Pepe coordenadores

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Terezinha Candieiro (organizadora)

Manual de Coordenadores do PEPE Programa de Educação Pré-escolar

“Cumprindo nossa missão, alcançamos nossa visão” ABIAH – JMM – JMN



Manual de Coordenadores do PEPE Programa de Educação Pré-escolar


Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Manual de coordenador do PEPE : Programa de Educação Pré-Escolar / organizadora Terezinha Candieiro. - Osasco, SP: Ed. do Autor, 2013. Vários colaboradores. Parceria: Pepe-Network. Bibliografia.

1. Crianças de comunidades carentes 2. Educação de crianças 3. Educação religiosa 4. Igreja Trabalho com crianças I. Candieiro, Terezinha.

13-04128

CDD-306.43

Índices para catálogo sistemático: 1. PEPE : Programa de Educação Pré-Escolar: Manual de coordenadores: Sociologia educacional 306.43


Organizadora: Terezinha Candieiro

Manual de Coordenadores do PEPE Programa de Educação Pré-escolar

Pepe-Network ABIAH - JMM - JMN

“Cumprindo nossa missão, alcançamos nossa visão”

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Sobre a autoria Organizadora:

Terezinha Aparecida de Lima Candieiro - Mestre em Artes no Programa de Desenvolvimento Integral da Criança pelo Malaysia Baptist Theological Seminary; Licenciatura Plena em Pedagogia com especialização em Magistério e Orientação Educacional pelas Faculdades Integradas Campos Salles; Bacharel em Teologia com especialização em Educação Religiosa pela Faculdade Teológica Batista de São Paulo; Consultora do Programa Claves Brasil de Prevenção contra a violência sexual de crianças e adolescentes. Atualmente é a coordenadora do PEPE Internacional na Junta de Missões Mundiais da CBB. Colaboradoras:

Bianca Diacov - Bacharel em Teologia com especialização em Missões pela Faculdade Teológica Batista de São Paulo. Atualmente é coordenadora regional do PEPE Brasil para o sul-sudeste e centro-oeste. Georgina Lyn Christine OBE. Mestre de Artes em Educação Internacional, com especialização em curriculum e formação de professores na Sussex University. UK . Formada em pedagogia com especialização em ciência pela Worcester College - University of of Birmingham-UK. Certificada em movimentos com música para ensinar aeróbica na Royal Society of Artes e YMCA, Kids fitness YMCA especialização em exercício para o envelhecimento. TESOL,TEFL (qualificações no ensino de Inglês como Língua estrangeira). Fundadora do PEPE, Consultora do PEPE Network. Lidia Klava Silva- Licenciada em Filosofia e Letras pela Faculdade FIDENE de Juí, Rio Grande do Sul; Licenciada em Magistério Educacional com especialização em Educacão Inicial e Fundamental pela Faculdade UNIPAR, Francisco Beltrão, Paraná; Bacharel em Educação Religiosa pela Faculdade Teológica de Curitiba, Paraná; Consultora em Abuso infantil pelo PROTEGE, Rede Viva, Paraguai; Curso de Capelania, na Universidade Centro Médico Batista, Paraguai. Atualmente é a coordenadora regional do PEPE para a América Latina. Rute Oliveira - Pós-Graduação em Psicopedagogia - Faculdade Atenas Maranhense – FAMA; Pedagogia – Universidade Regional do Cariri – URCA; Bacharel em Educação Cristã – Seminário Teológico Batista em São Luís; Magistério - Instituto de Educação do Maranhão. Atualmente é coordenadora regional do Pepe Brasil para o norte e nordeste.

Revisão de textos: Valéria Righi e Carmem Lucia Purens Sarkovas Projeto Gráfico: Eliene de Jesus Bizerra Criação original do Pepito: Samuel J. Christine Ilustrações: Marcos Dias Parceiros promotores do PEPE: ABIAH - Associação Brasileira de Incentivo e Apoio ao Homem JMM - Junta de Missões Mundiais da Convenção Batista Brasileira JMN - Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira

© PEPE NETWORK/ABIAH - Associação Brasileira de Incentivo e Apoio ao Homem, 2012. Todos os direitos reservados. Fica proibida a reprodução desta obra, no todo ou em parte, por qualquer meio, sem autorização expressa e por escrito dos parceiros promotores do PEPE. ABIAH - Associação Brasileira de Incentivo e Apoio ao Homem Escritório: Rua André Saraiva, 783 - Vila Sônia - São Paulo - SP - Brasil CNPJ 64.032.584/0001-60 CEP 05626-001 - Telefones: 55 (11) 3739 0302/ 3749 1205 www.pepe-network.org - www.abiah.org Impresso no Brasil - Printed in Brazil

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Prefácio “Ao Senhor pertencem a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele habitam”(Salmo 24: 1)

É com muita alegria que apresentamos esta obra preparada para facilitar um melhor aproveitamento na capacitação de coordenadores do PEPE através da apresentação dos conceitos fundamentais, objetivos, visão, missão, sistemas e metodologias utilizadas no desenvolvimento do programa. Esta é uma dos nossas tarefas, enquanto cooperadores do PEPE – programa missionário que promove o desenvolvimento da criança nas comunidades desfavorecidas ao redor do mundo, através de atividades de Educação Infantil. Esperamos que este seja mais um recurso útil e abençoador no cumprimento da missão da Igreja, “levando o evangelho todo ao homem todo”, em todo o mundo, em todo tempo e de todas as formas possíveis.

Terezinha Aparecida de Lima Candieiro

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Sumário PREFÁCIO....................................................................................................................... 5 INTRODUÇÃO................................................................................................................ 9 I. APRESENTAÇÃO DO PEPE.......................................................................................... 11 1. Breve histórico do PEPE e da parceria PEPE NETWORK........................................ 11 2. Fundamentos do PEPE........................................................................................ 15 3. Declaração e objetivos do PEPE.......................................................................... 17 4. Regulamento Básico do PEPE.............................................................................. 19 5. Legalidade do Trabalho...................................................................................... 26 6. Processo de Implantação.................................................................................... 27 II. O PEPE NETWORK ................................................................................................... 28 1. PEPE NETWORK a rede do PEPE......................................................................... 28 2. Termo de parceria do PEPE NETWORK........................................................29 III. O PEPE E A CRIANÇA............................................................................................... 37 1. Criança, igreja e missão.................................................................................... 37 2. A criança no centro do processo de ensino-aprendizagem.................................... 43 3. Currículo apropriado e contextualizado para as crianças...................................... 45 4. O Currículo do PEPE.......................................................................................... 51 5. Metodologia utilizada com as crianças no PEPE................................................... 59 6. Inclusão no PEPE............................................................................................... 63 IV. POLÍTICA DE PROTEÇÃO INFANTIL DO PEPE NETWORK............................................ 71 1. O contexto e os assuntos da violência infantil dentro do PEPE............................... 71 2. Comunicação externa........................................................................................ 74 3. Capacitação específica para o pessoal do PEPE e voluntários .............................. 75 4. Normas de procedimento com os parceiros do projeto......................................... 78 5. Procedimentos de recrutamento da equipe do PEPE.............................................. 79 6. Resposta às denúncias....................................................................................... 80 7. Defesa de direitos.............................................................................................. 81 8. Confidencialidade............................................................................................. 82 9. Conclusão........................................................................................................ 83 V. O PEPE e a Formação dos Facilitadores........................................................... 85 1. Sistema de formação e capacitação dos facilitadores........................................... 85 2. Currículo para a formação dos MEs/MFs............................................................ 86 3. Currículo para a capacitação de coordenadores ................................................. 91 VI. O PEPE e sua equipe.............................................................................................. 98 1. Liderança e trabalho em equipe.......................................................................... 98 2. Cuidando dos cuidadores................................................................................ 105 Manual de Coordenadores – 9


VII. O PEPE e a comunidade.................................................................................... 113 1. O PEPE e o Programa de visitação à criança na familia...................................... 113 2. O PEPE e o desenvolvimento comunitário.......................................................... 115 3. A Sustentabilidade do PEPE na comunidade....................................................... 117 VIII. O PEPE e a captação de recursos................................................................. 119 1. Mobilização e captação de recursos................................................................. 119 IX. Avaliação e monitoramento no PEPE........................................................... 128 1. Avaliação do programa................................................................................... 128 2. Avaliação da Coordenação Regional (CR)......................................................... 131 3. Avaliação da Coordenação Nacional (CN)....................................................... 131 4. A avaliação do impacto do PEPE em cada área nacional.................................... 132 5. A avaliação do ME/MFs................................................................................... 132 6. Avaliação da unidade de PEPE......................................................................... 134 7. A avaliação das crianças feita pelo ME/MF....................................................... 134 ANEXOS..................................................................................................................... 137 BIBLIOGRAFIA GERAL.................................................................................................. 152

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Introdução O PEPE – programa socioeducativo, nos campos estrangeiros, e programa de apoio ao desenvolvimento da criança, no Brasil, tem se constituído em uma ferramenta eficaz utilizada na proclamação do evangelho integral em várias comunidades ao redor do mundo. Atualmente, o PEPE tem sido desenvolvido em diversos países na América Latina e na África, sendo que outros países da Europa e da Ásia desejam e aguardam sua implantação. A Educação Infantil, especialmente a pré-escolar, tem sido um importante tema no mundo atual. A primeira meta do Fórum Mundial de Educação, ocorrido em Dakar no ano 2000, com a participação de representantes de diversos países, estabeleceu como sua primeira meta no Marco de Ação A expansão da Educação Infantil no Mundo, como propulsora da Educação para Todos. A Igreja de Jesus tem a oportunidade e o privilégio, por intermédio do PEPE, de cumprir sua missão, a missão integral, e causar grande impacto no mundo, suprindo e atendendo a esta grande necessidade dos países pobres e em desenvolvimento. O PEPE nos abre a visão para unirmos a fé e o amor a ações práticas na comunidade e amplia nossa compreensão bíblica, teológica, eclesiológica e missiológica sobre a importância da criança no reino, na igreja e na missão.O PEPE tem experimentado um rápido crescimento em termos numéricos, além de grande expansão geográfica. Por isso, para manter a coesão e o desenvolvimento saudável do programa ao redor do mundo, criou-se a Rede do PEPE, ou seja, o PEPE Network, um programa cooperativo que visa facilitar a disseminação e fortalecimento do Programa. Com o crescimento do programa, também foi necessário desenvolver uma estrutura organizacional a fim de que, tendo claras as funções e o papel de todas as pessoas envolvidas, possa haver maior sustentação do trabalho. Este é um manual básico que contém informações e diretrizes para os coordenadores do PEPE nas suas diferentes esferas de ação: coordenadores de um estado ou província, que chamamos de coordenadores de área; coordenadores do trabalho em países, que chamamos de coordenadores nacionais; e coordenadores do trabalho em uma região, que chamamos de coordenadores regionais. Esperamos que as orientações e diretrizes aqui compartilhadas ajudem na conquista de um melhor aprimoramento pessoal e no desempenho das atribuições daqueles que são pessoas chaves na multiplicação e expansão deste programa, que tem abençoado tantas crianças, famílias e comunidades ao redor do mundo. A Ele seja a glória, Terezinha Candieiro Coordenadora do PEPE Internacional Junta de Missões Mundiais da CBB.

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I. APRESENTAÇÃO DO PEPE 1. Breve histórico do PEPE e da parceria PEPE NETWORK Pr. Stuart e Georgina Christine Em meados de 1992, após 11 anos de experiência missionária no Brasil, o casal de missionários britânicos, Pr. Stuart e Georgina Christine, da BMS World Mission – Sociedade Missionária Batista Britânica, foi transferido para São Paulo, depois de retornarem de um período na Inglaterra. No intuito de implantar igrejas em comunidades carentes urbanas, o casal se deparou com a situação de pobreza de muitas pessoas que viviam em uma determinada comunidade do Jardim Olinda, São Paulo. A pergunta que ressoou em suas mentes e corações foi: “Como plantar uma igreja em meio a tanta carência e pobreza?” Uma das mães da comunidade, sendo contatada na ocasião e sabendo que o casal pertencia a uma Igreja Evangélica, perguntou: “A que tipo de Igreja vocês pertencem: a mais uma daquelas que falam muito e nada fazem?” Essa pergunta causou um grande impacto em seus corações.

Assim nasce o PEPE Percebendo a grande falta de preparo das crianças da favela para ingressarem à escola fundamental, com esperança de êxito socioeducacional, a missionária Georgina se dispôs a iniciar um trabalho de apoio préescolar com essas crianças e suas famílias. Para confirmar a necessidade deste tipo de iniciativa, foi realizada uma pesquisa entre 100 famílias da comunidade para determinar o número de crianças, na faixa etária de 4 a 6 anos, que estava sem acesso ao preparo pré-escolar. O resultado da pesquisa mostrou a necessidade existente e o grande interesse por parte das mães. Sendo assim, em agosto de 1992 nasceu o Programa de Educação Pré-Escolar (PEPE) com 25 criancinhas de 5 e 6 anos de idade, que já eram atendidas por meio da Associação Brasileira (então Batista) de Incentivo e Apoio ao Homem, ABIAH, um ministério da Igreja Evangélica Batista de Ferreira, São Paulo, que havia sido criado em 1989 visando beneficiar aquela comunidade. Manual de Coordenadores – 13


O que começou pequeno e com a intenção de ajudar um grupo de crianças, construindo contato e credibilidade e possibilitando a comunicação do Evangelho em uma única comunidade menos favorecida, teve tanto êxito socioeducativo e evangelístico que logo chamou a atenção de outras igrejas que também buscavam estratégias eficazes para alcançar comunidades pobres. Assim começou a primeira etapa da expansão do programa, quando Georgina passou a capacitar e supervisionar membros de um número crescente de igrejas compromissadas em levar o Evangelho integral às comunidades desfavorecidas ao seu redor. Em 1994 a Convenção de São Paulo abraçou o projeto sob o nome “Projeto Impacto Urbano”. Durante os anos seguintes Georgina, apoiada pela competente educadora Kátia Medeiros, acompanhando o crescimento no número de igrejas que estava aderindo ao programa, dedicou-se a aperfeiçoar o conteúdo curricular do PEPE e a estabelecer o princípio de capacitação continuada das missionárias educadoras - uma ênfase que se tornou característica fundamental do programa. Em 2000, visando estender o projeto para os estados empobrecidos do nordeste do Brasil, o PEPE foi implantado junto à Convenção Batista Piauiense, por intermédio do trabalho dedicado da missionária Iolanda Miranda, piauiense, que havia trabalhado durante seis anos com o PEPE na favela de Heliópolis, São Paulo. A visão e o desempenho missionário daquelas Igrejas que labutaram em um dos campos mais carentes do nosso Brasil permitiram que o projeto se adaptasse facilmente à cultura local e ganhasse uma nova área de atuação com o nome de “Projeto Luz no Nordeste”.

Alargando as fronteiras No ano de 2001 aconteceu o momento da expansão internacional. Com todo o apoio e incentivo da equipe da Junta de Missões Mundiais e da missionária pedagoga Terezinha Candieiro, que trabalhava em Moçambique, Pr. Stuart, Georgina e a coordenadora pedagógica da ABIAH, irmã Irene Arcanjo, viajaram àquele país para apresentar o programa aos irmãos moçambicanos. Aprovado o programa como uma estratégia coerente para aquela realidade, após um período em São Paulo, a missionária Terezinha Candieiro conheceu o PEPE e trabalhou para implantá-lo em solo africano junto à Convenção Baptista de Moçambique. Com o entusiástico apoio do então diretor executivo da JMM, Pr. Waldemiro Tymchack, em 2002 se abriu a porta a uma expansão para a América Latina, com a capacitação de três missionários: Lídia Klava, Lúcia Martiniano e Pr. Silas Gomes, que se dispuseram a utilizar o programa PEPE nos seus respectivos campos: Paraguai, Peru e Chile. Essa iniciativa foi facilitada pelo apoio da Sociedade Missionária Batista Britânica, e pela própria ABIAH. A continuada ênfase no desenvolvimento da base curricular e do sistema de capacitação de “missionários educadores” das igrejas locais e, especialmente, o preparo de coordenadores responsáveis por introduzir e supervisionar o PEPE junto às convenções no Brasil e no exterior foi fundamental neste início de expansão internacional. A realização deste processo essencial foi resultado de um grande trabalho em equipe de todas as coordenadoras pedagogas comprometidas com o programa, com o apoio financeiro da BMS World Mission e a JMM. Como o programa se estendeu para outras regiões, tanto no Brasil como em outros países, tornou-se importante fornecer orientação e apoio ao crescente número de Convenções e coordenadores nacionais do 14 – Manual de Coordenadores


PEPE, responsáveis por estes novos campos. O trabalho extraordinário da missionária da JMM, Lidia Klava da Silva, na América Latina criou um modelo para este novo nível de coordenação do PEPE, que passou a ser utilizado também no continente africano, inicialmente na região sul e depois também na região noroeste. Um próximo e decisivo passo na história do PEPE foi dado em 2005, quando, para facilitar a expansão do programa e criar uma estrutura de cooperação entre os três principais parceiros (ABIAH- BMS- JMM), viu-se a necessidade de criação de uma ‘rede’ do PEPE, denominada PEPE NETWORK, iniciada pelo Pr. Stuart Christine, então servindo como executivo da ABIAH. Em contato com Pr. Waldemiro Tymchack, chegou-se à conclusão de que seria necessário organizar e estruturar a rede e também designar alguém que se dedicasse à direção da mesma. Na oportunidade, a missionária Terezinha Candieiro foi convidada para o trabalho. A esta altura, a missionária atuava como Coordenadora Nacional do PEPE em Moçambique e aceitou o desafio. Foi em 2006 que a missionária assumiu a direção do PEPE NETWORK, fruto de uma parceria informal, baseada em uma forte relação de respeito e confiança mútua entre os representantes parceiros. Passados cinco anos de intenso trabalho, com a crescente expansão e os frutos colhidos, os parceiros avaliaram a necessidade de formalizar essa parceria a fim de melhorar o desempenho e o futuro do trabalho, possibilitando, desta maneira, maior abrangência ao impacto missionário. Sob a dedicada e competente direção da missionária Terezinha, o período que se seguiu foi caracterizado por vários e importantes avanços. O primeiro foi o desenvolvimento organizacional/ administrativo do PEPE através da rede que proporcionou sólidas, mas flexíveis, estruturas necessárias para a continuação da sua expansão internacional. Este processo incluiu a formalização e impressão dos principais textos do currículo base e programas de capacitação de educadores e coordenadores nos idiomas: português, espanhol, francês e inglês. O segundo foi o lançamento do site do PEPE - Network que, além de fornecer informações sobre o programa para um público cada vez mais diversificado, também abriu o caminho para um sistema de apoio, através da Internet, aos coordenadores espalhados geograficamente. Uma terceira iniciativa significativa foi a produção de módulos e materiais que são complementares ao currículo base, tal como os temas da proteção à criança e a conservação do meio-ambiente. Outro desafio abraçado pela coordenação do PEPE-Network foi a formulação e implementação de um regulamento que visa a ‘proteção da criança’ como valor e prática fundamental do programa. Outras ONG’s que atuam na área adotaram a publicação de um manual, elaborado para estabelecer os conceitos destes princípios no contexto de ministérios com crianças em risco social, que contribuiu para o conhecimento do assunto no setor. No início de 2012 foram contabilizadas mais de 10.000 crianças menos favorecidas sendo beneficiadas diariamente pelo programa, em 21 países da África e América Latina. Milhares de famílias têm sido alcançadas por meio da evangelização nas Igrejas e nas comunidades que utilizam essa ferramenta para abençoar. O PEPE continua sendo uma forte demonstração do potencial em unir as dimensões evangelísticas e sociais do Evangelho, buscando novos modelos de cooperação missionária em um mundo cada vez mais afligido pela pobreza de corpo e espírito e que Jesus veio salvar.

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2. Fundamentos do PEPE Terezinha Candieiro

Nossos fundamentos são os seguintes: Fundamentos Bíblicos e Teológicos Na perspectiva de Jesus e bíblica podemos afirmar que: A criança é um ser humano integral, macho e fêmea, criada por Deus à Sua imagem, com valor e dignidade. A Bíblia inclui milhares de referências sobre as crianças tanto no Novo quanto no Antigo Testamento. Jesus contou muitas histórias e trouxe um ensino revolucionário sobre as crianças. Podemos constatar isto por meio de vários textos bíblicos. Ele inclui a criança no seu ministério, na sua comunidade e no Reino de Deus. (Marcos 5.21-24; 35-43; 9.14-29; 9.33-37; 10.13-16; Mateus 18.1-7; 18.12-14; Lucas 9.46-48; 18.15-17 e outros). As crianças eram e são muito importantes para Jesus. Em termos teológicos, de acordo com Mateus 18.3, a criança é o referencial de Deus para a entrada em Seu Reino, além de ser a chave para a compreensão de várias doutrinas da Palavra. Quem recebe uma criança, recebe o próprio Jesus, é o que afirma Mateus 18.5.

Fundamentos Missiológicos A criança é um ser espiritual e tem necessidades físicas, mentais, emocionais e sociais. Nossa filosofia de ministério é baseada nos princípios da Missão Integral, levando o evangelho de maneira integral, considerando a criança no seu todo, no seu contexto, dentro da família e da comunidade em que ela está inserida. Em Mateus 28.18-20, encontramos a Grande Comissão, que não está limitada aos adultos, mas está aberta e inclui as crianças também. As crianças compõem um grande grupo da população mundial que não está sendo alcançado. A evangelização de crianças é tarefa da Igreja de Jesus (Lucas 18.16). Elas também precisam de salvação por meio do arrependimento e aceitação de Jesus como seu Salvador. Manual de Coordenadores – 17


Fundamentos Sociais A criança é a pessoa principal no PEPE. O primeiro artigo da Convenção dos Direitos da Criança declara que a criança é um ser humano até a idade de 18 anos. As crianças têm direito a uma educação integral, à proteção, ao cuidado, à saúde, à alimentação, à moradia, enfim, ao pleno desenvolvimento, como Jesus. Em Lucas 2.52, encontramos que Jesus desenvolveu-se mentalmente (sabedoria), fisicamente (estatura), e em graça diante de Deus (espiritualmente) e dos homens (socialmente). Este é o modelo perfeito de desenvolvimento humano; logo, todo ser humano deveria se desenvolver desta forma. Por isso, socialmente, a Igreja tem a tarefa de ajudar as famílias e as comunidades no seu papel de formadores do caráter das crianças, como também defender e promover os direitos das mesmas a fim de que sejam participantes ativas dos propósitos de Deus no mundo.

Fundamentos Educacionais A educação tem um papel chave na transformação das realidades, pois pode promover uma melhor condição de vida às pessoas. A Educação e o cuidado na primeira infância vêm sendo tratados como assuntos prioritários de governos, organismos internacionais e organizações da sociedade civil em muitos países do mundo. A educação infantil é a primeira etapa da educação básica. No PEPE, a filosofia de educação é baseada no princípio de que a criança deve estar no centro do processo de ensino - aprendizagem. Isto significa que o ensino deve ser planejado de forma a adaptar-se ao modo como a criança aprende. Os educadores são facilitadores no sentido de ajudar o aluno a desenvolver sua maneira de entender os conteúdos e construir o conhecimento por meio de interação social. Há diversas teorias educacionais; porém, em todos os países da rede o PEPE deve adotar a teoria que mais se adequa a este princípio. Em geral, recomendamos que o ensino-aprendizagem seja realizado de acordo com as teorias construtivista ou sócio-histórico-cultural. A metodologia utilizada para o desenvolvimento do Programa vai depender da teoria educacional adotada.

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3. Declaração e objetivos do PEPE Declaração de Visão O PEPE espera oferecer às crianças ao redor do mundo a oportunidade de desfrutar de um preparo socioeducacional que estimule seu melhor desenvolvimento social e espiritual, independente de qualquer desvantagem socioeconômica.

Objetivos O Programa PEPE possui os seguintes objetivos:

Para as crianças Capacitar as crianças menos favorecidas a prosseguir seus estudos com autoestima, preparo educacional e com experiência espiritual, para alcançar seu potencial diante da sociedade e diante de Deus.

Para os pais Estimular os pais a participarem da experiência enriquecedora de seus filhos tanto social, educacional como espiritualmente.

Para a comunidade Levar a comunidade a compreender o valor socioeducacional e espiritual do PEPE e buscar outros programas de benefício comunitário, tendo a igreja como aliada.

Para a igreja local Mobilizar a igreja para expressar sua fé em palavra e ação.

Para os missionários educadores/facilitadores Oferecer condições para o desenvolvimento de sua vida espiritual e vocacional.

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4. Regulamento Básico do PEPE (modelo padrão – num contexto onde se trabalha com igrejas evangélicas) Capítulo I Nome, Local

e finalidade

Artigo 1º O PEPE – Programa de Educação Pré-Escolar é um trabalho social realizado pelas igrejas evangélicas interessadas, tendo seu escritório central de coordenação nacional numa sede própria, determinada por seus usuários. § 1º A igreja interessada em implantar PEPE deverá assinar um acordo com a Coordenação Nacional do Programa, comprometendo-se a cumprir os termos da parceria e a seguir as orientações do regulamento do programa no contexto do país em que está sendo inserido, inspirado nos termos do presente regulamento. § 2º O PEPE das igrejas locais terá um nome significativo para sua identificação na comunidade. § 3º O coordenador de área do PEPE informará aos órgãos públicos governamentais a abertura das unidades implantadas, para seu reconhecimento e regulamentação de acordo com as normas do país, se isto for necessário. Artigo 2º O PEPE não tem fins lucrativos e sua finalidade é desenvolver as potencialidades das crianças menos favorecidas de recursos, das zonas rurais e urbanas, na idade pré-escolar, capacitando-as a ter estrutura emocional, intelectual e motriz, no desenvolvimento de diversos aspectos relacionados à sua formação física, pessoal e social, a fim de que possam ser bem sucedidas no processo de ensino-aprendizagem, socialização e cidadania. Capítulo II Da

estrutura e funcionamento do

PEPE

Artigo 3º O PEPE terá um coordenador nacional e coordenadores de área (regiões no país, de acordo com a necessidade), porém, toda a orientação do trabalho será feita através de um Conselho Coordenador, composto pelo Coordenador Nacional do Programa e demais membros indicados pela Convenção local. Artigo 4º Cada unidade do PEPE terá, no mínimo, dois educadores (um, que também assumirá a função de diretor ou responsável, e outro somente na função de educador) para uma classe de 20 crianças de 4 anos e outra classe de 20 crianças de 5 anos. Artigo 5º Cada unidade do PEPE será administrada pelo diretor-educador e uma Comissão Diretiva composta de, no mínimo, três membros eleitos pela igreja mantenedora.

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§ 1º Quanto ao movimento financeiro, cada unidade do PEPE terá administração própria e a Comissão Diretiva deverá prestar relatório das atividades e relatório financeiro mensal à igreja mantenedora. Capítulo III Do

sustento financeiro

Artigo 6º Para a organização dos seus recursos de funcionamento, a manutenção do PEPE nacional contará com contribuições da Convenção do país, doações e ofertas de agências missionárias e organizações. Artigo 7º Cada unidade do PEPE será mantida por uma igreja evangélica que poderá sustentar financeiramente o trabalho da seguinte maneira: a. que dentro do orçamento da igreja se destine uma verba mensal diretamente para a unidade; b. dependendo do contexto, a igreja pode receber uma contribuição simbólica para auxiliar nas despesas dos próprios alunos e para que haja maior valorização por parte da comunidade. Todavia, a falta desta contribuição provocada por algum impedimento da família não impede o aluno de frequentar o PEPE; c. a igreja pode ainda se conveniar a outras igrejas no sustento da mesma unidade do PEPE; d. a igreja pode entrar em contato com empresas e organizações buscando doações daquilo que for necessário para o funcionamento do trabalho; e. no sistema de apadrinhamento, os próprios membros da Igreja podem adotar financeiramente um aluno e se comprometerem a contribuir com uma determinada quantia mensal, de acordo com o custo de vida da cidade local. Capítulo IV Do

funcionamento das unidades do

PEPE

e matrículas

Artigo 8º O horário de funcionamento de cada unidade do PEPE será estabelecido pela igreja local e pelo diretor-educador, de acordo com as possibilidades e necessidades da comunidade local, perfazendo em média 3 horas de atividades por dia, de segunda a sexta-feira. Parágrafo único. O PEPE observará os feriados nacionais e as crianças e os educadores estarão dispensados das atividades naqueles dias. Artigo 9º Para que a criança seja matriculada em uma unidade do PEPE será necessário: • • • •

que tenha idade compreendida entre quatro e cinco anos; que se preencha uma ficha de matrícula com os dados corretos da criança; que os pais ou responsáveis pela educação da criança manifestem o interesse e desejo; que os pais ou responsáveis concordem com o regulamento do PEPE.

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Artigo 10º. A matrícula será anulada pelos seguintes motivos: a. por desistência, expressa pelos pais ou responsáveis; b. por falta de frequência não justificada; c. por motivos de saúde que impossibilitem a criança de cumprir as atividades diárias. Capítulo V Do

currículo do

PEPE

Artigo 11º. O PEPE adotará o Currículo Nacional para a Educação pré-escolar do país em que está sendo inserido, considerando e contextualizando o referencial curricular do Programa no âmbito global. Capítulo VI Dos

colaboradores do

PEPE

Artigo 12º. Todos os colaboradores que desenvolvem atividades nas unidades do PEPE devem ser pessoas de bom testemunho, maturidade e recomendadas pela Igreja Mantenedora. Parágrafo único. Para começar a desenvolver as atividades em uma unidade do PEPE é necessário que o educador tenha sido treinado e realizado estágio de observação de aulas. Artigo 13º. De acordo com o contexto do país e as peculiaridades do local, os missionárioseducadores deverão receber um subsídio mensal, definido pela igreja mantenedora de acordo com as suas possibilidades, e aceito pelo educador. Parágrafo único. O PEPE poderá contar com uma equipe de voluntários que auxiliará o missionário educador nas suas atividades. Artigo 14º. Todas as pessoas que colaboram nas atividades do PEPE terão direito a gozar férias anuais, conforme calendário de atividades da unidade. Artigo 15º. As atribuições do pessoal do PEPE são as seguintes: a) Coordenador Nacional Preferencialmente, deve ser alguém originário do país escolhido pela convenção nacional através de seu Conselho Coordenador ou outro órgão competente. Ele deve ser capaz de desempenhar as funções abaixo descritas. O trabalho do coordenador nacional se desenvolverá em cinco áreas principais com o apoio da coordenação regional do programa: Implantação e Desenvolvimento: Promover, divulgar e desenvolver o Programa (Visão, Missão, Objetivos, Estrutura e Funcionamento) no âmbito nacional, de acordo com o contexto em que está inserido e com a convenção do país. Manual de Coordenadores – 23


Currículos e Programas/Capacitação Preparar todo o material curricular para: capacitação dos coordenadores de área, formação inicial dos missionários-educadores, formação continuada, seminários de capacitação pedagógica semestral, programa educativo pré-escolar para as crianças, PEPE-Vai (Programa de Visitadores de Apoio Infantil). Supervisão Fazer visitas às unidades de PEPE das regiões, fazer o acompanhamento e supervisão das atividades no âmbito nacional, em contato direto com os coordenadores de área, de acordo com o programa de avaliação e monitoração do PEPE. Representação Representar o Programa no âmbito nacional e informar os órgãos eclesiásticos e governamentais competentes sobre a abertura, funcionamento e resultados do aproveitamento das crianças nas unidades de PEPE no país. Administração Organizar e orientar os trabalhos necessários para o desenvolvimento do Programa, se possível num escritório nacional do PEPE, com o apoio de um Assistente Administrativo ou um dos coordenadores de área. Identificar, levantar e administrar recursos financeiros e materiais destinados ao trabalho e sua distribuição nacional. Elaborar plano estratégico nacional para o PEPE, com base nos planos das áreas e outras necessidades identificadas, como também apresentar relatórios trimestrais ao Conselho Coordenador Nacional e/ou Convenção do país, encaminhando cópia dos documentos à coordenação regional. b) Coordenador de Área (estados ou províncias) 1) Orientar os procedimentos necessários para a implantação das unidades do PEPE nas igrejas interessadas. 2) Promover o treinamento dos educadores, de acordo com a localização nas regiões do país. 3) Promover Treinamento Continuado e cursos de Capacitação. 4) Dar a orientação pedagógica necessária para o desenvolvimento do PEPE. 5) Fazer o acompanhamento e supervisão das atividades. 6) Preparar o material pedagógico necessário e encaminhar às unidades. 7) Informar aos órgãos governamentais a abertura das unidades do PEPE, para seu reconhecimento, se for necessário.

