Edição 1
Julho 2023
Desenvolvida por Jéssica Martinez
expresso
pílulas de informação sobre arte, design, comunicação e cultura visual
edição especial
design e cultura visual
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Cultura Visual
Visão ≠ Visualidade
O poder do Design Especial: Nunca julgue o livro pela capa?
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Cultura Visual + educação: o design de livros didáticos
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Para pensar pg 12
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Créditos
índice.
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culturavisual
Para você, o que é Cultura Visual?
Em um mundo rodeado por imagens, talvez falar no termo "cultura visual" pareça algo banal, já cotidiano. Mas nosso objetivo com essa matéria é apresentar o que vai além do que conhecemos pelo entendimento popular, apresentando uma área de estudos que se aprofunda na leitura do mundo que nos cerca
A Cultura Visual é um campo de estudos que trabalha com as imagens visuais. Estas atuam como formas de entendimento do mundo e da realidade e é através delas que podemos entender hábitos e costumes de povos ou coletivos
A área se ocupa diversidade do universo de imagens: arte, manifestações culturais, produções populares, peças veiculadas dos meios de comunicação, manifestações urbanas
Seu conceito foi introduzido no debate acadêmico como um novo foco de investigação mas também se apresenta como uma iniciativa curricular, onde é possível, através da imagem visual, interpretar os processos sociais e a construção de significados produzidos nos mais diversos contextos socioculturais
O termo cultura visual refere-se a um campo de estudos ainda recente, que concentra seus esforços em torno da “construção visual nas artes, na mídia e na vida cotidiana” (Dikovitskaya apud Hernández, 2007, p 21)
Representa um movimento que busca orientar a reflexão e também a ação prática no que diz respeito às maneiras de ver e interpretar as representações culturais, principalmente em relação aos seus aspectos subjetivos, formas de compreender o mundo e a si mesmo (Hernández, 2007)
Os estudos da Cultura Visual têm origem próxima aos Estudos Culturais, com movimentos caracterizados pela contestação de valores sociais preestabelecidos e postura crítica frente ao mundo de imagens e que buscam analisar, além do aspecto ligado à visão, a visualidade das imagens, a dimensão simbólica relativa à experiência social A Cultura Visual compreende a cultura como produção de sentido realizada nos contextos sociais, a partir da interação dos indivíduos entre si e com o mundo ao seu redor
Quando falamos em Cultura Visual nos dias atuais, nos referimos a um campo de estudos bastante alargado e que representa possibilidades de reflexão nas mais diversas áreas. Não detém-se apenas aos estudos de arte influenciados pelos estudos culturais e pelo olhar antropológico, mas amplia-se para uma série de estudos sobre imagens e o seu cruzamento com diferentes saberes O papel das imagens se transforma, sendo vistas também como uma visualidade politizada, funcionando como armas políticas Para compreender melhor esse cenário, podemos diferenciar os conceitos de visão e visualidade
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"A maioria das pessoas concebe o olhar como sendo neutro, uma janela transparente para o mundo, para o real. No entanto, há muito tempo, a ciência empirista descreve em pormenores o fato de que não enxergamos com os olhos, mas, principalmente com o cérebro, e que este órgão tem extrema influência no modo como imaginamos e registramos as aparências do mundo "
A Cultura Visual possui uma proposta bem mais ampla do que uma análise apenas da forma e percepção das imagens Nessa perspectiva mais ampla, tem como enfoque o fato de que o conhecimento está tanto nos produtores das experiências quanto no contexto sociocultural em que são produzidas Assim, a leitura da imagem ocorre de maneira complexa, considerando estes dois aspectos
Reflita sobre a pergunta: qual a diferença entre os conceitos de visão e visualidade?
