Notícias de Campolide nº91

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BOLETIM DA JUNTA DE FREGUESIA DE CAMPOLIDE ANO XX #91 MAIO/JUNHO 2020 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Vai Ficar Tudo Bem! • CAPA •

«Unidos na crise das nossas vidas» PÁG. 4

NTEs NOSSAs• • GE

LEIA + em: /jfcampolide /jfcampolide /campolidetv

Os dias do confinamento Depoimentos de vários Vizinhos e Vizinhas sobre este período. PÁG. 16

+ CAMPOLIDE VAI ÀS COMPRAS + HIGIENE URBANA + REFEIÇÕES ESCOLARES + CELEIRO SOLIDÁRIO


NESTA EDIÇÃO... BOLETIM DA JUNTA DE FREGUESIA DE CAMPOLIDE ANO XX #91 MAIO/JUNHO 2020 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

ARTIGO DE CAPA:

• SOCIEDADE •

Vai Ficar Tudo Bem! «Unidos na crise das nossas vidas»

/jfcampolide /jfcampolide /campolidetv

PÁG. 4

ACÇÃO SOCIAL FIQUE EM CASA PÁG.8

LEIA + em:

ACÇÃO SOCIAL CAMPOLIDE APOIA PÁG.10

APOIO REFEIÇÕES ESCOLARES PÁG.12

SOLIDARIEDADE COMUNIDADE ISLÂMICA PÁG.20

eXECUTIVO

+ HIG. URBANA_PÁG.14 + CAMPOLIDE CANTA OS PARABÉNS_PÁG.11 + GENTE NOSSA_PÁG.16 + A LOJA ONDE VOU_PÁG.18

ANDRÉ NUNES DE ALMEIDA COUTO PRESIDENTE

ANA RAQUEL MOREIRA DA SILVA

BRUNO LOURO Tesoureiro

SECRETÁRIA

bruno.louro@jf-campolide.pt

raquel.silva@jf-campolide.pt Atendimento: 3.ª feira - Mediante marcação prévia

Atendimento: 4.ª feira - Mediante marcação prévia

Pelouros: Equipamentos, Habitação, Acção Social, Colectividades, Igualdade de Oportunidades.

Pelouros: Informática, Recursos Humanos, Serviços Administrativos, Comércio e Licenciamento, Financeiro e Contratação.

BRUNO corgas GONZALEZ

Maria Cândida Cavaleiro Madeira

bruno.gonzalez@jf-campolide.pt

candida.cavaleiro.madeira@ jf-campolide.pt

Vogal

Vogal

Atendimento: 6.ª feira - Mediante marcação prévia Pelouros: Educação e Desporto.

Assembleia de Freguesia: Presidente · MARTA VIEIRA DA CRUZ | PS

1º Secretário · Carlos José Reis Lopes Ramos | PS 2º Secretário · Miguel belo marques | PS

Atendimento: Mediante marcação prévia Pelouros: Saúde

Restantes Membros: Januário Gomes da Costa, Luís Filipe Correia Rosa, Cátia Sofia da Cruz Costa, Teresa de Jesus Cancela Dias Baptista, Maria Antónia Ramos Serra Fernando Manuel Rodrigues Santos Joana Vitorino Mendes, João Carlos Infante Gameiro Maria José Branco Ferreira do Nascimento Garcia Arnaldo Maria do Carmo Bica

André Couto · Direcção | Sofia Julião · Coordenação | Junta de Freguesia de Campolide · Redacção | Taiz Collovini · Capa e Paginação FABIANA übida · Fotografias | Junta de Freguesia de Campolide · Propriedade | 121904/98 · Depósito Legal | 9 000 exemplares · Tiragem


EDITORIAL

Estamos juntos, Campolide! Caros Vizinhos e Vizinhas,

ANDRÉ NUNES DE ALMEIDA COUTO PRESIDENTE

andre.couto@jf-campolide.pt https://www.facebook.com/andre.ndac Atendimento: 4.ª feira - Mediante marcação prévia

Pelouros: Comunicação, Espaço Público, Espaços Verdes, Defesa do Meio Ambiente, Higiene Urbana, Recenseamento Eleitoral, Cultura, Restauração, Grandes Opções do Plano, Protecção Cívil e Segurança, Transportes.

Não é fácil resumir os tempos mais recentes e tudo aquilo por que passámos, mas uma coisa posso afirmar com orgulho: as medidas que tomámos logo no início do processo de confinamento, quer no que diz respeito ao trabalho de garantia da saúde pública e protecção específica a que este vírus obriga, quer no apoio às extremas e imprevistas carências económicas que a pandemia desencadeou, revelaram-se acertadas, eficazes e necessárias. Este foi mais um dos momentos em que a nossa vida em comunidade foi posta à prova e a JFC sabe, como poucas, a importância das relações de proximidade com os seus Vizinhos e Vizinhas, nos bons momentos, e naqueles em que a solidariedade ganha uma importância redobrada. Se os cuidados sanitários são fundamentais para ultrapassarmos este problema, as consequências económicas e sociais que rapidamente se fizeram sentir pela paragem da Economia não podiam ser ignoradas. E não foram, sendo minimizadas até ao limite das nossas possibilidades, com a preocupação de quem conhece cada um dos atingidos. Agora, inicia-se uma nova fase nas nossas vidas. É preciso recomeçar o trabalho, manter todos os cuidados inerentes à contenção da propagação, sem que isso signifique deixar de olhar pelos que, ainda assim, não consigam já um lugar no mercado de trabalho ou ainda lutem com a doença, esta ou outra. Uma última palavra para todos os trabalhadores da JFC que, com uma invejável e exaustiva entrega, conseguiram fazer frente às inúmeras solicitações que recebemos, comprovando, mais uma vez, que o poder autárquico, pela sua proximidade, é o primeiro a que os cidadãos recorrem. Pela nossa parte, cá estaremos, sempre, levando as nossas competências ao limite da satisfação das necessidades de todos os Vizinhos e Vizinhas. Queremos, no Verão 2021, festejar o final de toda esta crise, no arraial Santos à Campolide, com a nossa Marcha Bela Flor-Campolide e vários dos artistas que teriam actuado este ano. Viva Campolide! Um abraço!

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CantaÉ

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FAMÍLIAS

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CAMPOLIDE VAI ÀS COMPRAS

JUNTA DE FREGUESIA DE CAMPOLIDE Rua de Campolide, 24 B – Tel: 21 388 46 07 e-mail: geral@jf-campolide.pt www.jf-campolide.pt Reunião aberta: Primeira 4.ª feira de cada mês

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VIZINHOS

CAMPOLIDE CANTA OS PARABÉNS

VIZINHOS

CAMPOLIDE APOIA

O CELEIRO SOLIDÁRIO DA JUNTA DE FREGUESIA DE CAMPOLIDE FACULTOU até ao fim de ABRIL de 2020

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NO TOTAL DE FAMÍLIAS acréscimo DE 32 famílias

404

CABAZES DOADOS

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FAMÍLIAS

apoio alimentar na Escola


Vai Ficar Tudo Bem! • CAPA •

«Unidos na crise das nossas vidas»

Os tempos conturbados que atravessámos foram um desafio para todos e a rapidez das decisões da Junta de Freguesia de Campolide foi determinante para o sucesso das medidas adoptadas. As cautelas e os problemas continuam, mas todos em conjunto vamos assegurar que em Campolide VAI FICAR TUDO BEM.

