a mil por hora
R. R. Beatrice
SINOPSE: Gwen Cassidy é uma boa garota. Estuda em uma escola católica rigorosa e é tratada a rédeas curtas por sua mãe exigente. Nunca fez nada de errado e morre de medo de fazer. Mas seu mundo está prestes a virar de cabeça para baixo quando ela conhece Aiden, um bad boy amigo do namorado de sua maluca melhor amiga. Gwen sente uma conexão forte com Aiden assim que o conhece, o que a deixa confusa, já que ela sente que deve odiá-lo por ser tão irritante. Mesmo assustada ao perceber que pode ter sentimentos por esse cara mais velho e cheio de marra, Gwen se deixa levar e acaba envolvida por Aiden, que lhe apresenta ao submundo das corridas ilegais e mostra que tudo bem ser uma garota má de vez em quando.
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Capítulo 1 A boa garota
Desligo meu despertador assim que soa o primeiro toque. Mal consegui dormir, mas também como poderia? Hoje é o primeiro dia de aula do meu último ano. É isso ai, ano que vem eu vou para a universidade e vou mandar no meu próprio nariz. Sem mãe ou pai ou professores religiosos fanáticos. Não me leve a mal, eu amo meus pais e gosto de estudar na Escola Católica Good Shepherd, mas eles são rigorosos demais e não entendem que uma garota de 17 anos como eu precisa de diversão. Depois de tomar banho e passar meus hidratantes e cremes, vou até o meu roupeiro e pego meu uniforme. Durante as férias eu o guardei bem no fundo, junto com o resto do meu material escolar, a ultima coisa que eu queria era me lembrar da escola, mas agora não vejo a hora de ir e fazer o que eu tenho que fazer para terminar logo. Coloco meu conjunto de roupa intima rosa bebê e minha saia plissada xadrez que vai até dois palmos a cima do joelho. As saias desse comprimento eram proibidas na Good Shepherd, mas depois de um abaixo assinado, organizado pela minha maluca melhor amiga Kim, a escola aceitou relutantemente a diminuir um pouco o comprimento das saias das meninas. Algo que os meninos apreciaram muito. Visto minha camisa social branca e minha gola príncipe de Gales preta e por cima meu suéter azul marinho. Coloco minhas meias ¾ de lã cinza e minha sapatilha slippers preta. Corro até o banheiro e passo rímel, um pouco de blush e gloss. Na escola não é permitido usar muita maquiagem. Meu cabelo castanho escuro é liso e vai até metade das minhas costas, decido deixar ele solto e com a minha franja na testa, roçando as minhas sobrancelhas. Arrumo meu material na minha mochila e desço pra tomar café da manhã. Quando chego a mesa, papai está lendo jornal e mamãe, impecável como sempre, está comendo silenciosamente. - Bom dia mãe, bom dia pai.- Digo dando um beijo na cabeça de cada um. - Bom dia filha.- Bom dia Gwen.Coloco um pouco de suco de laranja em meu copo e pego uma torrada. Mal dei quatro mordidas quando Nelly, a governanta, me avisa que Kim está lá fora me esperando.
Levanto rapidamente e dou mais uma mordida em minha torrada e um gole em meu suco. - Gwen, sente e tome o seu café direito.- Mamãe ordena. - Não posso. Kim já está lá fora me esperando. Não quero me atrasar no primeiro dia.- Pego minha mochila e saio correndo. - Tchau mãe, tchau pai. Amo vocês.- Grito por sobre o ombro. Eu acabo de entrar no carro da mãe da Kim quando ela pula em mim. - Bom dia Gwen. Animada com o nosso último ano?- Ela pergunta. - Muito, e você também pelo que eu vejo.- Digo rindo. - Kim, deixe a Gwen em paz. Você a está amassando toda.- Bom dia Sra. Kyle.- Digo. - Bom dia Gwen. E eu já te disse mil vezes, me chame de Bárbara.- Ela me olha pelo retrovisor e me dá um sorriso amável. - É a força do hábito.- Digo lhe retribuindo o sorriso. - Estou tão animada, Gwen. Finalmente vamos terminar o ensino médio. Esse ano tem que ser inesquecível, épico.- Rio do seu entusiasmo. – Vamos ir em várias festas, sair com vários garotos e atormentar todos os professores.- Ela diz dando pulinhos animados no banco. Olho para ver a reação de Bárbara ao comentário de sua filha mas ela está apenas balançando a cabeça, acho que a vi revirar os olhos. - Só se for você, porque se depender da minha mãe eu vou de casa pra escola e da escola pra casa.- Digo dando um suspiro. - Gwen, você só fica em casa. Meu Deus você tem 17 anos. Sua mãe tem que entender que você precisa sair, se divertir, viver...- A Kim tem razão. Você é tão jovem Gwen, tem que se divertir mais.- Barbara diz. - Ei, espera ai. Porque pra ela você diz isso e quando é comigo a historia é diferente?- Kim pergunta indignada. - Kim, a Gwen se diverte de menos, já você se diverte demais. E já vou avisando, nem sonhe em ir ao mesmo número de festas que você foi ano passado, mocinha. Esse ano você tem que se concentrar nos estudos e em entrar em uma boa universidade.-
Kim cruza os braços sobre o peito e solta um grunhido enquanto eu dou um risinho. Fazemos o resto do trajeto em silêncio, quando finalmente chegamos eu saio do carro e agradeço a carona. - Muito obrigada Sra...quer dizer Bárbara.- De nada Gwen. Boas aulas.- Obrigada, tenha um bom dia.- Respondo enquanto Kim sai do carro batendo a porta. Bárbara buzina e Kim acena pra ela rapidamente então puxa meu braço em direção a enorme escadaria de pedra que nos leva a enorme porta de madeira que dá acesso a escola. A Escola Good Shepherd fica localizada no centro da cidade, ela é a uma das mais tradicionais escolas católica do pais. Seus prédios são do século XIX, grandes e imponentes construções de pedra. Lá em cima da escadaria encontra-se grandes pilares de mármore e grandes janelas e portas de madeira. Agora, no pé da escada, olho para cima no prédio. Vejo as diversas janelas do terceiro andar, onde fica a sala dos professores. Observo o grande fluxo de alunos, vários meninos e meninas, todos conversando e rindo, contando as novidades das férias. - Arrr...dá pra acreditar? A gente no último ano e ela querendo controlar o número de festas que eu vou. Pelo amor de Deus eu tenho 17 anos, ano que vem vou pra universidade. Ela vai querer controlar o número de festas que eu vou lá também?Kim diz emburrada. - Bem vinda ao meu mundo.- Digo abrindo os meus braços como se a estivesse recebendo em um lugar novo. - Isso é tão injusto.- Veja pelo lado bom, pelo menos a sua mãe é legal e te deixa ir em festas. A minha nunca me deixa sair.- Isso vai mudar Gwen, você vai ver. Nós vamos nos divertir muito esse ano ou eu não me chamo Kimberley Kyle.- Ela diz me puxando pelo braço. Deus, se continuar assim até o final da semana eu vou ter meu ombro fora do lugar. *** Kim e eu estamos no corredor conversando. Já encontrei varias das minhas amigas e nós conversamos um pouco sobre o que cada uma fez nas férias. Agora,
conversando só com Kim, fico curiosa quando ela me diz que tem algo pra me contar e que é um segredo. - Ah qual é Kim, você sabe que eu sou curiosa.- Depois eu te conto.- Ela promete. - Conta agora, por favor.- Faço biquinho. - Essa cara de cachorrinho pidão não adianta. Eu já disse, depois eu conto.- Se você não tinha a intenção de me contar agora e sabe que eu sou curiosa, porque falar que tem um segredo pra me contar?- Reclamo frustrada. Ela sorri maliciosamente então diz. – Não olhe agora, mas o Preston está vindo na sua direção.- Ah não!- Exclamo. Preston James está apaixonado por mim desde quando nós nos conhecemos á três anos atrás. Eu havia acabado de me mudar pra cá e ele estava na minha classe. Estudamos sempre juntos desde então, aposto que esse ano não vai ser diferente. Ele é bonito, inteligente e um cara legal, mas eu não estou interessada em ser nada mais do que sua amiga. Minha mãe que não me ouça, a família James é uma das mais importantes famílias da cidade e seria realizar o seu maior sonho se eu namorasse um dos filhos James. Isso seria perfeito pra ela, nossa família tem muito dinheiro e até que uma certa influência na vida social daqui, mas minha mãe é uma alpinista social sempre em ascensão. - Oi Gwen. Bem vinda de volta.- Ele diz sorrindo, parando ao meu lado. Ele é mais alto que eu, não que seja muito difícil superar o meu 1,67m, ele deve ter 1,80m. Preston vai fazer 19 anos daqui algumas semanas. Ele já deveria estar na faculdade, mas seus pais são médicos e o levaram junto quando foram fazer trabalho voluntário na África, ele ficou um tempo sem estudar e só agora está terminando o ensino médio. - Oi Preston, valeu, você também.- Digo timidamente. Nunca sei direito como agir com ele. - Oi Kim.- Ele diz e rapidamente volta seu olhar pra mim. - Então como foram as férias? Viajou muito?- Pergunta colocando as mãos no bolso da calça do uniforme.
- Foram boas. Minha família e eu viajamos, pelo país mesmo. E as suas? Se divertiu?- Eu viajei também. Fomos pra Monte Carlo, Milão e Capri. Foi muito divertido. Foi bom passar um tempo em família mas eu senti a sua falta, quase não nos falamos nessas férias.- Ele diz dando um sorriso tímido. As vezes acho que ele fica tão tímido quanto eu quando estamos conversando. Eu sinto que estou corando então olho pro chão, não gosto que vejam o quão fácil é me fazer corar e me deixar sem graça. Não sabendo o que dizer, opto pelo que me pareceu o mais educado. - Eu também senti sua falta.- O que não é mentira, mas eu não senti a sua falta do mesmo modo que ele provavelmente sentiu a minha. Ouço Kim dando uma risadinha do meu lado então ela envolve seu braço em volta do meu ombro. - Muito bem, chega de paquera por agora porque a aula vai começar a qualquer minuto.- Sinto meu rosto corando mais ainda. Eu abro a boca para dizer pra ela calar a boca quando o sino toca indicando que os alunos devem se dirigir até suas salas para o inicio das aulas. - Eu disse.- Kim diz e vamos nós três caminhando pelo corredor. Kim a minha esquerda com o braço ainda em volta dos meus ombros e Preston a minha direita, caminhando mais próximo do que necessário. Vamos rumo a sala de aula, prontos para mais um ano letivo.
Capítulo 2 O Bad Boy Logo no começo da primeira aula, recebemos a visita da assustadora diretora Sybil. Ela nos deu as boas vindas a mais um ano e aproveitou para fazer mais um dos seus famosos discursos sobre a moral e bons costumes e sobre como ela espera um excelente comportamento de todos nós, servos fieis e dedicados do Senhor. O tempo até que passou rápido, até chegar na aula da Sra. Jones. Estou a vários minutos tentando resolver esses cálculos que ela passou. Enquanto estou pensando como eu sou horrível em matemática, sinto Kim cutucando minhas costas, logo em seguida ela rapidamente me passa uma bolinha de papel
amassada. Eu coloco a bolinha no meu colo para que a Sra Jones não veja e abro o papel com cuidado para não chamar atenção. Tudo bem, você venceu, eu vou te contar. Mas você tem que jurar não contar pra ninguém Gwen. Você jura? Reviro os olhos e respondo o bilhete, jurando solenemente que não contaria nada a ninguém. Ela me devolve o papel com a resposta e eu abro ansiosa para saber qual é o grande segredo. Tudo bem, aqui vai...eu estou namorando!!!! Ele é incrível Gwen, ele é um gato e beija tão bem e ele é mais velho!!! Você acredita? Eu estou namorando um cara mais velho e super gato!!!! Olho o que ela escreveu e não acredito. Como? Quando? Quem? Ela é minha melhor amiga e como eu só fiquei sabendo disso agora? Escrevo rapidamente uma resposta: Kim, como assim você está namorando? Quem é ele? Desde quando? Porque você não me falou nada disso antes? Mais velho quanto? Quando ela me passa o bilhete eu estou tão curiosa que me descuido e quase que a Sra. Jones vê. Abro o papel no meu colo para ler a resposta de Kim. Respondendo a suas perguntas, o nome dele é Jordan . Eu não te disse antes porque realmente não faz muito tempo, eu o conheci em uma festa que eu fui nessas férias e a gente ficou e acabou rolando, estamos namorando oficialmente faz poucas semanas, então não fique brava comigo, estou te contando agora :) Ele está na faculdade, tem 23 anos!!! Olho o papel com os olhos arregalados. 23 anos? Só pode ser brincadeira. Kim!!! Você não está falando serio , está? Você está namorando com um cara que está na faculdade? Ele é velho de mais pra você, e se a sua mãe descobrir? Você sabe o que um cara mais velho quer com uma garota de ensino médio como você, certo? Eles só querem...aquilo...você sabe!! Devolvo o papel para Kim e escuto ela dando uma risadinha, segundos depois ela me devolve o papel. Meu Deus Gwen!!! Você tem vergonha até mesmo de escrever a palavra, SEXO!!!! E Jordan não é desse jeito, ele não tentou nada comigo ainda. Apesar que eu queria que ele tentasse!!! Ele é tão gostoso que é difícil pensar em outra coisa quando eu estou com ele rsrs
Reviro os olhos, essa é a Kim. Maluquinha como sempre. Amasso o papel bem amassado e guardo na minha mochila. A Sra. Jones se levanta e começa a chamar alguns alunos para resolver os cálculos no quadro. Torço pra que ela não me chame já que essa conversa com a Kim me distraiu completamente e eu não terminei o exercício. *** O primeiro dia de aula está oficialmente acabado. Kim e eu fugimos de Preston e estamos caminhando em direção a saída. Não conversei mais com Kim sobre Jordan, mas eu com certeza vou fazer isso mais tarde. Preciso saber mais sobre esse cara e quais são as intenções dele com a minha melhor amiga. Estamos descendo a escadaria quando Kim para de repente e eu quase trombo com ela. - Ai meu Deus, ele está aqui.- Ela diz quase gritando. - Quem está aqui Kim?- Digo um pouco irritada por ela quase ter feito nós duas rolarmos escada a baixo. - Jordan. Ele está aqui. Não acredito, ele veio me ver, Gwen.- Não acho que alguma vez eu a vi tão animada. Pegando o meu braço, ela me puxa o restante dos degraus a baixo. - Espera! Onde estamos indo?- Pergunto quase tropeçando em meus próprios pés. - Quero te apresentar a Jordan. E veja...- Ela aponta para um Mustang 1970 preto estacionado. -...ele trouxe o seu amigo Aiden.- Eu paro abruptamente a uns 50 metros do Mustang e falo. - Kim, você está louca? Você vai ir falar com ele aqui, em frente a escola onde todo mundo pode ver e contar pra sua mãe?- Cochicho em seu ouvido. - Claro, não tem problema Gwen. Vamos.- Ela tenta me puxar mas eu a impeço de andar. - Você pode ir, eu te espero aqui.- Ela me olha por um momento então acena e caminha em direção ao carro. Encostados no Mustang há dois caras, os dois são altos e fortes. Um tem cabelo preto e o outro é loiro. Não dá pra dizer muito mais sem chegar mais perto, mas o que eu posso dizer é que eles não parecem boa companhia. Terei que falar com Kim sobre isso.
Ela vai correndo e abraça o moreno então acho que esse é o Jordan e o loiro deve ser seu amigo, Aiden. Kim cumprimenta Aiden que apenas faz um leve movimento com a cabeça em resposta. Ele está encostado no carro com os pés cruzados um sobre o outro, uma mão no bolso de sua calça jeans e a outra segurando um cigarro que ele leva até a boca. Está com uma camisa preta e posso ver que ele tem algumas tatuagens no braço. Ele parece intimidador, muito intimidador e o pior...ele está me encarando. Olho nervosa para Kim, desejando que ela volte logo para que possamos ir para casa. Aiden dá um ultimo trago no cigarro então o joga no chão e pisa em cima com a bota. Ele fala alguma coisa e aponta com a cabeça pra mim. Kim se vira, olha pra mim e dá um sorriso travesso. Seguro a alça dá minha mochila com mais força. Justo quando estou pensando em ir embora sem ela, Kim caminha em minha direção. - Jordan quer me levar pra passear, ele disse que você pode vir se quiser.- Ela sorri como se não tivesse me convidando para entrar no carro com dois completos estranhos. - Você pirou de vez Kim? O que você vai dizer pra sua mãe?- Depois eu resolvo isso.- Kimberley Kyle, não se atreva a entrar naquele carro.- Eu ameaço. -Para de ser careta Gwen. Venha, vai ser divertido.- Ela se aproxima de mim e sussurra em tom conspiratório. – Eu acho que o Aiden gostou de você.Essa afirmação produz uma bola de empolgação em meu estômago. O que é besteira, afinal, o que me importa se esse cara gosta ou não de mim? - Eu não vou entrar naquele carro nem morta, nem você.- É claro que eu vou.- Kim diz decidida. - Tudo bem então, se você que ir vai, mas eu estou indo pra casa.- Ela me olha com um olhar frustrado. Acho que ela vai desistir da ideia mas ela dá de ombros e caminha novamente até os braços de Jordan. Eu a olho incrédula, ela realmente vai fazer isso. Kim e Jordan entram pelo lado do passageiro e Aiden desliza até o volante. Ele liga o carro e o motor do Mustang ronca potente. Antes de arrancar com o carro, Aiden me lança um ultimo olhar que estranhamente faz com que um onda de calor
percorra meu corpo. Eu o encaro de volta e não consigo desviar o olhar, é como se ele tivesse me hipnotizando. Finalmente ele quebra o contato visual e arranca com o carro. Eu observo o Mustang se afastar e torço pra que Kim não faça nenhuma maluquice como é seu costume. Alívio o aperto na alça da minha mochila e aguardo o motorista de mamãe vir me buscar. *** Liguei algumas vezes para o celular da Kim durante a tarde, só para checar se estava tudo bem com ela. Ela não me atendeu nenhuma vez. Fiquei preocupada, mas então me lembrei que eles estão saindo a algumas semanas e se ele quisesse fazer algum mal a ela, ele já teria feito. Mesmo assim, alivio me percorre quando eu recebo uma ligação de Kim. - Alô, Kim? Já está em casa?- Pergunto assim que atendo a chamada. - Hey Gwen. Eu já estou em casa, eu falei que não precisava se preocupar.- Você é minha melhor amiga então sim, eu me preocupo independente do que você diga.- Ah Gwen, foi tão divertido. Você deveria ter ido.- Eu acho que não.- Digo fazendo uma careta e me jogando na cama. - Ah, a propósito, se a minha mãe perguntar, eu passei a tarde com você.Eu solto ar pela boca exasperadamente. - Eu não vou servir de álibi, Kim.- Qual é Gwen, não foi cometido nenhum crime. Se a minha mãe perguntar é só dizer que fomos juntas no shopping.- Fico quieta e não a respondo. - Por favor Gwen. Estou fazendo cara de filhotinho.- Ela diz com uma voz melosa. - Não foi você que disse hoje mesmo, que isso não funciona?- Ela ri e começa a dizer por favor repetidamente até eu não aguentar mais. - Ok, ok. Se a sua mãe perguntar eu te cubro.- Valeu Gwen. Você é a melhor.- Eu sei.- Digo sorrindo. ***
Acordo de manhã e vou me preparar para a escola. Já é sexta feira, quatro dias já foram, agora só falta 176. Até que a semana passou rápido. Eu tive que ouvir Kim falando o quanto Jordan era perfeito a cada segundo do dia, mas tudo bem, ela estava tão feliz que eu não me importei muito. Tive que aturar Preston me seguindo igual a um cachorrinho mas também não me importei muito. Ele era uma ótima companhia e se não fosse pelo fato dele gostar de mim, acho que me sentiria muito mais confortável em passar meu tempo com ele. Ele podia facilmente ser meu melhor amigo. No final das aulas, Kim e eu estávamos caminhando pelo corredor para ir embora quando Preston me chama. - Hey Gwen.- Me viro e vejo ele andando rápido pelo corredor. - Hey Preston.- Ele para na minha frente e me dá um sorriso tímido. Ele esfrega as mãos na calça e isso claramente mostra que ele está mais nervoso do que o habitual. - Eu só queria saber se você, por acaso, não quer ir tomar um sorvete comigo...tipo, agora.- Ele me olha com esperança com seus olhos cinza. Eu abro a boca levemente, dou um olhar pra Kim que aparentemente está se divertindo com a situação. - Ann...sorvete parece legal.- Digo relutante. – Tudo bem, vamos.Preston abre um sorriso enorme que parece que vai separar a sua cara em duas. Olhando seu sorriso bobo e inocente não consigo evitar de sorrir também. Me despeço de Kim e vou caminhando até o carro de Preston. O motorista faz menção em abrir a porta mas Preston chega na sua frente e a abre pra mim. - Obrigada.- Eu digo entrando no carro. A caminho da sorveteria eu pego meu celular e ligo pra mamãe pra avisar que eu vou me atrasar. Quando eu digo com quem eu estou ela me tranquiliza e diz que eu posso demorar o tempo que quiser. Sério isso? A Sra. Cassidy não tem jeito mesmo. Depois de uma tarde agradável com Preston, ele me leva até a porta de casa. - Muito obrigada pela companhia e por me trazer em casa.- Digo colocando a mão na maçaneta. - De nada Gwen, é sempre um prazer estar com você. Eu me diverti muito.- Eu também.- Digo sinceramente. Ele se aproxima e me dá um beijo na bochecha.
- A gente se vê na escola.- Ele diz se afastando lentamente, ainda me olhando. Aceno com a mão e lhe dou um sorriso. Observo-o entrar no carro e partir. Estou no meu quarto escutando meu ipod quando sinto meu celular vibrar ao meu lado. Uma mensagem de Kim. KIM: Eai, já voltou do seu encontro com o Preston? Reviro os olhos, aquilo não foi um encontro. Será que ele achou que foi? GWEN: Não foi um encontro!! Nós somos só amigos!! Demora alguns segundos e eu obtenho uma resposta. KIM: Só se for da sua parte né Gwen! O Preston está louco pra entrar em suas calças hehe ele até que é gatinho ;) Rio lendo a mensagem. Kim sempre me pressionando a ter uma relação com o sexo oposto que seja mais que amizade. GWEN: Ele é, mas eu não estou interessada, se você quiser pode ficar com ele ;) Logo em seguida veio a resposta. KIM: Eu estou com o Jordan, esqueceu?? Sei que você não gosta dele, mas você nem quis conhece-lo. Você vai gostar dele depois que você o conhecer. Eu vou sair com ele hoje a noite, venha junto, vai ser divertido :D !!!! Depois de ler a mensagem eu disco o seu numero, quando ela atende eu solto. - Como assim você vai sair com o Jordan hoje?- Relaxa Gwen.- Mas e a sua mãe?- Tá tranquilo, eu disse que ia dormir na sua casa.Fico com raiva, ela nem ao menos me perguntou se podia me usar como álibi de novo. Não gosto de ter que mentir para a Sra Kyle, ela é tão legal comigo. - Kim, você devia ter falado comigo antes.- Eu não falei porque você é minha melhor amiga, e é pra isso que serve os amigos. Eu faria a mesma coisa por você...se você não fosse a filhinha do papai e tivesse medo de desobedecer os paisinhos, é claro.- Ela diz zombando de mim. - Ei, eu não sou filhinha do papai.-
- Qual é Gwen, você faz tudo que seus pais mandam. Você nunca teria coragem de sair escondido.Sem saber ao certo como responder isso, eu balbuciou – É claro que teria sim.Minha voz não convence nem a mim mesma. - Ah é?- Ela pergunta em tom de desafio. - Sim, eu só não faço porque eu prefiro ser uma boa filha, mas não significa que eu não tenho coragem se eu quisesse.- Digo. - Bom, então prove. Saia comigo e com o Jordan hoje.- Ela diz triunfante. - Não.- Arrá, viu? Eu tenho razão, você tem medo de seus pais descobrirem. Filhinha do papai.- Ela repete. - Não é isso, é só que... é que eu não quero ficar de vela enquanto você e Jordan namoram.- Não seja ridícula Gwen. Nós vamos nos encontrar com outras pessoas, você não vai ficar sozinha, eu prometo.- O que vocês estarão fazendo?- Pergunto. - Eu não tenho certeza, o Jordan disse que era um encontro V8.- E o que diabos é um “encontro V8”?- Eu não faço a mínima ideia.- Ela responde rindo. Fico em silêncio até que ela me perguntar – Então, você vai?- Não.- E logo acrescento. – E não é porque eu tenho medo, é só que eu não estou afim.- Kim bufa. - Como queira Srta. Boa Moça.Conversamos mais um pouco então eu a deixo ir se arrumar pra seu “encontro V8”, seja lá o que isso for. Lá por umas 21h30min recebo uma mensagem de Kim. KIM: GWEN!!! Você precisa vir pra cá agora, isso é demais!!! O Jordan disse que se você arrumar um jeito de vir pra cá, depois ele te leva pra casa. Se você mudar de ideia, aqui está o end. de onde nós estamos!! Bjosss, K.
Olho a mensagem incrédula, ela realmente espera que eu mude de ideia? Ela pode me esperar sentada por que daqui eu não saio. *** Faz uma hora que eu recebi a mensagem de Kim, estou tentando não pensar nela, mas estou falhando terrivelmente. O que ela me disse sobre eu ter medo e que eu preciso me divertir fica ecoando na minha cabeça. Eu realmente preciso sair, me divertir, conhecer novas pessoas. Que se dane. Pulo da cama e vou até o guarda roupa. Pego meu jeans, uma blusa e meu cardigã bege cheio de pequenos coraçõezinhos marrom. Calço minhas sapatilhas e prendo o meu cabelo em um rabo de cavalo alto e bagunçado e deixo a franja de lado. De maquiagem decido passar apenas rímel. Vou saindo do quarto mas paro de repente. Sei que é coisa de filme mas vou até a minha cama e coloco alguns travesseiros em baixo da coberta, arrumo pra que pareça o máximo possível com uma pessoa deitada. Agora sim. Vou caminhando pela casa na ponta dos pés. Quando finalmente estou fora de casa, solto a respiração que eu nem tinha percebido que estava prendendo. Chamo um taxi e dou o endereço que Kim me passou por mensagem. Pego meu celular e digito “estou a caminho” e envio. Uns 30 minutos depois o taxista para e me informa que chegamos. - Tem certeza que vai ficar aqui, moça?- Ele pergunta. Olho ao redor, estamos na parte antiga da cidade, todos os prédios são de no máximo três andares e estão com aparência de abandonados. A rua está deserta. Engulo em seco, certamente a Kim não teria me passado o endereço errado, não é? - É aqui mesmo?- Pergunto e o taxista acena com a cabeça. Pego o dinheiro e entrego, então respiro fundo e desço do carro. Assisto o taxi seguir reto e virar na esquina me deixando completamente sozinha. Que droga, onde está Kim? Onde está todo mundo? Me envolvo com meus braços e olho para todos os lados procurando algum sinal da minha amiga.
Escuto o motor de um carro e olho na direção, as luzes do farol não me permitem ver quem está dirigindo. O carro vem vindo em minha direção e vai parando conforme se aproxima. Meu coração está martelando no peito, quando o carro para alguns metros de mim eu já me preparo para correr. Quando as luzes do farol são desligadas eu respiro aliviada. Kim está descendo do lado do passageiro com um sorriso enorme no rosto. Jordan desce também e eu vou na direção deles. - Que bom que você decidiu vir, Gwen.- Kim diz dando pulinhos. Não digo nada, apenas sorrio. - Deixa eu te apresentar. Gwen esse é o Jordan e Jordan essa é a Gwen, a minha melhor amiga.Troco um cumprimento meio envergonhada com Jordan. Kim tinha razão quando disse que ele era um gato. Cabelos escuro, olhos verdes e um corpo forte e imponente. - Podemos ir, então?- Jordan pergunta. Vamos até o carro e eu confusa pergunto – Mas não é aqui o endereço?- Como você chegou aqui? De taxi?- Aceno pra Kim. – Esse foi só o ponto de encontro, eu não podia te dar o verdadeiro endereço. Imagina você chegando lá de taxi?- Ela e Jordan riem. - Mas o que tem eu chegar de taxi?- Pergunto curiosa. - É uma festinha...digamos secreta. Ninguém além de nós pode saber, entendeu?Queria fazer muitas perguntas mas me abstive e apenas disse – Tudo bem.-
Capítulo 3 O encontro V8 Jordan está nos levando em direção ao Porto. Olho pelas janelas atenta a qualquer sinal de vida mas parece que somos os únicos por aqui. O carro anda mais uns 300 metros e eu começo a ver uma certa movimentação a frente. Jordan para o carro e nós descemos. Olho em volta e vejo que deve ter umas 150 pessoas por aqui. Há um fluxo grande de pessoas pra lá e pra cá, todas com alguma bebida na mão. As meninas estão embaladas a vácuo praticamente.
Vestidos, saias, blusinhas, tudo curto e muito justo. Olho a roupa de Kim, que eu não havia reparado antes e, até ela esta vestida a caráter, com uma saia curta e um top. Me sinto um peixe fora d’agua em meus jeans e cardigã. Era isso? Uma festa numa rua deserta? O que de especial e secreto tem nisso? Jordan e Kim vão se infiltrando no meio das pessoas e eu vou junto, sentindo os olhares analisadores de todos. Está na cara que eu sou carne nova no pedaço. Paramos de andar de repente e eu vejo do que todos estavam em volta. No centro do aglomerado de pessoas, estão cinco carros. Olho pra cada carro e percebo que encostado no capô de cada um tem um homem com varias garotas seminuas a tira colo, a atitude dos caras é como se estivessem dizendo “Olhe a minha máquina. Olhe as minhas garotas. Eu sou foda”. Tenho a impressão que esses caras são os maiorais desse “encontro.” Meu coração dá um salto quando eu percebo que um dos cinco carros é um Mustang idêntico aquele em que o Jordan apareceu na escola no começo da semana. Será que isso significa que Aiden está aqui? Penso que é muito provável. E porque eu estou tão animada com a possibilidade de vê-lo? Procuro por ele perto do Mustang e percebo que ele deve estar encostado no capô do carro igual aos outros quatro, mas eu realmente não posso ter certeza porque literalmente deve ter umas 15 garotas cercando a frente do carro. Continuo olhando pra tentar ver se é realmente ele quem está ali ou se é outra pessoa, obtenho minha resposta quando Jordan assovia e grita - Hey Aiden!- Algumas mulheres saem do caminho e agora eu posso vê-lo perfeitamente. Ele está com duas garotas, uma em cada lado, suas mãos em suas cintura. Ele acena pra Jordan e Kim, que está enroscada em sua cintura. Quando seu olhar passa por mim vejo uma expressão de reconhecimento. Ele retira rapidamente seus braços da cintura das duas mulheres e caminha em nossa direção com um olhar baixo, eu diria predatório até. Ele para na nossa frente, emanando uma aura intensa e densa que me deixa inquieta. Cruzo meus braços no peito de uma forma protetora e olho para todos os lados, menos em sua direção. - Jordan. Kim.- Ele diz e sua voz manda uma onda de arrepio através do meu corpo. Ainda não fui capaz de olha-lo nos olhos. - Aiden, essa é a Gwendolyn. - Kim me apresenta. – Gwen, esse é o Aiden.- Sou obrigada a levantar o olhar. Malditas regras de convívio social.
Quando localizo seu olhar é tipo...uau. Seus olhos são os mais lindos olhos que eu já vi. Azuis e intensos. Seus olhos brilham com malícia e sua boca levanta devagar, ele começa a rir baixinho, sua risada aumenta e vira uma gargalhada. Fico sem intender nada, será que eu fiquei tão hipnotizada por seu olhar que perdi alguma coisa? Quando ele finalmente para, ele me encara com um ar divertido. - Porque seus pais te odeiam tanto?- Ele pergunta sorrindo. Escuto Kim e Jordan dando uma risadinha. Fico furiosa por eles estarem rindo de mim. Cruzo com mais força os braços e faço uma carranca. - Meus pais não me odeiam. Esse é o nome da minha avó, e eles queriam fazer uma homenagem.- Acho que não foi uma boa ideia contar sobre a minha avó, porque isso só fez eles rirem mais. – Faz sentido agora.- Ele diz. - Acho melhor te chamar só de Gwen, se eu não quiser gargalhar até morrer toda vez que falar com você.- Deixa ela em paz cara.- Jordan diz mas eu percebo que ele também está se divertindo as minhas custas. - Ok, não falo mais nada. Mil perdões por rir do seu nome Gwendolyn.- Ele diz e tenta segurar o riso. Lanço um olhar de desprezo em sua direção, mas parece que o fato de ele ter conseguido me irritar só o está divertindo ainda mais. Passando a mão pelo cabelo ele começa uma conversa com Jordan. Mesmo com a raiva que eu estou dele por ter rido de mim, não consigo parar de olhar para seu perfil enquanto conversa. Ele é tão perfeito, os cabelos loiros não são nem compridos demais nem curtos demais, seus olhos azuis, seu nariz, sua boca, seu queixo, o formato do seu rosto. Ele tem traços fortes, traços de homem e não de menino como os de Preston. E sua voz é tão sexy que meu corpo se eriça toda vez que ele fala. - Eu tenho que voltar pro meu bebê.- Ele aponta o carro. - A gente se vê depois.Ele diz olhando nós três. Ele dá três passos em direção ao seu carro então se vira e me encara com um sorriso no canto dos lábios. - A propósito, gostei do suéter...coração.-
Olho para suas costas enquanto ele se afasta – É um cardigã, seu idiota.Grito sem saber o que mais responder. *** Kim e Jordan só tem olhos...e bocas um pro outro, então aqui estou eu, completamente deslocada e ignorada. Olho pros lados procurando alguma pessoa com quem eu possa começar uma conversa, porque definitivamente eu não vim até aqui pra ficar sozinha. Infelizmente, todos parecem tão envolvidos em suas próprias conversas, acho que aqui funciona daquele jeito; você tem que ser apresentado para os outros por alguém do próprio grupo, você não pode simplesmente chegar em alguém e dizer “Oi, vamos ser amigos?”. Então minha única opção é continuar sozinha e com cara de paisagem. Pelo menos eu vou ficar com cara de paisagem ali no outro canto, onde eu não possa ver a língua de Jordan sendo enfiada na boca da minha melhor amiga. Sério, eles deveriam arrumar um quarto. Mas aqui, as demonstrações públicas de afeto não parecem constranger mais ninguém além de mim. Cara, esse realmente não é o meu lugar. Me afasto do casalzinho pegação e vou caminhando até o local onde eu vejo algumas pessoas pegando bebidas. Estou morrendo de sede. Procuro por água ou refrigerante mas é claro que só tem cerveja e outras bebidas com álcool. Decido pegar uma cerveja, eu nunca experimentei, vai que é bom. Mas primeiro eu preciso descobrir como abrir essa garrafa, sem um abridor. Observo algumas pessoas passando, pegando uma garrafa e abrindo com a mão. Tento imita-las, sem sucesso. - Maldita garrafa.- Amaldiçoou baixinho. - Ela realmente não tem culpa.- Me viro em direção ao dono daquela voz grave e poderosa. Um cara alto, de cabelos negros e olhos castanhos está me encarando com um sorriso brincalhão. Ele tem um cavanhaque levemente comprido que em outra pessoa eu acharia estranho, mas nele combina. - Amaldiçoar não vai fazer ela abrir, sabe.- Ele aponta pra garrafa e então com um movimento rápido ele a pega da minha mão. Facilmente ele abre a tampa e me entrega a cerveja. - Prontinho.- Ele me diz sorrindo amavelmente. - Obrigada.- Respondo olhando pro chão.
Você alguma vez já deve ter feito isso, não é? Olhar o chão para disfarçar a timidez. Bom, eu faço isso o tempo todo, porque basicamente qualquer contato com pessoas que eu não conheço me deixam terrivelmente nervosa e tímida. A culpa não é minha, eu fui privada do convívio frequente com pessoas da minha idade, praticamente a minha infância inteira, então eu não desenvolvi a habilidade de interação social com completos desconhecidos. - De nada.- Ele diz se afastando pra pegar uma cerveja para ele mesmo. - Essa é a sua primeira vez aqui.- Não foi uma pergunta. - Qual foi a sua dica?- Tento brincar pra descontrair. - Acho que o suéter de coraçãozinho?- Pergunta de forma brincalhona. Eu coro com a sua menção a minha roupa, porque realmente em comparação com o modo de vestir de todos aqui, eu estou destoando e isso me faz muito desconfortável. Apesar que agora ninguém mais está reparando em mim, estão todos preocupados demais em se divertir. - Não precisa ficar com vergonha, eu achei ele uma graça...e você também.- Ele diz e então da um gole em sua cerveja. - Acho que eu não fiz de todo mal em vir vestida assim, você é a segunda pessoa que elogia meu suéter de coração.- Achei que corrigi-lo dizendo cardigã seria desnecessário. - Quem mais te elogiou?- Um amigo do namorado da minha amiga.- Eu dou um sorrisinho. - E quem seria o amigo, o namorado e a sua amiga?- Ele pergunta tomando mais um gole. - A minha amiga é a Kim, acho que é a primeira vez dela aqui também. O seu namorado é o Jordan e o amigo dele é o...- Aiden.- Ele termina a frase por mim. Ele diz o nome dele como se tivesse um gosto amargo na boca. - Sim. Você conhece ele?- Fico curiosa. - Infelizmente, conheço.- Ele diz e parece tenso. - Infelizmente, não é? Parece que você não é muito fã dele.- Comento. - Não...nem um pouco.- Ele diz com o maxilar apertado. Dou o primeiro gole na minha cerveja pra tentar disfarçar o silêncio embaraçoso.
Urgh! Que gosto horrível, tendo disfarçar uma careta. Porque as pessoas bebem isso mesmo? - De qualquer forma...eu não me apresentei, eu sou o Ace.- Ele me estende a mão. - Gwen, muito prazer.- Digo apertando sua mão. - Então Gwen, você quer ser a minha mascote?- Ele pergunta tranquilamente. Me engasgo com a cerveja. Ela tem um goste horrível mas não dá evitar beber. Annn, agora sei porque as pessoas bebem isso... Vendo minha reação ele diz - Desculpa, esqueci que você é nova aqui.- Ele está balançando a cabeça. – Todos os corredores levam uma garota no carro, durante a corrida. São as mascotes.Então minha ficha cai. Puta que pariu!!! Eu estou em um racha? Que merda. Eu devia ter percebido; garotas seminuas, meninos exibindo seus carrões, todo esse ar de segredo com relação a esse encontro. V8, agora eu entendi, é por causo do motor. Nossa, como eu sou burra. E eu que já assisti todos os Velozes e Furiosos. Enquanto recrimino a minha idiotice, Ace está esperando uma resposta. O que eu digo? Não? Abro a minha boca mas não sei como dizer; não, muito obrigada mas eu não quero estar dentro do seu carro quando você estiver correndo como louco. - Então, você vai ser a minha mascote hoje a noite, princesa?- Ele diz isso e esfrega suavemente o polegar na minha bochecha. - Ela não vai ser nada sua, Ace.- Eu reconheço essa voz, só tem uma pessoa até agora que é capaz de provocar essa reação que o meu corpo acabou de ter. E apenas com palavras, Jesus. E se ele me tocasse? Eu viraria gelatina com certeza. Ace se vira e Aiden o olha como se quisesse abrir um buraco em sua cabeça, apenas com o olhar. - Acho que isso é com a Gwen, não é princesa?- Ele pergunta se virando pra mim. Eu abro a boca pra responder mas Aiden me corta. - Ela não vai fazer isso...- Diz pra Ace. - ...você não vai fazer isso, Gwen.- Ele me olha com raiva. Quem ele pensa que é pra me dizer o que eu posso e o que eu não posso fazer? Eu já tenho o suficiente disso em casa, e apesar de que a idéia de correr com Ace me embrulhe o estômago eu me pego dizendo:
- Eu faço o que eu quiser Aiden.- Fuzilo ele com o olhar e depois me volto para Ace. – Eu adoraria ser a sua mascote.- Sorrio amavelmente. Ace abre um sorriso lento de vitória, então fica ao meu lado e encara Aiden. - Você ouviu a princesa. Agora se manda.- Ele faz sinal com a cabeça. Se aproximando mais, Aiden diz - Só por cima do meu cadáver você vai leva-la.Fúria é perceptível em sua voz. Não consigo entender qual é o seu problema. - Isso pode ser arranjado.- Ace diz tão friamente que um arrepio percorre minha espinha. - Se você quer correr você pode vir comigo.- Aiden me diz ainda encarando Ace, sem nunca desviar o olhar. Até parece que eu vou com esse idiota. - Eu prefiro ficar com o Ace.- Eu digo petulantemente. - Você nem conhece o cara, Gwen.- Eles ainda estão se encarando. Tenho impressão que estou diante de um combate. Aiden e Ace realmente não gostam nada um do outro, é mais do que antipatia ou competição masculina. Eles se odeiam. - E dai? Eu mal conheço você também.- Nessa hora ele desvia o seu olhar pra mim e eu me encolho um pouco. Parece que ele quer me estrangular. - Eu não vou permitir que você corra com ele. Agora venha comigo.- Ele agarra meu pulso mas eu puxo meu braço e me solto do seu aperto. - Ela não quer ir com você Aiden. Ela quer ficar comigo.- Cala boca.- Ele praticamente cospe as palavras pra Ace. - Você quer fazer isso da maneira fácil ou da maneira difícil?- Ele me pergunta erguendo uma sobrancelha e isso é sexy pra caramba. Quando eu não digo nada ele agarra meu pulso de novo e eu repito meu movimento de fuga. Ele me olha desafiadoramente, coloca as mãos na cintura e dá um suspiro. - Do jeito difícil então.Antes que eu perceba o que ele está fazendo, eu estou sendo jogada contra suas costas. Uma de suas mãos está me segurando pela coxa e a outra está espalmada em minhas costas. Ele começa a andar pra longe. - Aiden me coloque no chão agora.-
Ele não o faz. - Me solta seu idiota.- Grito e esmurro as suas costas. Ele continua andando despreocupadamente e parece não ligar para os olhos curiosos que nos seguem. Olho pra Ace procurando por ajuda mas ele continua no lugar, olhando Aiden como se realmente quisesse mata-lo. Continuo batendo em suas costas e gritando para que me solte mas Aiden fingi não me ouvir. Ele nem parece estar fazendo esforço, não que eu seja super pesada, mas ele me levantou como seu eu fosse um saco de penas e agora está me carregando aparentemente sem nenhum esforço. Desisto e apenas espero que ele me leve aonde ele me quer, minhas mãos soltas em suas costas, quase encostando em sua bunda. Bom, já que eu estou aqui eu posso muito bem apreciar a vista. Aiden abre a porta do seu carro comigo ainda em seu ombro, então me joga no lado do passageiro. Caio sobre o banco de couro preto. - Seu idiota, não pense que...Ele bate a porta na minha cara me cortando, rindo dá a volta no carro. Quando ele entra eu grito. - Seu filho da mãe, quem você pensa que é? Isso não vai ficar assim.- Estou tão furiosa com ele que eu podia mata-lo. Ele está rindo e isso me deixa mais furiosa ainda. - O que é tão engraçado?- Você.- Ele me olha nos olhos. – Você fica uma gracinha com raiva, sabia?Eu bufo e coloco a mão na maçaneta da porta, me preparando pra sair. - É melhor você não fazer isso.- E porque não?- Pergunto ainda muito brava com ele. - Porque a corrida já vai começar.- Ele diz e escuto o motor do carro ganhando vida. Olho pros lados e vejo que os outros motoristas também estão se preparando. - Eu não vou correr com você.- Eu grito. - Você não estava ansiosa pra ser uma mascote?-
- Mas não a sua mascote, seu idiota.Ele coloca a mão no coração e fingi sentir dor. - Ai meu coração! Essa doeu, Gwen. Porque você aceita ser a mascote daquele pedaço de merda e não minha?- Seu idiota, eu não ia ser mascote de ninguém. Eu só falei aquilo porque eu não gostei de você me dizendo o que fazer.Ele parece aliviado de saber que eu não iria realmente correr com Ace. Ele começa a manobrar o carro pra ficar na posição. - Eu vou sair, eu não estou a fim de morrer hoje.- Digo e abro uma fresta da porta quando ele segura meu braço, se inclina e fecha a porta. - Não. Você vai vir comigo.- Ele não notou ainda que eu não gosto que ele me diga o que fazer? Eu acho que ele notou e é justamente por isso que ele faz, pra me provocar. - O inferno que eu vou.- Digo. - Sabe, pra alguém que estuda em uma escola católica, você tem uma boca bem suja.Eu bufo. Incrível como esse cara tem o dom de me tirar do sério. Ele é tão irritante e... gostoso. Droga, tenho de parar de pensar nele desse jeito. - Não precisa ter medo, coração. Hoje não vai ser ponto a ponto, esse é perigoso. Hoje nós só vamos correr até aquele ponto ali na frente, está vendo?- Ele aponta pra frente.- Então fazemos a volta, o primeiro a voltar aqui, vence.Vejo que tem um cara na frente dos carros falando alguma coisa, então ele passa de carro em carro. Quando chega no nosso, Aiden abre a janela e tira um bolo de dinheiro da jaqueta e entrega ao homem. Uma garota caminha na frente dos carros e para entre dois deles. Ela faz um sinal com as mãos e uma sinfonia de roncos de motores começa. Aiden começa a acelerar assim como os outros competidores. Estão se provocando. Observo seu perfil apenas iluminado pela luz amarela do poste. Ele não parece tenso ou nervoso, apenas concentrado. Sua mão aperta firmemente o volante. Lá fora, a pequena multidão solta gritos de incentivos aos seus corredores preferidos. Os nomes que eu mais consigo distinguir são os de Ace e Aiden. A mulher faz outro sinal e eles aceleram mais.
