Revista Tocantins Indústria - FIETO

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Ano VIII nº 179 Outubro / Novembro 2019

Ação que transforma ECONOMIA

Intervenção do SENAI, que utiliza técnicas para aumentar a produtividade das empresas e a qualidade dos produtos, ajuda indústria tocantinense a crescer e se desenvolver. PÁGINA 20

INOVAÇÃO

Por suas ações inovadoras, empresas são reconhecidas e premiadas pela FIETO. Iniciativa visa estimular o segmento industrial tocantinense a inovar cada vez mais.

Acesso ao crédito melhora, mas atividade industrial segue desaquecida. Mesmo assim, empresários estão otimistas em relação aos próximos seis meses, mostram sondagens da FIETO.

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PESQUISA


expediente Publicação bimestral editada pela Unidade de Comunicação Institucional do Sistema FIETO - (UCI) Gerente de Comunicação João Leitão Edição e Revisão Júnior Veras RG 623 JP/GO Colaboração Priscila Cavalcante RG 373 JP/TO Diagramação Cannes Publicidade Fotografia Adilvan Nogueira UCI/Divulgação Diretoria Executiva - Sistema Fieto Presidente Roberto Magno Martins Pires 1º Vice-Presidente Carlos Augusto Suzana Vice-Presidentes Emilson Vieira Santos Charles Alberto Elias Luciano de Carvalho Rocha Sérgio Carlos Ferreira Tavares Oswaldo Stival Júnior 1º Secretário Claudizete Carneiro Santos 2º Secretário Mário de Castro Pillar 1º Tesoureiro Walter Atta Rodrigues Bittencourt Júnior 2º Tesoureiro Maria Elieth José Antônio Lobo Suplentes da Diretoria

Cabral Santos Gonçalves Diego Teodoro Carvalho Alba Garcia Carlos Wagno Maciel Milhomem Gliner de Souza Borges Marco Antônio de Faria Cunha Wilmar Oliveira de Bastos Luiz Carlos Alves de Oliveira Jacques José de Barros Francisco Monteiro de Souza Filho Ailton dos Santos Queiroz

Conselho Fiscal Efetivos José de Souza Vasque José Febrônio da Silva Francisco Antélius Servulo Vaz Suplentes Reinaldo Pereira Cardoso (em memória) Fábio de Oliveira Soares Romulo José dos Santos Delegados Representantes Junto à CNI Efetivos Roberto Magno Martins Pires Célio Batista Alves Suplentes Charles Alberto Elias Carlos Augusto Suzana Executivos do Sistema Fieto Superintendência Regional do SESI Charles Alberto Elias Diretoria do SENAI Márcia Rodrigues de Paula Superintendência do IEL Roseli Sarmento Diretoria Corporativa Juarez Frota Sindicatos Patronais da Indústria SIA Claudizete Carneiro Santos SICON Maria Elieth José Antônio Lobo SIMAM Geová Pereira de Mendonça SIME Mário de Castro Pillar SINDIATO Carlos Augusto Suzana SINDICER Esequiel de Sousa Milhomem SIPMME Carlos Wagno Maciel Milhomem SINDIREPA José Febrônio da Silva SINDUSCON Bartolomé Alba Garcia SIG Gliner de Souza Borges SIQFAR Walter Atta R. Bittencourt Júnior SINDICARNES Oswaldo Stival Júnior

Tel.: (63) 3229-5775 www.sistemafieto.com.br imprensa@sistemafieto.com.br

índice

4 ENTREVISTA • PAULO MÓL 6 ROBÓTICA E A INDÚSTRIA 4.0 FIETO DE INOVAÇÃO 8 PRÊMIO ESTÍMULO E RECONHECIMENTO • JOSÉ ROBERTO FERNANDES 10 ARTIGO A INDÚSTRIA E A GESTÃO PÚBLICA • ELEIÇÃO 12 FIETO COMPROMISSO REFORÇADO • ESPORTE 14 SESI PEQUENOS ATLETAS 16 PESQUISA UM LEVE RESPIRO • MARKETING ELEITORAL 18 WORKSHOP O PODER DA INFORMAÇÃO 20 CAPA AÇÃO QUE TRANSFORMA SINDICAL 24 AÇÃO DE OLHO NO MERCADO • SISTEMA INDÚSTRIA 25 SENAI MOSTRANDO SUA FORÇA • QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL 27 SENAI LARGANDO NA FRENTE • TREINAMENTO 28 IEL PULO DO GATO • ROBSON ANDRADE 30 ARTIGO INOVAÇÃO, PRIORIDADE ABSOLUTA • EMPREENDEDORISMO 32 FIETO PAINEL EMPRESARIAL • CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL 34 SENAI A VOZ DO MERCADO EDITORIAL • ROBERTO PIRES PREPARADOS PARA O DESAFIO

36 38 CURTAS CURSOS, CRÉDITO, INCENTIVO, OPORTUNIDADE,

ARTIGO • MIRIAM HOLANDA TUDO ESTÁ MUDANDO, E RÁPIDO!

FEIRA, CONFECÇÃO, RANKINGS, INOVAÇÃO



EDITORIAL ROBERTO PIRES FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Preparados para o desafio O Mapa do Trabalho Industrial, elaborado pelo SENAI, destaca que o Tocantins terá que qualificar 41.807 trabalhadores em ocupações industriais nos próximos 4 anos, ou seja, até 2023, para atender às demandas do mercado de trabalho. Destaca ainda que as ocupações têm na formação conhecimentos de base industrial, por isso são oferecidas pelo SENAI, mas os profissionais podem trabalhar em qualquer setor da economia.

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Embora seja um número considerável de pessoas que precisam ser qualificadas, como mostram os dados do levantamento, estamos tranquilos por saber que o SENAI Tocantins está preparado para esse desafio. Os investimentos realizados nos últimos anos na construção de novas unidades fixas e kits móveis, que permitem levar os cursos oferecidos pela instituição a todos os municípios tocantinenses, bem como em laboratórios e equipamentos modernos, nos dão

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Os investimentos na construção de novas unidades fixas e kits móveis, que permitem levar os cursos do SENAI a todos os municípios tocantinenses, bem como em laboratórios e equipamentos modernos, nos dão a garantia de que estamos prontos para ajudar o Tocantins a atingir a meta apresentada pelo Mapa do Trabalho Industrial”. essa garantia. Instaladas nas maiores cidades do Tocantins, as unidades do SENAI estão modernamente equipadas para a formação técnica e profissional de jovens e trabalhadores que, devido à qualidade dos cursos que fazem na instituição, são rapidamente absorvidos pelo mercado de trabalho. Em Palmas, onde há maior demanda por mão de obra qualificada, instalamos o Centro de Educação e Tecnologia do SENAI em um prédio moderno com oficinas, laboratórios e ambientes didáticos com capacidade para atender 1.200 alunos por dia. A unidade tem o conceito de uma escola do futuro, com espaços flexíveis e multifuncionais que abrigam infraestrutura de ações móveis compartilhadas com outras unidades do SENAI, instituições e empresas. Outras duas novas escolas foram construídas em Paraíso do Tocantins e Taquaralto, cada uma com capacidade para atender 450 alunos por dia. Uma das razões para a expansão das ações de educação profissional do SENAI no Tocantins é a alta demanda por profissionais qualificados, mas também o

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comprometimento de sua equipe de trabalho, as parcerias estratégicas e o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Tudo isso contribuiu para que fôssemos contemplados com a chegada de novas tecnologias, novos postos de atendimento e a construção de novas escolas, o que nos garante alcançar resultados positivos numa escala de expansão e fazer educação profissional com qualidade. Em nossa gestão a educação sempre foi prioridade, por isso não medimos esforços para destinar recursos a reformas e readequação de espaços físicos para tornar os ambientes de trabalho mais modernos, com ênfase na melhoria de atendimento, na capacidade instalada e construção de novas unidades escolares. Investimentos que fizeram do SENAI uma das mais importantes instituições voltadas ao ensino profissionalizante do Tocantins. Portanto, estamos mais que tranquilos, estamos prontos e preparados para ajudar o Estado a atingir a meta apresentada pelo Mapa do Trabalho Industrial: qualificar 41.807 trabalhadores até 2023.

Roberto Pires é presidente da Federação das Indústrias do Estado do Tocantins - FIETO

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E N T R E V I S TA PA U L O M Ó L

“O aluno da robótica encontra desafios desconhecidos para os quais ele precisa buscar soluções. Isso o conecta ao mercado de trabalho e à Indústria 4.0”. Paulo Mól, Diretor de Operações do SESI, explica como a robótica educacional tem transformado a maneira de aprender e ensinar, provocando uma verdadeira revolução nas salas de aulas por envolver criatividade e trabalho em equipe. Confira a entrevista.

