Ă flor da pele
R. R. Beatrice Sinopse
Kimberley Kyle entregou seu coração para aquele que ela achou ser o cara certo. E ele o quebrou. Ela passou por momentos difíceis e depois de perder o filho que esperava em um acidente de carro, seus pais decidem que o melhor é que ela vá passar um tempo com seus tios numa fazenda em uma cidadezinha chamada Wills Point, no Texas. Kim precisa de um tempo para ela mesma, para tentar cicatrizar os ferimentos em seu coração e na sua alma. Ela sabe que se o seu coração for quebrado mais uma vez ela não suportará, por isso está determinada a nunca mais se permitir se apaixonar outra vez. Mas ela não contava que Jax Cord fosse aparecer em sua vida. Um cowboy sexy e muito fofo que coloca em xeque o seu plano de não entregar seu coração para mais ninguém. Kim sabe que tem que resistir ao charme e aos encantos de Jax, mas tem um pequeno probleminha. Jax Cord é irresistível. Tendo que lutar contra uma paixão obsessiva, um fantasma do passado e seus próprios medos e inseguranças, será que o amor deles será forte o bastante?
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Prólogo - Promete?- Pergunto sorrindo. - Prometo.-
- Não. Eu quero que você diga.Ele solta um suspiro exagerado e depois ri. Coloca dois dedos debaixo do meu queixo e levanta minha cabeça, que está apoiada em seu ombro. - Kimberley Kyle, eu prometo te amar com todo o meu coração, para todo o sempre.- Diz olhando seriamente em meus olhos. - Jordan Collins eu te prometo, meu coração é seu, e sempre será.Sorrimos apaixonadamente um para o outro. Sua mão desliza pela minha nuca e sua boca encosta na minha. Como sempre quando Jordan me beija, meu coração acelera e eu me sinto trêmula. Afasto nossas bocas e observo seu rosto iluminado apenas pela fraca luz do abajur. Ele esfrega seu nariz no meu e eu não posso evitar de dar uma risadinha. - Eu te amo tanto, Jordan. Não consigo mais imaginar minha vida sem você.-
Capítulo 1 O estado da estrela solitária
Depois de ficar 50 minutos esperando meu próximo voo, finalmente o Boeing 757 da US Airways decola do Aeroporto Internacional de Charlotte Douglas rumo a Dallas, Texas. Ainda tenho mais duas horas de voo então coloco meus fones de ouvido e relaxo na poltrona, olhando para fora da pequena janelinha do avião penso sobre o rumo que a minha vida levou. Tantas coisas aconteceram nesses últimos meses, coisas que me marcaram profundamente e que me fizeram cicatrizes, que eu não sei como curar e nem se um dia irão. Descobrir o que o Jordan fazia quando não estávamos mais juntos, brigar com a minha melhor amiga, Gwen, descobrir que eu estava grávida, me envolver com Ace, me envolver em um acidente de carro que tirou a vida do meu filho e o do Ace. Tudo isso foi pesado demais de aguentar, mesmo depois quando Gwen e eu fizemos as pazes, ela estava vivendo o próprio drama em sua vida e eu não queria incomoda-la com meus problemas. Na verdade, tem coisas que são melhores eu guardar para mim mesma, sentimentos confusos que eu não consigo nem explicar para mim mesma quem dirá para os outros. E talvez, eu não tenha me aberto profundamente com ninguém porque eu não queira ouvir “tudo vai ficar bem” ou “não é o fim do mundo”, “você vai superar”. Mas que merda, eu perdi meu filho, eu terminei com o Jordan, o amor da minha vida. É claro que as coisas não vão ficar bem. Porque as pessoas tendem a dizer essas coisas se elas nem ao menos sabem do que estão falando? Será que eu não tenho o direito de chafurdar um pouco em alto piedade? A única coisa na minha cabeça agora é, chega de drama. Eu vou terminar o ensino médio, passar um tempo com os meus tios e quem sabe depois fazer uma faculdade. Sem drama, sem garotos, sem nada que possa me fazer passar de novo por tudo o que eu passei. Na verdade, acho que vai demorar para eu conseguir me sentir como a Kim de antes. Vai demorar para eu voltar a me sentir completa e inteira. *** Depois de pegar as minhas malas, saio pelo portão de desembarque no terminal E e fico nas pontas dos pés, tentando enxergar por cima da inúmeras pessoas indo de lá para cá. Passo meu olhar pelas pessoas que estão esperando alguém desembarcar e sorrio ao reconhecer a irmã mais velha da minha mãe.
Levo o carrinho de aeroporto com a minha bagagem até onde a tia Marie e o tio Hank estão me esperando com um cartaz escrito “Seja bem-vinda Kim”. Sorrio mais ainda com as caras de empolgação que eles fazem quando me veem. É realmente uma pena que eu não os veja muito, eles são pessoas muito boas. Eu passei as minhas férias de verão na fazenda deles, quando eu tinha 8 anos, mas antes e depois disso, nós nos vimos só algumas vezes. A mais recente foi três anos atrás, no casamento de Seth e Jane. - Tia Marie. Tio Hank.- Digo enquanto os abraço. - Como é bom te ver Kim. Seja muito bem-vinda.- Tia Marie diz. - É muito bom ver vocês também, já faz algum tempo.- Nem me fale, não sei porque ficamos tanto tempos sem nos ver.- Como estão todos?- Pergunto. - Seth e Jane estão ótimos, muito felizes. E as gêmeas estão aqui, elas foram comprar algo para beber e ainda não voltaram.- Devem ter se distraído com uma moeda no chão.- Tio Hank diz e eu rio. - Ah querido, não fale assim das sua próprias filhas. Elas são um pouco...distraídas. Só isso.Seth é o filho mais velho da tia Marie e do tio Hank, tem 25 anos e é casado com Jane. Eles se conheceram no ensino médio, quando ele estava no último ano e ela no primeiro. As gêmeas vieram 9 anos depois de Seth. Savannah é 7 minutos e 13 segundos mais velha que Shanon, e não a deixa se esquecer disso. - Quem é distraída?- Escuto a voz de Shanon vindo detrás do tio Hank. - Você e a sua irmã.- Ele diz. - Nós não somos distraídas. Não é Savannah?...Savannah?Nós olhamos em volta e vemos ela olhando uma propaganda em um cartaz. Tio Hank olha para Shanon como se dizendo “Eu não disse?” e eu rio. Shanon se assusta com a minha risada. - Oh, Kim. Porque ninguém me avisou que ela já tinha chegado?- Ela pergunta me dando um abraço. - Distraída...- Tio Hank diz. - Quem é distraída?- Savannah chega e pergunta. - Você e sua irmã.- Titio responde.
- Nós não somos...- Ah meu Deus, chega disso. Vamos levar a Kim para almoçar, ela deve estar morrendo de fome. Essas comidas que eles servem no avião são uma porcaria.Tia Marie diz. - Kim, você já chegou. Que bom te ver, prima.- Savannah diz me abraçando forte e eu tenho que me segurar para não rir. Essas duas realmente são muito avoadas. - Você está com fome, Kim? Tem um restaurante aqui perto do aeroporto que é ótimo, se você quiser.- Tio Hank diz. - Seria muito bom. Estou com um pouco de fome realmente.- Ótimo, então vamos.*** Depois de almoçarmos, voltamos para a pick-up Dodge Ram prata e seguimos para a fazendo que será meu lar por um tempo. A fazenda “Careton’s Family Farm” ou “CFF” fica a uns 20 minutos de carro de uma cidade chamada Wills Point, que por sua vez, fica a uns 80km de Dallas. Me empertigo no banco quando vejo a familiar entrada. A fazenda não tem vizinhos próximos, com exceção da “Sweet Berry Farm” da família dos Cord. Eles moram do nosso lado, me lembro que eu e Holly Cord, que tem a mesma idade que eu, sempre brincávamos juntas. Mas ela era um pé no saco, sempre querendo fazer tudo do seu jeito. E ninguém me tira da cabeça que aquela vez que eu quase me afoguei, foi porque ela me empurrou de propósito. Se não fosse pelo irmão mais velho dela, Justin, eu teria me afogado. Ele me tirou da água e me salvou, ela disse para ele que tinha sido sem querer, aham sei. Aquela menininha era do mal, ela sabia que eu não sabia nadar. Para mim pareceu que ela sabia muito bem o que estava fazendo quando as suas mãozinhas malvadas me empurraram na piscina. Não sei porque ela faria isso, sempre fui legal com ela. Só espero que ela não seja mais uma bruxa. Depois daquele dia eu meio que fiquei apaixonada pelo Justin, mas ele nem me notou, ele era muito mais velho que eu e nunca se interessaria por uma garotinha de 8 anos. Acho que ele tem a idade do Seth, eles estudaram juntos. Tio Hank estaciona em frente a casa de madeira de dois andares. Eu amo essa casa, ela é pintada de branco e as venezianas são escuras e há uma varanda circundando toda ela. Pelo que eu me lembro, tem quatro quartos, dois banheiros, além da cozinha, sala de jantar e sala de estar.
A renda da fazenda é tirada principalmente da venda de carne e leite bovino. Lembro que quando eu era criança, morria de medo das vacas e dos bois mas amava os cavalos e as poucas ovelhas que tinha aqui. A porta da frente se abre e vejo Seth saindo com um sorriso no rosto, Jane logo atrás. - Kimzinha. Que bom tem ver.- Seth me dá um abraço de urso que me levanta um pouco do chão. - Seth, é muito bom ver você também. Como vai a vida de casado?- Vai maravilhosa.- Ele me solta e coloca os braços em volta da cintura de Jane. Qualquer um que parar um segundo para notar vai perceber como esses dois são apaixonados. - Jane, como vai você?- Pergunto. - Ótima, obrigada. Então, vai passar um tempo conosco? Vai ser muito bom ter você por aqui, Kim.- Ela diz sorrindo. Jane é o tipo de pessoa que não tem como você não gostar. Ela é adorável. - Sim, estou muito animada em passar um tempo aqui. Vai ser ótimo para matar a saudades de todos.- Papai, deixa que eu ajudo o senhor com isso.- Seth vai ajudar com as minhas malas. - Venha, Kim. Vou te mostrar o seu quarto.- Jane pega a minha mão e entramos na casa. Ela não mudou nada, está exatamente como eu me recordo. Tia Marie é muito caprichosa e adora enfeitar a casa, ela conseguiu dar um ar sofisticado mas sem deixar perder a sensação acolhedora e familiar. O resultado é um lugar extremamente agradável de se morar. - Depois que o Seth e eu nos casamos, Savannah se mudou para o quarto dele. Agora as meninas dormem em quartos separados, ainda bem, porque evita muita dor de cabeça.- Ela ri e o som é relaxante. - Você vai ficar no quarto de hospedes. Eu e Marie arrumamos para que ele fique confortável para você.- Muito obrigada Jane.- De nada.-
Nós chegamos ao quarto e ela abre a porta. O quarto não é muito grande, tem uma cama de casal com uma cabeceira de ferro num estilo rustico bem bonito, tem um guarda-roupa e uma penteadeira de madeira, também no estilo rustico. Na parede em cima da cama tem um entalhe de madeira de três cavalos correndo e tem um chapéu de cowboy pendurado como enfeite. A penteadeira fica encostada na parede da porta e em frente a cama, as duas janelas ficam do lado direito e o guarda-roupa no lado esquerdo. Não tem muito espaço mas é perfeito. Me jogo em cima da cama coberta por uma colcha de retalhos, o colchão balança. - Oba, adoro colchão de pena de ganso, é tão confortável.- Digo pulando sentada no colchão igual a uma criança. - Toc, toc. Podemos entrar?- Seth pergunta. - Claro.- Só viemos deixar as suas malas, sei que você deve estar cansada da viagem.Tio Hank diz. - Obrigada pessoal, estou muito feliz de estar aqui.- De nada, Kim. Acho que agora você vai querer tomar um banho e depois deitar. Sinta-se a vontade, ok. O jantar será servido as 19:00.- Ok. Obrigada a todos.Eles saem do quarto e eu fecho a porta. Pego minha nécessaire com meus produtos de higiene e beleza, já que é inverno e a temperatura é agradável, separo uma calça jeans e uma camisa de manga comprida xadrez. Pego a minha toalha e vou até o banheiro. Depois de um banho bem relaxante, volto para o quarto. Queria pular na cama e tirar um cochilo, mas acho melhor desarrumar a minha mala logo. Começo colocando os meus perfumes, cremes e maquiagem em cima da penteadeira. Minha escova de cabelo e acessórios vão dentro da gaveta. Pego algumas fotos que eu trouxe e deixo pendurada no canto do espelho. Uma é uma foto comigo e meus pais, a outra sou eu e a Gwen, tem uma comigo e meus avós e tem uma que eu tirei no colégio Good Shepherd, com a Gwen, o Preston, Pablo e mais duas meninas da minha sala.
Sorrio com a careta que o Pablo fez, e o chifrinho que a Julia está fazendo na Nora. Eu vou senti falta deles. Tiro todas as minhas roupas da mala e penduro no guarda-roupa, as calcinhas e sutiãs vão na gaveta junto com outras roupas que não deu espaço. Arrumo em uma fileira do lado do guarda-roupa todos os meus sapatos; chinelos, sapatilhas, dois sapatos de salto alto caso precise e dois pares de bota de cowboy que combinam com praticamente todas as roupas que eu trouxe. Depois de finalmente terminar de organizar tudo, ligo para mamãe e ficamos quase meia hora no telefone. Garanti umas cem vezes que está tudo bem e que ela não precisa se preocupar. Depois de desligar olho no relógio e vejo que são quatro da tarde, decido então, tirar o meu merecido cochilo. Deito de barriga para cima e encaro o teto, respiro fundo e solto o ar lentamente. - É isso aí. Que venha a minha nova vida.-
Capítulo 2 Primeiro dia de aula A Gwen sempre me dizia como eu sou confiante e extrovertida, mas a verdade é, eu não sou completamente assim. Sou muito insegura e muito tímida, pelo menos até conhecer e saber que eu posso ser eu mesma sem assustar a pessoa.
Não gosto de ser o centro das atenções em um grupo de pessoas que eu não conheço. E com certeza é isso que vai acontecer, acho que se eu falasse que a cidade toda provavelmente vai falar de mim, não seria exagero. Afinal, Wills Point tem o que? Uns 3 mil habitantes? Acho que é por aí. Por isso estou olhando nervosamente pela janela do Toyota Camry 2005 que pertence as gêmeas. Hoje é meu primeiro dia de aula, e eu estou chegando no meio do ano letivo. Todo mundo já tem amigos, as panelinhas já foram feitas. Savannah e Shanon não vão me deixar sozinha, mas eu não quero impor a minha presença, não quero que elas e suas amigas tenham que me aturar só porque eu sou a prima que acabou de se mudar. - Kim, relaxa.- Shanon diz. Olha-a e sorrio nervosamente. - É Kim, relaxa. O pessoal aqui é tranquilo, ninguém vai te incomodar.- Savannah diz. - É, aqui não tem aquelas meninas malvadas como aparece nos filmes.- Nós rimos e eu relaxo um pouco. - Bom...Nós temos Holly Cord, ela é uma vadia as vezes, mas as vezes é legal também.- Será que Holly está na mesma turma que eu?- Pergunto. - Acho que sim. Porque? Tentando evitar de encontrar com ela? Meio difícil, ela é sua vizinha agora.- Shanon comenta. - E mesmo que não fosse, nessa cidade a gente acaba encontrando todo mundo em todo o lugar.- Verdade.- Não estou evitando ela, foi só curiosidade.- Chegamos.Depois de 20 minutos dirigindo, chegamos ao colégio Wills Point High School. Meu estômago está doendo um pouco pelo nervosismo de antecipação. Espero que as gêmeas estejam certas e que tudo ocorra bem. Tomara que os professores não me façam me apresentar na frente da classe, odeio isso. É capaz de eu morder minha própria língua ou tropeçar e cair no chão. Deus, como eu queria ser confiante como eu faço parecer que sou.
O inverno aqui não é muito frio, a temperatura nesse mês tende a ficar entre 15 e 23 graus, então decidi colocar uma blusa marrom de manga comprida de fio e por cima uma jaqueta jeans preta, calça jeans e bota. Meu cabelo preso em um rabo de cavalo alto e bagunçado e de maquiagem só rímel e gloss, apesar que com esse vento friozinho minhas bochechas devem estar coradas, parecendo blush. Eu quis usar um look mais natural, não queria chegar e passar a impressão de garota fútil da cidade grande que passa meio quilo de maquiagem só para ir a escola. - Eu tenho que ir na secretaria, alguma das duas podem me mostrar onde fica?- Eu mostro.- As duas falaram ao mesmo tempo. - Isso é aquele lance de gêmeos?- Pergunto sorrindo. - Vamos as três então.- Shanon diz. Depois de assinar todos os papeis necessários, pegar meus livros, informações das aulas e deixar os livros no meu armário, as meninas me levam para conhecer o colégio. Durante o caminho, aproveitaram para me apresentar a alguns dos seus amigos, todos foram muito simpáticos e receptivos comigo. No final do tour já estava me sentindo melhor e mais confiante. - Bom, você fica aqui. Essa e a sua sala.- Obrigada meninas por me mostrarem a escola.- Até depois.- Elas dizem juntas. Esse negocio de gêmeos é assustador. - Até, S&S.Entro na sala que já está cheia de gente, todos que estão conversando param e me olham entrar. Seus olhares não sou julgadores, apenas curiosos. Acho uma carteira vazia na frente e me sento. Logo em seguida o sinal toca e todos se acomodam. Um homem na faixa dos 40 anos entra correndo depois de alguns minutos e coloca uma pilha de livros e papeis em cima da mesa. - Desculpe o atraso turma.Ele passa o olhar pela turma e para em mim. - Aluna nova? Você deve ser a Kimberley, certo?Apenas concordo com a cabeça.
- Bom, seja muito bem-vinda a Wills Point, Kimberley.- Muito obrigada.- Eu sou o Sr.Clarkson e eu vou ser o seu professor de matemática. Você já deve ter pego o livro didático, não é?- Já sim.- Respondo. - Muito bem, então todos por favor abram na pagina 184. Vamos começar vendo sobre...A aula de matemática passou rápido, assim como a aula de inglês com o professor Forton, do qual eu gostei muito. Tivemos história americana, que passou consideravelmente devagar. Nenhum deles me pediu para me apresentar, e no final da aula de história eu já estava me sentindo normal e despreocupada. Mas só para que aquela maldita professora de Biologia me pegasse de surpresa. - Por favor, se apresente para a classe.- Ela disse. Maldita mulher, ninguém me pediu isso, porque ela vai pedir. Meu nervosismo volta com força e eu vou meio hesitante para a frente da sala. Passo o olhar por todos na sala mas não vejo ninguém realmente. - Meu nome é Kimberley Kyle, tenho 17 anos e vim passar um tempo morando com meus tios.- Quem são seus tios?- Ela me interrompe. - Marie e Hank Careton.- Ah, sim. Os Careton da “Careton’s Family Farm”- Isso mesmo.- Todo mundo na cidade conhece eles. Boa gente.Apenas aceno com a cabeça e sorrio desconfortável. - Você está morando com eles na fazenda então?- Estou.- Bom, muito bem. Seja muito bem-vinda, espero que você goste daqui.- Obrigada, até agora gostei muito.-
Vou até o meu lugar e me sento. Repasso tudo na minha cabeça, até que foi tudo bem. Na saída da sala escuto uma voz chamando meu nome. - Kim.- Holly.- Digo quando vejo que foi ela quem me chamou. - Oi, quanto tempo.- Ela diz sorrindo e me abraça. Fico um pouco surpresa, essa é uma Holly muito diferente da que eu me lembro. Mas a S&S falaram que ela é legal, as vezes. Acho que ela mudou. - Oi, Holly. Como você tem estado?- Muito bem e você?- Bem também.- Quer dizer que nós somos vizinhas agora hein?- Somos.- Quanto tempo você vai ficar?- Seis meses, talvez um ano.- Oh, humm, isso é...Ótimo.- Ela faz uma cara estranha. - Você chegou faz tempo na cidade?- Na verdade não, faz dois dias.- Respondo. - Ah legal, vamos combinar alguma coisa qualquer dia desses.- Ah é, com certeza.- Não sei se eu quero ou não sair com ela. - Ok, a gente se vê por aí. Tchau.- Tchau.Vejo o seu cabelo loiro se afastando e vou em direção ao meu armário pegar os livros da próxima aula. Fecho o armário e me viro, me batendo com um cara que estava atrás de mim e deixando cair meus livros. - Desculpe, eu não te vi.- Digo. - A culpa foi minha.- Ele se abaixa e pega meus livros. - Prontinho. Acho que nenhum dano foi feito.- Ele sorri e me entrega os livros.
Ele é loiro de olhos azuis e seu sorriso é doce. Está usando um moletom azul da escola e jeans. - Obrigada.- Sorrio amigavelmente. - Você é a Kimberley, certo?- Sim, mas pode me chamar de Kim.- Legal, Kim. Eu sou Aaron, muito prazer.- Muito prazer Aaron.- Então, como tem sido o seu primeiro dia até agora?- Tem sido muito bom. No começo eu fiquei um pouco nervosa mas todos tem sido muito legais comigo.- Se você precisar de alguma coisa, pode contar comigo.- Obrigada, é muito gentil da sua parte.- Eu estava em todas as suas aulas hoje.- Ele comenta. - Sério? Eu não te vi, mas também, eu estava tão nervosa que não reparei em ninguém especifico.- Pois é, vamos nos ver muito na sala de aula...Espero que fora dela também.Opss, sinal de alerta piscando. Até agora ele poderia estar só sendo gentil, mas esse comentário...Será que ele está dando em cima de mim? Ele é uma graça mas a última coisa que eu preciso agora é perder meu tempo pensando em homens. - Ah, claro. Adoraria que fossemos amigos, Aaron.A palavra “amigos” deve frear qualquer tipo de interesse romântico que ele possa ter. - Bom...Então a gente se vê por aí.- Ele sorri mas parece desconfortável. Perfeito, essa palavra sempre funciona. Deixa claro as suas intenções mas sem ser grosseiro ou arrogante. - É a gente se vê.Ele começa a andar para trás devagar, ainda olhando para mim. - Seja bem-vinda, Kim.- Obrigada.- Sorrio.
Ele sorri de volta, coloca as mãos nos bolsos e se vira. Observo ele andando e meu olhar viaja para baixo, para dar aquela conferida básica na parte traseira. Que é perfeita, por sinal O que foi? Eu não quero me envolver com ninguém, mas isso não significa que eu não posso admirar. Eu não estou morta. *** Eu e as S&S chegamos em casa. Estranho que eu já esteja me referindo a esse lugar como “casa” depois de três dias? A verdade é que eu estou amando esse lugar, o ar é diferente, as pessoas, e a fazenda é um lugar tão agradável. Eu poderia morar aqui para sempre, se não fosse por meus amigos e meus pais. - Meninas, vocês chegaram.- Tia Marie vem em nossa direção secando as mãos no avental. - Oi mãe.- Savannah diz. - Oi mamis.- Shanon diz. - Como que foi a escola hoje?- Tudo bem. Que cheiro bom é esse? Torta?Tia Marie acena e as meninas vão correndo para a cozinha. - É a sobremesa do jantar. Não se atrevam a tocar nessa torta.- Ela grita sobre o ombro. - E você, Kim? Como foi seu primeiro dia?- Ela pergunta voltando sua atenção para mim. - Foi muito bom. Todo mundo me tratou muito bem.- Que bom, querida. Sua mãe me falou que você passou por algumas coisas difíceis, eu quero que você tenha um bom tempo por aqui. Então se você tiver qualquer problema, pode vir conversar comigo, ok?- Ela coloca a mão em meu ombro maternalmente. - Ok. Ann...Tia, será que a minha mãe...Ann...Te falou o porque eu vim para cá?- Não querida, ela só me falou que você estava precisando de um pouco de tranquilidade, que você estava tendo um tempo difícil. Só isso, e não se sinta obrigada a dividir nada que você não esteja preparada.Abraço ela e ela me abraça de volta. - Obrigada tia Marie, por tudo.-
- De nada, mocinha.- Também quero um abraço.- Savannah chega e abraça a mãe por trás. - Eu também.- Shanon logo chega e ficamos as quatro abraçadas. - Meninas, vocês precisam se arrumar.- Porque?- Shanon pergunta. - Porque a família Cord nos convidou para o jantar, para dar as boas vindas a Kim.- Oh, sério? Isso é muito gentil da parte deles.- Digo. - Também achei. Agora vão tomar um banho...- Tia Marie diz dando um tapa na bunda das gêmeas, e eu não escapo. Esfrego minha bunda fingindo ter doido. - Ai tia Marie, vou contar para mamãe que você está abusando de mim.- Digo em um falso tom sério e depois rio. - O meu doeu de verdade.- Savannah diz. - Isso é porque eu senti hálito de torta na sua boca, mocinha.- Tia Marie diz fazendo uma cara de brava. Savannah ri e subimos para o quarto. Vou tomar um banho e escolher uma roupa para o jantar na casa dos Cord hoje a noite. *** A noite está agradável então decido colocar um vestido soltinho e as minhas botas. Batemos na porta na bonita casa de dois andares da família Cord. Uma mulher loira com olhos castanhos iguais aos de Holly abre a porta. - Marie.- Ela abraça titia. - Hank, bom ver você também. Nos vemos com menos frequência do que se não fossemos vizinhos.- Culpa dessa vida corrida.- Ele diz e eles riem. - Sim, eu e Mark também estamos quase ficando loucos.Ela cumprimenta Seth e Jane e depois as meninas. Eu estou meio que escondida atrás das S&S, então eu sou a última pessoa que ela vê.
- E essa menina linda é a Kim. Meu Deus, como você cresceu. A última vez que eu te vi, você tinha 8 aninhos.- Ela me abraça e eu me lembro vagamente dela em minhas memorias daquele verão. Naquela época eu cheguei a conhecer todos os Cord, eu via com mais frequência a Holly e o Justin, porque eu ficava espiando ele. Mark eu vi algumas vezes e o filho do meio deles, Jax, eu vi uma única vez, de longe quando ele estava ajudando o seu pai e acho que ele nem me viu. Ele foi o único da familia Cord com o qual eu nunca conversei. - Muito obrigada pelo convite para jantar.- Agradeço. - Oh, não precisa agradecer. Mas vamos entrando.- Ela nos conduz para dentro da casa. Assim como a nossa, ela é decorada com muito bom gosto e é uma ambiente agradável. Ela nós leva para a sala e um homem de cabelos brancos, que um dia já foram pretos, e olhos azuis vem nos receber. - Nossos convidados chegaram, Mark querido.- Alyssa diz. - Quem bom te ver Hank.- Eles dão um abraço rápido com um tapinha nas costas. O mesmo para Seth. Para Marie e as meninas um beijo no rosto. - E aqui está a nossa convidada especial, Kim. Quanto tempo, garota.- Olá, Sr. Cord.- Ele faz um gesto com a mão e faz um barulho com a boca. - Ah, por favor. Me chame de Mark.- Onde estão as crianças, Alyssa?- Tia Marie pergunta. - Holly está lá em cima. Jax não vai poder vir, alguma coisa da faculdade e Justin deve estar aqui a qualquer minuto.- Hank, Seth, venham assistir o jogo de futebol comigo.- Mark chama - Você precisa de alguma ajuda, Alyssa?- Pergunto educadamente. - Oh, de jeito nenhum, vocês são visita. Mas se quiserem me fazer companhia na cozinha, eu aceito.Ficamos conversando na cozinha enquanto Alyssa termina os últimos preparativos para o jantar. - Por favor, Alyssa. Onde fica o banheiro.- Pergunto. - Lá em cima, siga pelo corredor, terceira porta a esquerda.-
- Obrigada.Subo as escadas e entro no banheiro. Ergo o vestido e sento no sanitário, observo os padrões no azulejo enquanto faço xixi. Lavo a mão e passo uma água no rosto. Eu estou gostando muito de ficar aqui, nessa cidadezinha pequena, matando a saudades dos meus tios, meus primos, conhecendo gente nova, mudando de ares...Mas eu mentiria se eu dissesse que não estou com medo...Não sei do que. Eu só queria estar em casa, me divertindo com a Gwen, estudando na Good Shepherd, voltando para casa para encontrar meus pais me esperando todo dia. Queria não ter ido naquela festa em que conheci Jordan, queria não ter entregado minha virgindade para ele logo depois que ele fodeu com uma vadia qualquer na mesma cama em que ele se deitou sobre mim. E acima de tudo, queria não ter perdido meu filho. Meu filhinho. Porque, meu Deus? Porque? Meus olhos começam a marejar. - Droga.- Xingo. Tento não derramar nenhuma lágrima. Isso sempre acontece, em um minuto eu estou bem e no outro alguma coisa me faz lembrar de tudo que eu deixei para trás, as vezes eu me recordo mesmo sem nada ter me feito lembrar. Como agora. De repente isso me veio a cabeça. Como eu queria que as coisas tivessem sido diferentes. Eu não teria conhecido o Jordan e não teria tido todos os momentos bons com ele...Mas também nem os maus. Eu amei tanto ele e ele quebrou meu coração. Eu tinha ficado tão empolgado quando conheci ele, aquela sensação assustadora mas gostosa de quando você está se apaixonando, eu tinha certeza que tinha encontrado o meu príncipe encantado. Mas aí ele foi lá e me mostrou que isso não existe, contos de fadas são apenas isso. Contos, uma ficção, uma fantasia...Imaginação. Eu aprendi a minha lição. Não vou entregar meu coração para mais ninguém. Quando chegar a idade em que eu pretendia me casar, vou apenas esperar aparecer um cara legal, bom. Vou dividir a minha vida com ele, me esforçar para faze-lo feliz, ter filhos quem sabe. Mas nunca, nunca vou amar incondicionalmente, loucamente e apaixonadamente como eu fiz.
Quando você ama você entrega o total controle do seu coração a uma pessoa. Ela determina quando você vai ficar feliz, quando você vai ficar triste. Ela determina se ele vai continuar inteiro ou se vai quebrar em milhões de pedacinhos. Se você tiver sorte e entregar seu coração a alguém bom e merecedor, você sempre vai estar feliz, e inteiro. Mas se você entregar a pessoa errada...Dor, sofrimento, agonia, um vazio enlouquecedor. O problema é que não tem como saber quem é bom e quem não é, porque as pessoas usam máscaras. Você não sabe quem a pessoa realmente é, e depois se você descobre mas o seu coração já está apaixonado, é tarde demais. O coração é burro, depois que ele se apega é muito difícil ele largar, mesmo se a pessoa merece. É por isso que de agora em diante, o meu coração é só meu. Ele pertence a mim e a mais ninguém. Eu não vou permitir que ele se apegue a ninguém. - Kim? Está tudo bem aí dentro?- Escuto a voz de Alyssa chamando do outro lado da porta. Levo um pequeno susto e volto a realidade. Me desperto dos meus devaneios e abro a porta. - Oi, estou bem sim.- Respondo. - Desculpe não queria interromper. Mas o Justin chegou e ele quer muito te rever.- Ah, claro. Vou descer em um minuto.- Ok.Fecho a porta de novo e me olho no espelho. Passo uma água no rosto novamente, limpando qualquer sinal que eu tenha me emocionado. Coloco um sorriso no rosto e desço as escadas. Escuto risos e comentários sobre o jogo vindos da sala de TV. Vou até a porta da sala e vejo tio Hank sentado ao lado de Mark, Seth com uma cerveja na mão e ao lado dele, está um homem de cabelos pretos e olhos azuis. Ele é lindo, com certeza é daquele tipo que chama a atenção das meninas por onde passa. Tem algo em sua postura que me dá a impressão que ele sabe disso e que ele se aproveita. Ele é um pegador, o sorriso safado que ele dá quando me vê ali parada confirma o que eu já achava.
Ele se levanta e me olha de cima a baixo, solta um assovio e sorri. - Uau. Não acredito que aquela menininha que eu conheci a tanto tempo atrás se tornou esse mulherão que está parada na minha frente.- Justin, mais respeito com a Kim.- Mark diz. - O que foi? Eu não disse nada demais.- Ele diz ainda me encarando. - Olá Justin. Muito bom te ver novamente.- Tendo fazer com que a minha voz saia firme e indiferente. - Com certeza é muito bom te ver novamente também, Kim. Como você tem passado?- Ele se aproxima mais. - Acho melhor você manter distância se quiser continuar com todos os dentes dentro da boca, mano.- Seth diz sem tirar os olhos do jogo. - Uou, calma ai, irmão. Pra que tanta agressividade?- Ele diz levantando as mãos. - A Kim é da família, nem pense nisso.- Você não sabe no que eu estava pensando.- Justin diz. - Você se esqueceu que eu cresci com você? Eu sei muito bem no que você estava pensando.- Ele lança um olhar para Justin e depois volta sua atenção para a TV. -Ok, ok. Ela está fora dos limites, eu entendi.- Ele diz e sorri. - Sinto muito, linda. Mas você não vai poder ter um gostinho disso aqui.- Ele passa a mão pelo peito e eu o olho divertida. Sério mesmo que ele acabou de fazer isso? Eu não aguento e começo a rir. - Vem cá.- Ele me puxa para um abraço. - Ei, cara. O que eu falei?- Seth diz fazendo uma carranca para Jusin. - Relaxa, mano. Eu já entendi, não me meter com a Kim. Eu vou ser como um irmão mais velho para ela, prometo.- Muito bem pessoal, o jantar está na mesa.- Alyssa aparece na porta e nos chama. Vamos todos em direção a sala de jantar comer, o que pelo cheiro eu posso dizer, ser uma deliciosa refeição.
Capítulo 3 O Remmys - Ainda bem que já é sexta.- Mitchie diz andando ao meu lado.
Mitchie Mitchell é uma, das várias pessoas da qual eu já me tornei amiga. Ela é legal, simpática e inteligente. Eu gostei dela depois dos primeiros dois minutos de conversa, ela me lembra a Gwen. - Nem me fale, essa última aula foi de matar.- Digo. - Eu morro de medo dessa professora. Achei que ela ia pular em cima da Amanda aquela hora.- Não duvido nada que ela pularia.- Nós rimos e continuamos andando devagar, conversando. - Kim.- Me viro e vejo quem chamou meu nome. - Oi Aaron, e ai?- Digo. - Oi.- Ele diz para nós duas. Vejo Mitchie arrumar o cabelo e sorrir, olhando Aaron como se ele fosse um astro de rock ou coisa assim. - Então, uns amigos estavavam combinando de ir no Remmys hoje a noite. Você não quer ir também?- Ele pergunta. - Remmys?- Pergunto franzindo as sobrancelhas. - É um Honky Tonk, é bem divertido. Eu e os meus amigos aparecemos lá de vez em quando.- Um Honky Tonk hein, que legal. Eu nunca fui em um.- Então você vem?- Mas não vai ter problema...Quer dizer, por causa da nossa idade?- Pergunto. - Não precisa se preocupar com isso. O dono é tio de um amigo meu, desde que ninguém beba está tudo bem.- Ele responde sorrindo. - Ah ok. Vou perguntar para os meus tios, se estiver tudo bem para eles eu vou.Respondo. - Beleza, a gente vai chegar lá por volta das 20:00.Ele se vira e olha pra Mitchie, que parece toda nervosa por ele estar olhando diretamente para ela. - Se você quiser aparecer por lá também, vai ser legal.- Ele coloca a mão no ombro dela e eu acho que a menina vai desmaiar. Ela sorri e balança a cabeça vezes demais.
- Legal, a gente se vê.- Ele segura a alça da mochila e vai embora. Mitchie vê ele se afastando, ela está com um sorriso bobo no rosto. Quando ele já está longe o suficiente ela enfia as unhas no meu braço e dá uns pulinhos de alegria. - Ah.Meu.Deus. Aaron Jenks acabou de nos convidar para sair com ele e seus amigos.- Calma, garota. O que tem demais em sair com ele?- O que tem demais? O que tem demais? Ele simplesmente é o capitão do time de futebol da escola e o menino mais gato na face da Terra.- Uau, tem alguém aqui que está apaixonada pelo Jenks.- Digo e dou uma cotovelada de leve nas suas costelas. - Não estou, é só que ele é muito gato. Mas mesmo que eu estivesse, eu não tenho a menor chance. Não depois do jeito que ele te olhou agora.- Que jeito?- Quero saber. - Ah por favor né Kim. Vai dizer que não notou ele te comendo com os olhos?- Claro que não Mitchie. E além do mais, agora que eu sei que você gosta dele, nada vai acontecer.- Não que fosse antes, mas ela não precisa saber. - Eu não gosto dele. Mas se você estiver disposta a abrir caminho e deixar ele livre pra mim eu aceito.- Ele é todo seu.- Eu rio e nós continuamos nossa caminhada para o estacionamento. *** - O Remmys?- Tia Marie pergunta enquanto está lavando os pratos. Me encosto na pia e olho sua expressão pensativa. - Por favor, tia. Quero começar a me divertir de novo.- Imploro quando vejo que ela está demorando para tomar uma decisão. - Você não está se divertindo aqui?- Ela pergunta com a expressão magoada. - Oh meu Deus titia, eu não quis...Eu estou me diver...É que é uma diversão diferente e eu...- Digo toda incomodada por ter magoada seus sentimentos. - Kim, não ligue para essa velha. Ela está só te dando um tempo difícil.- Tio Hank, que está sentado na mesa da cozinha comendo um pedaço de torta, diz.
Olho para titia e a vejo tentando não sorrir. - Marie Careton! Você está gozando com a minha cara?- Pergunto colocando as mãos na cintura e a olhando surpresa. O que faz com que ela não consiga segurar e comesse a rir. - Ah queria, me desculpe. Claro que eu sei que você gosta da fazenda e de todos nós, e sei também que você precisa de outros tipos de diversão que nós não podemos te proporcionar. Você precisa sair com pessoas da sua idade.- Ela diz. - Isso significa que eu posso ir?- Pergunto. - Depende. A que horas você vai e volta, e quem vai estar lá?- Eu deveria me encontrar com eles lá ás 20:00 e não sei a que horas eu voltaria. Vai a Mitchie, uma amiga do colégio. E Aaron, também amigo do colégio...Ah, e uns amigos dele, mas eu não conheço.- Aaron? Aaron Jenks, esse Aaron?- Ela para o que está fazendo e me olha. - Sim, ele mesmo.Me encolho por dentro, morrendo de medo que ela começe a dizer que ele não presta e que ela não quer sua sobrinha perto de um cara desses. Mas então ela abre um sorriso enorme. - Ah por que não me falou antes? Aaron Jenks é um ótimo garoto. Claro que você pode ir...Se seu tio concordar também.Sorrio para ela e olho com esperança para titio. - Claro, garota. Vai lá fazer o que os jovens fazem.- Ele diz entre uma garfada e outra. Vou para o meu quarto e começo a escolher o que vou vestir. Estou tão animada para sair de novo. Faz tempo que eu não faço isso, a última vez que eu sai para me divertir eu acabei sofrendo um acidente de carro. Quero ter de novo aquele tempo com os amigos, quando você relaxa e perde a noção do tempo porque a conversa estava muito boa. Estou ansiosa para conhecer os amigos de Aaron, e possivelmente meus futuros novos amigos. Se eles forem tão legais como Aaron é, então todos vamos nos dar muito bem. ***
Exatamente às 20:15 eu chego ao Remmys dirigindo o carro das gêmeas. Estou vestindo um vestido preto curto e as minhas botas de cowboy marrom. Logo na entrada já posso ouvir a alta musica country vindo de dentro. O lugar é bem legal. Todo decorado no estilo country que é característico do Texas. O bar com seu balcão comprido de madeira e banquetas de vinil vermelho, há quatro grandes pilastras de concreto com luzes pisca pisca em volta. Tem um palco, onde nesse momento alguma banda está tocando. Várias cadeiras e mesas de madeira, alguns sofás e uma pista de dança do outro lado. A decoração me lembra o Velho Oeste. E tem uma Jukebox, nem sabia que ainda existia isso. Passo o olhar por todo o salão procurando por Aaron ou Mitchie. Vejo os dois sentados em uma mesa junto com algumas outras pessoas. Me aproximo e vejo que Mitchie está observando Aaron falando com tanto interesse como se ele estivesse explicando a cura para a AIDS. Não importa o que ela diga, ela gosta dele sim. - Oi pessoal.- Digo quando me aproximo da mesa. - Kim.- Mitchie fala me dando um sorriso. - Oi Kim, que bom que você chegou. Puxa uma cadeira e senta aí.- Aaron diz. - Caramba cara, aonde você arranja tantas amigas gatas como essas?- Um cara de cabelo loiro e na altura dos ombros diz sorrindo. - Pessoal, essa é a Kim. Ela estuda comigo também.- Ele diz ignorando o comentário do amigo. - Cara, preciso voltar a estudar, com certeza.- O loiro diz. - Cala a boca babaca. Kim esse idiota é o Jason, meu primo.- Ele aponta para o loiro de cabelo comprido. - E esse é Nash, aquele no canto é Austin, do lado dele temos Jeremy e sua namorada, Louise.- Ele diz os nomes apontando para as respectivas pessoas. - Muito prazer pessoal.- Então Kim...Giants ou Eagles?- Jason me pergunta depois que eu me sento. - Mas o que tem a ver futebol?- Pergunto. - Apenas responda. Entre os dois, qual você escolheria?-
Olho confusa para Aaron e ele apenas da de ombros. Não sei o que ele quer que eu responda então digo a verdade. - Eagles.- Ok. Johnny Rivers ou Alan Jackson?- Ele pergunta com seus olhos analisadores. Balanço a cabeça como se descartando as suas duas opções. - Willie Nelson...Ou então, Johnny Cash.- Respondo. - Calça ou saia?O que isso tem a ver? - Ann...Acho que...Saia.- A minha afirmativa saiu mais como uma pergunta. Ele dá um sorriso largo e levanta a garrafa de cerveja. - Você passou no teste. Pode se sentar conosco quando quiser.- Ele dá um sorriso safado e toma um gole da sua bebida. Olho para Mitchie confusa e ela dá um sorrisinho sem graça. - Eu não passei no teste.- Ela diz. - Não esquenta Mitchie, você é tão gata que aposto que o Jason não se importa com isso. Esse cara não pode ver uma mulher bonita que fica louco.- Aaron diz. Todos riem e concordam com o que ele disse, mas vejo os olhinhos da Mitchie brilharem e um sorriso enorme aparecer no seu rosto. Ah sim, essa garota não me engana. Ela gosta de Aaron Jenks. Peço um suco e começo a me enturmar com o pessoal. Olho discretamente, analisando cada um, eles parecem ser bem legais. Tenho a sensação que eu vou gostar muito dessas pessoas. *** São 23:10 e Mitchie, Nash, Jason, Jeremy e Louise já tiveram que ir embora. Sobrou eu, Aaron e Austin. A banda também já foi embora, Aaron se levanta e vai até o Jukebox e coloca “There’s a Girl in Texas” do Trace Adkins. Ele caminha até nossa mesa e fica em pé ao meu lado, sua mão estendida em minha direção. - Dança comigo?- Ele sorri.
