IDEIA - Edição Um

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EDIÇÃO UM

DEI I

A

O PROFUNDO DESPERTAR É AGORA


EDIÇÃO UM O PROFUNDO DESPERTAR É AGORA


Luke Kirwan


Ficha Técnica TEXTO Aline Meira Soares Amanda M. L. Gonsalves Isabella C. R. Pena Isabela Sousa Andrade Fabricio M. Lima Regiane Dias Santos Stéfany S. Santos

CORDENAÇÃO EDITORIAL E TEXTO FINAL Jéssica Braga Sousa Lara. R. Di Maccio

PROJETO E PRODUÇÃO GRÁFICA Jéssica Braga Sousa

FOTOGRAFIA Fabricio M. Lima Contribuições fotográficas citadas nas próprias páginas.

COLABORAÇÃO Aldo Clecius Neris da Silva Cláudia Ligório Diginane Hiorranna Flávia Virgínia Francisco Pedro Batista

Geanneti Silva Tavares Salomon SLOW FASHION Izabel Haddad Leroy Evangelista OJany PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL Luiza Magalhães Oliveira

Após transitar alta costura Maria Adircilapela Starling Sobreirae pelo prêt-à-porter no século XX, o negócio de moda evoluiu rapidamente para a se pensar e produzir moda: o slow fashion.


Carta O PROFUNDO DESPERTAR É AGORA Ligue os pontos, absorva novos conhecimentos, reflita sobre as engrenagens dos acontecimentos, rompa com os padrões pré-estabelecidos, indague sobre a benevolência dos incontáveis estímulos recebidos diariamente. Você é real ou uma versão falsa resultante da confluência de expectativas e exigências sociais para se enquadrar na dita normalidade? Essa normalidade existe? LIBERTE-SE, seja o sujeito da sua própria história! Surpreenda o mundo ao optar pela ética, sabedoria e equilíbrio emocial. Tornar esses fundamentos inegociáveis é um bom trilho para uma vida mais plena. Coloque esses valores em movimento, em um dinamismo capaz de despertar essas questões para outros indivíduos. O despertar é individual e intrasferível, você não pode fazer isso por mim e eu nem por você, mas somos suscetíveis a essas novas formas de ampliar a visão para os fatos e descobertas que despertam uma QUEBRA DE PARADGMAS. Está na hora do DESPERTAR coletivo, colocar essas IDEIAS em movimento para ser possível uma REVOLUÇÃO. Sermos HONESTOS com nós, o próximo e o meio. TRANSFORMAR a hiperaceleraçao cotidiana, a angustia do peso do tempo, a expectativa do controle da vida, a insatisfação peculiar do ser humano no desejo de CONFIANÇA no fluxo natural da vida, no RESPEITO ao tempo das coisas e da natureza e no TRABALHO pessoal para mitigar essa contemporaneidade massificadora de padrões. A IDEIA é disseminar o conhecimento através de notícias, personalidades, entrevistas, no qual acreditamos ser fundamentais para esse despertar coletivo. O PROFUNDO DESPERTAR É AGORA!

SLOW FASHION O PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL Após transitar pela alta costura e pelo prêt-à-porter no século XX, o negócio de moda evoluiu rapidamente para a se pensar e produzir moda: o slow fashion.


ÍNDICE - SLOW FASHION 07 - O PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL 09 - E AGORA? 10 - EDITORIAL AFETOS 19 - MODA E AFETOS 23 - ROUPAS MUITO ALÉM DO ECOLOGICAMENTE CORRETO 25 - EDITORIAL GUARDA-ROUPA VINTAGE 44 - REAPROVEITANDO A MODA 46 - PRODUTOS DE MODA SUSTENTÁVEL VIABILIZADOS PELA TECNOLOGIA

- COMPORTAMENTO, MÍDIA E SOCIEDADE 50 - A ESCOLHE É SUA? 56 - MÍDIA CONSCIENTE - DESVELOCITÁ 57 - PROJETO CARACOL

- SLOW FOOD 59 - VOCÊ TEM FOME DE QUÊ?



SLOW FASHION O PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL Após transitar pela alta costura e pelo prêt-à-porter no século XX, o negócio de moda evoluiu rapidamente para a se pensar e produzir moda: o slow fashion. O cenário atual é de crise e total ALERTA! O mundo e

informações e os desejos que foram desfilados e

seus imensuráveis acontecimentos não vem seguindo as

conseguem fabricar um produto com informação de

vontades de uma sociedade pautada e criada pelo

moda e economicamente viável, utilizando materiais

capitalismo. NÃO É PARA MENOS! Em um sistema no

e técnicas de produção mais baratos. O modelo que ao

qual se baseia a equação mão de obra barata + produção

ser desfilado possuía uma certa exclusividade, por

rápida + consumo imediato + obsolescência programada

causa do seu custo e público-alvo, torna-se acessível a

desses produtos + bolhas de créditos sendo geradas para

todas as camadas populares.

facilitar o consumo = a obtenção de lucros assegurados nas mão de poucos, os empresários.

Pela velocidade da produção de novos artefatos, o tempo do ciclo do produto é efêmero, sendo

Adivinha qual é o resultado final? CRISE!

substituído por outra tendência em um curto espaço

Em que os direitos SOCIAIS, ECONOMICOS E

de tempo. A exemplo, a Zara lança novos produtos

AMBIENTAIS serão comprometidos. Além de uma

toda semana. Ainda mais grave do que isso é a

corrida TECNOLÓGICA para uma maior produção e

mensagem que se passa com roupas tão baratas:

produtividade de artefatos.

“Compre, use e jogue fora”, os consumidores acabam não usufruindo completamente do que compraram e

Imaginem isso agora no cenário da moda. Pautado pelo fast fashion que se caracteriza pelo alto grau

substituem por outras peças, gerando um ciclo vicioso de compra e descarte.

competitivo, baixo custo de produção e produção massificada. Nesse atual cenário, a indústria de moda

Nesse contexto de produção massificada, os ônus são

acompanha um crescimento acelerado de consumo em

grandes. Com redes cada vez menores de

SLOW FASHION ideologia de se consumir além do necessário, vinculando

grande escala, jogando para os consumidores uma

abastecimento, o sistema precisou se reestruturar,

esses produtos a simbologias e signos ilusórios e

sistema onde a palavra de ordem é o LUCRO, emerge

recorrendo aos países de economia fraca. Em um

Oinatingíveis PODER deDApoder, RESPONSABILIDADE status, felicidade e bemINDIVIDUAL estar. O uma degradação dos direitos sociais como

uma,

marketing torna-se responsável por agregar valor a esses

muitas vezes, ausência da valorização dos

Após transitar pela alta costura e pelo prêt-à-porter no século XX, o negócio de moda evoluiu rapidamente para a produtos, aumentando o desejo de consumo e criando

funcionários através de salários injustos e condições

se pensarfantasmagóricos e produzir moda:para o slow fashion. cenários incitar o desejo de posse e

indignas de trabalho e segurança. Um exemplo

necessidade perante ao que está sendo veiculado. Os

exponencial é o fatídico caso do desabamento de um

designers da moda varejista de fast fashion com

prédio de três andares de uma fábrica de tecidos em

frequência adaptam as criações às tendências

Bangladesh, matando ao menos 377 pessoas. Essa

estabelecidas pelo prêt-a-porter que são lançados ao

fábrica trabalhava para a verejista britânica Primark.

