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FACULDADES INTEGRADAS DE ARACRUZ CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
JESSICA GOMES STROHMEIER
HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL: DESENVOLVIMENTO DE TIPOLOGIAS FLEXÍVEIS DE PROJETO ARQUITETÔNICO PARA O BAIRRO MOROBÁ ARACRUZ
ARACRUZ - ES 2017
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JESSICA GOMES STROHMEIER
HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL: DESENVOLVIMENTO DE TIPOLOGIAS FLEXÍVEIS DE PROJETO ARQUITETÔNICO PARA O BAIRRO MOROBÁ ARACRUZ
Trabalho Final de Graduação apresentado ao curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo das Faculdades Integradas de Aracruz - FAACZ, como requisito parcial a obtenção do título de bacharelado em Arquitetura e Urbanismo. Prof. Orientador: Andréa Curtiss Alvarenga
ARACRUZ - ES 2017
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JESSICA GOMES STROHMEIER
HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL: DESENVOLVIMENTO DE TIPOLOGIAS FLEXÍVEIS DE PROJETO ARQUITETÔNICO PARA O BAIRRO MOROBÁ ARACRUZ
Trabalho Final de Graduação apresentado ao curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo, das Faculdades Integradas de Aracruz - FAACZ como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel.
COMISSÃO EXAMINADORA
__________________________________________ Andréa Curtiss Alvarenga Prof. Orientador Faculdades Integradas de Aracruz
__________________________________________ Karina de Sousa da Silva Prof. Coorientador Faculdades Integradas de Aracruz
__________________________________________ Ivana Souza Marques Prof. Convidado Faculdades Integradas de Aracruz
Aracruz, _____ de ____________ de 2017.
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Deus, por até aqui ter me sustentado. A minha família, pela força e motivação. A meu companheiro, por estar sempre presente nessa caminhada. A memória do meu pai, que se foi há alguns anos, não tendo a oportunidade de compartilhar este momento.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, que me permitiu realizar este trabalho. A minha mãe Maria Antônia, por me dar força e apoio ao longo destes 5 anos. Muito obrigada pela confiança. Ao meu pai Carlos (in memoriam), por me educar e acreditar em mim fazendo com que eu me tornasse quem sou hoje. A você, meu eterno obrigada. Ao meu namorado Anderson, agradeço pela paciência e compreensão ao longo deste trabalho, e principalmente pelo apoio, ajuda e as palavras de conforto. A toda a minha família, obrigada pela motivação e por acreditarem em mim. Aos meus amigos, pela confiança e incentivo. A minha orientadora, Andréa que me ajudou a concluir essa pesquisa. Obrigada por dedicar seu tempo e sua experiência. A todos que de alguma forma, diretamente ou não, participaram do meu crescimento e contribuíram para a realização deste trabalho, meu muito obrigada.
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Há um gosto de vitória e encanto na condição de ser simples. Não é preciso muito para ser muito. LINA BO BARDI
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RESUMO
Com o rápido crescimento das cidades o índice de déficit habitacional brasileiro tem se tornado cada vez mais um grande problema social que atinge diversas pessoas em todo o País. Associado a esse problema estão as habitações de interesse social que são entregues nos dias atuais, que por vezes não oferecem condições satisfatórias de ergonomia e habitabilidade. O presente trabalho de conclusão de curso apresenta o desenvolvimento de tipologias construtivas de habitações sociais baseadas nos conceitos de flexibilidade como possibilidade construtiva para atender as necessidades básicas dessa população.
Palavras-chaves: Habitação de Interesse Social. Flexibilidade. Tipologias.
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LISTA DE FIGURAS Figura 1: Complexo de cortiços em São Paulo. .................................................... 20 Figura 2: Conjunto Habitacional Pedregulho no Rio de Janeiro. ........................... 23 Figura 3: Composição do déficit habitacional, segundo regiões geográficas Brasil, 2013. .......................................................................................................... 25 Figura 4: Hierarquia no cálculo do déficit habitacional. ......................................... 26 Figura 5: Quinta Monroy, ateliê Elemental, Iquique (Chile). Antes e depois da ocupação. ............................................................................................................. 35 Figura 6: Single-Space House for Four People, Gio Ponti. ................................... 36 Figura 7: Unidade modular proposta por Santos. Polivalência. ............................ 44 Figura 8: Variações de composições volumétricas. .............................................. 44 Figura 9: Diferentes tipologias possíveis propostas por Santos. ........................... 45 Figura 10: Projeto casa embrião (alternativas de expansão na habitação). .......... 45 Figura 11: Monterrey, Elemental, Nuevo León (México). ...................................... 47 Figura 12: Disposição das unidades por pavimento. ............................................. 48 Figura 13: Planta Baixa
1º Pavimento. ............................................................... 49
Figura 14: Planta Baixa
2º Pavimento. ............................................................... 49
Figura 15: Planta Baixa
3º Pavimento. ............................................................... 50
Figura 16: Implantação do conjunto Monterrey. .................................................... 50 Figura 17: Vista geral do conjunto Monterrey........................................................ 51 Figura 18: VM house, BIG +JDS = PLOT, Copenhague (Dinamarca). ................. 52 Figura 19: Diagrama dos blocos residenciais........................................................ 53 Figura 20: Diferentes tipologias e a sua forma de interação. ................................ 53 ........................................................... 54 Figura 22: Diagrama com as diferentes tipologias do edifício VM. ........................ 55 Figura 23: Planta Baixa com a setorização das tipologias. ................................... 56 Figura 24: Vista geral do edifício VM House. ........................................................ 57 Figura 25: Mapa de localização do Município de Aracruz
ES. ........................... 59
Figura 26: Evolução populacional de Aracruz. ...................................................... 60 Figura 27: Localização e distâncias do bairro Morobá em escala municipal. ........ 61 Figura 28: Mapa de Uso e Ocupação do Solo. ..................................................... 62 Figura 29: Mapa de Gabarito. ............................................................................... 63 Figura 30: Mapa de Serviços e Equipamentos Públicos. ...................................... 64
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Figura 31: Mapa de Infraestrutura. ........................................................................ 65 Figura 32: Logradouros com e sem pavimentação e esgoto a céu aberto. ........... 65 Figura 33: Calçadas irregulares presentes no local de estudo. ............................ 66 Figura 34: Mapa de Hierarquia Viária. .................................................................. 67 Figura 35: Mapa de Vegetação. ............................................................................ 68 Figura 36: Mapa Vazios Urbanos. ......................................................................... 69 Figura 37: Índices populacionais do Bairro Morobá. ............................................. 69 Figura 38: Mapa de Densidade demográfica. ....................................................... 70 Figura 39: Pirâmide etária do Bairro Morobá. ....................................................... 71 Figura 40: Tipologia 01 - Fluxograma. .................................................................. 75 Figura 41: Tipologia 02 - Fluxograma. .................................................................. 76 Figura 42: Tipologia 01
Planta baixa em seu modelo inicial............................... 77
Figura 43: Tipologia 01 - Fachada. ....................................................................... 79 Figura 44: Tipologia 01
Brises deslizantes. ........................................................ 79
Figura 45: Tipologia 01
Módulos de expansão e seus encaixes. ....................... 81
Figura 46: Tipologia 02 - Planta baixa em seu modelo inicial. .............................. 82 Figura 47: Tipologia 02 - Fachada. ....................................................................... 84 Figura 48: Tipologia 02
Brises deslizantes. ........................................................ 85
Figura 49: Tipologias 01 e 02 e suas distinções. .................................................. 85 Figura 50: Tipologia 02
Módulos de expansão e seus encaixes. ....................... 86
Figura 51: Tipologias 01 e 02 implantadas. .......................................................... 88
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1: População na cidade de São Paulo por distritos (1886
1900). ............... 19
Tabela 2: Taxas e valores de acordo por faixas. ....................................................... 28 Tabela 3: Restrições do valor máximo do financiamento por região. ........................ 28 Tabela 4: Tipos e momentos da flexibilidade. ........................................................... 34 Tabela 5: Análise comparativa dos sistemas construtivos. ....................................... 43
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS APP
Área de Preservação Permanente
BNH
Banco Nacional de Habitação
FAACZ - Faculdades Integradas de Aracruz FCP
Fundação da Casa Popular
HIS
Habitação de Interesse Social
IAPS
Instituto de Aposentadorias e Pensões
IFES
Instituto Federal do Espirito Santo
MCMV
Minha Casa, Minha Vida
PNH
Política Nacional de Habitação
SNH
Sistema Nacional de Habitação
ZEIS
Zonas Especiais de Interesse Social
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 14 2 HABITAÇÃO POPULAR .................................................................................. 18 2.1 DESENVOLVIMENTO DA HABITAÇÃO SOCIAL NO BRASIL ...................... 19 2.2 DÉFICIT HABITACIONAL ............................................................................... 24 2.3 PROGRAMA HABITACIONAL MINHA CASA, MINHA VIDA .......................... 26 2.4 ASPECTOS LEGAIS NA QUESTÃO DA HABITAÇÃO ................................... 29 2.4.1 Plano diretor e a política habitacional ..................................................... 29 2.4.2 Nova política Nacional de habitação ........................................................ 30 3 APLICAÇÃO DE CONCEITOS: QUALIDADE ESPACIAL E FUNCIONAL DA HABITAÇÃO ......................................................................................................... 33 3.1 FLEXIBILIDADE NA CONCEPÇÃO DA HABITAÇÃO .................................... 33 3.1.1 Tipos e momentos de flexibilidade habitacional ..................................... 34 3.1.2 Funcionalidade ........................................................................................... 37 3.1.3 Estratégias de flexibilidade habitacional ................................................. 38 3.2 POSSIBILIDADES TIPOLÓGICAS E CUSTOMIZAÇÃO NA HABITAÇÃO ..... 40 3.2.1 Habitação Popular Modular ....................................................................... 42 3.2.2 Unidades modulares .................................................................................. 43 4 REFERÊNCIAS PROJETUAIS ......................................................................... 47 4.1 HABITAÇÃO MONTERREY - ELEMENTAL .................................................. 47 4.2 VM HOUSE - BIG+JDS = PLOT ...................................................................... 52 4.3 ANÁLISE COMPARATIVA .............................................................................. 57 5 ANÁLISE DO LOCAL ........................................................................................ 59 5.1 ÁREA DE INSERÇÃO DO PROJETO ............................................................. 59 5.1.1 Caracterização Geral .................................................................................. 62 5.1.2 Demografia.................................................................................................. 69
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6 ENSAIO PROJETUAL ....................................................................................... 73 6.1 PARTIDO ARQUITETÔNICO.......................................................................... 73 6.2 DIRETRIZES PROJETUAIS............................................................................ 73 6.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES ................................................................ 74 6.4 O PROJETO ................................................................................................... 76 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 90 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 91 ANEXOS .............................................................................................................. 94
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1 INTRODUÇÃO A Constituição Federal do Brasil de 1988 reserva a todo cidadão o direito de moradia. Com o crescimento desordenado das cidades e o crescimento do déficit habitacional, a população é obrigada por muitas vezes a executar suas habitações por conta própria, gerando muitas vezes casas sem condições adequadas de habitabilidade, de técnicas precárias e de baixa qualidade. A construção de habitações populares no Brasil surgiu da preocupação da instalação precária que grande parte da população está sujeitada. Foram criados programas com o objetivo de tornar a moradia acessível às famílias. Porém as casas distribuídas, quase sempre, não possuem medidas necessárias para um desenvolvimento satisfatório das atividades em seus ambientes internos. Pode-se observar uma sobreposição de funções em um mesmo ambiente e aglomerações de pessoas. As habitações populares apresentam alguns problemas que precisam ser explorados visando à qualidade da moradia. Alguns destes problemas que influenciam na qualidade da habitação são o fluxo de pessoas e congestionamento de móveis em seus espaços internos causados pela falta de dimensionamento adequado e funções sobrepostas em um mesmo ambiente. Sendo o projeto da moradia com divisão de ambientes inadequados para a realização das funções domésticas, somados ao mobiliário, que muitas vezes não atende as dimensões adequadas para atividades do dia-a-dia, acabam por incentivar o morador a alterar o projeto após sua construção, por vezes expandindo-o e Estes fatores influenciam diretamente na qualidade da habitação, com isso a moradia acaba sendo prejudicada e torna-se deficiente. Com ambientes demasiadamente pequenos, o problema de habitações no Brasil vai além da ausência de edificações suficientes para a população, é caracterizado também pelo modo de vida do morador, que reflete na sua vida social, na convivência com os familiares e no trabalho. Não é suficiente que a população carente seja beneficiada com moradia, é necessário que estas moradias tenham
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mobilidade, acessibilidade, dimensionamento e estética adequados para o desenvolvimento das atividades dos moradores. É interessante observar as características de modulação, normalização, divisibilidade e a flexibilização dos ambientes para que a família possa ampliar a construção, dentro de um projeto preestabelecido, adequando a sua realidade futura. No caso da modulação, há a oportunidade de reformar ou ampliar os ambientes seguindo um padrão já pré-definido, dando ideia de todos os materiais necessários para estes serviços, evitando-se assim desperdícios e baixa produtividade, facilitando a execução da obra em etapas. O desenvolvimento desta pesquisa partiu do interesse pessoal, e da hipótese de que a unidades habitacionais avaliadas não oferecem condições satisfatórias de uso para seus moradores no que diz respeito à ergonomia, mobilidade, flexibilidade e estética, ou seja, não atendem às necessidades de habitabilidade e organização de seus moradores. Para que se projete uma habitação, é necessário conhecer o modo de vida dessa população. Porém quando se trata de habitação de interesse social, não é fácil identificar as expectativas e exigências, pois cada família tem necessidades únicas. Com a elaboração de tipologias, irá criar-se uma interação do homem com sua habitação, já que a mesma visa atender suas necessidades básicas. Não apenas projetar pensando nas necessidades imediatas do usuário, mas também nas futuras. A necessidade de qualificação de moradias no Bairro Morobá
Aracruz,
objeto de estudo deste trabalho, se faz presente, visto que o bairro apresenta diversos problemas de informalidade em sua infraestrutura. Partindo da necessidade de habitações adequadas e com condições de habitabilidade que o local apresenta, busca-se responder a seguinte questão: Como projetar Habitações Sociais de forma que atendam às necessidades de habitabilidade, flexibilidade e estética de diferentes públicos? A pesquisa tem como objetivo geral a Elaboração de tipologias de projeto arquitetônico baseadas nos conceitos de flexibilidade, que atendam aos requisitos mínimos de habitabilidade para a população do bairro Morobá.
