Notícias de Campolide nº81

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BOLETIM DA JUNTA DE FREGUESIA DE CAMPOLIDE ANO XVIII #81 FEVEREIRO/MARÇO 2018 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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campolide é igualdade PÁG. 4

+ Carnaval em Campolide + escuteiros + obras na freguesia + gente nossa


nesta edição... BOLETIM DA JUNTA DE FREGUESIA DE CAMPOLIDE ANO XVIII #81 FEVEREIRO/MARÇO 2018 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

ARTIGO DE CAPA:

campolide é igualdade

LEIA + em:

PÁG.4

CARNAVAL EM CAMPOLIDE_PÁG.10

Mais obras concluídas na Freguesia_PÁG.16

A LOJA ONDE VOU BaRBEARIA DO MÁRIO_PÁG.18

/jfcampolide /jfcampolide /campolidetv

A RUA ONDE MOR0 Rua Leandro Braga_PÁG.19

eXECUTIVO

+ COLECTIVIDADES: ESCUTEIROS _PÁG.14 + gente nossa: ROGÉRIO ROSA _PÁG.21 ANDRÉ NUNES DE ALMEIDA COUTO PRESIDENTE

ANA RAQUEL MOREIRA DA SILVA

BRUNO LOURO Tesoureiro

SECRETÁRIA

bruno.louro@jf-campolide.pt

raquel.silva@jf-campolide.pt Atendimento: 3.ª feira - Mediante marcação prévia

Atendimento: 4.ª feira - Mediante marcação prévia

Pelouros: Equipamentos, Habitação, Acção Social, Colectividades, Igualdade de Oportunidades.

Pelouros: Informática, Recursos Humanos, Serviços Administrativos, Comércio e Licenciamento, Financeiro e Contratação.

BRUNO corgas GONZALEZ

Maria Cândida Cavaleiro Madeira

Vogal

Vogal

bruno.gonzalez@jf-campolide.pt Atendimento: 6.ª feira - Mediante marcação prévia Pelouros: Educação e Desporto.

Assembleia de Freguesia: Presidente · MARTA VIEIRA DA CRUZ | PS

1º Secretário · Carlos José Reis Lopes Ramos | PS 2º Secretário · Miguel belo marques | PS

candida.cavaleiro.madeira@ jf-campolide.pt Atendimento: Mediante marcação prévia Pelouros: Saúde

Restantes Membros: Januário Gomes da Costa, Luís Filipe Correia Rosa, Cátia Sofia da Cruz Costa, Pedro Miguel Pereira Ferreira da Silva, Teresa de Jesus Cancela Dias Baptista Francisco Maria Oom Pimenta Peres Joana Vitorino Mendes, João Carlos Infante Gameiro Maria José Branco Ferreira do Nascimento Garcia Arnaldo Maria do Carmo Bica

André Couto · Direcção | Sofia Julião · Coordenação | Sofia Julião · Redacção | Taiz Collovini · Capa e Paginação | João Barata · Fotografias e Capa Junta de Freguesia de Campolide · Propriedade | 121904/98 · Depósito Legal | 9 000 exemplares · Tiragem

*As empresas privadas presentes nesta edição efectuaram doações para a Acção Social da JFC


editorial

IGUALDADE NA DIFERENÇA ANDRÉ NUNES DE ALMEIDA COUTO PRESIDENTE

andre.couto@jf-campolide.pt https://www.facebook.com/andre.ndac Atendimento: 4.ª feira - Mediante marcação prévia

Pelouros: Comunicação, Espaço Público, Espaços Verdes, Defesa do Meio Ambiente, Higiene Urbana, Recenseamento Eleitoral, Cultura, Restauração, Grandes Opções do Plano, Protecção Cívil e Segurança, Transportes.

Caros Vizinhos e Vizinhas, Como é sabido pela maioria dos que seguem a actividade da JFC, a dimensão social e cívica ocupou sempre um espaço importante, quer nas nossas preocupações, quer nas opções que fomos tomando. Assegurar que cada Vizinho, cada Vizinha, tem uma vida digna e vê compensadas as suas debilidades, é uma das tarefas a que nos temos proposto. Neste contexto, não será de estranhar a iniciativa que lançamos este ano, o Programa "Campolide é Igualdade", cuja primeira acção visível foi a formação de sensibilização para boas práticas de combate à discriminação, que decorreu no Auditório da JFC nos dias 3 e 10 de Março. Começámos por abordar três manifestações em concreto, nomeadamente, com base no sexo, orientação sexual e origem étnico-racial. Nos próximos tempos serão anunciadas outras iniciativas, ampliando os temas, as abordagens, as evidências da necessidade de olhar o futuro com novos olhos ou, pelo menos, um novo olhar. Tal como fizemos com o "Pago em Lixo", haverá benefícios, recompensas, pela adesão e acções documentadas. Serão distribuídos desafios e missões a cada formando, com o objectivo de espalhar as mensagens pela sociedade. Um dos significados para "discriminar" é "colocar alguém de parte". Não é preciso muito para rapidamente compreendermos que, então, estamos perante uma forma directa, brutal e injustificada de gerar desigualdade. Daí o lema que adoptámos, na linha de pensamento e de postura que pretendemos para a nossa Freguesia, para a nossa Cidade, para o nosso País… para as nossas Vidas. No direito à diferença individual, à possibilidade de escolhermos como queremos viver e de viver conforme nascemos, somos ou queremos ser, aí, temos de ser tratados, e exigir ser tratados, de forma igual. Campolide quer estar na linha da frente no combate por essa igualdade… no direito de cada Ser Humano ser diferente de todos os outros. Um abraço,

P.S. Como muitos de vocês já terão reparado, o nosso boletim Notícias de Campolide

tem uma nova imagem gráfica e novas secções. Gosta da nossa nova "cara"?

O CELEIRO SOLIDÁRIO DA JUNTA DE FREGUESIA DE CAMPOLIDE FACULTOU:

JUNTA DE FREGUESIA DE CAMPOLIDE Rua de Campolide, 24 B – Tel: 21 388 46 07 e-mail: geral@jf-campolide.pt www.jf-campolide.pt Reunião aberta: Primeira 4.ª feira de cada mês

330.315

DOSES

até ao fim de FEVEREIRO de 2018

(Até ao fim de Junho de 2017)

259.647 755.105 Kg de FRUTAS/VEGETAIS

unidades de COMPLEMENTOS

2.003 Kg

963 Kg

1073 Kg

(VIDRO)

(PLÁSTICO/EMBALAGENS)

(PAPEL/CARTÃO)

ECOPONTO VERDE ECOPONTO AMARELO ECOPONTO AZUL


campolide é igualdade IGUAIS NA DEFESA DA DIVERSIDADE

“Campolide é Igualdade” foi o nome escolhido para a primeira formação da Junta de Freguesia de Campolide (JFC) no combate à discriminação. O género, a orientação sexual e a origem étnico-racial foram os motes abordados. Fotografias: João Barata