público nas semanas de moda. Eles captam as

Infelizmente, esse não é um caso isolado, há o caso da

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produção em massa e agora, na primeira década do sécuxo XXl, na contramão capitalista, surge um novo meio de

Riachuelo, Zara, Le Lis Blanc, M Officer, Luige Bertolli... Aí entra uma reflexão: Sim, cada um carrega uma responsabilidade ao escolher consumir e ao abraçar uma ideologia de uma marca/empresa. Pessoas foram mortas para, além de garantir o lucro dessas empresas, novas produtos chegarem como um preço mais acessível em nossos guarda-roupas. Isso é a democracia da moda? Para uma roupa chegar barata e suprir esse desejo desenfreado pelo consumo no ocidente, muitas vezes, os direitos desses trabalhadores estão sendo explorados. A tecnologia entra como aliada ao ser lançado, em 2013, o aplicativo Moda Livre, que mapeia e norteia os consumidores ao expor o histórico das empresas quanto ao cumprimentos dos direitos humanos de seus trabalhadores. Não só no âmbito social, como no ambiental: recursos naturais vem sendo explorados para garantir a alta quantidade de peças, uso exacerbado da água e de produtos químicos como a solda caustica e os corantes que são descartados nos afluentes, SLOW FASHION comprometendo também o solo, prejudicando a fauna e flora e havendo desgastes dos recursos naturais. O PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL Uma hora, e pelo andamento, em breve O PLANETA Ã O A Gpela U Ealta N TA RÁ M A I Sprêt-à-porter ! S e g u n d o noaséculo XX, o negócio de moda evoluiu rapidamente para a ApósNtransitar costura e pelo pesquisadora de tendências Li Edelkoort, o fast

se pensar e produzir moda: o slow fashion.

fashion está obsoleto e as razões são a imensa exploração de mão de obra análogas a escravidão, produtos tóxicos ao meio ambiente, ritmo desenfreado de produção e descarte inconsequente.

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E AGORA? Antagônico e essa produção desenfreada surge um novo meio de se pensar moda: o slow fashion. Termo criado no ano de 2008, por Kate Fletcher, responsável pelo curso de moda e sustentabilidade, na faculdade de moda de Londres. Esse movimento surgiu do desdobramento do slow food em oposição ao fast food. Slow fashion não é uma tendência sazonal e sim um meio de produção e consumo de moda fundamentado na prática sustentável em que há uma preocupação em toda uma cadeia produtiva baseada na pequena e média escala, propondo desenvolver tanto ao consumidor quanto ao produtor a responsabilidade ambiental/social que a sociedade moderna tende a esquecer ou encobertar. A ideia do slow fashion é a CONSCIÊNCIA e a

nova cultura desafia a obsessão de que quantidade é

ÉTICA, consistindo em uma produção que reduza ao

qualidade. Na aquisição de uma peça de vestuário

máximo os impactos ambientais ao trabalhar com

precisamos entender que a roupa não é apenas o objeto

matérias primas mais naturais, que agridam menos o

em si, mas dotada de significados e simbologias, a

meio ambiente e que tenham uma preocupação com a

roupa é um meio de comunicação onde a

extração do meio e o descarte de resíduos. Nesse

comunicação, mesmo não sendo óbvia e verbal, traduz

processo, há uma valorização da cadeia produtiva ao

a percepção de quem a veste, refletindo um meio de

criar relações diretas com os trabalhadores e

integração social. De forma muitas vezes

garantindo-os condições justas. Esse produtos

inconscientes, a partir das escolhas das roupas as

acabam tendo um custo mais elevado por ser

pessoas revelam uma parcela do que são e do que

trabalhoso e cuidadoso, mas é o preço justo, real e com

pensam.

a garantia de estar consumindo um produto de

A roupa também é um meio de resgatar afetividade.

qualidade, atemporal, duradouro, além de contribuir

No livro “O casaco de Marx, roupa, memórias, dor”, o

para o meio, respeitar o tempo da natureza e o tempo

autor Peter Stallybrass afirma que a roupa tende a estar

de produção, fortalecer a mão de obra digna, ajudar os

poderosamente associada com a memória, ou pode-se

pequenos e médios produtores, fomentar o comércio

dizer que, a roupa é uma memória. Quando a pessoa

local e propagar esse movimento. Não é necessário

está ausente ou morre, a roupa absorve sua presença

adquirir novas tendências a cada vez que uma se torna

ausente. As roupas para ele além de representar a

SLOW FASHION

obsoleta. Nesse tempo de hiperaceleração, torna-se

presença física e rememorarem, a todo instante, a

preceito básico o consumidor estar ciente da forma

ausência de quem partiu, denotam também suas

escolhas que a empresa interage nesse sistema produtivo, OcomPODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL fortificando a RELAÇÃO empresa/consumidores.

pessoais, seus gostos e opiniões: são

verdadeiras relíquias. Os vestuários são testemunhas

Após transitar pela alta costura e pelo prêt-à-porter XX, o negócio de moda evoluiu rapidamente para a de vivências, contendo mensagens significativas, elas consumidores fortifiquem e trabalhem com a suano século pessoalmoda: e singularidade seidentidade pensar e produzir o slow fashion.ao

consumir

artefatos que dialoguem com sua personalidade e estilo de vida e não o que foi imposto pela mídia. Esta

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adornam e abraçam o corpo, carregando cheiros, momentos e sensações.


EDITORIAL AFETOS "As roupas não são meras coisas guardadas e esquecidas no fundo de uma gaveta da memória, mas elas representam nossos afetos, o tempo do passado, entranhados na trama do tecido. Nossas roupas transcendem o papel que a moda as concede, porque são parte de uma história singular e intransferível". SLOW FASHION O PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL Após transitar pela alta costura e pelo prêt-à-porter no século XX, o negócio de moda evoluiu rapidamente para a se pensar e produzir moda: o slow fashion.

Izabel Haddad


SLOW FASHION O PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL Após transitar pela alta costura e pelo prêt-à-porter no século XX, o negócio de moda evoluiu rapidamente para a se pensar e produzir moda: o slow fashion.

“Esse all star me acompanhou em vários shows de rock, que é uma coisa que eu amo, o tornando muito especial para mim’’. Maria Adircila Starlyn Prof. de Moda da UNA


Este sapato foi comprado em Milão há 20 anos. É um calçado diferente do outro e isso é algo que não é utilizado no mercado nacional. Ele quebra paradigmas, que é uma coisa que me encanta ”. Francisco Pedro Batista Prof. de Moda da UNA


SLOW FASHION O PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL Após transitar pela alta costura e pelo prêt-à-porter no século XX, o negócio de moda evoluiu rapidamente para a se pensar e produzir moda: o slow fashion.

“Esse casaco era da minha mãe e carrego comigo até hoje.” Aldo Clésius Prof. de Moda da UNA


SLOW FASHION O PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL Após transitar pela alta costura e pelo prêt-à-porter no século XX, o negócio de moda evoluiu rapidamente para a se pensar e produzir moda: o slow fashion.

