UMA NOVA PERSPECTIVA DE ENCONTRO CASA DE CULTURA DO YBITATÁ
Universidade São Judas Tadeu Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - FAU USJT Trabalho Final de Graduação
Jhéssica Weysen dos Santos Xavier RA: 201212345 Orientador: Prof. José Francisco Xavier Magalhães
Novembro de 2016
RESUMO
O presente Trabalho de Final de Graduação consiste na análise urbana do potencial de transfor-
mação na região oeste de São Paulo, acarretando na escolha do objeto de estudo que visa tratar do contexto econômico e sociocultural presente na Casa de Cultura do Butantã, a fim de demonstrar a importância da apropriação desse espaço público e dos mecanismos socioculturais que promove a consciência de si mesmos e do coletivo através da troca de experiências entre diversos públicos. A Casa de Cultura do Butantã está inserida em uma área privilegiada devido à proximidade com
o futuro Terminal Multimodal Vila Sônia e a sua consequente centralidade, no entanto, o equipamento cultural encontra-se defasado, tornando-se o principal objeto de intervenção com o objetivo de propor uma nova perspectiva de encontro que visa valorizar o espaço urbano e a integração social.
4
SUMÁRIO
Introdução
O Butantã Mobilidade O Viveiro A Cultura no Espaço Urbano Memória A Casa de Cultura
Aproximação do Sítio Legislação Análise do Lugar Referências Estudo Preliminar Banca Intermediária
Estudo de Novas Referências Estudo Final Partido Programa Projeto
06
10 14 26 30 34 38 44 48 50 60 72 78 80 84 86 90 94
Bibliografia 5
INTRODUÇÃO
A aproximação do vetor oeste de São Paulo surgiu a partir do interesse pessoal de investigar o potencial de transformação ocasionado pela Linha 4-Amarela do metrô, que ligará o centro à periferia, e a Operação Urbana Consorciada Vila Sônia, que coincide com o trecho da construção da nova linha. Nota-se que ambos serão grandes influentes nas dinâmicas socioeconômicas na organização espacial, reconhecendo a necessidade de investigar ambas transformações previstas para o distrito Butantã. No decorrer da análise, entorno de toda a área de transformação, sobressai a região do futuro Terminal Multimodal Vila Sônia devido constatação de uma defasagem cultural na Casa de Cultura do Butantã, pois embora o Butantã seja conhecido por abrigar a Cidade Universitária (USP) com diversos usos e eventos, apresenta uma segregação espacial e social com distintos acessos culturais e a escassez do mesmo que sejam, de fato, democráticos e abertos para a população no extremo oeste, sendo
a Casa um dos poucos equipamentos culturais dessa região. Dessa forma, a integração entre intermodalidade, centralidade e cultura foram importantes fatores no decorrer do trabalho que contribuíram na escolha da área de intervenção. A Casa de Cultura, atualmente, conta com um amplo espaço pouco utilizado e sem relação com seu contexto, porém, desempenha um papel fundamental devido à forte participação da sociedade local para organizar o pequeno espaço construído e agem de maneira voluntária tornando possível
compartilhar os bens culturais, assim, essa cadeia participativa, permite o ganho real no crescimento humano social e cultural. Por outro lado, o projeto deveria refletir a necessidade do lugar em que se insere e que seja útil, portanto, constata-se o potencial no objeto de estudo destinado, não somente as manifestações culturais das mais diversas modalidades, mas também, para que seja um espaço de encontro em uma escala maior, como reflexo das transformações e do pré-existente, assim como, os geradores de transformações mencionado, na tentativa de reativar o espaço condicionando-o a inte8
gração e a fluidez, além de ampliar o olhar dos usuários.
“A ideia de um “olhar de volta” implica um deslocamento do sujeito antropocêntrico. (...) Em outras palavras, trata-se de permitir ao sujeito uma visão do espaço que não seja mais subordinada à construção mental da visão, normatizadora, classicizante ou tradicional; ou
seja, um outro espaço, onde efetivamente, o espaço “olhe de volta” para o sujeito.” [1]
Como resultado, o trabalho apresenta o recorte da área em escala regional e local demonstrando a linha de pensamento que levou ao objeto de estudo, assim, relacionando o lugar e o tema. Por seguinte, apresenta-se o tema cultural, juntamente, com a aproximação da Casa de Cultura do Butantã acarretando nas principais investigações da área de intervenção e nas referências projetuais que também auxiliaram na elaboração do projeto. Por fim, segue o estudo preliminar e os relatos da banca intermediária que contribuíram para o projeto final.
1 - NESBITT, Kate. Uma nova agenda para a arquitetura. 2° Edição. São Paulo: Cosac Naify, 2013. Pág. 604
9
O BUTANTÃ
O BUTANTÃ
O distrito Butantã está localizado no extremo oeste de São Paulo e constituído por subdistritos: Butantã, Morumbi, Vila Sônia, Rio Pequeno e Raposo Tavares, além disso, está próximo de municípios como Osasco, Cotia e Taboão da Serra. Atualmente, segundo informações do IBGE, a densidade demográfica conta com 7.633 hab/km² totalizando em uma população de 428.217pessoas. De modo geral, a urbanização da área iniciou através da implantação do Instituto Butantã e da universidade de São Paulo (USP) presente no subdistrito do Butantã e próximo ao Morumbi [1], contudo, a partir das análises dos mapas apresentados pelo SMDU, constatou-se que no decorrer dos anos, a distribuição de equipamentos não ocorreram de forma homogênea, apresentando grandes contrastes espaciais e sociais que permite uma classificação em dois setores devido suas distintas características: Morumbi e Butantã: menor densidade demográfica, alto poder aquisitivo e fácil acesso de servi-
ços, comércios e educação. Rio Pequeno, Raposo Tavares e Vila Sônia: maior densidade demográfica, baixo poder aquisitivo, escassez de equipamentos culturais, além de apresentar um maior número de favelas.
[ FIGURA 01] Localização
Portanto, embora boa parte do distrito faça parte da intervenção da construção da linha do metrô e da operação urbana consorciada, buscou-se pelo primeiro recorte que trata do trecho com mai-
or vulnerabilidade social e espacial.
1 - VERSAL. Butantã – um bairro em movimento. 1° Edição. São Paulo: Versal Editores, 2013. Pág. 52-69
12
O BUTANTÃ [FIGURA 02] Densidade Demográfica 2010.
[FIGURA 03] Centros Culturais e Casas de Cultura 2013.
[FIGURA 04] Distribuição das Favelas 2015.
13
O BUTANTÃ
MOBILIDADE A implantação da Linha 4-Amarela do metrô, iniciada em 2004, conta com 14,3 quilômetros de
extensão e onze estações subterrâneas que ligará o centro, o bairro da Luz, a zona oeste, Vila Sônia, acarretando em um nova alternativa de mobilidade com ganho nos tempos de viagem, além de descongestionar o modal existente. [1] A área da linha foi subdividida em três trechos devido suas distintas características de ocupação urbana: o Trecho 1 apresenta o centro histórico de São Paulo, o distrito da Sé e parte do Bom Retiro, República e Santa Cecília; o Trecho 2 abrange a área dos centro de comércios e serviços da Avenida
Paulista, parte da Bela Vista, Consolação, Jardim Paulista e Pinheiros; e o Trecho 3 constituído pela área além do Rio Pinheiros, sendo parte do Butantã, Morumbi e Vila Sônia com áreas predominantemente residenciais. [2] Dessa forma, aproximou-se do trecho do Vila Sônia devido coincidir com a região identificada
1 - SÃO PAULO. Linha 4 Amarela. Companhia do Metropolitano de São Paulo (Org.). Prolongamento Vila Sônia: Relatório ambiental preliminar para solicitação de licença prévia. São Paulo, 2008. Pág. 7-8
pela maior vulnerabilidade anteriormente, além disso, está sendo construído estações multimodais. A
estação multimodal ao interligar diferentes escalas de transportes apresenta grande potencial para
2 - CUTRIM, Maria Alice; FERREIRA, Maria Paula. Modelo de
integração física, social e econômica aumentando a diversidade de pessoas no espaço, sua implanta-
avaliação de impacto da linha 4 – amarela nas condições de
ção pode ser vista como elemento urbano cotidiano que abriga funções tanto destinadas aos usuários
vida e viagem da população pobre residente em suas áreas
quanto para qualquer usuário de seu entorno.
de influência. Trabalho apresentado na Fundação de Sistema Estadual de Análise de Dados, 2013. Pág. 9
Segundo Richard Rogers, a cidade deve buscar a mobilidade do cidadão sem permitir a destruição da vida comunitária pelo automóvel, intensificando o uso de sistemas eficientes de transportes e 14
O BUTANTÃ [ FIGURA 05] Área de influência da Linha 4-Amarela do metrô
15
O BUTANTÃ
reequilibrar o uso de nossas ruas em favor do pedestre e da comunidade. Assim, na perspectiva de centralidade compacta que visa a integração do lazer, trabalho, moradia e mobilidade, inicia-se a análise próximo dos terminais multimodais a fim de tratar da vitalidade próximo dessas estações.
