BOLETIM DA JUNTA DE FREGUESIA DE CAMPOLIDE ANO XVIII #83 MAIO/JUNHO 2018 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
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Santos à Campolide
Junho é a nossa festa PÁG. 4
+ CASAMENTOS DE SANTO ANTÓNIO + GRUPO DE CAMINHADAS + MARCHA DE CAMPOLIDE
nesta edição... BOLETIM DA JUNTA DE FREGUESIA DE CAMPOLIDE ANO XVIII #83 maio/junho 2018 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
ARTIGO DE CAPA:
Santos à Campolide
LEIA + em:
Junho é a nossa festa PÁG.4
CASAMENTOS DE SANTO ANTÓNIO_PÁG.8
GENTE NOSSA: CARLOS NUNES - CANINA_PÁG.17
ACTORES APADRINHAM A NOSSA MARCHA_PÁG.18
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A LOJA ONDE VOU: AS MENINAS_PÁG.20
eXECUTIVO
+ GRUPO DE CAMINHADAS _PÁG.10 + O REGRESSO DO 24 _PÁG.11 + CAMPOLIDE JÁ MARCHA _PÁG.14 ANDRÉ NUNES DE ALMEIDA COUTO PRESIDENTE
ANA RAQUEL MOREIRA DA SILVA
BRUNO LOURO Tesoureiro
SECRETÁRIA
bruno.louro@jf-campolide.pt
raquel.silva@jf-campolide.pt Atendimento: 3.ª feira - Mediante marcação prévia
Atendimento: 4.ª feira - Mediante marcação prévia
Pelouros: Equipamentos, Habitação, Acção Social, Colectividades, Igualdade de Oportunidades.
Pelouros: Informática, Recursos Humanos, Serviços Administrativos, Comércio e Licenciamento, Financeiro e Contratação.
BRUNO corgas GONZALEZ
Maria Cândida Cavaleiro Madeira
Vogal
Vogal
bruno.gonzalez@jf-campolide.pt Atendimento: 6.ª feira - Mediante marcação prévia Pelouros: Educação e Desporto.
Assembleia de Freguesia: Presidente · MARTA VIEIRA DA CRUZ | PS
1º Secretário · Carlos José Reis Lopes Ramos | PS 2º Secretário · Miguel belo marques | PS
candida.cavaleiro.madeira@ jf-campolide.pt Atendimento: Mediante marcação prévia Pelouros: Saúde
Restantes Membros: Januário Gomes da Costa, Luís Filipe Correia Rosa, Cátia Sofia da Cruz Costa, Pedro Miguel Pereira Ferreira da Silva, Teresa de Jesus Cancela Dias Baptista Francisco Maria Oom Pimenta Peres Joana Vitorino Mendes, João Carlos Infante Gameiro Maria José Branco Ferreira do Nascimento Garcia Arnaldo Maria do Carmo Bica
André Couto · Direcção | Sofia Julião · Coordenação | Sofia Julião · Redacção | Taiz Collovini · Capa e Paginação | João Barata · Fotografias Junta de Freguesia de Campolide · Propriedade | 121904/98 · Depósito Legal | 9 000 exemplares · Tiragem
*As empresas privadas presentes nesta edição efectuaram doações para a Acção Social da JFC
editorial O MÊS DE CAMPOLIDE ANDRÉ NUNES DE ALMEIDA COUTO PRESIDENTE
andre.couto@jf-campolide.pt https://www.facebook.com/andre.ndac Atendimento: 4.ª feira - Mediante marcação prévia
Pelouros: Comunicação, Espaço Público, Espaços Verdes, Defesa do Meio Ambiente, Higiene Urbana, Recenseamento Eleitoral, Cultura, Restauração, Grandes Opções do Plano, Protecção Cívil e Segurança, Transportes.
Caros Vizinhos e Vizinhas, O nome é já uma referência. Se Junho é o mês das festas em Lisboa, "Santos à Campolide" é o melhor dos arraiais, trazendo a Campolide muitos lisboetas de outros pontos da Cidade e animando orgulhosamente a Freguesia com os músicos mais divertidos. Um dos pontos altos das festividades é, naturalmente, o Dia de Santo António, o casamenteiro maroto que incentiva os noivados (e Campolide também marca presença nos Casamentos de Santo António) e serve de pretexto à descida da Avenida da Liberdade. É claro, falo da noite das Marchas Populares, o dia em que todos vão ver o resultado de meses de trabalho, mostrando com orgulho a Marcha de Bela Flor – Campolide, este ano com um tema muito especial, uma coreografia de arrasar e umas fatiotas que vão deixar toda a gente maravilhada. Tudo isto só pode ser desvendado no dia 2 de Junho, o dia em que a nossa marcha se apresenta no Pavilhão Altice Arena, no Parque das Nações. À cabeça dos marchantes, os padrinhos deste ano, a dupla de actores Liliana Santos e Pedro Sousa. Contamos com a vossa presença para apoiar os nosso heróis. Tudo isto acontece poucas semanas depois de um regresso que nos encheu de felicidade: o Eléctrico 24 voltou a marcar presença, com a paragem terminal mesmo junto ao quiosque da Praça de Campolide. E é bonito vê-los juntos. Para guardarem uma recordação da alegria que nos une a todos, esta edição do Notícias de Campolide oferece-lhe um magnífico poster alusivo a este autêntico símbolo da Freguesia de Campolide. Este é aquele mês em que renovamos o orgulho de ser de Campolide, de trazer a nossa Freguesia e a nossa alegria à rua, para partilhar com todos os Vizinhos e Vizinhas. E é quando gritamos bem alto: IÉ IÉ IÉ, CAMPOLIDE É QUE É!!! Um abraço,
O CELEIRO SOLIDÁRIO DA JUNTA DE FREGUESIA DE CAMPOLIDE FACULTOU:
JUNTA DE FREGUESIA DE CAMPOLIDE Rua de Campolide, 24 B – Tel: 21 388 46 07 e-mail: geral@jf-campolide.pt www.jf-campolide.pt Reunião aberta: Primeira 4.ª feira de cada mês
342.535
DOSES
até ao fim de MARÇO de 2018
(Até ao fim de Junho de 2017)
260.921 772.059 Kg de FRUTAS/VEGETAIS
unidades de COMPLEMENTOS
2.003 Kg
963 Kg
1073 Kg
(VIDRO)
(PLÁSTICO/EMBALAGENS)
(PAPEL/CARTÃO)
ECOPONTO VERDE ECOPONTO AMARELO ECOPONTO AZUL
Santos à
Campolide Junho é a nossa festa
No mês de Junho a festa faz-se na Quinta do Zé Pinto. Está de volta o grande Arraial do centro de Lisboa: vai começar o "Santos à Campolide"! Fotografia: João Barata