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c) Diretor-Educador ou Responsável pelo PEPE: 1) Responsável pela administração e funcionamento da unidade. 2) Estimular os educadores a observar o Programa, os conteúdos e orientar a execução dos trabalhos, de acordo com as necessidades, possibilidades e peculiaridades de cada local. 3) Trabalhar para que haja um ambiente saudável, harmonioso, cristão e para que sejam atingidos os alvos pedagógicos na vida das crianças. 4) Convocar e dirigir as reuniões ordinárias e participar das reuniões da Comissão Diretiva. 5) Elaborar plano anual de atividades e os relatórios narrativos e financeiros, de acordo com as orientações estabelecidas, e encaminhá-los à igreja Mantenedora e à Coordenação do Programa em sua área de atuação. d) Missionário-Educador: 1) Responsável pelas crianças nas unidades do PEPE e em trabalhar para que sejam atingidos os objetivos propostos. 2) Observar o currículo e os alvos pedagógicos do PEPE. 3) Fazer planejamento semanal e diário das atividades a serem desenvolvidas com as crianças. 4) Fazer constante avaliação do aproveitamento das crianças, bem como de seu próprio trabalho. 5) Cultivar um relacionamento amoroso e firme com as crianças para desenvolver nelas valores morais e espirituais. 6) Zelar pelo uso das instalações, materiais e equipamentos da unidade. 7) Educar as crianças para que aprendam a cuidar de si mesmas, da sala, dos materiais, equipamentos e brinquedos. 8) Manter contato com as famílias das crianças e estar pronto para desenvolver relacionamento e apoio às mesmas, de acordo com as possibilidades. 9) Caso queira deixar de exercer suas funções, deve avisar o diretor-educador ou o responsável e a igreja mantenedora, num período de pelo menos três meses de antecedência, para que se providencie outra pessoa e as crianças não sejam prejudicadas. 10) Caso a igreja não deseje mais contar com o trabalho do educador, esta deverá avisá-lo num período de pelo menos três meses de antecedência.

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e) Ajudante 1) Manter limpas e organizadas a sala e as demais instalações utilizadas pelas crianças. 2) Preparar e servir o lanche todos os dias, sob a orientação do diretor-educador. 3) Auxiliar o educador com as crianças, conforme necessário. Capítulo VII Direitos

e deveres das crianças

Artigo 16º. Direitos das crianças: Toda criança tem direito a: 1) alimentação, moradia e assistência médica adequada para a criança e sua mãe; 2) educação e cuidados especiais, se tiver alguma deficiência física ou mental; 3) amor e compreensão por parte dos pais e da sociedade; 4) educação gratuita e lazer infantil; 5) ser socorrida em primeiro lugar em caso de catástrofes; 6) ser protegida contra abandono e exploração no trabalho; 7) igualdade, sem distinção de raça, cor, religião e nacionalidade; 8) proteção para o seu desenvolvimento físico, mental e social; 9) um nome e uma nacionalidade. 10) crescer dentro de um espírito de solidariedade, compreensão, amizade e justiça entre os povos. Artigo 17º. Deveres das crianças: a) devem observar o horário de entrada e saída estabelecidos pela unidade do PEPE; b) devem ser assíduas a todas as atividades do PEPE e evitar faltas, a não ser em caso de doença. As faltas devem ser justificadas pelos pais ou responsáveis, através de informação ao missionário-educador; a) devem zelar pela organização da sala e instalações da unidade do PEPE.

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Capítulo VIII Dos

pais ou responsáveis

Artigo 18º. Os pais ou responsáveis devem estar cientes e concordar com o regulamento do PEPE. Artigo 19º. Os pais devem estar conscientes de que a educação da criança é de sua responsabilidade. O PEPE apenas ajudará nesta tarefa. Artigo 20º. Cabe aos pais ou responsáveis, em cooperação com o PEPE, trabalhar para que sejam alcançados os objetivos propostos. Artigo 21º. Cabe aos pais ou responsáveis encaminhar as crianças no horário estabelecido para a entrada na unidade do PEPE. Artigo 22º. Cabe aos pais ou responsáveis informar ao missionário-educador da unidade do PEPE, caso a criança tenha alguma doença grave ou contagiosa. Artigo 23º. Os pais ou responsáveis devem orientar a criança quanto ao seu comportamento, sendo auxiliado pelo educador. Parágrafo único. Caso haja algum problema sério de indisciplina, o assunto será tratado entre o pai ou responsável e o missionário-educador, em benefício da criança. Artigo 24º. Os pais ou responsáveis devem participar das reuniões, quando convocados. Capítulo IX Comissão

de pais e/ou responsáveis

Artigo 25º. A comissão de pais da unidade do PEPE será composta por cinco membros, eleitos em reunião extraordinária, e terá a responsabilidade de apoiar o trabalho do diretor-educador servindo como elo entre a unidade do PEPE e a comunidade. Capítulo X Disposições

finais

Artigo 26º. A igreja mantenedora e todos os colaboradores ligados à unidade do PEPE, em geral, devem ter conhecimento e cumprir o presente regulamento. Artigo 27º. Este regulamento será válido até a sua substituição por um novo, devidamente aprovado pelo Conselho Coordenador do PEPE. Artigo 28º. Os casos omissos serão analisados pelo responsável pela unidade do PEPE e pelo Coordenador de área.

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5. Legalidade do Trabalho Conforme mencionado, o PEPE é um programa missionário, desenvolvido por intermédio da Igreja local, na maioria dos contextos. É absolutamente necessário que a Igreja esteja comprometida com o trabalho na comunidade carente, quando ela abraça este ministério. Se a Igreja não dá suporte espiritual, financeiro, administrativo e se os membros não se envolvem, o trabalho fica estagnado, perde seu objetivo de evangelizar e ajudar o próximo e pode acabar morrendo. O trabalho do PEPE é um ministério sério e de responsabilidade da Igreja que o implanta. Funciona como uma atividade social da Igreja local, sendo de inteira responsabilidade da mesma. É mais um segmento da Igreja, que já deve ser uma instituição reconhecida, dentro da legalidade. Quanto ao curso de educação pré-escolar oferecido nas unidades do PEPE, não é obrigatório por lei, na maioria dos países, exceto os da América Latina. A criança que frequentar uma unidade do PEPE tem o mesmo direito que qualquer outra criança tem, ou seja, de ingressar e prosseguir seus estudos no Ensino formal. É importante salientar que para atender a legislação vigente, na maioria dos países da América Latina, o PEPE funciona como um programa formal, uma escola de Educação Inicial, com os requisitos exigidos pelo MEC. É preciso que se busque os meios corretos em cada contexto para que o PEPE funcione dentro da legalidade, sem perder seus princípios e filosofia de trabalho.

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6. Processo de Implantação Os procedimentos para a implantação e desenvolvimento do PEPE serão assim executados: 1. Preparo do Projeto 99 Preparo da proposta do projeto. 99 Preparo dos termos de parceria. 2. Preparo da Igreja 99 Apresentação do PEPE à igreja. 99 Escolha dos Missionários-educadores. 3. Preparo da Comunidade 99 Pesquisa para verificar o grau de aceitação e interesse na educação PEPE. 99 Visitação às famílias interessadas em matricular crianças de 4 e 5 anos de idade. 99 Reunião com os pais para apresentação dos objetivos do PEPE e regulamento interno. 4. Preparo dos Missionários-Educadores 99 Curso Básico para a formação de Educadores. 99 Formação Continuada dos Educadores, após o início do trabalho. 99 Seminários de Capacitação. 5. Preparo das Instalações e Materiais 99 Preparo do local adequado. 99 Aquisição de recursos materiais básicos para as salas. 6. Execução 99 99 99 99 99 99 99

Matrícula das crianças de 4 e 5 anos. Preparo do calendário de atividades do PEPE. Início das aulas. Desenvolvimento das aulas. Avaliação e planejamento para prosseguimento do PEPE. Visitas às famílias das crianças (igreja e missionários educadores) Estudos Bíblicos nos Lares (igreja e missionários educadores).

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II. O PEPE NETWORK 1. PEPE NETWORK a rede do PEPE

Legenda: Coordenadores Missionários Educadore/Facilitadores

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2. Termo de parceria do PEPE NETWORK O PEPE NETWORK – ABIAH O Pepe Network ou a REDE DO PEPE é um programa cooperativo, que visa facilitar a disseminação e fortalecimento do PEPE no Brasil e ao redor do mundo. É promovido por três organizações: ABIAH – Associação Brasileira de Incentivo e Apoio ao Homem, JMM – Junta de Missões Mundiais e JMN – Junta de Missões Nacionais.

A Estrutura Organizacional do Pepe Network Nomenclaturas do Programa O Programa PEPE Internacional e o Programa Pepe Brasil são integrantes do Pepe Network. Na Junta de Missões Mundiais (JMM) o PEPE mantém a sua nomenclatura original – Programa de Educação Pré Escolar e no Brasil, para a ABIAH e a Junta de Missões Nacionais (JMN), o Pepe tem a seguinte nomenclatura: Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Criança em Família na Comunidade.

Os Conselhos O Pepe Network terá dois conselhos: o Conselho Consultivo do Pepe Network e o Conselho Pedagógico.

A) O Conselho Consultivo do Pepe Network O Conselho Consultivo tem por finalidade supervisionar todas as ações do Pepe Network e a execução e o desenvolvimento do programa no Brasil como, também, internacionalmente. Farão parte deste conselho os representantes das três organizações parceiras: ABIAH, JMM e JMN. O conselho consultivo deverá reunir-se no mínimo uma vez a cada ano, em local e horário previamente agendado. Para encontros específicos do conselho, o Conselho Consultivo poderá convidar palestrantes que possam contribuir com o desenvolvimento do programa. Através de seu diretor executivo, a ABIAH poderá se reunir com os representantes da JMM e da JMN separadamente, para tratar de assuntos que sejam pertinentes somente ao campo internacional e / ou ao campo do Brasil, disponibilizando informações destes encontros na reunião anual do conselho consultivo, para conhecimento de todos. Manual de Coordenadores – 31


Através da ABIAH, será criada a secretaria executiva do Pepe Network que se responsabilizará pelo trânsito de comunicação e relacionamento entre os parceiros da rede.

B) O Conselho Pedagógico O Conselho Pedagógico atuará com dois grupos de trabalho: o grupo de trabalho pedagógico nacional, para tratar dos assuntos pedagógicos do Pepe Brasil e o grupo de trabalho pedagógico internacional, que tratará das questões pedagógicas relativas a cada país onde o Programa PEPE estiver sendo implantado. Os dois grupos de trabalho pedagógico poderão se reunir, sempre que necessário, para troca de experiências e conhecimento técnico pedagógico que possa ser transferido sem ferir a política de ensino de cada país representado. Para o desenvolvimento do Programa Pepe, o grupo de trabalho Brasil levará em conta as leis que regem a Ação Social e a Educação Infantil na LDB (*). Este grupo se reunirá regionalmente (uma vez por ano) e nacionalmente (de dois em dois anos). Este grupo de trabalho do Pepe Brasil será composto das coordenações regionais e estaduais. Podem ter outros participantes e instituições convidados a contribuírem com a formulação de novas políticas para o desenvolvimento do Pepe Brasil. No desenvolvimento do Programa PEPE Internacional, o grupo de trabalho internacional deverá considerar as características, já mencionadas, de cada país e região onde o programa for implantado. A coordenação deste grupo ficará a cargo da Coordenação do Programa PEPE Internacional, e os demais integrantes deste conselho serão a Coordenação Regional e a Coordenação Nacional. Este grupo de trabalho deverá se reunir através da rede virtual (Internet) e, quando se julgar necessário e a critério da Coordenação Internacional, também serão realizadas reuniões presenciais.

A Secretaria Executiva do Pepe Network Dentro da nova estrutura, que está sendo desenvolvida a partir deste novo termo de parceria, se faz necessária a criação desta Secretaria que terá a seguinte atribuição: facilitar a comunicação entre todos os parceiros e agentes envolvidos na execução do Programa no Brasil e internacionalmente. A Secretaria do Pepe Network receberá as informações, pesquisas e relatórios da execução do Programa, fazendo a tabulação dos dados que serão compartilhados por toda a rede e apresentados na reunião do Conselho Consultivo e/ ou Conselho Pedagógico. O Pepe Network passa a ser coordenado por esta Secretaria em todos os aspectos necessários para fortalecimento da rede e ação de todos os parceiros. A princípio, o Diretor Executivo da ABIAH responderá por essa Secretaria. Os seus custos financeiros e operacionais serão rateados de forma equânime entre os três parceiros, ABIAH, JMM, JMN. A Secretaria também oferecerá suporte, sempre que solicitada por um dos parceiros, visando o desenvolvimento do Programa Pepe, uma vez que em cada campo há características e necessidades 32 – Manual de Coordenadores


bem específicas. Quando isto gerar algum comprometimento financeiro, a Secretaria tratará especificamente com o parceiro em questão. Todas as ações da Secretaria serão conhecidas e consideradas na reunião do Conselho Consultivo. Qualquer alteração no funcionamento ou nas atribuições desta Secretaria deverá ser tratada com todos os parceiros na reunião do Conselho Consultivo. Nos casos não previstos, os parceiros deverão ser consultados antes de qualquer ação que influencie a proposta do Pepe Network.

Metodologia do Trabalho em Rede Adotamos a metodologia de trabalho em rede, ou seja, um sistema de elos capazes de organizar as pessoas, de forma igualitária e democrática, em torno de um objetivo comum. Na prática, somos uma comunidade de pessoas conectadas e interligadas umas às outras, com o propósito de fazer funcionar e multiplicar o PEPE, com base em princípios estabelecidos e por meio de ações prioritárias. A intercomunicação deve acontecer de forma organizada.

Objetivos, Visão e Missão do Pepe Network DECLARAÇÕES DA REDE: A Rede do Pepe Network tem como objetivos gerais: Fortalecer o desenvolvimento e aumentar o impacto socioeducacional e missionário do Programa nos países onde está implantado; expandir o Programa no Brasil e para novos países da América, África, Ásia, Europa. Visão do Pepe Network: Ser um instrumento missionário eficaz e facilitador, que ajude a igreja local a cumprir sua missão integral em um mundo necessitado. Missão do Pepe Network: Capacitar os membros das igrejas evangélicas a expressar, por meio do Programa Pepe, sua fé em amor e ação, a comunidades menos favorecidas, no Brasil e ao redor do mundo.

Sistema de Comunicação O Pepe Network trabalha por meio de um sistema de comunicação em rede em todas as esferas de atuação, com a responsabilidade contínua de contribuir para a capacitação daqueles que têm o suporte da rede para a efetiva avaliação, aperfeiçoamento e aplicação do currículo e metodologia adotados. A comunicação entre as pessoas, ou seja, a intercomunicação deve acontecer de forma organizada envolvendo todos os participantes da rede. A comunicação é efetuada mediante contatos pessoais, telefônicos, internet, fórum e canal de coordenadores no site do Pepe Network.

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Sistema de gestão de recursos O Pepe Network é gerenciado pela ABIAH. O recurso necessário para este gerenciamento é a somatória da contribuição dos três parceiros, que contribuirão para a manutenção da rede e o sustento do secretário executivo ou facilitador, contratado pela ABIAH, para viabilizar os trabalhos de acordo com o plano de ação aprovado anualmente pelos parceiros. Os valores serão apresentados em planilha anexa a este documento e deverão ser objeto de avaliação e revisão anual por parte dos parceiros, (ABIAH, JMM e JMN). Para a manutenção dos trabalhos em seu campo de atuação, cada parceiro será independente na administração, captação e mobilização dos recursos financeiros e materiais, com o compromisso de investi-los em: recursos para os beneficiados (que são as crianças e suas famílias), recursos humanos, equipamentos e material pedagógico, treinamentos e viagens da coordenação. O Pepe e a Igreja Local A sustentação das unidades do PEPE é responsabilidade da igreja local mantenedora do Programa. Outras informações sobre implantação e manutenção do Programa Pepe por parte da igreja local constam no manual de implantação e treinamento.

Avaliação e monitoramento A avaliação no PEPE ocorre com relação às crianças, aos educadores, aos coordenadores e à coordenação da JMM, JMN, com o objetivo de aumentar o impacto. É realizada em momentos diferentes e com instrumentos próprios. O monitoramento é feito através de visitas periódicas aos campos, coleta de dados, análise dos dados, apresentação de informações por meio de relatórios e uso das informações. Tanto a avaliação como o monitoramento serão realizados pelos parceiros em seu campo de atuação. Cada parceiro fará a coleta e análise dos dados e os enviará, por meio de relatórios, à ABIAH que os compartilhará com toda a Rede, através do Site do Pepe Network, e os apresentará para avaliação e consideração dos parceiros reunidos no Conselho Consultivo. Os relatórios deverão ser enviados regularmente, de acordo com a gerência de cada parceiro.

O Programa Pepe Brasil – JMN O Programa Pepe é parte da Gerência de Evangelismo da Junta de Missões Nacionais. Caberá à ABIAH o papel de incentivar a promoção do programa em parceria com a Junta de Missões Nacionais da CBB. A Junta de Missões Nacionais (JMN) dará o suporte à Coordenação Regional, distribuída de acordo com as divisões geográficas das regiões brasileiras, a saber: Centro Oeste (Incluindo o Distrito Federal), Nordeste, Norte, Sudeste e Sul. Hoje este trabalho está concentrado em dois grandes blocos – Coordenação do Norte e Nordeste do Brasil e Coordenação do Centro Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. 34 – Manual de Coordenadores


No Brasil, juntamente com a JMN, a ABIAH manterá contato permanente com a coordenação regional, bem como com as coordenadoras estaduais e sua equipe de apoio. Na fase de implantação em novos Estados no Brasil, o treinamento da Coordenação da Convenção será efetuado pela Coordenação Regional, que dará o seu apoio na fase inicial de treinamento às igrejas.

Coordenação Regional do Pepe Brasil Cabe à Coordenação Regional a promoção e o desenvolvimento do Programa Pepe em sua região, mantendo contato com a liderança de cada Convenção (Convenções Ligadas à CBB), para fomento do Programa em cada região do Brasil. Uma vez que a Convenção decida pela implantação do Programa, a mesma deverá escolher uma pessoa para fazer a coordenação, sob sua inteira responsabilidade. Na fase inicial da adoção do Programa Pepe a Coordenação Regional dará todo o apoio e supervisionará a Coordenação do Pepe da Convenção. Cabe à Coordenação Regional a promoção, treinamento e supervisão do Programa Pepe junto aos missionários da Junta de Missões Nacionais, podendo também contar com o apoio da Coordenação da Convenção do Estado onde o missionário atua, sempre que houver condições apropriadas para este apoio. Quando não houver, a responsabilidade fica a cargo da Coordenação Regional e da Junta de Missões Nacionais. A Coordenação Regional deverá visitar os campos estaduais, pelo menos duas vezes ao ano, em promoção, treinamento, supervisão e motivação junto à Coordenação das Convenções ligadas à CBB.

Coordenação nas Convenções da CBB À Coordenação do Pepe na Convenção, caberá a promoção e desenvolvimento do Programa em seu estado, junto às lideranças e igrejas locais. Deverá promover treinamento e capacitação para a equipe da igreja local. Os treinamentos e capacitações poderão ser desenvolvidos regionalmente. Quando não houver esta possibilidade a coordenação deverá promover o treinamento em cada igreja. A Coordenação na Convenção poderá constituir uma equipe de voluntários locais que eventualmente possa ajudá-la no desenvolvimento do Programa em seu Estado. Esta equipe de voluntários poderá dar apoio nos treinamentos e capacitações dos missionários facilitadores das igrejas locais e ajudar no trabalho de visitação e promoção junto às igrejas de seu Estado. A Coordenação do Pepe na Convenção fará uso de todos os meios possíveis para manter uma comunicação regular com a igreja local, com o pastor, a liderança e a equipe local de missionários facilitadores.

Equipe de Coordenação e Visitação De acordo com o crescimento do Programa Pepe, a Coordenação poderá criar uma equipe de coordenadores e visitadores divididos pelas regiões do seu campo. Manual de Coordenadores – 35


Programa PEPE Internacional - JMM O Programa PEPE é parte da Gerência de Missões da Junta de Missões Mundiais. À ABIAH caberá o papel de incentivar a promoção do programa em parceria com a Junta de Missões Mundiais da CBB. A Coordenação do PEPE Internacional fará a promoção, a orientação e treinamento para a implantação e desenvolvimento do Programa, bem como seu monitoramento nos países de atuação da JMM, a partir dos missionários capacitados e enviados pela Junta. Deverá, também, procurar facilitar o envolvimento de lideranças nacionais, sempre que possível, para que o programa possa ser transferido para a liderança local, sempre de comum acordo entre a JMM e as Convenções Nacionais, trabalhando para a formação de uma Coordenação Nacional nativa. Onde não houver tal possibilidade, o Programa PEPE, desenvolvido pelo missionário, deverá estar em consonância com a igreja local e sob a supervisão da Coordenação Internacional e / ou a Coordenação da Região. A Coordenação do PEPE Internacional também poderá dar suporte à implantação do Programa em países onde não haja a atuação de missionários da JMM, servindo como um ponto de contato inicial para futura abertura de um campo da JMM, caso haja esta possibilidade. Em não havendo tal possibilidade, a Coordenação do PEPE Internacional poderá lançar mão do apoio da ABIAH, sempre que julgar necessário, para implantar e / ou supervisionar este campo onde a JMM não puder atuar de maneira direta. A JMM poderá fazê-lo indiretamente através da ABIAH. A Junta de Missões Mundiais (JMM) fará a gerência da Coordenação do PEPE Internacional, responsável pelo desenvolvimento do Programa PEPE para cada continente, sempre considerando as peculiaridades de cada país, tais como: política, economia, religião, língua e os diferentes aspectos culturais existentes dentro de um mesmo país. No campo internacional, a ABIAH atuará sempre em harmonia com a JMM. Para os países onde a junta não tenha missionários, ou mesmos os países onde haja desafios outros para a atuação da JMM, a ABIAH poderá servir como elo de contato entre os líderes e igrejas nacionais e a JMM.

Coordenação Regional do Programa Pepe Internacional A Coordenação Regional fará a promoção, a orientação e o treinamento para a implantação e desenvolvimento do Programa, bem como seu monitoramento, de acordo com a orientação da Coordenação Internacional, nos países de atuação da JMM, a partir dos missionários capacitados e enviados pela JMM. Deverá fazer o treinamento e capacitação para a Coordenação Nacional em países sob sua supervisão, manter contato com as igrejas e Convenções Nacionais, manter comunicação regular com a Coordenação Internacional, preparar e enviar relatórios das ações implantadas. A Coordenação Regional será estabelecida de acordo com as características de cada região do globo, considerando a geografia, população, língua, cultura e outras diferenças que deverão ser respeitadas.

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Coordenação Nacional – Países do PEPE Internacional A Coordenação Nacional fará a promoção, a orientação e o treinamento para a implantação e desenvolvimento do Programa, bem como seu monitoramento, de acordo com a orientação da Coordenação Regional, em parceria com os missionários capacitados e enviados pela JMM. Atuará na promoção, treinamento e capacitação das igrejas locais, observará o desenvolvimento do programa, levando em consideração as políticas de seu país no âmbito da educação. Deverá se reportar à Coordenação Regional e, na ausência desta, se dirigirá à Coordenação Internacional do PEPE.

Referências bibliográficas Manual de Treinamento e Implantação do Pepe. Sumário de Reuniões dos Parceiros Pepe Network. 2010/ 2011/ 2012.

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III. O PEPE E A CRIANÇA 1. Criança, igreja e missão Terezinha Candieiro Este é o título de um livro escrito pelo Dr. Dan Brewster, especialista em defesa de direitos da criança pela Compassion Internacional na Ásia, doutor em Missiologia, com vasta experiência no desenvolvimento de programas e projetos com crianças em situação de vulnerabilidade e risco social, e autor de vários materiais sobre o assunto na perspectiva bíblica e missionária. Criança, Igreja e Missão é um tema que muito nos desafia nos dias de hoje, especialmente quando várias pessoas e organizações não governamentais têm demonstrado crescente preocupação sobre a situação das crianças no mundo. Há muitas e diferentes abordagens sobre o assunto.

Quem é a criança? Por que criança? De acordo com a Convenção sobre os Direitos da Criança, em seu primeiro artigo, o ser humano é considerado criança até a idade de 18 anos... Porém, baseados numa perspectiva de Jesus e bíblica podemos afirmar que: a criança é um ser humano integral, macho e fêmea, criada por Deus à Sua imagem, com valor e dignidade. Como Jesus, nós temos que dar a ela amor e respeito, cuidado e proteção. Patrick McDonald, fundador da VIVA Network, destaca a importância da criança e da particular responsabilidade da igreja em cuidar dela: “Crianças são a prioridade para o Rei e seu Reino: Elas são muitas, elas são estratégicas, elas sofrem, e o indiscutível mandato em seu favor clama por urgente ação nas páginas das Escrituras. Elas são, ao mesmo tempo, chave para a Grande Comissão e essencial expressão da Grande Comissão... porém, a maioria das crianças na virada do século são crianças em risco social ou crianças que precisam mais do que meras palavras para entenderem a demonstração do amor de Deus. Elas passam fome, são crianças de rua, crianças maltratadas. Confrontados com a urgente necessidade de nutrir e proteger essas crianças, muitos cristãos respondem com compaixão, mesmo com sacrifício, mas a maioria luta para se envolver efetivamente e de forma consistente. A crescente necessidade de padrões qualificados no cuidado com as crianças é um desafio decisivo para a igreja”. (Brewster, 2007, pág. 15).1

1

Dan Brewster, Reaching out to One...and the Ninety-Nine (Colorado Springs, Compassion International, 2007)

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Qual a situação da criança no mundo? Segundo Brewster (2007), milhões de crianças sofrem como consequência da pobreza. Mais do que qualquer segmento da humanidade, as crianças sofrem por causa do pecado dos adultos. Todos os anos, dez milhões de crianças são vítimas de exploração, violência e maus tratos. Muitas vivem em condições de extrema pobreza, falta de recursos, fome, desnutrição, doenças, educação limitada ou falta de acesso a ela e outros serviços básicos, discriminação e exclusão social. De acordo com a UNICEF, 2005, aproximadamente 30.000 crianças abaixo de cinco anos de idade morrem, por dia, no mundo. Outras estatísticas registram: • Estima-se que a cada ano 1 milhão de crianças são vítimas de exploração sexual; • Mais de 91 milhões de crianças abaixo de cinco anos crescem debilitadas pela fome; • 134 milhões de crianças não têm acesso à escola; • 15 milhões de crianças são órfãs como resultado da AIDS; • 246 milhões de crianças trabalham e 171 milhões em trabalhos perigosos; • 265 milhões de crianças não foram vacinadas contra doenças comuns na infância; • Mais de 1/3 de crianças vivem em moradias com mais de cinco pessoas por dormitório; • Mais de meio bilhão de crianças não têm acesso a uso de banheiros; • 376 milhões de crianças andam mais de 15 minutos para conseguir água e/ou usar fontes de água que são inseguras. Por outro lado, muitas crianças na América do Norte têm tudo o que precisam para viver, mas nada pelo que viver. Muitas estão sem direção para a vida e perdidas. As crianças estão expostas a riscos muito complexos. Segundo o Pr. Ariovaldo Ramos, “O Brasil tem uma pessoa agonizando à beira do caminho. É uma criança ou um adolescente que sofre pelo descaso do estado, pela falta de políticas públicas, pelo modelo econômico”.2

E o que a igreja faz diante desse cenário? A Revista Brasileira “Mãos Dadas” fez uma pesquisa eletrônica entre os pastores, perguntando: - Quantas vezes você pregou sobre crianças, na sua igreja, nestes últimos 2 anos? Foram feitos contatos com 1500 pastores, mas apenas 92 responderam a questão. Todas estas constatações nos apontam para um grave problema: pensa-se pouco, fala-se pouco, por isso não se faz o suficiente para o bem estar das crianças no mundo. Todas elas, independente de sua condição econômica, são vulneráveis e estão em risco social.

O que a Bíblia diz sobre a criança e a infância: Roy B. Zuck afirma: “Normalmente, nós pensamos na Bíblia como um livro para adultos e o é. Porém, a Bíblia inclui milhares de referências sobre a criança...”3 2 3

“Crianças à beira do caminho” – Mãos Dadas de Setembro de 2008, página 10 Roy, B. Zuck, Precious in His Sight: childhood and childen in the Bible (Grand Rapids: Baker Books, 1996), 13.

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No livro “Um Niño los pastoreará”, Harold Segura escreveu que na Bíblia nós podemos encontrar muitas referências e informações sobre crianças, desde o Gênesis até o Apocalipse. Ele mencionou mais de 300 textos, os quais ele sugere que sejam estudados, pregados e compartilhados pela liderança das igrejas. Dan Brewster aponta alguns importantes tópicos no Antigo Testamento: • As crianças eram vistas como participantes nos rituais de Fé (Êxodo 12.26-27, Josué 8.3435, Neemias 12.43); • A imagem dos pais frequentemente ilustra o amor de Deus por seu povo (Salmos 131.2, Isaías 66.13, Oséias 11.1); • Deus frequentemente usa as crianças para fazer Seu trabalho (Êxodo 2.4-9, I Samuel 3, II Crônicas 34.1-3, Salmos 22.9-10); Há muitos outros itens a serem considerados, mas, em geral, não ter filhos era uma desgraça para os israelitas. Consequentemente, ter filhos era equivalente a receber a benção de Deus. No Novo Testamento, encontramos três perspectivas sob as quais a visão sobre a criança se desenvolvia: a do judaísmo, dos gentios e de Jesus. No Judaísmo, as crianças eram vistas como continuidade da família. A família dava uma grande ênfase à fertilidade e à procriação. A educação das crianças tinha um lugar especial. Na sociedade dos gentios, porém, alguns passos eram dados para limitar o número de filhos numa família. De certa forma, o infanticídio e a contracepção eram facilitados. Embora os pais “amassem” seus filhos, a educação de crianças era geralmente vista como “treinar um animal”. Neste tempo, a infância tinha um cenário complexo. Consequentemente, este pensamento da sociedade em geral influenciou a atitude dos discípulos de Jesus, quando queriam impedir as crianças de chegarem até Ele. Podemos observar, pelas pesquisas, que a inclusão da narrativa do nascimento de Jesus em Mateus e em Lucas teve consequências para o entendimento cristão, com relação à infância. Ou seja, naqueles tempos era difícil associar a ideia de Jesus, quando criança, ser completamente Deus e Homem ao mesmo tempo. As crianças não eram vistas ou consideradas como dignas. Porém, Jesus tinha uma visão e abordagem diferentes daquela sociedade. Jesus contou muitas histórias e trouxe um ensino revolucionário sobre crianças. Podemos constatar isto através de vários textos bíblicos. Ele inclui a criança no Seu ministério, na sua comunidade e no Reino de Deus. (Marcos 5.21-24; 35-43; 9.14-29; 9.33-37; 10.13-16; Mateus 18.1-6; 18.13-15; Lucas 9.46-48; 18.15-17 e outros). As crianças eram e são muito importantes para Jesus.

