TFG 2018 - Centro Comunitário Envolver - UNIVERSIDADE PAULISTA

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UNIP – Universidade Paulista Campus Swift Curso de Arquitetura e Urbanismo

CENTRO COMUNITÁRIO ENVOLVER UM ESPAÇO DE CONEXÃO E INTERAÇÃO SOCIAL

Campinas – SP 2018



Jéssica Priscila Gonçalves Grando – A72HEF-9

CENTRO COMUNITÁRIO ENVOLVER UM ESPAÇO DE CONEXÃO E INTERAÇÃO SOCIAL

Trabalho desenvolvido para a aprovação final de graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Paulista – UNIP como Requisito para a obtenção de titulo. Orientadora: Profa. Dra. Sandra Martins

Campinas – SP 2018


“Só se pode ser verdadeiramente feliz enquanto não se sabe quão feliz se é” Zygmunt Bauman, 2001 p.14


AGRADECIMENTOS

Gratidão, em poder receber conhecimentos nas esferas do saber, sentir e crer neles. Agradeço primeiramente a Deus, que por meio da minha fé e meu amor por ele que caminhei nessa trilha ao conhecimento sempre perseverante. Aos meus pais, que nunca pouparam esforços e nem tempo para garantir as melhores condições para meu desenvolvimento pessoal e profissional e por serem sempre meu porto seguro, repletos de amor e carinho. Ao meu tio Renato R. Cuoco, por sempre ser minha fonte inesgotável de inspiração e por me proporcionar a chance de realizar-me pessoal e profissionalmente nessa paixão que temos em comum, chamada arquitetura. Aos amigos que ao longo destes anos a Arquitetura me proporcionou: Bárbara, Carol, Giovanni, Paulo, Sophia e Wallace. Aos amigos que me incentivaram a chegar ate aqui e nunca desistir. A minha orientadora, Sandra Martins, que com todo seu conhecimento, incentivo, carinho e confiança, e que sem seu apoio meu trabalho nada seria. Aos Professores pelos apoios, duvidas, aprendizados e socorros prestados, em especial ao professor Arlindo Rodrigues e a Profa. Dra. Ana Villanueva pela inspiração e força. E a todos que de alguma forma fizeram parte e contribuíram para eu chegar ate aqui.



RESUMO

Eis a proposta de construção de um Centro Comunitário do Município de Campinas, na região do Distrito do Campo Grande para atender as demandas sociais da sua região. O projeto foi desenvolvido a partir da premissa de criar espaços de permanência e convivência, onde o usuário se relacione com sua comunidade e reunir frequentadores de diversas classes e gêneros. O programa prevê, além do Centro Comunitário, um Restaurante, Praças de convivo para realização de multiatividades, Horta comunitária, atendimento social, sala de informática e midiateca para incentivo a inclusão digital e uma feira para melhoria de oportunidades aos pequenos produtores da área rural local; isso tudo em um terreno arborizado e acessível de front a Av. Jonh Boyd Dunlop. Tendo a concepção projetual por meio da necessidade da comunidade ter um espaço com finalidade sociocultural, como o Centro Comunitário, que integra diferentes partes da sociedade local com uma boa pluralidade de relações que por consequência agregam vida ao espaço e transmitem a apropriação por parte da comunidade, alterando a realidade do espaço e como elas se relacionam com o meio. Posto isso, este trabalho realizou a projeção de um lugar de Socialização, fornecendo uma nova experiência arquitetônica e estética para a cidade e localidade, estimulando a prática saudável da socialização e incentivo ao melhores oportunidades as minorias. Palavras-chave: Centro Comunitário; Arquitetura Social; Feira Rural


SUMÁRIO SIGLAS................................................................................................ 11 1. APRESENTAÇÃO.............................................................................12 • 1.1 – Introdução, 13 • 1.2 – Objetivo, 14 • 1.3 – Justificativa,15 2. TERRITÓRIO......................................................................................16 • 2.1 – Campinas, 18 • 2.2 – Região Noroeste,19 • 2.3 – Cronologia, 20 • 2.4 – Plano Diretor, 22 • 2.5 – Justificativa da área de intervenção, 26 • 2.6 – Analise da área de intervenção, 28 • Zoneamento,28 • Uso do Solo, 30 • Gabarito de altura, 32 • Densidade, 34 • Equipamentos públicos, 36 • Hipsômetria, 38 • Hierarquia viária, 40 • Itinerário de Ônibus, 42 • Mapa Síntese, 44 • 2.7 – Plano de Mobilidade, 46 • Justificativa, 48 • Plano de Mobilidade local, 51


• 2.8 – Plano Urbano, 53 • Plano Urbano localizado, 57 • 2.9 – Zoneamento Proposto, 59 • Propostas 3 TEMÁTICA .............................................................................73 • 3,1 – Temática, 75 4. PROJETOS REFERÊNCIAIS........................................................78 • 4.1 – Centro Comunitário de Manica, 79 • 4.2 – Moradia Estudantil Fazenda Canuanã, 82 5. VISITA TÉCNICA......................................................................86 • 5.1 – Centro Comunitário Rural Palmeirinha, 87 • 5.2 – Feira Municipal CACC, 90 6. DIAGNÓSTICO DO TERRENO.................................................93 • 6.1 – Justificativa, 94 • 6.2 – Diagnósticos, 95 7- O PROJETO...........................................................................100 • 7.1 – Partido, 100 • 7.2 – Conceito, 103 • 7.3 – Fluxograma, 104 • 7.4 - Propostas Térmicas e Acústicas, 109 • 7.5 – Programa de Necessidades, 111 • 7,6 – Sistemas Estruturais, 115 .



SIGLAS • APA – Área de Proteção Ambiental • APASSP – Associação Profissional das Assistentes Sociais • APP – Área de Proteção Permanente • BRT – Bus Rapid Transit (Ônibus de Trânsito Rápido) • CDHU – Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano • CFAS – Conselho Federal de Assistentes Sociais • CLT – Cross Lamined Timber • COHAB – Companhia de Habitação Popular • CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente • CNAS – Conselho Nacional de Assistência Social • CNSS – Conselho Nacional de Serviço Social • CRAS – Conselho Regional das Assistentes Sociais. • EMDEC – Empresa Municipal de Desenvolvimento • EMEI – Escola Municipal de Ensino Infantil • FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação • HIS– Habitação de Interesse Social • LOAS – Lei Orgânica de Assistência Social • MLC – Madeira Laminada Cruzada • PDM – Plano diretor Municipal • PNE – Pessoa com Necessidades Especiais • SANASA – Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento de Campinas • SEPLAMA – Secretária de Planejamento, Desenvolvimento e Meio Ambiente • SEHAB – Secretaria Municipal de Habitação • SESI – Serviço Social da Industria • UTB – Unidade Territorial Básica • ZEIS – Zonas de Interesse Social

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APRESENTAÇÃO

Figura 01: Perspectiva da praça do estar e centro comunitário elaborados pela autora.

"O arquiteto não é um apêndice de uma máquina constrangedora e terrível. Ao contrário, cabe-lhe ajudar a dominar, a submeter a estrutura impositiva que transforma o homem em coisa, em vítima de sua própria criatura.” Vilanova Artigas

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Figura 02: Perspectiva aérea do Bairro parque Floresta e Itajaí Autor: Leandro Las Casas – data: 16/05/2016

1.1 INTRODUÇÃO O tema Sociocultural nasce da demanda da nova proposta urbana em relação à existente tipologia da área estudada. O projeto possibilitara a integração social e melhores oportunidades através da sua arquitetura e do seu espaço publico livre. O centro comunitário tem como objetivo atender a comunidade como sendo um espaço de ação, expressão e integração social, abrigando ambientes de convívio e auxiliando no desenvolvimento social da comunidade por meio de atividades sociais, culturais e comerciais. A motivação para o desenvolvimento deste estudo baseia-se nas propostas urbanas da área, requalificando o aspecto de conexão e principalmente o aspecto social, suprindo a falta de equipamentos que atendam as necessidades da comunidade. A realização do centro comunitário mostra que a arquitetura pode interferir e ajudar no desenvolvimento social, além de agregar valor e apropriação da população pela sua comunidade. E outro ponto motivador foi a necessidade de resgatar na comunidade o apropriar-se dos espaços, vivenciar seu bairro, seus vizinhos e aproximar os laços sociais que foram perdidos pela falta de equipamentos e espaços públicos saudáveis ou aprisionados entre quatro paredes, onde não sentimos que temos o direito de apropriar-se da cidade.

A principal metodologia empregada nesse projeto foi feita através de estudos de caso e analise da área de estudos bem como sua população, que possibilitaram a desvendar á área que seria inserido o projeto e sua relação com o urbano e a cidade. O trabalho tem como fundamento o ser humano, as relações sociais e uma vida em sociedade, priorizando as condições de uma vida saudável e melhores oportunidades a todos. A arquitetura Social vem primordialmente atender o direito da população de ter um equipamento que proporcione a relação social, que diversifique e incentive movimentos e ações socioculturais, onde o cenário atual da maioria dos equipamentos denominados Centros Comunitários, servem a finalidades muito pontuais, onde seus espaços são subutilizados, e a arquitetura nunca entra como um agente transformador ou incentivador ao publico. Levando em conta esses expoentes e estudos o Centro Comunitário Envolver tem a função de proporcionar uma nova experiência arquitetônica, social e de vivência aos moradores da comunidade e seus frequentadores.

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1.2 OBJETIVO Geral O objetivo geral da proposta do Centro Comunitário Envolver é proporcionar aos moradores da Região do Campo Grande e aos frequentadores uma nova experiência arquitetônica de Socialização e Interação.

Específicos -

Proporcionar aos moradores dos bairros locais ( parque Floresta e área rural), uma área que promova atividades sociais, culturais e melhores oportunidades;

-

Diminuir a distância entre as comunidades rurais e urbanizadas por meio das atividades sociais e sua implantação estratégica entre as duas comunidades;

-

Estimular a curiosidade de descobrir e permanecer através das formas e caminhos e volumes angulados/desalinhados, com grandes aberturas, estimulando o interesse pelo permear pelos interiores;

-

Proporcionar espaços de convívio onde se possa difundir atividades socioculturais e de melhores oportunidades a população; (Figura 03)

-

Estimular o convívio social entre gêneros e classes diferentes através dos espaços públicos sociais propostos;

-

Incentivar o desenvolvimento de ações, eventos manifestações socioculturais em espaços públicos.

e

14

Figura 03: Perspectiva da fachada principal e a relação de fluidez e convívio das praças. – Fonte: Realizada pela autora


1.3 JUSTIFICATIVA O distrito do Campo Grande em Campinas é um área que teve sua expansão por meio de loteamentos e moradias que ocorreram em sua grande parte de forma irregular e que com o passar do tempo se regularizaram devido a sua consolidação, muitas vezes seu território foi berço de agrupamentos de habitações irregulares; e sua grande concentração é de moradores de classe média a até a linha de pobreza. O incentivo a criação de equipamentos públicos nessa área vem acontecendo, porem a passos lentos. Portanto temos presente um quadro de falta de equipamentos públicos sociais, educacionais, saúde e entre outras medidas que mediante a necessidade de implementação de um plano localizado a área serviria como solução ou pelo menos parte de um projeto para melhoria de qualidade de vida dessa região tão rica em recursos ambientais e ainda sim tão degradada e carente. Dentre essas necessidades, o social vem muito apagado no cenário atuante de politicas publicas em um todo no município e no país. Por conta da falta de incentivo a movimentos sociais públicos temos uma imagem de degradação do equipamento publico, não transmitindo a população o pertencimento ao seu meio. O principal incentivo de criação do Centro Comunitário Envolver vem dessa necessidade em buscar a união e a vivencia entre comunidades, e além disso, tornar o espaço uma extensão das duas comunidades; o local de apropriação social e cultural dessa população a tanto tempo sem essas noções e experiências disponíveis. A relação social comprova a justificativa de melhoria social, diminuição de índices de violência, melhor qualidade de vida, crescimento de oportunidades e desenvolvimento saldável da população.

15

O espaço urbano público, aliado a um equipamento sociocultural transforma o eleva a qualidade de vida de seus usuários e comunidade como um todo. E por meio da arquitetura e a relação urbana e a experiência que o planejamento dessa relação dispõe se traz vida ao espaço.

“ Esta é uma grande oportunidade para ampliar o aceso da população à cultura, incrementando a programação nesses locais.[...]” STUM. 2016

Este incrementar se faz necessária ao projeto do Centro Comunitário, que além do espaço público das praças tem como aliado em seu programa um grande percursor de socialização e cultura: A feira, local que desde os tempos antigos é local destinado a centralização de pessoas e relações interpessoais e/ou econômicas. “ Os mercados cobertos ou em praça aberta, a rua de barracas ou de lojas, já tinham encontrado sua configuração urbana por volta de 2000 a.C. Encontrava seu lugar dentro do templo, pelo qual assumia a condição de centro, seja da aglomeração ou de uma “economia totalizadora controlada”” LOPES & VASCONCELOS, 2010 p.4 apud MUNDFORD,2004, p.85


LOCALIZAÇÃO

N

SÃO PAULO

TERRITÓRIO

RMC

CAMPINAS

DISTRITO DO CAMPO GRANDE

Figura 04 : Mapa de Campinas e área intervista. Fonte: Feito pela autora com imagem aérea do Google Earth, 2018.

ÁREA DE INTERVENÇÃO


LOCALIZAÇÃO – REGIÃO CAMPO GRANDE

N

17

Figura 05 : Mapa de Localização – ESCALA: 1:40000 Fonte: Feito pela Equipe com imagem aérea do Google Earth, 2018.


2.1 - CAMPINAS Campinas se iniciou nas primeiras décadas do séc. XVIII, graças a coroa Portuguesa que estabeleceu a política de povoar a antiga Capitania de São Vicente. Tão breve, o aglomerado evoluiu e em 1774 chegou a categoria de Freguesia, denominada Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Campinas de Matogrosso, tendo foco na produção de açúcar. Em 1840 ingressou no Ciclo do Café que, segundo SEMEGHINI (1988), resultou na implantação de uma futura estrutura ferroviária, conectando e articulando sua produção agrícola e também o território da futura Campinas a uma rede de cidades, consolidando e estabelecendo um sistema produtor cafeeiro. Somente no fim do séc. XIX houve a chegada das principais indústrias com suas tecnologias e inovações em produção, rearticulação de trabalhos e ao urbano. Entre 1889 e 1929 devido a fatores políticos e econômicos houve um incentivo do estado brasileiro conjunto com o capital privado,

tornando o sistema produtível ao nível nacional, assim trazendo Campinas a condição de Produtora Regional e fazendo-a adequarse ao novo modelo econômico; o industrial de capital nacional. É onde se percebe segundo SILVA (2013), que a agricultura e a agroindústria demandavam de investimentos de altos capitais; eis que o Governo Federal, favorecendo as cidades com razoável condição urbanizada e com portes fabris para estruturar as economias ao seu redor, obtendo assim seu retorno de capital aplicado. Apesar de tempos difíceis, como a epidemia de febre amarela que assolou índices altos de baixa populacional, depois da luta de cessar a doença a cidade prosperou, firmou ainda mais sua consolidação se tornando sede de sua Região Metropolitana e atualmente é um dos polos tecnológicos, industriais e comerciais mais importantes do país.

Figura 06: Torre do Castelo Fonte: Acervo MIS Campinas– Década de 50


2.2 REGIÃO NOROESTE – CAMPO GRANDE

para a classe trabalhadora e menos favorecida sobras de um

Localizado na Região noroeste da cidade – segundo a

território degradado, segregado, sujeitando-os a sobreviver com

Prefeitura Municipal de Campinas (Figura 07), o distrito do Campo

pouca infraestrutura, transformando o tecido urbano em fragmentos

Grande teve como precursor da sua expansão, em meados de

e ocupações dispersas e desordenadas que formam uma espécie de

1950, a unidade industrial da Pneus Dunlop voltada na produção

“cidade paralela”.

de pneus. Em 1970 a unidade industrial foi comprada pela nacional Pirelli Pneus, em um período pós-recessivo nacional, a empresa buscou alcançar escalas produtivas altas, atraindo mão de obra para a região ainda em processo de ocupação, estabelecendo ali um número considerável da ocupação territorial da região. Nesse quadro, segundo SILVA (2013), ocorreu também a valorização fundiária do território devido a implantação de mais indústrias ao longo da rodovia Anhanguera, gerando ocupações industriais mais distantes da região central do município, já que ali as glebas integrais eram compradas por baixíssimos valores, acelerando o processo de expansão urbana da cidade. Os caminhos rurais foram urbanizados e se tornaram as Avenidas das Amoreiras e John Boyd. Dunlop, vistas, atualmente, como limites marcantes que, de certa forma, organizam e separam o processo de periferização do espaço. Devido a isso, a alteração de zonas de reserva de terras para usos mistos, ocasionada por diversos fatores: industriais, sociais e políticos, talvez aliados ou levianos a um sistema de mercado de

Figura 07: Mapa de Regiões

terras valiosas que se desenvolve de forma legal e ilegal, deixa

Fonte: Prefeitura Municipal de Campinas, 2015

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2.3 CRONOLOGIA DO CAMPO GRANDE

De acordo com o Plano local de gestão da Macrozona 5, elaborado pela Prefeitura de Campinas em 2007, durante o séc. XIX ocorreu a exploração dos recursos naturais da região: o plantio da cana e do café destruiu as reservas florestais e não prosperou devido ao solo pobre e arenoso.

SÉCULO XIX

Desse modo, o solo passou a ser explorado para a extração de areia para a construção civil e mineração de jazidas de argila para a confecção de peças cerâmicas. Tal prática ocorreu até o início do séc. XX (Prefeitura Municipal de Campinas, Plano Diretor - 2007)

Nas primeiras décadas do séc. XX, a produção agrícola acelerou mais ainda o processo do desmatamento e a terra foi parcelada em pequenas propriedades rurais. (SILVA, 2013)

A implantação de estruturas de mobilidade como a Rodovia Anhanguera e o crescimento do Aeroporto de Viracopos impulsionaram a o ocupação da região do Campo Grande. (Prefeitura municipal, Caderno, Plano Diretor 2007)

SÉCULO XX

1950 - 1960

Ainda segundo o Plano local de gestão da Prefeitura de Campinas (2007), a baixa produtividade agrícola ocasionada pelo solo infértil, determinaram um uso menos intenso da terra: campos de pastagens e reflorestamento com eucaliptos.

Outra precursora da urbanização foi a fábrica de pneus Dunlop que se instalou na área em 1953, necessitando de mão-de-obra (Silva, 2013)

20

De acordo com Silva (2013), a região passou a abrigar outras indústrias as margens da Anhanguera, impulsionando a especulação imobiliária com a abertura de novos loteamentos.

1970 - 2000

O histórico de severa exploração dos recursos naturais e a falta de rigor no cumprimento das normas referentes a instalações de infraestruturas urbanas nos primórdios da ocupação do Campo Grande, ocasionaram problemas que se perpetuam até os dias atuais.

ATUALMENTE

Entre eles, é possível citar: Visando facilitar a as ocupações irregulares implantação dos novos impulsionadas pela falta bairros, exigências de fiscalização por parte específicas quanto a do poder municipal, instalação de degradação do meio infraestruturas como ambiente devido a rede de água e esgoto constante exploração dos foram desconsideradas, recursos naturais e áreas levando a precarização contaminadas do espaço urbano ocasionadas pelo emergente. descarte irregular de (Silva, 2013). resíduos.


Introdução Territorial O distrito do Campo Grande (Figura 5) , objeto de

estudo, possui problemáticas urbanas e ambientais entre os que ali habitam, circulam, se relacionam e, em muitos

O QUÊ?

casos, coexistem e sobrevivem às falhas de um sistema

Análises urbanas da Região do Campo

urbano

descontínuo,

em

constante

aumento

Grande que auxiliam no embasamento de

de

uma proposta urbana

demanda, onde melhorias são necessárias. A não comunicação entre territórios devido a vazios urbanos e áreas rurais geram limites, como cita Lynch

ONDE?

