JOÃO COSTA, PRESIDENTE DA ATP, ADIANTA
Setor têxtil e vestuário exporta 4200 milhões
Págs. 16 e 17
DIRETOR João Peixoto de Sousa
Nº 1508 / 20 de setembro 2013 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J
www.vidaeconomica.pt
REFORMA PREVÊ NOVO REGIME SIMPLIFICADO
EMPRESAS
Pequenas empresas vão pagar IRC mínimo de 937 euros
Projeto Agro África incrementa negócios em 7,7 milhões Págs. 14 e 15
MERCADOS
Europa admite proteção especial para depósitos de PME
Págs. 38 e 39
LUÍS MENEZES LEITÃO
Carga fiscal sobre o imobiliário é insustentável Pág. 28
INVESTIMENTO
IBM – Uma máquina de fazer dinheiro
Págs. 5, 6 e 7
SUPLEMENTOS NESTA EDIÇÃO
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TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO SPQ EXPO ARAN PUB
Atrasos no QREN comprometem viabilidade de 890 projetos O atraso na aprovação das candidaturas ao SI I&DT e SI Qualificação atinge os três meses. A situação pode comprometer a viabilidade de 890 projetos de PME, correspondentes a um investimento aproximado de 350 milhões de euros.
Pág. 41 PUB
Dois empresários “lesados” aceitaram partilhar o transtorno que esta situação acarreta, mas evitam identificar-se, com medo de represálias. O Ministério da Economia, contactado pela VE, admite os atrasos.
Págs. 46 e 47
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Novo Regime IVA de Caixa
ISBN 972-0-97200-003-7
9 720972 000037
01508
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SEXTA-FEIRA, 20 DE SETEMBRO 2013
NEGÓCIOS E EMPRESAS
Seguradoras podem aumentar prémios no transporte marítimo
Setor têxtil em debate da Alfândega do Porto
As seguradoras estão a ponderar a possibilidade de agravarem os prémios nos seguros relacionados com o transporte marítimo. As colisões, os navios encalhados ou choques frontais tanto de navios de mercadorias como de passageiros foram as principais causas dos 106 acidentes que tiveram lugar no ano passado em águas internacionais. O se traduziu num aumento de 11 acidentes, face ao exercício anterior. Todos estes acidentes acabaram por gerar muitas dúvidas no que se refere ao mercado segurador, já que houve um aumento do risco.
No âmbito da 42ª edição do Salão Modtíssimo, organizado pela Associação Selectiva Moda, detida pela Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), a realizar nos dias 25 e 26 de setembro, serão realizados vários eventos. Os trabalhos decorrem no Edifício da Alfândega do Porto, com destaque para dois “workshops” e um evento. Revestem-se de especial importância, na medida em que serão abordados aspetos como a gestão do tempo, a internacionalização ou a formação no setor têxtil.
JORGE MIGUEL CORAIS, ADMINISTRADOR-EXECUTIVO DO PROJETO AGRO ÁFRICA, AFIRMA
Empresas portuguesas podem ter no crescimento do setor agrário
“O desenvolvimento e crescimento do setor agrário em Moçambique e Angola constituem prioridades estratégicas para os respetivos Governos e as empresas portuguesas podem e devem ter um relevante papel nesse processo”, afirma à Vida Económica” Jorge Miguel Corais, administrador-executivo do Projeto Agro África. Este foi o principal motivo que levou o Parque de Exposições de Braga a promover o projeto em estrita colaboração com as 10 empresas que o integram. O projeto Agro África deverá proporcionar às empresas participantes “um incremento do volume de negócios no exterior na ordem dos 7,7 milhões, um valor 18 vezes superior ao investimento”, acrescenta.
VIRGILIO FERREIRA virgilio@vidaeconomica.pt
Vida Económica - Como surgiu a ideia de criar o projeto Agro África?
