”.

§ 4° As faixas "Non-Aedificandis" terão, nas Áreas Urbanas e de Expansão Urbana Controlada, a largura mínima de 15 (quinze) metros de cada lado, ao longo dos córregos canalizados dos limites dominiais das estradas, faixas públicas e dutos, salvo maiores exigências de legislação ou Norma Técnica específica. (LEI COMPLEMENTAR N° 006, 2007).



46

A Resolução n° 1015, de 09 de novembro de 2012,

5 PREMISSAS

estabelece as características de cada estabelecimento 5.1 ANVISA – RDC N° 306, DE 07 DE DEZEMBRO DE 2004

voltado ao atendimento animal, sendo clínica veterinária, hospital,

A Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dispõe

alguns regulamentos para

o

gerenciamento

consultório

ou

ambulatório,

e

as

condições

necessárias para o funcionamento de cada um.

e

armazenamento de resíduos de serviços de saúde, com atendimento voltado aos humanos e animais.

5.2 CÓDIGO SANITÁRIO DECRETO N° 12.342, DE 27 DE SETEMBRO DE 1978

5.4 LEI COMPLEMENTAR N° 042 DE 08 DE JANEIRO DE 2019

A Lei Complementar n° 042 de 08 de janeiro de 2019, especifica as condições para novas construções de acordo com a categoria e zona de uso em Arujá.

A prefeitura de Arujá não possui em seu código de obras, normas e regulamentos específicos para a construção

5.5 ABNT NBR 9050 – SETEMBRO 2015

de clínicas veterinárias. Sendo assim foi consultado o Decreto n° 12.342, de 27 de setembro de 1978.

A ABNT NBR 9050 estabelece critérios para a acessibilidade em projetos de arquitetura. O objetivo é

5.3 CFMV – RESOLUÇÃO N° 1015, DE 09 DE NOVEMBRO

possibilitar a mobilidade de qualquer individuo independente

DE 2012

de suas condições e limitações físicas ou de percepção.



48

6 PERFIL DO USUÁRIO

O projeto será voltado especialmente aos cães e gatos resgatados após serem abandonados por seus tutores, mas também será um local para a recepção e interação do público com os animais, e circulação diária dos funcionários. Não haverá restrição quanto a raça, porte ou idade dos cães e gatos, que serão resgatados das ruas por meio de projetos sociais. A permanência desses animais no abrigo irá depender do período necessário para o tratamento e recuperação da saúde física e mental. Após esse processo estarão disponíveis para a adoção.

O perfil dos visitantes será variado, podendo ser homem ou mulher de qualquer faixa etária, mas em comum o interesse em adotar ou apenas conhecer o abrigo. O

quadro

profissionais

da

de

funcionários

medicina

limpeza, de idades variáveis.

será

veterinária,

composto administração

por e



50

7 CONCEITO

Livre de medo e de estresse – condições e

tratamento para evitar o sofrimento mental. Bem Estar Animal é o principal conceito adotado para

A integração será outro conceito para o projeto, a

o desenvolvimento do projeto. O termo tem seu significado

palavra tem seu significado relacionado a união e ligação dos

relacionado ao conforto e satisfação física ou moral. A ideia é

ambientes. A ideia é integrar não somente os canis e gatis

fazer com que esses animais que foram abandonados e

com a área verde, mas também as demais áreas da clínica

passaram por tantas situações de risco e maus tratos possam

veterinária e administração para evitar a sensação de

ser acolhidos em um lugar que, o respeite como um ser vivo

ambientes muito fechados ou isolados, e criar ambientes

que possui características e necessidades individuais e

aconchegantes e alegres.

garanta seu bem estar. Para aplicar tal conceito no projeto foi considerado as “As cinco liberdades”, expressão utilizada para avaliar o bem estar de um animal (CFMV, 2019): 

Liberdade de fome e de sede – acesso a água e

dieta adequada para manter sua saúde; 

Livre de desconforto – ambiente apropriado que

inclui abrigo e área para descanso; 

Livre de dor – prevenção, diagnóstico e

tratamento para manter a saúde física; 

Liberdade

de

comportamento

suficiente para o comportamento natural do animal;

espaço



52

8 PARTIDO

Referências:

Com o conceito definido foram identificados métodos para que fosse possível atingir o objetivo e ideias propostas.

