Notícias de Campolide nº70

Page 1

WWW.FACEBOOK.COM/JFCAMPOLIDE

ANO XV Nº 70 NOVEMBRO 2016 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA BOLETIM DA JUNTA DE FREGUESIA DE CAMPOLIDE

Campolide é um exemplo para o país Pago em Lixo: Fazer a diferença, mudar mentalidades PÁG.4 O Celeiro Solidário da Junta de Freguesia de Campolide facultou

(Até ao fim de Outubro de 2016)

247.944

DOSES até ao fim de Outubro de 2016

249.361Kg de

FRUTA/VEGETAIS

521.948 unidades de COMPLEMENTOS (sobremesas, pão, iogurtes, leite, etc.)

1.650Kg de

825 Kg

275 Kg

(VIDRO)

(PLÁSTICO/EMBALAGENS)

(PAPEL/CARTÃO)

ECOPONTO VERDE

ECOPONTO AMARELO

ECOPONTO AZUL


ÍNDICE

EXECUTIVO

2 6 10 12 14 15 16

HIGIENE URBANA Pago em Lixo

ESPAÇOS VERDES

André Nunes de Almeida Couto // Presidente andre.couto@jf-campolide.pt https://www.facebook.com/andre.ndac Atendimento – Mediante marcação prévia

Pelouros: Acção Social, Comércio e Turismo, Comunicação, Cultura, Educação, Espaço Público, Grandes Opções Estratégicas, Habitação, Protecção Civil e Socorro, Recenseamento Eleitoral, Recursos Humanos, Segurança, Transportes, Urbanismo e Ordenamento do Território, Serviços Administrativos, Equipamentos, Informática e Técnicas de Informação

Corredor verde do Vale de Alcântara_6 Equipa de Espaços Verdes_8

Maria Teresa Cruz de Almeida // Secretária

HABITAÇÃO Equipa de Habitação

teresa.almeida@jf-campolide.pt Atendimento: 4.ª feira das 10.30 às 13.00 Pelouros: Abastecimento e Iluminação Pública, Defesa do Meio Ambiente, Igualdade de Oportunidades, Património, Saneamento e Higiene Urbana,Toponímia e Colectividades

ENTREVISTA Duarte Miguel Rafael Sapeira // Tesoureiro

Fernando Medina

duarte.sapeira@jf-campolide.pt

GENTE NOSSA

Atendimento: mediante marcação prévia Pelouros: Desporto, Juventude, Recreio e Tempos Livres

O Hip Hop mora em Campolide

MAPA AFECTIVO Campolide, a freguesia que mexe

BREVES

Maria Cândida Cavaleiro Madeira // Vogal candida.cavaleiro.madeira@jf-campolide.pt Atendimento: mediante marcação prévia Pelouros: Desenvolvimento Económico e Saúde

Antónia Maria Baptista // Vogal antonia.baptista@jf-campolide.pt

André Couto | Direcção Sandra Bernardo | Coordenação Carolina Pelicano, Sofia Julião | Redacção Junta de Freguesia de Campolide | Propriedade Leandro Oliveira | Paginação João Barata, Sandra Bernardo | Fotografia 121904/98 | Depósito Legal 10 000 exemplares | Tiragem Distribuição Gratuita *As empresas privadas presentes nesta edição efectuaram doações para a Acção Social da JFC

Assembleia de Freguesia Presidente // Joaquim Couto Rodrigues da Silva / PS 1º Secretário // Carlos José Reis Lopes Ramos / PS 2º Secretário // Maria Cristina Santos Costa Gomes / PS Restantes Membros: Miguel Belo Marques, José Pereira da Costa, Maria Antónia Ramos Serra, Adriana Rafaela Gonçalves Quadros, José Pimenta Ribeiro, António Jorge Saraiva Marcelo João Manuel Costa Magalhães Pereira, Luisa Isabel Pina Teixeira, Amish Vijay Laxmidas Coligação Sentir Lisboa

Carlos Artur Ferreira de Moura


EDITORIAL Caros Vizinhos e Vizinhas, A dois meses do fim de mais um ano, temos boas novidades para todos! As obras da Praça de Campolide estão a decorrer em excelente ritmo e, em breve, teremos um ponto de encontro com esplanadas, parque infantil, quiosque, elementos de água, mais árvores e espaços verdes. Enfim, um espaço aglutinador com predominância pedonal, que vai permitir a todos e a todas desfrutar melhor da nossa Freguesia. Na Rua General Taborda, por ser das nossas ruas mais movimentadas, quisemos começar as obras o quanto antes. Elas aí estão, para salvaguardar a circulação pedonal, através da colocação de pilaretes, mas onde será também salvaguardado o estacionamento. Vamos criar mais lugares, uma vez que nascerá uma nova bolsa na Rua Campos Júnior. Por outro lado as passadeiras serão sobrelevadas, terminando com o perigo que era passear nesta zona da Freguesia. No piso, tal como prometemos, teremos alternância de materiais entre pedra branca e pedra preta. Infelizmente não pudemos colocar piso contínuo, uma vez que há uma exigência recente de, junto a prédios de habitação, existir uma faixa de calçada, para facilitar o acesso ao subsolo a todas as entidades que tenham de o fazer. Ora, como estes passeios são estreitos, isso obrigou-nos a optar pela alternância de pedras, o que, de qualquer forma, resolve o problema que existia. Recordo-me como, ainda há pouco tempo, a realidade desta rua eram os carros estacionados no passeio e as pessoas a caminharem no asfalto. Não era esta a Freguesia que queríamos, e estamos a cumprir o compromisso de inverter esta realidade. O Corredor Verde Estruturante do Vale de Alcântara já tem o seu concurso em marcha. Este percurso concluirá a ligação pedonal entre o Corredor Verde de Monsanto e o Tejo, incidindo o Bairro da Liberdade e a Quinta da Bela Flor, integrando-as nas principais rotas da Cidade, trazendo gente, a forma de reabilitação que sempre defendemos para estes territórios. Serão intervencionados 13 hectares, harmonizando corredores ciclo-pedonais, criando espaços verdes, mais e melhor iluminação, utilização de água reciclada para rega, equipamento "urbano" e mais de 700 novas árvores. A intervenção contempla um espaço verde na Quinta da Bela Flor, a criação de um viaduto pedonal no Bairro da Liberdade, um túnel inferior na linha férrea e a construção de uma passagem pedonal debaixo do Aqueduto das Águas Livres. Em jf-campolide.pt partilhamos um vídeo fantástico sobre este projecto! Mas nem só de betão vive o Homem e, por isso, a nossa aposta na cultura continua. No renovado Palácio de Laguares, todos os meses poderão assistir a conversas, debates e/ou ver exposições de fotografia, pintura e escultura. Não queria, para terminar, deixar de dizer umas palavras sobre o nosso Projecto "Pago em Lixo" agradecendo a todos e a todas o entusiasmo com que participaram nesta iniciativa inovadora da JFC. O País tem os olhos em nós. Campolide é vista como exemplo de boas práticas e como uma Freguesia de referência. Continuemos assim, orgulhosamente juntos, a trilhar o melhor caminho para a nossa Freguesia. Um abraço André Nunes de Almeida Couto andre.couto@jf-campolide.pt facebook.com/jfcampolide

JUNTA DE FREGUESIA DE CAMPOLIDE Rua de Campolide, 24 B – Tel: 21 388 46 07 e-mail: geral@jf-campolide.pt www.jf-campolide.pt Reunião aberta: Primeira 4.ª feira de cada mês


HIGIENE URBANA

PAGO EM LIXO UM PROJECTO INOVADOR O ditado popular “o lixo de uns é o tesouro de outros” nunca foi tão verdadeiro. Embalagens, plástico, metal, pilhas, papel, vidro… Em média, cada habitante produz 1,2 Kg de lixo por dia, sendo a Região de Lisboa e Vale do Tejo onde há maior produção de lixo urbano. Muito dos resíduos que vão para os nossos caixotes podem ser reutilizados através de um processo denominado reciclagem. No processo de reciclagem, o lixo orgânico e inorgânico é reaproveitado, contribuindo para a redução da poluição do meio ambiente.