LAURA FALÉSIA E ANDRÉ TECEDEIRO

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ampolide é Igualdade. O nome escolhido para esta nova iniciativa da JFC deixa transparecer uma boa parte dos objectivos. “O desafio é tentar perceber, a nível local, como a luta pela igualdade pode ser dinamizada e até servir de exemplo a outras Freguesias”, explica-nos Paulo Côrte-Real, coordenador deste programa, que arrancou com uma primeira formação, levada a cabo nos dias 3 e 10 de Março e que contou com 24 inscritos. Uma linha no chão. Os formandos tomam lugar num dos lados da linha e, deste modo, tomam também posição sobre cada frase projectada. Pensamentos que vão gerando discussão e servindo para abordar diferentes questões. Estas sessões centraram-se na discriminação de género, orientação sexual e origem étnico-racial. A equipa de formadores foi completada com Cristina Roldão e Luísa Corvo. Cristina é investigadora e docente universitária. A Sociologia é o seu terreno de eleição, debruça-se sobre a questão do racismo, do ponto de vista académico. Mostra-se muito satisfeita com a diversidade de elementos que integram esta formação, “porque conta com pes-

soas de vários pontos do país, mas também com gente de diferentes origens, de outros países”. Luísa Corvo considera que esta iniciativa é bastante “interessante, porque contempla e aborda diferentes tipos de discriminação”. Também para esta investigadora, ligada à Faculdade de Farmácia, a presença de pessoas de diferentes escalões etários e oriundas de realidades distintas é uma mais-valia para o sucesso do projecto, visto que isso vai permitir que “cada um traga uma vivência diferente”. UM PROCESSO GRADUAL Conforme resume, as grandes alterações no comportamento e na vida em sociedade não são alcançadas num momento em concreto, são antes fruto de um insistente debate e de graduais trocas de opiniões que conduzem a uma consciência em permanente mudança: “como costumo dizer, o objectivo é as pessoas conseguirem fazer algo mudar no seu arredar de braços, no seu espaço mais próximo. E depois fazerem com que isso se torne contagiante”. Paulo Côrte-Real, nascido em 1974,

Doutorado em Economia pela Universidade de Harvard, residente em Campolide, Professor de Economia na Universidade Nova, tem um longo passado de activista LGBT (sigla que agrupa Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero). Em 2005 assumiu a direcção da ILGA (Associação ILGA Portugal - Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual, Trans e Intersexo), onde esteve integrado até 2017, e hoje mantém o programa Fora do Armário, na Antena 1. “O objectivo é que, no final destes dois dias, as pessoas possam ser, elas próprias, agentes de mudança junto de amigos e amigas, familiares, sensibilizar essas pessoas”, explica-nos. PASSAR A MENSAGEM Uma das vertentes desta iniciativa é o incentivo à criação de vídeos, filmados pelos frequentadores da formação, “com outras pessoas, em que estas explicam o que mudaram nos seus comportamentos”. Para os autores destes vídeos, haverá prémios, no âmbito das actividades culturais e asseguradas pelo Pelouro de Acção Social da JFC. “Num mundo onde os focos de


“Sou activista na área social LGBT e gosto de ter um conhecimento actualizado sobre estes temas, quer por motivos pessoais, quer profissionais”, explica-nos Ema Fontes, uma Vizinha de Campolide que reside na Calçada da Quintinha e decidiu frequentar esta formação. Tem 42 anos e é psicóloga. O tema da discriminação revela-se apelativo para as gerações mais novas, o que nos deixa esperança sobre o amanhã que iremos viver. “Sempre me interessei por estes temas, da área dos Direitos Humanos e da forma como são encarados em diferentes realidades”, resume Ana Serôdio, de 18 anos, uma das mais jovens frequentadoras desta acção. Igualmente residente em Campolide, estuda, justamente Direito.

NOTICÍAS DE CAMPOLIDE

atenção são, cada vez mais, constantes e apelativos, também as iniciativas relacionadas com questões de cidadania têm de competir pela atenção e dedicação dos que queremos captar. O prémio é, cada vez mais, uma arma a utilizar nesta batalha e assumimos isso com toda a naturalidade”, contextualiza o Presidente da JFC, André Couto, explicando como a inspiração nasceu em outros projectos da JFC. “Tal como fizemos no "Pago em Lixo”, haverá recompensas pela adesão ao “Campolide é Igualdade”, anuncia o autarca. Os formandos são convidados a realizar vídeos, com pessoas do seu ciclo próximo – familiares, amigos, Vizinhos e Vizinhas – onde estes possam expressar a sua mudança de comportamentos e como foi importante a influência dos que frequentaram esta acção de formação para essa transformação. Um esforço conjunto para que cada pessoa possa lutar pela igualdade e pelo reconhecimento da diversidade inerente à condição humana, sem que algumas diferenças gerem discriminação. Não há duas pessoas iguais, mas todas são iguais em dignidade e em direitos. nc

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UM ABANÃO NAS MENTALIDADES Um leque de convidados emblemáticos aceitou dar o seu testemunho, de modo a ilustrar as intenções e motivações que estão na base do lançamento desta iniciativa da JFC, que é também uma postura de cidadania: "Campolide é Igualdade". Fotografias: João Barata

PEDRO MIGUEL SILVA

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uando nasceu, há 39 anos, chamaram-lhe Ana, mas não levou muito tempo para perceber que algo estava errado consigo. Hoje, o artista plástico André Tecedeiro está num processo de transição e de reconhecimento da sua identidade de género, mas continua a ser o companheiro de Laura Falésia. O nosso Vizinho em Campolide fala-nos sobre a sua experiência: “no caso concreto da minha vida em Campolide, como me mudei para cá com a minha companheira ainda antes de iniciar o processo de transição, as pessoas começaram por nos ver como um casal de duas mulheres e acredito que muita gente ainda nem se apercebeu das mudanças. A discriminação que senti aqui foi mais motivada pela homofobia. Foram situações bastante desagradáveis. Mas felizmente há também pessoas na Freguesia que nos recebem muito bem e são cada vez mais”. Quando se apaixonou por Laura, ainda não se identificava como homem. Muita coisa mudou, certamente. Quisemos perceber em que medida todas estas mudanças se reflectiram na personalidade e no relacionamento de ambos. “Eu pensei que me ia sentir a mesma

pessoa, mas isso não aconteceu. Viver num corpo que não representa quem nos sentimos por dentro causa muito sofrimento. Com o avançar do processo de transição, tornei-me uma pessoa mais confortável na minha pele, e como tal, mais inteira, mais forte e mais confiante. Esta é a melhor versão de mim. Então se a Laura já gostava de mim antes, porque havia agora de gostar menos?”, questiona-se André, também estudante no Mestrado integrado em Psicologia. MUDANÇA e coerência Laura Falésia é a companheira aqui referida. Com 25 anos de idade é Investigadora de Doutoramento em Filosofia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. “Quando comecei a namorar com o André éramos ambos do mesmo género e sexo. Eu estava fora do armário enquanto lésbica há alguns anos, portanto a homofobia que senti foi sempre anterior à transição do André. Qualquer 'barreira anti-homofobia' que precisasse de criar já tinha sido formada e solidificada durante a adolescência. Quando nos conhecemos, o André não tinha

iniciado a transição”, conta-nos. E acrescenta algumas considerações: “o género é uma categoria socialmente estática, parece que não lhe podemos fugir. Mas se a pessoa não se sente bem quando se apresenta como pertencendo a um determinado género, qual é realmente o problema de mudar? Julgo que quase tudo o que pensamos ser estático é afinal mutável”. Naturalmente, um processo desta natureza implica uma aprendizagem pessoal. “Tal como quando uma criança se vai tornando adulta aos poucos, o André vai-se tornando aos poucos mais masculino. Não adormeci um dia ao lado de uma Barbie e acordei no dia seguinte ao lado de um gorila peludo e musculado! As mudanças físicas são graduais e a nossa vida vai prosseguindo naturalmente”, resume Laura. A questão da deficiência A discriminação toma muitas formas e afecta diferentes condições. Pedro Miguel Silva é surdo e já sentiu na pele um tratamento discriminatório devido à sua deficiência física. “Sim, já... a maioria das vezes à procura de emprego. Por