Mas que droga, eu ria da situação da Gwen com o Preston mas agora eu sei como é querer dar um chega para lá em um cara, mas não querer magoa-lo porque ele é muito legal. Essa semana toda ele vinha falar comigo no colégio e eu tentava me mostrar o mais indiferente possível ao seu charme. Tentando mostrar que eu não estou interessada. - Kim, não precisa me olhar assustada desse jeito, eu não estou te pedindo em namoro. Eu entendi que você não está interessada, mas eu achei que podíamos ser amigos.Ah merda, então esses dias ele estava sendo legal comigo porque quer ser meu amigo, só amigo. Interpretei mal os sinais? Mas é que ele era tão atencioso, talvez esse seja o jeito dele, talvez ele seja assim com todo mundo. Ótimo, agora estou me sentindo péssima. - Desculpe Aaron. Eu não queria ser uma vadia, é só que...- Diminuo a voz até que paro de falar. De jeito nenhum eu vou contar pra ele sobre a minha decisão de não me envolver com mais ninguém, porque aí eu teria que explicar sobre Jordan. E isso eu não posso fazer. - Está tudo bem, Kim. Mas...Eu estava enganado? Nós não podemos ser amigos?- Claro que podemos.- Digo sorrindo. – Mas é melhor não começarmos nossa amizade na pista de dança.- Como assim?- Ele pergunta. - É que eu não acho um bom jeito começar nossa amizade comigo destruindo o seu pé.Ele joga a cabeça para trás e solta uma gargalhada. - Você não sabe dançar?- Eu sei, mas outro estilo de dança. Nunca dancei musica country antes.Ele segura minha mão e me puxa para a pista de dança. - Acho que eu vou ter que te ensinar então.-
CapĂtulo 4 Fogo JAX:
Estaciono minha pick-up Chevrolet Colorado LT Z71 4X4 prata em frente a casa dos meus pais. Sim, eu falei a marca, o modelo e a cor do meu carro porque eu simplesmente amo ele. Ele é meu bebê, meu xodó. Bato na porta antes de entrar. - Alguém em casa?- Grito. A casa é da minha família, mas desde que eu fui para a faculdade e passo mais tempo em Dallas do que aqui, sinto que eu tenho que bater na porta como se eu fosse um estranho em minha própria casa. Como o campus não é muito longe, eu sempre passo para ver como as coisas estão indo e dar uma mão nas coisas da fazenda. Decidi vir hoje e passar o final de semana com a família, já faz uns meses que eu não apareço direito por aqui. Mas devo dizer que eu vim por um outro motivo também. Kimberley Kyle. Sim, estou morrendo de curiosidade de vê-la. O que ninguém sabe, além do meu irmão Justin, é que eu já conheci ela. Claro, ela nunca me viu, nem deve saber da minha existência. Mas ela habitou meus sonhos por muito tempo. Me deixe explicar melhor. Alguns anos atrás, quando Kimberley tinha 8 anos, ela passou o verão todo na fazenda vizinha a minha. Passando um tempo com seus tios e primos. Eu tinha 11 anos e estava brincando perto da cerca que separa os dois pedaços de terra, quando de repente, eu vi a mais linda criaturinha na face da Terra. Ela estava brincando com a minha irmã, correndo de lá para cá, seus lindos cabelos cor de fogo esvoaçados pelo vento. Eu literalmente fiquei hipnotizado com aquela visão. Eu lembro que eu via aquela criatura linda correndo com seu vestidinho branco e eu só queria observa-la para sempre. Fiquei a observando todo o tempo em que ela ficou ali. Nem ela ou Holly me viram, eu sentia como se estivesse fazendo algo de errado observando-a escondido. Mas eu simplesmente não conseguia forçar meus pés a irem para qualquer outro lugar.
Depois disso, sempre que eu conseguia, eu a observava. Sempre escondido é claro. Infelizmente, o verão acabou e ela foi embora. Depois disso eu nunca mais voltei a vê-la. Mas demorou para que eu conseguisse tira-la da minha cabeça, fiquei uns bons meses depois da sua partida sonhando com ela. Kimberley Kyle foi a minha primeira grande paixão da infância. E ela nem sabe quem eu sou. Que patético. Claro que com o tempo eu superei, eu cresci e namorei com algumas garotas e por muito tempo havia me esquecido de que algum dia eu fui apaixonado por ela. Bom, isso até Justin me ligar uns 3 meses atrás e me dizer que ela havia voltado. E dessa vez para ficar por mais tempo do que um verão. Depois que eu perguntei a Justin como ela era e ele a descreveu como a personificação da deusa do sexo, minha curiosidade só aumentou. Minha mente está criando vários cenários diferentes, eu preciso vê-la com meus próprios olhos e acabar logo com essa tortura. - Jax, querido. Que bom te ver.- Mamãe diz caminhando em minha direção. - Oi mamãe.- A abraço forte. - Não sabia que você estava vindo para cá hoje.- Ela comenta. - Pois é, decidi passar o fim de semana na fazenda.- Ah, que bom meu filho, estávamos com saudades de você. Como está indo a faculdade?- Tudo bem. Um pouco corrido, estou cheio de provas e trabalhos, mas tudo está bem.- Que bom. Você chegou bem na hora, adivinhe o que eu acabei de tirar do forno?- Não me diga que é o que eu estou pensando?- Levanto uma sobrancelha e a olho sorrindo. - Está lá na cozinha.Dou um beijo na sua cabeça e saio correndo para a cozinha. Logo que entro vejo o prato cheio de brownies de chocolate com nozes. Pego um pedaço e levo até a boca. Abano e tento engolir rápido. - Ah mãe, está quente. Eu queimei a minha boca.- Reclamo.
- Eu avisei que tinha acabado de sair do forno, Jax.- Ela diz rindo da minha cara e me serve um copo de leite gelado. Eu tomo um gole, aliviando imediatamente a dor da queimadura na boca. Mamãe me entrega um prato e eu pego mais um pedaço da minha sobremesa preferida. Dessa vez tomando mais cuidado para não me queimar. - Coma devagar, menino.- Eu estava com saudades dos seus deliciosos brownies.- Digo com a boca cheia. - Não fale de boca cheia, é falta de educação.- Ela dá um tapa no meu braço. - Desculpe.Escuto a porta da frente bater e em seguida alguns passos. - Família, cheguei.- Justin aparece na cozinha e abraça nossa mãe. - Tudo bem com a senhora?- Ele pergunta. - Tudo bem, meu filho. Conseguiu encontrar a peça para o carro do seu pai?- Encontrei sim, eu vou lá para o celeiro concertar daqui a pouco.- Que bom, você sabe que Mark não pode ficar sem carro.- Eu sei. Ei maninho.- Ele me dá um tapa nas costas bem quando eu estou tomando um gole de leite. Eu me afogo e tusso. - Pô cara.- Limpo minha boca com as costas da mão. Justin pega um pedaço de brownie e enfia na boca, vai até a geladeira e toma um gole de leite direto do galão. - Justin! Já falei quantas vezes para não tomar direto do galão?- Mamãe dá um tapa tão forte na bunda dele que faz um estalo. - Ai mãe.- Ele esfrega a bunda. Ele é um filhinho da mamãe mesmo. - Jax, porque você não vem me ajudar a concertar o carro do pai?.- Ele me pede. Suspiro e me levanto, caminhando em direção a porta. Coloco as mãos nos bolsos da minha jaqueta e vou em direção ao celeiro. - Ei, cara.- Justin me alcança e anda ao meu lado. - Ei.- Respondo.
- Os Careton vão fazer uma fogueira hoje, está a fim de ir?- Ele pergunta. - Sei lá, pode ser.- A Kim deve estar lá, aí você vai poder ver como a sua futura esposa está gostosa.- Ele ri. Que saco, ele nunca vai esquecer essa história. Naquele dia em que eu a vi pela primeira vez, eu cometi o erro de contar para o meu irmão mais velho de 15 anos que eu tinha encontrado a mulher com quem eu iria me casar. Ele ficou me zoando por um tempão, depois ele acabou se cansando, quando ela foi embora ele nunca mais tocou no assunto. Mas agora que ela é nossa vizinha...Aguente esse idiota. - Cara, isso não tem graça. Eu era uma criança.- Digo sério. - Você vai pirar quando ver ela, cara. Você tem que ir na fogueira hoje a noite.- Você vai?- Pergunto. - Claro. Um bando de meninas gostosas do ensino médio dando sopa.Reviro os olhos e balanço a cabeça. - Você é doente sabia?- Ele apenas me olha e dá aquele sorriso que eu sei que as meninas adoram. - Quem vai?- Uns amigos das S&S, elas convidaram Holly e eu também.- Elas não me convidaram, não sei se devo ir.- Claro que você vai, idiota. Elas não sabiam que você estaria aqui nesse fim de semana.Chegamos no celeiro e Justin começa a arrumar as ferramentas para trocar a peça do carro do papai. Acho melhor ir logo e ver com os meus próprios olhos como a Kimberley está. Não sei porque, o pensamento de ver ela depois de tanto tempo me dá um frio na barriga. Justin falou tanto, mas não dá para confiar muito no julgamento dele. Ele adora um rabo de saia. Talvez ela nem seja tão bonita assim. Mas que droga, porque diabos eu fico cada vez mais nervoso com a possibilidade de ver ela?
Eu gostava dela, mas isso era uma daquelas paixões de criança. Nada demais. Isso é besteira. Tenho que me acalmar, não tenho motivo para estar nervoso. Afinal, não é como se eu fosse me apaixonar por ela de novo. *** - Podemos ir?- Só um minuto.- Respondo. Calço minhas botas de cowboy e coloco a calça jeans por cima do cano. Pego minha jaqueta azul de camurça com lã de cordeiro dentro e visto por cima da minha camisa de manga comprida xadrez. Dou uma olhada no espelho, mais uma arrumada no cabelo. Saio pela porta e então me lembro que esqueci de passar perfume. Volto e pego o frasco e passo em mim, não muito para não feder. - Ela vai sentir o cheiro de fumaça em você e não do seu perfume, afinal, nós estamos indo para uma FOGUEIRA. Vai demorar muito ainda se embelezando, mano?- Não estou me embelezando, e muito menos fazendo isso por ela.- Digo, mas é claro que eu estou mentindo. Se ela for assim tão bonita quanto ele diz, ou pelo menos uma fração, eu vou querer estar apresentável. - Estou pronto.- Digo. - Aleluia, você demorou mais para se arrumar que a Holly.- Tchau mãe, tchau pai.- Dizemos quando passamos por eles. - E a Holly?- Pergunto. - Já está na pick-up. Eu falei que você demorou mais para se arrumar que ela.- Não enche o saco, idiota.- Quem é o idiota aqui hein?- Ele pula em cima de mim e começa a dar cascudos na minha cabeça. Eu revido dando socos no seu estômago. Chegamos ao meu carro ainda no meio da nossa luta. - Vamos logo, meninos. Todo mundo já deve estar lá há horas.- Holly grita de dentro do carro.
Justin e eu paramos e rimos. Ele é um pé no saco e um filhinho da mamãe, mas eu amo muito o meu irmão. Ele passa a mão pelos meus cabelos, bagunçando-os mais ainda. - Ah cara, meu cabelo.- Digo tentando arrumar o estrago. - Caralho, você está pior do que eu pensava.- Justin, olha a boca perto da Holly.- Repreendo-o. - Foi mal, mana.- Ele diz entrando no lado do passageiro. Holly cruza os braços e revira os olhos. - Vamos logo, seus panacas.Percorremos a curda distância entre a nossa casa até a casa dos Careton. O portão foi deixado aberto então entramos e estacionamos perto da casa. As luzes da varanda estão todas acesas, olho em volta mas não vejo ninguém. Subo os degraus e bato três vezes na porta. Marie atende. - Jax, querido. Quanto tempo.- Ela me recebe com um abraço. - Oi Marie, quanto tempo. Estava com saudades de você.- Digo. - De mim ou das minhas tortas de maça?- Ela pergunta brincalhona. - Dos dois, pode ser?- Nós rimos. - Oi Justin. Oi Holly.- Ela grita e os cumprimenta. - Vocês estão atrás do pessoal, né?- Concordo com a cabeça. - Vão até os estábulos, de lá vocês devem conseguir ver a fogueira.- Ela diz. - Obrigada, Marie. Dê um abraço em Hank e Seth e diga que temos que marcar de jogar bilhar.- Digo sim, meu filho. Divirtam-se.Guio o carro pela propriedade até chegar perto do celeiro, estaciono o carro junto com os outros. Há uns 200 metros do celeiro, descendo um leve declive, eu avisto a fogueira e vejo várias figuras que são indistintas a essa distância e com a pouca iluminação. Estamos a uma certa distância da casa, então as únicas luzes aqui são as fracas luzes penduradas na parte de fora do celeiro e a da fogueira.
Holly já se apressa e caminha sozinha em direção a fogueira, eu e Justin a seguimos porém em uma velocidade normal. Chegamos ao grupo de no máximo 15 pessoas, elas não nos percebem, e as poucas pessoas que percebem nos olham, acenam e voltam para suas conversas. - Justin. Jax.- Shanon...Ou é a Savannah? Nunca consigo diferenciar.- Justin brinca. Savannah bate no braço dele com força. - Ai, ai. Pela força do tapa deve ser a Savannah.Ela ri e o abraça. - Jax. Quanto tempo, saudades.- Oi S. Saudades de você também.- Digo a abraçando. - Eu vou pegar alguma coisa para vocês beberem, querem?- Eu quero.- Eu não, obrigado.- Digo. Savannah volta com uma cerveja na mãe e a entrega para Justin. Logo Shanon nos vê e vem nos cumprimentar. Depois de conversarmos um pouco com elas, quando Justin e eu ficamos sozinhos, eu o vejo olhando ao redor. - O que foi? Está procurando uma estudante parecendo desesperada ao ponto de querer ficar com você?- Ra, ra, ra. Muito engraçado, mas não. Estou procurando a Kim.- Ele diz e toma um gole da cerveja, ainda fazendo uma varredura no local. A conversa com as S&S quase me distraíram do real motivo de eu ter vindo aqui hoje. Agora que me lembro que a qualquer momento eu vou finalmente vê-la, meu estômago embrulha. Me sinto tão idiota. Ainda bem que ninguém aqui sabe como eu estou me sentindo nervoso. - Lá. Ela está lá.- Ele aponta e eu procuro com o olhar. Eu a vejo, ela está rindo de uma coisa que a garota que está com ela disse. Meu corpo se enrijece na hora, meu coração acelera e eu me sinto ofegante.
Mas que porra...? Seu cabelo ruivo alaranjado cai em leves ondas até o final das suas omoplatas. Suas longas e torneadas pernas estão expostas pela curta saia que ela está usando. Tenho consciência que Justin está falando alguma coisa, mas eu escuto apenas um zumbido. Não consigo me concentrar em nada que não seja ela. Estou hipnotizado...Mais uma vez. Saio do meu transe quando Justin me puxa, eu paro e com relutância tiro meus olhos dela e o olho. - O que?- Pergunto. - Venha, cara. Eu vou te apresentar a ela. Mas antes, talvez você queira limpar essa baba ai.- Ele apontado com o dedo e ri. - Idiota.- Venha.- Espere.- O que, Jax?- Você vai só me apresentar, certo? Não vai me fazer passar vergonha.Ele me olha sério mas não consegue segurar um sorrisinho. - Eu falo sério, cara. Se você falar ou fazer qualquer coisa que me faça passar vergonha na frente dela, eu nunca mais falo com você, entendeu?- Nossa, meu Deus. Ok, só vou te apresentar.Seguimos na direção que ela está. Eu só deixei Justin ir junto e me apresentar, porque não tenho certeza que quando chegar mais perto dela eu vá conseguir lembrar o meu nome. A cada passo que eu dou para mais perto dela, mais eu fico nervoso. O nervosismo do meu primeiro encontro, o nervosismo daquela vez quando eu chamei Megan para ir comigo ao baile da escola, e mais tarde naquela mesma noite quando eu perdi a minha virgindade com ela, todo esse nervosismo junto e multiplicado por dez, é o que eu estou sentindo agora.
Eu poderia ser mais patético? Poderia ser mais exagerado? Acho que não, mas sendo certo ou não, o fato é que eu estou me sentindo assim. Não consigo controlar. Quando paramos em frente dela e da sua amiga, não tenho mais certeza se sei como respirar. - Kim.- Justin diz e a abraça. Ela percebe minha presença e quando seus olhos encaram o meu, é tipo...Bum. Uma explosão. Alguma coisa, que eu não tenho certeza do que seja, acabou de acontecer comigo. Porque eu sinto como se a qualquer momento eu possa sair correndo, chorando e chamando pela minha mãe? Cara, seus olhos são os mais lindo que eu já vi. São de um verde claro impressionante. Desço o olhar dos seus olhos, seu nariz é tão perfeitinho, sua boca...Ah, sua boca...Seus lábios são cheios e rosinha. Tão convidativos. O formato do seu rosto me lembra ao do daquela atriz, como é mesmo o nome...Ah é, Kirsten Dunst, mas muito mais...Perfeito. Desço mais ainda o olhar. Ela está usando uma regata justinha. Oh que Deus me ajude! Seus seios redondinhos e empinados são do tamanho perfeito, e estão aparecendo bastante por causa do decote da sua blusa. Eu seria muito tarado se eu estivesse pensando qual é a cor dos seus mamilos? Porque eu meio que estou me sentindo um tarado agora. Imaginando suas pernas em volta de mim enquanto seus seios nus estão na minha cara e eu... - Kim, esse é o meu irmão Jax. Jax essa é a Kim.- A voz de Justin me trás de volta dos meus pensamentos pornográficos. - É muito bom finalmente conhece-lo.- Ela estende sua pequenina mão e me dá um sorriso. Um sorriso que amolece minhas pernas e quase me põe de joelhos. - Você também.- Minha voz sai roca. Estendo minha mão e seguro a dela. Tão macia, tão pequenininha e suave envolta pela minha mão grande e calejada.
Fico a encarando e depois de um tempo percebo que ainda estou segurando sua mão. A solto de pouquinho em pouquinho, deixando sua mão deslizar pela minha lentamente. Ela não retira a mão com pressa, ela deixa lá, como se também desejasse esse contato. Seus lindos e grandes olhos verdes me olham intensamente. Quando nossas mãos finalmente se separam, ela desvia o olhar. - Essa é minha amiga, Mitchie. Mitchie esses são Justin e Jax.Desvio o olhar e cumprimento a tal de Mitchie e rapidamente volto meu olhar para Kim, que desvia e olha para o chão. - Mitchie, que tal darmos uma volta?- Justin pergunta. O que? Não. Ele não pode me deixar aqui sozinho, com ela. Ela concorda e assisto impotente os dois se afastando de nós. Preciso pensar em algo para falar. Não posso parecer um idiota. Não posso parecer um idiota. Não posso parecer um idiota. - Então...Você está na faculdade?- Ela pergunta depois que fico em silêncio tempo demais. - Sim.- Respondo. - Você estuda na UTD(Universidade do Texas em Dallas)?- Estudo.Droga Jax, responda ela direito. - Estudo Negócios. Queria alguma coisa que fosse ajudar na fazenda dos meus pais.- Isso é muito legal. Você pretende ficar aqui, então? Ajudar a cuidar da fazenda depois que se formar?- Ela pergunta me encarando com aqueles olhos lindos e eu quase me esqueço de responder. - Sim. Eu amo esse lugar e amo a vida na fazenda.Ela dá um sorrisinho, ela é tão adorável. Ela parece tão pequenininha e frágil que eu tenho vontade de envolver meus braços ao seu redor e a protege-la de tudo e todos. - Mas e você? Eu soube que você veio morar com seus tios por um tempo...-
- É. Eu cheguei uns três meses atrás. Vim terminar o ensino médio e passar um tempo com tio Hank e tia Marie, na tranquilidade da fazenda, sabe como é.- Ela dá de ombros e parece desconfortável. - Sei. Mas deve estar sendo uma mudança grande para você. Se mudar de uma cidade grande para um lugar do tamanho de Wills Point.- Comento. - Sim, sempre morei em cidade grande. Mas morar em um lugar como aqui tem suas vantagens e eu até agora estou amando.- Que bom. Mas você vai embora depois que se formar ou...?- Queria ficar por aqui um tempo depois da formatura, pensar no que eu quero fazer.- Ir para a faculdade de Dallas, quem sabe?- Eu iria gostar muito de poder ver ela no campus todos os dias. - Quem sabe.- Ela sorri e encolhe os ombros. Ficamos em silêncio olhando um para o outro e sorrindo timidamente. Pode ser impressão minha, mas acho que noto um olhar de interesse da sua parte. Essa possibilidade faz com que meu peito infle. Acho que ela gosta do que vê. Eu nunca fui um pegador. Mas modéstia a parte, eu me acho bonito e já tive e ainda tenho várias meninas interessadas em mim. Trocava o interesse de todas elas pelo da Kim. Será que ela me acha bonito? Isso me fez pensar em outra coisa, será que ela tem namorado? Será que eu devo perguntar? E porque a ideia dela ter alguém me incomoda? Essa menina está mexendo com todos os meus sentidos e está me deixando confuso. - Estou com sede, vamos pegar algo para beber?- Sua voz de fada me pergunta. - Vamos.Ela sorri e anda na minha frente. Tenho que me concentrar para não tropeçar nos meus próprios pés. Mas ver seu corpo ampulheta de enlouquecer qualquer homem, rebolando na minha frente provocadoramente, não está ajudando nada. Justin não mentiu, Kim é muito gostosa.
Ela tem esse sorriso e olhar inocentes, mas não deixa de ser gostosa. Ela é sexy naturalmente, o que pra mim, só faz com que seja mais sexy ainda. Ela é a combinação perfeita de inocência e malícia. Luxúria e pureza. Céu e inferno. Estou prevendo que os meus sonhos com ela vão voltar. Mas dessa vez muito mais sujos e pervertidos, aposto. Oh Deus, se essa menina continuar rebolando desse jeito, eu vou ficar louco.
Capítulo 5 Irresistível
Calma Kim, ele é só mais um cara. Um dos caras mais lindos que eu já vi em toda a minha vida, mas mesmo assim só um cara. Jax Cord não é nada do que eu esperava. Ele é alto, com cabelos castanho escuro e olhos cor de mel. Seus sorriso é de fazer qualquer uma tremer nas bases. Aquele sorriso tipo safado disfarçado de inocente. Enquanto Justin estava nos apresentando, ele ficou me encarando de um jeito que me provocou arrepios. Mas não de um jeito ruim. Do jeito que fez com que meus mamilos se arrepiassem e o meio das minhas pernas formigasse. Já faz um bom tempo desde a última vez que eu estive com um homem. E foi com o Ace. Ele era selvagem, mas não de um jeito apaixonado, só...Selvagem. O modo que meu corpo está se comportando perto dele não é um bom sinal. Eu só me senti assim com um cara antes, Jordan. Não sei se é porque faz tempo que meu corpo não recebe atenção, mas sinto que dessa vez é mais intenso. É quase como se eu pudesse ver uma aura de tensão sexual fluindo entre Jax e eu. Ele está tentando disfarçar mas eu percebo que seus olhos percorrem meu corpo, quase posso sentir. E eu gosto de saber que ele está me observando. Mas que droga, eu não devia gostar. Jax está sentado do meu lado em um dos quatro troncos de árvore que estão dispostos em forma de quadrado em volta da fogueira. Todos estão sentados conversando e assando seus marshmallow espetados no graveto. Ele está sentado tão perto que sua perna ocasionalmente roça na minha. Toda vez que isso acontece meu coração da um pulo. Mas que droga, porque estou sentindo um frio na barriga e como se eu tivesse que fazer esforço para respirar? Asso meu marshmallow silenciosamente, quando está pronto eu dou uma mordida e olho para o céu. Tento ignorar esse pedaço de mau caminho sentado do meu lado.
- Faz tanto tempo que eu não como marshmallow.- Ele diz e da uma mordida, passa a língua pelo lábio e captura um pedacinho da comida que estava no canto da sua boca. Instantaneamente tremo, meus mamilos endurecem de novo e eu imagino ele os lambendo. Oh meu Deus, se eu continuar a olhar a sua boca deliciosa e imaginar as coisas que ela poderia fazer comigo, acho que não vou conseguir me controlar. Desvio o olhar e olho para as chamas a minha frente. - Eu também.- Pigarreio. - Aposto que fazia tempo que você não se sentava em volta de uma fogueira também.- Ele diz e passa a língua pelos lábios de novo, tenho vontade de gemer. - Muito tempo. A vida em uma fazenda é muito diferente da vida em uma metrópole.- Me obrigo a responder. Ele assente e coloca o resto da comida na boca. Mastiga lentamente e eu observo hipnotizada os movimentos da sua mandíbula. Quando ele engole e olha para mim, eu volto meu olhar rapidamente para o fogo. Espero que ele não tenha notado que eu o observava. - Porque você decidiu vir para cá?Assim que eu ouço sua pergunta meu corpo enrijece. - Só queria mudar um pouco de ares.- Respondo. - Sua família não deve ter gostado muito da ideia. Imagino que eles estejam morrendo de saudades.- Ele comenta. - Na verdade, eles que tiveram a ideia. Eles acharam que eu estava muito...estressada depois do acidente de carro.Só percebo a burrada que eu fiz depois de já ter dito. Jax me olha com os olhos arregalados. - Você sofreu um acidente de carro?- Sua testa está franzida e seus olhos demonstram preocupação. - Sim, eu estava no carro com um...ann...amigo e um caminhão bateu em nós.Pronto, meia verdade basta. - Nossa, que coisa horrível. Você se machucou muito?-
- Sim. Tive que passar por uma cirurgia, mas me recuperei bem. Não fiquei com nenhuma sequela.- Não fisicamente pelo menos. Droga, meus olhos começam a marejar quando me lembro de quando aquela enfermeira veio me contar a noticia. Que eu havia perdido meu filho. - O seu amigo, ele também se recuperou bem?Balanço a cabeça lentamente. - Ele...morreu.- Minha voz sai quase em um sussurro. Não consigo evitar de derramar algumas lágrimas, que eu seco rapidamente para que ninguém veja. Uma lágrima me escapa e antes que eu possa limpa-la, Jax estende sua mão e acaricia meu rosto. Ao sentir o calor do seu toque eu fecho os olhos e suspiro. - Eu sinto muito.- Ele sussurra. O que o Jax não sabe e nunca poderá saber é que, não estou chorando porque perdi meu “amigo”, mas sim porque perdi meu filho. O fruto do meu amor com o Jordan. Pelo menos era amor da minha parte. - Por favor linda, não chore.- Escutar sua voz sussurrada tão perto do meu ouvido me provoca arrepios. Acho que já me arrepiei mais vezes desde que conheci Jax do que em toda a minha vida até agora. - Desculpa.- Digo. - Você não tem nada que se desculpar. Eu é que sou um enxerido e não devia ter perguntado nada.- A culpa não é sua, Jax.Vejo um brilho em seus olhos assim que pronuncio seu nome. Olho em seus lindos olhos e ele olha nos meus. Sei que pode parecer loucura, mas eu sinto uma conexão com ele, quase física. Não consigo desviar o olhar, sinto como se fossemos atraídos um para o outro. Sinto sua mão, que ainda está segurando meu rosto, acariciar-me de leve. - Você é a única pessoa que eu conheço que ainda é linda, mesmo chorando.- Ele sussurra. – Mas eu prefiro que você seja linda com um sorriso no rosto.-
Eu não posso evitar e sorrio. - Agora sim.- Ele coloca uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha e sorri. Olho sua boca tão bem desenhada e tenho vontade de beija-la e mordisca-la até sentir a vibração de um gemido seu. Quando percebo o quão perto nossos corpos estão e a direção dos meus pensamentos, me obrigo a tirar sua mão do meu rosto e olhar para outra direção. Sinto Jax arrumando a postura do meu lado e o ouço limpando a garganta. Havia esquecido que não estávamos sozinhos, olho em vota para ver se alguém notou o que acabou de acontecer mas todos parecem imergidos em suas próprias conversas. Me arrumo e me esforço para sentar o mais longe possível dele. Uma coisa eu percebi hoje a noite. Jax me afeta de um jeito que é forte demais para alguém que eu acabei de conhecer. É assim que começa. Foi assim com Jordan. Mas eu não vou cometer o mesmo erro duas vezes. *** É sábado a noite e estou sentada no Remmys com Aaron, Jason, Jeremy e Louise. Infelizmente Mitchie não pode vir e Austin e Nash tinham algum compromisso. Jason está sentado do meu lado e está mais perto do que eu gostaria. Aaron já me alertou sobre como o seu primo pode ser conquistador quando ele quer. Eu acho Jason uma figura, parece que tem uma placa com letras gigantes em cima da sua cabeça escrito “PEGADOR". Desde que chegamos aqui várias mulheres olharam para ele como se quisessem um pedaço. Algumas mais corajosas até vieram a nossa mesa, mas estranhamente ele as dispensou. - Cara, você está doente?- Aaron pergunta. - Não, porque?- Jason responde. - Não sei, talvez porque você tenha dispensado aquelas gostosas quando você normalmente já as teria no banco traseiro do seu carro fazendo...- Aaron diminui a voz e olha para mim e Louise. Provavelmente mudou de ideia a respeito do que iria dizer já que tem duas garotas na mesa.
- É eu sei, mas resolvi dar uma chance para essa ruivinha aqui hoje a noite.- Ele diz e passa o braço em volta de mim, apoiando no encosto da minha cadeira. Ele me dá um sorriso safado e mexe as sobrancelhas maliciosamente. - Eu já disse que não vai rolar, Jason.- Digo sorrindo porque sei que para ele tudo não passa de uma brincadeira. Eu também já fui dessas pessoas que flertam só por diversão, só que pra mim acabou mal. Ele chega a boca perto da minha orelha para sussurrar alguma coisa, que com o pouco que eu conheço dele já sei se tratar de algo sugestivo e malicioso, então simplesmente viro a cabeça. Escuto os caras rindo dele por eu ter me afastado. - Cara, você está perdendo o jeito.- Jeremy zomba dele. - Não estou perdendo nada, é só que essa daqui está se fazendo de difícil. Mas logo, logo ela vai cair na minha. Ninguém resisti a Jason Jenks.- Ele diz com um sorriso convencido e toma um gole da sua cerveja. Eu rio e me distraio com um grupo de pessoas que acabou de entrar no bar. Meus olhos não acreditam no que veem. Eu conheço duas das pessoas que acabaram de entrar. Justin e Jax. Desvio o olhar rapidamente e tomo um gole do meu suco. Tomara que eles não me vejam, tomara que eles não me vejam. Minhas preces são ouvidas e vejo os dois indo se sentar em uma mesa no outro lado. Tento não encara-los com medo que ele sintam meu olhar e percebam minha presença. Mas é difícil ignorar Jax com aquela blusa apertada que mostra todos os relevos dos seus músculos. E oh meu Deus, como ele tem músculos. Não havia percebido isso na fogueira ontem porque ele estava com uma blusa mais folgada e uma jaqueta, mas hoje posso ver claramente como ele é forte. Se os músculos dos seus braços são visíveis mesmo agora que ele está relaxado, imagina quando ele estiver fazendo força? E como se ele já não fosse uma delicia, ele entra aqui usando suas botas e um chapéu stetson preto.
Droga, porque esse estilo cowboy tem que ser tão quente? Justin está sentado de um lado da mesa e Jax do outro, ambos estão de perfil para mim. Desde que eles não olhem para o lado tudo ficará bem. Jax se recosta na cadeira e levanta o braço, passando a mão pelos cabelos. Esse movimento faz com que sua camisa levante e um bom pedaço da pele do seu abdômen fique a mostra. Jesus. Uma onda de calor percorre meu corpo. Está calor aqui ou sou só eu? - Estou fazendo você se sentir quente, minha ruivinha?- Jason sussurra no meu ouvido. Olho para ele com olhar confuso e percebo que sem notar estava me abanando com as mãos. - É só que está um pouco calor demais hoje.- Respondo e volto meu olhar para Jax, mas infelizmente ele abaixou o braço e agora repousa a mão por cima do seu chapéu que está na mesa. Sua camisa voltou para o lugar e cobriu seu abdômen sarado, infelizmente. Se ver só aquele pedaço do seu corpo já fez isso comigo, o que vai acontecer quando eu o ver sem camisa? Nossa, de onde veio isso? Por que eu o veria sem camisa? - Eu costumo causar isso nas garotas. É o primeiro sinal, não adianta fingir, eu sei que você me quer.- Jason aproxima mais o corpo do meu e sussurra mais uma vez em meu ouvido. - É só o tempo, Jason.- Digo. - O tempo não tem nada a ver com o seu calor e você sabe disso.Bom, nessa parte ele tem razão. O meu calor é culpa de Jax Cord, e provavelmente do fato que não faço sexo há alguns meses. - Por quanto tempo mais você vai fazer esse joguinho de difícil, hein?Não respondo e sinto um sorriso se formando em seus lábios. Sua boca encosta na minha orelha e ele sussurra. - Quando é que você vai finalmente me deixar experimentar essa sua doce bocetinha?- Ele diz isso e lambe minha orelha.
Dou um pulo na cadeira e o encaro com olhos arregalados. Ele dá uma risada rouca e baixa. Olho na direção de Jax e vejo ele com a testa franzida e com um olhar zangado, e esse olhar é dirigido para Jason. Oh merda. Ele viu Jason lambendo minha orelha, ainda bem que ele não foi capaz de ouvir suas palavras despudoradas. Ele se vira e diz algo para Justin. Desvio o olhar e bebo mais um gole do meu suco. Me posiciono na cadeira o mais longe que eu posso do corpo de Jason. Olho o pessoal da mesa mas ninguém da sinal que viu ou ouviu Jason. Cruzo minhas mãos no meu colo e as encaro. Talvez seja melhor eu ir embora. - Eai, Kim.- Levanto a cabeça e vejo Justin e Jax parados em pé em frente a nossa mesa. - Oi.- Consigo dizer por fim. - Não sabia que você também estaria aqui essa noite.- Justin diz. Jax está fuzilando Jason com o olhar, ele olha para o braço dele que ainda está envolta da minha cadeira. Cruza os braços em frente ao peito, o que só faz com que seus músculos se apertem mais em sua camisa. Move o peso do corpo de um pé para o outro, parecendo impaciente. - É, eu vim relaxar um pouco com os amigos.- Digo dando um sorriso forçado. - E como é que vocês conhecem a minha ruivinha?- Jason pergunta e sua mão acaricia a pele do meu ombro nu. Me remexo na cadeira e olho para os dois ainda parados em pé. Justin levanta uma sobrancelha questionadoramente e vejo os músculos do braço de Jax se retesarem e sua mandíbula ficar tensa. - Sua ruivinha?- Jax pergunta com a voz baixa e ameaçadora. Se faz silêncio por um momento e a tensão no ar é pesada. - Vocês não gostariam de se sentar com a gente? Qualquer amigo da Kim é nosso amigo.- Louise diz amigavelmente. - Muito obrigado, mas acho melhor nós irmos.- Justin responde.
- Tudo bem então.- Ela diz e sorri. Justin olha para Jax, que ainda está tenso. Ele coloca a mão em seu ombro e dá um aperto. - Vamos, irmão.Jax relaxa um pouco e toma uma respiração profunda. - Até mais.- Ele diz olhando para todos, menos para mim e Jason e caminha até a saída. - Tchau.- Justin diz e segue o irmão. Depois que eles passam pela porta, todos soltam o ar. Como se estivessem prendendo a respiração. - Uau. Isso foi tenso.- Louise diz. Jeremy levanta e dá um tapa atrás da cabeça de Jason. - Ei, porque você fez isso?- Ele diz esfregando onde levou o tapa. - Você é idiota ou o que? Depois que apanhar do namorado dela não venha reclamar.- Ele diz. - Ele não é meu namorado.- Eu digo rapidamente. - Nenhum dos dois?- Louise pergunta. - Não. Eles são só meus vizinhos.- Com certeza não foi isso que pareceu.- Aaron diz friamente, o encaro e seus olhos estão me analisando. Seu rosto sem demostrar emoção nenhuma. - Eu brincava com a irmã deles quando era criança e passei um verão aqui. São meus amigos de infância...Quer dizer, o Justin é. Mas é só isso.Todos me olham desconfiados mas não dizem mais nada. Logo o silêncio constrangedor passa e voltamos a conversar. *** Confiro se peguei tudo que está na lista que tia Marie me deu. Me dirijo até o caixa e passo as compras. - São 43,54 dólares.- A moça do caixa me diz. Pago, pego a notinha e as sacolas com as compras e saio. Abro o carro das gêmeas e guardo as sacolas no banco de trás.
Coloco a chave na ignição e giro. Nada. Tento mais uma vez e nada. Bato com o punho fechado no volante e xingo. Tento mais duas vezes e nada. Saio do carro e levanto o capô. Olho aquele amontoado de fios e peças que eu não faço a mínima ideia do que sejam. - Não acredito. Só pode ser brincadeira.- Murmuro. - Algum problema com o carro?- Meu corpo fica tenso e meu coração acelera ao ouvir essa voz. Me viro e vejo Jax parado, mais uma vez com uma camisa colada ao corpo. Suas mãos estão nos bolsos da calça jeans. Sua camisa é tão justa que eu posso claramente ver a lombada que seu peitoral forte faz contra o tecido. Subo o olhar e vejo um sorriso no canto da sua boca. Ele sabe que eu o estava admirando e isso por alguma razão, parece o agradar. - Sim, ele não quer pegar. Não sei o que é.- Deixa eu ver.- Ele passa por mim e entra no carro. O carro reina mas não pega. Ele sai e vem ficar ao meu lado. Saio do caminho e o deixo analisar e tentar descobrir o que tem de errado com o carro das S&S. - É, parece que você precisa de uma bateria nova.- Ele diz se virando para mim. - Você não pode faze-lo funcionar?- Pergunto fazendo biquinho. - Não, ele precisa de uma bateria nova.Levanto os braços e deixo eles caírem, se chocando contra o lado das minha coxas. - E agora? Como eu vou levar as compras para tia Marie fazer o jantar?- Por favor Kim, assim você ofende. Claro que eu te levo para casa.- Ele diz. - Não quero te incomodar.- Não é incomodo nenhum, acredite.-
- E o carro das gêmeas?- Pergunto. - Vamos fazer o seguinte. Eu tenho um pouco de corda no meu carro, eu vou traze-lo até aqui e eu o reboco até a fazenda.- Isso seria incrível, obrigada.Ele balança a cabeça e vai buscar o carro. Depois de tudo pronto, ele me ajuda a subir na sua pick-up. - Eu vou precisar dessa mão.- Ele diz. - Oi?- Olho-o confusa. - Minha mão.- Ele olha para nossas mãos juntas. – Eu vou precisar dela para dirigir.- Oh, sim. Desculpe.- Solto a sua mão que eu nem reparei estar segurando. Ele entra no carro e da a partida. Graças a Deus o carro pega, só me faltava essa. Ele conduz o carro em silêncio. - Então...Me desculpe ter sido um pouco hostil com o seu namorado aquele outro dia.- Olho-o e ele está encarando a estrada a sua frente. Me viro para a janela e volto a observar a paisagem. - Tudo bem. Ele não é meu namorado.- Respondo. - Ah...Eu achei que...Bom, eu vi vocês dois juntos e ele estava...Eu achei que ele fosse.- Ele é só um amigo. Ele tem esse jeito um pouco...folgado. Mas ele é assim com todas as garotas.Ele apenas assente. Voltamos a ficar em silêncio quando de repente ele me faz outra pergunta. - Você tem?- O que?- Pergunto. - Namorado. Você tem namorado?- Não. Estou solteira.Ele assente de novo, mas acho que vi o vislumbre de um sorriso. Sei que não devia, mas não consigo me controlar e faço a pergunta que eu tanto quero saber.