Parques

De acordo com as “Cinco Liberdades” o bem estar animal também está relacionado com o ambiente, que deve ter espaço adequado para a espécie e não restrinja seus comportamentos naturais. Com isso, no partido arquitetônico serão propostos alojamentos de cães e gatos com dimensões mais amplas para que possam se movimentar e se sentirem confortáveis, espaços ao ar livre em área bem arborizada para que possam ter contato com a natureza, outros animais, pessoas, e que também seja possível se exercitarem e brincar. Para isso as referências serão os parques arborizados com áreas de convívio.

Fonte: Revista Cães e Companhia-Novo Parque Canino, 2019.


53

Campo de Agility

Ambientes integrados – Hospital do Rocio (Arquiteto Manoel Coelho)

Fonte: Royal Canin – O agility canino é mais do que um simples desporto, 2019.

Fonte: Archdaily - Hospital do Rocio, 2019

Os demais ambientes deverão ser integrados aos jardins externos por meio do vidro, com isso as áreas internas serão mais aconchegantes tantos para os funcionários quanto para os visitantes. Referência:



55

Para o dimensionamento mínimo dos ambientes foi

9 PROGRAMA ARQUITETÔNICO

consultado o Decreto n° 40.400, de 24 de Outubro de 1995 que estabelece as condições e dimensionamento mínimo

9.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES

para ambientes de estabelecimento veterinário, a Resolução O programa de necessidades foi definido para

n° 1015 de 09 de novembro de 2012, que conceitua e

proporcionar o bem estar dos animais, funcionários e

estabelece

visitantes, de forma que os ambientes apresentem as

estabelecimentos médicos veterinários e a setorização

dimensões

necessária, e o Decreto n° 12.342, de Setembro de 1978, que

e

condições

necessárias

para

serem

aconchegantes à todos os usuários e que fosse possível realizar todas as atividades destinada a cada ambiente. Para o desenvolvimento do programa foram analisados os projetos internacionais, pois apresentavam ideias mais próximas do que seria proposto no presente trabalho e uma análise individual e comparativa para identificar pontos positivos, negativos e quais ambientes faziam parte do programa de cada um. A visita técnica ao Centro de Bem Estar Animal em Mogi das Cruzes possibilitou o melhor entendimento de como funciona uma clínica veterinária e quais as carências do local.

condições

para

o

funcionamento

dispõe dimensões mínimas para ambientes em geral.

de


56

PROGRAMA DE NECESSIDADES N° N°

Recepção

Setor

Ambiente

Função

Qtd.

Recepção

Atender e orientar os visitantes

1

Espera

Aguardar atendimento

1

Sala de aula

Palestras e aulas

1

Sanitário PNE

Área de vendas

1

Área mínima

Área final m²(cada)

Área total m²

Balcão de atendimento, cadeira.

10m²

10

10

Cadeiras

10m²

10

10

0

Mesa; cadeiras

29 m²

39,89

39,89

0

Lavatório, sanitário e demais adequações à NBR 9050

2,50m²

5

10

0

Prateleiras, mesa

25m²

25,05

25,05

Pessoas Animais 1

Até 26

2 Venda de acessórios e brinquedos para cães e gatos

Layout

1

Administração

Subtotal área final aplicado ao projeto 94,94 Atendimento adoção/administração

Organizar o abrigo e entrevistar pessoas para adoção

1

2

0

Mesa, cadeira, armário.

10m²

12,97

12,97

Almoxarifado

Guarda de material técnico-administrativo

1

0

0

Prateleiras ou armário

10m²

10

10


57

Sala diretor com sanitário anexo

Direção do centro/financeiro

1

1

0

Mesa, cadeira, armário.

10m²

11,84

11,84

Reunião

Reunir funcionários

1

10

0

Mesa de reunião

10m²

14,13

14,13

Sala tesouraria

Administração financeira

1

1

0

Mesa, armário, cadeira.