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Para atingir o objetivo geral foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos: - Compreender os principais problemas encontrados na arquitetura de habitações populares atualmente. - Realizar breve análise do programa Minha Casa, Minha Vida. - Identificar técnicas em que as tipologias atendam universalmente com características qualitativas, onde façam parte da paisagem urbana. Que não sejam esteticamente monótonas, como frequentemente visto em projetos de habitação, oferecendo qualidade habitacional e seguindo um padrão estético como uma residência convencional. - Identificar as principais características da flexibilidade, tipologias e unidades modulares. A metodologia empregue nesta pesquisa baseia-se na investigação e construção
de
conhecimentos
teóricos
sobre
habitação
social,
tipologias,
flexibilidade e unidades modulares. Para a elaboração deste trabalho serão utilizadas pesquisas bibliográficas, que tenham relevância com o tema proposto, presentes em livros e acervos digitais como artigos e dissertações de mestrado. As bibliografias são fundamentadas utilizando como referência autores cujos assuntos estejam relacionados à habitação de interesse social, assim como à Flexibilidade, como Nabil Bonduki, Flávio Villaça e Mariuzza Carla Digiacomo. Ao longo da estrutura do trabalho também serão apresentadas referências projetuais, em que ambos os casos apresentam propostas em que a flexibilidade e as tipologias trouxeram aspectos positivos para os moradores. Tal análise e comparação de estudos de caso tem como propósito contribuir para o ensaio projetual que será realizado. Ao final serão apresentadas propostas de tipologias arquitetônicas através de ensaio projetual com base nos conceitos adquiridos sobre flexibilidade. Tais tipologias serão apresentadas a nível de estudo preliminar, utilizando de recursos gráficos para melhor apresentação da proposta.
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2 HABITAÇÃO POPULAR Segundo Abiko (1995), habitação popular é definida como sinônimo de abrigo, e são qualificadas como moradias direcionadas a população de baixa renda, construídas de modo a assegurar condições necessárias para a moradia sem que haja a necessidade de altos custos na produção das habitações. As habitações populares surgiram com o intuito de minimizar o déficit de moradia, porém a princípio, além da demanda não atingir o necessário para beneficiar todas as famílias, tais habitações não supriam as condições mínimas de habitabilidade. Além do déficit quantitativo de habitações de interesse social, o problema se estende a ausência de condições adequadas de habitabilidade, conforto e estética, sendo em sua maioria de qualidade inferior, dimensões inadequadas e segregadas dos centros urbanos (ABIKO 1995). Bonduki (1999) define as habitações de interesse social (HIS) pelo modo de produção, que podem advir por diferentes setores, sendo eles o setor privado (cortiços, vilas e correr de casas), estatal (habitações produzidas pelo estado) e a habitação produzida pelo próprio morador (favela e periferia). No entanto Abiko (1995) denomina habitação social com diferentes termos, sendo eles a habitação subnormal, habitação de interesse social, habitação de baixo custo e habitação para população de baixa renda: Sendo a habitação subnormal aquela onde não há condições mínimas de habitabilidade como segurança, durabilidade, dimensionamento e salubridade. Habitação de baixo custo é o termo utilizado para denotar a habitação barata sem que signifique necessariamente habitação para população de baixa renda. Habitação de interesse social ou habitação social é um termo que envolve programas habitacionais para faixas de menor renda. Habitação para população de baixa renda tem a mesma conotação que habitação social. No entanto é definida a renda máxima das famílias situadas neste atendimento.
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2.1 DESENVOLVIMENTO DA HABITAÇÃO SOCIAL NO BRASIL Os problemas de moradia no Brasil surgem ao final do século XIX, influenciados pela formação e ampliação de espaços urbanos no país. Tal fato foi acarretado pelo fim da escravidão e juntamente com as atividades do complexo cafeeiro. Como consequência gerou-se uma expansão do mercado de trabalho, onde os até então escravos, migram do campo para a cidade de São Paulo (tabela 01) à procura de mão de obra assalariada. O aumento populacional é intensificado na década de 1980, devido a grande massa de imigrantes europeus que chegam simultaneamente ao Brasil a procura de oportunidades de emprego (RUBIN e BOLFE, 2014). Tabela 1: População na cidade de São Paulo por distritos (1886
1900).
Fonte: Bonduki, 1998, p.18. Modificado pela autora.
Com o aumento da população urbana em consequência da chegada dos novos trabalhadores vieram também os problemas de moradia, transporte e serviços públicos. É nesse período que se desencadeia a primeira crise habitacional. Bonduki (1998) destaca a construção de diversos tipos de locais informais, originando os cortiços e estalagens, em sua maioria de condições precárias habitações tornou-se notória, havendo indícios de que era um obstáculo a um 9 p.18). As reformas urbanas, realizadas em diversas cidades brasileiras entre o final do século XIX e início do século XX, lançaram as bases de um -se obras de saneamento básico para eliminação das epidemias, ao mesmo tempo em que se promovia o embelezamento paisagístico e eram implantadas as bases legais para um mercado imobiliário de corte capitalista. A população excluída desse processo era expulsa para os morros e franjas da cidade (MARICATO, 2000, p. 22 apud RUBIN e BOLFE, 2014, p. 202).
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Villaça (2001) ressalta que a principal forma de abrigo a ser desenvolvida a
Ocasionou-se também a construção de edificações operárias de baixo custo realizadas pelas indústrias, companhias ferroviárias e empresas de mineração. Ao final do século XIX as moradias dos trabalhadores passaram a ser alteradas em decorrência das epidemias que se originaram nos aglomerados urbanos precários e se propagavam por toda a cidade. Sem um sistema de saneamento básico estabelecido, as doenças começavam a se proliferar representando uma ameaça à saúde da sociedade. Em consequência desse fato, a população proletária passou a priorizar por sua saúde e bem-estar, assim, houve uma campanha de higienização das classes baixas, em uma tentativa de combater as epidemias, dando início a política higienista. (RUBIN, 2013). As construções baratas eram pertencentes à situação atual, os trabalhadores não obtinham níveis de remuneração que os permitissem arcar com os aluguéis elevados da época, sendo assim, os cortiços (Figura 01) e casas coletivas eram fundamentais para abrigar a classe trabalhadora. Figura 1: Complexo de cortiços em São Paulo.
Fonte: Bonduki, 1999 p.68.
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Deu-se então início a uma serie de atitudes ambíguas por parte da burguesia. De um lado existiam diversas referências para a demolição das habitações caracterizadas como insalubres, de outro o poder público não pode levar adiante tais medidas, pois isso significaria deixar boa parte da classe trabalhadora desabrigada (BONDUKI, 1999). Ameaçada pelo cortiço (foco de epidemias) mas ao mesmo tempo necessitando dele, a burguesia deu início a uma série de medidas ambíguas destinadas a regular sua convivência com ele. De um lado, a classe dominante precisava de um discurso que Ihe permitisse demolir os cortiços quando isso fosse necessário, e de outro, precisava mantê-los e tolera-los pois necessitava deles para abrigar a população trabalhadora. Essa população, convém lembrar, crescia vertiginosamente não só em São Paulo e Rio mas em todas as atuais metrópoles do país (VILLAÇA, 2001 p.14).
Em meados da década de 1920 a política higienista perde sua força. Apesar da fiscalização se manter ativa, ainda era incapaz de impedir a propagação dos cortiços e das habitações precárias, em razão desse fato começam a dificultar a construção de moradias clandestinas (BONDUKI, 1999). Motta (2011) relata que a partir do início do século XX o governo se torna mais atuante e passa a controlar a forma de moradia dos trabalhadores, tendo como referência os ideais positivistas. A partir desse momento o novo poder republicano realiza uma reforma urbana, a fim de melhorar a circulação de serviços e pessoas. Devido a isso, diversos prédios foram demolidos para a construção de novos edifícios, causando a expulsão de várias famílias de suas moradias, fazendo com que as mesmas ocupassem os subúrbios e formassem as primeiras favelas (MARICATO, 1997 apud MOTTA, 2011). Do início do século XX até a década de 1930 o governo se comportou de maneira ineficiente quanto ao problema da habitação, fazendo com que o mesmo fosse agravado em diversas cidades brasileiras. Essa condição passou a mudar com a revolução de 30, onde a urbanização e a industrialização passaram a se destacar mais em relação aos anos anteriores e uma política para habitação foi iniciada. É nesse momento em que fica notório que o setor privado não teria condições de resolver o problema habitacional, deixando assim a tarefa atribuída ao Estado, que a partir daí passou a sofrer pressões frequentes dos trabalhadores e do empresariado, uma vez que o aumento dos aluguéis fazia com que os trabalhadores reivindicassem por melhores salários. (MOTTA, 2011).
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A questão habitacional adquiriu papel fundamental nos planos e realizações do Estado Novo. Passou a ser símbolo da valorização do trabalhador e afirmação de que a política de auxílio aos brasileiros dava resultados efetivos. A aquisição da casa própria e as alternativas de torná-la acessível eram questões comuns (RUBIN e BOLFE, 2014 p. 204).
Como resposta a essa atitude, o governo Vargas propõe a criação dos Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAPS), com o intuito de solucionar a questão habitacional dos trabalhadores ligados à indústria e ao comércio. No entanto sua principal finalidade era prestar benefícios e assistência médica aos seus associados, não solucionando o cenário preocupante da falta de moradia que a classe pobre continuava a enfrentar (RUBIN e BOLFE, 2014). Em 1937, os IAPS passam a atuar no campo habitacional, investindo na construção de novas unidades habitacionais. Simultaneamente a isso o governo começou a tratar as favelas como uma questão política, acarretando na remoção de várias comunidades (RUBIN, 2013). O nascimento da habitação como uma questão social também significou a formulação de uma nova proposta não apenas de arquitetura e urbanismo, mas também de produção, incorporando os pressupostos do movimento moderno que propunham a edificação em série, com padronização e pré-fabricação, como instrumentos para atender às grandes demandas existentes nas cidades contemporâneas, marcadas pela presença do operariado (BONDUKI, 2004, p.15 apud RUBIN, 2013 p.66).
Rubin (2013) ressalta que os IAPS foram de grande importância para que as incorporações imobiliárias fossem viabilizadas, sendo então possível o processo de verticalização das cidades e especulação imobiliária. Entretanto, alguns projetos realizados pelos IAPS se destacaram e fizeram com que o paradigma em relação à habitação social fosse quebrado. Os conjuntos habitacionais de Pedregulho (figura 2) e Marquês de São Vicente foram projetados pelo arquiteto Affonso Eduardo Reidy e são reconhecidos devido a sua produção estatal e maneira como tratavam o problema da habitação social de maneira inovadora. Além dos projetos de Pedregulho e do Marquês de São Vicente, outro projeto habitacional que se destacou foi o Edifício Japurá, construído na cidade de São Paulo em um local onde antes era ocupado pelo maior conjunto de cortiços de São Paulo.
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Figura 2: Conjunto Habitacional Pedregulho no Rio de Janeiro.
Fonte: Au. Acesso em 13/05/2017.
Em 1946 foi criada a Fundação da Casa Popular (FCP) que tinha como proposta dar a brasileiros ou estrangeiros com mais de dez anos no país ou com filhos nascidos em solo Brasileiro, o direito de adquirir ou construir moradia própria em zona rural ou urbana. A FCP foi o primeiro órgão nacional criado com o intuito de conceder habitação popular à população em geral. Era proposto o financiamento de casas e de infraestrutura urbana, além de estudos e pesquisas (VILLAÇA, 2001). O projeto da FCP veio a fracassar em 1964, pois os grupos aos quais teriam maior benefício se encontravam desinteressados e desorganizados, além de que a Fundação contava com poucos recursos no orçamento (RUBIN, 2013). Criada para resolver no plano federal a questão habitacional, a FCP transformou-se num órgão dominado por práticas venais e pressões políticas rasteiras: a FCP não foi capaz de alcançar maturidade institucional traduzida em paradigmas universalistas, em firmeza de objetivo e em prestigio organizacional (BONDUKI, 1999).
Bonduki (1999) considerou a FCP como um símbolo de ineficiência do governo e concluiu que o Estado não se organizou para que o problema habitacional fosse enfrentado de modo sério 9). Com a extinção da fundação da casa popular em 1964, foi criado o Banco Nacional de Habitação (BNH) que se tornou o principal órgão da política habitacional
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no País, e tinha como objetivo promover a construção e a compra da casa própria de boa qualidade, sendo direcionada especialmente para as classes mais baixas. Porém o que se viu foram projetos guiados pelo princípio do menor custo, utilização do pré-fabricado, produção em grande escala, além dos lotes serem de grande escala e afastados da malha urbana. Os projetos do BNH aumentaram o custo das cidades, comprometendo assim, a qualidade de vida das famílias (BONDUKI, 1999). 2.2 DÉFICIT HABITACIONAL De acordo com a Fundação João Pinheiro (2013) o conceito de Necessidades Habitacionais é dividido em dois aspectos: O déficit Habitacional e a Inadequação das moradias. Sendo o déficit habitacional o que corresponde à necessidade de construção de novas moradias para a solução de problemas sociais e específicos de habitações. A inadequação dos domicílios reflete os problemas na qualidade de vida dos moradores, ela aponta para a necessidade de melhoria das unidades habitacionais. O conceito de déficit habitacional está relacionado diretamente à insuficiência do estoque de moradias, compreende tanto as moradias sem condições de serem habitadas, onde há a necessidade de substituição dessas moradias precárias ou pela coabitação familiar, quando há a existência de mais de uma família habitando a mesma unidade habitacional, ou quando a moradia está implantada em locais destinados a fins não residenciais. Pode-se compreender então o déficit (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 2013). O Déficit por reposição de estoque se refere a domicílios com pouca ou nenhuma condição de habitabilidade devido à precariedade das edificações e a depreciação das mesmas. Encaixam-se nessa categoria os domicílios rústicos, por não apresentarem paredes de alvenaria ou madeira aparelhada, resultando em desconforto para seus moradores. A depreciação deste tipo de imóvel está relacionada ao limite de vida útil de um imóvel, levando a necessidade de substituição por novas edificações. O déficit por incremento de estoque está ligado aos domicílios improvisados, que estão implantados em locais destinados a fins não residenciais e que servem
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como moradia, e a coabitação familiar. Ambos indicam a carência de novas unidades domiciliares (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 2013). Ainda de acordo com a Fundação João Pinheiro (2013) outro componente do déficit habitacional é o ônus excessivo com aluguel urbano, que corresponde ao número de famílias urbanas que comprometem grande parte de sua renda familiar com aluguel. O déficit habitacional é um retrato das necessidades de novas moradias, e pode ser observado em todas as regiões Brasileiras (figura 3). Figura 3: Composição do déficit habitacional, segundo regiões geográficas
Brasil,
2013.