José Miguel Corais - O projeto Agro África enquadra-se na orientação estratégica de atuação do PEB no que respeita à criação de condições para potenciar a internacionalização do tecido empresarial e a exportação dos nossos produtos e serviços. Considerando que o desenvolvimento e crescimento do setor agrário em Moçambique e Angola constituem prioridades estratégicas para os respetivos Governos, as empresas portuguesas podem e
Projeto em apreciação na AICEP Faturar – no mínimo – 7,7 milhões de euros é a meta das 10 empresas do setor agroindustrial e agroalimentar que integram o projeto Agro África, uma iniciativa do Parque de Exposições de Braga (PEB) que visa explorar as potencialidades dos corredores agrários de Moçambique e Angola. Na mira dos empresários lusos está a abertura e consolidação de canais potenciadores e concretizadores de novos negócios e investimentos. Máquinas e equipamentos para a agricultura e a pecuária, rações para alimentação animal, serviços relacionados com a exploração florestal, genética animal e com as tecnologias de informação, entre outros, figuram no rol de produtos e serviços a exportar. Com um orçamento global na ordem dos 430 mil euros, o projeto encontra-se em apreciação na AICEP no âmbito de uma candidatura recentemente apresentada pelo PEB ao QREN – Sistema de Incentivos à Qualificação de PME / Projetos Conjuntos.
devem ter um relevante papel nesse processo, uma vez que estão perfeitamente capacitadas para dar resposta às atuais e futuras necessidades e assim explorar as enormes potencialidades destes dois países. Aliás, este foi o principal motivo que levou o PEB a promover o projeto, em estreita colaboração com as empresas que o integram (10), em alinhamento com o esforço nacional de assegurar um maior orientação do produto interno para a procura externa e na senda de outras iniciativas que temos vindo a desenvolver nesta matéria, a última das quais com a recente adesão do PEB à Confederação Empresarial da CPLP. Em síntese, o projeto conjunto foi pensado e desenhado para se constituir num instrumento agregador e facilitador do processo de internacionalização, o
“Em termos de resultados, prevê-se um incremento do volume de negócios no exterior na ordem dos 7,7 milhões, um valor Jorge Miguel Corais.
qual objetiva a busca pró-ativa de alternativas e oportunidades que contribuam para o reforço da viabilidade, sustentabilidade e crescimento das empresas nacionais, considerando o quadro negativo em que se vê envolvida a economia portuguesa. VE - Que meios envolve e que resultados pretende atingir?
JMC - Complementar às estratégias e iniciativas individuais das empresas, o projeto preconiza um plano de trabalho centrado nos principais corredores agrários de Moçambique e Angola. Com efeito, até março de 2015, empresários do Norte e Centro do país contam realizar conjuntamente diversas missões empresariais de prospeção e promoção comercial nas províncias de Maputo e
“No final do projeto estima-se que a faturação global das empresas ascenda a 84,6 milhões de euros e os negócios internacionais representem 13,3 milhões”
Nampula, em Moçambique, e nas províncias de Luanda e Benguela, em Angola, e ainda trazer a Portugal importadores e decisores moçambicanos e angolanos do setor. Em todas as ações serão também realizados “workshops “promocionais – “Agrobiz”. A realização das missões empresariais e das ações complementares assumem uma importância fulcral, uma vez que permitirão um contacto direto com a procura internacional e através dele encetar e intensificar encontros de negócios e o estabelecimento de todo o tipo de parcerias internacionais. Promovendo em simultâneo um maior e mais integrado conhecimento das particularidades dos mercados-alvo e seus agentes – e vice-versa –, potencia também a criação de uma envol-
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NEGÓCIOS E EMPRESAS
Continente abre novas lojas da Madeira
ISCAP apoia integração de 90 alunos estrangeiros
O Continente abriu esta semana cinco novas lojas na Ilha da Madeira - Continente Modelo de S. Martinho, Continente Modelo do Estreito de Câmara de Lobos, Continente Modelo de Machico, Continente Modelo de Santana e Continente Modelo de Stº António - no âmbito da aquisição, mediante trespasse, de oito antigos estabelecimentos comerciais, assumindo os contratos de trabalho de 364 colaboradores.