10m²

12,32

12,32

Lavatório, sanitário e demais adequações à NBR 9050

2,50m²

5

10

Sanitário PNE para funcionários

2

Internação

Atendimento médico veterinário

Subtotal área final aplicado ao projeto 71,26 Consultório

Atendimento médico veterinário a cães e gatos

3

1

1

Mesa inox; mesa, cadeira, pia

6m²

9,75

29,25

Sala de emergência

Atendimento médico de imediato

1

1

1

Mesa inox; mesa pia

6m²

15,61

15,61

Quarentena cães

Abrigo/observação para cães e gatos recém chegados

1

0

8

Baias individuais

10m²

43,09

43,09

Quarentena gatos

Abrigo/observação para cães e gatos recém chegados

1

0

8

Baias individuais

10m²

28,67

28,67

Sala de internação cães

Internação de animais que necessitam de cuidados constantes

1

0

14

Mesa inox, boxes para cães/gatos, pia, armário.

10m²

30,84

30,84

Sala de internação

Internação de animais

1

0

14

Mesa inox; boxes para

10m²

27,94

27,94


58

Procedimento

gatos

cães/gatos; pia; armário.

Sala de raio-x com cabine de comando e anexo

Realizar exame radiográfico

1

1

1

Equipamento de raio-x

16m²

21,3

21,3

Sala de fisioterapia

Realizar tratamento de fisioterapia

1

1

1

Esteira aquática, mesa inox, mesa, cadeira.

10m²

20,51

20,51

Sala de vacina

Armazenar e aplicar vacinas

1

1

1

Bancada com pia, geladeira, mesa inox.

6m²

9,36

9,36

Antecâmara de assepsia

Antissepsia das mãos

1

1

0

Pia

4m²

9,62

9,62

1

1

1

10m²

12,05

12,05

2

1

1

10m²

21,31

42,62

10m²

22,85

22,85

6m²

9,34

9,34

Sala de preparo

Cirúrgico

que necessitam de cuidados constantes

Sala de cirurgia

Preparo do animal para cirurgia Realizar procedimentos cirúrgicos

Mesa inox; lavatório, balança. Mesa cirúrgica Auxiliar inox; Eq. Cirúrgico

Sala de recuperação

Recuperação pósanestesia/ cirurgia

1

0

Até 3

Maca com sistema de aquecimento; equipamento de monitoração, armário.

Sala de lavagem e esterilização

Lavagem e esterilização de materiais

1

1

0

Bancada com pia. Autoclave, armário


59

Necrotério

Conservação temporária de animais mortos

1

0

1

Mesa inox

6m²

7,55

7,55

Cuidad os

Sustentação

Subtotal área final aplicado ao projeto 330,6 Cozinha

Preparo de alimento para os animais internados

1

0

Armário, bancada com pia.

4m²

6,98

6,98

Vestiário feminino

Troca de roupa, banho guarda de pertences.

1

0

Cabines para sanitário e banho, armário, lavatório.

16m²

21,13

21,13

Vestiário Masculino

Troca de roupa, banho guarda de pertences.

1

0

Cabines para sanitário e banho, armário, lavatório.

16m²

19,71

19,71

DML

Guarda de material de limpeza

1

0

Tanque

4m²

4

4

Farmácia

Estocar medicamentos

1

0

Armário

8m²

8,15

8,15

Copa para funcionários

Realizar refeições

1

0

Mesa, armário, geladeira.

4m²

11,41

11,41

Sala de descanso

Descanso para funcionários

1

0

Sofá, cama

10m²

11,2

11,2

Lavanderia

Lavagem de tecidos (colchonetes dos animais, pano de limpeza).

1

0

Tanque de lavagem, máquina de lavar.

6m²

8,91

8,91

Estacionamento

Estacionar veículos

1

0

14 vagas

11,28 m²

Sala para banho e tosa

Dar banho e tosar os animais

1

1

Tanque de banho, mesa para secagem, mesa para tosa.