N EDIÇÃO Nº91 MAIO/JUNHO 2020

o que dia em que este texto foi escrito inaugurou-se em Portugal o Estado de Calamidade, conjuntura jurídica e administrativa que sucede à implantação do Estado de Emergência por três quinzenas sucessivas. A culpa está na chegada ao nosso país de uma pandemia, um vírus altamente contagioso e uma doença designada como Covid-19 que colocou o ano de 2020 no mapa das memórias de todo o planeta, tal a gravidade e abrangência das suas consequências. Em Portugal, tudo começou a 2 de Março com os primeiros casos confirmados, seguiu-se 13 de Março, com o encerramento das escolas. A 17 de Março, um dia antes do primeiro Estado de Emergência entrar em vigor, a Junta de Freguesia de Campolide (JFC) accionou o seu Plano de Contingência, desde logo encerrando os seus serviços presenciais (mantidos apenas para situações urgentes e inadiáveis, entre as 11h00 e as 14h00, tocando à campainha) e suspendendo o atendimento de Aconselhamento Jurídico e Social. A expressão “afastamento social” entrava no quotidiano dos portugueses, que rapidamente entenderam não só a impossibilidade de apertar a mão ao Vizinho ou dar um beijinho de bons-dias à Vizinha, mas até a imperativa necessidade de manter uma distância segura entre cada pessoa, cerca de dois metros, em especial quando falamos de idosos ou pessoas que integram grupos de risco, isto é, possuidores de outras maleitas que fragilizam o organismo. O Posto de Saúde, as instalações e actividade regular do Projecto Semear o Futuro E7G, bem como o Pavilhão

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Polidesportivo, todos estes equipamentos e valências foram encerrados. Com a indicação de permanência em casa e notícias sucessivas sobre a gravidade das possibilidades de propagação do vírus, os parques infantis também foram interditados.

Medidas atempadas da JFC “Estamos na primeira linha dos que reagiram a este problema, acautelando a segurança sanitária de todos os Vizinhos e Vizinhas, acompanhando toda a informação que ia sendo disponibilizada e nos levava a tomar outras medidas e, ao mesmo tempo, preparando as condições para atenuar os problemas que, rapidamente entendemos, viriam na sequência das medidas decretadas”, explica o Presidente da JFC, André Couto. O confinamento forçado levantou alguns problemas no abastecimento de bens essenciais, em especial nas camadas mais idosas ou grupos de risco por questões de saúde. A JFC desenvolveu mecanismos de apoio para que ninguém ficasse privado de poder fazer as suas compras, ao mesmo tempo que aumentou a sua presença junto dos mais necessitados, fazendo chegar alimentos a várias famílias. “Com a entrada em lay-off de muitas empresas, o encerramento de outras, a dispensa de trabalhadores precários, houve um aumento da população socialmente fragilizada, o que nos levou a adoptar medidas, como a ampliação das refeições escolares a muitos familia-


NOTICÍAS DE CAMPOLIDE

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res dessas crianças ou até mesmo a entrega de cabazes com bens essenciais, através do Celeiro Solidário, uma medida só possível graças aos nossos parceiros doadores que representaram um papel insubstituível no combate à crise”, resume o Presidente da JFC. Um equipamento que ganhou uma importância especial e uma procura muito para além do habitual foi o balneário público, localizado no Bairro da Serafina, mas que durante o Estado de Emergência serviu muita gente de fora da Freguesia. A JFC não ignora a importância de uma estrutura desta natureza “para todos aqueles que habitam em residências sem saneamento básico, mas também para muitos sem-abrigo que encontram neste local a possibilidade de manterem uma higiene regular essencial para combater não só a pandemia, mas muitos outros problemas sanitários”, como salienta o autarca. Por esse motivo, o horário foi alargado e foram levadas a cabo um conjunto de obras de melhoramento que incluem a instalação neste espaço de um pavimento novo, impermeabilizado, facilitando a limpeza e desinfecção do local.

Construir o futuro André Couto não esconde que, entre algumas medidas difíceis de tomar, está o cancelamento dos ensaios da Marcha da Bela Flor-Campolide, medida acompanhada pela própria Câmara Municipal de Lisboa, que cancelou as Festas da Cidade por inteiro, incluindo o histórico desfile da Avenida da Liberdade ou os Casamentos de Santo

António. E, naturalmente, o cancelamento do Arraial Santos à Campolide. "Tanto nós como os artistas, decidimos atempadamente que a situação seria insustentável do ponto de vista sanitário, quando falamos de uma pandemia que impede qualquer proximidade física, manter um evento desta natureza. Felizmente, temos os principais nomes já contratados para 2021 quando, ao que tudo indica, já será possível retomarmos o nosso magnífico arraial e festejarmos a valer, para compensar este ano", anuncia o autarca. Repita-se, no momento em que alinhámos este balanço, começou uma nova fase, com a abertura de algum comércio local, lojas com porta para a rua até 200 m2, cabeleireiros e barbeiros por marcação. Os transportes públicos tencionam limitar-se a dois terços da ocupação, o que dependerá muito da auto-disciplina de todos, mas o uso da máscara ou viseira, esse é condição obrigatória, quer nessas deslocações em transportes, quer ao entrar em estabelecimentos comerciais e outros espaços comuns, como repartições públicas ou dependências bancárias. Quanto ao futuro, a incógnita é ainda uma das mais duras certezas que dificultam a tomada de decisões administrativas e baralham os hábitos e preceitos que todos tínhamos antes da chegada do surto. Mas quanto aos dias passados em confinamento, resta-nos o conforto do apoio institucional aos mais frágeis, a solidariedade geral de pessoas e instituições que se uniram e o sentimento geral entre todos os Vizinhos e Vizinhas de Campolide de que nc. VAI FICAR TUDO BEM.

NOTICÍAS DE CAMPOLIDE

A COVID-19 COLOCOU O ANO DE 2020 NO MAPA DAS MEMÓRIAS DE TODO O PLANETA, TAL A GRAVIDADE E ABRANGÊNCIA DAS SUAS CONSEQUÊNCIAS.

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ÇÃO SOCIAL • C A •

Fique em casa! Nós saímos por si

A Junta de Freguesia de Campolide criou o serviço “Campolide vai às compras”, para que não faltem alimentos de primeira necessidade ou medicamentos aos que não podem sair de suas casas para se abastecer. FOTOGRAFIAs: FABIANA übida

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or estes dias, a campainha da porta toca poucas vezes. Não abundam as visitas e deslocações a casa de outra pessoa, com a maioria da população recolhida na sua própria residência, como cautela para a possível contaminação pela Covid 19. Mas para Isabel Cardoso o som da porta não foi uma surpresa: era a equipa da Junta de Freguesia de Campolide (JFC) que lhe trazia as compras pedidas. “Recorri a esse serviço uma vez, estava completamente recolhida em casa, precisamente à espera do resultado de um teste que tinha feito para confirmar se estaria infectada. Felizmente, deu negativo”, explica esta Vizinha, moradora na Rua Vítor Bastos.

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Apesar da idade, 52 anos, Isabel integra um dos grupos de risco, por ter asma e uma doença obstrutiva crónica que lhe afecta a respiração. “Considero que este serviço é uma iniciativa louvável e aconselho os mais idosos a recorrerem a ele, pela sua própria segurança e pela segurança de todos”, acaba por considerar. “O período com maior afluência é no início da semana. De manhã, as pessoas ligam para o número que lhes foi indicado [938 934 090], nós temos uma lista de bens essenciais da qual escolhem o que precisam, e à tarde vamos recolher o dinheiro. No dia seguinte, entregamos as compras e o troco”, explica Cláudia Correia, que está a coordenar este projecto. Na sua equipa, conta com a colaboração fundamental de quatro voluntários, além de um motorista.