“Os núcleos compactos e de uso misto reduzem a necessidade de deslocamento e criam
bairros sustentáveis e cheios de vitalidades.” [3]
Portanto, as características inerentes ao entorno da estação, sua consequente centralidade e seu desenvolvimento deve ser analisada caso a caso, considerando o aspecto do nó de transporte e usos, destacando suas especificidades, pois esses nós são associados as atividades socioeconômicas ao seu redor criando ambientes de significativa importância para a cidade. Atualmente, estão prevista três terminais multimodais, onde apenas uma delas concluiu sua construção, contudo, a região ao receber tais projetos influenciará significativamente em seu entorno e deve ser considerado cada implantação e suas relações, assim, apresento a análise realizado em cada uma delas:
3 - ROGERS, Richard; GUMUCHDJIAN, Philip. Cidades para um pequeno planeta. 1° Edição. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2001. Pág. 39
16
O BUTANTÃ [ FIGURA 06] Terminais Multimodais da Linha 4-Amarela do metrô
17
O BUTANTÃ 18
1. Terminal Butantã (construída)
2. Terminal Morumbi (em construção)
3. Terminal Vila Sônia (em construção)
[ FIGURA 07] Implantação Butantã
[ FIGURA 09] Implantação Morumbi
[ FIGURA 11] Implantação Vila Sônia
[ FIGURA 08] Vista Butantã
[ FIGURA 10] Vista Morumbi
[ FIGURA 12] Vista Vila Sônia
grandes espaços verdes e equipamentos, predomina a classe com maior poder aquisitivo e presenciamos a construção de novos empreendimentos empresariais. O fluxo de veículos e pedestres domina o espaço e a dinâmi-
F1
F6
F2
F7
F3
F8
F4
F9
F5
F10
O BUTANTÃ
1. Terminal Butantã: encontra-se próximo da Cidade Universitária com
ca cotidiana.
1
[FIGURA 13] Mapa regional do terminal Butantã
F1
F10
F9
F2
F3
F8 F7 F6 F5
F4
[FIGURA 14] Mapa local do terminal Butantã
[FIGURA 15] Dinâmica do terminal Butantã.
19
O BUTANTÃ
1
F11
F16
[FIGURA 16] Mapa regional da estação Butantã
F12
F13
F17
F11 F12 F13 F14 F14
F15
F16 F17 [FIGURA 17] Mapa local da estação Butantã
F18 F15 [FIGURA 18] O fluxo e os novos empreendimentos.
20
F18
O BUTANTÃ
2. Terminal Morumbi: caracterizada pelo projeto com menor impacto e ao lado do Shopping Butantã. Os usos da área são grande parte destinados ao automóvel e apresentam terrenos subutilizados e abandonados frequentes nessa área constatando um estancamento imobiliá-
F1
F6
F2
F7
F3
F8
F4
F9
F5
F10
rio. O fluxo de veículo e de pedestre é intenso.
2
[FIGURA 19] Mapa regional do terminal Morumbi F9 F8
F1 F2 F6 F3 F4
F7
F10
F5
[FIGURA 20] Mapa local do terminal Morumbi
[FIGURA 21] Dinâmica e proximidade com o Shopping Butantã.
21
O BUTANTÃ
2
F11
F16
F12
F17
F13
F18
F14
F19
F15
F20
[FIGURA 22] Mapa regional da estação Morumbi
F11
F12
F13
F16
F14 F15 F15
F17
F18
F19 F20 [FIGURA 23] Mapa local da estação Morumbi
[FIGURA 24] Dinâmica e usos voltados para os automóveis.
22
se próximo a Casa de Cultura do Butantã e um AMA. Caracteriza-se pela transição de usos e comércios regionais para locais, presenciamos índices de vulnerabilidade social e o aumento de construções habitacionais. Ape-
F1
F6
F2
F7
F3
F8
F4
F9
F5
F10
O BUTANTÃ
3. Terminal Vila Sônia: apresenta uma escala superior as demais, localiza-
sar do potencial cultural, constata-se uma defasagem na Casa de Cultura ocasionando no trecho com maior potencial para intervenção a fim de
qualificar o espaço urbanos através da cultura e da diversidade.
3
[FIGURA 25] Mapa regional do terminal Vila Sônia F8 F9 F4 F1 F2
F7
F10
F5 F6
F3
[FIGURA 27] Dinâmica no entorno do terminal Vila Sônia
[FIGURA 26] Mapa local do terminal Vila Sônia
23
O BUTANTÃ
3
F11
F16
F12
F17
F13
F18
F14
F19
F15
F20
[FIGURA 28] Mapa regional do terminal Vila Sônia
F11 F12 F13 F14
F16
F15
F15 F17
F18 F19
F20
[FIGURA 29] Mapa local do terminal Vila Sônia
[FIGURA 30] Verticalização habitacional, a Casa e habitações irregulares.
24
O BUTANTÃ Boa infraestrutura institucional, co- Fluxo intenso de pedestres e veículos Remodelação da estação integrando mercial e potencial de aumento dos apenas em horários de pico. Presença uma faculdade ao transporte público empreendimentos empresariais. como continuidade da Cidade univerde muitos estacionamentos. sitária promovendo o fluxo durante todo o dia.
Boa localização, ao lado do Shopping Grande parcela dos comércios e ser- Intervenção com o objetivo de proButantã promovendo grande fluxo de viços são voltados para o automóvel. mover o progresso imobiliário, assim pessoas durante todo o dia. como novos usos para a região.
Boa infraestrutura de usos e comér- Apresenta equipamento cultural decios locais e, aumento da densidade fasado e índices de vulnerabilidade populacional com a construção de social. habitações multifamiliares.
Intervenção que visa qualificar o espaço urbano a partir do potencial cultural e a diversidade, além de atender a nova demanda, portanto, a área escolhida para intervenção.
25
O BUTANTÃ
O VIVEIRO
A Casa de Cultura do Butantã encontra-se rodeada pelo Polo de Adensamento Vila Sônia presen-
te na Operação Urbana Consorciada Vila Sônia, portanto, apesar do planejamento e administração do solo, não estabelece nenhuma diretriz em busca do melhor desenvolvimento sociocultural para a área, sendo que a região vem crescendo a cada dia e o equipamento não acompanha tal crescimento. Além disso, a Casa faz divisa com o Viveiro da Subprefeitura do Butantã, onde ambos encontram -se defasado e com nenhuma relação com seu entorno. Atualmente, o viveiro encontra-se isolado e
sua implantação não facilita o contato com os pedestres fazendo com que os pessoas que ali circulam não saibam de sua existência, além de apresentar uma infraestrutura inadequada para a produção das mudas de plantas. O Viveiro Manequinho Lopes, encontra-se aberto para visitação dentro do Parque Ibirapuera, onde ocorre a produção das mudas de plantas destinadas aos plantios das áreas públicas da cidade e realizam pesquisas de experimentação para aprimorar a produção das plantas. Por outro lado, embo-
ra a escala do Viveiro do Ibirapuera seja superior ao do Butantã, a relação entre parque, viveiro e usuários, que qualifica ainda mais o viveiro, tornou-se base de uma suposta diretriz para relocação do Viveiro da Subprefeitura do Butantã para o Parque da Previdência. A escolha do parque parte do reconhecimento da grande reserva florestal e um centro de educação ambiental com o objetivo de promover um espaço com melhor infraestrutura para o viveiro integrando com seu contexto e usuários.
26
O BUTANTÃ POLO DE ADENSAMENTO VILA SÔNIA
VIVEIRO E CASA DE CULTURA AV. MIN. LAUDO FERREIRA CAMARGO
AV. ELISEU DE ALMEIDA PÁTIO DE MANOBRAS DO METRÔ
ESTAÇÃO VILA SÔNIA DO METRÔ
AV. PROF. FRANCISCO MORATO
[FIGURA 31] Trecho da Operação Urbana Consorciada Vila Sônia.
27
O BUTANTÃ
Viveiro da Subprefeitura do Butantã
Parque da Previdência
Casa de Cultura Viveiro
[FIGURA 32] Nova localização do Viveiro do Butantã
28
[FIGURA 33] Viveiro e sua infraestrutura defasada
O BUTANTÃ
Viveiro Manequinho Lopes
[FIGURA 34] Localização do Viveiro Manequinho Lopes
[FIGURA 35] A integração entre o viveiro, os usuários e o parque
29
A CULTURA NO ESPAÇO URBANO
A CULTURA NO ESPAÇO URBANO
O tema surgiu a partir do desejo de intervir em um área com potencial de transformação aliado ao equipamento sociocultural defasado. Dessa forma, devido ao potencial social e cultural existente, constrói a ideia de um projeto que permita essas atividades de forma que valorize o espaço urbano. Por outro lado, surge uma inquietação da compreensão do que é, de fato, cultura, pois se esta é a essência do projeto, deve-se considerar um estudo do tema de forma a colaborar ainda mais com a elaboração do projeto. De modo geral, os estudos sobre questões culturais surgiu através da busca pela compreensão do percurso que levou a sociedade e suas transformações. A origem da palavra cultura vem do latim colere, que significa cultivar devido a ligação com as atividades agrícolas e, segundo a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), a cultura pode ser entendida como “um conjunto de características distintas espirituais, materiais, intelectuais e afetivas que carac-
terizam uma sociedade ou um grupo social. Contemplando além das artes das letras, os modos de vida, os sistemas de valores, as tradições e as crenças.” [1] Portanto, cultura não se refere apenas as manifestações artísticas, mas a variedade de significados que consideram todos os aspectos da realidade social, assim como conhecimentos, artes, leis, moral e costumes de um determinado povo, grupo ou nação. Dessa forma, a Casa de Cultura do Butantã deve apresentar atividades que são ligadas ao co-
nhecimento mais específico, como a música, pintura, a escultura, o artesanato e o teatro, elementos presente na casa, mas também aspectos da nova dinâmica de seu entorno, como a maior densidade populacional previsto pela implantação da linha de metrô e a operação urbana consorciada, permitindo uma dimensão cultural mais ampla que abrigue essa nova dinâmica como uma forma de integrar o conhecimento artístico com a vida social, acompanhando a modificação do espaço urbano.