20m²

32,64

32,64

1


60

Canil

Subtotal área final aplicado ao projeto 124,13 Baia com cobertura (Porte Grande)

Abrigar cães

40

1

Solário

Exposição ao sol

40

1

Comedouro duplo, colchonete.

1,5m²

5

200

2m²

8,16

8,16

Gatil

Subtotal área final aplicado ao projeto 208,16 Abrigo coberto (Coletivo)

Abrigar gatos

2

0

Até 13

Solário (coletivo)

Exposição ao sol

3

0

Até 13

Gatil (individual)

Abrigo individual

Comedouro duplo, nichos, prateleiras.

10m²

26,55

53,1

10m²

11,25

11,25

Comedouro duplo, prateleira.

2,4

Área de soltura

Local para animais brincar/ adestramento

Apoio Canil e gatil

Depósito para ração

Armazenar ração

6

0

0

Prateleiras

DML

Guarda de material de limpeza

3

0

0

Tanque

Setor técnico

Lazer

Subtotal área final aplicado ao projeto 64,35

Abrigo de resíduos sólidos

Guarda temporária de resíduos sólidos

2

0

1

0

Equipamentos de circuito

1.595

1.595

4m²

5

30

4m²

5

15

0

5m²

6

12

0

8m²

9

9

Reservatório de água* Gerador

Subtotal área final aplicado ao projeto 1789,7

TOTAL Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

2618,8


61

*Reservatório de água Para o cálculo e dimensionamento do reservatório de água foi considerada a capacidade máxima de animais no abrigo, quarentena e internação, a quantidade de funcionários e a quantidade aproximada de pessoas visitantes. Devido a ausência de especificações em relação a este tipo de estabelecimento na NBR 5626/96, considerou-se como referência o consumo diário em estabelecimentos de saúde para humanos, porém com valor menor para os animais, já que consomem menos água. A área de banho e tosa foi considerada pelo consumo de cada animal atendido no Centro de Acolhimento. CONSUMO DE ÁGUA CONSUMO(Q) CD=PxQ

POPULAÇÃO(P)

Internação Público visitante Abrigo Quarentena Funcionários

32 50 82 16 20

50 50 50 50 50 Total 1 dia Total 2 dias

Reserva de incêndio 20% Reservatório inferior 60% Reservatório superior 40% TOTAL Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

1920 2500 4100 800 1000 10.320 20.640 2.064 12.384 8.256 22.704

Com o total necessário de aproximadamente 22.704 litros de água, optou-se pelo modelo de torre tubular da fabricante Faz Forte com capacidade para 23.000 litros.