Paulo Mól, Diretor de Operações do SESI

A robótica é muito ligada à matemática, física e engenharias, mas a metodologia leva os alunos muito além disso. Certo? A prática da robótica é bem democrática, e isso é extremamente importante. Porque na verdade é um projeto que envolve 8 a 10 alunos em cada time, e cada um com tarefas muito diferentes. Tem um aluno que vai montar o robô, mas tem o outro que vai pensar no design, o outro vai pensar nos materiais, mas também tem aquele que vai apresentar o projeto. Tem alguém com oratória estruturada e, ainda, o aluno que fica responsável pela tesouraria da equipe. Há um envolvimento emocional que já começa com a montagem do time. É isso mesmo? Tem um comprometimento pessoal que é muito importante. Quando eu olho para essas crianças que trabalham com a robótica e começam a participar dos torneios, eu consigo prever profissionais muito bem preparados por várias razões. Primeiro porque tem um desafio que precisa ser concluído que é a construção de um robô, que terá atividades a serem cumpridas. Por outro lado, existe uma rede, uma conexão muito grande com

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as outras pessoas, os projetos são coletivos. Com isso, você precisa desenvolver uma relação interpessoal muito importante. Sem falar nos valores morais que são extremamente relevantes. A robótica de fato transforma a vida desses alunos. Qual a relação da Indústria 4.0 com o ensino da robótica em sala de aula? O torneio de robótica faz com que o aluno comece a experimentar o que é essa nova indústria. Ele desenvolve habilidades que são essenciais para o setor. Há estudos mostrando que daqui pra frente eu posso ter 2, 3 ou 4 profissões na minha vida. Ou seja, eu preciso me reconstruir. Saber que os desafios são novos e eu preciso me desenvolver. Então, o aluno da robótica começa a entrar neste mundo, com desafios desconhecidos para os quais ele precisa buscar soluções. Isso conecta os estudantes ao mercado de trabalho e à Indústria 4.0. A competição de robótica tem uma parte prática, mas também todo um trabalho de pesquisa. Como eles se organizam para isso? A cada edição tem um tema. Na

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atual temporada, pra marcar os 50 anos da chegada do homem à lua, o tema é espaço. Os projetos tinham de apresentar soluções inovadoras para a vida e viagens espaciais. Como no ano passado nós vencemos o Mundial de Robótica em Houston, nos Estados Unidos, na categoria de 9 a 16 anos, isso chamou a atenção do pessoal da NASA. Um representante da NASA veio acompanhar o Festival SESI de Robótica, no Rio de Janeiro, e ficou muito surpreso com os projetos dos nossos estudantes a respeito do espaço. Eu diria que alguns projetos poderiam inclusive ser vendidos para a NASA. É um ensino multidisciplinar? Esse é o grande lance porque a robótica é extremamente inclusiva. Óbvio que o estudante mais ligado em tecnologias vai cuidar da montagem do robô, mas é preciso outro para apresentar ou vender o projeto. Então, cada um tem o seu papel nesse processo. Cada um tem seu espaço. Como são definidas as faixas etárias para as competições? Nos torneios mundiais existem três categorias. Na categoria FIRST LEGO League a idade varia de 9 a 16 anos. É o mais relacionado hoje no Brasil com o ensino fundamental. Eles projetam e constroem robôs autônomos com peças LEGO. Essas máquinas precisam cumprir determinadas atividades. Em outra categoria, o FIRST Tech Challenge, são estudantes de 15 a 18 anos. São robôs maiores que não

O que eu percebo na escola é que o aluno quando entra no torneio de robótica puxa pra cima o nível de aprendizado. Começa a fazer perguntas muito específicas e precisa de uma ajuda muito qualificada do professor. Essa é a escola do futuro e o torneio de robótica promove esse tipo de ação”. usam peças de Lego e com tarefas muito mais complexas. O robô do FTC tem de cumprir missões, de maneira autônoma e por rádio controle, em uma arena. Por último, há o FIRST Robotics Competition, em que estudantes de 14 a 18 anos projetam robôs industriais de até 56 quilos para executar tarefas em uma arena. Quais são as parcerias para desenvolver esses projetos no Brasil? O SESI é o operador oficial dos torneios de robóticas aqui no Brasil: FLL, FTC e futuramente, FRC. Como o SESI é voltado para a indústria, nossa escola também é voltada em grande parte para o ensino de Ciências, Matemática e engenharias. Em toda a rede SESI, os alunos têm a robótica como metodologia educacional. Nós estimulamos a participação das nossas escolas nos torneios, que também são abertos para outras instituições particulares e públicas. E o que a gente quer é que aumente cada vez mais a participação das escolas de todo o Brasil. (Da Agência CNI de Notícias).

Nós estimulamos a participação das nossas escolas nos torneios, que também são abertos para outras instituições particulares e públicas. E o que a gente quer é que aumente cada vez mais a participação das escolas de todo o Brasil”.

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COMPETITIVIDADE P R Ê M I O F I E T O D E I N OVA Ç Ã O

Estímulo e reconhecimento Empresas industriais recebem premiação da FIETO ao alcançarem a maior pontuação na avaliação de suas ações de inovação

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Foi uma necessidade que eu senti de inovar e melhorar para o nosso cliente, continuando com um produto que mantivesse a qualidade”. MÔNICA DE OLIVEIRA/ EMPRESÁRIA

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s ações de inovação desenvolvidas pelas empresas tocantinenses Pamonharia Paraíso (1ª colocada), Da Família (2ª colocada), Artemsite (3ª colocada), Radinfo (4ª colocada) e Briquetins (5ª colocada) foram reconhecidas na cerimônia de entrega da 2ª edição do Prêmio FIETO de Inovação. Empresários das 47 empresas inscritas na premiação participaram da solenidade. Os vencedores, em ordem de colocação, ganharam um iMac, um iPad Pro, um iPhone XS, um iPhone XR e um iPad Mini. O objetivo do Prêmio FIETO de Inovação é premiar e incentivar a cultura da inovação nas empresas, o que segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (FIETO), Roberto Pires, já se tornou um pré-requisito

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para as que querem se destacar no mercado. “Os empresários precisam encarar a inovação como um importante fator de evolução do seu negócio. É por meio da inovação que o empresário pode reduzir custos, criar novas oportunidades e fazer com que seu negócio se torne mais competitivo. O Prêmio FIETO de Inovação reconhece as novidades que empresários estão trazendo para o mercado e também estimula o segmento industrial a inovar cada vez mais”, avaliou Pires. Representando o governador do Tocantins, Mauro Carlesse, o ex-secretário da pasta de Indústria, Comércio e Serviços, Ridovaldo Chiareloto, falou sobre a importância do Estado na promoção da inovação que, segundo ele, “preci-

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sa fazer sua parte”. “O desenvolvimento se dá também com inovação no Governo. O empresário sozinho não faz, o Governo não pode atravancar o trabalho do micro e pequeno empresário e da iniciativa privada que é quem gera emprego e renda”, disse. Uma banca julgadora fez a avaliação das ações e projetos descritos pelas empresas inscritas, visando diagnosticar o nível de aderência às melhores práticas de

neira de trabalhar melhor, de dar qualidade para os funcionários e para os meus clientes. E a gente ser reconhecido é muito bom porque a gente vem de uma luta diária e com muito amor, amor da família”, disse sobre a premiação após realizar ações como a criação de um núcleo com a participação de colaboradores para discutir o tema e inovações na marca, ampliação do mercado consumidor e estratégias de venda.

É por meio da inovação que o empresário pode reduzir custos, criar novas oportunidades e fazer com que seu negócio se torne mais competitivo”. ROBERTO PIRES/ PRESIDENTE DA FIETO inovação. Uma das proprietárias da empresa campeã, Pamonharia Paraíso, a empresária Mônica de Oliveira, contou que foi auxiliada por instituições como a FIETO para trilhar o caminho da inovação ao perceber essa necessidade, quando passou a atender mais clientes. “Foi uma necessidade que eu senti de inovar e melhorar para o nosso cliente, continuando com um produto que mantivesse a qualidade. Tivemos que buscar essa ma-

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ARTIGO JOSÉ ROBERTO FERNANDES

A indústria e a gestão pública A crise multifacetada a que assistimos, a mais longa e severa desde 1900, gestou um novo eleitor – mais impaciente com a lentidão, a má qualidade e o custo da entrega de serviços púbicos e intolerante com a corrupção e os desvios da ética. São vários os motivos que deram causa ao aparecimento deste novo cidadão, mas é fácil identificar nele uma característica comum: maior e melhor nível de informação. Não sem tempo, quase uma dezena de instituições se dedicam, atualmente, a monitorar o desempenho dos governantes e veicular os resultados aos governados. Nada mais justo. Nada mais democrático. Nada mais necessário. Que empresário se descuidaria de mensurar o desempenho dos empregados a quem paga o salário? Se houve, certamente, a esta altura já faliu. Já é tempo de que tal preocupação, que sempre instou a iniciativa privada, se estenda ao governo. O controle social da gestão pública além de possível é, altamente, desejável. Observando os indicadores levantados por uma dessas instituições, no período de 2015/18, é possível comparar o desempenho do Brasil e do Tocantins nos Pilares da Competitividade, ou seja: capacidade de utilizar os recursos disponíveis para entregar bons resultados na geração de serviços e desenvolvimento econômico. O estado supera o país em: Potencial de Mercado (Crescimento do Mercado e da Força de Trabalho), Capital Humano (Custo/ Qualidade da Mão de Obra, População com Ensino Superior) e Segurança Pública (Pessoal/Patrimonial, Mortes, Atuação da Justiça e Déficit Carcerário).