VALÉRIA CAMACHO

CÉLIO DA SILVA

problemas, chantagens que resultam num Portugal mais atrasado, mais fechado, mais intolerante... não pode continuar assim...”, considera. E deixa a sua opinião, com a autoridade natural de quem lida com estas questões no seu quotidiano: “Sair do armário é um grande passo, muito importante para a comunidade LGBT, para que possamos ter uma comunidade mais forte e mais unida”. Só por ser mulher Ao contrário do que se poderia pensar, em 2018, ainda existe uma distinção (tantas vezes camuflada) na forma como a sociedade em geral distribui benefícios e apreciações entre homens e mulheres. Vejamos o exemplo de Valéria Camacho. “Eu não sou mãe, ainda. Mas se fosse pensar na vida que tinha no Brasil, onde acordava às 5 horas da manhã, viajava quase 70 km todos os dias até ao trabalho e, chegando lá, tinha toda uma rotina e responsabilidades típicas de um departamento de vendas e marketing de uma empresa multinacional (metas para atingir, reuniões com clientes, eventos para orga-

nizar, planeamentos), definitivamente eu diria que é mesmo muito difícil conciliar carreira e família. É algo difícil, mas não é impossível, se a mulher possuir um parceiro que a ajude e dê suporte nas actividades relacionadas com o lar e a criança, penso que é fundamental poder contar com o apoio de um companheiro nestes momentos”. Valéria Camacho, brasileira, profissional de marketing, tem 32 anos de idade, e actualmente também é estudante de Doutoramento em Ciências da Comunicação. Por vezes, não são as habilitações profissionais a ditarem as suas tarefas ou o perfil para as mesmas. Apenas a sua condição de mulher. “Certa vez, no meu trabalho, durante um evento, pediram-me para ir falar com a Comunicação Social, porque era mulher e bonita. Então questionei-me: “estou aqui pelos meus méritos, minhas competências, ou apenas pela minha aparência física?”, conta-nos. NOTICÍAS DE CAMPOLIDE

exemplo, enviei muitos CV a empresas que não respondem por causa da surdez. E também lojas, supermercados ou institutos, por falta de respeito aos surdos. Quando fui ao Pingo Doce de Campolide perguntei algo a uma funcionária, mas esta ignorou-me porque não queria saber. Não gostei nada da atitude dela. Depois fiquei furioso: porque estás a ser mal-educada por causa de minha surdez? Ela riu-se e continuou a ignorar-me... é uma falta de respeito”, lamenta-se. Aliás, convém salientar que esta formação contou com tradução de língua gestual ao longo de todo o dia. Pedro tem 50 anos de idade e está desempregado há seis. “Tenho alguns trabalhos freelancer como Make Up Artist e Drag Queen. Sou um profissional com quase 23 anos de carreira”, explica-nos. Além da questão da surdez, lida ainda com um outro tipo de discriminação, fruto da sua orientação sexual, uma faceta com que sempre lidou da forma mais natural e sem quaisquer problemas de ocultação. “Sou gay assumido há muitos anos. Ser assumido contribui para um Portugal mais aberto, mais forte, mais tolerante. Senão, continuaremos a ter muitos

Fronteiras do preconceito Numa Freguesia como Campolide, que tem conhecido um enorme reju-

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#CampolideIgualdade

PAULO CÔRTE-REAL

venescimento da sua população residente, vários têm sido os exemplos de novos residentes e trabalhadores no comércio local oriundos de outros países. É o caso de Célio da Silva, 25 anos, que trabalha numa barbearia, na Rua de Campolide, actividade que já desempenhava no Brasil. “Estou em Portugal há muito pouco tempo, faz cinco meses. Na generalidade, tenho encontrado pessoas boas e não tenho tido problemas de integração”, explica-nos este brasileiro, natural de São Paulo. Curiosamente, as suas maiores queixas prendem-se com entidades estatais e oficiais, precisamente onde seria expectável um maior grau de apoio e disponibilidade. “Quando precisei de tratar de documentação, aí sim, dei-me conta de algumas dificuldades ”, lamenta, deixando mesmo escapar que “ainda há um certo preconceito quando se trata de ajudar os emigrantes neste tipo de serviços”. Apesar de se sentir perfeitamente integrado e a sua cor da pele não ter sido problema junto desta nova realidade em que agora vive, bem sabe que há outros casos menos felizes: “tenho alguns colegas, amigos meus, que sentiram algumas atitudes racistas, é verdade…”. SOBRE A FORMAÇÃO DA JFC

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LUÍSA CORVO

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CRISTINA ROLDÃO

Quisemos também auscultar opiniões sobre esta acção de Formação desenvolvida pela JFC, “Campolide é Igualdade". Pedro Miguel Silva que, aliás, foi um dos que frequentaram os trabalhos, expressa o seu apreço pela iniciativa e reconhece-lhe mérito: “É muito bom para continuar a lutar contra a discriminação da comunidade surda. Sou activista na defesa da comunidade surda, mas também dos surdos LGBT”, explica-nos. Valéria mostrou-se igualmente entusiasmada com esta iniciativa, reconhecendo-lhe os méritos que pode ter no combate ao ostracismo e dinamização de uma postura de colaboração e entrea-


"LIBERDADE É POUCO"

juda. “Achei fantástica a ideia da formação "Campolide é Igualdade". Acredito que ninguém mereça ser discriminado por razão alguma. É preciso cultivar e disseminar uma ideia de mudança, de boas práticas de cidadania com o próximo”, acrescentou. Célio também se deu conta da iniciativa e até distribuiu folhetos na barbearia onde trabalha. “O pessoal comentou como estas coisas são boas para desenvolver as mentalidades e criar dinâmica na Freguesia”, sintetiza. Ponderado, André Tecedeiro salienta a importância da informação no combate ao preconceito, tantas vezes alimentado pelo desconhecimento. “Acho que nem sempre é fácil para as pessoas adaptarem-se a um mundo em mudança e por vezes assustamo-nos com o que não conhecemos. Quero acreditar no ser humano, quero acreditar que com mais informação podemos tornar-nos também pessoas mais empáticas, capazes de aceitar o outro e de viver num mundo maior e mais colorido. Todos temos a ganhar com isso”, conclui optimista. Igualmente positiva na sua abordagem, Laura expressa o seu desejo de viver numa sociedade pautada pelo respeito mútuo e aproveita para lançar um desafio a quem nos lê, que pode bem sintetizar grande parte daquilo que aqui se abordou: “Eu gostava muito que se percebesse que ser igual a outra pessoa é reconhecer que o outro é um indivíduo com as suas especificidades mas que, apesar disso, todos desejamos viver em paz. Gostava que as pessoas fizessem um exercício: pensem numa coisa que tomam como adquirido ou normal na vossa vida, por exemplo, usar o cabelo loiro. E agora pensem que essa coisa é mal vista e apontada constantemente pelos outros. É horrível e cansativo pensar trinta vezes se se deve pintar o cabelo de loiro e quando se ganha coragem para o fazer, as pessoas na rua gritam “põe uma peruca, cabelo loiro é nojento!'”. nc