“Foi o vestido de baile da minha formatura. Quando o criei, gostaria que fosse algo glamuroso, elegante e diferente do resto.” Jane Leroy Prof. de Moda da UNA


“Eu amo muito esse tipo de sapato. Eu acho que ele me conecta com o momento que eu estava mais apaixonada com moda.” Flávia Virginia Prof. de Moda da UNA


“Esse vestido é muito importante, pois eu o ganhei quando comecei meu primeiro trabalho na parte de criação ainda como estudante da moda. Ele faz parte da primeira coleção que eu ajudei a criar.”

Geanneti Silva Tavares Salomon Prof. de Moda da UNA


“O cachecol me acompanhou em várias viagens com pessoas queridas e de certa forma me faz lembrar que o mundo é muito maior do espaço que delimitamos no nosso dia-a-dia.”

Luiza Oliveira Magalães Prof. de Moda da UNA


“É uma história de afeto de uma menina que estava virando mulher descobrindo a sexualidade e a roupa propiciava um encontro com o outro.” Izabel Haddad Prof. de Moda da UNA


Moda e afetos Em contrapartida com a aceleração e os excessos do mundo contemporâneo dificilmente relacionamos roupas ao emocional, estamos sempre descartando e nos adaptando as tendências mundiais e esquecendo da nossa cultura e trabalho regional, o mundo pede por ajuda e a moda ao ouvir resolve voltar a suas raízes.” O crescimento da indústria e da concorrência no século XIX só fez com que a necessidade de consumo aumentasse ainda mais, e assim a demanda de consumo foi gerando a produção em grande escala. O processo de modernização do maquinário de produção e o desenvolvimento da industrialização do ultimo século afetaram diretamente na produção de moda, e aliado a isso o consumidor tem se tornado cada vez mais exigente e precisa de tudo com urgência, o que antes era uma atividade manual passa a ser quase que completamente mecanizada. O artesanal, manufaturado foi perdendo completamente sua força, assim como as tendências regionais que foram tomadas pelas padronizações das grandes indústrias. Aparentemente novos movimentos vêm surgindo em contrapartida a essa aceleração que tem se encontrado no cotidiano do homem contemporâneo. O planeta tem reagido a todos os impactos da aceleração do homem, segundo a Box 1824, uma empresa de pesquisa especializada em tendências de comportamento e consumo somente nas últimas três décadas, um terço dos recursos naturais da Terra foram consumidos. A hiperaceleração do cotidiano vem fazendo com que as pessoas rebusquem a tradição, as raízes e a vagareza de décadas anteriores onde se sabiam o sentido não apenas racional e sim até emocional e sentimental dos acontecimentos e dos produtos. A verdade que ainda prevalece é que as roupas assim como as pessoas tem uma identidade cultural, social e emocional muito forte. Há em torno delas toda uma história, lembranças e momentos vividos que moldam ou marcam de alguma forma essas peças. Algumas passam de geração em geração transmitindo esse rico contato de passado e presente nos mostrando a força da moda atemporal. E é com este conceito que a marca Peruana Meche correa vem encantando o mundo do Slow Fashion.

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A marca peruana projetada pela estilista Carmen Mercedes Toledo Araoz De Correa está presente no mercado há mais de 15 anos. Envolvida com arte, beleza e criação desde pequena, em entrevista ao site informativo Caras de la Información, Correa conta que desde que possuiu o uso da razão, apresenta um equilíbrio e um dom visual, possuindo uma afinidade muito grande com as artes plásticas. Talvez, por esse motivo, suas criações são remetidas a peças de arte presente em alguns museus, como um traje da coleção “Las Flores de Mi Tierra” inspirado no bordado Ayno, que se encontra no Museu Matadero e que foi desfilado, a convite, no Mercedes Benz Fashion Week de Madrid em 2013. Por viver em um país extremamente rico em cultura e tradição Correa faz toda questão de levar a cultura e a tradição do Peru para o mundo, através de suas peças, em todo seu histórico, a marca aposta em colocar a criatividade e a arte peruana nas criações de moda. Em tempos de extremo consumismo, ditado pelo sistema capitalista, vale relembrar que as roupas servem às pessoas e não o contrario, que quando envolvemos um produto em uma historia e fazemos dele um sujeito, ele passa a ser mais valorizado pois os consumidores colocam nele um sentido emocional. E é nessa linha de pensando que Correa com sua característica sensibilidade, paixão, autenticidade, tempo empregado em suas criações, respeito pelo seu processo criativo, senso de comunidade presente no desenvolvimento produtivo e responsabilidade social, cria não apenas produtos, mas significados e simbologias emocionais à criação e valores, preocupando com esses estímulos e não só com a produção e consumo do objeto em si. Em seu processo criativo, Correa interpreta e explora as expressões culturais e artísticas presentes no Peru de forma genuína. Na elaboração de seus produtos utiliza como base, principalmente, o artesanato e a matéria prima local e o uso predominante de cores, conferindo ao produto uma fusão de tradicionalidade e modernidade.

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Em viagens locais recolhe essas informações, conhecimentos e inspirações. Com peças ricas em detalhes, ornamentos e bordados e com uma responsabilidade social e visão integradora - grande parte do seu trabalho é realizado em diversas províncias do país, empregando novas pessoas e trocas de conhecimentos – Correa produz em colaboração com artesões, melhorando e aprimorando as formas de tear, utilizando fios de CO e tecidos mais finos. Correa trabalha com os artesoes de Cuzco, Ayacucho, Huancayo, Cajamarca e Lima, e também com um grupo de presos da penitenciaria Miguel Castro Lima, que contribuem na confecção de bijuterias com chifres e ossos de touro. Outro diferencial que Correa aplica em sua marca é a questão de não trabalhar tendências, ela olha para o seu país e enxerga o que poderá absorver e expressar como referências e 8 influências. Para ela, o Peru deve se abrir ao mundo para ser visto, redescoberto e reconhecido. Além do vestuário e não menos importante, a marca desenvolve fortemente a coleção de acessórios: bolsas; carteiras; bijuterias, lenços, turbantes e adereços de cabeça fazem parte do mix de produtos ofertados. Correa conta quem se inspira em pequenas ações do cotidiano dos peruanos para retratar com delicadeza, verdade e essência as historias deste povo.