- Não acredito que eu estou fazendo isso.- Meu coração está tão acelerado que acho que ele vai saltar fora do meu peito. Então a mulher faz o ultimo sinal e Aiden arranca em uma velocidade impressionante. Minhas costas se chocam contra o banco e eu me agarro a ele como se a minha vida dependesse disso. Acho que teria sido mais inteligente ter colocado o cinto de segurança. Olho pros lados e percebo que deixamos os outros pra trás. Aiden deve ter modificado o motor do carro, ele corre muito. Percebo com a minha visão periférica que um carro se aproxima pelo meu lado. Olho e vejo Ace no volante, seu olhar compenetrado a sua frente. Ele está lado a lado conosco, Aiden dá uma rápida olhada para o carro de Ace e então troca rapidamente a marcha, exigindo mais do carro, o motor ruge pelo esforço. Meu coração está a mil, ouço a pulsação em meus ouvidos. Adrenalina percorre o meu corpo. Aiden habilidosamente faz uma curva, perdendo o mínimo possível de velocidade durante o processo. Agora estamos voltando pelo caminho em que viemos, e nós somos os primeiros. Nós vamos vencer. Não sei quando o medo deu lugar a excitação, mas eu realmente estou ficando animada com isso. Sinto a adrenalina percorrendo todo o meu corpo e a sensação é maravilhosa, é indescritível. Me viro e vejo um carro logo atrás de nós. - Mais rápido, ele está logo atrás de nós.- Eu grito. Aiden vai trocando de marcha e parece que ele está fazendo isso certo, porque estamos deixando os outros comendo poeira. Passamos a linha imaginária e freamos. Nós vencemos. Não acredito nisso. Eu participei de um racha e venci. Quer dizer, Aiden venceu, ele fez tudo sozinho mas mesmo assim... Ele bate os punhos no volante em vitória. - Você conseguiu.- Eu digo, minha voz é uma mistura de espanto e animação. Ele me olha e dá um sorriso que literalmente me deixa sem fôlego. Sinto meu coração batendo fortemente contra meu peito e suspeito que não tenha nada a ver com a adrenalina.
Nesse momento várias pessoas cercam o carro e arrancam Aiden de dentro. Não tenho certeza que eu consiga ficar em pé mas arrisco. Saio do carro também e vejo Kim vindo em minha direção. - Ai.Meu.Deus! Gwen, não acredito que você acabou de fazer isso.- Ela me diz me abraçando. - Nem eu, Kim- Sinto a adrenalina fluindo para fora do meu corpo, meu coração lentamente voltando ao normal. Cara, eu amo adrenalina. Ela não só faz você se sentir bem durante, mas também depois. Mesmo agora, estou me sentindo tão bem, tão relaxada. Tão viva. Kim é a única me dando atenção, o resto das pessoas estão bajulando o campeão da noite. Olho pra Aiden a tempo de ver uma loira se jogando em cima dele e o beijando na boca. A sensação boa vai embora na hora, sinto um mal estar. Me recuso a olhar mais e saio dali, uma Kim confusa me segue pra fora daquele amontoado de corpos. Não entendo o porque eu estou me sentindo mal por ver Aiden beijando aquela garota, ele provavelmente faz isso toda hora, e aposto que faz muito mais também. Ouch. Não devia ter pensado sobre isso, meu estômago embrulha e me sinto nauseada. Meu corpo me trai. Quando estou perto dele, quando escuto sua voz sedutora, meu corpo reage como seu eu fosse uma adolescente cheia de hormônios. Ok, ok eu sou uma adolescente cheia de hormônios, mas essa reação do meu corpo não pode ser normal nem pros adolescentes. É simplesmente muito forte, muito intenso. Nunca ninguém foi capaz de provocar isso em mim. E agora, ao vê-lo com outra garota, sinto como se estivesse doente. E de pensar nas muitas outras garotas que ele deve ter tido no passado, me sinto pior. Não faz sentido. Eu nem o conhecia até uma semana atrás, essa é a segunda vez que eu o vejo. Não é da minha conta quem ele beijou ou vai beijar. Eu não devia me importar. Mas eu o faço. Mas que merda é essa que está acontecendo comigo?
Capítulo 4 Por Pouco - Você está bem Gwen? Você está meio verde.- Kim me diz com preocupação em seu olhar.
- Estou bem. Foi só a adrenalina.- Ainda bem que tenho essa desculpa. Jordan se aproxima de nós juntamente com o beijoqueiro. Kim continua falando toda empolgado por eu ter participado do racha. - Foi tão emocionante de assistir, imagina pra você que participou! Deve ter sido muito emocionante.- Ela parecia mais animada pelo fato do que eu mesma. - Hey Kim Possible.- Jordan se aproxima da namorada. Eu torço o nariz com o apelido carinhoso. Não quero nem saber porque ele a chama assim, espero que seja só porque o seu nome é igual ao da garota do desenho. - Hey amor.- Ela se aconchega em seus braços. – A Gwen foi ou não foi corajosa?Acho que ela está orgulhosa por eu ter feio algo assim. Ela não deve ter visto o Aiden me carregando e me obrigando a correr com ele. Vou deixar ela pensando que eu fiz de livre e espontânea vontade. Meio que foi, quer dizer, ele não apontou uma arma pra minha cabeça nem nada...e até que eu me diverti, mas é claro que eu não vou admitir isso pro Aiden. - Realmente. Sua primeira vez no encontro, e eu acredito que é a sua primeira vez em qualquer encontro desse tipo, e já é mascote. Parabéns Gwen.- Jordan me parabeniza. - Obrigada.- Ela não ficou com medo porque eu sou um ótimo motorista.- Aiden entra na conversa. - Contra isso eu não posso discutir, cara.- Jordan diz. - Eu te disse que você precisava viver mais, não disse Gwen? Aposto que isso foi mais divertido do que tomar sorvete com o Preston.- Ela ri. Aiden faz uma carranca. - Quem é Preston?- Ele pergunta. - Ninguém.- Eu rapidamente digo. - É só um carinha que é louco pela Gwen. Acho que se ela pedisse pra ele saltar de uma ponte, ele não pensaria duas vezes.- Kim diz. - Não é assim, nós somos amigos.- Digo, um pouco irritada pela Kim estar falando sobre isso na frente dos caras. - Ele está louco pra chegar na terceira base com você Gwen. Amizade só se for com benefícios.- Ela diz maliciosamente.
Aiden ri. – Bom , ele vai ter que fazer melhor que isso. Sorvete? Sério? Quantos anos ele tem? Doze?- Ele diz e todos riem, menos eu. - Preston é um cara muito legal, e eu me diverti muito naquele dia. E eu amo sorvete, então se ele quer algo mais está indo pelo caminho certo.- Isso que eu acabei de dizer soa tão estupido, mas me sinto impelida a dizer algo para defendelo, ele é tão legal comigo e ele nem está aqui pra se defender Kim e Jordan riem do meu comentário. Aiden dá um sorriso sem humor nenhum e me encara. Fico desconfortável e desvio meu olhar pro chão. - Eu quero te apresentar a uns amigos.- Jordan de repente diz puxando a Kim com ele em direção a um grupo de pessoas. Ficamos só Aiden e eu. Vou busca outra bebida, não porque eu esteja com sede mas porque não quero ficar perto dele, principalmente sozinha. Não adianta muito, sinto ele logo atrás de mim, me seguindo. - Porque está me seguindo? Você não tem alguma loira peituda pra ir beijar?- Não consegui evitar, com certeza ele percebeu a acidez em minha voz. Ele se coloca na minha frente me impedindo de passar. - Porque? Está com ciúmes?- Ele levanta a sobrancelha naquele movimento que eu acho muito sexy. Forço um risada. – Claro que não.- Pois eu acho que você está.- Ele diz chegando mais perto. - Não diga besteira.- Digo revirando os olhos. Ele se aproxima mais, seu corpo encostando com o meu. Essa proximidade deixa meu corpo todo em alerta, e uma parte em especial, uma parte que ninguém jamais tocou, além de mim mesma. O calor do seu corpo parece tão acolhedor que me dá vontade de puxa-lo em um abraço. Quero senti-lo mais próximo, seus braços em volta de mim. Ele aproxima a sua boca da minha orelha. – Mentirosa.A essa altura eu já perdi completamente a minha capacidade de falar, então apenas balanço a cabeça em negação. - Mentirosa sim. Você está sendo uma menina má, Gwen.-
Meu Santo Deus. Ele me dizendo isso com essa voz sexy que ele tem já seria muito, mas sussurrando assim no meu ouvido, é simplesmente...demais. Acho que estou prestes a desmoronar quando escuto várias pessoas começarem a gritar. – Policia!Eu acordo do meu transe ao ouvir essa palavra e olho assustada para Aiden. - Caralho.- Ele xinga. Ele pega minha mão e me puxa com ele pelo meio das pessoas correndo. - Venha comigo. Não solte minha mão.- Ele grita Escuto as sirenas e vejo as pessoas correndo, estou tão atordoada que apenas permito que Aiden me puxe e me leve com ele. Quando me dou conta, ele está me colocando dentro do seu carro. Ele entra correndo e da partida na ignição. - É Kim e Jordan? Temos que pega-los.- Digo desesperada depois de escutar o disparo de um tiro, depois vem outro, e outro. Deus, ele estão atirando nas pessoas! Balas de borracha provavelmente, mas mesmo assim é aterrorizante. - Não temos tempo.- ele diz acelerando – eles vão ficar bem. Jordan vai cuidar da Kim.Por sorte, no meio de tantas pessoas fugindo a pé e em seus carros, nenhum policial nos seguiu. Já participei de um racha, uma perseguição policial seria emoção demais pra um dia. Aiden parece não relaxar por não estarmos sendo seguidos, ele continua acelerando. Indo cada vez mais longe de onde estávamos e cada vez mais longe da direção onde esta minha casa. Finalmente depois de dirigir por alguns minutos, ele para o carro perto de uma árvore em uma estrada de um bairro residencial. Todas as luzes das casas estão apagadas e depois que ele desliga o carro e os faróis apagam, as únicas luzes que nos impedem de ficarmos na escuridão total, são as fracas luzes amareladas nos poucos postes na rua. Ele respira fundo e passa a mal pelo cabelo. - Essa foi por pouco.- Ele diz. Eu não digo nada e ele me encara.
- Você está bem, Gwen? Está machucada?- A preocupação na sua voz é quase tangível. - Não, eu estou bem. Com medo como o inferno, mas bem.- Ele sorri aliviado. - Primeiro racha da sua vida, primeira vez como mascote e primeira vez fugindo da policia. Que noite deve estar sendo pra você.- Eu aceno. - Bom, pelo menos eu espero que seja a primeira vez que você foge da policia.Ele diz e sorri. - Primeira e última, eu espero.- Eu digo. Ficamos uns dez minutos em silêncio, não um silêncio desconfortável, mas ambos precisamos nos recuperar do susto. Agora minha respiração e meus batimentos cardíacos estão de volta ao normal. Essa noite com certeza não será algo que eu vou esquecer. Nunca. - Talvez seja melhor nós voltarmos agora.- Ele diz quebrando o silêncio. - Acho que é melhor mesmo.- Concordo. - Porque sabe...eu tenho uma loira peituda me esperando, e eu mal posso esperar pra colocar a minha língua em sua garganta.- Ele está rindo, eu o olho e reviro os olhos. - Que seja.- Estou brincando, Gwen. Não tem loira, morena ou ruiva. Não tem ninguém.- Ele diz sério. Olho em seus profundos olhos azuis. - E aquela loira que você beijou na linha de chegada?- Não consigo evitar o tom de acusação na minha voz. - Primeiro: Ela me beijou, não o contrário. Segundo: Eu nem conheço ela. Esse tipo de coisa sempre acontece, se você ganha então um monte de mulher cai em cima de você. Na próxima vez, se você perde, elas não pensam duas vezes antes de te dar um belo chute na bunda e ir fazer a próxima vitima. Você acha mesmo que eu iria querer alguma coisa com elas?- Tanto faz, isso não me importa.- Digo, torcendo pra que ele mude de assunto. - Mesmo?- Ele pergunta me olhando nos olhos sem hesitação. - Mesmo.- Respondo. - Então você não se importa com quem eu beijo?- Ele pergunta divertido.
- Nem um pouco. Por mim você pode beijar quem você quiser.- Digo dando de ombros. - Quem eu quiser?- Me pergunta, seus olhos estão em chamas. - Quem você quiser, eu não me importo.- Ótimo.- Ele diz com um sorriso enorme e malicioso. Então, antes que eu assimile qualquer coisa, sinto sua mão em minha nuca me puxando em sua direção. Meus lábios são esmagados pelo seus. Eles são macios e suaves. Por um momento ele apenas permanece assim, com seus lábios encostados ao meu. Mas então ele começa com movimentos suaves, tentando me forçar a abrir a boca. Eu resisto bravamente. Seu cheiro é inebriante, é maravilhoso. Não sei se é seu perfume ou seu cheiro natural, mas é divino. Percebendo minha relutância em beija-lo de volta, ele acaricia meu lábio inferior levemente com sua língua, fazendo todo o contorno do meu lábio com sua língua. Me provocando. Me instigando. Me desafiando a resistir. Ele mordisca de leve meu lábio e depois chupa. Eu tenho que resistir. Eu quero querer resistir. Mas ao invés disso, abro minha boca dando-lhe livre acesso. Eu não vou resistir, isso está tão gostoso. Ele é gostoso, a sensação de sua boca na minha é gostoso. A sensação de sua língua provando e brincando com a minha é gostoso. A sensação é tão boa e tão plena, que um leve gemido me escapa por entre os lábios. Fico envergonhada que Aiden tenha escutado, que ele saiba que eu sou tão inocente e sem experiência que apenas com um beijo, estou gemendo. Não que eu nunca tenha sido beijada antes, mas eu nunca fui dessa forma. Ele não está sendo gentil, talvez no começo, quando ele estava testando o território. Mas agora, seu beijo é feroz, cheio de desejo e paixão. Um beijo que reflete os meus próprios sentimentos. Ao me ouvir gemer de novo, Aiden aprofunda o beijo, tornando-o mais desesperado. Ainda com sua mão em minha nuca, me impedindo de recuar. Ele me puxa pra mais perto, envolve minha coxa com sua outra mão e com um movimento rápido, me conduz para seu colo.
Posiciono minha perna ao lado da sua coxa esquerda e a outra ao lado de sua coxa direita, hesitantemente me sento em seu colo. Oh meu Deus. Sinto algo duro sob seu jeans. Se eu tinha qualquer duvida sobre como eu o faço sentir, aqui está a resposta. Sim, ele me deseja. E eu o desejo-o, tão forte que sinto minha barriga doer e o meio das minhas pernas latejar. Suas mãos agora estão viajando pelas minhas costas, por meu cabelo, minhas coxas...Ele as move freneticamente, nunca parando muito tempo em um só lugar, como se quisesse memorizar todas as curvas do meu corpo. Sinto essa necessidade gritante de fazer pressão no meio das minhas pernas, então começo a me esfregar contra a saliência na calça de Aiden. Esfrego para frente e para trás, aplicando a pressão necessária para me deixar em chamas. Foi a vez de Aiden de gemer, foi um gemido de puro desejo, feroz, gutural, quase animalesco. Continuo me esfregando nele e devorando sua boca, e deixando que ele devore a minha. Tenho certeza que quando terminar aqui os meus lábios estarão roxos. Ele segura meu quadril me impedindo de continuar com o movimento que estava levando ambos a loucura. Ele para o beijo e me encara com um olhar repleto de luxuria, e eu sei que deve estar lhe custando muito do seu auto controle para não retomar nossas caricias. - Eu te quero tanto, Gwen. Você não tem idéia do quanto.- Ele esta ofegante depois do nosso beijo selvagem. - Ou melhor, acho que você tem um pouco de noção do quanto eu te quero agora...- Ele diz olhando pra baixo, para a saliência em sua calça e que agora está enorme, parecendo pronta para rasgar o seu caminho para fora da calça de Aiden. Nós dois rimos de sua observação. -Mas não quero ter você assim, no meu carro.- Ele fecha os olhos e inclina a cabeça para trás, apoiando-a no banco. - Eu quero você desde daquele dia que eu te vi pela primeira vez, na sua escola. Quando eu te vi aquele dia...no momento que eu coloquei meus olhos em você, eu sabia que eu precisava te ter. Eu senti, no fundo do meu coração, que não ter você não era uma opção. E vou admitir, isso me assustou como o inferno. Eu nunca senti essa conexão, esse desejo por ninguém antes. Nunca.- Ele abre os olhos e me encara, analisando minha reação as suas palavras.
Eu realmente não sei o que dizer. Agora que o fogo da paixão se acalmou, a intensidade do que acabou de acontecer me dá um tapa na cara. Que tipo de garota se esfrega contra a ereção de um cara que acabou de conhecer? Sim, isso mesmo, uma vadia. Acontece que eu não sou e nem quero parecer ser uma vadia. Sinto o constrangimento me dominar, tento me desvencilhar dos braços e do colo de Aiden, mas assim que ele percebe que eu pretendo me afastar ele me segura com mais força contra seu corpo. - Eu te assustei, não é? Desculpa coração, não era a minha intenção.- Ele coloca a mão na minha bochecha e faz carinho com seu polegar. -É só que eu precisava ser claro com relação a como eu me sinto, porque...- Ele coloca a outra mão no outro lado do meu rosto e me segura firmemente. -...eu sempre consigo o que eu quero, e eu quero você Gwen. Eu não vou te perguntar se você me quer, porque isso sinceramente não vai fazer diferença nenhuma. Você é minha.- O tom possesivo em sua voz quando ele disse “minha” me dá calafrios, uma pontinha de medo e uma imensa sensação de satisfação e euforia. O fato dele dizer que eu não tenho escolha nesse assunto que influência diretamente minha vida, deveria me deixar furiosa, mas a verdade é que me sinto aliviada. É como se minha consciência pensasse, que já como eu não tenho escolha, não adianta lutar contra e nem ficar pensando nas consequências. É só me jogar de cabeça. Mas, será mesmo? Quer dizer, até uma hora atrás eu estava pronta para pular na jugular de Aiden e estraçalha-lo, mas agora, depois de seus toques e suas palavras quentes e determinadas... Ele pega um punhado do meu cabelo e puxa, expondo meu pescoço, não chegou a ser doloroso e sim sexy. Ele começa a depositar carinhosos e suaves beijos na minha clavícula, então sua trilha de beijos vai subindo, passando pelo meu pescoço e chegando até a pele atrás de minha orelha. Ele dá uma mordida no lóbulo da minha orelha, causando uma picada de dor e de prazer. - Diga...- ele sussurra em meu ouvido. -...quero ouvir você dizendo que é minha.Tenho certeza que ele danificou a parte no meu cérebro que é responsável por formar pensamentos coerentes. Abro minha boca mas não emito nenhum som. Ele morde meu pescoço e a picada de dor misturada com prazer está de volta. - Diga.- Sua voz ainda um sussurro.
Ele deve saber que estou completamente incapaz de formar uma frase, quem dirá discutir com ele sobre a loucura do que ele propõe. Como eu poderia ser dele se nem ao menos nos conhecemos? E mesmo que o fizéssemos, ninguém é dono de ninguém. Mas eu admito que eu quero ser dele, e eu gosto do fato dele querer que eu seja dele. - Eu sou sua.- Digo sussurrando roucamente depois que encontro minha voz. Ele se endireita para poder me olhar nos olhos. - Diga de novo.- Ele pede. Eu encaro seus hipnotizantes olhos azuis e repito. - Eu sou sua Aiden.- Dessa vez sem hesitação ou duvida em minha voz e nem em meu coração. Olhando em seus profundos olhos, que parecem me tirar da realidade e me levar para outra dimensão toda vez que eu os olho, sinto o peso de minhas palavras. Eu sou de Aiden. Eu pertenço a ele. E eu gosto muito disso. Ele sorri largamente e me abraça e eu sinto que estou onde deveria estar, onde é o meu lugar. Um sorriso enorme se forma em meus lábios. Sim, aqui é o meu lugar.
Capítulo 5 Surpresa Já era muito tarde quando voltei para casa. Estava exausta devido a intensidade dos acontecimentos desta noite. Aiden parou o carro alguns metros longe do portão principal. Me despedi e me preparei para sair do carro, mas ele me puxou pelo pescoço e me beijou. Eu retribui seu beijo com muito gosto. Definitivamente, ele sabe beijar. Ele se afasta e eu aproveito para observar seus impressionantes olhos. Meu coração está descompassado, estar assim tão perto dele faz coisas comigo. É como se meu corpo já soubesse que Aiden é seu dono, mesmo antes de eu admitir isso pra mim mesma. Desde a primeira vez que nosso olhar se cruzou, eu senti que algo aconteceu, que algo em mim mudou. Eu me sinto diferente. Me sinto completa.
Isso é tão estranho, eu nunca me apaixonei antes. Com exceção do Thomas Miller, no acampamento de verão, eu tinha 14 anos e ele era o nosso monitor de 17 anos super gato. Ele foi meu primeiro amor, e foi minha primeira desilusão amorosa também. Depois disso, eu até que me interessei por alguns garotos, mas acho que era mais uma coisa dos hormônios do que do coração. Mas com Aiden a sensação é diferente, claro que meus hormônios estão a mil por hora, mas também sinto que tem algo mais. Me viro e vejo que ele me observa caminhar até o portão da minha casa, quando fecho a porta escuto o ronco do seu motor. Dou uma verificada para garantir que minha mãe não está escondida esperando para me pegar em flagrante. Depois de constatar que a barra está limpa, subo sorrateiramente para o meu quarto e tranco a porta. Pego meu celular e disco o número de Kim. Por favor, que ela esteja bem. Ela atende no segundo toque. - Kim, você está bem?- Gwen, você está bem?- Nós perguntamos ao mesmo tempo e então rimos. Graças a Deus, Jordan a tirou rapidamente da confusão e a levou para casa. Em segurança. Acho que eu gosto mais dele agora. - Meu Deus Gwen, eu fiquei tão assustada. Se eu fosse presa minha mãe me mataria.- Eu sei Kim. O mesmo pra mim. Estou aliviada de estar em casa agora.- Digo me jogando na cama. - Mas, como você saiu daquela confusão? Você foi embora sozinha?- Não, Aiden me trouxe pra casa.- Então, Aiden hein ? – Ela pergunta e posso ouvir o sorriso por trás das palavras. Abro um sorriso involuntário e fico em silêncio. - Ai meu Deus, Gwen. Vocês dois estão...?- Eu não sei Kim.- Digo em um sussurro mas não consigo esconder a animação em minha voz. – Acho que estamos no caminho. – - Isso é tão legal Gwen. Nós duas namorando dois amigos.- Poderia dizer que ela está dando pulinhos na cama de tanta empolgação. - Calma, Kim. Ninguém falou em namoro. Mas ele me falou...-
- O QUE?Torturo ela mais um pouquinho com meu silêncio. - Ele disse que me quer, que quer que eu seja dele.- CARALHO.- Ela grita. - Kim! – Repreendo-a pelo seu linguajar. - Foi mal Gwen mas é que...isso é tipo, muito quente. Ele totalmente está na sua.Kim me pede para contar tudo desde do momento que nos separamos e a policia chegou até o momento em que eu liguei para ela. Passamos horas conversando, e eu conto tudo o que aconteceu no carro de Aiden. Tudo, desde do amasso super quente até o seu discurso sobre eu ser dele. Vou dormir muito depois do sol nascer. *** Domingo veio com uma surpresa da minha mãe. Ela resolveu que seria divertido convidar Preston para almoçar conosco. E como isso não fosse o suficiente, insistiu para que passasse todo o domingo conosco. Tirando as inúmeras tentativas de me empurrar pra ele, até que a tarde foi agradável. Não conseguia parar de pensar em Aiden, mas Preston foi gentil e uma boa companhia como sempre. Ele me contou seus planos pro futuro e eu os meus, conversamos, nos provocamos e rimos muito. Segunda-feira de aula chegou juntamente com a preguiça. Me arrumo para a escola e me encontro com Kim para irmos juntas como sempre. Estamos conversando em frente a escola, quando Kim enfia suas unhas em meu braço. - Gwen!- Ela dá um gritinho. - Ai meu braço Kim. O que foi? – - Olha quem está aqui.- Ela diz encarando alguma coisa atrás de mim. Quando me viro, meu coração para. Encostado em seu carro, fumando um cigarro e parecendo terrivelmente delicioso, está Aiden. - Você tem que ir até lá falar com ele.- Kim diz. - Claro que não, a aula vai começar a qualquer momento.-
- Gata, ele está praticamente te comendo com os olhos. Se você não for até ele, ele vai vir até você.- Mas Kim, eu tenho aula agora, esqueceu?- Vá sua boba, aproveite. Matar aula uma vez não vai te transformar na pior aluna do mundo.- Mas...- Tento argumentar, eu nunca falto, vão sentir minha ausência com certeza. - Mas nada. Vá, qualquer coisa eu te cubro.- Ela diz me dando uma piscadinha. Não consigo evitar o sorriso em meu rosto. - Valeu Kim, você é a melhor.- Digo dando-lhe um abraço rápido. - Eu sei. Agora vá e divirta-se.- Ela diz me olhando maliciosamente. Ando rapidamente em direção a Aiden. Ele joga o cigarro no chão e me puxa para um beijo. Ele é tão bom nisso que nem ligo para o gosto de tabaco. Me afasto antes do que gostaria com medo de que algum dos professores ou inspetores nos vejam. - Bom dia, coração.- Ele diz e sorri, aquele sorriso lindo que me deixa tonta. - Bom dia.- Que fique o sorriso bobo no meu rosto, porque sei que nem que eu queira ele vai sair de lá. - Vim te buscar pra um passeio. Entre.- Ele diz autoritário. Nós entramos e ele arranca com o carro. Me viro e vejo Kim nos olhando com um sorriso no rosto. Ela está feliz por mim, assim como eu estou feliz que ela esteja com o Jordan. No começo eu fiquei receosa com a relação dos dois, fiquei com medo de que ele só quisesse se aproveitar da minha amiga. Mas, depois de ver como ele a trata e dele a ter protegido na confusão de sexta, acho que ele realmente gosta dela. Fico tranquila de saber disso. - Então, como foi seu final de semana, coração? Aposto que não tão emocionante como sexta á noite.- Ele ri. Dou um sorrisinho fraco e ele percebe a minha reação. - Qual o problema?- Não é nada demais, só não quero falar sobre o meu final de semana.- Porque? O que aconteceu?- Ele me olha meio preocupado.
- É só a minha mãe, ela...- Dou um suspiro derrotado. -...fica querendo controlar tudo na minha vida.- Isso é foda. O que ela te fez dessa vez?- Ele pergunta, os olhos na estrada. - Minha mãe é uma alpinista social, tudo que importa pra ela é o status. Ela está tentando me juntar com o filho mais novo dessa família importante, os James, então ela convidou Preston James para passar o dia todo, ontem lá em casa.- Olho pra ele e vejo que ele está tenso. Precisando desabafar com alguém que não seja Kim, decido continuar falando. - Eu gosto da minha mãe, mas as vezes ela força a barra. Quer dizer, ela nunca me deixa chegar perto de um menino sem que ela ou papai estejam por perto. Mas ontem, ela me deixou sozinha com Preston no meu quarto. Ela nunca faria isso se fosse qualquer outro garoto. E mesmo Preston sendo um cara muito legal, sinto que ela está me jogando aos lobos, sabe?- Ele acena e observo que sua mandíbula está tensa e os dedos apertando fortemente o volante. - Esse Preston James é o mesmo Preston do sorvete?- Ele pergunta sério. - É sim.- Lembro que a Kim comentou da minha saída com Preston na sexta, e que Aiden escutou. - O mesmo Preston que está louco para entrar em sua calcinha? Esse Preston ficou sozinho com você, no seu quarto?- Percebo que ele está tentando controlar a raiva em sua voz. - Sim, mas ele...- Aiden me corta. - Ele tocou em você?- A raiva mais perceptível em sua voz. - Claro que não!- Encaro-o mas ele está olhando a estrada a sua frente. – Ele não é assim, nós só conversamos.Ela dá uma risada sem humor. - Ah Gwen, como você é inocente. TODOS os garotos são assim. Vocês estavam conversando, mas eu garanto que a mente dele estava em outro lugar.- Ele não é assim, Aiden.- Defendo Preston. - Por favor, Gwen. Todo homem com um pau que funcione, pensa em sexo quando ele vê alguém que lhe interessa. E pelo que a Kim falou, você é muito interessante pra ele.- Que seja, ele pode até pensar, mas ele nunca me tocaria sem a minha permissão.-
- E você nunca irá permitir, porque você é minha. Só eu posso te tocar.- Como que pra confirmar o que disse, ele coloca a mão em minha coxa desnuda e começa a acaricia-la. Minha respiração fica presa em meus pulmões e sinto um calor infernal no lugar que sua mão me toca. - Eu não quero nada com ele. Preston é só um amigo.- Digo tentando deixar claro que mesmo que eu defenda-o, eu não nutro nenhum sentimento amoroso por ele. - É melhor mesmo, porque se algum dia aquele merdinha te tocar com ou sem a sua permissão...eu acabo com ele.Diante da intensidade de sua palavras, fico em silêncio, tentando absorver o que tudo isso significa. *** - Preciso passar num lugar antes, tudo bem?- Aiden pergunta entrando com o carro numa rua suspeita e parando perto de um galpão. - Ok.- Respondo. - Eu já volto.- Diz e sai em direção ao galpão. Olho ao redor da rua, com exceção de algumas pessoas andando pra lá e pra cá, o lugar está sem movimento. Observo Aiden até que ele desaparece nos fundos da construção de tijolos. Alguns minutos depois, ele reaparece com um pacote pardo de papel nas mãos. - Pronto.- Ele diz guardando o pacote no porta luvas. – Agora podemos nos divertir.Minha curiosidade está me matando mas decido não lhe perguntar sobre o que ele foi buscar. Dirigimos rumo a reserva florestal. Não tenho certeza de para onde exatamente estamos indo já que quando eu perguntei, Aiden apenas me disse que era uma surpresa. Ele estaciona o carro em uma área com pouca visibilidade e começo a me perguntar se o que estamos prestes a fazer é ilegal. - Tudo bem estarmos aqui?- Pergunto meio receosa. - Claro. Não se preocupe coração, eu te protejo.- Ele diz enquanto puxa uma cesta e uma toalha do porta malas e então segura minha mão. Nós entrelaçamos os dedos e eu permito que ele me guie mata a dentro.
Ignoro a parte racional do meu cérebro que está gritando sobre eu estar entrando em uma floresta com um cara que eu mal conheço. Se eu vou mesmo namorar Aiden, então eu preciso confiar nele. Olho para Aiden e depois para nossas mãos entrelaçadas. Não consigo deixar de sorrir com a perspectiva de que, finalmente estou fazendo alguma coisa normal para a minha idade. Namorando. Matando aula. Apenas sendo uma adolescente normal.
Capítulo 6 Na cachoeira Depois de andarmos por alguns minutos mata a dentro, escuto um barulho. Conforme vamos andando, o barulho vai aumentando. Parece o zumbido de milhões de vespas. - Aiden, onde estamos indo?- Você já vai saber, coração. Estamos chegando.- Ele responde com um sorriso. De repente, quando adentramos em uma clareira, eu vejo o que era a causa daquele barulho. Aiden me puxa para mais perto da cachoeira, o barulho agora extremamente alto. - Pensei que poderíamos fazer um piquenique na beira do lago, escutando o barulho da água e dos animais. O que acha? – Ele sorri e vejo a empolgação em seus olhos. - Acho perfeito.- Fico na ponta dos pés e lhe dou um selinho. Ele estende a toalha e eu ajudo a distribuir o conteúdo da cesta. Tem sanduiches de pão baguete com molho, salame, queijo e alface. Bolo, cookies, morangos, uvas e suco. Tiro meu calçado e me sento a sua frente. Nós comemos os sanduiches, que são deliciosos, e conversamos sobre mim. Ele me pergunta sobre todos os meus gostos; minha cor preferida, filme, flor, minha matéria favorita e a que eu mais odeio. Pergunta do que eu tinha medo quando criança e do que eu tenho medo agora. - Acho que agora, do que eu mais tenho medo é de mim mesma.- Digo sinceramente. - De você? – Ele pergunta.
- É, de mim. Tenho medo de não conseguir ter forças suficiente, continuar a viver a vida que me é imposta pelos outros e não aquela que eu quero. - Porque você faz isso? Aceita que ditem a sua vida sem questionar? - Não sei, acho que eu não gosto de decepcionar as pessoas.- Respondo. - Sabe, a vida é curta demais para adiarmos a felicidade, Gwen. Se você tiver que decepcionar alguém para ser feliz, então faça. Ninguém vai lutar com mais força pela sua felicidade do que você mesma, porque a busca pela felicidade é algo egoísta. Cada um procura apenas a sua própria, e depois que encontra, não se importa com a dos outros. – Sei que Aiden está certo, eu tenho que correr atrás daquilo que me faz feliz. E no momento, o que me faz feliz é ele. Sei que meus pais nunca o aprovariam como meu namorado, mas é ele que eu quero e mesmo que eu esteja morrendo de medo, uma hora eu vou ter que contar sobre Aiden para eles. Mas ainda não é o momento, ainda sou muito covarde. *** Depois de comermos, deitamos e observamos o céu. Aiden estende o braço e eu deito minha cabeça em seu ombro, me aconchegando em seu corpo. Ele fecha o braço em minha volta e a sensação de ficarmos abraçados é a melhor do mundo. Fecho os olhos e sinto meu corpo relaxar sob o agradável calor do sol. Escuto os sons da natureza ao nosso redor e inalo o maravilhoso cheiro de Aiden. Será que eu morri? Porque isso poderia facilmente ser o paraíso. Penso sobre o dia que eu vi Aiden pela primeira vez, no meu primeiro dia de aula. Depois lembro do nosso encontro no racha, como ele me tirou do sério aquele dia. Dou uma risada quando me lembro o quanto eu queria mata-lo em um minuto e o quanto eu queria beija-lo no próximo. - Qual a graça?- Ele me pergunta, fazendo carinho em meu braço. - Nada, é só que eu me lembrei daquele dia no encontro V8. Como você me deixou com raiva mas mesmo assim, uma hora depois nós estávamos nos beijando no seu carro.- Você fica linda com raiva. Mais linda do que já é.- Ele diz e sinto o sorriso em sua voz. De repente fico curiosa.
- Faz tempo que você corre nesse encontro?- Pergunto. - Faz 3 anos. Eu participava de alguns rachas, mas nada como esse, tão...- Tão?- Tão organizado. No encontro V8 é tudo muito bem planejado, não é qualquer um que sabe quando e onde acontecem. Sempre é em lugares diferentes e ninguém sabe onde até poucas horas antes. A policia está louca pra acabar com a gente, as poucas vezes que eles conseguiram nos achar eles só prenderam alguns frequentadores sem importância, nunca ninguém que pudesse comprometer a coisa toda.- Eu nunca ouvi a policia falando sobre isso. Há quanto tempo existe o V8?- Eles não falam porque não querem que as pessoas saibam que tem um grupo de jovens passando a perna na policia por mais de dez anos.- Tudo isso?- Pergunto surpresa. - Sim. Diz que uma noite algumas pessoas simplesmente começaram a receber mensagens falando sobre o encontro V8 e suas regras. Essas pessoas, que já tinham participado de outras rachas é claro, se reuniram e com o tempo o grupo foi crescendo até que começou a chamar a atenção da policia. Desde então eles tentam prender os “chefões” por trás do V8.- Chefões?- É, aqueles que mandam as mensagens. Os que fundaram o encontro V8.- Ah. E quem é que fundou?- Ninguém sabe.Levanto e me apoio nos cotovelos para olha-lo nos olhos. - Como assim ninguém sabe? Vocês recebem essas mensagens com um endereço e um horário e simplesmente aparecem lá? Sem saber quem está por trás disso tudo?- Sim. Mas tem essa história, que diz que os fundadores são os irmãos Voltoline. O nome da família Voltoline sempre aparece envolvido em diversas coisas ilegais pela cidade, e depois que o filho mais novo deles foi preso por participar de um racha alguns anos atrás, todo mundo apostou as fichas que foram eles os idealizadores do encontro. Tem alguns que acham que o nome é uma referência a família.- Como assim?-
- V8. V de Voltoline e 8 seriam os sete filhos mais o próprio Vans Voltoline.- Oh, achei que era por causa do motor.- Ele ri. - Poderia ser, ninguém sabe. E acho que ninguém nunca vai descobrir.Fico em silêncio por um momento. Eu já havia ouvido falar da família Voltoline nos jornais, Vans Voltoline e seus filhos são apontados como os grandes chefões dos crimes que acontecem por aqui. Já foram suspeitos de extorsão, tráfico de drogas, lavagem e falsificação de dinheiro e até homicídio. Nunca foi encontrado provas que pudessem incrimina-los, o máximo que aconteceu com eles foi serem intimados a prestar esclarecimentos. Com exceção do filho mais novo, acho que nunca algum membro da família Voltoline já foi preso. - Se esses encontros são tão secretos, como a policia nos encontrou aquele dia?Pergunto. - Não sei. Acho que o mais provável é que alguém que estava lá tenha ligado pra eles.- Isso não faz sentido. Quem faria isso?- Ace talvez.- Ele parece pensativo. - Ok, isso é besteira. Ele nunca faria isso.- Digo com mais veemência do que necessário. Aiden vira o rosto e me olha sério. - O que faz você afirmar com tanta certeza que não foi ele? Você nem o conhece.- Eu não tenho certeza, é só que não é lógico. Ace também estava na corrida, se a policia aparecesse por lá ele também se daria mal.- É, talvez...aquele pedaço de merda faz muito dinheiro com essas corridas, ele não ia arriscar.Franzo a testa. Eu preciso saber porque eles se odeiam tanto. Lembro do modo que eles se olharam aquela noite, foi ódio puro. - Aiden.- Chamo. - O que, coração? – - Porque você e o Ace se odeiam tanto?- Sinto seu corpo se enrijecer. Acho que não devia ter perguntado, obviamente é um assunto delicado do qual não me diz respeito. - Desculpa, não é da minha conta.- Digo.
- Tudo bem. Acho que é melhor eu te alertar sobre o tipo de pessoa que ele é.O tom sério de suas palavras me forçam a encara-lo. Ele me encara de volta. - Ele não é uma boa pessoa, Gwen.- Ele me diz calmamente e não me passa despercebido que ele disse meu nome e não “coração”, o que significa que ele está falando sério. - Ele foi tão legal comigo sexta. Ele não pode ser tão ruim assim, pode?- Pergunto. - Pode, e ele é. Ele não é uma boa pessoa, e definitivamente ele não é o tipo de pessoa que eu quero perto de alguém como você, coração. – - Alguém como eu? – Pergunto confusa. Ele estica o braço e acaricia minha bochecha com o polegar. - Alguém tão doce, tão inocente.- Ele me dá um sorrisinho. – Eu quero que a sua inocência seja somente minha.Assim que escuto suas palavras, eu coro. Ele sorri. - Oh Deus, como você é adorável.- Você não vai me contar o porque você acha que Ace não é boa pessoa?- Primeiro; eu não acho, eu sei que ele não é boa pessoa e segundo; não, não vou te dizer, talvez em outro momento. Mas o que você precisa ter em mente, é que você deve ficar longe de Ace, você entendeu?Concordo levemente com a cabeça. - Eu quero as palavras, coração.- Eu entendi, Aiden.- Ótimo.- Ele me puxa para seus braços e me aperta forte em seu abraço e eu aproveito a sensação maravilhosa do seu corpo contra o meu.