Texto: Sofia Julião Fotografia: João Barata

PAGO EM LIXO / O QUE É E se o lixo que separasse valesse dinheiro?! Em Campolide, esse cenário já é uma realidade. Chama-se “Pago em Lixo” e é um projecto inovador que a JFC pôs em marcha no passado mês de Setembro. Para o Presidente, André Couto, a ideia, que vinha a amadurecer há um ano, surgiu com o objectivo de terminar com dois problemas da Freguesia, mudando comportamentos cívicos relacionados com o lixo e apoiando o comércio tradicional.

esta campanha surge da preocupação relativamente à higiene urbana na freguesia e da necessidade de fazer alguma pedagogia nesta matéria. É isso mesmo: O “Pago em Lixo” transforma os resíduos urbanos em moeda de troca para compras no comércio local. Por outras palavras, imagine por exemplo, que aquelas garrafas que tem acumuladas

4

NOTICÍAS DE CAMPOLIDE

em casa, podem valer uma ida ao cabeleireiro, um café com os amigos, o arranjo de uns sapatos, medicamentos, um quilo de fruta ou o peixe para o jantar!

COMO FUNCIONA A mecânica é simples: Por cada quilo de lixo indiferenciado ou doméstico que as pessoas deixarem nos pontos de recolha, os residentes de Campolide ganham uma nota “Lixo”, uma espécie de moeda criada pela Junta de Freguesia. Se for um quilograma de lixo reciclável, vale duas notas “Lixo”. Cada nota corresponde a um euro, que pode ser utilizado em mais de 70 espaços comerciais que aderiram a esta iniciativa, como cafés, restaurantes, farmácias, cabeleireiros, frutarias, padarias, peixarias, etc. Os comerciantes são, depois, ressarcidos pela JFC do valor das compras efectuadas pelos Vizinhos e Vizinhas de Campolide. Podem participar nesta iniciativa todos os residentes da Freguesia de Campolide, mas há um limite de 10 quilos de lixo por

dia. Isto é, haverá um limite para cada transacção, e ninguém poderá juntar mais de “20 Euros” em notas da Junta. Quer experimentar?! Basta entregar o lixo separado em pontos de recolha previamente anunciados.

UM PROJECTO INOVADOR Este é, sem dúvida, um projecto vencedor. Pela sua inovação, pela componente pedagógica que transporta, pelo motivo de orgulho que significa para a nossa Freguesia. Para André Couto, o “Pago em Lixo” é um projecto inédito em Portugal”, que começou em Campolide, mas que está disponível a ser replicado por outras freguesias de Lisboa e do País. “Este projecto está já a ser estudado por várias Universidades e colocou Campolide num lugar de destaque no panorama autárquico nacional e conquistou a atenção mediática. Foi noticiado por todos os orgãos de comunicação social portugueses, sem excepção. Bem como pela Televisão pública alemã, dois canais de televisão brasileiros e outros


HIGIENE URBANA orgãos de comunicação internacionais. O que só pode ser um enorme motivo de orgulho para todos os Vizinhos e Vizinhas de Campolide e contribuir, em muito, para a auto-estima da nossa Freguesia”. Este é um projecto que exige grande investimento por parte da JFC. Investimento esse que, acredita André Couto, “vai valer a pena e trazer retorno no futuro. Mudando mentalidades, mudando comportamentos, faremos com que se poupe dinheiro, a longo prazo. Esta iniciativa representa um investimento no ambiente, na economia local e na educação cívica.” A autarquia está preparada, através de uma análise constante da relação custo-benefício, para investir mais

A ADESÃO AO PROJECTO O projecto foi apresentado no passado dia 15 de Setembro, no Jardim da Amnistia Internacional. André Couto, Presidente da Junta de Freguesia de Campolide, explicou que “esta campanha surge da preocupação relativamente à higiene ur-

bana na freguesia e da necessidade de fazer alguma pedagogia nesta matéria”. Conjugando isso com "a crise do comércio local por causa das grandes superfícies, nasceu esta ideia de, simbolicamente, retribuir e recompensar o contributo dos habitantes da Freguesia para a reciclagem.” Várias figuras públicas campolidenses, como Eládio Clímaco, Vítor de Sousa, Fernando Alvim ou Carlão associaram-se a esta causa desde o primeiro minuto. E a adesão dos restantes Vizinhos e Vizinhas não se fez esperar. Miúdos e graúdos participaram e provaram o sucesso desta iniciativa, que é mais exemplo de inovação e boas práticas na nossa Freguesia, para orgulho de todos(as). Desde então, realizaram-se várias sessões de recolha, que excederam todas as expectativas. Foram muitos os que quiseram contribuir, e fizeram filas para poder trocar o seu lixo. “É muito gratificante ver a aceitação e entusiasmo de todos e todas por este projecto. As crianças são um elemento dinamizador desta iniciativa, já

que representam o futuro e são incentivadoras da mudança de mentalidades”, frisou o autarca. “Basicamente, a freguesia, a cidade e o país agradecem, porque vamos tropeçar em menos lixo e vamos viver numa comunidade mais limpa, ao mesmo tempo que cativamos as pessoas para uma mudança de comportamentos dentro de casa, para a separação do lixo e para a reciclagem, recompensando-as para a continuidade desta boa prática”. Para conhecer todas as lojas onde pode utilizar o “lixo” e saber todos os pormenores das recolhas, pode consultar o site da iniciativa “Pago em Lixo”. O projecto estará suspenso até ao início de Novembro. “Foram detectadas algumas falhas no funcionamento do projecto, pelo que houve a necessidade de rever o regulamento. Mas estamos a trabalhar para melhorar e voltar em força”, concluiu o Presidente da JFC.

EDIÇÃO Nº70 NOVEMBRO 2016

5


ESPAÇOS VERDES

BEM-VINDOS AO FUTURO CORREDOR VERDE ESTRUTURANTE DO VALE DE ALCÂNTARA

LISBOA MAIS VERDE Lisboa está cada vez mais bonita. E apetece descobri-la, com todos os seus encantos e recantos. As actividades ao ar livre potenciam uma fonte de saúde física e mental. Tornou-se comum a prática de corrida, passeios a pé, de bicicleta, para lazer individual ou em família, ou até um simples piquenique para desfrutar dos magníficos espaços naturais, paisagens verdes e ar puro. A nossa capital está a transformar-se num exemplo de cidade em comunhão com o campo, ambientalmente sustentável e energeticamente eficiente. Mas há novidades. E os munícipes da Freguesia de Campolide terão, num futuro bem próximo, ainda mais razões para sair de casa e descobrir um novo lado de Lisboa.