Qual deve ser nossa abordagem à criança? Sendo o ser humano (isto inclui a criança) uma pessoa integral, assumimos que qualquer que deseje desenvolver um ministério com as crianças deve ter uma abordagem integral, considerando todo o contexto, família e comunidade em que estão inseridas.

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Moffitt descreve “holístico” ou integral da seguinte forma: • “Ministério integral é baseado no “evangelho todo para o homem todo””. Ministério integral aponta para Deus e a aplicação da verdade bíblica na transformação de vidas, igrejas, comunidades e nações; • Ministério integral reflete o cuidado integral para toda a pessoa. Isto significa ministrar sobre a vida física, social e emocional, baseada numa visão do ser humano como um ser espiritual. • Ministério é um estilo de obediência e amor, baseado no Grande mandamento de Jesus de amar ao próximo como a si mesmo. Isto é responsabilidade de todas as igrejas locais e de todos os cristãos, individualmente. “Isto não depende de recursos externos, mas de Deus.” Além disso, Samuel Escobar, em 1969, no Congresso Latino Americano de Evangelização, declarou enfaticamente: “Qualquer evangelismo que não leva em consideração os problemas sociais e não proclama a mensagem de salvação e o senhorio de Jesus Cristo, dentro do contexto no qual aqueles que ouvem vivem, é um evangelismo deficiente o qual trai o ensinamento bíblico e não segue o exemplo deixado por Jesus, que nos envia a fazer discípulos”.4 Então, baseados na Bíblia e no contexto das crianças no mundo hoje, nas referências e evidências, podemos afirmar que a abordagem da criança pelas igrejas deve ser integral, como às suas famílias e suas comunidades. Esta era a estratégia de Jesus, que se referiu ao cumprimento da profecia de Isaías em si mesmo, conforme está escrito em Lucas 4.18: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor”. Por isto, desenvolver o ministério com crianças baseados numa abordagem integral implica não somente em planejar e preparar as atividades do programa, projeto ou ministério, mas estar envolvido com as suas vidas, famílias e comunidades, promovendo a transformação de realidades através da transformação de vidas que conhecem a mensagem do evangelho. Significa que precisamos ter em mente que Deus quer toda a criação debaixo de seu senhorio. Moffitt afirma que pessoas são significante parte da criação. Pessoas (incluindo crianças e toda a criação) precisam ser restauradas. Esta restauração é feita por Deus, através de sua igreja, à medida que a igreja cumpre sua missão no mundo. As crianças são pessoas dignas que precisam ser amadas, respeitadas, cuidadas e protegidas. Elas têm muito potencial que precisa ser desenvolvido. O desenvolvimento está intimamente ligado ao cumprimento da missão. Glenn Miles fala sobre o desenvolvimento da criança referindo-se a Jesus. Em Lucas 2.40 encontramos: “O menino crescia e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele”. Também em Lucas 2.52, encontramos: “Jesus ia crescendo em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens”. Glenn Miles declara que Jesus “desenvolveu-se mentalmente (sabedoria), fisicamente (estatura), e em graça diante de Deus (espiritualmente) e dos homens (socialmente). Este é o modelo perfeito de desenvolvimento humano, então, todo ser humano deveria se desenvolver desta forma”.5 4 5

Escobar, Samuel. 1969 Josephine-Joy Wright e Glenn Miles (Eds). Celebrating Children. Carliste: Parternoster Press, 2003), 33.

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Este versículo bíblico leva em consideração outro nível de desenvolvimento que é chamado de desenvolvimento integral, o qual já foi mencionado anteriormente. Isto significa levar em consideração a pessoa, a criança por inteiro. Existem alguns aspectos básicos do desenvolvimento infantil: crescimento físico, desenvolvimento motor, desenvolvimento cognitivo, desenvolvimento social, linguagem, espiritualidade, nutrição e saúde. Um aspecto importante que precisamos considerar como parte do seu desenvolvimento social é a participação da criança na família, na comunidade e na igreja. Por quê? Por que as crianças precisam ser capazes de fazer boas escolhas e proteger a si próprias em todas as fases da vida, especialmente na adolescência quando estão buscando a autonomia. Há vários tipos de participação que dependerão da maturidade da criança e das atividades a serem desenvolvidas pelos educadores: a) participação com base na coerção, ou seja, as crianças fazem ou dizem aquilo que nós adultos queremos, sem entendimento. Elas simplesmente tomarão parte nos eventos; b) participação com base na informação – as crianças receberão tarefas e lhes será dito o que elas devem fazer; c) participação com base na consulta – as crianças serão consultadas, de acordo com seu entendimento e faixa etária, e suas sugestões e preocupações serão consideradas; d) participação em parceria – voluntários e crianças trabalharão juntos e compartilharão ideias, decisões (de acordo com os estágios das crianças) em direção a objetivos comuns. e) participação efetiva – as crianças (mais apropriado para juniores e adolescentes) traçam a agenda, participam com sugestões e lideram o trabalho com o apoio dos voluntários.

Conclusão Há muitas crianças em situação de vulnerabilidade e risco social. O cenário e as estatísticas mundiais desafiam a igreja a intervir, de maneira eficaz, para o seu bem estar e alcance, pois elas estão incluídas na grande comissão e também podem ser protagonistas na missão. A Bíblia está repleta de referências sobre as crianças, pois elas são pessoas dignas, de valor, são objeto e sujeito da missão de Jesus e, consequentemente, da igreja. A abordagem do ministério deve ser integral e a participação da criança de acordo com seu estágio de desenvolvimento é fundamental. Jesus é nosso maior exemplo de inclusão das crianças no ministério, no Reino e na missão considerando sua dignidade e integralidade. “Então disse Jesus: Deixem vir a mim as crianças e não as impeçais; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas”. Mateus 19.14 (NVI)

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Referências bibliográficas A Bíblia. Nova Versão Internacional. Brewster, Dan. Child, Church and Mission. Colorado Springs, Compassion International, 2005. Brewster, Dan. Reaching out to One...and the Ninety-Nine. Colorado Springs, Compassion International, 2007. Chester, Thimothy. The Debate Begins. Leicester: Enter Varsety Press, 1993. Moffitt, Bob. If Jesus Were Mayor. Phoenix: Harvest Publishing, 2004. Segura, Harold. Un Niño los pastoreará. Texas, Editorial Mundo Hispano, 2006. Zuck, Roy B. Precious in His Sight: Childhood and Children in the Bible. Grand Rapids: Baker Books, 1996.

Publicações: Revista Mãos Dadas. Março de 2006 e Setembro de 2008. Tear Fund Roots Resources 7. Child Participation. Opção Pedagógica no Processo Ensino-aprendizagem. Georgina Christine.

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2. A criança no centro do processo de ensino-aprendizagem Georgina Christine O que significa ter a criança no centro do processo ensino-aprendizagem? Significa que, quando se planeja uma aula, o alvo deve sempre ser a maneira como a criança aprende, não como o professor vai ensinar. Educadores precisam mudar, adaptarem-se e serem facilitadores. Um facilitador ajuda o aluno a desenvolver sua maneira de entender o material que está sendo ensinado. Um facilitador usa perguntas, atividades, etc. O professor, cuja filosofia é “professor no centro”, normalmente só dá uma aula com as informações que as crianças precisam. Educador como um facilitador Criança no centro A criança está no centro dos planejamentos e das aulas, não o professor. Sempre faz perguntas. Fica na frente de vez em quando, mas anda pela sala verificando os grupos. Ajuda o aluno a pesquisar; Favorece um ambiente onde o aluno pode pensar por si mesmo; Proporciona um ambiente onde o aluno pode experimentar; Dá diretrizes ou orientações. Um Facilitador pode adaptar o currículo para matérias que os alunos querem aprender ou discutir algum acontecimento na comunidade que tenha gerado uma nova experiência para eles. Dá atividades participativas. Tem diálogo com os alunos. Ajuda o aluno a pensar sobre as informações que ele está recebendo. Ajuda o aluno a entender que ele está aprendendo, e não aceita que ele somente decore a matéria. Promove um ambiente de aprendizagem para os alunos. O papel muda totalmente. Ele precisa ter outras habilidades e ideias.

Educador como um professor Professor no centro O professor e as aulas estão no centro do planejamento. Utiliza apenas a didática oral expositiva. Está sempre na frente. Só dá respostas.

Não se desvia do currículo.

Dá atividades passivas. Faz monólogo. Só dá informações. Só dá informações. Só está interessado em usar cartilhas e dar informações. O papel do professor fica na mesmice.

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3. Currículo apropriado e contextualizado para as crianças Georgina Christine O desenvolvimento da criança é bastante influenciado pela cultura e pela sociedade do lugar onde mora. Esta influência afeta todo o seu desenvolvimento. Ex.: cognitivo, social, emocional, físico, linguagem e espiritual. Consequentemente, a maneira que a criança se desenvolve em diferentes sociedades pode ser muito diversa. Portanto, quando se prepara um currículo para a educação infantil, deve-se observar a cultura do local e considerá-la. Ao estudar sobre a educação infantil e o preparo de currículos, é comum ler sobre a importância de se adotar práticas apropriadas de acordo com o desenvolvimento da criança. Porém, em geral, o modelo de desenvolvimento apresentado representa a experiência de crianças criadas em países da Europa ou dos EUA. Muitos destes estudos foram realizados por ou baseados em estudos de renomados pesquisadores como Piaget e Vygotsky, que viveram e pesquisaram neste contexto europeu-americano ou no “Oeste”. Embora eles tenham contribuído muito, devemos reconhecer as limitações das suas conclusões que foram culturalmente influenciadas. Bruner declarou que qualquer teoria de desenvolvimento que se dizia “livre da cultura” era não somente errada, como também absurda. Ele explicou que estudos mostraram que era sempre melhor seguir as ideias ou práticas que eram contextualmente apropriadas, ou seja, consideravam o contexto da criança na sociedade aonde ela foi criada. Um currículo culturalmente apropriado deve ajudar as crianças a chegarem ao seu potencial no seu próprio contexto social/cultural. Este potencial pode ser diferente em cada cultura, e não necessariamente aquele que seja indicado por estudiosos ou estudos procedentes do Oeste. Abaixo, elencamos algumas ideias a serem consideradas antes de se preparar um currículo. O currículo deve: • ser baseado no tipo de desenvolvimento das crianças no seu próprio local; • levar em consideração a idade e a individualidade da criança, tal como seu contexto social; • ser baseado na experiência/contato que a criança tem com a linguagem; • ser baseado no estilo/realidades de vida da criança; • complementar e ser consistente com as experiências da família e da comunidade; • ter como alvo o que a criança vai seguir em sua vida; • complementar a família e a comunidade; • dar suporte e criar compreensão e cooperação entre todos.

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Quando estiver planejando o currículo do PEPE, lembre-se que normalmente currículos de educação infantil incluem as seguintes matérias: linguagem, matemática, artes visuais, música, movimento, valores da espiritualidade (educação religiosa), natureza e desenvolvimento social e pessoal. O coordenador deve acrescentar materiais que façam parte da vida cotidiana da criança e da sociedade em que vive, por exemplo: • apresentar as letras acompanhadas por desenhos de objetos conhecidos; • livros; • objetos para ensinar matemática: aprendendo números, usando dinheiro; • jogos, brincadeiras, cânticos, histórias, danças e artesanato típico; • natureza e meio ambiente; • informações relevantes ao contexto sobre a natureza e a sociedade; • músicas e instrumentos musicais; • reciclagem de objetos. Os membros da comunidade podem participar no PEPE ajudando com estes conhecimentos e tradições locais. Exemplos: 99 Habilidades que as crianças precisam para viver na comunidade. 99 Habilidades que são relevantes para a realidade delas. 99 As crianças devem ser introduzidas às tradições e à herança cultural da região onde vivem. Lembrar-se de que os MEs e MFs devem saber o que são as habilidades e aprendizagens que as comunidades querem que as crianças aprendam. Ex.: talvez aprender os requisitos que as ajudem a serem escultores de pedra, cantores tradicionais, executivos, etc., de acordo com as expectativas de cada grupo. O alvo dos coordenadores, junto à comunidade, é produzir um currículo e projetos que ajudem a realizar um programa de educação infantil que promova a saúde e o bem-estar da criança junto com o seu desenvolvimento cognitivo, social, emocional, físico e espiritual. Um currículo fundamentado na cultura local vai oferecer as bases para a vida boa e tranquila que Deus almeja para cada criança. A importância de Projetos no Currículo Apropriado 99 Os projetos têm mais potencial de serem contextualizados. 99 Os projetos podem facilmente incluir atividades ou matérias que as crianças precisam saber em sua comunidade. 99 Os projetos devem ser construídos com os assuntos que as crianças precisam saber para seu desenvolvimento pessoal e social na família e na comunidade. 99 Os projetos devem incluir matérias e conteúdo educacional e social que as crianças precisam para se adaptarem e gostarem da escola. 48 – Manual de Coordenadores


Os ME/ MF’s e os coordenadores deverão planejar o modo como apresentarão os projetos lembrando-se das expectativas, das realidades da cultura, do contexto e da comunidade. As crianças devem ser ensinadas de maneira ativa, lúdica, sempre com atividades, pesquisas, discussões, experiências, trabalhos, etc. Os ME/MF’s devem se lembrar de que nem tudo o que ensinarem será assimilado pelas crianças, pois o resultado dependerá de como o processo de aprendizagem foi conduzido. Lembrar-se sempre de que as realidades e as práticas mudam em cada país, em cada cultura e em cada comunidade. O Missionário Educador/Facilitador e o Coordenador precisam saber como adaptar ou modificar o currículo para produzir um currículo útil e apropriado para as crianças do seu PEPE.

REFERÊNCIAS DOS FAMOSOS EDUCADORES M. WOODHEAD E T. VANDENBOSCH E DA FUNDAÇÃO QUE TRABALHA COM EDUCAÇÃO INFANTIL NO MUNDO INTEIRO: A FUNDAÇÃO BERNARDO VAN LEER. Ao elaborar um projeto educacional, deve-se pensar no que está presente e disponível no ambiente natural da criança: recursos da natureza, sucatas (de grande interesse para as crianças) e o uso efetivo da cultura local (linguagem, histórias, jogos, danças, músicas, etc.). Um currículo culturalmente apropriado habilita as crianças a alcançarem o seu potencial, de acordo com os conceitos de sua própria cultura. (adaptado de Woodhead M., 1996) Os propósitos do programa de educação infantil que visam à saúde, ao bem-estar das crianças, ao suporte para o desenvolvimento sociocognitivo e à participação dos pais nesta importante etapa de alicerçar o aprendizado podem ser atualizados pelo ME/MF sob a orientação do coordenador. Os modelos de educação infantil devem ser baseados no conhecimento das famílias e comunidades e adaptados às condições locais. Os modelos podem ser uma combinação dos processos de socialização tradicionais com métodos mais adaptados (Bernard Leer Foundation, 1994). Os professores devem fazer todo o esforço possível para tornar a educação atrativa, usando conteúdo e metodologia interessante e relevante de ensino/aprendizagem sempre interpretando o currículo definido em relação ao contexto local. (Vandenbosch T., 2007). Um currículo apropriado também é aquele que conscientiza os MEs/MFs de que as crianças devem ter a possibilidade de aprender: a) brincando sozinhas e em grupos (social); b) imitando as outras crianças; c) seguindo instruções e ensinamentos de adultos e de outras crianças; d) explorando; e) realizando atividades em grupos. Manual de Coordenadores – 49


O educador que trabalha com um currículo apropriado deve: 1. ser um modelo para as crianças; 2. ter uma boa estrutura, dentro da qual as crianças aprendam; 3. dar oportunidades para brincar; 4. ensinar habilidades culturalmente relevantes; 5. encorajar os valores e padrões de comportamento que são esperados na cultura e na comunidade; 6. ajudar as crianças a entender as complexidades do ambiente social em que vivem.

Escola PEPE

Criança aprendendo

Família

Comunidade

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Referências bibliográficas Bennet, J. Curriculum in Early Childhood Education and Care UNESCO Policy Briefs on Early Education. Paris, France. In: <http://www.unesco.org/education/ecf/briefs>, 2006. Christine, G. L. An evaluation of the 1998 Brazilian National Curriculum Guidelines for Infant Education as a basis for Preschool Curricula appropriate for Children of Deprived Communities with particular reference to the Language Module. Part of the work submitted for MA in International Education for Sussex University UK., 2005 Moon, B. & Murphy, P. Curriculum in Context. London: UK, Open University Paul Chapmann Publishing, 1999. Nidelkoff M. Uma Escola para o Povo. Brasil: Ed. Brasilense, 1981. Vandenbosch, T. Contextualising learning in Primary and Secondary schools using natural resources, Nairobi Kenya, Global Coordinator, Farmers of the Future World Agroforestry Centre. 2007. Woodhead, M. In Search of the Rainbow, Early Childhood Development: Practice & Reflection, 10. The Netherlands: Bernard Van Leer Foundation, 1996.

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4. O Currículo do PEPE Georgina Christine Na apresentação do currículo do PEPE o alvo é a criança: o que você espera alcançar ao colocá-la no centro do processo ensino/ aprendizagem. O currículo está organizado em: Educação Cristã, Linguagem, Matemática, Movimento, Artes Visuais, Natureza e Sociedade e Música. Todas estas áreas são desenvolvidas por meio de projetos ou temas e fazem parte do desenvolvimento pessoal, físico, emocional, espiritual e social. No Brasil, utiliza-se a metodologia dos seguintes projetos: • Minha Identidade. • Regiões do Brasil. • Eu e Minha Comunidade. • Meio Ambiente. • Animais. • Natal. As aulas precisam ser planejadas, tendo sempre em mente que a criança está no centro da aprendizagem. É preciso lembrar que o missionário educador/facilitador precisa organizar as aulas pensando em qual vai ser a melhor maneira das crianças aprenderem, considerando o programa curricular de seu país.

Linguagem Letramento, aprendendo a ler e escrever, a falar, a escutar, a desenvolver habilidades, a adquirir confiança, a aproveitar as oportunidades, a ter encorajamento, suporte e disposição de usar o que foi aprendido. Nesta área, a criança precisa de oportunidades para falar e para escutar em várias situações diferentes; ter a oportunidade de ouvir muitas histórias, como também entender o que é a palavra escrita e a necessidade de ler e escrever.

Objetivos: • Desenvolver atividades que proporcionam oportunidade de conversar, perguntar e responder. • Estimular a criança a gostar de escutar novo vocabulário e a utilizá-lo. Manual de Coordenadores – 53


• Ajudar a criança a falar claramente, com confiança, responder às pessoas e aprender a usar expressões como: muito obrigado (a), por favor, com licença, desculpe-me, etc. • Que a criança possa usar a linguagem adequada para contar acontecimento e histórias. • Entender que a escrita significa um sentido de direção (por exemplo: em português lê-se da esquerda para a direita, de cima para baixo). • Ligar os sons às letras, dando nomes e sons ao alfabeto. • Usar lápis e saber segurá-lo corretamente para começar a formar as letras. • Usar estas habilidades para começar a escrever palavras simples. • Escrever o nome. • Tentar escrever, devido a uma necessidade social: seu nome, nome do amigo, hora, etc. • Gostar de ouvir histórias e representá-las com peças/dramatizações. • Aprender a gostar de poesias, poemas e trava-línguas. • Recontar histórias na sequência certa.

Matemática No PEPE, a Matemática deve dar às crianças a compreensão de conceitos básicos, usando atividades do cotidiano, de maneira descontraída e divertida. O entendimento da matemática deve ser desenvolvido usando histórias, cânticos, jogos, brincadeiras, usando a imaginação e brincando com as situações que surgem em sala. Fazendo isso, a criança pode ter prazer em usar os números, a começar a experimentá-los, etc.

Objetivos: • Conhecer as cores. • Dizer e usar os nomes dos números em ordem e em contextos familiares. • Contar, com confiança, 1 a 10 objetos do dia a dia. • Reconhecer os números de 1 a 9. • Familiarizar-se com outros números que fazem parte do seu dia a dia como: números do calendário, número de crianças na classe, número do ano. • Fazer operações bem simples. • Experimentar, brincar e desenvolver habilidades para classificar, colocar em ordem, combinar, classificar. • Começar desenvolver ideias e métodos de matemática para resolver problemas simples, de acordo com a idade. • Desenvolver a linguagem de matemática simples e saber usá-la. • Empregar linguagem como mais/menos para comparar 2 números. 54 – Manual de Coordenadores


• Começar a entender a adição e a subtração de 2 números. • Usar linguagem: maior, menor, pesado, leve, para comparar quantidades. • Falar sobre sequências e reconhecê-las. • Criar motivos decorativos com sequências. • Usar linguagem como: círculo, grande, para descrever formas, sólidos etc. • Usar linguagem simples para descrever posições. • Entender o que são medidas e experimentar com peso, tamanho, volume e comprimento. • Começar a aprender o conceito de tempo como: dias da semana, estações e horas.

Artes visuais A criatividade é fundamental no aprendizado, pois ajuda a criança a fazer conexões entre uma área de aprendizagem e outras e a aumentar seu conhecimento; também permite que a criança se expresse e se comunique.

Objetivos: • Explorar cores, texturas, forma, formato, 2 ou 3 dimensões. • Usar a imaginação. • Expressar e comunicar as ideias, os pensamentos, os sentidos, etc. • Explorar materiais. • Construir com blocos e outros materiais. • Ajudar as crianças a valorizarem e desenvolverem suas próprias artes visuais, criando, assim, senso de estética. • Ajudar a conhecer a arte, a arquitetura, o desenho etc. • Apreciar a arte em geral e a própria arte. • Aprender a distinção entre arte do passado e a do presente. • Ajudar a distinguir as cores, as linhas, as formas, a textura, a tonalidade e o motivo decorativo, etc. • Dar-lhes a oportunidade de serem criativas. • Ajudar na coordenação motora fina. • Ajudar na coordenação motora grossa. • Ensinar a linguagem da arte: linhas, formas, cores, tonalidade e textura. • Ajudá-las a serem expressivas – quando a criança não pode se expressar verbalmente ou através da escrita, pode se expressar usando pinturas ou desenhos. • Apresentar os artistas e suas obras.

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Movimento Na idade de 4-6 o movimento é muito importante para melhorar a coordenação, o controle, a manipulação, o movimento, o equilíbrio e expor os sentimentos. O desenvolvimento físico pode ajudar as crianças a confiarem mais em si mesmas, proporcionando uma vida saudável e ativa. Também é uma maneira de incentivá-las a descobrirem e aprenderem os números e as letras, brincando. Esta disciplina pode ser usada em todas as outras.

Objetivos: • Aprender a movimentar-se com confiança, controle e coordenação. • Movimentar os braços para cima e para baixo, balançar o corpo. • Ter noção do espaço ao redor. • Reconhecer a importância de ser saudável. • Gostar de movimentos. Ex.: brincadeiras, jogos, dança etc. • Aprender jogos e brincar, usando materiais como bolas, bambolês, sacos de feijão,cordas e bastões. • Manobrar ferramentas e objetos, construir, manipular materiais com segurança e controle. • Através de brincadeiras com jogos, etc, levar a criança a entender que as regras são necessárias. • Usar a imaginação com danças e movimentos.

Natureza e sociedade Esta é uma área de aprendizagem onde a criança pode conquistar conhecimentos importantes; desenvolver habilidades para ajudá-la a entender e ter senso crítico do mundo onde vive e de tudo o que está à sua volta; aprender sobre a história do Brasil de uma maneira prática, divertida e com várias brincadeiras.

Objetivos: • Investigar objetos e materiais, usando os sentidos. • Descobrir e identificar objetos vivos e não vivos, pela observação. • Olhar similaridades e diferenças. • Perguntar como as coisas funcionam. • Construir. • Descobrir sobre o passado e o presente dela e de sua família. • Descobrir as raízes da família. • Aprender sobre o país, sua beleza e diferentes culturas, etc. 56 – Manual de Coordenadores


• Descobrir a comunidade onde mora e identificar os recursos que ela tem. • Aprender sobre os meios de transporte de que dispõe sua cidade e como se cuidar na rua. • Aprender, investigar sobre meio ambiente e como cuidar dele. • Descobrir a importância da reciclagem do lixo e como ajudar a comunidade. • Descobrir o que plantas precisam para viver e como cuidar delas • Diferenciar os estados da água. Ex.: sólido, líquido e gasoso. • Aprender como cuidar dos animais. • Perceber as diferenças entre os animais e os vários tipos para conseguir classificá-los. • Pesquisar sobre os meios de comunicação e de transporte. • Aprender sobre as datas comemorativas.

Música Na área de Música, a criança aprende a se expressar e a ser criativa, entre outras coisas.

Objetivos: • Descobrir os vários sons e os diversos ritmos. • Aprender cânticos. • Fazer instrumentos. • Usar instrumentos para se expressar. • Criar ritmos, cânticos etc. • Descobrir e apreciar os diferentes estilos de música. Ex.: música clássica. • Interpretar a música com movimentos.

Educação Cristã Esta é uma área muito importante, que deve permear todas as outras, pois faz parte do processo da educação das crianças no PEPE. É imprescindível que as crianças descubram que Deus é o amigo com quem elas podem conversar e confiar, que está vivo e sempre junto delas para protegê-las e ajudá-las em momentos difíceis. Ele é o criador do mundo e as crianças são muito especiais para Ele. As crianças desta idade têm condições de entender o evangelho, principalmente quando explicado na linguagem delas, com palavras simples e contextualizadas à sua realidade. Elas precisam ter uma base bíblica; então é melhor começar desde o início da Bíblia e contar as histórias: a de Adão e Eva, a da Arca de Noé, etc. incluindo o plano da salvação. Manual de Coordenadores – 57


Objetivos: • Descobrir quem é Deus e que Jesus é o melhor amigo. • Conhecer o plano da salvação. • Ter confiança em Jesus/Deus. • Aprender que Deus criou o mundo. • Descobrir que elas são muito especiais para Deus. • Começar a aprender as histórias principais da Bíblia para adquirir alicerce. • Conhecer os princípios bíblicos. • Ter firmeza nas histórias da Bíblia. • Entender e aprender a verdade das festas principais como Natal e Páscoa. • Aprender a expressar a fé por meio de orações.

Desenvolvimento Pessoal O desenvolvimento pessoal é uma parte muito importante para as crianças do PEPE, pois vai ajudá-las no crescimento da autoconfiança e também no que se refere ao comportamento que devem adotar para uma boa convivência nas escolas públicas.

Objetivos: • Descobrir que são importantes. • Descobrir que têm muita capacidade. • Descobrir que podem sair-se muito bem na escola formal. • Descobrir o corpo e sua beleza. • Investigar a posição que ocupam no mundo. • Aprender como se proteger. • Adquirir conhecimento de suas necessidades, sentimentos e emoções. • Aprender e descobrir como cuidar bem do corpo. • Aprender boas maneiras. • Aprender como cuidar dos dentes, cabelo, etc. • Fazer amizades. • Aprender a trabalhar em grupos. • Obedecer às regras e saber a importância delas. • Descobrir como trabalhar em grupos, esperando a vez de compartilhar. • Conhecer os códigos de comportamento que são aceitáveis. • Entender o que é certo e errado e por quê. 58 – Manual de Coordenadores


• Considerar as consequências das ações. • Aprender a vestir-se e a fazer a higiene pessoal. • Entender que as outras pessoas têm ideias e necessidades, que muitas vezes são diferentes das delas, e aprender a tratá-las com respeito. • Ter respeito uns para com os outros.

Atividades extracurriculares Os ME/MFs devem organizar passeios, quando possível. Ex.: no Zoológico, em museus, em parques, em exposições, em concertos de orquestras, em teatro, etc., com a autorização prévia dos pais ou responsáveis.

Programa de Visitação O programa de visitação é complementar e faz parte do programa PEPE, sendo realizado fora das dependências da unidade.

Atividades Geradoras de Transformação Comunitária A finalidade dessas atividades é desafiar a igreja, estimulando-a a falar de Cristo de forma criativa às pessoas que não o conhecem, pois, observando o cenário da igreja de hoje, vemos que existe um movimento para o resgate da arte como expressão da adoração a Deus.

Objetivos: • Promover ações culturais, esportivas, educacionais e sociais com as famílias e a comunidade. • Realizar estudos bíblicos e aconselhamento familiar. • Proferir palestras educativas e preventivas. • Fazer visitas às crianças e seus familiares. • Ministrar cursos diversos (artesanatos, geração de renda, dicas de economia, etc.). • Organizar clubes bíblicos. • Orientar profissionalmente. • Incluir digitalmente. • Promover eventos com as famílias e com a comunidade. • Arquitetar projetos esportivos (jogos infantis, futebol, etc.).

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5. Metodologia utilizada com as crianças no PEPE Georgina Christine

Como a criança é muito importante para o PEPE, a metodologia utilizada nos programas deve colocá-la em primeiro lugar, ou seja, no centro de tudo. O processo de ensino/aprendizagem deve ser focado no modo como a criança aprende. Por isso, os ME/MF’s precisam pensar na melhor maneira de ajudar a criança a aprender. Desta forma, eles trabalharão como facilitadores e não, exatamente, como educadores (o foco é a criança e não o educador). O currículo e os métodos utilizados pelo PEPE demonstram esta metodologia.

Eis alguns exemplos: 1. roda de conversa; 2. sacos de história; 3. experiências científicas; 4. arte livre; 5. centros de interesse; 6. movimentos; 7. música; 8. letramento; 9. projetos.

1. Roda de conversa Nesta atividade as crianças participam ativamente, pois este método lhes oferece a oportunidade de pensar, para elaborar perguntas sobre o assunto que está sendo discutido, como também lhes motiva a usar a linguagem e a aprender a ouvir.

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2. Sacos de história Neste método de contar histórias, o contador utilizará um saco que contém diversos itens para ajudá-lo a ilustrar o que está contando, tornando a história mais dinâmica. Por exemplo: O contador está contando a história de Davi – o saco poderá conter: um bonequinho vestido de pastor, diversas ovelhinhas, um cajado e uma vara, um boneco maior, com espada, representando o Golias, pedrinhas, um estilingue, etc. Este método ajuda a criança a participar da história. Depois, elas podem usar o material para inventar outra história, montar uma peça, fazer várias atividades, recontar a história, etc.

3. Experiências científicas Nesta atividade de aprendizagem, a criança tem a oportunidade de experimentar, questionar, pesquisar e testar suas teorias.Os MF/MEs devem incutir o espírito investigativo, especialmente no que se refere ao meio ambiente, fazendo e inventando experiências, a fim de preservar o planeta. Algumas experiências devem ser feitas para que as crianças possam aprender sobre plantas e sementes e terem oportunidades para inventar suas próprias experiências. Nos PEPEs, a reciclagem de materiais deve ser valorizada para mostrar às crianças a importância dessa atitude para a comunidade. Para que as crianças possam ter sua própria experiência de como cuidar de animais e, sobretudo, para que aprendam a respeitá-los, é interessante que animais sejam levados aos PEPEs. As crianças devem ter a oportunidade de ver a água nos seus três estados: líquido, sólido e gasoso.