62

9.2 ORGANOGRAMA

Setor recepção

Setor administrativo

Setor apoio abrigo Setor abrigo

Setor sustentação Setor atendimento médico veterinário

Setor de procedimento

Setor de internação

Setor cirúrgico

Setor lazer


63

9.3 FLUXOGRAMA

Acesso funcionário

Vestiário s Copa

Sala diretor Sala de Reunião

Acesso público

Recepção /espera

Sala de aula

Secretaria

Quarentena Emergência

Consultório Canis

Vacina

Fisioterapia

Raio-x

Internação isolamento

Área de lazer

Internação

Lavagem e esterilização

Banho/ tosa

Arquivo DML Farmácia

Gatis

Preparo animal Antecâmara/ Sala de cirurgia

Sala de Recuperação

ACESSO PÚBLICO ACESSO FUNCIONÁRIOS



771

72.56

109.65

84.19

121.36

PLANTA TOPOGRAFICA ESC 1/500

TOPOGRAFIA DO TERRENO FOLHA 1/17


LEGENDA 14

2

7

8

7

Acesso para pedestre

10

10

1

Estacionamento

2

11

12

11

3 4 5 6

10

10

12

1 6 9 10

7

Gatil

8

Banho e tosa

9

Quarentena

10

10

Canil

11 13 2

11

Piscina

13 14

10

4

11

12

10

3 5

ESC 1/500

FOLHA 2/17


PLANTA CHAVE

PLANTAS ESC 1/150

FOLHA 3/17


PLANTA CHAVE

i=10%

i=10%

CUMEEIRA

i=10% mesa inox animal animal mesa inox

i=10%

i=10%

ESC 1/200

ESC 1/200

PLANTAS FOLHA 4/17


GALVANIZADO

i=10%

GALVANIZADO

i=10%

i=10%

PLANTA CHAVE

PLANTA LAYOUT GATIL E BANHO E TOSA ESC 1/150 PLANTA DE COBERTURA GATIL E BANHO E TOSA

PLANTA BAIXA GATIL E BANHO E TOSA ESC 1/150

ESC 1/150

PLANTAS FOLHA 5/17


i=10%

PLANTA CHAVE

i=10%

PLANTA DE COBERTURA QUARENTENA ESC 1/150

PLANTA BAIXA QUARENTENA ESC 1/150

PLANTA CHAVE

ESC 1/150

ESC 1/150

PLANTA LAYOUT QUARENTENA

PLANTAS

ESC 1/150

FOLHA 6/17


GALVANIZADO

GALVANIZADO

GALVANIZADO

GALVANIZADO

coberta

coberta

coberta

coberta

coberta

coberta

coberta

coberta

coberta

coberta

coberta

coberta

coberta

coberta

coberta

coberta

coberta

coberta

coberta

coberta

coberta

coberta

coberta

coberta

i=5%

coberta

GALVANIZADO

GALVANIZADO

i=5%

coberta

coberta

i=5%

coberta

coberta

i=5%

coberta

coberta i=5%

coberta

coberta

i=5%

coberta

i=5%

coberta

i=5%

PLANTA CHAVE

GALVANIZADO

GALVANIZADO

PLANTA DE COBERTURA CANIL ESC 1/250

PLANTA BAIXA CANIL ESC 1/250

PLANTAS DETALHE 1 - CANIL INDIVIDUAL

FOLHA 07/17


PLANTA CHAVE

CORTE AA ESC 1/250

PLANTA CHAVE

CORTE BB ESC 1/250

PLANTA CHAVE

CORTE CC ESC 1/200

CORTES FOLHA 8/17


PLANTA CHAVE

CORTE DD ESC 1/200

FORRO DE GESSO

PLANTA CHAVE

CORTE EE ESC 1/200

PLANTA CHAVE

CORTE FF ESC 1/200

CORTES FOLHA 9/17


Revestimento em madeira

Marquise cor: amarelo gema

Concreto aparente

Muro

escovado

Brise vegetal

Vidro insulado

ESC 1/150

FOLHA 10/17


Alambrado ESC 1/200

Concreto aparente

Alambrado

Alambrado

ESC 1/200

FOLHA 11/17


1

2

1

2

3

4

A

A 1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

B A

C

B

D

C

D

PLANTA ESTRUTURAL QUARENTENA

P22 15x40

D

ESC 1/200 E

E

1

F

2

A

G

F

H

B

PILARES DO CANIL SE REPETE DA MESMA FORMA PARA OS DEMAIS BLOCOS DO TIPO.

PLANTA ESTRUTURAL GATIL E BANHO E TOSA ESC 1/200 ESC 1/250

PLANTA ESTRUTURAL CANIL ESC 1/250

FOLHA 12/17


a

PLANTA CHAVE

ab

PLANTA CHAVE

FOCO

FOCO

FOCO

a

AQ

AQ

a

a

a

ESC 1/200

AF AQ

DEMAIS BLOCOS DO TIPO

ESC 1/150

FOLHA 13/17


a PLANTA CHAVE

ab

PLANTA CHAVE

FOCO

AF

ESC 1/150

AQ

ESC 1/150

FOLHA 14/17


LAJE

EFLUENTES (ETE)