Na contraparte, o Tocantins é, amplamente, superado pelo país em: Infraestrutura (Qualidade/Acesso/ Custo: Energia, Combustíveis, Rodovias, Saneamento, Mobilidade), Solidez Fiscal (Solvência e Autonomia, Investimento, Execução Orçamentária), Eficiência da Máquina Pública (Custo do Executivo, do Legislativo, do Judiciário; % de Servidores Comissionados), Inovação (Investimento Público em P&D, Produção Acadêmica, Patentes) e Sustentabilidade Ambiental (Tratamento de Esgoto, Emissão de CO2, Destinação do Lixo). Nos demais pilares a diferença é pequena. Impossível não notar que a supremacia do estado se dá, preferencialmente, em campos que têm vida própria, com pouca ou nenhuma interferência do estado, em outras palavras, que dependem mais da vontade do cidadão. O inverso se verifica nos campos que têm, ou deveriam ter, influência positiva dos governantes, em outras palavras, que dependem da gestão pública. Esta circunstância é, especialmente, importante no âmbito de um cenário nacional de escassez de recursos públicos. Recente publicação oficial mostra que 14 das 27 unidades federativas têm suas finanças comprometidas pelo desequilíbrio fiscal. É neste cenário,

JOSÉ ROBERTO FERNANDES É CONSULTOR DO SISTEMA FIETO 10

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A indústria depende do bom desempenho do governo e do sucesso das políticas públicas. Estes pressupostos criam um ambiente propício para o seu desenvolvimento e a geração de mais empregos de qualidade, tributos, divisas e conhecimento”.

onde o gestor público será desafiado a fazer mais com menos, que deveremos navegar no futuro. A indústria depende do bom desempenho do governo e do sucesso das políticas públicas. Estes pressupostos criam um ambiente propício para o seu desenvolvimen-

to e a geração de mais empregos de qualidade, tributos, divisas e conhecimento. A indústria tem vontade, disposição e competência para crescer e gerar derivativos sociais, mas precisa ter assegurado os requisitos mínimos. Um bom começo passa por um bom governo.

PILARES DA COMPETITIVIDADE (TO x BR)

BR TO (2015/18)

SEGURANÇA PÚBLICA 69,0

SOLIDEZ FISCAL

46,8

28,0

49,3

5,5 5,9

34,4

29,7 38,1

52,7 42,6

35,7

EDUCAÇÃO

CAPITAL HUMANO

44,2

51,6 SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

48,9

57,7

EFICIÊNCIA DA MÁQUINA PÚBLICA 64,1

INOVAÇÃO

SUSTENTABILIDADE SOCIAL

52,3

71,2

59,7

INFRAESTRUTURA

POTENCIAL DE MERCADO

Fonte: CLP, 2019

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FIETO ELEIÇÃO

Compromisso reforçado Por meio do SENAI, SESI e IEL atendemos centenas de milhares de pessoas nos últimos anos e o objetivo é manter essa curva positiva, cumprindo nosso papel de criar um ambiente favorável para o fortalecimento da indústria tocantinense”. ROBERTO PIRES / PRESIDENTE DA FIETO

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Reconduzido como presidente em nova eleição da diretoria da FIETO, empresário Roberto Pires destaca trabalho realizado nos últimos anos e diz que se esforçará ao máximo para que os resultados positivos continuem

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epresentantes dos sindicatos empresariais do setor industrial elegeram a nova diretoria da Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (FIETO) para o quadriênio 2020/2024. Pela terceira vez consecutiva o empresário Roberto Pires foi escolhido como presidente da FIETO. A eleição ocorreu na sede da instituição, em Palmas. Após a eleição, durante reunião com os representantes dos sindicatos, Roberto Pires agradeceu a confiança mais uma vez dada a ele para a condução da entidade pelos próximos quatro anos. “É uma grande honra para mim ser escolhido

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mais uma vez para representá-los à frente da FIETO, essa instituição tão importante para o desenvolvimento do nosso setor e da economia do Estado”, disse Pires. O presidente da FIETO também fez uma avaliação do cenário para os próximos quatro anos, apontando como um dos desafios a previsão de corte de recursos para o Sistema S proposto pelo Governo Federal. “Temos um grande desafio pela frente. Passaremos por uma reorganização institucional que acontecerá em consequência do corte do repasse para o Sistema S proposto pelo Governo. O cenário econômico também passa por oscilações que preocupam a todos, com resultados abaixo do que esperávamos. Dentro desta perspectiva, a união da nossa entidade e o trabalho colaborativo entre nossa diretoria serão fundamentais para que possamos superar esses desafios e continuarmos contribuindo para o crescimento do setor industrial no estado, qualificando a mão de obra e incentivando ações inovadoras que possam trazer ganhos impor-

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tantes para o mercado”, pontuou. Roberto Pires lembrou do trabalho já realizado pela FIETO nos últimos dez anos enquanto esteve à frente da entidade e reforçou seu compromisso de fazer com que esses resultados positivos continuem crescendo. “Por meio do SENAI, SESI e IEL atendemos centenas de milhares de pessoas nos últimos anos e o objetivo é manter essa curva positiva, cumprindo nosso papel de criar um ambiente favorável para o fortalecimento da indústria tocantinense”, afirmou. Ao final, o presidente Roberto Pires reafirmou seu compromisso com as reivindicações da classe e o desenvolvimento econômico do Estado. “Tenham certeza que terão de mim total dedicação e empenho para lutar pelos interesses do setor da indústria e fazer com que a FIETO continue forte e contribuindo para o crescimento da economia de nosso Estado”, finalizou. A posse da nova diretoria deve acontecer em março de 2020, quando conclui-se o atual mandato.

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SESI ESPORTE

Pequenos atletas SESI Tocantins mobiliza centenas de crianças e adolescentes em uma saudável e descontraída corrida pelas ruas de Palmas. Iniciativa visa incentivar a prática do esporte desde cedo, para que os futuros adultos tenham uma melhor qualidade de vida

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O esporte eleva nossa qualidade de vida e eu quero passar isso para minhas filhas. Então, aonde tem esporte eu e elas estamos envolvidas. O esporte traz paz, tranquilidade, esporte é saúde”. NÚBIA COELHO/ ADMINISTRADORA

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erca de 800 crianças e adolescentes de 1 a 15 anos participaram da Corrida de Rua da Criança realizada pelo Serviço Social da Indústria – SESI Tocantins na Praia da Graciosa, em Palmas. Com provas de 20 a 300 metros, a corrida foi realizada junto com a programação da XIX Meia Maratona do Tocantins. Os três primeiros colocados de cada faixa etária, a partir de 5 anos, ganharam troféus e todos os concluintes da corrida ganharam medalhas. A gerente do SESI Palmas, Patrícia Nascimento, explica que a prova vem ao encontro da missão da instituição de promover qualidade de vida. “Nós entendemos que esse trabalho de incentivo ao

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esporte para a prevenção de doenças deve começar desde criança para que a gente consiga propagar bons hábitos nestes futuros adultos que, com certeza, terão uma melhor qualidade de vida e saúde”, disse a gerente.

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Na largada, pais e responsáveis acompanharam e torceram orgulhosos pelos pequenos atletas. A administradora Núbia Coelho pratica esporte regularmente e fez questão de levar suas duas filhas, Helena e Valentina, de 3 e 7 anos, ao evento. “O esporte eleva nossa qualidade de vida e eu quero passar isso para minhas filhas. Então, aonde tem esporte eu e elas estamos envolvidas. O esporte te tira da violência, te traz

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paz, tranquilidade, esporte é saúde”, relata. O Governo do Estado, por meio da Superintendência Estadual de Esporte, Juventude e Lazer (Sejul), a Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes (Seduc), o Quartetto Supermercados, a Drone PMW e a Origem Grupy Kids apoiaram a realização da Corrida de Rua da Criança.