UM NOVO VALE DE ALCÂNTARA “O antes longe torna-se agora mais perto”. É o que promete o Projecto da Câma-

6

NOTICÍAS DE CAMPOLIDE

ra Municipal de Lisboa, do novo espaço verde que vai unir Alcântara ao resto da cidade, um dos maiores investimentos feitos em Lisboa, nos últimos anos. Nas palavras do Presidente André Couto, é “um investimento ainda mais nobre, na medida em que, dentro da Freguesia de Campolide, se vai debruçar sobre os territórios que foram mais desprezados ao longo das últimas décadas: Bairro da Liberdade e Quinta da Bela Flor”. Uma necessidade muito antiga da Freguesia que, tanto a Câmara Municipal de Lisboa, como a Junta de Campolide têm muito orgulho de estar a executar agora. O Corredor Verde de Alcântara estará pronto, na sua grande maioria, dentro de um ano, e foi apresentado pelo vereador dos Espaços Verdes da CML, José Sá Fernandes, no passado dia 28 de Setembro, na Estação de Tratamento de Águas Residuais da Avenida de Ceuta. Depois dos corredores verdes das zonas oriental, ocidental e central da cidade, este projecto constitui “a concretização de um sonho para uma cidade mais verde e mais amiga das pessoas”, afirmou o vereador.

O Vale de Alcântara irá constituir-se como um corredor estruturante da cidade de Lisboa, ligando Monsanto ao Tejo. Este corredor tem uma importância vital no processo de adaptação às alterações climáticas, nomeadamente no aumento das zonas verdes arborizadas e na optimização do ciclo da água. Ao contrário do que se passa actualmente, o percurso passará a poder ser feito integralmente a pé ou de bicicleta, sem recurso a veículos motorizados. Serão intervencionados 13 hectares, ao longo de mais de três quilómetros, harmonizando corredores ciclo-pedonais, novos espaços verdes, mais e melhor iluminação, a utilização de água reciclada para rega, equipamento urbano, mais de 700 novas árvores.

O PLANO DE INTERVENÇÃO Repartido em quatro grandes segmentos, a intervenção incidirá sobre: Área entre a Quinta do Zé Pinto e a Estação de Campolide Partindo do “Corredor Verde de Mon-


ESPAÇOS VERDES santo - Parque Eduardo VII”, nasce no Parque Urbano da Quinta do Zé Pinto o novo Vale de Alcântara que, bordejando o Parque Florestal de Monsanto, segue um percurso assente na sucessão de novos espaços verdes, na direcção do Bairro da Liberdade e do Aqueduto das Águas Livres. Actualmente pouco fluído para peões e ciclistas, o acesso à interface ferroviária de Campolide, ponto de partida de comboios para múltiplos destinos dentro e fora da Grande Lisboa, sofre grandes melhorias para a circulação de pessoas, a pé ou de bicicleta. “A obra vai terminar com o isolamento a que estes dois bairros estavam votados, por força de duas barreiras, a linha do comboio e o Eixo Norte/Sul. Vai permitir, igualmente, a vinda de gente de fora para estes bairros, atraindo investimento e serviços. Até a segurança vai estar favorecida, com mais policiamento e manutenção das esquadras”, concluiu André Couto. Área envolvente ao Aqueduto das Águas Livres Um novo viaduto ciclo-pedonal facilitará o acesso da Estação de Campolide ao

novo Parque Urbano da Quinta da Bela Flor, activando-se assim uma área vital da cidade. O Aqueduto das Águas Livres, “património” da Freguesia, passa a ter o lugar nobre que merece. “Terá a valorização há muito esperada, através da ligação que se faz do eléctrico até à Praça de Campolide”, lembrou o autarca. Será finalmente possível caminhar entre os arcos do icónico e majestoso Aqueduto das Águas Livres e contemplar o Parque Florestal de Monsanto, mesmo em frente. José Sá Fernandes mostrou-se especialmente entusiasmado com a possibilidade da população passar debaixo de “um dos melhores monumentos do mundo”, o Aqueduto das Águas Livres, junto aos pilares, algo até agora possível apenas através de automóvel “e normalmente depressa”. Novo Parque Urbano da Quinta da Bela Flor Esta intervenção, com quase cinco hectares, inaugurará o conjunto de obras planeadas. O projecto prevê um Parque Urbano na Quinta da Bela Flor, que combinará lazer e produção hortícola. Uma nova passagem sob a linha férrea assegurará a

continuidade do percurso ciclo-pedonal rumo ao Tejo. Avenida de Ceuta O último segmento a ser intervencionado será a artéria rodoviária, a Avenida de Ceuta, onde existirá circulação de água no corredor central. O Presidente da JFC, André Couto, disse estar muito orgulhoso deste projecto ambicioso que vai mudar a face de Campolide, especialmente da Quinta da Bela Flor e do Bairro da Liberdade/Serafina. Campolide herda, assim, uma das obras mais estruturantes, emblemáticas e profundas da cidade de Lisboa. A nossa Freguesia, a aproximar Vizinhos e Vizinhas e a abrir caminhos para o Futuro! nc

EDIÇÃO Nº70 NOVEMBRO 2016

7


ESPAÇOS VERDES

Equipas

ao seu serviço GRANDE REPORTAGEM São homens e mulheres que, diariamente, trabalham por uma Freguesia cuidada. Nesta edição, conheça o dia-a-dia da equipa de Espaços Verdes e da equipa de Habitação. Em Dezembro, contamos-lhe sobre a equipa de Higiene Urbana e a equipa de Espaço Público.

D

Texto: Carolina Pelicano Fotografia: João Barata

escendo a rua Miguel Torga, ao longe, dois homens trabalham. Ainda estamos no pico do verão e o calor queima que nem brasa, bem antes do meio-dia. Estão num canto escondido, um beco sem nenhuma atracção que faça o olho distraído para ali se virar. Distinguem-se pelo uniforme reflector e pelo barulho que um deles faz com uma roçadora nas mãos. Os sítios onde trabalham são todos tão aparentemente despropositados quanto este, mas a verdade é que há pedacinhos de terra e verde espalhados um pouco por todos os cantos de Campolide. E todos eles merecem a atenção destas mãos cuidadoras, ainda que o seu trabalho permaneça quase sempre como invisível. A equipa de Espaços Verdes, com um total de 15 funcionários, tem uma única batuta de trabalho que em tudo manda: a natureza. Nem mais, nem menos. Entre podas, deservagens, desmatações e inúmeras jardinagens, é ao sabor do vigor e do crescimento das plantas que o trabalho desta equipa se organiza, num ciclo feito de flores, folhas, raízes, troncos e terra. Mas do bucólico que possa desprender-se deste ofício, há também a dureza: faça chuva ou faça sol, o trabalho não pode parar. Nada a que esta equipa não esteja já habituada. Paulo Antunes tem apenas 33 anos, é um dos elementos mais recentes na equipa e também um desses trabalhadores que avistámos de longe. Andava de tesoura da poda na mão, em torno dos canteiros, cheio de mil cuidados. “Este trabalho é mesmo um círculo. Quando dermos a volta a tudo, isto aqui já vai estar grande outra vez”, explica Paulo, com a tranquilidade de quem não vê mal nas inconveniências da natureza para uma jardinagem sempre impecável. Talvez porque este ofício não seja novo para Paulo, que também já trabalhou nas obras. Mas as flores, digamos, conquistaram-no mais do que o cimento. “Antes fazia jardinagem em casas particulares, era ajudante