- E você? Tem namorada?- Não. Eu terminei um namoro há uns 4 meses e estou solteiro desde então.Eu não devia, mas estou aliviada que ele não tenha ninguém. - Na faculdade tem muitas meninas bonitas.- Comento. - Tem sim, mas nenhuma faz meu tipo.- Ele responde e mais uma vez uma sensação de alivio me percorre. Não consigo evitar um sorrisinho. - A sua ex não estudava na UTD?- Não. Eu a conheci porque ela é a irmã de uma amigo meu.- Hum.- Digo apenas. Terminamos de percorrer o caminho em silêncio. Apenas com a musica country do radio tocando. Chegamos na fazenda e eu desço do carro antes que ele chegue a porta e a abra para mim. Ele franze a testa mas eu ignoro. Pego todas as sacolas e caminho para dentro. - Deixe que eu te ajudo com isso.- Ele tenta pegar uma sacola e sua mão encosta na minha. Dou um pulo como se tivesse levado um choque. - Não precisa, eu consigo.Chego até a porta e tenho dificuldade de abrir, já que ambas as mãos estão ocupadas. - Eu já disse que eu consigo.- Digo mais rispidamente do que eu queria quando ele faz menção de abrir a porta. Entro em casa e me viro para ele. - Muito obrigada pela carona.- Fecho a porta com o pé, na cara dele. Sim, isso foi rude. Mas eu não podia ver ou falar nem mais um segundo com ele. O caminho todo até aqui eu tinha vontade de manda-lo parar no acostamento e me jogar em seu colo. Esse homem me faz sentir sem controle. Sem controle do meu corpo ou dos meus pensamentos.
Não posso admitir isso, pessoas descontroladas fazem burrices. Burrices como se apaixonar pelo cowboy sexy de olhos cor de mel. Vou até a cozinha e deposito as sacolas na mesa com um suspiro. - Tudo bem, querida?- Tia Marie pergunta. - Tudo, é só que o carro quebrou enquanto eu estava na cidade.- E como é que você che...- Ela é interrompida por uma batida na porta. Ela vai atender e eu começo a tirar as compras das sacolas. Escuto vozes e tia Marie reaparece, com Jax logo atrás. - Seria muito gentil da sua parte.- Titia diz. - Gentil da parte de quem?- Pergunto. - Jax se ofereceu para consertar o carro. O que é perfeito, porque se não, não teria como você e as S&S irem para o colégio amanhã.Eu o olho e ele sorri, quando vê minha expressão seu sorriso some. - Eu...err...tenho uma bateria novinha lá em casa. Eu posso busca-la e voltar aqui para trocar.- Ele diz olhando para tia Marie. - Oh, maravilhoso. Muito obrigada, Jax.- Sem problemas.- Ele diz e se retira. Mas que droga, esse cara não entendeu que eu quero distância? Não posso ficar perto dele. Guardo as compras que não precisaremos para o jantar de hoje e ofereço ajuda para preparar a comida. Corro rápido até lá em cima e pego meu IPOD. Gosto de ouvir musica quando eu estou cozinhando. Coloco os fones de ouvido e começo a cortar os vegetais que tia Marie pediu. Passo a meia hora seguinte cantarolando e ajudando no preparo do jantar. Vejo que titia está falando algo, tiro os fones e pergunto. - Desculpe, o que foi?- Querida, você cuida das coisas aqui por um momento?- Ah, sim, claro.Recoloco os fones e canto junto com a Christina Aguilera.
“Ele é uma parada única, me deixa excitada Ele é um sedutor coberto de açúcar Um sedutor coberto de açúcar Whoa, yeah Bem, agora estou ficando toda preocupada e excitada Quando ele beijou minha boca, ele realmente me satisfez (me satisfaz) Os lábios dele são como cana-de-açúcar As coisas boas chegam para os garotos que esperam Doçura, querido, docinho Ele é uma parada única, te deixa quente faz todas as calcinhas caírem Doçura, querido, docinho Ele é uma parada única, deixou-me excitada fazendo minha "uh" estourar Doçura, querido, docinho Ele é uma parada única aproveite enquanto ainda está quente, querido, não pare Doçura, doce Ele tem aqueles lábios como cana-de-açúcar As coisas boas chegam para os garotos que esperam Ele é uma parada única com um grande "uh" Ele é um sedutor coberto de açúcar (O quê?) Um sedutor coberto de açúcar (Diga) Um sedutor coberto de açúcar Um sedutor coberto de açúcar” Vou mexendo meus quadris no ritmo da musica. Paro quando minha bunda se choca contra algo.
Me viro e vejo Jax me olhando com uma expressão voraz. Tiro rapidamente os fones e dou um passo para trás, encostando meu quadril na bancada. - O que você está fazendo aqui?- Pergunto. - Já troquei a bateria.- Sua voz sai roca. - Ah, sim. Tudo bem, eu aviso a tia Marie. Você já pode ir, obrigada.Me viro e fico de costas. Espero ele se retirar mas ele continua ali parado. Fecho os olhos e imploro mentalmente para que ele vá embora, porque meu corpo inteiro está dando leves tremores devido a sua aproximação e o modo intenso que ele me olhou. Espero mas ele continua atrás de mim. - Porque você ainda está aqui? Não vê que eu preciso terminar o jantar e você está me distraindo?- Me viro novamente. Ele passa a língua pelos lábios, me chamando a atenção para sua boca. Deus, como eu quero prova-la. - Porque você está agindo assim? Eu fiz ou falei algo errado?- Ele pergunta. - Não.- Então porque você me trata como se não pudesse ficar no mesmo ambiente que eu?- Porque eu não posso.Ele chega mais perto e eu tento me afastar, mas meu corpo já está encostado na bancada e não tenho para onde fugir. Tento sair pela sua direita e ele estende o braço, tento sair pela sua esquerda e ele estende o outro braço. Estou presa. Ele se aproxima mais ainda e a parte da frente do seu corpo encosta na minha. - Porque? Eu achei que a gente tinha se dado bem então, porque você me quer longe?Seu rosto se aproxima do meu, sua boca fica a poucos centímetros da minha. Suas mãos acariciam a pele exposta dos meus braços. - Porque...Porque eu...Eu.- Não consigo me concentrar com ele assim tão perto de mim. Meu Deus, sentir toda a extensão do seu corpo pressionada contra mim é de enlouquecer.
Seu rosto tão perto do meu, não sei se olho em seus olhos ou se olho para sua boca entreaberta. - Você...?- Ele me instiga a continuar. - Eu não confio em mim mesma perto de você.- Sussurro tão baixo que acho que ele não ouviu, abaixo a cabeça diante da intensidade do seu olhar. - Ah Kim...Kim.- Ele desliza a mão pelo meu rosto e segura meu queixo, erguendo minha cabeça e me forçando a olha-lo nos olhos. - Me pergunto se o seu gosto é tão doce quanto eu acho que é.- Ele sussurra. Sua boca desce na minha e nossos lábios se tocam. Tento me afastar mas ele coloca sua mão atrás da minha cabeça, me impedindo de fugir. Bato com as mãos em punhos em seu peito. Ele nem se mexe, continuo batendo com toda a força que eu tenho. Ele parece nem sentir. Sua boca continua na minha. Sua língua tenta invadir minha boca e eu pressiono com mais força meus lábios, determinada a não deixa-lo entrar. Continuo socando seu peito e ele me espreme em seus braços, limitando meus movimentos. Sua língua invade minha boca e eu solto um gemido quando ele começa a brincar com minha língua. Meus socos em seu peito são mais fracos agora, bato cada vez mais fraco e devagar, até que paro e ao invés de usar minhas mãos para tentar machuca-lo e afasta-lo as envolvo em seu pescoço. Enfio minha mão por seus cabelos e ele suspira em minha boca. A essa altura, minha língua está brincando tanto com a sua assim como a dele estava com a minha no começo. Uma de suas mãos desliza pelas minhas costas e a outra segura meus cabelos. Movimentamos nossas bocas juntos, acaricio sua língua de veludo com a minha. Sinto meus mamilos rígidos e a familiar umidade de excitação na minha intimidade. Ele morde meu lábio inferior e o puxa com os dentes. Eu gemo e o agarro mais forte, tento puxa-lo para mais perto de mim, o que é impossível visto que já estamos grudados.
Levanto minha perna e a envolvo em seu quadril. Ele passa a mão pela minha coxa desnuda e seu toque queima como ferro quente. Seu beijo é necessitado. Assim como o meu. Seguro seu rosto com as duas mãos e o beijo desesperadamente. Ele pressiona seu corpo no meu e sinto o volume da sua ereção. Isso está tão bom. Sinto como se estivesse me desfazendo em pedaços. Como se estivesse derretendo lentamente. Coloco a mãos em seu peito e o empurro. Como ele não esperava essa reação de mim, ele se afasta facilmente. Seus olhos estão desfocados pelo desejo, praticamente escorrendo luxúria. Seus ombros estão arqueados e seu peito sobe e desce ofegantemente. - Isso não...Devia...Ter...Acontecido.- Digo com dificuldade em respirar e passo por ele. Saio correndo e vou até meu quarto, tranco a porta e me recosto nela, deslizado até o chão. Coloco os dedos em meus lábios. Lembro do seu beijo. Tão apaixonado. Tão necessitado. Tão cheio de desejo. Tão gostoso. Tão intenso que fez meus joelhos fraquejarem, meu coração saltar no peito e me fez sentir como se tivesse borboletas no estômago. Escondo o rosto com as mãos e choro. Não. Não. Não. Eu não posso sentir nada por ele. Eu nunca mais vou sentir nada por ninguém. Eu não posso me machucar de novo. E eu sei que se eu me apaixonar por Jax eu vou me machucar, de um jeito que vai me quebrar completamente. Se eu deixar, ele pode fazer isso. Só pela minha reação ao seu beijo eu sei que ele tem esse poder. Eu não posso permitir que isso aconteça. Eu não vou permitir. Eu não vou me apaixonar por Jax Cord. Eu não vou.
Capítulo 6 Inesquecível
- Tem certeza que você está bem?- Pergunto. - Bom...Bem na medida do possível né.- Gwen responde. Coitada da minha amiga, aquela fuga com Aiden que deveria ter acontecido uma semana depois que eu viajei para o Texas, não aconteceu. Uma história louca sobre ele estar traficando drogas e não gostar realmente dela. A parte das drogas eu não posso dizer, afinal ele já foi um usuário, mas sobre a parte dele não gostar dela...Tem alguma coisa errada aí. Eu vi o jeito que ele olhava para ela, não tem como fingir isso. Ou será que tem? Bom, o que eu sei sobre essas coisas? Eu também tinha certeza que Jordan me amava e olha o que aconteceu. - Amiga, eu realmente sinto muito sobre tudo isso. Eu não consigo acreditar...Ele parecia gostar tanto de você.- É, eu também pensava isso. Agora não sei de mais nada.- Ela diz. - Queria estar aí para te abraçar. Quando você vem me visitar?- Pergunto. - Quem sabe nas férias de verão. Podíamos fazer uma viagem de formatura, o que você acha?- Acho ótimo.- E você Kim? A sua voz parece um pouco triste, realmente está tudo bem com você?- Sim, não tem com que se preocupar.- De verdade?Não posso contar para Gwen sobre Jax, afinal eu estou fingindo para mim mesma que ele não é importante. Mas a verdade é que não consigo tira-lo da minha mente. Posso jurar que ainda sinto o seu gosto em minha boca. - Claro, Gwen.- Kim...- O que?- Você hesitou.- Gwen, realmente, está tudo bem. Eu só estou com saudades.- Também sinto muito a sua falta.- Ela suspira.
- Você quer me dizer mais alguma coisa, não é?- Pergunto depois que ela fica em silêncio. - Sim...Bem é que...Lembra que você me deu seu celular antes de viajar?- Sim, eu me lembro.- Bom...teve alguém que ficou ligando muito.- Quem?- Pergunto. - Acho que você sabe quem...Ele.“Ele”. Jordan. Meu coração gela e eu me sento em minha cama. - Você não atendeu né.Ela permanece em silêncio. - Ah Gwen...Você atendeu.- Sim.- E o que ele queria?- Pergunto com a voz falhando. - O que você acha? Ele queria saber porque você não está mais indo para a escola e porque ele não consegue entrar em contato.- E você...?- Eu disse que você tinha ido embora da cidade.- Ela responde. - Bom. É melhor assim.- Kim...Ele...Ele ficou arrasado. Eu sei que o que o Jordan fez não foi certo, mas...Ele te ama. Eu acredito nisso.Fecho meus olhos com força e luto contra a dor no meu coração ao ouvir ela dizer essas palavras. “Ele te ama”. - Quem ama não faz o que ele fez.- Digo amargamente. - Eu sei...Mas todos nós erramos, Kim. Ele ficou perdido e fez besteira. Você não é capaz de perdoa-lo?- Do que adiantaria?- Pergunto. - Basta você estalar os dedos e ele vai correndo que nem um cachorrinho atrás de você. Eu sei, eu falei com ele. Ele estava inconsolável quando eu falei que você tinha ido embora. Tive que ficar no telefone e acalma-lo porque ele estava chorando desesperadamente.-
Coloco a mão sobre meu coração. Pensar nele sofrendo me faz sofrer também. Ele me magoou, me feriu. Mas de todos os sentimentos confusos e controversos que eu sinto por ele, nenhum é raiva. Não quero que ele esteja sofrendo. Quero que ele aprenda com seu erro e siga em frente. Pensar nele seguindo em frente com outra garota não é o melhor pensamento, mas “eu” e “ele” não podemos mais ser “nós”. Algo foi quebrado e não pode mais voltar a ser como era antes. Ou pode? Oh Deus, essa conversa está me deixando mais confusa do que eu já estou. - Gwen, por favor, essa conversa está me fazendo mal.- Oh, desculpe. Não queria te aborrecer, é só que eu achei que você deveria saber.- Tudo bem.- Tem mais uma coisa.- Ela diz meio hesitante. - O que?- Eu meio que...Meio que disse para ele...- O que, Gwen?- Pergunto me sentando na cama e com a voz preocupada. - Que você foi para o Texas.- Ah não, Gwen. Você não fez isso, você contou para ele que eu estou em Wills Point?- NÃO! Só deixei escapar que você estava no Texas, mas ele não sabe onde.- Menos mau, o Texas é o segundo maior estado dos Estados Unidos. Ele não tem como me achar aqui.- Eu realmente sinto muito Kim.- Ei, não se preocupe. Só da próxima vez, pelo amor de Deus, não deixe escapar mais nenhuma informação.- Ok. Sinto muito. Eu tenho que ir agora, tenho um encontro com o Harry.- Ok. Tchau.- Tchau. Te amo amiga.- Também te amo, Gwen.***
Savannah e eu estamos do lado de fora do salão de beleza esperando por Shanon. Fomos fazer as unhas do pé e da mão. Estou distraidamente olhado pela rua enquanto Savannah fala alguma coisa, quando de repente vejo um cowboy muito sexy do outro lado da calçada. E ele não está sozinho. Uma morena que parece usar as roupas alguns números menores que as suas está conversando com ele, bem mais perto do que eu gostaria. Me abaixo rapidamente atrás do carro de algum estranho e Savannah me olha estranhamente. - O que diabos você está fazendo agachada aí, menina?- Ela pergunta. - Shhh.- Puxo seu braço e ela fica de joelhos ao meu lado. - O que foi, Kim?- Ela sussurra. - Está vendo aquele cara do outro lado da rua conversando com aquela vadia?Ela se levanta e eu a puxo com mais violência do que eu queria. - NÃO olha agora.- Digo sussurrando. - O que foi? Quem é?- É o Jax.- Jax? Tipo, Jax nosso vizinho?- Ela pergunta. - É, Jax nosso vizinho.Me levanto devagar e só o suficiente para que eu possa ver os dois no outro lado da calçada. A morena chega perto e sussurra algo e ele ri, ela joga o cabelo para trás sedutoramente e coloca a mão no peito de Jax e faz movimentos circulares com os dedos. Abro minha boca em um “O” de espanto e desço lentamente até me sentar no meio fio, minha perna batendo no pneu do carro. Savannah vê minha expressão e me olha com a testa franzida. - O que foi, Kim? Porque você se escondeu aqui e porque você está espionando Jax?- Aquela vadia está cheia de toques em cima dele, você acredita?-
Me levanto de novo e os observo escondida. Ela continua perto demais dele, e ele não a está mandando para longe. Eu bufo. Urgh, homens são todos iguais, não podem ver uma gostosona que perdem todo o respeito próprio. Não achei que Jax fosse assim também, mas o que eu sei sobre esse cara? Continuo observando os dois conversando e cada toque que ela dá nele, tenho vontade de ir lá e quebrar a cara dela. - Savannah. Kim, o que vocês estão fazendo escondidas aí?- Shanon grita da porta do salão. Ao ouvir meu nome Jax vira o rosto e seu olhar encontra com o meu, parcialmente escondido pelo carro. Sua testa franze em confusão e eu me jogo no chão na hora. Coloco o dedo indicador na boca, implorando silêncio para Shanon. Ela caminha até nós e com as mãos na cintura nos olha questionadoramente. Olho para cima e ela parece uma gigante. - Kim?- A voz de Jax me chama e ele caminha para o lado de Shanon. Eu olho em seus olhos e dou um sorriso sem graça. - Cansei dessa brincadeira.- Savannah se levanta e sacode a poeira da calça. Jax olha para ela e depois para mim com uma expressão confusa. Ele oferece a mão para me ajudar a levantar e eu aceito. - O que vocês estavam fazendo no chão?- Nada. Coisa de menina.Puta merda! Sério, Kim? Essa é a sua melhor resposta, “coisa de menina”? Ele deve estar rindo de mim mentalmente. - Vamos meninas.- Digo para as S&S. - Espere.- Ele segura meu braço. - Você estava me espiando?- Claro que não.- Minha voz sai fraca porque a única coisa em que eu consigo me concentrar, é no calor da sua pele contra minha pele. - Vamos meninas.- Repito apresada para sair dessa situação constrangedora. - Espera, Kim.- Ele me olha torturadamente.
Tenho que sair daqui antes que eu pule em seus braços e o beije até seu cérebro derreter. - Está tudo bem, você já pode voltar para a sua...”amiga”.- Digo com um toque de amargura na voz. - Não Kim, não é assim. Eu posso explicar...- Não precisa. Você não me deve explicação nenhuma.- Digo e vou em direção ao carro, ele não me impede. - O que foi isso, Kim?- Savannah sussurra enquanto anda apressadamente do meu lado. - Agora não, S.Entramos no carro e olho para trás. Jax está de volta do lado da morena e está falando alguma coisa. Sinto uma raiva imensa por ele estar com aquela mulher. E uma raiva maior ainda por eu estar me incomodando com isso. Eu não deveria me importar com quem ele conversa, ou se ele e aquela mulher tem alguma coisa. Não deveria, mas eu me importo. E eu sei o motivo disso. Mas eu não vou admitir, por que se eu admitir para mim mesma vai ser como tornar a coisa real. E eu havia prometido para mim mesma que isso não iria acontecer de novo. Então vou trancar esse sentimento a sete chaves bem no fundo do meu coração. - Kim, será que agora você pode me explicar porque você estava espiando nosso vizinho?- Eu queria ver o que ia acontecer entre ele e aquela mulher.- Porque?- Porque...Porque...Eu não sei.As duas se olham com cumplicidade e dão um sorrisinho. - Kim, você está...Está apaixonada por ele?- Savannah me pergunta. - Claro que não.- Respondo sem hesitar. - Então porque você estava espiando ele?- Shanon pergunta. - E por que você chamou aquela mulher que você nem conhece de vadia?Savannah pergunta.
- Meninas, apenas...Chega de perguntas, por favor.Elas se olham mas não dizem nada. Seguimos o caminho para casa em silêncio. *** JAX: Caminho em direção a casa dos Careton. Preciso falar com a Kim. Dois dias atrás ela me viu conversando com a Tegan na rua e entendeu tudo errado. Achei que conseguiria explicar para ela que a Tegan e eu somos só amigos mas ela tem me evitado desde então, todas as minhas tentativas de falar com ela foram frustrantes. Hoje ela não me escapa. Como faço essa menina entender que ela não me sai da cabeça desde que eu a vi naquela festa na fogueira? Como dizer que aquele nosso beijo foi o melhor da minha vida e que eu quero mais, que eu estou viciado e preciso sentir seu gosto de novo? Sei que posso estar sendo inconveniente aparecendo perto da hora do jantar, mas pelo menos assim sei que não vai ter como ela fugir de mim. Vejo as S&S sentadas na varanda rindo. - Oi, meninas.- Digo sorrindo. - Oi, Jax.- Elas respondem. - Eu estou atrás da Kim.- Claro que está.- Shanon cochicha e elas soltam uma risadinha. - Vocês podem chama-la para mim?- Ela não está aqui. Está no estábulo com Allegra.- Quem?- Pergunto. - A égua nova que papai comprou. Kim adora ela.- Ah, sim. Eu posso ir até lá e encontrar com ela?- Claro.- Valeu.Me viro e vou em direção ao estábulo.
- Jax?- Sim?- Me viro. - Fala para Kim que a gente inventa uma desculpa para papai e mamãe. Não precisam ter pressa.- Savannah pisca e as duas riem. Essas meninas. Quando me aproximo do estábulo começo a andar com cautela. Não quero fazer nenhum barulho que denuncie minha chegada. Olho pela porta entreaberta e a vejo escovando a crina do cavalo na estrebaria. - Você gosta disso não gosta, Allegra?- Ela sussurra para o cavalo. - Você gosta que eu escove seu pelo? Você é tão linda, Allegra.Sorrio ao ver o seu carinho com o animal. Ela realmente gosta muito dessa égua. Entro devagar e vou caminhando lentamente até ela. Paro uns dois metros dela e observo seu corpo que me deixa louco. Ela está com uma saia jeans tão curta que mal cobre sua bunda. Fico me deleitando com a bela visão das suas pernas torneadas quando sou denunciado pelo relinchar do cavalo. Ela olha para trás e parece assustada ao me ver. - Jax? O que você está fazendo aqui?- Eu preciso falar com você, mas você tem me evitado.- Não tenho te evitado.- Ela diz limpando a garganta. Parece desconfortável. - Tem sim, Kim.- O que você quer? Estou ocupada.- Ela diz tentando disfarçar que minha presença a afeta, mas eu percebo sua respiração se tornar irregular, suas pupilas dilatarem e sua boca ficar seca. Eu a afeto assim como ela me afeta. Tenho certeza que ela me quer assim como eu a quero. - Eu preciso me explicar sobre aquele dia na cidade.- Eu já disse, você não tem que me explicar nada.- Mas eu quero...Eu quero te explicar, Kim. Porque eu não quero que você pense que tem algo acontecendo entre eu e a Tegan.- Porque te importa o que eu penso?-
Ela dá uma passo para trás quando eu dou um para frente. - Porque eu...Eu gosto de você.- Digo quase num sussurro. - Sinto muito, mas eu não gosto de você.- Mentira.- Eu digo e dou um passo grande, chegando até ela sem dar tempo dela fugir. - Verdade. Eu não sinto nada por você.- Vejo seus olhos marejarem. - Kim...- Chamo carinhosamente. - Não. Não se aproxime...Eu mal te conheço garoto.- Você sabe que no momento que colocamos os olhos um no outro, algo aconteceu.- Você é louco.- Sua voz falha. - Você gosta de mim. Você me quer.- Afirmo com convicção. - Se tem alguém que eu gosto, se tem alguém que eu quero, esse alguém se chama Aaron.Franzo a testa. Quem é a porra do Aaron? - Aaron?- Pergunto. - Sim, ele estuda comigo. Ele gosta de mim e eu gosto dele.- Kim, eu posso ver a mentira em seus olhos.- Não acredito no que ela diz, mas fico com a pulga atrás da orelha. Não tenho uma sensação boa a respeito desse Aaron. - Você está mentindo sobre isso apenas para me afastar. O que eu não intendo é, porque? Porque negar isso que está acontecendo entre nós?- Faço um movimento com a mão apontando para ela depois para mim. - Não existe “nós”, Jax.- Admito, essa machucou. Ela se afasta e anda até um monte de feno empilhado do outro lado, fica de costas para mim. - Vá embora, por favor.- Sua voz é triste e suplicante, e corta meu coração. Tenho vontade ir lá e abraça-la. Então é isso que eu faço. Encosto a frente do meu corpo com a suas costas e a envolvo com meus braços. - Jax...- Sua voz é apenas um sussurro, e arrepia meu corpo inteiro. Deus, como eu preciso dessa mulher. Meu corpo inteiro grita por ela.
Sinto o perfume do seu cabelo. Fecho os olhos e inalo profundamente. - Humm, seu cabelo cheira a lavanda, é uma delicia.Afasto seus cabelos do pescoço e deposito um beijo de leve. Ela suspira e coloca a cabeça de lado, me dando livre acesso. Deposito outro beijo em se pescoço, dessa vez mas lento. Abaixo a alça de sua blusa e beijo seu ombro, beijo o osso da sua clavícula e subo por ele traçando um caminho de beijos suaves. Sinto sua pele se arrepiar e seu corpo tremer. Isso só me faz ficar com mais tesão Sinto meu pau acordando para vida dentro de minha calça. A vontade que eu tenho é de ataca-la selvagemente, mas ela está tão reticente e eu não quero assusta-la. Me demoro em seu pescoço, beijando e depositando leves mordidinhas. Cada mordida arranca-lhe um gemido baixinho e a cada gemido seu, meu pau fica cada vez mais duro. Lambo o lóbulo da sua orelha e mordo devagar, puxo com os dentes e solto. Faço isso de novo e de novo. - Jax.- Sua voz sai em um sussurro e eu reconheço a necessidade nela. Faço pressão com meu pau em sua bunda e ela esfrega os quadris lentamente. Quase como se seu corpo tivesse vontade própria. Eu gemo. Seguro ambos os seios, eles enchem minhas mãos perfeitamente. Eu os aperto com força o suficiente para seu rude e Kim solta um gemido torturado. Faço círculos com os polegares e sinto seus mamilos endurecerem. Levanto sua blusa e a enrolo acima do seio. Afasto ambas as taças do sutiã e por cima do seu ombro observo seus dois lindos montes, sua pele tão branquinha e cremosa. Seus mamilos entumecidos são rosinha, como eu havia imaginado. Meu pau está latejando e se não o liberta-lo logo ele encontrara o seu caminho para fora por conta própria. Seguro seus seios, dessa vez sem qualquer tecido para atrapalhar o atrito entre nossas peles. Continuo brincando com um mamilo enquanto minha outra mão desce por seu estômago. Sinto o cós da saia e a desabotoo, abro o zíper lentamente.
Mais lentamente ainda começo a enfiar minha mão para dentro, dou tempo dela desistir. Apesar que me custaria toda a minha força de vontade parar agora, mas se ela dissesse não, eu pararia. Ela não diz nada. Sua cabeça pende para trás e ela repousa em meu ombro. Seus olhos estão fechados e sua boca entreaberta. Deslizo a mão e sinto seus cachos aparados, deslizo só mais um pouco e sinto o broto entumecido que é a fonte de todo seu prazer. Esfrego a mão e sinto o quão pronta ela está para mim. - Meu Deus, Kim. Você está toda molhadinha.Sinto ela pulsar em minha mão. Então falar sujo a excita, bom saber. Lambuzo meus dedos com sua excitação e os esfrego em seu clitóris. Kim geme alto e se contorce. Acaricio seu clitóris ora com movimentos circulares ora com um movimento de cima para baixo, com a outra mão continuo brincando com seu mamilo. Enquanto a estimulo com ambas as mãos, observo as expressões em seu rosto. Sua cabeça continua no meu ombro, seus olhos estão fechados e suas sobrancelhas franzidas. Sua boca aberta em um “o” silencioso. Retiro minha mão de dentro de sua calcinha e ouço um gemido de protesto. A viro e ela me lança um olhar torturado, eu sorrio. Passo meus dedos no seu mamilo e depois no outro, lambuzando-os com seu gozo. A puxo pela cintura e abocanho seu seio e lambo seu mamilo. Provo do doce gosto do seu néctar. Lambo o outro mamilo e chupo toda a sua umidade com a qual eu a lambuzei. - Oh meu Deus, JaxA deito lentamente sobre o feno atrás dela. Puxo sua saia para cima, cobrindo sua barriga. Abro suas pernas e a observo por um minuto. Seus seios nus, empinados e com os mamilos durinhos, suas longas pernas abertas expondo sua calcinha com uma grande mancha úmida e suas botas de cowboy. Toda essa cena me faz mais duro do que eu jamais pensei que ficaria em toda a minha vida. Meu pau dói muito. Mas ainda tem uma coisa que eu quero fazer.
Me ajoelho entre suas pernas abertas e afasto sua calcinha para o lado. Kim está segurando suas pernas e me olhando com o olhar desfocado pela necessidade. - Inferno, você é tão deliciosa, Kim.Lambo sua virilha lentamente, a provocando. - Jax...Por favor.- O que?- Por favor.- Ela suplica. - Me diga o que você quer, Kim. Com todas as letras.- Me lambe.Eu lambo sua coxa e ela solta um grunhido. - Por favor, Jax.- Você pediu e eu te lambi. Seja mais específica.- Lambe minha...Lambe minha boceta.Suas palavras percorrem meu corpo como uma descarga elétrica e fazem me sentir como um animal. Lambo bem devagar, desde sua entrada até seu clitóris, apenas uma vez. - Mais, eu quero mais. Me chupa.A olho levantando minha sobrancelha e ela apressadamente acrescenta. - Chupa minha boceta.Aproximo minha boca do seu monte de Vênus e levanto o olhar, a encarando nos olhos. - Eu vou chupar essa sua bocetinha deliciosa tão gostoso até você explodir na minha boca. E depois eu vou limpar todo o seu gozo te chupando de novo.- Minha voz sai rouca. Desço minha boca e a chupo forte. Brinco com a minha língua no seu clitóris e depois o chupo. Seguro seus pequenos lábios vaginais com a boca e os puxo enquanto os chupo e depois solto, produzindo um estalo. - Oh Jax...Meu Deus, que delicia.-
Incentivado por seus gemidos e suas palavras eu chupo mais forte e enfio um dedo dentro dela. Ela geme tão alto que é quase um grito. - Mais um.- Ela pede e eu enfio mais um dedo. Faço um vai e vem com os dedos enquanto chupo seu clitóris e seus grande e pequenos lábios. - Oh meu Deus! Oh meu Deus!Sinto seu canal se contrair e pulsar nos espasmos do seu orgasmo. - JAX.Ouvir ela gritar meu nome enquanto goza me fez ter vontade de bater com os punhos no meu peito e gritar como um homem das cavernas “ELA É MINHA”. Depois de chupar todo o seu gozo como eu havia prometido, me levanto e a puxo pelo pescoço, beijando-a desesperadamente. Brinco com sua língua e sinto sua mão acariciando minha ereção, gemo em sua boca. - Oh baby.Ela se senta direito e desafivela meu cinto e abre o zíper. Ela puxa a calça com a cueca junto e abaixa até meus joelhos. Minha ereção salta livre e vejo o olhar de admiração em seus olhos enquanto ela me observa. Sua mão envolve minha espessura. Sua mão sobe e desce, no começo devagar mas então ela aumenta o ritmo. - Oh porra, baby...Sua boca desce sobre meu membro e sinto sua língua morna acariciando meu comprimento. Ela começa a me chupar com força, enquanto usa sua mão também. - Porra, Kim. Que delicia, baby.Ela me chupa com mais força e eu jogo a cabeça para trás, completamente perdido em meu prazer. Ela faz movimentos de vai e vem com a mão enquanto chupa minhas bolas. Deus, eu já estou tão perto. Ela é o paraíso.
Ela volta a chupar meu comprimento e eu acho que vou enlouquecer a qualquer momento. Ela brinca com a língua por toda minha glande. - Porra, Kim. Isso é uma delicia...Você me chupa tão gostoso.Seguro seus cabelos para cima na cabeça e dito seu ritmo. Sinto a familiar construção do meu orgasmo. - Kim, você tem que parar, eu vou gozar.Ela continua me chupando e me lambendo ferozmente. - Kim, se você não parar agora eu vou gozar na sua boca, baby.Ela não para e eu não aguento mais. Atiro minha carga de sêmen em sua boca. - Ahhh.- Grito. Meu corpo inteiro treme, mesmo depois do orgasmo já ter passado. Vejo a garganta de Kim engolir. Porra. Eu gozei na sua boca e ela engoliu. Isso é sexy pra caralho. Ela limpa sua boca e eu despenco ao seu lado sob o feno. Tento controlar minha respiração. Fecho os olhos e respiro profundamente. - Meu Deus Kim...Você é demais...Isso foi...Foi, incrível.Ela não diz nada. Abro os olhos e a vejo arrumado o sutiã e a blusa, ela se levanta e coloca a saia no lugar. - Kim, tudo bem, minha linda?Ela ainda não disse nada então me levanto e puxo minhas calças. Afivelo o cinto e coloco a mão no seu ombro, ela se afasta. - Kim , eu fiz algo de errado?Ela apenas balança a cabeça. Escuto um choro escapar e ela se encolhe. - Kim, qual o problema?- Pergunto preocupado. Ela se vira e eu vejo lágrimas escorrendo por seu rosto. Foda. - Kim, por favor. Me diga o que está errado.- Isso está errado. Nós estamos errado.-
- O que? Do que você está falando?- Isso não devia ter acontecido. Nunca. Não devia.Ela chora e eu me aproximo. - Não chegue perto de mim, por favor. Nunca mais. Nós nunca vamos poder ficar juntos. Vamos fingir que isso nunca aconteceu.Ela se vira e sai correndo. Eu encaro o nada atordoado. Ela acabou de me pedir para esquecer o melhor sexo oral que eu dei e recebi em toda a minha vida? Não, isso não vai acontecer. Estar com Kimberley Kyle é inesquecível.
Capítulo 7 Se rendendo Não adianta, toda vez que eu fecho meus olhos as memórias voltam.
As mãos de Jax me tocando, seus lábios me beijando, suas palavras repletas de desejo. Desejo por mim. Ele disse que gostava de mim. Na hora eu mencionei Aaron, disse que gostava dele para desencorajar Jax mas foi como se ele não tivesse me escutado, ele não acreditou em mim. Ele veio e me abraçou e as coisas saíram do controle. Meu Deus, mesmo duas semanas depois ainda sinto seu toque em minha pele. Ainda tenho a sensação de ter a sua virilidade dentro da minha boca. E o pior, eu anseio por mais. Muito mais. Eu achei que se eu e ele tivéssemos esse contato sexual, eu poderia o tirar do meu sistema. Achei que essa atração que eu sinto por ele pudesse ser só isso, uma atração sexual. Mas ao invés de tira-lo completamente do meu sistema, ele se enraizou mais profundamente dentro da minha mente, e temo que dentro do meu coração também. Quero ter ele por perto mas ao mesmo tempo não quero, porque não sei se serei capaz de me controlar. Quão fraca eu sou, prometi a mim mesma não me apaixonar e na primeira oportunidade, eu fico de quatro por um cowboy gostoso. Que bela força de vontade. Foi difícil de ignora-lo quando ele tentou vir falar comigo depois daquele dia, mas eu consegui. Depois de algumas tentativas ele entendeu e parou de me procurar. Nos encontramos no Remmys um dia desses, cada um foi para o seu lado. Tentei não me importar quando eu vi que ele estava com uma mulher. Eles não estavam fazendo nada demais, apenas conversando e bebendo juntos, mas o ciúmes me corroeu por dentro. Fui eu quem o recusou, fui eu quem o ignorou. Ele tem direito de se envolver com outras mulheres. Mas só de pensar em Jax fazendo as coisas que ele fez para mim com outra...Dói muito. Tenho medo que me envolver com ele signifique sofrer, então eu o tenho afastado. Não porque eu quero ficar longe, mas porque parece o certo a fazer. Mas se é o certo, porque toda vez que eu o afasto sinto como se um pedaço do meu coração estivesse sendo tirado de mim? Não importa qual caminho eu escolha, quando se trata de Jax Cord, eu vou acabar me machucando de qualquer jeito.
Se os dois caminhos machucam, o ponto agora é escolher o que machuca menos. Eu tenho que ficar longe de Jax. *** - Nem acredito que em um pouco mais de um mês nós iremos nos formar.- Aaron diz. - É.- Respondo. - Kim, está tudo bem com você? Esses últimos dias você tem estado tão...Quieta.- Está tudo bem sim, Aaron.- Então se anime. Em poucos dias será seu aniversário, logo, logo a gente vai se formar...Só tem motivos para você ficar feliz.Ela me dá aquele sorriso encantador dele e eu não consigo evitar de sorrir também. - Você tem razão.- Falando em formatura, alguém já te convidou para o baile?- Ele me olha com seus olhinhos cheios de esperança. Ah não. Aaron tem sido um ótimo amigo desde que eu cheguei aqui, achei que a gente já tivesse estabelecido que seriamos só isso, ele até nem estava mais me tratando diferente mas acho que o seu interesse não morreu completamente. - Eu nem sei se eu vou no baile.- Como assim? Você tem que ir, Kim.- Ele parece surpreso e decepcionado com a possibilidade de eu não ir. Apenas dou de ombros. Realmente não sei se quero ir no baile, estou tão desanimada esses dias. - Ainda há tempo para pensar.- Digo. - Não muito, tem que comprar os convites, escolher um acompanhante...E as meninas não tem que escolher o vestido e esse tipo de coisa?- Mesmo assim, eu não tenho que decidir agora.- Se você decidir ir...Eu estava pensando se...Se você gostaria de ir comigo?- Ele pergunta e me dá um sorrisinho. - Aaron eu...Eu não posso ir com você.- Digo meio sem jeito e vejo sua expressão murchar.
- Porque não?- Eu até aceitaria mas...Eu não posso fazer isso com a Mitchie.- O que ela tem a ver com isso?- Ele pergunta confuso. - Meu Deus garoto, você é cego? Ela gosta de você.- Claro que não.- Ele diz. - Vocês garotos são tão cegos.- Se ela gosta de mim então porque ela vai ao baile de formatura com o Connor?Eu não sabia disso. - Ela vai?- Ele concorda com a cabeça. - Se ela era o único motivo de você recusar o meu convite, então está tudo resolvido.- Eu não sei, Aaron. Me deixe falar com ela antes, depois eu te respondo. Pode ser?- Claro, eu vou te esperar.*** Tem alguma coisa estranha aqui. Estou na cidade, dentro do carro das gêmeas e estou observando Jax. Não, não virei uma stalker. Eu apenas não poderia ignorar ele conversando com essa mulher. Não, não os estou observando porque estou com ciúmes, dessa vez é diferente. A mulher é mais velha, talvez uns 45 anos. Pelo que posso perceber, o tempo não foi gentil com ela. Está conversando com Jax e parece desesperada, ele parece exaltado. Acho que estão discutindo. Sei que não deveria estar os espionando mas não é como se eles quisessem privacidade, afinal estão no meio da calçada onde todo mundo pode vê-los e ouvilos. Jax levanta as mãos para o céu, a mulher parece estar suplicando por algo. Eles discutem mais um pouco então Jax pega sua carteira e lhe entrega algumas notas, ele diz algo para ela, dando de dedo em sua cara. Ele entra na sua pick-up e sai cantando pneu.