4. Arte livre Com esta atividade as crianças podem desenvolver a criatividade. A arte no PEPE não deve ser limitada a colorir desenhos ou copiar!! As crianças devem ter a oportunidade de usar as cores e experimentar com elas. Fazer itens, modelos, imagens, desenhos, pinturas. Elas devem ser capazes de explorar a imaginação usando texturas, materiais diferentes, materiais reciclados, cores, formas. Isto significa que elas podem ser criativas e ter experiência em duas e três dimensões. Deve-se proporcionar a oportunidade de usarem a imaginação, tanto quanto possível, pois isso fará com que sejam capazes de expressar os pensamentos e sentimentos que muitas vezes elas não conseguem expressar através das palavras.

5. Centros de áreas de interesse Os centros de áreas de interesse devem ser colocados ao redor e no centro da sala, cada um com uma atividade diferente. Ex.: casinha, lego, carros, matemática, livros e letramento, pintura, desenho, colagem, oficina, jogos de mesa, etc.As crianças têm oportunidade de escolher o que querem fazer, assim, brincar e aprender, serem criativas e experimentarem, tudo acontece ao mesmo tempo.

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6. Movimento O movimento é usado para ensinar como cuidar do nosso corpo também. Muitos movimentos podem ser introduzidos usando: matemática, alfabeto, pares e posições: esquerda e direita.

7. Música Na metodologia dos PEPE’s, a abordagem da música não é feita somente através do cantar, mas, sobretudo, é dar às crianças a oportunidade de se expressar através da música com a voz, ritmos, sons, instrumentos e movimentos expressivos. O PePe deve dar às crianças a experiência de ouvir e apreciar diferentes tipos de música que, de outro modo, não teriam a oportunidade de ouvir.

8. Letramento O letramento é o resultado de ensinar a ler e a escrever. É o processo de aprendizado no qual a criança pode utilizar os recursos da língua escrita em momentos de fala, mesmo antes de ser alfabetizada.

9. Projetos Os projetos são utilizados para envolver todos estes aspectos. Eles possibilitam ao ME/MF usar todos os métodos de maneira mais ativa e prazerosa para a criança numa apresentação que é mais fácil, apropriada e contextualizada ao aprendizado. Todos estes métodos ajudam a criança a descobrir e a aprender por si mesma as coisas que lhe são relevantes na família e na comunidade onde mora. Também a ter uma boa base em educação infantil antes de começar os primeiros anos na escola.

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6. Inclusão no PEPE Rute Oliveira

Introdução Ao longo da história da Educação, as escolas trataram as crianças que possuem necessidades especiais como deficientes incapazes, necessitando de tratamento médico, não de ensino. Este quadro começou a mudar a partir de 1948, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que garantiu o direito de todos à Educação. Décadas depois, nos anos 1990, a visão assistencialista foi deixada de lado e deu lugar ao conceito de inclusão, que ganhou um papel central em documentos internacionais, como a Declaração Mundial de Educação para Todos (1990) e a Declaração de Salamanca (1994), que traz uma desafiadora concepção de Educação Especial ao utilizar o termo “pessoas com necessidades educacionais especiais” estendendo a todas as crianças ou jovens que têm necessidades decorrentes de suas características de aprendizagem. Para isso, sugere que se desenvolva uma pedagogia centrada na relação com a criança, capaz de educar com sucesso a todos, atendendo as necessidades de cada um, considerando as diferenças existentes entre elas. A Educação Infantil, hoje, além de uma necessidade é um direito de toda e qualquer criança, independente de classe, gênero, cor ou sexo e o trabalho dos educadores da E.I. corresponde à assistência e à educação, oferecendo um atendimento comprometido com o desenvolvimento da criança em seus aspectos físicos, emocionais, cognitivos e sociais (LDB 9394/96). Nesta mesma Lei de Diretrizes e Bases (LDB 9394/96) temos pela primeira vez um capítulo (V) destinado à Educação Infantil, cujo detalhamento é fundamental: garantia de matrícula para os portadores de necessidades especiais, educacionais, preferencialmente na rede regular de ensino; criação de apoio especializado para atender as particularidades dos alunos especiais e oferta de educação especial durante a educação infantil. Infelizmente, milhares de crianças não têm acesso à escola e ficam à margem da sociedade.

Inclusão: Conceito 99 Processo dinâmico cujo objetivo primordial é encontrar as melhores situações para que cada aluno se desenvolva dentro de suas potencialidades, das características de sua escola e das variáveis educacionais de tempo e oportunidades. 99 Incluir é parar de pensar apenas no sentido de como levar as pessoas com NEE em direção à Inclusão, mas é operacionalizar meios para que as pessoas que criam e mantém a exclusão venham a modificar-se, assumindo uma visão mais ampla, preocupada com a qualidade da educação para todos e suas relações com os demais membros da escola e da sociedade. O movimento da inclusão defende que todas as crianças com algum tipo de deficiência ou retardo no seu movimento passe a ter direito aos serviços educacionais disponíveis na sua comunidade. É importante ressaltar que a inclusão das crianças com necessidades especiais não depende do grau de severidade da deficiência ou do nível de desempenho intelectual, mas, Manual de Coordenadores – 65


principalmente, da possibilidade de interação, socialização e adaptação da criança no grupo. Nessa perspectiva, a inclusão social deixa de ser uma preocupação a ser dividida entre governantes, especialistas e um grupo delimitado de cidadãos que pensam de forma diferente e passa a ser uma questão fundamental da sociedade.

Necessidades Educativas Especiais (NEE): 99 Conceito: Necessidades Educativas Especiais (NEE): crianças que, por razões congênitas ou adquiridas, apresentam dificuldades de aprendizagem ao longo da escolaridade, as quais diminuem sua capacidade adaptativa ao meio e, por isso, necessitam de atenção específica e de mais recursos educativos para minorar desvantagens e aperfeiçoar suas reais capacidades; 99 Princípio: integração das crianças com NEE na escola regular; 99 Objetivo: reestruturação da educação especial, e reconhecimento dos direitos de todas as crianças frequentarem a escola regular. Pode-se dizer que existem três grandes grupos de NEE: 99 Superdotados, 99 Vários tipos de deficiência: visual, auditiva, mental, motora, 99 Distúrbios de aprendizagem e do comportamento.

Educação inclusiva Grande parte das crianças que não vão à escola tem necessidades especiais de educação. A Inclusão é estratégia fundamental para trabalhar com estas crianças. A matrícula da criança com deficiência em uma classe comum, da escola comum, sem dúvida, é um passo importante na direção certa. Mas isso não é Educação Inclusiva. Educação Inclusiva pressupõe que TODAS as crianças tenham a mesma oportunidade de acesso, de permanência e de aproveitamento na escola, independente de qualquer característica peculiar que apresentem. O mais importante de tudo, porém, é que o professor, a família e toda a comunidade escolar estejam convencidos de que: 99 O objetivo da Educação Inclusiva é garantir que todos os alunos, com ou sem deficiência, participem ativamente de todas as atividades na escola e na comunidade; 99 Cada aluno é diferente no que se refere ao estilo e ao ritmo da aprendizagem; 99 O fracasso escolar é um fracasso conjunto da escola, da comunidade e da família que não conseguem atender as necessidades dos alunos; 99 Os professores não precisam de receitas prontas. A Escola Inclusiva ajuda o professor a desenvolver habilidades e estratégias adequadas às necessidades de cada aluno; 99 É o aluno que produz o resultado educacional, ou seja, a aprendizagem.

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Preparando o ambiente inclusivo • Adaptações arquitetônicas; • Biblioteca escolar ou sala de leitura; • Parques infantis acessíveis a todas as crianças; • Mobiliário escolar para todos; • Mesas para usuários de cadeira de rodas; • Apoio para os pés; • Pátios, bebedouros e banheiros acessíveis; • Formação continuada de professores.

Inclusão no Pepe A inclusão no Pepe é um desafio, pois ele tem o papel de acolher e ensinar a todos sem deixar ninguém de fora. O ME/ MF deve reconhecer e responder às diversas necessidades das crianças, respeitando a diferença e ritmo de aprendizagem; deve acomodar todas as crianças possibilitando que elas aprendam juntas, independentes das dificuldades ou diferenças que elas tenham, pois temos a responsabilidade de moldar caráter, levantar a autoestima e transformar vidas. “Amai-vos uns aos outros como a si mesmo”. Jesus convidou o cego, o coxo e o mudo para se libertarem do mal que os atingiam.

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Estratégias para a inclusão Quando recebemos uma criança com necessidades especiais, somos estimulados a rever nossa prática e a buscar outras formas de ensinar. A cooperação em sala de aula pode ser um fator importante para a inclusão das pessoas com necessidades especiais, pois permite interação e troca entre as crianças. O desenvolvimento de algumas estratégias pode ser decisivo para criar um ambiente de cooperação em que aquelas crianças que têm mais habilidades em alguma atividade possam ajudar aqueles com menos habilidades. Aprendizagem cooperativa: O ME/MF coloca as crianças em grupos de trabalho, juntando crianças com dificuldades em determinada área com crianças mais habilidosas nesse assunto. Na aprendizagem cooperativa, as crianças trabalham juntas para atingir determinados objetivos. A descoberta de interesses mútuos permite a eles explorar assuntos junto com colegas que têm interesses comuns. As estratégias de aprendizagem cooperativa melhoram as atitudes diante das dificuldades de seus colegas com ou sem necessidades especiais e, simultaneamente, eleva a autoestima de todos. Estratégias de aprendizagem criança a criança: oferecem a oportunidade de compreender melhor as pessoas que, por qualquer motivo, são diferentes. Quando as crianças compreendem que toda criança é diferente, deixam de fazer brincadeiras cruéis e podem se tornar amigos. Ensino por colegas: método baseado na noção de que os alunos podem efetivamente ensinar os seus colegas. Neste método, o papel de aluno ou de professor pode ser atribuído a qualquer aluno, com necessidades especiais ou não, e alternadamente, conforme as matérias em estudo ou as atividades a desenvolver. Além disso, a aprendizagem por intermédio dos colegas pode ser, também, positiva para as crianças que ensinam, melhorando seu desenvolvimento acadêmico e social. Apoio entre amigos: é uma forma específica de aprendizagem através de colegas, onde o envolvimento acontece principalmente com assuntos extraescolares. Ex: um amigo pode ajudar um aluno com deficiência física a se sentar na carteira ou pode acompanhá-lo antes e depois das aulas. Ensino Cooperativo: Trata-se de uma estratégia em que o professor da classe comum e o professor do ensino especial trabalham em conjunto, dentro da sala de aula comum, composta por alunos com e sem necessidades especiais.

Sugestões de atividades pedagógicas As propostas pedagógicas devem levar em conta a restrita capacidade da criança procurando alinhavar alguns de seus interesses com o restante dos alunos. • Produção espontânea. Aprimorar a capacidade criativa e a expressão simbólica, tanto no âmbito verbal quanto através do jogo, do desenho e da pintura. • Momentos de teatro e jogos corporais. Permitir interação consistente com os colegas e criar laços de amizade. • Atividades em grupo na sala de aula. 68 – Manual de Coordenadores


• Construção de jogos simbólicos “fazer de conta”. • Aproveitar as oportunidades para enriquecer o vocabulário das crianças (linguagem oral): falar muito com elas, fazer perguntas, estimular respostas cada vez mais completas. Juntamente com a linguagem oral deve-se trabalhar a linguagem escrita. • Expor as crianças a vários materiais escritos como: jornal, rótulos de produtos, letras de canções, quadrinhas, parlendas, textos publicitários, poemas, narrativas, etc. • Ler histórias para suscitar o imaginário e estimular o desenhar, musicar, teatralizar e brincar. • Contar história, repetindo algumas vezes para ajudar na organização da fragmentação que lhe é característica. • Na matemática, procurar desenvolver o raciocínio da criança propondo atividades que a motivem a interagir com objetos concretos e, com base nessa interação, gradualmente construa o seu conhecimento. • Utilizar a expressão musical e também a exploração dos materiais sonoros. • Ajudar as crianças a brincar, interagindo e estimulando a imaginação delas. • Utilizar recursos tecnológicos como a televisão e o computador; é necessário, no entanto, contextualizar as programações levando em consideração as necessidades, interesses e condições de aprendizagem dos alunos. • Utilizar estratégias, dinâmicas diferentes, complementação, adequação e suplementação curricular, quando necessário. Estas medidas são importantes para o crescimento de todas as crianças. Todas ganham em desenvolvimento e consciência social, já que a convivência na diversidade alavanca o desenvolvimento dos que apresentam algum atraso, bem como para as crianças que apresentam talento significativo em alguma área, favorecendo assim a convivência respeitosa entre os diferentes participantes de um coletivo social.

Quem ganha com a inclusão? As crianças com NEE aprendem: • melhor e mais rapidamente, pois encontram modelos positivos nos colegas; • que podem contar com a ajuda e também podem ajudar os colegas; • a lidar com as suas dificuldades e a conviver com as demais crianças. As crianças sem NEE aprendem: • a lidar com as diferenças individuais; • a respeitar os limites do outro; • a partilhar processos de aprendizagem.

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Todos, independentemente da presença ou não de necessidade especial, aprendem: • a compreender e a aceitar os outros; • a reconhecer as necessidades e competências dos colegas; • a respeitar todas as pessoas; • a construir uma sociedade mais solidária; • a desenvolver atitudes de apoio mútuo; • a criar e desenvolver laços de amizade; • a preparar uma comunidade que apoia todos os seus membros; • a diminuir a ansiedade diante das dificuldades.

Avaliação da criança com NEE • Processo diagnóstico: focado nas possibilidades de aprendizagem da criança e não em suas deficiências. • É importante: 99 Conhecer o perfil de desenvolvimento evolutivo esperado para cada faixa etária e saber como observar o desenvolvimento específico de cada criança, suas limitações, atrasos e como identificar, eventualmente, a existência de uma etiologia orgânica. 99 Ser capaz de analisar as potencialidades de desenvolvimento e aprendizagem da criança para poder estabelecer os objetivos e os recursos educativos necessários para melhor alcançá-las. Para a concretização das ações com crianças com NEE é necessário: a) Investigar e explorar os recursos da comunidade a fim de articular os serviços especializados existentes na rede de educação e saúde às necessidades específicas dos alunos com necessidades educacionais especiais. b) Desenvolver estratégias de parceria entre as diversas instituições com trabalho social e comunitário, governamental e não governamental. c) Realizar visitas domiciliares para auxiliar no acesso e permanência do aluno com necessidades educacionais especiais no Pepe. d) Acompanhar o processo de aprendizagem da criança, favorecendo a interlocução dos segmentos da comunidade escolar. e) Articular a mediação entre a sala de aula e o atendimento educacional especializado, o atendimento clínico, a rede de assistência e a família. f) Ajudar a família a construir conhecimentos sobre as necessidades especiais de seus filhos. g) Desenvolver cursos e campanhas de orientações sobre causas e consequências das deficiências. h) Promover ciclos de palestras, sessões de vídeos com profissionais especializados para informar, orientar e esclarecer a comunidade escolar sobre a prevenção e as causas das deficiências.

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i) Apoio, acompanhamento e provisão de suporte para as famílias, na busca do seu fortalecimento e da construção de ambientes sadios para o desenvolvimento das crianças. j) Trabalhos em grupo com os pais das crianças, pois favorecem a troca de experiências e permitem reflexão sobre atitudes de enfrentamento e gerenciamento das dificuldades cotidianas.

Parcerias: Família e recursos da comunidade Uma das características mais interessantes da Educação Inclusiva é que ela deve envolver também as famílias e a comunidade. Isso significa que a Escola Inclusiva, no caso o PEPE, poderá se beneficiar de parcerias com universidades, organizações não governamentais, escolas SENAI, APAEs, centros de reabilitação, entidades de pessoas com deficiência, associações de bairro, associações comerciais locais etc. Essa rede de parceiros, que inclui a participação da família, será fundamental para o PEPE conseguir os recursos humanos e materiais de que precisa para oferecer a melhor educação para todas as suas crianças.

Sinais importantes a serem observados para recomendar uma visita a um especialista 1. Redução significativa de interesse e atenção; 2. Redução do rendimento ou presença de transtornos de aprendizagem; 3. Presença de comportamentos de hiperatividade, impulsividade ou desatenção, com frequência maior do que a esperada; 4. Abandono de atividades antes desejadas; 5. Retraimento social; 6. Perturbações súbitas do sono (relato da criança ou da mãe) acompanhadas de um dos itens acima; 7. Reações emocionais violentas; 8. Rebeldia, birra, implicância, atividades de oposição; 9. Preocupação ou ansiedade exagerada.

O papel da psicopedagogia na escola inclusiva O diagnóstico psicopedagógico é absolutamente necessário e vantajoso para a criança com NEE: 99 99 99 99

No desenvolvimento de aspectos importantes da sua personalidade; Na relação família-escola; Na construção de projetos de vida; Na sua progressão escolar.

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Concluindo... Sabemos que no mundo de hoje a desigualdade entre os seres humanos é marcante, principalmente quando se trata da desigualdade social; a sociedade é altamente desintegrada e fragmentada em razão da persistência da pobreza e a grande desigualdade de distribuição de renda, o que gera alto índice de exclusão. Temos que persistir e continuar lutando de mãos dadas em prol dessa situação em nossa cidade, em nosso estado, em nosso país e no mundo, nos respaldando sempre na constituição Federal de 1988, que garante a educação como direito de todos e na Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus, que diz que todos somos iguais e que não devemos fazer acepção de pessoas. Pessoas com NEE apresentam características diferenciais em função do âmbito da intervenção: educativo, familiar e sócio comunitário. Devemos partir das necessidades especiais e singulares do grau de desenvolvimento e da etapa da vida de cada pessoa, e nos lembrarmos que:

“As representações de sucesso e fracasso são construídas pelo sistema escolar e têm maior impacto no destino dos alunos que as desigualdades de competências que estes possam apresentar”. (Perrenould, 2001)

Referências bibliográficas CARVALHO, Rosita Edler. A nova LDB e a Educação Especial. 3a edição Rio de Janeiro: WVA, 1997. MANTOAN, Maria Teresa Eglér (org.) A integração de pessoas com deficiência:contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon, 1997. Ministério da Educação; SEESP (Secretaria de Educação Especial) – Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília: SEESP, 2001. Ministério da Educação - Secretaria de Educação Especial – Saberes e Práticas da inclusão: Avaliação para identificação das necessidades educacionais especiais. Brasília: MEC, 2005. Ministério da Educação – Secretaria de Educação Especial – Educação Inclusiva: Documento subsidiário à Política de Inclusão. Brasília: Ministério da Educação SEESP, 2005 Ministério da Educação – Secretaria de Educação Especial – A Família: Programa Educação Inclusiva: Direito à diversidade. Brasília: MEC, 2006. Ministério da Educação – Secretaria de Educação Especial – Educação Infantil Saberes e práticas da inclusão: Dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento. Brasília, MEC/SEESP, 2006. Ministério da Educação – Salto para o Futuro: Educação Especial: tendências atuais / Secretaria de Educação à Distância. Brasília: Ministério da Educação, SEED, 1999. Regen, Mina. Uma Creche em Busca da Inclusão. São Paulo: Memnon edições científicas Ltda., 1998. Sassaki, Romeu Kazumi. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997. Werneck, Cláudia. Ninguém mais vai ser bonzinho na sociedade inclusiva. Rio de Janeiro: WVA, 1997. Nenhum de nós é tão esperto como todos nós: construindo histórias de sucesso na inclusão de crianças com deficiência na creche. Tese de doutorado de Celina Camargo Bartalotti. São Paulo, SP. PUC-SP 2004. Disponível em: http://biblio.pucsp.br/ 72 – Manual de Coordenadores


IV. POLÍTICA DE PROTEÇÃO INFANTIL DO PEPE NETWORK Terezinha Candieiro (Revisada em 2013)

1. O contexto e os assuntos da violência infantil dentro do PEPE O PEPE é um programa socioeducativo que busca beneficiar crianças de comunidades com acesso restrito aos mínimos sociais – habitação, saúde, educação, trabalho e lazer. O PEPE atua para que as crianças recebam uma preparação educacional pré-escolar. O PEPE se adapta e se contextualiza de acordo com as realidades. No Brasil, devido à legislação recente, o PEPE tem sido desenvolvido como um Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Criança em família, na sua comunidade, já que a maioria das crianças está matriculada em uma pré-escola pública e é beneficiada por um programa governamental. A declaração de visão do PEPE é que “o programa ofereça às crianças ao redor do mundo a oportunidade de desfrutar de uma preparação que estimule seu melhor desenvolvimento social e espiritual, independente de qualquer desvantagem socioeconômica”. PEPE NETWORK é um programa cooperativo, desenvolvido em parceria com a ABIAH (Associação Brasileira de Incentivo e Apoio ao Homem), a JMM (Junta de Missões Mundiais da Convenção Batista Brasileira) e a JMN (Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira). O papel do PEPE NETWORK é facilitar o desenvolvimento do PEPE no mundo. Portanto, o PEPE NETWORK, por intermédio dos coordenadores e igrejas locais, procura beneficiar crianças entre 4 e 6 anos de idade por um período de dois anos (os dois anos que antecedem o ingresso na escola), com o objetivo de desenvolver um ministério integral. Esta é uma grande responsabilidade, tornando-se fundamental que todas as pessoas envolvidas assumam o compromisso de manter as crianças seguras, providenciando, por conseguinte, um ambiente saudável para o seu desenvolvimento integral (educacional, físico, psicológico, social e espiritual). Atualmente, o PEPE está sendo desenvolvido em vários países com crianças de diferentes nações, culturas e sociedades. Estas vertentes envolvem realidades que possuem diferenças, as quais não podem ser ignoradas na aplicação de qualquer política de proteção à criança, de acordo com as recomendações legais e internacionais. Um tema-chave para a proteção da criança do PEPE é a pobreza, caracterizada pela injustiça, pela desigualdade, pela exploração social e pela negligência nacional. Isto é uma realidade comum a muitas crianças matriculadas nos PEPEs na América Latina e na África. Existem vários casos relacionados a maus-tratos, à negligência, à violência física, emocional e sexual em diversas famílias. Manual de Coordenadores – 73


A direção do PEPE está preocupada com estes assuntos porque, com base nos nossos fundamentos teológicos, a criança é um ser humano integral, macho e fêmea, criada por Deus à Sua imagem, com valor e dignidade. Como Jesus, nós temos que dar a ela amor e respeito, e devemos trabalhar para o seu bem-estar. O processo de proteção faz parte deste trabalho.

Definição de Violência infantil Heather MacLeod cita a definição da Organização Mundial de Saúde sobre Violência Infantil: “Abuso de crianças constitui todas as formas de mau-trato físico ou emocional, abuso sexual, negligência ou tratamento negligente ou comercial, ou outro tipo de exploração, resultando em atual ou potencial dano para a saúde da criança, sobrevivência, desenvolvimento ou dignidade no contexto da relação de responsabilidade, confiança e poder.” A violência pode ser: a) física: “É um ato físico de agressão à criança, cometido por um adulto ou criança mais velha, que causa injúria, mesmo que não tenha havido a intenção.” Este tipo de ato de agressão inclui: bater, chacoalhar, puxar, empurrar, jogar a criança no ar, queimar, sufocar, ou outro ato que cause dano físico para a criança. Também inclui dar substâncias perigosas como álcool e drogas. O impacto desta categoria de violência leva diretamente à dor, a danos neurológicos, à incapacidade ou à morte. Esta categoria também pode levar à baixa autoestima e ao comportamento agressivo; b) emocional: é o mau-trato das emoções da criança. Isto “envolve comportamento que interfere na saúde mental da criança ou seu desenvolvimento social”. Inclui: violência verbal (intimidar, xingar, fazer comparações negativas, dizer à criança que ela não tem valor, culpar habitualmente), não dar afeto (ignorar), punir de forma extrema (fazendo a criança sentir tremor ou que está em perigo), explorar. Todos os tipos de violência causam um efeito emocional prejudicial à criança. O impacto desta categoria de violência pode levar a longos efeitos no processo de desenvolvimento, promovendo baixo nível de afetividade e alto nível de criticismo; c) sexual: é “qualquer ato sexual entre um adulto e uma criança” ou entre uma criança maior e uma menor. Isto envolve forçar a criança a tomar parte em atividades sexuais, como: contato físico, incluindo penetração ou atos não penetrativos, carícias, violação de privacidade (despir-se, espiar a criança), expor a criança à sexualidade do adulto ou materiais pornográficos, encorajar a criança a se comportar sexualmente de maneira inapropriada. O resultado deste tipo de violência inclui dano próprio, comportamento sexual impróprio, tristeza, baixa autoestima;

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d) negligência: é “o baixo padrão ou a falha em prover as necessidades básicas da criança, de tal modo que o bem-estar físico ou psicológico são prejudicados ou colocados em perigo”. Nesta categoria de violência, os pais ou responsáveis simplesmente escolheram falhar e não cumprir com suas obrigações. Negligência de crianças inclui: 1) física – falha em prover alimentação adequada, roupas ou condições de higiene necessárias ao cuidado da saúde, abandonar a criança, expulsar a criança de casa sem providenciar cuidados para ela; 2) educacional – falha em matricular a criança na escola ou permitir/causar situações para que ela perca muitos dias de aula; 3) emocional: conforto e afeição inadequados, falha em intervir quando a criança demonstra comportamento antissocial, recusa ou demora em providenciar cuidado psicológico necessário. O resultado desta categoria de violência está associado a prejuízos no crescimento e no desenvolvimento intelectual da criança.

Declaração de Compromisso Todas as pessoas que estão envolvidas no desenvolvimento do PEPE (Programa de Educação Pré-Escolar): igrejas, equipe do PEPE (conselho, diretor, coordenadores, missionários educadores/ facilitadores), voluntários e parceiros estão comprometidos com o bem-estar da criança no mundo. Nós nos opomos a todas as formas de violência infantil, negligência, e exploração de acordo com a Convenção dos Direitos da Criança das Nações Unidas de 1989. O PEPE NETWORK irá recomendar as melhores práticas e procedimentos à sua equipe por meio de padrões de desenvolvimento do trabalho com as crianças e dar suporte às igrejas e aos pais no cuidado de seus filhos.

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2. Comunicação externa O método para tratar o assunto no PEPE Como parte do nosso compromisso de salvaguardar, cuidar e nutrir as crianças, o PEPE NETWORK, em parceria com as igrejas, deve estar comprometido em quebrar a lei do silêncio e falar sobre o assunto da violência infantil. O método para fazer isto é o processo de comunicação dentro da nossa estrutura de funcionamento. Isto inclui as crianças, os educadores das unidades de PEPE, os coordenadores em diferentes níveis (área e nacional), os coordenadores executivos regionais, a direção internacional e os parceiros. Portanto, a Política de Proteção Infantil do PEPE deve fazer parte do currículo do Programa de Educação Pré-Escolar de cada país e do manual de treinamento de coordenadores (porque são eles os que têm a responsabilidade de promover conscientização, conferências, treinamentos e encontros com os líderes das igrejas, com os educadores e voluntários do PEPE, como também da capacitação continuada dos educadores). A direção do PEPE NETWORK e a coordenação internacional têm a responsabilidade de discutir o assunto da violência infantil com os coordenadores executivos regionais, o Conselho Pedagógico e os parceiros em seus encontros regulares, conferências e reuniões. Além disso, as igrejas que desenvolverem PEPE deverão se comprometer em prover oportunidades específicas para discutir e apresentar a violência e negligência de crianças com seus membros, com as crianças e seus pais, de acordo com seu contexto social.

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3. Capacitação específica para o pessoal do PEPE e voluntários O programa de treinamento do PEPE NETWORK é desenvolvido em três módulos: a) formação inicial – para missionários educadores/facilitadores; b) formação continuada – para missionários educadores/facilitadores; c) formação avançada – para coordenadores. O assunto da violência e negligência de crianças será aprendido e discutido em todos os módulos porque estará incluído no programa das formações. As Normas de Proteção Infantil do PEPE serão editadas e compartilhadas por manuais e livretos específicos como meios de sensibilização, conscientização e divulgação.

Procedimentos Recomendados Recomendamos que o PEPE, em cada país, siga os procedimentos orientados pelo grupo executivo do PEPE NETWORK e se responsabilize por: a) Designar uma pessoa responsável, no âmbito nacional, pelo assunto de normas de proteção da criança e um responsável, em cada unidade de PEPE, que receberá capacitação apropriada e apoio para esse papel; b) Assegurar-se de que toda a equipe do PEPE em cada unidade, e no âmbito nacional, (incluindo educadores substitutos e voluntários) saiba o nome da pessoa responsável pelo assunto de proteção à criança; c) Certificar-se de que todas as pessoas que desenvolvem atividades no PEPE, incluindo os voluntários, possuem entendimento sobre suas responsabilidades e se encontram em alerta quanto aos sinais de violência, encaminhando toda e qualquer preocupação à pessoa designada responsável pelo assunto de proteção infantil; d) Assegurar-se de que em cada unidade do PEPE os pais e os responsáveis possam entender sobre as responsabilidades dos educadores em relação à proteção das crianças, fazendo conhecidas as suas obrigações através do regulamento do PEPE e dos livretos de orientações sobre normas de proteção infantil; e) Desenvolver conexões efetivas com agências e cooperadores que tenham objetivos afins, no que se refere à preocupação quanto à proteção infantil, incluindo participação em eventos e conferências; f) Conservar registro escrito sobre situações que inspirem cuidado com as crianças, mesmo que não seja necessário encaminhar o assunto imediatamente; Manual de Coordenadores – 77


a) Desenvolver e dar os encaminhamentos necessários quando for feita uma denúncia contra qualquer pessoa do PEPE ou voluntários, em qualquer nível da estrutura de funcionamento do PEPE; b) Certificar-se de que serão seguidas as práticas para um recrutamento seguro da equipe do PEPE.

Normas de comportamento Afirmamos que todas as crianças são preciosas e devem ser tratadas com respeito e dignidade. Portanto, no PEPE, todos os coordenadores, educadores, voluntários, visitantes, doadores e parceiros, devem: a) Ter comportamento que represente um excelente exemplo para as crianças; b) Tratar todas as crianças de maneira que reflitam o amor de Deus por elas; c) Ter cuidado, protegendo-se de qualquer possibilidade de alegação de violência feita contra eles; d) Sempre colocar o bem estar de cada criança em primeiro lugar; e) Tratar todas as crianças com dignidade e respeito, sem discriminação ou preconceito com relação à classe social, raça, cultura, idade, sexo, deficiência ou sexualidade; f) Não demonstrar favoritismo por alguma criança em particular e nem evitar a criança que tem um comportamento mais difícil; g) Procurar apoio para trabalhar com crianças; não fazer o trabalho sozinho, mas sim em duplas ou equipes; h) Como adulto, nunca estar sozinho com uma criança. Mesmo que o adulto esteja em uma conversa particular com a criança, outro adulto deve estar em contato visual. Qualquer visita a uma criança que está sozinha em casa façam-na acompanhados por outra pessoa; i) Um adulto é sempre responsável pelo seu próprio comportamento, mesmo quando uma criança está se comportando de forma sedutora e provocadora; j) Se você se sente desconfortável com o comportamento de uma criança, explicar a ela que aquele comportamento não é aceitável, mas tenha certeza de que a criança não se sentirá rejeitada; k) Sempre falar sobre qualquer problema a respeito da proteção à criança com as pessoas apropriadas. Falar com seu coordenador ou líder do programa; l) Construir relacionamentos equilibrados com as crianças, baseando-se na confiança mútua; m) Nunca usar punições físicas;

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n) Nunca exagerar ou banalizar os assuntos sobre violência infantil, jamais permitir que qualquer acusação feita por uma criança ocorra sem ser registrada e encaminhada; o) Acompanhar visitantes e pessoas que não fazem parte da equipe. Prestar atenção se um visitante se concentra apenas em uma criança, sem nenhuma razão conhecida e tente incluí-los nas atividades em grupo; p) Pensar a respeito do contato físico com as crianças, o qual só deve acontecer com o consentimento delas. Algumas vezes o contato físico é inevitável, como quando a criança chora ou quando precisa de ajuda em jogos ou brincadeiras. Esteja atento à afeição excessiva para com ela; q) Solicitar autorização por escrito dos pais ou responsáveis se pessoas da equipe precisarem transportar crianças em seus carros; r) Ter uma autorização escrita dos pais em caso de necessidade de aplicação de primeiros socorros e/ou tratamento médico para as crianças. Os primeiros socorros prestados devem ser registrados por escrito e os pais ou responsáveis devem ser informados; s) Solicitar permissão escrita para tirar fotos e usar a imagem das crianças,. Os pais devem estar cientes de quando, onde e como as imagens podem ser usadas para que deem sua permissão; t) Fotos individuais de crianças não devem ser colocadas em sites de redes sociais, seus nomes devem ser alterados nos boletins de notícias e referência a qualquer localização geográfica deve ser suprimida. Comunicação sobre as crianças deve refletir imagens que preservem a sua dignidade, que sejam decentes e respeitosas e que não explorem suas circunstâncias.