Capítulo 7 O Mirage Quatro dias depois...Sexta a noite. Kim e eu estamos em seu quarto nos arrumando. Menti para minha mãe que eu iria dormir na casa dela hoje a noite, o que tecnicamente não é mentira já que eu vou dormir aqui, mas depois de voltar do V8. Fugir da Bárbara com certeza é mais fácil do que fugir da minha mãe.
Dessa vez, Kim insistiu em me emprestar algumas de suas roupas, tentando evitar o constrangimento da semana passada, eu aceito. Uma hora depois, quando ambas estamos prontas, me arrependo de ter aceito que ela me produzisse. Estou usando uma blusa cropped justa, cinza e de manga longa, o seu comprimento vai até um pouco a baixo dos meus seios. A super justíssima saia de couro preto de cintura alta cobre a maior parte da minha barriga, mas o pedaço de pele entre os meus seios e meu umbigo, está exposto. Pra completar o visual matador, Kim me fez usar uma ankle boot preta de couro e fez alguns cachos em meu cabelo com seu modelador. A maquiagem, graças a Deus, eu a convenci a não exagerar, então ela me pintou apenas com corretivo, olho esfumado e rímel preto, um pouco de blush e batom cor de boca. Me olhando no espelho, Kim assovia. - Uau Gwen, o Aiden vai morrer quando te ver assim.- Ela diz com um sorriso travesso no rosto. - Será? Não está meio exagerado?- Você está ótima, Gwen. Está sexy pra caramba e tão gostosa que vai explodir a cabeça do seu namoradinho.- Essa não sou eu, eu não sou sexy.- Digo meio insegura. - Gwen, confie em mim, você pode ser sexy se você quiser. Você não quer estar super gostosa hoje a noite e mostrar pra todas aquelas vadias que Aiden tem dona?- Ela me pergunta levantando uma sobrancelha. Dou um sorrisinho. - Sim, eu quero.- Aposto que ele nem vai perceber as outras garotas se você estiver perto dele vestida assim.- Valeu Kim, você é a melhor amiga do mundo.- Sorrio pra ela. – E pra constar, o Jordan não vai conseguir formar um único pensamento coerente a noite toda. Você está um mulherão amiga.- Kim solta uma risada. - Essa é a intenção, Gwen. Agora vamos derreter o cérebro daqueles pobres meninos.Assim, saímos o mais silenciosamente possível para nos encontrarmos com Jordan e irmos a mais um encontro V8.
Encontramos Jordan estacionado a alguns metros da casa de Kim. Assim que ele coloca os olhos nela, um sorriso enorme toma seu rosto. Kim é realmente muito linda, olhos verde e cabelo cor de fogo. Jordan está praticamente babando, na verdade, ele está com a boca um pouco aberta. - Hey, baby.- Kim o cumprimenta com um selinho. - Hey.- Ele a puxa para mais perto. – Você está de tirar o fôlego, baby.Kim dá um sorriso vitorioso. - Você gosta do que vê?- Ela pergunta em tom provocante. - Oh, você não tem ideia do quanto eu gosto.- Ele diz maliciosamente e então cochicha alguma coisa para ela que eu não consigo escutar, acho que é melhor mesmo, porque ela cora e da uma risadinha. Só agora Jordan parece notar minha presença, ele me olha de cima a baixo. - Você também esta muito linda, Gwen.- Ele me diz com um sorriso sincero. - Obrigada.Jordan suspira e coça a cabeça. - Vou ter que ficar de olho em vocês duas a noite toda.- Eu e Kim rimos enquanto entramos no carro. Quando finalmente chegamos ao local marcado para o encontro de hoje a noite, Aiden ainda não está aqui. Jordan pega três cervejas e nós bebemos, ele me apresenta para alguns de seus amigos. Ele conversa com eles agarrado a Kim todo o tempo, ele não está desgrudando dela nem um minuto. Ver os dois juntos me faz sorrir, qualquer duvidas que eu tinha sobre ele gostar dela, não existem mais. É evidente que ele gosta muito dela, o jeito que ele a olha, que os dois se olham, é tão lindo e verdadeiro. Nesse momento eu escuto uma exclamação vinda detrás de mim, sorrio porque eu reconheço muito bem essa voz. - Mas que porra?Quando me viro, vejo Aiden me olhando de cima a baixo de olhos arregalados. Meu sorriso aumenta e eu agradeço mentalmente por ter deixado Kim me vestir hoje. A expressão de Aiden é hilária, ele parece atordoado.
Sua reação me dá confiança, então diminuo a pouca distância que nos separa, envolvo seu pescoço com minhas mãos e esmago sua boca na minha. Despejo todo o desejo e atração que eu sinto por ele nesse beijo. Quando me afasto, ambos estamos com dificuldade para respirar. Ele me dá um olhar torturado. - Meu Deus, coração! Desse jeito você vai me matar.- Eu rio. Abraço Aiden e sinto algo duro em meu estômago, olho para baixo e vejo um volume em seu jeans. Deus abençoe Kimberley Kyle e suas roupas provocantes. Ele vê que eu percebi sua ereção e dá de ombros. - Você não pode se vestir assim e me dar um beijo desses e esperar que não vá acontecer nada.- Ele diz. - Então, você gostou da minha roupa?- Pergunto. Aiden me da um sorriso que faz o meio das minhas pernas em chamas. - Ah Gwen, eu amei a sua roupa.- Ele chega com a boca perto da minha orelha e sussurra – Mal posso esperar para ver o que você esconde por baixo dela.Eu puxo o ar e Aiden dá uma risada baixa e sensual, repleta de promessas e que deixa minhas pernas bambas. Conversamos mais um pouco com as pessoas por lá, todas muito legais por sinal. Quando se aproxima a hora do racha, Aiden me pergunta. - Você vai correr comigo hoje?Eu penso. A última vez foi emocionante e até divertido, mas será que eu devo ir novamente? A lembrança da sensação da adrenalina fluindo livremente pelo meu corpo, aquela sensação maravilhosa de liberdade e até de poder. Eu quero sentir aquilo de novo. Eu sorrio para Aiden quando eu respondo. - Claro que eu vou. – Ele sorri e me dá mais um de seus beijos transcendentais. *** - Eu sabia que você ia conseguir.- Digo para Aiden depois que ele ganhou o racha.
Uma sensação muito boa me domina quando eu vejo que ele dispensou todas as vadias que vieram dar os parabéns. Ele se concentra nos amigos dele e em mim. - E agora? Pra onde? – Jordan pergunta. Aiden me abraça por trás, seu peito encostando em minhas costas, ele deposita um beijo em minha têmpora e eu me sinto tão feliz com sua demonstração de afeto. Ele está deixando claro para todos aqui que nós estamos juntos, não sei se posso nos rotular como “namorados” mas com certeza estamos juntos. - Não sei cara. Que tal irmos ao Mirage? – Ele pergunta. - Mirage?- Pergunto. - É o clube mais top da cidade, onde você estava nos últimos anos? Em uma caverna?- Jordan pergunta. - A Gwen nunca foi em um clube, baby.- Kim lhe explica. - Nunca? Tipo, nunca mesmo? Nem uma vez sequer? – Ele me olha surpreso. - A minha mãe nunca me deixa sair. É de casa pra escola e da escola pra casa, algumas vezes ela me deixa sair com a Kim, mas sempre de dia e com hora para voltar. – Explico. - Bom, antes tarde do que nunca. Vamos mostrar a Gwen como gente grande se diverte. – Aiden diz, Kim e Jordan soltam gritos de concordância. - Mas a Kim e eu não temos idade. Eles não vão nos deixar entrar.- Lembro. - Não se preocupe, o Aiden aqui conhece alguém que irá colocar vocês lá dentro sem problemas. – Jordan diz. Sendo assim, entramos no carro e seguimos em direção ao Mirage. *** Estacionamos o carro algumas quadras antes do clube e fomos andando, Aiden o tempo todo com o braço protetoramente em volta dos meus ombros. Quando chegamos, fiquei desanimada ao ver a fila enorme do lado de fora da porta. Estava indo em direção ao final da fila mas Aiden me guiou para a porta, onde havia dois seguranças de terno preto. Quanto mais perto deles mais intimidada eu me sentia.
Os dois são enormes, um deles tem a pele negra e é careca e o outro, branco e com o cabelo cortado bem rente a cabeça, sua postura e aparência me lembra a de um militar. Quando paramos em frente aos dois, o que parece um militar dá um sorriso em direção a Aiden. - Olha só quem resolveu aparecer. – O homem diz enquanto dá um abraço de um braço só e dois tapas nas costas de Aiden. - Kraig, que bom te ver cara. – Aiden diz amigavelmente. Aquele de nome Kraig, dá o mesmo comprimento a Jordan. - E quem são essas duas belezas? – Kraig alterna o olhar entre Kim e eu. - Gwen e Kim. – Jordan nos apresenta. - E esse é o Kraig, o montanha. – Aiden diz rindo. Montanha, apelido perfeito para esse homem de dois metros de puro músculo. - Odeio cortar o barato de vocês, mas essas lindas não me parecem ter idade suficiente para entrar. – Kraig diz dando uma olhadinha para seu parceiro que continua com a cara séria. - Eu esperava que você pudesse nos ajudar. Veja bem, essa é a primeira vez da minha Gwen aqui em um clube. Eu prometi a ela muita diversão hoje a noite, você não vai me fazer quebrar minha promessa, não é? – Aiden diz e me sinto toda alegre por ele ter dito “minha Gwen”. É bobo eu sei, mas não posso evitar. Kraig lança um sorriso matador e sai do caminho para que possamos passar. - Claro que não. Divirtam-se crianças. – Entramos por um corredor com paredes de um vermelho escuro e uma iluminação baixa. O som da música aumentando conforme andamos pelo extenso corredor. Chegamos a porta, onde há mais dois seguranças. O clube é incrível, o primeiro andar praticamente inteiro é uma pista de dança. No centro há um mini palco redondo onde está o DJ, caindo do teto e cercando a pista intercaladamente, há tecidos transparentes cor de pérola. No canto vejo o bar com um extenso balcão e vários bancos. No outro canto mais para o fundo eu percebo uma escada de mármore branco com as bordas em preto e um tapete vermelho longo do alto até o pé da escada.
Vamos caminhando nessa direção e subimos no segundo andar. Aqui em cima tem mais um bar, diversas mesas e sofás de couro preto. Como o chão no meio do salão é aberto, é possível enxergar a pista de dança lá em baixo. Sentamos em uma mesa estilo canto americano e com acentos de couro. Observo um canto afastado que me parece restrito, provavelmente a área VIP. Aiden vai ao bar e volta com quatro bebidas nas mãos. Tomo um gole da minha, não sei exatamente o que é mas é alcoólico. Depois de alguns pequenos goles me acostumo com o gosto e até acho gostoso. *** Uma hora e várias bebidas depois, eu e Aiden descemos para o primeiro andar e fomos para a pista. Estava tocando “Give me Everytinhg” do Pitbull, normalmente eu ficaria tímida demais em dançar na frente de tantas pessoas, mas o álcool correndo em minhas veias está me dando coragem então começo a dançar. Aiden e eu estamos com nossos corpos tão grudados que é como se quiséssemos nos fundir. Olho para o lado e vejo Kim dançando com Jordan, essa garota sabe dançar, com certeza. Eles estão tão juntos que é difícil distinguir onde começa um e onde acaba o outro. Me viro e posiciono minha bunda na parte da frente do jeans de Aiden. Me movo no ritmo da música, sinto suas mãos segurarem minha cintura. Me esfrego no corpo dele e sinto seu peito subindo e descendo ofegantemente contra minhas costas, ele aperta mais minha cintura e continuamos dançando provocadoramente. Dançamos a próxima música, “One (Your Name)” do grupo Swedish House Mafia e mais duas músicas, começo a sentir minha garganta seca. - Eu vou pegar uma bebida, quer alguma coisa? – Grito no ouvido de Aiden. Ele faz que não com a cabeça. Chego no bar, depois de atravessar um mar de multidão, e depois de conseguir fazer o bartender me ouvir peço uma marguerita. Todos os bancos estão ocupados então espero em pé pela minha bebida. - Gwen Cassidy? – Escuto alguém me chamando, a voz abafada pela música alta. Me viro e levo um segundo para reconhecer o cara que está na minha frente. Não pode ser. Não acredito que ele está aqui, depois de tanto tempo. - Thomas Miller? – Digo meio hesitante. Será ele mesmo?
- Em carne e osso. – Ele diz. “E músculo” eu penso. Uau, não acredito que Thomas Miller está parado na minha frente, eu não o vejo desde que ele partiu meu coração naquele acampamento de verão, três anos atrás. Nossa, que mundo pequeno, e o mais bizarro é, ele se lembra de mim. - Quanto tempo.- Eu digo. Eu o encaro ainda surpresa por ele se lembrar de mim, achava que ele nem sabia da minha existência. - Desculpa.- Eu peço depois de encara-lo descaradamente. – É que é muita coincidência. Eu estou surpresa que você se lembre de mim.- Confesso. - Como eu iria me esquecer da garota que me seguia por todo canto do acampamento.- Ele diz com um sorriso provocador. Eu coro. Mas que droga, eu sempre achei que ele não sabia que eu e a Leila, minha amiga do acampamento, vivíamos seguindo ele e os seus amigos monitores. - Eu tinha que ir onde você ia, você era meu monitor.- Tento me justificar. Ele me dá um sorriso safado. - Mesmo depois do seu toque de recolher, quando eu e meus amigos íamos beber em volta da fogueira? Ou quando era o dia livre dos campistas e você me seguia até o lago e me observava nadar? Ok, agora eu necessito urgentemente que um buraco se abra no chão e me engula. Sinto meu rosto pegando fogo. - Você me pegou. – Eu admito envergonhada, olho para o chão e evito seus olhos. - Em minha defesa, eu não fazia ideia que você sabia. Droga, eu achava que estava fazendo esse lance de perseguição direito. – Digo. Ele dá uma gargalhada. - Sinto em te desapontar, mas eu sabia o tempo todo. – Ele diz. O bartender me entrega minha bebida e eu dou um gole. - Porque você nunca me disse que sabia? Nunca me pediu para parar? – Pergunto. - Bom, porque eu gostava que você me seguisse e eu achava você uma fofa.-
- Claro que eu era fofa, eu era uma criança vivendo a primeira paixão. – - Eu fui sua primeira paixão? Me sinto honrado.- Olho em seus olhos pra ver se há deboche, mas o que eu vejo é sinceridade e um pouco de diversão inocente. - Minha primeira desilusão amorosa também.- Sinto muito por isso. – Thomas diz. - Tudo bem, era uma daquelas paixões impossíveis. Eu era criança demais pra você. – - Realmente.Ficamos nos olhando e sem saber o que falar. - Mas agora eu não sou mais uma criança.- Digo. - Eu com certeza não te vejo mais como uma criança.- Ele diz passando o olhar por todo o meu corpo e eu estremeço. Ele chega mais perto, tão perto que nossos corpos estão quase se encostando. - Você está linda, Gwen, de deixar qualquer cara doido. – Thomaz me olha como se ele fosse o predador e eu a sua presa. Dou um sorriso sem graça. Graças a Deus Kim aparece para me salvar. - Gwen, que demora. Você foi pegar uma bebida no bar ou na fabrica? – Ela me diz brava e depois olha Thomaz e o avalia. - Kim, esse é um amigo meu. Thomaz Miller.- Thomaz, essa é Kimberley Kyle, minha melhor amiga.- Apresento. Eles trocam comprimentos e Thomaz dá um sorriso arranca calcinha. - Desculpa interromper, mas estamos te esperando.- Kim diz, agora com a voz mansa - Ah, eu que peço desculpas, estava segurando a Gwen. É que faz tanto tempo que nos vimos, estávamos colocando o papo em dia. – Ele diz. - Está tudo bem. Se eu soubesse que ela estava em tão boa companhia, não teria me preocupado. – Kim diz e dá um sorriso matador. Olho pra ela, chocada. Ela está flertando com ele enquanto o Jordan a espera? - Acho melhor a gente ir indo antes do Jordan vir te procurar. – Digo o nome dele com uma ênfase a mais.
- Namorado? – Thomaz pergunta. - Namorado da Kim, não é Kim? – Tento chamar a atenção para que ela pare de sorrir que nem uma boba para ele. - Kim? – Chamo quando ela não responde. - Hum? Ah é sim, meu namorado.- Kim diz. Percebo uma carranca na cara de Thomaz. É isso ai cara, ela tem dono. - Bom então a gente se vê por ai.- Ele diz me olhando. - Claro, a gente se vê.- Respondo. - Foi um grande prazer te conhecer, Kim. – Sua voz escorrendo sedução. - O prazer foi todo meu, Thomaz.- Sua voz igualmente sedutora. Deixamos ele para trás, mas não sem antes ele lançar aquele sorriso arranca calcinha para nós duas de novo. Enquanto subimos as escadas Kim exclama. - Que pedaço de mal caminho, meu Deus. Eu lanço um olhar zangado em sua direção. - O que? – Ela pergunta. - Você estava flertando com o Thomaz enquanto o Jordan, seu namorado, estava te esperando. – - Ah Gwen, foi um flerte inocente, nada demais. – Kim da de ombros. Reviro os olhos. - Você sabe que eu estou totalmente na do Jordan. Aquilo era só brincadeira.- Pra você, porque ele parecia prestes a te atacar ali mesmo.Kim ri. - Não se faça de santinha. Vocês estavam muito próximos quando eu cheguei lá, e ele estava te olhando como se quisesse te comer. E o seu olhar não era totalmente desinteressado. – Reviro os olhos de novo. - Até que enfim. Porque a demora? – Aiden pergunta quando finalmente alcançamos a nossa mesa.
- Err...fila grande.- Respondo. Se falace do Thomaz, ele e Jordan iriam nos dar uma bronca. - E cadê a sua bebida? – Jordan pergunta. Eu bebi toda enquanto conversava com o Thomaz, e não pedi outra. - Eu bebi lá mesmo. – Respondo. Aiden me olha desconfiado mas então chega mais perto e me abraça. Kim se aconchega nos braços de Jordan e ficamos nós quatro, conversando na mesa do Mirage.
Capítulo 8 Discussão boba Bumm! Bumm! Bumm! Que barulho maldito é esse? Bumm! Bumm! Bumm! Meu Deus, a SWAT está tentando invadir o quarto, só pode. Escuto as batidas de novo, dessa vez seguida por uma voz. - Meninas, acordem! Vocês não podem dormir a tarde inteira.Acabou que não era nenhum grupo tático, era só a Sra. Kyle batendo na porta. Ela está batendo, provavelmente com a própria mão, mas eu juro que parece que ela está usando um Aríete. Ah, não sabe o que é isso? Eu te digo, Aríete era uma antiga máquina de guerra, era tipo um tronco enorme de uma árvore que era usado para romper os portões dos castelos. Imaginou o barulhão que fazia? Então, era mais ou menos esse o barulho que eu ouvia vindo do outro lado da porta. Kim resmungou uma resposta e graças a Deus ela foi embora. Nunca mais eu vou beber na minha vida. Deus, eu juro que se essa dor de cabeça parar agora, eu nunca mais coloco uma gota de álcool na boca. A noite ontem foi super divertida, a ressaca hoje de manhã, nem um pouco. Decido ir embora somente no final da noite de sábado, minha mãe com certeza reconheceria que eu havia bebido no segundo que ela colocasse os olhos em mim. É melhor esperar essa sensação ruim ir embora e depois eu volto para casa.
A pedido da Sra Kyle, fomos aproveitar a tarde na piscina. Bebi muita água e comi várias frutas. Kim disse que me faria sentir melhor, como ela é muito mais experiente do que eu nesse assunto, fiz o que ela disse. *** Urgh! Hoje é quinta-feira ainda. Infelizmente vou ter que ir para a aula ao invés de me divertir com Aiden. Semana passada eu matei aula duas vezes e essa semana mais uma vez. Pelo menos posso matar a saudades de Aiden enquanto ele me leva para a escola. Minha mãe continua achando que eu vou com a mãe da Kim, e a Bárbara acha que eu comecei a usar o motorista de mamãe para me levar. Kim ficou um pouco chateada por não irmos mais juntas para a escola, mas ela entende como é ter um namorado, ela e Jordan também ficam juntinhos sempre que podem. E como a minha mãe é muito mais linha dura do que a dela, tenho que aproveitar cada oportunidade. Ele estaciona em frente a Good Shepherd e desce do carro junto comigo. Vejo Preston perto da escadaria, ele está com o terno do uniforme com a gola levantada, as mangas dobradas e com a sua bolsa transpassada pelo peito. Ele está conversando com Pablo, um garoto de origem latina que é seu melhor amigo. Que ele não me veja! Que ele não me veja! Que ele não me veja! Droga. Como se sentisse que eu o observava, ele se vira na minha direção e seu olhar encontra com o meu. Ele dá um sorriso enorme e acena pra mim, eu devolvo o aceno e o sorriso e vejo Preston fechar a cara quando ele nota Aiden ao meu lado. - Quem é o playboyzinho que sorriu pra você? –Aiden pergunta. - Aquele é Preston James.- Digo Aiden o encara e deixo escapar um sorriso quando percebo que Preston não se intimida e o encara de volta. - Então aquele é o merdinha que é afim de você.- Ele diz com uma risada de zombaria. - Aiden, eu gostaria que você não chamasse ele desses nomes. Você não o conhece e ele é muito legal, de verdade.-
- Nossa, o que temos aqui? A fã nº 1 de Preston James. Aposto que ele é acostumado a ser defendido assim por todas as garotas bobinhas ao seu redor, não é?- Ele diz rispidamente. - Ei, não seja um idiota Aiden. Você não pode sair ofendendo todo mundo, ok?Digo braba e saio andando, porém não vou longe porque ele agarra meu braço. - Ei, espera...Desculpa coração. Eu não quis ser um idiota.Continuo o encarando séria mas deixo escapar um sorrisinho quando ele começa a fazer cara de cachorrinho. - Vem cá vem.- Ele me puxa para beijar minha boca mas eu viro o rosto e ele beija minha bochecha. Ele me olha interrogativamente e eu olho nervosa na direção de Preston. Ainda bem que Pablo parece estar distraindo ele então o quase beijo não foi visto. Aiden me vê olhando na direção de Preston e se afasta. - O que foi? Está preocupada com o que o seu amiguinho vai pensar se te ver beijando um cara como eu?- Ele diz zangado. - Oque? Não, é que..- Oque? Se esfregar em mim quando ninguém está olhando, tudo bem. Mas me beijar na frente dos seus colegas da elite, não. Quer dizer, você quer ficar comigo mas desde que ninguém saiba, é isso?Eu o encaro chocada, ele parece furioso. Que mudança drástica de humor, como ele é temperamental. - Aiden.- Praticamente grito o seu nome. - Não é nada disso, é só que se o Preston ou qualquer outra pessoa te ver me beijando, significa que minha mãe vai descobrir.Ele abre a boca mas eu o corto. - E não. Eu não tenho vergonha de te apresentar para minha família, é só que a minha mãe é complicada, você sabe disso.- Explico. - Então quando você vai me assumir pra todo mundo?- Ele pergunta ainda irritado. - Eu não sei. Eu preciso de tempo, Aiden.- Espero que ele me entenda. Ele me lança um olhar gelado. - Que se foda.- Ele diz e entra no carro.
Olho para o carro, em choque. Ele arranca cantando pneu e eu continuo encarando o lugar onde ele estava a um segundo atrás. É, parece que ele não entendeu. Se é assim que ele quer, então tudo bem. Vou em direção a escola, pisando duro e furiosa. Passo por Preston, que me cumprimenta, carinhoso como sempre. - Oi Gwen, bom dia.- Não sem o que tem de bom.- Digo sem nem olha-lo na cara. Me sinto mal, não é justo descontar no Preston mas eu estou me sentindo muito frustrada, então passo por ele igual a um furação e não olho para trás. *** No meio da aula super chata de história, a secretaria da diretoria bate na porta e entra. - Com licença, mas a diretora Sybil gostaria de falar com Gwendolyn Cassidy.Olho interrogativamente para uma Kim também confusa. Eu nunca fui chamada na sala da diretora. - Imediatamente.- Ela acrescenta. Me levanto e a acompanho até a diretoria. Fico em frente a uma mulher de meia idade, que fez da carranca sua expressão habitual. - Sra. diretora, queria falar comigo?- Digo da forma mais respeitosa possível. - Sente-se Srta. Cassidy.- Ela aponta a cadeira a minha frente. Me sento no acento desconfortável e espero. Ela solta um longo suspiro e descansa os ante braços na mesa. - Gwendolyn, eu a chamei aqui para discutirmos sobre a sua frequência escolar.Mas que droga. - Você sempre foi uma aluna assídua, porém nas ultimas semanas você tem faltado com muita frequência. O que você me diz sobre isso?- Ann...eu achei que...achei que a Sra. tinha recebido os bilhetes da minha mãe.Digo, extremamente nervosa. - Sim. Bom, precisamos conversar sobre isso.- Ela diz muito seriamente.
Ah não. Não, não, não e não. Ela não pode ter descoberto que eu falsifiquei a assinatura da minha mãe naqueles bilhetes. Eu estou ferrada. Meu coração acelera e as palmas da minha mão estão suando frio. - Nos bilhetes, sua mãe justifica as suas faltas por motivo de doença.- Exatamente.- Mas você tem ficado doente com muita frequência, não acha minha jovem? E o mais estranho, um dia você falta porque está doente, mas no outro você aparece aqui perfeitamente bem e no dia seguinte, doente de novo.- Ela me diz com um sorriso de gato que sabe estar encurralando o rato. - Err...pois é...coisa estranha, não é? Deve ser algum vírus novo ou alguma coisa assim.- Digo com um sorriso forçado. - Sinceramente, eu não estou me sentindo muito bem nesse exato momento.- Pra falar a verdade você está meio pálida sim.- Ela comenta. Isso é porque eu nunca menti na minha vida, e a tensão está me deixando um pouco doente de verdade. - Você quer que eu ligue para sua mãe? Quer ir embora?- Ela pergunta. - NÃO!- Grito e ela me olha desconfiada. – Quer dizer, não é necessário. Já vai passar.Assim que eu sair da sua sala e ficar longe do seu interrogatório . - Tudo bem então. Esta dispensada.- Ela diz e me manda embora com um movimento de sua mão. - Ah! E Gwen?- Sim?- Você é uma boa aluna, mas não quero mais saber de faltas.Me viro e fecho a porta atrás de mim *** Agora está na hora da Kim mentir por mim. No termino das aulas eu liguei para minha mãe e disse que ia passar a tarde no shopping com minha amiga. - Ok, se ela perguntar nós fomos ao shopping. Mas aonde você realmente está indo?-
- Vou até a casa de Aiden. A gente teve uma briga hoje e eu quero falar com ele.Explico. - Você sabe onde ele mora?- Não. Por isso preciso que você ligue para o Jordan e pergunte.Ela faz um careta engraçada, mas fico tranquila quando vejo ela pegando o celular. Ela esta falando com Jordan quando escuto alguém atrás de mim. - Err...Gwen?- Me viro. - Preston. Oi.- Dou o sorriso mais amigável possível para compensar o jeito rude que eu o tratei mais cedo. - Oi. – Ele me olha com olhos preocupados. - Preston, olha...eu sinto muito. Eu fui rude com você mais cedo, eu estava chateada e descontei em você. Me desculpa.- Está tudo bem Gwen, não se preocupe.- Ele sorri mas eu vejo que tem algo mais. - Olha...eu sei que não é dá minha conta mas...quem era aquele cara com você hoje de manhã?Droga! O que eu faço? - Err...era só um amigo.- Humm...ele...ele parece meio...perigoso.- Ele diz a última palavra pausadamente, avaliando minha reação. Preciso deixar Preston tranquilo, não quero que ele vá falar com a minha mãe sobre isso. - Não se preocupe com isso. Na verdade, ele é mais amigo da Kim, ele está mais para um conhecido meu.- Digo sorrindo sem graça. - Ok então.- Ele parece mais aliviado. - Você vai na minha festa de aniversario sábado a noite?- Ele pergunta com brilho no olhar. - Claro, com certeza.- Ótimo. A gente se vê.- Ok.- Tchau.-
- Tchau.Ele vai andando ainda me olhando e sorrindo, ele não vê um outro estudante e esbarra com ele. Ele fica todo sem graça e acena pra mim. Eu sorrio. Ele é tão fofo. *** Chego no endereço que a Kim me deu. Uma casa de alvenaria pequena. Vejo o Mustang preto estacionado na rua, ele está em casa. Subo os três degraus e paro em frente a porta. Hesito um pouco mas então bato três vezes. Escuto alguém andando atrás da porta, alguém girando a chave e depois a maçaneta. Meu coração está um pouco acelerado, depois da nossa briga não sei se ele quer me ver, mas eu tinha que vir. Fiquei pensando nele a manhã inteira. A porta se abre e por um momento eu me esqueço de como respirar. Aiden está sem camisa. É a primeira vez que eu vejo seu peito musculoso nu. A tatuagem colorida que eu já sabia que ele tinha no braço direito, se estende pelo ombro e pelo peito. Ocupando toda a área das costelas, no lado esquerdo, tem outra tatuagem. Assim como a do braço, essa é colorida e eu também não consigo dizer qual é o desenho. Ah meu Deus! Ele tem piercing nos dois mamilos. Respira, Gwen! Como se só isso não bastasse, ele está usando uma calça jeans preta caída, me mostrando que ele tem aquele recuo em forma de V na cintura. Está descalço e o cabelo loiro está bagunçado. A visão dele assim tão sexy me aquece toda. - Coração.- Ele diz meio surpreso. Fico feliz de constatar que não tem raiva em sua voz. - Eu peguei o seu endereço com o Jordan. Eu queria falar com você.- Digo com a voz baixa, ainda me recuperando da visão deliciosa dele sem camisa. - Que bom que você veio. Eu ia te ligar mas agora que você está aqui podemos falar pessoalmente. Entre.- Ele dá um passo para o lado e eu entro. Estou em um corredor, sem nenhum móvel e nem fotos ou qualquer coisa nas paredes. A minha direita tem uma porta de correr que está fechada e a minha
esquerda uma abertura na parede, com caixilho de madeira mas sem a porta. Expio lá dentro e vejo que é a cozinha. No final do corredor, uma pequena escada de madeira que leva para o segundo andar, onde deve estar o quarto e o banheiro. Aiden abre a porta de correr e me guia para dentro da sala. Tem um sofá de três lugares, uma mesa de centro sob um tapete monocromático, uma estante com uma TV enorme e aparelhos de som e o que eu acho ser um vídeo game. - Sente.Vou até o sofá e ele me segue, acho que vai sentar ao meu lado mas ele senta na mesa de centro. Ficamos um de frente para o outro, nossos olhos não alinhados já que a mesa é um pouco baixa. - Então?- Ele pergunta. - Então...- Eu suspiro. – Eu vim aqui porque eu...- Não consigo olha-lo nos olhos, desvio meu olhar e algo chama a minha atenção. Em cima da mesa há resquícios de um pó branco. Fico me perguntando o que será aquilo quando Aiden chama minha atenção. - Porque você...- Ele me instiga a continuar. - Porque eu não quero ficar brigada com você. Eu não consegui me concentrar nas aulas, só pensava em você.Ele dá um meio sorriso. - Que bom, porque eu também só pensava em você.Sorrio com essa informação. Ele passa a mão pelos cabelos. Ele parece um pouco frustrado. - A culpa não foi sua. Foi minha, eu sou um idiota ciumento.- Você é o meu idiota ciumento.- Ele sorri. - Eu nunca fui assim, possessivo. Eu nunca liguei em dividir uma mulher antes. Para mim era sempre só sexo, se elas me satisfaziam então não me importava se elas iam correndo ficar com outro cara depois. Mas com você é diferente, só de pensar em você com outro cara...isso me deixa furioso.- Aiden, eu sou só sua. Preston e qualquer outro cara não me interessam. Você tem que confiar em mim.- Repouso minha mão em seu rosto. Ele cobre a minha mão com a sua e faz carinho. - Eu confio, coração. É nos caras que eu não confio.-
- Eu quero só você.- Digo baixinho, quase um sussurro. - Tenho medo de não ser bom o suficiente pra você.- Confessa com a voz triste. - Isso é besteira, você é mais do que suficientemente bom para qualquer pessoa.Ele fica quieto então eu repito. - Eu quero você.- Eu também te quero, Gwen. Mais do que tudo.- Ele se aproxima e me beija. De bom grado, abro minha boca e deixo sua língua acariciar a minha. Seu beijo é a melhor coisa do mundo. Ele segura meu pescoço a aprofunda o beijo. Meu coração está acelerado, ele faz muito isso sempre que Aiden está por perto. Sem quebrar o beijo ele se senta ao meu lado no sofá e me puxa para seu colo. Eu estou com a saia do meu uniforme então só há a fina camada do tecido da minha calcinha separando a minha carne sensível e sua ereção. Ele começa a beijar toda a linha da minha mandíbula e vai até minha orelha, ele dá uma mordidinha e eu solto um gemido. Eu fecho os olhos e jogo minha cabeça para trás, expondo meu pescoço. Ele deposita alguns beijos e dá mais uma mordida. Quando eu acho que não posso ficar mais em chamas, começo a sentir lambidas no meu pescoço. - Aiden.- Seu nome sai junto com um gemido. Ele continua me lambendo e sua mão apalpa meu seio, a sensação do calor da sua mão em meu corpo é maravilhosa. Ele desce do meu pescoço até o decote da minha blusa, traçando um caminho de beijos. A essa altura o incomodo está grande demais para aguentar então começo a me esfregar no seu colo. A sensação é tão boa que eu me esfrego mais rápido. Aiden segura a barra da minha blusa e começa a levanta-la de vagar, me dando tempo para mudar de ideia. Será que devo pedir para ele parar? Será que eu tenho forças para pedir? Não, não tenho. Mas é preciso, ele tem que saber que eu sou virgem ainda. Eu paro de me mexer. - Aiden.- Seguro sua mão.
Ele para na hora mas me lança um olhar torturado. - Esta tudo bem, coração?- Eu não sei se...é que eu...- Não consigo dizer eu voz alta. - Apenas diga, coração.- Ele incentiva. - É que eu sou virgem.- Sussurro com vergonha. Aiden fica mudo por um momento então ele acaricia o meu rosto com o polegar. - Você nunca esteve com um homem?- A sua voz é baixa, sem julgamento, raiva ou deboche. - Não.- Respondo, olhando para as formas da sua tatuagem ao invés do seus olhos. - Gwen, olhe para mim.- Ele pede. Lentamente levanto o olhar e encontro com seus hipnóticos olhos azuis. - Está tudo bem minha linda. Não fique envergonhada.- Ele me dá um sorriso e eu sorrio também. - Se você quiser parar por aqui, por mim tudo bem. Mas saiba que nós podemos continuar...Eu posso fazer você se sentir muito bem, de outras formas.Olho-o confusa mas com interesse. - Como?Ele dá um sorriso malicioso enorme e segura minha blusa. - Posso te mostrar?- Sua voz rouca pela luxúria. Aceno com a cabeça. Levanto meus braços e ele tira minha blusa, jogando-a no chão. Me sinto exposta e envergonhada. Aiden segura meus dois seios por cima da renda branca do meu sutiã. - Tão perfeitos.Ele traça com o dedo o limite da taça do sutiã, encostando de leve na pele nua do meu seio. Lentamente ele desce a taça e expõe meu peito. Sua boca seu aproxima do meu mamilo, ele assopra de leve e seu hálito fresco só faz com que eu me sinta ainda mais quente.
Aiden abocanha meu seio com a boca e eu me desfaço sob seu colo. Sinto sua língua macia e úmida brincando comigo, agarro seus cabelos e espremo meu seio em sua boca. Ele chupa com força e eu grito. - Oh, Aiden. É tão bom.Ele me chupa enquanto liberta o outro seio e brinca com o mamilo com seus dedos. Sinto sua mão deslizando na minha barriga até alcançar o tecido da minha calcinha. Ele puxa o tecido para o lado e me acaricia lá. - Jesus, Gwen. Você está tão molhada.Ele leva seus dedos lambuzados com a minha umidade até a boca e chupa. - Humm, que delicia. Seu gosto é maravilhoso.Ver ele chupar os dedos com o meu fluido me leva até a borda. Não aguento mais. - Aiden, por favor me toque.- Eu imploro. Ele desce a sua mão até o meio das minhas pernas e me acaricia novamente, desta vez não tão gentilmente. Ele estimula meu clitóris e eu mexo meu quadril junto. Ele leva meu seio até a sua boca novamente. A sensação de sua língua brincando com meu mamilo e seus dedos esfregando minha intimidade me levam a loucura. - Oh, Aiden, não pare. Por favor não pare, é tão gostoso.Mexo meu quadril mais rápido e pressiono com mais força nos seus dedos. Sinto uma sensação estranha porém maravilhosa, crescer na minha barriga. A sensação aumenta a cada novo movimento dos seus dedos, ela vai crescendo e crescendo até que sinto algo dentro de mim explodindo. Grito o nome de Aiden. A sensação não é nada parecido com qualquer outra coisa que eu já tenha experimentado. Claro que eu já tive um orgasmo, mas era auto infligido. Nada parecido com o que eu acabei de ter pelas mãos de Aiden. Eu aperto fortemente os olhos e jogo a cabeça para trás. Sentindo os tremores remanescentes de um orgasmo maravilhoso.
Aiden segura minha cabeça com as duas mãos e encosta sua testa com minha. Estou ofegante e não consigo respirar direito. Noto que ele também está com dificuldade de respirar. E eu nem o toquei. Sinto a protuberância em sua calça e sei que eu tenho que fazer alguma coisa por ele. Me movo para abrir sua calça mas Aiden me impede. - Não.- Você não quer que eu te toque?- Não posso evitar a mágoa em minha voz. - Ah meu Deus, Gwen. Você não sabe o quanto eu quero, mas isso foi pra você. Não se preocupe comigo, eu cuido disso mais tarde. Agora só se trata de você. Só você meu coração.Ele beija minha cabeça e eu deito em seu ombro. Sinto lagrimas escorrem pelo meu rosto. Mas não são de tristeza, muito pelo contrário. São da mais pura e genuína felicidade.
Capítulo 9 O aniversário de Preston Naquela tarde, depois de fazer as pazes com Aiden, ele me segurou em seu colo enquanto nós conversávamos. Ele me contou como conheceu Jordan, que eu achei ter sido na faculdade mas então descobri que Aiden, ao contrário de Jordan, não está na faculdade. Perguntei se ele não tinha vontade de terminar os estudos e ele me deu uma resposta evasiva. Conversamos sobre a minha amizade com a Kim e até um pouco sobre o Preston, ele quis saber tudo sobre a minha amizade com ele. Eu tentei evitar de elogia-lo e de contar sobre todas as nossas intimidades inocentes de amigos, porque percebi que Aiden ficava tenso toda vez que eu fazia referência a esses momentos. Depois de conversarmos sobre diversos outros assuntos, inclusive sobre o nosso relacionamento aos olhos da minha exigente mãe, ele me levou para casa. *** Agora são um pouco mais de 18:30 de sábado e eu estou no meu quarto terminando de me arrumar para a festa de Preston.
Tive que mencionar para Aiden sobre a festa porque ele queria sair comigo hoje a noite, e quando eu disse já ter um compromisso ele insistiu para saber o que era. Ele ficou super chateado e queria me convencer a não ir, eu disse que iria, afinal Preston é meu amigo, e mesmo se não fosse por isso minha mãe me obrigaria a ir. Termino a minha maquiagem; olho preto esfumado, pouco blush para dar um ar saudável e batom rosinha. Deixo meus cabelos soltos caindo em ondas pelas minhas costas e arrumo minha franja de lado, coloco meus brincos que eu ganhei no meu último aniversário. Coloco o meu vestido novo, que a minha mãe comprou especialmente para hoje. Um tomara que caia com corpete estruturado dourado de um material que brilha e meio áspero ao toque, a parte de baixo do vestido é preta com um voal preto transparente por cima, é bem soltinho mas é muito curto. Coloco meu sapato Louboutin de seda preto com salto de 10cm, passo um pouco de perfume nos pulsos e atrás das orelhas. Estou pronta. Pego o presente e vou até o carro. Marco, nosso motorista, abre a porta para mim. - Boa noite Srta. Cassidy. – - Boa noite Marco. Eu já disse, me chame de Gwen ou Gwendolyn pelo menos.- É melhor não Srta.Olho para ele com um olhar simpático. - Minha mãe, não é?- Adivinho. - Eu prefiro manter o meu emprego.- Ele diz sem nenhuma emoção. Típico de mamãe. Custa alguma coisa ser simpática com os empregados? O que tem de errado em trata-los um pouco mais impessoalmente? Reviro os olhos e faço uma careta, Marco segura o riso e fecha a porta depois que eu entro na BMW prata. Recebo uma mensagem da Kim me dizendo que está a caminho da casa de Preston. Enquanto dirigimos pelas ruas movimentadas da cidade, olho pela janela e observo as pessoas. Sinto o celular vibrar dentro da pequena bolsa, deve ser a Kim. Olho a mensagem, sorrio quando vejo que é de Aiden.
Aiden: Oi meu S2. Ainda dá tempo de desistir de ir nessa festa chata e se divertir comigo. Aposto que sua noite seria bem mais gostosa comigo ;) Dou um sorriso enorme e respondo. Gwen: A proposta é muito tentadora, mas infelizmente tenho que recusar. Tenho que ir nessa festa, todo mundo vai estar me esperando, sem contar que se eu não aparecer minha mãe vai surtar!!! Logo recebo uma resposta. Aiden: a noite vai ser um saco sem você comigo :( Kim: A noite vai ser sem graça sem você :( Procure alguma coisa para se divertir, mas não muito hein. Bjoss!! Aiden: Sei exatamente o que eu vou fazer. Até logo ;) O que será que ele tem em mente para hoje a noite? Não sei porque mas estou com uma sensação estranha. *** O carro para em frente a um enorme portão de ferro, ladeado em ambos os lados por um muro alto feito de pedra. Marco se identifica e entrega ao segurança o meu convite. Depois de conferir se o meu nome estava na lista, o segurança libera a passagem. O carro segue por um caminho de cascalhos com tochas dos lados e logo se aproxima da mansão de três andares no estilo georgiano. O carro circula a fonte na frente da casa e para perto da escadaria. Logo um homem de smoking vem em nossa direção e me ajuda a sair do carro. Marco vai embora com o carro e eu ando até a porta. Eu já havia visitado a casa dos James algumas vezes, me lembro que na primeira vez fiquei muito impressionada. Mesmo crescendo em uma família rica, a casa onde Preston cresceu me fez sentir subjugada. Não sei exatamente quantas pessoas foram convidadas, ouvi falarem em um número perto de 250 pessoas. Como o espaço todo é enorme, as pessoas não estão aglomeradas, não ficamos nos batendo um no outro, há espaço para cada um circular livre e confortavelmente. Andando pela festa, noto alguns rostos familiares. Alguns do colégio e outros que eu acho serem primos e primas de Preston.