Que estranho. O que acabou de acontecer aqui? Quem era aquela mulher e porque Jax lhe deu dinheiro? *** JAX: Faz uma semana que Diana veio me pedir dinheiro. Se não fosse por Sally eu não daria nem um centavo a mais para essa mulher. Essa vadia egoísta precisa se tratar, não é só com a sua vida que ela está bagunçando. Deus, preciso de uma bebida. Abro a porta do Remmys e a musica invade meus ouvidos. Nem procuro por uma mesa, entro com os olhos grudados direto no balcão do bar. Levanto um dedo para o Jimmy e ele me serve. Ele já sabe do que eu preciso quando eu estou nesse humor. - Semana difícil?- Ele pergunta. - Nem me fale.Como se o universo estivesse conspirando contra mim, nesse exato momento Kim entra acompanhada de um loiro de olhos azuis. Eu já o vi antes, naquele dia em que eu quase pulei na jugular daquele outro babaca que estava lambendo sua orelha. Eles passam por mim sem nem sequer me notar. Quem é esse cara? Não gostei do modo que ele está olhando para ela. Apesar que eu não posso culpa-lo. Essa garota quer me matar, só pode. Ela está usando uma camisa xadrez com um nó na barra, deixando sua barriga a mostra. Sua saia jeans é tão pequena que deixa quase toda sua perna à mostra. Por falar em pernas, no final das suas tem um par de botas de cowboy que são sexys pra caramba. Eles se sentam junto com aquele mesmo grupo de pessoas que ela estava na outra vez. Felizmente ela senta longe do lambedor de orelhas, mas então ela senta do lado desse cara loiro com quem ela acabou de entrar, isso não é muito melhor. Apostaria minha pick-up que ele está tendo pensamentos bem sujos a seu respeito.
Memorias inconvenientes que envolvem ela, eu e um celeiro vem a minha mente. Mexo na calça tentando disfarçar a ereção que está começando a crescer. Que droga, essa mulher não pode nem entrar no mesmo lugar que eu sem que meu pau fique duro. Só de lembrar da sua boquinha delicada em volta do meu...Para, Jax. Não pense sobre isso. Chega. Ela deixou bem claro que não quer nada comigo. Eu podia jurar que ela sentia o mesmo que eu. Eu vejo o modo que ela me olha. Como se ela me quisesse desesperadamente mas algo a estivesse segurando. Ou será que eu só estou vendo coisa? Urgh. Porque as mulheres são tão confusas? Peço mais um dose e viro de uma vez só. - Com licença, pessoal. Oi...Está na hora da Line Dance.- Um cara diz ao microfone. “Good Time” do Alan Jackson começa a tocar e eu me preparo para ir embora, paro quando vejo Kim pegando na mão do cara loiro e se juntando ao grupo no meio na pista. Bom, a Kim vai participar e isso eu não vou perder. Me acomodo de novo no meu lugar e observo ela dançando os passos coreografados junto com os outros. Ela está dançando e rindo. Deus, ela é linda. Como ela consegue fazer isso comigo? Nunca senti isso por outra garota, é assustador e empolgante ao mesmo tempo. Claro que seria muito mais interessante se ela correspondesse aos meus sentimentos. Talvez eu deva insistir um pouco mais. Ela pediu para que eu não a procurasse mais e eu fiz algumas vezes, mas depois desisti. Talvez eu devesse ter insistido mais, me recuso a acreditar que esse sentimento entre nós dois é de mão única. Por algum motivo ela está me afastando, mesmo não sendo o que ela realmente quer. Eu preciso descobrir o porque disso. Eu preciso quebrar as suas barreiras. Eu quero essa mulher para mim, e nem esse loiro de olhos azuis nem ninguém vai me impedir de conquista-la.
Nem ela mesma. *** KIM: - SURPRESA.- Levo um susto com o grito de várias vozes. Coloco a mão na boca e olho para todos surpresa. Todos estão aqui. Nash, Austin, Jeremy, Louise, Jason, Mitchie, Aaron, Amanda, meus tios e primos é claro...Meu coração dá um salto...A família Cord também está. - Feliz Aniversário, Kim.Eu sorrio e abraço cada um dos meus amigos e familiares. - Você não desconfiou de nada?- Seth pergunta. - Não.- Respondo. Pensando bem, eu deveria ter achado estranho quando Jane insistiu para que eu fosse com ela fazer algumas compras em Dallas. Mas eu não me toquei que poderia ser uma desculpa para me tirar de casa para a festa surpresa. Quer dizer, meu aniversário foi há dois dias e tia Marie havia me feito um bolo com velinhas. - Mas o meu aniversário foi há dois dias.- É por isso que se chama festa surpresa. Seria meio óbvio fazer uma festa surpresa bem no dia do seu aniversário, não acha?- Tia Marie diz enquanto coloca em mim um daquele chapeuzinhos de festa. Depois de cantar os parabéns eu distribuo um pedaço de bolo para cada um. Fazia tempo que eu não ria e me divertia tanto assim. Como é bom estar com pessoas que você gosta e se importa. Vou até a cozinha colocar alguns pratos na pia para desentulhar um pouco a mesa da sala. Me viro e vejo Jax encostado no batente da porta me encarando enquanto come um pedaço de bolo. - Oi.- Ele diz e sorri. - Oi.- Tento passar por ele mas ele segura meu braço. - Ei, espera um minuto. Eu quero falar com você.- Eu preciso voltar para a festa.-
- Eles não vão ligar se eu te roubar um pouquinho.- Ele me dá uma piscadinha e sinto aquelas malditas borboletas em meu estômago de novo. - O que você quer?- Pergunto dando um suspiro. Vejo seus olhos brilharem com malicia e um sorriso se formar em seus lábios. - Quero dizer, o que você quer falar comigo?- Só quero te dar o meu presente.Ele caminha até o balcão e deixa seu prato lá, coloca a mão dentro do bolso da calça e tira um saquinho. Ele joga e eu o pego no ar. Olho-o confusa e abro o saquinho, despejando o conteúdo na palma da minha mão. É uma pulseira com três pingentes. Um é de uma bota de cowboy, outro é um chapéu e outro é uma estrela. Bota, chapéu, estrela. Entendi...Texas. - Pra mim sempre me lembrar do Texas?- pergunto dando um sorriso. - E de mim.- Meu sorriso some. - Ann...Muito obrigada, é linda.Coloco-a em volta do meu pulso e me atrapalho com o fecho. - Deixa que eu te ajudo.- Ele diz. - Não, tudo bem, eu consigo.Ele revira os olhos e me puxa para perto dele. Perto demais. Ele fecha a pulseira e a observa por um momento. - Perfeito. Assim sempre que você olhar para essa pulseira você vai lembrar de mim. Mesmo que eu não esteja perto.- Obrigada. Eu gostei muito.- Digo um pouco desconcertada com a nossa proximidade. - Ann...Acho melhor voltar.- Faço sinal com a mão em direção a sala cheia de gente. Me viro mas ele segura meu braço. - Espera. Você tem um pouco de chantilly do bolo no canto da sua boca.Passo a mão pelos cantos da boca e ela sai limpa.
- Não tenho não.- Digo. Ele pega um pouco de chantilly do prato no balcão com o dedo e suja o canto da minha boca. - Agora você tem.- Ele abre aquele sorriso matador e eu quase fico de quatro. - Jax.- Digo exasperada, levo a mão em direção a minha boca mas ele me para. - Deixa que eu limpo.- Ele diz em uma voz baixa e rouca. Ele se aproxima e lambe o chantilly da minha boca. Fecho os olhos e sinto todas as minhas entranhas virarem geleia. Oh Deus, eu juro que estou tentando, mas ele não está ajudando em nada. - Prontinho, você está limpa. Acho que você se lembra o quão bem eu sei usar minha língua, não é?- Seu sorriso safado e as lembranças que suas palavras invocam me fazem gemer. Seu sorriso fica mais largo ainda. - Isso mesmo, acho que você se lembra.Ele vai em direção a porta mas então volta e para bem atrás de mim. Sinto sua respiração no meu pescoço. - Esteja no estábulo hoje, a meia noite.- Ele sussurra em meu ouvido e então se vai. *** São 23:10 e eu estou deitada na minha cama olhando para o teto sem conseguir dormir. Será que ele estava falando sério sobre estar no estábulo a meia noite? Será que eu devo ir? Não, é melhor não. É melhor eu continuar o evitando. Olho a pulseira no meu braço. Não posso evitar de pensar se eu realmente estou fazendo o certo em fechar meu coração para o amor. Quando eu penso no Jax e eu juntos parece tão...Certo. Será que eu estou cometendo o maior erro da minha vida em não me permitir tentar ser feliz com um homem de novo?
Maldito Jax. Me levanto e coloco minha calça e meu casaco. Desço as escadas silenciosamente e pego uma lanterna. Já na varanda, olho na direção onde está o estábulo. Respiro fundo. Por favor, não quebre meu coração Jax. Quando me aproximo do estábulo eu o vejo. Ele está encostado na sua pick-up olhando o céu. Meu Deus, como alguém pode ser tão perfeito? Nesse momento, vendo ele tão lindo iluminado pela luz prata do luar, eu percebo que estou completamente apaixonada por ele. Eu não deveria ter vindo, quando eu penso em me virar e correr para casa seu olhar encontra o meu e ele sorri. É oficial, eu estou ferrada. Respiro fundo e caminho até ele. - Estava começando a achar que você não viria.- Ele diz parecendo aliviado. - Eu não ia.- E mudou de ideia porque?- Porque...Porque eu...Eu.- Fecho os olhos e respiro fundo. – Porque eu não consigo mais ficar longe de você. Eu não quero mais ficar longe de você, Jax.- Finalmente.- Ele sorri e vence o espaço que nos separa com um longo passo. Antes que eu possa falar qualquer coisa, ele me segura em seus braços e me beija. Envolvo meus braços em seu pescoço e por um momento me permito esquecer todas as minhas preocupações, magoas e medos. Beijo-o tão apaixonadamente quanto eu consigo. Não sou muito boa com palavras então tento mostrar o quanto eu o desejo através desse beijo. Acaricio sua língua com a minha e me embriago com a sensação maravilhosa que é estar em seus braços. Quando me afasto quebrando o beijo, ambos estamos sem fôlego.
Ele ainda me mantem em seus braços e encosta sua testa na minha. - Kim, eu te quero tanto. Sinto que eu vou enlouquecer se eu não puder ficar com você.- Sinto muito...Eu...A gente não...- Nem pense em falar que nós não deveríamos ter nos beijado. E nem pense em fugir, porque dessa vez eu não vou permitir você ir tão facilmente.Ele me aperta mais forte, provando seu argumento. - Você vai ficar aqui e vai me dizer o porque você continua tentando fugir mesmo quando o que você quer é ficar.- Ele diz seriamente e me olha nos olhos. Será que está na hora? Será que eu estou pronta para contar tudo sobre meu passado para Jax? Talvez seja melhor contar mesmo, talvez ele fique com raiva de mim e não queira mais nada comigo. Fecho meus olhos bem apertado enquanto eu tomo a minha decisão. Quando eu os abro vejo um par de olhos cor de mel me encarando pacientemente. - Ok, eu vou te dizer. Mas é uma longa história.-
Capítulo 8 Juntos
Jax e eu estamos deitados sobre o cobertor que ele gentilmente estendeu na parte de trás da sua pick-up. Observamos o céu estrelado em um silêncio paciente enquanto eu coloco as palavras na ordem certa dentro da minha cabeça. Jax não me força a falar, ele simplesmente espera até que eu esteja pronta. Inspiro e expiro profundamente algumas vezes. - O nome dele é Jordan...- Começo a falar em uma voz fraca e baixa. -...Nós nos conhecemos em uma festa. Ficamos durante as férias e quando eu voltei para a escola estávamos namorando escondido. Não contei para ninguém além da minha melhor amiga, Gwen, porque ele é mais velho e os meus pais sempre acharam que eu deveria terminar meus estudos e depois pensar em garotos.- Dou uma risada amarga, quem me dera eu tivesse feito isso. - A Gwen acabou namorando o amigo dele, Aiden, então sempre saiamos nós quatro. Aiden e Jordan tinham um circulo de amigos bem...inconvencional, podemos dizer. Eles participavam de corridas ilegais, rachas. Bom, na verdade o Jordan não corria, era só o Aiden. Mas enfim, tanto a Gwen como eu, mentíamos para nossos pais e saiamos escondidas para irmos com nossos namorados até essas corridas, conhecidas como “encontro V8”.Paro de falar e olho para Jax. Ele está olhando para mim, seu rosto não mostra nenhum julgamento. Ele apenas está escutando atentamente o que eu estou dizendo, sem fazer julgamentos pré-concebidos a respeito do caráter dos meus amigos. Eu gosto disso, eu gosto que ele seja assim. Me deixa mais tranquila para continuar. - Jordan sempre foi ciumento, mas eu não ligava, achava bonitinho. Mesmo quando eu estava com ele, eu...Eu flertava com outros caras. Mas eram flertes inocentes, eu nunca trairia ele ou qualquer outro cara com quem eu estivesse. Era tudo uma brincadeira pra mim. Eu amava ele com todas as minhas forças, eu nunca trocaria ele por outro cara. Nunca.- Paro por um momento para retomar o fôlego e tentar controlar as lágrimas que já estão querendo escapar dos meus olhos. - Eu a Gwen estávamos na festa de aniversário de um colega nosso, eu encontrei com um conhecido e nós começamos a dançar. Jordan apareceu e me viu dançando com esse cara, o problemas é que nós estávamos dançando digamos que, de um jeito que uma pessoa comprometida não deveria dançar com outro cara, se não seu namorado. Como eu falei eu gostava de flertar inocentemente com outros caras, sem nunca chegar realmente a fazer alguma coisa...Jordan ficou
furioso, e com razão é claro. Ele terminou comigo e eu fiquei arrasada. Me sentindo péssima por que eu sabia que ele tinha razão e a culpa foi toda minha. Eu não poderia suportar perder ele, eu nunca havia amado alguém como eu amava ele...Nós ficamos um tempo separados e foi horrível, eu não tinha vontade de fazer nada, eu me sentia tão péssima. Até que os nossos amigos, Gwen e Aiden, resolveram tentar nos juntar, eles obrigaram eu e Jordan a conversarmos. Nesse dia, eu fui para o apartamento dele, nós conversamos, brigamos, gritamos mas no fim acabamos fazendo as pazes. Em algum momento da nossa reconciliação as coisas começaram a esquentar e...Nós acabamos...Eu acabei perdendo minha virgindade com ele.Paro de falar porque estou com muita vergonha de contar isso para ele. - Kim, olhe para mim.- Ele diz suavemente. Eu viro meu rosto e encontro seu olhar preocupado. - Por favor, me diga que esse cara não te machucou.- Ele parece com raiva. - Não, ele foi muito gentil. Ele me tratou muito bem e não me machucou.Ele respira aliviado. - Eu estava tão feliz por estar com ele de volta, me sentia completa novamente. Quando eu fui me vestir para ir embora, eu encontrei uma calcinha no canto, obviamente não era minha. No começo ele negou que soubesse de quem era mas depois ele confessou que...- Não consigo mais segurar as lagrimas, pensar no Jordan com outras mulheres dói demais. -...Ele confessou que no tempo em que ficamos separados ele transou com muitas mulheres, muitas ele nem sabia o nome. A calcinha que eu encontrei foi de uma mulher que ele tinha levado para cama na noite anterior. Você entendeu? Eu dei a minha virgindade para um cara que eu amava e que eu achei que me amava também, mas ele tinha dormido com uma qualquer na noite anterior, ele tinha levado ela para a mesma cama que ele me levou.Não aguento mais e começo a chorar, Jax estende o braço e me puxa para me deitar em seu ombro. Sentir seus braços em volta de mim me acalma, sinto como se nada pudesse me machucar enquanto eu estou assim. Como se ele fosse minha fortaleza impenetrável. - Sinto muito, Kim.- Ele sussurra. Eu me forço a me acalmar, ainda tenho que contar o resto. - Tem mais.- Murmuro.
- Você quer me contar?- Sim.- Eu quero, eu preciso. Agora que eu comecei não tem como parar, preciso colocar tudo isso para fora. - Depois disso eu fiquei pior do que eu estava quando a gente terminou a primeira vez. Descobrir que para ele nós valíamos tão pouco, ao ponto dele dormir com outras logo depois de nós terminarmos foi horrível. Eu sei que fui eu a primeira a errar, mas eu nunca, nunca Jax, beijei outro cara enquanto nós estávamos juntos, nem depois que ele terminou comigo. Eu não queria mais ninguém, porque eu o queria, eu o amava. Mas parece que para ele foi muito fácil, porque a verdade é que ele não me amava como ele dizia me amar. Para piorar eu acabei brigando muito feio com a Gwen, eu achei que ela havia me traído também mas a verdade é que ela só estava pensando no meu bem. Mas como eu estava muito machucada, eu preferi acreditar que todos a minha volta eram traidores como o Jordan. Foi um erro tão grande afastar a Gwen, porque eu fiquei sozinha para lidar com...Com a minha...Gravidez.Sinto Jax tencionar os músculos do corpo e puxar uma lufada de ar. Espero mas ele não diz nada, então continuo. - Eu estava gravida do Jordan, aquele dia que nós transamos foi tudo tão rápido e intenso que ambos esquecemos de usar camisinha. Eu fiquei desesperada quando descobri, não sabia o que fazer, estava com medo e assustada...E sozinha. Não contei para Jordan e nem para ninguém sobre o bebê.Sinto seus braços me apertarem mais forte, como se ele estivesse me dizendo sem palavras que eu não estou mais sozinha. Eu sorrio e envolvo sua cintura com meu braço e o abraço forte. - Eu entrei em um estado caótico...Comecei a frequentar o encontro V8 de novo, mas dessa vez sozinha. Eu estava tão furiosa com a Gwen e o Jordan e com todo mundo que acabei me aproximando de pessoas perigosas. Ace era mais um que frequentava e participava dos rachas, Aiden já havia nos avisado que ele era perigoso. Ele até já havia tentado estuprar a Gwen e se não fosse Aiden aparecer na hora certa ele teria conseguido. Eu estava me sentindo tão frágil e ele se aproveitou disso. Eu falei sobre o bebê e ele disse que ia cuidar de mim e do meu filho. Nós começamos a nos...envolver.- Digo a palavra cuidadosamente e enfaticamente, para que ele entenda o que quero dizer sem que eu precise dizer com todas as letras que eu e Ace estávamos transando.
- Comecei a correr junto com ele nos rachas, comecei a frequentar seu apartamento e a ir em festas com ele. Festas regadas a bebidas, drogas e sexo. Eu recusava qualquer coisa que ele me oferecia por causa do bebê, mas ele se drogava junto com seus amigos e eu ficava ali no meio. Me sentindo perdida, presenciando coisas que eu gostaria de não ter visto. Mesmo ele sendo assim eu precisava dele, ele era o único que eu poderia conversar sobre meus medos a respeito do meu filho porque ele era o único que sabia. Eu iria contar para os meus pais, mas não sabia como, e eu estava com tanta vergonha. Acabou que não deu tempo...Em uma das corridas...Eu vi que ele tinha bebido demais mas mesmo assim entrei no carro com ele.Fecho os olhos e as imagem vem a minha mente. Ace correndo, ultrapassando o sinal vermelho, o caminhão tentando frear e batendo no nosso carro, a dor muito forte na minha cabeça e depois a escuridão. - Cruzamos um sinal vermelho e um caminhão bateu em cheio no nosso carro. Ace morreu na hora, eu acordei no hospital. Havia passado por uma cirurgia e teria que ficar em observação mas ficaria bem. Mas o meu filho...O meu filhinho...- Não consigo terminar de dizer e começo a chorar novamente, escondo meu rosto no peito de Jax e choro compulsivamente enquanto ele me segura, oferecendo um consolo silencioso. - Você perdeu o bebê.- Ele diz tão baixo que eu mal o escuto. Balanço minha cabeça e choro mais. - Eu matei meu filho.- Digo as palavras que passam pela minha cabeça desde o momento que a enfermeira me disse que eu havia perdido meu filho, palavras que eu nunca havia dito em voz alta antes. - Não. Kim, não diga isso, nunca mais. A culpa não foi sua.- Ele diz com uma voz repreensiva. - Foi sim. Eu nunca deveria ter me envolvido com Ace, eu nunca deveria ter entrado naquele carro. A culpa foi toda minha.- Digo entre soluços. - Kim, a culpa foi desse Ace. Você estava emocionalmente instável, você estava passando por um momento difícil e não estava agindo como você mesma. Ele se aproveitou disso...A culpa é dele, só dele.Não tem sentindo discutir sobre isso, ele nunca vai entender. Apenas o abraço e choro até não ter mais lágrimas.
Ficamos em silêncio, observo as estrelas e sinto a mão de Jax acariciando minhas costas. Eu achei que ele iria me culpar pela morte do meu filho, eu achei que ele iria me olhar horrorizado e nunca mais iria querer me ver. Mas não. Ele está aqui, ele ainda está aqui e ele está me abraçando, me consolando e me oferecendo seu apoio. Meu coração aquece e eu sinto esperança. Talvez eu ainda possa ser feliz...Com Jax. - Por causa de tudo isso que você passou que você estava fugindo de mim?- Ele pergunta. - Sim. Eu sofri tanto e fiquei apavorada que alguém pudesse me fazer sofrer assim de novo. Eu havia decidido não me apaixonar nunca mais.Ele dá uma risada. - Kim, você sabe que a gente não controla isso, não é?- Eu sei.- Sorrio. – Mas eu não estava pensando logicamente, só estava querendo evitar que eu sofresse de novo. Acho que o meu modo de autopreservação estava falando mais alto que qualquer outra coisa.- Eu intendo. Mas Kim...Nem todos são como Jordan ou Ace. EU não sou como eles, eu nunca faria nada para te machucar.- Eu sei.- Sabe mesmo?- Agora eu sei.- Bom. Porque se eu precisar te provar eu provo. Eu só quero uma chance com você, quero uma chance de te fazer feliz e de ser feliz também. Eu nunca me senti assim, eu preciso de você, Kim. Por favor, diga que você precisa de mim também. Diga que você vai me dar uma chance de te fazer sentir completa de novo.Levanto minha cabeça do seu ombro e o encaro nos olhos, espalmo minha mão sobre seu peito, em cima do seu coração. - Eu preciso de você, Jax. Eu tentei não me apaixonar por você, tentei muito. Mas eu não tenho mais forças para lutar contra o que eu sinto por você. É forte demais.- Kim...- Ele sussurra meu nome e acaricia minha bochecha com sua mão.
- Jax...- Sussurro seu nome e sorrio enquanto algumas lágrimas escorrem pelo meu rosto. - Eu vou garantir que de agora em diante as únicas lágrimas que você derrame sejam de felicidade.- Ele diz enxugando meu rosto. Sua mão puxa meu rosto para baixo e minha boca desce em direção a sua. Ele me beija gentilmente. Nosso lábios lentamente se movendo um com o outro. Sua língua invade minha boca e brinca com a minha. Ele deixa uma mão no meu rosto e a outra na minha cintura. Ele usa seu peso para me virar e eu me deito, seu corpo descansa em cima do meu. Enfio minha mão em seus cabelos e o beijo apaixonadamente. Deus, me sinto tão feliz. Não achei que fosse me sentir tão feliz assim de novo. Eu e Jax nos beijamos como se estivéssemos famintos um pelo outro. Sinto meu peito inflar e eu paro de beija-lo e sorrio. Meu sorriso é tão largo que minhas bochechas doem. Olho em seus olhos e ele sorri, seu sorriso tão largo e sincero como o meu. - Então você é a minha namorada?- Só se você quiser que eu seja.- Digo brincando com seu cabelo. - É o que eu mais quero.- Ele diz. - Então eu sou.- Minha namorada.- Ele diz sonhadoramente. - Sua namorada.- Repito. Ele sorri e eu vejo felicidade e carinho tão verdadeiros naquele sorriso que sinto meu coração derreter. - Eu sou louco por você, Kim.- Ele sussurra antes de sua boca tomar a minha novamente em um beijo apaixonado. Ah, Jax. Eu também sou louca por você. Estou completamente apaixonada por você. Meu namorado.
CapĂtulo 9 Formandos
Estou a caminho da casa dos Cord para o jantar. Eu já conheço todos da família mas Jax insistiu que ele queria me apresentar de novo, dessa vez como sua namorada. Ele não contou nada para os seus pais sobre nós, ele apenas disse que iria levar sua nova namorada para jantar lá hoje. Só quero ver a cara deles quando perceberem que sou eu. Tomara que eles não fiquem decepcionados. Eles sempre foram muito legais comigo, mas já gostar de mim para ser a namorada do filho deles é outro assunto. Coloquei o vestido melhorzinho que eu tenho. Seja o que Deus quiser. Bato na porta e espero. - Oi Kim.- Alyssa diz quando abre a porta. - Oi Alyssa, boa noite.- Boa noite. E o que a trás aqui, querida?Abro a boca para responder mas Jax aparece atrás dela e coloca a mão no seu ombro. - Ela está aqui para o jantar, mamãe. A Kim e eu estamos namorando.Primeiramente ela me olha surpresa, depois vejo um sorriso espalhar pelo seu rosto e me sinto mais confiante. - Oh meu Deus. Eu não fazia a menor ideia que vocês...Bom, enfim...Isso é ótimo, entre Kim.Eu entro e Alyssa me dá um abraço. - Vamos lá para a sala. Todos estão curiosos para conhecer você.- Ela ri e pisca para mim. - Papai, Justin e Holly...Quero apresentar a minha namorada, Kimberley Kyle.- Jax me puxa para perto dele quando diz essas palavras e eu vejo o sorriso enorme que ele dá quando diz “minha namorada”. Mark dá um sorriso satisfeito assim como sua mulher, Alyssa, deu. Holly sorri mas tem algo estranho, não sei dizer o que é. Ela me olha com raiva, talvez? Não sei. Justin está olhando para a mão de Jax na minha cintura e está dando aquele sorriso safado dele. Ele se aproxima de Jax ainda com o seu sorriso na cara e levanta as sobrancelhas sugestivamente. - Sortudo do caralho.Vamos todos nos sentar na mesa para o jantar que já está pronto.
Conversamos sobre como as coisas aconteceram entre Jax e eu, e é claro, deixamos todas as partes complicadas de lado. - Me alcança o purê de batata, por favor.- Mark pede. - Estou tão feliz que o Jax está com alguém como você, Kim.- Alyssa diz enquanto entrega a travessa para Mark. - Eu também. Boa escolha filho.- Mark diz se servindo do purê de batata. - Está cada vez mais difícil achar meninas decentes hoje em dia. Meninas lindas, meigas e inteligentes como você, Kim, são raras de se encontrar.- Alyssa diz. - Linda, meiga, inteligente e gostosa não é não irmão?- Justin diz rindo e dando um tapa nas costas de Jax mas logo fica sério quando vê a cara dele. - São tão raras e mesmo assim Jax conseguiu encontrar duas seguidas, que sorte hein irmão.- Não entendi o que a Holly quis dizer com isso e também não entendi porque ela enfatizou a palavra “irmão”. - Duas seguidas?- Pergunto franzindo a testa. - A Nell, aquele minha ex que eu falei para você, lembra?- Ah sim, lembro.- Me recordo que ele havia me dito aquela vez em que o meu carro quebrou e ele me deu carona, que ele tinha terminado um namoro há uns meses atrás. - Ela também era linda, meiga, inteligente e muito gostosa, não é Jax?- Holly diz e não consigo entender o tom provocador na sua voz. O que deu nessa garota hoje? Faz um silêncio constrangedor e eu encaro meu prato de comida. - Bom, é...A Nell realmente era uma boa pessoa, mas ambos concordamos que não daria certo.- Jax diz parecendo desconfortável. Silêncio constrangedor novamente. - Ok. Quem quer sobremesa?*** - OK. O que você acha desse?- Savannah me pergunta. - Humm...Não sei.- Respondo. Savannah coloca o vestido no lugar e solta um grunhido frustrado. - Kim, você não gosta de nenhum.- Ela reclama.
Savannah e Shanon estão me ajudando a escolher um vestido para o baile de formatura. Pois é, eu vou. E tem mais, eu vou com o Aaron. Eu tinha conversado com a Mitchie e ela realmente está indo com o Connor. Ela me garantiu que tudo bem se eu fosse com o Aaron. Então eu aceitei, mas isso foi antes de eu e Jax começarmos a namorar. Ele não sabe que eu estou indo ao baile com o Aaron e eu não tenho muita certeza qual será sua reação quando eu contar, mas acho que não será um problema. - Ok. Que tal esse? É muito bonito.- Shanon pergunta esperançosamente. Estou dando algum trabalho para essas meninas, até agora nada tem me agradado. Faço uma careta e balanço a cabeça. As S&S soltam um suspiro juntas e começam a procurar por outros vestidos. Eu também vou olhando pelos inúmeros vestido de diversos modelos, tecidos, tamanhos e estampas que estão pendurados nas araras. - Kim, olha esse. É perfeito.- Savannah quase grita de tanto entusiasmo. Eu olho o vestido, ele realmente é muito bonito mas talvez um pouco sexy demais para uma cidadezinha como essa. Faço uma careta enquanto analiso melhor o pedaço de tecido em sua mão. - Ah qual é, não vai dizer que não gostou desse. Ele é maravilhoso, você vai arrasar nele.- Ele é bonito, mas talvez um pouco...- Perfeito? É, ele é. Agora, lá para dentro.- Ela me entrega o vestido e me empurra para o provador. Depois de colocar o vestido eu fico me encarando no espelho. - Kim, precisa de ajuda?- Não.- Então saia logo que a gente quer ver.O vestido azul bebê é longo e tomara que caia. Do lado esquerdo tem uma fenda que deixa quase toda a perna a mostra. Na região das costelas, do mesmo lado da fenda, há cortes que deixam pedaços de pele a mostra desde da região do busto até um pouco a cima do osso da cintura. Esse intervalos de cortes e tecidos são decorados com brilhos.
Ele realmente ficou muito lindo no meu corpo. - Preparadas?- Pergunto sorrindo. - Sim. Saia logo, garota.Abro a porta do provador e saio. A boca das S&S formam um “O” e elas vem na minha direção e olham como ficou a parte de trás do vestido. Que aliás, por causa dos cortes na área da costela, deixa um bom pedaço das minhas costas a mostra. - Kim, você tem que levar esse.- Sim, você tem. Definitivamente.- As duas dizem e balançam a cabeça concordando. - Será?- Pergunto. - O Aaron vai morrer.- Shanon, eu estou namorando com o Jax, eu não quero ficar bonita demais para outro cara. Talvez eu deva levar aquele ali que...- Nem pensar, Kim. O eleito é esse.Acabei levando esse vestido mesmo, as S&S insistiram tanto. Agora tenho que encontrar um sapato. *** Jax e eu estamos andando de mãos dadas, ele quer me mostrar a fazenda da sua família. Ela é muito grande assim com a da minha. Estamos andando calmamente e conversando sobre o que eu quero fazer depois de me formar no colégio. - Eu realmente não tenho um plano certinho sabe. Acho que eu vou pensar nisso quando chegar a hora.- A hora já está aí, Kim. Você vai se formar em uma semana.- Ele diz. - Eu sei. É só que eu estou meio...Perdida.- Suspiro. - Ei, porque você não vai para a faculdade em Dallas?- Você quer dizer me inscrever na UTD?- Sim. Isso seria perfeito. Você continuaria podendo morar aqui, você continuaria dando um tempo dos seus...Ann...Problemas que você deixou na sua cidade, você faria uma faculdade, que os seus pais tanto querem. E é claro, a gente poderia passar mais tempo juntos já que ambos estudaríamos no mesmo lugar.- Ele diz
todo animado. Não posso deixar de sorrir com as tentativas de argumentos dele para tentar me convencer a ir para a UTD. - Ainda dá para se inscrever? Não está meio em cima da hora?- Pergunto. - Talvez...Eu vou ver, e vou trazer uns panfletos para você também.- Obrigada.- Sorrio e dou um selinho em seus lábios. - Aproveitando que estamos falando da formatura e tal...Como você sabe vai ter o baile, e eu vou.- Já esperava por isso...Quer dizer que algum cara te convidou?- Ele pergunta normalmente. - Sim.- Mas que pergunta besta, é claro que algum cara iria te convidar. Aposto que você recebeu mais de um convite.- Ele diz dando uma risadinha. - Recebi sim, mas eu aceitei o de um amigo meu. Ele me convidou antes de a gente resolver tudo entre nós, mas mesmo assim eu queria te avisar e ver se está tudo bem pra você.- Desde que esse moleque saiba manter as mãos, a boca e outras partes do corpo longe de você, está tudo bem...Quem é ele?- Um amigo...O nome dele é Aaron Jenks.- Respondo. Jax franze a testa e para de repente. - Peraí...Aaron? O mesmo Aaron que você mencionou aquele dia no celeiro, que você disse que gostava e que queria e que ele gostava de você também?- Sim, mas...Aquele dia eu falei aquilo só para tentar te desencorajar.- Explico. - Então não é verdade?- Claro que não.- Você não gosta dele?- Jax! Claro que não, se eu gostasse dele eu estaria namorando com ele, não com você.- Digo o óbvio. - E ele não gosta de você?Fico em silêncio porque não sei exatamente como responder. Será que o Aaron gosta de mim ou é só uma atração? - Kim...Ele gosta ou não gosta?-
- Bom...- Digo fazendo uma careta e minha voz sai meio esganiçada. - Ele gosta.- Ele diz numa voz baixa e seria. - Não é nada demais. Ele é só meu amigo, Jax.- Deve ter um motivo para você ter usado justo ele aquele dia, quando você poderia ter falado o nome de qualquer outro cara...Ou até mesmo inventado um.- Eu simplesmente pensei nele.- Ah então você pensa muito nesse tal de Aaron?- Ele diz colocando as mãos na cintura, se ele não tivesse com uma cara de bravo eu até poderia dar risada do seu jeito. - O que? Não...- Não tenho mais tanta certeza se eu estou bem com esse baile.- Ele diz e volta a andar. Pego seu braço e o viro para mim. Abraço sua cintura e dou vários beijinhos no seu rosto, até que ele não aguenta mais manter a expressão seria e sorri. - Jax, não precisa se preocupar. Aaron é só um amigo pra mim. E se você está pensando sobre aquilo que eu te contei sobre os flertes inocentes, acho que você entendeu que eu não faço mais isso. Aprendi a lição.Agora ele me olha culpado. - Não Kim, eu não pensei nisso. Eu sei que você é uma pessoa em quem eu posso confiar, o problema é...Bem, o problema são os caras. Principalmente os do ensino médio, ele só pensam em sexo. Acredite em mim, eu já fui um deles. E você é gostosa demais...- Sorrio para ele. - Nada disso importa. A única pessoa que eu quero é você. E quando um não quer, dois não fazem.- Você tem razão.- Ele me abraça. - Eu sei, eu sempre tenho.- Digo em tom de brincadeira e rio. - Linda.- Ele dá um beijo na ponta do meu nariz. - Lindo.*** JAX: - Então, o que exatamente você planeja fazer?- Justin me pergunta.
- Eu quero ir lá e ter uma conversa com esse cara. Deixar bem claro o que vai acontecer se ele passar dos limites com ela.- Respondo. - Eu achei que você não o conhecesse. Como você vai saber quem ele é?- Eu pedi para a Holly descrever ele, e pelo que ela falou eu acho que já vi o cara algumas vezes, lá no Remmys.- Digo. - Eles vão sair a qualquer momento.- Assim que eu digo isso o sinal do colégio toca. Alguns alunos começam a sair e eu fico de olho. Me celular vibra, é uma mensagem da Holly. HOLLY: Se você realmente for fazer isso, ele está com uma camisa do time de futebol da escola. Não esqueça, ele é alto, do seu tamanho mais ou menos, olhos azuis e cabelos loiros. - Era a Holly, ele está usando uma camisa do time da escola.- Justin assente e continua procurando. - Ei, não é aquele dali?- Olho para onde Justin está apontando. - Sim, aquele é o cara que eu vi com ela no Remmys.- Espere um pouco, ele está com os amigos.- Ele segura meu braço quando eu faço menção de abrir a porta. - E dai?- E dai que é melhor irmos falar com ele sozinho. Ele vai se sentir mais intimidado.- Eu não quero que ele se sinta intimidado.- Respondo. - Cara, esse não é o ponto do que estamos fazendo aqui? Intimidar o cara para ele não dar em cima da sua garota?- Sim, mas não quero que ele pense que eu sou um psicopata ou algo do tipo.- Ainda acho melhor você esperar ele ficar sozinho.Paro e penso por um momento. - Ok. Mas eu vou sozinho então, você fica no carro.- Ah cara, nem pensar. Você quer me deixar de fora da parte divertida?- Justin, isso não é uma brincadeira. Eu vou lá e vou garantir que esse moleque entenda que é melhor ele não ficar de gracinha pra cima da Kim no baile amanhã. E você fica aqui, ok?-
- Ok.- Ele diz emburrado. Cara, as vezes parece que ele tem 21 anos e eu 25, e não o contrário. Saio do carro e vejo Aaron caminhando para o estacionamento...Sozinho. Essa é a minha hora de atacar. Caminho em sua direção com passos firmes e decididos. - Aaron Jenks?- Chamo e ele se vira.- Sim, sou eu. Quem é você?- Eu sou o namorado da garota que você gosta.- Digo enfiando as mãos no bolso. Ele arregala os olhos quase que imperceptivelmente e fica levemente pálido por uns segundos. É isso aí babaca. - Você é namorado da Kim?- Pergunta com incerteza. O otário acabou de confirmar que está afim da MINHA garota. Filho da mãe. - Sim, eu sou o namorado dela.Ele me olha interrogativamente. Fico olhando para ele e tentando imaginar se ele é atraente para as garotas. Se ele é atraente para a Kim. Ele é alto, aparentemente forte, tem olhos azuis e joga no time de futebol da escola...Eu sei que as meninas devem gostar dessas coisas, será que a Kim gosta disso? Acha ele bonito? Será que em algum jogo de futebol da escola ele tirou a camisa só para se exibir para ela? Será que ela gostou do que viu? Achou ele gostoso? Urgh! Não posso pensar sobre isso, meu sangue já está começando a ferver. - Você quer falar comigo ou...- Ele dá de ombros. - Sim, eu vim falar om você. Quero deixar algumas coisas claras sobre como vai ser o baile amanhã.Ele me olha e segura a alça da sua mochila parecendo nervoso. - É o seguinte...Eu sei que a Kim é atraente, que ela é gostosa e você gosta dela. Mas eu acho que é melhor, para o seu próprio bem, que você mantenha suas mãos longe dela, ouviu? E eu não quero dizer só a mão não, mas todo o seu corpo. Você não vai encostar nela, não vai ficar olhando para ela, não vai ter
nenhum tipo de pensamento sobre ela e acima de tudo, você vai fazer ela se divertir, ok? Ela precisa disso...Dos amigos, e é só isso que você é e vai ser. Um AMIGO.- Já vi tudo...Você é um daquele caras que acham que são donos das mulheres, não é?.- Ele diz dando um risada de escárnio. - Olha aqui cara, eu não sou dono da Kim e nem de ninguém. Eu só estou protegendo ela de moleques cheios de hormônios, como você, que mau conseguem deixar o pau dentro das calças.Me aproximo mais e nossos narizes quase se tocam. Abaixo a minha voz para que fique mais ameaçadora. - Acho melhor que você tenha entendido tudo o que eu te disse, porque se eu ficar sabendo que você chegou perto demais dela ou tentou qualquer gracinha...Eu vou vir atrás de você, e não vai ser nada bonito.Não espero ele dizer alguma coisa, me viro e caminho para o meu carro. *** KIM: Meu Deus, finalmente chegou o dia. O baile de formatura. Não achei que ficaria tão ansiosa e nervosa como eu estou. Graças as S&S eu encontrei um sapato perfeito que combina com o meu vestido. Ele é um Peep Toe de salto fino, prateado e cheio de brilhinhos. Estou a caminho da cidade para fazer as unhas dos pés e das mãos, massagem, hidratação de pele, depilação e é claro, a maquiagem e o cabelo. Ainda falta meia hora para Aaron vir me buscar quando eu chego em casa. Sorrio ao ver Jax sentado na varanda da minha casa. Ele se levanta quando eu saio do carro e vem sorrindo em minha direção. - Nossa, você está linda.- Ele me dá um selinho. - Obrigada.Pedi para a cabeleireira fazer um coque de lado bagunçado e com algumas tranças finas. Na maquiagem eu preferi dar mais destaque aos olhos, fazendo uma make para noite. Eu gostei bastante do resultado final. - O que você está fazendo aqui?- Pergunto. - Nossa, não posso vim na casa da minha namorada?-
- Você sabe o que eu quis dizer.- Sei...Eu só queria ficar com você antes de você ir.- Ok.- Então...Ele vai vir te buscar aqui?- Vai.Ele se senta no sofá da sala. - Eu vou dar uma retocada na maquiagem e vou colocar o vestido.- Tudo bem.Depois de pronta eu vou para o andar de baixo para esperar Aaron. Desço as escadas com cuidado porque meu salto é muito alto e fino. Vou até a sala e quando Jax me vê seu queixo literalmente cai. Ele rapidamente se levanta do sofá e fica me encarando. - Por favor me diga que você não está saindo assim.Olho para baixo para verificar se está tudo certo. - O que tem? Não gostou do meu vestido?- Ele é lindo, Kim. Você está linda, perfeita.- Então qual o problema?- Você está...Você está muito...Sexy.Eu rio. - Jax...- Eu estou falando serio, Kim. Não tinha um vestido mais parecido com uma burca, sei lá...- Lindo, é só um vestido.Vejo sua cara torturada. Ele realmente não está gostando nada que eu vá usar esse vestido. - Jax, você não está realmente chateado, não é?Ele não diz nada, apenas continua olhando pra mim com a testa franzida. - Todos os caras vão querer você. Vão ficar imaginando o que tem por baixo do vestido.-
Me aproximo dele, deixando meu corpo colado com o seu. Meu seio roçando em seu peito. - E você é o único que vai saber, olha só como você é sortudo.- Pisco e ele sorri. - Kim, querida. Oh, como você está linda.- Tia Marie diz aparecendo de repente e me abraça. - Vamos tirar uma foto.- Tio Hank diz. Vamos lá fora e eles tiram várias fotos em diferentes poses e em diferentes lugares. Escutamos o barulho de um carro no cascalho. Aaron está chegando, e Jax ainda está aqui. Isso vai ser interessante. Ele sai do carro e está lindo usando um smoking preto com um lenço da cor do meu vestido no bolso. Ele sobe as escadas com os olhos grudados em mim, acho que não percebeu que tem outras pessoas aqui. Eu sorrio para ele. - Aaron, oi.- Uau...Ann...Oi, Kim. Você está muito linda.- Obrigada. Você também.- Valeu.- Senhor e senhora Careton.- Ele diz seriamente olhando para titio e titia. - Olá, Aaron.- Eles respondem. - Aaron, quero te apresentar o meu namorado, Jax Cord.- Ele olha para Jax e apenas o cumprimenta com um movimento de cabeça. Eles se olham de um jeito estranho. Aaron tira de dentro da caixinha de plástico o corsage, que é aquele mini buquê de flores e coloca no meu pulso. - Isso daqui é pra você.- Obrigada.- Muito bem, vamos tirar as fotos para que vocês não se atrasem.- Tia Marie diz. Titia nos faz tirarmos várias fotos. Algumas na varanda, outras no jardim perto das flores.