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PESQUISA CRÉDITO

Um leve respiro Acesso ao crédito melhora, mas atividade industrial segue desaquecida, mostra pesquisa da FIETO

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indicador de Acesso ao Crédito, mensurado pela pesquisa Sondagem Industrial, apresentou neste trimestre o melhor resultado desde 2014 ao atingir 41 pontos. Os itens Elevada Carga Tributária e Competição Desleal apareceram em 1º e 2º lugar como os principais problemas enfrentados neste 3º trimestre de 2019. O estudo é realizado com empresários tocantinenses pela Federação das Indústrias do Tocantins (FIETO), com apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI), e está disponível no portal da FIETO, link Estudos e Pesquisas. A gerente da Unidade de Desen-

volvimento Industrial da FIETO, Amanda Barbosa, comemorou a melhora no indicador relacionado ao crédito. “O indicador Acesso ao Crédito passou de 38 para 41 pontos nesse trimestre, esse é o melhor resultado desde o 2º trimestre de 2014. A FIETO conta com uma área exclusiva para orientar o empresário tocantinense a acessar o crédito de maneira consciente’’, avaliou. Os resultados também mostram que no período em questão a indústria tocantinense permaneceu desaquecida, o que pode ser visto na redução de 2 pontos no indicador de Atividade Produtiva ao atingir 45

Facilidade de Acesso ao Crédito Índices de difusão (0 a 100 pontos)

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35

II-18

III-18

IV-18

41

33

III-19

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II-19

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I-19

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III-17

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Fácil

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pontos. O indicador de Evolução do Número de Empregados, apesar de ter apresentado crescimento de 4 pontos, permaneceu abaixo da linha divisória de 50 pontos, o que representa diminuição na mão de obra empregada neste setor. Já a análise das condições financeiras apresentou uma melhoria. O indicador que mede a Satisfação com a Margem de Lucro Operacional teve crescimento de 4 pontos ao atingir 42 pontos neste trimestre. A pesquisa ainda aponta que os empresários mostraram otimismo e acreditam no aumento da demanda por seus produtos no mercado externo. O índice de expectativa de quantidade exportada, que no trimestre anterior ficou em 56 pontos, neste trimestre registrou 67 pontos. O indicador de intenção de investimento teve 8 pontos de crescimento ao atingir 53 pontos. Na análise nacional, os

empresários também se mostraram mais propensos a investir com indicador atingindo 54,1 pontos. Confiança Também foi apurado o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) que mostrou expectativas otimistas dos empresários tocantinenses para os próximos seis meses. O indicador alcançou 61,5 pontos, o que mostra o crescimento de 9,4 pontos em relação ao resultado alcançado no mesmo período do ano anterior. Quanto aos componentes do ICEI, os indicadores de Condições Atuais e o de Expectativas tiveram bons resultados. O primeiro passou de 45,9 pontos para 53,2, de julho para outubro, e o segundo aumentou 2,9 pontos neste mesmo período.

A FIETO conta com uma área exclusiva para orientar o empresário tocantinense a acessar o crédito de maneira consciente”. AMANDA BARBOSA / GERENTE DA UNIDADE DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL DA FIETO.

Série histórica

Índice (0 a 100 pontos)*

65,2

Confiança

53,3

Falta de out/17 Confiança

56,2

55,2

jan/18 abr/18

54,3

jul/18

52,1

55,8

out/18 jan/19 abr/19

57,3

jul/19

61,5

out/19

*Valores acima de 50 pontos indicam confiança do empresário. Quanto mais acima de 50 pontos, maior e mais disseminada é a confiança.

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WORKSHOP MARKETING ELEITORAL

O poder da informação A parceria traz oportunidade e qualificação para os funcionários da Assembleia e a gente só tem o que oferecer de melhor para nossa comunidade dando oportunidade a quem realmente precisa”. DEPUTADO ANTÔNIO ANDRADE/ PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO TOCANTINS

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As novas tendências do marketing político eleitoral foram assunto de workshop voltado a profissionais da Assembleia Legislativa do Tocantins. A capacitação é fruto de parceria institucional entre a Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (FIETO), que possui uma área para acompanhamento de assuntos legislativos, e a Assembleia, por meio de sua Escola Legislativa

N

a abertura do workshop, os representantes das instituições parceiras falaram sobre a oportunidade de promover capacitação por meio desta atuação conjunta. “A FIETO está aqui para contribuir com o trabalho do Legislativo e reforçar a parceria institucional entre os setores da indústria e o parlamento, fundamental para o desenvolvimento econômico e social de nosso estado”, avaliou o conselheiro da FIETO, Bartolomé Garcia. “A parceria traz oportunidade e qualificação para os funcionários da Assembleia e a gente só tem o que oferecer de melhor para nossa comunidade dando oportunidade a quem realmente precisa”, ratifi-

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cou o presidente da Assembleia, deputado Antônio Andrade. A credibilidade da gestão da Federação no incentivo ao empreendedorismo foi parabenizada pelo diretor da Escola Legislativa, Homero Barreto Júnior. Sobre sua experiência em disputas eleitorais, o publicitário Arlenio Sampaio destacou a importância de ter uma identidade e observar os públicos que se quer atingir. “Voto acontece ou com a cabeça ou com o coração. Nós não podemos fazer campanha para as pessoas com o carro adesivado. Nós precisamos fazer campanha para os indiferentes, que vão julgar o seu candidato”, observou Sampaio.

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O diretor de criação da agência Morya, Bruno Cartaxo, compartilhou a experiência da empresa em campanhas políticas como a de João Dória para o governo de São Paulo e sobre a mudança no perfil do eleitor. “O eleitor tá recebendo uma enxurrada de informações e a gente não pode perder isso de vista. Ele está engajado, quer falar, quer participar”, disse. O trabalho da assessoria de imprensa e o uso das redes sociais em campanhas políticas foram temas das palestras dos jornalistas

Emerson Alencar e Patrícia Stroher. “A gente precisa convencer. É preciso saber entender o que é pauta na imprensa para fazer com que o assessorado faça parte disso”, disse Alencar. A dica para as redes sociais no âmbito de campanhas da jornalista Patrícia Stroher é gerar conteúdo genuíno para conquistar credibilidade. “Não espere o período eleitoral começar para utilizar as redes sociais. As pessoas sabem o que é real”, afirmou.

Ao contribuir com o trabalho do Legislativo a FIETO reforça a parceria institucional entre os setores da indústria e o parlamento, fundamental para o desenvolvimento econômico e social de nosso estado”. BARTOLOMÉ GARCIA/ CONSELHEIRO DA FIETO

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SENAI / COMPETITIVIDADE CASES DE SUCESSO

Ação que transforma Para ajudar a indústria tocantinense a crescer e se desenvolver SENAI utiliza técnicas para aumentar a produtividade das empresas e a qualidade de seus produtos. Satisfeitos, empresários reconhecem o trabalho realizado pela instituição e comemoram os bons resultados

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ndependente do segmento em que atuam, todas as empresas industriais atendidas receberam capacitações específicas e consultorias com especialistas. Seus trabalhadores foram treinados para melhor desempenhar suas atividades, evitando desperdícios e otimizando tempo. E o resultado desse trabalho, somado à dedicação ao negócio por parte dos empresários, que também passaram por treinamentos, foi o aumento da produtividade e qualidade dos produtos, que a cada dia conquistam novos consumidores. Tocantins Indústria conversou com alguns desses em-

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presários sobre como a participação do SENAI foi importante para o crescimento de suas empresas. Confira o que eles disseram: “A gente começou a observar que estava tendo muito desperdício, funcionário fazendo hora extra demais, então percebemos que precisávamos da ajuda do SENAI. Foi quando pedimos socorro e ele veio nos ajudar, o que foi determinante para o nosso crescimento. Com isso, conseguimos trazer toda a família para Palmas, que veio para tocar o negócio junto com a gente, o que foi maravilhoso, pois

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proporcionou a união da família, e hoje somos uma empresa familiar. Em 2019 a Bolos do Cerrado completou 5 anos de loja, e o SENAI fez esse aniversário junto com a gente”. Ana Paula Siqueira, sócia-proprietária da Bolos do Cerrado “Ficamos impressionadas com a percepção do SENAI em pequenos detalhes no processo produtivo, fez uma grande diferença na nossa empresa, uma transformação muito grande. Nos mostrou um grande leque de organização, otimização, reduziu custos... Quem não quer esses benefícios? Por isso, o SENAI foi tão importante para nossa empresa”. Ellen Cristina, gerente de produção da Bolos do Cerrado “Quando compramos a empresa ela já tinha seus processos definidos e nós estávamos ainda aprendendo sobre o ramo da água. Nunca imaginaríamos que tinha ainda alguma coisa errada com o processo até o SENAI chegar. É incrível como esse olhar de fora que o SENAI tem mudou a história da nossa empre-