8

NOTICÍAS DE CAMPOLIDE


ESPAÇOS VERDES do meu tio, que era mesmo o jardineiro oficial desses sítios. Mas depois ele faleceu e fiquei sem trabalho”. Tardou, mas a natureza voltou a fazer parte do seu dia-a-dia, depois de um período de desemprego. Enquanto que com olho clínico vai arrancando ervas daninhas, que distingue entre as que são para adornar os canteiros, boné na cabeça e pele torrada pelo sol, vai falando sem pressa, parecendo que também ele se dá ao ritmo do ciclo em que trabalha. “Uma árvore bem cortada fica giro. Há máquinas para podar, mas eu gosto mais de fazer à mão, tem mais profissionalismo... comparado com as obras, este trabalho é mais profissional, é preciso saber, e eu gosto disso.” Com a mesma naturalidade com que fala, Paulo afasta-se sem introdução, indo atrás das suas tarefas. É também a deixa certa para conhecermos Carlos Mocinha, 50 anos, 3 meses de Junta de Freguesia de Campolide, e muito tempo de vida dedicado à jardinagem. “Antes de vir para a JFC, trabalhei nos jardins de Belém. E cheguei também a ir

para a Holanda, trabalhar nas estufas com as tulipas e os bonsais.” Carlos Mocinha é uma daquelas pessoas contentes com o que faz, e o amor às plantas não é para ele questionável. Pousa a roçadora por um momento para conversarmos. À semelhança dos outros trabalhadores da equipa de Espaços Verdes, está aqui desde as 7 da manhã, hora a que entram no período de verão, fazendo jorna seguida até às 14h. Nada que atrapalhe Carlos. “Sempre quis ser engenheiro agrónomo. Não deu, sou jardineiro. Mas estou no meio das flores, é o que interessa. Não sou passarinho de gaiola. Gosto do ar livre, do cheiro da terra, das plantas. Gosto do que faço, não trabalho contrariado.” À medida que vamos avançando e conhecendo outros trabalhadores desta equipa, que anda sempre em grupo, o denominador comum entre todos eles é mesmo o gosto pelo trabalho. Poderíamos dizer que uma equipa assim é uma alegria. Agora é a vez de encontrarmos Ana Paula Araújo, 56 anos, e a única mulher da

equipa, a quem todos, carinhosamente, chamam “tia”. Agachada no meio dos canteiros, Ana Paula trabalha no intricado sistema dos tubos de rega, substituindo novos por velhos, uma teia confusa para quem nada percebe. Não é o caso desta trabalhadora, que no entanto não se escusa a dizer-nos: “Aqui, todos os dias aprendemos. Quando para aqui vim, há dois anos e meio, não sabia nada. Entretanto fiz dois cursos. Mas claro, sempre que tenho dúvidas, pergunto aos colegas mais velhos e aos engenheiros. Não tenho problema nenhum com isso”. Depois de a vida ter dado várias voltas, foi na terra que Ana Paula encontrou um bom porto. “Gosto muito deste trabalho, ao ar livre, faz muito bem à minha cabecinha. E não tive dificuldade em adaptar-me aos horários. Todos os dias, às 6h10 da manhã já estou a tomar o meu pequeno almoço ali n 'A Pastorinha'.” Com ritmos assim, nem mesmo os fins de semana conseguem ser pachorrentos, que isto é gente com genica no corpo. “ Nesse dias, tenho outra grande ocupação, as minhas três netas”. Ana Paula conserva o ar calmo de quem olha a vida com respeito, mas com mãos sempre viçosas, a mexer. Todos os cantinhos de Campolide as conhecem, com certeza. Agora, ainda há mais para conquistar. “O que eu gostava era de pegar na máquina, para trabalhar como todos os outros colegas!”. De repente, aparece a câmara fotográfica. Queríamos-lhe um retrato. E ouve-se outro colega, “Tire, tia, tire!” Bem-vindos à equipa de Espaços Verdes.

EDIÇÃO Nº70 NOVEMBRO 2016

9


HABITAÇÃO

Equipas

ao seu serviço GRANDE REPORTAGEM Texto: Carolina Pelicano Fotografia: João Barata

P

oderíamos dizer que a equipa de Habitação anda sempre escondida. Entre telhas, telhados, escombros, casas a cair ou terrenos com ar abandonado, a culpa é mesmo do cenário, que faz com que ninguém imagine que ali ande gente. Mas este é, precisamente, o cenário mais comum a envolver esta equipa de trabalho da Junta de Freguesia de Campolide que, directamente veiculada ao departamento de Acção Social, tem como função restaurar, reabilitar, reparar, voltar a oferecer condições, digamo-lo de maneira mais simples, às casas de Vizinhos e Vizinhas que não tenham possibilidade de suportar os custos das obras. Operando em todo o espaço que envolve a Freguesia, foi ao Bairro da Serafina que fomos para conhecer a obra que esta equipa lá fazia. Nas franjas do Aqueduto, as casas que se estendem nas ruas à sua volta estão rodeadas de um silêncio que não se ouve no centro de Campolide. É certo que o viaduto não está longe, mas o trânsito funciona quase como brisa que passa. As casas térreas e os sinos da igreja, que anunciam mais um quarto de hora passado, dão a sensação de que chegámos a um pequeno povoado. Ao entrarmos na casa que está a sofrer intervenções por parte da equipa de Habitação, há um momento de hesitação. Afinal, onde fica? De tão estreitinho corredor, e com janelas de um lado e outro, não se imagina que haja ainda um patamar superior com espaço para mais uma casa de família. Na verdade, há mais três. Mas apenas uma está habitada, a que precisamente recebe obras. De repente, o patamar parece uma antecâmara do céu, espaço aberto para o ar, como um buraquinho no telhado. E é lá que encontramos José, membro da equipa de Habitação, ocupado com a requalificação da casa. Rádio no “on”, ventoinha no chão, boné na cabeça, mesmo estando den-