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uando se pensa no mês de Junho, qualquer lisboeta se lembra dos Santos Populares. Mas, para muitos que já conhecem a animação e a qualidade do espaço, a memória é ainda mais específica: Junho é sinónimo de Santos à Campolide, o melhor arraial alfacinha, que entre 30 de Maio e 1 de Julho vai tornar a Quinta do Zé Pinto o centro das atenções na Freguesia. A festa começa, ainda a 30 de Maio, com os Tributo Popular, um alucinante trio que se apresenta vestido a rigor com um reportório que integra os maiores sucessos populares. Ao soar a meia-noite, DJ Fernando Alvim assume os comandos da música, assegurando que a noite será de forte folia. A variedade musical e a personalidade contagiante deste nosso Vizinho de Campolide, figura bem conhecida de todos pela sua actividade na Rádio e Televisão, asseguram festa rija. Dia 1 de Junho, às 22h00, é tempo de dançar e cantar sem pudores maliciosos. O arraial recebe para um espectáculo de quatro horas – leram bem – a sua primeira estrela do mês, a cantora e acordeonista Rosinha, celebrizada quando começou a cantar Eu Levo no Pacote, sucesso que se estendeu rapidamente a outros títulos como Eu Chupo, Rebentou-me com a Traseira, O Gato
Lambe-me a Passarinha, Mete Mais um Dedo ou É de Gatas que eu Gosto. Na bagagem traz-nos o seu mais recente sucesso Eu Descasco-lhe a Banana. Dia 8 de Junho, o acordeão muda de mãos, mas a alegria permanece no ar. E sobe ao palco o senhor Quim Barreiros, veterano destas festas e Mestre de Culinária. Trará consigo êxitos como Bacalhau à Portuguesa, A Garagem da Vizinha, Eu Faço 69 ou O Pito Mau, com a sua sabedoria popular: “Qual é o melhor dia p'ra casar/ Sem sofrer nenhum desgosto/ O trinta e um de Julho/ Porque depois entra Agosto”. A noite prossegue com o regresso dos Tributo Popular para preencher o palco do “Santos à Campolide”. Na noite da véspera de Santo António nada mais apropriado que Ruth Marlene: “Quando os rapazes vêm com ela fisgada/ daqui não levam nada/ ai daqui não levam nada/ e quando algum quer fazer logo marmelada/ então, só à estalada, ai então, só à estalada”. Este e outros sucessos, como Coisinha Sexy, A Moda do Pisca-Pisca ou Mexe Mexe que eu Gosto vão animar todos os Vizinhos e Vizinhas. Começa às 22h30. A partir das 00h30, o baile faz-se com o DJ Hipster Pimba, tal como na noite de 30, quando soar a meia-noite e este animador regressar ao nosso arraial.
O VERDADEIRO ARTISTA Dia 16, o humor e a música vão juntar-se num artista só, mais concretamente, num “verdadeiro artista”. Herman José regressa a Campolide, para nos surpreender com a sua energia intemporal e sucessos de várias épocas. Do antigo Saca o Saca-Rolhas, ao desportivo Vamos Lá Cambada; da História do Capuchinho Rodrigues Monteiro ao Super-Homem Português, És Tão Boa ou a presença de Serafim Saudade. E a seguir ao verdadeiro artista, uma estreia que promete dar que falar: o Presidente da JFC, transformado em DJ Couto, vai ser o responsável pela música ouvida no recinto ao longo do resto da noite, até às 02h00 da madrugada. Se gosta de dançar, se acha que a festa se faz em movimento, reserve a noite de dia 22. A dupla MC Quimbé (esse mesmo, o actor de Inspector Max) e DJ Rubim (esse mesmo, o modelo), apresentam-se numa variedade de estilos musicais, mudando de roupa ao longo da noite, incentivando a audiência a aderir aos diferentes registos. O espectáculo chama-se “P*ta da Loucura”. E o nome diz tudo… Dia 30 de Junho, mais uma noite muito especial, com o dinamismo, irreverência
NOTICÍAS DE CAMPOLIDE
O ARRAIAL RECEBE PARA UM ESPECTÁCULO DE QUATRO HORAS A SUA PRIMEIRA ESTRELA DO MÊS, A CANTORA E ACORDEONISTA ROSINHA
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HERMAN JOSÉ - DIA 16
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e romantismo (tudo em doses apropriadas) do incomparável Toy. Oportunidade para escutar, cantar e aplaudir temas como És Tão Sensual, Estupidamente Apaixonado ou Chama o António. Mas há muito mais para ouvir, ver, dançar e cantar em Junho. Vamos então deixar-lhe aqui muitas e boas sugestões. Dia 2 de Junho vamos colocar um Ponto Final na preguiça, com a banda do mesmo nome. Um grupo de baile com mais de 12 anos de existência, composto por 5 experimentados músicos: um vocalista, acompanhado por guitarra, baixo, teclas e bateria. No dia seguinte, 3 de Junho, começamos a jogar em casa com a música de Hélder Nunes, já bem conhecido de todos, uma vez que é nosso Vizinho em Campolide. E que estará de volta no Domingo, dia 17, às 21h00. O segundo fim-de-semana do arraial conta com duas estreias no palco do “Santos
QUIM BARREIROS - DIA 08
à Campolide”. Sábado, dia 9, (22h00) venha ouvir os Ideiafix, experimentado agrupamento que aborda com mestria os maiores sucessos das festas portuguesas. E Domingo… diz-se no plural: Domingos Patinha chega às 21h00. Com a sua presença carismática, acompanhado pelo som do seu órgão, terá a missão de animar toda gente. Regressa no dia 24, à mesma hora. ANIMAÇÃO E ALEGRIA Dia 15 a música ao vivo começa às 22h00. A partir dessa hora, Toy Cascão promete exaltar a audiência com o seu espectáculo (quem gostar muito pode voltar a vê-lo no dia 29 à mesma hora). E quando a data mudar, das 00h00 às 02h00 do dia 16, entram na festa os Arrebimba o Malho. Quem assistiu às suas prestações em 2017 sabe que este duo hilariante não deixa os seus crédi-