- Gwen.- Me viro e vejo Kim. Ela está linda em um vestido de seda curto cor de esmeralda. Seus cabelos ruivos estão presos em um rabo de cavalo bagunçado e sua maquiagem realça seus lindos olhos verdes. - Kim. Você está linda.- Digo sinceramente enquanto a abraço. - Obrigada, gata. Você também está linda, mas você sempre está.- Sorrio para ela. Como eu amo essa garota, Kim é aquela amizade que eu quero levar para a vida toda. Não sei o que faria sem a sua personalidade auto astral que sempre me anima. - Você viu Preston? Quero entregar o presente e dar os parabéns.- Digo. - A última vez que eu o vi, ele estava com o Pablo e alguns amigos perto da piscina, lá nos fundos.- Ela responde. - Ok, vou lá então.- Até depois.Ando pela casa cumprimentando ocasionalmente alguém aqui outro ali, quando chego no jardim atrás da casa, paro por um minuto. O lugar está lindo, desço o pequeno lance de escadas lentamente, observando os garçons correndo de lá para cá equilibrando sua bandejas, os convidados conversando em vários pequenos grupos de amigos. Dou a volta na piscina e vejo que mais no fundo do jardim há um palco para o DJ, que ainda não está presente. Uma música gostosa de se ouvir foi deixada tocando para embalar o ritmo das conversas. Na frente do palco, foi colocado uma pista de dança de LED. Avisto Preston conversando com alguns amigos, ele está lindo com uma calça social cinza chumbo que se modela perfeitamente em suas pernas, e uma camisa com um suéter bordo por cima e com as mangas dobradas, mostrando os ante braços. Ele está com ambas as mãos nos bolsos da calça, Pablo diz algo que ele acha engraçado e ele ri. Sua risada é deliciosa, observo ele mais um pouco. Eu nunca o tinha visto tão descontraído, sempre que nós conversamos ele estava tímido e parecia desconfortável. Agora ele parece tão a vontade, despreocupado. O seu cabelo está arrumado em uma bagunça organizada, bem do jeito que eu gosto. Eu não havia percebido antes o quão gato Preston James é. Suas feições ainda são um pouco infantis, talvez se ele deixasse a barba crescer. Mas não importa,
tenho certeza que daqui a poucos anos ele vai desenvolver feições mais másculas, e se ele já chama a atenção das meninas agora, imagine quando isso acontecer. Como sempre, ele se vira e encontra meu olhar, até parece que ele tem um sensor ou coisa do tipo porque ele sempre parece saber quando eu estou próxima. Ele abre aquele sorriso lindo e eu quase posso ver daqui a pequena e fofa covinha em sua bochecha. Eu caminho até ele, Pablo, um outro garoto que não conheço e infelizmente até Sophie, que está se exibindo em um vestido pink ridículo de tão minúsculo. Sophie é a vizinha dos James, uma loira platina que é um pé no saco. Mimada até o último fio de cabelo, acostumada a ter tudo que quer, não se conforma por não conseguir namorar com Preston. Acho que ela se conformaria com qualquer um dos filhos da família James, mas Preston está mais adequado a sua idade, por isso ela escolheu ele como sua vitima. Ele nunca lhe deu bola, é claro. Ele é mais inteligente do que isso. - Gwen. Que bom que você chegou, estava te esperando.- Ele me cumprimenta com um beijo na bochecha e um abraço. Digo oi aos meninos e a chata da Sophie. Parece que o outro cara, que deve ser no máximo um ou dois anos mais velho que Preston, é irmão de Sophie. Devor. Nunca o tinha visto, só conhecia sua irmã porque quando estive aqui uma vez, ela também estava. - A festa está demais.- Digo dando mais uma olhada superficial ao redor. - Valeu.- Você está muito linda, Gwen.- Pablo me elogia e eu fico sem graça, nós nunca conversamos mais do que um oi e tchau mas ele me parece ser um cara legal. - Obrigada.- Digo timidamente. - Ela não só está linda como ela é linda. Perfeita.- Preston diz me olhando com admiração. Sinto meu rosto pegar fogo, ao que parece nem precisava passar blush, minhas bochechas já estão com cor, denunciando minha timidez. Sophie limpa a garganta grosseiramente. - Então,Gwen...não trouxe presente?- Sophie pergunta com aquela sua voz nasalada.
- Sophie.- Devor e Preston dizem na mesma hora, mas Preston com um tom mais irritado. Acho que ele só aguenta ela porque ele é educado demais para dizer como a sua companhia é indesejada por ele. - Está tudo bem. Eu vim te procurar para te desejar felicidades e te entregar o meu presente, mas acabei me distraindo.- Sorrio para ele. Fiquei dias e dias quebrando a cabeça sobre o que dar de presente para um cara que tem tudo o que quer, ou se não, tem pelo menos o dinheiro para comprar. Então pensei em algo que ele gostaria mas que o dinheiro não poderia comprar. Pedi para meu pai cobrar um favor de um conhecido dele, agora vamos ver no que dá, espero que ele goste. Abro a minha bolsa e tiro um envelope retangular de 15cm de comprimento e 10cm de altura feito de papel cartão preto, com o dizeres “Tenha um feliz aniversário Preston” em uma letra elegante e dourada. Estendo o envelope para ele com um sorriso no rosto. Escuto uma risada zombeteira. - Rá, o seu presente cabe em um envelope? O que é, uma cartinha? Que decepcionante.- Sophie debocha. Devor me olha envergonhado e com um pedido de desculpas silencioso. - Tenho certeza que o que for eu vou amar, porque sei que é de coração.- Preston diz depois de lançar um olhar que faz Sophie se encolher, fico imensamente grata, mesmo tentando não ligar para Sophie porque sei que ela é uma criança mimada no corpo de uma garota de 17 anos, seu comentário me deixou envergonhada. - Obrigada, mas realmente espero que eu tenha acertado.- Eu digo. Ele segura o envelope com um sorriso. Ele desamarra a fita de cetim dourada e abre o envelope. Ele tira dois pedaços retangulares de uma papel especial e duas pulseiras. Ele olha o pedaço de papel e eu vejo o exato momento que ele assimila o que é o meu presente. - Ela deu pulseiras pra ele?- Sophie pergunta baixinho, com diversão na voz, para seu irmão. Devor cutuca a irmã e pergunta. - Eai, o que você ganhou cara?-
Preston me olha com um sorriso gigante na cara. - Parabéns.- Eu digo sem graça. - Gwen, Como você conseguiu isso? Estava esgotado.- Ele fala todo animado. - Cara, fala logo o que é.- Pablo diz. Ele mostra os ingressos para os meninos. - São dois ingressos para o show do The Mobile.- Preston diz sem conseguir esconder a animação. The Mobile é uma banda de rock britânica dos anos 80, Preston é o fã número 1 deles e já foi em vários shows. Infelizmente a banda decidiu encerrar a carreira, mas não sem antes fazer um último grande show. - Que demais, cara. E olha, os ingressos são na parte mais perto do palco.- Devor diz lendo os ingressos. - Eu estava torcendo para você já não ter comprado.- Digo. - Eu tentei, mas estavam esgotados.- Preston diz. - E as pulseiras?- Pablo pergunta. Preston me olha interrogativamente, já que nas pulseiras não há nada escrito para lhe dar uma dica. Eu abro um sorriso, essa parte é a melhor. - Bom...eu achei que depois do show você poderia querer ir numa festa...com a banda.- Assim que eu digo “com a banda” os olhos dele quase saltam da órbita - Como assim uma festa com banda?- Ele diz em uma voz esganiçada e eu rio. - Ué, uma festa com a banda. Eles vão dar uma festa de despedidas com apenas cinquenta convidados, e eu consegui te colocar lá dentro. Você vai conhecer eles pessoalmente, Preston.- Digo animadamente. Preston dá um sorriso igual a do gato de Cheshire e dá um grito de alegria. Quando eu me dou conta, seu corpo está vindo em cima de mim e ele me abraça forte e me levanta no ar, me girando. Quando me coloca no chão tenho que segurar em seus braços para não cair. - Gwen, isso...meu Deus, não sei nem o que dizer. Isso é perfeito, mais que perfeito. Eu simplesmente amei, o melhor presente que eu recebi.- Não posso deixar de sorrir com a sua cara feliz, como uma criança que abre seu presente na manhã de natal, e descobre que ganhou o que mais queria.
Vejo a cara de Sophie quando ele diz que o meu presente é o melhor que ele ganhou. Parece que ela chupou um limão. Toma essa vaca. - Como? Como você conseguiu isso?- Ele pergunta incrédulo. - Bom, meu pai conhece um cara que conhece outro cara que é vizinho do agente da banda. Cada um foi cobrando um favor do outro.- Sorrio. Preston olha para seu presente de novo e ri. Ele está radiante, super feliz. E é por minha causa. Sorrio contente comigo mesma. Preston me dá mais um abraço de quebrar as costelas e um beijo, não na bochecha, mas no cantinho da boca. Eu não esperava por isso, meu coração deu um salto quando senti seus lábios tão perto dos meus. *** A festa já está rolando a horas, nós já jantamos e Preston já cortou o bolo. Agora estou sentada na mesa conversando com a Kim, enquanto a pista de dança bomba com o DJ mais requisitado da cidade. Estou bebendo um Bloody Mary, eu sei que disse que não iria mais beber nada alcoólico, mas prometo não exagerar. - Vamos dançar, Gwen.- Kim puxa meu braço. O pouco de álcool no meu sangue é o suficiente para me dar coragem de dançar na frente de tanta gente, então eu vou. Está tocando a música “Welcome To Ibiza” do DJ Tiesto e a pista de dança está pulsando. A animação de todo mundo é contagiante e logo eu me solto e começo a dançar sensualmente junto com a Kim. Depois de algumas musicas e de ter dançado com Devor, Pablo e alguns outros caras eu volto a dançar com a Kim. Agora está tocando “Work Bitch” da Britney Spears. Todos estão dançando como se não houvesse amanhã, inclusive eu e Kim. Kim e eu cantamos juntas com a Britney. “You want a Lamborghini? Sip martinis? Look hot in a bikini? You better work bitch”
Continuamos cantando e rindo quando eu olho para além de Kim e congelo quando vejo quem está se aproximando. Só pode ser brincadeira! Com o sorriso mais safado que eu já vi, Thomaz Miller anda lentamente em nossa direção, sem tirar os olhos da bunda em movimento de Kim. Ela vê meu olhar assustado e se vira. - Hey, olha o que eu achei aqui. Duas beldades quentes como o inferno.- Ele grita para que possamos escuta-lo. - Thomaz, o que você está fazendo aqui?- Pergunto surpresa. - Eu ia perguntar a mesma coisa para vocês duas.- A Gwen e eu estudamos com o Preston.- Kim explica. - Quem?- Ele pergunta. - Preston, o aniversariante. Essa festa é dele.- Digo. - Ahh, eu não sei de quem é a festa. Eu vim com um amigo que foi convidado por alguém.- Quase não o escuto por cima da música. - Que bom te ver de novo.- Kim diz. - É realmente muito bom te ver de novo, também. Principalmente nesse vestido sexy pra caramba.Quando eu acho que a Kim vai dar um tapa nele ou coisa do gênero, ela apenas sorri e convida-o para dançar. Não consigo fechar a minha boca aberta em um “O” de surpresa e espanto. “Dirrty” da Christina Aguilera começa a tocar e Kim mexe seus quadris contra Thomaz de um jeito que eu sei que o Jordan não ia gostar nem um pouco. Quando penso em ir me sentar já que a minha parceira de dança me abandonou, sinto duas mãos em meus ombros expostos. Me viro e vejo Preston. - Será que eu posso dançar com você?- Ele pergunta. Seus olhos estão um pouco vermelhos e vidrados, indicando que ele já bebeu bastante. Só assim para ele me tirar para dançar, o Preston normal, o tímido sem álcool nas veias, não teria coragem. - Claro.-
Ai meu Deus, por favor começe uma música lenta. Como eu vou dançar esse tipo de música com ele, eu vou morrer de vergonha. Se bem que se fosse uma música lenta, poderia ser mais constrangedor. Nem todo o álcool do mundo pode me ajudar agora. Começa a tocar “All Night” do Icona Pop, eu eu começo a me mover lentamente. Preston segura minha cintura. É, definitivamente ele bebeu um pouco demais. Encontramos nosso próprio ritmo dentro do da música e mexemos nossos corpos com sintonia. Preston é um ótimo dançarino e logo eu esqueço a minha vergonha e ambos estamos dançando e rindo. Sophie ficou nos rondando e tentando tirar Preston para dançar, mas ele recusou todas as vezes. Quase pude ver a fumacinha de raiva saindo de seus ouvidos. Começa “Clarity” do Zedd, a música é lenta no começo então Preston me puxa para mais perto do seu corpo, ele segura minha cintura e eu envolvo meus braços em seu pescoço. Estou tão perto que sinto seu cheiro. É gostoso, é um cheiro bom do seu perfume combinado com suor e o seu cheiro natural. Mesmo quando o ritmo da música aumenta nós continuamos dançando lentamente e abraçados. Ele leva a sua boca até o meu ouvido e fala. - Venha comigo.Mal posso responder e ele já está me puxando para fora da pista de dança. Ele me conduz para uma parte do jardim que eu não havia percebido antes, ela nós leva direto para outro jardim, na frente da casa. - O que foi, Preston?- Eu queria ficar a sós com você.- Porque?Ele coloca a mão no bolso e tira um colar. - Porque eu queria te dar isso.Eu olho o pingente de ouro branco em forma de asas de anjo, nas bordas tem incrustadas algumas pedrinhas, que eu acho serem diamantes. É lindo.
Olho-o atordoada. - Preston...- Minha voz sai num sussurro. - Gostou? Se não, você pode trocar.- Ele diz. Meu Deus, como ele é fofo. - Eu não vou trocar, é lindo. Eu amei, de verdade.Ele sorri e parece aliviado. - Mas você não devia...Quer dizer, hoje é seu aniversário, você que deveria estar recebendo presentes.- Eu não preciso de presentes, ter você aqui comigo é tudo o que eu preciso e tudo o que eu quero.- Sua voz é baixa e uniforme, séria. Não tenho palavras. Então levanto meu cabelo e me viro. - Coloca em mim?Sinto o choque do objeto frio em contato com a minha pele quente. Preston se atrapalha um pouco com o fecho, sinto suas mãos tremerem um pouco. Depois de fechar o colar em meu pescoço, eu deixo meus cabelos caírem para o lado, sob meu ombro. Preston traça um caminho com o dedo, desde da pele embaixo na minha orelha até meu ombro. Esse toque me provoca arrepios e eu estremeço. Lentamente eu me viro para ele. Seguro meu colar e o observo. - Me lembro que quando eu te vi pela primeira vez, eu jurei pra mim mesmo que você não era real... que você era um anjo.- Ele diz colocando um fim na pouca distância que nos separava e tocando as asas de anjo repousadas no meu pescoço. Ele traça a linha do cordão com o dedo até chegar no meu pescoço, então sobe a mão e a espalma no meu rosto, logo sua outra mão faz o mesmo. Segurando meu rosto com ambas as mãos, me impedindo de virar, ele aproxima a sua boca da minha. Sei que eu tenho que dizer algo agora. Algo para impedir que ele me beije, não posso permitir que isso aconteça. Não quero iludir um cara tão bom como ele, e não quero enganar Aiden. Mas ao invés disso, eu deixo que ele se aproxime cada vez mais. Lentamente, ele vai vencendo centímetro por centímetro a distância entre nossos lábios.
Sinto seu polegar acariciando delicadamente minha bochecha. Seu toque é bom, muito bom. Sinto seu hálito fresco, menta e álcool. Quando nossas bocas estão a um suspiro de distância de se encontrarem, eu escuto passos farfalharem as folhas na grama. - Tire as suas malditas mãos de cima da minha garota, seu filho da puta.- A voz de Aiden é grave e furiosa. Ambos, Preston e eu, olhamos em sua direção com um olhar assustado. Pela expressão na cara de Aiden, posso dizer que ele está possesso. Um olhar assassino em seus olhos. No que me pareceu um segundo, Aiden cruzou a distância que nos separava e pegou Preston pelo colarinho e lhe deu um soco no rosto. Eu dei um pulo para trás e soltei um grito. Preston se recompõem rapidamente e dá um gancho de direita em Aiden, que revida com outro soco mas Preston é mais rápido e desvia. Aiden joga seu corpo corpulento contra Preston e ambos caem no chão. Eles rolam e eu só consigo ver um emaranhado de punhos e ouço xingamentos. - Parem.- Eu grito. - Parem com isso, agora.- Grito novamente, desesperada. Grito por ajuda até que um segurança aparece e separa os dois. O segurança pega Aiden violentamente e lhe dá uma chave de braço. Preston se afasta um pouco e coloca as mãos no joelho, recuperando o fôlego. Corro até Preston e vejo que ele tem um corte na boca e no supercílio, além de um hematoma no canto do olho. - O senhor está bem Sr. James?- O segurança pergunta em uma voz grave. Preston balança a cabeça indicando que sim. - Meu Deus, Preston, Você está bem mesmo?- Pergunto preocupada. Ele diz que sim de novo e recompõe a postura. Olho pela primeira vez para Aiden, ele também está com a cara machucada, mas não tanto. Ele está tentando se soltar do aperto forte dos segurança e gritando maldições para quem quiser ouvir.
Nessa hora, outro segurança chega correndo. - O que está acontecendo aqui?- Ele pergunta. - Nada, tudo está sobre controle agora. Esse meliante estava atacando o Sr. James e essa jovem senhorita.- Vou chamar a policia.- O homem diz. O QUE? NÃO! Lanço um olhar suplicante para Preston, implorando que ele faça alguma coisa. - Não. Está tudo bem, não chame a policia.- Preston diz em uma voz firme. - Só levem ele para longe daqui.- ele complementa. O segurança assente e empurra bruscamente Aiden. - Anda, vamos logo.- Ele diz severo. Acompanho Aiden com o olhar, ele não se vira para trás nem uma vez sequer. Coloco minha mão no ombro de Preston e fico aliviada ao ver que ele não recua. Espero que ele não me odeie por arruinar sua festa. - Você tem que limpar esse cortes, se não vão infeccionar...- Digo puxando-o comigo -...vamos lá para dentro cuidar disso.Quando entramos pela porta da frente, um Jordan muito furioso passa por nós, acho que ele nem notou eu e Preston todo machucado. Kim vem logo atrás dele e ela está chorando. - Jordan, espera.- Ela implora e meu coração se despedaça ao ouvir o desespero em sua voz. Não sabia que Jordan estava aqui também, o que será que aconteceu entre ele e Kim? Aliás, como ele e Aiden conseguiram entrar aqui? - Jordan, por favor. Deixa eu explicar.Jordan se vira furioso e encara Kim, ela congela no lugar e começa a chorar sob o intenso olhar do seu namorado. - Me explicar o que? Não precisa, eu vi tudo.- Ele se vira mas Kim o puxa pelo braço e o faz olhar para ela. Jordan puxa o braço com força e se liberta do seu aperto, vejo Kim se encolher.
- O Thomaz não é ninguém, eu mal o conheço. Você tem que acreditar em mim.Kim diz com sua voz tremula devido ao choro. - Então você tem o costume de se esfregar em caras que você mal conhece, enquanto você dança uma música que fala explicitamente sobre sexo oral?- Não, por favor...- Kim funga. - Vocês estavam praticamente fazendo sexo na pista de dança, Kim.- Jordan grita. - Não.- Kim diz baixinho e balançando a cabeça, ela não para de chorar. - Mas não sei porque estou surpreso, foi assim que nós nos conhecemos naquela festa, não foi? Você veio dançar comigo toda provocante e me paquerou, eu achei que você gostasse de mim, mas parece que você faz isso com qualquer um.Jordan se vira e dessa vez Kim não o impede, mas ela grita. - Jordan, por favor. Eu te amo, não vá.Jordan se afasta e a declaração de Kim parece não fazer nenhum efeito, ele anda determinado para longe dela. Kim fica parada lá, desolada, chorando descontroladamente e repetindo baixinho “não, não ,não.” Então Jordan pegou ela dançando com Thomaz, segundo ele praticamente fazendo sexo na pista de dança. Isso não é nada bom. Eu já a tinha alertado sobre esse seu jeito de ser, tinha falado para ela parar de flertar com os caras, mesmo que de brincadeira. Coitada da minha amiga. É, parece que hoje não está sendo um bom dia para nenhuma de nós duas. Nem para Preston, coitado, era para ser uma noite feliz cheia de diversão, mas ele acabou ficando assim, todo machucado. Me sinto tão culpada por Aiden ter vindo aqui e batido nele, e se ele não tivesse vindo Jordan nunca veria Kim dançando com Thomaz e eles não teriam brigado. É tudo culpa minha. Preston olha para Kim com pena. Eu alterno meu olhar entre os dois, sem saber para qual deles eu devo correr em socorro por primeiro.
Capítulo 10 Susto
Já é domingo a tarde e eu ainda não consegui falar com a Kim, estou tão preocupada com ela. Com Aiden eu não tentei entrar em contato, não sei se por raiva por ele ter batido em Preston ou por culpa por ter quase beijado outro cara. Provavelmente um pouco de ambos. Decido ligar para Preston para saber como ele está. Depois de limpar seus machucados com água oxigenada ontem, eu levei Kim para casa e não fiquei sabendo de mais nada. Pego meu celular e pressiono a sequência de números. Ele atende no segundo toque. - Alô?- Oi Preston, sou eu.- Ah, oi Gwen.- Ele soa cansado. - Eu liguei para saber como você está, estava preocupada.- Obrigado, não se preocupe, eu estou bem. Mas...- O que foi?- Pergunto preocupada. - É que...bom, depois que você foi embora ontem eu não tinha condições de voltar para festa, queria evitar as perguntas que viriam depois que as pessoas olhassem meu rosto. Mas infelizmente, não é uma coisa que eu possa esconder da minha família. - Ele solta um suspiro. –Gwen...meus pais ficaram furiosos quando eu contei o que aconteceu, e eles querem envolver a policia.- O que? Ah não, Preston.- Meus olhos começam a lagrimejar, Aiden não pode ir para a cadeia. Fico desesperada. - Preston, por favor, eu sei que você está com raiva do Aiden e eu não te culpo, mas não deixa seus pais mandarem prender ele.- Imploro. - Calma, Gwen. Eu percebi que que esse cara é...err...importante pra você, então eu menti. Falei para meus pais que eu não sei quem ele é e que não consegui ver seu rosto na iluminação fraca do jardim.- Ah, Preston.- Exclamo seu nome aliviada. De repente me lembro de algo. - Mas e os seguranças? Eles sabem da verdade- Não se preocupe, eu já cuidei deles.- Preston, muito obrigada, mesmo.- Agradeço. - Eu fiz isso por você, Gwen. Eu menti por você. Mas eu preciso que você seja honesta comigo agora. Você me deve isso.- Sua voz é firme e decidida. - Você tem razão.- Admito.
- Então? Quem ele realmente é? Ele te chamou de “minha garota”, ele é seu namorado?- Percebo que diz com dificuldade a palavra “namorado”. Mas que droga, a última coisa que eu queria era magoar ele. - É complicado, mas...sim, ele é meu namorado.Prendo a respiração e espero uma resposta, mas o que eu recebo é silêncio. - Preston?- Chamo. - Estou aqui.- Sua voz falha e meu coração se quebra. Toco as asas de anjo em meu pescoço. - Preston, eu sinto muito.- Porque? Porque você não gosta de mim do mesmo jeito que eu gosto de você? Não é sua culpa, a gente não controla essas coisas, Gwen.Até quando eu estou quebrando o seu coração ele é fofo. Eu não mereço nem ser amiga de um cara como Preston. - A última coisa que eu quero é que você sofra por mim. Eu me importo muito com você, você é a melhor pessoa que eu já conheci.- Digo. - Sério?- Sim, de verdade. Você é maravilhoso, tem um coração tão bom.- Digo sinceramente. - É, mas é sempre com os caras maus que as mocinhas querem ficar, não com caras bons como eu.- Sinto um traço de amargura em sua voz. - Preston, eu...- Não, não diga nada, está tudo bem.- Ele me corta. - Está mesmo? Quer dizer, e a gente, como fica?- Pergunto, com receio de ouvir sua resposta. - Sei lá, acho que eu prefiro ter a sua amizade do que nada, mas mesmo assim eu preciso de um tempo. Acho melhor nós ficarmos afastados por enquanto, de qualquer forma, essa semana eu não vou para o colégio. Não quero que ninguém me veja e descubra o que aconteceu ontem.- Se é isso que você quer, eu respeito sua decisão. Mas eu vou sentir falta da sua amizade.- Eu também. Mas é só por enquanto, por um tempo.- Você tem certeza sobre não ir para as aulas? As pessoas provavelmente já estão comentando a sua ausência da festa, e agora no colégio também. Isso vai gerar muitos rumores.- Eu sei, por isso eu pensei em pedir para Pablo “sem querer” espalhar um rumor, inventado por mim sobre o que aconteceu, assim ninguém desconfiará.-
- É, acho que pode dar certo.- Digo. - Bom, acho melhor eu desligar.- Espera.- Falo. Ele não diz nada então eu continuo. - Eu realmente sinto muito por ter arruinado tudo ontem.- Não foi você, foi seu namorado. Você não tem que se desculpar por ele.- Mesmo assim, me perdoe.- Está perdoada.- Uma leve sugestão de humor em sua voz. - Gwen?- Sim?- Esse cara, o Aiden. O que os seus pais acham dele?Congelo. Se minha mãe soubesse que eu estou envolvida com alguém como Aiden...Estremeço. Tenho até medo de pensar o que ela faria. A Sra. Cassidy pode ser implacável quando quer. - Sobre isso, preciso te pedir um favor. Acontece que meus pais meio que não sabem sobre eu e Aiden, na verdade ninguém sabe. Só Kim e o Jordan. Você pode guardar segredo?Ouço um suspiro frustrado do outro lado da linha. - Gwen, você já parou pra pensar que se você tem que esconder seu namoro dos seus próprios pais, isso significa que tem algo errado?- É complicado...eu não falei nada por causa da minha mãe, você sabe como ela é. Ela só liga para status e dinheiro, é por isso que eu não contei, mas eu vou.- Você que sabe. Espero que você saiba o que você está fazendo.- Você pode, por favor, guardar o meu segredo?- O segredo não é meu para contar, então sim.- Obrigada, Preston.- É, tanto faz. Tchau, Gwen.- Tchau, Preston.Desligo e sinto um aperto no coração. Ele quer distância de mim, magoou escutar isso. Penso em ligar para a casa da Kim, mas talvez seja melhor dar um espaço pra ela. Agora tenho que resolver um problema chamado Aiden. Mando uma mensagem pra ele.
Gwen: Precisamos conversar. Curto e simples. Batuco o meu celular na mão, ansiosa por uma resposta. Longos minutos depois recebo uma resposta. Aiden: Acho que depois de ontem não temos mais nada para conversar. Está tudo acabado entre nós. Leio suas frias palavras uma, duas, três vezes. Caio na cama encarando a tela do celular e uma lágrima escorre pelo meu rosto. Fico entorpecida pela dor. Sabia que ele ficaria furioso, estava preparada para uma briga, mas achei que conversaríamos e resolveríamos tudo. Achei que ele gostasse o suficiente de mim para não desistir. Parece que eu estava errada. Aiden foi a primeira coisa que me aconteceu que me fez verdadeiramente feliz...e agora acabou. Eu o perdi. *** Duas semanas se passaram. Vejo Kim todos os dias no colégio, mas ela não está realmente lá. Não, sua mente está com Jordan, que terminou com ela. Tentei fazer ela conversar comigo mas não quis. Ela se afastou de mim e das outras meninas. Eu também não estou muito melhor do que ela, foram duas longas semanas sem nenhuma noticia ou contato com Aiden. E nem com Preston. Ele já está de volta as aulas, quem olha seu rosto não diz que ele apanhou, provavelmente ele está usando um pouco de maquiagem para esconder os vestígios que restaram daquela noite. Na sala de aula e nos corredores, quando ele passa por mim, não me olha nos olhos. É como se eu não existisse, sei que ele está se preservando, preservando o seu coração, mas mesmo assim o meu lado egoísta gostaria que ele estivesse ao meu lado, preciso do meu amigo de volta. Não consigo me concentrar em nada, meus pensamentos são todos para Aiden. Nós vivemos uma paixão que durou algumas semanas apenas, mas foi o suficiente para se tornar algo grande, poderoso e com o poder de me machucar muito. Não estou nem um pouco satisfeita com o jeito que nós terminamos. Por mensagem, pelo amor de Deus. Não devia ser assim. Se ele não que mais nada comigo, ele tem que dizer me olhando na cara, olho no olho. Eu mereço pelo menos isso, nós merecemos. Depois da aula, decido dar uma rápida fugida para ir até a casa de Aiden.
Estou com o coração apertado, uma sensação ruim no meu peito. Quando chego a familiar casa, localizada em uma bairro simples, vejo o carro estacionado em frente a casa. Ele está lá dentro, espero que esteja sozinho. Uma vez perguntei para Aiden como ele se sustentava já que eu nunca o tinha ouvido falar sobre emprego, ele apenas disse que tinha um pouco de dinheiro guardado, não era muito mas ele conseguia sobreviver. Quando perguntei sobre o dinheiro, ele disse que era da sua família, quando perguntei da sua família ele apenas disse que não queria falar sobre isso. Ele estava se esquivando das minhas perguntas, apenas fornecendo poucas informações e nunca por iniciativa própria. Parada em frente a porta da sua casa, com um espirito triste por não saber quase nada sobre a vida do homem que eu por quem estou apaixonada, respiro fundo. Bato na madeira e espero. Nada. Bato de novo. Ainda nada. Apuro a audição mas não ouço nenhum barulho vindo de dentro da casa. Será que eu deveria entrar? Se ele está em casa e não atendeu a porta, então quer ficar sozinho. Ou talvez, ele saiba que sou eu e não quer atender. Esse pensamento me deixa mais triste. Suspiro e olho tristemente para a porta, dou meia volta e caminho para a rua. Paro e encaro o Mustang preto. Olho para o carro e depois para casa. Decidida, caminho até a casa novamente e bato de novo, com mais força. De novo, não obtenho nenhuma resposta. Coloco a mão na maçaneta e forço, está destrancada. Entro cautelosamente e fecho a porta atrás de mim. - Aiden?- Chamo. Todas as luzes estão apagadas e o silêncio que se faz na casa é assustador. - Aiden, sou eu, Gwen.- Aiden?Sinto uma sensação horrível, meu peito aperta e um desespero enlouquecedor me domina, não sei porque estou com o olhos cheios de água. - Aiden?- Chamo subindo as escadas, agora com algumas lágrimas escorrendo pelo rosto. Que sentimento ruim. Uma agonia que não me deixa.
No segundo andar, vou direto para o quarto dele. O medo de abrir a porta e encontra-lo com outra quase me faz perder a coragem. Mas então, de novo, paro para escutar algum barulho que indique que ele possui companhia, mas não há nenhum som. Respiro fundo e solto o ar lentamente, abro a porta e meu coração começa a bater a mil por hora. Meu estômago fica doente. - Aiden.- Grito e vou correndo até ele, que está desmaiado no chão. Me ajoelho ao seu lado e seguro sua cabeça com as mãos. - Aiden, por favor fale comigo.- Grito. Mal consigo enxergar por causa do grande fluxo de água saindo dos meus olhos. Coloco meus dedos em seu pescoço para conferir a pulsação, não sinto nada. - Oh meu Deus, não. Ele não.Pego rapidamente seu celular, que está em cima da cama e ligo para a emergência. Grito desesperada para uma mulher que me pede calma pelo outro lado da linha. - Ele não está respirando, você tem que mandar uma ambulância agora.- Não, eu não sei o que aconteceu. Eu o encontrei desmaiado.Ela me pede o endereço e diz que uma ambulância logo estará aqui. Depois de longos dez minutos, escuto ao longe o som de sirenas. Graças a Deus. Mas ai me lembro que eu não deveria estar aqui, se os bombeiros chegarem e me encontrarem, vão haver muitas perguntas. Desço correndo as escadas e tropeço para fora da casa. Atravesso a rua e finjo andar despreocupada quando a ambulância para na frente da casa de Aiden e dois paramédicos entram correndo pela porta. Duas pessoas que passavam por ali, param e observam a movimentação. Depois de uns minutos, eles saem carregando Aiden em uma maca, um dos homens bombeando um estranho aparelho que está cobrindo sua boca e seu nariz. Eles arrumam a maca dentro da ambulância, fecham as portas e saem em disparada. Depois que eles já se foram, fico ali parada, no meio da calçada e em prantos. O som das sirenes ainda ecoando em meus ouvidos. *** Ligo para Jordan. Não o vejo desde o aniversário de Preston.
- Alô?- Alô, Jordan é a Gwen.- Gwen?- Jordan, eu preciso de você. Aconteceu uma coisa horrível.- Digo em meio aos soluços. - O que foi? É a Kim?- Ele diz preocupado. - Não. É o Aiden. Eu o encontrei desmaiado e liguei para a emergência.- Meu Deus, Gwen. Estou indo pra ai, em qual hospital vocês estão?- Eu não sei, eu não estou com ele. Eu fiz a ligação e depois fui embora. Mas eu vi a ambulância levando ele, ah Jordan...ele parecia tão sem vida.- Desabo a chorar. - Calma, Gwen. Ficar nervosa não vai adiantar nada.- Eu preciso que você descubra onde ele está e veja se ele vai ficar bem. Eu tenho que ir para casa se não minha mãe vai perceber.- Tudo bem, eu descubro onde ele está e assim que souber de alguma coisa eu te ligo.- Obrigada.Ele desliga e eu corro para casa. Preciso chegar no meu quarto. No meu refúgio. *** Já se passaram duas horas desde que eu falei com Jordan e ele ainda não me ligou. Estou no meu quarto andando de um lado para o outro, angustiada. Meu celular toca, meu coração dá um salto e eu atendo. - Alô?-Gwen, sou eu.- Escuto a voz de Jordan. - Como ele está?- Pergunto sem rodeios. - Ele vai ficar bem, estão cuidando dele.Solto um suspiro cheio de alivio e começo a chorar. - Gwen, ele vai ficar bem. Ele está seguro agora.- O que aconteceu?- Pergunto fungando o nariz. Ouço um suspiro. - Ele teve uma...overdose.Overdose? Como assim? - Eu não intendo, Jordan.-
- Olha, não sei se você sabe mas...o Aiden usa cocaína.- Eu não sabia.- Minha voz quase não sai. Como assim? Ele não faria isso, faria? Então me lembro de algumas vezes que eu vi restos de um pó branco na mesa da sua casa, e ele tinha essa mania de ficar fungando as vezes. - Faz alguns anos, ele já usava antes da morte dos pais e depois...só piorou.- Seus pais?- Você não sabe?- Não, eu perguntei uma vez mas ele nunca quis me falar da sua família.Respondi. - Bom, seus pais morreram em um acidente de carro, meses depois que o irmão mais novo dele foi preso por trafico de drogas.- Meu Deus.- Levo a mão até minha boca. - Aiden herdou a casa onde ele mora e uma pequena quantidade de dinheiro. Ele tem vivido desse dinheiro desde então. Viver é uma palavra muito forte, ele tem existido. Tentando preencher o vazio e lidar com a dor com mulheres, corridas e infelizmente, drogas e bebidas também.- Eu nunca imaginei, ele nunca pareceu ser esse tipo de pessoa. Ele era temperamental, possessivo mas ele era doce e carinhoso comigo. Nunca bebeu mais que algumas cervejas ou whisky.- Isso porque ele estava com você. Eu nunca o vi tão feliz como quando vocês estavam juntos. Depois daquele dia no..err...aniversário daquele seu colega, ele ficou arrasado.- Ele não foi o único, aquela noite foi terrível para todos. Inclusive a Kim, ela te...- Não. Por favor não diga nada, Gwen.- Tudo bem, desculpe.- Eu tenho que ir, mas qualquer coisa eu te ligo.- Por favor.- Tchau, Gwen.- Tchau, Jordan.Desligo, o coração mais leve, mas só um pouco. Aiden está bem, mas ao mesmo tempo não está. Ele tem tentado fugir da dor e da solidão por meio das drogas e...estremeço, mulheres. Mas isso foi antes dele me conhecer, ou será que ele continuou com essas coisas mesmo depois de ficarmos juntos? Bom, ele continuou usando drogas, mas será que ele continuou saindo com outras mulheres?
Não quero nem começar a pensar nisso, não quero descobrir que nosso breve mas lindo momento juntos foi uma mentira. Agora não importa mais. Está tudo acabado, como Aiden mesmo disse.
Capítulo 11 Reconciliação (Parte I) Um mês depois... - Zero?- Pergunto indignada - É o que diz aí, não é?- Professora Maya diz secamente. - Mas professora, tem que ter alguma coisa errada. Eu não posso ter errado tudo, corrija de novo.- Gwendolyn, eu corrijo todas as provas duas vezes, a nota que está aí é a nota que você tirou.- Ela sai andando e eu a sigo. - Mas e essa questão, eu acertei.- Ela para, dá um suspiro exagerado e toma a prova da minha mão. - Qual questão?.- Pergunta impacientemente. - A nove.- Respondo apontando para o papel. Ela lê a questão novamente e faz uma careta. - Não, está errada mesmo. Estaria certa se você não tivesse confundido as etapas da Meiose com as da Mitose. Preste mais atenção da próxima vez.- Mas a senhora não pode...- Tenha um bom dia Srta. Cassidy.- Ela me corta e sai andando. Nesse último mês as minhas notas caíram muito. Tenho que melhorar, ou vão querer chamar meus pais. - Arrrr.- O que foi, Gwen?- Kim me pergunta vindo detrás de mim. Coitada da minha melhor amiga, ela ainda não está bem com o seu termino com o Jordan, mas pelo menos ela voltou a conversar comigo e parece estar melhor, nem que seja só um pouquinho. - Tirei zero na prova da professora Maya.- Digo lhe mostrando a prova.
- Também, você deixou a maioria em branco e as que respondeu estão completamente erradas.- Kim diz olhando a prova. - Nossa, não me diga.- Digo sarcasticamente. - Você sempre foi boa em Biologia.- Kim comenta. - Eu sei.- Gwen, você não pode ficar assim por causa de Aiden.Olho em seus olhos para ver se ela está me gozando. - Diz a garota que está assim exatamente por causa de um cara.- Isso é diferente.- Ela diz. - Como pode ser diferente, você está sofrendo por causa do Jordan e eu por causa de Aiden.- Noto que ela se encolhe ao escutar o nome de Jordan. - Não sei...Acho que é aquela hora do faça o que eu falo mas não o que eu faço?Ela levanta os ombros e dá um sorrisinho. Eu rio de sua expressão e envolvo meu braço em seus ombros. - Nós estamos muito ferradas.- Digo. Kim dá um suspiro triste e concorda. - Muito.*** Recebo uma mensagem de Genna. Uma amiga que eu fiz no encontro V8. Faz tanto tempo que eu não apareço em um desses encontros, sem o Aiden lá não tem a menor graça. Genna me disse uns dias atrás que, faz seis semanas que ele não aparece por lá. Isso foi quando nós terminamos, será que tem alguma coisa a ver? Ela me disse também que Jordan tem corrido em seu lugar, e que ele vai embora de lá toda vez com uma garota diferente, as vezes duas. Claro que eu não contei isso para Kim, quebraria mais ainda seu coração. Leio a mensagem. Genna: Oi Gwen, como estão as coisas? Kiera, Stacey e Scott mandaram um oi. Kiera, Stacey e Scott são outros com quem eu fiz amizade nas corridas. Gwen: Oi G, as coisas estão indo bem e com você? Diga que eu mandei um oi e um abraço pra eles também.
Logo recebo uma resposta. Genna: As coisas estão indo bem pra mim também. Porque você não vai no encontro amanhã e dá esse abraço neles pessoalmente? Olho a sua sugestão. Ir no encontro, será? Gwen: Não sei... Não quero ir sozinha. Sei que Kim não iria aceitar se eu convidasse, ela não quer nem falar o nome de Jordan, muito menos vê-lo. E ela ficaria arrasada em ver ele com outras mulheres. Meu celular apita. Olho a resposta de Genna. Genna: Ah, qual é G. Vamos lá! Quando eu receber o end. amanhã eu te aviso, aí você decide se vai ou não. Gwen: Eu vou pensar. Envio. Genna: Ehhh! Nós estamos com saudades, espero te ver amanhã. Se cuida garota. Sorrio, conheci muitas pessoas legais nos encontros. Não seria justo parar de vêlos só por causa de Aiden. Ele nem vai estar lá mesmo. *** Coloco um vestido cor de chumbo de alça larga e sem nenhuma estampa ou relevo, ele é bem curto e super justo. Aposto que se eu me abaixar usando isso, quem estiver atrás vai conseguir ver mais do que deveria. Coloco minha jaqueta preta de couro e uma ankle boot preta com cadarço. Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo alto e bagunçado. Marco bem meus olhos com lápis preto e esfumo com um pincel. Pra finalizar; rímel, blush e batom. Me olho no espelho e toco meu colar de asas de anjo. Minha amizade com Preston ainda está longe de voltar ao normal, mas pelo menos agora ele me diz oi quando passa perto de mim. Hoje é o dia do encontro V8, decidi que eu iria. Estou esperando a mensagem de Genna, se ela me mandar então eu vou, se ela esquecer vou encarar como um sinal de que não devo mais ir nessas corridas e que eu devo arrumar outro jeito de ver ela e os meus outros amigos.