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sa. Mesmo resistindo às mudanças, nossos colaboradores têm hoje uma outra postura, eles trazem novas ideias a todo instante. O SENAI mudou tudo por aqui, ele tem um olhar para cada detalhe. Toda empresa deveria receber uma visita técnica do SENAI, a gente nunca mais é a mesma depois dele”. Cymara Mayumi, sócia-proprietária da Água Mineral Santa Clara “Começamos a nossa produção em pequena escala, nosso negócio deu certo, e com o tempo a produção foi aumentando e, com isso, os problemas foram aumentando também. Era necessidade de mão de obra, desperdício de tempo, energia, excesso de hora extra... E eu sabia que existia alguma coisa errada, mas não sabia identificar. Foi quando o SENAI me apresentou uma proposta do programa Brasil Mais Produtivo, aí eu pensei: é tudo que eu preciso agora para reorganizar minha produção. Aí o SENAI veio, fez o diagnóstico, e identificou várias falhas, onde elas estavam e o que deveria ser feito pra gente melhorar. Naquele momento eu fiquei muito emocionada, porque muita coisa eu não conseguia enxergar, e o SENAI veio e me mostrou. Às empresas que querem fazer mais com menos eu indico o

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SENAI. Hoje, eu não tenho somente uma grande equipe, eu tenho uma grande família, e o SENAI faz parte dela”. Elizângela Borges, sócia-proprietária da Porquitos. “Somos parceiros do SENAI, já fizemos várias consultorias tanto no administrativo quanto no setor produtivo. Ele nos capacita a ser

uma indústria de excelência, seus diagnósticos são precisos e destacam exatamente aquilo que a gen-

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te precisa melhorar. Estou inclusive participando das capacitações do programa PEIEX (da ApexBrasil) visando ficar apto a importar e exportar. Para nós, é um sonho poder fazer isso, e acreditamos que não estamos muitos distantes de atingir esse objetivo”. Rafael Neres, sócio-proprietário da Neresco. “Chegou um determinado momento que percebemos que precisávamos de uma ajuda para melhorar nos gargalos, resolver os problemas que existiam, para continuar crescendo. Foi aí que convidamos o SENAI, que chegou e fez todo um trabalho que nos ajudou a produzir mais com menos tempo, além da qualidade dos nossos produtos que também melhorou muito. As consultorias e capacitações realizadas ajudaram ainda a melhorar o atendimento nas sete lojas que temos instaladas em pontos estratégicos de Palmas, bem como o fluxo de produção. Portanto, o SENAI fez uma verdadeira revolução

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em nossa empresa, e hoje ela está completamente diferente do que era antes, e nós estamos muito satisfeitas com o trabalho que ele fez aqui”. Adriana Puerta Zago (Adriana Bombons), empresária. “O trabalho do SENAI veio no momento certo e foi de extrema importância, pois quando definimos que nossa vocação era mesmo indústria começaram a surgir os desafios no que se refere à planta industrial, processos produtivos, layout, entre outros, e a gente não estava conseguindo enxergar isso. Então, o SENAI chegou e começou toda uma mudança em termos de organização, processo produtivo e de gestão de pessoas. Hoje, conseguimos fazer muito mais com o mesmo número de funcionários, além de melhor e de forma mais satisfatória. Nossa logística também melhorou, fazendo com que os produtos cheguem mais cedo nas lojas. Portanto, o trabalho que o SENAI fez afetou positivamente todos os resultados da empresa”. Dineis Zago Meurer, sócia-proprietária da Adriana Bombons.

lhamos o chão de fábrica mesmo, usando os recursos que eles têm, aplicando os conceitos de otimização de mão de obra, desenvolvimento de equipes e competências para produção e, junto a isso, trabalhamos o empresariado local para que desperte para a necessidade de conhecimento, e que esse conhecimento seja aplicado na produção”, detalha Holanda. O resultado, segundo a consultora, é fantástico. “A cada final de atendimento feito percebe-se que as empresas estão mais ágeis, com melhor produtividade e otimizando os recursos. E, na medida do possível, implementando tecnologias básicas a favor da produção”, afirma. Para Miriam Holanda, o grande legado deixado na empresa é a capacidade que o empresário tem de aprender e de quebrar a cultura antiga de submissão aos resultados sem relevância e se reinventar dentro de seu negócio. “Percebo que o grande segredo é o conhecimento, e o SENAI é generoso no compartilhar de conhecimento, que tem construído novos conceitos na cabeça do empresariado local”, assevera.

Percebo que o grande segredo é o conhecimento, e o SENAI é generoso no compartilhar de conhecimento, que tem construído novos conceitos na cabeça do empresariado local”. MIRIAM HOLANDA/ CONSULTORA DO SENAI/TO

À frente do trabalho realizado pelo SENAI junto às indústrias tocantinenses, a consultora Miriam Holanda conta que já foram atendidas mais de 50 empresas, utilizando a metodologia do programa Brasil Mais Produtivo adaptada à realidade regional, considerando a cultura dos funcionários, a necessidade de desenvolvimento de gestão dos empresários e implementação tecnológica nas empresas. “Traba-

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AÇÃO SINDICAL

De olho no mercado O setor passa por um momento de transição devido as mudanças impostas pelas novas tecnologias digitais, e muitos empresários ainda não têm esse conhecimento, assim como sobre novos equipamentos que estão dominando o mercado”. GLINER DE SOUZA BORGES/ PRESIDENTE DO SIG/TO.

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Indústria gráfica realiza ciclo de palestras para debater assuntos de interesse do setor, que nos últimos anos passou a enfrentar problemas com o avanço da digitalização. Evento teve apoio da Associação Nacional da Indústria Gráfica (ANDIGRAF) e da FIETO

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emas como inovação na indústria gráfica, sistema de gestão, automação e pré-impressão, distribuição e tendências de mercado, foram abordados durante o evento, realizado no Centro de Educação e Tecnologia do SENAI em Palmas. Dentro da programação ocorreu também cerimônia de entrega do Prêmio Norte e Nordeste de Excelência Gráfica - José Cândido Cordeiro. “O segmento passa por um momento de transição devido às mudanças impostas pelas novas tecnologias digitais, e muitos empresários ainda não têm esse conhecimento, assim como sobre novos equipamentos que estão dominando o mercado”, afirma Gliner

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de Souza Borges, presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado do Tocantins (SIG/TO) ao destacar a importância do Ciclo de Palestras. Segundo o empresário, o setor gráfico em todo o país enfrenta problemas devido às mudanças que ocorreram nos últimos anos e que por isso é necessário se ajustar aos novos tempos. “A mídia digital abocanhou uma grande fatia do nosso mercado e nós precisamos partir para alternativas, que foram expostas pelos palestrantes convidados. Ou seja, eles disseram exatamente quais alternativas que temos e que muitos de nós não sabíamos”, explica Borges.

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SISTEMA INDÚSTRIA

Mostrando sua força Buscando se aproximar cada vez mais da sociedade tocantinense e seus diversos representantes, FIETO promove encontros para apresentar as muitas ações desenvolvidas pelo Sistema Indústria

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primeira parada foi em Araguaína, onde dirigentes da Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (FIETO) estiveram reunidos com os vereadores da cidade no Centro de Educação e Tecnologia (CETEC) do SENAI. Na reunião o presidente da FIETO, Roberto Pires, fez uma apresentação detalhada de todo o Sistema, suas particularidades e seus resultados. Entre eles, um que se destaca é o número de atendimentos. De 2010 até o ano passado o SENAI registrou mais de 190 mil matrículas. No mesmo período, o SESI contabilizou mais de 2,5 milhões de atendimentos. “A nossa proposta é identificar as demandas da indústria e fazer essa aproximação com a sociedade, qualificando profissionais no que há de mais moderno no mercado e trabalhando para criar um ambiente favorável para o desenvolvimento econômico e social do Estado”, reforçou Roberto Pires. Após a apresentação, o presidente da FIETO, a diretora do SENAI, Márcia Rodrigues, e o supe-

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A nossa proposta é identificar as demandas da indústria e fazer essa aproximação com a sociedade, qualificando profissionais no que há de mais moderno no mercado e trabalhando para criar um ambiente favorável para o desenvolvimento econômico e social do Estado”. ROBERTO PIRES/ PRESIDENTE DA FIETO

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Conhecemos hoje o poder transformador que a FIETO tem na vida de todos que passam por aqui em busca de qualificação. Eu mesmo tenho orgulho de dizer que fui aluno do SENAI, que me ajudou a começar minha história profissional”.

rintendente do SESI, Charles Elias, levaram os vereadores para visitar os vários laboratórios tecnológicos do CETEC de Araguaína. “Conhecemos hoje o poder transformador que a FIETO tem na vida de todos que passam por aqui em busca de qualificação. Eu mesmo tenho orgulho de dizer que fui aluno do SENAI, que me ajudou a começar minha história profissional”, destacou o presidente da Câmara de Araguaína, Aldair da Costa Sousa, o Gipão. Outros vereadores também contaram suas histórias de como o Sistema FIETO impactou suas vidas, sendo eles próprios ou seus familia-

res alunos do SENAI ou do SESI, como é o caso da vice-presidente da Câmara, Zezé Cardoso, e os vereadores Soldado Alcivan e Professor Delan. Os vereadores Marcus Marcelo, Divino Bethânia Júnior, Israel da Teresina, Geraldo Silva e Wagner Enoque elogiaram a iniciativa e destacaram a importância da FIETO para o desenvolvimento do Estado. Participaram ainda da reunião os vereadores Enoque Neto, Leandro Lima e Edmar Leandro. O próximo encontro da FIETO com vereadores deve acontecer em Gurupi.