ALIMENTOS E MEDICAMENTOS Este serviço foi criado pela JFC como forma de evitar deslocações aos moradores da Freguesia, destinando-se a

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Cláudia Correia

maiores de 65 anos que se reservam em quarentena e aos chamados grupos de risco – doentes oncológicos, grávidas e outros doentes crónicos. Convém salientar que este apoio não deve ser encarado como uma forma de substituir as compras mensais, é um apoio pensado para abranger bens essenciais e de consumo mais imediato, como leite, cereais, alguma carne e peixe congelado, salsichas, feijão e grão, iogurtes, fruta ou produtos de higiene. José António Constantino já recorreu por duas vezes ao serviço, e quando falámos, aguardava a terceira entrega. Em casa desde 11 de Março, reconhece que, pela sua idade, uns animados 75 anos, integra o grupo de risco. E mais vale prevenir, naturalmente. “Vale a pena fazermos agora algum esforço, para conseguirmos sair disto juntos”, testemunha-nos com sapiência. Morador no Bairro da Calçada dos Mestres, João Fernando Pereira conta já com 80 primaveras, na sua maioria, passadas em Campolide. “Vim para cá com quatro anos, depois estive uns anos em Lourenço Marques e regressei”, conta-nos, acrescentando memórias sobre casas, ruas, locais, que deram lugar a outros, desfiando uma memória armazenada ao longo dos anos. “Telefonei para a JFC e correu tudo muito bem, foram extremamente simpáticos e prestáveis. Até tinha algumas receitas para aviar e nem sequer tinha máscara, estava um bocado preocupado, mas resolveram-me tudo”, conta-nos.


ANIMAIS E MEDICAMENTOS Os companheiros de quatro patas não foram esquecidos. Pode encomendar granulado para cães ou gatos e a areia necessária para manter a higiene da caixa dos felinos. O serviço contempla igualmente outro aspecto imprescindível a quem tem a suas saídas vedadas, a entrega de medicamentos, nomeadamente, paracetamol ou outros fármacos que os Vizinhos e Vizinhas estejam a tomar, mediante comprovação com a respectiva receita médica, naturalmente. Manuela Pereira, uma Vizinha de 76 anos, moradora na Rua General Taborda, não esconde a sua satisfação ao destacar como “esta possibilidade veio facilitar bastante a nossa vida, termos as compras sem necessidade de nos expormos”. E, por isso, aproveita esta conversa com o Notícias de Campolide para deixar um apelo a todos os Vizinhos e Vizinhas: “se puderem ficar em casa não saiam, há muitos dias em que vejo as ruas da Freguesia com demasiada gente, para uma situação destas, e são justamente os mais velhos que vejo nas ruas. É um perigo para todos!”.

NOTICÍAS DE CAMPOLIDE

Só nos resta sublinhar estas sábias palavras da nossa Vizinha e salientar que, apesar de todos os apoios institucionais que já foram ou venham a ser criados, uma boa parte do sucesso para ultrapassarmos todos os problemas que nos chegaram, associados à Covid 19 e à sua propagação a nível mundial, dependem da consciência de cada um nos seus actos e da entreajuda em todas as comunidades, que vai revelar-se fundamental. nc.

CAMPOLIDE PASSEIA O CÃO Pelos mesmo dias, a JFC criou também o serviço “Campolide vai passear o cão”, como o nome desvenda, pensado para levar à rua o canídeo dos Vizinhos e Vizinhas com mais de 65 anos, ou afectados por uma doença crónica. Apesar da boa vontade da medida, a solicitação foi bastante diminuta, o que, pensando bem, não surpreende. O passeio do animal de estimação acaba por ser um dos motivos estipulados para sair de casa, além de ser um óptimo pretexto para efectuar os necessários passeios higiénicos, essenciais a quem está a passar tantas horas fechado em casa. Ou seja, por estes dias, a vontade de passear é tão grande por parte dos animais de estimação como dos respectivos donos.

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ÇÃO SOCIAL • C A •

CAMPOLIDe APOIA CUIDAR DO CÉREBRO E DAS EMOÇÕES

Toda esta situação que passamos criou um desconforto generalizado, afectando todos, também na sua dimensão psicológica. “Campolide Apoia” foi a resposta da Junta de Freguesia de Campolide (JFC) neste domínio. FOTOGRAFIA: FABIANA übida

“U

ma das medidas fundamentais é, todos os dias, estar em contacto com outras pessoas, quer seja por telefonema, videochamada ou outro meio”, alerta a psicóloga Raquel Calapez, responsável por esta iniciativa da JFC, que pode ser contactada pelo número 938 934 090, conta com uma página de Facebook (@campolideapoia) e um grupo criado na aplicação Whatsapp. Além desta dinâmica de grupo, há alguns conselhos a ter em conta para manter um equilíbrio mental saudável, como “vestir-se todos os dias, não passar o dia em pijama, não descurar os hábitos de higiene pessoal, ou manter os cuidados com uma alimentação saudável, porque fazemos muito menos exercício físico”, explica-nos esta especialista. “Nestes grupos, há uma partilha de mensagens, pensamentos, imagens e outros elementos que nos ajudam a ultrapassar estes dias difíceis. Em breve, avançaremos para realização de sessões na plataforma Zoom, Quarta-feira à noite mais viradas para os pais e algumas questões da psico-educação, e Sexta-feira à tarde com a intenção de explorar o desenvolvimento pessoal e partilha de emoções”, anuncia a mesma responsável.

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ATENÇÃO AOS MAIS NOVOS Além dos adultos, é importante ter em linha de conta que as crianças também são afectadas por toda esta pressão, pelas notícias que sempre vão ouvindo e vendo e, ainda por cima, muitas vezes com menor capacidade de entendimento que os adultos. “É muito comum algumas delas revelarem sintomas depressivos, alterações no sono, crises de choro, saudades da escola e dos amigos. Os pais devem falar com eles, mas com uma linguagem adequada, para uma criança mais pequena pode explicar-se que há um bi-

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charoco que nos põe doentes e enquanto o bicharoco não for embora temos de ter novas cautelas. Na página Campolide Apoia colocámos um jogo, o Pára o Covid, pensado para os pais jogarem com os seus filhos. Além disso, a Ordem dos Psicólogos, na sua página de Internet, tem disponibilizado excelentes materiais criados para nos ajudar a explicar esta situação aos mais jovens”, acrescenta Raquel Calapez. Esta é uma situação complexa, que afecta a todos, “adultos e crianças, até porque estão sempre juntos, 24h por dia, sete dias por semana” recorda esta técnica de saúde, realçando que “quando há problemas de tensão entre os pais, eles acabam por passar rapidamente para os filhos”. Ou seja, da mesma forma que a pandemia e os efeitos adversos – económicos, sociais, psicológicos – que com ela chegaram, se estenderam a todos, também só em conjunto conseguiremos regressar à vida que deixámos em suspenso. nc.


ÇÃO SOCIAL • C A •

CAMPOLIDE CANTA OS PARABÉNS

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“Campolide Canta os Parabéns” foi o nome escolhido para um projecto da Junta de Freguesia de Campolide (JFC) que leva consolo aos mais idosos num dia fundamental, o do seu aniversário.