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Roupas muito além do ecologicamente correto Com o slow fashion a moda sustentável expandiu e passou a ser muito mais do que apenas amiga do meio ambiente. Agora, além do lado sustentável, as empresas buscam valorizar o processo produtivo e criativo, a mão-de-obra e o consumo consciente. E isso só foi possível por causa de novos meios produtivos que respeitam o cliente, o trabalhador e o meio ambiente Você já parou para pensar como as roupas se tornaram DESCARTÁVEIS hoje em dia? Você compra uma peça hoje e daqui a uma semana, ou um mês, já não aguenta mais vê-la? O seu guarda-roupa está cheio de peças e mesmo assim você sente que está faltando algo? Que o que você tem não é suficiente e já está ultrapassado? Então você corre ao fast fashion mais próximo e com o precinho camarada dos produtos acaba adquirindo várias peças que em breve não aguentará mais usar. Nessa inquietude humana e na fomentação da ideia de que é preciso estar sempre na moda e estar condizente com o que o meio propõe com as tendências impostas pelas marcas, os consumidores acabam perdendo sua singularidade e sua identidade na hora de vestir. E é nesse consumo ostensivo que, anualmente, a indústria da moda, produz e descarta toneladas de lixo. É triste ver que mesmo não tendo a intenção, nós consumidores, mesmo que indiretamente, acabamos impulsionando esse processo produtivo predatório. Foi com o pensamento de englobar a melhoria dos impactos ambientais da moda e moldar a visão dos consumidores acerca dos prejuízos de uma cadeia de produção massificada, pautada na transparência e num diálogo direto e objetivo, que muitas empresas resolveram olhar para o seu processo produtivo e criativo e fazer algumas mudanças necessárias para uma produção e consumo consciente.

O mercado criativo se abre a novas possibilidades: Através do Upcycling, inovações tecnológicas e

cor, estampa, ou forma. E ele pode ser aplicado em

reaproveitamento das peças de segunda mão, muitas

várias áreas da moda, como mostra a marca Insecta

marcas viram a saída que precisavam para unir moda e

Shoes, que é especialista na criação de sapatos

mostrar um estilo de vida plausível sem causar danos ao

upcyclign. Roupas vintages e garrafas pets se

meio ambiente e a desvalorização da mão-de-obra. As

transformam em oxfords, botas, sandálias e slippers

técnicas utilizadas trazem uma nova visão para o “fazer

estampados, diferentes e cools nas mãos dos membros

moda” dos dias de hoje.

da empresa. Além da reutilização de materiais, a

Com upcycling, as empresas reaproveitam algo sem valor comercial, que muitas vezes seria descartado, e o transformam em algo diferente, com um novo uso

marca presa pelo preço justo e em não usar matériaprima de origem animal em seus produtos, assumindo também o título de marca vegana.

propósito e ideologia a ser vinculado na peça. O

A marca Reformation, da norte americana Yaya Afalo,

Objetivo desse processo é evitar o desperdício de

é uma das referências de moda upcyclign e estética no

materiais potencialmente úteis, fazendo uso dos já

mercado. Após trabalhar vários anos na indústria

existentes e dando uma nova utilidade e cara ao produto.

convencional da moda, com uma empresa que levava

O que resulta em uma redução de energia e de poluição

seu nome, Yaya resolveu repensar sua produção e se

Nesse método as peças produzidas são únicas, já que os

uniu ao “lado consciente da força”. Sem deixar de lado

materiais usados nem sempre são do mesmo tamanho,

seu design jovem e elegante, a marca utiliza de peças

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vintages a resíduos têxteis .

a um brechó você tem a chance de dar novas

As inovações tecnológicas também vêm ajudando muito

possibilidades e uso para terceiros, e ora ainda encontrar

as empresas a adotarem uma iniciativa slow. Com

peças exclusivas que dialogue com seu estilo de vida. Os

métodos de reaproveitamento de água na hora das

brechós criam um laço afetivo do cliente com a peça e

lavagens e tingimentos, a produção de vários tipos de

fortalece a identidade da pessoa, uma vez que o produto

tecidos do mercado, principalmente tecidos de algodão,

aqui ofertado é algo único, singular e carrega consigo

se torna muito menos poluente. Em uma pesquisa

uma história. Atualizados e modernos, o estereótipo de

divulgada pelo Inove Mais Senai, foi constatado que nos

que esse tipo de lugar só vende velharias, não lhe cabem

processos das indústrias têxteis, grande parte da água

mais. Neles pode-se encontrar desde roupas de

consumida não é incorporada ao produto final e cerca de

confecção de bairro até marcas de grifes internacionais,

80% se torna efluente. Com a neutralização dos corantes

basta saber garimpar.

presentes nas águas, através dos processos oxidativos e com o auxilio de reagentes de baixos custos e eficazes, se tornou possível reaproveitar essa água.

Com o aumento da procura por esse tipo de comércio, estão sendo desenvolvidas várias alternativas bem legais que facilitam ainda mais essa troca de produtos.

Através dessas tecnologias, também é possível construir

Você pode achá-los no Instagram e em diversas

fibras a partir de produtos recicláveis que darão origem a

plataformas digitais, divididos inclusive em estilos,

tecidos mais sustentáveis, além de corantes menos

tamanho e preços. Olhando em uma nova perspectiva,

tóxicos e poluentes. As fibras de bambu, garrafas pets, juta e algodão orgânico

verá que conseguirá produzir looks incríveis e ainda

são as fibras sustentáveis mais usadas atualmente para a

estará ajudando a frear um pouco dessa produção hiperacelerada.

produção de tecidos. Marcas como Valentino, Gucci, H&M, Nike e Stella McCartney e Tom Ford já produzem, em suas coleções, alguns modelos mais sustentáveis, enquanto no brasil algumas grifes como Animale, Ronaldo fraga, Osklen e Alexandre Herchovitch já fizeram peças ecologicamente amigáveis em algumas coleções.

Peças produzidas nesse vários formatos prezam pela qualidade, identidade do produto, criatividade, respeito pelo tempo de produção e valorização de toda uma cadeia produtiva. Esse reconhecimento de toda a escala produtiva é refletida no produto final, que possui preço justo tanto para o cliente, quanto para as empresas, além de fomentar um vinculo próximo com os compradores,

A tecnologia permite o reaproveitamento de boa parte dos resíduos têxteis. Seja através da transformação de tecidos, como a Qmilk, que utiliza leite azedo para produzir uma fibra antimicrobiana, ou pelos aplicativos e grupos de trocas online, que cada vez mais reúnem pessoas dispostas a consumir moda de uma maneira mais consciente.

pautado na transparência da história e posicionamento da marca. Com tanto investimento tecnológico para melhorar o nosso futuro, os produtos finais têm um preço mais elevado do que as peças de produção em massa. Mas não deixe que isso, ou seus preceitos te desanimem! Pense em todos os benefícios de comprar uma roupa duradoura, com design, sustentável e

Já os brechós, lembram a todos que o fato de não gostar

exclusiva e compare com os estragos causados pelas

mais de uma peça, não quer dizer que ela seja

produções dos fast fashions. No final das contas, você

descartável. Como diria Macklemore e Ryan Lewis na

verá que adquirir uma roupa que preze pelo processo

música que satiriza a moda Thrift Shop: “O lixo de um

slow, sai muito mais em conta para você, para o meio

homem é a vantagem do outro”. Paradas no seu guarda-

ambiente e para todos que participam desse meio. E

roupa, as peças podem não valer muito, mas levando-as

assim todos saem ganhando!

