E preciso desacelerar

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É PRECISO DESACELERAR?

Na era da hiperaceleração da moda surge na contramão um mercado de moda consciente, no qual o SLOW é a palavra de ordem!

Matéria Informativa



MERCADO FAST FASHION

Reuters Christian Charisius

Inserido no mercado da moda desde os anos de

Fast Fashion, que em português significa moda

1990, o processo denominado Fast Fashion

rápida, constituiu um processo a partir de uma

foi criado na Europa pelas mais conceituadas

observação do que o consumidor buscava e

lojas do mercado de varejo como Zara

necessitava. Uma moda que o atendesse

e H&M. Este processo mercadológico

e permitisse que o mesmo já pudesse

se tornou lucrativo e ganhou espaço dentre

ter disponível opções e variedades de produtos

os varejistas e consumidores que, além de

que ele se identificassem. Para entender melhor

exigentes por estarem na moda e dentro das

este processo, o livro “A Revolução do Fast

tendências, também procuram por preços acessíveis e novidades.

Fashion” de Enrico Cietta, explica melhor como funciona a participação do consumidor na construção e na inteiração do mercado-

A reportagem que segue, busca conhecer melhor

consumidor e vice- versa.

o processo que tomou conta deste mercado no qual gera e movimenta bilhões ao redor do mundo mas que, ao mesmo tempo, tem sido questionado quanto a sua forma de produzir e qual será o seu futuro, uma vez que seu mecanismo estrutural de realização não possui

Você sabia que a indústria da moda movimenta um dos mais importantes setores da economia brasileira? De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as pessoas dobram seus gastos mensais com moda a cada degrau que sobem na escala social.

uma conscientização com o impacto ambiental e social.

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Inicialmente, as grandes maisons criavam com o intuído de serem reconhecidas como os ditadores da moda, criadores únicos e absolutos

Criadores e formadores de opinião

e que deveriam ser seguidos. Ou seja, tudo o que se era criado, desenvolvido, confeccionado e colocado à venda, deveria ser considerado ‘a verdade absoluta

Moda adotada por classe média

da moda’ sendo entregue ao consumidor um produto final que não deveria ser digno de questionamentos.

A partir daí, os observadores de tendências ou Cool Hunter, identificaram que o publico das ruas - as ‘tribos’

Moda adotada por classe popular

Grupos sociais e tribos criam novos estilos

ou grupos distinto -, possuíam um estilo específico e caminhavam pelo sentido contrario ao que era ditado pelas grandes grifes e confecções de moda, criando sua

Criadores e Formadores de opinião legitimizam

própria moda de acordo com anseios, ideologias e signos apresentando novas propostas ao se espelhar em seus ídolos sejam eles do esporte, da música ou de filmes.

Em a neste novo jeito de criar e disseminar a moda fez com que uma reformulação do mercado da moda ocorresse, iniciando assim o Fast Fashion. De acordo com o livro de Cietta, o mercado não é feito apenas para o consumidor, mas também pelo consumidor, uma vez que, a partir da observação de sinais do que aponta ser novidade nas ruas, as empresas passam a criar coleções voltadas para as necessidades e exigências do público: atender de forma rápida, barata e sempre atualizada.

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Todas as classes adotam


FAST FASHION COMO MERCADO LUCRATIVO O sistema de produção do Fest

variar de 15 em 15 dias ou em

deste processo, o ciclo vicioso

Fashion é sem dúvida uma

até de semanas em semanas.

torna-se completo: público – .

forma lucrativa que gera grande

Este tipo de prática não apenas

produtor – publico

rentabilidade para os investidores

fomenta a produção em grande

e proprietários de lojas multimarcas.

escala mas como também instiga

Outro ponto que instiga o consumo

A partir do momento em que esta

e induz grande parte dos clientes

é o valor imaterial atrelado ao

forma mercadológica de produzir e

final ao consumo, uma vez que

produto conhecido como identidade.

distribuir tem uma velocidade

o desejo, de estar inserido

Para que o valor final da

acelerada, diferente das coleções

nas tendências que são alteradas

mercadoria tenha atrelado a si um

das grandes grifes que lançam suas

a todos momento, aumentado

valor que justifique sua compra, as

coleções 24 meses antes

assim, de forma acelerada a

marcas precisam investir em

permanecendo na loja durante

compra e o descarte. E aí, neste

apresentar um estilo de vida que

um período sazonal. Em contra

ponto, a lucratividade cresce. Ou

desperte no consumidor o desejo

partida, o fast fashion apresenta

seja, aquilo que o cliente mais

de possuir aquilo que se vê nas

coleções em curtos períodos e

consome será cada vez mais

araras das lojas. Esse valor

lançam sub coleções abrangendo

produzido, diminuindo os riscos

geralmente é apresentado e

o um variado leque de temas para

de rejeição dos produtos e

associado a personagens em

suprir variadas demandas de

satisfazendo cada vez mais o

destaques como modelos famosos,

diferentes consumidores. O período

consumidor acarretando na

artistas de TV e personalidade que

de lançamento das coleções pode

compra desenfreada. Ao final

estejam em voga na mídia.