tos por mãos alheias, viajando com naturalidade do pimba à música electro, e passando mesmo por alguns sucessos… de séries infantis! Sábado, dia 23, pelas 22h00, os veteranos Semáforo mostram-nos o seu espectáculo. Começaram há 13 anos, lançando a sua carreira no circuito de festivais e bares, porém, rapidamente se tornaram num dos mais requisitados grupos dentro deste género de festas, um pouco por todo o país. Dia 29, depois da actuação do já referido Toy Cascão, prossegue a animação, com o DJ Nuno Dias, também conhecido por Nuno Dias da Internet. É promotor musical na Popstock, membro e um dos três mentores do programa de rádio “Obrigado Internet”. O último dia do arraial, Domingo, dia 1 de Julho, termina com uma actuação muito especial. Quando forem 21h00 sobe ao palco o Coro da Asso-
TOY - DIA 30
ciação de Reformados e Pensionistas de Campolide que nos vai mostrar as habilidades ensaiadas durante meses, com dedicação. E mesmo, mesmo a fechar, Sentido Obrigatório, um agrupamento que promete uma variedade musical capaz de satisfazer os mais exigentes: música popular, fado, rumba, chachaha, bolero, swing, tango, valsa, samba, bossanova, foxtrot, twist, rock'n roll, pasodoble, slow rock, balada, pop, rock... são eles próprios quem assegura: “tocamos tudo o que seja possível executar por um grupo de quatro elementos”. Seja qual for a sua escolha musical, a alegria está assegurada. Antes do espectáculo, é tempo de comer umas sardinhas ou umas suculentas bifanas e comprovar como a cerveja fresquinha rima naturalmente com o Verão. Divirta-se, reencontre os amigos e celebre connosco. Como só nós sabemos fazer, em Campolide. nc
RUTH MARLENE - DIA 12
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CASAMENTOS DE SANTO ANTÓNIO
COM A BÊNÇÃO DO PADROEIRO O Samuel e a Rita vão representar Campolide no dia em que Lisboa celebra o amor. Fotografias: João Barata
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acrescenta Rita Fonseca, de 30 anos, nascida em Amarante. Conciliar horários Rita é licenciada em enfermagem, profissão que exerce num lar de idosos, em Lisboa. Conta-nos que escolheu cedo a sua profissão, ainda era estudante. “Logo no Ensino Secundário, percebi que queria uma coisa que envolvesse contacto com pessoas, em que pudesse ser útil e sentisse nessa proximidade o valor do meu trabalho”, resume. Samuel trabalha em Alfragide e, apesar de não ser num local tão central como o da sua companheira, não se queixa muito do trânsito que encontra diariamente, porque “ao início do dia, a deslocação é no sentido inverso da maioria das pessoas que têm de se deslocar para o seu local de trabalho”. Completou a sua licenciatura em Tecnologias da Comunicação; hoje desempenha funções nessa área, numa loja de materiais de construção. Nem sempre é fácil conciliar a agenda dos dois ou programar actividades em conjunto. Como facilmente se compreende, e apesar das diferenças entre as duas actividades profissionais, uma coisa têm em comum: são funções que têm de ser desempenhadas por turnos, ou seja, muitas são as semanas em que o horário de entrada e saída de Rita e Samuel difere completamente. Porém,
não desanimam, como se depreende da resposta que Rita nos dá sobre esse aspecto: “vamos fazendo algumas trocas, tentamos fazer coincidir as folgas, para estarmos o máximo de tempo juntos”, confessa, enquanto troca olhares cúmplices com Samuel. Um casal de Campolide À medida que vamos fazendo as fotografias, junto ao jardim da Av. Miguel Torga, alguns Vizinhos vão olhando, outros reconhecem os entrevistados. Campolide é a sua terra de hoje, a zona a partir de onde planeiam as actividades e ambições. “Inicialmente, viemos morar para a Rua do Garcia... toda a Freguesia está muito diferente, os passeios estão melhores, está tudo muito mais moderno, sem dúvida”, confirma Samuel. Os ensaios já começaram, há procedimento a aprender e diversos aspectos da cerimónia que é necessário saber com precisão. Tudo tem de correr como planeado. Uma das primeiras coisas foi experimentarem as alianças, “que são muito bonitas”, reconhece. Apesar de ser um passo marcante para vida de ambos, tudo está a ser levado com serenidade. “Estamos muito calmos... por enquanto”, assegura Samuel. Rita deixa escapar uma pequena risada. Íamos jurar que foi naquela parte do “por enquanto...”. nc
NOTICÍAS DE CAMPOLIDE
a primeira vez que esta conversa esteve agendada, foi tal a chuvada que teve de ser adiada. Quando nos encontrámos, numa manhã de sol intenso e claro, até os elementos na natureza pareciam acompanhar a alegria deste simpático casal de Campolide. Aqui vos apresentamos o Samuel e a Rita, que vão integrar os Casamentos de Santo António em 2018. “Vivemos na Rua de Campolide há cinco anos e, como este ano festejamos o décimo aniversário da nossa relação, achámos que era o momento de juntar as coisas e concorrer a esta iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa (CML), que já acompanhamos há alguns anos”, explica-nos Samuel Almeida, 30 anos de idade, natural de Aveiro. O sentimento de pertença é já ponto assente, quando se refere a Lisboa como “a cidade que nos acolheu tão bem”. Sorridentes, animados com a sua decisão, vão-nos contando sobre o seu quotidiano e as motivações para aderirem a esta iniciativa, um dos momentos emblemáticos das Festas da Cidade de Lisboa. Uma celebração já enraizada, porém, modernizada e actualizada. “Uma das coisas que a CML nos explicou é que se pretende revitalizar a imagem desta iniciativa, daí a mudança de nome. Durante muitos anos falava-se nos Noivos de Santo António, agora, o termo certo é Casamentos de Santo António”,