Próximo das dez horas da noite recebo uma mensagem com o endereço. Certo, então eu devo ir. Assim como no meu primeiro encontro V8, pego um taxi e dou o endereço, não o que Genna me passou mas um próximo o suficiente do local. Enquanto o taxista dirigi, mando uma mensagem para Genna dizendo para me encontrar para que eu não tenha que andar até o lugar sozinha, no escuro. Ela me responde com uma mensagem empolgada e eu não posso deixar de sorrir. Quando chego, pago o taxi e vejo Genna com Scott me esperando na esquina. Claro que ele não deixaria sua namorada ficar sozinha em uma rua deserta no escuro. Eles são tão fofos juntos e por um momento fico com inveja. Matamos a saudades com um abraço de urso e seguimos a pé, andando e rindo pela rua com pouca iluminação. Apesar disso, me sinto segura com Scott nos acompanhando, o cara mais parece uma montanha. Esse pensamento me faz lembrar de Kraig, o segurança do Mirage e amigo de Aiden. Tudo que eu penso tem que me lembrar dele? Mas que droga! Chegamos ao lugar e tudo é como nas outras vezes. Muitas mulheres seminuas, caras cheios de testosterona com seus brinquedos e muita bebida. Logo avisto Kiera e Stacey numa roda de amigos, e nós três vamos até lá. Acho que vai ser bom conversar e me distrair um pouco, tentar não pensar tanto e Aiden. Apesar que toda essa situação me faz lembrar dele. Me recordo do dia em que fui sua mascote pela primeira vez. Quando ele me jogou em cima de seus ombros e me jogou no seu carro. Nós corremos e vencemos. Depois teve aquela correria por causa da policia e depois disso...nós beijamos no seu carro, em uma rua escura. E ele me disse que me queria. Queria saber o que mudou. *** - Eu já volto.- Digo ao grupo de pessoas com o qual eu estou conversando. Saio em busca de uma bebida. Tenho me acostumado a beber mais ultimamente. As vezes eu roubo uma cerveja do meu pai na geladeira ou tomo uma taça de vinho de uma garrafa aberta.
Vou até o cooler de bebidas e pego uma garrafa de cerveja, abro com a mão e tomo um gole. - E nem precisou da minha ajuda dessa vez.- Me arrepio com a voz sussurrada bem perto no meu ouvido. Me viro e encaro Ace, que não se moveu e está próximo demais do meu espaço pessoal. Ele tem um sorriso convencido no rosto. - Consigo me virar sozinha agora.- Estou vendo. Mas é uma pena.- E porque?- Dou mais um gole na minha cerveja. - Porque agora você não precisa mais de mim.- Ele fala como seu eu não vivesse sem ele. Dou uma risada debochada. - Eu nunca precisei de você, Ace.Ele me observa com seus olhos escuros e eu brinco com o rótulo da garrafa para manter minhas mãos ocupadas. - Você está diferente. O que aconteceu com aquela garota tímida e que exalava inocência?Ela ainda está aqui, mas com um salto de 10cm e um vestido curto, fingindo ser gente grande e tentando esconder o sofrimento. Em resposta eu apenas dou de ombros e dou mais um longo gole em minha bebida. - Não sei de qual das duas eu gosto mais.- Ace me dá um sorriso enorme e pervertido. Eu não digo nada então ele se aproxima mais ainda, encostando seu corpo no meu. Eu dou um passo para trás no mesmo momento que ele dá um passo para frente. Ele aproxima o rosto e acho que vai me beijar mas ele encosta a boca no meu ouvido. - Você está me devendo uma corrida. Seja minha mascote hoje a noite.- Ele sussurra. Estremeço com o contato de seu hálito frio na minha pele.
De repente me lembro do aviso de Aiden, de que Ace não é boa pessoa e eu deveria manter distância. - Não vim aqui hoje para correr.- Respondo com a voz rouca e tenho que limpar minha garganta. - Eu vou deixar a vaga aberta pra você...- Ele sorri maliciosamente. – Se você mudar de ideia.- Eu não vou.- Respondo imediatamente. - Vamos ver.- Ele diz e sorri antes de se virar e ir. Aiden tinha razão, mesmo ele não me contando o porque ele não confia em Ace, eu acredito nele. O sorriso, a postura, o jeito de falar, tudo em Ace exala perigo. No começo achei que poderia ser exagero de Aiden, fiquei cega pelo jeito amável que Ace me tratou, mas agora eu consigo perceber coisas que eu não percebia antes. Balançando a cabeça eu caminho em direção aos meus amigos. Paro no meio do caminho quando vejo Jordan agarrado com duas mulheres idênticas, gêmeas. Ele diz algo no ouvido de uma delas e ela ri e concorda. Ele passa a mão pelas curvas de ambas e dá um beliscão na bunda de uma e depois na da outra, as duas soltam um gritinho e os três riem. Ele puxa os lábios da mulher a sua esquerda com os dentes, e então enfia a língua na sua garganta. Urgh! Coitada da Kim. Talvez seja melhor eles terem se separado, se ele corre para outras mulheres logo depois de terminar com ela, então talvez ele não goste tanto dela quanto dizia gostar. Mesmo a Kim estando errada em flertar com outros caras enquanto estava com Jordan, ela nunca beijou ou dormiu com outro, ela disse que o amava com todas as letras e ele nem ligou. Agora está aqui, se agarrando com duas vadias. Está na cara que ele já superou e seguiu em frente, provavelmente aquele showzinho na casa do Preston tenha sido fingimento ou exagero, apenas pra sair da história como o cara com coração partido e deixar Kim se sentindo culpada. O que funcionou, ela não flertou com ninguém desde aquele dia. Fiquei sabendo que Thomaz havia ligado para ela diversas vezes, mas ela não atendeu. Caminho até Genna que está sorrindo pra mim. *** Está quase na hora de começar, aqueles que vão correr vão em direção aos seus respectivos carros. Me direciono até a borda de pessoas para observar a corrida melhor.
Os corredores se provocam como sempre, exibem a potência de seus motores acelerando e desacelerando. Dada a partida, os carros arrancam e seguem em alta velocidade. Hoje, a corrida será aquela conhecida como ponto a ponto. Os corredores estabelecem um lugar onde será a chegada e dirigem a toda velocidade pela cidade, se misturando aos motoristas normais, fazendo ultrapassagens perigosas e passando no sinal vermelho. Agora que os carros se foram, a maioria dos espectadores se dirigem aos seus próprios carros e seguem até o local de chegada para conferir o vencedor. Subo no carro de Scott junto com Genna, Stacey e Kiera e vamos conferir o vencedor. Já que paramos em todos os semáforos e respeitamos todos os sinais de transito, é claro que chegamos lá depois que todos os corredores já chegaram. - Quem ganhou?- Scott pergunta para um cara qualquer. - Ace.- O homem diz com um sorriso no rosto, está claro em quem ele apostou. - Claro que foi ele.- Só o Aiden conseguia dar algum trabalho para Ace, agora que ele não corre mais, não tem quem segure Ace.- O homem comenta todo orgulhoso. Fã de Ace detectado. A maioria das pessoas foram embora depois de saberem o vencedor e de pagarem suas apostas. Já que meu grupo de amigos decidiu ficar mais um pouco, bebendo e conversando, eu decido ficar também. Depois de uns 90 minutos, passo meu olhar pelas aproximadas vinte pessoas que ainda estão aqui, procuro por Jordan. Ele está em um canto, sozinho. Está com uma cerveja na mão e mal consegue ficar em pé, está literalmente caindo de bêbado. Decido ir ajuda-lo mas logo um cara, que parece conhece-lo, se aproxima e o ajuda a ficar em pé. Ele balbucia algo para o cara e o abraça. Acho que ele não precisa da minha ajuda. - Preciso pegar meus cigarros, Scott passa a chave.- Keira diz. - Deixa que eu pego pra você. Preciso pegar minha jaqueta, estou com frio.- Eu digo.
Scott joga as chaves e eu as pego no ar. - Está na minha bolsa, no banco de trás.- Kiera grita enquanto eu ando. Vou até o carro, estacionado a poucos metros dali. Tento colocar a chave no lugar certo, mas está escuro, os três postes perto do carro estão apagados e eu mal consigo enxergar o que eu estou fazendo. Quando finalmente enfio a chave no buraco, sinto um aperto nos meus braços e um corpo forte se encostando nas minhas costas. Sinto a ereção do homem pressionar na minha bunda e tento me desvencilhar do aperto em meus braços. - Shhh.- A voz diz e me segura mais forte. - Fique quietinha e venha comigo.- As fortes mãos me puxam e sou obrigada a andar colada ao seu corpo. Meu coração está batendo rápido e minha respiração é irregular. Quando passamos embaixo na luz de um poste, vejo que o homem me segurando é Ace. Respiro aliviada. - Nossa, Ace. Você me assustou, achei que ia ser estuprada por algum maluco.Ele não diz nada, apenas continua andando e me levando consigo. - Ace?- Ele continua sério e nem olha para mim. De repente o desespero está de volta. Oh meu Deus, ele não faria isso comigo, faria? A resposta fica clara quando ele me joga com violência contra seu carro, estacionado em um beco próximo de onde estávamos. Ele joga seu corpo sobre mim, me esmagando com seu peso. - Ace, me solta.- Digo com a voz cheia de medo. - Shhh, princesa. Eu prometo que você vai gostar.Ele desce sua boca até encontrar com a minha. Sinto gosto de álcool e tabaco. Ele força a minha boca com a língua e os lábios até que eu não consigo mais resistir, quando meus lábios se separam ele enfia sua língua em minha boca. Tento bater em seu peito com meus braços, mas ele esta me apertando muito forte, não consigo me mexer. Viro o rosto fugindo do beijo e ele começa a beijar meu pescoço.
- Ace, para. Me solta.- Grito e me debato em seu abraço de aço o quanto me é possível. Ele deposita lambidas e mordidas no meu pescoço e eu me sinto enojada. Tento levantar as pernas e lhe dar um chute mas meu movimento com as pernas também é limitado. Ele coloca uma mão em meu seio e o aperta com força, voltando a colocar sua boca na minha, mas antes dizendo: - Você é uma delicia. Te quero desde do momento que eu te vi, mas Aiden reclamou você antes. Mas agora ele não está mais aqui, não é mesmo?- Ele ri perversamente. Tento virar meu rosto novamente mas ele puxa meu cabelo e eu solto um gemido de dor. - Eu falei pra você ficar quietinha. Me obedeça e eu não vou te machucar.Lagrimas escorrem do meus rosto. - Ace, por favor, não.- Imploro balançando a cabeça enquanto falo. - Não precisa chorar, vai ser bom pra você também.- Não...- Digo, agora chorando mais ainda. - Ah, chega disso.- Ele diz com raiva. Ele segura meus braços e me força pra baixo, tento resistir porque sei que uma vez no chão, não terei nenhuma chance de fugir. Mas ele é mais forte, ele exerce sua força em mim e eu caio de joelhos na sua frente. Ele coloca a mão no cinto e começa a desafivela-lo. - Eu quero que você chupe o meu pau, bem gostoso.Estou com tanto medo. Abaixo a cabeça e fecho os olhos com força, chorando descontroladamente. De repente, escuto barulhos de paços rápidos, um grunhido de puro ódio e o choque de um corpo pesado caindo no chão. Abro os olhos e vejo Ace no chão com Aiden em cima dele. Aiden está o socando na cara com toda sua força. Um monte de sangue do seu nariz espirrando a cada novo golpe. - FILHO DA PUTA.- Aiden grita.
Fico no chão sem conseguir desviar o olhar da cena brutal na minha frente. Encolho as pernas e envolvo meus braços nelas. Fico no chão porque não sei se minhas pernas me aguentariam se eu tentasse ficar em pé. - SE VOCÊ SEQUER OUSAR OLHAR PRA ELA , EU TE MATO. OUVIU SEU PEDAÇO DE MERDA, EU TE MATO.- Aiden grita a plenos pulmões, sem parar de socar Ace na cara nem por um segundo. Ace tenta levantar a cabeça bem na hora que Aiden o acerta com mais um soco, fazendo com que sua cabeça bata com força contra o chão duro. Ace fica inconsciente mas Aiden parece não perceber ou não liga, e continua acertando socos certeiros. - Aiden, para.- Eu finalmente consigo encontrar minha voz e gritar. Ele não me houve e continua a acerta-lo. - Aidan, por favor. Ele está inconsciente.Ele continua, um monte de sangue por todo o chão e cobrindo os dois também. - Pare...- Eu digo mais como uma oração do que para ele ouvir. Começo a chorar de novo, baixinho. Aiden congela, com o braço levantado bem atrás da sua cabeça, com as mãos em punho preparado para mais um soco. Ele me olha, seu olhar parece perdido mas mesmo assim repleto de ódio. Ele se vira novamente para Ace, com a cara completamente inchada e ensanguentada. Ele disfere um último soco e sai de cima do corpo imóvel. Eu o olho para o Ace e depois para Aiden, assustada e tremendo de horror. Aiden se aproxima cautelosamente, com as mãos no ar. Ela está coberto de sangue, o rosto cheio de respingos. - Coração, eu não vou te machucar.Olho confusa, porque ele me disse isso? Certamente que eu sei que ele não vai me machucar fisicamente. - Posso me aproximar?- Ele pergunta. Aceno com a cabeça. Ele vem e fica de joelhos ao me lado. Ele levanta a mão para tocar meu rosto mas para, ele olha a mão cheia de sangue e a abaixa. - Onde aquele filho da mãe te machucou?- A raiva voltando a sua voz.
Eu estremeço. - Onde, coração?- Ele diz tentando suavizar a voz. - Ele não me machucou.- Digo baixinho. - Tem certeza?- Ele olha meu braço, está com marcas das mãos de Ace. - Tenho. Ele não me machucou, mas ele ia. Você chegou antes que ele...- Não consigo terminar e começo a chorar de novo. Aiden limpa as mãos na calça jeans. Ele me envolve em seus braços, mas não ficamos tão próximos quanto eu gostaria ou precisava. - Shhh, está tudo bem. Você está segura, ele não pode te fazer mal, eu estou aqui.- Ele me reconforta. Precisei de alguns minutos para me recompor, ele ficou comigo o tempo todo em silêncio, me reconfortando com seus braços em volta de mim, me dando uma sensação de segurança. - É melhor nós irmos.Concordo com a cabeça e ele me ajuda a levantar, minhas pernas fraquejam mas ele me segura. - Vamos, meu carro está mais para frente.Ando com ele me escorando o tempo todo. - Vamos deixa-lo lá, inconsciente?- Pergunto. Ele me olha como se me tivesse nascido uma segunda cabeça. - É claro.- Mas e se ele morrer...- Minhas voz falha. - Gwen, ele tentou te estuprar. Ele merece morrer.- Mas...- Na verdade eu devia voltar lá e mata-lo, eu faria isso mas é mais importante cuidar de você. Depois eu termino com ele.- Estremeço com suas palavras. - Desculpe. É que quando eu vi você ali...de joelhos e tão indefesa, chorando, e aquele desgraçado desabotoando as calças...eu simplesmente perdi a cabeça. Eu só queria mata-lo.- Ele diz. - Como você sabia onde eu estava?- Pergunto tentando desviar sua atenção.
- Eu recebi uma ligação de um amigo meu e do Jordan. Ele me pediu para vir buscar Jordan porque ele estava caindo de bêbado. Quando cheguei, eu vi você andando com Ace, então eu fui atrás.- E Jordan?- Eu pedi para o Walter, nosso amigo, ficar com ele até eu voltar.Chegamos até seu carro e ele me ajuda a entrar. - Eu tenho que buscar Jordan, mas não quero te deixar aqui sozinha.- Ligue para Scott.- Digo. - Scott?- É, eu estava com ele e com os outros. Eles ainda devem estar perto de onde Jordan está. Eu fui pegar uma coisa no carro quando Ace me abordou. Eles devem estar preocupados.- Ok.- Ele diz e pega o celular. - Alô? Scott é Aiden, cara.- Sim, sim. Olha, eu estou com Gwen. Ace a atacou e eu vou leva-la para casa, ela pediu para te avisar para não se preocuparem.Ele escuta o que Scott diz. - Não, ela está bem, abalada mas bem...Não, eu cheguei a tempo...Sim, eu sei...Olha, cara, eu preciso de um favor...Você pode encontrar com Walter e levar Jordan para casa?...É, ele bebeu demais de novo...Sim, cara eu sei, é uma merda...Ok...Obrigado, cara. Tchau.- Ele vai levar Jordan para casa em segurança.Ele entra no carro e liga o motor. Ele está dirigindo e não posso evitar de encarar seu perfil. Ele é tão lindo, mesmo estando assustador coberto de sangue. - Aonde você está me levando?- Pergunto. - Para minha casa. Porque? Quer que eu te leva para a sua?- Não, eu ia dormir na casa da Kim.- Se você quiser, eu te levo até lá. Mas eu...- Ele parece nervoso. -...Gostaria que você fosse pra casa comigo, quero cuidar de você.- Ele diz com a voz baixa. - Ok, mas eu preciso avisar Kim.-
- Claro. Pode usar meu celular.Eu pego e mando uma mensagem para ela. Não quero conversar para que ela não perceba pela minha voz que tem algo errado. Ela me responde, perguntando se está tudo bem mesmo e porque eu estou lhe escrevendo do celular de Aiden. Respondo dizendo para ela não se preocupar e que depois eu conto tudo. Chegamos na casa de Aiden e ele me ajuda a sair do carro. Abre a porta e nós entramos. Estremeço ao me lembrar da última vez que estive aqui. Quando eu vi Aiden caído, parecendo sem vida, no chão do seu quarto. Aiden interpreta mal minha reação. - Está com frio?- Ele pergunta passando as mãos em meus braços. - Não. É que a última vez que eu estive aqui, tive que ligar para a emergência porque você não estava respirando.Ele solta um suspiro e olha para o chão, parecendo envergonhado. - Eu sinto muito. Podemos conversar sobre isso se você quiser, mas depois de você tomar um banho e eu te fazer beber um chá de camomila.Não discuto contra isso. Subimos as escadas e ele me leva até o banheiro. - Espere aqui.- Ele diz e some na porta do seu quarto. Ele volta carregando uma camisa preta surrada. - Você pode usar minha camisa. Naquela gaveta tem toalhas. Sinta-se a vontade para usar o que quiser.- Obrigada.- Digo pegando a camisa e lagrimas escorem em meu rosto. - É só uma camisa.- Ele diz e dá um leve sorriso, quase imperceptível. - Não, eu quis dizer por hoje. Por ter me salvado.- Agora estamos quites.- Ele sorri superficialmente e sai fechando a porta atrás de si. ***
Depois do reconfortante banho coloco minha calcinha tipo shorts de renda preta e visto a camisa de Aiden, sem sutiã. Sinto o tecido confortável roçar meus seios nus, cheiro e ela tem o cheiro delicioso de Aiden. Abro a gaveta e acho um pente e penteio meu cabelo, lentamente. Me olho no espelho, a cara lavada. Toda minha maquiagem foi embora junto com a água no ralo do chuveiro. Meus olhos estão um pouco vermelhos por causa do choro. Dobro meu vestido e deixo em um canto junto com meu calçado. Abro a porta e vejo Aiden encostado na parede oposta com os braços cruzados. Ele está sem camisa e todo o sangue nele foi limpo. Ele está pensativo, encarando o nada. Quando percebe minha presença, me olha. Vejo seu corpo enrijecer e ele passa o olhar pelo meu corpo, se demorando em minhas pernas nuas. - Venha.- Ele pega minha mão e me leva até seu quarto. - Você pode dormir na minha cama.- Ele me passa a caneca que estava na cômoda ao lado da cama. - Camomila, para acalmar os nervos.- Ele aponta para a caneca que agora estou segurando. Assopro o liquido e dou um gole. Humm, delicioso. Dou mais um gole, dessa vez maior. - Está uma delicia, obrigada.- De nada.- Ele diz se sentando na cama. Me sento ao seu lado. - Eu não...eu nunca te agradeci porque ter chamado a emergência naquele dia. Se não fosse por você eu estaria morto agora.Estremeço e meu coração doi só de pensar em seu corpo gelado, roxo e sem vida. - Não precisa agradecer. Fico feliz de ter chegado a tempo.- Quando eu acordei no hospital, estava confuso, não sabia o que tinha acontecido. Jordan estava lá, ele me contou que você chamou ajuda e depois ligou para ele.- Eu não sabia que você usava...essas coisas.- Digo, tentando não julgar. Julgamento é a última coisa que ele precisa. Ele precisa é de ajuda, para parar com isso que quase o tirou de mim. Ele não diz nada, apenas abaixa a cabeça.
- Aiden, você precisa procurar ajuda. Tem que parar de usar isso.Ele levanta a cabeça rapidamente e me encara. - Eu já parei, Gwen. Eu não uso mais, não depois do que aconteceu.- Que bom. Aquilo quase te matou.- Eu sei.- Ele sussurra. - Jordan me contou sobre seus pais e seu irmão.- Digo. Ele me olha surpreso, vejo traição em seus olhos. Certamente ele não queria que Jordan me contasse algo tão pessoal sobre ele. - O que ele te disse?- Tem raiva em seu rosto, mas logo ele suaviza a expressão. Cruzo as pernas em baixo de mim e tomo mais um gole do chá. - Só que seus pais morreram em um acidente de carro, logo depois de seu irmão ser preso por trafico de drogas. E que você herdou a casa e um pouco de dinheiro.- Só isso?- Ele disse que você já usava antes dos seus pais morrerem. Mas depois da morte deles e da prisão do seu irmão você começou a usar as drogas, bebidas, as corridas e...mulheres para não se sentir sozinho.- É tudo verdade.- Ele admite. Suspiro. Me preparo para ouvir a resposta as perguntas que estou prestes a fazer. - Você estava usando cocaína enquanto nós namorávamos, não é?- Sim.- Ele abaixa a cabeça em vergonha novamente. - E continuou usando as corridas e a bebida como uma válvula de escape- Não foi uma pergunta. - Sim.- E as... e as mulheres. Você dormia com elas mesmo estando comigo?Ele me olha pela segunda vez na mesma noite, como se eu tivesse duas cabeças. - Gwen, eu nunca faria isso. Depois que eu te vi, mesmo sem nem ter falado com você ainda, eu não estive com nenhuma mulher. Eu não poderia, só pensava em você.Alívio percorre meu corpo e eu escondo um sorriso por trás da caneca, quando levo ela até a boca.
Termino o chá e coloco a caneca na cômoda. - Gwen?- Ele chama. - Sim?- O que você veio fazer aqui naquele dia que você me encontrou?- Eu vim porque...porque queria terminar cara a cara. Não por uma mensagem como foi o caso.Sua expressão despenca e ele parece devastado. - Ah sim, entendo.- Ele passa a mão pelos cabelos. - Você precisa descansar.- Ele se levanta e eu faço o mesmo. Ele desarruma as cobertas pra que eu entre em baixo delas. Me deito e ele me cobre, como se eu fosse uma criancinha. - Onde você vai dormir?- Pergunto - Eu esperava que com você.Eu coro, mas me sinto animada com a posibilidade de dividir a cama com Aiden. Não posso criar esperanças, nós terminamos, não estamos mais juntos. Ele terminou comigo. Mas posso aproveitar essa chance, e ficar junto dele a noite toda. - Se não tiver problemas, é claro.- Ele diz quando eu não digo nada. - É claro, sem problemas.Me viro de lado e puxo as cobertas até meu pescoço. - Eu vou tomar um banho e já volto, tudo bem?- Sim, tudo bem.- Digo sonolenta, meus olhos quase se fechando. O chá fazendo efeito, meu corpo está mais relaxado. Ele caminha até a porta. - Aiden?- Sim, coração?Crio coragem e digo: - Me perdoe.Ele parece confuso. - Por...?-
- Por ter quase beijado Preston.Ele não diz nada por um momento. - Eu te perdoo.Ele sai e fecha a porta. Eu me encolho e aproveito o conforto da cama de Aiden. O sono me encontra e me derruba, adormeço exausta.
Capítulo 12 Reconciliação (Parte II) Acordo ainda envolvida pela nebulosidade do sono. Sinto um corpo grande e quente me envolvendo. Congelo. Olho em volta e me lembro onde estou. Relaxo. Mas só até sentir algo duro pressionando minha bunda. Olho o relógio na cômoda e vejo que são 05:15 da manhã. Ao que tudo indica, é verdade que os homens tem uma ereção monstro pela manhã. Fico um pouco desconfortável, mas logo a sensação some e eu me aconchego mais no calor acolhedor de Aiden. Sua excitação pressionada contra mim leva meus pensamentos em uma direção pecaminosa. Ele se mexe em seu sono e posiciona sua perna em cima da minha, o movimento faz com que ele pressione mais em mim e agora eu sinto todo ele. E é enorme. Foi o que bastou. Eu sou como uma fogueira quase no fim, bastou ele me atiçar que eu estava em chamas novamente. Me viro lentamente e com um pouco de dificuldade já que seu braço está envolto em mim. Ficamos deitados de lado, cara a cara. Olho seu rosto, sereno e calmo. Sua respiração regular e tranquila. Coloco minha mão em seu peito e sinto ela se mover junto com sua respiração.
Ele é tão forte, e grande. Facilmente poderia me sentir oprimida, sufocada, coagida e com medo, mas o que eu sinto é segurança, conforto e paz. Acaricio seu mamilo com o polegar, sinto-o endurecer sob meu toque. Esse piercing dele tem assombrado meus sonhos faz tempo, tenho essa vontade louca de lambe-lo. De sentir o metal em minha boca. Desço um pouco a mão e sinto seu abdômen definido. Me demoro um pouco ali, passando a mão de leve, sentindo seu corpo por cima da camisa. Desço a mão mais ainda, a camisa levantou um pouco e expôs um pouco de pele da sua cintura. Traço uma linha com o dedo, acompanhando o “V” em sua cintura. Depois traço a linha de pelos que vai do seu umbigo até dentro da sua calça. Paro quando meu dedo encosta no cós da sua calça de moletom. Desço a mão hesitantemente até roçar em sua ereção sob a calça. Acaricio levemente e Aiden geme. Acaricio novamente, colocando um pouco mais de pressão. Ele geme mais uma vez e solta um suspiro. Faço um vai e vem com a mão, acariciando-o por todo o comprimento. A sua respiração está mais acelerada agora. Crio coragem e enfio minha mão em sua calça. Pego seu membro duro como uma pedra, envolvo minha mão em sua espessura, subindo e descendo lentamente. Ele é grande e grosso. Sinto a cabeça de seu pênis, o formato me lembra de um cogumelo. Olho fixamente seu rosto enquanto o acaricio. Observando suas expressões. Ele aperta os olhos e junta as sobrancelhas, uma expressão torturada no rosto. Será que ele não está gostando? Me sinto mal de repente, como se eu estivesse abusando dele. Mas na verdade, é o que estou fazendo, ele não consentiu que eu o tocasse. Paro mas não retiro minha mão de dentro da calça, deixo ela lá, segurando na base, parada. - Não pare.- Ele murmura tão baixinho que acho que está falando dormindo. - Não pare, por favor.- Ele repete ainda de olhos fechados. Volto a mover minha mão lentamente. Aumento gradualmente a velocidade. - Ahh, que gostoso. Não pare, Gwen.- Diz ainda em um sussurro.
Meu corpo todo sofre com o meu desejo. Meu corpo grita por um toque. Ele anseia pelo toque de Aiden para salva-lo de seu tormento. - Não vou.- Eu digo, a voz rouca pelo sono e pela luxúria. Ao ouvir minha voz, Aiden fica tenso e abre os olhos arregalados em surpresa, encontra diretamente com meu olhar. - Gwen?- Ele pergunta confuso. Ele me encara sem dizer nada e depois abaixa a cabeça e olha para minha mão dentro de sua calça. - Eu...eu estou...sonhando de novo?- Ele pergunta, a voz falhando. Olho-o confusa. Como assim sonhando de novo? - Parece tão real. Parece que você realmente está aqui, meu coração.- Ele sussurra com um sorriso triste no rosto. Lágrimas ameaçando cair de seus olhos. - Aiden...- Chamo baixinho. - ...Eu estou aqui. Eu dormi aqui, não lembra?- Você está? Você realmente está aqui?- Ele pergunta com uma expressão de quem não acredita no que eu disse. Eu apenas faço que sim com a cabeça. Ele toca meus rosto com a mão e sua expressão se suaviza. - Você está.- Ele diz calmamente. - E você estava me acariciando enquanto eu dormia.- Ele sorri. Pega no flagra, eu retiro minha mão rapidamente de dentro de sua calça e escondo meu rosto em seu peito. Ele me abraça forte. - Nem acredito que você realmente está aqui. Sonhei tantas vezes com você, com você me beijando, me tocando, me amando e me deixando te amar com meu corpo.- Ele diz apoiando o queixo no topo da minha cabeça. Ainda estou escondendo meu rosto em seu peito. Sinto seu corpo ficar tenso de repente, ele me aperta com mais força. - Agora eu me lembro do que aconteceu. Como você está?- Ele pergunta preocupado mas a voz está fria. - Estou bem.- Me limito a dizer.
- Eu não quero nem imaginar o que teria acontecido com você se eu não estivesse lá.- Ele estremece e eu acompanho sua reação ao pensamento do que poderia ter acontecido. - Mas ele não me fez nada, graças a você.- Digo e levanto a cabeça, procurando por seus olhos. Vejo uma lágrima solitária escorrendo por seu rosto. Eu levanto a cabeça e limpo a lágrima com um beijo. Sinto o gosto salgado em meus lábios. - Você me salvou, Aiden.- Mas você me salvou primeiro.- Ele responde sério. - Aquele dia que eu te encontrei desmaiado...- Não. Não estou falando daquele dia...Você me salvou no momento em que apareceu na minha vida. Você é tão doce, tão boa. Me ensinou muita coisa.- Você quer dizer que eu te ensinei a como ser uma pessoa boa?- Pergunto. - Não, eu sempre soube o que fazer para ser uma pessoa boa, eu só nunca fiz. Mas você me fez QUERER ser bom...Ser alguém melhor.- Ele diz, a voz embargada pela emoção. Ficamos em silêncio olhando uma para o outro. - Eu senti a sua falta.- Admito. - Eu também senti a sua falta, mais do que é aceitável. Eu achava que você me completava, mas descobri da pior maneira que eu estava enganado. Você é tudo, e eu sou nada. Você não me completa, me preenche por inteiro. Eu era vazio e sem vida, mas você dividiu seu fôlego de vida comigo, e agora, graças a você Gwen...eu estou vivo.Encaro-o com lágrimas nos olhos, a emoção fechando minha garganta. - Eu não posso mais ficar sem você, Gwen. Me perdoe, diga que me aceita de volta, diga que me dá uma segunda chance, para fazer as coisas certas.- Ele pede. - Ah, Aiden. Eu te quero tanto.- Digo fechando os olhos com força. - Eu também te quero.- Ele sussurra, sua boca perto da minha. Sinto seus lábios encontrarem com os meus suavemente. Abro a boca, um convite que ele aceita de bom grado. Sua língua se enrosca com a minha, começando uma dança lenta e sensual. Eu gemo em sua boca e ele me aperta em seu braços fortes.
Ele lentamente me vira e se deita parcialmente em cima de mim, sem nunca quebrar o beijo. Sua mão acaricia minhas curvas enquanto sua boca me devora em um beijo faminto. - Nunca mais quero passar um dia sequer sem isso.- Ele diz entre os lábios, a respiração ofegante. Sua mão encontra a bainha da sua blusa preta que eu estou usando, ele a levanta lentamente, expondo minha barriga. Ele circula meu umbigo e faz carinhos da minha pele. Sem pressa, vai levando sua mão para cima, sempre parando para me fazer carinhos. Sua mão roça a borda do meu seio e ele percebe a ausência de um sutiã, ele me olha com luxúria e encontra minha boca novamente. Ele cobre meu seio com sua mão e o aperta de leve, brinca com o mamilo até ele ficar entumecido. Circula a auréola e depois rola o mamilo entre os dedos. Eu gemo sem pudor. Ele interrompe o beijo e puxa a minha blusa, atirando-a no chão. Abaixa sua cabeça e abocanha meu seio com a boca, enquanto brinca com o outro com os dedos. Ele me chupa com força, mas não machuca. Arqueio meu corpo, empurrando mais meu seio em sua boca. Ele espalma a mão na minha barriga, deposita mordidinhas e lambidas por todo meu peito. Sua mão desliza para debaixo do tecido que me impede de estar completamente nua. Seus dedos encontram a parte mais sensível ao toque que eu tenho. Ele me acaricia com as mãos lá em baixo, enquanto me acaricia com a língua na parte superior. Eu gemo e não posso evitar de mexer meus quadris, no mesmo ritmo de suas caricias. Sinto a ponta do seu dedo na minha entrada e congelo. - Shh, apenas relaxe, meu amor.- Ele me tranquiliza. Sinto seu dedo lentamente entrando pelo pequeno orifício. Sinto uma ardência desconfortável conforme ele enfia o dedo mais fundo. Ele retira de vagar e enfia de
novo. Assim que ele começa com o vai e vem sinto uma necessidade incontrolável de sentir seu toque em meu clitóris. - Aiden, me toque.- Imploro. Ele retira o dedo e fica de joelhos ao meu lado. Eu solto um gemido de protesto com a ausência de seu toque e ele sorri maliciosamente. Ele retira minha calcinha lentamente, com um sorriso provocador no rosto. - Vai logo.- Choramingo e ele ri. Sua risada é tão gostosa, como eu senti falta de ouvi-la. Minha calcinha se junta a camisa no chão. Ele me observa com um sorriso de admiração. - Você é perfeita.- Ele sussurra. Então tira sua própria camisa e eu me banqueteio com a visão de seu peito e abdômen perfeitos. Ele se deita sobre mim, cuidando para distribuir o peso entre seus dois braços que estão nos lados de minha cabeça. Sua boca encontra a minha novamente, para mais uma dança apaixonada entre amantes. Sua boca desce para meu pescoço, dando leves lambidas nas áreas erógenas. Seus beijos são direcionados mais para baixo, ele lentamente trilha um caminho de beijos entre meu pescoço e meu umbigo. Solto leves gemidos durante o caminho. Ele deposita um beijo carinhoso em meu monte de Vênus. - Adoro que você seja toda depilada.- Ele suspira. Sei que pelos são algo natural, mas eu prefiro depilar tudo. Fico feliz que ele não seja um daqueles caras que preferem um pouco de pelos púbicos. Ele levanta o olhar e me encara com um olhar carinhoso. - Linda, abra suas pernas pra mim.Lentamente abro minhas pernas e me exponho como nunca fiz antes para outro homem. Aiden abaixa a cabeça entre minhas pernas e meu mundo desmorona ao sentir sua língua morna e úmida.
- Oh Aiden. Faça isso de novo.- Digo sem envergonha nenhuma por estar implorando por seu toque. Ele ri e dá uma rápida lambida de novo. Eu gemo e agarro os lençóis. Ele me provoca mais um pouco com seus movimentos rápidos e superficiais. Quando acho que não vou mais suportar, sinto seus lábios e sua língua me acariciando ferozmente. Ele alterna entre lambidas e chupões e eu gemo cada vez mais descontroladamente. Cada gemido mais necessitado que o último. Ele introduz seu dedo dentro de mim e o vai e vem gostoso recomeça, desta vez o prazer é intensificado pelo contato de sua língua em meu clitóris. Sinto a familiar agitação pré-orgasmo e com mais algumas lambidas eu explodo em um orgasmo arrebatador. Eu me contorço em meu orgasmo, tento me afastar de sua boca porque estou muito sensível mas ele segura minhas pernas fortemente, me impedindo de sair e continua com suas lambidas vorazes, prolongando minha sensação maravilhosa. Eu joga minha cabeça para trás e grito seu nome enquanto puxo os lençóis. Me sinto um animal, vivendo meramente para sua própria satisfação sexual. - Oh meu Deus, Aiden.- Meu grito é banhado pela deliciosa agonia da minha libertação. Ele se arrasta para cima de mim e eu mal consigo recuperar o fôlego quando ele ataca minha boca. Me dando um beijo que por si só, é muito provável ser capaz de me provocar outro orgasmo. Ele abre a gaveta da cômoda e pega uma camisinha. - Gwen, você tem certeza? Ainda dá tempo de...- Sim, eu tenho. Quero que você seja meu primeiro.- Primeiro e último.- Ele me dá outro beijo, mais casto desta vez. Ele rapidamente se livra da sua calça de moletom e eu sou capaz de vê-lo em toda sua glória. Ele abre o pacote e desliza a camisinha por todo seu comprimento. Cobre meu corpo com o seu novamente.
Sinto sua ereção pressionando contra meu corpo e a excitação da antecipação é deliciosa. - No começo vai ser desconfortável e doloroso. Mas depois vai ser gostoso, eu prometo.- Ele diz, me dando vários beijos em minha bochechas e nos cantos da boca. - Tudo bem.- Digo ansiosa. - Se você quiser que eu pare, é só falar.- Ok.- Pronta?- A muito tempo.Ele sorri e me beija. Fico ansiosa antecipando a investida mas ela não vem. Aiden aprofunda o beijo e logo eu me esqueço de tudo, só me lembro do que estamos prestes a fazer quando sinto uma pressão em minha abertura. No começo era só uma pressão, mas quanto mais ele emburrava mais doia, nada insuportável mas me fez lagrimejar. - Tudo bem? Você está chorando.- Está tudo bem, continue.- Tem certeza? Acho que é melhor eu parar e...- NÃO!- Ok. Acho melhor fazer isso rápido, como puxar um band-aid.Rio da sua analogia mas concordo. Ele dá uma estocada rápida e dura. Sinto a barreira do meu corpo cedendo e uma dor aguda. - Oh!- Digo sem fôlego. Ele está todo dentro de mim. Uma lágrima me escapa e rola em minhas bochechas. Não sei é de dor ou pela sensação maravilhosa de preenchimento que o corpo de Aiden dentro do meu provoca. Ele permanece dentro mas imóvel. Limpa minha lágrima com um beijo carinhoso, assim como eu havia feito com ele. Começa com movimentos lentos e suaves, a sensação é estranha e ainda dói e arde.
Depois de alguns minutos de seus movimentos suaves, a sensação começa a ficar boa. Ainda é estranha, mas não mais dolorosa. - Pode ir mais rápido.- Digo. - Eu não quero te machucar, coração.- Está tudo bem, a pior parte já passou. Está gostoso e eu quero mais rápido.Minhas palavras foram incentivo o suficiente e ele começou a se mexer mais rapidamente dentro de mim, aumentando a velocidade gradativamente, até que seu corpo se chocava com tanta força contra o meu, fazendo a cama balançar e estralar. Eu sento ele dentro e fora, dentro e fora, cada vez mais rápido. Fiquei com medo de estar fazendo barulho demais, mas Aiden também esta gemendo alto. - Oh, Aiden.- Gwen, você é tão gostosa. Ah meu Deus.Ele continua a estocar contra mim, com força. Ele enfia tudo, em um movimento rápido, suas bolas batendo na minha bunda. Os nossos gemidos e sons produzido pela união de nossos corpos são totalmente eróticos, quanto mais eu ouço Aiden gemer mais excitada eu fico, e mais excitação significa mais prazer. Estou na borda. Quase transbordando. Só mais um pouco e será minha ruína. Sinto sua mão deslizando entre nós e seus dedos alcançam meu clitóris, ele faz movimentos circulares ritmado com suas estocadas. Era o que faltava. Sinto meu orgasmo crescendo e então desabrochando como uma flor. Eu explodo enquanto grito por Aiden. Jogo minha cabeça para trás e meus olhos ficam sem foco, abro a boca em um “O” silencioso enquanto os tremores remanescentes do orgasmo me percorrem. Aiden não para, suas estocadas mais urgentes e desesperadas. Ele joga sua cabeça para trás e grita. - GWEN!-
Ouvir ele pronunciar meu nome enquanto seu orgasmo o percorria me deu imenso prazer e satisfação. Ele deu suas últimas estocadas, desta vez me preenchendo duro e esperando alguns segundos antes de se retirar e deslizar para dentro de mim novamente. Ele desaba com seu corpo pesado sobre mim, exausto. Ambos estamos. Ficamos assim por um momento, com ele ainda dentro de mim. Passo minhas mãos por suas costas musculosas e sinto seu corpo tremendo devido ao intenso prazer de sua liberação. - Queria ficar assim para sempre, mas tenho que tirar a camisinha.- Então ele se levanta e sai de dentro de mim, me deixando com uma sensação de vazio. Pega sua calça no chão e vai para o banheiro. Aproveito para observar sua bunda magnifica iluminada pela fraca luz do amanhecer vinda da janela. Momentos depois, Aiden volta segurando uma toalha molhada. - Abra as pernas, coração.Franzo as sobrancelhas mas obedeço. Ele encosta a toalha de leve no meio das minhas pernas e limpa suavemente. A toalha está morna, provavelmente dá água do chuveiro. A sensação é boa, agora que o prazer não é a prioridade, começo a sentir um certo desconforto e esse carinho dele faz com que eu me sinta melhor. Ele termina e eu observo manchas vermelhas meio rosadas na toalha, meu sangue. - Obrigada.- De nada, minha linda.- Ele responde. - Acho que te devo uma toalha nova.Ele sorri. - Valeu a pena.Ele some pela porta novamente. Quando volta, se aconchega ao meu lado na cama. Estende o braço e me convida a deitar em cima dele. Deito minha cabeça em seu ombro, colocando a mão em seu peito. - Você está bem?- Preocupação em sua voz.
- Mais que bem, estou ótima.- Sorrio. - Eu te machuquei muito?- Não, doeu um pouco no começo mas depois ficou bom.- Bom? Foi mais que bom...foi incrível. Acho que eles tem razão em dizer que quando é com uma pessoa que você ama, é melhor.- Pessoa que você ama?- Pergunto. - Sim. Eu te amo, Gwen.Levanto a cabeça e olha em seus lindos olhos azuis. - Eu também te amo, Aiden.- Nós dois sorrimos um para o outro e eu repouso minha cabeça em seu peito, enlaçando sua cintura com meu braço. Não consigo segurar um bocejo. - É melhor eu deixar você dormir, você deve estar exausta.Eu concordo com a cabeça. Ficamos em silêncio uns minutos e quando noto que ele ainda não dormiu, aproveito para lhe pedir algo. - Aiden?- Humm?- Me promete que você nunca mais vai usar drogas?- Minha voz é triste. - Eu prometo, coração.- Obrigada.- Boa noite, meu amor.- Boa noite, Aiden.Ele me dá um beijo casto de boa noite da testa e eu adormeço em seus braços.
Capítulo 13 Operação Cupido Acordo com uma sensação dolorosa em minha intimidade. Eu sorrio mesmo com o desconforto, porque ele é mais uma prova do que aconteceu entre Aiden e eu. Cubro a sua mão em minha cintura com a minha e entrelaço nossos dedos. Será que isso é um sonho? Se for eu não quero acordar nunca.