(1980), e causam ali um quadro de segregação.

No distrito do Campo Grande, localizado na

Seguindo uma tríade de critérios: Proteção, Recriação

região Noroeste da cidade de Campinas.

e Ressignificação, o objetivo é apresentar uma proposta urbana para uma porção do distrito do Campo Grande, através

de

uma

levantamentos,

metodologia análises,

que

leituras,

consiste

PORQUÊ?

em

Para estruturar uma região que possui problemas

diagnósticos,

urbanos que devem ser solucionados visando

prognósticos, diretrizes e hipóteses baseadas em leitura

melhorar a qualidade de vida dos que lá habitam.

multidisciplinar e comparação da realidade presenciada pelos autores, de bases formais, trabalhos acadêmicos e

PARA QUEM?

publicações sobre a expansão urbana de campinas e

Para a população de Campinas e municípios

metrópoles, sobre a legislação e referenciais de soluções

vizinhos, mas principalmente para os moradores

urbanas, sobre o meio ambiente e sua proteção e

do distrito do Campo Grande

revitalização.

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2.4 PLANO DIRETOR Comparando o Plano Diretor ¹ de 2006 (Figura 08) com o

Macrozona de Relevância Ambiental: Engloba áreas

Plano Estratégico de 2018 (Figura 09), percebe-se alterações

destinadas a preservação de territórios com relevante valor

gerais de leitura e aplicação de diretrizes em todo o território de

ambiental – de fauna, flora e bioma. Volta-se para reservas

Campinas.

a

nova

de terras do município. É possível observar que grande parte

nota-se

uma

desse território está presente na mesma delimitação do que

referência retirada da metodologia do Plano Diretor da cidade

era a Macrozona 1 do Plano diretor de 2006 – denominada

de São Paulo, denominando não mais as macrozonas em

APA do município.

A

delimitação

principal de

modificação

macrozoneamento,

notada onde

é

Macrozona de Desenvolvimento Ordenado: Destina-se, em

números, mas sim como: característica

sua maioria, a áreas rurais e tem como objetivo incentivar o

principal ressaltar áreas de relevância urbana não só para o

desenvolvimento do setor primário e a conservação de

município, mas também de grande importância para a região

áreas protegidas de esfera ambiental. Outro ponto a ser

metropolitana de Campinas. Compreende a integração dos

destacado é a possibilidade de desenvolvimento do urbano

polos tecnológicos e acadêmicos, equipamentos estruturadores

aliado ao rural por força dos instrumentos do Estatuto da

urbanos centrais, a região de escoamento e de polos industriais

Cidade, visando coibir com o crescimento desordenado

e o Aeroporto internacional de Viracopos.

dessas áreas. A outra parcela da área de estudo encontra-

Macrozona

Macrometropolitana:

Tem

por

Macrozona de Estruturação Urbana: Engloba regiões que se

se situada nesta macrozona.

baseiam nas áreas de expansão da cidade, áreas consolidadas e em processo de consolidação. É onde encontra-se mais da metade do território de estudo da equipe. ¹ Plano Diretor - Referido pela sigla PDM, é o mecanismo legal que visa orientar a ocupação do solo urbano, tomando por base um lado de interesses coletivos e difusos como a preservação da natureza e da memória, e de outro os interesses particulares de seus moradores. No nosso País o PDM é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana e seu objetivo geral é promover a ordenação dos espaços habitáveis do Município e estabelecer uma estratégia de mudança para se obter melhoria de qualidade de vida da comunidade local. A Constituição Federal estabelece a obrigatoriedade de edição de plano diretor às cidades com mais de 20.000 (vinte mil) habitantes e a revisão do Plano Diretor a cada dez anos com a participação da população nas etapas de elaboração por meio de assembleias publicas. Fonte: Site Urbanidades http://urbanidades.arq.br/2008/06/o-que-e-plano-diretor/

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COMPARAÇÃO ENTRE ZONEAMENTOS PLANOS DIRETORES 2006 E 2018

Área de estudo

Área de estudo

Figura 08: Macrozonas 2006

Figura 09: Macrozonas 2018

Fonte: Prefeitura Municipal de Campinas, 2006

Fonte: Prefeitura Municipal de Campinas, 2018

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ÁREA DE ESTUDOS X PLANOS DIRETORES

Como já dito anteriormente, o Plano Diretor de 2006 e o de 2018

tem

como

principal

diferença

o

novo

modo

de

Compreendida anteriormente no Plano Diretor de 2006 (Figura

macrozoneamento, porém, outros pontos a serem destacados são

08) como macrozona 5, era definida como área prioritária de

algumas considerações que o novo plano diretor deixou de abordar

requalificação, porém, apesar de degradada, detém de recursos

em mapas e somente delimita de forma sintética, como as áreas de

naturais e ambientais importantes, como rio Capivari – responsável

ZEIS ³ (Zonas Especiais de Interesse Social) de indução, que antes

por 7% do abastecimento da cidade, e matas de importância

estavam presentes em dois pontos do território de estudo e a

ímpar como o Cerrado Itajaí localizado no Sítio Vista Alegre e

inserção de um Coeficiente de Aproveitamento pré-determinado,

resíduos de Mata Semidecidual ².

que ficou incoerente com algumas diretrizes das áreas de macrozona – onde alterações de vias e transportes (Figura 10) se fazem

A área de estudo esteve inserida dentro dessa delimitação até

necessárias para sanar a descontinuidade de bairros e diminuir a

2015, ano em que ocorreu o plebiscito que assegurou os

segregação, pois este coeficiente é baixo, tornando ineficiente o

moradores do Campo Grande e do Ouro Verde a terem suas

aproveitamento territorial com caráter estratégico.

regiões definidas como distritos. De acordo com o Mapa de Regiões (Figura 07), tem-se a área de estudo dentro da região noroeste. A partir de então iniciou-se as elaborações para um novo Plano Diretor de Campinas, que veio apresentar os principais levantamentos recentemente, em Janeiro de 2018.

² Mata Semidecidual – Ou conhecidas também como florestas estacionais semideciduais, classificadas anteriormente como florestas subcaducifólias, são formações de ambientes menos úmidos do que a floresta ombrófila densa. Em geral, ocupam ambientes que transitam entre a zona úmida costeira e o ambiente semiárido. Daí porque esta vegetação também é conhecida como “mata seca”. São Áreas que predominam os solos Argissolos e Latossolos, ambos Amarelos e Vermelho-Amarelos, com baixa fertilidade natural e alguns Argissolos Vermelhos, são os principais solos relacionados com este tipo de floresta e apresentam grande incidência de áreas de ravinas e voçorocas próximas a córregos e leitos de rios. Fonte: Embrapa – Ageitec http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/territorio_mata_sul_pernambucana/arvore/CONT000gt7eon7l02wx7ha087apz2x2zjco4.html ³ ZEIS - Zonas Especiais de Interesse Social são porções do território destinadas, predominantemente, à moradia digna para a população da baixa renda por intermédio de melhorias urbanísticas, recuperação ambiental e regularização fundiária de assentamentos precários e irregulares, bem como à provisão de novas Habitações de Interesse Social – HIS e Habitações de Mercado Popular – HMP a serem dotadas de equipamentos sociais, infraestruturas, áreas verdes e comércios e serviços locais, situadas na zona urbana. Fonte: Site Gestão Urbana SP – Prefeitura Municipal de São Paulo – Site: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/zona-especial-de-interesse-social-zeis/

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Figura 10: Terminal Campo Grande Fonte: Fabricio Freitas


2.5 JUSTIFICATIVA DA ÁREA DE INTERVENÇÃO Conforme direcionado aos alunos, como etapa do processo de realização do Trabalho de Conclusão da Graduação, foi orientado a

proteger seus recursos, propor diretrizes que recriem espaços vazios

escolha de uma porção territorial dentro de uma área geral, com a

trazendo melhorias sociais, econômicas, integração cultural e

finalidade

resinificar os territórios com equipamentos que desperte no

de

planejar

uma

intervenção

urbana

acerca

da

identificação das necessidades.

cidadão o pertencimento do espaço, com a finalidade de

A escolha ocorreu por meio da identificação da situação de

impactar a qualidade de vida das gerações futuras.

degradação acentuada e segregação identificada entre os bairros do

Sendo apresentado a seguir ( Figura 12) uma serie de análises

Campina Grande e do Residencial São Luiz (Figura 07) para com a

realizadas com base no território de estudo escolhido sem

totalidade urbana mais consolidada, a descontinuidade do tecido

esquecer da área geral; apresentadas em mapeamentos, gráficos

urbano e o valor ambiental da área que encontra-se em completo

para melhor compreensão e embasando a proposta urbana da

abandono.

equipe.

A região necessita de uma revitalização e planejamentos urbanos

Critério principal que norteou a equipe, foi a busca pela

estratégicos, para assegurar a proteção ambiental, gerar emprego a

preservação ambiental da região de estudo, já que é nítida o

população que lá habita, propostas ecológicas e sociais, além de

grande valor hídrico, natural e ambiental que esse território tem e

trazer novas políticas territoriais que tragam a medida do tempo

que vem sendo degradado e abordaremos aqui.

melhorias

sem

gerar

mais

descontrole

populacional

ou

ficar

desfavorável a mercados imobiliários ilegais. O déficit das áreas verdes, devido aos históricos extrativistas

QUALIDADE DE VIDA

AMBIENTE

ocorridos no passado e a expansão urbana desordenada que criaram vazios, desconectando o tecido urbano chamou a atenção da equipe, que identificou nessa área potencial para

POPULAÇÃO

Figura 11: Infográfico básico sobre a tríade de prioridades de enfoque do plano urbano Fonte: a equipe

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RECORTE TERRITORIAL E PRINCIPAIS CARACTERISTICAS

RESIDENCIAL SÃO LUIZ

JD. LISA

CAMPINA GRANDE

Figura 12: Recorte Territorial Escala 1:20000 Fonte: Feito pela Equipe


2.6 – ÁNALISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO URBANA

que se refere ao acesso dos transportes.

ZONEAMENTO ATUAL

que a localização em eixos estruturais gera menos problemas viários ao

O zoneamento atual determina oito diferentes zonas, como está representado no Mapa de Zoneamento Atual (Figura 13):

Z11 HMV1 – Derivada da Z11, segue o mesmo regimento, porém nessa região por estar concentrada em uma área de concentração de comércios e boa parte de front a uma centralidade fomentada –

Z01 – Predominantemente habitacional, permitindo usos unifamiliar,

praça da concórdia – se restringe o uso habitacional nessa área,

multifamiliar horizontal e vertical. Também permite comércio,

gerando valor e competitividade comercial imobiliária nessa área.

serviços e instituições de pequeno porte. Comparando com o mapa de Uso do Solo (Figura 15), nota-se que a zona e o seu uso

Z18 VC1 – Deriva da Z18; que prima a preservação do meio ambiente,

real

espaços verdes e edifícios de interesse sociocultural. Tal variação

têm

concordância

que

existe

predominantemente

residências no perímetro em questão.

encontrada no território de estudo vai de contra com sua zona matriz, permitindo que se habite e edifique em uma área de várzea, propensa

Z03 – Voltada a habitação, porém com menor abrangência e

a inundação, e ainda dentro de parte da área do cerrado, fazendo

áreas mais próximas as centralidades fomentadas. Permite serviços

proximidade

vinculados a habitação, usos institucionais de porte médio, barra os

multifamiliares, comércios, serviços e institucionais de pequeno porte.

com

o

Rio

Capivari.

Permite

habitações

uni

e

usos comerciais. Presente na região do Parque Itajaí, Parque Valença e no território que se aplicava ao plano diretor anterior

EIXO VERDE – Abrange toda a margem do rio Capivari, estendendo-se

como ZEIS de indução (Figura 08).

até as áreas lindeiras a urbanização, sendo interrompida em um ponto entre a várzea e o cerrado pela Z18 VCI. Abrange a APP que margeia o

Z03 CSE – Zona mista concentrada nas vias principais dos bairros.

Parque São Luiz; sua finalidade é a proteção de tais áreas, porém está

Permite habitação uni e multifamiliar, comércios locais, serviços de

atuando de forma falha graças a sua interrupção de território

pequeno porte e institucionais de médio porte. Nota-se que foram

perdendo significado de Eixo já que é cessado por uma zona que se

pontuados de forma estratégica, uma vez que têm-se maior

permite a edificação e usos já citados acima.

incidência de comércios e serviços nas vias principais de um bairro. AREA PÚBLICA – Definida para oferecer equipamentos públicos Z11 – Zona tradicionalmente comercial, permite habitações uni e

principalmente de lazer aos cidadãos e habitantes locais, como praças

multifamiliar, comércios, serviços e institucionais de porte médio, já

e áreas verdes arborizadas gerando saúde e qualidade de vida.

28


ZONEAMENTO ATUAL Figura 13: Zoneamento Atual Escala 1:20000 Fonte: Feito pela Equipe

MONTE - MOR

EIXO VERDE

SENTIDO CENTRO


USO DO SOLO Através da análise realizada na área de estudo e de

Tais dados analisados, caracterizam a área como “bairros

investigação lote a lote, por meio de visitações e via Google

dormitórios”, onde muitos habitantes trabalham fora da

Maps /Streetview, foi determinado um Mapa de Uso Real do

região devido à falta de oportunidade de emprego local

Solo (Figura 15) e um gráfico (Figura 14) onde se identifica a

nos três setores: Primário: Possui área rural dentro da área,

predominância demasiada de uso residencial (98,4%), sendo

porém somente de pequenos produtores atualmente;

visível o déficit de comércios (1,03%), instituições (0,37%) e

Secundário:

serviços (0,2%).

perímetro de estudos; Setor Terciário: como visto no gráfico (Figura

14),

área

industrial

pouquíssima

atualmente oferta

e

inexistente variedade

oportunidades devido ao número baixo desse setor.

A área abriga 19025 construções, sendo elas: 196 Comércios 58 Instituições 65 Serviços 18706 Residências

Figura 14: Gráfico Uso do Solo Fonte: Feito pela Equipe

30

no de


USO DO SOLO Figura 15: Uso do Solo Escala 1:20000 Fonte: Feito pela Equipe

MONTE - MOR

SENTIDO CENTRO


GABARITO DE ALTURA

Figura 16: Gráfico do Gabarito de Altura Fonte: Feito pela Equipe

Seguindo método semelhante de concepção do Mapa de Uso do Solo (Figura 15), através de visitas in loco e pelo google maps/ streetview, determinando a altura de cada edificação da área estudada, resultando no mapa de gabarito (Figura 17). De acordo com o Gráfico do Gabarito de Altura (Figura 16) verifica-se a predominância de edificações térreas (87,24%), seguida por construções de 2 pavimentos (9,7 %). Apenas 1,53% dos edifícios possuem de 3 a 4 pavimentos e 1,53% acima de 5 pavimentos. Durante visita ao local, foi possível

observar que as

edificações que possuem de 4 a 5 pavimentos são de residenciais, presentes no Jd. Bassoli e no Chacras Campinas, sendo estas pertencentes aos sistemas COHAB

16152 edificações Térreas

e CDHU ⁵ que

1800 com 2 Pavimentos

se consolidaram a menos de 7 anos na região, em função da

285 entre 3 e 4 Pavimentos

tentativa da prefeitura de sanar o déficit habitacional do

285 com mais de 5 Pavimentos

município, inflando ainda mais essa região precária e periférica. ⁴ COHAB – Companhia Metropolitana de Habitação - A Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo também conhecida como COHAB é uma empresa estatal responsável por executar políticas públicas de habitação na cidade de São Paulo e em sua região metropolitana. A COHAB foi criada pela lei n.º 6.738, de 16 de novembro de 1965, como uma sociedade anônima de economia mista, onde a principal acionista é a Prefeitura Municipal de São Paulo. Segundo o site da Prefeitura de São Paulo, a COHAB atua na Secretaria Municipal de Habitação (SEHAB), e através da aquisição de terrenos e glebas promove a construção de moradias para população de baixa renda. Que posteriormente, a COHAB viria a ser espalhar pelas outras metrópoles e cidades Brasileiras, nas principais capitais dos estados, e também em regiões menores, como Campinas e seu polo regional mais próximo. Fonte: COHAB SP – Site: http://cohab.sp.gov.br/Historia.aspx ⁵ CDHU – Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo - Assim como a COHAB, criada em 1967 na busca de sanar o déficit habitacional crescente; sendo uma empresa do Governo Estadual, vinculada à Secretaria da Habitação, e segundo os dados fornecidos pela própria CDHU, é o maior agente promotor de moradia popular no país; e tem por finalidade executar programas habitacionais em todo o território do Estado, voltados para o atendimento exclusivo da população de baixa renda: Famílias com renda na faixa de 1 a 10 salários mínimos. Atuando primeiramente com unidades unifamiliares e após evoluindo para edificações multifamiliares atendendo as demandas territoriais da atualidade. Fonte: CDHU – Site: http://www.cdhu.sp.gov.br/a_empresa/apresentacao-cdhu.asp

32


GABARITO DE ALTURA Figura 17: Gabarito de Altura Escala 1:20000 Fonte: Feito pela Equipe

MONTE - MOR

SENTIDO CENTRO


DENSIDADE ATUAL A maior concentração populacional verificada na área de

Em

uma

área

de

13512,7

km²,

ou

1351,27

Ha,

com

estudos, segundo o Mapa de Densidade Atual (Figura 18) é

aproximadamente 72.800 habitantes, totaliza-se uma densidade

justamente em regiões onde as edificações são mais altas –

bruta de 54 Hab/Ha. Sob análise minuciosa da área de estudo,

confrontando informações com o Mapa de Gabarito de

efetuando contagem casa a casa via google maps/streetview,

Altura (Figura 17), tais áreas concentram mais de 200

contando até mesmo as que estão em situação irregular,

habitantes por hectare, um índice alto e encontrado nas

obteve-se os seguintes números:

áreas com problemática intensa, como criminalidade e tráfico de drogas, principalmente no Jd. Bassoli – dado obtido no Posto Policial do Campo Grande. Áreas predominantemente compostas por loteamentos com residências térreas e unifamiliar, apresentam um índice de 101 a 200 habitantes por hectare o que destaca que há unidades familiares com índice de moradores maior que a média de 3,34 por habitação como informa o IBGE. Parque Valença II, Parque Itajaí, Parque Floresta, Conjunto Residencial São Luiz e as favelas Jardim Lisa I e II, Jardim Maracanã e Jardim Metonópolis são bairros residenciais já

• Bairro Campina Grande: 3.920 habitantes/ 1120 residências. • Conjunto Bassoli: 8820 habitantes/ 2520 unidades. • Pq. Floresta: 11200 habitantes/ 3200 residências. • Parque Itajaí: 7700 habitantes/ 2200 residências e unidades. • Jd. Lisa e Jd. Metonópolis: 6300 habitantes/ 1800 residências. • Conjunto Chacra Campinas: 1960 habitantes/ 560 unidades. • Jd. Novo Maracanã e Pq. Valença: 20.300 habitantes/ 5800 residências. • Jd. Lisa II: 6300 habitantes/ 1800 residências.

consolidados que apresentam esse índice populacional, segundo o SEHAB ⁷. ⁷ SEHAB – Secretaria Municipal de Habitação - É responsável pela execução da política habitacional. Entre suas atribuições estão o controle do uso e da ocupação do solo, além de promoção da preservação da paisagem e do meio ambiente da cidade. Seus departamentos e superintendências estão divididas em: CMH (Conselho Municipal de Habitação), o CEUSO (Comissão de Edificação e Uso do Solo), o Case (Departamento de Cadastro Setorial), o Parsolo (Departamento de Parcelamento do Solo e Intervenções Urbanas), a HABI (Superintendência de Habitação Popular), o RESOLO (Departamento de Regularização do parcelamento do Solo), o Aprov (Departamento de Aprovação de Edificações), a COHAB (Companhia Metropolitana de Habitação o) Fonte: Prefeitura e setor de Relações Públicas do SEHAB.