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GRUPO DE CAMINHADAS
O caminho faz-se em conjunto Caminhar e conviver começam pela mesma letra. Um grupo de Vizinhos e Vizinhas encontrou forma de juntar as duas actividades. Fotografias: João Barata
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os domingos de manhã, cerca das 9h30, juntam-se na Nova Praça de Campolide. A partir daí, é meter pernas ao caminho, rumo ao Parque Florestal de Monsanto. Desde 8 de Abril, semanalmente, o Campolide Todos Juntos – Grupo de Caminhadas, organiza esta actividade que junta a prática desportiva e o convívio entre os Vizinhos e Vizinhas da Freguesia. “O objectivo principal é retirar as pessoas de casa e fazê-las conviver, promovendo assim um estilo de vida mais activo e saudável. Começámos com poucas pessoas, mas acredito que com a chegada do bom tempo, isto vá crescer”, explica-nos Cátia Costa, a Vizinha organizadora do grupo. Logo numa das primeiras semanas, o grupo teve um encontro em plena natureza que reflecte bem o espírito destes passeios. “Bem no coração do Parque, tivemos oportunidade de ver uma bonita águia junto ao seu ninho”, conta-nos Cátia, com entusiasmo. Presente nesta aventura desde a primeira hora, está também o organizador e fundador do grupo, Francisco Mestre, a residir em Campolide há mais de duas décadas. “Fui militar aqui e apaixonei-me completamente pela Freguesia”, explica-nos. Figura bem conhecida em diversos projectos
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de Campolide, não abdica de uma postura discreta: “gosto mais de estar na retaguarda”. “Há muitas pessoas que têm dificuldades em irem conhecer o Monsanto e esta é uma maneira de as incentivar, em conjunto, como forma de convívio”, resume. Além disso, salienta igualmente as vantagens destes encontros, numa lógica social, “porque há muita gente que mora perto e que nem sequer se conhece. Parece que estar atrás de um computador é mais fácil que dizer bom dia e boa tarde a quem se cruza connosco todos os dias”, ironiza. O projecto Campolide Todos Juntos – Grupo de Caminhadas conta já com uma página no Facebook e deixa o desafio em aberto a todos os Vizinhos e Vizinhas de Campolide que queiram associar-se a estas passeatas matinais de Domingo. Uma ideia simples, mas muito meritória, que conjuga a prática desportiva (poucos desportos são tão defensáveis como caminhar) com um convívio salutar entre quem aqui vive. nc PARTICIPE em:
/groups/campolidetodosjuntos.grupodecaminhadas/
O REGRESSO DO ELÉCTRICO 24 Na véspera do feriado de 25 de Abril, Campolide começou o dia em festa, com um sol magnífico a reflectir-se no amarelo do Eléctrico 24 que fez a sua primeira viagem de regresso, iniciando as carreiras regulares entre a Praça de Campolide e a Praça Luís de Camões. Fotografias: João Barata
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“Este é mais um passo importante para dotar a cidade de Lisboa de transportes públicos, defendemos o regresso de uma rede de qualidade, e em especial, o regresso dos eléctricos. Além disso, o Eléctrico 24 vai valorizar e potenciar ainda mais esta nova magnífica Praça de Campolide”, salientou ao Notícias de Campolide Tiago Farias, presidente da Carris, empresa que anunciou já a aquisição de mais 30 eléctricos. “A mobilidade futura passa, cada vez mais, pelos veículos eléctricos, uma frota cada vez mais limpa, nos veículos ligeiros, mas também, naturalmente, no que se refere aos transportes públicos. Queremos ter uma cidade com menos
poluição, e também a possibilidade de devolver à cidade os seus símbolos”, realça o responsável pela empresa de transportes. “O regresso do Eléctrico 24 foi um momento quase simbólico para Campolide, conjugando aspectos da nova Freguesia, como a Praça que é a paragem terminal, com a memória que todos queremos preservar. A ligar estas duas facetas, a qualidade de vida que ambas significam”, resume o Presidente da JFC, André Couto, compreensivelmente feliz com a animação que rodeava o enorme quiosque vermelho que é já, igualmente, uma das imagens identificativas da Freguesia. nc
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NOTICÍAS DE CAMPOLIDE
rande parte do Executivo da Câmara Municipal de Lisboa, incluindo o presidente, Fernando Medina, fez questão de marcar presença neste dia, importante para a cidade em geral, e para Campolide de um modo muito especial. Muitos foram os Vizinhos e Vizinhas que, neste dia de alegria, fizeram questão de experimentar rapidamente (na maioria dos casos, reviver) este transporte. Nos dois primeiros dias a viagem foi gratuita. Depois, o eléctrico 24 começou a funcionar sete dias por semana, nos dias úteis, entre as 7h00 e as 20h30, aos sábados, das 7h30 às 19h40 e, aos domingos, entre as 10h30 e as 18h30.