32
1 - UNESCO. Informe mundial. Investir na diversidade cultural e no diálogo intercultural, 2010.
complementadas outros usos principais, de modo que haja uma boa distribuição de pessoas nas ruas em todas as horas do dia. Esses outros usos (trabalho, diversão ou o que seja) deve promover um uso intenso do solo urbano a fim de contribuir efetivamente para a concentração populacional. Se ele simplesmente ocuparem um espaço físico e evolverem poucas pessoas, contribuirão muito pouco para a diversidade ou a vitalidade.” [2]
Assim, conclui-se que desde muito tempo a cultura desempenha um papel fundamental na identidade de diversas civilizações, pois inclui hábitos, costumes, doutrinas e percepções de uma sociedade que a diferencia de outra, portanto, não se deve pensar em mudança social de uma população sem
A CULTURA NO ESPAÇO URBANO
“Sem dúvida, as moradias de um distrito (como qualquer outro uso do solo) precisam ser
identificar suas realidades culturais. Com isso, valorizar o espaço cultural e potencializa-lo na tentativa
de trata da identidade da comunidade e da dinâmica, torna-se um importante fator para a elaboração do projeto.
2 - JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. 3° Edição. São Paulo: Martins Fontes, 2003. Pág. 222-223
33
A CULTURA NO ESPAÇO URBANO
MEMÓRIA
Os espaços culturais são conhecidos desde a antiguidade, como a Biblioteca de Alexandria,
constituída por ambientes voltados tanto para convivência quanto para o conhecimento, no entanto, somente a partir da década de 1970 com o surgimento do Centro Cultural Pompidou que consolidou a valorização de edificações que de fato se preocupasse com questões sociais e de convivência, tornando-se referência mundial. [1] Assim, aparecem o primeiros centros culturais no território paulista com espaços multidisciplinares, a fim de promover a convivência social despertando reuniões voltadas para o lazer organizadas por associações de moradores. A princípio, o espaço da atual Casa de Cultura do Butantã pertencia a Associação dos Morado-
[FIGURA 36] Comemoração do aniversário da Casa de Cultura
res do Jardim Peri Peri onde aconteciam bailes, atividades esportivas e reuniões de artistas, com apenas um pequeno galpão de madeira, criado no final da década de 1980. Na época, o prefeito Jânio Quadros pretendia transformar o galpão em um mercado popular, porém, com a Lei n° 11.325/92 que oficializa a existência das Casas de Cultura, foi aceito a aceito a reivindicação da comissão dos
artistas do bairro realizando a permuta do espaço que antes pertencia a Secretaria do Abastecimento para o espaço cultural da Secretaria da Cultura. [2] Esse espaço cultural é reflexo de uma geração que lutou pelo desenvolvimento sociocultural da comunidade, garantindo o direito de acesso aos bens culturais, a criação artístico-cultural e diversas atividades que promove a expressão artística e a troca de experiência passada de geração em geração que caracteriza esse grupo social. 34
1 - TIETZ , Jurgen . História da arquitetura contemporânea. 1° Edição. Editora H.F. Ullmann, 2008. Pág. 79
registro parou no ano de 2006. Constatou-se a presença de diversas atividades e formas e manifestações artísticas, assim como uma variedade de música, artes dramáticas, dança, sarau, shows e festas juninas. Por outro lado, a princípio, a região do Butantã era considerada um percurso apenas de passagem, as grandes transformações ocorreram, de fato, na década de 1910, com as enormes glebas da Companhia City com o objetivo de implantar uma cidade jardim que ocasionaram, em 1930, na inauguração da USP e, e 1940, o Instituto Butantã. [3]
A CULTURA NO ESPAÇO URBANO
Desde 1992, são realizadas imagens para o acervo da memória da Casa de Cultura, no entanto, o
[FIGURA 37] Apropriação do território da Casa de Cultura desde 1992
35
A CULTURA NO ESPAÇO URBANO
Contudo, o trecho da área em que se insere a Casa de Cultura do Butantã, demonstrado em destaque nos mapas, iniciou sua urbanização por volta da década de 1950, no entanto, desde a década de 1930, destaca-se duas importantes vias, atualmente conhecidas como Rodovia Raposo Tavares e Avenida Professor Francisco Morato e, entre as duas vias, nota-se o Rio Pirajussara, que sofreu retificação para a construção da Avenida Eliseu de Almeida. Assim como o território, o nome da escolhido para a região também sofria alterações. O nome Butantã deriva da palavra indígena Ybytatá, que significa terra dura e socada, uma característica da área, sendo transformada ao longo dos anos até chegar no atual nome Butantã. [4] A partir dessa descoberta, altera-se nome para a Casa de Cultura do Ybytatá, uma forma sutil encontrada para que as pessoas que irão frequentar o espaço, em algum momento, se questionem
2 - RIBAS, Simone Valória. A importância da casa da cultura
sobre a origem desse nome e assim adquirem conhecimento sobre o território em que vive, contribu-
do Butantã para a região. 2009. 20 f. Tese (Pós-graduação
indo para sua própria identidade.
em Gestão de Projetos Culturais e Organização de Eventos) - Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação/Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. Pág. 8
3 - VERSAL. Butantã – um bairro em movimento. 1° Edição. São Paulo: Versal Editores, 2013. Pág. 45
4 – Idem. Pág. 13
36
A CULTURA NO ESPAÇO URBANO 1930.
1940.
1972.
1954.
2004.
2016.
[FIGURA 38] Evolução urbana da área de intervenção
37
A CULTURA NO ESPAÇO URBANO
A CASA DE CULTURA DO BUTANTÃ
Localiza-se na rua Junta Mizumoto, trata-se de uma obra que não é tombada, possui uma área construída de 900 m² com dois pavimentos, de modo geral, o pavimento térreo apresenta uma área administrativa (F4), um espaço dirigido para apresentações, reuniões e ginástica (F5, F10), uma sala de leitura com o acervo da biblioteca, atualmente fechada, e no segundo pavimento, possui uma sala onde acontecem boa parte das oficinas com duas áreas de apoio (F6, F7, F8). Ao lado da sala multiuso na parte superior está a área expositiva da memória da Casa de Cultura (F9) e, por fim, abrange uma
grande área que funciona como estacionamento, onde ocorrem alguns eventos, como por exemplo, as festas juninas (F3). Além disso, no registro do levantamento em campo foi possível destacar a falta da relação da edificação existente com o entorno com poucas aberturas (F1, F2) e pequenos ambientes construídos monofuncionais, onde cada sala se destina a um uso específico (F4 – F10), desfavorecendo a relação entre os próprios usuários. Constata-se uma pequena construção se comparado ao terreno em que se
insere e sua implantação próxima da esquina e cercada por muros com uma estreita calçada (F1, F2) dificultando a relação com os pedestres. A análise do estado em que se encontra a Casa complementa a afirmação de que o equipamento social encontra-se defasado, ainda mais se comparado com seu entorno que prevê um aumento populacional significativo, juntamente, com o gabarito, tornando-se inviável o reaproveitamento dessa infraestrutura existente. 38
F6
F2
F7
F3
F8
F4
F9
F5
F10
F2
F1
[FIGURA 39] Localização
F4
A CULTURA NO ESPAÇO URBANO
F3
F1
F5
Ponto de Leitura Inativo Térreo
F6 F7 F8
F9
F10
1° Pavimento
[FIGURA 40] Planta da Casa de Cultura
[FIGURA 41] Imagens da Casa atualmente
39
A CULTURA NO ESPAÇO URBANO
A organização do espaço pode definir o envolvimento entre o ambiente e seu usuário tornando-o aconchegante, no entanto, as pessoas se sentem estranhas em seu próprio ambiente, pois os moradores não se sentem atraídos pelo espaço, resultando em uma barreira para o desenvolvimento de condições que poderiam resultar em ambientes mais hospitaleiros. A participação do arquiteto é fundamental para a criação desses espaços com mais acessibilidade, dando a liberdade para as pessoas sentirem vontade de interagir com o espaço.
“O arquiteto pode contribuir para criar um ambiente que ofereça muito mais oportunidades para que as pessoas deixem suas marcas e identificações pessoais, que possa ser apropriado e anexado por todos como um lugar que realmente lhes “pertença”.” [1]
Portanto, embora o equipamento se inserir como o elemento com maior influência sociocultural, não é, de fato, aproveitado todo seu potencial em sua plenitude, tanto relacionado ao uso, devido do elemento construído não ser adequado as atividades realizadas, quanto ao amplo espaço rodeado de muros, bloqueando o acesso da população. Pensando no espaço cultural, inicia-se uma reflexão de como a arquitetura pode contribuir, visto que o objetivo do trabalho trata de uma obra pública sociocultural e que atinge diversos públicos, portanto, faz-se necessário a construção de mecanismos arqui-
tetônicos que os usuários se identifiquem e se sintam pertencentes do espaço.