34


DENSIDADE ATUAL Figura 18: Densidade Atual Escala 1:20000 Fonte: Feito pela Equipe

MONTE - MOR

SENTIDO CENTRO


EQUIPAMENTOS PÚBLICOS Com base em dados e mapeamentos da Prefeitura de Campinas,

Outra deficiência observada foi a de equipamentos voltados

seguindo a mesma metodologia de observância in loco, foi

para o lazer e o social, tendo somente praças e dois ginásios de

determinado o mapa de Equipamentos Públicos (Figura 20) da área

esporte, todos em situação degradadas e subutilizados, e

estudada.

nenhum equipamento como Centros Culturais, Centros Sociais,

Nota-se em análise, a falta de equipamentos públicos de natureza

Centros Comunitários ou Profissionalizantes.

básica e de direito do cidadão. Observa-se a falta de equipamento público de educação infantil (Creche e EMEI⁸) na região dos bairros Campina Grande e Residencial São Luiz, sendo que este último consta ainda

como

loteamento

irregular,

assim

não

tendo

Figura 19: Gráfico de Faixa Etária Fonte: Feito pela Equipe

nenhum

equipamento público ainda implantado ali. Outro ponto da área que tem a deficiência desses equipamentos é a região dos bairros Pq. Valença e Pq. Valença 2. Segundo pesquisa sobre as características da população da área obtivemos um gráfico da Faixa Etária (Figura 19), onde o perímetro apresentou uma faixa etária predominante muito jovem, sendo que 13% corresponde a crianças de 0 a 5 anos, empatada com 13% de jovens de 20 a 24 anos e 13% de adultos de 25 a 29 anos. O que levantou a preocupação em relação aos níveis de escolaridade dessa população; já que o IBGE apresenta a alarmante informação de que mais de 25% da população da região estudada não tem alfabetização e nem renda.

₈ EMEI – Escola Municipal de Ensino Infantil – São Escolas ou centros de educação municipal Infantil, que atendem crianças de 4 a 5 anos e 11 meses; que na grande maioria o atendimento acontece em dois turnos diurnos e, em algumas, há atendimento em período integral. A formação das turmas tem a seguinte proporção de número de crianças por educador: Minigrupo II - até 25 crianças; Infantil I – até 30 crianças; e Infantil II – até 30 crianças e 1° ano – até 30 crianças que ao final dessa etapa , essas crianças ingressam no Ensino Fundamental I. Fonte: Secretaria da Educação e FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – Site: http://www.fnde.gov.br/acesso-a-informacao/institucional/legislacao/item/4971-portaria-fnden%C2%BA-481,-de-11-de-outubro-de-2013

36


EQUIPAMENTOS PÚBLICOS Figura 20: Equipamentos Públicos Escala 1:20000 Fonte: Feito pela Equipe

MONTE - MOR

SENTIDO CENTRO


HIPSOMETRIA Para realizar o Mapa de Hipsometria (Figura 21), foi utilizada a

Desse modo, conclui-se que a topografia está ligada as

Base da Sanasa em AutoCAD onde já existiam o contorno das curvas

questões socioeconômicas da região, já que as áreas mais

de nível e suas respectivas cotas.

baixas são sujeitas a sofrer problemas de inundações e erosões do solo ocasionados pelas cheias dos leitos do rio e dos seus

A partir de então, pode-se observar que existe na região em

afluentes devido o escoamento natural das águas pluviais, fato

questão uma variação de altitude de 100 metros, sendo que as cotas

que desvaloriza a terra, sujeitando-a a ocupações irregulares, e

mais baixas estão situadas as margens do Rio Capivari e seus

reafirma a importância de se preservar as margens dos cursos

afluentes que invadem, em alguns pontos, a malha urbana. As

d’água, as conhecidas APP’s.⁹

porções territoriais mais altas concentram-se entre o Parque Valença, Picos/ áreas mais elevadas presentes: Cota 645m , áreas

o Jardim Metonópolis e o Jardim Novo Maracanã.

de centralidade e consolidação (Praça concórdia, mercados e subprefeitura estão localizados nessa região mais alta)

De forma geral, percebe-se que o declive existente parte do meio do recorte – mais ou menos na altura da Avenida John Boyd Dunlop, para os limites, onde estão os cursos d’água. A região com

Áreas mais baixas presentes: Cota 550m, área do leito do

os aspectos topográficos mais acentuados, ou seja, mais íngreme,

rio Capivari, região pertencente ao Parque Linear Capivari, que

mais inclinada, é entre o Jardim Novo Maracanã – sendo este o mais

encontra-se apenas matas em situação de degradação,

alto, seguindo pelo Jardim Metonópolis, Jardim Lisa I e Jardim Lisa II,

pontos de desmate e antigas áreas de extração para as olarias

sendo estes últimos compostos por habitações irregulares, as favelas.

locais. ( pontos de maiores danos ambientais bem como o córrego Itajaí) .

⁹ APP – Área de Preservação Permanente - Sancionada pelo Congresso Nacional a Lei N° 4.771, de 15 de setembro de 1965, que classifica e determina as características e classificações das Áreas de Preservação permanente no país. Determinadas basicamente como APPS as seguintes área conforme o artigo a seguir: “Art. 2º Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: ao longo dos rios ou de outro qualquer curso d'água, em faixa marginal cuja largura mínima será: a) de 5 (cinco) metros para os rios de menos de 10 (dez) metros de largura, igual à metade da largura dos cursos que meçam de 10 (dez) a 200 (duzentos) metros de distancia entre as margens; de 100 (cem) metros para todos os cursos cuja largura seja superior a 200 (duzentos) metros; ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais; nas nascentes, mesmo nos chamados "olhos d'água", seja qual for a sua situação topográfica; no topo de morros, montes, montanhas e serras; nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maior declive; nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; nas bordas dos taboleiros ou chapadas; em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, nos campos naturais ou artificiais, as florestas nativas e as vegetações campestres.” Fonte: Câmara dos Deputados - Legislação Informatizada - LEI Nº 4.771, DE 15 DE SETEMBRO DE 1965 - Publicação Original – Site: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1960-1969/lei-4771-15-setembro-1965-369026-publicacaooriginal-1-pl.html

38


HIPSOMETRIA

Figura 21: Hipsometria

PQ. VALENÇA 2

Escala 1:20000 Fonte: Feito pela Equipe

SENTIDO CENTRO

PQ. VALENÇA

MONTE - MOR

JD. NOVO MARACANÃ

JD. METONOPOLIS JD. SANTA CLARA

RESID. SÃO LUIZ

JD. LISA

PQ. FLORESTA

JD. MARACANÃ

CAMPINA GRANDE JD. LILIZA PQ. ITAJAÍ COND. RESIDENCIAL PQ SÃO BENTO

JD. LISA 2


HIERARQUIA VIÁRIA E TRÁFEGO O Mapa de Hierarquia Viária (Figura 22) foi realizado através de

As vias locais, como o próprio nome já diz, são destinadas

visitas in loco e de análises a respeito da dinâmica do sistema viário

apenas ao acesso local e áreas restritas, sendo a categoria

na região.

predominante no perímetro em questão. Para completar a análise, foram demarcados trechos de vias

Existem, no perímetro de estudos, 3 tipos de vias: Arterial, Coletora e Local. Segundo o Código de Trânsito Brasileiro ¹⁰ (CTB), uma via

que apresentam um

tráfego

acima da

média

– dados

Arterial é caracterizada por possuir interseções em nível, controlada

encontrados no Google Maps e confirmados através de visitas

por semáforos quando necessário, possui acesso direto aos lotes

aos locais para compreender as razões.

lindeiros e às vias secundárias e locais, permitindo a circulação entre as regiões da cidade, características da Avenida John Boyd Dunlop,

Durante a semana, um pequeno trecho da Rua Cássio Soares

principal via estruturadora de todo o distrito do Campo Grande, que

Couto fica congestionado devido a Escola Estadual Idalina

faz ligação com proximidades da Vila Industrial, área mais central

Caldeira de Souza Pereira. Aos finais de semana, a Rua Benjamin

de Campinas.

Moloísi fica sujeita a uma maior movimentação devido a sua ligação direta a Avenida John Boyd e aos comércios.

Já as vias coletoras, são as responsáveis por coletar e distribuir o fluxo de veículos que necessitam entrar ou sair das vias expressas ou

O pedaço da John Boyd circulado na altura do Parque

arteriais, permitindo a circulação dentro de pequenas regiões como

Valença é mais movimentado aos finais de semana devido a

os bairros. As Avenidas Armando Mário e Adolpho Bloch, a rua

feira popular que acontece na Praça da Concórdia.

Cássio Soares Couto e a Estrada municipal do Campo Grande – prolongamento da John Boyd Dunlop, são as coletoras encontradas na área de estudos.

¹⁰ - O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) - Documento legal que define atribuições das diversas autoridades e órgãos ligados ao trânsito do Brasil, fornece diretrizes para a engenharia de tráfego e estabelece normas de conduta, infrações e penalidades para os diversos usuários desse complexo sistema. Fonte: DETRAN – site: http://portal.detran.ce.gov.br/index.php/educacao/709-o-que-diz-o-ctb

40


HIERARQUIA VIÁRIA E TRÁFEGO

Figura 22: Hierarquia Viária e Tráfego

PQ. VALENÇA 2

Escala: 1:20000 Fonte: Feito pela Equipe

SENTIDO CENTRO

PQ. VALENÇA

MONTE - MOR

JD. NOVO MARACANÃ

JD. METONOPOLIS JD. SANTA CLARA

RESID. SÃO LUIZ

JD. LISA

PQ. FLORESTA

JD. MARACANÃ

CAMPINA GRANDE JD. LILIZA PQ. ITAJAÍ COND. RESIDENCIAL PQ SÃO BENTO

JD. LISA 2


ITINERÁRIO DOS ÔNIBUS O Mapa de Itinerário dos Ônibus (Figura 23) foi realizado através

dos dados disponíveis no sistema de informações online da

e margeado pela Avenida Adolpho Bloch – que faz ligação direta com a John Boyd Dunlop.

Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas - EMDEC. Foram mapeadas 6 linhas de ônibus e 2 terminais: o Itajaí, no bairro Itajaí, e o Campo Grande, no Parque Valença II.

Linhas atuais presentes na área de estudo - ( Fonte: EMDEC Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas¹¹ )

Os trajetos identificados possuem características em comum: 5 linhas tem como função fazer uma ligação entre o interior dos bairros com o Terminal Campo Grande. Apenas a linha 212 realiza um itinerário mais longo, cerca de 40 km, ligando o terminal Itajaí

N° linha – Nome da linha

ao centro de Campinas.

200 – Jardim Novo Maracanã

Pode-se perceber, então, que o terminal Itajaí é subutilizado

202 – Parque Valença 2

devido a sua má localização dentro do distrito do Campo Grande

203 – Campina Grande

– longe da Avenida John Boyd Dunlop, principal via estruturadora

204 – Parque Floresta

da região, e não possui linhas que se conectam com os bairros,

208 – Parque São Bento

como o Terminal Campo Grande.

212 – Terminal Itajaí

Confrontando os Terminais existentes com os dados presentes no Mapa de Densidade (Figura 18) e no Mapa de Hierarquia Viária (Figura 22) pode-se confirmar a questão da má localização do Terminal Itajaí, que poderia estar alocado próximo ao Residencial São Bento – que possui alto índice de concentração populacional,

¹¹ EMDEC – Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas - executa as atividades técnicas da Secretaria Municipal de Transportes (Setransp) e, por definição legal, o secretário de Transportes é também o presidente da Empresa. E responde pelas áreas de planejamento da circulação; gerenciamento do transporte coletivo e de outras modalidades de interesse público, como táxi, escolar e fretamento; e pela gestão do trânsito, com os Agentes da Mobilidade Urbana, com a operação semafórica e de sinalização, além de manter os programas de educação dos condutores e pedestres. Fonte: EMDEC – Site: http://www.emdec.com.br/eficiente/sites/portalemdec/pt-br/site.php?secao=emdec

42


INTINÁRIO DOS ÔNIBUS

Figura 23: Itinerário dos Ônibus Escala 1:20000 Fonte: Feito pela Equipe

MONTE - MOR

SENTIDO CENTRO


MAPA SÍNTESE Com a conclusão da leitura urbana geral da área estudada, foi

(Figura 13), por falta de uma legislação eficaz que as protejam.

feito um Mapa Síntese (Figura 24) que reuniu observâncias e pontos

Nas áreas de risco pontuadas no Mapa Síntese (Figura 24)

relevantes para gerar partidos e melhores propostas urbanas ao

encontram-se mais de 6600 pessoas em situação de favela,

território, cidadão e meio ambiente.

ocupando uma área pública que abriga uma APP. De acordo com

Percebe-se que há uma área vazia de interesse entre a região dos

o SEHAB a classificação de risco se dá por conta da inclinação

bairros Campina Grande e Residencial São Luís. Pelo zoneamento atual

(10% á 13%) e do tipo de solo erosivo presente na área (Latossolo

é possível verificar as permissões e intenções destinadas a esta faixa

vermelho-amarelo) que vem cedendo em ravina devido a

territorial margeada pela Av. John Boyd Dunlop – que nesta área já é

ocupação, ação da chuva e do corpo d’água.

denominada Estrada 268 Municipal de Campinas que faz ligação com

Uma contradição que foi observada é a demarcação de ZEIS

a cidade de Monte Mor pela SP- 101 (Rod. Jornalista Aguierre Proença).

de indução próxima ao Jd. Bassoli, apresentada no Plano Diretor

Segundo o zoneamento, tal porção territorial é considerada

de 2006, sobre uma área de APP, perpetuando o risco de

urbana, porém, as áreas vazias ao seu redor são rurais, fato que

inundações e erosões do solo.

possibilita a expansão do perímetro urbano caso não sejam tomadas

As

demarcações

de

Coeficiente

de

Aproveitamento

medidas que controlem o crescimento desordenado, repetindo os

apresentadas referem-se ao novo Plano Diretor de 2018, onde

mesmos problemas das ocupações anteriores.

percebe-se a intenção por parte dos órgãos reguladores de

Após pesquisas realizadas nos órgãos responsáveis, foi constatado

fomentar o crescimento do eixo do Terminal Itajaí – Praça da

que nas áreas consideradas rurais existem propriedades privadas

Concórdia – Terminal Campo Grande.

destinadas, em grande parte, para a agricultura e o reflorestamento

É possível concluir através dos levantamentos realizados que o

comercial, prática que vem acompanhando a história deste território

território

desde meados da formação do município. Outra parte compõe as

regulamentadoras do uso e ocupação do solo (zoneamento) afim

APP’s do meio hídrico, porém nenhuma proteção mais efetiva é

de apresentar diretrizes e projetos estratégicos que mudem a

realizada.

realidade da população, melhore a oferta de equipamentos

Além das APP’s, percebe-se a presença de resquícios de matas

estudado

necessita

de

uma

públicos e de lazer e preserve o meio ambiente.

de Floresta Semidecidual e de Cerrado – áreas que abrigam fauna e flora natural da região, que estão sujeitas a ação do homem, movida pela expansão urbana desordenada permitida pelo zoneamento atual

44

revisão

das

leis


MAPA SÍNTESE

Figura 24: Mapa Síntese Escala 1:20000 Fonte: Feito pela Equipe

SENTIDO CENTRO

MONTE - MOR

PRAÇA DA CONCORDIA

RESID. SÃO LUIZ

JD. BASSOLI


Figura 25: Terminal linha verde –BRT – Curitiba/PR – Foto de : Carlos Magalhães

2.7 PLANO DE MOBILIDADE Como parte da proposta de intervenção urbana, um plano

A ideia é facilitar o fluxo de migração pendular que existe entre

de mobilidade em escala regional (Figura 26) foi elaborado visando

essas cidades e conectar as linhas férreas a outros modais de

conectar os municípios vizinhos à Campinas, bem como melhorar o

transportes que realizam ligações com outros pontos relevantes dentro

transporte dentro de pontos relevantes da cidade, tornando-o mais

de Campinas.

eficiente.

A proposta do BRT do Campo Grande da Prefeitura de Campinas

O principal eixo de fluxo de pessoas identificado parte das

foi adaptada para fazer conexão com a linha férrea Indaiatuba-

regiões do Campo Grande e Ouro Verde em direção ao centro de

Paulínia – que passa pelo Aeroporto Internacional de Viracopos, e

Campinas e a Unicamp.

com a linha de metrô proposta que parte do Ouro Verde em direção

A partir de então, pensou-se em fazer uso de infraestruturas já

ao centro e termina na Unicamp.

existentes – as linhas férreas, e propostas da própria prefeitura

Para complementar o plano de mobilidade, foi proposta outra

Municipal de Campinas – o BRT ¹² do Campo Grande, adaptando-

linha de BRT que parte do terminal Ouro Verde, circula pela região sul

as as necessidades identificadas.

da cidade e faz ligação com o Parque Ecológico e o Bosque,

Sendo assim, as ligações intermunicipais serão feitas pelo leito ferroviário em 2 eixos: Indaiatuba-Campinas-Paulínia e Hortolândia-

terminando no cruzamento com a linha de metrô na Avenida Orozimbo Maia.

Campinas-Valinhos. ¹² BRT - Bus Rapid Transit, do inglês: ônibus de trânsito rápido. - É um tipo de sistema de transporte público baseado no uso de ônibus. O conceito de BRT envolve características diferenciadas de infraestrutura, planejamento e controle operacional do sistema. A estrutura prevê paradas comuns (os populares pontos de ônibus), estações de transferência – que fazem tanto a ligação entre dois pontos, recebendo os usuários das linhas alimentadoras, quanto a inversão de percurso de uma região para outra – e toda a infraestrutura adequada para que o usuário tenha conforto e economia do tempo gasto no percurso. São utilizados ônibus articulados ou biarticulados, obrigatoriamente acessíveis. Fonte: EMDEC

46


PLANO DE MOBILIDADE

Figura 26: Plano de Mobilidade Sem Escala Fonte: Feito pela Equipe

47


JUSTIFICATIVAS Altas

O primeiro fator determinante para a implantação do

concentrações

populacionais

implicam

em

plano de mobilidade foi a densidade demográfica de Campinas

infraestruturas que suportem a demanda. Ao que diz respeito ao

(Figura 26).

transporte público de Campinas e das cidades vizinhas, sabe-se, por experiências pessoais, que o único modal utilizado é o ônibus urbano convencional. De acordo com a NBR 15570 – Transporte – especificações técnicas para fabricação de veículos de características urbanas para transporte coletivo de passageiros, um ônibus normal tem capacidade máxima para 70 passageiros sentados e em pé. Considerando que Campinas possui mais de 1 milhão de habitantes – dado do IBGE do último senso demográfico realizado em 2010, e cerca de 586.361 usuários de ônibus por mês – dado da EMDEC, 2017, fica visível a ineficiência do transporte público atual já que, como dito anteriormente, a capacidade máxima do ônibus é de 70 passageiros. Sendo assim, a ideia é implantar meios de transportes mais eficientes, que transportem mais pessoas e ajudem a desafogar o trânsito exorbitante em algumas regiões da cidade, como o centro. Em relação a densidade (Figura 27), observa-se um adensamento mais intenso no meio do território que prolonga-se para o sul, sudeste e sudoeste do munícipio, abrangendo o perímetro estudado.