- Aaron você fica meio atrás dela...Isso...Agora segure em sua cintura e Kim coloque sua mão em cima da dele.- Tio Hank/fotografo pede. Quando sinto as mãos de Aaron em minha cintura não posso evitar e olhar para Jax, que está acompanhando tudo. Vejo sua mandíbula ficar tensa. Quando cubro suas mãos com as minhas, Jax olha para o outro lado, ainda tenso e com os braços cruzados. - Já está bom? Temos que ir.- Digo. - Sim, sim. Acho que já está bom. Vocês podem ir e se divertirem.Vamos até o carro de Aaron e ele abre a porta para mim. - Kim.- Jax me chama e quando eu me viro ele me dá um beijo na boca. Bem na frente do Aaron. Sutil Jax, ninguém aqui percebeu o que você está tentando fazer. - Se divirta, meu amor. Mas não muito hein.- Ele diz sorrindo mas depois olha seriamente para Aaron. - Pode deixar.Ele me ajuda a entrar no carro e partimos em direção a Wills Point High School. Chegando lá tiramos mais fotos e depois mais ainda junto com nossos amigos e o resto da turma. Comemos, conversamos, rimos e brincamos. Estou me divertindo muito mesmo. Já está quase no horário determinado para a festa acabar. Aaron e eu estamos sentados na mesa e todos os outros estão dançando. - Você não quer dançar?- Pergunto encostando na sua mão. Ele retira a mão rapidamente, parece que levou um choque. - Aaron, está tudo bem?- Pergunto. - Está sim.- Então porque você está tão estranho? Você mal me tocou a noite inteira e quando eu te toco parece que você levou um choque.- Não é nada não.- Ele parece desconfortável então resolvo não insistir no assunto. Me levanto e seguro sua mão firme. - Venha dançar comigo, por favor?- Faço biquinho.
- Por favor, por favor?Ele sorri e se levanta. “She’s Everything” do Brad Paisley começa a tocar. Vamos para o meio da pista e eu envolvo meus braços em seu pescoço, ele hesita um pouco mas então descansa suas mãos na minha cintura. Mexemos nossos corpos no ritmo lento da musica. Sorrio para ele e ele sorri de volta. O sorriso dele é tão fofo. Aaron é um grande cara, com certeza eu vou querer manter contato com ele, independente de para onde eu for e o que eu for fazer. Fiz vários amigos aqui que eu quero levar para a vida toda. Ele e a Mitchie são um deles. Deito minha cabeça em seu pescoço e continuamos dançando a balada lenta. É, um ciclo da minha vida acaba de se concluir. Outro vai começar. O que eu devo fazer agora? Será que eu devo ir para a UTD? Não sei o que fazer. Mas por agora, vou apenas esquecer que eu tenho essas decisões para tomar e vou aproveitar o momento com os meus amigos.
Capítulo 10 Mentiras JAX: - Não me interessa...Você tem que procurar por ajuda.-
- Eu não preciso de ajuda. Eu estou ótima.- Diana diz. - Não, você não está ótima, você está muito longe disso...Você não percebe o mal que está fazendo para Sally? Você só pensa em si mesma, não é?- E quem você pensa que é para me dar lição de moral? Você age como se preocupasse com ela mas na verdade você não liga para ela, para nenhuma de nós duas.- Ah, não? Me preocupar com vocês é a única coisa que eu faço. Sou eu que coloco comida nessa mesa, sou eu que pago as contas, sou eu que pago o aluguel...Se não fosse por mim, vocês estariam no olho da rua.Olho para ela furioso. Essa mulher é a pessoa mais egoísta que eu já conheci em toda a minha vida. - Por causa que você não consegue cuidar de você mesma e nem da Sally, eu tive que sair no meio de um jantar com a minha namorada...Eu tive que mentir para ela.- Então é assim? Você se importa mais com uma vadiazinha do que com...- NÃO!- Chego perto dela e me custa todo o meu auto controle para não bater na boca dessa mulher. - Nunca mais chame a Kim desse jeito, me ouviu? Nunca mais. Você não tem ideia do quanto ela é importante para mim.- Digo com os dentes cerrados. - Mais importante que eu?- Com certeza.- Mais importante que Sally?Fico em silêncio. Volto a minha postura normal e respiro fundo. - A Sally é muito importante para mim, ela sabe disso.- Digo passando a mão pelos cabelos. - Mas não mais importante do que a sua va...Quero dizer, sua namorada.- Eu amo as duas igualmente...Só que de jeitos diferentes.Ela ri e vai até a geladeira, pega uma garrafa de cerveja e se joga no sofá imundo. - Está tudo bem por aqui, eu vou ficar com ela. Você já pode voltar para a sua namoradinha.- É exatamente isso que eu vou fazer.-
Pego meu casaco e vou em direção a porta. Seguro a maçaneta e paro. - Se você deixar Sally sozinha mais uma vez...Eu vou fazer você se arrepender Diana.- Digo sem nem ao menos olhar para ela. Abro a porta e saio para o ar fresco da noite. Como eu me arrependo de ter conhecido essa mulher. *** Chego em casa e xingo baixinho quando eu olho para o relógio e vejo que horas são. Kim já deve estar dormindo. Vou ter que esperar até amanhã para falar com ela, só espero que ela não esteja muito chateada por eu ter saído no meio do nosso jantar romântico. Droga, era para ser uma noite especial. Era para comemorarmos nossos dois meses de namoro e comemorar que ela foi aceita na UTD. Se não fosse por Diana...Essa mulher consegue me tirar do sério. *** - Jax.- Olho para trás e vejo Kim vindo na minha direção. Ela está sorrindo, é um bom sinal. - Amor.- Vou até ela e envolvo-a em meus braços e beijos sua linda e doce boca. Quando me afasto ela solta um gemido de protesto e eu rio. - Kim, eu preciso me desculpar com você, por ontem. Eu realmente sinto muito.Digo. - Meu amor, eu falei que não tem problema.- Ela diz e sorri. Eu amo tanto essa mulher, tanto que me apavora. Sei que se ela me deixasse eu não saberia mais como viver. - Mas a gente estava comemorando. A sua entrada na faculdade e os dois meses do nosso namoro.- Eu sei, Jax. Mas essas coisas acontecem, você não tem culpa do seu amigo ter passado mal. Falando nisso, você levou ele no hospital? Ele está bem?- Ela pergunta com preocupação em seus lindos olhos verdes e meu coração aperta. Não queria mentir para ela, não quero trair sua confiança. Mas como explicar Diana e Sally? Uma hora vou ter que contar, se ela acabar descobrindo ela nunca vai me perdoar por ter mentido.
- Sim, ele esta bem agora.- Que bom.- Ela sorri e me beija. Deus, acho que eu nunca vou me cansar ou me enjoar disso. De sentir seu gosto, sentir seu corpo pressionado contra o meu. Seus lábios nos meus. Agora eu sei que a Kim é a mulher da minha vida, eu nunca vou deixar ela ir embora. - Tem alguém na sua casa?- Ela pergunta. - Não. Todos saíram, estou sozinho. Porque?- Porque você está me devendo uma comemoração, cowboy.- Ela dá um sorriso malicioso e me puxa pela camisa em direção a casa. *** KIM: - Eu vou querer um hambúrguer com batata frita e um milk-shake de chocolate, por favor.- Eu vou querer o mesmo, por favor.- Então...Universidade do Texas em Dallas, hein?- Pois é, nem acredito que eu consegui.- Digo. - Eu nem sabia que você estava tentando entrar.- Eu não contei para ninguém, a única pessoa que sabia era Jax. Eu não sabia se ia dar tudo certo, não queria decepcionar ninguém, sabe?- Eu entendo...Mas você deveria ter me contato, Kim. Eu sou seu amigo e eu nunca ficaria decepcionado com você.- Você é um fofo, Aaron. Talvez eu devesse ter contato, mas agora já foi.- Sorrio e aperto sua mão que está em cima da mesa. - Bom, eu tenho uma novidade também.- Ele abre um sorriso enorme. - Então fale logo.- Digo. - Eu fui aceito na UTD também.Meu queixo cai e ele sorri. Depois que o choque passa eu sorrio para ele. - Meu Deus Aaron, isso é maravilhoso. Parabéns.- Digo toda empolgada. - Obrigado.-
- Qual curso você quer fazer?- Engenharia Biomédica.- Uou...Isso é muito legal.- Eu sei. Estou muito empolgado.- Espera um segundo...Ah meu Deus, isso quer dizer que a gente vai estudar juntos de novo, quer dizer, pelo menos no mesmo campus.- Eu sei.- Ele sorri. - Espera mais um segundo...A Mitchie e a Amanda também foram aceitas, vamos estudar todos juntos de novo. Que legal.- Digo dando pulinhos no acento da lanchonete. - A Mitchie vai para a UTD?- Ele pergunta. - Vai. Psicologia, e Amanda Ciências Politicas.- Você...Você sabe se...Se ela ainda está com o Connor?- Ele tenta parecer indiferente mas eu vejo o interesse em seus olhos. Tento segurar o sorriso que quer escapar dos meus lábios. - Não, ela nunca esteve realmente com ele. Foi só algo sem importância.A garçonete trás nossas bebidas e nossos hambúrgueres. Dou uma mordida no meu, estou morrendo de fome. - Você acha que ela aceitaria sair comigo se eu pedisse?- Aaron, lembra quando eu falei que ela gostava de você?- Ele balança a cabeça. – Então, eu estava falando serio...Eu acho que com certeza ela vai aceitar sair com você.Me debruço sobre a mesa e chego mais perto dele. - Ela uma vez me disse que achava você o cara mais gato da face da Terra.Cochicho em tom conspiratório e depois coloco o dedo na boca, indicando que ele não deve nunca contar que eu falei isso. Nós rimos. Parece que a Mitchie vai ter uma surpresinha...Estou tão feliz por ela, eu sei que ela gosta do Aaron não importa o que ela diga. Fico aliviada de saber que Aaron partiu para outra. Isso vai ser um detalhe importante para contar para Jax quando eu disser para ele que Aaron também vai estudar na UTD. Ele não vai gostar nada dessa novidade. Jax não suporta ele.
- Só não machuque a minha amiga, se não eu vou esquecer que você é meu amigo e eu vou machucar você.- Pisco para ele e dou um leve sorriso, mas mantenho a voz firme para que ele entenda que eu não estou brincando completamente. - Não se preocupe com isso, Kim. Eu vou ser um perfeito cavalheiro com ela.- Isso eu sei que você é. Você é um cara muito bacana. A Michtie tem muita sorte.Ele sorri e segura minha mão, acariciando as costas dela com seus dedos. - Acho que não era segredo nenhum que eu gostava de você, eu fiquei triste quando percebi que você não queria nada comigo mas acho que foi o melhor mesmo. Você é uma ótima amiga, Kim. Eu gosto muito de você, eu quero muito continuar sendo o seu amigo. Saiba que sempre pode contar comigo.- Ele leva a minha mão, que ele ainda segura, até sua boca e beija. - Eu também gosto muito de você, Aaron.- Ora, ora, o que temos aqui?Aaron e eu nos viramos para ver quem era o dono da voz. Me assusto ao ver Holly parada em pé ao lado de nossa mesa. Uma morena muito bonita está ao seu lado, ela me olha com nojo. - Holly, tudo bem?- Digo. - Tudo ótimo. Eu te perguntaria o mesmo mas vejo que você está muito bem.- Ela olha para a minha mão, que Aaron ainda segura e eu retiro rapidamente, posicionando-a no meu colo. - Olá Aaron.- Oi Holle.Holly me olha e depois olha para ele, ela dá um sorriso que arrepia minha espinha. - Ah mais que falta de educação a minha. Kim, quero te apresentar a Nell.- Ela aponta para a morena ao seu lado. – Nell, essa é a Kim, a namorado do Jax.Nell? A ex do Jax? Mas que maravilha, ela é linda. - Você é a...- Começo a perguntar. - A ex do Jax? Sim sou eu.- Ela fala pela primeira vez, sua voz é calma e contida. Algum alerta dispara dentro de mim. Não gostei dessa Nell. Tenho a sensação que ela não é boa gente. - Muito prazer.- Finjo um sorriso.
- Prazer.- Nossa, e eu que pensei que o meu sorriso tinha sido falso. Gosto cada vez menos dessa ex do Jax. E não, não é porque ela já namorou ele, é porque ela me dá uma sensação ruim, é como se ela tivesse uma aura podre ao seu redor. - Não sabia que vocês duas era amigas.- Digo. - É, nós somos.- Holly se limita a dizer. - Bom, nós vamos deixar vocês dois continuarem...O que vocês estavam fazendo.Holly dá um sorriso cínico e sai, com uma Nell rebolando a seguindo. Que vadia. O que o Jax viu nessa mulher? *** Termino de secar a louça do jantar quando sinto meu celular vibrando no bolso detrás da minha calça. JAX: Estou no estábulo. Venha me encontrar. Sorrio ao ver a mensagem. Pego meu casaco e saio correndo para fora. Quando entro no estábulo vejo Jax sentado em um monte de feno. Quando me vê se levanta e eu me lanço em seus braços. Ele me abraça de volta mas é tão superficial, ele nem me aperta como ele costuma fazer. Olho para sua cara e ele está sério. - O que foi, amor? Aconteceu alguma coisa? Ele dá um passo para trás e cruza os braços. - Você é quem tem que me dizer.Franzo a testa e o olho confusa. - Como assim? Do que você está falando?- Você sabe muito bem do que eu estou falando.- Sua expressão é muito séria e eu sinto uma pontada de medo. - Jax, eu não sei do que você está falando. E eu não gosto do jeito que você está agindo.- Pois eu também não gosto de como você tem agido.- Amor, o que deu em você? Me fale o que está errado.- Peço. - Pois bem, me deixe te perguntar com quem você almoçou hoje.Compreensão ilumina meu cérebro. Mas é claro que a Holly contou o que ela viu.
- Então é isso. Jax, você sabe que o Aaron é meu amigo. Nós estávamos só almoçando.- Não minta pra mim, Kim.- Eu não estou mentindo. Foi a Holly que te contou, não é? Olha, seja o que for que ela tenha te falado, é mentira.- Ah é? Então vocês não estavam conversando e rindo? Ele não pegou na sua mão e a beijou? E você não ficou assustada quando viu Holly lá, assustada como se estivesse fazendo algo errado?Uou, o que? - Não foi bem assim, Jax.- Então como foi?- Ele ainda está muito sério. Não gosto de ver ele assim, quero o meu Jax de volta, aquele brincalhão, fofo e sorridente. - Olha, ele pegou a minha mão e a beijou, é verdade. Mas não de um jeito...Romântico. Eu e ele somos só amigos, ele até vai chamar a Mitchie para sair. Ela gosta dele, tenho certeza que logo eles estarão namorando.Ele continua em silêncio mas vejo sua tensão vacilar um pouco. - Eu não gosto disso. Não gosto nada disso. Eu não quero você perto desse cara.- Jax, ele é meu amigo. Eu não estou abrindo mão disso só por causa do seu ciúmes bobo.- Ciúmes bobo? Você sabe que eu tenho motivos para ter ciúmes desse cara. Você não pode ser amiga dele, Kim. Ele sempre vai querer mais que isso. Ele sempre vai querer roubar você de mim.- Isso é besteira. O Aaron já superou o que ele sentia por mim. Ele partiu para outra, Jax.- E quem te disse isso, ele? É claro, assim você baixa a guarda e ele pode atacar.- Meu Deus, da onde você tirou isso? Você está exagerando.- Não, não estou. Se você me pedisse para me afastar de alguém que é minha amiga mas claramente tem interesse por mim, eu faria.Isso me faz lembrar de uma coisa. - Falando nisso. Sabe quem estava com a Holly hoje quando ela me viu com Aaron? A Nell, sua ex.- A Nell?- Ele parece surpreso.
- É, a sua ex namorada é amiga da sua irmã. Vai dizer que não sabia?- Não, eu não sabia. Elas nem se davam bem quando eu e a Nell estávamos juntos.- Bom, elas pareceram bem amigas pra mim. Se ela esta em contato com a Holly ela deve estar em contato com você também. Você tem falado com ela, Jax?- Não. A gente se falou algumas vezes desde que terminamos, mas depois que você chegou aqui nós não nos falamos mais.- Você não tem visto ou falado com ela desde então?- Não, Kim. Mas você tem falado com o Aaron.Ah meu Deus, que cabeça dura. - Porque ele é meu amigo, Jax. Ele sempre foi meu amigo, ele não é um ex , ele é só um AMIGO.- Já estou começando a perder a paciência. - Quer saber, se você não confia em mim, então esquece.- Me viro e saio. - Não, Kim. Espere...Por favor, espere meu amor.Ele segura meu braço e eu solto. - O que foi?- Pergunto irritada. Ele fecha os olhos e respira fundo. Quando abre os olhos seu olhar é mais manso. - Desculpe, meu amor. É só que...Esse cara...A Holly disse que vocês estavam tão juntos e que estava rolando um clima, que ele estava dando em cima de você e que você não fez nada, estava incentivando.- E você acreditou?- Porque a Holly mentiria?- E eu é que sei? Desculpa mas a sua irmã é louca.- Também não precisa exagerar.- Eu não estou exagerando. Desde que a gente começou a namorar que ela é hostil comigo, e agora ela te falou essas coisa e são mentira. Sem falar que ela tentou me matar quando a gente era criança.- Do que você está falando?- Estou falando daquela vez que ela me empurrou na piscina, mesmo sabendo que eu não sabia nadar.- Aquilo foi sem querer, Kim. Meu Deus.- Ele joga as mãos para o alto.
- Eu sei que não foi.- Não tente atacar a Holly para mudar a atenção da conversa para longe de você e do Aaron.Abro a minha boca mas não sei o que dizer. Estou tão furiosa com ele. - Urgh.- Caminho para fora. - Espera, onde você vai?- Ele pergunta. - Eu vou para casa. Não importa o que eu fale, você não acredita em mim.- Saio pisando duro. Escuto seus passos atrás de mim. - E não se atreva a vir atrás de mim, Jax Cord.Os passos cessam e eu caminho em direção a casa, com lágrimas de raiva não derramadas em meus olhos.
Capítulo 11 Estranho Os raios de luz do sol atravessam minha cortina e aquecem meu rosto. É hora de levantar mas eu não estou com a menor vontade, talvez eu possa dizer para tia Marie que não estou me sentindo muito bem hoje.
Depois da briga com o Jax ontem a noite eu vim direto para o meu quarto e fiquei encolhida na minha cama. No começo, chorei de raiva dele, depois chorei porque haviamos brigado. Esfrego meus olhos inchados pela falta de sono e de tanto chorar. Tenho que ir falar com ele hoje, não podemos ficar brigados. Eu preciso dele. Abro os olhos lentamente, me acostumando com a claridade. Levo um susto ao perceber que tem alguém sentado no pé da minha cama, me observando. É o Jax. - Jax, como você...O que?...O que você está fazendo aqui?- Pergunto com a voz ainda rouca pelo sono. - Estava te observando dormir. Você parece um anjo, sabia?- Ele parece triste. - A quanto tempo você está ai?- Me sento e puxo a coberta para cobrir meu peito. - Tempo suficiente.Nenhum dos dois diz nada, apenas nos olhamos em silêncio. - Então...O que você veio fazer aqui?- Pergunto limpando a garganta. - Eu vim...- Ele se aproxima e senta bem do meu lado. -...Porque eu precisava te pedir desculpas, eu precisava saber se estamos bem. Eu nem consegui dormir, Kim. Pensar que você estava brava comigo e que poderia terminar tudo entre nós, me apavorou.- Você acha mesmo que na nossa primeira briga eu iria terminar com você? Tenha um pouco mais de fé em mim...Em nós.- Eu sei que eu sou um idiota...É só que basta eu pensar que eu posso perder você para que eu comece a agir sem pensar. Eu te amo Kim.- Eu também te amo, Jax. Muito.Ele estende a mão e acaricia meu rosto. Fecho os olhos e sinto o seu toque quente. - Isso é normal?- Pergunto num sussurro. - O que meu amor?- Precisar tanto assim de uma pessoa...Isso é normal?Ele sorri, aquele meu sorriso que eu tanto amo. - Não sei, linda. Mas se não for acho que eu estou com sérios problemas.- Eu também. Podemos ser anormais juntos.- Ele ri. - Por favor, me diga que você me perdoa e que estamos bem.- Eu te perdoo e estamos bem.- Sorrio e ele se aproxima lentamente. Sua boca encosta na minha e meu coração acelera em meu peito.
Fico me perguntando se é assim que a Gwen se sente com o Aiden, se é assim com meus pais, com meus avós. Será isso que eu sinto, amor verdadeiro? Para toda a vida? Retribuo o beijo, suavemente e lentamente nossos lábios se fundem. Ele segura meu rosto com ambas as mãos e o beijo se torna mais apaixonado. Ele para de repente e caminha até a porta. Começo a perguntar o que ele está fazendo mas ele vira a chave, fechando a porta. Quando se vira e caminha de volta para mim, eu vejo a paixão em seu olhar. Meu corpo que estava sonolento se desperta na hora e se arrepia em antecipação. Ele para do lado da cama e tira a camisa. Será que sempre vou ter a mesma reação? Será que ele nunca vai estar menos que perfeito aos meus olhos? Ele tira as botas e as meias, depois desabotoa a calça e conforme ele vai a abaixando lentamente, fica cada vez mais difícil de encontrar minha respiração. Sinto meus mamilos endurecerem contra a fina camada de algodão da blusa do meu pijama. Sua calça assim como sua cueca, estão no chão. Ele sabe que eu gosto de o observar, então ele deixa. Ele fica parado enquanto meus olhos famintos percorrem todo o seu corpo. Cruzo minhas pernas e as aperto, preciso dele. Agora. - Jax...- Digo em um sussurro necessitado. - Deixa comigo, meu amor.Em um só movimento, ele puxa minha cobertas e paira sobre mim. Suas mãos descem até a minha blusa e ele a tira. Acrescentando mais uma roupa a pilha com as suas no chão. Me deito lentamente na cama e ele tira meu shorts, depois minha calcinha. É sua vez de observar. Seus olhos percorrem meu corpo e vejo que seu pau está mais duro agora. Ver o efeito que eu tenho nele é excitante. Ele sobe na cama e gentilmente abre minha pernas. Sinto seus dedos me tocando, e eu gemo baixinho. - Adoro saber que mesmo eu mal te tocando, você já fica assim...Toda molhada para mim.-
- Não é preciso nem me tocar para me deixar pronta para você, Jax. Só de estar perto de você eu fico assim.- Digo baixinho enquanto sinto suas caricias no meio das minhas pernas. - Caralho, Kim.- Ele xinga. – Eu queria fazer devagar, mas com você me dizendo isso eu não sou capaz de aguentar mais. Eu preciso estar dentro de você, agora.Seu corpo enorme desce sobre o meu. Meu peito nu contra seu peito nu. Sentir ele tão pesado, grande, áspero e másculo em cima do meu corpo tão pequeno me excita. Gosto de sentir como ele é o mais forte, que é ele quem está no comando. Isso me deixa tão quente. Sua boca abocanha meu seio e ele chupa com força. Sinto sua ereção cutucando a minha entrada. Num movimento rápido e duro, ele enfia tudo dentro de mim. Minhas costas arqueiam, minhas pernas amolecem e me sinto em chamas. Grudo minhas mãos em seu cabelo e os puxo violentamente. Seguro sua cabeça enquanto ele chupa e brinca com meu mamilo. Sinto suas estocadas ritmadas e que estão me levando a loucura. Me esforço para não gritar e alertar os outros sobre o que estamos fazendo aqui. Mas é realmente difícil. Jax aprende rápido, ele em tão pouco tempo já conhece tão bem o meu corpo. Ele sabe exatamente o que fazer e como fazer. Nunca tive sensações tão intensas como quando estou com ele. Seu ritmo aumenta e ele escondo seu rosto em meu pescoço para abafar seus gemidos. Eu mesmo tenho que morder os lábios e fechar bem os olhos para me concentrar e não gritar o nome de Jax para quem quiser ouvir. Cravo minhas unhas em suas costas e o aranho enquanto sinto a deliciosa agonia de esperar meu orgasmo explodir. Jogo a cabeça para trás, expondo meu pescoço. Jax o beija e lambe e ambos gememos descontroladamente. O mais silenciosamente que conseguimos. Sua boca encontra a minha, bem na hora. Eu gozo com violência, meu corpo todo treme e se sua boca não estivesse sobre a minha, eu teria gritado. Ao invés disso eu gemo desesperadamente sob seus lábios macios. Meu corpo todo fica mole e Jax continua suas estocadas ferozes em mim. - Oh meu Deus, Kim. Você é tão gostosa...Não...Aguento mais...Vou...Gozar.Ele diz sem fôlego, suor escorrendo no seu rosto. Mais algumas estocadas e eu sinto seu sêmen jorrar dentro de mim.
Ainda bem que eu tomo pílula. Mesmo que a ideia de um pequenino Jax crescendo dentro de mim me deixe radiante, ainda é cedo demais para sequer começar a pensar sobre isso. Jax desaba e descansa seu corpo em cima do meu. Acaricio suas costas onde eu havia o aranhado. Sinto a respiração dele voltar ao normal. Fecho os olhos e sorrio. Eu amo tanto esse homem. *** Jax e eu estamos caminhando de mãos dadas pelo campus da universidade. Ele quis me mostrar tudo para quando começar as aulas eu já estar familiarizada. Ainda bem que ele fez isso porque esse lugar é enorme. É como uma mini cidade dentro de outra cidade. Eu fiquei tão empolgada quando recebi a noticia que eu tinha sido aceita, mas agora andando por esse lugar, eu estou muito mais empolgada. - Já estou me sentindo uma universitária.- Digo empolgada e engancho meu braço com o de Jax. Ele ri e beija minha bochecha. - Estou feliz que você goste do campus. Estou tão animado por você estudar aqui.- Mesmo que isso signifique que eu vou ficar atrás de você o tempo todo, não vou deixar você sair e se divertir com seus amigos?- Pergunto brincando. -Ah, meu amor. Você pode grudar em mim e não se soltar mais. Apesar que se tem alguém que vai ter que ficar atrás, vai ser eu de você. Já estou até vendo a dor de cabeça que eu vou ter para deixar todos esses caras longe de você.- Ele me abraça e enche meu rosto de beijos. Eu rio e peço para ele parar mas ele continua me atacando com beijos. - Arrumem um quarto.- Uma voz de homem diz e nós dois olhamos para o cara parado ao nosso lado com um sorriso no rosto. - David.- Jax diz e dá aquele abraço de homem, rápido e com um tapa nas costas. - Jax, não sabia que você estaria por aqui hoje.- Pois é, estou mostrando o campus para minha namorada. Ela vai começar aqui nesse semestre.- Ah que bacana, muito prazer. David Wallace.David, esse é o amigo que Jax disse que teve que levar para o hospital naquele dia do nosso jantar. - Oh David, como você se sente?- Pergunto. Ele parece muito bem agora, mas Jax disse que ele estava muito mal aquele dia. Ele me olha com um olhar estranho, meio confuso.
- Ann, me sinto bem, obrigado.- Ele franze a testa. - Bom, eu vou levar a Kim para continuar nosso passeio. A gente se vê David.- É impressão minha ou Jax quer me afastar do David? Será que ele está com ciúmes? Conhecendo ele do jeito que é, aposto que sim. Que outro motivo ele teria para não querer David perto, certamente ele não tem vergonha de mim. - Tchau Jax. Muito prazer Kim, e seja bem vinda a UTD.- Ele diz e sorri. Eu gostei dele, muito simpático. - Muito obrigada, David. Até qualquer hora.- Venha. Eu vou te levar até o Pub da universidade para comer alguma coisa.- Ele puxa meu braço. E eu rio. - O que foi?- Ele pergunta. - Eu entendi que você não me quer perto do David. E eu sei o porque.Ele para e me olha assustado. - Você sabe porque?- Sim. Você está com ciúmes, não é?Ele solta a respiração como se a estivesse prendendo e sorri. - É, é por isso. Não quero você perto dele.Reviro os olhos e passo o braço em volta da sua cintura. - Você é tão ciumento, amor. O que é totalmente desnecessário, porque eu quero só você.- Eu também quero só você, Kim. Eu te amo, você sabe disso né? Não importa o que, eu te amo, meu amor.- Também te amo, Jax.- Agora vamos, eu vou levar você para comer.- Ele apoia seu braço em meu ombro e caminhamos abraçados pelo campus. *** Hoje é o dia em que os alunos podem começar a levar suas coisas para os apartamentos no campus. Estou fazendo as malas e apesar de estar ansiosa para morar no campus e ter uma vida universitária, estou triste de sair daqui. Eu me apaixonei por morar nessa fazenda, nessa cidade pequena e quieta. Vai ser difícil me acostumar com a cidade grande de novo. Se não fosse uma viagem de quase duas horas até a universidade, eu poderia continuar morando aqui. Mas não dá para percorrer essa distância todo dia. Jax disse que ia me ajudar a levar as coisas, daqui a pouco ele deve estar aqui.
- Oh querida, eu vou sentir muito a sua falta.- Tia Marie diz enquanto entra no quarto. - Titia, eu também vou sentir falta de você. De todos vocês e de morar aqui também.- Venha sempre que quiser. Não se esqueça de nós.- Não se preocupe. Nunca mais vamos ficar tanto tempo sem nos ver, eu prometo.Ela tenta disfarçar mas eu vejo lágrimas em seus olhos. - Titia, eu não estou indo hoje. Eu vou só levar as minhas coisas.- Eu sei, eu sei. Mas ver você arrumando as malas...Ah, não sei. Fiquei emocional.- Ela dá uma risadinha. - Imagina quando as gêmeas forem.- Ela arregala os olhos. - Eu não tinha pensado nisso. É daqui a um ano.- Ela parece desolada e eu me arrependo de ter tocado no assunto. - Calma tia. Ninguém nunca vai se esquecer da senhora, é impossível.- Sorrio e a abraço. Jax chega e me ajuda a levar minhas malas até sua pick-up. Graças as várias compras que eu fiz ao longo dos últimos meses, eu tenho muito mais coisa agora de quando eu cheguei aqui. - Pronta para conhecer seu dormitório e sua colega de quarto?- Ele pergunta enquanto abre a porta do carro para mim. - Estou nervosa, mas acho que sim. Estou pronta.- Ele sorri e fecha a porta. Espero que minha colega de quarto chega legal. Seria muito bom se ela fosse a Mitchie, mas é uma tal de Hayden Jay. Olho a paisagem e relaxo escutando a musica country que sai pelos auto falantes do carro. Um celular toca e eu pego o meu de dentro do meu bolso. Não é. Olho para o celular de Jax que está no porta copos. - Não vai atender?- Ann...Não, eu estou dirigindo.- Ele parece meio nervoso. O celular para mas logo volta a tocar, ele ignora mais uma vez. Quando o celular toca outra vez começo a achar que é algo importante. - Pode ser algo importante.- Digo. - Eu estou dirigindo agora. Depois eu retorno a ligação.- Deixa que eu atendo para você.- Seguro o celular e Jax num movimento rápido o tira de mim. Mas não antes de eu conseguir ver o nome “Diana” no visor.
- Me dá isso. Eu já disse que não vou atender, Kim.- Ele grita e eu me assusto. Ele nunca gritou comigo antes. - Desculpa, eu só achei que...Esquece.- Digo baixinho. Sei que ficar magoada só porque ele gritou comigo uma vez é criancice, mas eu fiquei. Ele desliga o celular e guarda no bolso da jaqueta. Olho pela janela e tento com toda as minhas forças não chorar. Não quero que ele pense que eu sou uma chorona. Quem será Diana? Tento combater esse meu lado de namorada ciumenta e começar a pensar besteira, mas é difícil depois dessa reação dele. Será que...? Não. Não, Kim, não pense besteira. Jax não é assim, ele não faria isso comigo. Eu sempre peço que ele confie em mim, eu devo confiar nele também. - Desculpa, meu amor. Eu não queria gritar com você.- Ele diz em uma voz calma. - Está tudo bem. Eu não devia mexer nas suas coisas.- Sorrio para ele. Eu sei que caras acham essas namoradas que ficam questionando tudo um saco. Não vou perguntar nada. Eu vou confiar, ele nunca me deu motivos para achar que ele estivesse me traindo. Vai ver ele só está de mau humor hoje. *** Jax me ajuda a localizar meu apartamento e depois que eu pego a chave com a orientadora do nosso bloco, ele me ajuda a subir com as coisas. Minha colega de quarto não chegou ainda. - Será que você se importa se eu for? Eu preciso resolver uma coisa.- Jax diz depois que coloca minha última mala dentro do quarto. - Eu achei que a gente fosse sair para comer alguma coisa.- Pois é, mas eu realmente preciso resolver isso.- Tudo bem então.- Você não se incomoda mesmo de ficar aqui sozinha? Você já conhece bem o campus, não vai se perder, não é?- Eu vou ficar bem, pode ir resolver a sua...Coisa.- Sorrio para mostrar que está tudo bem. Ele me dá um sorriso fraco. Será que ele está com algum tipo de problema? - Valeu, meu amor.- Ele me dá um beijo rápido e vai até a porta. - Jax?- Chamo. - Sim?- Ele se vira.
- Está tudo bem com você?- Sim, tudo bem. Porque?- Você parece um pouco preocupado.- É só impressão sua, amor.- Ele abre a porta. - Jax, você sabe que pode me contar qualquer coisa, não é?Ele parece tão triste, eu quero saber o porque ele está assim, para que eu possa faze-lo se sentir melhor. - Tem algo que você quer me contar?- Incentivo. Ele respira profundamente e fecha os olhos. Permanece assim por alguns segundos. - Kim, eu...- Aqui é o apartamento 43?- Uma mulher alta e magra aparece na porta. - Sim. Você deve ser a Hayden. Eu sou a Kim, sua colega de quarto.- Ela olha Jax e ele sai do caminho. - Deixa que eu te ajudo com isso.- Jax pega a sua mala e ajuda a colocar para dentro. - Obrigada. Você é...?- Jax Cord. Namorado da Kim.- Ele estende a mão e a cumprimenta. - Amor, eu realmente preciso ir agora.- Ele diz olhando para mim. - Ok. Até depois.- Depois eu compenso isso. Que tal um jantar hoje a noite?- Parece perfeito.- Respondo sorrindo. - Ótimo, então está marcado. Até lá.- Ele acena para Hayden e fecha a porta. - Menina, com todo o respeito...Mas que namorado, hein. Nossa, você é uma mulher de sorte.- Eu sei.- Sorrio apaixonadamente. Jax Cord é um partidão. Ele é lindo, inteligente, engraçado, fofo e uma boa pessoa. Sei que muitas mulheres estão de olho nele. Mas ele é só meu. Sim, eu sou uma mulher de sorte.
Capítulo 12 Reencontro Incrível como o tempo passa rápido.
Hoje faz duas semanas que as minhas aulas começaram. E eu estou amando tudo. Todas as aulas são maravilhosas e todos os professores também. Meu colegas também são, e a minha vida aqui no campus também é. Falei com a Gwen ontem e ela e o Aiden estão muito bem. Graças a Deus deu tudo certo para eles, ela descobriu que Aiden era inocente e que tudo não passou de uma armação da mãe dela. Coitada da minha amiga, a mãe dela é pior que a madrasta da Cinderela. Acabei de sair da aula e estou indo me encontrar com Hayden e Mitchie. Eu as apresentei e elas se deram muito bem na hora. Agora sempre que saímos, somos nós três. Com exceção de quando Mitchie sai com Aaron, esses dois logo vão estar namorando. Fico feliz por eles. - Olá meninas.- Digo para as duas. - Oi Kim.- Então, já pediram alguma coisa?- Pergunto me sentando no banco de frente para elas. - Não, estávamos esperando você.- Mitchie responde. - Bom, então vamos pedir.Fazemos o pedido e conversamos enquanto esperamos ficar pronto. - Então, Mitchie...Como está indo as coisas com o Aaron?- Pergunto levantando as sobrancelhas sugestivamente e dando um sorrisinho. - Está indo tudo bem.- Ah não, garota. Você vai ter que nós dar mais informação que isso.- Hayden diz. Mitchie fica toda vermelha. Interessante. - Ah meu Deus Mitchie, vocês estão saindo há duas semanas, o que já pode ter acontecido para você corar?- Pergunto. - Não me diga que vocês já transaram?- Hayden sussurra a última palavra. Mitchie fica mais vermelha ainda e acho que ela está se encolhendo no banco. - Não, Hayden. Nós não estamos nem namorando...Ainda.- Ela ri. - Ah fala logo, Mitchie. O Aaron é um pedaço de mal caminho, se eu fosse você já teria me aproveitado.- Nós saímos bastante. Ele me leva para jantar e no cinema também, ele é muito fofo comigo.- Ela diz com um sorriso que vai de orelha a orelha. – E ele beija tão bem. Ele é um sonho, meninas.- Tá, mas o que mais?- Mais nada, é só isso.-
- Ah Mitchie, vocês não fizeram mais nada? Nem brincaram um pouquinho?Hayden dá um sorriso malicioso. - Não, ele tem sido muito respeitoso comigo. Ele não está forçando a barra. Nós nem estamos juntos, Hayden.- Urgh, vocês duas são tão sortudas. Você tem o Aaron, e você Kim, tem aquele deus grego do Jax.Dou um sorriso fraco para as duas. - Ei o que foi? Você está tendo problemas com o Jax?- Mitchie pergunta. - Não é nada. É só que...Ele tem estado tão estranho.- Estranho como, Kim?- Ele tem estado meio afastado nesses últimos dias, e quando estamos juntos ele parece preocupado, como se ele estivesse comigo mas sua mente estivesse em outro lugar. E ele as vezes...Recebe essas ligações estranhas, ele não atende quando estou por perto e quando eu pergunto quem é, ele desconversa.- Digo tristemente. - Você acha que ele...Que ele está te...Traindo?- Mitchie pergunta baixinho e com a testa franzida. - Não! O Jax nunca seria capaz de fazer isso comigo.- Digo e as duas se olham preocupadas. - Vocês acham que ele seria capaz?- Pergunto com a voz falhando. - Eu não sei, Kim. Eu acho que ele realmente gosta de você...Mas se ele está agindo de um modo estranho, alguma coisa tem.- Mitchie dá de ombro. - Ah meu Deus, será que...?- Meus olhos começam a se encher de água. Só de pensar no Jax com outra, mentindo para mim, me traindo...Urgh, não posso nem começar a pensar nisso que já me sinto mal. - Calma, Kim. Não temos certeza de nada.- Mitchie tenta me acalmar. - Mas como eu faço para ter certeza?- Você tem que olhar no celular dele.- Hayden diz. - Claro que não. Você tem que abrir o jogo com ele...Além do mais, se ele estiver te traindo e essas ligações estranhas forem da vadia, ele deve ter apagado todas do celular. Jax não é burro.- Mitchie diz. - Eu não sei o que fazer...Não sei o que pensar.- Confesso. - Não importa o que você decida fazer, e nem o que aconteça...Nós vamos estar aqui por você, amiga.- Eu sorrio para as duas.