ENTRADA DO EFLUENTE PARA A REDE DE ESGOTO GERAL

Para evitar a

do meio ambiente devido aos efluentes

gerados no hospital

a

um equipamento para tratamento

de BASE DE CONCRETO

do esgoto antes de ser

encaminhado a rede geral. Sendo assim Centro o sistema de

ETE COMPACTA

TERRENO NATURAL

implantado no

Compacta de Efluentes modular onde

todas as etapas ocorrem na mesma unidade que possui TAMPA DE

CHUVA FILTRO

LAJE

ENTRADA

CISTERNA

A

da chuva

FILTRADA

coletada e encaminhada para um

para que possa ser utilizada na limpeza e lavagem dos abrigos e

TERRA COMPACTADA COM CIMENTO

CISTERNA

BASE DE CONCRETO

BRISE VEGETAL

EM CORTE - SEM ESCALA

DETALHE CONSTRUTIVO EM VISTA - SEM ESCALA Pingadeira

vegetal foi escolhido para conter os raios solares e evitar o uso do ar condicionado.

Argila Expandida Piso Elevado Nuvem Calha galvanizada ou inox Fonte: Ecotelhado - Brise Vegetal para Fachadas Verde, 2019 (Adaptado pela autora).

representado nos detalhes ao lado:

Os equipamento citados ser instalados por empresa especializada que dimensionar e implantar em local adequado. Os desenhos acima apresentam apenas em ao funcionamento do equipamento e sua para o projeto proposto.

Fonte: Ecotelhado - Brise Vegetal para Fachadas Verde, 2019.(Adaptado pela autora).

SUSTENTABILIDADE FOLHA 15/17


PISO DE PNEU RECICLADO Para a nas externas do Centro, aplicado o piso de pneu reciclado. de ser o material resistente, drenante,

Os materiais de revestimento interno foram selecionados de acordo com o ambiente devendo ser resistentes a limpeza e ao uso. Sendo assim: em geral,

Seguindo a mesmo linha, para a de piscina aplicado o piso de pneu reciclado, que possui capacidade de amortecimento, UV e

VIDRO INSULADO O vidro o elemento que permitir a entre os ambientes internos com os externos. O vidro do tipo insulado a de duas do material em um perfil de sendo capaz de permitir a entrada de natural e garantir o

BRISE HORIZONTAL O brise horizontal aplicado na fachada norte para reduzir a solar no interior do e garantir o conforto A do brise de madeira de devido sua

Centro

A grama ser aplicada no entorno do piso de pneu reciclado para piscina. O material foi escolhido para substituir o gramado natural no local a fim de evitar que os animais se sujem se molharem. A grama resistente as necessita de pouca limpeza, e ainda possui propriedades de

e sala de aula

ter piso condutivo e

ter piso

Salas de exames, lavanderia, almoxarifado

e parede

sala de

POLICARBONATO ALVEOLAR REFLETIVO CONCRETO APARENTE O concreto aparente foi escolhido pela Tem como caracteristica sua modernidade, versatilidade e durabilidade.

Outro material escolhido para compor o revestimento em madeira de aplicado em uma das paredes que principal do Hospital. de sua

externas que a fachada o

No Centro de Acolhimento as externas de passagem de e visitantes cobertura para facilitar o percurso pelos blocos do canil e gatil em dias de chuva. O material escolhido para a cobertura foi o policarbonato alveolar refletivo que permite a natural, com isso reduz o uso de energia O material reflete os raios solares, o que diminui a temperatura transmitida, e

O foi escolhido para os quartos dos canis a fim de contribuir para a do ar no ambiente. O modelo escolhido apresenta as de

MATERIAIS E ACABAMENTO FOLHA 16/17


NOME POPULAR

ALTURA (METROS)

4 -10

Tecoma Stans

FLOR COR

Agosto Setembro

Amarelo

2019.

Bauhinia variegata

Pata de vaca

6-9

Julho Agosto

Branco

Fonte:Jardinagemepaisagismo-patadevaca,2019.

Jacaranda mimosifolia

12

0,6 - 0,9

Neomarica caerulea

Agosto Setembro

Setembro outubro

Roxo

Azul

Fonte:Flores e folhagens - falso iris,2019.

Cycas Revoluta

Cica

3 - 3,6

-

O paisagismo no Centro de Acolhimento foi desenvolvido para reduzir os do canil e contribuir para melhorar a qualidade do ar. Todo o terreno bem arborizado e plantas do tipo trepadeira ser plantadas para que cubram os muros de do terreno formando uma barreira

Verde

Fonte:Flores e folhagens - Cica, 2019.