Para compreendermos o cenário da análise de imagens a partir da Cultura Visual, estes dois termos são essenciais
A visão pode ser definida como o processo fisiológico em que a luz impressiona os olhos, a percepção como operação física, seus mecanismos e dados Já a visualidade pode ser definida como o olhar socializado, a percepção como fato social, suas técnicas históricas e determinações discursivas
Com o seguinte exemplo, talvez seja mais simples entender: o sistema ótico, as características físicas de um brasileiro, de um europeu ou de um africano não são diferentes Mas, se fossemos pedir para que cada um descrevesse e representasse o mundo, certamente o fariam de formas distintas, pois possuem diferentes maneiras de olhar para o mundo
Assim, enquanto a visão foca na parcela biológica e corpórea da experiência visual, a visualidade trata da parcela cultural da experiência visual, o que é construído social e historicamente
visão≠visualidade
A visão:
É a dimensão fisiológica do olhar De acordo com Sérvio (2014), este não é propriamente o foco dos estudos em Cultura Visual pois campos de estudo como a Psicologia da Percepção ou a Neurociência especializaram-se em descrever e estudar estas bases biológicas da experiência visual
A visualidade:
É o ponto ao qual a Cultura Visual se dedica Se não podemos descrever a experiência visual como sendo uma “janela transparente para o real”, é necessário admitir a especificidade cultural da visualidade para compreender suas transformações históricas
SÉRVIO, Pablo Petit Passos (2014)4
um termo complexo
O termo design é complexo, sendo difícil defini-lo em apenas uma versão hegemônica, pois sua conceituação depende fortemente de características culturais de cada país O Design Dictionary (2023) apresenta duas definições que são interessantes para compreender esse conceito: com origem do alemão, que significa dar forma, e com significação em inglês, onde está mais relacionado à concepção, o plano mental por trás de ideias
Na época da criação da primeira academia dedicada ao design, por Leonardo da Vinci, o conceito estava muito ligado à criação de obras de arte e à construção de espaços No entanto, o termo evoluiu até os dias de hoje e pode ser entendido como um empreendimento complexo, envolvido em todos os processos sociais, culturais, e psicológicos.
opoder dodesign
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O design evoluiu e expandiu seus horizontes nos últimos anos Por trás dessa evolução está o desenvolvimento social e tecnológico e, com isso, o aumento da complexidade na maneira como as pessoas lidam com os desafios do design.
Através dos usos que fazemos do design é possível projetar o invisível, o imperceptível ou o seu aspecto intangível
O design pode ser entendido como um profundo ato político, sendo ele intencional ou não. Damos forma ao que e como uma realidade particular (ou futura) pode ser confrontada com os outros.”
Tradução do livro Design Anthropological Futures
Uma simples sinalização na rua pode mudar o fluxo das pessoas. Um objeto bem projetado pode tornar a vida de algumas pessoas mais fácil. Um serviço pensado do início ao fim pode tornar-se uma memória inesquecível
opoder dodesign
Com o uso estratégico de suas ferramentas e o conhecimento dos públicos aos quais se objetiva atingir, o design é capaz de influenciar comportamentos, motivar (ou desmotivar) o consumo de determinada marca ou produto e modificar pensamentos Seu potencial de transformação é o que o torna tão potente no complexo cenário atual.
O grande poder do design é que ele é capaz de transformar realidades.
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nunca julgue
olivropelacapa?
om o desenvolvimento tecnológico e surgimento de novos meios, complexificou-se cenário das mídias atualmente. No mercad editorial, o desenvolvimento das tecnologi facilitou e s p e
Cfacilitou o processo de impressão de livros, tornando mais barata e facilitando a realização de cópias em larg escala
Por outro lado, o desenvolvimento destas tecnologia fez com que as editoras também tivessem que invest na produção de livros eletrônicos, dada a amp circulação de materiais online e sua “competição” co os livros físicos Não é apenas a mídia impressa, com ocorria em séculos passados
O consumidor, neste cenário, está mais consciente d suas necessidades e gostos, bem como do seu papel n cenário de comercialização destes livros Assim, e busca mais do que um produto, mas sim um experiência tangível, algo que possa significar su existência de determinada forma.
Você já parou para pensar como o design da capa do livro pode ter um papel importante nesse cenário?
miolo
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umlivropelacapa
O design da capa, bem como o título do projeto, são os primeiros contatos que o consumidor terá com a obra. Portanto, eles desempenham um papel importante no estabelecimento da relação entre leitor e livro
A capa é o invólucro que transmite, de forma sucinta e concisa, do que se trata o livro Especialmente no livro impresso, o design tem fortes impactos na resposta do leitor: quando o leitor se interessa pela capa, sente necessidade de folhear, tocar, cheirar o livro e experienciar seus aspectos tangíveis No cenário atual, a capa deve ser pensada para além da produção impressa, mas também para as plataformas digitais, fortalecendo seu impacto nos leitores
Pense no seu livro favorito: Qual foi sua primeira reação ao ver a capa? Ela tem ilustrações, fotos, gravuras? Como esses elementos se conectam à obra? Quais expectativas gerou em você?