Figura 27: Densidade Demográfica de Campinas Fonte: Prefeitura Municipal de Campinas, 2015

48


Nesse inteire, os modais propostos no Plano de Mobilidade (Figura

26),

atravessam

regiões

com

maiores

índices

comparando um corredor de ônibus simples e um metrô. Os

de

resultados obtidos apontam que o corredor de ônibus tem

concentração populacional, exceto pela porção norte do

capacidade de transportar 4.300 passageiros/hora/sentido e um

município, onde está a Unicamp.

metrô 97.200 passageiros/hora/sentido, sendo o último equivalente

Esta ressalva acontece pois a Universidade de Campinas é

a 22 ônibus e meio.

considerada um polo atrativo – inclusive pelo Plano Diretor de 2016,

em

dimensões

nacionais

devido

as

suas

Esse dado demonstra a imponência do metrô (Figura 28)

atividades

como um modal eficiente dentro de uma metrópole, que apesar

acadêmicas relacionadas ao desenvolvimento de pesquisas em

do seu alto custo de implantação, por ser subterrâneo, não há

diversas áreas e ao seu hospital.

danos para o traçado urbano que, no caso de Campinas, já está

Dados do anuário estatístico da Unicamp de 2015, referente

consolidado,

ao ano de 2014, quanto a área educacional, cerca de 44.232

evitando

demolições

e

desalojamentos

populacionais para readequação de vias.

pessoas, entre alunos, docentes e não-docentes, estiveram nas instalações da universidade. A respeito da área da saúde, o Hospital possui 857 leitos, realizou 36.760 internações, 986.995 consultas, 61.258 cirurgias, 4.807 partos, 153.275 atendimentos odontológicos e mais de 6.200.000 exames laboratoriais. Desse modo, a proposta de mobilidade, além de suprir de forma mais eficiente as necessidades de Campinas quanto ao sistema de transporte público, induz um novo vetor de crescimento da cidade conduzido pela linha de metrô. A respeito da eficiência dos meios de transporte, o engenheiro mecânico industrial Antônio dos Reis Andrade, superintendente de Frotas na SPTrans, realizou um cálculo Figura 28: Modelo de Trem de passageiros – Portugal ( Trajeto de Coimbra á Madri) Fonte: Site Cultura Alternativa

49


Para complementar o sistema conduzido pelo metrô,

congestionam

as

rodovias

em

horários

de

pico,

bem

como

foram implantadas duas linhas de BRTs; uma delas situa-se na

disponibilizar aos usuários do transporte público um meio de

Região do Campo Grande – área de estudos, e outra na região

locomoção mais rápido e confortável. Seguindo PASQUOTTO (2017)

Sul de Campinas. Ambas alimentam o metrô e percorrem áreas

tornando dois eixos de ligação: “conexão entre as cidades de Americana, Nova

da cidade com altos índices de concentração populacional, além de conectar pontos de relevância como

Odessa, Sumaré e Hortolândia a Campinas, diminuindo

o parque

o

ecológico e o bosque.

tempo

e

custo

de

viagem

e

reduzindo

os

entroncamentos viários que acontecem diariamente,

A capacidade de um BRT (Figura 29) biarticulado é de 270 o

otimizando o alto fluxo migratório da população. [...] O

escritório COMURB - Sociedade de Projetos Urbanísticos Ltda.

segundo eixo ligaria o Aeroporto de Viracopos a

Um cálculo simples aponta que um BRT é equivalente a quase 4

Jaguariúna.”

passageiros

(modelo

fabricado

pela

Volvo),

segundo

ônibus em relação a sua capacidade. Outro fato relevante é Assim

que, por transitar em velocidade média de 70 km/h e em calha

gerando

a

revitalização

das

estações

ferroviárias,

separada, o BRT se torna até 85% mais eficiente que um ônibus

diminuindo os custos com transporte usual das linhas de ônibus que

comum.

fazem essas ligações, e melhorando a qualidade de vida da

Por sua vez, o sistema de transporte do BRT é alimentado pelos ônibus urbanos que deverão ter seus trajetos remanejados

população que diariamente necessita do deslocamento ate essas áreas.

para circular entre os bairros. A relação com a região metropolitana também foi explorada, uma vez que a migração pendular realizada por moradores das cidades vizinhas é de relevada importância. O fluxo intermunicipal acontece pelo transporte público – ônibus metropolitanos, e através do transporte particular – carros e motocicletas. A reativação dos leitos ferroviários para a implantação de trens urbanos (Figura 30) intermunicipais tem como objetivo reduzir o tráfego de veículos particulares que, por vezes,

Figura 29: Modelo BRT – Fabricante: Volvo

Figura 30: Modelo de Trem de

Fonte: Site Ônibus Brasil

passageiros – Portugal ( Trajeto de Coimbra á Madri)

50

Fonte: Site Cultura Alternativa


PLANO DE MOBILIDADE LOCALIZADO O plano de mobilidade proposto para Campinas e as

sendo abastecido dentro do território pelas linhas de ônibus dos bairros e tendo a conexão mais estreitada por meio dos equipamentos, propondo a ciclovia que auxilia os equipamentos propostos a se conectarem.

cidades vizinhas também implicou em uma alteração no sistema de transporte do recorte territorial (Figura 32). A linha do BRT do Campo Grande terá ponto inicial no loteamento Campina Grande que tem fluxo centralizado em um

REGIÃO CENTRAL MUNICIPAL

novo terminal proposto na região do centro Desportivo existente as margens da Avenida John Boyd Dunlop assim encurtando o

MUNICIPIO VIZINHO (MONTE- MOR)

tempo de trajeto a quem tem a necessidade de se deslocar ao centro municipal.

COMUNIDADES E BAIRROS + PROXIMOS

Os ônibus urbanos tiveram seus trajetos modificados de forma a circular por dentro dos bairros e alimentar o BRT. Ao Terminal Itajaí implementamos a proposta de revitalização aliando a ele um equipamento cultural e de esportes, já que se localiza EQUIPAMENTOS SAÚDE

em área de melhor consolidação porem, que ainda não tem equipamento que proporcione cultura e lazer a população.

TERRITÓRIO E COMUNIDADE DE ESTUDO

CENTRALIDADES EXISTENTES

Complementando a proposta, uma ciclovia foi implantada no perímetro como transporte alternativo entre os bairros, EQUIPAMENTOS EDUCAÇÃO

passando pela Avenida John Boyd Dunlop, e como estrutura de lazer, uma vez que está diretamente ligada com o Parque Linear

EQUIPAMENTOS LAZER

proposto entre os loteamentos Parque Itajaí, Parque Floresta e Residencial

Parque São Bento. Ilustrando na Figura 32, um

diagrama onde o BRT é a conexão que encurta o tempo e a

Figura 31: Diagrama de Conexões e prioridades da mobilidade proposta

distância entre os pontos mais longes e demorados(Figura 31),

Fonte: Feito pela autora

51


MOBILIDADE DO TERRITÓRIO DE ESTUDO

Figura 32: Mobilidade no Recorte Escala 1:20000 Fonte: Feito pela Equipe

SENTIDO CENTRO

MONTE - MOR

TERMINAL INTERMUNICIPAL PROPOSTO

ÔNIBUS INTERMUNICIPAL


2.8 PLANO URBANO

Figura 33: Imagem aérea da área de intervenção realizada pela autora Fonte: Google Earth, 2018

53


2.8 PLANO URBANO

PROJETOS ESTRATÉGICOS

Um plano de intervenção urbana foi proposto para o recorte territorial (Figura 35); tendo as seguintes diretrizes:

Terminal

Intermunicipal:

Faz

a

conexão

entre

as

linhas

intermunicipais que vem de Monte Mor ao BRT que abastece o  Proteção e Recuperação Ambiental dos mananciais hídricos:

transporte da região de estudo.

Rio Capivari, Ribeirão Itajaí e córrego do Jardim Lisa.  EcoVila: Área destinada a habitações com 60% de cota de  Conservação da Área de preservação permanente e maciços

interesse social, voltadas ao plantio e cultivo de culturas de

arbóreos próximos ao manancial, com medida de zoneamento

subsistência e abastecimento locais (Varejões, Restaurantes, Feiras,

e plano Periurbano e passagens de fauna em pontos

etc.)

estratégicos.  Quadras Abertas: Proposta de quadras abertas, gerando espaços  Valorização da paisagem urbana ampliando a qualidade dos

entre o público e semipublico, com mais espaços de convivência e

espaços urbanos.

interação social para os usuários.

 Geração de empregos, com programas ambientais (Horta

 Feira Comunitária: Auxilio na distribuição dos produtos dos

Periurbana) e zoneamento de incentivo à produção de

pequenos agricultores da região Peri Urbana e maior oferta de

agricultura na área Peri Urbana.

produtos saudáveis aos habitantes.

 Criação de parque linear com equipamentos de Lazer e conexão

entre

bairros

trazendo

melhor

apropriação

 Biblioteca: Incentivo à cultura e a socialização dos habitantes, já

de

que é inexistente um equipamento desse uso na região.

comunidade por seu território.  Centro Profissionalizante e Técnico: Novas oportunidades de  Promoção de espaços de livres mais atraentes para uso da

qualificação de mão de obra e de profissionalização da

população.

população local, gerando melhoria de qualidade de vida e crescimento da economia local.

 Criação de áreas permeáveis e florestas de bolso, diminuindo riscos de inundações.

47 54


Figura 34: Imagem 3d da Proposta do parque linear realizado pela equipe

 Parque Linear: Espaço com equipamentos de lazer, academias ao ar

 Centro Desportivo: Reuso ao terminal Itajaí, que devido ao novo

livre e que conecta os habitantes as comunidades e incentiva a

sistema de transporte mais eficiente proposto, veio oferecer a

interação social. (Figura 34)

chance

 Centro de Orientação a Criança e ao Adolescente: Espaço voltado a incentivar a educação e ocupar melhor o tempo dos jovens e crianças da região, podendo ser decisivo na formação dos jovens

de

reaproveitar

sua

estruturação

para

servir

aos

habitantes um espaço de lazer e esportes já que existem apenas dois centros de esportes distantes dessa região.  Centro

Educacional

Rural:

Para

trazer

auxilio

técnico

aos

cidadãos, incentivando-os a não partirem para a criminalidade,

produtores

revertendo o quadro social presente na região.

comunitário presta o suporte de técnicas de plantio, manejo de

 Centro

de

Pesquisa

Ambiental:

Realização

de

estudos

para

preservação e reflorestamento adequado dos maciços e dos recursos hídricos da área.

das

regiões

Periurbanas

e

EcoVilas,

o

centro

culturas mais apropriadas e espaços para troca de experiências entre os pequenos produtores.  Centro

Comunitário

Agrícola:

Faz

a

conexão

entre

as

 Conjuntos Habitacionais: Projetados para sanar o remanejamento das

comunidades urbanas e as comunidades rurais (Ecovilas e

famílias em situação de risco no córrego do Jd. Lisa em área de APP.

pequenos produtores), Disponibilizando o espaço para eventos,

São habitações de cota de interesse social, voltadas as famílias de

reuniões entre população e Poder público, serviços e atendimento

baixa renda, mantendo-as inseridas relativamente próximas ao

a comunidade ( Assistência Social, Ações Sociais, etc.)

território, não tirando seus sensos de pertencimento e dando melhor qualidade de vida.

55


PLANO URBANO

Figura 35: Zoneamento Proposto Escala 1:20000 Fonte: Feito pela Equipe


PLANO URBANO LOCALIZADO

No Plano urbano localizado se situa a relação tanto do projeto do

Conexões Indiretas: É a ligação que os moradores e produtores tem

Centro Comunitário Envolver como outros equipamentos e a relação

com o equipamento preparatório ( Centro Educacional Agrícola)

urbana que este plano propõem.(Figura 35) Que por consequência

que indiretamente proporciona a capacitação dos produtores do

se comunica com os outros projetos estratégicos (Figura 36)

campo para melhor rendimento, garantia de qualidade das

propostos no Plano Urbano.

lavouras e o indiretamente se liga ao Centro Comunitário Envolver já que direciona o produtor ai centro quando a necessidade de

Áreas de Plantio: Nas áreas de plantio destinadas aos pequenos

assistência social, e também o inclui a Feira proporcionando uma

produtores e moradores das Ecovilas propostas tem a oportunidade

oportunidade de vender sua produção diretamente aos moradores

de melhor emprego do território rural, produzindo produtos por meio

da comunidade.

da terra e a ocupando de forma mais consciente e evitando e protegendo a área de possíveis habitações e aglomerações

PROJETOS ESTRATÉGICOS

irregulares. Destinando suas plantações a venda na comunidade, dando prioridade a um plantio orgânico e mais saudável para as famílias.

Equipamentos Guardiões: São os equipamentos implementados na proposta que tem além de seu uso direto para a comunidade e atender a demanda urbana foi implementado estrategicamente para barrar possíveis aglomerações de habitações irregulares, tendo maior fiscalização do território e fazendo a ponte de fornecer cultura,

lazer,

interações

sociais

e

novas

oportunidades

a

comunidade em geral. Conexões Diretas: Mostra a ligação direta que o centro de armazenagem comunitária dos pequenos produtores tem com a Feira do Centro Comunitário Envolver.

Figura 36: Projetos Estratégicos - Escala 1:40000 - Fonte: Feito pela Equipe

57


2.9 ZONEAMENTO PROPOSTO Permitido 5% das áreas para edificações residenciais térreas do tipo

Com a finalidade de complementação e correção de possíveis brechas no zoneamento atual, foi sugerido uma proposta de

Residencial

Multifamiliar

Horizontal

com

60%

das

unidades

alterações e complementações, gerando o Mapa de Zoneamento

destinadas ao Interesse Social, com área construída máxima de até

Proposto (Figura 37). Com as seguintes zonas:

220m², e que não haja conflito com a área natural e agricultável, e com recuo de 10 metros entre as edificações, não permitindo murar

ZEPAM – Zona de Proteção Ambiental Permanente: Destinada a

ou cercar, apenas permitido a barreira vazada nos limites com

preservação e pesquisa da vegetação, fauna e flora de seus

perímetro Urbano. Permitido apenas 4% da área para usos

territórios

edificação

institucionais de porte pequeno, ressalvando a tolerância de térreo

residencial, comercial, serviços ou institucionais nessas áreas, salvo

mais um pavimento a essas edificações institucionais. Destinado 1%

apenas edificações voltadas ao institucional de uso ambiental:

do território á arruamentos e vias, na sua predominância de material

Pequenos centros de pesquisa ambiental, pequenas estações de

permeável de menor agressão ambiental.

pontuados.

Não

é

permitido

nenhuma

coleta de amostras de materiais ambientais e etc. Estas edificações ZM – Zona Mista:

devem seguir uma ocupação de no máximo 100 m² podendo ser de

Permitido Usos Residenciais: Habitação

caráter fixo ou temporário, não estar localizadas dentro de APPs ou

multifamiliar vertical e horizontal, Usos Comerciais porte pequeno,

ocupando áreas que precisem do desmate para a realização da

Serviços porte pequeno, e institucionais de porte médio. Se

ocupação. Dar preferência para áreas das bordas, próximas a

enquadrando em um coeficiente de Taxa de Ocupação de até

glebas e arruamentos e respeitar os recuos da gleba de 6 metros de

0.50 (50%) de lote, e um Coeficiente de Aproveitamento de 1;

front ao arruamento e se houver necessidade de barreira em torno

mantendo os Recuos de 6,00 metros frontal, laterais: Rua- 3,00

da edificação somente permitido 196 m² de barreira e deve ser

metros, Avenidas- 4,00 metros.

vazada. ZEIS – Zona Especial de Interesse Social: Destinada as suprir a ZP – Zona Periurbana: agrícola

de

subsistência

realocação de grande parte dos moradores das áreas de risco

Área voltada ao cultivo e produção ou

para

comercialização

apresentadas na área de estudo. Permite apenas uso habitacional

local.

multifamiliar vertical com cota média de 60% das unidades para

Resguardando 90% de território para uso agricultável a disposição das famílias que se estabelecerem de forma legal a área.

59


Mantendo as zonas já existentes porem com alterações de

interesse social, mantendo os Recuos de 6,00 metros frontal, laterais:

território:

Rua- 3,00 metros, Avenidas- 4,00 metros, outra edificação 6,00 metros. Se enquadrando em um coeficiente de Taxa de Ocupação

Z01 – Zona predominantemente habitacional, permitindo usos

de até 0.60 (60%) de lote, e um Coeficiente de Aproveitamento de

unifamiliar, multifamiliar horizontal e vertical e também permite

4.

comércio, serviços e instituições, porem de pequeno porte. ZILP – Zona Institucional de Lazer Público: Área voltada a prover

Z03 – Zona Voltada a habitação assim como a Z01, porem já com

aos habitantes equipamentos de lazer, esportes, cultura. Apenas

menor abrangência e suas áreas mais próximas as centralidades

permitido 2 % da área para edificações de pequeno porte térreas,

fomentadas, permite uso de serviços restringindo a uso vinculado a

institucionais de usos voltados ao lazer, social, cultural; permitida

habitação e permitindo usos institucionais de porte médio e barrando

implementação de mobiliários urbanos como bancos, floreiras,

os usos comerciais.

playgrounds, academias ao ar livre, academias ao ar livre PNE ¹³.

Z11 – Zona caracteristicamente comercial, permite habitações

ZPR – Zona de Predominância Residencial: tolerando usos Comerciais e Serviços de pequeno porte e que as atividades sejam

unifamiliar

e

multifamiliar,

porém

incentivando

na

legislação

compatíveis com os usos residenciais locais; mantendo os Recuos

comércios e serviços com maior intensidade já que libera o porte

de 6,00 metros frontal, laterais: Rua- 3,00 metros, Avenidas- 4,00

médio desses usos, e também permitindo o porte médio de

metros.

institucionais já que por estar localizado em eixos estruturais da área gera menos problemas viários do que se refere ao acesso dos

ZCOR – Zonas de Corredor: Lotes nos limites das zonas residenciais

transportes.

para uso comercial e de serviços, onde se pode aplicar o Instrumento de Fachada Ativa, favorecendo melhor integração

ÁREA PÚBLICA – Definida para oferecer equipamentos públicos

social do passeio urbano e dando benefícios ao proprietário do lote

principalmente de lazer aos cidadãos e habitantes locais, como

com apenas 50% da área computável para tributação.

praças e áreas verdes arborizadas gerando saúde e qualidade de vida.

¹³ PNE - Pessoa com Necessidades Especiais, este termo é mais abrangente e inclui idosos, pessoas com distúrbios psicológicos, e qualquer outra patologia ou condição mesmo que temporária, que a deixe fora de sua plena capacidade de independência, ou que necessidade de algum tratamento ou adaptação para manter tal independência. Fonte: Deficiente Consciente – Site: https://deficienteconsciente.wordpress.com/2015/12/21/pcd-x-pne/

60


ZONEAMENTO PROPOSTO

PQ. VALENÇA 2 Figura 37: Zoneamento Proposto Escala 1:20000 Fonte: Feito pela Equipe

SENTIDO CENTRO

PQ. VALENÇA

MONTE - MOR

JD. NOVO MARACANÃ

JD. SANTA CLARA

RESID. SÃO LUIZ

JD. LISA

PQ. FLORESTA

JD. MARACANÃ

CAMPINA GRANDE JD. LILIZA PQ. ITAJAÍ COND. RESIDENCIAL PQ SÃO BENTO

(ZP)

JD. LISA 2


PROPOSTAS

Figura 37: 3D Parque Linear Fonte: Feito pela Equipe

Figura 38: Imagem aérea da área de intervenção realizada pela autora Figura 38: 3D Parque Linear Fonte: Google Earth, 2018

62

Fonte: Feito pela Equipe


ECOVILAS

A ideia da EcoVila veio, inicialmente, em algo próximo do exemplo existente dentro da própria municipalidade: da EcoVila Santa Margarida, situada no distrito de Barão Geraldo; porem após estudos e pesquisas sobre o assunto e a relação com o território de estudo, a EcoVila proposta entra numa esfera além da agricultura de subsistência e da impossibilidade de deixar um zoneamento com brechas para um descontrole ou algo de forma descaracterizada e beirar a ilegalidade. Assegurando-se da legalidade, a EcoVila se faz em cima dos conceitos de vila, simplificando-se e se protegendo territorialmente pelas propostas nas alterações de zoneamento, definindo as Figura 39: Detalhamento Eco Vila

dimensões e porcentagens de ocupações, negando a permissão

Sem Escala - Fonte: Feito pela Equipe

para

muros

ou

barreiras

internas,

gerando

uma

grande

porcentagem de área agricultável e promovendo a recriação da zona rural para zona Periurbana, possibilitando aos moradores acesso fácil as infraestruturas de um bairro sadio, gerando uma nova economia para a região. Sendo

assim,

a

integração

Homem-natureza

acontece

naturalmente, fomenta a economia, a qualidade de vida e o direito a convivência social é assegurada, tudo sem desviar do critério mais evidente: o meio ambiente. Figura 40: 3D EcoVila Fonte: Feito pela Equipe

63


Figura 41: 3D EcoVila

Sobre a proposta: Com o anseio de simular de alguma maneira o resultado

Fonte: Feito pela Equipe

dos planejamentos, a equipe propôs um desenho de EcoVila (Figura

39)

que

procura

demonstrar

o

traçado

e

a

possibilidade acerca do zoneamento proposto (Figura 37), mostrando a disposição das residências e interação de equipamentos e conexão com as novas estruturas urbanas propostas e as já consolidadas. Com

unidades

de

54m²,

tendo

as

áreas

sociais

compartilhadas, formam-se núcleos de 220m² abrigando a cada núcleo três famílias, demonstrando que a possibilidade de

habitar

em

território

saudável

e

abastecido

de

infraestruturas com forma ergonômica é possível.