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4. Normas de procedimento com os parceiros do projeto Muitas vezes, o PEPE NETWORK e as unidades de PEPE possuem parceiros no desenvolvimento e na manutenção do trabalho com as crianças; “trabalhando em parceria com outros, nós temos a responsabilidade de nos certificar de que as crianças estejam num ambiente seguro com os parceiros também”. De acordo com os propósitos deste documento, é importante que nos termos de parceria com PEPE e PEPE NETWORK esteja incluído e mencionado o compromisso dos parceiros com nossa Política de Proteção Infantil, como também que as nossas expectativas com relação a esta política estejam claras. Esperamos que nossos parceiros concordem com as mesmas declarações de compromisso em relação à proteção das crianças (incluindo assinatura no documento – Normas de Proteção Infantil), e que também eles tenham sua própria política de proteção infantil elaborada.

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5. Procedimentos de recrutamento da equipe do PEPE Diretrizes gerais para recrutar educadores, coordenadores e voluntários. As pessoas que trabalham com as crianças de forma direta e regular no PEPE serão recrutadas e seus antecedentes averiguados, de acordo com as instâncias legais no seu contexto social. a) Toda equipe do PEPE em cada país (coordenadores, educadores, voluntários) deverá preencher um formulário que solicitará informações sobre seus antecedentes criminais. b) A eles será solicitada uma carta de suas igrejas, incluindo referência sobre sua experiência prévia no trabalho com crianças. c) Será solicitado, também, um documento de identidade (ou passaporte, no caso de estrangeiros). d) Todas as pessoas recrutadas deverão ser esclarecidas a respeito de suas responsabilidades, incluindo explicações sobre a Política de Proteção Infantil no PEPE, desde o início de suas atividades. O coordenador de área deverá providenciar cópia do documento de Normas de Proteção Infantil, conforme a necessidade. Este documento deverá ser assinado antes do exercício das funções dos recrutados. e) Os coordenadores, de área e nacional, deverão criar oportunidades para a continuidade da conscientização dos educadores e das igrejas sobre o assunto.

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6. Resposta às denúncias Procedimentos gerais O PEPE NETWORK irá assegurar-se de alguns princípios básicos em resposta às suspeitas, denúncias e revelações, de maneira muito confidencial: a) todos os coordenadores, educadores e voluntários têm a responsabilidade de estar alertas aos sinais de violência (física, emocional, sexual e negligência) e encaminhar qualquer preocupação para a pessoa designada como responsável pelo assunto de proteção infantil em sua unidade de PEPE e/ou para o escritório central do PEPE NETWORK, que deve considerar seriamente o assunto; b) queixas de pais/responsáveis das crianças ou outras pessoas envolvidas sobre comportamentos inaceitáveis ou abusivos para com as crianças devem ser ouvidas, relatadas, investigadas e levadas à equipe do PEPE e à comissão diretiva da igreja para abordagem apropriada; c) acreditar na criança até que se prove o contrário; d) providenciar ajuda para a criança e para a pessoa acusada, de acordo com as possibilidades e o contexto, a fim de promover a cura; e) seguir os requisitos da lei local, especialmente se a pessoa envolvida é estrangeira; f) em casos de dispensa do coordenador, educador ou voluntário em razão de suspeitas de violência, o PEPE está autorizado a revelar os fatos aos futuros empregadores desta pessoa; g) providenciar orientação aos pais e às crianças para estarem alertas sobre as formas de violência.

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7. Defesa de direitos Compromisso no trabalho com outros grupos O PEPE NETWORK indicará uma pessoa responsável pelo assunto de Proteção Infantil no seu escritório central, cujo papel principal será fornecer orientações e diretrizes, facilitando a aplicação da Política de Proteção à Criança na solução de problemas. Iremos nos certificar de que os coordenadores do PEPE, em cada país, serão os responsáveis pelo assunto de Proteção Infantil, ou que irão delegar esta responsabilidade a alguém que possa cumprir esta tarefa. Também recomendaremos que cada unidade aponte alguém da comissão diretiva do PEPE para se responsabilizar pelo assunto. O PEPE NETWORK e cada unidade do PEPE deverá se comprometer a trabalhar com outros grupos que tenham os mesmos interesses de proteção à criança, orar por sabedoria e forças, aprender com outros, estar envolvido em atividades locais, nacionais ou regionais, de acordo com as possibilidades em cada contexto, para encorajar e dar suporte a iniciativas de treinamento.

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8. Confidencialidade Declaração relacionada à confidencialidade em todos os níveis Violência infantil é um assunto muito sério. É essencial que todas as pessoas envolvidas mantenham a confidencialidade. Informação sobre um incidente deve ser compartilhada somente pelas pessoas da equipe responsável pelo assunto de Proteção à Criança. Elas são as que devem decidir quem mais precisará saber do incidente para ajudar na resolução dos problemas. Iremos nos certificar da segurança das informações.

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9. Conclusão No mundo atual, as crianças estão expostas a toda sorte de situações abusivas. Ter uma Política de Proteção Infantil certamente irá contribuir para criar um ambiente mais seguro e de proteção para as crianças, a fim de ajudá-las no desenvolvimento de todo potencial dado por Deus. Este documento deverá ser aplicado, levando em consideração as diferenças entre os países onde o PEPE está sendo desenvolvido como também os contextos sociais e culturais. Portanto, a maneira de compartilhar o conteúdo deste documento deve ser adequada; Nosso objetivo é que todas as pessoas estejam comprometidas e tudo contribua para o bemestar e desenvolvimento integral das crianças, da mesma forma que Jesus fez.

Referências bibliográficas Candieiro, Terezinha (Ed.). Pepe’s Brochure. ABIAH. São Paulo, 2007. “Child Abuse – the hidden bruises”. American Academy of Child & Adolescent Psychiatry. Available from the Internet: http://www.aacap.org/. Accessed 25 January 2008. Jaffe-Gill, Ellen MA, J. Jaffe Ph. D. and J. Segal Ph.D. Child Abuse and Neglect: Types, Signs, Symptoms, Causes and Getting Help. Helpguide.org. Available from the Internet: http://www.helpguide.org/. Accessed 25 January, 2008. Keeping Children Safe Coalition, Keeping Children Safe: standards for child protection. Tool 1. Available from the Internet, www.keepingchildrensafe.org.uk, accessed 25 January 2008. Mcconnell, Douglas, J. Orona and P. Stcokley (Eds.) Understanding God’s heart for children. Colorado Springs, CO, Authentic/World Vision, 2007. Wrigh, Josephine and Miles, Glen (Eds). Celebrating Children. Carlisle: Paternoster Press, 2003.

Referências de Leitura Aligning Talking about touching, lessons with the Roman Catholic Archdiocese of Boston’s Religion Curriculum Guidelines, p. 1-17. May, 30, 2003. Child Abuse – The Hidden Bruises in “Child Abuse – the hidden bruises”. American Academy of Child & Adolescent Psychiatry. Available from the Internet, http://www.aacap.org/cs/ root/facts_for_families/child_abuse_the_hidden_bruises, p. 1-2. Jaffe-Gill, Ellen MA, J. Jaffe Ph.D. and J. Segal Ph.D. Child Abuse and Neglect: Types, Signs, Symptoms, Causes and Getting Help. Helpguide.org. Available from the Internet: <http:// www.helpguide.org/mental/child_abuse_physical_emotional_sexual_neglect.htm>p. 1-7. Child Protection Standards. Plan. Available from the Internet: <http://www.planusa.org/site/protection.php>, p.1-6. Keeping Children Safe Coalition, Keeping Children Safe: standards for child protection. Tool 1. Available from the Internet: <www.keepingchildrensafe.org.uk>, p. 1-30. Child Protection Policy, Reach. p. 1-2. Available from the Internet: <http://www.reach.org.uk/>. Manual de Coordenadores – 85


Stephenson, Paul, S. Gourley, G. Miles, R. Blackman. Roots 7 Child Participation. p. 1-53. England: Tearfund, 2004. Staffordshire University. Child Protection Policy, Available from the internet: <http://www.staffs. ac.uk/assets/child_protection_tcm44-26987.pdf>, pág. 1-10. Example of a Child Protection Policy. Teachernet. Available from the internet: <http://www.nspcc. org.uk/Inform/cpsu/helpandadvice/organisations/childprotection/ChildProtectionPolicy_wda60690.html/>, p. 1-2. Sport England Child Protection Policy. Template H. Sport England, March 2004. Available from the internet: <www.sportengland.org/templatehchildprotectionpolicy.doc>, p. 1-9. The Church of England in Essex and East London Diocese of Chemsford. Child Protection Policy, Available from the internet: <www.chelmsford.anglican.org>, p. 1-247. Mcconnell, Douglas, J. Orona and P. Stcokley (Eds.) Understanding God’s heart for children. pág. 1-108. Colorado Springs, CO, Authentic/World Vision, 2007. UNICEF. Convention on the Right of the Child. Available from the internet: <http://www.crin.org/ docs/resources/treaties/UNCRC.asp#Sixteen>, 28 p. Wrigh, Josephine and Glen Miles (eds). Celebrating Children. p. 1-311. Carlisle: Paternoster Press, 2003.

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V. O PEPE e a Formação dos Facilitadores 1. Sistema de formação e capacitação dos facilitadores Entendemos que tanto os educadores quanto os coordenadores são facilitadores e multiplicadores do Programa. Com base na experiência de vários anos de trabalho, estabelecemos um programa de formação para a capacitação dos educadores e coordenadores, a saber: a) formação inicial para educadores – módulo básico: com carga horária mínima de 40 horas, mais estágio de observação de aulas, variável de acordo com o contexto; b) formação continuada para educadores – módulo intermediário: com o objetivo de atualização e desenvolvimento do educador, deve ocorrer com certa frequência e regularidade, de acordo com o contexto; c) formação avançada para coordenadores – módulo avançado: para a capacitação de multiplicadores do Programa numa área, país, região ou denominação.

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2. Currículo para a formação dos mes/mfs Georgina Christine

Currículo de formação para os MEs/MFs com Capacitação Básica e Formação Continuada. A formação dos MEs/MFs está dividida em duas partes. A primeira parte é a formação inicial, que tem o objetivo de equipar o participante com o conhecimento necessário para implantar um PEPE. Na segunda parte, é realizado um estudo mais aprofundado sobre a educação e o desenvolvimento da criança, através do método utilizado na Formação Continuada, que faz parte da formação/capacitação dos MEs/MFs e acontece mensalmente.

Currículo para a formação básica de educadores/facilitadores O que é o PEPE? Quem desenvolve o PEPE? Discutir e entender a filosofia dos PEPEs. O que é exatamente o PEPE. Quem são os responsáveis e de que recursos dispõem. Entender melhor os requisitos do PEPE.

Para quem é o PEPE? Refletir sobre o desenvolvimento e a capacitação da criança do PEPE, procurando entender o grau de aprendizado em que a criança do PEPE deve estar e como usar este entendimento para facilitar a aprendizagem da criança.

Como ensinar nos PEPEs? Pensar e entender melhor a metodologia dos PEPEs nas áreas de:

Linguagem Objetivos:

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Experimentar e ser mais confiante, ajudando a criança a aprender da seguinte maneira: • pensando em como estes métodos ajudam a aprendizagem da criança; • conversando; • praticando o trava línguas; • promovendo roda de conversa; • reservando uma hora para as coisas novas; • reservando uma hora para notícias; • reservando uma hora para poesias e para a literatura; • transmitindo ordens; • fazendo entrevistas; • cultivando a arte de contar histórias; • utilizando sacos de histórias; • discutindo para entender melhor o que significa Letramento.

Natureza e sociedade Discutir o que é natureza e o que é sociedade e que tanto uma quanto a outra devem ser apresentadas para as crianças.

Música Pensar sobre as diferentes maneiras de se apresentar a música.

Artes Visuais Fazer atividades; pensar em como usar a arte nos PEPEs e discutir a importância das artes visuais na aprendizagem da escrita.

Educação religiosa e valores da vida Os MEs/MFs devem discutir como ajudar a criança a basear-se nas histórias bíblicas para melhor entender a vida cristã.

Movimento Aprender a discutir a importância dos movimentos e como devem ser usados para ajudar a criança a aprender.

Matemática Pensar em como ajudar a criança a entender a matemática, usando ideias baseadas na linha de desenvolvimento para aprender números; experimentar e usar os métodos durante o treinamento. Manual de Coordenadores – 89


Currículo para a formação continuada 1º ano 1. Minha Identidade e Como as crianças podem se proteger Com o projeto Minha Identidade, os MEs/MFs aprendem a usar o material para ajudar as crianças a começarem a pensar e a entender mais sobre seus sentimentos e sobre si mesmas. Os MEs/MFs não devem deixar de enfatizar que elas são muito especiais. Depois, em conjunto, os MEs/MFs poderão desenvolver ideias dinâmicas para compartilhar informações com as crianças, na roda de conversa, sobre proteção e outros assuntos.

2. Como viver uma vida saudável Pensar, discutir e inventar maneiras de introduzir o importante assunto sobre vida saudável para as crianças. Também aprender como utilizar o Manual de Saúde de Suzanna Greenwood.

3. Como visitar Conscientizar os MEs/MFs da importância das visitas, para que, junto com os coordenadores, entendam como elas devem ser realizadas (utilizando a dramatização, demonstrar como NÃO se comportar ao fazer uma visita).

4. Desenvolvimento Cognitivo Discutir e entender o desenvolvimento cognitivo das crianças, especialmente as da faixa etária de 4 a 6 anos. Começar a entender melhor os personagens ligados à educação como Piaget, Vygotsky, Bruner, etc. e assimilar os aspectos das figuras mais conhecidas. Depois, avaliar e refletir seu impacto na educação e como estes conceitos podem ajudar o ensino nos PEPEs.

5. Desenvolvimento Social, Desenvolvimento Emocional e Desenvolvimento da Linguagem Entender melhor sobre o desenvolvimento social, o desenvolvimento emocional e o desenvolvimento da linguagem de uma criança, refletindo e avaliando seu impacto na educação e como os PEPEs podem ajudar no ensino.

6. Emilia Ferreiro Fazer uma introdução sobre o trabalho de Emilia Ferreiro e entender os métodos de aprendizado da leitura e da escrita, discutindo como estes conceitos podem ser aplicados nos PEPEs. 90 – Manual de Coordenadores


7. Ler e Escrever Pensar sobre o letramento e as etapas necessárias à criança até que esteja pronta para começar a ler. Depois, desenvolver maneiras de ensinar a leitura, com a consciência de que o desenvolvimento do aprendizado da escrita leva tempo, pois a coordenação motora da criança precisa estar alinhada à atividade cognitiva. É importante lembrar que, muitas vezes, estas duas etapas acontecem em momentos diferentes, portanto, o coordenador deverá ajudar os MEs/MFs com ideias criativas sobre o auxílio à criança com dificuldades, e dar-lhes tempo para pensarem em outras soluções.

8. Ciência nos PEPEs Ajudar os MEs/MFs a experimentarem e conhecerem atividades científicas para tornar o aprendizado da ciência em um momento bem divertido.

9. Aprendendo Brincando nos PEPEs Transmitir a importância do brincar para crianças entre 4 e 6 anos, pois, normalmente, elas aprendem muito mais através das brincadeiras. Buscar aprender outras brincadeiras que possam ser utilizadas nos PEPEs.

10. Desenvolvimento Físico e Sensorial Promover o desenvolvimento físico e sensorial das crianças é fazer atividades que desenvolvam os sentidos.

2º ano 1. Primeiro dia nos PEPEs Ajudar os MEs/MFs na preparação das atividades do primeiro dia no PEPE, a fim de proporcionar um dia tranquilo e repleto de coisas que as crianças gostam.

2. Exposições Motivar os MEs/MFs a fazer exposições e cartazes para os PEPE’s e ajudá-los a refletir sobre a importância e relevância das exposições.

3. Proteção à criança Oferecer aos MEs/MFs a oportunidade para pensarem sobre violência infantil e conhecerem a Política de Proteção à criança do PEPE.

4. Artes Visuais Fazer atividades, pensar em como usar arte nos PEPEs e discutir a importância das artes visuais na aprendizagem da escrita. Manual de Coordenadores – 91


5. Paulo Freire, Montessori e Reggio Emilia Proporcionar aos MEs/MFs um tempo de pesquisa e reflexão a respeito dos pensadores Paulo Freire, Maria Montessori e Reggio Emilia e sua importância na educação, com foco no que pode ser assimilado de suas teorias para os PEPEs.

6. O cuidado com os cuidadores Oferecer aos MEs/MFs a oportunidade de refletirem sobre o próprio cuidado e experimentarem o acolhimento e o amor de Deus.

7. Matemática Apresentar aos MEs/MFs as melhores formas de introduzir a matemática no PEPE, motivandoos a descobrirem melhores maneiras de facilitar a aprendizagem da criança. Usar a linha de desenvolvimento para introduzir os números, gradualmente, de acordo com cada etapa, discutindo as atividades com os MEs/MFs.

8. Brinquedos Refletir sobre quais brinquedos são apropriados, levando-se em consideração cada idade e tipo de criança, segurança e objetivo dos MEs/MFs em sua utilização.

9. Como fazer uma formatura Refletir sobre o que é necessário para a realização de uma formatura, discutindo sobre o que deve ser evitado e planejar, em conjunto, o programa da formatura.

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3. Currículo para a capacitação de coordenadores Terezinha Candieiro É fundamental ter uma concepção formal e planejada de um currículo para a capacitação dos coordenadores do PEPE. Basicamente, um projeto curricular é um resumo de “o que, onde, quem, quando e como”. Há importantes questões a serem analisadas sobre o modelo de projeto curricular adequado:

a) Os objetivos e resultados O objetivo de se ter um currículo é capacitar os coordenadores do PEPE quanto à implantação, desenvolvimento e monitoramento do impacto do programa em seus contextos. Os objetivos do aprendizado são mensuráveis e indicam o que os coordenadores estarão aptos a fazer ao completar a capacitação.

b) Conteúdo do programa e um esquema de trabalho. O conteúdo irá satisfazer as necessidades identificadas. O conteúdo reflete o que os coordenadores precisam aprender. Depois de definir o programa é importante preparar um esquema de trabalho que possa ser usado como guia durante todo o curso. O esquema de trabalho pode ser visto como uma ferramenta de gestão do tempo.

c) Os métodos de ensino e processo de aprendizagem dos adultos Métodos de ensino são as formas utilizadas para facilitar o processo de aprendizagem. Os métodos de ensino podem ser categorizados como “centrado no professor” ou “centrado no aluno”. Em uma abordagem “centrada no professor”, o professor fala e os alunos ouvem. Uma abordagem centrada no professor é associada à transmissão do conhecimento. O foco é mais sobre o conteúdo do que sobre o processo de aprendizagem do aluno, e coloca o controle do aprendizado nas mãos do professor. Na abordagem “centrada no aluno”, o foco está sobre os alunos e professores. Os alunos trabalham em pares, em grupos ou sozinhos, dependendo da finalidade da atividade. Os alunos falam sem monitoramento constante de professores; o professor fornece feedback/correção quando surgem dúvidas. Os estudantes têm alguma escolha sobre os temas. No PEPE, nós optamos por uma abordagem “centrada no aluno” para a formação de educadores/facilitadores e coordenadores do programa. Uma vez que todos os coordenadores são pessoas maduras, é preciso considerar os princípios da aprendizagem de adultos.

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Os adultos têm características específicas, tais como: não mais ouvem e veem como crianças, eles se envolvem na discussão e aprendem mais se podem ver um ao outro. Normalmente, eles frequentam um curso porque querem aprender a resolver um problema. Eles ficam mais satisfeitos se o aprendizado se aplica a experiências cotidianas, são práticos e atuais. Libaneo (2002) diz que se você quer um professor que trabalha com uma abordagem social construtivista, planejando e promovendo situações de sala de aula em que os alunos irão estruturar as suas ideias, analisar seus próprios processos de pensamento (e erros), expressar seus pensamentos, resolver problemas, essas características serão inseridas em seu processo de formação. Peterson (2011) cita que Malcolm Knowles, pioneiro no estudo da educação de adultos, observou que os adultos aprendem melhor quando: • Eles entendem “por que” é importante saber ou fazer uma coisa; • Eles têm a liberdade de aprender à sua própria maneira. Levando em consideração o contexto brasileiro para a educação de adultos, Paulo Freire (2005) critica a educação “bancária”, onde a educação se presta a transferir e transmitir valores e conhecimento. Tal método de educação oprime os alunos. Em vez disso, Freire incentiva a educação participativa, que traz a liberdade de viver e de construir o próprio conhecimento. O posicionamento de Freire indica que a educação de adultos deve ser ativa, reflexiva, participativa e flexível, combinando formação e ação. Assim, com base na pesquisa acima, o propósito deste projeto de currículo e os métodos a serem utilizados na capacitação de coordenadores poderão ser os seguintes: • Exposição dialogada - uma exposição de um assunto específico combinado com o diálogo e a interação com os alunos. • Perguntas e respostas - quando o professor estimula o grupo fazendo boas perguntas e dando oportunidade ao grupo de perguntar e responder. O professor facilita o conhecimento. • Encenação e teatro - os estudantes desempenham um papel em uma história ou situação, ajudando-os a se conectarem à vida real. • O trabalho em grupo - divide um grande grupo em pequenos grupos, estabelecendo uma tarefa comum e, posteriormente, revertendo para o grande grupo a fim de compartilhar os resultados. • Tempestade de idéias - os alunos pensam e contribuem com ideias para resolver um problema.

d) Os recursos e materiais didáticos disponíveis Os recursos e materiais didáticos são muito importantes para comunicar o que está sendo ensinado e ajudar os alunos a compreenderem e fixarem a aprendizagem. Na pirâmide de aprender, Bethel Maine mostra as médias de retenção nos adultos da seguinte forma: • 5% a partir de uma palestra; • 10% através de leitura; • 20% através de apresentações audiovisuais; 94 – Manual de Coordenadores


• 30% a partir de uma demonstração; • 50% através de grupo de discussão; • 75% através da prática: fazendo; • 90% ensinando outros Os materiais e recursos didáticos devem ser relacionados com os métodos de aprendizagem utilizados. De acordo com o conteúdo previsto, será necessário prever manuais, guias, projetores multimídia, vídeos, cartazes, textos para ler, apresentações em PowerPoint e materiais em sala de aula.

e) Análise e avaliação dos alunos A avaliação tem um papel muito importante no processo de aprendizagem. A avaliação dos resultados de aprendizagem permite que os educadores verifiquem se os alunos cumpriram as suas metas e objetivos de aprendizagem. Há algumas etapas que os professores precisam considerar ao desenvolver a avaliação em sala de aula: • Saiba por que você está avaliando seus alunos; • Decida os resultados que deseja medir; • Desenvolva tarefas de avaliação que demonstrem esses resultados; • Especifique critérios para avaliar a qualidade do trabalho dos alunos; • Planeje como avaliar ou classificar o trabalho de forma justa, de forma consistente e precisa; • Utilize os resultados para atender o seu propósito de avaliação, por exemplo, demonstrar as implicações que há em “aprender” e “comunicar o progresso para os outros”. A avaliação pode ser formativa (contínua ao longo do curso) ou somatória (para avaliar a aprendizagem global no final do curso). Os métodos de avaliação podem incluir: exames escritos ou orais e/ou apresentações, apreciação de projetos, análises, relatórios de suas práticas, dramatizações ou tarefas em grupo e arquivo de registros. Um certificado de conclusão pode ser oferecido para recompensar o indivíduo que concluiu o curso com êxito. O certificado deve ser impresso em papel de qualidade. Os detalhes devem incluir informações importantes como o nome do titular do certificado, o curso oferecido, a data de conclusão, o local do curso e a assinatura do professor. Receber um certificado também estimula a autoestima e é um incentivo para os participantes. A Avaliação poderá ser realizada em seus campos, com a apresentação de um projeto escrito para iniciar um novo grupo PEPE; um plano de trabalho para a formação de educadores; uma avaliação do impacto do programa desenvolvido na comunidade.

f) contextos de aprendizagem De acordo com o contexto e a distribuição geográfica do PEPE, a capacitação dos coordenadores pode ocorrer através de reuniões regulares. Normalmente, os coordenadores do PEPE se encontram em uma região determinada a cada dois anos. Os coordenadores nacionais encontram os coordenadores de área anualmente, em um país escolhido por eles, de acordo com Manual de Coordenadores – 95


o orçamento estabelecido para o ano. A formação ou capacitação dos coordenadores tem uma configuração do tipo “oficina”, no período de cerca de cinco dias ou trinta horas de trabalho. Também será necessário fornecer condições logísticas para que os coordenadores se reúnam em um só lugar, por exemplo: hospedagem, alimentação e uma sala de aula com materiais e recursos para a capacitação.

Proposta de oficina para a capacitação de coordenadores Introdução O PEPE – Programa de Educação Pré-escolar é um programa missionário, socioeducativo, que tem sido usado em vários países por missionários e igrejas locais, para atender as necessidades de crianças em risco social, situação de pobreza e acesso limitado à educação e recursos básicos e de suas famílias.

Justificativa Com o crescimento do impacto missionário e a expansão do PEPE, cresceu também a necessidade de melhorar a qualidade da capacitação para os coordenadores/multiplicadores do Programa, pois estes são pessoas chaves na manutenção dos valores, princípios e filosofia.

Ementa Este curso apresenta uma visão panorâmica do alcance do PEPE no mundo, analisa as características das crianças em risco, compartilha o currículo apropriado para crianças e educadores do PEPE e destaca componentes importantes na gestão de programas sociais. Também examina questões relacionadas à proteção da criança e ao desenvolvimento comunitário e apresenta ferramentas para verificar o impacto do programa. Este curso foi desenvolvido à luz dos fundamentos da Missão Integral e engloba conhecimentos de teologia, missiologia, sociologia, pedagogia, gestão de programas sociais.

Objetivo geral O objetivo deste curso é oferecer informações aos participantes e favorecer o desenvolvimento de habilidades que os ajudarão a implantar o PEPE em contextos transculturais, formar os educadores à luz do ministério integral com crianças, e fazer a supervisão e o monitoramento do programa, baseados numa prática reflexiva.

Objetivos específicos Espera-se que no final do curso os estudantes sejam capazes de: 1. Explicar a filosofia, visão e missão do PEPE; 2. Listar e sumarizar as áreas do currículo do PEPE para as crianças e para a capacitação dos educadores; 3. Mencionar as atribuições de um facilitador na capacitação dos educadores do PEPE; 96 – Manual de Coordenadores


4. Estar apto a organizar, com sua equipe, a apresentação da proposta do PEPE para uma igreja ou comunidade; 5. Demonstrar conhecimento em utilizar os instrumentos para que seja feita a avaliação e o monitoramento do PEPE.

Conteúdo SEÇÃO 1 – O PROGRAMA Unidade 1 – Apresentação do PEPE NETWORK Unidade 2 – Os fundamentos do PEPE Unidade 3 – Cronograma de implantação do PEPE Unidade 4 – Regulamento do PEPE SEÇÃO 2 – A CRIANÇA DO PEPE Unidade 5 – Crianças em situação de pobreza Unidade 6 – Características das crianças de 4 a 5 anos Unidade 7 – A criança, o PEPE e a missão da igreja SEÇÃO 3 – A METODLOGIA E O CURRÍCULO PARA AS CRIANÇAS Unidade 8 – A criança no centro do processo ensino-aprendizagem Unidade 9 – O referencial curricular Unidade 10 – O currículo do PEPE em ação Unidade 11 – Interdisciplinaridade, rotina, plano de aula - semanal e diário SEÇÃO 4 – GESTÃO DO PEPE Unidade 12 – O Papel do coordenador Unidade 13 – Modelo de projeto de trabalho para implantação do PEPE SEÇÃO 5 – FORMAÇÃO DE EDUCADORES/FACILITADORES Unidade 14 – O currículo para a formação dos educadores Unidade 15 – O trabalho em equipe Unidade 16 – Cuidando dos cuidadores SEÇÃO 6 – A PROTEÇÃO DA CRIANÇA Unidade 17 – O fenômeno da violência contra crianças Unidade 18 – A Política de proteção à criança do PEPE Unidade 19 – Orientações para igrejas, famílias e crianças SEÇÃO 7 – O PEPE E A COMUNIDADE Manual de Coordenadores – 97


Unidade 20 – O PEPE e a comunidade Unidade 21 – Programa de visitação e apoio às famílias Unidade 22 – O PEPE e a sustentabilidade: captação e mobilização de recursos SEÇÃO 8 – O IMPACTO DO PROGRAMA Unidade 23 – Avaliação e monitoramento Unidade 24 – Instrumentos para a supervisão e o monitoramento do PEPE

Metodologia O curso será dividido em 24 unidades de estudo e atividades que perfazem um total de 30 horas. Neste curso serão aplicados métodos e técnicas, considerando o aluno no centro do processo de ensino-aprendizagem, baseados no ensino de adultos. Todos os dias, o curso terá início com uma breve reflexão e orações. O conteúdo do curso será desenvolvido pelos facilitadores, que têm experiência em PEPE, através de exposições orais e atividades diversas. Os estudantes receberão textos para leitura relacionados às unidades de estudo. Os estudantes irão construir seu conhecimento através da escuta, do diálogo, de perguntas e respostas, discussão, trabalhos escritos e dinâmicas em grupo.

Recursos Os recursos necessários são: Bíblia, textos de leitura, manual de treinamento dos educadores do PEPE, revistas, papel pardo, papéis de cores e qualidades diversas, papel sulfite, cola, tesoura, lápis coloridos, pincel atômico, percevejo, barbante, flip chart e projetor de multimídia.

Critérios de avaliação 99 99 99 99 99 99

Assiduidade e participação Relatórios de leitura Trabalhos em grupo Apresentação final do grupo Leituras requeridas: Livros: • Treinamento dos educadores/módulo básico. Vários colaboradores. São Paulo: ABIAH – Associação Brasileira de Incentivo e Apoio ao Homem, 2009. • Candieiro, Terezinha (org.). Manual de Coordenadores do PEPE. São Paulo, Pepe Network, 2013.

Trabalhos no decorrer da semana 1. Leitura dos livros textos; 2. Preparar um cartaz com as características das crianças de 4-5 anos de idade e apresentar para a classe (G). 98 – Manual de Coordenadores


3. Participação em painel de discussão, apresentando argumentos a favor e contra o método tradicional de ensino (professor no centro) e o educador como facilitador. Fazer demonstração (G). 4. Organização da sala do PEPE. 5. Elaborar plano de aula semanal e diário (G). 6. Participação em “tempestade de ideias” – O papel do coordenador (I). 7. Apresentação oral do resumo de como avaliar e monitorar o PEPE (I)

Avaliação final – último dia do curso 1. Apresentar um pôster com a proposta do PEPE para uma igreja local ou uma comunidade – 15 minutos (trabalho em grupo). 2. Apresentar uma aula prática de uma das áreas do currículo para as crianças do PEPE – 15 minutos (trabalho em grupo).