campolide lisboa 24 de abril de 2018
ElĂŠctrico 24
CAMPOLIDE JÁ MARCHA Enquanto não são conhecidos o tema e os figurinos da Marcha da Bela Flor - Campolide, conheça alguns dos seus elementos. Cada um tem uma história diferente, todos têm em comum o amor por Campolide. Fotografias: João Barata
ANDRÉ DIOGO FERREIRA
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ndré está completamente compenetrado na coreografia to que se repete ano após ano. Ao final do dia, depois das aulas que se desenrola à sua frente. Segue os movimentos co- ou de um dia de trabalho, Vizinhos e Vizinhas de diferentes lectivos de acordo com o papel que lhe está estipulado. idades rumam ao Pavilhão Polidesportivo, com o mesmo obVira à esquerda, depois à direita, sorri nas pausas para jectivo: praticar os cantos e a coreografia da sua marcha, da saborear mais uma pequena - grande - vitória. Quando a nossa marcha, para impressionar o Altice Arena (antigo Pavimúsica se faz ouvir domina todo o pavilhão e torna-se no ele- lhão Atlântico, no Parque das Nações) no dia 2 de Junho e, clamento central dos ensaios da Marcha da Bela Flor-Campolide. ro, tomar de assalto a Avenida da Liberdade na noite de 12 de Menos para o André. Ele é surdo, mas é também um dos mais Junho. E não há quem não se recorde como foi a sua estreia… dedicados elementos deste ritual colectivo da Freguesia. “Então não me lembro! Tremia que nem varas verdes”, André Diogo Ferreira tem 21 anos. Começou a marchar confessa Adriana Gonçalves quando lhe perguntamos pelo em 2014, ano em que "Fidalgos e Burguesiprimeiro dia em que integrou a marcha. Começou muito pequena, ainda na Marcha nhas" serviram de mote. “Ao princípio estava Infantil, pelo Santana Futebol Clube. Em muito nervoso, era a única pessoa surda na “Entrei nisto 2003 transitou para a versão dos adultos. marcha, mas hoje estou perfeitamente incom a minha mãe, “Quase toda a minha família passou pelas tegrado”, explica-nos, com a ajuda da irmã, num ano em que marchas. A minha mãe fazia parte da MarCheila, rapariga de 17 anos que também já precisavam de anda em ensaios. “É uma experiência difecha de Campolide, e um dia, antes de entrar gente... e fiquei para o Pavilhão Carlos Lopes, onde desfilarente de tudo… decorar as músicas é fácil, há com o bichinho” alguns passos mais difíceis… mas com treivam, envolveu-se com o meu pai. Nove meno a coisa vai lá”, resume, divertida. ses depois, nascia eu. A sério!”, conta-nos Ricardo Dória André sente a vibração da música, acompor entre gargalhadas. Para esta jovem de 26 anos, moradora do panha com rigor o cavalinho - nome dado ao Bairro da Bela Flor, o dia mais triste foi em conjunto de músicos que acompanha a marcha - e gosta de ter a letra em papel, pelo menos nos primei- 2017, quando assistiu no então Meo Arena à apresentação da ros ensaios. Durante o dia, Cheila estuda, André trabalha na Marcha Bela Flor-Campolide. Queria era estar na arena, claro. Fundação LIGA. Ao final do dia, é tempo de esquecerem o “Há gente que encontro uma vez por ano, aqui, nos ensaios. É fantástico, estar aqui... cantamos, marchamos, refilamos uns cansaço e darem tudo por Campolide. Os meses mais recentes têm sido preenchidos com o trajec- com os outros”, conta, visivelmente divertida. De dia, traba-
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ADRIANA GONÇALVES
CHEILA FERREIRA
NOTICÍAS DE CAMPOLIDE
Rui Figueiredo Ricardo Dória
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lha na Restauração. Ao final da jornada, é tempo de ensaios. “Quem não entra por gosto é melhor não entrar. Para alinhar nisto, só de alma e coração”, confirma. Apesar de ser bastante jovem, Ricardo Dória é um veterano na marcha da nossa Freguesia, já que entrou nesta aventura há 14 anos. Nessa já distante edição o tema escolhido para a marcha de Campolide era o Pátio do Cachamorra, zona emblemática da Freguesia. “Entrei nisto com a minha mãe, num ano em que precisavam de gente... e fiquei com o bichinho”, confessa-nos. A tradição popular já tinha raízes na família. Madalena Nogueirinha, a mãe de Ricardo, foi presidente do Sport Lisboa de Campolide e todo este ambiente, em Junho, era já habitual. “No ano em que minha mãe organizou a marcha fomos desclassificados. No dia seguinte, era meio-dia, estávamos todos na Avenida da Liberdade a apresentar um protesto, foi inesquecível...”, partilha Ricardo. Histórias, em tantos anos, são mais que muitas. Algumas, já se podem contar. Como o ano em que terminaram de compor os cenários na carrinha, a caminho do Pavilhão, poucas horas antes da apresentação pública da marcha. Ou o ano em que Madalena, entretanto falecida, foi homenageada. Momentos que marcam para sempre, como é fácil de entender. Como todas as equipas, a marcha da Bela Flor-Campolide conta com um capitão. Em 2018, o escolhido foi o jovem Nuno Viegas, figura bem conhecida de todos os que o elegeram. “Fui a votos, e lá fui escolhido... é uma responsabilidade, sim, mas vai correr tudo bem”, assegura-nos. A sua entrada nestas aventuras começou em 2008, levado pela mão do amor. “Fui para marcha por causa da minha namorada, que hoje é a minha mulher. Ao início tive algum receio, não sabia com o que contar... são 50 pessoas, todas muito diferentes, cada uma com o seu feitio... mas faz-se bem”, responde com o sorriso de quem já está perfeitamente ambientado. Morador na Bela Flor, Viegas – como todos lhe chamam – trabalha no Departamento de Espaço Público da Junta de Freguesia de Campolide. Nem sempre é fácil, conciliar o cansaço ao final do dia com o início de um novo ensaio. “Em 2017, muitas vezes saímos de lá por volta da uma ou duas da manhã. Mas, quem corre por gosto não cansa”, resume, confirmando a sua total entrega a este desafio. E está confiante: “temos marcha para ficarmos muito bem classificados!”. Mas não se pense que a Marcha da Bela Flor-Campolide conta apenas com os moradores da Freguesia. Rui Figueiredo nasceu em S. Teotónio, no Alentejo, há 40 anos. Veio viver para Lisboa há seis, primeiro em Alverca, actualmente em Moscavide. Pelo quarto ano consecutivo integra a equipa de marchantes da nossa Freguesia, com empenho e alegria: “comecei por contactar a JFC por causa de um projecto na área florestal, relacionado com a minha actividade profissional. Acabei por me inscrever também na marcha e tem sido óptimo”. Na sua terra natal, Rui já fazia parte das marchas, mas, reconhece que agora a coisa tem outra dimensão. “A apresentação no Altice Arena é incrível, quando se abre aquela