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FESTEJAR COM OS VIZINHOS

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FOTOGRAFIAs: FABIANA übida

ificilmente Maria da Glória esquecerá o dia 16 de Abril de 2020, quando completou 74 anos. Eram três e meia da tarde, tocou o telefone. Atendeu, mas não imaginava a surpresa: “Olá Maria da Glória, está em casa? Sim? Sabe quem fala? É o André, da Junta de Freguesia de Campolide”. Mas a surpresa com o contacto do Presidente ainda não se ficaria por ali. “Disse para eu me deslocar à janela que tinham uma surpresa para mim, e eu fui: estava um grupo do outro lado do passeio, e quando eu apareci cantaram-me os parabéns”, recorda, justamente emocionada, esta moradora da Rua D. Carlos Mascarenhas. O que esta Vizinha descreve passou-se no âmbito da iniciativa Campolide Canta os Parabéns, uma ideia extremamente simples mas de uma enorme importância, desenvolvida pela JFC a pensar na sua população com mais de 65 anos. Diariamente, um conjunto de voluntários e trabalhadores da JFC vão a casa de Vizinhos e Vizinhas aniver-

sariantes cantar os parabéns e deixar-lhes uma pequena oferta. “Levamos-lhes um cabaz com legumes, fruta, produtos de higiene, massa e arroz. É uma forma de combater o isolamento e o Parabéns a Você é uma surpresa que não deixa ninguém indiferente”, conta-nos Sofia Teixeira, coordenadora deste projecto. Ao mesmo tempo, esta deslocação “aproveita a necessidade de todos fazermos um pequeno passeio higiénico, no caso dos voluntários, esta deslocação cumpre essa função”, acrescenta. Para a selecção dos festejados, procedeu-se a um levantamento dos aniversariantes seniores dos meses de Abril e Maio. Tudo é preparado com um número controlado de pessoas em cada acção, o respeito pelas regras de segurança e tendo em conta a proximidade entre a morada do voluntário e a do aniversariante.

UM DIA INESQUECÍVEL Luciano Nunes também festejou o seu aniversário, completando as 70

primaveras a 15 de Abril deste ano. Em recolhimento com a mulher, com a perfeita noção de que integram o grupo de risco e o resguardo em casa é a melhor opção para continuarem saudáveis, também foram visitados pela comitiva festiva. “Telefonaram para cá a perguntar se podiam trazer um miminho, eu disse que sim, e eles cá vieram, recebemos a encomenda pela escada”, explica este Vizinho, morador num terceiro andar da Rua de Campolide. Uma coisa nos assegura de imediato: “foi muito giro e é uma data que vai ficar na minha recordação”. De facto, este é um projecto cuja evidente utilidade surge acompanhada da sua originalidade porque, se todos já recebemos os parabéns de amigos e familiares, estando até com eles, em situação normal, num tempo de reclusão forçada, receber essa lembrança da vizinhança ajuda a realçar a pertença numa comunidade e estabelece cumplicidades de solidariedade que sairão reforçadas quando tudo nc. isto terminar.

NOTICÍAS DE CAMPOLIDE

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• APOIO •

ALIMENTo X ENSINO

ALIMENTAR O CORPO E A VONTADE DE APRENDER A importância das refeições escolares servidas pela Junta de Freguesia de Campolide não se esgota nas crianças. Face às necessidades, este apoio em tempo de pandemia foi estendido aos familiares. Mas é preciso alimentar também o espírito, manter a aprendizagem das crianças. O ensino à distância foi uma das grandes surpresas deste ano. FOTOGRAFIAs: FABIANA übida

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em todas as pessoas têm consciência da importância da alimentação servida nas escolas. Para muitos, não se trata apenas de manter padrões de consumo alimentar saudáveis, mas pode mesmo fazer uma diferença radical ao assegurar que o aluno consegue estudar com o estômago confortado. E, por vezes, esse conforto oferecido estende-se aos adultos mais próximos.

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Por isso, apesar do encerramento das escolas, as refeições fornecidas pela Junta de Freguesia de Campolide (JFC) aos alunos continuaram sempre a ser entregues, cientes da importância destes alimentos, em especial para as famílias mais carenciadas, ou até mesmo fragilizadas justamente pela conjuntura de perda de rendimentos que toda esta situação implicou. “Desde que tudo isto começou, percebemos que seria importante os alunos continuarem a receber as refeições, sabemos que muitas pessoas vivem com dificuldades e a falta daquela comida ia fazer-se sentir”, alerta Bruno Gonzalez, membro do

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Executivo da JFC com a responsabilidade dos pelouros da Educação e do Desporto. E prossegue no desfilar das suas preocupações, dando conta de como a necessidade desta comida passou a estender-se não só aos alunos, mas ao seu círculo familiar. Enquanto falamos com a equipa, já há várias pessoas à espera, junto ao gradeamento da Escola Básica Mestre Querubim Lapa (EBMQL). Com alguma rapidez, de forma concertada entre si, vários pares de mãos recebem os sacos, separam os alimentam, preparam as entregas. “Continuámos sempre a entregar um kit com as refeições dos alunos do 1º ao 4º ano, nos escalões sociais A, B e, em alguns casos, C. Além disso, estamos a apoiar também famílias sinalizadas pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que recebem um kit familiar. Neste momento, entregamos 16 kits Escola (uma refeição diária) e 42 exemplares do Kit Social (duas refeições para o agregado familiar)”, explica-nos Filipa Alegre, coordenadora do Departamento de Restauração da Junta de Freguesia de Campolide.

Aumento de inscrições As inscrições são feitas na JFC, que sinaliza as famílias alheias à escola envolvidas neste processo. E os professores, conhecedores da realidade com que se deparam diariamente, também fizeram alguns contactos adicionais. Para que se tenha uma ideia da importância deste apoio, a 25 de Março eram apenas 29, número que subiu para 31 no último dia do mês e chegou aos 117 a 20 de Abril. Quando registámos os dados para este artigo, eram já 150, os Vizinhos e Vizinhas que beneficiavam destas refeições mesmo sem serem familiares de nenhum estudante abrangido. “houve muitas situações que pioraram, envolvendo pais e irmãos dos alunos”, reconhece Filipa Alegre. Carlos Alves, figura bem conhecida em Campolide, rapidamente se juntou à equipa, começando a colaborar nesta iniciativa. “não podia ficar em casa, sem nada fazer”, desabafa. Criado no Bairro da Liberdade, é um membro muito activo do Grupo Comunitário Liberdade/Serafina, e parceiro do


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projecto Ao Tarujo Eu Vou!. Explora um talhão nas hortas comunitárias que partilha semanalmente com cerca de 60 alunos da Escola Marquesa de Alorna, em situação de vulnerabilidade, com o objectivo de prevenir comportamentos de risco e trabalhar a inclusão. “Estou muito ligado a eles, é muito difícil não poder estar com esses miúdos durante este período”, confessa, com voz sentida.

Ensino à distância

Convém referir que a ementa destas refeições é distinta da que era servida nas escolas. O Kit Escola contempla três pães, um queijo creme, um doce individual ou manteiga para barrar, duas peças de fruta e um leite ou iogurte. Já o Kit familiar integra, para cada membro do agregado familiar, duas refeições completas, pequeno almoço e lanche, além de três peças de fruta.

Nos casos em que o aluno não tenha acesso a Internet, “uma vez por semana o professor imprime os trabalhos e os pais vêm buscar à escola”. Cada um desses casos é acompanhado por um professor que serve de tutor; explica-nos, e enunciando como “os professores fazem a ponte entre os conteúdos da telescola e o programa, que podem estar em momentos diferentes

da aprendizagem”. Além disso, “quase diariamente, os professores falam com os alunos por Zoom ou outras plataformas da Internet”. No universo dos 180 alunos desta escola, registaram-se cerca de 15 casos, de alunos vítimas dessa infoexclusão. Apesar do trabalho acrescido e da necessidade constante de adaptação a estes novos meios, a directora da EBMQL mostra-se satisfeita com os primeiros resultados: “os alunos empenharam-se para ultrapassar barreiras, obstáculos, e até já estão a apresentar projectos deles”. Toda esta conjuntura demonstrou a centralidade que a escola desempenha nas nossas vidas, não só do ponto de vista da formação e auxílio na construção da personalidade das crianças e jovens, mas igualmente como pólo agregador de uma comunidade, espelhando as dificuldades, mas também as oportunidades e a vontade colectiva das famílias que ali se vêem representadas nos cidadãos do futuro. nc.