- Eu acho que você tem razão, Mitchie. Hoje a noite eu e ele vamos sair para jantar, eu vou falar com ele. Vou contar como eu me sinto e vou exigir que ele me conte a verdade.*** Estou esperando por Jax sentada em uma mesa do restaurante italiano Nonna. Ele está atrasado. Depois do jantar eu vou dizer que não estou feliz com como as coisas estão indo. Ele precisa me contar o que esta acontecendo. Porque o que a mente não sabe, o coração imagina, e imagina cem vezes pior. Tenho esperança que Jax vai ter uma explicação simples e razoável para justificar seu comportamento estranho. E depois que esclarecemos as coisas, tudo vai voltar a ficar bem de novo. Mas para isso acontecer, ele precisa aparecer. Olho as horas no celular, ele está atrasado meia hora. - Com licença, senhorita. Gostaria de fazer o pedido agora?- O garçom parado ao lado da mesa pergunta. - Eu estou esperando uma pessoa, ele está atrasado mas logo deve chegar.- Digo. O garçom assente e se retira, mas não sem antes eu ver o olhar de pena em seu rosto. Ele acha que eu levei um bolo. Rio. Como se o Jax fosse fazer isso comigo. Ele está atrasado, mas deve ter uma boa explicação para isso. Logo ele vai aparecer. Mais alguns minutos se passam, meu celular vibra em cima da mesa. É uma mensagem dele. JAX: Amor, me desculpe mas eu não vou poder ir. Emergência de família. Amanhã eu te ligo. Meu coração murcha e uma onda de desânimo me leva embora. Me levanto rapidamente e saio pela porta. Sei que parece besteira mas não quero que aquele garçom veja que ele estava certo, que ele tinha motivo para sentir pena de mim porque eu levei um bolo. Tento não me importar muito. É uma emergência, envolvendo algum membro da família Cord. É claro que Jax tem que ajuda-los ao invés de jantar comigo, é a família dele. Talvez eu deva ligar e conferir se está tudo bem com eles. Não. Acho melhor espera Jax me ligar amanhã, se fosse algo muito sério ele teria me dito.Não quero me intrometer.
Acho que tem um ponto de taxi há uns 15 minutos daqui. Ainda são 20:30, não é muito tarde, decido ir andando até o ponto e de lá ir para o campus de taxi. Começo a andar pela calçada, o ar está gelado e eu estou sem casaco. Envolvo meus braços ao meu redor, tentando me esquentar. Ando lentamente e escuto meus passos ecoando pela rua deserta. Um ou outro carro passam por mim, mas eu sou a única a pé. Paro e olho para trás. Você já teve a sensação de estar sendo seguida? Pois eu estou tendo essa sensação agora. Olho nos dois lados da rua mas não vejo ninguém, continuo andando mas a sensação não vai embora. Olha para trás enquanto continuo andando e vejo um vulto. Droga, a sensação de estar sendo seguida não é só uma sensação. Começo a andar mais rápido. Minhas botas fazendo um barulho frenético no asfalto da calçada. Meu coração começa a acelerar e eu xingo mentalmente. Merda, merda, merda. Apuro os ouvidos e começo a escutar passos atrás de mim. Acelero mais ainda e escuto os passos mais barulhentos, o filho da mãe está andando mais rápido. Começo a me desesperar e sem olhar para trás eu corro. Escuto os passos cada vez mais perto e olho para trás. Um corpo grande, que deve ser de um homem, está correndo em minha direção. Meu coração está quase saindo pela boca, corro o mais rápido que eu posso. Olho desesperada para os lados para ver se tem alguém para quem eu possa pedir socorro. Mas é tarde demais. Sinto braços fortes me agarrando por trás. - Socorro.- Grito o mais alto que eu consigo. Uma mão tapa minha boca e eu começo a chorar enquanto tento me desvencilhar do aperto forte. - Shhh.- O homem me coloca contra a parede e eu vejo a oportunidade então chuto com toda a força no meio das suas pernas. O homem solta um grunhido de dor e se dobra colocando as mãos entre as pernas. Aproveito para correr para longe dele. - Mas que droga, Kim.- Eu congelo no lugar.
Escutar ele dizer o meu nome não foi o que me parou. O que me fez parar e dar meia volta foi o arrepio que eu senti quando ele disse meu nome. Meu coração gela e meu estômago fica doente. Eu reconheço essa voz. Chego até o homem que ainda está dobrado e soltando gemidos de dor. Ele se encosta na parede e tenta respirar com dificuldade. As luzes da rua são fracas e ele está de capuz, não consigo enxergar seu rosto. Aproximo minha mão lentamente e num movimento rápido eu tiro seu capuz. Levo minha mão a boca em choque. Não pode ser. É ele. - Jordan?- Pergunto franzindo a testa. - Olá, Kim Possible.Ele está na minha frente mas eu não acredito no que meus olhos veem. Abro a boca mas não consigo dizer nada. Ele se endireita e me olha normalmente, como se não fosse uma grande coisa ele estar aqui. - Como você está...O que você...Como...Como você me achou aqui?- Pergunto quando consigo recuperar minha voz. - Não foi tão difícil assim. A Gwen havia me dito que você estava no Texas, eu só tive que procurar um pouco.Continuo lhe olhando confusa. Não acredito que isso está acontecendo. Achei que eu estaria segura aqui, que ele nunca me encontraria. - Há quanto tempo você está aqui?- Minha voz está soando tão fraca, tão patética. Mas não posso disfarçar o choque de ver Jordan aqui, em Dallas, e depois de tanto tempo. - Cheguei há uma semana.- Porque? Porque você veio pra cá? Porque você não me deixa em paz?- Lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto. Ver ele trás de volta toda a dor que eu achei ter conseguido superar. E trás algo mais, um sentimento de saudades talvez, não sei explicar o que estou sentindo agora. - Você não acha que nós temos que conversar? Kim, você estava gravida de um filho meu, você não me disse nada. Se não fosse por outras pessoas, eu nunca sequer ia ficar sabendo que ele existiu, e que ele...Morreu.- Sua voz falha e seus olhos lagrimejam. - Eu não ia te contar. Nunca. Você não merecia saber, não depois do que você fez comigo.- Digo com amargura e raiva.
- Aquela criança também era minha Kim. Você me privou da felicidade de saber que eu ia ter um filho, e depois quando você...Perdeu nosso filho, você simplesmente fugiu. Veio para cá, para se esconder. Eu queria falar com você, eu precisava falar com você...Não era só você que estava sofrendo, eu também sofri quando eu descobri que o nosso filho estava morto...Um filho que eu não tive chance de amar.- Lágrimas rolam pelo seu rosto. A dor que estou sentindo é indescritível. Achei que já tivesse superado tudo, mas escutar as palavras de Jordan dói muito. - Então é pra isso que você está aqui? Pra me culpar?- Claro que não, Kim.- Ele se aproxima e eu dou uma passo para trás. - Então porque? E porque você correu atrás de mim? Você me assustou pra caramba.- Desculpa, não era minha intenção. Eu estive te observando desde que cheguei aqui, eu estava esperando o momento certo para falar com você. Eu estava te seguindo para garantir que você estivesse segura.- Ele tenta novamente se aproximar e eu mais uma vez me afasto. - Não chegue perto de mim.- Digo. - Eu só quero conversar com você.- Mas eu não quero conversar. Você tinha razão, eu fugi para cá. Para ficar longe de você, então por favor vá embora e não volte mais.- Você ainda está com raiva de mim, eu entendo. Eu sei que eu errei, Kim. Eu nunca devia ter feito tudo que eu fiz.- Você não sabe o que eu senti quando você confessou ter dormido com outras mulheres. Você me levou pra mesma cama que você esteve com elas, Jordan.- Eu sei, eu sei que eu errei. Que eu errei feio. Mas eu estava perdido, eu estava sofrendo porque eu te amava...- NÃO.- Grito e aponto o dedo para ele. - Não me venha com essa, se você me amasse você não teria conseguido dormir com outra pessoa.- Eu não dormi com nenhuma delas, foi sempre com você. Eu só conseguia ver seu rosto, Kim.- Para, para por favor. Só vai embora. Siga com a sua vida Jordan, e deixa eu seguir com a minha.Me viro e caminho para longe dele. - Eu te amo.- Assim que ele diz essas palavras meu coração, que eu achei não ser possível ser mais destruído, sangra. Sinto um vazio tão grande e tenho que colocar a mão na boca para abafar o choro.
Escuto seus passos se aproximando e sinto sua presença bem atrás de mim. - Eu não vim aqui para te culpar por nada, Kim. Eu vim aqui para conversarmos sobre tudo que nos aconteceu, eu vim aqui para dizer que eu ainda te amo mais que tudo. Eu quero você de volta, meu amor.- Não me chame assim. Eu não sou mais seu amor.- Me viro e encaro seus lindos olhos verdes. Desde que eu retirei o seu capuz eu tento evitar olha-lo nos olhos, tento não olhar direto para seu rosto. Mas agora eu olho. Ele continua igual a como eu me lembro. Lindo. O homem por quem eu me apaixonei. - Claro, agora você é o amor de outro cara...Eu vi você com ele, um cara alto de cabelos castanhos. Eu vi vocês se beijando. Vocês estão juntos, não é?- Sim, o Jax é meu namorado.Ele fecha os olhos com força e coloca as mãos no bolso do moletom. - Você o ama?- Ele sussurra. - Amo. Muito.Ele abre os olhos e eu vejo dor em seu olhar. - Você já me esqueceu?Não consigo encara-lo e desvio olhar para o chão. - Esqueci.- Então diga isso olhando nos meus olhos.Respiro fundo e levanto a cabeça. Olho bem em seus olhos e tento manter a voz firme. - Eu já te esqueci, Jordan.- Não consigo me manter firme e minha voz falha. - Não acredito. O que você e eu tínhamos não é algo que acaba assim tão fácil. Você ainda me ama, assim como eu te amo.- Eu amo o Jax, não você.- Você diz isso porque está com raiva de mim. Eu entendo, eu não te culpo, eu sei que você tem todos os motivos para sentir raiva de mim.- Eu digo isso porque é verdade.- Não é verdade, eu vejo em seus olhos que você ainda sente algo por mim. Você pode mentir para mim, você pode mentir até pro seu namorado...Mas, Kim, você não pode mentir para si mesma.- Só...Vai embora, por favor.-
- Eu vou. Mas só por agora. Eu vou continuar aqui, e a gente ainda vai conversar... Sobre nós, sobre nosso filho. E eu vou fazer você perceber que você ainda me ama e que nós fomos feitos um para o outro.- Não conte com isso.- Eu vou deixar você em paz por agora. Vou deixar você se recuperar do susto de me ver, mas isso não significa que eu vou embora. Eu sempre vou estar perto de você, Kim.Ele sorri e meus joelhos fraquejam, tinha esquecido do efeito que esse sorriso tem sobre mim. - Eu te amo. Eu prometi te amar para sempre, lembra? Não importa o que você diga, nosso amor é para sempre, Kim.- Ele se afasta lentamente, ainda me olhando. Observo ele se afastar e quando ele vira a esquina e sai de vista eu desmorono. Tenho que me apoiar na parede para não cair. Fecho os olhos bem apertado e balanço a cabeça repetidas vezes, tentando apagar da minha memória o que acabou de acontecer aqui. Não acredito que o Jordan está aqui. Achei que ele tivesse fica para trás. Achei que ele fazia parte do meu passado, mas eu estava enganada. Ele faz parte do meu presente, e se depender dele, fará parte do meu futuro também.
Capítulo 13 A verdade Não consegui pregar o olho a noite inteira. Ficava rolando pra cá e pra lá na cama repassando o meu encontro com o Jordan de novo e de novo. Ele acha que eu ainda o amo. Que besteira. Eu amo o Jax, é ele quem eu amo. Não sinto mais nada pelo Jordan, ele não me afeta de maneira alguma. Ah Deus, a quem eu quero enganar? Jordan tem razão, eu estou tentando mentir para mim mesma. O problema é que o que estou sentindo ainda é muito confuso. Não tenho certeza se eu sinto algo por Jordan, e nem o que esse sentimento é. Talvez eu ainda o ame? Ou talvez seja só um sentimento de saudades. Mas eu sei que eu amo o Jax, seria possível eu amar os dois ao mesmo tempo? Mas se eu amo dois homens ao mesmo tempo, então realmente é amor? Mas que droga. Estou me sentindo tão perdida nessa confusão de sentimentos. Decido que como hoje é sábado e eu não tenho aula, vou fazer uma visita na fazenda. Faz duas semanas que não vejo nenhum dos Careton. Jax me ligou hoje, logo de manhã. Eu não atendi. Não porque eu fiquei brava com ele por causa do jantar, apesar que possivelmente ele pense isso, mas porque eu não conseguiria falar com ele agora. Não depois de passar a noite inteira pensando em Jordan. Acho que vou aproveitar que eu estou indo para a fazenda e vou dar uma passada na casa de Jax. Ver como Alyssa, Mark e Justin estão indo. Holly não, ela é má. Espero que ela nem esteja lá. *** JAX: Droga. A Kim não está atendendo o meu telefonema. Ela deva estar tão brava comigo por não ter aparecido no jantar ontem. Eu estava me arrumando para me encontrar com ela quando Diana me ligou e disse que Sally estava no hospital. Diana me apavorou pelo telefone e eu fui correndo pra lá. Fiquei tão preocupado com a minha pequenininha. Cheguei lá e esperei o medico vir falar conosco. Estava muito preocupado porque a Sally não é muito saudável, ela sempre foi doentinha e nesses últimos dias ela tem estado pior. Estava tão angustiado que esqueci de ligar para Kim e cancelar nosso jantar. Acabei mandando uma mensagem de texto atrasada, preferi assim porque eu sou
um covarde. Não tinha certeza se iria conseguir ouvir sua voz e mentir para ela. Tem ficado cada vez mais difícil. Passei horas no hospital, o medico finalmente apareceu e disse saber qual era o problema de Sally. Ela estava com tuberculose. Agora ela vai ter que fazer um tratamento à base de antibióticos por seis meses. O medico disse que é imprescindível que o tratamento não seja interrompido. Eu vou ter que cuidar disso. Não acho que posso confiar em Diana para medicar Sally corretamente. Mando uma mensagem para Diana avisando que eu vou passar no hospital mais tarde. Depois de alguns segundos recebo uma resposta. DIANA: Tudo bem. A Sally pediu para dizer que já está com saudades e que amou muito o ursinho de pelúcia. Foi muito importante para ela você ter ficado ao seu lado ontem, ela estava com medo e você sabe que ela te ama muito. Eu também te amo, mesmo que você não reconheça isso. Te vejo mais tarde. Reviro os olhos. Essa é a Diana. Provavelmente eu deveria voltar para Dallas e falar com Kim pessoalmente, mas tenho que ficar aqui em Wills Point por causa de Sally. E já que a Kim não está atendendo o celular, vou tomar isso como um sinal de que é melhor deixar ela esfriar a cabeça e conversar com ela depois. *** KIM: Não acredito nisso. Eu passei a tarde conversando e ajudando tia Marie a fazer torta, no finalzinho da tarde fui a casa dos Cord como eu já havia decidido. Descobri que Jax mentiu para mim. Falei com Alyssa e ela parecia confusa quando eu falei sobre a tal emergência familiar. Ela disse que Jax nem apareceu por aqui ontem, só hoje bem de manhãzinha quando ele veio tomar um banho e trocar de roupa. Vou direto para o estábulo e vou matar minha saudades da Allegra. Aproveito para colocar meus pensamentos em ordem. Jax mentiu pra mim. Porque? Será que isso é o sinal que eu precisava para ter certeza que ele está me traindo? Que outro motivo ele teria para não ir ao nosso jantar e mentir sobre a razão disso? Escondo o rosto entre as mãos e choro. Não pode ser verdade, tem que ter outra explicação. Tem que ter.
Eu não posso ter me enganado tanto assim com uma pessoa. Eu sei que Jax não seria capaz, eu realmente do fundo do meu coração quero achar que ele não é esse tipo de pessoa. Mas os fatos não estão a seu favor. - Ah Allegra, eu estou com tanto medo.- Sussurro para a égua. Eu estou apavorada com a possibilidade de descobrir que Jax tem outra. Não quero nem imaginar a minha situação se isso for verdade. Eu não vou conseguir permanecer em pé, eu não vou conseguir respirar se isso for verdade. Por favor meu Deus, que não seja verdade. *** Mando uma mensagem para Jax perguntando onde ele está. Ele responde e diz que está em Wills Point, eu envio outra mensagem e digo que eu estou aqui também, que eu vim visitar tia Marie. Ele pergunta se eu quero jantar com ele e eu respondo que sim. Eu estou morrendo de vontade de gritar para ele que eu sei sobre a sua mentira, mas eu decidi ver até onde ele vai. Talvez nesse jantar de hoje ele me diga a verdade, talvez ele confesse que mentiu e me explique tudo. Ele deveria saber como eu sou sensível a mentiras, depois de tudo o que eu contei para ele. No horário combinado eu entro no restaurante e procuro por Jax. Avisto ele sentado numa mesa de dois lugares em um canto. Coloco um sorriso na cara e caminho em sua direção. Quando ele me vê seu olhar é analisador, depois que ele nota meu sorriso ele sorri também. - Kim.- Ele se levanta. - Oi, meu amor.- Dou um selinho em seus lábios. Não consigo mais que isso. Me sento na cadeira a sua frente. - Kim, eu realmente sinto muito por ontem. Por favor diga que você não me odeia.- Eu não te odeio, meu amor.- Por favor, não me dê motivos para começar a odiar. - Eu sei que você ficou chateada...- Não. Está tudo bem, eu entendo Jax.- Sério?- Ele parece surpreso. - Sim, não tem problema algum. Essas coisas acontecem.- Ah, meu amor. Você é a melhor.- Ele segura minha mão e aperta.
- Mas então...Tudo bem com a sua família?- Ann?- A sua família. Você disse que tinha tido uma emergência.Por favor diga a verdade, por favor diga a verdade. - Ah sim, está tudo bem agora.Meu coração dói e sinto minha alma murchar. Ele não disse. - Então realmente está tudo bem...com a sua família. Você falou com a sua família ontem e está tudo bem agora?- Dou mais uma chance, ele tem que me contar a verdade. Vamos lá, por favor Jax. Me conte. - Sim, tudo bem... O que você vai querer? Eu acho que vou pedir o numero 9, parece gostoso.- Ele diz olhando o cardápio. Lágrimas começam a se formar nos meus olhos e eu luto para que elas voltem para onde vieram. - O numero 9 parece bom.- Digo numa voz baixa e triste. *** - Você está bem, Kim?- Sim. Por que?- Minha voz é fria. - Você está quieta o jantar inteiro. E mal tocou na comida.- Está tudo bem, eu só estou um pouco cansada.- Você quer a sobremesa ou você que ir?- Eu quero ir embora.- Respondo. - Muito bem, eu só vou no banheiro e já volto.- Tudo bem.- Ele se levanta e vai em direção aos sanitários. Apoio os cotovelos na mesa e descanso a testa em minhas mãos. Ele está mentindo pra mim. O que eu devo fazer? Olho sua jaqueta pendurada na cadeira e uma ideia me vem a mente. Me lembro do que Hayden me disse “você tem que olhar no celular dele.” Me levanto e procuro o celular nos bolsos de sua jaqueta. Se eu achar eu olho, se não estiver aqui é um sinal que eu não devo fazer isso. Mexo nos bolsos e paro quando sinto algo em minhas mãos. Retiro a mão do bolso e encaro o aparelho que pode acabar com as minhas duvidas. Vou direto nas mensagens já que ele pode voltar a qualquer minuto. A última mensagem que ele recebeu foi de uma mulher chamada Diana.
Eu me lembro desse nome. Aquele dia no carro quando ele gritou comigo, foi esse nome que eu vi no visor antes dele arrancar o celular da minha mão. Aperto em abrir e leio a mensagem: DIANA: Tudo bem. A Sally pediu para dizer que já está com saudades e que amou muito o ursinho de pelúcia. Foi muito importante para ela você ter ficado ao seu lado ontem, ela estava com medo e você sabe que ela te ama muito. Eu também te amo, mesmo que você não reconheça isso. Te vejo mais tarde. As lágrimas que eu tanto lutei contra momentos antes agora rolam livremente pelo meu rosto. Encaro a tela do celular em estado de choque. Ele me abandonou ontem para ficar com essas tal de Diana e Sally. Ele esta me traindo com a Diana e a Sally é provavelmente...Oh Deus, deve ser sua filha com essa mulher. Uma dor muito forte no meu coração me faz curvar e eu tenho que apoiar uma mão na mesa. A outra eu levo até o meu coração, ou pelo menos onde ele deveria estar, se eu ainda tivesse um. - Podemos ir?Ele para ao meu lado. - Kim, o que foi?- Ele olha meu rosto cheio de lágrimas e depois o seu celular na minha mão. - Como você foi capaz?- Pergunto. Coloco o celular com a mensagem ainda na tela em sua mão e saio correndo em direção a saída. - Não Kim, eu posso explicar...Espera Kim...Kim.-Ele grita mas eu continuo correndo, sem me importar com os outros clientes que me olham assustados e curiosos. Cambaleio para fora da porta e respiro o ar fresco da noite. - Kim...Espera, Kim...- Escuto sua voz e apresso meus passos. - Me deixe em paz.- Grito sobre o ombro. - Kim espera, por favor.- Ele segura meu braço e eu o puxo com violência. - Me solta, não chega perto de mim.- Kim, calma...Seja o que for que você acha que sabe, você não sabe.- Ah não sei? Eu não sei que você tem recebido telefonemas estranhos? Eu não sei que você mentiu sobre estar com a sua família ontem? Eu não sei que você tem um caso com essa tal de Diana e que essa Sally provavelmente é sua filha? Acho que eu sei muito bem de tudo, ou tem mais?- Pergunto com raiva.
- Kim, você entendeu tudo errado. Eu não tenho um caso com a Diana.- Mas você já teve.- NÃO. Eu não tenho e nunca tive.- Você está mentindo pra mim. Eu achei que você fosse diferente...Mas você não é.- Balanço a cabeça e choro. - Você está me traindo.- Não, Kim. Eu te amo, meu amor. Eu só quero você. Você é tudo pra mim, por favor acredite. Eu te amo.Ele se aproxima e segura meus braços. Tento me soltar mas ele me aperta mais forte. - Não, você não ama.- Sim, eu amo.- Então, se fosse está falando a verdade, quem é a Diana? Por que você mentiu pra mim?Ele abre a boca mas não diz nada. - Viu? Sabia, você está mentindo.- Não, Kim.- Então me diga a verdade. Me diga quem é Diana.- Eu não posso, Kim.- Não pode ou não quer?- Kim, por favor é complicado. Você tem que acreditar em mim.- Você é um mentiroso. Eu nunca devia ter acreditado em você.- Grito na cara dele. - Não diga isso, por favor.- Você me fez de idiota e quer continuar a fazer. Você diz que não está me traindo e que não pode me dizer a verdade. Você acha que eu sou idiota?- Grito tentando me soltar do seu aperto mas ele continua me segurando. - Kim, você não entende. Eu não contei pra ninguém, eu não posso simplesmente...- Chega de mentir pra mim. Assume logo que você tem me traído. Seja homem e assuma.- Eu não te trai, me escuta Kim, eu não te trai.Tento emburra-lo e bater em seu peito. Eu choro tanto que mal consigo ver, são muitas lágrimas nublando minha visão.
- Seja homem e admita. Não minta mais pra mim, admita que você brincou comigo. Admita que você me traiu com a Diana.- Grito e tento me afastar mas ele não deixa, suas mãos apertam forte meu braço e ele começa a me chacoalhar. - EU NÃO TE TRAI. EU TE AMO.- Ele grita. - Então quem é Diana?- Quem é Diana, Jax? Quem é ela? Quem é?- ELA É MINHA MÃE.- Ele grita e sua voz parece ecoar no silêncio da noite. *** JAX: Observo cuidadosamente e expressão no rosto de Kim. Seus olhos estão arregalados, sua boca aberta e sua pele pálida. - Diana é a minha mãe, Kim.- Repito mas dessa vez com a voz calma e baixa. Ela parou de se debater em meus braços então eu a solto. Ela continua imóvel e me encarando como se tivesse visto um fantasma. - Sua mãe?- Por fim ela consegue dizer. - Sim.- Mas a Alyssa é a sua mãe.- Sua voz é baixa, quase não a escuto. - Sim, é a Alyssa que eu considero minha mãe. Diana é só a mulher que me trouxe ao mundo.- Digo. Ela me olha mais confusa ainda, balança a cabeça e passa as mãos pelos cabelos. - Como assim? Você é...- Adotado? Sim, eu sou.- Porque você nunca me disse que era adotado?- Ela pergunta enxugando as lágrimas do seu lindo rosto. - Não é algo que eu tenha vergonha. Mas é que eu sinto como se eu realmente fosse um Cord que eu nem me lembro que o sangue deles não corre em minhas veias. Sinto muito se eu não te contei antes, eu apenas...Não sei, me desculpe.- Quem é Sally?- A Sally é minha irmãzinha. Ela tem 8 anos.- Mas...Eu não...Jax, eu não estou entendendo nada. Por favor, me explique.- Fico mais tranquilo de ver que ela está calma agora. Respiro fundo e decido que é essa a hora, vou contar tudo. Sem mais segredos. Mesmo que a verdade seja muito vergonhosa.
- Quando eu tinha dois anos, me acharam perdido nas ruas de Dallas. Como eu não tinha nenhuma identificação e ninguém procurou por mim, eu fui levado para um abrigo de menores. Eu fiquei lá até os meus 7 anos. Até que um dia Alyssa e Mark apareceram e me adotaram. Eu estava me sentindo tão abençoado, ganhei uma mãe, um pai, um irmão mais velho, uma irmãzinha...Uma família.Vejo que lágrimas escapam do seus olhos e eu estendo a mão e as enxugo. - Eu não tenho muitas memórias da minha mãe, eu era muito pequeno. As vezes algumas coisas me vem a mente mas são só borrões. Enfim, três anos atrás, quando eu tinha 18 anos, eu decidi procurar minha mãe. Foi difícil, ninguém sabia nada dela. Quando me acharam não tinha nenhuma informação comigo, a não ser um paninho com o meu nome. Mas nada que me desse uma pista da minha mãe biológica. E como ninguém nunca me procurou era de se presumir que eu tivesse sido abandonado. Mesmo assim eu continuei procurando, eu queria olha-la nos olhos e perguntar o porque ela não me quis.Só percebo que estou chorando quando sinto o gosto salgado de minhas lágrimas na boca. - Eu procurei por muito tempo e finalmente, há um ano atrás, eu a encontrei morando em Fort Worth. E descobri que eu tinha uma irmãzinha, quero dizer mais uma.- Eu sorrio. – Mas também descobri de onde eu venho...Diana é alcoólatra e antes disso ela foi...Ela foi...Uma prostituta.Olho para ver a reação de Kim, eu esperava ver horror em seu rosto mas ela apenas me olha e me ouve atentamente. - Eu não contei pra ninguém que eu estava procurando minha mãe, e não contei quando eu a encontrei. Eu fiquei com muita vergonha. Eu abominei ela desde nosso primeiro encontro, e eu ficaria feliz em nunca mais vê-la se não fosse pela Sally. Eu senti que eu precisava cuidar dele, entende?Ela balança a cabeça enfaticamente concordando comigo. - Eu não podia simplesmente dar as costas para ela. Ela é tão fraquinha, vive doente e Diana não cuida tão bem dela como deveria.- Porque você não pediu ajuda pra justiça? Essa mulher não deveria ter a guarda da sua irmã.- Kim diz. - Eu pensei em fazer isso. Mas eu nunca conseguiria a guarda dela, e se eles vissem como a Diana vive, eles mandariam Sally para um abrigo. Eu não queria ela num lugar como esse, eu sei como é lá, Kim. Não é um lugar feliz, é horrível. Se ela ficar com a minha mãe pelo menos eu sei onde ela está e eu posso garantir que ela tenha tudo, ou pelo menos quase tudo que ela precise. Além do mais, apesar de tudo, Sally ama Diana e eu não queria que ela sofresse tendo que ficar longe da mãe.- Então era isso o tempo todo.- Ela sussurra.
- Sim. As únicas vezes que eu menti para você tinham a ver com isso. Ontem eu não fui no jantar porque Diana me ligou e disse que Sally estava no hospital.- Ela está bem?- Vai ficar, ela está com tuberculose e como ela está meio fraquinha vai ficar mais uns dias no hospital.- Elas estão morando aqui em Wills Point? Você as trouxe para cá?- Sim. Achei que morar numa cidade pequena fosse ser melhor para elas. E como eu estava morando em Dallas, bom, sinceramente eu não queria que Diana estivesse tão perto assim de mim. Trouxe ela pra cá onde eu só a veria nos finais de semana.- Mas se você não queria que ninguém soubesse, não acha que trazer ela para uma cidade tão pequena como essa iria chamar a atenção? E se ela contasse para todos que você é seu filho?- Ela não faria isso. Eu e ele temos um acordo, desde que eu pague suas contas ela mantém segredo.- Mas nem os seus pais sabem?- Não. Eu sei que ele ficariam magoados se soubessem que eu queria procurar minha mãe. E como eu disse, depois que eu a achei, eu fiquei com vergonha dela.- Nossa, isso é...É muita coisa.- Ela passa a mão pelo rosto e parece estar tentando assimilar tudo que eu contei. - Você entende agora, Kim? Eu nunca seria capaz de te trair. Eu te amo.- Vou abraça-la mas ela se afasta. - Kim?- A olho confuso. - Você ainda está brava comigo? Você entendeu porque eu menti, não é? Sei que eu deveria ter te contado mas eu simplesmente não sabia como...Por favor, me diga que você me perdoa.- Eu te perdoo, Jax.Tento me aproximar mas mais uma vez ela dá um passo para trás. - Eu te perdoo por mentir, e eu até entendo o porque você fez isso, mas...Medo começa a crescer dentro de mim. Eu não posso perde-la. - Por favor, Kim. Não me deixe. Eu prometo nunca mais mentir para você, sobre qualquer coisa.- Jax...Eu não estou te deixando, eu só...Preciso de um tempo.- Como assim um tempo? Do que você está falando?- Eu estou dizendo que eu acho melhor a gente dar um tempo.-
- NÃO. Não, você não pode fazer isso comigo. Eu te amo.- Meu coração acelera e desespero toma conta de todo o meu ser. - Jax, eu não estou terminando o nosso namoro. Eu também te amo. Eu só estou te pedindo um tempo, eu preciso pensar sobre tudo. Eu entendo o porque você mentiu mas essas mentiras me fizeram sentir muitas coisas, eu estou confusa.- Não, Kim. Por favor, eu não quero me separar de você.- É só um tempo. Só isso, acho que vai ser bom tanto para você como para mim.- Eu não quero dar tempo nenhum.- Digo - Mas EU quero. Vai ser melhor assim...Só algumas semanas...- SEMANAS? Como eu vou aguentar ficar longe de você semanas?- Meu desespero crescendo cada vez mais. - Dias então. Só me de algum tempo. Quando eu estiver pronta, eu te procuro. Vai ser bom, eu vou poder colocar os pensamentos em ordem e você vai poder se dedicar a cuidar da sua irmãzinha.- Mas eu...- Por favor, Jax. Nós estamos bem, isso não é o fim.Eu não entendo e não concordo mas balanço a cabeça. - Vai ser o melhor, você vai ver.- Ela sorri e começa a se afastar. Ela para e se vira. - Eu quase esqueci, eu preciso te contar uma coisa. Uma coisa que aconteceu ontem...Quando eu sai do restaurante depois de receber a sua mensagem, eu encontrei com uma pessoa. Eu não sabia que ele estava aqui e foi uma surpresa pra mim.- Quem?- Pergunto. - Jordan.O QUE? Jordan? O que aquele filho da puta está fazendo aqui? E o que ele queria com a minha namorada? Meu sangue começa a ferver e eu fecho as mãos em punhos. - Jordan?- Sim.- E o que esse filho da mãe queria com você?- Pergunto com os dentes cerrados. - Ele queria conversar sobre o nosso filho...E sobre nós.Tenho que me controlar para não socar a primeira coisa que eu ver.
- Não existe “nós”. Existe ele e você, Kim. O “nós” agora é eu e você. Jax e Kim, não Jordan e Kim.- Eu sei, Jax. Mas como eu sempre fui honesta com você eu achei que você deveria saber.Passo a mão pelos cabelos e fecho os olhos. Esse filho da mãe por aqui não é boa coisa. Não pode ser. Ele vai querer tirar a Kim de mim, mas eu não vou permitir. Ela é minha, só minha. - Ele quer você de volta.- Ele diz que sim.- Só por cima do meu cadáver. Ele não vai te tirar de mim.- Eu dou uma passo ameaçador para a frente. - Calma, Jax. Não precisa descontar em mim, ok? Eu disse que eu e ele não tínhamos nada para conversar.- E ele?- Ele foi embora, mas disse que ia voltar.FILHO DA PUTA! - Se ele chegar perto de você, eu acabo com ele.- Jax, por favor.- Eu estou falando sério, Kim. Eu não vou permitir que ele ou ninguém tire você de mim. Você quer o seu tempo, então eu vou te dar um tempo. Mas quando acabar eu vou correndo buscar você e não vou largar mais.Ela me encara mas não diz nada. - Ele disse que ia ficar por aqui, então se você ver ele, só não...Faça nenhuma besteira.- Eu não prometo nada.Ela suspira e fecha os olhos. - Adeus, Jax.- Adeus não, até logo.- Até logo, Jax.- Até logo, Kim.Ela se vira e caminha para longe de mim. Eu a assisto com um medo enorme no meu coração.
E se o fato dela pedir um tempo tiver haver com o Jordan? Será que ela percebeu que ainda gosta dele, afinal ela mesmo me disse com todas as letra o quanto ela amou ele. Que ele foi o seu grande amor. Droga. Esse cara não podia ficar lá no lugar dele, longe de nós? Ele tinha que aparecer aqui, justo agora. Filho da puta, desgraçado. Ele a quer de volta mas não vai ter. Se ele acha que eu não vou lutar por ela ele está muito enganado. Eu não vou permitir que ele a tire de mim. Mas como eu vou cuidar para que ele não chegue perto dela, se ela quer distância de mim por um tempo? Uma raiva imensa me domina. Como eu queria que esse cara estivesse aqui agora, eu iria extravasar toda a minha raiva na cara dele, e depois ia colocar ele num avião para bem longe de mim e da Kim. A minha Kim. Só minha.
Capítulo 14 Amigos Não vou mentir, tem sido muito difícil ficar longe de Jax. Já se passaram quatro dias. Ou teria sido uma eternidade? Não sei dizer, para mim são a mesma coisa. Mas por mais que essa separação esteja sendo dolorosa, ela é necessária. A cada dia que passa, junto com a dor vem a certeza que eu fiz a coisa certa ao pedir um tempo do nosso relacionamento. É doloroso mas infelizmente é uma dor necessária. Jax tem respeitado a minha vontade. Ele não veio falar comigo, nem me ligou e quando nós nos cruzamos no campus, cada um simplesmente segue seu caminho. Mas eu vejo seu olhar, e eu sei que ele também está sofrendo com a nossa separação temporária. Embora eu sinto estar fazendo a coisa certa, as vezes a minha determinação titubeia e eu acho que o meu lugar é ao lado de Jax, ajudando ele a passar por esses problemas com Diana e Sally. Será que eu realmente estou fazendo o certo em abandonar Jax numa hora em que ele precisa que alguém esteja lá por ele? Será que eu não estou sendo egoísta demais e fazendo o que é o melhor para mim usando a desculpa que isso é o melhor para nós? Saio andando sem rumo pelas ruas de Dallas, somente eu e meus pensamentos. Paro em frente a um pequeno café e decido entrar. - Como posso ajuda-la?- A moça atrás do balcão me pergunta. - Um cappuccino e um pedaço de torta de morango, por favor.Ela escreve o pedido em um bloquinho e assente com a cabeça. - Eu vou me sentar na mesa lá fora.- Informo. - Ok. Eu levo o seu pedido em um minuto.- Ela diz. - Obrigada.Vou para fora e me sento em uma mesa pequena de dois lugares. Observo as pessoas passarem e fico me perguntando que tipo de problemas elas devem ter. Será que alguma dessas pessoas estão passando por um dilema amoroso também? Ah o amor, ele pode ser a melhor e a pior coisa que acontece com você. - Aqui está.-
- Obrigada.Tomo um gole do meu cappuccino e como minha torta. Tento não pensar demais. Tento manter minha mente vaga e esquecer de qualquer dilema ou duvida que eu tenha. Termino de comer e tomo o último gole da minha bebida. Quando me levanto para ir pagar a conta eu vejo um par de tênis parado ao lado da mesa. Meu olhar lentamente se ergue, por suas pernas depois seu peito e finalmente seu rosto. - Jordan.- Digo. - Está na hora de conversarmos.- Ele diz e se senta na outra cadeira da minha mesa. Fico ali em pé o encarando. - Eu já estava de saída.- Kim, sente. Por favor.- Jordan, eu realmente não acho que...- Kim, eu te dei tempo suficiente para você se acostumar com a ideia que eu estou aqui e para você se preparar para essa conversa. Sei que não é um assunto fácil, mas tem coisas que precisam ser ditas.Solto o ar exasperadamente e me sento novamente. - Acho que eu não tenho escolha, não é?- Bom, eu realmente não posso te forçar a nada e nem quero, mas você sabe que a gente precisa disso. Então por favor, converse comigo.- Ele apoia os antebraços na mesa e se inclina para frente. - Ok. Vamos conversar então.- Ótimo.- Ele fica me olhando com aqueles lindos olhos verdes e não diz nada. Meu olhar desce até sua boca e eu me lembro que quando nós estávamos juntos eu a beijava sempre que eu tinha a oportunidade. Me lembro também como era difícil pra mim manter minhas mãos longe dele. Nós sempre estávamos nos tocando, nos beijando. Dizendo o quando nos amávamos. Tenho que parar de pensar sobre esses momentos. - Então, sobre o que você quer conversar?- Pergunto. Vamos terminar logo com isso. - Bem, que tal você começar me contando como foi quando você descobriu que estava grávida.- Ok.- Respiro fundo. – Bom, quando eu desconfiei que eu poderia estar grávida eu fui correndo até uma farmácia e comprei vários testes de marcas diferentes. Eu fiz todos e todos deram positivo. No começo eu tive a sensação que aquilo não era
real, que não estava acontecendo comigo. Foi tão...Surreal. Depois eu fui para a fase da negação, mesmo com todos aqueles testes me dizendo que eu estava gravida eu não queria acreditar. Depois quando eu aceitei que aquilo estava realmente acontecendo, foi a vez do medo. Eu senti tanto medo, Jordan.- Minha voz falha e eu sinto meus olhos lagrimejarem. Jordan estende o braço e segura minha mão. Quando sua pele faz contato com a minha uma onda de excitação me percorre. Eu senti falta desse toque. Senti muito mesmo, é por isso que eu permito que ele segure minha mão enquanto eu continuo falando. - Eu havia brigado com a Gwen, não tinha você, não tinha nenhuma outra amiga em quem eu confiasse e eu não tinha coragem para contar para meus pais. Tive que guardar aquele segredo comigo, enquanto ele me corroía por dentro. Depois o medo deu lugar a raiva, eu estava com raiva de todos, mesmo dos que eu não tinha motivo para estar. Decidi que nem você e nem o bebê iriam me impedir de fazer as coisas que eu gostava, então decidi voltar a frequentar o encontro V8. Foi quando eu me aproximei de Ace.- Vejo o corpo de Jordan ficar tenso e sua respiração mais profunda. - Então a parte em que você e ele...Estavam juntos, namorando...É verdade?- Sim. Ele me abordou em um dos encontros, eu queria pular no seu pescoço depois do que ele tinha feito com a Gwen, mas ele começou a insistir e eu acabei desmoronando na frente dele. Não aguentei e coloquei tudo para fora, ele ficou do meu lado e disse que me ajudaria. Eu estava carente, confusa e com raiva. Essa não é uma boa combinação.- Kim, eu preciso saber...O Ace era perigoso, violento. Ele alguma vez...Te machucou?- Não. Ele era agressivo e muito temperamental, mas eu conseguia lidar com ele. Ele nunca chegou realmente a fazer nada contra mim.- Que bom, porque se ele tivesse feito e ele não estivesse morto...Eu matava ele.- Ele teve o que merecia, Jordan.Ele balança a cabeça discordando de mim. - Não. Eu queria tanto que ele tivesse sobrevivido ao acidente. Eu queria acabar com ele com as minha próprias mãos. Ele tirou meu filho de mim e quase tirou você também...Kim, quando eu soube do acidente eu fiquei...Desesperado. Não ter você para mim é uma coisa, mas não ter você nesse mundo...Eu não aguentaria te perder desse modo.Eu aperto a mão dele que ainda segura a minha.