40
“O segredo é dar aos espaços públicos uma forma tal que a comunidade se sinta responsá-
1 - HERTZBERGER, Herman. Lições de arquitetura. 2° Edi-
vel por eles, fazendo com que cada membro da comunidade contribua com o qual possa
ção. São Paulo: Martins Fontes, 1999. Pág. 47
se relacionar e se identificar.” [2]
2 – Idem. Pág. 45
versas atividades para a comunidade e cabe a eles assessorar o coordenador, na supervisão de um pequeno grupo contratado pela subprefeitura, promover palestras, eventos e, principalmente oficinas, além disso, a maioria das reformas são frutos de doações e colaboração dos usuários e, a realização dessas atividades não ocorrem simultaneamente devido à falta de infraestrutura. Ou seja, apresenta-se a motivação de cuidar, no entanto, faltam ambientes que funcionem adequadamente, sem
nenhuma proporção entre a área pública e a área privada e, por fim, não apresenta nenhuma forma arquitetônica que desperte o interesse de uso dos moradores. Dessa forma, na tentativa de reversão, de um equipamento defasado e sem relação com o seu entorno para um espaço que visa uma continuidade do espaço urbano ativando a estrutura urbana
A CULTURA NO ESPAÇO URBANO
As atividades exercidas na Casa apresenta grande interesse voluntário para a realização de di-
desse trecho, tornando-se em uma busca pela melhor forma de possuir o espaço como enfrentamento do problema, além disso, a questão não se restringe somente ao equipamento e ao uso do espaço, mas também, a falta de fatores legais de gestão e manutenção que orientam a busca por uma urbanização crítica do espaço existente. Portanto, considera-se a persistência do desejo por reuniões culturais nesses espaço com a permanência das atividades realizadas atualmente na casa, no entanto, com uma nova infraestrutura adequada para cada atividade e a possibilidade de que ocorram simultaneamente, além de abrir o es-
paço para apropriação das pessoas permitindo uma contribuição efetiva para a diversidade e a vitalidade em sua plenitude, visto que a área apresenta um adensamento populacional com a presença do potencial de verticalização, tanto do uso residencial quanto do uso comercial e serviço, já relatados no levantamento presente no entorno do futuro Terminal Vila Sônia.
“(...)cultura está associada a conhecimento, o qual tem característica fundamental: o de 41
A CULTURA NO ESPAÇO URBANO
ser fator de mudança social, de servir não apenas para descrever a realidade e compreendê-la, mas também para apontar-lhe caminhos e contribuir para sua modificação.” [3]
Dizer que existe um programa certo ao território analisado é fechar os olhos e idealizar o mundo que queremos, assim, busca-se investigar os potenciais existentes e o público a ser atingido, visto que a geração da época da criação da Casa de Cultura não é totalmente a mesma que a atual.
Trata-se de um equipamento interessante, com grande potencial de fluidez, avaliando as relações da paisagem e das entranhas sociais. Tende-se a um conjunto que visa superar suas fronteiras na base espacial, na arquitetura da paisagem urbana e principalmente nas condições de ocupação e usufruto dos espaços. Os espaços podem ser criados a partir da intenção relacionada ao convívio, a confraternização, ao conhecimento mútuo, a mais simples das condições, pois a busca é constante pela fluidez desse espaço.
3 - SANTOS, José L. O que é cultura? 16° Edição. São Paulo: Brasiliense, 1996. Pág. 43
42
Fotografia Pintura em tecido Danças Yoga Tai Chi Chuan Orquestra de Cordas Tear Percussão Capoeira Lian Gong Yoga Fotografia Grupo de Terceira Idade Dança de Salão Rap Dança Contemporânea Dramaturgia Origami Orquestra de Cordas Danças Sapateado Americano Teclado Violão Cantoria Capoeira Dramaturgia Teatro
Dias
Horário
Segunda-feira Segunda-feira Segunda-feira Segunda-feira Terça-feira Terça-feira Terça-feira Terça-feira Terça-feira Quarta-feira Quarta-feira Quarta-feira Quarta-feira Quarta-feira Quarta-feira Quarta-feira Quarta-feira Quinta-feira Quinta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sexta-feira Sexta-feira Sexta-feira Sábado Sábado Sábado
10h-12h 13h-16h 15h-16h 18h-20h 8h-10h 10h-11h 10h-12h 14h-17h 20h-22h 8h-10h 10h-12h 11h-13h 14h-16h 16h-18h 16h-18h 18h-21h 19h-21h 8h-10h 10h-17h 15h-20h 10h-13h 14h-16h 16h-18h 18h-20h 8h-10h 10h-13h 14h-18h
A CULTURA NO ESPAÇO URBANO
Oficinas
[FIGURA 42] Oficinas que ocorrem na Casa de Cultura do Butantã atualmente.
43
APROXIMAÇÃO DO SÍTIO
APROXIMAÇÃO DO SÍTIO
As análises apresentadas neste capítulo ocorrem em duas escalas partindo dos elementos influenciadores como o Terminal Vilta Sônia e o trecho da Operação Urbana Consociada que potencializa a realização do projeto e a concretização do estudo apresentado no decorrer do trabalho. Em um primeiro momento, considera-se um levantamento em um raio de, aproximadamente, quatrocentos metros que abrange o Terminal e o Polo de Adensamento do Vila Sônia, apresentando o usos predominantes, as principais vias e o serviço de transporte público na região. Esse cenário é de
suma importância para a constatação do contexto econômico presente na área sendo um dos componentes para a decisão projetual. Já na escala local, trata-se de uma busca mais precisa sobre a compreensão da construção existente e seu entorno, o primeiro passo foi buscar a leitura dos usos, gabaritos e cheios e vazios, sendo elementos importantes da forma de se construir a arquitetura em um contexto sociocultural.
“Um bairro bem-sucedido conta com a boa vontade conjunta gerada por encontros e reuniões. A atmosfera de confiança que emerge torna o bairro seguro e receptivo.” [1]
1 - WAAL, Ed; WATERMAN, Tim. Desenho urbano. 1° Edição. Porto Alegre: Bookman, 2012. Pág. 124
46
APROXIMAÇÃO DO SÍTIO
Crescimento Populacional
Mobilidade Urbana
Polo de Centralidade
Espaços multifuncionais
Contexto Econômico
Diversidade de públicos
Diversidade de usos
Intervenção
Contexto Sociocultural
Reativação Cultural
Casa de Cultura
Segurança nas ruas
Centro de Convivência
Relações sociais
Diversidade cultural
Localização
47
APROXIMAÇÃO DO SÍTIO
LEGISLAÇÃO
A área de intervenção, de acordo com a Lei n° 16.402/2016, está inserida na Macrozona de Es-
truturação e Qualificação Urbana, caracterizada pela diversidade de padrões de uso e ocupação do solo, desigualdade socioespacial, padrões diferenciados de urbanização e é a área do município mais propício para abrigar usos e atividades urbanas. O zoneamento define a área como parte do Sistema de Áreas Protegidas, Áreas Verdes e Espaços Livres (SAPAVEL), composto tanto por áreas ambientais como por instalações de equipamentos públicos e sociais em áreas verdes públicas, sendo este último o parâmetro urbanístico o qual será utilizado no trabalho.
Parâmetros para ocupação da área:
Área do Terreno = 16.779,90 m² C.A. mínimo = não se aplica Gabarito máximo = 28 metros C.A. máximo = 1 Recuos de frente = não se aplica T.O. máxima = 0,3 Recuos laterais e fundo = não se aplica T.P. mínima = 0,2
48
APROXIMAÇÃO DO SÍTIO Área de Intervenção
[FIGURA 43] Zoneamento 2016.
49
APROXIMAÇÃO DO SÍTIO
ANÁLISE DO LUGAR
Nesse primeiro momento, é possível constatar a predominância residencial e o poten-
cial da diversidade de uso presente na região, além disso, a partir do levantamento das principais vias e o serviço de transporte, observou-se que o fluxo de pedestre coincide com os caminhos direcionados aos pontos de ônibus e o eixo de comércio e serviço existente entre a Avenida Eliseu de Almeida e a Rodovia Raposo Tavares ocasionando na exclusão do equipamento social.
Portanto, a partir das primeiras investigações regionais, nota-se que, embora ocorram diversos tipos de aglomerações próximo a Casa de Cultura do Butantã, destaca-se a ausência do fluxo de pedestres em diversas horas do dia, tornando a área destinada a uma praça e um equipamento social simplesmente ocupe o espaço físico, envolvendo poucas pessoas e contribuindo muito pouco para a diversidade e a vitalidade da região, mesmo sendo um território com potencial cultural das pessoas construírem e de compartilhar os bens culturais.
50
Usos Predominantes
Transporte Público
APROXIMAÇÃO DO SÍTIO
Viário
51
APROXIMAÇÃO DO SÍTIO
Pronto Socorro / AMA Corpo de Bombeiro Subprefeitura Butantã Escola Ensino Fundamental Habitação Terminal de Metrô
*
Terminal de Ônibus Restaurante
*
Croqui sem escala
52
Casa de Cultura do Butantã Edifícios notáveis Área verde Ponto de ônibus Aglomeração de pessoas
- Uma diversidade de uso, embora predomine o uso residencial na região.
- Importantes sistemas viários servidos de transporte público, tornando a área ainda mais acessível.