Ao todo são cerca de 90 os alunos, Erasmus e não só, que, este semestre, escolheram o Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP) para estudar. Os alunos são oriundos de 20 países diferentes, entre os quais Turquia, França, Rússia, Polónia, República Checa, Bélgica ou Brasil.
um papel relevante em Moçambique e Angola “Em 2012 o volume de negócios conjunto das 10 empresas que integram o projeto Agro África rondou os 70 milhões de euros”
das 10 empresas que integram o projeto Agro África rondou os 70 milhões de euros, sendo que as vendas para mercados externos fixaram-se nos 5,6 milhões. No final do projeto estima-se que a faturação global das empresas ascenda a 84,6 milhões de euros e os negócios internacionais representem 13,3 milhões. Projeto realizado numa lógica nacional
18 vezes superior ao investimento”, afirma
vente favorável à atuação das empresas portuguesas no mercado global através da promoção da imagem do país, associando-a a padrões de qualidade e inovação. Este desiderato está especialmente patente nos objetivos das missões de importadores e decisores a Portugal, onde os convidados internacionais, através de visitas às empresas participantes no projeto Agro África, terão a oportunidade de contactar diretamente com a capacidade produtiva instalada e respetivos produtos e serviços que estas disponibilizam – assim como com as matérias-primas, tecnologias e métodos de trabalho e gestão adotados –, e ainda levar a cabo reuniões comerciais e promocionais. Em termos de resultados, prevê-se um incremento do volume de negócios no exterior na ordem dos 7,7 milhões – um valor 18 vezes superior ao investimento. Com efeito, em 2012, o volume de negócios conjunto
VE - Qual será o impacto para as empresas da região de Braga?
JMC - Há muito que empresas de todo o país – e não apenas da região de Braga – encontram no PEB um parceiro dinamizador dos seus negócios, em particular as empresas do setor agroindustrial e agroalimentar, muito por via da realização anual da Feira AGRO, considerada a maior a Norte de Portugal e que conta já com 46 edições. Neste sentido, quando o PEB lançou o projeto Agro África, fê-lo numa lógica nacional e ajustada à sua dimensão/importância no setor e não numa lógica geográfica confinada apenas à região de Braga. De facto, integram o projeto empresas sediadas em diversos pontos do país, nomeadamente em Braga, Ponte de Lima, Aveiro, Ferreira do Zêzere, Gondomar e Constância, e em todas estas empresas espera-se um impacto positivo ao
“WORKSHOPS” AGROBIZ O PEB em todas as ações no exterior organizará iniciativas de natureza complementar, designadamente a realização de “workshops” promocionais, os quais, numa lógica de informação oportuna e especializada – e focada na concretização do negócio –, visam afirmar e posicionar a capacidade produtiva e operativa das empresas, em primeira linha junto de potenciais importadores, decisores, influenciadores e prescritores locais relacionados com o setor. Designados por AGROBIZ.PT, terão a duração de um dia e serão realizados nas capitais de cada província a visitar (tanto em Moçambique como em Angola) e terão uma abrangência temática multiprovincial. Estima-se a presença de 40 convidados internacionais em cada um dos “workshops”. Em todas as missões a Portugal serão também organizados “workshops” com similar objetivo e duração dos previstos nas missões empresariais externas. Designados por AGROBIZ.MZ e AGROBIZ.AO, estas ações promocionais terão lugar em Braga, aquando da realização das edições
da feira AGRO 2014 / 15. Para além da presença dos 10 convidados internacionais e de empresas participantes em cada um dos “workshops”, estimase ainda a presença de 50 representantes de outras empresas nacionais e instituições do setor. No âmbito do projeto e numa lógica disseminadora, será ainda realizado um “Estudo de Benchmarking e Boas Práticas: Empreendedorismo e Internacionalização no Agronegócio – Portugal / Moçambique / Angola”, o qual servirá de base para a definição de estratégias empresariais devidamente estruturadas e suportadas - quer em termos instrumentais, quer ao nível de contextualização - e ainda para a concretização de profícuas trocas de experiências entre empreendedores do setor do agronegócio, o que necessariamente conduzirá à melhoria das performances das empresas nos mercados-alvo. Ou seja, pretende-se a elaboração de um documento com uma efetiva capacidade de apoio aos agentes do setor e com um elevado poder de alavancagem de negócios.