Referências bibliográficas Araújo, Denise Branco e outros. Convivendo com a Pré-Escola – teoria e prática da Educação Pré-Escolar. São Paulo, Editora Ática, 1996. Cunha, Maurício e Wood, Beth. O Reino entre nós. Editora Ultimato. Freire, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2005. Igreja: agente de transformação. Organizado por C. René Padilla e Péricles Couto. Tradução de Albana Neves e Dilmar Devantier – Curitiba: Missão Aliança, 2011. McConnell, Douglas eds. Understanding God`s Heart for Children. Colorado Springs, World Vision, 2007. Miles, Glenn, and Wright Josephine-Joy-eds. Celebrating Children. Carlisle, UK: Paternoster Press, 2003. Myers, Bryant L. Walking with the poor: principles and practices of transformational development. New York, Orbis Books, 1999. Pereira, Mary Sue Carvalho. A descoberta da criança: uma introdução à educação infantil. Rio de Janeiro: WAK, 2002. Shaffer, David R. (5th ed.). Social and Personality Development. USA, Wadswhorth-Thomson Learning, 2005. Uma Criança os guiará. Klenia Fassoni, Lissander Dias, Wellinton Pereira (organizadores) – Viçosa, MG: Ultimato, 2010. World Bank (2004). Monitoring and Evaluation Some tools, Methods & Work for the Poor (chapter 3 and 7): Washington D.C. World Bank and Oxford University Press.

Outras fontes: Pepe Network - www.pepe-network.org Revista Mãos Dadas – www.maosdadas.net Revista Passo a Passo – Tear Fund – www.tearfund.org

Manual de Coordenadores – 99


VI. O PEPE e sua equipe 1. Liderança e trabalho em equipe Bianca Diacov Os coordenadores do Pepe exercitam a liderança o tempo todo, pois estão em contato com pastores, igrejas, missionários educadores/facilitadores, voluntários, executivos das denominações e com as crianças. Há também equipes que integram o trabalho do coordenador, há equipe de missionários educadores/facilitadores, equipe de outros coordenadores, ou mesmo pessoas voluntárias que atuam em diversas áreas. O coordenador nunca vai trabalhar sozinho. A equipe sempre deve ser encorajada a trabalhar unida, com o mesmo objetivo; para isto o líder deve ter seus objetivos claros, alvos a alcançar, plano de ação, organização, delegar responsabilidades, motivar e monitorar o grupo. Existem vários perfis de líderes bem sucedidos e eficazes, tanto na história como na Bíblia, mas Jesus é o nosso líder modelo. Suas ações nos levam a observar como ser um líder que coopera para que o grupo seja bem sucedido em seus planos.

Características dos líderes eficazes Em I Timóteo 3 e Tito 1 há uma lista de recomendações para o líder. Algumas dessas características também podem ser encontradas em Atos 6, quando foram instituídos os diáconos. Para ser líder no Pepe, temos que ser exemplo para as crianças que se espelham em nós como pessoas a quem elas podem seguir. É comum encontrarmos crianças do Pepe que afirmam que querem se tornar professores ou pastores, quando crescerem.

1. Irrepreensível e respeitável Paulo aconselha que os líderes tenham a “ficha limpa”, não pelos atos recentes, mas ao longo de sua vida. Isso não quer dizer que o líder deve ser perfeito, mas deve ser maduro e ter uma boa reputação para que não cause problemas no futuro.

2. Marido de uma só mulher Nos tempos do apóstolo Paulo era cultural que os homens tivessem mais de uma mulher; mas isto não era o ideal. Paulo, então, instrui que os líderes sejam monógamos de tal maneira que fossem exemplo para as futuras gerações. Liderar pelo exemplo é uma maneira de levar todos a atingirem a mesma meta. 100 – Manual de Coordenadores


3. Sóbrio e honesto A pessoa sóbria é aquela que é equilibrada no modo de viver e de encarar a vida. Paulo reforça o autocontrole, e isso só é possível se buscarmos desenvolver os frutos do Espírito Santo (Gálatas 5:22). A equipe terá mais confiança para desenvolver o trabalho se estiver sob a liderança de alguém que demonstra controle nos exercício de suas atividades.

4. Hospitaleiro Tanto Paulo quanto Pedro (I Pedro 4:9) incentivam a atitude de ser hospitaleiro, de acolher as pessoas com satisfação. O líder não precisa, necessariamente, hospedar as pessoas em sua casa, mas a atitude de acolher trás segurança para a equipe.

5. Apto para ensinar/capaz de aprender O líder deve ser capaz de ensinar, mas também de aprender. Nós lideramos por meio do que ensinamos. Neemias foi um exemplo de líder que buscava conhecimento; ele era o copeiro do rei e reconstruiu os muros de Jerusalém. Ele obteve conhecimento sobre construção e sabia do que precisava, antes que o rei perguntasse.

6. Inimigo de contendas Essa instrução se refere ao espírito de paz e domínio próprio que também são frutos do Espírito. Não precisamos de líderes que buscam contenda e discussões, mas, sim, dos que são pacíficos e moderados.

7. Que governe bem a própria casa A família do líder é sempre muito exposta, o primeiro lugar onde o líder deve ser bem sucedido é dentro de sua própria casa. Da mesma forma, a mulher que é líder, em casa deve respeitar seu marido e este deve amá-la. O equilíbrio no lar é o resultado das atitudes que são ensinadas em Efésios 5: 22-33 e Colossenses 3: 18-21.

8. Não neófito Paulo não especifica quanto tempo de conversão é o bastante para que uma pessoa possa ser escolhida para liderar, mas nos leva a observar que, para exercer um cargo de liderança, o novo convertido tem que ser um crente maduro. Algumas pessoas se desenvolvem rapidamente na vida espiritual e cada situação deve ser analisada. No contexto do Pepe, está estipulado que o missionário-educador/facilitador tenha, no mínimo, dois anos de conversão

Jesus: O Líder Modelo O maior objetivo de Jesus era salvar os pecadores. Seu ministério iniciou quando completou trinta anos de idade; antes disso, ele foi preparado para cumprir seu objetivo. O preparo do líder é essencial para o seu sucesso. Manual de Coordenadores – 101


Vamos utilizar o texto da narrativa da multiplicação dos pães e peixes para traçar um perfil de líder e trabalho em equipe, baseado nas atitudes de Jesus. O texto se encontra em Marcos 6: 31-44.

1. OBSERVAR AS NECESSIDADES DA EQUIPE - “Descansem um pouco”... (v.31) Os discípulos estavam cansados pois estavam ensinando para as multidões, então Jesus, vendo a necessidade, providenciou que eles tivessem um tempo para descanso, por isso pegaram um barco para irem a um lugar deserto. Como líderes, devemos observar se nossa equipe está respeitando o dia de descanso, lazer, tempo com a família. Se essas áreas estão bem cuidadas, a equipe pode dar o seu melhor no trabalho para cumprir os objetivos propostos.

2. VIU A NECESSIDADE E INICIOU A AÇÃO - “Viu uma grande multidão, teve compaixão deles... então começou a ensinar-lhes muitas coisas” (v. 34) Jesus viu a necessidade. O líder tem que determinar qual é a necessidade. Nesse caso, as pessoas foram procurá-lo para serem curadas e ouvirem seus ensinamentos, então ele atendeu as necessidades da multidão e começou a ensinar. A maioria dos problemas pode ser corrigida com a ação. Há mudanças que são necessárias, mas a ação é o que vai mudar a realidade.

3. DELEGAR TAREFAS – “Deem-lhe vocês algo para comer” (v.37) Depois de Jesus ensinar e curar, os discípulos viram que a multidão precisava comer e disseramlhe que mandasse a multidão embora para um local onde pudessem comprar algo para comer (v.36). Mas Jesus lançou um desafio para os discípulos: que eles dessem de comer à multidão. O líder deve confiar tarefas aos seus liderados. Nesse caso, os discípulos foram procurar o que tinha para comer e encontraram cinco pães e dois peixes. Mas, Jesus não delegou apenas trabalho braçal, ele delegou a importante tarefa de pregar e deu toda a autoridade de o representarem na terra, dessa forma o líder cria uma atmosfera de confiança e as pessoas crescem.

4. DESENVOLVEU UMA ORGANIZAÇÃO – “Então Jesus ordenou que fizessem todo o povo assentar-se na grama” (v.39) Jesus traçou um plano para atingir a meta de alimentar uma multidão de mais de cinco mil pessoas com cinco pães e dois peixes. Mesmo se houvesse alimento suficiente o desafio logístico era grande. Jesus tem todo o poder de fazer cair pães do céu, mas ele é perfeito e em tudo nos ensina. Todos se sentaram, Jesus repartiu os pães e os peixes, os discípulos fizeram a distribuição e todos comeram e ficaram satisfeitos. Ao final, ainda temos dois exemplos quando o texto menciona que os discípulos recolheram doze cestos cheios: 102 – Manual de Coordenadores


a) cuidado com o meio ambiente; não deixaram nada para trás: b) Jesus multiplicou os pães de tal maneira que sobrou: Jesus faz mais do que esperamos que ele faça.

Outros ensinamentos da liderança de Jesus 1. ESTABELECEU COMUNICAÇÃO - Jesus não tinha segredos com os discípulos. Ele contou por que veio, o que planejava fazer, quanto tempo esperava ficar, como e quando morreria e como se sentia sobre isso. Ele estava ensinando o tempo todo. Em Mateus 10, Jesus enviou os doze para suas primeiras viagens de pregação. Antes da partida, Jesus fez uma lista de vinte e oito instruções precisas, ditando ponto a ponto o conteúdo da mensagem. O líder sempre define as tarefas e é cuidadoso em esclarecer o que é esperado e qual a responsabilidade da pessoa.

2. PREVIU OS PROBLEMAS E DEU MOTIVAÇÃO – “Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo”. João 16:33 Jesus sabia que haveria problemas. Problemas são situações ou experiências que nos impedem de alcançar os objetivos. Mesmo assim, motivou com o seu exemplo: se Jesus venceu, nós seremos vencedores também. Sentimentos de sucesso e constante reconhecimento do trabalho bem feito são considerados ferramentas de motivação.

3. MANTEVE CONTROLE CONSTANTE – “E eu estarei sempre com vocês até o fim dos tempos” Mateus 28:20 Esse aspecto da liderança é o mais difícil de empregar. Jesus mudou de endereço, mas manteve sua liderança; ele é o cabeça, tem o Espírito Santo que habita em nós e está no controle. Sabemos que é difícil controlar, mas é nosso dever, como líderes, acompanhar e monitorar o que está acontecendo: se os colaboradores estão alcançando as metas e cumprindo a missão que foi confiada a eles. Liderança, gerenciamento e organização foram criados por Deus. Os princípios de ordem e planejamento vêm de Deus e são exemplificados por Cristo. Eles são os padrões de liderança de sucesso.

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Conclusão Temos várias responsabilidades como líderes do Pepe: planejar, monitorar, formar, treinar, divulgar, visitar, ouvir, aprender, amar. Seguindo os exemplos de líderes que foram bem sucedidos podemos ser exemplos para que, no futuro, as crianças que influenciamos sejam também líderes que irão transformar a comunidade onde estiverem inseridas. Que nosso Deus esteja conosco em cada situação na qual tenhamos que exercer liderança.

Teste de autoavaliação Considerando o exemplo de Jesus, quais características de liderança preciso desenvolver? Características

O que preciso desenvolver?

Visão Sabedoria para lidar com pessoas Autocontrole Treinamento de líderes Oportunidades de ensino Modelo de comportamento Autoridade e justiça Perseverança e determinação Paciência Atitude de servo Humildade Oração Disciplina Renúncia

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Como alcançar ou manter essa característica?


Dinâmica da Bolinha

Elizabeth Zuh Silva

(Essa dinâmica pode ser feita no curso de formação básica ou continuada dos missionários educadores/facilitadores para reforçar o trabalho em equipe). Material: Bolinha de Frescobol ou Tênis Objetivo: Descontração, Conhecimento e Trabalho em Equipe Tempo: de 30 a 50 minutos Regra: A Bolinha deve sair da mão do facilitador e voltar à mão do facilitador sem sair da ordem inicial. Execução: Círculo de pessoas em pé. Verifique o relógio e marque a hora inicial. Na 1ª rodada, o facilitador chama alguém pelo nome e lhe joga a bolinha. A pessoa que a recebeu agradecerá, chamará outra pessoa pelo nome e lhe jogará a bolinha. Estes procedimentos deverão ser seguidos até o último jogador devolver a bolinha na mão do facilitador. Por exemplo: “Pega Jacyra”, “obrigada Rute”. Na 2ª rodada, só chamarão o nome e jogarão a bolinha, na mesma sequência inicial. Na 3ª rodada, só jogarão a bolinha sem falar nada, sempre na mesma sequência inicial. Ao final, verifique o tempo. Então, pergunte se o grupo pode diminuir o tempo. Pergunte como. Aceite as ideias do grupo, desde que não fujam à regra que é começar e terminar a rodada na mão do facilitador, sem alterar a ordem inicial. Repita, até o grupo ficar satisfeito com o tempo. Apenas incentive; é o grupo quem decide. Quando o grupo estiver satisfeito, elogie e peça para se sentarem círculo. Perguntas básicas: 99 No começo vocês acharam que chegariam a este tempo? 99 Por que o grupo conseguiu esse tempo tão pequeno? 99 Alguém deu uma sugestão que não foi ouvida? Como se sentiu? Outras lições: 99 Que lições podemos aprender com esta atividade, para aplicar no dia-a-dia no Pepe? 99 Será que sempre podemos dar nossa opinião? 99 Será que nossa união é suficiente? Obs. Prestar atenção em todos os acontecimentos e detalhes para usar na avaliação. O Facilitador apenas faz perguntas, as conclusões devem vir do grupo.

Referências bibliográficas Lima, Jacira da Silva Apostila de Formação de Líderes. São Paulo, 2001. Rega, Lourenço Stelio Dando um jeito no jeitinho. São Paulo. Ed. Mundo Cristão, 2000. Habecker, Eugene B. Redescobrindo a alma da liderança. São Paulo. Ed. Vida, 1998.

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2. Cuidando dos cuidadores Lídia Klava da Silva

“Não me escolhestes vós a mim, mas eu os escolhi a vós, e vos nomeei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao pai ele vos conceda.” (João 15:16 NVI).

Quem cuida de mim? Todos os dias somos pressionados por incessantes desafios e pressões que algumas vezes são quase insuportáveis. Então, nos ressentimos. Creio que seria interessante recordar que é uma sensação progressiva de perda de energia, até chegar ao esgotamento, ansiedade e depressão, desmotivação no trabalho, que chega a nos fazer sentir incomodados com as pessoas com as quais entramos em contato. Devemos estar atentos para não chegarmos à “sobrecarga emocional”, que é uma “síndrome de esgotamento emocional, despersonalização e baixa realização pessoal, que pode ocorrer entre indivíduos cujo trabalho implica atenção ou ajuda a pessoas”. A maioria dos autores que escreve sobre o esgotamento emocional concorda em que esta síndrome é contagiosa. Portanto, este problema não é só individual, e, se não for tratado a tempo, toda a organização pode cair em desânimo generalizado. É aí onde surge a pergunta: Todo tempo cuidamos de outras pessoas; mas... Quem cuida de mim?

1. Sinais de perigo A maioria dos estudiosos da problemática sobre stress entende que o perigo de esgotamento mental e emocional se manifesta pelo que se chama “síndrome tridimensional”. Esta síndrome está caracterizada por três sinais principais: 1. Esgotamento emocional e físico: Refere-se à ausência ou falta de energia, entusiasmo e a um sentimento de escassez de recursos (“Já não aguento mais”). A estes sentimentos se podem somar os de frustração e tensão e o missionário Educador-Facilitador ou coordenador se dá conta de que já não tem condições de gastar mais energia. 2. Despersonalização ou desumanização: Este sintoma surge quando deixamos de tratar as pessoas como seres humanos, plenos de dignidade e respeito, e começamos a tratá-las como meros objetos. Esta desumanização pode acontecer com todas as categorias de pessoas com as quais convivemos: colegas ou companheiros de trabalho, instituição ou organização na qual trabalhamos. Manual de Coordenadores – 107


Outra variante do sintoma é demonstrar insensibilidade emocional: um estado psíquico em que prevalece o cinismo ou a dissimulação afetiva, a crítica exagerada a respeito do ambiente e de todas as outras pessoas com quem se mantém contato. 3. Diminuição da sensação de realização pessoal: A diminuição da realização pessoal no trabalho caracteriza-se como tendência do trabalhador em se autoavaliar de forma negativa. As pessoas sentem-se infelizes consigo mesmas, insatisfeitas com seu crescimento profissional em diferentes áreas; experimentam declínio de competência, de capacidade e de êxito no trabalho e na capacidade de interagir com as outras pessoas. O profeta Elias sofreu este sintoma depois de uma das suas maiores vitórias pessoais e espirituais. Depois da vitória, teve que fugir para o deserto para proteger sua vida; estava farto de tudo: “Ele se foi ao deserto um dia de caminho, e veio e se assentou debaixo de um zimbro; e pediu, em seu ânimo, a morte, e disse: Já Basta, oh Jeová, toma agora minha vida, pois não sou melhor que meus pais.” (1 Reis 19.4). Aqui está um profeta, talvez o maior que houve em Israel, alguém que acabara de ter uma vitória contra os profetas de outros deuses, profetas estes que faziam parte do governo... E tudo o que ele sentia: “basta, não sou melhor do que meus pais”. Sem dúvida, muitos de nós já tivemos emoções similares. É importante recordar que devemos evitar estes perigosos sintomas. Cuidamos de outras pessoas, mas... Quem cuida de mim?

2. Duas dimensões do cuidado Para evitar o decaimento emocional, devemos entender as duas dimensões do cuidado preventivo da nossa saúde emocional e mental: a dimensão humana e a dimensão divina.

a) Dimensão humana A primeira linha é cuidarmos de nós mesmos: “Quem cuidará de mim, melhor do que Eu mesmo?” Isto nos indica que temos uma responsabilidade terapêutica fundamental conosco. Somos filhos de Deus, mas todos nós trabalhamos com outras pessoas no decorrer do dia. Mesmo que esteja bem definido que o primeiro sujeito terapêutico de nossos esforços deve ser nossa própria pessoa, este pode ser o aspecto mais difícil de controlar.

b) Dimensão divina Apesar de sabermos que devemos cuidar de nós mesmos, nunca podemos nos esquecer de que há alguém que cuida de nós: “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus... lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.” (1 Pedro 5.6, 7) Cada vez que nos sentimos sozinhos, desalentados, desorientados devemos recordar esta verdade. Para cuidarmos de nós mesmos é fundamental cuidarmos destas duas dimensões.

3. Medidas de urgência: O que fazer quando já “não aguentamos mais” Algumas regras de conduta nos ajudarão a cuidar do nosso futuro, a médio e a longo prazo: 108 – Manual de Coordenadores


a) Deter-se agora mesmo Respirar fundo. Pensar: que estou fazendo? Perguntar-se, como fazia o rei Salomão há três mil anos: “Para quem trabalho eu, privando minha alma do bem?” (Eclesiastes 4.8)

b) Ser realista Deixar as falsas expectativas e a negação; reconhecer os sentimentos: admitir a raiva, o desânimo, a frustração e tudo o que o sobrecarrega neste momento.

c) Ser realista em sua perspectiva Já passei por isto anteriormente? Se já passei por algo similar e superei, possivelmente também superarei desta vez.

d) Deter-se, e fazer uma coisa de cada vez Começando pelo mais urgente. Dedicar-se somente a essa tarefa e não pensar em tudo que está pendente. Realizar esta tarefa de maneira satisfatória, realista: “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças” (Ec. 9.10); “basta a cada dia seu próprio mal” (Mt. 6.34).

e) Aprender a pedir ajuda (delegar) Se, realmente, não pudermos com a carga, devemos pedir ajuda: aos colegas, aos companheiros de trabalho, à família, à Igreja. Precisamos nos conscientizar de que não podemos fazer tudo sozinhos. Já não existe o homem-orquestra.

f) Recordar que é uma batalha espiritual Deus diz que “tem cuidado de nós”, quando estamos esgotados emocionalmente, quando a carga é insuportável. Certamente, Jesus é o melhor refúgio. Ele mesmo disse: “Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos, e encontrareis descanso para vossas almas.” (Mt. 11.28-30).

g) Estabelecer objetivos realistas Fazer mais do que realmente podemos nos levará ao desânimo e acarretará stress desnecessário. Devemos ter em conta nossa capacidade e nossas limitações.

h) Recordar que Ninguém é perfeito Cada um deve dizer a si mesmo: “Eu não sou perfeito”; e, como não somos perfeitos, tampouco os outros o são. Sempre há risco de conflitos; devemos aceitar as faltas das outras pessoas e buscar sermos amáveis e compreensivos. “Levai as cargas uns dos outros.” (Gl. 6.2). Aprender a dizer NÃO é uma das coisas mais difíceis, pois todos esperam muito de nós e procuramos sempre satisfazer as expectativas. Dizer “não”, com educação e explicando “o porquê”, não deve nos levar ao sentimento de culpa. Manual de Coordenadores – 109


4. Fazer pausas e ter descansos regulares Alguns minutos de descanso para uma xícara de café ou chá, com tranquilidade, pode fazer com que nos sintamos melhor e nos dará forças para enfrentarmos o trabalho. Tirar um dia livre ou alguns dias de folga pode servir para “recarregar as pilhas”. Todo ser humano tem um limite para o stress que pode tolerar. Por isso, é ideal tomarmos algumas providências para evitar tudo isso, a fim de não nos sentirmos culpados:

a) Sair da rotina Evitar aborrecimento. Fazer as coisas de maneira diferente proporciona maior liberdade pessoal, autonomia e fomenta a criatividade. Somos seres racionais e criativos. Não somos máquinas.

b) Continuar com a formação pessoal e profissional Adquirir novos conhecimentos e técnicas, novas estratégias para serem aplicadas ao trabalho, nos ajudará a fazer as coisas com maior eficácia e menos desgaste, especialmente para quem trabalha com pessoas em situações difíceis: como as crianças do PEPE e suas famílias.

c) Estabelecer hábito de desconexão Ao terminar o trabalho, convém fazer algo que ajude a romper com o ambiente tenso como exercitar-se, caminhar.

d) Conhecer a si mesmo Analisar as próprias reações e refletir sobre o porquê delas. Aprender de maneira construtiva, por meio dos próprios erros, sem autocondenação, aproveitando a oportunidade para crescimento pessoal, reforçando aspectos positivos.

e) Aprender a relaxar e a descansar Aprender a relaxar física e mentalmente será de grande ajuda.

f) A quem recorrer A ajuda de seu/sua coordenador/a ou dos próprios companheiros de trabalho também será de extrema importância, já que vivem experiências semelhantes em seu dia a dia.

5. Como prevenir cansaço e autocompaixão: 1. descansar diariamente para meditar e refletir sobre seu trabalho; 2. estabelecer um plano diário de atividade física; 110 – Manual de Coordenadores


3. não tomar decisões até estar bem física, emocional e espiritualmente; 4. não culpar os outros por causa da sua situação; 5. evitar a autocompaixão, o sarcasmo, a ironia e a agressão aos outros e a si mesmo; 6. buscar alguém com quem possa compartilhar; 7. levar a vida de maneira séria, mas não austera.

O cuidado com o outro Só posso cuidar do outro quando, primeiramente, cuidar de mim mesmo. “Quem cuida não pode estar tão próximo que tome o lugar do outro e responda por ele.” Cuidar não é ficar no lugar do outro assumindo o problema.

1. O apoio mútuo é fundamental Comentar com a equipe acerca de situações incômodas e problemáticas. Apoiar os outros sempre que necessário e analisar os problemas e sentimentos sob outras perspectivas. 1. Escutar o outro com paciência, fazendo perguntas. Escute seus temores, inquietudes e desafios e tenha-os em conta nas suas orações. 2. Transmitir esperança: olhar esperançoso para frente e um olhar interpretador para trás. 3. A arte do cuidado: mesmo tendo a intenção de ajudar e produzir o bem-estar, não deve ter uma ação paternalista. “Cuidar é ajudar a levar a carga da vida de alguém, aliviando o seu peso”. A passividade ou a atividade de um ou outro polo da arte do cuidado é prejudicial à ação de cuidar. Não se pode cuidar de alguém à distância. Mas, por outro lado, a proximidade não pode significar dependência afetiva que obscurece a identidade pessoal.

2. Demonstrar Interesse Não existe cuidado sem comunicação; no entanto, a pessoa vulnerável fala mais por gestos e olhares do que por palavras. 1. Não interpretar equivocadamente: É preciso dar atenção aos gestos, aos movimentos e à entonação com que as coisas são ditas, evitando os exageros. Primeiro temos que perguntar e esclarecer antes de formar uma opinião equivocada. Observe o estado de ânimo da pessoa quando se aproxima. Todos nos expressamos de maneira diferente quando estamos exaltados ou tristes. Assim, saberá o que dizer e como atuar evitando mal-entendidos. Manual de Coordenadores – 111


2. Saber perguntar: Recordar que um sorriso, depois de uma breve discussão, ajuda muito. Perguntar é importante porque lhe dará tempo para conhecer e analisar a situação. 3. Cuidar: É essencialmente escutar e estar atento às necessidades e solicitações de quem necessita ajuda 4. Aprender a ceder: Há pessoas obstinadas em pensar que possuem a melhor opinião graças à sua experiência, status ou conhecimentos; de antemão estão dispostos a convencer, ou obrigar, se necessário, que as outras pessoas se identifiquem com o seu modo de pensar, não levando em conta a opinião alheia. Para obter os melhores frutos devemos estar conscientes de que a comunicação efetiva é compreensiva, condescendente e conciliadora. 5. Sinceridade: Devemos sempre expressar o que pensamos, sobretudo se tivermos certeza de que é o correto (em aspectos que digam respeito à moral e aos bons costumes); não se justifica calar para não ferir alguém (companheiro que não faz bem seu trabalho). Se quisermos o bem dos demais, procuraremos dizer as coisas com delicadeza e transparência para que descubram e entendam a retidão da nossa intenção. Sempre será importante dar conselhos e critérios de retidão para evitar futuros erros e para promover o bem-estar.

3. Elementos essenciais 1. Compreender os sentimentos dos demais. Evitar fazer críticas ou comentários jocosos a respeito do que expressam; se for necessário corrigir algo, nunca o faça de maneira que o outro se sinta humilhado. 2. Em conversas, incluir temas interessantes que sirvam para formar critérios ou ajudar a melhorar as pessoas. As conversas superficiais são cansativas e desinteressantes. 3. Aprender a ser cortês. Se você não tiver tempo para atender a pessoa, agende outro momento para conversar. É indelicadeza mostrar pressa para terminar uma conversa. 4. Não julgar. Deixar a pessoa expressar suas frustrações e seus sentimentos, buscando dar sempre conselhos otimistas e positivos para que possa superar a crise com suas próprias forças. 5. Animar e reconhecer o trabalho quando bem feito. Isto deve estimular e ajudar a criar um ambiente de companheirismo e solidariedade. “Trate os outros como você gostaria de ser tratado.”

Conclusão Conscientizarmo-nos de nossos limites. Não existe perfeição, mas, sim, coisas bem feitas. Quando sentirmos que estamos ficando esgotados, tanto física como emocionalmente, deveremos pedir ajuda. O companheirismo e a solidariedade são muito importantes. Para termos êxito em nosso labor, é fundamental cuidar de nossos recursos humanos. Quem cuida de mim? 112 – Manual de Coordenadores


• Eu mesmo. • Minha família e os amigos. • Os companheiros de trabalho, os colegas. • Minha organização. • Deus cuida de mim O mais importante é ter certeza de que Deus cuida de mim, que Ele é o meu refúgio seguro em qualquer situação ou crise.

Referências bibliográficas Lic. Wolfgang Streich Teólogo, jornalista, escritor. Psicología de la Comunicación. Hebert Palomino. O cuidador e a Teologia Reflexiva no cuidado pastoral. Pr. Osvaldo A. Simari Roque Junges Ética e gênero: o paradigma do cuidado. Convergência n. 348 Larry Wagoner Entendendo os Sintomas.

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VII. O PEPE e a comunidade 1. O PEPE e o programa de visitação à criança na família O PEPE se faz mais presente na comunidade através do Programa de visitação á criança e sua família. O programa de visitação e apoio surgiu da necessidade urgente de um trabalho ligado às famílias das crianças do PEPE. Este programa estimula a igreja local a estar em contato com a unidade e a ter empatia, que se torna a presença autêntica de Jesus. É importante que, além dos educadores, vários membros da igreja local estejam sendo envolvidos e se dediquem a esse ministério da visitação. Os principais objetivos do programa de visitação são: 1. Conhecer a realidade da criança para entendê-la melhor 2. Facilitar um relacionamento de amizade com os membros da família 3. Levar o amor de Jesus ao lar 4. Ajudar os pais a ver a igreja como aliada no bem estar de sua família Para desenvolver o programa, basicamente é necessário: 1. Identificar os visitadores: irmãos ou irmãs da igreja e educadores do PEPE; 2. Fazer um plano de visitação: escolha um dia da semana e as famílias a serem visitadas; 3. Iniciar com visitas para estabelecer contato e dar prosseguimento com visitas para suprir necessidades materiais, espirituais e estudos bíblicos para aquelas que se mostrarem dispostas; 4. Registrar informações básicas para as famílias visitadas. 5. Permanecer em oração constante e estar preparado para ministrar a Palavra de Deus; 6. Buscar sabedoria para procurar a solução dos problemas junto com as famílias; 7. É importante ter um guia para o discipulado e estudo bíblico também.

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Sugestão de esboço para a primeira visita à família da criança: (colaboração Lúcia Martiniano - Coordenadora regional do PEPE para África Austral): 1.

Saudações ( conversa informal para “quebrar o gelo”);

2. Perguntar à família se eles têm percebido alguma mudança no desenvolvimento da criança, desde que ela começou a frequentar o PEPE (ouvi-los primeiro); 3. Falar brevemente sobre o que a equipe do PEPE tem observado na criança e elogiar o desenvolvimento dela ( pode-se contar algum fato especial como, por exemplo, que ela era muito tímida quando chegou ao PEPE e agora está mais participante e segura, etc.). Pontuar a alegria da equipe em observar este desenvolvimento; 4. Introduzir a pessoa da Igreja que o está acompanhando e que irá compartilhar algum texto bíblico; 5. Perguntar se a família tem algum pedido de oração (geralmente é nesta hora que acontece a maior parte da interação porque, na maioria dos casos, as pessoas se abrem, falam de seus problemas, ou demonstram interesse em conhecer mais a Bíblia, etc.); 6. Orar pelos pedidos; 7. Colocar-se à disposição da família para aconselhamento, estudo bíblico, oração e informar sobre algum programa especial que haverá na Igreja. Se sentir confiança e ambiente apropriado, informar sobre os cultos da Igreja e convidá-los a participar. 8. Agradecimentos e despedida. Com estas e outras ações, o PEPE está ativo na comunidade promovendo um desenvolvimento pessoal e transformação de vidas.