APROXIMAÇÃO DO SÍTIO
As análises apresentadas foram possíveis destacar os seguintes itens:
- A Av. Min. Laudo Ferreira Camargo apresenta os níveis mais baixos, onde acontecem a maior aglomeração de pessoas e coincide com os comércios e serviços, sendo o nível que leva ao encontro com a Casa de Cultura, constatando o trecho que permite maior permeabilidade.
- Os grandes desníveis acontecem atrás da Casa de Cultura segregando ainda mais a área residencial, contatadas na maquete realizada de 5 em 5 metros.
Casa de Cultura do Butantã Principais Vias
Maquete de Estudo 1/5000
53
APROXIMAÇÃO DO SÍTIO
Já na escala local, demonstra mais detalhes sobre o que ocorre no entorno do equipamento e que serviram para afirmar a diversidade de usos e públicos, além de apresentar a significativa massa arbórea, presente na área de maior declividade do terreno, e o grande vazio existente na área de intervenção que não promove o uso intenso do solo e não contribui para a diversidade. A partir dessas análises do lugar, contatou-se presença de dois importantes contextos na área de intervenção que influenciaram no objeto de estudo, sendo o contexto econômico, representado pelo Polo de Centralidade influenciado pela construção do Terminal Multimodal Vila Sônia e a Operação Urbana Consorciada Vila Sônia, e o contexto sociocultural, representada pela Casa de Cultura e sua privilegiada localização. Além disso, identifica-se dois setores que será pertinente para a elaboração do projeto: de um lado, presenciamos um setor próximo aos comércios e serviços locais, de outro, sobressai o AMA e
uma futura habitação social, assim, conclui-se nessa etapa a leitura do contexto em que as intenções de projetos são desenvolvidas. Segue, a aproximação maior do sítio, na mesma lógica que a escala regional, e a partir do levantamento já realizado, sobressaem os seguinte itens:
54
- Presença dos comércios e serviços encontra-se nas quadras próximo das principais vias da área.
- Apresenta uma segregação de usos em que as
moradias buscam os lugares com os viários com os menores fluxos.
APROXIMAÇÃO DO SÍTIO
Usos locais
- As áreas sem uso, encontra-se em potencial de venda ou de aluguel, sendo prevista a possibilida-
de da ocupação ocorrer após a inauguração do terminal multimodal.
55
APROXIMAÇÃO DO SÍTIO
Gabarito - Predominância da faixa de gabarito de até 2 pavimentos em toda a área levantada.
- A área conta com um condomínio residencial
vertical como reflexo da área oeste que já apresenta uma área verticalizada, próximo ao terminal multimodal, apresentado no levantamento do Terminal Multimodal Vila Sônia.
56
- Constatação do grande vazio sem uso presente na Casa de Cultura.
- A ausência da proporção entre o elemento
construído e ao vazio na Casa de Cultura.
APROXIMAÇÃO DO SÍTIO
Cheios e Vazios
- O condomínio multifamiliar é o elemento construído com maior ocupação na área.
57
APROXIMAÇÃO DO SÍTIO
Potenciais existentes: 1 - Público vinculado aglomeração dos jovens da escola de ensino fundamental.
1 2 - Público vinculado aos comércios e serviços locais, próximo da aglomerações de pessoas .
3 - Público vinculado ao AMA existente e uma
3
futura Habitação de interesse Social.
2
Croqui sem escala
58
Casa de Cultura do Butantã Edifícios notáveis Área verde Ponto de ônibus Potenciais
tro, apresentando um grande desnível presente entre a Av. Junta Mizumoto e a Rua Kohei Yokoyama.
APROXIMAÇÃO DO SÍTIO
- Declividade de um em um me-
- A área verde coincide com a área com a declividade mais crítica do terreno.
- A casa encontra-se na área com a menor declividade com uma pequena área construída.
Casa de Cultura do Butantã Curva Mestra Limite Favela/ Futuro HIS Sem escala
59
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
A partir do reconhecimento do objeto de estudo e das suas influências, permite a investigação de composições e questões que serão trabalhadas no projeto. A arquitetura desempenha um papel fundamental na composição do território, portanto, coube a ideia de um equipamento cultural que reflita as práticas que já existe na Casa de Cultura como base das intenções de projeto, por outro lado, observou-se opções de novos usos que melhor se adequaria, restrito não somente a uma função, mas o conjunto de atividades que qualificassem o equipamento cultural. Assim, refletindo sobre as carac-
terísticas locais, busca-se uma boa compreensão acerca da arquitetura com espaços culturais acarretando nas escolhas dos estudos de caso. Em um primeiro momento, aproximou-se de projetos com dimensões longitudinais ao terreno, tendo em vista uma concepção que reforça a horizontalidade como partido, contudo, no decorrer das análises projetuais, nota-se uma divisão nas referências, pois, embora as obras tenham sido analisa-
das como um todo, destacou-se apenas as composições relevantes que influenciaram na elaboração do projeto. Portanto, sobressai-se dois tipos de referências projetuais: as programáticas, referindo-se em grande parte as questões mais associadas ao uso dos espaços e suas geometrias, e as espaciais, com ênfase nas composições relacionadas ao deslocamento das pessoas que utilizam o espaço, dessa forma, apresenta-se os conceitos fundamentais que apoiaram o projeto.
62
REFERÊNCIAS “(...) o uso de uma área, o sentido de responsabilidade por ela e o cuidado dispensado a ela encontram-se todos ligados às demarcações territoriais e à administração. Mas a arquitetura, graças às qualidades evocativas de todas as imagens explicitamente espaciais, for-
mas e materiais, possui a capacidade de estimular determinado tipo de uso.” (HERTZBERGER, Pág. 86)
63
REFERÊNCIAS
Arena Cultural do Hospital de Câncer de Barretos - SPBR Local: Barretos, SP
O projeto tem como objetivo propor um anexo cultural ao Hospital
Infantil de Câncer de Barretos, sendo composto por edifícios que oferecem apartamentos para as famílias das crianças em tratamento, a fim de promover a disseminação do conhecimento, principalmente, sobre questões
Térreo
que trate da prevenção de câncer infantil. Os ambientes são articulados pela volumetria com uma expressão
voltada para a interação entre o entorno e as atividades que acontecem
Subsolo
dentro do edifício, por outro lado, o programa foi combinado em um único edifício, porém, cada atividade tem sua individualidade preservada. Por exemplo, a biblioteca e sua distribuição em um pavimento permitindo di1° Pavimento
versos ângulos de visão, assim como o bloco do auditório que permite uma visão externa das atrações, além disso, o nível do térreo foi preserva-
da a fruição pública conduzida apenas pela paginação que leva ao núcleo de circulação do edifício. Administração Sanitários Biblioteca Café
[FIGURA 44] Desenhos - SPBR
64
Camarim Circulação Horizontal Circulação Vertical Exposição
Foyer Salas Restaurante Teatro
REFERÊNCIAS [FIGURA 45] Implantação - SPBR
[FIGURA 47] Biblioteca - SPBR
[FIGURA 46] Vista do nível térreo - SPBR
[FIGURA 48] Teatro - SPBR
65
REFERÊNCIAS
Praça das Artes - Brasil Arquitetura Local: São Paulo, SP
O projeto original trata de um grande edifício que estabelece um novo diálogo, não somente com a vizinhança, mas também aos próprios usuários que integra esse conjunto. A concepção do projeto parte do edifício desenvolvido em três direções – Vale do Anhangabaú, Av. São João e Rua
Térreo
Conselheiro Crispiano – na tentativa de estender a ocupação pública entre esses eixos.
Em um primeiro momento, destaca-se a dinâmica presente nessa obra apresenta a maior ênfase sobre a fruição com grande parte do térreo livre como forma de convite para usufruir o espaço, por outro lado, o programa cultural é bem diversificado estabelecendo uma interessante dinâ1° Pavimento
mica para o projeto. Além disso, trata-se de uma arquitetura que nãos e impõe ao centro histórico da cidade, mas se incorpora com o mesmo e re-
flete a diversidade presente no espaço urbano. Administração Sanitários Biblioteca Café
Camarim Circulação Horizontal Circulação Vertical Exposição
[FIGURA 49] Desenhos - Brasil Arquitetura
66
Foyer Salas Restaurante Teatro
REFERÊNCIAS 2° Pavimento
[FIGURA 51] Vista do nível térreo - Brasil Arquitetura
[FIGURA 50] Incorporação do projeto - Brasil Arquitetura
[FIGURA 52] Salas de aula - Brasil Arquitetura
67
REFERÊNCIAS
Sesc Franca - MMBB Local: Franca, SP
O objetivo do projeto trata da construção de condições necessárias para que a ação comunitária e socioeducativa a ser dissolvida nessa unidade, vinculado a fruição pública e a geografia do lugar onde está inserido. Térreo
A relação entre o projeto e o entorno conduziu a análise dessa obra, assim como o programa e a volumetria. A organização do programa ocor-
re entorno de um jardim que ocupa a área de declividade mais crítica do terreno, preservando os principais níveis naturais existente.