Falar no combate pela Igualdade é sempre falar no plural: as diversas formas de Desigualdade. No acesso à saúde, à educação, à habitação, à cultura, ao emprego. A falta de liberdade na escolha de vida tantas vezes condicionada pelas desigualdades que acabámos de enunciar. A falta de liberdade na escolha de vida resultante do preconceito social e moral quanto à origem de cada qual, à cor da pele, à orientação sexual, à forma de viver os afectos. O necessário e permanente combate à desigualdade e à violência de género. No espaço de uma geração conseguimos garantir igualdade legal entre homens e mulheres, assegurar maior igualdade nos direitos para as pessoas LGBTI. Estes avanços colocam-nos na vanguarda dos estados democráticos. Num Estado de Direito Democrático é na Lei e na aplicação desta que encontramos essa garantia formal. Num Estado de Direito Democrático é na luta quotidiana que encontramos persistência e resistência. As questões de género e da sexualidade são do domínio social, político e cultural e não, como muitas vezes nos querem fazer crer, questões do foro privado e íntimo. A condição de pobreza atinge particularmente as mulheres. São as raparigas, mulheres sós com crianças a cargo e idosas que enfrentam condições mais duras de privação. A presença diminuta das mulheres no combate político e cívico é ainda uma realidade, representando o combate pela visibilidade uma árdua tarefa. Nesta questão o estereótipo de género é uma constante: a política é tarefa de homens, ouvimos tantas vezes! Basta fazermos um exercício simples: ver quantas mulheres presidentes de Juntas de Freguesia, vereadoras ou presidentes de Câmara, presidentes de Assembleias Municipais, ou ministras temos no nosso país. O combate à violência doméstica, à violência de género, incluindo a violência homofóbica e transfóbica é tarefa de todos nós; organizações da sociedade civil, entidades públicas, cidadãs e cidadãos que lutam por uma sociedade mais igualitária, mais justa e, sobretudo mais livre. É também tarefa nossa pugnar pelo cumprimento da Constituição da República Portuguesa. Acabo partilhando com quem nos lê uma citação de Clarice Lispector, que expressa o meu sentimento sobre todas as questões dedicando a todas e todos que continuam combatendo o preconceito e a estupidez: “Liberdade é pouco. O que desejo ainda não tem nome”.

PAULA MARQUES Vereadora do Pelouro da Habitação e Desenvolvimento Local da Câmara Municipal de Lisboa


CARNAVAL EM CAMPOLIDE O Carnaval em Campolide foi acolhido com todo o calor humano que contrariou o frio do Inverno. Máscaras, música, cumplicidades, uniram Vizinhos e Vizinhas de todas as idades em diferentes locais da Freguesia. Fotografias: João Barata

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Gonçalo tem 11 anos, anda no 6º ano, e está mascarado de índio norte-americano. Sonha “mandar caçar animais, mandar construir totens, que servem para identificar os índios”. É que ele não é um índio qualquer, conforme nos explica assumiu o papel de “Tatanka, o chefe dos índios”, o nome original do Grande Chefe Touro Sentado, que existiu mesmo, e viveu entre 1831 e 1890. À volta de Gonçalo, há uma multidão de crianças, divididas em grupos, na ânsia do desfile de Carnaval que começou pouco depois. Minions verdadeiramente mínimos (alguns deles, de colo ainda), palhaços, corações, réplicas de Pierrot, monstrinhos, emojis com pernas, mimos a evocar a tradição francesa, monstros carinhosos ou o baralho das cartas das emoções, encheram o ginásio do Externato Educação Popular, perante os sorrisos dos pais e restantes familiares que ocuparam a tribuna, bem como de professoras e auxiliares que se divertiam tanto como os garotos. Com a música de fundo, percorrem a passadeira, uns mais tímidos, outros com o arrojo destemido de quem desfruta ser o centro das atenções. Há meninas vestidas de Wally, há uma militar da Força Aérea (a Constança, de 13 anos), uma mulher-polícia, uma

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matrafona até (o José, de 14 anos, que com uma peruca se fez Amélia, “só por hoje”, como explica). VARIAÇÕES DE CARNAVAL Noutro ponto de Campolide, a festa faz-se em torno da música de António Variações. A directora da Escola Básica Mestre Querubim Lapa, Maria Jorge, pegou nas canções deste carismático músico dos anos 80 e fez delas o fio condutor para as crianças darem largas a uns passos de dança no ginásio da escola. “Quisemos fazer do Carnaval uma coisa diferente… não é só folia”, diz-nos no início do espectáculo. Um coro na tribuna vai anunciando as etapas. A evocação materna (“A minha mãe/ é a mãe mais bonita/ desculpem, mas é a maior/ não admira, foi por mim escolhida”), o espírito irrequieto (“Porque eu só estou bem/ aonde eu não estou”) ou esse momento inteligente que foi aproveitar uma passagem da Canção do Engate para sublinhar os afectos, colocando o coro de palmo e meio a cantar “Tu estás só e eu mais só estou/ que tu tens o meu olhar/ tens a minha mão aberta/ à espera de se fechar/ nessa tua mão deserta”. E as mãos lá se juntam. Daniel, com apenas três anos, é um dos pólos



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Fotografia: ARPC

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de atracção, toda a gente quer pegar ao colo este homem-aranha. Mas ele escapa-se e vai juntar-se ao baile, mesmo no centro. Coisas de super-herói. CRIANÇAS TODA A VIDA

É CLARO QUE O CARNAVAL NÃO É EXCLUSIVO DA CRIANÇADA E HÁ GENTE DE TODAS AS IDADES QUE GOSTA DE FESTEJAR. NOTICÍAS DE CAMPOLIDE

É claro que o Carnaval não é exclusivo da criançada e há gente de todas as idades que gosta de festejar. Os membros da Universidade Sénior da JFC também brincaram nesta Quadra de divertimento. Na tarde de Sexta-feira de Carnaval juntaram-se no auditório da JFC e era vê-los a dançar, a cantar todas as músicas em afinado coro, a fazer comboios pela sala, de mãos no ar e muita alegria nos rostos: “dizem que cachaça é água/ cachaça não é água não…” Maria Guilhermina é a mais velha do grupo, mas também uma das mais animadas. Bem sabe como estes encontros são importantes “para ajudar a viver”. Tito Fernandes, um dos poucos homens na festa, completa este ano 83 anos. Está contente e sente-se muito bem com a sua idade e a sua saúde. “Mantive-me sempre no activo, quer a

nível físico, quer mental. E isso é fundamental”, reconhece. O casamento também ajudou, como se percebe pelo sorriso cúmplice de Maria Alice, a sua companheira há 56 anos. Entretanto, pára a música. Maria Guilhermina, a conhecida avó Gui, vai contar uma história. E em verso! Todos se juntam para escutar. A festa também é isto, a partilha das memórias, das emoções. E as festividades, um pouco por toda a Freguesia de Campolide terminaram no próprio Dia de Carnaval, com uma divertido almoço que reuniu os membros da Associação de Reformados e Pensionistas de Campolide no seu restaurante favorito, A Valenciana. Por ser Terça-feira Gorda, ninguém estranhou alguns trajes ou adereços menos vulgares, afinal, brincadeira e folia eram as palavras de ordem. Além da música que se fez escutar e das muitas e divertidas histórias partilhadas à mesa, ficou a perceber-se que onde há um grupo de convivas, há sempre espaço para algumas anedotas, ainda por cima num dia em que não é para levar a mal. Afinal, é Carnaval… nc