Figura 43: 3D EcoVila Figura 42: 3D EcoVila

Fonte: Feito pela Equipe

Fonte: Feito pela Equipe

64


TERMINAL INTERMUNICIPAL BRT + CICLOVIA

CONEXÃO DE FAUNA

PARQUE LINEAR Um espaço que promovia a desconexão da

comunidade dos bairros Pq. Itajaí, Parque Floresta e Conjunto Residencial São Bento; agora com as propostas

dos equipamentos

de lazer, pontes

conectando pedestres e da revitalização da APP com plantio de espécies adequadas e proteção do ribeirão Itajaí. Assim a proposta do Parque Linear Itajaí (Figura 44) vem para dar novo significado ao espaço. O estudo da proposta partiu da intenção de conexão das comunidades que através de analise in loco, a desconexão, o desmatamento e descarte de resíduos sólidos na área é até flagrada de forma indiscriminada pela própria comunidade, onde o sentimento de pertencimento ao espaço só se faz ao indivíduo e seu lote. Dessa intenção, veio o aprofundamento e a necessidade de fortalecer o projeto e buscar meios e métodos; que se encontrou as leis que nos deram mais reforço dessa necessidade, e estabelecer conforme o critério ambiental e as diretrizes a Figura 44: Detalhamento Parque Linear - Sem Escala

preservação

Fonte: Feito pela Equipe

população a natureza por meio do lazer e cotidiano do espaço.

65

do

ambiente,

reconexão

da


Foi encontrado no Artigo 2° da Resolução 303 (CONAMA –

Dentre as diretrizes desta lei, destaca-se o controle de

20 de março de 2002) delimitando que a faixa marginal

cheias com ações preventivas para áreas destinadas a

determinada a ter de 30 a 50 metros do eixo do rio, deve-se

inundações, como a proteção de várzeas e manutenções de

considera-la como Área Permanente de Preservação, não

sistemas de drenagem e de capacidade de infiltração do

sendo permitido a ocupação do solo com moradias, porém

solo.

tolera-se ser alvo de intervenções urbanas para a preservação

Marcando assim a viabilidade de projeto das conexões e

e requalificação dos recursos naturais. Encontramos medidas

em integrar os equipamentos de lazer, transporte (ciclovia)

muito semelhantes na Política de Recursos Hídricos Nacional

(Figura 45) e interação social (fachadas ativas), priorizando

que cita as mesmas definições e permissões para áreas de

sempre a preservação do meio ambiente e seguindo o

APP.

partido de dar função e significado ao espaço para os habitantes.

Já na Lei 12.651/12 do Código Florestal Brasileiro resguarda a preservação das APPs ressalvando a apelativa de até medidas de instrumentos econômicos e financeiros possam usados no alcance dos objetivos de proteção dessas áreas. Permite aberturas de vias de pequeno porte para acesso local, constrições de pontes para a travessia dos corpos d’água, plantio de espécies nativas, voltando as áreas a finalidade recreativa e de lazer, sempre aliados de melhorias de qualidade ambiental. Ás intervenções e supressões de vegetação são permitidas sobre controle e com finalidade de utilidade pública e de interesse social ou quando não gerem impactos ambientais. Figura 45: 3D Parque Linear - Fonte: Feito pela Equipe

66


590 585 580 575 570

595 590 585 580 575 570

Figura 46: 3D Parque Linear Fonte: Feito pela Equipe

595 580 575 570 565 560

590

585

580

580 575 570 565 560

575

Figura 47: Detalhamento de Corte A Fonte: Feito pela Equipe

Figura 48: Cortes Parque Linear

67

Fonte: Feito pela Equipe


. Faz-se necessário um transporte que consuma menor tempo de deslocamento e maior número de pessoas. Seguindo essa necessidade, ocorreu a implantação de um eixo de BRT irrigando a área de estudo. Como existe uma desconexão dos tecidos urbanos, com vazios e áreas segregadas, a proposta visa pensar esse Eixo de transporte de forma a diminuir ou até cessar essa

desconexão

existente

entre

os

territórios

das

comunidades do Campina Grande e Pq. São Luís Para tal estratégia do tecido urbano de ligação, a proposta se consolidou através de quadras (Figura 49) um pouco mais generosas a fim de coibir a possibilidade de perpetuar o mesmo desenho urbano dos bairros vizinhos. Figura 49: Detalhe de quadras - Sem Escala Fonte: Feito pela Equipe

Tais quadras foram pensadas aliadas ao zoneamento, buscando maior permeabilidade dos pedestres, usos

mistos que favorecem os moradores locais com mais

QUADRAS A necessidade de estruturar um eixo de transporte partiu da

variedade

de

serviços

e

à

medida

que

vai

se

dificuldade dos habitantes em se deslocarem para outras

aproximando da Zona Periurbana se tornam mais

regiões da cidade, onde o grande fator debilitante é o tempo,

residenciais, gerando mais tranquilidade e barreirando

já que estão inseridos em uma região com pouca oferta de

um crescimento desordenado e descontrolado.

emprego.

68


Figura 50: 3D Quadras Fonte: Feito pela Equipe

Figura 51: 3D Quadras Fonte: Feito pela Equipe

Figura 52: 3D Quadras

69

Fonte: Feito pela Equipe


Figura 53: academia ao ar livre – parque linear Fonte: Feito pela Equipe

Figura 54: Calçadão e ciclovia – parque linear Fonte: Feito pela Equipe

Figura 55: Vista superior do parque linear Fonte: Feito pela Equipe

70


Figura 56: Parada BRT Av. John Boyd Dunlop Fonte: Feito pela Equipe

Figura 57: Vista ciclovia e faixa BRT junto a via John B. Dunlop Fonte: Feito pela Equipe

Figura 58: Parada BRT próximo ao região do pq. Itajaí Fonte: Feito pela Equipe

Figura 59: Vista lateral da parada do BRT pq Itajaí Fonte: Feito pela Equipe

71


PROPOSTA ÁREA DE RISCO Conforme marcado como área de risco (Figura 60).

Como proposta foi elaborado, Novos Conjuntos

Nos bairros Jd. Metopolis, Jd. Macaranã, Jd. Lisa I e II e Jd.

habitacionais e Ecovilas próximos para o remanejamento

Santa Clara, a área de app foi consolidada por favelas

dessas pessoas. Enquanto no córrego em questão foi

com aproximadamente 6700 habitantes morando em um

idealizado a revitalização da mesma conforme o Corte C

local sujeito a solapamento, devido ao solo erosivo.

Proposto (Figura 61).

595 590 585 580 575

595 590 585 580 575 Figura 60: Localização Corte C. Fonte: Feito pela Equipe

Figura 61: Corte Área de Risco. - Fonte: Feito pela Equipe

72


Figura 62: Mercadão municipal de São Paulo-SP Fonte: Paulo Zago – fotografo Catraca Livre

TEMÁTICA

73


TEMÁTICA

74

Figura 63: Centro Comunitário da colônia Tijuana em Tijuana-México Fonte: Escritório Trolab


3.1 TEMÁTICA

civilização judaico-cristã, grupos filantrópicos e de outras religiões, tomaram a caridade e o bem ao próximo como moral de conduta. Na idade média o cristianismo incentivava a presença de confrarias que apoiavam alguns setores vulneráveis, como órfãos, doentes e os que mais sofriam com a fome. A origem do serviço social no Brasil e no mundo apresenta suas raízes na caridade, na filantropia e solidariedade religiosa. Esse tipo de amparo foi muito confundido com a caridade, pelo fato de ajudarem aos pobres e necessitados, tornando-se mais uma prática do que uma política. O risco social começa a ser notório pelo governo após 1929 com a expansão do capital, precarização do trabalho, e a pobreza visível e a marginalização, com isso, essa solidariedade começa a passar de caridade para condição de direito. O enfrentamento dessas questões sociais é assumido pelo Estado, como solução à essas carências geradas.

Os Centros Comunitários e o Serviço Social no Brasil: A desigualdade social é uma realidade; desigualdades de renda entre pobres e ricos, onde a concentração da riqueza pertence a uma parcela mínima da população. De acordo com o jornalista e filósofo Weissheimer (2006, p.9) no Brasil os 10% mais ricos da população são donos do total de renda nacional, enquanto os 50% mais pobres – 87 milhões de pessoas- ficam com apenas 13,3% do total da renda nacional. Esses dados assustadores, logo vemos a necessidade de erradicar a pobreza, marginalidade e injustiças sociais. Os problemas sociais não são atuais, os mais pobres e doentes eram atendidos por ações de diferentes sociedades com a certeza de que essas pessoas carentes nunca deixariam de coexistir. Na Grécia e Roma antigas surgem os primeiros registros de ações de assistência social estatal, onde se faziam a distribuição de trigo aos mais pobres. Na

1938 – Primeiras Instituições Sociais no Brasil : CNSS – Conselho Nacional de Serviço Social, com finalidade de organizar as ações assistenciais.

1930 1936 – referencia de Social no País, homem livre e de ações e religiosas.

1940 primeira Serviço hera do social e praticas

1955 – Criada a APASSP – Associação Profissional das Assistentes Sociais de São Paulo, Desativada em 1970 e reativada em 1977.

1950

1946- Criada a fundação Leão XII´, atuante junto aos moradores das favelas e o SESI – Serviço Social da Industria, inserindo o empresariado nos politicas de controle social.

75

1970 – Domínio da Ditadura Militar, diminuição dos recursos, empobrecendo o setor, atuando assim limitado à meras executores de politicas sociais.

1960 1962 – Criado o CFAS – Conselho Federal de Assistentes Socais, orientador e fiscalizador das profissionais e Conselhos Regionais de Assistentes Sociais( CRAS)

1970


O movimento de 1930 que levou a ascensão de Getúlio Vargas ao poder, foi um momento de dobramento no processo constituinte das relações sociais no Brasil, os anos de 1930 até 1943 foram introdutórios para a política social, com a criação de diversas instituições. A constituição Federal de 1988 instituiu a Assistência Social tornando-a um direito do cidadão e dever doestado. Sendo responsáveis pelos serviços, projetos, programas, benefícios sócio assistenciais e fortalecimento dos conselhos que foram implantados e adequados às novas legislações, atendendo todos os cidadãos que dela necessitam independente da sua contribuição. Geralmente, esse público é acompanhado por uma grande carência, ocorrências de risco social e a vulnerabilidade, muitas vezes expostos a péssimas condições de moradias, educação e saúde. Os programas são divididos em equipamentos públicos conforme as atividades desenvolvidas, esses projetos e serviços estão distribuídos na cidade, com intuito de atender toda a população, formando uma rede socioassistencial composta por um conjunto integrado de serviços. O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vinculo é um dos importantes equipamentos, que são administrados de forma grupal, adquirindo de forma progressiva as aquisições aos seus usuários e prevenindo as situações de risco social em comunidade. 1988 – Criação da Politica de Seguridade Social, englobando a Assistência Social, passando a Ser Direito do Cidadão, instituído pela Constituição Federal de 1988.

1980 1980 – Devido aos autos índices de pobreza, fome e desnutrição, são inseridos diversos programas de ação fragmentados

1996 – Criado a Legião Brasileira de Assistência e criação do Ministério da Previdência .

1990 1993 – A LOAS – Lei Orgânica de Assistência Social começa a ser implementada, abrangendo benefícios a idosos, deficientes, crianças e adolescentes.

Lampreia coloca de forma clara a necessidade da parceria entre o Estado, Sociedade e Setor Privado para melhorias e melhor desenvolvimento Social: “[...]"Integração social e políticas sociais" salienta a necessidade de novas formas de solidariedade social, o que implicaria a reformulação da lógica de financiamento das políticas sociais e sua integração num conjunto coeso, ao lado de novas parcerias do Estado com a sociedade e do setor público com o setor privado” LAMPREIA, 1995. p.46 Nisso a Arquitetura no cenário do uso social não é vista, onde os espaços sociais e Centros Comunitários em sua grande maioria são um local construído de forma econômica pelo Estado, de forma de apenas sanar a necessidade emergencial ou atender as normativas e leis impostas; sem haver a preocupação da arquitetura ser aliada desse processo de inserção social. Poucos Espaços voltados ao Social que se pode referenciar o planejar e projetar a arquitetura para sua finalidade. Um exemplo destes poucos exemplares seria p SESC Pompeia, de 1986, concebido pela arquiteta Lina Bo Bardi, que ainda sim esta inserido no cenário do empresariado Social e não é de iniciativa direta do Estado. 2017 – O CNAS entrega carta dos usuários á Secretaria nacional de Assistência Social. em busca de direitos e participação da politica pública de Assistência Social

2007 – Ampliação do PROJOVEM para jovens de 15 a 24 anos. Famílias vulnerabilizdadas são atendidas na abrangência territorial ao CRAS

2000

2005 2005 – Aprovado o PROJOVEM – Programa de apoio nacional a inclusão do jovem com qualificação para o jovem de 18 a 24 anos.

76

2010

2015

2010 – O financiamento dos serviços sócioassistenciais é por meio do Piso ´Básico Variável.


O foco dos SCFVs é a oferta de atividades que proporcionem e difundem a convivência e socialização entre usuários. O convivo é a principal peça na dinâmica social, que permite a construção da própria identidade, identificando valores que norteiam a vida, troca de experiências culturais e vínculos. É por meio da convivência que se solidificam os vínculos humanos, sejam familiares ou outros relacionamentos, gerados pelo afeto e proteção. Essa segurança sentida pela comunhão comunitária são essenciais para a elaboração de uma vida saudável e melhoria de oportunidades.

“A construção da vida comunitária numa óptica integrada, não se limita apenas à existência de uma rede de serviços como solução estática e acabada dos problemas, mas é sobre tudo o resultado da dinâmica das pessoas/grupos envolvidos, na determinação de mecanismos incentivadores e potenciadores do seu bem-estar. Deverá ainda adoptar-se um modelo de intervenção que oriente a prática de interação entre a população, técnicos, outros agentes, serviços públicos e instituições locais, para um processo participativo, estrategicamente planeado e avaliado e que favoreça o estabelecimento de formas dinâmicas de parceria, unindo esforços, saberes e recursos.” ( BONFIM et. Al, 2000)

O vínculo nasce a partir do convívio, das diversidades familiares e atividades comunitárias, gerado a partir de integrações e inclusão. Os SCFVs pode abranger oficinas ligadas a Cultura, Lazer, Arte, atividades lúdicas, desenvolvidas pelo especialista social especialmente para atingir objetivos específicos, estimulando a integração e criatividade. Por meio do acesso aos usuários a essas movimentações, se tem o objetivo de ampliar a inclusão social e melhoria de oportunidades de bem-estar e convivência dessas pessoas. As atividades compõem-se de até no máximo 30 pessoas por sala tendo um monitor social para cada sala e oficina ativa. Os usuários das oficinas ativas no espaço são aqueles que tenham até ½ salário mínimo e estejam cadastrados pelo Cadastro Único (CadUnico), são de prioridade as famílias de extrema pobreza (Figura 64) . Essas medidas veem para incentivar o usuário que mais necessita dos serviços: Desde famílias em situação de risco social, a idosos, crianças e deficiente. Tendo a criação do Centro Comunitário Envolver nessa proposta a chance de englobar o que o sistema de SCFV pode oferecer a comunidade e ainda englobar a diversificação de um ambiente de relações e melhoria de vida O tema vem de encontro a necessidade da comunidade e de seu espaço, em abordar a população existente um equipamento que até hoje vem sendo negada a abordagem arquitetônica de forma sensorial ou de planejamento direto para o Estado.

Figura 64: Extinta Ocupação Irregular “Joana D’arc “ em Campinas Foto: Michele da Costa

77


Figura 65: Fachada principal Moradia Social CanuanĂŁ Foto: Leonardo Finotti

PROJETOS REFERENCIAIS

78


Figura 66: Fachada principal Moradia Social Canuanã Foto: Leonardo Finotti

4.1 Centro Comunitário de Manica Referência aplicada no projeto: Ventilação Cruzada e Shed + Uso Sala de Informática + Reaproveitamento de Materiais Provenientes do Terreno + Relação Urbana

 Materialidade/ Estrutura: terra (blocos de terra compactados, gessos), madeira, aço, bambu, concreto ciclópico (fundações)  Demanda: + de 3000 jovens e adultos das comunidades locais.

FICHA TÉCNICA  Uso: Centro comunitário, esportes, lazer e atividades ecológicas.

Entre a transição do urbano e rural de Manica, o equipamento se fez necessário para atender os jovens carentes que por conta da dificuldade de transporte dificilmente se deslocavam ao centro de Manica. Dentre as atividades realizadas no centro cultural, o enfoque é em ações de conscientização ao HIV e malária, bem como oferecimento cursos de informática, idiomas, culturais e de esporte. O Partido que os arquitetos seguem é o de uma “PALHOTA”, tipo de moradia local tradicional.

 Arquitetos: Alina Jeronimo e Paulo Carneiro  Parceiros: Achitecture for humanity e FIFA ( Principal patrocinador )  Área de terreno: 1000 M²  Área construída: 200 M² + paisagismo.  Cliente: GDM – Associação Desportiva de Manica  Localização: Moçambique  Construção: 09/2012 – 04/2013  Status: Concluído  Uso: Centro comunitário, esportes, lazer e atividades ecológicas.  Custo total da Obra: 140.000 $ (dólares americanos), incluindo o edifício e os arranjos exteriores.

79

“surgiu como uma interpretação da "palhota" africana, a casa tradicional de paredes de terra e telhados de capim (palha). Usando o material local, não só em termos ecológicos e sustentáveis mas mantém a mesma linguagem arquitectónica no sentido de usar os mesmos materiais existentes. O conceito foi uma interpretação contemporânea da arquitectura vernacular e tradicional.” Arquiteta Alina Jeronimo – (Em entrevista pela autora por meio de troca de e-mails)


Setorização e Circulação

Legenda: Área Restrita Circulação horizontal Áreas molhadas Ângulos de visão

Centro comunitário Acesso

Figura 67: Planta de Situação – Fonte: Editada pela autora

Acesso Figura 68: Planta baixa – Fonte: Editada pela autora

Programa de Necessidades ( Figura ) : 1- Recepção – 32m² 2- Sala Multiuso – 63m² 3- Circulação – 8m² 4 – Sala Restrita / ADM 7m² 5- Sala Compartilhada – 10m² 6 – Deposito – 3m² 7 – Dispensa multiuso - 6m² 8- Ateliê - 4m² 9 - Café – 4m² 10 – BWCs – 6m² 11- Sala de Informática – 30m² 12 – Pátio – 28m² 13- Varanda – 20m² 14- Praça/Quintal – 60m²

Shed de Ventilação Vento predominante Leste e Oeste

Saída do Ar quente Cisterna Água da chuva Figura 69: Corte esquemático – Fonte: Editada pela autora

80


 Análise Projetual - Tem fluxo lógico e fácil aos usuários, sua solução arquitetônica vai de encontro com a arquitetura local, utilizando de uma arquitetura vernacular, com material que trás conforto ambiental (Figura 72) já que o clima de Moçambique é árido e de pouquíssima chuva. Tem solução de escape da ventilação e propõe espaços amplos e mantem a varanda aberta nas extremidades, o que é algo da tradição do povo local esse contato fácil do interior com o exterior das edificações.