1° Pavimento
A implantação ocorre em dois platôs, sendo um deles o que apresenta grande parte do programa divididas em blocos e interligadas por passarelas que vencem grandes vãos, assim, permitindo a visão com cará2° Pavimento
ter contemplativo para o jardim e grandes varandas de circulação na tentativa de favorecer a resolução da acessibilidade universal. Administração Sanitários Biblioteca Café [FIGURA 53] Desenhos - MMBB
68
Camarim Circulação Horizontal Circulação Vertical Exposição
Foyer Salas Restaurante Teatro
REFERÊNCIAS 4° Pavimento
[FIGURA 55] Vista do projeto - MMBB
[FIGURA 54] Desenhos - MMBB
[FIGURA 56] Relação com a topografia - MMBB
69
REFERÊNCIAS
Escola de Arquitetura Marne-la-Vallée - Bernard Tschumi Local: Paris, França.
A escola apresenta qualidades espaciais a qual também embasou o estudo preliminar. Trata-se de atividades dispostas em torno de uma espa-
ço central que é ativado pela densidade que o rodeia, são “edifíciosgeradores” onde acontecem os eventos como festas, exposições, e entre outros, que se conectam através de passarelas e escadarias abertas que
[FIGURA 58] Edifício gerador -Bernard Tschumi
cruzam o espaço em diferentes níveis transformando o edifício em um grande passeio.
Circulação Horizontal Circulação Vertical
[FIGURA 57] Circulação do projeto -Bernard Tschumi
70
[FIGURA 59] Desenhos -Bernard Tschumi
REFERÊNCIAS
Praça dos Museus da USP - Paulo Mendes da Rocha Local: São Paulo, SP A praça dos Museus conta com um eixo de ligação entre os edifícios, além de proporcionar um ponto de encontro que acontecem em níveis so-
brepostos que marca o uso da ligação na implantação. A obra apresenta o uso da rua de ligação utilizada como base de estudo sobre a diversidade de arranjos entre circulação e edificação para a elaboração do projeto.
Circulação Horizontal Circulação Vertical
[FIGURA 60] Implantação –Paulo Mendes da Rocha
[FIGURA 61] Desenhos –Paulo Mendes da Rocha
71
ESTUDO PRELIMINAR
ESTUDO PRELIMINAR
Os estudos volumétricos foram de suma importância para o desenvol-
1° Estudo Volumétrico
vimento do projeto. Nesse momento, amplia-se a escala para 1:500, aproximando-se da declividade e do gabarito, visto como elementos que influenciaram no projeto, pois procurou-se elabora-lo com ligação direta apenas para área com a menor declividade partindo primeiro da construção no espaço livre já existente, sendo o trecho voltado para as áreas de comércios e servi-
ços locais, assim também, faz-se o uso da barreira natural como forma de bloqueio sonoro e visual, respeitando a privacidade das áreas residenciais que predomina o solo do nível mais alto. Assim, as primeiras análises, partindo do existente, afirma a presença do pequeno equipamento se contrapondo a grande área cercada por muro,
além de calçadas estreitas promovendo a ausência da relação entre o pedestre e a área do equipamento, portando, constrói –se outras possibilidades de implantações que ocorreram, juntamente, com as análises das referências e considerando todo o levantamento apresentado.
?
Procurou-se investigar primeiro a volumetria existente atualmente, apresentando o grande vazio onde acontecem apenas festa juninas e comemorações nos finais de ano, sendo um espaço que pode ser apro-
?
priado diariamente. Croqui do existente.
74
3° Estudo Volumétrico
Essa investigação parte uso total da área que, embora amplie todo o
A intenção dessa volumetria parte de um elemento central conduzir o
espaço da calçada, apresentou como uma grande barreira visual para a
pedestre a entrar no edifício, levando-o ao um grande pátio de contem-
vegetação presenta no trecho com maior declividade do terreno.
plação da vegetação, porém, continua sendo um barreira visual.
ESTUDO PRELIMINAR
2° Estudo Volumétrico
75
ESTUDO PRELIMINAR 76
4° Estudo Volumétrico
5° Estudo Volumétrico
Já essa investigação parte da ideia do pátio central se abrir para o pe-
Por fim, cria-se três blocos, diminuindo a circulação das passarelas e cri-
destre permitindo uma visibilidade infinita, no entanto, a conexão entre
ando dois pátios abertos ao público, ambos comtemplarão a natureza e
os blocos das extremidades acontecem por uma passarela muito gran-
a visibilidade infinita, sendo este o partido a se seguir como melhor solu-
de.
ção.
ESTUDO PRELIMINAR
Portanto, a ideia se embasa na desconstrução de toda a implantação existente, visando uma proposta com duas intenções de qualificação urbana em escalas distintas, a visão de quem está circulando dentro do edifício integrado com os eventos do nível do térreo. Dessa forma, a proposta visa uma circulação em que o usuário permeie pelo sítio reconhecendo o valor da natureza e da cultura no espaço. Nesse sentido, o partido de projeto ar-
quitetônico pretende estabelecer a ligação entre os blocos que permeia ao lado da vegetação articulando entre cheios e vazios, ressaltando a contem-
Croqui da proposta
plação da áreas livres. Por outro lado, aproximou-se da distribuição do programa no espaço associado a pretensão dos espaços livres e privados, além disso, parte-se da
identificação apresentada de dois setores: de um lado, o comércio e serviço local, de outro, o AMA e a futura habitação social, ambos determinaram a escolha do uso voltado para o vetor comercial como catalisador desses usu-
Acesso controlado Acesso livre Croqui de fluxos
ários, já na outra extremidade com usos com menor impacto devido à proximidade com o ambulatório e, por fim, cria-se um edifício intermediador entre os blocos das extremidades, visando aspectos de eventos e atrações
no centro, induzindo o interesse dos usuários presente nos outros blocos. Administração Ponto de Leitura Exposição Oficinas Café/Bar Teatro
Croqui de usos
77
ESTUDO PRELIMINAR
BANCA INTERMEDIÁRIA
O estudo preliminar tinha como partido a utilização de toda área destinada ao equipamento público pelas pessoas, sendo de suma importância, pois garantem vida e dinâmica ao lugar, portanto, o edifício proposto se definem, por um lado, a partir do alinhamento da circulação interna com a vegetação, por outro, com aberturas com um amplo campo de visão. Esse processo ocasionou em um edifício que buscou respeitar o gabarito existente e dividido em três blocos interligados por passarelas, sendo utilizadas tanto para circulação quanto para a con-
templação da área externa. Dessa forma, o conceito de “rua interna” foi utilizado no projeto, visto como uma forma de organizar o fluxo de pedestre dentro do edifício através de percursos elevados, assim também, gerando um lugar onde o contato social entre os usuários. A avaliação da banca intermediária e os comentários expostos, possibilitaram uma visão amplificada a respeito da situação gerada pela implantação do edifício e a distribuição do programa. Observou-se que a conexão criada no edifício deveria ser mantida, sendo este o principal elemento do trabalho. Por outro lado, a implantação dos blocos necessitava de uma revisão relacionado a forma e as técnicas construtivas, além de esclarecimento sobre o possível alagamento na área de intervenção.
Administração Ponto de Leitura Exposição Oficinas Café/Bar Teatro
78
79
ESTUDO PRELIMINAR
ESTUDO PRELIMINAR
ESTUDO DE NOVAS REFERÊNCIAS
Em um primeiro momento, buscou tratar das questões levantadas sobre a proximidade com a
Bacia do Córrego Pirajussara, importante afluente do Rio Pinheiros, que presenciou inundações significativas devido, principalmente, pela densa ocupação que envolveram expressivos movimentos de terra não controlados. A implantação de travessias insuficientes, de aterros e canalizações realizadas com objetivos muitas vezes voltados para o lucro imediato no mercado imobiliário, a configuração topográfica acidentada da bacia favorecendo o escoamento superficial direto, todos esses fatores acarretaram na elevação dos picos de cheias e o agravamento das inundações, exigindo do poder pú-
blico intervenções específicas para a bacia. Portanto, para controlar os excessos de chuva e enchentes, ocorreram importantes investimentos em piscinões com o intuito de combater ás enchentes. Com base nos estudos até então elaborados pelo Governo do Estado, por meio da DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), a região do Córrego Pirajussara, atualmente, conta com 7 piscinões, destinados ao armazenamento das águas
das chuvas, resultando em uma capacidade de 1.200 mil m³ e no fim dos alagamentos presente na região, principalmente, na área escolhida para intervenção. [1] Por outro lado, no decorrer da revisão do edifício proposto, houve a necessidade de trazer novas referências projetuais para a elaboração
1 - http://www.daee.sp.gov.br/index.php?
do estudo final.
otion=com_content&view=article&id=60:piscinoeshome&catid=38:piscinoes - Acesso em 19/08/2016
80
ESTUDO PRELIMINAR [FIGURA 62] Piscinões presente no Córrego Pirajussara
81
ESTUDO PRELIMINAR
Museu Exploratório De Ciências – UNICAMP Menção Honrosa – Alessandro Muzi, Hernani Paiva e Luiz Küller
[FIGURA 63] Soluções dos vãos encontrados dentro do edifício do Museu
Centro Cultural de Eventos e Exposições – Grupo Sarau
[FIGURA 64] Vencimento do vão através de vigas vagão no Centro de Eventos.