Fonte: Fundação João Pinheiro, 2013. Modificado pela autora.
Baseado em dados da Fundação João Pinheiro, é possível observar através do gráfico a distribuição das habitações precárias nas diferentes regiões do Brasil. Pode-se constatar que o maior índice de déficit se concentra no Nordeste com 31% e no Norte com 27%, seguidos pelo Sul e Centro-Oeste com 17,3% e 8,3% respectivamente, e por último o Sudeste com o menor percentual na composição do déficit com 4,5% (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 2013). A Fundação João Pinheiro em sua pesquisa sobre déficit habitacional de 2013
2014 em parceria com a secretaria Nacional de Habitação apresenta vários
aspectos sobre a situação da habitação no Brasil (figura 4).
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Figura 4: Hierarquia no cálculo do déficit habitacional.
Fonte: Fundação João Pinheiro, 2013. Modificado pela autora.
Em sua metodologia de pesquisa podemos destacar a maneira de identificação, que deixa bem claro quais as características que qualificam uma moradia como deficiente. Pode-se perceber através de breve análise que aspectos como improviso, rusticidade e adensamento, são aspectos presentes em moradias consideradas deficitárias. 2.3 PROGRAMA HABITACIONAL MINHA CASA, MINHA VIDA No ano de 2009, foi lançado pelo Governo Federal o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que tem como objetivo oferecer moradia acessível para famílias de baixa renda através de parceria com estados, municípios, empresas e
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demais entidades sem fins lucrativos. A princípio o objetivo do programa era construir um milhão de moradias em sua primeira fase com o intuito de diminuir o índice de déficit habitacional (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, 2017). O MCMV foi alvo de diversas críticas em relação aos problemas financeiros que poderia causar ao Estado, pois parte do valor dos imóveis é financiado pelo governo. Entretanto também recebeu grande apoio, por enfrentar o déficit habitacional e ajudar a reduzir as diferenças sociais. O programa está diretamente ligado à Secretaria Nacional de Habitação, pertencente ao Ministério das Cidades, e é direcionada a famílias que necessitam de moradia, considerando a localização do imóvel, seja na cidade ou no campo, além da renda familiar e o valor da unidade habitacional. Ainda de acordo com a Caixa Econômica Federal (2017), para participar do Programa Minha Casa, Minha Vida, é necessário ter o cadastro no programa através de inscrição na prefeitura em que reside o beneficiário ou em uma entidade organizadora, onde se dará início ao processo de seleção, e são adotados como requisitos para a participação: Não ter recebido benefícios de algum programa habitacional; Ter renda de R$ 1.800,00 até R$ 6.500,00; Não estar cadastrado no CADMUT (Cadastro Nacional de Mutuários); Não possuir imóvel em seu nome; Não se arrendatário do PAR (Programa de Arrendamento Residencial); Não possuir financiamento de imóvel em seu nome; Não estar inscrito no CADIN (Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal); Não trabalhar em uma agencia da Caixa Econômica Federal ou estar casado com algum funcionário (Caixa Econômica Federal, 2017).
Existem duas formas de participar do Programa MCMV que delimitam as condições de financiamento e o tipo do benefício concedido. A primeira é direcionada a famílias com renda bruta de até R$ 1.800,00, as quais participam de sorteios de imóveis para receber o benefício. No caso de famílias com renda maior que R$ 1.800,00 e menor que R$ 6.500,00 não há a necessidade de esperar por sorteio. Basta se dirigir a Caixa Econômica Federal para verificação das condições do financiamento dos imóveis. O programa é dividido por faixas para delimitar o tipo
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do benefício concedido e a cobrança de taxas e juros conforme pode ser observado na tabela 2. Tabela 2: Taxas e valores de acordo por faixas.
*O valor máximo do imóvel do Minha Casa Minha Vida pode variar de acordo com a
região.
Fonte: Caixa Econômica Federal, 2017. Adaptado pela Autora.
O financiamento possui algumas limitações dependendo da região em que o imóvel se encontra. Considerando a quantidade de habitantes da região, o valor máximo do financiamento pode ser alterado (tabela 3). (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, 2017). Tabela 3: Restrições do valor máximo do financiamento por região.
Fonte: SIENGE. Acesso em 16/05/2017. Modificado pela autora.
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2.4 ASPECTOS LEGAIS NA QUESTÃO DA HABITAÇÃO Até a criação do Estatuto da Cidade e do Ministério das Cidades, a política habitacional no Brasil não era referenciada de forma ampla na política urbana nacional. No Brasil o mercado de solo é altamente especulativo, para que o acesso à moradia seja assegurado, é imprescindível o insumo a terra urbanizada. Para que essa medida seja implantada na realidade brasileira é necessário que o estado atue para ampliar a oferta, reduzindo assim, a escassez artificial do solo urbano, que é causada no ato de reter o solo urbano à espera de valorização do mesmo. Essa é uma medida que visa criar condições para a moradia de interesse social, através do uso social da propriedade imobiliária (SOUZA; DEMALDI; ROSA, 2017). Quanto a essa problemática, o estatuto da cidade aprovado em 2001, tem como objetivo sistematizar o desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade. Souza, Demaldi e Rosa (2017) expõe que a exclusão sócio territorial, faz com que o nível déficit habitacional seja agravado. [...] Incidir sobre essa lógica perversa que faz com que tenhamos um enorme déficit habitacional, da ordem de 8 milhões de moradias, fortemente concentrado nas famílias com renda familiar mensal de zero a três salários mínimos, implica, obrigatoriamente, construir uma estreita articulação entre política urbana e política habitacional nos diferentes níveis de governo, visando à colocação de terra urbanizada no mercado, a preços compatíveis com a produção habitacional voltada aos segmentos de menor renda. Não é por outra razão que a integração da política de habitação à política de desenvolvimento urbano comparece como princípio, diretriz e componente estruturador da nova Política Nacional de Habitação (SOUZA; DEMALDI; ROSA, 2017).
Ainda de acordo com Souza, Demaldi E Rosa (2017) é necessário que os planejadores e gestores urbanos conheçam a questão habitacional, que reconheçam sua importância e não a tratem separado do plano geral de ordenamento urbano ou plano diretor. 2.4.1 Plano diretor e a política habitacional De acordo com Souza, Demaldi E Rosa (2017) no plano diretor deve constar a respeito da política habitacional a definição das diretrizes gerais da política habitacional, que serão objetos de explicação seguintes no plano municipal de habitação; e a determinação dos instrumentos pertinentes para garantir o acesso à
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terra urbanizada, tanto para quem a ocupa, quanto para assegurar uma produção habitacional nova. Dentre os instrumentos do estatuto da cidade que viabilizam o acesso à terra, pode-se destacar as Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), pois podem ser aplicadas para reconhecimento de posse e regularização fundiária, e para a destinação de terrenos vazios, que são altamente necessários para à produção habitacional. Além disso, as ZEIS podem facilitar o acesso de famílias de baixa renda à habitação. Quando as mesmas são dispostas em terrenos vazios ganham caráter estratégico e podem subsequentemente contribuir na criação de reserva de terras para suprimento habitacional. 2.4.2 Nova política Nacional de habitação Em 2003, com o governo de Luís Inácio lula da Silva, foi criado o Ministério das cidades, fazendo com que a política habitacional brasileira passasse novamente por um ajuste institucional. Tendo como base que a habitação e o acesso aos serviços básicos são elementos fundamentais para a cidadania, o principal foco de sua atuação é a inclusão dos setores excluídos do direito à cidade. (RUBIN e BOLFE, 2014). A Política Nacional de Habitação (PNH) foi desenvolvida e debatida ao longo do ano de 2004 em diversos seminários e reuniões que contaram com a presença de diferentes profissionais, líderes sociais e acadêmicos, tendo como base o Projeto Moradia. A PNH tem como princípio o direito à moradia, firmado na Constituição Federal de 1988, partindo de um padrão mínimo de habitabilidade, que abrange além da unidade habitacional, mas também o acesso ao saneamento, transporte e infraestrutura, dando uma função social a propriedade urbana, utilizando da aplicação dos instrumentos urbanísticos que assegurem o acesso à terra urbanizada. Ao fim do ano de 2004 a Política Nacional de Habitação foi aprovada pelo Conselho das cidades (SOUZA, DEMALDI e ROSA, 2017). [...] a Política Nacional de Habitação tem como principal objetivo promover as condições de acesso à moradia digna para todos, especialmente para os segmentos de baixa renda, historicamente excluídos, (SOUZA, DEMALDI e ROSA. 2017, p.138).
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Com a aprovação da PNH veio à proposta do Sistema Nacional de Habitação (SNH), tendo o planejamento habitacional como um de seus componentes mais importantes (RUBIN e BOLFE, 2014). A questão da moradia no Brasil sempre esteve atrelada à dependência de políticas públicas, as quais negligenciaram ao atendimento da totalidade de problemáticas que envolvem o déficit habitacional e à infraestrutura, em termos de viabilização de aspectos sociais e econômicos da sociedade carente. Hoje, o Estatuto da Cidade apresenta normas a respeito do cumprimento das carências habitacionais, mas se visualizam Planos Diretores e práticas que não contemplam as necessidades mínimas da moradia como os aspectos do saneamento básico, da acessibilidade e mobilidade, da adaptabilidade sociocultural e ambiental, entre outros. (RUBIN e BOLFE, 2014, p.212).
A partir daí elaborou-se um plano para diminuir o déficit habitacional no país. Desde então vem sendo elaborados planos habitacionais de âmbito nacional, estaduais e municipais como estratégia para dimensionar o problema habitacional, traçando metas a serem atingidas e elevando os recursos destinados à produção habitacional de baixa renda (RUBIN e BOLFE, 2014).
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3 APLICAÇÃO DE CONCEITOS: QUALIDADE ESPACIAL E FUNCIONAL DA HABITAÇÃO O presente Capítulo tem como objetivo apresentar os principais métodos que abrangem questões de funcionalidade na qualidade da habitação. Essas questões influenciam diretamente na qualidade de vida da população e buscam esclarecer suas características e conceitos. 3.1 FLEXIBILIDADE NA CONCEPÇÃO DA HABITAÇÃO São inúmeras as definições dadas à flexibilidade. Sua temática é explorada por diversos autores de diferentes áreas de atuação, associada aos diferentes modos de adaptação do espaço arquitetônico. Em sua definição mais usual Digiacomo (2004) se refere à flexibilidade como uma qualidade de se adaptar a novas situações, quer seja por sua maleabilidade ou mediante a sua capacidade de se adaptar a novas circunstâncias. Santos (2012), afirma que a flexibilidade quando ligada à habitação vai além da modificação dos elementos no interior da habitação. A flexibilidade vai além da troca de alvenaria por estruturas divisórias leves, ou da utilização de estruturas modulares, tão pouco diz respeito apenas sobre espaços amplos, flexibilidade não se limita a esses conceitos, abrange também noções de versatilidade e mutabilidade. A flexibilidade aplicada ao projeto da moradia é importante para que se possa fazer alterações de arranjos espaciais e usos, sem a necessidade de grandes modificações na edificação original e/ou inviabilização do uso da mesma durante a obra; e a previsão de construção em etapas é uma forma racional de prever, no projeto, para onde e como a habitação poderá ser modificada, seja pela criação de novos cômodos, seja pela ampliação dos já existentes (MARTINS e col. 2013, p.304).
De acordo com Szücs (2000) a flexibilidade quando empregada em projetos de habitações populares deve ser compreendida como a capacidade da habitação em se adaptar a diversas necessidades específicas. Deve-se ir além das necessidades tidas como básicas, como abrigo, descanso e convívio. Requer que se pense nas possíveis transformações que a edificação possa vir a ter, a partir da necessidade de mudanças e da presença de condições favoráveis, para que a
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mesma possa ser modificada ou ampliada sem prejuízo em sua parte pronta, seja durante ou após a obra. Compreende-se então que a flexibilidade quando mencionada no ponto de vista arquitetônico, pressupõe a ideia de uma edificação maleável, com a possibilidade de expansão, de transformação ou adaptação. Subentende-se então que flexibilidade é um item de suma importância, tal quantos outros itens projetuais, como conforto ambiental, estética e segurança (DIGIACOMO, 2004). 3.1.1 Tipos e momentos de flexibilidade habitacional Santos (2012) afirma que o conceito de flexibilidade pode ser explorado de diversas formas, porém existem dois conceitos mais comumente conhecidos: a flexibilidade inicial (conceptual) e a flexibilidade permanente (contínua). Pode-se afirmar que a flexibilidade inicial pode ser total ou parcial. A flexibilidade permanente diz respeito à mobilidade, elasticidade e evolução do ambiente, de sua fachada e seus acessos (tabela 4). Tabela 4: Tipos e momentos da flexibilidade.
Fonte: Santos, 2012, p.27. Modificado pela autora.