10

NOTICÍAS DE CAMPOLIDE


HABITAÇÃO tro de casa, e com uma trincha na mão a pincelar uma trave de madeira na pequena divisão da cozinha. Está quase pronta a obra e chegámos na altura dos últimos retoques. “Já cá andamos para aí há mês e meio. Nem imagina como isto estava quando aqui entrámos. O telhado estava todo a cair”, explica José apontando para a pequena divisão de águas furtadas. E é num apite que nos faz gatinhar por debaixo de uma janela para nos levar ao ex-libris da sua obra: o telhado. “Suba por

aqui”, conduz-nos, e com todo o cuidado para pousarmos os pés no sítio certo da telha, José leva-nos para o alto da casa, mostrando-nos, orgulhoso, um verdadeiro trabalho de artesão. Aos 47 anos, as obras têm sido a sua vida desde sempre, ou não tivesse começado como aprendiz com o seu pai. “A minha profissão mesmo é ladrilhador, e vim para a Junta como pedreiro ladrilhador. Mas como me ajeito em mais coisas, faço de tudo.” Nesta casa, onde habita uma família de quatro pessoas, várias foram as intervenções feitas. Para além de um telhado novo, o chão foi substituído, uma janela foi tapada, toda a casa pintada de novo, a casa de banho reparada, para além dos inúmeros pormenores que só quem nisto trabalha sabe que foram intervencionados. Cada obra é uma obra, umas de intervenção profunda, outras de pequenas mudanças ou reparações. Conta José, “Há casas em que a gente tem de entrar de máscara. Nem imagina as coisas que lá vemos.” Mas a filosofia de mudança implicada nestas intervenções, que são de cariz social, também por isso têm outra importância. “Sabe, se eu quisesse podia voltar a trabalhar nas obras daquelas lojas gran-

des da Baixa. Mas não quis. Gosto de estar aqui, de ajudar as pessoas. Dá-me mais prazer. As pessoas ficam com as casas arranjadinhas. E não faço só obras grandes; se me pedem para mudar uma lâmpada ou uma torneia, eu mudo.” José tagarela enquanto trabalha sem parar. Mesmo os cigarros, prefere fumá-los quando pára. Orienta-se entre os pós que mistura com água e as ferramentas, qual mago em transformações alquímicas. A rádio sempre a seu lado. “Ando sempre com a minha música. Ou M80 ou AC/DC. Ou o bom Quim Barreiros, quando é para a caracolada. No fim, o que conta é a música.” E para além da música, o que conta também é a satisfação da obra feita, o devolver a casa a quem dela precisa.

EDIÇÃO Nº70 NOVEMBRO 2016

11


ENTREVISTA

FERNANDO MEDINA em defesa do bem público Fernando Medina, 43 anos, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa desde 6 de Abril de 2015, depois de António Costa abandonar o mandato como presidente da CML, na sequência da sua eleição para secretário-geral do PS. Acredita na política e no serviço público.

Entrevista e Fotografia: Sandra Bernardo

Notícias de Campolide (NC): Quais são, para si, as qualidades necessárias para ser um bom político? Fernando Medina (FM): Um político usa a sua energia na tentativa de melhorar a sociedade, neste caso, a cidade. Compreendê-la bem e tentar melhorar a vida dos seus concidadãos. Acho que é essencial ter uma dedicação total ao serviço público, uma visão política clara do que é que se quer, do que se quer atingir. E depois, ter muita perseverança na forma como age e não desistir, estar permanentemente a lutar para concretizar objectivos, ultrapassar obstáculos. E ter também um padrão ético muito elevado, que assegure a todos a confiança que a pessoa exerce as funções que exerce, que são privilégios, de desempenhar funções públicas e de serviço público, mas assegurar às pessoas que tudo aquilo que se faz quotidianamente é para o bem público. NC: Este mandato tem tanto de si, como de António Costa. Há algumas lutas que são muito suas, que têm a ver com mobi-

12

NOTICÍAS DE CAMPOLIDE

lidade e a acessibilidade, com esse pensar a cidade para todos, mas há também uma herança do António Costa. Ganhando as próximas eleições, os planos vão ser todos seus... Quais são? FM: Acho que as prioridades para a cidade estão englobadas em três grandes questões. A primeira é aproveitar o bom momento económico da cidade e promover os motores do seu crescimento económico: Serviços, empreendedorismo qualificado e turismo. Cuidar dos que são o motor económico da cidade é de grande importância, porque é isso que é a fonte de rendimento para muitas pessoas, de emprego, de dinamismo, de comércio, da restauração, das lojas, dos escritórios, da renovação urbana, da requalificação. Nós precisamos de uma economia pujante. Temo-la, cada vez mais, na cidade, mas temos de a cuidar, manter esta competitividade e esta capacidade de dinamismo. A segunda grande questão é a da qualidade de vida na cidade. Também não há uma cidade competitiva, nem economica-

mente pujante se não tivermos uma cidade com qualidade de vida. Isto passa por devolver a cidade aos cidadãos, devolver espaço público, ter mais espaços verdes, ter melhores infraestruturas, como escolas e unidades de saúde. Passa por termos uma mobilidade menos poluente, mais amiga do ambiente; por uma aposta no transporte público, em detrimento do individual; passa por termos melhores serviços públicos; por recuperamos o nosso património; por todas estas áreas que no fundo melhoram a vida das pessoas dentro de uma cidade, que lhes permitem condições para se viver bem aqui, para se sentirem bem aqui, para que a sua vida funcione bem dentro da cidade. Isso é de grande importância. A terceira área é a da inclusão. Assegurarmos que temos uma cidade que é um espaço de oportunidade para todos. A cidade de Lisboa é muito diversa ao nível da população que tem, seja do ponto de vista das formações, das escolaridades, das idades, das nacionalidades, da religião, das


essa capacidade, como é o caso de Campolide. Por isso, as melhorias são muito visíveis. NC: Obras: Miguel Torga... FM: Foi uma obra muito importante e complexa, que demorou mais tempo do que estava previsto e do que era a vontade da Câmara, com necessidade de adaptação de vários projectos. Também foi das primeiras obras em que foram testadas soluções inovadoras, que hoje estão a ser utilizadas por toda a cidade. É por isso que eu queria valorizar e salientar neste momento que a obra está praticamente concluída e que hoje a Miguel Torga é uma rua com características muito diferentes, muito mais seguras para as pessoas que andam a pé, que circulam de cima a baixo, mais segura com as novas passadeiras e os novos elementos para quem tem que atravessar, para as pessoas que utilizam a escola e também para aqueles que circulam de carro.