82
1° Lugar – Bruno Conde, Felipe Doria, Felipe Romeiro e Lucas Bittar
ESTUDO PRELIMINAR
Biblioteca Pública de Santa Catarina – Concurso
[FIGURA 64] Abertura zenital no vazio criado dentro da Biblioteca
Concurso CBCA – Florianópolis 1° Lugar – Giulia Aikawa, Thiago Steffen, Umberto Violatto e Yuri Wagner
[FIGURA 65] Passarela treliçada no edifício do Concurso CBCA
83
ESTUDO FINAL
ESTUDO FINAL
PARTIDO
Mantendo como premissa a conexão linear voltada para a área verde, foi possível criar três blo-
cos através da declividade e os eixos viários presente no terreno e em seu entorno. Diferente da solução escolhida no estudo preliminar, esta, faz com que inicie uma reflexão sobre a distribuição do programa nessa tipologia, pois, anteriormente, o programa estava projeto de forma linear, no entanto, observou-se significativos conflitos nos fluxos. Dessa forma, após diversas investigações, chegamos a uma separação dos programas, permitindo acessos independentes. De um lado, seria os blocos de voltados para os eventos com o café e o teatro, de outro, aconteceriam as oficinas e as outras atividades referentes a Casa de Cultura. A disposição foi definida devido à grande empena cega do teatro ao lado da vegetação existente próximo
Croqui Ventilação Cruzada
a calçada, permitindo uma visão mais agradável para os pedestres. Por outro lado, para manter a ideia de um ambiente central que permitisse diversos eventos, acrescentamos um ginásio multiuso que envolve ambos blocos das extremidades, além de resgatar diversas atividades que existiam na
época do antigo galpão, como a pratica de reuniões, esportes e festas cotidianas, relatadas pelos moradores. Os ambientes projetados dentro de cada bloco, investigamos soluções para questões de conforto ambiental e de eficiência energética, obtendo soluções através de aberturas zenitais e a utilização de brises no intuito de permitir o aproveitamento da luz natural de forma agradável. Além disso, criase a possibilidade de ventilação cruzada de modo a otimizar a iluminação e o resfriamento natural. 86
Croqui Iluminação Zenital e Proteção Solar
taispropostas, além disso, apresento três elementos que vencem grandes vãos com soluções distintas: o teatro, composto por laje nervurada e paredes estruturais; o ginásio, consiste em um pórtico composto de concreto para vigas metálicas do tipo vagão; e a passarela com travamento através de treliça metálica. Por fim, todo o projeto segue uma modulação de 5 em 5 metros, no sentido longitudinal, e 6 metros, no sentido transversal, além de balanços de 3 metros e a passarela que vence 20 metros entre os blocos.
ESTUDO FINAL
Com base nas referências projetuais, emprega-se também um sistema misto permitindo leveza nos vazios criados juntamente com as aberturas zeni-
Situação Atual
87
ESTUDO FINAL Proposta Passarela
Proposta VolumĂŠtrica
88
ESTUDO FINAL Proposta do Programa Caixa em concreto Caixa em concreto Caixa em concreto
Viga e pilar de
Bloco Nervurado
concreto
Treliça Treliça metálica
Viga e pilar de concreto
Viga metálica Viga Vagão Viga metálica Proposta Estrutural
89
ESTUDO FINAL
PROGRAMA
As atividades exercidas na Casa de Cultura, atualmente, apresenta um interesse voluntário sig-
nificativo e permitem diversas atividades para a comunidade, portanto, utiliza-se o programa existentes no intuito de oferecer uma infraestrutura adequada para as atividades, além de permitir que ocorram simultaneamente. Em um primeiro momento, no estudo preliminar, todo o programa foi pensado de forma linear articulados através da passarela, no entanto, no estudo final, o projeto propõe um rearranjo do programa a fim de combinar os usos e acessos independentes, pois, como exemplo, anteriormente, para
acessar as oficinas e a área administrativa precisaria manter todo os demais ambientes abertos. Assim, mantem-se apenas a concepção do edifício que reforça a ideia de horizontalidade do partido, além da criação da permeabilidade entre os blocos através da conexão realizado pela passarela alinhada à área verde e a criação de duas praças, que segue o desnível existente no terreno e o eixo viário, acarretando em três volumes para distribuir todo o programa. Com a definição do partido e a criação de duas grandes praças que proporciona um amplo campo de visão e contemplação, podendo acolher as atividades cotidianas, assim como, as oficinas que podem ocorrer ao ar livre ou na quadra coberta, tal como, a capoeira, a yoga, a Lian Gong e a Tai Chi Chuan. Dessa forma, observou-se que ocorrem quatro tipologias de oficinas: a tipologia 1, trata-se das oficinas que costumam ser realizadas em ateliês, como a reunião da terceira idade, o tear e o origami; a
tipologia 2 e a tipologia 3, são voltadas para oficinas que necessitam de salas com bloqueio sonoro, 90
das, referenciadas nas salas de aula existente nos estudos de caso apresentados; e a tipologia 4, seria as citadas anteriormente que tratam de artes corporais ao ar livre. Por fim, no primeiro bloco ocorrem as oficinas, a área administrativa e o resgate do ponto de leitura que já existiu na Casa de Cultura e não mantiveram. Amplia-se o programa com o segundo bloco do ginásio multifuncional que permite a realização de esportes, as oficinas e as atividades cotidianas, já
ESTUDO FINAL
como as oficinas de danças, dramaturgia, com ambientes mais amplos, e as salas menores, para as oficinas de cantoria, violão, teclado e orquestra de cor-
no terceiro bloco aconteceria as apresentações de dança, música, dramaturgia, entre outros, podendo ocorrer dentro do teatro ou voltado para a praça e o
ginásio, pois a implantação permite abertura para a área externa, além de receber como apoio quiosques que servem como café/bar.
Proposta da distribuição do programa
91
ESTUDO FINAL
ÍNDICES URBANÍSTICO DO PROJETO
Taxa de ocupação: 3.036,7995 m²
Coeficiente de aproveitamento: Edifício 1 (blocos + passarelas) 6.662,5886 m²
Taxa de permeabilidade: 11.173,7625 m²
Ponto de Leitura Área Expositiva
1
Acervo Geral
1
Espaço de Estudos
4
Recepção
1
Terminal de Consulta
2
Administração
CAPACIDADES ESPECÍFICAS
Ponto de leitura: 92 Assentos
Café/bar: 244 Assentos
92
Quantidade
Direção
1
Secretaria
1
Sala dos Professores
1
Oficinas
Quantidade
Tipologia 1
1
Tipologia 2
4
Tipologia 3
3 Áreas comuns
Teatro : 300 Assentos
Quantidade
Quantidade
Sanitários
6
Área total
1.673,3855 m²
ESTUDO FINAL Edifício 2 Ginásio Multiuso
Edifício 3 Quantidade
Café / Bar
Quantidade
Quadra
1
Recepção
1
Arquibancada
2
Refeitório
3
Quantidade
Quiosque
2
Sanitários
2
Dispensa
1
Vestiários
2
Apoio
2
Áreas comuns
Área total
1.350,1371 m²
Teatro
Quantidade
Recepção
1
Foyer
1
Camarim
1
Área Técnica
1
Estacionamento
1
Apoio
1 Áreas comuns
Quantidade
Sanitário
4
Vestiários
2
Doca
1
Área total
3.253,0864 m²
93
94
ESTUDO FINAL
95
ESTUDO FINAL
96
ESTUDO FINAL
97
ESTUDO FINAL
98
ESTUDO FINAL
99
ESTUDO FINAL
100
ESTUDO FINAL
101
ESTUDO FINAL
102
ESTUDO FINAL
103
ESTUDO FINAL
104
ESTUDO FINAL
105
ESTUDO FINAL
106
ESTUDO FINAL
107
ESTUDO FINAL
108
ESTUDO FINAL
109
ESTUDO FINAL
110
ESTUDO FINAL
111
ESTUDO FINAL
112
ESTUDO FINAL
113
ESTUDO FINAL
BIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA
Livros: HERTZBERGER, Herman. Lições de arquitetura. 2° Edição. São Paulo: Martins Fontes, 1999. JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. 3° Edição. São Paulo: Martins Fontes, 2003. SANTOS, José L. O que é cultura? 16° Edição. São Paulo: Brasiliense, 1996. MASCARÓ, Juan Luis. Ifra-estrutura da paisagem. 1° Ed. Porto Alegre: Masquatro, 2008. NESBITT, Kate. Uma nova agenda para a arquitetura. 2° Edição. São Paulo: Cosac Naify, 2013.
ROGERS, Richard; GUMUCHDJIAN, Philip. Cidades para um pequeno planeta. 1° Edição. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2001. VERSAL. Butantã – um bairro em movimento. 1° Edição. São Paulo: Versal Editores, 2013. TIETZ , Jurgen . História da arquitetura contemporânea. 1° Edição. Editora H.F. Ullmann, 2008. ZAERA-POLO, Alejandro. Arquitetura em diálogo. 1° Edição. São Paulo: Cosac Naify, 2015. WAAL, Ed; WATERMAN, Tim. Desenho urbano. 1° Edição. Porto Alegre: Bookman, 2012.
Monografias: BARROS, Marli de. Operação Urbana Consorciada Vila Sônia: conflitos socioespaciais na reprodução da metrópole. Dissertação de pós-graduação em Geografia - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - USP. São Paulo,2013. CAMPOS, Shirleti Amorim. As bibliotecas públicas são centros culturais ou os centros culturais são o milagre do século? Dissertação de mestrado em Memória Social e Documento - Centro de Ciências Humanas - UNI-RIO. Rio de Janeiro, 1995.