Toda a produção da moda gera impactos ambientais, desde a plantação e o cultivo do algodão - em virtude das grandes quantidades de pesticidas, inseticidas e fertilizantes empregados para a obtenção da fibra que causa contaminação da água, do solo e da fauna local. - até a confecção das peças e comercialização. O grande volume de água gastos em processos de beneficiamento e acabamento (alvejar e tingir produtos têxteis), ajudam a somar mais defasagem no meio ambiente. Fora a contaminação do solo, o consumo de energia, emissões atmosféricas de poluentes e resíduos sólidos Na confecção, os retalhos causam um impacto altamente significativo e não perceptível. No Brasil, a estimativa de resíduos têxteis é da ordem de 175 mil toneladas/ano. Desse total, apenas 36 mil toneladas são reaproveitadas na produção de barbantes, mantas, novas peças de roupas e fios (TURCI, 2012).


FAST FASHION COMO MERCADO LUCRATIVO As empresas que trabalham e

por empresas especializadas, acontecendo

No Brasil, o Fast Fashion dominou

produzem de acordo com o fast

da mesma forma com a confecção, a

o mercado das lojas de

fashion, conforme já dito aqui,

qual também é terceirizada.

departamento oferecendo aos seus

necessitam de peças produzidas de forma rápida, pois o intuito é acompanhar a tendência em um tempo praticamente momentâneo com o intuito de ficarem nas prateleiras o menor tempo possível. Por este motivo é necessário que sua confecção também seja feita rapidamente.

Em uma pesquisa para o colóquio de moda, foi identificou que para ser bem sucedido, o resultado dos investimentos da indústria dependem de vários fatores: características da empresa como tamanho, integração e velocidade das

decisões

tomadas

e o processo que é utilizado para o

consumidores peças diferenciadas, segmentadas e atuais, acompanhando as tendências da moda internacional. Para atender a demanda conforme as exigências do mercado, as empresas necessitam de uma produção cada vez mais acelerada. Para medir essa velocidade basta saber que a Arezzo, por exemplo, lança

Fato é que este mercado movimenta

desenvolvimento dos seus produtos.

uma grande quantidade de empregos

Fato é que quanto maior a empresa,

contando com uma formação

mais este mercado ‘engole’ os

pessoal que vai desde o gerente

pequenos produtores que tentam

criativo - quando se trata do caso

concorrer com seus produtos

das lojas criarem sua própria

confeccionados de forma não tão

coleção - ao contratar pequenas

acelerada e massificada.

Aderindo este grupo, a Riachuelo

marcas que estejam em uma

A exemplo de uma marca de

é uma empresa de departamento

processo criativo voltado para o

sucesso que elevou e mostrou que

nacional que mais investe no

mesmo público atendido pela loja.

este modelo mercadológico é,

sistema de Fast Fashion e produz

Porém, geralmente, as grandes

referência de lucratividade

200 mil peças por dia para serem

lojas de departamento atendem

temos a Zara. A empresa é uma

distribuídas para suas lojas

públicos diferenciados variando entre

potência de propagação de

espalhadas pelo Brasil. Na

infantil ao adulto de formas bem

produtos de moda, tendências e

entrevista concedida ao site GQ,

segmentada por estilo e predileções.

consumo. Enquanto a maioria das

Flavio Rocha, o grande investidor

Marcas que disponibilizam seus

empresas realizam a maior parte

que alavancou o mercado de

produtos para as lojas de

da sua produção em países como

produção e vendas da Riachuelo

departamento, geralmente, criaram

China e índia, a Zara busca ter

afirma

estampas e desenvolvem as coleções,

uma confecção próxima -concentra

o que constitui na contratação de

sua produção na Europa- com a

designers e trabalhadores

finalidade de acompanhar a sua

uma fantástica coleção, com

capacitados para exercer tal função. Já

produtividade de forma ágil, cada

dez, 12 looks diferentes, que

no tingimento, tratamento e estamparia

vez mais acelerada, lançando uma

ajudam a compor o visual. O

de tecidos são realizados, muitas vezes,

coleção nova a cada 15 dias.

cliente encontra o que quer.”