É por mérito da iniciativa do André [Couto] que várias soluções de inovação da cidade estão a ser avançadas. Toda a dinâmica do plano de acessibilidade pedonal nasceu, aliás, aqui, nos problemas da freguesia de Campolide, que ele me chamou à atenção, na dificuldade que as pessoas de idade sentiam nas zonas íngremes da cidade e o receio que tinham em se deslocar. Foi uma obra que ficou sólida, foi feita uma intervenção profunda a nível do saneamento, ao nível da pavimentação e dos passeios. Não era uma obra pequena, era uma obra já grande na sua ambição e creio que agora, que está quase no fim, vamos poder todos usufruir desta melhoria. NC: Outra obra que está a decorrer, a da Praça de Campolide, vai também trazer grandes mudanças à Freguesia... FM: É verdade. Está a correr bem. Esta obra insere-se no âmbito do programa “Uma Praça em cada bairro”, e tem a ideia de devolver espaço público às pessoas. Vamos criar uma Praça aqui em Campolide, uma nova zona ampla, desafogada, confortável, em que as pessoas possam estar umas com as outras, possam circular, passear sem estar sujeitas à tirania

da circulação automóvel. Esta filosofia da “Praça em cada bairro” é a de que se retorne à ideia fundamental de cidade, das pessoas partilharem um espaço. E o espaço público é isso mesmo. Esta intervenção não é uma transformação radical do espaço, mas antes uma transformação que vai devolver esse muito espaço público aos munícipes e fregueses aqui de Campolide. Tenho muita expectativa em ver esta obra concluída, por que acho que vai ficar particularmente bem. NC: Imagine que é um morador recenseado da Freguesia de Campolide. Votava em André Couto? E porquê? FM: Ah, sim. Sem dúvida. Aliás, como Presidente e sem ser Presidente. O André tem feito um trabalho notável na Freguesia. Eu aprendi a respeitar muito o trabalho do André antes de ter estas funções. Antes de estar na Câmara Municipal, o André já era Presidente da Junta e acho que ele conseguiu imprimir um grande dinamismo na vida da Freguesia, no sentimento de comunidade em Campolide. É uma pessoa muito atenta às pessoas, aos problemas das pessoas, aos problemas concretos da sua Freguesia, tem uma grande capacidade de trabalho em conjunto com uma grande capacidade de resolução das várias questões, tem uma grande capacidade de diálogo com a Câmara e de conseguir apresentar muito bem à Câmara o que são os casos importantes da Freguesia de Campolide. É por mérito da iniciativa do André que várias soluções de inovação da cidade estão a ser avançadas. Toda a dinâmica do plano de acessibilidade pedonal nasceu aqui, nos problemas da freguesia de Campolide, que ele me chamou à atenção, na dificuldade que as pessoas de idade sentiam nas zonas íngremes da cidade e o receio que tinham em se deslocar. E foi aqui que nós pensámos que tínhamos não só que resolver este problema, mas como fazer disto um programa geral na cidade. O pavimento confortável que vemos na Miguel Torga nasceu dessas conversas e essa ideia de generalizar à cidade partiu daqui. O programa integrado do Bairro da Liberdade nasceu de uma luta muito grande do André, de chamar a atenção, de reivindicar sobre a necessidade de resolver problemas identificados naquela zona da cidade, para aquela população. Lutou muito, tem essa capacidade e consegue.

EDIÇÃO Nº70 NOVEMBRO 2016

13

ENTREVISTA

etnias. É uma cidade muito diversificada e é isso que faz a sua riqueza. Mas para que essa riqueza se concretize, tem de ser um espaço de oportunidade para todas as pessoas. E, para isso, precisamos de combater as zonas de exclusão, que estão em muitos sítios. Estão na população idosa, que tem dificuldade em se mover e que se vê excluída do seu direito à mobilidade e participação da vida na cidade, porque simplesmente tem receio de andar no espaço público. Existem outros idosos que não têm acesso aos transportes públicos, porque os tarifários são mais elevados e lhes foi cortado esse direito de participação. Estamos também a falar dos jovens de famílias com menores rendimentos, que há uma ou duas gerações ainda permanecem em bairros sociais, e que têm menos oportunidades na sua vida, de progredirem e completarem a escolaridade obrigatória dos 12 anos e que ficarão muito mais expostos ao desemprego. A inclusão tem também a ver com a reintegração das comunidades emigrantes na cidade de Lisboa e evitar ou minorar os efeitos mais penalizadores que sofrem pela sua condição de minorias. Tudo isso é essencial, porque os momentos áureos de expansão da história da cidade de Lisboa foram sempre quando se manteve aberta, cosmopolita, capaz de acolher todos e capaz de dar oportunidades a todos. Temos que assegurar que assim continue no futuro. NC: Já podemos fazer um balanço do que tem vindo a ser a transferência de competências para as Juntas de Freguesia? FM: Sim, acho que já podemos fazer um balanço, e um balanço de marca claramente positiva. As Juntas de Freguesia demonstraram uma grande capacidade de tomar conta das novas competências, de as aproveitar e dar respostas aos cidadãos e munícipes com muito mais rapidez, com mais eficácia e com mais proximidade, porque estão mais perto dos problemas e passaram a ter nas suas mãos os instrumentos. E notam-se melhorias em várias áreas, desde a pequena manutenção dos espaços, das vias e dos passeios, à própria higiene urbana, às dinamizações de natureza cultural, tudo isso áreas em que as Juntas assumiram responsabilidade e que, claramente, são apostas vencedoras, em particular em Juntas que têm bons executivos, com muita experiência e com


ACÇÃO SOCIAL GENTE NOSSA

O Hip Hop mora AQUI

M

arco Barata é V1ruz, nome de guerra do rapper saído do bairro da Bela Flor, Campolide. Talvez ainda desconhecido do grande público, mesmo depois de um dos seus mais recentes videoclips, “A Carta”, ter passado pela televisão, na altura do lançamento do seu último álbum, em Fevereiro. Mas o sucesso registado em ‘views’ pouco conta na hora de dar voz a quem aqui está para contaminar, quando nos diz, “Nada é Verdade”, ideia tão perturbadora quanto edificante, proclamada ao longo de todo o álbum, que precisamente assim se chama. Leandro Oliveira é Myslo, seu amigo e companheiro musical, e, também, produtor. Juntos, criaram um álbum que questiona. Que interpela. De um jeito simbólico, poderíamos começar pela árvore do bairro. E ela é tão a árvore do bairro que, os do bairro, nem sabem que árvore é aquela. É a deles: Chama-se Bela Flor. Primeiro foi V1ruz que ali andou, depois Myslo. Hoje, a diferença de três anos que têm não se nota, mas em tempos de miudagem, era tão grande quanto a distância entre mestre e aprendiz. O crescimento trouxe-lhes a maturidade e a amizade adensou-se. Mas até aqui chegarmos, muito se passou. Principalmente o Rap. “A cultura Hip Hop para mim começou muito cedo, com 11 ou 12 anos. Não logo ligada à música mas aos 38k, que eram um grupo de ‘writers’ de 13 e 14 anos, que ‘tagavam’ e faziam graffitis e que eram da Bela Flor. Também foi nessa altura que apareceram as primeiras mixtapes underground do Hip Hop tuga. Toda a gente queria pertencer a isso, havia um glamour muito grande nessa coisa toda que eram os ‘dreads’.”