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NOTICÍAS DE CAMPOLIDE

Os kits são levantados diariamente na EBMQL, de Segunda a Sexta-feira, o dia em que recebem os de Sábado e Domingo. Quando um feriado calha à Sexta-feira, a entrega dos últimos dias é feita no Sábado de manhã, para as refeições manterem as qualidades necessárias.

Apesar de encerradas as escolas, os professores e os alunos continuaram no seu posto, agora à distância. Em poucas semanas, as aulas começaram a ser dadas pelo computador, pelo tablet, por e-mail. “É tudo novo para todos e o período de adaptação foi muito intenso”, explica Maria Jorge, a directora da EBMQL, com alunos do 1º ao 4º ano. Neste momento, “a estrutura principal está montada, houve muito trabalho e uma excelente colaboração entre os professores, mas há dificuldades, até porque, no que respeita à literacia digital, não estamos todos ao mesmo nível”, acrescenta esta experiente docente.

R LO S A LV ES


IENE URBANA G I H •

Limpar é salvar vidas AS RUAS DE CAMPOLIDE

A higiene e a limpeza das ruas e espaços públicos de Campolide foram preocupações essenciais durante o Estado de Emergência. A junção de três departamentos permitiu optimizar meios. FOTOGRAFIAs: FABIANA übida

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ada a natureza da pandemia, a Junta de Freguesia de Campolide (JFC) teve uma preocupação constante com a limpeza dos espaços públicos onde todos nos cruzamos.

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Por outro lado, a elevada possibilidade de contaminação levou a tomar medidas logísticas, nomeadamente, a fusão de três departamentos da JFC, Higiene Urbana, Espaços Verdes e Espaço Público, de forma a ser possível assegurar a disponibilidade constante de elementos operacionais nas ruas, mesmo em caso de contaminação de alguns deles. “Por ser um serviço essencial, tivemos de salvaguardar que estaria sempre a funcionar. O objectivo da fusão dos departamentos permite-nos ter sempre equipas no activo e outros elementos de resguardo”, explica Joana Lousada, coordenadora do Departamento de Higiene Urbana. No que diz respeito à Higiene Urbana, o trabalho está a ser assegura-

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do “diariamente por 25 funcionários, divididos em 3 equipas: 2 diurnas, a partir dos postos do Alto de Campolide e Serafina, e 1 nocturna. Na semana seguinte estes elementos ficam em casa e são substituídos por outras 3 equipas, que se encontram actualmente em casa.".

DESINFECÇÃO EM PRIMEIRO LUGAR Apesar de a equipa da JFC continuar a assegurar os trabalhos de varredura e o despejo de papeleiras, o cerne da actividade passou pela desinfecção do espaço público: mobiliário urbano, nomeadamente de paragens de autocarro, papeleiras, ecopontos, corrimões, bancos e espaços públicos onde se juntam ou circulam mais pessoas, como supermercados, farmácias e restaurantes em regime de take-away. Apesar do desinfectante utilizado, constituído à base de hipoclorito de sódio, não representar risco alto de toxicidade para humanos ou animais, apelamos ao cuidado na circulação nas zonas desinfectadas, no momento imediato à sua pulverização.

Com a suspensão da recolha de monos (colchões, cadeiras, móveis e outros) ou de objectos largados em torno dos ecopontos, habitualmente asseguradas pela Câmara Municipal de Lisboa, a JFC viu essa necessidade emergir. “Naturalmente, todo este processo tem de ser levado a cabo com todas as preocupações sanitárias necessárias à manutenção da saúde dos nossos trabalhadores”, realça a responsável. O equipamento destes trabalhadores passou assim a incorporar gel para limpeza constante, máscaras, viseiras e luvas. As instalações onde vestem as roupas de trabalho e de onde voltam a sair com a sua própria indumentária, após um banho no final do seu turno, são igualmente alvo de uma intervenção diária rigorosa e completa, assegurando a manutenção de uma zona segura, adequada a quem está diariamente exposto a riscos de contaminação. nc.


• A RUA ONDE MORO •

RUA SOARES DOS REIS O ESCULTOR QUE ENTRISTECEU

E

Primeiro elogiado, depois acossado por adversários, o escultor Soares dos Reis foi um importante pedagogo e um renovador artista. e escultura. Estudou em Paris e Roma, de onde traz, em 1872, ainda inacabada, a escultura O Desterrado. É nomeado Académico de Mérito, primeiro da Academia do Porto, depois pela Academia de Belas Artes de Lisboa. A primeira grande consagração internacional é uma Menção honrosa, na Exposição Universal de Paris de 1878.

Acusações ao artista Aí, começam os ataques. Soares dos Reis é acusado de plágio, mais tarde, dir-se-á mesmo que não era ele o autor de O Desterrado, acusações que o abalaram para sempre. Apesar disso, a obra obtém uma medalha de ouro em Madrid, em 1881, e o escultor é agraciado com o Grau de Cavaleiro da Ordem de Carlos III. Entre os seus trabalhos mais importantes, estão a estátua do Conde de Ferreira (1876), de D. Afonso Henriques (1887), de Brotero (1888), os retratos de Hintze Ribeiro, Correia de Barros e Fontes Pereira de

Melo e os bustos da viscondessa de Moser (1884) e da Inglesa (1887), além do Cristo Crucificado (1877), um marco na escultura religiosa de carácter naturalista. Em 1885, casa com Amélia Macedo. Dedicado à divulgação da escultura, leccionou nos cursos nocturnos do Centro Artístico Portuense, que ele mesmo criou. Pretendia renovar o ensino da escultura, mas tinha a oposição de várias figuras notáveis da época. Toda essa conjuntura, aliada a um carácter depressivo, levam-no a abandonar o Centro Artístico Portuense, em 1887. Dois anos depois pôs fim a tudo, suicidando-se no seu atelier em Vila Nova de Gaia, com um tiro na cabeça. Na parede branca atrás de si, escreveu as últimas palavras: “Sou cristão, porém, nestas condições, a vida para mim é insuportável. Peço perdão a quem ofendi injustamente, mas não nc. perdoo a quem me fez mal”.

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NOTICÍAS DE CAMPOLIDE

scultor de nomeada e docente respeitado, Soares dos Reis é um dos nomes fundamentais da Arte portuguesa. Três das suas obras mais importantes podem ser vistas em Lisboa: O pintor Marques de Oliveira, A riqueza e a sua obra maior, O Desterrado. Aliás, foi uma desconfiança crescente sobre a autoridade desta última a ditar o desfecho da sua vida. António Manuel Soares dos Reis nasceu em Mafamude, Vila Nova de Gaia, a 14 de Outubro de 1847. Foi educado pelo pai, tendeiro, mas desde cedo era visível uma vocação artística: até nos embrulhos das encomendas desenhava, além dos bonecos e santinhos que talhava obsessivamente em madeira. Os artistas Francisco de Resende e Diogo de Macedo (este, seu vizinho) convenceram o pai e o jovem António rumou à Academia Portuense de Belas Artes. Concluiu o curso em 1866, com vários prémios em desenho, arquitetura


Januário Costa

Fátima Lopes

NTEs NOSSAs• • GE

Os dias do confinamento

F

Depoimentos de vários Vizinhos e Vizinhas sobre este período.

alámos com alguns Vizinhos e Vizinhas, perguntando como foram estes dias, estranhos e inesperados. Para a memória futura de Campolide.

• Januário Costa

Almada, de António da Costa Neves.