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novos cinco produtos todos os dias para serem distribuídos para as lojas, já a marca Espaço Fashion realiza a troca de suas vitrines uma vez por semana.

“Disponibilidade é você ter


A cadeia produtiva da moda contempla o setor têxtil, confecção, couro, calçados, jóias e acessórios, é reconhecida pelo elevado potencial de geração de renda e de emprego. Você sabia que este segmento é o segundo maior empregador do país? Sendo responsável por 2,4 milhões de empregos diretos e mais de 8 milhões entre diretos e indiretos, sendo 75% de mão de obra feminina.

FAST FASHION: FUTURO E PERIGOS Enquanto o sistema de Fast

uma vez que a falta de consciência

para tentar minimizar o impacto

Fashion cresce, teoricamente,

e cuidados com meio ambiente

ambiental. Isso também é o

no Brasil personalidades de

têm afetado de forma cada vez

resultado do trabalho terceirizado

pesquisadores de tendências de

mais significantes para o impacto

barato que são procurados pelas

moda de todo o mundo

ambiental. Fato é que as indústrias

contratantes, acarretando na busca

questionam com veemência se

têxteis que realizam o tingimento

por menores gastos das empresas

realmente esta cadeia de

e o tratamento dos tecidos que irão

terceirizadas.

mercado da moda - produção -

para as confecções, não realizam

consumo - descarte - possui futuro,

nenhum procedimento consciente

PRODUZIR 1 CALÇA JEANS CONSOME 11.000 LITROS DE ÁGUA

550 galões de 20 litros de água

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FAST FASHION: FUTURO E PERIGOS tendências fracassadas. No moda t

é sabido que novidades tem surgido pouco no campo da criação e o que tem visto são cópias repaginadas dos modelos de décadas e séculos passados. Com a finalidade de criar uma moda individual, subjetiva e que apresentasse uma nova proposta de consumo consciente, muitos pesquisadores de moda além de vários adeptos que não necessariamente estão inseridos na moda trazem uma nova proposta que pode, além de outros aspectos, auxiliar na moda

Outro ponto seriamente discutido

desenfreadamente, acaba

trazendo uma nova forma de

pelo campo da moda é a questão do

desencadeando este processo e,

produzir e pensar a moda, o slow

trabalho análogo a escravidão, pois,

consequentemente, a busca por

fashion.

na mesma forma com que acontece

preços acessíveis para a população

O movimento slow propõe quatro

com as empresas têxteis também

C/D resulta na queda da qualidade

aspectos básicos que é reciclar,

acontece com as confecções,

desses produtos que, por sua vez,

reaproveitar, revender e reformar,

empresas terceirizadas são contrata-

possuem uma vida útil efêmera

que no campo da moda,

das pelas grandes marcas, e

e seu descarte é feito de forma

confeccionar de forma manual,

estas, muitas sua vezes, contratam

inconsciente e, novamente, cai na

consumo em embrechós e

mão de obra barata e funcionários

questão ambiental.

customizações entram em

no qual não fornecem condições

Atualmente, novos pesquisadores

destaque neste novo conceito de

dignas de trabalho e nem tem seus

têm oferecidos novas propostas

se vestir. A roupa deixa de

direitos trabalhistas atendidos. Em

de produção para a adesão de

representar a tendência e passa a

muitos países como China e

novos consumidores. Essas novas

ser utilizada e identificada como

Índia, as denúncias chegam a delatar

práticas que têm sido insinuadas

estilo subjetivo afim de agregar valor

utilização de trabalho análogo a

pelos trendhunsters não estão

emocional ao invés de representar

escravidão por parte de algumas

ligados somente à consciência

apenas um status efêmero.

empresas potências do mercado fast, a exemplo temos a Zara.

ambiental, mas também ao novo desejo dos fashionistas de

A acelerada produção, aliada a

quererem possuir uma estilo

atualização rápida das peças nas

próprio e diversificado sem cair

“ O CONSUMO É UMA REALIDADE ULTRAPASSADA DA QUAL TEREMOS VERGONHA EM UM FUTURO PRÓXIMO”

araras e o desejo de consumir

na cópia, na mesmice e nas

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Box 1824


QUAL CAMINHO TRILHAR

Eloisa VH - 2009

Fast Fashion

Slow Fashion

- Produção em massa

- Diversidade

- Globalização

- Global /local

- Imagem

- Autoconsciência

- Novo

- Confecção/ manutenção

- Dependência

- Confiança Mútua

- Não ciente de impactos

- Profundamente ligado aos impactos

- Custo baseado em mão de obra

- Preço real incorporando custos sociais

e materiais

e ecológicos

- Grande escala

- Pequena e média escala

FLATCHER, Kate; GROSE, Lynda. Moda e Sustentabilidade - Design Para Mudança; Editora Senac.