Permaneço mais alguns momentos sentindo o conforto acolhedor do homem que eu amo. Ai meu Deus! Eu o amo. A sensação de amar alguém é tão engraçada. Eu me sinto boba de tão feliz, me sinto leve e como se eu pudesse enfrentar qualquer coisa que se ponha entre ele e eu. Sei que pode parecer exagero, afinal ambos somos jovens. Ele tem 23 e eu 17, e a metade do tempo em que nós nos conhecemos, passamos brigados. Sinceramente, eu não estou nem ai para o que parece ou se estou sendo precipitada. O que eu sei é o que eu sinto. E eu não vou menosprezar isso só porque é recente, ou porque supostamente alguém na minha idade, não é maduro o suficiente para amar alguém. Isso é a maior besteira. Eu estou feliz e é nisso que eu vou me concentrar. Fecho os olhos e lentamente adormeço novamente. *** Acordo mas infelizmente, desta vez estou sozinha na cama de casal. Me levanto devagar, com medo de que se me movimentar muito rápido eu vá sentir mais dor. Pego minha calcinha e a camisa de Aiden e as visto. Vou até o banheiro e lavo o rosto. Olho meu reflexo e vejo alguém diferente. Quer dizer, ainda sou eu é claro, mas eu meio que estou com um...brilho, sei lá. Pego a escova de dentes dele, espero que não se importe, e escovo meus dentes. Não me dou ao trabalho de pentear os cabelos, ele está uma bagunça bonitinha, mas que eu espero que Aiden ache sexy. Por falar nele...Desço as escadas a sua procura, logo sinto um cheiro muito gostoso vindo da cozinha. Me encosto no batente da porta e admiro as costas nuas de Aiden, que está preparando algo enquanto assovia. Fico ali o observando com um sorriso bobo no rosto. Quando ele se vira, me dá um sorriso enorme e apaixonado. Ele caminha até parar na minha frente, me puxa pela cintura e me dá um beijo de deixar qualquer uma sem direção. - Bom dia pra você também.- Digo sorrindo quando ele finalmente liberta minha boca.
- Você parada na minha cozinha, usando só a minha blusa e com essa carinha de sono é a coisa mais sexy do mundo.Sorrio pra ele. - Com fome?Minha barriga ronca em resposta e eu fico vermelha. - Acho que isso é um sim. Sente-se, eu preparei o café.Me sento na mesa arrumada para duas pessoas. Aiden coloca na minha frente um prato com ovos e bacon frito, presunto e duas mini panquecas bem gordinhas. Serve um copo de suco de laranja e coloca na minha frente. Sinto o aroma delicioso da comida e minha barriga ronca de novo. Se sentando na minha frente com um prato igual ao meu, Aiden me pergunta antes de levar o garfo a boca: - Dormiu bem? Está muito dolorida?Fico com um pouco de vergonha de falar com ele sobre isso, o que é uma besteira depois do que nós fizemos. - Sim e sim, um pouco. Mas é só um desconforto.Levo a primeira garfada a boca, um pedaço de ovo e um pedaço de bacon. - Humm, que delicia.- Digo. - Não minta pra mim, coração. Eu te machuquei?- Ele franze as sobrancelhas. - Aiden...- Descanso o garfo no prato e limpo a boca com o guardanapo. - ...Você não me machucou, não precisa se preocupar. Você foi maravilhoso. Foi perfeito.Sorrio e levo mais uma quantidade de comida a boca. Isso está realmente delicioso. E o suco, humm, fresquinho. - Eu nunca estive com...com uma virgem antes. Não sabia direito como agir, não queria fazer você sofrer mais do que o necessário.- Foi perfeito.- Repito. Terminamos nosso café da manhã conversando sobre como foi para cada um esse último mês que passamos separados.
Aiden confessou ter ficado tão mal como eu, e que várias vezes quis me procurar. Mas ao invés disso, procurou consolo na bebida e na cocaína, usando ambos mais frequentemente do que antes. - Posso te perguntar uma coisa?- Pergunto depois de ficarmos em silêncio por um momento. - Claro.- Como você conseguiu entrar na festa aquela noite? Só quem tinha convite podia entrar.Ele deu de ombros. - Quando eu estava tentando convencer o segurança a me deixar entrar, uma loira de nariz arrebitado e voz nasalada escutou a conversa e disse que eu e Jordan éramos seus convidados.Loira de nariz arrebitado e voz...? Oh, peraí. - Ela estava com um vestido rosa, ridiculamente curto?- Pergunto desconfiada. - Estava.- Sophie...- Sussurro pra mim mesma. - Quem?- Sophie Adams.- Digo seu nome fazendo uma careta. - Não intendo, porque ela mentiria que vocês eram seus convidados?- Pergunto. - E eu é que sei. Como o que eu queria era entrar, não discuti.- Aiden diz e dá um gole em seu suco. Será que...? - Aiden, você mencionou meu nome na conversa com o segurança?- Sim, eu falei que conhecia uma das convidadas, Gwendolyn Cassidy. Mas ele não acreditou e não quis conferir.- E Sophie escutou você falando de mim?- Provavelmente.Não falo nada e Aiden me encara. - O que foi, coração?-
- Aquela vadia. Ela escutou você discutindo com o segurança, escutou o meu nome no meio e imaginou que se você entrasse ia fazer algum escândalo. Ela queria me humilhar na frente de todos. Só pode ser isso.- O que? Mais porque essa tal de Sophie faria isso?- Pergunta confuso. - Porque ela me odeia.- Porque?- Porque o Preston é apaixonado por mim...- Ele se encolhe ao ouvir essas palavras e eu rapidamente murmuro “desculpe”. - Mas é verdade, ela é louca para fisgar ele. Ele nunca deu bola pra ela, ela acha que é por minha causa. Mas a verdade é que, mesmo se ele não gostasse de mim, ele não estaria interessado.- Ela soa como uma pessoa desequilibrada, pra mim.- Aiden comenta. - Estou começando a achar que ela pode ser.- Digo seriamente. *** Ligo para minha mãe e digo que vou passar a tarde na casa de Kim. Assim, posso aproveitar a tarde e compensar, nem que seja um pouco, essas quatro semanas de abstinência de Aiden. Passamos a tarde conversando, comendo, assistindo TV e até jogando vídeo game. Ah, e é claro, fazendo o que Aiden descreveu como, o melhor sexo de sua vida. Achei que ele talvez só estivesse sendo galanteador, mas ao ver como ele ficava desnorteado e abalado depois que transávamos...Bom, simplesmente não dava para fingir algo assim. Estávamos deitados em sua cama, um nos braços do outro, depois dele me dar um orgasmo de subir pelas paredes. Sua mão acariciando minhas costas nuas carinhosamente. É impressionante como Aiden pode ser selvagem em um minuto, e extremamente carinhoso no outro. Ele é um amante incrível. - Aiden?- Hum?- Você sabe o que tem acontecido com Jordan? Eu não o conheço tão bem assim, mas sei que ele não está agindo normalmente.Aiden solta um suspiro frustrado.
- Ele está fodido. Desde que terminou com a Kim, ficou bêbado mais vezes do que em toda sua vida, tem dormido com mais mulheres do que eu posso contar e fiquei sabendo que suas notas estão uma merda. Sem contar que ele começou a correr no encontro, coisa que ele nunca quis fazer antes.- A Kim também está mal. Ela até tenta disfarçar, mas eu a conheço, ela está sofrendo. Não quero nem ver quando ela descobrir sobre todas essas mulheres com quem Jordan tem saído.- Eu falei pra ele deixar esse orgulho bobo e ir falar com ela. Mas ele disse que esta cansado de ver ela flertando com outros caras bem na sua cara. Ao que parece, aquele cara na festa do...do Preston, não foi o primeiro flagra que ele deu em Kim.- O Thomaz, ele ligou pra ela algumas vezes depois daquela noite, ele está de quatro por ela.- E ela?- Nem deu bola. Nem pra ele e nem pra qualquer outro. Ela nem tem saído mais, é da casa pra escola e da escola pra casa. Até parece que ela está vivendo minha vida.- Digo. - Estou preocupada com ela.- Eu também estou preocupado com Jordan.- Aiden confessa. - Nós temos que fazer alguma coisa.- Digo me levantando e o olhando nos seus olhos. - Mas o que?- Não sei ainda. Mas não podemos deixar que eles continuem infelizes assim. Eles se amam, só são orgulhosos demais para dar o braço a torcer e ir atrás do que querem.Preciso pensar em alguma coisa para ajudar minha amiga. Agora que eu estou feliz, que fiz as pazes com Aiden, está na hora de ajudar seu coraçãozinho partido. Quero que Kim se sinta tão feliz quanto eu me sinto. *** - Eu não quero sair, Gwen.- Kim reclama. - Ah, qual é, Kim. Vamos lá.- Eu não quero sair.-
- Você precisa sair, Kim. Você está mofando nesse quarto, daqui a pouco vai criar raízes.Preciso fazer ela sair comigo. Aiden deve estar nesse exato momento, tentando convencer Jordan a fazer o mesmo. Vamos coloca-los frente a frente para resolver essa situação de uma vez por todas. Eles não sabem é claro, por isso estou mentindo e dizendo que preciso de companhia para ir ao shopping. - Vamos, por favor.- Faço biquinho. Ela dá um meio sorriso e cede. - Tudo bem.- Eba, mas primeiro vamos lanchar.- Tudo o que a senhorita quiser.- Ela brinca e revira os olhos enquanto pega seu casaco. Chegamos a lanchonete e entramos, Kim está falando algo mas eu não escuto. Meu olhos percorrem as mesas, procurando Jordan e Aiden. Quando os encontro olho para Kim, ela ainda não os percebeu. - Vamos sentar aqui.- Ela diz. - Que tal irmos mais para aquele lado?- Sugiro apontando para o lado em que os meninos estão sentados. Aiden me vê e Jordan, que estava sentado de costas para nós, vira. No mesmo momento Kim olha em sua direção, o olhar dos dois se cruzam e ambos congelam. Jordan se vira e diz algo para Aiden. Kim me olha com um olhar traído e sai correndo da lanchonete. - Kim, espere.- Grito. - Kim, espera, por favor.Ela se vira com raiva no olhar. - Não acredito que você fez isso, Gwen. Como pode armar pra cima de mim?- Ela pergunta com os olhos marejados. - Kim, me escuta. Vocês dois precisam conversar, vocês se amam.- Quem você acha que é pra me dizer o que eu preciso?- Ela diz rispidamente. - Sua melhor amiga.-
Dito isso, ela parece não saber o que responder, solta um grunhido frustrado e se vira. Seguro seu braço e faço-a olhar nos meus olhos. - Kim, pare de fugir e enfrente isso. Eu só quero o melhor pra você. Vocês se amam, apenas converse com ele.- Minha voz é mansa, tento soar persuasiva. - Você acha mesmo que ele ainda me ama?- Ela diz e uma lágrima solitária escapa de seus olhos. Me aproximo dela com um sorriso encorajador. - Claro que ama.Apesar das besteiras que ele anda fazendo. Depois que Aiden me contou algumas coisas, voltei a acreditar no seu amor por Kim. O problema é que ele lida com o seu sofrimento de forma errada, assim como Aiden lidou com o seu. Nesse momento, Jordan sai da lanchonete como um furacão com Aiden logo atrás, com uma expressão de que quer chutar a bunda do seu amigo. - Cara, basta conversar com ela.- Ouço Aiden dizer enquanto tenta acompanhar o passo de Jordan. - Eu não vou conversar com ela.- Ele diz com os dentes cerrados, passando por nós duas em direção ao seu carro. - Jordan.- Kim quase sussurra seu nome, mas parece que ele ouve pois ele congela onde está. Ele não se vira mas fica lá parado, ela se aproxima dele hesitantemente. - Jordan.- Ela repete, com a voz mais firme desta vez. Ele lentamente se vira e a olha. É, com certeza ele ainda a ama. Não poderia olhala dessa maneira se fosse diferente. - Kim.- Posso ver que ele se esforça para soar firme. Eles ficam parados se olhando, sem dizer nada. Mas vejo o olhar de ambos suavizar. Aiden faz sinal silenciosamente para que eu o acompanhe. Entramos dentro dá lanchonete e esperamos, torcendo para que eles se entendam. *** Já faz mais de uma hora desde que Kim entrou na lanchonete para me dizer que estava indo ao apartamento de Jordan para conversarem.
Aiden e eu já comemos um hambúrguer e estamos na sobremesa, um sundae grande que estamos dividindo. - Como você acha que estão as coisas?- Pergunto enchendo minha colher com sorvete e levando a boca. - Não sei. Mas realmente espero que esses dois se intendam. Não aguento mais ter que aturar a bunda bêbada de Jordan.- Eles já estão conversando a mais de uma hora.- Comento. - Aham, coração? Não tenho certeza que eles ainda estejam conversando.- Ele dá um sorrisinho. - Você acha que...?- Pergunto sorrindo. - Ou isso ou essa conversa está sendo bem longa.- Ah, Aiden. Tomara.- Digo animada. - Vamos ver. Temos que esperar.- Ele diz e enfia um monte de sorvete na boca. Eu o observo se deliciando com o sorvete. Solto uma risadinha. - O que foi?- Ele pergunta. - Você tem calda de chocolate no canto da boca.Ele levanta a mão para limpar mas eu o seguro. - Deixa comigo.Me levanto sobre a mesa e lambo suavemente a calda de chocolate, recuo e o olho intensamente. - Humm, você e chocolate. Minhas duas coisas preferidas.- Sorrio maliciosamente. Antes, eu nunca seria capaz de fazer algo sugestivo e ousado como isso, mas depois que Aiden me ajudou a descobrir minha sexualidade, me sinto cada vez mais confiante e menos tímida quando estou com ele. Ele está parado e parece estar segurando a respiração, sua expressão é tão engraçada e tenho que me segurar para não rir. Ele me encara como se quisesse me jogar na mesa e fazer amor comigo ali mesmo. - A conta, por favor.- Ele pede para a garçonete que passa por nós, sem nunca tirar seus olhos famintos de mim. ***
Chego em casa com um sorriso enorme. Depois de ter conseguido me fazer gozar três veze; em sua cama, no chuveiro e na cama de novo, Aiden me deu uma carona para casa. Ainda não recebi nenhum sinal de vida de Kim, acho que é um bom sinal. - Alguém em casa?- Grito. - Gwen, já chegou?- Mamãe aparece vindo da sala. - Sim.- Digo tirando o casaco. - Como foi as compras com a Kim.- Ela pergunta. - Foram boas.- É mesmo? Então porque não comprou nada?- Ela olha minhas mãos vazias. - Não encontrei nada pra mim, mas foram boas para Kim.Uau, respondi sem hesitar ou gaguejar. Acho que desde que conheci Aiden, já menti tanto para minha mãe que agora é algo natural. Isso não é uma coisa legal. Mas se ela fosse mais compreensiva... - Tudo bem então.- Ela me olha desconfiada. - Vou pro meu quarto.- Passo correndo antes que ela possa me fazer mais perguntas e lhe dou um beijo na bochecha. No meu quarto, espero mais alguns minutos e então decido que é hora de ligar para Kim. Não quero interromper nada, se ela estiver ocupada demais para me atender simplesmente vai ignorar. Ligo e deixo chamar cinco vezes antes de uma voz fraca atender. - Alô?Droga, ela está chorando! - Alô, Kim? Você está bem?- Pergunto preocupada. - Ah, Gwen. Eu...eu não...ele...na mesma cama que nós...- Ela não consegue terminar, começa a chorar descontroladamente. - Calma, Kim. Por favor, fique calma. Estou indo agora.- Desligo e saio correndo, descendo os degraus de dois em dois. - Nossa, vai tirar seu pai da forca?- Mamãe pergunta. - Vou na Kim.- Falo apressadamente.
- Mas você não acabou de passar horas com ela?- Ann...é mais é que...emergência de garota.- Fico feliz por não ter que mentir mais uma vez. Isso realmente é uma emergência. Chego na casa de Kim e corro até a porta, bato apressadamente e logo Bárbara abre a porta. - Gwen? Que bom que você está aqui.- Ela parece aliviada. - Oi, Bárbara. A Kim está?Ela dá um passo para o lado e faz sinal com a mão e eu entro na casa. - Ela chegou um tempo atrás e passou feito um furacão em direção ao seu quarto. Acho que ela estava chorando, mas quando fui ver o que aconteceu ela me mandou embora. Você sabe o que ela tem?- Vou tentar descobrir isso agora. Com licença.- Digo. Subo os degraus e chego a porta do seu quarto. Bato de leve. - Kim, sou eu, Gwen.Demora um pouco mas logo escuto passos e a porta se abre. Kim parece horrível, suas roupas amassadas, os cabelos bagunçados, os olhos vermelhos e inchados. Ela me olha com um olhar devastado e me puxa para um abraço. - Ah, Gwen.- Shhh, tudo bem. Me conte o que aconteceu.- Digo abraçando-a, tentando reconforta-la. Ela tranca a porta novamente e se joga na cama, eu sento ao lado dela e espero que ela tome a iniciativa de falar sobre o que aconteceu. Se o Jordan a machucou eu juro que eu vou fazer picadinho dele. Ela demora alguns minutos mas finalmente começa a falar. - Nós fomos até a casa dele e começamos a conversar. Falamos bastante, ele me falou como se sentia quando eu flertava com outros caras e de como se sentiu traído e machucado em me ver com Thomaz. Eu pedi desculpas e disse que era tudo brincadeira e que nunca o trai e que nunca faria isso, porque eu o amava. Ele disse que me amava também e nós...- Ela começa a soluçar e eu envolvo meus braços nela. Mas ela parece inconsolável. Fica balançando a cabeça e murmurando “ Era mentira, mentira, ele não me ama. Nunca amou.”
- O que aconteceu, Kim? Me conte, eu sou sua amiga.- Incentivo a continuar. - Nós nos declaramos um para o outro e nos beijamos. Uma coisa levou a outra e nós acabamos transando. Foi tão bom, ele foi tão gentil quando eu disse que era minha primeira vez. Foi mágico, eu senti como se saísse do meu corpo.Sei exatamente do que ela está falando, foi assim comigo e com Aiden. Foi simplesmente mágico. Mas o que será que aconteceu para que ela ficasse assim? Ela funga e limpa o nariz na manga da blusa. - Depois ficamos conversando um pouco na cama dele, mas eu sabia que tinha que ir embora. Fui pegar minhas roupas do chão e foi quando eu vi uma calcinha fio dental vermelha, jogada em um canto. Eu peguei ela e fui tirar satisfações com ele, que me disse que não sabia de quem era e como foi para lá. Eu gritei com ele e nós discutimos, ele acabou confessando que a calcinha era de uma garota que ele tinha levado para casa ontem a noite.Puta Merda! Isso não pode ter acontecido. - Eu perguntei com quantas vadias ele tinha transado naquela mesma cama, onde nós tínhamos acabado de fazer amor. Ele disse que desde que nós terminamos tinham sido várias, mas que mesmo assim ele me amava, que ele só tinha feito sexo com outras porque estava sofrendo por mim.- Ela ri sem humor nenhum, um riso sarcástico e amargo. - Eu nunca mais quero olhar pra cara dele. Ele tirou minha virgindade sob a mesma cama onde ele tinha comido varias vadias. Ontem, enquanto eu estava aqui no meu quarto, pensando nele, ele estava com qualquer uma. Beijando ela, tocando ela...Urgh!- Ela coloca as mãos no rosto e soluça descontroladamente. Fecho os olhos com força e me sinto um lixo. - Me desculpa.- Peço. Ela levanta os olhos das suas mãos e me olha, posso ver em seu olhar que ela está despedaçada. - Pelo que?- Por ter armado para vocês se encontrarem.- Você só queria ajudar, você não sabia que ele era um libertino.A culpa quase me engole. Crio coragem e confesso. - Na verdade, eu...eu sabia.- Sussurro.
Ela me olha com horror. - Como assim você sabia?- Sua voz falha. - Eu vi ele com algumas mulheres quando eu fui ao encontro, e Aiden me contou também.Ela se afasta e sai da cama, quase em um pulo. - Como você pode? Você sabia e não me contou, e pior, ainda queria me fazer voltar com ele.- Kim, por favor, eu...- Me levanto e caminho em sua direção, tentando me explicar. Ela levanta a mão e parece enjoada. - NÃO.- Kim...- Chamo, meus olhos se enchendo de lágrimas. Ela aponta o dedo para a porta. Meu coração dói. - Vá embora.- Kim, me deixa explicar.- Imploro. - VÁ EMBORA, AGORA.- Ela grita. Quando não me mexo, ela vem até mim e me empurra. Tento ficar firme mas ela vai me emburrando até chegarmos na porta. - Você me traiu, nunca mais quero olhar na sua cara. Eu odeio vocês dois. Eu odeio.Ela abre a porta e me emburra com violência, eu me choco contra a parede do outro lado e vejo ela batendo a porta. Coloco a mão no meu ombro, ele bateu na parede com força e está doendo. Cambaleio escada a baixo, chorando. Bárbara não está em nenhum lugar visível, graças a Deus. Tomara que ela não tenha ouvido nada. Saio pela porta e sinto o ar frio, já escureceu e eu nem percebi. Caminho pela rua com dor no coração. Kim nunca irá me perdoar.
Capítulo 14 Acidente Três meses depois... Esses três últimos meses foram maravilhosos. E horríveis ao mesmo tempo. Aiden e eu estamos muito felizes juntos, tirando uma briga ou outra ocasionalmente, nós nos damos super bem e nos vemos todos os dias, ou pelo menos nós falamos por telefone. Outra coisa boa que aconteceu foi que Preston me ligou semana passada, ele está pronto para retomar nossa amizade. Fiquei muito feliz. Infelizmente, Kim ainda não está falando comigo. Só vejo ela no colégio, bom, quando ela vai para as aulas. As poucas vezes que eu a vi, ela estava com a aparência normal, o que eu estranhei um pouco. Mas tinha algo diferente nela, ela parecia uma casca. Como se estivesse oca. Jordan, pelo que Aiden me contou, não está muito diferente. Ele parou de levar mulheres para casa, parou de frequentar os encontros V8 e parou de beber. O que incrivelmente, deixou Aiden mais preocupado do que antes. Porque segundo ele, seria melhor que ele estivesse fazendo essas coisas, do que fazendo nada. Ele não está reagindo, e igual a Kim, parece sem vida. Aiden e eu estamos muito preocupados com ambos, mas porém, não cabe a nós fazermos algo. Até tentamos, mas nenhum dos dois nos deixou ajudar. As poucas vezes que tentei falar com Kim, ela gritou comigo e não me deixou falar nada. Me sinto impotente vendo o sofrimento da minha melhor amiga e não podendo fazer nada. Infelizmente, só posso ajuda-la se ela permitir, e ela não o fez. Fico feliz em dizer que Aiden está limpo desde que nós voltamos. Ele não colocou nenhuma gota de álcool na boca ou fez uso de drogas, paramos de ir aos encontros V8. Aproveitamos todos os momentos que podemos para ficarmos juntos, fazendo planos para o futuro. Ele pretende retomar os estudos, já combinamos que vamos para a faculdade juntos. Combinamos também que no meu aniversário de 18 anos, que é daqui a dois meses, vamos assumir nosso namoro para meus pais.
*** Felizmente eu ainda posso usar a Kim como desculpa para dormir na casa de Aiden, minha mãe não fala muito com a Bárbara. No começo da nossa amizade, ela sempre ligava para a casa de Kim para conferir se eu estava dormindo ou passando a tarde lá, agora ela não faz mais isso. Então, pelo menos uma vez por semana durmo na casa de Aiden, enquanto minha mãe acha que estou dormindo na Kim. Estou ficando cansada de mentir, já fui quase pega várias vezes. Quanto mais você mente sobre as coisas mais fica difícil de lembrar o que você falou, tem que ficar se vigiando para não falar algo e se comprometer. Estou morrendo de medo do que minha mãe vai fazer quando eu contar sobre Aiden. Ela vai ficar louca quando descobrir que ele não tem dinheiro, um nome importante, pais e ainda por cima é um ex usuário de drogas. Estou jogada no sofá de Aiden pensando sobre a reação dos meus pais enquanto ele faz uma pipoca. Ele me entrega a pipoca e se senta do meu lado, puxando a coberta. Depois que o filme termina, vamos para cama. Aiden faz amor comigo, lento e apaixonadamente, mas sem ignorar seu lado selvagem e controlador. Me dando mordidinhas, puxando meu cabelo e me comandando, mesmo quando estou por cima. Depois de ambos conseguirmos nossa celestial liberação, adormecemos exaustos. Um nos braços do outro, como deve ser. *** O som de uma música me acorda. Percebo que é meu celular tocando. Tento abrir os olhos, mas só consigo parcialmente. Pego meu celular e vejo um número desconhecido, olho o relógio; 1:48 da manhã. - Mas que diabos...- Reclamo. Aiden murmura algo no meu lado e volta a roncar. - Alô?- Atendo com a voz grogue de sono. - Sim, sou eu.- Sim, conheço.-
A voz feminina do outro lado da linha diz algo que me tira todo o fôlego. Como se ela tivesse me dado um soco no estômago. Lágrimas abundantes começam a escorrer pelo meu rosto. Sinto como se estivesse sonhando, ou melhor, tendo um pesadelo. - Qual hospital?...Sim, sei onde fica. Estou a caminho.- Tenho que me esforçar para que minha voz saia audível. - Aiden, acorde.- Chacoalho seu corpo com força. Ele resmunga alguma coisa enquanto eu rapidamente me levanto da cama e começo a vestir meu jeans. - Aiden, acorde. Precisamos ir para o hospital.- Tento manter a minha voz calma, mas ela sai como um grunhido desesperado. Na menção a palavra hospital, Aiden se levanta rapidamente e esfrega os olhos. - O que? Você está bem? Está com dor, coração?- Ele me olha com os olhos arregalados de preocupação. Termino de vestir minha blusa e pego a dele no chão, jogando em sua direção. - Não sou eu. Acabei de receber uma ligação, Aiden...ouve um acidente no encontro de hoje. E a Kim estava envolvida.Termino a frase aos prantos, enquanto Aiden coloca a mão na boca encobrindo sua expressão de terror. *** Chegamos em tempo recorde ao hospital. Entramos na emergência e vamos direto para o balcão de informações. Aiden conversa com uma senhora, tentando conseguir informações. Eu estou tão atordoada, concentrada apenas na conversa de Aiden com a mulher que não percebo uma voz me chamando ao longe. - Gwen.Quando finalmente escuto, vejo Genna vindo em minha direção pelo corredor. Ela está com uma expressão de choro. - Genna.- Nos abraçamos forte e começamos a chorar. - O que aconteceu?- Pergunto entre soluços.
Nessa hora, Aiden volta sua atenção para Genna e a olha interrogativamente, também ansioso para saber o que aconteceu. Genna começa a balançar a cabeça e voltamos com ela até a sala de espera. Lá estão Scott e Kiera, não vejo Stacey. - Então, o que aconteceu?- Pergunto para ninguém especial, torcendo para que alguém esteja em condições de me dizer o que diabos aconteceu. - A Kim estava como mascote hoje a noite. Era ponto a ponto, quando todo mundo chegou no lugar combinado e eles não apareceram...a gente sabia que tinha algo errado.- Scott diz tão baixo que eu tenho que chegar mais perto para ouvi-lo. - Mascote? Mas a Kim não frequenta mais o encontro, e mesmo antes quando nós íamos, ela nunca quis correr.- Digo incrédula. Kiera me olha meio confusa. - Ann, Gwen? Já faz alguns meses que a Kim aparece em todos os encontros. E ela é mascote todas as vezes.- A gente devia ter impedido. Quando a gente viu que ele estava bebendo demais para dirigir...- Genna diz chorando. De repente, a raiva me domina. Quem era o filho da mãe, que foi dirigir bêbado? E levando a minha amiga junto. - De quem ela era mascote, Genna?- Digo com raiva. Os três se entre olham. - De quem?- Pergunto com mais raiva. Aiden coloca a mão no meu ombro, mostrando apoio. - Ela tem sido mascote dele faz várias corridas, eu disse pra ela não se envolver com ele mas ela não me escutou, acho que eles estavam namorando e...- QUEM?- Grito. Genna se encolhe e solta um choramingo, fazendo com que Scott a abrace. - Ace.- Ela diz baixinho. Sinto Aiden endurecer todos os músculos do corpo. Eu fico possessa. Kim sabia dá tentativa de estupro. Além de Aiden, Scott e as meninas, Kim era a única outra pessoa que sabia sobre aquele dia.
Eu havia decidido não prestar queixa e esquecer sobre aqueles momentos de terror. Mas eu havia desabafado com Kim. Ela tinha ficado com tanto ódio de Ace que queria ir lá e acabar com o que Aiden havia começado. Agora descubro que ela possivelmente estava namorando com ele. Isso deve ter acontecido depois da nossa briga, três meses atrás. Será que ela estava tão sozinha e com tanta raiva de mim e do Jordan, que foi se aliar ao inimigo? Minha cabeça está girando. - Eu vou matar aquele desgraçado.- Aiden ruge. Faz um silêncio perturbador na sala. Scott pigarreia e nos olha com uma expressão séria. - O Ace...bom, eles estavam no centro da cidade, eles foram atingidos por um caminhão quando passaram em um sinal vermelho em um cruzamento. O caminhão pegou em cheio no lado do motorista. E o Ace...ele...ele morreu na hora.- Scott faz uma expressão triste e abaixa a cabeça. Aquelas palavras me tiram completamente do ar, me sento na cadeira e penso sobre o que eu estou sentindo no momento. Estou triste ou aliviada? Seria errado estar aliviada com a morte de outro ser humano? Ace era uma pessoa ruim, mas isso significa que ele merecia morrer? Sou tirada dos meus pensamentos pela voz de Aiden. - Vou ligar para o Jordan e avisar sobre Kim.- Ele não parece nem um pouco afetado pela noticia da morte de Ace. Pelo menos não de um jeito ruim. - Temos que avisar os pais dela também.- Digo num sussurro. Aiden assente e eu entrego meu celular para ele. - O número da casa dela está na memoria.Aiden se afasta levando o celular a orelha. Olho para Genna, que agora está um pouco mais controlada. - Ela está muito mal?- Pergunto, morrendo de medo de ouvir a resposta. - Não nos deram muita informação, ela está passando por uma cirurgia e quando acabar o médico vai vir falar conosco. Como eu não sei nada sobre a família dela eu dei o seu número como contato.Coloco os cotovelos no joelho e cruzo as mãos.
Agora nos resta esperar. Alguns minutos depois de Aiden retornar das ligações, Jordan entra feito um louco e vem em nossa direção. Aiden não conseguiu falar com Bárbara então deu o número para a enfermeira, para ver se ela conseguia contatar a mãe de Kim. Ele para na frente de todo mundo, olha nossas expressões preocupadas e parece completamente perdido. - Como ela está?- Sua voz é puro desespero. - Como ela está?- Ele repete. - Calma, cara.- Aiden se levanta e o olha com cautela. - Calma nada. Como ela está?- Ele está tremendo. Quando ninguém diz nada, vejo a fúria dominando seu rosto. - Alguém me fala como ela está, porra!- Ele grita e Aiden tenta acalma-lo. - Ela está em cirurgia, nós não sabemos mais que isso por enquanto.- Aiden diz. - O que aconteceu?- Nunca vi Jordan parecendo tão perdido. Parece que ele vai desmoronar a qualquer segundo. - Ela estava correndo com Ace, ele furaram o sinal vermelho e um caminhão atingiu em cheio o carro deles.Parece que Jordan vai vomitar, ele se inclina pra frente e sua expressão é doente. Ele respira fundo e depois solta o ar devagar. - Não intendo, porque ela estava correndo com Ace? Se aquele filho da puta obrigou ela a ser sua mascote eu vou...- Ele parece furioso. - Jordan, cara. Ace está...morto.- Aiden diz e Jordan o olha horrorizado. - Morto?- Ele pergunta se apoiando no meu namorado. - Sim. O caminhão pegou o lado do motorista, ele morreu na hora.- Ele deve ter obrigado ela a correr com ele.- Na verdade...- Aiden me olha em busca de aprovação e eu aceno. Uma hora ou outra Jordan vai ter que ficar sabendo. -...Parece que ela e o Ace estavam...juntos.- Aiden diz a última palavra com cautela. - Juntos como?-
- Juntos como...namorados. Pelo menos foi o que Genna nos contou.Jordan não diz nada, não grita ou esboça qualquer outra reação. Ele apenas fica encarando o nada. - Tem outra coisa, parece que o Ace estava bêbado quando entrou naquele carro.- Aquele filho da puta. Estava dirigindo bêbado e levou a minha Kim junto. Queria que ele não estivesse morto, assim eu mesmo poderia mata-lo.- Jordan esbraveja. - Se alguma coisa acontecer com ela, eu não sei o que eu vou fazer.- Jordan chora no ombro de Aiden. Me levanto e vou até ele. - Calma, ela vai ficar bem.- Digo e ele me abraça forte. Um homem vestido de branco e na faixa dos 40 anos se aproxima. - Vocês estão aqui pela Kimberley Kyle?- Pergunta olhando para todos nós. Balançamos a cabeça e ele se aproxima mais. - Eu sou o doutor Johnson e sou o médico da srta. Kyle. Ela acabou de deixar o centro cirúrgico.Todos respiramos aliviados. - Como ela está doutor?- Pergunto ansiosa. - A cirurgia correu bem. Ela tinha algumas costelas quebradas que perfuraram o pulmão e um traumatismo craniano, algumas escoriações leves e um ombro fora do lugar. Conseguimos deixar a paciente estável, mas pedi que seja encaminhada para UTI para ficarmos de olho em qualquer sinal de risco.- Graças a Deus.- Que alívio.Outras exclamações aliviadas irromperam a sala mas a expressão do Dr. Johnson estava triste. - Tem mais alguma coisa Dr.?- Pergunto analisando seu rosto. - Bom, apesar de todos os nossos esforços, não conseguimos salvar o bebê.A sala fica em silêncio, todos se olhando com confusão. Jordan olha para o médico como se ele tivesse quatro braços e duas cabeças. - Bebê? Como assim bebê?- Aiden pergunta em voz alta exatamente o que eu estava me perguntando. O Dr. nos olha com curiosidade e diz confuso.
- A srta. Kyle estava gravida de aproximadamente 3 meses, mas infelizmente era tarde de mais para salvarmos a criança.- Gravida? Ela estava gravida...Era meu...era meu filho. Kim estava esperando meu filho...agora ele está...morto? Meu filhinho está morto, oh meu Deus.- Jordan desaba e cai no chão, chorando descontroladamente. Coloco a mão na boca em choque e começo a chorar. Não acredito que Kim estava gravida, ela não me disse nada. Ela estava zangada comigo, mas deveria ter me contado, eu a ajudaria a passar por isso. Mas ao invés, ela estava completamente sozinha. Pelo o que eu conheço dela, Bárbara não deve saber de nada. - Vocês não sabiam?- Dr. Johnson pergunta. Eu não consigo dizer nada, então apenas balanço a cabeça. Aiden está no chão, tentando consolar um Jordan desesperado. Ele fica apenas repetindo “meu filhinho, meu filhinho.” Ver ele assim me corta o coração. Preciso beber alguma coisa. - Vou buscar um café, alguém quer?- Memorizo os pedidos e saio. Estou segurando a embalagem de papelão cheia de copos fumegantes de café, entro na sala de espera e entrego os copos para todos. - Onde está Jordan?- Pergunto enquanto entrego o café para Aiden. - Uma enfermeira teve que leva-lo para dar um calmante.Suspiro e dou um gole na minha bebida quente. - Que loucura. Não acredito que Kim estava gravida do Jordan.- Digo. Aiden franze a testa. - O que foi?- Será que esse bebê era mesmo do Jordan?- Ele pergunta. - O que? Claro que era. Você não ouviu o médico? Ela estava de 3 meses, foi quando ela e Jordan dormiram juntos, naquela dia que nós o fizemos conversarem.E que não funcionou. Na verdade, só piorou as coisas. - Mas você ouviu Genna, ela estava namorando com Ace.-
- Você acha que esse bebê poderia ser dele?- Pergunto chocada. - Não sei, sinceramente não sei mais o que pensar.- Ele diz e me abraça. Escuto uma voz desesperada e me viro. Bárbara finalmente chegou, ela está com o pai de Kim a segurando enquanto ela caminha em nossa direção, chorando. - Minha filha, cadê minha filha? Quero ver a Kim agora.- Ela diz desesperada. Uma enfermeira conversa com ela, tentando acalma-la e dizendo que ela ainda não pode entrar e ver Kim. - Sra. Kyle.- Chamo e ela me olha, mas parece que não me vê realmente. Vou até ela e peço para conversar em particular. Esta na hora de contar toda a verdade. Ela, meio relutante, me acompanha para um canto vazio. Faço ela se sentar e me sento ao seu lado. Seus olhos estão perdidos, talvez não devesse despejar toda a verdade em cima dela agora, quando está tão frágil, mas ela vai acabar descobrindo. Teve um acidente de carro, Ace morreu, o motorista do caminhão está bem mas levemente ferido. Provavelmente haverá policia envolvida, é melhor que ela saiba de tudo por mim do que por outra pessoa, na frente de todos. Então começo contando tudo desde o inicio. Conto sobre Jordan e as corridas e sobre a briga deles, conto sobre a briga entre Kim e eu e sobre seu recém descoberto envolvimento com Ace. Por último, conto sobre sua gravidez. Me sinto como se estivesse traindo a confiança de Kim, mas nessa situação não vejo outra saída. Bárbara me ouve com uma expressão de puro choque e horror. Ela parece atordoada. - Não acredito que estava acontecendo tudo isso com a minha filha e eu não notei.- Não se culpe. Nada disso é culpa sua. Se tem alguém culpado aqui, sou eu. Deveria ter dito alguma coisa, mas apenas me deixei levar e não...- Balanço a cabeça sem conseguir terminar. - Não, Gwen. Você é só uma criança, isso não é culpa sua.- Nem sua, Bárbara.-
Ela fecha os olhos e suspira, levanta e fica de costas. - Eu deveria ter notado.- Ela diz baixinho, para si mesma. Chorando em silêncio. Me levanto e vou até ela e dou-lhe um abraço apertado. - Está tudo bem. A cirurgia foi bem, ela está segura agora.- Tento reconforta-la. - Não acredito que eu ia ser avó.- Ela diz com a voz cheia de emoção. - Quero conhecer esse tal de Jordan, ele está aqui?- Ela pergunta me olhando nos olhos. - Ele precisou ser levado. Tiveram que dar um calmante, ele estava muito nervoso.- Explico. Ela apenas balança a cabeça. - Eu vou ver se já posso ir ver minha filha.- Ela caminha mas de repente se vira. - Como você chegou aqui tão rápido?- Ela me pergunta. - Como assim?- Fazia poucos minutos que eu havia ligado para sua casa.O que? Como assim? Ela ligou para minha casa? - Você ligou para minha casa?- Não consigo disfarçar o tom de desespero em minha voz. - Sim, eu liguei para avisar sobre Kim, logo depois que eu recebi o telefonema. Avisei sua mãe e ela me disse que ia falar com você imediatamente.Me sinto doente na hora. - Eu...err...eu vim o mais rápido que pude. Estava preocupada.Ela me olha e então vai em direção a enfermeira, querendo ver Kim. Oh não, não, não, não! Bárbara ligou para minha mãe perguntando sobre mim. Quando eu devia estar dormindo em sua casa. Isso significa que minha mãe sabe a verdade. Ela sabe que eu menti para ela.
Capítulo 15 Mentir é feio E agora, o que eu faço?
Preciso falar com Aiden sobre isso. Ando apressadamente até ele e o puxo para um canto. - Qual o problema, coração?- Aiden...a mãe da Kim acabou me entregando. Ela ligou lá em casa para me avisar do acidente. Esse é o problema, minha mãe sabe que eu menti quando disse que ia dormir na Kim, provavelmente ela já presumiu que as outras vezes foram uma mentira também.Ele me olha mas não diz nada, sua expressão permanece calma. Levanto as sobrancelhas em uma pergunta silenciosa. - Então? O que nós vamos fazer?- Bom, acho que você tem que voltar pra casa agora.- Ele diz calmamente. - O que? Você está louco? Assim que eu colocar os pés naquela casa, minha mãe me mata.- Coração, sua mãe deve estar preocupada agora que ela não sabe onde você está.- Mas, assim que eu chegar em casa ela vai querer saber sobre o porque eu menti.- Digo. - Então diga a verdade. Conte sobre nós.- Mas, Aiden...- Tento argumentar mas não sei o que dizer. - Já está na hora, Gwen. Não dá mais para esconder dos seus pais que estamos juntos.- Ele diz seriamente. Será que ele está louco? Eu não estou pronta ainda para a reação deles. - A gente não tinha combinado de fazer isso depois do meu aniversário, juntos?Pergunto irritada. - Mas a situação mudou, não é? Olha, não precisa ficar com medo. Eles são seus pais, eles vão acabar te apoiando.- Ele acaricia minha bochecha. Rio sem nenhum humor. - Você não conhece minha mãe.- E o seu pai?- Ele vai fazer o que ela falar para ele fazer.Suspiro e o abraço forte.
- Se você quiser eu posso ir com você, apesar que eu não acho uma boa ideia aparecer de madrugada na sua casa, e eu também quero ficar aqui para apoiar Jordan. Ele está muito transtornado.- Ele diz. - Você tem razão, tenho que ir. Mas eu não quero sai daqui, e se a Kim piorar.Não quero nem pensar nisso, o médico falou que ela está bem, é nisso que eu tenho que me focar. - Eu te ligo se acontecer alguma coisa.Concordo com a cabeça. - Eu te levo, depois volto pra cá.- Então vamos.Dirigimos até minha casa em silêncio. Quando chegamos ele desliga o motor e me olha nos olhos. - É isso ai. Está na hora, não se preocupe. E lembre-se, eu te amo mais que tudo.- Eu também te amo.- Sorrio e o beijo, quando finalmente me afasto estamos respirando com dificuldade. - Boa sorte, coração.- Obrigada, eu vou precisar.Hesito antes de abrir a porta. Assim que a fecho ouço passos. - Gwendolyn.Minha mãe esta usando seu roupão de seda e parece assustadoramente fria. - Mãe, eu...- Silêncio.Ela chega mais perto e eu me encolho. - Você tem ideia do quanto seu pai e eu estamos preocupados? Bárbara liga pra cá de madrugada, pedindo pra te avisar que Kim está no hospital e eu pensando o tempo todo “Mas ela não disse que iria dormir na Kim?”...Te liguei inúmeras vezes no celular e você não atendeu, eu não sabia onde você estava, com quem você estava...aliás, venha. Você tem muito o que explicar.- Seu tom de voz é calmo porém gélido. Acho que eu preferiria que ela estivesse gritando, essa frieza dela sempre me assustou. Vamos até a sala e vejo papai andando de um lado para o outro. Quando ele me vê corre em minha direção e me abraça.