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Escuteiros de Campolide Porque ajudar é natural O Corpo Nacional de Escutas está em Campolide há mais de 75 anos e conta com dois agrupamentos. Fomos conhecer as suas actividades. Fotografias: João Barata

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s mais pequenos, terão pouco mais que um metro de altura. Lobitos, entre os seis e os 10 anos. Exploradores, até aos 14. Pioneiros, dos 14 aos 18. E Caminheiros, os mais velhos, até aos 22 anos. Assim se agrupam os escuteiros. Estamos junto à Igreja de Santo António de Campolide, na reunião semanal do Agrupamento 236 de Campolide, que completa em 2018 meio século de existência. Está patente uma exposição nas naves laterais da Igreja, testemunhando a animação e a entrega constantes na actuação destes rapazes e raparigas de calções. É a hora de fazer a formação e executar a saudação, onde se escutam frases como “da melhor vontade”, “sempre alerta” ou “alerta para servir”. Ju Fonseca dirige as operações. Rapariga de 44 anos, entrou neste mundo aos 18. “Aqui, pretende-se ensinar de forma informal, eles aprendem através das actividades que são propostas por eles mesmos. E descobrem o que é votar, ganhar, mas também saber perder”, explica-nos. Além dos acampamentos, tendas, nós complicados, culinária precoce, canções, práticas desportivas, ou toda uma dimensão espiritual sempre presente no escutismo, há ainda outras

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facetas, por vezes subestimadas. Ajudar na limpeza das ruas de Campolide ou participar na animação de lares de idosos, está entre algumas das iniciativas recentes que estes jovens já desenvolveram. APRENDER E AJUDAR Os escuteiros foram criados por Baden Powell, em 1907, e quatro anos depois chegavam a Portugal, pela mão de Álvaro Manuel Machado. Refira-se, por curiosidade, que o primeiro grupo português foi criado em Macau, onde este político, militar e ferroviário foi governador. Crescer em grupo, significa construir cumplicidades. Alimentar todo um espírito de equipa que pode ser fundamental para entender o mundo de forma mais saudável. E também enfrentar os desafios de cada etapa da vida, já que o percurso de cada um passa pela compreensão de novas emoções e, como já se referiu, este é um movimento partilhado por grupos mistos, de rapazes e raparigas, ao contrário do que aconteceu durante muitos anos. “Eu conheci o meu marido nos escuteiros”, confessa Ju, entre sorrisos. Na tarde em que visitámos o grupo, a Patrulha Pantera recebeu o prémio

de melhor acampamento. Em seguida, todos conheceram uma nova tarefa. Cada secção ficou responsável por uma oração, por desenhar um fruto e, no seu interior, uma coisa negativa que queira mudar. Uma tarefa colectiva, como quase tudo por aqui. ATRAVÉS DOS TEMPOS Estamos agora no Bairro da Liberdade/Serafina. A designação completa é importante e é a usada por João Guedes, comandante do Agrupamento 53, homem com 66 anos de idade, experiente nestas andanças: “desde 1966, quando fiz a primeira promessa como explorador, muita coisa mudou, como as tendas ou os locais específicos que hoje existem para assentar acampamento. Mas o espírito de partilha e entreajuda, a disponibilidade para ajudar o próximo e viver em harmonia, essa, permanece idêntica”. Neste espaço cruzam-se, no total, um pouco mais de uma centena de pessoas, 90 delas crianças que aqui cultivam hábitos de convívio, cidadania, respeito pelo próximo, pela natureza. “Como é que nós podemos ensinar a defender a natureza e não falar, por exemplo, da utilização dos plásticos”, explica-nos António Cha-


ves, 44 anos, figura igualmente bem conhecida entre a garotada. UMA VISÃO INTEGRADA

Percebemos rapidamente que esses ovos receberam nomes. Serão depois lançados pela janela, cada um embrulhado de forma cuidadosa pelos vários grupos de escuteiros, em panos ou até mesmo no interior de uma caixa de primeiros-socorros devidamente almofadada com uma cabeleira. Bianca ou Paulina acabaram em gemada. Marcelo Rebelo de Sousa, assim baptizaram os miúdos um dos três ovos, esse, sobreviveu ileso. Seja nos encontros semanais que decorrem nas sedes ou nas actividades desenvolvidas longe de casa, o objectivo é comum: criar uma dinâmica de grupo que ajude a desenvolver as capacidades e a individualidade destas crianças e jovens, apoiando esse desenvolvimento em valores, em ética e numa disponibilidade constante para ajudar o próximo. Com gosto, dedicação e naturalidade. nc

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NOTICÍAS DE CAMPOLIDE

É do complemento entre as diferentes vertentes que é feita a prática do escutismo. “A manifestação da fé é tão importante como a actividade ao ar livre”, explica-nos João Guedes. Referências dispersas, a começar por uma imponente cruz em madeira com uma corda a fazer as vezes de Cristo, logo à entrada, sublinham a presença constante do credo na instituição. Os dois agrupamentos de Campolide integram o Corpo Nacional de Escutas, afecto à Igreja Católica, mas no nosso país existe também a Associação de Escoteiros de Portugal, uma associação ecuménica que recebe elementos de todas as confissões. Criada em 1913, manteve a grafia com “o” (“escotei-

ros”), ao contrário do Corpo Nacional de Escutas, idealizado na década de 20 sob o auspício do catolicismo. Contudo, João Guedes não é intransigente. “Se me aparecer algum miúdo de outra religião a querer ser escuteiro aqui, eu aceito-o”, assegura. No pátio, as crianças pintam umas madeiras que vão ser uma floreira. A Bia e a Inês têm nove anos; a primeira frequenta o espaço há quatro anos e a amiga há dois. Porquê? “Porque gosto de estar aqui a fazer coisas”, resume, com prontidão. E é isso que se faz por aqui. Muitas coisas. Actualmente, haverá em Portugal cerca de 72 mil escuteiros. Até 2023 “pretendemos que haja cerca de 100 mil, é essa a nossa meta”, anuncia João Guedes, com voz decidida. Numa outra sala os garotos, fardados a rigor, partilham histórias, todas elas com ovos como protagonistas.


Mais obras concluídas na Freguesia Fotografias: João Barata

As obras de melhoramento em toda a Freguesia não param. Este mês, trazemos ao conhecimento de todos os Vizinhos e Vizinhas o que foi feito na Rua de Campolide e Rua da Igreja.