- Eu fiquei com tanto medo que você morresse. Meu cérebro parecia não funcionar depois que ele assimilou a possibilidade de perder você para sempre. Meu peito doía como se o meu coração tivesse sido arrancado de mim.- Sinto muito que você tenha passado por tudo isso. Sinto muito que eu tenha...Matado nosso filho. Eu nunca vou me perdoar por isso.- Fecho os olhos e uma lágrima escorre pelo meu rosto. - Não, Kim. Não diga isso, você não matou nosso filho, foi...- Por favor não diga que foi o Ace. Ele dirigiu embriagado e passou no sinal vermelho, sim ele fez. Mas eu escolhi me envolver com ele mesmo sabendo quem ele era, eu escolhi entrar naquele carro. Eu não pensei que era perigoso para o meu filho e para mim. A culpa é minha.- Eu ia dizer que a culpa disso tudo é minha. Se eu não tivesse feito tanta besteira você ainda estaria comigo, o nosso filho não teria morrido e eu e você poderíamos nos casar e criar ele juntos. Você não teria que viver com essa dor, você não teria que ter fugido para cá e você não teria conhecido aquele cowboy que está te impedindo de voltar para mim.- Jordan, não é o Jax que está me impedindo de voltar para você.- Ah não? Então se nós estivéssemos exatamente onde estamos, mas se ele não existisse em nossas vidas...Mesmo assim você não voltaria para mim?Essa é difícil. Se não fosse pelo Jax, eu estaria disposta a voltar com Jordan? Sim, eu estaria. Mas Jax faz parte da minha vida e eu não consigo imaginar ela sem ele. Eu o amo. - Voltaria ou não voltaria, Kim?- Voltaria.- Confesso, não adianta mais mentir. - Então a única coisa que esta me impedindo de te ter de volta é esse cowboy...O Jax.- Ele diz o nome dele e depois faz uma careta, como se seu nome tivesse um gosto amargo. - Jordan, não é bem assim. É complicado.- Mas eu teria uma chance maior se não fosse por ele.Me recosto na cadeira e puxo minha mão, mas ele a segura e não me deixa soltalo. - Jordan, você nunca parou para pensar que nós, simplesmente não era para ser?- Não. Eu me recuso a acreditar nisso, Kim. Nós fomos feitos um para o outro, eu sei disso.- Eu amo o Jax.- Digo quase de uma forma como se estivesse me desculpando.
Ele me olha com um olhar tão torturado e triste que eu quase me arrependo de ter dito essas palavras, mas ele precisa saber da verdade. Mesmo que doa. - Você realmente não sente mais nada por mim?- Ele sussurra. - Eu...Eu não sei. Eu estou muito confusa sobre o que eu sinto por você. Mas o que eu sinto por Jax, isso é muito claro pra mim.Ele balança a cabeça e permanece em silêncio, encarando o nada. Ainda segurando minha mão. - Não tem um único dia que passe sem que eu me arrependa de não ter estado com você quando você descobriu que estava grávida...E depois quando você perdeu o bebê. Como eu queria ter estado lá para te dar forças, e para conseguir força de você também. Me arrependo amargamente por ter cometido todas as burradas que me afastaram de você. Eu daria tudo para voltar no tempo...Para ter você de volta em meus braços.Meu coração vacila e por um momento eu imagino como seria se eu desse uma segunda chance para Jordan. Como eu queria que ele não tivesse me dito tudo isso. Como eu queria que ele não me amasse mais e nunca tivesse vindo para cá. Tudo seria mais fácil. - Eu te amo tanto, Kim. Você não tem ideia do quanto.Fecho os olhos e absorvo suas palavras. Deus, eu amei tanto esse homem. Me lembro de todos os nossos bons momentos e dói saber que não temos mais isso. - Eu tenho ideia...Porque eu já te amei assim uma vez. Quando nós estávamos juntos, Jordan, eu te amei mais do que é compreensível. Você era tudo pra mim.- Você continua sendo tudo pra mim, Kim.- Ele espalma a mão no meu rosto e me acaricia com seu polegar. Eu fecho os olhos e sinto seu toque familiar, o calor do seu corpo que o meu próprio corpo aprendeu a reconhecer. Cubro sua mão com a minha e a acaricio. Ele me dá um sorriso fraco e eu sorrio de volta. - Eu cansei de sentir raiva pelo que você fez. O que está feito, está feito. E você sempre vai ter um lugar especial no meu coração...Talvez, possamos ser amigos?- Eu quero ser muito mais que isso...Mas se é essa a maneira de eu conseguir ficar perto de você...Tudo bem. Sejamos amigos.- Bom.- Bom.- Ele sorri. Eu delicadamente retiro sua mão do meu rosto e quebro o contato físico com ele. - Tudo bem para o seu namorado se formos amigos?- Ele pergunta. Quando eu não respondo ele franze a testa.
- Problemas no paraíso?- Não...Jax e eu só estamos dando um tempo.- Dando um tempo hum...E o porque disso?- A gente...Eu achei melhor dar um tempo para ambos pensarmos sobre algumas coisas.- Eu sou uma dessas coisas em que você tem pensado?- Jordan.- Chamo o seu nome em tom de alerta. - O que?- Ele dá um sorrisinho malicioso. - Amigos, lembra?- Ok, certo. Amigos.- Ele me olha como se fosse um predador. Talvez ser amiga de Jordan não seja uma ideia inteligente. Mas é claro que eu sabia disso quando propus isso para ele. Então por que eu fiz? A resposta é clara, porque eu quero ficar perto dele, e quero ele perto de mim. Droga, isso não é bom.
Capítulo 15 Armação JAX: Eu vou enlouquecer, tenho certeza disso. Meu Deus, que tortura tem sido ficar longe da Kim. Já se passaram um pouco mais de uma semana e eu não falei com ela nem uma vez. Eu não a toquei, ou beijei ou ao menos cheguei perto dela. Quanto tempo mais será que ela vai precisar? Porque sinceramente, eu não sei mais o quanto eu posso suportar. Paro no sinal vermelho com o carro e batuco com os dedos no volante. Distraidamente olho para o lado, meus olhos percorrem a calçada e passam por algumas mesas distribuídas ali, em frente a uma sorveteria. Um cabelo cor de fogo chama a minha atenção. É a Kim, e ela não está sozinha. Um cara de cabelos escuros está sentado ali com ela. Não sei quem é mas meu sangue já ferve em minhas veias. Principalmente por eles estarem sentados tão perto um do outro. Ele diz algo e ela joga a cabeça para trás numa gargalhada. Morro de ciúmes por ele estar ouvindo essa risada. Sei que é ridículo mas só eu quero escutar a risada gostosa dela. Quero que só eu a faça rir desse jeito. Minha paciência, que já era mínima, se esgota quando eu vejo ele pegando um pouco do seu sorvete e dando para ela na boca. Conduzo o carro até a vaga mais próxima e estaciono. Desço rapidamente e bato a porta com força. Estou furioso. Caminho até a mesa olhando fixamente para o meu alvo. O cara que está prestes a perder os dentes. Chego perto e escuto eles rindo e conversando. - Ah não pode ser.- Ela diz rindo. - Eu juro Kim Possible.- Ele responde também rindo. Kim Possible, que porra é essa? Ele deu um apelido pra minha garota? FILHO DA MÃE. Paro ao lado da mesa e cruzo os braços.
- Posso saber o que está acontecendo aqui?- Pergunto sem tirar meus olhos do cara. Vejo sua expressão quando me vê e eu sei que ele sabe que eu sou o namorado dela. E pela expressão de susto e surpresa ele não estava pretendendo fazer nada inocente, eu aposto. Isso aí babaca, foi pego no flagra. - Jax, o que você está fazendo aqui?- Kim pergunta. - Quem é o seu amigo?- Pergunto ainda encarando-o com uma expressão furiosa. - Ann...Ele é...Ele é...- Eu sou Jordan Collins. Muito Prazer.- Ele se levanta e estende a mão. JORDAN? MAS QUE PORRA! Ouvir o nome dele e saber quem ele é, e o que ele fez para ela aciona um gatilho dentro de mim. E eu explodo. Fecho minhas mãos em punho e acerto com toda a minha força na cara dele. Ao mesmo tempo que ouço Kim dar um grito eu vejo o babaca cair no chão e eu não posso descrever a satisfação que isso me dá. - VOCÊ ESTÁ LOUCO?- Kim grita e rapidamente dá a volta na mesa para chegar até o corpo caído do outro lado. - Oh meu Deus, Jordan. Você está bem?- Sim, estou bem.- Ele responde se levantando e esfregando o maxilar onde eu o acertei. Kim tira a mão dele do seu rosto e coloca as dela, observando para ver quais foram os danos. - Está doendo, Jordan?- Ela acaricia de leve o seu maxila e eu quase avanço para cima dele de novo. - Não, está tudo bem. Não se preocupe, Kim.Ela vira a cabeça para mim e me dá um olhar mortal. - Qual é o seu problema?- Ela pergunta furiosa e eu quase me encolho. Mas aí eu lembro que eu estou borbulhando de raiva. - Você esperava mesmo que eu iria ver vocês dois juntos e não faria nada?Pergunto tentando controlar o meu tom de voz. - Bom, você deveria. Se eu me lembro bem você e eu deveríamos ficar afastados. Nós estamos dando um tempo, lembra?- Ela está muito braba. - Então foi para isso que você me pediu um tempo? Para você passar ele com o seu ex-namorado?-
- Não seja ridículo, Jax.- Ridículo, agora eu estou sendo o ridículo? Se você quer terminar comigo para ficar com ele me diga de uma vez, não fique me enrolando e usando a desculpa de pedir um tempo.- Cada vez está mais difícil de controlar meu temperamento. Que vontade de gritar e chacoalhar essa garota que está me deixando louco. - Ei, não fale assim com ela.- O babaca diz. - Você, porque não cuida da sua vida?- Digo. - Eu estou cuidando da minha vida, a Kim é a minha vida e eu não vou admitir que você se exalte com ela.- Ele diz dando uma de corajoso e eu não me aguento, dou um passo na direção dele, minha mão coçando para acerta-lo bem na cara. Kim se coloca na frente dele e estende a mão, encostando em meu peito. - Nem pense em chegar perto dele.- Ela diz e meu coração dói. Ela está defendendo esse babaca, claramente ela ainda tem sentimentos por ele. Me desespero por dentro, não sei o que fazer, não posso perder ela. - Você vai defender ele?- Você deu um soco nele, Jax. Eu não vou permitir que você bata nele e nem que ele bata em você, violência não é a resposta.- Eu vi vocês dois juntos, ele dando sorvete na sua boca...Daí eu descubro que ele é o Jordan, o seu ex. Como você quer que eu reaja?- Não sei...Talvez como um adulto sensato?- Jordan diz sarcasticamente. Eu passo a mão pelo rosto e pelos cabelos. Esse cara está pedindo para apanhar. - Será que você não percebeu que essa é uma conversa de casal? Por que você não dá o fora daqui?- Pergunto. - Jax, não fale assim com ele.- Kim o defende de novo. - Você tem medo que eu fira os sentimentos do seu namoradinho?- Pergunto amargamente. - Jax! Pare com isso.- Esse cara veio até aqui, mesmo depois de tudo que ele fez, para tentar ter você de volta...E pelo que eu vejo ele está conseguindo.- Digo olhando para ela, não tento esconder nenhum dos meus sentimentos. Deixo tudo transparente para que ela veja o quanto eu estou sofrendo, para que ela entenda que eu a amo e que isso está acabando comigo. - Jax, por favor...- Ela abaixa o tom e diz mais calmamente. - Me diga que você não sente mais nada por ele.Ela franze a testa e me olha torturadamente.
- Me diga, Kim. Você ainda sente algo por esse cara?- Minha própria voz mais baixa, quase um sussurro. Ela olha para Jordan e ele sorri para ela. Ela me olha novamente e abre a boca, mas não diz nada. Solta um suspiro e abaixa a cabeça. - Foi o que eu pensei.- Digo com dificuldade, sinto minha garganta se fechando e é com muito esforço que o ar passa por ali. Sinto como se eu tivesse levado um soco no estômago, me sinto doente. Não consigo mais ficar aqui, preciso ir para outro lugar...Qualquer outro lugar. - Jax, eu te amo.- Ela diz. - Eu não duvido disso. Mas você o ama também...Mas você não pode ter nós dois, Kim.- O que você está querendo dizer?- Eu quero dizer que você vai ter que escolher...Ou eu ou ele.- Jax, não é bem assim...- É assim sim, Kim. Você gosta de nós dois, mas você só pode ter um...Você tem que fazer a sua escolha e deixar o outro ir.Deus, por favor, que ela me escolha. Por favor. - Ele está certo, Kim.- Jordan diz e segura a mão dela. Meu estômago embrulha mas eu sei que me exaltar agora não vai me ajudar em nada. – Você tem que fazer uma escolha...Escolha eu, nós passamos por tantas coisas juntos, muitas coisas ruins é verdade, mas pense em todas as coisas boas que vivemos. Eu sei que eu errei mas se você me der uma segunda chance, eu prometo fazer o impossível para você ser a mulher mais feliz do mundo. Eu te amo, Kim.FILHO DA PUTA! EU VOU MATAR ESSE CARA. Mas claro que pular no pescoço dele agora só vai servir para ele posar de coitadinho para ela. Eu não vou dar esse gostinho para ele. - Kim.- Eu chamo e ela olha para mim. Encaro seus lindo e penetrantes olhos verdes.- Eu cometi erros com você também, eu menti e não te contei toda a minha história e por isso eu realmente sinto muito. Mas isso é motivo para você desistir de nós? Pense nos últimos meses, como nós fomos felizes juntos. Você assim como eu sentiu que tinha uma coisa acontecendo entre nós desde da primeira vez que nos vimos. E é algo forte. Eu sei que você tem uma história com o...Com o Jordan, mas isso ficou no passado. Você e eu somos o presente...E o futuro. Por favor, me escolha. Eu te amo muito...Por favor...Ela alterna o olhar entre eu e ele. Sua expressão é quase de desespero. - Eu...Eu não...Não posso, não consigo...Por favor não me façam escolher agora...Por favor.- Sua voz é baixa.
Tinha esperanças que ela me dissesse que não tem o que escolher, que sempre fui eu. Queria que ela se jogasse nos meus braços e me beijasse apaixonadamente. O fato dela não fazer isso significa que ele tem alguma chance, e isso me apavora profundamente. O que eu vou fazer se ela escolher ele? Como superar quando o amor da sua vida quebra o seu coração? - Quando você se decidir...Você sabe onde me encontrar.- Digo e olho bem em seus olhos. - Eu te amo, Kim.- Digo e me afasto, caminho em direção a minha pick-up sem olhar para trás. Entro e viro a chave, guio o carro para longe dali enquanto olho pelo retrovisor e vejo os dois ficando cada vez menores. Sinto meu corpo trêmulo e paro o carro no estacionamento deserto de uma loja de ferramentas. Jogo a cabeça para trás e apoio no banco. Respiro fundo e não consigo mais segurar as lágrimas. O desespero toma conta de mim e eu choro. Apoio a testa no volante e choro até estar soluçando e meu corpo todo tremendo. *** Mais cinco dias se passaram. Cinco dias miseráveis. Nenhum sinal da Kim. Será que ela escolheu ele? Ela não iria simplesmente escolher ele e não vir falar comigo, não é? Talvez eu deva ir atrás dela, eu não quero que ela sinta como se eu a estivesse pressionando mas eu simplesmente não aguento mais de saudades. Vou caminhando pelo campus em direção ao dormitório dela. O sol está se pondo por detrás dos prédios. Caminho apressadamente mas paro de repente quando vejo Kim conversando com Jordan do lado de fora do dormitório. Machuca saber que ela está conversando com ele mas não veio uma única vez falar comigo. Será que ela escolheu ele e não teve coragem de me contar? Vou para detrás de uma árvore e observo os dois do outro lado da calçada. Eles estão conversando mas eu não consigo ler os lábios para saber sobre o que é. Será que ela está dizendo para ele não procura-la mais e que ela me ama e me quer?
Eu com todo o meu coração realmente espero que sim. Eles continuam conversando e ele se aproxima mais dela. Ela abaixa a cabeça e olha para o chão. Ele está dizendo alguma coisa para ela e coloca a mão em seu rosto. Já começo a me remexer no lugar. Se esse cara não tirar a mão dela em cinco segundos eu vou... Meu coração para de bater. Meu pulmão para de funcionar. Minhas pernas não aguentam mais o meu peso. Jordan acabou de puxar Kim pela cintura e agora suas bocas estão juntas. Ele a está beijando, e ela está deixando. E pior, está beijando de volta. Suas mãos envolvem o pescoço dele e ele a puxa para mais perto, abraçando-a pela cintura. Tenho que me apoiar na árvore para não cair no chão. Essa é a pior dor que eu já senti na minha vida. Lágrimas escorrem pelo meu rosto e eu as limpo rapidamente, me recuso a chorar. Acho que eu sou um pouco masoquista porque continuo olhando os dois juntos. Esse filho da mãe continua enfiando a língua na garganta da mulher que eu amo, e eu não posso fazer nada, afinal ela está permitindo. Ela quer isso. Ela escolheu ele. Saio o mais rápido que eu posso sem correr. Pego minha pick-up e piso com tudo no acelerador. Só quero sair daqui. Preciso fugir, preciso apagar aquela visão do meu cérebro. Pego a estrada em direção a Wills Point e sigo na velocidade máxima que meu carro consegue atingir. Luto contras as lágrimas e contra a dor em meu coração. Chego na cidade e conduzo o carro até o Remmys. Hoje eu vou beber até esquecer. Entro no bar, que a essa hora não tem ninguém ainda, e vou direto para o balcão. - Jimmy...Whisky puro, por favor.- Começando cedo hoje?- Ele pergunta me entregando o copo. - Quanto mais cedo eu começar, mais cedo eu fico bêbado e esqueço que a minha vida é uma bosta.- Viro o copo de uma vez e o liquido desce queimando pela minha garganta. - Mais um.-
Viro o copo novamente e bebo todo o conteúdo, bato o copo vazio no balcão e limpo a boca com a mão. - Mais, Jimmy.E assim continua noite adentro. Pessoas chegam, pessoas saem e eu continuo sentado no mesmo lugar, como uma estátua. A única coisa que eu mexo é meu braço para levantar o copo e minha cabeça, quando eu a jogo para trás para que o liquido deslize garganta a baixo. Não tenho a mínima noção de quanto tempo estou aqui ou de quanto eu já bebi. Mas sei que ainda não foi o suficiente, pois ainda lembro o motivo para que eu esteja fazendo isso. Kim beijou Jordan. Kim beijou Jordan. Kim beijou Jordan. Isso fica se repetindo na minha cabeça juntamente com a imagem dos dois se beijando. Bebo mais. Muito mais. Mesmo quando sinto meu corpo entorpecido, continuo bebendo, porque meu coração ainda não está. - Não acha que já bebeu demais?- Uma voz familiar pergunta e eu viro a cabeça. Vejo Nell parada ao meu lado me olhando com as mãos na cintura. Em resposta apenas viro mais uma dose. Ela puxa o banquinho do meu lado e se senta nele. - Você está uma merda, Jax.- Ela diz me encarando. Dou uma risada sem humor nenhum. – Muito obrigado, Nell.- Eu nunca te vi bebendo tanto assim, Jax. O que aconteceu?Não respondo, apenas encaro a bebida cor de âmbar no meu copo. - Isso tem a ver com aquela garota, a Kim. Não é?- Ela voltou com o ex-namorado.- Dizer essas palavras quase me provocou dor física. - Jax, você merece coisa muito melhor. Você se divertiu com ela, e agora acabou. Você merece uma mulher de verdade.- Ela pega no meu bíceps. Tenho vontade de dizer que a Kim é muito mais mulher do que ela um dia será, mas me abstenho e apenas tomo mais uma dose. - Que tal eu te fazer companhia,posso beber com você?Dou de ombros indicando que ela pode fazer o que bem entender. Ela pede uma bebida e propõe um brinde. - À conseguir o que se quer.- Ela diz e bate o seu copo no meu e ambos bebemos nossas bebidas.
- Eu vou dançar um pouco.- Ela diz e se levanta, caminhando até a pista de dança. Fico mofando no bar até que alguém cutuca meu ombro e diz que está na hora de fechar. Me levanto e minhas pernas cedem, tenho que me apoiar no balcão para não cair. Minha cabeça gira e eu vejo tudo em dobro. Sinto um enjoo e tenho que fechar os olhos e respirar fundo. Caminho a passos lentos até a porta. Assim que passo por ela respiro uma lufada de ar fresco e me sinto um pouco melhor do enjoo. Procuro pela minha pick-up no estacionamento mal iluminado. Caminho até ela e tateio os bolsos procurando pelas minhas chaves. Tento enfiar a chave no buraco da porta mas não consigo, há buracos demais. Olho para minha mão e há mãos demais. Tudo está turvo e duplicado. - Eu não acho que você está em condições de dirigir.- Me viro e vejo Nell. - Eu estou muito bem.- Digo em uma fala enrolada de bêbado. - Ah sim, eu vejo isso...Você não consegue nem abrir o seu carro.- Ela ri. - Eu estou bem...Eu consigo...Eu só preciso...Ei, o que você pensa que está fazendo?- Pergunto quando ela toma as chaves da minha mão. - Eu vou levar você para casa.- Não, você não vai.- Vou sim. Você não pode dirigir nesse estado, Jax. É capaz de você se matar ou matar outra pessoa.- Tudo bem...Você tem razão.- Digo. - Eu sempre tenho.- Ela sorri e oferece apoio já que eu mal consigo ficar em pé. Ela me leva para o lado do passageiro e me ajuda a subir no banco. Ela entra pelo outro lado e da partida no carro. - Onde você está me levando?- Pergunto encostando a cabeça no vidro frio da janela. - Eu estou te levando para casa.- Ela responde guiando o carro. Fecho os olhos e gemo, não estou me sentindo muito bem. - Não se preocupe, Jax. Eu vou cuidar de você.*** Acordo mas não consigo abrir os olhos. Minha cara está afundada no travesseiro e eu estou de bruços. Minha cabeça dói tanto que parece que vai explodir, minha boca está seca igual ao deserto do Saara.
Tento me mover mas minha cabeça dói demais. Sinto como se a qualquer movimento ela fosse explodir. Meu estômago também não está se sentindo legal. Escuto um gemido baixinho e tateio com a mão o outro lado da cama. Minha mão encontra uma pele lisa e nua. Oh droga! Viro minha cabeça e vejo costas nua e cabelos escuros espalhados pelo travesseiro. Oh droga! Me viro de barriga para cima e levanto os lençóis e vejo que eu estou só de cueca. - Ah droga. Não, não pode ser. Eu não fiz isso.Me levanto e procuro minhas calças. Toda essa agitação não fez nenhum bem para meu estômago. Se eu já estava com vontade de vomitar antes, agora que tenho consciência do que eu fiz eu estou quase botando meu estômago para fora. Nell se mexe e se espreguiça. Ela me olha com olhos confusos e nublados pelo sono. - Jax, volte para a cama. Que horas são?Termino de fechar minha calça e pego minha camisa do chão. Olho para ela que agora está sentada na cama. - Você já vai embora? Não quer ficar mais um pouco e se divertir um pouquinho?Ela dá um sorriso malicioso e meu estômago se revira. - Nell...A gente...Ontem a noite eu e você...Nós...- Transamos? Sim, nós fizemos.Fecho os olhos com força e coloco as mãos na cabeça. - Não pode ser...Eu não fiz isso. Não. Não.- Você estava dizendo exatamente o contrário ontem...Sim. Sim.- Pare Nell, por favor.- Qual o problema, Jax?- O problema é que eu amo a Kim, não acredito que eu fiz isso com ela. Não acredito que eu trai ela.- Ah qual é, Jax. Você não disse que ela voltou com o ex? Então, vocês não estam mais juntos, tecnicamente não foi traição.-
- Não me interessa se ela voltou com o Jordan ou não, eu não devia ter feito isso. Mas que droga...Eu não consigo lembrar de mais nada depois que eu sai do Remmys.- Você não se lembra da nossa transa? Jax, você disse que não queria mais saber da Kim, você disse que queria ficar comigo.- Sinto muito por não lembrar, Nell.- Nem tanto.- Mas eu acho muito difícil eu ter dito isso.- Você disse. Você que tomou a iniciativa, disse que queria fazer sexo comigo e que queria voltar pra mim.Foda! - Nell, eu sinto muito mas eu estava bêbado. Eu amo a Kim. E agora eu estraguei a última chance que eu tinha de ficar com ela. Ela nunca vai me perdoar por ter dormido com você.- Ela não precisa saber. Eu não vou contar nada.- Mas que droga...Você tinha que ter me parado, Nell. Você sabia que eu estava bêbado.- A culpa disso não é minha, Jax. Não se faça de vitima porque se eu me lembro bem você gostou de tudo o que nós fizemos aqui.Ah cara, eu preciso ir no banheiro vomitar. - Me diga que ao menos eu usei camisinha.- Usou. Eu fiz você colocar.Menos mal. Visto minha camisa e tento colocar meus pensamentos no lugar. Nell tem razão, o que os olhos não vem o coração não sente, não é? Droga. Não. Eu não sou capaz de fazer isso com a Kim, eu prometi que nunca mais iria mentir para ela e mesmo que ela esteja com o Jordan e que ela tenha o beijado, eu preciso contar para ela. Mesmo que ela me odeie. Mas que droga, porque eu fui fazer isso? Merda, merda, merda. Agora que eu nunca vou ter ela de volta. Eu vou ter que contar para ela sobre o que aconteceu entre Nell e eu e vou ter que implorar pelo seu perdão. Vou me ajoelhar e me humilhar se for preciso. Eu só não posso suportar a ideia que ela me odeie. Perder ela para Jordan já é dor suficiente para uma vida inteira.
Capítulo 16 Confissão KIM: Vejo o professor na frente da sala, vejo sua boca se mexendo mas não consigo me concentrar em nada do que ele está dizendo. A única coisa em que eu consigo pensar é no beijo que Jordan me deu. Depois de tanto sofrimento, sentir seus lábios nos meus foi como um bálsamo para minhas feridas. Eu sabia que eu havia sentindo muito a falta de Jordan, mas só depois do seu beijo eu percebi o quanto eu realmente senti a sua ausência. Mas aí tem Jax. Ele também foi como um bálsamo para mim, ele me fez voltar atrás da minha ideia maluca de não me apaixonar. Ele sempre foi muito fofo e carinhoso comigo. Ele assumiu a responsabilidade pela sua irmãzinha, o quão meigo é isso? Muito mesmo. Ambos erraram, em maior ou menor grau. Ambos tem defeitos irritantes e qualidades notáveis. Ambos são bonitos e gostam de mim de verdade. E ambos merecem uma segunda chance, mas apenas um poderá ter. Como decidir qual coração quebrar e qual não. Nenhum dos dois merece ser rejeitado. Talvez eu só precise de um sinal. Qualquer coisa que me mostre a direção certa a tomar. Finalmente a aula acaba. Junto minhas coisas rapidamente e sou a primeira a sair da sala. Cruzo os braços e ando olhando para o chão, indiferente para qualquer coisa acontecendo ao meu redor. - Kim.- Escuto uma voz me chamando e levanto a cabeça. Jax está parado na minha frente, lindo como sempre porém um pouco abatido. - Jax, você está bem?- Pergunto encarando-o. - Na verdade não, eu não estou bem. Eu preciso falar com você, algo sério.- Tudo bem, nós podemos ir no Pub da universidade.- Digo. - Na verdade, será que nós não podíamos ir para algum lugar mais reservado?- Bom...Tem a pracinha aqui perto, esse horário não tem ninguém lá.- Ótimo, podemos?- Claro.- Começamos a caminhar silenciosamente em direção a pracinha.
- Então...Como você tem passado?- Pergunto para quebrar o silêncio constrangedor. - Nada bem para falar a verdade.- Ele me dá um sorrisinho fraco e eu tenho vontade de embala-lo em meus braços. Chegamos e nos sentamos em um banco, eu tinha razão, além de nós dois não há mais ninguém por aqui. Ele senta do meu lado e apoia os braços nas pernas, fica curvado e parece que respira com dificuldade. Ele fica em silêncio e eu o espero, claramente o que ele tem para me dizer não é algo fácil então eu só lhe dou o tempo necessário. - Kim, eu vi você e o Jordan se beijando na frente do seu dormitório.- Ele diz e a dor em sua voz corta meu coração. - Você viu?- Sim, eu tinha ido lá para te dizer que eu não aguentava mais isso, que eu precisava de você. Mas quando eu cheguei...- Ele balança a cabeça tristemente. - Jax, eu sinto muito que você tenha visto isso.- Você escolheu ele...Quando você ia me contar?- O que? Não, eu e o Jordan não estamos juntos.- Não? Mas e o beijo? Você beijou ele de volta.- Eu sei, eu sinto muito. Ele veio falar comigo e eu simplesmente me deixei levar...- Droga...Isso não vai deixar o que eu vim aqui para te dizer mais fácil.- Jax, apenas me diga.- Seguro sua mão e sorrio. Quero que ele se sinta confiante para me contar o que for que seja que está atormentando-o. - Kim...Depois que eu vi vocês dois se beijando e eu achei que você tinha voltado para ele, eu...Eu fui até o Remmys, e eu bebi até não aguentar mais. Eu precisava te tirar da minha cabeça, eu precisava fazer a dor parar...Eu estava tão bêbado...Eu acabei...Kim, eu...- Ele me olha e eu vejo que ele está chorando. Enxugo suas lágrimas e acaricio o seu rosto. Ele fecha os olhos e respira profundamente. - Eu estou com muito medo que você me odeie.- Ele sussurra ainda com os olhos fechados. - Jax, eu não vou te odiar. Nunca.- Você diz isso porque não sabe o que eu fiz.- Então me diga.-
Ele respira fundo e expira lentamente, arruma a postura e me olha seriamente nos olhos. - Kim, quando eu estava no Remmys eu encontrei com a Nell.Não estou gostando disso... - E?- E, que eu e ela...Nós...Nós transamos.Sinto como seu um buraco se abrisse e estivesse me sugando para um lugar sem luz. Meu corpo se arrepia, meu coração acelera e meu estômago fica doente. Sinto que esqueci como se respira. - Você...Você dormiu com ela?- Minha voz falha e meu olhos lagrimejam. - Kim, eu sinto muito. Eu nem me lembro, eu estava bêbado.- Ah meu Deus.- Digo e apoio a cabeça em minhas mãos. - Kim, eu te amo tanto. Não era eu, eu não estava sóbrio. Eu sei que é uma desculpa horrível mas é verdade...Sinto muito, eu te amo, não me odeie.Ele coloca a mão em meu ombro e eu levanto. Enxugo as lágrimas e olho para ele. Abro a boca mas não se o que dizer. Ele se levanta e fica na minha frente, eu desvio o olhar, não consigo mais olha-lo. - Kim, olha para mim.- Não consigo.- Sussurro. - Kim, por favor...Eu te amo.- Eu...Eu preciso ir.- Não.- Ele segura o meu braço. - Por favor Jax, eu preciso ir. Me deixa, eu quero ficar sozinha.- Digo encarando o chão. Ele não diz nada mas afrouxa o seu aperto em meu braço. Eu passo por ele e caminho rapidamente em direção ao meu apartamento. Tento segurar as lágrimas mas falho, elas escorrem livremente pelo meu rosto. *** Faz dois dias que eu não vou às aulas. Faz dois dias que eu não saio do meu quarto. Hayden está preocupada comigo, ela tentou várias vezes me fazer falar sobre o que está acontecendo mas eu não disse nada. É toda a dor que eu sofri pelo Jordan, tudo de novo. Acho que eu não tenho sorte no amor.
Estou encolhida deitada na minha cama no meu quarto escuro, tentando esquecer que qualquer coisa fora desse quarto existe. Escuto uma batida e vejo uma fresta de luz quando Hayden abre a porta. - Kim, você precisa sair desse quarto. Você não quer me contar o que aconteceu, tudo bem é o seu direito, mas você não pode ficar assim.- Não estou afim de sair da minha cama.- Resmungo. - Eu estou saindo com umas meninas da minha turma, vá tomar um banho e se arrumar e venha conosco.- Eu prefiro ficar aqui.- Respondo. - Kim, você não...- Hayden, por favor...Me deixa sozinha.Escuto ela soltar um suspiro. - Tudo bem, mas qualquer coisa que você precisar me ligue.- Ok. Vá se divertir e não se preocupe comigo, eu estou bem.Ela fecha a porta e eu volto para meu estado sombrio e melancólico. *** É sábado a tarde e já estava na hora de eu sair daquele quarto. Tomei um bom banho e agora vou preparar algo para comer. Abro a geladeira e encaro os conteúdos lá dentro e vejo quais as possibilidades para se fazer um lanche rápido. Resolvo fazer um sanduiche então pego o pão, queijo, presunto, salame e o molho. Tiro o pão da embalagem e coloco em uma prato, nessa hora escuto uma batida na porta. Deve ser a Hayden, ela deve ter esquecido a chave de novo. Abro a porta e quem eu vejo não é minha colega de quarto. - Jordan.- Digo surpresa. Ele está me olhando intensamente, está com uma expressão animalesca e está ofegando um pouco. - Está tudo bem?- Pergunto. Não tenho tempo de assimilar nada, seu corpo grande vem em minha direção rapidamente e ele quase me derruba, mas seus braços me seguram. Ele me puxa para si e me esmaga com seu corpo e braços.
Sua boca ataca a minha ferozmente e ele invade o apartamento, ainda me segurando e me beijando apaixonadamente. Escuto a porta batendo e ele vai me arrastando atĂŠ chegarmos no sofĂĄ, onde ele me joga e se deitada sobre mim.
Capítulo 17 A escolha Sua boca não dá trégua para a minha. Suas mãos percorrem as curvas do meu corpo. Sua boca desce para meu pescoço e ele me lambe, me provocando gemidos baixinhos. Sua mão se estabelece em meu seio e ele aperta. Ele sobe minha blusa e afasta a taça do sutiã, expondo-o. - Como eu senti falta disso.- Ele diz e cobre meu seio com sua boca. Sua mão desliza pela minha barriga nua e invade meu shorts. Sua mão logo alcança meu clitóris e ele começa a brincar com ele, enquanto sua língua lambe meu mamilo. É gostoso mas há algo me incomodando, não estou me sentindo confortável. Sinto seu dedo deslizar pela minha entrada e eu congelo. Seguro seu braço e retiro sua mão do meu shorts. Ele larga o meu seio e me olha confuso. - O que foi, Kim? Qual o problema?Qual o problema? Qual é o problema? Ele não é o Jax, esse é o problema. De repente tenho uma epifania. É o Jax que eu amo, é ele quem eu quero. Eu fiquei mexida com a reaparição de Jordan e fiquei confusa. Eu fiquei em duvida porque na realidade eu sentia falta de quando Jordan e eu estávamos juntos, nós fomos separados abruptamente e sem realmente termos um ponto final. Eu achei que talvez pudéssemos voltar para quando estávamos juntos e felizes, mas isso não pode acontecer. Porque eu não sou mais a mesma pessoa que eu era antes. O que ele e eu tivemos foi maravilhoso, ele foi o primeiro homem que eu amei...Mas isso acabou. - Eu não posso fazer isso, Jordan.- Arrumo meu sutiã e minha blusa. Ele sai de cima de mim e me olha questionadoramente. - O que foi? Eu achei que você estava gostando.Me levanto e o encaro. - Jordan...Eu amo o Jax, é ele quem eu quero que faça essas coisas comigo...É com ele que eu quero ficar.Ele me olha magoado e eu sinto necessidade de reconforta-lo.
- Eu sinto muito...Eu te amei muito, mas agora eu percebo que eu já superei. A última coisa que eu quero é que você sofra, eu já te falei que você sempre vai ter um lugar especial no meu coração...Mas eu...- Mas você escolheu ele.- Ele diz tristemente. - Sim, eu escolhi ele.- Você tem certeza disso? Kim, eu te amo muito.- Jordan, por favor me perdoe, mas é ele que eu quero.Ele não diz nada e encara o chão. - Se você já fez a sua escolha, então eu não posso fazer mais nada. Eu só espero que ele te faça feliz, você merece.Eu vou até ele e o abraço. - Eu também espero que você seja muito feliz, Jordan.- Agora, se você me der licença...Eu vou atrás do Jax e vou falar o quanto eu o amo.- Eu sorrio e ele sorri de volta. - Boa sorte.- Obrigada.Eu o acompanho até a porta. - Nós ainda vamos nos ver, não é? Eu não quero perder contato com você, Kim.- Claro...O nosso plano de sermos amigos continua, se você quiser.- Bom, não é o que eu queria de você mas é melhor que nada.- Tchau, Jordan.- Tchau, Kim.Fecho a porta e corro trocar de roupa para ir me encontrar com Jax. *** O colega de quarto dele disse que Jax foi passar o final de semana com a família, então peguei emprestado o carro de Aaron e estou a caminho da “Sweet Berry Farm”. Chego na propriedade e desço do carro, vou correndo para a porta da frente e bato. - Oi Alyssa, eu preciso falar com o Jax, ele está?- Pergunto assim que ela abre a porta. - Kim, oi...O Jax está no celeiro descarregando feno.- Ela diz. - Posso ir até lá falar com ele?- Claro. Você sabe o caminho.-
- Obrigada, Alyssa.- Me viro e desço as escadas. - Kim?- Me viro. - Sim?- Você está prestes a quebrar o coração do meu filho?- Ela pergunta com uma expressão angustiada. - Não, Alyssa. Eu estou indo lhe dizer que eu o amo.Ela abre um sorriso enorme e solta um suspiro. - Graças a Deus, não aguentava mais ver ele daquele jeito.Eu sorrio para ela e me viro, corro porque eu já passei tempo demais longe dos braços de Jax. Corro mais rápido quando eu vejo um pontinho vermelho que é o celeiro. Quando vejo-o paro, ele está em cima da caçamba da caminhonete jogando fardos de feno para Justin. E ele está sem camisa. Oh Deus. - JAX.- Grito seu nome com toda a força dos meus pulmões. Ele se vira e me olha com confusão e receio. Eu sorrio para ele e recomeço minha corrida em sua direção. Quando ele percebe que eu estou correndo para seus braços ele sorri, tiras as luvas que estava usando e pula no chão. Ele corre em minha direção com o sorriso mais lindo do mundo. Se eu não estivesse louca para estar em seus braços, eu poderia parar e observar ele correndo até mim, com seu corpo musculoso e suado e com os raios do sol, que está quase se pondo, vindos detrás dele, iluminando-o e fazendo-o parecer um anjo correndo direto para mim. Finalmente nós nos alcançamos e nossos corpos se chocam com força, eu pulo em seu colo e envolvo sua cintura com minhas pernas. Seus braços fortes sustentam meu corpo e eu envolvo meus braços em seu pescoço. - Você me escolheu?- Ele pergunta me encarando nos olhos. Eu cubro sua boca com a minha e o esmago contra mim. Sem questionamentos ele abre a boca e eu a invado com minha língua, provando seu gosto delicioso. Ele espalma uma mão em minhas costas e a outra segura minha bunda com força. Eu enfio meus dedos pelos seus cabelos molhados de suor. Mexemos nossos lábios e línguas ferozmente. Com saudades, com necessidade, com desejo ardente. Interrompo o beijo e ambos estamos ofegantes.