• Fátima Lopes

Uma das mais carismáticas e animadas figuras de Campolide, a “Tia” Fátima Lopes, não esconde que foi complicado: “tinha acabado de ter uma crise de ciática e como sou asmática, doente cardíaca e diabética, pertenço ao grupo de alto risco”. A reclusão não foi fácil, “não sou passarinho de gaiola”, confessa, com o humor que lhe resta. A filha, a trabalhar num supermercado, que “chegou a fazer o teste” mantinha-se na linha da frente dos que trabalharam para que o

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“A fase mais complicada foi mesmo quando isto apareceu de surpresa, depois acabei por me adaptar. A gente tem de adaptar-se, senão estamos tramados”, considera Januário Gomes Costa, o rosto da Associação de Reformados e Pensionistas de Campolide. Aliás, quando falou

connosco, todas as suas preocupações prendiam-se com a Associação e o cancelamento das actividades previstas. “Muito em breve a direcção vai ter uma reunião para percebermos como vai ser com as férias, muita gente já tinha pago, tenho de ir ao banco…” vai explicando pormenorizadamente, com o rigor com que sempre geriu a colectividade. Apaixonado pela leitura sobre História, de Lisboa em particular, desde que começou a pandemia já ia no terceiro livro, agora rendido a Quando Lisboa Tremeu, de Domingos Amaral, depois de O Implacável Cerco de

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Luísa Coimbra

Eládio Clímaco


Fernando Alvim

país não parasse, enquanto distraía as saudades dos netos por videochamada.

TRABALHO: PARAR OU CONTINUAR? • Luísa Coimbra

Luísa Coimbra tem o seu salão de cabeleireiro na Rua de Campolide e viu o seu negócio parar durante o período em que vigorou o Estado de Emergência. “Foi um enorme stress e um grande problema estar com a porta fechada, lidar com a angústia de não saber quando acabava, um motivo de ansiedade”, explica-nos, acrescentando que quase não saiu “desde 18 de Março”. Com uma criança de oito anos em casa, não foi fácil contornar “o seu estado de espírito e ainda por cima a ter aulas à distância”, confessa. Agora, é tempo “de esperança, esperando que cada pessoa cumpra o seu papel, para que isto não ande tudo para trás”. Ao princípio será estranho, mas depois se encarrilha, “porque somos um povo de hábitos”.

• Eládio Clímaco

QUEM NUNCA PAROU • Salvador Nogueira

Já o café Doce Belo, na Rua de Campolide, nunca fechou e serviu comida para fora. “Só estive duas semanas em casa e foram um autêntico inferno, sentia falta da vida, do quotidiano”, desabafa Salvador Nogueira, empregado de mesa, bem conhecido por todos na Freguesia, também pela concertina que toca em festas e encontros. Confinado em casa, com o filho, em teletrabalho, e a mulher a ir trabalhar duas ou três vezes por semana, “ia levá-la e buscá-la para não ir de transportes, e servia de motivo para sair um bocadinho, também”. A tendência parece ter ficado, “há mais gente a vir buscar comida, as pessoas têm algum medo”, reconhece. Por isso, quanto ao futuro, mostra alguma preocupação: “ainda vai levar bastante tempo até que isto volte ao normal”.

nos faz mais falta são as pessoas, sem elas o mundo não teria grande interesse”, reflecte Fernando Alvim, radialista e apresentador de televisão. Os tempos que se avizinham “serão uma óptima fonte de estudo, não faço ideia de que como serão, mas acho que todos passámos a valorizar mais a possibilidade de estarmos com os outros, espero que as pessoas fiquem mais unidas”, confidencia-nos o DJ residente do arraial Santos à Campolide. Homem da Comunicação, utilizador dos modernos aparelhos, deixa-nos uma pergunta bem actual: “e se tudo isto tivesse acontecido numa era em que não havia Internet? É que nós estivemos em isolamento físico, mas poucos estiveram verdadeiramente em nc. isolamento social”.

• Fernando Alvim

E há quem tenha lidado bem com o facto de estar sozinho em casa. “Passei os meus dias, basicamente isolado, e cheguei à conclusão que sou um animal que se dá muito bem em cativeiro. Pensei que me fosse custar muito mais. Mas cheguei a outra conclusão, o que

NOTICÍAS DE CAMPOLIDE

Quando, há anos, Eládio Clímaco apresentava semanalmente o Jogos sem Fronteiras, estava longe de imaginar este mundo enclausurado. “Apesar de tudo, lidei com a situação com muita consciência, percebi de início que a coisa era séria e levei tudo muito a sério”, diz-nos o antigo apresentador da RTP. Além disso, é necessário pensar nos outros. “Tenho a meu cargo uma pessoa de 85 anos, deficiente, que entrou em de-

pressão por não poder sair. Para pessoas já com uma certa idade é ainda mais difícil”, admite. Por tudo isso, no primeiro dia de desconfinamento, o simples facto de ver o café habitual aberto fez diferença: “foi uma sensação de alívio, foi como um brinde para mim”.

Salvador Nogueira

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OJA ONDE VOU L • A

A Panificadora de Campolide

O PÃO QUE A ESPERANÇA AMASSOU É o símbolo da alimentação e o local onde se vende é um dos pontos de encontro do bairro. Na Panificadora de Campolide vende-se pão, acompanhado de muita solidariedade.

U

ma Vizinha leva-lhe um cafezinho, desculpa para uma pausa quase momentânea. Com famílias inteiras em casa, o negócio até prosperou, como explica Isabel Monteiro, o rosto da Panificadora de Campolide. Primeiro na Rua General Taborda, durante 15 anos, agora, há dois, na rua que baptizou a Freguesia.

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Isabel tem tido um papel importante durante a pandemia que nos assolou. Em cima do balcão vemos um pote de vidro, com dinheiro. A quantia, variável, resulta dos trocos não reclamados e oferecidos para a sua nova função, apoiar quem precisa e assegurar que ninguém fica sem pão. “As pessoas muitas vezes deixavam o troco, são moedas pequenas, a pressa é muita, lembrei-me de arranjar um recipiente para podermos dar a quem precisa. Há pessoas que têm de escolher entre comprar comida ou os medicamentos”, desabafa. “Conheço toda a gente e toda gente me conhece. Toda a gente fala comigo, pedem-me conselhos, sou psicóloga, sou quase mãe de alguns…”, comenta com um sorriso que tem por função desanuviar a dureza do quotidiano. Há vizinhas que ajudam a levar o saco do pão a quem precisa, pessoas que estão acamadas ou não podem sair por causa do vírus. Hábitos só possíveis em ambiente bairrista, de contornos tradicionais, como “em Campolide, onde as pessoas são muito unidas”, assegura a conversadora Isabel.

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FOTOGRAFIA: FABIANA übida

Com 70 anos já vividos, também mora na freguesia, com “o marido, três cães e o papagaio”, como explica divertida. Olhamos as prateleiras. Carcaças, bolinhas, padeirinhas, pão de Mafra, saloio, de centeio, broa de milho, variantes de alentejano, pão de forma e uma secção de doces onde se destacam os fofinhos pães-de-leite, biscoitos de chocolate com recheio de morango (vulgarmente conhecidos como húngaros) ou as incontornáveis e suculentas bolas-de-berlim. Com um marido asmático, Isabel tem perfeita consciência da perigosidade destes dias e ralha com alguns clientes, que ali surgem sem máscara. Afinal, Isabel faz parte da linha dura do bairro, operários do dia-a-dia que nunca baixaram os braços e asseguraram que nada nos faltasse durante dias tão estranhos como assustadores. E tudo isto com muito boa disposição. Uma senhora pergunta quando abrirá o cabeleireiro. Isabel não sabe, mas acrescenta na resposta: “deixa lá, o marido já não a deixa…”, com uma rápida gargalhada a pontuar. Na parede, um pequeno cartaz parece confirmar tudo isto: nc. “Tarefa do Dia: Ser feliz”. E é para cumprir!