14

NOTICÍAS DE CAMPOLIDE

O primeiro brilho que ligou V1ruz a este mundo acabou por passar para se tornar numa ligação de vocação, através da escrita e da composição. “As pessoas curtiam o que eu fazia, aquilo já não era só para mim. Chegava ao Bairro Alto e havia sete ou oito grupos de Hip Hop, de ‘people’ a dar ‘freestyle’. Isso agora per-

deu-se, mas na altura sabias que, naqueles dias, àquela hora, iam ali estar grupos a fazer combates verbais. Quando chegava a minha altura de elaborar, eu provava que conseguia ligar uma frase com a outra, fazer sentido. Eu sabia que era mais forte, e sabia-o por causa do grupo.” É assim que Leandro se lembra do amigo: chegava à Bela Flor, quiçá sob a árvore, e deixava todos fascinados com as suas rimas. “Ele estava a viver fora do bairro

Texto: Carolina Pelicano Fotografia: João Barata

na altura. Mas aparecia na rua, a mandar os seus ‘freestyles’ de sempre. O pessoal pedia-lhe para improvisar, gostavam de ouvi-lo. Quando vi o Marco, aquilo mexeu mesmo comigo, eu idolatrava-o, naquele meu mundozinho. Mas percebia-se que ele tinha uma postura completamente diferente de toda a gente naquele bairro, não falava por falar, as coisas que dizia eram conscientes e faziam pensar. Tanto que eu também quis começar a escrever rimas”, conta Leandro. Na altura, o agora produtor musical, acabava de entrar no mundo do Hip Hop, à laia de um primeiro passaporte chamado Sam The Kid. Depois veio o fascínio pela música electrónica, entre misturas e ‘sets, alquimia que viu de perto a acontecer por causa de um primo DJ. Tudo se ligava. “De repente, o primeiro instrumental que criei foi um beat de Hip Hop”, conta. Leandro foi investindo no seu percurso como produtor musical. O que lhe faltava? V1ruz. “Nessa altura eu já tinha montado o meu ‘estudiozinho’ e o ponto alto para mim era conseguir uma colaboração com ele. Mas não só: eu queria que ele soubesse que eu estava disposto a trabalhar com ele, a lançá-lo, queria ajudá-lo porque acreditava nele. Aquilo que ele fazia não podia ficar pelas ruas.” E assim foi. Em 2013 lançaram o primeiro álbum, “Ponto de Partida”, e em 2016 chegou “Nada é Verdade”, um álbum totalmente original, das letras de V1ruz às composições musicais de Myslo. Da política à história de vida do rapper, tudo é matéria prima composta em arma pensante – ou música . Este trabalho é um autêntico ADN repartido. “Para mim, sem Myslo não há V1ruz”, conta Marco, acrescentando. “E sei que, se um de nós deixar a música, vamos continuar a ser amigos”.


MAPA AFECTIVO

Campolide, a Freguesia que mexe

C

ampolide, onde passei a viver há já alguns anos, por opção, mexe de facto com os sentidos e as emoções! O ar que respiramos traz-nos a fragrância do Tejo. As tágides são as musas que lá de baixo nos fazem chegar o amor, a fraternidade, a liberdade e a solidariedade de todos os que aqui habitam. A liberdade de circularmos pela sua rica história devolve-nos o encanto desta Lisboa tão cheia de contos e lendas para recordar. Campolide liberta-nos através dos seus espaços verdes existentes e dos muitos que estão agora a nascer. Que privilégio termos por perto e como cenário bem à vista o grande pulmão de Lisboa, Monsanto. Que bom termos na Junta de Freguesia uma equipa liderada por um jovem que absorveu desde a infância todos os valores éticos, transmitidos por uma família muito bem estruturada. Desculpe, Presidente André Couto, mas não seria possível escrevinhar estas linhas sem falar de

si e dos seus, sem lhe deixar bem expressa a minha muita admiração pela sua visão do que deve ser um Presidente de uma Freguesia que possa agradar e fazer sentir aos seus moradores a alegria de viver, a vontade de continuar na labuta do dia-a-dia apesar das muitas vicissitudes com que a vida nos surpreende. A sua constante preocupação pelos mais velhos, pelos carenciados, pelos doentes, pelos muitos que aqui habitam, acompanhados apenas pela solidão, merecem de mim um respeito e uma admiração que gostaria de ver reconhecida por todos e tomada por muitos como exemplo a seguir. É isto, meus amigos, que me faz sentir bem em Campolide. Os bons dias e as boas tarde de todos os que por aqui vivem, trocados na rua, nos cafés, as muitas possibilidades que os jovens aqui encontram para uma vida mais bem vivida fazem de mim um homem mais feliz. Sei que poderei contar com um breve futuro mais aconchegado, num local cada vez mais belo e ainda mais humano.

ELÁDIO CLÍMACO EDIÇÃO Nº70 NOVEMBRO 2016

15


MAPA AFECTIVO BREVES

BREVES NOTÍCIAS DE CAMPOLIDE NOVEMBRO 2016

Espaços Verdes

Placas Toponímicas

Deservagem A JFC continua a fazer uma forte aposta na deservagem nas ruas de Campolide, uma preocupação do Presidente André Couto, que tem procurado, com a Equipa de Espaços Verdes, encontrar soluções definitivas para o problema. A Freguesia foi dividida em oito zonas de actuação, com prioridade para as habitacionais. Os trabalhos são assegurados por duas equipas no terreno, cada uma delas com dois trabalhadores: um com roçadora e o outro com soprador, vassoura e protector de viaturas. Num futuro breve, e com vista a agilizar os trabalhos, a desrvagem contará com 4 equipas, cada uma com 2 elementos. Nos meses de Junho, Julho, Agosto e Setembro, as equipas percorreram toda a freguesia, deservando as ruas do Bairro da Serafina, Bairro da Cascalheira, Bairro da Liberdade, Bairro da Bela Flor, Calçada dos Mestres, Estação de Campolide, Praça de Espanha, Centro de Saúde de Sete Rios, Aqueduto das Águas Livres, entre outros. De realçar que este é um trabalho continuado, já que as ervas voltam a crescer com rapidez.

Durante o mês de Agosto, foram colocadas ou re-colocadas placas toponímicas em alguns pontos específicos da nossa Freguesia.

Higiene Urbana Limpar Campolide Porque uma freguesia limpa e cuidada faz toda a diferença, os trabalhos de lavagem das ruas da Freguesia decorreram sem paragens durante todo o verão, sob a responsabilidade da equipa de Higiene Urbana.

16

NOTICÍAS DE CAMPOLIDE

Acção Social Viagens de Verão À semelhança de anos anteriores, a JFC organizou viagens ao Aquashow, na Quarteira, no dia 3 de Setembro, ao Zoomarine, em Albufeira, no dia 4, e à Isla Mágica, em Sevilha, no dia 10.

Esquadra da Serafina mantém-se

volve o Santana Futebol Clube. A zona da Cascalheira foi a primeira a ser intervencionada. No passado dia 31 de Agosto a equipa de Espaços Verdes estreou o novo Biotriturador de resíduos verdes. A limpeza e manutenção do espaço público fazem parte das nossas prioridades.

Higiene Urbana Mais 550 contentores A Câmara de Lisboa tem em curso investimentos de cerca de 30 milhões de euros na área da higiene urbana. Parte deste investimento será dirigido para a instalação de 130 eco-ilhas com contentores enterrados, o que resulta num total de cerca de 550 contentores. Na nossa Freguesia existirão contentores de resíduos em profundidade em algumas zonas: Praça de Campolide; Calçada dos Sete Moinhos; Rua Bela Flor; Rua da Pedreira do Fernandinho; Rua Inácio Pardelhas Sanchez; Rua Carlos Conde; Rua de Campolide. Um plano da Câmara Municipal, em busca de uma Lisboa cada vez mais limpa e amiga do ambiente.