Ações de prospeção, presença e promoção internacional MISSÕES EMPRESARIAIS MOÇAMBIQUE • Missão empresarial à Província de Maputo | fevereiro 14 • Missão a Portugal de importadores/decisores das províncias dos corredores de Maputo, Limpopo e Beira | março 14 • Missão empresarial à Província de Nampula | outubro 14 • Missão a Portugal de importadores/decisores das províncias dos corredores do Vale do Zambeze, Nacala e Pemba-Lichinga | março 15 ANGOLA • Missão empresarial à Província de Luanda | março 14 • Missão a Portugal de importadores/decisores das províncias do corredor CentroNorte | março 14 • Missão empresarial à Província de Benguela | novembro 14 • Missão a Portugal de importadores/decisores das províncias dos corredores Centro-Leste e Sul | março 15
nível do volume de negócios no exterior, assim como um efetivo reforço da sua competitividade e capacidade para se internacionalizarem. VE - Estão a ser estudadas mais ações de apoio à internacionalização de empresas?
JMC - A orientação estratégica de atuação do PEB nesta matéria a isso mesmo obriga. Estão efetivamente em carteira outros projetos de apoio à internacionalização. Um desses projetos é justamente a requalificação do PEB que visa a sua transformação num “Centro Internacional de Negócios”, através do qual se perspetiva uma intensificação das relações com os PALOP e países ibero-americanos, entre outros. Mas neste momento preferimos focar a atenção no projeto Agro África e no seu sucesso.
Teleperformance certificada em Portugal A Teleperformance Portugal acaba de obter a certificação exclusiva de Segurança de Informação PCI DSS, num investimento de cerca de um milhão de euros. Esta certificação atesta que a empresa possui controlos para a manutenção do sistema de gestão de Segurança da Informação. A certificação foi emitida pela Security Metrics, US, que avaliou os procedimentos implementados pela Teleperformance para proteção de dados de cartão de crédito. A Teleperformance foi certificada em conformidade com os seguintes requisitos: construir e manter uma rede segura; proteger os dados relativos a cartões; manter um programa de gestão de vulnerabilidades; implementar medidas de controlo de acessos; monitorização e teste regular das redes; manter uma política de segurança da informação. Com mais de 15 anos de actividade em Portugal, a Teleperformance é hoje a maior empresa independente de outsourcing de CRM e Contact Center. O CEO da Teleperformance Portugal, João Cardoso, considera que “esta certificação reforça o empenho da empresa em assegurar a segurança dos dados dos nossos clientes e o investimento realizado tanto financeiramente como na adaptação dos recursos humanos é prova disso”. Grupo emprega 138 mil pessoas
A Teleperformance Portugal faz parte da multinacional Teleperformance, que com uma faturação anual de J2,3 mil milhões de euros e 138 mil colaboradores é a maior empresa do setor a nível mundial e está no ranking das 130 empresas (incluindo todos os setores de actividade) com mais colaboradores em todo o mundo. ATeleperformance Portugal é líder em Portugal na exportação de serviços de Customer Experience Management e shared services para todo o mundo. Dos cerca de 3600 colaboradores, mais de 1200 estão integrados em projetos de prestação de serviços para cerca de 50 países em 25 línguas diferentes. A Teleperformance Portugal foi recentemente designada como o centro de excelência do Grupo Teleperformance na região da Europa, Médio Oriente e África.