- Gwen, meu Deus! Que susto!- Desculpa, papai. Eu não queria preocupar você.- Onde você estava, Gwen? Porque mentiu para nós? O que está acontecendo minha filha?- Papai parece tão preocupado e me sinto tão culpada por ter o deixando assim. Me sento no sofá e olho os dois nos olhos. - É melhor vocês dois se sentarem, é uma longa história.*** Passo os próximos minutos em uma conversa que está, na verdade, mais para um monólogo. Conto tudo, desde do dia em que vi Aiden pela primeira vez até o dia de hoje. Não falei com todas as palavras que ele tirou minha virgindade, mas eles devem imaginar que a gente tinha intimidade, afinal eu admiti que todas as vezes que supostamente eu estava dormindo na casa da Kim, na verdade estava dormindo na casa dele. Termino minha narrativa e eles ainda estão com uma expressão indecifrável no rosto. Será que eles vão gritar? Me expulsar de casa? Ou Aiden estava certo, eles são capazes de me apoiar? Fico em silêncio, ansiosa para ver qual das alternativas será a escolhida por eles. Meu pai se levanta e passa a mal pelo rosto, mamãe continua sentada e com a postura inabalada como sempre. - Você estava mentindo para nós durante todo esse tempo, com medo que nós não aprovássemos o seu namorado?- Papai pergunta. Balanço a cabeça, estou com medo de falar. - Porque ele participa de corridas ilegais?- Ele participava, ele não faz mais isso. E tem mais coisa.- Digo baixinho. Eu só contei que Aiden participava dos encontros, não falei sobre as mulheres ou bebidas e nem drogas. Mas se eu quiser que eles entendam e possivelmente me apõem eu tenho que ser sincera. - O que?Olho para mamãe que ainda não disse uma palavra. Isso é bom ou ruim?
- Ele é órfão, seus pais morreram em um acidente de carro. Ele vive com o pouco dinheiro deixado de herança. Seu irmão mais novo está...preso por trafico de drogas. E ele usava drogas também e bebia.- A reação de espanto deles seria cômica se a situação não fosse séria. – Mas ele não faz mais nada disso agora, ele está limpo faz meses.- Apresso em acrescentar. Minha mãe levanta em um pulo, me assustando. - É claro que ele está. Porque todos nós sabemos que um viciado consegue parar de usar, sem nenhuma ajuda. Por vontade própria.- Ele não é assim, ele parou mesmo. Ele se assustou quando teve uma overdose, ele teria morrido se eu não tivesse o achado e...- Ah.Meu.Deus! Ele teve uma overdose? E você que teve que ajuda-lo? Minha filha teve que socorrer um drogado vagabundo. É o fim.- Mamãe levanta a voz mas continua passado a sensação de frieza de sempre. - Como você pode ter sido tão burra, Gwen?- Mamãe pergunta me olhando com desprezo nos olhos. - Eu sou burra porque me apaixonei?- Me levanto para alinhar meu olhar com o dela. - Não, você é burra por que se apaixonou por um cara que só quer o seu dinheiro.- Como você pode afirmar isso? Você nem o conhece.- Digo. - E nem preciso. Pelo quadro que você pintou dele já posso imaginar o tipo de pessoa que ele é.- Tudo bem, eu admito que ele tinha problemas. Mas ele mudou, ele disse que quer ser uma pessoa melhor por minha causa.- Digo com lágrimas ameaçando cair dos meus olhos. Mamãe começa a gargalhar sem humor nenhum. - Você é mais burra do que eu pensava. Está na cara que ele só quer o seu dinheiro, para sustentar o seu vicio. Ele é um desocupado, um vagabundo viciado.- Chega. Eu não vou permitir que você fale de Aiden assim.- Eu grito. - Olha como você fala comigo mocinha, eu sou sua mãe e...- Ela vem em minha direção com a mão levantada. - Querida!- Papai a chama e ela o encara, depois de trocarem olhares significativos por alguns segundos, ela recua.
- Eu não me importo que ele não tenha dinheiro ou um nome importante. Nós nos amamos e vamos ficar juntos, quer você queira ou não.- Tento soar o mais firme possível. - Rá, isso é o que nós vamos ver. Você está proibida de chegar perto desse delinquente. Eu te proíbo, ouviu Gwen?- Você não pode me proibir de ver Aiden.- Digo decidida mas com medo de que ela realmente possa fazer isso. - Quer apostar? Você está terminantemente proibida de sair dessa casa, com exceção da escola. E quando você precisar sair, um segurança irá te acompanhar em todos os lugares.- Ela chega perto de mim, nossos narizes quase se tocando. – Você nunca mais vai ver esse moleque.As lágrimas que eu havia com tanto esforço tentado segurar, agora rolam livremente sob meu rosto. Me viro na direção do meu pai e o olho suplicantemente. - Pai? Por favor, me ajuda.Ele me olha, então olha para minha mãe. - Gwen, eu...- Ele suspira e me lança um olhar torturado. -...Eu acho que você não deveria mais ver esse menino, ele não parece ser uma boa pessoa pra você.Olho-o traída, ele era a minha única esperança, só ele podia me ajudar mas ele está do lado dela. Enfio meu rosto em minhas mãos e saio correndo em direção ao meu quarto. Entro, tranco a porta e me jogo na cama. Eu sabia que eles não iam entender, eu sabia que não podia contar com eles. Mas se eles pensam que podem me separar de Aiden, estão muito enganados. *** Acontece que, infelizmente, eles não estavam tão enganados assim. Faz uma semana desde daquele dia em que eu contei toda a verdade para meus pais. Naquela noite, triste e sozinha, enviei uma mensagem para Aiden. Ele logo me ligou e eu contei tudo sobre a conversa desastrosa com meus pais. Ele tentou me acalmar mas não conseguiu.
Eu estava desesperada porque sabia que minha mãe pretendia cumprir com a sua palavra e me afastar dele para sempre. Ele me garantiu que não desistiria de mim e que nós daríamos um jeito. Naquele dia dormi um pouco mais tranquila, com suas palavras ardendo em minha mente como se gravadas a ferro. Para minha surpresa, no outro dia minha mãe confisca meu celular e meu computador. Durante essa semana, todos os dias em que fui para a aula, um armário ambulante me seguiu e não deixou ninguém se aproximar. Tentei várias vezes despistar ele, mas ele parecia uma águia e estava sempre atento. Agora estou deitada no meu quarto, olhando para o teto e imaginando o que Aiden está fazendo. Certamente ele sabe que eu não entrei em contato porque aconteceu alguma coisa. Estou pensando em nossos momentos juntos quando escuto uma gritaria vindo de lá de fora. Escuto uma voz meu chamando. - GWEN.Reconheço essa voz, não acredito que ele está aqui. Desço correndo as escadas e vou o mais rápido possível. Vejo Aiden agarrado ao portão fechado, gritando. Minha mãe está gritando para ele ir embora imediatamente. Passo igual a um furacão por ela e me choco com o portão, segurando as mãos de Aiden pela abertura das barras de ferro. - Aiden, meu amor. Senti tanta a sua falta.- Digo. - Coração, também senti sua falta.- Nós damos um selinho desajeitado por entre as barras. Sinto mãos fortes me puxando, olho pra cima e vejo o segurança que a minha mãe contratou para me vigiar. Eu tento resistir, mas ele é muito forte. Me agarro com toda força nas mãos de Aiden, determinada a não me soltar dele. - Leve ela para dentro imediatamente.- Escuto a voz fria da minha mãe falando. - Sim, senhora. Vamos srta.Ele me puxa e eu me seguro nas barras e nas mãos de Aiden. - Gwen, meu amor. Eu te amo, nós vamos dar um jeito de ficarmos juntos.- Ele diz começando a chorar.
- Eu sei, eu também te amo. Muito.- Digo também chorando. Finalmente, com um pouco de violência, eu sou arrancada da grade. Minhas mãos deslizam pelas de Aiden, sem conseguirmos nos segurar um no outro. O segurança me arrasta para dentro de casa enquanto eu me debato, tentando me soltar de seu aperto de aço. Choro, me debato e grito. - AIDEN!- GWEN!- Ele grita de volta. - GWEN, EU TE AMO. EU TE AMO!- EU TE AMO, AIDEN.- Grito o mais alto que posso. - NÓS VAMOS CONSEGUIR. NÓS VAMOS FICAR...- Sua voz é abafada pela porta se fechando. Já dentro de casa, o segurança me solta e eu tento correr para fora de novo, mas ele me impede. Segurando fortemente meu braço, ele me guia até meu quarto e me joga para dentro, batendo a porta logo em seguida. Abro a porta e dou de cara com seu peito musculoso. - Estarei guardando sua porta até próximas instruções. Por favor srta Cassidy, volte para dentro.- Sua voz é calma e profissional. Bato a porta em sua cara e me jogo na cama. Chorando como nunca chorei em toda minha vida. Não acredito nisso. Minha mãe não pode conseguir me separar de Aiden. Ela não pode. *** Mais uma semana se passou. Não vi, falei ou tive qualquer noticia de Aiden. É final de tarde e estou andando de um lado para o outro em meu quarto. Toc, Toc, Toc. - Entre.- Digo desanimada. - Gwen, a mãe da Kim está no telefone. Ela quer falar com você.- Mamãe me entrega o telefone sem fio e eu o levo até minha orelha. - Alô, Bárbara?-
- Alô, oi Gwen. Como você está?- Bem. Como está a Kim, ainda se recuperando?- Sim, ela está se recuperando muito bem. Olha, é por isso que eu te liguei. Eu queria saber se você pode vir até aqui em casa.- Ir na sua casa? Mas eu achei que...- A Kim está precisando muito de você. Sei que vocês ainda não estão se falando, mas...será que você poderia vir e oferecer algum apoio?Olho para minha mãe interrogativamente, ela parece ponderar sobre o assunto mas depois assente. Sorrio. - Ok, Bárbara. Estou a caminho.*** Entro na casa dos Kyle e o armário ambulante vem junto. - Oi, Gwen. Que bom que você veio.- Bárbara me cumprimenta. Quando ela percebe o homem gigante atrás de mim, fica sem jeito. - É meu segurança. É só ignorar.- Explico. - Ah sim, entendo.- Kim está no seu quarto?- Pergunto. - Sim. Por favor, Gwen, tente fazer ela falar. Ela precisa conversar com alguém sobre tudo isso.- Vou tentar, Bárbara. Espero que não tenha mais tanta raiva de mim.Chego na porta e bato três vezes, abro uma fresta e olho para dentro do quarto. - Posso entrar?Kim está deitada em sua cama, ela me olha surpresa e não diz nada. Então apenas entro. - Oi, vim ver como você está.- Estou bem, obrigada.- Ela responde num sussurro. Olho seu rosto abatido e sua postura derrotada. - Tem certeza?-
Ela me olha com olhos suplicantes, eu os vejo se enchendo de água até que ela começa a chorar. Corro até ela e sento ao seu lado, envolvendo meus braços ao seu redor. Achei que ela iria me impedir ou gritar comigo, mas ela apenas aceitou meu consolo. Ela chorou em meus abraços por longos minutos, ela chorava tanto que seu corpo chacoalhava junto ao meu. - Me perdoa, Gwen. Por favor.- Ela diz entre soluços. - Shhh, não tenho nada para perdoar. Eu que deveria estar te pedindo perdão.Digo. - Não, você só estava querendo me proteger, me ajudar. Você sempre foi assim. Eu não te odeio, Gwen. Você sabe que eu disse aquilo mas eu não falei sério.- Eu sei.- Eu estava magoada.- Eu sei, Kim.- Eu me envolvi com Ace mesmo depois do que ele fez com você, isso não tem perdão.- Tem sim. Se você me perdoar eu te perdoo.- Digo sorrindo. - Eu te perdoo, Gwen.- Ela diz fungando. - Ótimo.- Amigas de novo?- Ela pergunta. - Sempre.- Eu sussurro e a abraço mais forte. Passamos as próximas duas horas conversando sobre tudo o que ela passou. Ela confessou que ficou apavorada quando descobriu que estava grávida. Um dia ela foi ao encontro e Ace começou a conversar. Ela estava tão sensível, machucada e sozinha que acabou aceitando a amizade dele. Mas acabou que ele se aproveitou na sua fragilidade e eles se tornaram mais que amigos. - Então, o seu filho era mesmo do Jordan?- Pergunto com medo que ela se ofenda com a minha pergunta. - Sim. Eu comecei a dormir com Ace depois que eu já sabia do bebê.- E você contou pra ele?-
- Sim, e ele disse que cuidaria de mim e da criança. Não acredito que ele está morto.- Também não. Mas Kim...ele não...ele nunca te machucou, não é?- Não. Ele as vezes ficava meio nervoso, mas nunca me machucou.Respiro aliviada. De Ace eu esperava qualquer coisa, até mesmo bater em uma mulher grávida. - Gwen, eu preciso te contar uma coisa que o Ace falou.- O que?- Pergunto curiosa. - Uma vez, quando estávamos na cama...ele sem querer me contou o porque ele e Aiden se odeiam tanto.Arregalo os olhos. Aiden nunca me contou essa história, nunca insisti porque não queria forçar a barra, mas agora minha curiosidade está falando mais alto. - Porque?- Bom, resumindo...Parece que antes eles era amigos, até que um dia Ace conheceu o irmão mais novo de Aiden e lhe ofereceu um emprego. Parece que o moleque estava precisando de dinheiro e ele já era o tipo garoto problema. Então ele começou a trabalhar para Ace, vendendo drogas. Aiden não sabia de nada e ficou furioso quando o seu irmão foi preso, ele descobriu onde ficava o lugar onde Ace fabricava metanfetamina e destruiu tudo. Junto com uma encomenda que Ace estava preparando para algum mafioso perigoso. Ace quase foi morto quando não conseguiu entregar a encomenda a tempo. Depois disso, os dois se tornaram inimigos mortais.Fico em silêncio digerindo tudo isso. - Então é por isso que Aiden odeia...odiava Ace. Porque por culpa dele, seu irmãozinho está preso.- Talvez a história não seja bem essa, não dá pra confiar no que Ace dizia. Você vai ter que perguntar para Aiden.Fico triste. Eu nunca mais vou poder ver ele. - O que foi? Falei alguma coisa errada?- Não, é que...minha mãe me proibiu de ver Aiden.- Como ela descobriu?-
Rapidamente conto tudo sobre a noite do seu acidente. E como eu passei de muito feliz para imensamente infeliz. - Então parece que eu tenho mais por que me desculpar.- Porque?.- Olho-a confusa. - Porque se não fosse por meu acidente, sua mãe não teria descoberto nada.- Ah, Kim. A culpa não é sua. Ela teria reagido da mesma forma quando eu e Aiden contássemos, o seu acidente só adiantou as coisas um pouco.Ela suspira e encosta a cabaça nos travesseiros. - Então, me conte como as coisas vão ser daqui pra frente. Quando você vai voltar para a escola?- Tento mudar de assunto para distrai-la, mas parece não funcionar. Ela continua com a expressão triste. - Eu não vou.- Como assim não vai? Falta só mais um semestre.- Minha mãe decidiu que vai ser melhor pra mim se eu...se eu ir morar com a minha tia, só por um tempo.- Como assim ir morar com a sua tia? Que tia, onde? E os seus estudos?- Começo a me desesperar. - Calma, calma.- Como vou ficar calma, você diz que justo agora que somos amigas de novo, você vai se mudar.- Reclamo. - É só por um tempo, não mais que um ano.- Um ano?- Grito. - Mas Kim, e os seus estudos?- Eu vou terminar esse ano lá, depois passar alguns meses descansando por lá e depois eu vejo o que fazer. Minha mãe quer muito que eu faça faculdade, mas ela mesmo teve a ideia. Ela disse que eu posso tirar um tempo de folga, e quem sabe fazer uma faculdade lá pelo Texas mesmo.- O que? Você está indo para o Texas? Kim, é muito longe.- Resmungo igual a uma criança mimada. - A gente se fala todo dia, eu prometo.- Mas e...mas e...e o Jordan?-
Kim faz cara feia. - O que tem ele?- Vocês se amam. Achei que vocês iam consertar tudo e ficar juntos.- Tem coisas que não tem concerto, Gwen.- Ela diz tristemente. - Você ia ter um filho dele. Ele te ama apesar de tudo, você acha mesmo que ele vai deixar você ir assim.- Vai.- Ela diz convicta. - Como você sabe?- Porque a única pessoa que sabe disso, além da minha família, é você. Ele só vai descobrir quando eu já estiver no Texas, aí já vai ser tarde demais.- Ele não vai desistir de você. Ele está arrasado por perder esse filho que ele nem sabia que existia. Se ele perder você também, eu não sei...- Ele vai aceitar minha partida quando descobrir que o meu filho não era dele, e sim de Ace.O que? Ela enlouqueceu? - Mas você acabou de me dizer que...- Eu sei o que eu disse. Acontece que não tem como ele saber que a criança era mesmo dele. E quando você disser pra ele que eu te contei que o pai era Ace...- Oh, vai com calma garota. Eu vou dizer o que?- Me levanto e a olho com choque. Ah, Kim, o que você esta planejando nessa sua cabecinha maluca? - Você vai mentir pro Jordan que meu filho era do Ace. Ele vai ficar com raiva e possivelmente magoado, mas depois ele vai ver que é melhor assim.- Melhor pra quem?- Pergunto indignada. - Melhor pra todo mundo.- Kim, me desculpa, mas eu não vou mentir sobre isso.- Por favor, Gwen.- Não. Isso é loucura. Ainda acho que você tinha que contar a verdade pra ele e fazer as pazes.- Cruzo os braços. - Gwen, eu estou indo morar no Texas daqui duas semana. Vai ser bom ficarmos afastados, e se ele não tiver o peso de um filho morto para carregar, ele vai conseguir recomeçar mais facilmente.-
- Porque vocês não recomeçam juntos?- Não dá, Gwen. Acabou, pra valer.- Ela diz decidida. - Você não o ama mais, é isso?- Claro que eu amo, e eu vou sempre amar. Mas é complicado, é melhor ficarmos esse tempo separados. Ele aqui e eu lá com a minha tia. Vai ser bom para ambos refletirmos e nos curarmos das nossa feridas.- Mas...- Tento argumentar. - Mas nada, Gwen. É assim que vai ser. E se você não vai mentir por mim, pode pelo menos não contar pra ele sobre o bebê?- Kim, eu não acho que...- Gwen. Por favor. Isso é coisa minha, respeite minha decisão.Olho em seus lindos e cansados olhos verdes. Suspiro e balanço a cabeça. - Tudo bem. Se você quer assim.- Eu quero. Mas me prometa que essa conversa fica só entre nós. Você não vai contar nem pra Aiden nem pra ninguém. Nunca.- Prometo.Vou e sento ao seu lado de novo. - Nem se eu quisesse eu poderia contar pra ele. Se esqueceu que estou proibida de vê-lo?- Bom, quanto a isso...acho que eu posso ajudar.- Como?- Olho-a surpresa e curiosa. Kim me dá um sorriso lento e malicioso. Eu conheço esse sorriso. Dentro dessa cabecinha ruiva dela, ela está arquitetando algum plano para que eu e Aiden possamos nos ver de novo. Imito seu sorriso largo, a animação e esperança me dominando antes mesmo de eu saber sua ideia. Cara, como eu amo essa garota.
Capítulo 16 Às escondidas
Olho para Kim sem acreditar no que ela acabou de me falar. Eu sempre soube que ela era um pouco maluquinha mas... - Fugir? Você está louca, Kim?- Estou falando muito sério, Gwen.- Pela sua expressão ela está mesmo. - Mas...Mas eu não...- O que eu devo dizer? - Gwen, me responda uma coisa. Você conhece muito bem sua mãe, tem chances dela algum dia permitir que você namore com Aiden?- Kim me pergunta ceticamente. Penso sobre isso, mas eu já sei a resposta, assim como Kim. Desde que eu me intendo por gente, a única coisa que eu ouvia minha mãe falar era como eu tinha que arrumar um bom casamento. Ela não me dizia para procurar um homem bom, honesto, fiel e que me amasse. Não, ela me dizia para procurar um homem rico, de uma família importante. Olho tristemente nos olhos de Kim. - Não, não tem.- Balanço a cabeça. - Tem alguma chance de você desistir de ficar com Aiden, só porque sua mãe quer?Nessa hora me lembro de algo que Aiden me disse uma vez, quando fomos fazer um piquenique na beira da cachoeira, ele me disse: “Sabe, a vida é curta demais para adiarmos a felicidade, Gwen. Se você tiver que decepcionar alguém para ser feliz, então faça. Ninguém vai lutar com mais força pela sua felicidade do que você mesma, porque a busca pela felicidade é algo egoísta”. Eu tenho que correr atrás da minha felicidade, e a minha felicidade não é aquilo que a minha mãe acha que é. Ela não sou eu, a única pessoa que pode me dizer o que me faz feliz sou eu mesma. E a minha felicidade tem nome e sobrenome, e ele é Aiden Landon. - Não, eu nunca vou desistir de Aiden.- Afirmo com convicção. - Então está decidido.- Kim abre um sorriso enorme. - Mas fugir não é meio sem sentido? Logo eu vou fazer 18 anos, meus pais não vão mais ter poder sobre mim, legalmente falando.- Digo.
- Legalmente falando, não, eles não vão ter poder. Mas você sabe que se você continuar a morar na sua casa, você vai acabar cedendo a pressão constante da sua mãe. Sem falar que ela não vai continuar te sustentando se você desafiar ela.- É verdade. Mas então, qual o plano?- Pergunto. - Bom, você não tem como se comunicar com Aiden, certo?- Aceno com a cabeça em concordância. - Mas eu tenho. Eu vou ligar pra ele e dizer para vir aqui amanhã a tarde. Você diz para sua mãe que você quer me visitar de novo, ela não vai dizer não, ela já deixou você vir aqui hoje. Vocês podem usar o meu quarto para conversarem e combinarem a fuga.- Você acha que ele vai querer fugir comigo?- Pergunto com medo. E se ele não quiser fugir? Se ele achar que não vale a pena todo o esforço? - Gwen, o que o Aiden não faria por você? Ele te ama muito.- Tudo bem, mas se a gente vai fugir, precisamos de dinheiro.- Digo. - Falta um mês até seu aniversário. Vocês podem organizar a fuga nesse tempo, e eu vou ajudar até o último minuto antes de ir para o Texas. Aiden tem o dinheiro da herança, você pode vender as poucas coisas de valor que você tem e se precisar, eu tenho um pouco de dinheiro guardado.- Kim, você faria isso por nós?- Pergunto emocionada. - Claro. Eu tenho sido uma péssima amiga, está na hora de compensar isso.*** Deu certo. Minha mãe me deu permissão para ir visitar a Kim de novo, claro que o segurança está vindo junto. Só de pensar que a essa hora, Aiden já deve estar escondido no quarto da Kim. Ela disse que a Bárbara iria ajudar, o que me surpreendeu bastante. Mas ao que parece ela não concorda com a atitude da minha mãe e está disposta a nos ajudar, não com a fuga é claro, isso ela não sabe. Bárbara abre a porta. - Gwen, entre.- Boa tarde Bárbara.- Kim está lá em cima te esperando.- Ela me lança um olhar conspiratório e eu tenho que segurar o riso.
- O senhor gostaria de esperar na cozinha, me acompanhando em um café?Bárbara pergunta para meu armário ambulante quando ele faz menção em me seguir. - A Sra. Cassidy me deu ordens para seguir sua filha o tempo todo.- Ele diz todo profissional. - Ah, mas ela estará lá em cima, apenas conversando com a amiga. Venha passar o tempo tomando um café. Eu acabei de tirar do forno um bolo delicioso.Vejo a indecisão nos olhos do armário mas ele acaba cedendo. Dou um sorrisinho para Bárbara e subo as escadas correndo. Abro a porta do quarto de Kim sem nem mesmo bater, fecho e a tranco. Meu coração acelera quando eu vejo ele sentado na cama. Lindo como sempre. Ele se vira e encontra meu olhar e me dá aquele sorriso que faz consigas na barriga. - Aiden!- Gwen!Corremos um em direção do outro e nos abraçamos. Nos abraçamos muito forte, como se com medo que algo de repente nos separasse. Ele segura meu rosto com ambas as mãos e me beija. Um beijo faminto, desesperado, necessitado e acima de tudo, apaixonado. Retribuo o beijo com a mesma intensidade. Não sei quanto tempo ficamos assim, nos beijando e nos abraçando, pode ter sido um minuto como pode ter sido uma hora. Eu perco completamente o sentido de qualquer coisa que não for ele quando eu estou assim, em seus braços. - Senti tanta a sua falta.- Ele diz me dando vários beijos por todo meu rosto. - Também senti muito a sua falta.- Quando a Kim me ligou fiquei tão animado. Que bom que vocês são amigas de novo.- Verdade. Eu gosto muito dela.- Estou tão feliz de te ver, nem acredito que você está aqui, nos meus braços.- Ah, Aiden. Nem eu, sofri tanto por estar separada de você. Eu te amo muito.Ele me puxa para a cama e me senta em seu colo.
- Eu também te amo, coração. Mais que tudo.- Ele diz e me beija novamente. - A Kim te contou o que nós estávamos planejando?.- Um pouco...Então, você tem certeza que quer fugir comigo?- Ele parece preocupado. - Claro que eu tenho. E você, quer fugir comigo?Seu olhar se torna terno e ele acaricia meu rosto. - Claro, meu amor. Eu vou para qualquer lugar desde que seja com você. Nós vamos ficar juntos para sempre.- Promete?- Prometo.- Ele sorri e beija meu nariz me fazendo cocegas. - Então, como vai ser essa fuga?- Ele pergunta e eu sorrio. - Você vai mesmo fazer isso por mim?- Pergunto. - Não, coração. Estou fazendo isso por nós e por nosso amor. Eu queria que não fosse tão complicado, mas já que é...Mas, você sabe que eu não vou poder manter o estilo de vida que você está acostumada, não é? Você pode lidar com isso?- Aiden, a única coisa que me importa é ficar com você. Eu nunca fui essa menininha mimada. Eu sempre tive as coisas, é verdade, mas o que eu mais quero é você.Conversamos por uma hora mais ou menos quando escutarmos uma batida na porta, meu corpo fica tenso, mas então alivia, é só a Kim. - Pessoal, sou eu. Posso entrar?- Ela sussurra do outro lado da porta. Vou até lá e abro, trancando de novo depois que ela entra. - Eu...ann...não atrapalhei nada, não é?- Ela pergunta olhando de mim para Aiden e depois para a sua cama. - Não, nós estávamos só conversando.- Digo. - Ótimo. O que vocês decidiram?- Nós vamos preparar tudo o que for preciso durante as próximas quatro semanas e então, no dia do aniversário da Gwen, nós vamos fugir durante a noite e vamos dirigindo com o meu carro até Rhode Island.- Aiden explica. - Então vocês vão ficar por lá?- Só por um tempo, até decidirmos para onde queremos ir.-
- Que bom, e se vocês precisarem de alguma coisa, durante as próximas duas semanas é só me pedir.Aiden olha para Kim com confusão. - Porque pelas próximas duas semanas? Você não vai nos ajudar depois disso?Percebendo o que acabou de fazer, Kim não sabe como responder. Ela não quer que mais ninguém saiba sobre sua ida, pelo menos não até ela estar de fato do Texas. - É que...ann...daqui duas semanas eu estarei indo para o Texas, só por alguns dias.- Ela diz e me lança um olhar cauteloso. - Ah, tudo bem então.- Aiden dá de ombros e não percebe a tensão na voz de Kim. - Bom, acho que agora é melhor você ir, Gwen. Para que sua mãe não desconfie de nada.- Kim diz. - Eu não quero ir. Quero ficar com Aiden.- Faço biquinho. Ele vem e me abraça, me dando um selinho. - Kim tem razão. Agora mais do que nunca você tem que se comportar, não pode fazer nada que levante as suspeitas da sua mãe, ok?- Ok.- Respondo de má vontade. - Mas antes de você ir, pegue isso.- Kim me dá o seu celular. - Pra que isso?- Pergunto. - Pra você se comunicar com o Aiden, é claro. Vocês tem que se manter em contato para a fuga dar certo. Mas esconda bem, sua mãe não pode nem desconfiar que você tem um celular.- Kimberley Kyle, você é a melhor amiga do mundo.- Digo sorrindo e a abraço. - Mas e você? Vai ficar sem celular?- Pergunto. - Eu vou comprar outro. Preciso de outro número, é difícil tentar esquecer o Jordan quando ele me liga de cinco em cinco minutos.- Não sabia que ele estava te ligando.- Comento. - É, ele começou alguns dias depois que eu sai do hospital, mas eu não atendi nenhuma vez.-
- Kim, vocês dois são meus amigos e eu gosto muito dos dois. Acho que você deveria falar com ele e...- Aiden começa mas Kim o corta com um movimento de mão. - Aiden, por favor. Eu sei que você só está tentando ajudar mas...deixa quieto. A Gwen já teve essa conversa comigo e eu já disse que acabou tudo entre nós.- Ok. Você quem sabe.- Aiden suspira e passa a mão pelos cabelos loiros. *** Aiden está brincando com os dedos da minha mão enquanto estamos deitados na cama da Kim. Já faz uma semana que estamos preparando tudo para nossa fuga. Kim continua cedendo o seu quarto para nós, Bárbara continua distraindo o armário e mamãe continua não desconfiando que eu me encontro com Aiden ao invés da Kim. - Você pretende vender a sua casa?- Pergunto. - Não sei. Acho que seria bom, teríamos mais dinheiro para nos estabelecermos.- Eu juntei tudo que eu tenho de valor e que nós podemos vender. É nessa horas que eu me arrependo de não ser uma daquelas viciadas em comprar joias.- Não se preocupe, nós vamos dar um jeito.- Eu sei, o importante é que estaremos juntos.- Digo e o beijo. - Aiden?- Chamo. - Sim?Hesito um pouco, não sei se deveria entrar nesse assunto, e se ele ficar chateado? - O que foi, coração?Decido não contar pra ele que eu sei como seu irmão foi parar na cadeia, eu quero que ele queira me contar sobre isso. - Você nunca me contou porque você e o Ace se odiavam tanto.No fundo estou torcendo para que finalmente ele tome a iniciativa de me contar tudo. Quero que ele confie em mim para se abrir sobre seu passado. Ele suspira e fica um silêncio. Quando eu começo a achar que ele vai me ignorar, ele começa a falar. - O Danny é três anos mais novo que eu. Nós sempre fomos pobres, não do tipo que passa fome, mas não podíamos sair por ai comprando tudo que queríamos,
sabe. Mas Danny sempre foi ganancioso, ele começou a dar dor de cabeça desde cedo. Ele sempre foi muito rebelde e arisco...Ace e eu nos tornamos amigos, nessa época eu já usava cocaína e ele também. Um dia ele conheceu Danny e começaram a conversar bastante, assim como Danny, Ace era muito ganancioso, sempre querendo subir na vida. Eles se deram bem na hora...Eu devia ter percebido quando Danny começou a aparecer com cada vez mais coisas novas; um tênis, um celular, vídeo games...Eu só fui descobrir que ele estava vendendo drogas quando ele foi preso. Eu conversei com ele e ele acabou confessando que estava trabalhando para Ace já alguns meses. Ele foi pego com uma grande quantidade mas como era menor de idade, foi mandado para um reformatório. Depois que fez 18, foi mandado pra cadeia para terminar de pagar a pena...Eu fiquei tão furioso, nossos pais estavam tão decepcionados e tristes...Eu sabia que tudo aquilo era culpa do Ace, então destruí o laboratório onde ele fabricava as drogas e queimei uma encomenda que ele entregaria para Vans Voltoline...A família Voltoline quase matou Ace porque achou que ele estava querendo passalos para trás. Foi assim que nós acabamos nos odiando.- E logo depois disso seus pais morreram naquele acidente, não é?- É.- Eu sinto muito. Não posso nem imaginar o que você deve ter passado. Queria ter estado lá por você.- Digo baixinho. - Mas você está aqui agora. Graças a você eu conseguir ser feliz de novo.- Ele me abraça mais forte e dá um beijo carinhoso na minha cabeça. - Nós vamos conseguir, certo?- Pergunto. - O que?- Ser felizes. Nós estamos fazendo a coisa certa, desafiando tudo e todos para ficarmos juntos, não é?- Nunca duvide disso. O amor sempre vale a pena, Gwen.*** - Gwen, eu já disse que você não precisava vir comigo até o aeroporto.- Eu sei, Kim. Mas você vai ficar fora por um ano inteiro. Eu quero aproveitar todos os minutos que eu ainda tenho com a minha melhor amiga.- Você fala como se a gente não fosse mais se ver ou se falar.- Eu sei, é só que...eu vou sentir a sua falta.-
- Eu também vou. Você tem o endereço da minha tia, se você quiser vir me visitar...e pode levar o Aiden também, se ele não abrir o bico pro Jordan, é claro.Ela ri tentando fazer graça. Eu a abraço forte. - Você tem tudo o que vai precisar?- Se você quer dizer botas de cowboy, camisas xadrez, saias e shorts jeans e um chapéu, então sim, tenho tudo o que eu preciso para ir para a terra dos cowboys.Rio e reviro os olhos. - E você? Faltam duas semanas para fuga, as coisas tão indo bem?- Ela sussurra já que seus pais e meu segurança estão a poucos passos de nós. - Sim. Aiden e eu estamos preparando tudo. Minha mãe não desconfia de nada.Sussurro em resposta. - Que bom. Fico feliz por você, Gwen. Uma de nós merece ter o seu final feliz com um príncipe super gato e gostoso.- Quem sabe você não acha um cowboy sexy pra você por lá, hein?- Acho que não. Esse coração aqui está fechado pra balanço por um bom tempo.Ela sorri mas eu vejo a tristeza por detrás. Espero que esse tempo longe de tudo a ajude a superar tudo isso. - Tenho que ir, estão chamando meu voo.Abraço Kim bem forte pela última vez. Seus pais vem e se despedem dela. Eles choram e fazem Kim prometer que vai ligar sempre. - Aproveite e faça novos amigos, se divirta, com responsabilidade é claro e o principal, não deixe tudo que aconteceu ficar corroendo sua cabeça e seu coração. Se permita perdoar e ser feliz novamente.- Bárbara diz e vejo Kim se emocionando com suas palavras. Ela pega sua mala de mão e caminha em direção ao portão de embarque. Ela para e olha para trás, acena e sorri. Vejo seus lindos olhos verdes tão tristes e sinto um aperto no coração. Sua cabeleira ruiva e linda some de vista. Ela se foi. Respiro fundo. Vou sentir muita falta da minha amiga, mas não sei...estou com uma sensação que essa viagem vai fazer muito bem para ela. ***
- Não acredito que você fez isso!- Grito enquanto abro a porta de casa e saio pisando duro. - Não grite comigo, mocinha.- Mamãe grita em resposta. - Como você pode me fazer passar por isso?- Você é tão exagerada, Gwen. Você deveria me agradecer.- Ah é? E porque, por praticamente arranjar um noivado pra mim? Você tem ideia do quanto humilhante foi pra mim ver você conversando sobre meu futuro com aquela mulher, como se eu nem estivesse lá, como se eu não tivesse o direito de decidir o que é melhor pra mim?- Acho que está bem claro que você não sabe decidir sobre o que é ou não melhor pra você, Gwen. E pelo amor de Deus, Harry Prescott é um partido ótimo, melhor até que o filho dos James.- Não me interessa! Você ouviu? Não me interessa se ele é ou não um bom partido. Eu amo o Aiden.Corro escada a cima mas ela me segue. - Você não desistiu dessa ideia maluca ainda? Eu já falei que você não vai ficar com esse moleque.- Ela diz atrás de mim, enquanto me acompanha a passos apressados. Paro e me viro, quase me chocando com ela. - Se eu não posso ficar com Aiden então eu não quero ficar com mais ninguém, e isso inclui Harry Prescott.- Vou em direção ao meu quarto. Estou tão furiosa que estou chorando. - Nem pense nisso. Eu já marquei um encontro entre vocês dois no clube de golfe da família dele, e ai de você se não se comportar, ouviu?- Você fez o que?- Me viro novamente para encara-lá. - Isso que você ouviu, eu...- CHEGA!- Grito com toda a força que eu consigo, minha mãe dá um pulo de susto. - Chega, meu Deus. Eu não aguento mais.- Choro e esfrego as mãos no rosto. - Eu não aguento mais você tentando controlar a minha vida! Chega! Chega!- Grito a plenos pulmões. Sua mão levanta e desce antes mesmo que eu possa assimilar qualquer coisa.
Seu tapa é forte e faz meu rosto virar para o lado. Sinto a dor e o ardor. Meu rosto está pegando fogo. Coloco as duas mãos na bochecha ferida e a olho com raiva. - Ahhhh.- Grito e corro para o quarto, trancando a porta atrás de mim. Estão tão furiosa. Não consigo me controlar, só quero extravasar. Agarro meu edredom e o jogo no chão, logo os lençóis e as almofadas se juntam a ele. Abro meu roupeiro e jogo todas as minhas roupas no chãos. Grito e jogo tudo que eu vejo no chão ou na parede. Deito em cima dos meus lençóis e choro, escondendo meu rosto com as mãos. Depois de alguns minutos de choro compulsivo eu consigo me acalmar. Me levanto e vou pegar o celular da Kim no esconderijo onde eu o guardei. Mando uma mensagem para Aiden. Gwen: Nós temos que fugir essa semana ainda. Não aguento mais!! Alguns minutos depois o celular vibra. Ele está me ligando. - Alô, Gwen, que papo é esse? Aconteceu alguma coisa, coração?- Ele pergunta com preocupação na voz. Aos sussurros eu explico tudo o que aconteceu hoje e ele ouve em silêncio. - Calma, meu amor. Falta só mais uma semana.- Ele tenta me acalmar. - Aiden, eu não aguento mais isso. Vamos fugir essa semana, já temos tudo pronto.- Gwen, acontece que essa semana você ainda é menor de idade. Baby...vamos fazer como combinamos, ok?- Mas ela é impossível, até marcou um encontro com esse tal de Harry. Eu não quero ir...- Eu sei, meu amor. E nem eu quero que você vá, você acha que eu gosto da ideia dela te jogando para outro cara? Eu odeio isso...Mas é mais seguro esperar, agora falta pouco. Só mais uma semana.Suspiro e fecho os olhos. - Você tem razão. Obrigada por sempre me ouvir.-
- Sempre que você precisar. Eu te amo.- Sorrio. - Eu também te amo, Aiden.*** Tive que passar por uma festa de aniversário surpresa. Claro que Harry estava lá, minha mãe convidou toda a sua família e outros figurões e seus filhos. Todos pessoas importantes, com a minha mãe não seria diferente. Pelo menos Preston estava lá. Fiquei morrendo de vontade de contar que em poucas horas eu estaria dentro de um carro, fugindo com o amor da minha vida. Mesmo eu confiando que Preston nunca me trairia, eu me abstive de falar qualquer coisa pra ele. Passamos a festa toda juntos e fugindo da minha mãe que queria que eu ficasse ao lado de Harry o tempo todo. Agora são duas da manhã e eu estou silenciosamente arrumando minha bolsa. É uma bolsa pequena, somente para algumas roupas. Tudo que não for extremamente necessário será deixado para trás. Coloco tudo que eu tenho de valor no meio das minhas roupas. Coloco o envelope com a minha carta em cima da cômoda. Não que minha mãe mereça qualquer explicação, mas meu pai merece. Apesar dele não me apoiar e sempre fazer tudo o que mamãe fala, ele sempre foi bom pra mim, melhor que ela pelo menos. Coloco a alça da bolsa no ombro e mando uma mensagem para Aiden. Nós combinamos que ele estacionaria o carro uma quadra de distância e que ficaria me esperando atrás de uma árvore quase em frente a minha casa. A parte de conseguir sair de casa é que vai ser o mais complicado. O portão da frente tem seguranças e o pequeno portão detrás, para os empregados, está cadeado e desde que eu sou prisioneira na minha própria casa, minha mãe tem escondido a chave. Saio do quarto muito devagar, segurando minha bolsa junto ao corpo para que não bata em nada. Desço as escadas com muita cautela e amaldiçoo quando um degrau range. Fico imóvel e paro para escutar se eu acordei alguém da casa. Nada. Tudo limpo.
Vou até a cozinha e saio pela área de serviço. Não poderia desligar todas as câmeras, isso seria obvio demais. Mas como eu sei o posicionamento de todas elas, devido as escapadas para ir ao encontro V8, consigo me esquivar sem ser pega por nenhuma. Chego no jardim e pego a escada que eu havia escondido ali algumas horas antes. Coloco-a rente ao muro e subo. Sentada no muro de pernas abertas, pego a escada e o mais silenciosamente possível coloco-a no outro lado. Jogo minha bolsa no chão e desço. Desarmo a escada e jogo no outro lado da rua. Pego minha bolça e puxo o capuz do meu moletom, escondendo meu rosto. Dou a volta na quadra, andando sempre pelas sombras. Vejo a árvore onde Aiden e eu combinamos de nos encontrarmos. Vou me aproximando e não consigo enxergar se ele está lá ou não, mas então vejo o brilho de um cigarro acesso e sorrio. - Buuu.- Sussurro. - Gwen, que susto.- Ele sorri e joga o cigarro no chão, apagando com o pé. Ele me abraça forte. - Estava com medo que você não conseguisse.- Mas eu consegui. Tudo certo até agora?- Ele acena. - Vamos, antes que apareça alguém.- Ele pega minha bolsa, colocando a alça em seu ombro. - Você pegou só o essencial, né? – - Sim, só algumas roupas e coisas de valor.- Ótimo.Vamos andando apressadamente. Com medo de que qualquer coisa de errado a qualquer minuto. Meu coração está acelerado devido a adrenalina. Finalmente chegamos ao Mustang preto, escondido nas sombras. Olho para trás e não vejo ninguém na rua. Aiden joga minha bolsa na parte detrás e entramos no carro. - Tanque cheio, ok. Roupas, ok. Dinheiro, ok. Amor da minha vida, ok. É isso, estamos prontos para ir.- Ele me olha e dá um sorriso enorme e lindo. Eu sorrio de volta e o beijo rapidamente. Ele liga o carro e partimos.