Higiene Urbana

Apesar dos rumores infundados, a 37ª Esquadra da Polícia de Segurança Pública, do Bairro da Serafina, continua activa e não foi encerrada. Um motivo de alegria para a nossa Freguesia, já que esta Esquadra sobreviveu a uma reforma das Esquadras da PSP em Lisboa. A JFC continuará a trabalhar pela manutenção desta unidade de segurança, assegurando a estabilidade e amparo dos nossos Vizinhos e Vizinhas.

Limpeza de sarjetas Todos os dias trabalhamos por uma Freguesia cada vez mais cuidada. No início do mês de Setembro, o Departamento de Higiene Urbana da JFC iniciou a limpeza das sarjetas para que fiquem limpas e desentupidas, antes das primeiras chuvas. A limpeza de todas as sarjetas da Freguesia foi concluída no dia 21 de Outubro.

Espaços Verdes

Acção Social

Desmatação As equipas de Espaços Verdes e Higiene Urbana da JFC uniram forças de trabalho para desmatar a área que en-

Campolide Soma&Segue O novo serviço Campolide Soma&Segue, disponível para transporte dos Vizinhos e Vizinhas, foi inaugurado em


Cultura

Orçamento Participativo

diminuir a velocidade e o volume de tráfego automóvel dentro do Bairro, tornado-o mais seguro e tranquilo, dirigido para as pessoas mais do que para os automóveis, organizar o estacionamento aumentando o numero de lugares disponíveis, rebaixamento de passeios, sobre-elevação de passadeiras e algumas mudanças nos sentidos de trânsito

Acção Social

Vote por Campolide No âmbito da iniciativa "Orçamento Participativo de Lisboa" há várias propostas a votação referentes à Freguesia de Campolide. Contamos com todos os Vizinhos e Vizinhas, e também com o empenho de todas e todos em convidar familiares e amigos a votar! Não custa nada, e, até 20 de Novembro, podem ajudar-nos a melhorar Campolide. Não deixem de participar! Cada Vizinho(a) pode votar de duas formas: *SMS GRATUITO para o n.º 4310. - Escreva apenas: 22 - Envie. * Novo SMS GRATUITO para o n.º 4310. - Escreva apenas: 93 - Envie. Pode votar nos 2 Projectos através do site www.lisboaparticipa.pt: - Projecto 22 (âmbito local – Criação de Jardim de proximidade - Rua António D. Luís de Sousa) - Projecto 93 (âmbito estruturante – Requalificação da Rua da Mesquita).

Estamos a melhorar Campolide

Espaço Público Apresentação do projecto da Zona 30 O projecto da Zona 30 para o Bairro da Calçada dos Mestres foi apresentado na última quinta-feira, dia 27 Outubro, às 19H00, no Auditório da JFC. Esta intervenção tem como objectivo

André Couto, Presidente da Junta de Freguesia de Campolide, fala aos Vizinhos e Vizinhas sobre as obras que estão a decorrer ou a começar na Freguesia. Saiba tudo no nosso site www.jf-campolide.pt. Veja os vídeos

EDIÇÃO Nº70 NOVEMBRO 2016

17

BREVES

Setembro. Este projecto veio substituir o antigo Porta a Porta. Com o objectivo de manter e melhorar a prestação do serviço, a JFC adquiriu uma viatura de 9 lugares nova, que funcionará de forma contínua, durante 11 horas diárias e ininterruptas, entre segunda e sexta feira, e durante cinco horas aos sábados.


POSTO MÉDICO ESPECIALIDADES ACUPUNTURA ENFERMAGEM MASSAGISTA DENTISTA ANÁLISES CLÍNICAS MÉDICO DE FAMÍLIA TERAPIA DA FALA OSTEOPATIA PSICOLOGIA

4ª Feiras 2ª e 6ª Feiras 4ª Feiras 5ª Feiras 2ª Feiras 3ª Feiras 5ª Feiras 2ª/6ª Feiras 2ª Feiras 6ª Feiras 3ª e 6ª Feiras 2ª Feiras

09H00/17H00 09H00/12H00 16H00/18H00 09H00/17h00 14H00/16H30 09H00/16H30 14H00/16H30 09H00/10H00 09H00/12H00 09H30/12H00 10H00/19H00 14H00/18H00

PREÇÁRIO I TAXAS* ESPECIALIDADE

ENFERMAGEM

Médico de Família 2€ Dentista 30€ Acupuntura 15€ Massagens e tratamento de lesões musculares e articulares 25€ Psicologia 25€ Terapia da Fala 25€ Osteopatia 30€

Injecção Tensão Arterial Pensos Teste de Diabetes

Preços válidos para recenseados (as)

CONTACTO I 211 955 667

1€ 0,50€ 2€ 0,50€


CONTACTOS ÚTEIS Junta de Freguesia de Campolide 213 8 8 4 6 07 HIGIENE URBANA Recolha de ‘Monos’ (CML) 8 0 8 203 232 HIGIENE URBANA Entrega Contentores (CML) 8 0 8 203 232 Polícia Municipal de Lisboa 217 225 20 0 Bombeiros Voluntários de Campo de Ourique 213 8 41 8 8 0/9 3ª Divisão da PSP de Benfica 217 142 526 21ª Esquadra da Polícia de Segurança Pública (Palácio da Justiça) 213 858 817 37ª Esquadra da Polícia de Segurança Pública (Bairro da Serafina) 213 858 34 6 Centro de Saúde de Sete Rios 217 211 8 0 0 Hospital de Santa Maria 217 8 05 0 0 0

BALNEÁRIO PÚBLICO HORÁRIO Terça a sexta-feira: 10h às 13H e das 16.30h às 19.30h Sábado: 9.30h às 13h e das 14.30h às 17.30 Domingo: 9h às 12h Rua Miguel Ângelo de Blasco, no Bairro da Liberdade, ao lado da PSP

Comissão Protecção de Crianças e Jovens 217 102 6 0 0 Balneário Público da Serafina 210 8 89 19 0 Posto de Limpeza de Campolide 211 328 237 Posto de Limpeza da Serafina 211 328 929

EDIÇÃO Nº70 NOVEMBRO 2016

19


UNIVERSIDADE

SÉNIOR

I N S C R I Ç Õ E S A B E R TA S

BALCÃO DE ATENDIMENTO DA JFC A PARTIR DE 3 DE OUTUBRO HORÁRIO: 10H00 ÀS 13H00 E 14H00 ÀS 16H30

PROPINA

UNIDADES CURRICULARES

PRIMEIRA UNIDADE CURRICULAR

MOTRICIDADE | INGLÊS | PINTURA HIDROGINÁSTICA | TAI CHI | INFORMÁTICA ALIMENTAÇÃO - DICAS E MITOS TÉCNICAS DE MEDITAÇÃO E RELAXAMENTO DOCUMENTOS NECESSÁRIOS

Recenseados_4€ Não Recenseados_12€

UNIDADES CURRICULARES SEGUINTES Recenseados_2€ Não Recenseados_6€

EXCEPTO INFORMÁTICA E HIDROGINÁSTICA Recenseados_12,5€ Não Recenseados_37,5€

Cartão de Cidadão Cartão de Eleitor

PARA MAIORES DE 55 ANOS


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.