- Sim, eu escolhi você. Eu te amo, Jax.- Ele sorri largamente. - Graças a Deus...Eu não poderia te perder. Eu te amo mais que a vida, Kim.Ele me coloca no chão mas não me solta, eu também continuo com meus braços em volta do seu pescoço. Ele me beija em ambas as bochechas, depois minha testa, depois a ponta do meu nariz e os cantos da minha boca. Eu rio e me encolho em seu abraço. - Ah Kim, como eu te amo, meu amor.- Eu também te amo, meu amor.- Digo. - Quando eu te contei sobre a Nell achei que você nunca iria me perdoar.- Shhh.- Dou um selinho em sua boca. – Não vamos falar sobre isso, é passado. Não importa, a única coisa que importa somos nós.- Você tem razão.- Ele sorri. - Nem acredito que você está aqui em meus braços...Que você me escolheu.Ele ri e me gira no ar. - Jax.- Grito e me agarro com mais força a ele. Ele ri alto e o som é tão gostoso. Quando ele me coloca no chão eu estou tonta. - Você me deixou tonta.- Sorrio e tento focar meus olhos nele. Sua boca vem até a minha e nós nos beijamos mais uma vez. - Eu preciso de você, Kim. Agora.- Ele me puxa em direção ao celeiro. - Mas e o Justin?- Ele se mandou quando nós começamos a praticamente nos engolir.- Ele ri. - Venha...Tem um quartinho nesse celeiro. Vamos matar a saudades.- Ele sorri maliciosamente. Ele abre uma porta e me puxa para dentro. O quarto é minúsculo, praticamente só cabe a cama de solteiro que está no canto. Ele fecha a porta e a tranca. Ele tira meu vestido e me deita na cama apenas de calcinha e sutiã. Assisto ele se despir das botas e da calça, ficando apenas com uma cueca boxer preta. Ele se esgueira pela cama, sem nunca tirar seus olhos dos meus. Segura minha perna e deposita um beijo em meu tornozelo, ele vai subindo traçando uma linha de beijos por toda a extensão da minha perna. Eu fecho os olhos e aprecio o contato de seus lábios. Depois que ele beija toda a minha coxa, ele deposita um beijo em meu clitóris, por cima da calcinha. Ele mais
uma vez traça uma linha de beijos, desde da minha barriga até o meu pescoço. Finalmente, ele beija minha boca. Ele mordisca meu lábios e eu gemo. Enquanto o beijo, acaricio e aranho de leve suas costas. Coloco minhas mãos em seus ombros e o faço se virar, deitando de costas na cama. Em um movimento rápido, eu vou para cima dele e me sento sobre sua ereção. Levo minhas mãos para trás das minhas costas e desengancho o sutiã. Retiro-o lentamente, provocando-o. Seus olhos não vacilam nem por um segundo, estão vidrados em mim. Jogo o sutiã no chão e sinto meus mamilos endurecerem sob seu olhar cheio de desejo. Suas mãos cobrem meus seios e ele os aperta. Me debruço sobre ele e o beijo carinhosamente na boca. Então beijo seu maxilar e desço para seu pescoço. Desço mais para baixo e beijo seu peito musculoso, beijo seu mamilo e o lambo. - Ah Kim.- Ele geme meu nome. Seguro o cós de sua cueca e puxo para baixo, tiro e jogo no chão. Pego sua ereção e cubro com minha boca. - Oh meu Deus.- Ele geme. Chupo-o forte, usando minha mão para acompanhar o movimento de vai e vem da minha boca. Forço todo o seu comprimento dentro de minha boca, eu engasgo e chupo forte. - Oh Kim, que gostoso.Chupo e o lambo encarando-o nos olhos. Seu olhar está desfocado pela luxúria. Ele acaricia carinhosamente meu rosto. - Vem cá, meu amor.Ele me puxa e me beija apaixonadamente. Me deita na cama e fica por cima, toda a extensão do seu corpo nu contra o meu, deliciosamente. Nossas línguas se acariciando enquanto ele percorre meu corpo com as mãos. Abro bem as pernas para acomoda-lo melhor e sinto quando ele me penetra, numa estocada rápida e dura. Eu dou um grito e arqueio as costas.
Jax me penetra sem dó, suas estocadas rápidas e fortes. Nossos gemidos se tornando um só, nossos corpos se movendo em sincronia. Minha libertação é violenta e intensa, meu corpo treme todo na explosão de meu orgasmo. - Jax.- Grito seu nome. Jax continua me preenchendo freneticamente e seus gemidos são mais altos e desesperados. Ele grita meu nome quando ele encontra seu alivio e eu sinto sua explosão dentro de mim. Seu corpo desaba e ele descansa a cabeça em meu peito. Ambos ficamos em silêncio enquanto tentamos voltar ao ritmo normal de nossas respirações. Acaricio a pele macia de suas costas e sorrio para mim mesma. Eu me sinto tão completa. Tão feliz. - Eu te amo, Jax.- Eu te amo, Kim. Para sempre.-
Capítulo 18 Perigo JAX: Não podia estar mais feliz. Estou em casa, com todos os meus amigos e familiares, bom quase todos. Estamos comemorando meu 22º aniversário e mamãe quis fazer uma festa grande. Ela arrumou o jardim atrás da casa; colocou várias mesas com cadeiras e algumas tochas espalhadas ao redor para iluminar melhor. - Feliz aniversário, meu amor.- Kim diz e me abraça por trás. Eu sorrio, desde daquele dia em que ela veio correndo para mim e disse que me amava e queria ficar comigo nós estamos mais felizes do que nunca. Não sei se esse negocio de alma gêmea, a outra metade da laranja existem, mas se existir a Kim é a minha. E graças a Deus eu sou a dela. - Obrigado, meu amor.- Digo e me viro, abraçando-a. - Minha mãe ligou ontem, ela quer que eu vá para casa para o Natal.- Você não vai passar o Natal comigo?- Pergunto triste. - Ah amor, faz tempo que eu não vejo minha família e meus amigos. Eu vou e depois do ano novo eu volto.- É muito tempo, eu vou morrer de saudades.- Eu vou ficar fora só uma semana, você aguenta.- Ela sorri e me beija. Eu seguro seu rosto e aprofundo o beijo. Esqueço de tudo e de todos e a beijo apaixonadamente. Eu sempre a beijo como se aquele beijo fosse o nosso último. - Porque vocês não vão para o quarto?- Me viro e vejo Justin sorrindo maliciosamente. - Ei, Justin.- Kim diz. - Justin, você é o meu irmão, mas eu juro que se você não parar de olhar para as pernas da minha garota eu vou te mandar para o hospital.Ele ri e levanta as mãos em defesa. - Cara, a culpa não é minha. Com essa sainha não tem como não olhar.- Cala a boca, Justin.- Kim diz divertida. - Ele tem razão, meu amor. Você não podia ter colocado uma calça?-
Ela apenas ri e me abraça. - Eu te amo, Jax.Nunca vou me cansar de ouvi-la dizer isso. - Eu também te amo, meu amor.Nunca vou me cansar de dizer isso. *** Assim que eu saio da aula meu celular toca. Eu olho no visor e o nome que aparece é da Nell. Faz dois dias que ela vem me ligando mas eu ignoro. A Kim me perdoou pelo que aconteceu mas eu não vou arriscar e fazer qualquer coisa que possa tira-la de mim. Vou cortar qualquer relação com ela. O telefone para mas logo volta a tocar. Decido atender apenas para lhe dizer para parar de me ligar. - Alô.- Alô, Jax. É a Nell, ainda bem que você atendeu. Estou tentando falar com você e...- Olha Nell, eu só atendi para te dizer para parar de me ligar, ok. Eu não quero fazer nada para chatear a Kim...- Jax, me escuta! O que eu tenho para falar com você é sobre a Kim. É importante, por favor.O que diabos ela pode ter para me falar sobre a Kim? - O que você tem para me falar sobre ela?- Eu não posso explicar por telefone, precisa ser pessoalmente.Suspiro frustrado, a última coisa que eu quero é me encontrar com Nell, mas ela me deixou curioso. Tudo que tem a ver com a Kim me importa. - Ok, aonde?- Onde você está agora?- Estou na universidade.- Respondo. - Ok, estou indo para aí agora.- Você está em Dallas?- Sim, estou. Me encontre naquele Pub em que nós íamos com o meu irmão.- Ela diz e desliga. Encaro o celular com a testa franzida. O que será que está acontecendo? ***
Chego no Pub e me sento em uma mesa no canto. Peço uma cerveja e espero Nell chegar. Quando estou na metade da minha cerveja ela passa pela porta. Aceno e ela caminha em minha direção, puxa a cadeira e senta de frente para mim. - Oi.- Oi.- Então, o que você tem para me dizer sobre a Kim?Ela remexe as mãos e aparenta estar nervosa, ela também não consegue me encarar nos olhos. - Jax, eu preciso te contar uma coisa...Mas eu preciso que você saiba que eu não tinha ideia que ia sair do controle...Eu não sabia que ela ficaria desse jeito...Eu...- Nell, eu não estou entendendo nada. Do que você está falando?- Eu...Eu menti para você.- Mentiu sobre o que?- Sobre...A gente ter dormido juntos...Nós não transamos.Eu a olho surpreso e uma raiva enorme cresce dentro de mim. Se a Kim não tivesse sido tão compreensiva, isso poderia ter me feito perde-la para sempre, e a culpa seria de Nell. - Mas que porra é essa que você está falando? Porque você mentiu, sua idiota?Estou furioso, só de pensar que eu poderia ter perdido a mulher que eu amo por culpa dela, me faz ter vontade de pular em seu pescoço. Nell se encolhe e seus olhos lagrimejam. Me sinto culpado e tento me acalmar. - Desculpa Nell, eu não queria falar desse jeito...Mas o que você tinha na cabeça? Por que mentiu?- Por que a Holly me pediu.Para tudo. A Holly? Mas que porra é essa? - A minha irmã te pediu para me enganar? Eu não estou entendendo nada.- A Holly me procurou um tempo atrás e me contou sobre você e a Kim, ela sabia que eu ainda tinha sentimentos por você, então ela se ofereceu para me ajudar a ficar com você. Ela disse que não suportava a Kim e que não poderia deixar vocês dois ficarem juntos. Que ela preferia ver você comigo do que com ela.Cara, isso é loucura. - Nós esperamos o momento certo, ela já tinha me instruído a fazer alguma coisa que fizesse a Kim acreditar que você tinha mentindo e traído ela. Naquela noite no bar eu vi a oportunidade. Eu te levei para minha casa, mas logo que chegamos lá você apagou. Eu tirei suas roupas e te deitei na minha cama. Eu achei que isso ia
finalmente te separar de vez da Kim e você ficaria comigo. Claro que eu não esperava que você fosse correndo para os meus braços, eu sabia que teria que esperar...Mas eu estava disposta a esperar para ter você.Passo a mão pelos cabelos e tento assimilar tudo que ela acabou de me contar. - Por que você está me dizendo isso agora?- Pergunto. - Por que a Holly mentiu para mim. Quando eu fui falar com ela para ela falar bem de mim para você e me ajudar a te ter mais rápido, ela riu da minha cara e disse que eu era uma idiota se eu acreditava que você iria voltar para mim. Eu não estava entendendo nada e ela me disse que estava disposta a fazer de tudo para separar você da Kim, e eu fui só um peão na mão dela. Ela disse que agora ela teria você só para ela. Ela parecia tão estranha.- Eu não entendo...Por que a Holly faria isso? Não faz sentido.- Eu não sei...Mas ela estava determinada a separar vocês dois, ela até me disse para fazer o que fosse necessário. Agora que você e a Kim voltaram, eu não sei o que ela será capaz de fazer.- Nell, muito obrigado por me contar tudo isso.Jogo uma nota de 20 em cima da mesa e saio. Tenho que falar com Holly imediatamente. Eu não vou deixar ninguém me separar da Kim. Ninguém. Nem mesmo minha própria irmã. Se eu tiver que escolher entre a Kim e a Holly...Será a Kim. Sempre. Vou falar com Holly e garantir que ela entenda isso. *** KIM: Estou no meu antigo quarto na “Careton’s Family Farm”. Vim passar o final de semana aqui. Jax infelizmente teve que ficar em Dallas para resolver algumas coisas da faculdade, ele também não quer ver Holly tão cedo. Eu sabia que ela não gostava de mim, mas quando ele me contou que ela juntamente com a Nell tinham armado para tentar nos separar, eu fiquei chocada. Mas foi um alivio saber que Jax não dormiu realmente com outra. Coloco uma calça e uma blusa e desço para ajudar tia Marie a fazer torta. Todo dia ela faz, os Careton são loucos pela torta que tia Marie faz, seja de maçã, morango ou abóbora. É praticamente uma tradição dessa família. - Precisando de ajuda, tia Marie?- Pergunto entrando na cozinha.
- Oh sim, obrigada querida.Vou até a pia e começo a ajuda-la a lavar os morangos. - Torta de morango para hoje a noite?- Ah querida, que bom que você está aqui. Desde que você foi para a UTD não nos vemos muito.- Tia, a senhora sabe que sempre que dá eu venho aqui.- Eu sei, eu sei. Mas eu me acostumei a te ver todo dia quando você morava aqui.Passamos os próximos minutos preparando duas tortas e conversando sobre amenidades. Depois de colocarmos as tortas para assar, eu vou para o quarto mas Savannah me puxa pelo braço quando eu passo pela sua porta. Fico a próxima hora aconselhando ela sobre como agir com um garoto na escola que ela gosta mas não dá bola para ela. O que eu acho um absurdo porque as gêmeas são lindas, inteligentes e engraçadas. Esse cara é um babaca. Volto para meu quarto e ligo para Gwen. Faz tempo que eu não falo com a minha melhor amiga. Estou morrendo de saudades. Estou tão feliz por ela. Ela e Aiden estão mais felizes que nunca. Quando são cinco e meia decido ir até os estábulos e matar a saudades de Allegra. - Desse jeito você não vai comer no jantar.- Tia Marie diz quando eu pego duas maças. - Não é para mim, é para Allegra.- Digo. - Não demore muito lá. Sete horas o jantar será servido.- Tudo bem, eu volto a tempo.Saio pela porta e vou caminhando em direção ao estábulo. Chego e vou direto na estrebaria de Allegra. - Oi bonitona.- Digo enquanto acaricio o seu focinho. Ela começa a cheirar meu casaco e eu rio. - Não dá para esconder nada de você, não é?- Digo lhe entregando a maçã. Escuto barulho de passos leves, Allegra relincha e quando eu vou me virar para ver quem está chegando eu sinto uma dor aguda na parte detrás da minha cabeça. Eu caio no chão e mergulho na escuridão.
Capítulo 19 Revelações Sinto uma dor muito forte na parte detrás da minha cabeça. Abro os olhos e olho ao redor. Não sei onde estou, perece um porão, a luz é fraca. Tento me mexer mas não consigo. Estou amarrada em uma cadeira. Tento gritar mas minha boca não abre, uma fita a está impedindo. Começo a gemer e me contorcer na cadeira, tento me livrar das cordas em volta dos meus pulsos mas os nós estão muito apertados. Continuo gemendo e fazendo o máximo que eu consigo de barulho. Escuto uma porta se abrindo e passos descendo as escadas. Das sombras surge um rosto. - Vejo que você já acordou. Estava começando a ficar preocupado que eu tivesse batido com muita força.Olho o homem parado na minha frente me encarando. Seu rosto me é familiar. Eu conheço esse cara, eu já o vi antes. Ele é...David Wallace. Amigo de Jax, da UTD. - Você quer fala alguma coisa?- Ele pergunta quando eu não paro de resmungar. Ele se aproxima e arranca a fita da minha boca. - Onde eu estou?- Pergunto. - Você está no porão da casa dos meus pais.- Ele sorri como se ele não tivesse me acertado na cabeça e me amarrado nessa maldita cadeira. - E porque eu estou no porão da sua casa? O que você quer comigo?- Não sou eu quem quero algo com você.- Então quem quer?- Pergunto. - Eu.- Uma voz vem do canto escuro e eu forço os olhos para tentar enxergar quem é. Mais um rosto familiar surge e eu vejo quem é o dono daquela voz. - Holly?- Sim. Eu mesma.- O que?...Mas o que você?...O que está acontecendo?-
Ela dá um olhar para David, ele assente e some pelo mesmo lugar que veio. Ela chega mais perto e me lança um olhar de nojo. - O que ele viu em você?- Ela pergunta mas acho que é mais para si mesma do que para mim. - Holly, me solta. Agora.Ela joga a cabeça para trás e ri. - Porque você está fazendo isso comigo?- Você é tão estupida, sabia? Não sei o que você fez para deixa-lo tão cego por você.- Ele quem?- JAX.- Ela grita na minha cara. - Então isso tem a ver com Jax?- Garota estupida. É claro que isso tem a ver com ele.Eu a olho confusa. Não estou entendendo nada, mas realmente estou ficando com medo, é só olhar para Holly para ver que ela está desequilibrada. - VOCÊ FEZ ELE FICAR CONTRA MIM.- Ela grita. - Do que você está falando, Holly?- Jax gritou comigo, ele nunca havia gritado comigo antes. E foi tudo por sua culpa. Ele disse para eu nunca mais me meter entre vocês dois, ele disse que se ele tivesse que escolher, ele escolheria você ao invés de mim. VOCÊ VIU O QUE VOCÊ FEZ, SUA VADIA?- Ela fica a centímetros do meu rosto e grita. - Holly, eu sinto muito, mas ele só te disse isso porque você armou para nos separar.- É claro que eu armei, eu sei o quanto ele gosta de você. Eu sei que ele quer ficar com você para sempre, e eu não podia deixar isso acontecer.- Por que? Por que você não quer que ele seja feliz comigo?- Lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto. - POR QUE ELE É MEU.- Ela grita novamente, ela está totalmente descontrolada. - Holly, o Jax pode ficar comigo e ainda assim continuar te amando, ele sempre vai ser o seu irmão.- ELE NÃO É MEU IRMÃO.Eu me encolho e a olho com confusão. O que está acontecendo com essa garota, meu Deus? Por que ela está agindo dessa forma com relação a Jax? Ele é o irmão dela e...Oh merda. Não pode ser. Será...?
- Você está apaixonada por ele.- Digo baixinho para mim mesma. - Bravo, uma salva de palmas para a Sherlock Holmes.- Ela diz debochadamente. - Ah.Meu.Deus. Você é apaixonada pelo seu próprio irmão.- Digo com nojo. - Eu já disse que ele não é meu irmão. Ele é adotado, ele não é meu parente.- Vocês podem não ter o mesmo sangue, Holly, mas vocês são irmãos. Vocês sempre vão ser só isso.- CALA A BOCA.- Ela me dá um tapa com tanta força que meu rosto vira. - Eu poderia fazer ele me ver como mulher. Eu só precisava de tempo, mas ai você apareceu e enfeitiçou ele. Pela segunda vez.- O que você quer dizer?- Ele era apaixonado por você quando criança. Naquele maldito verão que você passou com seus tios...Ele te viu e se apaixonou, eu escutei ele conversando com Justin e dizendo que um dia iria se casar com você. Eu fiquei com tanto ódio...Você iria rouba-lo de mim. Eu tentei me livrar de você, mas o idiota do Justin te salvou.- A piscina...Eu estava certa, não foi sem querer.- Claro que não foi, sua idiota. Eu queria me livrar de você para ter o amor dele só para mim.- Você é louca...Se você tivesse se livrado de mim, outras viriam. Ou você achou o que? Que ele nunca iria se apaixonar de novo?- As outras não me preocupavam, eu sabia que com você era diferente. Ele realmente te amava. E ainda ama, mas isso está prestes a mudar.- Ela diz friamente. - O que você quer dizer?- Pergunto morrendo de medo. - Quero dizer que se eu não posso ser feliz com ele, então ele não pode ser feliz com você.- Ela me dá um sorriso que me gela a espinha. - Holly...- Chamo baixinho. – Me escute, você não está bem. Você precisa de ajuda. Você sabe que não quer me machucar.- Você está muito enganada. O que eu mais quero, depois do Jax, é te machucar. Muito.- Holly, por favor. Me solte, eu já deveria ter voltado para casa, eles vão sentir minha falta. Como você vai se livrar dessa?- É para isso que eu tenho o David. O pobre coitado está apaixonado por mim e fará tudo que eu mandar. Inclusive se livrar de você.- Holly, por favor não faça isso. Não faça isso.- Imploro.
- Cala a boca.- Ela recoloca um pedaço de fita na minha boca, me impedindo de gritar ou implorar pela minha vida. - Eu já volto...Aproveite os últimos minutos de vida, vadia.- Ela ri e sai, e eu choro desesperadamente. Tia Marie vai perceber quando eu não aparecer para o jantar, ela vai me procurar e não vai me achar. Eles vão perceber que tem alguma coisa errada e vão vir atrás de mim. Mas eles não tem nem ideia de onde eu estou. Nem eu sei onde eu estou, não sei onde é casa dos pais de David. Não sei nem quanto tempo eu fiquei inconsciente. Minutos? Horas? Eu preciso sair daqui. Eu vi nos olhos de Holly, ela realmente vai dar continuidade a isso. Ela realmente está disposta a me matar em nome de sua paixão obsessiva. Ela não está bem, ela não está normal. Alguém precisa me encontrar e deter ela antes que seja tarde demais. Sei que eu só tenho o tempo dela voltar aqui para escapar. Trabalho com meus dedos para tentar desamarrar a corda. Os nós estão muito apertados e eu machuco meus dedos tentando solta-los. Depois de muito tentar, eu consigo deixa-los mais frouxos. Continuo tentando e consigo desamarrar minhas mãos. Jogo toda a corda para o lado e tiro a fita da boca. Procuro por algo para usar como arma e a única coisa que eu acho é um enfeite, eu o pego e sinto que é pesado. Deve servir. Escuto a porta se abrindo e meu coração acelera. A adrenalina fluindo livremente pelo meu corpo, o medo deixando meus sentidos apurados. Corro e me encosto na parede, do lado da escada. Assim que vejo o cabelo loiro de Holly eu a acerto com toda a minha força. Ela solta um grunhido de dor e cai no chão. O barulho que o objeto fez quando bateu em sua cabeça me fez encolher. Espero que eu não tenha matado ela. Tateio em seus bolsos e acho seu celular, graças a Deus. Enquanto disco o numero de Jax vejo o horário. São 23:05. A essa hora todos já devem ter percebido que eu estou desaparecida. Coloco o celular na orelha e no segundo toque Jax atende. - Alô, Jax. Sou eu.- Kim? Meu amor, onde você está? O que aconteceu? Estamos morrendo de preocupação.- Jax, me escuta. Eu fui sequestrada, eu estou...-
Uma mão arranca o celular da minha orelha. David me empurra no chão e antes que ele possa encerrar a chamada eu grito: - DAVID WALLACE, DAVID WALLACE.- Espero que Jax tenha ouvido e entenda onde eu estou. Espero que ele venha me salvar. David pega o objeto que eu usei para acertar Holly e bate mais uma vez em minha cabeça. E novamente eu mergulho na escuridão. *** Acordo com um tapa na cara. - Acorda, vadia.Sinto uma fisgada e uma dor insuportável na cabeça. - Anda logo, acorda.- Outro tapa, com mais força dessa vez. Abro os olhos e me deparo com uma Holly furiosa na minha frente. Tento me mexer e não consigo. Olho para baixo e vejo que mais uma vez estou amarada na maldita cadeira. Tento mexer minhas mãos mas os nós estão muito mais apertados, duvido que o sangue esteja conseguindo circular. - Holly, você precisa de ajuda. Se você fizer isso não tem volta.- David.- Ela diz e ele avança sobre mim, vejo sua mão se fechando e sinto seu punho batendo contra meu queixo. Minha cabeça vira com violência e sinto gosto de sangue em minha boca. - Holly, por favor...- Imploro num sussurro. - David.- Ela diz novamente, em um tom frio. Seu punho desce sob meu queixo mais uma vez, e mais uma vez minha cabeça e jogada para o lado. Abro a boca para implorar mas então a fecho, não quero apanhar de novo. Holly pega um punhado do meu cabelo e levanta minha cabeça, que eu mantinha baixa. Ela me faz olha-la nos olhos e eu vejo a sede por sangue em seu olhar. O meu sangue. - Você vai morrer agora, vadia.- Ela se afasta sorrindo diabolicamente para mim. - David, faça.David puxa um revolver calibre 32 do seu cinto e aponta-o para mim. Eu começo a chorar e a balançar a cabeça. Dizendo sem som nenhum as palavras “por favor”.
- Anda logo, David.Eu o encaro com um olhar suplicante, implorando para que ele não faça isso. Sussurro “por favor” e vejo ele hesitar, ele olha para Holly e depois para mim novamente, ele alterna o peso do corpo entre os pés. - David, atire logo.- David, por favor...Não.- Sussurro. - David, atire. Você quer ficar comigo, não quer? Então.Atire.Logo.Ele vacila, eu vejo a hesitação em seu rosto. Ele chega mais perto e encosta o cano da arma em minha têmpora. Ele prende a respiração e depois a solta, abaixando a arma. - Eu não consigo, Holly. Eu sinto muito.- Seu inútil. Me dá aqui...- Ela pega o revolver de sua mão. – Eu mesmo faço.- Eu não posso fazer parte disso.- David diz com um olhar horrorizado no rosto e sai do porão. Ela encosta o revolver novamente em minha cabeça e sorri. - Suas últimas palavras?- Vá se foder.- Digo com raiva. - Vadia, continua petulante mesmo quando está com uma arma apontada para sua cabeça.- Você pode até me matar, mas o Jax nunca vai gostar de você como mulher. Ele vai descobrir o que você fez, e ele vai te odiar para sempre. Assim como seus pais e todos...Você ficará sozinha. Ninguém vai te querer.- Sua vadia, eu vou acabar com você... Diga adeus.Eu fecho os olhos com força e o que me vem a mente não são meus pais, meus familiares ou amigos. A única coisa que passa pela minha cabeça é Jax, e todos os momentos felizes que ele me proporcionou. - Eu te amo Jax.- Sussurro. Escuto um barulho enorme. Então é isso, eu morri...Mas peraí, se eu morri como eu estou pensando? Abro os olhos e não posso descrever o tamanho do alivio que eu sinto ao ver Jax descendo as escadas correndo. - KIM.- Ele grita. Quando ele me vê ele congela no lugar e seus olhos são puro pavor. Quando ele vê Holly seu olhar muda para espanto e descrença.
Holly se assusta com sua súbita apariçãob e se posiciona ao meu lado, com a arma ainda apontada para mim. - Não se aproxime ou eu atiro.- Ela diz. - Holly...Por favor, o que você está fazendo?- Ele pergunta e eu vejo em seu olhar como é difícil para ele acreditar que ela está fazendo isso. - O que parece que eu estou fazendo? Eu vou acabar com a sua namoradinha.- Holly, não...Por favor, abaixe a arma.- Não. Eu vou mata-la, é o único jeito de ter o seu amor só para mim.- Do que você está falando? Eu te amo, você é a minha irmãzinha.- EU NÃO SOU A PORRA DA SUA IRMÃ.- Eu quero que você me ame como sua mulher, não como sua irmãzinha.- Holly, isso é loucura...Abaixe a arma e solte a Kim.Ela se posiciona atrás de mim e começa a desamarrar a corda. A arma encostada na parte detrás da minha cabeça. - Se levante, e se você se mexer ou tentar qualquer gracinha eu atiro.- Ela sussurra no meu ouvido. Eu lentamente me levanto e ela encaixa o braço em meu pescoço, me enforcando. A arma encostada em minha têmpora me provocando uma sensação de pavor sem igual. - Não chegue perto.- Ela diz. - Tudo bem, Holly, eu não vou me aproximar, ok?- Ele levanta as mãos em um movimento de rendição. - Mas você precisa soltar a Kim.- Não.- O que você vai fazer, Holly? Atirar nela na minha frente?- Eu vejo o medo em seu olhar quando ele diz essas palavras. - Talvez...Se você chegar perto demais.- Holly, abaixe essa arma. Por favor.- Você não entende, não é? Ela merece morrer, Jax. Ela quer tirar você de mim.- Holly, não...- Ela não vai tirar você de mim. Ela vai morrer.- NÃO, HOLLY.- Jax grita. É agora ou nunca. O segundo de oportunidade que vai me salvar ou me sentenciar à morte.
Puxo o braço dela que estava em volta do meu pescoço e me viro, ficando de frente para ela. Seguro a mão em que está a arma e a levanto para cima. Ela tenta forçar a mão para baixo e eu tento com toda a força manter sua mão para cima, com o cano da arma para cima. - KIM, CUIDADO.- Jax grita. Ela faz força para baixo e para a frente, eu que já estava fraca cedo e cambaleio para trás. Ela abaixa os braços e aponta a arma para mim, eu levanto minhas mãos. - Você vai morrer agora, vadia.- NÃO!- Jax grita e sinto seu corpo se chocando contra o meu, me jogando no chão enquanto eu escuto o barulho do disparo. - JAX.- Grito quando eu vejo a mancha de sangue em seu peito. Ele cai de joelhos e seu corpo desaba no chão. - NÃO.- Grito e corro até seu corpo caído. - Jax, por favor, fale comigo.- Seus olhos estão fechados e sua respiração é quase inexistente. Lágrimas me impedem de ver direito. Eu olho para Holly que está catatônica. - Viu o que você fez?- Eu digo com ódio. - Jax, por favor. Não morra, meu amor.Eu procuro no seu bolso pelo seu celular e disco 911. Choro por cima do seu corpo enquanto espero a ambulância chegar. Holly se senta no chão e fica encarando o corpo desacordado de Jax com os olhos vidrados nele. Escuto a sirene e depois passos no andar de cima. - AQUI EM BAIXO! AQUI NO PORÃO!- Eu grito. Passos apressados descem as escadas. Não são os paramédicos, são dois policiais. Eu não os chamei mas acho que quando eu chamei a ambulância eles devem ter sido acionados, já que a ocorrência envolve um ferimento à bala. - Se afaste do corpo.- Um deles diz apontando a arma para mim. Eu me levanto lentamente e ergo as mãos. - Foi eu quem chamou a ambulância. Foi ela quem atirou nele...E ela estava me mantendo pressa aqui embaixo.- Digo apontando para Holly. Ela se levanta se apoiando na parede e olha para os policias assustada.
- Parada, não se mova.Enquanto um policial mantém a arma apontada para ela, o outro se aproxima lentamente e então prende suas mãos com uma algema. - Você tem o direito de permanecer calada. Qualquer coisa que você diga poderá e será usada contra você no tribunal. Você tem direito a um advogado, se não puder pagar o estado lhe indicará um.- O policial diz enquanto a conduz para fora. - Senhorita, você está bem?- O outro policial pergunta. - Sim, eu estou bem.- Como que para discordar de mim, sinto uma fisgada em minha cabeça. - Ai.- Digo esfregando a parte de trás. - A senhorita tem alguma lesão na cabeça?- Eles me desmaiaram duas vezes, com uma bancada na cabeça.- Eles?- Sim, a Holly não estava sozinha. David Wallace a ajudou a me sequestrar.Ele assente e pega o radio. - Peyton, a moça não agiu sozinha. Segundo a vitima um tal de David Wallace ajudou no sequestro. Entendeu?- Positivo.- A voz saindo do radio responde. - Senhorita, acho melhor você esperar lá fora. Você precisa ser examinada.- Não, eu não vou sair do lado dele.Escuto vozes e passos e três paramédicos descem as escadas, carregando um kit de primeiros socorros e uma maca. - Venha senhorita. Eles vão cuidar do seu amigo.- Ele segura meu braço e me conduz para o andar de cima. Eu vou mas não tiro meus olhos de Jax nem por um segundo. Já no andar de cima, o policial me senta em uma cadeira e me faz dizer-lhe meu nome, o nome de Jax e alguém que possa acompanha-lo no hospital. - Eu vou com ele.- Não senhorita, você precisa ser examinada aqui mesmo, se necessário será levada para o hospital e então depois tomaremos seu depoimento.Nessa hora os paramédicos aparecem carregando Jax todo ensanguentado deitado na maca. - Jax.- Grito e vou até ele. - Ele vai ficar bem?- Pergunto chorando.
O medo de perder Jax é maior do que qualquer medo que eu já senti na vida, maior até do que quando eu estava para perder minha própria vida. - Ele precisa ser levado para o hospital.- O paramédico diz e o leva para longe. - Jax, meu amor...- Sussurro. Oh meu Deus, eu não posso perde-lo. Se Jax morrer eu morro junto. Eu não posso perde-lo justo agora que estávamos tão felizes. Estou com tanto medo, estou tremendo de tanto pavor. Eu não posso perder o amor da minha vida. Não assim. Não agora.
Capítulo 20 Hospital O medico me examina e me submete a exames de ressonância magnética. Depois que ele constata que nenhum dano grave foi causada devido as pancadas que eu recebi, ele me receita um remédio para dor e me libera. Na sala de espera eu encontro com tia Marie, tio Hank, as gêmeas, Seth, Jane, Justin e Alyssa Todos correm em minha direção quando me vem entrando na sala. Todos começam a falar ao mesmo tempo e alguns começam a chorar. - Oh meu Deus, Kim. Você está bem?- Eu estou bem. Como está o Jax? Onde ele está?Eles se entre olham e meu estômago se aperta. - Onde ele está?- Começo a me desesperar. - Kim, calma.- Tia Marie diz. - Calma nada, onde ele está?- Ele está na cirurgia para retirar a bala.- Ele vai ficar bem?- Pergunto com choro na voz. - Não sabemos querida. Ninguém nos diz nada.Eu começo a chorar descontroladamente e abraço tia Marie. - Onde está o Mark?- Pergunto. - Ele está na delegacia com a Holly.- Oh Kim, eu sinto muito. Eu não sabia que ela seria capaz de uma coisa dessas.Alyssa diz chorando. - Está tudo bem, Alyssa. Temos que nos concentrar no Jax agora.Esperamos e esperamos. Parecia uma eternidade. Cada vez que um medico ou uma enfermeira passava por nós meu coração parava. Mas nenhum deles vinha nos trazer noticias de Jax. Depois de mais de uma hora o medico aparece. - Quem é a família de Jax Cord?- Nós somos.- Justin diz. Todos nos levantamos e olhamos para o medico com a respiração pressa.
- O paciente acabou de ser transferido para o quarto. A cirurgia ocorreu tudo bem e ele está estável. Em uma semana, no máximo duas o paciente deve ter alta.Todos soltamos a respiração que estávamos prendendo e agradecemos a Deus. Um alivio monumental me domina. Eu não vou perder o Jax, ele vai sobreviver. Graças a Deus. - Tem mais uma coisa.- O medico tentar falar mais alto do que todo o barulho de nossas vozes. - Ele está acordado e não para de perguntar por uma pessoa chamada Kim.- Sou eu doutor. Sou eu.- Eu digo desesperadamente. - Muito bem, me siga.- Ele diz e se afasta. Sem pensar duas vezes eu o sigo, meu coração batendo a mil por hora. Ele para em frente a uma porta e eu o olho apreensivamente. - Pode entrar.- Ele diz. Eu irrompo o quarto e meus olhos procuram por Jax. Quando eu o vejo deitado na cama, com uma aparência abatida eu começo a chorar. - Meu amor.- Ele diz numa voz fraca. - Jax.- Choro seu nome e corro até o seu lado. Quando chego na cama eu não sei se eu o abraço ou se não devo encostar nele para não machuca-lo. - Me abrace, por favor.- Oh Jax...Eu estava com tanto medo de te perder.- Digo enquanto o abraço da maneira mais suave que consigo, ele acabou de sair de uma cirurgia e eu não quero machuca-lo. - Kim, meu amor...Eu te amo.- Eu também te amo, Jax. Muito, mais que tudo.- A Holly fez isso?- Ele pergunta passando a mão de leve pelo hematoma em meu queixo e pelo meu lábio levemente inchado. - Não, foi o David. Ele me deu socos.- Uma expressão de pura fúria domina seu rosto. - Eu vou matar esse filho da puta.- Esqueça isso...A única coisa que importa é que você está vivo.- E você também. Nunca senti tanto medo na minha vida, Kim. Se ela tivesse atirado em você eu não sei o que seria de mim. Eu não posso viver sem você, meu amor.-
- Mas você me salvou, você levou o tiro no meu lugar. Você é meu herói.- Digo enquanto um mar de lágrimas transbordam pelos meus olhos. - Eu morreria por você, Kim. Meu amor por você vai além dessa vida.- Ele diz e uma lágrima escorre pelo seu rosto. Eu beijo seus lábios e não tenho mais vontade de parar. Quero ficar assim para sempre. Quero beija-lo e ama-lo pelo resto da minha vida. Jax é minha alma gêmea. É meu tudo. Minha vida.
Epílogo Três anos depois... Mal posso acreditar. Se o meu nome não tivesse sido chamado lá na frente e eu não tivesse acabado de pegar meu diploma eu acharia que isso é um sonho. Eu consegui. Eu me formei. Eu sou uma aluna formada em Inglês pela Universidade do Texas em Dallas. Recebo os parabéns de toda a minha família. É claro que mamãe e papai não perderiam esse dia por nada. E a Gwen veio junto com eles, e com Aiden seu marido, é claro. Toda a família Cord está aqui também, bem todos menos Holly. Mesmo ela tendo feito tratamento durante os últimos anos contra bipolaridade e ciúmes patológico, no qual ambos ela foi diagnosticada impedindo que ela fosse presa pelo meu sequestro e tentativa de homicídio, eu ainda não consegui perdoa-la. Mesmo sabendo que ela estava doente. Mas hoje não é um dia para pensar sobre essas coisas. Hoje é um dia feliz. Até a pequena, que não está mais tão pequena, Sally está aqui hoje. Diana finalmente aceitou se tratar há um ano atrás e concordou em ceder a guarda de Sally para Alyssa e Mark, admitindo que era o melhor para sua filha. - Será que essa linda mulher aceitaria dançar comigo?- Escuto a voz de Jax sussurrada em meu ouvido. Me viro para ele e sorrio, enganchando meus braços ao redor de seu pescoço. Ele me dá aquele sorriso que me ilumina mais do que os raios do sol e que me provoca borboletas no estômago. - Ela adoraria.- Sua boca desce sobre a minha e me dá um beijo carinhoso e cheio de amor. Ele me conduz até a pista de dança, onde vários casais estão dançando ao som de “Can’t Help Falling In Love” de Ingrid Michaelson. Sua mão descansa em minha cintura e as minhas em seu pescoço. Ele me puxa para perto, unindo nossos corpos como se fossem um. Encosto minha bochecha na sua e acaricio sua nuca, brincando com seu cabelo que está levemente comprido. Nos mexemos praticamente sem sair do lugar. Fecho os olhos e inalo seu perfume, que agora é o que me dá a sensação de “casa”. Jax é a minha casa, onde quer que ele esteja, é onde eu pertenço.
- Você se formou.- Ele diz. - Eu sei.- Eu rio. - Você lembra que você me prometeu fazer uma coisa logo depois que se formasse. Você vai cumprir sua promessa, não vai?Sorrio e abro minha mão esquerda. Observo o anel de noivado que ele me deu quando propôs minha mão há um ano atrás. - Sim, eu vou cumprir minha promessa. Eu vou me casar com você, Jax.Ele me olha com o maior sorriso que eu já vi, seu olhos cheios de lágrimas de emoção. - Finalmente...Eu não posso mais esperar para você ser minha mulher.- Eu já sou sua mulher.- Então vamos oficializar. O que você acha de daqui há um mês?- Um mês?- Pergunto surpresa. - É muito pouco tempo, Jax.- Ok, dois meses. É o máximo que eu posso esperar. Não vou aguentar mais tempo.- Para que tanta pressa se nós temos uma vida inteira juntos pela frente?- Porque eu quero passar essa vida inteira juntos com você sendo minha companheira. Sem mais namorada ou noiva, eu quero que você seja minha esposa. E a mãe dos meus filhos.Eu sorrio apaixonadamente e olho no fundo dos seus olhos. - Eu também quero isso. Eu quero você para sempre.- Eu te amo, Kim.- Eu te amo, Jax.Nossas bocas se encontram e nossas línguas se acariciam. Continuo dançando enquanto beijo apaixonadamente meu futuro marido. O homem que me fez acreditar em contos de fadas e príncipes novamente. O homem que me deu meu próprio felizes para sempre.
FIM.
AGRADECIMENTOS
Ufa! Mais um livro terminado, graças a vocês é claro. Muito obrigada a todos que leram Paixão à Flor da Pele. Assim como meu primeiro livro, Paixão a Mil por Hora, eu só fui capaz de terminar graças aos incentivos dos meus leitores. Vocês são demais, esse livro é dedicado para todos vocês. Me desculpe qualquer erro! Até a próxima, R. R. Beatrice.
P.S. Fiquem atentos, logo sairá o terceiro livro, Paixão Sem Limites, para quem estava com saudades do Preston ;)
PLAYLIST Alan Jackson - Country Boy Alan Jackson - Good Time Brad Paisley - She’s Everything Christina Aguilera - Candyman Hunter Hayes - I Want Crazy Ingrid Michaelson - Can’t Help Falling In Love Jason Meadows - 100% Cowboy Kelly Clarkson - Get Up (A Cowboy Anthem) Little Texas - God Blessed Texas. Luke Bryan - Country Girl Shake It for Me. Michelle Branch - Together Midge Ure - Breathe One Direction - Irresistible Rissi Palmer - Country Girl Toby Keith - She's a Hottie Trace Adkins - Honky Tonk Badonkadonk Trace Adkins - Ladies Love Country Boys Trace Adkins - There’s a Girl in Texas