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Se pedíssemos para você desenhar um personagem ou elemento central de seu livro favorito, como você desenharia?
Provavelmente as versões seriam diferentes para pessoas que possuem o mesmo livro como referência, pois imaginamos as coisas de formas distintas.
Quando lemos, imaginamos os personagens, cenários e elementos a partir das descrições fornecidas pelos autores. É um processo único, onde cada um parte de suas referências individuais e as une à narrativa da obra.
Mas, com o sucesso de diversos livros e suas adaptações para o cinema, surge um novo cenário: capas que apresentam definições já estabelecidas para personagens e/ou elementos centrais.
quando a capa conta a história
É uma escolha de design e também estratégia de mercado que pode até funcionar bem, mas que não agrada parte dos leitores, que pensam que esta “predefinição” acaba por delimitar a imaginação, parte mais cativante da leitura
É o caso de muitos livros reimpressos nos últimos anos, onde as escolhas imagéticas partem de referências já existentes para construir o universo visual da obra
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O projeto gráfico de um livro é resultado de um processo que envolve muito estudo e um planejamento visual que conjuga cores, imagens e tipografias. Com o desenvolvimento tecnológico, ampliaram-se as possibilidades de formatos e de utilização desses elementos, ultrapassando as limitações das antigas técnicas de impressão
cultura visual + educação
o design de livros didáticos
Um estudo do ano de 2011, de autoria de Luiz Augusto do Nascimento, mostra que, apesar de diversas as possibilidades, cada vez mais vêm se produzindo livros didáticos com layouts confusos e tipografias ilegíveis. Para livros de literatura este já um ponto de extrema preocupação, mas em se tratando de livros didáticos que muitas vezes são utilizados para a alfabetização, um design confuso pode prejudicar a realização das atividades pedagógicas propostas e o próprio processo de ensino-aprendizagem.
O autor destaca que, no Brasil, desde que os livros didáticos passaram a ser avaliados pelo PNLD (Programa Nacional do Livro Didático), pode-se observar uma melhora significativa em sua qualidade, de uma maneira geral
"A leiturabilidade do texto, ou sua facilidade e fluidez de leitura, é diretamente influenciada pela estrutura física da tipografia. Se um texto é composto com um tipo de letra decorativa, suas características estruturais desviam a atenção do leitor e dificultam a assimilação do conteúdo do texto, como salientamos anteriormente."
cultura visual + educação + cultura visu
cultura visual + educação + cultura visu
O layout passou a considerar muito mais elementos como hierarquia das informações, correções na impressão e revisão, melhor funcionalidade na diagramação, com hierarquia, equilíbrio na distribuição de imagens e textos escritos na página e também linguagens visuais diversas No entanto, no que diz respeito ao design, há muito a ser aprimorado para que os livros atuem como ferramenta potencializadora do processo de ensino.
Como parte do universo da cultura visual, é importante pensar na construção dos livros didáticos de forma a favorecer o processo de alfabetização dos alunos
NASCIMENTO, Luiz Augusto do (2011).
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Já parou para pensar no quanto você foi influenciado(a)(e) por uma escolha de design?
para pensar
para pensar
O que as capas dos livros que você lê dizem sobre você?
Qual o futuro das capas de livros? A inteligência artificial pode participar nesse cenário?
Tente lembrar dos livros didáticos que você teve acesso. Como eram as imagens presentes? Como as pessoas foram representadas?
O que isso pode dizer sobre a sociedade da época?
Questões sobre design e cultura visual
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Todas as imagens utilizadas nesta edição, exceto pelas capas dos livros da seção especial, foram criadas a partir de Inteligência Artificial pelo software Runway
A revista " expresso " é uma criação para a avaliação final do componente curricular de Comunicação, Cultura Visual e Indústria Criativa do Programa de PósGraduação em Comunicação e Indústria Criativa (PPGCIC) da UNIPAMPA - São Borja
O material foi planejado, desenvolvido e diagramado por Jéssica Martinez, publicitárie e alune de Mestrado do PPGCIC.
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