ALDAIR DA COSTA SOUSA (GIPÃO)/ PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE ARAGUAÍNA

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SENAI QUA L I F I CAÇÃO P RO F I S S I O N A L

Largando na frente Atento às mudanças e demandas que ocorrem com frequência no mercado de trabalho, SENAI Tocantins passa a oferecer em sua unidade de Palmas o curso de Operador de Empilhadeira “A capital concentra grandes atacadistas, distribuidores e também grandes supermercadistas, e percebendo a demanda do mercado por profissionais a estarem operando esse tipo de equipamento o SENAI fez aquisição de uma empilhadeira elétrica que possibilita o trabalho em espaços confinados. E já estamos capacitando os profissionais que serão inseridos no mercado de trabalho”, explica Edmundo Franco, gerente do Centro de Educação e Tecnologia do SENAI (CETEC) em Palmas, acrescentando que as inscrições para o curso estão abertas e que existe um calendário de vagas que vai até junho de 2020. Operador de Empilhadeira é um curso rápido, de 40 horas, e em apenas uma semana o aluno já sai habilitado a fazer a operação do equipamento. A única exigência é a idade do candidato, que deve ter acima de 18 anos. Como não há pré-requisito de escolaridade, a pessoa pode se inserir no programa (fazer o curso) e em seguida disputar uma vaga no mercado de trabalho. A maior demanda é por profissionais com segundo grau completo, habilitado e formação em operação de empilhadeira.

Para oferecer o curso, além do equipamento, o SENAI providenciou também um ambiente didático que simula um grande atacado com estantes porta paletes que permite ao aluno realizar as mesmas atividades que encontrará no mercado de trabalho. “Ao observar a inserção no mercado de novos atacadistas e supermercados que dependem da operação de empilhadeira percebemos que era preciso formar essa mão de obra e deixar disponível. Portanto, estava faltando a mão de obra, que agora não faltará mais porque o SENAI está aqui para atender”, destaca Franco. Interessados em fazer o curso de Operador de Empilhadeira devem procurar a unidade do SENAI em Palmas, entrar em contato pelo telefone 3229-5656 ou acessar o site tecnicosenai.to.com.br para obter as informações necessárias.

Exigência: Idade mínima: 18 anos Escolaridade: Ensino Fundamental incompleto (mínimo 5º ano) Desejável apresentar: Atestado de Saúde Ocupacional (ASO), Carteira Nacional de Habilitação – categoria B Vagas por turma: 15

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IEL TREINAMENTO

Pulo do gato Trabalhamos muito a neurociência e a neurovendas, encaixando os principais motivadores para o cliente comprar”.

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Convidado pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL) no Tocantins, especialista apresenta técnicas modernas de negociação, vendas e persuasão

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abrício Medeiros trabalhou na Ambev e foi o primeiro brasileiro a treinar a equipe de vendas do Facebook Go na América Latina. Com uma abordagem prática, seu curso Quebre a Banca

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– Negotiation consiste em “colocar a mão na massa o tempo inteiro”. “Trabalhamos muito a neurociência e a neurovendas, encaixando os principais motivadores para o cliente comprar. Se você não en-

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tende o cliente do século XXI você não tem como vender para ele”, explica Medeiros, que é especialista em vendas e mestre em negociação. As simulações, cases e jogos empresariais da metodologia desenvolvida pelo professor foram aprovadas pelo empresário José Pimenta, da Imobiliária Casa 63, que inscreveu 18 colaboradores no curso. “É um evento muito importante para agregar valor às empresas. Trouxe a minha equipe para se capacitar e, desse modo, atender de forma mais aproximada e profissional as pessoas que nos

procuram para a compra de imóveis”, destaca Pimenta. A presença nas redes sociais como ferramenta de vendas também foi comentada por Fabrício Medeiros. “Quem não está ou não usa suas redes de forma profissional está absolutamente fora do jogo. É preciso estar nas redes de uma forma consistente, coerente e o tempo todo. Não é algo imediato. A maior objeção de uma venda é a falta de confiança. Você tem que usar as redes para mostrar confiança: em você, nos seus produtos e nas pessoas que estão negociando contigo”, observa.

Se você não entende o cliente do século XXI você não tem como vender para ele”.

Quem não está ou não usa suas redes sociais de forma profissional está absolutamente fora do jogo”. FABRÍCIO MEDEIROS / ESPECIALISTA EM VENDAS E MESTRE EM NEGOCIAÇÃO

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ARTIGO RO B S O N B RAGA D E A N D RA D E

Inovação, prioridade absoluta Os resultados do Índice Global de Inovação (IGI), divulgados recentemente, reforçam o longo caminho que o Brasil tem a percorrer para se tornar referência no cenário internacional. Ficamos na 66ª posição entre 129 nações, segundo dados de 2019. Mesmo na comparação com os vizinhos latino-americanos, a situação não é favorável, pois o desempenho brasileiro é apenas o quinto melhor da América Latina. Enquanto isso, a China vem progressivamente avançando e já se destaca entre as 20 economias mais inovadoras do mundo, ao lado de países como Suíça, Estados Unidos, Noruega, Suécia. O caso chinês é exemplar. No início do século, com investimento inferior a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) em pesquisa e desenvolvimento (P&D), a China ficava atrás do Brasil nesse indicador. Ao longo de quase duas décadas, o país asiático alavancou seus aportes para 2,11% do PIB em 2016, ao passo que o Brasil não ultrapassou 1,27% no mesmo período. Políticas de longo prazo e investimentos massivos em ciência, tecnologia e inovação ajudam a explicar o sucesso chinês. A meta é clara: ser potência tecnológica global até 2049. A China não está sozinha. Ao contrário. É comum às lideranças econômicas globais investirem 2%

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ou mais do PIB em P&D, cientes de que é preciso inovar para aumentar a produtividade das empresas, gerar empregos de melhor qualidade e remuneração. Em torno da inovação, e não à sua margem, países como Estados Unidos, Alemanha e mesmo Israel constroem suas estratégias de crescimento e desenvolvimento. Este debate tem sido feito de forma permanente pela Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), movimento de empresários coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com os objetivos de tornar a inovação uma estratégia perene das empresas e de contribuir para a implementação de políticas de inovação mais efetivas no Brasil. Há mais de uma década, a MEI tem realizado diagnósticos e construído propostas que sejam capazes de melhorar o ambiente nacional de inovação, de modo a promover o aumento da competitividade brasileira. As principais dificuldades a superar, assim como as inúmeras oportunidades para o país se tornar um protagonista em inovação, já foram mapeadas e debatidas com o setor governamental e acadêmico. É extremamente importante que as ações de governo, iniciativa privada e universidades sejam integradas. Só assim o ecossistema brasileiro de inovação poderá avançar de maneira decisiva.

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Três diretrizes, no entender dos líderes da MEI, são essenciais para o avanço da indústria e do país nessa área. A primeira é a definição de uma política nacional de inovação para viabilizar a transição para a economia digital. É urgente construir uma estratégia de longo prazo, que induza o aumento dos investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação pelas empresas, com metas claras e compartilhadas com o setor privado, como se vê nos Estados Unidos e na China. Trata-se de uma medida recomendada aos gestores públicos pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em seu acórdão 1237/2019. A segunda diretriz é a priorização de recursos estáveis para inovação em projetos relevantes para a sociedade, desenvolvidos em parceria de instituições científicas e tecnológicas com empresas. O Brasil faz ciência de ponta e pode fazer ainda mais. Trata-se de estimular a transformação do conhecimento gerado em valor econômico, como fazem os Institutos

Senai de Inovação e Tecnologia e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), que atuam com foco em resultados. Foi identificada, também, a necessidade de fomentar a formação de recursos humanos, técnicos e especializados, para lidar com as novas tendências tecnológicas e exigências de mercado. Há consenso de que a qualificação da mão de obra é, atualmente, um dos maiores obstáculos ao aumento da produtividade e à inovação no Brasil. Nesses tempos de profundas mudanças na natureza da competição, os dados do Índice Global de Inovação ajudam a identificar nossas lacunas e desvantagens para enfrentar os novos desafios. Mais ainda, reforçam a necessidade premente de revisão das políticas do Brasil nessa área. Com persistência, a economia brasileira será capaz de construir uma trajetória de inovação exitosa. Está passando da hora de o país dar prioridade absoluta a essa agenda.