Quando se trata de flexibilidade conceptual, tem-se em mente um processo que incide desde a fase de concepção de projeto até a entrada dos ocupantes na habitação. Esse tipo de método tem como característica as estratégias tomadas pelo projetista que viabilizam a participação dos futuros moradores no processo, por meio da possibilidade de escolha e personalização da habitação.
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Ao incorporar inicialmente a alternativa de escolha entre diferentes distribuições espaciais e tipologias, torna-se possível abranger um maior número de necessidades dos futuros habitantes. Na flexibilidade conceptual, existe também a possibilidade de projetar usando o sistema de blocos residenciais, sendo estes de acordo com a necessidade de cada usuário. Ao fazer o uso da flexibilidade em seu momento inicial, tem-se um maior índice de aproximação da proposta com o desejo dos compradores, a participação dos moradores no momento de concepção do projeto proporciona uma maior personalização da habitação. Além de ser adaptável a diversas situações sociais. Outra maneira de exercer a flexibilidade é facultando espaços para possíveis ampliações, dando aos futuros habitantes a oportunidade de desenharem uma casa em seus gostos pessoais (SANTOS, 2012). Santos (2012) sugere que um exemplo de flexibilidade inicial é o projeto Quinta Monroy (Figura 5) do ateliê Elemental, situado em Iquique, Chile. Neste projeto pode-se ver claramente a relação arquiteto
cliente. O projeto é constituído
de um conjunto de habitações para pessoas de baixa renda, com o objetivo de oferecer uma habitação para cada família com espaço e de forma a atender suas necessidades. Figura 5: Quinta Monroy, ateliê Elemental, Iquique (Chile). Antes e depois da ocupação.
Fonte: Arcspace. Quinta Monroy. Acesso em 18/05/2017.
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No projeto Quinta Monroy, o ateliê Elemental, disponibiliza a princípio um modulo de habitação com área idêntica para todas as famílias. O projeto tem como particularidade ter apenas uma parcela construída, deixando a cargo dos moradores a idealização da parte não construída. Observa-se no projeto do ateliê Elemental outra forma de exercer a flexibilidade, disponibilizando espaços para possíveis ampliações, de acordo com os gostos e costumes de cada habitante. Ainda sobre a ótica de Santos (2012), podemos conceituar flexibilidade permanente como aquela que se dá na fase de utilização do imóvel. Refere-se à fase da utilização do imóvel, onde é concedida a capacidade de modificar o espaço e o programa ao longo do tempo. O grau de flexibilidade permanente é medido de através das quantidades de adaptações executadas, porém é possível conseguir essa
flexibilidade
através
da
neutralidade
do
espaço.
A
versatilidade
é
proporcionada no diz respeito ao uso de diferentes compartimentos. A flexibilidade permanente se refere à mobilidade, elasticidade e evolução da compartimentação da fachada e dos acessos. Essas características de flexibilidade permanentes podem ser observadas no projeto Single-Space House for Four People, do arquiteto Gio Ponti (Figura 6) onde é explorada a ideia de um único espaço com diversas funções. Gio Ponti optou pelo uso de paredes fixas seccionadas, onde se localiza o ponto de ligação de painéis desdobráveis, que possibilitam a criação de ambientes distintos através de conexões em diferentes áreas, fazendo deste um projeto multifuncional. Figura 6: Single-Space House for Four People, Gio Ponti.
Fonte: Flexible Housing. Acesso em 18/05/2017.
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Sobre flexibilidade permanente, Galfetti (1997 apud Santos 2012) afirma que a mesma pode ser subdividida em mobilidade, evolução e elasticidade. A mobilidade se refere à capacidade de alterar espaços internos, através de móveis ou outros elementos que possibilitem a alteração do interior de uma residência, de forma a adaptar o espaço aos seus moradores e suas atividades. No que diz longo do tempo, se baseando nas mudanças estruturais das famílias. Quanto à através de adição de divisões. A elasticidade também está associada a arquitetura modular, ou arquitetura pré-fabricada, onde por meio de módulos a habitação é modificada (SANTOS, 2012). 3.1.2 Funcionalidade São diversas as condicionantes que determinam se um edifício é funcional ou não. Entende-se por funcionalidade habitacional, aquilo que propícia eficiência e desempenho de funções e atividades dentro de um espaço, sendo eles conjuntos de métodos ou características do próprio espaço. Pedro (2011 apud LOGSTON e col. 2011) configura funcionalidade como caraterística que propicia a facilidade, fiabilidade e a eficiência no desenvolvimento das funções e atividades na habitação. O autor ressalta ainda que essas características são proporcionadas pelos espaços e seus equipamentos. O conceito de funcionalidade pode ser definido como uma das vertentes que configuram a qualidade à habitação. Quando corretamente adequado viabiliza o desempenho das funções e atividades residenciais, organizadas em um conjunto eficiente e conexo, sendo este estruturado por métodos que visem o rápido desenvolvimento e o posterior e gradual enriquecimento de um ambiente residencial (COELHO, 2010 apud LOGSTON e col. 2011). Segundo Palermo (2009 apud LOGSTON e col. 2011) observando-se do ponto de vista funcional, a habitação está ligada a relação de espaço, ao conjunto de equipamentos necessários para determinada atividade, incluindo seu usuário e os acessos da habitação, seja ele para o interior da casa ou para cada cômodo, a circulação entre cada cômodo e o acesso e utilização do mobiliário.
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funções vitais (...), que com a eliminação do acessório e do ornamental, foi concebido para ter maior eficácia nas funções que lhes são próprias (...) de já realizados a respeito das tarefas exercidas no interior da habitação e dos equipamentos mínimos necessários para a sua execução, pode-se gerar um conjunto de requisitos de praticidade e comodidade no desenvolvimento das atividades, que indicarão o dimensionamento mínimo dos ambientes correspondentes (PALERMO e col. 2007)
3.1.3 Estratégias de flexibilidade habitacional As estratégias de flexibilidade habitacional são um conjunto de métodos necessários para que a flexibilidade (inicial ou permanente) seja obtida. A criação de uma habitação flexível requer estratégias que tornem possíveis a configuração dos elementos permanentes, sistema estrutural, criação de novos espaços, modificação de compartimentos e a possibilidade de ampliação.
Cada pesquisador tem uma
maneira de abordar o tema com suas respectivas pesquisas, mas todos têm um objetivo em comum: possibilitar o sistema de habitação flexível. Para isso, Brandão (2002 apud LOGSTON e col. 2011) estabeleceu cinco formas de aplicação da flexibilidade: Diversidade tipológica, que se entende por variação da tipologia do projeto arquitetônico, em um mesmo edifício ou conjunto habitacional, dando a possibilidade de escolha ao futuro morador; Flexibilidade, em seu real contexto, dando a opção de reformulação dos ambientes; Adaptabilidade, que descaracteriza o uso de uma peça, dando a ela versatilidade quanto ao seu uso; Ampliabilidade, que é a possibilidade de ampliação da residência, utilizada frequentemente em projetos de habitação-embrião; Junção e desmembramento é o ato de unir unidades para tornar-se uma maior, e também o contrário, quando uma unidade habitacional é desmembrada para dar lugar a mais unidades. Além destas cinco formas de aplicação de flexibilidade, Brandão (2006) acrescenta ainda seis vias consideradas suplementares para maximizar a versatilidade dos ambientes das habitações. São elas: 1. Cômodos ou ambientes reversíveis; 2. Cômodos multiusos; 3. Alternância entre isolar e integrar, com a utilização de painéis de correr, divisórias ou biombos; 4. Baixa hierarquia, pela adoção de cômodos com tamanhos e
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formas equivalentes, que possibilitam maior alternância de função; e 5. Comunicações e acessos adicionais; e 6. Mobiliário planejado, que podem ser utilizados para a divisão de ambientes. (BRANDÃO, 2006 apud LOGSTON e col. 2011, p.227).
Santos (2012) em sua abordagem ressalta que as estratégias para a flexibilidade são concretizadas através da combinação de diversos elementos arquitetônicos, que podem ser móveis deslizantes, paredes desmontáveis, espaços neutros, blocos técnicos, dentre outros. Em seguida classificou os elementos arquitetônicos e estratégias flexíveis com a finalidade estarem aptos para serem aplicados à habitação, seja ela unifamiliar ou multifamiliar. O objectivo da classificação é o de evidenciar diversas formas de introduzir flexibilidade na habitação, permitindo a escolha entre várias estratégias e respectivos elementos arquitectónicos. Estas estratégias podem ser aplicadas em vários momentos, consoante a necessidade de dar resposta aos requisitos de cada família ou indivíduo (SANTOS, 2012 p.32).
Com base nas pesquisas teóricas de Santos (2012), as estratégias abordadas se dividem em temas: Concepção da estrutura, fachadas e acessos. No que diz respeito a essa estratégia, a concepção de estrutura subdivide-
strutura da -se
recorrer a estruturas verticais, mistas ou utilizando grandes vãos. Com relação as fachadas, também se subdivide a estratégia em ãos e elementos que colaboram para a proteção solar e privacidade. A concepção dos acessos utiliza-se de elementos como corredores, galerias ou terraços de acesso; Espaços neutros e polivalentes. Aqui se faz uso da planta livre, recorrendo à ausência de elementos divisórios rígidos e componentes modulares; Modificação da compartimentação. É conseguida através do uso de elementos de divisão móveis e de elementos deslizantes, pivotantes, dobráveis e removíveis; Concepção de equipamentos, instalações e mobiliário. Existem diferentes estratégico de redes e instalações, bem como a organização de elementos polivalentes. Essas estratégias são aplicadas através de bandas técnicas, blocos técnicos, móvel multifuncional, entre outros.
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Evolução da habitação. Esta estratégia aborda a alteração dos limites da habitação, através da junção, eliminação ou agregação de espaços. As estratégias e respectivas ferramentas (elementos arquitectónicos) apresentadas podem ser utilizadas individualmente, respondendo a necessidades particulares de cada habitação ou habitantes. Podem igualmente ser associadas, combinando estratégias e solucionando vários problemas. Obtém-se assim flexibilidade na habitação pela aplicação total ou parcial destas estratégias com diferentes elementos arquitectónicos (SANTOS, 2012 p.32).
3.2 POSSIBILIDADES TIPOLÓGICAS E CUSTOMIZAÇÃO NA HABITAÇÃO No que se refere à arquitetura, os estudos da tipologia representam a análise de projetos ideais. Segundo Rossi (2001) um tipo serve como base para que os projetos possam ser concebidos, e que em seu resultado final, nenhum projeto seja igual a outro. A tipologia confere ao espaço urbano a sua função, independente da tecnologia adotada. Tendo em mente que cada habitação varia de acordo com a sociedade em que a mesma será empregada, compreende-se então que seus costumes, modo de vida e condições econômicas também são distintos uns dos outros, desse modo pode-se constatar que não é possível determinar uma definição única de padrões. (ELIAN e ROSSI, 2013). As tipologias habitacionais podem ser descritas em três escalas: a tipologia da unidade habitacional, a tipologia da edificação e a tipologia urbana. Entende-se por tipologia da unidade a distribuição dos cômodos na planta baixa, enquanto a tipologia da edificação é definida por sua geometria, pela quantidade de unidades habitacionais e como as mesmas são agrupadas e acessadas em cada pavimento, no caso da edificação ser multifamiliar (ELIAN e ROSSI, 2013).
ROSSI (2001), defende que o tipo é formado por características necessárias e universais, necessidade; mas, mesmo determinadas, elas reagem com a técnica, com as funções, com o estilo
.
A tipologia e a habitação representam o modo de vida e as características de cada morador, por isso deve ser pensada de acordo com as necessidades, condições e padrões, avaliando individualmente a necessidade de cada indivíduo.
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Conceituado o que é tipologia e quais são suas atribuições para com os moradores e a sociedade, podemos classificar as tipologias da seguinte forma (PLHIS - SÃO BERNARDO, 2011):
Quanto ao Lote: Individual: Matrícula individual, Edificação Isolada.
Condomínios: Lote compartilhado, Edificação seriada.
Condomínios: Edificação Geminada.
Quanto ao condomínio: Edificações isoladas em um terreno.
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Prédio com mais de uma habitação em um terreno.
Conjunto de prédios em um terreno.
As tipologias também podem ser classificadas pelo número de pavimentos: Térrea, sobrado, sobreposta e escalonada. Para uma correta escolha da tipologia deve-se levar em consideração a customização do projeto. Essas modificações baseiam-se em conceitos de unidades modulares, possibilitando diversas modificações dos projetos. 3.2.1 Habitação Popular Modular Para Fiorio (2010) a habitação social modular deve atender a todas as necessidades de uma moradia digna e segura, sendo acessível às classes mais baixas. Por serem direcionadas a pessoas de baixa renda, geralmente são padronizadas e baratas. As habitações modulares, são aquelas pré-fabricadas em módulos transportáveis, trazendo uma série de benefícios, como o baixo custo, uma construção ágil, e redução na produção de resíduos, já que a mesma se dá pelo sistema in-loco com peças já produzidas (FIORIO, 2010). Abaixo alguns dos modelos que são encontrados hoje no mercado e se adaptam facilmente ao sistema modular em HIS: Adaptação de contêineres; Alvenaria convencional com estrutura metálica;
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Casas com paredes de placas cimentícias; Casas pré-fabricadas em madeira. Um estudo comparativo entre os sistemas construtivos citados se faz importante, pois se deve levar em consideração o valor final por m², o tempo de execução da obra, a tecnologia adotada, o impacto causado ao meio ambiente e a mobilidade (tabela 5). Tabela 5: Análise comparativa dos sistemas construtivos.
Fonte: Fiorio, 2010, p.29. Modificado pela autora.