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SLOW FASHION O PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL Após transitar pela alta costura e pelo prêt-à-porter no século XX, o negócio de moda evoluiu rapidamente para a se pensar e produzir moda: o slow fashion. GUARDA-ROUPA VINTAGE Que tal um guarda-roupa cheio de estilo com peças únicas achadas em brechós? Pra se ter um guarda-roupa diferenciado, o brechó é uma ótima opção para se destacar. Vamos provar que é possível se vestir bem e ter estilo gastando pouco com roupas de boa qualidade, e consequentemente deixar de lado esse preconceito com roupas de segunda mão. Fotos: Fabrício Moreira Produção de Moda: Amanda Martins, Aline Meira, Stéfany Santos, Regiane Dias Brechó: Mercado das Pulgas


SLOW FASHION O PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL Após transitar pela alta costura e pelo prêt-à-porter no século XX, o negócio de moda evoluiu rapidamente para a se pensar e produzir moda: o slow fashion.


SLOW FASHION O PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL Após transitar pela alta costura e pelo prêt-à-porter no século XX, o negócio de moda evoluiu rapidamente para a se pensar e produzir moda: o slow fashion.


SLOW FASHION O PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL Após transitar pela alta costura e pelo prêt-à-porter no século XX, o negócio de moda evoluiu rapidamente para a se pensar e produzir moda: o slow fashion.



SLOW FASHION O PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL Após transitar pela alta costura e pelo prêt-à-porter no século XX, o negócio de moda evoluiu rapidamente para a se pensar e produzir moda: o slow fashion.


SLOW FASHION O PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL Após transitar pela alta costura e pelo prêt-à-porter no século XX, o negócio de moda evoluiu rapidamente para a se pensar e produzir moda: o slow fashion.


SLOW FASHION O PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL Após transitar pela alta costura e pelo prêt-à-porter no século XX, o negócio de moda evoluiu rapidamente para a se pensar e produzir moda: o slow fashion.


SLOW FASHION O PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL Após transitar pela alta costura e pelo prêt-à-porter no século XX, o negócio de moda evoluiu rapidamente para a se pensar e produzir moda: o slow fashion.


SLOW FASHION O PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL Após transitar pela alta costura e pelo prêt-à-porter no século XX, o negócio de moda evoluiu rapidamente para a se pensar e produzir moda: o slow fashion.




SLOW FASHION O PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL Após transitar pela alta costura e pelo prêt-à-porter no século XX, o negócio de moda evoluiu rapidamente para a se pensar e produzir moda: o slow fashion.


SLOW FASHION O PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL Após transitar pela alta costura e pelo prêt-à-porter no século XX, o negócio de moda evoluiu rapidamente para a se pensar e produzir moda: o slow fashion.


SLOW FASHION O PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL Após transitar pela alta costura e pelo prêt-à-porter no século XX, o negócio de moda evoluiu rapidamente para a se pensar e produzir moda: o slow fashion.




SLOW FASHION O PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL Após transitar pela alta costura e pelo prêt-à-porter no século XX, o negócio de moda evoluiu rapidamente para a se pensar e produzir moda: o slow fashion.


Entrevista Reaproveitando a moda Com o mundo fashion se voltando para as práticas slow, novos artistas vêm ganhando uma maior visibilidade e consequentemente, vendo novas portas se abrirem par eles nesse ramo. Diginane Hiorranna é pós graduada em MBA - Master of Business Administration - em direção criativa e é um dos novos talentos que essa moda sustentável vem gerando. Através de seu ateliê ela ministra cursos e oficinas nos quais ensina seus alunos a reaproveitarem peças de seus guarda-roupas. Mas ai você se pergunta: O que ela tem, ou faz de diferente das outras marcas que já existem? Diferente das outras marcas, Hiorranna gosta de misturar algumas técnicas artesanais para dar um toque ainda mais personalizado e único ao produto final de seus workshops, além de também oferecer uma consultoria sustentável para que seus clientes não saiam apenas com uma roupa nova, mas saibam também como aproveitar melhor as que já estão em seus armários. Com a ajuda do crochê, das linhas, cores e texturas, o projeto da Diginane traz mais vida e alegria para o cotidiano da moda. “Meu projeto é reaproveitar peças em jeans intercalando com o crochê. Eu pego uma peça já pronta e a refaço.” - Diginane Hiorranna. Para falar um pouco mais sobre esse projeto, convidamos a autora para uma entrevista, na qual ela fala sobre sua vida, sua experiência na área da moda, como surgiu o projeto, entre outras coisas. IDEA – Quais são as suas experiências no campo da moda? Diginane Hiorranna - Trabalhei dos 15 anos aos 18 como

SLOW FASHION

vendedora em uma loja de roupas e calcados em Diamantina. Aos 19 anos abri minha própria loja. Aos 23 anos vim para BH para estudar, inicialmente turismo, mas mudei de ideia quando soube

que existia faculdade de moda. Em BH trabalhei como vendedora O PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL e vitrinista da Fórum BH Shopping de dezembro de 2005 a julho

Após transitar pela alta costura e pelo prêt-à-porter no século XX, oentão, negócio modatrabalhos evoluiu rapidamente a de 2006. Desde fiz de vários de freelancepara como se pensar e produzir moda: o slow fashion.

vendedora. Graduei-me em julho de 2011 e comecei a pós em setembro do mesmo ano. Terminei a pós em 2012 e logo depois abri meu escritório trabalhando com consultorias diversas. Mudei de atividade seis meses depois porque me decepcionei com o mercado e fui trabalhar como Consultora de Imagem Sustentável, o que faço também até hoje.

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No primeiro semestre do ano passado comecei a

IDEA – Quantas pessoas hoje estão envolvidas neste

ministrar oficinas de reaproveitamento de peças dos

projeto?

guarda roupas no meu escritório e de lá pra cá não parei

Diginane Hiorranna - Trabalho sozinha ainda.

mais. Montei meu escritório em minha casa.

Temos atualmente três parceiros e dois colaboradores.

Ministrava as oficinas lá também. Como a procura para participar das oficinas era grande, senti necessidade de me mudar. Com isso abri um espaço,

IDEA – Quanto tempo tem o projeto? Em que ano começou?

pequeno, no segundo piso de um brechó na Savassi, há

Diginane Hiorranna - Sempre pensei no assunto, mas

exatos 3 meses e seis dias.

tive coragem de colocar em prática no meio da minha

IDEA – Quais seus projetos e como surgiu a ideias do

pós graduação, em meados de 2012.

projeto que você trabalha?

IDEA – Qual é o seu objetivo com este projeto?

Diginane Hiorranna - Meu projeto é reaproveitar

Diginane Hiorranna - Conscientizar sobre a compra

peças em jeans intercalando com o crochê. Eu pego

desnecessária e para onde vai todo o refugo de

uma peça já pronta e a refaço. Surgiu quando era

materiais e retomar a prática dos trabalhos manuais.

adolescente. Naquela época já fazia moda e nem sabia.

IDEA – Quais são os seus planos futuros com este

Venho de uma família extremamente carente de

projeto?

recursos financeiros. Minha mãe cuidava de 10 filhos, onde eu sou a mais nova. Roupas? Sempre doadas. Já ouviu falar que pobre não tem tamanho? (risos) Veste o tamanho que tem. Como era muito magra sempre tinha que ajustar que o eu ganhava. Fazer isso como? Na

Diginane Hiorranna - Muitos! Espero que um dia as pessoas percebam o valor de cada peça que elas compraram, mas estou falando do valor que nenhum dinheiro paga, o valor humano.

mão porque não tínhamos máquina de costura. Alias,

IDEA – Pedimos que escreva uma frase final baseada

não tínhamos quase nada. Eu refazia as roupas que

no seu conhecimento e experiência, sobre

ganhava. Minha mãe me ensinou a fazer crochê

sustentabilidade, e de como você vê o Slow Fashion

quando criança. Quando tinha 13 anos ganhei de uma

futuramente.