Dypsis lutescens

Areca bambu

3 - 3,6

-

verde

Fonte:Flores e folhagens -Areca bambu, 2019.

Thunbergia grandiflora

4-6

Azul -

Fonte:Flores e folhagens - Tumbergia, 2019.

Zoysia japonica

Grama-esmeralda

0,15

-

PAISAGISMO

-

Fonte:Trapp - Tipos de gramas, 2019.

FOLHA 17/17


82

VOLUMETRIA

Figura - Vista fachada principal

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.


83

Figura – Vista superior

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.


84

Figura – Detalhe fachada principal

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.


85

Figura – Fachada principal

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.


86

Figura – Gatil (solårio)

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.


87

Figura – Canil

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.


88

Figura – Canil (solårio)

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.


89

Figura – à rea de agility/ adestramento

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.


90

Figura – à rea de lazer com piscina

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.


91

Figura – Vista lateral – bloco administração

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.



93

11 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Todos os estudos e pesquisas também foram importantes para entender e conhecer melhor sobre cães e gatos e suas

Ao concluir todo o levantamento histórico e atual em

necessidades. A partir disso foi desenvolvido um projeto

relação aos cães e gatos, e realizar a visita técnica a um local

pensado no bem estar de cães e gatos que serão acolhidos

de atendimento público à animais, foi possível comprovar o

em local adequado com conforto e espaço de lazer,

quanto necessitam de mais cuidados e respeito. Apesar de

oferecendo também, atendimento médico veterinário gratuito.

atualmente fazerem parte das famílias brasileiras de forma mais próxima muitos ainda são rejeitados e abandonados, os poucos que são recolhidos seja por Ongs ou canil municipal vivem em condições precárias e em local não apropriado. A

criação

do

Centro

de

Acolhimento,

Tratamento

e

Reintegração de animais será importante para apresentar uma nova imagem de abrigo, diferente dos atuais que costumam serem lugares de tristeza e sofrimento.



95

Dissertação

REFERÊNCIAS

D’ANDRETTA, João Paulo Marques. Análise de fatores que contribuíram para a guarda responsável ou abandono de cães

Artigos

e gatos em área de São Paulo/SP. 2012. 108f. Dissertação OSÓRIO, Andréa. A cidade e os animais: da modernização à posse responsável. Revista dos Departamentos de Antropologia e Arqueologia, Ciência Política e Sociologia, Minas Gerais, n°21, p 143-176,

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(Mestrado em Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012. Acesso em 04 de Março de 2019.

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SANTOS,

Pedro.

Algumas

questões

relativas

ao

encaminhamento de cães e gatos para adoção. Revista de Antropologia

da

UFSCAR.

Disponível

Epidemiologia) – Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. Acesso em 04 de Março de 2019.

em:<

http://www.rau.ufscar.br/wp-

Legislação

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BRASIL. Decreto N° 12.342, de 27 de setembro de 1978. Dispõe sobre normas de promoção, preservação e recuperação da saúde no campo de competência da Secretaria de Estado da Saúde, São Paulo.


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BRASIL. Decreto N° 40.400, de 24 de outubro de 1995. Norma

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CFMV. Resolução n° 1015, de 09 de novembro de 2012.

AMOLIAZE, Cobertura em policarbonato refletivo. Disponível

Conceitua e estabelece condições para o funcionamento de

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estabelecimentos médico veterinários de atendimento a pequenos

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animais e dá outras providências.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE ARUJÁ. Lei Complementar n° 042,

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de 08 de Janeiro de 2019. Dispõe sobre a revisão da lei de

Architecten,

zoneamento, parcelamento, uso e ocupação do solo no município

https://www.archdaily.com/2156/animal-refuge-centre-arons-en-

de Arujá. São Paulo.

gelauff-architecten> Acesso em 20 de Fevereiro de 2019.

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(Doutorado em História Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e

2009, 4ª Ed. 2009.

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