3.2.2 Unidades modulares A modulação abordada aqui, não se trata de coordenação modular, mas sim de um sistema de unidades modulares, que possibilitarão a futura customização das unidades habitacionais. A necessidade de adaptação às modificações das famílias residentes passa por uma abordagem da adaptabilidade, onde o aumento ou a diminuição dos residentes requer certa flexibilidade. Santos (2012) apresenta a proposta de um sistema modular flexível, onde o mesmo é composto por unidades modulares pré-fabricadas que dependendo da tipologia da habitação e das necessidades dos moradores, pode ou não ser composto por outras unidades modulares. No que se diz respeito à unidade modular, entende-se por um composto de elementos permanentes e flexíveis que unidos dão forma a um bloco com as dimensões de 3,8m de largura, 4,5m de comprimento e 3m de altura, totalizando uma área de 17m² (Figura 7). Tais medidas permitem a polivalência de seu uso, podendo acomodar qualquer elemento de uma habitação, seja um quarto, cozinha ou instalações sanitárias, podendo inclusive, conter mais de um uso habitacional na mesma unidade.
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Figura 7: Unidade modular proposta por Santos. Polivalência.
Fonte: Santos, 2012 p.93.
Com a unidade modular apresentada se tem a possibilidade de agrupar e dispor a unidade na habitação de maneiras distintas formando diferentes tipologias e composições volumétricas (figura 8). É possível também que uma habitação construída inteiramente ou apenas parte por unidade modulares, seja ampliada ou reduzida de acordo com a necessidade do usuário através da remoção ou instalação de unidades modulares, podendo assim evoluir ao longo do tempo. Figura 8: Variações de composições volumétricas.
Fonte: Santos, 2012 p.94.
Santos (2012) também estabelece um padrão de tipologias quanto às unidades modulares, respeitando às regras do Regulamento Geral das Edificações Urbanas (RGEU) no que diz respeito às áreas mínimas das tipologias, sendo estas geralmente ligadas aos diferentes tipos de famílias. A habitação que apresenta menor área é composta por duas unidades modulares, totalizando 35m², o que (figura 9). Pode-se afirmar que o sistema de tipologias através das unidades modulares é um sistema flexível pois
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devido à maleabilidade e as variadas possibilidades tipológicas o tornam capaz de se adequar ao uso de diferentes tipos de famílias, e aos diferentes estilos de vida dos habitantes. Figura 9: Diferentes tipologias possíveis propostas por Santos.
Fonte: Santos, 2012 p.94.
Outro exemplo de sistema flexível que proporciona versatilidade e maleabilidade, foi criado por Brandão (2006 apud LOGSTON, 2011 e col.) aplicado sua expansão para todos os sentidos, além de oferecer opções de ampliação para os dormitórios. Com a concepção do projeto-embrião (figura 10). Figura 10: Projeto casa embrião (alternativas de expansão na habitação).
Fonte: Brandão, 2006 apud Logsdon e col. 2011.
Brandão oferece também algumas opções pré-estabelecidas para a ampliação do projeto de acordo com a necessidade do morador, evitando assim que o mesmo altere o projeto após s acarretar em complicações no fluxo de circulação além de atrapalhar a luz e o ar natural na parte original da casa.
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4 REFERÊNCIAS PROJETUAIS Neste capitulo serão apresentados dois projetos. Os estudos de caso aqui expostos buscam trazer novos conceitos de projeto em habitações sociais, através de dois exemplos internacionais. Os critérios de escolha levaram em consideração às possibilidades de atendimento a diversidade familiar e a facilidade de mudança do projeto através da flexibilidade e a utilização de unidades modulares para compor a habitação. 4.1 HABITAÇÃO MONTERREY
ELEMENTAL
A habitação Monterrey foi desenvolvida na cidade de Santa Catarina localizada em Nuevo León no México em 2010, pelo arquiteto Alejandro Aravena do escritório Elemental. O projeto de habitação Monterrey (Figura 11) propõe um edifício de três pavimentos, onde há a sobreposição de uma habitação (primeiro nível) e um apartamento duplex (segundo e terceiro nível). Figura 11: Monterrey, Elemental, Nuevo León (México).
Fonte: Archdaily. Projeto Monterrey. Acesso em 21/05/2017.
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Em
um
primeiro
momento
a
comissão
organizadora
propôs
o
desenvolvimento em um bairro de classe média, entretanto os custos da construção se elevaram significativamente devido as normas construtivas e regulamentações. Dado o cenário, os responsáveis técnicos optaram por investir os recursos na capacidade de autoconstrução no México, garantindo assim um contexto favorável para a ampliação das casas. Abaixo a figura 12 ilustra a disposição das tipologias no projeto de Monterrey (ARCHDAILY, 2012). Figura 12: Disposição das unidades por pavimento.
Fonte: Archdaily. Projeto Monterrey. Acesso em 21/05/2017.
As unidades foram desenvolvidas como meio de lidar com orçamentos limitados, de modo a facilitar de forma técnica e econômica o alcance do desejado padrão de classe média
possuindo 40m².
Tendo isso em vista, o projeto foi feito em um cenário ampliado, as partes consideradas as mais difíceis da residência (banheiros, cozinha, escada e muros perimetrais) foram projetadas de forma ampliada, ou seja, para atender uma habitação de 58m² e um duplex de 76m². A planta baixa das tipologias do Monterrey podem ser observadas nas figuras 13, 14 e 15 (ARCHDAILY, 2012).
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Figura 13: Planta Baixa
1ยบ Pavimento.
Fonte: Archdaily. Projeto Monterrey. Acesso em 21/05/2017.
Figura 14: Planta Baixa
2ยบ Pavimento.
Fonte: Archdaily Projeto Monterrey. Acesso em 21/05/2017.
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Figura 15: Planta Baixa
3º Pavimento.
Fonte: Archdaily. Projeto Monterrey. Acesso em 21/05/2017.
O projeto possui 6.591m² de área construída e conta com 70 unidades. Os conceitos principais do projeto são a inserção social no bairro localizado (figura 16), possibilidade de crescimento e ampliação. Figura 16: Implantação do conjunto Monterrey.
Fonte: Archdaily. Projeto Monterrey. Acesso em 13/05/2017.
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O conjunto Monterrey conta com uma área inicial da casa de 40m² e possibilita que alcance uma área de até de 58,75m² depois de expandida. A área inicial do duplex é também de 40m², porém conta com uma maior área para expansão, podendo chegar até 76,60m² (ARCHDAILY, 2012). Dado que quase 50% dos m² do conjunto serão construídos pelos próprios moradores, o edifício foi feito de forma permeável, para que as expansões ocorram dentro de sua estrutura. O projeto foi feito nessa forma para que o Elemental pudesse marcar e ritmar a construção espontânea, com a intenção de evitar a deterioração do entorno urbano (Figura 17), e facilitar o processo de ampliação. Também foi feito no projeto do Monterrey, a integração da área verde com o edifício, reduzindo assim a distância entre as casas e o espaço comunitário (ARCHDAILY, 2012). Figura 17: Vista geral do conjunto Monterrey.
Fonte: Elemental. Projeto Monterrey. Acesso em 21/05/2017.
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4.2 VM HOUSE - BIG+JDS = PLOT O VM House (Figura 18) é um conjunto de apartamentos criado por Bjarke Ingels e Julien De Smedt do escritório BIG+JDS = PLOT. O projeto está localizado em Copenhague, Dinamarca e foi concluído em 2005. O edifício tem 25.000m² de área construída e conta com 230 unidades, sendo elas de diferentes tipologias e com variação de área de 65 a 119m² entre elas, dentre esses estão presentes apartamentos lineares, duplex e tríplex. Os blocos oferecem mais de 80 tipos diferentes de apartamentos flexíveis e abertos às necessidades individuais criando um mosaico de diferentes tipologias. Figura 18: VM house, BIG +JDS = PLOT, Copenhague (Dinamarca).
Fonte: Archdaily. VM Houses / BIG + JDS. Acesso em 21/05/2017.
O conjunto VM é composto por dois blocos residenciais que recebem tal nome devido a sua forma se assemelhar as letras V e M (figura 19).
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Figura 19: Diagrama dos blocos residenciais.
Fonte: Archdaily VM Houses / BIG + JDS. Acesso em 22/05/2017.
Os blocos são formados de modo a permitir a entrada de luz do dia, mantendo a privacidade do morador e proporcionando vistas do entorno. A vista direta para o vizinho é eliminada através do afastamento da laje, assegurando as vistas diagonais para os campos que circundam o projeto. Todos os apartamentos possuem pé-direito duplo, voltados para o norte e amplas vistas panorâmicas para o sul. A lógica diagonal utilizada nas res
Figura 20: Diferentes tipologias e a sua forma de interação.
Fonte: Archdaily. VM Houses / BIG + JDS. Acesso em 22/05/2017.
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Nas figuras 20, 21 e 22 pode-se observar a diversidade tipológica imposta ao projeto e a forma de interação entre elas, de modo a chegar ao resultado final formando cada um dos blocos de apartamentos. Figura 21:
Fonte: Archdaily. VM Houses / BIG + JDS. Acesso em 22/05/2017.
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reinterpretada pelos arquitetos, os corredores centrais são curtos e recebem iluminação de ambas as extremidades. Com o objetivo criar eficiência para o VM House, os arquitetos propuseram um único corredor central para cada três andares, ao invés de existir um corredor a cada nível, foram substituídos por um corredor a cada três níveis (INGELS, 2017). Figura 22: Diagrama com as diferentes tipologias do edifício VM.
Fonte: JDS. VM / VM House. Acesso em 22/05/2017.
Os corredores criam conexões com elevadores e escadas favorecendo assim, a vida em comunidade. As formas V e M dos edifícios em plano também ajudam com a orientação solar do edifício, permitindo ganho solar adequado para aquecimento e ventilação cruzada, seu sistema de construção pesada também ajuda a minimizar a perda de calor (INGELS, 2017). Projetamos esses prédios para pioneiros. Conseguimos permissão para fazer os apartamentos 30% mais profundos e cada apartamento tinha o dobro de espaço útil. Para cada três andares existe um único corredor central, então em vez de existir um corredor em cada nível, foram
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diminuídos para um corredor a cada três níveis com o objetivo de criar eficiência máxima (INGELS, 2017).
Segundo Ingels (2017) os espaços internos são livres e com o mínimo de subdivisões possíveis, cada apartamento oferece a oportunidade de adequação conforme as composições familiares, oferecendo também sugestões de acréscimo ou remoção de quartos e cômodos quando for conveniente. Figura 23: Planta Baixa com a setorização das tipologias.
Fonte: JDS. VM / VM House. Acesso em 22/05/2017.
A diversidade entre as tipologias de apartamentos do VM House se faz interessante devido à acelerada mutação que ocorre hoje nas famílias. O projeto do VM House se mostra um exemplo internacional bem sucedido no que se diz respeito ao uso da flexibilização e diversidade em habitações multifamiliar.
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Figura 24: Vista geral do edifício VM House.
Fonte: Fonte: JDS. VM / VM House. Acesso em 22/05/2017.
4.3 ANÁLISE COMPARATIVA Nos dois estudos de caso apresentados neste capítulo podem ser encontradas características a serem aplicadas no ensaio projetual proposto por este trabalho. Dentre elas destacam-se a variedade tipológica e a forma como interagem entre si sem perder o equilíbrio, visando qualidade habitacional de seus moradores, assim como a flexibilidade em si, que aqui é encontrada de diversas formas diferentes, sendo uma delas a possibilidade de alteração das residências por seus próprios moradores através de espaços pré-definidos para possíveis ampliações de acordo com os gostos e costumes de cada habitante. Ao que se diz respeito à proposta do presente trabalho as técnicas a serem adotadas para o mesmo são as já citadas tipologias habitacionais, a possibilidade de adaptação e ampliação das residências de acordo com seus usuários e a utilização de unidades modulares para auxiliar essas mutações e ampliações.
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5 ANÁLISE DO LOCAL O presente capítulo tem como objetivo apresentar a região a qual será implantada à proposta das tipologias de projeto arquitetônico, sendo que a mesma poderá ser implantada em áreas distintas do Bairro Morobá
Aracruz, levando em
consideração o perfil populacional do bairro, bem como suas condicionantes e necessidades distintas. 5.1 ÁREA DE INSERÇÃO DO PROJETO O município de Aracruz está localizado na região norte do Estado do Espírito Santo, no litoral capixaba, estando cerca de 83km da capital Vitória (figura 25). O município é dividido em cinco distritos, sendo eles: Distrito Sede, Guaraná, Jacupemba, Riacho e Santa Cruz, e compreende uma área territorial de 1.426,83 Km² (PLANO DE MOBILIDADE DE ARACRUZ, 2015). Figura 25: Mapa de localização do Município de Aracruz
ES.
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
Destaca-se no município a presença de aldeias indígenas, sendo elas: Caieiras velha, Boa Esperança, Irajá, Comboios, Piraquê-Açu e Pau Brasil. O município pode ser acessado através das rodovias BR 101, ES 010, ES 124, ES 257 e ES 261. Aracruz pertence à microrregião de Linhares e faz divisa com os municípios de Linhares, Fundão, Ibiraçu e João Neiva, estando também próximo aos
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munícios da região metropolitana do estado (PLANO DE MOBILIDADE DE ARACRUZ, 2015). A cidade possui uma população estimada de 96.746 pessoas, segundo o IBGE, e sua economia está fortemente baseada no comércio e na indústria, e a maior parte de seu orçamento é proveniente de fontes externas. Atualmente Aracruz vem apresentando taxas crescentes de evolução populacional, superando as taxas de crescimento observadas no Estado do Espirito Santo. Sua população urbana vem crescendo mais rapidamente, em contrapartida há um decréscimo no total da população rural como pode ser observado na figura 26 (PLANO DE MOBILIDADE DE ARACRUZ, 2015). Figura 26: Evolução populacional de Aracruz.
Fonte: IBGE
Censo demográfico.