É urgente construir uma estratégia de longo prazo, que induza o aumento dos investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação pelas empresas, com metas claras e compartilhadas com o setor privado, como se vê nos Estados Unidos e na China”.

ROBSON BRAGA DE ANDRADE PRESIDENTE DA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

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FIETO EMPREENDEDORISMO

Painel empresarial Em evento realizado pela FIETO, empresários que receberam apoio da instituição para incrementar seus negócios relatam suas trajetórias para empreender

É uma inciativa que a FIETO faz e que ajuda bastante a gente a ter novas ideias e pensamentos e a projetar nosso futuro empresarial. Muito produtivo, gostei bastante”. JAMERSON DOS SANTOS / EMPRESÁRIO

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oas práticas e experiências de gestão empreendidas nos negócios de três empresas atraiu um público de cerca de 50 empresários no evento Minha Indústria, Meu Negócio realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (FIETO) em Palmas. O conteúdo da 1ª edição foi voltado para os segmentos de confecção, tecnologia da informação, construção civil e áreas correlatas. O painel empresarial foi mediado pela gerente da Unidade de Desenvolvimento Industrial da FIETO, Amanda Barbosa, e contou com a participação de Ricardo Nascimento (CRP Tecnologia), Letícia Coelho (Lilée Confecções e Let’sLo) e Rafael Reis (MR Esquadrias) que

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falaram sobre suas trajetórias para empreender. Cada um deles participou de projetos e ações diferentes oferecidos pela FIETO, a exemplo do atendimento do Núcleo de Acesso ao Crédito que promove ações como rodadas de negócios e consultoria sobre o assunto das quais participou o empresário Rafael Reis. A empresa este ano adquiriu sua sede própria. Para incrementar o processo produtivo de sua marca própria, aberta após a evolução de seu negócio em moda no varejo, a empresária Letícia Coelho falou sobre sua participação em missão empresarial em Milão com o apoio do Centro Internacional de Negócios da FIETO. A redução do custo e aumento da

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qualidade de sua matéria-prima por meio do contato com fornecedores foi um dos resultados apontados. Além disso, trouxe o conceito de valorização da produção local e desenvolveu uma coleção inspirada em belezas naturais do Tocantins. O empresário Ricardo Nascimento também falou de sua experiência de empreender na área de tecnologia e atuação internacional. Além de prestar atendimento às entidades do Sistema FIETO, sua empresa participa de editais de inovação e competitividade oferecidos pela instituição. Os cases apresentados no evento fizeram o proprietário da empresa Paraíso Piscinas, em Palmas, Jamerson dos Santos, enxergar possibilidades de atendimento e de parcerias. “As iniciativas deles [painelistas] ajudam bastante a gente a dar um gás a mais para trabalhar. É uma inciativa que a FIETO faz e que ajuda bastante a gente a ter novas ideias e pensamentos e a projetar nosso futuro empresarial. Muito produtivo, gostei bastante”, avaliou o empresário.

*** Para incrementar o processo produtivo de sua marca, a empresária Letícia Coelho esteve em Milão com o apoio do Centro Internacional de Negócios da FIETO. ***Além de prestar atendimento às entidades do Sistema FIETO, a empresa de Ricardo Nascimento participa de editais de inovação e competitividade oferecidos pela instituição.

Contatos serviços / produtos FIETO: Núcleo de Acesso ao Crédito (NAC) / Centro Internacional de Negócios: (63) 3229-5769 Estudos e Pesquisas: (63) 3229-5744 Programas de Inovação e Competitividade: (63) 3229-5728

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SENAI C A PA C I T A Ç Ã O P R O F I S S I O N A L

O profissional qualificado de acordo com a necessidade do mundo do trabalho tem mais chances de manter o emprego e também pode conseguir uma nova oportunidade mais facilmente quando as vagas forem oferecidas”. RAFAEL LUCCHESI / DIRETOR-GERAL DO SENAI

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A voz do mercado Mapa do Trabalho Industrial mostra que o Tocantins terá que qualificar mais de 41 mil trabalhadores. As áreas de construção e energia estão entre as que mais vão exigir capacitação de técnicos. Estudo também aponta a demanda nos níveis superior e de qualificação

O Tocantins terá de qualificar 41.807 trabalhadores em ocupações industriais nos níveis superior, técnico, qualificação e aperfeiçoamento entre 2019 e 2023. Os dados

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são do Mapa do Trabalho Industrial, elaborado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) para subsidiar a oferta de cursos da instituição. Essas ocupações

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têm em sua formação conhecimentos de base industrial e por isso são oferecidas pelo SENAI, mas os profissionais podem atuar em qualquer setor da economia. A demanda prevista pelo estudo inclui, em sua maioria, o aperfeiçoamento (formação continuada) de trabalhadores que já estão empregados. Em parcela menor (33%) estão aqueles que precisam de capacitação para ingressar no mercado de trabalho (formação inicial). Nesse grupo estão pessoas que vão ocupar tanto novas vagas quanto postos já existentes e que se tornam disponíveis devido à aposentadoria, entre outras razões. Para a diretora regional do SENAI, Márcia Rodrigues, o estudo permite uma atuação focada e extremamente estratégica para formação técnica de novos profissionais que a indústria do Tocantins necessitará, bem como para qualificação daqueles que já atuam no setor. Segundo ela, o SENAI Tocantins está preparado para atender à demanda apontada pelo Mapa do Trabalho Industrial. “Além da expansão que fizemos, com inauguração de mais três unidades fixas, todos os nossos laboratórios são kits móveis que podemos deslocar para qualquer região do estado, para que nenhuma cidade fique desassistida”, destaca a diretora. Além de subsidiar a oferta de cursos do SENAI, o Mapa do Trabalho pode apoiar jovens na escolha da profissão e trabalhadores que desejam se recolocar no mercado. “O profissional qualificado de acordo com a necessidade do mundo do trabalho tem mais chances de

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manter o emprego e também pode conseguir uma nova oportunidade mais facilmente quando as vagas forem oferecidas”, afirma o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi. As áreas que mais vão demandar a capacitação de profissionais com formação técnica no Tocantins são transversais: construção, energia e telecomunicações, eletroeletrônica e metalmecânica. Profissionais com qualificação transversal trabalham em qualquer segmento, como técnicos em eletrotécnica e técnicos de controle da produção. Cursos técnicos têm carga horária entre 800h e 1.200h (1 ano e 6 meses) e são destinados a alunos matriculados ou egressos do ensino médio. Ao término, o estudante recebe um diploma. Já os cursos de qualificação são indicados a jovens ou profissionais, com escolaridade variável de acordo com o exercício da ocupação, e buscam desenvolver novas competências e capacidades. Ao final, o aluno recebe um certificado de conclusão.

O SENAI Tocantins está preparado para atender à demanda apontada pelo Mapa do Trabalho Industrial. Além da expansão que fizemos, com inauguração de mais três unidades fixas, todos os nossos laboratórios são kits móveis que podemos deslocar para qualquer região do estado, para que nenhuma cidade fique desassistida”. MÁRCIA RODRIGUES / DIRETORA REGIONAL DO SENAI

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ARTIGO MIRIAM HOLANDA

Tudo está mudando, e rápido!

E aí, o que há de novo? Precisamos analisar, considerar e entender o que está acontecendo.