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>>RUA DE CAMPOLIDE Homónima da Freguesia onde está situada, a Rua de Campolide é uma das mais extensas de Lisboa, razão pela qual as intervenções levadas a cabo nesta artéria têm sido faseadas, de modo a minorar os transtornos naturais que qualquer intervenção desta natureza acaba por implicar. Recentemente, vimos terminadas as obras no troço que faz a ligação entre a Avenida Calouste Gulbenkian e a Rua Marquês da Fronteira (ou seja, o Alto de Campolide). “Este troço era marcado pela ausência de estacionamento e nós conseguimos incorporar alguns lugares. Criámos também zonas de cargas e descargas, há muito reclamadas na zona, porque grande parte das queixas estavam relacionadas com o estacionamento em segunda fila, que agora irá diminuir substancialmente”, explica o Presidente da Junta de Fregue-

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sia de Campolide (JFC), André Couto. Esta intervenção gerou 35 lugares para automóveis, incluindo alguns deles reservados a cargas e descargas e seis para motociclos. “Além disso, havia uma faixa de BUS que obrigava os condutores a seguirem pela Rua D. Carlos Mascarenhas e gerava o caos no final da Rua Marquês de Fronteira. A JFC sempre foi contra essa solução e agora conseguimos sensibilizar a CML para que fosse eliminada. A prática está a demonstrar que tínhamos razão”, acrescenta o autarca. PAVIMENTO E CIRCULAÇÃO Todo o pavimento pedonal é em calçada mista miúda, com excepção da praça do fontanário, cujo desenho central foi executado em calçada miúda de calcário e calçada miúda de granito. Às chamadas das passadeiras em betão colorido juntam-se as faixas de alerta e faixas guia em elementos pré-fabri-

cados de betão. Nas zonas de acesso a garagens destinadas a viaturas, o pavimento em calçada mista grossa destina-se a criar uma diferenciação visual que alerte os peões para a circulação de automóveis. “Introduzimos medidas de segurança para a circulação pedonal, como a protecção total dos passeios e a sobrelevação de uma das passadeiras, em frente ao Talho do Rita porque, de facto, era uma medida de acalmia da velocidade de circulação automóvel que era necessária”, explica André Couto. Ainda neste troço, está agendada a última intervenção, “uma repavimentação que vai implicar retirar todo o alcatrão que lá foi sendo colocado ao longo dos anos e colocar um tapete novo. Para não criarmos grandes problemas de tráfego, isso deverá ser feito em Julho ou Agosto, a altura do ano mais calma na Freguesia”, explica André Couto. Mas não é só no trânsito que há modificações. Foram identificados muitos


problemas relacionados com as águas pluviais, na zona das arcadas. Esta intervenção resolveu esse problema e, conforme já pudemos ver pelas primeiras chuvas, isso já não acontece. Terminadas que estão as obras entre a Av. Miguel Torga e a Rua Marquês de Fronteira, apenas falta então o troço compreendido entre a Avenida Gulbenkian e a Quinta do Zé Pinto. >>RUA DA IGREJA

bilidade universal, contemplando um rebaixamento e faixas guia e de alerta. Foram ainda introduzidos dissuasores de estacionamento, de modo a garantir de forma permanente um caminho pedonal acessível, livre de obstáculos. CIRCULAÇÃO SEGURA Havia também problemas relacionados com os autocarros, que foram resolvidos, e várias zonas desta rua que não tinham passeio, não estavam portanto preparadas para uma circulação pedonal segura. Também esse problema foi tido em conta e o passeio criado. André Couto faz questão de salientar ainda uma outra medida, pensada para promover o convívio entre Vizinhos e Vizinhas, mas também em benefício da Economia local, que passou pela “criação de zonas de esplanada, onde as pessoas possam estar e usufruir do espaço público”. nc

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NOTICÍAS DE CAMPOLIDE

Relativamente à Rua da Igreja, André Couto realça a urgência desta intervenção, uma vez que “o Bairro da Liberdade foi um território abandonado, ou muito esquecido, fosse pela Administração Central, fosse pela Administração Local, por todas as forças políticas ao longo de várias décadas. No âmbito do nosso PIP (Plano de Intervenção Prioritária), direccionado para os bairros da Liberdade e Serafina, era a primeira grande obra estruturante que nós tínhamos de fazer”.

Um dos problemas identificados está relacionado com o pavimento, era uma rua que tinha muitas insuficiências no que diz respeito à drenagem de águas. A solução passou por uma atenção especial aos materiais: “retirámos o alcatrão que lá estava, colocámos um tapete novo e resolvemos essas questões de drenagem”, informa o Presidente da JFC. A requalificação da rede de drenagem de águas pluviais no troço compreendido entre a Rua Samaritana e a Rua da Capela passou ainda pela criação de novos sumidouros e uma linha de água de encaminhamento. Naturalmente, também a movimentação dos peões foi uma das questões fulcrais a ponderar. Nesse sentido, promovendo e melhorando a circulação pedonal, foram redesenhadas as passadeiras, relocalizando-as, e introduzidas duas novas – no cruzamento com a Rua Padre José Gallea e junto da Rua da Capela. Todas as passadeiras cumprem as regras da acessi-


A LOJA ONDE VOU: Barbearia do Mário UMA VIDA NA CABEÇA DOS OUTROS Fotografias: João Barata

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pacatez do local não deixa adivinhar a incrível afluência de outros tempos. “No ano em que abrimos, na véspera de Natal, comecei a trabalhar às oito da manhã. Eu e o empregado que cá estava só fomos para casa às três da madrugada”, conta-nos, visivelmente divertido o simpático Mário Ferreira, que abriu as portas desta barbearia no dia 3 de Abril de 1967. O espaço nunca teve nome, nas redondezas, todos dizem simplesmente que vão “à barbearia do Mário”. E basta. O facto é que, nos tempos áureos desta casa “ao Sábado, estava a cortar cabelos e barbas até quase à meia-noite. Os clientes vinham em grupos de 10 ou 12 e esperavam a sua vez enquanto conversavam. A casa ficava cheia…”, recorda com satisfação. Mário de Oliveira Ferreira completou 84 anos em Janeiro, e sempre foi uma figura de Campolide. Nascido na Cascalheira, na Rua dos Sete Moinhos, sempre foi este o seu universo. Viúvo recente, projecta o olhar do futuro nos dois filhos, um ligado à construção civil, o outro, professor de Matemática.

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A vida foi-lhe dando algumas lições rígidas; aprendeu o ofício num albergue porque “não tinha pai nem mãe”, como desabafa. Antes, entre os 11 e os 17 anos, ensinaram-lhe os rudimentos como serralheiro civil ou polidor de móveis. Mas o ritmo da tesoura, a precisão da navalha, as longas horas em torno do topo de tantos homens, falaram sempre mais alto e foi esta a via profissional que o moldou. Antes desta casa, ainda esteve mais 14 anos noutra do mesmo ramo, o que perfaz seis décadas e meia a alindar a cabeça de muita gente. Uma vida. Mas o Mário tem outra paixão forte: a música. Saxofonista experiente, é ele quem anima muitas das festarolas com os amigos e almoços, como no Carnaval, no Restaurante A Valenciana, como comprovam as fotografias que mostra com orgulho. As histórias são mais que muitas, como a do agente da PIDE que frequentava o estabelecimento. Mal ele

entrava, fazia-se um sinal à malta para pararem certas conversas. Na parede desta velha loja, que muito já viu e ouviu, três painéis almofadados acolhem uma colecção magnífica de pins. PS, PPD, PCP, CDS, Povo Unido, MDP-CDE, mas também a EDP, o histórico MFA, a figura de Che Guevara e até uma pequena suástica de época remota partilham o forro no interior da moldura, uma moldura que circunda também o tempo e as memórias que se sentem por aqui. Despedimo-nos com amizade, no final da conversa. Deus meu, que mãos macias. É a prova de quem bem conhece os cremes e como usá-los… nc BARBEARIA DO MÁRIO Calçada dos Mestres 54 B 2ª a 6ª Feira – 9h00/14h00 e 16h00/19h00 Sábado – 9h00/13h00