SLOW FASHION vizinha um novelo de cordão não cardado. Fiz uma

saia, enjoei da saia, desmanchei e fiz uma blusa. Enjoei

Diginane Hiorranna - A vida é feita de sonhos, e sonhos foram feitos para serem realizados. Se você

O PODER INDIVIDUAL da blusa DA e fizRESPONSABILIDADE um biquíni. Enjoei do biquíni e ... O quer, você consegue. Não precisamos conquistar o cordão estava podre, porque o reutilizei demais e a

mas de conquiste o seurapidamente mundo, seja elea do Após transitar pela alta costura e pelo prêt-à-porter no século mundo, XX, o negócio moda evoluiu para qualidade dele não era muito boa. (risos) Depois de me

se pensar e produzir o slow fashion. desapontar commoda: a consultoria comercial,

resolvi

pensar sobre o que queria da vida. Fiquei introspectiva

tamanho que for. Planeje e faça. A vida é feita por pequenas grandes pessoas que sonham alto e estão dispostas a darem o primeiro passo.

por dois anos. Afastei-me de tudo. E ressurgi com a vontade de fazer o que eu sempre fiz. Reaproveitar e ensinar.

Vejo que não há como voltar atrás. As pessoas que não pensarem no amanhã, não terão amanhã. Esta sou eu nua e crua.

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PRODUTOS DE MODA SUSTENTÁVEL VIABILIZADOS PELA TECNOLOGIA Empresários de moda apostam em novos recursos tecnológicos para desenvolverem produtos sustentáveis. Com todos os avanços científicos e tecnológicos voltados para o setor produtivo, devemos classificar a entrada de indústrias que estão na base de um crescimento econômico mais equilibrado, havendo assim uma visão racional e integrada do meio ambiente, que favorece a própria gestão da tecnologia (SOUZA, 2012). Alguns empreendedores de certa forma foram obrigados a pensar na sustentabilidade, e com a ajuda dos avanços tecnológicos acabaram criando hábitos e usando estratégias para minimizar o impacto ambiental, utilizando de novos materiais ou em projetos sustentáveis para assim contribuir de alguma forma com o meio ambiente, como foi o caso da Designer Carmen Hijosa que criou uma nova fibra com folhas de abacaxi substituindo assim o couro de animais para a fabricação de sapatos e bolsas. Já a marca de tênis Inkkas por sua vez participa de um projeto que a cada tênis vendido uma árvore é plantada.uto.

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A marca Baum&Haut vem inovando o mercado e criando acessórios como bolsas e sapatos através de couro ecológico, onde o cliente faz o pedido e passa por um processo de criação do produto. A partir daí, começa todo um processo que envolve receber por e-mail a imagem e as informações da procedência do couro sustentável com o qual será confeccionada a sua peça, descobrir como é feito o trançado das argolas de couro que formam a alça, observar o artesão costurar a estrutura num curto vídeo gravado para o cliente. O produto é enviado para a casa do mesmo em um prazo que pode variar de duas semanas a um mês dependendo do prod

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COMPORTAMENTO, MÍDIA E SOCIEDADE

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A massa mantém a marca, a marca mantém a mídia, a mídia controla a massa. George Orwell

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A ESCOLHA É SUA? Quando você chega em uma loja a procura da blusa que a it Girl do momento postou no instagran, quando mesmo sua bolsa estando em perfeito estado de uso você compra uma nova da mesma marca que a atriz da novela das 21:00 usou em um evento, quando é divulgado na mídia o ultimo lançamento de um carro e seus olhos chegam a brilhar pra que aquilo seja seu. Em quantos momentos como este podemos dizer que a escolha foi nossa? O ser humano esta cada vez mais ávido por consumo e informação, parte desta necessidade vem de toda a publicidade que é propagada e disponibilizada em diversos meios e mídias que nos atingem a todo o momento. A publicidade é a protagonista entre venda e consumo, as marcas trabalham sua imagem ou a de seu produto de uma forma que seus consumidores se veem seduzidos. Eles buscam atrair com imagens, personalidades da moda ou da tv, trechos de musica que colam nos ouvidos e evidenciam os produtos de uma forma que se tornam irresistíveis, esses são alguns pontos estratégicos dos quais estes anunciantes se munem para obter seus lucros. Além de promover produtos, a mídia tem uma força muito maior que é a de promover e influenciar nas opiniões, eles estão presentes na forma como as pessoas se vestem, se alimentam, na forma física que elas buscam, na opinião sobre gosto pessoal, religioso, politico... Mas vendo a grandeza desta influencia podemos nos perguntar: Qual é o limite?

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Até que ponto podemos ser suscetíveis a essa imposição das verdades que eles criam para muitas vezes nos tornar escravos do consumismo? Escravos das imposições que se cria para fazer com que a satisfação esteja relacionada com o consumo. A epidemia mundial chamada imediatismo, vem se arrastando a alguns anos e junto com o consumismo vem impactando enormemente na moda, a hiperaceleração trazida pela rotina, principalmente nas áreas urbanas, vem fazendo com que se queira mais em pouco tempo. O chamado fast fashion tem se apoderado do mercado de moda, as empresas aderiram esse novo meio de produção e estão alcançando muita rentabilidade além de atender o consumidor tanto da base como do topo da pirâmide social na velocidade que ele tem exigido. A partir disso, pode-se notar o quanto a mídia é importante e no quanto ela gera e influi nos hábitos de consumo, criando novos públicos, novos ídolos, novos produtos e obtendo o poder de acabar com o mesmo que se foi

SLOW FASHION O PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL

criado de um dia para outro, trazendo a tona situações opostas. Com base no que foi descrito, resta tomar consciência da tamanha perda que o consumo

Após transitar pela alta costura e pelo prêt-à-porter no século XX, o negócio de modatrás, evoluiu para pode a desenfreado do rapidamente quanto a mídia se pensar e produzir moda: o slow fashion.

influenciar na vida econômica, social, ambiental e até psicológica. Repense seus conceitos e necessidades, forme e reforce sua opinião, seja comprometido com suas ideias !

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Eco (2004, p.193) já se perguntou: “Que cânones, gostos e costumes sociais permitem considerar ‘belo’ um corpo?” Atualmente vive-se a era da busca por direitos, por reconhecimento, por aceitação e igualdade. Mas afinal de contas, como definir a palavra BELEZA? No Brasil

foi desenvolvida a

miscigenação com a mistura de diversas raças e culturas diferentesSOMOS TODOS FILHOS DO MUNDO. – Índios, Europeus, americanos, japoneses e diversas outras raças formam a identidade da imagem brasileira. Contando com toda esta mistura pode-se questionar quais os critérios seriam usado para definir um padrão de beleza? Se analisarmos em âmbito mundial se torna ainda mais abrangente, na Mauritânia país da Africa ocidental para que uma mulher seja considerada bonita ela deve estar acima do peso, assim também acontece no Irã na cidade de Terãa que é considerada o local com mais demanda de cirurgias plásticas no nariz e isso tudo devido ao fato de como as iranianas usam a burca deixando apenas o nariz a mostra, essa parte do corpo é a mais valorizada em termos de beleza, elas querem os manter perfeitos. Em Mianmar na India a mulher com o pescoço mais alongado por anéis de ferro que considerada a mais bela das tribos.