CUTRIM, Maria Alice; FERREIRA, Maria Paula. Modelo de avaliação de impacto da linha 4 – amarela nas condições de vida e viagem da população pobre residente em suas áreas de influência. Trabalho apresentado na Fundação de Sistema Estadual de Análise de Dados, 2013. GIMENES, Lourenço Urbano. Estação intermodal como gerador de centralidades metropolitanas: O nó metro ferroviário da Luz. Trabalho apresentado no concurso de Monografias CBTU. Rio de Janeiro, 2005.
MACHADO, Débora. Público e comunitário: projeto como promotor do espaço de convivência. Dissertação de mestrado em Arquitetura e Urbanismo -
116
RAMOS, Luciene Borges. Centro Cultural: Território privilegiado da ação cultural e informacional na sociedade contemporânea. Trabalho apresentado no III ENECULT – Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura,. Salvador, 2007. RIBAS, Simone Valória. A importância da casa da cultura do Butantã para a região. 2009. 20 f. Tese (Pós-graduação em Gestão de Projetos Culturais e Organização de Eventos) - Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação/Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, São
BIBLIOGRAFIA
USJT. São Paulo, 2009.
Paulo, 2009.
Sites: UNESCO. Informe mundial. Investir na diversidade cultural e no diálogo intercultural, 2010. Disponível em: http://www.ar.artbr/print/docs/ diversidade.htm - Acesso em 21/03/2016. SALES, Pedro M. R. Operações Urbanas em São Paulo: crítica, plano e projeto. Parte 4 – Operação Urbana Butantã-Vila Sônia. Arquitextos, Texto Especial nº 310. São Paulo, Portal Vitruvius, 2005. Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/05.060/468 - Acesso em 19/02/2016. GRUMAN,
Marcelo.
A
UNESCO
e
as
políticas
culturais
no
Brasil.
Políticas
Culturais
em
Revista,
n°
2,
2008.
Disponível
em:
www.politicasculturaisemrevista.ufba.br - Acesso em 21/03/2016. ÂNGELO, Fernanda Dias. Consensos do lazer diante um paradigma histórico-cultural. Revista Ururtágua, n° 13, 2007. Maringá. Disponível em: http:// www.urutagua.uem.br/013/13angelo.htm - Acesso em 21/03/2016
Relatório Técnico: SÃO PAULO. Linha 4 Amarela. Companhia do Metropolitano de São Paulo (Org.). Prolongamento Vila Sônia: Relatório ambiental preliminar para solicitação de licença prévia. São Paulo, 2008.
117
BIBLIOGRAFIA
Lista de Imagens:
1.
Mapa editado da Prefeitura Municipal de São Paulo. Disponível em: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/ subprefeituras/mapa/index.php?p=14894 – Acesso em 23/04/2016.
2.
Mapa editado do IBGE. Disponível em: http://smdu.prefeitura.sp.gov.br/informes_urbanos/pdf/2.pdf - Acesso em 31/03/2016.
3.
Mapa
editado
da
Secretaria
Municipal
de
Cultura.
Disponível
em:
http://infocidade.prefeitura.sp.gov.br/
em:
http://infocidade.prefeitura.sp.gov.br/
mapas/6_centros_culturais_casas_de_cultura_espac_2013_1087.pdf - Acesso em 03/03/2016. 4.
Mapa
editado
da
Secretaria
Municipal
de
Habitação.
Disponível
mapas/9_distribuicao_das_favelas_2015_10251.pdf - Acesso em 01/04/2016. 5.
Adaptada de CUTRIM, Maria Alice; FERREIRA, Maria Paula. Modelo de avaliação de impacto da linha 4 – amarela nas condições de vida e viagem da população pobre residente em suas áreas de influência. Trabalho apresentado na Fundação de Sistema Estadual de Análise de Dados, 2013. Pág. 10 e 16.
6.
SÃO PAULO. Linha 4 Amarela. Companhia do Metropolitano de São Paulo (Org.). Prolongamento Vila Sônia: Relatório ambiental preliminar para solicitação de licença prévia. São Paulo, 2008. Pág. 18.
118
7.
Mapa editado do Google Earth - Acesso em 18/04/2016
8.
http://www.tetraarq.com.br/projetos_abrir.php?num=24 - Acesso em 18/04/2016.
9.
Mapa editado do Google Earth - Acesso em 18/04/2016
10.
https://blogdonavarro.wordpress.com/category/monotrilho/page/2 / - Acesso em 18/04/2016
11.
Mapa editado do Google Earth - Acesso em 18/04/2016
12.
Google Earth - Acesso em 18/04/2016
13.
Mapa editado do Google Earth - Acesso em 06/05/2016
14.
Idem.
15.
Acervo pessoal.
Mapa editado do Google Earth - Acesso em 06/05/2016
17.
Idem.
18.
Acervo pessoal.
19.
Mapa editado do Google Earth - Acesso em 06/05/2016
20.
Idem.
21.
Acervo pessoal.
22.
Mapa editado do Google Earth - Acesso em 06/05/2016
23.
Idem.
24.
Acervo pessoal.
25.
Mapa editado do Google Earth - Acesso em 06/05/2016
26.
Idem.
27.
Acervo pessoal.
28.
Mapa editado do Google Earth - Acesso em 06/05/2016
29.
Idem.
30.
Acervo pessoal.
31.
Apresentação editada da Secretaria de Planejamento. – Operação Urbana Consorciada Vila Sônia (2007). Pág. 72. Disponível em: http://
BIBLIOGRAFIA
16.
pt.slideshare.net/pelacidadeviva/ouvs-sempla - Acesso em: 06/03/2016
32.
Mapa editado do Google Earth - Acesso em 09/07/2016
33.
Acervo pessoal.
34.
Mapa editado de Corrida do Parque do Ibirapuera. Disponível em: http://www.parqueibirapuera.org/parque-ibirapuera/mapas-do-parque-ibirapuera/ - Acesso em 09/07/2016.
35.
Acervo pessoal.
36.
Acervo da Casa da Cultura. 119
BIBLIOGRAFIA
37.
Fotomontagem do acervo da Casa da Cultura.
38.
Mapas editados do Geosampa. Disponível em: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx# - Acesso em 22/04/2016.
39.
Mapas editados do Geosampa. Disponível em: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx# - Acesso em 07/05/2016.
40.
Mapa editado da Secretaria Municipal de Cultura.
41.
Acervo pessoal.
42.
Panfleto editado das oficinas da Casa de Cultura do Butantã.
43.
Mapa editado do zonemaneto. Disponível em: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/marco-regulatorio/zoneamento/arquivos/ - Acesso em 25/03/2016.
120
44.
Desenhos editados do SPBR. http://www.spbr.arq.br/portfolio-items/arena-cultural-do-hospital-de-cancer-de-barretos/ - Acesso em: 03/05/2016
45.
http://www.spbr.arq.br/portfolio-items/arena-cultural-do-hospital-de-cancer-de-barretos/ - Acesso em: 04/05/2016
46.
Idem.
47.
Idem.
48.
Idem.
49.
Desenhos editados do Brasil Arquitetura. Disponível em: http://brasilarquitetura.com/projetos/praca-das-artes/ - Acesso em 29/04/2016.
50.
http://brasilarquitetura.com/projetos/praca-das-artes/ - Acesso em: 04/05/2016.
51.
Idem.
52.
Idem.
53.
Desenhos editados do MMBB. Disponível em: http://www.mmbb.com.br/projects/view/76 - Acesso em: 30/04/2016.
54.
Idem.
55.
http://www.mmbb.com.br/projects/view/76 - Acesso em: 04/05/2016.
56.
Idem.
57.
http://www.tschumi.com/projects/15/ - Acesso em: 04/05/2016.
58.
Idem.
Desenhos editados do Tschumi. Disponível em: http://www.tschumi.com/projects/15/ - Acesso em: 29/04/2016.
60.
http://www.archdaily.com.br/br/01-120626/em-construcao-complexo-praca-dos-museus-da-usp-slash-paulo-mendes-da-rocha-plus-piratiningaarquitetos-associados - Acesso em 04/05/2016
61.
Desenhos editados do Paulo Mendes da Rocha. Disponível em: http://www.archdaily.com.br/br/01-120626/em-construcao-complexo-praca-dosmuseus-da-usp-slash-paulo-mendes-da-rocha-plus-piratininga-arquitetos-associados - Acesso em 04/05/2016
62.
Piscinões
presente
no
Córrego
Pirajussara
.
Disponível
em:
BIBLIOGRAFIA
59.
http://www.daee.sp.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=60:piscinoes-home&catid=38:piscinoes - Acesso em 19/08/2016 63.
Soluções dos vãos encontrados dentro do edifício do Museu. Disponível em: https://concursosdeprojeto.org/2009/08/17/museu-unicamp-mh-muzi/ Acesso em 22/08/2016
64.
Vencimento do vão através de vigas vagão no centro de eventos. Disponível em: http://www.archdaily.com.br/br/01-187707/proposta-para-centrocultural-de-eventos-e-exposicoes-em-paraty-grupo-sarau - Acesso em
65.
Abertura zenital no vazio criado dentro da Biblioteca. Disponível em: https://concursosdeprojeto.org/2010/03/29/concurso-biblioteca-publica-sc-01/ Acesso em 29/08/2016
66.
Passarela treliçada no edifício do Concurso CBCA. Disponível em: http://www.archdaily.com.br/br/775339/primeiro-lugar-no-8o-concurso-cbca-giuliaaikawa-thiago-steffen-umberto-violatto-e-yuri-wagner - Acesso em 20/09/2016
121