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NUNO VIEGAS
MUITOS DOS QUE VÃO ASSISTIR À APRESENTAÇÃO PÚBLICA DAS MARCHAS, NO ALTICE ARENA, DIA 2 DE JUNHO, DIFICILMENTE ADIVINHAM O SUOR E OS SORRISOS QUE PRENDEM AQUELAS ROUPAS AO CORPO cortina e vemos a multidão...”. Durante o dia Rui trabalha numa empresa ligada à Construção Civil, envolvida em algumas obras em centros comerciais, o que já significou seguir directamente dos ensaios para trabalho nocturno. “É cansativo, reconheço, mas com vontade e empenho tudo se consegue”. Para a edição deste ano, as expectativas de Rui Figueiredo são, naturalmente, as melhores. Deixa-nos uma certeza: “Estes três anos foram excelentes!”. Quando os vemos alinhados, já com os figurinos vestidos e as personagens assumidas, é impossível dissociar estes homens e mulheres dos meses de trabalho, de empenho, de entrega e celebração que constituem os ensaios deste desafio colectivo. Muitos dos que vão assistir à apresentação pública das marchas, no Altice Arena, dia 2 de Junho, ou à disputa maior entre os bairros de Lisboa, na noite de Santo António, na Avenida da Liberdade, dificilmente adivinham o suor e os sorrisos que prendem aquelas roupas ao corpo e uma vontade extrema de dar o melhor pela sua Freguesia. nc
gente nossa: CARLOS NUNES "TEMOS DE DEFENDER O QUE É NOSSO" Fotografia: João Barata
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ao longo dos anos, foram-se mantendo”, resume com orgulho, revivendo as imagens da infância. Com 11 anos assumiu o primeiro ofício, foi aprender a ser estofador. Mas dois anos depois mudou de rumo, para aquela que é, ainda hoje, a sua área profissional. Trabalha numa Óptica, na Graça, conhecedor das várias vertentes, “tanto faço a parte do laboratório como atendo ao balcão”, esclarece, despachado. Como quase tudo na sua vida, a entrada neste meio profissional também está ligada à Freguesia. “O meu primeiro professor foi o pai da Babá, o Quim, que fundou a “Óptica do Arco”, na Rua do Arco do Carvalhão”, conta-nos. Pai de quatro filhos, sempre encontrou no associativismo o seu universo de eleição. Foi director do Santana Futebol Clube, do Clube Atlético da Cascalheira, presença regular e colaborador incansável no Sport Lisboa e Campolide. As marchas eram inevitáveis. Há 30 anos
certinhos que anda nesta vida sazonal. “As minhas férias sempre foram queimadas em Junho”, exclama, entre gargalhadas. Afinal, é nesse ritual, que envolve muitas horas de suor até à tradicional descida da Avenida da Liberdade, que este homem se sente em casa. Dos actuais, será mesmo o mais antigo, como é fácil de adivinhar: “Alguns deles, marchei com os pais deles”. E a sua filha Andreia, hoje com 28 anos, também começou cedo nestas andanças, onde já é presença habitual desde que fez 13 anos. Veterano nestas andanças, lidou com muitos ensaiadores e padrinhos, deu-se bem com a esmagadora maioria, mas não resiste a salientar “o José Carlos Malato, uma das pessoas mais humildes e incríveis que conheci. Cinco estrelas!”, descreve-o. Fora isso, não se deixa impressionar demasiado, porque, como alerta os seus companheiros “as pessoas da parte técnica não são dos bairros, nós temos de defender é o que é nosso”. nc
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conhecido entre todos como “o canina”, mas a sua notoriedade é enorme. Em 2017, foi até o Capitão da Marcha de Bela Flor-Campolide, cujos ensaios deste ano começaram já no início de Abril. Carlos Nunes, 52 anos de idade, nasceu na Lapa, mas foi para Campolide com apenas dois anos, viver para o Bairro da Bela Flor. Outros tempos. “Éramos uma família, havia prédios, havia as barracas, mas as pessoas eram mais solidárias umas com as outras”, recorda, com alguma emoção. Tem medo de esquecer alguns nomes, mas pela sua memória vão passando “os galegos, a família do canalizador, a Tia Beatriz…”. A parte final da infância significou algumas mudanças. “Comecei a dar-me com a família do Silas… fui quase aperfilhado pela família dos pés descalços, que era gente muito conhecida naquela época”, recorda com bonomia. “Crescemos todos juntos. As minhas amizades,
Actores apadrinham a nossa marcha Este ano, a marcha da Bela Flor - Campolide é apadrinhada por um casal de actores da mais nova geração. Liliana Santos e Pedro Sousa são os rostos que encabeçam a descida à Avenida da Liberdade. Fotografias: João Barata
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percebi que queria mesmo ser actriz”, confessa. Depois, o resto é um percurso bem conhecido de todos, que inclui etapas televisivas de sucesso, como Inspector Max, Floribella, Podia Acabar o Mundo, Bem-Vindos a Beirais ou Mar Selvagem. As memórias de Campolide remetem para o programa Dança Comigo, quando por ali decorriam os ensaios e o jantar era, tantas vezes, no restaurante A Valenciana. DA PRAIA PARA O PLATEAU Pedro Sousa foi parar à representação graças à sua dedicação ao desporto, mais concretamente, ao surf. “Quem me viu e desafiou para entrar num filme dele foi o Joaquim Sapinho, o filme era o Deste Lado da Ressureição, eu fazia surf e o Joaquim foi, literalmente, buscar-me à praia. No início era para ser uma coisa mais pequena, mas ele insistia para eu ser o protagonista. Como competia a nível profissional, tive de impor algumas datas para fazermos as filmagens”,