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IDEOLOGIA SLOW FASHION A sociedade vive sob as regras do capitalismo. Fundamentando-se na obtenção de lucros ao estimular de forma agressiva e enfática o acúmulo de bens e serviços, esse sistema econômico ganhou força na Inglaterra no auge da Revolução Industrial, no século XVIII e, a partir daí, foram sendo desenvolvidos meios de aprimoramentos de produção e tecnologias com foco na produtividade além das necessidades básicas do ser humano, acarretando em novas divisões sociais, hierarquias trabalhistas e poder de compras concentrado.

A sedução do hiperconsumismo

Artistas Alain Guerra e Neraldo de La Paz

A sociedade de consumo

pesquisador da relação imagética

exploração de recursos naturais para

representada pelos avanços de

dos meios de comunicação com as

obtenção de matérias-primas para

produção capitalista, pautados no

influências causadas pela sociedade:

suprir essa demanda; busca por mão

consumo e auxiliado pelas

“Os produtos vendem valores,

de obra mais barata; propagandas

propagandas e jogadas de

imagens e conceitos de sucesso e

que vendem aos consumidores,

marketing, torna-se meio hábil de

merecimento, amor e sexualidade,

muitas vezes, uma identidade irreal e

estimular a compra ao veicular o

popularidade e normalidade. Eles

falsa para se sentirem inseridos na

produto a significados, simbológias,

nos vendem quem somos e quem

sociedade e na obsolescência

signos, estilos de vida e meios

deveríamos ser. Às vezes eles

programada, em que o produto

fantasiosos de encanto e sedução.

vendem vícios”.

depois de um tempo de uso se torna

Aí entra um importante valor moral,

Com base nesse compilado histórico

obsoleto e é substituído por um outro

a propaganda vende mais que o

e sistema, permite-se refletir e criticar

mais desenvolvido.

produto em si. Como pode se

alguns pontos da dinâmica cadeia

analisar na fala de Kilbourne,

produtiva: Produção em massa;

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IDEOLOGIA SLOW FASHION A consciência precisa ser

empresas, muitas vezes, não

matéria-prima foi utilizada;

despertada

garantem aos trabalhadores uma

consumo e descarte consciente;

Esse mecanismo de hiperprodução

remuneração justa e qualidades

valorização de um estilo de vida

e consumo capitalista é empregado

de trabalho dignas o que acaba

que comprove sua identidade;

em diversos setores produtivos:

acarretando em tragédias como a

conhecimento sobre o sistema

Moda; setor automobilístico; setor

do Rana Plaza, edifício desabado

capitalista e os meios e artimanhas

de tecnologias; dentre outros, com

em Bangladesh onde funcionavam

de atingirem gatilhos, muitas vezes

pequenas diferenciações, de acordo

oficinas de produção de vestuários,

inconscientes, para despertar e

com as necessidades de cada

que matou 1.135 trabalhadores em

sustentar o consumo de forma

segmento, público-alvo e

2013. Tudo isso para suprir a

personalizada. E é nessa contramão,

exigências dos consumidores em

demanda bilionária do fast fashion,

que surge o Slow Fashion,

potencial. A certeza é de que o

na qual a palavra de ordem é a

movimento sustentável como

mundo não suporta mais essa

produção em larga escala, no

uma alternativa consciente da

super-exploração de recursos, o

menor tempo possível, para o

produção em massa empregada

que torna uma emergência mudar

consumo rápido.

pelo Fast Fashion. Esse movimento

a forma de pensar/agir e se conscientizar afim de não

surgiu e se desdobrou do Slow

compactuar com essa destruição

O pensar slow: Qualidade não é quantidade

desenfreada presente nesse sistema

Na contramão desse fator, no

sustentável no Centre for

econômico predominante e que já

contexto da moda, existe um nicho

Sustainable Fashion. Vale ressaltar

vem dando vários sinais de

de produtores e consumidores que

que o setor de vestuário é o segundo

fragilidades. Ademais, surge uma

estão preocupados com uma outra

outra problemática: visando a

equação: Procedência do produto,

maximização de lucros, as

como, por que e quem fez e qual a

Food e foi iniciado pela inglesa Kate Flatcher, professora de design

mais poluente, só perdendo para o petrolífero.