As fintechs, formadas em sua grande maioria por startups que trabalham para inovar e otimizar serviços do sistema financeiro, estão ganhando o mundo e causando ruptura com o conceito de bancos tradicionais, sua burocracia, altos custos e baixa rentabilidade. Entre nós, as fintechs mais conhecidas são Nubank, Neon, Banco Original, C6 Bank, PagSeguro e outros tantos. As fintechs chegaram com aporte tecnológico e eficiência operacional capaz de ganhar um mercado que sofria com a burocracia dos grandes bancos. As moedas estão se tornando digitais, não julguemos o mérito, mas consideremos o comportamento do novo investidor. Há plataformas digitais que fazem arbitragem de criptomoedas e o sistema blockchain que é um sistema que permite a acumulação descentralizada de moedas, com uma série de chaves de segurança, moedas virtuais que ficam guardadas no computador sem passar pelo banco. O perfil do profissional que o mercado procura mudou e exige competências como conhecimento de sistemas operacionais, aptidão em planejamento empresarial, comércio eletrônico, idiomas, domínio de metodologias ágeis, além de habilidades comportamentais, tais como inteligência emocional, espírito de equipe, facilidade de aprendizado, autonomia, pensamento analítico e crítico. A Warren Brasil, corretora digital de tecnologia e serviços que usa robôs para gerenciar aplicações financeiras, na hora de recrutar colaboradores busca candidatos que compartilham dos seus valores, estes, com certeza, têm

como perfil a inovação e disruptura com o comportamento e o conhecimento tradicionalmente requerido pelas instituições tradicionais. Em se tratando de gestão é possível observar que muitos gestores de negócios não estão antenados e nem confortáveis com os novos modelos de negócios, e não têm afinidade e preterem a necessidade de inovação tecnológica em seus negócios. Grande desafio este, visto que ignorar o cenário no qual atuam não altera em nada o fato de que práticas tradicionais estão caindo em descredito porque não atendem mais as necessidades da gestão moderna e do novo consumidor, agora global. Visitei há alguns dias uma fintech que gera mais de 300 empregos em nossa capital Palmas e outros estados. A estrutura física é totalmente disruptiva, os colaboradores têm espaços criativos e interativos para fazer pausas quando precisam, durante a jornada parar e relaxar. Há espaços coletivos para os filhos serem levados caso os pais tenham alguma emergência. Não, não é uma creche onde ficam aos cuidados dos outros, os pais interagem com as crianças e trabalham. Há incentivo à criação e desenvolvimento de novos produtos e processos, há estímulo para novas ideias desruptivas. Pasmem, é um modelo possível. Aos gestores fica o alerta: a capa-

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cidade de adaptação e flexibilidade são fundamentais, pois o ambiente interno está em constante mudança e crescimento exponencial. Na era da sustentabilidade pode ser estratégico abrir mão de lucros imediatos, e criar uma base saudável, consistente e sustentável, que a médio prazo trará resultados relevantes e significativos a toda a cadeia produtiva, gerando bens e valores intangíveis, sinônimo de mais dinheiro e percepção de valor social. A empresa Dengo Chocolates, Alimentos e Bebidas, tem uma prática sustentável na entrega de seus produtos. Mais de 70% dos chocolates são vendidos a granel, cortados e comercializados sem embalagem. Das empresas citadas aqui, quantas você já conhecia? Pois é, muitas delas surgiram a partir de novos modelos de negócios, com boas práticas inovadoras de produção, baseadas em aplicações tecnológicas e competências geradas pela busca de conhecimento, conscientes da entrega sustentável esperada pelo cliente, o que traz competitividade e posicionamento relevante num novo mercado. Estatísticas dizem que a cada dez anos duzentas e cinquenta empresas fecham as portas, simplesmente porque insistem em modelos de negócio que não funcionam mais, modelos falidos que levam empresas com práticas arcaicas à falência. Um erro sem precedentes é não reagir e mudar e não fazer os ajustes necessários, é continuar tendo como único objetivo de existência os resultados financeiros. Abrir espaço para pesquisas, observações, percepções, análises, compartilhamentos, contribuições, processos, desenvolvimentos inovadores, que aperfeiçoem o desenvolvimento de produtos customizados, promovam melhores serviços, aumentem a eficiência e criem o valor do ponto de vista do cliente é um conceito atual de INOVAÇÃO ABERTA.

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Inovação Aberta nada mais é que a união de ideias internas (próprias do negócio) e externas (startups, incubadoras, conhecimento especializado vindo de fora da empresa), de modo a avançar no desenvolvimento e aplicação de soluções tecnológicas em produtos e processos. Esta ruptura com a formação de equipes de trabalho interna e pertencente ao negócio cria um ambiente de aprendizado, traz um novo olhar aberto a ideias que podem ser validadas, após testadas, com a aplicação de metodologias ágeis, num cenário colaborativo que instiga a criatividade, tendo como resultado respostas rápidas, ágeis e assertivas ao mercado. Estamos em plena Revolução Industrial, o uso de tecnologias e o desenvolvimento de conhecimentos para atuar de modo sistêmico, ágil e criativo tem transformado o modo de produção e da prestação de serviços. A transformação necessária não é apenas inserção de ferramentas digitais tecnológicas ao que se faz no momento. Ela começa pela quebra de paradigmas da mentalidade empreendedora, passa pela remodelagem do negócio e muda a cultura organizacional.

Mais arriscado que mudar é continuar fazendo a mesma coisa”. PETER DRUCKER

Evitar a discussão sobre inovação, adiar as estratégias necessárias e o início das aplicações tecnológicas aos negócios, não atuar com parceiros que conduzam a transformação digital e estar fechado ou alheio a novos modelos de negócio é uma ameaça fatal. Diante de tudo isso, é possível responder. E aí, o que há de novo? Tudo é novo e desafiador. Todo desafio traz em si oportunidades. É necessário acreditar que é possível mudar. Estamos no ponto da virada, no qual se deve escolher a vida que se quer viver e criar o futuro para os negócios que se deseja ter.

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CURS TA

Cursos Visando atender quem busca formação profissional e flexibilidade no horário de estudo para conciliar com rotinas de trabalho, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI Tocantins abriu inscrições para 10 cursos semipresenciais em suas unidades de Araguaína, Paraíso do Tocantins, Gurupi e Taquaralto. Além dos cursos de qualificação de menor duração oferecidos, há duas turmas do curso Técnico em Segurança do Trabalho, também na modalidade semipresencial. Os conteúdos são ministrados on-line com encontros presenciais apenas uma vez por semana nas unidades. A pré-inscrição pode ser feita no site cursos.senai-to.com.br, mas para efetivar a matrícula é necessário levar ao setor de atendimento do SENAI o RG, CPF, comprovante de endereço e escolaridade.

Crédito Palestras com especialistas e rodadas de crédito com instituições financeiras têm sido uma das estratégias da Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (FIETO) para facilitar o acesso do empresário industrial tocantinense a financiamentos. Especialista no assunto, com mais de 30 anos de experiência no Sistema Financeiro Nacional, Maria Aparecida Bogado foi uma das que esteve no estado onde ministrou palestra para empresários abordando linhas de crédito, etapas de acesso a financiamentos nas empresas e os mecanismos de garantia existentes.

Incentivo Empresas de vários segmentos serão beneficiadas com incentivos fiscais concedidos pelo Governo do Tocantins através do Programa Proindústria. Juntas, elas projetam investir R$ 11.131.200,00 e criar 206 novos empregos.

Oportunidade A parceria entre o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) trouxe uma nova oportunidade de inserção no mercado de trabalho a 56 jovens tocantinenses egressos do sistema prisional. Eles participaram do Projeto Começar de Novo, que promove o acesso a cursos de qualificação profissional com vista à socialização e ressocialização.

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Feira A Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (FIETO) marcou presença na Fenepalmas 2019, uma das maiores feiras de negócios da Região Norte do Brasil, que acontece anualmente em Palmas. Visitantes que passaram pelo estande da instituição tiveram a oportunidade de conhecer as soluções e serviços oferecidos pelo SESI e SENAI na área da indústria. Tudo voltado para o aprimoramento do setor e qualidade da mão de obra local.

Confecção A presidente do Sindicato das Indústrias de Confecções do Estado do Tocantins, Maria Elieth Lobo, solicitou do ex-secretário estadual da Indústria, Comércio e Serviços, Ridoval Darci Chiareloto, apoio para implantação de um Centro de Comercialização em Araguaína. Ao defender a proposta, a líder sindical disse que a cidade conta com todas as condições favoráveis, como comércio pujante com muitas empresas do segmento, logística privilegiada, está localizada às margens da rodovia BR-153 e próxima aos grandes centros consumidores do Norte e Nordeste. O secretário, que ficou de avaliar a solicitação, disse que prestará todo o apoio necessário para que o segmento da confecção se desenvolva, não só em Araguaína, mas em todo o estado para gerar mais oportunidades de trabalho e renda à população.

Rankings

Inovação

O Brasil ocupa posições abaixo do seu potencial nos rankings globais de competitividade das economias: no relatório Doing Business, do Banco Mundial, estamos na 109ª colocação entre 190 países analisados. Já no relatório Global Competitiveness Report, do Fórum Econômico Mundial, ocupamos a 81ª posição entre 140.

A CNI e o Sebrae lançaram a publicação “Inovar é desenvolver a indústria do futuro: 30 casos de inovação em pequenas, médias e grandes empresa”. O livro reúne 30 iniciativas de sucesso que geraram resultados práticos para empresas de diferentes portes dos setores de Manufatura, Elétrico, Biotecnologia, Construção Civil, Tecnologia da Informação, Farmacêutico, entre outros.

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