explica-nos o actor, sete anos depois da estreia do filme. Já tinha trabalhado em filmes de Luís Galvão Telles (a curta-metragem Glamour, em 2005) ou António-Pedro Vasconcelos (A Bella e o Paparazzo; 2010). Seguiu-se a já referida Morangos com Açúcar (no seu caso, a oitava série). Um pouco desiludido (“é preciso lutar muito para se conseguir trabalhar em Portugal”) vendeu as pranchas e partiu para Londres. O seu agente convenceu-o a regressar para o casting de Sol de Inverno e a sorte mudou de rumo. Também Pedro Sousa tem alguma ligação à Freguesia de Campolide, treinou Muay Thai no Campolide Atlético Clube. Quando morava em Cascais, vinha com os amigos para integrar as Festas da Cidade, hoje, veste a camisola pela Marcha de Bela – Flor Campolide. Para ele, é uma estreia, para Liliana, nem tanto, já foi madrinha de outras Freguesias. Mas assegura: “vamos fazer tudo o que esteja ao nosso alcance para termos a melhor classificação!”. nc
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animação diária no Pavilhão Polidesportivo é já uma constante, ou não estivéssemos num dos acontecimentos mais emblemáticos da Freguesia, um daqueles momentos que estreitam laços entre os Vizinhos e Vizinhas. Além disso, todos os anos esta grande aventura conta com a presença de duas figuras públicas, que têm por missão ser o rosto da marcha e dar o seu melhor para que a vitória nos sorria. Este ano, essa responsabilidade cabe à dupla de actores Liliana Santos e Pedro Sousa. “Comecei por fazer uma participação na Maré Alta, mas depois entrei na primeira série dos Morangos com Açúcar. Não entrei logo no início, aquilo já era um fenómeno…”, recorda Liliana Santos, que alguns ainda lembram como Patrícia Lima, personagem de Espelho D’Água, telenovela da SIC cuja exibição terminou em Abril deste ano. No ano seguinte, então com 25 anos, surgiu a série Ninguém como Tu e a confirmação na sua cabeça: “foi quando
A LOJA ONDE VOU: As Meninas Serafina ganhou casa de petiscos Com o Verão à porta, vá marcando lugar na esplanada. Belarmino promete surpreender, com as especialidades gastronómicas que aprendeu, um pouco por todo o mundo. Fotografias: João Barata
EDIÇÃO Nº83 MAIO/JUNHO 2018
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s paredes eram muito escuras, a animação era reduzida e a oferta gastronómica não tinha qualquer comparação. Belarmino Patrício pegou no café há cerca de um ano, mas as obras recentes são o argumento mais forte para que visitem e desfrutem do espaço. Chama-se As Meninas e é um dos motivos para visitar a Serafina. “Percebi que o bairro tinha potencial quando vim da Bélgica, faz agora dez anos, além disso queria mostrar aos estrangeiros a beleza do bairro da Serafina”, explica-nos o responsável por este espaço. Com o Verão à porta, a criação da esplanada foi uma medida de antecipação. Ali esperam surpreender os clientes com as caracoletas assadas, os pipis apurados e outros petiscos que a época estival aconselha. Ao Domingo, quem manda é a tradição e o cozido à Portuguesa encabeça a ementa. Uma boa escolha de vinhos oferece Porta da Ravessa, Tapada de Gamas, Chaminé ou Portal de São Brás, entre outros. Pelas paredes lê-se que “o impossível não existe na mente de quem sonha” ou “na dúvida, procure a certeza”. Belarmino
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vai dando seguimento à rotina do dia-a-dia, enquanto nos relata o seu percurso, que passa essencialmente pela restauração, com uma ampla experiência no estrangeiro. “Quando vivi na Bélgica, terminava o meu trabalho num restaurante e ainda ia fazer sete horas de voluntariado, junto de quem mais precisava. Aqui, mantenho uma postura semelhante, temos ajudado algumas pessoas e ninguém que aqui venha vai ficar com fome”, assegura. Nasceu em Castelo Branco, em 1961, mas veio para a Serafina com sete anos. Aqui tirou a Quarta Classe e cultivou a curiosidade que o levaria mundo fora. Marrocos, Grécia, França, Egipto… andou por muitas latitudes e aprendeu a gastronomia dos lugares por onde passou. Uma vez por semana “faço um prato grego ou italiano”, explica-nos. Nem de propósito, atentamos no cartaz onde se lê: “Proibida a Entrada na Cozinha – No Entrare”. Ao todo, são sete idiomas na sua cabeça. “Há uns tempos, estiveram aqui dois holandeses que fizeram um livro sobre Campolide e comecei a falar com eles
em Valão, uma língua usada na Bélgica e na Holanda. Nem queriam acreditar”, recorda, divertido. Na calha, estão outras intenções de animação, como umas aulas de ginástica nas proximidades, possivelmente, para abrir o apetite aos potenciais clientes. O nome do café nasceu com o anterior proprietário, em homenagem às adoradas netas. Há cerca de um mês o seu irmão, Carlos Manuel, 38 anos, regressado do Brasil, juntou-se para dar uma mão a satisfazer o apetite dos Vizinhos. Belarmino gostava de poder empregar mais pessoas e, novamente, a sua vocação solidária fala mais alto: “preferia escolher pessoas com problemas, que eu possa ajudar a entrar no mundo do trabalho”. nc "As Meninas" Petiscos Rua José Anastácio da Cunha, Letra A, Bairro da Serafina Horário: das 10h00 às 23h30 (encerra à Terça-feira) tlm: 960 336 499
A RUA ONDE MOR0: Rua Vieira Lusitano Desenhador precoce, afamado pelo trabalho mas traído pelo amor, viu desaparecer grande parte do seu espólio no ano do grande terramoto.