A RUA ONDE MOR0: Rua Leandro Braga

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uando Frei Luís de Braga viu as pequenas cabeças que esculpia em barro não teve qualquer dúvida: o pequeno Leandro tinha queda para as artes e prontamente aconselhou o seu pai a enviá-lo para a capital. Estávamos em 1853, tinha o garoto 14 anos e ingressou como aprendiz na oficina do afamado entalhador Mestre Inácio Caetano. A primeira obra de grande monta, ainda nesta casa, foi a decoração da tribuna do Teatro de S. Carlos. Leandro Braga nasceu na cidade homónima, em 1839. Faleceu em Lisboa, em 1897. A sua arte está presente em diversos pontos desta cidade. Em 1862 integrou a oficina do escultor António Calmels e participou na construção do Arco Triunfal da Praça do Comércio, no final da Rua Augusta. Pouco depois, estava em construção a grande sala da Câmara dos Pares, ficou responsável pelo dossel do trono, em madeira. Depois disso, executou por modelo próprio a cadeira presidencial que se vê no trono. Estava consagrado. Instalou negócio em nome próprio na Calçada do Combro e o seu nome atraiu os mais importantes clientes, incluindo a realeza. A rainha D. Maria Pia encomendou-lhe toda a decoração para a sua sala de jantar, para o seu atelier pessoal e para o seu boudoir, a pequena sala que era utilizada pelas senhoras, para se vestirem, passar o tempo, receberem visitas, escrever ou bordar. Quando a monarca se casou com D. Carlos, decorou algumas salas do palácio de Belém, e executou o leito nupcial dos reais noivos, em luxuoso estilo Luís XV. Durante quarenta anos, Leandro Braga executou inúmeros trabalhos em mobílias, decorações de teatros e habitações particulares, esculturas para igrejas ou projectos de monumentos, incluindo algumas peças que ficaram célebres. Por exemplo, uma mesa de madeira dourada, estilo greco-romano, para a Rainha D. Amélia; uma poltrona em pau-santo e marfim, adquirida pelo ilustre Mendes Monteiro; uma mesa, estilo Luís XVI, para o Marquês da Foz ou um aparador monumental, propriedade do Conde de Cabral. Esteve ainda envolvido em dois centenários célebres, o de Luiz Vaz de Camões (em 1880) e do Marquês de Pombal (dois anos depois), decorando carros alegóricos. Em 1911, pelo edital de 7 de Agosto, foi atribuído o seu nome a esta rua de Campolide, celebrando o artista responsável pela escultura da porta do Salão Nobre dos Paços de Concelho de Lisboa. nc


Cultura Histórias gravadas na pedra O cultivo da vinha e a realeza têm um papel fundamental na História de Campolide. Histórias gravadas na pedra e na memória dos homens.

Os Hospitalários estiveram há muito por Campolide

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uando passar pelo Arco da Calçada da Quintinha, repare com atenção nas inscrições que ali se encontram. Descobrirá gravada a Cruz de Malta, símbolo de uma relação comercial que foi fundamental na História da Freguesia e das figuras históricas a ela associadas. A Ordem dos Hospitalários (fundada por Cruzados no séc. XI, na Palestina mais tarde designada como Ordem de Malta) foi uma importante proprietária nesta região, desde, pelo menos, a primeira metade do século XIII. Pois, a referida cruz atesta uma troca com D. Sebastião de Carvalho e Melo, decisiva para o futuro: cerca de 1740, o célebre Marquês de Pombal entregou algumas propriedades que detinha nos Prazeres e em Alcântara, recebendo em contrapartida terras dominadas pelos Cavaleiros de Malta em Campolide. Sabe-se hoje que, já em 1220, os Hospitalários detinham por aqui duas vinhas. Aliás, convém acrescentar que a vinha representa uma faceta fundamental na evolução socioeconómica de Campolide. Na época medieval era, tal como outros lugares que hoje integram a cidade, um povoado “fora de portas”, e todo o seu terreno constituiu, desde sempre, uma boa terra de cultivo, onde haviam várias quintas. Em toda a encosta existiam olivais, pomares e vinhedo. As crónicas afonsinas referem que Lisboa bebia os bons vinhos de Palmela… e de Campolide. Aliás, D. Afonso II (1185-1223) possuía duas vinhas em Campolide. E há também documentos de 1340 que referem a “Vinha de D. Fernando em Campolide”. Esta vitivinicultura estendeu-se pelo menos até ao século XVI, época em que, o vinho de Campolide, era o que chamaríamos hoje “um vinho de marca”. A Economia local não se esgotava na produção do néctar de Baco. Também a fruta e o azeite aqui produzidos eram consumidos avidamente pelas classes altas de Lisboa. Uma outra actividade local importante era a extracção de pedra, referida desde o séc. XV nesta área, onde ainda actualmente se conservam vestígios de antigas pedreiras. Com a pedra disponível por estas bandas, e a sua localização geográfica peculiar, viu nascer no século XVIII o icónico Aqueduto das Águas Livres, obra construída entre 1732 a 1748, que alterou para sempre a paisagem local. Mas isso é outra história, a ela voltaremos noutra altura… nc

O Marquês de Pombal está intimamente ligado à Freguesia

O Marquês de Pombal entregou propriedades que detinha nos Prazeres e em Alcântara, recebendo em contrapartida terras dominadas pelos Cavaleiros de Malta em Campolide.


gente nossa: Rogério rosa Actor, jornalista… lutador Fotografia: João Barata

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“cabe a cada um de nós mostrar que todos temos um lugar na sociedade”

Juiz Social no Tribunal de Menores desde 2015, a mais recente conquista deste lutador é a nomeação anunciada para o cargo de Director do Gabinete de Comunicação e Imagem do Corpo Nacional de Intervenção Civil, uma associação humanitária, sem fins lucrativos, de Protecção Civil. No fundo, a mensagem que Rogério Rosa pretende transmitir em tudo que fez, faz e pretende vir ainda a fazer, prende-se com uma noção inclusiva de cidadania e de luta pela integração: “cabe a cada um de nós mostrar que todos temos um lugar na sociedade”, resume. Fixe este rosto. Se alguma vez vir o filme O Esquema, de Alberto Rocco, tome atenção à personagem de Boris, um dos terríveis malfeitores… e lá encontra mais uma aventura desta figura ímpar de Campolide. nc