Quanto mais longe de casa, mais tranquila eu fico. Estamos dirigindo a algumas horas, estamos quase saindo do estado de Nova Iorque rumo a Rhode Island quando somos parados em uma blitz policial. Estacionamos no local indicado e um homem fardado caminha em nossa direção. Aiden abre o vidro. - Boa noite, policial. Algum problema?- Boa noite. Estamos apenas monitorando os carros que estão saindo do estado, procedimento padrão. Por favor, documento do carro e habilitação.Aiden pega os documentos no porta luvas e entrega para o policial. Ele se afasta e conversa com um colega sentado no posto policial em frente a um computador. Torço minhas mãos em volta do sinto de segurança. - Está tudo bem, coração. Logo, logo voltaremos para a estrada. Olha...o policial já está até vindo.- Com licença, senhor. O senhor poderia sair do veiculo. A senhora também.- Ele diz me olhando. - Algum problema?- Aiden pergunta. - Por favor senhor, retire a chave da ignição e saia do veiculo.Tiro o sinto de segurança e desço do carro. - Se afastem do veiculo, por favor.- O policial pede. - Senhor, recebemos uma denúncia de que o senhor estaria transportando narcóticos dentro desse veiculo.Olho o policial confusa. Será que ele acabou de dizer o que eu acho que ele acabou de dizer? Isso é ridículo. - Uma denúncia? Isso é um absurdo.- Aiden diz. - Então o senhor nos dá autorização para fazer uma revista no veiculo?- Claro. Mas posso garantir que vocês não vão encontrar nada no meu carro.- Isso é o que vamos ver.Logo um policial guiando um cachorro chega. - Vamos verificar primeiro o porta malas.- Ele diz para o outro policial.
Eles abrem e o cachorro começa a cheirar todo o porta malas, ele parece se fixar em um ponto especifico. Nossas bolsas são jogadas no chão e o cachorro continua cheirando o interior do carro. O policial desengata o revestimento removível do chão. - Smith, vem dar uma olhada no que temos aqui.- O outro policial se aproxima mais e olha para dentro do porta malas. - O que você acha que é?- Ele pergunta. - Vamos descobrir.- O policial retira uma embalagem estranha de lá de dentro e a fura com um canivete, pegando um pouco do conteúdo. Meu coração acelera quando eu reconheço o pó branco. - Cocaína.- Diz o policial depois de colocar um pouco da droga na língua. Olho chocada na direção de Aiden e ele está com a mesma expressão que eu. - Aiden?- Pergunto com a voz rouca, querendo que aquilo não seja o que parece ser. - Gwen, eu posso explicar.- Ele diz e se aproxima de mim. - Sim, você vai ter muito o que explicar na delegacia. Pode levar o meliante, e a moça também.- O que? Mas eu não fiz nada.- Digo desesperada e com lágrimas nos olhos. - Nunca ninguém faz.- Diz o policial enquanto coloca algemas nos meus pulsos. - Aiden, o que está acontecendo...Como que...Porque...Você fez isso?- Pergunto agora soluçando. Aiden também está sendo algemado e o olhar no seu rosto é de desespero. - Não, Gwen. Eu não fiz nada, eu não faço a mínima ideia de como isso foi parar ai.- Sua voz sai esganiçada. As algema estão apertando meu pulso e está doendo. - Ai.- Digo. - Cuidado com ela, seu idiota.- Aiden ruge. - Trafico de drogas e desacato a autoridade. Nada bom, meu jovem...nada bom.- Eu não sou traficante. Isso não é meu, vocês tem que acreditar em mim.- Aiden grita para os policias e se debate quando um deles tenta o levar até o carro.
- Você disse que tinha parado com essas coisas. Você prometeu, Aiden.- Eu o acuso. - Não, Gwen. Me escuta, eu não...- Você mentiu pra mim. Como você pode?- Eu grito e ele se encolhe. - Ok, já chega.- O policial diz e nos puxa, nos levando em direção ao carro de policia. - Smith, você leva o meliante e eu levo a moça. Vou falar para o Juarez providenciar a apreensão do veiculo.Isso não pode estar acontecendo. Não acredito que Aiden mentiu pra mim, esse tempo todo. Estou me sentindo traída e magoada. E essas porcarias de algemas estão machucando meus pulsos. Não posso acreditar que Aiden faria uma coisa dessas. Como ele foi capaz de mentir assim pra mim? Sobre o que mais ele mentiu? Meu coração está pesado e minha alma melancólica. - Gwen? Gwen, você tem que acreditar em mim.Olho pra ele. Algemado e se recusando a entrar no carro. - Gwen, você acredita em mim, não é meu amor? Você sabe que eu sou inocente, certo?- Ele me pergunta com esperança nos olhos. Mas eu não sei mais no que acreditar. Desvio meu olhar para o chão, sem dizer uma palavra. - Gwen?- Gwen!- Sua voz é abafada quando o policial o joga dentro do carro e fecha a porta. O meu policial é mais atencioso e não me joga para dentro com brutalidade. Me acomodo na parte detrás do carro. Meu Deus, estou em um camburão da policia, algemada e indo para a delegacia. Como se eu fosse uma criminosa. Nunca me senti tão humilhada em toda a minha vida.
Capítulo 17 Armação
AIDEN: - Eu já disse mil vezes...Eu sou inocente.- Claro que é. Olha garoto, a droga foi encontrada em seu carro, enquanto você dirigia para fora do estado. Você foi preso em flagrante.- O delegando se aproxima e apoia os cotovelos na mesa, reparo nos seus dentes manchados pela cafeína, sua barba por fazer e seus olhos cansados. - Se você me ajudar eu posso te ajudar. Apenas me diga, para onde você estava levando os 30kg de cocaína?Estou prestes a chorar de frustração. O que eu posso fazer para que ele acredite em mim? Eu já falei a verdade. Não sei como aquela cocaína foi parar no meu carro. - Senhor delegado, eu já disse, eu não tenho a menor ideia de como aquela droga foi parar no meu carro. Eu sou inocente, alguém deve ter armado pra mim.- Digo tentando manter a calma na voz. - E quem faria isso?- Ele pergunta me olhando desconfiadamente. Já vi que não adianta, ele não vai acreditar em nada do que eu disser. Na sua mente ele já me julgou e me culpou. Mas o que me desespera mesmo é saber que a Gwen também fez isso. Eu vi o jeito que ela olhou pra mim, e quando eu jurei que era inocente, ela apenas desviou o olhar e ficou em silêncio. Não posso acreditar que ela me tenha em tão baixa conta. - Eu não sei.- Dou um suspiro e abaixo o olhar, derrotadamente. - Talvez eu tenha que perguntar para aquela jovem que estava com você. Talvez ela saiba de alguma coisa.- Não, a Gwen não sabe de nada. Deixe ela em paz, soltem ela.- Digo olhando para o homem barrigudo e de meia idade sentado na minha frente. - Você não está ajudando em nada. Talvez uma noite atrás das grades faça você falar.- Ele faz sinal para um guarda me levar dali. Sou conduzido, ainda algemado, até uma pequena cela vazia. O guarda me empurra para dentro e fecha a cela. O espaço é minúsculo, há um vaso sanitário em um canto, quase encostado na pequena e suja cama. Passo minhas mãos pelas barras e me tiram as algemas. - Eu quero falar com a Gwen. Onde ela está? Ela está bem?- Exijo saber.
O guarda apenas ri e se vira, me deixando sozinho. Só de pensar que a Gwen, a minha princesa, está em uma cela imunda e fedorenta como essa me deixa doente. Ando de um lado para o outro. Como? Como que aquela droga foi para no meu carro? Eu prometi para Gwen que não me envolveria mais com esse tipo de coisa, e eu cumpri minha promessa. Não tenho a mínima ideia de como aquilo foi parar lá. Continuo andando pelo espaço limitado da cela, matando o tempo. - Aiden Landon.- Uma voz de homem me chama. - Sim?- Vejo que é o mesmo guarda que me trouxe para cá. - Você tem visita.- Ele diz e sai sem dizer mais nada. Quem poderia ser? Escuto o barulho de salto alto no chão. Não sei porque mas esse som me dá calafrios. Uma mulher na faixa dos 40 anos, bem vestida em um terninho caro, com o cabelo e maquiagem impecável e uma expressão assustadoramente fria para em frente a minha cela. Olho-a com confusão por um segundo, mas é apenas por um segundo porque logo eu a reconheço. Eu a vi apenas uma vez, mas já foi o suficiente para que eu nunca me esqueça de sua expressão cruel. - Sra. Cassidy.- Digo por fim. - Aiden.- Ela diz meu nome com uma expressão de nojo. Ela analisa minha cela e se mostra satisfeita com a sua aparência, como se achasse que eu pertenço a um lugar como esse. - O que a senhora está fazendo aqui? Como ficou sabendo...A Gwen ligou para a senhora?- Pergunto confuso com a sua rápida e súbita aparição. - Não.- Ela se limita a dizer. - Então como a senhora ficou sabendo que nós fomos presos por...- Trafico de drogas?- Ela balança a cabeça teatralmente e se aproxima mais das barras.
- Eu bem que tentei avisar a Gwen, mas ela não me escutou...Agora olha onde ela foi parar. Você não tem vergonha? A vida é sua e você faz o que bem intende, mas não tem o direito de arrastar a minha filha para o buraco junto com você.Ela me olha com ódio, e mesmo sabendo que tenho barras de ferro nos separando, involuntariamente dou um passo para trás. - Se ela tivesse me escutado teria me poupado tanto trabalho, e teria poupado a si mesma de passar por uma situação degradante como a que você a fez passar.De repente uma hipótese me vem a mente...Ela não teria feito isso, teria? Será que ela seria capaz de algo assim? Olho em seus olhos frios e em sua expressão de indiferença e apatia. Sim, ela seria capaz. - Foi você, não foi? Foi você que armou para nós.- Até que você não é tão burro assim, não é?- Ela diz e ri cruelmente. Raiva cresce dentro de mim e eu me jogo para frente tentando alcança-la, me choco com as duras barras de ferro e me estico para tentar agarra-la, mas ela dá alguns passos para trás e me observa com os braços cruzados. - Você...Sua...Porque você faria isso com a sua própria filha?- Grito. Ela me encara enquanto eu grito e me debato na cela cego de raiva por essa mulher. - Me avise quando você se acalmar. Tenho uma proposta para te fazer.- Eu não quero nada que venha de você.- Grito em sua direção. - Acho que você vai querer repensar isso.- Não conte com isso.- Digo amargamente. Ela fica em silêncio me observando. - Como você descobriu?- Apoio meu braço na grade e descanso minha cabeça contra minha mão. - Você acha mesmo que eu não saberia o que estava se passando com a minha própria filha?- Você não sabia antes, quando ela e eu nos encontrávamos desde do começo do ano.- Isso porque eu não tinha motivos para desconfiar. A Gwen sempre foi uma boa menina.-
- Você quer dizer, sempre deixava você controlar cada segundo da sua vida.- A minha filha me obedecia, até ela conhecer você, seu viciado. Você a levou para o mal caminho.Apenas rio com escárnio. Quando não digo nada, ela continua. - Eu sempre estive ciente de todos os passos da Gwen depois que eu descobri que ela mentiu. Eu soube desse plano ridículo de vocês desde do primeiro momento. Eu sempre soube que vocês estavam trocando mensagens e telefonemas durante esse último mês. Eu não sou uma mulher burra, vocês me subestimaram.- Qual é a sua proposta.- Pergunto querendo acabar logo com isso. - Bem, é muito simples. Você vai deixar minha filha em paz, você vai terminar com ela e nunca mais vai chegar perto dela ou falar com ela de novo.Dessa eu tenho que rir. Que mulher louca. - Eu sei que você acha que eu não sou adequado para a Gwen. Mas a verdade é que eu a amo, muito. E nem você nem ninguém vão me separar dela.- É mesmo? Nem mesmo a prisão? Porque você sabe que, é para lá que você vai.- Tanto você como eu sabemos que aquela droga não era minha, eu sou inocente. Foi você que colocou aquilo no meu carro.- Na verdade, eu paguei para colocarem, mas isso não vem ao caso...Acontece que não adianta nada você ou eu sabermos a verdade, a policia não sabe. Você foi pego em flagrante, não importa o que você diga, você será condenado por trafico de drogas...Assim como seu irmão, Danny, não é esse seu nome?Encaro-a com raiva. - Que decepção você e o seu irmão são para sua família. Ah é...vocês não tem família, acho que foi melhor mesmo que seus pais tenham morrido, eles não iriam querer ver seus dois filhos na cadeia.- CALA A BOCA.- Grito. - Você não passa de uma vadia rica que não merece a filha que tem.- Controle a sua língua enquanto você estiver falando comigo, seu viciado.- Vá embora.- Digo. - Não sem uma resposta a minha proposta.- Eu já disse que não vou desistir da Gwen.-
- Se você aceitar as minhas condições, eu posso te tirar daqui. Você tem apenas que renunciar a essa paixãozinha boba e você será um homem livre.- Você é surda? Eu não vou terminar com a Gwen.- E então o que? Você vai namorar com ela enquanto estiver atrás das grades? Você acha mesmo que ela vai querer ficar com um criminoso?- Eu vou conversar com ela. Ela vai acreditar na minha inocência.- Não seja tolo. Pense bem, você vai perder a Gwen de qualquer jeito. Porque ao invés de ficar sem ela preso, você não fica sem ela em liberdade? Você vai poder continuar com a sua vida, quem sabe até conhecer alguma garota que esteja mais no seu...nível.- Você quer acabar como o seu irmão? Desperdiçar anos da sua juventude preso entre quatro paredes?Ela tem razão. Eu não posso passar anos preso por algo que eu não fiz. Não é justo. E além do mais, eu não vou poder lutar pela Gwen estando atrás das grades. Eu preciso da minha liberdade para poder lutar pelo nosso amor. Talvez não agora, talvez eu tenha que esperar para que possamos ficar juntos. Mas o único jeito disso acontecer, é se eu aceitar a proposta dessa mulher. Eu vou ter que quebrar o coração da Gwen e torcer para que ela possa me perdoar quando a hora chegar. - Você pode mesmo me tirar daqui?- Pergunto. Vejo um sorriso de vitória se espalhando pelo seu rosto. Ela viu a decisão sendo tomada em meu olhar. - Claro, basta você terminar com a Gwen e nunca mais a procura-la. Se você fizer isso, eu garanto que você será liberado.- Tudo bem, eu aceito.*** - Aiden.- Escuto a voz da Gwen me chamando e levanto a cabeça no mesmo instante. Ela está vindo em minha direção, só não está correndo porque o guarda que a está acompanhando está impedindo.
Ela parece cansada e assustada, seus olhos focados apenas em mim, sem nunca desviar. - Gwen.- Eu chamo, como se a minha boca precisa desesperadamente dizer seu nome. Mas então me lembro que tenho que mentir, tenho que terminar com ela para que eu não passe os próximos anos como meu irmão. Tenho que fingir que ela não é tudo pra mim, tenho que quebrar o coraçãozinho do meu coração. Tenho que ser indiferente. Tenho que ser indiferente. Tenho que ser indiferente. - Aiden.- Ela se apoia nas barras da cela e passa o olhar por todo o meu corpo. - Você está bem?- Sim, estou bem.- Digo o mais calmamente possível, mas tento soar frio. Deve ter funcionado, porque ela inclina a cabeça para o lado de leve em confusão. - Você tem certeza que está bem?- Tenho. O que você está fazendo aqui?- A minha mãe, você ligou para ela vir me tirar daqui?- Sim.- Minto. - Porque?- Porque eu não podia deixar você continuar presa por algo que eu fiz. Você não sabia de nada.- Nem você. Eu sei que pareceu que eu não acreditava em você mas...Eu acredito, Aiden. Sei que você estava falando a verdade quando disse que não sabia daquelas drogas no carro.Meu coração aperta, sinto minha determinação fraquejar. Tenho que me virar de costas para ela não ver a expressão em meu rosto. - Eu não sou inocente.- Digo, minha tentativa de soar convincente falha quando minha voz falha também. - Aiden?- Me viro e vejo sua pequenininha mão estendida para mim, com a palma para cima. Me aproximo e luto contra a vontade de segurar sua mão e de puxa-la para um beijo. - O que você está falando, meu amor?- Ela pergunta e me encara com seus lindos olhos. Vejo um vinco de preocupação em sua testa e morro de vontade de beijar ele até sumir.
- Estou falando que eu menti, eu sabia daquelas drogas o tempo todo.- Vejo sua expressão mudando de surpresa para compreensão, depois magoa e por fim, incredulidade. - Aiden, como assim você sabia? Isso...Isso não pode ser verdade, você tinha...você tinha prometido e...- Sua voz foi sumindo e ela me olhava tentando compreender. - Você não está falando a verdade, você é inocente, eu sei.- Ela afirma. Ah meu Deus, que vontade de beija-la. Como ela pode ser tão perfeita? Eu a amo tanto. - Gwendolyn, eu não sou inocente. Eu sabia das drogas, nos iriamos fazer uma parada em Hartford e eu as entregaria lá.- Então, você...mentiu?- Ela pergunta falando devagar, como se testando a palavra. Eu apenas aceno com a cabeça. - Você mentiu quando...quando me prometeu que não iria mais usar? Você estava usando todo esse tempo, e traficando? Mesmo sabendo do seu irmão...- Ela me olha como seu não me reconhecesse e isso inflige mais dor ao meu coração. - Sim.- Não consigo dizer mais nada. Sei que só isso não será o suficiente para empurra-la para longe. Tenho que dar o tiro de misericórdia, mesmo sabendo que isso irá devastá-la. - E...Eu menti sobre outra coisa também.- Digo encarando-a nos olhos, me custando tudo para não desistir de tudo e apenas dizer que a amo. - Sobre o que?- Sua voz é baixa e fraca, vejo que está tentando lutar contra as lágrimas acumuladas em seus olhos. Dói muito ver ela chorando de tristeza. Dói mais ainda saber que eu sou a causa dessas lágrimas. - Nesse tempo que nós estivemos juntos eu...Eu estive com outras mulheres.Sua expressão de horror me apavora, e se ela nunca for capaz de me perdoar? - Não! Me diga que você não fez isso.- Ela diz em tom suplicante. - Sinto muito, mas eu fiz.- Quantas?- Ela pergunta com lágrimas escorrendo de seus olhos. - E isso faz diferença?- Pergunto. - Quantas?- Ela repete dizendo com os dentes cerrados.
- Muitas. Não sei quantas.- Na nossa cama? Você dormiu com elas na mesma cama em que nós dormíamos juntos?- Na minha cama, não nossa.- Assim que eu digo essas palavras ela faz uma expressão de dor, como se alguém a tivesse dado um soco no estômago. Ela cambaleia para trás e me olha com magoa, traição e raiva. - Como você pode? Eu achei que você me amava, que você queria só a mim e que eu era suficiente para você.- Sinto muito mas...Eu nunca fui homem de uma mulher só, eu tentei com você...Mas não consegui.- Porque você está me contando tudo isso agora?- Acho que você merece a verdade.- Porque você aceitou fugir comigo se não me ama?- Sua voz é apenas um sussurro. Leve, baixo e sem vida. - Eu não queria, esperava fazer você mudar de ideia, mas então apareceu essa encomenda...Pensei que podia me divertir com você por um tempo e então te trazer de volta.Não sei de onde estão vindo todas as mentiras, eu tinha apenas que terminar com ela e faze-la não quere mais nada comigo, esse foi o acordo. Mas eu sempre soube que ela não desistiria fácil, ela teria que ser muito magoada para deixar ir. - Não acredito nisso.- Ela coloca a mão na boca e chora. Tenho vontade de reconforta-la, de dizer que tudo isso é mentira e que sua mãe está me obrigando a fazer isso. - Não acredito que eu me enganei tanto com você. Minha mãe estava certa o tempo todo...Oh meu Deus.- Ela se vira e vejo seu ombros chacoalhando de tanto chorar. A essa altura, achei que não teria como sentir mais dor, que não teria como meu coração se partir em mais pedaços do que ele já estava. Mas eu estava errado. - Eu te odeio.- Ela se vira e sua expressão me faz estremecer. - Eu te odeio. Mas odeio mais a mim mesma, por ter sido tão estupida e acreditado em tudo o que você me disse.Ela seca as lágrimas e tenta se recompor.
- Acho que uma vez bad boy, sempre bad boy...Adeus, Aiden. Até nunca mais.E com essas palavras ela caminha para longe de mim. Observo a única mulher que eu amei e a única que eu vou amar sair da minha vida. E eu tenho medo de que seja para sempre. Tenho medo de ter cometido o pior erro da minha vida.
Capítulo 18 A verdade GWEN: Seis meses depois... - Vamos logo, Gwen.- Já vou mamãe.- Meu salto alto ficou preso na rua de pedra em frente ao La Providence Divine, o restaurante francês onde estamos indo para comemorar que eu finalmente me formei no ensino médio. Papai me oferece o braço e vamos andando em direção a entrada. As portas se abrem e eu levo um pequeno susto ao ver tantas pessoas conhecidas. - SURPRESA!- Elas todas gritam. - Surpresa, querida.- Papai cochicha em meu ouvido. Olho em seus olhos e finjo um sorriso, assim como tenho fingido todos pelos últimos seis meses. - Aposto que você não desconfiou de nada.- Mamãe diz toda orgulhosa. - Não, não desconfiei. Mamãe, você fechou o restaurante para me fazer uma festa?- Mas é claro.- Mamãe responde como se fosse a coisa mais normal fechar um restaurante, onde as pessoas tem que fazer uma reserva com quatro meses de antecedência para poderem gastar mais de quinhentos dólares em uma única refeição. Cumprimento todos que vem me parabenizar. Pena que Kim não está aqui, mas eu falei com ela ontem pelo telefone. Ela está gostando de morar com a sua tia, mesmo tendo que morar em uma fazenda e ajudar a cuidar dos animais. Agora essa sim seria uma visão engraçada, Kim cuidando de vacas e cavalos e mais sei lá que tipos de animais.
Na nossa conversa trocamos os parabéns, ela também está se formando e ainda bem que a sua mudança de escola no meio do ano letivo não a prejudicou nem um pouco. Fico feliz também em saber que ela já tem vários novos amigos, mas também, não podia esperar nada diferente dela. É difícil a Kim não cativar as pessoas por onde ela passa. A visão de Harry Prescott caminhando em minha direção me tira de meus devaneios. - Olá, querida.- Me cumprimenta com um leve roçar de lábios. - Olá, Harry.- Parabéns.- Ele diz me entregando uma caixa retangular de veludo. Eu abro e puxo uma respiração quando vejo uma pulseira de diamantes. - Harry, é linda. Eu amei, muito obrigada.- Digo dando um beijo em sua bochecha. - Não acha que eu mereço mais?- É claro, me desculpe.- Digo dando-lhe o sorriso forçado que eu já estou tão acostumada. Sua boca se aproxima da minha e eu o beijo, massageando seus lábios com os meus. - Uau, vou te dar algo de diamantes todos os dias se você sempre for me agradecer desse jeito.- Ele sorri. - Coloca em mim?- Ele envolve meu pulso com a fina pulseira e a fecha. - Perfeita.- Sim, ela é linda. Obrigada mais uma vez.- De nada, princesa.Socializamos com todos até a hora em que o jantar é servido. De entrada, peço uma salada verde com Terrine de Foie Trufado. Para o prato principal, linguado grelhado com legumes leves e de sobremesa, um delicioso creme bavarois com calda de morango e telha de caramelo. Estou conversando com a prima de papai quando Harry me puxa e me leva para o tablado com um piano em cima.
- Com licença, por favor.- Ele pede, se dirigindo a todos no salão. Imediatamente as conversas cessam e se faz silêncio. - Gostaria de dizer algumas palavras para essa linda mulher ao meu lado, e gostaria que vocês fosse minhas testemunhas.- Ele se vira e me olha nos olhos, parece nervoso. - Gwen, antes de qualquer coisa, gostaria de lhe dar os parabéns novamente por essa conquista. Tenho certeza, que sendo a mulher brilhante que eu sei você é, essa será apenas mais uma diante das inúmeras que ainda estão por vir.Ao dizer isso, o estralar de palmas e gritos rompem no salão. Harry pede silêncio mais uma vez e continua. - Você é uma mulher inteligente, linda, divertida e muito especial. Tenho muita sorte por ter você em minha vida. Fui enfeitiçado por você no momento em que a vi pela primeira vez. E digo enfeitiçado, porque não sei mais como descrever esse intenso sentimento que me dominou tão rapidamente. Sei que mulheres como você são raras de se encontrar, é por isso que eu quero mantê-la junto a mim pra sempre.Minhas mãos estão suando e meu coração batendo descompassado. Seu discurso é gentil mas está me deixando nervosa e inquieta. Mesmo Harry tendo se mostrado um perfeito cavalheiro e um namorado dedicado, não sinto nada além de um carrinho muito grande. - Gwen...Ele tira uma caixinha do bolso do terno e fica de joelhos. Escuto diversos “Oh” e “Ownn” em exclamações de surpresa mas não consigo registrar nada. Minha cabeça ainda está administrando o choque do que está prestes a acontecer. -...Sei que é meio de repente mas...Você aceita se casar comigo?Dentro da caixinha em sua mão está o mais lindo anel de noivado que eu já vi, não que tenha visto muitos. Olho assustada para Harry ajoelhado aos meus pés. Viro o pescoço e vejo todos os convidados me olhando com empolgação. Mamãe está radiante. Me sinto doente, sinto como se pudesse devolver todo o jantar agora mesmo. Franzo a testa e coloco a mão sobre meu estômago. Oh meu Deus, acho que eu vou mesmo ficar doente.
Com certeza a minha cara não parece nem um pouco com como ela deveria estar depois de um pedido de casamento. - Harry, eu...eu...- O que devo dizer? Digo sim? Digo não? Não quero me casar com ele, não o amo, mas se eu disser não, o que vem depois? Minha mãe me mataria se eu recusasse. - Harry, eu aceito.- Ele sorri e coloca o anel no meu dedo anelar. Se levanta e me beija. - PAREM.- Me assusto ao escutar uma voz grave. Harry e eu olhamos com olhos arregalados na direção da voz. Papai sai do meio das pessoas e caminha em minha direção, parando no meio do caminho. - Pare, Gwen.Olho-o confusa. - Papai, o que foi?- Eu não posso mais fazer isso. Não posso deixar você fazer isso.- O que está acontecendo, papai?Ele se aproxima e me encara sério. - Você precisa saber a verdade. Não aguento mais ver você triste, Gwen. Não posso deixar você se casar com um homem que não ama.Harry está de pé ao meu lado, olhando para papai com uma expressão completamente confusa e surpresa. - Que verdade?- Pergunto. - Aquela que sua mãe escondeu de você. E infelizmente, eu também.- PAUL.- Mamãe grita. - Não se atreva a fazer isso.- Chega, Miranda. Chega de mentiras. Você não vê como ela está infeliz? A Gwen merece saber a verdade.Olho para os dois confusa. - Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui?- Pergunto. - Gwen, você foi enganada. A verdade é que Aiden não sabia sobre aquelas drogas escondidas no carro. Armaram para ele.- Armaram? Do que você está falando, papai? Quem armou?-
O que está acontecendo? Aiden confessou que ele estava envolvido, ele me disse com todas as letras. - Sua mãe. Sua mãe armou para que a droga fosse colocada lá dentro e depois armou para que vocês fosse parados e a droga descoberta.Se eu tivesse levado um soco no estômago teria sido menos doloroso. - Como assim? Ele confessou que tinha sido ele, ele disse que não me amava e só queria se divertir comigo.- Digo e sinto as lágrimas se acumulando em meus olhos. - Não. Sua mãe o obrigou. Ele tinha que assumir a culpa pelas drogas para você, tinha que terminar o namoro e fazer você nunca mais querer vê-lo ou...ele ia ser preso por trafico. Se ele fizesse o que sua mãe pediu, ela daria um jeito de soltalo.Não posso acreditar no que eu estou ouvindo. Minha cabeça está zonza. Minhas pernas fraquejam e eu cedo. - Gwen!- Papai e Harry dizem ao mesmo tempo e sinto mãos me impedindo de me chocar contra o chão. Sou levada até uma cadeira e me oferecem um copo de água. Não sei de quem veio, murmuro um obrigada a ninguém em especial. Tomo todo o conteúdo do copo e tento manter a respiração calma. Tento me concentrar nas palavras que meu pai acabou de me dizer. Então tudo foi mentira? Eu fui enganada para acreditar que Aiden não me amava e que ele não tinha mudado? Todo esse sofrimento pelo qual eu passei nos últimos meses, quando eu podia estar feliz ao lado do homem que eu amo, e que agora sei que me ama também. - Não acredito que eu perdi todo esse tempo.- Digo baixinho. - Gwen, olhe para mim.- Olho em direção a voz. - Minha filha, me perdoe por não ter tido coragem e te contado antes. Por favor, não me odeie.- Eu não te odeio, papai.- Tranquilizo-o. Eu odeio minha mãe, ela sim eu odeio. - Gwen...Ainda não é tarde demais.- Você quer dizer...- Sim, quero dizer que você ainda pode ser feliz. Vá atrás dele.- Papai tira a chave do carro do bolso e segura na minha frente.
- Se você realmente quer isso, então vá.- Mas...Mas e...- Olho para todos que estão nos encarando curiosos. - Eu cuido deles, não se preocupe.- Será? Será que eu devo, e se eu chegar lá e...- Chega de será e se...Vá atrás daquilo que vai te fazer feliz, Gwen.Olho em seus olhos e sinto a determinação crescendo dentro de mim. Enxugo minhas lágrimas e sorrio largamente. - Obrigada, papai.- Pego as chaves da sua mão e saio correndo. Paro de repente e me viro, vou até Harry que está me olhando completamente perdido. - Gwen, o que está acontecendo?- Me desculpe Harry, mas eu não posso fazer isso.- Digo tirando o anel do meu dedo e colocando na palma de sua mão. - Você é um homem maravilhoso, de verdade. Algum dia uma mulher de muita sorte vai usar esse anel, mas ela não sou eu. Sinto muito.Vou correndo em direção a porta, não olho em seu rosto pois não quero ver o quanto eu estou o machucando. Harry é uma cara legal e não merecia isso. Escuto os gritos de protesto de mamãe. - Gwen, não se atreva a fazer isso. Volte aqui agora.Continuo andando sem olhar para trás. - Gwen.- Escuto uma voz familiar me chamando. Me viro e vejo Preston passando pelas portas do restaurante. - Você está muito nervosa, não pode dirigir assim.- Preston, eu preciso ir até a casa do Aiden agora.Ele puxa as chaves da minha mão. - Eu não vou deixar você dirigir assim, Gwen.- Preston, você não intende, eu...- Entre no carro, eu dirijo.Ele me dá um sorriso travesso e entra no lado do motorista.
Eu entro no carro e coloco apressadamente o cinto de segurança. Preston arranca com o carro e seguimos em direção a casa de Aiden. *** Quando Preston chega no endereço que eu dei, tiro o sinto de segurança e saio do carro. - Gwen?- Ele chama. - Sim?- Eu vou ficar aqui te esperando por meia hora, se você não sair nesse tempo então eu vou embora, ok?- Ok. Muito obrigada, Preston.- Sem problemas. Boa sorte.Fecho a porta e vou correndo em direção da entrada. Deus queira que ele não esteja com nenhuma mulher ai dentro. Mas que besteira a minha, ele me ama. Mas não seja por isso, eu o amo e mesmo assim estava com o Harry, se ele estivesse namorando também não poderia culpa-lo. Fico remexendo as mãos nervosamente. Meu estômago esta doendo e eu estou ansiosa. Me viro para Preston e ele faz um sinal de incentivo com as mãos. Encaro a porta por mais um minuto e então bato minha mão contra a madeira, batendo repetidas vezes com força. Nada. Espero mais um pouco e então bato de novo, com mais força. - Já vai, já vai.- Escuto a sua voz familiar e meu coração dá um pulo. - Mas que pressa, só não derrube a minha...- Aiden me olha com os olhos arregalados. - ...Porta.Pela sua expressão, eu sou a última pessoa que ele achou que bateria na sua casa. - Gwen...- Sua voz falha e ele limpa a garganta. - Gwen?- Ele tenta de novo e a sua voz sai mais firme. - Oi.- Digo. - Oi. O que você está fazendo aqui?- Ele olha para além de mim e vê Preston, faz um sinal com a cabeça e volta seu olhar em minha direção. - Eu precisava falar com você imediatamente.-
Paro, respiro e inspiro uma lufada de ar. - Aiden, eu sei a verdade. A verdade sobre aquela noite, seis meses atrás.Ele me olha avaliando o que eu acabei de dizer. - Você sabe? O que você acha que sabe, Gwen?- Eu...Eu...Ann...Posso entrar?- Aponto para dentro da casa. - Ah, desculpe. Claro, entre.- Ele sai do caminho me dando passagem. Ele fecha a porta e caminha para a sala, eu o sigo. Ele se senta no sofá e faz sinal, me convidando a me sentar também. - Por favor.- Obrigada.De repente diversas lembranças invadem minha mente, quando Aiden me deu aquele primeiro orgasmo nesse mesmo sofá, ou quando a gente ficava abraçados aqui, assistindo TV e conversando sobre amenidades. Eu quero tudo isso de volta. Eu quero estar em seus braços novamente, eu estive ausente por muito tempo e meu corpo esta me implorando para pular em seu colo e abraça-lo e beija-lo como se não houvesse amanhã. - Me conte o que você sabe.- Ele diz. - Eu sei a verdade. Que você era inocente, você não sabia daquelas drogas no carro. Que você teve que mentir pra mim porque minha mãe ameaçou deixar você ir preso por trafico quando a verdade é que, foi ela que armou para você. E eu sei que tudo aquilo que você falou, das outras mulheres e sobre você não querer fugir comigo...Tudo aquilo era mentira também.- Ah, Gwen.- Ela esconde a cabeça nas mãos e escuto seu choro baixinho. Chego mais perto dele e o envolvo com meus braços, ele me abraça de volta. - Graças a Deus você sabe a verdade.- Eu sei, Aiden. Eu sei.- Eu te amo.- Eu também te amo.- Como você descobriu?- Ele levanta o olhar e me encara. - Meu pai acabou de me contar há alguns minutos atrás. Harry pediu para casar comigo e o meu pai não queria que eu...-
Ele se levanta em um pulo e me olha como se eu tivesse duas cabeças. - Como é que é? O Harry pediu pra você casar com ele? E quem é esse Harry?Ele diz o nome fazendo uma careta, como se tivesse um gosto amargo. - Harry Prescott, lembra? Mais um dos inúmeros homens que a minha mãe tentou arranjar pra mim.Vejo a compreensão em seu rosto, depois uma careta, como se ele estivesse sentindo dor. - Se ele te pediu em casamento então vocês...Vocês dois estavam...?- Sim. Nós estávamos namorando.- Admito e abaixo o olhar. Ele fica tanto tempo em silêncio que sou obrigada a encara-lo de volta. - Você...Você aceitou se casar com ele?- Ele pergunta olhando minha mão e procurando um anel de noivado. - Aceitei, mas não porque eu queria. Mas então papai me contou toda a verdade e eu rompi com Harry e vim correndo pra você, meu amor.- Me levanto e caminho até a sua frente. - Eu te amo, Aiden. Só você.- Digo olhando para seus lindos olhos azuis, que eu senti tanto a falta. - Eu também te amo, Gwen. Muito. Você sabe que eu não tinha escolha, não é? Eu tinha que fazer o que a sua mãe mandou ou eu ia...- Sim, sim. Eu sei. Eu entendo.- Tranquilizo-o. - Você me perdoa? Perdoa por ter mentindo e te magoado?- Não tenho nada para perdoar, você não tinha escolha. Eu entendo isso.Ele fecha os olhos e os aperta. Respira fundo e vejo uma lágrima solitária rolando dos deus olhos. Me aproximo de seu rosto e limpo a lágrima com um beijo, assim como eu fiz uma vez. Vejo o sorriso em seus lábios e sorrio também. Ele abre os olhos e seu olhar é intenso, desesperado. - Eu senti tanta, mas tanta a sua falta, coração.Ouvir ele me chamando pelo meu apelido, que ele me deu naquele dia, no meu primeiro encontro V8, aquece meu coração e instantaneamente sinto uma sensação de paz tomar conta de mim.
- Eu também senti muito a sua falta. Tanto que até doía.- Ah, Gwen!- Ele segura meu rosto e aproxima sua boca da minha. - Eu quero muito te beijar. Posso?- E desde quando você precisa perguntar?- Ele sorri e meu estômago se aperta, ver aquele sorriso lindo dele me tira completamente do eixo. Ele finalmente abaixa sua boca na minha. Finalmente, depois de tanto tempo, sinto seus deliciosos lábios. Nosso beijo é contido no começo, como se para que nosso corpo tenha tempo de reconhecer um ao outro. Não que eu precise, meu corpo reage imediatamente ao seu primeiro toque, deixando meu coração a mil por hora e minhas pernas bambas. Seu beijo me deixa completamente fora de mim, enquanto estamos nos beijando só existe eu e ele e essa sensação de que nada mais importa. Ele aprofunda o beijo e ele se torna mais intenso, mais faminto e apaixonado. Sinto seus braços em volta de mim e de repente estou sento erguida do chão. Aiden me pega no colo sem quebrar o beijo, eu envolvo minhas pernas na sua cintura e meus braços em seu pescoço. Ele espalma uma mão nas minhas costas e a outra está segurando minha bunda por cima do tecido do meu vestido. Quando ele aperta eu gemo e o beijo mais ferozmente. Ele nos leva até seu quarto e me coloca gentilmente em sua cama. Ele tira meu vestido e e minha calcinha. Ainda bem que esse vestido não precisa de sutiã. Seu olhos faíscam quando vê meu corpo nu. - Eu sonhei tanto com esse corpo maravilhoso.- Ele sussurra. - Aiden.- Chamo seu nome em uma suplica, ansiando pelo seu toque. - Eu sei, meu amor. Eu sei.- Ele sussurra em meu ouvido. Ele vai acariciando todo o meu corpo com suas mãos, depois de cada caricia, ele beija o local por onde passou.
Depois de ter beijado, mordido e chupado todo o meu corpo, e quando eu acho que estou prestes a ficar louca, ele finalmente tira toda sua roupa e se deita sobre mim. - Aiden, o que é isso?- Passo os dedos sobre as letras em negrito que estão escritas no seu peito esquerdo, bem em cima do seu coração. Gwen - É uma tatuagem.- Ele diz. - É o meu nome.- Eu sussurro admirando as letras que formam meu nome marcadas em sua pele para sempre. - Você é o meu coração, Gwen.- Ele sorri e eu não consigo evita, lágrimas caem do meu rosto. - Ei, não chore.- Ele diz secando meu rosto. - Está tudo bem, são lágrimas de felicidade.Ele me olha com admiração e paixão. - Eu te amo.- Eu te amo, Aiden.Assim que essas palavras saem da minha boca, sinto sua ereção entrando em meu corpo e eu arqueio as costas. - Oh, Aiden.- Eu te amo.- Ele diz e repete em um murmuro a cada estocada que me dá. Seus movimentos são lentos e gentis, não fazendo simplesmente sexo, mas sim amor. Não só a união de dois corpos, mas de duas vidas, duas almas...Unidas para sempre.
Capítulo 19 Final Feliz AIDEN: Coloco o pequeno vaso com flores na badeja. Agora sim está perfeito. Sinto uma mãozinha na minha perna e olho para os lindos olhinhos azuis me encarando.
- Vamos lá, campeão?- Vamos.- Sua vozinha infantil e melodiosa me responde. Subo as escadas tentando não derrubar nada da bandeja enquanto Travis sobe lentamente na minha frente. - Vamos, campeão.- Tô indo. Eu quelo acorda a mamãe.- Tudo bem. E como você vai acordar a mamãe?- Eu vô beija eia.Chego na porta do quarto e falo sem emitir som. - Silêncio.Travis balança a cabeça e coloca as mãozinhas na boca tentando abafar a risadinha. Ele é a coisa mais fofa e linda desse mundo, tá que eu sou um pouco suspeito pra falar, ele é meu filho. Entramos no quarto silenciosamente e vejo Gwen dormindo serenamente envolta nos lençóis brancos. Ela parece um anjo. Travis sobe na cama e sobe em cima de Gwen, nem um pouco gentilmente. Eu rio. - Acorda mamãe.- Ele a beija no rosto. - Acorda, papai troxe uma supreja.Ela se estica e esfrega os olhos. - Hummm, que jeito mais gostoso de se acordar. Com o beijo do homem mais lindo do mundo.- Ei, e eu?- Finjo indignação. - Me desculpe Sr. Landon, mas você está em segundo lugar.Eu rio e me sento na cama ao seu lado, colocando a bandeja em seu colo depois que ela se senta. - Feliz Aniversário de oito anos de casamento, Sra. Landon.- Digo dando-lhe um beijo. - Feliz Aniversário para você também, meu querido.- Ela diz e sorri.
- Preparei o seu café.- Como nas outras sete vezes.- Ela me olha apaixonadamente. - Tenho que mimar a minha mulher num dia tão especial como hoje.- Você me mima todos os dias.- Ela diz e bebe o suco de laranja que eu fiz. - Você merece.- Sorrio e acaricio sua bochecha com o polegar. Nos tomamos nosso café da manhã em meio a brincadeiras e risos. Quase choro de tanto rir com o Travis, esse menino algum dia ainda vai me matar de tanto rir. - Depois eu te dou o seu presente.- Gwen diz e pisca conspirativamente para mim. Eu olho para ela tão linda, com aquela cara de quem acabou de acordar que eu tanto amo, seus olhos ainda um pouco nublados pelo sono. Então olho para nosso filho, esse menino lindo e saudável de 2 aninhos. Fruto do nosso amor. - Você já me deu o melhor presente que eu poderia querer.- Sorrio. - Eu te amo, Aiden.- Eu também te amo, coração.A amo tão apaixonadamente como no primeiro dia em que a vi. Quando eu percebi que não poderia mais viver sem ela. Que nós fomos feito uma para o outro. Suspiro e sorrio, sentindo uma paz e uma felicidade imensurável, porque minha amada é minha e eu sou da minha amada. Para sempre.
Fim.
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer a todos que acompanharam a estória de amor de Aiden e Gwen. Paixão a mil por hora foi meu primeiro livro e eu agradeço muito por você ter o lido. Muito obrigada. Quero pedir desculpas por qualquer erro de português e concordância e quaisquer outros erros que você possa ter reparado. Espero que isso não tenha atrapalhado a sua leitura. Não sou escritora, esse foi o primeiro livro que eu escrevi e ele foi só uma brincadeira, foi uma ideia que eu tive e que quis escrever. Então, eu sei que a minha escrita é amadorra e funcional, talvez até mecânica, mas como eu disse eu não sou escritora e foi só um passatempo para mim. Mas mesmo assim, espero que você tenha se divertido pelo menos um pouco. Muito obrigada mais uma vez. Até a próxima, R. R. Beatrice Só um recadinho... Paixão à Flor da Pele será meu próximo livro e ele contará a estória da Kim. E ainda terá um outro que contará a estória do Preston. Aguardem!
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