 Análise Funcional -

Tem boas salas que podem atender demanda de diversas funções, banheiros de suporte ao publico, porém parecem muito reduzidos, e não acessíveis, já que tem apenas 2 baias de sanitários e nenhuma em dimensão apropriada ao PNE.

Figura 70: Vista da Fachada Posterior mais o pátio Foto: Edgar Lange

 Análise Urbana – Estando na área rural, mais afastado do centro urbano de Manica, O centro se relaciona diretamente as moradias locais e a quadras que estão ao seu entorno imediato (Figura 67) . Tendo o acesso ou por pedestres ou automóveis; suas ruas são ainda de terra.

 Análise Ambiental - O projeto aplica de forma estrutural a alvenaria de tijolos feitos com próprio solo local (Figura 73) , uma arquitetura vernacular comum, aproveitando para a estrutura da cobertura os trilhos de aço que a tempos formam abandonados e descartados no próprio terreno, trazendo oportunidade de profissionalização aos moradores locais, o projeto aplicou e treinou os moradores interessados como moldar e fabricar os tijolos de solo prensados e crus, bem como incentivou o artesanato local, encomendando e comprando dos artesãos de palha trançada os forros para as áreas internas e vedação das portas das varandas. Matérias de pouco impacto e que geraram oportunidades e aprendizado a população local. Tendo apenas a fundação da edificação o único material de maior impacto nas sapatas corridas de cimento que estruturaram a fundação da edificação Figura 73: Trabalhadores Fabricação dos Tijolos de BTC - Foto: Edgar Lange

Figura 71: Imagem interna da Sala multiuso Foto: Edgar Lange Figura 72: Fachada posterior – Moradores Locais dançando em comemoração a inauguração do Centro Comunitário Foto: Edgar Lange

81 00


Figura 74 Fachada Principal Foto: Leonardo Finotti

4.2 Moradia Estudantil Fazenda Canuanã

Moradia estudantil para crianças carentes em Formoso do Araguaia, onde o projeto agregou melhor qualidade de vida aos moradores, tendo grandes espaços de circulação que também são áreas para multiatividades e relação social entre os alunos que ali habitam. O programa consiste nos dormitórios com suíte, que acomodam ate 6 alunos por dormitório, as praças centrais, corredores/pátio, salas de multiuso e no pavimento superior toda a área de sala e refeição com grandes espaços de recreação e descanso.

Referência aplicada no projeto: Sistema Estrutural + Circulação + Conceito FICHA TÉCNICA  Arquitetos: Marcelo Rosenbaum e Aleph Zero  Parceiros: Fundação Bradesco  Área de terreno: 23344.0 m2  Área construída: 200 M² + paisagismo.

“Desmistificar o status da escola como espaço somente de aprendizado e transformá-la em um território com valor de lar. Para isto, a nova morada se organiza fundamentalmente em duas vilas, uma masculina e outra feminina. Esta separação já ocorria anteriormente e foi mantida por motivos claros, porém neste novo momento as moradias não mais serão conformadas por grandes espaços dormitórios, mas sim por 45 unidades de 6 alunos cada. Com este ato de redução do número de alunos por quarto, pretendemos melhorar a qualidade de vida das crianças, sua individualidade e, por consequência, seu desempenho acadêmico.” Arquiteto Marcelo Rosenbaum

 Cliente: GDM – Associação Desportiva de Manica  Localização: Formoso do Araguaia, TO, 77470-000, Brasil  Construção: 2017  Status: Concluído  Uso: Moradia Social  Materialidade: Tijolos de Técnica Vernacular.  Estrutura: Madeira Laminada Colada  Faixa etária: Crianças e jovens de 13 a 18 anos.

82


Na Fazenda Canuanã, o projeto de Rosenbaum e Zero veio com

Moradia feminina

a função de ser o lar e convivo de mais de 800 estudantes e 540 que moram efetivamente e com uma faixe etária de 7 a 18 anos, em regime de internato a moradia e escola e acolhe socialmente a criança e a família carente, cumprindo vários papéis na rotina desses alunos, familiares e comunidade. Trazendo um pouco do contexto local , a casa comum,

Moradia masculina

aliada a cultura do povo , adotando a madeira e o traçado para remeter a palha e o tijolo de adobe para compor o comum da moradia local. Constituindo a escola rural em 2 unidades iguais de 160m x 65m cada, que separam os alunos por sexo e idade, e subdividem para melhoria na qualidade social em 6 alunos por dormitório. A madeira empregada nas estruturas foi a madeira laminada colada (MLC) que possibilita grandes vãos e proveniente de madeira de

Figura 75: Planta de Situação – Fonte: Editada pela autora

plantações de recuperação. Contrapondo com o tijolo de adobe se tem o passado e futuro aliados. Pensando em logística e o emprego dos materiais a madeira como pré-fabricada em peças máximas de 12 metros para o projeto, vieram de carreta toda para a obra minimizando o impacto e diminuindo a logística que o concreto teria. Sobre uma malha quadrada de 5,90m, os 288 pilares de seção .

quadrada de 15x15 cm, sustentam as grandes coberturas, que pela esbelteza da madeira parecem leves e protegem as circulações e o pavimento superior

Figura 76: Vista interior da escada e caixa de elevador – Foto: Leonardo Finotti

83

Figura 77: Vista exterior face norte – Foto: Leonardo Finotti


Setorização e Circulação Legenda: Circulação Vertical Dormitórios alunos Pátios abertos Perímetro da cobertura Circulação horizontal Ângulo de Visão

Esta

presente

a

livre

circulação e espaços de pátio aberto e nas áreas cobertas

Figura 78: Planta Baixa térreo– Fonte: Site Archdaily –www. .archdaily.com.br

próximas aos dormitórios se concentram as atividades de recreação. A maneira como a cobertura e muito mais que só um telhado e mais como a sombra de uma arvore sobre os dormitórios, e gerando o pavimento superior por conta da sua grandiosidade e altura mais

elevada

de

proposital. (Figura 79)

Figura 79: Planta Baixa Pav. Fachada direita – Fonte: Site Archdaily –www. .archdaily.com.br

forma

84


Legenda: Sala Aula Circulação Vertical Recreação e alimentação Sacadas/ varanda Perímetro da cobertura Circulação horizontal Laje cobertura (sem acesso)

Figura 80: Planta Baixa Pav. Superior – Fonte: Site Archdaily –www. .archdaily.com.br

O pavimento superior é algo livre se alvenaria, detém as salas com o fechamento para dar a privacidade com painéis ripados. E a circulação se da por passarelas onde conectam se os “blocos” que os volumes dos dormitórios geram. (Figura 81) O referencial empregado no objeto de estudo, foi a técnica estrutural, o material que também é parte da cultura local ( Tijolo e Madeira) , a relação de fluidez de circulação, a integração de espaços tão necessária em áreas de convivo e temática social e multiplicidade de usos. A circulação ser mais que circulação, ser onde se vive, onde acontecem as relações sociais, Figura 81: Vista pav. Superior – passarelas – Fonte: Site Archdaily –www. .archdaily.com.br

85


VISITAS TÉCNICAS

86

Figura 82: Fachada Principal Foto: Leonardo Finotti


Figura 83: Fachada lateral do Salão de Festas Foto: Acervo pessoal da autora

5.1 Centro Comunitário Rural Palmeirinha FICHA TÉCNICA  Uso: Espaço de lazer, esporte e eventos da comunidade local

Construído para sanar a falta de lazer e incentivo ao esporte, em uma região rural da cidade onde faltam equipamentos básicos. Entrando em contato com a Prefeitura de Valinhos a pedido de mais informações técnicas, como plantas, cortes e dados sobre a construção, arquiteto responsável, não obtive retorno, e em pesquisa com o coordenador do centro comunitário, este que foi nomeado pela própria comunidade, me informou que a construção partiu da iniciativa entre os moradores e auxilio de materiais e pouca mão-de-obra veio da prefeitura porem o projeto foi de autoria de um pedreiro que liderava a equipe vinda por meio da prefeitura. Assim como outros equipamentos públicos do local, não atende por completo as necessidades ou demandas da população.

 Autor: Desconhecido  Parceiros: Prefeitura Municipal de Valinhos e Comunidade Local  Área de terreno: 10.100m²  Área construída: 225,6 m² salão e 260,0 m² área de esportes + campo de futebol  Localização: Estrada Padre Modesto Nunes, s/n – Bairro Reforma agrária – Valinhos/SP  Principais materiais: Alvenaria convencional estrutural em blocos de concreto e telhado em estrutura de tesouras de madeira.  Faixa etária atendida: Todas, desde idosos a crianças tem acesso a atividades no local.

87


PROGRAMA Centro Comunitário: 

Varanda/Recepção 33,2 m²

Salão de Festas – 125,5 m²

Deposito – 5 m²

Wcs Fem/ Masc. – 14,5 m²

Cozinha + Balcão/Bar – 21,3 m²

Estacionamento

Estrada Padre Modesto Nunes

Circulação (com mesas e Cadeiras)

2 campos de jogo de bocha – 156,7 m²

Lanchonete – 20,3 m²

Vestiário Fem + Vest. Masc. – 25,1 m²

Campo de Futebol

Área Cercada/ Alambrada

Acesso Salão Festas

Estacionamento

Bocha/ Esportes: 

N

Bocha 2 Bocha 1

Campo de Futebol

Figura 84: Planta Baixa Pav. Único – Elaborado pela Autora – Esc.: 1:650

Centro comunitário

Figura 86: Imagem área da localização Fonte: Google Earth, 2018 Figura 85: Autora em visita, próximo ao acesso da Varanda do Salão Foto: Acervo Pessoal da autora

85

88

86

N


Figura 87: Vista da ĂĄrea do Estacionamento Fonte: Acervo Pessoal da Autora, 2018

87

Figura 88: Vista dos Campos de jogo de bocha Fonte: Acervo pessoal da autora, 2018

88

Figura 89: Vista da Lanchonete Fonte: Acervo pessoal da autora, 2018

89

Figura 90: Vista interna do salĂŁo de Festas Fonte: Acervo pessoal da autora, 2018

90

89


Figura x: Fachada lateral do Salão de Festas Foto: Acervo da autora Figura 91: pessoal Vista interior da feira Foto: acervo pessoal da autora

5.2 FEIRA MUNICIPAL CAAC

O Evento denominado “Quarta é Feira”, ocorre no CACC – Centro de Artes Cultura e Comércio na região central da cidade de Valinhos.

Reúne aproximadamente 41 produtores rurais da

região, pequenos comerciantes e brinquedos para as crianças de 0 a 12 anos A feira Funciona das 18h as 22h toda quarta-feira desde 20 de setembro de 2017. O CACC conta com outras atividades

Sistema Estrutural: Treliça espacial metálica e alvenaria convencional de bloco de concreto com cobertura por telha metálica trapezoidal. O evento da Feira vem dando suporte público aos pequenos produtores da cidade e a agricultura familiar, complementando a renda, gerando novas oportunidades para quem vive do campo; foi um das ações apontadas pela Casa da Agricultura de Valinhos para manter a nova geração no campo.

realizadas durante a semana e eventos sazonais e também é alugado ou cedido para feirões e eventos. Programa de Necessidades (Área e demais dados não foram cedidos pela Prefeitura Municipal de Valinhos):

CACC

 Área de eventos

TERMINAL RODOVIÁRIO MUNICIPAL

N

 Palco  Camarim Fem. e Masc.  Sanitários Fem. e Masc.  Deposito técnico  Estacionamento

90

Figura 92: Vista aérea da região central de Valinhos Fonte Google Earth, 2018 – editado pela autora


ESTUDO LOCALIZADO DA FEiRA Feira de estudo: Feira dos Produtores de Valinhos SP É realizada toda quarta-feira dás 17h30 ás 21h00 ( agora a partir de setembro de 2018 vai até as 22h) Local: CACC - Centro de Artes Cultura e Comercio de Valinhos Produtores entrevistados: 11 produtores Total atual de produtores participantes: Atualmente 41 produtores Fluxo médio de pessoas que passam pela feira: Aproximadamente 1000 pessoas por feira. Principais produtos oferecidos entre os feirantes: Banana, Goiaba, Hortaliças, Manga, Tomate, Cogumelos, Pão caseiro, Geleias, Compotas, Doces e Oferta de Alimentos como Pastel e Sucos. Quantidade de feiras mensais: 4 feiras por mês Figura 93: Vista de cima do palco do CACC – Feira as 19:40 Fonte Acervo pessoal da autora, maio,2018

Figura 95: Vista do palco do CACC - Feira as 21:00 Fonte Acervo pessoal da autora. Junho,2018

Figura 94: Vista das bancas e feirantes – Feira as 17:00 Fonte Acervo pessoal da autora. setembro, 2018

91


PESQUISA DE VOLUME DE PRODUÇÃO E LUCROS POR PRODUTOR KILOS ÁREA DE KILOS DE KILOS POR PARA % PROD. PRODUÇÃO % FEIRA ÁREA FEIRA (kg) OUTROS POR m2 POR MÊS / mês

PRODUÇÃO DESTINADA PARA OUTROS: ETC. (kg) / mês

TOTAL DE VALOR LUCRO KILOS POR MÉDIO DO MENSAL FEIRA( kg) KILO DA COM A FEIRA 4 feiras por PRODUÇÃO (R$) mês (R$)

PRODUTOR

PRODUTO PRINCIPAL

Sitio Sequetto

BANANA / GOIABA

14.000

2000

0,14

30

600

70

1.400

150

R$

2.200,00

R$ 3,67

Mileto

ABOBRINHA/ VAGEM/ QUIABO

100.000

2000

0,02

20

400

80

1.600

100

R$

2.000,00

R$ 5,00

Milanesi

BANANA / GOIABA

48.400

1000

0,02

10

100

90

900

25

R$

1.500,00

R$ 15,00

GOIABA + Sitio Veloso HORTALIÇAS

20.000

6400

0,32

15

960

65

4.160

240

Sitio Hirayama

MANGA/ ABACATE / HOTALIÇAS

121.000

6.000

0,05

20

1.200

80

4.800

300

R$

3.000,00

R$ 2,50

capovila

GOIABA + HORTALIÇAS

48.400

2.000

0,04

20

400

80

1.600

100

R$

1.500,00

R$ 3,75

Sr. Heitor

HOTALIÇAS

24.000

1600

0,07

100

400

1.200

100

R$

1.300,00

R$ 3,25

Sito dos Meireles

HOTALIÇAS por unid.

72.600

60.000

0,83

20

48.000

3.000

R$

2.000,00

R$ 0,17

Sito da Ana

HOTALIÇAS / vegetais

10.000

120

0,01

100

120

-

0

30

R$ 480,00

R$ 4,00

Sitio Seu Nestor

HOTALIÇAS / vegetais

10.000

160

0,02

100

160

-

0

40

R$ 600,00

R$ 3,75

Fazenda Viking

HOTALIÇAS / vegetais

10.000

200

0,02

100

200

-

0

50

R$ 650,00

R$ 3,25

12.000

-

80

kg

KG/ DIA

478.400

4.140

1.035

R$ 960,00

R$ 1,00

Figura 96: Vista do fim do evento- pouco publico Fonte: acervo da autora

TOTAIS

Com 1.035 quilos de produto por feira temos uma média de 94 quilos de produto por produtor na feira.

92

Figura 97: Vista da Feira em dia de maior lotação Fonte: acervo da autora


DIAGNÓSTICO DO TERRENO

93

Figura 98: Vista aérea das proximidades da região intervista e em destaque a av. John Boyd Dunlop Fonte: Google Earth,2018 – editado pela autora


6.1 JUSTIFICATIVA Conforme os levantamentos de análise da região do campo grande e da área de intervenção do plano urbano proposto (Figura 35), Foram observadas diversas problemáticas urbanas, sociais, econômicas e ambientais; onde dentro do plano Urbano foi elaborado complementos e alterações legislativas e principalmente propor equipamentos estratégicos que auxiliem no desenvolvimento Social e educacional da consciência e integridade dos indivíduos que ali coexistem, combatendo o déficit habitacional sem adensar descontroladamente e preservar as riquezas ambientais presentes e que devido o abandono e descuido vem pouco a pouco se degradando. Com Base nas características socioeconômicas, habitações irregulares e em risco, bioma e vegetação incidente, densidade e outras analises levantadas ( Pág. 17 á 51); foi visível na área a ausência de um equipamentos social capaz de servir a comunidade de forma incorporadora de valores e gerador de espaço publico de qualidade. Analisando a Ausência de equipamento social, foi nítida a percepção de desintegração entre comunidades e moradores das áreas rurais das áreas urbanizadas, onde o limite conforme pontua Lynch (1960), se forma um elemento distanciador, onde ali se identifica o elemento limite como a Av. John Boyd Dunlop.

ativos de equipamentos sociais chegam a no máximo um raio de 500 a 300 m, tendo como ativos frequentadores cerca de 14 mil a 5 mil frequentadores ativos se localizado em regiões centrais adensadas e esse numero cai para a metade, cerca de 7 mil a até 2 mil usuários frequentes ativos para áreas periféricas das municipalidades. Considerando esses dados e análises, vem frisado a necessidade de um espaço que reúna a conexão entre as diferentes populações das comunidades e proporcione a vida social, gerando condições saudáveis e acessíveis a comunidade como cita Arfelli (2004): [...]enquanto que os equipamentos urbanos integram a infraestrutura básica à expansão da cidade, destinados portanto, a dar suporte ao seu crescimento e a proporcionar condições dignas de habitabilidade, os equipamentos comunitários são aqueles dos quais se valerão Poder Público para servir a comunidade, que ocupará lotes criados pelo parcelamento urbano, nas áreas de educação, saúde, assistência social, esportes, cultura, lazer, etc.

Partindo do pano urbano proposto, que implementa as Ecovilas nessas áreas classificada com o zoneamento proposto como zona periurbana, incentivando o uso da terra para a produção agrícola, temos ainda mais acentuada a necessidade de implementar um equipamento social de entremeio, que proporcione em uma área de transição entre rural e urbano essa conexão social e gere ao mesmo tempo oportunidades de melhoria de qualidade de vida a ambas as comunidades. Foi Considerado no levantamento o número de aproximadamente 18.706 residências, em um raio de abrangência de cerca de 2.500 metros, gerando o numero de aproximadamente 72.800 habitantes da região, conforme o SEHAB, onde segundo Bonfim (2000) os frequentadores vigorosamente

94

Figura 99: Vista área da localização do terreno e área envoltória Fonte: Google Earth,2017 – Editado pela autora


6.2 - DIAGNÓSTICOS

Figura 100: Imagem aérea georeferencial e relação das propostas diretas do plano urbano com a relação da situação atual do terreno. Fonte: Google Earth,2017 – Editado pela autora

LOCALIZAÇÃO

N

O Presente terreno adotado para implementação do Centro Comunitário Envolver (Figura 100) se encontra de front a Av. John Boyd Dunlop, onde foi previamente parcelado e reordenado no Plano Urbano (figura 35), onde já houve a realocação das poucas famílias ali ainda residentes nas propostas habitacionais das Ecovilas logo acima nas áreas rurais. Á área apresenta fácil acesso para ambas as comunidades, esta situada em uma área com mobilidade acessível (figura 101), tendo tanto parada de BRT a aproximadamente 350 m, ciclovia. A implementação do Centro Comunitário Envolver nesse ponto sugere a desmistificação do que antes era um ponto limite que gerava apenas maior limitação da interação por conta de se tratar de e ser a via principal deste território a maior limitante e não apresentar nenhum equipamento de anteparo social. Tendo por necessidade primária estar no encontro das comunidades, e também apresenta ser um território que não fomenta a necessidade de ser uma sobra de glebas, pois se trata de uma área que não quer e não precisa de repetição em massa sem nenhum respaldo do mesmo desenho urbano do tecido comum. Tendo assim uma conexão direta com o rural e referenciase a ligação de chamariz e encontro para a comunidade já urbana, transformando essa região de transição entre urbano e rural em um ponto de encontro e não mais um limite.