Quando definiram a palavra beleza no dicionário Aurélio sintetizaram e abrangeram de uma forma enriquecedora esta palavra, “’’a beleza, entre outras definições, é a qualidade de algo que é agradável aos sentidos.’’ Porém o paradoxo que encontramos nos dias de hoje é justamente sobre o que é agradável e para quem deve ser agradável Com o cotidiano hiper acelerado e um bombardeio de informações, que segundo pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia são equivalentes a 74 jornais inteiro ou o equivalente a 35 livros, ou seja, nunca fomos tão expostos e sujeitos a opiniões e julgamentos como somos agora. Estas informações que nos envolvem 24 horas por dia conseguem influenciar em nossa mente e apesar de não absorvermos nem 70% de todas as noticias, propagandas e anúncios, as impressões que permanecem em nós são em sua maioria frutos de uma visão comercial ou ditatorial. Tudo isso vem de um trabalho de marketing que as marcas fazem para nos tornar encantados com seus produtos ou serviços. Nos noticiários podemos comprovar com o consumo desenfreado, na luta de jovens

SLOW FASHION

contra a anorexia e a bulimia, inúmeras cirurgias plásticas e ainda diversas marcas

O PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL

superfaturando como resultado de uma

publicidade para enos de no século XX, o negócio de moda evoluiu rapidamente para a Após transitarplanejada pela alta costura peloatingir prêt-à-porter forma violenta. Em uma sociedade que se

se pensar e produzir moda: o slow fashion.

julga tão democrática e livre por que ainda vemos pessoas sofrendo pela imposição da beleza, da moda, da estética e do consumo? A resposta pode ser mais complicada do que se imagina.

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SLOW FASHION O PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL Após transitar pela alta costura e pelo prêt-à-porter no século XX, o negócio de moda evoluiu rapidamente para a se pensar e produzir moda: o slow fashion.


mídia em si sempre faz o uso da divulgação para o

aquela na qual as pessoas são consideradas e se

benecifio próprio ou do seu cliente, muitas vezes

consideram bonitas por ser do jeito que elas

mudando a historia e fazendo com que fiquemos

preferem ser, e isso vai muito além da de uma

completamente alienados, um dos motivos desse

opinião alheia, isso vem de dentro, da aceitação de

acontecimento é a aceleração do cotidiano e da

si mesmo, de ser feliz com seu corpo sendo magra

vida, poucas vezes temos oportunidade de refletir

ou estando mais cheinha, sendo loira ou morena,

a respeito de uma noticia, sendo assim á

tendo o nariz assim ou assado. Aos poucos essa

absorvemos e deixamos que aquela verdade

realidade intimidadora que a mídia propaga vem

imposta assuma nossa opinião.

caindo por terra e isso por que esta surgindo essa nova consciência, de que não há nada, mas bonito do que gostar de si mesmo.

A mídia do século XXI gerou um padrão de beleza tão afoito e minoritário que pouquíssimas pessoas

"É preciso racionalizar esse sentimento. Devemos

hoje atendem a essa demanda de beleza. Alta,

nos perguntar a quem queremos satisfazer e o

magra, loira , olhos claros...Alguns desses

porquê dessa busca pelo corpo perfeito", defende

conceitos de beleza assustam até os pequenos que

a psicóloga Angelita.

vem crescendo nesse meio tão conturbado onde a mídia define muitas vezes os valores das pessoas.

Mas quem disse que a morena não é bonita? que o sorriso da mulata não encanta? Que a japonesa não tem aquele brilho nos olhos? Em meio a toda essa correria, algumas pessoas estão se desconectando desse grupo, estão deixando de consumir informação desesperadamente. Essas pessoas conseguem enxergar oportunidades SLOW FASHION diferentes em diversos pontos, o senso de reutilização, reaproveitamento e a cultura do O PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL descarte consciente traz também um gigante

Apósefeito transitar pela alta costura prêt-à-porter noeséculo XX, o negócio de moda evoluiu rapidamente para a em como esta pessoae pelo se enxerga estética imageticamente. Os adebitos do Slow Life Style se pensar e produzir moda: o slow fashion. já tomaram consciência e trabalham de modo diferente com a informação, filtra-se tudo antes de absorver qualquer ideia. E com este pensamento foi desenvolvido uma nova visão de beleza,

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Mídia Consciente - Desvelocitá Na contramão da mídia contemporânea amigas/socias desenvolve site de conteúdo slow. O site Desvelocità idealizado pela professora, administradora e gestora de produtos Jane Leroy juntamente com sua socia Cláudia Ligório especialista em conteúdo digital e comunicação, trata sobre conteúdos Slow. Segundo elas "A decisão de querer escrever e falar sobre slow foi tomada a partir da ideia de levar para as pessoas informações do movimento em várias áreas como viagens, gastronomia, design e etc. E também de conscientizá-las com a valorização dos pequenos produtores e empresários que batalham para ter um produto mais interessante a ser oferecido e muito diferente dessa industrialização em massa que a gente vive hoje". Elas pensavam em fazer uma revista impressa, mas perceberam que seria melhor opção fazê-la digital porque poucas são as pessoas que têm acesso ao conteúdo impresso e outras não possuem vontade de comprá-las. O nome da revista digital foi elaborado por meio de uma brincadeira justamente com a questão do slow que surgiu na Itália, nos anos 80, no século XX. Velocità significa, em italiano, velocidade. A partir daí, as idealizadoras fizeram uma alteração colocando o "des" antes da palavra. Com essa modificação o resultado foi desvelocità que é desacelerar ou encontrar a própria velocidade dentro do tempo atual. As sócias buscam parceiros para realizar atividades e curso como o de upcycling - transformar roupas-, com Gabriela Mazepa, e eventos como a 1ª edição do Bazar de Trocas & Vendas Desvelocità - O que é o Ex meu, agora seu?. Tais eventos foram pensados e elaborados com o intuito de dá continuidade a disseminação ao conteúdo slow, tendo como principal objetivo alcançar públicos que desconhece o movimento. Para Cláudia o Bazar foi uma iniciativa muito tímida, uma questão de experiência, pois em seu ver as pessoas ainda possuem muita resistência a este tipo de ação.

SLOW FASHION

Segundo as amigas/sócias, para a elaboração das reportagens do site é realizado uma pesquisa prévia dos assuntos que seriam relevante e que ao mesmo tempo sejam motivador para as pessoas que são adeptas a este estilo de vida.

O PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL

Elas diversificam as matérias ao máximo possível para conseguirem tratar de assuntos diferenciados, dando um âmbito geral nas atividades slow, como por exemplo, a publicação de uma matéria sobre como as pessoas

Após transitar alta costura pelo prêt-à-porter no século XX, o negócio de moda evoluiuum rapidamente para a atualmente tempela buscado por umaealimentação mais saudável, pensando nisso, elas elaboraram conteúdo voltado para a iniciativa de fazer mesmo uma horta que ajude a conectar-se a si mesmo, com seu tempo, com a sua se pensar e produzir moda:você o slow fashion. necessidade de alimentação e outros. "são conteúdos que retratam os valores que a gente quer disseminar na filosofia de vida do slow life", informa Cláudia. E nesse tempo de excessos, em que tudo parece transbordar, o site torna-se uma bússula para os adeptos e curiosos do movimento encontrarem um norte. E nesse rítmo elas vão perquisando, desenvolvendo, compartilhando informações, agregando variados conhecimentos e mostram que o slow não está resumido no plano utópico. É AÇÃO, mas uma ação pensada, acertiva! RALLENTARE! PIANO, PIANO SI VA LONTANO!

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PROJETO CARACOL Você seria capaz de deixar a vida urbana para viver em uma aventura ecológica? Marina Donnini e Felipe Manfrini, idealizadores do projeto Caracol, viajam na "kombi home" por toda a América do Sul em busca de espaços ecológicos onde possam conhecer, praticar e até mesmo compartilhar experiências vividas por meio da sustentabilidade. Eles começaram a questionar a vida moderna onde o bem estar coletivo e o meio ambiente não estavam em primeiro plano. Buscando assim algo distinto. A partir daí, surgiu à vontade de levar e também de buscar informações sobre o desenvolvimento sustentável. E foi em Florianópolis onde iniciou a viagem que tem como objetivo encontrar soluções para viver em harmonia com a natureza. O casal possui conhecimento em agricultura orgânica, sistemas agroflorestais, bioconstrução e outros sistemas que conecta com o meio ambiente. Por isso, eles vão a sítios, fazendas e institutos que trabalham com essas ideias e que sejam receptivos para trocarem informações das experiências e dos serviços que cada um possa compartilhar. Marina era bióloga da prefeitura de São Paulo e administradora de um parque urbano. E Felipe trabalhava com transporte para executivos. E nos fins de semana, eles faziam SLOW FASHION bioconstrução.

projetos de permacultura e

Marina e Felipe, antes de colocarem o pé na estrada, O PODER DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL fizeram uma parceria com a Fábula Filmes para a

Apósempresa transitar pela alta costura e pelo prêt-à-porteremnoum século XX, o negócio de moda evoluiu rapidamente para a documentar a viagem e transformá-la material educativo. se pensar e produzir moda: o slow fashion. A kombi – meio de transporte escolhido para o projeto – chamada de Asa Branca foi completamente reformada no Programa Decora da GNT. Recebendo assim, vários acessórios, placas solares, toldo e outras coisas que ajudam aos dois a viverem dentro da mesma em suas viagens.

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SLOW FOOD "A SAÚDE NÃO ESTA NA FORMA FÍSICA, MAS NA FORMA DE SE ALIMENTAR." Fábio Ibrahim


VOCÊ TEM FOME DE QUÊ ? Comer é fundamental para nossa subsistência, por isso, a forma como nos alimentamos tem bastante influência no nosso planeta e na nossa sociedade. Em razão disso, o slow food prega conceitos que visam melhorar a saúde do consumidor, valorização do produtor e a preservação do meio ambiente. Porque você prioriza a compra de seus alimentos em supermercados? Você sabia que os produtores ganham muito pouco por esses produtos? O mercado gastronômico vem oferecendo maneiras muito mais saudáveis e sustentáveis. Pensando desta forma, te faço outra pergunta: “Você já pensou em ter na sua mesa alimentos livres de agrotóxicos e aditivos químicos?” Não? Pois pode começar a agradecer aos pequenos produtores que priorizam o plantio consciente. Os chamados alimentos orgânicos além de serem mais saudáveis e saborosos do que os convencionais encontrados em grande quantidade nos supermercados e à base de agrotóxicos, são de elevado valor nutricional, isentos de qualquer tipo de contaminantes que colocam em risco a saúde do consumidor, do agricultor e do meio ambiente. Além desses benefícios, o consumidor preserva sua saúde, e ajuda também na valorização do agricultor desde o plantio do alimento até sua retirada final, além de ajudar o meio ambiente, pois preservam o ar, solo e água de onde são extraídos.

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Daigo Oliva

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Em 2011 surgiu no Brasil um modelo de economia colaborativa denominada por CSA (Comunidade que Sustenta a Agricultura) que visa estabelecer um grupo fixo de consumidores que estão dispostos a arcar com os custos da produção agrícola. Em contrapartida, os consumidores receberão os alimentos da estação, produzidos na fazenda ou no sítio sem nenhum custo adicional. Desta forma, o produtor pode se dedicar de forma livre para sua produção, sem pressão do mercado. Assim, os consumidores além de receberem produtos de qualidade, ajudam na logística e na administração deste processo produtivo, o que garante o saber de quem os produziu e de onde vieram. Em vigor disso, entra em questão uma diminuição das etapas da cadeia produtiva até a chegada dos alimentos ao consumidor final. Resultando em um contato direto com esses produtores, o preço cobrado é o justo e não passa por tarifações extras que seria no caso de supermercados e feiras, por exemplo.

CSA BRASIL Gostou do projeto? Quer saber mais? Acesse: http://www.csabrasil.org/csa/

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SLOW FOOD


Falar que os produtos orgânicos são bem mais caros não cola mais! A frase proclamada por Hipócrates há mais 2500 anos atrás, que diz “somos o que comemos”, nada mais é do que um clichê verdadeiro, pois a atividade de “comer”, assim como um ato hedônico, é uma atividade necessária para nossa subsistência. Além dos valores nutritivos, da escolha do tipo de alimentação que cada um adota, os alimentos também remetem a uma memória afetiva, resgatando lembranças. Quem não se lembra de uma comidinha que marcou a infância? E do cheiro característico de uma refeição feita por alguém especial?. A jornalista Ana Holanda do projeto “Minha mãe fazia” tem por objetivo divulgar em sua página do Facebook lembranças afetivas à partir dos sabores dos alimentos. Ela traz em sua página a principal mensagem: “O objetivo é trazer imagens e textos que remetam as comidinhas do dia a dia e as memórias afetivas ligadas a nossa infância.”, diz a jornalista. Agora, você prefere salvar a si mesmo ou se perder no meio de falsos alimentos industrializados e sem uma agradável história para contar? A magia da alimentação está nas pequenas escolhas do dia a dia, na predileção do tipo de

alimento, FASHION na sua procedência e no preparo. A SLOW comida com seu prazer hedônico tem o poder de pessoas, histórias, criar OunirPODER DA compartilhar RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL emoções, trazer referências nacionais, regionais e

Após transitar pela alta costura e pelo prêt-à-porter tradição, transcendendo seu significado e valor do no século XX, o negócio de moda evoluiu rapidamente para a que somente ao se referir um fashion. simples produto se pensar e produzir moda: oaslow com a finalidade de subsistência. E agora, você tem fome de quê? Vale a reflexão!

Imagens do projeto minha mãe fazia.

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