Panificadora de Campolide Rua de Campolide, 107 B 2ª a 6ª Feira – 7h10 às 12h45 e 17h00 às 19h00 Sábado 7h10 às 13h00 Telefone: 931 306 754


11 a 29 de MAIO SEMANA 1 SEMANA 2 SEMANA 3 SEMANA 4 SEMANA 5 SEMANA 6 SEMANA 7 SEMANA 8 SEMANA 9 -

29 de Junho a 03 de Julho 06 a 10 de Julho 13 a 17 de Julho 20 a 24 de Julho 27 a 31 Julho 03 a 07 de Agosto 10 a 14 de Agosto 17 a 21 de Agosto 24 a 28 de Agosto

01 a 05 de JUNHO

INSCRIÇÕES PRESENCIAIS COM MARCAÇÃO PRÉVIA ATRAVÉS DO TEL: 213884607 Datas: 11 de Maio a 05 de Junho Horário: 10h00 às 12h00 e das 14h00 às 16h00

INSCRIÇÕES POR EMAIL:

DOCUMENTOS A ENVIAR PARA O EMAIL:

vamos.aventura@jf-campolide.pt

- Ficha de Inscrição devidamente preenchida - Comprovativo de Escalão - Declaração da Entidade Patronal (participantes que os pais estejam a trabalhar no período das férias têm prioridade na inscrição).


RIEDAD E • OLIDA S •

Comunidade Islâmica

O CULTO DA SOLIDARIEDADE A Mesquita de Lisboa acolheu emigrantes para fazerem testes de despistagem de Covid-19 ou em quarentena. Além disso, juntou-se uma vez mais à Junta de Freguesia de Campolide no combate à fome. FOTOGRAFIAs: FABIANA übida

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stamos no centro do edifício mais imponente da Av. José Malhoa, no magnífico pátio interior, a céu aberto. Rodeados de silêncio, é difícil reconhecer naquela construção o local de culto que até há meses recebia os seus crentes abundantemente. As orações islâmicas têm lugar várias vezes ao longo do dia, pelo que, em situação normal, um templo caracteriza-se pela entrada e saída constante de pessoas, um espaço que acaba por ser, inevitavelmente, ponto de encontro e convívio. Desde que começou o Estado de Emergência, a mesquita está encerrada. Quando foi necessário encontrar locais com condições para rastreamento e acolhimento de cidadãos refugiados que aguardam resultados de teste à contaminação, a Comunidade Islâmica de Lisboa (CIL) disponibilizou o seu templo, visto ter instalações anexas com as condições necessárias.

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“O papel da Mesquita de Lisboa tem sido de grande preocupação com toda esta situação e as dificuldades acrescidas que ela trouxe para os mais carenciados. Temos procurado de diversas formas colaborar com as autoridades, na medida das nossas possibilidades”, explica-nos Mahomed Abed, o vice-presidente da CIL.

Um Ramadão solitário “Naturalmente toda esta situação teve um grande impacto, ainda por cima apanhou a época do Ramadão, o que aumentou ainda mais a frustração. Por estes dias, o Sheik David Munir, o imã da Mesquita, faz as suas orações aqui, absolutamente sozinho”, relata-nos Abed, pausadamente. O Ramadão implica jejum, quebrado em conjunto uma vez por dia, a seguir ao pôr-do-sol, parca refeição que se designa por Iftar e é consumida na Mesquita. Excepto este ano, claro está.

Abed reconhece que “estes tempos vieram demonstrar que a única forma de passar por dificuldades como estas é através da solidariedade” e recorda que “há vários anos que a CIL promove iniciativas como a distribuição regular de alimentação aos sem-abrigo, um almoço de Natal para os carenciados, ou a iniciativa Sopa para Todos, desde 2010”. Nesta crise não foi excepção, a CIL doou importantes quantidades de alimentos para ajudar a combater as dificuldades da população mais afectada em Campolide, Freguesia com a qual colabora diversas vezes. “Quando a tragédia bate à porta não olha à condição social, ao género ou à religião, afecta a todos por igual. Mas temos de ter esperança e, essencialmente, fé”, afirma Abed, com um sorriso cordato nc. a sublinhar as palavras.


ÇÃO SOCIAL • • AC

CELEIRO SOLIDÁRIO AMIGOS DE CAMPOLIDE

A pandemia causada pela Covid-19 teve consequências gravíssimas no tecido social mais fragilizado. Os doadores parceiros do Celeiro Solidário foram fundamentais, para que a Junta de Freguesia de Campolide pudesse entregar alimentos essenciais.

Q

FOTOGRAFIAs: FABIANA übida

uem foi colocado em lay-off, perdendo parte do rendimento, perdeu mesmo o emprego, ou ficou impedido de exercer o seu trabalho, viu-se numa situação bastante complicada, e a compra de alimentos foi um dos aspectos imediatamente afectados. “Desde que isto começou temos recebido um aumento médio de dez famílias a cada semana, nos apoios que damos com o Celeiro Solidário”, realça Sofia Martins, à frente deste serviço da Junta de Freguesia de Campolide (JFC) que, durante o Estado de Emergência, se tornou essencial e viu crescer largamente o número de famílias necessitadas de apoio.

Alimentação e higiene “Os cabazes incluem comida confeccionada, leite, fruta, legumes e pão, além de uma entrega mensal de produtos de limpeza e higiene pessoal. Diariamente fazemos 20 entregas e há cerca de 40 famílias que vêm aqui levantar um cabaz de alimentos. Muitas delas, agora estão com crianças em casa. Para muitos, a perda de trabalho foi um chão que lhes fugiu dos pés e há situações que, se já eram complicadas, com tudo isto tornaram-se desesperantes”, explica-nos Sofia Martins. Apesar da aparente calma que atravessava as ruas, por estes dias, o ritmo de trabalho nas instituições que continuaram a trabalhar aumentou rapidamente de intensidade e o Celeiro Solidário não foi excepção. “Toda a equipa tem sido fantástica e só assim conseguiríamos fazer aquilo que fizemos durante este período. Mas sabemos que foi importante”, resume Sofia. nc.

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NOTICÍAS DE CAMPOLIDE

Fundamental em todo este processo, para que a JFC pudesse dar uma resposta adequada aos seus Vizinhos e Vizinhas, foi a actuação dos doadores, parceiros nesta iniciativa, e que até aumentaram as suas ofertas, permitindo ir ao encontro das necessidades básicas das famílias mais desprotegidas. Baloicinho, Casa da Índia, Pão de Açúcar, Pingo Doce, Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Caixa Agrícola e Unilever, são os grandes responsáveis pelo aumento da capacidade de resposta da JFC. O Hotel Ritz era também um parceiro fixo, contribuindo com ofertas regulares, mas com a chegada da pandemia e consequente esvaziamento do sector hoteleiro para níveis próximos do zero, viu-se obrigado a fechar.

A estes parceiros junta-se o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, com a iniciativa Mercado Solidário, traduzido numa oferta semanal de frutas e legumes frescos, alimentos essenciais para a manutenção de uma dieta saudável, ou a Mesquita de Lisboa, que avançou com a entrega de cinquenta cabazes compostos por produtos não perecíveis.


BREVES MAIO/JUNHO 2020 IRS Apoio ao preenchimento e entrega do IRS

cisassem neste período, demonstrando a preocupação que temos com estas instituições e os seus utentes.