0

50

APP

Rural

Proposta das Quadras Abertas Plano Urbano

Figura 101: Imagem aérea georeferencial e a intervenção urbanística com as ruas projetadas e localização das vistas das fotos tiradas in loco para analise ( Figuras x a y). Fonte: Google Earth,2017 – Editado pela autora

DEMOLIÇÃO E INTERVENÇÃO URBANA

A premissa inicial para a demolição das edificações existentes partiu do propósito de regularizar, já que por meio de consulta extraoficial a secretaria de habitação do município, foi passada a informação da irregularidade destas edificações que foram construídas por meio de invasão e ocupação indevida em 2004 e depois desabitadas por mandado judicial ( Figura 101) . Numa forma de coibir possíveis aglomerações de habitações irregulares futuras nessa localidade, optamos pela demolição após os estudos e reconhecer que temos certo histórico de favelas se formando constantemente como um cenário quase que recorrente nesta região do Campo Grande. Por meio de visita in loco, foi constatado a degradação e abandono. Partindo deu uma analise

150m

Reflorestamento

Rua projetada 2

03

01

0

95

50

150m

02

Av. John Boyd Dunlop


do Plano Urbano em conjunto com a implementação do Centro Comunitário Envolver, foi proposta vias locais que a longo prazo vão contribuir com a chegada e melhores infraestruturas a população rural e facilitar o acesso aos pedestres por estas vias, incentivando a circulação e visita da população a região rural bem como agilizar o processo de transportes e mobilidade a essas pessoas que se encontram de forma afastada da urbanidade já melhor consolidada. O desenho das Vias propostas no plano como um todo (Figura 35) e nas Vias propostas lindeiras a proposta do Centro Comunitário Envolver formam um tecido urbano mais leve sem repetir a mesma forma e nem intenção de perpetuar o grid de glebas e loteamentos tão comuns e insistentemente geradores de mais aglomeração e menor qualidade de espaço, ambiente e fluxos para aquela região. Por meio do traçado proposto, se gera uma melhor apreciação do ambiente, e por meio da logica auxilia a população a descobrir o ambiente rural, sem fluxo intenso e de forma limítrofe ao urbano já consolidado.

VISTAS DO TERRENO E VIZINHANÇA IMEDIATA

Figura 102: Vista lado sudoeste do terreno – avistando o galpão indicado na foto e a cobertura de algumas outras edificações parcialmente demolidas – Fonte Acervo pessoal e edição da autora . maio,2018

Figura 103: Vista sudeste do terreno, avistando o galpão abandonado na indicação, e bem como a estrada de terra que da acesso principal – Fonte: Acervo pessoal da autora e edição pela autora. Maio,2018.

02

01

03 Figura 104: Vista nordeste do terreno em meio a área de pasto atual, com o galpão abandonado indicado. Fonte: Acervo pessoal e edição pela autora.

96

Figura 105 Vista da Av. John Boyd Dunlop de dentro do terreno Fonte: Acervo pessoal da autora.


TOPOGRAFIA

N

O Terreno apresenta um desnível de 5 metros com caída gradativa e amena em direção a Av. Jonh Boyd Dunlop, sem conter escaras ou ravinas . Após os levantamentos com a utilização de imagem satélite e mapas preexistentes disponibilizados pela Sociedade de Abastecimento de Agua e Saneamento de Campinas (SANASA) , possibilitaram a definição de sua metragem quadrada, correspondente a 5.500 m²; bem como uma análise prévia de sua topografia .

A= 5.500 m²

LEVANTAMENTO CLIMÁTICO

O Município de Campinas se encontra na região centro-leste do estado de São Paulo, na Latitude Sul ( 22º53’20”) e com altitude média de 680 m ao nível do mar. Que contribui para um clima tropical de altitude, tendo invernos secos, com período de estiagem superiores a 45 dias e de verão quente e chuvoso, como visto no hidrograma (Figura 108). Conforma analise dos ventos, conforme o INMET (Instituto Nacional de Meteorologia ) Campinas tem ventos predominantes na direção sudeste e de velocidade média de 2,0 m/s.

Perímetro 0

7,5

22,5

Figura 106: planta do terreno – Análise métrica e topográfica Fonte: Elaborado pela autora, 2018

Oeste – Sol Poente

N

Hidrograma

Direção dos Ventos Perímetro Caminho do Sol Figura 108: Hidrograma de Campinas – Temperaturas médias Fonte: Jaqueline Ortiz Julião apud Inmet [ s.d], 2017

0

97

7,5

22,5

Leste – Sol nascente

Figura 107: planta do terreno – Análise solar Fonte: Elaborado pela autora, 2018


ZONEAMENTO

Zoneamento vigente ( Figura 13) :

Z11 Zona tradicionalmente comercial, permite habitações uni e multifamiliar, comércios, serviços e institucionais de porte médio, já que a localização em eixos estruturais gera menos problemas viários ao que se refere ao acesso dos transportes. Zoneamento proposto e no Plano Urbano (Figura 37) : ZP – Zona Periurbana: Área voltada ao cultivo e produção agrícola de subsistência ou para comercialização local. Resguardando 90% de território para uso agricultável a disposição das famílias que se estabelecerem de forma legal a área. Permitido 5% das áreas para edificações residenciais térreas do tipo Residencial Multifamiliar Horizontal com 60% das unidades destinadas ao Interesse Social, com área construída máxima de até 220m², e que não haja conflito com a área natural e agricultável, e com recuo de 10 metros entre as edificações habitacionais, não permitindo murar ou cercar, apenas permitido a barreira vazada nos limites com perímetro Urbano. Permitido apenas 4% da área para usos institucionais de porte pequeno, ressalvando a tolerância de térreo mais um pavimento a essas edificações institucionais. Destinado 1% do território á arruamentos e vias, na sua predominância de material permeável de menor agressão ambiental. Recuo mínimo de 6 metros para avenidas e de 3 metros para ruas e vias locais.

DADOS TÉCNICOS

ÁREA TOTAL: 5.500 m² | ÁREA CONSTRUIDA:

Centro Comunitário – 1620 m²

Feira-1200 m² | TOTAL= 2.800 m²

TAXA DE OCUPAÇÃO PERMITIDA (ZP quanto pela Z11): 0,5 | TAXA DE OCUPAÇÃO ATINGIDA: 0,5 COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO PERMITIDO ( ZP quanto pela Z11): 1 – TOTAL DE 5.500 m² COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO ATINGIDO: 0,5 CAPACIDADE MÁXIMA: CENTRO COMUNITÁRIO: 700 Pessoas | FEIRA: 1000 Pessoas SIMULAÇÃO DE DEMANDA MINIMA DA FEIRA: 37 Boxes fixos disponíveis, havendo espaço na área externa mais 8 bancas abaixo do pergolado e 15 na área da Praça do Envolver.

98


“Ser moderno é fazer o melhor uso da memória e arriscar-se a inovar.” Jean Nouvel

Figura 109: Perspectiva da área do deck do restaurante e fachada principal Fonte: Elaborado pela autora


O PROJETO

7.1 PARTIDO

Figura 110: Perspectiva dos dois volumes e a Praça do Envolver, área central do projeto Fonte: Google Earth,2018 – editado pela autora

No terreno se encontra o principal

eixo de ligação

movimentação,

o

entre a região rural e as Ecovilas propostas no plano urbano

desenho

e de front as comunidades dos bairros Parque Floresta e

inatividade e insegurança.

Jardim Itajaí; sendo essencial o projeto ter permeabilidade para integrar e aproximar a interação dessas comunidades. encontro que conecta as comunidades por meio do novo espaço requalificado para ser uma área de convivência da e

incentivando

a

relação

com

o

espaço

espaço,

permanência

onde

proporcionando anteriormente

um

havia

Desta forma o partido arquitetônico emerge de um eixo central de visão da edificação com o entorno. O projeto

Sendo assim, a proposta do projeto é ser um ponto de

região

de

ativa

e

fortalecendo o sentimento de pertencimento aos moradores destas comunidades, que por intermédio dessa

100

pousa no terreno em forma de “U” angulando os volumes, que simulam um “abraço”, recebendo os usuários. A finalidade é abrigar o frequentador, e por meio das aberturas gerar um percurso fluído porem instigante, de forma tornar a visita uma descoberta de seus espaços.


Produtores e Ecovilas

1

1

Produtores e Moradores das Ecovilas

2

Após uma prévia definição do programa, a melhor forma de garantir a interação dos usos e frequentadores foi por meio de dois blocos.

?

2

Com o levantamento do terreno e todo o entorno foram definidos os melhores acessos para tornar o projeto um ponto de encontro.

Av. John Boyd Dunlop

Jd. Itajaí e Pq. Floresta

3

Jd. Itajaí e Pq. Floresta plantações

Produtores e Moradores das Ecovilas

Mata Reflorest.

4

Mata Reflorest.

Jd. Itajaí e Pq. Floresta

101

Produtores e Moradores das Ecovilas

plantações

3

fluxos

Para um melhor aproveitamento e gerar os espaços de permanência a concepção da forma angula-se e cria o descobrir da praça entre os dois volumes.

Jd. Itajaí e Pq. Floresta

Permeabilidade

Verticalização

4

Figura 111: Diagrama de concepção projetual Fonte: Desenvolvido pela autora, 2018

Verticalizando para 2 pavimentos o bloco do centro comunitário dando a ele maior visibilidade para compor a experiência arquitetônica proposta


Figura 112: Perspectiva do Interior da praça central em meio ao pergolado que conecta os volumes. Fonte: Desenvolvido pela autora, 2018.

Figura 113: Perspectiva da praça do caminhar e sua relação de caminhos e arborização Fonte: Desenvolvido pela autora, 2018.

102


Figura 115: Perspectiva da volumetria saliente de um dos boxes da feira na fachada nordeste. Fonte: Desenvolvido pela autora, 2018.

7.2 CONCEITO

O

ato de projetar, requer uma linha de raciocínio que conduza de encontro as premissas de seu espaço do projeto bem como a pretensão e objetivo do mesmo. O projeto proposto, no enfoque arquitetônico, tem sua finalidade o “conectar” ou “Reunir” em seus espaços a serem implantados. Onde o pedestre percorre e ao mesmo tempo descobre o espaço, tendo no bloco da feira e centro comunitário grandes aberturas (Figura 114) e disposição dos volumes diagonais em vários planos (Figura 115), sendo um chamariz para o descobrir, interagir, comprar, se alimentar e se relacionar com o espaço em seus diversos pontos de encontro.

Figura 114: Perspectiva da fachada principal do bloco do Centro comunitário, enfoque par as aberturas que evidenciam a experiência arquitetônica e instigam ao visitante o descobrir de seus interiores Fonte: Desenvolvido pela autora, 2018.

103


 FLUXOGRAMA TERRENO

7.3 FLUXOGRAMA

Feira 611.0 e 612.0

Por meio da Rua Projetada 1 ou pelas rampas acessíveis ou escadas encontradas na Praça do Caminhar chega-se a praça do Estar, onde se da acesso ao 1º nível da Feira, onde se é possível percorrer e atravessar a feira de um lado ao outro e chegar a continuação da praça do caminhar e estacionamentos de apoio localizados na Rua Projetada 1.

Estacionamento apoio 612.0 e 611.0

NÍVEL 611.0

Praça do Estar 611.0

Praça do Envolver 612.0

Horta Comunitária 613.0

NÍVEL 612.0

NÍVEL 613.0

Nível que detém o coração do projeto, acessando através da Rua Projetada 1 ou por meio das rampas acessíveis ou escadas presentes na Praça do Estar e possível chegar a Praça Central denominada Praça do Envolver, de onde se tem a conexão e acesso ao Bloco do Centro comunitário, Restaurante e ao ultimo nível da Feira.

Nesse nível se encontra a Horta Comunitária, é o platô mais alto do terreno, onde se dispõem canteiros a disposição da comunidade para plantio, cuidado e distribuição dando preferência entre a população mais carente. Este nível se da acesso por uma escada que fica bem ao centro entre os blocos, no fim da Praça do Envolver.

104

Restaurante 612.0

Nesse nível se encontra a Praça do Caminhar, de front a via principal; ela faz o fluxo que quem esta apenas de passagem, e detém de pontos de encontro arborizados com sombreamento e mobiliário urbano gerando um espaço de interação a qualquer hora.

Hall Centro Comunitário 612.0

Praça do Caminhar 610.0

NÍVEL 610.0

URBANO EDIFICAÇÃO

Figura 116: Fluxograma dos níveis presentes pousados no terreno: 610.0, 611.0, 612.0 e .613,0 Fonte: Desenvolvido pela autora, 2018.


 FLUXOGRAMA FEIRA URBANO

FEIRA 612.0/ 611.0

EDIFICAÇÃO

A feira esta pousada entre os níveis 611.0 e 612.0, contanto com o salão de feirantes, sanitários públicos, deposito seco e refrigerado, vestiário funcionários, setor de conferencia e controle, depósito geral de descarte e a Doca de carga e descarga (Figura 117) .

O Bloco do Centro comunitário esta pousado completamente no nível 612.0, contanto em seu programa de necessidades um térreo todo destinado ao uso de restaurante . No programa de necessidade do Restaurante encontramos um Hall/ caixa, Salão de refeições e Buffet, Administração do Restaurante, Sanitários, área de espera, Cozinha com Cocção, preparo e Lavagem, Vestiários, Depósitos seco e refrigerado, e área de descarte imediato para lixos secos e molhados ( Figura 119) .

Salão Feirantes (FIGURA 118) 611.0 e 612.0

Estacionamento apoio 612.0 e 611.0

CENTRO COMUNITÁRIO

Praça do Estar 611.0

NÍVEL 616.0 Todo Programa de necessidades do Centro comunitário acontece no pavimento superior, sendo acessado do nível 612.0 pelo Hall que contem escada e elevador. O centro comunitário conta com um mezanino, salas multiuso, sala de reuniões, midiateca, sala de assistência social, recepção e sanitários (Figura 120) .

Sanitários públicos 612.0

Vestiários Funcionários 612.0

Controle e conferência 612.0

Estoque Seco 612.0

Doca carga/ descarga 612.0

Estoque Refrigerado 612.0

Figura 117: Fluxograma do Bloco da Feira Fonte: Desenvolvido pela autora, 2018.

105

Praça do Envolver 612.0

Deposito de Lixo geral 612.0


Figura 118: Perspectiva do interior da feira observando o fluxo livre, os boxes e a circulação vertical ( rampa + escadas) Fonte: Desenvolvido pela autora, 2018.

106


 FLUXOGRAMA PAV. SUPERIOR BLOCO CENTRO

 FLUXOGRAMA PAV. TÉRREO BLOCO CENTRO

COMUNITÁRIO

COMUNITÁRIO Praça do Envolver 612.0

Playgound 612.0

Hall Centro Comunitário 612.0

Adm Restaurante 612.0

Caixa/ Hall 612.0

Salão de Refeições (FIGURA 121) 612.0

Sanitários 612.0

Estar/ Espera 612.0

Lixo seco 612.0

Hall Centro Comunitário 612.0

Corredor Técnico 612.0

Recepção /Secretaria 616.0

Deposit. Seco 612.0

Espera / mezanino 616.0

Cocção/ Preparo 612.0

Lavagem 612.0

Deposit. Refig 612.0

Sala Multiuso 616.0

Midiateca 616.0

Sala de Informática 616.0

Sanitários 616.0

Sala de Reuniões 616.0

Lixo molh. 612.0

Figura 119: Fluxograma do pavimento Térreo do bloco do Centro comunitário / Restaurante Fonte: Desenvolvido pela autora, 2018.

Sala Direção/ ADM 616.0

Sala Assist. Social 616.0

107

Figura 120: Fluxograma do pavimento superior do bloco do Centro comunitário / Restaurante Fonte: Desenvolvido pela autora, 2018.

URBANO RESTAURANTE CENTRO COMUNITÁRIO


Figura 121: Fluxograma do pavimento TĂŠrreo do bloco do Centro comunitĂĄrio / Restaurante Fonte: Desenvolvido pela autora, 2018.

108


7.4 PROPOSTAS TÉRMICAS E ACÚSTICAS PROPOSTAS TÉRMICAS

7- COBERTURAS Leves, isolantes U ≤ 0,85 w/m² - atraso ≤ 3h, FS ≤ 4

Projetar e adaptar a arquitetura ao clima é construir espaços adequados e confortáveis ao ser humano e seu meio. Segundo Anésia Barros, o mínimo a ser apresentar nas soluções é temperatura amena e espaços ao ar livre. Os aspectos que mais interferem no conforto térmico das edificações são: -A quantidade de radiação incidente -O grau de nebulosidade do céu -O índice pluviométrico -A alternância anual e diária da temperatura e umidades relativas. -A orientação de incidência dos ventos Tendo um clima tropical de altitude, Campinas apresenta chuvas torrenciais no verão, secas e temperaturas baixas no inverno. Segundo a aplicabilidade do método de Mahoney utilizando os dados de umidade e temperatura do ano de 2017 se obteve estas possíveis estratégias: 1 – PLANTA SITUAÇÃO: Edificações longitudinais, alongadas; fachadas maiores voltadas para orientação norte e sul, reduzindo a exposição ao sol 2- ESPAÇAMENTO ENTRE EDIFICAÇÕES Grandes espaçamentos, favorecendo o fluxo de vento.

8- EXTERIOR DAS EDIFICAÇÕES Proteger contra a chuva Aliado ao partido, conceito entre outras análises, se buscou apresentar as seguintes soluções térmicas: - Volumetrias semiparalelas e alongadas, favorecendo o fluxo de ventilação. - Ventilação cruzada no bloco da feira, por meio de um brise na região do oitão ao topo do fechamento, tendo o sentido da ventilação incidente a sudeste. - Aberturas que tem direção Sul e Norte tem dimensionamentos maiores. - Áreas de permanência com incidência solar Norte e Oeste receberam brises condizentes com seus azimutes por meio do ensaio da carta solar. - Fachada Sul apresenta grandes aberturas ao nível do corpo. - Cobertura leve, adotando um material termo acústico: telha metálica do tipo “sanduiche” com preenchimento de polímero EPS e Lã de Rocha na cor branca, para obter refletância.

3- VENTILAÇÃO Edificações em filas simples, para obter uma ventilação cruzada. 4- TAMANHO DAS ABERTURAS 40% a 80% das fachadas norte e sul, ao nível do corpo das pessoas 5- POSIÇÃO DAS ABERTURAS Fachada norte e sul, é possível ventilação ao nível dos corpos dos ocupantes

109

- Edificação do centro comunitário recebeu as vedações das áreas comuns com painéis de madeira CLT, leves e autoportantes, e nas áreas técnicas do restaurante, onde se tem cocção, onde o trabalhador manuseia e convive com temperaturas altas, foi aplicado paredes de tijolo solo-cimento ecológico, assim como em todo a vedação da Feira neste mesmo material, apresentando desempenho térmico mesmo em dias quentes, já que mantem a temperatura interior amena.


Oeste

PROPOSTAS TÉRMICAS

PROJ. VENTILAÇÃO CRUZADA

VENTOS PREDOMINANTES

1- Grandes Aberturas fachada sul e norte 2 – Brise em áreas de permanência e fachadas que recebam iluminação norte e oeste 3 – Espaçamento entre edificações para garantir fluxo dos ventos 4 – Cobertura leve e refletiva 5 – Mureta/banco de gabião – espaços ao ar livre 6 – Taludes gramados com vegetação – sombreamento e permeabilidade do solo. 7 – paredes leves em madeira CLT usinada 8 – Paredes em tijolo ecológico – desempenho térmico em áreas de permanência 9 – brise metálico vazado permitindo a ventilação cruzada e passagem do vento predominante. 10 – Shed – iluminação natural do sol da tarde formando mancha solar interna, que auxilia na iluminação natural por mais tempo.

Leste

122

Oeste - poente Leste - Nascente Figura 122: Vista área de solução climática Fonte: Desenvolvido pela autora, 2018.

4 2 1

3

7

10

4

9 8

Figura 123: Vista Sudeste – Fachada principal de soluções climáticas Fonte: Desenvolvido pela autora, 2018.