Lan Britton - 2008.

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PRINCÍPIOS BÁSICOS DO SLOW FASHION: Abordagem lenta, processo revolucionário na contemporaneidade, para garantir qualidade do produto, agregar valor e contemplar a conexão com o meio ambiente. Princípios de Carl Honoré em seu livro “Devagar”; Consciência ética na escolha/desenvolvimento de uma matéria-prima que seja menos nociva ao meio; recuperação do que foi usado desse meio; Uso de materiais naturais em detrimento do menor uso de produtos químicos, maior preocupação com os descartes de produto no meio; Valorização social da produção. Condições favoráveis de trabalho, dignidade, e pagamentos justos;

RECICLAR

Reafirmação da cultura local, dando menor espaço para as super empresas internacionais que acabam acobertando os traços culturais locais; Marcas sustentáveis acabam possuindo um valor de produto maior, mas que é justificado pela qualidade do produto e pela produção diferenciada em

REDUZIR

pequenas e médias escalas; Consumo consciente por parte dos consumidores: busca por brechós, produtos upcycling e marcas do segmento sustentável;

REPARAR

Exigências por marcas transparentes em seu processo produtivo, que trabalhem com ética e valores sustentáveis para fomentar a pratica da produção sustentável; Boicote a marcas suspeitas a utilizar o trabalho análogo a escravidão;

REVENDER Busca por produtos que tragam uma maior autenticidade em detrimento ao massificado; Busca de empresas que representam seus valores morais; Apoio das empresas locais de pequenos e médios produtores para fomentar a economia local de uma forma justa; Mudar a imagem da moda como algo facilmente descartável, relação afetiva com a peça; Reparar, revender, reciclar e reduzir.

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QUER FAZER PARTE DO MOVIMENTO SLOW? Comece realizando pequenos feitos: RECICLAR Dar outro uso para roupas sem condições de conserto e vestimenta. Descartar roupas e acessórios de forma consciente.

REDUZIR

REPARAR

REVENDER

Comprar o necessário

Concertar peças antigas ou defeituosas para retornar o seu uso.

Vender roupas que não possui mais interesse para brechos, bazares e/ou consumidores finais.

Adquirir roupas e acessórios de segunda mão. Produzir artigos resistentes de forma ecológica.

Customizar, estilizar e transformar roupas, acessorios e calçados velhos em ‘‘novos’’.

Participar de grupos online e feiras de venda e troca.

E AGORA? Com essas mudanças de mentalidade

“É evidente que toda essa

o consumidor irá sentir a necessidade

agressão que estamos

de se voltar a novos modelos

cometendo com o planeta um

mercadológicos para suprir as suas

dia vai se voltar justamente

necessidades e desejos de uma

contra quem mais depende

forma menos nociva ao meio

dessa biosfera: nós mesmos.

ambiente através de meios práticos

Portanto, de agora em diante,

como o capitalismo consciente;

antes de sucumbir a qualquer

economia colaborativa, sustentável,

impulso consumista, é melhor

solidária e compartilhada; pós capitalismo e negócios sociais. Observa-se nessa corrente uma mudança de valores de status financeiros por ideológicos. A

perguntar a si mesmo, com toda a sinceridade que existe na sua cabeça e verdade do seu coração: ‘eu preciso mesmo disso’ ? ’’.

partir de uma análise realizada pela Lena Maciel, colunista do site

Vale a reflexão!

Ponto Eletrônico, agência responsável por mapear tendências socioculturais e comportamentais indaga:

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FICHA TÉCNICA Pesquisa Brenda Nestor Avelar Isabela C. R. Pena Isabela Sousa Andrade Jéssica Braga de Sousa Lara R. Di Maccio Mariana Coelho da Silva Patrícia Cristina Rodrigues

Texto Brenda Nestor Avelar Jéssica Braga de Sousa Lara R. Di Maccio

Coordenação editorial e texto final Brenda Nestor Avelar Lara R. Di Maccio

Projeto gráfico Jéssica Braga de Sousa

Fotografias Alain Guerra Colia Eloisa VH Lan Britton Latoff Neraldo de La Paz Reuters Christian Charisius

Matéria

apresentada como requisito de

avaliação do curso de Moda do Centro Universitário UNA para aprovação parcial na matéria Jornalismo de Moda. Prof. orientador: Aldo Clécius

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