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2. O PEPE e o desenvolvimento comunitário Terezinha Candieiro O que é desenvolvimento? A maioria dos profissionais de desenvolvimento diz que é difícil defini-lo. O conceito de desenvolvimento pode depender muito da maneira de pensar do profissional da área. Miller afirma que “o desenvolvimento é mais do que o crescimento em recursos materiais ou controle sobre o meio ambiente.” Há uma dimensão espiritual do desenvolvimento que transcende a cultura e é um reforço da cultura. Assim, o desenvolvimento moderno pode misturar modos de pensar, de acordo com a tarefa e a situação.

O desenvolvimento transformacional Para o cristão, o desenvolvimento tem o objetivo da transformação. Myers afirma: A verdade transformadora é que os pobres e não pobres são feitos à imagem de Deus e são valiosos o suficiente para Deus, a ponto de justificar a morte do seu Filho, a fim de restaurar a relação (dignidade) e dar presentes que contribuam para o seu bem-estar e dos de sua comunidade (vocação).” Complementando, Musopole diz que “é uma pessoa transformada e que transforma o seu ambiente”1. Este é o objetivo da igreja quanto a cumprir a sua missão, uma missão integral. Como cristãos, não olhamos apenas para o crescimento econômico ou social, mas também para o espiritual, que pode causar impacto na vida das pessoas e sua comunidade, a fim de promover mudanças em todas as áreas, restaurando seu relacionamento com Deus e com a Sua criação. A igreja, então, tem um papel importante na comunidade ao promover o desenvolvimento da transformação, que inclui: “a) ser um servo e uma fonte de encorajamento e não um comandante ou um juiz; b) ser uma fonte de formação de valores dentro da comunidade; c) ser uma comunidade hermenêutica, que lê as histórias bíblicas e as aplica nas circunstâncias concretas do seu tempo, lugar e cultura. Esta é a comunidade dentro da comunidade a partir da qual a palavra de Deus é ouvida, vivida, e revelada.”2 Assim, a Igreja pode cumprir seu papel desenvolvendo programas sociais, a fim de atender às necessidades da comunidade, especialmente aos mais desprovidos.

1 Mussopole 2 Bryant, Myers. Walking with the poor. New York, World Vision International, 1999, pág. 127.

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Em tais casos, as mulheres e as crianças são as categorias de pessoas mais afetadas e um grupo de pessoas com grande potencial para aumentar o desenvolvimento da comunidade. Então, uma das oportunidades de ministério para a Igreja seria desenvolver um programa focado na criança, como uma das formas de promover o desenvolvimento transformacional de uma comunidade carente. Cada comunidade deve identificar suas próprias necessidades e buscar programas que irão permitir que suas crianças cresçam e contribuam para o seu desenvolvimento econômico e social. A educação é uma das grandes oportunidades para se responder às necessidades das crianças na comunidade carente. O que as crianças precisam? Como parte da sociedade, a Igreja pode ter o privilégio de desenvolver um ministério holístico entre as crianças e possibilitar que suas famílias forneçam o que é necessário para elas. Este é um processo longo, mas eficiente. Jeniffer Orona declara que os filhos são um dom para toda a comunidade. “Suas vidas demonstram a esperança do futuro na vida da comunidade. ” 1 Cremos que elas trazem esperança no presente também. Por experiência própria, podemos mencionar o PEPE – Programa de Educação Pré-Escolar, que foi fundado por missionários britânicos no Brasil, e que tem sido desenvolvido em vários países por diversos missionários, a partir das igrejas locais em comunidades desfavorecidas de recursos. De acordo com Stuart Christine, o fundador do PEPE no Brasil, “a intervenção da Igreja através da educação pré-escolar cria uma oportunidade única para romper o ciclo da miséria. Deus recusa o ciclo de pobreza e de falta de dignidade em que estas crianças nascem.” “O PEPE contribui para que a igreja seja mais sensível e consciente destes desafios e também os atenda, conforme suas possibilidades. A comunidade impactada pelo PEPE tem muitos de seus membros transformados pela Palavra de Deus, pois ocorre um desenvolvimento transformacional na vida das pessoas. Consequentemente, a comunidade se abre para novas formas de desenvolvimento sustentável com a participação de todos, especialmente das mulheres e das crianças, na identificação das necessidades, no planejamento das formas de buscar e gerar recursos, no empoderamento das pessoas, com a consciência de que é Deus quem trabalha no meio delas, sustentando e transformando vidas para transformar realidades.

1

Jennifer Orona.“The role and responsibility of children and their communities” Douglas Mcconnell (Ed.) Understanding God’s heart for children. (Colorado Spring, World Vision, 2007), 99.

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3. A Sustentabilidade do PEPE na comunidade Há vários desafios de ordem física, social, mental e espiritual no desenvolvimento de programas sociais. Por isso, é preciso que estejamos conscientes da necessidade de sustentabilidade e alertas para alguns pontos que Myers coloca: 1. “Precisamos reconhecer que mesmo na mais pobre das comunidades já há algum nível de sustentabilidade. 2. A mais profunda fonte de sustentabilidade não está sob nosso controle, mas sim sob o controle de Deus, por meio de Jesus Cristo, que sustenta a vida. A maioria das comunidades já são sustentáveis porque Deus já tem trabalhado. O reino de Deus já chegou ali. 3. Nós precisamos perguntar se a ideia de sustentabilidade é suficiente.”2 Nesta base, precisamos mais do que ideias; precisamos de estratégias de ação. Assim como a pobreza, a sustentabilidade também é física, mental, social e espiritual. Portanto, para ser sustentável, qualquer programa social precisa levar em consideração estas áreas de sustentabilidade com a participação da comunidade. Eis algumas maneiras de promover a sustentabilidade: 1. Em termos de sustentabilidade física, a participação da comunidade é importante para identificar as necessidades. As mulheres e as crianças devem ter oportunidade de falar e participar no levantamento das necessidades. É preciso começar onde eles estão e de onde eles estão. Sempre há recursos nas comunidades. Recursos externos podem vir para somar. 2. O Planejamento e a avaliação devem ser feitos com a participação da comunidade. 3. A implantação e o monitoramento devem incluir o empoderamento das pessoas da comunidade, incluindo as crianças, pois elas têm muitos dons e talentos. O impacto da transformação das pessoas irá promover a transformação dos contextos. 4. É importante trabalhar por intermédio da igreja local e da estrutura social da comunidade. Procure ser criativo na capacitação das pessoas, incluindo crianças, para melhorar as condições de vida da sociedade. 5. Tudo isto deve ser baseado na sustentabilidade espiritual. A comunidade necessita reconhecer que Deus trabalha no meio deles, sustenta e transforma suas vidas e realidades, e que também a criança pode promover real transformação e desenvolvimento em seu ambiente. Podemos também considerar Maurício Cunha, que nos alerta para três “tipos de ajuda que estão relacionados a uma situação específica ou à sua causa e, portanto, terão alvo, estratégia, processos e resultados diferenciados”3, são eles: emergencial, de reconstrução, e de desenvolvimento. Portanto, aplicando ao PEPE podemos pensar em: 2 3

Myers, 128. Cunha, Maurício José da Silva. O Reino entre nós - transformação de comunidades pelo evangelho Integral. Mauricio José Silva Cunha e Beth A. Wood __ Viçosa, Ultimato: 2003.

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1. Atender as situações de emergência: Mobilizar e captar recursos (que podem ser ofertas) para que situações de emergência sejam atendidas entre as crianças matriculadas no PEPE. A merenda é importantíssima para o crescimento saudável da criança.

2. Investir na reabilitação e na reconstrução: Investir na capacitação de pessoas, coordenadores e educadores/facilitadores, nas diversas áreas (educacional, social, evangelística e missionária) do Programa. Apoiar e encorajar iniciativas locais para a geração de renda e autossustentabilidade do programa na comunidade.

3. Promover a transformação de pessoas e o desenvolvimento: Pregar a Palavra e promover a oração e a intercessão para que as pessoas das comunidades sejam transformadas pela mensagem do Evangelho e deem continuidade ao que tem sido plantado. Produção de materiais pedagógicos e de apoio para os coordenadores, educadores, as crianças, os pais, as igrejas. Que Deus nos dê sabedoria para, em cada contexto, buscar o desenvolvimento sustentável de Sua Obra, pois somos seus cooperadores.

Referências bibliográficas Bryant, Myers. Walking with the poor. New York, World Vision International, 1999. Cunha, Maurício José da Silva. O reino entre nós: transformação de comunidades pelo evangelho integral. Viçosa, Ultimato: 2003. Overview. PovertyNet. The World Bank. Disponível em: <http://web.worldbank.org>.

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VIII. O PEPE e a captação de recursos 1. Mobilização e captação de recursos Rute de Oliveira

Introdução “Mobilizar recursos” não diz respeito apenas a assegurar recursos novos ou adicionais, mas também à otimização (como fazer melhor uso) dos recursos existentes (aumento da eficácia e eficiência dos planos), à conquista de novas parcerias e à obtenção de fontes alternativas de recursos financeiros. É importante lembrar que o termo “recursos” refere-se tanto a recursos financeiros ou “fundos”, quanto a pessoas (recursos humanos), materiais e serviços. Por conseguinte, captação ou mobilização de recursos é um termo utilizado para descrever um leque de atividades de geração de recursos realizadas por organizações sem fins lucrativos em apoio à sua finalidade principal, independente da fonte ou do método utilizado para gerá-los. Um processo de mobilização não acontece espontaneamente, do nada, ele é fruto da iniciativa de alguém. Alguém que, indignado diante de algum fato, decide descruzar os braços e fazer alguma coisa. Captar recursos não traz apenas dinheiro, também promove a organização e aumenta o apoio da comunidade. O que é mobilização de recursos? Mobilização de recursos é: • conquistar intercessores; • conquistar novos parceiros e obter fontes alternativas de recursos; • conseguir todos os recursos, não só financeiros, mas humanos, materiais e serviços; • não manipulação, mas sim motivação; • não captar recursos à força, mas estabelecer prioridade. Ao buscarmos parceiros devemos manter realmente a posição de que é para o Reino que vamos mobilizar, não é para nós.

O que a Bíblia nos diz A Igreja de Jesus dispõe de todos os recursos humanos, financeiros e espirituais para desenvolver a obra missionária, a qual avança pela obediência dos salvos à missão de Deus, na dependência do Espírito Santo, não por investimento de recursos financeiros, por maiores que sejam. Porém, os investimentos de bens e recursos financeiros na obra missionária fazem parte da boa mordomia cristã praticada por crentes fiéis a Jesus. Manual de Coordenadores – 121


Moisés: construção do tabernáculo (Êx. 25.9, 40; 26.30; 27.8). Davi: captação para a construção e a edificação do templo (I Cr. 28 e 29). Neemias: Captação institucional, reconstrução dos muros. (Ne. 2.7-8; 5.13-18). Paulo: Captação social (transcultural) (I Co. 16.2; II Co. 8.3, 4) Outros exemplos: MT. 14. 21; Fp. 4. 15, 16; II Co. 9. 5-7.

Precisamos seguir os princípios bíblicos éticos Discrição – Em (Mt. 6.1-4). Jesus ensinou aos seus discípulos a respeito do doar. Ele estipulou que na captação e doação de recursos deve haver discrição, respeito e sobriedade; não se deve utilizar os recursos (financeiros, habilidades pessoais) para envaidecimento pessoal e autopromoção, pois isto, além de ser antiético, diminui a graça da ação. Alegria – Jesus ensinou que quem doa deve fazê-lo com alegria. Da mesma forma, quem busca os recursos também deve fazê-lo com alegria. Deste modo, aprendemos que captar recursos não é a arte de comover e sim de conscientizar para se aplicar com alegria (2 Co.9.7 e 8). Gratidão – Jesus era o próprio Deus, mas sabia ser grato. Antes de multiplicar os pães e peixes, deu graças ao Pai Eterno. Ele nos ensinou que devemos ser gratos pelos recursos que alcançamos. A oração do “pai nosso” é um exemplo disto (I Ts. 5.18 e Mt. 6.9-13). Criatividade – Jesus ensinou que devemos ser criativos na busca de recursos. Valorizar o pouco – Jesus valorizou os pequenos investidores (Lc. 21.1-4, Pv. 16.8). Muitas vezes somos enganados, pensando que grandes parceiros ou grandes contribuições podem ser a saída da organização. Multiplicar – Ele nos ensinou que os recursos devem ser multiplicados. Na parábola dos talentos Jesus deixa claro que a atitude daquele servo que escondeu seu talento por medo foi reprovada. Jesus ensinou que devemos ser pessoas de visão, corajosos multiplicadores de recursos (Mt. 25.14-30). Transformar – Jesus ensinou que os recursos podem ser transformados. O mobilizador tem, dentre outras, esta função: de mostrar a quem doa que os recursos são transformados em algo que vale a pena (no caso, a água trazida pelos servos)! (Jo. 2.1-12). Persistência – Ele nos ensinou que devemos ser incansáveis na busca de recursos. Às vezes, somos vencidos pelo cansaço ou pelo desânimo, mas o Senhor nos chama a ser persistentes em nosso objetivo (Lc. 5.4-8). Dignidade no propósito – Jesus mostrou que muitas intenções de ajuda aos necessitados são superficiais e estereotipadas e que nós devemos fugir delas (Lc. 12.1-12).

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Estratégias Nem os indivíduos e nem as instituições doam recursos a organizações sem fins lucrativos simplesmente porque têm dinheiro disponível para doar. Precisam estar motivados a doar. A mobilização de recursos por “pânico” pode produzir resultados uma ou duas vezes, mas seus parceiros vão se cansar e irão gritar: “aí vêm os lobos”, se você fizer isso muitas vezes. Se a organização quer captar recursos, é preciso identificar onde eles estão e, em seguida, achar estratégias para ter acesso a eles. Não dá para mobilizar recursos sem planejamento. Do ponto de vista do planejamento, os captadores de recursos precisam desenvolver oportunidades que fortaleçam o interesse de doadores com o passar do tempo. Para ser bem feita, a captação de recursos deve envolver um número de atividades que vai desde a análise e o planejamento, passando por pesquisa, construção de relacionamentos, valorização de doadores e prestação de contas.

Ao Iniciar a captação 99 Concentre sua ação nas pessoas ou instituições mais propensas a atenderem um pedido de doação. 99 Procure saber mais a respeito dos doadores em potencial. 99 Antes de pedir a primeira doação, preste algumas informações a respeito de sua organização e sua missão. Isso permite o estabelecimento de confiança. 99 Ao receber uma doação, envie uma carta de agradecimento, preferivelmente dentro de 24 horas ou 72 horas, no máximo. 99 Valorize os doadores de diversas maneiras como: um destaque no boletim informativo, um certificado de gratidão ou um convite para uma recepção ou eventos da organização. 99 Mantenha os doadores informados a respeito do trabalho realizado e como seu dinheiro está sendo utilizado, por meio do envio de um boletim informativo ou relatórios periódicos. 99 Solicite aos doadores, com frequência e de diversas maneiras, que façam mais doações. Com cada resposta aprende-se o que agrada cada doador e também sua capacidade de doar. 99 Mantenha arquivos meticulosos. Cada um desses passos resultou em uma resposta (ou não) dos doadores e, por meio deles, já se aprendeu muito a seu respeito. Seus arquivos precisam ser mantidos, meticulosamente, para que se possa ter facilidade de acesso às informações. Há diversos meios que uma organização pode utilizar para facilitar que alguém efetue uma doação.

Princípio VIC O Princípio VIC: Vínculo, Interesse e Capacidade. É utilizado para determinar quais pessoas são prováveis doadores. Manual de Coordenadores – 123


V = Vínculo. Qual é o vínculo existente com a pessoa? Quem seria a melhor pessoa na organização para solicitar a doação? I = Interesse. Até que ponto a pessoa está interessada na causa, em geral, e na organização

em particular? Qual é o seu histórico de doação na comunidade?

C = Capacidade. Qual é o valor da doação que a pessoa tem condição de fazer? Quanto ela poderá doar, se tiver vontade? Mediante estas avaliações, você poderá utilizar este princípio para determinar quais pessoas são prováveis parceiros do seu projeto.

Plano eficaz com a “família” Um dos elementos importantes de qualquer campanha de captação de recursos é pedir apoio daqueles que têm um vínculo forte com a organização. Às vezes, estas pessoas são chamadas de “família” e a estratégia adotada em relação a elas se chama “Campanha da Família”. Promova uma “Campanha da Família”. É uma forma garantida de mobilizar recursos. Aqueles que estão mais próximos vão querer ajudar, desde que a necessidade esteja clara, convincente e apresentada de maneira persuasiva.

Mala-direta Um programa de mala-direta pode servir para informar milhares de pessoas, todos os anos, a respeito de sua organização e de seu programa. Dicas para a construção da lista de mala direta: 99 Solicitar aos amigos da organização que cedam nomes e listas de contatos. 99 Procurar listas em locais onde há pessoas que possam se interessar pela causa (por exemplo: convenção, associação, ordem dos pastores, MCA, escolas evangélicas, etc.). 99 Fazer fichas de cadastro em eventos especiais. 99 Pegar indicações de pessoas que já doaram (antigos também). 99 Elaborar uma lista com funcionários de empresas ou outras instituições que doam para organizações. 99 Elaborar uma lista da associação de bairro e jornais do bairro. 99 Elaborar uma lista de e-mails que recebe. 99 Selecionar endereços em listas telefônicas. Sugestões para conversar com um Doador em Potencial 99 Compreender a forma de pensar e sentir do parceiro em potencial. Temos o hábito de dedicar muito de nosso tempo explicando quem somos e o que fazemos, e tempo insuficiente ao que o parceiro pensa e quais são as suas expectativas. 99 Estar preparado e bem-disposto a responder a todo tipo de pergunta e questionamento sobre o projeto e o programa que desenvolve. Caso haja um mal-entendido a respeito das informações básicas, esclareça as preocupações do doador e forneça maiores informações. 99 Dizer sempre a verdade. Se fizer isso, nunca precisará se esforçar para se lembrar do que disse anteriormente. Se fizer uma promessa, cumpra. 99 Ser sincero. As pessoas percebem quando você está sendo sincero. 99 Ser pontual. Respeitar o horário é uma mensagem. Se perceber que vai se atrasar, avise. 124 – Manual de Coordenadores


99 Solicitar a parceria financeira. Isso parece óbvio, mas não é. Muitas ofertas não chegam porque na verdade nunca foram solicitadas. É necessário fazer um convite para participar. 99 Depois de convidar a pessoa para participar financeiramente, feche a boca. Temos o hábito de ficar ansiosos quando fazemos uma solicitação e, por isso, não paramos de falar. 99 Manter contato com o potencial parceiro. Ele pode não ser um parceiro hoje, mas talvez possa ser amanhã ou daqui a algum tempo. 99 Nunca imagine que o doador esteja dizendo “não”, a não ser que ele o diga de fato. 99 Aprender a aceitar NÃO como resposta. Muitas pessoas recebem um “não” como algo pessoal, e isso não é verdade. 99 Oferecer encontrar-se com a esposa do doador, caso este nunca tome uma decisão sem consultá-la primeiro.

Sugestões para Campanha de Porta em Porta 99 Devem ter crachás bem visíveis, fáceis de ler e que os identifiquem como voluntários. 99 Devem ser bem informados. Prepare uma folha com as perguntas e respostas mais comuns. 99 Esteja em contato com os visitadores para garantir que eles cumprirão a sua tarefa. 99 Desenvolva sua campanha em um dia. Fazendo assim, você vai direcionar o esforço de seus voluntários e poderá gerar uma boa divulgação e apoio da mídia.

Como mobilizar parceiros por telefone 99 Programe o horário de ligações telefônicas. Ex.: 9 às 10 h e 19 às 22 h. Não ligue para a casa de alguém depois das 22 horas, a não ser que você o conheça muito bem e tenha liberdade para fazer isso. 99 Prepare um esboço do que você vai falar para não perder o objetivo da ligação. 99 Pegue sua lista de contatos e decida quem você vai chamar em primeiro lugar, etc. 99 Planeje um lugar onde não haja movimento de pessoas ou interrupções. 99 Seja rápido e objetivo, especialmente se a pessoa estiver trabalhando. 99 Procure não marcar encontros na igreja depois do culto. As pessoas querem ir embora. Se não houver outro horário, marque antes do culto e procure um lugar onde vocês possam se sentar e conversar sem interrupções.

Como agir em diferentes tipos de encontros? Pessoa a pessoa Antes. Ore pela pessoa com quem você vai se encontrar. Prepare-se, revise seu material, revise o desafio final. Mesmo que você conheça muito bem a pessoa, mantenha o foco no seu objetivo. Ouça. Faça perguntas sobre a pessoa, família, trabalho, etc. Deixe-a falar. Essa conversa inicial poderá dar-lhe muitas informações sobre como melhor apresentar seu projeto. Manual de Coordenadores – 125


Apresente seu projeto com amor e confiança. Fale sobre as necessidades do seu projeto, e como ele é usado por Deus para mudar vidas. Deixe-o fazer perguntas, mas fique atento para voltar à sua apresentação sem perder o foco. Esse tempo não deve passar de 20 minutos. Desafio final – encerramento. É chegado o momento em que você deve fazer o desafio, o convite para participar de sua equipe de parceiros. Fale da necessidade financeira para o sustento do seu projeto. Você não está pedindo em causa própria, mas para uma causa de valor.

Em grupos pequenos Essa é uma boa opção. Reuniões com pequenos grupos nas casas, com escola dominical, com amigos, etc. Você deve usar o mesmo esboço de uma “Entrevista pessoa a pessoa”. Use um PowerPoint. O desafio final deve ser feito com muita sensibilidade.

Em grupos grandes A apresentação e o desafio final são os mesmos. Você deve explicar para o responsável pela reunião sobre o que pretende fazer, pedir autorização para falar sobre parceiros financeiros. Peça também autorização para montar um pequeno stand com seus panfletos, etc. Procure levar sempre alguém para ajudá-lo.

Por carta Esta também é uma opção para quem está fora de sua cidade ou extremamente ocupado para recebê-lo. Sua carta deve ser objetiva e atraente. Use um papel especial e certifique-se de não ter cometido muitos erros de gramática; o melhor é sempre pedir que outra pessoa leia. Seja claro e objetivo. Encerre a carta agradecendo a oportunidade de compartilhar sobre seu ministério, informando que entrará em contato dentro de alguns dias.

Outras opções: 99 Abrir uma conta corrente específica para doações. 99 Criar uma linha telefônica especial para doações. 99 Elaborar uma carta-resposta indicando formas de contribuição (depósitos em conta, cartão de crédito, associação, assinatura de boletim, etc.)

Recomendações Qualquer organização, inclusive o PEPE, precisa ter cautela antes de formar uma parceria ao iniciar uma atividade mais intensa de captação de recursos; deve, antes de tudo, refletir muito bem sobre sua filosofia, sua missão e seus objetivos, como será a relação com os financiadores, como serão geridos os recursos e como fazer a prestação de contas dos recursos doados. É 126 – Manual de Coordenadores


necessário debater internamente sobre as linhas de ação e as restrições em relação aos diferentes tipos de doador, institucionais ou individuais. É fundamental que as organizações mantenham a sua autonomia em relação ao doador. O captador deve procurar descobrir de onde veio o capital da empresa ou grande doador em potencial – quem ou o quê foi explorado no processo, a fim de verificar se está dentro dos parâmetros éticos da organização. O trabalho da organização pode ficar desvirtuado pela busca por dinheiro. Investimentos podem transferir o poder sobre os programas da organização para alguém externo a ela. Pode ter que prestar contas mais aos financiadores do que a seus próprios membros. Como cada unidade de PEPE está vinculada a uma igreja, não sendo em si uma entidade autônoma juridicamente, toda arrecadação tem que estar de acordo com o estabelecido no estatuto da “igreja mãe”. Em sendo a “igreja mãe” registrada dentro dos parâmetros legais, normalmente constitui-se como associação sem fins lucrativos, portanto, uma ONG (organização não governamental). De forma mais espontânea e menos burocrática, algumas sugestões de captação de recursos para as unidades de PEPE: 99 Recrutar mantenedores dentro da igreja e nos comércios da área – lembre-se de prestar contas (com recibos e notas fiscais) mensalmente a todos os mantenedores. 99 Apresentar o núcleo a amigos e parentes dos voluntários, através de fotos dos trabalhos desenvolvidos, para que se tornem mantenedores. 99 Solicitar donativos e fazer bazares no bairro. 99 Conseguir doação de alimentos e organizar cantinas. 99 Promover show beneficente. 99 Mobilizar a própria comunidade. 99 Recolher brinquedos, roupas e calçados na igreja, no bairro e em outros bairros. 99 Através de ofício, no final ou início do ano, solicitar a doação de materiais escolares a escolas particulares da área. Anexe ao ofício uma apresentação do trabalho realizado com fotos ou um CD. 99 Convidar os mantenedores e colaboradores para as celebrações no PEPE. 99 Programar atividades recreativas ou comemorativas com as crianças da igreja ou do bairro, envolvendo os ministérios de sua igreja e pais/parentes das crianças do PEPE; 99 Através de ofício, convidar professores e alunos de cursos superiores (medicina, odontologia, nutrição, pedagogia, psicologia, educação cristã, etc.), de faculdades privadas ou públicas, para irem ao seu núcleo e prestarem algum serviço gratuitamente. 99 Solicitar que projetos públicos ou privados (ex.: Programa de Educação para o Trânsito do Detran, Mesa Brasil e Vigilância Epidemiológica para realização de vacinação e orientação quanto ao controle de pragas, etc.) visitem o seu núcleo e realizem atividades. 99 Com dentistas da área, solicitar orçamento odontológico das crianças e a possibilidade de adotar o sorriso de alguma(s) delas. 99 Visitar o Posto de Saúde de seu bairro e conversar com a direção sobre seu trabalho com as crianças do bairro. Perguntar sobre os serviços disponibilizados pelo posto e horários. 99 Se a igreja tiver condições, realizar um trabalho à semelhança dos Call Centers (Telemarketing) através de contrato com a empresa de telefonia, isto é, pessoas telefonam para outras explicando o trabalho desenvolvido e solicitando que se doe um valor para a manutenção do núcleo. Manual de Coordenadores – 127


ATENÇÃO: Antes de se iniciar uma unidade de PEPE alguns passos precisam ser observados, a fim de se ter um maior comprometimento da liderança da igreja: 99 Orar bastante e pedir para irmãos orarem também antes de começar a compartilhar o seu desejo com os outros. 99 A partir da oração, comece a conversar com pessoas que se identificam com a sua visão. 99 Projetar, com esse grupo, como esse trabalho poderá ser concretizado [objetivo, local, quantidade de pessoas voluntárias necessárias, quantidade de crianças atendidas, horário, custo, manutenção, possibilidade de parceria entre igrejas, oferta para o(s) missionário(s)-facilitadores(s). 99 Acreditando ser possível, o grupo deve conversar com a liderança da igreja para saber se apoia a ideia, expondo-a por escrito, se possível, repassando a visão da realidade educacional, espiritual e social do bairro com fundamentação bíblica e também um esboço de orçamento para manutenção. Deixe que eles reflitam sobre as formas de manutenção, pois eles precisam se sentir parte dessa obra para se comprometer com ela. Enquanto eles pensam, o grupo também já anotou suas ideias e as mostrará quando a liderança apresentar a dela, se necessário.

Conclusão Em qualquer lugar do mundo, as pessoas respondem de maneira favorável quando se deparam com uma necessidade humana urgente. Querem ajudar. Desejam reverter injustiças, apoiar os menos favorecidos, abrigar aqueles em perigo e proteger aqueles que não têm condições de cuidar de si. Esse sentimento une a humanidade. Para as entidades, o desafio é canalizar essa necessidade quase instintiva de ajudar, convidando as pessoas a oferecerem sua ajuda por intermédio das organizações das quais elas fazem parte. É preciso demonstrar que a melhor maneira de ajudar efetivamente é através de organizações. É preciso mostrar para as pessoas que isso é fácil e também gratificante, independente da quantidade, quando é feito com amor. Precisamos considerar que todo tipo de recurso é importante. Jesus, nosso maior exemplo, valorizou todo tipo de recurso que lhe foi confiado. Ele utilizou a casa de um de seus seguidores para operar a cura de um aleijado; quem será que arcou com a despesa do telhado? Ele usou o barco de um de seus amigos e o transformou em púlpito; ele aproveitou o almoço na casa de Zaqueu e usou a oportunidade para compartilhar o Reino de Deus. Ele utilizou um jumentinho doado por um desconhecido e fez sua entrada profética em Jerusalém e até o seu túmulo foi cedido, mas foi naquele local que seus seguidores presenciaram a glória da ressurreição. Devemos considerar todos os recursos como importantes! (Lc. 2.7, 5.3, 19.1-10, 30 e 31, Jo. 19.38-42). O dinheiro não é o mais importante, por isso, como mobilizadores, nossa missão está acima de ganhar dinheiro para a organização, é captar a empatia por uma causa, é transformar dinheiro em investimento no Reino de Deus. 128 – Manual de Coordenadores


Referências bibliográficas CAPTAÇÃO DE RECURSOS. Da teoria à prática. Baseado no material escrito por Ann Speak, Boyd McBride e Ken Shipley para as oficinas... Captação ou mobilização de recursos é a prática de levantar recursos para manter as atividades de uma organização da sociedade civil e... Disponível em: <http://www.idis.org.br/.../tire-suas-duvidas-sobre-mobilizacao-de-recursos>. EWERTON, Valéria Cardoso. Palestra: Mobilização, Captação, Otimização de Recursos e Resolução de Problemas, (2010). SANTOS, Jeremias Nunes. Mobilização de recursos – da Teoria à Prática. Formando sua equipe de parceiros missionários. JMN, 2010.

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IX. Avaliação e monitoramento no PEPE 1. Avaliação do programa Georgina Christine Facilitando a Aprendizagem e Realizando Monitoramento e Avaliação no PEPE

Facilitando a aprendizagem do ME/MF no PEPE MEs/MFs não aprendem tudo na formação inicial. A maior aprendizagem acontece durante seu tempo de trabalho no PEPE e na formação continuada. O coordenador pode ajudar ou atrapalhar o ME/MF neste processo de aprendizagem continuada. Primeiramente, vamos considerar como o ME/MF aprende no lugar de trabalho (PEPE) e as estratégias que devem ser implementadas para aprimorar este processo. O ME/MF precisa: 99 99 99 99 99

Sentir-se à vontade; Motivação; Entender porque está aprendendo essa matéria; Saber o que vai ser ensinado; Ter tempo de refletir sobre o que vai ser ensinando e lembrar o que já sabe a respeito do assunto; 99 Refletir sobre o que foi ensinado e colocar em prática; 99 Usar o que aprendeu nos treinamentos e colocar em prática com a ajuda do coordenador. Isto ajudará o coordenador a avaliar os MEs/MFs e a tornar mais fácil, mais consistente e mais confiável o monitoramento e a avaliação do PEPE.