COMEMORAÇÃO Entrega de cravos 25 de Abril Os cravos são um dos símbolos da Revolução de Abril. Este ano tivemos que celebrar esta data de forma diferente, mas não a deixámos esquecida. Distribuímos cravos pelo comércio local e fomos, como sempre, bem-recebidos.

Os contribuintes devem entregar, até 30 de Junho, no Portal das Finanças, a declaração de rendimentos (IRS) referente ao ano de 2019 ou confirmar a declaração automática de rendimentos. A Junta de Freguesia de Campolide, à semelhança de anos anteriores, disponibiliza atendimento para apoio na entrega das declarações do IRS/2019, nos meses de Maio e Junho de 2020, mediante inscrição prévia, pelo contacto 213 884 607, das 10h00 às 16h00. Devido à pandemia da Covid-19, esse atendimento poderá ser feito presencialmente (com marcação) ou deixando a documentação, para inserção dos elementos por pessoa credenciada para o efeito. Este serviço funcionará às: 2ªs feiras – das 15h00 às 17h00 3ªs feiras – das 10h00 às 13h00 NOTA: A senha de acesso ao portal das Finanças pode demorar cerca de 5 dias a ser disponibilizada. Peça-a atempadamente.

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ACÇÃO SOCIAL Entrega de cabazes nos lares de terceira idade No início de Abril, a JFC visitou os seis lares de terceira idade de Campolide. Levou abraços na forma de cabazes de alimentos e artigos de higiene, bem como a disponibilização do Fundo de Emergência Social, para tudo o que pre-

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EM DIRECTO Regresso dos directos No passado dia 9 de Abril, o Presidente da JFC, André Couto, regressou aos Directos para discutir Campolide e Lisboa. Higiene Urbana e Acção Social, em tempos da Covid-19, mas também intervenções no Espaço Público, foram tema de conversa, bem como outros do interesse dos Vizinhos e Vizinhas, com a certeza que nenhuma questão fica por responder. Todas as 5ªa feiras (às 11h00 ou às 21h00, alternadamente) aguardamos a vossa participação na sua página de Facebook André Couto, podendo também deixar as questões previamente. www.facebook.com/andre.ndac

ACÇÃO SOCIAL Semear o Futuro E7G Apoio ao estudo O projecto Semear o Futuro E7G, promovido pela Junta de Freguesia de Campolide e gerido pela Associação Viver Campolide, realiza actividades diárias de apoio ao estudo com crianças e jovens. Apesar de, no âmbito do Plano de Contingência do surto Coronavírus, o projecto ter as suas actividades presenciais suspensas, o apoio ocorre virtualmente, através de salas de estudo criadas por ano de escolaridade e por turma, no WhatsApp e no Instagram. O trabalho continua a ser possível, sobretudo devido à criatividade tanto dos participantes, como da equipa! Esta actividade desenvolve-se com o apoio do Agrupamento de Escolas Marquesa de Alorna, com quem o projecto se tem vindo a articular para ser possível receber os trabalhos e enviá-los às crianças e jovens.


CONTACTOS ÚTEIS JUNTA DE FREGUESIA DE CAMPOLIDE Balneário Público da Serafina Pavilhão Polidesportivo de Campolide Casa dos Animais (Canil/Gatil)

UNIVERSIDADE SÉNIOR Entrega da Sebenta da Quarentena aos alunos da Universidade Sénior Mais um projecto, através do qual mantivemos em funcionamento a nossa Universidade Sénior. O trabalho de 40 artistas que fizeram a Sebenta da Quarentena, foi distribuído pelos nossos mais velhos, fazendo toda a diferença. Pode saber mais sobre o projecto em: facebook.com/sebentadaquarentena/ E está disponível para download no site da JFC - www.jf-campolide.pt

213 884 607 211 979 931 913 882 896 218 172 300

SAÚDE Centro de Saúde de Sete Rios Hospital de Santa Maria

217 211 800 217 805 000

POLÍCIA - BOMBEIROS 21ª Esquadra da PSP (Palácio da Justiça)

213 858 817

3ª Divisão da PSP de Benfica

217 142 526

37ª Esquadra da PSP (Bairro da Serafina)

213 858 346

Polícia Municipal de Lisboa

217 225 200

Bombeiros Sapadores de Lisboa

808 215 215

Comissão Protecção de Crianças e Jovens

217 102 600

HIGIENE - LIMPEZAS HIGIENE URBANA Recolha de ‘Monos’ (CML)

808 203 232

HIGIENE URBANA Entrega Contentores (CML)

808 203 232

Posto de Limpeza de Campolide Posto de Limpeza da Serafina

211 328 237 211 328 929

DIVERSOS

ELÉCTRICO 24 2º aniversário

707 210 220 213 500 115 213 500 115 707 205 700 707 127 127 214 357 472

EPAL - Faltas de Água

800 222 425

EPAL - Comunicação de Roturas na Via Pública

800 201 600 NOTICÍAS DE CAMPOLIDE

Foi a 24 de Abril de 2018 que o eléctrico 24 voltou a arrancar. A história desta carreira é longa, tendo sido em 1905 que o 24 saiu à rua pela primeira vez. Em 1995 a carreira foi suspensa e 23 anos depois, saiu da Praça de Campolide, circulando pela Rua das Amoreiras, Rua da Escola Politécnica, Praça do Príncipe Real, Rua D. Pedro V, Rua São Pedro de Alcântara, Rua da Misericórdia e Praça Luís de Camões. No âmbito do plano de contingência Covid-19, este serviço esteve temporariamente suspenso e retomado a 18 de Maio de 2020.

CP CARRIS METRO TAP FERTAGUS VIMECA

Fiquei sem eletricidade. O que devo fazer? Primeiro, tente identificar a origem da falha. Verifique se existe luz na rua, se os vizinhos têm luz, se tem os pagamentos em dia ou se algum equipamento fez "disparar" o disjuntor/quadro. Caso não encontre o problema, ligue: 808 100 100 (EDP Distribuição)

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ATENDIMENTO AO PÚBLICO • ATENDIMENTO GERAL • ATESTADOS • ATENDIMENTO SOCIAL • APOIO A CANDIDATURAS DE HABITAÇÃO SOCIAL

• AUTENTICAÇÃO DE FOTOCÓPIAS • HABITAÇÃO - OBRAS • LICENCIAMENTOS • REGISTO DE CANÍDEOS • TESOURARIA

• APOIO JURÍDICO* Por marcação prévia. Atendimento telefónico, não-presencial na data agendada.

ATENDIMENTO

ESTAMOS À DISTÂNCIA DE UM TOQUE! Durante a crise epidémica COVID-19 o atendimento presencial da Junta de Freguesia de Campolide está limitado a contactos e serviços indispensáveis e sujeito a marcação prévia. O atendimento por marcação é um serviço que permite o agendamento do atendimento em dia e hora previamente definidos e pode ser feito por telefone ou por email.

TELEFONE

213 884 607 2ª a 6ª feira das 09h30 às 12h30 das 13h00 às 16h00

E-MAIL

• Quando se deslocar ao Serviço de Atendimento da Junta de Freguesia de Campolide é obrigatório o uso de máscara; • Deve chegar com antecedência de 15 minutos da hora marcada para assegurar que é atendido; • Mantenha a distância de segurança de 2 metros; • A ordem de atendimento é feita pela hora de mar-

geral@jf-campolide.pt

cação e não pela ordem de chegada ao Serviço de Atendimento; • Em caso de cancelamento agradecemos que nos informe através do mesmo canal pelo qual efectuou a marcação. Desta forma é possível a prestação de um serviço eficaz para si e para todos os nossos Vizinhos e Vizinhas.


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