O município possui 45 bairros, dentre eles o Bairro Morobá, sendo este o objeto de estudo para a inserção do projeto de habitação social aqui apresentado. O bairro Morobá está implantado em uma região que conta com diversidade de serviços, porém com escassez de diversidade comercial, opções de lazer e acessibilidade. O bairro Morobá localiza-se no município de Aracruz, na região leste da cidade. O acesso ao bairro se dá pela Avenida Morobá, através da rotatória da Rod. Luís Theodoro Musso (ES-257). O surgimento do bairro se deu pela necessidade de habitações para os funcionários da antiga Aracruz Florestal, atual Fibria. Ao que se
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refere a distância do Bairro Morobá em relação ao município de Aracruz, o bairro apresenta-se demasiadamente isolado do mesmo e a grandes distâncias dos serviços básicos oferecidos pelo município (figura 27). Figura 27: Localização e distâncias do bairro Morobá em escala municipal.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
O mapa aponta e analisa a grande distância a ser percorrida entre o bairro e os principais serviços do município, como o Hospital São Camilo que se apresenta como principal serviço de saúde e auxílio do município de Aracruz, além de faculdades, praças, rodoviária, corpo de bombeiros e o centro comercial. Estes serviços em sua maioria ultrapassam a distância de 1km, chegando até mesmo a ultrapassar distâncias de 2km. Sua parte com maior índice de habitações acompanha um terreno em desnível, assim como o córrego Barra do Sahy, que além de acompanhar todo o bairro, também faz ligações com outros bairros próximos. Seu centro é marcado pela presença de vegetação nativa, áreas descampadas e plantações de eucalipto.
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5.1.1 Caracterização Geral O Bairro Morobá possui características residenciais, pode-se observar através da figura 28 a predominância de uso residencial em suas quadras, contando com poucas áreas comerciais e mistas que em sua maioria localizam-se na parte inicial do bairro. As áreas de uso misto e comercial no centro do bairro concentram-se em sua maioria na avenida Morobá, com a fachada voltada para a avenida onde o fluxo é maior. O bairro também é marcado pela forte presença de área industrial que ocupa grande parte de sua área territorial. Equipamentos de uso Institucional e público são encontrados ao longo de toda sua extensão, sendo que em suas primeiras quadras concentram-se a maioria destes. Figura 28: Mapa de Uso e Ocupação do Solo.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
Em relação ao gabarito das edificações é possível observar que grande parte da área edificada do bairro mantém apenas um pavimento, de maioria residencial. São observadas em menor quantidade casas de padrões variados, com diversificação de gabaritos, sendo estes em sua maioria associados a comércios. Pode-se perceber que em edificações de dois pavimentos predomina o uso misto,
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sendo utilizados seus pavimentos térreos para comércios e serviços e em seus pavimentos superiores para o uso residencial. Edifícios com três pavimentos podem ser encontrados em menor quantidade, os mesmos concentram-se próximo a rotatória da Rod. Luís Theodoro Musso e também na área central do bairro. Em geral, o bairro Morobá apresenta gabarito de um pavimento em sua maioria. Constata-se que edificações de maiores portes estão às margens da Avenida Morobá como pode ser observado na figura de número 29. Figura 29: Mapa de Gabarito.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
Também possui como característica no Bairro a presença de equipamentos urbanos como a Prefeitura Municipal de Aracruz, o Instituto Federal do Espirito Santo (IFES) e a Secretaria de Habitação, todos estes implantados na Avenida Morobá (figura 30). Ao longo de todo o bairro podem ser encontrados serviços como pequenas áreas de comercio e escolas de níveis técnico, fundamental e básico. No que se diz respeito a áreas de lazer, as mesmas ainda são muito escassas, sendo apresentadas em forma de praças e campos de futebol nas partes central e final do
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bairro. Tais áreas de lazer apresentam escassez de qualidade, e por sua maioria em espaços de pouco dimensionamento. Figura 30: Mapa de Serviços e Equipamentos Públicos.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
Partindo da observação da figura de número 31, pode-se perceber que se tratando da infraestrutura do bairro Morobá, a maioria de seus logradouros apresentam pavimentação, ainda que precária em certos pontos do bairro e possuem infraestrutura básica, contando com serviços como abastecimento de água, coleta de lixo e iluminação pública. No entanto deve-se ressaltar que algumas ruas ainda permanecem sem pavimentação, sendo também não dotadas de infraestrutura básica como esgoto e drenagem.
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Figura 31: Mapa de Infraestrutura.
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
Ao observar a figura de número 32 fica salientado a falta de estrutura e saneamento básico que se mostra presente em boa parte dos logradouros, apresentando falta de coleta de esgoto. Figura 32: Logradouros com e sem pavimentação e esgoto a céu aberto.
Fonte: Acervo pessoal da autora (2017).
Além disso a distribuição das calçadas é demasiadamente irregular na maior parte do bairro, sendo em sua maioria não padronizadas, chegando a ser inexistente em certos pontos (figura 33). Em relação ao mobiliário, sinalização e iluminação pública, a área de estudo apresenta bom estado de conservação em ambos aspectos.
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Figura 33: Calçadas irregulares presentes no local de estudo.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
Ainda se tratando de infraestrutura urbana, no que diz respeito a malha viária, o polígono de estudo apresenta hierarquia viária. O sistema viário do bairro não é dotado de complexidade, visto que é composto por apenas uma via Arterial, a rodovia ES-257. As principais vias de ligação com o bairro são a Avenida Morobá e a Rua Demócrito Moreira, as mesmas são classificadas como vias coletoras, por cortarem toda a área central e dos limites do bairro respectivamente, sendo assim o principal meio de ligação com os bairros vizinhos, e assim possuindo maior fluxo de automóveis, ciclistas e pedestres. As demais vias que constituem o bairro Morobá são classificadas como locais, as mesmas fazem ligação com a avenida Morobá e o córrego Barra do Sahy, estas recebem um menor fluxo de veículos e destacam-se pela maior presença de pedestres (figura 34). O sistema viário é organizado e o transporte coletivo transita por entre o bairro, tendo como rota principal a Avenida Morobá. De acordo com o Plano de Mobilidade de Aracruz o transporte público coletivo é operado pelas empresas Expresso Aracruz e Cordial, oferecendo horários ditos como flexíveis, com intervalo máximo de espera de uma hora em horários de pico.
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Figura 34: Mapa de Hierarquia Viária.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
O Bairro Morobá possui ampla área de vegetação, sendo que grande parte deste território é dotado por áreas de preservação permanente. Tais vegetações podem ser encontradas na parte central e ao sul do bairro, onde se localizam áreas de plantações de eucaliptos, além de matas e área abertas (figura 35). Compõe as áreas de interesse ambiental no bairro, o córrego barra do Sahy, que acompanha todo o entorno do bairro e também faz ligações com bairros vizinhos, grandes áreas verdes em propriedades industriais onde estão localizadas plantações de eucalipto, assim como matas e áreas abertas nas proximidades. Além disso, deve-se ressaltar o relevo acentuado no entorno das áreas de preservação ambiental, que devido ao seu alto nível de inclinação tona a área não edificante. Também estão presentes nesta região, fundos de vale, juntamente com um alagado na área de preservação permanente (APP). Nas regiões residenciais os lotes possuem arborização interna, porém as áreas verdes dentro da área urbana são mais escassas, sendo encontradas em sua
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maioria em equipamentos públicos, como a Prefeitura e o Instituto Federal do Espirito Santo. Figura 35: Mapa de Vegetação.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
O Bairro apresenta a presença de alguns vazios dentro da área urbana(figura 36), entre eles estão lotes pequenos, médios e grandes que por sua vez não estão em cumprimento de sua função social. Os vazios concentram-se também em área industrial, subutilizadas por empresas que ocupam grande espaço territorial. Entre esses vazios, está incluso um grande vazio urbano, próximo à área de preservação permanente e industrial, que por sua extensão torna viável a possibilidade de expansão do bairro, visto que o bairro Morobá possui grande potencial de crescimento por efeito das condicionantes até aqui apresentadas.
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Figura 36: Mapa Vazios Urbanos.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
5.1.2 Demografia A população do Bairro Morobá segundo dados do Censo 2010 (IBGE) é de 1067 habitantes, sendo destes do sexo masculino 51,8% dos habitantes do bairro e do sexo feminino correspondendo a 48,2% (figura 37). Figura 37: Índices populacionais do Bairro Morobá.
Fonte: IBGE
Censo demográfico. Modificado pela autora.
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O bairro conta com 329 domicílios de acordo com o Censo 2010 (IBGE) distribuídos entre os habitantes, totalizando uma média de 3 a 4 pessoas por residência. Tem densidade aproximada de 260 hab/km² e corresponde a 1,3% dos habitantes do município de Aracruz. De acordo com a figura 38 pode-se observar que a região central do bairro é a que possui um maior índice de quadras com densidade demográfica alta. Figura 38: Mapa de Densidade demográfica.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
Quanto à faixa etária relativa à população residente do bairro Morobá, percebe-se a predominância de moradores jovens e em idade adulta em relação ao número de idosos e crianças. De acordo com dados da Prefeitura Municipal de Aracruz, os moradores do Bairro Morobá apresentam escolaridade média entre fundamental incompleto e ensino médio incompleto. Em relação a faixa de renda da população, a maioria dos moradores possuem entre um salário mínimo e um salário mínimo e meio.
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Figura 39: Pirâmide etária do Bairro Morobá.
Fonte: IBGE
Censo demográfico.
Conforme figura 39, os maiores percentuais de pessoas se encontram nas faixas etárias de 15 a 24 anos, logo após a faixa de 25 a 29 anos se destaca, seguidos por pessoas com idade entre 30 a 34 anos e de 35 a 39 anos. O bairro possui grande potencial de crescimento por efeito das condicionantes aqui apresentadas. Conforme pode ser observado, o bairro Morobá apresenta como característica a predominância de setores residenciais com pouco comércio em seu interior, bem como equipamentos institucionais em suas proximidades. Pode-se observar também a escassez de espaços públicos e opções de lazer. Devido às necessidades características dos habitantes, e do grande vazio urbano encontrado no bairro, torna-se viável a implantação de Habitações de Interesse Social de forma organizada levando sempre em consideração as necessidades individuais deste grupo de habitantes, e a fim de evitar maiores espraiamentos e segregação social dessa população.
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6 ENSAIO PROJETUAL Neste capítulo será apresentado o conteúdo relativo ao projeto a ser desenvolvido, onde serão definidas as diretrizes projetuais, partido arquitetônico e programa de necessidades, para enfim alcançar as propostas finais de tipologias arquitetônicas de habitação social, onde serão desenvolvidas duas tipologias, todas com módulos de expansão conforme conceitos abordados neste trabalho. O objetivo principal é proporcionar habitações de qualidade visando exclusivamente, o perfil populacional do bairro Morobá, bem como suas necessidades distintas e suas individualidades, portanto não será definido um local para a implantação dessas habitações, visto que o bairro possui vários vazios urbanos, cada qual com suas particularidades, que podem ser ocupados. 6.1 PARTIDO ARQUITETÔNICO Uma habitação de interesse social assim como toda edificação deve ser vista além de um espaço para se habitar, deve haver identidade neste espaço, conforto para seus moradores e flexibilidade para acompanhar as transformações vindas com o tempo a partir da necessidade de seus usuários. Para a elaboração do projeto, as tipologias arquitetônicas serão definidas a partir do conceito de Flexibilidade inicial, tendo como prioridade no projeto disponibilizar áreas que sejam destinadas para a evolução dessas habitações através de módulos de expansão. Tais tipologias serão pensadas de forma a demonstrar que é possível que uma habitação de interesse social seja adequada para diferentes tipos de usuários. As tipologias serão formuladas de modo a serem contemporâneas, usuais e flexíveis, tendo identidade própria refletidas em suas fachadas através de tonalidades diversas para diferenciar as edificações. 6.2 DIRETRIZES PROJETUAIS Para melhor estruturar o projeto, foram traçadas diferentes estratégias projetuais levando em consideração os estudos de casos apresentados, bem como os conceitos de flexibilidade e o Plano Diretor do município onde o projeto será
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implantado. Partindo desse estudo os seguintes itens se mostraram de grande relevância: A área do terreno a ser utilizado para a implantação das tipologias, será o máximo permitido pelo Plano Diretor Municipal, sendo esta de 250m², para melhor aproveitamento da edificação. Quanto ao espaço interno da edificação, este será com dimensões adequadas e não mínimas, de modo que proporcionem conforto aos moradores. Garantir iluminação e ventilação natural, e minimizar danos causados pelo sol em fachadas ineficientes. Os projetos devem ser desenvolvidos com áreas para possíveis ampliações das edificações. As expansões do projeto devem ser previamente indicadas junto com o mesmo, de modo que sejam de fácil entendimento e execução. 6.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES Levando em consideração as informações do Plano diretor do município a respeito de habitação social, os aspectos quanto ao partido adotado para implantação da edificação e os conceitos acerca do tema, inicialmente estipulou-se um programa de necessidades para nortear a proposta, e desenvolver o ensaio projetual. Foram previstas edificações com área que possibilitem boa setorização dos espaços social, íntimo e de serviço. Desta forma as tipologias de habitação flexível se apresentam de duas formas. Na tipologia 01 as casas foram propostas com área total de 68m² podendo alcançar 100m² após expansão. No programa a edificação em sua forma inicial possui cozinha, área de serviço, sala de estar integrada a sala de jantar, varanda, 2 dormitórios e 1 banheiro. Além da possibilidade de ampliação que é apresentada através de três módulos de expansão, sendo eles 2 para dormitórios e 1 para a expansão da varanda convertendo a mesma em uma garagem.
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Após a definição do programa de necessidades foi proposto um fluxograma, no qual pode-se observar a ligação entre as respectivas áreas da residência (figura 40).
Figura 40: Tipologia 01 - Fluxograma.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
Quanto a tipologia 02 as edificações foram propostas com área total de 68m² podendo atingir área de até 84m² após sua expansão. Esta tipologia em seu modelo inicial possui cozinha, área de serviço, sala de estar, 2 dormitórios, 1 banheiro social e garagem para um carro. A mesma também possibilita a evolução da edificação através de módulos de expansão preestabelecidos no projeto, sendo que estes são apresentados de duas formas: um banheiro para um dos dormitórios e uma suíte. O fluxograma desta tipologia pode ser observado através da figura 41, onde o mesmo demonstra a ligação entre os cômodos da residência bem como a área destinada para futuras ampliações.