O efeito do coordenador sobre a aprendizagem O coordenador pode ter um grande efeito sobre o ME/MF quando está visitando ou ensinando nos treinamentos e isto pode influenciar na avaliação. Sua personalidade pode causar efeito no ME/MF de várias maneiras. 130 – Manual de Coordenadores


Se o coordenador tem um caráter muito forte pode exercitar poder sobre o ME/MF e fazer com que este se sinta inseguro ou até com medo nos treinamentos ou quando o coordenador visita o PEPE onde trabalha. Por ex.: O ME/MF pensa que o coordenador pode causar problemas para ele fazendo um relatório negativo à igreja. Seu caráter pode ter um efeito positivo se é agradável, inspirador, honesto, gentil, acessível, etc. Sendo assim, ajudará o ME/MF, que se sentirá à vontade para pedir conselho ou fazer perguntas quando estiver dando aulas no PEPE ou aprendendo nos treinamentos. Seu caráter pode ter um efeito negativo, quando o coordenador não permite uma aproximação, quando é quieto demais, mal-humorado e/ou sem inspiração. Se o coordenador tiver uma atitude superior e estiver usando seu poder, o ME/MF poderá ser influenciado das seguintes maneiras: • Ficará nervoso quando estiver dando aula no PEPE; • Não se sentirá à vontade para fazer perguntas; • Sentir-se-á criticado e, nervoso, o efeito de quando aprende e de quando ensina será negativo. O coordenador deve entender o efeito que pode causar num ME/MF. Congdon (2002) considera que uma pessoa nesta posição deve maximizar “oportunidades”. Golpee (2008) explica que uma pessoa na posição de coordenador deve mostrar autenticidade, confiança, aceitação, empatia e ser compreensível. Nos encontros de formação continuada, o coordenador precisa trabalhar como um facilitador, ajudando o ME/MF a aprender, sempre lembrando de perguntar a si mesmo ao planejar os encontros: “qual a melhor maneira de apresentar este material para que os MEs/MFs aprendam?” “Qual é a melhor maneira de planejar o treinamento para eles aprenderem com maior facilidade?” Lembrando uma frase de Neary (2000): “O que nós praticamos nós entendemos, o que nós vimos nos lembramos, e o que nós ouvimos nos esquecemos.” O ambiente onde você aprende também contribui para a aprendizagem e pode estimular o ME/MF a aprender. Não precisa ser luxuoso ou chique, mas precisa ser limpo, bem iluminado e organizado; enfim, deve ser um lugar conhecido do ME/MF, que o fará sentir-se à vontade. Este ambiente de aprendizagem pode ser alcançado por meio de decorações com objetos, cartazes, exposições de materiais, etc., colocados antes do treinamento. Tudo isto vai ajudar os MEs/MFs durante as avaliações e as aprendizagens. Estas regras são relevantes aos PEPEs também. Lembrando de tudo isto, o coordenador pode facilitar a aprendizagem e a avaliação do resultado do encontro de formação. Eticamente, o coordenador deve ser honesto, não vingativo e justo, e os MEs/MFs devem ter acesso sobre o que foi escrito sobre eles.

O que é ‘M e A’ - Monitoramento e Avaliação Há muitas maneiras de monitorar e avaliar e é necessário escolher a mais indicada. Primeiro é necessário estabelecer a diferença entre monitoramento e avaliação. Manual de Coordenadores – 131


Monitoramento: É o acompanhamento e a coletânea continuada de informações, relatórios periódicos, etc. para mostrar que o programa está sendo cumprido como planejado. Também é uma forma de conseguir informações, que serão utilizadas para se saber se o programa está alcançando seus objetivos. Avaliação: É o processo de trabalhar com os dados coletados no monitoramento para saber se o programa alcançou seus alvos e objetivos, e para determinar seu impacto e a sua sustentabilidade. Isto é importante para demonstrar a viabilidade do programa e ajudar a tomar decisões para o futuro. No PEPE Network, a avaliação geral deve ser feita pelo coordenador. Todo o material coletado deve ser mandado ao PEPE Network para que possa ser anexado aos demais dados das outras partes do mundo, a fim de estabelecer um quadro global do desempenho dos PEPE’s, identificando áreas que precisam ser trabalhadas. Logo, monitoramento e avaliação dispõem-se lado ao lado: a coleta regular de material seguida da avaliação do programa. O Banco Mundial descreve M e A assim: “M & A podem oferecer informações específicas sobre o desempenho de programas e projetos”. Eles podem identificar o que funciona e o que não funciona, e as razões. M & A também fornecem informações sobre o desempenho dos diferentes ministérios e agências, dos gestores e suas equipes, como também fornecem informações sobre a eficácia das contribuições feitas por doadores que apoiam o trabalho. “O valor de M & A não vem somente pela sua realização ou ainda pela disponibilização dos dados produzidos, mas, sim, pelo uso destes dados para ajudar a melhorar o desempenho do programa.” Monitoramento – coletando informação – é um elemento necessário, mas não suficiente por si mesmo, para a realização de avaliações rigorosas. Embora as informações de monitoramento sejam utilizadas para fins de gestão em curso, a dependência de tais informações por conta própria pode introduzir conclusões errôneas, se não forem trabalhadas de forma objetiva e criteriosa. Geralmente, os dados recolhidos abrangem apenas certas dimensões de um projeto ou programa de atividades e é necessário cuidado no uso destas informações para evitar indesejados incentivos comportamentais. Em contraste, uma avaliação criteriosa tem o potencial de fornecer uma interpretação mais equilibrada do desempenho do programa que está sendo monitorado. Avaliação, porém, pode ser uma atividade detalhada e demorada, e, por causa de seu maior custo, precisa ser conduzida criteriosamente. Um bom procedimento pode ser confiar nas informações de monitoramento para identificar problemas no programa, que assim podem ser submetidos a uma investigação mais detalhada mediante uma avaliação completa.

O que é avaliação específica? É o processo de determinar o desempenho específico de um elemento num programa. Ex.: a aprendizagem de um aluno que está participando num programa de ensino. Harlen (2004) define isto como: coletando informações e fazendo uma averiguação sobre o que foi aprendido. Stuart (2003) explica que é mais apropriado realizar uma combinação de avaliações. 132 – Manual de Coordenadores


Avaliação do programa PEPE como um todo Cabe ao escritório central do PEPE Network o papel de avaliar os resultados do monitoramento dos programas de PEPE que vêm sendo realizados em toda a extensão geográfica da rede. A Coordenação do PEPE Internacional e a coordenação do Pepe Brasil cooperam com os dados para a realização desta tarefa.

2. Avaliação da coordenação regional (CR) A avaliação específica da Coordenação Regional é feita pela Coordenação do PEPE Internacional fazendo a apreciação das seguintes áreas: 1. Relatórios e materiais enviados pela CR sobre o desempenho do programa na região. 2. Dados enviados sobre o desempenho da coordenação regional. 3. Visitas da coordenação do PEPE internacional à região. O monitoramento e a avaliação do programa em cada Região são feitos pela coordenação regional por meio de: • Visitas aos coordenadores nacionais. • Recebimento de estatísticas sobre o programa dos coordenadores nacionais. • Avaliação das estatísticas dos PEPEs na região.

3. Avaliação da Coordenação Nacional (CN) A avaliação do Coordenador Nacional (CN) é feita pela Coordenação Regional (CR), Utilizando-se de: • Materiais produzidos pelo CN; • Verificação que o CN faz do monitoramento dos treinamentos, inicial e continuado; • Avaliação geral do programa, quando visita a área; • Avaliação geral, quando visita os países, e avaliação do impacto do programa na região.

Manual de Coordenadores – 133


A Coordenação Nacional (CN) avalia a Coordenação de Área (CA) Esta avaliação é realizada por meio de: 1. Materiais produzidos pelo CA (ex: relatórios). 2. Realização da Formação: a) inicial; b) continuada.

4. A avaliação do impacto do PEPE em cada área nacional O CN deve monitorar e avaliar o impacto do programa na área. Poderá fazer isto investigando índices como: • O número de crianças que passou pelo programa; • O número de famílias, ligadas ao PEPE, que frequenta a igreja; • O número de crianças do PEPE que continuou (não desistiu) nas escolas da rede pública; • O número de crianças que se encontra na lista de espera do PEPE; • Se o PEPE é conhecido na área; • Depoimentos de moradores da comunidade sobre o PEPE; • O impacto do PEPE em fazer a igreja conhecida na área.

5. A avaliação dos MEs/MFs A avaliação dos MEs/MFs deve ser baseada em:

A. Sua participação na Formação Inicial: • Observação do coordenador. • Como o ME/MF se comporta durante o treinamento. • Sua aprendizagem do material apresentado.

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B. Sua participação na Formação Continuada: • Frequência nos encontros de formação e capacitação. • Participação. • Entendimento. • Autoavaliação sobre o material aprendido.

C. A observação da metodologia e o modo de se comportar do ME/MF quando está dirigindo a classe: • O preparo e a manutenção do local em que se realiza o PEPE. • O conteúdo da aula. • O controle da classe. • O contexto da aula. • O ME/MF promove trabalhos em grupos? • O ME/MF desperta na criança o interesse pela aula? • A educação cristã é parte integrante e significante do programa e atividades? • O ME/MF faz bom uso do tempo, dos recursos e do espaço? • O ME/MF utiliza métodos que facilitam a aprendizagem da criança de acordo com sua faixa etária? • O ME/MF mostra um bom conhecimento e entendimento do currículo? • O ME/MF está melhorando, comparado ao passado? • O uso de Projetos. • O uso de atividades manuais. • O uso de jogos. • O uso de brinquedos. • O ME/MF leva as crianças a mostrarem atitude de cuidado com os coleguinhas? • O ME/MF ajuda as crianças a reconhecerem as diferenças entre o certo e o errado? • O ME/MF ajuda as crianças a se relacionarem com as outras crianças e os adultos? • O ME/MF encoraja as crianças a falarem, jogarem e compartilharem uns com os outros? • O relacionamento entre o ME/MF e a liderança da igreja.

Avaliação específica do ME/MF Deve incluir: a) b) c) d)

planejamento da lição; plano diário e semanal; materiais utilizados; uso do projeto. Manual de Coordenadores – 135


Autoavaliação Avaliação feita pelo próprio ME/MF a respeito de seu trabalho.

6. Avaliação da unidade de PEPE A identificação da situação do PEPE: • Quando foi implantada a unidade do Pepe? • Quais as características principais da comunidade? • Qual a idade e o número de crianças? • Quantos educadores e ajudantes estão em ação? É importante lembrar, e deixar claro para o ME/MF e para os pais das crianças, que o Monitoramento e Avaliação realizados são um processo comum para o PEPE, como um todo, e para as crianças, como indivíduos. O objetivo é realizar uma avaliação geral do programa e, para dar continuidade a isto, é preciso que o programa seja monitorado a cada visita. O monitoramento é feito pelo coordenador. A avaliação geral e completa do programa na área é realizada pelo coordenador da área.

7. A avaliação das crianças feita pelo ME/MF A avaliação das crianças é feita: 1. Pela observação participativa da criança no PEPE, observando a maneira como as crianças respondem, se comportam e como conseguem realizar as tarefas/atividades. 2. Pelo preenchimento de folhas específicas sobre cada criança (veja exemplos no anexo). 3. Pelo Portfólio dos trabalhos feitos por cada criança. Geralmente, podem incluir: • Desenhos de uma pessoa que a criança considera importante; 136 – Manual de Coordenadores


• Atividades de recortar; • Atividades de pintura; • Atividades de colagem; • Brincadeiras de escrever (ex: escrever “recadinhos” para outras crianças), etc. • Atividades de números (ex.: colar um gato no número 1, dois gatos no número 2), etc.

Referências bibliográficas The World Bank, Washington, DC. <http://www.worldbank.org/poverty/library/impact.htm>. Congdon, G. and Co. Managing the placement environment, making practiced-based learning work. University of Central Lancashire, UK, 2002. Golpee, N. Facilitating learning; In Mentoring and Supervision in Health Care. London, UK. Sage publications, 2008. p. 54-67. Harlen, W. A systematic Review of the evidence of the impact on student teachers and the curriculum of the process of using assessment by teachers for Summative Purposes, in research. Evidence in Education Library. London EPPI-Centre, Social Science Research Unit Institute of Education, 2004. Stuart’ C. Assessment Supervision and Support in Clinical Practice. Edinburgh; Churchill Livingstone, 2003.

Manual de Coordenadores – 137


138 – Manual de Coordenadores


ANEXOS 1. Estrutura Operacional do PEPE Network – Novo Organograma

PEPE NETWORK Conselho Consultivo ABIAH – JMN – JMM

GERÊNCIA de Evangelismo da JMN

Coordenação do PEPE

Secretaria Executiva PEPE-Network ABIAH

Conselho Pedagógico

GERÊNCIA de Missões da JMM

Coordenação do PEPE Internacional Coordenação América do Sul

Coordenação Norte e Nordeste do Brasil

Coordenação Sudeste, Sul, Centro Oeste e o Distrito Federal

Coordenação América Central Coordenação África Ocidental Coordenação África Central Coordenação África Austral

Manual de Coordenadores – 139


2. DOCUMENTO DE CONVÊNIO DE COOPERAÇÃO COM O PEPE NETWORK O presente documento consiste no convênio de cooperação entre o PEPE Internacional, promovido pela Junta de Missões Mundiais (JMM) da Convenção Batista Brasileira e a organização _______________________________________________________________, representada por __ _____________________________________________________________, com sede em _______ _______________________________________________________.

I. OBJETIVO O objetivo do presente Convênio é estabelecer as condições segundo as quais o PEPE internacional e a organização denominada ____________________________________________ ________________ assumirão responsabilidades para a implantação do Programa de Educação Pré-Escolar – PEPE, cujo objetivo é a expansão em todo o país.

II. OBRIGAÇÕES 2.1. DO PEPE INTERNACIONAL 2.1.1. Prover todo o apoio espiritual e técnico-pedagógico visando à capacitação necessária para a implantação do Programa no país, através da coordenação nacional ou por área; 2.1.2. Ratificar a nomeação do Coordenador Nacional, que deve ser indicado pela referida organização, de acordo com os seguintes critérios: a) Deve ser crente em Jesus Cristo, membro de uma igreja evangélica e estar em comunhão com esta; b) Deve ter o chamado para o trabalho na obra missionária, principalmente com as crianças e suas famílias; c) Deve estar comprometido com o Programa, sua filosofia e metodologia, ter experiência mínima de dois anos na área da Educação ou Escola Bíblica Dominical de sua igreja e/ou coordenação de equipe; d) Deve ser dinâmico, com facilidade para relacionamentos, estar disponível para ser capacitado e para dirigir e coordenar a implantação e o desenvolvimento do Programa no país; e) Deve ser fluente na língua falada e escrita de seu país e ter conhecimentos básicos de internet para comunicação por e-mail;

140 – Manual de Coordenadores


2.1.3. Supervisionar o trabalho da coordenação nacional que será anualmente avaliado pela coordenação regional do PEPE. 2.1.4. Promover, de acordo com as possibilidades, o desenvolvimento pessoal dos coordenadores da região geográfica ou linguística do país onde está sediado.

2.2 - DA ORGANIZAÇÃO 2.2.1. Prover apoio financeiro para a capacitação e implantação do PEPE no país, sendo responsável pela captação dos recursos necessários. Pode buscar parcerias afins. 2.2.2. Comprometer-se a dar todo o apoio moral e espiritual ao Coordenador Nacional do PEPE assim como aos Missionários Educadores/Facilitadores. 2.2.3. Oferecer apoio ao trabalho do Coordenador Nacional, criando um Conselho Coordenador, composto por representantes da organização, que auxiliará na orientação do trabalho, na avaliação dos resultados, nos processos decisórios e na implantação de novas estratégias para o fortalecimento do programa no país, conforme sua filosofia e seus princípios. 2.2.4. Colaborar na divulgação do Programa e na busca de estratégias para a abertura de novas áreas e implantação deste trabalho.

III. DURAÇÃO DO CONVÊNIO O convênio é por tempo indeterminado, podendo ser rescindido segundo a vontade expressa de uma das partes e de comum acordo entre elas.

IV. DISPOSIÇÕES FINAIS Os casos omissos serão analisados ​​pelas organizações parceiras através dos seus representantes, que apresentarão recomendações para a tomada de decisões, garantindo assim o bom funcionamento do Programa PEPE como ferramenta missionária. Estando ambas as partes de pleno acordo com as condições expressas no presente documento, assinam em 2 (duas) vias, que são iguais em conteúdo e forma.

PEPE INTERNACIONAL - JMM Coordenação do PEPE Internacional Junta de Missões Mundiais

ORGANIZAÇÃO Responsável pela Organização

_________________________________________________________

Coordenação Regional do PEPE

Manual de Coordenadores – 141


3. FORMULÁRIO DE PROJETO DE TRABALHO PARA IMPLANTAÇÃO DO PEPE PROJETO: ......................................................................................................................... Programa de Educação Pré-escolar

(Foto)

Equipe: ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... Ano: __________ SUMÁRIO 1. Introdução 2. Justificativa 3. Objetivo Geral 4. Objetivos Específicos 5. Visão 6. Avaliação 7. Metodologia 8. Resultados Esperados 9. Cronograma de Implantação 10. Recursos Humanos 11. Orçamento 12. Conclusão

142 – Manual de Coordenadores


DESCRIÇÃO DO PROJETO DE TRABALHO Projeto: ............................................................................................................................. Local de Realização: ...........................................................................................................

Introdução:

Justificativa:

Objetivo Geral:

Objetivos Específicos:

Visão:

Manual de Coordenadores – 143


Avaliação:

Metodologia:

Resultados Esperados:

Cronograma de Implantação 1ª Fase: Levantamento de dados (diagnóstico) Duração e descrição: .........................................................................................................

2ª Fase: Divulgação Duração e descrição: .........................................................................................................

144 – Manual de Coordenadores


3ª Fase: Construção da sala de aula, compra de materiais e matrícula das crianças Duração e descrição: ....................................................................................................

4ª Fase: Desenvolvimento do PEPE e Formação da Comissão de Pais e/ ou responsáveis Duração e descrição: ....................................................................................................

5ª Fase: Formação de novos educadores Duração e descrição: ....................................................................................................

Recursos Humanos

Orçamento Financeiro de Instalação Construção da sala de aula

Manual de Coordenadores – 145


Materiais: Didáticos

Higiene

Uniforme

Instalação

Conclusão:

146 – Manual de Coordenadores


4. Formulário de Plano de trabalho anual da Coordenação Nacional PEPE - PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR PLANO GERAL DE TRABALHO País: .................................... Ano de Início: ........................................................................ COORDENADOR NACIONAL: ........................................................................................... OBJETIVOS GERAIS: (liste pelo menos 3 objetivos gerais do PEPE em seu país) ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... METAS A ALCANÇAR:......................................................................................................... Número de crianças matriculadas: ...................................................................................... Número de educadores:...................................................................................................... Número de coordenadores de área:..................................................................................... Número de famílias contatadas:........................................................................................... Número de decisões por Cristo:........................................................................................... CRONOGRAMA DAS AÇÕES PLANEJADAS A SEREM REALIZADAS: (marque com um x os meses em que vai realizar as atividades mencionadas abaixo) Atividades Meses

Ano__________ Jan.

Fev.

Mar.

Abr.

Mai.

Jun.

Jul.

Ago.

Set.

Out. Nov.

Dez

Divulgação do PEPE Formação de educadores para implantação de novos PEPEs Encontros para Formação continuada Visitas de avaliação e monitoramento Relatório à coordenação regional Outros

Data, local......................................................................................................................... Coordenador (a).................................................................................................................

Manual de Coordenadores – 147


5. Formulário de Previsão orçamentária da Coordenação Nacional PEPE - PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR BREVE DESCRIÇÃO E PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA Ano de ____________

País: .................................... Ano de Início: ........................................................................ Coordenador: .................................................................................................................... 1. Justificativa do PEPE no país: ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... 2. Objetivos gerais para o ano: ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... 3. Metas: Número total de unidades: .............................. Número de crianças: ....................................... Número de educadores: .................................. Número de coordenadores: ............................. Número de famílias a serem alcançadas com a Mensagem: .................................................. 4. Necessidades e orçamento para seu controle: NECESSIDADES Itens Materiais didáticos e cópias Formação inicial / continuada Ajuda para a merenda

CUSTOS Valor único

Valor mensal

FONTES (de onde virão os recursos) Iniciativas locais

Outras

Outro tipo de ajuda

Necessidades para implantação de um novo PEPE CUSTO FONTES (de onde virão os recursos) Sala (reforma ou construção) Mesas e cadeirinhas Quadro de giz Utensílios básicos Outros Totais

Data, local Coordenador (a)

148 – Manual de Coordenadores


6. Formulário de Relatório Trimestral da Coordenação Nacional

RELATÓRIO TRIMESTRAL País ou Área: ..................................................................................................................... Coordenador: .................................................................................................................... Período: .............................................................................................................................

Introdução: Informações gerais sobre o desenvolvimento do trabalho no país.

Resultados alcançados - dados numéricos: Número de unidades de PEPE: ............................................................................................ Número de coordenadores:................................................................................................. Número de educadores: ..................................................................................................... Número de crianças beneficiadas: ....................................................................................... Número de famílias contatadas através das unidades: .......................................................... Número de decisões por Cristo: .......................................................................................... 1. Atividades desenvolvidas pela coordenação:

2. Resumo da situação dos PEPEs:

3. Dificuldades encontradas:

Manual de Coordenadores – 149


4. Medidas para superar as dificuldades:

5. Perspectivas: principais atividades para o período seguinte:

6. Testemunho marcante:

Sugestões para a coordenação regional:

Data, local

Assinatura

150 – Manual de Coordenadores


7. Folhas de avaliação das crianças em áreas específicas

Nome: Data:

Linguagem A criança...... Gosta de escutar e usar novo vocabulário Fala claramente, com confiança, responde às pessoas e aprende a usar respostas como: obrigado, por favor, etc. Usa a linguagem para compartilhar acontecimentos e histórias Entende que a escrita tem um sentido de direção específico (ex.: No Brasil, você lê da esquerda para a direita; em alguns países lê-se em sentido contrário) e qual é o sentido da língua oficial do país em que vive Liga sons às letras, dando nomes e sons ao alfabeto Sabe usar e segurar corretamente um lápis para começar a formar as letras Tenta escrever, devido a uma necessidade social: seu nome, nome do amigo, hora, etc. Gosta de ouvir histórias e representar com peças/ dramatizações Reconta histórias na sequência certa

Sim/não+ comentários

Matemática A criança... Conhece as cores Diz e usa os nomes dos números em ordem e em contextos familiares Conta com confiança 1-10 os objetos do dia a dia Reconhece os números de 1-9 Pode fazer operações bem simples Começa a usar a linguagem como mais, menos, etc. para comparar 2 números Usa linguagem como círculo, grande, etc, para descrever formas, sólidos e outras formas geométricas Usa linguagem simples para descrever posições Começa a entender o conceito de tempo como: dias da semana, estações e horas Recria motivos decorativos e sequências

Manual de Coordenadores – 151


Artes visuais A criança consegue... Explorar cores, texturas, formas, formato, 2 ou 3 dimensões Usar sua imaginação Expressar e comunicar suas ideias, pensamentos e sentidos Explorar materiais Construir Ser criativa Se Expressar usando pinturas ou desenhos

Movimentos A criança consegue... Movimentar os braços para cima e para baixo, balançar o corpo Ter entendimento do espaço à sua volta Manobrar ferramentas, objetos, construir, manipular materiais, com segurança e controle Entender que precisa de regras, aprender brincando com jogos etc. Aprender jogos e brincar, usando materiais como bolas, bambolês, sacos de feijão, cordas, bastões e outros materiais Usar a imaginação com danças e movimentos Aprender a se movimentar com confiança, controle e coordenação

Natureza e sociedade A criança consegue... Investigar objetos e materiais usando os sentidos Pela observação, descobrir e identificar objetos vivos e não vivos Perguntar como as coisas funcionam Saber que deve reciclar diferentes materiais Saber investigar sobre seu bairro Entender como cuidar dos animais e plantas Saber quais são as datas comemorativas

Música A criança consegue... Aprender cânticos Fazer instrumentos Usar instrumentos para se expressar

152 – Manual de Coordenadores


Educação cristã A criança consegue... Conhecer as histórias da Bíblia Entender e aprender a verdade das festas principais como Natal e Páscoa

Desenvolvimento Pessoal A criança sabe... Que ela é importante e tem capacidade Como se proteger Cuidar bem do seu corpo (vestir, fazer sua higiene pessoal), dentes e cabelo Usar boas maneiras Fazer amizades Trabalhar em grupos Obedecer às regras e saber a importância delas Como trabalhar em grupos, esperando sua vez de compartilhar Conhecer os códigos de comportamento que são aceitáveis Entender o que é certo e errado e por quê Estar interessada e motivada para aprender Ter respeito para com os outros Estar confiante para tentar novas atividades, sugerir ideias e a falar em grupo conhecido Concentrar-se e sentar-se quieta quando apropriado

Manual de Coordenadores – 153


BIBLIOGRAFIA GERAL A Bíblia. Nova Versão Internacional. Araújo, Denise Branco e outros. Convivendo com a Pré-Escola – teoria e prática da Educação Pré-Escolar. São Paulo. Editora Ática, 1996. Bennet, J. Curriculum in Early Childhood Education and Care UNESCO Policy Briefs on Early Education. Paris, France. In: <http://www.unesco.org/education/ecf/briefs>, 2006. Brewster, Dan. Reaching out to One... and the Ninety-Nine. Colorado Springs, Compassion International, 2007. Bryant, Myers. Walking with the poor. New York, World Vision International, 1999. Carvalho, Rosita Edler. A nova LDB e a Educação Especial. 3a edição. Chester, Thimothy. The Debate Begins. Leicester: Enter Varsety Press, 1993. Christine, G. L. An evaluation of the 1998 Brazilian National Curriculum Guidelines for Infant Education as a basis for Preschool Curricula appropriate for Children of Deprived Communities with particular reference to the Language Module. Part of the work submitted for MA in International Education for Sussex University UK, 2005. Cunha, Maurício José da Silva. O reino entre nós: transformação de comunidades pelo evangelho integral. Viçosa, Ultimato: 2003. Ewerton, Valéria Cardoso. Palestra: Mobilização, Captação, Otimização de Recursos e Resolução de Problemas. 2010. Freire, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2005. Golpee, N. Facilitating learning; In Mentoring and Supervision in Health Care. London, UK. Sage publications, 2008. p. 54-67. Habecker, Eugene B. Redescobrindo a alma da liderança. São Paulo. Ed. Vida, 1998. Harlen, W. A systematic Review of the evidence of the impact on student teachers and the curriculum of the process of using assessment by teachers for Summative Purposes, in research. Evidence in Education Library. London EPPI-Centre, Social Science Research Unit Institute of Education, 2004. Igreja: agente de transformação / Organizado por C. René Padilla e Péricles Couto. Tradução de Albana Neves e Dilmar Devantier – Curitiba: Missão Aliança, 2011. Lima, Jacira da Silva – Apostila de Formação de Líderes – São Paulo – 2001 Mantoan, Maria Teresa Eglér (org.) A integração de pessoas com deficiência: contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon, 1997. McConnell, Douglas eds. Understanding God`s Heart for Children. Colorado Springs, World Vision, 2007. Miles, Glenn, and Wright Josephine-Joy-eds. Celebrating Children. Carlisle, UK: Paternoster Press, 2003. Ministério da Educação; SEESP (Secretaria de Educação Especial) – Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília. SEESP, 2001. Ministério da Educação – Secretaria de Educação Especial – Saberes e Práticas da inclusão: Avaliação para identificação das necessidades educacionais especiais. Brasília: MEC, 2005. Ministério da Educação – Secretaria de Educação Especial – Educação Inclusiva: Documento subsidiário à Política de Inclusão. Brasília: Ministério da Educação SEESP, 2005 Ministério da Educação – Secretaria de Educação Especial – A Família: Programa Educação Inclusiva: Direito à diversidade. Brasília: MEC, 2006. 154 – Manual de Coordenadores


Ministério da Educação – Secretaria de Educação Especial – Educação Infantil Saberes e práticas da inclusão: Dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento. Brasília, MEC/SEESP, 2006. Ministério da Educação – Salto para o Futuro: Educação Especial: tendências atuais / Secretaria de Educação à Distância. Brasília: Ministério da Educação, SEED, 1999. Moffitt, Bob. If Jesus Were Mayor. Phoenix: Harvest Publishing, 2004. Moon, B. & Murphy, P. Curriculum in Context. London: UK, Open University Paul Chapmann Publishing, 1999. Myers, Bryant L. Walking with the poor: principles and practices of transformational development. New York, Orbis Books, 1999. Nidelkoff M. Uma Escola para o Povo. Brasil: Ed. Brasilense, 1981. Pereira, Mary Sue Carvalho. A descoberta da criança: uma introdução à educação infantil. Rio de Janeiro: WAK, 2002. Rega, Lourenço Stelio – Dando um jeito no jeitinho – São Paulo – Ed. Mundo Cristão – 2000 Regen, Mina. Uma Creche em Busca da Inclusão. São Paulo: Memnon edições científicas Ltda., 1998. Santos, Jeremias Nunes. Mobilização de recursos – da Teoria à Prática. Formando sua equipe de parceiros missionários. JMN, 2010. Sassaki, Romeu Kazumi. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997. Shaffer, David R. (5th ed.). Social and Personality Development. USA, Wadswhorth-Thomson Learning, 2005. Uma Criança os guiará. Klenia Fassoni, Lissander Dias, Wellinton Pereira (organizadores) – Viçosa, MG: Ultimato, 2010. Stuart’ C. Assessment Supervision and Support in Clinical Practice. Edinburgh; Churchill Livingstone, 2003. Werneck, Cláudia. Ninguém mais vai ser bonzinho na sociedade inclusiva. Rio de Janeiro: WVA, 1997. Woodhead, J. In Search of the Rainbow, Early Childhood Development: Practice & Reflection, 10. The Netherlands: Bernard Van Leer Foundation, 1996. Wrigh, Josephine and Miles, Glen (Eds). Celebrating Children. Carlisle: Paternoster Press, 2003. Zuck, Roy B. Precious in His Sight: Childhood and Children in the Bible. Grand Rapids: Baker Books, 1996.

Publicações Simari, Osvaldo. Roque Junges Ética e gênero: o paradigma do cuidado - Convergência n. 348 Revista Mãos Dadas: Março de 2006 e Setembro de 2008. Tear Fund Roots Resources 7 – Child Participation

Manual de Coordenadores – 155


Websites: CAPTAÇÃO DE RECURSOS. Da teoria à prática. Baseado no material escrito por Ann Speak, Boyd McBride e Ken Shipley para as oficinas... Disponível em: <http://www.maternatura.org.br/Captacao%20de%20Recursos%20para%20ONGs.pdf>. Captação ou mobilização de recursos é a prática de levantar recursos para manter as atividades de uma organização da sociedade civil e... Disponível em: <http://www.idis.org.br/.../tire-suas-duvidas-sobre-mobilizacao-de-recursos>. “Child Abuse – the hidden bruises”. American Academy of Child & Adolescent Psychiatry. Available from the Internet: http://www.aacap.org/cs/root/facts_for_families/child_abuse_the_hidden_bruises. Accessed 25 January 2008. Congdon, G. and Co. Managing the placement environment, making practiced-based learning work. University of Central Lancashire, UK, 2002. Jaffe-Gill, Ellen MA, J. Jaffe Ph. D. and J. Segal Ph.D. Child Abuse and Neglect: Types, Signs, Symptoms, Causes and Getting Help. Helpguide.org. Available from the Internet. Accessed 25 January, 2008. Keeping Children Safe Coalition, Keeping Children Safe: standards for child protection. Tool 1. Available from the Internet, www.keepingchildrensafe.org.uk, accessed 25 January 2008. Overview. PovertyNet. The World Bank. Disponível em: <http://web.worldbank.org>. Pepe Network - www.pepe-network.org Revista Mãos Dadas – www.maosdadas.net Revista Passo a Passo – Tear Fund – www.tearfund.org The World Bank, Washington, DC. <http://www.worldbank.org/poverty/library/impact.htm>. Vandenbosch, T. Contextualising learning in Primary and Secondary schools using natural resources, Nairobi Kenya, Global Coordinator, Farmers of the Future World Agroforestry Centre. World Bank (2004). Monitoring and Evaluation Some tools, Methods & Work for the Poor (chapter 3 and 7): Washington D.C. World Bank and Oxford University Press.

156 – Manual de Coordenadores



ABIAH – JMM – JMN


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