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tíssimo Sacramento para a procissão do Corpo de Deus. Desposou a já referida D. Inês Helena de Lima e Melo, mas os pais dela não aceitavam o matrimónio: levaram-na para o Convento de Santana e obrigaram-na a professar, embora casada. Vieira partiu novamente para Roma, em busca de uma solução legal para seu enlace amoroso. Em vão. Paradoxalmente, a sua carreira profissional seguia de vento em popa. Integrou o conselho administrativo da Academia de S. Lucas. Corria o ano de 1728, quando D. Inês arranjou um fato de homem e arquitectou a sua fuga para se juntar ao amado. Um irmão da ex-reclusa decidiu vingar a honra. Emboscou-se próximo da Rua das Pretas e atingiu o pintor com um tiro, deixando gravemente ferido. Vieira Lusitano foi pedir justiça a D. João V, mas o monarca recusou. Influências poderosas se interpunham. O ano de 1755 foi trágico para Vieira Lusitano. É o ano da morte de D. Inês e do Terramoto de Lisboa, a 1 de Novembro, que varreu grande parte das suas obras, como o tecto da Igreja dos Mártires. Algumas sobreviveram, como dois painéis na Igreja de S. Roque, representando Santo António pregando aos peixes e Santo António prostrado diante de Nossa Senhora. Destroçado, Vieira abandonou de vez a pintura, e foi viver para o Convento Beato António, passando ali os últimos anos da sua existência. nc
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esde cedo, Francisco Vieira de Matos mostrou-se dotado para o desenho, apesar da família ansiar por uma carreira eclesiástica para o garoto. O pai levou-o para ser apresentado a uns fidalgos, numa quinta em Carnide, e foi aí que conheceu Inês Helena de Lima e Melo, ainda uma menina, a sua primeira e única paixão, pela qual muito havia de sofrer toda a vida. Ficou para a História como Vieira Lusitano, nascido e falecido na cidade de Lisboa (4 Outubro 1699 – 13 Agosto 1783), pintor, ilustrador e académico de mérito da Academia de São Lucas, de Roma. Foi cavaleiro professo na Ordem de Santiago da Espada e tornou-se num dos pintores históricos da Casa Real portuguesa. Estudou Humanidades e Pintura, até que o Marquês de Abrantes, nomeado Embaixador em Roma, se propôs levar o rapaz consigo. Partiram em Janeiro de 1712. O navio enfrentou um feroz temporal, mas conseguiram chegar a salvo. Em Itália, estudou afincadamente, frequentou as academias, copiou os panos de Arrás (tapeçarias antigas que ornavam as paredes das salas ou galerias), os candelabros, os móveis e todo o recheio da sala principal da embaixada. Venceu um concurso da Academia de São Lucas com a obra Noé embriagado diante de seus filhos, facto que deu que falar e o destacou imediatamente. Regressado a Portugal, D. João V encomendou-lhe um San-
BREVES MAIO/JUNHO 2018 SAÚDE Sessão de esclarecimento sobre a Diabetes
tiva com o objectivo de promover a cooperação e espírito de equipa, contribuindo igualmente para a redução do sedentarismo.
Cidade de Tradições”. Refira-se que a música e a coreografia serão comuns a todas as marchas e a ordem das actuações será sorteada.
ESPAÇO PÚBLICO
Visando uma maior consciencialização das pessoas para o problema da diabetes, decorreu no passado dia 8 de Maio, no auditório da JFC, uma sessão de esclarecimento, promovida pela Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados. Profissionais de saúde explicaram a doença a uma numerosa plateia, permitindo esclarecer sobre os procedimentos a seguir nesta patologia e os cuidados com a alimentação.
Novos brinquedos em Campolide
CULTURA Crianças marcham em Belém Preparando a chegada do Verão, o parque infantil da Praça de Campolide recebeu novos equipamentos que vão fazer a alegria das crianças. Uma simpática abelha gigante, um jogo do galo tamanho familiar, uma casinha de brincar, ou um conjunto de pegadas no chão que permite jogar aos espelhos, são alguns dos novos brinquedos instalados neste espaço lúdico, pensados para entreter e desenvolver as capacidades cognitivas das crianças.
DESPORTO
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Campolide Soma&Segue E6G Torneio de Futsal No passado dia 28 de Abril de 2018 decorreu, no Pavilhão Polidesportivo da Junta de Freguesia de Campolide, o 1ª Torneio de Futsal organizado pelo Projecto Campolide Soma&Segue E6G. A competição contou com 8 equipas inscritas que se defrontaram para a conquista da taça do torneio! Envolveram-se cerca de 60 participantes, num evento em que participou não só a comunidade de Campolide, mas também jovens de outros projectos do Programa Escolhas. Uma inicia-
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No dia 16 de Junho, um grupo de crianças de Campolide vai participar nas Marchas Infantis de Lisboa, uma iniciativa integrada nas Festas da Cidade de Lisboa. As actividades decorrem em Belém e cada grupo actuará em dois momentos. Primeiro, junto à fonte na Praça do Império. Posteriormente, no Jardim Vieira Portuense, haverá um desfile de todos os grupos e uma actuação coletiva de todas as crianças marchantes. O tema das Marchas Infantis de Lisboa 2018 é “Lisboa
ERRATA NC errou Na edição de Abril do Notícias de Campolide, a morada que surge na secção A Loja Onde Vou está errada, não é Calçada da Quintinha, mas sim Calçada dos Mestres. Na mesma edição, Carlos Alves, citado no artigo sobre o Eléctrico 24, não tem 58 anos de idade, mas sim 48. Aos visados e restantes leitores, as nossas desculpas.
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30 Maio quarta 22H00 TRIBUTO POPULAR 00h00 01 Junho sexta 22h00 02 Junho SÁBADO 22h00 03 Junho DOMINGO 21h00 08 Junho sexta 22h30 00h00 09 Junho SÁBADO 22h00 10 Junho DOMINGO 21h00 12 Junho terça 22h30 00h30 15 Junho sexta 22h00 00h00 16 Junho SÁBADO 22h00 00h00 17 Junho DOMINGO 21h00 22 Junho sexta 22h30
23 Junho SÁBADO 22h00 24 Junho DOMINGO 21h00 29 Junho sexta 22h00
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ROSINHA
PONTO FINAL HÉLDER NUNES
QUIM BARREIROS
TRIBUTO POPULAR IDEIAFIX DOMINGOS PATINHA RUTH MARLENE DJ HIPSTER PIMBA TOY CASCÃO ARREBIMBA O MALHO
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DJ COUTO HÉLDER NUNES MC QUIMBÉ E DJ RUBIM P*TA DA LOUCURA SEMÁFORO DOMINGOS PATINHA TOY CASCÃO DJ NUNO DIAS
00h00 30 Junho SÁBADO 22h30 TOY 00h00 DJ HIPSTER PIMBA 01 Julho DOMINGO 21h00 ARPC 22h00 SENTIDO OBRIGATÓRIO