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Figura 41: Tipologia 02 - Fluxograma.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
Os fluxogramas apresentados foram pensados de modo a facilitar a tomada de decisão e obter resultados efetivos em relação a disposição dos cômodos. Sendo assim, a divisão interna da edificação mostra-se de maneira relacionada e planejada, onde foram priorizadas a devida separação dos setores social, íntimo e de serviço. 6.4 O PROJETO As tipologias foram desenvolvidas tendo como base o padrão de terreno de 250m², sendo esta a área máxima permitida pelo Plano Diretor do município para a construção de habitações populares. A decisão pelo tamanho adotado do terreno veio da possibilidade de melhor aproveitamento da edificação. Com o espaço externo sendo de maior dimensionamento, logo a possibilidade de se projetar uma habitação com o espaço interno onde as dimensões sejam adequadas e proporcionem conforto aos usuários, e que a mesma seja flexível sugerindo áreas para futuras ampliações, torna-se igualmente viável.
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A tipologia 01 foi proposta de modo a atender a maior parte dos usuários, e aproveitando as condicionantes naturais, sendo esta flexível e mutável. A mesma foi pensada de forma que atenda inicialmente famílias de 2 a 4 pessoas. Assim a tipologia 01 mostra-se em sua forma inicial com um padrão de habitação com cozinha, área de serviço, sala de estar e jantar, dois dormitórios, e um banheiro (figura 42). Figura 42: Tipologia 01
Planta baixa em seu modelo inicial.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
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A flexibilidade foi o conceito norteador do projeto, com base nisso foram distribuídos os cômodos de forma a aproveitar a espacialidade da habitação em sua melhor forma. Dos ambientes distribuídos na edificação, apresentam-se uma sala de estar integrada a sala de jantar com área de 22,50m², a qual poderá comportar o mobiliário necessário para oferecer qualidade à moradia. A habitação também contará com uma cozinha interligada à área de serviço apresentando área de 8m² e 4,60m² respectivamente. Esse ambiente foi proposto de forma ampla e dinâmica, tendo como elementos duas janelas que proporcionam iluminação natural e ventilação cruzada, ainda pode ser observada uma porta na área de serviço que liga a residência diretamente com a área externa da casa, fazendo da mesma um acesso alternativo e de maior facilidade para serviços domésticos como descartes de resíduos e entrada de produtos sem que haja a necessidade de passar pelo interior da edificação. Para separar devidamente os setores da residência foi implantada uma circulação de 5,60m² que dá acesso direto à área intima da casa, que conta com dois dormitórios, sendo eles de 9m² cada e um banheiro de 4,20m². Assim como na sala de estar e jantar, os dormitórios foram propostos de forma ampla, comportando o mobiliário sem que o mesmo comprometa a circulação nesses ambientes, contando também com janelas que viabilizam a entrada de iluminação e ventilação natural. O telhado da residência esta oculto por uma platibanda, sendo o mesmo do tipo embutido, composto de telhas fibrocimento de inclinação de 10%, sendo que na varanda é utilizado laje impermeabilizada com inclinação igual a 1%, tanto para soluções estéticas quanto para funcionalidade. Em sua fachada (figura 43) foram utilizados elementos que possibilitam, além da estética, a diminuição da incidência direta do sol no interior da edificação, possibilitando maior conforto térmico, visto que a edificação pode ser implantada em qualquer local do bairro Morobá, não tendo um norte definido. Destes componentes devem ser destacados o uso do beiral a nível da laje, que funciona como um quebra sol, bloqueando parte da incidência solar. Além deste, a varanda mostra-se como outro componente para proteção dos raios solares na sala de estar.
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Figura 43: Tipologia 01 - Fachada.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
Nos quartos foram utilizados brises deslizantes (figura 44) para bloquear a incidência solar se necessário, os mesmos são mutáveis, podendo se deslocar de um lado para o outro conforme a necessidade de seus usuários, e assim ocasionando movimento e singularidade em sua fachada. Figura 44: Tipologia 01
Brises deslizantes.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
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A estética da fachada traz identidade à edificação através dos componentes utilizados, como o beiral já citado anteriormente, os brises e três pilares em alvenaria a frente da edificação que são pintados com cores diferentes a cada tipologia trazendo singularidade ao projeto. Em conjunto com esses elementos a torre da caixa
-se componente estético, sendo o
mesmo também pintado em cores que se diferenciam a cada tipologia. Além destes, pilar que novamente se re As disposições dos cômodos foram propostas a fim de proporcionar a modificação da residência pelos usuários de acordo com a necessidade dos mesmos, sem que haja grandes alterações na forma original da edificação. Para tanto foram previstos o acréscimo de dois módulos, sendo eles dormitórios, ao fundo da residência, além da expansão da varanda que passa a ser uma garagem. No primeiro módulo de expansão foi proposto uma suíte composta por um dormitório de 9m² e um banheiro de 3,75m², neste cômodo também está empregado o conceito de funcionalidade onde o mesmo foi projetado de forma ampla, comportando o mobiliário de forma que não prejudique a mobilidade dentro da habitação. O segundo módulo de expansão se apresenta com a opção de um dormitório de 12,40m², novamente com a proposta de ser um ambiente espaçoso onde problemas como o congestionamento de móveis e fluxo de pessoas não ocorram, prezando novamente por aberturas suficientes para que transcorra a ventilação e iluminação natural. Também é proposto como uma forma de expansão a ampliação da varanda para que a mesma se torne uma garagem, de forma que melhor atenda seus usuários, de acordo com as necessidades individuais de cada um. Para melhor compreender o projeto e seus módulos de expansão, deve-se pensar os módulos separadamente da edificação como exemplifica a figura 44.
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Figura 45: Tipologia 01
Módulos de expansão e seus encaixes.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
Conforme pode ser observado na figura acima, nota-se a planta baixa da edificação em seu estado original, além dos espaços definidos previamente para as ampliações. Para que ocorram as expansões na parte interna da edificação, foram pensados de modo prévio os espaços de forma a facilitar os acréscimos sem que haja muitas modificações na edificação original. Tal como a circulação, que permanecerá em seu formato original e dará acesso aos novos cômodos. A cobertura destes novos repartimentos será feita de forma independente, fazendo
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com que, a residência não necessite de alterações em sua cobertura. Pode-se perceber também a diversidade de usos nos módulos de expansão apresentados, sendo que os mesmos sugerem o determinado uso para cada área, logo a tipologia 01 possibilita atender até cinco pessoas de forma confortável após sua expansão. O projeto da tipologia 02 (figura 46) seguiu a mesma linha de pensamento que a primeira tipologia. Edificações que atendam devidamente seus moradores, levando em consideração suas necessidades e que sejam flexíveis a ponto de poderem ser modificadas por seus usuários ao longo do tempo. Figura 46: Tipologia 02 - Planta baixa em seu modelo inicial.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
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Em seu formato inicial a tipologia 02 apresenta-se semelhante a tipologia 01, porém com alguns elementos que a distinguem da primeira tipologia. A mesma também pode atender inicialmente famílias de 2 a 4 pessoas, e apresenta-se com um padrão de habitação contendo cozinha, área de serviço, sala de estar, dois dormitórios, um banheiro social e garagem. Novamente a flexibilidade inicial é o parâmetro principal para a concepção do projeto, onde a espacialidade é colocada em primeiro plano, para assim então ocorrer a distribuições dos ambientes. A base do projeto da tipologia 02, parte das mesmas diretrizes da primeira tipologia. Cozinha e área de serviço à frente da edificação seguido pela sala de estar e a circulação separando a área intima da casa. Esta tipologia apresenta mudanças nos cômodos e em suas distribuições, dentre eles estão o acréscimo de uma garagem com área de 15m². A habitação apresenta também uma sala de estar com área de 15,50m², que comporta confortavelmente o mobiliário para esta área sem que ocorra no mesmo o congestionamento de móveis, dando assim à edificação a qualidade necessária para a moradia, este ambiente conta com uma janela e porta de entrada que trazem além da iluminação a ventilação natural. A cozinha desta tipologia apresenta-se semelhante à do projeto anterior, a mesma está conectada à área de serviço e conta com área de 8m² dispostos afim de gerar fluxo sem sobreposição de funções nesse ambiente, este cômodo comporta todo o mobiliário necessário além de uma mesa para refeições. A área de serviço se apresenta com 4,60m², neste setor de serviço encontram-se duas janelas amplas, afim de proporcionar iluminação natural e ventilação cruzada, além de uma porta na área de serviço trazendo mais uma vez um acesso alternativo para o interior da casa sem que haja a necessidade de circulação pelo interior da mesma para a realização de tarefas domésticas. Separando a área íntima das demais áreas da casa encontra-se uma circulação de 3m², ligada diretamente a circulação estão presentes dois dormitórios, ambos com 9m² e um banheiro social de 4,20m². Nos dormitórios novamente prezou-se por um ambiente amplo e dinamizado que comporte o mobiliário e que atenda às necessidades dos usuários, contam também com uma janela cada um, afim de proporcionar um ambiente claro e ventilado. O telhado para a segunda tipologia segue o mesmo padrão do telhado da tipologia 01, o mesmo é determinado como telhado embutido, sendo oculto por uma
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platibanda e constituído de telhas fibrocimento de inclinação de 10%. A diferença se dá na garagem, onde a cobertura é composta por laje impermeabilizada com inclinação de 1%, tal decisão foi tomada de modo a dar funcionalidade ao projeto e para a estética da fachada. Na fachada da tipologia 02 (figura 47) foram utilizados dos mesmos elementos da tipologia 01, como o quebra sol, os brises e os três pilares em alvenaria. Figura 47: Tipologia 02 - Fachada.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
Também foram adotados na tipologia 02 como componentes para trazer conforto térmico para a edificação o quebra sol, que circunda a edificação, além dos brises deslizantes. Os brises (figura 48) foram colocados nos quartos e na sala de estar como forma de bloquear parte da incidência solar nesses ambientes quando necessário. O que distingue esta fachada da anterior são elementos como a torre da caixa primeira tipologia, e aqui se torna também um componente estético.
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Figura 48: Tipologia 02
Brises deslizantes.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
Como elemento principal para dar singularidade aos projetos, estão as cores adotadas para cada um, onde as edificações receberam textura em cor neutra combinada com cores de destaque nos pilares, as quais serão variadas e diferentes umas das outras de acordo com cada tipologia (figura 49). Figura 49: Tipologias 01 e 02 e suas distinções.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
86
Tal decisão tem como finalidade dar características próprias e identidade para cada uma das edificações, sendo assim, as tipologias se destacam por suas particularidades apresentadas, tornando-as distintas uma da outra. Igualmente o conceito adotado na tipologia 01, a tipologia 02 teve o posicionamento de seus cômodos pensados previamente de modo que a expansão da residência por seus futuros usuários ocorresse sem grandes modificações em sua estrutura original (figura 50). Figura 50: Tipologia 02
Módulos de expansão e seus encaixes.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
87
Desta forma, foi planejada a ampliação da residência através de dois módulos de expansão, sendo eles um banheiro de para um dos dormitórios e uma suíte, ambos localizados ao fundo da residência. O primeiro módulo de expansão tem como proposta um banheiro de 4,20m², posicionado em um dos dormitórios fazendo do mesmo uma suíte, gerando maior conforto e comodidade aos moradores. No segundo módulo de expansão foi proposto uma suíte composta por um dormitório de 8m² e um banheiro de 3,80m², este cômodo foi projetado com base na funcionalidade que o ambiente deve proporcionar, sendo assim o mesmo se caracteriza como amplo e capaz de comportar o mobiliário necessário para este espaço, sem que a mobilidade desta área seja prejudicada. Ainda foram priorizadas as aberturas do cômodo para que ocorra a ventilação e iluminação natural adequadas. A expansão da residência se dará pela circulação sem que a mesma perca seu formato original e por um dos dormitórios, onde será implantado o módulo de expansão de banheiro. Tal forma de ampliação foi pensada para que ocorram menos modificações e impactos no formato original da habitação e para a facilidade da execução das expansões por seus usuários. Adotou-se novamente o conceito em que a cobertura das expansões serão realizadas de forma independente, fazendo assim, com que a cobertura inicial não necessite de alterações. Foram sugeridos ao longo do projeto, os usos para cada módulo de expansão, porém deve-se ressaltar que pela área proposta para os mesmos, seu uso torna-se polivalente, dando a possibilidade de o usuário destinar à função a esses ambientes de acordo com suas necessidades. Assim, a tipologia 02 propicia que sejam atendidas famílias de até 4 pessoas de forma confortável após sua expansão. Deste modo, as habitações aqui propostas (figura 51) objetivam atender o maior número de usuários do bairro Morobá, sejam eles de classes ou necessidades distintas, tencionando a sua qualidade na habitação, e permitindo que a mesma possa se modificar de forma programada e orientada, com o propósito de que se obtenham aproveitamento e resultados satisfatórios.
88
Figura 51: Tipologias 01 e 02 implantadas.
Fonte: Acervo pessoal, 2017.