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NOTICÍAS DE CAMPOLIDE

omo actor, entrou em 20 filmes (incluindo O Barão e Delírio em Las Vedras, ambos de Edgar Pêra, este último dedicado ao Carnaval de Torres Vedras) cinco telenovelas, seis séries de televisão e onze peças de teatro. Apesar da sua deficiência acentuada, com cerca de 75% de incapacidade visual, Rogério Rosa nunca baixou os braços e perseguiu o seu sonho. “Sou actor há 39 anos, comecei no Instituto António Feliciano”, explica-nos este nosso Vizinho, morador na Serafina há quase 20 anos, que em 2017 presidiu a uma Mesa de Voto na nossa Freguesia. Antes, estudou no Centro Helen Keller. Passou pela Escola Básica Manuel da Maia e Escola Secundária de Dª Luísa de Gusmão. Hoje, com 53 anos, casado, viu a sua vista irreversivelmente afectada com cerca de um ano e meio, devido a um episódio de sarampo mal curado. Eram os anos 60 e a informação em Portugal não abundava. Contudo, a perseverança e a vontade de voar mais alto nunca o impediram de ultrapassar desafios. Formou-se como Educador Social no Instituto Superior de Ciências Educativas, passou pela Universidade Lusófona, estagiou na Casa Pia. Aliado a tudo isso, fez formações no IEFP – Marketing, Coach & Comunicação, Geriatria, Animação Socio-Cultural. E, em Maio de 2017, uma passagem pelo Centro Protocolar de Formação de Jornalistas. Aliás, o Jornalismo é uma das paixões que movem Rogério Rosa. Primeiro, criou o blogue A Estrela que Há em Mim (já desactivado). Seguiram-se um outro, Repórter da Escrita e o site com o mesmo nome. “Já entrevistei a Secretária de Estado da Integração Social, a primeira cega num Governo português, o que para nós representou uma enorme medida de incentivo e entusiasmo”, reconhece.


BREVES FEVEREIRO/MARÇO 2018 ACÇÃO SOCIAL

ESPAÇOS VERDES

Verão 2018 | Vamos à Aventura! Abertas inscrições para monitores

Plantar uma árvore

O Departamento de Acção Social da Junta de Freguesia de Campolide está já a preparar as actividades de Verão e a recrutar monitores para o projecto "Vamos à Aventura". Se gostas de trabalhar com crianças, sabes ser responsável e queres ter um Verão super divertido, inscreve-te já! Envia o teu CV para: vamos.aventura@jf-campolide.pt

AVISO

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"Campolide Soma&Segue" volta ao serviço

É com muita satisfação que Informamos todos os Vizinhos e Vizinhas que o veículo “Campolide Soma&Segue” retomou o seu normal funcionamento, no horário habitual. O Soma&Segue destina-se a facilitar a deslocação dos residentes em Campolide no interior da Freguesia.

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No dia 3 de Fevereiro Lisboa ganhou mais árvores. Numa iniciativa simbólica, o Presidente da JFC, André Couto, juntou-se à sua homóloga Ana Gaspar, da Junta de Freguesia de Avenidas Novas, ao Presidente da CML, Fernando Medina, e ao Vereador com o Pelouro dos Espaços Verdes, José Sá Fernandes, para procederem à plantação de novos espécimes. O local escolhido foi o Corredor Verde de Monsanto, e a iniciativa contou com diversos populares que se associaram a esta meritória experiência.

euros para sócios e 15 euros para familiares e outros interessados. Além de toda a animação que se adivinha, está prevista ainda uma simbólica distribuição de cravos, a emblemática flor que ficará para sempre associada ao Dia da Liberdade.

COLECTIVIDADES Almoço de 25 de Abril A Associação de Reformados e Pensionistas de Campolide continua a mostrar o seu dinamismo, ao mesmo tempo que persiste em assinalar as datas mais importantes ao longo do ano. Depois da actuação do seu Grupo Coral na Escola Básica Mestre Querubim Lapa, no passado dia 21 de Março, por ocasião dos festejos do Dia Mundial da Árvore, é agora tempo de celebrar o 25 de Abril. Nesse mesmo dia, a ARPC leva a cabo um almoço de convívio no Restaurante A Valenciana, a começar às 13h. As inscrições estão abertas a partir de dia 2 de Abril e custam 12,50

É um novo espaço aberto a todos os Vizinhos e Vizinhas. Envie-nos um texto, uma carta ou um artigo de opinião sobre a freguesia para: comunicacao@jf-campolide.pt com o máximo de 1000 caracteres (incluindo espaços e títulos). Por questões editoriais, a selecção do artigo a publicar em cada edição será da responsabilidade do Departamento de Comunicação da JFC.


COZINHA TRADICIONAL PORTUGUESA

.. Especialidade: Frango no Churrasco de Take-Away . Serviço Salas para Banquetes e Grupos

CONTACTOS ÚTEIS - JUNTA DE FREGUESIA DE CAMPOLIDE Tel: 213 884 607 - Balneário Público da Serafina Tel: 211 979 931 - Pavilhão Polidesportivo de Campolide Tel: 91 38 82 896

SAÚDE - Centro de Saúde de Sete Rios Tel: 217 211 800 - Hospital de Santa Maria Tel: 217 805 000

polícia - BOMBEIROS - 21ª Esquadra da PSP (Palácio da Justiça) Tel: 213 858 817 - 3ª Divisão da PSP de Benfica Tel: 217 142 526

Uma Páscoa Feliz para os nossos clientes e amigos

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Rua Marquês de Fronteira, nº 157/163A 1070-294 Campolide tel.: 21 388 4926 | 21 388 23 10 e-mail: avalenciana@netcabo.pt site: www.avalenciana.pt

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- 37ª Esquadra da PSP (Bairro da Serafina) Tel: 213 858 346 - Polícia Municipal de Lisboa Tel: 217 225 200 - Bombeiros Sapadores de Lisboa Tel: 808 215 215 - Comissão Protecção de Crianças e Jovens Tel: 217 102 600

HIGIENE - LIMPEZAS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO, FERRAGENS, SERRAÇÃO E MADEIRAS.

Boa Páscoa para os nossos clientes e amigos

- HIGIENE URBANA - Entrega Contentores (CML) Tel: 808 203 232 - Posto de Limpeza de Campolide Tel: 211 328 237 - Posto de Limpeza da Serafina Tel: 211 328 929

Rua Marquês da Fronteira - 70A Campolide - 1070-299 - Lisboa tel.: 21 383 27 34 21 386 33 68 93 541 58 48 email: j.j.figueira@sapo.pt site: http://www.jjfigueira.pt

- HIGIENE URBANA - Recolha de ‘Monos’ (CML) Tel: 808 203 232

horário: 2ª a 6ª | das 8-12 horas | das 13-18 horas Sábado | das 8-12 horas

Boa Páscoa

TRANSPORTES - CP - Tel: 707 210 220 - CARRIS - Tel: 213 500 115 - METRO - Tel: 225 081 000 - TAP - 707 205 700 - FERTAGUS - 707 127 127 - VIMECA - 707 127 127

DIVERSOS - EPAL - Faltas de Água Tel: 800 222 425 - EPAL - Comunicação de Roturas na Via Pública Tel: 800 201 600 - Casa dos Animais (Canil/Gatil) Tel: 218 172 300 Fiquei sem eletricidade. O que devo fazer? Primeiro, tente identificar a origem da falha. Verifique se existe luz na rua, se os vizinhos têm luz, se tem os pagamentos em dia ou se algum equipamento fez "disparar" o disjuntor/quadro. Caso não encontre o problema, ligue: 808 100 100 (EDP Distribuição)


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