5 6

110

VENTILAÇÃO CRUZADA

123


7.5 PROGRAMA DE NECESSIDADES CENTRO COMUNITÁRIO Descrição

Espaço

Área/unt (m²)

Quant. TOTAL (m²)

PROGRAMA DE NECESSIDADES

Público Hall / Recepção

Área de recepção e entrada dos usuários ao Centro Comunitário, com controle de acesso por meio de catracas

31,85

1

31,85

Secretária

Área destinada a pedido de informações, apoio ao frequentador e aluno e direcionamento ao atendimento da assistente social e direção

32,84

1

32,84

Espera/ mezanino

Ambiente de espera e interação antes, durante ou após eventos, aula, atendimentos, reuniões

74,49

1

74,49

Corredor

Local de fluxo moderado, direcionando alunos e usuários a sanitários e as salas

36,07

1

36,07

Sanitário Feminino

Sanitário feminino de uso restrito aos usuários do Centro comunitário

16,65

1

16,65

Sanitário Masculino

Sanitário masculino de uso restrito aos usuários do Centro comunitário

17

1

17

Sanitário PNE

Sanitário PNE de uso restrito aos usuários do Centro Comunitário

12,2

1

12,2

Subtotal

221,1

Administrativo Direção/ Adm

Local destinado ao Diretor e funcionários da administração e documentos do Centro Comunitário

23,66

1

23,66

Sala Assistente Social

Sala para as assistente sociais prestarem atendimento direto aos moradores da comunidade.

30,26

1

30,26

Subtotal

53,92

Figura 124: Fluxograma do Centro Comunitário Fonte: Desenvolvido pela autora, 2018

111


Sala integrada a área de recepção que pode ser reversível a uma ou duas Sala Multifuncional salas, dando atividades lúdicas e de foco social aos moradores e usuários do Centro comunitário

59,8

1

59,8

Sala de Informática

Sala para lecionar aulas de informática aos usuários do Centro comunitário, realizando a inclusão digital.

55,87

1

55,87

Sala de Reuniões

Sala para realização de reuniões da direção, de lideres da comunidade, de debates e uso com foco na melhoria comunitária em conjunto com os usuários.

54,66

1

54,66

Midiateca

Sala de estudos, onde disponibiliza-se videos, filmes, CDs, arquivos Digitais sobre diversos temas, sociais, históricos, culturais integrando o usuário em atividades sociais.

56,89

1

56,89

Subtotal

227,22

Circulação Vertical Elevador

Elevador social do nível 612.0 (Térreo) ao 616.0( Pav. Superior)

3

1

3

Escada

Escada atendendo as normas dos bombeiros de escada pública e tempo de escoamento em caso de incêndio

14,3

1

14,3

Subtotal

17,3

Figura 125: Fluxograma do Centro Comunitário Fonte: Desenvolvido pela autora, 2018

112

PROGRAMA DE NECESSIDADES

Técnico educativo


Figura 126: Fluxograma do Restaurante Fonte: Desenvolvido pela autora, 2018

PROGRAMA DE NECESSIDADES

Espaço Público

Área/unt (m²) Quant.

TOTAL (M²)

Hall

Área de recepção e entrada dos clientes ao Restaurante

34,1

1

34,1

Caixa

Local de pagamento e realização de pedidos Ambiente de espera quando o restaurante estiver com ocupação máxima ou aguardar acompanhantes Local de fluxo moderado, segregando os sanitários para evitar a propagação de maus odores a outros ambientes

11,2

1

11,2

20,92

1

20,92

14,95

1

14,95

Espera Corredor Salão de Refeições/ Buffet

Área de mesas para refeições e sistema self-service por meio de buffet

211,09

1

211,09

Deck externo refeições

Área externa para clientes realizarem refeições em ambiente ao ar livre.

112,91

1

112,91

Playground

Local para lazer de crianças e clientes de ate 12 anos

202

1

202

Sanitário Feminino

Sanitário feminino de uso restrito aos usuários do Restaurante

20,97

1

20,97

Sanitário Masculino

Sanitário masculino de uso restrito aos usuários do Restaurante

20,7

1

20,7

Sanitário PNE

Sanitário PNE de uso restrito aos usuários do Restaurante

8,5

1

8,5

Subtotal Administrativo

657,34

Administração Restaurante

Sala de armazenamento de documentos e local dos funcionários administrativos do restaurante

10,36

1

10,36

Copa Funcionários

Local destinado a refeição e descanso dos funcionários do restaurante

16,5

1

16,5

Vestiários Fem. Funcionários

Ambiente para higiene e troca de roupa das funcionárias do Restaurante

17,2

1

17,2

Vestiários Masc. Funcionários Subtotal

Ambiente para higiene e troca de roupa dos funcionários do Restaurante

21

1

21 65,06

Técnico Cocção e preparo

Local para preparo de alimentos e refeições. Cozimento, Fritura e assados.

28,4

1

28,4

Lavagem

Local de lavagem de utensílios e alimentos

16

1

16

39,2

1

39,2

15

1

15

36,4

1

36,4

7

1

7

7,4

1

7,4

Corredor Técnico Deposito Seco Deposito refrigerado Resíduos secos Resíduos molhados

110

RESTAURANTE Descrição

Subtotal

Corredor que detém o fluxo e transito de carrinhos técnicos, alimentos e funcionários da área de alimentação Estoque e armazenamento de alimentos não perecíveis, como açúcar, farinha, sal etc. Estoque refrigerado em módulo câmara, para armazenagem e resfriamento de alimentos frescos como carnes, vegetais, verduras e bebidas Descarte de resíduos plásticos, papeis e embalagens que possam ser recicladas ou não Descarte de resíduos alimentares, como por exemplo carnes, que necessitam ser armazenadas a frio para não haver propagação de mau cheiro, contaminações, doenças e insetos.

149,4


Área/unt (m²)

Quant.

TOTAL (m²)

Salão Feirantes

Salão que dispõe espaço para acomodação dos boxes e bancadas dos feirantes pequenos produtores da comunidade.

31,85

1

31,85

Corredor

Local de fluxo moderado, segredando os sanitários para não propagação de maus odores para outros ambientes

36,07

1

36,07

Sanitário Feminino

Sanitário feminino de uso restrito aos usuários da Feira

16,65

1

16,65

Sanitário Masculino

Sanitário masculino de uso restrito aos usuários da Feira

17

1

17

Sanitário PNE Subtotal Administrativo

Sanitário PNE de uso restrito aos usuários da Feira

12,2

1

12,2 113,77

Controle e Conferência

Local destinado a funcionário de segurança e controle, que controla a chegada de caminhões, cargas e registra o ponto dos funcionários

16

1

16

Vestiário Fem . Funcionários

Ambiente para higiene e troca de roupa das funcionárias da feira

12,8

1

12,8

Vestiário Masc. Funcionários

Ambiente para higiene e troca de roupa dos funcionários da feira

12,8

1

12,8

Subtotal

41,6

Técnico Estoque Seco

Estoque Refrigerado

Deposito de Lixo Geral

Doca Carga e Descarga

Estoque para apoio aos feirantes, onde se armazenam alimentos, frutas, verduras que não necessitam de refrigeração durante os eventos das feiras Estoque para apoio aos feirantes, onde se armazenam alimentos, frutas, verduras que necessitam de refrigeração durante os eventos das feiras. Área de armazenamento por meio de contentores de Lixo para armazenagem de resíduos gerados nas feiras e também resíduos comuns do Centro Comunitário Local de parada para caminhonetes e caminhões baú de porte médio para descarga e carga de alimentos tanto para a feira quanto abastecimento do Restaurante

58,24

1

58,24

43,47

1

43,47

15,22

1

15,22

70

1

70

Subtotal Circulação Vertical

Figura 127: Fluxograma do Feira Fonte: Desenvolvido pela autora, 2018

FEIRA Descrição

PROGRAMA DE NECESSIDADES

Espaço Público

186,93

Escada 1

Escada que vencem 1 metro de desnível no interior da feira

3,36

1

3,36

Escada 2

Escada que vencem 1 metro de desnivel no interior da feira

5,41

1

5,41

Rampa Subtotal

Rampa de acessibilidade com i: 6,57%

26,63

1

26,63 35,4

113


PROGRAMA DE NECESSIDADES

Espaço Público

URBANO Descrição

Área/unt (m²) Quant. TOTAL (m²)

Praça do Caminhar

Área livre urbana, com mobiliário urbano (Bancos, Lixeiras, Floreiras, Iluminação) destinado a um livre fluxo do pedestre que apenas passa ou o que chega a edificação.

590,7

1

590,7

Praça do Estar

Praça com áreas de permanência, bancos e sombreamento, onde se tem um espaço intermediário entre rua e a edificação.

650,88

1

650,88

Praça do Envolver

Área que faz a extensão da feira e conexão com o centro comunitário, local mais amplo para realização de eventos sociais e culturais numa área ao ar livre ( possui floreiras, bancos, pergolado, acesso as hortas comunitárias e bom sombreamento por conta da orientação solar)

689,7

1

689,7

Estacionamento/ Vagas de apoio

Vagas: PNE, Aposentado, Gestante e carro de baixa emissão.

152,66

1

152,66

Horta Comunitária

Horta Comunitária no nível 613.0 e Horta comunitária acessível no nível 612.0 aproveitando região de talude para a plantação e acesso a idosos e cadeirantes a interação social.

280,3

1

280,3

Área Gramada e taludes

Área permeável, com vegetação, proporcionando sombreamento e harmonia ao espaço urbano

227,71

1

227,71

Subtotal

2591,95

Circulação Vertical Rampas

Rampas acessíveis, para todos, dando acesso fácil tanto para deficientes físicos, visuais, pais com carrinho de bebê, carrinhos para a feira, idosos e etc. I=6,50%

53,11

1

53,11

Escadas

Escadas que vencem desníveis metro a metro das cotas 610.0, 611.0, 612.0 e 613.0, todas na norma de escoamento segundo a capacidade máxima da edificação segundo a Instrução técnica nº.11/2018 do corpo de bombeiros.

22,11

1

22,11

Subtotal

75,22

114

Figura 128: Fluxograma da área urbana Fonte: Desenvolvido pela autora, 2018


7.6 SISTEMA ESTRUTURAL O sistema estrutural adotado para todo o conjunto foi em MLC – Madeira Laminada Colada. O Centro Comunitário e a Feira possuem uma malha de vigas de 5 em 5 metros, o sistema de pilares e vigas em madeira MLC foi adotado para atender de forma esbelta, leve e em busca de propor uma experiência arquitetônica diferenciada aos frequentadores, já que com este material é possível executar vigas em diversas formas. De onde através do partido, conceito e análises se obteve a forma do “S” de Saudável, que é uma das propostas do Centro Comunitário Envolver: Trazer uma vida saudável e social, oferecendo a feira e as atividades sociais a comunidade. Segundo contato realizado com o Engenheiro Alan Dias, sócio e fundador do escritório Carpinteria, especializado na concepção de estruturas em madeiras maciças, MLC e CLT, no brasil e exterior; se obteve uma tabela de pré-dimensionamento formulada pelo mesmo. Onde a orientação foi realizar o calculo substituindo o L/17 ou L/20 na formula já que se tratam das vigas de cobertura e sustentação estarem inclinadas com 7%; tendo o maior vão livre de 8,50m no Centro Comunitário e 10,30m na Feira temos os seguintes valores de pré-dimensionamento da altura das vigas: Centro Comunitário: Viga de Travamento ( aplicada a 4m do nível do piso térreo): H = 0.40m | L= 0.20m Seção total: 0,40 x 0,20 m Viga Travamento em “S”: H = 0.40m | L = 0.20m Seção total: 0,40 x 0,20m Viga cobertura (I=7%) : H= 0,20m | L = 0,20m Seção total: 0,20 x 0,20m Feira: Sem necessidade de viga de Travamento (apenas um pavimento): Viga Cobertura em “S” central: H= 0.20m | L = 0.20m Seção total: 0,20 x 0,20m Onde H é a altura da viga e L é a largura da viga

115

Figura 129: Tabela de pré-dimensionamento para estruturas em madeira Fonte: Carpinteria, Alan Dias


Do pré-dimensionamento dos pilares, segundo o Eng. Alan Dias e o Eng. Técnico calculista Caio Ferreira da Rewood, uma das principais fabricantes de madeira laminada colada do país; os pilares conforme as cargas atuantes, dimensões das vigas e cobertura a seção ideal de pilar para o projeto pode ser bem esbelta, podendo ter uma seção mínima de até 0,16 x 0,16m; porem para seguir as dimensões das larguras das vigas e paredes foi adotado a seção de 0,20 x 0,20 m. O sistema de Laje-piso e laje –cobertura do centro comunitário foi adotado o uso de painéis de madeira CLT, material que tem ótimo desempenho aliado a estrutura de MLC empregada. Obtendo uma laje leve, pré-fabricada, rápida execução assim como a MLC. Conforme estudos de fabricantes, foi dimensionado com base na tabela de uns dos principais fabricantes, a empresa Crosslam, pioneira de fabricação de painéis CLT no Brasil, e em sua tabela de cargas e pré-dimensionamento a espessura de laje mais indicada para a laje-piso é de 0,20 m. No sistema de vedação do Centro Comunitário foi adotado um sistema misto, para atender as necessidades técnicas e normativas. Toda os ambientes Sociais e administrativos tem a vedação em painéisparede autoportantes de madeira CLT, com espessura de 0,15 m, e na altura do pé direito dos pavimentos. Para as áreas técnicas, onde se tem no térreo o restaurante, áreas de cocção, preparo, lavagem, foi adotada a vedação em tijolo de solo-cimento ecológico, adotando as modulações da peça (0,30 x 0,10 x 7,5m ) , que podem ser fabricados do próprio solo retirado para locação das fundações e infraestrutura. Por ser uma vedação que garante bom desempenho térmico e fácil execução, foi empregada nestas áreas técnicas e áreas molhadas.

130

131

Na Feira também foi empregado a vedação em tijolo de solo-cimento, porem de forma autoportante, pilares e vigas de madeira MLC pra fora e paredes de tijolo de solo-cimento para dentro, tornando a área externa da feira uma espécie de grande varanda, lembrando os mercadões municipais históricos, onde as bancas se encontram dentro e fora da edificação. Figura 130: Vista do encontro entre laje-piso e painéis da parede – ambos em CLT – Obra em Valinhos – Cond. Sans Souci, Valinhos - Eng, Resp. Alan Dias – Arqto. André Castilho Fonte: Desenvolvido pela autora, 2018. Figura 131: Detalhe da conexão via parafuso VGZ fixando painel de parede CLT a laje em painel CLT – Cond. Sans Souci, Valinhos – Eng. Resp. Alan Dias – Arqto. André Castilho Fonte: Acervo pessoal da autora, 2018

116

Figura 132: Vista área de solução climática | Fonte: Cartilha Ecoprodução, Curitiba, PR.












8. REFERÊNCIAS 8.1 – REFRÊNCIAS ICONOGRÁFICAS CASAS, Leandro Las - Subprefeitura do Campo Grande abre nesta segunda-feira, em Campinas – https://www.portalcbncampinas.com.br/2016/05/subprefeitura-do-campo-grande-abre-nesta-segunda-feira-em-campinas/. maio,2018

Disponível Acesso

em em

RODRIGUES, Rodolfo – O Mercadão de São Paulo – Disponível em: http://www.oquefazeremsaopaulo.com.br/mercado-municipal-de-saopaulo-mercadao/ Acesso em julho,2018. PALEON, Virgas – Comitê técnico: entros comunitarios en México: una tipología para entender lo colectivo y su relación con el espacio – Disponivel em : https://www.archdaily.mx/mx/800378/centros-comunitarios-en-mexico-una-tipologia-para-entender-lo-colectivo-y-su-relacioncon-el-espacio. Acesso em julho,2018 GRUNNOW, Evelise – Canuanã é minha casa – Publicado em revista Projeto Design na Edição 437, 2017 PALHARES, Isabela, O Estado de São Paulo - Projeto de escola na zona rural de Tocantins é eleito o melhor do mundo – Publicado no jornal O Estadão de São Paulo, 25 de fevereiro 2018 COSTA, José F. - OPINIÃO: “CENTRO COMUNITÁRIO DE MANICA – PROCESSO PARA UMA ARQUITECTURA SUSTENTÁVEL” – Disponível em: http://www.construir.pt/2016/12/06/opiniao-centro-comunitario-de-manica-processo-para-uma-arquitectura-sustentavel/. Acesso em maio, 2018 ASSADI, Felip – Centro Comunitário de Manica – Disponível em: http://www.arquitecturapanamericana.com/centro-comunitario-de-manica/. Acesso em: abril, 2018 BASQUES, Juliana Projeto Quarta É Feira amplia atendimento com novas barracas – Disponível http://www.valinhos.sp.gov.br/noticias/projeto-quarta-e-feira-amplia-atendimento-com-novas-barracas. Acesso em: maio, 2018 Detalhes de tipologia e conexão da madeira laminada colada. content/uploads/2018/08/tipologias-construtivas-rewood.pdf . Acesso em: abril, 2018

117

Disponível

em

em:

https://rewood.com.br/wp-


8.2 – REFRÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A

IDEIA

DE

VIDA

EM

COMUNIDADE

a

apropriação

contemporânea

do

conceito

vida

Vila:

Estudo

de

caso

do

município

de

Campinas. Campinas, 2011 Dissertação (Centro de Ciências Exatas Ambientais e de Tecnologia) - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS. AGÊNCIA

NACIONAL

DE

ÁGUAS.

Disponível

em:<http://www3.ana.gov.br/portal/ANA/aguas-no-brasil/sistema-de-gerenciamento-de-recursos-

hidricos>. Acesso em: 8 abr. 2018. ANDRADE,

Antônio

dos

Reis

Reunião

ordinária

Conselho

de

Municipal

de

Transporte

e

trânsito

SPTrans;

anos

2015

-

http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/chamadas/5reuniao_1389799252.pdf - acessado em 10 de maio de 2018. ARFELLI, Amauri Chaves – Áreas verdes e de lazer: considerações para sua compreensão e definição na atividade urbanística de parcelamentos do solo–Revista de Direito Ambiental. São Paulo, 2004. BAENINGER, Rosana. Região Metropolitana de Campinas: expansão e consolidação do urbano paulista. Campinas Tese () - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS. BARBOSA, DANIEL MARCOS. A OPERAÇÃO CONSORCIADA DO PARQUE LINEAR DO RIO CAPIVARI NA REGIÃO SUDOESTE DE CAMPINAS E OS IMPACTOS NO MERCADO IMOBILIÁRIO LOCAL. campinas, 2012 Monografia () BONFIM, Catarina; SARAIVA, Maria; CURTO, Maria; ABRANTES, Maria; FERREIRA, Sofia; Direção geral de ação social–centro comunitário. Lisboa, 2000. BRT

TRANSCARIOCA.

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- BRT e itinerários - http://www.emdec.com.br/eficiente/sites/portalemdec/pt-br/site.php?secao=rapidao-brt-campinas acessado em 05 de

março de 2018.

118


CPTM metro SP – prefeitura de São Paulo - http://www.metro.sp.gov.br/metro/numeros-pesquisa/perfil-usuario.aspx - acessado em 10 de junho de 2018. CULTURA ALTERNATIVA - HTTP://CULTURAALTERNATIVA.COM.BR/VIAGEM-DE-TREM-DE-PORTUGAL-PARA-ESPANHA/ Acessado em 13 de maio de 2018´. FIORAVANTI, Lívia Maschio . Projetos de requalificação urbana em La Plaine Saint-Denis, Paris: a gentrification além do discurso da mixité social Dissertação () - . JOSE, Flavio Januario. DIRETRIZES PARA O DESENVOLVIMENTO DE ECOVILAS URBANAS NO BRASIL. São Carlos, 2014 Dissertação (Arquitetura e Urbanismo) UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. LAMPREIA,

Luiz

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-

Relatório

brasileiro

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Estud.

av.

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vol.9,

n.24

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119



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