90
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após as pesquisas realizadas e as considerações obtidas ao longo do presente trabalho, pode-se observar que as habitações sociais surgiram em decorrência da necessidade que a população passou a apresentar por moradia, visto que a mesma estava sujeitada a viver em ambientes insalubres e precários. Diversos programas habitacionais foram criados ao longo do tempo, porém os mesmos não atendem de forma suficiente essa população, dado que as residências distribuídas apresentam problemas como a falta de funcionalidade, ocasionada pela distribuição incorreta dos ambientes assim como as medidas insuficientes apresentadas, tornando assim habitações inadequadas e de poucos recursos, onde são negligenciadas a diversidade e as necessidades individuais dos usuários. Mediante as conclusões obtidas ao longo da pesquisa, compreende-se que o problema habitacional no Brasil é grande e necessita de aprimoramento dos programas habitacionais existentes onde os mesmos tragam melhores condições de habitabilidade e os problemas de moradia sejam resolvidos. Com o intuito de suprir tais necessidades e implementar um novo modelo de habitação social, a flexibilidade juntamente com a diversidade tipológica estão inseridas no projeto de forma a torna-lo adequado para seus usuários. A flexibilidade está implantada no projeto desde a sua concepção tornando o mesmo adaptável e mutável, afim de o mesmo seja adequado para os mais diversos tipos de famílias e que proporcione também identidade às habitações de acordo com as necessidades e costumes de seus moradores. O resultado obtido com este trabalho tem em vista compreender que a utilização de tipologias construtivas para um determinado público aliada a flexibidade, se torna uma alternativa eficiente para a construção de habitações de interesse social, uma vez que a flexibilidade inicial adotada, propicia a seus usuários a opção de ampliar a residência sem grandes alterações no projeto inicial além de proporcionar
facilidade
na
resolução
dos
funcionalidade presente e futura da edificação.
espaços,
contribuindo
para
a
91
REFERÊNCIAS
ABIKO, Alex Kenya. Serviços públicos urbanos. São Paulo, EPUSP, 1995. (Texto técnico da Escola Politécnica da USP, Departamento de Engenharia de Construção Civil, TT/PCC/10). Abstract: The Art of Design Ep. Bejark Ingels, Arquiteto, Documentário, 2017. Disponível em https://www.netflix.com. ARCHDAILY. Disponível em http://www.archdaily.com.br/br/01-30335/elementalmonterrey-elemental/50089c1128ba0d50da001300-monterrey-housing-elementalphoto. Acesso em 21/05/2017. ARCHDAILY. Disponível em http://www.archdaily.com.br/br/01-30335/elementalmonterrey-elemental. Acesso em 21/05/2017. ARCHDAILY. Disponível em http://www.archdaily.com.br/br/01-30335/elementalmonterrey-elemental. Acesso em 21/05/2017. ARCHDAILY. Disponível em jds#_=. Acesso em 21/05/2017.
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92
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Disponível
em
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93
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94
ANEXOS
Prancha 01/12
Implantação
Tipologia 01
Prancha 02/12
Planta baixa
Tipologia 01
Prancha 03/12
Layout
Prancha 04/12
Cobertura e Cortes
Prancha 05/12
Fachadas
Prancha 06/12
Perspectivas
Tipologia 01
Prancha 07/12
Implantação
Tipologia 02
Prancha 08/12
Planta baixa
Tipologia 02
Prancha 09/12
Layout
Prancha 10/12
Cobertura e Cortes
Prancha 11/12
Fachadas
Prancha 12/12
Perspectivas
Tipologia 01 Tipologia 01
Tipologia 01
Tipologia 02 Tipologia 02
Tipologia 02 Tipologia 02
NOTA: ACORDO COM INDICES DO PDM DO
ESCALA:1/100
ADEQUADOS, COMFORME DESENHO ACIMA.
FACULDADES INTEGRADAS DE ARACRUZ - FAACZ ALUNA:
ORIENTADORA:
JESSICA GOMES STROHMEIER PROJETO:
DESENHO:
PRANCHA:
ESTUDO PRELIMINAR
ESCALA:
INDICADA DATA:
17/10/2017
1/12
J5 J4
BANHO
P3
13 cm
QUARTO
J1
15 cm
A P2 J1 15 cm
J4
BANHO
P3
P2
P2
P2
P3
P2
P2
15 cm
J1
J4
BANHO
13 cm
13 cm
15 cm
QUARTO
QUARTO
15 cm
15 cm
J1
J1
QUARTO
QUARTO
15 cm
15 cm
J1
SALA ESTAR / JANTAR 15 cm
15 cm
J1
B
J1
B
J2
J2
P1
P1
P4
P4
VARANDA COZINHA MURETA H=1,50
13 cm
13 cm
MURETA H=1,50
COZINHA 13 cm
13 cm
J1 GARAGEM
13 cm
J1
13 cm
J3
J3
A LEGENDA:
PLANTA BAIXA - TIPOLOGIA 01 ESCALA:1/75 ESCALA:1/75
QUADRO DE ESQUADRIAS
FACULDADES INTEGRADAS DE ARACRUZ - FAACZ
PORTAS Tipo
Qt.
Largura Altura
P1
1
100
P2
2
P3
1
P4
1
JANELAS Tipo
Qt.
210
J1
4
150
100
110
80
210
J2
1
150
100
110
70
210
J3
1
200
100
110
70
210
J4 J5
1 1
70 60
50 100
170
Porta de madeira de correr
ALUNA:
110
ORIENTADORA:
JESSICA GOMES STROHMEIER
Largura Altura Peitoril PROJETO:
DESENHO:
PRANCHA:
ESTUDO PRELIMINAR PLANTA BAIXA
ESCALA:
INDICADA DATA:
17/10/2017
2/12
QUARTO BANHO
QUARTO
BANHO
BANHO 28 cm
QUARTO
QUARTO
QUARTO
SALA ESTAR / JANTAR
VARANDA
SALA ESTAR / JANTAR
COZINHA
COZINHA
GARAGEM
LAYOUT ESCALA:1/100
ESCALA:1/100
FACULDADES INTEGRADAS DE ARACRUZ - FAACZ ALUNA:
ORIENTADORA:
JESSICA GOMES STROHMEIER PROJETO:
DESENHO:
PRANCHA:
ESTUDO PRELIMINAR PLANTA BAIXA - LAYOUT
ESCALA:
INDICADA DATA:
17/10/2017
3/12
RUFO DE CONCRETO TELHA DE FIBROCIMENTO I:10%
A
RUFO DE CONCRETO
500 L
TELHA DE FIBROCIMENTO I:10%
COBERTURA 2,95
2,95
CAP. 500L
50X80 h=40
RUFO DE CONCRETO
RUFO DE CONCRETO
COZINHA
SALA DE ESTAR / JANTAR
13 cm RUFO DE CONCRETO
RUFO DE CONCRETO
15 cm
QUARTO
BAN. SOCIAL
15 cm
13 cm
00
CORTE AA
RUFO DE CONCRETO
TELHA FIBROCIMENTO i:10%
ESCALA:1/75 Calha Imperm. i:1%
TELHA FIBROCIMENTO i:10%
RUFO DE CONCRETO
Calha Imperm. i:1%
RUFO DE CONCRETO
TELHA FIBROCIMENTO i:10%
RUFO DE CONCRETO
RUFO DE CONCRETO
B
RUFO DE CONCRETO TELHA DE FIBROCIMENTO I:10% COBERTURA 2,95
B
RUFO DE CONCRETO
RUFO DE CONCRETO
LAJE IMPERMEABILIZADA i:1%
SALA DE ESTAR / JANTAR 15 cm 00
RUFO DE CONCRETO
CORTE BB A
ESCALA:1/75
FACULDADES INTEGRADAS DE ARACRUZ - FAACZ
COBERTURA ESCALA:1/75
ALUNA:
ORIENTADORA:
JESSICA GOMES STROHMEIER PROJETO:
DESENHO:
PRANCHA:
ESTUDO PRELIMINAR COBERTURA E CORTES
ESCALA:
INDICADA DATA:
17/10/2017
4/12
PAREDE REBOCADA E PINTADA COM COR A DEFINIR
COR DESTAQUE
PAREDE REBOCADA E PINTADA COM COR A DEFINIR
PAREDE REBOCADA E PINTADA COM COR A DEFINIR
COR DESTAQUE
ESQUADRIA EM ALUMINIO E VIDRO TEMPERADO
PORTA EM MADEIRA
FACHA FRONTAL ESCALA:1/100
PAREDE REBOCADA E PINTADA COM COR A DEFINIR
PINTADA COM COR A DEFINIR PAREDE REBOCADA E PINTADA COM COR A DEFINIR
ESQUADRIA EM ALUMINIO E VIDRO TEMPERADO BRISE
FACHA LATERAL ESQUERDA ESCALA:1/100
FACULDADES INTEGRADAS DE ARACRUZ - FAACZ ALUNA:
ORIENTADORA:
JESSICA GOMES STROHMEIER PROJETO:
DESENHO:
PRANCHA:
ESTUDO PRELIMINAR FACHADAS
ESCALA:
INDICADA DATA:
17/10/2017
5/12
PERSPECTIVA 01
PERSPECTIVA 02
FACULDADES INTEGRADAS DE ARACRUZ - FAACZ ALUNA:
ORIENTADORA:
JESSICA GOMES STROHMEIER PROJETO:
DESENHO:
PRANCHA:
ESTUDO PRELIMINAR PERSPECTIVAS
ESCALA:
INDICADA DATA:
17/10/2017
6/12
NOTA: ACORDO COM INDICES DO PDM DO
ESCALA:1/100
ADEQUADOS, COMFORME DESENHO ACIMA.
FACULDADES INTEGRADAS DE ARACRUZ - FAACZ ALUNA:
ORIENTADORA:
JESSICA GOMES STROHMEIER PROJETO:
DESENHO:
PRANCHA:
ESTUDO PRELIMINAR
ESCALA:
INDICADA DATA:
22/10/2017
7/12
A
J4
J1 J4 BANHO 13 cm
P3
BANHO 13 cm 15 cm
P2 J1
J1
15 cm
15 cm
P2
P2 QUARTO
15 cm
J4
BANHO
P2
P3
P2
P3
13 cm
P1
P1
B
J1
SALA ESTAR
J1
15 cm
BANHO 13 cm
B
QUARTO
J1
15 cm
15 cm
J4
P3
QUARTO
QUARTO
SALA ESTAR / JANTAR
13 cm
J1
13 cm
GARAGEM GARAGEM 13 cm 13 cm
P2
P2
13 cm
13 cm
13 cm
J2
J3
MURETA H=1,50
COZINHA MURETA H=1,50
COZINHA
13 cm
J2
J3
A LEGENDA:
PLANTA BAIXA - TIPOLOGIA 02 ESCALA:1/75
ESCALA:1/75
QUADRO DE ESQUADRIAS
FACULDADES INTEGRADAS DE ARACRUZ - FAACZ
PORTAS Tipo
Qt.
Largura Altura
P1
1
100
P2
3
P3
1
JANELAS Tipo
Qt.
210
J1
3
150
100
110
80
210
J2
1
120
100
110
70
210
J3
1
200
100
110
50
170
ALUNA:
ORIENTADORA:
JESSICA GOMES STROHMEIER
Largura Altura Peitoril PROJETO:
J4
1
70
DESENHO:
PRANCHA:
ESTUDO PRELIMINAR PLANTA BAIXA
ESCALA:
INDICADA DATA:
22/10/2017
8/12
BANHO BANHO
QUARTO
QUARTO QUARTO
QUARTO
QUARTO
50X70 H: 170cm
BANHO
SALA ESTAR / JANTAR
GARAGEM
BANHO
SALA ESTAR / JANTAR
GARAGEM
COZINHA
COZINHA
LAYOUT ESCALA:1/100
ESCALA:1/100
FACULDADES INTEGRADAS DE ARACRUZ - FAACZ ALUNA:
ORIENTADORA:
JESSICA GOMES STROHMEIER PROJETO:
DESENHO:
PRANCHA:
ESTUDO PRELIMINAR PLANTA BAIXA - LAYOUT
ESCALA:
INDICADA DATA:
22/10/2017
9/12
TELHA DE FIBROCIMENTO I:10%
A RUFO DE CONCRETO
TELHA DE FIBROCIMENTO I:10%
500 L COBERTURA
RUFO DE CONCRETO
TELHA FIBROCIMENTO i:10%
RUFO DE CONCRETO
RUFO DE CONCRETO
RUFO DE CONCRETO
2,95
2,95
Calha Imperm. i:1%
CAP. 500L
QUARTO
BAN. SOCIAL
15 cm
13 cm
SALA DE ESTAR
COZINHA
15 cm
13 cm
00
h=40 50X80 RUFO DE CONCRETO
CORTE AA ESCALA:1/75
Calha Imperm. i:1%
B
RUFO DE CONCRETO
LAJE IMPERMEABILIZADA i:1%
TELHA FIBROCIMENTO i:10%
B
TELHA DE FIBROCIMENTO I:10% LAJE IMP. I: 1% 2,95
COBERTURA 2,95
RUFO DE CONCRETO
SALA DE ESTAR GARAGEM
15 cm
13 cm 00
A
CORTE BB ESCALA:1/75
COBERTURA ESCALA:1/75
FACULDADES INTEGRADAS DE ARACRUZ - FAACZ ALUNA:
ORIENTADORA:
JESSICA GOMES STROHMEIER PROJETO:
DESENHO:
PRANCHA:
ESTUDO PRELIMINAR COBERTURA E CORTES
ESCALA:
INDICADA DATA:
22/10/2017
10/12
PAREDE REBOCADA E PINTADA COM COR A DEFINIR
PAREDE REBOCADA E PINTADA COM COR A DEFINIR PAREDE REBOCADA E PINTADA COM COR A DEFINIR
COR DESTAQUE
ESQUADRIA EM ALUMINIO E VIDRO TEMPERADO
FACHA FRONTAL ESCALA:1/100
PAREDE REBOCADA E PINTADA COM COR A DEFINIR
PORTA EM MADEIRA
PAREDE REBOCADA E PINTADA COM COR A DEFINIR
COR DESTAQUE
ESQUADRIA EM ALUMINIO E VIDRO TEMPERADO BRISE
FACHA LATERAL ESQUERDA ESCALA:1/100
FACULDADES INTEGRADAS DE ARACRUZ - FAACZ ALUNA:
ORIENTADORA:
JESSICA GOMES STROHMEIER PROJETO:
DESENHO:
PRANCHA:
ESTUDO PRELIMINAR FACHADAS
ESCALA:
INDICADA DATA:
22/10/2017
11/12
PERSPECTIVA 01
PERSPECTIVA 02
FACULDADES INTEGRADAS DE ARACRUZ - FAACZ ALUNA:
ORIENTADORA:
JESSICA GOMES STROHMEIER PROJETO:
DESENHO:
PRANCHA:
ESTUDO PRELIMINAR PERSPECTIVAS
ESCALA:
INDICADA DATA:
22/10/2017
12/12